espírito de independência —— (edição especial)
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espírito de independência —— (edição especial)
DCIII — PRJ.02 fbaul, 2º semestre 2014/15 luísa ribas · suzana parreira · pedro almeida pós-modernismo / new wave / pós-punk —— espírito de independência —— (edição especial) . 1 2 The story of the 1970s punk and the new wave has been told many times, but its importance for the development of British design cannot be overstated. […] The music designers who emerged in the 1970s, starting with Jamie Reid, …, enjoyed the best of both worlds. They were given considerable freedom, their work was immediately perceived as being at the leading edge of visual pop culture, yet they distanced themselves from the mundane design business.[…] [Barney Bubles’] projects for the hippie rock gruop Hawkwind in the early 1970s made a deep impression on designer-in-the making Malcolm Garrett, and Neville Brody acknowledge the influence of his new wave work.[…] For Garret and Saville, who had studied together at school and college, as well as for Brody, inspiration came not from the previous generation of designers, or from that generation’s heroes such has Rand and Bass, but from Pop Art and from the modernist typographers of the 1920’s. Herbert Spencer’s Pioneers of Modern Typography (1969) became their set text. As a student, Garret took a close interest in Dada and Surrealism; Brody looked to Dada, Oliver to Surrealism. In the mid-1970s, while living in Ireland, Bubbles, too, had belatedly put himself through a crash course in Cubism, Dada, Constructivism and other 20th-century art movements.[…] Brody chose to work in the music business because he thought that it was the only field that would offer opportunities for experimentation. Other graphic designers of his generation shared some of his assumptions, but no one else conveyed the idea so persistently, through every utterance, that design could be a vehicle for a personal point of view. This simply was not the way the most graphic designers thought or talked at this time. Brody’s position as art director of The Face magazine, from 1982 to 1988, gave him greater visibility as a designer that any of his contemporaries or elders, and his impact was confirmed by his 1988 retrospective at London’s Victoria & Albert Museum. Ultimately, his example as a new kind of international design star – a role that he did not much relish – was probably at least as significant as his work. Rick Poynor 3 Introdução Segundo a ideia de “espírito de independência”, Rick Poynor identifica uma geração de designers que emerge nos finais dos anos 1970 e consegue tirar partido do melhor de dois mundos, assumindo liberdade criativa ao mesmo tempo que o seu trabalho era percebido como estando na vanguarda da cultura pop. Estes designers distanciavam-se do design comercial, aproveitando o legado do espírito punk (visível no trabalho de Jamie Reid) que abraçou a música, a moda, as atitudes sociais e o lifestyle, segundo uma postura independente. À medida que punk foi sendo filtrado pela cultura mainstream, a subcultura diversifica-se em facções como a new wave e o pós-punk, enquanto estilos com expressão tanto a nível musical como a nível gráfico. Designers como Garrett, Brody, Saville ou Oliver, reflectem este período e, tendo já formação académica (em design), em vez de seguirem o caminho expectável de se tornarem designers júnior num estúdio de design estabelecido, começam a traçar o seu caminho profissional de forma independente, em ligação ao meio e subcultura da música, cultura urbana e lifestyle. A linguagem que assumem rejeita às “formulas” instituídas do design, abraçando as influências pop e das vanguardas modernistas do início do século (dada, surrealismo, futurismo, etc.). Esta atitude reconfigura-se, na década de 1980, em direcção a uma depuração da linguagem do design, como é visível no trabalho de Brody ou de 8vo. Inicia-se uma reavaliação do modernismo e procura-se equacionar o papel do design em evolução num sociedade consumista. Muitos designers e estúdios assumiam a ideia de expressão individual, tentando manter-se independentes e em ‘pequena escala’, a fim de preservar uma autonomia criativa, em grande parte, cultivada no contexto da música (por Brody, Oliver, ou Designers Republic). Na transição para os anos 1990 ganha expressão a ideia de que o pensamento sobre design, tradicionalmente afirmado em publicações, podia ser afirmado através da prática criativa. À medida que os designer começam a tratar o design como meio de autoria em publicações auto-iniciadas enquanto afirmação de um ponto de vista e autoria gráfica (nomeadamente, Tomato, Fuel, Why Not Associates, ou até Jonatham Barnbrook), paralelamente, a procura de uma depuração da linguagem do design gráfico encontra reflexo numa reacção neo-modernista ao pós-modernismo. Enquadramento O universo cultural e projectual de um conjunto de designers britânicos, nomeadamente Jamie Reid, Barney Bubbles, Malcolm Garrett, Peter Saville, 8vo, Neville Brody, Vaughan Oliver, entre outros mencionados no enunciado, serve como ponto de partida para a elaboração de uma edição especial. O tema da mesma será definido mediante pesquisa em torno do universo e trabalho de um destes designers, sendo que se poderá emancipar dos mesmos. 4 Tema Poderão definir o tema em torno da cultura contemporânea dos designers, como reflectido em publicações periódicas sobre música e cultura urbana enquanto retrato de uma geração (ex. revista the face) ou em torno de uma componente específica do trabalho dos designers relacionados (ex. design e designers da factory records), ou até em torno de outros designers cujo trabalho se relacione com as derivações new-wave, pós-punk, e após. Podem usar como mote a linguagem desenvolvida pelas editoras discográficas e seus designers; o universo musical e linguagem gráfica de bandas específicas em que o trabalho dos designers se reflecte; focar estratégias ou aspectos característicos do seu trabalho (como apropriação, recuperação) ou ainda, a forma como o advento das ferramentas digitais dá origem a uma reformulação da criação gráfica, não só a nível da produção (com o desktop publishing) mas proporcionando novos suportes e meios de comunicação (como no projecto fuse), entre outros aspectos pesquisados, considerados relevantes e passiveis de exploração. Carácter ‘Especial’ da Edição A edição especial pode ser essencialmente monográfica ou discográfica. Se a edição discográfica tem como mote a música (selecção e compilação de obras, artistas ou géneros segundo um critério) na edição monográfica a ênfase recai sobre uma elaboração (escrita e não só) de um tema, assunto, ou sobre um aspecto específico do mesmo. Se determinados conteúdos já não dependem necessariamente de um suporte físico para a sua distribuição ou comercialização, devem considerar o estatuto “especial” da edição, não só em termos temáticos mas sobretudo enquanto produto cultural e objecto a preservar ou coleccionar. Esta edição poderá assumir o formato de uma edição discográfica (especial) ou de um número/ edição (especial) de uma publicação periódica (revista). O conceito e carácter da edição deverão ser definidos de acordo com o tema pesquisado, ficando ao critério dos alunos a articulação do pendor, e importância relativa, dos conteúdos e componentes a integrar (entre conteúdos recolhidos, editados e produzidos, atentando à sua valorização e comunicação). Para tal devem ter em conta a gestão adequada dos recursos e do tempo disponível para o desenvolvimento do trabalho. Conteúdos e Componentes Podem recolher e editar conteúdos pré-existentes ou ainda criar conteúdos (além de textos, entendam-se imagens, grafismos, animações ou vídeos enquanto peças da autoria dos alunos) a fim de elaborar a edição. Podem escolher qual o suporte principal da edição, seja este um objecto/suporte físico (com componente impressa) ou um site ou página que tanto pode constituir a edição em si como apresentar a edição (monográfica ou discográfica). O trabalho será realizado em equipas de 3 a 4 elementos. 5 Calendário 14/05 (5ª) - Lançamento P02 + acompanhamento P01. TPC - pesquisa para definição do tema (recolher referências bibliográficas, possíveis temas (2 a 3) e textos complementares, citações e imagens). 15 e 18 /05 (6ª, 2ª) - Finalização do projecto 01. TPC - continuar pesquisa anterior relativamente ao tema e ao tipo de edição a desenvolver (publicar selectivamente no blog) 19/05 (3ª) - Fixar tema na aula mediante apresentação da pesquisa realizada. Definir tipo de edição a desenvolver. TPC - pesquisa relativa aos conteúdos a incluir e à edição a desenvolver (pesquisar edições especiais discográficas e/ou monográficas com directrizes similares ao projecto a desenvolver) 21/05 (5ª) - Desenvolvimento dos conteúdos e componentes de acordo com o tema e tipo de edição (trazer toda a pesquisa e/ou publicar selectivamente no blog). TPC - Estabilização de conteúdos a incluir. Pesquisa relativa ao conceito da edição e linguagem gráfica. 22 e 25 /05 (6ª, 2ª) - Definição do conceito editorial e título e articulação das componentes a desenvolver (impressas ou em suporte digital). TPC - Edição de conteúdos recolhidos. Pesquisa de linguagem gráfica. 26/05 (3ª) - Desenvolvimento da estrutura, componentes e suportes (mediante apresentação da pesquisa). 28/05 (5ª) - Desenvolvimento de layout final e linguagem gráfica (mediante apresentação da pesquisa). Preparação da apresentação. 29 e 01/05 (6ª, 2ª) - Finalização. 02 e 04/05 (3ª e 5ª) - Ap. P01 05, 08, 12/05 (6ª e 2ª) - Acompanhamento P01 e P02 09 e 11/05 (3ª e 5ª) - Ap. P02 Referências Contextualização (obrigatórias) Poynor, Rick. 2004. “Spirit of independence.” In Communicate : independent british graphic design since the sixties, edited by Rick Poynor, 12-47. London: Laurence King Publishing. DG 6/297 Poynor, Rick. 2003. “Origins.” In No more rules: Graphic design and postmodernism, 18-37. London: Laurence King Publishing. DG 6/186 Temas possíveis Poynor, Rick. 2003. “Appropriation.” In No more rules: Graphic design and postmodernism, 70-95. London: Laurence King Publishing. DG 6/297 Brophy, Philip. 1990. Post Punk Graphics: The Displaced Present, Perfectly Placed. (published in Stuffing No.3, Melbourne). http://www.philipbrophy.com/projects/rstff/ PostPunkGraphics_A.html 6 Brody, Neville; Jon Wozencroft. 2012. FUSE 1-20: from invention to antimatter: twenty years of FUSE. Köln: Taschen. Robertson, Matthew; Tony Wilson. Factory Records: the complete graphic album. 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