De Distrito Federal a Estado da Guanabara
Transcrição
De Distrito Federal a Estado da Guanabara
Água e Esgoto O êxito da construção do túnel Engenho Novo-Macacos, a desobrigação de efetuar indenizações e o alto custo do concreto armado recomendavam a solução em túnel-canal para a segunda adutora do Guandu. A obra criaria um verdadeiro rio subterrâneo e foi reprogramada para ter sua primeira parte concluída em 1965, permitindo uma vazão de mais 2 bilhões de litros de água por dia, volume logo revisto para 2,4 bilhões. O projeto foi aprovado pela Prefeitura do Distrito Federal em 21 de setembro de 1959. Com a criação do estado da Guanabara, o seu primeiro governador, o embaixador José Sette Câmara, que assumiu o posto em 21 de abril de 1960, tratou de ir buscar os recursos para a obra, parte dos quais obteve junto ao Governo Federal. No dia 3 de novembro de 1960, foi feita a concorrência para o primeiro trecho da obra, de cerca de 11km de extensão, até o bairro de Campo Grande. Só a conclusão desta fase permitiria a adução de 800 milhões de litros de água por dia. O contrato foi assinado 20 dias depois e as obras iniciaram-se em 30 de novembro. O primeiro governador eleito do estado da Guanabara, Carlos Lacerda, assumiu em 5 de dezembro de 1960 e, logo no início de sua gestão, teve de lidar com uma série de acidentes que levaram à paralisação das obras. Ainda assim, outras obras de infraestrutura puderam ser tocadas pela nova diretoria do Departamento de Águas e Esgotos, como a ligação do morro do Jacques, na Vila Militar, à elevatória de Acari, de modo a reforçar as adutoras de ferro fundido, o que permitia interligar o Ribeirão das Lajes com aquele sistema. As obras da segunda adutora do Guandu só foram retomadas no final do ano seguinte e um fator determinante para isso foi a incorporação do Departamento de Águas e Esgotos à Superintendência de Urbanização e Saneamento (Sursan) em 11 de outubro de 1961. A cidade havia tido problemas com a elevatória da primeira adutora do Guandu, o que prejudicou o abastecimento de água naquele ano. Para retomar as obras, o Governo do Estado conseguiu do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) empréstimos de 90 milhões de dólares. O contrato foi assinado em 5 de maio de 1962 e, com ele, várias obras foram feitas, como as dos reservatórios de Vila Valqueire, Bangu, Ramos, Ricardo de Albuquerque, Vila da Penha e do morro do Barão, na Ilha do Governador, além de outros troncos alimentadores. Capital Estadual De Distrito Federal a Estado da Guanabara Estes recursos propiciaram também a criação da Companhia Estadual de Águas da Guanabara nabara (Cedag), que obteria em 1966 o direito de cobrar as contas de água. Já seria sob a sua égide a inauguração da segunda adutora do Guandu, a Veiga Britto, com a entrada em operação da elevatória do Lameirão, até hoje a maior estação subterrânea do mundo. mun Em 1965, o decreto n° ° 351 transformou o Departamento de Esgotos Sanitários (DES) da Sursan em Departamento de Saneamento. À Comissão de Planejamento de Esgotos Sanitários (Copes), responsável pelo planejamento do sistema de esgotos da cidade, cabiam os estudos do interceptor oceânico da zona sul, a fim de dar uma solução para o problema do esgotamento sanitário da região e de outras bacias hidrográficas. 2 Esquema de abastecimento de água da Zona Sul, até agosto de 1958. Fonte: Revista Municipal de Engenharia Eng (Residências) – Secretaria Geral de Viação e Obras (Volume XV / Abril-Junho Abril 1948 / nº2). Percurso do interceptor oceânico mostrando as diversas galerias afluentes. Fonte: Seaerj. A Copes funcionou de 1958 a 1969, na Glória (onde hoje está instalada a Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro - Seaerj). Com a sua desativação, em 1972 foi autorizada pela lei n° n 2.027 a criação da Empresa de Saneamento da Guanabara (Esag), efetivada pelo decreto E n° 5.793 do mesmo ano.. A empresa elaborou o Plano Estadual de Esgotamento Sanitário, cobrindo os três grandes sistemas de esgotamento da cidade: os da Guanabara, de Jacarepaguá e de Sepetiba. Duas usinas de lixo foram finalmente criadas pelo Departamento de Limpeza Urbana (DLU) U) quando a cidade deixou de ser Distrito Federal e se transformou em Estado da Guanabara, na gestão de Carlos Lacerda: uma em Irajá e outra em Bangu.. Lacerda lembraria Agache em sua mensagem à Assembleia Legislativa de 1963, quando defendeu o máximo de precaução precaução na instalação de novas usinas, pois estas exigiam cuidados minuciosos, devido aos problemas técnicos que levantavam, sobretudo de ordem ambiental. Em 1970, a DLU possuía 8.200 funcionários, sendo 1.420 para a coleta domiciliar e 6.500 dedicados à limpeza urbana, ao transporte e aos aterros. Na ocasião, uma empresa particular chegou a ser criada, a Lipater – Limpeza, Pavimentação e Terraplanagem Ltda., que chegou a atender 15% dos domicílios da cidade. 3
Documentos relacionados
Fique Sabendo Nº 13
Esclareceram ainda que somente os profissionais do CREA e do CAU e as firmas especializadas em Engenharia, reúnem as necessárias condições para elaboração da Auto Vistoria.
Leia mais