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AGOSTO Nº 6 2006 #6 2006 G L O BAL SOLUTIONS FOR LOCAL C U S T O M E R S – E V E RY W H E R E ESAB na Feira Internacional da Mecânica Solução ideal para soldagem mecanizada: Marathon PacTM Dedini e ESAB: parceria que aprimora processos AGOSTO Nº 6 2006 #6 2006 Editorial O mês de setembro traz consigo notícias, no mínimo, preocupantes: queda na produção industrial brasileira; redução no volume de exportações em função da atual situação cambial; incertezas quanto ao real impacto do fantástico crescimento da economia chinesa e da concorrência de seus produtos na economia e nas empresas brasileiras. Além disso, a campanha eleitoral deixa diversos setores da economia em compasso de espera, aguardando o seu desfecho e as eventuais alterações dela decorrentes. Neste quadro, resta às empresas brasileiras arregaçar as mangas e procurar, nos seus recursos e pessoas, a força para superar todas as dificuldades e crescer em um ambiente hostil de negócios. Neste número da Revista Solução, apresentamos algumas amostras do que a capacidade de superação dos brasileiros é capaz: a matéria especial sobre a Dedini S/A – Indústrias de Base mostra como uma empresa brasileira pode crescer e se fortalecer por mais de 80 anos, tornando-se referência no seu mercado, através da busca contínua por qualidade e tecnologia; a pesquisa do SENAI – Alvimar Carneiro para a capacitação de profissionais e desenvolvimento de tecnologia no segmento de construção offshore mostra que o conhecimento se constrói com a participação e a cooperação entre a indústria e a comunidade; por fim, apresentamos um resumo dos lançamentos da ESAB na Feira da Mecânica, ocorrida em maio, em São Paulo, e que já estão à disposição dos nossos clientes, para que possam melhorar seus processos de soldagem e corte. Esta edição marca também importantes mudanças na nossa revista: novo visual gráfico – mais moderno e dinâmico – e novas seções, como o Correio Técnico, que trará informações práticas sobre técnicas de soldagem, corte e utilização dos equipamentos ESAB. Agradecemos as diversas mensagens de apoio que temos recebido e gostaríamos de enfatizar que estamos sempre abertos para receber suas críticas, dúvidas e sugestões de matérias através do endereço eletrônico [email protected]. Para receber a Revista Solução, cadastre-se em nosso site www.esab.com.br, seção Literatura Técnica. Antonio Plais Expediente Publicação institucional da ESAB Brasil Rua Zezé Camargos, 117 Cidade Industrial Cep. 32210-080 – Contagem – MG [email protected] www.esab.com.br • Diretor Presidente Dante de Matos • Diretor de Vendas e Marketing Newton de Andrade e Silva • Diretor Industrial Luís Cláudio Assis de Mattos • Diretor Financeiro Luís Fernando Velasco • Gerente de Marketing Antonio Plais • Produção Prefácio Comunicação (31) 3372-4027 • Editora Celuta Utsch - MTr. 4667 • Redação Adriana do Carmo e Alexandre Asquini • Estagiária Débora Santana • Revisão Cibele da Conceição • Editoração Tércio Lemos • Fotografias Arquivo da ESAB • Revisão técnica Antonio Plais AGOSTO Nº 6 2006 índice Dedini e ESAB: parceria para enfrentar período de expansão página 5 Na Feira Internacional da Mecânica, ESAB lançou mesa de corte CNC nacionalizada página 9 Novas tecnologias em processos de soldagem e sistemas de corte página 10 Novidades e informações técnicas levaram clientes ao estande da ESAB página 13 Produtos ESAB se destacam na Feira da Mecânica página 15 Navalshore 2006 contou com estande da ESAB página 17 Solução ideal para soldagem mecanizada: Marathon PacTM página 18 PowerCut: solução em corte e goivagem página 19 Tecnologia de fabricação de nós de jaqueta página 21 Recuperação de rolos de lingotamento contínuo página 25 Mecanismos de alimentação Aristo Feed e Origo Feed página 27 Recuperação de peças de ferro fundido trincadas página 28 Caddy, Origo e Aristo: o que significam esses nomes? página 29 página 5 página 9 página 19 AGOSTO Nº 6 2006 Cliente Dedini e ESAB: parceria para enfrentar período de expansão O aumento do preço do petróleo no mercado internacional é um dos fatores a chamar a atenção do mundo para as potencialidades de combustíveis automotivos renováveis, e, nesse contexto, evidencia o empenho brasileiro, já de algumas décadas, para desenvolver tecnologias no campo do álcool de cana, de modo a abastecer uma crescente frota de veículos. Uma parte desse esforço deve ser creditada a um segmento específico da indústria brasileira de bens de capital, responsável por projetar e montar unidades produtivas capazes de processar grandes volumes de cana-de-açúcar, transformando-os em bilhões e bilhões de litros de álcool e milhões de toneladas de açúcar. Entre as principais empresas desse setor está a Dedini S/A Indústrias de Base, que em 2005 completou 85 anos de fundação e que há quase 80 anos começou a acumular experiência no fornecimento de serviços e equipamentos para o setor sucroalcooleiro. A empresa foi criada em 23 de agosto de 1920 pelos irmãos Mário e Cesare Dedini. Naquela data, eles adquiriram uma oficina de ferraria e carpintaria e, logo no A Dedini, fundada há 85 anos, acumula vasta experiência no segmento sucroalcooleiro AGOSTO Nº 6 2006 De olho no futuro, a empresa segue investindo em pesquisas ligadas ao biodiesel e à agroenergia, cujas perspectivas são muito boas Dedini Piracicaba Dedini Sertãozinho início, decidiram diversificar suas atividades, com a prestação de serviços na fabricação e reparos de moendas, caldeiras e outros equipamentos – caminho que se mostraria fundamental após a crise do café, em 1929, quando o mercado internacional passou a registrar um novo incremento do comércio do açúcar. Dez anos mais tarde, a empresa fabricou o primeiro equipamento completo para usinas de cana-de-açúcar: um conjunto de moendas para a Usina Nossa Senhora Aparecida. Em meio à Segunda Guerra, no ano de 1943, quando a empresa já atendia praticamente todas as usinas de açúcar do país, os fundadores criaram a Codistil – Construtora de Destilarias Dedini S/A –, para produzir e instalar destilarias de álcool e aguardente. Em 1952, foi fundada a Dedini Refratários, para a produção de cerâmica vermelha. Em 1970, com a morte de Mário Dedini, a direção das empresas passou para Dovílio Ometto; dez anos mais tarde, exatamente em 1980, com o objetivo de controlar e gerenciar os interesses das empresas, foi formada a Dedini S/A – Administração e Participações, a holding do grupo, com as funções de empresa acionista e controladora, tendo as famílias Dedini e Ometto como acionistas majoritárias. No ano de 1992, a Dedini e a Zanini somaram forças e constituiram a DZ Engenharia, Equipamentos e Sistemas, a maior fábrica mundial de equipamentos para o mercado de açúcar e álcool. Em 1995, todo o controle acionário passou a pertencer ao Grupo Dedini. Em 2000, formou-se a Dedini S/A – Indústrias de Base, empresa com capital totalmente nacional. Neste ano de 2006, perto de completar 86 anos, a Dedini S/A exibe um balanço financeiro favorável, decorrência de políticas internas rigorosas, combinadas com a qualidade dos serviços e a valorização dos funcionários. Perspectivas De olho no futuro, a empresa segue investindo em pesquisas ligadas ao biodiesel e à agroenergia, cujas perspectivas são muito boas, em razão não apenas do incremento da demanda energética interna, como também da busca internacional por mudanças na matriz do consumo de energia, com o objetivo de fixar alternativas para o petróleo, não só em termos de custos, mas ainda de sustentabilidade ambiental. Numa apresentação feita em março de 2006 – disponível do site da Dedini S/A –, o vice-presidente de Operações, José Luiz Olivério, mostra um novo cenário de expansão do setor sucroalcooleiro no país, atribuindo essa perspectiva positiva a três fatores independentes, mas concomitantes. No mercado interno, é crescente a demanda do álcool, em razão do sucesso comercial dos veículo tipo flex-fuel, com consumo preferencial de álcool. Um segundo ponto diz respeito às exportações de álcool, que crescem em razão de um fenômeno que o vice-presidente qualifica como ‘um espetacular interesse mundial’ pelo insumo, em função de suas propriedades ambientais, já que é produzido a partir de biomassa, com matéria-prima renovável. O terceiro fator diz respeito ao aumento do volume da exportação de açúcar, pela crescente competitividade brasileira e pela redução de subsídios à exportação de açúcar na União Européia. Considerada a safra 2004/05, havia no país 343 usinas em operação, que processaram 386 milhões de toneladas de cana, com a produção de 26,5 milhões de toneladas de açúcar (9,4 milhões de toneladas para o mercado interno e 17,1 milhões de toneladas para exploração), e 14,1 bilhões de litros de álcool, sendo 12,1 bilhões de litros para o mercado interno e 2,5 bilhões de litros para o mercado externo. Projeções com base em diferentes fontes indicam que, daqui a cinco anos, haverá necessidade de o país produzir 10,8 milhões de toneladas de açúcar para abastecimento do mercado interno e mais 20,9 milhões de toneladas para o mercado externo, num total de 31,7 milhões de toneladas de açúcar – um incremento de 18%. Quanto ao álcool, a necessidade total será de 27,3 bilhões de litros, sendo 22,1 bilhões de litros para o mercado interno e 5,2 bilhões de litros para o mercado externo – um aumento superior a 93%. Para fazer frente a esse quadro, deverão ser colocadas em operação pelo menos 70 novas usinas até a safra de 2010/2011, ampliando o parque instalado em 20% — uma expansão acelerada para a qual há preparação do ponto de vista tecnológico e fabril, AGOSTO mas para o qual, segundo ainda Olivério, será preciso um plano para capacitação financeira do setor, com linhas específicas de crédito e garantias para os novos negócios. Contribuição Indagado sobre se o conceito de ‘fábrica de fábricas’ (uma indústria que concebe e produz equipamentos, os quais irão ajudar outras indústrias a produzir) é realmente o mais adequado para definir a Dedini S/A, José Luiz Olivério afirma que sim. “Essa expressão é correta. Fornecemos peças e componentes, equipamentos, partes de fábricas, e até unidades completas, no regime turn-key.” Ele explica que, dependendo do segmento, o cliente fornece as características da planta e informa como pretende que a unidade produza, cabendo à Dedini projetar e implantar a nova unidade. “Por exemplo, no setor de açúcar e álcool, fazemos todo o fornecimento, inclusive, a partir da terra nua. Ou seja, discutimos com o cliente qual é o interesse dele e participamos da criação da solução”, assinala. Numa visão mais esquemática, uma primeira etapa do trabalho inclui a concepção e o desenvolvimento de soluções, os estudos de viabilidade e, também, definições quanto à tecnologia e à engenharia de processos. Na hora de definir e especificar as soluções, entra em campo a engenharia básica e a engenharia de equipamentos. A etapa de execução das soluções preconizadas corresponde justamente à fabricação (incluindo a produção interna de partes e peças e a definição e compra de partes produzidas por terceiros) à instalação e à montagem. A quarta e última fase é quando se deve iniciar a operação, com garantia de que haverá respostas dentro dos padrões previstos.“Uma vez concluída a montagem, é preciso colocar a unidade em funcionamento, com testes que vão assegurar o atingimento de desempenho e atendimento às garantias, e é preciso que o cliente tenha assegurada a assistência técnica.” Segundo o vice-presidente, a Dedini está apta a fornecer plantas inteiras pelo sistema turn-key, não apenas para o setor de açúcar e álcool, mas também para os setores de fabricação de cerveja, tratamento de efluentes líquidos, estocagem de sucos de frutas e fertilizantes e centrais de co-geração de energia. O atendimento a outros setores – com fornecimento de equipamentos e serviços – é feito com base em especificações apresentadas pelos clientes. A Dedini S/A também fornece serviços diversos, entre os quais estão os estudos de viabilidade e viabilização de projetos industriais; estudos de engenharia – de processo, básica e de detalhamento. E mais: realiza diagnósticos de unidades já em operação, com avaliação de funcionamento e performance de equipamentos, sistemas e plantas; procede a inspeções com ensaios não-destrutivos e realiza inspeções dimensionais, bem como revisões mecânicas, elétricas e de instrumentação, além de balanceamento dinâmico e análise de vibrações. Outros serviços fornecidos pela Dedini S/A correspondem a estudos em plantas piloto e a estudos laboratoriais para análise de biodegrabilidade; supervisão da montagem de equipamentos de plantas inteiras, treinamento de operadores de equipamentos e de plantas, bem como manutenção industrial e reformas de equipamentos e sistemas no campo. A produção da empresa é feita a partir de seis unidades: “Temos três fábricas em Piracicaba; uma grande unidade em Sertãozinho, uma unidade em Recife e outra em Maceió”, diz o vice-presidente. Ele explica que, ao todo, a Dedini S/A tem 3 mil funcionários, mas faz questão de ressaltar que trabalham cotidianamente para a empresa um total de 4.100 pessoas, já que agrega à soma um contingente de prestadores de serviço, responsáveis por áreas de apoio, como segurança, limpeza, refeitório e outros serviços feitos por meio de contratos e terceirização. Importância da soldagem Uma empresa que vive de conceber, projetar e montar grandes partes e componentes, integrando fábricas completas, não poderia dispensar a aplicação de tecnologias de soldagem. O vice-presidente José Luís Olivério confirma: “Aqui, na Dedini, há um uso intenso dos processos de soldagem, tanto no fornecimento de equipamentos novos como também no fornecimento de serviços de manutenção de equipamentos originais, principalmente no período de entressafra”. Ele explica que as fábricas construídas pela Dedini S/A são normalmente compostas de elementos que demandam dois processos essenciais: a caldeiraria e a mecânica. “Na Nº 6 2006 Fundição Piracicaba Mecânica Piracicaba A Dedini está apta a fornecer plantas inteiras pelo sistema turn-key não apenas para o setor de açúcar e álcool, mas para diversos outros AGOSTO Nº 6 2006 A parceria com a ESAB teve como objetivo o aprimoramento dos processos industriais e a introdução de uma tecnologia de ponta na parte de soldagem Dedini Maceió Dedini Recife parte de montagem, o processo de soldagem é essencial, justamente porque possibilita a união de partes dos produtos caldeirados para formar um conjunto. Isso em vasos, tanques, reatores, digestores, trocadores de calor, colunas de destilação e tudo mais.” E prossegue na explicação: “Na parte referente aos componentes mecânicos, também muitas vezes se tem o processo de soldagem, para permitir a integração e a fabricação de produtos completos; os processos de soldagem estão sempre lá.” Mas o vice-presidente chama a atenção para um terceiro aspecto, que qualifica como “uma grande utilização, específica do nosso setor”: a intensa aplicação da soldagem em operações de manutenção. “Isso ocorre porque, após as safras, as usinas de açúcar e de álcool absorvem de forma intensa serviços de manutenção, às vezes de reforma e, inclusive, também de repotenciamento. E, nesses momentos, então, o emprego da soldagem é fundamental.” Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, a maior utilização dos procedimentos de soldagem para recondicionamento das usinas ocorre não no campo, onde estão instaladas, mas nas próprias unidades da Dedini S/A. “Durante o período de entressafra, para a realização desses serviços de manutenção, de reforma e de repotenciamento, os equipamentos, peças e componentes das usinas são trazidos até nossas fábricas”, diz o vice-presidente, explicando que há um número menor de casos em que os serviços de soldagem ocorrem. Parceria com a ESAB José Luiz Olivério informa que um dos aspectos que marcam o êxito da Dedini S/A diz respeito a uma política de sempre fazer parcerias com fornecedores de relevância no mercado e que respondam às necessidades da empresa. “Com a ESAB, a Dedini S/A tem tido essa receptividade. Nós temos sido sempre bem-atendidos. Com a ESAB, encontramos esse espírito de parceria, que é importante para que possamos trabalhar no sentido de as duas partes serem beneficiadas. Dessa forma, vejo que a ESAB mantém um cliente importante e a Dedini conserva um fornecedor e um parceiro que presta um excelente serviço.” Para ilustrar suas afirmações, o vice-presidente mostra o exemplo de uma sistemáti- ca operacional com relação aos consumíveis. “Trata-se de um procedimento extremamente importante para nós: a ESAB mantém dentro de nossa empresa uma quantidade de material que nos permite sempre ter condição de uso, de acordo com as nossas necessidades, sem interrupção dos serviços.” José Luís Olivério conclui com uma definição desse relacionamento: “Trata-se de um atendimento muito avançado em termos de fornecimento. É, simultaneamente, uma facilidade comercial e logística. E traduz uma grande vantagem financeira que a ESAB está proporcionando a um cliente como a Dedini S/A.” No campo específico da tecnologia, cabe ao responsável pela unidade da Dedini S/A em Sertãozinho, Nelson Pulitano Júnior, oferecer um exemplo. Ele diz que a parceria com a ESAB teve como objetivo o aprimoramento dos processos industriais e a introdução de uma tecnologia de ponta na parte de soldagem. Buscou-se, assim, o desenvolvimento de equipamento totalmente nacional, voltado para a recuperação e/ou recomposição dimensional de peças metálicas através de soldagem, utilizando o sistema de duplo arame – denominado Twin Arc – com cabeçote oscilante, em substituição ao sistema simples de arame sem oscilação. A substituição visa fundamentalmente atender não só aos requisitos de qualidade, como também de custo e de produtividade: o novo sistema de duplo arame garantirá acréscimo de 200% na taxa de deposição, utilizando arame tubular ou sólido, em comparação ao sistema simples de arame sólido. “Em fase de desenvolvimento e testes, obtivemos taxa de deposição acima de 200%”, afirma. Nelson Pulitano Júnior avalia que o relacionamento com a equipe técnica e comercial da ESAB é muito boa. “Tem sido fácil a integração do pessoal da ESAB com os níveis operacionais da Dedini S/A Indústria de Base aqui na fábrica de Sertãozinho – falo de técnicos de processos, encarregados e operadores de soldagem, além de eletricistas e mecânicos de manutenção”, diz, destacando uma vantagem em especial: “Há pronta reação quando dos imprevistos inerentes à fase de implantação, de adaptação e quando é necessário introduzir mudanças nos equipamentos já existentes”. AGOSTO Nº 6 2006 Ao lado do cliente Na Feira Internacional da Mecânica, ESAB lançou mesa de corte CNC nacionalizada A o participar da 26ª Feira Internacional da Mecânica, de 23 a 27 de maio de 2006, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, a ESAB promoveu o lançamento da mesa de corte com comando numérico computadorizado (CNC) modelo PieceMaker, anteriormente fabricada nos Estados Unidos, e que agora é produzida no Brasil. A ESAB também fabrica no país outro modelo de mesa de corte com CNC, denominado Shadow2, lançado em 2005. A venda das mesas de corte com CNC contribuiu efetivamente para compor o volu- me de negócios da ESAB nessa feira, que foi da ordem de R$1,3 milhão. “Vendemos quatro unidades da PieceMaker e uma da Shadow2. Trata-se de um número significativo, em se tratando de equipamentos de grande porte”, comentou o diretor de Vendas e Marketing da ESAB, Newton de Andrade e Silva. A feira reuniu 1.900 empresas expositoras, de 35 países, e recebeu cerca 114 mil visitantes de 40 países – um público técnico especializado e, de modo geral, efetivamente interessado nas soluções apresentadas pelos expositores, o que gerou um expressivo volume de negócios. Time de profissionais da ESAB prontos para atender os visitantes que prestigiaram o estande da Empresa 10 AGOSTO Nº 6 2006 Presença na Feira da Mecânica: Dante de Matos, presidente da ESAB América do Sul; Newton de Andrade e Silva, diretor de vendas; Roberto Joaquim, gerente geral ESAB Centro - América; Ernesto Aciar, diretor presidente Conarco Argentina Newton Andrade e Silva coloca a ESAB entre os exemplos de êxito, pelos negócios realizados e também pelo estabelecimento da perspectiva de novas vendas nos próximos meses. Ele assinala que, apesar de o mercado na área de metal-mecânica este ano mostrar-se um tanto desaquecido, a ESAB, no geral, teve um desempenho muito bom na feira, não apenas com o principal lançamento, mas com outros itens da linha de produtos, incluindo as máquinas de solda standard. Além de negócios fechados com tradicionais clientes, o diretor de Vendas e Marketing assinala que foram realizados também bons contatos iniciais com empresas para as quais a ESAB não vendia. Ele ressaltou ainda a procura por parte de compradores de outros países: “Recebemos clientes de vários países da América do Sul, com a realização de vendas e com boas perspectivas para o futuro.” Em seu estande de 180 metros quadrados, com um projeto moderno, a ESAB apresentou suas principais linhas de pro- dutos, organizadas em quatro setores, em que foram exibidos, respectivamente, as novas mesas de corte, a área de robótica em soldagem, a linha de produtos de automação e exemplos das diversas famílias de equipamentos e consumíveis. Uma novidade importante foi a estratégia de promover demonstrações programadas a cada 20 minutos, focalizando, alternadamente, quatro equipamentos: a mesa de corte CNC PieceMaker, um robô para execução de operações de soldagem, a máquina manual de corte PowerCut e também o AristoPower – um avançado sistema de soldagem, de plataforma mundial, totalmente digitalizado, lançado há dois anos. De acordo com Newton de Andrade e Silva, essa nova estratégia de demonstração foi desenvolvida de modo a facilitar a comunicação com o cliente, favorecendo a compreensão das potencialidades de cada equipamento. Durante as sessões, consultores técnicos da ESAB reforçavam as principais características de cada equipamento e respondiam a perguntas. Novas tecnologias em processos de soldagem e sistemas de corte O s equipamentos apresentados pela ESAB na 26ª Feira Internacional da Mecânica resumem um novo leque de possibilidades tecnológicas nas áreas de processos automatizados de soldagem e sistemas de corte, as quais vêm sendo gradativamente colocadas à disposição do mercado brasileiro e sul-americano desde 2002, segundo ressaltou o gerente de Automação e Corte da Empresa, Luis Alexandre Repeti Garrido. PieceMaker Plus Manual Oxy-Fuel Station PieceMaker O gerente pondera que a grande novidade da ESAB na 26a Feira Internacional da Mecânica – a mesa de corte CNC PieceMaker – está sendo introduzida no mercado brasileiro com a idéia principal de suprir clientes que, atualmente, utilizam equipamentos de corte manual a plasma e buscam significativos ganhos de pro- dutividade. A PieceMaker possibilita que esses clientes migrem de soluções de corte a plasma manual diretamente para um desenvolvimento de corte a plasma controlado por CNC, sem a necessidade de passar por aplicações de equipamentos ópticos, como os equipamentos de corte com fotocélulas. Hoje em dia, de modo geral, as empresas, por menores que sejam, já adquiriram e utilizam o AutoCAD ou algum outro tipo de software que permita a elaboração de um projeto com a assistência do computador, com ganhos de tempo e precisão. Ocorre, porém, que essa vantagem inicial pode ser perdida em razão da necessidade de transpor o projeto para um equipamento pantográfico óptico. Isso porque será preciso redesenhar todos os componentes do projeto, de forma a adaptá-lo. Tal preparação envolve fazer a impressão do projeto, dispondo-a, em seguida, sobre AGOSTO uma mesa ao lado da máquina de corte, de maneira que o leitor óptico possa efetuar a leitura desse desenho, instruindo o equipamento a executar o corte da chapa. Segundo o gerente Luís Alexandre, os equipamentos com comando numérico computadorizado da ESAB – a PieceMaker e a Shadow2 – dispensam toda essa fase preparatória, proporcionando ganho de tempo e redução de custos: “A partir do próprio CAD, o CNC ‘limpa’ o desenho e o prepara para o corte.” Ele acrescenta um outro fator fundamental: o equipamento controlado por CNC traz um ganho de tecnologia não apenas para o plasma como também para o oxicorte. “A automação de projetos utilizando plasma normalmente não são atendidos pelos equipamentos de tecnologia de fotocélulas. O emprego de fotocélulas é principalmente para equipamentos de tecnologia de oxicorte”, assinala. Salto tecnológico Luís Alexandre frisa que a PieceMaker é um equipamento de pequeno porte, adequado para empresas que queiram fazer um investimento inicial mais moderado. “Seria um primeiro degrau na direção de utilizar mesas de corte com CNC, mas, sem dúvida, permite um significativo salto tecnológico.” Mas seria possível caracterizar melhor o que representaria esse salto? O gerente responde que sim, explicando que as empresas que adquirem essa tecnologia ESAB, de imediato, ganham uma grande flexibilidade. Isso porque, com o CNC, para mudar a peça que está sendo cortada, basta uma alteração razoavelmente simples no projeto formatado no CAD – o que pode ser feito em alguns minutos. Dessa forma, as peças que estavam sendo feitas de um determinado modo rapidamente têm a sua configuração alterada. Ou seja, consegue-se uma integração e uma flexibilidade de produção que não se consegue normalmente de outra forma, nem na aplicação manual e muito menos na aplicação dos sistemas ópticos, que exigem a reimpressão do desenho e a recalibração do equipamento. A idéia, segundo o gerente, é possibilitar ganhos de produtividade, com redução do dispêndio de tempo na preparação de um novo trabalho. “Quanto menor é a tecnologia envolvida, mais tempo se gasta e mais custoso é esse trabalho de adaptação de projeto”, ensina, deixando claro o reverso dessa equação: quanto mais avançada a tecnologia, Nº 6 2006 menores são o tempo de preparo do equipamento e o custo de produção. Shadow2 Com a Shadow2, a ESAB tem uma opção de mesa de corte nacionalizada também para empresas de maior porte. A Shadow2 é um equipamento maior do que a PieceMaker, voltada para atender, sobretudo, empresas que já estejam inseridas num mercado altamente competitivo. “São indústrias que compram chapas em tamanho padrão de usina – 2440mm de largura por 12000mm de comprimento; ou 2440mm de largura por 6000 de comprimento”, diz o gerente. Este equipamento apresenta a capacidade de fazer cortes com potências de plasma e espessuras no oxicorte superiores à oferecida pela PieceMaker. Trata-se, portanto, de uma máquina com características industriais, para as empresas que demandam volumes de corte maiores. A PieceMaker e a Shadow2 são dois produtos recentemente nacionalizados, segundo informa o gerente de Marketing da ESAB, Antônio Plais. Ele explica que, nos dois casos, as mesas de corte com CNC têm exatamente as mesmas características dos equipamentos antes importados. Porém, quando se faz a nacionalização de alguns componentes, é possível ganhar em agilidade de produção. “Dessa forma conseguimos uma redução substancial de custos, o que permitiu que essas máquinas passassem a ser oferecidas a um preço mais competitivo no mercado brasileiro.” Os dois equipamentos atualmente fabricados no Brasil não esgotam as possibilidades que a ESAB abre a seus clientes em território nacional. Tem-se uma extensão de linha, exatamente o conjunto de itens ainda fabricados nos Estados Unidos. São equipamentos que podem atender a grandes estaleiros, por exemplo. Estes equipamentos ainda não serão nacionalizados e, por ora, continuarão sendo trazidos do exterior, por uma questão de escala. 100% de customização De acordo com Luís Alexandre, a exemplo das soluções em sistemas robotizados de soldagem, também as soluções que envolvem os equipamentos de corte são 100% customizadas, levando em conta exatamente a necessidade do cliente. “O nosso trabalho começa sempre com uma solicitação. O clien- Shadow2 Print Large 11 12 AGOSTO Nº 6 2006 A ESAB é especialista em solda e as empresas que fornecem robôs são especialistas em manipulação; nós juntamos as duas especialidades AristoPower 460 te nos traz um desenho, ou apresenta uma peça e diz: ‘queremos produzir isto’. Em cima desse pedido, estudamos e levantamos todas as condições que devem ser satisfeitas para que ele seja atendido.” A ESAB tem condições de avaliar se o cliente necessitará utilizar um sistema de plasma e qual a sua potência, ou se precisará de uma solução oxicorte, informando, neste caso, quantas estações serão necessárias, levando em conta as faixas de espessura com que deverá trabalhar. Feita uma análise daquilo que o cliente produz e em função do resultado desse estudo, o produto é customizado, de forma que o cliente receba, de fato, uma solução que o atenda de forma completa. O cliente ESAB não adquire algo que esteja pronto na prateleira, aguardando para ser comprado. As máquinas PieceMaker ou a Shadow2 são fabricadas somente depois de vendidas. Tem-se em estoque esses modelos de mesa de corte em suas configurações básicas, ou seja, plataformas sobre as quais necessariamente são feitos ajustes ou complementos específicos, de modo a atender a situação identificada em cada caso. Robôs Um dos itens que chamou a atenção no estande da ESAB na 26a Feira Internacional da Mecânica foi um robô que executava operações de soldagem. “A indústria está cada vez mais exigente no que diz respeito a ganhos de produtividade e, para tanto, conta também com a contribuição que pode ser oferecida por aplicações robotizadas de soldagem – o que há muito deixou de ser uma exceção e vai se consolidando quase como uma regra no mercado”, diz o gerente de Automação e Corte, Luís Alexandre. Ele explica, com razoável simplicidade, como surgiram as aplicações robotizadas em processos de soldagem. “A ESAB é especialista em solda e as empresas que fornecem robôs são especialistas em manipulação; nós juntamos as duas especialidades – a da ESAB e a de empresas de robótica, como a ABB, Motoman e Kuka, por exemplo.” Com essa associação de competências, é possível disponibilizar para os clientes o que é chamado de ‘robot package’, ou seja, um ‘pacote de soluções para robôs’, que inclui a tecnologia de solda, a fonte, o alimentador de arame de solda e, inclusive, consumíveis para situações robotizadas. “Temos a capacidade de oferecer uma solução completa, a partir do exato entendimento das necessidades dos clientes que buscam esse tipo de solução.” AristoPower O AristoPower, lançado no Brasil em 2004, foi outra estrela da feira. Trata-se de uma solução em solda que tem sido fortemente integrada com os robôs. É um equipamento que vem se inserindo no mercado brasileiro com uma força muito grande, porque consegue atender efetivamente às necessidades dos clientes que fazem uso de diversificados materiais, como alumínio, aço inox, aço carbono, ligas de alumínio e, eventualmente, até ligas de cobre. Trata-se de um equipamento totalmente programável: uma vez conhecido o processo e o resultado que se deseja obter, chega-se facilmente a uma programação, que pode ser reajustada mais adiante, se se quer alterar a primeira aplicação específica. Este equipamento foi concebido para utilização manual e, ao mesmo tempo, oferece uma flexibilidade muito grande para o processo automatizado de soldagem. “Eu diria que é o ponto fundamental da nossa solução de robô”, diz o gerente Luís Alexandre. Parceria As novidades expostas no estande ESAB chamaram a atenção na 26a Feira Internacional da Mecânica, mas, além dessas ‘vedetes’, havia interesse por outros itens da linha de produtos. Foi apresentada a linha de automação padrão, com itens que empregam processos de arco submerso, para processos automatizados de soldagem, utilizados, por exemplo, em estaleiros e montagens industriais. “Esses itens é que nos têm dado uma força para montar uma massa crítica de negócios. Muitas vezes, o cliente chega buscando o padrão e sai com uma solução customizada, mas também, muitas vezes, vem achando que precisa do customizado e consegue ser atendido com o padrão”, explica Luís Alexandre. Ele conclui, ressaltando o espírito de parceria que a ESAB leva para o seu relacionamento com os clientes. “Nós trabalhamos junto com o cliente para compreender a sua necessidade e, uma vez que isso aconteça, trazemos a questão ‘para dentro de casa’, encontramos e implantamos a solução e acompanhamos os seus resultados, prestando total assistência em todas essas etapas. Isso não é simplesmente consultoria, é, de fato, uma parceria.” AGOSTO Nº 6 2006 Ao lado do cliente Novidades e informações técnicas levaram clientes ao estande da ESAB D urante os cinco dias da 26ª Feira Internacional da Mecânica, o estande da ESAB recebeu um considerável número de visitantes, incluindo empresários, dirigentes, especialistas e técnicos, que aproveitaram para conhecer de perto as novidades da ESAB ou que buscavam novos negócios. Muitos desses visitantes são clientes e parceiros de longa data. Entre os clientes tradicionais estava Edinaldo Correa, gerente da empresa Telhaço, de Salvador, Bahia, uma revenda e distribuidoras de produtos para indústrias. Ele adquiriu uma mesa de corte CNC PieceMaker, o principal lançamento 13 14 AGOSTO Nº 6 2006 da feira neste ano. “Considerei muito boa esta edição da Feira Internacional da Mecânica. Procuramos estar presente todos os anos para acompanhar as novidades do setor”, assinalou. Um robô executando um processo Mig Mag foi um dos itens do estande da ESAB que mais chamou a atenção de Jackson Vargas, da Sideraço, empresa com sede em Itajaí, Santa Catarina. “Esse braço mecânico realiza com perfeição cinco metros de solda por minuto. É uma velocidade impressionante”, disse, ressaltando a importância desses novos processos para incrementar a produtividade nas indústrias. Vargas acredita que a ESAB esteja no caminho certo, ao apresentar na Feira Internacional da Mecânica suas novidades tecnológicas. “Temos um contato muito bom com o pessoal da ESAB e isso é importante. É fundamental poder dialogar e contar com a retaguarda de nossos fornecedores, com soluções para problemas que surjam na empresa.” Brademir Bortolotto, da Brasferro, revenda de produtos da ESAB que opera em Boa Vista, Roraima, conta que aproveitou o contato com a equipe da ESAB para fechar negócios. Ele costuma participar desse tipo evento para se inteirar das novidades sobre produtos e tecnologias e, também para obter esclarecimentos a respeito de diferentes itens da linha de produtos. Paulo Renê, da Schulz Compressores, com sede em Joinville, Santa Catarina, demonstrou interesse pelo equipamento AristoPower, um produto lançado em 2004, mas, de certa forma, ainda uma novidade no mercado. “Fiquei impressionado com o fato de esse equipamento apresentar vários módulos de programação, permitindo que o operador programe os modos de transferência de arco.” Renê também procurou informações sobre as soluções oferecidas pela divisão Nederman da ESAB Brasil, que detém a liderança mundial em sistemas para exaustão de poeiras e fumos em ambientes industriais. Para ele, a Feira Internacional da Mecânica é muito importante por proporcionar aos técnicos e especialistas a oportunidade de encontrar solu- ções para os problemas vivenciados pela empresa, conhecer novas tecnologias e inovações e fazer contato com fornecedores sobre produtos e processos. Parcerias Maurício Lescowitz atua na Breithaupt, uma empresa comercial varejista com sede em Jaraguá do Sul e com filial em Joinville, ambas cidades catarinenses. “Temos uma parceria de muitos anos com a ESAB e, embora sempre tenhamos assistência e apoio muito bons em nossa região, consideramos o ambiente das feiras técnicas importante para tirar dúvidas, acompanhar os lançamentos e ampliar o relacionamento.” “Quando a gente vai ao estande da ESAB, na Feira Internacional da Mecânica, é mais para cumprimentar o pessoal, porque os produtos já conhecemos. Nós somos clientes da ESAB, tanto na parte de máquinas de solda como na área de máquinas corte”, diz Antônio João Severino, que todos conhecem por Neno, atuante na Painco, empresa fornecedora de blanks e conjuntos soldados em chapas grossas, que conta com um complexo industrial na cidade Rio das Pedras, no interior paulista, e outra unidade na cidade de Cubatão, na Baixada Santista. Neno se refere à relação entre a Painco e a ESAB utilizando o termo ‘parceria’. Ele explica que a área de solda de sua empresa, com mais de 150 máquinas de soldagem, é quase que uma exclusividade da ESAB. E também há predominância da ESAB na área de corte, onde, das 16 máquinas de corte instaladas, 12 levam essa marca. “Nos últimos três anos, temos comprado somente equipamentos ESAB. Estamos sendo muito bem-atendidos, a qualidade da máquina é boa e o preço é compatível com o mercado”, frisa. O representante da Painco sempre encontra novidades na Feira Internacional da Mecânica. “Os lançamentos de produtos são lançados nessa ocasião”, afirma, apontando uma outra vantagem: “Nessas feiras, as negociações são um pouquinho mais vantajosas. Os preços e as condições são melhores do que as encontradas no dia-a-dia.” AGOSTO Nº 6 2006 Ao lado do cliente Produtos ESAB se destacam na Feira da Mecânica A ESAB, mais uma vez, se destaca pela gama de produtos apresentados na Feira Internacional da Mecânica. Este ano, a Empresa, líder no mercado de máquinas e consumíveis de soldagem, demonstrou todo o seu leque de equipamentos novos voltados para os diferentes segmentos do mercado, desde produtos para a indústria automobilística, de tubulações, naval e de plataformas de petróleo até indústrias de serralheria. Os novos equipamentos apresentados na Feira pela ESAB seguem um design próprio, que objetiva identificar a marca pelo produto. O novo OrigoTM 286i, que foi o lançamento de destaque da Empresa, é um exemplo disso: além de possuir muita tecnologia agregada, o equipamento se apresenta com o mesmo design de seus irmãos menores (OrigoTM ARC 150 e 200), tornando os produtos facilmente identificáveis pelos clientes. O estande da ESAB na Feira da Mecânica 2006 apresentou alimentadoras e transformadores em plataformas de produção únicas. Os alimentadores, produzidos em nível mundial, possuem tecnologia que possibilita agilidade ao cliente. Os transformadores tiveram dois equipamentos representando o segmento: Bantan 250 Serralheiro e Super Bantan 256. Agora em uma mesma plataforma, os transformadores possuem automatização da produção e os novos desenvolvimentos baseados em plataforma de produção, visando atender bem a todos os segmentos do mercado de soldagem. OrigoTM 286i: destaque pela tecnologia agregada Com tecnologia 100% nacional, a ESAB desenvolveu uma nova fonte inversora para soldagem com eletrodo revestido e TIG: o OrigoTMArc 286i. Voltado para atender a demanda de clientes que ne- cessitam de versatilidade e portabilidade, o equipamento permite soldagem com eletrodos revestidos (inclusive celulósicos) e TIG, possui vários recursos de solda, como ArcForceTM e HotStartTM, pode ser conectado em redes monofásicas e trifásicas, além de ter peso reduzido e um design prático e robusto. A possibilidade de ligação em redes monofásicas e trifásicas de 220/380/440 é um grande diferencial desse equipamento, que pode ser conectado na maioria das redes elétricas disponíveis. Aliada a esta característica, a portabilidade da máquina torna o equipamento altamente versátil. A soldabilidade é também um valor agregado. Além de possuir grande estabilidade de arco com qualquer tipo de eletrodo, o equipamento pode soldar com eletrodos celulósicos com ajuda dos recursos de HotStartTM e o ArcForceTM. No processo TIG, o LiftArcTM é o sistema utilizado na abertura de arco. O OrigoArc 286i também possui saída para controle remoto, principalmente para utilização em TIG com pedal, e painel amigável que permite fácil ajuste. Linha OrigoTMArc: fontes de energia em uma mesma plataforma A nova linha de retificadores OrigoTM Arc é composta de fontes de energia com características de corrente constante, destinadas à soldagem de eletrodos em corrente contínua. A linha é composta por seis equipamentos: três para o mercado nacional (OrigoTM Arc 256, OrigoTMArc 406, OrigoTMArc 456) e três para exportação (OrigoTMArc 251, OrigoTM Arc 301 e OrigoTM Arc 401). Toda a linha é fabricada dentro de uma mesma plataforma, o que permite maior produtividade com menor custo, além de apresentar um design robusto e de fácil movimentação. Os equipamentos permitem a soldagem com eletrodos de até Esab Feed 30-4 Origo Arc 15 16 AGOSTO Nº 6 2006 6,0 mm de diâmetro e podem ser conectados a redes trifásicas de 220/380/440V e 60HZ. Além da soldagem de aço carbono e aço ligado, a linha permite soldar aços inoxidáveis, ferro fundido, alumínio e outras ligas, como cobre e bronze. A corrente de soldagem é ajustada de forma contínua por meio de manivela para qualquer aplicação dentro da faixa de utilização. OrigoTMFeed 302 P5 e OrigoTMFeed 304 P5, precisa alimentação do arame Os alimentadores de arame para soldagem semi-automática pelo processo MIG/ MAG, em serviços de produção média e pesada, possuem um design inovador. Eles são construídos com chapas eletrogalvanizadas que resistem a ambientes agressivos e que proporcionam maior proteção para o mecanismo de arame e para seus componentes internos. Com ajuste de tempo de anti-stick – tempo em que a fonte ainda fornece corrente após o término da soldagem –, os equipamentos não permitem que o arame cole na poça de fusão. O ajuste de dois toques ou quatro toques é um recurso que permite aliviar o estresse da mão do soldador em serviços de grandes cordões. OrigoTMFeed 302 P5 e OrigoTMFeed 304 P5 destacam-se por possuírem como principal vantagem o sistema de realimentação da velocidade do motor, pois, assim, pode-se garantir uma maior precisão na alimentação do arame. Esab Feed 30-2 PieceMaker Plus Transformadores ESAB: alta produtividade em pequenas dimensões Bantam 250 Serralheiro – Transformador resistente, compacto e de excelente desempenho. Pronto para uso, ele acompanha porta eletrodo e grampo terra, regulagem contínua da corrente e arco macio e de ótima abertura. Sua estrutura, toda em chapa galvanizada, permite maior proteção contra corrosão. Por possuir dimensões e peso reduzidos, seu uso é ideal em serralherias, montagens, estruturas leves, manutenção e hobby. O equipamento é excelente para soldagem com eletrodos rotilicos (E-6013) nas bitolas até 3,25mm, possuindo ventilação forçada para melhor desempenho. Super Bantam 256 – Transformador para soldagem manual, permitindo a utilização de uma ampla gama de eletrodos revestidos. Seu projeto simples e objetivo, aliado a uma extrema facilidade de operação, faz com que esta máquina de solda seja ideal para uso em oficinas, indústrias de produção leve, fazendas, serralherias, bem como para hobby, permitindo a soldagem com eletrodos de até 5,0 mm. Com corrente de soldagem regulável de 45 a 250A, o equipamento permite ajuste para o trabalho a ser executado, o que proporciona excelentes características dinâmicas ao arco elétrico de soldagem. Este é o transformador ideal em todas as aplicações de soldagem onde seja importante levar a máquina até o local de trabalho. Seu peso e volume reduzidos, seu braço e as rodas permitem transportá-la facilmente. Enquadrando-se na classe térmica H (limite de temperatura 180° C), o Super Bantam é o transformador que possui as mais altas características dentre as máquinas de sua categoria, oferecendo ampla garantia de desempenho, refrigeração forçada e longa duração. PieceMaker Plus BR: a evolução do corte A PieceMaker Plus BR é a solução de alto desempenho em corte, ideal para os pequenos e médios fabricantes que precisam da flexibilidade e da precisão de um sistema com controle numérico (CNC) sem o custo de um pórtico de grande porte. Disponível em três diferentes larguras, apresenta-se como configuração padrão e básica de trilhos com 16’ (4876mm), controle numérico Vision LE-F com unidade de disquete de 3,5” e fonte inversora de plasma modelo PC 1500 (15 a 90A) com tocha modelo PT-21 AMX. Opcionalmente, pode ser equipado com fonte plasma de 200A para cortes de até 25mm de espessura e duas estações de oxicorte, além de sistema de marcação pneumático e CNC com base na plataforma Windows, o Vision PC. Essa característica eleva a capacidade, em espessura, para o corte de aços ao carbono. AGOSTO Nº 6 2006 Ao lado do cliente Navalshore 2006 contou com estande da ESAB A Navalshore 2006 – III Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore aconteceu de 31 de maio a 2 de junho de 2006, nos Armazéns 5 e 6 do Porto do Rio de Janeiro. A ESAB participou da terceira edição, que colocou definitivamente a Feira no calendário regular de eventos do país. Ponto de encontro das empresas relacionadas à atividade de construção, reparo e manutenção de navios e à indústria offshore, clientes e fornecedores da indústria naval e de offshore, a Feira contou com estande da ESAB. A Empresa expôs suas linhas de equipamentos e consumíveis, além de apresentar lançamentos. Simulando cortes de diversas figuras geométricas, a máquina de corte por CNC, a PieceMaker Plus Br, funcionou durante todo o evento, chamando a atenção dos visitantes. Técnicos da ESAB compareceram à Navalshore 2006, prestando esclarecimentos, demonstrando produtos, ofere- Técnicos da Empresa participam da Navalshore 2006 Estande da ESAB na Feira cendo total suporte e mostrando que o contato com o cliente é essencial para a concretização de bons negócios. SENAI/RJ oferece curso técnico em soldagem Os investimentos públicos e privados nos segmentos de geração de energia, produção e distribuição de petróleo e derivados, com seus respectivos desdobramentos em outros setores da indústria metal-mecânica, aumentam a demanda por profissionais com uma formação sólida e especializada na área de soldagem. O Senai/RJ – Cetec oferece cursos e serviços nas áreas de soldagem, ensaios não destrutivos, mecânicos e metalográficos. Com atuação nos segmentos metal-mecânico, naval, offshore e dutos, o objetivo do Cetec de Solda é educar para o trabalho e ensinar novas tecnologias para apoiar o desenvolvimento industrial fluminense. O Curso Técnico de Soldagem ensina conteúdos específicos de todo o processo produtivo industrial no campo da soldagem. Além disso, passa uma visão ampla e prática sobre o assunto, formando profissionais aptos para preencher as demandas do mercado e capacitados para detectar problemas e buscar soluções relacionadas à produção de peças soldadas. A prática é muito importante para a formação. O Cetec, que possui contínua interação com o parque industrial, forma profissionais que desenvolvem soluções técnicas relacionadas à soldagem, bem como participam da execução de projetos de equipamentos soldados e exercem atividades de supervisão, que verificam os resultados do trabalho. O Senai/RJ visa formar profissionais com competências técnicas, iniciativa na resolu- ção de problemas, responsabilidade por resultados, adaptabilidade frente às mudanças, avaliação das práticas no mundo produtivo, flexibilidade e participação no aperfeiçoamento em processo. O Curso Técnico de Soldagem tem uma carga horária de 1700h (incluindo 250h de estágio) e é destinado a adultos ou jovens, maiores de 18 anos, com o ensino médio completo, ou com previsão de conclusão do ensino médio concomitante com o curso técnico. Ele tem como pré-requisito apenas estar cursando, no mínimo, a 2ª série do Ensino Médio. Informações: (21) 3978 8700 [email protected] 17 18 AGOSTO Nº 6 2006 Produtos Solução ideal para soldagem mecanizada: Marathon PacTM A ESAB desenvolveu uma nova embalagem para arames sólidos e tubulares. O Marathon PacTM, além de reduzir o impacto ao meio ambiente, por ser fabricado com materiais totalmente recicláveis e de fácil manuseio, proporciona maior eficiência e qualidade da produção pela redução do número de paradas para substituição da embalagem e melhorias na alimentação do arame. A embalagem possui uma técnica especial, que bobina o arame de soldagem dentro do tambor, de maneira que, durante sua alimentação, ele sai mais reto na tocha de soldagem. Assim, a nova embalagem oferece uma partida confiável, produz contato na junta com alta precisão e contribui para uma soldagem de alta qualidade. O Marathon PacTM é ambientalmente correto. Ele é produzido em papelão corrugado reciclável e coberto por uma camada impermeável. Além disso, a embalagem octogonal tem um terço do peso do tambor redondo tradicional. Desenvolvido em dois tamanhos, até 100 Kg e até 250 Kg, a embalagem não requer uso de equipamentos para desbobinamento, ocupando pouco espaço e oferecendo soluções flexíveis. A maioria dos arames de soldagem MIG/MAG e diversos tipos de arames tubulares podem ser fornecidos em conjunto com a embalagem. Acessórios também foram desenvolvidos pela ESAB com o objetivo de facilitar o manuseio e a operação com esse tipo de embalagem: tampa plástica, conector rápido, que possibilita a conexão do conduíte do arame com a tampa plástica, carro com dois rodízios e duas rodas fixas, gancho de levantamento, adaptador da tampa e conector para o conduíte do arame e conduíte do arame com baixa fricção. Produtividade e confiabilidade O uso do Marathon Pac TM reduz o consumo das peças sujeitas ao desgaste, o esforço na unidade de alimentação e a necessidade de manutenção do equipamento de soldagem. Estas vantagens podem ser aproveitadas, também, em estações de soldagem manual, onde partidas e paradas repetitivas implicam impacto no alimentador de arame, por causa da necessidade de acelerar bobinas pesadas. Assim, a produtividade é reflexo de um fluxo de produção mais uniforme e confiável que, por conseqüência, proporciona maiores lucros. A nova embalagem desenvolvida pela ESAB proporciona a redução de reparos e rejeições por defeitos de soldagem. A tecnologia empregada no Marathon Pac TM protege o arame contra a poeira e faz com que somente o arame livre precise ser acelerado, prevenindo paradas causadas por entupimentos no conduíte do arame e oferecendo partidas rápidas e confiáveis. AGOSTO Nº 6 2006 Produtos PowerCut: solução em corte e goivagem D esde 1957, quando a ESAB desenvolveu o processo de corte a plasma Plasmarc™, temos introduzido um grande número de inovações a cada ano, tendo a certeza de manter a qualidade de corte e goivagem. Hoje, a linha de corte Plasmarc™ possui uma vasta linha de máquinas, cobrindo todas as necessidades e aplicações de corte e goivagem. Com a sua avançada linha de inversores PowerCut, a ESAB oferece produtos portáteis e leves de grande potência, que podem ser levados aos locais de trabalho. A linha PowerCut engloba as máquinas PowerCut 650, PowerCut 875 e PowerCut 1500. Descrição do processo Em nosso processo patenteado Plasmarc™, um eletrodo é inserido na capa de corte, que possui um orifício pequeno que permite a passagem do arco. O gás plasma, geralmente ar-comprimido, passa por esta capa de corte, onde é aquecido a temperaturas Espessura de corte e separação dos conjuntos de corte a plasma em torno de 50.000ºF. O arco plasma, então, é formado, quente o suficiente para derreter qualquer tipo de metal e efetuar o corte ou a goivagem. Devido ao fato de o processo Plasmarc™ ser simples e versátil, ele é utilizado em uma vasta gama de aplicações em metais ferrosos e não-ferrosos. Com a máquina a plasma, podemos cortar aço-carbono, aço inoxidável, alumínio, cobre, além de outros metais, em elevadas velocidades, obtendo excelente qualidade de acabamento. O produto A família PowerCut é composta de equipamentos inversores, sendo que três deles são comercializados pela ESAB no Brasil: PowerCut 650, PowerCut 875 e PowerCut 1500. Os números no nome da máquina significam a capacidade de corte de cada equipamento, indicado em polegadas e tendo como referência aço carbono. Eis a capacidade de corte de cada máquina: Conjunto PowerCut 650 PowerCut 875 PowerCut 1500 Corte (mm/pol) 16 / (5/8) 22 / (7/8) 38 / (1 1/2) Separação (mm) 19 32 45 19 20 AGOSTO Nº 6 2006 O equipamento de corte a plasma é composto basicamente pela fonte, tocha e grampo terra. Nos equipamentos PowerCut, o cabo de alimentação e o filtro-regulador também ja vêm instalados. Design avançado O console da máquina é feito com um resistente material que, além de proteger a máquina, ainda absorve qualquer choque mecânico. A máquina possui também duas alças que, além de servirem para o transporte da máquina, dão um grau de proteção maior ao equipamento. Aliado a estas características, as partes eletrônicas da máquina estão suspensas por um suporte interno de alumínio, eliminando os danos provenientes de vibração ou batidas. Quando utilizar o processo de corte a plasma Plasma x Oxicorte O processo de corte a plasma é um processo versátil e rápido. Comparado com o processo de oxicorte, chega a ser sete vezes mais rápido, dependendo da espessura da peça a ser cortada. Suas principais vantagens são: • pouca necessidade de limpeza; • excelente qualidade e acabamento; • sem chama de pré-aquecimento; • pequena zona afetada pelo calor (ZAC); • baixo custo por metro cortado; • versatilidade: corta diversos tipos de metal, ferrosos e não-ferrosos. Custos Na maioria dos casos, o gás plasma utilizado é o ar-comprimido. Portanto, não há necessidade de gastos em relação a qualquer outro gás para corte. Além disso, as fontes inversoras consomem menos energia do que as fontes convencionais. A tocha PT-32EH, utilizada com os equipamentos PowerCut 875 e PowerCut 1500, apresenta o menor número de consumíveis do mercado: apenas três! Os orifícios no eletrodo fazem o papel do difusor, não necessitando, portanto, e peças de cerâmica. Goivagem a plasma As máquinas de corte PowerCut podem também ser utilizadas no processo de goivagem. Eis algumas vantagens do processo de goivagem a plasma em relação à goivagem com o eletrodo de grafite: • Nível de fumo reduzido em torno de sete vezes e nível de ruído 30% menor: possibilita o uso das PowerCut em ambientes fechados sem que haja dano à saúde do operador. • Sem inclusão de carbono residual no material: não necessita de outra operação para limpeza após o processo de goivagem. • Alta qualidade da superfície após a goivagem: além de ar-comprimido, pode-se utilizar nitrogênio como gás de goivagem, permitindo assim que peças de alumínio e aço inoxidável apresentem uma superfície limpa após a operação de goivagem. • Baixo custo final: na maioria dos casos, é utilizado ar-comprimido. • Ciclo de trabalho do operador elevado: não existe a necessidade de o operador ficar substituindo/encaixando o eletodo a toda hora na tocha. Os consumíveis plasma duram horas e, portanto, é uma preocupação a menos para o operador. • Altas taxas de remoção de material: 8,56kg/h utilizando a PT-32EH a 90A e 17kg/h utilizando a PT-26 a 150A. • Portabilidade e versatilidade do equipamento: as máquinas PowerCut podem ser transportadas até o local de trabalho, pois, além de serem leves, possuem alças para esta finalidade. Além disso, com a troca de apenas dois consumíveis, pode-se passar da operação de goivagem para a operação de corte. A tocha utilizada no processo de corte ou no processo de goivagem é a mesma. A única alteração a ser feita é a substituição da capa de corte pela capa de goivagem e o protetor térmico. A operação de goivagem, assim como o corte, pode ser mecanizada. Outros trabalhos de goivagem, como limpeza de superfícies e remoção de cordões de solda, podem ser feitos utilizando o conjunto PC-1500/PT-32EH (goivagem manual) ou PC-1500/PT-21AMX (goivagem mecanizada). AGOSTO Nº 6 2006 Artigo Tecnologia de fabricação de nós de jaqueta Saul Fernando de Carvalho Filho SENAI Alvimar Carneiro de Rezende Retirado da Revista ABS – Associação Brasileira de Soldagem Ano II - Nº 8 - 2006 Introdução O NÓ DE JAQUETA é uma das partes mais complexas de uma estrutura de sustentação tubular. Ele consiste no ponto onde tubos de dimensões diversas se encontram segundo inclinações diferentes (figura 1). A construção deste tipo de estrutura é complexa devido às suas dimensões e condições de soldagem. As dimensões envolvidas na construção deste tipo de estrutura, como no caso da PRA-1 (Plataforma de Rebombeamento Autônoma), que está sendo construída no Brasil para a Petrobrás, podem chegar a tubos de 2000 mm de diâmetro, com paredes de espessura de até 60 mm, resultando numa estrutura de 120 metros de altura. A geometria no acoplamento dos tubos é complexa. O número de tubos que se encontram em um mesmo nó pode chegar a 12, e os ângulos relativos podem chegar a um mínimo de 20 graus, o que torna o processo de soldagem, destacando-se o acesso à raiz da junta, muito difícil. Outro fator que torna difícil a soldagem deste tipo de peça é a falta de acesso aos dois lados da junta, o que ocorre em algumas situações, exigindo que a penetração do passe de raiz seja total e atenda às exigências de qualidade e confiabilidade. da seção de um nó de jaqueta similar aos da estrutura da PRA-1, priorizando os aspectos relativos à soldagem. O projeto Este projeto, inspirado no crescimento da indústria petrolífera, que atualmente vem se intensificando no Brasil, reuniu algumas empresas do setor metal-mecânico e de soldagem da região metropolitana de Belo Horizonte, MG, como Delp Engenharia, SMS Demag, ESAB, White Martins e o Senai, na busca pelo desenvolvimento de tecnologia para a construção deste tipo de estrutura. O trabalho consistiu no estudo e dimensionamento do chanfro e na especificação dos parâmetros e procedimentos de soldagem para a construção Projeto da junta O projeto da junta foi feito com base nas normas da Petrobrás, as famosas N´s, e na experiência dos engenheiros envolvidos, levando-se em conta, também, a experiência dos soldadores que executariam a soldagem. O acoplamento do tubo secundário inclinado sobre o tubo principal, que pode ser chamado de junta tubular, produz uma geometria de contato variável ao longo do perímetro, o que resultou em um perfil de chanfro, também variável. Os perfis do chanfro nos pontos médio e extremos são mostrados a seguir. O projeto foi dividido em 7 etapas: · escolha da seção de um nó; · projeto da junta; · escolha do processo de soldagem; · especificação de procedimento de soldagem (EPS); · aquisição e disponibilização de materiais e equipamentos; · preparação do ambiente de trabalho; · construção; · análise dos resultados / ensaios. Figura 1 – Nó de jaqueta Escolha da seção de um nó A escolha da seção foi influenciada, principalmente, pelo nível de complexidade da junta a ser soldada e pela capacidade de movimentação de carga na área escolhida para a construção. Após a escolha, foi feito um desenho, em três dimensões, da seção do nó (figura 2). Para reduzir o peso da estrutura, já que o que mais interessava era o acoplamento do que foi chamado de tubo secundário (menor diâmetro) sobre o tubo principal (maior diâmetro), optou-se pela utilização do tubo principal em meia cana. Figura 2 – Desenho da seção do nó 21 22 AGOSTO Nº 6 2006 Figura 3 – Perfil do chanfro Figura 4 – Tubo principal (meia cana) Escolha do processo de soldagem Para a execução da soldagem, foram escolhidos dois processos: Eletrodo Revestido (SMAW) para o passe de raiz e Arame Tubular (FCAW) para o enchimento e acabamento. A escolha do Eletrodo Revestido se deu, principalmente, pela dificuldade de acesso à raiz da junta. Optou-se pelo Arame Tubular para o enchimento e acabamento em função da maior taxa de deposição e qualidade da solda obtida. Especificação de procedimento de soldagem (EPS) Para determinação dos consumíveis, parâmetros e procedimentos de soldagem, foram considerados os desenhos da junta, procedimentos de soldagem similares já qualificados, catálogos de consumíveis, além das exigências e recomendações das normas da Petrobrás, sempre de acordo com o material a ser soldado. Metal de base: Atendendo às especificações do projeto, o metal de base foi definido como sendo o ASTM A36 (Classificação IIA para o tubo principal e IIC para o tubo secundário – Norma Petrobrás N-1678). Figura 5 – Corte e ajustagem Consumíveis: Os consumíveis foram definidos de acordo com a exigência de resistência do aço e atendimento à norma correspondente da Petrobrás. Para o passe de raiz, foi especificado o eletrodo revestido OK 5500 (AWS E7018-1), diâmetro de 3,25 mm, polaridade positiva. Para o enchimento e o acabamento, foi especificado o arame tubular OK Tubrod 81 Ni1 Ultra (AWS E 81T1-Ni1), diâmetro de 1,2mm. A partir da definição do arame tubular, o gás de proteção escolhido foi o CO2 puro. Parâmetros e condições de soldagem: Os demais parâmetros envolvidos na soldagem, como corrente de soldagem, velocidade de soldagem, temperatura e tempo de pré-aquecimento, temperatura e tempo de pós-aquecimento, vazão de gás de proteção, técnica operatória e limpeza entre passes foram determinados com base nos conhecimentos técnicos dos responsáveis e em procedimentos já qualificados, sempre respeitando as exigências e recomendações das normas e as particularidades da situação. A tabela 1, abaixo, apresenta valores tipicamente utilizados na soldagem. Aquisição e disponibilização de materiais e equipamentos / preparação do ambiente de trabalho Nesta fase, foi escolhida e preparada uma área na oficina de soldagem do Senai-ACR, na cidade de Contagem, MG, para a construção da seção do nó escolhido. Para o tubo principal (espessura da parede de 38 mm e raio 700 mm), foi comprada, pelo Senai-ACR, uma chapa com as dimensões adequadas, sendo a mesma calandrada pela Delp, formando uma meia cana (figura 4). O tubo secun- Tabela 1 - Parâmetros típicos utilizados na soldagem passe processo consumível raiz SMAW E 7018-1 enchimento e FCAW E81T1-Ni1 acabamento * temperatura de pré-aquecimento bilota 3,2 mm corrente 110-150A tensão 20-28V aporte 2,8 KJ/mm pré* 1,2 mm 170-270A 25-30V 1,9 KJ/mm 110ºC AGOSTO Nº 6 2006 23 Figura 6 – Junta preparada dário (espessura de 19mm e diâmetro de 950mm) foi fornecido pela Delp. Um forno de ressecagem e manutenção de eletrodos revestidos foi colocado no local e preparado para utilização. Equipamento para oxicorte, gases (oxigênio e acetileno) e um queimador para controle da temperatura da peça foram disponibilizados. Uma talha com capacidade de duas toneladas foi colocada no local (interior da oficina) e uma empilhadeira foi colocada à disposição para auxiliar a movimentação das peças a serem soldadas. Duas fontes SMAW foram preparadas para utilização. Foram disponibilizadas pela ESAB duas fontes GMAW modelo ESAB LAB 475 Cabeçote MEF 44N. Dois cilindros de CO2 (100%) e reguladores de pressão, linha Prostar Gold, Modelo PGFC86, foram fornecidos pela White Martins. Equipamento para registro de informações e monitoramento de parâmetros foi disponibilizado (alicate amperímetro, multímetro, termopar, cronômetro, lápis térmico, paquímetro, trena e máquina fotográfica digital), além de esmerilhadeiras, maquita, discos de corte e desbaste, entre outras ferramentas. Construção A fase de construção da seção do nó de jaqueta foi subdividida em três etapas: traçagem/corte, produção do chanfro/ajustagem e soldagem. Esta fase do projeto, além dos engenheiros, envolveu diversos profissionais da indústria metal-mecânica e de soldagem, como técnicos, caldeireiros, maçariqueiros e soldadores, todos profissionais do Senai, Delp e SMS Demag. Como início dos trabalhos, foi feita a traçagem e o corte do tubo secundário, de acordo com a planificação feita a partir dos desenhos. Foi utilizado gabarito impresso em papel. O ajuste foi feito verificando-se o acoplamento do tubo secundário no tubo principal. Posteriormente, o chanfro foi produzido e novos ajustes foram feitos, com a finalidade de alcançar as dimensões especificadas no projeto da junta (figura 5). Após a última verificação das dimensões do chanfro e abertura de raiz, foi executada a operação de ponteamento. Em seguida, foi iniciada a etapa de soldagem (figura 7), passe de raiz (SMAW), enchimento e acabamento (FCAW), sempre com dois soldadores trabalhando simultaneamente. Durante a soldagem, a abertura do tubo secundário foi obstruída, simulando a situação em que o soldador não tem acesso ao outro lado da junta, exigindo penetração total com acabamento satisfatório. Os procedimentos foram realizados conforme a EPS, todos os parâmetros foram monitorados. Após o término da construção, a peça foi colocada em exposição no 1º FIPEN – Fórum Industrial de Produtividade e Negócios, realizado em Contagem, MG (figura 8). Análise dos resultados / Ensaios O aspecto da solda produzida foi de ótima qualidade e acabamento no lado externo, mas a penetração do passe de raiz não atendeu às exigências. Desta forma, foi feito um acabamento com arame tubular na parte interna da solda. Foi realizado um ensaio criterioso de ultra-som em toda a extensão do cordão. O resultado do ensaio mostrou alguns defeitos, mas confir- Figura 7 – Soldagem 24 AGOSTO Nº 6 2006 Figura 8 – Peça acabada Traçagem Tempos efetivos das operações 12:00 11:00 10:00 09:00 08:00 07:00 06:00 05:00 04:00 03:00 02:00 01:00 00:00 Puncionamento Corte Ajustamento usando gabarito de madeira Comparação entre tempo efetivo de trabalho e tempo gasto com imprevisto Tempo de trabalho Produção do chanfro e ajustagem Ponteamento Imprevistos Soldagem Raiz 1 Operações Soldagem Enchimento e Acabamento Limpeza e preparação Figura 9 – Gráfico dos tempos efetivos das operações mou a qualidade da solda produzida na maior parte de sua extensão. Outros ensaios ainda serão realizados, como macrografia, micrografia, impacto (Charpy V) e dobramento. Durante a fabricação da seção do nó, foi registrado todo tipo de informação, como tempos de execução de operações, parâmetros de soldagem (corrente de soldagem, tensão de soldagem, velocidade de soldagem, vazão de gás de proteção, velocidade de alimentação de arame), temperatura da peça, abertura Figura 10 – Gráfico de aproveitamento do tempo da raiz, seqüência de passes, entre outros. Os tempos gastos nas operações estão indicados na figura 9. Foi possível, ainda, fazer uma comparação entre os tempos efetivos de cada operação e o tempo gasto com imprevistos (figura 10). Conclusão Com o desenvolvimento deste projeto, foi possível identificar os pontos críticos e uma série de detalhes sobre a fabricação de um nó de jaqueta e, de imediato, fo- ram propostas soluções para alguns dos problemas encontrados, além da melhor percepção de como os procedimentos e parâmetros de soldagem interferem no processo. Ainda existe muito a se desenvolver, e as informações coletadas durante a fabricação, bem como a experiência vivida pelos participantes do projeto, sejam eles engenheiros, técnicos, soldadores, maçariqueiros, caldeireiros, entre outros, constituem um banco de dados importante para o desenvolvimento da fabricação deste tipo de estrutura, o nó de jaqueta. AGOSTO Nº 6 2006 Correio técnico I Recuperação de rolos de lingotamento contínuo Materiais e técnicas empregadas Figura 1– Lingotamento contínuo de placas Computador Cláudio Turani Vaz – Consultor Técnico Luís Alexandre Repeti Garrido – Gerente Automação D esde os primórdios da humanidade, os metais influenciam de maneira significativa os hábitos e costumes sociais, a ponto de guiarem nossa evolução. Podemos afirmar que, desde o fim do século XIX, estamos vivendo o que se pode denominar a Era do Aço, tal a importância dessa liga em nosso cotidiano. Esse contexto fomentou o desenvolvimento de novas técnicas visando ao aumento de produtividade e à melhoria da qualidade das diversas ligas de aço produzidas. Entre os inúmeros avanços, um dos mais revolucionários, que apresentou substancial crescimento nos anos 60, foi o desenvolvimento do lingotamento contínuo, em substituição à solidificação do aço em lingoteiras, também conhecido como lingotamento convencional. Neste processo, o aço líquido é vazado em um molde oscilante onde ocorre a formação de um filme sólido superficial, sendo posteriormente tracionado por conjuntos de rolos que permitem a realização de uma operação contínua de solidificação e conformação, como ilustrado na figura 1. Devido a fenômenos como fadiga térmica, corrosão e abrasão, entre outros, os rolos, mesmo sendo produzidos em ligas especiais, sofrem um processo de desgaste significativo, ao longo do tempo, e a soldagem se apresenta como a técnica que proporciona os melhores resultados em sua recuperação. Dentre os inúmeros processos de soldagem existentes, são utilizados nessa aplicação a soldagem ao arco submerso (SAW – Submerged Arc Welding) com fluxo Figura 2 – Conjunto RotoClad 1500 25 26 AGOSTO Nº 6 2006 aglomerado neutro básico e arame tubular ligado ou soldagem com arames tubulares do tipo “auto-protegido” (FCAW – Flux Cored Arc Welding). A ESAB possui toda a linha de máquinas e consumíveis necessários a essa aplicação. Figura 3 – Cordões de solda produzidos pelo processo arco submerso Figura 4 – Cordões de solda produzidos utilizando arame tubular “auto protegido” Solução em equipamentos Para recuperação de rolos ou outro tipo de cilindros, pelo processo de soldagem ao arco submerso ou com arames tubulares “autoprotegidos”, a ESAB possui o conjunto RotoClad 1500. Esse conjunto reúne, em um único equipamento, todos os recursos de soldagem e movimentação indispensáveis à recuperação de rolos de lingotamento, um trabalho de alta complexidade que exige controle total dos parâmetros de soldagem. O Rotoclad 1500 consta basicamente de um sistema de manipulação e giro do rolo de lingotamento e sistema de soldagem sinérgico de alta tecnologia. A manipulação se dá através de sistemas motorizados assistidos por controlador lógico programável (CLP), que permite toda a flexibilidade de movimentação de oscilação, interpolação de cordões de solda e velocidade de soldagem, tudo isso de forma fácil e direta para o operador. Os movimentos de oscilação são totalmente programáveis, passíveis inclusive de paradas laterais, cujos tempos são tomados do procedimento padrão ou alterados conforme novos desenvolvimentos tecnológicos provenientes e especificados pelo procedimento de soldagem. Para a soldagem, tem-se o controlador PEH em conjunto com as fontes LAF. O sistema de controle PEH é o que há de mais avançado em tecnologia de soldagem pelos processos arco submerso (SAW) e com Arames Sólidos e Tubulares (GMAW e FCAW) do mercado, além de capacidade de controle também do processo eletro-escória (ESW). Projetado exclusivamente para aplicações de soldagem, o PEH monitora e controla seus parâmetros, além de exibir em tempo real a informação sobre aporte de calor instantâneo em seu visor de cristal líquido. É capaz de armazenar até dez procedimentos de soldagem pré-programados, o que minimiza interferências de operação. Com suas informações em língua portuguesa, é uma ferramenta poderosa e amigável para o usuário. Permite inclusive a configuração de parâmetros, ao mesmo tempo em que executa soldagem. Mantém registros de eventuais anomalias nos parâmetros durante a soldagem, exibindo no visor os códigos de erros correspondentes. Em conjunto com a fonte de soldagem LAF 1250, permite a monitoração de todos os parâmetros de soldagem com o auxílio do software de diagnósticos Weldoc WMS 4000. Com o WMS 4000, pode-se emitir relatórios controlados por solda, com detalhes até mesmo de corrente e tensão de todo o procedimento executado, atingindo um nível altíssimo de rastreabilidade das soldagens. Solução em consumíveis Paralelamente ao aperfeiçoamento do processo de lingotamento contínuo, vem sendo observada uma evolução significativa nas ligas utilizadas na recuperação dos rolos. Atualmente, existe uma tendência, em nível mundial, em empregar um procedimento de soldagem que consiste em aplicar inicialmente como “almofada”, sobre o rolo produzido em aços Cr-Mo resistentes à fluência (exemplo 21CrMoV511), liga de aço inoxidável ferrítico com cerca de 17%Cr (OK Tubrodur 430 + OK Flux 10.61B ou OK Tubrodur 430 OA), visando reduzir a diluição e aplicar posteriormente duas camadas de uma liga de aço inoxidável martensítica contendo aproximadamente 12%Cr com adição de nitrogênio para melhorar a resistência à fadiga térmica (OK Tubrodur 412N + OK Flux 10.61B ou OK Tubrodur 412N OA). No processo de recuperação posterior, pode haver necessidade ou não de se fazer uma nova camada de “almofada”, dependendo da perda de material ocorrida em serviço. Informações técnicas completas sobre os produtos destinados a essa aplicação podem ser obtidas nos catálogos de produtos ESAB. Na definição da técnica de soldagem a ser empregada, inúmeros fatores devem ser considerados, como, por exemplo, questões relacionadas a meio ambiente e segurança do trabalho. Estudos comparativos têm mostrado, entretanto, que rolos recuperados utilizando ligas de mesma composição, independente do processo de soldagem utilizado, apresentam o mesmo desempenho em serviço. As figuras 3 e 4 ilustram cordões de solda obtidos por ambos processos, utilizando consumíveis de soldagem ESAB. Suporte técnico A ESAB conta com uma equipe técnica completa, capaz de suprir todas as demandas dos clientes quanto a processos, equipamentos e consumíveis de soldagem. Para obter maiores informações a respeito das soluções para recuperação de rolos de lingotamento contínuo, contate as filiais da ESAB. AGOSTO Nº 6 2006 Correio técnico II Mecanismos de alimentação Aristo Feed e Origo Feed Regulagem de pressão e ajuste do miolo freiador Flávio Pereira Santos Supervisor de Desenvolvimento O s Sistemas Aristo e Origo são uma linha de equipamentos de solda com alta tecnologia e valor agregado, que proporcionam excelente produtividade, altíssima qualidade no cordão de solda e, ao mesmo tempo, uma operação extremamente simplificada. Seu mecanismo foi desenvolvido para obter uma perfeita alimentação do arame. Entretanto, para aproveitar ao máximo o que o Sistema permite, é preciso tomar alguns cuidados na hora de regular a pressão das roldanas e ajustar o miolo freiador. Regulagem da pressão das roldanas Para determinar a correta pressão de alimentação do arame, é preciso certificar-se de que o arame se desloca sem problemas através do tubo-guia. Em seguida, deve-se definir a pressão dos roletes de pressão do alimentador de arame. É importante que a pressão não seja exageradamente forte. Verificar se a pressão de alimentação está corretamente definida também é importante. Para isso, é preciso alimentar o arame para fora da pistola contra um objeto isolado, como, por exemplo, um pedaço de madeira. Posicionando a pistola a uma distância de aproximadamente 5 mm do pedaço de madeira (fig.1), os roletes de alimentação deverão patinar. Já a uma distância de aproximadamente 50mm, o arame deve ser alimentado para fora, ficando dobrado (fig. 2). Ajuste do miolo freiador O miolo freiador deve ter a pressão mínima necessária para não permitir o desbobinamento. Se ele ficar muito apertado, acontecerá uma sobrecarga no motor, diminuindo sua vida útil e, além disso, será necessário aumentar a pressão nas roldanas, desgastando-as mais rapidamente. Para ajustar corretamente o miolo, é preciso fazer o procedimento abaixo, da mesma maneira para as duas molas: • Girar as molas da esquerda para a direita, para reduzir a força de travagem. • Girar as molas da direita para a esquerda, para aumentar a força de travagem. • Colocar o manípulo vermelho na posição de bloqueado. • Inserir uma chave de fenda dentro das molas do cubo. Se a regulagem e o ajuste do miolo forem feitos seguindo essas instruções, os benefícios, como qualidade de solda e alta produtividade, serão percebidas com facilidade pelo cliente. 27 28 AGOSTO Nº 6 2006 Correio técnico III Recuperação de peças de ferro fundido trincadas Cláudio Turani Vaz Consultor Técnico – ESAB Brasil É conhecido como “ferro fundido”, ou “fofo”, o grupo de ligas de ferro que possui teor de carbono superior a 2%. Diferentes tipos de ferros fundidos (cinzento, nodular, branco e maleável, entre outros) podem ser obtidos em função da adição de elementos de liga ou do tratamento térmico imposto durante sua fabricação. Esse grupo de ligas apresenta soldabilidade variável, sendo, em geral, mais difícil que a dos aços carbono e baixa liga. São duas as técnicas empregadas na recuperação por fusão desses materiais: soldagem a quente e a frio. A primeira é empregada quando são desejadas propriedades mecânicas e aspecto visual (coloração) próximo ao material a ser soldado. Nessa técnica, são empregados consumíveis de soldagem com composição química similar ao metal de base. Existem algumas dificuldades no emprego da soldagem a quente que limitam sua utilização: necessidade de pré-aquecimento a altas temperaturas (acima de 350°C) e resfriamento lento pós soldagem. A segunda e mais difundida das técni- cas é a soldagem a frio. Nela, geralmente, são empregados consumíveis de soldagem que depositam ligas à base de níquel e níquel ferro. Por haver necessidade de baixo aporte de calor, o processo mais indicado é a soldagem com eletrodos revestidos. Sugestão de procedimento: 1°passo: Fazer furos redondos nas extremidades da trinca, visando evitar sua propagação (conforme ilustrado na figura). 2°passo: Chanfrar toda a trinca utilizando eletrodo OK 21.03 (elimina a necessidade de uso do maçarico para remoção de contaminantes). 3°passo: Soldar pequenos cordões (estreitos e curtos – no máximo 3cm de comprimento), de maneira alternada, a partir do centro, no sentido das bordas da trinca, com eletrodos OK 92.18 ou OK 92.58, dependendo da aplicação. 4°passo: Martelar cada cordão após sua deposição para alívio de tensões. Obs: A temperatura na peça deve ser mantida abaixo de 100°C. Qualquer dúvida técnica com relação aos consumíveis, entre em contato com a ESAB. E-mail: [email protected] AGOSTO Nº 6 2006 Curiosidade Caddy, Origo e Aristo: o que significam esses nomes? O s equipamentos da ESAB são criados seguindo três linhas que foram nomeadas na Europa: Caddy, Origo e Aristo. Cada uma possui características específicas e marcantes. Através da nomenclatura, é possível saber para qual segmento de mercado a máquina é destinada e quais são as funcionalidades padrão de cada linha. Mas o que significam, etimologicamente, esses nomes, e quais são essas características específicas? Linha Caddy A linha que tem como característica principal a portabilidade foi nomeada a partir da palavra caddie ou caddy, que, em inglês, significa auxiliar de jogador de golfe, o encarregado de carregar os tacos. Para os países que falam inglês e jogam golfe, a imagem desse homem carregando um objeto de fácil transporte é comum. Assim, utilizar essa nomenclatura faz todo sentido, já que a Linha Caddy, máquinas de pequeno porte e leves, se destaca pela facilidade de ser transportada. Linha Origo Máquina de fácil utilização: essa é a filosofia da Origo. O nome dessa linha de equipamentos vem do latim originalis, que significa origem, primitivo, original, o ponto inicial. A relação entre a característica principal das máquinas e sua nomenclatura se dá pelo fato de que a linha, apesar da robustez e sofisticação, é produzida para um manuseio simplificado, “primitivo.” Linha Aristo Aristos quer dizer excelente, o melhor. Ela é a palavra grega da qual se originou o nome da linha de equipamentos mais sofisticada e com mais tecnologia agregada da ESAB. Seu significado está diretamente relacionado às características das máquinas da linha Aristo: equipamentos top de linha, com alta tecnologia empregada e destinados a aplicações sofisticadas. Os nomes das linhas têm toda a razão de serem Caddy, Origo e Aristo. Eles facilitam a classificação dos equipamentos pelas suas características específicas, tornando a divisão das linhas de máquinas da ESAB mais organizada e de fácil compreensão. 29 30 AGOSTO Nº 6 2006
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