Feminismos Negro e afro-latinoamericano - PPGSA
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Feminismos Negro e afro-latinoamericano - PPGSA
Universidade Federal do Pará Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia Disciplina: Feminismos Negros, do "Terceiro Mundo" e Masculinidades em pauta Coordenação: Mônica Conrado Período:Abril 2015/Novembro 2015 CH: 60h Créditos: 4 Colaborador+s: Alan Ribeiro e Milton Ribeiro Data da disciplina: Quintas-feiras (encontro quinzenal) Primeiro aula: 16/04/2015 FEMINISMOS NEGRO E DO “TERCEIRO MUNDO” O que faz com que justifique esta seção é o que infelizmente nos serve ainda como sentença de que a história das mulheres negras ainda não foi contada, posto sempre silenciada (CARNEIRO, 2003; DOMINGUES, 2007; SCHUMAHER & BRAZIL, 2007)*. Neste sentido, as teorias do feminismo negro e do “terceiro mundo” possibilitam entender como certas realidades e sistemas classificatórios de mundo são modificados e resignificados nas várias experiências das mulheres ao servirem como ferramentas teóricometodológicas para estudos de gênero, sexualidade e raça e de suas intersecções. O pensamento feminista antirracista e pós-colonial surge nos anos 1970 nos Estados Unidos, e se desdobra e se redesenha a partir de aspectos contextuais, em consonância aos processos geopolíticos e históricos da América Latina e Caribe segundo demandas específicas, situacionais, locais. Ao assumir que descolonizar supõe registrar produções teóricas e práticas subalternizadas, racializadas e sexualizadas. O nosso olhar a partir de leituras pertinentes, recorrentes indicadas como leituras obrigatórias estará voltado às novas e velhas configurações sociais e políticas que localizam as múltiplas mulheres negras, latinas e caribenhas do “terceiro mundo” em diversos contextos, sob diversas conjunturas. Algumas das questões a serem problematizadas dizem respeito ao que denominamos “América Latina” e "Terceiro Mundo", e de como constituíram parte do atual padrão de poder mundialmente dominante. Um dos exercícios teóricos a ser feito com bases no Feminismo Negro é desvelar de que modo práticas de dominação e subordinação visam a suprimir o protagonismo de mulheres negras, sustentadas em correntes teóricas dominantes (COLLINS, 2000). *As referências acima mencionadas estarão disponíveis para consulta e leitura. Feminismos Negro e afro-latinoamericano GONZÁLEZ, Lélia. Por um feminismo latinoamericano. IN: Mujeres, Crisis y Movimiento. America Latina y el Caribe. Chile, ISIS INTERNATIONAL, VOL IX, Junho de 1988. p. 132-141. DAVIES, Angela. O significado da emancipação de acordo com as mulheres negras e Educação e libertação: a perspectiva das mulheres negras. IN: Mulher, raça e classe. Tradução Livre. Plataforma Guetto, 2013. bell hooks. Black women: shaping feminist theory & Feminism: a movement to end sexist oppression & The significance of feminist movement. In: Feminist theory. From margin to center. New York, South and Press Classics, 2000. ______. The politics of radical black subjectivity. IN: Yearning: race, gender and cultural politics. Boston, South End Press, 1990. COLLINS, Patricia. Black feminist epistemology. In: Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness and the Politics of Empowerment. New York: Routledge, 2000. Lorde, Audre. The Master’s Tools Will Never Dismantle the Master’s House. IN: Sister Outsider: Essays and Speeches. Ed. Berkeley, CA: Crossing Press. 110-114. 2007. Teóricas Pós-Coloniais e Feminismos do “Terceiro Mundo” SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte, ED. UFMG, 2010. ANZALDÚA, Gloria. Falando em Linguas. Uma carta para as mulheres do terceiro mundo. In: Revista Estudos Feministas. 1º SEMESTRE 2000. p. 229-235. ___________. ANZALDÚA, Gloria. La conciencia de la mestiza: rumo a uma nova consciência. Rev. Estud. Fem. [online]. 2005, vol.13, n.3, pp. 704-719 CURIEL, Ochy. Crítica pos-colonial desde las prácticas políticas del feminismo antirracista (disponível na internet). __________. Descolonizando el feminismo: una perspectiva desde America Latina y el Caribe (disponível na internet) MOHANTY, Chandra T. Cartographies of struggle: third world women and politics of feminism IN: Feminism without borders. Decolonizing theory, practicing solidarity. Durham & London, Duke University Press, 2003. ________. Bajo la mirada occidental: la investigación feminista y los discursos coloniales (disponível na internet) MINH-HA, TRINH T. Difference: a special third world women issue? IN: Woman, native, other. Writing postcoloniality and feminism. Indiana, Indiana University Press, 1989. LEITURAS COMPLEMENTARES QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. Disponível na web: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/lander/pt/Quijano.rtf Dussel, E. Europa, modernidade e eurocentrismo. http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/lander/pt/Dussel.rtf Disponível na web: RAÇA E MASCULINIDADES Esta seção destaca alguns trabalhos analíticos sobre masculinidades negras desenvolvidos a partir das elaborações teóricas e epistemológicas do feminismo negro interseccional sobre racismo, gênero, corporalidades, educação e identidades coletivas. Faz-se uma remissão a autores clássicos que discutem a chamada diáspora negra e o pós-colonialismo. Black Feminist: experiências transnacionais AWKWARD, Michael. A Black Man's Place in Black Feminist Criticism. In: BYRD, Rudolph & GUY-SHEFTALL, Beverly. Traps: African-American Men on Gender and Sexuality, 2001. COLLINS, Patricia. The Politics of Feminist Thought. In: Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness and the Politics of Empowerment. New York: Routledge, pp. 0323, 2000. Raça e sexualidade: debate interseccional COLLINS, Patricia. Booty Call: Sex, Violence, and Images of Black Masculinity. In: Black Sexual Politics: African Americans, Gender and the New Racism. New York: Routledge, 2004. hooks, bell. Eating the Other: Black Looks: race and representation. Boston: South End Press, 1992. Traducão: Comendo o Outro. RIBEIRO, Alan. (Tradução Pessoal). PINHO, Osmundo. The Black Male Body and Sex Wars in Brazil. In: Queering Paradigms IV, 2014. Corpo negro: raça e masculinidades FANON, Frantz. A Experiência vivida do Negro. In: Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: EDUFBA, 2008. GILROY, Paul. Identidade, Pertencimento e Crítica da Similitude Pura. In: Entre Campos: Nações, Culturas e o Fascínio da Raça, 2007. hooks, bell. Reconstructing Black Masculinity. In: Black Looks: race and representation. Boston: South End Press, 1992. Raça e Educação: experiências e espaços CARVALHO, Marília. Quem são os meninos que fracassam na escola? In: Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 121, 2004. hooks, bell. Schooling Black Males. In: We Real Cool: black man and masculinity. New York: Routledge, 2004. Tradução: Escolarizando Homens Negros. RIBEIRO, Alan & PERRY, KeishaKhan (no prelo). RAÇA E SEXUALIDADES Esta seção tem como objetivo apresentar um debate interseccional entre raça, gênero e sexualidades, partindo de debates históricos, experiências etnográficas e reflexões semióticas. Portanto, exploraremos a dimensão racial na articulação com o corpo, erotismo, pornografia e construção de sujeitos generificados e racializados, com o propósito de inserir +s leitor+s no atual debate sobre a articulação dos eixos de diferenciação, como classe, geração, etnia, nacionalidade e os eixos centrais destes encontros. O debate queer também será aqui apresentado, partindo do seu surgimento nos EUA e sua entrada no Brasil, além das reflexões transgressivas vindas da Europa. História, gênero e sexualidade: abordagens interseccionais STOLKE, Verena. O enigma das interseções: classe, “raça”, sexo, sexualidade. A formação dos impérios transatlânticos do século XVI ao XIX. In: Estudos Feministas, 14(1), 2006, p. 15-42. McCLINTOCK, Anne. Couro imperial: raça, travestismo e o culto da domesticidade. In: Cadernos Pagu, n. 20, Campinas, 2003, p. 7-85. Etnografia dos corpos e sujeitos: raça, gênero e homossexualidade DÍAZ-BENÍTEZ, María Elvira. Negros homossexuais: um estudo sobre hierarquias de classe, raça e gênero. 219 f. Dissertação de Mestrado (Antropologia Social). Rio de Janeiro: UFRJ/Museu Nacional - PPGAS, 2005. AGUIÃO, Silvia. Cenas da circulação: fragmentos de uma etnografia sobre homossexualidade, gênero, cor e mestiçagem em uma favela do Rio de Janeiro. In: Sexualidad, Salud y Sociedad, n. 9, 2011, p. 61-90. Erotismo e Pornografia: sentidos e representações raciais FRANÇA, Isadora Lins. “Frango com frango é coisa de paulista”: erotismo, deslocamentos e homossexualidade entre Recife e São Paulo. In: Sexualidad, Salud y Sociedad, n. 14, 2013, p. 13-39. PINHO, Osmundo. Race fucker: representações raciais na pornografia gay. In: Cadernos Pagu, n. 38, 2012, p. 159-195. Queer Theory: debates sobre abjeção e dissidência MISKOLCI, Richard. A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. Em: Sociologias, Porto Alegre, ano 11, n. 21, 2009, p. 150-182. PRECIADO, Beatriz. Multidões queer: notas para uma política dos "anormais". In: Revista Estudos Feministas, vol.19, n.1, 2011, p. 11-20.
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