ressonância nuclear magnética fetal
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ressonância nuclear magnética fetal
RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA FETAL • Dr. Heron Werner Jr e Dr. Pedro Daltro Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI). Rio de Janeiro. INTRODUÇÃO A avaliação por imagem do feto, tem se aprimorado ao longo dos anos. É inegável o papel da ultrassonografia (USG) para esta finalidade, mas ela não é mais o único método disponível de imagem considerado seguro. O estudo por ressonância magnética (RM) veio acrescentar conhecimentos ao permitir a obtenção de imagens anatomicamente mais detalhadas além de maior resolução de contraste das partes moles, sem sofrer interferências negativas de fatores desfavoráveis à USG como obesidade materna, oligodramnia e alguns tipos de posicionamento fetal 28 . Por suas características de baixo custo, portabilidade, facilidade de acesso e existência de profissionais bem treinados, a USG ainda é o método inicial e em muitos casos suficiente para estudo do feto durante a gestação. Contudo, diante de diagnósticos mais complexos a RM tem precisas indicações 10, 18. OBJETIVO O objetivo deste capítulo é mostrar o valor da RM na gravidez como método de auxílio à USG para o diagnóstico e avaliação do prognóstico de malformações fetais. 1 HISTÓRICO Os primeiros trabalhos sobre RM com finalidade diagnóstica em medicina foram publicados por Smith em 1983. Os equipamentos evoluíram muito nos últimos 10 anos. Na década de 80 os aparelhos de RM eram de baixo campo (0,5 Tesla), deixando lenta a formação de imagens, tornando o exame vulnerável aos artefatos de movimento fetal. A partir da primeira metade da década de 90, com os aparelhos de alto campo (1,5 Tesla), desenvolveu-se sequências rápidas (18 segundos) para aquisição da imagem. A maior parte das indicações de RM fetal está relacionada às patologias do sistema nervoso central, pois permite uma boa avaliação dos diversos estágios de formação do cérebro fetal. Contudo, com o aperfeiçoamento das sequências utilizadas, esta vem se mostrando de grande utilidade também no estudo de outras malformações fetais tais como torácicas, urinárias e abdominais 7, 8, 28. PRINCIPAIS ASPECTOS FÍSICOS O princípio da RM é a representação digital da composição química dos vários tipos de tecidos expostos a um campo magnético potente. Para entender como a ressonância funciona, se faz necessário o conhecimento de certos princípios físicos como as propriedades magnéticas do núcleo, o comportamento coletivo do núcleo quando excitado por onda de radiofrequência, as propriedades de relaxamento do núcleo e as técnicas de imagens utilizadas para maximizar diferenças por contraste. O hidrogênio é o átomo mais utilizado para imagem por apresentar alta sensibilidade ao fenômeno de ressonância e também por estar largamente distribuído na matéria biológica. O procedimento usado na RM consiste em submeter uma região a ser examinada num campo magnético, perturbando o equilíbrio do núcleo por uma determinada freqüência (freqüência de ressonância). Quando submetido à ação de um campo magnético, um tecido biológico tem seus prótons orientados segundo o eixo desse campo. Como exemplo, quando uma paciente é posicionada dentro do campo magnético do aparelho, os núcleos de hidrogênio do seu corpo, que 2 normalmente tem orientação aleatória ficam alinhados passando a girar em torno de um eixo longitudinal paralelo ao vetor deste campo magnético com a mesma freqüência dos núcleos de hidrogênio (Figura 1). Em seguida, emite-se uma onda de radiofreqüência suficiente para provocar assimilação de energia pelos prótons da paciente, provocando desvio da magnetização para um plano transversal ao campo magnético. Cessada a onda de radiofreqüência, ocorre realinhamento dos prótons da paciente com o campo magnético. Neste momento há eliminação da energia acumulada a qual é detectada e localizada espacialmente (Figura 2). Estes dados obtidos, a partir da medida desta energia (sinal) gerada na paciente, constitui a base para formação das imagens. A força do campo magnético é medida em duas unidades: Gauss e Tesla. Um Tesla corresponde a 10.000 gauss. A força do campo magnético da terra está entre 0,5 e 1,0 gauss. Os aparelhos de RM trabalham com campos magnéticos de 0,25 a 3,0 Tesla. Assim, as pacientes são submetidas a campos magnéticos de 2.500 a 30.000 vezes superior ao campo magnético da terra. Após os impulsos de freqüência, o próton retorna ao seu estado inicial de equilíbrio. Este retorno também consiste numa emissão de sinais de baixa freqüência, que são captados e transformados em imagem pelo computador. Tal retorno ao estado inicial de equilíbrio do próton é chamado de tempo de relaxamento (T). Exemplificando melhor esse efeito, imagine um corpo que desce uma colina numa trajetória retilínea e lisa. Ele sairá do estado de alta energia ao fazer tal trajetória atingindo o final que seria um nível de baixa energia. Esse percurso é possível de ser captado e corresponderia ao retorno do próton a sua posição inicial ou T. Diversos tecidos apresentam diferentes T. Esse pode ocorrer em dois processos: (T1) ou tempo de relaxamento longitudinal, quando há transferência de energia para o meio molecular, representando a recuperação de 63% da magnetização longitudinal após a interrupção da onda de radiofreqüência, e (T2) ou tempo de relaxamento transversal, quando há transferência de energia de um átomo que vibra para o outro, ou seja, desalinhamento dos prótons ou perda de coerência. Os tecidos apresentam T1 e T2 diferentes, que são medidos em milisegundos, sendo maiores nos fluídos (sangue, líquido amniótico). Estes efeitos ocorrem simultaneamente, sendo que o tempo de repetição (TR) e tempo de eco (TE) são os que vão determinar que tipo de efeito esta sendo favorecido em cada imagem (T1 ou T2). A densidade de prótons é proporcional ao conteúdo de água 3 dos tecidos. Assim, além da diferença do T entre cada tecido, a imagem também depende do número de prótons por unidade de volume. Figura 1: Núcleos de hidrogênio com orientação aleatória (a) e alinhados na presença de um campo magnético potente (B0) (b). Figura 2: Alinhamento dos prótons com o campo magnético (B0) quando cessada a onda de radiofrequência, havendo eliminação da energia acumulada que é localizada espacialmente, constituindo-se na base da formação das imagens. 4 SEGURANÇA A primeira questão a ser considerada no uso da RM é sua segurança para a gestante e o feto. Estudos realizados em animais não mostraram efeito teratogênico do método. Contudo, aconselha-se que não seja realizado no 1º trimestre da gestação, período crítico para teratogênese e no qual ainda não há identificação de potenciais benefícios do uso precoce desta técnica de imagem. A “Safety Comitee of the Society of Magnetic Resonance Imaging” sugere o uso da RM apenas se a USG não for conclusiva. A legislação brasileira não tem uma norma específica. Contudo, a posição geral é de que RM pode ser utilizada com bom senso na gestação a partir do 2º trimestre, sem restrições quanto à indicação do exame. A injeção de meio de contraste (gadolínio intra-venoso) deve ser evitada durante toda a gestação, uma vez que o meio de contraste é capaz de atravessar a barreira placentária, entrando na circulação fetal segundos após sua administração 9, 24, 27. A tabela 1 apresenta as contra-indicações ao uso da RM. Tabela 1: Pontos importantes para o exame de RM. Contra-indicações absolutas • Clipe de aneurisma Não estão contra-indicados cerebral ferromagnético e intravasculares • Clamp Poppen-Blaylock da artéria carótica • Prótese • Stents filtros após 3 meses de posicionamento • Clipes de aneurisma cerebral valvar mitral Starr- Edwards não ferromagnético (titânio) • Próteses ortopédicas • Implantes otológicos cocleares • Implantes dentários • Projéteis • Projéteis de arma de fogo de arma de fogo próximo a estrutura vital • Marcapasso cardíaco não próximos de estrutura vital • Desfibriladores/cardioversores 5 TÉCNICA Para obter imagens de boa qualidade em qualquer exame de RM é essencial o uso de sequências rápidas como HASTE (Half-Fourier Single Shot Turbo spin-Echo), FSSE (Fast Single Shot Echo) ou true-FISP (Free Induction Steady State Precession) que permitem aquisições em curto espaço de tempo evitando artefatos de movimento. A duração de cada seqüência está em torno de 18 segundos, sendo feitos cortes em torno de 4 mm em aparelhos de alto campo. O uso de sedativos maternos não se faz necessário na grande maioria dos exames 6, 29 . Para o SNC, sequências pesadas T2 são úteis na avaliação anatômica e padrão de sulcação (Tabela 2) (Figura 3). As sequências pesadas em T1 são úteis na avaliação de sangramento (Tabela 3) (Figuras 4 a,b) e mielinização 12,18. Figura 3: Padrão de sulcação do encéfalo fetal de acordo com a idade gestacional. 6 Figuras 4 a,b: Feto de 32 semanas, portador de Doença de Von Willebrand. a) Sagital T2 demonstrando área em hipersinal na fossa posterior, sugerindo sangramento. b) sagital T1 demonstrando mesma área em hiposinal. 7 Tabela 2: Cronologia do desenvolvimento cerebral evidenciado em fetos normais. IG (s.a) Cisura Sulcos 22 - 23 Inter-hemisférica Pericaloso - Parietoccipital interna Lateral - Hipocampal - 24 - 25 Calcarina Cíngulo 26 - Central - - Colateral 27 - Marginal - - Pré-central - - Temporal superior 28 - Pós-central - - Intraparietal 29 - 31 Frontal superior e inferior 32 Temporal superior e inferior 33 Occipitotemporal externo - Cingular secundário - Insular 34 - 36 Occipital secundário 8 Tabela 3: Mudança da intensidade do sinal de área hemorrágica. Estágio Tempo T1 (sinal) T2 (sinal) Aguda < 12 horas Iso-baixo Alto Aguda 1 – 3 dias Iso-baixo Baixo Subaguda 3 – 7 dias Alto Baixo Subaguda 1 – 2 semanas Alto Alto Crônica > 2 semanas Iso-baixo baixo Para o tórax, abdome e aparelho urinário não há técnica especial no que se refere à avaliação qualitativa das estruturas, sendo usado protocolo complementar apenas para medida da volumetria pulmonar nas situações necessárias. O estudo inicia-se com sequências pesadas em T2 nos planos axial, coronal e sagital, que permitem bom estudo anatômico da região. As sequências pesadas em T1 têm utilidade na avaliação do fígado e intestino grosso 7, 8. Estruturas cheias de líquido apresentam habitualmente baixo sinal em T1 e alto em T2. Órgãos sólidos têm sinal intermediário (timo, por exemplo) e estruturas contendo gordura e mecônio, têm alto sinal em T1 e baixo em T2. Os pulmões têm conteúdo líquido variável e crescente ao longo da gestação, o que lhes dá característica de alto sinal em T2, com bom contraste para as estruturas mediastinais e parede torácica. Traquéia e brônquios, também cheios de líquido amniótico, são bem identificados. Já coração e grandes vasos não são tão bem definidos e têm baixo sinal por conta de artefatos de movimento e fluxo. O estômago tem alto sinal no T2, o intestino delgado apresenta-se como estruturas serpinginosas com alto sinal em T2 e o colo tem baixo sinal no T2 e alto sinal no T1. O fígado tem um sinal aumentado no T1. Os rins podem ser bem identificados a partir do segundo trimestre assim como a bexiga com sinal alto no T2 28. A idade gestacional ideal para o exame é a partir da 20ª semana. Para sua realização, a paciente é posicionada em decúbito dorsal ou lateral esquerdo, com 9 os pés entrando em primeiro no magneto (Figuras 5 e 6). A presença do marido ou familiar deve ser encorajada para maior conforto da paciente. A seguir vamos descrever as principais lesões do SNC, tórax, abdome e aparelho urinário. LEMBRAR: A RM não tem valor para o estudo do feto no 1º trimestre da gestação. Trata-se de um método seguro que deve ser utilizado como auxílio à USG para diagnóstico e avaliação do prognóstico fetal. O uso de contraste deve ser evitado. IMAGEM: Líquido: baixo sinal em T1 e alto sinal em T2. Gordura: alto sinal em T1 e baixo sinal em T2. Figura 5: Paciente posicionada em decúbito dorsal com os pés entrando em primeiro no magneto. 10 Figura 6: Paciente posicionada em decúbito lateral esquerdo com os pés entrando em primeiro no magneto. LESÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 1- ANENCEFALIA Representa um defeito no fechamento da porção anterior do tubo neural de prognóstico letal, caracterizado pela ausência da abóbada craniana com exposição do tecido neural. Sua incidência global gira em torno de 1 em 1000 nascimentos. Representa em média um terço das malformações do SNC diagnosticadas pela USG. Seu diagnóstico é precoce sendo feito com facilidade pela USG ainda no primeiro trimestre. Contudo, a RM pode ajudar nos casos de gestações múltiplas em que a avaliação do feto acometido fica prejudicada 28. 11 2- HIDROCEFALIA Hidrocefalia é uma doença congênita grave, de prognóstico difícil de ser estabelecido quando o diagnóstico é intra-útero, sendo definida como a resultante do desequilíbrio entre a produção e a reabsorção do líquido cefalorraquidiano (LCR). Consiste no excesso de LCR ao nível dos ventrículos cerebrais e dos espaços subaracnoideanos, provocando um aumento da pressão intracraniana. Sua incidência está estimada entre 0,12 a 2,5 por 1000 nascimentos, sendo que em 3,3% dos casos há um componente familiar. Uma associação com outras anomalias está em torno de 70% a 85% dos casos, incluindo a associação com mielomeningocele em torno de 30% dos casos. Associações com malformações cardíacas, torácicas, renais, parede abdominal, face e extremidades dever ser procuradas. IMPORTANTE: A RM é útil na avaliação do parênquima cerebral que pode estar comprometido pela hidrocefalia e na avaliação de malformações associadas, principalmente as do sistema nervoso central. 3- AGENESIA DO CORPO CALOSO (ACC) O corpo caloso é uma importante comissura cerebral que conecta os hemisférios cerebrais. Ele se forma de anterior para posterior, com exceção do rostro, que é o último a ser formado. Assim, nos casos de agenesia parcial, o esplênio e o rostro não são identificados. Um corpo caloso hipoplásico ou atrófico resulta de um insulto cerebral após sua formação (em torno da 18ª semana de gestação). A ACC é um diagnóstico passível de ser feito pela USG, porém a RM passou a ser fundamental na confirmação diagnóstica de casos duvidosos. Seu diagnóstico é baseado principalmente em sinais indiretos tais como: paralelismo dos ventrículos laterais, ascensão do terceiro ventrículo, dilatação do corno occipital dos ventrículos laterais (colpocefalia), ausência do giro do cíngulo com verticalização dos giros e presença das bandas de Probst, constituída pelas fibras 12 que falham em atingir o hemisfério contralateral e que se curvam posteriormente provocando indentação na parede antero-medial do corno frontal. IMPORTANTE: Principais achados (Agenesia do Corpo Caloso): • Dilatação ventricular moderada (olhar para a forma do ventrículo). • Fissura inter-hemisférica proeminente. • Elevação do 3º ventrículo (melhor avaliada no plano coronal). • Não visualização do giro do cíngulo. • Disposição radial dos giros para o 3º ventrículo. • Não visualização do CSP. • Outras anomalias do SNC em 50% dos casos. 4- HOLOPROSENCEFALIA A holoprosencefalia é uma patologia de origem precoce, ainda na organogênese do cérebro, resultante de uma falha na clivagem do prosencéfalo primitivo. Sua incidência está em torno de 1 em 10.000 nascimentos. Em função do grau de severidade, ela é classificada em: alobar, semilobar e lobar (Tabela 4). A USG é bastante eficaz no diagnóstico das holoprosencefalias do tipo alobar e semilobar. Apesar de poucos relatos na literatura, a RM parece trazer real benefício na tentativa de caracterizar a forma lobar e confirmar os achados prévios da USG para as formas alobar e lobar. Os fetos com holoprosencefalia do tipo alobar e semilobar geralmente morrem ao nascer. A sobrevida com as formas brandas do distúrbio (lobar) está associada ao retardo mental. 13 Tabela 4: Principais diferenças dos tipos de Holoprosencefalia. Achados Alobar Semilobar Lobar Anomalia crânio- Severa Variável Leve / Ausente Monoventrículos Cornos occipitais Cornos frontais de rudimentares aspecto retangular facial Ventrículos Septo Pelúcido Ausente Ausente Ausente Foice Cerebral Ausente Parcial Bem formada Cisura Inter- Ausente Parcial Presente: alguma hemisférica fusão anteroinferior Tálamos, Fusionados gânglios da base Parcialmente Separados Separados 5- HIDRANENCEFALIA Consiste na destruição completa ou quase completa do córtex cerebral e gânglios da base. Apesar da ausência dos hemisférios cerebrais, o tronco cerebral, tálamos e cerebelo estão presentes. A foice cerebral está reduzida, às vezes ausente, com uma grande quantidade de líquido acima dos tálamos não fusionados e cerebelo. O diagnóstico diferencial é feito com as grandes hidrocefalias e holoprosencefalia alobar e semilobar. A etiologia é heterogênea, provavelmente resultante da destruição intra-uterina do parênquima cerebral originada por alterações vasculares (obstrução completa e bilateral das artérias carótidas internas) ou infecciosas (citomegalovírus, toxoplasmose). 14 6- ESQUIZENCEFALIA E PORENCEFALIA A esquizencefalia e porencefalia são patologias de origens diferentes, apesar da aparência semelhante quando avaliadas à USG, tendo a RM um papel importante na diferenciação. A esquizencefalia é considerada como anormalidade de migração neuronal. Assim, ela é circundada pela substância cinza. Pode ser observado seu aumento e confluência para o ventrículo lateral deformando o seu contorno. A suspeita diagnóstica está principalmente na dilatação assimétrica dos ventrículos laterais enquanto que o terceiro ventrículo permanece normal. A porencefalia resulta de uma destruição localizada do tecido cerebral durante a gestação. Este processo destrutivo resulta na formação de uma cavidade de paredes finas, preenchida por líquido, havendo comunicação direta para o ventrículo e calota craniana. Esta patologia pode envolver toda a espessura do córtex cerebral. 7- MICROCEFALIA Diminuição importante da circunferência cefálica, inferior ao percentil 5 ou dois desvios-padrão abaixo da média. Existe uma microcefalia isolada em uma a cada 10.000 nascimentos. Geralmente é detectada após a 24ª semana, tornandose mais fácil o diagnóstico com o avançar da gestação. As principais causas são: herança autossômica recessiva / dominante, infecções (citomegalovírus, toxoplasmose, rubéola), radiações, drogas, álcool, hipóxia. 8- MALFORMAÇÃO DE CHIARI A malformação de Chiari é uma das principais anomalias da fossa posterior. As formas mais freqüentes são o tipo I e II. O Chiari I consiste no deslocamento das tonsilas cerebelares para o canal cervical superior, enquanto que o Chiari II corresponde a uma herniação da parte inferior do vérmis cerebelar e do quarto ventrículo. O Chiari II é encontrado em 65% a 100% das formas graves de espinha 15 bífida. A fossa posterior é pequena, os hemisférios cerebelares são hipoplásicos e uma dilatação ventricular está quase sempre presente. Existe uma outra forma grave de malformação de Chiari, que é o tipo III. Esta é uma forma rara e consiste de encefalocele com herniação de conteúdo da fossa posterior e, algumas vezes, do lobo occipital (cefalocele). O tecido herniado é sempre anormal, apresentando áreas de necrose, gliose e fibrose. IMPORTANTE: CHIARI II • Fossa posterior pequena com deslocamento inferior do vérmis • Disgenesia do corpo caloso, polimicrogiria • Hidrocefalia - 90% • 4o ventrículo pequeno, alongado e deslocado inferiormente • Mielomeningocele - 100% 9- INIENCEFALIA Malformação que consiste em complexa alteração no desenvolvimento embrionário em torno da terceira semana, caracterizada por uma retroflexão acentuada do pólo cefálico. Trata-se de uma sequência de alterações raras, em que existe um defeito na região occipital envolvendo o forame magno e alterações no eixo vertebral sem visibilização dos arcos posteriores. Em 84% dos fetos afetados existem anomalias associadas tais como: hidrocefalia, malformação de Dandy-Walker, encefalocele, meningocele, hérnia diafragmática, onfalocele, anomalias cardíacas e do arco aórtico, renais, etc. O diagnóstico é ultrassonográfico, quando há dificuldade na visualização da coluna vertebral por inteiro no plano longitudinal. 16 10- COMPLEXO DE DANDY-WALKER Classicamente a malformação cística da fossa posterior tem sido dividida em malformação de Dandy-Walker, variante de Dandy-Walker e megacisterna magna. A malformação de Dandy-Walker é caracterizada pela dilatação cística do quarto ventrículo e alargamento da fossa posterior com deslocamento superior do tentório e da tórcula de Herophili (confluência dos seios venosos), com grau variável de aplasia ou hipoplasia vermiana. A variante de Dandy-Walker é caracterizada pela hipoplasia leve do vérmis cerebelar inferior com comunicação da porção pósteroinferior do quarto ventrículo com a cisterna magna. Caracteristicamente, a fossa posterior tem tamanho normal e o tronco cerebral é usualmente preservado. Na megacisterna magna o vérmis e os hemisférios cerebelares são normais, assim como o quarto ventrículo. IMPORTANTE: A RM auxilia a USG na caracterização de uma variante DandyWalker e na confirmação de um bom prognóstico da megacisterna magna. 11- MALFORMAÇÃO DA VEIA DE GALENO (MVG) A malformação da veia de Galeno é um grupo heterogêneo de anomalias caracterizadas pela dilatação das estruturas venosas do sistema galênico e comunicações arteriovenosas anômalas na linha média. A veia de Galeno aparece dilatada e se comunica com as artérias de aparência normal. Na maior parte dos casos, a malformação é isolada. As principais associações são: malformação cardíaca, higroma cístico e hidropsia. Os principais achados de RM são: lesão expansiva com sinal heterogêneo, predominantemente hipointenso em todas as sequências em função da turbulência do fluxo, alterações parenquimatosas associadas com hemorragia secundária à trombose, dilatação de estruturas venosas e arteriais adjacentes, hidrocefalia. 17 12- ESCLEROSE TUBEROSA Caracteriza-se pelo desenvolvimento de lesões hamartomatosas em muitos tecidos, em particular cérebro, pele, coração e rins. A herança é autossômica dominante, embora a maioria dos casos representem mutações novas em famílias não afetadas. Os tumores cardíacos fetais (rabdomiomas) constituem a principal anormalidade visualizada pela USG pré-natal. Esses tumores caracterizam-se como massas ecogênicas no coração, que se localizam nas paredes ventriculares, fazendo, com freqüência, protrusão para o interior da cavidade cardíaca. Em torno de 50% dos fetos com rabdomiomas possuem esclerose tuberosa. O prognóstico dos rabdomiamas cardíacos é bom, com involução pós-natal na sua grande maioria. Porém, o diagnóstico de esclerose tuberosa intra-útero, somente possível pela complementação da RM, muda completamente o prognóstico fetal, devido à freqüência aumentada de retardo mental e convulsões (80%) 30. IMPORTANTE: Face ao diagnóstico de rabdomiomas cardíacos no pré-natal, uma RM fetal deve ser realizada para pesquisa de lesões cerebrais sugestivas de Esclerose Tuberosa. 13- LESÕES EXPANSIVAS INTRACRANIANAS Das lesões expansivas intracranianas as mais comuns são as císticas. As lesões sólidas tais como tumores e hemorragias são raras. A RM é método ideal na complementação da USG, pois permite melhor caracterização da anatomia cerebral, da dilatação do sistema ventricular e das lesões expansivas. 18 LESÕES CERVICAIS 1- HIGROMA CÍSTICO & LINFANGIOMA Os linfangiomas são malformações congênitas dos vasos linfáticos e constituem cerca de 6% de todas as lesões benignas da infância e adolescência. Ocorrem mais comumente na cabeça, pescoço ou axila embora possam ocorrer em qualquer local do sistema linfático em desenvolvimento. Não têm predileção por raça ou sexo e são subdivididos em quatro tipos histológicos, dentre os quais o higroma cístico é o tipo mais comum 3. Os higromas císticos são cisto ou múltiplos cistos desenvolvendo-se na região póstero-lateral da região cervical. É oriundo de um atraso na comunicação entre os sacos linfáticos jugulares e as veias jugulares internas. Assim, os sacos linfáticos jugulares obstruídos se dilatam, podendo gerar, em casos extremos, uma hidropsia fetal não-imune. Cerca de 60% dos casos de higroma estão relacionados com anomalias cromossômicas, sendo a principal a síndrome de Turner. IMPORTANTE: • A RM pode determinar com mais precisão a extensão da lesão e sua relação com as estruturas vizinhas, permitindo um planejamento cirúrgico mais adequado. • A RM é importante no diagnóstico diferencial dos linfangiomas, principalmente com encefalocele, mielomeningocele cervical, teratoma e hemangioma, que apresentam diferentes tratamentos e prognósticos. 19 Tabela 4: Principais massas da região cervical e suas localizações. MASSA LOCALIZAÇÃO Higroma cístico Póstero-lateral, bilateral Meningocele Posterior, linha média Encefalocele occipital Posterior, linha média Bócio Anterior, bilateral Teratoma cervical Ântero-lateral, unilateral Hemangioma Variável LESÕES TORÁCICAS 1- MALFORMAÇÕES BRONCO-DIGESTIVO-PULMONARES CONGÊNITAS Existe um espectro de malformações do desenvolvimento que têm origem nas estruturas embrionárias derivadas do intestino anterior primitivo: cistos de duplicação, neuroentéricos, broncogênicos, seqüestros, malformações adenomatóide císticas, enfisema lobar congênito 8, 13, 16, 20. 1.1 - MALFORMAÇÃO ADENOMATÓIDE CÍSTICA (MAC) É lesão caracterizada por crescimento excessivo de estruturas brônquicas, em detrimento dos espaços alveolares, associado a suprimento aéreo anômalo, sendo o diagnóstico feito muitas vezes pelo USG gestacional. Artigos mais recentes falam da freqüência de 1:1.000 nascidos vivos 8. Stocker et al (1977) classificam a MAC em três tipos em função do tamanho dos cistos 26 . O prognóstico varia mais com tamanho do que com o tipo histológico da lesão por conta da hipoplasia pulmonar que pode gerar. 20 IMPORTANTE: A RM pode ser útil na avaliação de diagnóstico diferencial com hérnia diafragmática e na avaliação do parênquima pulmonar. 1.2- SEQUESTRO PULMONAR Tecido pulmonar anômalo, sem comunicação com a árvore brônquica central e cujo suprimento vascular vem de artéria anômala sistêmica que pode ter origem na aorta ou em um dos seus ramos. A apresentação mais comum é de massa sólida à esquerda, junto ao diafragma, visualizada pela primeira vez na USG do 2º trimestre da gestação. O seqüestro pode ser da forma intra-lobar ou extra-lobar, sendo esta última a mais freqüentemente diagnosticada no período pré-natal. As lesões podem involuir espontaneamente ainda na fase intra-uterina, e a RM tem mostrado que, em algumas fases, a lesão pode ser virtualmente invisível à USG mas ainda facilmente identificada pela RM 8. IMPORTANTE: • A Dopplerfluxometria colorida pode auxiliar na identificação do suprimento sanguíneo. • A RM tem mostrado que, em algumas fases, a lesão pode ser virtualmente invisível à USG. • A RM é útil na avaliação do diagnóstico diferencial com neuroblastoma e hemorragia adrenal. 21 1.3-CISTO BRONCOGÊNICO É a mais comum lesão cística do mediastino, tendo origem em anomalia do desenvolvimento do broto ventral respiratório a partir do intestino primitivo que ocorre por volta de 26-40 dias de vida embrionária. A localização mais freqüente é mediastinal, junto à carina, podendo ocorrer na forma de lesões intraparenquimatosas pulmonares (geralmente lobos inferiores), pleurais ou diafragmáticas. A associação com outras malformações do mesmo grupo (MAC, seqüestro) é habitual 8. IMPORTANTE: A RM pode ser útil no diagnóstico diferencial, principalmente com MAC e cisto neuroentérico. Contudo, o diagnóstico será preciso somente com o exame anatomo-patológico. 2– LINFANGIECTASIA PULMONAR CONGÊNITA Consiste na dilatação generalizada de vasos linfáticos histologicamente normais que pode ocorrer primariamente ou ser secundária a obstrução venosa severa como nos casos de retorno venoso anômalo pulmonar ou síndrome do coração esquerdo hipoplásico. Existe ainda freqüente associação com doenças genéticas como Noonan, Turner, Ehlers-Danlos e Down. Uma associação com derrame pleural uni ou bilateral é freqüente 8. 3 - HIDROTÓRAX Hidrotórax é o acúmulo de líquido no espaço pleural, de origem primária ou secundária. A forma primária é a mais comum e, neste grupo predomina o quilotórax causado por anomalias nos ductos linfáticos torácicos que não realizam drenagem eficaz. O quilotórax é mais comum à direita. No grupo do hidrotórax por causas secundárias encontram-se as anomalias cromossômicas (síndrome de 22 Down e Turner), doenças infecciosas (citomegalovírus e toxoplasmose) ou ainda os casos de hidropsia fetal. A USG é capaz de fazer este diagnóstico, inclusive auxiliando em alguns casos a drenagem como tratamento. 4 – HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA (HDC) HDC consiste na falta de desenvolvimento parcial ou completa do diafragma, permitindo a migração de estruturas abdominais para o tórax, comprimindo o pulmão e atrapalhando seu desenvolvimento 8,1 5, 21 . Os órgãos abdominais podem se desenvolver dentro do tórax ou migrarem para ele após pleno desenvolvimento. O tipo mais comum de hérnia é a posterior esquerda (Bochdaleck), quando é visualizado o desvio do mediastino para a direita, acompanhado pela presença de alças de delgado e estômago na cavidade torácica. A mortalidade é alta e a RM pode ajudar na avaliação do prognóstico 1, 2, 4 . Quando o prognóstico é ruim, um tratamento intra-útero pode ser realizado com a colocação do balão para oclusão traqueal e consequente estímulo do crescimento do parênquima pulmonar 11, 14, 17, 22. IMPORTANTE: Critérios de mau prognóstico para HDC: • diagnóstico precoce (< 25 semanas), • coexistência de malformações associadas, • anomalias cromossomiais, • migração do fígado para o tórax 23 5 – ATRESIA CONGÊNITA DA LARINGE Atresia congênita da laringe é anomalia rara. Os principais achados da USG e RM são: pulmões de volume aumentado, hiperecogênicos e com sinal hiperintenso (sequência pesada T2). Pode haver oligodramnia, polihidramnia ou o volume de líquido amniótico pode permanecer normal, dependendo das estruturas que sejam comprimidas pelo aumento do volume pulmonar 8. 6 – MALFORMAÇÕES CARDÍACAS A avaliação de tumores cardíacos é uma das situações em que a RM pode trazer informações diagnósticas embora seja considerado que a USG seja mais interessante para avaliação do coração fetal que a RM que está sujeita a artefatos de movimento 19. IMPORTANTE: • Rabdomiomas e teratomas são os tumores cardíacos fetais mais freqüentes. • Lembrar que nos casos de rabdomiomas, deve-se complementar a investigação procurando lesões cerebrais associadas nos casos de esclerose tuberosa. LESÕES ABDOMINAIS ONFALOCELE & GASTROSQUISE São os defeitos mais comuns de fechamento da parede abdominal (Tabela 6). O diagnóstico é feito pela USG, geralmente no início do segundo trimestre da gestação. Em alguns casos, o diagnóstico no final da gestação, assim como a diferenciação destas duas patologias, pode ser difícil de ser realizado pela USG em 24 função da redução fisiológica do líquido amniótico, além da estática fetal, muitas vezes inadequada 7 . Tabela 6: Principais diferenças entre onfalocele e gastrosquise. Onfalocele Gastrosquise Frequência 1:5.000 1:10.000 a 1:15.000 Localização Envolve o cordão À umbilical Membrana envolvendo direita do cordão umbilical Sim (em alguns casos Não pode estar rota) Estruturas herniadas Intestino e / ou fígado Intestino na maioria Cromossomopatias Frequente Infrequente Síndromes associadas Sim Não Existem grandes defeitos da parede abdominal, de prognóstico letal, podendo corresponder a “Pentalogia de Cantrell” e “Limb Body Wall Complex” (Tabela 7). 25 Tabela 7: Principais características da “Pentalogia de Cantrell” e “Limb Body Wall Complex” 7. Pentalogia de Cantrell Limb Body Wall Complex 1 em 100.000 nascidos vivos 1 em 14.000 nascidos vivos onfalocele defeitos dos membros, coluna, parede abdominal e torácica ectopia cardíaca ausência da porção distal do esterno, do diafragma anterior e do pericárdio Anomalias craniofaciais: exencefalia, encefalocele e defeitos faciais Mielomeningocele parietal Associação com anomalias cardíacas: Malformações associadas: cardíacas, defeito do septo ventricular, anomalia diafragmáticas, atresias intestinais, de Ebstein, atresia tricúspide, tetralogia agenesia renal e hidronefrose de Fallot, átrio único, canal atrioventricular, atresia mitral, anomalia A placenta anormalmente implantada do retorno venoso pulmonar, ventrículo Cordão umbilical dificilmente visualizado único, estenose pulmonar, atresia pulmonar, estenose aórtica, coarctação da aorta, transposição dos grandes vasos Os órgãos abdominais podem estar herniados para a cavidade amniótica formando uma grande massa ALTERAÇÕES DO APARELHO URINÁRIO 1- AGENESIA RENAL A agenesia renal quando bilateral é uma malformação letal, sendo que aproximadamente 50% dos fetos nascem mortos, e o restante morre logo após o nascimento, por insuficiência respiratória decorrente da hipoplasia pulmonar associada ao oligoidrâmnio prolongado. Quando a agenesia renal é unilateral, o 26 volume do líquido amniótico é normal. Porém, antes de pensar neste diagnóstico, deve-se pesquisar a possibilidade de o rim ser ectópico. IMPORTANTE: Em função da dificuldade da identificação de um rim ectópico, o uso da RM se faz necessário. 2- HIDRONEFROSE A hidronefrose se caracteriza pela dilatação dos cálices e da pelve renal, podendo ser obstrutiva ou não. Está presente em 1 a 5 casos por 1.000 nascimentos. Ela responde por 75% das anormalidades renais fetais diagnosticadas intra-útero 5. IMPORTANTE: Quando a causa da ureteroidronefrose for obstrutiva, devemos pensar: - estenose de junção ureterovesical. - ureterocele. - ectopia ureteral. - megaureter não obstrutivo e não refluxo. 3- VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR Consiste na hipertrofia de valvas semelhantes a membrana, localizadas na uretra posterior de fetos do sexo masculino, condicionando graus variados de obstrução uretral. Existe uma associação de 20% com anomalias cromossômicas, 27 principalmente trissomias 13, 18 e 21. Nos casos graves a oligoidramnia acentuada está presente, levando ao aparecimento de uma hipoplasia pulmonar secundária. 4- RIM MULTICÍSTICO DISPLÁSICO (RMD) Displasia renal decorrente de uma obstrução completa na topografia da pelve renal ou ureter proximal, antes da 10ª semana de gestação. É a segunda massa abdominal mais freqüente encontrada no feto depois da hidronefrose. O rim torna-se não funcionante, sendo composto por cistos não comunicantes, de dimensões variadas, não se individualizando o parênquima renal. É unilateral em 95% dos casos, e quando bilateral é incompatível com a vida. 5- DOENÇA RENAL POLICÍSTICA RECESSIVA (DRPR) A doença renal policística tem uma herança autossômica recessiva com manifestação precoce, ainda intra-útero, ou herança autossômica dominante, manifestando-se tardiamente na segunda ou terceira década de vida e, em raríssimos casos, intra-útero. 6- SÍNDROME DE PRUNE-BELLY (EAGLE-BARRETT) Patologia de causa incerta que consiste na tríade de distensão da parede abdominal com deficiência da musculatura da parede abdominal, obstrução do trato urinário e criptorquidia. Uma oligoidramnia importante está quase sempre presente. O prognóstico está em função da gravidade da distensão urinária e na oligoidramnia como causa de hipoplasia pulmonar. 28 PRINCIPAIS TUMORES TERATOMA SACROCOCCÍGEO O teratoma sacrococcígeo é o tumor mais comum o feto (1 em 40.000 crianças). Predomínio no sexo feminino (75%). São tumores originários de qualquer uma das três camadas germinativas (tecidos ectodérmicos, mesodérmicos e endodérmicos). São classificados em quatro tipos (Tabela 8). Tabela 8: Classificação do teratoma sacrococcígeo segundo a associação americana de cirurgia pediátrica. Tipo I tumor predominantemente externo, 47% dos casos Tipo II maior componente é fora do feto, com extensão pré-sacral, 34% dos casos Tipo III predominantemente interno com pequeno componente externo – 9% dos caso Tipo IV desenvolvimento tumoral inteiramente no interior da pelve fetal, 1% dos casos IMPORTANTE: • A RM pode ajudar no diagnóstico diferencial com meningocele, principalmente quando seu maior componente for cístico. • A RM facilita a avaliação de grandes tumores fetais, principalmente no curso do terceiro trimestre. Ela oferece uma boa visão do tumor como um todo devido ao seu grande campo de visualização, tornando possível a identificação da relação entre lesão e tecidos adjacentes, além do grau de sua extensão intra-pélvica e abdominal. 29 CONCLUSÃO: • A RM não substitui a USG, porém é um método complementar oferecendo imagens adicionais da estrutura fetal. • Pode ser usada na gestação (Nenhum efeito de radiação). • Melhor acuidade diagnóstica com o aumento da idade gestacional. • A imagem não é perturbada pela oligoidramnia obesidade materna ou estática fetal. LEITURA COMPLEMENTAR 1. Albanese CT, Lopoo J, Goldstein RB. Fetal liver position and perinatal outcome for congenital diaphragmatic hernia. Prenat Diagn. 1998; 18: 1138-1142. 2. Amim B, Werner H, Pedro Daltro PA, Antunes E, Fazecas T, Rodrigues L, Guerra F, Marchiori E, Gasparetto EL, Domingues RC. O valor da ultra-sonografia e da ressonância magnética fetal na avaliação das hérnias diafragmáticas. Radiol Bras. Jan/Fev 2008; 41: 1-6. 3. 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