LAVAGEM BRÔNQUICA SOB ANESTESIA GERAL EM
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LAVAGEM BRÔNQUICA SOB ANESTESIA GERAL EM
TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA 9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA A LAVAGEM BRÔNQUICA SOB ANESTESIA GERAL EM PACIENTE PORTADORA DE PROTEINOSE ALVEOLAR. RELATO DE CASO Natercia F Seixas*, Edson L Morais CET/SBA da Faculdade de Ciências Médicas - UNICAMP, Campinas, SP Cidade Universitária “Zeferino Vaz” s/n - Distrito de Barão Geraldo - 13083-970 Campinas-SP Introdução - A proteinose alveolar pulmonar é rara pneumopatia infiltrativa difusa, de etiologia desconhecida, porém freqüentemente associada à silicose. Caracteriza-se pelo preenchimento alveolar por material proteináceo rico em lípides. Quando o envolvimento é difuso causando hipoxemia, a lavagem pulmonar total é necessária, melhorando o prognóstico. Esse relato de caso trata de uma paciente submetida à lavagem brônquica sob anestesia geral. Relato do Caso - Paciente do sexo feminino, 46 anos, estado físico ASA III por proteinose alveolar e silicose por exposição prolongada a sílica em indústria de cerâmica. Apresentava-se em regular estado geral, dispnéica em repouso, com tosse seca e cianose de extremidades. Na radiografia de tórax havia infiltrado alveolar bilateral mais importante à esquerda. Hemograma, função renal e hepática normais. Em uso de prednisona e captopril em virtude de hipertensão arterial. Saturação de O2 93% em ar ambiente. Amonitorização foi feita com cardioscópio, oxímetro, capnógrafo, pressão arterial invasiva, sondagem vesical. Foi submetida à anestesia geral com propofol (2 mg.kg-1), alfentanil (40 µg.kg -1) e rocurônio (0,6 mg.kg-1), intubação orotraqueal seletiva à esquerda com tubo Robert-Shaw nº 37, com posicionamento confirmado por fibroscopia. Colocada em proclive, foram instilados 1700 ml de solução fisiológica a 0,9% lentamente e à seguir em aclive acentuado para retirada do líquido instilado, com retorno de 1000 ml. Esse procedimento foi repetido 12 vezes, sendo instilado um total de 10.900 ml de solução fisiológica a 0,9%, com retorno de 7800 ml. Levando-se em conta a diurese ( 850 ml) e as perdas insensíveis (3 ml.kg-1.h-1 × 2 horas), o balanço final foi de +1800 ml. Hipoxemia progressiva era observada no aclive acentuado com melhora após retorno à posição normal. No entanto, à partir do 7º lavado, bradicardia, hipotensão chegando até ao infra-desnivelamento de ST em DII foram observados no aclive acentuado, sendo mais importantes e mais duradouros nos últimos lavados. Em DDH, e mantendo-se estável hemodinamicamente a paciente foi extubada e mantida com máscara de O2. Ao chegar à UTI, devido à agitação psicomotora e recusa ao uso da máscara, a paciente foi sedada e reintubada, para ser extubada 24 horas após, consciente, orientada, eupnéica, Saturação de O2 96% ar ambiente. Alta hospitalar em 72 horas. Discussão - A lavagem brônquica é procedimento de alto risco, seja pelo estado clínico crítico do paciente, seja pela sobrecarga hídrica e pela dificuldade de ventilação em proclive acentuado aos quais o paciente é submetido. Aconfirmação da seletividade da intubação por fibroscopia é obrigatória, assim como monitorização invasiva. A extubação deve ser realizada com cautela, já que a retirada do surfactante no lavado gera bronquiectasias e hipoxemia graves nas primeiras 24 horas. Referências - 01. Trapnell BC, Whitsey JA, Nakata K - Mechanisms of disease: pulmonary alveolar proteinosis. N Engl J Med, 2003;349:2527-2539; 02. Cohen E, Eisenkraft JB Bronchopulmonary lavage: effects on oxygenation and hemodynamics. J Cardioth Anesth, 1990;4:119. B ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PACIENTES SUBMETIDOS À REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO E À COLECISTECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA Elizabeth M Tambara, Leonardo P Blume*, Mariana V Salles, Marina R Bay CET do Serviço de Anestesiologia da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba R. Cel. Joaquim Inácio Taborda Ribas, 750 Ap 2201 - Champagnat - 80730-330 Curitiba - PR Justificativa e Objetivos - O tabagismo exerce efeitos aterogênicos através da elevação da concentração de fibrinogênio sangüíneo, da reatividade plaquetária, da viscosidade do sangue, da diminuição do HDL-colesterol e oxidação do LDL-colesterol. O aumento do tônus vascular induzido pela nicotina e/ou pela disfunção endotelial também implica em doença coronariana. O objetivo deste trabalho foi analisar comparativamente pacientes submetidos à revascularização do miocárdio (RM) e à colecistectomia videolaparoscópica (CV). Método - Foi realizado um estudo retrospectivo em dois grupos de pacientes, sendo 100 submetidos à revascularização do miocárdio e 100 submetidos à colecistectomia, na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, em um período de seis meses. Os grupos foram comparados quanto ao peso, altura, faixa etária, sexo, prevalência de tabagismo e relação tabagismo/sexo. Foram utilizados os testes t de Student e X2 para análise estatística. Resultados - Os grupos foram homogêneos quanto ao peso e à altura. Os pacientes do grupo RM apresentaram-se em média 7,6 anos mais velhos (54 ± 10,3 x 61,6 ± 9,4 - p < 0,0001). Houve predomínio do sexo feminino no grupo CV (74% - p < 0,0001) e de sexo masculino no grupo RM (65,0%). Foi observado predomínio para a ausência de tabagismo no grupo CV (74% - p = 0,0013). A presença de tabagismo foi maior no grupo da RM (51%), sem significância estatística. Na avaliação do tabagismo em relação ao sexo foi observado que a proporção de homens tabagistas é a mesma nos grupos de estudo (p = 0,869). Em relação às mulheres, foi observado que as tabagistas do grupo RM é muito superior as do grupo CV (45,7% x 18,9%) (p = 0,007). Conclusões - Segundo este estudo, no grupo CV houve prevalência feminina, enquanto no RM, masculina e idade mais alta. A ausência de tabagismo foi estatisticamente significativa no grupo CV, com predominância feminina entre os tabagistas do grupo RM, sugerindo que o tabagismo é fator de risco coronariano mais expressivo no sexo feminino. Referências - 01. Fuster V - Aterosclerose - Trombose e Biologia Vascular, em: Goldman L, Bennet JC - Cecil Tratado de Medicina Interna. 21ª Ed, Guanabara Koogan, 2001;328. CBA 272 Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
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