Grupo de Trabalho Titulo da Pesquisa O papel das
Transcrição
Grupo de Trabalho Titulo da Pesquisa O papel das
Grupo de Trabalho GT 14 desigualdade sócio-espacial e políticas urbanas Titulo da Pesquisa O papel das políticas de moradia na conformação espacial da cidade de Bogotá no século XX Resumo O presente trabalho faz um confronto entre as políticas publicas de moradia com as políticas publicas de planejamento urbano desde a metade do século XX ate hoje na cidade de Bogotá, com o fim de estabelecer os níveis de concorrência entre as duas orientações e as consequências econômicas, sociais e territoriais deste relacionamento. Para adiantar o confronto proposto, foi desenvolvida uma periodização que vai usar como referente às principais mudanças nas políticas de produção de moradia e os censos de população da Colômbia em períodos de 20 anos, para os quais são apresentadas conclusões parciais que depois vão permitir atingir o panorama geral, de jeito que é possível identificar os efeitos das políticas de moradia, no crescimento da cidade de Bogotá. Palavras chave: Políticas públicas de moradia, Planejamento urbano, moradia social. Conteúdo 1.1. 1.1.1. A política pública de moradia no período ................................................................................. 3 1.1.2. Apreciações do período ........................................................................................................... 5 1.2. A cidade do UPAC 1973 – 1993 ........................................................................................................ 6 1.2.1. A política pública de moradia no período ................................................................................. 7 1.2.2. Apreciações do período ........................................................................................................... 9 1.3. 1.4. A explosão urbana 1951 – 1972 ....................................................................................................... 3 A cidade da globalização 1993 – 2010. ........................................................................................... 11 1.3.1. A política pública de moradia no período ............................................................................... 11 1.3.2. Apreciações do Período ......................................................................................................... 13 Conclusões finais ............................................................................................................................... 13 1.4.1. O papel das políticas de Moradia ........................................................................................... 13 1.4.2. O papel das políticas de Planejamento ................................................................................... 16 Referências Bibliográficas.......................................................................................................................... 20 1.1. A explosão urbana 1951 – 1972 Depois de um período de transição para o mundo urbano, a população da Colômbia começa uma nova fase de urbanização que levaria o crescimento desbordado das cidades, ate um patamar que nenhum modelo de planejamento o programa de moradia poderia atingir, situação que vai estar fora de todo controle na cidade de Bogotá. Deste jeito, entre 1910 e 1950 a população da Colômbia cresceu de 4 milhões para 11,548,172 milhões de habitantes, e a população nas cidades passou de 11% para o 38% (DANE, 1912). Para o caso de Bogotá, a estrutura da cidade apresenta grandes mudanças, pois para o ano de 1910 a população estava perto dos 116.000 habitantes distribuídos em 300 há. e 15.000 prédios, entanto que para o ano 1950 a população atingia os 715.250 habitantes ocupando 5.026 há. 1.1.1. A política pública de moradia no período O período apresenta duas concepções das políticas de moradia na Colômbia, por uma parte na década dos anos 50 do século XX , a ditadura militar no poder, trabalha nos temas de apoio direito aos demandantes de moradia e da incorporação dos temas de normas e qualidades básicas de moradia. Por outra parte, na seguinte década, com a mudança de governo as orientações vão ao sentido de consolidar o mercado da moradia como um motor do crescimento econômico, com o qual é fundamental mobilizar todos os componentes da cadeia produtiva para este fim e, sobretudo habilitar a demanda via poupança para fortalecer o funcionamento do mercado da moradia. Na primeira fase, o Estado tenta desenvolver normas que permitam obter o controle dos preços da moradia e principalmente dos custos associados com a terra urbanizada e aquela que tinha expectativas de urbanizar se. Neste sentido trabalha com os municípios para incorporar terras urbanizadas que facilitem os processos de construção e de geração de infraestruturas com a esperança de comprar terras suburbanas de baixo custo que logo depois fossem levadas para o nível urbano. Para o ano de 1953, a ditadura militar que esta ao frente do governo nacional cria o programa de subsidio familiar de moradia, que tinha entregado como um donativo do Estado, e que é abonado para o valor da moradia nova. O subsidio tinha o grande problema de ser operado com os recursos do Estado que precisou de empréstimos internacionais para este fim, e de estar determinado pelas oportunidades de ser localizado num dos projetos oficiais, o que na pratica apenas correspondia aos 25% das moradias. Igualmente, o Estado centra também sua atenção no problema da produção informal de moradia, para o qual a ditadura cria o programa de erradicação de "Tugúrios" e de ajuda conjunta, que é o começo das modalidades de autoconstrução e de moradia progressiva na Colômbia. Neste programa o governo aportava algumas terras e os beneficiários pagavam parte de sua moradia trabalhando nela. (MINISTERIO DE VIVIENDA, 2014. Pág. 29) Na segunda fase (1957) os governos de transição para a democracia mudam as linhas de atuação e procuram fortalecer o mercado privado da moradia. Deste jeito para o começo do ano de 1961 o Estado aborda uma serie de estudos que permitam orientar os investimentos oferecidos pelos EEUU no marco do programa "Aliança para o progresso", programa da administração Kennedy, que tinha por objeto assegurar condições adequadas para suas exportações, promovendo o desenvolvimento econômico dos países latino americanos. Deste jeito temos o programa de desenvolvimento econômico da década, que feito por especialistas do –BID - "Banco Interamericano de Desarrollo" e da CEPAL e o "Plano de Fomento econômico para a Colômbia", feito pelo professor Lauchlin Currie, e que pode considerar-se o primeiro programa de planejamento da economia Colombiana. Os estudos apresentavam algumas coincidências importantes, como assinalar que o grande problema de pobreza da Colômbia estava na distribuição inadequada da riqueza originada na imobilidade do mercado, e de uma demanda insuficiente, que tinha como consequência elevado desemprego e concentração da pobreza no âmbito rural. Assim os dois estudos estabelecem a prioridade de diminuir o desemprego para atingir o objetivo de uma melhor distribuição do ingresso e de abordar um processo de substituição de importações e fortalecimento e proteção da indústria local, todo elo encaminhado a expandir a demanda interna. A proposta do Currie tinha como ideia principal deslocar a população do campo para as cidades, com a intenção de gerar população de baixa qualificação, que fosse empregada na construção de moradias por uma parte, e por outra o fortalecimento do setor da construção como uma linha especializada da produção nacional, que alem teria um maior nível de financiamento via poupança privada. O conjunto teria como efeito o crescimento da construção e absorção da população obreira gerando condições de escala para o novo mercado e favorecendo o crescimento econômico com uma melhor distribuição do ingresso. Assim a ideia final tinha como objetivo resolver os problemas de moradia com um programa econômico e social. 1.1.2. Apreciações do período Deste jeito, entre 1951 e 1973 a população da Colômbia cresceu de 11.548.172 milhões para 22.862.118 milhões de habitantes, e a população nas cidades passou de 38% para o 59 % (DANE, 1997). Para o caso da cidade de Bogotá, o grande pulo da população acontece entre os anos 1964 e 1973, neste período, a cidade duplicou sua população com uma taxa de 6,7% por ano, e passou de 715.250 habitantes em 5026 há, ate atingir os 2.512.300 habitantes em 13.985 há. A produção de moradia informal no período em Bogotá vai manter sua tendência predominante atingindo quase o 50 % das novas moradias e com um crescimento de 443% ao respeito do período anterior. Esta elevada participação da moradia ilegal tem origem em duas situações. A primeira é gerada pelas grandes dificuldades para que a população de renda mais baixa poda ser objeto de creditos hipotecários, situação que na prática deixou fora dos programas do Estado uma grande faixa da população demandante de moradia, o que mostra que a política vai estimulando o mercado da construção formal para outras faixas da população diferentes das obreiras e das moradias sociais, as quais têm de ir para o mercado ilegal. A segunda situação tem que ver com as decisões de expandir o perímetro urbano para legalizar os bairros informais, o que gera fortes estímulos para este tipo de ocupações, principalmente por parte dos urbanizadores ilegais, que aproveitam a debilidade institucional, para introduzir por esta via novas terras para o mercado urbano sem ter que pagar os gastos técnicos da urbanização. Somente de 1964 para 1973 o perímetro urbano passou de 7.915 há, para 13.985, e a densidade de habitantes passou de 142 hab./há para 180 hab./há. e passou de 10 viv/ha, para 26 viv/há, o que mostra que a cidade ficou mais expandida com uma densidade baixa e com urbanizações incompletas e na periferia. Neste contexto as moradias sociais apoiadas pelo Estado alcançam as 60.630 unidades, o que mostra o grande apoio que receberem os programas de moradia por parte dos creditos internacionais estabelecidos no programa de Aliança para o Progresso, sem que isso representasse que as novas moradias tinham um objeto social, pois a verdade a maior parte de elas não abrangeram as populações mais pobres. Por sua parte, o mercado da moradia formal que não atinge as populações mais pobres, tem uma queda de 39% para 33% da produção total, com um total de 156.313 unidades, mais de duas vezes a produção do Estado. Neste contexto, é evidente que a posição do Estado e do governo da cidade vai ao sentido de legitimar os processos de moradias informais para depois levar programas de legalização e melhoramento de bairros, política que vai ser desenvolvida com maior forca nos períodos seguintes. Deste jeito, foram legalizadas 1.048 há. de bairros de origem ilegal, (SDP RETROSPECTIVA, 2010. Pag. 49) quase o 12 % do novo perímetro urbano, e todos eles localizados principalmente na periferia da cidade, o que mostra que a cidade não tinha elementos de controle da urbanização ou para levar a prática os planos piloto e com eles planejar as novas zonas urbanas, daqui que a decisão mais coerente fosse atingir a urbanização informal, com os programas de melhoramento e legalização. 1.2. A cidade do UPAC 1973 – 1993 Para o começo do período, a política publica nacional de moradias tinha fixados dois objetivos, por uma parte o setor da construção vai ser apoiado como estratégia para gerar riqueza e emprego, e para abalançar outros setores da economia do país. Por outra parte, tinha de resolver os déficits de moradias, principalmente dos estratos mais pobres da população. No entanto, o problema do crescimento das cidades foi desestimado como um problema de política publica, de jeito que o sistema de planejamento na pratica não existiu, daí que as cidades da Colômbia tiveram de continuar uma forte expansão sim controle os seguintes 20 anos. Neste sentido, a participação do sector da construção no PIB do país estava entre um 3% e o 4%, o que apresentava uma queda respeito do período anterior que tinha atingido ate um 7%. Está participação vai ser estável no resto do século XX, e vai se mantiver nessas proporções, sendo um dos setores mais protegidos e ajudados pelo governo da Colômbia. (MONTOYA- CEDE, 2011. Pág. 12) 1.2.1. A política pública de moradia no período Para o ano de 1972, o governo nacional adota a estratégia da construção como setor líder da economia, com a ideia de atingir a demanda de moradia existente pelo crescimento das cidades por médio do crédito hipotecário, o qual tinha como condição essencial garantir as condições de poupança da população para aumentar os recursos de financiamento da moradia e da construção em geral, pois o mercado dos escritórios e de outro tipo de edificações estava emergindo com muita força. Para este fim, o governo expede uma nova legislação que tem dois objetivos importantes, por uma parte, permitir que os bancos privados pudessem entrar no negocio da construção e dos creditos hipotecários com total segurança e em condições favoráveis, e por outra estimular a poupança da população como medida importante para financiar o crescimento do setor. Neste sentido, o governo nacional vai criar o sistema conhecido como UPAC “Unidade de Poder Aquisitivo Constante”, que foi um sistema de indexação que fazia que os depósitos das poupanças e as obrigações dos devedores estivessem contabilizados em uma unidade atualizada com a inflação. Deste jeito, o UPAC podia garantir duas coisas, por uma parte, que as poupanças das pessoas tivessem um crescimento positivo real, pois anteriormente o crescimento das poupanças estava determinado pelas taxas de interes nominal que deixavam rendimentos negativos, e por outra que os emprestamos dos bancos tivessem uma estabilidade real garantida ao longo prazo, de sorte que as dividas de seus clientes tivessem um valor real depois de 10 anos. (CUERVO-CEDE, 2009. pág. 6) Alem desta figura, o governo vai trasladar o sistema de poupança para o setor privado criando as Corporações de Poupança e Moradia conhecidas como CAV, (Corporación de Ahorro y Vivienda) as quais tinham por objetivo captar as poupanças e colocar os creditos por mediação de entidades financeiras especializadas, função que foi quase exclusiva do banco nacional o BCH por 50 anos, o que revelou uma nova fase do pensamento do Estado respeito do problema da moradia, na qual a moradia estava no marco do capital, e a construção das cidades tinha de ser feita pelas poupanças das pessoas. A medida tem dois efeitos imediatos, o credito para moradias cresceu rapidamente e o mercado da construção via ter um crescimento excepcional, principalmente na linha da moradia de alto preço. A segunda consequência é que o mercado privado vai restringir a entrada das populações mais pobres, pois não som objeto dos bancos e dos empréstimos. O sistema tinha uma forte dependência das intervenções do governo para manter a estabilidade do mercado, principalmente porque as CAV tinham muitos depósitos dos poupadores e sua queda danificaria todo o financiamento do sistema, pelo qual o governo cria o "Fundo de Poupança e Moradia" FAVI (Fondo de Ahorro y Vivienda) que vai remunerar as inversões das CAV alem de fazer empréstimos para manter a liquidez, eliminando o risco das CAV de ter perdas por problemas da economia da nação. Pelos problemas de estabilidade econômica da Colômbia, o UPAC foi modificado pelo menos em 15 vezes entre 1972 e 1992, e em muitas delas o calculo foi por embaixo dos níveis da inflação, o que deu como resultado remunerações reais negativas para as poupanças, mais os depósitos das pessoas não diminuíram, principalmente por que as pessoas não tinham outras opções para adquirir moradias, o que deu uma estabilidade de recursos para as empresas privadas de construções. Esta política vai ter uma aplicação constante ate o ano de 1993 e o UPAC vai desaparecer no ano de 1999. Por enquanto, para o ano de 1982 é muito evidente que o mercado das moradias não tem opções para todas as faixas da população, principalmente porque as famílias mais pobres não tinham para uma cota inicial que comportasse sua entrada no sistema financeiro, deste jeito o governo tem que encarar um crescente déficit de moradias de baixa renda, fazendo programas fora do sistema financeiro. Deste jeito o governo toma a decisão de construir 400.000 moradias para dar as famílias mais pobres, sem ter que dar uma cota inicial, só com o compromisso de pagar a divida ao longo prazo. Ainda o programa de moradias sem cota inicial fosse uma estratégia importante, as dificuldades institucionais fizeram dele um problema, pois o governo não estava pronto para atender toda a cadeia de produção de moradias nessa escala, daí que muitas das moradias ficaram com graves problemas de construção e sem nenhum tipo de planejamento urbano. Muitas das novas urbanizações ficaram bem longe das cidades e sem serviços, alem disso, o programa vai ter uma crise pela carteira vencida, pois muitos dos beneficiários do programa não tinham jeito de fazer pagos por sua casa nova, ainda sem cota inicial. "Para os anos de 1982 e 1984 as obrigações dos usuários com o ICT passaram de 14.400 milhões para 48.000 milhões. Para o 1994 de um total de 203.500 obrigações, o 57% tinham vencidas pelo menos uma cota e 21.000 tinham 8 o mas cotas vencidas." (JARAMILLOCEDE, 2011. pág. 11) 1.2.2. Apreciações do período Para o período entre 1973 e 1993 a população da Colômbia cresceu de 22.862.118 milhões para 37,664,711 milhões de habitantes, e a população nas cidades passou de 59% para o 68 % (DANE, 1997). Para o caso da cidade de Bogotá, o grande pulo da população acontece entre os anos 1964 e 1973, neste período, a cidade duplicou de novo sua população, e passou de 2.512.300 habitantes em 13.985 há, ate atingir os 5.484.224 habitantes em 27.714 há. A produção de moradia formal e de moradia do Estado no período em Bogotá vai ser a mais alta de todo o século XX em proporção com a produção de moradia ilegal. Deste jeito as moradias sociais apoiadas pelo Estado alçam as 109.603 unidades em Bogotá. Esta situação mostra o grande apoio que receberem os programas de moradia por parte dos investimentos do Estado e dos creditos internacionais do BID. Por sua parte, o mercado da moradia formal tem um crescimento real de 5 vezes a produção do período anterior, assim passou de 33% para 65% da produção total, com 528.630 unidades. O grande sucesso que tem o setor privado da construção se explica por duas causas fundamentais. A primeira é a política do governo de criar as condições de poupança forçosa por parte da população, para garantir um fluxo importante de investimentos para o setor da construção. Assim as CAV e as empresas construtoras tinham a sua disposição muito dinheiro do publico, com uma estabilidade financeira garantida e com baixo risco, todo isso produto da formula do UPAC. Ainda o sistema UPAC tivesse um impacto positivo no financiamento do mercado das moradias, os investimentos atingidos não vão para a faixa das moradias sociais, pelo contrario vai-se concentrar no mercado das moradias de luxo e dos setores com maiores possibilidades econômicas, os quais demandaram moradias para ingressar no mercado dos imóveis e do aluguel. A estrutura do sistema partiu da consideração de estimar a existência de uma demanda não satisfeita, de fato que foi possível colocar preços elevados e assegurar a rentabilidade do negocio da construção na faixa de ingressos médios e altos da população. Neste sentido o governo achou que o crescimento da produção de moradias tinha de ser suficiente para operar gerando diferentes ofertas, de jeito que as faixas mais pobres da população teriam acesso a moradia por efeito "Filtração", adquirindo unidades usadas como consequência das mudanças de usos e de população das faixas superiores para os novos imóveis na cidade. Na realidade a filtração também opera com as restrições de mercado geradas pelo aceso aos creditos e emprestamos dos bancos, de jeito que o resultado é uma faixa pobre indo para as novas urbanizações ilegais. A segunda causa tem de ver com a debilidade do planejamento e de controle do crescimento da área urbana por parte do governo da cidade, situação que permitiu uma rápida incorporação de terras para o mercado dos imóveis tanto legais como ilegais, favorecendo a expansão do mercado e da cidade, que duplicou sua área urbana em 20 anos. Para o caso da moradia feita pelo Estado, sua participação realtiva permanece estável passando de 19% para o 14%. Para o caso, é importante assinalar que as preocupações do governo da cidade não estiveram na produção, mais estiveram dirigidas principalmente para o problema do melhoramento e legalização dos bairros ilegais, de maneira que o governo de Bogotá vai legalizar 1.475 há. novas ao longo do período o que vai representar uma população estimada de 595.120 pessoas, em 148.780 moradias, que é um 35% superior, do total das moradias construídas pelo Estado. Finalmente, para o caso da produção da moradia informal de origem ilegal, se observa que ela atingiu o 21% do total das moradias da cidade, mais teve um crescimento real de 8% respeito do período anterior, o que mostra que a política de apoio ao setor privado das construções deixa sempre as faixas pobres da população fora do mercado. A existência e crescimento do mercado ilegal de moradias vai ter um apoio silencioso de fato pelo governo nacional e pelo governo da cidade, que vai gerar duas estratégias claras de apoio ao setor informal, por uma parte vai permitir a expansão do perímetro urbano para incorporar novas terras e urbanizações, e por outra vai legalizar e levar programas de melhoramento para os novos bairros, o que gero fortes estímulos para um mercado ilegal que estava sobcontrole dos políticos da cidade. Deste jeito, as ocupações ilegais para o período alcançaram as 3.046 há. que representam o 40% das novas áreas de moradias da cidade, com uma densidade de 55 moradias por há, entanto o setor formal alcançou 4.686 há, com uma densidade de 136 moradias por há. o que revela um patrão de crescimento expansivo. O patrão de crescimento da cidade de Bogotá vai revelar uma ausência total de políticas de planejamento e de moradia acordes com o desenvolvimento urbano, deste jeito o mercado da construção foi privilegiado totalmente com uma elevada disponibilidade de terras e ausência de controle e de normas para o uso da terra, que somadas com os grandes fluxos derivados das poupanças da população, produziram uma cidade expandida, e altamente segregada entre o norte rico e o sul pobre. 1.3. A cidade da globalização 1993 – 2010. Para o período final compreendido entre o 1993 e 2010 a política de moradia vai ter uma serie de mudanças fortes, que vão marcar uma concepção diferente por parte do Estado. A primeira decisão importante é a liquidação do Instituto de Credito Territorial - ICT e do Banco Central Hipotecario BCH, com o qual o Estado toma a decisão de não participar mais da produção de moradias, pois a avaliação dos programas e das instituições mostra que elas são ineficientes e não tem viabilidade, principalmente pela crise financeira do ICT e pelas compras de carteira de alto risco por parte do BCH. Ainda com uma participação de 65% na produção de moradias, o problema da produção para moradias para os mais pobres foi atribuído às ineficiências do Estado, e de modo óbvio a solução foi procurada numa reforma para que por fim o mercado interviesse e oferecera uma solução ao problema. 1.3.1. A política pública de moradia no período Assim para o ano de 1990 vai reformar o sistema financeiro passando de bancas especializadas para o sistema de multibanca, suprimindo toda proibição ou privilegio, situação que converteu as corporações especializadas em creditos de moradias CAV, em Bancos e abriu aos Bancos as possibilidades de oferecer creditos hipotecários. O resultado foi que os poupadores perderam seus privilégios, pois a indexação do UPAC passou de ser calculada com a taxa de inflação para a taxa de interesse geral, com o qual todos os riscos têm de ser assumidos pelos compradores que tinham dividas de creditos hipotecários, perdendo o valor das cotas abonadas e pagando interesses por acima de suas capacidades reais, situação que levo a muitas pessoas a perder sua propriedade por impossibilidade de pagar a divida. Para o 1991 o governo expediu a lei 3 e com ela um novo modelo que tem como suporte os subsídios para a demanda, de jeito que o Estado vai entregar direitamente os investimentos as famílias que procuram moradia e com esse apoio eles vão ingressar ao sistema bancário e ter possibilidades de adquirir os produtos oferecidos pelo mercado formal da construção, eliminando a gestão do Estado. As porcentagens dos subsídios por parte do Estado alcançam ate um 40% do custo total de uma moradia, os beneficiários tem de aportar um 10% e solicitar um credito hipotecário pelos 50% faltantes com prazos de 15 a 20 anos para seu pagamento. Com a nova política de subsídios direitos a demanda, geram-se duas barreiras que impossibilitam o acesso dos pobres aos mercados de moradias formais. Por uma parte esta o requerimento da cota inicial ou poupança programada que para o caso da faixa mais pobre da população não permite que ela tenha relacionamento com os bancos. Por outra parte, os subsídios têm de ser executados em projetos gerados pelo setor privado, de jeito que os beneficiários dos subsídios não encontram moradias disponíveis para sua compra, pois a maior parte das empresas de construção não tem interesse nesta faixa da população e continua fazendo moradias de luxo. Igualmente os bancos ante as diversas crises econômicas dos anos 80 do século XX, não ofereciam creditos para os pobres, de jeito que muitas das famílias receberam um subsidio de papel, pois não tinham como encontrar moradias e creditos disponíveis. Por sua parte e depois de 60 anos, as políticas de planejamento urbano são definidas pela lei 388 de 1997, "lei do desenvolvimento territorial e urbano" que é o novo paradigma do planejamento. Ela trouxe o instrumento dos Planos de Ordenamento Territorial – POT- como novo marco do desenvolvimento das áreas urbanas e de resposta aos novos processos de urbanização e gestão da terra, deixando aos municípios a função de dirigir as políticas de usos da terra e promoção dos programas de moradias. O Plano de Ordenamento Territorial - POT- da cidade de Bogotá foi formulado e aprovado no ano 2000, com a ideia de construir um “modelo de cidade” que tem como objetivo o desenvolvimento de uma cidade mais densa e compacta na qual, os programas de renovação urbana, melhoramento da moradia existente e moradia de interesse social, desempenhariam um papel estratégico na consolidação do modelo, em quanto a novas densidades e qualidade do espaço construído, e principalmente no sucesso da inclusão social e melhoramento da qualidade de vida dos habitantes mais pobres da cidade. 1.3.2. Apreciações do Período Neste contexto a população da Colômbia cresceu de milhões 37.664.711 para 45.509.580 milhões de habitantes em 2010, e a população nas cidades passaram de 68% para o 74 % (DANE, 2014). Para o caso da cidade de Bogotá, o crescimento da população foi mais pausado alcançando os 6.776.009 milhões de habitantes em 13.985 33.018 há. A produção de moradia de interesse social agenciada pelo estado em Bogotá vai cair para o 5% com 36.883 unidades, o que é natural pela dependência do Estado do mercado privado. Por sua parte o setor da construção assume as novas regras estabelecidas pelas mudanças nas políticas de moradia, numa época de crescimento do mercado que vai ate o ano de 1999, momento no qual o sistema UPAC vai entrar em colapso, os bancos têm perdas importantes e paralisam o credito hipotecário por as novas liquidações sem UPAC, de fato que o governo tem que fazer uma operação de resgate para o sistema bancário, e muitas famílias vão perder suas moradias, e muitas empresas de construção vão entrar em quebra. Só ate o ano de 2005 o mercado das moradias vai ter uma reativação. A consequência natural da queda do setor formal da construção e do abandono do Estado para produzir moradias de baixo custo, vai ser o crescimento da moradia ilegal, que vai alcançar as 219.065 unidades que representam o 26% do total de moradias, com um crescimento real de 30% respeito do período anterior. 1.4. Conclusões finais 1.4.1. O papel das políticas de Moradia As políticas de moradias na cidade de Bogotá tem sua origem numa dupla função estabelecida pelo Estado Colombiano, por uma parte ele vai definir o setor da construção como uma faixa forte da economia, que vai promover outras atividades produtivas e gerar riqueza. Por outra parte o Estado e o governo da cidade vão tentar resolver o déficit habitacional, principalmente das faixas mais pobres da população. Consequentemente com a ideia central da política do Estado, a moradia fica não como direito dos cidadãos, ela fico como mercadoria e nesse patamar o comportamento do setor vai ser dirigido pela lógica capitalista. Neste sentido, o Estado Colombiano fixa políticas de apoio irrestrito para o setor da construção, e sempre vai estabelecer as condições econômicas e jurídicas para que o sistema bancário tenha segurança e poda estabelecer um mercado baseado no credito hipotecário. Gráfica 1 Composição por período das unidades de moradia construídas em Bogotá, 1910-2010. 700.000 600.000 500.000 Unidades de moradia social Origen Estatal 400.000 Unidades de moradias origem Privado Formal 300.000 200.000 Unidades de moradias origen Informal 100.000 1910 1951 1951 1973 1973 1993 1993 2010 Fonte: Elaboração Própria com ajuste dos dados DANE, e ajuste de dados do CEDE, Jaramillo – Cuervo 2009, e SDHT 2011 e SDP 2000. Assim, as regulações de 1918 estabelecem as primeiras regras para os creditos hipotecários antes que uma política social de moradia, depois no ano 1953 o estado introduze definitivamente a ideia do setor da construção como rama estrutural da economia do país e fixa a moradia como mercadoria. Entre 1971 e 1991 o Estado vai trabalhar para manter a liquidez e estabilidade do setor da construção promovendo o credito hipotecário como médio de financiamento, e para o 1993 o Estado da um impulso definitivo deixando todo o negocio nas mãos do setor privado. Neste sentido o Estado tem um grande sucesso, como pode-se observar na gráfica 1, o setor da construção sempre tem um crescimento continuo desde 1938, e que supera o 65% das moradias construídas na cidade desde 1973, independente das crises econômicas do 1980 e 1999. Mais o sucesso do Estado em termos de apoio ao setor não atinge as faixas mais pobres da população, pois independente de períodos de auge da construção como os de 1973 ate 1993, o setor não faz moradias sociais, pelo contrario concentra os recursos e as poupanças em moradias de luxo, de jeito que o mercado da moradia ilegal surge como resposta para atender as necessidades dos 48 % da população que estão baixo a linha de pobreza. (DANE 2005) Por sua parte o mercado da construção ilegal tem um crescimento continuo e alem vai sempre por acima da produção de moradias sociais promovidas pelo Estado, com a particularidade de experimentar fortes impulsos nos períodos de formação e crise do setor formal (1938 – 1953 e 1993 – 2010). Neste contexto para o ano 2010 as autoridades estimam que o 33% da terra da cidade foi urbanizada de maneira ilegal, (SDHT, 2011. Pag. 10) e segundo os dados recolhidos nesta pesquisa o 29% das moradias são feitas por autoconstrução em processos de ilegalidade, frente aos 10% das unidades totais construídas pelo Estado em Bogotá, e o 60% das empresas privadas, que atingem o mercado das moradias para outras camadas sociais. É importante considerar que os programas de moradias feitos pelo Estado não sempre tem como objetivo as populações pobres, assim os primeiros programa do ICT em 1953 somente tinham o 25% das moradias disponíveis para esta camada social, e ao longo do programa de moradias sem cota inicial em 1984, somente foram habilitadas o 50% das moradias para esta faixa. Gráfica 2 Composição das unidades de moradia construídas em Bogotá 1910-2010 Unidades de moradias origen Informal 29% Unidades de moradia social Origen Estatal 10% Unidades de moradias origem Privado Formal 61% Fonte: Elaboração Própria com ajuste dos dados DANE, e ajuste de dados do CEDE, Jaramillo 2009, SDHT 2011 e SDP 2000. Neste sentido ao longo do século XX, o Estado é um promotor igual aos privados no mercado da construção, daí que os problemas de liquidez e carteira obrigaram a liquidação do ICT em 1991, pois ele foi concebido em parte como promotor social e em parte como promotor da economia. Assim o programa de moradias sem cota inicial tinha como propósito de fundo mitigar a queda do PIB, na crise da divida de America Latina na década dos 80. 1.4.2. O papel das políticas de Planejamento Por sua parte, a origem das políticas urbanas tem sua origem nas ideias econômicas trazidas pelo Lauchin Currie desde o ano 1953 e desenvolvidas como forca desde o ano de 1967, que tem como fundo a construção como fonte de desenvolvimento econômico, que precisa de um processo de urbanização acelerado. Deste jeito as políticas para as cidades podem ser consideradas urbanas mais não de planejamento. A principal evidencia da inexistência de políticas reais de planejamento urbano radica na inexistência de leis de ordenamento territorial ao longo do século XX. Assim a primeira lei que aparece neste sentido e a lei 9 de 1989, mais ela não tem nenhuma aplicação pratica, daí que para o ano 1997 finalmente é regulamentada a lei 388, que é realmente a primeira que trabalha o tema do ordenamento territorial. Como se pode apreciar na gráfica 3, o processo de urbanização foi um sucesso em termos de tempo e área, de jeito que a cidade cresceu de maneira continua ao longo do século XX multiplicando sua população por 63 e sua área por 93. (DANE, 2005) Gráfica 3 Crescimento do perímetro urbano e da população em Bogotá 1910-2010 35.000 8.000.000 30.000 7.000.000 6.000.000 25.000 5.000.000 20.000 4.000.000 15.000 3.000.000 10.000 2.000.000 5.000 1.000.000 - 1910 - 1951 1951 - 1973 1973 - 1993 1993 - 2010 1910 - 1951 1951 - 1973 1973 - 1993 1993 - 2010 Fonte: DANE, e ajuste de dados SDHT 2011 e SDP 2000. Mesmo que a cidade tenha formulado diferentes planos e programas urbanísticos desde 1926 ate o ano 2000, eles nunca fossem efetivados principalmente porque as leis nacionais não tinham ferramentas para garantir um controle adequado dos usos da terra e do perímetro urbanos, assim como para promover patrões de crescimento ordenados. A prova do anterior é que nos períodos de maior auge da construção (1953 - 1993), o perímetro urbano da cidade foi ampliado sucessivas vezes (12) em contra do modelo de crescimento denso e compacto proposto pelos planos urbanísticos desde 1951. Igualmente as autoridades de planejamento não tinham ferramentas para deter as construções ilegais ou para regulamentar o mercado formal da construção, daí que a política de promoção da moradia como rama importante da economia exigiu da cidade terra constantemente sem reparar nos problemas urbanísticos o de planejamento. Em síntese o processo de crescimento da cidade esta baseado nas regras do mercado e das rendas da terra e dos imóveis, com um atraso evidente na estrutura funcional da cidade, que se revela nos grandes problemas de transporte publico, dotação de equipamentos e ausência de espaços públicos, aqui é importante assinalar que ainda o 60% da urbanização tinha uma origem legal, isso não representa melhores espaços, avenidas, espaços públicos ou qualidade dos serviços públicos. Pelo contrario, uma das determinações mais importantes para fortalecer o setor da construção foi eliminar as normas de qualidade das edificações, expandir o perímetro urbano e habilitar a terra da cidade para qualquer uso sem controle, assim desde as normas dos anos 1958 ate os acordos 7 de 1979 e 6 de 1990, ao longo do 40 anos o setor da construção operou sem restrições urbanísticas. Deste jeito, as políticas de planejamento viraram para programas de melhoramento de bairros. Gráfica 4 Crescimento das áreas de urbanização em Bogotá, 1910-2010. 10.000 9.000 8.000 Área de Urbanizacao Moradias Origem Formal 7.000 6.000 5.000 Área de Urbanizacao Moradias Origen Informal 4.000 3.000 Areas de moradia legalizadas 2.000 1.000 1910 1951 1951 1973 1973 1993 1993 2010 Fonte: Elaboração Própria com ajuste dos dados CEDE, MONTOYA 2011 e SDHT 2011. Como se pode observar na gráfica 4, as políticas de planejamento urbano operaram em dois sentidos. Por uma parte cumpriu com a tarefa de habilitar terra e eliminar restrições para o setor formal da construção, desta maneira entre 1951 e 1993 conseguiu urbanizar mais de 14.000 há correspondente aos 75% das áreas totais de moradia formal da cidade. Por outra parte, o governo da cidade assumiu a política de apoiar os processos de autoconstrução e de legalização de bairros, de jeito que entre 1953 e 2010 legalizou 1.715 há. que correspondem ao 33% de todas as áreas de moradia da cidade. A consequência deste modelo de planejamento é um espaço urbano altamente segregado e com grandes carências urbanas. Gráfica 5 Densidade das áreas de urbanização em Bogotá, 1910-2010. 300 250 200 Densidad Moradias por Há. Origem formal 150 Densidad Moradias por Há. Origem informal 100 50 1910 1951 1951 1973 1973 1993 1993 2010 Fonte: SDHT 2011. Elaboração Própria 2015. Assim, a cidade da ilegalidade esta na periferia, feita com processos de autoconstrução, longe dos centros de trabalho, com grandes dificuldades de mobilidade, carência de serviços públicos, de espaços públicos e principalmente com processos de ocupação que vão acrescendo a densidade em estruturas inadequadas. Por sua parte, como se pode observar na gráfica 5, a cidade legal foi construída com elevadas densidades, principalmente para tornar ótimos os ganhos e os investimentos do setor da construção, pois sem normas urbanas adequadas os construtores não aportam terras para equipamentos, avenidas e espaços públicos, aproveitando ao máximo as rendas da terra e promovendo os processos de especulação na cidade. Finalmente se pode concluir, que o déficit habitacional que atinge atualmente a cidade de Bogotá e que esta pela ordem das 258.046 moradias para das quais é preciso construir 116.529, tem um caráter estrutural que resulta dos desajustes entre as políticas de planejamento e as políticas de moradia. Assim o setor da construção não tem interesse em produzir uma adequada oferta de moradias, entanto a população não tem capacidade real para adquirir ou entrar no mercado formal das moradias, e o planejamento urbano ainda não resolve as dificuldades que gera o processo acelerado de urbanização, reproduzindo graves problemas de amontoamentos, deterioro e segregação social e espacial. Imagem 1 Crescimento da urbanização em Bogotá, 1950-2010. Imagem 2 Localização da população por estratos em Bogotá, 2010. Estrato 1 Estrato 2 Estrato 3 Estrato 4 Estrato 5 Estrato 6 Fonte: SDP Bogotá. 2010 6.59% 36.11% 44.47% 7.61% 3.02% 2.20% Referências Bibliográficas BID, Banco Internacional de Reconstrucción y Fomento, Programa de Desarrollo de las Naciones Unidas. Estudio de Desarrollo Urbano, Fase I. Patrones de Vivienda, Bogotá. Bogotá, 1973. CID - Centro de Investigaciones para el Desarrollo. Alternativas para el desarrollo urbano de Bogotá D.E.. Universidad Nacional de Colombia, Bogotá, 1969. DAPD - Departamento Administrativo de Planeación Distrital. La Planificación en Bogotá. DAPD Bogotá, 1964. Distrito Especial de Bogotá (1969), Tres años de Administración Distrital 1967 – 1969. DAPD Bogotá, 1969. DAPD - Departamento Administrativo de Planeación Distrital. Visión regional del Plan de Ordenamiento Territorial, en Territorio y Sociedad, Bogotá, Universidad Nacional de Colombia, Bogotá, 2003. HOFER, Andreas. Karl Brunner y el urbanismo europeo en América Latina. Bogotá, El Áncora Editores, 2003. JANSSEN, Roel. Vivienda y Luchas Populares en Bogotá. Bogotá, Ediciones Tercer Mundo, 1984. JARAMILLO, Samuel, CUERVO, Nicolás. Dos décadas de políticas de vivienda en Bogotá, apostando por el mercado. CEDE - Centro de Estudios sobre Desarrollo Económico Bogotá, 2009. LAVERDE, Jorge. Contribución al estudio de la epidemia de gripe en Bogotá en 1918. Bogotá: Tipografía Artística, 1918. LOPEZ, Emilio. Panorama histórico de la banca en Colombia. Mimeo, 1979. MINISTERIO DE LA VIVIENDA CIUDAD Y TERRITORIO. 100 anos de políticas habitacionales, 2014. MONTOYA, Miguel, NAMEN, Leon. Historia del crédito hipotecario en Colombia. CEDE - Centro de Estudios sobre Desarrollo Económico, Bogotá 2011. OPRB, Oficina Plan Regulador de Bogotá. Exposición del Plan Piloto de Bogotá. I.C.S.S, Bogotá, 1951. QUIMBAY, Patricia. Programas de vivienda popular en Bogotá (1942-1959): El caso de la caja de la vivienda popular. Tesis de grado, 2011. REY, Pilar. Bogotá 1890-1910: población y trasformaciones urbana. Revista Territorios No. 23, 2010. SALDARRIAGA, Alberto, CARRASCAL, Rodrigo. Vivienda Social en Colombia. Fundación Corona, Bogotá, 2006. SDP, Secretaria Distrital de Planeación. Retrospectiva de los asentamientos ilegales en Bogotá. Bogotá SDP, 2010. SDHT – CENAC, Secretaria Distrital de Hábitat, Centro de Estudios de la Construcción y el Desarrollo Urbano Regional. El proceso de la ciudad informal. SDHT Bogotá, 2011. SDHT, Secretaria Distrital de Hábitat. Caracterización y evolución del déficit habitacional en Bogotá. SDHT Bogotá, 2013.
Documentos relacionados
De uma experiência nacional a uma experiência local em
A política surge também como resposta a uma situação problemática e de mecanismo de solução às
situações apresentadas por diagnósticos que mostram indícios de uma pobre cultura escrita na cidade.
A...