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www.apan.pt APAN OTÍCIAS Julho 2011 Criatividade e eficácia Agências falam sobre a recompensa de ser diferente Sonae MC Grande entrevista a Miguel Osório Prémios à Eficácia Quem entra na corrida APAN OTÍCIAS www.apan.pt Propriedade julho 2011 Membro 03 Editorial 04 Associação Portuguesa de Anunciantes Av. da República, 62 F, 6.º 1050-197 Lisboa Tel.: +351 217 969 692 Fax: +351 217 938 576 e-mail: [email protected] www.apan.pt Primeiro Plano CRIATIVIDADE E EFICÁCIA 06 Prémios à Eficácia conheça a lista de inscritos Editor 08 Media Smart balanço positivo 10 Edifício Lisboa Oriente, Av. Infante D. Henrique, 333H, escritório 49 1800-282 Lisboa Tel.: +351 218 508 110 Fax: +351 218 530 426 e-mail: [email protected] www.lpmcom.pt Media Smart Em Prime time 13 Grande Entrevista Marca de confiança Imagens SONAE MC 17 On Air Largo da Rosa, 7 - 2º 1149-054 Lisboa Tel.: +351 210 307 840 Fax: +351 210 307 859 www.casadaimagem.com 18 O Sector em Números 20 Distribuição gratuita Tiragem: 1300 exemplares Nacional 21 Out of the Box 23 A fechar 2 APAN OTÍCIAS Eduardo Branco Presidente da APAN Editorial “Verão” de eficácia Depois de um primeiro semestre em que acompanhámos atentamente o lançamento do novo sistema de medição de audiências de Televisão, a APAN mantém o tema da eficácia publicitária como elemento central da agenda dos anunciantes. Durante todo o ano de 2010, investimos numa intervenção activa relativamente ao concurso que seleccionou, de forma transparente e isenta, a nova empresa responsável pelo processo de medição de audiências de televisão em Portugal a partir de 2012. Entendemos que é efectivamente de um investimento que se trata, pois que a solução encontrada é hoje a referência que será agora seguida e melhorada, pelos sistemas de medição de audiência a lançar para os outros meios. Acreditamos que o retorno deste investimento é importante, não só para os nossos associados, mas também para os nossos parceiros e para a indústria da publicidade de uma forma global. Com efeito não temos dúvidas que uma correcta medição de audiências desempenha um papel determinante e decisivo no processo de criação, e acima de tudo na implementação, de uma campanha eficaz, com o significado que sempre lhe temos atribuído, de cumprir os objectivos planeados com os recursos disponíveis. É com esta convicção de que a medição das audiências se assume como uma ferramenta fundamental para que os anunciantes possam aferir da eficácia das suas campanhas, que continuaremos a trabalhar no âmbito da Comissão de Análise de Meios (CAEM) para que todos e cada um dos meios possam ser medidos com o maior rigor e com as metodologias mais adequadas. E é por isso que estamos já a trabalhar com a mesma dedicação e afinco para que em breve e finalmente, possamos ter em Portugal o primeiro estudo de medição de audiências de Outdoor. Ao longo dos últimos anos, os portugueses têm demostrado uma enorme adesão aos novos produtos e novos formatos no sector dos media, pelo que entendemos que Portugal deverá também ser uma referência em matéria de medição de audiências. Só assim os anunciantes poderão estar confiantes ao longo de todo o ciclo da atividade de comunicação publicitária, desde a definição das estratégias e planeamento das campanhas de comunicação tendo 3 em conta o(s) público(s) que se pretende(m) atingir, até à verificação de que o investimento, no montante e nos meios em que foi feito, cumpriu os objectivos propostos. Entendemos que este ciclo de actividade publicitária das empresas é fundamental para o ressurgimento económico de Portugal, pois só dessa forma é possível criar valor para as marcas e para as empresas, alimentando assim o ciclo de desenvolvimento económico dos mercados e da economia. Neste contexto, a APAN continuará a acentuar a importância das audiências de meios na eficácia e eficiência dos investimentos dos anunciantes, sendo consensual que a existência de um sistema de medição de audiências fiável e adaptado à actualidade tecnológica é um elemento incontornável para resultados mais eficazes e eficientes. Por isso, e para que todos possamos usufruir das melhores práticas mundiais, a APAN continuará a ter como prioridade a aposta numa actividade empenhada, pautada por um diálogo aberto, e estruturada no compromisso da prestação de serviços relevantes para os seus associados. APAN OTÍCIAS Primeiro Plano CRIATIVIDADE E EFICÁCIA Num cenário de contenção económica, onde é necessário optimizar meios e recursos, e depois de lançados os dados para a sétima edição dos Prémios à Eficácia, desafiámos três agências do mercado a falarem um pouco mais sobre a relação entre criatividade e eficácia. 1) De que forma a criatividade é, ou pode ser, encarada como um elemento chave na construção e desenvolvimento de uma campanha publicitária eficaz? 2) Na sua agência, como caracteriza a relação criatividade/eficácia? 3) Num contexto de crise, como é que esta ligação se acentua? 1) Tudo depende da forma como se interpreta o significado de criatividade. Segundo Sir Ken Robinson, a criatividade é a capacidade de gerar ideias originais que acrescentem valor e não apenas a capacidade de ter ideias. Tendo em conta o cenário actual de crescente competitividade entre marcas e do aumento exponencial do poder do consumidor, onde a diferenciação é um must have, a capacidade de gerar ideias originais é um factor diferenciador chave que só se torna eficaz se essas ideias acrescentarem valor ao consumidor. Tal implica um conhecimento prévio não só do consumidor, como também dos pontos de contacto, de modo a identificar oportunidades que permitem gerar ideias originais e pertinentes, transformadas em mensagens relevantes veiculadas em suportes eficazes, sejam estes convencionais ou não convencionais. Se entendido por este prisma, então a criatividade é, de facto, um pilar fundamental na construção e desenvolvimento de uma campanha publicitária eficaz. 2) Na Havas Media não existe eficácia sem criatividade, nem criatividade sem eficácia. Todas as campanhas são desenvolvidas numa óptica de integração e de optimização dos recursos tendo em conta o grupo alvo, o que nos obriga a identificar criativamente os melhores meios para veicular a mensagem pretendida, avaliando o impacto e o retorno de cada um e o seu contributo para o total da campanha. Um exemplo prático deste exercício é a nossa Metodologia Concert que alia o conhecimento do consumidor, dos pontos de contacto, do mercado e do negócio do cliente à identificação de oportunidades, à criatividade das soluções encontradas e à mediação do impacto das campanhas propostas. Só acrescentamos valor se as ideias que desenvolvemos permitirem alcançar resultados concretos o que nos obriga a sermos criativamente eficazes não só nas campanhas que desenvolvemos como também na forma de medir os seus resultados. 3) Num contexto de crise os recursos são ainda mais limitados e maior se torna o desafio na medida em que aumenta a necessidade de criar oportunidades eficazes. Investindo de forma ponderada e procurando novas conquistas de mercado é possível superar obstáculos. O primeiro passo é pensar sobre a realidade actual e os seus vários prismas, procurando a diferenciação. Pode passar por repensar o modelo de negócio, por reequacionar a oferta, inovar na forma 4 4 Rogério Canhoto CEO Havas Media de comunicar com o target, dialogar de forma relevante, ou simplesmente focar na resposta às necessidades e expectativas do consumidor face ao momento de crise. Todos estes caminhos permitem, criativamente e com “os pés assentes na terra”, explorar a marca enquanto elemento de diferenciação e fidelização, gerando uma dinâmica de negócio que transforma a crise numa oportunidade. Há que colocar em causa o status quo e reinventar o negócio, acentuando forçosamente a ligação entre criatividade e eficácia, pois os que o conseguirem fazer são os que sobreviverão. APAN OTÍCIAS 1) A criatividade, na sua definição mais ampla e actual, é crítica para o sucesso de uma campanha publicitária. Com a crescente importância do meio digital, aumentando o poder do consumidor ao permitir e potencializar a sua interacção e contribuição com a marca, a criatividade ganha ainda mais força. Por um lado, a criatividade ganha uma maior dimensão, deixa de ser uma “big idea” fechada, tipicamente num anúncio de TV de 30 segundos, para ser uma “história” não limitada no tempo e que permite a interacção, seja ela mais activa ou passiva, por parte dos consumidores. Por outro, o meio digital veio permitir uma muito maior e mais rápida difusão de uma campanha, caso os consumidores considerem que a criatividade o mereça! Se olharmos para o exemplo de uma das maiores marcas, a Nike, a criatividade ganhou esta nova dimensão, filmes que são verdadeiras histórias que deixam os consumidores a sonhar e com vontade de partilhar essa história, essa marca, com os amigos. Histórias estas que são divulgadas em primeira mão na internet, e que através da partilha, nomeadamente nas redes sociais, rapidamente atingem milhões de consumidores – é esta a eficácia da “nova criatividade”! 2) Está na génese da Fullsix a preocupação com a eficácia das campanhas que desenvolvemos para as marcas que trabalhamos. Devemos ser a única agência digital que todos os anos ganhou um prémio eficácia! Há uma preocupação em estabelecer os objectivos com o cliente, definir como medir e, ao longo da campanha, ir optimizando a mesma para corrigir eventuais mensagens ou mecânicas com o objectivo de aumentar o retorno. Dentro do grupo Fullsix, embora com gestão independente, temos uma agência de estudos de mercado – Netsonda – com a qual temos desenvolvido diversas metodologias para testar a criatividade, e logo eficácia, das ideias/mecânicas, assegurando assim uma maior taxa de sucesso dos projectos efectuados. No entanto, é necessário também querer e saber arriscar, sabendo que uma nova e diferenciadora ideia pode gerar resultados inesperados e extraordinários, mas que pode existe sempre algum risco de ficar aquém das expectativas. Um exemplo é a campanha que desenvolvemos para a LG Portugal e que ganhou um Ouro nos últimos prémios eficácia. A campanha pretendia comunicar o posicionamento institucional “LG – Life’s Good” e para isso, em vez do tradicional spot tv de 30”, a LG arriscou e juntamente com a Fullsix desenvolvemos uma série de curtas-metragens em que convidámos jovens realizadores a interpretar o conceito da marca. Resultaram filmes de 5-7 minutos, o primeiro “Momentos”, que rapidamente ganhou vida e em cerca de 6 meses atingiu mais de um milhão de visualizações e foi difundido por centenas de blogs por todo o mundo! Uma aposta total na criatividade que foi 100% eficaz! 3) Hoje em dia, há claramente uma maior racionalização, por parte dos agentes de marketing, de qualquer investimento a realizar. Há uma menor margem para arriscar e uma maior pressão para assegurar o retorno do investimento, sendo por vezes sacrificada a criatividade, optando os clientes por 1) Com a media cada vez mais fragmentada e os budgets cada vez mais reduzidos, a criatividade é a única forma de construir campanhas eficazes. A razão é muito simples: sem criatividade as mensagens passam totalmente despercebidas. E mensagens que passam “ao lado” jamais serão eficazes. Diogo Anahory Director Criativo e Sócio da BAR 2) Na BAR não conseguimos falar de uma sem pensar na outra. Se a criatividade não é eficaz então não 55 Filipa Caldeira CEO Fullsix Iberia uma versão mais “segura”. Ao vivermos no meio digital, temos a vantagem de este permitir uma grande mensurabilidade e um acompanhamento em tempo real, traduzindo-se numa resposta extremamente eficaz neste contexto de crise. Assim, como agência tentamos contrariar esta aversão ao risco, procurando aumentar a probabilidade de sucesso de uma ideia criatividade e logo maximizar a eficácia, através de dois vectores: - Aumento dos estudos de mercado dos conceitos criativos, ideias e/ou mecânicas, incorporando desde cedo o feedback dos consumidores no desenvolvimento das campanhas, - Medição real-time e acompanhamento das campanhas, por forma a conseguir corrigir eventuais desvios/problemas e assim assegurar a maximização da eficácia da mesma. nos parece que possamos falar de... criatividade. Trata-se apenas de um acto falhado. 3) Noutros tempos em que a televisão reinava e havia dinheiro, era possível alcançar resultados “atirando” GRP’S para cima das campanhas. Com a crise isso deixou de ser possível. Resumindo: ou as campanhas são criativas e como tal aumentam a probabilidade de serem eficazes, ou então é dinheiro deitado à rua. APAN OTÍCIAS Prémios à Eficácia Este ano, os Prémios à Eficácia contam com um total de 53 casos inscritos. Conheça a lista completa. 1 - ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS Agência Anunciante Campanha BBDO Portugal + OMD Matutis Sandes com barulho (Ruffles) Brandia Central Sumol+Compal Maria Clementina Euro RSCG Lisboa + Initiative Unicer Vive a Água (Água das Pedras) Fullsix Portugal Unicer Estratégia de Social Media (Super Bock) JWT Sumol+Compal Sumol Original 2010 The Grand Union + UM Coca-Cola Portugal Com Pouco Faço a Festa (Fanta) Young & Rubicam Bel Portugal Fatias da Bola (Limiano) Agência Anunciante Campanha Arena Media + Euro RSCG Lisboa + Fuel/Santa Fé Pharma Continente Rebranding da Área Saúde (Well’s) Initiative + Ogilvy Advertising Unilever Jerónimo Martins Dove Men Care Agência Anunciante Campanha MediaCom Procter & Gamble Fairy Agência Anunciante Campanha Draftfcb Chevrolet Portugal Spark it Euro RSCG Lisboa Peugeot Portugal 200 Anos MEC + Ativism Delta Cafés Natal 2010 (Delta Q) Media Contacts + MPG Nike Write the future MSTF Partners + MEC Mitsubishi Motors Portugal Add as friend OgilvyOne + Mindshare Ford Lusitana The Match Agência Anunciante Campanha BBDO Portugal Zon Se eu podia viver sem 8 Cupido Hotgold Português de Portugal (Canal Hot) Euro RSCG Lisboa Optimus Natal 2010 Euro RSCG Lisboa Optimus Wizing Fullsix Portugal TMN Estratégia de Facebook MSTF Partners + Arena Media Media Capital Rádio Caderneta de Cromos (Rádio Comercial) MSTF Partners + Espaço OMD PT Comunicações Fora da Box (Meo) TBWA + Carat TMN Lançamento do Tarifário “e” Waymedia + UM Waymedia Lançamento Myway 2 - SAÚDE, HIGIENE E BELEZA 3 - CUIDADO DO LAR 4 - PRODUTOS DE CONSUMO DURADOURO 5 - TELECOMUNICAÇÕES E MEDIA 6 APAN OTÍCIAS 6 - SERVIÇOS FINANCEIROS E SEGUROS Agência Anunciante Campanha Arena Media + Havas Sports & Entertainment Santander Totta Reforma Triunfo e Poupança Ídolos Bassat Ogilvy + RedPartner + Initiative Millennium bcp José Mourinho - Paixão BBDO Portugal + MEC Banco Espírito Santo Express Bill Euro RSCG Lisboa + Carat Montepio Montepio Consigo Rasgo Montepio Troféu 500 Agência Anunciante Campanha Arena Media + Fuel/Santa Fé Worten Worten Lab Euro RSCG Lisboa Sonae MC Pediatra Online (Continente) MPG + Media Contacts El Corte Inglés Cheques Mágicos MSTF Partners Unilever Jerónimo Martins Programa 100% (Unilever Food Solutions) TBWA + OMD McDonald’s Portugal Activação Mundial 2010 7 - DISTRIBUIÇÃO E RESTAURAÇÃO 8 - RESTANTES SERVIÇOS E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Agência Anunciante Campanha BBDO Portugal + Carat Galp Energia Vuvuzela Laranja Mecânica Chamartin Abertura de Acessos (Dolce Vita Tejo) OgilvyDesign ISEG-UTL Pensar Melhor Strat + Fullsix Portugal CTT Consigo por um futuro sustentável Agência Anunciante Campanha Arena Media + Born + Fuel/Santa Fé + Parceiros de Comunicação + Realizar Sonae MC Mega Pic Nic Continente 2011 Arena Media + Havas Sports & Entertainment Santander Totta Reforma Triunfo e Poupança Ídolos BrandConnection + McCann Sovena Plot Placement Oliveira da Serra Carat Opel Portugal Opel Corsa Street Edition DDB Lisboa/Tribal DDB SIVA Live Chat XXI Century Beetle Ivity + UM + The Grand Union Coca-Cola Portugal Acção Chamada 125 Anos Starcom Samsung Portugal Inspira o Natal UM + Ivity + The Grand Union Coca-Cola Portugal Gala da Magia Agência Anunciante Campanha Arena Media + Born + Euro RSCG Lisboa + Fuel/Santa Fé + GCI Sonae MC Marca Única (Continente) BAR BAR Lançamento BAR Agência Anunciante Campanha Arena Media + Fuel/Santa Fé + Link Worten Arredonda/Ajuda de Berço Euro RSCG Lisboa Sonae MC Pediatra Online (Continente) Euro RSCG Lisboa + Born + Arena Media Sonae MC Missão Sorriso 2010 (Continente) Plot + Young & Rubicam Caixa Geral de Depósitos Saldo Positivo 9 - AcTIVAÇÃO E PATROCÍNIOS 10 - COMUNICAÇÃO CORPORATIVA E B2B 11 - RESPONSABILIDADE SOCIAL 7 APAN OTÍCIAS Media smart Balanço Positivo Depois de três anos à frente do Programa Media Smart Portugal, desde o seu lançamento em 2008, António Reffóios, da Nestlé passa o testemunho a Suzana Ferreira da CGD, que assume agora a presidência do Media Smart. Esteve presente desde o primeiro momento em que o Media Smart chegou a Portugal. O que o fez juntar-se, desde logo, ao projecto? Por razões facilmente compreensíveis. Desde logo, pareceu-me muito oportuno. Enquanto anunciante, o tema da publicidade e da literacia para a publicidade é algo que, como grande anunciante, e até com muitos produtos destinados a um grupo-alvo infantil, impõe e requer uma responsabilidade maior. Havia aqui uma questão de oportunidade. Sobretudo porque a questão da publicidade e os efeitos na formação das crianças é um tema que está em agenda. Depois, era um programa que já estava testado. Se quiser, e independentemente das alterações que foram introduzidas para o adaptar à nossa realidade, o modelo conceptual do programa estava testado em vários países e com sucesso. Não só em termos da adesão, como da importância que as autoridades desses países foram reconhecendo ao programa, inclusivamente a Comissão Europeia. Houve países onde o Media Smart passou a estar integrado no próprio programa dos respectivos ministérios da educação. E isso dá garantias – uma coisa testada com êxito foi uma circunstância que ajudou a que, desde logo, nos associássemos a esta iniciativa. Na sua opinião, quais foram principais factores de sucesso do programa em Portugal? Desde logo, a vontade de o pôr em marcha por parte dos associados da APAN. Aliás, devo dizer a este respeito o seguinte: quando a Manuela Botelho, secretária-geral da APAN, me convidou para representar os anunciantes, eu só pus uma condição: sabendo que era um programa onde não apareceriam marcas, nem nenhuma informação relativa às marcas, nem às empresas que lhes estavam associadas, deixei claro que, sendo uma iniciativa da APAN, deveria ser público quem financiava o programa. Para evitar a ideia que poderia surgir, se assim não fosse, e que era um bocadinho aquela ideia do “gato escondido com o rabo de fora”. Só pus essa condição, que foi aceite. Feito este parêntesis, e voltando, aos factores de sucesso: a vontade, não só dos anunciantes mas de diferentes pessoas e entidades que constituem o chamado Grupo de Peritos. E aqui, há que dizê-lo, acho que foi muito feliz a escolha do professor Roberto Carneiro para coordenar este grupo, por ser um homem de um conhecimento e experiência. Ele aderiu de imediato ao programa e isso foi uma mais-valia extraordinária porque todo este conjunto de competências, e também a sua autoridade profissional e moral, acabaram por ser um dos elementos chave. Para além disso, a adesão dos outros stakeholders era indispensável: por exemplo, o Ministério da Educação, a Direcção-Geral do Consumidor e a CONFAP. Outro factor de sucesso foi, sem dúvida, e tenho de o dizer porque é justo, o enorme entusiasmo com que a Manuela Botelho assumiu esta responsabilidade, quase como uma causa. Ela atribuiu-lhe um valor muito especial. E tenho de destacar o Ministério da Educação dos demais, por uma razão muito simples: porque um programa desta índole, com estas características só é possível com a colaboração e a adesão dos professores. E o papel do Ministério da Educação foi fundamental porque, sendo uma matéria não-curricular, (que exigia obviamente um trabalho adicional de preparação, de procura de integração nas competências do programa pedagógico do 1.º e 2.º ciclos, de planificação, seguimento, etc.), ou 8 António Reffóios Administrador-Delegado da Nestlé os professores estão mobilizados ou então dificilmente aderem. Portanto, acho que o Ministério da Educação e os vários responsáveis, e em particular os professores, tiveram um papel fundamental. Passados três anos à frente do programa, como presidente, que balanço faz desta experiência? Eu acho que sabe bem. É uma coisa que se faz com gosto, no sentido em que, tendo este cariz de cidadania na verdadeira acepção da palavra, foi uma experiência muito enriquecedora. Houve alguns obstáculos pelo caminho, houve necessidade de mobilizar alguns anunciantes, e toda essa mobilização e trabalho interno foi muito importante. Hoje, todos vivemos situações de algum aperto e as pessoas nem sempre estão disponíveis para encararem estas situações, e com toda a legitimidade, onde os resultados não se vêem na conta de exploração ou ao fim de um ano. Têm um cariz de longo prazo, necessitam de alguma paciência. E, nos dias de hoje, onde o presente conta tanto e onde é tão relevante o curto prazo, estar a falar de colaboração, de um apport monetário em programas que não têm impacto a curto prazo, foi APAN OTÍCIAS uma mobilização que era preciso fazer. Depois tivemos um pequeno acidente de percurso, já com o programa em marcha, com uma discussão na Assembleia da República. Foi uma experiência muito rica – eu nunca tinha entrado naqueles corredores da assembleia – esta via-sacra que fiz com o professor Roberto Carneiro e com a Manuela Botelho, para explicar aos grupos parlamentares quais eram os objectivos do programa, mostrar o que já estava feito, para os mobilizar também e para que, mesmo que não aderissem, que não fossem uma voz contra este programa. Foi uma experiência muito simpática e enriquecedora: até do ponto de vista pessoal. Também porque temos a oportunidade de lidar com questões que não lidamos no dia-a-dia. Em termos de aprendizagem, ouvir algumas destas pessoas falarem de questões para as quais, por maior ou menor sensibilidade que tenhamos, não somos especialistas, foi para mim uma experiência também muito relevante. Como encara a evolução do programa desde 2008? Como considera ter sido a aceitação e a integração do programa nas escolas do nosso país? Eu tomo apenas dois elementos. Um: a penetração alcançou os 40 por cento ao fim de três anos. Quando comparamos com a realidade de outros países é uma penetração recorde. Esta é uma medida relevante porque, se os professores, as escolas e os alunos aderiram, e se ao fim de três anos a adesão foi aumentando, esta é a melhor medida que temos: a comparação com outros países. Países até, pela sua própria cultura, estão muito mais despertos para estas questões do que nós. Isso tem ainda um significado maior. Em segundo lugar, o grau de satisfação, que conhecemos dos inquéritos que foram feitos juntos dos professores, e que são, e não me canso de dizer, o elo mais forte desta cadeia. E, se juntarmos esses dois elementos, tenho de dizer que os resultados são excelentes, e acho que ultrapassaram as nossas melhores expectativas. E no que diz respeito à media literacia, que continua a marcar a agenda, de que forma é que avalia esse impacto, a contribuição do programa para a media literacia em Portugal? Está ainda por avaliar o impacto que isso tem na população a que se dirige, até porque o programa exige uma aplicação continuada. Em todo o caso, a questão é: não conheço outro. Quer dizer, se este existe, se começa a ser reconhecido pelos vários intervenientes no processo como um programa válido, e se não existe outro, naturalmente que a contribuição deste programa é única. É o único programa em Portugal que tem este objectivo de uma forma muito clara, e esta profundidade de tratamento. Não quer dizer que não haja outros programas de literacia mediática mas, criados especificamente para este efeito, não. Aliás, tanto quanto sei, isto é reconhecido. Há mais programas de media literacia, mas não sobre esta matéria, dirigidos para o público infantil, este é único. É realmente aí onde tudo começa. Hoje em dia, a consciência do ponto de vista ambiental e também da segurança rodoviária (duas outras áreas que investiram muito neste público infantil) é outra. E quando comparo com a minha geração nota-se essa diferença, porque as pessoas não foram educadas nesse sentido. Porque é que é importante a educação? Não é só a passagem do conhecimento, é sobretudo a criação de hábitos de cidadania, de consumo consciente, de vida, da relação com os outros, de aceitação dos outros. Há o ditado que diz “de pequenino é que se torce o pepino”, e não há dúvida nenhuma disso. Em todo este processo julgo que pode haver oportunidade para ter resultados ainda melhores, tendo um outro envolvimento com os pais e encarregados de educação. E, em termos de penetração, e dada a responsabilidade que tem em termos locais, eventualmente, das próprias câmaras municipais. Se conseguirmos alavancar estes dois pilares, julgo que poderemos ter resultados ainda melhores. Num momento de passagem de testemunho, que conselhos deixaria à próxima presidência? Eu não dou conselhos, isso seria 9 um atrevimento (risos). Até porque a Suzana Ferreira é uma pessoa que está muito envolvida em todo este processo. É uma pessoa que tem dado um contributo enorme, uma pessoa para quem este programa é também uma causa. Quer do ponto de vista pessoal, quer profissional, é uma pessoa que reúne todos os ingredientes que são necessários, pelo que acho que esta representatividade, mais do que outra coisa qualquer, está muitíssimo bem entregue. Em jeito de passagem de testemunho, eu diria que poucas pessoas poderiam representá-lo tão bem quanto ela. Que próximos passos acha fundamentais para o programa nesta fase, depois de três módulos já lançados? Desde logo, está claro que será muito relevante um módulo digital. Julgo que isso é consensual. Outra questão que tem sido discutida, e penso que merece a discussão – a avaliação e, eventualmente, a utilização de todos os meios, em particular as redes sociais. Até porque estes miúdos têm uma adesão muito grande a todo este tipo de comunicação. Para além disso, fazer bem o que está a ser feito bem, manter esta chama viva. E, realmente, todo este apoio dos parceiros, em particular, e insisto, do Ministério da Educação, e oxalá o professor Roberto Carneiro possa continuar a dar o seu contributo durante muitos mais anos. É importante focalizar dois aspectos que já referi: a sensibilização cada vez maior para aquele que é o papel que os pais e os encarregados de educação devem ter, e as câmaras municipais, não só pelo apoio que podem dar mas também porque, nestas matérias, a questão da proximidade é importante. Outra coisa que creio ser útil e desejável é mostrar o que se fez, realçar as boas práticas, dar visibilidade aos resultados, utilizar os resultados como uma forma de dar outra visibilidade ao programa. Tudo isto é muito viral, e julgo que pode ter um efeito de dominó, multiplicador. Em todo este universo de escolas devemos ter exemplos formidáveis: há que contar essas histórias e pôr as pessoas a dar esse testemunho, sobretudo aquelas a quem o programa é dirigido e, naturalmente, também aos professores. APAN OTÍCIAS Media smart em prime time A Escola Básica 2,3 Eugénio dos Santos, em Lisboa, foi o palco para a mais recente reportagem sobre o Programa Media Smart. Em jeito de balanço dos primeiros três anos do programa em Portugal, o desafio de desenvolver uma peça televisiva sobre o Media Smart em plena sala de aula foi aceite pela SIC, que visitou a escola, assistiu a uma aula e teve oportunidade de falar com os alunos sobre as aprendizagens em torno da publicidade. Neste contexto, cerca de 25 alunos tiveram uma aula especialmente dedicada ao Media Smart, composta por uma primeira parte sobre publicidade não comercial (o módulo mais recente do programa), e a segunda, dedicada à publicidade comercial (módulo 2). Por sua vez, as professoras Sónia Peixoto e Gabriela Leite, cujo entusiasmo em torno do programa Media Smart é grande, prepararam esta aula especial e dedicaram cerca de 50 minutos lectivos à apresentação de mais alguns novos conceitos, que pretendem dotar os mais pequenos com novas competências no que diz respeito à desconstrução das mensagens publicitárias e ao desenvolvimento do espírito crítico face à publicidade. falar livremente para as câmaras de televisão sobre esta nova aprendizagem no âmbito do Media Smart, sobre o que gostam mais nos anúncios e sobre as causas que, por exemplo, a publicidade não comercial pretende divulgar. A presença da equipa da SIC no local entusiasmou ainda mais os alunos de 5.º ano (com idades entre os 9 e os 10 anos) que puderam Para ver o resultado final da reportagem, basta aceder ao site do Media Smart Portugal, em www. mediasmart.com.pt. 10 Através desta peça foi possível dar a conhecer um pouco mais do Media Smart ao grande público, que pode assistir em prime time a uma parte desta aula e desta experiência, nova para miúdos e graúdos. APAN OTÍCIAS A experiência Media Smart, por Gabriela Leite e Sónia Peixoto, professoras da Escola Básica 2,3 Eugénio dos Santos Na sequência de uma proposta, por parte da Direcção da Escola E B 2,3 Eugénio dos Santos, em Alvalade, decidimos articular os Projectos Curriculares de Turma ligados ao tema do Voluntariado e à Solidariedade com o Programa Media Smart, associando algum do trabalho que estava a ser desenvolvido com as nossas direcções de turma, de 5.º ano, no âmbito da Solidariedade. As acções destes projectos foram dirigidas ao Banco Alimentar Contra a Fome e à Focinhos e Bigodes Associação Zoófila para Protecção de Animais Abandonados e Ambiente. Por sua vez, estas instituições fazem publicidade não comercial, daí o envolvimento das turmas e a sua associação ao projecto Media Smart. Neste contexto, o Media Smart disponibilizou-nos material educacional, e a partir daí planificámos as actividades propostas pelo módulo 2 – Publicidade dirigida a crianças – e módulo 3 – Publicidade não comercial. As actividades trabalhadas com os alunos puderam desenvolver diversas competências gerais e específicas, nomeadamente, das disciplinas de Língua Portuguesa e da área curricular não disciplinar de Formação Cívica. Os alunos desenvolveram, por outro lado, competências de literacia sobre publicidade. Este projecto permitiu estimular nos alunos a sua compreensão crítica, bem como a sua capacidade de se expressarem oralmente e por escrito sobre os vários tópicos. Depois desta experiência, os alunos afirmam terem um olhar mais crítico perante o mundo que os rodeia e, em especial, o mundo da publicidade. Sabem hoje que existem dois tipos de publicidade: comercial e não comercial. Foi uma experiência inovadora e muito enriquecedora para os alunos e para nós, professoras. O contacto com os módulos permitiu uma observação atenta do discurso publicitário. Os materiais disponibilizados constituíram um recurso estimulante de aprendizagens para todos: alunos e professores. Na nossa perspectiva, as experiências educativas fomentadas por estes módulos representam informações e ideias sobre o mundo que nos rodeia, aspectos muito debatidos e analisados em sala de aula, promovendo a pluridisciplinaridade dos temas. Do ponto de vista educativo, esta prática pedagógica alia-se a uma realidade incontornável do mundo contemporâneo. E a Escola tem um dever cívico na formação dos alunos, numa perspectiva integral e não somente compartimentada por disciplinas específicas e meramente académicas. Actualmente, as crianças influenciam, muitas vezes, determinantemente as escolhas de consumo familiar e têm, cada vez mais poder de escolha sobre os bens que consomem. Os vários meios de comunicação social estão mais acessíveis e parece ser crescente o mercado infantil. Ao trabalhar com o Programa Media Smart, os alunos reagiram com muita familiaridade à mensagem televisiva. Como tal, considera-se essencial o objectivo deste Programa: dotar as crianças de um pensamento crítico sobre a publicidade na vida quotidiana. Ao formarmos estas crianças hoje, estaremos a preparar as gerações futuras. Para além do Programa Media Smart propiciar aquisições de competências para a vida, fomenta a autonomia crítica e o discernimento pessoal das crianças, neste caso, perante o mundo da publicidade. Pretendeu-se que os alunos evoluíssem de uma visão genérica sobre as funções da publicidade para uma compreensão mais fundamentada sobre a mesma. Os alunos analisaram as várias linguagens da publicidade, percebendo que os anunciantes definem e estudam os diferentes públicos. Foram analisadas as suas reacções e como se posicionaram face aos anúncios visualizados. Foram debatidas as questões relacionadas com a publicidade actual, a saber: as técnicas controversas de publicidade, o recurso a celebridades e a personagens, a utilização de brindes, a publicidade a alimentos destinados a crianças, a publicidade a brinquedos e a animação. No módulo 2, estas últimas questões foram observadas, em detalhe. O módulo 3 demonstrou aos alunos que a publicidade contribui para a promoção 1111 de uma sociedade mais justa, pois está a fazer um serviço público. Enquanto tal, prova ser uma forma eficaz de alertar para problemas e desafios sociais. Num mundo onde o ter parece querer impor-se sobre o ser, as conclusões retiradas pelos alunos são importantíssimas. Apesar de vivermos numa sociedade de consumo, é fundamental que se perceba os limites razoáveis deste e compreender os mecanismos técnicos (de marketing, psicológicos e emocionais) utilizados. No módulo 3 foram discutidos os objectivos da publicidade com os alunos: sublinhou-se que a publicidade não visa apenas persuadir-nos a comprar produtos e serviços, mas que também é usada para outros fins. Os alunos que participaram no projecto Media Smart tomaram consciência que os seus Projectos Curriculares de Turma nada mais são do que formas de publicitar causas sociais, em que acreditam e nas quais se empenharam. Ao conseguirem mobilizar os seus colegas, familiares e toda a comunidade educativa para as causas por si defendidas, perceberam que estavam a fazer um tipo de publicidade não comercial. Esta conclusão é uma das mais-valias deste projecto. Outro ponto igualmente importante é perceberem que têm de pensar duas vezes antes de comprar algo ou pedirem aos pais ou familiares. Do ponto de vista pedagógico, este projecto é muito importante e vem acrescentar à prática docente um leque de experiências formativas, em todos os âmbitos. Mais do que ensinar Língua Portuguesa, Inglês, Matemática ou uma outra qualquer disciplina, os alunos aprendem na escola valores sociais. Aprendem de forma explícita e implícita. E os valores que este programa transmite permitem aos alunos um discernimento no momento de compra e compreenderem a utilidade da publicidade, na construção de um mundo melhor e mais justo, chamando a atenção para várias causas. Consideramos que este Programa devia ser difundido e acolhido pela generalidade das Escolas, em Portugal, à semelhança do que sucede já em vários países da Europa. APAN OTÍCIAS Media Smart premeia escolas 1. º Concurso Media Smart A Escola Básica de Fundo de Vila foi uma das vencedoras do 1.º concurso Media Smart Outra das escolas premiadas, o Jardim Escola João de Deus Ao centro, Manuela Botelho, secretária-geral da Apan, no momento de entrega dos certificados aos alunos vencedores, acompanhada por Paulo Gonçalves, da Porto Editora, e por duas professoras A primeira edição do concurso Media Smart, lançada em Outubro de 2010, chegou agora ao fim, com a atribuição dos prémios às escolas vencedoras. A cerimónia de entrega de prémios teve lugar na KidZania, que simpaticamente disponibilizou todas as condições para que a cerimónia se realizasse de forma muito especial e permitisse uma experiência única aos mais novos. O ambiente de entusiasmo e expectativa foi uma constante no momento de entrega de prémios aos cerca de 60 alunos que deram vida às campanhas vencedoras do primeiro concurso Media Smart 2010/11. Devido à qualidade dos trabalhos, os prémios foram atribuídos a duas escolas – Escola Básica do 1º ciclo do Fundo de Vila, em São João da Madeira, e ao Jardim Escola João de Deus, em Lisboa, que receberam um cheque no valor de 2 mil euros em material para a escola, livros para os professores e Escola Virtual da Porto Editora – parceira do concurso e do programa Media Smart – e a assinatura anual gratuita da revista Visão Júnior, também resultado de uma parceria com o Grupo Impresa. Com efeito, o “teatro” da KidZania foi o espaço escolhido para a entrega oficial dos prémios, onde Manuela Botelho, secretária-geral da APAN, e Paulo Gonçalves, director de Marketing da Porto Editora, distribuíram os certificados de participação aos alunos. Em nome da APAN e do Media Smart, Manuela Botelho reforçou ainda os agradecimentos à KidZania à Porto Editora e à Visão, que se associaram a esta iniciativa, e também aos professores presentes, destacando a sua “participação e o entusiamo na colaboração e nos trabalhos desenvolvidos”. Este desafio foi lançado a mais de duas mil escolas do país, do 1.º e 2.º ciclos, para apresentarem campanhas publicitárias dedicadas a temas específicos, com o objectivo de envolver as escolas e aumentar a sua proximidade e familiaridade com o Media Smart, estimulando a criatividade dos mais novos e motivando-os a desenvolver um trabalho didáctico que põe em prática as competências e conhecimentos adquiridos. Nova edição em 2011 O objectivo de desafiar as escolas a desenvolver campanhas publicitárias com os alunos mantem-se como uma vontade do programa, estando previsto o lançamento de uma nova edição do concurso no final deste ano. Escolas vencedoras conhecem KidZania No âmbito do concurso Media Smart, a grande surpresa para os alunos vencedores foi puderam conhecer a Kidzania e experimentar mais de 60 profissões num único espaço, o que dificilmente muitos deles teriam condições de o poder vir a fazer. A KidZania A KidZania é um parque temático dirigido a famílias, com carácter pedagógico e lúdico, que permite às crianças entrar no mundo dos crescidos através do conceito “brincar aos adultos”, aliando o entretenimento a uma forte componente pedagógica. Nesta cidade, construída à escala infantil, as crianças têm a possibilidade de exercer cerca de 60 profissões, onde todas as actividades acompanham os conteúdos escolares e foram concebidas segundo o conceito de edutainment, ou seja, tarefas simultaneamente divertidas e educativas. 12 APAN OTÍCIAS Grande Entrevista MARCA DE CONFIANÇA SONAE MC Foi o maior anunciante em 2010 e é uma das marcas de referência no mercado publicitário em Portugal. Depois da fusão do Modelo e Continente, e do Mega Pic Nic no coração de Lisboa, falámos com Miguel Osório, administrador de Marketing da Sonae MC, para saber mais sobre o papel da comunicação e da publicidade na estratégia da marca Continente. 13 APAN OTÍCIAS > De acordo com os dados Mediamonitor a Sonae MC foi o maior anunciante em 2010. Existiram razões especiais para isso ter acontecido? Para além disso, os investimentos em publicidade têm vindo a mudar nas empresas portuguesas. De que forma a Sonae MC encara este investimento na cadeia de valor das suas marcas? O Continente, sendo uma marca de contexto, tem uma grande responsabilidade perante os seus Clientes e não se pode alhear em anos em que a conjuntura económica e social é mais complexa. É natural, e faz parte da responsabilidade do sector, responder e antecipar as expectativas e necessidades dos consumidores, em especial em anos mais complicados. Esta fase mais difícil que o país atravessa condiciona o investimento de outros sectores o que faz com que o nosso investimento seja mais notório, mas nós temos mantido o nosso investimento em linha com o de anos anteriores. Por outro lado, a boa relação que temos com os canais de televisão é um factor importante e temos consciência que temos um peso grande para as televisões. O Continente teve recentemente uma grande vaga de publicidade multi-media, com a realização do Mega Pic Nic. A utilização desta diversidade de meios é uma tendência nos investimentos da Sonae MC ou uma especificidade desta campanha? Temos tido, ao longo dos últimos anos, uma atenção especial para novos formatos, novos meios e novas formas de expressão da marca, como foi, efectivamente, o caso do Mega PicNic Continente. Temos sempre a preocupação de assegurar a eficiência na passagem das mensagens mais relevantes, para os targets certos, nos meios certos. Simultaneamente, é de destacar também a importância, cada vez maior, da comunicação que dirigimos aos nossos Clientes detentores do cartão Continente. O cartão é, provavelmente, o meio de comunicação mais eficaz em Portugal hoje em dia e através deste conseguimos comunicar directamente com o cliente final. A utilização de mascotes e figuras públicas tem sido uma constante nas campanhas do Continente. De que forma é que esses elementos têm contribuído para um maior retorno? “Temos sempre a preocupação de assegurar a eficácia na passagem das mensagens mais relevantes, para os targets certos, nos meios certos.” “A comunhão de valores, práticas e propósitos partilhados pelas duas marcas (Modelo e Continente), pelas duas equipas, parte de um todo comum, de uma mesma empresa, que conduziu a um processo natural de união.” 14 A Leopoldina e a Popota são dois activos muito importantes que remetem, de formas distintas, para o imaginário de todos, adultos e crianças e asseguram a passagem de valores de partilha, solidariedade e alegria. A Leopoldina é uma mascote extremamente bem avaliada junto das crianças mais pequenas, sendo uma mascote amiga, protectora e aventureira e está sempre pronta para embarcar nas mais emocionantes aventuras partilhadas com as crianças e os jovens. A Leopoldina reflecte também um compromisso de carácter social com a associação à Missão Sorriso. No caso da Popota verificámos que, da Turma do Modelo (um grupo de figuras que assinalavam as campanhas de Natal do Modelo), o elemento hipopótamo cor-de-rosa gozava de um elevado nível de simpatia junto das crianças. Era assim aquela figura que poderia ser a representante do Natal Modelo e que asseguraria a passagem de determinados valores. Actualmente a Popota é uma verdadeira estrela, uma diva cosmopolita e goza, por este motivo, de um elevado nível de simpatia junto das crianças. Reflexo desta simpatia foi os 8.000 downloads verificados da aplicação da Popota que desenvolvemos para Iphone e as cerca de 2,5 milhões de visualizações dos seus vídeos no Youtube. Por tudo isto, consideramos que temos duas mascotes verdadeiramente grandiosas quer pelo reconhecimento que têm a nível nacional, quer pelo carinho que recolhem juntos dos portugueses. Por todos os locais por onde passam são entusiasticamente recebidas. Quanto às figuras públicas, têm contribuído para gerar visibilidade e buzz para os projectos e, simultaneamente, aproximação ao nosso target como o ChefOnline que contou com a participação da Diana Chaves, ou o Mega Pic-Nic Continente que tem contado desde a primeira edição com a presença de Tony Carreira. Assistimos também, no primeiro semestre de 2011, a uma fusão das marcas Modelo e Continente. O que motivou este passo? Que estratégia esteve na origem desta decisão? No nosso portfólio tínhamos duas marcas muito fortes, que cresceram ao longo dos últimos anos no mercado Português com uma estratégia muito semelhante de produto, preço, plano e ferramentas promocionais, diferindo APAN OTÍCIAS “É esta proximidade com os nossos clientes que nos permite, nos obriga, a todos os dias levar as melhores soluções de poupança, as melhores ofertas que ajudam os portugueses a passar por estes períodos, da melhor forma possível.” “A estratégia da Marca Própria do Continente e de todos os lançamentos reflectem as necessidades dos nossos clientes e visam a contínua melhoria da nossa proposta de valor.” no entanto na forma de comunicar. Esta comunhão de valores, práticas e propósitos partilhados pelas duas marcas, pelas duas equipas, parte de um todo comum, de uma mesma empresa, que conduziu a um processo natural de união. Desta forma, quando avançamos para uma estratégia de marca única convergimos as experiências complementares e os activos de duas grandes marcas nacionais, que conseguiram conquistar ao longo dos anos a preferência dos portugueses. Com uma só marca fortalecemos a ligação aos nossos Clientes, ganhámos relevância complementando a oferta com dois novos formatos – mini-hipermercados e lojas de conveniência - e conferimos uma força ímpar à Marca Continente. Por tudo isto, consideramos que a fusão do Modelo em Continente foi muito mais do que a mudança de logótipos, de fachadas. Esta mudança não significou apenas que o Continente passou de 40 para 177 lojas. Esta fusão significou o nascimento de um novo Continente, com maior e melhor capacidade de resposta às necessidades dos consumidores. Face a um contexto de maior desconfiança por parte do consumidor relativamente à publicidade, conforme confirmado por um estudo da APAN, e também a uma diminuição do seu poder de compra, de que forma é que a Sonae MC pretende responder/ tem respondido para conseguir preservar/assegurar a sua relação com os seus cidadãos? A quebra do consumo privado é evidentemente um desafio muito grande para todos os retalhistas e, sobretudo para aqueles, como o Continente, que há mais de 25 anos ocupam a liderança do sector. Num mercado tão competitivo como o retalho só se consegue este track record com uma atitude de constante inovação, de contínua vontade de fazer melhor, de encontrar os melhores parceiros, sempre focado nas necessidades dos nossos clientes. É esta proximidade com os nossos clientes que nos permite, melhor nos obriga, a todos os dias levar as melhores soluções de poupança, as melhores ofertas que ajudam os portugueses a passar por estes períodos da melhor forma possível. Com 150 milhões de transacções por ano temos uma grande responsabilidade que renasce 1515 "Com uma só marca fortalecemos a ligação aos nossos Clientes" APAN OTÍCIAS "O Continente é uma marca de contexto e que está ao lado dos seus clientes nos momentos mais prósperos e nos menos favoráveis" diariamente e à qual não ficamos indiferentes. Por tudo isto, temos sabido, ao longo dos últimos anos, adequar-nos à conjuntura do país e das famílias Portuguesas, procurando responder o melhor possível às necessidades dos nossos clientes. Vamos manter o nosso compromisso de oferecer sempre preços baixos, aos quais se somam campanhas promocionais em que o preço dos produtos é ainda mais baixo, apresentando uma excelente proposta de valor a todos os clientes. Vamos continuar a apostar no Cartão Continente, que é um forte auxiliar de poupança e que conta já com 3 milhões de famílias, permitindo que os nossos clientes acumulem e utilizem descontos cada vez que fazem compras nas nossas lojas. De referir ainda que os nossos clientes já acumularam descontos no valor de mais de 300 milhões de euros. Vamos também continuar a lançar agressivas campanhas promocionais que apoiem as famílias nos momentos menos favoráveis, ajudando-as a poupar e manter a qualidade de vida. Já este ano lançamos a campanha de 5% de desconto em todos os produtos de Marca Própria Continente, todos os frescos (talho, peixaria, frutas, legumes, padaria, pastelaria e charcutaria) e nas refeições prontas no balcão de atendimento e oferecemos cupões de 10% de desconto em cartão em todos os produtos. Temos também apostado, nos últimos tempos, no reforço de gama dos produtos de Marca Própria que acompanha a, cada vez maior, procura do consumidor por artigos de qualidade a preço baixo. Em 2010, a facturação de artigos de Marca Própria representou cerca de 25% das vendas brutas. Este referencial tem vindo a aumentar nos últimos anos e é curioso constatar, através de um recente estudo da IPSOS que sublinha que cerca de 80% dos consumidores globais indicaram que as marcas próprias são iguais ou melhores do que as marcas de fornecedor em muitos atributos, especialmente porque se ajustaram às suas necessidades, oferecem oportunidades, são boas para as famílias, preocupam-se com o meio ambiente e oferecem confiança. Por tudo isto, queremos continuar a crescer neste segmento mas a nossa preocupação é também apostar em novas categorias de produto, como as gamas Continente Selecção ou Continente gourmet, constituindo 16 uma vasta gama de produtos que satisfazem as mais diversas necessidades do dia-a-dia, sempre aos melhores preços. Auscultamos regularmente os nossos clientes no sentido de perceber as suas reais necessidades e os seus hábitos de compra. Neste sentido, a estratégia da Marca Própria do Continente e de todos os lançamentos reflectem as necessidades dos nossos clientes e visam a contínua melhoria da nossa proposta de valor. Como administrador de Marketing da Sonae MC, como definiria o papel e o contributo da publicidade no desempenho da empresa e das suas marcas? Como já referi, o Continente é uma marca de contexto e que está ao lado dos seus clientes nos momentos mais prósperos e nos menos favoráveis. A publicidade contribui para reforçar os laços de confiança e proximidade com os nossos clientes e, desta forma, garantir uma liderança reforçada e sustentada da marca no sector da distribuição. “A publicidade contribui para reforçar os laços de confiança e proximidade com os nossos clientes e, desta forma, garantir uma liderança reforçada e sustentada da marca no sector da distribuição.” APAN OTÍCIAS On Air Campanha de comunicação da Super Bock Classic revela «O que é bom é para sempre» Para apresentar a nova Super Bock Classic aos consumidores, a marca desenvolveu, com o apoio da Strat, uma forte campanha de comunicação sob a assinatura «O que é bom é para sempre». Entre as peças publicitárias, destaca-se o anúncio de 45’’, a publicidade de rua – mupies e grandes formatos – e de imprensa, bem como os materiais de visibilidade desenvolvidos especialmente para os pontos de venda. Para o universo online, a marca criou um micro site dedicado à Super Bock Classic e alojado em www.superbock. pt, onde é se encontra toda a informação relativa à nova cerveja e à campanha de publicidade. O perfil oficial da marca Super Bock no facebook, também é um meio privilegiado de contacto entre a marca e o consumidor. Destaque para o filme de 45’’ que remete para as grandes produções da 7.ª Arte e cuja banda sonora original é da autoria de Nuno Maló, compositor português que venceu, em Fevereiro deste ano, o Prémio Compositor Revelação do Ano nos E.U.A. pela Associação Internacional de Críticos de Música para Cinema. Ao som de uma música épica, assiste-se a magníficas acrobacias dos aviões que vão desenhando, a fumo, a palavra ‘classic’, um copo de cerveja e a garrafa da Super Bock, que vão permanecendo até fechar num plano que mostra ao pormenor o rótulo e a nova Classic. É uma história de amizade e de companheirismo entre quatro jovens que partilham o prazer por clássicos – os carros, os aviões e a cerveja, a Super Bock Classic. A nova Classic que celebra a herança da Super Bock e recentra a marca nos valores cervejeiros tradicionais vai buscar inspiração às primeiras cervejas Lager. Com atributos bem ao gosto dos portugueses que apreciam aromas picantes e a malte torrado, distingue-se por ser uma cerveja branca encorpada, fermentada a baixas temperaturas. O sabor distinto e refrescante – que perdura -, a cor dourada e a espuma cremosa são características da nova cerveja que a tornam indicada para as várias ocasiões de consumo.O carácter robusto da nova Super Bock Classic sai reforçado ao apresentar uma identidade própria mas que preserva dois elementos fundamentais distintivos da marca Super Bock – o logótipo e o formato da garrafa. A actualização na imagem é visível junto ao logótipo onde sobressai agora uma espiga, elemento intrínseco à tradição cervejeira, e a denominação “Classic” integra o rótulo e a gargantilha onde predominam as cores preta e dourado. A nova cerveja da marca de referência em Portugal já se encontra à venda, de norte a sul do país, no canal Horeca e no canal Alimentar, partilhando com a Super Bock Original o segmento mais importante, o 1717 dos consumidores frequentes. Enquanto principal marca da Unicer, a Super Bock tem uma história ancorada nas fortes tradições cervejeiras e na preservação de um património de qualidade. Associada à sua cultura, a inovação é factor essencial na forma como a Super Bock construiu, ao longo dos anos, a sua identidade, em Portugal e no estrangeiro, com uma aposta centrada na diversificação da gama de produtos (para os vários segmentos de mercado e perfil de consumidor), em embalagens pioneiras – como o sistema de abertura fácil - e em toda a actividade de comunicação e de activação da marca. Rui Feire Administrador de Marketing da Unicer APAN OTÍCIAS O Sector em Números O valor de um fã A Millward Brown e a Dynamic Logic, em colaboração com a Federação Mundial de Anunciantes (WFA), desenvolveram um estudo para avaliar e saber mais sobre o “valor de um fã”, isto é, sobre o que as pessoas ganham ao se tornarem fãs de uma determinada marca, e quais os benefícios e vantagens que as páginas de fãs nas redes sociais trazem para as empresas. O estudo foi elaborado com base em mais de 3 500 questionários online a fãs de páginas seleccionadas, e também através de entrevistas junto de um total de 24 empresas multinacionais associadas da WFA. São analisados os investimentos e expectativas dos profissionais nas redes sociais, e analisadas as várias formas como estas novas plataformas online (digital networks) têm um impacto diferenciado no alcance de um determinado objectivo de negócio. Para saber mais, basta contactar a APAN (www.apan.pt). 18 APAN OTÍCIAS Factores essenciais para o sucesso, considerados “must-have” • • • • Passar mensagens de confiança da marca. Posts regulares – manter a presença junto dos fãs. Informação sobre novos produtos e/ou serviços: fornecer informação, nunca publicidade. Concursos e ofertas especiais - motivar a participação e envolver os fãs, mantê-los ligados. Linguagem do Amor: Confiança e Transparência • A maioria das páginas acedidas apresenta bons níveis de confiança e são consideradas fontes de informação credíveis. • A linguagem do amor associada às redes sociais ensina-nos a manter a confiança através da: transparência – autenticidade – familiaridade – "likeabiliy" – "expertise". Tudo resulta em confiança. Elementos diferenciadores • Diversidade de conteúdos. • Inovação e interactividade – ter uma abordagem inovadora, como instrumento para engagement com quem visita a página. • Estilo – uma das melhores formas de gerar interesse é, normalmente, através de conteúdos divertidos, ‘bem humorados’ e associados às novas tendências. • Sentido de comunidade – envolver e criar sentimento de pertença à marca. Percepção dos media sociais • De uma perspectiva global sobre as redes sociais, 85% das empresas refere que a página de fãs é um meio de obter insights adicionais e de aumentar a fidelidade, enquanto 80% destaca a oportunidade de aumentar o eco dos defensores da marca. • O Facebook é a rede social com níveis mais elevados no que respeita ao objectivo de gerar vendas (42%) e de aumentar o potencial de utilizadores e de disseminação da informação (38%); • O YouTube surge em segundo lugar, sendo também percepcionado como um canal vantajoso para os marketers nomeadamente na partilha de conteúdos sobre a marca. • Ambos têm potencial de cobertura dos públicos-alvo, permitem aumentar o conhecimento da marca e tornar as marcas mais populares. Medição dos media sociais e páginas de fãs • Apesar de ser uma prática relativamente recente, várias empresas já aplicam várias métricas e critérios para medir o impacto e sucesso das suas páginas. • As empresas destacam: o número de fãs (82%); o tráfego – visitas e frequência (77%) e o volume de posts (68%). Investimento nos media sociais • Cerca de 96% das empresas afirmam investir mais tempo e dinheiro nas redes sociais, apesar de assumirem incerteza em relação ao retorno obtido (50% afirmam não estar seguros em relação ao ROI). • 23% afirma ter um bom retorno e 18% um retorno médio. Conclusões por Duncan Southgate, Director Global de Inovação na Millward Brown “A expectativa dos fãs das marcas presentes nas redes sociais está permanentemente a aumentar e o estudo «O Valor de um Fã» parece demonstrar que os marketers só de lá tiram o que lá colocam dentro. Empresas que não adicionem regularmente conteúdos novos e interessantes nas suas páginas de fãs e que não levem a sério o que os seus fãs querem dessa página, estão a perder uma oportunidade de construir lealdade entre alguns de seus consumidores mais importantes.” 19 APAN OTÍCIAS Nacional «Pagar pela produção» Segundo webinar da WFA na APAN O segundo webinar WFA-APAN teve lugar no passado dia 21 de Junho, nas instalações da associação, desta vez dedicado a um novo tema de interesse para os anunciantes: pagar pela produção de filmes publicitários. Quais as práticas de pagamento da produção de filmes publicitários implementadas nos principais mercados mundiais? De que forma se alteram os padrões de pagamento de região para região e em função de que critérios? Estas foram algumas das questões respondidas no decorrer deste segundo webinar, resultante de uma parceria entre a WFA e a APR (Advertising Production Resources). Este segundo encontro contou com a participação da Portugal Telecom e da Sonae MC, que assistiram à apresentação feita por um painel de especialistas da APR. Steve Lightfoot coordenou o webinar, que tinha como principal objectivo dar a conhecer todo o processo sequencial de decisão e pagamentos entre Agências / Cliente e Produtora e as práticas de prazos de pagamento da produção em vários países do mundo. Conhecer como evoluem os processos de financiamento de produção, dadas as novas tendências que se têm registado na indústria publicitária, e as implicações que isso tem, foram também aspectos abordados. Da mesma forma como a indústria da publicidade está a mudar, com novos tipos de media e plataformas, com a exposição a múltiplas agências e com diferentes tipos de entidades actores dessa mudança, também assim se tiveram e têm que ajustar os processos de produção. Com efeito, hoje é impossível pensar numa relação anunciante-agencia como antes se conhecia. Há hoje uma “complexidade” acrescida em todo o processo que necessita urgentemente que os anunciantes desenvolvam as suas próprias políticas relativamente ao pagamento da produção com base num conhecimento dos princípios básicos de todo o processo. Os diferentes modelos no mundo A opinião de quem participa Cada região do mundo foi objecto de apresentação por três intervenientes convidados no webinar, pertencentes à APR: Alex Blum (Director de Inovação e Estratégia), Basil Stephens (Consultor sénior de Produção) e Pedro Roura (Produtor Executivo de Marca). Por um lado, o cenário do Reino Unido, e também o europeu, de uma forma genérica, caracteriza-se por práticas bastante diversas e desfragmentadas, onde os anunciantes contratam directamente as empresas de produção. Por oposição, nas regiões de África, Ásia e Médio Oriente, os orçamentos são estruturados de forma a compensar prazos de pagamento mais alargados, normalmente, com base em processos pouco transparentes. Na América do Norte verifica-se uma crescente falta de confiança instalada pelos pagamentos em atraso e por perda da responsabilidade sequencial, que geram desconfiança e o desgaste da relação. Por tudo isto, a tendência actual aponta para trabalhos ‘chave na mão’, mais imediatos e desenvolvidos num curto espaço de tempo (entre seis a sete semanas). Em suma, os especialistas em produção apontam para um conjunto de tendências e oportunidades que podem proporcionar melhores práticas de pagamento de produção – mais consistentes, justas e adequadas ao trabalho pretendido. Neste contexto, é identificada uma tendência clara para o pagamento directo dos trabalhos; para a emergência de fornecedores preferenciais; e para o "decoupling". Mas não tenhamos dúvidas que encargos financeiros sobre as produtoras conduzem a menos opções no mercado, já que estas têm de ir buscar as margens a cada um dos projectos por não terem direitos ou outras fontes de rendimento. Só a grande qualidade do trabalho apresentado poderá aumentar as suas margens que rondam, de acordo com o que foi referido os 20%. “Em relação ao Webinar, achei muito interessante e enriquecedor a partilha da experiência internacional sobre este tema. Penso que o formato é perfeito para pessoas com pouco tempo disponível: é directo ao assunto, abordando e debatendo os pontos essenciais durante um período de tempo previamente acordo e extremamente pontual.” Catarina Matos e Silva Direcção Compras de Serviços Administrativos, Meios e Marketing Portugal Telecom Mais informações disponíveis em www.apan.pt 2020 APAN OTÍCIAS ZON é o novo associado da APAN A ZON é o mais recente associado da APAN, que eleva agora a sua lista de associados para um total de 72 anunciantes portugueses. Com esta entrada, a Associação reforça também a sua representatividade do mercado publicitário nacional, nomeadamente ao nível do investimento total feito em publicidade, situando-se agora nos 76 por cento. Aos olhos da ZON “Consideramos que a entrada da ZON como associada da APAN, representa a possibilidade de ter uma intervenção mais directa em temas da indústria que nos estão intimamente relacionados e com os quais temos debates e preocupações que são naturalmente transversais a outros anunciantes. A actual conjuntura vai exigir uma maior participação de todos os players – anunciantes, agências, canais e outras entidades relacionadas - e a ZON encara este desafio como uma oportunidade para trabalharmos todos de forma mais estruturada e em prol de resultados mais efectivos, sob a coordenação geral da APAN.” Lígia Rodrigues Silva Directora de Comunicação de Marketing Out of the Box Espanha com nova Lei sobre nutrição e segurança alimentar Aprovada pelo Parlamento O parlamento espanhol aprovou, de forma definitiva, a lei sobre nutrição e segurança alimentar, uma lei que pretende regulamentar a segurança alimentar e um conjunto específico de aspectos relacionados com a publicidade a alimentos. A medida surge com o objectivo de proteger as crianças e de prevenir e reduzir a obesidade infantil e deverá entrar em vigor assim que seja publicada no jornal oficial do Estado. Prevê-se que esta nova lei venha alargar o âmbito da actuação do código de conduta relativo à publicidade a alimentos para crianças menores de 12 anos de idade, que está agora em vigor em Espanha, o designado Código PAOS, nomeadamente passando a considerar crianças aos menores de 15 anos. A nova lei mandata as autoridades para o incentivo e promoção de acordos de co-regulação com a indústria alimentar e com os vários prestadores de serviços de comunicação audiovisuais, com o objectivo de implementarem códigos de conduta no que respeita à publicidade a alimentos e bebidas dirigida a menores de 15 anos. Segundo informação divulgada à imprensa espanhola, caso os diferentes stakeholders não adoptem um novo código de conduta dentro de um ano, o Governo deverá apresentar propostas para regulamentar a publicidade de alimentos e bebidas. Com efeito, este alargamento do âmbito legislativo vem colocar um conjunto de questões junto da indústria alimentar europeia, tendo em conta a assinatura do EU Pledge, no qual um conjunto de 20 empresas decidiram, de forma voluntária, restringir e regular a publicidade dirigida a menores de 12 anos em toda a Europa. Estes compromissos foram também replicados em Portugal numa iniciativa conjunta da APAN e da FIPA e que foram subscritos por 26 empresas a operarem no mercado nacional. O futuro destes compromissos pode, assim, vir a ser posto em causa em Espanha. A nova lei agora aprovada é também bastante clara em relação ao universo escolar, definindo que todas as 21 instituições de ensino (escolar e préescolar) não devem ter qualquer tipo de publicidade. Qualquer tipo de patrocínios desportivos ou mesmo campanhas de caracter pedagógico e educativo a nível nutricional terão de ser aprovadas antecipadamente pelas autoridades responsáveis, e corresponder a um conjunto de requisitos necessários – promoção de hábitos saudáveis e prevenção da obesidade. Apesar de trazer novas implicações para a indústria de alimentos e bebidas e para os restantes stakeholders ligados ao sector, a boa notícia é que a nova lei refere, igualmente, que o sistema de co-regulação foi favorecido face ao excesso de regulamentação existente. Assim, reforça que “a experiência tem provado que tanto os instrumentos de co-regulação como auto-regulação (...) garantem um nível elevado de protecção aos consumidores”. Mais informações disponíveis em www.apan.pt. APAN OTÍCIAS > Out of the Box Recomendações internacionais sobre alimentação saudável Divulgadas pela Consumers International de marketing, elaborado com base no Código de Marketing de Alimentos e Bebidas para Crianças, a ser desenvolvido pela Rede Europeia para a Redução da Pressão do Marketing sobre as crianças. Por outro lado, as alegações de saúde integradas na comunicação (e publicidade) de alimentos devem ser reguladas de forma a eliminar informações infundamentadas e enganosas, e a prevenir a que produtos ricos em gordura, sal ou açúcar, utilizem este tipo de alegações. Recomendam que só sejam permitidas apenas as alegações que estejam cientificamente comprovadas. Foram recentemente divulgadas as recomendações que a Consumers International apresentou para aprovação na cimeira da ONU que terá lugar no próximo mês de Setembro, em Nova Iorque. A Consumers International é uma federação mundial de associações de consumidores que, no documento apresentado incentiva os grandes líderes mundiais a apoiarem os consumidores na redução do consumo de tabaco, numa alimentação saudável e em abordagens colaborativas que assegurem a eliminação de todos os comportamentos desadequados a um consumo saudável. Para além disso, insistem também no facto de que as acções da indústria devem seguir orientações específicas integradas em políticas de interesse público desenvolvidas pelos governos de cada país. Esta comunicação e o conjunto de recomendações apresentadas surgem não só no contexto da promoção de uma alimentação saudável mas também numa óptica de prevenção das designadas doenças “não transmissíveis”, muitas vezes associadas a hábitos de consumo desadequados e desequilibrados. Neste contexto, e dada a presença crescente destas doenças no público infantil, as recomendações da Consumers International envolvem a revisão da composição nutricional de alguns alimentos, a disponibilização constante da informação nutricional dos mesmos, e práticas de marketing a alimentos e bebidas, procurando fomentar estratégias de comunicação que respeitem os códigos de conduta e promovam a adopção de hábitos e estilos de vida saudáveis. Por um lado, recomendam a implementação de um código mundial 22 Na perspectiva da APAN, importa destacar as indicações apresentadas sobre o marketing a alimentos, que assumem de imediato maior relevância no contexto dos anunciantes portugueses que integram a indústria alimentar. Sobre esta matéria, foi recentemente lançado pelo ICAP o Código de Boas Práticas em Matéria de Comunicação Comercial a Alimentos e Bebidas Dirigido a Crianças, que cumpre as mesmas preocupações. Destaque também para os dois Compromissos da Indústria Alimentar sobre Alimentação Actividade Física e Saúde (www.compromissos-alimentar. com), promovidos pela APAN e pela FIPA (Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares), subscritos por 26 empresas a operarem no mercado nacional. Todos estes documentos foram depositados na Plataforma Contra a Obesidade como contributos do sector alimentar para o combate a este problema que a todos preocupa. O documento integral apresentado pela Consumers International está disponível em www.apan.pt. APAN OTÍCIAS A fechar Manuela Botelho Secretária-geral da APAN Para responder a um conjunto de necessidades aferidas junto de alguns anunciantes, a APAN decidiu apresentar um novo serviço exclusivo para os seus associados. A certificação de um processo especializado de selecção de agências. Em tempo de novos desafios impostos pelo mercado, é fundamental que os anunciantes consigam optimizar os seus recursos e retirar maior partido do trabalho desenvolvido em colaboração com os seus parceiros de negócio. A APAN, enquanto entidade representativa dos anunciantes portugueses, e em defesa dos seus interesses, tem procurado desenvolver e proporcionar aos seus associados um conjunto de serviços que sejam relevantes para o seu negócio e que contribuam para desempenhos mais bem sucedidos. Com efeito, a escolha de uma agência, como parceiro essencial no negócio dos anunciantes, é um processo complexo que consome recursos em excesso dentro das empresas, que nem sempre estão preparadas ou têm a expertise necessária para conduzir, de forma objectiva e rigorosa, um processo sério, rigoroso e, por vezes, bastante difícil. Foi neste contexto, e no âmbito da sua missão de maximizar a eficácia e eficiência dos investimentos dos anunciantes, que a APAN estabeleceu recentemente um protocolo de colaboração exclusiva, em que os seus associados podem usufruir de um serviço especializado de consultoria e acompanhamento no processo de selecção das suas agências, a fim de encontrarem a ‘agência certa’: o parceiro mais indicado e mais bem preparado para responder às necessidades de cada anunciante e de cada marca. Se por um lado os nossos associados podem ter vantagens concretas na adjudicação deste trabalho – ao beneficiarem da experiência e do 23 conhecimento alargado do mercado das agencias por parte da empresa de consultoria –, podem também fazê-lo por um custo altamente competitivo que corresponde a apenas um terço do valor actual do mercado. Estamos, por isso, convictos de que os nossos associados, e potenciais associados, verão neste serviço uma mais-valia real, que se reflecte na criação de valor para o negócio. Queremos, também, reforçar e incentivar a importância da relação anunciante-agência, um trabalho de equipa e de verdadeira parceria absolutamente essencial para o sucesso. Sabemos que muitas vezes a performance de uma marca, de um produto ou serviço, decorre desse ‘entendimento’, da forma como a relação nasce e ganha forma, podendo assim significar a optimização ou o desperdício de um conjunto de recursos, humanos e financeiros.
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