gerenciamento da cadeia de suprimentos
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gerenciamento da cadeia de suprimentos
FACULDADE TECSOMA Curso de Administração GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: abordagem da negociação empresarial para garantia do fornecimento de materiais Maria Verônica de Faria Pereira Paracatu 2011 Maria Verônica de Faria Pereira GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: abordagem da negociação empresarial para garantia do fornecimento de materiais Monografia apresentada à disciplina do Metodologia do Estágio Supervisionado II, ministrada pelo Professor Geraldo B. B. de Oliveira, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Carlos Alberto Kraemer Paracatu 2011 Pereira, Maria Verônica de Faria Gerenciamento da cadeia de suprimentos: abordagem da negociação empresarial para o fornecimento de materiais. / Maria Verônica de Faria Pereira. Paracatu, 2011. 64f. Orientador: Carlos Alberto Kraemer Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Administração. Bibliografia 1. Cadeia de Suprimentos. 2. Logística. 3. Aquecimento econômico. 4. Materiais. I. Kraemer, Carlos Alberto. II.Faculdade Tecsoma. III. Título. CDU 65.012.34 Maria Verônica de Faria Pereira GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: abordagem da negociação empresarial para o fornecimento de materiais Monografia apresentada à disciplina Metodologia do Estágio Supervisionado II, ministrada pelo Professor Geraldo B. B. de Oliveira, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Área de concentração: Logística ____________________________________ Carlos Alberto Kraemer (Orientador) ____________________________________ Fernando Antônio Antunes (Coordenador do curso) ____________________________________ Guilherme de Paula Bartels ___________________________________ Geraldo B. Barbosa de Oliveira Paracatu, Junho de 2011. Ao meu filho, Davi Eduardo, por compreender a minha ausência nos períodos em que estive buscando minha formação profissional. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Professor Carlos Alberto Kraemer, que tornou possível a realização deste trabalho com paciência e dedicação. À Faculdade Tecsoma, em especial à Coordenação do curso de Bacharelado em Administração, pela prestação de serviços educacionais com transparência e profissionalismo. Aos professores, pelos grandes ensinamentos. Aos meus pais, que sem eles nada seria possível em minha vida. “Dirigir bem um negócio é administrar seu futuro; dirigir o futuro é administrar informações." Marion Harper RESUMO Este trabalho de conclusão de curso realizou um estudo na empresa mineradora Kinross no município de Paracatu/MG, que explora e desenvolve a extração de ouro na região do “Morro do Ouro” naquele município. Seu objetivo foi analisar o gerenciamento da cadeia de suprimentos abordando a negociação empresarial para o fornecimento de materiais sob a aceleração da construção civil no Brasil. Foi realizado um estudo de caso e empregou, como de coleta de dados, a entrevista semi-estruturada, acompanhada de questionários estruturados. A pesquisa investigou a existência de planejamento para a negociação com fornecedores quanto à compra de materiais para manutenção dos serviços da empresa negociando os melhores preços previstos à época do crescimento e expansão da construção civil no Brasil em virtude das obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas mundiais. Os resultados mostram que administrar o sistema de logística integrada da empresa é uma forma de capacidade de planejamento estratégico a longo prazo. Os componentes da cadeia de suprimentos devem ser preparados para juntos maximizarem seu desempenho, adaptando-se naturalmente a mudanças externas como o crescimento da engenharia civil e estocagem de materiais cumulada com a negociação contratual de reserva de produtos para fornecimento à empresa. Palavras-chave: Planejamento. Gerenciamento. Cadeia de Suprimentos. Estocagem. ABSTRACT This conclusion of course work conducted a study on the mining company Kinross in Paracatu / MG, which explores and develops gold mining in the region of “Morro do Ouro” in that county. His goal was to analyze the supply chain management addressing the trading business for the supply of materials under accelerated construction in Brazil. We conducted a case study and used as data collection, the semi-structured interview, followed by structured questionnaires. The research investigated the existence of planning for negotiations with vendors regarding the purchase of materials for maintenance services of the company negotiating the best prices at the time of planned growth and expansion of construction in Brazil because of the works for the World Cup and Olympics world. The results show that administering the system of integrated logistics company is a form of strategic planning capacity in the long term. The components of the supply chain should be prepared to work together to maximize their performance, adapting naturally to external changes such as growth in civil engineering and storage of materials combined with negotiating contractual reservation of products for supply to the company. Keywords: Management. Supply Chain. Storage. Planning. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Organograma da Empresa ...................................................................... 20 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 Recursos Financeiros ........... ............................................................... 25 QUADRO 2 Recursos Materiais ........... ................................................................... 26 QUADRO 3 Recursos Totais ........... ........................................................................ 26 QUADRO 4 Cronograma de Atividades da Monografia ........................................... 27 LISTA DE ABREVIATURAS Abr. – Abril Ed. – Editora Ex. - Exemplo Fev. – Fevereiro Jan. – Janeiro Jun. – Junho Mai. – Maio Mar. – Março MG – Minas Gerais nº - número Org. – Organizador p. – Página Prof. – Professor S/A – Sociedade Anônima s/n – sem número LISTA DE SIGLAS BPR – business process reengineering Cfem – compensação financeira pela exploração de recursos minerais CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica DCI – Diário de Circulação DTD – dock to dock time GCS – Gestão da Cadeia de Suprimentos K – Toronto KGC – bolsa de Nova York PAC – Programa de Aceleração do Crescimento PCP – processo de controle de produção RCG – Rockford Consulting Group RPM – Rio Paracatu Mineração RSC – Responsabilidade Social Corporativa SC – supply chain SCM – supply chain management VAF – valor adicionado fiscal WIP – work in process SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............. ......................................................................................... 14 2 INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA ................................................................ 17 2.1 Local do Estágio ........... .................................................................................... 17 2.2 Razão Social ........... .......................................................................................... 17 2.3 Nome Fantasia ........... ....................................................................................... 17 2.4 Endereço ........... ................................................................................................ 17 2.5 Inscrições ........... ............................................................................................... 17 2.6 Forma Jurídica ........... ....................................................................................... 18 2.7 Capital Social ........... ......................................................................................... 18 2.8 Missão da Empresa ........... ............................................................................... 18 2.9 Público Alvo da Empresa ........... ..................................................................... 18 2.10 Objetivos Sociais ............................................................................................ 19 2.11 Organograma da Empresa ........... .................................................................. 20 3 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO ........... ...................................................... 21 3.1 Coordenador (a) do Estágio ........... ................................................................. 21 3.2 Professor Orientador ........... ............................................................................ 21 3.3 Supervisor de Estágio na Empresa ........... ..................................................... 21 3.4 Área de Conhecimento do Estágio ........... ...................................................... 21 4 PROJETO DE ESTÁGIO ........... ........................................................................... 22 4.1 Título/Tema ........... ............................................................................................ 22 4.2 Situação Problema ........... ................................................................................ 22 4.3 Hipótese ........... ................................................................................................. 22 4.4 Justificativa ........... ............................................................................................ 23 4.5 Objetivo Geral ........... ........................................................................................ 23 4.6 Objetivos Específicos ........... ........................................................................... 23 4.7 Instrumentos de pesquisa a serem utilizados ........... .................................... 24 4.8 Metodologia de Trabalho ........... ...................................................................... 24 4.9 Resultados Esperados ........... .......................................................................... 25 4.10 Recursos Utilizados ........... ............................................................................ 25 4.10.1 Recursos Humanos ........ ............................................................................. 25 4.10.2 Recursos Financeiros ........ ......................................................................... 25 4.10.3 Recursos Materiais ...................................................................................... 26 4.10.4 Recursos Totais ........................................................................................... 26 4.11 Atividades Desenvolvidas na Empresa ........... ............................................. 26 4.12 Cronograma de Atividades ........... ................................................................. 27 5 PROCESSO DE SUPRIMENTOS ........... .............................................................. 28 5.1 O que é gestão da cadeia de suprimentos ........... .......................................... 28 5.2 Atividades componentes da cadeia de suprimentos ........... ......................... 30 5.2.1 Desenvolvimento de fornecedores ........ ...................................................... 32 5.2.2 Compras ........ ................................................................................................. 34 6 TIPOS DE RELACIONAMENTOS EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS ................ 37 6.1 Relacionamento negócio a negócio ................. .............................................. 37 6.2 Relacionamento de fornecimento em “parceria” ........... ............................... 38 6.3 Relacionamento como “permuta” ................................................................... 40 7 COMPORTAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ....................................... 41 7.1 Política da cadeia de suprimentos ........... ....................................................... 41 7.2 Dinâmica da cadeia de suprimentos ............................................................... 42 7.3 Melhoria da cadeia de suprimentos ........... ..................................................... 42 8 A OPERAÇÃO INDUSTRIAL .......... ..................................................................... 44 8.1 O Estoque em Processo ........... ....................................................................... 44 8.2 A Movimentação Física ........... ......................................................................... 45 9 ESTUDO DE CASO .......... .................................................................................... 47 9.1 Conhecendo um pouco da Kinross Gold Corporation................................... 47 9.2 O aquecimento no mercado com a expansão da construção civil ............... 50 9.3 A abordagem negocial da Kinross para o fornecimento de materiais.. ....... 50 9.4 Questões abordadas.. ....................................................................................... 51 9.5 Levantamento dos resultados... ....................................................................... 52 10 CONCLUSÃO ........ ............................................................................................. 60 REFERÊNCIAS ........ ................................................................................................ 63 14 1 INTRODUÇÃO O gerenciamento da cadeia de suprimentos ou conhecido na área da Administração como supply chain management, revolucionou a forma de comprar como também a produção e a distribuição de bens e serviços. Em virtude dos sistemas cada vez mais complexos e do crescimento incessante da tecnologia de informação e de gerenciamento, a cadeia de suprimentos continuará revolucionando áreas como a administração de materiais, marketing, vendas e produção, sendo responsável, por exemplo, pelo aumento da satisfação de clientes e redução do tempo de estocagem e número de fornecedores. (MARTINS, 2006, p. 377). A gestão da cadeia de suprimentos apresenta-se no atual ambiente de negócios, como uma ferramenta que permite ligar o mercado, a rede de distribuição, o processo de produção e a atividade de compra de tal modo que os consumidores tenham um alto nível de serviço ao menor custo total, simplificando assim o complexo processo de negócios e ganhando eficiência. (CHISTOPHER, 2001; BOWERSOX e CLOSS, 2001). São relativamente recentes os esforços para desenvolvimento de abordagens para o estudo de cadeias de suprimentos. Apenas no final da década de 80, lastreado pelo amplo desenvolvimento da logística, o assunto começa a ser sistematicamente tratado em periódicos científicos nas áreas de Administração e Engenharia de Produção no ocidente, concomitantemente à difusão do novo padrão de relacionamento entre empresas, oriundo da indústria automobilística japonesa. A partir de então, cresceram exponencialmente tanto a literatura mais prescritiva quanto aquela que analisa as situações e as práticas implementadas para a coordenação ou gestão de cadeias de suprimentos, tendo sido abordada uma variedade de temas cuja amplitude vai além dos limites definidos pelos fluxos de bens e pelos correspondentes fluxos de informações. É também evidente a difusão acelerada do conjunto de ferramentas e a multiplicação de aplicações, em diversos setores da economia, do que se convencionou denominar “Gestão da Cadeia de Suprimentos” (GCS), um corpo de conhecimentos ainda em construção que pode ser aplicado com a finalidade de coordenar as ações/atividades das diversas empresas ou unidades produtivas que constituem os elos e a cadeia de elos para a produção de um conjunto de bens e serviços. Em função dessa variedade de temas 15 e desse desenvolvimento recente e dada, ainda, a variedade de tipos das cadeias analisadas, de setores em que estão inseridas, de localização de seus elos, de extensão das parcelas das cadeias (subconjunto de elos) que são examinadas nos trabalhos e, principalmente, de objetos de análise escolhidos, a literatura contempla propostas metodológicas heterogêneas, ou ainda não consolidadas, mesmo quando estes objetos estão bem delimitados. (ALVES FILHO, 2004). Na raiz da heterogeneidade metodológica, situam-se os pressupostos principais sobre o objeto de estudo: as cadeias de suprimentos. Especialmente a literatura de cunho mais prescritivo, e mesmo a literatura empírica, assume um conjunto de pressupostos e não propõe uma etapa metodológica inicial que poderia contemplar a avaliação (verificação ou não) de tais pressupostos ou a identificação das características estruturais e relacionais principais das cadeias de suprimentos examinadas. Em muitos casos, esses pressupostos não são explicitados ou, então, são enunciados como princípios norteadores de práticas de gestão mais eficazes, como se o conjunto destes pudesse ser adotado e ser o mais eficaz e eficiente em quaisquer circunstâncias. (ALVES FILHO, 2004). Admite-se que os pressupostos fornecem uma base sólida para um conjunto de princípios. Admite-se que, seja qual for a situação da cadeia de suprimentos, a implementação do modelo de produção enxuta ou de cadeia enxuta (lean supply) irá tornar a cadeia mais eficaz/eficiente e, portanto, pode-se passar, rapidamente, à avaliação de quão eficiente ou eficaz cada cadeia é, conforme são adotados os elementos que constituiriam a cadeia enxuta e a correspondente gestão da cadeia enxuta ou GCS. Partindo desse objetivo, este texto está organizado da seguinte forma. Inicialmente, serão apresentados os dados da empresa e estágio supervisionado. Em seguida, explorar-se-á o projeto em torno da pesquisa proposta. Introduzindo o trabalho é necessário entender o quem vem a ser gestão de suprimentos e o que compõem sua cadeia. Necessário se faz abordar os tipos de relacionamentos em cadeias de suprimentos, o comportamento da mesma, inclusive quanto à política, dinâmica e melhoria. Far-se-á uma abordagem em torno da operação industrial, explicitando o estoque em processo e a movimentação física. Por último, se torna útil e necessário para a conclusão deste trabalho a elaboração de um estudo de caso em torno da negociação empresarial para o fornecimento de materiais para 16 estruturação das atividades da empresa desenvolvendo um processo em cadeia de suprimentos. 17 2 INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA 2.1 Local do Estágio Departamento de Suprimentos da Kinross Paracatu Brasil Mineração S/A. 2.2 Razão Social Kinross Brasil Mineração S/A. 2.3 Nome Fantasia Kinross Paracatu. 2.4 Endereço Em Paracatu/MG, a operação está situada na Estrada do Machado, s/n, CEP 38600-000. Em Belo Horizonte/MG, o escritório está situado na Av. Afonso Pena, nº 4001, 8ª andar, Ala A2, Bairro Serra, CEP 30.130-924. 2.5 Inscrições O CNPJ da operação em Paracatu/MG é 20.346.524/0001-46. O CNPJ do escritório em Belo Horizonte/MG é 20.346.524/0004-99. 18 2.6 Forma Jurídica Sociedade Anônima Fechada. 2.7 Capital Social R$ 1.569.888.729,89 (um bilhão, quinhentos e sessenta e nove milhões, oitocentos e oitenta e oito mil, setecentos e vinte e nove reais e oitenta e nove centavos). 2.8 Missão da Empresa A Companhia tem por objetivo a pesquisa lavra, exploração, mineração, processamento, fusão e refinação de metal, distribuição, a comercialização e exportação de ouro e quaisquer outros minérios ou substâncias minerais; promover e executar, atendidas as formalidades legais, todas e quaisquer atividades relacionadas ao seu objeto; importar ou exportar todos e quaisquer produtos ou mercadorias necessárias à consecução do seu objeto; executar quaisquer outras atividades que possam ser consideradas como secundárias ou correlatas com seu objeto. 2.9 Público Alvo da Empresa Não há público alvo, uma vez que a extração de ouro e outros minérios são exportados e pequena parte é destinada ao comércio brasileiro. 19 2.10 Objetivos Sociais Com o objetivo de oferecer informações claras e consistentes sobre a atuação com os empregados, parceiros, governos, sociedade civil e comunidades, foram definidos 10 princípios básicos para a Responsabilidade Social Corporativa da Kinross, tais quais: 1. Colocar as pessoas em primeiro lugar e a prioridade é a segurança de todos os empregados da empresa. 2. Manter os mais altos padrões de governança corporativa, ética e honestidade em todas as negociações e, em todas as operações, agir em conformidade com as leis locais. 3. Promover diálogo e compromisso contínuos com as partes interessadas dentro das comunidades em que a empresa opera, mantendo o espírito de transparência e boa fé. 4. Manter-se extremamente vigilantes na proteção do meio ambiente e buscar formas de minimizar os eventuais impactos causados pelas operações da empresa, onde quer que elas aconteçam. Sempre cumprir, e quando possível exceder, as exigências regulatórias nas ações da empresa sobre o meio ambiente. 5. Ao tomar as decisões de investimento, a empresa considera todos os aspectos de uma operação ou de um novo projeto, incluindo questões sociais, ambientais e as que seguem o fechamento das operações. 6. Conduzir todas as atividades da empresa de acordo com os padrões aceitos de proteção e promoção dos direitos humanos. Respeitar as perspectivas históricas e culturais e também os direitos daqueles que se vêem afetados pelas da empresa operações, em particular as populações nativas. 7. Proporcionar um padrão de vida recompensador e adequado para os empregados da empresa e esforçar para ser o empregador de preferência. 8. Procurar maximizar as oportunidades econômicas, de emprego e de negócios para as comunidades locais, a partir das operações da empresa existentes e também dos novos projetos. 9. Proporcionar benefícios duradouros às comunidades onde operam a empresa ao apoiar iniciativas sustentáveis de desenvolvimento em suas estruturas social, econômica e institucional. Reconhecer que toda comunidade é única e 20 trabalhar com os parceiros comunitários da empresa para assegurar que o apoio corresponda às suas prioridades. 10. Manter diálogo ativo com os pares na indústria, associações, governos e sociedade civil, para tratar das melhores práticas de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e dos padrões globais de desenvolvimento. 2.11 Organograma da Empresa KINROSS GOLD CORPORATION KINROSS BRASIL KINROSS PARACATU Diretoria Executiva Diretor Presidente Diretor Jurídico Diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Mineração Diretor Financeiro Diretor de Recursos Humanos Diretor Tributário Diretor de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Comunidades Figura 1: Organograma da Empresa Fonte: KINROSS BRASIL MINERAÇÃO S/A. Nota: Elaborado pelo autor. Diretor de Novos Negócios e Suprimentos Diretor de Exploração 21 3 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO 3.1 Coordenador (a) do Estágio Professor Geraldo B. B. de Oliveira. 3.2 Professor Orientador Professor Carlos Alberto Kraemer. 3.3 Supervisor de Estágio na Empresa Herbert Araujo Caldas. 3.4 Área de Conhecimento do Estágio Logística e Suprimentos. 22 4 PROJETO DE ESTÁGIO 4.1 Título/Tema Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: abordagem da negociação empresarial para garantia do fornecimento de materiais. 4.2 Situação Problema Garantir o fornecimento de materiais para sustentar as atividades da empresa diante do aquecimento mundial na área da engenharia civil e em obras importantes como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, sediadas no Brasil. 4.3 Hipótese Firmar contratos com os fornecedores; Estabelecer cláusulas contratuais para garantir o fornecimento dos materiais e produtos contratados; Estabelecer um relacionamento permanente entre a empresa e os fornecedores; Focar o melhor preço, prazo de entrega, confiabilidade e transparência com os produtos e serviços contratados; 23 4.4 Justificativa O processo de suprimentos ou obtenção de materiais tem papel fundamental na busca da excelência, tanto em organizações produtivas como em organizações de serviços. A aquisição dos materiais e dos produtos tem significado estratégico para a organização e deve satisfazer as necessidades de suprimento ou abastecimento a curto e longo prazo. Em razão disso, selecionar os provedores e manter relacionamentos duradouros é de fundamental importância para obter vantagem competitiva nesse processo. Com o crescimento do mercado na engenharia civil, em grandes obras como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, sediadas no Brasil, torna-se necessário a implantação de uma estratégia empresarial gerenciada em cadeia de suprimentos a fim de garantir uma negociação contratual para o fornecimento de materiais para as atividades da empresa. Manter negociação com fornecedores e garantir contratualmente o fornecimento de materiais obtidos com um menor custo possível e qualidade superior é a finalidade da empresa. O presente trabalho justifica-se pela garantia no fornecimento de materiais para manter as atividades da empresa Kinross Brasil Mineração S/A diante da negociação prévia em meados do aquecimento mundial em obras de expansão. 4.5 Objetivo Geral Elaborar uma estratégia gerenciada pela cadeia de suprimentos a fim de garantir a contratação de serviços e produtos para manter as atividades da empresa em questão assegurando o preço contratado e a disponibilidade de materiais. 4.6 Objetivos Específicos Observar a estratégia negocial com fornecedores; 24 Avaliar a contratação de produtos e serviços em larga escala e longo prazo; Analisar a cadeia de suprimentos em benefício da melhor contratação de produtos e serviços; Analisar o aquecimento no mercado mundial em virtude da expansão de grandes obras da engenharia civil; Determinar a melhor alternativa para manter as atividades da empresa não deixando faltar produtos e serviços; Pesquisar e ordenar as fontes bibliográficas. 4.7 Instrumentos de pesquisa a serem utilizados Pesquisa de observação do local através da prática do estágio supervisionado; Pesquisa bibliográfica em consulta de livros, artigos, sites, periódicos e trabalhos acadêmicos referentes aos tema proposto. 4.8 Metodologia de Trabalho Para o melhor desenvolvimento deste trabalho é necessário um pesquisa bibliográfica em livros, artigos, sites, revistas, etc, a fim de analisar a cadeia de suprimentos em torno da negociação empresarial para o fornecimento de materiais. É necessário um acompanhamento no trabalho desenvolvido pelo Departamento de Suprimentos da empresa Kinross, em Paracatu/MG, focando a compra e negociação de materiais para manter as atividades da empresa. Utilizar-se-á a experiência profissional do Departamento de Suprimentos como foco para o estudo de caso proposto ao final. 25 4.9 Resultados Esperados Garantia de contratação de produtos e serviços a longo prazo; Melhoria na relação empresa e fornecedor; Garantia de baixos custos e qualidade superior nos produtos e serviços negociados a longo prazo 4.10 Recursos Utilizados 4.10.1 Recursos Humanos Equipe de colaboradores da pesquisa no Departamento de Suprimentos. 4.10.2 Recursos Financeiros Quantidade Recursos Materiais Valor (R$) 05 Mensalidades internet 300,00 228 Cópias reprográficas 34,20 04 Encadernações 10,00 TOTAL 344,20 Quadro 1: Recursos Financeiros Fonte: MARIA VERÔNICA DE FARIA PEREIRA. Nota: Elaborado pelo autor. 26 4.10.3 Recursos Materiais Quantidade Recursos Materiais Valor (R$) 01 Notebook 2.000,00 01 Impressora Deskjet 350,00 01 Resma de papel A4 10,00 01 Cartucho de Tinta preta 40,00 02 Canetas esferográficas 3,00 03 Marca-textos 3,00 TOTAL 2.406,00 Quadro 2: Recursos Materiais Fonte: MARIA VERÔNICA DE FARIA PEREIRA. Nota: Elaborado pelo autor. 4.10.4 Recursos Totais Quantidade Tipo de Recurso Valor (R$) 237 Recursos Financeiros 344,20 09 Recursos Materiais 2.406,00 TOTAL 2.750,20 Quadro 3: Recursos Totais Fonte: MARIA VERÔNICA DE FARIA PEREIRA. Nota: Elaborado pelo autor. 4.11 Atividades Desenvolvidas na Empresa Apresentação do Projeto para supervisores e colaboradores; Levantamento da finalidade negocial da empresa; Aplicação de questionário; Mensuração e análise de resultados da pesquisa. 27 4.12 Cronograma de Atividades Etapas da monografia Meses / 2011 Jan Fev Mar Abr Mai X X X X X Coleta e análise de dados X X X Elaboração do trabalho X X X X X X Pesquisa Bibliográfica Revisão gramatical Relatório final Apresentação da Monografia Quadro 4: Cronograma de Atividades Fonte: MARIA VERÔNICA DE FARIA PEREIRA. Nota: Elaborado pelo autor. Jun X X 28 5 PROCESSO DE SUPRIMENTOS O processo de suprimentos ou obtenção de materiais tem papel fundamental na busca da excelência, tanto em organizações produtivas como em organizações de serviços. O processo de aquisição de materiais é bem complexo. A decisão da escolha de fornecedores, a elaboração de contratos de fornecimento, a definição de compras centralizadas são atribuições do departamento de suprimentos. A aquisição dos materiais e dos produtos tem significado estratégico para a organização e deve satisfazer as necessidades de suprimento ou abastecimento a curto e longo prazo. A visão moderna de compras está relacionada com o sistema logístico empresarial, como atividades-pares envolvidas em ações estreitamente homogêneas, e essas atividades estão voltadas para a finalidade comum de operação lucrativa que é manter uma posição competitiva de mercado. A área de compras não é um fim em si própria, mas uma atividade de apoio fundamental ao processo produtivo, suprindo-o com todas as necessidades de materiais. (POZO, 2010. p. 133). 5.1 O que é gestão da cadeia de suprimentos Em grandes organizações, pode haver inúmeros ramos de unidades produtivas ligadas, passando pela operação. Esses ramos são denominados cadeia de suprimentos. A gestão da cadeia de suprimentos é a gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio de ligações à montante e à jusante1 entre os diferentes processos, que produzem valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final. (SLACK, 2002. p. 415). A gestão da cadeia de suprimentos ou supply chain management (SCM) tem representado uma nova e promissora fronteira para empresas interessadas na 1 A jusante: mais para a frente na cadeia. As expressões “a montante” e “a jusante” significam, pois, antes e depois do ponto considerado na cadeia logística. Seus equivalentes em inglês são up strem e down stream. 29 obtenção de vantagens competitivas de forma efetiva. A SCM direciona para uma atitude em que as empresas devem definir suas estratégias competitivas através de um posicionamento, tanto como fornecedores, quanto como clientes dentro das cadeias produtivas nas quais se inserem. O importante é ressaltar que o pressuposto básico da gestão da cadeia de suprimentos abranja toda a cadeia produtiva, inclusive a relação da empresa com seus fornecedores e seus clientes. A visão da competição do mercado também é introduzida pela cadeia de suprimentos. (POZO, 2010. p. 16). Um dos objetivos da gestão da cadeia de suprimentos é a satisfação efetiva dos consumidores finais, atuando eficientemente na redução de custos. O consumidor final é o que possui a única moeda corrente real da cadeia de suprimentos, e quando este decide fazer uma compra dispara ação ao longo de toda a cadeia. Embora todas as operações na cadeia possuam o objetivo imediato de satisfazer a seu próprio consumidor imediato, o propósito da gestão da cadeia de suprimentos é assegurar que elas tenham uma apreciação completa de como podem satisfazer o consumidor final. (POZO, 2010. p. 17). Assim, a gestão da cadeia de suprimentos se refere à integração de todas as atividades associadas com a transformação e o fluxo de bens e serviços, desde as empresas fornecedoras de matéria-prima até o usuário final incluindo o fluxo de informação necessário para o sucesso. O fluxo de produtos segue em direção aos consumidores, o de informação parte dos consumidores até chegar ao alcance dos fornecedores. O objetivo é que cada membro desempenhe as tarefas relacionadas à sua competência central, evitando-se desperdícios e funções duplicadas, facilitando o gerenciamento holístico que permite aproveitar as sinergias produzidas. (POIRIER, 2001. p. 123.) A redução de custos tem sido obtida através da adição de mais valor aos produtos finais com a redução do volume de transações de informações e dos custos de transporte e estocagem e da diminuição da variabilidade da demanda de produtos e serviços finais. Para se obter melhores resultados e sucesso em seus procedimentos, há cinco passos da supply chain management (SCM): 1) integração da infraestrutura com cliente e fornecedores; 2) reestruturação do número de fornecedores e clientes; 3) desenvolvimento integrado do produto; 4) desenvolvimento logístico dos produtos; e 5) cadeia estratégica produtiva. (POZO, 2010. p. 17). 30 Com a integração de sistemas de informações e o crescente uso de sistemas entre os fornecedores, clientes e operadores logísticos há possibilidade de flexibilização do atendimento ao cliente e a forte redução de custos. A reestruturação através da redução do número de fornecedores e clientes constrói e aprofunda as relações de parceria com o conjunto de empresas com as quais se deseja desenvolver um relacionamento colaborativo e forte proporcionando uma ação sinergética. O envolvimento dos fornecedores desde os estágios iniciais do desenvolvimento de novo produtos tem proporcionado uma redução no tempo e nos custos de desenvolvimento dos produtos e atendendo os requisitos reais do cliente. A concepção dos produtos deve ser projetada visando seu desempenho logístico dentro da cadeia de suprimentos, viabilizando as reduções de custo em todo seu processo e facilitando o atendimento do cliente. Uma cadeia estratégica e produtiva é uma estruturação estratégica e uma compatibilização dos fluxos da cadeia de suprimentos da empresa, controlando as medidas de desempenho atreladas aos objetivos de toda a cadeia produtiva. (POZO, 2010. p. 17-18). Conforme assevera Hamilton Pozo, Por fim, outro conceito importante no Supply Chain Management é o de outsourcing, que teve origem com áreas tidas como secundárias e, atualmente, fortemente nas áreas de manufatura, manutenção, distribuição e marketing. Outsourcing é a ação em que parte do conjunto de produtos e serviços utilizados pela empresa, dentro de uma cadeia produtiva, é providenciada por uma terceira empresa num relacionamento colaborativo e interdependente. Essa terceira empresa desenvolve continuadamente a melhora e a competência em atender o cliente. Porém, o cliente não deixa de manter estreita e colaborativa integração com a nossa empresa. (POZO, 2010. p. 18). A essência do outsourcing é uma relação de parceria e cumplicidade muito forte e de extrema lealdade com um ou mais fornecedores da cadeia produtiva com visão estratégica. 5.2 Atividades componentes da cadeia de suprimentos Sob a ótica de ser a única operação da cadeia, a gestão da cadeia de suprimentos pode ser vista como administração das operações que formam o lado do suprimento e das que forma o lado da demanda. 31 É importante frisar que no lado do suprimento, a gestão de compra e suprimento é aceito para a função que lida com a interface da operação com os mercados de suprimentos. A gestão da distribuição física é ao lado da demanda, no qual para a gestão da atividade de suprimento imediato aos consumidores. A gestão de materiais é um termo bem limitado e refere-se à gestão de fluxo de materiais e informações através da cadeia de suprimento imediata, no qual inclui compra, gestão de estoque, gestão de lojas, planejamento e controle da produção e gestão da distribuição física. (POZO, 2010. p. 20). A Rockford Consulting Group, em Nova Iorque, (RCG, 1999) descreve que para estruturar uma cadeia de suprimentos a empresa deve entender os tipos de demanda, nível do serviço requerido pelo consumidor, a distância que está o cliente, custos e alguns outros pontos que venham a ser relevantes para sua cadeia. Os autores descrevem seis elementos básicos para uma cadeia de suprimentos: 1) Produção, no qual o foco deve ser o cliente que está procurando e a demanda do requerida pelo mercado; 2) Fornecedor, no qual a organização deve determinar onde e como serão produzidos os bens, determinando a fábrica ou as fábricas que são capazes de produzir de forma econômica e eficiente; 3) Estoque, no qual a empresa deve conseguir um equilíbrio entre trabalhar com um grande estoque, que tem um alto custo para a organização, ou nenhum estoque, o que pode comprometer a capacidade de atender a demanda do mercado. 4) Localização, que depende da demanda de mercado e da satisfação dos clientes a decisão de onde implantar a fábrica; 5) Transporte, onde por volta de 30% do custo de um produto é compreendido pelo transporte; 6) Informação, onde a empresa deve utilizar as informações adquiridas internamente e de seus clientes finais para melhorar o seu processo de gerenciamento da cadeia de suprimentos. (POZO, 2010. p. 22-23). A empresa também deve focar em outros pontos quando da cadeia de suprimentos, como o preço, prazo de entrega, confiabilidade, responsabilidade, transparência, plano estratégico, gerenciamento da demanda, planejamento de fornecimento, planejamento e planejamento. (POZO, 2010. p. 23). programação da produção, benefícios do 32 5.2.1 Desenvolvimento de fornecedores A seleção de fornecedores depende das características do produto ou serviço a ser comprado. Há três características básicas que devem ser consideradas em um processo de decisão para se selecionar um fornecedor: o preço, a qualidade e o serviço. O modelo clássico de relacionamento entre comprador e fornecedor baseavase em julgar preço, prazo e qualidade na hora de fazer uma licitação de compras e no recebimento do material encomendado, com uma inspeção qualitativa e quantitativa. Depois ele processava o pagamento e conservava uma ficha de referência do fornecedor, para eventuais compras futuras. Segundo o conceito de supply chain o importante, atualmente, é estabelecer um relacionamento permanente entre o cliente e o fornecedor, envolvendo não apenas compras eventuais ou programas, mas o próprio desenvolvimentos de produtos. (MARTINS, 2006. p. 385). Segundo Martins, De fato, um dos princípios da engenharia simultânea é a redução do tempo e do custo do desenvolvimento de um produto pelo envolvimento do fornecedor desde as primeiras fases de planejamento conceitual até a produção, quer por meio de seu desenvolvimento em equipes de trabalho no cliente, quer pela delegação do desenvolvimento total em sua casa, obedecendo às especificações desenvolvidas conjuntamente. (MARTINS, 2006. p. 385-386). O relacionamento entre cliente e fornecedor é denominado de comakership. Um gerenciamento excelente da cadeia logística requer reconhecimento mais inteligente do fornecedor, como fazem os produtores progressistas que encaram os custos dos fornecedores como seus próprios custos. O mercado entende como atributos de um bom fornecedor: 1) Realiza suas entregas sempre com pontualidade; 2) Fornece os materiais/serviços conforme a qualidade especificada; 3) Oferece continuamente preço e prazo competitivos; 4) Realiza um atendimento prestativo e adequado às necessidades dos compradores; 5)Percebe, orienta e responde às necessidades de seus clientes; 6) Mantém o comprador informado sobre a evolução de seu pedido; 7) Apresenta um histórico de desempenho estável 33 e seguro; 8) Oferece serviços de pós-venda e apoio técnico adequados; 9) É confiável, pois cumpre tudo aquilo que foi acordado.2 Enquanto os produtores puderem colocar pedidos de vulto nos fornecedores, eles deverão ter em mente que os parceiros deverão compartilhar o objetivo de reduzir custos por meio de toda a cadeia logística, para que eles mesmos possam reduzir o preço ao consumidor final ou aumentar suas margens. A extensão lógica dessa idéia é fazer acordos para partilhar ganhos recompensando cada um que contribui para o aumento da rentabilidade. (MARTINS, 2006. p. 386). 5.2.2 Compras A área de compras é uma atividade de apoio fundamental ao processo produtivo da empresa, suprindo-o com todas as necessidades de materiais, como também é visto como um excelente e substancial sistema de redução de custos de uma empresa, por meio de negociações de preços, na busca de materiais alternativos e de incessante desenvolvimento de novos fornecedores. A visão moderna de compras está relacionada com o sistema logístico empresarial, como atividades-pares envolvidas em ações estreitamente homogêneas, e essas atividades estão voltadas para a finalidade comum de operação lucrativa que é manter uma posição competitiva de mercado. (POZO, 2010. p. 133). Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e seus fornecedores. Quando a empresa solicita um produto ou serviço, o setor de compras precisar manter uma base de dados extensa sobre fornecedores em potencial e ser capaz de sugerir alternativas de materiais ou serviços para serem considerados. A orientação estratégica da função Compras ou Suprimentos aqui desenhada proporcionou o surgimento do strategic sourcing como mecanismo de implementação prática dos conceitos estratégicos. Ele se destina ao gerenciamento, ao desenvolvimento e à integração das competências e capacidades dos fornecedores no sentido de serem obtidas vantagens competitivas para a empresa compradora. Essas vantagens podem estar relacionadas com a redução de custo, desenvolvimento de tecnologia, aprimoramento de qualidade, redução do tempo de ciclo para 2 DANIEL GASNIER. Disponível em: http://www.danielgasnier.com/serie-gerenciamento-desuprimentos/desenvolvimento-de-fornecedores. Acesso em 19 jun. 2011. 34 atendimento dos pedidos colocados pelos clientes ou, também, redução do tempo necessário para a disponibilização de novos produtos aos consumidores, além de melhoria no serviço de entrega. (KNUDSEN, 2003). Dentro do processo de compras é necessário se estabelecer atividades centrais, tais como assegurar descrição completa das necessidades, selecionar fontes de suprimento, conseguir informações de preços; colocar os pedidos em ordem, acompanhar os pedidos (follow up), verificar notas fiscais, manter registros e arquivos e, finalmente, manter relacionamento com vendedores. O processo de compras envolve ainda mais atividades dos que as diretamente relacionadas com movimentação e armazenagem de mercadorias. Entretanto duas influenciam a eficiência do fluxo de bens, como a seleção de fornecedores e a ordem de compras. A seleção de fornecedores depende do preço, qualidade, continuidade de fornecimento e localização. A ordem de compras especifica as quantidades e possivelmente as instruções de entrega. O documento principal para iniciar no fluxo de produtos no canal de fornecimento é a ordem de compras. Todo o processo de compras e as ordens objetivam estabelecer volume de produtos a serem movidos e estocados no sistema logístico em dado instante. (POZO, 2010. p. 135-136). Necessário se faz identificar o que vem a ser compra e obtenção. O termo obtenção é utilizado para referir-se aos aspectos de compras que têm algum impacto nas atividades de movimentação e armazenagem. Já o termo compras é usado tradicionalmente em muitas empresas, envolve tanto compras como funções de movimentação de materiais. A função do comprador é esta, preparar uma requisição formal aos potenciais fornecedores e estes prepararem cotações para a empresa. Ao enviar a requisição aos fornecedores, o setor de compras precisa selecionar o fornecedor em “preferencial” e assim preparar e formalizar o pedido de compra. A base legal e contratual entre a empresa e o fornecedor é o pedido de compra. O setor de compras ou suprimentos é responsável pelos resultados de uma empresa em face de sua ação de suprir a organização com os recursos matérias para seu perfeito desempenho e atender às necessidades de mercado. Assim toda a atividade de uma empresa somente será possível se for abastecida com informações e materiais. Compras são, portanto uma função administrativa, pois em vários estágios de interação organizacional tomam-se decisões quanto a quantidades, origens, custos 35 e credibilidade dos sistemas de fornecimento, interno e externo, direcionado a aspectos econômicos e estruturais da organização. As metas fundamentais do comprador é permitir continuidade de suprimentos para o perfeito fluxo de produção, coordenar os fluxos com o mínimo de investimentos em estoques e adequado cumprimento dos programas, comprar materiais e produtos aos mais baixos custos, dentro das especificações predeterminadas em qualidade, prazos e preços, evitar desperdícios e obsolescência de materiais por meio de avaliação e percepção do mercado, permitir à empresa uma posição competitiva, mediante negociações justas e credibilidade e manter parceria com os fornecedores para crescer junto com a empresa. Evidente que quanto mais requisições de compras uma empresa faz a determinado fornecedor mais confiabilidade e credibilidade o mesmo terá com a empresa, criando uma relação harmônica em que todos ganham. Assim, no entendimento de Hamilton Pozo Nesse enfoque, o objetivo básico do suprimentos é garantir à empresa a plena satisfação de suas exigências de materiais e produtos, bem como máquinas, equipamentos e insumos necessários a sua operacionalidade, devendo todos ser negociado e adquiridos aos mais baixos custos, satisfazendo aos padrões de qualidade e serviços da empresa sem colocar os fornecedores em situação de incertezas de perdedores, mas sim parceiros. (POZO, 2010. p. 137). O procedimento normal da atividade de compras envolve a adequação da quantidade desejada, prazos de entrega e condições de pagamento que permitam à empresa maximizar seus recursos e reduzir seus custos. As atividades típicas da área de suprimentos podem variar de empresa para empresa, dependendo do tamanho e estrutura. O setor de compras deve estar estruturado conforme o tamanho da empresa ou com o volume de atividades desenvolvidas e requeridas e o responsável por este setor deve ter funções primordiais e deveres administrativos e executivos, estabelecendo as diretrizes gerais do setor, bem como gerenciá-lo com eficácia. (POZO, 2010. p. 140). Segundo POZO (2010), vale destacar algumas obrigações importantes dentro de uma estrutura organizacional do setor de compras: 1 - Recomendar as diretrizes e programas gerais de aquisição;2 Especificar e prever as situações econômicas e suas tendências influenciando os preços, tanto internamente como internacionalmente; 3 Estabelecer normas de conduta para compradores; 4 - Coordenar as especificações relacionadas à aquisição; 5 - Desenvolver novos materiais e 36 fornecedores; 6 - Promover a padronização e normatização de todas as aquisições; 7 - Estabelecer processos de negociações visando a garantia de preços e conformidade; 8 - Desenvolver e manter a estrutura formal de compras em condições de atender adequadamente aos objetivos da empresa; 9 - Formalizar os acordos e contratos de aquisições de acordo com normas e procedimentos legais; 10 - Orientar e promover o desenvolvimento dos funcionários de compras; 11 - Promover a integração e colaboração entre os departamentos da empresa; 12 - Promover o intercâmbio de informações com fornecedores e concorrentes; 13 - Preparar relatórios sobre as atividades atuais e planos futuros da área; 14 - Agir dentro dos limites orçamentários; 15 - Aprovar as recomendações elaboradas para a perfeita adequação de compras; 16 - Avaliar o desempenho dos fornecedores e parceiros. (POZO, 2010. p. 140-141). Importante ressaltar ainda sobre a ética nas compras no qual deve fazer parte integrante nos negócios do setor de compras dentro de uma empresa. O sistema de compras baseia-se em uma ação que envolve atividades de pesquisas para a melhor adequação dos objetivos organizacionais, sendo, portanto, uma ação contínua. Uma das atribuições importantíssimas de compras é a análise de valor que ela deve fazer sobre todas as ações de suprir a empresa com materiais. Ao comprar determinado bem o que se busca é a melhor qualidade com o menor preço e que atenda a adequação. É necessário definir qualidade e adequabilidade. Assim, cabe ao comprador buscar incessante e sistematicamente os meios mais econômicos de atender e satisfazer às exigências empresariais. (POZO, 2010. p. 153). 37 6 TIPOS DE RELACIONAMENTOS EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS A questão-chave das operações individuais dentro da cadeia de suprimentos é administrar os relacionamentos com os fornecedores e consumidores imediatos. O comportamento de toda a cadeia de suprimentos é construído de relacionamentos que são formados entre pares individuais da cadeia. 6.1 Relacionamento negócio a negócio É necessário e conveniente categorizar os relacionamentos da cadeia de suprimentos como examinar a extensão e a natureza daquilo que a empresa escolhe terceirizar a fornecedores. As questões-chaves giram em torno do que é comprado e de quem é escolhido para fornecer os produtos e serviços. A decisão de fazer ou comprar é uma decisão de integração vertical e quando uma organização decide comprar produtos ou serviços de um fornecedor, está implicitamente tomando a decisão de não fabricar ou produzir ela mesma os produtos ou serviços. (SLACK, 2002. p. 429). Torna-se parte da responsabilidade da função do comprador a investigação do que a empresa estará mais bem servida se comprando ou produzindo. Geralmente o principal critério para a decisão de comprar é o fator financeiro. O relacionamento entre comprador e vendedor pode ser a curto prazo. Quando os bens ou serviços são entregues e pagos, a negociação futura pode não mais existir. Geralmente se uma empresa pode produzir um produto ou serviço com menos custos do que obtê-los no mercado, é provável que ela assim o faça, a menos que haja outras razões para não fazer. Entretanto, a análise financeira envolvida nem sempre é simples de ser feita. A decisão geralmente precisa ser baseada no custo marginal de produzir alguma coisa internamente. Esse custo marginal é o custo extra no qual a empresa incorre ao produzir o produto ou serviço. Uma empresa também pode decidir com base em outros aspectos que não o custo 38 marginal. Há de se observar que a lógica para justificar a compra de serviços, por exemplo, é que esses serviços não são fundamentais para a atividade fim da empresa e muitas dessas estão utilizando, cada vez mais, a terceirização, subcontratando serviços como transporte, limpeza, processamento de dados, manutenção e alimentação. Ao delegar esses serviços a terceiros, especialistas externos, a empresa se permite concentrar-se naquilo que a faz ser competitiva no mercado que está inserida. (SLACK, 2002. p. 430). Um relacionamento negócio a negócio torna a empresa responsável pela decisão de terceirizar ou não serviços prestados para seu funcionamento corriqueiro e crescimento no mercado viabilizando se é possível ou não a produção interna dos produtos ou serviços necessários ou a delegação destes a terceiros. Sem dúvida a empresa elabora um quantitativo do que é viável ou não para sua expansão. Há, portanto vantagens e desvantagens quando se terceiriza produtos ou serviços quando do relacionamento dos fornecedores. Uma vantagem é que as inovações podem ser exploradas independentemente de onde se originem. Os fornecedores especializados possuem mais chances de aparecer com inovações em produtos e serviços, que podem ser comprados de forma mais rápida e barata do que seria o caso se a própria empresa estivesse tentando inovar. Uma desvantagem em comprar de forma totalmente “mercado livre” é que existem riscos estratégicos em subcontratar atividades de outras empresas. Confiança demasiada em terceirização pode esvaziar a empresa, deixando-a sem capacitações internas que possam ser exploradas em seu mercado. (SLACK, 2002. p. 431-432). 6.2 Relacionamento de fornecimento em “parceria” Os fornecimentos em parceria em cadeias de suprimentos são, muitas vezes, um compromisso entre a integração vertical e o puro relacionamento de mercado. Os relacionamentos de parceria são definidos como: (...) acordos cooperativos relativamente duradouros entre empresas, envolvendo fluxos e ligações que usam os recursos e/ou estruturas de governança de organizações autônomas, para a realização conjunta de metas individuais associadas à missão corporativa de cada empresa patrocinadora. (SLACK apud PARKHE, 1993. p. 794-829). 39 No centro do conceito de parcerias está a questão da proximidade do relacionamento. Falar em parcerias é falar em relacionamentos próximos em graus diferenciados por fatores diversos, tais como compartilhar sucesso, expectativas de longo prazo, múltiplos pontos de contato, aprendizagem conjunta, poucos relacionamentos, coordenação conjunta de atividades, transparência de informações, resolução conjunta dos problemas e confiança. (SLACK, 2002. p. 433). Uma atitude de compartilhar sucesso significa que ambos os parceiros trabalham juntos de modo a aumentar o volume total de benefício conjunto que receberão, em vez de manipular para maximizar sua própria contribuição individual. Relacionamentos de parceria implicam comprometimentos de prazo relativamente longo, mas não necessariamente em relacionamentos permanentes. A comunicação entre parceiros não se dá somente por canais formais, mas podem ocorrer entre muitos indivíduos em ambas as empresas. (SLACK, 2002. p. 433). Os parceiros em um relacionamento estão comprometidos em aprender com a experiência e as percepções de cada um sobre as outras operações dentro da cadeia que está inserida. Embora os relacionamentos de parceria não impliquem necessariamente compras de uma única fonte, existe comprometimento da parte dos parceiros em limitar o número de consumidores e fornecedores com quem eles negociam. É difícil manter relacionamentos próximos com muitos parceiros diferentes de comércio. (SLACK, 2002. p. 433). Havendo menos relacionamentos, torna-se possível coordenar as atividades como o fluxo de materiais ou serviço, pagamento entre outras coisas. A troca aberta e eficiente de informações é encarada como elemento-chave em parcerias, pois ajuda a construir confiança entre os parceiros e sem essa transparência de informações não há negócio claro e viável para a empresa. Muito embora as parcerias nem sempre se desenvolvam suavemente, abordar os problemas em conjunto pode aumentar a proximidade com o tempo e assim suavizar custos futuros para a empresa. (SLACK, 2002. p. 433). O último fator e de fundamental importância é a confiança. Este é o elementochave em relacionamentos de parceria. A confiança significa a disposição de um parceiro de relacionar-se com o outro tendo o entendimento de que o relacionamento será benéfico para ambos, mesmo que isso não possa ser garantido. 40 Conforme salienta Slack, “confiança é largamente tida como o elementochave em parcerias de sucesso, mas também, de longe, o elemento mais difícil de ser desenvolvido e mantido.” (SLACK, 2002. p. 433). O Prof. Lamming, da Bath University, propôs um modelo de relacionamento cliente-fornecedor que transcende a simples parceria, o qual ele chama de suprimento enxuto. O argumento é que, no relacionamento de parceria, o fornecedor é ainda um parceiro júnior e no suprimento enxuto, ambos, fornecedor e cliente, são parceiros iguais. Tanto nas relações de parceria como no suprimento enxuto, as fronteiras deixam de ser claras, o que pode criar ligações estreitas entre as duas partes envolvidas. Os parceiros não perdem sua identidade legal uma vez que mantém sua própria cultura, estrutura e possuem suas próprias estratégias. Fatores como a natureza da concorrência, como fornecedores são selecionados pelos clientes, troca de informação entre fornecedor e cliente, gestão de capacidade, prática de entrega, tratamento das mudanças de preço e atitude em relação à qualidade são características que podem ser vistas no conceito do suprimento enxuto de Lamming. (SLACK, 2002. p. 433-434). 6.3 Relacionamento como “permuta” Os relacionamentos entre os elos da cadeia de suprimentos são, algumas vezes, descritos em termos de fluxos entre as operações envolvidas. Esses fluxos podem ser de recursos transformados, como materiais, ou de recursos transformadores, como pessoas ou equipamentos. O termo usado para incluir todos os diferentes tipos de fluxo é a permuta. (SLACK, 2002. p. 435). Elementos de troca em diferentes tipos de relacionamento são observados como benefícios do fornecedor e do cliente. Observa-se que na integração vertical o fornecedor troca com o cliente recursos produtivos, bens e serviços, informação, dinheiro e participação, controle e relatório. No relacionamento de parceria os elementos de troca são a especificação de projetos, planos de médio e longo prazos, bens e serviços, conhecimento e investimento. Há, portanto diferentes tipos de relacionamento e diferentes tipos de elementos de permuta. (SLACK, 2002. p. 435). 41 7 COMPORTAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS A Cadeia de Suprimentos é um sistema dinâmico. Muitas atividades e decisões acontecem em vários pontos temporais dentro da empresa. Algumas são resultados das políticas deliberadas de uma ou mais operações da cadeia. Outras são amplamente reativas, ou seja, tomam decisões que parecem ser sensatas, mas que terão efeitos negativos em toda a cadeia. (SLACK, 2002. p. 435). 7.1 Política da cadeia de suprimentos A política da cadeia de suprimentos é a forma pela qual as operações na cadeia tentam influenciar seu comportamento, visando que ela seja apropriada às necessidades dos consumidores finais. (SLACK, 2002. p. 436). Quando a cadeia de suprimentos possui ramificação para mais de um consumidor final as implicações para a administração de operações é bem mais significativa. Organizar a cadeia de suprimentos de forma a criar um elo entre a necessidade de compra e a possibilidade de armazenagem é de fundamental importância. O Prof. Marshall Fischer aponta que as políticas da cadeia de suprimentos consideradas apropriadas para produtos funcionais ou produtos inovadores são chamados de políticas eficientes da cadeia de suprimentos e políticas responsivas da cadeia de suprimentos, respectivamente. (SLACK, 2002. p. 437). A política eficiente da cadeia de suprimentos inclui estoques baixos. As políticas responsivas enfatizam os níveis altos de serviços e o suprimento responsivo ao consumidor. O estoque na rede será disposto tão próximo quanto possível do consumidor. Dessa forma, a cadeia pode ainda suprir mesmo quando mudanças dramáticas acontecem na demanda do consumidor. O tempo de atravessamento rápido das partes à montante da cadeia ainda será necessário para reabastecer os estoques à jusante. Os estoques à jusante são necessários para 42 assegurar altos níveis de disponibilidade para os consumidores finais. (SLACK, 2002. p. 437). 7.2 Dinâmica da cadeia de suprimentos Nos anos 60 foi demonstrado por Jay Forrester que existe certa dinâmica entre empresas, numa cadeia de suprimentos, que causa erros, inexatidão e volatilidade, e que esses problemas são crescentes para empresas mais à montante da cadeia de suprimentos. (SLACK, 2002. p. 437). O efeito Forrester, análogo à brincadeira infantil do telefone sem fio, não é causado somente por erros e distorções, sendo a principal causa um desejo racional e perfeitamente compreensível, de cada um dos diferentes elos na cadeia de suprimentos, de gerenciar suas taxas de produção e níveis de estoque de maneira independente. Necessário, portanto estabelecer um ponto de equilíbrio para a empresa e assim evitar problemas. (SLACK, 2002. p. 440). 7.3 Melhoria da cadeia de suprimentos Um aspecto importante do planejamento e controle da cadeia de suprimentos é a tentativa dos gerentes de operações de melhorar seu desempenho. Enquanto o primeiro passo é entender a natureza da dinâmica da cadeia de suprimentos, existem outras ações mais proativas que as operações podem optar por fazer. A maioria delas relaciona-se com a coordenação das atividades das operações da cadeia. Há três categorias para se coordenar a atividade da cadeia de suprimentos, como a informação compartilhada, o alinhamento de canal e a eficiência operacional. (SLACK, 2002. p. 440-441). Transmitir informações através da cadeia de modo que todas as operações possam monitorar a demanda verdadeira e livre de distorções é mais prudente e sensato. O intercâmbio de dados ajuda a compartilhar informações. (SLACK, 2002. p. 441). 43 Alinhamento de canal significa ajuste da programação, movimentos de material, níveis de estoque, preço e outras estratégias de vendas de modo a alinhar todas as operações da cadeia. Isso significa que os sistemas e métodos do processo decisório do planejamento e controle estão harmonizados através da cadeia. (SALCK, 2002. p. 442). A eficiência operacional significa os esforços que cada operação na cadeia pode fazer para reduzir sua própria complexidade, reduzindo os custos de fazer negócios com outras operações na cadeia e aumentando o tempo de atravessamento. O efeito cumulativo dessas atividades individuais é simplificar a travessia de toda a cadeia. Uma das abordagens mais importantes para aprimorar a eficiência operacional das cadeias de suprimento é conhecida como compreensão de tempo, o que significa apressar o fluxo de materiais para baixo da cadeia e o fluxo de informações de volta para cima da cadeia. A compreensão do tempo da cadeia de suprimentos pode tanto reduzir custos como aumentar receitas. (SLACK, 2002. p. 443-444). A melhoria na cadeia de suprimentos se faz necessária para viabilizar o fluxo de compras e garantir melhores distribuições dos estoques fazendo com que a empresa esteja sempre em expansão e que nenhum setor fique dependendo da rotatividade das atividades do outro. O mercado mundial está aquecido com a expansão da atividade da engenharia civil, principalmente nas obras que envolvem o complexo olímpico e da Copa do Mundo a serem sediados no Brasil nos próximos anos. Melhorar a cadeia de suprimentos é necessário, pois garante a negociação empresarial com os fornecedores q fim de evitar que nenhuma empresa fique pendente de receber seus produtos devido a provável escassez de produtos e serviços que também envolvem a engenharia civil em expansão. 44 8 A OPERAÇÃO INDUSTRIAL 8.1 O Estoque em Processo O estoque em processo (WIP - work in process) é constituído por componentes ou subconjuntos que sofrem demoras ou armazenamentos durante o processo produtivo ou que estão sendo processados, transportados ou movimentados internamente. O estoque em processo pode ser considerado o conjunto de matérias que, diariamente, está fora do almoxarifado de recebimento e não entrou no almoxarifado de produtos acabados. Seu volume depende do sistema de produção, da eficiência e utilização dos setores operacionais, da qualidade do produto e da eficácia do processo de cadeia de produção. É fundamental para o administrador acompanhar periodicamente a posição do estoque em processo, o que pode ser feito por meio de relatórios da contabilidade de custos. O volume de materiais que estão fora do almoxarifado de recebimento e que não entrou no almoxarifado de produtos acabados depende de tamanha importância, da eficiência e utilização dos setores operacionais, da eficácia do chamado PCP (controle de produção) e também da qualidade do produto. (MARTINS, 2006. p. 392). Dentro de um sistema de produção há dois tipos, a saber, o tipo puxar e o tipo empurrar. Ao fabricar os componentes necessários às montagens do dia, feito o uso de cartões chamados kanban e assim existindo no processo apenas as peças em processamento e as que são necessárias nos supermercados de produção, dar-se o nome de sistema do tipo puxar. Já no sistema do tipo empurrar, os componentes são fabricados em lotes econômicos e transferidos para almoxarifados de semiacabados, ou até mesmo armazenados temporariamente ao lado da próxima operação do fluxo produtivo. Esse é um sistema extremamente tradicional e depende de tamanho dos lotes econômicos de produção e da eficácia do PCP (ou, controle de produção) em sua programação sincronizada com as necessidades da linha de produtos finais, os materiais em processo no qual terão um volume muito 45 maior. Esse sistema do tipo empurrar apresenta ainda outro problema que muitas vezes acabam prejudicando toda a linha de produção que é o da qualidade. Os lotes dos produtos já prontos muitas vezes são recusados por serem defeituosos e também são necessários 100% de inspeção, retrabalho ou até mesmo substituição das peças rejeitadas, o que eleva os estoques em processo e cria gargalos e interrupções que se propagam por toda a cadeia produtiva da empresa. (MARTINS, 2006. p. 392-394). Muitas empresas de primeira linha trabalham com indicadores específicos, o chamado tempo entre docas (dock to dock time – DTD), para acompanhar qual o tempo de permanência de materiais dentro da fábrica. O DTD é o tempo decorrido entre a descarga de matéria-prima e a liberação do produto final para despachar ao mercado. Assim a gerência deve estabelecer um prazo limite, o máximo, de permanência para cada componente, levando em consideração a sua importância econômica para chegar ao resultado esperado. É necessário estabelecer o prazo de permanência ideal para que se obtenha mais lucro e menos tempo na produção. (MARTINS, 2006. p. 396). 8.2 A Movimentação Física A movimentação física de materiais dentro de uma fábrica ou armazenagem é de fundamental importância para o administrador de bens patrimoniais. Conforme explica Martins (2006, p. 396), entre os princípios da reengenharia de processos (ou business process reengineering – BPR) um dos mais importantes é o que se refere ao transporte interno de materiais, no qual deve ser reduzido ao mínimo possível, em relação à quantidade transportada e às distâncias percorridas. O momento do transporte é um instrumento básico para otimizar o layout dos locais de fluxo. Quanto menor o tempo de transporte, menor será a permanência do material na fábrica, minimizando-se também o estoque em processo. A movimentação física deve fazer uma análise do transporte e assim o primeiro questionamento do administrador é o porquê da existência do transporte. O que ocorre inúmeras vezes é que uma análise bem feita pode mostrar que uma simples modificação no processo ou uma redistribuição do layout torna a 46 movimentação não mais necessária podendo então ser eliminada. O administrador deve também questionar no que se refere a o que está sendo transportado. Ao questionar a natureza do material transportado, analisam-se aspectos como o tipo, características físico-químicas e quantidades. Podem ser levantadas questões como: 1) se o equipamento de transporte usado é o mais indicado; 2) se a armazenagem nos almoxarifados e os locais de demoras nas seções estão devidamente corretos; 3) se não há riscos envolvidos no transporte que podem resultar em acidentes pessoais, incêndio ou prêmios elevados de seguro; 4) se as quantidades são as ideais para o abastecimento a jusante; 5) e se a freqüência de coleta não provoca problemas internos de trânsito. Conseqüentemente, o administrador deve examinar para onde e quando devem ser transportadas as mercadorias, pois a utilização de matrizes de/para e dos momentos de transporte será um indicativo precioso sobre o acerto do método atual. Ao questionar também, e de fundamental importância, como e quem o administrador faz referência à determinação do método de trabalho, equipamentos e dimensionamento das equipes de transporte. Os equipamentos devem, então, ser escolhidos de acordo com o estudo preliminar do processo e somente após termos certeza de que ele se encontra racionalizado, com o layout otimizado e os transportes desnecessários eliminados. O estudo de métodos é tão importante para as operações de transporte como é para as operações de fabricação. (MARTINS, 2006. p. 396-400). Assim, analisar a movimentação física da empresa é necessário até mesmo para não prejudicar o estoque em processo e todo o sistema da cadeia de suprimentos. 47 9 ESTUDO DE CASO 9.1 Conhecendo um pouco da Kinross Gold Corporation A Kinross Gold Corporation, empresa global com sede no Canadá, foi criada em 1993 e, desde então, vem se tornando uma das maiores produtoras de ouro do mundo. A empresa possui minas no Brasil, Chile, Estados Unidos e Rússia, empregando mais de cinco mil pessoas em todo o mundo. A Kinross mantém três grandes projetos no mundo, com estimativa de crescimento de 60% nos próximos dois anos. Com a previsão de produção aumentando de 1,6 milhão de onças em 2007 para mais de 2,6 milhões de onças em 2009, os custos de produção devem cair consideravelmente. A Kinross mantém o foco na maximização dos resultados com uma política que não prevê o resguardo de suas finanças com ouro. Para isso, a empresa concentra-se no objetivo estratégico de maximizar seus ativos e o fluxo de caixa de acordo com um plano de quatro pontos: busca da excelência na performance de seus ativos, contratação e retenção dos melhores talentos e equipes, busca por segmentos operacionais estratégicos e foco em um futuro de valor agregado. A Kinross possui ações listadas na Bolsa de Valores de Toronto (K) e na bolsa de Nova Iorque (KGC). As instalações da Kinross em Paracatu compreendem uma mina a céu aberto, uma usina de beneficiamento e uma área para disposição de rejeitos minerais, além da infra-estrutura superficial. A mina a céu aberto Morro do Ouro tem o menor teor aurífero do mundo – com uma média de 0,40 gramas de ouro por tonelada de minério. A empresa investe permanentemente em tecnologias de extração que viabilizam as operações em Paracatu, assegurando níveis médios de produção anual de até 15 toneladas. Todo o processo é monitorado de acordo com os mais altos padrões de segurança, incluindo a utilização de insumos importantes para o processo. Um exemplo é o cianeto, matéria-prima necessária ao processo de beneficiamento. A Kinross Paracatu é certificada no Código Internacional de Cianeto e observa as 48 determinações e práticas previstas para transporte, manuseio, tratamento e destinação final do produto, incluindo ainda dos resíduos gerados. A Kinross, na época RPM, iniciou suas atividades de mineração de ouro em Paracatu em 1987. Hoje, a empresa é considerada o mais importante empreendimento industrial da região. Aproximadamente 10% dos postos de trabalho formais da cidade são garantidos pela atividade da mineradora. Além dos empregos diretos, a atividade contribui para geração de outros negócios de comércio e prestação de serviços. A mineração é a principal atividade industrial para geração de emprego e renda. Após a realização de pesquisas, constatou-se a existência de reservas antes desconhecidas do minério no município, o que originou a decisão de realizar investimentos que visam a ampliação das atividades de mineração mantidas pela empresa em Paracatu. O chamado Projeto Expansão, consolidado em agosto de 2006, prevê triplicar a capacidade de produção e garantir a manutenção das atividades da empresa na região. O projeto também amplia em mais de 30 anos o tempo de vida útil da mina. Mais empregos, mais impostos recolhidos aos cofres públicos, novas perspectivas para as gerações futuras são algumas das conseqüências do plano, que vai movimentar não só a economia de Paracatu e do Estado de Minas Gerais, mas de todo o Brasil. O projeto observa todos os cuidados ambientais necessários. Investimentos de US$ 570 milhões foram reservados ao projeto, que conta com uma nova estrutura de beneficiamento e de hidrometalurgia, a repotenciação da planta da Kinross, a construção de uma nova barragem de rejeitos, a implantação de uma planta de flotação, entre outras ações. Contempla ainda o plano de fechamento de mina, baseado nos princípios da sustentabilidade que norteiam as operações da empresa. A mina, em princípio, atingiria a exaustão em 2016. Agora, a vida útil se estende até 2040. O volume de minério lavrado passa das atuais 17,2 milhões de toneladas por ano para uma capacidade nominal de 61 milhões de toneladas ao ano. A geração de impostos é outro ganho para o município de Paracatu e para o estado. O valor da Cfem anual (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), por exemplo, saltará de R$ 1,8 milhão para R$ 5,16 milhões para o município. A Contribuição para o Valor Adicionado Fiscal (VAF) será 20% maior do que o atual. A economia de Paracatu também está sentindo os reflexos da expansão. A empresa estima que o valor de compras que estão sendo realizadas no 49 município de Paracatu aumentou de R$ 22 milhões para mais de R$ 60 milhões anuais, no período de implantação da obra. Práticas empresariais vitoriosas vão além da globalização dos mercados. Elas atendem às demandas de uma sociedade consciente da importância do respeito à ética, ao meio ambiente e aos detalhes relacionados ao desenvolvimento sustentável. A Kinross desenvolve diversas ações na busca da melhoria de seu desempenho ambiental e considera este assunto como parte integrante da sua própria estratégia de crescimento. A área de meio ambiente possui ações dentro de uma política uniforme e global, colocada em prática a partir de projetos como a reutilização da água e o gerenciamento da destinação de resíduos sólidos. São várias as práticas de gestão dedicadas à saúde e segurança de funcionários e terceiros. “Um ajudando o outro” é uma das premissas da rotina diária, que estimula relatos de fatos que possam comprometer a harmonia do ambiente de trabalho, por meio de vários mecanismos de comunicação entre gerências e subordinados. Na área de Higiene e Saúde Ocupacional, a Kinross segue padrões efetivos de monitoramento ocupacional dos riscos físicos (ruído, poeira, calor), químicos (poeira, gases, vapores etc.) e biológicos. As ações asseguram índice zero de doenças ocupacionais. A ginástica laboral, praticada em todas as áreas, reduziu de maneira significativa o número de doenças osteoarticulares e musculares que geram afastamento, além de fortalecer a auto-estima e a motivação. A Kinross entende que não basta gerar riquezas, empregos e contribuir com royalties e impostos para o município. Ela busca a interação constante com a comunidade, alicerçada no diálogo, na transparência e no respeito à cultura local. Faz parte de sua política de relacionamento o fomento a novos negócios na região e a valorização do fornecedor local. A Kinross ainda promove parcerias nas áreas da educação, da saúde, do meio ambiente e da geração de emprego e renda. 50 9.2 O aquecimento no mercado com a expansão da construção civil No Estado de São Paulo, um jornal noticiou sobre o aquecimento da construção civil e seus sinais de crescimento. Segundo noticiou no DCI de São Paulo, em 20 de maio de 2011, o momento aquecido da construção civil brasileira já deu sinais de crescimento nos três primeiros meses do corrente ano, movimentando U$ 133 bilhões entre obras residenciais, industriais e comerciais. O número representa um crescimento de 4% ante ao mesmo período do ano passado, de acordo com números da consultoria ITC Net. O crescimento, no entanto, traz a tona discussões sobre o gargalo de mão de obra e material para 3 construção nos próximos meses. De acordo com os números da pesquisa, o líder em investimentos continua sendo o setor industrial, que movimentou aportes de U$ 96,7 bilhões nas 819 obras, 73% de todo o investimento do setor no primeiro trimestre. O investimento na indústria, no entanto, é o que mais cresceu no primeiro trimestre. Em 2010 os três primeiros meses do ano representaram aportes de US$ 79,4 bilhões, 17% a menos do que o registrado este ano. O motivo, de acordo com César Coutinho, professor de engenharia civil da Universidade Mauá está ligado às obras para Copa do Mundo, Olimpíadas, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. Dos setores da construção, o residencial é o que carrega maior estabilidade, com alta de 8% este ano ante ao ano passado. Para acompanhar a crescente construção, dois problemas se fazem cada vez mais presentes na rotina das grandes construtoras: falta de mão de obra qualificada e material de construção. 9.3 A abordagem negocial da Kinross para o fornecimento de materiais A Kinross mantém sua estrutura em funcionamento acelerado e ritmo cauteloso de expansão necessitando de mão de obra qualificada e materiais. Com o 3 E-CONSTRUMARKET. Portal AECweb: O Portal da Arquitetura, Engenharia e Construção. Disponível em: http://www.aecweb.com.br/aec-news/materia/4131/construcao-movimenta-uss-133bilhoes-no-trimestre.html. Acesso em 24 mai. 2011. 51 crescimento do mercado na área da construção civil, devido às obras da Copa do Mundo de 2014, a ser sediada no Brasil, e das Olimpíadas de 2016, também no Brasil, a Kinross se preocupa com a provável escassez no mercado de materiais. Frente a essa nova expansão, a Kinross prima pela negociação com os fornecedores parceiros e outros que venham a integrar a cadeia de suprimentos da empresa, garantindo o fornecimento de materiais necessários para sua expansão e funcionamento. Garantir contratualmente o fornecimento de serviços e produtos é garantir a expansão e crescimento da empresa mesmo que o mercado esteja aquecido e a escassez de produtos e serviços que integram a construção civil esteja em alta e a Kinross acorda contratualmente que os fornecedores tenham em estoque pelo menos 30% (trinta por cento) do que está sendo contratado. O Departamento de Suprimentos da Kinross conta com profissionais preocupados e integrados na situação do mercado mundial e principalmente, no Brasil, e buscam melhores soluções para evitar que a empresa venha a paralisar devido a possível falta de produtos e serviços. Todo o processo da cadeia de suprimentos é importante para a Kinross até mesmo porque é uma empresa que trabalha 24 (vinte e quatro) horas por dia, em escalas alternadas de serviço, comprometida com a economia mundial, o meio ambiente e a sociedade Paracatuense. É função assídua do Departamento de Suprimentos da Kinross manter contato com os fornecedores e garantir, por meio dos compradores, melhores preços e qualidade superável do que se compra e contrata. 9.4 Questões abordadas 1) Qual o reflexo do aquecimento no mercado da construção civil, no Brasil, para o funcionamento da Kinross? 2) Como a empresa sentiu o impacto do aquecimento no mercado da construção civil? 3) É possível garantir que produtos e serviços sejam entregues à empresa mesmo com o aquecimento do mercado na área da construção civil? 52 4) A empresa está preparada para uma quebra de contrato na falta de materiais e serviços que são necessários para o seu funcionamento? Se, não, qual a alternativa que pode ser encontrada pela empresa? 5) O que diz as cláusulas contratuais da Kinross Paracatu para com seus fornecedores? 9.5 Levantamento dos resultados O aquecimento no mercado da construção civil, no Brasil, se dá em virtude das obras da Copa do Mundo de 2014, Olimpíadas Mundiais de 2016, e também do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, refletindo na empresa Kinross, de forma a se preocupar com o grande aumento no preço do material e a falta do mesmo, elevando assim o prazo de entrega. A empresa Kinross sentiu o impacto no aquecimento no mercado da construção civil com a escassez de materiais quando da requisição de compras ao Departamento de Suprimentos. Com as justificativas dos fornecedores, devido à aceleração das obras da Copa do Mundo, Olimpíadas e outras do Governo Federal, os gestores de compras se reuniram com a Diretoria do Departamento de Suprimentos em busca de soluções para garantir com fornecedores parceiros a entrega de materiais para o funcionamento da empresa Kinross diante do aquecimento do mercado na área da construção civil. Em reunião no Departamento de Suprimentos, há pouco mais de dois meses, viu-se necessário a elaboração de cláusulas contratuais para assim sujeitar os fornecedores parceiros a manter com a Kinross a entrega de materiais necessários ao seu funcionamento. É possível garantir que materiais e serviços contratados pela empresa a fornecedores parceiros sejam entregues e executados de forma contratual, fazendose cumprir as cláusulas estabelecidas e aceitas por ambos, atento ao que se estabelece na margem de 30% (trinta por cento), do que foi contratado em materiais, ao fornecedor, obrigando-o a tê-lo em estoque para suprir as necessidades emergenciais da empresa. Quanto à mão de obra, a empresa ainda prima pelo cumprimento do acordo firmado contratualmente com fornecedores parceiros e 53 busca aprimorar a mão de obra dos trabalhadores aprendizes em parceria com o SENAI. A empresa não está totalmente preparada para uma possível quebra de contrato com fornecedores quando da provável falta de materiais e serviços contratados, mas as alternativas encontradas podem ser de um reparo emergencial em alguma peça, necessária para o funcionamento dos equipamentos e veículos da empresa, ou até mesmo a compra de peças similares, até que o fornecedor possa cumprir o que foi contratado. Quanto à provável escassez de mão de obra, a empresa pode estar promovendo cursos e treinamentos para os funcionários internos, para que estes consigam suprir as necessidades emergenciais da Kinross. As partes contratantes identificadas no instrumento de contrato de compra e venda têm entre si justa e contratada a compra e venda do objeto constante do Contrato, mediante cláusulas e condições. O objeto do contrato é a venda, pelo fornecedor, à Kinross Paracatu os materiais constantes do pedido de compra ao Departamento de Suprimentos, fazendo parte do contrato a proposta técnicacomercial. Em caso de divergência entre as condições da proposta técnica-comercial e a do contrato de compra e venda prevalecerá as do contrato. O contrato ainda estabelece as condições de entrega dos materiais à empresa Kinross, respondendo o fornecedor, em caso de atraso, por culpa ou dolo próprios ou de seus fornecedores, de acordo com as condições do contrato e sem prejuízo das demais cominações legais pertinentes. O fornecedor ainda entregará as quantidades solicitadas pela Kinross Paracatu mediante envio de ordens de compra contendo as demandas mensais do contrato. O contrato terá vigência de 24 meses, contados a partir da data de sua assinatura ou até que seja cumprida a entrega das quantidades previstas no objeto do contrato, ou o que por último ocorrer e ainda o contrato poderá ser prorrogado mediante termo aditivo acordado e assinado pelas partes. Os preços contratuais são baseados na cotação do dólar (cotação ptax) e somente serão reajustáveis quando houver variação de 6% para mais ou para menos. No caso de serem criados novos tributos, taxas ou contribuições fiscais ou parafiscais, ou ainda, serem modificadas as alíquotas ou base de cálculo dos tributos, taxas ou contribuições em vigor, que venham a alterar as condições de 54 preços estabelecidas no contrato, ocasionando aumento ou redução destes, haverá sua imediata revisão pelas partes, de modo a adequá-los à nova situação. O fornecedor repassará à Kinross Paracatu, imediatamente à sua concessão, o valor de todo e qualquer benefício ou incentivo de natureza fiscal - aí compreendidos os decorrentes de isenção ou redução de tributo, direito a tomada ou a manutenção de crédito - que lhe venha a ser reconhecido ou concedido e relacionados ao objeto do contrato. O contrato ainda estabelece as condições de faturamento e pagamento que será após 35 (trinta e cinco) dias a partir da data do recebimento dos documentos de cobrança, desde que corretamente apresentados, e de acordo com o cronograma de pagamento da empresa. Em caso de divergência nos documentos fiscais de cobrança apresentados, a Kinross Paracatu efetuará o pagamento da importância que julgar correta, ficando o pagamento da parte controversa a ser efetuado após a solução do impasse. A qualquer tempo, caso seja encontrado erro ou omissão em notas fiscais cujo pagamento já tenha sido efetuado, a parte prejudicada poderá exigir correções necessárias e o conseqüente acerto nos faturamentos subseqüentes. Se os pagamentos efetuados forem inferiores aos valores efetivamente devidos, a Kinross Paracatu compensará no pagamento subseqüente o valor devido ou, não havendo pagamento subseqüente, realizará o correspondente depósito bancário em prazo não superior a 07 (sete) dias úteis. O valor contratual remunera todos os custos havidos pelo fornecedor, pelo que nenhum outro pagamento, reembolso ou compensação de qualquer natureza será devido a ele em razão do contrato, além dos preços definidos contratualmente. Caso o documento fiscal esteja em desacordo com a legislação vigente, os materiais contratados não serão recebidos, correndo por conta do fornecedor todos os ônus que daí possam decorrer, incluindo, mas não se limitando, todas as despesas de remessa e retorno dos materiais rejeitados, independentemente do local da entrega. A substituição dos materiais devolvidos apenas poderá ocorrer com prévia autorização formal da Kinross Paracatu, ficando o novo fornecimento sujeito às mesmas condições do anterior, ou na impossibilidade, serão substituídos com materiais de especificação equivalente ou superiores. O fornecedor, ainda, poderá realizar modificações nas especificações e/ou design dos itens visando melhorias ou se tais modificações se fizerem necessárias em razão de impossibilidade de utilização de determinado material. A Kinross Paracatu concorda em aceitar as modificações, contando que seja feita comunicação prévia por escrito 55 de tal evento pelo fornecedor, sem que sejam devidos pagamentos a maior pela Kinross Paracatu. Os pagamentos das notas fiscais oriundas dos fornecimentos serão efetuados diretamente ao fornecedor, por meio de crédito em conta-corrente, a ser indicada por escrito por este, vedada a emissão de boletos bancários ou quaisquer outros documentos para esse fim, e sem qualquer interferência ou interveniência de terceiros, inclusive de instituições financeiras, de crédito, factoring, ou quaisquer outras. No caso das partes deixarem de cumprir quaisquer das condições estipuladas no contrato, o fato deverá ser expressamente comunicado. A Kinross se reserva no direito de, sem prejuízo de aplicação das penalidades previstas, sustar quaisquer pagamentos até solução definitiva das pendências, quando o descumprimento surgir por parte do fornecedor, e este de sustar o fornecimento dos materiais quando o descumprimento ocorrer por parte da Kinross Paracatu. Em caso de divergência ou irregularidade de qualquer documento fiscal ou de valores cobrados, a Kinross Paracatu comunicará o fato ao fornecedor, que deverá adequar a fatura ao efetivo fornecimento. A Kinross Paracatu poderá fazer inspeção na fábrica ou no depósito do fornecedor, por meio de sua própria equipe ou de terceiros contratados para tal fim, devidamente credenciados por ela e sempre acompanhados pela equipe do fornecedor e as inspeções a serem realizadas deverão seguir os planos e testes previamente acordados entre as partes, e serão realizadas a qualquer tempo, desde que haja um pré-aviso ao fornecedor com no mínimo 48 (quarenta e oito) horas de antecedência. Sem prejuízo das demais disposições contratuais, a omissão total ou parcial da Kinross Paracatu em rejeitar os materiais que não estejam em conformidade com o contrato não será considerada concordância, tolerância ou aprovação por parte dela, devendo o fornecedor corrigir a falha a qualquer tempo em que for solicitado, da mesma forma, a aceitação por parte da Kinross Paracatu dos materiais não exime o fornecedor da necessidade de substituição destes, quando estiverem em desacordo com as especificações contratuais. No caso da Kinross Paracatu não efetuar a inspeção, as quantidades e especificações dos materiais serão conferidas no ato do recebimento destes no local de entrega estabelecido no contrato. Também sem prejuízo das demais disposições contratuais, a Kinross Paracatu reserva-se ao direito de recusar o recebimento dos materiais entregues 56 fora das especificações requeridas e em desacordo com as demais disposições contidas no contrato e, neste caso, a Kinross Paracatu deverá informar ao fornecedor imediatamente e por escrito o fato ocorrido, o qual ficará responsável pelas despesas incorridas pela devolução e nova remessa. Os materiais recusados pela Kinross Paracatu deverão ser reparados e/ou substituídos satisfatoriamente, de acordo com o disposto contratualmente e sem ônus para esta e caso o fornecedor não corrija tais situações, no prazo estabelecido pela Kinross Paracatu, poderá esta contratar terceiros ou executar ela própria a correção, correndo as despesas por conta e risco do fornecedor. O contrato também estabelece garantias dadas pelo fornecedor. Caso seja constatada qualquer irregularidade ou defeito no produto, caberá a Kinross Paracatu encaminhar o mesmo para análise de técnicos do fornecedor que emitirão laudo de avaliação referente as não conformidades constatadas, sendo certo o direito da Kinross Paracatu de contestar a referida análise. Caso tais não conformidades se relacionem ao processo de fabricação do produto, à decorrência de desgaste natural pelo uso ordinário ou a qualquer etapa de responsabilidade do fornecedor, este será responsável pela reposição do mesmo no prazo de 15 (quinze) dias corridos contados da emissão do laudo de avaliação. Caso tal não conformidade se relacione exclusivamente a má utilização do produto pela Kinross Paracatu, o fornecedor não arcará com os custos de reposição. Uma das principais cláusulas contratuais estabelece que o fornecedor compromete-se a manter em seu estoque a quantidade mínima necessária para o atendimento imediato de 30% das quantidades do contrato. O fornecedor assumirá todos os ônus que venham a recair sobre a Kinross Paracatu em decorrência de falhas exclusivas dos itens fornecidos e limitando-se ao valor dos mesmos, especialmente no que se refere aos defeitos dos materiais. O processo para solicitação de garantia e suas análise deverá está em conformidade com o padrão definido em comum acordo entre as partes. O fornecedor, sempre que solicitado pela Kinross Paracatu, prestará esclarecimentos, instruções e treinamentos quanto aos procedimentos para utilização dos materiais, sem custos adicionais, mesmo quando for necessária a presença de seus funcionários ou técnicos nas dependências da Kinross Paracatu. As partes responderão, nos âmbitos civil, ambiental e criminal, por todo e qualquer dano causado por elas próprias, seus empregados e terceiros, resultantes 57 de ação ou omissão culposa ou dolosa, durante o fornecimento dos materiais, contra pessoas ou bens das partes ou de terceiros. Após constatada a ocorrência dos danos, a parte que incorreu no dano procederá ao imediato reparo, e, não sendo possível, ao pagamento da correspondente indenização a quem de direito. Caso a parte não proceda à reparação das perdas e danos imediatamente ou em prazo razoável determinado pela parte que sofreu a perda ou dano, esta poderá fazê-lo por si mesma ou por terceiros, sendo que as despesas decorrentes da indenização serão descontadas de qualquer importância devida ao fornecedor em razão deste contrato, quando for ele o causador do dano. A Kinross Paracatu estabeleceu contratualmente ainda penalidades por atrasos na entrega dos materiais contratados com o fornecedor. Se houver atraso na entrega dos materiais por culpa do fornecedor, a Kinross Paracatu poderá aplicar multa de 0,5% (zero vírgula cinco por cento) por dia de atraso sobre o valor referente a ordem de compra vigente limitada ao valor máximo da mesma. Em caso de reincidência ou de não recuperação do atraso, o contrato poderá ser rescindido por inadimplência do fornecedor, a critério da Kinross Paracatu, ainda que não tenha havido a efetiva aplicação da multa estipulada. No caso do fornecedor incorrer em multas, o valor devido poderá ser descontado pela Kinross Paracatu quando do pagamento de faturas ou documentos de cobrança de créditos vincendos. O atraso no pagamento de qualquer fatura acarretará em multa para a Kinross Paracatu de valor equivalente a 0,5% (meio por cento) do total da fatura não paga, acrescida de encargos financeiros praticados à época do atraso pro rata die. Sem prejuízo da satisfação de seus demais direitos e das demais disposições contratuais, qualquer das partes poderá, a seu exclusivo critério, rescindir esse contrato, de pleno direito, independentemente de interpelação judicial ou extrajudicial, na hipótese de descumprimento de qualquer das obrigações do contrato, desde que tal descumprimento não tenha sido sanado no prazo máximo de 07 (sete) dias da notificação para tanto. Sem prejuízo das demais disposições contratuais, se o contrato for rescindido por inadimplência de uma parte, a outra terá o direito de receber da inadimplente multa contratual de natureza não compensatória no importe de 10% (dez por cento) do valor total do contrato, além de perdas e danos que forem apuradas, e sem prejuízo de outras multas porventura aplicadas. Fica estabelecido contratualmente que o valor de qualquer multa aplicada ao fornecedor poderá ser abatido de quaisquer outros créditos com a Kinross Paracatu. 58 Na hipótese de rescisão contratual, qualquer que seja sua causa e independentemente de quem a tenha motivado, deverá o fornecedor tomar todas as medidas necessárias para preservar as entregas em andamento, do que foi contratado. Se o contrato for rescindido por inadimplência do fornecedor, este não terá direito a qualquer compensação ou indenização por parte da Kinross Paracatu, cabendo a ele apenas o pagamento dos materiais efetivamente entregues até a data da rescisão, deduzidas as multas e sanções que lhe forem aplicáveis nos termos do contrato. O contrato poderá ainda ser rescindido de pleno direito e sem que se possa exigir qualquer multa e/ou indenização nas hipóteses de falência, recuperação judicial ou extrajudicial, dissolução ou liquidação judicial ou extrajudicial, declarada ou homologada; suspensão dos fornecimentos por autoridade pública competente por mais de 60 (sessenta) dias, desde que não haja culpa de nenhuma das partes; ocorrência de caso fortuito ou de força maior regularmente comprovada, que venha paralisar o fornecimento por mais de 60 (sessenta) dias. Conforme já exposto em todo o trabalho o sigilo e a confiabilidade é primado pela Kinross Paracatu com seus fornecedores parceiros. Todos os documentos, originais ou cópias, de qualquer natureza, disponibilizados ao fornecedor são de propriedade exclusiva da Kinross Paracatu, e deverão ser devolvidos à mesma quando do término do contrato. Tal documentação é disponibilizada para fins de cumprimento das obrigações assumidas contratualmente, e não poderá ser usada para outra finalidade sem o consentimento prévio e por escrito da Kinross Paracatu. É vedado ao fornecedor incluir o nome da Kinross Paracatu em suas listas de referências, tampouco publicar notas técnicas, fotográficas ou imagens relacionadas a ela, sem o seu prévio consentimento. O descumprimento de quaisquer das obrigações assumidas entre o fornecedor e a Kinross Paracatu dá à mesma o direito de reaver perdas, danos e lucros cessantes que porventura venha a sofrer, diretamente pelo fornecedor ou por seus empregados, agentes, consultores ou prestadores de serviços. O fornecedor não poderá ceder ou transferir as obrigações do contrato, no todo ou em parte, nem negociar direitos dele decorrentes, sem o consentimento prévio e expresso da Kinross Paracatu. A aceitação, pela Kinross Paracatu, de qualquer subfornecedor não isentará o fornecedor de suas obrigações e responsabilidades, permanecendo este integralmente responsável perante à Kinross 59 Paracatu pelo inteiro cumprimento do contrato. O fornecedor deverá conhecer e aplicar na execução do fornecimento todos os procedimentos, recomendações e obrigações previstas nas normas e certificações adotadas pela Kinross Paracatu e estendidas aos seus fornecedores, tais como: normas sa-8000, ohsas18001 e iso14001; convenções das nações unidas (OIT 29 e 105 - trabalho forçado e trabalho escravo, OIT 87 - liberdade de associação, OIT 98 - direito de negociação coletiva, OIT 100 e 111 - remuneração equivalente para trabalhadores masculinos e femininos por trabalho equivalente, OIT 135 - convenção dos representantes dos trabalhadores, OIT 138 e recomendação 146 - idade mínima e recomendação, OIT 155 e recomendação 164 - saúde e segurança ocupacional, OIT 159 - reabilitação vocacional e emprego/pessoas com deficiência, OIT 177 - trabalho em domicílio, OIT 182 - as piores formas de trabalho infantil); declaração universal dos direitos humanos; convenção das nações unidas sobre os direitos da criança; convenção das nações unidas para eliminar todas as formas de discriminação contra as mulheres. O fornecedor se compromete à permitir que a Kinross Paracatu vistorie suas instalações, desde que previamente avisada e sempre acompanhadas pela equipe do fornecedor, bem como documentos, se necessário for, através de auditorias periódicas, para verificação do cumprimento dos requisitos das normas e certificações acima exemplificadas, em especial a norma sa-8000. A Kinross Paracatu não terá qualquer responsabilidade com relação a eventuais descumprimentos do fornecedor quanto à legislação de marcas e patentes. Dessa forma, o fornecedor deverá manter a Kinross Paracatu a salvo de reclamações ou penalidades resultantes de inobservância de suas responsabilidades e obrigações relacionadas à propriedade industrial. A Kinross Paracatu elaborou cláusulas contratuais de forma a manter o fornecedor parceiro em plena responsabilidade em manter em aceleração as atividades da empresa garantindo à mesma a entrega e disponibilização de materiais contratados mesmo em meados de escassez mundial de materiais que também podem ser utilizados nas obras da Copa do Mundo, Olimpíadas e do Governo Federal. 60 10 CONCLUSÃO A logística e a Cadeia de Suprimentos é um conjunto de atividades funcionais, como transporte, controle de estoques, que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao consumidor. Os relacionamentos na cadeia de suprimento estão entre as áreas mais complexas e menos compreendidas das operações logísticas. O processo de suprimentos ou obtenção de materiais tem papel fundamental na busca da excelência, tanto em organizações produtivas como em organizações de serviços. A visão moderna de compras está relacionada com o sistema logístico empresarial, como atividades-pares envolvidas em ações estreitamente homogêneas, e essas atividades estão voltadas para a finalidade comum de operação lucrativa que é manter uma posição competitiva de mercado. Assim a gestão da cadeia de suprimentos tem representado uma nova e promissora fronteira para empresas interessadas na obtenção de vantagens competitivas de forma efetiva. Um dos objetivos da gestão da cadeia de suprimentos é a satisfação efetiva dos consumidores finais, atuando eficientemente na redução de custos. Por ser a única operação da cadeia, a gestão da cadeia de suprimentos pode ser vista como administração das operações que formam o lado do suprimento e das que forma o lado da demanda. A visão moderna de compras está relacionada com o sistema logístico empresarial, como atividades-pares envolvidas em ações estreitamente homogêneas, e essas atividades estão voltadas para a finalidade comum de operação lucrativa que é manter uma posição competitiva de mercado. A seleção de fornecedores depende das características do produto ou serviço a ser comprado. A função do comprador é esta, preparar uma requisição formal aos potenciais fornecedores e estes prepararem cotações para a empresa. Ao enviar a requisição aos fornecedores, o setor de compras precisa selecionar o fornecedor em “preferencial” e assim preparar e formalizar o pedido de compra. A base legal e contratual entre a empresa e o fornecedor é o pedido de compra. O procedimento normal da atividade de compras envolve a adequação da quantidade desejada, 61 prazos de entrega e condições de pagamento que permitam à empresa maximizar seus recursos e reduzir seus custos. Uma das atribuições importantíssimas de compras é a análise de valor que ela deve fazer sobre todas as ações de suprir a empresa com materiais. O comportamento de toda a cadeia de suprimentos é construído de relacionamentos que são formados entre pares individuais da cadeia. O relacionamento entre comprador e vendedor pode ser a curto prazo. Quando os bens ou serviços são entregues e pagos, a negociação futura pode não mais existir. Um relacionamento negócio a negócio torna a empresa responsável pela decisão de terceirizar ou não serviços prestados para seu funcionamento corriqueiro e crescimento no mercado viabilizando se é possível ou não a produção interna dos produtos ou serviços necessários ou a delegação destes a terceiros. A troca aberta e eficiente de informações é encarada como elemento-chave em parcerias, pois ajuda a construir confiança entre os parceiros e sem essa transparência de informações não há negócio claro e viável para a empresa. Os relacionamentos entre os elos da cadeia de suprimentos são, algumas vezes, descritos em termos de fluxos entre as operações envolvidas. O termo usado para incluir todos os diferentes tipos de fluxo é a permuta. Há, portanto diferentes tipos de relacionamento e diferentes tipos de elementos de permuta. A Cadeia de Suprimentos é um sistema dinâmico. Organizar a cadeia de suprimentos de forma a criar um elo entre a necessidade de compra e a possibilidade de armazenagem é de fundamental importância. Um aspecto importante do planejamento e controle da cadeia de suprimentos é a tentativa dos gerentes de operações de melhorar seu desempenho. A melhoria na cadeia de suprimentos se faz necessária para viabilizar o fluxo de compras e garantir melhores distribuições dos estoques fazendo com que a empresa esteja sempre em expansão e que nenhum setor fique dependendo da rotatividade das atividades do outro. É fundamental para o administrador acompanhar periodicamente a posição do estoque em processo, o que pode ser feito por meio de relatórios da contabilidade de custos. Analisar a movimentação física da empresa é necessária até mesmo para não prejudicar o estoque em processo e todo o sistema da cadeia de suprimentos. 62 O grande potencial do gerenciamento da cadeia de suprimentos é de gerar vantagem competitiva, estreitando o relacionamento entre o cliente e o fornecedor reduzindo custos na cadeia de distribuição. As decisões em torno de compras ou suprimentos podem alterar significativamente o sincronismo da demanda. Tomar decisões entre comprar e produzir devem ser orientadas estrategicamente para o negócio e não somente analisadas em termos de custos. As negociações de preços devem priorizar as restrições de suprimentos. 63 REFERÊNCIAS ALVES FILHO, Alceu Gomes. Pressupostos da Gestão da Cadeia de Suprimentos: evidências de Estudos Sobre a Indústria Automobilística. Gestão e Produção. V. 11, n. 3, p. 275-288, set-dez. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v11n3/a03v11n3.pdf. Acesso em: 21 mar. 2011. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento abastecimento. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. da cadeia de BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J. Logística Empresarial: O Processo de Integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2001. CHRISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning , 2001. DANIEL GASNIER. Disponível em: http://www.danielgasnier.com/seriegerenciamento-de-suprimentos/desenvolvimento-de-fornecedores. Acesso em 19 jun. 2011. E-CONSTRUMARKET. Portal AECweb: O Portal da Arquitetura, Engenharia e Construção. Disponível em: http://www.aecweb.com.br/aecnews/materia/4131/construcao-movimenta-uss-133-bilhoes-no-trimestre.html. Acesso em 24 mai. 2011. KINROSS Gold Corporation. Departamento Fornecimento nº 906122 HB de 21 jun. 2011. de Suprimentos. KINROSS Gold Corporation. Conhecendo a Kinross. http://www.kinross.com.br/index.php. Acesso em 02 mar. 2011. Contrato Disponível de em: KNUDSEN, D. Aligning corporate strategy, procurement strategy and e-procurement tools. International Journal of Physical Distribution and Logistics Management, vol. o 33, n 8, 2003. MARTINS, Petrônio Garcia. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 64 POIRIER, C. C. Administración de cadenas de aprovisionamento. Cómo construir una ventaja competitiva sostenida. México: Oxford University Press, 2001. POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SLACK, Nigel. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.