Maysa quando fala o coração
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Maysa quando fala o coração
Maysa quando fala o coração Roberta Margarit Amor, conflitos, sucesso, excessos. Cheia de altos e baixos. Assim foi a intensa vida de Maysa Monjardim Matarazzo (1936-1977). Unidos a talento, alta qualidade e muita emoção, esses elementos compõem a minissérie de nove capítulos que leva o nome da cantora. ‘Maysa – Quando fala o coração’ é a história de uma mulher que viveu intensamente em uma eterna busca pelo amor, pela vida, pela realização própria. Uma mulher que é puro coração. Que, muitas vezes, se guiava mais pela emoção do que pela razão. O desafio de colocar em apenas nove capítulos a vida, carreira, dramas e amores de uma das mais importantes cantoras e compositoras do país foi do autor Manoel Carlos, com a colaboração de Ângela Chaves. Para contar tanta história, o autor não fez uma obra biográfica, com datas e fatos, mas um ensaio sobre a vida de Maysa. “A minissérie não tem uma estrutura linear nem cronológica. Pinçamos o que consideramos mais interessante. Terá de tudo um pouco: shows, sonhos, sucesso, amores, família, crises, depressão... Tudo que é relevante está na minissérie”. Com estréia marcada para o dia 05 de janeiro de 2009, ‘Maysa – Quando fala o coração’ é dirigida por Jayme Monjardim, filho único da cantora. “Me preparei a vida toda para esse projeto. Tive o distanciamento e a frieza necessários para fazer esse trabalho. O Maneco (Manoel Carlos) pôde contar a história dele sem pudores, mesmo eu sendo o filho da personagem principal”. A minissérie vai misturar ficção com imagens de arquivo para contar a história de um dos maiores mitos da música brasileira, que teve sua vida abreviada em um trágico acidente de carro, quando tinha apenas 40 anos. Ângela Chaves, parceira de Manoel Carlos desde ‘Páginas da Vida’, ficou muito feliz quando o autor lhe convidou para esse projeto. “Escrever a minissérie foi um trabalho apaixonante: Maysa era uma cantora intensa e também uma mulher inteligente e desafiadora. Tinha um comportamento transgressor, se lançava no mundo, amava demais”, afirmou Ângela. Alma libertária De espírito indomável, Maysa (Larissa Maciel) era uma mulher fascinante que não aceitava que lhe colocassem rédeas. Com coragem, desafiou os padrões sociais de uma época e fez história. Quebrou tabus, enfrentou oposições e críticas, em nome de um sonho: o de expor sua arte, de cantar e encantar platéias com sua música. Educada em regime de internato em colégio de freiras, Maysa contestava os limites e regras desde pequena. Aos 13, já se maquiava. Na adolescência, causava polêmica ao usar calças compridas e fumar na rua. Nessa época, suas composições ainda ficavam restritas aos diários e anotações íntimas. Cantava apenas em casa, nas muitas festas que seus pais, Inah (Ângela Dip) e Monja (Nelson Baskerville), ofereciam. Ouça – casamento e separação Aos 17 anos, cheia de esperança e sonhos, Maysa casou-se com o grande amor de sua vida, o bilionário André Matarazzo (Eduardo Semerjian), um poderoso empresário da indústria brasileira e um homem quase 20 anos mais velho que ela. Com ele, teve seu único filho: Jayme Monjardim Matarazzo. Logo após o casamento, Maysa foi morar na mansão Matarazzo, que um dia sonhara ocupar. Mas a realidade foi um pouco mais dura. Maysa não conseguiu se adaptar ao ambiente tradicional que reinava no casarão, totalmente diferente do clima festivo da casa dos pais. O policiamento ostensivo, as críticas da matriarca Amália Matarazzo (Denise Weinberg) e os intermináveis compromissos de seu marido agravaram seu sentimento de solidão. O talento de Maysa foi descoberto enquanto ainda estava grávida. Produtores musicais lhe propuseram a gravação de um disco, mas André Matarazzo imediatamente se opôs. Houve muita negociação até que ele concordasse com a realização do disco, desde que a renda fosse beneficente. Mesmo assim só após o nascimento de seu primeiro e único filho, Jayme Monjardim. E assim foi feito. Mas o sucesso do primeiro disco, com letras e músicas originais de Maysa, foi tão grande, que os convites para apresentações, participações em programas e novos discos não paravam de chegar. E com eles, chegaram também as críticas da família Matarazzo e os conflitos entre o casal. A crise culminou com a separação, um grande escândalo para uma época em que não existia o divórcio. Por amor à música e aos seus ideais de vida, Maysa desfez o casamento com André Matarazzo, uma das maiores fortunas do mundo na época. Como fez questão de casar em regime de separação total de bens, a artista não herdou nada nem quis receber mesada do ex-marido. Empenhada em não abrir mão de seu talento, ela partiu em busca da sua realização profissional, mesmo tendo que pagar um alto preço emocional por isso. Embora triste, a cantora não se intimidou: realizou seu sonho de ser artista, atingiu o sucesso cantando, ganhou dinheiro, rodou o mundo. O Barquinho – o flerte com a bossa nova Os anos seguintes à separação foram conturbados para Maysa. Ao mesmo tempo em que suas músicas atingiam um estrondoso sucesso, a cantora se excedia nas noitadas, na bebida alcoólica e nos moderadores de apetite. E também nos romances. A essa altura, Maysa já era uma das cantoras mais bem pagas do Brasil e sua voz inconfundível conquistava um público cada vez maior. De olho nesse sucesso, o compositor Ronaldo Bôscoli (Mateus Solano) apareceu em sua vida e se tornou um dos relacionamentos públicos mais complicados da vida de Maysa. Mateus Solano, ator escalado para interpretar Bôscoli, conta que sabia pouco a respeito da vida e da obra do compositor, mas acha que tem semelhança física com ele. “Bôscoli era muito conquistador, um grande sedutor”, comenta Solano. O autor Manoel Carlos destaca esse período na minissérie. Embora o romance entre Bôscoli e Maysa tenha durado poucos meses, o personagem aparece em oito dos nove capítulos da minissérie. “Eles tiveram um romance breve, mas o Bôscoli teve um valor importante na carreira musical de Maysa. Foi ele quem a apresentou para a Bossa Nova, que lhe fez cantar de maneira diferente da que vinha cantando o samba canção”. A música “O Barquinho” foi uma das muitas músicas de Bôscoli que Maysa gravou. Ela foi uma das primeiras grandes cantoras a abraçar o novo ritmo brasileiro e a divulgá-lo no exterior. Ne me quitte pas – carreira internacional Maysa não fez sucesso apenas no Brasil. Seu talento conquistou fãs pelo mundo inteiro. A cantora morou muitos anos fora do país e viajou em turnês internacionais que passaram pela América do Sul, América Central, Estados Unidos, vários países da Europa e da África. Bonita e de personalidade marcante, Maysa também era culta e muito bem informada. Cantava e falava fluentemente francês, inglês, espanhol e italiano. Gravou músicas internacionais como I love Paris (Cole Porter), Light My Fire (The Doors), Besame mucho (da mexicana Consuelo Velasquez) e Ne me quitte pas, do franco-belga Jacques Brel. A minissérie vai mostrar alguns desses shows escolhidos pelo autor Manoel Carlos, como os do King’s Club em Buenos Aires, do Cassino Estoril em Portugal e do Olympia de Paris. Serão mostrados também shows marcantes feitos no Brasil, como um dos muitos que a cantora fez no Golden Room, no Copacabana Palace, e a antológica apresentação feita no Canecão, após Maysa voltar ao país depois de uma longa temporada na Europa. Os outros amores Além de André Matarazzo e Ronaldo Bôscoli, a minissérie transformou mais dois homens que passaram por sua vida em personagens. O espanhol Miguel Azanza (Pablo Bellini), com quem viveu por quase 10 anos, e o ator Carlos Alberto (Marat Descartes), um de seus últimos namorados, que conviveu com a cantora durante sua fase mais tranqüila, quando ela construiu uma casa em Maricá. "Hoje em dia, a coisa mais fácil que existe é não ser" Maysa morreu prematuramente em um acidente de carro na ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, aos 40 anos, no dia 22 de janeiro de 1977. Muitos são os rumores que surgiram em torno do acidente, mas a verdade é que sua morte foi uma fatalidade. Maysa estava sóbria e dirigia para sua casa em Maricá, seu ‘refúgio zen’. Ventos muito fortes fizeram com que a cantora perdesse o controle do carro e batesse violentamente contra uma pilastra. Maysa ainda foi socorrida, mas não resistiu e morreu a caminho do hospital. Nasce uma estrela – destinos cruzados Há 31 anos, morria a cantora Maysa Monjardim Matarazzo. Ainda em 1977, nascia a atriz Larissa Maciel no Rio Grande do Sul. Agora, as vidas das duas artistas se cruzam na minissérie. Larissa foi escolhida entre mais de 200 atrizes para viver a cantora na TV. “Não me achava parecida com a Maysa. Nunca tinha pensado nisso. Mas, quando o Fernando Torquatto acabou a minha caracterização do teste, tomei um choque”, lembra a protagonista. O autor Manoel Carlos conta que fez questão de optar por uma atriz desconhecida para dar credibilidade à personagem. “Insisti que fosse alguém que nascesse a partir da Maysa”. Formada em interpretação teatral pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e com mais de 10 anos de experiência no teatro e participações em curtas e projetos de dramaturgia na RBS (emissora afiliada da TV Globo no Sul), Larissa se mudou para o Rio de Janeiro em fevereiro de 2008, exclusivamente para mergulhar na história de Maysa. Durante seis meses, a atriz se entregou a um sofisticado processo de preparação para a construção de personagem. Em uma iniciativa inédita na televisão brasileira, Larissa dedicava diariamente mais de dez horas para as constantes aulas de canto e corpo e às minuciosas sessões de fonoaudiologia. E na reta final do processo de preparação, Larissa fez treinamentos específicos para as cenas de shows. A atriz perdeu a conta de quantas vezes leu o diário e tudo que foi publicado na imprensa sobre Maysa. Objetos pessoais, fotos, reportagens, entrevistas, DVDs com shows e especiais de TV fizeram parte do processo de preparação. “Emprestei meu corpo para ela. A Maysa se colocava inteira em tudo o que fazia. Ela vivia intensamente o tempo todo, e isso é o mais difícil de interpretar”, afirma a atriz. Apesar de ter feito um mergulho intenso no universo da cantora, Larissa não a imita na minissérie. Surpreso desde o primeiro teste, Jayme Monjardim diz que a gaúcha superou suas expectativas. “Larissa fez um trabalho impecável. Ela me surpreendeu ao pôr para fora uma Maysa que ela enxerga. Não é uma imitação; ela tem uma forma própria de interpretar”. “Minha expectativa é fazer um trabalho que a Maysa fosse aprovar. Por isso, me entreguei da forma mais profunda que pude”, declara Larissa. Mudança de alma – a caracterização O toque de Midas para a transformação de Larissa Maciel em Maysa acontece quando entra em cena o caracterizador Fernando Torquatto, contratado para a difícil missão de transformar os olhos expressivos da atriz nos "oceanos não-pacíficos" de Maysa. Os olhos – marca registrada de Maysa – ganharam a maior atenção. Durante os três meses de gravação, foram mais de 10 delineadores e 100 pares de cílios postiços. “Dividimos a vida dela em seis fases para dar mais veracidade à passagem do tempo”, disse Torquatto. Maysa mudava muito de visual, coisa incomum para a época. Foram usados vários modelos de peruca para que Larissa pudesse viver Maysa dos 15 aos 40 anos. “São muitas perucas, uma para cada época. Tive que mudar desde o formato das unhas e até das sobrancelhas”, lembra o caracterizador. Em nome do pai O clima familiar de ‘Maysa’ não ficará restrito à presença do diretor Jayme Monjardim na minissérie. André Matarazzo, de 10 anos, e Jayme Matarazzo, 22, filhos do diretor, interpretarão o pai na atração. A idéia partiu de Manoel Carlos e o diretor, a princípio receoso, acabou aprovando. “Eles passaram por testes e o resultado foi tão surpreendente que eu não tive coragem de dizer ‘não’. André nasceu para isso e quando vi o Jayminho levei um susto. Como pai e como diretor. Não poderia negar essa chance a eles. E, se já dei oportunidade para tanta gente mostrar talento, por que não?”, pondera Jayme. Para os netos, é uma forma de se aproximarem de Maysa. “Engraçado que eu sabia muito pouco sobre minha avó até começar a produção da minissérie e cada vez mais me surpreendo com a vida que ela teve”, diz Jayme Matarazzo, que cursa faculdade de cinema na Faap, em São Paulo. Do teatro para a TV Assim como Maysa fez durante sua carreira, quando lançou inúmeros músicos e compositores novos, a minissérie será uma porta de entrada para talentos desconhecidos do grande público. Para formar o elenco, Jayme Monjardim saiu em busca de atores com carreira consolidada no teatro e no cinema. “São atores que optaram por não fazer televisão. Para trazê-los, tivemos que fazer um grande esforço de sedução e o resultado foi espetacular”, afirmou Jayme. Semelhança física foi um dos pontos mais exigidos na escalação do elenco. “Usamos esse filtro para trazer uma equipe forte, que não tem muito que provar em relação ao talento”, afirma Nélson Fonseca, produtor de elenco. Além da própria Larissa Maciel, que é cria do teatro, também têm intimidade com os palcos Mateus Solano (Ronaldo Bôscoli), Nelson Barskerville (Monja), Angela Dip (Inah), Priscilla Rozenbaum (Ana), Eduardo Semerjian (André Matarazzo), Denise Weinberg (Amália Matarazzo) e Marat Descartes (Carlos Alberto). Para viver o casal de espanhóis Miguel e Gabriela Azanza, o diretor escalou o ator argentino Pablo Bellini, que vive no Brasil há anos, e a brasileira Melissa Vettore, que morou seis meses em Barcelona. Essa mistura garantiu um sotaque espanhol perfeito à dupla. Baú revirado – o vasto material de pesquisa Para mergulhar no farto material biográfico da artista, que até hoje é guardado com cuidado por Jayme Monjardim, Manoel Carlos contou com a preciosa ajuda de sua pesquisadora Mariana Torres. Foram vistos mais de três mil fotos, recortes de jornais e revistas e páginas originais do diário pessoal que a cantora manteve por toda a vida, onde Maysa anotava sua rotina, sentimentos, impressões, frustrações e sonhos. Além de centenas de vídeos com imagens de arquivo da Globo, TV Cultura, Band e de outras emissoras. “Através das palavras escritas pela própria Maysa era possível compreender algumas facetas daquela mulher tão intensa, controversa e apaixonada. Maysa escrevia muito bem e textos muito interessantes”, afirma Mariana. Depois da triagem feita pela pesquisa, foi a vez de as colaboradoras Ângela Chaves e Maria Carolina entrarem em cena e trabalharem em cima do material escolhido. “Mergulhar na vida de Maysa foi como conhecer um furacão. Um furacão que cantava lindamente o amor e a dor”, diz Ângela. “Confesso que fiquei surpreso com muita coisa que li, principalmente as anotações do seu diário, que revelam uma mulher inteligente e madura, consciente da sua importância, mas também da sua fragilidade”, conta o autor Manoel Carlos. “Ele teve acesso à alma da Maysa. Há 15 anos, eu não sabia por que ela tinha guardado isso tudo. Hoje eu sei: foi para que, um dia, isto acontecesse”, declara Jayme. Falar de amor não sai de moda – figurino O figurino foi responsabilidade de Marília Carneiro e Lúcia Dadário. Juntas, elas passearam por várias tendências, já que a minissérie abrange três décadas. Apesar de usar o que vinha à cabeça, Maysa passou por fases bem determinadas. “A minissérie tem quatro etapas de figurinos diferentes: anos 40/50, anos 60 e anos 70, além dos figurinos deslumbrantes dos shows que Maysa fez. São mais de 70 figurinos diferentes apenas para a Larissa”, afirma Marília. As diferenças entre as fases de Maysa serão marcadas através de roupas sóbrias e escuras que a cantora usou nas décadas de 50 e 60. “O clã dos Matarazzo requer um cuidado extra, tamanha a importância da família para a sociedade da época”, valoriza Marília. Já nos anos 70, quando estava mais magra, Maysa adotou as túnicas e os vestidos marroquinos. “Ela não tinha problema com o visual. Mesmo quando estava mais gordinha, mostrava os braços, o colo, ia à praia. Era assumidíssima”, afirma Lúcia. A curiosidade sobre o figurino ficou por conta do show do Canecão. Elas utilizaram a roupa original da apresentação, uma túnica azul toda bordada, que foi guardada por Jayme. A roupa estava impecável e serviu perfeitamente em Larissa Maciel. “Este é sem dúvida o figurino mais inusitado: o vestido do antológico show do Canecão, quando Maysa volta para o Brasil magérrima, poderosa”, acredita Marília. Com o foco no passado – cenografia e produção de arte As gravações da minissérie ‘Maysa – Quando fala o coração’ duraram três meses, de agosto a outubro de 2008. Como a abordagem da obra é realista, a cenografia optou por reforçar esse conceito filmando 90% das cenas em locações externas, em edifícios históricos que retratam a alta sociedade dos anos 50, 60 e 70. Locações como o Palácio Laranjeiras, o hotel Copacabana Palace, Hotel Glória, Casa Julieta de Serpa, MAM, Palácio Gustavo Capanema, Palácio Itamaraty e a Reitoria da UFRJ são alguns exemplos de lugares escolhidos como cenários para a minissérie. “Tenho 34 anos de TV Globo, mas esse é o trabalho mais bonito que já fiz. A cena do velório de André Matarazzo (Eduardo Semerjian), que filmamos no Palácio das Laranjeiras, é maravilhosa”, orgulha-se a diretora de arte Tiza de Oliveira. O Palácio serviu de cenário para o interior da residência paulistana da família Matarazzo. “A arquitetura e a decoração são fantásticas. Só precisei entrar com flores, louças e pratarias”, explica. Cerca de 120 profissionais passaram 15 dias em Petrópolis gravando os grandes shows e a frente da mansão Matarazzo. “O Quintandinha tem um teatro inacreditável, imponente. Lá gravamos shows como o do Olympia de Paris, Canecão e do Municipal de São Paulo”, afirma Raul Travassos, responsável pela cenografia da minissérie. “E, em Petrópolis, existe uma avenida que tem apenas casas de época. Foi ideal para filmarmos a frente da mansão dos Matarazzo, que ficava na Avenida Paulista, em São Paulo”. Para Tiza, a maior dificuldade foi retratar as casas de shows onde Maysa se apresentou no exterior. “Gravamos no Rio de Janeiro passagens que aconteceram na França, em Portugal, nos Estados Unidos e em outros países. Criamos ambientes luxuosos, abusando de velas, candelabros e flores”, afirma. Assim como aconteceu com o figurino e com a pesquisa, a equipe de cenografia também teve acesso a uma locação real, que pertenceu à Maysa. O diretor Jayme Monjardim abriu as portas de sua casa em Maricá, que foi construída pela cantora, para que as cenas finais da minissérie fossem filmadas lá. Fotografia Minucioso também foi o tratamento das imagens. A minissérie foi rodada com moderna tecnologia de alta definição, com câmeras que ainda estão em teste no mundo inteiro. Para conferir tamanha sofisticação de detalhes às cenas, Jayme convidou o consagrado diretor de fotografia Affonso Beato, responsável pelas belas tomadas ‘almodovarianas’ de “Tudo sobre minha mãe” e “Carne trêmula” e pelo registro da aristocracia britânica em “A rainha”, de Stephen Frears. “O Affonso me ajudou a encontrar a estética da minissérie. Se a alma da história é o texto do Maneco, a alma da imagem é do Affonso. Trabalhar com ele significa um passo à frente na minha carreira de diretor”, elogia Jayme. A minissérie, não à tôa, foi gravada com qualidade de cinema. ‘Maysa’ vai extrapolar a TV e ganhar as telonas, além de ser transformada em livro, CD e DVD. A Som Livre lança em janeiro o CD duplo com canções originais de Maysa. Na mesma época, a Globo Livros edita uma obra que traz fotos da cantora e bastidores da minissérie, nos moldes que Jayme já desenvolveu em outras produções como ‘O Clone’ e “Olga”. O longa-metragem e o DVD ainda não têm data definida para lançamento. Entrevista com o autor Manoel Carlos O autor Manoel Carlos chegou à TV Globo em 1972, para dirigir o ‘Fantástico’. Antes disso, trabalhou nas extintas TV Tupi (RJ) e TV Excelsior (SP), além da TV Record (SP). Para a Tupi escreveu, nos anos 50, mais de 100 teleteatros, num tempo em que as interpretações eram feitas ao vivo. Na Excelsior, criou o ‘Brasil 60’, com Bibi Ferreira, que se estendeu até 1963. E, na TV Record (SP), onde ficou por dez anos, dirigiu programas como ‘O Fino da Bossa’, ‘Família Trapo’, ‘Esta Noite se Improvisa’, ‘Hebe’ e muitos outros. Sua primeira telenovela na TV Globo foi ‘Maria, Maria’, que foi ao ar em 1978. E, desde então, Manoel Carlos emenda um sucesso no outro, completando dez produções de sucesso na emissora com ‘A Sucessora’ (1979), ‘Baila Comigo’ (1981), ‘Sol de Verão’ (1982), ‘Felicidade’ (1991), ‘História de Amor’ (1995), ‘Por Amor’ (1997), ‘Laços de Família’ (2000), ‘Mulheres Apaixonadas’ (2003) e ‘Páginas da Vida’ (2006), além da minissérie ‘Presença de Anita’ (2001). As obras de Manoel Carlos têm como marca registrada a alma feminina e as relações humanas. Realista na forma de escrever, Maneco – como é carinhosamente chamado pelos amigos – trouxe essa experiência em emocionar o público para o texto primoroso de ‘Maysa – Quando fala o coração’. Como surgiu o convite para escrever ‘Maysa’? Manoel Carlos: Ainda fazíamos ‘Páginas da Vida’ quando, num dos habituais encontros no (restaurante) Garcia & Rodrigues (no Leblon), o Jayme me falou nesse sonho de realizar um trabalho sobre Maysa. Era uma maneira de resgatar a vida e a trajetória artística da mãe. Ao final do jantar, me perguntou se eu aceitaria escrever a minissérie. O convite me comoveu e me envaideceu. Era irrecusável, mas – de qualquer maneira – me assustou um pouco tamanha responsabilidade. Você tem muitas novelas no seu currículo e uma minissérie de muito sucesso, que foi ‘Presença de Anita’. Como foi a experiência de fazer uma minissérie de apenas nove capítulos e com poucos personagens? Manoel Carlos: Foi uma experiência incrível, que eu dividi com a Ângela Chaves. A vontade de fazer obras curtas para a televisão está sempre presente em quem escreve longas novelas. A experiência com ‘Presença de Anita’ deixou em mim aquela sensação de "quero mais". Poucos personagens também são bem-vindos à imaginação, pois concentram a história e dão oportunidade a todo o elenco. Você chegou a conhecer a Maysa pessoalmente. Quanto dessa relação entrou na minissérie? Manoel Carlos: Eu apenas conheci a Maysa. Não fomos amigos. Trabalhamos no mesmo canal de TV, em São Paulo, onde cruzávamos pelos mesmos corredores e estúdios, e ela também participou de programas meus na Record e na Excelsior. Uma noite, fomos - eu e vários colegas de televisão - à casa dela, onde se cantou e se bebeu a noite toda. Ela era como comida chinesa: doce-azeda. Ou ainda: gentil e áspera, dócil e agressiva. Um encanto de contradições bem femininas. O Jayme disponibilizou um vasto material sobre a cantora e você precisou resumir tudo em nove capítulos. Qual foi seu critério? Manoel Carlos: Bem, essa foi a parte particularmente espinhosa da tarefa: reconhecer o que deveria ser aproveitado e o que, lamentavelmente, deveria ficar de fora. O Jayme disponibilizou quase 100 pastas de material: recortes de jornais e revistas, fotos, cartas, além dos diários da Maysa. Quem mergulhou em tudo isso foi a minha pesquisadora, Mariana Torres, que tem um apurado critério para separar o que é mais relevante. Mas deu pena ser tão curta. Qual foi a cena mais difícil de escrever? Manoel Carlos: Com perdão do lugar comum, nada foi fácil. Principalmente pela opção que fiz de ficcionar a história, não me ater aos dados severamente biográficos e cronológicos. Onde ficcionar, onde sair e voltar ao factual. Mulher de muitos amores, sempre apaixonada e ao mesmo tempo desiludida com as coisas do coração, deixou margem a muitas interpretações da sua trajetória de vida e de profissão. Muitas vezes tive que optar por um caminho, escolhido entre dez atalhos. Mas estou feliz com o resultado. Quando você entregou os capítulos ao Jayme, achou que ele poderia pedir alguma modificação? Manoel Carlos: Esperei que sim, já que ele é o herdeiro, único e legítimo herdeiro, da história que eu estava contando. Sabemos que não é fácil encarar a vida difícil de uma mãe que passou por tantas vicissitudes. Uma vida palpitante de emoção, muitas delas dolorosas de serem lembradas, revividas. Ele poderia pedir alguns cortes, alguns abrandamentos da verdade, mas... nada disso aconteceu. Me deu ampla liberdade de criação, respeitou e manteve os caminhos que escolhi para contar a história. O Jayme foi inigualável, como sempre. Houve uma preocupação em aliviar algumas passagens da vida de Maysa por causa do Jayme Monjardim? Manoel Carlos: Só tive essa preocupação antes de aceitar o convite que ele me fez. Depois de aceito, depois de combinar que faria a minissérie esquecendo o parentesco dele com ela, e diante - principalmente - da liberdade que ele me deu, perdi qualquer tipo de preocupação. Se você tivesse que definir a minissérie em poucas palavras, diria que ela é sobre o quê? O que Maysa teve de tão especial? Manoel Carlos: É a história de uma mulher valente e desafiadora, com coragem para transgredir, sofrer, chorar, romper com convenções, enfrentar a adversidade (e foram muitas!) e da artista incomparável, de voz única, talento incontestável. Uma mulher e uma artista muita ricas em humanidade e forjada por ricos contrastes: egoísta e generosa, humilde e também um poço de orgulho, amorosa e agressiva com seus amores. O que você achou da escolha dos filhos do Jayme Monjardim para interpretar ele mesmo? Manoel Carlos: Ah, isso foi uma escolha pessoal que eu fiz. O Jayme relutou muito, mas eu o convenci que os filhos seriam as opções certas para o papel do pai, nas duas idades em que ele aparece: criança e aos 20 anos, que foi quando Maysa morreu. Bem, fizemos os testes e eles se saíram muito bem, foram aprovados com louvor, como todos poderão ver a partir do dia 05 de janeiro. Os atores são quase todos desconhecidos do grande público. Você participou da escolha do elenco? Teve algum motivo especial para isso? Manoel Carlos: Escolha de elenco é uma das tarefas mais difíceis e sensíveis de uma novela, de uma minissérie. O ponto nevrálgico da boa realização. Acertando-se no elenco, o resultado já pode ser visto com otimismo. Por essa razão, entre outras, não abro mão de escolher o elenco, obviamente sempre em parceria com o diretor. Assim também com relação aos cenários e figurinos. Isso tudo é que forma o conjunto de uma boa obra. Quanto à escolha de atores e atrizes desconhecidos do grande público, essa tem sido uma preocupação em tudo que faço, tendo encontrado no Jayme a mesma disposição. Sempre, claro, dentro das possibilidades reais de acerto. Entrevista com o diretor Jayme Monjardim Jayme Monjardim é um diretor de grandes sucessos. Seus mais recentes trabalhos na TV Globo foram as novelas ‘Páginas da Vida’ (2006), que marcou o início de sua parceria com Manoel Carlos, ‘América’ (2005), ‘O Clone’ (2001) e ‘Terra Nostra’ (1999), todas ganhadoras de prêmios internacionais, e as minisséries ‘Chiquinha Gonzaga’ (1999), ‘Aquarela do Brasil’ (2000) e ‘A Casa das Sete Mulheres’ (2003). No cinema, Jayme dirigiu o filme “Olga” (2004), baseado no livro homônimo de Fernando Morais. ‘Maysa – Quando fala o coração’ é considerado pelo próprio diretor como o trabalho mais importante de sua vida. “Me preparei a vida toda para esse projeto”, tem repetido o diretor. Por que filmar ‘Maysa’? Jayme Monjardim: Porque eu acho que faltam histórias que nos façam suspirar. A minissérie conta a vida de uma mulher corajosa, que amava demais, que viveu em uma eterna busca de ser feliz e perseguiu seus sonhos. Tudo em Maysa era movido pelo sentimento. Essa não é a primeira vez que você filma o trabalho de sua mãe. Por que fazer de novo e nesse momento? Jayme Monjardim: Meu primeiro trabalho como diretor foi um curta-metragem sobre a história de Maysa, em 1979. Era uma homenagem após dois anos da morte dela. Acho que foi ela quem me direcionou para a carreira que escolhi. Em 83, eu preparei um especial para a Bandeirantes, a convite do diretor Roberto Talma. Esses trabalhos foram experimentais. Durante anos, amadureci a idéia de fazer um longa sobre ela. Foi quando apresentei a proposta para a TV Globo e eles toparam. Fiquei muito feliz. Que sentimento esse trabalho trouxe para você? Foi o trabalho mais especial de fazer? Jayme Monjardim: Sem dúvida, esse trabalho teve um gosto especial. Tanto por ser, de uma certa maneira, a minha própria história, como pelo apuro técnico a que tivemos acesso. Eu pude trabalhar com a melhor equipe. Ganhei de presente um texto irretocável do Manoel Carlos. Pude contar com a experiência e o talento do fantástico Affonso Beato, diretor de fotografia. E filmamos com uma tecnologia praticamente inédita no mundo. Acredito que estamos fazendo o futuro da televisão. Como você conseguiu separar o sentimento do filho do olhar do diretor? Jayme Monjardim: Eu me sinto completamente envolvido nesse projeto e feliz por essa oportunidade. Eu me preparei durante mais de 20 anos para realizá-lo. Jamais poderia fazer este trabalho se não estivesse anestesiado. Durante as gravações, o ritmo foi muito intenso e eu estava ali como diretor. Acho que, depois de ver a minissérie no ar, vou sentir pela primeira vez essa experiência como filho. A sua relação com o Manoel Carlos vem de ‘Páginas da Vida’. Foi você quem fez o convite a ele? Jayme Monjardim: Meu primeiro trabalho com o Maneco foi em ‘Páginas da Vida’, mas, desde que eu voltei para a TV Globo, já falamos em trabalhar juntos. Manoel Carlos entende a alma feminina como poucos. Não haveria autor mais pertinente para esse trabalho. Sem ele, não haveria minissérie. Ele trouxe a alma de Maysa para esse trabalho. Conseguiu dar uma visão realista, com todas as nuances e coloridos dela como cantora e como mulher, sem que ficasse uma coisa agressiva ou até protegida, evidenciando que sou filho. Jamais pediria ao Maneco para tirar alguma história porque é tudo público e assumido. Vamos falar de tudo, mas com elegância e seriedade. Você já fez outras minisséries sobre grandes mulheres. É um estilo que te agrada? Jayme Monjardim: Eu sou apaixonado por histórias emocionantes. E já contei algumas de mulheres corajosas, como ‘Chiquinha Gonzaga’, ‘Olga’, ‘A Casa das Sete Mulheres’... ‘Maysa’ é mais uma dessas histórias. Foi uma mulher que enfrentou preconceitos e quebrou regras atrás do sonho de expor a sua arte. Uma mulher que buscou amar e ser amada. E aí estava também sua maior fragilidade. Acredito que o público vai se emocionar ao assistir à história de uma mulher verdadeira, de carne e osso. Como você decidiu colocar seus próprios filhos para interpretar você mesmo? Jayme Monjardim: A idéia partiu do Maneco. Eu fiquei muito reticente, com medo de expor meus filhos. Mas ele insistiu e nós fizemos o teste. Quando vi o resultado, fiquei muito surpreso, tanto como pai como diretor. Não podia negar essa chance a eles. Os atores são quase todos desconhecidos do grande público. Teve algum motivo especial para isso? Jayme Monjardim: Eu gosto de trabalhar com gente nova. Já lancei atrizes como a Cristiana Oliveira, em ‘Pantanal’, e a Camila Morgado, em ‘A Casa das Sete Mulheres’, só para citar algumas. E o Maneco tem essa mesma visão. Então, optamos por trabalhar com um elenco forte, com muita experiência dramática e um talento inquestionável. Temos grandes nomes do teatro e do cinema na minissérie. Para a protagonista, precisávamos de alguém que surgisse para o público através de Maysa. Acho que conseguimos isso. Qual a primeira reação ao ver a Larissa caracterizada como Maysa? Jayme Monjardim: O primeiro teste dela já foi impressionante para mim. Não a semelhança física, mas a Maysa que ela enxerga. Não é uma imitação. O trabalho da Larissa foi impecável. Como será o projeto multimídia da minissérie? Você pretende lançar cds, DVDs e filme? Jayme Monjardim: Sim. Em janeiro, a Som Livre lança um CD duplo com gravações originais de Maysa que reúne os maiores sucessos de sua carreira. A Editora Globo também lança um livro com textos e fotografias dela. Ao longo do ano, também pretendemos editar um longa-metragem a partir da minissérie e lançar o DVD com bastidores e entrevistas. Mas ainda não temos datas definidas para isso. Perfil dos Personagens Maysa (Larissa Maciel) – Artista de talento incontestável, Maysa desafiou as regras da sociedade e desfez um casamento milionário para buscar o sonho de cantar. Corajosa e intensa, fez carreira de grande sucesso no Brasil e no exterior. Jayme Monjardim (André Matarazzo/Jayme Matarazzo) – Filho único de Maysa, Jayme se ressentiu da ausência da mãe na infância, enquanto ela fazia um enorme sucesso. Depois da morte do pai, passou sete anos em um internato na Espanha. Na volta, rompeu com a mãe e pediu a emancipação aos 15 anos André Matarazzo (Eduardo Semerjian) – Da alta sociedade paulistana, foi o primeiro marido de Maysa. Era um empresário importante da indústria brasileira e tinha, em relação à cantora, uma diferença de quase 20 anos de idade. Essa diferença criou muitos conflitos entre o casal e culminou na separação dois anos depois. Juntos, tiveram um único filho, Jayme Monjardim. Amália Matarazzo (Denise Weinberg) – M ãe de André Matarazzo e sogra de Maysa, era muito tradicional e radicalmente contra os anseios artísticos da nora. Andrea Matarazzo (Rogério Falabella) - Pai de André Matarazzo e sogro de Maysa. Inah Monjardim (Ângela Dip) – Mãe de Maysa, era de personalidade doce e carinhosa, tendo se preocupado sempre com as idéias vanguardistas da filha. Alcebíades Monjardim (Nelson Baskerville) – Pai de Maysa, era mais conhecido como Monja. Boêmio, convivia com muitos artistas e sempre promovia saraus em sua casa. Cibidinho (Michael Nix/Luiz Carlos Ayres/Gustavo Trestini) – Irmão de Maysa. Ana (Priscilla Rozenbaum) – Uma combinação de três secretárias que a cantora teve ao longo de seus 20 anos de carreira. Ronaldo Bôscoli (Mateus Solano) - Compositor e um dos precursores da Bossa Nova, Bôscoli era reconhecidamente um galanteador. Teve um breve e turbulento romance com Maysa. Miguel Azana (Pablo Bellini) – Espanhol, conheceu Maysa durante a turnê que a cantora fez na Europa. Casado à época, se separou e viveu com Maysa por quase 10 anos. Gabriela (Melissa Vettore) – Esposa de Miguel Azanza,que, quando descobre o caso entre o marido e Maysa, se separa. Carlos Alberto (Marat Descartes) – Conhecido ator de televisão, foi um dos últimos namorados de Maysa. Foi Carlos Alberto que a levou a Maricá, cidade que se tornaria um refúgio para a cantora. Nina (Simone Soares) – Miss Israel, foi a segunda esposa de André Matarazzo. Marlene (Cristiane Carniato) – Amiga de infância de Maysa. Beta (Cristine Perón) - Uma das muitas namoradas que passaram pela vida de Ronaldo Bôscoli. Fotos no site de imprensa www.redeglobo.com.br/imprensa Atendimento de imprensa Roberta Margarit – [email protected] Tel: 21 2444-5404 Central Globo de Comunicação São Paulo, 11 de dezembro de 2008 Mais informações www.globo.com/maysa Ficha Técnica Uma minissérie de Manoel Carlos Elenco Larissa Maciel Nelson Baskerville Ângela Dip Priscilla Rozenbaum Denise Weinberg Eduardo Semerjian Mateus Solano Pablo Bellini Marat Descartes Jayme Matarazzo Filho Melissa Vettore Beto Matos Caio Sóh Cristiane Carniato Cristine Perón Fátima Montenegro Rogério Falabella Simone Soares As Crianças André Matarazzo Thayná Elisa Borges Pedro Damas Michael Nix Michel Joelsas Gabriel Haua Escrita Por Manoel Carlos Ângela Chaves Colaboração Maria Carolina Mariana Torres Musicais Direção Mario Meirelles Direção Geral Jayme Monjardim Núcleo Jayme Monjardim Participações Adriana Quadros Adriano Garib Alcemar Vieira Alexandra Plubins Alice Fernandes Ana Barroso Andrea Murucci Anja Bittencourt Antonio dos Santos Antonio Mendel Arnaldo Marques Arthur Schreinert Bartholomeu Di Haro Camille Persek Carla Rosa Carlos Meceni Claudio Galvan Claudio Tizo Cyrano Rosalém Emmanuel Pasqualini Fabíula Nascimento Federico Erdocia Fernanda Avellar Gerson Lobo Glauce Graieb Gustavo Novaes Gustavo Trestini Gustavo Vaz Jennicer Hayworth Joelson Gusson Liana Naomi Lorenzo Martini Luiz Carlos Ayres Malu Rocha Marcelo Assumpção Marcelo Torreão Marcos Azevedo Maria Salvadora Marta Cotrim Michelle Bouvier Mila dos Santos Barbosa Monalisa Gomes Munir Kanaan Murilo Grossi Natalio Maria Nilvan Santos Nivea Semprini Orion Ximenes Pablo Padilha Pablo Uranga Patricia Pichamone Paula Ribas Paula Santoro Paulo Rezende Paulo Vespúcio Raul Veiga Ricardo Soares Roberta Almeida Rogério Barros Rubem de Bem Sarito Rodrigues Saulo Rodrigues Sérgio Stern Simone Iliescu Sofia Torres Vania Veiga Vitor Frade Vitor Gonçalo Zé Renato Cenografia Raul Travassos Gilson Santos Cenógrafos Assistentes Luiz Velho Marcos Sobrinho Marcus Ranzani Sylvia Barroso Claudio Alberto Figurino Marília Carneiro Lucia Daddario Figurinistas Assistentes Marcio Maciel Claudia Nobre Machado Paula Carneiro Equipe de Apoio ao Figurino Antonio Cezar Claudio Luciano Edeneire Nascimento Eliane Ribeiro Evandro Mousinho Francisco Assis Ivan Gomes Jorge Fernando Bernardo Marcia Dea Maria Da Conceição Marli Costa Patrick Reis Raílda Costa Roselane Fernandes Suzana Borba Direção de Fotografia Affonso Beato Gaffer Paulo Roberto de Souza Equipe de Iluminação Moyses Monteiro de Souza Diogo da Silva Marques Luiz Alberto Martins Lourival Felizardo dos Santos Jose Carlos Tavares de Souza Sandro Aguiar Rodrigues Flávio Augusto Fernando Santos da Cruz Julio dos Santos Barros Adriano Gomes Cardoso Luciano Reis Produção de Arte Tiza de Oliveira André Soeiro Jussara Xavier Produção de Arte Assistente Lara Tausz Rita Vinagre Equipe de Apoio à Arte Adriano Pitangui Francisco Santana Roberto Malvino Raimundo Sandoval Junior Mauricio Moreira Produção de Elenco Nelson Fonseca Instrutores de Dramaturgia Patricia Carvalho Germana Guilhermme Rose Gonçalves Rossella Terranova Mayra Correa Caio Soh Produção Musical Marcus Vianna PH Castanheira Direção Musical Mariozinho Rocha Caracterização Luiz Ferreira Fernando Torquatto Equipe de Apoio à Caracterização Jandira Lopes Rosemere dos S. Silva Lucia Theodoro Ricardo Moura Lourenço Fabricio Ramos Edição José Carlos Monteiro Bibi de Motta Sonoplastia Júlio César Corrêa Efeitos Visuais Jorge Banda Efeitos Especiais Wilson Aquino Abertura Hans Donner Alexandre Pit Ribeiro Roberto Stein Câmeras J. Passos Valeska Cunha Foquistas Silvia de Toledo Gangem Julia Equi Renata Reis Equipe de Apoio à Operação de Câmera Benedito Reginaldo Marangon Luiz Antônio Cardoso Temperine Marcone Couto Miranda Santos William Schmidt Thiago Augusto Equipe de Vídeo Almir Atayde Silva Equipe de Áudio Ronaldo Tavares de Paiva Roberto Casimiro da Silva Paulo Roberto Santiago Marcos Paulo D. Damiano Supervisor e Op. Sistema Dannyo Alves Escobar Ribeiro Gerente de Projetos Marcos Tavares Supervisor de Produção de Cenografia André Melo Luclésio Santana Valter Souza Equipe de Cenotécnica Althomy dos Santos Silva Antonio Vitor Romero Claudemir Mario da Silva Daniel Andrade França Dulce Helena Ferreira Francisco Vitor Santos da Silva Gelcimar Gonçalves Segundo Genecy Francisco Leal Geraldo Rodrigues De Menezes Glauber Silva Ventura Guilherme Gouveia Carvalho Haroldo Domingos Farias Jefferson Lopes Da Silva Jorge Luiz Cimbra Jose Carlos da Silva Luis da Silva Manuel Carlos Correa da Silva Marcelo Santos Jorge Marcelo Varela Marcos César Martins Mariante Maria Arlete Nascimento Cimbra Nilton Katayama Odair Jose Oliveira da Silva Regina Esperança Roberto Pereira da Silva Sergio Maximo Sonia Katayama Valmir Lopes da Silva Valmir Ubirajara do Monte Wilson José da Silva Pesquisa Madalena Prado Maria Byington Continuidade Silvia Moreiras Assistentes de Direção Suzana Furtado Isabella Teixeira Alice Gómez Luiz Henrique Campos Produção de Engenharia Luis Otávio Cabral de Souza Marcos Araújo Equipe de Produção Silvana Feu Walter José de Souza Silva Alex Costa Bruno Victorino Sandro Pranto Ademi Gomes Francisco Marinho Rodrigo Lassance Produtor de Locações José Joaquim Salles Coordenação de Produção Renata Bonora Wilson Teixeira Gerência de Produção Claudia Braga Direção de Produção Guilherme Bokel Agradecimentos Alerj Governo do Estado do Rio de Janeiro Arquivo Real – Aerovias – Cmte. Linneu Gomes Sistema Fecomercio – Sesc Rio