Página 16 - Sul Rural
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Página 16 Grupo Farm apela por entendimento na Bolívia Em reunião da Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm), no último dia 2, na Expointer, em Esteio, pecuaristas bolivianos e o governo do país andino deram um passo em direção ao entendimento. As desavenças entre as duas partes são tidas como um empecilho para que o continente sul-americano elimine a febre aftosa. Integrantes do grupo Farm ofereceram apoio à Bolívia, mas questionaram a intenção do governo Evo Morales de declarar o país livre de febre aftosa em dezembro de 2011. O sistema atual ainda é muito frágil para esse passo, alegam. “Fixar data não é o caminho”, afirmou o presidente do grupo Farm, Manuel Torrendell, da Associação Rural do Uruguai. “Mas acho que houve avanço nesta reunião, com relação a outros encontros (no que diz respeito ao entendimento entre setor público e privado boliviano)”, concluiu. Já o diretor do Departamento de Produção Animal do Ministério da Agricultura, Jamil Gomes de Souza, lembrou que o Brasil tem ajudado a Bolívia com doação de vacinas – 600 mil doses ainda devem ser entregues -, mas foi taxativo quanto à fixação de um prazo exíguo pelo governo boliviano. “Aftosa não se termina por decreto”, afirmou. Presidente da Congabol, confederação que reúne os pecuaristas da Bolívia, Christian Ivanovic, explica que “é observada muita intromissão política partidária nos níveis superiores no Senasag (serviço de sanida- Reunião recebeu representações de cinco países da América Latina de agropecuária do país andino), deteriorando a relação do setor público e privado”. O representante da CNA no grupo Farm, Carlos Sperotto, explicou que esse debate deve ser aprofundado no âmbito do Comitê Veterinário Permanente e que as associações rurais do Mercosul devem estar presentes na Expocruz, em Santa Cruz de La Sier- ra, na Bolívia, em 23 e 24 de setembro, para contribuir na melhoria do sistema de atenção sanitária boliviano. “Enquanto essa briga não acabar, eu não acredito em evolução. Política partidária não pode se misturar com sanidade animal”, opinou Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA. O diretor do Senasag, Romeo Amorín, esteve na reunião e rejeitou as acusações de que não há diálogo entre produtores e serviço agropecuário, mas afirmou estar aberto à participação dos pecuaristas. Já no âmbito brasileiro, Sperotto enfatizou que a cadeia produtiva da carne no Rio Grande do Sul, área livre de febre aftosa, optou por não discutir a retirada da vacinação do rebanho neste momento. A posição foi debatida dentro do Fundo de Defesa Sanitária Animal do Estado. Há o entendimento de que o tema deve ser primeiro discutido em âmbito continental. Os gaúchos têm hoje o mesmo status sanitário do que uruguaios e argentinos e buscam acessar mercados já explorados pelos vizinhos.
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