Boletim - Castro Verde
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Boletim - Castro Verde
OCampaniço Nº 80 FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 Boletim Informativo da Câmara Municipal de Castro Verde Distribuição gratuita Abril anos 35 Poder Local Democrático Trilhamos os caminhos que Abril abriu acção social entrevista pATRIMÓNIO comemorações Mais apoio social Cortiça e design Fonte dos Milagres Em tempo de crise a autarquia alargou o universo de candidatos ao cartão social. Outras medidas foram tomadas para apoiar as pequenas empresas locais. “Não existe criação sem identidade”. Quem o afirma é Ana Mestre, designer e investigadora em torno da cortiça. Castrense de 2ª geração, esta é para si uma região de grande inspiração. Desde o século XVIII que é conhecida actividade à volta da Fonte dos Milagres. Facto que motivou, recentemente, o surgimento de uma nova Associação que se ocupa do estudo geológico e da bio-energia que lhe está associada. “As Camponesas” 25 anos p4 p8 e 9 p 10 e 11 XIX Quinzena Cultural 17 de Abril a 3 de Maio2009 programa em www.cm-castroverde.pt Elas simbolizam regresso das mulheres ao cante. 25 anos depois, o grupo continua a ser um espaço de convívio e afirmação cultural. p7 Dulce Pontes 24 Abril . 21h30 Praça da República O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 EDITORIAL O caminho da Democracia trouxe-nos até aqui, 35 anos depois do 25 de Abril de 1974. E sem que tenhamos atingido alguns dos mais elementares objectivos que a Revolução dos Cravos nos ofereceu, atingimos um grau de maturidade e de consciência cívica que nos faz acreditar num futuro mais justo e mais equitativo. A crise que atravessa os principais pilares da nossa sociedade é, sem sombra de dúvida, um sinal de que há uma alteração profunda na ordem institucional e que se repercute nos sectores mais desfavorecidos da nossa população. No entanto, é possível alterar esta realidade. E a resposta está nas nossas mãos. Defendendo a causa pública; na intransigência no combate pelos mais elementares direitos dos cidadãos; no direito a apontar o dedo a todos aqueles que põem em causa o futuro da nossa terra. E, nesta perspectiva, os diversos momentos eleitorais que terão lugar este ano, são o momento para intervirmos na escolha de caminhos mais justos. A nível local, perante a generalização das dificuldades financeiras e económicas que se instalaram de uma forma global, este Executivo tem procurado criar alguns mecanismos de defesa das nossas populações e dos nossos munícipes de forma a tornar menos dura a vida dos mais necessitados e a estabilizar o nosso tecido económico. Nesta perspectiva, aumentámos o universo dos beneficiários do cartão social. O pagamento das bolsas de estudo é mensal e efectuado antecipadamente; os pagamentos aos fornecedores locais passaram a fazer-se a trinta dias; desenvolvemos alguns projectos de forma a permitir que as empresas locais minimizem o impacto da diminuição da actividade. Não fomos mais longe porque não podemos, em particular para não colocar em causa a sustentabilidade e o futuro do nosso Município. Mas, se na discussão e na análise das dificuldades que assolam este concelho for necessário intervir, mesmo ultrapassando algumas competências que são exclusivamente da responsabilidade dos Governos nacionais, podem os nossos munícipes ter a certeza que o faremos. Assim como o estamos a fazer no apoio e na concretização de projectos tão importantes ao nível do apoio à 3ª Idade. Estamos a promover a construção do Lar de Idosos e Centro de Dia de Sta. Bárbara de Padrões, cuja gestão será protocolada com uma IPSS do concelho; apoiamos incondicionalmente o lançamento do Lar da 3ª Idade e Unidade de Cuidados Continuados da Fundação Joaquim António Franco e seus Pais, em Casével, bem como as iniciativas similares do Lar Jacinto Faleiro e do Lar Frei Manoel das Entradas. Criando condições para que os nossos idosos tenham uma vida mais digna e, ao mesmo tempo, criando emprego para as novas gerações. Estamos aqui e saberemos responder pelo nosso concelho, na criação de uma terra onde apetece viver. Os caminhos da Democracia abertos pelo 25 de Abril são os trilhos do nosso projecto. Francisco Duarte Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde educação w Uma Ponte chamada Língua Portuguesa Aprendizagens em torno da lusofonia Durante o ano lectivo 2008/2009 “Uma ponte chamada Língua Portuguesa” está a dinamizar diferentes actividades em torno da lusofonia, proporcionando aos alunos um maior contacto com o património histórico e cultural dos países de expressão portuguesa. O Departamento Curricular do 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Castro Verde tem vindo a dinamizar, ao longo do presente ano lectivo, o projecto “Uma ponte chamada Língua Portuguesa” que envolve, pela primeira vez, todas as escolas do 1º ciclo do concelho. Tendo como temática central o estudo da língua portuguesa e dos países lusófonos, o projecto visa promover o acto e a acção educativa suportando-se num conjunto de estratégias pedagógicas, curriculares e culturais, capazes de fomentar o reconhecimento do património histórico e cultural dos respectivos países. Neste contexto, valorizam-se saberes específicos na área da Língua portuguesa que, posteriormente, servirão de fio condutor à abordagem de outras áreas curriculares, nomeadamente Estudo do Meio, Área de Projecto, Expressão Plástica, Musical, Dramática, Físico-Motora e Formação Cívica. Com o objectivo de facilitar a aprendizagem da Língua, o projecto aposta em abordagens curriculares inovadoras que integram uma componente lúdica e promovem, em paralelo, o espírito colectivo de Oficina de dança trabalho. Durante o mês de Fevereiro decorreram algumas actividades desenvolvidas no âmbito do projecto, com destaque para o Dia de Moçambique, que contou com uma sessão de contos tradicionais pelo Grupo “Salto no Escuro”. Em Março, Santa Bárbara de Padrões foi o local escolhido para um serão cultural que contou com a participação especial do Clube de Música da EB2,3 de Castro Verde, do Grupo Coral “Os Cardadores” e ainda das “Atabuas” de S. Marcos da Atabueira. “Uma ponte chamada Língua Portuguesa” surge na sequência do projecto “Portugal, o nosso país” e vai desenvolver um conjunto de actividades diversas, com destaque para a hora do conto, serões na escola, encontros com escritores, palestras, exposições, visitas de estudo, workshops de dança, ateliês de canto, intercâmbios com turmas de crianças moçambicanas e um espectáculo final cujo nome remete para o título do projecto, que será apresentado no próximo mês de Junho. w Conselhos Gerais das Escolas A atribuição de novas competências aos Municípios na área da educação não tem parado de crescer, especialmente, no que respeita ao ensino básico. Novas atribuições implicam necessariamente responsabilidades acrescidas no acompanhamento da vida escolar das crianças e jovens do nosso concelho. O novo modelo de administração e gestão escolar reforça a participação das famílias e das comunidades na direcção estratégica dos estabelecimentos de ensino, a qual se articula, ainda, com o município através do Conselho Municipal de Educação. No âmbito deste novo modelo, é criado o Conselho Geral, o órgão responsável pelas linhas orientadoras da actividade das escolas, no qual o Município se deve fazer representar através de três elementos. No caso concreto do Município de Castro Verde, encontram-se constituídos dois Conselhos Gerais Transitórios, o do Agrupamento de Escolas do Ensino Básico e Jardinsde-infância e o da Escola Secundária com 3º ciclo, cujas presidentes são, respectivamente, as docentes Fáti- ma Palma e Manuela Florêncio. Os representantes indicados pelo Município são a vereadora Fátima Silva e a técnica superior Celina Nobre, a qual faz também parte da comissão permanente dos dois órgãos referidos. O terceiro representante é um elemento da Junta de Freguesia de Castro Verde. No momento actual essas duas estruturas estão a tratar do procedimento concursal para a eleição do Director, ao mesmo tempo que ultimam os Regulamentos Internos das Escolas, processos que deverão ficar concluídos até ao final do mês de Maio. w O Campaniço PUBLICAÇÃO: Propriedade da Câmara Municipal de Castro Verde DIRECTOR: Francisco Duarte COORDENAÇÃO: Paulo Nascimento REDACÇÃO: Carlos Júlio, Sandra Policarpo, Miguel Rego, Alexandra Contreiras GRAFISMO: Pedro Pinheiro APOIO FOTOGRÁFICO: Serviços Sócio-Culturais REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Câmara Municipal de Castro Verde - Praça do Município, 7780 Castro Verde. Tel. 286 320700 depósito legal 287879109 tiragem: 4200 exemplares IMPRESSÃO: Gráfica Comercial Loulé E. Mail: [email protected] / [email protected] Página Web: www.cm-castroverde.pt O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 acção social PETI: pela inclusão Social de Jovens em risco Contribuir para a criação das condições facilitadoras da integração social de jovens, através da promoção e protecção dos seus direitos é o objectivo do protocolo recentemente estabelecido entre o Município e o PETI - Programa para a Erradicação do Trabalho Infantil. No passado dia 9 de Março a turma PIEF de Castro Verde (Programa Integrado de Educação e Formação), composta por um conjunto de jovens residente na ART – Associação de Recuperação de Toxicodependentes, visitou as instalações do Município e assistiu à antestreia do filme promocional de Castro Verde. Nesse mesmo dia foi assinado, de forma simbólica, o Protocolo de Cooperação Institucional entre o Programa para a Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e o Município. O documento sistematiza a participação da Câmara num projecto que permite, aos 12 jovens que o integram, uma via alternativa para a aquisição de experiências lectivas e de desenvolvimento vocacional que lhes facultará, no futuro, uma integração social plena, onde o exercício da cidadania seja mais do que um conceito de retórica. De referir que o Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF) contempla duas vertentes decisivas no futuro destes jovens: a vertente educativa e formativa, centrada no reingresso escolar e na definição de percursos alternativos de educação e formação, visando a escolaridade ou a dupla certificação profissional; e a vertente de integração, orientada para a despistagem de situações e para a inserção em actividades de formação não escolar. Esta parceria visa assim uma Turma PIEF acção multidisciplinar junto das crianças e dos jovens em perigo, através da construção de soluções educativas, formativas, culturais e de lazer, ajustando-as a cada caso em concreto, contribuindo para a auto-regulação dos comportamentos e criação de referências positivas, potenciando consequentemente a sua integração social. Prevenir a exploração do trabalho infantil e da delinquência e criminalidade juvenis, estabelecendo, em paralelo, uma política integrada de infância e juventude que se traduza na promoção e protecção dos direitos de todos os menores, é o objectivo maior do protocolo recentemente formalizado. w “Não” à Discriminação Racial No Dia Mundial contra a Discriminação Racial, João Pedro Barão, mediador sociocultural da comunidade cigana no Centro Hospitalar de Beja, esteve à conversa com os alunos da EB1 de Castro Verde. No dia 21 de Março assinalou-se o Dia Mundial contra a Discriminação Racial, instituído pela ONU, na sequência dos confrontos ocorridos em Sharpeville, na África do Sul, a 21 de Março de 1960. Castro Verde associou-se a esta causa e promoveu uma conversa que contou com a presença de João Pedro Barão, mediador sociocultural da comunidade cigana, do Centro Hospitalar de Beja. A iniciativa teve lugar no Fórum Municipal de Castro Verde e centrou-se nas suas funções enquanto mediador sociocultural, na cultura e tradições da etnia cigana, e foi o ponto de partida para o desenro- João Pedro Barão e alunos da EB1 de Castro Verde Camas Sociais e Posto Médico montante equivalente a duas Remunerações Mínimas Mensais (RMM) por cada cama criada, a pagar durante 10 anos, sendo o valor de cada anuidade correspondente ao oficialmente fixado para a RMM do ano anterior ao que respeita. Prevista está também a atribuição anual de um subsídio ao seu funcionamento, correspondente ao resultado do produto da RMM pelo nº de camas sociais criadas no quadro do respectivo acordo. A sua celebração prevê assim a melhoria da qualidade vida dos mais pobres e debilitados, contribuindo consequentemente para a sua dignificação criminação, estabelecer o equilíbrio nem sempre é uma tarefa fácil. “Já estive em situações em que os próprios ciganos se revoltaram contra mim. Isto acontece em momentos de grande tensão, em que não é fácil explicar às pessoas o que se está a passar ou como se devem comportar nessas circunstâncias”. Apesar de se sentir completamente inserido na sociedade, facto para o qual muito contribuiu esta oportunidade de emprego, reconhece que os ciganos são das etnias mais discriminadas e que é preciso mudar mentalidades, dar uma oportunidade e acreditar nas capacidades das pessoas. w Mobilidade para todos w Unidade Cuidados Continuados de Casével Na sequência de aprovação do Modelo de Intervenção para a comparticipação de novos equipamentos para o internamento de idosos no concelho, a Câmara Municipal de Castro Verde celebrou um acordo de colaboração com a Fundação Joaquim António Franco e seus Pais, para a criação de 10 camas de internamento social para idosos naturais e/ou residentes no concelho há mais de três anos. Neste contexto, a autarquia compromete-se a comparticipar os investimentos da Fundação Joaquim António Franco e seus Pais para a criação de dez camas sociais, num lar de uma conversa informal entre alunos do 1º ciclo do Ensino Básico de Castro Verde. Na perspectiva de João Pedro Barão, esta foi “uma oportunidade de mostrar e explicar às crianças não ciganas, a necessidade de respeitar os colegas de etnia cigana, os seus usos e costumes, eliminando possíveis preconceitos, estabelecendo a amizade e a integração de todos, no contexto da escola.” A exercer funções de mediador desde 2007, João Pedro promove, no seu dia-a-dia, o entendimento entre a comunidade cigana e o Hospital de Beja. Para o mediador, que também já sentiu na pele os efeitos da dis- enquanto cidadãos. Recentemente a Fundação celebrou novo protocolo com o Município, onde a autarquia se compromete a apoiar a criação de um Posto Médico no edifício da Unidade de Cuidados Continuados, devidamente equipado e ajustado às novas exigências e que servirá toda a população da freguesia de Casével, numa perspectiva de Extensão de Saúde. O projecto para a criação da UCC e Lar de Idosos, em Casével enquadra-se no PDS concelhio, e está devidamente inscrito no Plano de Acção para o ano de 2009. w Na sequência da formalização da adesão, a 9 de Junho de 2006, do Município de Castro Verde à Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos, através da assinatura do Contrato-Programa com a APPLA (Ass. Portuguesa dos Planeadores do Território), responsabilizaram-se as partes contratualizantes por contribuir para a eliminação das barreiras urbanísticas na área de intervenção delineada. Agora, passados quase 3 anos após a referida assinatura, recepcionou-se o Relatório de Avaliação, elaborado pela APPLA, dando conta do cumprimento parcial, por parte do Município das obrigações entretanto assumidas, a que correspondeu a atribuição da Bandeira de Prata. Consciente da importância da democratização do acesso de todos ao espaço, e do longo caminho a percorrer para a sua materialização, reitera-se a persistência do contributo municipal para um desiderato comum: aumentar a mobilidade para todos. O Projecto da Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos foi lançado pela Associação Portuguesa de Planeadores, em 2003, no âmbito do Ano Europeu das Pessoas com Deficiência. O projecto, que conta já com a adesão de 74 municípios portugueses, tem por ambição uma intervenção programada que deverá envolver os diversos actores da comunidade na transformação das cidades/ vilas: a Câmara Municipal, através do seu executivo e dos seus técnicos, as associações locais e os próprios cidadãos. w O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 autarquia Mais apoio social em tempo de crise No sentido de minimizar os efeitos da crise a nível local, a Câmara Municipal de Castro Verde está a desenvolver um conjunto de medidas que procura estabelecer o bem-estar social, favorecendo os mais necessitados. Deste conjunto de medidas destaca-se o alargamento do universo de candidatos aos benefícios do Cartão Social. Atenta à actual conjuntura de crise que o mundo, em geral, e o país, em particular, tem vindo a sofrer, a Câmara Municipal de Castro Verde programou, para o ano de 2009, um conjunto de medidas de âmbito municipal, que reforça o apoio social e auxilia pequenas empresas locais. No âmbito das suas atribuições e competências, e das suas disponibilidades financeiras, a autarquia tem promovido várias acções no sentido de minimizar localmente os efeitos da crise promovendo, desde há muito, uma intervenção multifacetada, ao nível da promoção das condições de bem-estar dos seus munícipes, particularmente os mais carenciados, enquanto concelho promotor da qualidade de vida da generalidade dos cidadãos. A autarquia propõe assim o alargamento do universo de candidatos aos benefícios do cartão social (ver caixa) apoiando, deste modo, um maior leque de famílias desfavorecidas no concelho. Desde 2004 que a autarquia tem ao dispor dos munícipes esta medida de apoio social com vantagens ao nível das melhorias habitacionais e da comparticipação nas despesas de saúde (vacinação, aquisição de medicamentos, intervenções médico-cirúrgicas oculares, etc). Durante este ano propõe-se que o valor de referência para a fixação do Escalão A passe a ser o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), ou seja, 419,22 a. Esta proposta proporcionará a uma nova faixa da população, mais desfavorecida, o acesso à titularidade do Cartão Social, permitindo-lhe assim usufruir dos seus inúmeros benefícios. Entre as restantes acções que visam fazer face à crise, destaque também para a criação, nos Serviços Técnicos Municipais, de uma equipa multifuncional capaz de efectuar pequenas intervenções/reparações nas habitações dos beneficiários do Cartão Social, mas também a dinamização e o apoio ao funcionamento do Núcleo de Voluntariado do Concelho de Castro Verde promovendo uma maior intervenção da população na dinamização de iniciativas de carácter social. Neste contexto, foram ainda aprovadas medidas no sentido de apoiar o tecido empresarial local, nomeadamente através da entrega às empresas de construção civil do concelho de um conjunto de obras e intervenções necessárias, além de antecipar o pagamento a fornecedores para um prazo máximo de 30 dias. Quanto ao apoio aos estudantes e respectivos subsídios, estabeleceu-se que o seu pagamento passe a ser mensal e não trimestral como era habitual. Esta regularidade no pagamento permitirá às famílias ter a garantia da comparticipação atempada nas despesas escolares com os filhos. Durante os próximos meses está também programado um conjunto de intervenções com vista à manutenção e higienização dos espaços públicos, limpeza e reparação de coberturas, bem como pinturas e caiações de edifícios públicos, e ainda a limpeza de bermas e valetas das vias municipais, entre outras, recorrendo para isso a mão-de-obra disponível e inscrita no Centro de Emprego, particularmente a feminina, que constitui a essência da população desempregada no concelho. De referir ainda que o Município de Castro Verde manifesta a sua disponibilidade para a colaboração efectiva com os diferentes organismos, nomeadamente o IEFP para a implementação de um conjunto de medidas de combate ao desemprego, (estágios, instalação de um GIP e recepção de candidatos desempregados no âmbito dos Contratos de Inserção/Emprego e Inserção/Emprego+). Refira-se aqui a total abertura para enquadramento profissional de público com deficiência (formação em contexto real de trabalho ou outra qualquer modalidade de inserção prevista pelo IEFP). w O que é o Cartão Social e que benefícios confere? O cartão social é um serviço de apoio que confere aos respectivos titulares, o direito a: Isenção parcial de tarifas ou taxas devidas na aquisição de bens e serviços fornecidos pela Câmara (ex: fornecimento de água); Apoio e melhorias habitacionais. Pequenas intervenções/reparações nas habitações; Comparticipação na vacinação recomendada pela autoridade de saúde (ex: vacinação de meningite e gripe); Comparticipação nas despesas de aquisição de medicamentos, considerados pelo médico competente como indispensáveis e sujeitos ao escalão 5% de IVA; Comparticipação nas intervenções médico-cirúrgicas oculares. Quem pode e como pode aceder ao Cartão Social? Têm direito ao Cartão Social os agregados familiares cujo rendimento anual “per capita” não ultrapasse o valor do Indexante dos Apoios Sociais (em 2009 - 419,22 s) e que residam no concelho há, pelo menos, um ano. Como obter o cartão social? Apresentar requerimento dirigido ao Presidente da Câmara Municipal, cujo modelo é facultado gran n n n n n n n n tuitamente no Gabinete de Acção Social e nas Juntas de Freguesia, acompanhado dos seguintes documentos: Fotocópia do Bilhete de Identidade e do Cartão de Contribuinte Fiscal; Fotocópia da declaração anual do Rendimento para liquidação do IRS, de todos os membros do agregado familiar, ou na sua ausência, documentação comprovativa dos rendimentos mensais brutos, de todos os elementos do agregado familiar; Declaração da Junta de Freguesia, a atestar a residência e a composição do agregado familiar. Para mais informações dirija-se ao Gabinete de Educação e Acção Social da Câmara Municipal de Castro Verde. w FAME Incentivos financeiros Perante o cenário de crise que afecta o país e, de modo, a suprimir os seus efeitos a nível local, promovendo, em paralelo, o desenvolvimento económico do concelho, a Câmara Municipal relembra que continua em vigor o FAME - Fundo de Apoio às Micro e pequenas empresas. O FAME resulta de um protocolo financeiro estabelecido entre a ADRAL – Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, as Câmaras Municipais, o Banco Espírito Santo, uma Sociedade de Garantia Mútua e o IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação. Trata-se de um financiamento que pretende estimular a inovação e orientar investimentos a realizar por Micro e Pequenas Empresas para a melhoria dos produtos/serviços prestados, com vista à modernização das empresas e a adaptações empresariais decorrentes de imposições legais. É, simultaneamente um produto financeiro inovador e atractivo comparativamente aos produtos da mesma natureza disponibilizados no mercado. Podem ser financiados pequenos projectos de investimento, de uma foram exclusiva ou complementar aos capitais próprios ou a capitais provenientes de outros mecanismos de apoio. No Baixo Alentejo, o FAME encontra-se em funcionamento nos municípios de Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Beja, Castro Verde, Ferreira do Alentejo, Mértola, Moura, Serpa e Vidigueira. O acesso ao Programa por parte de beneficiários processa-se através da execução de uma candidatura, em formulário próprio, que poderá ser entregue em qualquer um dos parceiros FAME, sendo posteriormente aprovada por unanimidade em comissão de gestão. Os formulários de candidatura e as informações necessárias podem ser obtidas no Gabinete de Educação e Apoio Social da Câmara Municipal de Castro Verde. w Principais Características - Possui uma área de intervenção municipal; - Destina-se a projectos de investimentos nos sectores da Indústria, Comércio, Turismo, Construção e Serviços; - Visa promover a inovação nas micro e pequenas empresas; Principais Vantagens - Prazo de reembolso alargado (até 6 anos incluindo 1 ano de carência); - Isenção de comissão de análise junto do Banco Espírito Santo; - Taxa de juro bonificada; - Prazo de decisão rápido (30 dias); - Não existe penalização por reembolso antecipado; - Apoio até 100% do investimento; - Atribuição do financiamento pela totalidade com base em orçamentos e/ou facturas pró-forma; - Apoio técnico gratuito na elaboração das candidaturas; - Acompanhamento pós-investimento. Montante apoiável pelo FAME: Castro Verde Montante Total do Fundo por Concelho – 500.000,00 f Montante Máximo de Financiamento – 45.000,00 f O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 autarquia w Exploração Suinícola da Herdade da Serrana Autarquia volta a alertar entidades para problemas graves Apesar do parecer negativo da autarquia e das preocupações manifestadas durante o inquérito público do Estudo de Impacte Ambiental foi emitida Declaração de Impacte Ambiental Favorável Condicionada. A verdade é que os problemas continuam. Na edição de Setembro/Outubro 2008 de “O Campaniço” noticiámos, no âmbito do Processo de Consulta Pública da Avaliação de Impacte Ambiental, a emissão de parecer negativo da Câmara Municipal de Castro Verde referente ao licenciamento da Exploração Suinícola da Herdade da Serrana, a que se juntou também o parecer negativo da Junta de Freguesia de Castro Verde e a posição pública de forças políticas e cidadãos locais, cujos documentos emitidos constituíram um dossier e que foi enviado às entidades competentes. O parecer desfavorável assumido pela autarquia, no que respeita à continuidade do funcionamento da exploração, alertava para o facto de o Estudo de Impacto Ambiental não ser conclusivo no que diz respeito aos efeitos negativos provocados ao nível piezométrico das captações de água, nem a valores significativos da presença de gases que provocam mau cheiro, pelo que a avaliação apresentada não é garantia da resolução destes problemas. No dia 17 de Dezembro 2008, a autarquia tomou conhecimento do Parecer Final da Comissão de Avaliação Ambiental, remetido pela Agência Portuguesa do Ambiente, no qual é emitida uma declaração de impacte ambiental condicionada, com validade Herdade da Serrana até Outubro 2010, pelo que impõe uma série de condicionantes ao nível do tratamento de efluentes, bem como noutras áreas, como é o caso dos odores, apontando medidas para que os mesmos não constituam factor de incomodidade para as populações presentes na envolvente. O relatório aponta ainda medidas de minimização e de compensação, a desenvolver em diferentes fases, e um programa de monitorização, com o objectivo de controlar questões como os recursos hídricos subterrâneos, a qualidade de efluentes da ETAR, odores libertados ou comportamento dos solos. A verdade é que nos últimos tempos o mau cheiro voltou a sentir-se na vila de Castro Verde, revelando que os problemas continuam. No início do mês de Fevereiro, os serviços da autarquia, alertados por um munícipe vizinho da exploração, deslocaram-se às imediações da suinicultura e constataram fortes focos de poluição provocados pelo bombeamento e pela escorrência de águas poluídas para os terrenos circundantes, contaminando os cursos de água das imediações. A autarquia colocou a SEPNA da GNR ao corrente da situação que, numa deslocação ao local pôde constatar o que se estava a passar. Na sequência destes acontecimentos foi elaborado um relatório, alertando para a gravi- dade da situação, que foi enviado à Agência Portuguesa do Ambiente, à CCDR Alentejo, à Administração da Região Hidrográfica, aos Serviços do Ministério da Agricultura e à Autoridade Distrital de Saúde. No dia 1 de Abril, o Serviço de Ambiente da Câmara Municipal de Castro Verde e a Técnica de Saúde Ambiental do Centro de Saúde de Castro Verde deslocaram-se novamente ao local, onde puderam confirmar a continuação das situações anómalas contrariando todas as indicações do Parecer Final da Comissão de Avaliação Ambiental, reforçando as preocupações manifestadas pela autarquia, e outras entidades locais, no parecer negativo ao licenciamento da exploração. Recorde-se que este processo tem por base um pedido de alteração ao alvará por parte do proprietário, com a finalidade de legalizar o aumento de efectivos permitido pelo licenciamento anterior, o que obrigou no âmbito do Decreto – Regulamentar nº 38 /90 de 27 de Novembro à realização de um estudo de impacto ambiental. Mesmo perante as condicionantes da Declaração de Impacte Ambiental Favorável Condicionada, e numa fase em que deveriam estar a ser tomadas medidas de minimização, os problemas continuam a revelar-se muito graves, pelo que a autarquia irá continuar a denunciar esta situação junto das entidades competentes. w w José da Luz, presidente da associação de agricultores “A crise já é uma velha nossa conhecida” O Parques Multiusos é “uma estrutura que nos fazia falta há já muito tempo”, disse ao “O Campaniço” José da Luz, presidente da Associação de Agricultores do Campo Branco, para quem o facto da obra ter sido “totalmente custeada” com verbas próprias da Associação, é motivo de “grande contentamento”. O Parque Multiusos, inaugurado durante as comemorações do 20º aniversário da AACB, no início deste ano, é “um desdobramento das instalações antigas, que já estavam saturadas”, e “uma estrutura complementar da Associação” refere José da Luz. As novas instalações possuem diversas valências, entre as quais, salas de arquivo e de reunião, uma báscula de grandes dimensões para pesados com grande tonelagem, um centro de desinfecção de viaturas de transporte de animais e um pavilhão multiusos Jantar comemorativo Para assinalar as duas décadas de vida, a Associação de Agricultores do Campo Branco ofereceu aos sócios e colaboradores, um jantar-convívo, no dia 29 de Janeiro. O novo Parque de Serviços Multiusos foi o local escolhido para o certame, onde agricultores, produtores de gado, amigos e sócios tiveram a oportunidade de confraternizar e brindar aos vinte anos de existência da Associação. O jantar contou ainda com a participação do grupo “Os Ganhões” de Castro Verde, que abrilhantou a festa com algumas das suas modas. Cerimónia de inauguração do Parque Multiusos que serve, quer para a recolha da lã, aquando da altura da campanha, quer para a recolha de diversos equipamentos. No momento em que a Associação comemora os 20 anos, com mais de 900 associados, José da Luz considera que, ao nível de projectos mais imediatos, “estamos muito virados para a protecção sanitária dos pequenos ruminantes” e é para aí “que vão todos os nossos esforços neste momento”. Sobre a crise financeira e económica, José da Luz diz que “os agricultores já estão a sentir os efeitos da crise, mas para nós a crise já é uma velha nossa conhecida, agravada com a situação internacional, que faz com que os preços dos produtos agrícolas estejam muito baixos. Às vezes têm uma ligeira subida, mas caem logo depois por aí abaixo”. Para o presidente da Associação de Agricultores do Campo Branco, a situação agrava-se ainda mais neste momento, sobretudo, depois “da falta de água durante o mês de Março, em que quase não choveu”. w O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 ÉDITOS EDITAL junta de freguesia DE CASTRO VERDE MARIA MANUELA REVÉS FLORÊNCIO, Presidente da Junta de Freguesia de Castro Verde, FAZ SABER QUE, durante o Ano de 2008, a Junta de Freguesia de Castro Verde concedeu os seguintes benefícios: CLASSIFICAÇÃO BENEFICIÁRIO 01/04.07.01 Futebol Clube Castrense 01/04.07.01 Sociedade Recreativa e Filarmónica 1º. Janeiro 01/04.07.01 Cortiçol 01/04.07.01 Escola EB 2,3 Dr. António Francisco Colaço 01/04.07.01 Associação Moradores do Bairro dos Bombeiros 01/04.07.01 Grupo Recreativo Desportivo e Cultural de Almeirim 01/04.07.01 Centro Comunitário dos Namorados 01/04.07.01 Associação 25 de Abril 01/04.07.01 Ass. Hum. Bombeiros Voluntários de Castro Verde 01/04.07.01 Associação de Caçadores das Sesmarias 01/04.07.01 Associação de Moradores da Cerca dos Pinheiros 01/04.07.01 Associação de Estudantes da Escola Secundária 01/04.07.01 EB1/Jardim de Infância de Santa Bárbara de Padrões 01/04.07.01 APADIJ 01/04.07.01 Associação para o Emprego de Deficientes do Alentejo 01/04.07.01 Sociedade Columbófila “Asas Verdes” 01/04.07.01 Associação de Cante Alentejano “Os Ganhões” 01/04.07.01 Sociedade Recreativa dos Geraldos 01/04.07.01 Associação Canil e Gatil “Os Rafeiritos do Alentejo” 01/04.07.01 Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja 01/04.07.01 Fábrica da Igreja Paroquial 01/04.07.01 Associação para o Emprego de Deficientes do Alentejo 01/04.07.01 Farpibe/Murpi 01/04.07.01 Associação de Atletismo de Beja 01/04.07.01 Casa do Alentejo no Algarve TOTAL: VALOR TOTAL 10.656,00 I 5.337,68 I 3.073,68 I 1.280,00 I 710,16 I 650,00 I 650,00 I 600,00 I 500,00 I 400,00 I 400,00 I 300,00 I 300;00 I 250,00 I 50,00 I 150,00 I 250,00 I 250,00 I 200,00 I 100,00 I 100,00 I 50,00 I 50,00 I 30,00 I 29,92 I 26.317,44 I Para constar se publica este e outros de igual teor, os quais vão ser afixados nos lugares públicos do costume. Castro Verde, 5 de Janeiro de 2009 A Presidente da Junta Manuela Florêncio EDITAL Nº.7/09 CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE ALTERAÇÃO AO REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DO CARTÃO SOCIAL DO UTENTE Francisco José Caldeira Duarte, Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, torna público que, em reunião desta Autarquia, realizada no dia 18 de Fevereiro findo, e sancionado pela Assembleia Municipal, em sessão realizada no dia 27 do mesmo mês, foram introduzidas as seguintes alterações ao Regulamento Municipal de Atribuição do Cartão Social do Utente: “Durante o ano de 2009, é alargado o âmbito do Cartão Social de Utente dos serviços municipais passando o valor de referência para a fixação do Escalão A a ser o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), e passando a redacção do número 2 do artigo 4º e a alínea c) do nº.1 do artigo 7º. do respectivo Regulamento a ser a seguinte: Artigo 4º. Das Isenções 1.... 2. A isenção parcial referida no número anterior, será de 50% para o Escalão A ou de 30% para o Escalão B, de acordo com os critérios a seguir indicados: a) É de 50% para os agregados familiares cujo rendimento per capita não ultrapasse o valor, durante o ano em curso, do Indexante dos Apoios Sociais1, fixada por Portaria governamental – Escalão A; b) É de 30% para agregados familiares cujo rendimento per capita não ultrapasse o valor, durante o ano em curso, de 1.2 x Indexante dos Apoios Sociais - Escalão B. Para 2009, a Portaria nº 151/2008, de 24 de Dezembro fixou o valor do IAS em 419,22g. Artigo 7º. (Candidatura) 1..... c) Tendo em atenção que em situação de crise os rendimentos das famílias são mais aleatórios o apuramento dos rendimentos ilíquidos passa a reportar-se apenas aos três últimos meses que antecedem o pedido.” Para constar se lavrou o presente edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. Paços do Município de Castro Verde, 2 de Marco de 2009. O Presidente da Câmara, Francisco Duarte Assembleia Municipal de Castro Verde NÃO À EXPLORAÇÃO DO IP2 MOÇÃO Quando no inicio de 2008 foi realizado um inquérito no IP2, com a colaboração da Brigada de Trânsito, vários automobilistas foram questionados sobre a origem e destino, a frequência de utilização desta estrada, e na eventualidade de a mesma vir a ter portagens, se optavam pelo pagamento com Multibanco ou Via Verde. Nessa ocasião, a empresa Estradas de Portugal, em resposta à Câmara Municipal de Castro Verde, afirmava: 1) Que desconhecia a existência de tal inquérito; 2) Que, se tivesse tido conhecimento do mesmo, nunca o teria autorizado; 3) Que esta empresa nunca planeou nem planeia introduzir portagens no IP2. Recentemente surgiu um folheto desdobrável das Estradas de Portugal que vem contrariar a versão então apresentada. Com o titulo “Estradas da Planície - IP2, Concessão Baixo Alentejo”, é apresentado um mapa das estradas em construção e exploração, com o traçado do IP2 entre Castro Verde e Évora. Se dúvidas houvessem sobre a verdadeira intenção das Estradas de Portugal, este mapa vem dar razão às preocupações manifestadas nesta Assembleia Municipal e perante várias entidades, em Fevereiro de 2008. Assim, a Assembleia Municipal de Castro Verde, reunida em 27 de Fevereiro de 2009, deliberou o seguinte: • Manifestar a sua preocupação e rejeita qualquer propósito das Estradas de Portugal ou do Governo sobre a exploração comercial desta via tão importante para a região. • Dar conhecimento e alertar todos os Municípios e Juntas de Freguesia servidos por esta estrada sobre a forte possibilidade de a mesma vir a ser explorada comercialmente, penalizando desta forma uma região do país que já vive com grandes dificuldades, constituindo este mais um motivo para o seu empobrecimento. • Enviar esta moção aos grupos parlamentares com assento na Assembleia da República, às Assembleias Municipais do Distrito de Beja, aos Governos Civis de Beja e Évora, à CCDR, do Alentejo, bem como aos meios de comunicação social. A presente moção, apresentada como proposta pelo Vogal Adelino Coelho, do Bloco de Esquerda, foi aprovada, por maioria, com um voto contra e quatro abstenções. Castro Verde, 3 de Março de 2009. A Presidente da Assembleia Municipal, Dr.ª. Maria Fernanda Coelho do Espírito Santo EDITAL CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE FRANCISCO JOSÉ CALDEIRA DUARTE, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE, FAZ SABER, que no ano de 2008, a Câmara Municipal de Castro Verde concedeu os seguintes benefícios a Instituições sem fins lucrativos Entidade TRANSFERÊNCIAS CORRENTES Academia de Taekwondo de Castro Verde ACGRA-Associação Canil e Gatil “Os rafeiritos do Alentejo” Agrupamento de Escolas de E.B. e J.I. do Concelho de Castro Verde AMALGA - Assoc. Municípios Alentejo de Gestão Ambiente AMBAAL - Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral APADIJ-Ass. Acomp. Desenvol. Inf. Juvenil APAV - Associação Portuguesa de Apoio á Vitima APDA-Associação Port. de Distribuição e Drenagem de Águas ARECBA - Agência Regional de Energia do Centro e Baixo Alentejo As Atabuas - Grupo Coral Feminino Assembleia Distrital de Beja Associação Cante Alentejano “Os Ganhões “ Associação Comercial do Distrito de Beja Associação de Atletismo de Beja Associação de Cante Alentejano “ Os Cardadores” Associação de Cante Alentejano-Vozes das Terras Brancas Associação de Estudantes da Escola Secundária de Castro Verde Associação de Moradores da Cerca dos Pinheiros Associação de Moradores do Bairro dos Bombeiros Associação Hum. Bombeiros Voluntários de Castro Verde Associação Hum. de Dadores de Sangue de Castro Verde Associação Nacional de Municipios Portugueses Casa do Alentejo - Algarve Casa do Alentejo - Community Centre Casa do Alentejo - Lisboa CEBAL - Centro Biotec. Agrícola e Agro-Alimentar do Baixo Alentejo e Litoral Clube Português de Automóveis Antigos Cofre Social e Cultural dos Trabalhadores do Município Comissão Fabriqueira da Igreja Matriz de Castro Verde Conservatório Regional do Baixo Alentejo Cortiçol - Coop. Informação e Cultura, CRL Cruz Vermelha Portuguesa - Núcleo de Castro Verde Escola E.B. 2,3 Dr. António Francisco Colaço FARPIBE- Fed.das Assoc. de Reformados, Pension.e Idosos do Dist. de Beja Freguesia de Casével Freguesia de Castro Verde Freguesia de Entradas Freguesia de São Marcos da Ataboeira Freguesia de Stª Bárbara de Padrões Futebol Clube Castrense Futebol Clube de S. Marcos da Atabueira Grupo Desportivo e Cultural da Sete Insituto de História Contemporânea - F.C.S.H. Lar Frei Manuel das Entradas LPN - Liga para a Protecção da Natureza Movimento Democrático das Mulheres Região de Turismo Planície Dourada RURALENTEJO - Conselho para o Desenvolvimento Rural do Alentejo Sociedade Recreativa e Desportiva Entradense Sociedade Recreativa e Filarmónica 1 de Janeiro Tesouro da Basílica Real de Castro Verde Apoios de Saúde Subsidios de Alojamento e Bolsas de Estudo TRANSFERÊNCIAS CAPITAL Agrupamento de Escolas de E.B. e J.I. do Concelho de Castro Verde AMALGA - Assoc. Municípios Alentejo de Gestão Ambiente AMBAAL - Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral ART-Associação para Reabilitação de Toxicodependentes Freguesia de Casével Freguesia de Castro Verde Freguesia de Entradas Freguesia de São Marcos da Ataboeira Freguesia de Stª Bárbara de Padrões Fundação Joaquim António Franco e seus Pais Futebol Clube Castrense Lar Jacinto Faleiro Sociedade Colúmbofila Asas Verdes Sociedade Recreativa e Filarmónica 1 de Janeiro Tesouro da Basílica Real de Castro Verde Apoios habitacionais TOTAL DAS TRANSFERÊNCIAS (CORRENTES +CAPITAL) Valor (Euros) 901 025,56 4 620,00 4 000,00 100,00 10 338,81 35 195,20 27 000,00 89,78 450,00 750,00 800,00 7 988,00 500,00 11 844,80 1 050,00 13 400,00 800,00 500,00 1 000,00 1 000,00 49 400,00 4 400,00 5 113,00 59,85 1 100,00 260,00 21 000,00 700,00 12 000,00 100,00 66 363,57 42 400,00 7 592,00 1 500,00 400,00 36 100,00 84 000,00 40 800,00 44 400,00 95 500,00 85 120,00 47 396,06 2 500,00 3 000,00 1 000,00 8 400,00 100,00 5 581,73 250,00 42 960,00 18 000,00 11 600,00 334,45 40 168,31 418 840,71 2 057,45 8 312,31 10 415,98 1 440,00 3 119,85 96 111,97 69 450,89 29 505,54 119 595,88 30 386,99 6 500,00 11 284,00 3 000,00 16 400,00 3 000,00 8 259,85 1 319 866,27 A presente informação destina-se a dar cumprimento ao disposto na Lei nº. 26/94, de 18 de Agosto, e para que conste, se publica este e outros de igual teor, os quais vão ser afixados nos lugares públicos do costume, e eu, José de Brito Silva Martins, Coordenador Técnico da Secção Financeira, o subscrevo. Castro Verde, 15 de Janeiro de 2009 O Presidente Francisco José Caldeira Duarte, Arqtº. O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 comemorações “As Camponesas” de Castro Verde 25 anos a cantar as raízes “As Camponesas” de Castro Verde celebraram 25 anos de existência. Uma referência obrigatória do cante alentejano no feminino. A data foi assinalada com cante e festa. A autarquia associou-se à iniciativa e prestou uma homenagem simbólica ao grupo. Foto Estúdio 2000 - Castro Verde w Carlos júlio Quarta-feira, dia 19 de Março, pouco passava das nove da noite e, na sala polivalente do Mercado Municipal, já se juntava cerca de uma vintena de mulheres. Sentadas à volta de Paulo Madureira, o actual ensaiador, ouviam-no atentamente sobre o espectáculo que, no sábado a seguir, dia 21, iria juntar na Escola Secundária de CastroVerde meia dúzia de grupos corais femininos numa festa comemorativa dos 25 anos de “As Camponesas”. Do outro lado da sala, três homens sentados ouviam, também, em silêncio o que por ali se dizia. Mais tarde vim a saber que, pelo menos um era marido de uma das cantadeiras (“Gosto de as ouvir cantar, moro do outro lado da Vila, com pouca iluminação e, por isso, acompanho-a a todos os ensaios”) e outro trazia consigo uma harmónica para animar “depois do ensaio e quando calha”. “As Camponesas” de Castro Verde foram o primeiro grupo coral feminino, com alguma estabilidade, a ser formado no Alentejo, mas houve que vencer muitas resistências, sobretudo ao princípio. José Francisco Colaço Guerreiro, que esteve na origem do grupo quando animava a Associação Cultural“Castra Castrorum”, recorda agora, 25 anos passados, como tudo aconteceu. “A constituição das camponesas foi como que uma afirmação da necessidade que sentimos das mulheres também terem um papel activo em termos sociais. Já tinham passado 10 anos sobre o 25 de Abril e não entendíamos muito bem porque é que, apesar de toda a abertura que Abril trouxe em termos económicos, sociais e culturais, o cante continuasse a ser um espaço interdito às mulheres, elas que anteriormente, quando havia trabalho no campo, executavam as suas tarefas ao som do cancioneiro”. Diziam que o cante era dos homens Para constituir o grupo era preciso juntar quem soubesse cantar. Gente que soubesse cantar havia, o mais difícil vinha depois. “Quando estávamos a organizar aqui o enterro do Entrudo de 1984 apercebi-me que ao meu lado ia um conjunto de mulheres a cantar lindamente, umas vozes lindíssimas, e pensei que dariam um bom grupo coral. Nós já tínhamos a experiência de trabalhar com o grupo coral masculino, “Os Ganhões”, mas quando levantámos a possibilidade de criar um grupo feminino muitos homens não aceitaram bem e quase que me encostavam à parede dizendo: sentimo-nos embaixadoras de Castro Verde e do Alentejo, principalmente quando vamos a sítios mais longe, como a Braga ou ao Porto. Temos essa ideia de que somos as embaixadoras da nossa terra porque às vezes encontrávamos pessoas que nem sabiam onde era Castro Verde. Agora, também por causa do cante, já vão conhecendo”. Elvira Gonçalves está nos grupo há cerca de 15 anos. Diz que não é “ponto nem alto. Canto no coro, mas gosto muito de cantar, sempre gostei de cantar. Gosto também do convívio e aqui há muito convívio, embora, às vezes, seja complicado juntar tudo – os ensaios, a casa, a família – mas lá se faz um jeito, porque quem tem amor à camisola é assim. Às vezes, estar aqui obriga a muitos sacrifícios, sobretudo, quando há saídas para muito longe”. Desfile das Camponesas na Festa de Aniversário ou uma coisa ou outra. Diziam que o cante era dos homens, houve mesmo uma certa ciumeira e, alguns, não entendiam que as mulheres pudessem cantar ao lado deles. Era naturalmente um erro de visão porque quanto mais forte estiver o movimento do cante alentejano, mais força tem cada um dos grupos” refere Colaço Guerreiro. Recordando o que foram os primeiros ensaios, Colaço Guerreiro, diz que “apesar de já terem passado 10 anos sobre o 25 de Abril elas vinham para aquele primeiro dia de ensaios com uns laivos de clandestinidade. Consegui juntar cinco mulheres nesse dia. Entretanto, falei com um dos homens que cantava no grupo coral masculino que assumiu o papel de ensaiador das mulheres. Isto no dia 11 de Março de 1984.” E, passado pouco mais de um mês, tiveram a primeira saída. “Não sei se nas comemorações do 25 de Abril, se do 1º de Maio, fomos cantar a Mértola. Colocou-se então o problema do nome e foi aí que surgiram “As Camponesas”. Depois do primeiro ensaio, em pouco tempo, conseguimos um grupo de 20 mulheres. Elas entusiasmaram-se muito. As saídas, nesses primeiros tempos, ainda eram muito mais complicadas do que os ensaios. Havia mulheres que iam aos ensaios, só pelo gosto do cante. Nós ensaiávamos na minha garagem, à porta fechada, enquanto elas não tiveram coragem de encarar a luz do dia, digamos assim. Algumas até diziam – eu venho sem o meu marido saber e não quero que ele saiba. Mas mesmo assim muitas mulheres que cantavam muito bem e que tinham um grande gosto pelo cante foram impedidas de participar pelas circunstâncias e pela mentalidade então vigente, em que quase tinham que fazer uma opção. E a opção naturalmente que pendeu para o lado da opção conjugal”, afirma Colaço Guerreiro. Alguns homens proibiram as mulheres de cantar Muitas das mulheres não gostam de falar deste tempo e das interdições familiares, até porque do primeiro grupo “apenas uma ainda faz parte das Camponesas, e que por acaso até está doente e de luto, que é a Idalina. Foi uma das cinco primeiras. Há outro elemento que é a Arlete, mas que também por razões de saúde não está a cantar”, precisa Colaço Guerreiro. No entanto, Maria Alexandrina, 69 anos, boleira, quando a entrevisto e já de gravador desligado, confirma que muitos maridos se opuseram, na altura, à ida das mulheres para o grupo. “Eu não tapo o meu marido como muitas fazem. Ele não gostava muito que eu viesse aos ensaios. Mas que remédio. Eu queria vir e vim. Os maridos de outras que aí estão era o mesmo e houve algumas que não vinham porque os maridos não deixavam”. Maria Alexandrina diz que se sente bem no grupo. É o convívio e o cante que a motivam. “O que me traz aqui todas as semanas é o querer esquecer um bocadinho a lida do dia-a-dia. Este é um compromisso grande, e eu, faltando a um ensaio parece que falto a uma coisa de muita responsabilidade. Isto tem que se gostar. A gente tem que ser responsável e se formos responsáveis conseguimos. O mais difícil num grupo destes é as saídas. Na minha vida deixo a porta fechada. Os bolos lá dentro, os fregueses à porta. Às vezes é difícil conciliar a vida do grupo com a vida de casa. Mas, por enquanto, ainda vou conseguindo” Ao lado está Ana Custódio. Tem 71 anos e está nas “As Camponesas” há 24 anos, quase desde a fundação. “Entrei quando o grupo fez um ano. Estou aqui porque gosto muito de cantar, gosto muito do convívio, das pessoas. Ficar em casa não dá nada. Mas o mais importante é o gostar de cantar. Pergunto-lhe o que é mais difícil num grupo coral alentejano. Será arranjar uma harmonia entre vozes tão diferentes? “Talvez seja. Mas também é muito difícil arranjar um alto em condições e há muitos grupos que não conseguem ter um alto. Eu sou um dos altos de “As Camponesas”, apesar de também fazer muitas vezes o ponto. Embaixadoras do Alentejo A média de idades do grupo é muito elevada. Ultrapassa os 65 anos e Ana Custódio diz que o que gostava mesmo “era de ver aparecer mais gente nova. Nós já temos esta idade. Daqui a alguns anos deixamos de poder vir, mas gostava de ver aparecer gente mais nova para isto continuar. Por agora, o grupo está bom. Quando estamos 18 já é bom, seis em cada fila. Agora somos mais de 20”. Quando há saídas estas mulheres transformam-se em verdadeiras embaixadoras da cultura e do cante alentejano. Uma ideia reforçada por Ana Custódio. “Sempre que saímos Grupos femininos são mais estáveis Maria da Fé tem 50 anos, há 24 que está em “As Camponesas” e há 20 que ensaia “Os Carapinhas” – um grupo infantil, que reúne crianças dos 3 aos 12 anos. É uma mulher do cante. “O que junta as pessoas é o cantar e o convívio. A seguir ao ensaio, a gente diverte-se: cantamos, dançamos e é um bom convívio. Por outro lado, quando saímos e vamos para fora é importante a divulgação da nossa cultura. Mas, às vezes, as saídas são difíceis e é difícil conciliar tudo isto. Às vezes vêm mulheres para aqui que nunca cantaram, mas aprendem e integram-se bem. Claro que há quem cante melhor e quem cante mais mal, mas todas cantam bem dentro do grupo”. Colaço Guerreiro realça ainda o facto dos grupos femininos serem mais duradouros e mais estáveis do que os grupos masculinos. “É mais fácil trabalhar com os grupos corais femininos. As mulheres quando querem, querem mesmo. Raramente faltam aos ensaios e têm outra vantagem, que é a de não beberem. Entre os homens há o hábito do copito, seja antes, depois ou durante o jantar. Muitas vezes, quando os homens vão para os ensaios vão pouco predispostos a ouvir determinado tipo de recomendações, estão mais desassossegados e não acatam tão bem as directivas do mestre”. São quase 10 e meia da noite. O ensaio está no fim. Para trás ecoam ainda os sons fortes das modas que“As Camponesas” vão cantar no sábado... Ceifeira e Trigueira de Raça… numa harmonia de vozes, mas mais ainda, de saberes. Saberes que há 25 anos são a imagem de marca destas mulheres. Parabéns, Camponesas! w O Campaniço Fevereiro/março 2009 entrevista Cortiça, Design e Ciência Aos 29 anos, Ana Mestre tem sonhos para o futuro. Filha de castrenses, são frequentes as suas visitas à terra. Mais do que as boas recordações com que aqui se cruza, esta é para si uma região de grande inspiração. “O Alentejo não é uma questão objectiva (…) é uma questão intrínseca.” Designer, investigadora e docente na Delft University of Technology da Holanda, Ana Mestre abraçou um projecto inovador que alia design e sustentabilidade, a partir da cortiça como matéria-prima. w sandra policarpo O uso da cortiça associado ao design é uma intervenção recente. Acha que o design encontrou um novo contexto de oportunidade, da mesma forma que novos caminhos de inovação se abriram para o sector da cortiça? Design, cortiça, futuro e sustentabilidade. O que a motivou a enveredar por esta área de investigação? A Sustentabilidade e o Design são a grande motivação da minha investigação. O rápido processo de degradação, a que as sociedades modernas submeteram o planeta – quer ambientalmente, quer socialmente, é a grande força motriz da ideia de “Sustentabilidade”. O Design tem nas últimas décadas contribuído para essa degradação, através dos seus processos industriais de seriação que utilizam abundantes recursos materiais e energéticos. No entanto, o Design, tornou-se actualmente numa oportunidade, pois pode integrar estratégias que contrariam os efeitos negativos da industrialização associada aos produtos de consumo, nomeadamente através da selecção de materiais de baixo impacte ambiental, através de soluções energéticas mais eficientes ou através de estratégias que considerem todo o ciclo de vida do produto desde a selecção de materiais à reciclagem ou deposição final dos produtos. Neste sentido, o meu trabalho de investigação mais recente centra-se na problemática dos materiais mais “eco-eficientes” no âmbito do Design para a Sustentabilidade. A Cortiça surge numa sequência lógica, pelas características ambientais do material – natural, renovável, de grande disponibilidade local, mas também pelo seu potencial tecnológico e de inovação e pelo seu grande legado cultural, que o torna possivelmente no mais importante material Português. O projecto “Significados da Matéria no Design – Alentejo” explora a questão da identidade associada ao Design e, paralelamente, à Inovação e Sustentabilidade. Pode o design apoiar-se na tradição, nos seus conceitos e saberes, e criar a partir daí novas soluções e novos objectos? Um dos maiores lapsos da sociedade moderna é o frequente esquecimento do conhecimento “tradicional” com origem nas “culturas e povos tradicionais”. A ideia de conhecimento científico domina a sociedade contemporânea, fazendo-nos muitas vezes esquecer Ana Mestre soluções tradicionais que já resolveram eficazmente as necessidades do Homem e que continuam a ser boas soluções. O que se passa, é que a necessidade de “desenvolvimento” e de “inovar” também é central e determinante para a sociedade. É muitas vezes, por isso, que se voltam costas às soluções tradicionais, porque já não trazem novidade. O Design é central, no que respeita à questão da inovação, porque tem capacidade de se “metamorfosear” em novas formas e conceitos. Muitas vezes o que está na origem das novas soluções, não difere de soluções já existentes, mas o Design traz novas abordagens, linguagens e significados. O Projecto “Significados da Matéria no Design” centrou-se exactamente nesta questão - através da redescoberta, estudo e reconhecimento de soluções tradicionais, nomeadamente com origem no artesanato e na utilização de materiais locais oriundos da região do Alentejo, reinventámos formas e conceitos. Resultaram novos objectos com sabor a “design”, mas que integram todo um saber tradicional da região do Alentejo, das suas técnicas artesanais e tradições relativas ao desenvolvimento de artefactos tradicionais. Por outro lado, este projecto, foi também uma experiencia humana riquíssima, já que cruzou várias gerações e culturas “urbana” e “rural”, nomeadamente “designers” e “artesãos” com visões do mundo totalmente diferentes, mas que dialogaram durante todo o projecto, num processo de aprendizagem continua e de grande abertura e generosidade. O Conhecimento e a inovação também derivam destas experiências, que não são pura “Ciência”. lho, resulta de uma síntese destas duas componentes da identidade – colectiva e individual. A identidade é um factor determinante naquilo que produz? A que nível pode o design intervir de modo a dar o seu contributo nos processos artesanais de produção? É fundamental. Não existe criação sem identidade. Todos temos uma identidade colectiva e individual. A colectiva relaciona-se com os signos e símbolos do Pais ou Região e valores de um determinado círculo social, a que pertencemos, a Individual é aquela que criamos ao longo do nosso percurso de vida, que incluí naturalmente todas as restantes influências de lugares e pessoas e dos nossos próprios valores e sensibilidade. O Design pode ganhar muito com a identidade, porque gera valor acrescentado e diferenciação num contexto global de cada vez maior uniformização. O que tento fazer, no meu traba- Não existe criação sem identidade Pode actualizar os processos tradicionais. Fazendo com que estes se aproximem mais de um mundo global e sejam apreciados e entendidos por mais pessoas. A grande questão que se coloca é se nesta mutação para a globalização, não se perde o tradicional e a identidade. Eu acredito que não, porque ao permitirmos a mudança, mantemos vivo e contribuímos para a sua perpetuação. Não o fazer é condenar, deixar morrer e arriscar a que as futuras gerações não tenham acesso aos processos tradicionais, porque entretanto deixaram por completo de existir. O Design encontrou um novo contexto de oportunidade e falo - há sempre, porque é o seu papel e a sua razão de ser. Penso, que o grande ganhador neste processo é o Sector da Cortiça, se o souber aproveitar devidamente. Como sabemos trata-se de um sector, que sobrevive há muito tempo de um único produto que é a rolha. Sendo os restantes negócios da cortiça minoritários face ao dos vedantes. Trata-se de um sector tradicional, com resistência à mudança, mas que vive num tempo de crise, que terá rapidamente de inverter. Sendo, ou não o Design uma solução para o problema da cortiça, não deveria ser algo a desaproveitar pelo sector. O Design pode criar oportunidades, não apenas uma, mas variadíssimas. Sendo bem gerido e bem aproveitado, pode conduzir à inovação, descobrindo novas aplicações, encontrando novas respostas a necessidades, potencializando novos desenvolvimentos tecnológicos, através de um desenvolvimento metodológico e sistemático. Não é um mal para todos os problemas, mas é necessariamente uma oportunidade a não perder. A rolha é o produto por excelência da indústria corticeira. Ao assumir-se como um ícone do design desafia a criação de novas aplicações e a matéria-prima sai valorizada. Poderá esta ser a forma mais evidente de relançar o sector corticeiro? A ideia de Rolha como “Ícone do Design” é uma ideia interessante e verdadeira, pois a rolha de cortiça é, desde a sua origem, o melhor vedante para garrafas alguma vez desenvolvido. Quantos objectos no mundo poderão verdadeiramente se intitular de “Ícone de Design” e atravessar séculos sendo a melhor solução para uma determinada necessidade? Não penso que esta seja, no entanto, a forma mais evidente de relançar o sector, já que para o fazer o sector terá de ter uma abordagem mais profunda e estruturante. Acredito que o Futuro do sector não O Campaniço Fevereiro/março 2009 entrevista ... nesta mutação para a globalização, não se perde o tradicional e a identidade. Ao permitirmos a mudança, mantemos vivo e contribuímos para a sua perpetuação. está no seu passado e naquela que tem sido o seu grande Ícone, mas sim nas novas aplicações e soluções que surgirão de um processo de inovação que as empresas do sector terão de mergulhar. ou uma substância aglutinante. Pode-se ainda considerar compósitos de materiais de cortiça em “sandwich” com outros materiais, aumentado e adicionando assim outras propriedades à cortiça, como p.e. sandwich de cortiça com Fibra Qual a sua ligação a Castro Verde? A minha relação com Castro Verde, em particular, relaciona-se com os meus Avós maternos, mas com o Alentejo, com toda a minha família Do silêncio, intercalado com o som da Sirene, das galinhas da minha Avó Luísa, da balança da loja do meu Avô, com que brincava. Da mercearia do cimo da Rua dos meus avós, onde comprava rebuçados a 50 centavos (meio escudo). Do Natal. Do meu Acha que o design pode valorizarse se associado à componente industrial? Acredito que o design é um motor de inovação e é necessário para a sociedade. Mas acredito nisto com o pressuposto de que para além da sua dimensão económica - associada à componente industrial – o Design tem simultaneamente uma dimensão ambiental e social. Em Portugal, no entanto, todo o trabalho desenvolvido tem sido muito trabalhoso. Ainda, não se acredita assim tanto nas oportunidades do Design e nas soluções para a Sustentabilidade. Qual a resposta do mercado a este tipo de produtos/objectos? Muito favorável. Efectuamos uma exposição em Lisboa, em Maio de 2008 no Museu Fundação Berardo no Centro Cultural de Belém, que contou com 13000 visitantes. Superou as expectativas e tivemos reacções muito positivas. Actualmente encontramo-nos a preparar a Marca CORQUE Design, que comercializará uma selecção das peças que estiveram presentes na Exposição. O objectivo é sobretudo internacionalizar. E qual a resposta do próprio sector às novas áreas de inovação? Tem sido gradual. Algumas empresas do sector vão apostar na continuação da iniciativa que iniciámos conjuntamente em 2006, denominada “Design Cork for Future, Innovation and Sustainability”. O processo tem sido lento, mas acredito, que o Sector está agora mais aberto do que no passado. Resta agora investir, arriscar e acreditar. Quais os processos de transformação e modelação do material em bruto? Existem vários processos e várias tecnologias associadas à Cortiça, para além da cortiça natural, que é retirada directamente do Sobreiro, existem ainda os aglomerados de cortiça simples e compostos, como por exemplo, o rubber-cork, ou mais recentemente os CPC, compósitos de polímeros com cortiça. Os aglomerados de cortiça são obtidos a partir de granulados aos quais de adicionam um outro composto e/ Puf Fup. Pufe em esferas de aglomerado de cortiça de Coco, MDF, Cimento, etc. Paralelamente à exposição realizada no âmbito deste projecto, foi realizado um seminário sob o mote «Design Cork meets Science and Industry». Mais do que encontrar novos destinatários para a cortiça, este foi um desafio à comunidade científica? O Seminário “Design Cork meets Science and Industry” foi um desafio simultâneo à comunidade cientifica e à industria da cortiça nacional. O objectivo foi chamar a atenção destes dois universos para apostarem em novos desenvolvimentos na área da cortiça, quer de cariz científico, quer de cariz industrial. Para promover a inovação no sector é importante, que os dois trabalhem em conjunto e que cresçam em paralelo. Outro objectivo, foi também apresentar o Design como ferramenta de Inovação através de casos de sucesso empresariais e com oradores que vieram de algumas das melhores Universidades Mundiais na área do Design e Engenharia, nomeadamente da Universidade de Delft na Holanda e do MIT nos Estados Unidos. Este Seminário foi co-promovido pela SUSDESIGN e APCOR - Associação Portuguesa de Cortiça e teve o Alto Apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Embaixada do Reino dos Países Baixos em Lisboa, revelando a importância estratégica do mesmo. materna e paterna. Eu sou, portanto, uma descendente de Alentejanos, o que para mim é uma grande honra, porque sempre entendi o Alentejo como uma região de excelência e de grande inspiração, sobretudo na Natureza e Paisagem, na Arquitectura e na Cultura Local. O Alentejo é também o meu Pai e a minha Mãe, que embora tenham ido para Lisboa muito jovens, sempre mantiveram uma estreita ligação com esta Terra. Este contacto, desde sempre, com o Alentejo influenciou-a de alguma forma nas opções que tomou profissionalmente? Sinceramente, esta questão da influência do Alentejo no meu trabalho, nunca foi uma questão consciente ou que propositadamente procurasse. No entanto, penso que em tudo é observável essa influência, quer seja pelos materiais que selecciono, como a Cortiça, quer seja na linguagem minimalista e purista que sempre apreciei e que mantenho nos projectos de Design. Por outro lado, o Alentejo tem sido um tema central nos trabalhos mais importantes que realizei e promovi e que aqui já falámos. O Alentejo, não é uma questão objectiva, na qual possa ou não tomar opções, é uma questão intrínseca, que irá permanecer e influenciar sempre. Que memórias tem de Castro Verde? Tio Jacinto, que estava sempre cá para nos receber. Ana Mestre é licenciada em Design Industrial (IADE – Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing) em 2000. Obteve uma Pós-graduação em Bio energia na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, em 2002. Desde 2001 que integra a equipa de Investigação do CENDES (Centro para o Desenvolvimento Empresarial Sustentável) do INETI (Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação), em Lisboa, onde está envolvida em vários projectos de Investigação e Desenvolvimento na área do Ecodesign e Design para a sustentabilidade. Exemplo disso é o desenvolvimento do primeiro projecto integral de Ecodesign do frigorífico “Shakti” na Whirlpool Índia, no contexto do IEEP – Indian Europeabn Ecodeseign Programme em 2001. Em 2004 dá inicio à SUSDESIGN – Associação para a Disseminação da Cultura do Projecto e do Design para a Sustentabilidade. Em 2005 conclui a sua tese de mestrado em Energias Renováveis e Design para a Sustentabilidade na Universidade Nova de Lisboa. Actualmente é docente na Delft University of Technology, na Holanda, onde prepara doutoramento. O que mais aprecia quando cá vem? Gosto da escala confortável da Vila, pode-se ir a pé a todo o lado e tudo é perto: o cinema, a livraria, o restaurante, a tabacaria, o café. Quando aqui estou é costume ir à livraria procurar livros locais e à junta de freguesia à Internet. Gosto da Vila de Entradas, pela sua beleza e por ser a casa da minha Avó Virgínia e dos meus Tios. Gosto do Monte da Asseiceira, o legado do meu Avó António Sebastião que infelizmente não conheci. Gosto de me lembrar da forma como o meu Pai me ensinava a apreender o significado das coisas simples e bonitas desta Terra. Que “sonhos”/ projectos tem para o futuro? Os meus “sonhos” são realmente projectos... continuar a desenvolver projectos, que tenham por base o Design e o seu cruzamento com a Sustentabilidade, a Identidade e a Cultura Portuguesa. Das Regiões de Portugal ou das Regiões que Portugal marcou. Continuar a estudar e a viajar. Continuar a ensinar. Continuar a trabalhar com pessoas que inspiram, motivam e revelam a sua generosidade e simultaneamente a sua grandiosidade no trabalho que desenvolvem. w Gosto de me lembrar da forma como o meu Pai me ensinava a apreender o significado das coisas simples e bonitas desta Terra. O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 património 10 Fonte dos Milagres Por todo o mundo são conhecidos locais onde a tradição refere terem ocorrido curas e “milagres”, ao longo dos séculos. Recentemente, os investigadores têm estudado esses sítios e encontrado anomalias geológicas que lhes conferem características especiais, ao nível da bio-energia. w Carlos júlio A zona entre a Ermida de São Miguel e a “Fonte dos Milagres”, na Herdade do Mourão, em Castro Verde é um desses locais. Através de referências históricas (ver caixa) sabe-se que este sítio foi muito procurado como local de tratamento e de cura, onde terão tido lugar diversos “milagres”. De posse destes dados e intrigado pelo elaborado edifício que integra a fonte, o engenheiro Manuel Palma, proprietário dos terrenos, procurou ajuda para perceber melhor este local tão importante para a saúde das populações. Manuel Palma contactou, com esse fim, o norte-americano Paul Rudé, especialista em medicinas complementares com base na bioenergia e, há dois anos, que estão a ser feitas análises e estudos geológicos em toda aquela zona. Com o fim de coordenar e impulsionar estes estudos foi constítuida a Associação de S. Miguel para a Medicina BioEnergética. As conclusões, para já, são surpreendentes. Diz Paul Rudé, presidente da Associação: “este é o local de tratamento e de cura mais importante em termos geológicos conhecido até hoje”. A ideia, segundo Manuel Palma, agora é procurar parceiros que queiram ali constituir um verdadeiro “Parque de Saúde”, até porque “no nosso país temos tendência a desprezar as coisas boas que temos, ao contrário dos outros que apostam na valorização do que têm. No caso concreto, sempre achei estranha a existência do monumento que está por cima da fonte e tentei saber do local está inserida num quadrado com cerca de 250 metros de lado. As anomalias geológicas naquele local são bastantes, incluindo uma série de falhas paralelas curtas e atravessadas por duas perpendiculares, que funcionam como uma espécie de bateria. Temos também a água daquela zona, que devido aos minerais que dissolve, tem uma elevadissima condutividade”, acrescenta Manuel Palma. Parque de Saúde Herdade do Mourão um pouco da sua história. E então deparei-me com uma realidade extremamente interessante: este tinha sido um local de saúde, onde muitas pessoas se vinham tratar e esteve na origem duma confraria atípica, que era a confraria de São Miguel. No fundo a confraria era uma instituição bancária, como a entendemos hoje em dia e chegou a ser inclusivamente um dos suportes financeiros da monarquia absolutista. Os rendimentos da confraria vinham dos donativos das pessoas que cá vinham para se curarem e que quando se curavam faziam avultadas ofertas ao Arcanjo São Miguel, a quem atribuíam o milagre da cura”, refere. Manuel Palma diz que, neste momento, ainda é uma incógnita como é que, antigamente, as pessoas usavam aquele local. Mas de uma coisa parece estar certo. “Os doentes não usavam este local como se usam habitualmente as termas. Podiam usar e beber a água, mas a cura e os tratamentos não provinham dela, mas sim de toda a envolvente geológica. A conclusão a que chegámos é que a eficácia nos tratamentos se devia não à água, mas sim à baixa radiação deste local e à bio-energia e que estamos a investigar neste momento. Este é um local que continua activo. Por exemplo, as medidas relativas à radiação de urânio são extremamente baixas no local, ao nível das que se encontram apenas em terrenos calcários e em São Miguel estamos num zona ácida. É uma situação atípica e fora do normal. Os exames geológicos que se fizeram, utilizando aparelhos de última geração, revelaram que a zona nobre esmolas e os primeiros a recusarlhe tal pretensão. A que se devia, então, o acréscimo das esmolas e, por conseguinte, o aumento dos rendimentos? Num livro de contas, manuscrito, que começou a ser escriturado no ano de 1677, encontrei o seguinte auto, com um traço de cima a baixo como que a querer inutilizá-lo: «Aos vinte e dois dias do mês de Julho de mil setecentos e catorze anos, nesta vila de Castro Verde, nas casas da Câmara dela, estando juntos os oficiais da Câmara em presença do Ouvidor desta Comarca, porquanto, ora de presente, se havia divulgado que junto à igreja do Senhor São Miguel se houve aberto e descoberto uma fonte de milagre que Deus Nosso Senhor por intercessão do Santo a essa fonte concorre muita gente com algumas doenças e achaques e se divulga serem sãos por virtude da água da dita fonte com que se lavam e se tinha experimentado virtudes nelas e para que se houvesse cobrar as esmolas que os romeiros e devotos quisessem dar ao dito Santo para as obras que se querem fazer na dita Ermida e ser necessário haver pessoa fiel e de boa consciência que as cobrasse e desse de tudo contas, elegeram para ter este cuidado a António Martins da ‘Lagoa dos Sarilhos‘, por ser homem de bom zelo ao qual mandaram chamar e, sendo presente, lhe encarregaram, debaixo do juramento dos Santos Evangelhos, que ele fizesse todo o cuidado em procurar arrecadar tudo o que se desse de esmola para as obras do dito Santo e delas dar conta. E ele recebeu o dito juramento e se comprometeu a fazer com todo o zelo e verdade como também lhe encarregaram cobrasse todos os anos os quatro alqueires de trigo de foro que lhe paga a este Santo Manuel Mestre, como herdeiro de José Pires, foreiro das terras do dito Santo e que cobrasse os ditos quatro alqueires de trigo deste ano de setecentos e catorze que é o primeiro ano depois da carga da conta atrás de que tudo mandaram fazer este termo que assinaram com o dito António Martins». A referência, neste documento, ao aparecimento da «Fonte dos Milagres» junto da Ermida de S. Miguel e por ali acorrer «muita gente com algu- Não era da água que vinha a cura O proprietário do terreno considera que todo este potencial energético deve ser aproveitado no sentido da saúde e refere casos de cura surpreendentes que conhece. Sobre as possibilidades de aproveitamento do local, Manuel Palma recorda que “havia ali casas junto à Ermida de São Miguel, onde os peregrinos se hospedavam e pernoitavam quando ali se iam tratar. Hoje em dia pretendemos criar as condições para um aproveitamento total daquelas potencialidades. Evidentemente que não estamos a falar de hospitais, de SPAs, de unidades hoteleiras, estamos a falar de um autêntico Parque de Saúde” Segundo Manuel Palma, já surgiram alguns parceiros internacionais com interesse neste projecto, “só que se retraíram devido à crise internacional que estamos a viver. Esse retraimento foi-me confirmado, mas foi-me também dito que isso não implicava o terem fechado a porta ou que significava menos interesse no projecto. Significava apenas que neste momento não tinham capa- A Fonte dos Milagres Abílio Pereira de Carvalho “(…), No ano de 1714, a Confraria de S. Miguel veria subir os seus rendimentos de forma inesperada. As esmolas ofertadas ao Santo, sempre em crescendo, não tardaram a ser convertidas em bens e haveres. A Confraria tornou-se proprietária de terras, vinhas e casas, bem como administradora de capitais emprestados a juros, sob hipoteca e, qual Banco Rural, chamando a si, por insolvência, as fazendas dos devedores. E foi, também, nesse ano de 1714 que o Rei D. João V, através dos tribunais da Mesa da Consciência e Ordens e do Desembargo do Paço, foi chamado a dirimir a querela travada entre os «oficiais da Câmara» e o Prior de Castro Verde. Este último a querer parte do rendimento das mas doenças e achaques»divulgando posteriormente que estavam sãs e curadas «por virtude da água da dita fonte com que se lavam e se tinha experimentado virtudes nelas» justifica, assim, o aumento das esmolas, a subida dos rendimentos da Confraria, a nomeação de um zelador de «boa consciência», para dar conta das esmolas, a questão levantada entre os oficiais da Câmara e o Prior de Castro Verde, bem como a intervenção do Rei através dos tribunais acima referidos”. Abílio Pereira de Carvalho - ‘História de Uma Confraria- 1677-1855 - edição da Câmara Municipal de Castro Verde (1989), O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 cidade financeira nem crédito para avançarem com o projecto”. Dado que se trata de um sítio único, qualquer equipamento que se queira fazer terá de ser realizado naquele espaço “já que as condições terapêuticas do lugar são as determinantes neste projecto. Ou ele é implantado naquele lugar ou não tem razão de ser. Um campo de golfe pode ser feito aqui ou ali. Um complexo desta natureza só pode ser feito onde existem as condições bio-energéticas necessárias, como é o caso deste lugar. Ou é ali ou não é”, realça Manuel Palma. Um local importante em termos terapêuticos Com um intenso curriculum no campo das medicinas complementares – “não gosto do termo medicinas alternativas”, diz – Paul Rudé destaca as especificidades terapêuticas do lugar.”O que ali interessa é o conjunto. O desafio que a Associação tem é o de compreender e recuperar o modo de utilização que antigamente se fazia daquele espaço. Pelo que já conseguimos saber, através das investigações que fizemos nos últimos dois anos, é que aquele lugar é muito importante para o relaxamento muscular. Nota-se naquele espaço uma eleva- da concentração de minerais que provoca uma dilatação dos vasos sanguíneos que vão para o cérebro e para os diversos músculos do corpo, e que pode ser usada para o tratamento de doenças da coluna, como a espandilose”. Para Paul Rudé “existem outros sítios de cura de base geológica, na Áustria ou nos Estados Unidos ( em Montana), e que são utilizados para os tratamentos em doenças como a artrite ou em outros problemas crónicos. Nesse dois locais é preciso que as pessoas estejam durante cerca de 30 horas dentro das grutas usadas para a terapia. Aqui, através de investigações que fiz nos últimos dois anos em pessoas e em animais, património 11 concluí que o mesmo tipo de efeito acontece em poucas horas e basta apenas estar exposto no espaço junto à fonte. O efeito aqui, em São Miguel, é quase imediato depois de 4 a 8 horas – depende do metabolismo de cada pessoa – de estarmos no local. Não é preciso beber água nem nada. É apenas a bio-energia do sítio que provoca essas melhorias”. O especialista em bio-energia, esclarece também que ainda existem muitas incógnitas, mas também algumas certezas. “Por vezes falamos em radiação, mas não sabemos. Até pode ser uma espécie de rede electro-magnética. Ao certo ainda não sabemos o que provoca aquela bio-energia. Temos feito estudos e pesquisas com o equipamento mais moderno, mas ainda não se chegou a conclusões definitivas. O que sabemos é que é um local único no mundo, porque mesmo em outros sítios importantes do ponto de vista geológico, não há curas deste tipo, nem tão rápidas. Os tratamentos efectuados nesses locais são muito prolongados, enquanto que aqui não”. Os estudos, por isso, vão continuar por muito mais tempo. Já durante o mês de Maio, vai ter lugar em Castro Verde, um seminário sobre as propriedades únicas de São Miguel, com vários oradores, promovido pela Associação que mantém também uma página na internet e que pode ser consultada em http://fontesanta. wordpress.com. w Colóquio Fórum Municipal de castro verde Sáb. 9 Maio 2009 Associação de S. Miguel para a Medicina Bio-Energética S. Miguel - História, Realidade, Bio-Energia 09:00 Recepção 10:00 Abertura Sr. Governador Civil de Beja Sr. Presidente da Câmara de Castro Verde Sr. Presidente da Associação Moderador: Manuel Colaço Palma 10:15 Filme ‘Fonte de Milagres’ – dia 29.11.06 10:40 Intervalo - Café 11:00 História local Prof. Abílio Pereira de Carvalho 11:20 História regional Prof. Alves Costa 11:40 Património local Dr. José Francisco Colaço Guerreiro 12:10 As ‘Fontes Santas’ de Castro Verde Dr. Miguel Rego 12:30 Debate 13:00 –14:30 Almoço 15:00 Geologia Local Dr. Miguel Ramalho 15:20 Testemunho Srª. D. Dulce Maria Ramos 15:40 Intervalo 16:00 ‘Bio-Energia’ Dr. Paul Norton Rudé (Drª C. Issel/Drª P. Lewis / Prof. Dr. J. Schwarzmeier) 17:00 Debate 18:00 Cocktail w Altar da capela de Nossa Senhora da Esperança Obras de recuperação já estão em curso Durante os próximos dois meses, o altar de talha dourada da Capela de Nossa Senhora da Esperança, em Entradas será alvo de trabalhos de recuperação, que visam a conservação do património religioso do templo. Tendo em conta o avançado estado de degradação em que se encontrava o altar de talha dourada e o arco triunfal da Capela de Nossa Senhora da Esperança, em Entradas, a Fábrica da Igreja Paroquial de Entradas, em parceria com a Câmara Municipal de Castro Verde e a Junta de Freguesia de Entradas, decidiram levar a cabo um trabalho de recuperação das áreas mais afectadas. A constante exposição a humidades, calor e infiltrações de água têm provocado a fragilidade das estruturas, e são as principais razões que motivaram a urgente intervenção, orçada em cerca de 15.000 euros (+ IVA). A Capela encontra-se classificada como Imóvel de Interesse público, e dadas as dificuldades financeiras da Fábrica da Igreja e a ausência de apoios financeiros por parte do Poder Central, a Autarquia decidiu assumir algumas das despesas dos trabalhos de restauração do imóvel, tendo atribuído um apoio financeiro na ordem dos 10.000 euros. A Junta de Freguesia de Entradas disponibilizou-se também para colaborar nos trabalhos de recuperação, nomeadamente no que respeita a obras, limpeza do telhado, etc. Paralelamente, a Fábrica da Igreja Paroquial de Entradas lançou uma campanha de angariação de fundos. Numa carta dirigida a todos os entradenses, a instituição apelou à boa vontade e colaboração de todos, de forma a obter o restante financiamento para a intervenção. As obras de restauro iniciaramse no dia 9 de Março e têm como objectivos principais a valorização do património da comunidade, e abrir um caminho para dotar a vila de Entradas com um pólo de atracção turística, a que brevemente se juntará o Museu da Ruralidade, e de dignificação da malha urbana onde a Igreja se integra. Mandada construir em 1575, por D. Bartolomeu Leitão, natural de Entradas e Bispo de Cabo Verde, a Capela de Nossa Senhora da Esperança ocupa um lugar de grande destaque na ampla avenida, e representa um marco importante do património arquitectónico do concelho. Lugar de culto e peregrinação, este templo religioso reveste- Capela de Nossa Sra. da Esperança, em Entradas se ainda de extrema importância para a população entradense. O edifício ostenta na sua estrutura um altar de talha dourada, colunas salomónicas, figuras de pelicanos, e por cima do retábulo, o Mistério da Santíssima Trindade. A sua nave é coberta por uma abóbada de berço redondo sobre cornija. Nas suas paredes possui, ainda, frescos representativos de Santo Amaro, São Lourenço, Santa Luzia, São Sebastião e São Brás. Foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 1993. w O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 cultura 12 Castro Verde ‘brincou’ ao Entrudo Entrudanças, Peddy Paper dos Entrouxos e Carnaval das Escolas. Em Castro Verde, Entrudo é sinónimo de dança, festa, cor e animação. Para o ano há mais! X Peddy Paper dos Entrouxos Na noite de 23 de Fevereiro, a frente do Cine-Teatro Municipal transformou-se num amplo estúdio televisivo onde, em directo, se anunciou a abertura do P’Xasha Club. Um espaço fino, elegante, e com muito bom gosto, onde só teve entrada o famoso Jet da Sete. Os convidados, esses, chegavam minuto a minuto, com pompa e circunstância, e em transportes, no mínimo, originais. Começava assim uma das provas mais aguardadas em época de brincar o Entrudo, quer pelos participantes, quer pelo próprio público que assistiu de perto a toda a peripécia inicial do Peddy Paper dos Entrouxos. Dos donos do bar, Evaristo e Belga, à Família Real do Principado dos Aivados, passando por José do Monte Branco e sua Fetty, à já famosa Bia Baião, e ao empresário Johnny Heads, muitos foram os personagens que, ao longo de meia hora, foram desfilando pela passadeira vermelha. A encenação terminou com a actuação dos Galeguinha Boys que interpretaram “Reflexo”, o seu single de lançamento, levando as fãs à histeria total. Dava-se então início à prova, para uma vez mais testar a audácia dos corajosos participantes nas várias prestações impostas ao longo do percurso. Na Praça da República, dois divertidos insufláveis fizeram as delícias dos participantes e, não só! As crianças presentes juntaram-s à festa já animada pelo baile levado a cabo pelo “Duo Luis Gonçalves e Fil Costa”, prolongando a animação foi um dos palcos de convívio do Entrudanças. Artesanato e gastronomia local de mãos dadas com instrumentos de tradição, criaram neste espaço um ambiente de encontro e convívio. O recém formado Grupo Coral Feminino “As Ceifeiras” de Entradas dinamizaram uma taberna repleta de petiscos e modas alentejanas. Organizado pela Associação Pédexumbo, em parceria com a Câmara Municipal de Castro Verde, Junta de Freguesia de Entradas e com a colaboração de várias entidades concelhias, o Entrudanças promoveu, ao longo de três dias, um programa alternativo, como uma aposta num Carnaval diferente, dinamizador da comunidade e das tradições locais. Actividades de Carnaval até às tantas. Uma vez mais os entrouxos voltaram a colorir as ruas de Castro Verde na véspera de Carnaval, e mostraram o seu espírito aventureiro em mais de duas horas de prova. Entrudanças 2009 Celebrar o Carnaval, dançando Durante três dias a animação percorreu a vila de Entradas e, ao ritmo dos sons do mundo, conduziu bailadores de vários pontos do país pelas danças de tradição. Na oitava edição do Entrudanças, a dança e a cultura alentejana foram o fio condutor e o êxito vivido em anos anteriores repetiu-se e espalhou a folia e a boa disposição pelas ruas da vila. Num ambiente modelado pelo convívio e camaradagem, cantou-se alentejano, trabalhou-se a lã e construíram-se máscaras de Carnaval. O envolvimento da comunidade em projectos que exploraram a componente local foi outro dos pontos altos do programa deste ano. Destaque para o projecto “A Escola leva o Entrudanças à Rua” - coordenado por Diana Regal e Bruno Cintra, desenvolvido em colaboração com as escolas de Entradas, Casével e São Marcos da Atabueira. Cerca de 80 crianças do 1º ciclo trabalharam o ciclo da lã e, com recurso à técnica de feltragem, construíram máscaras que foram, posteriormente, apresentadas no desfile de abertura do Festival, onde actuou também uma orquestra de objectos sonoros formada pelas próprias crianças. “MME – Memórias do Entrudo em Entradas”, uma peça de teatro comunitária, foi outro dos projectos apresentados durante o Festival. Concebido por Marta Guerreiro, Mário Sérgio, José Oliveira e Bruno Cintra, esta performance foi o materializar de uma pesquisa dos costumes carnavalescos e da vida quotidiana dos tempos em que havia camponesas e lavadeiras na vila. Para além dos muitos visitantes que são já presença assídua no Festival, também as gentes da terra se deixaram envolver pela programação deste ano, marcando presença nas diversas actividades. Paralelamente à diversificada oferta de oficinas, o Festival foi ainda animado pelos bailes de danças de tradição e pela actuação da Banda da Sociedade Recreativa e Filarmónica 1º de Janeiro se fez ouvir no primeiro dia do Entrudanças. Este ano, a Praça Zeca Afonso Carnaval das Escolas No último dia de aulas, o desfile/ concurso de Carnaval saiu à rua espalhando a folia característica desta época. Vestidos a rigor e sobre diferentes temáticas bem divertidas, crianças e jovens desfilaram pelas principais ruas da vila. A iniciativa foi organizada pela Junta de Freguesia de Castro Verde e envolveu as crianças que frequentam o 1º Ciclo do Ensino Básico e o Ensino Pré-Primário de Castro Verde, estendendo-se também ao Jardim de Infância do Lar Jacinto Faleiro. A Escola Secundária também marcou presença no desfile. Mais uma vez o trabalho realizado nas salas de aula revelou-se muito criativo e original, colorindo a tarde com a alegria da comunidade escolar. w Dário Mira, o jovem “cantor de sonhos” Dono de uma voz encantadora, Dário Mira é, actualmente, um dos cantores mais promissores da região. Apesar da sua ainda curta carreira, o jovem tem sido requisitado para vários espectáculos, onde tem apresentado o álbum “Tributo a… Tony Carreira”, lançado o ano passado. Em conversa com o “Campaniço”, o cantor de S. Marcos da Atabueira falou da sua carreira e dos projectos para o futuro. Desde pequeno que sonhava pisar os palcos e cativar públicos, mas só desde há alguns anos é que Dário Mira conseguiu realizar o seu sonho. O jovem cantor, natural de São Marcos da Atabueira, iniciouse na música aos dezasseis anos. A paixão por este mundo, essa surgiu desde a tenra idade, quando ao completar seis anos lhe ofereceram o primeiro órgão. O bichinho despertou em si, começou a aprender a tocar o instrumento, e o sonho falou mais alto. Actualmente, Dário é requisitado para espectáculos um pouco por todo o país. Quando pisa o palco, os nervos atrapalham sempre um pouco, mas confessa que se sente feliz por fazer aquilo que mais gosta: “Cantar é o que o que mais gosto de fazer, e quando fazemos aquilo que gostamos sentimo-nos realizados.” Em 2008, Dário lançou um álbum intitulado “Tributo a…Tony Carreira”, onde, ao longo de 12 faixas, presta uma homenagem ao “cantor de sonhos”, ao interpretar temas do aclamado artista. Fã assumido de Tony, por quem nutre uma grande admiração, é nele que vê um grande exemplo, pois como revelou ao Campaniço “ele começou do zero e foi crescendo na música, até ser o que é hoje”. Apesar do público ainda não conhecer as suas músicas, na verdade, Dário Mira começa já a dar os primeiros passos na composição de temas da sua autoria, com o auxílio do produtor musical Paquito, tendo previsto para breve, o lançamento do seu primeiro álbum de originais. O jovem cantor disse ainda ao Campaniço que o momento mais marcante da sua carreira artística, foi, sem dúvida, o espectáculo que deu em Toronto, no Canadá, pois como o próprio referiu “fui conhecer coisas novas, o espectáculo correu muito bem, e as pessoas gostaram muito”. Com uma carreira bastante promissora no mundo do espectáculo, Dário Mira revelou ainda ter alguns projectos em vista, e que, no futuro, espera ter sempre lugar nos palcos do mundo. w O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 cultura 13 w XIX QUINZENA CULTURAL PRIMAVERA NO CAMPO BRANCO Abril em festa Programa disponível na Agenda Cultural “Especial Quinzena” e em www.cmcastroverde.pt.Todas as informações, vendas de bilhetes e inscrições (para as iniciativas que o necessitam) no Posto de Informação da Quinzena Cultural. Praça da República. Tel. 286 328 148 De 17 de Abril a 3 de Maio, Castro Verde volta a protagonizar a cultura e a liberdade em mais uma Primavera no Campo Branco. Espectáculos. Desporto e tradição. Iniciativas pensadas para diferentes públicos, onde o diálogo e a pluralidade se assumem como elementos-chave de uma programação rica em contributos. Foto Estúdio 2000 - Castro Verde Abril é sinónimo de “Primavera no Campo Branco”. De cultura, enquanto espaço de formação e de partilha. De convívio e de liberdade. Ao longo dos anos que a tornaram naquilo que hoje é, uma iniciativa enraizada e consolidada na comunidade, tem apostado no diálogo enquanto fio condutor de uma programação participada, onde os diferentes agentes culturais se afirmam como indispensáveis à sua dinamização. Mais do que promover a festa, este é também um espaço de aprendizagem onde importa assegurar, a cada indivíduo, os instrumentos necessários para que se possa expandir culturalmente. Com um programa diversificado e descentralizante, que abrange áreas tão diversas como a música, a dança, o teatro, a literatura e o desporto, a Quinzena Cultural convida à cultura e à animação, num cenário que evoca datas importantes como as Comemorações do XIV Aniversário da Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca e a Revolução de Abril, marcos desta iniciativa desde o seu início. A primeira realça a importância do trabalho desenvolvido em prol da promoção da leitura e do acesso à informação e ao lazer. A segunda comemora os 35 anos da Revolução, pilar histórico da democratização cultural,protagonizada por um Poder Local Democrático que entendeu como urgente o acesso à cultura e à educação. Nesta edição, a Banda da Sociedade Recreativa e Filarmónica 1º de Janeiro faz as honras de abertura. Um concerto dirigido pela batuta do maestro Ricardo Carvalho, que con- tará com a presença da soprano Ana Ester e do tenor Carlos Guilherme. Os Ganhões são convidados de Dulce Pontes no espectáculo evocativo da Revolução. Maria João, Maria Viana e Maria Anadon sobem ao palco para um concerto marcado pelos ritmos do jazz – Vozes 3 - um projecto único e pioneiro, que promete uma verdadeira celebração do Jazz, num período de ouro e maturidade deste género musical. Camané apresenta-se nesta Quinzena munido de novas melodias, fruto do seu mais recente trabalho “Sempre de Mim”, para um concerto fluído em maturidade, expressão e sentimento. Hell’s Kitchen e Olive Tree Dance são outros dos nomes que integram o programa desta iniciativa. A Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca organiza mais uma Feira do Livro e um forte conjunto de iniciativas em torno da sua actividade, realçando a importância do trabalho desenvolvido em prol da promoção da leitura e do acesso à informação e ao lazer. Uma variedade de propostas que pretende dar continuidade à pluralidade cultural que, desde o início, caracteriza a Quinzena Cultural e cuja dinâmica se quer cada vez mais abrangente, respeitando os diferentes públicos e as diferentes sensibilidades. O público infantil acaba por ser alvo de uma atenção especial, voltando a privilegiar a interacção com as escolas. No que respeita ao público jovem, importa referir o papel desempenhado pelos estabelecimentos de ensino. O Festival 100 Cenas, uma proposta organizada pela Escola Secundária de Castro Verde, revela-se como um estímulo criativo que importa continuar a apoiar. Mas há outras iniciativas que vão ao encontro de conteúdos curriculares, e que foram sugeridas pelas próprias escolas, como por exemplo a performance “Camões é um Poeta Rap”, ou as inúmeras actividades à volta da promoção da leitura, praticando os princípios do Programa Ler +. Nesta edição da Quinzena continua- se também a construir essa grande casa que é a nossa memória colectiva. Aqui destaca-se a apresentação de um conjunto de diferentes materiais resultantes de uma filosofia editorial que, a par da recuperação de imagens do passado recente, privilegia a criação de novos canais de divulgação de um Castro Verde plural, de janela aberta para a planície, mas também para o futuro. Na XIX Quinzena Cultural “Primavera no Campo Branco” volta-se a protagonizar um Abril em festa, celebrando a vida no Campo Branco, tendo como certo que a cultura é uma componente indispensável à LIBERDADE dos cidadãos. w w Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca 14 anos ao serviço da cultura Numa altura em que está prestes a comemorar o 14º ano de existência, a Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca traça um balanço bastante positivo do ano 2008. A missão de ser um dos principais veículos de promoção e fomentação de leitura, entretenimento e informação tem sido sempre a grande prioridade ao longo da sua existência, e para tal, tem colocado ao dispor dos utilizadores, um leque muito vasto de recursos para consulta, como monografias, publicações periódicas, registos áudio, registos audiovisuais, DVD’s, e ainda um número alargado de documentos electrónicos. No ano que passou, a Biblioteca conseguiu cativar novos utilizadores, tendo recebido 235 novas inscrições, contabilizando um total de 4365 uti- lizadores inscritos. No que refere aos movimentos efectuados em 2008 (empréstimo domiciliário, leitura presencial, devoluções, reservas e quiosque de leitura), o total contabilizado foi de 24984 movimentos. As iniciativas lúdicas e as actividades pedagógicas foram também uma constante ao longo de 2008. Destacaram-se, por exemplo, a Feira do Livro, que contou com um rol muito vasto de iniciativas, o Aniversário da Biblioteca, o Arraial Literário, as comemorações do Dia do Livro e a participação nos ATL´s de Verão. O ano de 2008 ficou ainda marcado pela abertura do Pólo de Entradas, uma velha aspiração que veio complementar o serviço que a Biblioteca Itinerante tem feito ao longo de vários anos. Juntas, estas promovem a descentralização e a divulgação da cultura, um pouco por todo o concelho. É de salientar ainda a colaboração da Biblioteca Municipal com as Bibliotecas Escolares do concelho a nível de animação e promoção do livro, através de leituras em sala de aula, hora do conto e outras actividades, proporcionando a toda comunidade escolar, um acesso melhorado e com mais qualidade, à cultura e à informação. Durante os dias da Quinzena vale a pena ficar atento às iniciativas que vão assinalar o 14º aniversário deste importante equipamento cultural, inserido na rede de Leitura Pública. w O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 comunidade 14 Vernier – Castro Verde em Bicicleta Três amigos. Uma causa justa. 2 180 kms em bicicleta, de Genéve a Castro Verde. Jacinto Marçalo, Nuno Fatana e José Andrade partem no dia 27 de Junho com um objectivo muito claro: ajudar crianças com perturbações ao nível do desenvolvimento. Neste percurso que terminará a 11 de Julho, a motivação e a força de vontade serão suas companheiras de viagem. Jacinto Marçalo, Nuno Fatana e José Andrade são emigrantes há mais de 23 anos, na Suíça. Aqui vivem e trabalham, sempre com o seu país no coração. No dia 27 de Junho partem de Genéve, em bicicleta, por uma causa justa e solidária: ajudar crianças com perturbações ao nível do desenvolvimento. Criado há apenas um ano, o projecto “Vernier – Castro Verde em Bicicleta” teve inicialmente como objectivo pisar solo português em bicicleta. Porém, este grupo de amigos sentiu que faltava algo a este projecto. Era preciso um estímulo, um incentivo José Andrade, Nuno Fatana e Jacinto Marçalo que os motivasse a atingir a meta final. Decidiram então que os apoios obtidos na prova deveriam reverter a favor da APADIJ – Associação para Acompanhamento e Desenvolvimento Infantil e Juvenil de Castro Verde. O primeiro contacto com a Associação aconteceu há seis meses atrás. “Foi aí que tudo fez sentido” diz Jacinto Marçalo. “O estímulo que precisávamos encontramolo nas crianças desta Associação, e é por elas que vamos percorrer estes kms.” Jacinto Marçalo e Nuno Fatana são naturais do concelho, mais concretamente do Monte da Sete, e José Andrade, de Moura. Em Vernier criaram o Clube de Ciclistas Alentejanos, que lhes dá a preparação física de que necessitam. Porém, os treinos têm sido diários, tudo em prol do bom desempenho da prova. Ao todo serão 15 dias em viagem, de Vernier a Castro Verde, num total de 2180 kms. A acompanhá-los virá uma auto-caravana, onde passarão as noites, e que lhes dará todo o apoio necessário à concretização do percurso. A chegada a Castro Verde está prevista para dia 11 de Julho. w w Almoço convívio Um convite aos aivadenses Os dias 8 e 9 de Agosto vão trazer bastante animação à aldeia de Aivados. A comunidade irá receber, durante estes dois dias, muitos dos filhos da terra e seus descendentes, que se vão reunir no 5º Reencontro de Aivadenses. A iniciativa partiu de um grupo de pessoas, naturais da localidade, que residem na Baixa da Banheira, e que têm, já desde há alguns anos, organizado estes encontros. O objectivo é possibilitar o reencontro entre os aivadenses que partiram e a comunidade local, e dar a conhecer às gerações mais jovens, a terra que deixaram para trás há muitos anos e as suas tradições. A primeira vez que estes encontros tiveram lugar foi em 1991, na Baixa da Banheira, onde cerca de 300 pessoas se juntaram para conviver e relembrar a terra que os viu nascer. Mas tendo em conta que o motivo que os levou a juntar-se foi o facto de terem em comum a terra natal, a organização decidiu, então, começar a reunir-se em Aivados. O Centro de Convívio é o local escolhido para acolher esta iniciativa, que há já cerca de sete anos que não se realiza. Da programação fazem parte um baile com o acordeonista Francisco Cabrita, no dia 8, pelas 21h30, e no dia 9, o almoço-convívio, a decorrer pelas 13h00, que será animado pelo Grupo “Vozes da Planície” da Sociedade RCU Alentejana da Baixa da Banheira, e pelas “Camponesas de Castro Verde”. A iniciativa conta ainda com o apoio da Associação da Comissão de Aivados e da Câmara Municipal e Junta de Freguesia de Castro Verde. w Para mais informações e inscrições contacte: Maria Antónia Mestre– 963884445, Joaquim Belchior–91408 88 36 ou Joaquim Nobre–939552350. FotoDestaque É grande a tradição dos grupos corais em Castro Verde. Desde pelo menos os anos quarenta, do século passado, que são conhecidos, com carácter formal e organizado, grupos corais no nosso concelho. E se a cultura nacionalista do Estado Novo obrigava a que fossem os homens os actores exclusivos dos grupos corais alentejanos, em Castro Verde, ainda antes da Revolução dos Cravos, as mulheres da nossa terra quebraram essas regras. Criando um grupo que podemos afirmar, foi a semente para o aparecimento, mais de uma dezena de anos depois, d’ As Camponesas. O foto-destaque deste Campaniço, cedida pela senhora Maria Vitória Nobre, traz um testemunho de uma visita dos grupos corais, o feminino e o masculino de Castro Verde, à Casa do Alentejo, em Lisboa. Estávamos a 4 de Fevereiro de 1973. Eram então ensaiados pelo professor Sampaio. Importa salientar que a cerca de dezena e meia de mulheres do grupo coral feminino, na sua quase totalidade participavam ainda no Coro da Igreja e no Grupo de Teatro da Casa do Povo. Ficam aqui os nomes de alguns dos intervenientes e de alguns amigos e familiares que se juntaram então à festa. 1 n/ident. 2 António Ferraz. 3 Francisco Escorrega. 4 Antero Medeiro. 5 António Alfredo. 6 Joaquim Baião. 7 António Matos. 8 Avelino Contente. 9 António Eduardo Revez. 10 Raul Joaquim dos Anjos. 11 Arlindo Rosa. 12 António Costa. 13 Francisco Revez Mestre. 14 Sílvio Sousa. 15 Vítor Paquete. 16 João Batista. 17 Jacinto Constantino Cunha. 18 Custódio Mestre. 19 Manuel Paulo. 20 n/ident. 21 Amália Constantino. 22 Maria Antónia Urbano. 23 Maria José Nobre. 24 Maria Joaquina Urbano. 25 Evangelista Raposo. 26 Professor Sampaio. 27 Álvaro Romano Colaço. 28 Fernando Nunes Ribeiro. 29 Luís José Alves. 30 n/ident. 31 n/ident. 32 n/ident. 33 n/ident. 34 Jacinto Fragoso. 35 José Ferraz. 36 Manuel Arsénio. 37 José Luís Lourenço. 38 Alberto Batista. 39 Amélia Mira. 40 Antónia Constantino. 41 Isabel Nobre. 42 Rosa Constantino. 43 Angelina Coelho. 44 Evangelina Palma Mestre. 45 Maria Nobre. 46 Evangelina Torres. 47 Maria Bárbara Urbano. 48 Maria Amália Estaço. 49 Maria Vitória Nobre. 50 Maria José Baião. 51 Manuel José Lourenço O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 ambiente 15 Recolha de resíduos aumentou em 2008 O concelho de Castro Verde voltou a apresentar um aumento na quantidade de resíduos reciclados e uma diminuição no depósito de resíduos em aterro. Dados que revelam uma população mais sensibilizada para as causas ambientais. A gestão dos resíduos é uma questão substancial no domínio ambiental que passa pelo controlo e monitorização das operações de recolha, triagem, armazenamento e valorização. A Resialentejo – Tratamento e Valorização de Resíduos opera neste campo, sendo responsável pela gestão dos resíduos na área da AMALGA (Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão do Ambiente). Agora que foi apresentado o seu relatório referente aos quantitativos de resíduos produzidos no ano de2008, pode concluir-se que este foi um ano bastante favorável no que Reciclagem do vidro respeita à reciclagem no concelho de Castro Verde. Após a análise dos quantitativos de resíduos relativos ao ano passado, é possível verificar uma diminuição de 5,7% dos resíduos indiferenciados depositados em aterro, em relação a 2007, facto este que contribui bastante para o aumento de vida útil dos aterros. Consequentemente, notou-se também um aumento de 20,3% de resíduos de papel e cartão depositados nos ecopontos, um aumento de 58% de plástico / metal e um decréscimo de vidro de 9,3%, em relação ao ano de 2007. A análise revela ainda que a população do concelho está mais sensibilizada para as questões da reciclagem, dado que o município castrense, no ano de 2008, dos mu- nicípios que integram a Resialentejo, foi o que apresentou a segunda maior capitação em termos de reciclagem, com um valor de cerca de 36,4 Kg/ hab. Ano. Uma das razões para este fenómeno é, sem dúvida, o facto de a Câmara Municipal de Castro Verde, no início de 2008 ter aumentado significativamente o número de ecopontos do concelho. Durante o mês de Abril será distribuído, com o recibo da àgua, um panfleto de sensibilização contendo todas as informações para que possa dar melhor destino aos resíduos produzidos em sua casa. w w Compostagem veterinária Um projecto a Esterilização dos cães de raças ganhar forma potencialmente perigosas Nuno Rosa Veterinário Municipal Em 2003 e 2004 foi publicada legislação específica devido à proliferação de cães de raças potencialmente perigosas. A proliferação deste tipo de cães é considerada um grave problema de Segurança e Saúde Pública uma vez que as suas agressões trazem consequências físicas e emocionais graves para as suas vítimas, além de terem importantes custos para a comunidade como seguros, tratamentos hospitalares e absentismo. Nesta legislação foram definidas como raças de cães potencialmente perigosos os Pit Bull Terrier, Stafforshire Terrier Americano, Stafforshire Bull Terrier, Rottweiller, Cão de Fila Brasileiro, Dogue Argentino e Tosa Inu, ou os seus cruzamentos. É ainda classificado como animal perigoso qualquer cão que mordeu ou atacou pessoas, feriu gravemente ou matou outro animal fora da sua propriedade, foi declarado pelo detentor à Junta de Freguesia com carácter agressivo ou considerado por autoridade competente como risco para segurança de pessoas ou outros animais devido ao seu comportamento agressivo ou especificidade fisiológica. A circulação destes animais na via pública só pode ser feita por maiores de 16 anos (o detentor do animal tem que ter mais de 18 anos), com uma trela até 1 metro açaimo, licença e registo na junta de freguesia (implica a vacinação antirábica do animal, identificação electrónica do mesmo, seguro de responsabilidade civil, termo de responsabilidade e registo criminal). No entanto, a falta de sentido de responsabilidade de alguns proprietários no que respeita ao dever de vigilância destes animais, a sua utilização para fins ilícitos, bem como o grande aumento do número de animais destas raças por uma questão de “moda”, mostrou que esta legislação é insuficiente no controlo deste problema. Associado a isto tem sido verificada a proliferação de locais de criação e venda de animais de companhia, com a reprodução indiscriminada de cães, sem um plano de controlo ou política de esterilização, tendo como resultado o aumento da população canina, aumento do abandono de cães, aumento do número e gravidade das agressões (a pessoas, outros cães e animais de outras espécies), aumento da população de cães assilvestrados, canis sobrelotados, elevado número de cães eutanasiados por falta de adoptantes, acidentes de trânsito, etc.. Deste modo e para garantir a saúde e a segurança das populações de um problema que teima em aumentar, Di- recção Geral de Veterinária, emitiu em Abril de 2008 o Despacho 10819 que regula o “Controlo da Reprodução e Entrada no Território Nacional de Cães Potencialmente Perigosos”. Este despacho proíbe a publicidade à comercialização de animais perigosos ou potencialmente perigosos, proíbe também a entrada no território nacional, por compra, cedência ou troca directa, de cães destas raças ou provenientes dos seus cruzamentos (com excepção dos animais inscritos em Livro de Origens), proíbe ainda a reprodução ou criação de cães de raças potencialmente perigosas e seus cruzamentos (com excepção dos animais inscritos em Livro de Origens). Além disto e a partir 15 de Agosto de 2008, é obrigatória a castração ou esterilização dos cães destas raças, se não inscritos no Livro de Origens, ou dos provenientes de cruzamentos entre si ou com outras raças. O método de esterilização a aplicar é a castração nos machos e a ovariectomia ou a ovariohisterectomia nas fêmeas, devendo os médicos veterinários que realizarem a esterilização emitir uma declaração desse facto, e que acompanha sempre o animal. Quando controlados na via pública por qualquer entidade competente, se o detentor do animal não apresentar esta declaração de esterilização incorre numa coima mínima de 500 euros. Esta legislação faz ainda a criminalização da participação em lutas de cães, do incitamento à agressão e das ofensas à integridade física por falta de vigilância do detentor do animal. O projecto Orgânica Verde que decorre de uma parceria entre a Câmara Municipal de CastroVerde e a Liga para a Protecção da Natureza pretende incentivar a população de Castro Verde a compostar. A compostagem é um processo biológico em que os microrganismos transformam a matéria orgânica, como folhas, relva, papel e restos da preparação de comida, num material semelhante ao solo, a que se chama composto, e que pode ser utilizado como adubo. Geralmente conhecida pelo nome de estrumeiras (ou esterqueiras), a compostagem consiste no aproveitamento dos restos dos jardins e restos vegetais produzidos na cozinha podendo ser realizada num pequeno espaço no quintal. Em breve chegará junto dos municípes toda a informação sobre como participar neste projecto e contribuir para um melhor ambiente. No entanto, aqui ficam, desde já, algumas informações úteis sobre a importância deste processo: Quais as vantagens da Compostagem? Material Rico em nutrientes, a compostagem fornece um material rico em nutrientes que melhora o desenvolvimento de plantas, jardins e relvados; Retém a humidade e os Nutrientes; O composto actua no solo como uma esponja, ajudando o solo a reter a humidade e os nutrientes; Melhora a estrutura do solo; O composto ajuda a melhorar as características de solos, quer sejam solos argilosos ou arenosos, concedendo-lhes outra estrutura. Evita a Erosão. Os solos ricos em composto são menos afectados pela erosão; Evita uso de fertilizantes químicos; O uso de composto aumenta os nutrientes desse solo, reduzindo o recurso ao uso de fertilizantes químicos; Reduz quantidade de Resíduos no Aterro; A compostagem dos resíduos reduz significativamente a quantidade de resíduos a depositar em aterro. Fácil. Não requer conhecimentos técnicos ou equipamentos. w O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 LAZER&UTILIDADES 16 Agricultura, jardinagem e animais ABRIL Fases da Lua Em Abril mondar e sachar os campos semeados no mês anterior; rega matutina. Plantar espargos e morangueiros. Semear milho e plantar batata nas terras mais secas e, no final do mês, nas terras mais fundas. Na Horta semear, no Crescente, em local definitivo, abóboras, batata, beterraba, brócolos, cenoura, couves, fava, feijão, melão, melancia, nabo, pimento, rabanete, salsa, etc. Em viveiro, semear cebola, pepino e tomate. Nos últimos dias do mês, semear feijão temporão. Limpar os rebentos (ladrões) nos enxertos efectuados nas árvores de fruta. Na vinha, fazer os tratamentos contra o míldio, oídio e outros; adubar as castas mais envelhecidas. No jardim semear estrelas do Egipto, girassóis e malmequeres; colher as flores dos lilases, margaridas, etc. Plantar begónias, dálias, gladíolos e jarros. Animais: higiene das vacas leiteiras e separar os vitelos das mães. Tosquia das ovelhas no minguante. Quarto Crescente > 2 Abril Lua Cheia > 9 Abril Quarto Minguante > 17 Abril Lua Nova > 25 Abril Quarto Crescente > 1 Maio Lua Cheia > 9 Maio Quarto Minguante > 17 Maio Lua Nova > 24 Maio saúde Marta Correia Simões Dietista Os números são claros e preocupantes: de acordo com os resultados do 4º Inquérito Nacional de Saúde da responsabilidade do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e Instituto Nacional de Estatística, 6,5% dos portugueses adultos residentes no Continente sofre de diabetes. A diabetes é uma doença causada pela falta, absoluta ou relativa, de insulina no organismo. A insulina é uma hormona que é produzida no pâncreas e lançada no sangue, tendo um efeito sobre o metabolismo do açúcar (glicose). A falta da insulina impede a glicose de entrar nas células, o que tem por efeito elevar seu nível no sangue (hiperglicemia). Na diabetes mellitus tipo I, a produção de insulina é rara ou nula. Apesar de se tratar de uma doença com uma alta prevalência, só cerca de 10 % de todos os diabéticos tem a doença tipo I. A maior parte dos doentes que sofre de diabetes tipo I desenvolve a doença antes dos 30 anos. Não há produção de insulina e a pessoa é insulinodependente, ou seja, necessita receber insulina injectável diariamente. Na diabetes mellitus tipo II, o pâncreas continua a produzir insulina, contudo, a quantidade produzida não é suficiente ou a insulina não é eficaz. A diabetes tipo II pode aparecer nas crianças e nos adolescentes (que actualmente e devido à obesidade infantil, já se tornou mais comum) mas em geral ocorre em adultos, após os 40 anos de idade e é mais frequente a partir desta idade. Os sintomas mais usuais da diabetes são a sede excessiva e boca seca, necessidade frequente de urinar, fome excessiva, cansaço, perda rápida de peso, dificuldade na cicatrização, perda progressiva de visão e infecções frequentes. No entanto, muitas pessoas têm diabetes e não sabem porque não apresentam sinais nem sintomas. Isto é bastante frequente na diabetes tipo II. Outras complicações da diabetes são a hipoglicémia e a hiperglicemia. A hipoglicémia é o nível muito baixo de açúcar no sangue, como “reacção à insulina”. Esta condição pode ser causada por insulina demais, alimentação de menos ou atrasada, exercícios, álcool ou alguma combinação destes factores. A hiperglicemia é o oposto da hipoglicé- Informações Borda-d’água Diabetes Mellitus mia. Ocorre quando o corpo tem açúcar demais no sangue. Esta condição pode ser causada por insulina insuficiente, excesso de alimentação, inactividade, doença ou uma combinação de vários destes factores. A diabetes é uma doença complexa que pode trazer várias complicações a longo prazo. A doença cardíaca, os problemas circulatórios, a doença renal, a retinopatia diabética que pode levar à cegueira, e a diminuição da sensibilidade, principalmente nos pés, estão entre as principais consequências da doença. O “pé diabético” é um problema grave, no qual, devido à falta de sensibilidade e dificuldade na cicatrização, podem desenvolver-se feridas nos pés. Normalmente, o indivíduo só se apercebe da lesão quando esta se encontra em estado avançado, o que torna o tratamento extremamente difícil, devido à insuficiência circulatória, e pode levar à amputação do membro. Assim, os diabéticos devem examinar os pés com frequência, pois podem ter a sensibilidade diminuída e sofrer ferimentos sem que sejam percebidos. A pessoa diabética do tipo II pode ser controlada, através de uma alimentação correcta e adaptada e exercício controlado, e às vezes, necessita de medicação oral (antidiabéticos orais), mas não descarta a possibilidade de uso ocasional de insulina injetável. Os principais factores de risco para desenvolver diabetes, principalmente o tipo II são: ter 40 anos ou mais, ter familiares diabéticos, ter excesso de peso/ obesidade, ter uma vida sedentária e ter hipertensão/colesterol elevado. Também incorrem neste risco as mulheres que tiveram diabetes durante a gravidez ou filhos com mais de 4 kg à nascença. A diabetes gestacional é outro tipo de diabetes, que é reconhecida ou diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez. Deve-se ao facto, de as hormonas produzidas pela placenta fazerem aumentar os níveis de açúcar no sangue, e consequentemente, torna-se necessária mais insulina para reduzi-los. A diabetes gestacional normalmente desaparece, com o nascimento do bebé. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que venham a sofrer mais tarde de diabetes do tipo II. Depois de detectada, a diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que seja corrigida com a adopção de um plano alimentar apropriado. Quando este não é suficiente, há que recorrer, à ajuda médica, com o uso da insulina, para que a gravidez decorra sem problemas para tanto para a mãe como para o bebé. As consequências deste distúrbio para a grávida podem ser hipertensão, pré-eclâmpsia, maior probabilidade de cesariana e maior probabilidade de desenvolver futuramente diabetes tipo II. O bebé também pode ser afectado, sendo as consequências a macrossomia fetal (bebés excessivamente grandes), o parto prematuro, a hipoglicémia e maior probabilidade de desenvolver obesidade e diabetes tipo II no futuro. A alimentação tem um papel fundamental nesta doença. O plano alimentar do diabético deve ser adequado à idade, actividade física, doenças, hábitos sociais e culturais, situação económica e disponibilidade dos alimentos. Seguidamente, ficam algumas recomendações: fraccione as refeições, com o objectivo de comer poucas quantidades várias vezes ao dia, ou seja, 6 a 7 refeições por dia: pequeno-almoço, meio da manhã, almoço, 1 ou 2 lanches se jantar tarde, jantar e ceia. Esta distribuição equilibrada das refeições permite não concentrar grandes quantidades de hidratos de carbono às refeições, reduzindo, assim, o risco de hipo e hiperglicemia. As principais fontes de hidratos de carbono são os cereais e derivados (batata, arroz, massas, pão, bolachas, flocos de cereais, farinhas), as leguminosas (feijão, grão, ervilhas, favas, lentilhas e soja), as frutas, o leite e seus derivados, os alimentos com adição de açúcar (bolos, doces, bolachas, chocolates, bebidas açucaradas, etc.). Os hidratos de carbono são divididos em duas categorias: complexos e simples. Os complexos são alimentos ricos em amido e fibra, como os cereais integrais e seus derivados e as leguminosas, e têm uma absorção mais lenta, pois durante a digestão, para que o amido entre na corrente sanguínea e seja utilizado como energia, tem que ser desdobrado em moléculas mais simples (glicose/açúcar). Como levam mais tempo a ser absorvidos, permitem manter os níveis de açúcar no sangue mais estáveis. As leguminosas são consideradas componentes benéficos na dieta do diabético pois são ricas em fibras e hidratos de carbono complexos, e apresentam níveis de gordura e sódio baixos. Os hidratos de carbono simples como o açúcar e doces, mas também os açúcares naturais, da fruta (frutose) e leite (lactose), são formados por moléculas mais simples, sendo a sua digestão e absorção mais rápida, provocando elevações rápidas dos níveis de glicémia. Tenha em conta que não se deve ingerir um hidrato de carbono simples isoladamente, como o leite ou iogurte e a fruta. Estes alimentos devem ser ingeridos juntamente com hidratos de carbono complexos, como um pouco de pão ou uma bolacha. Uma dieta rica em fibras ajuda a controlar a diabetes e a manter níveis saudáveis de glicose no sangue. Prefira os hidratos de carbono complexos e deixe os simples para os dias de festa; não faça jejuns prolongados ao longo do dia (por mais de 3 horas) e não ultrapasse as 8 horas de jejum nocturno; aumente o consumo de vegetais, principalmente de folha verde; evite alimentos ricos em gordura saturada e colesterol (gorduras de origem animal, gema de ovo, carnes vermelhas, linguiça e outros enchidos, enlatados em geral, frutos do mar e marisco, miúdos, vísceras, pele de frango, leite e iogurtes gordos e manteiga); evite os fritos em geral; existem alimentos específicos para diabéticos, no entanto, é muito importante ler atentamente os rótulos, pois estes produtos podem não conter açúcar mas substitutos deste, como por exemplo a frutose (açúcar natural da fruta) que se consumidos em excesso podem elevar os níveis de glicose; Substitua o açúcar por adoçantes artificiais como a sacarina ou o aspartame; Evite a ingestão de álcool, refrigerantes e sumos açucarados e beba pelo menos 1,5L de água por dia. A diabetes é uma doença crónica, mas se for controlada, permite ter uma vida activa, saudável e autónoma. Faça uma alimentação saudável e adequada, pratique actividade física (caminhando pelo menos 30 minutos por dia), vigie regularmente o peso, glicemia, pressão arterial, colesterol e triglicéridos e não fume.Ao seguir estas recomendações está a fazer uma prevenção das complicações que a doença pode trazer. No caso das pessoas que tomam medicação, devem cumprir sempre as recomendações do seu médico. As recomendações para as mudanças de hábitos de vida dos diabéticos são tão saudáveis que mesmo as pessoas que não sofrem de diabetes deveriam segui-las. Aprenda a comer e tenha uma vida sã. Receitas Tosquiados Para 12 bolinhos 250g de açúcar 250g de amêndoa pesada com a pele 1dl de água Leva-se o açúcar ao lume com a água até fazer ponto de cabelo. Juntam-se as amêndoas e deixase peladas e fatiadas e continuase a mexer até secar. Unta-se a pedra mármore da bancada da cozinha muito ligeiramente, com manteiga. Deita-se a massa sobre a pedra, uma colherada, um bolinho, até esgotar. Quando secam descola-se com uma espátula e põem-se num prato de serviço. Costeletas de borrego panadas Para 6 pessoas 1,5kg de costeletas de borreguinho 6 dentes de alho 2 colheres de banha 2 colheres de azeite 1 limão 2 colheres de farinha 2 ovos Pão ralado Sal e pimenta Óleo para fritar Arranjam-se as costeletas e esborracham-se com uma faca de modo a ficarem fininhas. Temperam-se com sal e pimenta, rodelinhas de alho e sumo de limão. Fritam-se nas gorduras e escorrem-se. Passam-se por farinha, ovo batido e pão ralado e fritam-se em abundante óleo bem quente. Bacalhau com poejos Para 6 pessoas 6 postas de bacalhau 6 batatas grandes 1dl de azeite 3 cebolas 3 dentes de alho 1 molho de poejos 2 colheres de água Sal Põe-se tudo em cru no tacho que possa ir à mesa – azeite, alho, rodelas de cebola, intercaladas com rodelas de batatas, as postas de bacalhau (bem demolhado), e as folhas de poejo. Volta-se a regar com azeite e um fiozinho de água. Põe-se o tacho em lume brando, tapado, durante cerca de meia hora. Serve-se imediatamente. Receitas retiradas do livro “Cozinha Tradicional do Alentejo” de Maria Antónia Goes O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 desporto 17 w Jogos Concelhios 2009 Festa do Desporto já começou Centenas de pessoas estiveram presentes na Festa de Abertura dos Jogos Concelhios 2009. Sob o lema “Actividade Com’Vida”, a iniciativa promete meter o concelho a mexer. Este ano, a “Otis”, mascote oficial, inspirou-se nos jogos de rua, promovendo o convívio e a sociabilização. Um dia de sol, animação e muita actividade desportiva. Assim foi o dia 7 de Março, em Castro Verde, dia em que decorreu a Festa de Abertura dos Jogos Concelhios 2009, inseridos no programa Actividade Com’Vida, da Câmara Municipal de Castro Verde. A Praça da República foi o local escolhido para a abertura desta edição, que revelou uma adesão bastante positiva por parte da população e que contou com um conjunto diverso de actividades, como por exemplo, insufláveis, que fizeram as delícias dos mais pequenos, e duas demonstrações: uma de Hip-Hop, por parte de um grupo dos alunos da Escola EB 2, 3 Dr. António Francisco Colaço, de Castro Verde, e outra, de saltos em caminhada, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher, que reuniu pessoas de todo o concelho, e de diferentes faixas etárias. Em 2009, a Otis, mascote oficial dos Jogos Concelhios, inspirou-se nos jogos de rua, como o pião e o berlinde, apelando ao convívio, solidariedade e espírito de equipa. De Março a Junho, os desportistas do concelho podem contar com cerca de 40 modalidades - Paintball, Taekwondo, Xadrez, Patinagem, entre muitas outras - estimulando a população para os benefícios de Festa de abertura dos Jogos Concelhios uma vida activa. Pelo oitavo ano consecutivo o objectivo continua mini-trampolim, pela LagoTramp, a ser o mesmo: envolver os muníoriunda de Lagoa. A Festa de Aber- cipes, abrangendo as várias infratura ficou ainda marcada por uma estruturas recreativas e desportivas Modalidades Badminton, Basquetebol, 3x3, Berlinde, Bilhar, Mini-Andebol, Aikido, Corridas de Carrinhos de Rolamentos, BTT, Caminhadas, Cavalhadas, Cicloturismo, Columbofilia, Damas, Dardos, Dominó, Futebol de 7, FuteboL de 5, Futebol Humano, Jangro, Malha, Matraquilhos, Paintball, Pião, Snooker, Sueca, Taekwondo, Ténis de Campo Ténis-de-Mesa, Tiro aos Pratos, Natação, Hóquei, Patins, Patinagem, Três Sets, Gira-Vólei, Yoga, Xadrez, Vale Tudo, Tarde sobre Rodas, etc. Regulamento Escolas, Associações e Juntas de Freguesia do Concelho. Inscrições e informações Fórum Municipal. Telefone: 286 320 040 do concelho, contribuindo de igual modo para o bem-estar e progresso humano, para a melhoria da saúde e da sociabilidade. Para quem estiver interessado em participar, o único requisito exigido é ser residente no concelho, preencher a ficha de inscrição, ter espírito de equipa, fairplay e boa disposição. Os Jogos Concelhios 2009 vão prolongar-se até ao mês de Junho e, à semelhança de anos anteriores, prometem manter viva a “festa” do desporto. w w S.R.D. Entradense Atletas destacaram-se em provas distritais Com mais uma época de Inverno a chegar ao fim, muitas foram as competições em que a equipa de atletismo da Sociedade Recreativa e Desportiva Entradense se destacou. No passado dia 1 de Fevereiro a equipa marcou presença no Campeonato Distrital de Estrada, que decorreu em Castro Verde, onde o atleta Fábio Fernandes subiu ao pódio para receber a medalha do 1º lugar, no Escalão de Juniores Masculinos, consagrando-se, assim, campeão distrital. A S.R.D.E conseguiu ainda vencer o 1º lugar no ranking das equipas, no mesmo Escalão. A 15 de Fevereiro, decorreu em Beja o Campeonato Distrital de Lançamentos de Inverno, onde estiveram Campeonato Distrital de Estrada (Castro Verde) em destaque as atletas Patrícia Vaz e Teresa Mestre, que alcançaram o título de Campeãs Distritais da modalidade, nos respectivos Escalões. Já no Campeonato de Clubes e Individuais de Inverno, que se realizou em Beja no dia 22 do mesmo mês, foi Jorge Madeira que esteve em evidência. O atleta venceu a prova, no Escalão de Iniciados, tornando-se, assim, à semelhança de outros colegas de equipa, Campeão Distrital. Entradas foi também palco de uma festa do atletismo. No dia 28 de Fevereiro, a vila recebeu o 7º Grande Prémio de Aniversário da S.R.D. Entradense, onde marcaram presença sete equipas do distrito, num total de oitenta e quatro atletas participantes de Benjamins a Veteranos. Na classificação final por equipas, a S.R.D.E. qualificou-se em 2º lugar. A equipa de Entradas participou ainda no Campeonato Distrital de Corta Mato, em Ferreira do Alentejo que se realizou a 7 de Março. Fábio Fernandes trouxe para casa, mais uma vez o primeiro lugar, tendo ainda a equipa conseguido classificar-se em 1º lugar no Escalão de Juvenis Femininas. No que respeita a competições nacionais, a S.R.D. Entradense participou no Campeonato Nacional de Corta Mato de Juvenis Juniores e Absoluto Longo que se realizou no dia 15 de Março, na cidade de Castelo Branco. O atleta Fábio Fernandes acabou por terminar a prova de 8000 metros em 30´50, tendo ocupado a 43ª posição na tabela final classificativa. w w Hóquei em Patins w Grupo Desportivo da Sete Castrense classificou-se em 6º lugar Época positiva A equipa sénior de Hóquei em Patins do F. C. Castrense classificouse no sexto lugar do Campeonato Nacional da 3ª divisão. Luís Cavaco, treinador da equipa sénior de hóquei do F. C. Castrense, revelou-se satisfeito com a prestação dos seus jogadores e admite que o sexto lugar obtido pela equipa é “uma posição aceitável”, manifestando-se optimista face ao futuro. Contudo, afirmou ainda que para chegar mais longe “é preciso melhorar as condições de trabalho” pois, na sua opinião, o hóquei em patins “tem futuro” no seio do F. C. Castrense. Durante os meses de Abril e Maio, a equipa sénior vai disputar a Taça A.P. Alentejo, promovida pela Associação de Patinagem do Alentejo, onde vai tentar defender o título obtido no ano passado. Depois de vários anos ausente dos pelados, o Grupo Desportivo e Cultural da Sete regressou às lides do futebol para disputar, nesta época 2008 / 2009, o Campeonato de Futebol de Onze do Distrito de Beja, da Fundação Inatel. Com um desempenho excepcional durante a 1ª volta do Campeonato, onde ocupou sempre a primeira posição da classificativa, a equipa do técnico Lancinha acabou por terminar o Campeonato no 5º lugar da tabela, não conseguindo, desta forma, o apuramento para a segunda fase do Campeonato. Para o ano, a direcção promete que a equipa vai voltar a vestir a camisola, para disputar mais um Campeonato de Futebol de Onze. O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 leitores 18 NECROLOGIA Histórias Pitorescas da Feira de Castro Ana Virgínia Pereira . 81 anos. Lombador António Albino Salvador. 81 anos. Entradas António Francisco Inácio. 75 anos. Casével António Guerreiro M. Palma. 65 anos. S. M. da Atabueira António Maria Coelho. 93 anos. Castro Verde António Mira Carneirinho. 89 anos. Castro Verde António Jacinto Costa. 82 anos. Sete Bárbara Rita P. F. P. Figueira. 96 anos. Castro Verde Celeste Maria Costa. 84 anos. Casével Eduardo Damas Faustino. 74 anos. Sete Domingos Rodrigues Fortes. 80 anos. Entradas Felícia Maria Neves. 89 anos. Castro Verde Fernando das Dores Baião. 93 anos. Castro Verde Georgina Colaço Ramires. 66 anos. Castro Verde Isabel Maria Costa. 89 anos. Casével Joana Marques Paulino. 85 anos. Sete João Augusto de Almeida Botelho. 78 anos. Castro Verde Manuel Dionísio Lourenço. 78 anos. Castro Verde Maria Antónia. 71 anos. Sete Maria da Conceição Severino. 93 anos. Seixal Maria Francisca Felisberto. 71 anos. Neves da Graça Maria Francisco Nobre Jorge. 83 anos. S. João da Madeira Maria Luísa de Brito. 96 anos. Neves da Graça Maria Paulino Romano. 89 anos. Castro Verde Miraldina Graça Varela. 70 anos. Sta. Bárbara de Padrões Silvino Pedro da Silva. 79 anos. Castro Verde Virgínia Figueira Revés. 89 anos. Castro Verde “Há muito, muito tempo, era eu uma criança”, tal como diz a canção, ocorreram na Feira de Castro situações pitorescas que a seguir descrevo. Umas contadas pelo meu pai. Outras contadas pelo meu irmão mais velho e ainda, outras, observadas pelo autor desta pequena crónica que certamente as gerações do meu tempo se recordarão e, naturalmente, as gerações mais novas apreciarão como era a Feira de Castro desses tempos idos. Historiando numa visão geral do que foi a Feira, do grande significado da sua história de cerca de 400 anos, do fervor de um povo que a ela acorria e que era o grande evento de todos os anos. Hoje, que a Feira se modificou com o evoluir da sociedade, é justo salientar a acção de duas pessoas que à Feira deram grande prestígio e significado. Refiro-me, em primeiro lugar, ao grande poeta popular António Aleixo que, ao longo de vários anos, esteve na feira a trabalhar, vendendo cautelas de lotaria e gravatas. Nesta frequência, pelas décadas de 30 e 40 do século passado e depois de um insucesso emigratório em França, António Aleixo circulava na feira com o seu negócio, onde era muito conhecido, sobretudo porque fazia quadras poéticas num repente, que deixava as pessoas admiradas e a magicar no conteúdo da sua poesia. Será conveniente relatar que o poeta, durante a feira, ficava em casa dos meus pais, porque era amigo do meu pai já do tempo em que ambos trabalhavam em Faro (Aleixo como polícia e meu pai como guarda-fios dos correios). Esta amizade percorreu a vida de ambos até à morte (o poeta morreu em 1949 e o meu pai em 1991). Aleixo deixou a polícia incompatibilizado com o serviço e meu pai foi transferido para Castro Verde em 1931, onde os dois se encontravam de ano a ano, na Feira. Durante a Feira, António Aleixo ia pelas ruas da vila e pelas ruas da Feira onde era muito conhecido por ser um poeta que fazia quadras “enquanto o diabo esfrega um olho”. Com uma facilidade que é apanágio dos grandes poetas, tal como Baudelaire (poeta francês). Quando lhe perguntavam se era “difícil fazer poesia”, respondia: “ou é muito fácil, ou é impossível”. Com frequência, das barracas da Feira lhe pediam: “faça aqui uma quadra para que as pessoas acreditem que o senhor faz versos bonitos em poucos minutos”. Em troca, o proprietário da barraca punha no balcão uma caneca de vinho e um pão com linguiça, o que contrariava o poeta porque não queria que a poesia fosse tratada assim. Perderam-se milhares de quadras de grande riqueza poética, porque ninguém registava nada. Que lapidação levou a nossa cultura! Como ficou mais pobre a poesia nacional! Aquilo que foi possível reunir de trabalhos do poeta pelo professor Magalhães, a ensinar em Faro, é certamente uma pequena parcela da imensa construção poética de António Aleixo. Da sua poesia na Feira de Castro apenas uma quadra ficou, transcrita a seguir. António Aleixo ia pelas ruas da vila, durante os dias da feira, vender cautelas. Transportava um chapéu-de-chuva preto, aberto, e nas extremidades deste punha as cautelas presas por alfinetes. E no meio do chapéu-de-chuva havia um papel onde escreveu em letras garrafais esta quadra: Alfredo Fragoso Lodovina Faleceu a 23/01/2009 Sua esposa, filhas, netos e bisnetos, comunicam o falecimento do seu ente querido Georgina Colaço Ramires Faleceu a 01/01/2009 – Castro Verde A família participa o falecimento da sua ente querida, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar. João Augusto de Almeida Borralho Faleceu a 05/03/2009 – Castro Verde A família participa o falecimento do seu ente querido, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar. josé carlos parreira da silva Faleceu a 15/03/2009 – Castro Verde A família participa o falecimento do seu ente querido, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar. Luís Martins Veríssimo Faleceu a 19/01/2009 - Entradas / Barreiro “Sua esposa, filhos e restante família agradecem a todas as pessoas de suas relações e amizade que manifestaram o seu pesar nesta hora difícil.” Oh meninas desta rua Venham todas à janela Venham ver o cauteleiro E comprar uma cautela Era assim que o poeta, durante alguns anos, governou a vida e angariou meios para sustentar a família. Mal, já se vê, como mal vivi a generalidade da população castrense. Outra figura carismática da Feira de Castro, também muito dada à poesia popular, foi a Zéfinha. Era invisual. Tinha uma bonita voz, de onde projectava as quadras que construía. Não com a limpidez e textura harmoniosa de António Aleixo (que neste aspecto se pode considerar um génio da espontaneidade), mas com a força que emana dos poetas populares que são, no fundo, a expressão sentimental de um povo. E a Zéfinha todos os anos estava na Feira de Castro. Vinha dos arredores de Beja, onde vivia. Postava-se junto ao cine Sarmento, na rua principal da Feira, sentada num banco e a dedilhar uma vara, a imitar uma viola. Passava assim os dias na Feira. Todos os feirantes a conheciam e quase todos contribuíam com os tostões possíveis. O cine Sarmento era um barracão feito de folhas de ferro zincado com tecto de lona, e o único que existia na vila, naqueles três dias de feira. Fora da feira não havia cinema. A Zéfinha cantava quase todo o dia as quadras feitas por si em tom melodramático dedilhando ao mesmo tempo uma vara a fazer de conta que era um instrumento musical. Quem passava por ela, deixava às vezes cair umas moedas no chapéu de palha, que punha junto aos pés. Este dom da Zéfinha – saber fazer quadras e ter uma voz de soprano, um tanto esganiçada – era o seu único meio de governar a vida e não estender a mão à caridade. A vida, naquelas décadas de 30 e 40, era duríssima, pelo que havia muitas pessoas que todos os anos aguardavam a Feira para angariarem meios de subsistência. Vista à distância, enquadrada com os cartazes dos filmes de cowboys – o Buck Jones, o Tomix e o seu cavalo Raio que dominavam todos os índios que lhes apareciam pela frente e que faziam as delícias da criançada e dos adultos - a Zéfinha era uma figura da Feira, como eram o Aleixo, os ciganos, a música estridente que vinha das barracas, ou o ar feliz e alegre das pessoas que percorriam as ruas da feira à procura de novidades. A feira é um mundo à parte sem paralelo em qualquer lugar do sul do País. É a expressão máxima da vida do povo de Castro Verde, o tradicionalista e os outros. Todos ficam agarrados ao sortilégio da feira. E quando esta acaba entra a saudade em cada um de nós, já esperando que chegue Outubro do ano seguinte para gozarmos outra vez a feira, onde vão aparecer novamente a Zéfinha, o António Aleixo, os ciganos, o circo, o cinema, e “o poço da morte”. A feira de Castro é uma magia que fica em cada um que a conhece, porque mais não podem esquecer tão felizes dias. É um mundo que vem da Idade Média, do longínquo ano de 1621. Os costumes pouco evoluíram, se comparados com a época relatada. Felizmente que ficou a Feira para a felicidade do povo de hoje. Salva-se desta evolução lenta, o que aconteceu depois do 25 de Abril, incluindo o grande progresso da vila, a vida menos difícil, as perspectivas das pessoas a outra realidade económica. Vicente Quintinha Guerreiro –Almada MAriana Guerreiro Pombeiro Faleceu a 13-03-2009 – Castro Verde A família participa o falecimento da sua ente querida, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar. Miraldina Graça Varela Faleceu a 26/02/2009 – Santa Bárbara de Padrões Marido, filhos e restantes familiares participam o falecimento da sua ente querida, agradecendo a todos os que a acompanharam à sua última morada. Caro Vicente, Obrigado pela sua crónica onde relata a presença de duas importantes personagens da nossa Feira: o poeta António Aleixo e Zéfinha. O tempo mudou a Feira, mas a Feira de Castro é sempre a Feira de Castro. Obrigado pelo seu contributo para a memória colectiva. Jacinto Goínhas, mais conhecido por “Ti Goínhas”, faleceu no passado dia 28 de Março, aos 104 anos. Em 2005, por ocasião do seu 100º aniversário, o Campaniço fez a reportagem. Nasceu em 1905, foi cauteleiro de profissão e à data do seu falecimento era o homem mais velho do concelho. O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 leitores 19 Aprender a gostar, e sabemos porquê… É urgente aprender a gostar, e sabemos porquê, tanto a nível familiar, como a nível pessoal, também a nível de camaradagem. Começa na escola, mais tarde na secundária, ou no colégio, onde nos matriculavam por não haver outra maneira de continuar os estudos. Nessa camaradagem nascia uma amizade que ficava para o resto da vida inteira, como ficou para mim a saudade das colegas de escola, do colégio, e, mais tarde, as colegas do curso que tirei em Lisboa. Nunca mais as vi. Muitas vezes penso nelas. Ficaram as lembranças e as saudades da infância e da juventude…! A educação que os nossos pais nos davam desde muito crianças, era no sentido de sabermos que tínhamos que amar e respeitar os nossos pais, porque nos deram a vida, nos amaram sempre com muito carinho, cuidaram de nós nas nossas doenças e sempre que necessitávamos de ajuda. Também nos aconselhavam a gostar e respeitar os nossos professores, porque nos transmitiam os conhecimentos necessários para nos tornarmos homens e mulheres dignos e responsáveis na nossa vida futura. Nós tínhamos o dever de os respeitar, e além deste dever, ficava sempre o sentimento de gratidão e amizade por tudo o que nos ensinavam como professores. Ninguém pensava em ser mal-educado, nem em ofendê-los, nem agredi-los fisicamente, como hoje fazem, tanto os alunos, como os pais, que chegam a ir às escolas agredi-los verbalmente ou até mesmo fisicamente, a ponto de os professores terem que receber tratamento hospitalar. Isto até nos entristece e envergonha como seres humanos… Sabia-se o motivo porque se tinha que gostar e respeitar os pais, a família, os professores, os nossos superiores e todas as pessoas sem distinção de classes. Não se abandonava ninguém, porque toda a gente é pessoa. Os jovens preocupavam-se com os mais velhos e doentes. Era costume ir visitá-los e ajudá-los sempre que necessitavam de um braço amigo. Hoje há uma grande indiferença. As pessoas são muito individualistas, e não ligam importância aos mais velhos e em relação à educação, esta deixa muito a desejar. Passa-se à frente ou ignora-se sem a menor consideração para com os mais idosos. Eu já tenho dito algumas vezes, quando observo esses procedimentos: Ora quem não tem, o que há-de dar? Isto é bastante para compreenderem, se forem capazes disso, que estão a proceder mal e de futuro serem melhor educados… Rita Martins Isidro Encontro este ‘’não sei quê’’ de cheiro a mar; este alguém de sabor a noite Estes olhos com quem partilho o que vejo, o que sinto, o que sou e tenho. E tenho agora este texto para ti: As palavras que trocamos todos os dias. As vogais e consoantes que se ligam. Há este ‘’nós’’ construído entre ‘’não sei quês’’ de prazer. Sou este brilho na água. A tua brasa. O teu doce. És a gaivota que me sobrevoa. Encontro este ‘’não sei quê’’ da cor do sol; as tuas sílabas no meu cabelo - fotografias que dizem em silêncio o que somos e temos. E temos agora este olhar. E somos: ‘’não sei quê’’ Carla Veríssimo Cara Rita, Aqui fica mais um olhar sobre a importância da amizade tantas vezes semeada nas relações escolares. O tempo mudou e a palavra solidariedade, para algumas pessoas, também. Vamos acreditar que o amanhã vai ser melhor. Mande Sempre! Aqui publicamos alguns versos do sr. Luís Veríssimo, nosso colaborador de sempre, que faleceu no passado mês de Janeiro. O Campaniço presta-lhe uma sentida homenagem pelo contributo a este espaço ao longo dos últimos anos. Uns Versos Dedicados aos Campos do Alentejo I Eu vivi no Alentejo Os seus campos semeados Se há terras por semear Não somos nós os culpados. VI Ter a água reservada Se é preciso regar Ter os calombros gigantes Prás vargens não encharcar. II Eu gosto de ver no campo Searas a verdejar Árvores carregadas de frutos Os rebanhos a pastar. VII Pra evitar os incêndios Com preauções de valor Nas searas os incêndios Se apagam com tractor. III Queixam-se agora pessoas De haver poucos cereais Digo com menos trabalho Poderiam haver mais. VIII O tractor com grande arrasto De lado a rastejar Com andamento o tractor Pode incêndios apagar. IV IX Existem hoje os tractores Cada uma freguesia Máquinas pra semear Um mínimo pra semear Com as máquinas as colheitas Quantidade suficiente Se podem arrecadar. Prá freguesia sustentar. V O clima é problema Mas havendo a precaução Livram-nos de enxurradas E de secas como o Verão. X Para as grandes cidades Alqueva vai produzir Pode haver mais cereais No futuro que há-de vir. Dia da Mãe Ideias de Castro Naquele monte distante, Numa modesta cozinha, Viveu pensando em seus filhos Minha mãe triste velhinha. Cá nasci, vivi e brinquei Há coisas que não havia Tive de procurar nova vida Para esquecer o que sentia Morreu, já ma levou. Ó pensamento constante, Sem ela nada eu sou, Naquele monte distante. Hoje vejo com alegria O grande desenvolvimento Dos homens que cá ficaram Que fizeram com talento Eu sonhando, ainda a vejo, Logo pela manhãzinha, Sentadinha à sua porta, Nessa modesta cozinha. Castro é vila, parece cidade Que não te posso esquecer Das searas e das herdades Com teu sol para aquecer Chorando vou em silêncio, Seu rosto amigo beijando Esse amor que era tão doce Viveu sempre em nós pensando. Tens monumentos Tens modas e arraias Do S. Pedro das Cabeças Das cantigas aos trigais Ajoelhada pedia, Mesmo na sua cozinha, Por tantas a quem muito queria Minha mãe triste velhinha. Terra antiga e escaldante Dum horizonte sem igual És uma jóia importante No Alentejo sem igual Lá no céu pede por mim Bem vê a minha amargura Seus concelhos sempre foram Cheios de amor e ternura. Já tens lindas rotundas Com casas a branquear Do desporto à cultura Que souberam conquistar Júlia Jesus Rodrigues–Alte Digo sem ironia Tudo o que Castro nos oferece Desde a Gastronomia E a Feira que nunca esquece Cara Júlia, Diz o poeta que as mães são as mais altas coisas que os filhos criam. Aqui fica a sua homenagem! Mande sempre... Luís M. Veríssimo–Barreiro Tem o sossego da Planície Dentro de um quadro escaldante No teu azul do céu Se vê a matriz empolgante Nota da Redacção Estas páginas são dedicadas a todos os leitores do boletim “O Campaniço”. Dê o seu contributo e ajude-nos a enriquecer ainda mais estas páginas. Envie-nos as suas poesias, crónicas e outros textos fruto da sua criatividade. Por vezes, o número de correspondência recebida por parte dos nossos leitores não nos permite publicar todos os textos, pelo que é feita uma selecção do conjunto que nos chega às mãos. Na próxima edição continuaremos a sua publicação. Os trabalhos podem ser enviados por correio ou por email: Campaniço. Câmara Municipal de Castro Verde. Praça do Município, 7780-217 Castro Verde. [email protected]. Estes versos quis escrever Que são escritos com amor Aos castrenses quis oferecer E p’ra terra que tem valor Cara Carla, Este “encontro” inspira-se numa verdade e num sentimento que é seu. Que a paixão seja sempre motivo para mais um texto. Mande sempre! Mudam os tempos, alteram-se as situações. Estamos perante um período de grande agitação, uma grande maioria das famílias vive em permanente conflito, uns por questões económicas, outros porque sofrem do sindroma da ganância, e quanto mais têm, mais querem. A harmonia familiar entrou em decadência. Recorre-se a calmantes para suportar o stress, quanto mais queremos chegar à perfeição, mais nos vamos tornando animais irracionais que nos conduzem às guerras das armas e aos confrontos das palavras onde ninguém se entende. Daí quem mais sofre são as crianças, as crianças que não têm ambiente com suporte de boa educação e amor familiar dificilmente irão ser adultos preparados para enfrentar as dificuldades que se adivinham. Chove, chove sem parar Ficam as terras molhadas Quantas crianças a chorar Por serem tão mal tratadas São as crianças da rua É como lhe chama o povo Triste sorte foi a sua Precisam de um mundo novo Um mundo que faça delas Tudo aquilo que merecem São crianças muito belas São marginais quando crescem Já não sei por onde ando Já não sei onde vou Tudo me vai magoando Já nem sei onde estou Mariana Palma–Barreiro Francisco Revés Caro Francisco, É notória a sua paixão por esta terra que também é sua. Nela se inspirou para estes belos versos. Mande sempre! Cara Mariana, A velocidade a que os dias correm vitimiza os mais fracos, entre os quais, as crianças. Aqui fica a sua reflexão. Bem haja! O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/abril 2009 breves AACB tem programa na Rádio Castrense notícias 20 w Assembleia Municipal Aprovou voto de louvor a Fernando Caeiros A Associação de Agricultores do Campo Branco reeditou, em colaboração com a Rádio Castrense, o programa “Campo Branco”. O programa vai para o ar todas as quartas-feiras, entre as 12h05 e as 12h30. Trata-se de um programa de informação e opinião centrado nas questões agrícolas, pecuárias e do mundo rural do Campo Branco. Para ouvir, sintonize a Rádio Castrense em 93 FM. AMBB tem secção de pesca desportiva Foi em 2008 que a Associação de Moradores do Bairro dos Bombeiros criou a secção de pesca desportiva. Desde então a Associação tem revelado uma dinâmica favorável na prática da modalidade, participando pelo segundo ano consecutivo no Campeonato Nacional de Pesca ao Achigã. A Associação é também associada da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, dando efectivamente o seu contributo ao nível da pluralidade desportiva do concelho. Confraria dos Cavaleiros de S. Pedro Castro Verde tem mais uma Associação. Foi recentemente criada em Castro Verde, a Confraria dos Cavaleiros de S. Pedro. Com sede na Rua Fialho de Almeida e sob o lema, “Nada deixes pela metade. Cavaleiro por inteiro”, esta Associação, sem fins lucrativos, visa desenvolver actividades recreativas e culturais e apoiar e participar em actividades equestres, entre outras. “Seara de Abril” elegeu novos Corpos Gerentes A “Seara de Abril”, associação de solidariedade social e apoio à 3ª idade, com sede em Sta. Bárbara de Padrões, elegeu, em Assembleia Geral, os novos Corpos Gerentes para o triénio 2009-2011. A Associação foi fundada a 2 de Agosto de 2002 e tem, actualmente, cerca de 440 sócios. A Assembleia Municipal de Castro Verde, reunida em sessão ordinária, no dia 27 de Fevereiro, aprovou por unanimidade um voto de louvor a Fernando Caeiros, ex-presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, como forma de reconhecer o seu mérito e dedicação prestados ao concelho. Fernando Caeiros apresentou a suspensão do seu mandato autárquico, enquanto Presidente da autarquia, em Julho de 2008, na sequência da sua nomeação para vogal Executivo da Comissão Directiva/Autoridade de Gestão do programa Operacional do Alentejo, acabando por comunicar em Janeiro do corrente ano, a sua renúncia ao cargo. A proposta de voto de louvor aprovada foi apresentada pela CDU, que sublinhou os 32 anos consecutivos em que Fernando Caeiros liderou a Câmara Municipal “com sentido de responsabilidade, isenção, rigor, profissionalismo e disponibilidade”, colocando “alto os interesses do concelho” e “contribuindo para o seu desenvolvimento sustentado e para a sua afirmação em termos regionais”. Neste voto de louvor salientou-se ainda o actual cargo desempenhado por Fernando Caeiros onde “prossegue a missão de serviço público em prol da Região e do Municipalismo”. Foi deliberado prestar uma homenagem ao ex-presidente durante os festejos do Feriado Municipal, a 29 de Junho, realçando deste modo o importante papel que desempenhou na comunidade, enquanto figura cimeira do Poder Local Democrático. w w Descida do Guadiana 2009 Escola Naval visitou Castro Verde No passado mês de Fevereiro, Castro Verde recebeu a visita do grupo de cadetes da Escola Naval que, no âmbito do seu Plano Anual de Actividades Escolares, e inserido nas actividades de aplicação militar-naval, realizou a descida do rio Guadiana, num percurso fluvial com cerca de 21 km, definido entre as localidades de Mértola e Pomarão. A Câmara Municipal de Castro Verde associou-se às actividades da Escola Naval disponibilizando o Parque de Campismo como base de apoio logístico e, na véspera do exercício, promoveu uma recepção a toda a comitiva, no Cine-teatro Municipal, e uma visita cultural pelos marcos históricos da região, onde se destaca a visita ao local da batalha de Ourique - S. Pedro das Cabeças, e à Basílica Real onde foi celebrada uma missa pelo Capelão da Escola Naval (1TEN CAP Rui Valério) an- tigo pároco de Castro Verde. Após a celebração da missa foi servido um jantar no parque de campismo, oferecido pelo Comandante da Escola Naval ao Presidente da Câmara Municipal e outras entidades locais, bem como aos restantes apoiantes do evento. Este exercício de descida do rio Guadiana envolveu cerca de 143 alunos da Escola Naval, entre cadetes do 2º, 3º e 4º anos e alunos do Ensino Superior Politécnico, e teve como objectivo desenvolver a prática dos conhecimentos adquiridos durante as instruções de formação marinheira, de comportamento organizacional, organização e instrução militar, mas também o apurar das capacidades de liderança, sentido de camaradagem, espírito de corpo e coragem física e moral, em prol de um objectivo comum. w Semana Gastronómica do Borrego De 6 a 12 de Abril Castro Verde recebe a Semana Gastronómica do Borrego, uma iniciativa promovida pelo Turismo do Alentejo, ERT, que conta com a participação de cerca de 40 municípios. Durante sete dias, os restaurantes aderentes do concelho têm à disposição diferentes iguarias confeccionadas à base de carne de borrego. Recenseamento Eleitoral Está a decorrer, desde o dia 1 de Abril, o processo de recenseamento eleitoral para cidadãos com idade superior a 17 anos, nas Juntas de Freguesia. Paralelamente, também os restantes cidadãos devem verificar se se encontram correctamente inscritos nos cadernos eleitorais na área da sua freguesia de residência. A DGAI – Administração Eleitoral disponibiliza todas as informações que necessita para este procedimento através do endereço www.recenseamento. mai.gov.pt ou enviando um SMS para o número 3838, com o texto RE nº do Bilhete de Identidade ou do Cartão do Cidadão e data de nascimento (AAAAMMDD). Para mais informações dirijase à sua Junta de Freguesia. Construção de 16 fogos para habitações sociais A Assembleia Municipal de Castro Verde, reunida em sessão ordinária, no passado dia 27 de Fevereiro de 2009, autorizou a Câmara Municipal de Castro Verde a contrair um empréstimo bancário junto da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, até um valor de 1.500.000 S. O montante destina-se à construção de 16 novas habitações sociais em Castro Verde. Dia Mundial da Árvore No 21 de Março comemorouse o Dia Mundial da Árvore e como forma de assinalar a data, a Câmara Municipal de Castro Verde ofereceu aos habitantes do concelho três espécies vegetais à escolha - figueira, oliveira ou loureiro - com o objectivo de contribuir para a promoção de um desenvolvimento cada vez mais sustentável.