Modelos de Atenção à Saúde no Brasil: Médico Assistencial Privatista
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Modelos de Atenção à Saúde no Brasil: Médico Assistencial Privatista
Universidade de Brasília Faculdade de Saúde/Departamento de Saúde Coletiva Disciplina: Saúde Familiar Docente: Iêda Maria Vargas Discentes: Camila de Paula 11/0111729 João Gabriel Cunha 15/0012926 Kamylla Rodrigues 13/0046019 Modelos de Atenção à Saúde no Brasil: Médico Assistencial Privatista No Brasil, existem dois modelos que ainda estão vigentes: o modelo sanitarista e o modelo médico assistencial privatista. Com isso, passa-se do último para o primeiro, visando romper a ideia de assistência individual e curativa. Entretanto, é importante desconstruir o conceito de saúde como a ausência de doença, e implementá-la em seus determinantes sociais e culturais. O modelo médico assistencial privatista teve início na década de 20, com influências em modelos assistenciais e na medicina liberal, também existiu a assistência médica previdenciária, cujo objetivo era atender os trabalhadores urbanos e industriais. Assim, esse modelo é caracterizado por atender os indivíduos de maneira espontânea, de acordo com uma demanda emergencial, formando esse modelo curativo e individualista. O Estado é seu principal mentor e financiador, e este modelo não só atua no público, como também no privado e no filantrópico. Um dos atributos deste modelo é que não inclui, necessariamente, o processo de prevenção e promoção à saúde, pois ele é imediatista e não visa o indivíduo em sua totalidade, no processo saúde-doença e seus determinantes, mas sim o processo doença/doente. Este modelo é centrado na clínica, pois com a influência liberal o profissional passa a ser especialista e trabalhar conforme a demanda apresentada, como foi citado, fazendo com que ele se volte a atender pelo lucro e pelo mercado. Outra característica deste modelo é a privatização, dentro do sistema capitalista, pois a prioridade, nesse momento, é o crescimento acelerado da “indústria” médica. O modelo de medicina voltado para a assistência à doença em seus aspectos individuais e biológicos, centrado na atenção terciária, nas especialidades médicas e no uso intensivo de tecnologias chamado de modelo de formação neoliberal-capitalista, encontrou sólido alicerce no já estruturado modelo flexneriano-biologicista-privatista, que contempla o tecnicismo em detrimento das preocupações sociais e se fundamentou nos princípios da fragmentação, da especialidade e da cura (PAIM, 2003). Por ser tecnicista e privatista, esse modelo deixa muito a desejar em questão de equidade e integralidade, pois ele não analisa o indivíduo em sua totalidade, e sim nos fatores: doença, doente. Os hospitais passam a ser o centro da saúde e não o atendimento aos indivíduos. Devido a isso, o Estado passa a criar políticas compensatórias, que visavam diminuir as doenças naquela época, porém não abrangia regionalmente, e nem levava em consideração outros fatores, como por exemplo, o que cada região tinha de déficit. Com isso, pode-se afirmar que este modelo tem como caráter tecnicista, no qual começa a contribuir com a medicina através de máquinas, e também passa a ser uma área tecnológica e centrada na mercantilização da saúde. Contudo, esse modelo só começa a ser hegemônico a partir de 1964, logo após a ditadura militar.