Metabolismo de lipideos
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Metabolismo de lipideos
Profª Eleonora – Slide de aula Metabolismo de Lipídeos Profª Eleonora – Slide de aula Metabolismo de lipídeos Os lipídeos simples são constituídos por um álcool e por um ou mais ácidos graxos já os lipídeos complexos além destes compostos apresentam também ácido fosfórico, oses, etc. H | H | Ácidos graxos saturados: H | H - C 1 - C 2 - C 3- H | OH CnH2n +1 COOH | | 0H OH Ácido palmítico: Ácido oléico: glicerol C15H31 COOH C17H33 COOH Ácidos graxos insaturados: CnH2n -1 COOH CnH2n -3 COOH CnH2n -5 COOH, etc... ou ou CH3(CH2)14 COOH CH3(CH2)7 CH=CH(CH2)7 COOH Representação esquemática De ácido graxo saturado: ácido esteárico C17H35 COOH De ácido graxo insaturado: configuração trans e cis trans C HO cis O H HO C H C HO H O O H Profª Eleonora – Slide de aula Ácidos graxos A expressão “ácido graxo” designa qualquer ácido monocarboxílico alifático que possa ser liberado por hidrólise a partir de óleos ou gorduras naturais. Os mais importantes, e freqüentes, são monocarboxílicos de cadeia linear não ramificada, com número par de átomos de carbono (entre 4 e 30). Podem ser saturados, insaturados (mono ou poliinsaturado) e, por vezes, hidroxilados. Na maioria dos ácidos graxos insaturados a dupla ligação possui isomeria cis. Nomenclatura A numeração dos carbonos se faz a partir da carboxila terminal (carbono 1) para o grupo CH3 (carbono n). 3 2 1 H C-(CH ) -CH -CH -COOH 3 2n 2 2 α β Os carbonos 2 e 3 são freqüentemente designados, também, por α e β. Um modo de representar a dupla ligação consiste em indicar o número total de átomos de carbono, seguido de “dois pontos”, a seguir o número de duplas ligações e depois, entre parêntesis, o algarismo ou algarismos correspondentes ao primeiro átomo de carbono de cada dupla ligação. Exemplo: Acido linoléico ⇒ 18:2 (9,12) ou 18:2 ∆9,12 H3C-(CH2) -CH=CH-CH2-CH=CH-(CH2) -COOH 18 4 13 12 10 9 7 1 Ácido graxo poliinsaturado com dezoito átomos de carbono e duas duplas ligações, entre C-9 e C-10 e entre C-12 e C-13. Profª Eleonora – Slide de aula Principais ácidos graxos saturados Nº de carbonos Nome vulgar Nome sistemático Fórmula [1] 4 Butírico n-butanóico CH3CH2CH2COOH 5 Valérico n-pentanóico CH3(CH2)3COOH 6 Capróico n-hexanóico CH3(CH2)4COOH 8 Caprílico n-octanóico CH3(CH2)6COOH 10 Cáprico n-decanóico CH3(CH2)8COOH 12 Láurico n-dodecanóico CH3(CH2)10COOH 14 Mirístico n-tetradecanóico CH3(CH2)12COOH 16 Palmítico n-hexadecanóico CH3(CH2)14COOH 18 Esteárico n-octadecanóico CH3(CH2)16COOH 20 Araquídico n-eicosanóico CH3(CH2)18COOH 22 Beénico n-docosanóico CH3(CH2)20COOH 24 Linhocérico n-tetracosanóico CH3(CH2)22COOH [1] o prefixo n- é dispensável [2] [2] ou Lignocérico Profª Eleonora – Slide de aula Principais ácidos graxos insaturados Nº de Nº de carbonos duplas ligações Nome vulgar Nome sistemático Fórmula 14 1 Miristoléico cis-9tetradecenóico 16 1 Palmitoléico cis-9hexadecenóico CH3(CH2)5CH=CH(CH2)7COOH 18 1 Oléico cis-9octadecenóico CH3(CH2)7CH=CH(CH2)7COOH 18 2 Linoléico cis, cis-9,12octadecadienóico CH3(CH2)4(CH=CHCH2)2(CH2)6CO OH 18 3 Linolênico cis, cis, cis9,12,15octadecatrienóico CH3CH2(CH=CHCH2)3(CH2)6COOH 20 4 Araquidônico (todas) cis5,8,11,14eicosatetraenóico CH3(CH2)4(CH=CHCH2)4(CH2)2COOH CH3(CH2)3CH=CH(CH2)7COOH [*] [*] a IUPAC prefere, desde 1975, o prefixo “icosa-” em vez de “eicosa-”. Profª Eleonora – Slide de aula Os lipídeos desempenham três funções biológicas Componentes essenciais das membranas biológicas (bicamada lipídica), juntamente com as proteínas. Sinalizadores intra e intercelulares Reservas energéticas O Principais Lipídeos (Agrupados de acordo com a estrutura química) Triacilgliceróis - ésteres de glicerol e ácidos graxos Fosfolipídeo - ésteres de glicerol, ácido graxo e ácido fosfórico Esfingolipídeos - o álcool é a esfingosina H H R1 - C- O- C1- H H - C - O - ácido graxo H - C2 - O - C - R2 R3 - C- O -C3- H O O H - C - O - fosf ato - amino álcool H H Fosfolipídeo Triacilglicerol H CH3 (CH2)12 CH =CH - CH - OH H - C - NH - ácido graxo Esfingolipídeo H - C - O - ácido graxo H - C - O - ácido graxo H - C - O - galactose H H - C - O - galactose H Glicolipídeos - ésteres de glicerol, acido graxo e oses C Esteróis - a maioria é de origem eucariótica e são derivados do ciclopentanoperidrofenantreno H - C - O - ácido graxo A D B Ciclopentanoperidrofenantreno G licolipídeo Profª Eleonora – Slide de aula Metabolismo de triacilgliceróis (Reservas energéticas) Triacilgliceróis por hidrólise liberam glicerol e ácidos graxos A hidrólise é efetuada pela enzima lipase Glicerol e ácidos graxos são oxidados por vias metabólicas diferentes O O CH 2_ O _ C | R 2 C _ O _ C_ H | CH _ O _ C 2 _ O R1 C R1 + 3 H2O li pase R3 OH CH 2O H | O HO _ C _ H + R _C | 2 CH 2O H OH O T r iacilgl i cerol R 3_ C Glicer ol O OH Á cidos graxos H O CH 2 Glicerol: N A D+ N A DH+H + HO CH 2 C=O HC-OH Gl ic er ol qui nase G l i cer ol 3 -f osf at o H O CH 2 P-O - CH d esi dr ogenase P-O- CH 2 2 Diidr oxiacetona Gl icerol Gli cero l 3-f osf at o f osf at o H C-OH ATP A DP H O CH 2 Profª Eleonora – Slide de aula Transporte dos ácidos graxos para o interior da mitocôndria 1ª etapa: catalisada por enzima acil-CoA sintetase presente na membrana mitocondrial externa. Acil-CoA R CH CH COO + ATP + HS_CoA Sintetase 2 2 Ácido graxo O R CH CH C S CoA + AMP +PPi 2 2 Acil-CoA graxo Ativação do ácido graxo pela ação da enzima acil-CoA sintetase: Reação acoplada - a energia resultante da quebra do ATP em AMP + PPi no interior do sítio ativo é empregada na síntese da ligação tioéster. O pirofosfato formado pode ser hidrolisado por uma segunda enzima, a pirofosfase inorgânica: pirofosfato + H2O → 2 fosfatos Reação Reação global: global: Ácido Ácido graxo graxo + + ATP ATP + + CoA-SH CoA-SH → → Acil-S-CoA Acil-S-CoA + + AMP AMP + +2 2 Pi Pi Profª Eleonora – Slide de aula 2ª etapa: catalisada pela enzima carnitina aciltransferase I, presente na superfície externa da membrana mitocondrial interna. R C S CoA + Carnitina R C Carnitina + CoA O O Acil graxo carnitina Acil-CoA graxo CH 3 H CH 3 HOOC- CH - CHO H - CH - N CH 3 2 + 2 CH 3 SH HOOC- CH 2- C - CH 2- N CH 3 + O CH 3 C =O Car ni t i na O éster acil-graxo-carnitina pode atravessar a membrana interna e chegar à matriz mitocondrial. R A c i l - C a r ni t i na 3ª etapa: catalisada pela carnitina aciltransferase II, que transfere o grupo acil-graxo da carnitina para a CoA-SH intramitocondrial. A enzima está localizada na superfície interna da membrana interna da mitocôndria. R C C ar ni t i na O A cil graxo carnit i na + CoA S H R C S CoA O A cil -CoA graxo + C a r ni t i na Profª Eleonora – Slide de aula Esquema do transporte de radicais acila para a matriz mitocondrial Espaço intermembranas Membrana interna CH 3 HOOC- CH - CHOH - CH - N+ CH3 2 2 CH 3 O R C S CoA I CoA SH Matriz H 2 2 O + CH 3 R C S CoA II CH 3 HOO C-CH - C - CH - N O CH 3 CoA SH C =O R II = = Carnitina Carnitina aciltransferase aciltransferase II II II = = Carnitina Carnitina aciltransferase aciltransferase II II Profª Eleonora – Slide de aula β-Oxidação de Ácidos Graxos (Ciclo de Lynen) Esta via atua de forma cíclica e é formada por uma série de quatro reações, ao final das quais a molécula de acil-CoA é encurtada em dois átomos de carbono que são liberados sob a forma de acetil-CoA. As quatro reações que compõem a β-oxidação são: 1. Oxidação de acil-CoA a enoil-CoA (acil-CoA β-insaturada) de configuração trans, pela acil-CoA desidrogenase uma enzima FAD dependente 2. Hidratação da dupla ligação de enoil-CoA com formação do isômero L de 3-hidroxiacilCoA, pela ação da enoil-CoA hidratase 3. Oxidação da hidroxila do carbono β de 3-hidroxiacil-CoA a uma carbonila com formação de β-cetoacil-CoA, pela ação da β-hidroxiacil desidrogenase uma enzima NAD+ dependente 4. Quebra de β-cetoacil-CoA com a participação de HS-CoA, e formação de acetil-CoA e de uma molécula de acil-CoA com menos dois átomos de carbono, pela ação da acetil-CoA acetil transferase (ou tiolase) Esta nova molécula de acil-CoA refaz o ciclo tantas vezes quanto necessário para ser totalmente convertida em moléculas de acetil-CoA. Profª Eleonora – Slide de aula β-Oxidação de Ácidos Graxos (Ciclo de Lynen) H | | H H OH Outras denominações: Trans-∆ 2-enoil-CoA ou α, β-trans-enoil-CoA ou α, β-trans-desidroacil-CoA L-hidroxiacil-CoA ou L-β-hidroxiacil-CoA ou L-3-hidroxiacil-CoA Tiolase ou Acil-CoA acetil transferase Profª Eleonora – Slide de aula Oxidação de Ácidos Graxos Cálculos Energéticos Exemplo: Ácido palmítico (C16:0) 7 passagens pelo ciclo: 7 FADH2 14 ATP 7 NADH 21 ATP 8 acetil-CoA: 96 ATP Total = 131 ATP Para o cálculo do rendimento energético deve ser descontada a energia gasta na ativação e transporte do ácido graxo para o interior da mitocôndria. Profª Eleonora – Slide de aula Equação global da oxidação do Palmitoil-CoA Incluindo β-oxidação, ciclo do ácido cítrico, transporte de elétrons e fosforilação oxidativa. 1º estágio da oxidação: de ácido graxo a 8 moléculas de acetil-CoA; 7 NADH e 7 FADH2 Palmitoil-S-CoA + 7 HS-CoA + 7 O2 + 35 pi + 35 ADP → 8 acetil-CoA + 35 ATP + 42 H2O 2º estágio da oxidação: de acetil-CoA a CO2 e H2O 8 acetil-CoA + 16 O2 + 96 Pi + 96 ADP → 8 HS-CoA + 96 ATP + 104 H2O + 16 CO2 Equação global: Palmitoil-CoA + 23 O2 + 131 pi + 131 ADP → HS-CoA + 131 ATP + 16 CO2 + 146 H2O Variação da energia livre padrão para a oxidação do ácido palmítico a CO2 e H2O : ≈ - 2.340 kcal/mol Energia recuperada como energia da ligação fosfato do ATP, nas condições padrão : ≈ 7,3 x 131 = 956 kcal. Profª Eleonora – Slide de aula Oxidação de ácidos graxos com número ímpar de átomos de carbono 1. Oxidação pela mesma via de β-oxidação de ácidos com número par de átomos de carbono, começando pela extremidade carboxílica da cadeia. 2. Na última série de quatro reações da β-oxidação, o composto a ser oxidado é um acil-CoA com cinco átomos de carbono 3. A oxidação e quebra deste composto resulta em uma molécula de acetil-CoA e uma de propionil-CoA 4. As moléculas de acetil-CoA são oxidadas através do ciclo do ácido cítrico 5. A molécula de propionil-CoA segue uma via enzimática diferente: Carboxilação com formação do isômero D de metilmalonil-CoA, pela enzima propionil-CoA carboxilase; Epimerização de D-metilmalonil-CoA em L-metilmalonil-CoA pela enzima metilmalonil-CoA epimerase (ou metilmalonil–CoA racemase); Transformação de L-metilmalonil-CoA em succinil-CoA pela enzima metilmalonil-CoA mutase Profª Eleonora – Slide de aula Reações adicionais para o propionil-CoA proveniente de ácido graxo com número impar de átomos de carbono Conversão de propionil-CoA, proveniente da oxidação de ácidos graxos de número ímpar de carbonos, a succinil-CoA. Profª Eleonora – Slide de aula Reações adicionais às do ciclo de Lynen para a oxidação de ácidos graxos insaturados. a) Quando o ácido graxo tem dupla ligação de número ímpar (∆5 no exemplo), após algumas voltas do ciclo de Lynen, resulta em cis-∆3-enoil-CoA. A enzima ciscis-trans isomerase produz uma ligação dupla trans entre os carbonos 2 e 3. b) Quando o ácido graxo tem dupla ligação de número par (∆6 no exemplo), após algumas voltas do ciclo de Lynen, é produzida cis-∆4-enoil-CoA. A primeira reação da β-oxidação insere uma ligação dupla trans entre os carbonos 2 e 3 A enzima 2,42,4-dienoildienoil-CoA redutase 2 reduz a Trans-∆ -cis-∆4-dienoil-CoA. A enzima transtrans-trans isomerase, isomerase, então, transfere a ligação dupla trans para o carbono 2. Profª Eleonora – Slide de aula Reações adicionais às do ciclo de Lynen para a oxidação de ácidos graxos insaturados. a) Quando o ácido graxo tem dupla ligação de número ímpar (∆5 no exemplo), após algumas voltas do ciclo de Lynen, resulta uma cis-∆3-enoil-CoA. A seguir, a enzima cis-trans isomerase produz uma ligação dupla trans entre os carbonos 2 e 3 a partir da ligação dupla cis entre os carbonos 3 e 4. b) Quando o ácido graxo tem dupla ligação de número par (∆6 no exemplo), após algumas voltas do ciclo de Lynen, é produzida uma cis-∆4-enoil-CoA. A seguir, ocorre a primeira reação da β-oxidação inserindo uma ligação dupla trans entre os carbonos 2 e 3. A β-oxidação normal não pode prosseguir nesse ponto porque o ácido graxo com as duplas ligações tão próximas constitui um substrato inadequado para a hidratase. A enzima 2,4-dienoil-CoA redutase utiliza NADPH para reduzir esse intermediário. O resultado é um acil-CoA graxo com uma ligação dupla trans entre os carbonos 3 e 4. A enzima trans-trans isomerase, então, transfere a ligação dupla trans para o carbono 2 e a β-oxidação continua.
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a) Oxidação da Acil- CoA a trans ' 2 - enoil-CoA. b) Hidratação da dupla ligação formando um 3-hidroxiacil-CoA. c) Oxidação do grupo hidroxila a carbonila, resultando um E-cetoacil-CoA e NADH. d) C...
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