festa de Noantri
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RELATÓRIO DE ATIVIDADES EM MEIO AMBIENTE COMPLEXO ENERGÉTICO CERAN Gerenciamento Ambiental Programas do Meio Físico Programas do Meio Biótico Programas do Meio Antrópico CR/C/RM/030/060/2005 Abril a Junho/2005 MEIO ANTRÓPICO IV. MEIO ANTRÓPICO 1. PROGRAMA DE REMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO 1.1. Trabalhos Desenvolvidos no Período 1.1.1. Levantamentos de Campo Foi realizado o levantamento de área acima dos 100 metros da gleba E20 – Adair Pastorello – UHE Monte Claro. Também foram revisados o levantamentos de benfeitorias não reprodutivas na área da UHE 14 Julho, onde os proprietários fizeram reformas e\ou construções novas. 1.1.2. Negociações Neste período não foram negociadas áreas para as usinas do Complexo CERAN. 1.1.3. Pagamentos No período foi efetivado o pagamento de duas glebas na UHE Castro Alves. UHE Castro Alves Gleba Proprietário Data Pagamento E23 Izidoro Zorzi e outros 25/04/05 E29 Izidoro Zorzi e outros 25/04/05 CR/C/RM/030/060/2005 157 1.1.4. Regularizações das áreas Entre as atividades desenvolvidas pelo setor jurídico, que fazem parte do processo de regularização das áreas adquiridas pela CERAN, citam-se: - entrega de novas procurações em Tabelionatos; encaminhamento de Escrituras e Pagamentos; assinatura de Escrituras e Busca de matrículas; liberação de Hipotecas ; busca de Escrituras e Encaminhamento para Registro ; declarações e pré-cadastros de ITR(Imposto Territorial Rural) das áreas adquiridas de MC e CA; - encaminhamento de ITR; - encaminhamento de ADA ( Ato Declaratório Ambiental); - solicitação de Certidões e questões processuais 1.1.6. Processos Judiciais UHE 14 de Julho Os processos ingressados estão nos FORO das respectivas comarcas.. Gleba B.Gonçalves - 3.ª Fase Processual Para cumprir despacho cart.jud. E-147 Mário Possamai B.Gonçalves - 3.ª Aguarda formais E-250 Família Casanova B. Gonçalves - 2.ª Vista às partes E–148 Danilo Detoni B. Gonçalves - 3.ª Expedido Mandado D-03 Nome Iride Maria Possamai CR/C/RM/030/060/2005 Comarca 158 - UHE Castro Alves Os processos ingressados estão nos FORO das respectivas comarcas.. Gleba Nome Comarca Espólio Máximo Victório D23A/E De Bortolli Antônio Prado D10 Espólio de Angelo Zanella Antônio Prado D08 Espólio de Alcides Zanella Antônio Prado D30A D44 D05 E04 E20 E10A E10B E17 D-11 D-43 D20B* E49* E39* E48* E51A D37B E05 E11* E51B* Raul Livio Ravanello Olinto Rizzi Espólio de Antônio Luis Griffante Espólio de João Tonet Elsa e Teresinha Boff Antônio Prado Antônio Prado Fase Processual Formais Registrados - OK Formais Registrados - OK Formais Registrados - OK Audiência realizada - 30/06/05 Formais Registrados - OK Antônio Prado Aguarda Precatória Flores da Cunha Cumprir despacho - cart. Jud. Flores da Cunha Remessa ao Magistrado Audiência 07/03/2006 Pedro Maróstica Flores da Cunha Umberto Maróstica Flores da Cunha Cumprir despacho - cart. Jud. Heleno José Oliboni Flores da Cunha Audiência 07/03/2006 Amante Sartori Antônio Prado Aguarda Nota Expediente Vista ao MP Mário Antônio Schiochet Antônio Prado Espólio de Claudino De Concluso ao Juiz Toni Antônio Prado Cumprir despacho - cart. Jud. Luis Carlos Picoli Flores da Cunha Concluso ao Juiz Volmar Luis Baggio Flores da Cunha Aguarda Audiência Natalino Carlesso Flores da Cunha em aberto Antonio Tibola e outros Flores da Cunha Antônio Processo 1030000081-5 Espólio de José Simonetto Prado/Welter Flores da Para Registro de Formais Espólio de Romeu Tonet Cunha/Névis Flores da Julgado procedente-aguarda Cunha/Nair registro Alcides Marin Panizzon formais retificados e Flores da homologados- FEPAN Volmar Dalle Molle Cunha/De Bortoli CR/C/RM/030/060/2005 159 UHE Monte Claro Todos os processos da UHE Monte Claro foram ingressados e estão em andamento nos FORO das respectivas comarcas. Gleba D26 Nome Jorge Comin Comarca Antônio Prado Fase Processual Audiência realizada - Procedente D30 Odalcir Araldi Antônio Prado Cumprir despacho - car. Jud. D27 Tranquilo Comin Antônio Prado Audiência realizada - Procedente D28 Luis Fiametti Antônio Prado D14 Vilson kachava Veranópolis P10 Adão Alexandre Ricardo Veranópolis Audiência realizada - Procedente Juntada de manifestação da CERAN Aguarda audiência 10/05/06 P05/17 Pedro Galves Veranópolis Autos com Cartório Jud. D12 Darci Kachava Veranópolis Autos com Cartório Jud. D11 Espólio de Mercedes Tieppo Veranópolis Aguarda homologação Concluso ao Juiz Maria Espólio de E02/E04 Franceschini José B. Gonçalves - 3ª E27 Orlando Vicenço Tognon B. Gonçalves - 3ª P.pgto.custas remanescentes E16 Ignácio Marchetto Aguarda Nota Expediente E08 Esp. de Primo Rizzi B. Gonçalves - -3ª Para registro de formais E15 Esp. Fioravante Gregio B. Gonçalves - 2ª Cumprir despacho - partes E-18 Luciano Marchetto B. Gonçalves - 1ª Aguarda Nota Expediente P05/17 Pedro Galves/Área Rem. Veranópolis Euzébio B. Gonçalves - 1ª Aguarda Nota Expediente 1.1.7. Planilhas de Apoio Elaboração de planilhas para acompanhamento dos trabalhos, que servem de suporte para esclarecimentos quanto às atividades desenvolvidas pelo escritório no remanejamento da população. 1.1.8. Elaboração de dossiês Em execução a elaboração dos dossiês das glebas referentes a UHE Castro Alves, os quais são constituídos por toda a documentação da gleba, desde o cadastro CR/C/RM/030/060/2005 160 sócio-econômico (ficha cadastral), o levantamento das benfeitorias a campo (planilha de levantamento a campo), o processamento dos dados (laudo técnico e peça técnica), as negociações (atas, documentos particulares e da propriedade), o pagamento e escrituração (contratos, recibos, escrituras, negativas) e registro da área. 1.1.9. Outras Atividades Abr / 2005 – Montagem dos dossiês da UHE Castro Alves. – Conferência das Glebas na faixa dos 70m da UHE 14 de Julho. Mai / 2005 - Auxiliar na preparação do material para o decreto da UHE-14 de Julho. Jun / 2005 - Marcação e acompanhamento no andamento da construção do viveiro de mudas. - Montagem dos dossiês da UHE Castro Alves. 1.2. Atividades Previstas para o Próximo Trimestre Dar seqüência ao processo de negociação / indenização / regularização das áreas das usinas do Complexo Ceran, bem como dar continuidade à elaboração dos dossiês. 1.3. Conclusão Em relação a UHE Monte Claro, todas as glebas previstas para o reservatório foram negociadas e adquiridas, restando apenas a regularização final de algumas propriedades (processos judiciais de usucapião e inventário). Na área da UHE Castro Alves – reservatório, os levantamentos de campo e o processamento dos dados estão 100% concluídos. Os processos estão em andamento. Os trabalhos de levantamentos na parte técnica e de cadastro social, nas áreas destinadas a UHE 14 de Julho, foram concluídos, restando apenas revisões que ocorrem durante as negociações. As tabelas do Anexo 1 apresentam a situação de cada uma das usinas até junho de 2005. 1.4. Anexos Anexo 1: Aquisição e locação de áreas CR/C/RM/030/060/2005 161 Anexo 1 Aquisição e locação de áreas CR/C/RM/030/060/2005 162 AQUISIÇÃO E LOCAÇÃO DE ÁREAS UHE Monte Claro – Junho 2005 Descrição Adquiridas Locadas Aguardando negociação Em negociação Negociadas Totais AQUISIÇÕES E LOCAÇÕES Previsão inicial Acumulado Glebas Área ( ha ) Glebas Área ( ha ) 71 418,8073 75 416,9187 11 33,7238 13 45,4173 0 0 0 0 0 0 82 452,5311 88 462,3360 Levantamento técnico Levantamento social LEVANTAMENTOS DE CAMPO Previsão inicial Acumulado Glebas Área ( ha ) Glebas Área ( ha ) 82 452,5311 88 462,3360 82 452,5311 88 462,3360 CR/C/RM/030/060/2005 163 Descrição UHE Castro Alves – Junho 2005 Descrição Adquiridas Locadas Aguardando negociação Em negociação Negociadas Totais AQUISIÇÕES E LOCAÇÕES Previsão inicial Acumulado Glebas Área ( ha ) Glebas Área ( ha ) 138 971,1732 150 944,2477 6 25,1064 19 35,9778 144 996,2796 5 3 177 42,4638 22,4565 1045,1458 Levantamento técnico Levantamento social LEVANTAMENTOS DE CAMPO Previsão inicial Acumulado Glebas Área ( ha ) Glebas Área ( ha ) 144 996,2796 177 1045,1458 144 996,2796 177 1045,1458 CR/C/RM/030/060/2005 164 Descrição UHE 14 de Julho – Junho 2005 Descrição Adquiridas Locadas Aguardando negociação Em negociação Negociadas Totais Descrição Levantamento técnico Levantamento social CR/C/RM/030/060/2005 AQUISIÇÕES E LOCAÇÕES Previsão inicial Acumulado Glebas Área ( ha ) Glebas Área ( ha ) 419 917,5175 40 71,9523 0 0,0000 24 67,5405 393 676,8450 16 91,3444 14 77,6971 985,3813 419 917,5175 487 LEVANTAMENTOS DE CAMPO Previsão inicial Acumulado Glebas Área ( ha ) Glebas Área ( ha ) 419 917,5175 487 985,3813 419 917,5175 487 985,3713 165 2. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA POPULAÇÃO ATINGIDA 2.1. Descrição do Trabalho Desenvolvido O Programa de Monitoramento da População Atingida desenvolve atividades referentes ao monitoramento das famílias relocadas, atualmente àquelas pertencentes a UHE Monte Claro e quatro famílias da UHE 14 de Julho, com análise diagnóstica mensal e visitas domiciliares. Realiza também a avaliação social das famílias cujas propriedades serão atingidas pela UHE 14 de Julho, através de visitas domiciliares e aplicação de entrevista estruturada, isto é, o cadastro sócio-econômico. As informações obtidas, através dos questionários aplicados a cada família, são armazenadas em um banco de dados, o que possibilita ser atualizado e estar disponível para todos os setores envolvidos com o remanejamento populacional. 2.1.1. Monitoramento das Famílias Realocadas pela UHE Monte Claro O acompanhamento realizado as seis famílias relocadas tem acontecido com a média de uma visita domiciliar ao mês Cada caso é avaliado, estudado e acompanhado singularmente. Assim, quatro famílias recebem visitas mensais, uma família está recebendo visita trimestral e outra família não está mais recebendo visita por considerar que tal família está bem adaptada e não necessita mais auxílio do projeto. As Famílias monitoradas são as dos seguintes proprietários: - Fabiano Rustick; - Pedro Hoinoski; - Vicente Galves; - Pedro Galves; - Valmi Gambatto; e - Adão Alexandre Ricardo. O trabalho do Setor Social que é realizado por uma profissional da área da psicologia e um técnico agrícola, tem sido o de lhes dar um suporte frente às mudanças acontecidas em suas vidas. Tais mudanças repercutiram alguns contratempos esperados e alguns inesperados para estas pessoas. Assim, se faz necessário existir este trabalho de atenção, reflexão e orientação em relação aos percalços surgidos. CR/C/RM/030/060/2005 166 2.1.2. Monitoramento das Famílias Atingidas pela UHE-14 de Julho O acompanhamento realizado às famílias relocadas e futuras relocadas têm acontecido de acordo com a necessidade de cada família. Sendo que, cada caso é avaliado, estudado e acompanhado de forma especial. Assim, existem casos em que algumas famílias recebem visitas domiciliares semanais, outras mensais e outras bimestrais. A relação das famílias (titulares) a serem realocadas para a implantação da UHE-14 de Julho é a seguinte: 1. João José do Nascimento 2. Varcelino Ferri 3. Danilo DeToni 4. Mário Possamai 5. Ignez Tereza Maragno Mieciowiski 6. Clementina Gromovska Possamai - Espólio João José Possamai 7. Francisco José Gromowski 8. Ernesto Tonet 9. Vera Lúcia Miecnikovski Frizon 10. Victorina Trevisan Gromowski - Espólio de José Gromowsky 11. Geltrudes Pitol Gromovski 12. João Inácio Wons (Zeferino Cesca - proprietário da gleba) 13. Antonio Wons 14. Luiz Fiorentin (Marcelo Coser - proprietário da gleba) 15. Euclides Marin 16. João Pliski Filho 17. José Ângelo Colao Merlo 18. Marlei do Nascimento 19. Pedro Rodrigues 20. Marieta Favaretto Torezan 21. Nelso Luzzi - Ana Catharina Stormowski Luzzi 22. Antonio Cláudio Kakzala - Espólio de Carolino Kakzala 23. Claudino Antônio Ferrari (família que morava na gleba - funcionário do proprietário - mudou-se para outro lugar) 24. Antonio José Sikorschi 25. Antônio da Costa 26.Ademir Pozza (a família que morava no local - funcionário do proprietário - está residindo em outra propriedade) 27.Iara Teresinha Teixeira 28.Adão Osvaldino de Oliveira CR/C/RM/030/060/2005 167 Nesta fase, que precede a relocação, as famílias estão vivendo algumas ansiedades e, também, elaborando muitos novos projetos de vida, o trabalho do Setor Social tem sido de dar um suporte frente às mudanças que acontecerão em suas vidas. 2.1.3. Participação das Negociações das Famílias Relocadas – UHE 14 de Julho Esta atividade não foi realizada, em função de que, no período não aconteceram negociações com as famílias a serem relocadas. 2.1.4. Relocação de Comunidades e Cemitérios – UHE 14 de Julho Neste trimestre o Setor Social desenvolveu atividades relacionadas a relocação das Comunidades (igreja, salão, etc.) e Cemitérios atingidos pela UHE 14 de Julho. De acordo com os levantamentos realizados (Programa de Relocação da InfraEstrutura), deverão ser transferidos oito Cemitérios, e benfeitorias de cinco comunidades. As atividades foram de: visitas aos fabriqueiros das Comunidades; e assessoramento à três famílias enlutadas sócias das comunidades. Nestes casos foram prestados auxílios financeiros por parte do empreendimento conforme combinações anteriores feitas com os sócios das Comunidades. 2.2. Outras Atividades Em paralelo as atividades já relatadas, a equipe do Setor Social efetuou visitas domiciliares com preenchimento de cadastro social aos proprietários das glebas localizadas na alça de vazão da UHE Monte Claro. Os objetivos desta atividade são: - conhecer quem são estes proprietários, - identificar se eles utilizam o rio, no caso da resposta ser afirmativa, como utilizam, e quais as mudanças detectadas no rio nos últimos meses por estas pessoas. Além das informações coletadas, também foram repassadas às famílias visitadas informações do Complexo CERAN, de forma dialogada e com material impresso, este que entregue para as pessoas. CR/C/RM/030/060/2005 168 2.3. Atividades Previstas para o Próximo Trimestre Durante o próximo trimestre, será dado prosseguimento ao trabalho de monitoramento as famílias relocadas da UHE Monte Claro e UHE 14 de Julho. Sendo que a quantidade de visitas realizadas será definida avaliando-se as características e as necessidades de cada família. No caso da família de Valmi Gambato – relocado da UHE Monte Claro -os contatos passarão a ocorrer com maior espaço de tempo, e assim terão um desligamento gradual da CERAN. E a família do Sr. Adão Alexandre Ricardo também, relocado pela UHE citada neste parágrafo, a princípio não receberá mais visita pelo projeto . Deverá ser dada continuidade ao estudo para criação de projetos de parceria com as Prefeituras dos municípios que receberam e/ou receberão famílias de realocados. O trabalho de visitas domiciliares com preenchimento de cadastro social aos proprietários das glebas localizadas na alça de vazão da UHE Monte Claro terá seguimento até que todos proprietários sejam visitados. 2.4. Conclusões/Observações As famílias assistidas pelo trabalho de Monitoramento da População da UHE-Monte Claro demonstram que aos poucos estão se readaptando a novos hábitos de vida. As famílias a serem transferidas em função implantação da UHE 14 de Julho têm demonstrado tranqüilidade frente as mudanças que ocorrerão. As famílias que já realizaram sua mudança de residência estão se adaptando aos poucos aos novos locais, apresentando algumas dificuldades, sendo que estas de acordo com a constituição prévia de cada família. Entretanto, cada uma recebe atenção e auxílio de acordo com suas necessidades frente aos obstáculos surgidos neste processo. O trabalho relacionado a relocação das Comunidades e Cemitérios reveste-se de muito cuidado, visto a relação de identidade e os sentimentos existentes em função da vivência compartilhada e da perda de familiares e amigos. Os contatos com os proprietários que possuem glebas na alça de vazão da UHE Monte Claro, para troca de informações sobre o rio, têm sido muito relevantes. Com esse trabalho é oferecida a população local a possibilidade falarem o que sentem sobre o empreendimento e de esclarecerem algumas dúvidas existentes. CR/C/RM/030/060/2005 169 3. PROGRAMA DE SALVAMENTO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO 3.1. Descrição do Trabalho Desenvolvido Este relatório apresenta as atividades desenvolvidas no Programa de Salvamento do Patrimônio Arqueológico, no período de abril a junho de 2005. Neste trimestre foram desenvolvidas atividades de campo na área da UHE 14 de Julho, e de laboratório no CEPA-UNISC. 3.1.1. Localização das Áreas de Amostragem No período compreendido pelo relatório, foram realizadas atividades de campo na área de abrangência da UHE 14 de Julho, compreendendo a área de alagamento em lotes na margem direita do Rio das Antas, nos municípios de Veranópolis e Cotiporã, e em lotes na margem esquerda, no município de Bento Gonçalves. 3.1.2. Atividades Realizadas no Trimestre Os trabalhos de localização de sítios arqueológicos já foram concluídos, tendo seqüência neste trimestre as atividades de salvaguarda e aprofundamento dos estudos nos sítios arqueológicos Foram realizadas medidas de proteção, salvamento e estudos de aprofundamento, com destaque às sondagens diagnósticas, que resultaram na coleta de uma amostra de carvão já enviada para datação ao laboratório do Beta Analityc de Miami, Florida. Além disso, a realização de coleta controlada possibilitou a identificação de uma aldeia no formato circular numa mesma margem do rio, associada a tradição ceramista Tupiguarani. O material resultante das atividades de campo encontra-se totalmente limpo, catalogado, classificado, quantificado e fotografado, servindo de referência para a organização das atividades científicas futuras, como por exemplo a publicação de artigo de cunho científico. Em relação aos trabalhos de gabinete, no período, houve continuidade na elaboração do relatório final, que consiste na documentação gráfica dos sítios arqueológicos, compreendendo as fichas de sítio no padrão IPHAN, mapas com sítios plotados, croquis com localização dos sítios, relação total e final dos CR/C/RM/030/060/2005 170 sítios localizados, relação total do material resgatado, fotos panorâmicas e pormenorizadas dos sítios e do material relevante. Cabe ressaltar, no que se refere a coletas controladas, a identificação do formato de aldeia da Tradição Ceramista Tupiguarani, bem como de material que foi enviado para a datação ao laboratório Beta Alalityc, Miami. Sondagens diagnósticas foram realizadas, apresentando em um caso, material para datação. Coletas Controladas foram realizadas, resultando na. 3.2. Atividades Previstas para o Próximo Trimestre Os trabalhos de localização de sítios e salvaguarda do patrimônio arqueológico estão concluídos no Complexo Energético. Uma exceção abre-se para o sítio RSAN:18, Valdir Rabeschini, Lote E-104 da UHE 14 de Julho. Este sítio, em função da quantidade de concentrações de material e diferencial dos demais no sistema de aldeamento, será alvo de mais estudos, principalmente para comparação com outros vales, como o Jacuí. 3.3. Conclusões/Observações Do ponto de vista científico, com os sítios descobertos constata-se que as pequenas várzeas ao longo do Rio das Antas continuam a ser os locais de ocupação por parte dos Guaranis e, na ausência destes, rio acima e sobre o topo dos morros, surgem os sítios da tradição Taquara. A área limite para a ocupação Guarani ao que tudo indica é a área de abrangência da UHE Monte Claro. O sistema de aldeamento identificado tem sido o linear ao longo do rio com unidades habitacionais ora numa margem, ora noutra. O sítio RS-AN:18 é o único caso de aldeamento circular. As poucas evidências em relação aos caçadores-coletores ainda não permitiram uma conclusão final quanto a sua área de dispersão. Até o momento, a tendência é de que triam ocupado a mesma área dos Guaranis. 3.4. Anexos Anexo 1: Fotografias das atividades em laboratório e campo CR/C/RM/030/060/2005 171 Anexo 1 Fotografias das atividades em laboratório e campo CR/C/RM/030/060/2005 172 Ilustração das atividades de laboratório com o material na mesa de análise Ilustração de como alguns dos vestígios aparecem em sítio CR/C/RM/030/060/2005 173 Ilustração de vestígios arqueológicos coletados durante atividades de campo Ilustração de vestígios arqueológicos cerâmicos coletados CR/C/RM/030/060/2005 174 Ilustração de vestígios arqueológicos cerâmicos coletados em campo Ilustração de vestígios arqueológicos líticos coletados em campo CR/C/RM/030/060/2005 175 Ilustração de sondagem com localização de camada de ocupação e carvão Ilustração da localização de habitações em sistema linear ao longo do rio CR/C/RM/030/060/2005 176 Ilustração com a localização de habitações em sistema circular Troca de equipamentos de trabalho (do automóvel ao trator) CR/C/RM/030/060/2005 177 4. PROGRAMA DE SALVAMENTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL O Programa de Salvamento do Patrimônio Histórico e Cultural, nas áreas do Complexo Energético Rio das Antas, está sendo realizado pela FUCS – Fundação Universidade de Caxias do Sul, e é denominado de Projeto ECANTAS - Elementos Históricos e Culturais do Rio das Antas. 4.1. Descrição do Trabalho Desenvolvido As expedições realizadas no período de 01 de abril a 30 de junho de 2005 foram concentradas nos municípios de Bento Gonçalves e Flores da Cunha. Foi, também, realizada uma expedição ao município de Guaporé para obtenção de informações técnicas sobre os moinhos coloniais. 4.1.1. Bento Gonçalves • Registro de cenas de trabalho e depoimentos na pedreira do Distrito de Pinto Bandeira, localidade de Linha Jacinto pertencente ao Município de Bento Gonçalves. Cenas de homens quebrando pedras manualmente e transportando com máquina e caminhão. • Depoimento de Nelson De Bortoli, 47 anos, agricultor e funcionário da prefeitura municipal: fala do trabalho executado na pedreira, sobre as origens dos antepassados, as histórias do lugar, a mentalidade do trabalho. • Depoimento de Onorino Predebon, 62 anos, fala dos trabalhos que ele realiza; do cotidiano de quem é originário da cultura camponesa; fala também das histórias da imigração e dos assentamentos primitivos da região. Área urbana de Pinto Bandeira. Característica da propriedade com jardim, horta, galpão. • Seqüência de cenas para confecção de cestos de vime e registro de trabalhos em uma pequena oficina de sapateiro na residência de Onorino Pedrebon. Pinto Bandeira, Bento Gonçalves. • Registro de cenas no moinho Linha Jacinto, de propriedade de Lucindo Rigon. Cenas externas com cascata e arroio. Cenas internas das máquinas e estrutura do moinho. Funcionários operam os mecanismos. Pinto Bandeira, Bento Gonçalves. • Entrevista com Livino Agostinho Formaglioni, 77 anos, morador da capela Santa Cruz, Linha Jacinto. Livino executa trabalho de corte de capoeira com pequena foice no meio de um cultivo de vimes. Na entrevista o informante conta histórias, lembra de episódios dos antepassados. CR/C/RM/030/060/2005 178 • Registro de capitel de beira de estrada, Linha Jacinto. Paisagem de entorno, parreirais e casa ao fundo no alto da colina. • Cenas de vale e montes. Linha Jacinto, Pinto Bandeira, Bento Gonçalves. • Registro de trabalho com flores na residência de Santina Tomazin De Toni, localizada na Linha Marcolino Moura. Colheita de flores no jardim e confecção de arranjos para venda na feira de Pinto Bandeira. • Depoimentos de Santina Tomazin De Toni, 58 anos e Flávia De Toni, 18 anos. (mãe e filha): falam sobre o trabalho com flores e o cotidiano da propriedade rural e da vila onde residem. • Registro de cenas e depoimento na propriedade de Lucindo Pavan, com parreirais e assentamento de casas e galpões. Linha Silva Pinto, Capela Anunciatta, Pinto Bandeira. • Cenas de um museu particular, de características espontâneas, organizado por Lucindo Pavan. Objetos de imigrantes e seus descendentes. Lucindo fala dos objetos que guarda neste pequeno museu, mostra alguns objetos, explica algumas coisas das primeiras famílias da localidade e também da capela Anunciatta, próxima de sua propriedade. • Registro de cenas na Capela Anunciatta. Linha Silva Pinto, Pinto Bandeira, Bento Gonçalves. • Registro de cenas do Vale do Burati, feitas a partir da estrada que desce ao vale. • Cenas do rio das Antas, no interior de Pinto Bandeira, no deságüe do arroio 20. • Cenas da ponte de ferro e pedra entre os municípios de Bento Gonçalves e Nova Roma do Sul. 4.1.2. Flores da Cunha • Registro da comissão comunitária de jovens e adultos executando a confecção de tapetes por ocasião da procissão de Corpus Christi em Flores da Cunha. • Procissão de Corpus Christi em Flores da Cunha. CR/C/RM/030/060/2005 179 4.1.3. Guaporé • • Registro de moinho colonial (cenas internas e externas) em Guaporé e Vespasiano Corrêa Entrevista com Pacífico Damian 4.1.4. Atividades em Laboratório: • • Digitação e conferência de entrevistas Plotagem de plantas de 30 moinhos coloniais do acervo de Ângelo Pedro Damian (técnico que as elaborou) O quadro a seguir apresenta o total dos trabalhos previstos para o Programa e o realizado até 30 de junho de 2005 Previsto total Realizado no período Total realizado 5.000 fotogramas 453 3445 15 minutos 04 horas 24 horas Entrevistas temáticas 60 14 30 Fotografias catalogadas 500 - - Ampliações fotográficas 100 - 25 SERVIÇOS Registro fotográfico Produção de VT Produção de texto final - 4.2. Atividades Previstas para o Próximo Trimestre • • • • • • Digitação, impressão e encadernação das entrevistas realizadas pelos entrevistadores. Finalização do trabalho de campo Seleção e catalogação de fotografias Ampliação e seleção de fotografias Edição do VT Produção de texto final 4.3. Anexos Anexo 1: Entrevista temática – Informante: Pacífico Damian Anexo 2: Depoimentos de informantes CR/C/RM/030/060/2005 180 Anexo 3: As Festas Litúrgicas Anexo 4: Plantas de moinhos coloniais, soques de erva-mate e silos de armazenamento de cereais. (em CD) Anexo 5: Relatório fotográfico CR/C/RM/030/060/2005 181 Anexo 1 Entrevista Temática – Informante: Pacífico Damian CR/C/RM/030/060/2005 182 PROGRAMA: SALVAMENTO DO PATRIMONIO HISTÓRICO E CULTURAL, NAS ÁREAS DO COMPLEXO ENERGÉTICO RIO DAS ANTAS INFORMANTE: Pacífico Damian IDADE: 87 anos LOCAL: Linha Colombo – Guaporé – RS DATA: 04 de junho de 2005 ENTREVISTADOR: Cleodes Maria Piazza Julio Ribeiro LEGENDA: E – Entrevistador I – Informante 1 As Origens Meu nome é Pacífico Damian. Filho de Pedro Damian e Petronila Fassicolo. Nasci no dia 16 de maio de 1918. Nasci aqui, não nesta casa mas na casa que tinha ali, adiante. Meu pai nasceu na Itália. Diz que era de Belluno. Nós éramos em quatro irmãos e seis irmãs, dez. Estamos vivos, eu, e mais uma irmã que mora em Porto Alegre. Eu sou o último dos filhos, sou o nenê. Minha mãe, não sei (de onde era) se era da mesma cidade (de meu pai), não sei. Ela não veio, eu acho, junto, no mesmo navio. Porque ela, quando veio pra cá, tinha três anos e o falecido pai tinha onze. Ele contava que vieram embora (da Itália) porque a vida estava escassa pra vivê e de mantimentos, e imigraram pro Brasil. Que eu me lembro meu pai não falava da viagem pro Brasil porque não era muito conversador. A mãe era mais, mas ela só tinha três anos quando veio. Quando elas chegaram não vieram logo pra Guaporé. Passaram sacrifícios... Vieram em Bento, lá na Linha Jansen. Depois de casados vieram pra cá. Ele ganhou, ganhou não, pagou a escritura do lote aqui, de nº 42. 1 Na transcrição da entrevista foram eliminadas as perguntas com o objetivo de dar-lhe o formato de depoimento. A presente entrevista se inicia em língua portuguesa e por conseguinte, serão assinaladas, em itálico, todas as palavras no dialeto. Ao longo da entrevista o informante manifestou sua preferência por falar na língua dialetal. Por isso, quando o depoimento for no dialeto, o itálico marcará as palavras e/ou frases em língua portuguesa. Para o presente Relatório será mantida a forma bilíngüe. Oportunamente a entrevista será traduzida e apresentada, na sua versão final, em duas colunas, à esquerda o texto dialetal e à direita a tradução em português. (Nota do entrevistador). CR/C/RM/030/060/2005 183 Ele veio antes de casar, fazer uma rocinha pra marcar a terra porque era só mato. Então, cada um, o casado ganhava uma colônia e o solteiro, meia. Então, o falecido pai, quando requereu (o direito de compra de um lote rural) ele tinha casado, recémcasado, e conseguiu o lote esse de nº 42. A Casa E, depois, era só mato. Tinha só um pique (uma picada ou trilha) de passá a pé, pra vir de Bento pra cá. Fizeram um ranchinho fechado, de varas, e ia dormi aqui em cima no vizinho porque não tinha como... como se diz... Por um pouco de tempo foi assim. Depois, parece que derrubaram um pinheiro e racharam umas tábuas pra fechá a casa. O coberto foi com palha, com folhas de coqueiro que são, bem colocadas servem... Depois racharam tipos umas tabuinhas pra fazê o coberto. Essas tabuinha se chamava scàndole. A Cozinha e a Comida O fogão era um quadro (quadrado) de tábua, cheio de terra e uma corrente que pegava no barrote, em cima (no teto) pra pendurá as panelas, pra fazê a comida. Pra brustolar a polenta fizeram, não sei se logo, tipo uma grade, com os pés de uma altura assim (aproximadamente cinco centímetros) e era quadrada. Eu tenho ela aí, ainda. Está guardada e eu vou levar lá no Museu. Esse fogão se chamava fogoler e a grade para brustolar a polenta era a gradela. Na gradela também se assava carne. Eu também quando matava porco... Antigamente não vendia porco. Não tinha comércio então se obrigava matá. Então assava, fazia um fogo e brasas pra assá a costela. A primeira comida que a mãe fazia, que eu lembro é pão, quando dava trigo, mas não era sempre que dava o trigo. Quando não dava trigo então comia polenta, outra coisa que não tinha farinha pra comprá que nem agora, há muitos anos já começaram a trabalhá com esse moinho. Se não dá trigo, compra a farinha, mas antigamente não tinha onde comprar farinha. Então, polenta. Não era sempre pão branco, a mãe misturava com ... pra slongà. Eu gosto mais falá italiano, porque me criei (minha língua – mãe é o dialeto italiano) e aqui a colônia é toda... son pi franco se parle talian, dialeto2. La canta più antiga che me ricordo lè Monte Grapa. Ricordo ancora un pochetin voi che te la cante? 2 O informante manifestou sua preferência em continuar a entrevista no dialeto italiano. Por essa razão passar-se-á a registrar em itálico toda a palavra que for em língua portuguesa (Nota do entrevistador) CR/C/RM/030/060/2005 184 Monte Grapa como sei belo Tu sei macelo de la giuventù Monte Grapa como sei alto Sei Canpo Santo de la giuventù. La è più longa ma dòpo no me ricordo pì. E cante antighe intiere no me ricorde gò perso la... massa véccio, gò pers tant la memòria..., na vòlta gavea più memòria, dès... El me nòno, el gaveva undeze ani (quando l’è vegnesto da Itália)... El lè nassest nel mil otocento e setanta due, el gavea undeze ani. Lè vegnesto nel mila otocento e otanta tré. El primo magnar que me ricordo lè el pan e la polenta. E i primi ani no se gaveva costume de magnar farina de mandioca, ndove che tafone no ghenera, propio al primo tenpo, dòpo i gà mest sù na tafona là e, mi no me, come digo, la memòria.... ma era picolet ndea co le me sorele a limpar la mandioca a la sera, rasparla par masnarla. Quando no ghenera formento,(se magnava) polenta e lat e ala matina, polenta e formai e salame. El formaio là mama lo fava e el pupà el fava i salami e anca el ossacol, la panceta. Mi, ma no son pì bom de farla, lè tenpo che no vao laorar drio i pòrchi, ò pers, (la man) son massa duro! Ma se gaveva (scodeghe e) se fava scodeguin anca. Qui in torno ghenè ncora gente che fà i scodeguin. A casa mia, el me gendro, lù che va drio (a sto laoro). O Irmão que fazia Moinhos El me fradel che fava mulini se ciamava Angelo Pedro Damian. El gaveria cento ani, lè nassesto ai vinti óto de giugno de mile novecento e cinque. E lè nassesto quà in Linha Colombo, Guaporé. El primo tenpo, lì, lè ndat quà a Guaporé, laorea de marcinero. ‘L gà scuminsià a laorar de marcinero, con un tal de Fioravate Sassi. Lù(sto Fioravante) el gà insegnà. No me recordo se lera vegnesto anca lù de Italia, che me fradel, quando lè ndà inparar el ofício, el gavea quatordeze, quindeze ani. No me recordo quanti ani el gà laorà insieme a sto Fioravanti, parche sera picoleto mi. Lù el gavea, mi son del disdòto, lù lera del cinque, tredeze ani più de mi. La matematica no la me giuta più... O Aprendiz El gà imparà e far de marcinero, dòpo el gà laorà, nantro me fradel, el Joan, el gà conpra un mulin a pedra, masnea forment e milho, e dòpo el gà inventà de comprar na turbina e un cilindro de forment e ghè vegnesto un tal de Toni Spagnol, lèra del Relvado, a montarghe la turbina e el cilindro (nel mulin del fradel Joan). E me fradel Angelo el gà scominssià laorar, quando ‘l gà scuminssià laorar là, sto Toni Spagnol, CR/C/RM/030/060/2005 185 lù lè ndà insieme a laorar, el gà inparà. El gà vist como lèra el mistier, el se gà mest montar mulini a cilindro, picoi, dòpo scuminssià, avanti, colochea mulini grandi. Mà lù no lè mia laorà senpre insieme a sto Toni Spagnol, sol là (sta volta), a colocar quel lì de me fradel. El posto (ndove ghera sto mulin) lè quà de lá Linha Colombo, quà, de lá dèl asfalto. Lera tocà a àqua, gavea anca la màchina, parche el tenpo de seca la àqua lèra poca, lora gavea la màchina per tocar là. El gà scuminssià con vinti trè, vinti quatro ani, mais o meno (a far mulini, lì per el 1930). O Profissional A Bento, ghe sò mi, dòpo che lù la scuminssià, a Bento no la mia fato mulini. Quà in volta, quà del Estado, quà de parte de Maurício Cardoso, no me ricordo. Sù par de là, um che gò in mente. Fora, sì el gà ndà a Mato Grosso, San Luiz Gonzaga, ndove ncora? L’è ndà fora distante. Quà in torno, ma che dòpo, ultimamente, lèra mia pì lù che montea. Lù el fea la pianta. El gavea un so fiol che el gavea ciapà pratica e naltro De Lazer che el laorea (insieme). El so fiol lè bel che morto, el se ciamava Vivaldo Damian. E naltro, anca, el gavea quà un tal de Valdomiro Sbaraini, fiol de na me sorela. Stà a Lajeado, lè mort anca lù, so mama lè morta fà un ano, e un De Lazer, no me recordo pì el nome. Ilópolis, Arvorezinha cognosso, Ilópolis (cognosso) de più, parche o menà erva mate là, a Ilópolis. Ghenò un poco de piante, là gò data via e i là menada a Ilópolis e son ndà pesarla sù, lá, pesarla sù son ndà na volta. Arvorezinha son passà, lè ani che no passe pi là in Arvorezinha. Ben, alora, me fradel, el Angelo el gà inparà a montar i mulini, a colocar le machine col Toni Spagnol. E dòpo el gà imparà a far, a desenhar le piante lù. Ela la cognosse la Maria Ângela quela que stà in Canoas? Bom, de drio (de la so casa) el gavea na caseta aposta. El se tirea lá, a studiar, far le piante dei mulini. E i era mulini grandi, no sò quante tonelade. No me ricordo se lè ndato fora inparar far le piante, parche lù, dòpo, el se gà maridà con una là de Gramado, dòpo, lì, le ‘ndà de star a Erechin, in quel tenpo l’era Boa Vista de Erechin, lè ndà de star là sù, e lora, in quel tenpo, pol esser que ‘l sia anca ndat, mà... A São Paulo sò che lè ndà tante volte (ma non sò se l’era ndà per inparar a far le piante dei mulini). Non sò parche, l’era maridà l’era fora de casa, mi no gò mai dimandà parche ndea, fora a San Paulo. Na volta lè stà assaltá anca, pena desbarcà del avion là in São Paulo. El ndea de avion e lo gà assaltá. Adès, par còsa che lè ndà non sò, sol che lè stà anca malà, la passà el tifo là a São Paulo. Non sò se lè ndà laorar (o per inparar) o, enfim, che lè stà no sò quanto in tel hospital là, em São Paulo. Dòpo, la so sposa la è mòrta e el se gà maridà co la so mama de Maria Ângela. Eu não cheguei a ver o Angelo montando os moinho e nem vi os desenhos, porque depois de Erechim ele foi lá, em Canoas, e sempre ficou lá. Ele faleceu faz vinte anos, mais, vinte e um, não me recordo bem. CR/C/RM/030/060/2005 186 O Primeiro Moinho E el primo mulin el ghè ncora. Lè ‘l mulin de Ortolan. Dòpo de me fradel, lè stato senpre de Ortolan, parche Joan el se gavea maridà co una de Ortolan e lora i gà conpra, lù e so sogro, ei gà comprá el molin e dòpo che i gà laorà ani, lera picinin come quel lì (aponta para o netinho de sete anos), e mi ndea al mulin. I gavea ncora el rodon tocà a àqua e na parte dòpo ei gà fà l’idea de meter sù un cilindro per masnar (forment), comprar forment, masnar forment. Dòpo l’era massa picol, per el movimento i gà ciapà la medalha de la farinha (bona che i fava). I vendea farina là a Mussun, Estrela, Roca Sales, Picon(?). La farina i la mandea zô par de là a vender. I gaveva i conprador e dòpo, per la fim, no i ghe dea pi conta dei pedidi. Alora, conpra nantro cilindo e i gà scominssià... Ma só sogro lè mort e i só fioi... ... Chi che gà el molin, ncoi lè i neodi del Joan, fioi de so sogro, so cunhadi. E adès l’è i so sobrigni, ghe ncora ma no i masna più forment, sol i vende. I conpra milho e i vende farina de milho. El ghe dava nome a la farina, quando la vendeva fora, ma no me ricordo, no lèra mia (Farina) Ortolan, nò. Ghè un so fiol che stà quà sù, el fradel de quel che gà el molin, quà sù, e el gà na floricultura. E quel molin che lè ancora lì, lè stato fato per el Toni Spagnol e Angelo (Damian) e ghera un che el gà giutà a farlo, el Emilio Dalmagro, marcinero bon, vegnesto quà de Guaporé. L’è de Due Lajeadi, adés restaria soto el município. Non me ricordo del ano che i gà scominssià a laorar, quel ano che i gà conpra là el molin lè stà del mila novecento e vinte cinque. El masnava milho e forment. Ghera due rode una per el milho naltra per forment, co le penere diferente, de seda per la farina de forment. O Ritual do Pão Doméstico Noantri, se ciamava el pan fato de formento de pan bianco pan de forment. De le olte i misturea anca, alora de ghe dizea “el prot”, che l’è el pan misturà co farina de milho. Co l’era misturá par slongarlo um poc, i metea dentro farina de milho e lora i ghe dizea el pan prot, tuti i dizeva el pan prot, no sò se i era sol i belunesi, parche quà in volta i era quase tuti vegnesti de Itália, mà no sò se tuti de Beluno. A casa nostra, par slongar la farina, se meteva dentro farina de milho. I gavea fat far là del Amorin un tipo de forme quadrade e ghenera de pì strete cossì e longhete e ghenera de quase quadrade par meter cosinar el prot, in tel forno, come quel de forment. Gavon ncora el forno, nò quel vècio. El gavon fat un par de volte. Adès i dòpera, quando viem casa la turma, qualche feriadão o qualche festa, Pascoa, Natal, Primo del Ano, lora i vien quasi tute. Ghe due em Porto Alegre che le vien casa, le vien CR/C/RM/030/060/2005 187 seguido quele, “fò el pan cosinà in tel forno!”. Me piàs, parche lè ani che le è via de casa e sol quel pan conpro, li, de padaria... Lora, co le vien casa, el pan cosinà tel forno gà altro gusto, dòpo ghè posti anca che i conpra pan de forno, ghe ne par tut. E mi quando le vien casa, le porta casa(el pan), fin che le fresc me piase de più quel che le porta a casa. De le olte, se và a Guaporè e no ghe ne mia a casa lora ghen compre. Na fiola là na padaria fà pan bon de forno, lora ghe piàs de più quel de forno. E mi quando ghenè pan de quel de padaria, fresc me piàs de pì de quel del forno. La mama la fea anca sol pan de milho, de le volte misturea anca.... cosinea patate dolse, dòpo la desmanssea e metea in tel pan e fea quela massa de pan. E i cusinea le patate tel àqua, própio tante nò, due, trè patate conforme le patate, se nò le seca massa el pan. Sti ani i fea cada òto di, al sabo, senpre el pan. Metea in cantina, ghera late par meter entro, col tanpo, che stesse più fresc, che no i ciapesse vento, che el vento el seca, rento nte na lata. Par cosinar se meteve soto le scartosse. La mama la fea i paneti par i picinin, um tipo de colonbin i metea fasoleti per far i oci. La mama la fea un colonbin per cada fiol. Parche un sì, un nò? La cusinava le patate dolse tel àqua, desmanssea come, mesturea ‘nte la massa del pan de farina, mi me par che no la passea in tel setacio, sol co le man. Os Ritos da Vida El giorno più felicie l’è stà el giorno che me ò maridà. Son maridà co la Isabela Brezolin, maridà de quarta-fera. Quel tenpo che son maridà mi, maridea mia, el vigário che ghera quá, de sabo, perche já che i fea baile, stea sù tuta la not, ndea mia a la messa ala domenega. A maioria se maridea a quarta-fera mà mi che, no me ricordo che i fava festa anca al giorno de la Ascenção a quindeze di, no me ricordo. Se lè vanti Corpus Cristi o quindeze di dòpo, de quinta-fera, na volta i fava festa. E mi son maridà al giorno drio lera, o la Ascensa, o Corpo Cristi. Son maridà ai dizassete de maio de mila novecento e trenta nove. Ela la gavea quindeze giorni manco de mi, la so età, ela, la gaveria fat i ani gieri l’altro. Semo maridadi ai vinti un ani. Mi gò fato el tiro de guera. La era me vizinha, ma no gò trato de òcio sol a questa nò. Gavea nantra, prima, catàda una, in tel baile, parche mi, de novo (quando jovem) quase não dançava, eu não gostava. Em festa às vezes. Se ndea a morose, mi, in te la casa de Isabela ndavo in ultima, due vòlte, na quarta e in tel sabo. Ghera la cosina, ghera, na parede e ghera la sala ndove no se podea namorar soli perche ghera senpre qualchedun insieme, dentro in cosina. Un ano gon namorá vanti maridarse. La me sposa no lo vive mia, faz sete ano em março, que ela faleceu. Antes de casá nós noivamos e meu pai e minha mãe foram junto para pedir a mão da noiva, porque costumavam assim. Quando eu casei fui morar na casa do pai e o enxoval da noiva eu fui buscar, na casa dela, de carroça. Era... eu só não me recordo dentro do que ela botô o enxoval, in tel baul nò. No sò se lera costume portarse la cassa de dòta perche, ela CR/C/RM/030/060/2005 188 nò no la portada. E se gà maridà un fiol gavea fat la caseta quà sù, gnanca quela no gà portà la cassa de dòta. Son stadi insiemi cói gienitori fin che i è morti. Gò levà undeze fioi e questa quà l’è la última. I me fioi omeni, quando i se maridava ndava fora de casa sùbito, parche gò dat la casa, mà sol al pi vècio go dat la casa. Questa lè la me fiola pi dovena e la se someia più mi che so mama, la Isabela là era mora come Elizabete, questa me fiola. El vestì de Isabela, (quando la sa sposada) lera bianco, mà no gavemo fato ritrato parche in quel tenpo ghera pochi soldi e anca pochi fotògrafi. El giorno più triste per mi l’è quando lè morta ela (a esposa Isabela). (...) Par saver, la Maria Angela, la sà se so pare lè ‘ndato fora studiar par negocio de far piante de mulini. Pi facil ela che là sàpie. Lá perto do moinho tem pedreiros, tinha agora eu acho que tiraram, também tinha plantado anos atrás muitos parreirais grandes aqui em volta iam tirá as pedras lá. CR/C/RM/030/060/2005 189 Anexo 2 Depoimentos de Informantes CR/C/RM/030/060/2005 190 DEPOIMENTOS TEMÁTICOS 1. CULINÁRIA 1.1. Tecnologia de Conservação A gente fazia, a mãe fazia pra guardá, antigamente, que não tinha zeladera, quando o pai pescava muito pexe, então eles tirava os peixe e eles sabia tirá bastante espinho e depois cortava em pedaço grande e fritava. Não queimava a banha. Ela fritava o peixe depois se prontava uma bacia de cebola cortada não muito fina, um poco grossinha e quando terminava de cozinhá o pexe naquela banha lá, botava toda cebola dentro com sal, pimenta, um poco de pimenta também que ela se cozinhasse um poco, que ela ficasse meia murcha, não cozida mesmo, ma bem murcha e depois quando era fria, nós tinha três, quatro, cinco vaso de vidro grande assim, com boca larga e ela botava uma camada de cebola embaxo, uma camada de peixe, de cebola, e peixe até em cima. Se guardava o peixe a escabeche E ela guardava, tampava e quando queria prontá pra de manhã fazê comida às oito ou também de comê, a zente esquentava. Maria Paulina Largura, Chiaradia, 92 anos, Nossa Senhora da Pompéia, Veranópolis Os peixes eram fritos, não fazia peixe insopado antigamente. Era frito, cortadinho, temperado, passava um poco de farinha e frito no azeite. Eu não me recordo de antigamente ter comido um peixe insopado era tudo frito. E os passarinho intão eram despenado, limpado. Antigamente se cozinhava co a banha, fritos na banha com polenta, né. Aquilo é comida muito boa, né. Zelma Piccoli da Silva, 61 anos. Veranópolis 1.2. Marmeladas A minha mãe fazia marmelada sim. Ela fazia maçanada, nós tinha o marmelo ela fazia marmelada de marmelo, uvada. Era guardadas em caxinha, não era guardada em garrafão que nem é agora. Fazia tudo caxinha de madera, botava um plástico e se botava nas caxinha. Botava uns dia no sol depois se guardava. Bastante açúcar, bastante cozida ela durava o ano intero. Zelma Piccoli da Silva, 61 anos. Veranópolis 1.3. O Pão de Cada Dia Para fazer o pão, antigamente o fermento a minha mãe ralava duas batatas inglesa, mas já se tinha um pedaço de pão eu acho que não me lembro porque um pão CR/C/RM/030/060/2005 191 passava pro otro, né, quando fazia segurava um poco daquela massa e botava num garrafão. Depois se ralava batata, botava açúcar, sal e aquilo crescia, fermentava, fermentava e o dia seguinte a minha mãe fazia o fermento com aquilo lá, depois de muito tempo começô vim o fermento Flesmann, aquele de grãozinho. Intão começaro fazê com aquele lá. Com aquele fermento feito de batata, no dia seguinte intão ela despejava numa bacia com farinha acho que ela botava banha, um poco de açúcar, sal e farinha. Um botava ovo, otro não botava e amassava tudo à mão. Depois dexava crescê bem aquela massa, quando era bem crescida, intão dava mais uma amassada e fazia o pão. Depois quando era bem crescido a gente cozinhava no forno, né. Forno a brasa. Se fazia o fogo depois se pegava aquela capoerinha de mato bem fininha a gente fazia as vassoras, varria bem direitinho e se botava uma palha de milho, a palha de milho botava embaxo pra não sujá o pão. Ah! ficava uma beleza, quando se abria o forno parecia umas rosas lá dentro. O forno tudo feito de tijolo e era assim, fazia os pé de pedra, depois fazia aquela armação e era todo feito de tijolo e na frente tinha a porta e atrás tinha um buraco pra sai a fumaça, pra sai o fogo. Depois, quando se botava o pão se fechava o buraco atrás e a porta. Lá ele cozinhava. Zelma Piccoli da Silva, 61 anos. Veranópolis 1.4. A Comida Diferenciada A comida nos dias de festa a gente sempre melhorava o negócio, porque intão a mãe era bem caprichosa na comida. Ela sabia fazê comida. Também os dias de festa ela sempre trabalhava na cozinha da capela, nos casamento era sempre ela que fazia os bolos, as torta, os biscoito, intão ela sempre cozinhava bem, a minha mãe, ela sempre tinha visita lá em casa. Antigamente, eles faziam muita comida de panela, né. Faziam massa, arroz, carne em molho, eu me lembro, dava uma trabalhera porque a festa não era tanta gente porque se fosse que nem agora quem que agüenta, não. Depois começaro co churrasco intão, mudô, mais rápido, fazem a sopa, vários tipos de salada, vários tipos de carne. Eu me lembro que antigamente era cebola, quando não tinha tomate eles usava a massa de tomate, salsa, alho e por aí vai. Não tinha esses tempero pronto, se obrigava fazê. Zelma Piccoli da Silva, 61 anos. Veranópolis CR/C/RM/030/060/2005 192 1.5. A Sopa dos Poloneses Os poloneses, tinha algum prato especial que eles faziam, mas eu...é eles tinham, comi só uma veiz eu acho. Má...mais uma comida que os polonês sabiam fazê era...eu não posso nem te dizê como é. Matava os pato, de sangue do pato faziam uma sopa especial, assim...né. É! me lembro um poco. Era tão bom o que sabiam fazê, que coisa! E esses aqui de Nova Prata, ali que tem...como é que é que se chama? O Braspol, eles vinham lá na nossa ingreja, foi convidado. Faziam dança deles, presentação, tudo né. Intão, té hoje eles sabe se fazê, poque lá na sociedade, na festa, eles fazia comida deferente, especial. Fabiano Rustik, 64 anos, Veranópolis 1.6. Do Porco tudo se Aproveita Quando matava um porco, então eles cozinhavam a carne que sobrasse né. Primeiro eles faziam o salame, depois então, o que sobrava, eles cozinhavam dentro de um tacho, bem frita assim, na banha e, lavavam bem aquelas latas que compravam os querosene, queimavam bem. Ficavam limpas. Então, botavam uma camada de banha e uma camada de carne e, enchia aquela lata e, depois, íamos tirando os pedaços. Esquentava e se comia assim e algum pedaço, então, o pai pegava e fazia em salmoura e pendurava, que nem o toicinho pra depois botar no radichi né. Então ele fazia na salmoura e pendurava no porão e, a gente pegava um pedacinho por vez e depois, então, a gente cozinhava e botava no racichi. Ficava tão boom! Lídia Panozzo Rigo, 73 anos, Nova Roma do Sul Como não tinha geladera, não tinha luz. Intão, eu me recordo lá quando a gente matava um porco a gente fazia banha e o salame. Intão aquilo é duas coisa que se conserva, né, a carne, intão quando se matava um porco a gente distribuía um poco para cada vizinho, quando o vizinho matava também ele dava um poco pra cada um. Intão a gente ficava com poca e a minha mãe cortava em pedaço e cozinhava co a banha. Depois a gente dexava no porão dentro de uma panela aquela carne junto co a banha. Intão ela durava uns dias, né, depois a gente ia lá, pegava e isquentava, porque não tinha otra solução. Não dava pra guardá muita coisa. Quando não se tem luz, não se tem geladera. Zelma Piccoli da Silva, 61 anos, Veranópolis CR/C/RM/030/060/2005 193 2. ORIGENS 2.1. A Viagem Meus avós vieram da Polônia. Meus avô que eu sei, os otros poco tenho conhecimento, mas que eu mais sei dos meus avós que meus pai contavam, né. Eu cheguei conhecê, ma todos não, depois faleceram eu era pequininho, né. De onde eles vieram da Polônia eu não sei dizê. Lá da Polônia mas eu não sei memo o lugar porque Polônia é grande né. Que eles tavam lá por caso que ia dá uma guerra num sei o quê lá e eles siscaparo (escaparam) pra cá, viero pra cá. Só que escutavam que se viajava muito no navio, na água assim. Eu acho que viero mais sim só que eu não tenho recordações. Mas que viero mais, porque no navio bastante gente cabe. Fabiano Rustik, 64 anos Veranópolis Os meus avós vieram da Itália, mas meus bisavós eram de lá. Eles não vieram pra cá, só os avós. Eles vieram que não sei o ano, não sei tê explicá o ano porque nunca foi comentado. Eu só sei que o meu pai comentava que lá teve grande guerra e começaro a passá fome ai resolvero, seis irmãos vieram pra cá. Dois ficaram em Santa Catarina, dois pararam em Caxias do Sul e dois vieram pra Veranópolis. Por isso que tem um monte de Piccoli, que tudo que é lugar tem, né. Os avós maternos vieram de Cremona em 1885 e os avós paternos vieram de Udine em 1886.Eles se mudaram por causa da pobreza lá, né. Começô uma guerra lá muito grande e não tinham mais o que comê daí resolvero vim pra América, pra América, né. Dizem que demoraro quarenta dias dentro do mar, de navio e viero até acho que chegaro até, não sei aonde e depois até Porto Alegre e o governo daqui depois, né, depois viero até Garibaldi, lá pra baxo, Bento Gonçalves. Lá que eles começaro recebê o número dessa terra que ainda hoje existe ainda eles moro, os netos, os filhos. Na minha casa supor, seria um neto do meu avô que veio da Itália que é o meu irmão mais novo. Zelma Piccoli da Silva, 61 anos. Veranópolis Meus avós vieram lá do Vêneto da Itália. Tanto da parte do pai e da mãe vieram lá de Rosá, Travetore, lugar por exemplo, Rosá seria que nem Nova Pádua e Travetore seria lá no Belvedere Sonda ou no Mitzel. Moraram aqui em Nova Pádua. Os Sonda vieram morar aqui em Nova Pádua. Os Bággio, parte da mãe, eles é que foram morar lá no Serro Grande que deu essa desavença que eles queriam que Nova Pádua fosse lá e não foi. Veio pra cá. CR/C/RM/030/060/2005 194 Meu avô veio da Itália pra cá, porque tanto por parte do pai, como por parte da mãe, eles não tinham como viver lá. Não tinham. Então como não tinham terra, não tinham nada e houve aquelas guerras todas lá, né. Então houve aquela aventura de muitos, que saíram de lá e vieram pra cá. Então o que que aconteceu: vieram a lá Mérica. Demoraram 45 dias pra chegar aqui no Brasil. Inclusive morreu uma criança no caminho. Tanto na parte da mãe como na parte do pai. A parte da mãe tiveram que jogar no mar porque não tinha, que eles fiscalizavam, só que a parte do meu avô, eles conseguiram esconder e enterraram em Santos. Chegaram lá, abriram um buraco na areia e enterraram ali. E ali tinha o pessoal de São Paulo que esperava que chegassem esses navios com pessoal para trabalhar lá no São Paulo né, como tipo escravo. Então teve uma pessoa que chegou no meu bisavô e ele disse: “tu não fica aqui que tu vai ter que trabalhá como escravo, vai lá no Rio Grande, que lá vocês vão ganhar terra, vocês vão ser donos.” E por isso que eles vieram, senão eles teriam parado, que muita gente parou em São Paulo. Os primeiros anos de vida deles, eles se instalaram embaixo de uma árvore, no mato. Arrumaram uma casinha de madeira, depois, claro que o governo ajudou, foram construindo as casas para eles morá. Eles começaram fazer o quê? Derrubá o mato pra começá plantá. Então o que meu avô meu contava: eles pegavam aqui de Nova Pádua, que Caxias já existia alguma coisa, né. Então eles iam pro moinho, moê o milho para fazê a farinha do trigo, tanto do trigo como do milho. Eles botavam o saco nas costas. Pegavam a picada, iam pra Caxias pra moê, compravam açúcar, compravam sal. E o meu avô me contava que quando vinha pra casa, porquê meu avô, parte da mãe, o Baggio, Valentino Bággio, meu avô Sonda veio com três anos, mas meu avô Bággio veio com 18 anos. Então ele me contava, ele vinha pra casa e como não podia fazer a viagem num dia só, ele vinha de noite e encontrava os tigres, o leão no caminho, tinha que subir em cima das árvores. Ficar em cima das árvores até que nascia o sol, quando clareava o dia. Então os animais os bicho do mato iam se esconder, se acalmavam e ele continuava a viagem e ia para casa. Ivo João Sonda, 72 anos, Nova Pádua Meu avô veio de Vicenza. Veio por culpa que aquela época era dificuldade e muitos tinha poblema, otros viero pra fugi da guerra que sempre tinha guerra lá. Algum ouviu falá que o meu avô também teve poblema ma não sei se é verdade. Ouviu conversa que ele tinha tal de tabaco, hoje seria maconha, e pegaro ele co tabaco, não sei. E depois intão veio embora pra perdê a pena né. Não sei se é verdade. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis CR/C/RM/030/060/2005 195 3. Relação com o Rio das Antas Do Rio da Zanta? Lá tinha umas pedra, ainda tem hoje, né, eu num fui lá. Tem umas gruta lá. A gente, muitos viro um cachoro branco em cima daquelas pedra, montanha lá naquela gruta. E muitas gente acamparo ali, ouvi falá, né. A história? Eles contava que campava lá, ma de noite ninguém parava, tinha que curê de lá, ninguém parava. Por que fazia assombração, né. Sustava, fazia medo, e diz que de tudo fazia! Fazia caí tudas planta, mato, barulho fazia. Pagava o fogo com água, tudo a gente tinha que fugi de lá, ninguém agüentava ficá lá. É. Num era tão fácil assim, eu num fui lá, num conheço quele lugar ainda, né, acho que tem té hoje, lá. Eu sei que ninguém podia pará naquele lugar. Fabiano Rustik, 64 anos, Veranópolis 3.1. A Construção da Barragem E – A construção da barragem mudou alguma coisa para as pessoas da comunidade? Não, acho que não mudô. Só mudô aqui na cidade que se vê pessoa de otro lugares, de cor mais morena porque antes que viesse a usina nós era quase todos italiano, todos branco, agora tem muitas pessoa morena que estão por aqui e vão ficá por aqui. Vão deixá a raça por aqui, espalhada. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis O Rio da Prata, eu me lembro que um casal, bêbados, eram os Barbieri, eles não enxergavam o perigo. O rio tava alto! E os do lado de cá, diziam: “não atravessem, não atravessem que o rio leva vocês!” Mas eles que nada! Se foram cantando. Mas foram rio abaixo na cachoeira. Ficaram mais de vinte dias. Me lembro que, meu pai era sub-prefeito naquela época. Depois então acharam. Um que nem, hoje, outro que nem, outro dia. Acharam os dois. E, o Rio da Zanta, eu me lembro, dum homem, ele tava atravessando com dois filhos, aqui em baixo, na balsa e o rio era meio alto, a barquinha começou a descer, descer, descer. O pai ficou com medo. Ia os três, né. Era o pai e os dois filhos, um casal. E quando ele viu isso, o pai pulou. Nadou, a nado foi fora e os dois meninos foram de vagar, devagar. Diz que ele começou a gritar, rezar, pedir à Nossa Senhora e né que o barquinho foi... foi.., encostou, antes de pegar o Cachoeirão e salvou os dois meninos. Lídia Panozzo Rigo, 73 anos, Nova Roma do Sul CR/C/RM/030/060/2005 196 3.2. Os Peixes do Antas Ah era, oh Dio, três, quatro tipo de peixe que era diferente, aqui pra cima não existia. Lá pra baixo que é perto do Rio das Anta que ele subia tinha diversos tipo ma não me lembro o nome. Nome estrambótico que tinha. Era pequeno e ia lá pescá co meu avô ma era, ah não me lembro, oh Dio no me lembro ma tinha muita tal de bissata**, uma cobra. Incomodava muito e dava medo, uma cobra de rio ma dava pra comê, chamava bisata. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis 4. CANTOS E REZAS Tinha aquele que fazia as reza sempre. Que nem Nossa Senhora das Dores era o Zacaria e mais pra cá era o Menegon que fazia os canto, as reza. Cantava aquelas oração de jurado, de morto, era bem difícil. Latim, eles cantava os primeros tempo, era as reza em latim então não era fácil aprender também, era um o dois de cada comunidade que sabia fazê. E nos Piccoli nem sei quem é que tinha que fazia, ma em cada capela tem um líder que mais se dedica às reza, oração, acompanha, tem o livro. Nos Piccoli tem um tal de Tonato aquele faz todas cerimônia da alma morta. Faz cerimônia que nem um padre né, faz muita cerimônia de enterro, ele fez. Tem prática, né. [...] Nós, anos atrás, era seguido porque já faz uns 30 ano que minha patroa ela participa do coral e tinha o Coral da Paróquia que sempre vinha ensaiá em minha casa aqui no terraço, quando tinha o terraço, eles vinha insaiá aqui há mais de 30 ano, 35, e sempre continua, eu sempre ia junto. Depois, nós ia na colônia, Santo Isidoro, São Gotardo, ia na casa dos colono e lá cantava e comê pipoca e na época de fruta e ficava aí se divertindo e comendo grustoli e fazendo folia e cantá. Hoje é uma vez que outra. É pra começá nós tinha marcado eu e a patroa que nós ia cada capela co Centro Cultural, ma não foi criado. Vô vê se agora vai se criá pra nós começá de novo e fazê um cada capela, vamos supor, uma capela num me vai, no outro outra capela, isso é muito interessante reuni pra eles incentivá o canto italiano. [...] Santa Cecília era o primero coral que teve a paróquia desde 1890, desde o primeiro que fundaro em Alfredo Chaves. [...] Tinha instrumento, tinha uma porção de instrumento, tinha maestro que era muito bom. Depois tinha o do Cavedon, que sempre existio, desde o primero imigrante que veio da Itália e se instalaro no rio das Anta. Lá sempre teve banda de música e cantava, mais aquilo era banda. Coral é uma cosa, e banda é outra. ** Bissata – O informante refere-se à enguia, peixe longo e fino, com carne rica e delicada. Existe uma variedade de água doce e outra de água salgada. CR/C/RM/030/060/2005 197 E – O senhor lembra como rezava italiano? O Ato de Contrição: Me tolga mio Dio, mi prende, mi arrependi di tutto mio cuore de ter ofendido porque go perdesto paradiso e merecesto el inferno, Cosi Senhore piase que venha um bon toseto ... e não sei o que, não me lembro bem. Já esqueci tudo. Assim gostava que nós ficava: cosi senhore que piase que vien un bon toseto. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis 5. ARTES DO FAZER Costumava as coisa aquele tempo, fazê muita coisa, muito doce, fazia bastante comida, bastante porque nossa família aqui perto da cidade era mais o meno, de uma vida mais o menos porque aquela época nós era mais o meno de vida porque tinha otros muito pior. Lá em casa meu pai tinha sempre o alambique que fazia graspa e aquilo dava sempre em dinheiro e depois, ele vendia lenha prá cidade então sempre tinha um dinheirinho mais que otras família que não tinha nada, só dependia de fazê a safra do trigo, de milho, então não tinha dinhero. A maioria era bem humilde e nós era uma família que tinha um pouquinho mais de poder devido que tinha as coisas mais pra vendê. (As mulheres) Elas tinha sempre o que fazê, tinha que arrumá a ropa pras família, pras criança, costurá porque naquela época emendava, costumava emendá a ropa né, botá uma peça em cima da outra que nem aquelas casa aqui em cima. Tu vê, tinha sempre trabalho, prepará a comida pra de noite, depois prepará o milho pra i pro moinho, tudo trabalho que tinha que fazê pois tinha que fazê. Depois tinha criança pequena e cuidá da horta também, cuidá dos pintinho e juntá os ovo. Também fazia muito crochê e tricô. Fricoletê (frivroletê). Fricoletê era uma castanhinha, parecia assim, que as mulhé fazia um trabalho muito bonito pra botá no meio da mesa, um guardanapo. Meu falecido pai, meu avô, tinha os primero tempo tinha fábrica de queijo. Fazia quejo e fazia o requejão e otras cosa, outro tipo de um queijo especial, caciocavallo* chamavam. Tu vê o nome, catcho cavalo, tu vê, não sei nem. Ma não durô muitos ano que depois surgiu diverso e eles foro mal e desistiro todos né que lá tinha nós e em frente tinha os Chiaradia também que tinha a fábrica de quejo e co tempo desapareceo tudo como todas as indústria como hoje em dia também tem tanta cosa que vem, dura uns ano depois desaparece né. Vão tê que evoluí. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis * Caciocavallo – É um queijo de massa dura. Originário da região do Sul da Itália, é conhecido desde o século XIV e inicialmente foi produzido com leite de jumenta. Hoje em dia é preparado com leite de vaca (mas pode ser também com leite de ovelha). Tem sabor suave, levemente salgado e textura macia quando jovem. Faz parte do mesmo grupo da mussarela e do provolone, ou da pasta filata “massa esticada”, ou que significa que foi esticado e formatado manualmente. Pode ser encontrado fresco ou defumado. CR/C/RM/030/060/2005 198 6. ALAMBIQUES O lambique sempre existiu lá no meu pai ma tinha muito poco, em cada linha tinha um, dois no máximo e lá dos meus pai sempre tivero desde mil oitocento e não sei quanto e ainda tá lá né. Tá desativado ma querendo trabalhá daria né, é porque eu nunca me interessei, depois o meo trabalho né era sempre no sábado, só talvez eu ia lá conservá né. Tá lá desativado, é uma pena porque tem mais de 100 ano né. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis 7. MOINHOS Nós tinha dois moinho perto. Nós tinha a que era, chamava sempre de fam, antigamente, que até era um meo tio primeros ano ma isso já faz 80 ano quase e intão passo Palmira de Fam, como é o nome, Sotili e depois eles venderam pros Pastor, Lídio Pastore e Santo Meneguzzi que veio de Antonio Prado ma foi por volta de 44, 45, antes também. É 41, 44 e fico sempre o Pastore e Meneguzzi e mais pra baixo tinha do Scalco, Francisco Scalco tinha moinho de pedra, não era aquele moderno de hoje, era aquele com pedra e eles tinha que, não sei cada quanto tempo tinha, que batia as pedra co ferro pra podê esmagá e fazê a farinha. É uma cosa muito interessante também e era tocado a água, os dois que tinha lá que nós ia. Um era mais para milho, milho pra farinha de polenta, e o outro pra trigo, farinha de pão. Nós tinha os dois perto lá. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis 8. USOS E COSTUMES 8.1. O Roubo da Noiva E – Naquela época era costume roubar a noiva? Não. Tinha algum sempre que roubava, tinha sempre um espertalhão que roubava. Eles combinava. Vamo supor, quando tinha uma moça que gostava do rapaz e o rapaz era meio conquistador então tinha duas namorada, então dizia: olha, se tu não vem eu vô levá a outra. Tu vem comigo senão tem a outra que vem comigo. Então aproveitava a primeira. Uma ocasião um vizinho robô uma e nós ouvia gritá, as famílias que gritava e ela passo na frente de casa e vinha vindo os dois pro otro, foram prum hotel né e depois houve toda aquela briga de família. Quase (houve) tiro ma afinal tivero que aceitá e pronto. E as famílias quando que notaro que faltava, viro que não tava em casa, foro né. Naquela época não tinha banhero, tinha que i na privada fora, quem tinha privada, senão ia no meio da capoera mesmo fazê as necessidade né. Então levantaro e foro CR/C/RM/030/060/2005 199 vê: “di certo ela tá cum dor de barriga” e foro e não encontraro, não encontraro. E um mais esperto dos irmão dela disse: “vai vê se a ropa tá toda aí” e foro vê e faltava ropa então disse: “não, ela fugiu”. Fugiu de a pé, porque era perto, três quilômetro né. Veio pra cidade. Tinha seguido (era freqüente) que levava pra casa até de cavalo muitos levava. Botava na garupa e levava, como nos filme que se vê muitas vezes que roba a moça, né. E os pais iam fazê o quê? Tinha que aceitá porque senão o filho dizia: eu vô embora também, se você não me aceita com a minha companhera eu vô embora. Então aceitava, fazê o quê? A maioria fazia o casamento depois. O casamento (era) simples, casava e pronto, Sem vestido branco, porque não podia porque não era mais virgem então não podia ter vestido branco né. A virgindade se foi, diga. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis 8.2. A Água A água era trazida da fonte, sempre eles procurava fazê a casa perto da fonte e iam buscá com balde. Era um balde de madera. Chamava de secia, mas nem sei que nome é. Depois botava um na frente e otro atrás, pegava uma madeira e formava um arco e botava dois prego, um na frente e o otro atrás pra não resbalá e pendurava os dois balde. Na época era de madera. Transportava a água assim. Nota: O arco de madeira a que se refere o informante era chamado de bigol. Era apoiado nos ombros e em cada extremidade do arco colocavam um balde. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis 8.3. Fantasmas e Assombrações Ah, falava que via os fantasma, que antigamente falava que tinha muitos fantasma que fazia mal, as alma que era amaldiçoada não sei, então eles ia de noite que ia fazê filó alguma coisa depois ia indo prá casa assim caminhando e via uma ovelha e “Oh! Que ovelha bonita” , pegava no colo e depois ela daí um poco desaparecia, ela falava e desaparecia. Dizia que era uma alma que tava perdida por aí. E outra, eles contava antigamente os meos pai aí, que tava passando e tinha que passá no meio de uma estrada e tinha um home grande com uma perna de cada lado e tinha que passá por baxo, no meio das perna dele, um home gigante, e muitas vez mijava em cima das pessoa. Falava não sei. Tu vê. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis 8.4. Um Cometa e seus Presságios Os sinais, uma vez falava, porque eu me lembro sempre que em 1940, 1944, tinha meus parente que morava lá que foro morá pra Guaporé, morava na colônia nossa, pessoa bem humilde que perdero o pai que era um quer tinha sido, era bem humilde, CR/C/RM/030/060/2005 200 sofrero muito, aqueles sofrero como nunca aqueles meus primo e o dia que eles saíro à noite que saía prá Guaporé tinha a mudança e pararo lá em casa e depois no dia seguinte iam pra Guaporé. Apareceu três estrela cometa e a (estrela cometa) disseram que era sinal de guerra, seca. Sempre falava. E nunca mais vi estrela cometa aquela época. Vimo numa noite três intão parecia que era o fim do mundo porque ia aparecê desgraça. Não sei se veio a guerra, acho que veio a guerra mundial, veio claro. E eu nunca me esqueci aquela noite lá intão meus primo ia embora que era muito chegado, sempre junto, se vivia junto né. Eles ia embora e vê a estrela cometa, era o fim do mundo. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis 9. O CICLO DA VIDA E – Que tipo de cuidados a mulher devia ter quando estava grávida? Olha, a sogra, sempre dizia: “Cuidado! Não passar por baixo da cerca. Não passar por de baixo do cavalo, do pescoço do cavalo, e também se tem uma escada, nunca passar por baixo da escada, porque a criança pode nascer com defeito”. Então a gente se cuidava. Pra ter bom parto, então, elas diziam assim que tinha que tomar sempre de vez em quando, óleo de rícino, pra purificar o sangue e, volta e meia, então a gente tomava a sena, que é que nem óleo de rícino. Cada dor de barriga que era coisa de botar fora o filho antes! Mas tinha que tomar, porque diziam que aquilo purificava o sangue. Nos últimos, mais ou menos, quinze a vinte dias, então não ia nem mais no terço que era pertinho a capela, mas como elas diziam cuidar: quinze dias antes e quinze dias depois, cuidar, porque a criança pode nascer, então a gente ficava meio com medo e então ficava em casa. Durante a quarentena tinha que botar assim, quando o fogo aceso assim, com as brasas bonitas, então a gente pegava uma brasa, um copo d’água, um caneco, então a gente botava dentro uma brasa. Deixava lá um pouquinho, botava fora o carvão e tinha que tomar a água, assim uns 40 dias. Eu também, os primeiro tive que fazer assim. A sogra dizia, então eu fiz assim. E o lenço, o lenço, nunca sair de noite ou de manhã cedo sem o lenço na cabeça, porque o orvalho podia dar dor de cabeça e aquilo que a gente pegava na quarentena, nunca mais ia passar, a vida inteira. Banho era só se lavar com um paninho. Não podia lavar a cabeça. Era perigoso. Tínhamos que se cuidar com a comida. Não podia negócio de banha. Então elas compravam, quando a gente ganhava, tinha um filho, então elas compravam uma lata de azeite. Eu ganhei a primeira lata de azeite quando eu tive a primeira filha. Então, lá, a gente botava só azeite! Não podia, não podia com banha. Elas preparavam a sopa, ainda mais quando a gente tava ainda na cama, porque a gente ficava na cama uns, ih! Eu fiquei uns quatro, cinco dias na cama. Então ela, de noite antes de dormir elas levavam uma sopona de café e leite. Bah! Gostosa! Ela fazia, minha sogra. E, durante o dia, então, quando a gente tava na cama ela fazia a sopa e levava no quarto. Botava um bom pedaço de carne em cima e a gente comia. CR/C/RM/030/060/2005 201 Na época da minha mãe, deixavam tudo escuro no quarto, escuro uns quantos dias e nem o nenê não podia ficar na claridade. Se a gente ia no quarto pra ver o nenê, a gente queria assim, abrir alguma fresta, e ela dizia assim: “Não, não, não! Não pode! Não pode!” Dizia que ele ia ficar cego, não sei quê, de repente, assim com a luz. Então deixava fechada, a janela, às escuras. Lídia Panozzo Rigo, 73 anos, Nova Roma do Sul Fazia o buraco e enterrava né. É uma coisa que tem uns, depois algum voltava fazê o túmulo ma tem uns que enterrava. Como esses dia, tava falando, época de chuva intão eles abria a cova, o buraco, e enterrava que botava o caixão no meio da água. Eles jogava pedra e tudo no meio da água. Ficava desespero, ficava tão comovente sabe, porque vê que dexava a pessoa da família no meio da água, do barro porque tá chovendo, chovendo, chovendo, não parava né. Como acontece agora lá em São Paulo que chove bastante, as pessoa humilde não tem interro é na própria terra, não faz o túmulo. Aqui era também assim. Elígio Parise, 74 anos, Veranópolis 10. O Comércio e suas Práticas Das vezes a minha mãe, porque não tinha sempre dinheiro, então, quando tinha alguma dúzia de ovos, dizia: “hoje vai lá no mercado, dizia a venda, e em troca desses ovos, traz tudo açúcar. Ou então um queijinho, vendia em troca de outras coisas que precisava em casa, que nem café, fermento e, alguma galinha, também, a gente vendia. Mas não era fácil vender. Eles davam (pagavam) aquilo que eles queriam. Se aproveitavam demais uma vez (naquele tempo). Então, marcavam tudo na caderneta e quando vinha, então, o trigo, um porco ou uma vaca, então fazia em troca. Em vez agora, tudo tem preço. Em dinheiro, eles pagavam menos. Também agora eles tem ainda este costume. Aqueles que tem ovos, das vezes, se é a dinheiro é um preço e se é em troca, então, é outro. Lídia Panozzo Rigo, 73 anos, Nova Roma do Sul CR/C/RM/030/060/2005 202 Anexo 3 As Festas Litúrgicas CR/C/RM/030/060/2005 203 AS FESTAS LITÚRGICAS 1. A Festa de Corpus Christi As maiores festas religiosas do calendário litúrgico são o Natal, a Páscoa, Pentecostes e Corpus Christi. Cada uma delas obedece a uma ritualidade própria destinada a evocar e a celebrar o acontecimento tal como é narrado nas origens. A Festa de Corpus Christi, celebrada pelos católicos, é realizada na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade. No Brasil, o dia de Corpus Christi é feriado religioso nacional. Em todas as sedes paroquiais esta festa, também chamada de Festa do Corpo de Deus, é comemorada com uma procissão. A maior autoridade eclesiástica do lugar – nas sedes diocesanas, o bispo – leva, sob o pálio, o ostensório, (por antonomásia também denominado custódia), com a Hóstia que simboliza o Corpo de Deus. Os fiéis acompanham o séquito, entoando cantos apropriados a essa liturgia que se realiza na via pública. Em algumas localidades no sul do Brasil são armados “capitéis” ou “oratórios” ao longo do percurso processional. É, também característica de algumas comunidades urbanas enfeitar as ruas com tapetes feitos de resíduos vegetais tingidos, representando cenas bíblicas, insígnias eucarísticas ou outros temas religiosos. É sobre esses tapetes, que o celebrante caminha, carregando o ostensório. Foi Urbano IV (1200-1264) que durante seu curto pontificado (1261 a 1264) instituiu a Festa universal e obrigatória do Corpus Christi ou do Santo Sacramento. Na verdade, a Festa de Corpus Christi já era celebrada desde 1246 pelo bispo de Liège, na diocese sob a jurisdição do próprio Urbano IV. Desse período, a bibliografia disponível, lamentavelmente, é pouca e trata a questão de forma indireta e fragmentada. Contudo é possível identificar quanto há de comum entre a Festa de Corpus Christi realizada na Itália no ano de 1462, em Portugal no século XIII e no Brasil Colonial. Na sua História dos Papas, Pastor informa que: % ' ,+ & ! & " ' ( $ - # $ ) % ) * + !. $ ' / - 1$ 2 /3 0 4 5 6 #6 ! 0 Diversamente de Pastor e d’Ancona, que fornecem apenas os indícios essenciais de como era a Festa de Corpus Christi na Itália, Câmara Cascudo (1980), reportando-se à mesma celebração, em Portugal, afirma que: CR/C/RM/030/060/2005 204 7 8 9 < $ :' ; ( = % > % & ' 9 /@ ' @ ? $ A % > > 0 ; % C ) > %B % & & $ C 9 / A $ & , - % 9 < $ < C 0 B D E A Festa de Corpus Christi foi instituída no Brasil desde o governo-geral de Tomé de Souza, quando chegaram aqui os primeiros jesuítas. Câmara Cascudo relata que a primeira solenidade celebrada com esplendor, em Salvador, no século XVI, foi a procissão do Corpo de Deus. O padre Manoel da Nóbrega escrevia em 9 de agosto de 1549 à Companhia de Jesus, em Roma, anunciando haver realizado duas procissões solenes com cânticos públicos e trombetas, tanto no Dia do Anjo Custódio quanto no de Corpus Christi. Com danças, “invenções à maneira de Portugal” e toda a “artilharia que estava em terra”, tais atos devocionais irradiaram-se da Bahia, pelas mãos dos missionários e, inundaram a Colônia. No Rio Grande do Sul, entre os descendentes de imigrantes italianos, a Festa de Corpus Christi foi e continua sendo uma das mais concorridas festas da Igreja, quer pela afluência de fiéis, quer pela solenidade que a caracteriza. De acordo com Burke (1998), a cultura surge de todo um modo de vida e, como tal, é de se esperar que a cultura camponesa varie segundo diferenças ecológicas, além das sociais; diferenças no ambiente físico implicam diferenças na cultura material e estimulam também diferentes atitudes. Parece plausível afirmar que, em terras brasileiras, os imigrantes não reproduziram o fausto das festas religiosas das cidades, sedes administrativas e religiosas das suas províncias de origem. O ambiente ecológico era outro e foram necessárias algumas décadas para que se formasse nas colônias uma classe burguesa nas sedes municipais ou distritais. A tradição das festas dos santos padroeiros e as festas prescritas pela liturgia eram realizadas, tendo por pano de fundo a nova sociedade que se estruturou no nordeste gaúcho, a partir de 1875. Para a procissão de Corpus Christi, era comum, no passado, que algumas das famílias preparassem no pórtico, ou, na falta deste, na soleira da porta principal da casa, um “oratório” ou “tabernáculo”. Para tanto eram utilizadas colchas de renda de crochê, toalhas bordadas, cortinas de filé, enfim, as peças de uso da casa reservadas para ocasiões especiais. Nesses oratórios, o celebrante parava para dar a bênção do Santíssimo enquanto o coro da Igreja entoava cânticos em latim. Outras famílias ornamentavam as fachadas das casas, fazendo pender das janelas os melhores atavios domésticos: colchas e toalhas de renda de crochê ou, mais CR/C/RM/030/060/2005 205 raramente, colchas de veludo e seda. Cortinas, colchas de renda ou veludo, eram tidas como particularmente apropriadas para estas ocasiões, pois que acabavam por mimetizar as rendas das toalhas dos altares e as pequenas cortinas dos tabernáculos. Ao presumido espírito de religiosidade que orientava este empenho em enfeitar o percurso da procissão, somava-se a disputa pela exibição do patrimônio individual, exposto ao olhar coletivo. Atualmente, no nordeste gaúcho, cidades como Flores da Cunha, Garibaldi, Nova Prata, Veranópolis, São Marcos, entre outras, ainda conservam a tradição de enfeitar, com tapetes, o percurso da procissão. Vânia Merlotti (1989) registra: 3 ; > $ F + F ; < 7 # C ; % 9 E 7 & 9 G 9 + 8 % > /H 4I4# " % 9 + %B % & " % > 7 9 8 5 0 A Festa de Corpus Christi bem como as práticas religiosas e as manifestações públicas como as procissões, foram introduzidas pelo clero que deu assistência espiritual aos imigrantes. Este clero, cuja procedência coincidia, no mais das vezes, com a dos imigrantes, era constituído de padres, italianos mas também de capuchinhos franceses e de jesuítas alemães. Se por um lado há uma origem européia comum ao restante do país, no cumprimento do calendário litúrgico, pode-se presumir que na Região Colonial Italiana a celebração das festas religiosas, como por ex. a de Corpus Christi, tenha sido ajustada às condições sociais, econômicas e culturais da sociedade que ali se formou. É a partir desta presumida especificidade de como é feita a procissão do Corpo de Deus na tradição da Região Colonial Italiana do Rio Grande do Sul , que se irá descrever e analisar a Festa de Corpus Christi na área do Complexo Energético rio das Antas. Para tanto será descrita e, analisada a Festa do Corpo de Deus realizada na Sede Municipal de Flores da Cunha. 1.1. A Festa de Corpus Christi em Flores da Cunha A procissão de Corpus Christi em Flores da Cunha é conhecida em toda a RCI pela tradição de enfeitar as ruas com os tapetes coloridos. Consagrado pelo uso o CR/C/RM/030/060/2005 206 material a ser utilizado na elaboração dos tapetes é composto por serragem, areia, casca de arroz, e para detalhes como a representação da hóstia ou do Cordeiro imolado são usadas as farinhas de trigo e milho. Os tapetes da festa do Corpo de Deus em Flores da Cunha são obra coletiva. Grupos da comunidade (da área urbana e formados por afinidade etária, corporativa ou de classe) elaboram as respectivas propostas em desenhos sobre papel. Compatibilizadas as “seqüências” de acordo com o número de integrantes de cada grupo (e sua capacidade de assumir um trecho maior ou menor), tem início a preparação do material. Na véspera da festa a cidade se mobiliza em torno do evento: os que elaboram os tapetes, os auxiliares e o público que acompanha o ritual. 2. BIBLIOGRAFIA BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Moderna. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. CASCUDO, Luiz da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. 5 ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1980. FRANCASTEL, Pierre. A Realidade Figurativa. Trad. Mary Amazonas Leite de Barros. São Paulo. Ed. Perspectiva - USP, 1973, p. 346. MERLOTTI, Vânia. O mito do padre entre descendentes italianos. Caxias do Sul: EDUCS, 1989. CR/C/RM/030/060/2005 207 Anexo 4 Plantas de Moinhos Coloniais, Soques de Erva-mate e Silos de Armazenamento de Cereais. (em CD) CR/C/RM/030/060/2005 208 Anexo 5 Relatório Fotográfico CR/C/RM/030/060/2005 209 Confecção de cesto de vime. Artesão, Onorino Pedrebon, Pinto Bandeira, Bento Gonçalves CR/C/RM/030/060/2005 210 CR/C/RM/030/060/2005 211 Oficina de sapateiro na residência de Onorino Pedrebon, Pinto Bandeira, Bento Gonçalves CR/C/RM/030/060/2005 212 Livino Agostinho Formaglioni, 77 anos, morador da capela Santa Cruz, Linha Jacinto, executando trabalho de corte de capoeira com uma pequena foice no meio de um cultivo de vimes. Pinto Bandeira, Bento Gonçalves Onorino Pedrebon fazendo capina no pomar de pêssego de sua propriedade. Pinto Bandeira, Bento Gonçalves CR/C/RM/030/060/2005 213 Santina Tomazin De Toni, 58 anos, colheita de flores no jardim e confecção de arranjos para venda na feira de Pinto Bandeira. Linha Marcolino Moura. Bento Gonçalves Parreirais no outono. Linha Jacinto. Pinto Bandeira, Bento Gonçalves CR/C/RM/030/060/2005 214 Moinho de trigo e milho movido por energia produzida por turbina d’água. Linha Jacinto, Pinto Bandeira, Bento Gonçalves Riacho, cujas águas movimentam o moinho Linha Jacinto. Pinto Bandeira, Bento Gonçalves CR/C/RM/030/060/2005 215 Interior de moinho da Linha Jacinto. Proprietário: Lucindo Rigon. Pinto Bandeira, Bento Gonçalves CR/C/RM/030/060/2005 216 Vista externa do Moinho Ortolan (acima detalhe de escada interna e janela). Linha Colombo, Guaporé CR/C/RM/030/060/2005 217 Pedreira de Pinto Bandeira. Cenas de homens quebrando pedras manualmente e transportando com máquina. Linha Jacinto, Bento Gonçalves CR/C/RM/030/060/2005 218 Capela da Anunciatta. Linha Silva Pinto, Pinto Bandeira, Bento Gonçalves Réplica da antiga capela da Anunciatta que era de pedra. Linha Silva Pinto, Pinto Bandeira, Bento Gonçalves CR/C/RM/030/060/2005 219 Capitel de beira de estrada. Linha Jacinto, Pinto Bandeira, Bento Gonçalves Vista externa da Igreja matriz de Pinto Bandeira. Bento Gonçalves CR/C/RM/030/060/2005 220 Confecção de tapetes para a Festa de Corpus Christi, em Flores da Cunha CR/C/RM/030/060/2005 221 CR/C/RM/030/060/2005 222 CR/C/RM/030/060/2005 223 5. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA O Programa de Monitoramento de Saúde Pública é executado pela Universidade Federal de Santa Maria, e tem como objetivo realizar atividades de prevenção do aparecimento de problemas causados especialmente por vetores e animais peçonhentos nos municípios de influência do empreendimento, e nos canteiros de obras das usinas de Castro Alves, Monte Claro e 14 de Julho. Estes objetivos deverão ser alcançados através do monitoramento dos vetores e animais perigosos ao homem registrados na região, e da implementação de ações informativas nas comunidades afetadas, tais como distribuição de pôster, folder, vídeos, etc. 5.1. Descrição do Trabalho Desenvolvido 5.1.1. Metodologia A metodologia utilizada para o desenvolvimento do Programa é constituída pelas seguintes etapas: • levantamento dos problemas de saúde direta ou indiretamente relacionados à instalação dos empreendimentos, através de: - pesquisa nos municípios atingidos sobre as doenças mais comuns; - identificação das doenças que poderiam ter sua ocorrência, na área de abrangência, afetada pela chegada do empreendimento e/ou construção do reservatório; - identificação de doenças que poderiam se instalar nos canteiros de obras e afetar os operários. • elaboração de um programa de ações mitigatórias com base no levantamento anterior, com os seguintes objetivos: - evitar a chegada de doenças endêmicas de outras regiões do País na área de abrangência do CERAN; - evitar o contágio dos operários com doenças pré-existentes na região; - evitar a disseminação de doenças que poderiam ser provocadas pelo enchimento do reservatório. • realizar ações preventivas envolvendo: - as comunidades atingidas através de orientação aos professores de escolas, EMATER e Secretarias de Educação e Saúde; - os operários através de orientação aos responsáveis pelos CIPAT dos núcleos envolvidos, responsáveis pelos ambulatórios e representantes de categorias profissionais; CR/C/RM/030/060/2005 224 - monitoramento de vetores/doenças detectadas através de coletas em locais críticos e levantamento periódico feito junto as secretarias de saúde e/ou postos de saúde; e - o Programa de Educação Ambiental através de orientação e repasse de material informativo. • escolha das metodologias mais apropriadas conforme a “situação da saúde” de cada município, núcleo, área, etc, detectado através do levantamento do. Em princípio, elas poderão incluir: palestras (treinamento para professores e outros agentes multiplicadores); elaboração de material informativo de natureza diversa para ser entregue em escolas, secretarias de educação e saúde, hospitais, postos de saúde, EMATER, e responsáveis pela segurança de trabalho dos operários; e acompanhamento e avaliações periódicas das condições de saúde; • avaliação do desenvolvimento do projeto após o primeiro ano de trabalho, sugerindo alterações de cronograma e metodologia, de modo a tornar o programa mais adequado e efetivo a realidade encontrada. 5.1.2. Localização das Áreas de Amostragem Até o momento foram escolhidos as seguintes regiões e/ou pontos (estações) de amostragem: Região dos canteiros de obra: inclui locais variados e aleatórios nos canteiros de obras (áreas administrativas e de construção de barramento e casa de força das três usinas), nos quais, em virtude das construções e equipamentos instalados, podem estabelecer-se locais onde a água pode acumular-se, promovendo o desenvolvimento de mosquitos. Região do rio das Antas: a região foi subdividida em três trechos. Pontos de coleta já foram escolhidos e georeferenciados nas áreas entre 14 de Julho e Monte Claro e Castro Alves e 14 de julho. Área 1 – entre os barramentos de 14 de julho e Monte Claro: essa área, por ter menor gradiente, foi escolhida também para amostragens de diversos açudes, onde há maior possibilidade de encontrar-se diversos vetores aquáticos. Os pontos marcados estão registrados no quadro apresentado a seguir. Área 2 – Região da Usina de Monte Claro: nesta área há cemitérios e açudes onde são recolhidas amostras de animais para o monitoramento de vetores, pois são locais onde há possibilidade de encontrarem-se diversos vetores aquáticos. Área 3 – Região da Usina de Castro Alves: nesta área as coletas são realizadas em cemitérios e açudes, e junto às margens do Rio das Antas, em locais onde o sedimento forma algumas depressões (panelas) que acumulam água, os quais são ideais para o CR/C/RM/030/060/2005 225 desenvolvimento de espécies com pelo menos parte do ciclo de vida aquático, como mosquitos e outros insetos e alguns moluscos. Localização das Áreas de Amostragem no Trimestre Abril/Junho 2005 LOCAL COORDENADAS OBSERVAÇÕES Área 1-A 29°02´80´´/51°34´88´´ Açude do camping Área 1-B 29°02´51´´/51°36´27´´ Pneus velhos abandonados debaixo de bergamoteira Área 1-C 29°02´09´´/51°36´38´´ Açude na propriedade de Ivo Rosteli Área 1-D 29°01´14´´/51°37´40´´ Cemitério N.Sra. do Rosário Área 1-E 29°02´17´´/51°37´10´´ Arroio estrada N.Sra. Rosário – São Marcos Área 1-F Área 1-G 29°03´07´´/51°41´29´´ 29°04´06´´/51°40´32´´ Área 1-H 29°05´01´´/51°39´08´´ Cemitério atrás da Capela de S. Marcos Mirante da UH Castro Alves, próximo da Escola Municipal Gaspar de Souza (presença de material de empreiteira) Cemitério da Capela de S. Pedro (Cotiporã – Bento Gonçalves) Área 2-A 29°01´75´´/51°31´49´´ Cemitério da Capela de Monte Claro Área 2-B 29°01´42´´/51°31´15´´ Barragem da UHE Monte Claro Área 2-C 28°59´51´´/51°29´31´´ Cemitério ao lado da Igreja Na. Sra. da Pompéia Área 2-D 28°58´44´´/51°29´12´´ Poça ao lado da estrada de Sto. Isidoro Área 2-E 28°58´44´´/51°29´11´´ Açude (Sto. Isidoro) Área 2-F 28°58´64´´/51°29´19´´ Cemitério da Igreja de Sto. Isidoro Área 2-G 28°58´34´´/51°28´38´´ Açude (propriedade Sr. César Zancan) Área 2-H 28°58´34´´/51°26´07´´ Açude (propriedade Sr. Irineu Carminati) Área 3-A 29°00´19´´/51°23´27´´ Canteiro de obras da UHE Castro Alves Área 3-B 29°01´86´´/51°21´51´´ Cachoeirão Área 3-C 29°00´50´´/51°22´02´´ Ao lado da balsa para Nova Pádua Área 3-D 29°00´63´´/51°22´70´´ Margens do Rio das Antas (entre Cachoeirão e UHCA) Área 3-E 29°00´42´´/51°22´52´´ Arroio da ponte pequena (entre Castro Alves e Cachoeirão) Área 3-F 28°59´77´´/51°24´50´´ Cemitério de Nova Roma do Sul CR/C/RM/030/060/2005 226 5.1.3. Atividades Realizadas No período de abril a junho as atividades realizadas referiram-se a: - coleta de vetores em áreas críticas na região das UHEs Castro Alves, Monte Claro e 14 de Julho; triagem, identificação e contagem de invertebrados; atualização de dados referentes a comunidade escolar (nº de escolas e de alunos por série). 5.1.3.1. Resultados das campanhas realizadas a) Coleta de Mosquitos 70 60 Número de larvas 65 59 50 40 32 30 30 23 20 13 10 3 1 0 1B 1H 1 2A 2B 2F Local de coleta Anopheles sp Aedes fluviatilis Culex sp Psorophora Figura 1 Número de larvas coletadas nos pontos de amostragem. 1-B = Pneus velhos (Cotiporã – Veranópolis); 1-H = Cemitério da Capela de S. Pedro (Cotiporã); 2A = Cemitério de Monte Claro (Veranópolis); 2-B = Poça na Barragem de Monte Claro; 2-F = Cemitério de Santo Isidoro CR/C/RM/030/060/2005 227 Número de amostras 6 5 5 4 3 3 3 2 2 1 1 0 1B 1H 2A 2B 2F Locais de coleta Figura 2 Número de amostras recolhidas em cada ponto onde foi registrado a presença de larvas de mosquitos Dos vinte e dois pontos de amostragem, em cinco foram registradas larvas de mosquitos (22,7%). Nos trimestres anteriores, a maioria das larvas registradas eram provenientes de criadouros naturais, como as poças que se formam nas margens do Rio das Antas. Neste trimestre, houve uma inversão em relação a natureza dos criadouros, a maioria das larvas foi registrada em criadouros artificiais, principalmente em vasos e frascos de cemitérios (figura 1). Das 227 larvas examinadas, nenhuma era de espécie de importância epidemiológica. Neste trimestre, a maioria das larvas coletadas era da espécie Aedes fluviatilis, como em setembro de 2004. Dos cinco pontos onde foram registradas as larvas de mosquitos, apenas um foi reincidente, o local onde foram encontrados os pneus velhos abandonados entre Veranópolis e Cotiporã. Estes pneus no trimestre passado estavam bem a vista, ao lado da estrada. Neste trimestre, eles foram colocados um pouco mais afastados da estrada de maior circulação e foram depositados debaixo de uma bergamoteira, em local sombreado, mais propício para o desenvolvimento das larvas de mosquitos. Na região das usinas há uma quantidade razoável de cemitérios rurais (neste trimestre foram visitados seis na zona rural e um na zona urbana). Na maioria, a população das redondezas evita deixar água em recipientes que possam servir de criadouros de larvas de mosquitos, colocando areia nos frascos e vasos. Porém, a quantidade de recipientes que são encontrados neste cemitérios é considerável, o que às vezes torna-se problema, quando após as chuvas estes frascos acumulam água e servem para a deposição dos ovos dos mosquitos. Fato constatado na CR/C/RM/030/060/2005 228 metade dos cemitérios de zona rural vistoriados neste último período de monitoramento. Numero de moluscos b) Coleta de moluscos 25 20 15 10 5 0 1-C 1-E 3-B 3-D 3-E Locais de coleta Lymnaea columella Gundlachia sp. Potamolithus sp. Chilina sp. Heleobia sp. Biomphalaria sp. Pomacea canaliculata Diplodon sp. Corbicula fluminea Figura 3 Número de moluscos coletados nos pontos de amostragem. 1-C (Açude Sr. Ivo Rasteli), 1-E (arroio N. Sra. do Rosário-São Marcos), 3–B (Cachoeirão), 3-D (rio das Antas, entre Cachoeirão e UHCA), e 3-E (arroio ponte pequena, entre Cachoeirão e Castro Alves) Moluscos foram capturados em 5 pontos de coleta, obtendo-se a maior diversidade e a maior abundância nas margens do Rio das Antas, na localidade Cachoeirão. A maior abundância foi assinalada para a espécie invasora C. fluminea. Os exemplares de Biomphalaria (vetor da esquistossomose) encontrados eram muito jovens, e não foi possível identificar a espécie a qual pertencem. Os espécimes dos dois moluscos vetores, Biomphalaria e Lymnaea columella (fasciolose), ocorreram em pequeno número, sete e dois exemplares respectivamente. Considerando o total de pontos amostrados (22) nesse trimestre, ambos tiveram ocorrência extremamente restrita, sendo encontrados em apenas três localidades. Cabe ressaltar que o número de espécies de moluscos encontrado na área de abrangência do complexo aumentou, pois, dessa vez, verificaram-se mais três gêneros que ainda não haviam sido citados: o bivalve Diplodon e os gastrópodes Lymnaea e Chilina. Esse trimestre, registrou-se também a maior diversidade desde o início do monitoramento. Dos moluscos encontrados anteriormente, apenas Stenophysa e Pisidium não foram verificados. Portanto, 11 gêneros ocorrem na área de abrangência do CERAN, sendo dois de espécies vetoras. CR/C/RM/030/060/2005 229 5.2. Indicadores Ambientais Ia = (% Cn) – (%Ca) Onde: Ia = ............ Indicador ambiental do controle de criadouros de mosquitos; %Ca = ........% de pontos de coleta positivos para criadouros artificiais de mosquitos; %Cn = ........% de pontos de coleta positivos para criadouros artificiais %Cn = NPCn / NTCn x 100 %Ca = NPCa / NTCa x 100 NPCn =.........Número de pontos com criadouros naturais (fendas, charcos, açudes...) onde foram encontradas larvas de mosquitos; NTCn = .........Número total de pontos vistoriados com possibilidade de registro de criadouros naturais e larvas de mosquitos; NPCa = .........Número de pontos com criadouros artificiais onde foram encontradas larvas de mosquitos; NTCa = .........Número total de pontos vistoriados com possibilidade de registro de criadouros artificiais e larvas de mosquitos Quando: Ia <0 Ia 0 – 20 Ia 20 – 50 Ia 50 – 100 indicador negativo: controle de criadouros artificiais ruim indicador positivo: controle de criadouros artificiais regular indicador positivo: controle de criadouros artificiais bom indicador positivo: controle de criadouros artificial muito bom 5.2.1.Resultados no trimestre abril - junho 2005 - Controle de criadouro de mosquitos NTCn = 11 (1A, 1C, 1E, 2B, 2D, 2E, 2G, 2H, 3B, 3D e 3E) NPCn = 1 (2B) NTCa = 11 (1B, 1D, 1F, 1G, 1H, 2A, 2C, 2F, 3A, 3C e 3F) NPCa = 4 (1B, 1H, 2A e 2F) %Cn = 1 / 11 x 100 = 9,1 % %Ca = 4 / 11 x 100 = 36,4 % Ia = (% Cn) – (%Ca) Ia = 9,1 – 36,4 Ia = - 27,3 (controle ruim) CR/C/RM/030/060/2005 230 - Ocorrência de moluscos Dos 22 pontos de coleta analisados neste trimestre, moluscos foram encontrados apenas em cinco, e somente três deles continham moluscos vetores. Biomphalaria, gênero que contém espécies vetoras de esquistossomose, como B. glabrata, B. tenagophila e B. straminea, esteve representado na área por sete exemplares muito jovens, não sendo possível identificar a espécie. Lymnaea columella, vetora da fasciolose, esteve representada por apenas dois espécimes. A baixa representatividade numérica sugere que ambos sejam pouco comuns na região. Porém, tendo em vista o forte período de estiagem do trimestre anterior, que deve ter afetado bastante a ocorrência dos moluscos, não é possível confirmar a escassez dos grupos vetores. Áreas críticas - - Entre Cotiporã e Veranópolis: presença de pneus velhos (foto 1, anexo II). Cemitério da Capela de N. Sa. do Rosário: presença de frascos e vasos (foto2, anexo II) Cemitério de Monte Claro: latas e vidros no cemitério. Os frascos que estavam vazios no trimestre anterior, agora estavam com água e larvas de mosquitos (foto 3, anexo II), como previsto no relatório passado. Cemitério da localidade de São Pedro, município de Cotiporã: presença de frascos e vasos com larvas de mosquitos (foto 4, anexo II). Cemitério da Igreja N. Sra. Pompéia (Ponto 2D): havia vasos, vidros e latas, alguns preenchidos com parafina ou terra, mas vários vazios. Alguns emborcados (com a abertura para baixo), outros com a abertura para cima, como no trimestre anterior. Porém, ao contrário de Monte Claro, não havia larvas (foto 5, anexo II). Cemitério de Santo Isidoro: frascos e vasos que podem acumular água. Presença de larvas (foto 6, anexo II) 5.3. Atividades Previstas para o Próximo Semestre - coleta de vetores; triagem de vetores; análise dos dados sobre saúde; treinamento de professores em municípios da área de abrangência do Complexo Energético Ceran 5.4. Conclusões Como havia sido alertado no relatório anterior, a presença de vasos e frascos vazios nos cemitérios da região poderia servir de criadouros de mosquitos, quando CR/C/RM/030/060/2005 231 começassem as chuvas. Estamos enviando (anexo III) um modelo de cartaz para ser analisado e avaliada a necessidade da sua fixação nos portões dos cemitérios, alertando a população para evitar a presença destes recipientes naqueles locais. Outra medida que seria útil, seria solicitar, junto às prefeituras de cada município, que mantenham um serviço para o recolhimento periódico do lixo e dos frascos dos cemitérios. Em alguns deles, até há trabalho de limpeza (Nova Roma do Sul, Capelas de São Marcos e Pompéia), mas muitas vezes o lixo (restos de flores e frascos) é depositado ao lado do cemitério (atrás dos muros), o que não resolve o problema. Os folders, apresentados no relatório anterior, deverão ser distribuídos também aos moradores da zona rural, principalmente na região onde foram encontrados os pneus velhos abandonados (região entre Veranópolis e Cotiporã). O treinamento para os professores será ministrado no próximo trimestre com base na apostila que foi elaborada. Copias destas apostilas serão repassadas para todos os professores que realizarem os treinamentos. O treinamento deverá ser ministrado sob a forma de palestras aos professores do ensino básico. 5.4.1. Conclusões científicas No monitoramento realizado em maio, na região do Rio das Antas, foram registradas quatro espécies de mosquitos. Uma a mais que no trimentre anterior (Psorophora sp.). Porém, esta espécie já havia sido registrada na região em agosto de 2004. Nenhuma das espécies identificadas é reconhecida como vetora de doenças transmitidas ao homem (ver quadro no anexo I). A espécie mais abundante neste trimentre foi Aedes fluviatilis, seguida por Culex sp., Anopheles sp. e Psorophora sp. A presença de A. fluviatilis restringiu-se a região 2 (entre Monte Claro e a divisa entre Veranópolis e Nova Roma do Sul). Esta espécie foi encontrada tanto em criadouros artificiais, como em frascos nos cemitérios, quanto em criadouros naturais, como uma poça na barragem de Monte Claro. Culex sp., por sua vez, esteve presente na região 1 (entre Cotiporã e Veranópolis) e na região 2 (UHE Monte Claro). Neste trimestre, este grupo de mosquitos foi coletado apenas em criadouros artificiais, como pneus velhos, e frascos em cemitérios. Porém, em períodos mais quentes é comum o registro de Culex em criadouros naturais também, como nas poças do Cachoeirão. Neste trimestre, o número de amostras de mosquitos coletadas em criadouros artificiais superou o número de amostras de criadouros naturais. Em todos os períodos de monitoramento sempre se buscou vistoriar números próximos de criadouros naturais e artificiais para que se pudesse ter parâmetros de comparação. CR/C/RM/030/060/2005 232 Após a estiagem por que passou a região durante os meses de verão, no outono as chuvas foram normais e os rios voltaram a subir. Com isto no Cachoeirão, onde nos trimestres anteriores havíamos registrado várias larvas de mosquitos, neste último trimestre não haviam mosquitos, embora ainda se pudesse encontrar algumas poças, todas sem larvas. Outro fator que pode ter contribuido para a redução da incidência de mosquitos em criadouros naturais foi a baixa temperatura durante a semana que antecedeu os trabalhos de campo. Em volumes maiores de água, como nas poças das margens do Rio da Antas, a temperatura da água tende a se manter baixa durante todo o dia, enquanto que em recipientes, como frascos e pneus, a temperatura ao longo do dia tende a ser, em média, mais elevada. Durante o inverno, há uma tendência natural para a redução da incidência de mosquitos, principalmente em regiões serranas. O desenvolvimento das larvas de mosquitos é fortemente afetado pela temperatura do ambiente. Porém, mesmo temperaturas mais baixas não são capazes de exterminar com os mosquitos. Os ovos de muitas espécies podem permanecer em dormência durante o inverno e voltam a se desenvolver quando a temperatura aumenta. Alguns mosquitos adultos também são capazes de hibernar durante o inverno, e na primavera tornam-se ativos novamente, recomeçando as atividades reprodutivas. Moluscos estiveram representados por nove espécies e/ou gêneros, registrandose, nesse trimestre, três novas ocorrências em relação ao trimestre anterior (março de 2005) – Lymnaea columella, Diplodon sp. e Chilina sp. (ver quadro anexo II). Dos moluscos encontrados até o momento, Biomphalaria sp. e L. columella são vetores naturais de doenças de homens e animais. Corbicula fluminea é um bivalve invasor, de origem asiática, que aparentemente instalou-se no Rio Grande do Sul nos anos 70, através da Bacia do Guaíba. Esta espécie está dispersando-se por todo o Estado e foi registrada em vários afluentes do Guaíba, como o Jacuí, e do rio Uruguai, como o Touro Passo. Este bivalve pode causar problemas para UHEs, como registrado em estudos prévios. O pequeno número de ocorrências e de exemplares de moluscos nos diversos açudes e charcos visitados, em parte, deve ser decorrente da forte estiagem que ocorreu no Estado, no verão passado. O nível de água nos açudes estava extremamente baixo, ocorrendo, portanto, uma diminuição da área disponível para os moluscos. Agora, após o retorno das condições normais de precipitação, como previsto anteriormente, mais espécies e um maior número de espécimes foram observados. Portanto, os moluscos devem continuar sendo monitorados. Até o momento, foram registradas nove espécies de serpentes na região das hidrelétricas de Monte Claro e Castro Alves, destas apenas uma é peçonhenta, Bothrops jararaca (Wied-Neuwiedo, 1824), conhecida popularmente como jararaca. Entre as aranhas que podem causar problemas para o homem, foram assinaladas aranhas caranguejeiras mortas na UHE de Monte Claro (trimestre anterior). Essa aranha não é peçonhenta, mas pode causar ferimentos sérios e alergias localizadas. CR/C/RM/030/060/2005 233 5.5. Anexos Anexo 1: Gêneros e espécies de mosquitos e moluscos já registrados para a área do CERAN e suas respectivas características epidemiológicas Anexo 2: Fotografias dos pontos críticos Anexo 3: Modelo de cartaz a ser fixado nos cemitérios da região CR/C/RM/030/060/2005 234 Anexo 1 Gêneros e espécies de mosquitos e moluscos já registrados para a área do CERAN e suas respectivas características epidemiológicas CR/C/RM/030/060/2005 235 Gêneros e espécies de mosquitos e moluscos já registrados para a área do CERAN e suas respectivas características epidemiológicas Mosquito Informações Anopheles sp. Não foi possível determinar a espécie. Anopheles nimbus, encontrada no centro do estado é uma espécie silvestre, sem importância epidemiológica. Porém, neste gênero há espécies transmissoras de malária. Aedes fluviatilis Apenas experimentalmente este mosquito é capaz de se infectar com o vírus da febre amarela. Freqüenta o ambiente peridomiciliar, e pode criar-se em recipientes artificiais. É comum em regiões silvestres, semisilvestres, suburbanas e urbanas Culex sp. Mosquitos comuns em residências. Podem transmitir a filariose, se for contaminado com sangue de pessoas doentes. Limatus durhamii Atacam animais e também o homem. Sem importância epidemiológica. Psorophora São zoofílicos, bastante vorazes, oportunistas e podem atacar o homem. Sem importância epidemiológica. Molusco Biomphalaria Informações Gastrópode característico de águas paradas. Em enxurradas pode ser levado para os rios, onde agrupa-se nas margens dos corpos d’água. Cerca de três espécies são vetores importantes da esquistossomose. Gastrópode característico de águas paradas. Resistente a ambientes poluídos. Experimentalmente pode ser vetores de várias moléstias do animal e do homem. Gastrópode característico de águas paradas. Em enxurradas pode ser levado para os rios, onde agrupamse nas margens dos corpos d’água. Essa espécie é o principal vetor da fasciolose no Brasil. Gastrópode encontrado em beira de lagos e rios, aderidos a superfícies submersas. Sem importância epidemiológica. Gastrópode encontrado predominantemente em rios, aderido a rochas, as vezes em sedimentos de granulometria mais fina. Sem importância epidemiológica Stenophysa Lymnaea columella Gundlachia Potamolithus CR/C/RM/030/060/2005 236 Molusco Heleobia Pomacea Chilina Diplodon Corbicula fluminea Pisidium CR/C/RM/030/060/2005 Informações Gastrópode encontrado em ambiente lênticos e lóticos. Sem importância epidemiológica. Gastrópode encontrado principalmente em ambientes lênticos, como lagoas, charcos e açudes. Durante enxurradas costuma ocorrer em rios. Experimentalmente pode comportar-se como vetor. Gastrópode encontrado predominantemente em rios, aderido a rochas, as vezes em sedimentos de granulometria mais fina. Sem importância epidemiológica Bivalve semi-endobionte. Sem importância epidemiológica. Espécie de bivalve invasor, de origem asiática, que tem se alastrado por varios rios brasileiros. No Rio Grande do Sul, sua presença foi registrada em 1981 e, desde então, várias novas ocorrências têm sido registradas para o Estado. Bivalve epibionte. Sem importância epidemiológica. 237 Anexo 2 Fotografias dos pontos críticos CR/C/RM/030/060/2005 238 Fotografias dos Pontos Críticos Foto 1: Ponto 1B pneus velhos abandonados Foto 2: Ponto 1H - cemitério de N. Sa. do Rosário CR/C/RM/030/060/2005 239 Foto 3: Ponto 2A, cemitério de Monte Claro Foto 4: Ponto 1H - cemitério da Capela de São Pedro CR/C/RM/030/060/2005 240 Foto 5: Ponto 2C - cemitério da Capela de N. Sa. da Pompéia Foto 6: Ponto 2F - cemitério da capela de Santo Isidoro CR/C/RM/030/060/2005 241 Anexo 3 Modelo de cartaz a ser fixado nos cemitérios CR/C/RM/030/060/2005 242 Modelo de cartaz a ser fixado nos cemitérios ATENÇÃO Evite deixar frascos e vasos vazios neste cemitério. Encha-os com areia para evitar que sirvam de local para a criação de mosquitos. Dê preferência por flores de plástico, que duram mais tempo e não precisam de água para serem preservadas. Colabore com a limpeza deste local, não deixando qualquer tipo de material descartável, como latas e garrafas. CR/C/RM/030/060/2005 243 6. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 6.1. Descrição do Trabalho Desenvolvido 6.1.1 – Site institucional www.ceran.com.br Foram realizadas, no período, as seguintes atualizações no site da CERAN. - Seção Meio Ambiente o Inserção do Relatório Trimestral de Meio Ambiente (janeiro a março de 2005) (Anexo 1). 6.1.2 – Relações com a Imprensa Redação e encaminhamento de informações sobre fatos relevantes do Complexo CERAN. Atendimento às solicitações da imprensa. Agendamento e acompanhamento de entrevistas do Diretor-superintendente da Companhia. Os contatos da Assessoria de Comunicação incluem os seguintes veículos: Jornais Correio Livre – Veranópolis Estafeta – Veranópolis Panorama Regional - Veranópolis Correio Riograndense - Caxias do Sul O Pioneiro - Caxias do Sul Eco do Vale - Bento Gonçalves Gazeta em Dia - Bento Gonçalves Semanário - Bento Gonçalves Cidadania - Antonio Prado Integração da Serra O Florense - Flores da Cunha Popular - Nova Prata Correio Livre - Nova Prata Jornal do COINFRA (Comitê de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) - Porto Alegre Zero Hora – Porto Alegre Correio do Povo – Porto Alegre Jornal do Comércio – Porto Alegre CR/C/RM/030/060/2005 244 O Sul – Porto Alegre Gazeta Mercantil – Sucursal Porto Alegre Agência Estado – Sucursal Porto Alegre Rádios Mãe de Deus - Flores da Cunha Comunidade FM – Veranópolis Veranense - Veranópolis Solaris - Antonio Prado SP3 - Bento Gonçalves Viva - Bento Gonçalves Bento AM - Bento Gonçalves Principais emissoras AM e FM de Porto Alegre Sites especializados em energia elétrica Panorama Brasil IFE Infoenergia Canal Energia Revistas Revista Brasil Energia Revista O Empreendedor Emissoras de TV Rede Pampa – Porto Alegre TV-E – Porto Alegre RBS-TV – Porto Alegre, Bento Gonçalves e Caxias do Sul Band RS – Porto Alegre SBT– Porto Alegre TV COM –– Porto Alegre Ações da Assessoria de Comunicação Abril 2005 Envio de comunicado informando novo diretor da Companhia ao público envolvido no Complexo Ceran. (Anexo 2). CR/C/RM/030/060/2005 245 Reunião interna com diretoria da Ceran para atualização e padronização de informações para a imprensa a respeito de futuras ações de comunicação da Companhia. Manutenção de atividades pertinentes à Assessoria de Comunicação, como acompanhamento de mídia, monitoramento de informações, atendimento às demandas da imprensa, elaboração de relatórios e participação em reuniões internas e externas. Maio 2005 Redação e encaminhamento de informações referentes ao Complexo Ceran para a CPFL. As informações fizeram parte de apresentação do Sr. Wilson Ferreira, presidente da CPFL, no 1o. Fórum de Analistas de Investimentos sobre Ética Concorrencial e Responsabilidade Social Empresarial. Envio de logotipia da Ceran para ilustrar material referente ao “I Fórum de Prefeitos da Mata Altlântica”, que ocorreu em Torres/RS, nos dias 5 e 6 de junho. A Ceran foi uma das patrocinadoras do evento. Manutenção de atividades pertinentes à Assessoria de Comunicação, como acompanhamento de mídia, monitoramento de informações, atendimento às demandas da imprensa, elaboração de relatórios e participação em reuniões internas e externas. Junho 2005 Manutenção de atividades pertinentes à Assessoria de Comunicação, como acompanhamento de mídia, monitoramento de informações, atendimento às demandas da imprensa, elaboração de relatórios e participação em reuniões internas. 6.1.3. Eventos Organização e agendamento de visita à Usina Monte Claro, atendendo à solicitação de alunos da disciplina “Turbinas Hidráulicas” do curso de engenharia, da Universidade de Caxias do Sul. A visita ocorreu no dia 26 de maio. Agendamento e organização de palestra para colaboradores da Ceran sobre Mecanismo de Relocação de Energia (MRE) e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A palestra ocorreu no dia 9 de junho, em Porto Alegre, e 10 de julho, em Veranópolis, e contou com a participação de especialistas da CPFL Enegia. CR/C/RM/030/060/2005 246 6.1.4 – Monitoramento de informações / Acompanhamento de Mídia - Organização e clipagem de informações referentes à Companhia Energética Rio das Antas. - Monitoramento diário, via correio eletrônico, dos principais jornais da região de abrangência do Estado e do centro do país. Este trabalho é coordenado pela Assessoria de Comunicação, em Porto Alegre, com apoio de jornalistas que atuam na região de abrangência do empreendimento. 6.1.5 – Elaboração de Relatórios Sob a responsabilidade do Programa de Comunicação Social foram elaborados os seguintes relatórios: - Relatório de Implantação do Empreendimento (mensal), destinado aos acionistas da CERAN; - Relatório de Progresso do Empreendimento (mensal), destinado a ANEEL – Agência Nacional dos Serviços de Energia Elétrica; - Relatório para liberação de recursos do financiamento do BNDES (trimestral). 6.2. Atividades Previstas para o Próximo Trimestre Redação e encaminhamento de press-releases. Produção, divulgação e monitoramento de informações a respeito dos acontecimentos relevantes ao Complexo CERAN. Atualizações e inserção de conteúdo informativo no site institucional. Atendimento às necessidades de comunicação institucional interna e externa (perguntas e respostas para a uniformização de informações, folders, placas, apresentações e outros materiais, de acordo com a demanda ou ações sugeridas). Relações institucionais com a comunidade e com envolvidos na construção do Complexo. Participação em palestras de acordo com o programa de Educação Ambiental do PBA. Organização e participação em palestras sobre o empreendimento. CR/C/RM/030/060/2005 247 Monitoramento de informações. Manutenção de banco de dados/relatórios fotográficos de acompanhamento da obra. Organização de relatórios refentes ao empreendimento para acionistas, agência reguladora, instituições bancárias e outros organismos envolvidos com o Complexo CERAN. 6.3. Conclusões/Observações No segundo trimestre de 2005, em decorrência das alterações no cronograma de obras das Usinas Hidrelétricas Castro Alves e 14 de Julho, a Assessoria de Comunicação da CERAN manteve uma atitude low-profile em relação aos veículos de comunicação, limitando-se ao atendimento de demandas isoladas dos profissionais de imprensa. Neste período, foram realizadas atividades rotineiras inerentes ao Programa de Comunicação Social, como elaboração de relatórios, atualizações do site, participação em reuniões internas e externas e controle de visitas à Usina Hidrelétrica Monte Claro. Manteve-se, também, o atendimento da demanda interna na área de comunicação e das necessidades advindas da participação da CERAN em eventos. 6.4. Anexos Anexo 1: Site Ceran – Inserção do Relatório Trimestral de Meio Ambiente Anexo 2: Comunicado novo diretor . CR/C/RM/030/060/2005 248 Anexo 1 Site Ceran – Inserção do Relatório Trimestral de Meio Ambiente CR/C/RM/030/060/2005 249 CR/C/RM/030/060/2005 250 Anexo 2 Comunicado novo diretor CR/C/RM/030/060/2005 251 Ceran tem novo diretor A Ceran – Companhia Energética Rio das Antas, desde hoje, 12 de abril de 2005, tem novo diretor, eleito pelo Conselho de Administração da empresa. O engenheiro agrônomo Gabriel Roberto Dellacasa Levrini sucede ao engenheiro eletricista Carlos Raul dos Santos Calvete, que deixa o cargo. O contato com o novo diretor Levrini pode ser feito através dos telefones 51. 30256700 e 51. 91513378 ou, ainda, pelo e-mail [email protected]. Outras informações sobre o Complexo Energético Rio das Antas podem ser acessadas no site www.ceran.com.br. CR/C/RM/030/060/2005 252 7. PROGRAMA DE GESTÃO DOS RESERVATÓRIOS 7.1. Descrição dos Trabalhos Desenvolvidos O Plano Integrado de Gestão dos Reservatórios do Complexo Energético Rio das Antas, conforme acordado com a FEPAM, compreenderá o Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno e das Águas do Reservatório das usinas hidrelétricas Monte Claro, Castro Alves e 14 de Julho. No período compreendido por este relatório, foi finalizada a definição do escopo de trabalho para a elaboração do Plano Integrado e a caracterização do meio antrópico nas áreas de influência indireta. O levantamento da legislação pertinente ao empreendimento está sendo concluído. Até agora já foi levantada parte da legislação dos municípios situados na área de influência das três UHEs. 7.2. Atividades previstas para o próximo trimestre Para o próximo trimestre, será concluída a compilação da legislação dos municípios da área de influência das UHEs. Em atendimento ao escopo de trabalho para a elaboração do Plano Integrado de Gestão dos Reservatórios da CERAN, será iniciado o diagnóstico das áreas do entorno das Usinas 8.3. Conclusão O cronograma referente à elaboração do Plano Integrado está sendo revisado, em função das alterações dos cronogramas das obras das usinas Castro Alves e 14 de Julho. No relatório do próximo trimestre será estabelecida a data de entrega final deste Plano. CR/C/RM/030/022/2005 253 8. PROGRAMA DE APOIO A POPULAÇÃO MIGRANTE 8.1. Descrição do Trabalho Desenvolvido A implantação de empreendimentos, como os do Complexo Energético Ceran, resulta na movimentação de trabalhadores vindos dos mais diferentes locais, à procura de emprego. Para evitar que houvesse danos à população local, foi elaborado um programa específico, cujo objetivo primordial é o de atender a essas pessoas, orientando-as e as encaminhando da melhor forma possível, seja pelo seu aproveitamento na obra ou não. Assim, em conjunto com a empresa construtora, para evitar impactos significativos nas comunidades locais, o Programa de Apoio à População Migrante, mantém os seguintes postos de atendimento: - Escritório da CERAN, em Nova Roma do Sul Escritório da Construtora Camargo Corrêa, em Nova Roma do Sul Prefeitura Municipal de Nova Roma do Sul Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Roma Nestes locais, são recebidas as solicitações de emprego, através de um cadastro para posterior seleção, além de serem prestadas informações referentes às obras e às condições locais – moradia, transporte, etc. No acompanhamento da população migrante, a empresa responsável pela construção das usinas tem os seguintes objetivos e metas em relação à população de outras regiões do Rio Grande do Sul e de outros Estados: - recrutamento interno: aproveitar e realocar toda a mão de obra disponível na Empresa, ou seja, transferir de outros projetos para este. - demais necessidades de recrutamento: usar o SINE (Sistema Nacional de Emprego), onde todas a vagas necessárias nos períodos são repassadas a eles que utilizam sua rede nacional de informação e nos encaminham os candidatos necessários, dando prioridade para a mão de obra local e regiões próximas. - para os funcionários casados transferidos de outros projetos, a Empresa custeia todas as despesas de mudança e locomoção, e também ressarce as despesas com aluguel através de um Auxilio Habitação ou Moradia, conforme o caso. Fornece também os transporte diário da cidade para o canteiro de obra. - para os funcionários solteiros a Empresa oferece alojamentos no local da obra e tem um programa de ressarcimento das despesas de viagem para visita a família. CR/C/RM/030/060/2005 254 - na desmobilização, a Empresa custeia as despesas de retorno ao local de origem, ou remaneja para outras obras em andamento. O contingente de pessoal alocado às obras, no período compreendido entre outubro de 2003 e março de 2004 é apresentado a seguir, no Quadro Pessoal – Histograma, onde a variação do número de empregados é decorrente da fase de construção do empreendimento: No Quadro Local de Origem por Estado, há uma subdivisão em função do local de origem destes profissionais, isto é, aqueles oriundos de outros estados, os oriundos de várias cidades do Rio Grande do Sul. O Quadro Escolaridade apresenta o número de funcionários da construtora de acordo com seu grau de instrução. 8.2. Atividades Previstas para o Próximo Trimestre Tendo em vista o início das obras das UHE Castro Alves e UHE 14 de Julho, serão intensificadas a seleção e contratação de mão-de-obra, embora possa haver aproveitamento do pessoal que está sendo desmobilizado no canteiro de obras da UHE Monte Claro. 8.3 Anexos Os anexos a seguir apresentados demonstram o quadro de pessoal até 30 de junho de 2005. Anexo 1: Quadro Pessoal – Histograma Anexo 2: Quadro Local de Origem por Estado Anexo 3: Quadro Escolaridade CR/C/RM/030/060/2005 255 Anexo 1 Quadro Pessoal – Histograma CR/C/RM/030/060/2005 256 0 CR/C/RM/030/060/2005 PREVISTO jun/05 mai/05 2004 abr/05 mar/05 fev/05 jan/05 dez/04 nov/04 out/04 set/04 ago/04 2003 jul/04 jun/04 mai/04 abr/04 mar/04 fev/04 jan/04 dez/03 nov/03 out/03 set/03 ago/03 jul/03 2002 jun/03 mai/03 abr/03 mar/03 fev/03 jan/03 dez/02 nov/02 out/02 1600 set/02 ago/02 jul/02 jun/02 mai/02 abr/02 HISTOGRAMA - CERAN PESSOAL 2005 1400 1200 1000 800 600 400 200 REAL 257 Anexo 2 Quadro Local de Origem por Estado CR/C/RM/030/060/2005 258 LOCAL DE ORIGEM POR ESTADO POSIÇÃO JUNHO/2005 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 FUNCIONÁRIOS AL BA CE GO MA MG MS PA PB PE PI PR RN RS SC SP TO 1 1 1 19 4 5 1 6 1 3 1 21 1 45 20 44 1 FUNCIONÁRIOS CR/C/RM/030/060/2005 259 Anexo 3 Quadro Escolaridade CR/C/RM/030/060/2005 260 ESCOLARIDADE MONTE CLARO - JUNHO / 2005 60 54 ENSINO FUNDAMENTAL I - INCOMPLETO 50 ENSINO FUNDAMENTAL I - COMPLETO 40 ENSINO FUNDAMENTAL II - INCOMPLETO 32 ENSINO FUNDAMENTAL II - COMPLETO 30 ENSINO MÉDIO - INCOMPLETO 21 19 20 17 15 ENSINO MÉDIO - COMPLETO 12 SUPERIOR INCOMPLETO 10 5 SUPERIOR COMPLETO 1 0 CR/C/RM/030/060/2005 261 9. PROGRAMA DE RELOCAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA 9.1. Trabalhos Desenvolvidos no Período 9.1.1. Relocação de Estradas - Levantamento plani-altimétrico das estradas que serão alagadas na UHE 14 de Julho. 9.1.2. Relocação de Cemitérios Neste período foram concluídos os estudos necessários à solicitação de licenciamento das duas novas áreas de cemitérios a serem relocados na UHE 14 de Julho. A documentação foi protocolada na Fepam no dia 1° de junho de 2005. A área para o cemitério de São Casemiro (protocolo FEPAM n° 5559/0567/05-2) localiza-se na zona rural do município de Cotiporã, e possui 450m², com capacidade para 74 túmulos. A área do cemitério de Passo Velho (protocolo FEPAM n° 5564/0567/05-0) está localizada na zona rural do município de Bento Gonçalves, e possui 625m², com capacidade para 74 túmulos. 9.2. Atividades Previstas para o Próximo Trimestre No próximo trimestre deverão ser realizadas as seguintes atividades: - elaboração dos projetos, obtenção de licenças e início das obras de relocação/melhoria das estradas; levantamento detalhado das redes elétricas em relação aos cemitérios: • São Casemiro: elaboração do projeto e compra da área para construção do novo cemitério. • Cemitério Passo Velho: indenização do proprietário do terreno do novo cemitério; posse da nova área pela comunidade (jurídico) • Os demais cemitérios aguardam definições para a continuidade das atividades. CR/C/RM/030/060/2005 262