Projeto Webradio do CTR/ECA - grupo
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Projeto Webradio do CTR/ECA - grupo
1 MARIA SOCORRO OLIVEIRA DE ALMEIDA WEBRADIO Estudo de Caso: Projeto Webradio do CTR/ECA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo Curso de Pós Graduação ―Lato Sensu‖ de Especialização em Gestão Integrada de Comunicação Digital para Ambientes Corporativos SÃO PAULO 2011 2 MARIA SOCORRO OLIVEIRA DE ALMEIDA WEBRADIO Estudo de Caso: Projeto Webradio do CTR/ECA Monografia apresentada ao Departamento de Relações Públicas, Propagada e Turismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em cumprimento parcial as exigências do Curso de PósGraduação ―Lato Sensu‖, para obtenção do título de Especialista em Gestão Integrada da Comunicação Digital para Ambientes Corporativos Orientadores: Prof. Dr. Mauro Wilton de Sousa e Prof. Dr. Eduardo Vicente. Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes São Paulo 2011 3 MARIA SOCORRO OLIVEIRA DE ALMEIDA WEBRADIO Estudo de Caso: Projeto Webradio do CTR/ECA Aprovado em: 30/07/2011 Banca Examinadora: ____________________________________/___/___ Prof. Dr. Mauro Wilton de Sousa Orientador ____________________________________/___/___ Prof. Dr. Eduardo Vicente Co-orientador ____________________________________/___/___ Prof. Guilherme Ranoya Avaliador 4 Dedico este trabalho a minha mãe Alexandrina Aos meus filhos Renata e Rodrigo Ao meu neto Rafael Rodriguez As minhas sobrinhas Sarah Cristina e Maria Eduarda. 5 AGRADECIMENTOS Agradecimento especial aos meus orientadores profs. Drs. Mauro Wilton de Sousa e Eduardo Vicente pela paciência, colaboração e oportunidade. À profa. Dra. Elizabeth Saad pela oportunidade de participar do Curso. Renata, a companheira de todos os momentos, sempre colaborando e compreendendo a situação. Rodrigo, Silvia e Rafael pelo apoio e compreensão. A minha família, mesmo aqueles que estão distantes, que deram forças para finalizar o curso. À Teodora, Rose, Cesar e Antonio Carlos, pelo apoio, dedicação e confiança que sempre depositaram. Ao Departamento de Cinema, Rádio e TV pela oportunidade de realizar esta pesquisa. Prof. Luis Angerami pela compreensão e colaboração. Aos professores do CTR que de certa maneira me apoiaram. Aos colegas: Guido, Sandro e Benesi pela participação na pesquisa e colaboração; Marcelo Leite pelo apoio, sempre dando forças naqueles momentos de cansaço; Paulo Ferreira pela sua colaboração em vários momentos, sempre disposto a ajudar. Ivone sempre colaborando e dando apoio para que esta pesquisa fosse concluída. Marisa Bento pela sua dedicação e colaboração, sempre disposta a ajudar. Douglas, Chico, Joel, Paulo, Edson, João, Mané, Daniel e Marcuti pelo apoio. À secretaria do Digicorp – Rosangela, Renato e Eduardo pelo apoio. 6 RESUMO A pesquisa apresenta o projeto da Radioteca, uma webradio criada pelo Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR), da Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP), como espaço de difusão da produção radiofônica desenvolvida na Escola. Relata a base tecnológica utilizada para a criação da emissora e o modo como sua produção tem sido organizada. Além disso, é feita uma breve descrição de alguns dos programas, que serão transmitidos já que um dos objetivos deste trabalho é o de mostrar como o projeto da webradio se diferencia por meio do conteúdo que veicula. Palavras -chave: webradio, produção radiofônica e ECA/USP. 7 ABSTRACT The research presents the Radioteca Project, a web radio developed by Department of Film, Radio and TV (CTR) of School of Communication and Arts of University of São Paulo as a space of radio production developed in ECA (School of Communication and Arts). Describes the technology base used for the creation of the station and how its production has been organized and the radio formats conveyed by the station. In addition, there is a brief description of some of the programs that will be transmitted as one of the goals of this work is to show how the design differs webradio through the content it conveys. Keywords: webradio; radio production; ECA/USP. 8 RESUMEN Esta investigación presenta el proyecto de la Radioteca, una webradio creada por el Departamento de Cine, Radio y Televisión (CTR) de la Escuela de Comunicaciones y Artes (ECA), de la Universidad de São Paulo (USP) como espacio de difusión de la producción radiofónica desarrollada en la Escuela. Relata la base tecnológica utilizada para la creacción de la emisora, y cómo su producción se ha organizado. Además se hace una sucinta descripción de algunos de los programas que se transmitirán, ya que uno de los objetivos de este trabajo es el de enseñar como el proyecto de la webradio se diferencia de los demás por medio del contenido que transmite. Palabras Claves: webradio, producción radiofonica y ECA/USP 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 12 2 CAPÍTULO I – O RÁDIO NO BRASIL:HISTÓRIA E CONTEXO ATUAL ......... 17 2.1 Os Novos Rumos ........................................................................................... 23 2.2 Rádio & Internet ............................................................................................. 24 2.3 Podcast ........................................................................................................... 27 2.4 Rádio Digital (HDR) ...................................................................................... 29 2.5 Rádio por Satélite .......................................................................................... 30 3 CAPÍTULO II – A IMPLANTAÇÃO DE UMA WEBRADIO: BASE TECNOLOGICA, CONCEITOS E GESTÃO ............................................. 32 3.1 A História da ECA........................................................................................... 35 3.2 A Criação da Webradio Radioteca ................................................................. 38 3.3 UNIFOA ......................................................................................................... 40 3.4 UNESP ........................................................................................................... 40 3.5 Rádio KULA .................................................................................................. 41 3.6 Rádio UFPR .................................................................................................. 42 10 4 CAPÍTULO III – A WEBRADIO E SUAS POSSIBILIDADES PARA A RENOVAÇÃO DA LINGUAGEM RADIOFÔNICA ............................................. 44 4.1 Os Gêneros Radiofônicos .............................................................................. 48 4.1.1 Gênero Publicitário ou Comercial ............................................................... 48 4.1.2 Gênero Jornalístico ou Informativo ............................................................. 49 4.1.3 Gênero Musical .......................................................................................... 51 4.1.4 Gênero Dramático ou Ficcional .................................................................. 51 4.1.5 Gênero Experimental .................................................................................. 52 4.2 A Programação da Emissora ......................................................................... 53 4.2.1 Sonoracidade, a Paisagem Acústica de São Paulo ................................... 53 4.2.2 Vozes de Sampa ......................................................................................... 54 4.2.3 História do Brasil Futebol Clube ................................................................. 54 4.2.4 Trilhas & Rolos ............................................................................................ 54 4.2.5 Pão com Linguiça ....................................................................................... 55 4.2.6 Meu Pai é Tarcísio Meira ............................................................................ 55 4.2.7 O Sequestro ................................................................................................ 55 4.2.8 Leituras Drámaticas TUSP ......................................................................... 56 11 4.2.9 Memórias Ecanas ....................................................................................... 56 4.2.10 Audioexperiências ..................................................................................... 56 4.2.11 Spots Comerciais ...................................................................................... 57 4.2.12 Programação Musical ............................................................................... 57 5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 58 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 60 ANEXOS................................................................................................................ 64 12 1 INTRODUÇÃO A partir da década de 1960, com a consolidação da televisão, o rádio vive uma grande crise no país. Junto com as verbas publicitárias, fundamentais para a sua sobrevivência, boa parte dos artistas e técnicos da rádio migra para a TV. Com isso, o veículo acaba perdendo sua energia criativa justamente no momento de intensa reflexão acerca da produção cultural nacional, explicitada por meio de movimentos como, por exemplo, o Teatro Novo, o Cinema Novo, a Música Nova e a Bossa Nova. Assim, o rádio perdeu uma importante oportunidade de reflexão crítica acerca de seus propósitos sociais e artísticos, bem como de atualização da sua linguagem. Uma oportunidade nunca mais retomada. Isso ocorreu porque o veículo superou sua crise, a partir dos anos 80, com a consolidação das grandes redes de rádio (favorecida a partir do ano de 1990, pelo início da transmissão via satélite no país) e a ocupação dos espaços que conserva até hoje: a veiculação de música (principalmente através das emissoras de FM, surgidas nos anos 70), de notícias, as iniciativas de utilidade pública (como as condições de trânsito das grandes cidades), a interação com o ouvinte – baseada, principalmente, em características do veículo como o imediatismo e a autonomia (ORTRIWANO, 1985, p. 80-81) – e a atuação de grandes comunicadores (como Eli Correa, Gil Gomes e Zé Bettio, entre outros). Um elemento comum aos formatos de produção acima citados a não utilização de grandes estúdios ou de um extenso corpo técnico e artístico. A grande infraestrutura era a condição necessária à produção dos programas de auditório e dos formatos ficcionais (especialmente seriados e novelas) que brilharam durante o período áureo do rádio, nas décadas de 1940 e 1950, mas, se é cabível a afirmação de que o rádio encontrou sua vocação na veiculação de música, notícias e na prestação de serviços, também podemos, por outro lado, afirmar que limitações técnicas e financeiras demarcaram fortemente as condições nas quais ele atua. 13 O cenário dos últimos anos, no entanto, abriu interessantes possibilidades de utilização da produção radiofônica, inclusive ou principalmente, fora do dial tradicional, e a internet assume uma importância fundamental nesse processo, oferecendo alternativas de veiculação radiofônica, tanto através de webradios 1 – a partir das quais os programas podem ser disponibilizados em tempo real ou on demand – quanto de audioblogs e Podcasts que, surgidos a partir de uma prática dos proprietários de I-Pods de disponibilizar suas playlists de programação musical através da internet, tornaram-se importante espaço de distribuição de programas radiofônicos para download e posterior audição. Não foram apenas os espaços para a veiculação radiofônica que se diversificaram, as mudanças no âmbito da produção propostas pelo desenvolvimento das tecnologias digitais são igualmente dramáticas. Ao contrário do que ocorria na época da Rádio Nacional, quando dezenas, ou mesmo centenas, de profissionais precisavam se envolver na produção de um único radiodrama seriado, a pulverização dos meios de produção permite que peças sonoras sejam hoje gravadas e editadas a partir de computadores domésticos e outros equipamentos digitais portáteis. Foi em função dessas novas possibilidades de produção e veiculação radiofônica que Vicente (2011) 2 do Departamento de Cinema, Rádio e TV (CTR) da Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP) propôs, em 2010, a criação de uma webradio que atendesse não só ao Departamento como toda a Escola. É o processo de implantação e gerenciamento dessa rádio – batizada de Radioteca – que será discutido no presente projeto. A Radioteca já conta com um streaming, para a transmissão de 1 seu sinal pela internet e com um domínio próprio (Também conhecido como Rádio via Internet ou Rádio Online) é o serviço de transmissão de áudio via Internet com a tecnologia streaming gerando áudio em tempo real, havendo possibilidade de emitir programação ao vivo ou gravada. 2 Informações prestadas por Eduardo Vicente, professor do CTR/ECA/USP, conforme entrevista concedida a autora em 20/02/2011. 14 (http://www.usp.br/radioteca/). No entanto, só deverá entrar oficialmente em operação em julho ou agosto de 2011. A escolha da Radioteca se justifica principalmente por serem raros, no Brasil, os projetos de webradio não ligados a emissoras convencionais, por isso, é interessante estudar as possibilidades de gestão, interação e produção desenvolvidas no projeto da Radioteca, verificando o que ela pode oferecer como indicação para a criação de projetos semelhantes vinculados a diferentes grupos de interesse. Além disso, segundo Vicente (2011), a linguagem radiofônica, nas emissoras de FM convencionais, está muito ligada ao gênero informativo (especialmente noticiários e cobertura esportiva) e à programação musical, sendo os programas humorísticos (normalmente produzidos ao vivo) os únicos que fogem dessa estrutura mais convencional, sendo assim, um projeto como o de uma webradio acadêmica talvez nos permita uma melhor compreensão das reais possibilidades expressivas do rádio e do que ele ainda pode oferecer para o cenário atual. Segundo Vicente (2011), outra razão para se criar uma webradio acadêmica é a de que no Brasil não existe muitas alternativas para a sociedade, de um modo geral, conhecer o que poderia ser uma rádio experimental ou alternativa. Por essa razão as emissoras comunitárias ou projetos sociais envolvendo a radiodifusão acabam adotando o modelo de programação das emissoras comerciais, veiculando os mesmos tipos de programações musicais e jornalísticas; por consequente, uma das intenções da webradio Radioteca é a de desempenhar essa função social, de oferecer um modelo alternativo ao rádio, com formatos de programas que sejam originais, explorando o potencial oferecido ao rádio pelas tecnologias digitais, tanto para a produção quanto para a veiculação de programas, e também em alguma medida retomando o debate sobre a função social e a estética do veículo. A intenção deste trabalho é demonstrar que, se em determinado momento de sua história, o rádio parecia estar condenado a se ligar basicamente à veiculação musical, ao noticiário e à prestação de serviços junto aos ouvintes, temos hoje um leque muito mais amplo de possibilidades, que vai 15 desde a recuperação de gêneros e formatos que pareciam superados ou esquecidos ao longo da historia do veículo até o desenvolvimento de novas abordagens envolvendo o radiodrama, os programas de entretenimento e um nível de experimentação com linguagem sonora nunca utilizada no país. Essa maior segmentação e personalização do rádio através do potencial para o surgimento de milhares de emissoras virtuais aberto pela internet são exploradas dentro do projeto da Radioteca. Parece interessante acompanhar um projeto assim, que embora tenha um caráter bastante experimental e muito distante do formato tradicional do rádio, que estrutura-se normalmente em núcleos voltados para o jornalismo, música, etc. apontando para novos potenciais de uso e talvez para o surgimento de um rádio muito diferente daquele que podemos sintonizar no dial tradicional. Considerando esses objetivos, a monografia se divide em três partes: O RÁDIO NO BRASIL: HISTÓRIA E CONTEXTO ATUAL – que traz uma discussão sobre a radiodifusão desde seu início, passando pela adoção do modelo comercial, a passagem que foi conhecida como a ―época de ouro‖ do rádio, a crise do veículo, a partir do surgimento da TV, sua reestruturação e as diferentes possibilidades de veiculação radiofônica por meio do uso das tecnologias digitais; A IMPLANTAÇÃO DE UMA WEBRADIO: BASE TECNOLÓGICA, CONCEITOS E GESTÃO – nessa parte é apresentada a tecnologia utilizada para a criação de uma webradio, os conceitos em que se baseia o projeto da webradio Radioteca, um pouco sobre a história da ECA/USP e da produção radiofônica desenvolvida na Escola e um comparativo entre a Radioteca e outras webradios universitárias conhecidas. 16 A WEBRADIO E SUAS POSSIBILIDADES PARA A RENOVAÇÃO DA LINGUAGEM RADIOFÔNICA – onde é apresentada uma discussão sobre a linguagem radiofônica, gêneros e formatos radiofônicos e uma descrição de alguns dos programas que estarão sendo veiculados pela webradio Radioteca. 17 2 CAPÍTULO I - O RÁDIO NO BRASIL: HISTÓRIA E CONTEXTO ATUAL Vamos iniciar esse capítulo com uma breve discussão sobre a história do rádio no país. Embora não se deva esquecer do pioneirismo dos experimentos do Padre Landell de Moura, oficialmente a primeira experiência em transmissão radiofônica no país ocorreu em 07/9/1922, no Rio de Janeiro, como parte das comemorações do Centenário da Independência. Alguns dias após a inauguração foram transmitidas óperas diretamente do Teatro Municipal do RJ, porém as transmissões não tiveram continuidade por falta de um projeto, então foram encerradas mesmo tendo causado impacto ao público. No entanto em 20/4/1923 temos a inauguração da primeira emissora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Seus fundadores, Roquette Pinto e Henrique Morize, impõem à emissora um cunho nitidamente educativo e, ao mesmo tempo, elitista. Isso porque, em seu surgimento no país, o rádio se dirigia a quem tivesse maior poder aquisitivo. O Rádio nasceu como um empreendimento de intelectuais e cientistas e suas finalidades eram basicamente culturais, educativas e altruísticas. A razão disso se dava por causa dos aparelhos receptores que eram trazidos do exterior para o Brasil, e eram muito caros, e de sua programação que era voltada para atingir os objetivos de seus fundadores; ―Levar a cada canto um pouco de educação, de ensino e de alegria‖ (ORTRIWANO, 1985, p. 14). Roquette Pinto sempre esteve convencido de que o rádio se transformaria em um meio de comunicação de massa, apesar de a programação inicial ter sido muito seleta (ex: óperas, concertos, recitais de poesias, etc.) Em virtude de sua certeza e vontade foram tomadas iniciativas para a implantação efetiva da radiodifusão no Brasil, com a finalidade de divulgar a ciência pelas camadas populares. Ainda nos anos 20, o rádio já começava a se espalhar pelo território brasileiro. As primeiras emissoras tinham sempre em sua denominação os termos ―clubes‖ ou ―sociedade‖, pois na verdade nasciam como clubes ou associações formadas pelos idealistas que acreditavam na potencialidade do novo meio (ORTRIWANO, 1985, p. 14). 18 Como o rádio não tinha uma estrutura econômico-financeira que pudesse favorecer o seu desenvolvimento, a forma dele se manter era através dos pagamentos das mensalidades de quem possuía os aparelhos receptores, por meio de doações de entidades privadas ou públicas que ocorriam eventualmente, por inserção de anúncios pagos que apenas ocorria raramente, pois pela legislação da época eram proibidos, ou através dos interessados que eram convidados para ser sócios com a finalidade de ajudar a manter a rádio. André Casquel Madrid salienta que: durante o decênio de 20, ―a cultura popular não tinha acesso ao rádio, que não se caracterizava como entretenimento de massa‖, sendo ―veículo de formas de diversão individualista, familiar ou particular, muito pouco extensivas‖. E esse quadro se evidencia ―pelo pequeno número de emissoras instaladas, o pouco interesse da própria sociedade global, relativamente ao rádio‖ (Madrid 1972 apud ORTRIWANO, 1985, p. 14). Mas a partir dos anos 30 esse cenário se modifica. Com a ascensão de Getúlio Vargas, o governo passou a se preocupar com o rádio, que passava a ser visto como o grande veículo para a propaganda oficial. E assim, o rádio começou a sofrer transformações radicais. A publicidade é regulamentada por meio do Decreto nº 21.111, de 1º de março de 1932. Este Decreto autorizava a veiculação de propaganda pelo rádio, tendo limitado sua manifestação, inicialmente, a 10% da programação, que posteriormente foi elevada para 20% e que atualmente é de 25%. As primeiras emissoras a entrar em operação, antes desse Decreto, obtiveram suas licenças com base na regulamentação da radiotelegrafia, o Regulamento para Serviços de Radiotelegrafia e Radiotelefonia, Decreto nº 16.657, de 5 de novembro de 1924. Com a introdução de mensagens, a programação do rádio passa do erudito, educativo e cultural para o popular, voltando-se ao lazer e à diversão. A parte educativa aos poucos foi sendo esquecida e em seu lugar vieram os interesses mercantis, consequentemente, com aparecimento da publicidade, as emissoras ganharam força para se transformar em uma empresa e conseguir seu espaço no mercado. A competição teve três facetas: desenvolvimento técnico, status da emissora e sua popularidade. 19 A forte centralização do poder executivo causado por Getúlio Vargas, a partir da Revolução de 1930, favoreceu a expansão da radiodifusão, mostrando que o rádio era um meio de extrema eficácia para o incentivo ao consumo, pois o número de analfabetos ainda era grande e os meios de publicação impressos não eram tão eficientes quanto o rádio. Desta forma então, para o rádio surgem novas funções, diretamente ligadas ao desenvolvimento político e econômico do país. Os ―programistas‖ foram os primeiros profissionais do rádio. Sua função abrange desde o contato e redação até a produção e apresentação. Com isso, adquiriram espaços nas estações, produziam os programas e revendiam os intervalos para os anunciantes. No entanto, quando o rádio passa pelo processo de reformulação estrutural, para ampliar seus recursos e poder atender às novas atribuições no processo de industrialização, urbanização, especialização e tecnológico, ele deixa de lado a improvisação e começa a estruturar-se como uma empresa, preparando suas programações com antecedência, preocupando-se em conseguir cada vez mais audiência, investindo e contratando produtores e artistas. A linguagem aos poucos vai mudando para que o entendimento seja facilitado, ou seja, uma linguagem mais direta e coloquial é implantada. O objetivo principal passa a ser o de alcançar grandes audiências e mercado para os produtos anunciados. A Rádio Record foi pioneira em múltiplos aspectos, sendo naquele momento líder de audiência (ORTRIWANO, 1985, p. 17). Ela introduziu a programação política, ao trazer os políticos para participar de entrevistas em suas programações, introduziu o cast profissional e exclusivo com remuneração mensal. A partir daí, começa a corrida e as emissoras contratam a ―peso de ouro‖ astros populares e orquestras filarmônicas. Com esta mudança, foi desencadeada a concorrência entre as emissoras. Dois fatos marcaram o desenvolvimento da programação nas emissoras brasileiras em 1935. O primeiro foi a ―vulgarização das transmissões, com a participação do público‖ (inclusive nos programas de auditório), pela Rádio Kosmos, e depois pela Rádio América, ambas de São Paulo. O segundo foi ―o 20 estabelecimento da sistemática de programas fundamentada na informação‖, com inauguração da Rádio Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro (ORTRIWANO, 1985, p. 17). Em 1936 é inaugurada a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, a emissora que se tornaria a maior lenda do rádio brasileiro. Foi a partir desta rádio que o rádio começou a desenvolver-se burocraticamente. Após ser incorporada ao patrimônio nacional, em 1940, ela se tornaria a maior emissora do país. O conselho de administração da rádio era formado por oito divisões especializadas, sob as ordens de um diretor-geral, e o seu quadro de profissionais da emissora dava uma ideia das grandes dimensões que o rádio passava a assumir: eram 10 maestros, 124 músicos, 33 locutores, 55 radiatores, 39 radiatrizes, 52 cantores, 44 cantoras, 18 produtores, 13 repórteres, 24 redatores, 4 secretários de redação e cerca de 240 funcionários administrativos, contando com 6 estúdios, 1 auditório de 500 lugares e operava com 2 transmissores para ondas médias e 2 para ondas curtas. Com eles, ela conseguia cobrir todo o território e chegar a atingir a América do Norte, Europa e África (Costella 1978, apud ORTRIWANO, 1985, p. 18) É preciso observar, no entanto, que todo o desenvolvimento descrito ocorre dentro de um modelo comercial de rádio, baseado no padrão norteamericano. O mesmo não se deu em todos os países. O modelo estatal e público também fora bastante utilizado. Vale considerar, nesse campo, os exemplos do Japão e do Reino Unido. No Japão, o broadcasting se realiza, a partir de 1921, sob forte controle estatal que determina o interesse público do veículo. Assim, na Tokyo Broadcasting Station, inaugurada em 1925, a programação era dividida em 20% para noticiosos, 40% para programas educacionais e culturais e outros 40% para programas de entretenimento. Diante da necessidade de ampliar a rede e sua cobertura, já que existiam emissoras apenas em Tóquio, Osaka e Nagoya, o governo decide unificá-las em uma rede sob controle estatal, criando a Nippon Hoso Kyokai (NHK). No Reino Unido, no início da década de 1920, os representantes de rádio sociedades (especialmente da Wireless Society, de Londres, surgida em 21 1913) pressionavam pela criação de emissoras de maior alcance. Preocupado em evitar uma ocupação desordenada do dial, como a que ocorria nos EUA e, principalmente, em garantir um mercado para os fabricantes nacionais de aparelhos, o governo financia a criação de rádios experimentais e, ainda em outubro de 1922, a criação da British Broadcasting Company (BBC), que se tornaria mais tarde a British Broadcasting Corporation. Embora sua missão inicial fosse ampliar o mercado consumidor de aparelhos, a BBC tornou-se muito mais do que isso. Em 1925 era ouvida em quase todo o Reino Unido e, em 1932, inaugurava seu World Service, iniciando transmissões mundiais em ondas curtas. A BBC é sustentada por contribuições de particulares e verbas estatais3. O rádio comercial, no caso brasileiro, permite que, nos anos 40, o veículo entre na sua chamada ―época de ouro‖. São Paulo participará desse ciclo através da atuação de emissoras como Panamericana, São Paulo, Record e Tupy. Mas será a Nacional, a grande emissora a marcar esse ciclo. Vários aspectos podem ser destacados acerca da importância da Rádio Nacional dentro do cenário da cultura brasileira. Ela não só criou um padrão nacional de rádio, mas também ajudou a firmar toda uma tradição dentro da música brasileira. Os sofisticados arranjos orquestrais, que Radamés Gnatalli elaborou com a orquestra da rádio (que chegou a ter mais de 100 músicos) deram uma outra face ao samba, inaugurando sua fase de sucesso internacional (principalmente com Aquarela do Brasil, de Ary Barroso 1940 e outras músicas dessa fase do chamado samba-exaltação). A Rádio Nacional foi ainda de vital importância dentro do projeto de integração nacional levado a efeito pelo Estado Novo. Reunindo num "grande abraço, o Brasil de norte a sul", ela não apenas desempenhou o papel de irradiar a produção musical da metrópole a todos os pontos do Brasil, como 3 A BBC é paga por seus ouvintes através de licenças domésticas que custam £10.96 por mês. Isso lhe permite oferecer uma ampla variedade de serviços, livres de anúncios e independentes de patrocinadores e interesses políticos 94.3% da população do Reino Unido utilizavam a BBC todo mês em 2005/2006. http://www.bbc.co.uk/info/licencefee/#provides (tradução livre da autora) 22 também absorveu e irradiou a música produzida nos diferentes centros regionais. No primeiro caso, vale destacar a observação do critico Sérgio Augusto: é preciso que se diga que, desde a Revolução de 30, (...) a Rádio Nacional foi o canal exclusivo de informação e formação cultural do povo brasileiro, fazendo deste vasto paraíso tropical, a primeira grande aldeia global dos tempos modernos (SAROLDI; MOREIRA, 1984, p. 91) Foi muito importante dentro da história da Rádio Nacional a presença do jornalismo – que teve no programa Repórter Esso, criado em 1938, seu principal representante. A Nacional também foi a primeira emissora a veicular rádio-novelas no Brasil, sendo ―Em Busca da Felicidade‖, de 1941, a primeira delas. Essa novela foi escrita pelo cubano Leandro Blanco e adaptada para o rádio brasileiro por Gilberto Martins. Além das novelas, a Nacional produzia e veiculava seriados policiais, de mistério e de aventura. A Nacional foi também pioneira nos programas humorísticos, produzindo, entre outros, "Trem da Alegria", com Héber de Boscoli, Iara Sales e Lamartine Babo; "Balança mas Não Cai", de Max Nunes, e "PRK.30", a "rádio clandestina", de Lauro Borges e Castro Barbosa. Segundo Gilberto de Andrade, diretor da emissora durante os anos 40, a programação semanal da Rádio Nacional, em 1945, era assim dividida: Música Variada - 26,9% Rádio-Teatro - 14,3% Variedades - 14,1% MPB - 11,0% Informativos - 11,0% Educação Física - 9,9% Programas Educativos - 4,4% Música Clássica - 4,4% Programas de Auditório - 4,0% 23 2.1 Os Novos Rumos No Brasil, com o surgimento da televisão, em 1950, termina a ―época de ouro‖ do rádio. O novo veículo, para obter audiência, começa a buscar no rádio seus primeiros profissionais, imitando suas programações (como a telenovela), transportando a publicidade. Com isso o rádio procurou uma nova linguagem, mais econômica, para poder enfrentar a nova concorrente. Segundo Ortriwano (1985), diante dessa fuga de seus anunciantes, o rádio foi diversificando suas programações: tocando mais músicas, reduzindo o número de programas produzidos (época do vitrolão), ou seja, trocando os astros e estrelas por discos e fitas gravadas, as novelas pelas notícias e as brincadeiras de auditório pelos serviços de utilidade pública. Assim, o rádio caminha no sentido de atender as necessidades regionais, principalmente a nível de informação. E desta forma a especialização se acentua crescentemente, principalmente nas grandes cidades uma vez que nas cidades de menos porte as emissoras não conseguiram acompanhar a tendência e continuaram com sua programação variada. A Rádio Bandeirantes de São Paulo, em 1954, lançou uma nova programação no ramo das notícias, sendo a pioneira no sistema intensivo de noticiário, dando ao radiojornalismo um grande impulso. Em 1959, com o intuito de acelerar sua corrida para o radiojornalismo, o rádio passou a transmitir reportagens do lado externo da emissora (na rua) e a realizar entrevistas fora de seus estúdios. Neste mesmo ano o rádio cria um programa: os serviços de utilidade pública a fim de não perder o público para a televisão. Seu objetivo era restabelecer o diálogo com os ouvintes. Com o passar do tempo os serviços foram se ampliando e criaram setores exclusivos dentro das emissoras. As primeiras emissoras em Frequência Modulada (FM) começaram a atuar ainda na década de 1960. No início suas programações eram compostas por música ambiente. A primeira rádio a explorar esse serviço foi a Rádio Imprensa, do Rio de Janeiro. Mais tarde, na década de 1970, surgiu um número grande de emissoras operando em FM e todas voltadas para a 24 programação musical. Na década de 1980, temos o início da transmissão por satélite e a organização de grandes redes em torno de grandes emissoras. Para Vicente (2011), esse empobrecimento da linguagem do rádio ocorreu em todo o mundo a partir dos anos 50, porém em países, como o Brasil, que adotaram um modelo comercial de rádio, ele foi muito mais intenso. Na Alemanha e no Reino Unido, por exemplo, as coisas não se processaram do mesmo modo, já que a presença estatal (no caso da Alemanha) e o modelo público de radiodifusão (no caso do Reino Unido) garantiram a manutenção no dial de produções ficcionais, documentários e de toda uma gama de programas de interesse artístico e cultural. No Brasil, muitos desses formatos de programas praticamente desapareceram da programação, mesmo de emissoras educativas e públicas. As novas formas de veiculação pelo uso da internet e das tecnologias digitais possibilitam a retomada desses formatos com atualização na sua linguagem. A ideia que queremos reter desse relato é de que em função do surgimento da TV o rádio se desenvolveu sob um modelo comercial e se adaptou à redução de sua importância no mercado de comunicações. Embora se deva reconhecer que o rádio soube muito bem ocupar o espaço que restou para a sua atuação, é importante entender as limitações que passou a ter, especialmente em termos de recursos humanos e variedade da programação. A seguir abordamos o surgimento das webradios e de seu desenvolvimento no país até os dias de hoje. 2.2 Rádio & Internet Segundo Souza (2001), as primeiras webradios surgiram no Brasil em 1996, em meio às várias experiências promovidas por universidades públicas, portais de conteúdo e notícias que surgiam na época. No entanto, a primeira rádio brasileira 100% virtual, 24 horas por dia no ar, somente entrou no ar em 25 1998. A Rádio Totem surgiu com a proposta de ser um portal de rádio, oferecendo várias emissoras musicais, segmentadas em ritmos. Algumas das razões para que fortes investimentos se voltassem para o mercado de ―streaming media‖ na Web foram: a) crescimento na indústria de entretenimento na Internet; b) conexões banda larga; e c) computadores com processadores mais rápidos. Em 2001, a emissora chegou a operar com 11 canais diferentes, além de oferecer videoclipes, entrevistas e promoções aos internautas, mas o projeto não sobreviveu e o portal saiu do ar. Na verdade, nenhum projeto mais abrangente, operando exclusivamente como webradio, sobreviveu no país, a não ser aqueles que veiculam programação 100% musical. Nesse caso, o lucro era obtido a partir da venda de espaço publicitário no site 4 , da venda das músicas para download e da venda da programação para empresas que queriam colocar um player de música em seu portal ou para sonorizar seus escritórios e lojas. Já com o lançamento do site Usina do Som, em 2003, comprovou-se que as rádios nascidas em rede podem se tornar uma grande parte no mercado da Internet, pois o sucesso da rádio foi muito maior do que o esperado. Em 15 dias de funcionamento obteve-se 17,8 milhões de page-views. O motivo de todo esse sucesso é a novidade de onde cada internauta ter a opção de criar uma rádio personalizada, e os próprios usuários seriam os DJs, ganhando uma estação virtual com suas músicas preferidas. Mas o uso mais frequente da transmissão via web é, efetivamente, aquele feito por rádios convencionais que retransmitem seu sinal na rede e podem, por isso, ter sua programação ouvida em qualquer parte do planeta. Em 1996, as primeiras emissoras com existência no dial começaram a migrar para a rede. A Rádio Itatiaia (Minas Gerais) reivindica a precedência de ter sido a primeira a veicular seu sinal também pela Internet. A Jovem Pan AM e a Bandeirantes AM também começaram a operar na rede. A CBN AM e a 4 Algumas são ligadas a importantes portais de Internet, como a Rádio UOL, por exemplo. 26 Eldorado AM só disponibilizaram seu sinal em 1997. Segundo o jornal a Folha de S. Paulo, em 2000 havia 3.500 rádios on-line espalhadas pelo mundo e no Brasil havia mais de 150, das quais a grande maioria era versão Web de estações regulares de AM e FM e apenas 12% transmitiam exclusivamente pela rede (Negromonte, 2000, Apud TRIGO-DE-SOUZA, 2001, p. 291). Atualmente, quase todas as emissoras de alguma importância oferecem essa possibilidade de escuta. Algumas delas oferecem em seus portais também algum conteúdo on demand. A Rádio USP, por exemplo, disponibiliza no endereço www.radio.usp.br/especiais.php muitos dos programas e séries especiais que produziu e já veiculou em sua programação normal. Já emissoras noticiosas como BandNews, CBN e Jovem Pan oferecem reportagens e programas especiais. Projetos mais alternativos e exclusivos da web são difíceis de apontar, em virtude da vida breve ou do horário limitado de transmissão de alguns deles. Trata-se, normalmente, de rádios vinculadas a universidades. Algumas dessas rádios são temas deste trabalho. Em relação às emissoras livres e comunitárias, o endereço www.radiolivre.org oferece links para sites de várias delas, em que algumas emissoras possuem serviços de difusão via web. A mais importante rádio comunitária de São Paulo, a Rádio Heliópolis, transmite através da web pelo endereço http://www.heliopolisfm.com.br/ Contudo, a webradio não é a única forma de transmissão de conteúdos sonoros que usa recursos digitais. Temos ainda o recurso do podcast na internet e, para o uso de receptores de rádio, os sistemas de transmissão digital e por satélite. A seguir, abordamos essas três modalidades de transmissão sonora e radiofônica. 27 2.3 Podcast O diferencial do podcast, em relação a outras práticas de disponibilização de arquivos de áudio on demand, é a possibilidade de ―ambos‖ o programa, de modo que, a cada nova edição, o arquivo de áudio é listado automaticamente por programas como o iTunes ou o Real Player, sem que seja necessário acessar o site onde o arquivo foi disponibilizado. A tecnologia usada pelo podcast é um protocolo de distribuição de conteúdo chamado de Feed RSS. Para fugirmos dos termos técnicos e simplificarmos a explicação: todas as edições do programa de rádio devem ser armazenadas em um servidor na internet. O feed é um arquivo de texto com extensão *.XML, que funciona como um índice, uma lista de edições e programas de rádio. Esse índice contém informações do programa e o endereço na internet onde as edições do programa estão armazenadas. Programas como o iTunes são chamados de agregadores, porque conseguem ―ler‖ esse arquivo *.XML e, cada vez que há uma nova versão do programa, baixar automaticamente para o computador do ―assinante‖. Essa tecnologia era usada já no final da década de 1990 para agregar conteúdo de websites de notícias. A utilização para arquivos de áudio surgiu quando um ex-VJ da MTV norte-americana, Adam Curry, desenvolveu um software agregador que, além de fazer o download do arquivo MP3, também o reproduz e o adiciona ao seu aparelho tocador de MP3. A possibilidade ao usuário de baixar e ouvir apenas os programas que quiser pode ser uma das origens do nome podcast, em que POD seria Personal On Demand e CAST o sufixo de broadcast, em tradução livre seria algo como ―difusão sob escolha pessoal‖. E é justamente essa ideia de publicação e audição individual e descentralizada que torna o podcast atraente. Oferecer programas para download pelo ouvinte nesse formato pode ser um complemento aos serviços da rádio comunitária e uma forma de ampliar a sua penetração e audiência. 28 Hoje o serviço oferecido não está limitado ao áudio: o vídeo foi incorporado no que é popularmente conhecido como videocast. Embora esse serviço já tenha se popularizado em outros países, ele ainda não é comum no Brasil. Ainda assim, esse tipo de difusão tende a ganhar espaço com o surgimento de sites que reúnem diversas publicações. O www.podomatic.com, por exemplo, um site internacional, oferece muitos exemplos de produções do Brasil e de outros países, além de hospedagem gratuita aos interessados em disponibilizar seus trabalhos. O podcast pode ser hospedado em um servidor e o endereço Feed RSS para acessá-lo pode ser colocado no site da rádio, por exemplo, evitando-se assim que o ouvinte tenha de acessar o site internacional para assinar ou ouvir o programa. O www.podcast.com e o www.podcastalley.com são outros exemplos de sites internacionais que reúnem informações sobre podcasts e servem como diretórios de busca. O interesse pelo podcast no Brasil parece estar crescendo, e a tendência é que as pessoas comecem a baixar esses arquivos também em seus telefones celulares, que estão se tornando cada vez mais importantes para o consumo de música e para a audição de rádio. Sites nacionais, como o www.podcast1.com.br e o http://www.podbr.com/, reúnem vários exemplos de podcasts particulares e de empresas. Utilizam uma tecnologia chamada streaming, que permite a reprodução em computadores de arquivos de áudio e imagem sem que seja necessário o download dos mesmos, ou seja, quase em tempo real. Ela pode operar ao vivo, com os computadores dos usuários conectados à rádio recebendo o sinal na hora em que é transmitido, ou a partir de arquivos disponibilizados em um servidor (sistema on demand). Além de empreendimentos como a webradio Usina do Som www.usinadosom.com.br, que permite ao usuário escolher a programação e compartilhar suas preferências com os demais5, ou a Rádio Totem, primeira do 5 A Totem recebe uma média de 5 mil ciber-ouvintes por dia. 29 ranking nacional, em março de 2001, que contabiliza ―50% dos seus usuários entre os brasileiros que residem fora do país", também nossas principais rádios convencionais já desenvolveram suas extensões na rede. No Brasil apresentaram um crescimento de 58% em pouco mais de um ano, indo de 2.394 rádios em dezembro de 1999 para 4.637 em janeiro de 20016. 2.4 Rádio Digital (HDR) O sistema de transmissão digital de rádio deverá um dia substituir a transmissão convencional de AM e FM. Além de eliminar os chiados e melhorar a qualidade do som, esse sistema também vai permitir o envio de mensagens de texto (como nome da música que está sendo tocada, cotações, notícias etc.). A implantação definitiva do sistema no Brasil esta prevista para ocorrer em 2012. Atualmente, no entanto, ainda há grandes incertezas sobre o tema. Dois sistemas disputam o mercado mundial do setor: o IBOC (In Band On Channel), da empresa norte-americana iBiquity, e o DRM (Digital Radio Mondiale), de um consórcio europeu. Discute-se, ainda, a possibilidade de criação de um sistema brasileiro de transmissão baseado em um desses dois projetos, algo parecido ao que ocorreu com a televisão digital no Brasil. As principais características desses dois sistemas internacionais são: Simulcasting: possibilidade de transmissão simultânea dos sinais analógico e digital; Significativa melhora na qualidade do áudio: as afirmações são de que o FM terá a qualidade de CD e o AM a qualidade de FM; Maior robustez do sinal em relação às interferências: o sinal irá se tornar menos sensível às interferências de barreiras e cabos elétricos; Possibilidade de transmissão de mensagens de texto; Possibilidade de oferta de outros serviços adicionais: como venda de música etc. 6 A primeira locução ao vivo na Internet foi realizada em 4 de abril de 1995 pela Progressiva Internet – empresa hoje conhecida como Real Networks 30 Os problemas apontados são: Incertezas sobre a cobrança de royalties e o custo de implantação que podem representar uma nova instância de concentração econômica do meio; A falta de transparência na escolha do padrão; O delay da transmissão: já foram relatados atrasos de 6 a 8 segundos, o que pode prejudicar transmissões esportivas e a comunicação com os ouvintes, por exemplo. 2.5 Rádio por Satélite O rádio por satélite, que constitui um serviço pago, surgiu nos EUA em 2001. Notícias de 2005 informavam que ela havia sido ―a mídia que mais cresceu nos Estados Unidos nos últimos três anos, deixando para trás até o celular. Mais de cinco milhões de consumidores estão pagando US$ 155 por ano de assinatura, comprando equipamentos, antenas e acrescentando fios novos pela casa, para ter acesso à programação do rádio por satélite, em vez de continuarem ouvindo de graça as rádios AM/FM transmitidas por via terrestre. Existiam então duas empresas no mercado: XM Satellite, a maior e a primeira a se lançar em 2001, e a Sirius, uma competidora aguerrida desde julho 2002. Só nos primeiros três meses de 2005, a XM ganhou 540 mil novos assinantes e a estimativa dos especialistas é de que até o fim do ano as duas cheguem a ter mais de 8 milhões de consumidores pagando US$ 12,95 por mês pra ouvir os seus programas(...). A segmentação e diversidade de canais é um dos segredos do sucesso, e há de tudo para todos os gostos. Coisas impensáveis para as rádios tradicionais são naturalíssimas nas emissões via satélite como, por exemplo, um canal dedicado só a canções religiosas ou outro de músicas mexicanas. Cerca de 60 outros canais estão voltados para os esportes, tempo, notícias, talk shows — um deles é exclusivo para temas relacionados aos negros e outro só de sexo. Foi uma surpresa para os programadores descobrir que um canal de piadas e programas cômicos é um grande sucesso 7 entre os ouvintes‖ 7 Rádio por assinatura é a nova paixão nos EUA. Informação: Associação de Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (AESP) 15/05/2005 31 Esse sucesso da rádio por satélite cabe também a associação das empresas à indústria automobilística, devido a que os carros já saiam de fábrica com os receptores e um ano de assinatura grátis. Em 2008, no entanto, as empresas atingidas pela crise econômica norte-americana, fundiram-se criando a SiriusXM. Atualmente, a rádio por satélite oferece mais de 200 canais de programação variada, que http://www.siriusxm.com/channellineup. podem ser conferidos no site 32 3 CAPÍTULO II - A IMPLANTAÇÃO DE UMA WEBRADIO: BASE TECNOLÓGICA, CONCEITOS E GESTÃO Neste capítulo, discutiremos as tecnologias envolvidas para a implantação de uma webradio, como o streaming, e questões associadas ao seu uso. As informações a seguir estão baseadas na entrevista cedida por Vicente (2011), professor do CTR/ECA/USP. Segundo o Professor, a internet serve ao rádio de diversas maneiras: como fonte de conteúdo, espaço de veiculação, de contato com os ouvintes e mesmo fórum de discussão com outras rádios comunitárias. As produções desenvolvidas no curso Superior do Audiovisual da ECA, e que formam boa parte da programação da Radioteca utilizam os recursos da internet de diferentes modos. Como meio de veiculação da programação na Internet, os arquivos de áudio podem ser ouvidos de diferentes maneiras. A mais comum é a idéia on demand, opção em que o arquivo somente será executado caso o usuário escolha reproduzi-lo. Dentro da lógica do on demand, os arquivos podem ser oferecidos de duas maneiras: para serem baixados no computador e ouvidos a qualquer momento ou para serem acessados diretamente de um servidor, caso em que o arquivo só pode ser executado (e não salvo no computador). Nesse segundo caso, a tecnologia mais utilizada é a conhecida como streaming. O rádio convencional não funciona no modo on demand, ou seja, não permite a audição do programa na hora em que desejamos. Ele trabalha dentro da ideia do fluxo contínuo, onde a programação fica tocando direto e independente da nossa escuta quer seja ao vivo ou pré-gravada. Podemos dizer que os podcasts e outros sites que disponibilizam arquivos de áudio para download baseiam-se somente na idéia do on demand, enquanto a webradio deve necessariamente oferecer seu conteúdo em fluxo contínuo (embora possa disponibilizar também arquivos on demand). Para colocar a programação na web são necessários alguns requisitos técnicos, como um computador que funcionará como servidor, um design de 33 página na internet que permita streaming 8 , etc. Para oferecer somente programas on demand, é necessária apenas a conversão dos programas da emissora para um formato de arquivo que permita o streaming (como *.asf, do Windows Media, ou *.m3u, para arquivos MP3). A emissora deve decidir também, se o arquivo será oferecido apenas como streaming (o arquivo não é baixado para o computador) ou se será permitido o download e cópia. O computador reproduz a programação que será veiculada na webradio por meio de um player como o Windows Media Player ou de um software específico para programação de rádio como o Zararadio9. Esse computador é ligado a outro que possui um programa conhecido como Encoder10. Esse programa converte o som reproduzido pelo outro computador no formato streaming, para enviá-lo pela internet. O computador deve estar ligado a um servidor, de modo que a programação chegue aos ouvintes. Além de ser usada para veicular a programação, a internet pode funcionar também como fonte de conteúdo para os programas, basicamente música e efeitos sonoros. Embora exista uma discussão sobre baixar ou não música não autorizada pelas gravadoras da internet, não existe problema legal em veicular música obtida numa webradio. A Radioteca, porém, não pretende veicular música como as rádios tradicionais o fazem apenas em programas onde essas músicas sejam contextualizadas a um autor, um filme, um gênero musical, etc. Na programação inicial da webradio existe, por exemplo, uma série de programa chamada Trilhas e Rolos que veicula músicas ligadas ao cinema ou à TV. Essa série será descrita detalhadamente mais adiante. Além de músicas para a programação, a rádio precisa também das chamadas músicas de produção, que são trilhas utilizadas para criar ―climas‖ em filmes ou servir de fundo para vinhetas de rádio e TV. Por serem normalmente instrumentais, essas músicas também são chamadas de ―trilhas 8 Streaming é a transmissão de áudio em fluxo contínuo, ou seja, a transmissão de uma programação como em uma rádio convencional. Já o on demand refere-se aos programas de rádio que são disponibilizados para que o ouvinte selecione o que pretende ouvir. 9 O Zararadio é um software livre para programação de rádio utilizado pela Radioteca. Ele é espanhol e é disponibilizado em http://www.zarastudio.es/es/ 10 São exemplos de Encoders os softwares Windows Media Encoder e o Shoutcast. 34 brancas‖. Essas trilhas podem ser bem curtas, tendo apenas uma frase musical ou um acorde, pois elas são feitas justamente para serem usadas como fundo musical em vinhetas da rádio e de seus programas, em locuções e noticiários, etc. Esse tipo de música pode ser encontrado em vários endereços da internet, como os sites Free Play Music (http://www.freeplaymusic.com) e http://incompetech.com/m/c/royalty-free/. Outra possibilidade, usada por alunos do curso Superior do Audiovisual, é produzir a trilha usando softwares como Fruit Loops. Esse programa trabalha com loops, isto é, pequenos arquivos sonoros que são usados para compor uma música. Além disso, os alunos também contam com uma coleção de CDs de trilhas de música de produção chamada Chameleon Music (http://www.chameleonmusic.com/). Além de música, os programas produzidos podem utilizar os chamados efeitos sonoros, que são sons reais ou simulados que podem entrar na produção de peças ficcionais como novelas, programas humorísticos, dramatizações. São muitos os sons que podem ser encontrados na internet, sons da natureza, portas batendo, tiros, carros, ruído de fundo de restaurantes, hospitais etc. Esses arquivos podem ser encontrados em muitos endereços, como por exemplo, http://www.freesound.org/, http://www.soundsnap.com/ ou http://ljudo.com/). Além disso, o curso conta também com uma coleção de CDs de efeitos sonoros chamada Sound Ideas (http://www.sound- ideas.com/sfxmenu.html). Em relação às vozes, os próprios alunos gravam a maioria dos programas, já que, a ideia é de se ter vozes naturais, fugindo de vozes treinadas dos programas de rádio convencionais. Em séries de programas especiais, como Sonoracidade, a paisagem acústica paulistana, que será comentado mais adiante, são utilizadas vozes de atores e dubladores. No Curso Superior do Audiovisual do CTR da ECA/USP, as gravações das vozes, montagens e edição dos programas são produzidos em um estúdio de gravação com os softwares Pro Tools da Avid/Digidesign. Através desses 35 programas os alunos gravam as vozes e outros recursos que vão utilizar para os programas, e em seguida fazem a montagem, editam e, às vezes, incorporam músicas e efeitos. Além dos programas produzidos pelo CTR, também vão ser incorporados à grade da rádio programas especialmente produzidos para rádio e programas produzidos ao longo da história da produção radiofônica. Existe um acervo na ECA composto por fitas de gravador de rolo e fitas cassete, com programas produzidos desde o ano de 1976. Esse acervo foi digitalizado, utilizando-se esse mesmo sistema (Pro Tools) do Departamento e a classificação dos programas está a cargo de um aluno, que faz este projeto como bolsista da Universidade. Este acervo fará parte da produção para montagem da programação da rádio. A outra parte do acervo é formada por produções realizadas desde 1998, já gravadas em CDs, que já está catalogada. Todos os programas da rádio utilizam também a licença conhecida como Creative Commons, que permite ao autor ceder gratuitamente sua obra para uso, mas sem abrir mão de direitos, como o de ver seu nome citado como autor ou de restringir o uso gratuito a atividades não remuneradas. Mais informações estão disponíveis em http://www.creativecommons.org.br/ 3.1 A História da ECA Conforme divulgado em seu site (Escola de comunicações e Artes, 2011), a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) é uma instituição pública de ensino superior localizada na cidade de São Paulo. A ECA é uma unidade de ensino, pesquisa e extensão. Ela foi fundada em 15 de junho de 1966 com o nome de Escola de Comunicações Culturais. Hoje é composta de 8 Departamentos e uma escola de ensino médio, a Escola de Arte Dramática (EAD). Oferece 21 cursos de graduação, sendo 13 deles na área de artes e 8 voltados às comunicações. 36 A ECA é uma instituição pública de ensino superior voltada à formação de profissionais e pesquisadores nas áreas de comunicações e artes e para a produção de conhecimento científico, por meio de seus laboratórios e centros de estudos. Desde a sua fundação, mantém amplo e diversificado universo de atividades de ensino, pesquisa e de extensão de serviços à comunidade, respaldado por moderna infraestrutura didática. Oferece 22 habilitações profissionais em cursos regulares na área de graduação, 15 delas voltadas às Artes. Pela diversidade de áreas oferecidas, a ECA caracteriza-se por ser uma Escola que vive sua contemporaneidade, sempre atenta às inovações e à qualidade do ensino superior. Seus cursos estão entre os mais concorridos e a relação candidato/vaga para o vestibular é uma das mais altas da USP. Nessas quatro décadas de investimento em ensino e pesquisa científica, a ECA já formou inúmeros profissionais e cientistas de alto nível. A primeira turma se formou em 1970. De lá para cá, a Escola tem se destacado não apenas em número e diversidade de cursos, mas também pela qualidade do seu corpo docente. Hoje, a Escola de Comunicações e Artes é referência para toda a América Latina. No cenário internacional consolidou o seu prestígio como uma instituição que mantém o nível de excelência nas áreas de Comunicações e das Artes. São muitos alunos estrangeiros vindos da África, Europa e América que aqui estudam. A rigor, a ECA tornou-se uma Escola internacional. Dentre os 8 Departamentos da ECA, temos o Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR), hoje hospeda a Radioteca, oferece aos estudantes a oportunidade de desenvolver trabalhos práticos ao longo de sua formação acadêmica, que começam com simples exercícios e vão se tornando cada vez mais complexos e desafiadores. Como exemplo temos os recentes trabalhos fílmicos realizados pela ECA no cenário nacional e internacional. Com o intuito de se obter mais informações sobre as produções mais antigas do CTR, que serão incorporadas à programação da rádio, e sobre sua tradição radiofônica, foram realizadas entrevistas com três funcionários. 37 Agovino (2011) 11 desenvolve suas atividades junto a alunos e professores na produção de: radionovelas, adaptação de textos de teatro para rádio, spots e jingles, programas de debates (políticos, esportivos), programas jornalísticos, trilhas sonoras para teatro e para televisão. Esses trabalhos foram realizados nas décadas de 1980 e 1990 com a participação dos professores: Mario Fanucchi, Eduardo Peñuela, André Barbosa, Ricardo de Luca, Miroel Silveira e Angelo Piovesan. Benesi (2011)12 trabalhou junto a alunos nas disciplinas, ―Técnicas de produção para Rádio I e II, com o prof. Ricardo de Luca, ―Organização de Produção‖, com o prof. Angelo Piovesan, ―Roteiro para Rádio‖, com o Prof. Mario Fanucchi e outras disciplinas dadas pelos profs. Julio Medaglia e Luiz Fernando Maglioca. Na época a maioria das vezes os trabalhos produzidos eram roteiros criados para serem sonorizados ao vivo, ou seja, os alunos também ajudavam a criar os efeitos dentro do estúdio, aprendendo a fazer a sonoplastia dos trabalhos. Segundo Benesi, alguns alunos que se destacaram durante o período em que ele esteve na Escola e hoje são personalidades, Marcelo Rubens Paiva, Willian Bonner, Rodrigo Faro, Marcio de Castro, Dan Sister, Marco Bianchi e Alexandre Klemperer. Costa (2011)13 atende os alunos e docentes nas disciplinas de rádio e atua também nas produções de cinema e TV do Departamento. Teve contato na área de rádio com três professores: Angelo Piovesan, Andre Barbosa e Eduardo Vicente. Segundo Sandro, o prof. Angelo priorizava muito as produções. Nas suas disciplinas de ―Direção de Rádio I e II‖, eram produzidos comerciais de produtos inventados, comercias de produtos existentes, radiodocumentários, adaptações de autores diversos, spots e, especialmente em ―Direção II‖, faziam-se simulações de programas ao vivo de duas horas de duração com reportagens, músicas, entrevistas ao vivo, etc. Enquanto o prof. 11 Técnico Sonoplasta - trabalha na ECA na área de áudio desde fevereiro de 1981 e começou atuando na área de rádio, como técnico de apoio ao ensino e pesquisa. 12 Técnico Sonoplasta - trabalhou na ECA de 27 de maio de 1986 a 26 de maio de 2001, no estúdio de rádio como técnico de apoio ao ensino e pesquisa. 13 Técnico de Laboratório trabalha na ECA desde 2001 na área de áudio do Curso Superior do Audiovisual. Mestrando em Meios e Processos Audiovisuais da ECA/USP. 38 André Barbosa priorizava a parte teórica, sendo os trabalhos práticos pouco realizados, geralmente trabalhos curtos de spots e vinhetas. Já o prof. Eduardo Vicente mantém um equilíbrio entre o teórico e a prática, valorizando a parte teórica, mas também com uma ênfase em trabalhos práticos, como musicais, spots, comerciais, onde a carga de trabalhos práticos por aluno é grande. Das declarações desses funcionários podemos concluir que os formatos que já não faziam mais parte da programação das rádios como radionovelas e textos de teatro, ainda eram produzidos nos cursos da ECA, demonstrando que a Escola tradicionalmente não se direcionou pelas exigências do mercado em suas atividades didáticas. 3.2 A Criação da Webradio Radioteca O projeto de criação da webradio Radioteca é de Eduardo Vicente, professor de rádio do CTR/ECA/USP. Em entrevista à revista Novos Olhares, Vicente (2007) já apontava que, no campo do rádio comercial, a fragilidade econômica do setor prejudicava a autonomia do veículo, sendo fato conhecido o de que políticos e organizações religiosas controlavam boa parte das emissoras existentes no país. Além disso, a divulgação musical paga por gravadoras tornara-se a principal fonte de recursos para muitas emissoras, o que acabava por orientar fortemente a programação das mesmas. Isso levava também a uma excessiva padronização da produção radiofônica, limitada a uns poucos formatos e à veiculação ao vivo, o que oferecia um espaço bastante restrito para a experimentação. Assim, a produção de rádio acabava por se constituir, no país, muito mais como uma atividade técnica do que propriamente artística. Ao mesmo tempo, Eduardo Vicente acrescenta que o rádio foi de várias maneiras, privilegiado no processo de digitalização: 39 a internet oferece a possibilidade da criação de novas emissoras ou do acesso mundial a uma infinidade de emissoras convencionais. Outra prática em expansão na rede, a do podcasting, surge como uma nova e interessante alternativa para o consumo de áudio. Além disso, telefones celulares e players de MP4 estão incorporando receptores de rádio e possibilitando novas práticas de consumo. Enfim, entendo que esse é um espaço bastante promissor para o futuro da produção e do consumo radiofônico (VICENTE, 2007, p. 29) Já em entrevista realizada durante este trabalho, Vicente (2011) explicou um pouco de como foi o surgimento da Rádioteca. Eu tinha o projeto de criar uma webradio no departamento, praticamente desde o meu ingresso na USP, em 2006. Aguardei até 2009, não só para reunir mais materiais para o início da programação, como também para verificar qual era o real interesse dos alunos e dos outros departamentos em um projeto assim. A idéia sempre foi de iniciar a webradio apenas com as produções do Departamento e depois transformá-la em um projeto interdepartamental, um projeto de extensão que pudesse incorporar contribuições de alunos de todos os cursos da ECA e que se transformasse realmente em uma ―Voz da ECA‖, uma rádio que expressaria a diversidade de pensamentos e da produção radiofônica desenvolvida dentro da Escola. Uma rádio que unisse o presente à tradição da Escola. A idéia é a de uma programação aberta, que fosse se construindo a partir das diferentes contribuições, não um projeto central ao qual os interessados tivessem que se adequar. Para isso, foi muito interessante a possibilidade de incorporar também essa produção desenvolvida na Escola desde pelo menos os anos 70, que está sendo digitalizada. Foi em 2010, na segunda metade do ano, que eu reuni todo esse material e pude me dedicar um pouco mais diretamente ao projeto, aproveitando inclusive o início do curso de Educomunicação em 2011, para ter um grupo de alunos mais envolvidos com a gestão, já que no Departamento de Cinema, Rádio e TV, a maior vocação dos alunos é para a produção em si, do que para sustentar e gerir a programação do rádio. Achei que ia ser uma divisão de tarefas interessante. Para discutir como esse ―modelo aberto‖ de rádio se diferencia de outros projetos de webradio existentes, analisamos, entre os meses de janeiro a maio de 2011, quatro outras webradios acadêmicas brasileiras. São elas as Rádios UNIFOA, UNESP, KULA e UFPR, as principais emissoras do gênero encontradas na internet ao longo desta pesquisa. 40 3.3 UNIFOA A rádio web UNIFOA (http://www.radiounifoa.com) é a primeira rádio universitária on-line 24h da região sul-fluminense. Sua primeira transmissão experimental foi no dia 9 de outubro de 2008, no evento ―Portas Abertas‖, porém sua inauguração oficial ocorreu no dia 18 de outubro, no Campos Olezzio Galloti, em Três Poços, Volta Redonda, Rio de Janeiro. A rádio é o laboratório dos cursos de jornalismo e publicidade da universidade; as disciplinas de radiojornalismo e produção publicitária são ministradas em suas instalações. Em 2010 a emissora realizou algumas mudanças na produção do conteúdo, as produções passaram a ser produzidas de acordo com assuntos das comunidades do Orkut, temas do Twitter e com o interesse dos usuários, interagindo-se com as redes sociais, como o Orkut, Twitter, e-mail e MSN. A rádio UNIFOA possui equipamentos de última geração. Apesar de ser uma rádio criada dentro de uma universidade, ela se compara às rádios convencionais, com sua programação musical, jornalística e publicidade. 3.4 UNESP A Rádio UNESP VIRTUAL-RUV (http://www.radiovirtual.unesp.br) é um projeto de extensão, ensino e pesquisa do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP de Bauru. A RUV é uma ―emissora de internet‖, que está integrada ao Portal Multimídia Mundo Digital. Em 2004 foi criada para despertar, desde o início do curso, o interesse dos alunos pela pesquisa e produção artística e jornalística para o rádio e para inseri-los no ambiente profissional e na cultura radiofônica. 41 A ―emissora‖ difunde conteúdos via streaming, tecnologia que permite o envio de informações multimídia (texto, áudio e vídeo) por meio de pacotes, arquivos de fluxo contínuo enviados por redes de computadores, principalmente pela internet. As equipes participantes da RUV desenvolvem atividades extracurriculares de extensão cultural e de aprendizagem profissional e conceitual em várias especialidades do Ensino e Extensão na Comunicação. Também realizam experimentação e pesquisa de linguagens, gêneros e formatos para produção de conteúdos noticiosos, de entretenimento e educativos. Outro objetivo da RUV é o desenvolvimento de métodos, teorias e tecnologias para a criação de produtos adequados para os diversos meios e suportes digitais. A rádio é sustentada com recursos departamentais da (PROEX) PróReitoria de Extensão Universitária e do Programa permanente de divulgação da Ciência na Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖, Programa Ciência na UNESP. 3.5 Rádio KULA A Kula Webradio Universitária (http://www.unioeste.br/webradio/) fundada em 2000, é uma emissora com transmissão exclusiva pela internet, foi lacrada pela Anatel em 2002. Em 2005 a comunidade acadêmica da Unioeste – Campos de Toledo, envolvida em debates sobre a democratização dos meios de comunicação e atenta a outras modalidades radiofônicas, propôs uma alternativa para a emissora que até então era em frequência modulada (FM). A Associação de Rádio Comunitária de Toledo, em parceria com os membros da comunidade acadêmica da universidade, ofereceu a possibilidade concreta da instalação de uma webradio baseada nos princípios da comunicação participativa, comunitária e popular. 42 As programações são interativas e o ouvinte pode participar ativamente da programação por meio de chats, e-mail e webcam. Atualmente o desafio é aperfeiçoar o sistema de transmissão on-line, possibilitando a comunicação e interação entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão da Unioeste e a comunidade em geral. A emissora tem as mesmas características das rádios convencionais, com sua programação musical, jornalística e publicitária. 3.6 Rádio UFPR Assumindo-se como a primeira emissora de rádio exclusiva para a internet, UFPR é mantida pela Universidade Federal do Paraná (http://www.radio.ufpr.br/). Define-se como uma emissora educativa, com música popular brasileira e notícias da comunidade universitária. Em breve a emissora também vai estar com a programação no ar em frequência modulada, chegando a Região Metropolitana de Curitiba na frequência 94.5 FM, em um projeto que tem a coordenação da Proplan: Pró-Reitoria de Planejamento da Universidade. A programação na internet começou no dia 8 de julho de 2003. A programação 24 horas da Rádio UFPR, no ar há quase dois anos, é direcionada aos clássicos da Música Popular Brasileira, programas de Chorinho, Música Instrumental Brasileira e os clássicos da Bossa-Nova e do passado da MPB. Quando a instalação do transmissor da FM estiver concluída, a Rádio UFPR também vai reservar espaços para apresentar a produção dos estudantes de Comunicação Social da UFPR. A proposta da emissora é oferecer a opção de uma emissora de rádio cultural e informativa. Divulgar a contribuição da UFPR para a sociedade. Entendo que a rádio UFPR não é uma emissora acadêmica, mesmo pertencendo a uma instituição de ensino. Sua programação é voltada ao publico em geral, possui programas musicais, jornalísticos e publicitários. 43 Todas as emissoras analisadas têm uma programação bastante convencional, voltada especialmente para o jornalismo e a divulgação musical. Embora o projeto da rádio UNESP seja mais ambicioso e, muito provavelmente, o mais bem-estruturado em todo o país, ele também funciona nessas bases, reservando grande espaço a programas sobre esportes e divulgação musical. Essa emissora traz também programas sobre memória televisiva e radiofônica, cinema, etc. Enfim, é uma emissora que tem grandes méritos, mas um projeto bem distinto ao da Radioteca. A UNESP trabalha, inclusive, com boa parte de sua programação ao vivo, algo que o projeto da Radioteca não prevê num primeiro momento. Consultado sobre a questão, o prof. Eduardo Vicente 14 alegou que a produção de programas ao vivo apresentaria problemas técnicos para a estrutura atual da rádio, que não conta com estúdio para a transmissão (apenas para a produção). Além disso, o professor considera que programas pré-gravados exigem dos alunos um maior nível de elaboração e preocupação com o acabamento dos programas. 14 Informação verbal do prof. Eduardo Vicente em consulta realizada em 7/4/2011. 44 4 CAPÍTULO III – A WEBRADIO E SUAS POSSIBILIDADES PARA A RENOVAÇÃO DA LINGUAGEM RADIOFÔNICA Para tentar compreender as possibilidades de renovação da linguagem radiofônica oferecidas pela webradio, seria importante retomar a discussão sobre as características do rádio tradicional e tentar discutir as mudanças que o rádio pode permitir na internet. O rádio, entre os meios de comunicação de massa, é considerado por alguns autores como o mais popular, aquele que consegue atingir toda a população mundial, inclusive nas regiões mais vastas, onde é a única forma de se obter informações. Esse status foi alcançado por dois fatores congregados: o primeiro, de natureza fisiopsicológica – o fato de ter o homem a capacidade de captar e reter a mensagem falada e sonora simultaneamente com a execução de outra atividade que não a especificamente receptiva; o outro, de natureza tecnológica – a descoberta do transistor. (BELTRÃO, 1968, p. 112-113/ grifo do autor) Entre suas características, segundo Ortriwano (1985), podemos destacar: a) linguagem oral: é a linguagem falada, aquilo que se diz, se pronúncia. O rádio fala e para receber a mensagem é necessário apenas ouvir. Com isso o rádio ganhou grande vantagem sobre os veículos impressos, atingindo o público que não sabe ler, ou seja, os analfabetos. Com a webradio, a mudança é que o rádio também pode incorporar imagens. Mas este ponto não entra em consideração no projeto da Radioteca, porque os programas são exclusivamente para o áudio. Nem todos os programas se valem da linguagem oral. A série Sonoracidade, por exemplo, que será descrita mais adiante, trabalha com paisagens sonoras. O termo paisagem sonora (soundscape) vem da obra de Schafer (2001), um pesquisador canadense que trabalha com a ideia de ecologia sonora e 45 desenvolve projetos que resgatam e preservam sons do passado, além de criar composições musicais e programas de rádio utilizando esses sons. Embora reconhecendo a importância fundamental da linguagem oral, Vicente (2011) salienta que é necessário também apontar a importância dos elementos não verbais da linguagem sonora, como os ruídos, a música e o silêncio, além das múltiplas possibilidades de combinação desses elementos. Penetração: em termos geográficos, o rádio é o mais abrangente dos meios, podendo chegar aos pontos mais remotos e ser considerado de alcance nacional. Ao mesmo tempo, pode estar nele presente o regionalismo, pois, tendo menos complexidade tecnológica, permite a existência de emissoras locais, que poderão emitir mensagens mais próximas ao campo de experiência do ouvinte (ORTRIWANO, 1985, p. 79). O rádio trabalha melhor essas duas condições através da internet e, mais importantes, ele pode combiná-las. Uma rádio como a Nacional, que alcançava o país todo, não tinha características regionais15, ao mesmo tempo, rádios regionais não tinham essa abrangência nacional. Já uma webradio pode ser regional ou ligada a grupos muito específicos, como é o caso da Radioteca, e mesmo assim ser mundial. b) mobilidade: sob este aspecto, Ortriwano (1985) destaca dois pontos: Emissor: representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou seja, quem inicia o processo de comunicação. Assim o rádio se torna mais presente, ganhando maior vantagem, pois possui maior facilidade de transmissão das informações do que os outros meios de comunicação. Como, por exemplo, a utilização das unidades móveis de transmissão, as emissoras se deslocam e transmitem suas informações ou programações de onde desejarem, desde que esteja dentro do seu raio de ação. 15 As rádios de ondas curtas são as que têm alcance nacional. Atualmente as rádios de ondas curtas mais importantes do país são públicas, estatais ou religiosas. As grandes redes de emissoras de alcance nacional, como a Globo AM, evidentemente não tem caráter regional. 46 Receptor: representa quem recebe e descodifica a mensagem. O ouvinte pode ouvir o rádio em qualquer lugar que desejar, em casa, no carro, no trabalho ou na rua, tornando-se facilmente transportável e permitindo sua recepção individualizada nos lugares públicos. As características evidentemente se mantêm no rádio atual, seja nas webradios ou nas rádios convencionais, especialmente a mobilidade do emissor, mas com uma webradio como a Radioteca, essa relação muda um pouco, já que a transmissão não é feita ao vivo. A captação de áudio com qualidade digital, para a produção dos programas, pode ser feita em qualquer lugar com gravadores portáteis, o que facilita a produção de programas que tenham paisagens sonoras (como o Sonoracidade). Claro que, no caso das webradios, a recepção é um pouco mais complicada, pois envolve o acesso à internet, porém isso é possível através de smartphones. c) baixo custo: a produção radiofônica é mais barata que a televisiva por ser menos complexa em relação ao número de pessoas que recebe a mensagem radiofônica. O custo de produção se dilui, tornando assim o rádio o meio de mais baixo custo de produção em relação ao público atingido. Com os meios de produção digital, o baixo custo se acentua ainda mais, viabilizando a produção de programas que anteriormente deixaram a grade das emissoras justamente pela falta de patrocinadores, como as radionovelas. Como já foi apontado, emissoras, como a Rádio Nacional, necessitavam de centenas de profissionais para produzir esse tipo de programa. No caso da Radioteca, o ficcional ocupa grande parte de sua programação, uma vez que a maioria das produções foi feita por alunos de audiovisual e não de jornalismo. Isso acaba demonstrando que o rádio tem condições de reassumir toda a variedade de programação que já teve no passado, sem necessitar de grandes investimentos. d) imediatismo: o rádio permite trazer aos seus ouvintes os acontecimentos em tempo real, ou seja, no momento que eles estão 47 ocorrendo. Essa é uma característica que, evidentemente, não se modifica no cenário atual. Salientando que, apesar disso, as webradios não têm a função de estar transmitindo notícias ou fazendo a cobertura de eventos. e) instantaneidade: a mensagem precisa ser recebida no momento que é emitida, pois se o ouvinte não estiver exposto ao meio naquele instante, a mensagem não o atingirá (ORTRIWANO, 1985, p.80). Segundo Vicente (2011), essa condição muda muito com a webradio, uma vez que os programas podem ser mantidos em arquivo para audição on demand. Eles não têm a necessidade de ser acessíveis a uma primeira audição. Isso permite a produção de programas mais complexos, que exijam maior atenção e envolvimento do ouvinte. Sensorialidade: o rádio envolve o ouvinte, fazendo-o participar por meio da criação de um ―diálogo mental‖ com o emissor. Ao mesmo tempo, desperta a imaginação através da emocionalidade das palavras e dos recursos de sonoplastia, permitindo que as mensagens tenham nuances individuais, de acordo com as expectativas de cada um (ORTRIWANO, 1985, p.80). Ainda segundo Vicente (2011), o rádio no Brasil pouco tem explorado essa característica em seu modelo atual de programação. O uso mais sofisticado de recursos de sonoplastia, como música, ruídos, de paisagens sonoras e da linguagem ficcional, seria um caminho para a recuperação dessa potencialidade do veículo. Autonomia: com a chegada do transistor, o rádio tornou-se um meio de recepção individualizada, deixando de ser coletiva, ou seja, as pessoas podem receber suas mensagens sozinhas, em qualquer lugar que estejam (ORTRIWANO, 1985, p.81). Essa autonomia se acentua com a recepção do rádio em telefones celulares e players digitais, onde a utilização de fones de ouvido é obrigatória. Essa individualização até possibilita, como deverá ocorrer dentro da programação da Radioteca, o uso de recursos de espacialização de som como a binauralidade. Esse recurso, que permite ao ouvinte perceber o som em 3D 48 (identificando fontes sonoras ao lado ou atrás de si), é usado, por exemplo, na radionovela O Sequestro, que será descrita mais à frente. 4.1 Os Gêneros Radiofônicos Não existe um consenso na questão de gêneros e formatos e as classificações variam de autor para autor. A classificação observada neste trabalho é a adotada pela Radioteca, a partir de uma proposta do prof. Eduardo Vicente que considera os trabalhos de diferentes autores. Inicialmente, faz-se necessário diferenciar gênero e formato radiofônico. Consideramos como de gênero radiofônico uma classificação mais geral da mensagem, que considera o tipo específico de expectativa do ouvinte que ela visa atender. Formatos radiofônicos são os modelos que podem assumir os programas realizados dentro de cada um dos diferentes gêneros. Os gêneros radiofônicos que serão apresentados aqui são o publicitário ou comercial, o jornalístico ou informativo, o opinativo, o musical, o dramático ou ficcional e o educativo-cultural. Serão descritos apenas os formatos de peças que serão incluídas na programação da radioteca. 4.1.1 Gênero Publicitário ou Comercial É aquele que tenta seduzir, convencer, vender uma ideia ou produto. O acervo que será utilizado para a programação inicial da Radioteca possui uma grande quantidade de peças publicitárias. Essas peças costumam ser os primeiros trabalhos de produção de áudio dos alunos pela curta duração. Em sua maior parte, elas têm a duração de 30‖ ou de 1’. Embora também sejam produzidos comerciais de produtos conhecidos, estes não serão utilizados na programação da rádio, apenas os comerciais de produtos inventados. 49 Os formatos comerciais mais conhecidos são: a) jingle: é um anúncio cantado, normalmente de melodia simples ou conhecida, que tenta fixar a marca ou produto na memória do ouvinte. Poucos jingles são utilizados na programação da Radioteca. A produção de peças comerciais concentra-se especialmente em spots; b) vinheta: Trata-se normalmente de uma produção sonora que costuma caracterizar um programa radiofônico ou fazer parte da abertura de um programa televisivo. É normal que um tema musical curto seja utilizado nessa função. Programas seriados da programação da Radioteca, como o Trilhas & Rolos, possuem vinheta de abertura. No caso desse programa, essa vinheta é feita com uma locução e trechos de músicas de filmes famosos. c) spot: é definido por Barbosa Filho (2004, p. 27) como um comercial com locução que pode ser apoiada por trilha musical, efeitos e ruídos. É o tipo mais criativo de peça publicitária, podendo usar elementos ficcionais e humorísticos (contar uma estória, ter diferentes personagens, etc.). Grande parte da produção de peças comerciais da Radioteca é composta por spots, como poderá ser verificado no CD que acompanha esse trabalho. 4.1.2 Gênero Jornalístico ou Informativo É aquele em que o rádio busca levar ao ouvinte a informação. Por ainda não contar com produções do curso de jornalismo, essa talvez seja a área mais carente da Radioteca. Formatos radiofônicos tradicionais, como a reportagem e o boletim, não foram encontradas na programação (embora existam algumas 50 reportagens nos programas anteriores a 1997 que estão sendo classificados. Mas não está claro, segundo Vicente (2011), se eles serão utilizados na rádio). Os formatos do gênero jornalístico podem ser: a) entrevista: é um depoimento dado ao repórter tanto em estúdio quanto em externas. Existem algumas entrevistas no acervo da Radioteca que foram feitas com professores e funcionários da ECA e fazem parte de um projeto de recuperação da memória da Escola. Essas entrevistas ainda são ―material bruto‖, ou seja, ainda precisam ser editadas e contextualizadas num programa para que possam ser incluídas na programação; b) debate ou mesa-redonda: reúne diferentes personalidades (preferencialmente especialistas sobre um determinado assunto) para, mediados por um apresentador, expressarem seus diferentes pontos de vista sobre um ou mais temas. Pode incluir, também, a participação do ouvinte. No caso da Radioteca, o único programa que tem esse formato é o Pão com Linguiça, que reúne alunos de diferentes anos do curso e discute a programação da televisão (especialmente da aberta). O programa é de veiculação semanal; c) documentário radiofônico: formato híbrido, o documentário radiofônico pode incorporar elementos de todos os gêneros aqui apresentados, já que pode incluir entrevistas, depoimentos pessoais, opiniões e dramatização de textos e acontecimentos. Para tanto, necessariamente exige o uso de música e efeitos. A programação da rádio conta com poucos documentários. Mas se trata de um formato que, segundo Vicente (2011), deverá ser valorizado nas futuras produções dos alunos; d) programas esportivos: a Radioteca não terá, em princípio, programas esportivos. Porém, uma das peças mais interessantes da programação é um documentário radiofônico chamado ―História do 51 Brasil Futebol Clube‖, que assume o formato de uma cobertura radiofônica de uma partida de futebol. 4.1.3 Gênero Musical É o tipo de programa que ocupa o maior espaço da programação de grande parte das rádios comerciais do país. Esses programas se baseiam na alternância entre música e locução. As variações possíveis vão desde os programas em que o locutor pouco interfere numa programação musical quase ininterrupta (caso da maioria das FMs) até aqueles em que cada música é precedida de um longo comentário explicativo (às vezes do próprio autor) ou mesmo executada ao vivo. No caso da Radioteca, não está prevista a veiculação de uma programação musical tradicional. Por enquanto, a grade conta com a já citada série de programas ―Trilhas & Rolos‖, que traz música de cinema e TV, mas sempre contextualizada dentro de uma discussão sobre a obra audiovisual. Mas existe a previsão de que sejam apresentadas músicas produzidas na própria ECA, interpretadas por alunos do Departamento de Música (CMU) e até mesmo do CTR16. 4.1.4 Gênero Dramático ou Ficcional As produções desse gênero buscam utilizar todos os recursos da linguagem sonora e radiofônica (música, efeitos, silêncio e vozes), para construir ambientes e personagens e, através deles, apresentar histórias reais 16 Os alunos iniciaram recentemente um projeto de estudo da produção fonográfica que inclui a gravação e edição de suas próprias composições e/ou interpretações de músicas conhecidas, conforme depoimento prestado por Vicente (2011). 52 ou fictícias. A maior parte dos trabalhos que serão veiculados na Radioteca são desse gênero. Entre seus formatos, podemos destacar: a) rádionovelas: dramas radiofônicos de longa duração e divididos em capítulos que, no Brasil, fizeram imenso sucesso no país entre as décadas de 1930 e 1950. Nos EUA esses dramas ganharam o apelido de ―soap operas‖ por serem patrocinados por fabricantes de produtos de limpeza e endereçados a um público exclusivamente feminino. Há uma ampla quantidade de radionovelas na programação da Radioteca. No CD, anexo a esse trabalho, incluímos uma delas como exemplo (Meu Pai é Tarcísio Meira). Dentro das disciplinas de produção de rádio do CTR, as radionovelas são produzidas por grupos de alunos e têm de 3 a 4 episódios. Uma exceção é a novela binaural o sequestro, que está sendo finalizada em 2011 como Trabalho de Conclusão (TCC) do Curso de Audiovisual e será melhor descrita mais abaixo. b) peça radiofônica: Formato ainda bastante usado na Europa, a peça radiofônica é uma produção unitária que pode ser tanto a dramatização de uma situação social pertinente à realidade da comunidade que o produz (sociodrama), como uma produção original ou a adaptação de um texto (livro, conto, crônica, história em quadrinhos etc.). Várias peças desse formato fazem parte da programação da Radioteca. Dentre elas podem ser destacados os trabalhos “Euclides‖, um texto original de alunos do curso Superior do Audiovisual, contemplado com o prêmio ―Nossa Onda‖ de produção radiofônica, e a série de cinco adaptações de contos de Clarice Lispector, realizada como trabalho de Iniciação Científica por uma aluna da turma de 2008. 4.1.5 Gênero Experimental Engloba produções que não se encaixam nos formatos e gêneros tradicionais e que exploram de maneira mais radical os recursos da linguagem 53 radiofônica. A programação da webradio traz diversas produções desse tipo, especialmente trabalhos narrativos sem palavras, e produções que utilizam paisagens sonoras (soundscapes). Sendo o curso oferecido pelo CTR/ECA um Curso de Audiovisual, que integra cinema e RTV, Vicente (2011) entende que a captação e edição de sons ambientes, atividade comum na produção cinematográfica, é uma possibilidade interessante a ser explorada na produção de programas de rádio, já que auxilia a integração da área de som. O próprio prof. Eduardo Vicente coordenou a produção de uma série que utiliza, basicamente, esse recurso, a do programa Sonoracidade, vencedor do prêmio ―Roquette Pinto‖ de produção radiofônica. 4.2 A Programação da Emissora Após o relato sobre gêneros e formatos, apresentamos alguns programas de destaque dentro da grade da emissora, muitos dos quais já foram citados ao longo deste trabalho. Trechos desses programas estarão no CD que acompanha este trabalho. 4.2.1 Sonoracidade, a Paisagem Acústica de São Paulo Série radiofônica de 72 episódios construída a partir da captação de áudio de diferentes aspectos do cotidiano da cidade de São Paulo e de seus habitantes (transporte, lazer, estudo, comércio, etc.). Além de apresentar a enorme diversidade ética e cultural da cidade, a série busca sensibilizar o ouvinte para a importância e riqueza do dado auditivo, frequentemente subestimado em nossa sociedade tão eminentemente visual. Baseia-se, no conceito de paisagem sonora (soundscape) criado por Murray Schafer. A produção foi contemplada com o prêmio ―Roquette Pinto‖ de produção radiofônica e está disponível para audição no site da Associação das Rádios 54 Públicas do Brasil (ARPUB), no endereço: http://www.arpub.org.br/index.php?option=com_wrapper&Itemid=290 17 4.2.2 Vozes de Sampa O programa Vozes de Sampa também foi criado a partir do conceito de Paisagem Sonora. Trata-se de um programa de 15 minutos, que foi contemplado com o prêmio ―Nossa Onda‖ de produção radiofônica 18 . O programa foi roteirizado e é dirigido pelo prof. Eduardo Vicente. 4.2.3 História do Brasil Futebol Clube Produção realizada em 2001 por alunos do CTR/ECA/USP, o documentário, de aproximadamente 50 minutos de duração, conta 500 anos da história do Brasil na forma da cobertura radiofônica do primeiro tempo de uma partida de futebol. 4.2.4 Trilhas & Rolos A série de Programas Trilhas & Rolos é uma produção experimental de rádio desenvolvida por alunos de diferentes turmas do Curso Superior do Audiovisual da ECA/USP. A ideia é que cada aluno, a partir do tema geral da música no cinema e na TV, produza seu próprio programa, escolhendo livremente o foco de sua seleção musical. Atualmente, a série conta com mais 17 O projeto do prêmio foi uma iniciativa da ARPUB que contou com o apoio do Ministério da Cultura e teve patrocínio da Petrobras. O projeto foi realizado em nome da ECA/USP e teve como seu coordenador o prof. Eduardo Vicente. 18 O Concurso de Apoio à Produção de Obras Radiofônicas Inéditas “Nossa Onda” foi realizado pelo Ministério da Cultura, conforme o site http://culturadigital.br/nossaonda/. 55 de 20 programas de uma hora de duração que são veiculados pela Rádio USP e disponibilizados em seu site para audição on demand no endereço http://www.radio.usp.br/programa.php?id=101. 4.2.5 Pão com Linguiça O Pão com Linguiça é um podcast feito pelos alunos do Curso Superior do Audiovisual da ECA-USP para a Radioteca. O programa é uma mesaredonda descontraída em que os alunos conversam livremente sobre televisão brasileira. O Pão com Linguiça já teve diversas edições em 2010 (veiculadas através do blog: http://paocomlinguica.wordpress.com). Em agosto de 2011, com o início das atividades da rádio, esse programa deverá voltar a ser produzido em periodicidade semanal. 4.2.6 Meu Pai é Tarcísio Meira: Radionovela produzida e interpretada por alunos do curso de audiovisual. Conta a história de uma humilde empregada doméstica que descobre, com a ajuda de seu irmão superdotado, que seu pai é o Tarcísio Meira. Para encontrá-lo, terá de enfrentar as maldades de sua ex-patroa e presidente do fã clube de Tarcísio. 4.2.7 O Sequestro Trabalho de Conclusão de Curso baseado no recurso técnico da binauralidade, que permite a simulação do 3D para o áudio com fones de ouvido. A novela, em seis capítulos, deverá ser concluída em julho de 2011. Além de veiculada pela rádio, também será distribuída através de um podcast. 56 Para melhor compreensão do recurso do binaural, cuja gravação exige a utilização de um microfone especial, é recomendada a audição da peça Virtual Barbershop, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=IUDTlvagjJA 19 4.2.8 Leituras Dramáticas TUSP Uma série de leituras dramáticas de peças produzidas especialmente para o rádio foi realizada no TUSP no ano de 2009. Obras de autores como Bertold Brecht, Julio Cortázar e Samuel Beckett, entre outros, foram lidas por membros do público presente. Essas gravações estão sendo editadas para o projeto da rádio e contarão com entrevistas com professores da Escola de Arte Dramática (EAD) e do Departamento de Artes Cênicas (CAC) da ECA/USP que irão contextualizar as obras e os seus autores. 4.2.9 Memórias Ecanas Série de depoimentos de professores, funcionários e ex-alunos da ECA/USP que busca recuperação da memória da Escola. Já foram gravadas algumas horas de depoimentos. A edição do material, tomada de novos depoimentos e estreia do programa deverá ocorrer no segundo semestre de 2011. 4.2.10 Audioexperiências Série criada pelo prof. Eduardo Vicente onde são apresentadas produções experimentais de áudio de diferentes procedências. São trabalhos 19 A audição é recomendada para uma melhor compreensão do recurso. A peça não foi produzida no Brasil e não tem nenhuma ligação com o projeto da Radioteca. 57 realizados por alunos e professores da ECA e também de outras instituições acadêmicas brasileiras, bem como de produções de rádios nacionais e internacionais. 4.2.11 Spots Comerciais Como já foi mencionado, são os spots comerciais de produtos inventados, produzidos por alunos do CTR/ECA/USP. O CD que acompanha este trabalho traz 3 desses spots. 4.2.12 Programação Musical São músicas compostas, executadas e gravadas pelos alunos da ECA. Os primeiros trabalhos do gênero deverão ser finalizados em julho de 2011. 58 5 CONCLUSÃO O objetivo do trabalho sobre o projeto de criação de webradio da Radioteca foi mostrar que existem novas possibilidades de uso para a linguagem radiofônica, novas formas de apropriação do rádio e novos espaços que permitem o uso mais radical de sua linguagem, de seus gêneros e formatos. Como afirma Gisela Ortriwano, em 1985, o rádio encontrou sua vocação na música, na prestação de serviços e na notícia a partir da crise gerada com o surgimento da TV ainda nos anos 60. Hoje temos um cenário um tanto diferente. Embora essa afirmação de Ortriwamo ainda possa continuar válida para o rádio convencional, que não deixará de existir em sua forma tradicional, ela não é válida no nosso entendimento para outras formas de veiculação radiofônica, para outras possibilidades de uso do rádio criadas especialmente na internet, uma webradio e o podcast. No caso da webradio, o projeto da Radioteca mostra que uma emissora pode ser construída sem um projeto central convencional a partir de colaborações individuais e pode aceitar uma ampla gama de conteúdos que representa uma exploração muito mais artística e radical de sua linguagem, retomando e atualizando os gêneros que foram muitos comuns de uso nos anos 1940 e 1950 misturados com novos formatos. Assim entendemos que o cenário atual permite uma mistura de todos os períodos do rádio a recuperação de toda a tradição do veículo e a criação de um rádio novo e radicalmente diversificado, permitindo a expressão individualizada e coletiva, a mistura entre o artístico e o informativo, o experimental e a veiculação musical tradicional. Além disso, com as tecnologias digitais é possível a digitalização e recuperação de um repertório antes condenado ao esquecimento, hoje pode 59 auxiliar justamente nessa formação mais ampla de novos realizadores, capazes de dialogar com os diferentes aspectos da linguagem do veículo. Finalmente entendemos que a radicalidade de um projeto como a da webradio da Radioteca, construída sem um projeto central e a partir de colaborações individuais e mesmo da memória de produções acumuladas na Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP) desde a década de 1970, também mostra que uma função da academia, no que se refere ao uso do rádio entre outras questões, é justamente a de oferecer espaço de experimentação, um aspecto muito distinto daquele tradicionalmente ocupado pelos rádios tradicionais. A academia não deve servir meramente como um espaço de reprodução dos modos tradicionais de produção do rádio, mas, também, um espaço que permita a crítica a esses modos tradicionais e que ofereça uma experiência distinta a seus alunos. Neste sentido, a radicalidade do projeto também se justifica pelo seu interesse em termo de pesquisa e como espaço de criação e de experimentação para os futuros realizadores, capazes de enxergar o rádio com outros olhos e de expandir suas fronteiras e potenciais, de acordo com as ampliações de uso possibilitadas pelas novas tecnologias. 60 REFERÊNCIAS ARNHEIM, Rudolf. Estética radiofónica. Barcelona: Editorial Gustavo Gilli, 1980. BALSEBRE, A. El lenguaje radiofónico. Madrid: Ediciones Cátedra, 1994. BARBOSA FILHO, A.; PIOVESAN, A.; BENETON, R.. Rádio: sintonia do futuro. São Paulo: Paulinas, 2004. BARBOSA FILHO, A. Gêneros Radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo: Paulinas, 2003. BELTRÃO, Luiz. 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Disponível em http://www.chameleonmusic.com/ Acesso em 3 fev. 2011. Programas. Disponível em http://www.freesound.org/, http://www.soundsnap.com/ ou http://ljudo.com/) Acesso em 20 mar. 2011 Disponível em http://www.sound-ideas.com/sfxmenu.html). Acesso em 26 fev. 2011 Creative C ommons. Disponível em http://www.creativecommons.org.br/ Acesso em 26 fev. 2011 Rádio UNIFOA. Disponível em http://www.radiounifoa.com/. Acesso em 8 fev. 2011. Rádio UNESP. Disponível em http://www.radiovirtual.unesp.br. Acesso em 15 fev. 2011. Rádio KULA. Disponível em http://www.unioeste.br/webradio/ Acesso em 13 fev. 2011. Rádio UFPR. Disponível em http://www.radio.ufpr.br/ Acesso em 26 fev. 2011. Rádio USP. Disponível em Acesso em 2 mar. 2011. http://www.radio.usp.br/programa.php?id=101. 63 Nossa Onda. Disponível em http://culturadigital.br/nossaonda/. Acesso em 2 fev. 2011. Usina do Som. Disponível em www.usinadosom.com.br. Acesso em 15 mai. 2011. 64 ANEXOS 65 Eduardo Vicente Possui graduação em Música Popular pela Universidade Estadual de Campinas (1996), mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (2002). É Professor Efetivo em RDIDP (doutor) no Depto de Cinema, Rádio e TV (CTR) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, atuando na graduação (Curso Superior do Audiovisual) e no Programa de Pós-Graduação (Meios e Processos Audiovisuais) do Depto. Tem experiência nas áreas de Sociologia, Educação para os Meios e Produção Radiofônica e Musical, atuando principalmente com os temas da música popular, indústria fonográfica e radiodifusão. (Texto informado pelo autor) Dados pessoais Nome Eduardo Vicente Nome em citações VICENTE, E. bibliográficas Sexo Masculino Endereço Universidade de São Paulo, Escola de Comunicações e Artes, Departamento de profissional Cinema Rádio e Televisão. Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 - bloco 4 Cidade Universitária 05508-900 - Sao Paulo, SP - Brasil Telefone: (11) 30914343 URL da Homepage: www.usp.br Formação acadêmica/Titulação 1998 - 2002 Doutorado em Ciências da Comunicação (Conceito CAPES 4) . Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Título: Música e Disco no Brasil: a trajetória da indústria nas décadas de 80 e 90, Ano de Obtenção: 2002. Orientador: Waldenyr Caldas. Bolsista do(a): Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ,FAPESP ,Brasil . Palavras-chave: Cultura de Massa; Indústria Cultura; música popular; indústria fonográfica; Música Brasileira; Disco. Grande área: Ciências Sociais Aplicadas / Área: Comunicação / Subárea: Indústria Fonográfica / Especialidade: Música Popular. Setores de atividade: Outros Setores. 1994 - 1996 Mestrado em Sociologia (Conceito CAPES 6) . Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil. Título: A Música Popular e as Novas Tecnologias de Produção Musical, Ano de Obtenção: 1996. Orientador: Renato Ortiz. Bolsista do(a): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ,CNPq ,Brasil . Palavras-chave: música popular; Cultura de Massa; novas tecnologias; Indústria Cultura. Grande área: Ciências Humanas / Área: Sociologia / Subárea: Sociologia da Cultura / Especialidade: Música Popular. 1990 - 1996 Graduação em Música Popular . Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil. 1981 - 1985 Graduação em Administração de Empresas . Faculdade de Ciências Econômicas Contábeis e Adm de Empresas Padre Anchieta. 66 Atuação profissional Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Vínculo institucional 2006 - Atual Vínculo: Servidor Público, Enquadramento Funcional: professor efetivo em RDIDP (doutor), Carga horária: 40, Regime: Dedicação exclusiva. Outras informações Aprovado em concurso para provimento efetivo de cargo de Professor Doutor na área de Rádio no curso de Audiovisual da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (Edital 01/2005/ECA, publicado no DOE de 05.01.2005). Vínculo institucional 2001 - 2006 Vínculo: Colaborador, Enquadramento Funcional: membro do Conselho Gestor, Carga horária: 0 Outras informações Esse item se refere à minha atuação junto ao NCE - Núcleo de Comunicação e Educação da ECA/USP. Atuo no Núcelo desde 2001 e, conforme descrito em outros itens desse currículo, colaborei em diferentes projetos do Núcelo e na produção de material técnico e didático. Coordenei a área de equipamentos e capacitação técnica do Núcleo durante os projetos Educom.Radio e Educom.Centroeste; ministrei o curso de capacitação em produção radiofônica dentro do Projeto de Educomunicação desenvolvido junto ao Colégio São Luís (São Paulo) e pertenço ao Conselho Gestor do Núcleo. Apresento o vínculo como encerrado em 06/2006 porque o Lattes não aceita sua manutenção em paralelo ao meu cargo de docente. A continuidade do vínculo, a partir de 07/2006, é apresentada no item Conselhos, Comissões e Consultorias (que, por sua vez, não aceita o item com data anterior à de minha contratação. Atividades 09/2009 - Atual Conselhos, Comissões e Consultoria, Escola de Comunicações e Artes, Departamento de Cinema Rádio e Televisão. Cargo ou função Vice-Coordenador do Programa de Pós Graduação em Meios e Processos Audiovisuais oferecido pelo CTR/ECA/USP. 03/2009 - Atual Conselhos, Comissões e Consultoria, Escola de Comunicações e Artes, . Cargo ou função Representante dos Doutores na Congregação da Escola de Comunicações e Artes. 2009 - Atual Atividades de Participação em Projeto, Escola de Comunicações e Artes, . Projetos de pesquisa A RÁDIO POSSÍVEL: os espaços alternativos de produção e veiculação sonora na sociedade atual 10/2008 - Atual Conselhos, Comissões e Consultoria, Escola de Comunicações e Artes, Departamento de Cinema Rádio e Televisão. Cargo ou função Membro Efetivo na Categoria Doutor do Conselho Departamental. 10/2008 - Atual Conselhos, Comissões e Consultoria, Escola de Comunicações e Artes, Departamento de Cinema Rádio e Televisão. Cargo ou função Representante Titular do Depto na Comissão de Pesquisa da ECA. 06/2007 - Atual Conselhos, Comissões e Consultoria, Escola de Comunicações e Artes, 67 Departamento de Cinema Rádio e Televisão. Cargo ou função Representante suplente do depto na Comissão de Cultura e Extensão da Unidade. 01/2007 - Atual Atividades de Participação em Projeto, Escola de Comunicações e Artes, Departamento de Cinema Rádio e Televisão. Projetos de pesquisa O OUTRO LADO DO DISCO: A Memória Oral da Indústria Fonográfica Brasileira 7/2006 - Atual Pesquisa e desenvolvimento , Escola de Comunicações e Artes, Departamento de Cinema Rádio e Televisão. Linhas de pesquisa A RÁDIO POSSÍVEL: Mapeamento e exploração dos espaços alternativos para a produção e veiculação radiofônica 7/2006 - Atual Ensino, Audiovisual, Nível: Graduação. Disciplinas ministradas Direção de Rádio I Direção de Rádio II Seminários Temáticos 03/2007 - 12/2009 Ensino, Ciências da Comunicação, Nível: Pós-Graduação. Disciplinas ministradas A RÁDIO POSSÍVEL: a produção radiofônica diante dos novos espaços de produção e distribuição de áudio INDÚSTRIA FONOGRÁFICA NO BRASIL; uma perspectiva histórica 05/2008 - 09/2008 Conselhos, Comissões e Consultoria, Escola de Comunicações e Artes, Departamento de Cinema Rádio e Televisão. Cargo ou função Membro suplente do Conselho Departamental. Universidades Anhembi Morumbi, UAM, Brasil. Vínculo institucional 2006 - 2006 Vínculo: Celetista, Enquadramento Funcional: Professor titular, Carga horária: 40, Regime: Dedicação exclusiva. Outras informações Carga horária é composta por 20 horas aula mais atividades de orientação, pesquisa e coordenação de projeto experimental Vínculo institucional 2002 - 2006 Vínculo: Celetista, Enquadramento Funcional: Professor titular, Carga horária: 20 Atividades 2/2006 - 7/2006 Outras atividades técnico-científicas , Comunicação Social, Centro. Atividade realizada assessoria acadêmcia. 4/2005 - 7/2006 Pesquisa e desenvolvimento , Comunicação Social, Centro. Linhas de pesquisa indústria fonográfica 2/2003 - 7/2006 Outras atividades técnico-científicas , Comunicação Social, Centro. 68 Atividade realizada coordenação de projeto experimental (TCC). 2/2002 - 7/2006 Ensino, Rádio e TV, Nível: Graduação. Disciplinas ministradas comunicação e expressão sonora estética e cultura de massas som e interfaces elementos de linguagem sonora e musical técnicas de adaptação sonora técnicas de captação sonora projeto experimental I produção sonora Técnicas de Sonorização Introdução ao Rádio e TV Introdução ao Rádio Marketing e Administração em Rádio e TV Projeto Experimental II Oficina de Produção Sonora Projetos de Pesquisa 2008 - Atual A RÁDIO POSSÍVEL: os espaços alternativos de produção e veiculação sonora na sociedade atual Descrição: O projeto visa explorar os espaços alternativos de produção radiofônica e sonora possibilitados pelas tecnologias digitais, bem como oferecer subsídios (técnicos, estéticos e teóricos) para uma discussão da função social do rádio, de seu papel histórico e de suas potencialidades no contexto da sociedade atual. Nesse sentido, o projeto se vincula tanto à pesquisa teórica como à produção audiovisual.. Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Alunos envolvidos: Graduação ( 1) / Mestrado acadêmico ( 1) . Integrantes: Eduardo Vicente - Coordenador. Número de produções C, T & A: 5 / Número de orientações: 2. 2007 - Atual O OUTRO LADO DO DISCO: A Memória Oral da Indústria Fonográfica Brasileira Descrição: O presente trabalho busca constituir-se como um primeiro passo dentro de um projeto mais amplo, de preservação da história oral da indústria cultural no país. Para tanto, propõe o registro em áudio e vídeo dos depoimentos de profissionais da área de produção fonográfica, ilustrando e complementando a pesquisa que desenvolvi durante o meu doutorado. Ele assume essa tarefa a partir de temas específicos, como o fenômeno dos artistas pseudo-internacionais, ocorrido durante a década de 1970; a evolução tecnológica da indústria do país e o modo pelo qual seu patamar de desenvolvimento marcou a produção musical de diferentes períodos; a atuação das primeiras empresas nacionais de orientação única, que praticamente desapareceram do cenário no início da década de 1990, e a atuação de alguns de seus principais executivos e produtores que em, determinados momentos de sua trajetória, parecem ter exercido uma significativa influência sobre os rumos da indústria. Esse projeto contou com financiamento da FAPESP entre os anos de 2007 e 2008. A partir da estrutura estabelecida com esse apoio ele continua sendo desenvolvido até o presente. . Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa. Alunos envolvidos: Graduação ( 1) / Mestrado acadêmico ( 2) . Integrantes: Eduardo Vicente - Coordenador. Financiador(es): Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Auxílio financeiro. Número de produções C, T & A: 32 / Número de orientações: 3. Descrição: O Educom.Rádio é desenvolvido numa parceria entre o NCE (Núcleo de Comunicação e Educação) da ECA/USP e a Prefeitura Municipal de São Paulo, atendendo todas as escolas da rede municipal de ensino. Seu objetivo é oferecer novas estratégias de ensino e comunicação (baseadas no conceito de educomunicação) que permitam um melhor aproveitamento do enxino e uma melhoria das relações entre alunos, professores e membros da comunidade escolar. Também faz parte do projeto a entrega a cada escola de um equipamento 69 de rádio (frequencia restrita) para a operacionalização das suas atividades. A previsão é de que todas as escolas da rede sejam atendidas até o final de 2004.. Situação: Em andamento; Natureza: Outra. Alunos envolvidos: Graduação ( 0) / Especialização ( 0) / Mestrado acadêmico ( 0) / Mestrado profissionalizante ( 0) / Doutorado ( 0) . Integrantes: Ismar Soares de Oliveira - Coordenador / Patrícia Horta - Integrante / Cláudia Lago - Integrante / Márcia Coutinho - Integrante / Eduardo Vicente Integrante. Financiador(es): Secretaria Municipal de Educação da Pref de São Paulo Remuneração.. Áreas de atuação 1. Grande área: Ciências Humanas / Área: Sociologia / Subárea: Sociologia da Cultura / Especialidade: Música Popular. 2. Grande área: Ciências Sociais Aplicadas / Área: Comunicação / Subárea: Música Popular / Especialidade: Indústria Fonográfica. 3. Grande área: Ciências Sociais Aplicadas / Área: Comunicação / Subárea: Rádio e Televisão / Especialidade: Radiodifusão. 4. Grande área: Ciências Humanas / Área: Educação / Subárea: Tópicos Específicos de Educação / Especialidade: Educomunicação. Produção em C,T & A Produção bibliográfica Artigos completos publicados em periódicos 1. VICENTE, E. . Música e Disco no Brasil: a trajetória do Grupo Eldorado. Comunicacao e Educacao (USP) , v. n.1, p. 57-65, 2011. 2. VICENTE, E. . Chantecler: uma gravadora popular paulista. Revista USP, v. 87, p. 74-85, 2010. 3. VICENTE, E. . MÚSICA E DISCO NO BRASIL: A Trajetória de André Midani. Significação: Revista de Cultura Audiovisual , v. 29, p. 115-142, 2009. 4. VICENTE, E. . SAMBA E NAÇÃO: Música Popular e Debate Intelectual na Década de 1940. Comunicarte , v. 25, p. 39-56, 2009. 5. VICENTE, E. . SEGMENTAÇÃO E CONSUMO: A Produção Fonográfica Brasileira 1965/1999. ArtCultura (UFU) , v. 10, p. 99-117, 2008. 6. VICENTE, E. . Música e Fé: a cena religiosa no mercado fonográfico brasileiro. Latin American Music Review , v. 29, p. 29-42, 2008. 7. VICENTE, E. . O Rádio e suas Linguagens. Novos Olhares (USP), v. 19, p. 27-30, 2008. 8. VICENTE, E. . Organização, crescimento e crise: a indústria fonográfica brasileira nas décadas de 60 e 70.. Eptic On-Line (UFS), v. VIII, p. 114-128, 2006. 9. VICENTE, E. . A vez dos independentes(?): um olhar sobre a produção musical independente do país. ECompós (Brasília) , v. 7, p. 1/19-19/19, 2006. Livros publicados/organizados ou edições 1. VICENTE, E. (Org.) ; GUERRINI Jr, I: (Org.) . NA TRILHA DO DISCO: relatos sobre a indústria fonográfica no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: E-Papers, 2010. v. 300. 184 p. 70 Capítulos de livros publicados 1. VICENTE, E. ; Sergl, M. J. . MERCADO FONOGRÁFICO NACIONAL E A PRODUÇÃO DE MÚSICA ERUDITA. In: VICENTE, Eduardo; GUERRINI Jr., Irineu. (Org.). NA TRILHA DO DISCO: relatos sobre a indústria fonográfica no Brasil. 1 ed. Rio de Janeiro: EPapers, 2010, v. 1, p. 111-126. 2. VICENTE, E. . A questão dos suportes na Indústria Musical: concentração, substituição, desmaterialização. In: Ferraretto, Luiz Artur; Klöckner, Luciano. (Org.). E O RÁDIO? NOVOS HORIZONTES MIDIÁTICOS. 1 ed. Porto Alegre: Edipucrs,, 2010, v. 1, p. 632-646. 3. VICENTE, E. . Por Onde Anda a Canção? Os Impasses da Indústria na Era do MP3. In: Roberto Elísio dos Santos; Herom Vargas; João Batista Cardoso;. (Org.). Mutações da Cultura Midiática. 1 ed. São Paulo: Paulinas, 2009, v. 1, p. 143-168. 4. VICENTE, E. . O rádio e o disco em São Paulo: a trajetória do Grupo Eldorado. In: Luciano Klöckner; Nair Prata. (Org.). HISTÓRIA DA MÍDIA SONORA EXPERIÊNCIAS, MEMÓRIAS E AFETOS DE NORTE A SUL DO BRASIL. 01 ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009, v. 01, p. 332-346. Textos em jornais de notícias/revistas 1. VICENTE, E. . Como Montar Uma Rádio Em Sua Escola. Carta Capital na Escola, São Paulo, p. 47 - 47, 12 set. 2006. 2. VICENTE, E. . O Tamanho da Crise. Revista do Nopem, Rio de Janeiro, p. 8 - 8, 10 jun. 2002. 3. VICENTE, E. . Conhecer os Equipamentos para Melhor Usá-los. O Educomunicador n. 5 - Boletim Informativo do NCE (Núcleo de Comunicação e Educação da ECA/USP) e da Editora Salesiana, São Paulo, p. 6 - 6, 10 jun. 2002. 4. VICENTE, E. . Terra de Gigantes. Revista do Nopem, Rio de Janeiro, p. 8 - 8, 10 abr. 2002. 5. VICENTE, E. . Indies S/A. Revista do Nopem, Rio de Janeiro, p. 8 - 8, 10 fev. 2002. Trabalhos completos publicados em anais de congressos 1. VICENTE, E. . Chantecler: uma gravadora popular paulista. In: XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2010, Caxias do Sul, RS. Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2010. 2. VICENTE, E. . A Questão dos Suportes na Indústria Musical: concentração, substituição, desmaterialização. In: XXXII Congresso Brasileiro de Ciencias da Comunicação, 2009, Curitiba - PR. anais do XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2009. p. 01-15. 3. VICENTE, E. . Música e Disco no Brasil: a trajetória da indústria entre as décadas de 60 e 80. In: 33º Encontro Anual da ANPOCS, 2009, Caxambú - MG. Anais do 33º Encontro Anual da ANPOCS, 2009. 4. VICENTE, E. . MÚSICA E DISCO NO BRASIL: A Trajetória de André Midani. In: VI Congresso Nacional de História da Mídia, 2008. Anais do VI Congresso Nacional de Historia da Midia, 2008. 5. VICENTE, E. . Viva a Morte da Indústria Fonográfica? Impasses e Perspectivas em um Cenário de Crise. In: XVII Encontro Anual da Compós, 2008, São Paulo. Anais do XVII Encontro Anual da Compos, 2008. 6. VICENTE, E. ; Sergl, M. J. . A Música Católica no País: A Atuação da Gravadora Paulus. In: XXXI Congresso Brasileiro de Ciencias da Comunicação, 2008, Natal. anais do XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2008. 7. VICENTE, E. . samba e nação: musica popular e debate intelectual na década de 1940. In: 4º Encontro de Música e Mídia, 2008, São Paulo. anais do 4º Encontro de Música e Mídia, 2008. 8. VICENTE, E. . Os dados do nopem e o cenário da música brasileira de 1965 a 19991. In: VII Congreso de la Rama Latinoamericana del IASPM, 2007, Habana, Cuba. ACTAS DEL VII CONGRESO LATINOAMERICANO IASPM - AL, 2006. 71 Apresentações de Trabalho 1. VICENTE, E. . Chantecler: uma gravadora popular paulista. 2010. (Apresentação de Trabalho/Comunicação). 2. VICENTE, E. . Notas sobre a nova cena independente. 2010. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). 3. VICENTE, E. . Radiodrama: História e Linguagem. 2009. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). 4. VICENTE, E. . A LINGUAGEM DO RADIODRAMA. 2009. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). 5. VICENTE, E. . Rádio Digital: o que muda?. 2008. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). 6. VICENTE, E. . As gravadoras no contexto dos festivais independentes. 2008. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). 7. VICENTE, E. . Radiodrama em São Paulo: o social e o local na ficção radiofônica paulista. 2008. (Apresentação de Trabalho/Seminário). 8. VICENTE, E. . Rádio Digital. 2007. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). 9. VICENTE, E. . A Rádio Possível: os novos espaços para a produção e veiculação de áudio. 2007. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). 10. VICENTE, E. . Perspectivas para a Democratização da Radiodifusão e Teledifusão com as Mídias Digitais. 2006. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). 11. VICENTE, E. . Linguagem Sonora e Produção Radiofônica. 2006. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). 12. VICENTE, E. . Linguagem Sonora e Produção Radiofônica. 2006. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra). 13. VICENTE, E. . Os dados do nopem e o cenário da música brasileira de 1965 a 1999. 2006. (Apresentação de Trabalho/Comunicação). Produção técnica Trabalhos técnicos 1. VICENTE, E. . Parecerista do I Congresso Mundial de Comunicação Iberoamericano - Confibercom. 2011. 2. VICENTE, E. . Parecerista do VII ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA ENECULT. 2011. 3. VICENTE, E. . Parecerista da Revista Ciberlegenda. 2011. 4. VICENTE, E. . parecerista do NP 10 do XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Intercom. 2010. 5. VICENTE, E. . parecer de artigo submetido à Revista Matrizes. 2009. 6. VICENTE, E. . parecerista do NP 10 do XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Intercom. 2009. 7. VICENTE, E. . Parecerista ad hoc Revista Observatório (OBS*). 2009. 8. VICENTE, E. . parecerista do NP 10 do XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Intercom. 2008. 9. VICENTE, E. . Parecerista do XVIII Congresso da ANPPOM. 2008. 72 10. VICENTE, E. . Parecer de artigo submetido à Revista Comunicação & Educação. 2007. Demais tipos de produção técnica 1. VICENTE, E. ; MALULY, L. . Rádio, Uma Ferramenta para a Saúde Pública. 2011. (Curso de curta duração ministrado/Extensão). 2. VICENTE, E. ; ZAN, José Roberto ; SANTOS, A. R. C. . Quem te viu, quem te vê: o sambão-jóia da década de 1970. 2010. (banca de qualificação de mestrado de Adelcio Camilo Machado). 3. VICENTE, E. . Elementos de Linguagem Musical. 2009. (Curso de curta duração ministrado/Extensão). 4. VICENTE, E. . Sonoplastia. 2009. (Curso de curta duração ministrado/Extensão). 5. SILVEIRA, S. A. ; VICENTE, E. ; BARROS, L. M. . INTERNET LIVRE COMO MEIO DO MÚSICO INDEPENDENTE (Qualif Mestrado). 2009. (banca de qualificação de mestrado de Fabrício Ofugi). 6. VICENTE, E. . PROJETO INDIVIDUAL DE PESQUISA: Relatório Final de Atividades. 2009. (Relatório de pesquisa). 7. VICENTE, E. . Teoria da Comunicação. 2008. (Curso de curta duração ministrado/Extensão). 8. VICENTE, E. . RELATÓRIO DE ATIVIDADES DOCENTES EM RDIDP jul/06 a jun/08. 2008. (Relatório de pesquisa). 9. VICENTE, E. . PROJETO INDIVIDUAL DE PESQUISA: Relatório Parcial de Atividades. 2008. (Relatório de pesquisa). 10. VICENTE, E. ; ZAN, José Roberto ; ANDRADE, E. D. . Programa Palavras Cruzadas. 2006. (Programa de rádio ou TV/Mesa redonda). 11. VICENTE, E. ; PIOVESAN, Angelo . Especial Dia do Rádio. 2006. (Programa de rádio ou TV/Mesa redonda). Produção artística/cultural 1 VICENTE, E. ; DALLA COSTA, S. ; STEFANONI, R. I. ; ROIM, M. A. . SONORACIDADE: A Paisagem Acústica Paulistana. 2010. (Sonoplastia/Rádio). Bancas Participação em bancas examinadoras Dissertações 1. BARROS, L. M.; LIMA JR, W. T.; VICENTE, E.. Participação em banca de Fabrício Ofugi. A Internet Livre Como Meio do Músico Independente. 2010. Dissertação (Mestrado em Mestrado em Comunicação) Faculdade Cásper Líbero. 2. ADAMI, A.; NASCIMENTO, G. C.; VICENTE, E.. Participação em banca de Sílvia Aparecida Gomes Zampar. O Uso do Grotesco no Humor das Rádios FM de Público Jovem de São Paulo. 2010. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Universidade Paulista. 3. MENDES, E. S. S.; MANZANO, L. A. F.; VICENTE, E.. Participação em banca de Ana Luiza Pereira Barbosa. A relação som imagem nos filmes de animação norte-americanos no final da década de 1920. 2009. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. 4. FRANCO, Marília da Silva; D´ALMEIDA, A. D.; VICENTE, E.. Participação em banca de Maria isabel Blanco. Um Documentário de Afeto: espanhóis na cidade de São Paulo. 2009. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. 5. CARRASCO, Claudiney Rodrigues; MENDES, E. S. S.; VICENTE, E.. Participação em banca de Mariano Gabriel Alvarez. A Estereofonia Digital: uma abordagem sobre a técnica, o padrão e a linguagem sonora 73 cinematográfica norte-americana no período de 1991 a 2001. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. 6. PIOVESAN, Angelo; PERUZZO, C. M. K.; VICENTE, E.. Participação em banca de Rosana Beneton. Processos de Comunicação e Cultura Local: um etudo sobre a Rádio Paraitinga. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. Teses de doutorado 1. MOURÃO, M. D. G.; MENDES, E. S. S.; MIRANDA, Suzana Reck; CARRASCO, Claudiney Rodrigues; VICENTE, E.. Participação em banca de João Baptista Godoy de Souza. Procedimentos de Trabalho na Captação de Som Direto nos Longa-Metragens Brasileiros Contra Todos e Antonia: a técnica e o espaço criativo. 2011. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. 2. FRANCO, Marília da Silva; CINTRA, F. C. M.; RUIZ, A. J.; FARIA, J. L.; VICENTE, E.. Participação em banca de Guilerme Bryan. A Autoria no Videoclipe Brasileiro: um estudo da obra de Robert Berliner, Oscar Rodrigues Alves e Maurício Eça. 2011. Tese (Doutorado em Meios e Processos Audiovisuais) Universidade de São Paulo. 3. PIOVESAN, Angelo; ADAMI, A.; BARRETO Fo., E. T.; BERTOMEU, J. V. C.; VICENTE, E.. Participação em banca de Valdenir Máximo de Morais. Propaganda Radiofônica: estudo do processo de realização. 2011. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. 4. SIMIS, A.; DIAS, M. T.; PELLEGRINI, T.; KERBAUY, M. T. M.; VICENTE, E.. Participação em banca de Heloísa Maria dos Santos Toledo. Som Livre: as trilhas sonoras das telenovelas e o processo de difusão da música. 2010. Tese (Doutorado em Programa de Pós-Graduação em Sociologia) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. 5. ZAN, José Roberto; CARRASCO, Claudiney Rodrigues; SCHROEDER, J. L.; SILVA, H. V.; VICENTE, E.. Participação em banca de Eduardo de Lima Visconti. A Guitarra Elétrica na Música Popular Brasileira: os estilhos dos músicos José Menezes e Olmir Stocker. 2010. Tese (Doutorado em Doutorado em Música) - Universidade Estadual de Campinas. 6. MORELLI, R. C. L.; ZAN, José Roberto; VICENTE, E.. Participação em banca de Ayeska Oassé Luis Paula Freitas de Lacerda. O Cacique do Candeal - estudo da trajetória artística de Carlinhos Brown e de suas relações com o mercado da música. 2010. Tese (Doutorado em doutorado em ciências sociais) Universidade Estadual de Campinas. 7. CATANI, A. M.; FRANCO, Marília da Silva; PRIOLLI NETO, G.; PAHIN, R. L.; VICENTE, E.. Participação em banca de Flavio de Souza Brito. A TV Cultura de São Paulo e a Produção de Documentários 19692005. 2009. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. 8. PIOVESAN, Angelo; TATIT, L. A. M.; GIACOMINI FILHO, G.; ADAMI, A.; VICENTE, E.. Participação em banca de Graziela Valadares Gomes de Mello Vianna. Imagens sonoras no ar: a sugestão de sentido na publicidade radiofônica. 2009. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. 9. ORTIZ, R.; DIAS, M. T.; MIRA, M. C.; ZAN, José Roberto; VICENTE, E.. Participação em banca de Mariana Mont´Alverne Barreto Lima. As Majors da Música e o Mercado Fonográfico Nacional. 2009. Tese (Doutorado em Sociologia) - Universidade Estadual de Campinas. 10. FRANCO, Marília da Silva; CATANI, A. M.; RAMOS, L. F. A.; ANDRADE, J. B. M.; VICENTE, E.. Participação em banca de Antonio Ferreira de Souza Filho. Vivendo de Cinema. 2006. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. Qualificações de doutorado 1. PRADO, E. F. da S.; PAULANI, L. M.; VICENTE, E.. Participação em banca de José Paulo Guedes Pinto. Pós-Grande Indústria e a Economia da Música. 2011. Exame de qualificação (Doutorando em Economia) - Universidade de São Paulo. 2. SIMIS, A.; KERBAUY, M. T. M.; VICENTE, E.. Participação em banca de Heloisa Maria dos Santos Toledo. Trilha Sonora das Telenovelas: uma análise do processo de difusão da música. 2009. Exame de qualificação (Doutorando em Doutorado em Sociologia) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. 74 3. FRANCO, Marília da Silva; CINTRA, F. C. M.; VICENTE, E.. Participação em banca de Guilherme Bryan. A Autoria no Videoclipe Brasileiro: o estudo da obra de Roberto Berliner, Oscar Rodrigues Alves e Maurício Eça. 2009. Exame de qualificação (Doutorando em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. 4. PIOVESAN, Angelo; BARRETO Fo., E. T.; VICENTE, E.. Participação em banca de Valdenir Máximo de Morais. Publicidade Radiofônica: a construção do significado da mensagem sonoro-musical. 2009. Exame de qualificação (Doutorando em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. 5. FRANCO, Marília da Silva; CATANI, A. M.; VICENTE, E.. Participação em banca de Flavio de Souza Brito. A TV Cultura de São Paulo e a Produção de Documentários (1969-2004). 2007. Exame de qualificação (Doutorando em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. 6. PIOVESAN, Angelo; TATIT, L. A. M.; VICENTE, E.. Participação em banca de Graziela Valadares Gomes de Mello Viana. Publicidade Radiofônica: uma análise do sentido potencial de seus elementos constituintes. 2006. Exame de qualificação (Doutorando em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. Trabalhos de Conclusão de Curso de graduação 1. MENDES, E. S. S.; PEREIRA, A. L.; VICENTE, E.. Participação em banca de RENATA GONÇALVES CORRÊA. O desenho de som de A História de Ângelo . 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo. 2. MORAN, P.; YAMAJI, J.; VICENTE, E.. Participação em banca de Rúbia Rebeca Neri. A comédia no cinema brasileiro da retomada. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo. 3. REWALD, R.; ESTEVES, R.; VICENTE, E.. Participação em banca de Lucas Barão Freire Vieira. Pedra, Papel e Tesoura: a direção de um programa de TV infantil. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo. 4. MENDES, E. S. S.; BECHARA, A.; VICENTE, E.. Participação em banca de André Suzuki Brunetti. As Portas do Imaginário. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo. 5. Souza, J. B. G.; GUIMARAES, C. B.; VICENTE, E.. Participação em banca de Gustavo Nascimento dos Santos. A Prática do Som Direto: O Caso do Curta-Metragem Rosa e Benjamin. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Audiovisual) - Universidade de São Paulo. 6. CARRASCO, Claudiney Rodrigues; MENDES, E. S. S.; VICENTE, E.. Participação em banca de Daniel Rodisanski. Diretores e Trilhistas: A Criação do Conceito da Trilha Musical no Cinema Brasileiro Pósretomada. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Curso Superior do Audiovisual) Universidade de São Paulo. 7. REWALD, R.; ARAÚJO, M. A.; VICENTE, E.. Participação em banca de Rosana Stefanoni Iwamizu. Tiago, o Pirata e o Caso da Fada dos Dentes: Script Doctor e entrevista com Cláudia Dalla Verde. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo. 8. SILVA, J. L. O. A.; FISHER, E.; VICENTE, E.. Participação em banca de Bruna SIsti e Tamiris Nogueira. Acerola: Podcasts Literários. 2009 - Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. 9. Sousa, M. W.; Souza, J. B. G.; VICENTE, E.. Participação em banca de Angelo Augusto Ravazi. Velhas Virgens: atrás de cerveja e mulher. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Audiovisual) - Universidade de São Paulo. 10. Sousa, M. W.; Senefonte, A. C.; VICENTE, E.. Participação em banca de Fabio Battista Cardelli. O Independente Conectado: produção e divulgação musical em rede. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Audiovisual) - Universidade de São Paulo. 11. LACRETA, I.; MOURÃO, M. D. G.; VICENTE, E.. Participação em banca de Victor de Azevedo Biagioni. Eletrotorpe: a montagem de um roteiro fragmentado em tempo e espaço. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Audiovisual) - Universidade de São Paulo. 12. DUGO JR, R.; VAZ, P.; VICENTE, E.. Participação em banca de Gláucia Pires Oliveira. Bem-Vindo: A Comunicação Popular na Contemporaneidade. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação Social com enfase em Rádio e Televisão) - Faculdade Cásper Líbero. 75 13. SAYEG, G.; LAGO, Claudia; VICENTE, E.. Participação em banca de Lívia Maria Pistori Maroni. Puro Black. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Rádio e TV) - Universidade Anhembi Morumbi. 14. MIRANDA, Suzana Reck; CASSETTARI, M.; VICENTE, E.. Participação em banca de Stephanni Aiello et al.. Elas e o Cárcere Privado. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Rádio e TV) Universidade Anhembi Morumbi. 15. ADORYAN, Adriano; MATSUZAWA, Ricardo; VICENTE, E.. Participação em banca de Adriana Hendler et al. SportAção. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Rádio e TV) - Universidade Anhembi Morumbi. 16. ADORYAN, Adriano; YUTAKA, C.; VICENTE, E.. Participação em banca de Danilo Meira et al. Programa All Mix. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Rádio e TV) - Universidade Anhembi Morumbi. 17. MALULY, L.; VICENTE, E.. Participação em banca de Thais Macedo Gurgel. Sinestesia: Uma Proposta de Documentário Sonoro. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Jornalismo) Universidade de São Paulo. 18. MIRANDA, Suzana Reck; MONTEIRO, Maurício; VICENTE, E.. Participação em banca de Daniel Gambaro et al. Pindorama. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Rádio e TV) Universidades Anhembi Morumbi. Participação em bancas de comissões julgadoras Concurso público 1. DEUS, Sandra de Fátima Batista de; GUIMARÃES, César Geraldo; FRANCISCO, Dalmir; LEAL, Bruno de Souza; VICENTE, E.. Concurso de Professor Adjunto do Depto de Comunicação Social da FAFICH/UFMG. 2006. Universidade Federal de Minas Gerais. Avaliação de cursos 1. VIANNA, M. L. R.; VICENTE, E.. Avaliação para reconhecimento de curso de Tecnologia em Fotografia. 2011. Faculdades Integradas de Lages. 2. FLORES, D. G.; VICENTE, E.. avaliação para reconhecimento de curso de Licenciatura em Música. 2011. Universidade Federal da Paraíba. 3. FLORES, D. G.; VICENTE, E.. avaliação para reconhecimento de curso de Licenciatura em Música. 2011. Universidade Federal de São João Del-Rei. 4. MATTOS, M. F. S. C. G.; VICENTE, E.. avaliação para reconhecimento de curso de Licenciatura em Música. 2011. Universidade Federal de Mato Grosso. 5. OLIVEIRA, J. G. de; VICENTE, E.. Avaliação para Reconhecimento de curso de Bacharelado em Administração. 2010. Faculdade Arthur Thomas. 6. ARARIPE, C.; VICENTE, E.. Avaliação para autorização de Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública. 2009. Faculdade de Tecnologia Vale dos Carajás. 7. Agostini, J. P.; VICENTE, E.. avaliação para autorização de curso de Gestão em Recursos Humanos. 2009. Faculdade de Tecnologia Gestão & Marketing. 8. VICENTE, E.. Avaliação para autorização de Curso Superior Tecnológico de Gestão em Recursos Humanos. 2009. Faculdade Sarandi - CIODONTO. 9. SABIA, C. P. P.; VICENTE, E.. Avaliação para Reconhecimento de Curso de Bacharelado em Administração de Empresas. 2008. Instituto Superior Tupy. 10. VICENTE, E.. Avaliação para autorização de Curso de Bacharelado e Licenciatura em Música. 2008. Faculdades Integradas Aparício Carvalho. 11. LAPINI, P. A.; VICENTE, E.. Avaliação para autorização de Curso Superior de Tecnologia em Marketing. 2008. Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - DF. 76 12. VICENTE, E.. Avaliação para autorização de Curso Superior de Tecnologia em Marketing (2). 2008. Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora. 13. Dennis de Oliveira; VICENTE, E.. Avaliação de Autorização de Curso de Graduação Tecnológica em Multimídia. 2007. Faculdade de Tecnologia Camões. 14. Dennis de Oliveira; VICENTE, E.. Avaliação para reconhecimento de curso de graduação em Estudos de Mídia. 2007. Universidade Federal Fluminense. 15. MELO, A. M. A. O.; VICENTE, E.. Avaliação para autorização de curso de Bacharelado em Artes Cinema de Animação. 2007. Faculdades Integradas Barros Melo. Eventos Participação em eventos 1. XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.Chantecler: uma gravadora popular paulista. 2010. (Congresso). 2. Músicas e Saberes em Trânsito.Indústria da Música ou Indústria do Disco? A Questão dos Suportes e de sua Desmaterialização no Meio Musical. 2010. (Congresso). 3. I Seminário de Pesquisa da ECA.Mesa I: Arte, Memória e Documentação. 2010. (Seminário). 4. 18 SIICUSP Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP.Aspectos da Educação. 2010. (Simpósio). 5. II Musicom Encontro de Pesquisadores em Comunicação e Música Popular.Notas Sobre a Nova Cena Independente. 2010. (Encontro). 6. I COMÚSICA - Encontro Nacional de Pesquisadores em Comunicação e Música.Música ou Disco? A Questão dos Suportes e de sua Desmaterialização no Meio Musical. 2010. (Encontro). 7. 8a. Bienal Internacional de Radio.A IMPLANTAÇÃO DO RÁDIO DIGITAL NO BRASIL: impasses e desafios. 2010. (Outra). 8. Reflexões Sobre o Campo Musical no Brasil.participação livre a partir dos temas sugeridos para discussão. 2009. (Seminário). 9. 5 Encontro de Música e Mídia.indústria fonográfica no Brasil. 2009. (Encontro). 10. 33º Encontro Anual da ANPOCS.Mesa MR12: Música, Mídia e Sociedade> diversos lugares. 2009. (Encontro). 11. 1a Semana de Pesquisa da ECA.Pesquisa sobre Arte Brasileira (Mesa3). 2009. (Encontro). 12. VI Congresso Nacional de História da Mídia.MÚSICA E DISCO NO BRASIL: A Trajetória de André Midani. 2008. (Congresso). 13. XXXI Congresso Brasileiro de Ciencias da Comunicação.A Música Católica no País: A Atuação da Gravadora Paulus. 2008. (Congresso). 14. XXXI Congresso Brasileiro de Ciencias da Comunicação.Música e Indústria Fonográfica. 2008. (Congresso). 15. Seminários do Grupo de Pesquisa CNPq "HIstória e Audiovisual".RADIODRAMA EM SÃO PAULO: o social e o local na ficção radiofônica paulista. 2008. (Seminário). 16. 16 Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP - SIICUSP.coordenação do Painel n. 31 Teatro e Censura I. 2008. (Simpósio). 17. XVII Encontro Anual da Compós.Viva a Morte da Indústria Fonográfica? Impasses e Perspectivas em um Cenário de Crise. 2008. (Encontro). 18. 4º Encontro de Música e Mídia.Samba e Nação: Música Popular e Debate Intelectual na Década de 1940. 2008. (Encontro). 77 19. Festival CCJ Independente.A indústria fonográfica e a cultura independente. 2008. (Encontro). 20. XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.O Mercado Fonográfico Nacional e a Produção de Música Erudita. 2007. (Congresso). 21. XXX Congresso Brasileiro de Ciencias da Comunicação.Música e Indústria Fonográfica. 2007. (Congresso). 22. 15 Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP - SIICUSP.avaliação dos trabalhos apresentados no painel 7: Música. 2007. (Simpósio). 23. 15 Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP - SIICUSP.avaliação dos trabalhos apresentados no painel 5: Imagens. 2007. (Simpósio). Orientações Orientações em andamento Dissertação de mestrado 1. Anselmo Mancini do Nascimento. A EXPERIÊNCIA PRÁTICA NO DIÁLOGO ENTRE A PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA E A MUSICAL. Início: 2011. Dissertação (Mestrado em MEIOS E PROCESSOS AUDIOVISUAIS) - Universidade de São Paulo. (Orientador). 2. Sandro Dalla Costa. Restauracao Sonora: um estudo sobre o restauro de acervos sonoros. Início: 2010. Dissertação (Mestrado em MEIOS E PROCESSOS AUDIOVISUAIS) - Universidade de São Paulo. (Orientador). 3. Jose Eduardo G. Magossi. A Historia da Gravadora Marcus Pereira. Início: 2010. Dissertação (Mestrado em MEIOS E PROCESSOS AUDIOVISUAIS) - Universidade de São Paulo. (Orientador). 4. Daniel Gambaro. RÁDIO E CONVERGÊNCIAS: OS NOVOS ESPAÇOS E OS CAMINHOS POSSÍVEIS DO MEIO RADIOFÔNICO. Início: 2009. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) Universidade de São Paulo. (Orientador). 5. Sandra Maria de Oliveira. O local e o global na canção brasileira: um estudo das canções do compositor Zeca Baleiro. Início: 2009. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) - Universidade de São Paulo. (Orientador). Trabalho de conclusão de curso de graduação 1. Maria Augusta Roim. Radionovela BInaural. Início: 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo. (Orientador). Iniciação científica 1. Ana Paula Fiorotto. Clarice - dos olhos para os ouvidos. Um estudo sobre audioficção no Brasil. Início: 2010. Iniciação científica (Graduando em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. (Orientador). Orientações de outra natureza 1. Glauber Wellington Mattos Brasil. DIGITALIZAÇÃO DE ACERVO SONORO DA ECA. Início: 2011. Orientação de outra natureza. Universidade de São Paulo. (Orientador). Supervisões e orientações concluídas Trabalho de conclusão de curso de graduação 1. Lucas Barão Freire Vieira. Pedra, Papel e Tesoura: a direção de um programa de TV infantil. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo. Orientador: Eduardo Vicente. 2. Rosana Stefanoni Iwamizu. Tiago, o Pirata e o Caso da Fada dos Dentes: Script Doctor e entrevista com 78 Cláudia Dalla Verde. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Audiovisual) Universidade de São Paulo. Orientador: Eduardo Vicente. 3. Daniel Rodisanski. Diretores e Trilhistas: A Criação do Conceito da Trilha Musical no Cinema Brasileiro Pós-retomada. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Audiovisual) - Universidade de São Paulo. Orientador: Eduardo Vicente. 4. Rúbia Rebeca Neri. A comédia no cinema brasileiro da retomada. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo. Orientador: Eduardo Vicente. 5. RENATA GONÇALVES CORRÊA. O desenho de som de A História de Ângelo . 2009. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo. Orientador: Eduardo Vicente. 6. Fabio Battista Cardelli. O Independente Conectado: produção e divulgação musical em rede. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Audiovisual) - Universidade de São Paulo. Orientador: Eduardo Vicente. Iniciação Científica 1. Vinicius Soares Alves Pereira. GESTÃO DE UMA WEBRADIO ACADÊMICA: Reflexão e estudo sobre o meio e uma experiência colaborativa de aplicação. 2009. Iniciação Científica. (Graduando em Curso Superior do Audiovisual) - Universidade de São Paulo, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Eduardo Vicente. 2. Eduardo de Aquino Giuliano. SONS DE SÃO PAULO: a indústria paulistana e a produção fonográfica nacional. 2008. Iniciação Científica. (Graduando em Audiovisual) - Universidade de São Paulo, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Eduardo Vicente. 3. Luciana de Almeida Paulillo. RÁDIO ON LINE: Implantação e Gerenciamento de uma Webradio acadêmica. 2007. Iniciação Científica. (Graduando em Audiovisual) - Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo. Orientador: Eduardo Vicente. 4. Eric Honda. RÁDIO ON LINE: Implantação e Gerenciamento de uma Webradio acadêmica. 2007. Iniciação Científica. (Graduando em Audiovisual) - Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo. Orientador: Eduardo Vicente. 5. Pedro Carvalho de Barros. RÁDIO ON LINE: Implantação e Gerenciamento de uma Webradio acadêmica. 2007. Iniciação Científica. (Graduando em Audiovisual) - Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo. Orientador: Eduardo Vicente.