A dislexia fator implicador na aprendizagem da linguagem na visão

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A dislexia fator implicador na aprendizagem da linguagem na visão
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
SUL DE MINAS GERAIS – CÂMPUS MACHADO
Ana Paula Dozza de Oliveira
A dislexia fator implicador na aprendizagem da linguagem na
visão dos professores.
MACHADO-MG
2013
Ana Paula Dozza de Oliveira
A dislexia fator implicador na aprendizagem da linguagem na
visão dos professores.
Monografia apresentada ao
IFSULDEMINAS – Câmpus
Machado, como parte das exigências
do curso de Ciências Biológicas para
obtenção do título de Licenciatura em
Biologia.
Orientadora: Prof. Mestre Vera Lucia
Araújo Leite
MACHADO
2013
Aos meus pais e irmãos por
estarem sempre presentes em
minha vida.
Agradecimentos
Primeiramente a Deus pelo dom da vida.
A Elivan Afonso Moraes, pelo apoio e
carinho a mim dedicado.
A professora Vera Lucia Araújo Leite, pela
dedicação e ajuda para a construção desta
monografia.
Aos colegas de classe pelos momentos
felizes que me proporcionaram nestes 3 anos
e meio de busca a realização de um sonho.
Resumo
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que afeta crianças em todos os níveis
educacionais, dificultando a leitura e escrita e consequentemente sua compreensão, portanto
torna-se importante saber o que é dislexia, onde ocorre, quais suas consequências e quais
maneiras para facilitar o aprendizado e alfabetização de crianças disléxicas, bem em “saber”
dos professores o que “sabem” sobre a mesma, já que são educadores e fazem parte da
alfabetização de cada aluno. Para atingir estas informações foi realizada uma pesquisa
bibliográfica e um questionário qualitativo com professores de níveis fundamental e médio, de
uma escola estadual do município de , tendo como resultado a importância de informações
mais aprofundadas sobre este assunto e a participação mais ativa dos pais para que juntos
possam oferecer uma educação de qualidade e digna para os alunos disléxicos.
Palavras-chaves: dislexia, leitura, escrita, alfabetização.
Abstract
Dyslexia is a learning disorder that affects children in all educational levels, making it
difficult to read and write, consequently their understanding, therefore it becomes important
to know what is dyslexia, where it occurs, what are its consequences and what ways to
facilitate learning and literacy of dyslexic children, as well as "know" of teachers that "know"
about the same, since they are educators and are a part of literacy for each student. To achieve
this information was performed a literature search and a qualitative questionnaire with
teachers of elementary and high school level, a state school, having as a result the importance
of more in-depth information on this subject and more active participation of parents who can
offer a quality education is worthy for the dyslexic students.
Keywords: Dyslexia, read, written, literacy
Lista de Ilustrações
Gráfico 1: Nível de conhecimento dos professores pesquisados sobre a dislexia. ...........................................25
Gráfico 2: Como os professores definem a dislexia. ........................................................................................25
Gráfico 3: Experiência dos professores com alunos disléxicos. ........................................................................26
Gráfico 4: Em alguma de suas salas de aula possui algum aluno disléxico? .....................................................27
Gráfico 5: Nível de alunos com leitura deficiente. ...........................................................................................28
Gráfico 6: O nível de leitura da maioria dos alunos. .......................................................................................29
Gráfico 7: Nível de conhecimento por parte dos pais sobre a condição de leitura do filho. .............................30
Gráfico 8: Participação dos pais na vida escolar dos filhos. .............................................................................30
Gráfico 9: Participação em cursos específicos sobre dislexia. ..........................................................................32
Gráfico 10:Dislexia: Psicológico ou biológico? .................................................................................................33
Gráfico 11: Formação educacional ..................................................................................................................33
Gráfico 12: Seu cargo de: professor, supervisor ou diretor? ............................................................................34
Gráfico 13: Qual é seu tempo de docência? ....................................................................................................34
Gráfico 14: Em qual categoria você se encaixa? ..............................................................................................35
Sumário
Introdução ......................................................................................................................................... 9
Capítulo I ..........................................................................................................................................11
1.Revisão de literatura ......................................................................................................................11
1.1 O que é dislexia .......................................................................................................................11
1.2 Compreendendo a dislexia .......................................................................................................13
1.3 Caminho para a formação da leitura em nosso cérebro .............................................................15
Capítulo II .........................................................................................................................................17
2. A leitura com apoio da escola e da família ....................................................................................17
2.1 Leitores deficientes .................................................................................................................17
2.2 A escola e o disléxico ..............................................................................................................18
2.3 A família e o disléxico .............................................................................................................20
3. A dislexia não é empecilho para o sucesso ....................................................................................22
Capítulo III ........................................................................................................................................24
4. Procedimentos Metodológicos ......................................................................................................24
5. Análise de Dados ...........................................................................................................................24
6. Considerações finais......................................................................................................................35
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................38
Apêndice...........................................................................................................................................40
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Introdução
Cada ano que passa a educação vem sendo cada vez mais priorizada, portanto é de
grande valia a importância de uma boa escrita e leitura, já que no mundo em que vivemos é
indispensável termos acesso às informações e estarmos cientes do que acontece ao nosso
redor.
É preciso que essa aprendizagem venha no decorrer de cada ano aprimorar o
conhecimento do aluno, e para que isto aconteça de forma positiva, é necessário que os
educadores, fator primordial para a alfabetização, estejam conscientes das dificuldades que
alguns de seus alunos possam vir a ter em relação à aprendizagem. Aprender a ler e escrever
envolve um processo complexo onde se exigem habilidades linguísticas, biológicas, motoras
e cognitivas, de acordo com a coordenadora de educação especial Kanada (2010).
Antes de tudo, cabe ao professor ter o conhecimento de qual caminho o processo de
formação das palavras, consequentemente da linguagem, toma em nosso cérebro. Também,
estar informado dos tipos de transtornos que a falha nesses caminhos pode desenvolver.
É imperioso diferenciar dificuldade de aprendizagem de distúrbio de aprendizagem, o
primeiro pode ser de origem sintomática, causada por motivos emocionais ou falta de
habilidade do educador ou ainda por problemas com o espaço de aprendizagem, que podem
bloquear em algumas circunstâncias a aprendizagem, Fernández (1991). Já o segundo referese às alterações manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição,
fala, leitura, escrita, raciocínio, ou habilidades matemáticas, alterações devidas à disfunção do
sistema nervoso central (COLLARES e MOYSÉS, 1992).
De acordo com os autores citados acima, é importante ressaltar que as crianças com
distúrbio de aprendizagem não são deficientes mentais, apenas possuem falhas no sistema
nervoso central, como é o caso da dislexia, assunto tratado neste presente estudo, que dificulta
a leitura e a escrita, porém não compromete as demais áreas de seu desenvolvimento.
Desde o primeiro ano de alfabetização, é importante observar se o aluno apresenta
algum indício de dificuldade em relação a uma boa leitura e compreensão, já que uma está
ligada à outra.
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Uma criança disléxica pode apresentar uma autoestima abalada por se achar incapaz
ou até mesmo inferior aos seus colegas. Por não conseguir ter a mesma facilidade de seus
colegas ao ler um texto, fica desmotivada e perde o interesse pela leitura. Muitas vezes,
podem ser considerados alunos preguiçosos, desatentos, sem nenhum empenho em aprender,
sendo que seu problema é algo mais sério, e ninguém é capaz de perceber. E isso acontece
muitas vezes, porque pessoas que não participam de cursos de treinamento ou de inclusão
escolar possuem dificuldades de perceber a dislexia, pelo fato de não terem conhecimento
suficientes sobre este distúrbio linguístico.
Quanto mais cedo uma pessoa disléxica for diagnosticada, mais oportunidades terá
em amenizar as suas dificuldades, menos sofrerá por ser motivo de piadas de sua classe. Para
que isso aconteça é preciso o olhar atento e humano de seu professor. Antes de criticar é
necessário avaliar o caso e compreender quais motivos podem levar estas crianças a se
sentirem fracassadas por não terem o mesmo rendimento e facilidades que seus colegas.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Dislexia, cerca de 10 a 15 % da
população brasileira apresenta casos notificados de dislexia nas escolas, sendo que esta
estimativa podem sofrer alterações, em vista que, ainda são mantidos em anonimato em
algumas sociedades, ou até mesmo pelo fato de desconhecimento sobre essa dificuldade em
decodificação das palavras.
Percebemos o quanto isso é importante, pois a leitura é uma porta para um bom
rendimento escolar e consequência em todo o seu desenvolvimento.
Este trabalho tem como objetivo verificar qual é a visão dos professores em relação a
dislexia, identificar as maneiras para minimizar as dificuldades que esta pode acarreta e qual a
real origem deste distúrbio linguístico.
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Capítulo I
1.Revisão de literatura
1.1 O que é dislexia
De acordo com Shaywitz (2006) conhecer a dislexia, ou seja, dificuldade em
decodificar as palavras em sons ou vice e versa, faz com que o educador evite o sofrimento
desnecessário, principalmente psicológico que alguns de seus alunos podem carregar por um
bom tempo. O termo dislexia foi definido pelo o médico alemão, Rudolf Berlin, de Stuttgart,
para se referir ao que considera uma forma especial de cegueira verbal em adultos que
perderam a capacidade de ler depois de uma determinada lesão cerebral.
Dislexia vem da palavra estrangeira, onde “dis” (latina) quer dizer dificuldade e lexia
( grega) que significa palavras, portanto dificuldade de ler palavras
De acordo com a Ulbra (2008)”a dislexia pode ser definida como distúrbio ou
transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia é o distúrbio de
maior incidência nas salas de aula”.
Para (LYON 1995 apud, NICO; SOUZA, 2003), a dislexia é um entre vários
distúrbios de aprendizagem, de origem constitucional caracterizado por uma dificuldade na
decodificação de palavras e insuficiência no processamento fonológico. Manifesta-se pela
dificuldade em diferentes formas de linguagem, além da leitura, na escrita e na soletração.
Segundo Porto (2009), a dislexia é uma dificuldade específica de aprendizado da
linguagem em leitura, soletração, escrita; em linguagem expressiva ou receptiva. Não é
considerada uma doença, mas sim um funcionamento peculiar do cérebro para processar a
linguagem.
Não
tem
cura,
mas
pode
ter
seus
sintomas
amenizados.
De acordo com Pain (1978) a dislexia ocorre em várias classes sociais e em pessoas
com níveis de inteligência variáveis, desde as que não conseguem ler e escrever até aquelas
que conseguem atingir o nível superior.
Segundo Shaywitz (2006) a dislexia é a não decodificação dos sons em palavras ou
das palavras em sons, ou seja, o disléxico não consegue perceber os vários sons existentes em
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uma palavra. As pessoas que têm esse distúrbio apresentam problemas com palavras
impressas e escritas.
A partir destas reflexões, podemos dizer que os autores definem a dislexia como sendo
um distúrbio, implicando na dificuldade da leitura, soletração e escrita, independentemente de
classe sociais e níveis de inteligências.
De acordo com Shaywitz (2006) dislexia não é doença, é um distúrbio que afeta uma
grande parte da população, são pessoas inteligentes, mas que precisam de um tempo maior em
relação aos não disléxicos. São pessoas criativas, com uma percepção emocional avantajada,
muitas vezes confundidos como hiperativos e desatentos, por não terem motivação em
concentrar-se em algo que não conseguem reconhecer seu significado .
Muitas vezes considerado como distúrbio psicológico, já que a leitura é um processo
natural e adquirido, mesmo porque a maneira pela qual é ensinada a criança para dar sentido
aqueles rabiscos pode e muito influenciar a tranquilidade na qual cada uma aprende, porém
através de estudos sabemos que suas raízes vão além. A dislexia é um problema complexo
onde suas origens são as mesmas pela qual o homem necessita para sua compreensão e
expressão pela linguagem.
Segundo a teoria da via dupla (COLTHEART, 1978) existem a via fonológica e a via
léxica. A fonológica é aquela que transforma as unidades ortográficas em sons e as juntam em
uma representação completa, reconhecendo-as. Já a via léxica é o reconhecimento da palavra
e o acesso ao seu significado de forma simultânea, ou seja, de maneira mais rápida. Sendo
assim, existem pessoas que são disléxicas fonológicas com problemas na via fonológica e as
disléxicas de superfície com problemas na via léxica, podendo também encontrar aqueles com
problemas em ambas as vias.
Os disléxicos fonológicos apresentam maiores dificuldades em palavras desconhecidas
ou até mesmo sem sentido, mostrando melhor desempenho em leituras de textos com palavras
conhecidas. Apresentam dificuldades para dominar o código da leitura e com tarefas de
memorização, precisam fixar mais e repetitivamente o que está lendo para que possam ter
uma melhor compreensão do que foi lido. Frequentemente ocorrem problemas no conversor
grafema-fonema e/ou em vincular os sons parciais em uma palavra completa (FRANÇA e
MOOJEN, 2006).
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Os disléxicos de superfície (de via léxica) apresentam dificuldades na leitura rápida,
apresentando erros frequentes em textos, onde as palavras são irregulares e realizam uma
leitura lenta, silibada, devido à necessidade de ter que utilizar a via fonológica que estará
relativamente preservada.
Aqueles que apresentam dificuldades em ambas as vias são chamados de disléxicos
mistos, sendo considerada uma situação mais grave que precisam de um maior empenho.
1.2 Compreendendo a dislexia
De acordo com Shaywitz (2006), a dislexia foi citada a mais de 100 anos. Em 7 de
novembro de 1896, o Dr. W. Pringle Morgan, de Seaford, escreveu em um jornal, British
Medical, sobre um garoto de 14 anos, que dizia ser um menino brilhante e inteligente, mas
com uma grande incapacidade em ler. Não tinha dificuldades alguma com números, o
problema era decifrar as palavras impressas ou escritas, até então conhecida como cegueira
verbal. Morgan foi o primeiro a considerar a cegueira verbal sendo uma falha no
desenvolvimento em crianças saudáveis.
Explicações para dislexia promovidas nos anos de 1920 estavam certas de que estas
dificuldades de identificação de palavras eram de origem oftalmológica, em que as crianças
invertiam as letras por não enxergarem bem. Estudos posteriores demonstraram que esta
definição para o problema não passava de um mito, pois sua origem é enraizada no sistema
linguístico e não de origem visual.
Através das observações de Paul Broca, um médico francês, pode-se esclarecer que o
córtex cerebral era base para leitura, ou seja, para linguagem e fala, sendo esse o primeiro
passo para que se pudesse buscar o mapeamento do sistema neural responsável pela leitura.
Até então, pensava-se que a língua era responsável pela capacidade que temos de falar, tanto é
que na Roma antiga acreditava-se que para tratar da incapacidade de falar era necessário que
se massageasse estes órgãos como se faziam com aqueles músculos considerados fracos e
preguiçosos. Este pensamento ficou sendo válido até o século XVII (SHAYWITZ, 2006).
No final dos anos 1970, Drake Duane, organizou e coordenou um banco de cérebros
que disponibilizaria a cientistas interessados em entender a incapacidade de pronunciar as
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palavras para começarem a estudar os cérebros de pacientes mortos que haviam perdido a fala
devido a derrames. Tentavam assim identificar as áreas de tecidos danificados,
correlacionando com os sintomas que estes pacientes apresentavam. Até que o neurologista
britânico John Hughlings Jackson, contemporâneo de Broca, fez uma importante observação
em que afirmou: “Localizar o dano que destrói a fala e localizar a fala são duas coisas
diferentes”. A partir desta observação tem-se que diferenciar alexia adquirida de dislexia do
desenvolvimento para compreender-se a sua dedução.
Alexia adquirida é a perda da capacidade de falar decorrente de um acidente ou
derrame que afeta partes do cérebro responsáveis pela linguagem. Já a dislexia do
desenvolvimento é aquela em que a linguagem não se desenvolve normalmente desde o
inicio. Diferente da alexia adquirida, em que se observa um rompimento no circuito devido à
situação que o paciente sofreu, a dislexia no desenvolvimento mostra uma falha no circuito
durante a vida do feto, quando o cérebro está sendo formado para a linguagem, prejudicando
os neurônios responsáveis pelo envio das mensagens fonológicas, impedindo o
desenvolvimento da capacidade de serem bons leitores.
Esta hipótese foi levantada pelo neurologista Norman Geschwind, vinte anos antes de
médicos começarem a se interessar por estudos sobre a dislexia de acordo com Shaywitz
(2006).
Um estudo coordenado pelo neurologista Drake Duane, o qual tinha um grande
interesse em entender a dislexia, demonstrou diferenças entre cérebros de pessoas
consideradas possuidoras de dificuldades em decodificação das palavras desde crianças e
aqueles considerados de pessoas não disléxicas. Observaram diferenças nas estruturas
associadas à formação da linguagem no lado esquerdo do cérebro.
A partir daí observou-se que a dislexia é proveniente de um erro geneticamente
programado, ou seja, mal conectado. Por isso as crianças passam a ter um problema na
decodificação das palavras e possivelmente em sua fala e escrita.
Em 1973 cientistas puderam ver o cérebro pela primeira vez através de uma
tomografia computadorizada em imagem tridimensional, e um pouco mais tarde através da
ressonância magnética, mas por meio destes processos só eram possíveis observar a parte
anatômica do cérebro, as funções cerebrais, inclusive quando a pessoa falava, imaginava ou
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lia. Só foi possível ver por meio de imagens, no inicio do ano 1980, um cérebro de uma
pessoa normal, isto através do fluxo sanguíneo a partir de compostos radioativos.
De acordo com Shaywitz (2006), atualmente o processo mais utilizado é por
ressonância magnética funcional (fMRI),pois permite aos neurocientistas a visualização do
funcionamento interno do cérebro, e não há necessidade de uso de compostos radioativos ou
injeções.
Quando uma pessoa realiza uma tarefa cognitiva como a leitura, ocorre aumento da
atividade dos neurônios locais, do metabolismo e do fluxo sanguíneo local. Para realizá-la
acontece um consumo de energia, ou seja, de oxigênio e nutrientes para
a parte local
necessária para o cumprimento da mesma. Para a realização desta atividade há um aumento
do fluxo sanguíneo, composto pela hemoglobina, que através das suas propriedades
magnéticas provoca alterações de acordo com a quantidade de sangue envolvido no processo,
que é altamente oxigenado e rico, e pelo qual é possível ser observado pela ressonância
magnética funcional devido ao alto sinal obtido.
1.3 Caminho para a formação da leitura em nosso cérebro
Na antiguidade, todo o processamento do corpo humano se voltava para a alma, que
era responsável pelo funcionamento da mente. Esses conceitos eram baseados na concepção
religiosa e filosófica. Para os egípcios o coração era considerado o órgão sagrado,
determinante da inteligência humana por ser uma estrutura pulsante. Quando uma pessoa
morria, rapidamente era embalsamado e colocado de volta ao corpo, pois o consideravam de
grande importância para a vida após a morte. Os outros órgãos também tinham certa
importância, mas o cérebro era descartado, pois não viam qualquer utilidade para aquela
massa mole e gelatinosa, diferente do coração que os egípcios podiam sentir bater, e quando
ele parava a pessoa também parava de viver (SHAYWITZ, 2006).
Além dos egípcios, também há indícios de outras culturas que tinham o cérebro como
um dos órgãos menos importante do corpo humano.
Aristóteles deduziu que o coração era responsável pelos movimentos e sensações,
considerava o coração como um órgão quente por possuir movimentos e conter um líquido
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vermelho que se deslumbravam, e tinha o cérebro como uma estrutura pálida, fria que
resfriava todo o calor produzido pelo coração.
De acordo com o neurologista Ailton Mello (2009) o cérebro é de extrema importância
para o funcionamento de todas as outras estruturas do corpo humano. Através da ressonância
magnética é possível identificar o caminho que a leitura percorre em nosso cérebro. O cérebro
é dividido em dois hemisférios; o direito e o esquerdo: a parte frontal (anterior) e a de trás
(posterior). Cada hemisfério possue quatro lobos: frontal, parietal, temporal e occipital. Os
lobos frontais estão localizados na parte anterior do cérebro, os occipitais estão na parte
posterior e os temporais e os parietais são intermediários. Pesquisadores associam a
linguagem à parte esquerda do cérebro.
Estudar o cérebro, para compreender o caminho da leitura, começaram a menos de
uma década. Eles nos possibilitam entender o porquê de pessoas tão inteligentes apresentarem
problemas com a leitura. Através de pesquisas feitas por ressonância magnética, observando
imagens do cérebro em funcionamento, verificou-se pelo menos dois caminhos da leitura: um
primeiro para aqueles que estão começando a ler, sendo um percurso mais lento e outro mais
rápido para aqueles que já estão adaptados às letras e aos sons das palavras. Além disso, é
possível identificar falhas nestes circuitos neurais para aquelas pessoas disléxicas, que acabam
por ser obrigadas a tomar caminhos diferentes como forma de compensação, sendo utilizada
cada vez mais a parte anterior. Conforme vão crescendo, demostram uma superação da região
de Broca localizada na parte frontal do cérebro.
De acordo com Shaywitz (2006) quando um bom leitor está em atividade, ele ativa as
regiões posterior e anterior do cérebro, sendo que a maior parte relacionada à leitura fica na
porção posterior, chamado de sistema de leitura posterior, localizada na região
parietotemporal, mais precisamente acima e atrás da orelha. A parte anterior do cérebro é
onde os lobos occipital e temporal se cruzam (occipitotemporal), parte que se utiliza para a
imagem das palavras, sons e significados a serem armazenados.
Nos leitores que estão começando a leitura, a sua parte parietotemporal é a que será
acionada, pois precisam analisar a palavra com mais atenção e lentidão para que se possa
memorizar e aprender a verbalizar de acordo com seus sons e significados. Para os leitores
mais experientes que possuem uma leitura dinâmica e rápida, a parte occipitotemporal que
será ativada, não sendo preciso analisar as palavras primeiro, somente em um olhar é possível
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identificá-las de forma automática. Esta área também é chamada de sistema de forma da
palavra.
De forma compensatória os leitores disléxicos acabam subvocalizando as palavras por
meio da área de Broca, permitindo-lhe fazer uma leitura mesmo que seja de forma lenta, e
mesmo os alunos disléxicos universitários que adquirem certa precisão ao ler continuam tendo
que usar essa área, com uma leitura vagarosa em relação aos demais colegas.
Muito se pensava que no decorrer do tempo, conforme o amadurecimento da pessoa
disléxica, esta dificuldade de leitura fosse desaparecendo. Hoje, como pode-se perceber
geneticamente, não há esta possibilidade, o que pode ocorrer é um programa linguístico
adequado para que se possa amenizar esta falha, e os disléxicos poderão se tornar leitores
fluentes, mas lentos, precisando de um tempo diferente dos não disléxicos para concluírem
suas atividades de leitura.
Capítulo II
2. A leitura com apoio da escola e da família
2.1 Leitores deficientes
“A leitura é um código, e, independentemente de quem sejamos, devemos representar
o que está impresso como um código neural que o cérebro saiba decifrar” (SHAYWITZ,
2006, p.77).
Para uma grande maioria o processo de identificar as palavras e transformá-las em
sons é um processo fácil, rápido e prático, mas não se pode esquecer que também existem
pessoas que não tem esta facilidade, pelo contrário, muitas vezes se deparam com situações
que as deixam constrangidas. Estes são considerados leitores deficientes. Existem aqueles em
que sua leitura é deficiente, mas não ter falhas nos caminhos de formação da linguagem, mas
sim por ter muitas vezes, um ensino deficiente na escola que frequentam e um ambiente
precário de linguagem em casa, tornando-se pessoas com um vocabulário escasso e uma
leitura vagarosa, por não participarem de projetos adequados de leitura para sua recuperação,
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transformando-se em adultos desprovidos de
leitura fluente. O outro grupo de leitores
deficientes são os disléxicos, mas estes, por possuírem falhas nos circuitos neurais que os
impedem de possuírem uma leitura rápida e dinâmica, porém com um método de ensino
adequado, poderão ser leitores fluentes.
No caso dos disléxicos é de grande importância a intervenção do professor. Estar
atento às dificuldades que seus alunos possam ter desde o começo da alfabetização é de
extrema importância, pois isso evitará que sejam crianças/adultos frustrantes em sua
capacidade linguística, sofrendo emocionalmente com este distúrbio.
2.2 A escola e o disléxico
A escola é o ambiente tradicional que garante a alfabetização das crianças para serem
pessoas bem sucedidas profissionalmente, e para que isso aconteça é preciso um olhar atento e
humano do docente na vida de cada criança. É a partir deste que os pais poderão descobrir se
seu filho precisará ou não de uma intervenção pedagógica mais precisa. Mas, para isto, é
necessário que a escola seja democrática e esteja informada dos tipos de distúrbios de
aprendizagem que existem, por exemplo, a dislexia, que se não for diagnosticada o quanto
antes poderá acarretar uma série de desconforto para a vida não só escolar, mas também
particular destas crianças, afetando diretamente o emocional, deixando-as crentes que são
pessoas incapazes ou diferentes de todos os que as conhecem, se sentindo pessoas “burras”.
Através de observações feitas pelo docente, em relação à leitura, compreensão e
agilidade em reconhecer as letras e juntá-las para formar as palavras de forma dinâmica e
prática, a escola poderá informar aos pais e aplicar um método que facilite e recompense as
dificuldades de aprendizagem, que o aluno possui. Se o professor não der importância a esses
detalhes, omitindo-os, achando ser mais fácil considerá-lo preguiçoso e desatento, estará
contribuindo cruelmente neste processo de má formação linguística.
A escola precisa acolher estes discentes e mostrar-lhes que são queridos e que estará
sempre disposta a ajudá-los da melhor forma possível, respeitando seu tempo, zelando pelo
seu aprendizado e preparando-os para serem cidadãos capazes de lutar pelos seus objetivos,
independentemente dos obstáculos que encontrarem. A escola deve propor uma conversa
franca com o aluno disléxico sobre suas limitações e com os colegas, para que se sintam
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respeitados uns pelos outros, se ajudem e que a criança com dificuldade possa confiar
naqueles que acreditam em seu potencial.
Para possibilitar um bom empenho do aluno a escola precisa se adequar a ele,
oferecendo aulas extras para ajudar na memorização das palavras e na compreensão do seu
significado, trabalhar seu psicológico com a intervenção de um psicólogo, possibilitar um
tempo a mais para a realização dos testes, e se possível em um lugar tranquilo e quieto. O
educador não o deve obrigar a ler em voz alta para todos da sala sem que se sinta à vontade,
pois ele tem consciência de seus erros. Fazer as avaliações de maneira diversa para que ele
possa mostrar suas habilidades artísticas e esportivas, elogiando-o para que se sinta
importante no que de melhor tenha a oferecer, contribuindo assim para a evolução de sua
autoestima.
De acordo com a professora e psicopedagoga Regina Celia Camargo (2008) a escola
que conhecemos não foi feita para o disléxico, pois não possuem planos pedagógicos e
objetivos que atinja a necessidade do aluno com dificuldade de compreensão.
Através de estudos por ressonância magnética pode-se perceber o quanto o processo
de decodificação das palavras leva um tempo maior para pessoas disléxicas, que se sentem
cansadas e desanimadas quando se deparam com textos que contém palavras grandes, de
difícil pronuncia e não familiarizadas. É por este motivo que muitas vezes levam um tempo
maior para fazer a leitura e realizar a compreensão dos textos dados pelos professores, e para
não se sentirem constrangidos acabam por não seguir a leitura corretamente, pulando
parágrafos, frases que dificultam seu entendimento, apenas para terminarem a leitura junto
com os colegas. Sendo assim, se estes textos forem seguidos por perguntas terão que fazer
uma releitura antes de começar a responder, consequentemente extrapolando o tempo
determinado. Diferente do que muitos possam pensar as pessoas disléxicas possuirão este
distúrbio sempre, pois é de origem biológica, mas nem por isso deixarão de ser leitores
fluentes.
A LDB através da lei 9.394/96 nos propõe em seus artigos seguintes:
Art.12- Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas mais comuns e as do seu
sistema de ensino, terão a incumbência de:
I- Elaborar e executar sua Proposta Pedagógica;
II- V-
Prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento.
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Art.13- A educação incumbir-se-ão de:
III- Zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV- Estabelecer estratégia de recuperação para os alunos de menor rendimento.
Art.23- A educação básica poderá organizar-se anuais, períodos semestrais, ciclos,
alternância regular de períodos de estudo, grupos não seriados, com base na idade, na
competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o
interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
Art.24- V, a) avaliação contínua e cumulativa; prevalência dos aspectos qualitativos
sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período.
De acordo com Martins(2001) zelo pela aprendizagem passa pela recuperação
daqueles que têm dificuldade de assimilar informações, sejam por limitações pessoais ou
sociais. Daí, a necessidade de uma educação dialógica, marcada pela troca de ideias e
opiniões, de uma conversa colaborativa em que não se cogita o insucesso do aluno.
A partir da fala de Martins (2001), pode-se perceber o quanto é importante essa troca
de experiências, pois o que mais vale é o quanto os alunos sabem, independentemente de ser
passado através de palavras impressas ou palavras ditas, principalmente para os alunos que
possuem dificuldades com a escrita e leitura, possibilitando que estes se expressem mesmo
sendo necessário que repitam com calma para que se possa entender.
A colaboração incessante de professores e colegas, em busca do prazer em ler e
aprender, deve ser apreciada a todo o momento, pois são eles que farão a diferença na vida de
cada criança disléxica.
2.3 A família e o disléxico
A família é o alicerce para que possamos lutar sempre pelo objetivo que desejamos
alcançar, é nela que encontramos refugio para nossos problemas, tranquilidade para levantar e
continuar em frente, através dela encontrarmos soluções, sendo assim não há como negar a
importância desta na formação educacional de seus filhos, principalmente daqueles que
precisam de um cuidado especial.
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A criança disléxica precisa muito da colaboração de seus pais para que se possam
adquirir a confiança em si mesma que tanto necessita na opinião do professor Martins (2003).
É muito importante que a família saiba escolher a escola que acolherá seu filho, procurando
saber se há métodos de recuperação eficientes que abranja as necessidades que ele possui, e
qual o conhecimento que tem sobre este distúrbio linguístico e se está preparada para
alfabetizá-lo de maneira que se sinta aluno como todos os outros.
A participação ativa dos pais na educação dos filhos, principalmente daqueles que são
disléxicos, pode fazer toda a diferença. Conversar com os professores que trabalharão com ele
é o primeiro passo a se fazer, deixando-o ciente do que está acontecendo, e estar à disposição
para ajudá-lo.
Vive-se em uma sociedade competitiva. Sabe-se que o desenvolvimento escolar é
primordial para o sucesso profissional, e como todo e qualquer pai presente deseja que seu
filho seja o primeiro da classe, tenha notas boas, bom comportamento e receba sempre
elogios, precisa-se pensar melhor neste quesito uma vez que infelizmente nem sempre é assim
que acontece, pois somos seres humanos sujeitos a cometer erros.
A partir daí que a compreensão e amor pelo filho devem falar mais alto, quando se
depara com a realidade de ter uma criança disléxica com dificuldade em aprender, deixando
de lado os valores sociais e entrando em cena o valor humano entre pais e filhos. A melhor
maneira para que se faça dessa realidade uma forma simples e alegre de viver, é procurar
ajuda com uma equipe multidisciplinar, onde se descobrirá a maneira certa e menos dolorosa
para trabalhar e buscar recompensar esta dificuldade.
A criança só saberá lidar com esta situação, que muitas vezes faz desistir de estudar e
se sentir pessoas normais, se houver a ajuda e apoio de seus pais. É preciso paciência e muita
determinação para auxiliá-la nas tarefas de casa, lendo, relendo, explicando, ajudando da
melhor forma possível.
Sally Shaywitz(2006) cita em seu livro como é grande a importância do estudo feito
entre pais e filhos disléxicos em casa como forma de apoio para o rendimento escolar,
reforçando a leitura, explicando o significado das palavras para que a criança consiga
entender e decodificar quando se deparar com esta novamente, usar se possível, softwares
educativos para incentivar a leitura, o conhecimento das palavras através de sons e imagens,
facilitando assim o aprendizado.
22
É importante que os pais amem seus filhos acima de tudo, pois somente com carinho e
muita determinação poderão melhorar a autoestima destas crianças, valorizando-as e
acreditando em seu potencial.
É certo também compreender que o progresso acontecerá aos poucos, precisando de
muito carinho e esforço de ambas as partes, ter limitações não significa não poder vencer, mas
sim ter vontade de levantar cada vez que cair e seguir em frente. Independente de raça,
religião, classe social ou limitações, todos tem direito ao respeito, dignidade e cidadania, e
através de carinho e compreensão poderão ser vencedores em tudo que buscar.
3. A dislexia não é empecilho para o sucesso
Alcançar o sucesso na vida profissional e ser reconhecido pelo que faz é objetivo de
todos que acreditam em um futuro melhor, não diferente para aquelas pessoas limitadas por
algum tipo de dificuldade, pelo contrário, são estas que muitas vezes conseguem alcançar o
tão desejado futuro promissor, fruto de determinação, garra e vontade de vencer.
Neste capítulo volta-se o olhar para os famosos disléxicos que venceram críticas,
preconceitos por terem um jeito diferente de ver e entender as coisas, mas graças a muitos
deles hoje pode-se desfrutar de invenções e descobertas que sem as quais seria muito difícil
viver da maneira que vive-se. Imagine-se o que seria das pessoas sem o telefone, inventado
por Alexander Graham Bell, ou sem a lâmpada criada por Thomas Edison; pessoas
possuidoras de uma inteligência incontestada, porém disléxicos. Pode-se também citar
pintores (artistas plásticos) como Vincent Van Gogh, Pablo Picasso, Leonardo Da Vinci;
cientistas como Charles Darwin, Albert Einstein; atores como Tom Cruise, Robin Williams,
Whoopi Goldberg, entre várias outras pessoas de grande prestígio.
Isto só vem provar que medir inteligência é uma forma improvável de dizer quem é
mais ou quem é menos inteligente, mesmo porque ninguém é obrigado a ser o melhor em
tudo. Existem aqueles que são bons com números, outros preferem as palavras e outros ainda
podem preferir disciplinas que requerem sensibilidade. Cada qual é bom naquilo que faz com
prazer.
23
Todos estes artistas são reconhecidos pelo que fazem e por terem achado o que lhes
dão prazer e os gratificam, mesmo que na infância não tenham tido toda esta confiança em si
próprios e tenham passado por momentos como todas as outras pessoas disléxicas passam,
hoje são reconhecidos e prestigiados no que fazem ou fizeram.
Muitas pessoas devem se perguntar: se a dislexia afeta a decodificação das palavras,
então não existem escritores disléxicos? E é ai que se enganam, pode-se citar como exemplo
Agatha Christie, escritora policial, considerada a “Rainha do crime”, autora de mais de oitenta
livros, que conquistaram gerações pela sua imaginação e habilidade como narradora, entre
outros famosos como o próprio Leonardo da Vinci e Picasso que também eram escritores.
Analisando este contexto é possível perceber que o sucesso é questão de incentivo e
confiança em si mesmo, acreditar que como estas pessoas reconhecidas mundialmente
puderam vencer críticas e descrenças todos também podem, precisam achar o caminho certo
que lhes proporcionem retorno e prazer para serem felizes e realizados no que se dispuserem a
fazer.
Através desta análise percebe-se que ser disléxico não tem nada a ver com não ter
inteligência, pelo contrário, sua sensibilidade faz com que vejam o que muitos não conseguem
perceber. As pessoas de grande nome para a ciência eram disléxicas, fizeram de sua
dificuldade um dom, criando descobertas que até hoje nos impressionam pelos poucos
recursos da época.
E se pararmos para pensar a quantidade de médicos, advogados, escritores, entre
outros anônimos disléxicos que devem ter se espalhado por toda parte, pessoas que não são
tão reconhecidas como os citados acima, mas que possuem um potencial de conquistas e
superações como os mesmos, totalizaria-se um número imenso. Isto nos mostra como é
possível se realizar naquilo que se propor, independente de ser disléxico ou não.
24
Capítulo III
4. Procedimentos Metodológicos
Para a construção deste presente trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica a
fim de adquirir informações sobre a dislexia: significados, causas e possíveis tratamentos para
a amenização deste distúrbio que tanto afeta pessoas em níveis escolares.
Segundo Lakatos, a pesquisa bibliográfica possibilita compreender a resolução de um
problema a ser obtida através dela e é o primeiro passo para toda e qualquer trabalho
científico.
Também, considera-se a importância de fazer uma pesquisa de campo através de um
questionário qualitativo, que contém quatorze perguntas com respostas para assinalar (SIM ou
NÃO), propostas aos professores para que analisem de que maneira a dislexia é vista pelos
mesmos. Este questionário foi aplicado em uma escola pública na cidade de Poço fundo –MG,
de nível fundamental e médio, que teve como foco a visão daqueles educadores que são
responsáveis pela alfabetização e estão diariamente presentes na vida dessas crianças.
De acordo com Ruiz (1991), a pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal
como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis
presumivelmente relevantes para ulteriores análises.
5. Análise de Dados
Através de dados coletados pelo questionário aplicado aos professores possibilita-se
perceber a dimensão do conhecimento sobre este distúrbio linguístico por parte dos
educadores, pois eles estão diretamente em contado com os alunos, possibilitando-lhes o
conhecimento e aprendizagem educacional, percebendo assim se realmente esta dificuldade
25
biológica é lidada da maneira adequada, fazendo uso dos recursos necessários para a melhora
do desenvolvimento de cada aluno.
Para iniciar-se a pesquisa é preciso saber se os professores conhecem o termo dislexia.
Na questão número 1, 100% dos docentes responderam que sim, conhecem o termo dislexia
(GRAF. 1), mas, vale ressaltar que se conhecer o termo é apenas ouvir falar ou se realmente
sabem o seu significado, ou seja, sua causa e implicações. Todos estes definiram a dislexia
como sendo fator de dificuldade (GRAF. 2) de acordo com a questão número 2.
Gráfico 1: Nível de conhecimento dos professores pesquisados sobre a dislexia.
Fonte: dados da pesquisa
Gráfico 2: Como os professores definem a dislexia.
Fonte: Dados da pesquisa
26
Através destes gráficos pode-se deduzir que se estes professores conhecem o termo e
sabem que é uma dificuldade, consequentemente tem o dever de se preocupar e procurar
buscar conhecimento sobre este assunto para estarem preparados quando se depararem com
esta realidade em suas salas de aula, mesmo porque existem leis como a LDB 9.394/96, Lei n.º
12.524, de 2 de Janeiro de 2007, que amparam e possibilitam a educação diferenciada para
alunos que apresentam alguma dificuldade, seja ela auditiva, visual, entre tantas outras até
mesmo linguísticas.
Na questão de número 3, entre os docentes entrevistados, apenas 10% disseram já ter
trabalhado com alunos disléxicos (GRAF. 3), porém na questão número 4 quando
responderam se atualmente trabalhavam com algum aluno disléxico ocorre uma contradição,
pois 46% disseram que sim e 54% que não (GRAF. 4). Através deste dado surge um
questionamento: se apenas 10% já trabalharam com dislexia como 46% podem presenciar esta
dificuldade linguística no dia a dia? Será que realmente está claro para estes o que é dislexia?
Gráfico 3: Experiência dos professores com alunos disléxicos.
Fonte: Dados da pesquisa
27
Gráfico 4: Em alguma de suas salas de aula possui algum aluno disléxico?
Fonte: Dados da pesquisa
O que nos faz pensar que esta ideia de dislexia é algo ainda a ser investigado por estes
docentes, para que realmente se comprove o quanto estão cientes desta dificuldade/distúrbio
linguístico, é que se 46% presenciam a mesma, então estes 10% tinham que ser no mínimo
46% para mais.
Um fato interessante que possibilita perceber que a dislexia precisa ser mais trabalhada
entre professores, para que de maneira clara estes possam orientar o aluno e encaminhá-lo
para profissionais adequados para um melhor diagnóstico é a seguinte frase que se pode
presenciar de uma professora quando respondia a seguinte pergunta: Atualmente possui algum
aluno disléxico? Quantos? Em resposta ela questionou: “Ah, será que tem uns dois por sala?
Deve ter né! Vou colocar”.
É através deste comentário que se deve se preocupar ainda mais com a gravidade do
problema, pois se os professores não conseguem ter a real compreensão da origem, como
poderão ajudar estas crianças que tanto precisam de sua orientação para alcançar seus sonhos?
Para Frank (2003) não há estratégia mais importante do que acreditar na criança com
dislexia e mostrar abertamente essa fé, desta maneira percebemos o quanto o incentivo e
apoio do professor para com o disléxico é essencial para seu aprendizado.
Ao mesmo tempo estes professores podem estar associando a dislexia ao simples fato
de terem alunos deficientes de leitura. Isso nos mostra o seguinte gráfico:
28
Gráfico 5: Nível de alunos com leitura deficiente.
Fonte: Dados da pesquisa
Como pode-se perceber na resposta da questão (5) representada no (GRAF. 5) 100% dos
docentes afirmam ter alunos com dificuldade na leitura, mas como já foi mencionado neste
presente trabalho existem pessoas que apresentam dificuldades na leitura (leitores
deficientes), mas por muitas vezes, por viver em um ambiente precário onde o vocabulário é
escasso ou por não terem tido uma alfabetização adequada que recompensasse suas
dificuldades sócio econômicas, possibilitando-os a participações em programas educativos em
busca de melhorias para serem leitores fluentes, tendem a exteriorizar dificuldades ao ler.
Para Kleiman (1989), quanto maior o conhecimento textual o leitor possuir e quanto
maior for sua exposição a todos tipos de texto, mais fácil será seu entendimento.
Pelo demonstrado no gráfico da questão (5) é preocupante se se pensar que estes
alunos ao qual se referem os professores são alunos de 6º ano do ensino fundamental a 3º ano
do ensino médio, nível pelo qual já deveriam ser leitores fluentes, com interpretação adequada
e sem empecilhos na leitura. Isso prova o que já foi comentado neste trabalho a respeito do
docente deixar que esta dificuldade seja passada para frente sem que se tome atitude no
momento certo, ou seja, quando ainda estão começando a praticar a leitura. Evita-se assim
que este problema se torne cada vez mais presente, como se fosse algo normal, e isso de
forma mais crítica para os disléxicos que, apesar de terem uma disfunção no caminho que se
forma a linguagem no cérebro, torna possível que seja amenizada, porém com mais facilidade
se descoberta no inicio da formação educacional.
29
O pior de tudo é pensar que estes leitores deficientes talvez não tenham a oportunidade
de participar de programas de recuperação de leitura que lhes deem suporte necessário para
progredir em cada disciplina proposta.
Apesar de reconhecerem que existem leitores deficientes o nível de leitura de um
modo geral é considerado de nível bom com uma porcentagem de 77%. Apenas 23 % destes
professores entrevistados consideram de nível regular como se vê nos resultados da questão 6
representada no gráfico 6.
Gráfico 6: O nível de leitura da maioria dos alunos.
Fonte: Dados da pesquisa
A questão é que não se pode contentar por possuir uma maioria que tem uma leitura
boa, pois o ideal seria se todos pudessem ser considerados leitores bons e que estivessem no
mesmo nível. Infelizmente sabe-se que isto não acontece, e por este fato é preciso que se crie
programas que possam amenizar essa diferença, oferecendo meios pelos quais a minoria possa
buscar ajuda.
Como já comentado, a escola tem o dever de oferecer apoio educacional, seja ela por
diálogos, programas inclusivos, atividades, jogos, etc., da melhor maneira possível para
abranger a necessidade de cada um. De acordo com Condemarin (1989), a leitura não
constitui uma habilidade isolada, faz parte de um processo linguístico complexo.
Mas ao mesmo tempo não se deve pensar somente para a escola. Os pais devem estar
conscientes das necessidades e dificuldades de seus filhos, interagindo frequentemente na
vida escolar.
30
Pelos gráficos das questões 7 e 8 a seguir pode-se notar o quanto é a interação dos pais
e da escola a qual seus filhos frequentam.
Gráfico 7: Nível de conhecimento por parte dos pais sobre a condição de leitura do filho.
Fonte: Dados da pesquisa
Gráfico 8: Participação dos pais na vida escolar dos filhos.
Fonte: Dados da pesquisa
No gráfico 7 relativo à questão ( 7 ) vê-se que, de acordo com as respostas dos
professores a maioria de pais não têm conhecimento da maneira que seus filhos leem (54%), e
apenas 46% possuem este conhecimento, (GRAF. 8) que representa a questão (8 ). Assim,
possibilita-se entender o porquê desta maioria não estar ciente desse fato que tanto interfere
na aprendizagem dos alunos.
31
Como se pode constatar, a quantidade de pais que participam da vida escolar de seus
filhos é muito pequena (15%). Isso comprova o porquê de alunos que possuem uma leitura
lenta, cheia de obstáculos, impedindo-os que sejam leitores fluentes, pois, se os pais não tem
o devido conhecimento da vida escolar de seus filhos, consequentemente por não terem uma
participação ativa na escola (85%) não poderão cobrar dos diretores, coordenadores e
professores uma educação que abranja a necessidade que seus filhos possuem, e até mesmo
orientá-los em casa auxiliando nas tarefas.
De acordo com a opinião da pedagoga e diretora do Colégio Saber, Ana Laura
Nicastro (2010), a família e a escola são duas instituições muito importantes no
desenvolvimento mental, psicomotor, social e afetivo do ser humano. “Educar não é uma
tarefa solitária, uma parceria entre escola e família é de extrema importância, pois conhecendo
a rotina escolar dos filhos, os pais evitam maiores problemas e podem ajudar dando apoio e
desenvolvendo a autonomia dos seus filhos”.
Outro ponto interessante que deve ser observado é que de acordo com a (GRAF. 6)
existe uma porcentagem de 23% que são considerados leitores regulares, ou seja, que de certa
forma necessitam de apoio educacional para melhora de sua leitura. No entanto, apenas 46%
dos pais sabem que seus filhos precisam desse apoio (GRAF. 7), contudo apenas 15% se
preocupam em fazer parte de sua vida educacional. Estes dados demonstram o quanto a
participação da família é importante na alfabetização, podendo assim exigir os direitos que
seus filhos têm.
É importante a criança se sentir acolhida e ter a confiança que tanto lhe faz falta, para
prosperar na sua caminhada educacional.
Este questionário teve como objetivo identificar como a dislexia é conhecida pelos
professores e o quanto estes sabem sobre ela de maneira mais aprofundada. Naturalmente para
que esses conceitos sejam conhecidos é preciso que os mesmos busquem informações sobre o
caso, e até mesmo participem de cursos inclusivos, já que a dislexia pode estar presente em
muitas das salas de aula e de maneira variada.
Infelizmente estes conceitos não vieram por parte de cursos inclusivos como pode-se
perceber no (GRAF. 9) que representa os resultados da questão ( 9 ).
32
Gráfico 9: Participação em cursos específicos sobre dislexia.
Fonte: Dados da pesquisa
Analisando o gráfico vê-se que apenas 8% já participaram de algum curso onde a
dislexia foi tida como assunto, isso faz pensar que esta não é tratada da maneira como deveria,
pois é um tipo de inclusão como outra qualquer. O aluno precisa se sentir aceito, incluso no
ambiente que fará parte, e ao mesmo tempo os professores devem ser melhor preparados para
enfrentar esta dificuldade linguística
da forma correta, oferecendo-lhes materiais que
facilitem sua aprendizagem.
Para Pietro (2006) “os conhecimentos sobre o ensino de alunos com necessidades educativas
especiais não podem ser de domínio apenas de alguns “especialistas”, e sim apropriados pelo maior
número possível de profissionais da educação, idealmente por todos” , essa afirmação constata a
importância de adquirir informações a respeito das dificuldades educacionais existentes.
Talvez, por falta de participação em cursos abordando a dislexsia, é que ainda existam
professores que pensam que esta é um fator psicológico e não decorrente de uma má formação
no caminho linguístico do cérebro, como observa-se nos resultados da questão (10) no gráfico
( 10 ):
33
Gráfico 10:Dislexia: Psicológico ou biológico?
Fonte: Dados da pesquisa
Vê-se que apenas 8% dos professores entrevistados têm conhecimento por terem
participado de algum curso inclusivo para disléxicos, (GRAF. 9) 85% dos educadores,
demonstrado pelo gráfico 10, de certa forma buscaram informações de maneiras diversas, e
15% não sabem o verdadeiro motivo pelo qual este distúrbio linguístico acontece, acreditando
que é decorrente de fator psicológico, ou seja, emocional. Por muitos destes docentes mal
informados que crianças disléxicas são consideradas preguiçosas e distraídas, sem interesse na
disciplina e nos estudos, podendo assim não ser dado o apoio necessário para que a solução de
seu “problema” seja visto como prioridade para prosseguir e progredir em seus estudos.
Quando se perguntou se a dislexia é decorrencia da formação educacional que o aluno
teve ou tem, questão (11), apenas 8% dos professores responderam que sim como vemos a
seguir.
Gráfico 11: Formação educacional
Fonte: Dados da pesquisa
34
Portanto, 92% disseram que a dislexia não decorre de nenhum tipo de formação
educacional, cientes de que é fator biológico que depende da estrutura neural de cada um, mas
como já comentado anteriormente, se o professor não tiver interesse em ajudar os alunos,
apenas taxando-os como desinteressados e continuar a ministrar aulas da mesma maneira, o
distúrbio se torna não decorrente, mas dificultado pela formação educacional que teve ou tem.
“Educar é semear com sabedoria e colher com paciência” (CURY, 1959). Por mais trabalhoso
que seja, por mais tempo que tome o professor, deve este orientar o aluno bom, o regular e o
com necessidades educacionais, da melhor forma possível, oferecendo-lhes o máximo de
informações que enriqueçam seu conhecimento e sua aprendizagem.
Este questionário foi aplicado entre professores com cargo, tempo de docência,
categorias variadas, e para analisar a formação dos mesmos as questões (12, 13 e 14) estão
representadas nos gráficos (12, 13 e 14):
Gráfico 12: Seu cargo de: professor, supervisor ou diretor?
Fonte: Dados da pesquisa.
Gráfico 13: Qual é seu tempo de docência?
Fonte: Dados da pesquisa
35
Gráfico 14: Em qual categoria você se encaixa?
Fonte: Dados da pesquisa
Percebe-se através dos gráficos que os professores entrevistados, no total de quatorze,
são de nível médio, possuindo de onze a dezesseis anos de profissão (GRAF. 13). São
profissionais com um longo caminho já percorrido na docência, formadores de opiniões.
Estão cientes de que a dislexia é algo que pode prejudicar a leitura, escrita e compreensão dos
alunos e prolongar estas dificuldades por vários anos se não for identificada a tempo de
amenizá-las.
6. Considerações finais
Neste presente trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa
qualitativa para coleta de informações a respeito da dislexia, suas causas e consequências, a
fim de melhorar o entendimento por parte dos docentes, pais e familiares e até mesmo
daqueles que possuem este distúrbio linguístico.
Diversos são os mecanismos que procuram melhorar e aprimorar o aprendizado dos
disléxicos, identificando o distúrbio como um processo biológico e neurológico. Portanto
pode-se concluir que a dislexia é uma má formação no caminho da linguagem no cérebro,
porém esta dificuldade de aprendizagem não impede que estas pessoas sejam competentes no
que se dispõem a fazer.
36
Percebe-se através deste estudo, que a dislexia
é um problema que pode ser
minimizado por métodos pedagógicos , pois as pessoas que as possuem são inteligentes e com
uma percepção incrível, capazes de se sentir realizadas em suas escolhas. O que faz a
diferença para os disléxicos é a forma pela qual são orientados pelos professores e
principalmente pelos seus pais.
Para a maioria dos autores tais como Sally Shaywitz, Vicente Martins ( 2001), entre
outros a dislexia, o quanto antes for identificada melhor será, pois assim se evita um
sofrimento desnecessário por falta de informações ao longo do processo escolar, mas isto não
impede que seja trabalhada para a melhora daqueles que já avançaram a alfabetização inicial.
O aluno precisa de apoio, carinho e compreensão para ser “bom”, da maneira que se
sinta bem.
A leitura está envolvida em todo o processo educacional e por isso é preciso que todos
tenham a oportunidade de realizá-la da melhor maneira possível. Para que estas crianças não
se sintam menosprezadas e não tenham seu psicológico abalado é preciso que a escola seja e
proporcione um ambiente acolhedor e, sobretudo, o professor esteja consciente do seu papel
como educador e formador de opiniões. Por este motivo a pesquisa qualitativa teve como
objetivo analisar o quanto se sabe sobre este distúrbio linguístico por parte dos docentes e
percebe-se através do questionário realizado que ainda é algo que necessita e muito de
informações.
Pôde-se, então, concluir que este assunto ainda necessita de informações e de que
maneira trabalhá-lo para minimizar as dificuldades que os alunos possuem no ambiente
escolar. Conclui-se que, pelo fato de ainda muitos dos pais não fazer parte ativamente da vida
escolar de seus filhos, tenham contribuído para essa falta de informações, pois não havendo
cobrança não há preocupações em procurar o motivo real pelo qual aquele aluno não
consegue acompanhar o restante da classe.
Por fim, é importante enfatizar o quanto a família é responsável pela motivação e
desenvolvimento das crianças, seja na escola, em casa ou na rua. Pode-se perceber que é um
trabalho que requer paciência, carinho, persistência, e muita determinação por parte dos pais e
dos filhos. Não se deve deixar que a escola por si só tome iniciativas, é necessário um
trabalho em conjunto.
37
Não são as notas que fazem uma pessoa ser boa ou não, o que faz a diferença é como
enfrentar os desafios que a vida oferece, e para isso o professor ensina, os pais educam e os
filhos (alunos) aprendem com estes.
Ser disléxico é ser um pouco de Darwin, Einstein, Picasso, Da Vinci, Alexander
Graham Bell, Thomas Edison, Van Gogh, entre outros que com sua grandiosa inteligência
fizeram invenções que proporcionaram conforto e praticidade. São pessoas reconhecidas e
glorificadas pelo mundo todo.
O que faz a diferença é a maneira que vemos o que está ao nosso redor, nos
encontrarmos e nos sentirmos felizes e realizados naquilo que fazemos.
38
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167 p.
______. Desenvolvimento da linguagem humana. Curitiba: Afiliada, 2008. 208 p.
40
Apêndice
Questionário sobre Dislexia
1. Você conhece o termo dislexia?
(
) sim
(
) não
2. Em sua opinião qual alternativa define melhor a dislexia?
(
)preguiça
(
)desmotivação
(
)dificuldade
3. Em sua carreira acadêmica você já trabalhou com algum aluno disléxico?
(
)sim
(
) não
4. Atualmente você possui algum aluno disléxico?
(
) sim
(
) não
(
) quantos
5. E leitores deficientes, ou seja, alunos com dificuldades na leitura?
(
) sim
( ) não
6. O nível de leitura da maioria de seus alunos é:
(
) regular
(
) bom
(
) ruim
7. Existe o conhecimento por parte dos pais sobre a condição de leitura dos alunos com
dificuldade?
(
) sim
( ) não
8. Os pais dos alunos com problema de leitura procuram participar da vida escolar do
filho?
(
) sim
(
)não
9. Você já participou de algum curso sobre inclusão escolar voltado para o aluno
disléxico?
(
) sim
(
) não
10. Em opinião a dislexia é fator:
(
) psicológico
(
) biológico
11. Você acredita que a dislexia é causada decorrente da formação educacional que o
aluno teve ou tem?
(
) sim
(
) não
12. Seu cargo de:
(
) professor
(
) supervisor
(
) diretor
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13. Qual é seu tempo de docência?
(
) 1 a 5 anos
(
) 6 a 10 anos
(
) 11 a 16 anos
(
)17 ou mais
14. Em qual categoria você se encaixa?
(
) magistério nível médio
(
) pedagogo
(
) especialista
(
) mestrado
(
) doutorado