Estratgias de Competitividade dos Portos
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Estratgias de Competitividade dos Portos
XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y desarrollo 5, 6, 7 y 8 de mayo de 2009 Estratégias de Competitividade dos Portos Marítmos: Proposta de um modelo Conceptual de Análise Mtra. María Rosa Pires da Cruz [email protected] Universidade da Beira Interior 1 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo Estratégias de Competitividade dos Portos Marítmos: Proposta de um modelo Conceptual de Análise RESUMO A indústria dos portos marítimos tem passado por um processo de racionalização desde a década de oitenta. As alterações do meio envolvente despoletaram um alto nível de incerteza, deixando os gestores dos portos com a questão de como responder eficientemente ao dinamismo do mercado. Na literatura sobre a gestão, a noção de estratégia tem sido objecto de reconhecimento cada vez mais frequente, dada a consciencialização de que uma empresa deve ter um campo de actuação bem definido e uma orientação de crescimento. Por outro lado, a competitividade empresarial, sendo um dos factores mais prementes para o crescimento económico, é hoje decisiva para o progresso das empresas e das nações. O objectivo desta investigação consiste na análise das estratégias de competitividade dos portos marítimos que permitam alcançar desempenhos superiores. Tendo por base este objectivo é proposto modelo conceptual que contempla quatro dimensões: (1) competitividade; (2) estratégia; (3) recursos e capacidades e (4) desempenho. Estratégias de Competitividade dos Portos Marítmos: Proposta de um modelo Conceptual de Análise Introdução O mundo económico tem sofrido mudanças profundas resultante da redistribuição internacional do trabalho e capital e da integração e globalização dos mercados, coincidindo com um aumento substancial de mobilidade (Voorde e Winkelmans, 2002). Estes fenómenos tiveram consequências na indústria dos portos marítimos, traduzindo numa competição intensa entre os portos. De acordo com Notteboom (2007), os portos estão a ser confrontados com mudanças económicas e nos sistemas logísticos. Jenssen (2003) identificou três movimentos, em particular, que são importantes na indústria dos portos: tecnologia de informação e comunicação (TIC); globalização e crescimento económico e; protecção do ambiente. 2 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo O aumento imparável de tráfico de contentores, a orientação constante para especialização e o aumento das capacidades dos navios fez com que as empresas dos portos se concentrassem o quanto possível num número limitado de portos marítimos (Voorde e Winkelmans, 2002). As várias transformações que têm ocorrido na indústria dos portos marítimos, nas últimas décadas, têm tido um impacto contínuo e importante nas actividades e gestão dos portos (Hayuth, 1993). Isto porque, as alterações do meio envolvente despoletaram um alto nível de incerteza, deixando os gestores dos portos com a questão de como responder eficientemente ao dinamismo do mercado. Na literatura sobre a gestão, a noção de estratégia tem sido objecto de reconhecimento cada vez mais frequente (Ferreira, 2007). Este reconhecimento advém da consciencialização de que uma empresa deve ter um campo de actuação bem definido e uma orientação de crescimento. Andrews (1971) referiu que as estratégias devem ser delineadas com o objectivo de desenvolver e utilizar as capacidades das empresas para explorar oportunidades existentes ou latentes no meio envolvente com um nível de risco aceitável. A estratégia é o primeiro passo para alcançar os objectivos traçados (Thorelli, 1977) e é geralmente apontada como um meio de alcançar e manter vantagens competitivas num específico nicho de mercado (Varadarajan e Clark, 1994). A competitividade empresarial, sendo um dos factores mais prementes para o crescimento económico, é hoje decisiva para o progresso das empresas e das nações. A competitividade é a capacidade da empresa de formular e implementar estratégias concorrenciais que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura uma posição sustentável no mercado (Ferraz et al., 1997) permitindo alcançar desempenhos superiores (Panayides, 2003). Neste sentido, é relevante e pertinente estudar as estratégias de competitividade das empresas, principalmente as do sector portuário, onde estratégias competitivas desempenha um papel preponderante para o crescimento e/ou desenvolvimento do sector. Neste contexto, o objectivo do artigo consiste na análise das estratégias de competitividade dos portos marítimos que permitam alcançar desempenhos superiores. Para alcançar este objectivo, o artigo foi estruturado da seguinte forma: apresentam-se os fundamentos conceptuais que inclui considerações sobre a estratégia, a 3 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo competitividade e a abordagem dos recursos e capacidades, sendo que a última constitui uma das teorias importantes na análise das estratégias dos portos marítimos. Seguidamente, caracteriza-se a indústria dos portos marítimos, que inclui os principais determinantes da sua competitividade e as estratégias para a obtenção de vantagens competitivas e, é proposto um modelo conceptual de análise das estratégias de competitividade dos portos marítimos. Por fim, apresentam-se as conclusões, limitações e sugestões para futuras investigações. Estratégia: Conceito e evolução Cada empresa que compete numa indústria possui uma estratégia competitiva, seja ela explícita ou implícita (Porter, 2004). Essa estratégia tanto pode ter se desenvolvido explicitamente por meio de um processo de planeamento como ter evoluído implicitamente a partir das actividades dos vários departamentos funcionais da empresa. O termo estratégia remonta dos anciões gregos do termo strategos, cujo significado literalmente era a “função do general do exercito” (Ghemawat, 2000; Freire, 2002). Apesar da estratégia ter estado sempre presente na actividade da gestão desde tempos remotos da civilização humana, ainda que de forma implícita, as investigações académicas neste domínio começaram a ser efectuadas durante o século XX, na década 60 por Alfred Chandler. Chandler (1962) considera que estratégia é a determinação dos fins e dos objectivos de longo prazo de uma empresa e os programas de acção e alocação de recursos para alcançar as finalidades traçadas. Ansoff (1965) considera que a definição de estratégia deve fornecer um conceito amplo do campo de actividade da empresa, apresentar directrizes específicas de acordo com as quais a empresa possa orientar a sua acção e complementar os seus objectivos com regras de decisão que limitem o processo de escolha da empresa às oportunidades mais atractivas. Na década de 70 muitos outros investigadores (Andrews, 1971; Glueck, 1976; Newman, 1978; Mintzberg, 1978) debruçaram-se sobre a conceptualização da estratégia, enfatizando o binómio produto/mercado e o planeamento como principal ferramenta para a formulação estratégica. 4 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo Nos anos 80, a atenção dos investigadores centrou-se particularmente nos estilos de gestão, nos sistemas dinâmicos e na perturbação das tecnologias (Ghemawat, 2000). Porter (1980) (1985), Mintzberg (1980), Quinn (1980) e Wernerfelt (1984) desenvolveram novas perspectivas da estratégia, nomeadamente, a estratégia competitiva, a estratégia como processo e a estratégia baseada nos recursos. No inicio dos anos 90, analisando as práticas estratégicas nota-se o surgimento de muitas ferramentas e ideias sobre estratégia, em particular, e gestão em geral, sendo muitas delas totalmente intemporais (Ghemawat, 2000). De uma forma geral, a década de noventa foi caracterizada por dar continuidade à investigação no campo da gestão estratégica iniciada nos anos oitenta, com maior ênfase para as estratégias competitivas e para as estratégias baseadas nos recursos e capacidades (Barney, 1991; Collis, 1991; Grant, 1991; Amit e Schoemaker, 1993; Peteraf, 1993; Miller e Shamsie, 1996). Segundo Porter (1996), as empresas têm que ser flexíveis para responder rapidamente à competitividade e as mudanças do mercado, renovando continuadamente para encontrar boas práticas. A tendência das investigações em meados e finais dos anos 90 centrou-se nas alianças estratégicas e redes de negócio (Kanter, 1994; Gomes-Casseres, 1994, Panayides e Gray, 1999). As redes de comércio global estão constantemente a evoluir à medida que as informações globais da economia criam sistemas dinâmicos que aumentam a complexidade dos negócios. Segundo Christopher (1998), as redes integradas de negócios interdependentes têm sido criados como parte do novo paradigma competitivo. As redes ou alianças estratégicas e os relacionamentos chaves têm sido utilizados para alcançar vantagens competitivas (Song, 2003; Grewal e Haugstetter, 2007), afectando a dinâmica do mercado e as estratégias de competitividade necessárias para que os negócios tenham sucesso (Mcgee e Sammut, 2002). Para Collis e Rukstad (2008), as empresas necessitam de definir de uma forma simples e clara as estratégias, pois aquelas que não o façam tem mais probabilidade de falharem do que aquelas que falham ao executar as suas estratégias. Para estes investigadores, uma clara definição das estratégias traz duas grandes vantagens à empresa: (i) a formulação torna-se infinitamente mais fácil porque os gestores 5 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo sabem o que estão a tentar criar e (ii) a implementação torna-se mais simples porque a essência da estratégia pode ser facilmente comunicável e facilmente internalizado por todos os membros da empresa. De uma forma geral, o trabalho de um estratega é perceber e lidar com a competição (Porter, 2008). A parte criativa no desenvolvimento de uma estratégia consiste na identificação de um meio que ajusta as capacidades das empresas com as necessidades dos consumidores de uma forma que os concorrentes não possam alcançar, tendo em atenção às mudanças no meio envolvente externo de factores como tecnologia, demografia da indústria e regulamentação (Collis e Rukstad, 2008). O posicionamento estratégico nem sempre é óbvio, podendo se basear nas necessidades dos consumidores, na acessibilidade aos consumidores ou na variedade dos produtos ou serviços da empresa, e encontrá-la requer criatividade e perspicácia (Porter 1996). Ocasio e Joseph (2008) definem estratégia como uma estrutura, implícita ou explícita, na qual orienta uma organização na escolha das suas acções. Para Porter (1996), a estratégia significa fazer escolhas de posicionamento competitivo. Ao longo da investigação, será este o conceito de estratégia adoptado. Porter (2008) reforçou a ideia de que estratégias competitivas requerem que a empresa seja diferente e isso significa escolher deliberadamente diferentes grupos de actividades para fornecer uma única combinação de valor. A competição estratégica pode ser, assim, pensada como um processo de captação de novas posições que procuram fidelizar os consumidores ou atrair novos consumidores para o mercado. A criação de uma vantagem competitiva sustentável é a principal razão de ser da estratégia empresarial (Freire, 2002; Collis e Rukstad, 2008). Estratégias competitivas requerem que a empresa seja diferente e significa escolher deliberadamente diferentes grupos de actividades para fornecer uma única combinação de valor (Porter, 2008). A competição estratégica pode ser pensada como um processo de captação de novas posições que procuram fidelizar os consumidores ou atrair novos consumidores para o mercado. Para Collis e Rukstad (2008), a identificação das vantagens competitivas são muito importantes na elaboração de uma estratégia, pois o que o negócio trará de diferente ou melhor do que os outros define a essência da estratégia e delimita os objectivos específicos. Por exemplo, se a empresa escolher servir clientes institucionais, deve ignorar os 6 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo clientes de retalho; se as vantagens da empresa advêm de economias de escalas, a empresa pode não ser capaz de satisfazer necessidades particulares dos consumidores. Na literatura sobre a gestão estratégica, vários investigadores (Miles e Snow, 1978; Hofer e Schendel, 1978; Porter, 1980; Gupta e Govindarajan, 1984; Miller, 1986) têm apresentado grande interesse nas tipologias de estratégia (Tabela 1). As mais evidenciadas na literatura foram as desenvolvidas por Miles e Snow (1978) e por Porter (1980). Tabela 1 – Tipologias estratégicas Investigadores Tipologias estratégicas Miles e Snow (1978) Hofer e (i) Prospectiva; (ii) Analista; (iii) Defensiva; (iv) Reactiva Schendel (i) Aumento da quota de mercado; (ii) Crescimento; (iii) (1978) Lucro; (iv) Concentração de mercado e redução de activos; (v) Mudança; (vi) Liquidação Porter (1980) Gupta (i) Liderança nos custos; (ii) Diferenciação; (iii) Enfoque e (i) Aumentar a quota de Mercado; (ii) Maximizar a curto Govindarajan, (1984) prazo proveitos e cash-flow Miller (1987) (i) Diferenciação pela inovação; (ii) Diferenciação pelo marketing; (iii) Liderança de custos; (iv) Enfoque Fonte: Elaboração Própria Competitividade: Conceitos e Determinantes A competitividade é produto da interacção entre os factores específicos dos países e das empresas (Porter, 1990; Hu, 1995; Jenssen, 2003). A maioria dos estudos sobre a competitividade faz referência a três investigações fulcrais de Teece (1987), Porter (1990) e OECD (1996). Normalmente a competitividade é analisada segundo três dimensões: a territorial, a sectorial e a empresarial. Ao nível do entendimento conceptual sobre a competitividade, Porter (1990) referiu que não existe uma definição clara de competitividade. A nível micro, a 7 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo competitividade é geralmente conceptualizada como a habilidade das empresas para aumentar o tamanho, a quota de mercado e os resultados (Porter, 1985). A competitividade, apesar de ser um conceito extremamente complexo e abrangente, e por vezes discutível, é com ele, no entanto, que as empresas têm de saber lidar, no sentido de garantirem a sua sobrevivência e desenvolverem a sua capacidade concorrencial (Leitão et al, 2008). Teece (1990) afirma que a competitividade surge estreitamente associada à capacidade de gestão estratégica, nomeadamente à capacidade de assegurar modelos de organização e decisão que de forma integrada promovam a eficiência organizacional, a capacidade de inovação, a valorização das qualificações humanas e do conhecimento tecnológico interno à empresa. Ao longo dos tempos, vários são os factores apresentados na literatura que determinam a competitividade. A teoria económica tradicional preconizou que, os custos comparativos de produção determinam a competitividade das empresas (a forma de tornar mais competitiva é produzir mais barato, por exemplo, encontrando formas de reduzir os custos de trabalho). Posteriormente, vários estudos apontaram que os factores não relacionados com os preços são tão importantes, ou mais importantes, para perceber os determinantes da competitividade (Nevens et al., 1990; Clark e Guy, 1998). Segundo Porter (1990), a competitividade de um país num dado sector é determinada por quatro determinantes que se reforçam mutuamente e são igualmente importantes para a vantagem competitiva de uma indústria (este modelo é vulgarmente conhecido como o diamante de Porter): (i) Condições dos factores; (ii) Condições da procura; (iii) Indústrias relacionadas e de suporte e; (iv) Estratégia, estrutura e rivalidade empresarial. O “diamante” é um sistema dinâmico que representa as relações entre os quatros determinantes principais da vantagem competitiva nacional. No entanto, segundo Porter (1990) para além destes quatro factores existe duas variáveis adicionais importantes que podem influenciar este sistema, que é o acaso (acontecimentos fora do controlo das empresas) e o governo (que pode melhorar ou piorar a vantagem das indústrias. 8 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo A abordagem dos recursos e capacidades Assim como o meio envolvente está em constante mudança, também as abordagens da gestão estratégica tem sofrido várias alterações ao longo dos tempos. Para Ferreira (2007), é óbvio que assim seja, dado que as estratégias não são imutáveis, pois os meios envolventes, tanto internos como externos da empresa encontram-se em mudanças contínuas, e são eles em definitivo os factores determinantes de toda a estratégia. Nas últimas décadas emergiu uma nova abordagem, a dos recursos e capacidades que trouxe novas perspectivas para a gestão estratégica. A teoria dos recursos e capacidades realça os recursos e as capacidades das empresas como os principais factores que influenciam o seu crescimento. A ideia de visualizar as empresas como um conjunto de recursos advém do trabalho de Penrose (1959). Esta teoria defende que, sob a imperfeição dos mercados, existe uma heterogeneidade das empresas e uma variação nos seus graus de especialização que provoca uma limitada transferência de recursos que apresentam naturezas diferentes (Amit e Schoemaker, 1993). Muitas das investigações que fazem referência à teoria dos recursos (Grant, 1991; Barney, 1991; Amit e Schoemaker, 1993) fazem-no num contexto mais estratégico, apresentando os recursos e capacidades como inputs necessários à obtenção de vantagem competitiva sustentada de uma empresa e, deste modo, obter retornos superiores. Aliás, como referido por Miller e Shamsie (1996), a abordagem dos recursos e capacidades das empresas fornece um complemento útil à tão conhecida perspectiva estratégica de Porter (1980). Esta teoria mudou a ênfase do meio envolvente competitivo das empresas para os recursos que as empresas devem desenvolver para competir nesse meio envolvente. Newbert (2008) apresentou evidências empíricas que suporta a noção de que a obtenção de vantagens competitivas por via da implementação de estratégias baseadas nos recursos é um meio importante pelo qual as empresas podem aumentar o seu desempenho. Os recursos conferem vantagens competitivas contínuas para as empresas se forem raros e difíceis de serem imitados, não tiverem substitutos directos, e capacitarem as empresas para prosseguirem oportunidades e evitar ameaças (Barney, 1991). Miller e Shamsie (1996) são de opinião que o último atributo é o mais óbvio, pois se os 9 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo recursos tiverem valor podem gerar capacidades para aumentar os proveitos ou prevenir as perdas. Newbert (2008), encontrou evidências empíricas de que a combinação de recursos e capacidades raros e valiosos contribui para que as empresas alcançam vantagens competitivas e estas contribuem para o desempenho. Assim sendo, a principal razão para as empresas crescerem e terem sucesso pode ser encontrada dentro das empresas, pois, com recursos e capacidades internas superiores, estas conseguem criar uma base para a vantagem competitiva e obter retornos superiores (Peteraf, 1993), se aqueles forem conjugados com as oportunidades apropriadas do meio envolvente (Andrews, 1971). Wernerfelt (1984) definiu recursos como, tudo o que pode ser pensado como uma força ou fraqueza para uma determinada empresa e, que pode ser definido, como activos tangíveis e intangíveis que estão vinculados de forma quase permanente às empresas Na literatura sobre a abordagem dos recursos e capacidades constata-se que, apesar de aos recursos ser atribuído, em termos gerais, um poder influenciador sobre o crescimento, alguns investigadores (Prahalad e Hamel, 1990; Barney, 1991; Grant, 1991) realçam que os recursos, por si só, são insuficientes para a obtenção de uma vantagem competitiva ou para um crescimento sustentável. Segundo estes investigadores, é necessário que os recursos sejam transformados em capacidades, capazes de influenciar positivamente o crescimento. A este propósito, Penrose (1959) referiu que as empresas alcançam retornos superiores não porque têm mais ou melhores recursos, mas sim devido às suas competências distintivas que lhes permite fazer melhor uso dos mesmos. Capacidades representam formas sistemáticas de organizar os recursos, sejam tangíveis, humanos ou pequenos grupos de rotinas (Tallman, 2006). A Indústria dos Portos Marítimos Segundo a Comissão Europeia, citado em Voorde e Winkelmans (2002), “porto marítimo” compreende uma área de terreno e água formado por determinados melhoramentos de trabalho e equipamentos para permitir, principalmente, a recepção de navios, os carregamentos e descargas dos mesmos, o armazenamento de produtos, a recepção e entrega desses produtos nos transportes internos e 10 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo também pode incluir as actividades de negócios ligados aos transportes marítimos. Winkelmans (1991) referiu que a noção de porto marítimo é difícil de definir, porque o conteúdo da palavra depende largamente na diversificação dos terminais que apresenta e o nível em que intersectam os transportes e a cadeia de produção. A indústria dos portos marítimos tem passado por um processo de racionalização desde a década de 80 (Evangelista e Morvillo, 1998; Song, 2003; Parola e Musso, 2007). Durante os anos 80 as preocupações centraram-se na redução de custos e na racionalização, seguida pela gestão da qualidade nos anos 90, na tentativa de aumentar a eficiência e competitividade (Panayides e Gray, 1999). Actualmente, a gestão do ambiente tem sido uma parte integrante das estratégias das empresas dos portos, alcançado através das operações de transportes multimodais e da logística (Rondinell e Berry, 2000). O aumento na gestão dos portos e operações tem sido controlado por grupos que operam em portos globais. Numa era de economia global, os portos já não beneficiam de monopólio natural, como antigamente (Sletmo, 1999). Para Evangelista e Morvillo (1998), a indústria dos portos marítimos tem sido caracterizada por um crescimento complexo derivado da interacção de um conjunto de factores exógenos e endógenos no negócio dos portos. Dos factores exógenos, tem particular importância as estratégias de globalização das empresas que usam serviços de transporte, juntamente com o fenómeno de produção centralizada e recolocação da indústria. Dos factores ocorridos dentro da indústria, destaca-se a intensificação da procura tecnológica e organizacional, que tem contribuído para desencadear o processo de inovação. Desde que o meio envolvente em que os portos marítimos operam mudou drasticamente, os portos foram afectados por várias novas forças dirigidas para a competição global, incluindo, as distâncias a alcançar por carregamentos gerais, o aumento de megas carreiras, a entrada no mercado da logística integrada, a criação de linhas de rede entre as operações nos portos e o desenvolvimento das redes de transportes do interior (Notteboom e Winkelmans, 2001). O meio envolvente internacional enfrentado pelas empresas tem-se tornado crescentemente mais competitivo (Tongzon, 2007). Para este investigador, são vários os factores responsáveis por este aumento do comércio internacional e dos fluxos de investimentos, tais como, o aumento do crescimento e abertura de alguns países, o 11 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo aumento da globalização e a desregulamentação, a industrialização continuada das novas economias emergentes e a melhoria nas tecnologias de transporte. Embora, no geral, o meio envolvente se tenha tornado mais competitivo, este fenómeno variou de região e lugar, dependendo da extensão e natureza das mudanças. Para Jenssen (2003), existem três fenómenos, em particular, ocorridos no meio envolvente, que são importantes na indústria dos portos: (i) tecnologias de informação e comunicação; (ii) globalização e crescimento económico e (iii) protecção do ambiente. Para lidar com as mudanças do meio envolvente é necessário que haja uma forma de competição e cooperação entre os portos para que possam fornecer serviços que ajustam as estratégias das linhas marítimas (Song, 2003). A gestão dos portos marítimos tem sido caracterizado por uma forte competição que resulta das mudanças estruturais da indústria, onde as grandes empresas adquirem e fazem fusões com as pequenas na tentativa de se manterem competitivas (Panayides, 2003). De acordo com Evangelista e Morvillo (1998), a implementação de estratégias baseadas na aquisição deriva de várias razões, entre as quais: (i) protecção da especialização das actividades de transporte num segmento específico do mercado, na tentativa de manter e aumentar os serviços de gestão e produção; (ii) realização de grandes operações com flexibilidade e capacidade de adoptar rapidamente às mudanças num segmento específico de mercado; (iii) optimização da curva de experiência e (iv) adopção de um enorme controlo dos rendimentos das empresas. A competitividade, no entanto, também pode ser alcançada através da formulação e implementação de estratégias de negócios competitivas que aumentará o desempenho (Panayides, 2003). Para Fleming e Baird (1999) existem claramente alguns factores que influenciam a competitividade relativa de qualquer porto. Estes investigadores propuseram seis influências que combinadas ajudam a explicar por que determinados portos inevitavelmente se desenvolvem e levam vantagem sobre os adversários: organização e tradição dos portos; acessibilidade dos portos, por terra e por mar; o estado dos recursos e a influência dos mesmos nos custos dos portos; produtividade dos portos; preferência dos navegadores e vantagem comparativa em termos de 12 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo localização. Esta opinião é também partilhada por Tongzon (2007). Tendo por base o diamante de Porter e a investigação de Haezendonck (2001), Acosta et al. (2007) propuseram os seguintes factores para a análise da competitividade dos portos: Condição dos factores; competição nos portos; condições da procura; Governo ou Sector Público e indústrias de suporte. Nesta adaptação do diamante de Porter à indústria dos portos, o governo aparece como parte integrante dos determinantes principais, pois, ao contrário de Porter que apresentou esta dimensão como um factor externo ao diamante que poderia influenciar os outros quatro componentes, para Rugman e Verbeke (1993) e Acosta et al. (2007), o papel do governo deve ir muito além de catalisador e deve ser um componente integrante do diamante para este sector. O aumento da competição nos portos, a necessidade de atingir a competitividade e maximizar os lucros dos accionistas e a pressão do meio envolvente têm aumentado a ênfase da relação estratégia/desempenho. Segundo Panayides (2003) existe uma relação positiva entre a perseguição de vantagens competitivas e o desempenho das empresas na gestão dos portos. O binómio estratégia/desempenho é fundamental para a gestão de qualquer organização, pois influencia os limites da acção estratégica e a tomada de decisões (Burgelman, 1983; Noda e Bower, 1996; Judge e Zeithaml, 1992; Stiles, 2001). As empresas que aplicam estratégias competitivas têm mais hipóteses de terem um desempenho superior. A forte pressão na relação estratégia/desempenho parece ser alcançada com economias de escalas, diferenciação (em particular através de um conjunto de serviços oferecidos), focalização no mercado e análise dos concorrentes (Panayides, 2003). Aplicando os princípios das vantagens competitivas de Porter (1980), Sletmo e Holste (1993) referiram que para se sobreviver no mercado, os países marítimos e as organizações marítimas devem adoptar uma das três estratégias genéricas: (i) vantagem absoluta de custos, (ii) diferenciação e (iii) concentração em nichos de mercado. Entretanto, a aplicação somente das estratégicas genéricas parece ter limites na potencialidade de alcançar vantagens competitivas (Panaydes e Gray, 1999). Grant (1991) referiu que embora a literatura da gestão estratégica tende a enfatizar assuntos relacionados com o posicionamento estratégico em termos da escolha entre vantagens de custos e de diferenciação e entre segmentos de 13 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo mercados amplos ou restritos, o fundamental nestas escolhas é o posicionamento dos recursos das empresas. Na indústria dos portos, Sletmo e Holste (1993) admitiram que as organizações marítimas não podem alcançar competitividade somente baseada nas três estratégias genéricas. Também podem fazê-lo recorrendo aos recursos intangíveis (recursos humanos com conhecimento tácito e competências especificas envolvidas nos portos). A investigação de Sletmo e Holste (1993) introduziu a noção de recursos intangíveis para alcançar vantagens competitivas nos portos, a nível nacional, numa perspectiva macro. Estas considerações salientam a importância dos recursos e capacidades na indústria dos portos. Aliás alguns investigadores (Coeck et al., 1996; Haezendonck, 2001) referiram que a teoria dos recursos e capacidades pode ser muito valiosa para o planeamento e gestão dos portos. Segundo Haezendock (2001), a teoria dos recursos e capacidades que foca no interior das organizações pode ser vista como um complemento da análise tradicional do posicionamento estratégico dentro da indústria dos portos. A aplicabilidade desta teoria à indústria dos portos marítimos tem sido efectuada recentemente por alguns investigadores (Rugman e Verbeke, 1998; Panayides e Gray, 1999; Haezendock et al, 2000; Haezendonck, 2001). Segundo estes investigadores, a perspectiva dos recursos e capacidades na competitividade dos portos sugere que as competências únicas dos portos construídos, tendo por base os recursos comuns das empresas, constituem os elementos chaves para as empresas superarem os seus concorrentes Modelo Conceptual de Análise Tendo em conta o objectivo proposto de efectuar uma análise das estratégias de competitividade dos portos marítimos foi concebido o seguinte modelo conceptual (figura 1). A revisão da literatura sugere que a competitividade dos portos é influenciada por vários factores, tanto internos como externos à indústria e, as estratégias a adoptar para que sejam competitivas têm que estar em sintonia com estes factores. Como anteriormente referido o binómino estratégia/desempenho é fundamental para a gestão de qualquer organização, pois influencia os limites da acção estratégica e a tomada de decisões. A gestão dos portos necessita de delinear estratégias e incluir as suas implicações no desempenho pois serão 14 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo responsáveis por elas perante os seus clientes e outros stakeholders. Referiu-se igualmente que as empresas da indústria dos portos deverão adoptar uma das estratégias competitivas propostas na literatura ou a combinação delas, mediante as suas especificidades internas e o seu meio envolvente, mas tendo sempre em consideração os seus recursos e capacidades, importantes para alcançar desempenhos superiores neste tipo de indústria. Face ao exposto concebeu-se um modelo conceptual que integra quatro dimensões: (1) competitividade; (2) estratégias; (3) recursos e capacidades e; (4) desempenho. A integração das referidas dimensões conduziu a seguinte configuração, do modelo de investigação (figura 2). Figura 1 – Modelo conceptual proposto Estratégias -Diferenciação - Liderança de custos -Concentração em nichos de mercado - Crescimento - Prospectivas Competitividade Recursos e capacidades - Condição dos factores - Condição da procura - Competição nos portos - Industrias de suporte - Governo ou sector público - Acessibilidade Desempenho - Operacionalidade dos portos - Acessibilidades -Sistemas de informação e comunicação -Infraestruturas -Recursos relacionais Fonte: Elaboração Própria 15 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo Considerações finais O principal objectivo na implementação de estratégias competitivas é a criação de vantagens competitivas. A vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma empresa consegue criar para os seus compradores e que ultrapassa o custo de produção da empresa. A noção de competitividade pressupõe uma análise detalhada de variáveis, como os recursos, as organizações, a informação, a gestão, os processos, os produtos e serviços, a tecnologia, os mercados, as tendências evolutivas, as relações e interacções que se estabelecem dentro das organizações e destas com o meio envolvente. Na literatura da gestão estratégica, vários investigadores têm propostos várias tipologias estratégicas, como é o caso das estratégias genéricas de Porter (1980) e as de Miller e Snow (1978). Entretanto, a aplicação somente das estratégicas genéricas parece ter limites na potencialidade de alcançar vantagens competitivas. Grant (1991) referiu que embora a literatura da gestão estratégica tende a enfatizar assuntos relacionados com o posicionamento estratégico em termos da escolha entre vantagens de custos e de diferenciação e entre segmentos de mercados amplos ou restritos, o fundamental nestas escolhas é o posicionamento dos recursos das empresas. A teoria dos recursos e capacidades, que é focada no interior das organizações, pode ser vista como um complemento da análise tradicional do posicionamento estratégico dentro da indústria dos portos (Haezendock, 2001). A indústria dos portos tem passado por um processo de racionalização desde a década de oitenta (Evangelista e Morvillo, 1998; Song, 2003; Parola e Musso, 2007). Para Evangelista e Morvillo (1998), a indústria dos portos tem sido caracterizada por um crescimento complexo derivado da interacção de um conjunto de factores exógenos e endógenos no negócio dos portos. Como ficou patente na revisão da literatura existem vários factores que influencia a competitividade dos portos. Tendo por base estas considerações elaborou-se um modelo conceptual que contempla quatro dimensões: (1) competitividade; (2) estratégia; (3) recursos e capacidades e (4) desempenho. De uma forma sumária, sugere-se que as empresas da indústria dos portos devam analisar os factores que influenciam a sua 16 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo competitividade a fim de estabelecer estratégias que estejam em sintonia com estes factores, combinadas com os seus recursos e capacidades, se pretenderem alcançar desempenhos superiores. Como limitação desta investigação aponta-se o facto de não ter sido possível testar empiricamente o modelo e as preposições. Tendo por base estas limitações, sugerese como futuras investigações testar empiricamente o modelo proposto e estabelecer possíveis relações entre as várias dimensões. Dado que a análise da competitividade dos portos marítimos tem sempre em conta a competição ou rivalidade entre os portos, sugere-se estudos de análise dos portos que responde as seguintes questões: de onde vem a competição? Que portos competem com quê? Em que áreas os portos podem competir? 17 XIII Congreso Internacional de Investigación en Ciencias Administrativas La administración frente a la globalización: Gobernabilidad y Desarrollo Referências bibliográficas ACOSTA, M., CORONADO, D., CERBAN, M. (2007): “Port competitiveness in container traffic from as internal point of view: the experience of the Port of Algeciras Bay”; Maritime Policy e Management; Vol. 34 (5); pp. 501-520. AMIT, R. e SCHOEMAKER, P. J. (1993): “Strategic assets and organizational rent”, Strategic Management Journal, Vol. 14 (1), pp. 33-46. ANDREWS, K. R. (1971): “The Concept of Corporate Strategy”, Irwin, Homewood, IL. ANSOFF, I. (1965): “Corporate Strategy”, Mcgraw-Hill, New York. BARNEY, J. (1991): “Firm resources and sustained competitive advantage”, Journal of Management, Vol. 17 (3), pp. 99-120. BURGELMAN, R. A. 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