ESCOLA criada por pais faz 10anos
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ESCOLA criada por pais faz 10anos
Foto: Flavia Rocha | 360 agenda _ dicas para o Carnaval e para curtir o mundo cultural da região (acima, Águas de Sta. Bárbara) e da capital •P.16 _ André Santos inaugura coluna contando sobre a 1ª temporada de estudos no exterior. Ele viaja com bolsa conquistada em provas sobre atualidades •P.19 ESCOLA criada por pais faz 10anos Acompanhe nossa mascote na visita à escola onde ela estuda, um modelo de integração comunitária Fotoa: acervo pessoal exclusivo A boa notícia é que sanar os problemas que tanto ganham os noticiários e ocupam as agendas de governantes, estudiosos e empresários pode ser simples, mas requer o envolvimento de todos, de acordo com um grande entendedor do assunto, Fabio Feldmann, que nos concedeu uma entrevista exclusiva. •P.6 Fotoa: Flavia Rocha | 360 Foto: divulgação Nesta edição: 48 nº is át gr CIRCULAÇÃO mensal nas cidades: Avaré • Sta. Cruz do Rio Pardo • Ourinhos • Piraju • Óleo • Timburi • Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira Cesar • Águas de Sta. Bárbara • Fartura • São Pedro do Turvo • Espírito Sto. do Turvo • Ipaussu • Chavantes O que é o lugar onde vivemos senão o nosso meio ambiente? Cuidar dele, pois é a nossa casa, nosso refúgio e nosso horizonte de possibilidades e realizações, tornou-se mais que um dever, uma tarefa diária e constante, com tantos problemas e tantos responsáveis oficiais – que elegemos pelo voto ou que alcançaram seus postos através de concursos ou indicações de nossos representantes – agindo de maneira inadequada, em todos os âmbitos dos poderes públicos. ar pl em ex fevereiro|2010 SOS natureza •P.10 Veja o 360 na internet: www.caderno360.com.br receita _ rosca feita com nata e recheada (ou não) de lascas de chocolate •P.12 arte: Franco ilustra mais uma crônica do Guca •P.4 2 |editorial 2:°Editorial _°OraAção 4: °Ponto de Vista 5: °Ponto de Vista _°Drops 6:°Meio Ambiente_ entrevista 10: °Educação 12: °Gastronomia 13:°Galeria 14:°Onde ir ‹classificados› 15:°Bacana ‹classificados› 16:°Cultura _°Agendas 18:°Meninada 19:°Papo cabeça 20:°Bem Viver A questão nossa mascote Paola, e Humildade. Nem sempre estaonde encontramos muita mos no topo, na crista da onda, no centro das ambiental área verde. A escola, moatenções e do universo. Ser protagonista, o Índice delo de ação comunitária e ator principal de uma situação, de uma famínão é envolvimento dos pais na lia, de uma empresa, acontece, mas não é formação dos filhos, comalgo definitivo. Muitas vezes, cabe a nós ape10 anos e é o destainvenção pleta nas um papel insignificante, ora de coadjuque da seção . vante, ora de figurante, às vezes de mero de alguns Além de muitas converitem de cenário. Como acontece com este editorial, relegado à produção de última defendendo o mais hora em benefício das outras páginas, que poucos. É sasprecioso bem do plasão mais importantes, afinal, de uma maneta em benefício de neira ou outra envolvem terceiros. Colaum sinal da nós mesmos, a edição boradores que nos dão a honra de sua traz as imperdíveis presença. c artas crônicas de Guca Doterra para menico, José Mário É o caso do ambientalista que ocupa a Rocha de Andrade e todos nós Tiago maior parte de nossas páginas, o administraCachoni, além do EDUCAÇÃO dor de empresas e advogado Fabio Feldmann, que nos concedeu com exclusividade uma entrevista que aparecem em MEIO AMBIENTE. Além de nos dar uma abrangente visão da questão ambiental, tema recorrente desta publicação, a conversa repleta de questões de gente da terra, que lê e participa do 360, nos ensina a agir melhor, a ter humildade para admitir que antes dos interesses de cada um de nós está o meio ambiente e sua importância para que possamos continuar a viver num país tropical e bonito por natureza. O meio ambiente e uma nova maneira de agir em relação a ele também aparece em BEM VIVER, com um texto da colaboradora Fernanda Lira, que, aliás, aparece em dose dupla, com a nova seção de TV que ela assina. Também a matéria central desta edição mostra o quanto a questão de entendimento do homem com o meio em que ele vive, especialmente com a natureza, pode ser ensinada sem qualquer palavra. Basta inserí-la nos locais por onde circulamos e onde passamos nosso tempo, como acontece no incrível Colégio Camões, que visitamos com a e xpediente nosso quase veterano colaborador André Andrade Santos, que assina uma coluna própria nesta e nas próximas edições, onde irá nos contar sua experiência no velho mundo, a Europa. Para dar leveza a tantos pensares, confira os desenhos de Franco Catalano Nardo, Rodrigo Biancão, que reaparece depois nesta edição, e Sabato Visconti, que assina também a tira do Pingo, numa luta vitoriosa contra a Dengue, em MENINADA. Para completar, uma receita tradicional da famíla Rocha, dicas de lugares para você curtir a região e uma agenda que mistura dança contemporânea com a folia do Carnaval. Confira e divirta-se! Boa leitura. Flávia Rocha Manfrin editora 360 360 é publicação mensal da eComunicação.. Todos os direitos reservados. Tiragem desta edição: 8,5 mil exemplares Circulação: Sta. Cruz do Rio Pardo, Ourinhos, Avaré, Piraju, Chavantes, Bernardino de Campos, São Pedro do Turvo, Ipaussu, Espírito Sto. do Turvo, Timburi, Águas de Sta Bárbara, Manduri, Fartura, Cerqueira César, Óleo e postos das rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João Baptista C. Rennó e Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette Rocha Manfrin ‹separação, receitas›, Paola Pegorer Manfrin ‹repórter especial›. Colunistas: Guca Domenico, José Mario Rocha de Andrade, Fernanda Lira e Tiago Cachoni Ilustradores: Franco Catalano Nardo e Sabato Visconti Impressão: Fullgraphics. ARTIGOS ASSINADOS NÃO EXPRESSAM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DESTA PUBLICAÇÃO.. Endereço: Praça. Dep. Leônidas Camarinha, 54 CEP 18900-000 – Sta. Cruz do Rio Pardo/ SP • F: 14 3372.3548 • Redação e Cartas: [email protected] • Publicidade e Assinaturas: [email protected] • •fevereiro/2010 Edição On Line: www.caderno360.com.br Ora,Ação! Eclesiástico, 18 vs 25_26 Parabéns pelo jornal, ele é verde! Aquela frase que diz: O meio ambiente deve ser pensado globalmente e trabalhado localmente é uma grande verdade. Sou engenheiro agrônomo formado pela USP de Piracicaba, me especializei pela Federal de Lavras, trabalhei cinco anos na SecreTaria de Meio Ambiente de Ourinhos, ministrei aulas na pós graduação da FIO, fui nomeado perito na área de meio ambiente em 2009 na Comarca de Ourinhos e trabalho há oito anos na elaboração e execução de projetos de paisagismo. Estou lutando pela não canalização dos córregos. Já conversei com todos pertencentes ao atual governo municipal. Como não obtive nenhum resultado iniciei uma divulgação via e-mail sobre os erros destas obras. Gostaria que dessem uma atenção e se possível elaborassem matéria sobre o assunto. Rafael Béccheri Cortez| Ourinhos/SP Desejo um Feliz 2010 pra todos da redação desse belo jornal que é legal. Gostei das matérias contando um pouco da história de Santa Cruz e de Piraju. Também sobre os postos, de fato é parada obrigatória, sem dúvida vale a pena, nota 10. Não esquecendo do primeiro ônibus da viação Garcia, que maravilha, e muitos outros que marcaram. Continuem com boas matérias, vamos falar um pouco da viagem do saudoso trem da sorocabana, era bom demais Rubens Freitas Rodrigues| Chavantes/SP Nota da Redação: Rubens sua dica de O que é o que é está na página 18, obrigada! “Lembra-te da pobreza quando estiveres na abundância. E das necessidades da indigência no dia da riqueza. Entre a manhã e a atrade se muda o tempo, e tudo isto acontece num instante aos olhos de Deus. ” 4 | ponto de vista BICICLETAS & bicicleteiros *Guca Domenico A economia não era globalizada e comércio local abastecia nosso mercado, a não ser quando não havia o produto e era preciso comprar em Ourinhos, Bauru ou São Paulo. Aí tinha status de importado. Minha monareta foi comprada na Baiúca do Miguel, em Ipaussu. Uma transação estranha, afinal Ipaussu era uma cidade pequena em relação a Santa Cruz. Comprar em Ipaussu era como comprar no Paraguai, mas meu pai era amigo de infância do Miguel e provavelmente obteve um bom desconto. Minha monareta era verde-petróleo.No final dos anos 1960 o mundo era bem precário e mesmo quem era rico não era tão rico. Ou melhor, tinha dinheiro ou capital, mas não havia tanta coisa para comprar. É aquela história de um filho de operário do nosso tempo viver melhor que o filho de um príncipe do século dezoito. A gente se contentava com pouco porque pouco é o que havia, mas a criatividade é a verdadeira mãe da felicidade. Tempos de restrições. Compensávamos com nossa alegria e prazer – e a gente nem sabia o que isto significava. Ótimas férias aquelas. No mesmo Natal, outros colegas ganharam bicicletas e a gente saía em bando, pedalando, desbravando a cidade e os arredores. Na cidade, o asfalto ajudava, nas cercanias a coisa era mais rústica. Hoje a mídia chama de offroad, muito chique, como tudo o que é estrangeiro. Nas estradas de terra batida, além de valetas, éramos obrigados a desviar – às vezes sem sucesso – dos mata-burros. Também a ousadia da molecada não dava a mínima para os percalços do terreno: dávamos cavalo-de-pau, descíamos e subíamos calçadas sem o devido cuidado e quando o impacto não furava o pneu, entortava o aro. Se fosse caso de consertar, tínhamos duas opções mais perto: a bicicletaria do seu Armando, que ficava ao lado da caixa d' água; e a do seu Zé, em frente ao Carlito Manfrin. Talvez porque a do seu Armando fosse mais bem equipada (também vendia bicicletas novas) e profissional, tinha fama de careiro entre a molecada. Além do preço, a grande vantagem da bicicletaria do seu Zé era a localização: distante três quarteirões de casa. O ambiente era escuro, lúgubre. Luminosidade, apenas os incríveis olhos azuis do bicicleteiro: dois faróis dentro do breu. Seu Zé tinha um bigodinho parecido com um personagem do Péricles, o Amigo da Onça. Também chamava a atenção o espaço, uma pequena sala apertada, abarrotada de bicicletas velhas. Eu olhava aquilo e achava que a demanda de serviço do bicicleteiro era imensa. Seu Zé, trabalhador incansável, apertando parafuso, batendo martelinho. Apesar da falta de luz, era nosso preferido porque é melhor entrar num lugar onde o trabalhador está sempre ocupado. Como loja, né? Você entra e se o vendedor começa a marcar em cima, dá vontade de ir embora. Olhar é fuçar com a curiosidade. : rte A No Natal em que completei dez anos de idade, ganhei uma bicicleta, modelo monareta, da Monark. Não sei se ainda existe essa marca. A concorrente dela era a Caloi – que hoje domina o mercado – mas a molecada considerava Caloi bicicleta de menina, o cano era rebaixado e o guidão não tinha um design tão arrojado quanto a monareta. Fra nco profissões de- 0 saparecem. Barbeiros, seCat a no Nardo | 36 la leiros, ferreiros, alfaiates, bicicleteiros ainda Talvez o bicicleteiro fosse um grande estrategista. Sempre ocupado e quando a gente entrava para solicitar um serviço, nos atendia de pronto. Tipo de atitude que dá ao cliente a impressão de ser alguém importante. E éramos. Os pequenos fregueses, fiéis. Volta e meia estávamos lá para solicitar um remendo na câmara de ar. Quando desgastava o pneu, havia o recurso do manchão (acho que é este o nome do remendo). Imagino que seu Zé guardava aquele monte de bicicletas para fazer negócio. Comprava a preço de banana, reformava para vender e reforçar o caixa. Só podia ser esta a razão de manter tantas bicicletas antigas, quase sempre pretas, faltando pára-barro, freio arrebentado, algumas sem roda, outras de pneu murcho. O mundo vive e viverá em transformação, sempre. Algumas profissões saem de cena por conta da evolução tecnológica, às vezes o serviço é tão caro que compensa jogar o produto fora e comprar um novo. Assim, as resistem, mas são difíceis de encontrar. Aqui perto de casa tem um bicicleteiro, o nome dele é Wallace. Outro dia fui lá para consertar o pneu, tentou me vender uma bike. O cara é metido, chamou bicicleta em inglês. Era uma linda bicicleta, zero, selim de silicone, cano alto (“ideal para você que tem pernas compridas”, comentou). Dei trela porque sou curioso e gosto de fazer perguntas. Fiquei lá, esperando o Wallace terminar o serviço, tive dó do cara, gastou seu português comigo. Se nem o seu Zé me embromou quando eu era pequeninho, imagine agora que tenho pernas compridas... *Músico e escritor santacruzense que vive em São Paulo | [email protected] | www.gucadomenico.com.br arte: Rodrigo Biancão | 360 *Fernanda Lira Nunca vi nada pior que o BBB. Afinal, o que é pior torna-se me-lhor porque está no devido lugar. Explico. O pior está devidamente colocado na grade da madrugada dos programas chumbregas e eróticos de TV, nas prateleiras de filmes pornôs e por aí vai. Nada contra o pornô e o erótico. Mas tudo contra isso aparecer em horário nobre, em veículos de comunicação – a TV e a internet – aos quais as crianças têm livre e grande acesso. Fico pensando o que gente como os dirigentes da Rede Globo, essa gigante do entretenimento, como o aclamado Boninho e o “erudito” Pedro Bial têm na cabeça para achar Há exceções no BBB? Sim, houve. Versões anteriores foram mais diversificadas em termos de caráter e formação. E de lá saíram talentos que merecem respeito, entre eles Grassi Massafera, que se mostra exemplar na conduta, na elegância. Mas a maioria, principalmente os mais recentes traz cenas e atitudes constrangedoras, para dizer o mínimo. E que surgem como “celebridades”, tendo sua vida esmiuçada, como se realmente fossem importantes ou modelos de opinião ou atitude. E passam a inundar a mídia, especialmente o site da Globo, onde metade das notícias são sobre os “famosos” BBBs, que ela cria e acha que são demais. BBB: Boninho, Bial e o pior do Brasil genial produzir isso. O programa é uma porcaria, cada vez pior. Poderia até ser legal, a depender de uma real diversidade de personalidades. Mas o BBB da TV Globo é um programa que vislumbra o pornô. Repleto de gente sarada, que possa fazer ensaios sensuais para os parceiros do programa, e sem conteúdo. Um estímulo ao pior da humanidade: a futrica, a fofoca, a ação por interesse. Nunca há discussão a respeito das questões que afetam e fazem parte da vida da gente, como política, cultura, economia, educação, meio ambiente… seja lá o que for. Só culto ao corpo, exposição do corpo, danças horrorosas, todas erotizadas e de quinta categoria. Não tem classe, a menor classe. Eu pergunto: É disso que você gosta mesmo Pedro Bial? É isso que você quer que seu filho assista? É esse tipo de garota que o BBB expõe, na ilusão de que é linda e interessante, que você sonha para namorar o seu filho e formar uma família? Sem arte e sem artistas a merecerem os investimentos da Globo, a decepção fica maior quando verificamos que quem promove isso são empresas de grande porte, que propagam por aí sua “responsabilidade social”, como Fiat, Unilever, Ambev e Johnson & Johnson, apoiando esse tipo de programação. Numa época em que governos e entidades tratam de correr atrás do prejuízo que o Brasil ainda não pagou no campo da educação, promover essa tolice vulgar é estar na contra mão. É ser irresponsável, indiferente ou cínico. O que imagino não deva ser a verdadeira vocação dessas empresas. Então, por que promovem isso? Ora, coloquem essa montanha de dinheiro nas mãos de bons diretores. Contratem bons artistas. E tratem de entreter jovens, crianças e adultos com algo que seja bom. Não há necessidade de tanta porcaria. As pessoas gostam sim do que é bom. É só colocar na tela. *Jornalista de São Paulo que adora o interior | [email protected] | drops AJUDE e ganhe A Santa Casa de Santa Cruz está precisando de ajuda para cobrir os custos que a mantêm funcionando. Enquanto governos não cumprem devidamente a sua parte, a nova gestão administrativa trata de ir à luta. E criou uma ajuda que vale um prêmio. Com apenas R$ 10,00 de doação, o cidadão concorre a uma moto 0km. Pra participar é só procurar um dos voluntários que circulam pelo comércio da cidade. ATLETA de Piraju em foco O pirajuense João Carlos Rodrigues Junior vai competir nos Jogos Sul Americanos de 2010 pela equipe de Canoagem Velocidade do Brasil. A competição acontecerá de 17 a 30 de março, em Medellín, na Colômbia. EDUCAÇÃO ganha reforço na região As prefeituras de Piraju, Manduri e Óleo firmaram convênio com os programas “Ler e Escrever” e “São Paulo Faz Escola”, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. O primerio busca garantir o direito de aprender a ler e escrever a todos os alunos da rede municipal e também inclui preparação de coordenadores e professores. CONCURSO para criação eletrônica Até 5/3 ficam abertas as inscrições para o FILE PRIX LUX, prêmio internacional destinado a profissionais na área das linguagens eletrônico-digitais. A iniciativa, inédita na América Latina, valoriza a arte do século XXI, e ganhou patrocínio do Banco Santander através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. Serão 21 vencedores entre as categorias Arte Interativa, Linguagem Digital e Sonoridade Eletrônica. Os prêmios em dinheiro somam R$ 285 mil. Info: www.fileprixlux.org Visão otimista em defesa do planeta Em entrevista exclusiva ao 360, o especialista em Meio Ambiente Fabio Feldmann, um dos mais importantes nomes do setor no nosso país, responde às perguntas da reportagem e de leitores convidados. Após uma longa conversa, na qual tratou de responder sem pressa cada questão, o ambientalista cujos títulos são muitos (veja um resumo abaixo*), aceitou participar do 360 como colunista, tratando inclusive de responder às dúvidas e questões de nossos leitores sobre Meio Ambiente. Confira o que ele nos contou e envie sua pergunta para [email protected] por Flávia Manfrin_editora360 360: Você é talvez o primeiro nome ligado a Meio Ambiente da história do Brasil contemporâneo. Há cerca de 30 anos, quando o tema era ainda incomum, tanto nos discursos, quanto nas pautas de governos, corporações e do cidadão comum. Como isso entrou em sua vida? FABIO FELDMANN: Comecei a me envolver quando era estudante de administração de empresas na GV (Fundação Getúlio Vargas), no início da década de 70. Participei de uma discussão de um livro que marcou toda uma geração, chamado Os Limites do Crescimento, publicado pelo Clube de Roma. Depois me envolvi com organizações não governamentais, como a Associação Paulista de Proteção à Natureza, que liderou uma luta contra a instalação de um aeroporto em Caucaia do Alto, uma reserva florestal da região metropolitana de São Paulo. Também me envolvi com as ONGs Defensores da Terra, a SOS Mata Atlântica, da qual fui presidente. 360: Valeu a pena? FABIO FELDMANN: Acho que essa questão é como a gente se sente todos os dias. Como numa roda gigante. Às vezes, lá em cima, quando você tem a impressão de que realmente há uma mudança, que ela vai ocorrer em termos de incorporação dessa preocupação nas políticas públicas, nas decisões das empresas ou no comportamento das pessoas. E alguns momentos são muito desanimadores. Mas acho que nesses 30 anos a questão ambiental de fato mudou de patamar. Hoje ela está na agenda das pessoas. 360: Mas há mudanças efetivas? FABIO FELDMANN: Se você olhar um cenário macro, as mudanças são muito lentas, mas há indicadores muito positivos. Vou citar o meu exemplo. Quando comecei a trabalhar com Meio Ambiente havia muito preconceito com essa questão, com ambientalistas. Havia dificuldade de compreensão. Hoje não. Há até publicidade mostrando empresas que são “500%” Foto: Flavia Rocha | 360 6 | meio ambiente Fabio Feldmann em seu escritório, em São Paulo, onde nos recebeu para a entrevista. Livros cobrem paredes e a mesa gigante, evidenciando que pesquisa e busca constante de informações fazem parte do dia-a-dia quando a questão é zelar pela preservação do Meio Ambiente preocupadas com Meio Ambiente. Acho que vivemos num mundo diferente do que era há 30 anos, mas uma só geração é pouco tempo para promover mudanças na intensidade que elas são necessárias. 360: Diante disso, você vê o mundo com otimismo ou não? FABIO FELDMANN: Vejo com otimismo, ainda que ache que é necessário se falar que muitos dos impactos no planeta já foram realizados. Nos últimos 200 anos e mais especificamente nos últimos 50 anos a humanidade provocou uma radical mudança. Na questão do clima, a meu ver isso é incontestável, na questão das florestas, no comprometimento dos ecossistemas também. Estamos no sinal amarelo e podemos voltar ao sinal verde. Mas se o sentido de urgência não for mantido, vamos irreversivelmente para o vermelho. Eu sou daqueles que acham que ainda há tempo para o verde. 360: Qual o caminho a seguir? FABIO FELDMANN: Se eu puder ser muito simples na resposta é cada um fazer a sua parte. Quer dizer, se eu sou um grande empresário, compreender que inclusive para a sobrevivência dos meus negócios eu tenho que incorporar essa questão. Se sou um cidadão comum, no cotidiano das minhas compras, na aquisição de serviços, verificar até que ponto posso dar minha contribuição, se sou uma criança, um jovem, pressionar meus pais, meus professores. Não há uma fórmula, há um chamamento que todo mundo se engaje nesta questão. 360:Depois de três mandatos como deputado federal (1986 a 1998 ) e tendo atuado como secretário do Meio Ambiente do governo de São Paulo por três anos (1995 a 1998), como você avalia o tratamento dado ao Meio Ambiente, nos atuais governos estadual e federal? FABIO FELDMANN: Acho que a ligeslação brasileira avançou muito.E vou usar como marco divisor a Constituição Brasileira de 1988. O Brasil tem uma Constituição moderna e inovadora. O fato é que no Congresso Nacional enfrentamos muita resistência. Mais talvez do que existia antes. A cada legislatura, por exemplo, há uma tentativa de se reverter os avanços contidos no Código Florestal, que é de 1965. Talvez a dificuldade no Brasil seja que a implementação da legislação ainda é muito tímida. E para confirmar o que estou dizendo basta dizer que o orçamento da área de Meio Ambiente normalmente é último ou penúltimo no ranking das pastas dos governos. Acho que o Brasil gasta muito mal os recursos públicos. E há uma resistência também. Enquanto os governantes no mundo, de maneira geral, têm horizontes de tempo que é o eleitoral, a questão de Meio Ambiente requer uma visão de tempo de médio prazo, de 15, 30 ou 40 anos. 360: Como explicar temas como “preservação da biodiversidade” ou “sustentabilidade” para gente simples da cidade e do campo? FABIO FELDMANN: Temos que repensar como devemos dialogar com a sociedade e ter sempre em mente que é basicamente pela emoção que as pessoas vão se mobilizar. Temas complexos como o aquecimento global, devem ser traduzidos em miúdos e mais do que isso temos que fazer o esforço de colocar no cotidiano das pessoas tantos seus direitos quanto seus deveres. Como a questão básica de não jogar lixo na rua, de ter um comportamento correspondente a uma cidadania que eu chamo de planetária, que envolve o planeta e envolve onde eu vivo. 360:Muito se ouve sobre a Amazônia, o que é natural pela importância para o país e para o planeta, mas quase nada se fala a respeito da preservação e responsabilidade ambiental no Estado de São Paulo. Com isso acervos naturais e importantes são danificados e cidades são impermeabilizadas, com muito asfaltamento e redução de árvores. Por que isso ocorre? FABIO FELDMANN:Não sou tão pessimista, vejo coisas importantes acontecendo em São Paulo. Diria que está havendo uma mudança de consciência. Só que a velocidade que ela ocorre talvez seja Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e em Direito pela Faculdade São Francisco (USP), foi deputado federal de 1986 a 1998, secretário de Meio Ambi- ente do Estado de São Paulo de 1992 a 1995, criador e presidente da SOS Mata Atlântica e outras Organizações Não Governamentais, criador do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade . Mantém hoje escritório de consultoria ambiental – Fabio Feldmann Consultores (www.ffconsultores.com.br) “ No mundo de hoje, o conflito não é mais esquerda ou direita,mas é visão de mundo século 21 versos visão de mundo século 20, às vezes, século 19. mais lenta do que a necessária. Estou cada vez mais convencido de que a questão ambiental depende de lideranças e acho que não fomos capazes de estimular lideranças no interior. O líder não é apenas um bom gerente. O líder é alguém que tem visão, que acaba contagiando outras pessoas. O grande problema no interior é que não temos líderes que estejam mobilizando a sociedade para essa questão. Esse líder pode estar nos governos, nos parlamentos, no setor empresarial. Acho que o interior vive isso. Quando fui secretário, fizemos um esforço gigan- século 19, incapaz de se pensar o futuro, o conflito está estabelecido. Há cidades que ainda estão atraindo indústrias poluidoras, que não tratam o seu lixo de maneira adequada, isso é gente que está com os olhos para trás, no retrovisor. Em vez de se pensar em ciclovias, os prefeitos se dedicam a atrair projetos rodoviários, em vez de pensar no esporte público, estimula-se a indústria automobilística e o congestionamento, inclusive no interior. A descentralização precisa ser feita com muito critério, com recursos e capacitação. Novo Focus 1.6 Flex tesco para envolver as municipalidades e descentralizar. Se usarmos como linha de base 2005 e 2010, acho que não fomos bem sucedidos. Muitas vezes, os prefeitos querem a descentralização não para conservar e preservar, mas para permitir empreendimentos equivocados. Temos que ter clareza de identificar e fortalecer as lideranças. É um déficit que temos que enfrentar. 360: Os municípios têm autonomia para muitas decisões na esfera ambiental. E muitas vezes decidem mal, destruindo a natureza, comprometendo a preservação da biodiversidade e o potencial turístico das cidades. Como evitar esses desastres? FABIO FELDMANN:Primeiro consciência. E educação também. No mundo de hoje, o conflito não é mais esquerda ou direita, como tínhamos, mas é visão de mundo século 21 versos visão de mundo século 20, às vezes, século 19. No Brasil esse conflito de visão está muito presente. Toda vez que existe uma iniciativa com visão do 360: Para evitar a incapacidade de gestão que se apura nos municípios, uma solução não seria o governo do Estado ter unidades regionais, munidas de conhecimento técnico capaz de garantir o cumprimento de premissas da preservação ambiental? FABIO FELDMANN: Quando fui secretário de Meio Ambiente, tentamos criar centros regionais de Educação Ambiental, delineados por bacia hidrográfica, ou por características da Mata Atlântica, por exemplo. Mas isso requer uma mudança de visão. Porque para fazer isso é necessário que se pense que a sinergia terá que ser muito mais bem trabalhada na horizontalidade e na verticalidade. Na verticalidade, envolvendo governos federal, estadual e municipal. Mas a horizontalidade é também muito difícil. E o que é isso? É envolver a área de Meio Ambiente, que requer um esforço gigantesco de se preservar, e outras áreas que ainda têm uma visão de mundo diferente, querendo implantar atividades predatórias e degradadoras. Como engajar esses Novo Focus 1.6 Flex ” atores e trabalhar em sinergia é uma questão crucial e um grande desafio. E não só no Brasil. Quando discutimos a questão planetária isso aparece bastante. 360: Quando a deficiência administrativa é na área de Cultura ou Educação, por exemplo, você consegue recuperar. Mas em Meio Ambiente não. Uma árvore pode levar 20 anos para crescer e acaba sendo derrubada porque o morador cismou e convence a prefeitura a autorizar, sem haver o compromisso de um replantio da mesma espécie. Vemos muito isso nas pequenas cidades. FABIO FELDMANN: Isso não é exclusivo do interior. Moro numa vila em São Paulo que tem árvores grandes. E há moradores que reclamam das folhas que sujam os carros, caem nas calhas. É um paradoxo. As pessoas se dizem muito favoráveis ao Meio Ambiente, a favor da preservçaão da Amazônia, da Conservação da Mata Atlântica, mas são incapazes de suportar folhas de uma árvore na frente da sua casa, ou então impermeabilizam seus quintais. Há alguns anos fui num protesto contra uma grande hidrelética no interior e quando acabou, o chão estava repleto de lixo. Então há uma contradição. Você está lá contra uma hidrelétrica e não dá atenção a questões básicas? Pequenas questões ainda revelam um desafio muito grande. Há situações que mostram ainda que o brasileiro tem grande dificuldade de se relacionar com espaços públicos. Isso acontece porque no Brasil as pessoas não acham que o que é público é algo seu. E isso reflete muito no meio ambiente. • Novo Focus 1.6 Flex Desde a ponta de cigarro que você joga na rua, a derrubar árvores. Mas mesmo assim tenho uma visão positiva. Acho que hoje temos gente de 0 a 25 anos com uma mentalidade muito diferente da minha geração. 360: Como é seu dia-a-dia em relação ao meio ambiente? FABIO FELDMANN: Uso pouco o carro. Isso obriga as pessoas a me darem carona solidária. Tenho uma preocupação com o lixo, o que não é fácil, porque grande parte da coleta seletiva acaba indo para os aterros. Isso desestimula. Acho que é necessário criar um repertório de escolhas para sociedade. Por exemplo, não basta eu querer deixar o automóvel em casa se não houver transporte público, ou separar o lixo e não haver coleta seletiva. 360: Quem vai criar isso? FABIO FELDMANN: Vários agentes. O consumidor pode pressionar o setor empresarial se isso for um critério de compra. Eu defendo também a regulação, que são padrões de eficiência. Aqui em São Paulo tivemos uma grande briga com a Petrobras com a questão da qualidade do diesel. Então, posso escolher a água que bebo, mas não o ar que respiro? Tem que exercer a cidadania. Pressionar a Petrobras, o prefeito. Valorizar bens e serviços de empresas que tenham mais compromissos efetivos. Por exemplo, em relação à carne, você não precisa ser vegetariano, mas pode exigir que o supermercado rastreie a origem da carne, se andar de carro, pode calibrar os pneus. Atitudes que fazem diferença. 360: Qual a atitude de um empresário disposto a ser ambientalmente responsável? FABIO FELDMANN: A primeira é ele ser ambientalmente reponsável no seu próprio negócio. Se eu sou dono do armazém, verificar como descarto as embalagens dos produtos que eu recebo, como uso o meu armazém para conscientizar meus clientes e consumidores. Se eu sou um médio ou grande empresário, verificar na cadeia pro- dutiva as práticas dos meus fornecedores. Se eu compro bens e serviços, conferir se eles são os melhores em termos de critérios de sustentabilidade. Acho que o setor empresarial tem um papel enorme nessa questão. 360: Como vê o jovem neste contexto? FABIO FELDMANN: Com a expectativa de vida de hoje, de 80, 100 anos ou mais, o jovem vai viver intensamente os problemas ambientais planetários, o que é uma motivação para ele agir e exigir mudanças. Depois eu vejo também muita oportunidade profissional. Acho que as profissões ligadas a esses temas tendem a ser cada vez mais importantes. PERGUNTAS de leitores convidados Marcia Gonzaga Guedes (eleitora de Feldmann, de Sta. Cruz): Você teve alguma desilusão com a atuação política ou acha que pode fazer o mesmo papel sem estar na política? FABIO FELDMANN: Fui deputado durante 12 anos. Acho que no Brasil o exercício da política tradicional, parlamentar, é demandante na esfera pessoal. Por exemplo, nunca estive envolvido num processo de corrupção na minha vida, mas há dois anos, minha filha ganhou o apelido de “mensalão” na escola. A professora de português dizia que todo político é ladrão e olhavam para minha filha. Não foi isso que gerou essa decisão de não participar da política. Mas quero dizer para a Marcia que acho que já dei minha contribuição e continuo dando. Fui criador do Fórum Focus 1.6 Flex e toda linha Ford: 1ª parcela só em 150 dias. F: 14 3325.1999 Ourinhos Os impactos da agricultura na agenda ambiental são dramáticos, por isso ela estará cada vez mais na berlinda. O setor tem um papel muito importante nas soluções ambientais. Brasileiro de Mudanças Climáticas, fui Secretário executivo durante muitos anos, sem remuneração. Exerço essa condição aqui em São Paulo no Fórum de Mudanças Climáticas e Biodiversidade, faço parte do board Inter nacional do Greenpeace. A volta à política para mim é uma coisa remota porque acho que tudo que você faz na vida, especialmente na política, você tem que estar muito motivado, tem que fazer parte do seu projeto existencial. E no meu caso, não vejo proximamente a volta à política, ainda que com a condidatura da Marina (Silva, pelo PV) esse quadro se modifique um pouco, porque abre um espaço na política brasileira para que os nossos temas sejam colocados. Francisco Rensi, publicitário, de São Paulo: Qual a maneira de um político envolver a sociedade como um todo de modo eficiente nas questões ambientais? FABIO FELDMANN: Não acho que há uma fórmula. A nova ciência está mostrando que a razão e a emoção não são pontos distintos. As pessoas só se envolvem se elas se emocionarem. Se tocarem o seu coração. Sem isso, acho muito difícil, inclusive na questão ambiental. A emoção tem papel importante nas nossas questões. Rafael Béccheri Cortez,, engenheiro agrônomo, de Ourinhos: Para contornar os problemas causados pelo excesso de água da chuva vemos canalizações de cursos d'água, construção de piscinões e grandes sistemas de bombeamento, que são obras caras e não ecológicas. Por que até agora não conseguimos ver no Brasil uma política de desenvolvimento sustentável de drenagem urbana? FABIO FELDMANN: Há duas repostas. Uma delas é que que vivemos ainda uma mentalidade “iluminista”, em que o homem se vê numa missão de dominar a natureza. Então tudo que ele colocou O grande problema no interior é que não tenhamos líderes que estejam mobilizando a sociedade para essa questão. Esse líder pode estar nos governos, nos parlamentos, no setor empresarial. “ é um desdobramento desta visão de mundo, grandes obras de engenharia. Já no século 21, existe uma tendência de imitar a natureza, entender que há sabedoria em como a natureza se organiza, até do ponto de vista da engenharia. Rios que formam meandros, vegetação que diminui o impacto das chuvas e preserva os solos, há um conhecimento da natureza que está sendo valorizado pela tico nas embalagens? FABIO FELDMANN: O primeiro projeto que tramita na Câmara que cria uma política nacional de resíduos sólidos foi apresentado por mim há praticamente 19 anos. Acho que no caso de resíduos sólidos o Brasil precisa colocar na legislação a responsabilidade pós consumo. Se sou fabricante, tenho que assumir a responsabilidade depois que coloco o produto no Foto: Flavia Rocha | 360 “ Apesar de afirmar que novas empreitadas na esfera pública não fazem parte de seus planos pessoais, Fabio Feldmann admite o convite para disputar o governo do Estado de São Paulo pelo PV. “Uma possibilidade muito remota”, diz ciência tradicional. Aí é uma mudança de mentalidade que precisa ser realizada. E de outro lado, grandes obras geram economia, e dentro da economia, geram caixinha de campanha e corrupção. Conservação de energia tem um investimento muito pequeno, não gera essa economia, ao contrário de grandes barragens, onde você tem quem fornece o cimento, quem fornece o projeto de engenharia. Temos que valorizar a economia que existe na natureza e que começa a ser reconhecida. Hoje se fala muito em serviços ambientais, em pagamento por esses serviços. Isso é o reconhecimento de que a natureza presta serviços, seja na polinização e no combate ao assoreamento, por exemplo. Acho que isso é um indicador muito importante nessa mudança de mentalidade. Ricardo Assaf, ambientalista, Piraju: Um dos maiores problemas enfrentados pela sociedade são os resíduos sólidos. O modelo atual permite à industria gerar muito lixo com embalagens. Há alguma solução para o excesso de plás- mercado. Acho que isso obriga a colocar no mercado produtos cuja disposição final seja mais adequada. Existe até uma linha interessante chamada “do berço ao berço” em que você desenha o produto ou mesmo o serviço de maneira que ele não acabe num lixão, mas seja recolocado no ciclo de produção. Acho que essa é uma tendência mundial irreversível. O Brasil tem problemas. Você não tem uma legislação nacional que trate deste assunto. Então minha resposta a isso é: Cadê o eleitor cobrando dos parlamentares, canditados, governadores ou do presidente, o seu compromisso em legislação, ou em tributação também? Por exemplo, os produtos de menor impacto deveriam ter uma tributação menor. Acho que o Brasil tem que mudar rapidamente e introduzir essa responsabilidade pós consumo. Tem que haver uma mudança de comportamento da sociedade. O volume de descarte que cada um de nós gera é inacreditavelmente alto. Tem que cobrar alternativas. Como o uso de menos embalagem, que ela seja reciclável, isso é o mais básico. Mas essa é uma agenda que ainda não está colocada para os partidos de maneira geral. Os temas ambientais ainda são muito periféricos no Brasil, não são considerados ainda cruciais. Aí a sociedade tem que cobrar. Mas há ações otimistas, como a questão do saco plástico. Há uma mudança na sociedade, de condenar o saco plástico. Ricardo Assaf: Não seria necessário legislar de forma mais objetiva, criando mecanismos que retirem do poder público o ônus de recolher e tratar todo este resíduo? FABIO FELDMANN: A responsabilidade pós consumo gera obrigação empresarial, por isso ainda não conseguimos aprovar essa lei. Problemas como esse serão resolvidos pelo poder público com o setor empresarial e a sociedade. Tem soluções que não são unicamente governamentais, ou empresariais ou da sociedade. O lixo é um bom exemplo. Não adianta fazer a coleta seletiva se vai para o lixão. Não adianta ter reciclagem se não tem quem compre. O lixo é o melhor exemplo de que você tem que ter soluções que envolvam vários atores sociais. Até do ponto de vista educacional. Não é simples e nem sempre é trivial. Ricardo Assaf: Frente as mudanças climáticas, qual rumo a agricultura deve tomar? FABIO FELDMANN: Até muito recentemente o ambientalismo focou muito a indústria. A partir de 2006, a agricultura entrou na agenda ambiental porque o impacto da pecuária no meio ambiente é dramático. A tendência de se discutir a agricultura será cada vez maior. Essa percepção é muito recente e vai significar mudanças de comportamento e de hábito e a necessidade de se tomar consciência em relação a isso. A floresta tem um papel importante de conservação de espécies, de água, absorve carbono, isso é um serviço que ela está prestando. Uma mudança de mentalidade ” está em curso, mas há muito o que fazer para se estimular isso. Há 50 anos alguém olhava uma floresta e não via valor. Hoje ela passa a ter valor, inclusive nos serviços ambientais que ela realiza e a tendência será esses serviços serem economicamente valorizados. É o mundo da nova economia, que está sendo construído. Ricardo Assaf: Qual o papel da educação no futuro ambiental? FABIO FELDMANN: Sou autor de uma lei que se chama Política Nacional de Eucação Ambiental. Acho que Educação é tudo. Inclusive acho que no Brasil estamos negligenciando a Educação não somente em Meio Ambiente, mas em geral. Fernando Franco,, jornalista, biólogo e gestor de Agronegócios, de Avaré: Desde a Rio 92, quando foi instituída a Agenda 21, nota-se que até agora, 18 anos após, a maioria das cidades brasileiras não elaboraram a chamada Agenda 21 Local. O que o cidadão comum pode fazer para que o princípio da Agenda 21 Local seja colocado em prática? FABIO FELDMANN: Não sou tão pessimista. Há mudanças qualitativas. E o que é a Agenda 21? Em relação à água, é conservar, implantar coletores e usar no jardim. Não desperdiçar energia. É participar da discussão da legislação,do Plano Diretor. Na escola do bairro, é ver o que está sendo feito em relação à educação ambiental. Quando você olha passo a passo parece que as coisas não estão mudando, mas quando você tem uma perspectiva de longo prazo, as mudanças são importantes e perceptíveis. Versão 500 ml Novo Iogurte Fazenda Bote lho. Sabor direto da fazenda. Experimente! Foto: Flavia Rocha | 360 fotos/imagens: divulgação Paola, vira e mexe, dá lições de cidadania em relação ao Meio Ambiente, como na matéria sobre separação do lixo (ed.16). Ela mandou sua pergunta para o ambientalista Fernanda Lira,, jornalista, de São Paulo: O que você diria a arquitetos e secretários de Meio Ambiente que derrubam árvores sem critério mínimo de preservação para instalar uma garagem ou uma muda de palmeira em lugar de uma sibipiruna, mesmo que se interrompa uma alamedas de árvores da mesma espécie? FABIO FELDMANN: É uma questão de valores. A sociedade brasileira tem muitas barreiras para preservar árvores nativas brasileiras. E tem também as ondas da moda. Isso revela muitas vezes a incapacidade de você fazer as melhores escolhas do ponto de vista paisagístico e ecológico. A questão da garagem também reflete um estilo de vida. As pessoas preferem não ter um jardim pra ter um lugar para o automóvel. Isso revela o papel importante que o automóvel tem na sociedade brasileira e talvez até mundial. Tem gente que prefere trocar de carro todo ano a investir na educação dos filhos. Paola Pegorer Manfrim, repórter mirim 360: Entre os projetos que você criou, qual foi o mais significativo? E por que? FABIO FELDMANN: O projeto mais importante na minha vida foi elaborar a parte ambiental da Constituição Brasileira , que é moderna, contemporânea e se desdobra efetivamente em mudanças na sociedade brasileira. Então esse é o ponto alto da minha vida pública. Todo o resto que pude realizar é desdobramento disso. Participei de muita coisa, nesse campo me sinto uma pessoa realizada. A vida foi generosa para mim. BONS exemplos nas empresas Enquanto muitos resistem a olhar de uma maneira preservacionista para o mundo, empresas de todos os campos e lugares tratam de fazer a sua lição de casa. Veja as novidades: Uniforme de pet reciclado_ A iniciativa é da ID Logistics, empresa francesa que atua no Brasil desde 2004, aproveitou 4 mil garrafas pet para produzir os uniformes de seus 1700 funcionários. O tecido é composto por 50% algodão e 50% de resina plástica (o pet). Segundo a empresa, as ações de reciclagem têm gerado uma receita anual de R$ 200 mil, que permite o investimento em projetos como o dos uniformes. Papa pilhas_ No Banco Santander, uma urna para coletar baterias usadas foi bem inserida no ambiente da agência, parecendo até um caixa eletrônico. O banco informa que coletou 155 toneladas em 2009, quase todo o volume apurado de 2006 a 2008, tempo de realização da coleta. O projeto é aplicado em 25 Estados brasileiros. Poderiam trazer isso para uma das agências da região, ajudaria bastante a resolver a questão do custo do transporte, que costuma emperrar no poder público, impedindo o fluxo de ação de coletas, que já acontecem regulamente em Piraju e Santa Cruz, por exemplo, por iniciativa da Adevida e da Associação Comercial de cada cidade. Madeira legal_ Aqui na região, a Special Dog, de Santa Cruz, que faz coleta de água de chuva de maneira eficiente – se chover duas vezes por mês tem água suficiente para suprir suas necessidades mensais – e conquistou mais um selo ISO 2001 para o município, obteve o selo Madeira Legal, concedido pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Segundo a Floravale, Associação de Recuperação Florestal do Médio Paranapanema, que congrega empresas da região que usam madeira em seu processo de produção ou como produto de venda ao consumidor, caso do carvão, o selo indica que toda a madeira usada pela empresa no período de um ano foi devidamente replantado no ano seguinte. Projeto criado por pais de alunos completa 10 anos e prova que é possível ter uma ótima escola numa pequena cidade do interior. Acompanhe nossa mascote, a repórter mirim Paola, numa visita à escola. Nossa repórter mostra a entrada lateral da escola, que dá acesso ao vasto gramado, cercado por árvores. “Gosto daqui. Não é um parquinho cheio de brinquedos, tem bastante espaço”, explica Fotos: Flavia Rocha | 360 10 | educação ESCOLA *por Flávia Manfrin cooperativada completa 10 anos Para quem procura boas notícias, bons exemplos e realizações que destaquem a pequena cidade do interior, colocando-a, no mínimo, em pé de igualdade com os grandes centros, o Colégio Camões, de Santa Cruz do Rio Pardo, é um grande tema. A começar por sua origem: a vontade de pais, a maioria jovens, de terem os filhos frequentando uma boa escola. Com isso, o Camões nasceu na forma de cooperativa. E, como tal, sua razão de ser não é a de gerar lucros para ou ou outro proprietário, mas sim, para fortalecer-se, com o reinvestimento na própria escola de todos os ganhos que ela alcança. Com essa vantagem competitiva em termos de investimento em sua qualidade de ensino, ao completar 10 anos, vemos uma escola bem estruturada e que está formando pessoas que parecem ser realmente muito bem preparadas para a vida. Mais que um diploma – O que vemos hoje estampando anúncios e outdoors da escola pela região, é um conceito que um dos fundadores do Camões, pai de duas alunas, tratou de me contar logo que lancei o 360, há cerca de quatro anos. Comentei com ele que ouvi de algumas pessoas que a escola poderia não alcançar a eficiência necessária para que os alunos se saissem bem no vestibular. Ele responderu o que hoje aparece na propaganda do Camões, inclusive neste periódico: “Queremos preparar os alunos para a vida, não apenas para uma prova. A formação escolar é longa e não pode se resumir na conquista de uma vaga numa boa faculdade”, explicou o pai/cooperado. Visão abrangente – Enquanto todos hoje despertam para o meio ambiente e a sustentabilidade, no Camões aparece como razão de ser. A escola é toda permeada de áreas verdes, que fazem as vezes de pisos, cercas e até de corredores. Assim, crianças e jovens estão crescendo e passando a maior parte de seu tempo – ali o ensino é em tempo integral – num ambiente onde a natureza não é subjugada, mas valorizada e, mais que isso, útil. Logo à entrada, uma grande cobertura de sapé remete ao nosso país, lemVersão 900 ml Novo Iogurte Fazenda Bote lho. Polpa de Fruta Natural. Experimente! brando a origem da nossa existência e do nosso povo. Uma grande oca aberta, onde os alunos circulam na hora do recreio e onde se reúnem os convidados dos já consagrados eventos, como a Feira do Livro, realizada a cada dois anos. Presença dos pais – A participação dos pais na escola vai além de conselhos, escolhas e outros pontos que demandam a presença de um cooperado. No Camões, os pais são integrados de maneira intrínseca aos acontecimentos da escola. Foi com essa disposição, que a turma de trintões e quarentões, logo nos primeiros anos de atividade da escola, revolucionou o desfile do 7 de setembro, que andava apagado na cidade. Portando elegantes uniformes, típicos de músicos de fanfarras, pais e filhos trataram de aprender a tocar os instrumentos e colocar o bloco na rua, literalmente. Essa ação, assim como outras da programação pedagógica da escola, transformou o evento cívico num grande acontecimento na cidade. Hoje, outras escolas e entidades desfilam orgulhosas, não apenas através de crianças e jovens, mas de adultos, entre professores, outros profissionais e, claro, os pais dos alunos. Um belíssimo exemplo para crianças e jovens. Já na calçada que contorna a escola, é possível notar o alto nível de consciência ambiental, transmitida aos alunos de maneira simples e eficaz: a natureza faz parte do cenário e tem um papel importante, como o de cercar a escola e evitar o acesso indevido Até na sala de aula a visão ecológica do Camões é nítida: madeira, tijolos à mostra, iluminação na medida e janelas que trazem a flora para dentro da sala. “Fim das férias, começo de tudo”, sugere o quadro à espera dos alunos no retorno às aulas Fotos: Flavia Rocha | 360 Os cenários naturais estão presentes em toda a escola. Como esse, entre as salas e a área de convivência Os jovens do Camões – Entre os alunos que estão sempre vestindo uniformes descolados, mais uma prova de que a escola faz do que poderia ser chato, uma diversão, há três jovens que me permitem avaliar o Camões através de seu comportamento. Entre eles, Priscila, uma garota de 17 anos que tem bagagem cultural diferenciada. Sabe conversar, tratar as pessoas e situações e tem um jeito leve de ser. Sabe curtir a balada e sempre praticou esportes. Sabe o que quer, mas não é arrogante, pretensiosa. Na linha da meninice, temos a nossa Paola, minha grande parceira no 360, que também estuda lá e fez da sua aparição mensal uma foto reportagem da escola. A pequena, tem um senso de responsabilidade acima da média. E se comunica como ela só. É esperta, sabe pensar, ouvir, argumentar e tem resposta para tudo. Tem um interesse maravilhoso pelo saber, mas sem deixar de ser criança. Para completar o contato mais próximo, temos o Franco, nosso ilustrador mais antigo – desenha para o 360 desde os 12 anos, quando lançamos a edição número Paola no local que mais gosta da escola: muito espaço, ela diz. 2. E foi numa visita ao Camões, que bati os olhos na arte dele. Em quatro anos, reuni uma coleção linda, que ele faz com lápis de cor. Franco é como Priscila e Paola, solto, tranquilo em relação a se comunicar, rápido no pensamento. E completamente responsável na atitude. Hoje, aos 17 anos, é um carinha interessado nas coisas, nas ideias, nas pessoas. A mesma impressão tive de outros jovensd a escola, mas numa convivência tão pouca ou superficial que seria leviano dizer mais. Modelo praticável – O mais importante deste grande exemplo que é o Colégio Camões, é que ele nasceu numa pequena cidade, de pouco mais de 40 mil habitantes. E precisou apenas da vontade, da determinação, do comprometimento e da perseverança de um grupo de casais interessados numa ótima escola para os filhos. Que os ensinasse a sentirem-se à vontade em qualquer cidade, em qualquer situação. E eles conseguiram, o que é um ótimo indicador. Especialmente quando se passam 10 anos de trajetória. Um exemplo que pode ser praticado em muitas cidades. “Os governos lançam projetos para levar os pais à escola. Aqui a presença dos pais é a natureza da escola. É um projeto de oito anos de funcionamento, temos aqui um projeto posto em prática.” • Ziraldo, escritor, durante Feira do Livro do Colégio Camões (2007) Paola após o primeiro desfile de 7 de Setembro pelo Colégio Camões (2007), do qual também participaram a irmã, o primo (ex-aluno) e os pais. Experiência cívica vivida em família 12 | gastronomia _ imperdível Delícia de sabor e de lugar HORA do lanche Taças & Cachaças é sempre uma boa escolha Tilápia no Gergelim Preto ROSCA DELÍCIA FERMENTO_ Ingredientes: 2 tabletes de fermento fleschamn 1 xícara de leite morno 1 xícara de farinha de trigo 1 colher de chá de açúcar • Preparo: Misturar todos os ingredientes e deixar crescer até dobrar de tamanho MASSA_Ingredientes: 2 claras em neve 3 gemas 8 colheres sopa de açúcar 2 colheres sopa bem cheias de manteiga 1 pitada de sal 1 xícara de chá de nata • Preparo: Bata as claras na batedeira e vá colocando todos os ingredientes, batendo sempre. Adicionar o fermento, já crescido, e a farinha de trigo (+ ou – 14 colheres bem cheias). A massa fica num ponto meio mole, mas que desgruda das mãos. Amassar bem e deixar crescer de 1 a 2 horas. Com a massa já crescida, faz-se as roscas, em formato de trança ou gomos de caracóis. Pode fazer só com a massa ou rechear com goiabada, chocolate, canela com açúcar ou frutas cristalizadas. Coloque as roscas em forma untada e deixa crescer, colocando uma bolinha da massa num copo d’água. RECEITA da família Rocha Quando a bolinha subir, passe um pouco de manteiga mistu rada com gema, por cima das rôscas e leve-as ao forno. COBERTURA_ Ingredientes: 1 xícara de açúcar ou glaçúcar 1 pouco de leite • Preparo: Misture o açúcar com o leite, fazendo uma calda não muito fina. Quando as roscas estiverem assadas, tire do forno e passe a calda sobre elas. Leve-as de volta ao forno por poucos minutos, apenas só para secar a cobertura. Fotos: Flavia Rocha | 360 Flavia Manfrin_editora 360 Nunca vou esquecer a ansiedade de, menina, ver a bolinha subir. Ela sempre ficava ali, na janela da cozinha. Quando ela subia, que alegria, finalmente minha mãe colocava no forno, para assar, as lindas tranças gigantes, que na família da Joana Rocha, são chamadas de roscas. Com ou sem o glacê de açúcar, o mais gostoso é saboreá-la quentinha, sem cortar, mas tirando nacos que fazem desfiar a incrível massa de leve sabor adocicado. Uma receita tão boa que você pode até congelar e guardar. Assim sempre terá a opção fresquinha dessa delícia para a hora do lanche. •:360 indica O prato vem acompanhado de batatas e arroz. Mas como sempre, no Taças & Cachaças cliente tem vez, saboreamos a tilápia fresca e muito bem preparada com gergelim preto com uma leve salada. Seja qual for o acompanhamento, vale para o almoço ou jantar. 13 | galeria Chegar até o pequeno bairro de Areia Alta já é sinal que você pegou o caminho certo. A natureza, ali, mostra que simplicidade significa grandes cenas e um santo remédio para a alma. Em Fartura, divisa com Timburi, o bairro, que tem duas igrejinhas graciosas e curiosas, dá acesso à represa de Chavantes num de seus mais belos recantos. CDN — Casa dos Nerds • Sta. Cruz Um lugar inusitado e que, por essa razão, merece uma visita é a CDN — Casa dos Nerds, que abriu em Santa Cruz. Em ambiente que pretende ser retrô, inclusive na trilha sonora, dedicada aos anos 70 e 80, salas foram decoradas e equipadas com os mais diferentes games eletrônicos — do cult Atari ao Wii com tela gigante. Para completar a linha do “pense e divirta-se”, uma prateleira traz todos os tipos de jogos de tabuleiro. Inclusive os que fizeram tanto sucesso nos anos 80, como Banco Imobiliário e War. Para maiores de 18 anos. Paga-se a entrada e a diversão não tem limites. A casa também tem um cardápio criativo. R. Marechal Bittencourt •Sta. Cruz Foto: Flavia Rocha | 360 Fotos: Flavia Rocha | 360 Areia Alta • Fartura Onde IR na região CAFETERIAS Estação Baguete :Ourinhos Salgados, doces, sucos e cafés. Todo dia 6h30_22h | F: 3325.4124 Estação Café :Avaré Salgados, doces, sucos e cafés. 2ª_sab. após 10h, dom após 19h F: 14 3731.2828 Dona Ica Café :Ourinhos Cafés, doces e salgados sem frituras. Todo dia 8h-19h F: 14 3326.3498 Sabor da Fazenda :Sta. Cruz Bom cardápio e ambiente gostoso. 2ª a 6ª : 8h_18h | sab: 9h_15h |F:14 3372.3871 RESTAURANTES •360 Al Faiat :Ourinhos Cozinha variada e de qualidade. Boa carta de vinhos e cervejas. Almoço 2ª_6ª F: 14 3326-9700 •360 Cantina Donana :Bernardino Ótimos peixes, risotos, massas e entradas. 3ª_sab: 18h / dom:12hh | F: 14 3346.1888 Hikariya : Ourinhos Comida Japonesa no jantar.e variada no almoço. 2ª- sab. 19h_00h | F.: 14 3322.7553 La Parrilla :Ourinhos Culinária argentina. 3ª- sab:11h_16h | 19h_00h |dom. 11h_16h F.: 14 3324.9075 Le Lui :Ourinhos Ambiente e cardápio sofisticados | 3ª- sab: 11h30 e 18h30 | dom. 11h30 F.: 14 3326.3762 •360 Nossa Chácara :Sta. Bár- bara Restaruante da pousada, com buffet e mesa de prratos quentes e saladas com direito a ótimos assados. Ligue antes de ir. 5ª a dom. | F: 14 3765.1545 Pirabar :Piraju Almoço à beira do Paranapanema, vira casa noturna. 3ª a dom. | F: 14 3351.4387 •360 Pizzaria Alcatéia :Sta. Cruz Pizzas crocantes, massas e carnes. Música e pintura À beira da piscina. 3ª-dom. 19h à_23h F: 14 3372.2731 Rancho do Peixe :Sta. Cruz Cozinha simples e caprichada, serve bons peixes a bons preços. 2ª_dom: 8h30-14h30. 2ª _sab: 17h30 até 0h | F: 14 3372.4828 Restaurante da Rosinha :S. Pedro Comida caseira de boa qualidade. 2ª a sáb: 11h30 às 15h | F: 14 3377.1241 BARES •360 Adrenalina’s :Piraju Tilápia no alho por preço incrível. Todo dia após 17h | F: 14 3351.3370 Bar da Neusa :Sodrélia Todo dia 8h00_20h ou até o último cliente Alternativo :Piraju Petiscos, lanches e drinks. Baladas. 3ª-dom | 15h_22h | F: 14 3351.1752 Dú-BAR :Sta. Cruz Espetinhos diversos, ótima música. Após 17h 2ª a sab.| F: 14 3372.7910 Morena Flor Chopperia :Avaré Chops Heineken e Xingu. 3ªa dom. 18h. F.: 14 3732.7484 •360 Quintal do Romão:Bernardino Balada com DJ, drinks e petiscos. Não perca show de Igor Ribeiro. 6a.s e sab. 23h_4h F.: 14 91328035 •360 São Sebastião :Piraju Boteco de salgados e sinuca. Atendimento familiar. 2ª a sab: 8h22h Dom.: 8h-14h F: 14 3351.4276 •360 Sasel :Sta. Cruz Bar de boa qualdiade. Todo dia: a partir das 18h F: 14 3372.5656 •360 Taças e Cachaças :Piraju Cachaças, petiscos, pratos. Atendimento especial diferenciado. 2ª_6ª: 18h | sab/dom: 10h | F: 14 3351.0811 FRUTAS & SORVETES •360 Frutaria do Baiano :Sta. •360 Cia. da Fazenda_Km 334: Lanches e refeições com destaque para pratos levando palmito, loja de presentes e delícias. F: 14 3346.1175 OURINHOS-S.CRUZ | SP 352 ‹ORLANDO QUAGLIATO› RestauranteCruzadão_Km 16: Restaurante-churrascaria. F: 14 3372.1353. Aberto 24 horas •360 Orquidário Restaurante Café_Km 14: Lanches, sucos e o mais famoso parmegiana da região. Loja de presentes e antiguidades, orquidário. Todo dia 7h_19h F: 14 9782.0043 •360 Varanda do Suco_Km 27,5: Refeições, lanches, sucos, salga- Cruz Deliciosas frutas servidas na hora ou pra levar. Mal. Bittencourt c/ Benjamin Constant 8h_ 23h. •360 Sorveteria União :Sta. Cruz Sorvete leve, artesanal e com ingredientes naturais. A melhor sorveteria da região. Todo dia 9h_23h | F: 14 3372.3644 •360 Açaí Wave :Ourinhos e S.Cruz Frutas e sucos, lanches e cafés. 2ª a sábª: 11h-00h | dom/fer. 15h-00h | F: 3324.3358 (Our) 33726902 (S.Cruz) MADRUGADA Piraju Lanches :Piraju Entrega, também atende no salão Todo dia após 18h | F: 14 3351.5115 Xiró :Sta. Cruz Cozinha variada, com extenso cardápio A partir das 19h. Fecha às 3ªs F: 14 3372.4960 RODOVIAS PIRAJU-OURINHOS | SP 270 ‹RAPOSO TAVARES› dos e doces deliciosos. Loja de presentes.Todo dia.9h_19h F: 14 8125.3433 IPAUSSU-BAURU |SP 225 ‹ENG. JOÃO B. CABRAL RENNÓ› •360 Paloma Graal_Km 309: A melhor praça de alimentação da região,Destaque para a cafeteria F: 14 3332.1033. Aberto 24 horas •360 Estação Kafé_Km 316: Parada cultural com museu , obras de arte e antiguidades. Lanches e restaurante com fogão a lenha OURINHOS-JACAREZINHO | BR 153 ‹TRANSBRASILIANA› •360Graal Ourinhos_Km 345: O novo endereço da rede traz massas feitas na horal, além do tradicional buffet de saladas, pratos quentes e grelhados. Além de outras opções da praça de alimentação. F: 14 3324.6319. 24 horas CLASSIFIC lazer S O AD casa automóveis saúde e beleza Vende-se Vende-se CASA com 2 quartos CASA grande no centro, em terreno de 250 com armários e piscina m2_ Jardim São João • F: 14 91326885 R$ 46 mil • SCRP Sta. Cruz do Rio Pardo (14) 9789.6547 Vende-se Vende-se CASA na Vila Osvaldo PRÉDIO histórico no Cortela • SCRP centro da cidade • SCRPardo R$45.000.00 | Aceita (14) 3372.3548 - Flávia troca (14) 3372- 1917 Vende-se • COMPUTADORES MAC G3 / Série Cinza versão iBook e iMac 14 9141 0029 EMPREGO CUIDADORA DE IDOSO com expriência e referência. Noturno. • SCRP_ 14 3372- 1142 AGENDAcarnaval 16 | cultura _ agenda_ gente MÊS de dança e de folia As atrações culturais já estão reaparecendo na agenda mensal. Depois de janeiro até a metade de fevereiro sem novidades, secretarias de cultura e organismos do setor, como escolas e teatros, começam a mandar ótimas sugestões para agenda mensal. Já em fevereiro a ordem é a música e a dança, com os animados eventos em torno do Carnaval. com o Teatro de Dança uma nova visão da dança contemporânea em espetáculos cujos preços são incrivelmente baixos. Variando de R$ 4,00 a R$ 2,00 (meia). Ou seja, muita qualidade e novidade num valor que dá para aproveitar e ir com amigos, a família. Confira no destaque. Cada uma à sua maneira, as cidades do interior tratam de realizar sua interpretação da festa. Algumas fazem a folia na rua, caso de Piraju e Águas de Santa Bárbara, outras fazem animados bailes de salão, caso Santa Cruz, com o caprichado carnaval do Icaiçara Clube, sempre temático e envolvendo arte, com o trabalho criativo do artista plástico Plínio Righon (confira o que conseguimos apurar na agenda especial). 13 a 16/02_22 às 3h: Carnaval em Fartura este ano terá banda e rua coberta. ONDE: Praça Nove de Julho, | Info: (14) 3308-9209 Programa Temporadas PIRAJU TEATRO DE DANÇA/SP 18 a 28/2/2010 O Teatro de Dança recebe três coreografias da J.GAR.CIA DANÇA CONTEMPORÂNEA: Cabeça de Orfeu (18 a 21/2), Interlúdio e Nihil Obstat, condensadas num programa só (25 a 28/2). Cabeça de Orfeu é resultado de pesquisa profunda do mito grego Orfeu e inspirado no trabalho Orfee’s Head, projeto desenvolvido por Jorge Garcia para a Amsterdam Theaterschool em 2007. Para esta montagem o coreógrafo apoiou-se em uma linguagem com influência cinematográfica, do ponto de vista dramatúrgico. Entre os elementos de cena estão uma TV de LCD de 40 polegadas e uma filmadora para captar as imagens ao vivo do espetáculo, recursos que têm o objetivo de criar efeitos de ilusão no espectador. Em Nihil Obstat e Interlúdio, Garcia propõe motes diferentes: no primeiro, o trabalho será instigado pelo manuseio de mini-amplificadores pelo espaço cênico, buscando um movimento sonoro em diferentes níveis e interferindo na movimentação física do intérprete. 12 a 16/02: Carnaval de Rua da Estância 12/02_20h: Baile. ONDE: Praça da Matriz 12/02_00 às 4h: Tenda eletrônica ONDE: Pista de Skate 13/02_15h às 19h: Carnaval ONDE: Prainha do Parque dos Lagos 13/02_18h: Baile ONDE: Praça da Matriz 13/02_00 às4h: Tenda eletrônica ONDE: Pista de Skate 14/02_15h às 19h: Carnaval ONDE: Prainha do Parque dos Lagos 14/02_18h: Baile ONDE: Praça da Matriz 14/02_00 às 4h: Tenda eletrônica ONDE: Pista de Skate 15/02_15h às 19h: Carnaval ONDE: Prainha do Parque dos Lagos 15/02_18h: Baile ONDE: Praça da Matriz 15/02_22h: Desfile da Escola de Samba “Juventude Alegre” 15/02_00 às 4h: Baile ONDE: Praça da Matriz 15/02_00 às 4h: Tenda eletrônica ONDE: Pista de Skate 16/02_15h às 19h: Carnaval ONDE: Prainha do Parque dos Lagos 16/02_18h: Baile ONDE: Praça da Matriz 16/02_00 às 4h: Tenda eletrônica ONDE: Pista de Skate Info: (14) 3765-1551 FARTURA Passada a festa de Momo, a dança surge em ótima programação em São Paulo, R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia) ÁGUAS DE SANTA BÁRBARA No segundo, protagonizado no proscênio por quatro mulheres diferentes entre si, os corpos começam a ganhar movimentos involuntários em que o universo clown, associado à dança contemporânea, se funde a outras técnicas para construir um espetáculo com um humor debochado, sarcástico e dinâmico. Vale a pena conhecer esse trabalho e ainda circular por um dos pontos turísticos de São Paulo, o edifício Itália. Confira no site os horários, que variam conforme o dia do espetáculo. INFO: www.teatrodedanca.org.br Avenida Ipiranga, 344 - Subsolo, Edifício Itália - São Paulo, SP, Brasil - Metrô República • Estacionamento com manobrista: R$ 15,00 • F: 11 2189 2557 DANÇA em S.Paulo contemporânea 14 a 16/02_20h e 21h: Carnaval 2010_ esfile de bloco carnavalesco e desfile das escolas de samba. Grátis 14/02- Escola de Samba Estação Primeira 15/02-Escola Samba Juventude Alegre 16-02-Escola Samba Unidos Bairro Alto ONDE: Av. Dr. Domingos Teodoro Gallo 13 a 15/02_23h: Carnaval popular – banda São José | Grátis 14/02_16h-19h: Matinê 16/02_17h-22h: Encerramento ONDE: Recinto da Fecapi SANTA CRUZ DO RIO PARDO 12/02: Carnaval do Projeto Crê-ser. Os Centros de Referência de Assistência Social I e II eprepararam diversas atividades carnavalescas para os integrantes do projeto Crê-ser dos bairros da Estação e São José. 10/02: Roda de Capoeira 11/02: Baile de Máscaras e almoço para Crianças ONDE: Crê-Ser bairro São José 10/02: Oficina cultural com monitor de percussão_Atividade: Documentário sobre o carnaval, atividade de vídeo, relatório de aprendizagem dos adolescentes. 11/02: Oficina de decoração de máscaras carnavalescas _Atividade: Decoração de máscaras de papel machê com pintura, aplicação e customização. 12/02: Comemoração de carnaval com equipe do CRAS e Crê-SER I_ Atividade: Festa de máscaras, com almoço e sobremesa especial, festa com músicas escolhidas pelo monitor de percussão junto com os adolescentes. ONDE: Crê-Ser da Estação Info: (14) 3372-1227 11 a 16/02: Abadá do ica carnaval 2010. Abertura do carnaval com o baile de máscaras mais 4 noites de pura folia e 2 matinês com s banda Madry in’concert. Escolha da rainha e mini rainha do carnaval 2010. Reúna sua turma, faça seu bloco e crie seu abadá. Venha se divertir no maior carnaval da região. Prêmios para os blocos mais animados e abadá mais criativo. Convite para visitante por noite R$30,00| pacote R$100,00 mesacamarote R$60,00| por noite. ONDE: Icaiçara Clube | Info: (14) 3372-1470 Divulgue seu evento aqui. É grátis! [email protected] Nota: Sugerimos ligar para confirmar datas e horários das agendas AGENDAcultural AVARÉ 10 a 13/02- 20h: II FOCA - Fórum Cultural de Avaré ONDE: CAC 19/02 a 19/04_20h: II Exposição de Artes Plásticas ONDE: Palácio das Artes 20/02_20h30: V Sarau no Paço com Vanessa Reis. ONDE: Paço Municipal 24/02: XIV Sarau Caipira ONDE: Centro Cultural CAIC 26 a 14/03_20h: Encontro Poético ONDE: CAC 27 a 07/03: Som da Terra, e Coreto Cultural junto com a Ação Social "Prefeitura no Bairro" ONDE: Escola Bairro Alto. 03/03 a 02/04_20h: Saguão em Exposição com Rubens Prata. ONDE: Teatro Municipal 05/03_20h: Lançamento do Livro de Poesias (2o Livro) do Concurso de Poesias do II Fesla 2009. ONDE: CAC 07/03: Dia Internacional das Mulheres com Arte ONDE: CAIC 10/03: Projeto Hora do Conto ONDE: Biblioteca Municipa Info: (14) 3732-5057 Info: (14) 3351-3622 (14) 3351-9588 SANTA CRUZ DO RIO PARDO Até 28/02_8h-22h: Exposição Memórias do Carnaval de Santa Cruz. Fotos e adereços que remetem aos carnavais da década de 40 numa retrospectiva até os dias atuais. Grátis ONDE: Palácio da Cultura Umberto Magnani Netto | Info: (14) 3372-1227 GRÁTIS L UM Ecin ec lu b e Tema do Mês: WESTERN (faroeste) 2/2: OS BRUTOS TAMBÉM AMAM Direção:George Stevens USA, 1951 - 118 min. Colonos tentam fixar-se na terra como lavradores e são pressionados a sair pelo rancheiro poderoso, que quer as terras para formar pastagem para o seu gado 9/2: RIO GRANDE_ Direção: John Ford - 1940 105 min. Filme da Trilogia da Cavalaria de John Ford, John Wayne é o tenente-coronel Kirby York, comandante das tropas colocadas ao longo da fronteira com o México. 23/2: NEVADA SMITH_ Direção: Henry Hathaway - 1970 - 130 min. Filho de uma índia nativa dos EUA e de pai branco, robusto e inocente rapaz nascido durante a corrida do ouro da Califórnia, quando uma grande leva de imigrantes e militares dirigiu-se ao Oeste americano. 24/2: UMA AMIZADE SEM FRONTEIRAS_ Direção: François Dupeyron - 2003 - 95 min. Garoto judeu cresce em bairro decadente da Paris dos anos 60. Seu único contato masculino é um velho comerciante turcomulçumano. Juntos, começam uma jornada que irá mudar suas vidas para sempre. Sessões toda 3ª-feira _ 20 h _ Colégio COC Jean Piaget/ sala 5 (Av. Rodrigues Alves, 121 _ Ourinhos) • www.videoclubelume.com VERBA para Cultura: 20 editais divulgados pelo Ministério da Cultura e autarquias ligados a ele oferecem recursos para financiar ações culturais em todo o país: Os recursos destinam-se a produções cinematográficas brasileiras, contemplando desde a fase da produção até a distribuição e produção de longas-metragens independentes. Vejam os que ainda têm prazo: _inscrições até 19/2: Programa de restauro de filmes antigos: filmes nacionais, ameaçados pelo tempo ou por condições precárias de conservação. Petrobras destina R$ 3 milhões de reais para preservar a memória cinematográfica nacional. _inscrições até 28/2: Programa Cultura e Pensamento: seleção de oito projetos de debates presenciais para realização de simpósios, seminários e ciclos de conferências visando a ampliar e fortalecer os espaços de reflexão. _inscrições até 5/3: Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras: seleção de projetos de profissionais individuais ou companhias que trabalhem com expressões afro-brasileiras, nas modalidades de teatro, dança e artes visuais. _inscrições 10/3: Edital Mais Museus 2010: seleção de projetos técnicos para implantação de museus em municípios com até 50 mil habitantes, onde não exista esse equipamento cultural. _inscrições até 14/3: Edital de Espaços Mais Cultura 2010: seleção de projetos para a implantação de Espaços Mais Cultura, de 225m_, em municípios de até 500 mil habitantes. _inscrições até 18/3: Curta Metragem de Ficção ou Documentário: Apoio a produção de 20 obras cinematográficas inéditas de curta metragem, de ficção ou documentário, no valor de até R$ 80 mil, sendo aceitas técnicas de animação em ambos os gêneros. _inscrições até 18/3: Longa Metragem de Ficção de Baixo Orçamento: fomento à produção de sete obras cinematográficas inéditas – com até R$ 1,2 milhão para cada uma – de longa metragem, de ficção, com uso ou não, parcial ou total de técnicas de animação, de baixo orçamento, com duração superior a 70 minutos. _inscrições até 18/3: Longa Metragem de Ficção ou Animação com Temática Infantil: tem o objetivo de apoiar três projetos de desenvolvimento de roteiros de longa metragem com temática infantil, inéditos, de ficção ou animação, com R$ 50 mil para cada um. _inscrições até 18/3: Longa Metragem de Ficção para Roteiristas Estreantes: apoio para 12 projetos no valor de R$ 25 mil cada para desen- volvimento de roteiros de longa metragem de ficção, inéditos, com o objetivo de motivar a formação de novos profissionais da área de roteiros cinematográficos de ficção. _inscrições até 18/3: Longa Metragem de Ficção Para Roteiristas Profissionais: apoio para sete projetos de desenvolvimento de roteiros cinematográficos, inéditos, de longa metragem, de ficção para roteirista profissional. Valor: R$ 50 mil para cada selecionado. Info: www.cultura.gov.br AGENDAesportes SANTA CRUZ DO RIO PARDO 21/2_9h: 2º Campeonato Regional de Tênis de Mesa. A competição é organizada pelo mesatenista peruano Felix Naveda. Inscrições no Ginásio de Esportes Anniz Abraz Info: (14) 3372 7989 28/02_ 9h30_ 24ª Corrida de Bóia A expectativa é de que 450 pessoas participem da competição. Crianças a partir de 9 nanos podem participar. Info: (14) 3372 7989 PINGO, o 18 I meninada Mata Sete P I N G O Sete, Pingo. Você é o Mata Sete. Você matou sete de uma só vez!. E não eram pernilongos, eram mosquitos Aedes Egypt, os que transmitem a Dengue. Pingo, você é o máximo! Vamos pra luta! Mosquitos da Dengue, seus dias estão contados! Chegou O Mata Sete! Calma, Pingo, antes de tudo vamos descobrir porque é que há tantos mosquitos aedes egypt por aqui. O que é o que é.... ? O que fo i feito para …O andar e não anda? Você encontra em Sta. Cruz, Ourinhos, Ipaussu, Chavantes, Canitar, Bernardino de Campos e Espírito Santo do Turvo ACHE o trajeto que o Pingo vai ter que fazer para alcançar a linha da chegada no rio Pardo arte: Wellington Ciardulo | 360 Aconteceu tudo muito rápido. Pingo levantou-se ainda irritado e desorientado com os zunidos. Pisou num pernilongo, escorregou. No reflexo bateu com o rabo na parede e esmagou mais dois. Antes de cair lançou a língua pra fora e engoliu outros dois. Soltou um pum e mais dois pernilongos foram para o chão junto com ele. Resposta: O que é, o que é: A estrada,. arte: Sabato Visconti | 360 Zum, zuiiimm, zuiiiimm. Pingo! É impossível jogar videogame com tanto pernilongo, de dia, zunindo em meus ouvidos. Zum, zuiimm, zuiimm. Faça alguma coisa, Pingo! Já! 19 |papo cabeça *José Mário Rocha de Andrade RÉSTIA de luz No Sítio da Comadre tem pedra chata pra jogar malha, terra plana pra jogar biroca e cheiro de mato pra respirar fundo. No chão da casa, terra batida, no teto telhas velhas e vigas altas, um bule de café no fogão a lenha e o pão do forno a lenha pra se deliciar. O jardineiro que ganhou na mega sena está com depressão. O dinheiro rouboulhe o Sítio da Comadre, roubou-lhe o lugar onde pertencia, roubou-lhe o que o dinheiro não pode comprar. No lugar deu-lhe holofotes e uma vida repleta de luzes, mas o pobre jardineiro não sabe onde comprar tudo o que o seu coração anseia e pede, nada além de réstias de luz pra alumiar. Mangueira pra subir no alto, chupar manga e balançar, laranjeiras em flor, jabuticabeiras em flor, carrapicho e arranha-gato pra ficar esperto, e um banho de caneca no fim do dia. Quando chega a noite com as estórias de assombração e as árvores verdes ficam negras, o assovio do vento que as balança acelera o coração. Nada além de réstias de luz pra alumiar, vaga-lumes voam luzes pisca-pisca, estrelas e a lua no firmamento a coruscar, lamparinas na casa, nada mais que réstias de luz pra alumiar. REALIDADE tranquila Enquanto 2010 não nos presenteia com algo relevante (teve o show do Metallica, mas não fui), volto a falar sobre quem lançou o melhor disco no ano passado: Otto. O músico pernambucano, de 41 anos e quase 20 de carreira, começou no Mundo Livre SA, participando dos dois primeiros (e melhores) discos da banda, Samba Esquema Noise e Guentando a Ôia. A partir daí, deu início em 96 à sua aclamada carreira solo. Logo de cara, Samba Pra Burro (98), com sua bem sucedida mistura de mangue beat e música eletrônica, caiu nas graças da crítica. Seguiu-se Condom Black (2001), mais orgânico, e Sem Gravidade (2003), que deixava a eletrônica totalmente de lado (sem contar o disco de remixes Changez Tout - Samba pra Burro Dissecado, de 2000, e o ao vivo MTV Apresenta Otto, de 2005). Passaram-se então longos seis anos até que Otto resolvesse lançar aquele que de longe é o melhor álbum de sua carreira: Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos. O título, extraído da novela A Metamorfose, de Kafka, sintetiza o verdadeiro parto que foi lançar o brilhante disco. Neste período de sumiço, Otto viu o casamento de sete anos com a atriz Alessandra Negrini acabar, o sucesso de crítica ser colocado à prova (infelizmente o grande público ainda não descobriu seu talento), o volume de shows diminuir, a perda de uma afilhada e depois de sua mãe. Os demônios são todos dissecados nas dez faixas do álbum, que abre com os versos "há arte: Rodrigo Biancão | 360 * Tiago Cachoni sempre um lado que pesa e outro lado que flutua", a descrever, sob um arranjo de cordas, o dolorido fim de um relacionamento (obviamente o casamento com Alessandra). O refrão de "Crua" é de doer. Fica bem claro quem dos dois ficou com o "lado que pesa". "O Leite", com participação da Céu, vai na mesma toada, com o cantor admitindo que "quando eu saí da tua via, batia a porta, saí morrendo de medo do desejo, do desejo de ficar". "Janaína" remete mais aos seus trabalhos anteriores, assim como "Meu Mundo", com parti-cipação de Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, única faixa com elementos eletrônicos do disco. O ápice, contudo, é atingido na belíssima "6 Minutos", uma balada corta-pulsos que Otto grita com a alma sua separação. Impossível não se identificar com a música, a não ser que você nunca tenha passado por um fim de relacionamento. A perda ainda permeia "Lágrimas Negras" e "Saudade", ambas com participação da mexicana Julieta Venegas. "Naquela Mesa" é uma homenagem à Jacob do Bandolim, escrita pelo filho dele, Sergio Bittencourt. "Filha" ("aqui é festa amor, e há tristeza em minha vida") e "Agora Sim" encerram o álbum em grande estilo. Certa Manhã é daqueles discos que não saem facilmente da cabeça da gente, e prova que o fim de um relaciomento pode ser transformado em uma obra de arte ímpar como forma de espantar os demônios (ou ao menos distraí-los). *Vocalista da banda Landau69 que há anos tenta conciliar o vício pela música, cinema e literatura com os estudos jurídicos *Médico santa-cruzense que vive em Campinas | [email protected] 1ªS impressões * André A. Santos Viajar sozinho aos 17 anos para um país frio e distante não é muito tentador para alguém acomodado e acostumado a ter certas mordomias e conforto, como eu. Mas aqui estou, em Londres, morando em casa de família com três garotos (13, 16 e 20 anos) britânicos e seus pais (umsimpático casal judeu, que me recepcionou muito bem e me deixou à vontade. Quando cheguei, há dois dias, fazia frio. Mas hoje percebi realmente o que é sentir frio: 2 graus, nevando levemente. E a impressão de ter a face congelada. Nada agradável para um brasileiro que deixou o país com 35 graus. André Andrade Santos é colaborador 360 e assina esta coluna — que ele ainda vai nomear — onde narra sua primeira experiência como jovem criado no interior de São Paulo em estudos num outro país, no caso a Inglaterra. André viaja através da Facamp (Faculdade de Campinas) e da CPFL, realizadora e patrocinadora, respectivamente, da Olimpíada de Atualidades, da qual foi o primeiro colocado. A viagem é um prêmio que André conquistou após fazer 3 provas, a última dissertativa, e desbancar cerca de 20 mil concorrentes. Agora vivo em Finchley, no norte de Londres. Um lugar calmo e agradável. O famoso metrô de Londres, o UNDERGROUND, cobre quase a cidade inteira, mas as distâncias entre as estações parecem gigantes. Os trens de metrô são bem menores, mas bem menores mesmo, que os de São Paulo. Estreitos, engraçados! Londres é uma pluralidade urbana sem limites. Você anda e ouve todos os tipos de idioma, encontra todo tipo de gente, da Ásia à África, das Américas à Oceania. É uma sensação maravilhosa estar num país com tanta gente diferente. A cultura é muito diversificada, a música, a comida (a típica londrina e fraquinha viu?). Os londrinos têm algumas coisas peculiares na cidade. Hoje andava por uma rua e encontrei grandes latas, achei que eram de lixo, mas uma placa indicava uma estação de coleta de roupa, para doar aos necessitados. E não é a unica desse tipo por aqui. Também reparei no respeito que os motoristas têm com os pedestres. Eles param, mesmo que não seja a hora para permitir a passagem de alguém. Vão devagar se veem alguém atravessando a rua. E não buzinam, não reclamam e nem xingam o pedestre. Ponto para os britânicos. Mal posso esperar para desbravar o velho mundo por completo. Não deixe de acompanhar essa aventura aqui no 360! That’s it! (É isso!). Saudações! SOMOS o começo 20 | bem viver Além da curiosa sensação de fazer parte de um mundo moderno fadado a ser lembrado como o “início do século”, no caso o 21, o que me faz estremecer é que somos mesmo o início de uma nova época, principalmente quem vive a primeira fase da vida, mas já chegou aos 40 anos. Uma geração que viveu muito no novo, o imprevisto. Alguns deles, tenebrosos. Graças a Deus, todos, até agora, ao menos estão controláveis, mas causaram muito medo. E impuseram à nossa geração mudanças de hábito em relação questões que pareciam resolvidas, como o sexo e a relação do homem com a natureza. Em relação à nossa importância na sociedade, o mundo parece ter mudado muito. A prática de uma atitude verdadeiramente cidadã nos foi imposta, o que não é nada mal. Disciplina parece ser mesmo liberdade quando se trata da convivência e da conveniência. E isso se aplica não só ao que passou a ser expressão corrente que é a “responsabilidade social”, mas a quase tudo. Não existe mais realidade sem cidadania, inclusive corporativa (das empresas e instituições), sem biodiversidade, sem sustentabilidade… assim como também não existe mais sexo sem camisinha. Não para quem tem uma visão humana do mundo, rem relação a si próprio e ao outro. E não havia nada disso até tempos atrás. 0 36 ti | i s con Nada disso foi previsto. E se me pauto naquilo que fere, como nas ques-tões da preservação do planeta e na Aids, com sua avassaladora força dramática, que mistura fatalidade com amor, moralidade e desejo, felizmente muito bem contida e hoje presente sem o manto negro da morte certa e dolorosa, quero deixar claro que não se trata de um olhar triste sobre o mundo, sobre a minha geração. Se foi para nós que isso surgiu, se somos os primeiros, o mínimo é ter a honra e a coragem de agir. art e: Sab ato V Lembra que antigamente, quando eram os anos 70, 80, 90, falar do que havia acontecido na década de 20 era algo muito antigo? “É do início do século”, bastava dizer para se ter aquela ideia de algo muito antigo mesmo. Pois agora somos nós o início do século. E o que ainda é mais, digamos, estridente: da primeira década, aliás, das primeiras décadas, pois já começaram os “Anos 10”, mesmo que oficialmente a década comece mesmo a partir de 2011. *Fernanda Lira Outras novidades que passaram a fazer parte da nossa vida e somos os adultos que tratam dela no início do século 21 é a Dengue. Ora, porque ainda temos tanta incidência? Será que somos tantos assim a dar às costas às orientações que são transmitidas insistentementes em todas as mídias e por todos os agentes de saúde? Agora, com tudo isso, com a responsabilidade de quem começa uma nova era e faz parte de uma geração que teve que enfrentar tantas novidades dolorosas e imprevistas, até que ponto estamos agindo? E como? Ou então, como, no futuro, irão se referir a nós? Será que consiguiremos provocar nos reminicentes da nossa época um comentário do tipo “Ah, antigamente era muito melhor!”? Por esse prisma, vejo que somos a geração do início do fim. De aprender a lidar com o fim de modo a eliminá-lo. Primeiro veio a Aids, que acabou com a festa de quem cresceu já sabendo que o sexo deveria ser livre e natural. Hoje, iniciar ou viver a plenitude da liberdade sexual já não impõe esse risco de terror e morte que foi a Aids nos anos 80 e 90. Conseguimos, portanto, eliminar esse fim brutal e cruel. Depois veio a questão ambiental. O aquecimento global, que já é fato, não é futuro. Ou seja, temos que eliminar também esse fim, aprendendo a viver sem destruir o pla-neta. E cabe a nós, pois quem lidera o mundo hoje taí, na casa dos 40, 50, 60 anos. Ou seja, somos nós mesmos. Eu preferiria viver a situação confortável da geração que encontra tudo resolvido. A Aids hoje já não é um monstro. Graças a Deus. Mas precisa ser diagnosticada, o que implica uma atitude ousada, dos jovens, e corajosa, dos casais: o exame regular, frequente. E sem dramas, pois os números comprovam a eficácia do tratamento, gratuito no Brasil, aliás. Assim como é urgente uma mudança drástica em relação ao meio ambiente, aos nossos hábitos, à nossa forma de ganhar dinheiro, inclusive. Ou agimos, ou seremos lembrados como os maiores idiotas da história. Aqueles que sabiam do estrago que estavam fazendo, mas andando em círculos e insistindo em modelos já estabelecidos, deixaram para as futuras gerações a tarefa de recuperar o pouco que sobrar deste lindo, fértil e ensolarado planeta azul se nada for feito agora. *Jornalista de São Paulo que adora o interior | [email protected]
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