Marcadores da Infecção por Chlamydia - PPGBAIP
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Marcadores da Infecção por Chlamydia - PPGBAIP
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS MARCADORES DA INFECÇÃO POR CHLAMYDIA TRACHOMATIS, CHLAMYDIA PNEUMONIAE E DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA E INFLAMATÓRIA NA FORMAÇÃO DA PLACA DE ATEROMA E PROGRESSÃO À DOENÇA CARDÍACA. NÚBIA CAROLINE COSTA DE ALMEIDA Belém-Pará 2014 2 NÚBIA CAROLINE COSTA DE ALMEIDA MARCADORES DA INFECÇÃO POR CHLAMYDIA TRACHOMATIS, CHLAMYDIA PNEUMONIAE E DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA E INFLAMATÓRIA NA FORMAÇÃO DA PLACA DE ATEROMA E PROGRESSÃO À DOENÇA CARDÍACA. Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. Orientadora: Profa. Dra. Marluísa de Oliveira Guimarães Ishak Belém-Pará 2014 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Virtual em Saúde do Instituto Evandro Chagas (BVS IEC) Almeida, Núbia Caroline Costa de. Marcadores da infecção por Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae e da resposta imunológica e inflamatória na formação da placa de ateroma e progressão à doença cardíaca / Núbia Caroline Costa de Almeida. - 2014 139 f.; 30 cm Orientador: Profª. Drª. Marluísa de Oliveira Guimarães Ishak Tese (Doutorado em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Agentes Infecciosos e Parasitários, 2014. 1. Chlamydia. 2. Doença cardíaca. 3. Susceptbilidade. 4. Infecções I. Ishak, Marluísa de Oliveira Guimarães, orient. II. Universidade Federal do Pará. III. Título. CDD: 616.92 1 NÚBIA CAROLINE COSTA DE ALMEIDA MARCADORES DA INFECÇÃO POR CHLAMYDIA TRACHOMATIS, CHLAMYDIA PNEUMONIAE E DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA E INFLAMATÓRIA NA FORMAÇÃO DA PLACA DE ATEROMA E PROGRESSÃO À DOENÇA CARDÍACA. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. Orientadora: Profa. Dra. Marluísa de Oliveira Guimarães Ishak Laboratório de Virologia, UFPA Banca Examinadora: Prof. Dr. Antônio Carlos Rosário Vallinoto Laboratório de Virologia, UFPA Prof. Dr. Ricardo Ishak Laboratório de Virologia, UFPA Profa. Dra. Maristela Gomes da Cunha Laboratório de Imunologia, UFPA Profa. Dra. Rosimar Neris Martins Feitosa Laboratório de Virologia, UFPA Prof. Dr. Juarez Antônio Simões Quaresma Laboratório de Imunopatologia, NMT/UFPA(Suplente) Belém, 20 de fevereiro de 2014 2 À minha família, À profª. Dra. Marluísa de Oliveira Guimarães Ishak, Ao profº. Dr. Ricardo Ishak Ao grupo Pronex. 3 “Nada neste mundo faz sentido se não tocarmos o coração das pessoas. Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves da alma.” Cora Coralina 4 AGRADECIMENTOS Durante o desenvolvimento de um trabalho acadêmico, certamente contamos com diferentes formas de apoio pelas quais eu tenho um profundo desejo de agradecer. Agradeço primeiramente à minha orientadora profª. Dra. Marluísa de Oliveira Guimarães Ishak, pela oportunidade e confiança entregue a mim para o desenvolvimento deste trabalho. Ao profº Dr. Ricardo Ishak que além da impecável coordenação deste projeto, direcionou este documento da melhor forma possível, colaborando, incentivando e corrigindo com toda a dedicação. Gostaria de agradecer a FAPESPA e ao CNPq pelo generoso financiamento do projeto via Edital PRONEX. Ao Programa de Pós- Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários pelo apoio financeiro durante o período de execução do projeto. Ao Hospital das Clínicas Gaspar Viana, ao Hospital da Ordem Terceira e ao Hospital Beneficente Portuguesa, nossa sincera gratidão pela autorização e apoio na construção deste trabalho, através dos cirurgiões Marco Antonio Ayin Fossa, Manuel Araújo Maneschy e Marcelo Martins Zaninotto que disponibilizaram seu tempo para colaborar com a coleta de amostras. Agradeço à Fundação HEMOPA pela autorização das coletas de doadores de sangue. Agradeço a todos os professores, alunos e funcionários do Laboratório de Virologia, pelo incentivo e apoio durante este trabalho. Agradeço a colaboração fundamental de Sandra Lima por todo o direcionamento estatístico deste projeto. Gostaria de registrar um agradecimento especial à equipe de alunos do PRONEX incluindo Renata Hermes, Alice Queiroz, Bárbara Santana, Suzanne Fernandes, Izete Machado, Samara Gomes, Larissa Freitas, Érica Gomes, Felipe Bonfim e Ednelza Graça que com muita força de vontade, solicitude e dedicação construíram comigo este trabalho, desde a coleta das amostras, procedimentos laboratoriais até as difíceis reuniões técnicas e científicas. Dedico o total agradecimento à minha família, pois ao lado deles: meu pai minha mãe, minha irmã, meu filho e marido, eu fui descobrindo meus sonhos durante a vida. Obrigada pela torcida e por sonharem comigo. Em especial, preciso eternizar meu agradecimento ao Igor Brasil Costa que não mediu esforços para me apoiar com seu incentivo, confiança, auxílio na padronização de técnicas, revisão e correção deste documento, em meus momentos de extremo cansaço. Não há nada que penetre mais suavemente no espírito do homem do que o exemplo. Muito obrigada pelo exemplo de cada um de vocês. 5 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS 8 LISTA DE FIGURAS 10 RESUMO 15 ABSTRACT 16 1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 17 1.1 CHLAMYDIA TRACHOMATIS E CHLAMYDIA PNEUMONIAE......... 17 1.1.1 Histórico e Classificação........................................................................ 17 1.1.2 Morfologia e Ciclo de Desenvolvimento............................................... 17 1.1.3 Organização Genômica.......................................................................... 19 1.1.4 Resposta Imunológica e Manifestações Clínicas.................................. 20 1.2 PROTEÍNA C REATIVA (PrtCR)........................................................... 22 1.3 FATOR DE NECROSE TUMORAL (TNF-α)....................................... 23 1.4 INTERLEUCINA - 6 (IL-6)..................................................................... 25 1.5 INTERLEUCINA - 8 (IL-8)..................................................................... 26 1.6 INTERLEUCINA - 10 (IL-10)................................................................. 26 1.7 ATEROSCLEROSE, INFECÇÕES POR C. TRACHOMATIS, C. PNEUMONIAE E ASSOCIAÇÃO COM MARCADORES DE RESPOSTA INFLAMATÓRIA............................................................... 28 1.8 OBJETIVOS............................................................................................. 37 1.8.1 Objetivo Geral......................................................................................... 37 1.8.2 Objetivos Específicos.............................................................................. 37 2 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................. 38 2.1 POPULAÇÃO EXAMINADA............................................................... 38 2.2 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS............................................................ 39 2.3 ENSAIOS SOROLÓGICOS PARA DETECÇÃO DE ANTICORPOS PARA C. TRACHOMATIS E C. PNEUMONIAE.................................... 39 2.3.1 Ensaio Imunoenzimático (EIE)............................................................. 39 2.3.2 Microimunofluorescência (MIF)........................................................... 40 2.4 IDENTIFICAÇÃO DA INFECÇÃO POR C. TRACHOMATIS E C. 2.4.1 PNEUMONIAE......................................................................................... 41 Extração de DNA.................................................................................... 41 6 2.4.2 PCR em Tempo Real.............................................................................. 2.5 IDENTIFICAÇÃO DOS POLIMORFISMOS MARCADORES DA RESPOSTA 41 GENÉTICOS DE IMUNOLÓGICA E INFLAMATÓRIA.................................................................................... 42 2.5.1 Extração de DNA.................................................................................... 42 2.5.2 Identificação de Polimorfismo nos Genes da PrtCR, TNF-α e IL-6.. 42 2.5.3 Identificação de Polimorfismo nos Genes de IL-8 e IL-10.................. 46 2.6 DOSAGEM DE NÍVEIS PLASMÁTICOS DE PrtCR E IL-6............... 47 2.7 QUANTIFICAÇÃO RELATIVA DE mRNA de TNF-α, IL-8 e IL-10 PARA AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA................................ 47 2.7.1 Seleção de Amostras............................................................................... 47 2.7.2 Extração de RNA Total.......................................................................... 47 2.7.3 Transcrição Reversa para a Síntese de DNA Complementar (cDNA)..................................................................................................... 48 2.7.4 Teste de Eficiência dos Ensaios de PCR em Tempo Real................... 48 2.7.5 PCR em Tempo Real Quantitativo....................................................... 49 2.8 MÉTODOS ESTATÍSTICOS.................................................................. 50 2.9 ASPECTOS ÉTICOS............................................................................... 51 3 RESULTADOS....................................................................................... 52 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA....................... 52 3.1.1 Perfil demográfico e social dos pacientes com doença cardíaca e dos indivíduos do grupo controle.......................................................... 3.2 SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS PARA 52 C. TRACHOMATIS E C. PNEUMONIAE EM PACIENTES COM DOENÇA CARDÍACA E NO GRUPO CONTROLE............................. 3.3 54 PRESENÇA DE DNA DE C. TRACHOMATIS E C. PNEUMONIAE EM FRAGMENTOS TECIDUAIS DE PACIENTES COM DOENÇA CARDÍACA............................................................................................. 3.4 55 CARACTERIZAÇÃO DOS POLIMORFISMOS DE PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 EM PACIENTES CARDÍACOS E NO GRUPO CONTROLE............................................................................................. 3.5 57 NÍVEIS PLASMÁTICOS DE PrtCR EM PACIENTES CARDÍACOS E GRUPO NO CONTROLE.................................................................... 64 7 3.6 EXPRESSÃO GÊNICA DE TNF-α EM PACIENTES CARDÍACOS E NO GRUPO CONTROLE........................................................................ 3.7 NÍVEIS PLASMÁTICOS DE IL-6 EM PACIENTES CARDÍACOS E NO GRUPO CONTROLE........................................................................ 3.8 79 EXPRESSÃO GÊNICA DE IL-8 EM PACIENTES CARDÍACOS E NO GRUPO CONTROLE. ...................................................................... 3.9 73 86 EXPRESSÃO GÊNICA DE IL-10 EM PACIENTES CARDÍACOS E NO GRUPO CONTROLE........................................................................ 91 4 DISCUSSÃO........................................................................................... 96 4.1 PERFIL DEMOGRÁFICO E SOCIAL, SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS E DETECÇÃO DE ÁCIDO NUCLÉICO DE C.TRACHOMATIS E C.PNEUMONIAE EM PACIENTES COM DOENÇA CARDIOVASCULAR EM BELÉM, PA............................... 4.2 POLIMORFISMO DE MARCADORES DE RESPOSTA IMUNOLÓGICA E INFLAMATÓRIA................................................... 4.3 100 NÍVEIS PLASMÁTICOS E DE EXPRESSÃO GÊNICA DE MARCADORES 5 96 DE RESPOSTA IMUNOLÓGICA E INFLAMATÓRIA.................................................................................... 103 CONCLUSÕES....................................................................................... 107 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 109 APÊNDICES 132 ANEXOS 137 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Requisitos de amplificação de C. trachomatis e C. pneumoniae por PCR em tempo real..................................................................................... Página 41 Tabela 2 – Sequências dos iniciadores utilizados na amplificação dos genes de PrtCR, TNF-α e IL-6.................................................................................... 43 Tabela 3 – Protocolo de reação utilizada na amplificação dos genes de PrtCR, TNF-α e IL-6......................................................................................... 43 Tabela 4 – Concentração de reagentes utilizados por reação para amplificação dos genes de PrtCR, TNF-α e IL-6.............................................. 44 Tabela 5 – Endonucleases de restrição utilizadas na análise de RFLP para caracterização de polimorfismos de PrtCR, TNF-α e IL-6.............................. 44 Tabela 6 – Ensaios utilizados para identificação de polimorfismos de região promotora de IL-8 e IL-10................................................................................ 46 Tabela 7 – Identificação dos ensaios utilizados para PCR em Tempo Real Quantitativo....................................................................................................... 49 Tabela 8 – Identificação de iniciadores e sonda para amplificação do gene referência GAPDH............................................................................................ 49 Tabela 9 – Volumes (µL) de reagentes utilizados por reação na PCR em Tempo Real Quantitativa.................................................................................. 50 Tabela 10 – Características demográficas e sociais de pacientes cardíacos atendidos em três unidades hospitalares e um grupo controle em Belém, PA.. 53 Tabela 11 – Frequência de anticorpos para C. trachomatis e C. pneumoniae entre pacientes e o grupo controle..................................................................... 54 Tabela 12 – Descrição dos resultados sorológicos para C. trachomatis em pacientes cardíacos com amostras teciduais positivas para o DNA do plasmídio críptico de C. trachomatis................................................................ 55 Tabela 13 – Distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos de PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA......................................................................................................... 58 Tabela 14 – Distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos de PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 de acordo com a presença de anticorpos para C. trachomatis em pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA...................................................................................................................... 60 9 Tabela 15 – Distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos de PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 de acordo com a ausência de anticorpos para C. trachomatis em pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA... 61 Tabela 16 – Distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos de PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 de acordo com a presença de anticorpos para C. pneumoniae em pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA...................................................................................................................... 62 Tabela 17 – Distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos de PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 de acordo com a ausência de anticorpos para C. pneumoniae em pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA...................................................................................................................... 63 10 LISTA DE FIGURAS Página Figura 1 – Representação esquemática da multiplicação da Chlamydia no interior da célula hospedeira................................................................................ 19 Figura 2 – Representação esquemática da localização do polimorfismo rs2794521(−717 T>C) do gene da PrtCR............................................................ 23 Figura 3 – Representação esquemática da localização do polimorfismo rs1800629 (−308 G>A) do gene do TNF-α......................................................... 24 Figura 4 – Representação esquemática da localização do polimorfismo rs1800795 (−174 G>C) do gene da IL-6............................................................. 25 Figura 5 – Representação esquemática da localização do polimorfismo rs4073 (−251 T>A) do gene da IL-8................................................................... 26 Figura 6 – Representação esquemática da localização do polimorfismo rs1800896 (−1082 A>G) do gene da IL-10......................................................... 27 Figura 7 – Representação esquemática dos estágios de desenvolvimento da aterosclerose........................................................................................................ 30 Figura 8 – Representação esquemática do papel da infecção por C. pneumoniae na aterogênese................................................................................. 32 Figura 9 – Padrão de PCR-RFLP para o polimorfismo de PrtCR...................... 45 Figura 10 – Padrão de PCR-RFLP para o polimorfismo de TNF-α................... 45 Figura 11 – Padrão de PCR-RFLP para o polimorfismo de IL-6....................... 46 Figura 12 − Curva de amplificação de PCR em tempo real para C. pneumoniae e C.trachomatis............................................................................... 56 Figura 13 – Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA............................................................................. 64 Figura 14 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717 T>C), em Belém, PA........................................................................................... 65 Figura 15 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717 T>C) e a presença de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA....................... Figura 16 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717 66 11 T>C) e a presença de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA.................. 67 Figura 17 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717 T>C) e a ausência de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA.................. 68 Figura 18 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717T>C) e a presença de anticorpos para C. pneumoniae em Belém, PA...... 69 Figura 19 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717 T>C) e a ausência de anticorpos para C. pneumoniae em Belém, PA................ 69 Figura 20 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes submetidos à revascularização (RM) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para o gênero Chlamydia em Belém, PA....................... 70 Figura 21 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes submetidos à troca de válvula (TV) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para o gênero Chlamydia em Belém, PA........................................... 71 Figura 22 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA.............................................................................. 72 Figura 23 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae em Belém, PA.............................................................................. 73 Figura 24 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes e um grupo controle em Belém, PA...................................................................................................... 74 Figura 25 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com genótipos para o polimorfismo rs1800629 (−308G>A) em Belém, PA...................................................................................................... 75 Figura 26 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com genótipos para o polimorfismo rs1800629 (−308G>A) e a presença de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA................................ 76 Figura 27 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes submetidos à revascularização (RM) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA...................................... 77 12 Figura 28 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes submetidos à troca de válvula (TV) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA.......................................................... 77 Figura 29 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA.............................................................................. 78 Figura 30 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae em Belém, PA.............................................................................. 79 Figura 31 – Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA........................................................................................ 80 Figura 32 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs1800795 (−174G>C) em Belém, PA.................................................................................. 81 Figura 33 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs1800795 (−174G>C) e presença de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA............... 82 Figura 34 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre os pacientes submetidos à revascularização do miocárdio (RM) e um grupo controle de acordo com presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA.................. 83 Figura 35 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes submetidos à troca de válvula (TV) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA.......................................................... 84 Figura 36 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA.............................................................................. 85 Figura 37 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae em Belém, PA.............................................................................. 85 Figura 38 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA........................................................................................ Figura 39 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com genótipos para o polimorfismo rs4073 (−251T>A) em 86 13 Belém, PA............................................................................................................ 87 Figura 40 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com o polimorfismo rs4073 (−251T>A) e a presença de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA......................................................... 87 Figura 41 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes submetidos a revascularização do miocárdio (RM) e um do grupo controle de acordo com resultado a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA 88 Figura 42 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes submetidos a troca de válvula (TV) e um grupo controle de acordo com resultado a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA...................................... 89 Figura 43 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA.............................................................................. 90 Figura 44 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes cardíacos em um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae em Belém, PA.............................................................................. 90 Figura 45 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA........................................................................................ 91 Figura 46 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com genótipos para o polimorfismo rs1800896 (−1082G>A) em Belém, PA................................................................................ 92 Figura 47 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com os genótipos para o polimorfismo rs1800896 (−1082 G>A) e a presença de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA...................... 93 Figura 48 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes submetidos a revascularização do miocárdio (RM) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia........................................... 93 Figura 49 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes submetidos a troca de válvula (TV) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia.................................................................................. 94 Figura 50 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis....................................................................................................... 95 14 Figura 51 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae...................................................................................................... 95 15 RESUMO As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte e são associadas a fatores ambientais, comportamentais tradicionais, fatores bioquímicos, genéticos, imunológicos e infecciosos. O presente estudo avaliou a influência de infecções bacterianas (C. trachomatis e C. pneumoniae) e de marcadores imunológicos e inflamatórios (PrtCR, TNF−α, IL−6, IL−8 e IL−10) em 159 pacientes internados para realização de revascularização do miocárdio (RM), 71 pacientes com doença de válvula mitral e aórtica internados para realização de troca de válvula (TV) e 300 indivíduos saudáveis. Dos grupos RM e TV foram coletadas amostras de sangue no pré-operatório e fragmentos de tecido cardiovascular durante a cirurgia e amostras de sangue do grupo controle, entre novembro de 2010 a outubro de 2012, em três hospitais em Belém, PA. A detecção de anticorpos para C.trachomatis e C.pneumoniae foi realizada por um ensaio imunoenzimático e confirmada pela microimunofluorescência. Os fragmentos de tecido (placa de ateroma, válvula cardíaca e aorta ascendente) foram submetidos à qPCR para detecção de DNA das duas espécies de Chlamydia. Foi realizada a análise de polimorfismo da região promotora de cada marcador e a quantificação relativa da expressão gênica de TNF-α, IL-8 e IL-10. As PrtCR e IL-6, tiveram a dosagem medida no plasma. A prevalência de anticorpos para C.trachomatis foi de 30,6%, 20,3% e 36,7% e para C.pneumoniae foi de 83,6%, 84,5% e 80,3% (RM, TV e controle, respectivamente). A presença de DNA do plasmídio críptico de C.trachomatis foi detectada em 7,4% das amostras, mas não o DNA da C. pneumoniae. O genótipo GG (rs1800795) de IL-6 demonstrou ser um fator de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular e o genótipo AA (rs4073) de IL-8 um fator de risco para o desenvolvimento de valvulopatias. A presença de anticorpos para C. pneumoniae foi um fator adicional ao risco de doença cardiovascular. A concentração plasmática de PrtCR e IL-6 foi maior em pacientes do que no grupo controle, associadas a presença do genótipo TT e GG, respectivamente. A presença de anticorpos para Chlamydia foi associada a uma maior secreção de PrtCR em pacientes com valvulopatias, assim como a de IL-6 e a presença de anticorpos para C.trachomatis. TNF-α e IL-8 apresentaram baixa expressão gênica em pacientes. A maior expressão de IL-10 foi associada à presença dos genótipos GG e AG. A suscetibilidade genética do hospedeiro e presença de marcadores de infecção bacteriana (Chlamydia) representam um maior risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. 16 ABSTRACT Cardiovascular diseases are a major cause of death and are associated with traditional environmental, behavioral, biochemical, genetic, immunological and infectious factors. This study evaluated the influence of bacterial infections ( C. trachomatis and C. pneumoniae ) and immunological and inflammatory markers (PrtCR, TNF− α, IL−6 , IL−8 and IL−10 ) in 159 patients admitted to conducting coronary artery bypass grafting (CABG ), 71 patients with mitral and aortic valve disease admitted to conducting valve replacement (VR ) disease and 300 healthy individuals. For CABG and RV group blood samples before surgery and cardiovascular tissue fragments were collected during surgery and blood samples from the control group between November 2010 and October 2012 in three hospitals in Belém, PA. The detection of antibodies to C. trachomatis and C. pneumoniae was performed using an enzyme-linked immunosorbent assay and confirmed by microimmunofluorescence. The fragments of tissue (atheroma, heart valve and ascending aorta) were subjected to qPCR to detect DNA of two species of Chlamydia. The polymorphism analysis of the promoter region of each marker and the relative quantification of gene expression of TNF−α, IL−8 and IL−10 were measured. The PrtCR and IL−6 concentration were measured in plasma. The prevalence of antibodies to C. trachomatis was 30.6 %, 20.3% and 36.7 % and C. pneumoniae was 83.6 %, 84.5 % and 80.3 % (CABG, RV and control, respectively). The presence of the cryptic plasmid DNA from C. trachomatis was detected in 7.4% of the samples, but not the DNA of the C. pneumoniae. The GG (rs1800795) genotype of IL−6 was shown to be a risk factor for developing cardiovascular disease and AA genotype (rs4073) of IL−8 a risk factor for the development of valvular heart disease. The presence of antibodies to C. pneumoniae is an additional risk factor for cardiovascular disease. The plasma concentration of PrtCR and IL−6 was higher in patients than in the control group, associated with the presence of genotype TT and GG, respectively. The presence of antibodies to Chlamydia was associated with an increased secretion of PrtCR in patients with valvular heart disease, as well as IL−6 and the presence of antibodies to C. trachomatis. TNF−α and IL−8 showed low gene expression in patients. The increased expression of IL−10 was associated with the presence of the GG and AG genotypes. Genetic susceptibility and the presence of markers of bacterial infections (Chlamydia) represent a higher risk for developing cardiovascular diseases. 17 1. INTRODUÇÃO 1.1. CHLAMYDIA TRACHOMATIS E CHLAMYDIA PNEUMONIAE 1.1.1. Histórico e Classificação Manifestações clínicas associadas a infecções por espécies de Chlamydia, como o tracoma, são consideradas antigas (Schachter & Caldwel, 1980). Em 1907, Halberstaedter e von Prowazek descreveram inclusões intracelulares em raspados de células de conjuntiva de orangotangos infectados experimentalmente com material de tracoma (Halberstaedter & von Prowazek apud Thygeson, 1971). A etiologia do tracoma foi descrita, finalmente, em 1957, quando a espécie Chlamydia trachomatis foi recuperada a partir do cultivo de material biológico de tracoma cultivado em ovos embrionados (Tang et al., 1957). Na década de 1980, outra espécie foi identificada sendo associada à doenças respiratórias (Grayston et al., 1986; Grayston et al., 1989). As duas primeiras cepas isoladas receberam os nomes TW183T e AR39 os quais originaram na época a denominação da bactéria (cepa TWAR). Posteriormente ela foi reconhecida como uma espécie distinta e recebeu o nome Chlamydia pneumoniae (Saikku et al., 1985; Grayston et al., 1986; Grayston et al., 1989). A classificação taxonômica das clamídias ainda apresenta controvérsias devido à diversas sugestões de alteração, dentre elas a divisão do gênero Chlamydia em outros dois gêneros, o Chlamydia e Chlamydophila (Everett et al., 1999). Porém, a nova classificação ainda não está oficialmente aceita (Schachter et al., 2001; Greub, 2010). A caracterização clássica obedece à seguinte sequência: ordem Chlamydiales, que contém a família Chlamydiaceae no qual está inserido um único gênero Chlamydia com quatro espécies conhecidas: Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae, Chlamydia psittaci e Chlamydia pecorum (Storz & Page, 1971; Moulder, 1984; Fukushi & Hirai, 1993). 1.1.2. Morfologia e Ciclo de Desenvolvimento As clamídias são bactérias intracelulares obrigatórias com DNA e RNA, imóveis, Gram-negativo, possuindo membrana trilaminar contendo lipossacarídeos e diversas proteínas de membrana com estrutura e função semelhantes às de Escherichia coli (Moulder, 1966). Duas principais proteínas são relacionadas ao diagnóstico e à patogenia da infecção: (1) o lipopolissacarídeo (LPS), constituído principalmente por ácido cetodeoxietanóico e (2) a MOMP (Major Outer Membrane Protein), que pertence ao grupo de proteínas de membrana, ricas em cisteína, representando 60% do peso da membrana externa. As pontes dissulfeto que estabilizam estas proteínas conferem uma maior rigidez e resistência da bactéria contra 18 mecanismos de estresse oxidativo. A MOMP é um importante sítio antigênico e é a proteína responsável pela diferença entre os sorotipos de clamídia, pois é espécie e sorotipo-específica; por isso são utilizadas na sorotipagem (caracterização realizada através de painel de anticorpos monoclonais) (Caldwell et al., 1981; Hatch et al., 1986; Stephens et al., 1987; Kariagina et al., 2009). Duas formas distintas ocorrem dentro do seu ciclo de desenvolvimento: os corpos elementares (CE), que são estruturas de aproximadamente 300 nm, metabolicamente inativos e representam a forma extracelular altamente infecciosa e os corpos reticulados (CR), que são maiores do que os CE, medem de 800 a 1.200 nm e possuem DNA fibrilar difuso, alta concentração de ribossomos e são as formas metabolicamente ativas de reprodução intracelular, ainda que tenham baixa infectividade (Matsumoto, 1982). A clamídia infecta comumente células colunares não ciliadas (conjuntiva e trato urogenital) e macrófagos e o ciclo de desenvolvimento tem duas fases (Figura 1). Na primeira, os CE extracelulares são internalizados por uma célula hospedeira através de receptores de superfície (Hatch et al., 1984; Stephens et al., 2001; Wyrick, 2000). Estudos apontam que a família Chlamydiaceae apresenta um sistema conservado de proteínas de secreção tipo III que permite a transferência eficaz de proteínas efetoras em todas as fases do seu ciclo mostrando um papel fundamental na entrada destas bactérias bem como sua multiplicação na célula do hospedeiro (Slepenkin et al., 2005). Aproximadamente oito horas após a entrada da bactéria, os CE se reorganizam em CR e iniciam a replicação por divisão binária que caracteriza a segunda fase do ciclo. Em 24 a 72 horas, os CR retornam à forma de CE. O tempo de duração deste ciclo bifásico não é exato, porém se caracteriza por divisões que ocorrem no interior de um vacúolo da célula parasitada, formando as chamadas inclusões citoplasmáticas perinucleares (Figura 1). No final do ciclo, os vacúolos contêm de 100 a 1.000 CE e na medida em que estes vacúolos ocupam quase todo o citoplasma da célula hospedeira, pode ocorrer lise ou exocitose com liberação dos novos CE no meio extracelular, iniciando um novo ciclo (Moulder, 1991; Wyrick, 2000). A inclusão representa um mecanismo importante de escape da clamídia garantindo a sua circulação e maior sobrevivência dentro da célula. Em células epiteliais infectadas por C. trachomatis, não ocorre a fusão da inclusão com componentes lisossômicos, fato que levaria a degradação da partícula bacteriana. Foi demonstrado que para ocorrer a liberação da bactéria, as inclusões fundem com vesículas secretórias do Complexo de Golgi e são liberadas por exocitose (Hogan et al., 2004). 19 Figura 1 – Representação esquemática da multiplicação da Chlamydia no interior da célula hospedeira (Adaptado de http://www.chlamydiae.com/docs/biology/biol_devreg.as). 1.1.3. Organização Genômica A clamídia possui um genoma constituído por um cromossomo circular que contém 1.042.519 pb das quais 58,7% correspondem a A+T (adenina e timina). Existe também um elemento genético extracromossômico (plasmídio pCT) de 7.493 pares de bases (7.5 Kb). Os resultados da análise do genoma da clamídia mostraram que existem 894 genes codificadores de proteínas, e destas, são conhecidas os produtos de expressão de 604 (68%) (Stephens et al., 1998). Setenta genes representados no genoma da C. trachomatis não são representados no genoma da C. pneumoniae. Estes genes estão organizados em blocos que contém entre 2 a 17 genes, além de 19 genes não agrupados dispersos pelo genoma. Destes 70 genes não homólogos entre as duas espécies, 60 são classificados como possíveis áreas de codificação de proteínas (Stephens et al., 1998). Os outros genes são referentes ao operon do triptofano (trpA, trpB, trpR, trpC), dois genes protease thiol e quatro genes pertencentes a superfamília da fosfolipase-D (Stephens et al., 1998; Kalman et al., 1999). O plasmídio pCT foi isolado a partir de cepas de C. trachomatis sorotipo L2 e o seu DNA foi detectado em todos os outros sorotipos da espécie. Este plasmídio é altamente conservado e possui menos de 1% de variação na sequência nucleotídica (Thomas et al., 1997, Palmer & Falkow, 1986). Estudos sugerem que a presença do plasmídio tem importância no acúmulo de glicogênio no interior das inclusões, na capacidade de ativar a resposta imunológica inata via TRL2 (Toll Like Receptor 2), um passo muito importante na imunopatologia da infecção (Darville et al., 2003; O’Connell et al., 2007). 20 1.1.4. Resposta Imunológica e Manifestações Clínicas A fase intracelular dentro do ciclo de desenvolvimento da clamídia influencia os tipos de elementos do sistema imunológico estimulados durante uma infecção (Loomis & Starnbach, 2002). A patogênese é ocasionada primariamente, por uma resposta inflamatória que se inicia e se propaga a partir das células infectadas (Stephens, 2003). A atração de células inflamatórias como macrófagos e a subsequente liberação de citocinas pró-inflamatórias parecem ser pontos fundamentais na resposta imunológica inata contra a Chlamydia (Rasmussen et al., 1997; De Kruif et al., 2005). A resposta imunológica adaptativa se forma a partir do reconhecimento de antígenos específicos da Chlamydia em infecções persistentes ou repetidas (Loomis & Starnbach, 2002; Entrican et al., 2004). O uso de cultura com células infectadas sugere que os mediadores da resposta imunológica celular são os mais importantes nas infecções por Chlamydia e microorganismos intracelulares em geral (Ward, 1995, Entrican et al., 2004). Infecções em modelos animais demonstraram que a ativação de células da linhagem T auxiliares 1 (Th1) possui um papel central na eliminação da infecção sendo responsável também pelos danos teciduais causados ao organismo. Enquanto o Fator de necrose tumoral α (TNF- α) e Interferon-γ (IFNγ) demonstram uma ação de controle da infecção, a produção de Interleucina-10 (IL-10) antagoniza essa resposta diminuindo o número de células em apoptose, podendo levar a uma infecção persistente (Cain & Rank, 1995; Geng et al., 2000; Shavlakadze & Gorgoshidze, 2010). O processo de persistência da Chlamydia pode ser induzido por vários mecanismos durante o seu ciclo de desenvolvimento. O tratamento com alguns antibióticos (por exemplo, betalactâmicos) é um dos fatores relatados. A penicilina pode interferir na síntese de peptideoglicanos alterando a estrutura da parede celular da bactéria. Consequentemente seu ciclo de desenvolvimento ser torna mais lento devido à dificuldade de transição morfológica do CR para o CE. O resultado disto é uma forma aberrante de CR que caracteriza a persistência (Skilton et al., 2009). A forma aberrante pode também ser induzida pela presença de alta quantidade de IFN-γ cujo papel principal é combater a infecção aguda através da eliminação da célula infectada. Um dos efeitos do IFN-γ é diminuir a biodisponibilidade do triptofano, aminoácido essencial dentro do ciclo de desenvolvimento das clamídias (Igietseme et al., 1998; Xie et al., 2002). 21 A C.trachomatis é um dos agentes mais comuns de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e possui 19 variantes antigênicas caracterizadas pelos sorotipos: A, B, B a, C, D, Da, E, F, G, Ga, H, I, Ia, J, Ja, K, L1, L2 , L2a e L3 (Morré et al.,1998). De acordo com o sorotipo, as manifestações clínicas da infecção podem se apresentar de forma variada. Os sorotipos A, B, Ba e C têm sido regularmente associados ao tracoma, doença que leva à cegueira cerca de 500 milhões de pessoas no mundo (WHO, 2004). A doença ocorre por infecções da conjuntiva e na sua forma aguda apresenta folículos e papilas conjuntivais. O quadro clínico do tracoma se inicia com alterações inflamatórias agudas na conjuntiva e córnea, manifestadas por lacrimejamento, secreção purulenta e hiperemia conjuntival. De acordo com a gravidade e duração do processo inflamatório o quadro pode evoluir para cura espontânea ou deixar cicatrizes conjuntivais (Jones, 1975; Behrens-Baumann, 2007). Os sorotipos de D a K causam, aproximadamente, quatro milhões de novos casos de IST nos Estados Unidos e 90 milhões de casos no mundo, sendo responsável por 30 a 50% dos casos de uretrites não–gonocóccicas que podem levar à infertilidade (Honey & Templeton, 2002; Manavi, 2006; Land et al., 2010). Estes mesmos sorotipos podem causar infecções neonatais que são adquiridas durante a passagem do recém-nascido pelo canal de parto e, a partir deste contato, pode ocorrer a infecção da conjuntiva ou da nasofaringe do recém-nascido e subsequente conjuntivite neonatal, otite média, rinite ou pneumonia, dentre outras manifestações (Schachter et al., 1986; Hammerschlag, 1993; Darville, 2005; Bekler et al., 2012). Os sorotipos L1, L2, L2a e L3 são responsáveis pela ocorrência do linfogranuloma venéreo (LGV) o qual possui caráter endêmico em partes da África, Ásia, América do Sul e Caribe, e é raro em países industrializados (Schachter & Caldwell, 1980; Schachter & Osoba, 1983; Collins, 2006). A C. pneumoniae tem sido identificada nos últimos 20 anos como um importante agente de infecções respiratórias com distribuição mundial e transmissão através das secreções das vias aéreas (Agarwal & Chander, 2008). As manifestações clínicas relatadas incluem pneumonia, bronquite, sinusite e asma (Saikku et al., 1985, Grayston et al., 1986) sendo que a bactéria é responsável por aproximadamente 10% dos casos de pneumonia adquirida em comunidade e 5% dos casos de faringite, bronquite e sinusite (Kuo et al., 1995; Bergot, 2011). A C. pneumoniae foi associada a quadros de artrite aguda com alguns pacientes evoluindo para quadro crônico (Schumacher, 2000) e doenças cardiovasculares como infarto do miocárdio e aterosclerose (Saikku et al., 1988, Grayston, 2000). Estudos 22 soroepidemiológicos têm associado doença arterio-coronariana com a presença de anticorpos para C. pneumoniae (Saikku et al., 1988). Além disso, a bactéria já foi detectada na placa aterosclerótica por meio de técnicas como a Reação em cadeia mediada pela polimerase (PCR) e a imunocitoquímica (Kuo et al., 1995), e em outros estudos, isolada em cultura a partir de ateromas (Gaydos & Quinn, 2000; Kuo & Campbell, 2000). 1.2. PROTEÍNA C REATIVA (PrtCR) A mais precoce e fundamental fase da resposta imunológica do hospedeiro é a resposta de fase aguda, onde existe uma rápida alteração na concentração de diversas proteínas plasmáticas, incluindo a Proteína C Reativa (PrtCR) (Slazai, 2002). Esta foi inicialmente descrita como uma proteína sérica que se ligava ao polissacarídeo C, um ácido teicóico de Streptococcus pneumoniae (Tillet & Francis, 1930 apud Volanakis, 2001). A proteína, composta por 224 aminoácidos (Woo et al., 1985), não é específica, sendo secretada pelos hepatócitos geralmente sob influência de citocinas pró-inflamatórias, como a Interleucina-6 (IL-6) (Slazai, 2002). A PrtCR pertence à família das pentraxinas, que reúne proteínas filogeneticamente conservadas, assim chamadas por apresentarem cinco subunidades globulares idênticas. Estas subunidades se ligam (de forma dependente de Ca+2) com alta afinidade a fosfolipídeos bacterianos como a fosforilcolina (Anderson et al., 1978). Ela ainda pode funcionar como opsonina de bactérias, protozoários e imunocomplexos, além de contribuir para ativação da via clássica do complemento através da ligação com a proteína C1q (Volanakis, 1982). Esta habilidade de reconhecer e mediar a eliminação de agentes infecciosos por meio do recrutamento do sistema complemento e de células fagocíticas mostra que a PrtCR é um importante constituinte da imunidade inata (Volanakis, 2001). Além disso, a proteína desempenha um papel importante na eliminação de células apoptóticas e necróticas do hospedeiro, contribuindo assim para a restauração do tecido lesado (Volanakis, 2001). O gene codificador da PrtCR se localiza no cromossomo 1, na posição 1q23.2 (FloydSmith et al., 1986), apresenta 2.301 pb e abriga dois éxons sendo o éxon 1 com 166 pb e o éxon 2 com 1.850 pb (Woo et al., 1985). Entre os dois éxons existe um íntron de 278 pb (Woo et al., 1985) (Figura 2). Vários polimorfismos de nucleotídeos (SNP, small nucleotide polymorphisms) no gene da PrtCR têm sido descritos e se mostraram associados à mudanças na concentração sérica da proteína, como por exemplo o polimorfismo −757T>C (rs3093059), −717T>C (rs2794521), 23 −409G>A (rs3091244) e −309C>T>A (rs3093062) localizados na região promotora do gene (Zee, et al., 2002; Brull et al., 2003; Hage & Szalai, 2007). Além desses, existe o polimorfismo +1059G>C (rs1800847) no éxon 2 e +1444C>T (rs1130864) na região 3’ não traduzida (Zee et al., 2004; Balistreri et al., 2006). Assim como outros elementos da resposta imunológica, a secreção exacerbada da PrtCR pode desempenhar efeitos potenciais de resposta, como foi demonstrado em seu envolvimento no processo de aterogênese (Sinning et al., 2006). Um estudo avaliou os níveis séricos de PrtCR momentos antes e depois dos indivíduos se submeterem à exercícios de longa duração e da mesma forma em indivíduos que se submeteriam à cirurgia de revascularização do miocárdio. O grupo não só identificou dois novos polimorfismos (−717/T>C e +1444/C>T) como encontrou níveis séricos maiores de PrtCR em homozigotos para o alelo 1444*T quanto comparado aos indivíduos heterozigotos, sugerindo que esta variante genética pode estimular o aumento dos níveis séricos da PrtCR, influenciando no risco de doenças cardiovasculares (Brull et al., 2003). Figura 2 – Representação esquemática da localização do polimorfismo rs2794521 (−717 T>C) do gene da PrtCR (adaptado de http://www.ncbi.nlm.nih.gov/gene). 1.3. FATOR DE NECROSE TUMORAL (TNF-α) O TNF foi primeiramente identificado como uma substância que causava necrose de tumores “in vivo” e estava presente no plasma de animais tratados com LPS bacteriano, ou endotoxinas (Makhatadze, 1998). Esta citocina é secretada principalmente por macrófagos e monócitos tendo como característica a mediação da resposta inflamatória aguda por bactérias Gram-negativo e outros agentes (Hajeer & Hutchinson, 2000). O TNF-α é uma proteína com peso molecular de 17 (kD), composta por 157 aminoácidos e contém uma ponte dissulfídica ligada a dois resíduos de cisteína (Shalaby et al., 1986; Makhatadze, 1998). O gene TNF-α está localizado no cromossomo 6, na região 6p23.1, ao lado de gene codificador do TNF-β, na região de classe III do Complexo de Histocompatibilidade Principal (MHC) (Beutler & Cerami, 1988). 24 As funções biológicas do TNF-α são complexas e relacionadas à concentração da citocina bem como ao tempo de exposição a ela (Barbara et al., 1996). Em infecções agudas, a secreção local de TNF-α é claramente benéfica. Ocorre a expressão de moléculas de adesão no endotélio vascular, além do recrutamento de neutrófilos e monócitos para os locais da infecção (Barbara et al., 1996). Ocorre também um estímulo das células endoteliais e macrófagos a secretarem quimiocinas que provocam quimiotaxia e recrutamento dos leucócitos (Makhatadze, 1998). No entanto, uma exposição prolongada ao TNF-α pode ser prejudicial. Altos níveis de proteínas circulantes são associados a choque tóxico induzido por endotoxinas bacterianas (Tracey et al., 1986). O TNF-α estimula a secreção de IL-1 e IL-6, o que leva a um aumento de temperatura, sonolência e a liberação de glicocorticóide. Estas podem ser de curto prazo para combater determinadas infecções, mas os seus efeitos em longo prazo podem ser prejudiciais (Hajeer & Hutchinson, 2000). O MHC é a região mais densa e polimórfica de todo o genoma e vários polimorfismos têm sido identificados no interior e ao redor do gene do TNF-α. Estudos mostram que estes polimorfismos estão envolvidos na alteração dos níveis de produção do TNF-α, o que pode ter um grande impacto na resposta inflamatória do indivíduo (Hajeer & Hutchinson, 2000). Os polimorfismos no gene do TNF-α estão mais associados à regulação da produção da citocina e coincidem com as regiões de ligação dos fatores de transcrição. As alterações mais investigadas estão nas posições -308G>A (rs1800629) e -238G>A (rs361525) da região promotora (Wilson et al., 1992; Kroeger et al., 1997) (Figura 3). Estudos mostram que o alelo -308*A possui uma atividade de transcrição maior quando comparada com o alelo -308*G (Braun et al., 1996; Wu & McClain, 1997) Em contrapartida, o polimorfismo na posição -238 apresenta controvérsias, pois já foi mostrado que está associado com maior transcrição do TNF-α (Huizinga et al., 1997), fato que não foi repetido posteriormente (Pociot et al., 1995). Figura 3 – Representação esquemática da localização do polimorfismo rs1800629 (−308 G>A) do gene do TNF-α (adaptado de http://www.ncbi.nlm.nih.gov/gene). 25 1.4. INTERLEUCINA - 6 (IL-6) A IL-6 foi identificada em 1986 primeiramente como um fator de regulação de linfócitos B, mas, em seguida, ela foi caracterizada por apresentar atividade multifuncional tanto na resposta imunológica inata como na adquirida (Hirano et al., 1986; Kishimoto, 2005). Na imunidade inata a IL-6 estimula a síntese de proteínas de fase aguda (como a PrtCR) pelos hepatócitos, contribuindo para os efeitos sistêmicos da inflamação (Brennan & Mclnnes, 2008). Na imunidade adquirida, a IL-6 estimula efeitos de maturação e ativação dos linfócitos T e B (Brennan & Mclnnes, 2008), além de estimular a maturação de macrófagos, osteoclastos, condrócitos, células endoteliais e participar do controle do sistema hematopoiético (Kishimoto, 2005). A IL-6 é produzida por monócitos, macrófagos, linfócitos, fibroblastos e células endoteliais em resposta a diversos micro-organismos e outras citocinas como TNF e IL-1 (Kishimoto, 2005). Sua produção exacerbada está associada a uma diversidade de doenças autoimunes e inflamatórias e outras condições como a artrite reumatóide, artrite juvenil sistêmica, diabetes tipo II, doença de Crohn, obesidade, aterosclerose e infarto agudo do miocárdio (Ishihara & Hirano, 2002; Abeywardena et al., 2009; Vakili et al., 2011). O gene da IL-6 possui 4.803pb e se localiza no cromossomo 7, posição 7p15, sendo constituído por 5 éxons (Sutherland et al., 1988) (Figura 4). Existem alguns polimorfismos na região promotora que apresentam associação com níveis alterados de transcrição do gene, como o rs1800795 (−174G>C), o rs1800796 (−572G>C), e rs1800797 (−597C>A) (Kelberman et al., 2004). Figura 4 – Representação esquemática da localização do polimorfismo rs1800795 (−174 G>C) do gene da IL-6 (adaptado de http://www.ncbi.nlm.nih.gov/gene). 26 1.5. INTERLEUCINA - 8 (IL-8) A IL-8 pertence à família das quimiocinas (CXC) e é secretada por diversas células como macrófagos, neutrófilos, células epiteliais e células endoteliais (Grimm et al., 1996). Esta interleucina pró-inflamatória é responsável por mediar a ativação e migração dos neutrófilos do sangue periférico para os tecidos onde se iniciou um processo inflamatório e geralmente o seu estímulo acentua a inflamação nestes locais (Harada et al., 1994). O gene da IL-8 apresenta 5.191pb, está localizado do cromossomo 4, posição q12-q13 e possui quatro éxons separados por tres íntrons (Mukaida et al., 1989) (Figura 5). Muitos polimorfismos no gene têm sido detectados, como o da posição 781C>T (rs2227306) no primeiro íntron e o -251T>A (rs4073) na região promotora, cujo alelo 251*A, em homozigose, é associado a uma maior atividade transcricional do gene (Hull et al., 2000; Hacking et al., 2004). Por ser uma forte mediadora do processo inflamatório, a IL-8 tem sido associada a diversos processos inflamatórios como doença respiratória aguda, pancreatite aguda, asma brônquica, artrite idiopática juvenil, gastrite induzida por Helicobacter pylori e aterosclerose (Gross et al., 1992; Fujishima et al., 1993; De Benedetti et al., 1999; Boisvert et al., 2000; Bäckhed et al., 2003). Figura 5 – Representação esquemática da localização do polimorfismo rs4073 (−251 T>A) do gene da IL-8 (adaptado de http://www.ncbi.nlm.nih.gov/gene). 1.6. INTERLEUCINA - 10 (IL-10) A IL-10 se apresenta como uma citocina inibidora de diferentes tipos de reações imunológicas, uma vez que possui a capacidade de bloquear a secreção de outras citocinas e sua própria secreção (Moore et al., 1993). Ela representa um potente supressor da função de células T, NK e, principalmente, macrófagos ativados. Esta ação sobre macrófagos está direcionada para a inibição de citocinas como TNF, IL-12, IL-1, IL-6 e IL-8, além da inibição de co-estimuladores e moléculas de MHC II nestas células (Moore et al., 2001; Couper et al., 2008). Como consequência vai ocorrendo, gradativamente, um controle na liberação de 27 citocinas pró-inflamatórias, término de suas reações e o organismo retorna ao seu estado de repouso à medida que a infecção vai sendo erradicada (Schumacher et al., 2005). A descoberta do efeito inibidor da IL-10 ocorreu ao se observar que havia um produto que inibia a proliferação, função efetora e desenvolvimento de células T helper 1 (Th1) da mesma forma que o IFN-γ inibia as células T helper 2 (Th2) (Fernandez-Botran et al., 1988, Fiorentino et al., 1989). A regulação direta das respostas Th1 e TH2 pela IL-10 ocorre pela limitação tanto da ativação como diferenciação dos linfócitos T, suprimindo a resposta próinflamatória. A relevância fisiológica, portanto, está na prevenção e limitação de reações específicas e inespecíficas e, como resultado, a diminuição do dano tecidual (Couper et al., 2008; Sabat et al., 2010). O gene da IL-10 possui 5 éxons, totalizando aproximadamente 5,2 Kb de tamanho e está localizado no cromossomo 1, posição 1q31-q32 (Kim et al., 1992) (Figura 6). O produto codificado é um homodímero de 18 KDa que pertence ao grupo de citocinas com quatro cadeias alfa-hélice e liga-se a um receptor de citocinas tipo II (Kim et al., 1992). Dentro da região promotora foram descritos inúmeros polimorfismos funcionais incluindo dois microssatélites dinucleotídicos de citosina e adenina localizado a aproximadamente 4.000 pb anteriores ao início da transcrição; e tres polimorfismos bialélicos: −1082G>A (rs1800896), −819C>T (rs1800871) e −592C>A (rs1800872) (Turner et al., 1997; Eskdale et al., 1998). Westendorp et al. (1997), verificaram que 70% das alterações na produção de IL-10 em familiares e gêmeos univitelinos eram devido a componentes genéticos. Em outro estudo, células mononucleares do sangue periférico foram estimuladas com Concanavalina-A, e como resultado foi observada uma diferença na secreção de IL-10 em associação com a presença ou ausência de uma adenina na posição −1082 da região promotora (Turner et al., 1997). Figura 6 – Representação esquemática da localização do polimorfismo rs1800896 (−1082 A>G) do gene da IL-10 (adaptado de http://www.ncbi.nlm.nih.gov/gene). 28 Os genótipos referentes ao polimorfismo na região −1082 da IL-10 (AA, GA, GG) correspondem, respectivamente, a níveis baixos, intermediários e altos na produção da citocina, de forma independente dos outros polimorfismos citados (Eskdale et al., 1998; Couper et al., 2008). A mudança de base pode levar a uma produção diminuída de até 30% da proteína a partir de um estímulo definido (Turner et al., 1997). 1.7. ATEROSCLEROSE, INFECÇÕES POR C. TRACHOMATIS, C. PNEUMONIAE E ASSOCIAÇÃO COM MARCADORES DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA A aterosclerose é uma condição multifatorial caracterizada inicialmente como o acúmulo de gordura (placas de ateroma) na parede das artérias (Schwenke et al., 1989). Este processo pode ser desencadeado a partir de um dano no tecido endotelial promovendo um processo inflamatório inicial que pode evoluir para lesões avançadas que obstruem a luz do vaso resultando em processos agudos de isquemia que caracterizam a doença cerebrovascular, vascular periférica e doença coronariana (Stary, et al., 1994, Stary et al., 1995, Zouridakis, 2004). De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a doença coronariana é a principal causa de morte em indivíduos a partir de 60 anos de idade no mundo e a segunda causa de morte entre indivíduos de 15 a 59 anos de idade (WHO, 2004). Cerca de 3,8 milhões de homens e 3,4 milhões de mulheres morrem a cada ano devido a esta doença (WHO, 2004). Embora exista a influência de fatores genéticos, 80% a 90% das pessoas que morrem de doença coronariana possuem um ou mais fatores de risco relacionados ao estilo de vida. As taxas de mortalidade em geral podem ser afetadas pelas diferenças entre os países nos principais fatores de risco que incluem taxa de colesterol no sangue, pressão sanguínea, o tabagismo, obesidade, diabetes, sedentarismo e o tipo de dieta (Kiechl & Willeit, 1999; WHO, 2004; Nash et al., 2011). Um dos principais fatores envolvidos no desenvolvimento da lesão aterosclerótica é a lipoproteína de baixa densidade modificada pela oxidação (LDLox) (Van de Vijver et al., 1998; Sun et al., 2000). Apesar disto, o processo de aterogênese não é mais considerado o simples resultado de acúmulo de lipídeos na parede das artérias (Ross, 1999; Vigen et al., 2005). As lesões ateroscleróticas são resultado de alterações oxidativas, hemodinâmicas, bioquímicas e inflamatórias adicionadas a respostas celulares altamente específicas (Packard & Libby, 2008; Galkina & Ley, 2009) (Figura 7). Observações fisiopatológicas em seres 29 humanos e animais mostram que a aterosclerose consiste em uma resposta a um dano tecidual com enfoque para disfunção endotelial (Fan & Watanabe, 2003). O resultado final é o acúmulo de células musculares lisas dentro da camada íntima do vaso, além de macrófagos, fibras elásticas, colesterol e proteoglicanos (Packard & Libby, 2008; Galkina & Ley, 2009; Nabel & Braunwald, 2012). A Associação Americana do Coração e o Comitê de Lesões Vasculares aprovaram uma classificação histológica das lesões ateroscleróticas em seis tipos. A lesão tipo I onde são observadas poucas mudanças no tecido arterial e formação de um grupo pequeno e isolado de macrófagos contendo gotículas de lipídeos (célula espumosa) (Figura 7A) (Stary, et al., 1994; Nabel & Braunwald, 2012). A lesão tipo II é caracterizada pela observação de manchas, pontos ou estrias de gordura que apresentam uma coloração amarela na superfície da camada íntima (Stary, et al., 1994). A lesão tipo III é conhecida como intermediária, ou de transição, ou pré-ateroma pois já podem ser visualizadas gotículas de lipídeos no meio extra-celular que se acumulam entre as células do músculo liso promovendo o espessamento a camada íntima (Stary, et al., 1994; Nabel & Braunwald, 2012) (Figura 7B). As lesões tipo IV, V e VI são consideradas avançadas e denominadas de ateroma, onde já se observa uma intensa desorganização da camada íntima devido a formação do núcleo lipídico bem definido (lesão IV), podendo esta camada lipídica sofrer uma acúmulo de tecido conjuntivo fibroso (lesão V) evoluindo para formação de fissuras, hematomas ou trombos (lesão VI) (Stary, et al., 1995) (Figura 7C). 30 Figura 7 – Representação esquemática dos estágios de desenvolvimento da aterosclerose (Adaptado de Nabel & Braunwald, 2012). Os estímulos que iniciam e sustentam o processo inflamatório nos vasos ainda não foram totalmente identificados. Vários estudos retrospectivos e transversais sustentam a hipótese de que uma infecção local ou sistêmica crônica possa contribuir para o processo de aterogênese (Rupprecht et al., 2001; Pinar et al., 2004; Nazmi et al., 2010). Os microorganismos mais relatados são alguns vírus da família Herpesviridae (Herpesvírus humano 1 e Herpesvírus humano 5), o Vírus da hepatite A; e bactérias como o Mycoplasma pneumoniae 31 e a Chlamydia pneumoniae (Davidson et al., 1998; Gaydos & Quinn, 2000; Bason et al., 2003; Maia et al., 2009; Nazmi et al., 2010). O primeiro estudo que apresentou associação entre a C. pneumoniae e doença arterial coronariana foi realizado na Finlândia, onde Saikku et al., em 1988, mostraram que pacientes com doença coronariana apresentavam maior quantidade de anticorpos contra a bactéria do que o grupo controle. Em 1992, o grupo encontrou os mesmos resultados em outro estudo caso-controle (Saikku et al., 1992). Após estes estudos iniciais, a associação da C. pneumoniae com doenças de coronária, carótida e doença arterial periférica tem sido descrita. Já foi mostrada, in vitro, a habilidade da bactéria de infectar células do músculo liso, endoteliais e macrófagos humanos (Godzik et al., 1995; Gaydos et al., 1996) e com base nisso, diversas metodologias têm sido empregadas para se elucidar mecanismos de associação e patogênese dessas doenças como estudos soroepidemiológicos, anatomo-patológicos, experimentais ou de demonstração direta da bactéria nas paredes arteriais (Melnick et al., 1993; Kuo et al., 1995; Laitinen et al., 1997, Costa, 2002; Reszka et al., 2008; Bayram et al., 2011). Estudos em modelos animais têm demonstrado resultados que reforçam o papel da C. pneumoniae como agente envolvido na patogênese da aterosclerose. Na Finlândia, após inoculação intranasal de C. pneumoniae, coelhos brancos da Nova Zelândia apresentaram lesões aórticas e foi observado que estas foram mais frequentes naqueles que receberam duas inoculações sequenciais da bactéria (Laitinen et al., 1997). As evidências mais importantes de associação têm sido os estudos de detecção de componentes bacterianos nas placas de ateroma. Esta demonstração direta da bactéria tem sido realizada por imunocitoquímica (que utiliza anticorpo monoclonal espécie-específico) e pela reação em cadeia mediada pela polimerase (PCR), além de microscopia eletrônica e isolamento do organismo (Kuo et al., 1993; Reszka et al., 2008; Bayram et al., 2011). A C. pneumoniae é raramente encontrada em artérias normais ou granuloma não infeccioso e é relatada com mais frequência em ateromas do que em pulmão ou outros tecidos no mesmo paciente (Campbell et al., 1998). Apesar da taxa de detecção variar de acordo com a metodologia empregada, a C.pneumoniae é encontrada em muitas lesões (Gaydos & Quinn, 2000; Kuo & Campbell, 2000). Um estudo realizado no Alaska encontrou antígenos da bactéria em artérias lesionadas de adultos jovens (grupo de baixo risco para aterosclerose) reforçando o seu papel primário na patogênese da doença (Davidson et al., 1998). A participação da C.pneumoniae no processo de formação da placa de ateroma pode ocorrer por meio de indução da inflamação e oxidação do LDL colesterol conduzindo ao 32 dano, reparo e fibrose do tecido afetado (Vielma et al., 2004). Ao estabelecer uma infecção do trato respiratório inferior, a bactéria infecta macrófagos alveolares e monócitos (Figura 8). Os monócitos infectados atingem os vasos sanguíneos disseminando a infecção para tecidos suscetíveis, incluindo as artérias (Ngeh et al., 2002), e produzem grande quantidade de proteínas (como a HSP60-Heat Shock Protein - Proteína de Choque Térmico) que podem induzir à secreção de fatores pró-coagulantes, citocinas, quimiocinas, moléculas de adesão de leucócitos e a expressão da metaloproteinase de matriz, a qual produz uma cascata inflamatória crônica que pode contribuir para o processo de aterogênese (Kol et al., 1998; Kol et al., 1999; Ngeh et al., 2002). Figura 8 – Representação esquemática do papel da infecção por C. pneumoniae na aterogênese (Fonte: http://www5.appliedbiosystems.com/tools/pathway/review.php? pathway=C. pneumoniae Infection in Atherosclerosis). 33 O processo inflamatório decorrente da infecção pode induzir a elevação do nível sérico de vários marcadores imunológicos que associados aos polimorfismos genéticos de cada indivíduo podem influenciar na instabilidade ou progressão das placas ateroscleróticas (Byrne & Kalayoglu, 1999). Johnston et al. (2001) estudaram a associação entre os níveis séricos da PrtCR e a infecção por C. pneumoniae em placas de ateroma localizadas na carótida. Foi observado que os níveis séricos da PrtCR foram maiores nos indivíduos com placas infectadas por C. pneumoniae do que no grupo sem infecção, sugerindo que presença da bactéria pode estimular o aumento da proteína e, como consequência, o risco de doença cardiovascular. Com relação ao gene do TNF-α, a maioria das observações sugere que seus polimorfismos levam a uma variação na sua produção, fato que pode ter importância na suscetibilidade ou gravidade de certas afecções como artrite, doenças auto-imunes e infecciosas em geral (virais, bacterianas e parasitárias) (Wilson et al., 1994; McGuire et al., 1994; Nadel et al., 1996, Hohler et al., 1998). Desta forma, o TNF pode ter um papel importante na patogênese das infecções por Chlamydia, pois sua secreção pode ser induzida pelo lipopolissacarídeo destas bactérias (Fong, 2003). Estudos dos polimorfismos do TNF têm encontrando associação com a suscetibilidade a infecções por Chlamydia. A secreção do TNF-α pode ser exacerbada dependendo da presença dos alelos polimórficos e este efeito pode intensificar o quadro inflamatório e a progressão da lesão, uma vez que esta citocina apresenta um papel prejudicial nos quadros de infecções crônicas (Fong, 2003; Burton et al., 2004; Faal et al., 2005). Altas concentrações de mRNA de citocinas pró-inflamatórias incluindo o TNF- α tem sido encontradas em conjuntivas de pacientes com tracoma cicatricial (Burton et al., 2004; Faal et al., 2005). Um estudo realizado em Gâmbia mostrou que o alelo 308*A estava presente em proporção maior nos pacientes com tracoma cicatricial do que na população controle e esta associação aumentou para os casos de homozigose (Conway et al., 1997). Neste mesmo estudo, também foi mostrada uma frequência maior do alelo –238*A nos pacientes do que na população controle, porém, este resultado não foi estatisticamente significante (Conway et al., 1997). Atik et al. (2008) mostraram que os alelos –308*A do TNF–α e o +252*A do TNF-β se apresentaram como fatores de risco para o desenvolvimento de triquíase em pacientes apresentando tracoma, enquanto que Natividad et al. (2007) encontraram os mesmo resultados para o alelo –308*A. Tanto os polimorfismos como os níveis plasmáticos do TNF-α têm se apresentado como um risco de desenvolvimento ou complicações de aterosclerose em alguns estudos 34 como o de Bittar et al. (2006), onde se observou que pacientes apresentando homozigose para o alelo -308*A possuíam níveis mais altos da citocina no plasma e isto foi associado à efeitos desfavoráveis em situações após a cirurgia cardíaca. Na Grécia, Kaperonis et al. (2006) mostraram níveis maiores de TNF-α em pacientes com doença arterial periférica do que no grupo controle, além de encontrarem uma prevalência de anticorpos anti-C. pneumoniae em 50% do grupo. Na Índia, Goswamim et al. (2009), encontrou uma diferença significante nas concentrações plasmáticas de TNF-α entre indivíduos que apresentaram infarto agudo do miocárdio e os controles e também uma correlação entre o TNF-α e a lipoproteína A sugerindo uma associação entre a resposta inflamatória e dislipidemia influenciando na patogênese da aterosclerose. O aumento nos níveis séricos da IL-6 possui um papel potencial na patogênese da aterosclerose (Abeywardena et al., 2009). Desta maneira, o polimorfismo da posição –174 é um dos mais estudados devido ao aumento dos níveis séricos e sua associação com manifestações da doença arterial coronariana (Brull et al., 2001; Myśliwska et al., 2006; Abeywardena et al., 2009). Antonicelli et al. (2005) relataram que o genótipo 174*G em homozigose é um fator de risco para homens de idade avançada desenvolverem infarto agudo do miocárdio e angina instável. Outro estudo, realizado por Giacconi et al. (2004), mostrou que pacientes com aterosclerose e homozigotos para o alelo 174*G apresentaram um grau maior de inflamação nas artérias e níveis mais elevados de TNF-α e, consequentemente, maior risco de rutura da placa do que os com genótipo CC ou CG de IL-6. Em modelos animais, macrófagos e células espumosas da placa de ateroma produzem IL-8 e este mecanismo pode ser induzido pela quantidade de colesterol existente no interior dos macrófagos (Wang et al., 1996). Estudos in vitro e in vivo mostram o aumento nos níveis séricos da IL-8 em indivíduos com doença arterial coronariana e também como efeito adverso após infarto agudo do miocárdio (Kanda et al., 1996; Dominguez-Rodriguez et al., 2006; Vogiatzi et al., 2008). Pieniazek et al. (2001) encontraram níveis de IL-8 significativamente altos no plasma de pacientes com doença arterial coronariana que apresentaram anticorpos para C. pneumoniae. No mesmo estudo também foram encontrados níveis mais altos de PrtCR nos pacientes, porém, sem um resultado estatisticamente significante. Simonini et al. (2000) encontraram altos níveis de expressão do mRNA da IL-8 em indivíduos submetidos à aterectomia coronariana. 35 Vogiatzi et al. (2008) pesquisaram a influência dos polimorfismos da IL-8 na suscetibilidade à doença arterial coronariana e mostraram que o haplótipo AA251TT781 foi mais frequente em pacientes com síndrome coronária aguda do que naqueles com doença coronariana estável, sugerindo que a diversidade genética da IL-8 pode influenciar nas manifestações clínicas da doença. Com relação ao processo de aterosclerose, ainda não está totalmente esclarecido se a variabilidade genotípica da IL-10 pode influenciar diretamente no grau de inflamação presente nos pacientes com doença cardiovascular. Uyemura et al. (1996) observaram a expressão de IL-10 em algumas placas de ateroma acompanhada de um equilíbrio na secreção de IL-12 e redução dos danos teciduais. As atividades inibitórias desta citocina ocorrem por meio de vias de sinalização que agem tanto no silenciamento de fatores de transcrição como na desestabilização de mRNA (fase pós-transcricional) dos componentes inflamatórios do sistema imunológico (O'Farrell et al., 1998). O fato de a IL-10 apresentar uma função de bloqueio da maioria das citocinas próinflamatórias chamou a atenção para a pesquisa cardiovascular. Estudos experimentais observaram que a administração de IL-10 inibiu o desenvolvimento da aterosclerose em camundongos, além de promover uma estabilidade de placas de ateroma em estágio avançado (Caligiuri et al., 2003). Um intenso efeito anti-aterosclerótico foi observado no estudo de Von der Thusen et al. (2001) quando descreveram que camundongos sem os receptores de LDL, ao serem submetidos a uma hiper-expressão de IL-10 (seja endotelial ou sistêmica), apresentaram um quadro de aterosclerose inibido. Os achados de estudos experimentais são confirmados por alguns estudos in vitro que mostram a IL-10 inibindo moléculas como CD18 e CD62-L, o que impede a adesão de monócitos ao tecido endotelial. Esta adesão de monócitos é o primeiro passo para o recrutamento e invasão da parede vascular por células do sistema imunológico (Girndt & Kholer, 2003). Outra propriedade associada a IL-10 é o bloqueio de enzimas envolvidas com a desestabilização da placa de ateroma como as metaloproteinases que são responsáveis por degradar a matriz extracelular enfraquecendo os vasos e a placa (Lacraz et al., 1995). Estudos em camundongos demonstram que a infecção por C. pneumoniae pode estimular o aumento nos níveis de proteínas de fase aguda e citocinas como IL-10 em até 72h após a infecção intranasal, contribuindo para a progressão de lesões ateroscleróticas (Campbell et al., 2010). Schumacher et al. (2005) avaliaram a soropositividade para Chlamydia em pacientes coronarianos e observaram que pacientes com anticorpos contra o 36 LPS de C.pneumoniae apresentaram altos níveis séricos de TNF-α, IL-10, IFN-γ e adesinas enquanto paciente com anticorpos contra a MOMP não apresentaram elevação significante. Todos estes achados sugerem uma influência dos polimorfismos genéticos da PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 no desenvolvimento da aterosclerose, assim como alguns estudos associam também a infecção por Chlamydia como um fator associado a patogênese desta doença, ainda que exista uma maior necessidade de avaliar de forma conjunta tanto a presença destes polimorfismos, como a de marcadores de infecção pela bactéria com o objetivo de se entender se este agente apresenta um papel causal ou de complicador no curso da aterosclerose. 37 1.8. OBJETIVOS 1.8.1. Objetivo Geral Investigar a participação da C. pneumoniae e da C. trachomatis e o perfil genético do hospedeiro na etiologia da formação do ateroma em indivíduos com doença cardíaca. 1.8.2. Objetivos Específicos - Descrever as características sociais e demográficas de pacientes com doença cardíaca; - Descrever e comparar a frequência de anticorpos contra C. trachomatis e C. pneumoniae nos diferentes grupos populacionais estudados; - Detectar a presença da infecção por C. trachomatis e C. pneumoniae em diferentes tipos de amostras de pacientes apresentando doença cardíaca; - Descrever os polimorfismos de região promotora dos genes de PrtCR, IL-6, TNF-α, IL-8 e IL-10 nos diferentes grupos estudados; - Buscar associação entre os diferentes genótipos encontrados com a presença de anticorpos para C. trachomatis e C. pneumoniae; - Quantificar os níveis plasmáticos de PrtCR e IL-6, e os níveis de expressão gênica de TNF-α, IL-8 e IL-10; - Buscar associação entre os níveis plasmáticos, expressão gênica, perfil genotípico e a presença de anticorpos para C. trachomatis e C. pneumoniae. 38 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. POPULAÇÃO EXAMINADA Neste estudo transversal do tipo caso-controle, foi incluído um grupo de pacientes com doença arterial coronariana apresentando quadro de obstrução arterial grave com ou sem isquemia (infarto) e outro grupo de pacientes com quadro de valvulopatia cardíaca, apresentando um quadro de sobrecarga de volume e pressão cardíaca. Os pacientes com doença coronariana possuíam indicação para cirurgia de revascularização miocárdica e os pacientes com valvulopatia possuíam indicação cirúrgica para implante de prótese valvular (mitral ou aórtica). Os critérios de inclusão dos pacientes foram: indivíduos internados com indicação para um dos procedimentos cirúrgicos pela primeira vez e a ausência do uso de antibióticos. Foram excluídos indivíduos com quadros clínicos dentro do interesse do projeto, porém sem indicação para cirurgia, indivíduos indicados para cirurgia de repetição e os que estavam submetidos a antibióticos no pré-operatório. As amostras foram coletadas obedecendo aos cálculos de amostragem usando o programa BioEstat versão 5.3 (Ayres et al., 2011), utilizando o cálculo para o tamanho amostral para proporções (uma amostra), com poder de teste de 0,90 e nível alfa de 0,01. A estimativa do estudo foi de incluir pelo menos 100 pessoas apresentando quadro de doença arterial coronariana e foi obtido um total de 159 pacientes deste grupo. Para o grupo de troca de válvula a estimativa de coleta era de 50 pacientes, sendo que foram obtidos 71 pacientes deste grupo. Foi formado um grupo controle com 300 indivíduos doadores de sangue oriundos do Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará – Fundação HEMOPA com finalidade de comparar a freqüência da presença de anticorpos, dos polimorfismos, os níveis plasmáticos e a expressão gênica. O grupo de doadores de sangue foi pareado por sexo e idade com o grupo de pacientes do estudo e durante o exame clínico os indivíduos não apresentavam histórico e sintomas sugestivos de doença cardíaca. Todos os indivíduos do estudo (pacientes e controle) tomaram conhecimento sobre o projeto e aqueles que concordaram em participar do estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, TCLE (Apêndice 01). O grupo de pacientes ainda respondeu um questionário epidemiológico para obtenção de informações cadastrais, demográficas, socioeconômicas e comportamentais (Apêndice 02). 39 2.2. OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS As amostras de pacientes foram coletadas em tres hospitais da cidade de Belém: Fundação Hospital das Clínicas Gaspar Viana, Hospital da Ordem Terceira e Hospital Beneficente Portuguesa. O período de coleta destas amostras foi de novembro de 2010 a julho de 2012. O grupo controle foi coletado no período de junho a outubro de 2012. Para ambos os grupos (pacientes e controle), foi coletada uma amostra de sangue (10 mL) por punção venosa, utilizando tubos a vácuo com anticoagulante (EDTA), com a finalidade de dosagens bioquímicas, quantificação de linfócitos T CD4+ e TCD8+, detecção de anticorpos para C. trachomatis e C. pneumoniae, análise de polimorfismos, dosagens plasmáticas e da expressão de mRNA de marcadores da resposta inflamatória. Fragmentos de placa de ateroma, artéria aorta, bem como da válvula cardíaca foram obtidos de determinados pacientes quando possível, durante o procedimento cirúrgico. Dos 159 pacientes submetidos à revascularização do miocárdio, foi possível coletar placas de ateroma de 20 indivíduos (12,6%), através de endarterectomia de coronária. Foi possível coletar fragmentos de aorta de outros 35 indivíduos (22%) durante o processo de anastomose proximal da aorta ascendente. Dos 71 pacientes submetidos à troca de válvula, foi possível coletar 26 fragmentos de válvula (36,6%), totalizando uma coleta total de 81 fragmentos de tecido (35,2%). Tanto as amostras de sangue (pacientes e controle) como os fragmentos cirúrgicos dos pacientes foram encaminhadas ao Laboratório de Virologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA, conservadas em um total de 1,2 mL de conservante de material genético RNAlater® (Invitrogen, EUA), e estocadas a -70 oC até o momento do uso. 2.3. ENSAIOS SOROLÓGICOS PARA DETECÇÃO DE ANTICORPOS PARA C. TRACHOMATIS E C. PNEUMONIAE 2.3.1. Ensaio Imunoenzimático (EIE) Para a detecção de anticorpos anti-C. trachomatis e anti-C. pneumoniae foi utilizado o ensaio imunoenzimático indireto qualitativo, do tipo ELISA – NovaLisa TM - Chlamydia trachomatis IgG e IgM (NovaTec Immundiagnostica GmbH, Germany) e para Chlamydia pneumoniae o teste - NovaLisa TM - Chlamydia pneumoniae IgG e IgM (NovaTec Immundiagnostica GmbH, Germany) de acordo com as instruções do fabricante. O ensaio de C. trachomatis utiliza antígenos purificados do sorotipo L2 (cepa 434) aderidos ao fundo da placa. O ensaio de C. pneumoniae utiliza antígenos purificados da cepa TWAR-183. 40 2.3.2. Microimunofluorescência (MIF) Uma amostragem de pacientes (35%) teve seus plasmas submetidos à confirmação do resultado do ELISA através da MIF, em diluição inicial de 1:8 em solução salina tamponada. Para realização da técnica, as lâminas foram preparadas no Laboratório de Virologia, utilizando-se como antígenos, corpúsculos elementares e quinze sorotipos C. trachomatis e antígeno da C. pneumoniae (Washington Research Foundation, Seatle, Washington, USA). O teste seguiu uma metodologia padronizada e aplicada anteriormente (Ishak & Ishak, 2001). Volumes de 0,1mL de suspensões de gema de ovo foram adicionado a iguais volumes de suspensões antigênicas e homogeneizadas em vórtex com o objetivo de facilitar a fixação da suspensão de antígeno sobre a lâmina e a visualização do material ao microscópio. Para elaboração das lâminas, foi utilizado um molde com quinze pontos divididos, com um espaçamento mínimo de 5 mm de distância, para orientar a distribuição dos antígenos. Com o auxílio de uma pena para tinta nanquim (Hunt Artist’s Pens 104 n 9404), cada um dos quinze antígenos foi distribuído sobre a lâmina e após 30 minutos de secagem, a temperatura ambiente, as lâminas foram fixadas em acetona, durante 15 minutos, em temperatura ambiente. Após o preparo, o soro diluído a 1:8 foi depositado sobre cada um dos sorotipos; as lâminas, então, foram incubadas a 37 °C, em câmara úmida, durante 30 minutos e após esse período foram lavadas em PBS por quatro vezes por 5 minutos e em seguida lavadas tres vezes em água destilada por 1 minuto. Após a lavagem, foi realizada a adição do conjugado (previamente titulado), com atividade específica anti-IgG/IgM humana, acrescido com isotiocianato de fluoresceína (FITC). Em seguida, as lâminas foram incubadas novamente e sequencialmente submetidas a um novo ciclo de lavagens e montagem, utilizando glicerina tamponada (pH 9,0). As lâminas foram visualizadas em microscópio de fluorescência (Olimpus BX41, Brasil) e as amostras que mostraram fluorescência clara, nítida e esverdeada frente a qualquer um dos sorotipos foram consideradas positivas. Foi levando em consideração o número de CE apresentando fluorescência e a intensidade da mesma. 41 2.4. IDENTIFICAÇÃO DA INFECÇÃO POR C. TRACHOMATIS E C. PNEUMONIAE 2.4.1. Extração de DNA Para a extração de DNA a partir dos fragmentos teciduais obtidos por cirurgia, foi utilizado o kit de extração de ácido nucléico QIAamp DNA Mini Kit (QIAGEN, Germany) seguindo as instruções do fabricante. 2.4.2. PCR em Tempo Real A presença de C. pneumoniae e C. trachomatis nos 81 fragmentos de tecido foi pesquisada por meio da técnica de PCR em tempo real utilizando o kit Real Time Q-PCR Alert Kit (Nanogen Advanced Diagnostic, Italy). Para o kit de detecção de C. trachomatis, foi feita uma reação de amplificação específica para a região do plasmídeo inerte (cryptic plasmid) (cerca de 7-10 cópias/célula). Para a C. pneumoniae foi feita uma reação para uma região específica do gene ompA. Todas as reações foram acompanhadas de um controle positivo para cada espécie, controle negativo, além de um controle interno de β-globina. Os parâmetros de amplificação aceitáveis do kit estão demonstrados na Tabela 1. O aparelho utilizado nas reações foi o Step One PLUS Sequence Detector (PE Applied Biosystems, Foster City, CA, E.U.A.) seguindo o protocolo do fabricante. Tabela 1 – Requisitos de amplificação de C. trachomatis e C. pneumoniae por PCR em tempo real. Ciclo limiar da amostra C. trachomatis C. pneumoniae (FAM) Indeterminado Determinado B- globina (VIC) Adequação da amostra DNA de C. trachomatis Resultado do teste C. pneumoniae CT>35/indeterminado Inadequada Inválido --- CT≤35 Adequada Válido, Negativo Não detectado CT>35/indeterminado Adequada Válido, Positivo Presente CT≤35 Adequada Válido, Positivo Presente 42 2.5. IDENTIFICAÇÃO DOS POLIMORFISMOS GENÉTICOS DE MARCADORES DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA E INFLAMATÓRIA 2.5.1. Extração de DNA Todas as amostras de sangue foram submetidas à extração de DNA a partir de leucócitos do sangue periférico. O método utilizado foi o de fenol-clorofórmio, cujo protocolo foi adaptado (Sambrook & Russell, 2006), seguindo as etapas de lise celular, precipitação de proteínas, precipitação e hidratação do DNA (Apêndice 3). 2.5.2. Identificação de Polimorfismo nos genes de PrtCR, TNF-α e IL-6 Para a análise de polimorfismos dos genes do PrtCR, TNF-α e IL-6, foi utilizada a PCR convencional seguida de análise de RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism), em que o produto amplificado foi submetido a uma incubação com endonucleases de restrição com posterior visualização e comparação dos tamanhos de fragmentos gerados. Foram selecionadas para investigação regiões promotoras de cada gene. Para a PrtCR foi selecionado o SNP rs2794521 (−717T>C); para o TNF-α foi selecionado o polimorfismo rs1800629 (−308G>A); para a IL-6 foi selecionado o polimorfismo rs1800795 (−174G>C). As reações de amplificação foram adaptadas a partir de informações prévias (Allen et al., 2000; Brull et al., 2003; Olomolaiye et al., 1998; Vogiatzi et al., 2008) (Tabelas 2, 3 e 4). As amplificações foram realizadas no equipamento termociclador da Mastercycler Personal, Eppendorf. Cada produto amplificado foi submetido à digestão enzimática com suas respectivas endonucleases de restrição (Tabela 5) e foram visualizados após eletroforese (100 V/45 minutos) em gel de agarose a 3%, em tampão TAE 1x (TAE 40x estoque – TrisBase 1,6 M, Acetato de Na 0,8 M e EDTA-Na2 40 mM/1000 mL água desionizada), contendo 5 µL de brometo de etídio (10mg/mL), mediante a utilização de transiluminador com fonte de luz ultra-violeta. 43 Tabela 2 – Sequências dos iniciadores utilizados na amplificação dos genes de PrtCR, TNF-α e IL-6. Sistema Sequência dos iniciadores PrtCR -717 F: 5'-ACTGGACTTTTACTGTCAGGGC-3' R: 5': -ATTCCCATCTATGAGTGAGAACCT-3' TNF-α -308 F: 5'- AGG CAA TAG GTT TTG AGG GCC AT -3' R: 5'- TCC TCC CTG CTC CGA TTC CG -3' IL-6 -174 F: 5′-TTGTCAAGACATGCCAAGTGCT-3′ R: 5'-GCCTCAGAGACATCTCCAGTCC-3' Tabela 3 – Protocolo de reação utilizada na amplificação dos genes de PrtCR, TNF-α e IL-6. Sistema Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Nº de Ciclos Etapa Final Etapas 2-4 PrtCR -717 TNF-α -308 IL-6 -174 95°C 95°C 60°C 72°C 5 min 30 seg 40 seg 1 min 95°C 94°C 53°C 72°C 5 min 30 seg 30 seg 50 seg 95°C 95°C 59°C 72°C 5 min 30 seg 45 seg 45 seg 40 ciclos 72°C 10 min 30 ciclos 72°C 10 min 35 ciclos 72°C 10 min 44 Tabela 4 – Concentração de reagentes utilizados por reação para amplificação dos genes de PrtCR, TNF-α e IL-6. Reagentes TNF-α PrtCR IL-6 Tampão 1x 1x 1x MgCl2 1,5mM 1,5mM 1,5mM DNTP 200µM 200µM 200µM Primer Direto Primer Reverso Taq 200nM 200nM 200nM 200nM 200nM 200nM 1,5U 2,5U 1,5U DNA 100ng 100ng 100 ng Tabela 5 – Endonucleases de restrição utilizadas na análise de RFLP para caracterização de polimorfismos de PrtCR, TNF-α e IL-6. Sistema PrtCR TNF-α IL-6 Enzima BstUI NcoI NlaIII Genótipo Fragmentos gerados TT 297 e 244pb CT 541, 297 e 244pb CC 541pb GG 87 e 20pb AG 107, 87 e 20pb AA 107pb GG 169pb GC 169, 87 e 80pb CC 87 e 80pb 45 As Figuras 9, 10 e 11 demonstram os padrões de migração dos fragmentos após amplificação, tratamento com enzimas de restrição e eletroforese, para os polimorfismos genéticos de PrtCR, TNF-α e IL-6, respectivamente. Figura 9 − Padrão de PCR-RFLP para o polimorfismo de PrtCR. (A): Produto da PCR de PrtCR em gel de agarose a 3%. 1) Marcador de peso molecular de 50 pb; 2-4) Produto amplificado apresentando 541 pb. (B): Produto de RFLP de PrtCR em gel de agarose 3%. 1) Marcador de peso molecular de 100 pb; 2) Padrão de migração para o genótipo TT ; 3) Padrão de migração para o genótipo CT; 4) Padrão de migração para o genótipo CC. Figura 10 – Padrão de PCR-RFLP para o polimorfismo de TNF-α. (A): Produto da PCR de TNF-α em gel de agarose a 3%. 1) Marcador de peso molecular de 50 pb; 2-4) Produto amplificado apresentando 107 pb. (B): Produto de RFLP de TNF-α em gel de agarose 3%. 1) Marcador de peso molecular de 50 pb; 2) Padrão de migração para o genótipo GG ; 3) Padrão de migração para o genótipo AG; 4) Padrão de migração para o genótipo AA. 46 Figura 11 – Padrão de PCR-RFLP para o polimorfismo de IL-6. (A): Produto da PCR de IL6 em gel de agarose a 3%. 1) Marcador de peso molecular de 50 pb; 2-4) Produto amplificado apresentando 169 pb. (B): Produto de RFLP de IL-6 em gel de agarose 3%. 1) Marcador de peso molecular de 50 pb; 2) Padrão de migração para o genótipo GG ; 3) Padrão de migração para o genótipo GC; 4) Padrão de migração para o genótipo CC. 2.5.3. Identificação de polimorfismo nos genes de IL-8 e IL-10 Para as citocinas IL-8 e IL-10, a metodologia utilizada para a caracterização dos polimorfismos foi a PCR em Tempo Real usando ensaios pré-fabricados TaqMan® SNP Genotyping Assays (Applied Biosystems, Foster City, CA, E.U.A.) (Tabela 6). Para IL-8 foi selecionado o SNP rs4073 (−251T>A). Para a IL-10 foi selecionado o polimorfismo rs1800896 (−1082A>G). As reações ocorreram no aparelho StepOnePLUS™Real-Time PCR System (Applied Biosystems, Foster City, CA, EUA). As temperaturas seguiram as orientações do fabricante: 10 minutos a 95 °C, 15 segundos a 95 °C e 1 minuto a 60 °C, em um total de 40 ciclos. Tabela 6 – Ensaios utilizados para identificação de polimorfismos de região promotora de IL−8 e IL−10. Sistema IL-8 IL-10 Identificação do SNP (rs) rs4073 rs1800896 Identificação do ensaio C_11748116_10 C_1747360_10 47 2.6. DOSAGEM DE NÍVEIS PLASMÁTICOS DE PrtCR E IL-6 Todas as dosagens foram realizadas em amostra de plasma, os quais foram descongelados apenas no momento do uso. A dosagem de PrtCR foi realizada nas 230 amostras de pacientes (159 de RM e 71 de TV) e em 196 indivíduos do grupo controle selecionados aleatoriamente, por meio do método de imunoturbidimetria utilizando-se o kit PCR-U hs DiaSys® em sistema automatizado Architect c8000/Abbott®. Os testes foram realizados no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário João de Barros Barreto da UFPA, Belém, Pará. A dosagen de IL-6 foi realizada em 33 amostras dos pacientes (19 de RM e 14 de TV) e em 28 indivíduos do grupo controle em duplicata por meio de um ELISA do tipo sanduíche, utilizando-se o kit Human IL-6 ELISA (Novex®, Life Technologies) que utiliza anticorpos monoclonais específicos para IL-6 aderidos no fundo de cada poço da placa. Os testes foram realizados no Laboratório de Virologia da UFPA, obedecendo as instruções do fabricante. Todas as amostras foram selecionadas seguindo os critérios descritos na seção 2.7, exceto a dosagem de PrtCR. 2.7. QUANTIFICAÇÃO RELATIVA DE mRNA de TNF-α, IL-8 e IL-10 PARA AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA 2.7.1. Seleção de amostras A quantificação relativa de mRNA de TNF-α, IL-8 e IL-10 foi feita a partir de uma seleção de amostras, obedecendo critérios de presença de anticorpos para Chlamydia e o perfil genotípico dos polimorfismos (amostras não-probabilísticas selecionadas por cotas). As amostras foram categorizadas inicialmente em: 1) positivas apenas para C. trachomatis; 2) positivas apenas para C. pneumoniae; 3) positivas para ambas as espécies; 4) negativas para a presença de anticorpos para Chlamydia. Em cada um destes grupos foram selecionadas tres amostras de cada genótipo, de forma aleatória, com o auxílio do programa BioEstat 5.3 (Ayres et al., 2011). 2.7.2. Extração de RNA Total O RNA foi extraído a partir da camada leucocitária do sangue periférico utilizando-se o kit de Extração de RNA Total RNA purification kit (Norgen, Biotek Corporation®, Canadá) seguindo as instruções do fabricante. 48 A concentração do RNA extraído (ng/µL) foi obtida por análise no fluorímetro QubitTM Quantitation Platform (Invitrogen®, EUA) de acordo com as especificações do fabricante. A integridade do RNA foi observada em gel de agarose a 1% corado com brometo de etídio. Após a verificação da concentração e integridade as amostras de RNA total tiveram sua concentração igualadas a 60ng/µL para posterior síntese de cDNA. 2.7.3. Transcrição Reversa para a Síntese de DNA Complementar (cDNA) O RNA extraído foi convertido em cDNA utilizando o kit High Capacity cDNA Reverse Transcription with RNAse Inhibitor (Applied Biosystems, Foster City, CA, EUA). Para cada reação foi utilizado o equivalente a 1µg do RNA total, 2µL de 10X RT Buffer, 0,8 µL de 25X dNTP Mix (100nM), 2µL de 10X RT Random Primer, 1 µL de MultiScribeTM Reverse Transcriptase, 1 µL de RNaseOUTTM e 3,2 µL de água ultra-pura, totalizando um volume final de 20 μL. A reação ocorreu em termociclador da Mastercycler Personal, Eppendorf, com programação para um ciclo de 10min a 25 °C seguido de duas horas a 37 °C, com temperatura final de 85 °C por 5min. O cDNA foi posteriormente estocado a -20 °C até o momento do uso. 2.7.4. Teste de Eficiência dos Ensaios de PCR em Tempo Real A avaliação dos níveis de expressão dos genes de interesse ocorreu por meio da quantificação relativa do mRNA de cada gene, utilizando-se como método a PCR em Tempo Real. A quantificação relativa da expressão dos genes estudados foi feita utilizando-se o método de CT comparativo ou ∆∆Ct (Livak & Schmittgen, 2001). Neste tipo de quantificação são verificados os níveis de expressão gênica de uma determinada amostra em relação à outra amostra (denominada de referência) (Livak & Schmittgen, 2001), sendo necessária a seleção de um gene normalizador como referência de expressão constitutiva entre as diferentes amostras testadas. Neste estudo, o gene de referência selecionado foi o Gliceraldeído-3fosfato desidrogenase (GAPDH). Foram utilizados os ensaios Taqman® Gene Expression Assay (Applied Biosystems, Foster City, CA, EUA) que são pré-fabricados e contém iniciadores e sondas específicos para cada gene (Tabela 7). Os iniciadores e sondas para o gene GAPDH estão representados na Tabela 8. Os ensaios foram submetidos a uma validação onde foi possível observar que a eficiência das amplificações tanto dos genes alvos como do gene referência foram 49 aproximadamente iguais, condição que funciona como um requisito que para permitir o uso do método CT comparativo na população examinada. Para o cálculo da eficiência foi utilizada a equação E= 10(−1/slope), onde “E” representa a eficiência; e slope representa um fator que mede a taxa de aumento do amplicon a cada ciclo durante a fase exponencial de amplificação. Tabela 7 – Identificação dos ensaios utilizados para PCR em Tempo Real Quantitativo. Sistema TNF-α IL-8 IL-10 Método TaqMan Gene Expression Assays TaqMan Gene Expression Assays TaqMan Gene Expression Assays Especificação do Método Hs00174128_m1 Hs00174103_m1 Hs00174086_m1 Tabela 8 – Identificação de iniciadores e sonda para amplificação do gene referência GAPDH. Sistema GAPDH Sequência nucleotídica Iniciador Direto 5’-GAAGGTGAAGGTCGGAGTC-3’ Iniciador Reverso 5’-GAAGATGGTGATGGGATTTC-3’ Sonda 5’-(F)-CAAGCTTCCCGTTCT CAGCC-(T) -3 2.7.5. PCR em Tempo Real Quantitativo Os ensaios de expressão dos genes alvos e do gene referência, tanto dos pacientes como do grupo controle, foram realizados em poços separados (singleplex), conforme protocolo estabelecido pelo fabricante, sendo que cada amostra foi testada em triplicata. Foram considerados valores de CT válidos somente naqueles em que o desvio padrão foi encontrado nas triplicatas foi menor que 0,5. As reações ocorreram no aparelho StepOnePLUS™Real-Time PCR System (Appllied Biosystems, Foster City, CA, EUA). A tabela 9 demonstra os volumes utilizados em cada reação tanto para a amplificação dos genes alvos como para amplificação do GAPDH. As condições de termociclagem estabelecidas pelo 50 fabricante foram: um ciclo de 2 min a 50 °C seguido de 10 min a 95 °C, e mais 40 ciclos de 95 °C por 15 seg e 60 °C por 1min. Tabela 9 – Volumes (µL) de reagentes utilizados por reação na PCR em Tempo Real Quantitativa. Reagentes TNF-α IL-8 IL-10 GAPDH Água 10,5 10,5 10,5 9,5 TaqMan® Master Mix 15 15 15 15 Ensaio (Primer+Sonda) Primer Direto 1,5 1,5 1,5 - - - - 1,0 Primer Reverso - - - 1,0 Sonda - - - 0,5 DNA 3,0 3,0 3,0 3,0 Total 30 µL 30 µL 30 µL 30µL As análises de quantificação relativa pelo método de CT comparativo foram feitas utilizando a equação RQ: 2-∆∆CT onde o ∆CT de uma determinada amostra, bem como da amostra referência é: ∆CT: CT Gene de interesse - CTGAPDH Portanto, o ∆∆CT: ∆CT da amostra - ∆CT da amostra referência. As análises foram feitas no software Step One TM vs.2.0 (Appllied Biosystems, Foster City, CA, EUA). 2.8. MÉTODOS ESTATÍSTICOS Todas as informações obtidas por meio do questionário epidemiológico foram inseridas em um banco de dados criado no programa Microsoft Acess vs. 2007. Para comparar os resultados sorológicos entre os diferentes grupos examinados foi realizado o teste de Quiquadrado. Para avaliar se as frequências genotípicas estavam dentro da uma distribuição normal foi realizado o cálculo do equilíbrio de Hardy-Weinberg. A comparação entre os diferentes genótipos de marcadores pró e anti-inflamatórios e os marcadores sorológicos de 51 infecção por C. trachomatis e C. pneumoniae foi feita pelo do Teste Odds Ratio. Para associar os níveis plasmáticos, de expressão gênica de marcadores pró e anti-inflamatórios com os marcadores sorológicos de infecção por C. trachomatis e C.pneumoniae foram utilizados os testes não paramétricos Kruskall-Wallis e Mann-Whitney. Foram consideradas associações significantes aquelas com valor de p<0,05. Todos os testes foram efetuados por meio do programa BioEstat 5.3 (Ayres et al., 2011). 2.9. ASPECTOS ÉTICOS O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará – Fundação Hemopa e obedeceu as resoluções vigentes 196/1996 e 347/2005, ambas do Conselho Nacional de Saúde, conforme cópia de parecer em anexo (Anexo 01). Todas as amostras foram obtidas mediante a assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 01). 52 3. RESULTADOS 3.1. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA 3.1.1. Perfil demográfico e social dos pacientes com doença cardíaca e grupo controle O grupo de pacientes coronarianos indicados para revascularização miocárdica (RM) (n=159) foi constituído de 109 homens e 50 mulheres, enquanto o grupo submetido à cirurgia para troca de válvula mitral ou aórtica (TV) (n=71) foi formado por 30 homens e 41 mulheres (Tabela 10). A faixa etária do grupo RM variou de 36 a 79 anos, com média de 60,4 anos. No grupo de TV, a idade variou de 14 a 80 anos, com média de 45,6 anos. A maioria dos pacientes de RM (69,9% - 107/153) declarou seu estado civil como casado. Para o grupo de TV, a maior frequência foi de solteiros (44,9% - 31/69) (Tabela 10). Em ambos os grupos foi observado que a maior frequência possuía nível fundamental incompleto (49,7% - 78/157 e 48,6% - 34/70, respectivamente) e a maioria relatou ser paraense, (79,2% - 118/149 e 75,7% - 53/70, respectivamente). A renda familiar variou de menos de um salário mínimo até quatro ou mais salários, sendo que a maioria foi incluída em uma faixa de um a tres salários (Tabela 10). O grupo controle foi constituído de 150 (50%) homens e 150 (50%) mulheres com idade que variou de 24 até 68 anos com média de 40,3 anos. 53 Tabela 10 – Características demográficas e sociais de pacientes cardíacos atendidos em três unidades hospitalares e um grupo controle em Belém, PA. Características demográficas e sociais Revascularização Miocárdica (RM) n=159 n (%) Troca de Válvula (TV) n=71 n (%) Grupo Controle n=300 n(%) Sexo Masculino Feminino 109 (68,5) 50 (31,5) 30 (42,3) 41 (57,7) 150(50,0) 150(50,0) Faixa etária <40 anos 41 a 50 anos >51 anos 4 (2,5) 21 (13,2) 134 (84,3) 28 (39,5) 16 (22,5) 27 (38,0) 182(60,7) 72(24,0) 46(15,3) Estado civil Solteiro Casado Divorciado/Viúvo Sem informação 20 (13,1) 107 (69,9) 26 (17) 6 31 (44,9) 28 (40,6) 10 (14,5) 2 --------- Escolaridade Não alfabetizado Alfabetizado Fundamental incompleto Fundamental completo Médio incompleto Médio completo Superior incompleto Superior completo Sem informação 10 (6,4) 16 (10,2) 7 (10) 3 (4,3) ----- 78 (49,7) 34 (48,6) --- 20 (12,7) 4 (5,7) --- 10 (6,4) 19 (12,1) 0 (0,0) 4 (2,5) 2 9 (12,9) 11 (15,7) 1 (1,4) 1 (1,4) 1 ----------- Pará Outros Sem informação 118 (79,2) 31 (20,8) 10 53 (75,7) 17 (24,3) 1 ------- <1 salário 1 a 3 salários ≥ 4 salários Sem informação 22 (14,5) 108 (71) 22 (14,5) 7 18 (26,1) 50 (72,5) 1 (1,4) 2 --------- Naturalidade Renda familiar *Não considerado para o cálculo estatístico 54 3.2. SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS PARA C. TRACHOMATIS E C. PNEUMONIAE EM PACIENTES COM DOENÇA CARDÍACA E NO GRUPO CONTROLE A soroprevalência de anticorpos para C. trachomatis e C. pneumoniae foram obtidas por ELISA e confirmadas pela MIF, onde se observou total concordância entre as técnicas descartando a possibilidade de reações cruzadas. Os resultados sorológicos estão demonstrados na Tabela 11. Os casos com sorologia indeterminada foram excluídos na realização de testes estatísticos. A presença de anticorpos (IgG e/ou IgM) para C. trachomatis foi observada em 30,6% (48/157) dos pacientes submetidos à revascularização. Os pacientes submetidos à troca de válvula apresentaram uma prevalência de 20,3% (14/69). No grupo controle foi observada uma prevalência de 36,7% (103/281) que mostrou uma frequência de anticorpos significativamente maior quando comparado aos pacientes com valvulopatias (p=0,014). A prevalência de anticorpos (IgG e/ou IgM) para C. pneumoniae foi de 83,6% (133/159) entre os pacientes submetidos à revascularização, 84,5% (60/71) entre os pacientes de troca de válvula. O grupo controle apresentou uma prevalência de 80,3% (237/295). Tabela 11 – Frequência de anticorpos para C. trachomatis e C. pneumoniae entre pacientes e o grupo controle. C. trachomatis C. pneumoniae Resultados Sorológicos RM n=159 n(%) TV n=71 n(%) Controle n=300 n(%) p1 p2 p3 Positivo 48(30,6) 14(20,3) 103(36,7) 0,2383 0,014 0,1516 Negativo 109(69,4) 55(79,7) 178(63,3) Indeterminado* 02(1,2) 02(2,8) 19(6,3) Positivo 133(83,6) 60(84,5) 237(80,3) 0,4596 0,5240 0,9757 Negativo 26(16,4) 11(15,5) 58(19,7) Indeterminado* - - 05(3,3) * Não considerado para cálculo estatístico RM= Revascularização Miocárdica; TV= Troca de Válvula; p1= RM vs. Controle; p2= TV vs. Controle; p3= RM vs. TV 55 3.3. PRESENÇA DE DNA DE C. TRACHOMATIS E C. PNEUMONIAE EM FRAGMENTOS TECIDUAIS DE PACIENTES COM DOENÇA CARDÍACA Dentre as 81 amostras de fragmentos de tecido submetidas a PCR em tempo real, não foi observada detecção de DNA de C. pneumoniae em nenhuma das amostras, entretanto, o DNA do plasmídio críptico de C. trachomatis foi detectado em seis amostras (7,4%). Dentre as seis amostras, quatro eram provenientes de fragmentos de aorta e duas de válvula mitral (Tabela 12). Não foi detectada a presença de DNA em placas de ateroma. A comparação entre os resultados moleculares e sorológicos é observada na tabela 12. As curvas de amplificação dos controles e amostras tanto para o gene da β-globina como para o alvo das clamídias está representado nas Figuras 12. Tabela 12 – Descrição dos resultados sorológicos para C. trachomatis em pacientes cardíacos com amostras teciduais positivas para o DNA do plasmídio críptico de C. trachomatis. Paciente Amostra Resultado Sorológico C. trachomatis IgG C.trachomatis IgM Resultado (qPCR) RM Aorta positivo negativo positivo RM Aorta positivo negativo positivo RM Aorta positivo negativo positivo RM Aorta negativo positivo positivo TV V. Mitral negativo positivo positivo TV V. Mitral positivo negativo positivo RM= Revascularização Miocárdica; TV= Troca de Válvula 56 Figura 12 – Curva de amplificação de PCR em tempo real para C. pneumoniae e C.trachomatis. (A): Controle positivo para C.pneumoniae e C.trachomatis, respectivamente. (B): Amostras negativas para C.trachomatis com amplificação do controle interno de β−globina. (C): Amostras negativas para C.pneumoniae com amplificação do controle interno de β−globina. (D): Amostras positivas para C.trachomatis. 57 3.4. CARACTERIZAÇÃO DOS POLIMORFISMOS DE PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 EM PACIENTES CARDÍACOS E NO GRUPO CONTROLE A distribuição da frequência de genótipos e alelos nos tres grupos investigados é apresentada na Tabela 13. As frequências genotípicas tanto da população de pacientes (RM e TV) como do grupo controle estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p>0,01); exceto o polimorfismo de IL-6 (rs1800795) em que os dois grupos de pacientes cardíacos apresentaram uma quantidade maior do genótipo GG em relação aos demais (p<0,0001). A frequência observada de genótipo GC foi menor do que a frequência esperada (p<0,0001). A análise de Odds Ratio (OR) mostra que para IL-6, existe um número muito maior do genótipo GG nos grupos RM e TV quando comparado com o grupo controle (84,28%, 84,51% e 69%, respectivamente) e esta diferença indica que portadores do alelo G em homozigose apresentam duas vezes mais chances de desenvolver doença cardíaca (coronariana e valvulopatia) do que os portadores de outros genótipos. Observa-se ainda uma diferença na distribuição do genótipo heterozigoto (GC) entre os mesmos grupos (RM=11,95%, TV=9,86% e Controle=28,33%) que, apararentemente, protege o indivíduo e diminui as chances de desenvolvimento de doença cardíaca (valores de OR menores que 1 e significância estatística) (Tabela 13). A distribuição dos genótipos para o polimorfismo de IL-8 (rs4073) mostrou uma frequência proporcional maior do genótipo AT no grupo controle e que foi estatisticamente significante (p=0,0200) quando comparado com o grupo de TV (50%, 33,80%, respectivamente). A comparação de frequências do genótipo AA entre os grupos TV (28,17%) e RM (15,09%) também se mostrou estatisticamente significativa (p=0,0318). 58 Tabela 13 – Distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos de PrtCR, TNF-α, IL-6, Il-8 e IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA. Perfil Genotípico e Alélico PrtCR rs2794521 (T>C) TT CT CC *T *C TNF-a rs1800629 (G>A) GG AG AA *G *A IL-6 rs1800795 (G>C) GG GC CC *G *C IL-8 rs4073 (T>A) TT AT AA *T *A IL-10 rs1800896 (A>G) Revascularização (n:159) n (%) Troca de válvula (n:71) n (%) Controle (n:300) n (%) 98 (61,64) 54 (33,96) 7 (4,40) 250 (78,62) 68 (21,38) 41 (57,75) 29 (40,84) 1 (1,41) 111 (78,17) 31 (21,83) 112 (70,44) 43 (27,04) 4 (2,52) 267 (83,96) 51 (16,04) OR (p1) OR (p2) OR (p3) 189 (63,00) 103 (34,33) 8 (2,67) 481 (80,17) 119 (19,83) 0,9435 (0,8524) 0,9836 (0,9811) 1,6809 (0,4719) 0,9096 (0,6392) 0,8026 (0,4939) 1,0463 (0,9711) 1,3206 (0,3720) 0,8859 (0,6768) 1,1755 (0,6809) 0,7448 (0,3923) 3,2237 (0,4501) 0,9739 (0,9881) 50 (70,42) 20 (28,17) 1 (1,41) 120 (84,51) 22 (15,49) 222 (74,00) 69 (23,00) 9 (3,00) 513 (85,5) 87 (14,5) 0,8373 (0,4808) 1,2410 (0,3977) 0,8344 (0,9985) 0,8879 (0,6008) 0,8366 (0,6429) 1,3129 (0,4457) 0,4619 (0,7360) 0,9250 (0,8660) 1,0009 (0,8779) 0,9453 (0,9867) 1,8065 (0,9661) 0,9598 (0,9923) 134 (84,28) 19 (11,95) 6 (3,77) 287 (90,25) 31 (9,75) 60 (84,51) 7 (9,86) 4 (5,63) 127 (89,44) 15 (10,56) 207 (69,00) 85 (28,33) 8 (2,67) 499 (83,17) 101 (16,83) 2,4081 (0,0006) 0,3433 (0,0001) 1,4314 (0,7107) 1,8739 (0,0049) 2,4506 (0,0135) 0,2767 (0,0020) 2,1791 (0,3693) 1,7137 (0,0852) 0,9827 (0,8792) 1,2408 (0,8125) 0,6569 (0,7725) 1,0935 (0,9196) 59 (37,11) 76 (47,80) 24 (15,09) 194 (61,01) 124 (38,99) 27 (38,03) 24 (33,80) 20 (28,17) 78 (54,93) 64 (45,07) 96 (32,00) 150 (50,00) 54 (18,00) 342 (57,00) 258 (43,00) 1,2538 (0,3187) 0,9157 (0,7258) 0,8099 (0,5105) 1,1802 (0,2707) 1,3040 (0,4065) 0,5106 (0,0200) 1,7865 (0,0779) 0,9194 (0,7237) 0,9615 (0,9887) 1,7932 (0,0667) 0,4533 (0,0318) 1,2837 (0,2618) 79 (49,69) 32 (45,07) 164 (54,67) 0,8189 (0,3581) 0,6804 (0,1854) 1,2035 (0,6141) AA 63 (39,62) 29 (40,85) 109 (36,33) 1,1499 (0,5542) 1,2099 (0,5682) 0,9504 (0,9768) AG 17 (10,69) 10 (14,08) 27 (9,00) 1,2105 (0,6751) 1,0504 (0,9379) 0,7303 (0,6054) GG 221 (69,5) 93 (65,49) 437 (72,83) 0,8498 (0,3219) 0,7079 (0,1015) 1,2004 (0,4570) *A 97 (30,5) 49 (34,51) 163 (27,17) *G n= número de indivíduos analisados; OR= valor de Odds Ratio; p1: valor de p da Revascularização vs. Grupo Controle; p2: valor de p da Troca de válvula vs. Controle; p3: valor de p da Revascularização vs. Troca de válvula. 59 A tabela 14 mostra a comparação de genótipos e alelos levando em consideração os diferentes grupos (RM, TV e controle) e a distribuição dos grupos de acordo com a presença de anticorpos para C. trachomatis. O genótipo GG de IL-6 apresentou frequência significativamente maior no grupo de pacientes de RM quando comparados ao grupo controle (89,58%, 69,90%, respectivamente, p=0,0148). Em contrapartida, o genótipo GC foi significativamente maior em sua frequência no grupo controle do que no grupo de RM (28,16%, 6,25%, respectivamente, p=0,0043). A frequência do alelo G foi significativamente maior no grupo de RM quando comparado com o de TV (92,71%, 75%, respectivamente, p=0,0235). A comparação entre indivíduos que não apresentavbam evidência de infecção prévia por C. trachomatis, mostrou que o genótipo GG de IL-6 permaneceu em frequência significativamente maior em pacientes do que no grupo controle (81,65%, 89,09% e 68,54%, p=0,0211 e p=0,0045, respectivamente), enquanto este último grupo permaneceu apresentando frequência significativamente maior do genótipo heterozigoto (14,68%, 7,27%, 28,65%, p=0,0101e p=0,0021, respectivamente) (Tabela 15). O genótipo AA de IL-8 mostrou frequência significativamente maior nos pacientes submetidos a TV quando comparado aos demais grupos (12,85%, 30,91% e 16,86%, p=0,0377). De forma contrária, o genótipo heterozigoto estava em menor frequência no grupo de TV quando comparado aos demais grupos (48,62%, 30,91% e 51,15%, p=0,0134 e p=0,0457). A distribuição genotípica e alélica dos grupos de acordo com a presença de anticorpos para C. pneumoniae está representada na tabela 16. O genótipo GG de IL-6 demonstrou frequência significativamente maior no grupo de pacientes quando comparado com o grupo controle (84,96%, 85,00% e 68,78%, p=0,0009 e p=0,0193, respectivamente), indicando um risco duas vezes maior de desenvolvimento de doença cardíaca na presença de marcadores de infecção prévia por C. pneumoniae. O genótipo GC foi significativamente maior em sua frequência no grupo controle do que no grupo de RM e TV (11,28%, 8,83% e 28,69%, p=0,0002 e p=0,0019). O genótipo AT de IL-8 apresentou frequência significativamente maior no grupo controle quando comparado com a o grupo de TV (49,37%, 30%, p=0,0109) enquanto o genótipo AA teve maior frequência no grupo de TV do que no grupo de RM (30%, 15,79%, p=0,0373). A comparação entre indivíduos que não apresentavam evidência de infecção prévia por C.pneumoniae não demonstrou diferenças estatisticamente significantes entre os diferentes grupos (Tabela 17). 60 Tabela 14 – Distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos de PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 de acordo com a presença de anticorpos para C.trachomatis em pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA. Perfil Genotípico e Alélico PrtCR rs2794521 (T>C) TT CT CC *T *C TNF-a rs1800629 (G>A) GG AG AA *G *A IL-6 rs1800795 (G>C) GG GC CC *G *C IL-8 rs4073 (T>A) TT AT AA *T *A IL-10 rs1800896 (A>G) Revascularização C. trachomatis + (n:48) n(%) Troca de válvula C. trachomatis + (n:14) n(%) População Controle C. trachomatis + (n:103) n(%) 31 (64,58) 14 (29,17) 3 (6,25) 76 (79,17) 20 (20,83) 7 (50,00) 7 (50,00) 0 (0,00) 21 (75,00) 7 (25,00) 35 (72,91) 11 (22,91) 2 (4,16) 81 (84,38) 15 (15,63) OR (p1) OR (p2) OR (p3) 65 (63,11) 35 (33,98) 3 (2,91) 165 (80,1) 41 (19,9) 1,0661 (0,9952) 0,8000 (0,6879) 2,2222 (0,5959) 0,9442 (0,9732) 0,5846 (0,5137) 1,9429 (0,3813) 0,7455 (0,7059) 1,8235 (0,5004) 0,4118 (0,2592) 1,2667 (0,8338) 12 (85,71) 2 (14,29) 0 (0,00) 26 (92,86) 2 (7,14) 81 (78,64) 19 (18,45) 3 (2,91) 181 (87,86) 25 (12,14) 0,7312 (0,5693) 1,3144 (0,6730) 1,4493 (0,9304) 0,7459 (0,5153) 1,6296 (0,7931) 0,7368 (0,9924) 1,7956 (0,6450) 0,4487 (0,5292) 1,7838 (0,7452) 0,4154 (0,4032) 43 (89,58) 3 (6,25) 2 (4,17) 89 (92,71) 7 (7,29) 9 (64,29) 3 (21,43) 2 (14,28) 21 (75,00) 7 (25,00) 72 (69,90) 29 (28,16) 2 (1,94) 173 (83,98) 33 (16,02) 3,7028 (0,0148) 0,1701 (0,0043) 2,1957 (0,8036) 2,4253 (0,0573) 0,7750 (0,9055) 0,6959 (0,8335) 8,4167 (0,1094) 4,0058 (0,2622) 4,7770 (0,0641) 0,2444 (0,2394) 0,2609 (0,4606) 4,2381 (0,0235) 16 (33,33) 23 (47,92) 9 (18,75) 55 (57,29) 41 (42,71) 5 (35,71) 7 (50,00) 2 (14,29) 17 (60,71) 11 (39,29) 30 (29,13) 51 (49,51) 22 (21,36) 111 (53,88) 95 (46,12) 1,2167 (0,7390) 0,9380 (0,9935) 0,8497 (0,8782) 1,1481 (0,6671) 1,3519 (0,8461) 1,0196 (0,8020) 0,6136 (0,7931) 1,3227 (0,6320) 0,9000 (0,8766) 0,9200 (0,8676) 1,3846 (0,9898) 0,8680 (0,9161) 23 (47,92) 6 (42,86) 57 (55,34) 0,7425 (0,4991) 0,6053 (0,5529) 1,2267 (0,9765) AA 19 (39,58) 7 (50,00) 39 (37,86) 1,0752 (0,9820) 1,6410 (0,5615) 0,6552 (0,6986) AG 6 (12,50) 1 (7,14) 7 (6,80) 1,9592 (0,3942) 1,0549 (0,6058) 1,8571 (0,9383) GG 65 (67,71) 19 (67,86) 153 (74,27) 0,7263 (0,2949) 0,7263 (0,2949) 0,9932 (0,8298) *A 31 (32,29) 9 (32,14) 53 (25,73) *G n= número de indivíduos analisados; OR= valor de Odds Ratio; p1: valor de p da Revascularização vs. Grupo Controle; p2: valor de p da Troca de válvula vs. Controle; p3: valor de p da Revascularização vs. Troca de válvula. 61 Tabela 15 – Distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos de PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 de acordo com a ausência de anticorpos para C.trachomatis em pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA. Perfil Genótipico e alélico PrtCR rs2794521 (T>C) TT CT CC *T *C TNF-a rs1800629 (G>A) GG AG AA *G *A IL-6 rs1800795 (G>C) GG GC CC *G *C IL-8 rs4073 (T>A) TT AT AA *T *A IL-10 rs1800896 (A>G) Revascularização C. trachomatis − (n:109) n(%) Troca de válvula C. trachomatis − (n:55) n(%) População Controle C. trachomatis − (n:178) n(%) 66 (60,55) 39 (35,78) 4 (3,67) 171 (78,44) 47 (21,56) 32 (58,18) 22 (40,00) 1 (1,82) 86 (78,18) 24 (21,82) 77 (70,64) 30 (27,52) 2 (1,84) 184 (84,40) 34 (15,60) OR (p1) OR (p2) OR (p3) 117 (65,73) 56 (31,46) 5 (2,81) 290 (81,46) 66 (18,54) 0,8002 (0,4476) 1,2138 (0,5317) 1,3181 (0,9544) 0,8280 (0,4383) 0,7254 (0,3907) 1,4524 (0,3127) 0,6370 (0,9398) 0,8155 (0,5331) 1,1032 (0,9018) 0,8357 (0,7212) 2,0571 (0,8649) 1,0153 (0,9296) 37 (67,27) 17 (30,91) 1 (1,82) 91 (82,73) 19 (17,27) 124 (69,66) 48 (26,97) 6 (3,37) 296 (83,15) 60 (16,85) 1,0479 (0,9657) 1,0285 (0,9730) 0,5358 (0,6908) 1,0970 (0,7803) 0,8952 (0,8663) 1,2116 (0,6907) 0,5309 (0,8905) 0,9708 (0,9657) 1,1706 (0,7926) 0,8488 (0,7873) 1,0093 (0,5421) 1,1299 (0,8177) 89 (81,65) 16 (14,68) 4 (3,67) 194 (88,99) 24 (11,01) 49 (89,09) 4 (7,27) 2 (3,64) 102 (92,73) 8 (07,27) 122 (68,54) 51 (28,65) 5 (2,81) 295 (82,87) 61 (17,13) 2,0426 (0,0211) 0,4284 (0,0101) 1,3181 (0,9544) 1,6715 (0,0595) 3,7486 (0,0045) 0,1953 (0,0021) 1,3057 (0,8905) 2,6364 (0,0168) 0,5449 (0,3149) 2,1935 (0,2646) 1,0095 (0,6674) 0,6340 (0,3791) 42 (38,53) 53 (48,62) 14 (12,85) 134 (62,84) 81 (37,16) 21 (38,18) 17 (30,91) 17 (30,91) 59 (53,64) 51 (46,36) 57 (32,02) 91 (51,12) 30 (16,86) 205 (57,58) 151 (42,42) 1,3307 (0,3183) 0,9048 (0,7722) 0,7270 (0,4555) 1,2185 (0,3031) 1,3111 (0,4949) 0,4277 (0,0134) 2,2070 (0,0377) 0,8521 (0,5351) 1,0149 (0,8994) 2,1155 (0,0457) 0,3294 (0,0099) 1,4300 (0,1645) 54 (49,54) 25 (45,46) 96 (53,93) 0,8683 (0,5478) 0,7118 (0,3444) 1,1782 (0,7422) AA 44 (40,37) 21 (38,18) 67 (37,64) 1,1215 (0,7373) 1,0233 (0,9309) 1,0960 (0,9195) AG 11 (10,09) 9 (16,36) 15 (8,43) 1,2197 (0,7910) 2,1261 (0,1502) 0,5737 (0,3649) GG 152 (69,72) 71 (64,55) 259 (72,75) 0,8625 (0,4930) 0,6818 (0,1248) 1,2650 (0,4100) *A 66 (30,28) 39 (35,45) 97 (27,25) *G n= número de indivíduos analisados; OR= valor de Odds Ratio; p1: valor de p da Revascularização vs. Grupo Controle; p2: valor de p da Troca de válvula vs. Controle; p3: valor de p da Revascularização vs. Troca de válvula. 62 Tabela 16 – Distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos de PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 de acordo com a presença de anticorpos para C.pneumoniae em pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA. Perfil Genótipico e alélico PrtCR rs2794521 (T>C) TT CT CC *T *C TNF-a rs1800629 (G>A) GG AG AA *G *A IL-6 rs1800795 (G>C) GG GC CC *G *C IL-8 rs4073 (T>A) TT AT AA *T *A IL-10 rs1800896 (A>G) Revascularização C. pneumoniae + (n:133) n(%) Troca de válvula C. pneumoniae + (n:60) n(%) População Controle C. pneumoniae + (n:237) n(%) 79 (59,40) 48 (36,09) 6 (4,51) 206 (77,48) 60 (22,52) 35 (58,33) 24 (40,00) 1 (1,67) 94 (78,33) 26 (21,67) 93 (69,92) 37 (27,82) 3 (2,26) 223 (83,71) 43 (16,29) OR (p1) OR (p2) OR (p3) 155 (65,40) 75 (31,65) 7 (2,95) 385 (81,22) 89 (18,78) 0,7740 (0,2999) 1,2198 (0,4497) 1,5523 (0,6265) 0,7937 (0,2564) 0,7406 (0,3853) 1,4400 (0,2833) 0,5569 (0,9174) 0,8358 (0,5575) 1,0450 (0,9850) 0,8471 (0,7196) 2,7874 (0,5738) 0,9496 (0,9503) 45 (75,00) 14 (23,33) 1 (1,67) 104 (86,67) 16 (13,33) 174 (73,42) 54 (22,78) 9 (3,80) 402 (84,81) 72 (15,19) 0,8418 (0,5495) 1,3061 (0,3404) 0,5846 (0,6188) 0,9288 (0,8059) 1,0862 (0,9326) 1,0314 (0,9349) 0,4294 (0,6768) 1,1642 (0,7132) 0,7750 (0,5818) 1,2664 (0,6327) 1,3615 (0,7795) 0,7979 (0,5735) 113 (84,96) 15 (11,28) 5 (3,76) 242 (90,91) 24 (9,09) 51 (85,00) 5 (8,33) 4 (6,67) 107 (89,17) 13 (10,83) 163 (68,78) 68 (28,69) 6 (2,53) 394 (83,12) 80 (16,88) 2,5650 (0,0009) 0,3159 (0,0002) 1,5039 (0,7276) 2,0474 (0,0045) 2,5726 (0,0193) 0,2259 (0,0019) 2,7500 (0,2358) 1,6712 (0,1370) 0,9971 (0,8330) 1,3983 (0,7142) 0,5469 (0,6046) 1,2251 (0,7095) 46 (34,59) 66 (49,62) 21 (15,79) 158 (59,47) 108 (40,53) 24 (40,00) 18 (30,00) 18 (30,00) 66 (55,00) 54 (45,00) 75 (31,64) 117 (49,37) 45 (18,99) 267 (56,33) 207 (43,67) 1,1421 (0,6433) 1,0103 (0,9514) 0,8000 (0,5290) 1,1342 (0,4637) 1,4400 (0,2833) 0,4396 (0,0109) 1,8286 (0,0916) 0,9476 (0,8736) 0,7931 (0,5739) 2,2985 (0,0169) 0,4375 (0,0373) 1,1970 (0,4845) 68 (51,13) 30 (50,00) 136 (57,38) 0,7769 (0,2928) 0,7426 (0,3770) 1,0462 (0,9916) AA 52 (39,10) 23 (38,33) 80 (33,76) 1,2599 (0,3595) 1,2199 (0,6074) 1,0327 (0,9532) AG 13 (9,77) 7 (11,67) 21 (8,86) 1,1143 (0,9168) 1,3585 (0,6766) 0,8202 (0,8854) GG 187 (70,45) 83 (69,17) 352 (74,26) 0,8204 (0,2818) 0,7775 (0,3122) 1,0552 (0,9164) *A 79 (29,55) 37 (30,83) 122 (25,74) *G n= número de indivíduos analisados; OR= valor de Odds Ratio; p1: valor de p da Revascularização vs. Grupo Controle; p2: valor de p da Troca de válvula vs. Controle; p3: valor de p da Revascularização vs. Troca de válvula. 63 Tabela 17 – Distribuição genotípica e alélica dos polimorfismos de PrtCR, TNF-α, IL-6, IL-8 e IL-10 de acordo com a ausência de anticorpos para C.pneumoniae em pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA. Perfil Genótipico e alélico PrtCR rs2794521 (T>C) TT CT CC *T *C TNF-a rs1800629 (G>A) GG AG AA *G *A IL-6 rs1800795 (G>C) GG GC CC *G *C IL-8 rs4073 (T>A) TT AT AA *T *A IL-10 rs1800896 (A>G) Revascularização C. pneumoniae− (n:26) n(%) Troca de válvula C. pneumoniae − (n:11) n(%) População Controle C. pneumoniae− (n:58) n(%) 19 (73,08) 6 (23,08) 1 (3,84) 44 (84,62) 8 (15,38) 6 (54,55) 5 (45,45) 0 (0,00) 17 (77,27) 5 (22,73) 19 (73,08) 6 (23,08) 1 (3,84) 44 (84,62) 8 (15,38) OR (p1) OR (p2) OR (p3) 31 (53,45) 26 (44,83) 1 (1,72) 88 (75,86) 28 (24,14) 2,3641 (0,1460) 0,3692 (0,0980) 2,2800 (0,8538) 1,7500 (0,2824) 1,0452 (0,7927) 1,0256 (0,7701) − 1,0818 (0,8963) 2,2619 (0,4737) 0,3600 (0,3332) − 1,6176 (0,6712) 5 (45,45) 6 (54,55) 0 (0,00) 16 (72,73) 6 (27,27) 44 (75,86) 14 (24,14) 0 (0,00) 102 (87,93) 14 (12,07) 0,8636 (1,0000) 0,9429 (0,8638) − 0,7549 (0,7327) 0,2652 (0,0938) 3,7714 (0,0938) − 0,3660 (0,1268) 3,2571 (0,2180) 0,2500 (0,1376) − 2,0625 (0,3850) 21 (80,77) 4 (15,38) 1 (3,85) 46 (88,46) 6 (11,54) 9 (81,82) 2 (18,18) 0 (0,00) 20 (90,91) 2 (09,09) 41 (70,69) 15 (25,86) 2 (3,45) 97 (83,62) 19 (16,38) 1,7415 (0,4821) 0,5212 (0,4360) 1,1200 (0,5857) 1,5017 (0,5615) 1,8659 (0,6969) 0,6370 (0,8726) − 1,9588 (0,5831) 0,9333 (0,7004) 0,8182 (0,7818) − 0,7667 (0,9206) 13 (50,00) 10 (38,46) 3 (11,54) 36 (69,23) 16 (30,77) 3 (27,27) 6 (54,55) 2 (18,18) 12 (54,55) 10 (45,45) 19 (32,76) 31 (53,45) 8 (13,79) 69 (59,48) 47 (40,52) 2,0526 (0,2072) 0,5444 (0,3010) 0,8152 (0,9469) 1,5326 (0,3011) 0,7697 (0,9959) 1,0452 (0,7927) 1,3889 (0,9299) 0,8174 (0,8453) 2,6667 (0,3615) 0,5208 (0,5895) 0,5870 (0,9887) 1,8750 (0,3456) 11 (42,31) 2 (18,18) 25 (43,10) 0,9680 (0,8648) 0,2933 (0,2240) 3,3000 (0,3038) AA 11 (42,31) 6 (54,55) 27 (46,55) 0,8420 (0,9012) 1,3778 (0,8749) 0,6111 (0,7476) AG 4 (15,38) 3 (27,27) 6 (10,35) 1,5758 (0,7680) 3,2500 (0,2983) 0,4848 (0,7004) GG 33 (63,46) 10 (45,45) 77 (66,38) 0,8797 (0,8476) 0,4221 (0,1045) 2,0842 (0,2391) *A 19 (36,54) 12 (54,55) 39 (33,62) *G n= número de indivíduos analisados; OR= valor de Odds Ratio; p1: valor de p da Revascularização vs. Grupo Controle; p2: valor de p da Troca de válvula vs. Controle; p3: valor de p da Revascularização vs. Troca de válvula. 64 3.5. NÍVEIS PLASMÁTICOS DE PrtCR EM PACIENTES CARDÍACOS E GRUPO NO CONTROLE A figura 13 mostra a distribuição dos níveis plasmáticos nos pacientes (159 de RM e 71 de TV) e 196 indivíduos da população controle. A comparação estatística (valores de mediana de cada grupo no interior do box) demonstrou que os dois grupos de pacientes apresentam concentrações da proteína em quantidades significativamente maiores do que na população controle (p<0,05). Figura 13 – Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA. A comparação dos níveis plasmáticos de PrtCR, de acordo com os genótipos do polimorfismo rs2794521 (−717T>C) mostra que pacientes de RM e TV portadores do genótipo TT possuem níveis maiores quando comparados com os portadores do genótipo TT e CT na população controle (p<0,05). O genótipo CC em determinadas análises se apresentou com frequência insuficiente para a realização de análise estatística, razão pela qual sua descrição não é feita em algumas figuras a seguir. 65 Figura 14 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717 T>C), em Belém, PA. TT: genótipo selvagem, CT: genótipo heterozigoto, CC: genótipo alterado. As figuras 15 até a 19 mostram a comparação estatística das variáveis: níveis plasmáticos, os grupos estudados (RM, TV e Controle), o perfil genotípico, além da presença ou ausência de anticorpos para o gênero e espécies de Chlamydia. A figura 15 mostra a comparação dos níveis plasmáticos dentre os diferentes grupos levando em consideração o perfil genotípico e a presença de anticorpos para o gênero Chlamydia. A concentração de PrtCR foi significativamente maior no grupo de RM e TV do que no grupo controle (p<0,05). Os indivíduos com genótipo TT (RM e TV) apresentaram níveis significativamente maiores da proteína quando comparados com os indivíduos do grupo controle portadores do genótipo TT e CT (p<0,05). 66 Figura 15 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717 T>C) e a presença de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. TT: genótipo selvagem, CT: genótipo heterozigoto, CC: genótipo alterado. A figura 16 mostra a concentração de PrtCR distribuída por genótipo e levando em consideração a presença de anticorpos para C.trachomatis. O grupo de RM portador de genótipo TT apresentou uma maior concentração da proteína do que o grupo controle (p<0,05). O mesmo ocorre para o genótipo TT quando se comparamos o grupo de TV e controle. Além disso, foi observada diferença estatisticamente significante entre o genótipo CT do grupo de TV e o genótipo TT e CT do grupo controle (p<0,05). 67 Figura 16 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717 T>C) e a presença de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA. TT: genótipo selvagem, CT: genótipo heterozigoto. Ao comparar as variáveis anteriores de acordo com a ausência de anticorpos para C. trachomatis, a diferença entre o genótipo TT do grupo RM e TV permanecem estatisticamente significantes em relação ao genótipo TT e CT do grupo controle (Figura 17). 68 Figura 17 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717 T>C) e a ausência de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA. TT: genótipo selvagem, CT: genótipo heterozigoto. Os níveis plasmáticos de PrtCR foram comparados entre os grupos de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C. pneumoniae (Figura 18 e 19, respectivamente). O genótipo TT dos grupos RM e TV apresentaram uma concentração significativamente maior da proteína em relação aos genótipos TT e CT do grupo controle (p<0,05) (Figura 18). Ao analisar as variáveis dentre os grupos sem anticorpos para C.pneumoniae, houve diferença estatisticamente significante entre o grupo de RM e TV portador do genótipo TT e o grupo controle portador do genótipo TT e CT (p<0,05) (Figura 19). 69 Figura 18 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717T>C) e a presença de anticorpos para C.pneumoniae em Belém, PA. TT: genótipo selvagem, CT: genótipo heterozigoto, CC: genótipo alterado. Figura 19 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs279452 (−717 T>C) e a ausência de anticorpos para C.pneumoniae em Belém, PA. TT: genótipo selvagem, CT: genótipo heterozigoto. 70 As figuras 20 até a 23 mostram as comparações entre os grupos de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para o gênero e espécies de Chlamydia sem levar em consideração o perfil genotípico. Na figura 20 o grupo de RM com e sem anticorpos para Chlamydia apresentou níveis de PrtCR maiores do que o grupo controle, com resultados estatisticamente significantes (p<0,05). Figura 20 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes submetidos à revascularização (RM) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para o gênero Chlamydia em Belém, PA. A figura 21 compara o grupo de TV e controle. O grupo de TV com anticorpos para Chlamydia apresentaram níveis significativamente maiores da proteína em relação ao grupo controle. A mesma diferença significante se observa entre o grupo de TV com sem anticorpos e o controle (p<0,05). 71 Figura 21 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes submetidos à troca de válvula (TV) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para o gênero Chlamydia em Belém, PA. A comparação entre os grupos de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C. trachomatis estão demonstradas na figura 22. Tanto na presença como ausência de anticorpos, o grupo de RM apresenta concentrações significativamente maiores de PrtCR do que o grupo controle. O grupo de TV com anticorpos para C.trachomatis apresentou diferença estatisticamente significante em relação ao grupo controle (p<0,05). Porém esta significância estatística é perdida quando a comparação é feita entre o grupo TV sem anticorpos para C. trachomatis e o grupo controle. 72 Figura 22 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA. A figura 23 demonstra a comparação dos grupos de acordo coma presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae. O grupo de RM com e sem anticorpos para C.pneumoniae apresentou níveis de PrtCR significativamente maiores do que o grupo controle (p<0,05). O grupo de TV com anticorpos para C.pneumoniae apresentou diferença estatisticamente significante quando comparado ao grupo controle (p<0,05). Não houve diferença estatisticamente significante entre o grupo sem anticorpos para C.pneumoniae e o controle. 73 Figura 23 − Níveis plasmáticos de PrtCR entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae em Belém, PA. 3.6. EXPRESSÃO GÊNICA DE TNF-α EM PACIENTES CARDÍACOS E NO GRUPO CONTROLE A quantificação do mRNA de TNF- α foi realizada em 22 amostras do grupo de RM, 17 amostras do grupo de TV e 28 amostras do grupo controle. A figura 24 demonstra que o grupo controle apresentou uma expressão significativamente maior de TNF- α do que os dois grupos de pacientes, sendo que a comparação com os indivíduos de RM resultou em resultados estatisticamente significantes (p<0,05). 74 Figura 24 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes e um grupo controle em Belém, PA. RQ: valor de quantificação relativa. A figura 25 demonstra a comparação dos níveis de expressão de TNF-α entre os grupos de acordo com o perfil genotípico para o polimorfismo rs1800629 (−308G>A). O genótipo AA, por se apresentar em frequência insuficiente para análise estatística, foi somado com o genótipo heterozigoto (AG). O grupo controle portador do genótipo AG e AA apresentou expressão significativamente maior do que os grupos de RM e TV portadores do genótipo GG (p<0,05). 75 Figura 25 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com genótipos para o polimorfismo rs1800629 (−308G>A) em Belém, PA. RQ: valor de quantificação relativa, GG: genótipo selvagem, AG: genótipo heterozigoto, AA: genótipo alterado. Ao comparar a expressão e perfil genotípico entre os grupos de acordo com a presença de anticorpos para Chlamydia, os níveis de mRNA do TNF-α permanecem significativamente maiores em portadores dos genótipos AG/AA do grupo controle (p<0,05) (Figura 26). 76 Figura 26 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com genótipos para o polimorfismo rs1800629 (−308G>A) e a presença de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. RQ: valor de quantificação relativa, GG: genótipo selvagem, AG: genótipo heterozigoto, AA: genótipo alterado. Na figura 27, a comparação entre os grupos de RM e controle ocorre de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia. O grupo controle, com e sem anticorpos apresentou níveis de expressão significativamente maiores quando comparado com o grupo RM (p<0,05). Na figura 28, a comparação com o grupo TV demonstra que na ausência de anticorpos para Chlamydia, o grupo controle mostra uma maior quantificação de mRNA do que o grupo RM (p<0,05). 77 Figura 27 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes submetidos à revascularização (RM) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. Figura 28 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes submetidos à troca de válvula (TV) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. 78 As figuras 29 e 30 representam a comparação da expressão de TNF-α de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis e C.pneumoniae, respectivamente. Na figura 29 as amostras do grupo controle sem anticorpos para C.trachomatis apresentaram níveis significativamente maiores de expressão do que o grupo de RM e TV com anticorpos para a espécie (p<0,05). Na figura 30 um resultado estatisticamente significante é observado entre o grupo controle com anticorpos para C.pneumoniae e os grupos de RM e TV (p<0,05). Figura 29 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA. 79 Figura 30 − Níveis de mRNA de TNF-α entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae em Belém, PA. 3.7 NÍVEIS PLASMÁTICOS DE IL-6 EM PACIENTES CARDÍACOS E NO GRUPO CONTROLE A dosagem dos níveis plasmáticos foi realizada em 19 amostras de pacientes de RM, 14 amostras de pacientes de TV e 28 amostras de grupo controle (Figura 31). As comparações entre os diferentes grupos (mediana no interior do box) demonstrou que as concentrações de IL-6 foram significativamente maiores no grupo de pacientes (RM e TV) do que no grupo controle (p<0,05). 80 Figura 31 – Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA. A figura 32 demonstra a comparação dos níveis de IL-6 de acordo com os diferentes genótipos para o polimorfismo rs1800795 (−174G>C). O genótipo CC se apresentou com frequência insuficiente para a realização de análise estatística, razão pela qual foi unido ao genótipo GC com o objetivo de aumentar a amostragem para a análise estatística. Ao inserir a variável genótipo na comparação foi observado que existiu uma maior concentração de IL-6 no plasma de pacientes de RM portadores do genótipo GG quando comparado com o grupo controle portador do genótipo GG e também dos genótipos GC/CC(p<0,05). Para o grupo de TV, os indivíduos portadores dos genótipos GC/CC apresentaram maiores níveis da citocina do que o grupo controle portador do genótipo GG (p<0,05). 81 Figura 32 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs1800795 (−174G>C) em Belém, PA. GG: genótipo selvagem, GC: genótipo heterozigoto, CC: genótipo alterado. A Figura 33 demonstra a comparação entre os diferentes grupos (RM, TV e controle) de acordo com o perfil genotípico e presença de anticorpos para Chlamydia. O grupo de RM e o de TV, ambos portadores do genótipo GG mostraram concentrações significativamente maiores de IL-6 do que o grupo controle portador do mesmo genótipo (p<0,05). 82 Figura 33 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes cardíacos e um grupo controle, de acordo com genótipos para o polimorfismo rs1800795 (−174G>C) e presença de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. GG: genótipo selvagem, GC: genótipo heterozigoto, CC: genótipo alterado. A figura 34 representa a comparação dos níveis plasmáticos de IL-6 entre o grupo de RM e controle, levando em consideração a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia. Houve diferença estatisticamente significante entre o grupo de RM e o grupo controle com anticorpos para Chlamydia, onde os pacientes apresentaram uma concentração significativamente maior de IL-6 do que os controles (p<0,05). Resultado semelhante foi encontrado quando comparamos o mesmo grupo de pacientes com o grupo controle sem anticorpos para Chlamydia. Adicionalmente, ao comparar o grupo de RM e controle sem anticorpos para Chlamydia, houve diferença estatisticamente significante (p<0,05). 83 Figura 34 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre os pacientes submetidos à revascularização do miocárdio (RM) e um grupo controle de acordo com presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. A comparação dos níveis plasmáticos de IL-6 entre o grupo de TV e controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia estão representados na Figura 35. De forma semelhante ao grupo de RM (Figura 34), os pacientes de TV com anticorpos para Chlamydia apresentaram níveis significativamente maiores da citocina do que o grupo controle com e sem anticorpos para Chlamydia (p<0,05). Os pacientes sem anticorpos para Chlamydia demonstraram uma acentuada redução nos níveis plasmáticos de IL−6, razão pela qual não foram observados resultados estatisticamente significativos. 84 Figura 35 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes submetidos à troca de válvula (TV) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. As figuras 36 e 37 representam a comparação das concentrações de IL-6 dentre os grupos e de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis e C. pneumoniae, respectivamente. Na figura 36 o grupo de RM sem anticorpos para C.trachomatis possui maiores concentrações de IL-6 do que o controle (p<0,05). O grupo de TV com anticorpos mostrou níveis plasmáticos significativamente maiores do que o grupo controle com e sem anticorpos para C.trachomatis (p<0,05). Na figura 37 o grupo de RM com e sem anticorpos para C.pneumoniae apresentaram maior concentração da citocina em relação ao grupo controle, com resultado estatisticamente significante (p<0,05). Não houve diferença estatisticamente significante entre o grupo de TV e o controle. 85 Figura 36 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA. Figura 37 − Níveis plasmáticos de IL-6 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae em Belém, PA. 86 3.8. EXPRESSÃO GÊNICA DE IL-8 EM PACIENTES CARDÍACOS E NO GRUPO CONTROLE. A quantificação do mRNA de IL-8 foi realizada em 27 amostras do grupo de RM, 21 amostras do grupo de TV e 32 amostras do grupo controle. A figura 38 demonstra que o grupo controle apresentou uma expressão significativamente maior de IL-8 do que os dois grupos de pacientes, com resultados estatisticamente significantes (p<0,05). Figura 38 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA. RQ: valor de quantificação relativa. Na figura 39 os níveis de expressão foram comparados levando em consideração o perfil genotípico para o polimorfismo rs4073(−251T>A). O grupo controle apresentou níveis significativamente maiores de mRNA de IL-8 do que pacientes. Esta diferença foi observada entre os genótipos TT e AA do grupo controle e os genótipos TT do grupo de RM (p<0,05). Na figura 40 a comparação ocorre de acordo com o perfil genotípico e a presença de anticorpos para Chlamydia, onde podemos verificar que o grupo controle com genótipo AT apresentou níveis significativamente maiores de expressão do que o grupo RM e TV com genótipo TT (p<0,05). 87 Figura 39 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com genótipos para o polimorfismo rs4073 (−251T>A) em Belém, PA. RQ: valor de quantificação relativa, TT: genótipo selvagem, AT: genótipo heterozigoto, AA: genótipo alterado. Figura 40 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com o polimorfismo rs4073 (−251T>A) e a presença de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. RQ: valor de quantificação relativa, TT: genótipo selvagem, AT: genótipo heterozigoto, AA: genótipo alterado. 88 Na figura 41 avaliamos os níveis de mRNA de IL-8 entre os grupos de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia. O grupo controle com anticorpos para Chlamydia apresentou níveis maiores do que os pacientes de RM (p<0,05). Na figura 42 não foi observada diferença estatisticamente significante entre o grupo de TV e controle. Figura 41 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes submetidos a revascularização do miocárdio (RM) e um do grupo controle de acordo com resultado a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. 89 Figura 42 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes submetidos a troca de válvula (TV) e um grupo controle de acordo com resultado a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. As figura 43 e 44 demonstram a comparação da expressão de IL-8 entre os diferentes grupos de acordo com a presença e ausência de anticorpos para a C.trachomatis e C.pneumoniae, respectivamente. Na figura 43, o grupo de TV e grupo controle sem anticorpos para C.trachomatis mostraram expressão significativamente maior do que o grupo de RM (p<0,05). Na figura 44 o grupo controle com anticorpos para C.pneumoniae apresenta diferença estatisticamente significante quando comparado ao grupo de RM. Adicionalmente, o grupo de TV com anticorpos para C.pneumoniae mostrou uma expressão maior de IL-8 quando comparado com o grupo de RM sem anticorpos (p<0,05). 90 Figura 43 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis em Belém, PA. Figura 44 − Níveis de mRNA de IL-8 entre pacientes cardíacos em um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae em Belém, PA. 91 3.9. EXPRESSÃO GÊNICA DE IL-10 EM PACIENTES CARDÍACOS E NO GRUPO CONTROLE. A quantificação do mRNA de IL-10 foi realizada em 27 amostras do grupo de RM, 20 amostras do grupo de TV e 33 amostras do grupo controle. A figura 45 demonstra a distribuição dos níveis de expressão relativa, onde não se observa diferença estatisticamente significante. Figura 45 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle em Belém, PA. A figura 46 demonstra uma diferença estatisticamente significante quando se compara os níveis de expressão da citocina com o perfil genotípico para o polimorfismo rs1800896 (−1082A>G). O grupo de RM com genótipo AG apresentou níveis de expressão significativamente maiores do que o grupo controle com genótipo AA (p<0,05). O grupo de TV com genótipo GG também demonstrou maior expressão quando comparado com o grupo controle portador do genótipo AA (p<0,05). 92 Figura 46 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com genótipos para o polimorfismo rs1800896 (−1082G>A) em Belém, PA. RQ: valor de quantificação relativa, AA: genótipo selvagem, AG: genótipo heterozigoto, GG: genótipo alterado. A figura 47 mostra a associação dos níveis de expressão de IL-10 com o perfil genotípico e a presença de anticorpos para Chlamydia. Os genótipos AG e GG foram somados para se obter um número amostral significativo para análise estatística. Os níveis de expressão entre os grupos se mostraram iguais, não havendo resultado estatisticamente significante. De forma semelhante, não foi observada diferença estatisticamente significante nas figuras 48 e 49, onde os níveis de expressão foram comparados de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia. 93 Figura 47 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com os genótipos para o polimorfismo rs1800896 (−1082 G>A) e a presença de anticorpos para Chlamydia em Belém, PA. RQ: valor de quantificação relativa, AA: genótipo selvagem, AG: genótipo heterozigoto, GG: genótipo alterado. Figura 48 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes submetidos a revascularização do miocárdio (RM) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia. 94 Figura 49 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes submetidos a troca de válvula (TV) e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para Chlamydia. As figuras 50 e 51 mostram a comparação da expressão de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis e C.pneumoniae, respectivamente. Não foram observadas diferenças significantes entre os níveis de expressão para IL-10 nestes grupos. 95 Figura 50 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.trachomatis. Figura 51 − Níveis de mRNA de IL-10 entre pacientes cardíacos e um grupo controle de acordo com a presença ou ausência de anticorpos para C.pneumoniae. 96 4. DISCUSSÃO 4.1. PERFIL DEMOGRÁFICO E SOCIAL, SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS E DETECÇÃO DE ÁCIDO NUCLÉICO DE C.TRACHOMATIS E C.PNEUMONIAE EM PACIENTES COM DOENÇA CARDIOVASCULAR. De acordo com a OMS, dentre um total de 16,7 milhões de mortes por ano devido a doenças cardiovasculares, quase a metade destas mortes é em decorrência da doença arterial coronariana, seguida de outras condições como o acidente vascular cerebral, doença cardíaca hipertensiva, inflamatória e reumática (WHO, 2004). Os fatores de risco para o desenvolvimento da doença arterial coronariana estão divididos em modificáveis e não-modificáveis. Os fatores modificáveis incluem, dentre outros, hipertensão, diabetes, tabagismo, sobrepeso, hipercolesterolemia. Os fatores não modificáveis incluem o sexo, idade, etnia e herança genética (Gifford, 1993; WHO, 2004; Safford et al., 2012). O surgimento das doenças cardiovasculares aumenta de acordo com o avanço da idade, devido ao processo natural de envelhecimento celular que favorece o surgimento alterações vasculares (Kovacic et al., 2011). Estas doenças também se apresentam de forma mais frequente entre homens, particularmente quando as mulheres se encontram em fase de pré-menopausa, pois a presença do estrógeno parece desempenhar um papel protetor para o sexo feminino (Gifford, 1993; Clarkson et al., 2007). Outro fator que pode estar relacionado a um maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares é a condição socioeconômica da população, aqui incluídos a renda familiar, o nível de escolaridade e o tipo de ocupação. A baixa renda, por exemplo, pode limitar o acesso a educação e aos cuidados médicos de qualidade que auxiliam na conscientização e prevenção primária contra a doença arterial coronariana. Dessa forma, o baixo nível socioeconômico pode interferir na realização de práticas preventivas como o exercício físico, a alimentação de qualidade e exames médicos anuais (Kaplan & Keil, 1993; Maynard et al., 2012). Os pacientes coronarianos submetidos a revascularização do miocárdio (RM) deste estudo apresentaram características epidemiológicas, em geral, concordantes com o relatado na literatura (Virmani et al., 1991; Clarkson et al., 2007; Clark et al., 2009; Ruff & Braunwald, 2011). A maioria pertenceu ao sexo masculino, idade média de 60,4 anos, com baixo nível de escolaridade (sem conclusão do ensino fundamental) e baixa renda (1 a 3 salários). Todo o ciclo que costuma cercar os pacientes com doença coronariana se repetiram, uma vez que a baixa escolaridade associada a baixa renda, não permitem, por vezes, o 97 entendimento adequado das maneiras básicas de proteção e cuidados associados com a prevenção de doenças cardíacas. O grupo de indivíduos submetidos à troca de válvula (TV) foi composto em sua maioria por mulheres, idade média de 45,6 anos, estado civil solteiro, com baixo nível de escolaridade (sem conclusão do ensino fundamental) e baixa renda (1 a 3 salários). Indivíduos portadores de valvulopatia apresentam característica epidemiológica diferente, devido à diversidade de fatores desencadeantes da doença tais como, desordens congênitas ou por uma variedade de doenças adquiridas no decorrer da vida, como a febre reumática. (Fernandes et al., 2012). A doença atinge indivíduos jovens, em idade reprodutiva e ativos para o trabalho, representando um grande prejuízo socioeconômico em países em desenvolvimento (Okello et al., 2012). A prevalência de anticorpos contra C.trachomatis não é muito relatada em portadores de doenças cardíacas. Em contrapartida, este agente é alvo de muitos estudos envolvendo grupos como mulheres e homens sexualmente ativos, principalmente apresentando anormalidades no sistema reprodutor, uma vez que a C. trachomatis é uma das principais bactérias transmitidas através da via sexual (WHO, 2005). A soroprevalência pode variar de 4% a 10% em grupos de mulheres grávidas saudáveis (Salmani et al., 2011), 25% em profissionais do sexo (Cravioto et al., 2003), 50% em mulheres com histórico desfavorável na gravidez até 68% em mulheres apresentando infertilidade (Sharma et al., 2002). Os resultados do presente estudo apontam uma soroprevalência de 30,6% no grupo de RM, 20,3% no grupo de TV e 36,7% no grupo controle. Estes dados demonstram que independente da presença de doença cardíaca, a população do estado do Pará apresenta uma alta exposição à C. trachomatis que pode ser decorrente tanto da transmissão sexual como do contato com as variantes causadoras do tracoma, que são endêmicas nesta região (Ishak & Ishak, 2001; Costa, 2002, Feitosa, 2010). Estudos soroepidemiológicos tanto de C. trachomatis como de C. pneumoniae são difíceis para comparação devido a diferenças nos grupos populacionais estudados, mas principalmente devido aos diferentes tipos de técnicas sorológicas empregadas, variações no cut-off estabelecido etc. A C. pneumoniae possui uma ampla disseminação no mundo devido sua transmissão ocorrer através do contato com gotículas contaminadas das vias respiratórias. As estimativas apontam que mais de 50% da população adulta e entre 10 a 20% de crianças apresentem anticorpos contra a bactéria (Blasi et al., 1998; Koh et al., 2002; Burillo & Bouza, 2010). 98 O presente estudo demonstrou uma prevalência de anticorpos de 83,6% para o grupo de RM, 84,5% para o grupo de TV e 80,3% para o grupo controle, dados estes considerados semelhantes em outros grupos populacionais. Na Espanha, indivíduos com mais de 15 anos de idade mostraram 75% de prevalência (Bellido-Casado et al., 2006). Em Singapura, homens entre 18 e 69 anos apresentaram uma prevalência de 75% enquanto as mulheres 68,5% no mesmo estudo (Koh et al., 2002). Na Índia, os pacientes coronarianos apresentam prevalência de 76% (Argawal et al., 2007). Os dados de prevalência do presente estudo superam também os dados relatados no Japão onde Myashita et al. (2002) analisando por dez anos as oscilações de prevalência, observou a menor de 59% e a mais alta de 73,3%, sendo considerada uma região de alta exposição. De forma diferente deste estudo, no México foi observado que há uma associação entre a soroprevalência de C. pneumoniae e a doença arterial coronariana, pois o grupo de pacientes apresentou 94,3% de anticorpos contra apenas 37% do grupo controle (Elorriaga et al., 2002). Thom et al. (1998) demonstraram uma prevalência de 67% em pacientes cardíacos contra 48% na população controle afirmando que indivíduos com anticorpos anti C.pneumoniae possuem 2,6 vezes mais risco de adquirir doença cardiovascular do que indivíduos sem anticorpos. Não foi possível encontrar esta associação no presente estudo, pois a população controle apresentou uma alta soroprevalência assim como a de pacientes (RM e TV) demonstrando que nossa região apresenta uma maior disseminação bacteriana independente dos grupos, assim como em outras regiões como Israel onde 74% de adultos saudáveis para doenças respiratórias apresentaram anticorpos anti-C.pneumoniae (Ben Yaakov et al., 2002). Estes dados também se assemelham ao de Sotiropoulos et al. (2006) que também encontraram alta prevalência no grupo controle (86%) e pacientes coronarianos (91%). O estudo de Meza-Junco et al. (2004) ressalta a grande e variada distribuição de C.pneumoniae entre diferentes populações quando observou 70,5% de prevalência em seu grupo controle e 66,3% em seus pacientes cardíacos. Outras doenças cardiovasculares se tornaram alvo de pesquisas para associação com Chlamydia, como as doenças de válvulas cardíacas. Os principais estudos não possuem como foco a soroprevalência, mas sim a busca direta da bactéria no tecido valvular. A prevalência de anticorpos anti-C.pneumoniae deste estudo são maiores do que o estudo de Turgeman et al. (2006) que avaliou pacientes com diferentes níveis de estenose de válvula aórtica, encontrando 42% de prevalência de IgG no grupo com grau moderado ou grave da doença. O presente estudo encontrou uma prevalência concordante com o estudo de Atar et al. (2007) 99 que encontraram 84% de soropositividade para C.pneumoniae em pacientes com doença de válvula aórtica e mitral. A maioria dos estudos que afirma uma associação entre Chlamydia e doença cardíaca utiliza metodologias de detecção de antígenos ou DNA no tecido cardíaco, como o trabalho de Juvonen et al. (1998) que detectou 53% das válvulas aórticas contendo marcadores de infecção por C.pneumoniae em indivíduos com idade avançada. No Brasil, Higuchi et al. (2005) identificaram antígenos bacterianos nas válvulas apontando uma participação no processo de calcificação deste tecido. O presente estudo, através de biologia molecular, não identificou a presença de C.pneumoniae nos fragmentos de válvula, aortas e placas de ateroma, concordando com os estudos que através de diferentes métodos, como biologia molecular e cultura, não identificaram a presença de C.pneumoniae em tecidos cardiovasculares mesmo em populações com alta prevalência de anticorpos (Andreasen et al., 1998; Ong et al., 2001; Rose et al., 2002; Vainio et al., 2002; Ferrari et al., 2005; Satpathy et al., 2008). Zhang et al. (2003) estudaram amostras de biópsia para detecção de C.pneumoniae por imunohistoquímica e, apesar de ter encontrado marcação positiva, afirmaram que a sua presença nas paredes de artéria coronária não estavam associadas a uma progressão na lesão da camada íntima, existindo então uma associação limitada entre a bactéria e a patogênese da aterosclerose. A partir dos dados de biologia molecular, não foi possível estabelecer uma associação entre a infecção por C.pnemoniae e a patogênese da aterosclerose. Os diferentes resultados encontrados na literatura dificultam uma associação consenso de Chlamydia pneumoniae como um agente causal no desenvolvimento ou complicações das doenças cardiovasculares. Em contrapartida, o presente estudo é o primeiro que apresenta a amplificação de DNA de C. trachomatis em amostras de tecido cardiovascular. Ainda que as células endoteliais e do músculo cardíaco possam não ser um alvo natural para a infecção da C. trachomatis, a bactéria pode alcançar a região por meio de monócitos/macrófagos infectados, uma vez que estas células podem ser infectadas in vitro, apresentando inclusões intracelulares características da multiplicação bacteriana. Análises de rRNA primário de C.trachomatis demonstraram microrganismos viáveis e metabolicamente ativos no interior das inclusões (Koehler, et al., 1997; Sun et al., 2012) Apesar das aparentes diferenças no tropismo celular entre as espécies, tanto a C. trachomatis, C.psittaci como C.pneumoniae já foram associadas com a manifestação de miocardites sendo capazes de provocar infecção produtiva nas células endoteliais e do músculo cardíaco resultando em danos significativos para o coração tanto em modelos 100 experimentais como em estudos humanos (Gaydos et al.,, 1996; Bachmaier et al., 1999; Schinkel et al., 2000; Wang et al., 2002). Alguns relatos de caso sustentam as afirmações anteriores como casos de endocardite associada à infecção por C. trachomatis em paciente com resultado de cultura negativa (Brearley & Hutchinson, 1981). Mavrogeni et al. (2008) documentaram um caso de miocardite causada por C.trachomatis em paciente com histórico de prostatite. Dan et al. (1987) descreveram o isolamento de C.trachomatis a partir de biópsia de fígado em um paciente apresentando febre alta e prolongada. 4.2. POLIMORFISMO DE MARCADORES DE RESPOSTA IMUNOLÓGICA E INFLAMATÓRIA A distribuição alélica e genotípica da PrtCR, TNF-α e IL-10 não foram associadas ao risco de desenvolvimento de doença cardiovascular após diferentes comparações entre pacientes e controle, levando em consideração os resultados sorológicos para C.trachomatis e C.pneumoniae. Apesar dos polimorfismos selecionados para este estudo serem os de maior associação com doenças crônicas como a aterosclerose, diversos outros marcadores (imunológicos, inflamatórios e bioquímicos) estão sendo identificados e associados com risco baixo, moderado ou alto doença cardiovascular (Hage & Szalai et al., 2007; Perry et al., 2009; Karaca et al., 2011; Nair et al., 2013). É importante considerar a condição multifatorial destas doenças, cujo início e a evolução de lesões cardíacas e vasculares não dependem somente de uma predisposição genética, mas também dos fatores ambientais envolvidos (sedentarismo, fumo, tabagismo, hiperlipidemia etc) (Nash et al., 2011; Kiechl & Willeit, 1999; WHO, 2004). De acordo com os resultados deste e de outros estudos, o polimorfismo de região promotora rs1800795 (−174G>C) de IL-6 pode representar um fator de risco para doenças cardiovasculares alterando os níveis de transcrição do gene, bem como os níveis plasmáticos da citocina (Fishman et al., 1998; Shibata et al., 2002; Giacconi et al., 2004; Antonicelli et al., 2005). Este polimorfismo foi identificado pela primeira vez em um estudo com caucasianos em Londres onde foi encontrada uma frequência do alelo G em torno de 60% e o alelo C em torno de 40% (Fishman et al., 1998). Ao contrário, o presente estudo apresentou uma frequência do alelo G muito maior nas tres populações estudadas (RM: 90,25%; TV: 89,44%; Controle: 83,17%) e o alelo C em menor frequência (RM: 9,75%; TV: 10,56%; Controle: 101 16,83%) (Tabela 14). Ao comparar estas frequências com outras registradas em estudos na população global, foi observada uma distribuição alélica heterogênea. Africanos e asiáticos possuem uma frequencia alélica semelhante a do presente estudo, com frequência do alelo G igual a 95,8% e 95,7%, respectivamente. Em contrapartida, europeus e norte-americanos apresentam uma frequência do alelo G menor (46,5% e 35,3%, respectivamente) (SNP-NCBI, 2013). Estas diferenças podem ser decorrentes da contribuição genética de diferentes etnias (africanos, ameríndios e europeus) na formação da população paraense (Santos et al., 2010). Outros estudos apontam o alelo C foi associado com maiores níveis plasmáticos de IL-6 (Brull et al., 2001; Niu et al., 2012), tornando o papel do polimorfismo ainda controverso, inclusive em estudos de metanálise (Yin et al., 2013). Indivíduos portadores do genótipo GG (IL-6) possuem, neste estudo, um risco duas a tres vezes maior de desenvolvimento de doença cardiovascular (doença coronariana e valvulopatia) do que o indivíduo portador dos outros genótipos. Existem muitas associações entre o genótipo GG e um maior risco de desenvolvimento de patologias diversas (Sarcoma de Kaposi, hiperlipidemia, deficiência de crescimento em portadores de doença de Chron etc) (Foster et al., 2000; Fernandez-Real et al., 2002; Sawczenko et al., 2005), incluindo doenças cardiovasculares (Olivieri et al., 2002; Giacconi et al., 2004; Antonicelli et al., 2005). Assim como no presente estudo, Myśliwska et al., em 2006 associaram o genótipo GG a um maior risco de obstrução coronária. Do mesmo modo que na aterosclerose, a presença de uma lesão no tecido das válvulas cardíacas pode estimular o processo inflamatório caracterizado por ativação de macrófagos, linfócitos, infiltração de lipoptoteínas, acúmulo de cálcio, mediante a secreção exacerbada de diversas citocinas pró-inflamatórias incluindo a IL-6 (Mazzone et al., 2004). O genótipo GC apresentou uma frequência significativamente maior na população controle, representando um fator de proteção contra a doença cardiovascular (RM:11,95%; TV:9,86%; Controle:28,33%). A presença do alelo C, que influencia em uma menor atividade transcricional do gene da IL-6, pode trazer uma resposta mais equilibrada no que diz respeito à secreção da citocina (Fishman et al., 1998), contrariando a resposta exacerbada inerente ao alelo G. O papel do genótipo GC como protetor pode explicar o fato de somente os pacientes (RM e TV) apresentarem suas frequências genotípicas em desequilíbrio de Hardy-Weinberg, uma vez que a frequência observada de GC nos referidos grupo se mostrou menor do que a esperada. Em relação a IL-8, foi demonstrada uma frequência maior do genótipo AA na população de TV quando comparada com a de RM (28,17% vs. 15,09%, respectivamente), 102 apresentando resultado estatisticamente significante (p=0,0318). Quando o grupo TV foi comparado com a população controle para o mesmo genótipo, o resultado se aproximou daquele considerado estatisticamente significante (p=0,07). Estes resultados são coerentes com estudos que demonstram uma maior atividade transcricional do gene no grupo de pacientes portadores do genótipo AA (Hull et al., 2000; Wang et al., 2012). Da mesma forma que ocorreu para IL-6, o genótipo heterozigoto de IL-8 se mostrou em maior frequência na população controle do que nos pacientes de TV (50% vs. 33,80%, respectivamente), representando um papel de proteção contra o desenvolvimento de valvulopatias (p=0,02). Isto ocorreu possivelmente devido a um equilíbrio na secreção da quimiocina por conta da presença do alelo T que é associado a uma menor atividade transcricional do gene (Hull et al., 2000; Wang et al., 2012). O papel da IL-8 no desenvolvimento de valvulopatias pode ser explicado pelo processo inflamatório característico em tecido cardíaco com lesões. Além da secreção de proteínas quimiotáticas de monócitos (MCP-1), moléculas de adesão, fatores de crescimento de fibroblastos, as células neste tecido podem estimular a quimiotaxia de neutrófilos através da secreção de IL-8 (Harada et al., 1994). Portanto o genótipo AA, neste estudo, mostrou se como um fator de risco para o surgimento de valvulopatias. Os resultados mostram também a persistência do genótipo GG de IL-6 como fator de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular, independentemente do resultado sorológico para C.trachomatis. Ainda que não seja observado de imediato o papel do genótipo GC como fator de proteção tanto para doença coronariana como para valvulopatias (informação que ficou parcialmente oculta na tabela 15), o aumento do tamanho amostral evidenciado na tabela seguinte é suficiente para confirmar a observação. Com relação a IL-8, dentre as amostras que apresentavam anticorpos para C.trachomatis, foi observada uma perda na significância estatística, porém ao comparar as amostras sem anticorpos, o genótipo AA demonstra novamente maior frequência no grupo de TV do que no de RM e controle, assim como o genótipo AT se mostra mais frequente no grupo controle. Ao observar as mesmas análises relacionadas à presença de anticorpos para C.pneumoniae, os resultados do genótipo GG de IL-6 e AA de IL-8 permanecem semelhantes aos encontrados com C.trachomatis, reforçando a associação descrita anteriormente. Ao retirar a variável soropositividade para C.pneumoniae, as frequências perdem sua significância estatística, portanto, sugerindo que o histórico de infecção por C.pneumoniae 103 pode se comportar como um fator sinérgico influenciando na associação descrita com polimorfismo de IL-6 e IL-8. Com base nas comparações realizadas, é possível sugerir que o perfil genótípico de IL−6 e IL−8 podem influenciar na suscetibilidade à doença cardiovascular de forma independente da presença de marcadores de infecção por C.trachomatis. Entretanto, esta associação é perdida ao comparar os grupos soronegativos para C.pneumoniae, nos permintindo sugerir um papel sinérgico dos marcadores de infecção por esta bactéria, acentuando os mecanismos de resposta imunológica através de estímulos inflamatórios específicos. O perfil genético individual, para IL-6 e IL-8, pode se comportar com um fator de risco para o desenvolvimento da doença cardiovascular, através da indução de diferentes efeitos biológicos destas citocinas no organismo. 4.3. NÍVEIS PLASMÁTICOS E DE EXPRESSÃO GÊNICA DE MARCADORES DE RESPOSTA IMUNOLÓGICA E INFLAMATÓRIA O presente estudo não encontrou evidências de suscetibilidade genética associada a PrtCR, levando em consideração os resultados do polimorfismo rs2794521 (−717T>C). Apesar de o fator genético ser importante, ele é incapaz de influenciar de forma isolada os níveis de PrtCR (Kathiresan et al., 2006; Hage & Szalai et al., 2007). A avaliação dos níveis plasmáticos deste estudo reforçam a participação da PrtCR como fator de risco para a doença cardiovascular. Tanto o grupo de RM como de TV apresentaram níveis plasmáticos maiores do que o grupo controle, funcionando como um fator preditor de eventos coronários (angina instável, estável, infarto agudo do miocárdio) e valvulares (Galante et al., 2001; Ridker et al., 2002; Sinning et al., 2006). O risco para doença cardíaca deve ser avaliado não só em populações adultas e com comportamentos de risco, mas também em indivíduos com idade precoce (crianças e adolescentes), pois estes grupos já demonstram um risco futuro, de acordo com a análise de vários biomarcadores, como a PrtCR (Namburi et al., 2013). A interação da PrtCR com células vasculares e cardíacas tem sido alvo de muitos estudos que buscam descrever o mecanismo exato que explique sua alta sensibilidade e efeito inflamatório imediato. Foi observado que altos níveis da proteína desencadeiam efeitos pro-inflamatórios através da expressão de moléculas de adesão intercelular e vascular, citocinas, proteínas quimiotáticas, fatores de coagulação, bem como o aumento da captação de LDL colesterol pelos macrófagos (Venugopal et al., 2005; Peng et al., 2013). 104 A comparação dos níveis plasmáticos de PrtCR, com o perfil genético e a presença de anticorpos para o gênero ou as espécies de Chlamydia, mostrou uma concentração dos níveis plasmáticos significativamente maior nos grupos de pacientes portadores do genótipo TT do que no grupo controle. Estes dados são semelhantes ao estudo de Chen et al. (2005), que observaram o alelo T em maior frequência entre indivíduos com doença arterial coronariana e infarto agudo do miocárdio do que nos controles. Isto pode ser explicado através do estudo de Wang et al. (2009) que demonstraram uma atividade transcricional maior do gene de PrtCR na presença do alelo T do que do alelo C. Pode-se sugerir que a presença do alelo T pode estar associada a um aumento nos níveis plasmáticos de PrtCR promovendo um risco no desenvolvimento de doença cardiovascular. Ao analisar os níveis plasmáticos de PrtCR em relação a presença de anticorpos para o gênero Chlamydia, pode ser observado que mesmo nos grupo soronegativos ainda são encontrados níveis plasmáticos significativamente maiores no grupo de pacientes (RM e TV) do que no grupo controle. Entretanto, quando se estratificou a comparação em nível de espécie, os níveis da proteína em pacientes de TV sem anticorpos para C.trachomatis e C.pneumoniae se torna bastante reduzido quando comparado com o grupo com anticorpos. Portanto, a presença de marcadores de infecção pelas duas espécies pode funcionar como um estímulo transcricional, juntamente com outros fatores, influenciando na maior secreção de PrtCR em pacientes com valvulopatias (Skowasch et al., 2009). Em relação a IL-6, os pacientes cardíacos possuem níveis da citocina maiores do que o grupo controle, confirmando sua contribuição no processo inflamatório sistêmico relacionado à doença. Os resultados encontrados correspondem ao esperado, uma vez que a IL-6 desempenha uma importante ação na indução da resposta de fase aguda, através da ativação de proteínas do sistema complemento, outras citocinas próinflamatórias, diferenciação de linfócitos B com formação de anticorpos, ativação de linfócito T e diferenciação de macrófagos, bem como atividades relacionadas a sintomas locais como ativação de células endoteliais, proliferação de sinoviócitos dentre outras células (Ishihara & Hirano, 2002; Abeywardena et al., 2009; Vakili et al., 2011). Além de todas estas propriedades, é importante ressaltar o papel da IL-6 no estímulo de outras proteínas de fase aguda, incluindo a PrtCR cujos níveis plasmáticos também se mostraram significativos nos pacientes deste estudo (Castell et al., 1990). Ao analisar os níveis plasmáticos de IL-6 de acordo com o perfil genotípico de pacientes e controles, foi observado que os portadores do genótipo GG de RM e TV apresentaram concentrações maiores da citocina do que no grupo controle. Estes dados são 105 concordantes com resultados anteriormente descritos para o polimorfismo onde a frequência do genótipo GG foi maior no grupo de pacientes (Giacconi et al., 2004; Antonicelli et al., 2005). Estes dados reforçam o estudo de Fishman et al., 1998, pois além de descreverem o polimorfismo referido, avaliaram a atividade transcricional dos diferentes alelos após exposição ao LPS in vitro. Foi observado que o gene portador do alelo G possui uma atividade transcricional maior do que o gene portador do alelo C. Os altos níveis de IL-6 nos pacientes de RM independem da presença de anticorpos anti-Chlamydia, uma vez que uma diferença estatisticamente significante ainda é observada mesmo entre o grupo sem anticorpos e o grupo controle. Entretanto, quando a comparação ocorre entre o grupo de TV e o controle, se observou um padrão de associação diferente. O grupo com anticorpos para Chlamydia apresentou níveis plasmáticos tres vezes mais elevados da citocina do que o grupo sem anticorpos, ocorrendo uma perda na significância estatística deste último grupo quando comparado com o controle. Estes dados são reforçados ao subdividir a análise em nível de espécie, o grupo de TV apresenta significância estatística apenas nas amostras positivas para C.trachomatis. Esta relação não é observada no grupo de RM e TV quando testamos a soropositividade para C.pneumoniae. Portanto, é possível sugerir que a presença de C.trachomatis pode acentuar a resposta imunológica em pacientes com valvulopatia através do aumento nos níveis plasmáticos de IL−6 (Mazzone et al., 2004; Vats et al., 2007). O presente estudo analisou o perfil de expressão gênica de tres marcadores: TNF-α, IL-8, IL-10. Para os genes do TNF-α e IL-8, foi observada uma baixa expressão entre os pacientes cardíacos, quanto comparamos com o perfil genotípico e sorológico da população controle. Mesmo apresentando uma atividade pro-inflamatória, é possível compreender que estes marcadores possam apresentar uma baixa expressão, pois o controle da resposta imunológica depende de diversos mecanismos de sinalização celular, incluindo o fato de algumas vias de ativação de IL-8 depender da atividade do TNF- α agindo como ativador pluripotente da inflamação (Vlahopoulos et al., 1999). Uma citocina com baixa expressão pode deixar de estimular a expressão de outra através da interação entre diferentes fatores de transcrição (Antoniv & Ivashkiv, 2011). Já foi demonstrado que o TGF-β1, uma citocina com propriedades antiinflamatórias, participa inibindo a migração de neutrófilos para o tecido lesionado através da inibição da expressão de IL-8 (Smith et al., 1996). O papel da IL-10, como uma citocina imunossupressora, já está bem estabelecido podendo agir inibindo a 106 expressão do TNF-α, IL-8 e outras citocinas através da desestabilização do mRNA (Rajasingh et al., 2006; Yilma et al., 2012). A IL-10 é identificada como um fator de imunomodulação, inibindo diversas respostas como a produção de citocinas com perfil Th1, e em outros momentos, agindo como estimuladora de outras respostas celulares (linfócitos B, linfócitos T, células endoteliais etc) (Couper et al., 2008). A análise dos níveis de expressão da IL-10 de acordo com o perfil genotípico demonstrou uma maior expressão gênica relacionada aos genótipos GG e AG. Estes resultados são reforçados pelo estudo de Turner et al. (1998), que observaram uma variação na secreção da citocina de acordo com o perfil genotípico. Summers et al., 2000 observaram uma baixa produção de IL-10 entre o grupo portador do alelo A. Desta forma, o presente estudo descreveu uma associação significante entre a expressão de IL-10 e o perfil genotípico que nos permite sugerir que, mesmo com níveis basais de expressão, a citocina pode influenciar na inibição de outros marcadores como TNF-α e IL-8 (Turner et al., 1997; Eskdale et al., 1998). Nas últimas décadas as informações mostram que os fatores de risco comportamentais e ambientais não contribuem de forma isolada para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares. A patogênese da aterosclerose e valvulopatias se desenvolve por meio de diversos mecanismos que, agindo sinergicamente, contribuem para evolução e desfechos desfavoráveis, como o aumento da incidência das doenças e morte (Vigen et al., 2005). Este trabalho faz parte de um projeto maior, que em seu final, poderá elucidar diversos mecanismos envolvidos na evolução das doenças cardíacas. Ainda que este estudo não apresente uma importância clínica em curto prazo, estes resultados são de extrema relevância para a melhor compreensão da suscetibilidade genética, interação entre os biomarcadores pró e antiinflamatórios, controle de expressão gênica e o papel de agentes infecciosos como potencializadores da inflamação. Estes e outros marcadores imunogenéticos, de estresse oxidativo, vasculares e inflamatórios auxiliam na identificação apropriada dos reais fatores de risco, nos permitindo visualizar a natureza específica da doença cardiovascular. A partir deste conhecimento, é importante levar em consideração a investigação genética e o aprofundamento da pesquisa de uma etiologia infecciosa das doenças cardíacas analisadas no presente estudo. Desta forma, podem ser criadas novas estratégias preventivas; por exemplo, o agrupamento de pacientes de acordo com seus fatores de risco individuais direcionando a abordagens terapêuticas tanto em nível de prevenção primária como secundária, através da administração diferencial de fármacos, controle da evolução clínica e aumento da sobrevida de pacientes com doenças cardiovasculares. 107 5 CONCLUSÕES (i) Os pacientes com doença arterial coronariana deste estudo foram em sua maioria homens, com (média de idade de 60,4 anos, casados, com nível fundamental incompleto, paraenses, e renda até tres salários mínimos; (ii) Os pacientes com valvulopatias foram em sua maioria mulheres, com média de idade de 45,6 anos, solteiros, com nível fundamental incompleto, paraenses, e renda até tres salários mínimos; (iii) A prevalência geral de anticorpos para C.trachomatis foi relativamente maior no grupo controle, apontando uma disseminação igual entre pacientes cardíacos e indivíduos saudáveis da cidade de Belém; (iv) A prevalência geral de anticorpos para C.pneumoniae foi semelhantes entre os grupos analisados, mostrando uma alta exposição à C.pneumoniae na cidade de Belém; (v) Não houve associação entre a alta soroprevalência de C.pneumoniae e a presença da bactéria em tecidos e placas, uma vez que não foi detectada a presença de DNA da bactéria em tecido vascular e cardíaco; (vi) O DNA do plasmídio críptico de C.trachomatis foi encontrado em 7,4% das amostras, demonstrando pela primeira vez na nossa região a possibilidade de novas perspectivas sobre a etiologia da doença cardiovascular; (vii) Os polimorfismos para os gene de PrtCR, TNF-a e IL-10 não demonstraram associação com o desenvolvimento de doença cardiovascular; (viii) A análise do polimorfismo rs1800795(−174G>C) de IL-6 demonstrou que o genótipo GG foi associado a um risco duas a tres vezes maior no desenvolvimento de doença cardiovascular, quando comparado com outros genótipos; (ix) A análise do polimorfismo rs1800795(−174G>C) de IL-6 demonstrou que o genótipo GC (heterozigoto) foi associado a uma proteção no desenvolvimento de doença cardiovascular, quando comparado com outros genótipos; 108 (x) A análise do polimorfismo rs4073(−251T>A) de IL-8 demonstrou que o genótipo AA foi associado a um risco duas vezes maior no desenvolvimento de doença de válvula cardíaca, quando comparado com outros genótipos; (xi) A análise do polimorfismo rs4073(−251T>A) de IL-8 demonstrou que o genótipo AT foi associado a uma proteção no desenvolvimento de doença de válvula cardíaca, quando comparado com outros genótipos; (xii) A suscetibilidade genética de IL-6 e IL-8 ocorreu de forma independente dos resultados sorológicos para C.trachomatis, porém a presença de anticorpos para C.pneumoniae demonstrou ser um fator adicional ao risco de doença cardiovascular; (xiii) Os níveis plasmáticos de PrtCR foram mais elevados nos pacientes do que no grupo controle, e uma maior concentração foi associada a presença do genótipo TT, reforçando o papel desta proteína como marcador de processos inflamatórios e risco a doença cardiovascular; (xiv) A presença de anticorpos para C.trachomatis e C.pneumoniae pode estimular uma maior secreção de PrtCR em pacientes do doença de válvula cardíaca; (xv) Os níveis plasmáticos de IL-6 foram mais elevados nos pacientes do que no grupo controle, e uma maior concentração foi associada à presença do genótipo GG, ressaltando o papel desta citocina na indução das respostas pró-inflamatórias, possivelmente estimulando a secreção de proteínas de fase aguda (PrtCR). (xvi) A presença de anticorpos para C.trachomatis pode estimular uma maior secreção de IL-6 em pacientes com doença de válvula cardíaca; (xvii) As citocinas TNF-α e IL-8 mostraram uma baixa expressão gênica entre os pacientes cardíacos; (xviii) Os níveis de expressão gênica de IL-10 não se mostraram diferentes entre pacientes e grupo controle, entretanto, estão associados a uma maior atividade transcricional para os genótipos GG e AG de pacientes; 109 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABEYWARDENA, M.Y., LEIFERT, W.R., WARNES, K.E., VARGHESE, J.N., HEAD, R.J. Cardiovascular biology of interleukin-6. Current Pharmaveutical Design 15 (15): 1809-1821, 2009. AGARWAL, A., CHANDER, Y. Chronic Chlamydia pneumoniae Infection and Bronchial Asthma: Is There a Link? Indian Journal of Medical Microbiology 26 (4): 338-341, 2008. AGARWAL, A., CHANDER, Y., NAGENDRA, A. Serological evidence of chronic Chlamydia pneumonia infection in coronary artery disease. 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Estado civil: 11. Naturalidade do pai: Naturalidade da mãe: 12. Naturalidade do avô: Naturalidade da avó: 13. Profissão: ____________ 1-3 c) 4-7 Renda familiar (salários): _______ d) 8-10 a) < 1 e) > 10 ESCOLARIDADE 14. a) Não alfabetizado b) Alfabetizado c) Ens. Fundamental incompleto d) Ens. Fundamental completo e) Ens. Médio incompleto f) Ens. médio completo g) 3º grau incompleto h) 3º grau completo INFORMAÇÕES CLÍNICAS 15. Foi obeso na infância 1. Sim 16. Há pessoas obesas na família 2. Não 1. Sim 2. Não Quantas? 17. Apresenta acúmulo de gordura na região abdominal? 1. Sim 2. Não 18. Possui histórico familiar de ataque cardíaco, infarto do miocárdio? 19. Peso atual:____________ altura:_________ Pressão arterial:_________ b) 133 20. Consumo de bebida alcoólica? 1. Sim 21. Hábitos de tabagismo 1. Sim 2. Não 22. Pratica alguma atividade física? 1.Sim 2. Não Quantos cigarros por dia?______ 2. Não Qual?__________ INFORMAÇÕES LABORATORIAIS HDL:_________ LDL:_________ Colesterol total:__________ Triglicerídeos:__________ Está usando alguma medicação: _______ Qual?____________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 25. A medicação foi tomada hoje? ______ Qual o horário?__________ 25. Já apresentou alguma doença respiratória (pneumonia, bronquite, etc.)?______ 26. Já apresentou hipertensão? 1. Sim 27. Já apresentou hiperlipidemia? 28. É diabético? 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 2. Não 29. Possui hábitos saudáveis de alimentação? (frutas, verduras, legumes, fibras) 1. Sim 2. Não 30. Evita o consumo de refrigerantes, frituras, e comidas gordurosas? 1. Sim 2. Não COMPORTAMENTO SEXUAL ( ) Homossexual ( ) Heterossexual ( ) Bissexual Números de parceiros: ________ Uso de camisinhas: 1. Sempre História de IST: 1. Sim Qual frequência: 2. Às vezes 3. Nunca 2. Não Quais: ______________ 134 APÊNDICE 2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 1. Estou sendo convidado(a) a participar de uma pesquisa sobre “A participação da Chlamydia pneumoniae e C.trachomatis na geração de doença cardíaca”, que está sendo desenvolvida pela Universidade Federal do Pará e pela Universidade do Estado do Pará. 2. Para que eu decida em participar ou não da pesquisa me foram prestadas as seguintes informações: 3. O pesquisador responsável é o Prof. Dr. Ricardo Ishak, Biomédico, Professor Titular da Universidade Federal do Pará. 4. O objetivo da pesquisa é o de aumentar o conhecimento vigente acerca da infecção bacteriana e o aparecimento de doença vascular e cardíaca no hospedeiro. 5. Durante a pesquisa o paciente deverá responder a um questionário, depois será submetida a coleta de sangue para exame de laboratório; a placa de ateroma usada no projeto será àquela removida por meio do processo cirúrgico de rotina. 6. Essa pesquisa não oferece riscos; as práticas são de uso rotineiro e apenas uma pequena quantidade de sangue (10mL) será coletada para a detecção de anticorpos, marcadores da resposta inflamatória, imunológica e marcadores genéticos da bactéria e do hospedeiro. 7. Na colheita de material biológico serão utilizados materiais esterilizados descartáveis, como agulhas, seringas, que não oferecem risco para o sujeito da pesquisa; os procedimentos cirúrgicos obedecerão as práticas rotineiras de cirurgia cardíaca. 8. Ninguém é obrigado a participar da pesquisa, assim como poderá deixar a pesquisa no momento que quiser, pois não haverá prejuízo pessoal por esta causa. 9. Não haverá nenhum tipo de despesas para participação da pesquisa, assim como não haverá nenhuma forma de pagamento para participação. 10. O grande benefício desta pesquisa para todos os que participam, ou não, é possibilitar um melhor entendimento sobre o processo que leva à formação da placa de ateroma e a doença cardíaca seguindo-se às infecções por bactérias do gênero Chlamydia. 11. A participação na pesquisa é sigilosa, isto significa que, somente os pesquisadores ficarão sabendo de sua participação. Os dados utilizados na pesquisa terão uso exclusivo neste trabalho, sem a identificação individual do participante. ____________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Declaro que li as informações acima sobre a pesquisa, que me sinto perfeitamente esclarecido(a) acerca do conteúdo da mesma, assim como seus riscos e benefícios. Declaro que, por minha livre vontade, aceito participar da pesquisa cooperando com a coleta de material para exame. Belém, ____ / _____ / _____ Prontuário:______________ Protocolo:_________ Assinatura:______________________________________ Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Laboratório de Virologia, Fone: (91) 3201-7587 e-mail: [email protected] 135 APÊNDICE 3 Extração do DNA Foi utilizado o método de extração de DNA total a partir de células mononucleadas do sangue periférico, de acordo com o protocolo do método FenolClorofórmio. O procedimento segue as etapas: - LISE DE HEMÁCIAS (Solução A: Cloreto de Amônio [1.0M], EDTA [0.1M], H2O destilada; Solução B: Bicarbonato de Amônio [1.0M], H2O destilada). 1. Em um tubo de 2mL adicionar 300 μL de sangue e 900 μL de solução de lise de hemácias. 2. Agitar por inversão por 20 minutos. 3. Centrigugar (14.000 rpm) por 3 minutos. 4. Descartar o sobrenadante e acrescentar 900 μL de lise de hemácias novamente. 5. Agitar por inversão por 20 minutos. 6. Centrigugar (14.000 rpm) por 3 minutos. 7. Descartar o sobrenadante. - LISE DE LEUCÓCITOS (Tris-HCl [100mM], EDTA [20mM], NaCl [200mM], SDS 0,5 %, H2O destilada). 1. Acrescentar ao pellet 500 μL de lise de leucócitos. 2. Agitar no vortex até dissolver o pellet. 3. Incubar em banho-maria (55ºC) por 30 minutos. - PRECIPITAÇÃO DE PROTEÍNAS (Acetato de Amônio [7,5M], H2O destilada). 1. Acrescentar 200 μL de Solução de Precipitação de Proteínas. 2. Agitar brevemente no vortex. 3. Levar ao banho maria (55ºC) por 30 minutos. 4. Centrifugar (14.000 rpm) por 10 minutos. 5. Transferir o sobrenadante para um tubo de 2ml limpo. (Descartar o tubo com o precipitado de proteínas). 6. Adicionar 500 μL de Fenol-Clorofórmio álcool isoamílico. 7. Agitar por inversão por 10 minutos. 8. Centrifugar (14.000 rpm) por 10 minutos. 9. Transferir o sobrenadante para um tubo de 2mL limpo. 10. Acrescentar ao sobrenadante 1,5mL de Isopropanol (2-propanol). 11. Visualizar o pellet de DNA. (Verificar conforme a quantidade de DNA formado a quantidade de H2O para hidratá-lo). 136 12. Centrifugar (14.000 rpm) por 10 minutos. 13. Desprezar o sobrenadante. 14. Adicionar 200 μL de Etanol a 70% lavando a parede do tubo. 15. Desprezar o etanol e deixar secando até evaporar completamente o álcool. 16. Adicionar H2O para hidratá-lo. 137 ANEXO 1