Balla e Maney em disputa na ilha Brava
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Balla e Maney em disputa na ilha Brava
Autárquicas’2 16 Nação A ANação JORNAL INDEPENDENTE Parte integrante do jornal A NAÇÃO nº 466- Não pode ser vendido separadamente APRESENTAÇÃO DAS FORÇAS CONCORRENTES: Balla e Maney em disputa na ilha Brava N a ilha Brava, concorrem duas listas, uma do Movimento Para Democracia (MPD), liderada por Orlando Balla e outra do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) encabeçada por Manuel “Maney” Gomes. Para a Assembleia Municipal, concorrem respectivamente, Fernanda Burgo e José Lenine Carvalho. No dia 4 de Setembro, os 4.103 leitores inscritos vão decidir se Balla avança para o segundo mandato ou se Maney será o novo presidente da Câmara Municipal da ilha das flores. As Eleições Autárquicas do próximo dia 4 de Setembro, na ilha Brava, vão ser disputadas, assim, pelas candidaturas das listas do MPD e do PAICV. Orlando da Luz Vieira Balla, emigrante reformado, recandidata-se ao segundo mandato, apoiado pelo MPD, à Câmara Municipal da Brava. Fernanda Burgo, professora do Ensino Básico Integrado (EBI), é o número 1 da lista para a Assembleia Municipal. Já para a lista do PAICV à Câmara Municipal da ilha das flores, concorre Manuel Ramos Gomes “Maney”, Director Logístico da Enapor, tendo José Lenine Moreira Carvalho, técnico veterinário e ex-delegado do Ministério do Desenvolvi- mento Rural (MDR) na Brava, como cabeça de lista para a Assembleia Municipal. Os professores, tanto do ensino secundário como do EBI, dominam as listas para a Câmara e Assembleia Municipal, quer do MPD como do PAICV. No MPD, num total de 35 integrantes das listas (10 para Câmara e 25 para Assembleia), 13 dos candidatos são professores do secundário e do EBI. Já para o PAICV, num lista composta por 28 candidatos (8 para a Câmara e 20 para a Assembleia), 12 são professores. Isso quer dizer que, na ilha Brava, 25 professores estão inscritos nas listas dos dois partidos que concorrem às Eleições Autárquicas de 4 de Setembro. O número de eleitores cresceu nesta ilha, contando agora com 4.103 votantes. Actualmente, recensearam-se 440 novos cidadãos, representando um crescimento de 10,7%. BREVE RETROSPECTIVA DAS AUTÁRQUICAS Brava teve quatro presidentes nas seis Eleições Autárquicas Pela presidência da Câmara Municipal da ilha Brava já se passaram Jorge Nogueira, do MPD, na primeira eleição em 1991, José Maria de Barros, do MPD, em 1996 e 2000, Camilo Gonçalves, do PAICV, em 2004 e 2008, e Orlando Balla, do MPD, em 2012. Nas primeiras eleições autárquicas de 1992, na ilha Brava estavam inscritos 3.255 eleitores, sendo que 2.410 votaram, o que significa uma taxa de 74,8%. Houve 44 votos brancos (1,82%) e 87 nulos (3,60%). Jorge Nogueira do MPD ganhou essas eleições com 1.573 votos (69,02%) contra os 706 votos de António Tavares, do PAICV, correspondendo a 30, 97%. Já em 1996, José Maria de Barros foi o candidato do MPD para a Brava, vencendo essas segundas eleições autárquicas na Ilha das Flores. José Maria de Barros viria também a vencer as eleições de 2000, contra Camilo Gonçalves do PAICV, somando o segundo mandato à frente da Câmara Municipal daquela ilha. Estavam inscritos 4265 eleitores. O número de votantes foi de 2942 (68,98%) e a abstenção chegou aos 1322 eleitores (31,02%). As eleições de 2004 foram ganhas por Camilo Gonçalves, do PAICV, contra João Gomes Monteiro, do MpD. Nesse ano, estavam inscritos 4.525 eleitores, sendo que 2.778 votaram. A abstenção rondou os 38,60%. Camilo venceu com 1.655 votos (61,5%) contra 1.032 de João Monteiro (38,5%). Em 2008, Camilo Gonçalves avançou para o segundo mandato, vencendo as eleições contra David Lima Gomes, do MPD. Nesse ano estavam ins- critos 3.598 eleitores, sendo que 3.123 votaram, o que significa uma taxa de 86,8% de votantes. Houve 53 votos brancos (1,7%) e 31 nulos (1,99%). Nesse ano, a abstenção foi equivalente a 472 eleitores, o que corresponde à 13,12%. Camilo Gonçalves, do PAICV, ganhou com 1.743 votos (57,3%) contra os 1.299 votos de David Lima Gomes, do MPD, 42,7%. Nas sextas eleições autárquicas no país, em 2012, Orlando Balla, do MPD, foi o vencedor na ilha Brava, contra Camilo Gonçalves, do PAICV, que se tinha candidatado ao terceiro mandato. Num total de 4.121 eleitores inscritos, 3.128 votaram (76%), sendo que 993 não votaram, ficando a taxa de abstenção nos 24%. Orlando Balla obteve 1.674 votos (54%) e Camilo Gonçalves conseguiu 1.383 votos (44%). 24 AUTÁRQUICAS’2016 A Nação De 04 a 10 de Agosto de 2016 A Nação ORLANDO DA LUZ VIEIRA BALLA, CANDIDATO DO MPD À CÂMARA MUNICIPAL DA BRAVA “Vamos fazer da Brava um destino turístico de referência” mandato anterior. Esperamos que o povo da Brava nos dê mais uma oportunidade para darmos seguimento ao nosso projecto. 2 – Quais as linhas gerais da sua plataforma eleitoral? 1 - Qual a motivação que está por detrás da sua candidatura? Tenho um sentimento de carinho muito forte pela ilha Brava. Aqui ainda há uma carência enorme em termos de infra-estruturação e queremos elevar a Brava a um patamar mais equilibrado, em relação às outras ilhas. Temos um programa em que acreditamos chegar a esse patamar. Por razões, que vão além das nossas capacidades, não conseguimos alcançar tudo o que desejamos no É fazer de Brava um destino turístico de referência. Abrange também outros programas, como transporte, mais e melhor água, sistema de cuidados de saúde, com mais qualidade, e menos necessidade de evacuação. Vamos trabalhar com a juventude e os idosos, e criar condições na área da cultura, valorizando a tradição, mas sem impedir novas ideias e intervenções. Pesca e agricultura são outras áreas de forte interesse, às quais pretendemos dar continuidade. 3 – Essas linhas são factíveis? No último mandato focamos muito na infra-estruturação. Por isso, assim como vamos conseguindo resolver os problemas de infra-estruturas públicas, também vamos tendo mais habilidade para trabalhar as necessidades sociais. Homem mais jovem do MpD FRANCISCO EMANUEL FORTES DE BURGO “Si bo ê jovem mo mi, ba urna vota” 1- O que leva um jovem a interessar-se pela política? É tentar ajudar a manter o bem-estar do país, com novas ideias, visões e projectos. É tentar construir um Cabo Verde mais justo e mais dinâmico e participar no seu desenvolvimento. 2- O que acha da participação dos jovens na vida política nacional? A participação dos jovens na vida política nacional, é um bem maior, porque somos o motor do país, da nossa nação. A nossa opinião no parlamento conta, e muito. Quando um jovem participa na política, adqui- re experiência e deixa a sua marca de como pretende ver a estabilidade do país. Não há desenvolvimento de um país sem a juventude. Devia haver mais oportunidades para os jovens participarem na política, como também, nós os jovens, deveríamos mostrar-nos mais interessados pela política do nosso país. 3- A abstenção, infelizmente, ainda é grande entre os jovens. Que apelo deixa aos jovens para irem às urnas a 4 de Setembro? É importante irmos às urnas no dia 4 de Setembro, porque o nosso voto contribui para o desenvolvimento e um futuro melhor para a ilha Brava. Votar não é obrigatório, mas é um dever cívico de todos nós. Apelo aos jovens para votarem, imporem a sua decisão e que façam a melhor escolha para o desenvolvimento do seu concelho e do nosso país. Que seja uma escolha acertada, baseada na confiança e no trabalho, para o bem-estar de Cabo Verde. Não fiques em casa dia 4 de Setembro, “si bo ê jovem mo mi, ba urna vota”. 4 – Porquê é que a sua lista deve ser a vencedora? Presidente Assembleia Municipal A nossa lista deve ser a vencedora porque, como cabeça de lista, o meu interesse é somente o bem do povo da ilha. Formamos uma equipa de jovens bem qualificados, com vontade de trabalhar e com muita energia. A lista foi escolhida com base no mérito. Essa equipa vai fazer mais e melhor no próximo mandato. 5 – Que repto deixa aos eleitores para irem às urnas a 4 de Setembro? Peço aos eleitores que façam uma observação, uma análise séria, com posição neutra, sobre o quê que a nossa equipa tem feito nos últimos 4 anos. Que analisem a real situação, o quê que conseguimos fazer com poucos recursos e com a carga pesada de dívidas anteriores que não foram para investimentos, mas sim para funcionamento da Câmara. Temos cerca de 40 mil contos de dívidas que herdámos. O meu desejo é continuar a servir o meu povo e a minha ilha. Fernanda Fidalgo de Pina Burgo, 46 Anos, tem formação de professora de Ensino Básico Integrado (EBI), pelo Instituto Pedagógico da Praia. No último mandato desempenhou a função de Vereadora da Educação, Cultura, Desenvolvimento Social e Género. Mulher mais jovem do MpD IVONE DELGADO CARDOSO “A participação das mulheres na vida política é muito baixa” 1 - O que leva uma mulher jovem a entrar no mundo da Política? Estar na política significa comprometer-se com o desenvolvimento de Cabo Verde e, em particular, da minha ilha. É contribuir para a melhoria das condições de vida da população em várias áreas: saúde, energia, telecomunicações, e vários outros bens e serviços indispensáveis à vida das populações. Estar na política é pôr os meus conhecimentos à disposição das pessoas. Por isso, face à conjuntura atual, decidi entrar na política, pois ela exige energia renovada, sentido de responsabilidade, amor à terra, e, acima de tudo, visão para materializar os projetos estruturantes para o crescimento da Brava. 2 - Porque integra esta lista e não outra no seu município? A actual equipa camarária tem demonstrado eficiência ao longo desses anos, embora tenha estado ausente da ilha, mas sempre acompanhei o excelente trabalho deles. Considero que esta lista dá garantias de desenvolvimento, em diversos sectores, para a Brava, pois pauta pela paridade de género, e é uma lista muito competente e muito credível. É uma lista renovada, com gente ex- periente e juventude, sendo esta última a força motora da ilha, pois, qualquer instituição, seja ela de que cariz for, necessita de “sangue novo”. 3 - Como avalia a participação das mulheres na vida política do seu concelho? Como se sabe, a mulher tem ganho um certo protagonismo na vida política nacional, mas ainda falta muito para que possa haver a tal desejada paridade de gênero. Aqui, a participação das mulheres na vida política é muito baixa. Ainda há pouca oportunidade na elaboração das listas, poucos incentivos e poucas atividades que cativem as mulheres para a política. AUTÁRQUICAS’2016 A Nação De 04 a 10 de Agosto de 2016 Lista dos Vereadores-MpD Francisco Walter Tavares Orlando da Luz Vieira Balla Ivone Delgado Cardoso Edna Conceição Oliveira 25 A Nação Domingas Coelho Lista dos suplentes: Mário Jorge Correia Soares, Vergílio Lopes Pires, Aguinaldo Silva da Pina, Mónica Mariza Lomba Brito, Adilson José Teixeira Barbosa Lista da Assembleia Municipal-MpD Samuel Baptista Varela Boaventura Vicente Elisabeth Pires Gomes José Henrique Ramos João Paulo da Silva João José Costa Delgado Ilda Tavares Freire Idial Gonçalves Louro Manuel de Fátima Duarte Janice Ester Barbosa Paulo Domingos Rodrigues António da Lomba Fernanda Fidalgo de Pina Burgo Lista dos supletes: Maria José Pires Vieira Avelino, José Gonçalves, António Gomes Mendes, Helena Jesus da Veiga, José Pedro Monteiro da Lomba, Roberto Carlos Fernandes Andrade, Maria do Carmo Ramos Dias, Carlos Alberto Lopes Martins, Francisco Emanuel Fortes de Burdo, Igualdino da Lomba, Abílio Gonçalves de Sousa, Manuel Sousa Tavares Espaço CNE Orgãos representativos do Município 1-Quais são os órgãos representativos do Município? Assembleia Municipal, Câmara Municipal e o Presidente da Câmara Municipal. (Artigo 45.º do Estatuto dos Municípios) 2- Quais são as atribuições do Município? Constitui atribuição do Município, as que em virtude da lei não pertencem à administração Central e tudo o que respeita aos interesses próprios, comuns e específicos das populações respetivas, designadamente: (Artigos 26.º e seguintes do Esta- tuto dos Municípios) 1. Administração de bens municipal; 2. Planeamento, (elaboração, aprovação, execução e controlo e aprovação do plano nacional de desenvolvimento); 3. Saneamento básico (abastecimento de água, gestão do sistema municipal de esgotos, recolha e tratamento do lixo, limpeza de ruas, gestão dos cemitérios); 4. Prestação de serviços públicos: • Saúde (controlo das normas de saúde e higiene sobre a venda de produtos alimentares); • Habitação (construção de moradias sociais, promoção de autoconstrução); • Transportes (planeamento e implementação do sistema de transporte de passageiros, sinalização do trânsito, licença para táxis.); • Educação (construção, gestão e manutenção das infraestruturas do ensino básico; promoção da educação pré-escolar e organização dos transportes escolares); • Promoção social (ações, campanhas e programas de proteção a criança, jovens, idosos e deficientes); 26 AUTÁRQUICAS’2016 A Nação De 04 a 10 de Agosto de 2016 A Nação MANUEL RAMOS GOMES, CANDIDATO DO PAICV À CÂMARA MUNICIPAL DA BRAVA “Posso fazer a diferença” 1 - Qual a motivação que está por detrás da sua candidatura? A minha vontade de servir a ilha Brava, onde nasci e cresci e pela qual tenho um sentimento forte de pertença. Depois, o meu inconformismo por ver a minha ilha com tanto potencial e subaproveitada. Acredito que as competências que adquiri, nestes anos de desempenho da minha profissão, me fizeram acreditar que posso fazer a diferença e, com isto, orgulhar-me de ser um ator neste processo de desenvolvimento da Brava e, por força disto, de Cabo Verde. 2 - Quais as linhas gerais da sua Plataforma eleitoral? comunidades organizadas à volta destas questões. A nossa Plataforma foi elaborada sob vários eixos, com um forte pendor social, vincado na lógica de promoção da participação comunitária, através do reforço e empoderamento das associações, de modo a que, cada munícipe, em cada comunidade, e através da sua associação, decida, em conjunto com a gestão camarária, tudo o que seja interessante e relevante para o desenvolvimento local e do município. Vamos devolver o poder de decisão dos destinos do município à mulher e ao homem bravenses, descentralizar e desconcentrar a administração e, assim, levar os serviços camarários aos quatro cantos do município. Valorizaremos a pesca, a agricultura e a criação de animais para que possamos dar o salto dos atuais meios artesanais, para uma produção mais voltada para a transformação destes produtos. 4 - Porque é que a sua lista deve ser a vencedora? 3 - Essas linhas são factíveis? São certamente, e estamos confiantes na nossa capacidade de envolvimento das Homem mais jovem do PAICV FRANCISCO OLIVEIRA DE PINA “Acho que os jovens estão cada vez mais ativos na política” 1 – O que leva um jovem a interessar-se pela política? Já faz algum tempo que eu me interesso pela política. Sou da zona de Cova Rodela, e é essencial, e importante, o meu envolvimento na política para que não se deixe de apoiar a minha localidade, e a Brava, no geral. O meu interesse é mais nas questões de gestão autárquica. Os assuntos locais para mim são muito mais relevantes por afectarem mais directamente as pessoas, sem esquecer da importância das políticas nacionais. Porque os bravenses já estão a sair de uma governação autárquica que falhou, em toda linha, nas promessas e não conseguiu demonstrar capacidade de mobilização e de organização do nosso município para o desenvolvimento, Os jovens estão incrédulos nas possibilidades futuras para a sua integração na ilha, as comunidades passaram anos sem sentir qualquer presença da câmara municipal. Há, por isso, uma nova esperança que transmitimos com a nossa candidatura. 5 - Que repto deixa aos eleitores para irem às urnas a 4 de Setembro? Aos bravenses pedimos que encarem estas eleições autárquicas como mais um desafio rumo à difícil escolha dos melhores, para gerirem o nosso município e pedimos o seu voto para provarmos que não há desculpas possíveis para quem promete e não cumpre. HELENA GOMES “Fazer parte da lista é uma forma de contribuir para que a minha comunidade não fique esquecida” 1- O que leva uma mulher jovem a entrar no mundo da política? Acho que os jovens estão cada vez mais ativos na política e o resultado das recentes eleições legislativas são a prova disso. Apesar dos discursos referentes aos anos 90, os jovens de hoje não têm qualquer lembrança daquela época e fizeram a diferença nas eleições de 20 de Março. A participação dos jovens, por isso mesmo, não deixa de ser importante porque quanto mais participarmos, mais diferença faremos. Para nós, que vivemos da agricultura e ainda precisamos ajudar nas tarefas domésticas, é difícil participarmos nas reuniões e nas atividades políticas. Eu tenho apoiado o PAICV porque acredito que este partido pode fazer mais pela ilha Brava. Na zona onde moro, que é a localidade de Baleia, o único partido que nos tem apoiado é o PAICV e, por isso, quero que se faça mais pela minha comunidade. Fazer parte da lista é uma forma de contribuir com as minhas ideias, para que a minha comunidade não fique esquecida. Peço aos jovens que façam como eu e sejam mais interventivos, pois, não votar confere aos eleitos, independentemente da nossa abstenção, os poderes para decidirem sobre as questões que directamente influenciarão as nossas vidas. Por isso, eu participo e peço que os outros o façam também. José Lenine Moreira Carvalho, tem 39 anos, é natural de Picos, São Salvador do Mundo - Santiago, residente na Brava desde Setembro de 1998, Carvalho é Técnico de Nível Médio em Medicina Veterinária e quadro do MDR na ilha Brava, desempenhando a função de técnico veterinário. Foi Delegado do MDR na ilha Brava de Abril de 2003 a 15 Junho de 2016. Mulher mais jovem do PAICV 2 – O que acha da participação dos jovens na vida política nacional? 3 – A abstenção, infelizmente, ainda é grande entre os jovens. Que apelo deixa aos jovens para irem às urnas a 4 de Setembro? Presidente Assembleia Municipal 2- Porque é que integra esta lista e não outra no seu município? Como já disse na localidade de Baleia o único partido que trabalhou aqui foi o PAICV, primeiro com o presidente Camilo, depois com o Sr. Lenine Carvalho. Mas, agora, com a Câmara Municipal, que é sustentada pelo MPD, não se fez nada para esta comunidade a não ser a conclusão da placa desportiva de Baleia. Mas este fundo veio do Governo do PAICV e tratou-se da conclusão de um projecto do PAICV, o que reforça a ideia de que só este partido tem-se lembrado da comunidade de Baleia . 3- Como avalia a participação das mulheres na vida política do seu município? As mulheres não gostam de se envolver porque há muito trabalho para fazer em casa e aquelas que tem filhos têm muito mais dificuldade de participar. Para os homens é mais fácil porque têm menos trabalho que nós. AUTÁRQUICAS’2016 A Nação De 04 a 10 de Agosto de 2016 Lista dos Vereadores-PAICV Carlos Manuel Costa Manuel Ramos Gomes Adilson Carvalho Bango 27 A Nação Vanda Helena Fernandes Lista dos supletes: Amélia Maguy Monteiro da Veiga, Sónia Maria Andrade Coelho, João Pereira baptista, João Cândida Pereira Baptista Lista da Assembleia Municipal-PAICV João António Coelho Adalberto Martins Jorge Reverdes José Mendes Autilio Gonçalves Arlindo da Graça Cármen Helena dos Santos Cristiano de Brito de Pina Manuel Barbosa José Lenine Carvalho Lista dos supletes: Isabel Marcelino de Sena, Francisco Oliveira de Pina, Helena Gomes, Carlos Nataniel Araújo de Pina, Eloisa Lopes dos Santos Bango, Manuel Pinto Coelho, Henrique Meireles da Lomba, José Carlos Lopes Pires, Maria Bárbara Lima Gonçalves Espaço CNE Orgãos representativos do Município (cont.) • Cultura (criação de condições de lazer e de cultura, como cineteatros, bibliotecas, museus, praças, parques e realização de eventos culturais); • Desporto (promoção e organização de atcividades desportivos, construção, gestão e manutenção de recintos desportivos); • Comércio (construção de mercados, matadouros, talhos; licenciamentos de actividade co- Contactos mercial retalhista e ambulante, fixação do horário de funcionamento dos bares, lojas, etc.); • Proteção civil (bombeiros, nadador salvador). 3- Quem pode votar nas eleições dos órgãos das autarquias locais? (art. 418.º do Código Eleitoral): • Os cidadãos cabo-verdianos, maiores de 18 anos, recenseados no território nacional • Estrangeiros e apátridas de ambos os sexos, maiores de dezoito anos, e com residência legal e habitual em Cabo Verde há mais de três anos e recenseados no território nacional • Os cidadãos lusófonos legalmente estabelecidos em Cabo Verde, nas mesmas condições que os cidadãos nacionais, desde que recenseados no território nacional. Brava - Marílio José Fortes Sanches - Nova Sintra - [email protected]/[email protected] - 599 61 17/ 925 99 40 28 AUTÁRQUICAS’2016 A Nação De 04 a 10 de Agosto de 2016 A Nação Porquê que se deve votar? Débora Cabral, 19 anos, estudante secundário Vou votar nas autárquicas pela primeira vez e acho que participar nas eleições é um acto muito importante porque somos nós que decidimos quem são as pessoas que vão nos representar nas várias questões de interesse público. Por isso, para o bem do desenvolvimento da Brava, o voto tem que ser feito de forma consciente e com responsabilidade, porque é o futuro da Ilha que está nas nossas mãos. Apelo aos jovens que, tal como eu, vão votar pela primeira vez, para participarem nas autárquicas de 4 de Setembro porque somos o futuro da Brava e de Cabo Verde. Dionísio Ferreira, 24 anos, estudante universitário Temos de votar porque é importantíssimo se queremos ajudar nas decisões do desenvolvimento da ilha Brava, que precisa de investimentos em termos de infra-estruturas e emprego jovem. No dia 4 de Setembro vou votar e apelo aos jovens para o fazerem também, e votarem de forma consciente. Somos nós que temos a decisão de escolher quem vai ter a oportunidade de criar projectos que favoreçam as pessoas da ilha e o próprio desenvolvimento da Brava, que carece de maior visibilidade. Francisco Pina Gomes, 49 anos, funcionário reformado da CV Telecom Eu sempre votei e vou votar nestas autárquicas porque o voto é essencial para reforçarmos a democracia no país. E, na minha opinião, os cabo-verdianos estão conscientes e sabem das suas decisões, estão a par do que acontece nos seus municípios e, de certeza, vão saber fazer as suas escolhas no dia 4 de Setembro. Carlos Aires, 36 anos, trabalhador Votar é importante! Em termos gerais, é o que define a vivência na sociedade, gerando todas as mudanças dos nossos representantes, o que engradece a democracia. Temos que ser conscientes quando formos às urnas porque são aqueles que escolhemos que vão fazer ações que nos beneficiam, mas também que nos podem prejudicar. Espero que a equipa que sair vencedora tente fazer o máximo para benefício da população da Brava. Os candidatos devem fazer uma boa campanha, apresentando bons projectos que sensibilizem e convençem os eleitores a irem votarem. B.I do Município A Ilha Brava, com uma superfície total de 64 km2, é a mais pequena ilha habitada de Cabo Verde e a mais ocidental do grupo de Sotavento, encontrando-se situada ao sul do arquipélago, representando cerca de 1,58% do território nacional. Segundo o Censo 2010, a ilha Brava conta com uma população de 5.995 habitantes, dos quais 2.973 são homens e 3.021 são mulheres. Mas, de acordo com o “Inquérito Multiobjectivo Contínuo 2015 – Estatísticas do Emprego e Mercado do Trabalho” do Instituto Nacional de Estatística (INE), a população activa do município da Brava era de 1.954, correspondendo a uma taxa de actividade de 43,01%. A população ocupada é de cerca de 995, dos quais 51,77 % correspondem ao sexo masculino e 48,23% ao feminino. Cerca de 15,85% da população activa está desempregada e cerca de 35,10 % da população vive na pobreza, ou seja tem consu- Acesso regular e eficiente à ilha continua a ser um dos grandes desafios mo em valor inferior a 7 mil escudos por ano. No decurso do ano 2012/2013, segundo estatísticas do então Ministério de Educação e Desporto (MED), estavam matriculados 388 alunos no ensino pré-escolar, 849 no Ensino Básico e 610 alunos no Ensino Secundário. A taxa líquida de escolarização no ensino básico é de 107,80% e no secundário 62,90%. Regista-se uma taxa de abandono escolar de 2,3% para o ensino básico 12,00% no ensino secundário, sendo que a ilha Brava possui um único liceu. A taxa de acesso à eletricidade, segundo o INE, em 2015 atingiu os 92%. No mesmo ano, a taxa de acesso à água na ilha rondava os 82%. Na ilha Brava, estima-se que cerca de 20% das terras de sequeiro sejam cultivadas por conta própria, 22% em regime de parceria, 14% por arrendamento e 45% por comodato (exploração que o agricultor faz da terra que não lhe pertence), sendo esta última, uma forma semidirecta de exploração, muito importante na ilha. Também a pesca representa um sector de elevada importância para o desenvolvimento socioeconómico da ilha Brava, não só pela sua contribuição na segurança alimentar das populações, mas também pela criação de empregos, sendo o sustento de vários agregados familiares residentes nas imediações da zona do porto da Furna. Um dos factores que tem impedido o desenvolvimento socioeconómico desta ilha, é a falta de ligações marítimas que ainda se manifestam deficientes, apesar da ligação do Fast-Ferry, fazendo com que a Brava se torne numa das ilhas mais isoladas do país, a par do Maio.