Endocardite bacteriana complicada por HSA devida a rotura

Transcrição

Endocardite bacteriana complicada por HSA devida a rotura
ENDOCARDITE BACTERIANA COMPLICADA POR HSA DEVIDA A ROTURA ANEURISMA
MICÓTICO
Ângela Lima, Carla Basílio, Silvina Barbosa, Eduarda Pereira, Celeste Dias
UCIPNeurocríticos, UAG Medicina Intensiva, HSJ
Introdução: As endocardites bacterianas cursam com febre, HC positiva e lesões cardíacas
visíveis no ETE, cujo tratamento passa por antibioterapia adequada e substituição valvular. São
geralmente causadas por cocos GR+.
Caso clínico: Masculino, 31 anos, saudável. Internado em Maio/2009 por endocardite com
envolvimento mitro-aórtico por Strept viridans complicada com HSA por rotura de aneurisma da
artéria basilar embolizado e hidrocefalia com colocação de válvula ventrículo- peritoneal. É
submetido a substituição valvular aórtica por prótese biológica e valvuloplastia mitral. Após
correcção, recupera vida autónoma sem défices neurológicos. Em Dezembro/2009 é
transferido do hospital da área de residência por choque séptico com isolamento de SAMR em
HC. Inicia antibioterapia e realiza ETE que exclui vegetações. Por crises convulsivas efectua
TAC cerebral que mostra HIC; e angiografia que mostra 4 aneurismas micóticos. Evolução
neurológica com recuperação parcial. Realiza nova angiografia com desaparecimento dos
aneurismas. Nova deterioração neurológica por meningite por Klebsiella e alterações a nível
das próteses valvulares, mantendo bacteriemia por SAMR. Repete ETE com abcesso da
válvula aórtica e mitral. Mantém HC positiva para SAMR e bacteriológico de STB com
Klebsiella. Persiste quadro de febre, PCR elevada apesar de antibioterapia dirigida. Por
persistente estado neurológico deteriorado associado a alterações severas das próteses
valvulares e tecido miocárdico adjacente é excluída a hipótese de cirurgia cardíaca. Por
impossibilidade de controlo de foco, são suspensas medidas pelo que o quadro evolui para a
morte do doente.
Conclusão: Uma vez não controlado o foco, nenhuma outra medida é eficaz no tratamento do
quadro séptico. Mais uma vez se demonstra a importância do controlo de foco no choque
séptico.