COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – EFM Avenida Getúlio
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COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – EFM Avenida Getúlio
COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. Avenida Getúlio Vargas, 847, Patrimônio Guarani – Mamborê – PR PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO MAMBORÊ – 2007 1 COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. Avenida Getúlio Vargas, 847, Patrimônio Guarani – Mamborê – PR PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Projeto construído coletivamente pela Comunidade escolar a partir de reflexões E discussões dos problemas da escola para organização do trabalho pedagógico. 2 MAMBORÊ – 2007 SUMÁRIO 1 Identificação da Escola......................................................... 01 1.1 Identificação do Estabelecimento...................................... 01 1.1.1 Colégio Est. S.L. Gonzaga.............................................. 01 1.1.2 Município.........................................................................01 1.1.3 01 Dependência Administrativa............................................ 1.1.4 NRE................................................................................. 01 1.1.5 Entidade Mantenedora.................................................... 01 1.1.6 Ato de Autorização de funcionamento do Colégio.......... 01 1.1.7 Ato de Reconhecimento do Colégio................................ 01 1.1.8 Ato de Renovação de Reconhecimento.......................... 02 1.1.9 Ato Administrativo de Aprovação do Regimento Escolar............................................................................ 02 1.1.10 Distância do Colégio até o NRE.................................... 02 1.1.11 Localização da escola................................................... 02 1.2 Organização da entidade escolar.................................... 02 1.2.1 Modalidade de ensino................................................... 02 1.2.2 Número de turmas........................................................ 02 1.2.3 Turno de funcionamento............................................... 03 1.2.4 Organização da Hora Atividade.................................... 03 1.2.5 Formas de registro avaliativos........................................ 03 1.2.6 Periodicidade de registro da avaliação........................... 03 1.2.7 Regime de Progressão................................................... 03 1.2.8 Ambientes pedagógicos................................................. 04 1.2.9 Organização do tempo escolar..................................... 04 1.3 Dados Históricos da instituição......................................... 04 2. Objetivos.............................................................................. 05 2.1 Objetivo Geral................................................................... 05 2.2 Objetivos específicos........................................................ 05 3. Princípios Filosóficos do Trabalho Escolar.......................... 06 4. Princípios norteadores da educação................................... 08 3 5. Realidade Sócio-educativa e considerações relevantes na educação....................................................... 10 5.1. Considerações Educacionais da realidade brasileira........................................................................... 10 5.2. Considerações educacionais da realidade do Paraná ........................................................................ 11 5.3. Considerações do Patrimônio Guarani.............................. 12 5.4. O cotidiano do Colégio Estadual S. L. Gonzaga............... 13 5.5. Perfil de alunos e profissionais da educação.................... 14 5.6. Perfil das famílias ............................................................. 15 6. Concepções norteadoras da prática educativa................... 16 6.1. Concepção de sociedade, educação, homem trabalho e cultura...............................................................16 6.2. Educação e conhecimento................................................ 18 6.3. Ciência e Tecnologia......................................................... 19 6.4 Concepção de Ensino-aprendizagem............................... 20 6.5 Cidadania.......................................................................... 22 6.6 Princípios de Concepção de Gestão Democrática........... 22 6.7 Trabalho coletivo e prática transformadora...................... 23 6.8 A avaliação enquanto transformadora.............................................. prática 24 6.9 O Currículo enquanto construção social conhecimento................................................................ do 26 7. Projetos de enriquecimento curricular................................... 27 7.1. Educação do Campo.......................................................... 27 7.2. Diversidade Cultural e Cultura Afro-Brasileira e Africana 28 7.3. Inclusão.............................................................................. 28 7.4. Agenda 21.......................................................................... 29 7.5. Educação Fiscal ................................................................ 29 7.6. Tecnologia educacional .................................................... 31 8. Ações coletivas para uma prática transformadora................ 33 8.1. Compromisso político pedagógico com a práxis educativa. 33 8.2. Critérios para elaboração do calendário escolar................. 33 8.3. Critérios para organização de turmas e distribuição por professor em razão das especificidades ................................... 34 4 8.4. Critérios para organização e utilização dos espaços educativos ................................................................................. 34 8.5. Recursos que a escola dispõe para realizar seu projeto.... 35 8.5.1. Papel específico de cada segmento da comunidade escolar.........................................................................................36 Conselho escolar.................................................................36 Direção................................................................................36 Professor pedagogo............................................................37 Corpo docente.....................................................................38 Conselho de classe.............................................................39 Da biblioteca........................................................................40 Da secretaria.......................................................................41 Serviços gerais....................................................................41 Grêmio estudantil................................................................42 APMF..................................................................................42 Corpo discente....................................................................43 9. Redimensionamento da organização do trabalho pedagógico: o envolvimento dos segmentos da escola......................................43 Ações previstas...................................................................44 10. Intenção de acompanhamento de egressos.........................58 10.1. Práticas avaliativas....................................................58 10.2. Recuperação paralela................................................59 10.3. Aos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem..............................................................................60 10.4. Documentações legais...............................................60 11. Plano de ação da escola.......................................................61 12. Plano de ação do professor pedagogo.................................66 12.1. Caracterização...................................................................66 12.2. Nome da escola.................................................................66 12.3. Responsável......................................................................66 12.4. Justificativa........................................................................66 12.5. Eixos Norteadores do trabalho Pedagógica.......................67 12.6. Objetivos Específicos do trabalho do professor pedagogo.....................................................................................67 12.7. Prática social......................................................................68 12.8. Instrumentalização.............................................................69 5 12.9. Cronograma........................................................................71 12.10. Parte da reflexão..............................................................73 12.11. Prática social final............................................................73 13. Diretrizes para acompanhamento e avaliação dos trabalhos desenvolvidos na escola..............................................................74 14. Referências bibliográficas......................................................75 Anexos.........................................................................................85 Projetos........................................................................................86 1. Agenda 21 escolar. ................................................................................ .......88 2. Programa Segundo Tempo..........................................107 3. Projeto educação das relações étnico-raciais e cultura afrobrasileira...............................................................107 4. Vamos cuidar do Brasil................................................108 5. Programa Fica Comigo................................................108 6. Programa Palavra Escrita............................................109 7. Agrinho.........................................................................109 8. Olimpíada brasileira de matemática das escolas públicas........................................................................109 9. FERA............................................................................110 10.Feira Com Ciência.......................................................110 11.Feirão do Livro.............................................................110 12. Feira da Bondade........................................................111 13.Campanha com a mídia pela paz................................111 Propostas Pedagógicas..............................................................................112 Apresentação....................................................................113 Matriz Curricular................................................................116 Propostas Curriculares do Ensino Fundamental: Proposta Curricular da disciplina de Artes........................121 Proposta Curricular da disciplina de Ciências..................134 Proposta Curricular da disciplina de Educação Física......166 Proposta Curricular da disciplina de Ensino Religioso.....175 Proposta Curricular da disciplina de Geografia.................186 Proposta Curricular da disciplina de História....................197 6 Proposta Curricular da disciplina de Língua Portuguesa.213 Proposta Curricular da disciplina de Matemática..............225 Proposta Curricular da disciplina de L.E.M. Inglês...........235 Propostas Curriculares do Ensino Médio: Proposta Curricular da disciplina de Arte..........................244 Proposta Curricular da disciplina de Biologia....................254 Proposta Curricular da disciplina de Ed. Física.................264 Proposta Pedagógica da disciplina de Filosofia................271 Proposta Curricular da disciplina de Física.......................276 Proposta Curricular da disciplina de Geografia.................282 Proposta Curricular da disciplina de História.....................292 Proposta Curricular da disciplina de Língua Portuguesa..301 Proposta Curricular da disciplina de Matemática..............312 Proposta Curricular de Química........................................318 Proposta Curricular de Sociologia.....................................324 Proposta Curricular de L.E.M. – Inglês..............................330 Documentação 1- Resolução nº 4390/84 – Implantação Gradativa de 5ª a 8ª séries do Ensino de 1º Grau 2- Resolução nº 3612/88 – Reconhecimento do Curso de 1º Grau Regular 3- Resolução nº 3605/02 – Renovação de Reconhecimento do Ensino Fundamental 4- Registro do Estatuto da APMF em Cartório 5- Ata de Aprovação do Estatuto da APMF 6- Resolução nº 133/04 – Autorizaçãp de Funcionamento do Ensino Médio 7 7- Ato Administrativo nº 084/2005 – Homologação para aprovação da proposta do Regimento Escolar 8- Parecer nº 084/2005 – Aprovação do Regimento Escolar 9- Ato Administrativo nº 307/2005 – Aprovação do Estatuto do Conselho escolar 10-Resolução nº 2632/05 – Reconhecimento do Ensino Médio 11-Plano de Ação da Direção – Gestão 2006/2007 12-Comunidade Escolar envolvida na Elaboração do Projeto Político Pedagógico 13- Ata de aprovação do Projeto Político Pedagógico 14-Parecer Final do NRE 8 1. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA 1.1. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO 1.1.1. COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CÓDIGO: 00098 CÓDIGO DO INEP: 41017765 ENDEREÇO: Avenida Getúlio Vargas, s/n, Fone (Fax) 44 3592- 1032. BAIRRO: Guarani 1.1.2. MUNICÍPIO: Mamborê – CEP 87340-000 CÓDIGO: 1410 1.1.3. DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA: Estadual 1.1.4. NRE: Campo Mourão CÓDIGO: 05 1.1.5. ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná 9 1.1.6. ATO DE AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DO COLÉGIO: RESOLUÇÃO N.º 4390 – D.O.E. de 05/07/1984. 1.1.7. ATO DE RECONHECIMENTO DO COLÉGIO: RESOLUÇÃO N.º 3612/88 – D.O.E de 18/11/1988 1.1.8. ATO DE RENOVAÇÃO DE RECONHECIMENTO: RESOLUÇÃO N.º 3605/02 – D.O.E de 07/10/2002 1.1.9. ATO ADMINISTRATIVO DE APROVAÇÃO DO REGIMENTO ESCOLAR N.º 108/05 de 19/04/2005 1.1.10. DISTÂNCIA DO COLÉGIO ATÉ O NRE: 58 km (sendo que 22 km de estrada de chão) 1.1.11. LOCALIZAÇÃO DA ESCOLA: Do Campo 1.2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR 1.2.1. MODALIDADE DE ENSINO Ensino Fundamental – 5ª/8ª série Ensino Médio 1.2.2. NÚMERO DE TURMAS 08 turmas de 5ª/8ª séries, distribuídas da seguinte forma: MANHA TARDE 10 5ª A – 23 alunos 5ª B – 25 alunos 6ª A – 21 alunos 6ª B – 15 alunos 7ª A – 17 alunos 7ª B – 16 alunos 8ª A – 23 alunos 8ª B – 14 alunos 03 turmas de Ensino Médio, distribuídas da seguinte forma: NOITE 1º A – 33 alunos 2º A – 26 alunos 3º A – 23 alunos Total de alunos do Ensino Fundamental (5ª/8ª série) e Ensino Médio: 236 alunos. O Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ensino Fundamental e Médio atende alunos com dificuldades educativas especiais, tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio. 1.2.3. TURNO DE FUNCIONAMENTO O Colégio funciona em três turnos: manhã, tarde e noite e possui em sua demanda 18 professores, 01 diretora, 01 diretora auxiliar, 02 professoras pedagogas, 01 auxiliar administrativo e 04 auxiliares de serviços gerais. 1.2.4.ORGANIZAÇÃO DA HORA-ATIVIDADE NO HORARIO ESCOLAR A hora atividade no horário escolar é organizada de modo que o professor possa realizá-la individualmente, intercalando-a com as suas horas/aula no mesmo turno de trabalho. 1.2.5. FORMA DE REGISTROS AVALIATIVOS 11 A forma de registro de avaliação na escola é realizada através de notas. 1.2.6. PERIODICIDADE DE REGISTRO AVALIATIVO No Ensino Fundamental os registros das avaliações compreendem um período bimestral e no Ensino Médio é realizado numa periodicidade semestral. 1.2.7. REGIME DE PROGRESSÃO Atualmente no Colégio Estadual São Luiz Gonzaga, não há alunos com dependência em alguma disciplina, apesar de haver a oferta do regime de progressão parcial. 1.2.8. AMBIENTES PEDAGÓGICOS O Colégio São Luiz Gonzaga possui em sua estrutura física 06 salas de aula, 01 sala dos professores e hora-atividade, 01 sala de direção, 01 Biblioteca, 01 Sala de vídeo. 1.2.9. ORGANIZAÇÃO DO TEMPO ESCOLAR O curso de 5ª/8ª série é de regime anual por série/bimestral. O curso de Ensino Médio é de regime anual/semestral. 1.3. DADOS HISTÓRICOS DA INSTITUIÇÃO Em 1958 a Escola era assoalhada e as portas e janelas eram abertas, possuindo nessa época, turmas multisseriadas de 1ª e 2ª séries, o nome da escola era Escola Isolada do Guarani, em 1963 a escola já possuía um número considerável de alunos, o meio de transporte era escasso. Nesta época de 1963 em reunião com a comunidade escolar a escola passou a chamar-se Escola São Luiz Gonzaga em homenagem a um 12 sacerdote São Luiz Gonzaga – Patrono dos estudantes. Não havia direção na escola, os próprios professores que administravam com a ajuda da comunidade. Aproximadamente por volta de 1978, foi construído um pavilhão em alvenaria, contendo 01 sala de aula e 02 almoxarifados. A partir de 1980 passou a chamar Escola Estadual São Luiz Gonzaga sendo mantida pelo Governo do Estado do Paraná. No ano de 1984, com recursos da Fundepar e através de convênio com a Prefeitura Municipal de Mamborê foi construído um pavilhão em alvenaria. Com a Resolução N.º 4390/84 foi autorizada a implantação de forma gradativa de 5ª a 8ª série do Ensino de 1º Grau e o estabelecimento passou a ser denominado Escola Estadual São Luiz Gonzaga – Ensino de 1º Grau. Com a Resolução N.º 3120/98 de 31/08/98 o referido estabelecimento passou a denominar Escola Estadual São Luiz Gonzaga - Ensino Fundamental. Através da Resolução N.º 3612/88 foi reconhecido o Estabelecimento e Curso ofertado. A partir de 2004 foi implantado o Ensino Médio conforme Resolução N.º 133/2004, publicada no Diário Oficial de 15/01/04 e o Colégio em função disso passou a denominar-se Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ensino Fundamental e Médio. 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Mobilizar a comunidade escolar para diagnosticar a realidade do Colégio Estadual São Luiz Gonzaga, a fim de propor alternativas para a sua transformação, definindo princípios norteadores para a elaboração e execução de ações relevantes à organização do trabalho pedagógico como um todo. 13 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Instigar a comunidade escolar a: - Exercer sua cidadania de modo ativo, consciente de seus direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando atitudes de solidariedade, cooperação, respeito ao outro e a si mesmo e repúdio ás injustiças. - Posicionar-se de maneira crítica, responsável construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos, e de tomar decisões coletivas. - Instigar o aluno a perceber-se como integrante e sujeito transformador do espaço em que vive, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para melhoria do ambiente físico e social. - Conhecer a pluralidade do patrimônio sócio cultural brasileiro, bem como os aspectos sócio-culturais de outros povos, garantindo o respeito às diversidades étnico-raciais e ao multiculturalismo com intuito de promoção da cidadania, resgatando essas diferentes identidades culturais. - Despertar as potencialidades dos alunos, motivando-os à permanência na escola, assegurando assim, seu saber global. - Buscar uma forma de organização do trabalho que supere os conflitos, eliminando as relações competitivas, corporativas e autoritárias, que reforçam as diferenças e hierarquizam os poderes de decisão. - Proporcionar momentos de reflexão e discussão dos problemas da escola, com participação ativa de todos os seus segmentos, com a intenção de avaliar e redimensionar a prática pedagógica, num processo participativo de decisão, norteado pelo presente projeto. 3. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO TRABALHO ESCOLAR 14 No trabalho escolar não podemos aceitar que as atitudes exercidas neste espaço educativo se façam de acordo com observações óbvias e evidentes, faz-se necessário que haja uma atitude reflexiva e filosófica acerca de tais observações, fatos e comportamentos sem que antes esses sejam investigados e compreendidos nas suas raízes. No trabalho escolar percebemos a necessidade de uma atitude reflexiva, rigorosa e de conjunto acerca dos fatos observados no cotidiano que permitam compreender suas raízes. Essa reflexão filosófica deve-se fazer de maneira sistemática e metodológica não possibilitando que o fazer escolar prime somente ao conceito de “senso comum”, não considerando somente aquilo que nos aparece imediatamente útil. Segundo Saviani, a reflexão filosófica deve ser radical, pois é preciso que se vá até as raízes da questão, até seus fundamentos ou em outras palavras exige-se que opere uma reflexão em profundidade procedendo-se com rigor, ou seja, sistematicamente, colocando-se em questão as conclusões da sabedoria popular e as generalizações da ciência. . Assim, ao refletir sobre o trabalho escolar deve-se ter uma visão de conjunto, onde todo o contexto familiar, político e religioso deva ser levado em consideração para que se conquiste uma visão abrangente daquilo que parece fragmentado em nossa experiência cotidiana, uma vez que é na interação, no reconhecimento da dimensão histórica e social do conhecimento que a escola está chamada a se situar. Dentro deste contexto há que se considerar que o homem enquanto ser inacabado busca na educação respostas à sua existência. A educação é essencialmente um ato político, social e econômico, ligada à atividade social e econômica, ao ato produtivo e assim se predispõe a ser reduzida pela ideologia. É através da reflexão filosófica que a educação possibilita ao sujeito a formação de uma consciência crítica indo além das aparências e das ilusões emanadas pelos aparelhos ideológicos, constituindo-se numa verdadeira práxis. Segundo Vygotsky (1989) na relação pessoa/meio social se dá a construção do conhecimento através da interação e internalização de sua cultura, isto 15 é, o contexto sócio-cultural influencia significativamente no pensamento do ser humano. As pessoas vivem em sociedade e seu desenvolvimento se constitui na interação com as outras pessoas. Dessa forma, a cultura a que pertencem molda ao longo dos anos, sua maneira de pensar, agir, sentir. A sociedade, a cultura do homem e a sua história é que dão a origem das mudanças que ocorrem ao longo de seu desenvolvimento. A relação homem/meio é compreendida na base do materialismo histórico (processo dialético – transforma a natureza e fazendo-a transforma a si mesmo e deve ser colocada, de um lado, sob a influência permanente e primordial das relações materiais entre natureza e sociedade humana e, do outro, no contexto histórico das aquisições realizadas e das modificações que elas impõem ao sujeito ser inacabado que busca na educação a resposta para suas angústias. Portanto, “o homem pode refletir sobre si mesmo e colocar-se num determinado momento, numa certa realidade; é um ser na busca constante de ser mais e, como pode fazer esta auto-reflexão, pode descobrir-se como um ser inacabado, que está em constante busca...” (Freire 1997, p.27). É através da constatação crítica radical de sua condição humana que se efetivará a práxis para uma ação consciente, política e transformadora do constatar dessa sua condição reflexiva. Ao intervir sobre a sociedade o homem transforma esse meio natural, científico e técnico, em direção a uma sociedade mais humana. Assim, “o ato pedagógico é uma ação do homem sobre o homem” (GADOTTI, 1982, p.68). Compreendemos então, que a educação pode contribuir para as transformações das relações de classes e resultar num processo de emancipação humana e humanização dos homens. Faz parte da pedagogia progressista a tendência crítico-social dos conteúdos, tendo na escola seu instrumento de apropriação do saber, a serviço das transformações das relações de produção, que se manifestam através da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade. 16 4. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO Os princípios norteadores da educação estão baseados na Constituição Federal, no capítulo que trata da Educação, da Cultura e do Desporto, especificamente, no Artigo 206, e, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9394/96, no capítulo que trata dos Princípios e Fins da Educação Nacional em seu Artigo 3º, que regem: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – Igualdade de condições; II – Liberdade; III – Pluralismo; IV – Gratuidade; V – Valorização; VI – Gestão Democrática; VII – Garantia de qualidade. Ao analisarmos e refletirmos sobre o texto de Ilma. Passos “Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção coletiva” constatamos que a igualdade de condições para acesso e permanência na escola, requer ampliação quantitativa do atendimento com simultânea manutenção da qualidade, evitando, de todas as maneiras possíveis, a repetência e a evasão, garantindo a meta qualitativa do desempenho satisfatório de todos, possibilitando assim a permanência dos que nela ingressarem. Nesse intuito faz-se necessário um repensar das relações de poder, onde este se torne um poder socializado propiciando uma prática de participação coletiva, que atenue o individualismo, a exploração, a opressão, a dependência de órgãos intermediários através de uma gestão 17 democrática que requer essa participação dos representantes dos diferentes segmentos da escola nas decisões administrativas pedagógicas ali desenvolvidas. Diante dessas ações a serem desenvolvidas democraticamente, a escola tem uma autonomia relativa que nos remete para as regras e orientações criadas pelos próprios sujeitos da ação educativa, sem imposições externas. Entretanto, “a liberdade é algo que se experimenta em situação e esta é uma articulação entre limites e possibilidades” Rios (in: VEIGA, 1995). Deve ser pensada pelos sujeitos que assumiram responsabilidades (administradores, professores, funcionários e alunos) e na relação com o contexto social mais amplo, numa contínua ampliação. Deve ser considerada também, como liberdade para aprender, ensinar, pesquisar, divulgar a arte e o saber com uma intencionalidade definida coletivamente. E, finalmente, junto com a valorização dos profissionais do ensino, vem o direito da formação continuada, a qual possibilita a progressão funcional baseada na titulação, na qualificação e na competência dos profissionais, mas também propicia o seu desenvolvimento profissional articulado com as escolas e seus projetos. “A importância desses princípios está em garantir sua operacionalização nas estruturas escolares, pois uma coisa é estar no papel, na legislação, na proposta, no currículo, e outra é estar ocorrendo na dinâmica interna da escola, no real, no concreto”. (VEIGA, apud Veiga, 1995, p.22). 5. REALIDADE SÓCIO-EDUCATIVA E CONSIDERAÇÕES RELEVANTES NA EDUCAÇÃO 18 5.1 CONSIDERAÇÕES EDUCACIONAIS DA REALIDADE BRASILEIRA O Brasil é um país economicamente constituído com uma produção agrícola fabulosa, chamado de “celeiro do mundo”. Produz uma diversidade de grãos, apresentando também grande produção pecuarista. Possui grande parque industrial e abertura para o mercado internacional. A sociedade brasileira, contraditoriamente, apresenta altos índices de marginalização, desemprego e exclusão social, justificada pela má distribuição de renda no país. Na sociedade educacional ocorre o espelhamento desta situação, altos índices de analfabetismo, repetência, evasão. É urgente a necessidade de mudança da realidade educacional do país. De acordo com o Plano Estadual de Educação ao referir-se sobre a realidade educacional brasileira observa-se que as políticas educacionais dos últimos anos desenvolveram uma reforma educacional nos diferentes níveis de ensino. A reforma compreendeu mudanças na forma de gestão, na formação dos professores, no estabelecimento de sistema de avaliação centralizada nos resultados, programas de educação à distância e de distribuição de livro didático, e, mudanças na forma de financiamento da educação. Apesar dessas políticas educacionais adotadas não foram observadas mudanças nos índices de escolaridade e analfabetismo, pois tais reformas sofreram uma verticalização proveniente de interesses internacionais, com a finalidade de adequar a educação ao mundo do trabalho. 19 5.2 CONSIDERAÇÕES EDUCACIONAIS DA REALIDADE DO PARANÁ – ENS. FUNDAMENTAL E MÉDIO O Paraná é um dos pioneiros na aplicação das reformas propostas pelo Governo Federal. De acordo com o Plano Estadual de Educação, com a municipalização do ensino de 1ª a 4ª séries, ocorreu uma queda na qualidade do ensino pela falta de infra-estrutura suficiente e nuclearização das escolas por medida de economia, contribuindo para a migração da população do campo para a cidade. Como a reforma educacional priorizava a centralidade do currículo utilizando-se dos Parâmetros Curriculares Nacionais (Pcn´s), esta não atendeu as especificidades do Estado do Paraná. A formação continuada dos professores também se baseou na centralidade curricular. Com toda a reforma instituída na busca de qualidade de ensino, não foi possível atingir os objetivos prioritários da escola, não se obteve qualidade nas aprendizagens escolares e na formação geral, nem solução para repetência, evasão, distorção idade-série; não supriu a necessidade e a demanda da realidade escolar. De acordo com o INEP/MEC/SEED, nos anos 90, a rede pública estadual ampliou sua participação no total de matrículas do Ensino Médio devido à extinção progressiva deste nível de ensino nos estabelecimentos municipais. Através do Decreto 2208/97 houve uma reforma na Educação Profissional no Brasil, que transformou parte das vagas do CEFET/PR, em cursos profissionais pós-médio e, também da transformação no Estado do ensino de 2º grau em Educação Geral, transformando os antigos cursos técnicos em Ensino Médio e cursos de pós-médio, através do Programa Expansão e melhoria no Ensino Médio – PROEM e em obediência a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9394/96. 20 Com toda a instituição de políticas adotadas, o Ensino Médio Apresenta elevada taxa de repetência e evasão, decorrentes de sucessivas repetências dos alunos na mesma série e pelo ingresso precoce dos jovens no mercado de trabalho. A evasão e repetência contribuem para a defasagem idadesérie para o Ensino Médio. Observa-se que o Estado do Paraná apresenta taxa de reprovação e abandono superior à média brasileira. Quanto à aprendizagem dos alunos da rede pública, verifica-se que a média dos alunos em Matemática e Língua Portuguesa encontra-se equivalente à do Brasil. 5.3 CONSIDERAÇÕES DO PATRIMÔNIO GUARANI O Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ensino Fundamental e Médio localizado no patrimônio Guarani situa-se distante da sede do Município de Mamborê, cerca de vinte e dois km na zona rural. O Município de Mamborê constitui-se numa economia essencialmente agrícola com população equivalente a 15.000 habitantes, distante de Campo Mourão 36 km. O patrimônio Guarani possui uma população de aproximadamente 1.500 habitantes, conta com uma Sub-Prefeitura, Posto de saúde, Centro de Educação Infantil, Escola Municipal, Colégio Estadual Ensino Fundamental e Médio, Escola de Informática Municipal, Posto Policial, Posto do Correio, Ginásio de Esportes Municipal, Pastoral da Criança. Na realidade social do patrimônio Guarani as famílias dependem de programas sociais como Bolsa Família, Bolsa Escola, Baixa Renda (energia elétrica e água), Vale Gás, Programa Leite das Crianças e Projetos Assistenciais Municipais. Muitos de nossos educandos, provenientes dessa realidade, buscam na escola suprimento alimentar a partir da Merenda Escolar e do Programa do Leite entregue nas escolas. Constitui-se numa sociedade carente, com baixa oferta de emprego, inúmeros problemas associados à miséria, desigualdade social, drogas, 21 carentes de formação político-social, dependentes de atendimento em todas as instâncias. O patrimônio Guarani é local de difícil acesso aos profissionais especializados tais como: psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, entre outros. A principal via de acesso caracteriza-se por estrada de chão ocasionando transtornos no desenvolver das atividades escolares. De acordo com pesquisa realizada com intuito de levantamento de dados para o Projeto Político Pedagógico, apresenta percentual de famílias com baixa renda onde se constitui num percentual de 50% de famílias com rendimento mensal inferior a um salário mínimo e 30% das famílias com rendimento mensal de até um salário mínimo e outros 20% possuem uma aquisição financeira acima de um salário mínimo. Nesse contexto, as famílias obtêm seus rendimentos quase que totalmente do trabalho rural, ou seja, trabalho realizado no campo, em sua maioria com regime de trabalho de diarista ou temporário. O grau de escolaridade dos pais representa em sua maioria: analfabetismo e 1º grau incompleto, contando com uma minoria de pessoas com o 1º e 2º grau completo. Entretanto, conta com três pais de alunos com pósgraduação. Alguns pais estão buscando avanços na escolaridade cursando o supletivo de 1º grau ofertado em Mamborê, e outros, freqüentando a 7ª e 8ª séries do ensino fundamental no Colégio Estadual São Luiz Gonzaga. 5.4 – O COTIDIANO DO COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA O Colégio Estadual São Luiz Gonzaga, até o ano de 2006 dividia suas instalações físicas com o Ensino Fundamental municipal, cedendo para estes, quatro salas de aula e partilhando as instalações sanitárias, sala de vídeo, sala dos professores, biblioteca, cozinha, quadra esportiva e pátio. Esta convivência influenciava no desenvolvimento dos trabalhos na escola, uma vez que o recreio, ou intervalo, era dividido em duas etapas: um horário era destinado ao município e outro ao estado, o que gerava 22 desconforto para alunos e professores que estavam em sala e sofriam interferência pelo “barulho” dos alunos que estavam no intervalo. Entretanto, esta ainda é a melhor forma de organização. Interferia também no desenvolvimento dos trabalhos na escola pela necessidade do espaço físico (sala de aula) para oferta de espaços pedagógicos, como: laboratório de física, química, biologia, matemática, informática, sala de recursos e atendimento individualizado, atividades extra-classe e outros. Apesar de no ano de 2007 não haver mais esta dualidade administrativa e haver mais espaços pedagógicos, o Colégio necessita de urgente reforma, pois o mesmo encontra-se com sérios problemas em suas instalações elétricas, hidráulicas e funcionais. 5.5. PERFIL DE ALUNOS E PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO Como o Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ensino Fundamental e Médio situa-se num distrito, local de difícil acesso, apresenta em seu histórico mudanças constantes no quadro de professores, pois apenas três professores residem no patrimônio, o que tem dificultado o estabelecimento de vínculos importantes para a continuidade de um trabalho de qualidade. Com a rotatividade de profissionais da educação, estes não desenvolvem o conhecimento integral da realidade de seus educandos e comprometendo de certa forma o processo de ensino-aprendizagem. Os professores fixados no Colégio, têm a preocupação de conhecer a realidade do aluno, contribuindo assim na aprendizagem, uma vez que, reconhecem ao longo da caminhada as potencialidades e possibilidades de seus educandos, sinalizando a prática a ser desenvolvida. Facilita o desenvolvimento de uma relação interpessoal de confiança, amizade e companheirismo. 23 Na realidade escolar observam-se atitudes de indisciplina por parte de alguns alunos, que não vêem à escola como um lugar de aprendizagem. Geralmente são alunos que possuem uma visão distorcida da escola, pelo fato de serem obrigados pelos pais a participar da escola para “não perder a bolsa escola”, ou outro benefício. São alunos que não apresentam limites; ou, desconhecem tais limites; apresentam falta de compromisso, interesse e desrespeito pela sua própria aprendizagem. Quanto aos fatores que contribuem na defasagem da aprendizagem escolar dos educandos, algumas dificuldades são apontadas pelos professores, tais como: a união precoce por gravidez, ou matrimônio precoce. E, pelos educandos que em época de colheita (bóia-fria), ausentam-se de escola para melhoria da renda familiar, e alguns não retornam à escola. Os profissionais da educação do Colégio estão conscientes da necessidade de uma avaliação diagnóstica e contínua, entretanto, as discussões levantadas para realização deste projeto em muito contribui para ressignificação da avaliação da aprendizagem e esclarecimento sobre a mesma. O mesmo se apresenta no tocante ao fazer educativo e pedagógico, que através das discussões, revalida a participação de todos na busca de uma educação de qualidade, que priorize a socialização e a formação consciente e crítica, a inserção social conduzindo à prática social transformadora. Os professores têm buscado uma formação contextualizada, vindo de encontro com a realidade transformada, tais como: reflexão sob nova concepção de avaliação, mudanças de posturas ou de paradigmas, construção coletiva das diretrizes curriculares, abertura para o diálogo entre professores e comunidade escolar; inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais; valorização dos alunos através de projetos e atividades que aflorem suas potencialidades. 5.6. PERFIL DAS FAMÍLIAS 24 As famílias dos educandos demonstram grande interesse nas atividades diferenciadas realizadas pela escola, como: Feira Cultural e Científica, Feiras da Bondade, Festas Comemorativas, Gincanas, Torneio entre pais, Palestras, etc., pois a comunidade local é carente de atividades sociais e culturais. A família busca na escola uma formação educativa que a conduza à aprendizagem, um lugar onde aprendam “coisas novas” para obtenção de um futuro melhor. Esperam da escola, não apenas a educação formal, mas também que a escola eduque-os no sentido global, atribuindo à escola o papel de uma segunda família. Analisando os dados levantados pelos questionários e durante os encontros para elaboração do Projeto Político Pedagógico as famílias acreditam ser importante a participação na vida escolar de seus filhos para acompanhamento de seu desenvolvimento, pois, os pais são indispensáveis na educação de seus filhos. Porém, os professores percebem e apontam a falta de acompanhamento dessas famílias. Fica claro nesta situação, que a família tem consciência da importância do acompanhamento escolar. Nesse contexto observamos então uma contradição a qual será explicitada posteriormente. O encaminhamento educacional que se têm realizado na escola busca a superação dos problemas encontrados no decorrer dos trabalhos, a partir do que se apresenta no fazer educativo, pela oportunidade de reflexões como as proporcionadas pelo Projeto Político Pedagógico, pelo acompanhamento e parcerias com demais segmentos, sempre com intuito de melhoria do ensino, da aprendizagem e da realidade e em conseqüência da realidade escolar. 6. CONCEPÇÕES NORTEADORAS DA PRÁTICA EDUCATIVA 6.1 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, HOMEM, TRABALHO E CULTURA: 25 Vivemos numa sociedade diversificada e historicamente construída, das contraditórias relações sociais que se estabeleceram em cada momento histórico que engendraram o desenvolvimento social e econômico e em conseqüência as desigualdades sociais. Essa sociedade contraditória, dinâmica e em transformação acaba por ocasionar fatores que interferem direta ou indiretamente na vida dos cidadãos, como por exemplo, a má distribuição de renda, ocasionando a marginalização e exclusão social. Desta forma, acreditamos que somente através da Educação, o cidadão obterá os meios necessários para atuar consciente e criticamente na sociedade, uma vez que conforme Saviani (1991) “a Educação é sim, determinada pela sociedade, mas que essa determinação é relativa e na forma de ação recíproca o que significa que o determinado também reage sobre o determinante. Consequentemente a Educação também interfere sobre a sociedade, podendo contribuir para sua própria transformação”. Assim, a educação visa a transformação da sociedade e não a sua perpetuação. Há a necessidade de ressignificar conceitos intrínsecos em nossa sociedade, a fim de obtermos um novo olhar e fazer social, pois muitas vezes a cultura do “ter” sobrepõe a cultura do “ser”. Queremos uma sociedade justa, humanamente organizada e democrática que proporciona a todos os cidadãos os direitos condizentes a uma vida digna, uma sociedade que compreenda que é determinada por processos históricos ocasionados através das múltiplas relações sociais postas ao longo do tempo. Não será utópico sonhar com uma sociedade una se cada sujeito que a compõe estiver ciente quanto ao seu verdadeiro papel e que é através da união que há as grandes conquistas. O homem que temos “um ser histórico e real” com potencialidades, caracterizado pela necessidade de estar continuamente produzindo a sua existência. 26 O “homem” ser tão sublime capaz de travar grandes conflitos e ao mesmo tempo enobrecer sua existência buscando na natureza, alternativas para a melhoria da qualidade de vila de outros homens. Vivemos num planeta caracterizado pela diversidade e por grandes transformações postas ao longo do tempo ocorridas pela necessidade de adaptação e garantia de sobrevivência da humanidade. É a capacidade de atuar e refletir, a fim de transformar a realidade de acordo com sua necessidade que faz do homem um ser no mundo, pois como afirma Freire (1996), não pode haver reflexão e ação fora da relação homem – realidade. Queremos formar um homem que possua uma consciência de que sua ação por mais simples que seja está ligada a todo um processo global, enquanto ser histórico perceba que é através de sua inter-relação com o meio e do seu compromisso com o mundo que pode tornar sua existência garantida sem prejudicar o meio ambiente e visualizar alternativas para sua própria sustentabilidade. Segundo Freire (1979:18) “Compromisso com o mundo, que deve ser humanizado para a humanidade dos homens, responsabilidade com estes, com a história”. Criando e recriando o homem responde aos desafios impostos a sua existência e através do trabalho o homem age sobre a natureza, ajustandoa as suas necessidades. 6.2 EDUCAÇÃO E CONHECIMENTO Formamos o cidadão para a sociedade e através dos ciclos naturais existentes recebemos desta mesma sociedade seus filhos que trazem consigo certos tabus cabendo à escola trabalhar questões relacionadas ao multiculturalismo e as relações étnico-raciais e cultura afro-brasileira possibilitando aos sujeitos reflexão acerca das ações que geram o individualismo, o conformismo e a exclusão social. Cabe a educação trabalhar todas as questões polêmicas referente ao conhecimento que o aluno vivência no seu cotidiano, permitindo ao cidadão uma nova forma de 27 refletir sobre a realidade, um novo modo de atuação na busca e obtenção do conhecimento afim de que esse cidadão possa intervir na sua e em outras realidades, garantindo assim a socialização do conhecimento. Para Veiga (1995:27), o conhecimento escolar não uma mera simplificação do conhecimento científico que se adequaria à faixa etária e ao interesse dos alunos. Assim, o conhecimento escolar é resultado de fatos, conceitos e generalizações sendo, portanto, o objeto de trabalho do professor. Queremos ter clareza no que tange o conhecimento escolar como destaca Severino (1988: 88), “educar contra e ideologicamente é utilizar com a devida competência e criatividades, as ferramentas do conhecimento as técnicas de que efetivamente o homem dispõe para dar sentido às práticas mediadoras de sua exist6encia real”. É dentro desse contexto que a educação possibilitará ao cidadão um novo pensar/ agir em sociedade. O despertar para uma consciência enquanto cidadão pensante possibilitará ao homem/ cidadão inferir sobre o seu papel na e para a sociedade buscando através do exercício pleno da cidadania a conquista de direitos primordiais a existência humana. Precisamos então estabelecer o que vem a ser o conhecimento, já que este é o objetivo de trabalho do professor. Ao longo de sua existência o homem, para produzir materialmente os bens necessários a sua subsistência, necessita antecipar em idéias os objetivos da ação. Segundo Saviani (1994:12), “Essa representação inclui o aspecto de conhecimento do mundo real (ciência), de valorização (ética) e de simbolização (arte)”. Conhecer implica através da experiência, adquirir consciência e capacidade de compreensão da realidade, porém o conhecimento não se transforma sozinho a realidade necessitando a conversão do conhecimento em ação. O conhecimento não acontece individualmente é gerado através da mudança interna e externa do cidadão e nas relações sociais, configurando- 28 se sempre como um ato internacional. Assim, o conhecimento pode designar o ato de conhecer, enquanto relação que se estabelece entre a consciência que conhece e o mundo conhecido. Mas o conhecimento também se refere ao produto, ao resultado do conteúdo desse ato, ou seja, ao saber adquirido e acumulado pelo homem. No entanto, conhecimento não pode ser visto como algo pronto e acabado. É preciso que ocorra o “caos”, criticando as verdades segmentadas, desestruturando o já conhecido de modo a alcançar novas interpretações da realidade, alcançando assim um novo conhecimento. Nesse sentido, o conhecimento se processa de forma dinâmica e contínua. 6.3 CIÊNCIA E TECNOLOGIA A Ciência e tecnologia estão presentes e transformando muitos aspectos do nosso cotidiano. Os avanços científicos e tecnológicos foram respostas que os homens ao longo da história desenvolveram como meios, que pudessem tornar cada vez menos complicada a existência. Devemos estar ciente que a Ciência e a Tecnologia estão presentes para proporcionar ao homem uma melhor qualidade de vida, porém sabemos que o acesso à Ciência e à tecnologia não abrange a todos. Ao analisarmos ao longo da história da humanidade mais precisamente Pós Revolução Industrial o avanço tecnológico ao mesmo tempo em que possibilitou a produção em grande escala resultou também na aceleração do processo de marginalização, uma vez que com a automação das máquinas muitos trabalhadores não estavam preparados para operá-la. Dentro desse contexto, temos que pensar numa educação que instrumentalize os cidadãos para que haja a inclusão tecnológica, social, cultural, vindo de encontro aos preceitos do Plano Estadual de Educação, o qual retrata que se faz necessário entender o processo das mudanças científicas e tecnológicas para que esta venha a contribuir na formação de 29 crianças e adolescentes ligadas à luta contra a desigualdade social, uma vez que “Ciências e Tecnologia” devem produzir e estar a serviço da sociedade, especialmente para atender as camadas sociais menos favorecidas. Durante os estudos com os professores sobre o Projeto Político Pedagógico, relataram “cabe ao sistema Educacional proporcionar mecanismos para que os indivíduos tenham o domínio do conhecimento científico e tecnológico para que possam se adaptar ao mundo tecnológico”. Assim devemos fazer da escola um espaço de pesquisa, construção e reconstrução do conhecimento. 6.4. CONCEPÇÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Ao redirecionarmos o trabalho escolar no contexto da Pedagogia históricocrítica, tendo em vista que a escola torne-se um lugar de aprendizagem efetiva e de relacionamento humano, onde aprender significa além de transmissão de conteúdos, há a necessidade de se contextualizar historicamente o sujeito social no qual se encontra inserido. A aprendizagem escolar é um processo de assimilação de determinados conhecimentos, modos de ação física e mental, organizados e orientados no processo de ensino. As atividades de ensino, enquanto processo coordenado de ações docentes, objetiva a assimilação ativa por parte dos alunos, de conhecimentos habilidades e hábitos e o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas. Nesse sentido há uma relação recíproca e necessária entre as atividades do professor (ensino) e atividade de estudos dos alunos (aprendizagem). A atividade cognoscitiva do aluno é a base e o fundamento do ensino. Os resultados da aprendizagem se manifestam em modificações na atividade 30 externa e interna do sujeito, nas suas relações com o ambiente físico e social. Nesse sentido o professor planeja, dirige e controla o processo de ensino tendo em vista estimular e suscitar a atividade própria do aluno para a aprendizagem. As inquietações de Vygotsky (1989) sobre o desenvolvimento da aprendizagem e a construção do conhecimento perpassaram pela produção da cultura, como resultado das relações humanas. Para Vygotsky, a aprendizagem é um processo contínuo e a educação é caracterizada por saltos qualitativos de um nível de aprendizagem a outro. “A aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que somente podem ocorrer quando o indivíduo interage com outras pessoas”. (Oliveira, 1992:33). Daí, a importância das relações sociais e da cultura, como produto dessas relações, no desenvolvimento intelectual da criança. 31 6.5. CIDADANIA Não podemos designar ou entender cidadania somente através do conceito restrito que diz respeito aos direitos civis e políticos. A cidadania deve ser vista como um acréscimo à dimensão “ser pessoa”. Ninguém pode ser pessoa, se não se lhe reconhecem os atributos próprios da dignidade humana enquanto processo histórico social. É condição essencial da cidadania, reconhecer que a emancipação depende exclusivamente do cidadão cabendo a educação instrumentalizá-la na formação da cidadania para concretização dos direitos que permitem sua inserção na sociedade. Ao redimensionarmos o papel da escola tendo em vista uma educação democrática, igualitária, participativa, formativa e crítica faz-se necessário estabelecer uma concepção de cidadania ativa. 6.6 PRINCÍPIOS DE CONCEPÇÃO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA O desafio de transformar a escola num espaço para vivenciar a democracia impõe-se na construção de uma política pública, com a participação de todos os professores, diretores, alunos, pais, funcionários, APMF, conselho, lideranças políticas e comunidades na formulação e execução da gestão democrática. É um trabalho feito com muita dedicação e paciência dentro do Estabelecimento de Ensino. Tendo uma estrutura gestora forte, podemos desenvolver os projetos, proposto dentro da democracia. Tendo uma escola de compromisso com qualidade buscando soluções para os problemas. Os estudantes deverão ter participação estimulada dentro da escola, por isso devemos fortalecer a iniciativa de organização do Grêmio Estudantil como os representantes de alunos para colaboração do desenvolvimento dos projetos pedagógicos da escola, assim eles conhecimento da democracia dentro do ambiente escolar. 32 estarão tomando Segundo Heloísa Luck (1998), “a ação dos diretores são líderes pedagógicos, apoiando o estabelecimento de prioridades, avaliando os programas pedagógicos, enfatizando a importância dos resultados alcançados pelos alunos, como também a criação e manutenção de um clima, escolar positivo e de solução de conflitos. 6.7. TRABALHO COLETIVO E PRÁTICA TRANSFORMADORA O trabalho escolar é uma ação de caráter eminentemente coletivo, realizado a partir da participação conjunta e integrada dos membros de todos os segmentos da comunidade escolar. A gestão escolar democrática, participativa, é aquela onde ocorre o envolvimento de todos os que integram o processo educacional de forma direta ou indireta quando se estabelecem objetivos, metas, na busca de soluções ou nas tomadas de decisões, na proposição de sugestões ou elaboração/ implementação de planos de ação, visando sucesso nos resultados educacionais. Portanto, trabalho coletivo e gestão democrática participativa são indissociáveis. O empenho coletivo em torno de propósitos comuns é fundamental. A vivência do dia a dia de escola mostra, com clareza, que os compromissos assumidos no coletivo são cumpridos com êxito. Os trabalhos de construção coletiva (Diretrizes Curriculares, capacitação, grupo de estudos, avaliação institucional) propostos pelas instâncias como NRE ou SEED, são aceitos com satisfação, pois primeiramente, no chão da escola, acontece a reflexão, a discussão, pareceres, propostas, sugestões, são acolhidos e divulgados como parte integrante do trabalho maior, demonstrando respeito e credibilidade a todos os envolvidos. O fato dos sujeitos participarem ativamente desses processos coletivos faz com que os mesmos identifiquem-se como autores responsáveis pelos resultados esperados e atingidos. Para tanto, é importante que as relações interpessoais no ambiente escolar sejam embasados no entendimento e 33 união. Assim, constrói-se a autonomia do sujeito, do seu grupo, da escola. Consequentemente estabelece-se o poder da competência, a força do grupo que abraça novos desafios, supera as dificuldades e constrói coletivamente. O compromisso coletivo fará com que se cumpra a função social da escola, ou seja, promover-se-á a real aprendizagem. Não aquela voltada somente para os conteúdos, mas também para a cidadania. A qualidade também será marca evidente a ser alcançada, em todos os aspectos que dizem respeito à realidade educacional da escola indo dos conteúdos didáticopedagógicos a um processo de gestão participativa que promoverá, consequentemente, a equidade no cotidiano escolar. 6.8. A AVALIAÇÃO ENQUANTO PRÁTICA TRANSFORMADORA Partindo do pressuposto de que a escola deseja e está adotando em seu Projeto Político Pedagógico uma concepção pedagógica que leve a uma prática transformadora a avaliação é compreendida como parte deste processo. Pretende-se adotar uma avaliação dentro das disposições orientadas como regras comuns ao Ensino Fundamental e Médio previstas na LDB 9394/96 e na Deliberação Nº. 007/99. A Deliberação 07/99 do Conselho Estadual de Educação, diz em seu Art. 1º, que: “A avaliação deve ser entendida como um dos aspectos do ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor”. 34 E, nos parágrafos 1º, 2ºe 3º diz que a avaliação: “... deve dar condições para que seja possível ao professor tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem; deve proporcionar dados que permitam promover a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e métodos de ensino e ainda devem possibilitar novas alternativas para o planejamento do estabelecimento de ensino”. E, no Art.3º, a avaliação do aproveitamento escolar deverá incidir sobre o desempenho do aluno em diferentes situações de aprendizagem e utilizar técnicas e instrumentos diversificados. Assim sendo, de acordo com a LDB 9394/96, a avaliação de aprendizagem deverá ser feita principalmente com base em aspectos qualitativos (desempenho em sala de aula), tendo os aspectos quantitativos, um valor secundário. Observando os critérios expostos no Art. 24, inciso V: a) Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos e dos resultados ao longo do período sobre as eventuais provas finais; b) Possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) Possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) Aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) Obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos; Conforme Luckesi (2002), avaliar significa atribuir um juízo de valor sobre manifestações relevantes da realidade, deve contribuir para formação do 35 educando enquanto cidadão crítico e participativo, e, por isso, não pode ser meramente classificatória, mas um instrumento que o professor utiliza para perceber o quanto o aluno aprendeu, ou não, do conhecimento que deveria ser assimilado, para possíveis retomadas. Segundo Haydt, nosso conceito de avaliação está ligado a uma concepção mais ampla de sociedade e educação, vejamos: “O conceito de avaliação da aprendizagem está ligado a uma concepção pedagógica mais ampla, isto é, a uma visão de educação. Ele depende, portanto da postura filosófica adotada. Além disso, a forma de encarar e realizar a avaliação reflete a atitude do professor em sua interação com a classe, bem como suas relações com o aluno. (...) um professor autoritário e inseguro poderá ver na avaliação uma arma de tortura ou punição (...) (...) um profissional série e responsável, seguro de sua prática docente (...) tenderá a encarar a avaliação como uma forma de diagnóstico dos avanços e dificuldades dos alunos e como indicador para o replanejamento de seu trabalho docente.” A avaliação deve se configurar como instrumento de conhecimento da fase do processo ensino-aprendizagem que o aluno se encontra, a fim de prosseguir ou retomar os pontos frágeis verificados. 6.9. O CURRÍCULO ENQUANTO CONSTRUÇÃO SOCIAL DO CONHECIMENTO. O Currículo deve ser pensado como um todo, repensando as disciplinas como integrantes do mesmo Currículo, na busca de uma transformação humanizada, crítica, que venha de encontro com as reais necessidades sociais. Observando que o Currículo obedece ao estabelecimento de prioridades de acordo com as finalidades da educação escolar e ao público que se destina 36 trata-se do conjunto de experiências, organizadas pela escola e pelas quais a escola se responsabiliza e disponibiliza aos alunos, com objetivo que os alunos aprendam algo. Seu eixo central diz respeito ao conhecimento escolar. Podemos dizer que o currículo é o instrumento sistematizador do processo educativo escolar, possuindo intenções práticas tendo em vista em um futuro imaginado onde os ideais políticos expressam-se em cada decisão tomada. Revela-se em um conjunto de escolhas coletivas, onde cada escolha pressupõe uma série de justificativas, de acordo com os entendimentos políticos, científicos e pedagógicos de cada época. Contribui para a construção das identidades deixando marcas de maneira diferenciada, mas que estão presentes. Dentro do contexto acima exposto cabe ressaltar que como relata Veiga (1995:26 E 27) “Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los, portanto, produção, transmissão e assimilação processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente dito. Neste sentido, currículo refere-se à organização do conhecimento escolar.” Devemos considerar que currículo não é um instrumento neutro cabendo a escola identificar e desvelar os componentes ideológicos do conhecimento escolar que a classe dominante utiliza para a manutenção de privilégios. O currículo não pode ser separado do contexto social, uma vez que ele é historicamente situado e culturalmente determinado. Um outro propósito diz respeito ao tipo de organização curricular que a escola deve adotar que estabeleça uma relação aberta em torno de uma idéia integradora, visando reduzir o isolamento entre as diferentes disciplinas curriculares. Nas discussões e estudos realizados com o grupo de professores estes relataram a “necessidade de pensar Currículo como um todo, repensando as disciplinas como integrante do currículo, na busca de uma transformação humanizadora, crítica, que venha de encontro com a demanda social”. 37 7. PROJETOS DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR O Colégio Estadual São Luiz Gonzaga tem a intenção de desenvolver projetos que enriquecerão o currículo escolar. Os conteúdos de tais projetos estarão sendo trabalhados em todas as disciplinas, de forma contextualizada. Os projetos a serem desenvolvidos são os seguintes: 7.1. EDUCAÇÃO DO CAMPO A escola do campo é aquela escola que está situada na zona rural (escola de distrito), ou que atende a maioria de alunos provenientes da zona rural, diante do exposto o Colégio Estadual São Luiz Gonzaga caracteriza-se como uma escola do campo. A Educação do Campo é um projeto educativo compreendido a partir dos sujeitos que têm o campo como seu espaço de vida. Não se pode perder de vista e devemos considerar a escola rural como local de produção e socialização cultural, que valoriza os saberes do campo e a cultura dos povos do campo, estimulando a criação de novos saberes, visando o desenvolvimento do campo. Deve corresponder a necessidade de formação integral dos sujeitos do campo, não recaindo no equívoco de privilegiar a cultura da cidade, desvalorizando a identidade desses alunos. “O campo é lugar de vida, onde as pessoas podem morar, trabalhar, estudar com dignidade de quem tem o seu lugar, a sua identidade cultural. O campo não é só lugar da produção agropecuária e agro-industrial, do latifúndio e da grilagem de terras. O campo é espaço e território dos camponeses e dos quilombolas. É no campo que estão as florestas, onde vivem as diversas nações indígenas. Por tudo isso, o campo é lugar de vida e sobretudo educação.” (FERNANDES, 2002:92) 7.2. DIVERSIDADE CULTURAL E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA 38 Uma característica intrínseca do povo brasileiro é a mistura de vários povos e várias culturas. O negro ainda sofre discriminações e em nossa sociedade, assim como o indígena, os orientais, entre outros povos. Tendo em vista a necessidade de a escola assumir-se como espaço social de construção dos significados éticos necessários à dignidade do ser humano, igualdade de direitos, recuso de toda forma de discriminação e a importância de solidariedade e do respeito, deve proporcionar melhor convívio dentro da escola e da comunidade. Demonstrar a importância da pluralidade cultural para o enriquecimento do relacionamento humano, rumo a uma prática que não cultive dogmas petrificados onde idéias pré-estabelecidas não venham a destruir novos horizontes. A Cultura Afro-Brasileira está contemplada nos conteúdos das disciplinas oferecidas no Ensino Fundamental e Médio e será realizado conjuntamente com projetos específicos. 7.3. INCLUSÃO Com a universalização do acesso à escola, esta oportunizou a todas as camadas da população o ingresso dos seus filhos nas instituições educativas, no entanto faz-se necessário zelar pela permanência e desenvolvimento dos alunos ditos “inclusos”, ressaltando que o termo empregado não deve ser entendido somente no que diz respeito aos alunos com necessidades educacionais especiais, mas também o atendimento a diversidade de qualquer natureza. Durante os estudos realizados com o grupo de professores e funcionários, estes relataram que é preciso valorizar o conhecimento prévio do educando e a sua história, fazer diagnóstico, e assim elaborar mecanismos de apoio que permitam ao educador observar os resultados alcançados por menores que estes sejam, procurando desenvolver nos educandos suas potencialidades através do envolvimento em projetos, valorização de suas atividades, avanços diários e nas disciplinas. 39 Assim entendemos que o processo de inclusão deve ser dinâmico e estar em constante transformação primando pelo absoluto respeito e reconhecimento às diferenças individuais, sociais, étnicas, religiosas dos alunos. Este trabalho não deve ser responsabilidade única do professor, mas sim encarado como compromisso ético de todos os envolvidos no fazer escolar e para que todos possam abraçar coletivamente a inclusão banindo de vez os mecanismos excludentes presentes no contexto escolar, faz-se necessário refletir constantemente sobre as posturas de todos os envolvidos no processo escolar - funcionários, pais, professores, alunos, direção, professor pedagogo, etc. coletivamente – na busca visando a de alternativas permanência e possíveis a promoção elaboradas social destes educandos. 7.4. AGENDA 21 A Agenda 21 é um plano de ação aprovado na conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente em Desenvolvimento, a Rio 92. Na agenda 21 estão definidos os compromissos assumidos que 179 países assinariam e assumiriam de construir um novo modelo de desenvolvimento que resulte melhor qualidade de vida para a humanidade e que seja econômica, social, e ambientalmente sustentável. 7.5. EDUCAÇÃO FISCAL Tendo em vista que uma das principais características desse início de século são as mudanças ocorridas em todas as áreas seja ela econômica, social, cultural, científica, tecnológica, institucional e do capital humano faz-se necessário um repensar sobre a responsabilidade do ser humano. Ao entendermos que a educação prima pelo desenvolvimento do sujeito em todos os aspectos, percebemos a necessidade de despertar a consciência cidadã, assim a discussão do tema Educação Fiscal, visa a conscientização 40 da sociedade quanto a função do estado de arrecadar impostos e o dever do cidadão contribuinte de pagar impostos. No entanto Educação Fiscal não é apenas isso é principalmente um desafio, pois trata de um processo de inserção de valores na sociedade, entendendo que o tributo pago assegura o desenvolvimento econômico e social, e com o devido conhecimento de seu conceito, sua função e sua aplicação. A verdadeira educação cidadã reflete diretamente sua vida, das pessoas e da sociedade, pois leva ao conhecimento dos princípios que fundamentam as práticas sociais e o respeito às práticas democráticas. Dentro desse contexto cada disciplina conforme o desenvolvimento dos conteúdos proporcionará na medida dos trabalhos e ou projetos que venham a conscientizar nossos educandos. A cidadania se concretiza na sociedade na medida em que os indivíduos adquirem direitos e ampliam sua participação na criação do próprio estado. Os direitos que constituem a cidadania são sempre conquistas, resultado de um trabalho histórico no qual os indivíduos grupos e nações lutam para adquiri-los e, fazê-los valer. Faz-se necessário uma educação ativa permanente e sistemática, voltada para o desenvolvimento de hábitos e atitudes, afim de que haja mudança de comportamento na sociedade. Percebemos assim, que a Educação Fiscal é um trabalho de sensibilização da sociedade para a função socioeconômica do tributo. Ressaltamos a filosofia do programa Nacional de Educação Fiscal o qual tem base nas seguintes idéias: - é requisito da cidadania a participação individual na definição da política fiscal e na elaboração das leis para sua execução; - os serviços públicos somente poderão ser oferecidos à população se o governo arrecadar tributos; - os recursos públicos são geridos pelos representantes do povo, cabendo ao cidadão votar responsavelmente, acompanhar as ações de seus representantes e cobrar resultados; 41 - a sociedade tem limitada capacidade de pagar tributos, portanto, os recursos públicos devem ser aplicados segundo prioridade estabelecidas em orçamento e com controle de gastos; - o pagamento voluntário de tributos faz parte do exercício da cidadania. O envolvimento do cidadão no acompanhamento da qualidade e dos gastos públicos, estabelece-se controle social sobre o desempenho dos administradores públicos e asseguram-se melhores resultados. Assim sendo a cumplicidade do cidadão em relação às finanças públicas torna mais harmônicas sua relação com o estado. A Educação Fiscal já é um tema desenvolvido nas disciplinas, como História, Filosofia, Sociologia, Matemática que visam sensibilizar o educando no exercício da cidadania. Assim, deseja-se buscar condições apropriadas para que o tema Educação Fiscal seja desenvolvido, trabalhado especificamente de maneira mais específica não apenas nas disciplinas, mas com tema gerador. 7.6. TECNOLOGIA EDUCACIONAL Conforme o item ciência e tecnologia já citados anteriormente, ambos quando conduzidos adequadamente proporcionam transformações significativas no mundo. As tecnologias estão presentes no nosso cotidiano, pois se referem aos equipamentos com os quais lidamos em nossas atividades rotineiras. Pensadores contemporâneos e a mídia em geral estão sempre mencionando que estamos em plena “sociedade tecnológica” assim a tecnologia deve ser utilizada no contexto escolar, trazendo benefícios no processo ensinoaprendizagem. Hoje, a escola dispõe-se de vários recursos tecnológicos tais como: TV, vídeo, aparelho de som, retro projetor, máquina fotográfica, computador e 42 outros disponíveis para tornar o espaço escolar mais dinâmico, pois tais recursos podem viabilizar a troca entre professor, informação e aluno. De acordo com Almeida em seu texto “Tecnologias para a gestão democrática”, ressalta: “... nessa educacional perspectiva, assume a um concepção significado de gestão abrangente, democrático e transformador, que supera e relativisa o conceito de administração escolar, embora não o despreze, porque ele constitui uma das dimensões da gestão escolar voltada à compreensão da escola como espaço de conflitos de relações interpessoais, de negociação pessoais entre para a interesses construção coletivos do e Projeto projetos Político Pedagógico da escola ”. Diante do exposto acima, cabe lembrar que os recursos tecnológicos não anulam nem torna menos importante o papel do professor na, pelo contrário este pode ser um facilitador da aprendizagem. Cabe a cada profissional da educação superar este mito ousando conhecer e operacionalizar os recursos tecnológicos como instrumento de trabalho, visando uma prática pedagógica mais eficiente. A superação do mito implica em estratégias pedagógicas de aproximação do professor a essas novas tecnologias que podem ser viabilizadas por meio de grupos de estudos e oficinas práticas que auxiliarão paulatinamente na melhoria das atividades escolares. O Colégio dispõe de alguns dos recursos tecnológicos citados anteriormente e encontra-se buscando alternativas para adquirir outros para que cada professor em sua disciplina e na interdisciplinaridade possa enriquecer suas aulas, e os professores utilizam juntamente com os alunos tais recursos disponíveis mediante agendamento. 43 Entendo que tecnologia não trata somente do uso do computador, os profissionais tem proporcionado trabalho e projetos com as tecnologias existentes na escola e acessíveis aos alunos. 8. AÇÕES COLETIVAS PARA UMA PRÁTICA TRANSFORMADORA 8.1. COMPROMISSO POLÍTICO PEDAGÓGICO COM A PRÁXIS EDUCATIVA Diante de uma caminhada reflexiva acerca da especificidade dos conhecimentos necessários à formulação do Projeto Político Pedagógico onde buscamos nortear concepções, princípios e objetivos manifestada através de uma realização coletiva, onde todos os envolvidos compreenderam a relevância e contribuíram na elaboração e organização do trabalho educativo escolar, a escola pretende seguir os princípios filosófico educativos aqui levantados. O diagnóstico dos problemas que se evidenciam em nossa realidade escolar, do ponto de vista político-pedagógico nos conduzem a uma prática transformadora direcionada a uma ação conjunta de emancipação cumprindo seus propósitos e sua intencionalidade. 8.2. CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR Segue-se na elaboração do Calendário Escolar as instruções da SUED/SEED que contêm a Resolução Secretarial Anual com as orientações pertinentes a serem seguidas a cada ano letivo. As resoluções contemplam a legislação vigente e a forma de aplicá-la. 44 A carga horária mínima do ano letivo será 800 horas anuais, distribuídas por um mínimo de 200 dias letivos de efetivo trabalho escolar. 8.3. CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO POR PROFESSOR EM RAZÃO DAS ESPECIFICIDADES O Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ensino Fundamental e Médio possui 04 turmas de 5ª a 8ª série no período matutino e 04 turmas no período vespertino. As turmas são distribuídas primeiramente atendendo as necessidades de locomoção dos alunos, uma vez que há transporte escolar somente no período matutino, garantindo aos alunos provenientes de fazendas, chácaras, sítios a matrícula no referido período. As turmas do período vespertino são organizadas de forma a atender as necessidades dos educandos moradores dentro do patrimônio. No Ensino Médio, período noturno, não há problemas na organização e distribuição das turmas, uma vez que há somente uma turma para cada série. A Hora Atividade garantida pelo Plano de Carreira, Cargos e Salários venho a contribuir com o trabalho do professor e em conseqüência com toda comunidade escolar. Tendo noção de sua real importância os professores do Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – EFM, realizam-na no estabelecimento onde se organizam individualmente repensando sua 45 prática, planejando atividades diversificadas, dialogando com pais, comunidade, diretor, professor pedagogo na busca e melhoria do ensino ofertado. 8.4. CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS A princípio “é preciso ficar claro que a escola é uma organização orientada por finalidades,...” Veiga (1995), e diante de tais finalidades deve-se considerar o contexto, os limites, os recursos disponíveis (humanos, materiais e financeiros) e a realidade escolar. Diante desses pontos específicos da estrutura organizacional citada anteriormente na realidade sócio-educativa do Colégio Estadual São Luiz Gonzaga. Diante desses pontos específicos e da estrutura organizacional citada anteriormente. Os critérios fundamentais para organização e utilização dos espaços educativos devem privar sempre um ensino-aprendizagem que visem os objetivos da escola e todas as condições relevantes descritos em todo este projeto. Neste intuito, a organização e utilização dos espaços educativos se fará uma busca contínua de suprir as necessidades apresentadas no desenrolar das atividades escolares, de acordo com as necessidades educativas exigidas pela realidade escolar, bem como, por uma funcionalidade prática e eficiente, ou seja, que as mudanças que se realizem ou que se façam necessárias cumpram uma intenção de melhoria da prática educativa, contemplando todo o ato educacional escolar. Essas atitudes de mudança devem ser geridas de forma democrática, por uma avaliação reflexiva pela coletividade de verificação da real necessidade de mudança. A utilização dos espaços educativos de forma abrangente, onde seja explorada em sua forma didático-metodológica, que possibilite a melhoria da leitura, escrita, interpretação, pensamento lógico e relações interpessoais de atendimento das reais necessidades dos educandos; 46 galgando o máximo de usurpação deste espaço, configuram as intenções educativas. 8.5. RECURSOS QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAR SEU PROJETO São recursos disponibilizados na sua maioria pelo Governo Estadual e Federal. O Colégio recebe mensalmente o Fundo Rotativo advindo de recursos financeiros do orçamento do Estado destinado à manutenção e outras despesas relacionadas com a atividade educacional, o valor do repasse é de acordo com o número de alunos matriculados, sendo gerenciado pelo diretor da escola. O Colégio dispõe ainda de Cota Suplementar do Fundo Rotativo para complementar a Merenda Escolar denominada Escola Cidadã ou mediante solicitação direta a Fundepar para reparos e melhoria no prédio. Outro recurso que o Colégio dispõe é o Programa Dinheiro Direto na Escola que trata-se de um recurso do Governo Federal repassado às Associações de Pais, Mestres e Funcionários uma vez ao ano, é calculado de acordo com o número de alunos do Ensino Fundamental. Quanto aos recursos próprios tem-se o apoio da APMF e Comunidade Escolar os quais realizam eventos e promoções que visam além de recreação recursos financeiros para complementar as despesas do Colégio. 8.5.1. PAPEL ESPECÍFICO DE CADA SEGMENTO DA COMUNIDADE ESCOLAR. - CONSELHO ESCOLAR É um órgão colegiado representativo da comunidade escolar. De acordo com o Estatuto do Conselho Escolar, título I das Disposições Preliminares no Capítulo II da Natureza, dos Fins, o artigo 4º de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora sobre a organização e realização do trabalho escolar. 47 Tem por finalidade promover a articulação entre os vários segmentos organizados da sociedade e os setores da Escola, a fim de garantir a eficiência e a qualidade do seu funcionamento. O Conselho escolar assim, assegura o desenvolvimento de todas as questões pedagógicas administrativas e financeiras, que diretamente contribui no fazer escolar, tendo em vista a garantia na qualidade do ensino. - DIREÇÃO A prática ou ação da direção escolar é uma ação social e política, uma prática que une os componentes da instituição escolar. A ênfase que é dada à direção escolar é o de canalização das potencialidades tanto dos profissionais da escola, dos alunos quanto dos elementos da comunidade externa. Segundo Heloísa Luck (1998) a ação dos diretores são líderes pedagógicos, apoiando o estabelecimento de prioridades, avaliando os programas pedagógicos, enfatizando a importância dos resultados alcançados pelos alunos, como também enfatizando e manutenção de um clima escolar positivo e de solução de conflitos. Podemos dizer que a direção escolar orienta, estimula, cria, conduz o ensino-aprendizagem, dentro da instituição. Assim, deve ficar claro que a direção, professores pedagógicos administrativos e de apoio alinham-se e complementam-se em suas funções, com alunos, pais, comunidade e professores. O educador quer seja dentro ou fora da sala de aula, depende de todos os segmentos para executar o seu trabalho, independente de qual área de atuação exerça dentro da escola. O que difere uma da outra é exatamente (a função ou atuação), pois em todas deve haver uma relação de união. Não há como atingir objetivos e realizar uma educação de qualidade, sem a colaboração de todos. - PROFESSOR PEDAGOGO A atuação do professor Pedagogo é realizada visando o todo da escola sem fragmentá-lo, como anos atrás que se dividia em orientação e supervisão 48 escolar. Constitui-se num trabalho que tem o compromisso de garantir a qualidade do ensino da educação, da formação humana da qualidade do processo de humanização do homem através da educação. O perfil do pedagogo é o de que este seja um profissional “educadorpesquisador”, envolvido em todas as questões que dizem respeito à educação sejam elas de ordem política social, econômica e outra, assim “a identidade do pedagogo e ampliada, ultrapassando a meia função de transmissor do conhecimento “(Veiga, 1997:98) onde o profissional aprenda e compreenda o saber, o saber-fazer e o saber-ser (Libâneo: 1990). Neste contexto, o papel específico do profissional pedagogo é o de uma atuação global, visando o todo da escola, para Pimenta (1995), a escola precisa de profissionais que tenham visão de sua especificidade numa totalidade orgânica e segundo Luckesi (Candau, 1998) que desempenhe seu papel, especialmente, no desenvolvimento de uma atitude mais dialeticamente crítica, sobre o mundo e sua prática educacional, a partir de conhecimentos filosóficos, científicos, técnicos e afetivos, desempenho este, que alimente princípios éticos de autonomia. Deve ter uma conotação de pluralidade de objetivos, que envolva, além dos aspectos políticos e sociais do cidadão (Grispun, 1996), que visem o aprimoramento do ensino-aprendizagem relativas, docentes e não docentes ao educando como (aos professores). Que permita vincular a realidade do ensino às necessidades dos educandos, construindo em seu agir, um projeto histórico de desenvolvimento do povo, que se traduz e se executa em um projeto pedagógico, (Veiga, 1997:25). O papel específico do pedagogo é voltado para a qualidade do trabalho pedagógico e suas rigorosas formas de realização, mas também, e sobremaneira comprometida com um novo conhecimento - o conhecimento emancipatório. Esse é o maior desafio do pedagogo, conduzir os educandos à aprendizagem, de forma que, por meio dela formulem uma visão crítica e os liberte das amarras que os prende, possibilitando, a transformação da 49 sociedade, através do pleno entendimento das relações que se manifestam dentro da escola. Assim, o trabalho pedagógico é direcionado à prática pedagógica, política e organizacional de todo o fazer pedagógico no interior da escola pública. Dessa forma a prática pedagógica deve enfatizar a dimensão humana social da aprendizagem direcionando especial atenção a questão cultural do sujeito, com a intenção de uma formação continuada, como processo permanente. Apresentando uma comunicação, com o entorno externo da escola com o estabelecimento de parcerias num trabalho cooperativo, de gestão participativa e democrática, rumo à plena cidadania. - CORPO DOCENTE O caminho percorrido na construção do conhecimento é uma verdadeira viagem em que o corpo docente e discente estão constantemente ligados com o novo, o desconhecido, e em contato com os valores e atitudes baseados na ética e no dever cívico que propiciam ao cidadão uma formação e participação mais ativa e adequada do ponto de vista social. Se esta construção acontecer paralela, certamente diminuirá a distância em não aderir ao processo de civilização e aumentará o reconhecimento dos direitos e deveres nas relações do cidadão com o seu meio social e político. A atuação do próprio aluno e a construção do seu saber se operam na interação constante entre o saber escolar e os demais saberes contínuos e permanente de aquisição no qual interferem fatores políticos, sociais, culturais e psicológicos. A característica básica é ter como objetivos compartilhados de todo corpo docente à construção final do processo em função de que não podemos ignorar que a escola tem como responsabilidade e obrigação repassar conceitos básicos imprescindíveis e necessários à vida em sociedade. - CONSELHO DE CLASSE 50 Tendo em vista que o Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, com atuação restrita a cada classe do estabelecimento, tem o objetivo de avaliar o processo ensino-aprendizagem na relação professor-aluno, bem como definir coletivamente os procedimentos adequados a cada caso. Conforme dispõe no Regimento Escolar, haverá tantos Conselhos de Classe, quantas forem as turmas do estabelecimento de ensino. O Conselho de Classe tem por finalidade estudar e interpretar os dados da aprendizagem na sua relação com o trabalho do professor, na direção do processo ensino-aprendizagem dos alunos, além de analisar os resultados da aprendizagem na relação com o desempenho da turma, com a organização dos conteúdos e o encaminhamento metodológico. Os procedimentos utilizados pelo professor pedagogo, juntamente com professores preconizam uma série de levantamentos provenientes das intervenções pedagógicas realizadas durante o bimestre (Ensino Fundamental) ou o semestre (Ensino Médio) busca-se a superação do superficialismo didático permitindo a reflexão sistêmica sobre todo o processo que envolve o desenvolvimento da aprendizagem. Por se tratar do estabelecimento ter poucas turmas são realizados pelas professoras pedagogas levantamentos junto aos professores na sua horaatividade enfocando o desempenho de cada aluno e oportunizando ao professor refletir sobre sua prática pedagógica. Após levantamento dos dados de todas as turmas com todos os professores são elencados questionamentos acerca de todos os itens que envolvem o processo ensino-aprendizagem, fatores intrínsecos e extrínsecos ao processo, permitindo a todos os envolvidos redimensionar seu papel enquanto sujeitos do processo. A Equipe Pedagógica descreverá o perfil da turma com o resultado obtido dos professore no Conselho de Classe no dia específico previsto em calendário. Depois é feita a comunicação aos pais sobre o rendimento e a freq”uência escolar de seus filhos. 51 Fica evidente a todos os professores da escola, através de estudo realizado, que o Conselho de Classe tem contribuído muito com o redimensionamento do trabalho pedagógico, pois as informações levantadas através da troca de experiência proporcionam novos encaminhamentos didático-pedagógicos. Uma das especificidades do Conselho de Classe é a mediação entre sala de aula, professor e outras instâncias no que diz respeito à aprendizagem do aluno e compromissos pedagógicos assumidos coletivamente. - DA BIBLIOTECA Como a biblioteca escolar constitui-se num espaço pedagógico, cujo acervo está à disposição de toda Comunidade Escolar, durante o horário de funcionamento da escola, o profissional que desempenha a função de bibliotecário, deve ser qualificado e compreender que o seu papel no fazer educativo – pedagógico é de vital importância, pois a biblioteca deve garantir a aprendizagem, na medida em que contribui com esta através de seus instrumentos (acervo...) permite interação com outros segmentos da escola (alunos, professores, próprio bibliotecário). O papel do bibliotecário no fazer pedagógico; além do especificamente técnico; é dar suporte no processo de ensino-aprendizagem, tanto do docente quanto do educando, pela mediação que sua função proporciona no exercício dos trabalhos, é de contribuição com uma atenção especial ao aluno, de promoção de uma atitude investigativa, de motivação, à aprendizagem. A biblioteca tem que ser um espaço gostoso e agradável. Não devemos esquecer que os livros são sempre um convite para se conhecer novos horizontes, lugares, pessoas, histórias, ideais e conhecimentos. Esta viagem através dos livros deve acontecer, portanto, em um lugar que o leitor possa ficar com tranqüilidade. O importante é que os livros e a biblioteca sejam utilizados pelos alunos, visando uma formação crítica, contextualizada sobre sua realidade. 52 - DA SECRETARIA O cargo de secretária é exercido por um profissional qualificado para a referida função. É o setor que tem a seu encargo todo o serviço de escrituração escolar e correspondência do estabelecimento. Sua função abrange competências administrativas, técnicas citadas no regimento escolar, e no cumprimento dessas, abrange também os aspectos interpessoais que contribuem para a qualidade do trabalho realizado no interior da escola. Nesse sentido, o trabalho de secretário é de organização e encaminhamento dentro do próprio setor e com os demais funcionários administrativos (auxiliares) referentes à divisão do trabalho a ser executado, como também com o corpo docente, privando pela melhor adequação tanto relacionada ao professor quanto ao aluno. No desenrolar do procedimento de seu trabalho é fundamental que haja uma boa comunicação do secretário com os demais funcionários da escola; com a direção, com o professor pedagogo, professores e outros segmentos. Este procedimento é necessário para o bom desenvolvimento das atividades escolares, contribuindo assim para não fragmentação do trabalho escolar. - SERVIÇOS GERAIS Os profissionais dos serviços gerais conforme regimento escolar Art. 48, Parágrafo único é composto de: servente, vigia e inspetor de alunos. Na nossa realidade escolar contamos apenas com as serventes, (não possuindo vigia nem inspetor de alunos), que tem a seu encargo o serviço de manutenção, preservação do estabelecimento de ensino. Entretanto esses trabalhos, desempenham meio que indiretamente, atingem a função de ensinar, considerando que a escola é uma instituição voltada para o ensino, e enquanto parte desse processo também exerce influência no fazer educativo. Contribuem como exemplo e como sujeitos no processo de ensino no sentido de preservação, conservação do local de 53 trabalho e consequentemente na melhoria do ambiente interno, externo escolar e na qualidade da aprendizagem. Dentro dos Serviços Gerais possuímos a tarefa específica de merendeira que tem a seu encargo, estoque, conservação e preparo dos alimentos a serem servidos para os alunos. Tem como uma das responsabilidades manter a cozinha e os utensílios utilizados em perfeita higienização. Seu trabalho contribui para complementação alimentar de muitos alunos. Proporcionando um cardápio Nutritivo, saboroso, atendendo assim as necessidades alimentares dos educandos. - GRÊMIO ESTUDANTIL “O Grêmio é o órgão representativo do corpo discente de cada unidade escolar e tem por finalidade favorecer o desenvolvimento da consciência crítica, da prática democrática, da criatividade e da iniciativa”. (Paro in: Bastos, 2001:74). Como a escola é uma instituição educativa deve contribuir para manutenção de autonomia, participação, valorização da cultura, nesse ínterim, a escola deve promover o interesse de organização do grêmio na busca desse objetivo promovendo a gestão democrática, representatividade, comunicação entre os membros da comunidade escolar no exercício do trabalho coletivo. O Grêmio Estudantil do Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ensino Fundamental e Médio encontra-se em estudos e conscientização do corpo discente quanto a sua importância. - APMF A APMF é um órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários do Estabelecimento de Ensino, não tendo caráter político-partidário, religioso, 54 racial e nem fins lucrativos, visa representar os reais interesses da comunidade, promovendo o entrosamento entre pais, alunos, professores, funcionários e de toda a comunidade escolar, contribuem, dessa forma para a melhoria da qualidade de ensino, tendo em vista uma escola pública, gratuita e universal. No exercício das atividades atribuídas à APMF, esta vem dar suporte ao trabalho de gestão escolar no sentido de sugerir, aprimorar, discutir, proporcionar, promover, gerir e colaborar com sugestões para a melhoria da qualidade do ensino e democratização do mesmo de acordo com o Projeto Político Pedagógico. - CORPO DISCENTE O Corpo Discente do Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ensino Fundamental e Médio é representado por todos os alunos regularmente matriculados no estabelecimento, tendo seus direitos, deveres, proibições e sanções devidamente regimentados. Nosso aluno, ser situado no tempo e espaço necessita da escola enquanto mediadora do conhecimento, formadora de opinião, instrumentalizadora na conquista da cidadania. 9. REDIMENSIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO O ENVOLVIMENTO DOS SEGMENTOS DA ESCOLA. O Colégio Estadual São Luiz Gonzaga, conta com o trabalho da comunidade escolar e das instâncias colegiadas para que se efetive o processo de aprendizagem e para que o sujeito aprendente alcance uma formação cidadã, crítica, consciente e emancipadora. Para que se atinja esta interação, todos os sujeitos envolvidos no ser-fazer educativo escolar e social, possuem papel específico e 55 contribuem com este intento, permeado por uma gestão democrática e participativa. 56 AÇÕES PREVISTAS SITUAÇÃO EVIDENCIAD A METAS AÇÕES CURTO PRAZO AÇÕES MÉDIO PRAZO AÇÕES LONGO PRAZO 2 ANOS 2 ANOS OU + 1 ANO Dar a conhecer a lei - Lei 10.639 – 10.639 – Cultura Afro- Cultura Afrobrasileira e brasileira e a africana. africana a toda comunidade escolar. -Reunião por áreas para estudar a lei e definir os conteúdos a serem trabalhados nas disciplinas de Todas as disciplinas estarão envolvidas na discussão. - Formar grupo capoeira escola. - Fazer reflexões no dia da Consciência Negra (20/11). - Semana da Cultura Afro (maio). - Despir-se - Na prática 57 um de na RESPONSÁVEIS RECURSOS HUMANOS E FINANCEIROS - Lei 10.639. - Profissionais da -Ministério Educação. Público. -Órgãos - APMF / Fundo Colegiados. Rotativo - Sociedade Civil. diária fazer valer o que dos preconiza a lei preconceitos e integrar éticos raciais naturalmente - Diversidade e o respeito, a Cultural. promovendo diversidade, a reflexões valorização do dobre o outro no tema. contexto social. Educação - Integrar do campo. culturas homem campo e cidade. as do do da - I Seminário de Integração CampoCidade. Festa da Construir Colheita. uma nova imagem do Envolvimento homem do de todas as campo disciplinas. desmistifican do a idéia do caipira, desengonçad o, inculto valorizando suas tradições, sua 58 Comunidade Escolar. Sociedade Civil. - EMATER. - Mídia - Cooperativas. Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Educação. Sindicato Rural. SENAR SEBRAE. – identidade. Prefeitura municipal. Professores, Professores Pedagogos. - Mídia - Aprofundar o conhecimento da realidade do município de Mamborê sua vocação - Reconhecer agrícola, em os valores do cada um das espaço rural disciplinas. para a vivência prazerosa e com Adotar uma qualidade postura de sustentável. atenção constante à integração campo cidade. 59 - Associação de moradores das comunidades rurais. Parcerias Sociedade Civil, Prefeitura Municipal, Fundo Rotativo, APMF. Gravidez das adolescentes , prostituição infantojuvenil, “casamentos ”, drogadição. Conscientizar alunos e pais para a valorização e promoção da vida. Projeto sexualidade para todas as séries. Colocar frases reflexivas referentes à no Pr leitura pátio e muros ojeto valorizando a da escola. vida. - Despertar o gosto e o Projeto: - Dificuldades interesse pela Palavra na leitura. escrita, aprendizage m (leitura, Instaurar interpretação projeto de , escrita, apoio Língua produção Portuguesa e textual, Matemática – cálculos Protagonismo matemáticos Juvenil básicos). - Solicitar Sala de Apoio. - Manter os diagnósticos nos primeiros dias letivos. 60 - Professores da educação. APMF, Fundo Centro de Rotativo. Saúde. Sociedade Civil. Professores, - APMF, Fundo professor Rotativo. pedagogo e bibliotecário. Professor, Professor Pedagogo, Alunos – Ensino Médio. - Professor de apoio. - Reestruturar, no coletivo, produções dos alunos e incentivar a reescrita individual, em as - Estabelecer todas parcerias com disciplinas. as Instituições Dar a de Ensino conhecer o Superior. acervo da biblioteca a professores e alunos. Solicitar parcerias com as IES para desenvolver projetos de leitura, escrita e cálculos básicos. - Professores. Criar um espaço físico destinado especialmente à leitura, “sala de leitura”. 61 - Direção CIES, FELCILCAM – CEFET, Acadêmicos. SEED FUNDEPAR / Sala - Manter o ambiente ambiente Artes educativo sala de Artes e equipá-lo com o mínimo necessário para o desenvolvim ento do trabalho. - Fazer uso do ambiente educativos, regularmente. Evasão Repetência. - Projeto Fica. / - Reduzir os índices de Baixo repetências e evasão rendimento. escolar mantendo a qualidade do ensino. - Professores de Fundo Educação Rotativo, APMF. Artística. Direção. Manter projeto controle da evasão e repetência. - Comunidade Escolar, Fundo Rotativo, Conselho APMF. Tutelar, Ministério Público. - Sociedade Civil, NRE. Envolver mais os pais nos compromissos 62 escolares, cumprindo com sua função social. - Capacitação Dar continuada continuidade escolar. à formação continuada prevista pela escola, NRE, SEED. Aproveitar os momentos de hora atividade, reuniões pedagógicas, grupos de estudos, conselho de classe para reflexão, estudos, troca de experiências. Prover oficinas, palestras para todos os profissionais 63 Professores Fundo pedagogos, Rotativo, APMF. professores, direção, funcionários, NRE, SEED. Fundo Rotativo, APMF. Professores pedagogos, professores, direção, funcionários, NRE, SEED. da educação. - Bem Público. - Promover a valorização do bem público e do ambiente escolar e social. - Campanhas de conscientizaçã o em relação à preservação do bem público. Professores pedagogos, professores, direção, funcionários, NRE, SEED. Realizar mutirões. Realizar atividades culturais. - Inclusão. - Promover a inclusão - Exclusão. natural evitando Discriminação todas as . formas de discriminaçã Desigualdade o e exclusão. s sociais. - Criar a sala de recursos para atender os alunos com necessidades educativas especiais. 64 A longo prazo. Professor SEED. especializado. - NRE. - SEED. Professor pedagogo, professor. SEED. Capacitar os docentes de todas as disciplinas para atender os inclusos. - Fazer uso de metodologias diferenciadas visando atingir a individualidad e. Professor APMF. especializado. Fundo Rotativo. - NRE. PDDE. - SEED. Professor SEED. pedagogo, APMF. professor. Fundo Rotativo. Professor PDDE. especializado. - NRE. - SEED. SEED. - Professor pedagogo, professor. Promover adequações no espaço físico. 65 Professor especializado. APMF. Fundo Rotativo. PDDE. SEED. - NRE. APMF. - SEED. Adquirir material didático para auxiliar o processo ensinoaprendizagem . Fundo Rotativo. Professor PDDE. pedagogo, professor. SEED. APMF. Professor Fundo Rotativo. especializado. PDDE. - NRE. - SEED. - Buscar a integração e valorização de todos, incentivando sua participação nos projetos e atividades desenvolvidas pela escola. - Buscar a inter-relação entre as diferenças 66 Professor pedagogo, professor. Professor especializado. NRE. - SEED. Professor pedagogo, professor. que coabitam o universo escolar valorizando as potencialidad es de cada um, partilhando no coletivo seus dons. -Conteúdos fragmentados / contextualiza dos. - Diminuir as barreiras entre as diferentes disciplinas, estabelecend o o diálogo Currículos orgânicos / entre elas de forma a desafios. desenvolver uma postura multi e interdisciplin ar. - Implementar a partir de 2006 novas Diretrizes Curriculares para o estado do Paraná. Participar dos cursos de capacitação continuada que venham a subsidiar tal implementaçã o. Aprimorar a 67 Professor, SEED. aluno, Professor APMF. pedagogo. Fundo Rotativo. - Família. PDDE prática docente fazer acontecer a contextualizaç ão. Falta de perspectiva e o descompromi sso com o saber. Desenvolver autonomia para a tomada de decisões. Parcerias Buscar com o recursos junto SEBRAE. ao governo Estadual e - Incentivar a Federal para participação manter os nas atividades extra- classe projetos extrapais e alunos. classe. Violência, - Aprender a - Grupo de indisciplina e gerenciar estudo (pais e desrespeito. conflitos professores). (professor, - Formação da aluno e escola de família). pais. - Requerer a Patrulha Escolar. - Palestras de promoção e prevenção da vida. Buscar parceria através do Conselho de Direito da Criança e do adolescente com o município e a SEED para ter acesso a profissionais especializados. 68 Professores, SEED, APMF. APMF. - Professores. - SEED. - APMF. - APMF. - SEED. - Conselho de da - Conselho de Direito Direito da Criança e do Criança e do Adolescente. Adolescente. - Mídia. Campanha promovendo a paz. Falta de Buscar recursos para recursos dos viabilizar os órgãos projetos. governament Falta de ais e nãoequipamentos governament tecnológicos. ais. - Implementar os recursos na execução dos projetos. - Aquisição de equipamentos tecnológicos. - Aquisição de recursos didáticos e paradidáticos. Projetos solicitação de recursos através de bolsas. 69 Direção, NRE, SEED, APMF, SEED, APMF, Conselho Conselho Escolar. Escolar 10. INTENÇÃO DE ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS A realidade escolar tem apresentado transferências de alunos para outras escolas, como também recebimento de alunos provenientes de outras escolas; alunos que se evadem da escola; alunos ausentes por atestado médico, alunos com licença maternidade. Quanto ao recebimento de alunos transferidos para a escola, inicialmente procura-se conhecê-lo, o motivo da transferência, conhecer o desenvolvimento de sua aprendizagem, ou seja, realizar uma avaliação inicial, e, propiciar os mecanismos necessários para sua integração na escola. Ao aluno que registra ausência significativa ou seqüencial, será convocada a família para oportunizada comparecimento atividades, com e esclarecimentos o intuito de e orientação, será readequação ao conteúdo programático e promoção de sua aprendizagem contemplando também os egressos, geralmente este trabalho é realizado em contra-turno com acompanhamento pelos professores no período da hora atividade, ou professores pedagogo. Quanto aos alunos com atestado médico, que apresentam poucos dias de ausência, é proporcionado a realização de atividades em forma de trabalho, e revisão em sala. Os alunos com atestados médicos longo, serão encaminhadas atividades na residência assim como para as alunas que apresentam licença maternidade, ou seja, ensino à distância utilizada como complementação da aprendizagem menos situações emergenciais, Art. 32 §4º. 10.1. PRÁTICAS AVALIATIVAS O fazer educativo tem sido motivo de reflexão a partir da realização deste Projeto Político Pedagógico. Assim, na execução desta reflexão acerca das práticas avaliativas listamos as práticas 58 avaliativas utilizadas pelos professores até este momento, prova escrita; atividades em sala de aula; trabalho individual e em grupo; pesquisa individual e em grupo; desempenho no conteúdo em participação oral, (contribuições, questionamentos, outros); estruturação, produção e real reestruturação de textos, confecção de desenhos – leitura e releitura. Em seguida, colocamos as práticas avaliativas que estarão sendo realizadas para a verificação da aprendizagem dos alunos, após análise sobre as formas de avaliação presentes na escola. Assim confrontando com a prática docente, foi consenso como prática avaliativa a ser executada na escola as seguintes: estruturação, produção e reestruturação de textos priorização da expressão oral, exposição oral (apresentação de trabalho, leitura, interpretação, raciocínio lógico), avaliação escrita, relatórios, pesquisa, desenhos (leitura e releitura); participação nas atividades da escola (no coletivo); debates, seminários, entrevistas (no coletivo); tarefas em classe e extra classe. Observamos que as atividades podem ser realizadas em grupo, individual, em dupla, de acordo com a dinâmica a que se almeja. Foram ampliada as formas de avaliação para considerar a aprendizagem do educando no todo, para levar em conta as potencialidades dos alunos de maneira global, procurando romper com práticas excludentes e manipuladoras. Continuamos com a prática de algumas formas de avaliação por entender que estas são necessárias no diagnóstico, no redimensionamento de novas práticas avaliativas e no trabalho pedagógico a ser desenvolvido. Na prática avaliativa os professores estarão considerando as tentativas do aluno na realização das atividades: as dúvidas levantadas e manifestadas; a interação com o grupo (colegas e professores), a autonomia do aluno ou os passes em direção a ela); o progresso em relação à condição anteriores de aprendizagem. E considerando também que a avaliação de atividades desenvolvidas por alunos com necessidades educativos especiais deve ser realizada a partir de um novo “olhar”... 10.2. RECUPERAÇÃO PARALELA 59 Pimenta (1995) nos fundamenta: quando da chegada do aluno, pode-se fazer uma avaliação que procure conhecer suas condições reais, para que a partir destas se defina os procedimentos a adotar, a partir do que ensinar, como ensinar, pensada em conjunto com os professores e pedagogos. É importante discutir porque é importante esta avaliação, para que vai servir, como vai ser feita, que instrumento usar, quem constrói os instrumentos, quem aplica e interpreta. A Recuperação Paralela será oportunizada aos alunos que não atingiram os 100%, após dada a verificação de aprendizagem de conteúdo, conforme prevê o Regimento Escolar. 10.3. AOS ALUNOS QUE APRESENTAM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM O passo inicial de atendimento ao aluno com dificuldades de aprendizagem escolar é a restauração do “clima” de sucesso e de participação positiva no trabalho escolar. O fundamental é resgatar a auto-estima destes alunos, encorajando-os e dando –lhes estímulos para que possam recuperar a vontade de aprender, que é a mola de todo progresso individual e coletivo. Valorizando o que ele sabe será mais significativo o desenvolvimento da aprendizagem do que fazê-lo aprender o que ainda não sabe? Na continuidade dos trabalhos surge a relevância de atividades lúdicas e prazerosas não só no âmbito deste trabalho pedagógico, mas também na contribuição de desenvolvimento do espírito de equipe (socialização) e desenvolvimento integral de potencialidades individuais e sociais. Como o Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ens. Fundamental e Médio não possui sala de apoio os alunos são atendidos pelos professores através de acompanhamento em sala de aula, procurando intensificar a aprendizagem. Em alguns casos de maior dificuldade, é realizada uma investigação das dificuldades mais significativas para orientações didático-pedagógicas em acompanhamento individualizado pelo professor na hora atividade ou no final do período ou pelo Professor Pedagogo. 10.4. DOCUMENTAÇÕES LEGAIS 60 Documentos Legais que regulamentam o processo escolar do estabelecimento, são eles: Regimento Escolar, Estatuto do Conselho Escolar e Estatuto da Associação de Pais, Mestres e Funcionários. 61 62 11. PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA EIXO GESTÃO DEMOCRÁTICA OBJETIVOS - Oportunizar momentos no decorrer do 1º semestre onde a comunidade escolar tenha conhecimento do plano de ação da Gestão Democrática onde esteja flexível a possíveis alterações no que se refere ao conselho de classe do 1º e 2º bimestre. DETALHAMENTO Uma ampla reunião coletiva para exposição com todos os segmentos e em posteriores momentos com grupos menores para reavaliação de critérios. - Conselho escolar; - Conselho de classe; - Representante de turma; - Grêmio estudantil; - Conselho - APMF. Escolar; - Participação - APMF; dos pais; - Pais; Reuniões - Grêmio. coletivas. Compartilhar com a equipe e a comunidade os sonhos as CONDIÇÕES - Transparência s; - Cartazes; - Textos; - Comunidade Escolar; - Atuando nas ações da comunidade escolar, em parcerias com o conselho tutelar e promotoria; - Propor medidas que melhorem o aproveitamen to escolar; - Porta-voz da turma; - Reivindicar e defender os interesses estudantis; - Entre outras, CRONOGRAMA Início de cada semestre. Todo o processo será desenvolvido no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2007. RESPONSÁVEL - Diretor e equipe pedagógica. - Toda a Comunidade escolar e Família. 63 esperanças, as dúvidas e os anseios, surgidos na busca de mudança para construir uma nova realidade. - - planejar, acompanhar, aplicar e gerênciar os recursos financeiros; Exercer um papel importante dentro da escola, como instância de formação primária, Troca de experiência e toda comunidade escolar. 64 EIXO OBJETIVOS - PROPOSTA PEDAGÓGICA - Identificar o aluno como foco do processo educativo; Trabalhar para o fortalecimento da unidade do trabalho escolar, onde todos possam, juntos, planejar e executar ações para que a escola cumpra a sua função, que foi discutida no Projeto Político. DETALHAMENTO CONDIÇÕES Adequação das Diretrizes Curriculares junto ao P.P. Reuniões com todos os segmentos da Comunidade Escolar para: - Estabelecer contatos, discutir regras, direitos e deveres. - Discutir a função da escola entre outros. Identificação dos problemas de aprendizagem para encaminhamento s metodológicos. Estabelecer discussões com a - - Reuniões com toda a comunidade escolar; Atendimento aos pais e alunos individualment e; Conselho de Classe e PréConselho; Sala de Apoio; Alunos monitores; Recuperação de estudos através de voluntários (Estagiários); Equipe pedagógica para apoio. CRONOGRAMA RESPONSÁVEL - Inicio fevereiro; em 1. Direção - Bimestralment Equipe e; Pedagógica; - Bimestralment Professores; e; Alunos. - Início em Março/Abril. 65 comunidade escolar sobre como ocorre o processo de Ensino Aprendizagem. EIXO FORMAÇÃO CONTINUADA OBJETIVOS DETALHAMENTO OportunizarCapacitação formação, Geral: capacitação a Palestras, professores, Reuniões, funcionários, pais Seminários, e alunos. Fóruns, Gincana. CONDIÇÕES 1. Recursos Humanos da própria escola, 2. Parceria com município e sociedade civil, 3. Parcerias com Professores: as IES e NRE. Grupo de Estudos, 1. APMF, Hora Atividade, 2. Conselho Reuniões, Escolar Oficinas, Conselho de CRONOGRAMA RESPONSÁVEL Bimestral, 1. Conselho Semestral e de Escolar; acordo com as 2. APMF, necessidades. 3. SEED/NRE, 4. Equipe Pedagógica. 66 Classe. Funcionários: Palestras, Grupo de Estudos, Reuniões Setoriais, Cursos, Encontros para troca de experiências. 1. Equipe Pedagógica. Pais: Palestras, Reuniões. Alunos: Conferenciais, Palestras, reuniões e Fóruns. OBJETIVOS DETALHAMENTO CONDIÇÕES CRONOGRAMA RESPONSÁVEL E I X O QUALIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS 1.Estabelecer normas para utilização, 2. Prover unidade ensino 1. Construir 1. Capacitação e 1. Datas novos espaços treinamento comemorativas, educativos do corpo 2. Semana para atender a docente e pedagógica ou a proposta funcionários quando julgar de pedagógica: para operar necessário cada com 1. Direção, 2. Instâncias colegiadas, 3. FUNDEPAR/ 4. APMF, 5. Grêmio 67 novos espaços educativos, 3. Promover a aprendizagem do educando, 4. Viabilizar readequação dos espaços existentes na escola para melhor aproveitament o pedagógico. biblioteca equipamentos (melhorar), . laboratórios, 2. Disponibilizar sala de apoio, recursos: quadra de APMF, Estado, esporte Munícipio, (melhorar), ONGs e sala para hora Projetos. atividade, (melhorar), oficinas e refeitório. ano construir um espaço de acordo com a prioridade. Estudantil. 68 12. PLANO DE AÇÃO DO PROFESSOR PEDAGOGO O trabalho a ser realizado pelo Professor Pedagogo deve seguir os objetivos do Plano de Ação aqui apresentados contemplando os Princípios Filosóficos do trabalho escolar, os princípios norteadores da educação estarem de acordo com suas concepções e com o plano de ação da Escola e as leis que regem a educação, visando a situação da realidade onde a escola está inserida. Deve contemplar o que é descrito no Projeto Político Pedagógico e através de análise e avaliação freqüente configurar à realidade descrita, ou seja, durante o caminhar e o desenvolver do trabalho escolar, o trabalho pedagógico deve se voltar a um trabalho que cumpra a função de averiguação do real, do existente nas escolas públicas e da articulação com o desejável, com o necessário na democratização do ensino. A partir da realidade de nossa escola o professor pedagogo desenvolverá ao longo dos anos seus trabalhos buscando condições para a efetivação das propostas do Projeto Político Pedagógico aproveitando dos recursos físicos, humanos e financeiros disponíveis na escola. A partir do apoio das instituições municipais, da comunidade e do NRE. 12.1. CARACTERIZAÇÃO: Ensino Fundamental 5º a 8ª series e Ensino Médio 12.2. NOME DA ESCOLA: Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ens. Fundamental e Médio 12.3. RESPONSÁVEL: Professores Pedagogos 12.4. JUSTIFICATIVA: Tendo em vista que a escola pública tem apresentado rotatividade dos profissionais da educação, o presente plano de ação se justifica na necessidade de atender a curto, médio e longo prazo os objetivos políticos-pedagógicos e organizacionais do fazer educativo. Nessa 68 69 intenção, abrange uma continuidade no trabalho pedagógico uma vez que circunda todas as instâncias envolvidas nesse processo quer seja do docente, do discente, da equipe pedagógica, do não-docente em educação ou instâncias colegiadas. “Se justifica devido a essa articulação que terá como consequência a valorização pedagógico da efetivar transmissão/apropriação a escola, do enquanto especificamente instrumento dos para conteúdos” PIMENTA, 1995, p. 147. 12.5. EIXOS NORTEADORES DO TRABALHO PEDAGÓGICO Entendendo a escola como instância fundamental para a emancipação das camadas populares, compete ao professor pedagogo conhecer, articular e instrumentalizar o professor e o aluno, no sentido de que estes possam reelaborar conhecimentos articulados aos interesses das camadas menos favorecidas. A dimensão pedagógica do trabalho do professor pedagogo parte do entendimento que a busca pelo conhecimento deve ser uma constante , ou seja, o ato de ensinar conteúdos, metodologia e avaliação requer conhecimentos da relação professor/aluno e todas as implicações decorrentes desse ato. Na dimensão política do ato de ensinar, o professor pedagogo, deve entender o papel da escola enquanto agente de transformação da sociedade visando a emancipação das camadas populares. Na dimensão organizacional do ato de ensinar o professor pedagogo deve estar ciente que a articulação dos meios necessários para que haja a socialização dos conhecimentos deve primar pelo caráter de estar articulando os dados obtidos afim de que estes venham a alimentar eficazmente o trabalho escolar. 69 70 Devemos entender que essas três dimensões citadas acima, não devem ser vistas e entendidas fragmentadas e sim que uma dimensão depende da outra para acontecer e que a atuação do pedagogo na organização do trabalho escolar deve romper com as amarras do individualismo, desconfianças e com o medo, questionando posturas uma vez que a escola reflete a compreensão dos saberes, na construção dos valores humanos necessários. 12.6. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO TRABALHO DO PROFESSOR PEDAGOGO TENDO EM VISTA A EFETIVAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do projeto político pedagógico e do plano de ação da escola; - Coordenar a construção coletiva e a efetivação da proposta curricular da escola a partir das políticas educacionais da SEED/PR e das Diretrizes Curriculares Nacionais do CNE; - Promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e para a elaboração de propostas de intervenção na realidade da escola; - Participar e intervir junto à direção, da organização do trabalho pedagógico escolar; - Participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os profissionais da escola; - Analisar os projetos de natureza pedagógica a serem implantados na escola; - Coordenar a organização do espaço-tempo escolar a partir do calendário letivo, na definição e distribuição do horário semanal das aulas e disciplinas do “recreio”, da hora atividade e de outras atividades que interfiram diretamente na realização do trabalho pedagógico; - Coordenar junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas a partir de critérios legais, pedagógicos-didático desenvolvido na escola pelo coletivo dos profissionais. 70 71 - Prestar assistência pedagógico-didática aos professores para se chegar a uma situação ideal de qualidade e ensino (considerando o ideal e o possível), auxiliando-os a conceber, construir e administrar situações de aprendizagem adequadas às necessidades educacionais dos alunos; 12.7. PRÁTICA SOCIAL Constatados os índices de seletividade e evasão que persistem na educação brasileira, percebeu-se que é necessário a transformação dos mecanismos internos que a tornam seletiva, repensando a escola, sua organização e funcionamento, para que torne-se efetivamente socializadora dos conhecimentos. Percebendo que a escola enquanto uma prática social, tem sido utilizada para a transmissão de valores conservadores da sociedade como mecanismo de dominação social. Dessa forma os profissionais da educação atuando juntos na escola pública podem fazer com que esta desempenhe um papel de transformação social. O fundamental compromisso da escola se fundamenta no ato de ensinar e aprender, assim pode-se perceber que a “ênfase está na transmissão, na apropriação ou assimilação dos conhecimentos e na conseqüente reelaboração desses conhecimentos, articulado ao interesse dos educandos, ou, dos docentes e não-docentes pelo fato de que ensinar e aprender é um ato político-pedagógico que requer conhecimento e participação coletiva.” Assim, o professor pedagogo vem desempenhar a mediação entre a organização escolar e o trabalho docente, garantindo condições favoráveis ao alcance dos objetivos político – pedagógicos da educação escolar. 12.8. INSTRUMENTALIZAÇÃO Dentro das atividades a serem desenvolvidas pelo professor pedagogo, atribuímos a necessidade de desenvolver acompanhamento e orientação 71 72 aos professores com intenção de melhoria da qualidade do ensinoaprendizagem, bem como, melhoria dos vínculos entre professor-aluno. Para isso utilizaremos dos espaços de: hora-atividade, Conselho de Classe e oportunidades diante do calendário escolar para grupo de estudos, formação continuada e fornecimento de material de apoio didáticopedagógico, com ênfase nas necessidades apresentadas. Acompanhamento necessidades e e orientação dificuldades de aos educandos, aprendizagem, a partir como de também, suas de motivação, incentivo e feed-back de seu desenvolvimento educativo e exploração de seu potencial artístico, criativo e estético. Acompanhamento e orientação de todos os profissionais da escola e instâncias colegiadas buscando sempre a compreensão de que o fazer escolar é proporcionado pela integração de todos os segmentos da escola e de que todos têm papel fundamental enquanto sujeito transformador da sociedade. Esse procedimento se efetuará quotidianamente, e em eventuais momentos de reflexões coletivas, como na avaliação semestral do Projeto Político Pedagógico ou em palestras dirigidas a cada instância, como também nas reuniões do Conselho Escolar, A.P.M.F e outros. 72 12.9. CRONOGRAMA FEV MAR ABR MAI O - Reunião Pedagógica, X - Palestra alunos, X - Reunião Funcionários, - Reunião Pais , - Recepção e Diagnóstico para alunos oriundos de outras escolas X - Reunião APMF, X - Conselho Escolar, - Levantamento e encaminhamento alunos com dificuldades, X - Acompanhamento Hora Atividade, X - Organização e catalogação de material apoio para desenvolvimento de projetos, JUN JUL OUT NOV DEZ X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Organização de grupos de dança e de teatro, X X X - Elaboração do regimento da Biblioteca, X X X - Conselho de classe, Reunião pais entrega - AGO SET E X X X X X X 73 74 12.10. PARTE DA REFLEXÃO Pelo acompanhamento, análise e registro das atividades proporcionadas, bem como dos resultados apresentados durante o bimestre. Realizar-se-á a avaliação do plano de ação da equipe pedagógica, onde será proporcionado principalmente pelo momento do conselho de classe os dados relevantes acerca da aprendizagem dos alunos bem como, da metodologia de ensino utilizada pelos professores, as dificuldades e conflitos que se evidenciaram na realização das atividades escolares e nos relacionamentos interpessoais fundamentais no processo ensino-aprendizagem em sala de aula. Nesse ínterim, realizar-se-á reunião bimestral com a equipe administrativa e profissionais da escola, pois é um segmento fundamental para se constatar de que em todo o contexto escolar o ensino-aprendizagem têm-se efetivado. 12.11. PRÁTICA SOCIAL FINAL A prática social final ficará evidenciada através do pessoal envolvido no fazer – educativo, todas as pessoas que interagem e se socializam durante o processo e pela apresentação de mudanças na realidade apresentada, ou seja, através de um clima otimizador, um clima agradável de aprendizado e trabalho, um bem estar coletivo, onde o espírito da comunidade escolar, social tem caminhado e alcançado os objetivos e visões compartilhadas, visando a maximização do tempo de aprendizagem é que entenderemos os resultados efetivos. 75 13. DIRETRIZES PARA ACOMPANHAMENTO TRABALHOS DESENVOLVIDOS NA ESCOLA. E AVALIAÇÃO DOS Tendo em vista que a ação reflexiva das atividades realizadas no cotidiano da escola deve –se efetivar buscando o direcionamento enfocado no Projeto Político Pedagógico, esta ação deverá privar a democratização na tomada de decisões num processo contínuo de ação – reflexão – ação; com um tempo mínimo necessário para consolidação da sua proposta. Baseado nos dados concretos oriundo do Projeto Político Pedagógico, a escola se organiza para colocá-los em ação – tendo em vista um caráter auto critico; não como algo estanque, nem como compromisso de eficiência e eficácia, mas como resultado da própria organização do trabalho pedagógico e de extensão do ato educativo. O processo de acompanhamento se realizará durante todos os momentos de manifestação dos trabalhos, do desempenho do pessoal docente e nãodocente, do currículo, das atividades extra – curriculares e do projeto político pedagógico, através da observação e avaliação diagnóstico e preventiva. A curto prazo, entendemos o acompanhamento e avaliação no dia-a-dia da escola, na semana ou, até do mês equiparados ao desenvolver das partes, ou seja, equivalentes as atividades que serão realizadas no decorrer do período, e que, deve ser observada para modificá-las, se necessário. Durante o processo, todas as instâncias envolvidas no fazer educativo estarão acompanhando e avaliando, pois todos têm o compromisso registrado enquanto parte fundamental na democratização e emancipação educativa. O processo de avaliação, tendo em vista, discussão, reflexão, registro e redimensionamento será realizado numa periodicidade semestral, pois, a efetivação das finalidades apresentados no Projeto Político Pedagógico se fazem ao longo do tempo. 76 Para que o acompanhamento e a avaliação se façam com qualidade nas decisões e promova uma reflexão, será realizada avaliação permanente, para perceber se as ações planejadas estão modificando a realidade apresentada, se está chegando aos resultados propostos, pois, a avaliação é ponto de partida e ponto de chegada. Estes resultados devem garantir a prática do projeto que a coletividade se propôs a realizar. Pensamos numa avaliação global, fundamentada no Projeto Político Pedagógico, nesse sentido, a avaliação se fará na análise dos grandes problemas enfrentados e nos grandes avanços alcançados e quais os desafios para o próximo semestre. 14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________. Mundos do trabalho: novos estudos sobre a história operária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000b. ___________, A ciência do esporte no Brasil. Campinas/SP. Autores Associados, 1995. ___________, Educação Física: conhecimento e especificidade. São Paulo/ SP. Revista Paulista de Educação Física. Suplemento nº 2. 1996. 2001, p. 45-66. ABRAMOVAY, M. e CASTRO, M. G. Ensino Médio: múltiplas vozes. Brasília: MEC, UNESCO, 2003. ALVES, Rubem. Entre a ciência e a sapiência – O dilema da Educação. São Paulo: 1999, edições Loyola. 77 ANJOS, Ivan Gonçalves dos. Física, Coleção Novo Horizonte. IBEP, S/D. ARANHA, Mario Lúcio de Arruda. Martins, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 2º ed. Moderna. 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AGENDA 21 ESCOLAR Atendendo as propostas dos resultados do estudo da Agenda 21 Global, Brasileira, Estadual, Municipal, o Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – EF e EM e comunidade escolar tendo consciência da necessidade de estar desenvolvendo ações que viabilizem o uso sustentável dos recursos naturais primando pela igualdade no acesso e condições necessárias a melhoria da qualidade de vida, vem através deste incorporar à sua prática a Agenda 21 Escolar. A escola não se limita somente ao interior do muro escolar, ela está inserida dentro de um contexto histórico e real, a efetivação do trabalho escolar realizado influencia a formação integral do ser humano, enquanto sujeito social ciente de seus direitos e deveres na sociedade. Todos os envolvidos no trabalho escolar ao assumirem-se enquanto sujeitos sociais percebendo que a responsabilidade pela preservação do planeta e em conseqüência de todas as espécies é compromisso de cada cidadão. Os profissionais do Colégio Estadual São Luiz Gonzaga participaram do Fórum para a construção da Agenda 21 Escolar, onde através dos encaminhamentos propostos no referido Fórum obtiveram os conhecimentos necessários para o trabalho na escola. Professores, Funcionários, pais, alunos e Conselho escolar, assumem a postura do trabalho coletivo e evidenciaram os principais problemas encontrados na escola e na comunidade bem como as ações necessárias para superação dos mesmos, onde está em construção o Projeto da Agenda 21 Escolar e ao mesmo tempo sendo colocado em prática. 89 Percebe-se que muitos profissionais têm oportunizado dentro da prática escolar, textos, filmes e discussões que permitem aos educandos analisar os problemas encontrados pela comunidade escolar no cotidiano bem como possíveis soluções. No entanto, faz-se necessário um trabalho mais amplo, como meios para efetivar a conscientização necessária, assim através de reunião realizada pela comissão será oportunizado: - Palestras com toda a comunidade escolar, família, Conselho Escolar e com outros segmentos da sociedade; - Pesquisa junto às famílias e trabalho estatísticos com os dados levantados a serem encaminhados às autoridades locais e ou regionais, conforme caso e aos possíveis parceiros; - Mobilização de toda escola e comunidade para realização de Seminário; - Confecção de frases, faixas, cartazes, slogans, etc; Espera-se que com os trabalhos a serem desenvolvidos no Projeto Agenda 21 Escolar, este venha a sensibilizar e mobilizar todos os segmentos que fazem parte de nossa comunidade e que as ações a serem concretizadas venham a contribuir para a preservação de nosso planeta. 90 COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Agenda 21 Escolar 91 Mamborê, dezembro de 2005. 1. IDENTIFICAÇÃO 1.1Nome da Escola: Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ensino Fundamental e Médio. 1.2Endereço: Av Getúlio Vargas, s/n. CEP 87.340-000. 1.3Telefone: (44) 3569 1032. 1.4Município: Patrimônio Guarani – Mamborê – Paraná. 1.5Núcleo de Jurisdição: Campo Mourão – Paraná. 1.6Endereço Eletrônico: 1.7Coordenadora Técnica da Agenda 21 Escolar: Sueli Martins Cordeiro Litron. 2. PARTICIPAÇÃO NA AGENDA 21 ESCOLAR Quantidade Comunidade escolar de Pessoas por grupo Participando da Construção da Agenda 92 - Agma L. R. Pinto - Zélia A. N. Trento - Fábio M. de Oliveira - Edna Scharlau Professores 09 - Lucia K. Lemes - Ireni F. Costa - Inêz Litron - Ivanilde F. Costa - Sueli M. C. Litron - Jaqueline de Moura - Taíze S. de Mello - Josieli Brandão de Lima - Mauricio A. C. Massano - Alessandra dos Reis de Souza Alunos Representantes Equipe técnica Pedagógica Equipe Administrativa 12 02 02 - Maria Beatriz M. Tostes - Fabiana de Oliveira Silva - Sidivana de França - Andréia de França Sirino - Dauana P. Machado - Janisléia C. dos Santos - Diones dos Santos Correia - Eliane Garcia Castro - Lindamir A. A. Sobanski - Simone de Paula Lang - Angelita Tamiossi - Marina R. da Mata 93 - Marli Ribas Sphair - Doralice V. de Oliveira Maria Ivone Bartiniski Serviços Gerais 02 APMF 01 - - - 00 - 01 - Grêmio Estudantil Comunidade Civil Organizada Conselho Escolar Adriana Maria Ghiraldi 3. REUNIÕES LOCAL Colégio Estadual São Luiz Gonzaga Colégio Estadual São Luiz Gonzaga Colégio Estadual São Luiz Gonzaga Colégio Estadual São Luiz Gonzaga Colégio Estadual São Luiz Gonzaga 1 DATA NÚMERO DE PARTICIPANTES1 26/09/2005 12 05/10/2005 50 05/11/2005 27 15/11/2005 12 07/12/2005 12 A relação de presença se encontra no Anexo de acordo com lista de presença ou ata própria 94 4. RECONHECIMENTO: ANÁLISE DA RELATO DAS OBSERVAÇÕES COMUNIDADE Apresenta clima sub-tropical úmido mesotérmico. Quanto à temperatura, a média nos meses quentes fica acima dos 22º C e nos meses frios, em torno de 14 ou 15ºC. A atitude é 750 metros, em relação ao nível do mar. Apresenta relevo suave ondulado. A 4.1. Recursos Naturais. declividade varia de 1 a 45%. Os solos são divididos da seguinte maneira: latossolo roxo, latossolo vermelho escuro, terra roxa estruturada, podzólico vermelho-amarelo e outros. Calcário e fertilizante passaram a ser aplicados com bastante intensidade, devido ao mau uso do solo. O município de Mamborê possui uma população de 15.156 habitantes e 10.732 de eleitores. Opatrimônio do Guarani apresenta população equivalente a 1.500 habitantes. O percentual de famílias que vivem abaixo da linha da pobreza é de 41%, Segundo o referencial da ONU, aquelas que sobrevivem com renda 4.2.População equivalente ou menor a U$ 1,00 por dia, em relação ao total de famílias do município. Isto se dá devido ao modelo de economia adotado desde os anos de 1970 com a mecanização e monocultura, e também porque o município possui comércio e indústria incipientes o que proporciona pouca geração de emprego e renda e poucas perspectivas de vida para a maioria da população de menor 95 poder aquisitivo. Mamborê, especificamente no patrimônio Guarani, caracteriza-se por uma economia basicamente agrícola com altos índices de produtividade e que gera uma boa arrecadação de impostos para o porte do município. Porém a distribuição de rendas está bem longe ser de eqüitativa como demonstra os indicadores levantados pelo SEBRAE para desenvolvimento da Agenda 21 Local: o município produz 5.915.000 litros de leite por ano, possui um rebanho de 4.3. Recursos 20.332 de bovinos, 181.200 suínos, produz 7.058 Econômicos quilos/ano de casulos do bicho-da-seda, 157.180 toneladas de soja/ano, 44.100 toneladas de trigo/ano, 64.000 toneladas de milho/ano.4 O patrimônio do Guarani, situado a 22 Km. da sede de Mamborê, possui índice de pobreza bastante elevado, pois não possui comércio desenvolvido, a maioria da população busca sua subsistência nas grandes fazendas que circundam o patrimônio, no entreposto da Coamo, em contratos temporários. O patrimônio do Guarani obtém como segurança Pública o subsdestacamento da Polícia Militar. Como ação preventiva as escolas convidam o 4.4. Segurança Pública serviço de segurança pública para a realização de palestras na escola, como a realização do programa PROERD com os alunos da 4ª série e palestra para os alunos de 5ª a 8ª séries e Ensino Médio. 4 Fonte: Prefeitura, citada pelos indicadores do SEBRAE, 2004. 96 O patrimônio do Guarani, não possui rede de esgoto, são usadas fossas sépticas, devido a tal realidade apresentada acarretam vários problemas. Não possui coleta seletiva de resíduos sólidos urbano, como também de resíduos solos enviado para reciclagem, O coeficiente de mortalidade infantil até um ano é de 14.49%, no índice do município, o patrimônio do Guarani contribui com significativa porcentagem neste índice. Pode-se dizer que o índice é alto, já que A Organização Mundial da Saúde, considera o indicador como bom quando o coeficiente é menor 4.5. Saúde que 10 óbitos por 1000 nascidas vivos. Para o SEBRAE este índice reflete os cuidados da sociedade com o recém-nascido e é um indicativo da qualidade genérica do ambiente a que está exposto. Salienta que a mortalidade infantil diminui com a educação e com simples cuidados relativos à higiene e ao saneamento básico. 7 O percentual de gravidez na adolescência é de 36% no município, o patrimônio do Guarani encontra-se dentro deste índice. O Fundo Municipal de Saúde mantém atividades tais como: curso de gestante, encontros para hipertensos, diabéticos, e palestras. Segundo dados do IBGE em 2004 Mamborê 4.6.Recursos da constava no Ensino fundamental - 2004 com 2.429 Educação matrículas, e 123 docentes, já Ensino Médio com 742 e 39 docentes. 7 Fonte de dados do Fundo Municipal de Saúde, citados pelos indicadores do SEBRAE, 2004. 97 O município tem um percentual de evasão escolar no Ensino Fundamental de 2,45% e no Ensino Médio de 11,63%. O município conta com 02 escolas de Educação Infantil, destas uma é da rede particular. Tem três Centros de Educação Infantil, sendo um filantrópico. Consta com oito escolas municipais que atende Educação Infantil – nível III e Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries. Sendo quatro da zona rural. Possui três escolas que atende alunos do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries. Duas da rede Estadual e a outra da rede particular. Tem duas escolas Estaduais que atende alunos do Ensino médio, sendo que uma delas fica no patrimônio do Guarani. Todas as escolas conta com uma biblioteca. O patrimônio do Guarani possui um Centro Comutário, uma quadra poliesportiva, um campo de futebol suíço. O patrimônio conta com um projeto extensivo do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do 4.7.Prestação de Serviços Adolescente, direcionados ao ensino de informática, projeto estadual Segundo Tempo (esportivo). Conta também com o Posto de Saúde, a Pastoral da Criança. O patrimônio conta com Centro de Atendimento Infantil. Necessita de maior acompanhamento às 4.8. Demanda famílias disfuncionais e baixa renda familiar e Socioeducativa também programas educativos para crianças até 14 anos e para os jovens. 98 A Escola recebe diferentes influências apresentando como problemas que interfere no dia a dia da escola: Drogadição e Prostituição, constituindo a maior causa de reprovação e evasão 4.9. Problemas do Entorno da Escola escolar. Também temos como problema o uso dos agrotóxicos nas lavouras, que afetam o solo, a água e o ar, causando diferentes tipos de doenças, principalmente alergias. outro problema apresentado são as queimadas residuais das residências. 5. DIAGNÓSTICO Resultado da Análise das Observações Diante levantados dos trabalhos problemas realizados ambientais foram escolares baseados nos seguintes eixos: Preservação do Patrimônio Público; Saúde; Lixo, Água e Saneamento Básico. Referente ao eixo Preservação do Patrimônio Público foram levantados os seguintes problemas: danificação das carteiras; lixos no chão de salas e pátio, estragos nos banheiros, desperdício de água na escola, danificação de materiais literários e pedagógicos, sujeira no muro devido fugas para gazear aulas. Sendo assim, percebe-se que a degradação do patrimônio público e escolar é constante, por falta de cooperação e higiene por parte dos alunos, professores e funcionários, e comunidade local, dificultando o trabalho realizado pelos responsáveis na manutenção dos 99 recursos disponíveis. Referente ao eixo Saúde foram levantados os seguintes problemas: gravidez na adolescência, drogas lícita e ilícitas, a falta de higiene e de qualidade na alimentação, saneamento básico. Referente ao eixo lixo foram levantados os seguintes problemas: falta recipientes específicos para depósito dos lixos orgânico e reciclável, desperdício de alimentos e papéis, pátio sujo, falta de coleta seletiva Referente ao eixo água e saneamento básico foram levantados os seguintes problemas: desperdício coletivo em torneiras, chuveiros, descargas e mangueiras, falta de conscientização de que a água é um recurso finito. 100 Muitas vezes não nos damos conta dos problemas que existem a nossa volta. O cotidiano e a tendência a se acomodar impedem que percebamos fatos e situações que afetam o meio ambiente e a escola não está isenta de problemas ambientais. Isso implica a necessidade de reflexão constante sobre nossas práticas. A Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999 reproduz concepções básicas da educação ambiental. Sabemos que uma lei tem muitas funções e a principal delas pe garantir direitos e deveres dos Posicionamento dos cidadãos, da sociedade, do poder público. Mas ela Participantes só garante de fato se houver participação efetiva dos cidadãos. Queremos dizer que a Educação Ambiental não deve se constituir numa obrigatoriedade ao cidadão, mas que este se compreende como parte integrante do meio ambiente. Cuidar do meio ambiente é um verdadeiro desafio para nós cidadãos. Faz-se necessário um equilíbrio nas relações de consumo, pois há os que destroem pelo excesso de consumo, como por aqueles que não possuem o mínimo acesso necessário ao consumo, pois ambos afetam consideravelmente o ambiente. A maior dificuldade está na falta de consciência dos agricultores, que não utilizam os recursos da natureza com princípios éticos, ou seja, uso Causas/Motivos indevido da terra gerando a poluição do ar, do solo e da água. Outro fator é a sociedade consumista que gera enormes pressões sobre o meio ambiente, e por aqueles que agridem pelo subconsumo. 101 Portanto desejamos a partir dos problemas levantados desenvolver Estratégias Pedagógicas que levem os educandos a preservar o meio ambiente. Nas discussões realizadas, o grupo tomou como decisão desenvolver as atividades abaixo relacionadas: • Conscientização pelos professores, pedagogos e funcionários sobre a preservação do patrimônio público por meio de palestras e conversas diárias; • Constar no Regimento Escolar medidas disciplinares para autores e co-autores de degradações do patrimônio público escolar; • O aluno e responsáveis, (caso seja menor), deverão repor ou restaurar o que foi danificado; • Conscientizar com base na prática dos 5 Rs (repensar, reduzir, reutilizar, reciclar, recusar). • Palestras com médicos e profissionais da área de saúde para alunos e família, que possam fornecer informações claras e objetivas sobre saúde e prevenção, hábitos saudáveis de alimentação e qualidade de vida, drogas lícitas e ilícitas, desenvolvimento da criança e do adolescente, gravidez na adolescência. • Conscientização por meio de teatro, músicas, paródias; gincanas, nas atitudes diárias. • Promover campeonatos e eventos de lazer nos finais de semana; • Organização de gincanas com temáticas ligadas aos 4 eixos; • Divulgação através de cartazes e filmes; • Pesquisa junto às famílias e trabalho estatísticos com os dados levantados a serem encaminhados às autoridades locais e ou regionais, conforme caso eaos possíveis parceiros • Mobilização de toda escola ecomunidade para realização de Seminários • Organização e distribuição das tarefas diárias com relação a limpeza da escola. 102 • Pesquisas bibliográficas e de campo; • Visitas a mananciais, estações de tratamento de água. • Solicitar parcerias com empresas públicas e privadas para implementação de um aterro sanitário no patrimônio, e, instauração de saneamento básico. • Pesquisa junto às famílias para levantamento de dados a fim de realizar-se trabalho estatístico a serem encaminhados às autoridades locais e regionais. • Pesquisa junto às famílias e trabalho estatísticos com os dados levantados a serem encaminhados às autoridades locais e ou regionais, conforme caso e aos possíveis parceiros; • Mobilização de toda escola e comunidade para realização de Seminário; 6. TÍTULO DA AGENDA 21 ESCOLAR Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – Ensino Fundamental e Médio. 7. INTRODUÇÃO Atendendo as propostas dos resultados do estudo da Agenda 21 Global, Brasileira, Estadual, Municipal, o Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – EF e EM e comunidade escolar, tendo consciência da necessidade de se desenvolver ações que viabilizem o uso sustentável dos recursos naturais 103 primando pela igualdade no acesso e condições necessárias a melhoria da qualidade de vida, vem através deste incorporar à sua prática a Agenda 21 Escolar. A escola não se limita somente ao interior do muro escolar, ela está inserida dentro de um contexto histórico e real, a efetivação do trabalho escolar realizado influencia a formação integral do ser humano, enquanto sujeito social, ciente de seus direitos e deveres na sociedade. Todos os envolvidos no trabalho escolar ao assumirem-se enquanto sujeitos sociais percebem que a responsabilidade pela preservação do planeta e em conseqüência de todas as espécies é compromisso de cada cidadão. Os profissionais do Colégio Estadual São Luiz Gonzaga participaram do Fórum para a construção da Agenda 21 Escolar, onde através dos encaminhamentos propostos no referido Fórum obtiveram os conhecimentos necessários para o trabalho na escola. Professores, Funcionários, pais, alunos e Conselho Escolar, assumiram a postura do trabalho coletivo e evidenciaram os principais problemas encontrados na escola e na comunidade, bem como, as ações necessárias para superação dos mesmos Percebe-se que muitos profissionais têm oportunizado dentro da prática escolar, textos, filmes e discussões que permitem aos educandos analisar os problemas encontrados pela comunidade escolar no cotidiano, bem como, possíveis soluções. No entanto, faz-se necessário um trabalho mais amplo, como proposto no presente projeto. - Palestras com toda a comunidade escolar, família, Conselho Escolar e com 104 outros segmentos da sociedade; - Pesquisa junto às famílias e trabalho estatísticos com os dados levantados a serem encaminhados às autoridades locais e ou regionais, conforme caso e aos possíveis parceiros; - Mobilização de toda escola e comunidade para realização de Seminário; - Confecção de frases, faixas, cartazes, slogans, etc; Espera-se que com os trabalhos a serem desenvolvidos no Projeto Agenda 21 Escolar, este venha a sensibilizar e mobilizar todos os segmentos que fazem parte de nossa comunidade e que as ações a serem concretizadas venham a contribuir para a preservação de nosso planeta. 8. OBJETIVOS. 105 8.1. Objetivo Geral • 8.2. Objetivos Específicos • Presenvar o futuro do Promover análise e participação na planeta, respeitando o resolução dos problemas ambientais e meio ambiente, nas ações para os mesmos promovendo ações • Promover em todos os segmentos da ambientais com a escola comunidade escolar individual o senso em de responsabilidade relação ao uso dos recursos naturais. • Organizar processos de participação para a elaboração de acões e tomada de decisões sobre problemas ambientais locais. • Buscar continuamente a redução do consumo dos recursos naturais através de uso sustentável • Sensibilizar e conscientizar todos os segmentos da escola e comunidade local para melhoraria da saúde ambiental. 9. PLANO DE TRABALHO Atividades Conscientização Estratégias • Palestras • Cartazes • Teatro, poesias. • Músicas, paródias. Cronograma Ano todo 106 Eventos Campeonatos Último sábado de cada • Gincanas • Integração escola e trimestre comunidade • Semestral Visitas a mananciais, Pesquisas Bibliográficas estações de tratamento Primeiro e segundo e de Campo; de água; • Mutirão • semestre Pesquisar os eixos Organizar equipe de monitoramento • Ano todo Fazer um adendo Constando medidas disciplinares para Regimento Escolar autores e co-autores de Inicio de ano degradações do patrimônio público escolar Horta Escolar • Organizar equipes de manutenção Ano todo 10. ORÇAMENTO Investimento • Instalar bebedouros • Organizar um local para Custos R$600,00 R$ 450,00 compostagem de resíduos orgânicos. 107 10. ORÇAMENTO • Construir reservatórios para • aproveitamento da água da chuva; Providenciar recipientes adequados R$ 800,00 R$300,00 para depósito de lixo • Total R$2150,00 11. POTENCIAIS PARCERIAS • Prefeitura Municipal • Secretaria Municipal de Saúde e Bem Estar Social • Secretaria Municipal de Educação • NRE (Núcleo Regional de Educação – Campo Mourão – Pr) • ADM (Associação de Desenvolvimento de Mamborê) • Empresas Privadas. 12. PROJEÇÃO PARA O FUTURO Boff (2003 p.119) apresenta que os princípios da carta da terra nos diz: “Necessitamos com urgência de uma visão de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à emergente comunidade mundial. Portanto, juntos na esperança afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como critério comum, por meio dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, 108 empresas de negócios, governos e instituições transnacionais será guiada e avaliada” com intuito de um mundo mais consciente. 13. AVALIAÇÃO Envolvidos Cabe a todos acompanhar a realização das atividades. Inserir na suas disciplinas conteúdos que Professores desenvolva a conscientização da importância da preservação do meio ambiente e acompanhar os projetos realizados Participar dos projetos desenvolvidos e cumprir as Alunos determinações previstas no regimento escolar Pais Participar dos eventos oferecidos pela escola Funcionários da Escola Acompanhar e participar dos projetos Comunidade Escolar Acompanhar e participar dos projetos 14. Como será a inserção da Agenda 21 Escolar no Projeto Político Pedagógico da escola? Será contemplado em todas as disciplinas e dando abrangência em Capitulo a parte. 15. O plano contribuirá para melhorar a relação humana, Homem x Homem e Homem e Natureza? A sustentabilidade do planeta convoca urgentemente a todos a co109 responsabilidade por nossa existência como espécie e como planeta, teremos que tomar decisões coletivas que permitam à evolução garantir um meio ambiente saudável. Para isso é necessário criar laços de solidariedade e de cooperação. (Boff, 2003) Nesta perspectiva o plano irá contribuir, pois contempla um conjunto de valores e de princípios que orientarão as relações humanas para com a natureza e consigo mesmo. 16. O conteúdo abordado contempla as DCEs? No momento em que buscam a compreensão do mundo e suas transformações, situando o homem como indivíduo participativo e integrante do Universo, numa visão critica, contribui significativamente para o desenvolvimento intelectual e ético do educando. Conseqüentemente gerando uma visão mais clara do compromisso de todos. 17. O plano irá contribuir para melhorar a mudança de hábito, postura da comunidade escolar? Como? A partir do momento que o educando perceber-se e conscientizar-se do seu papel e da sua relação com o mundo em que vive e da sua coresponsabilidade com o mesmo, agirá de forma ética, refletindo na comunidade. 18. O plano irá contribuir para melhorar o relacionamento e estimular parcerias da escola com a comunidade? De que maneira isso irá acontecer? Acreditamos que todas as atividades levarão a comunidade a ter mais compromisso com o meio ambiente, como também refletir no seu dia a 110 dia. Acontecerá no desenrolar de todas atividades, na participação de todos. 19. Quais são os atuantes da comunidade escolar que estão presentes na Construção da Agenda 21 Escolar? (X) Setor Público (X) Setor Privado (X) ONGs (X) Outros Qual a sua atuação? Todos estarão envolvidos diretamente na realização da Agenda 21, somos todos co-responsáveis na construção de um meio ambiente saudável. Atuarão de formas diversas como: • Palestras • Na colaboração de recursos financeiros. • No acompanhamento e realização das atividades • Outros. 20. REFÊRENCIA BIBLIOGRÁFICA 1. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística http://www.ibge.gov.br/, acessado em 02/12/2005. 2. BOFF, Leonardo. Ethos Mundial: Um Consenso mínimo entre os Humanos. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. 3. BRASIL – Ministério da Educação. Programa Parâmetros em Ação, Meio Ambiente na Escola: guia do Formador. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC; SEF, 2001. 4. Ambiente Brasil. Integração 21, construção da Agenda 21 temática. http://www.ambientebrasil.com.br. Acessado em 01/12/2005. 111 2. PROGRAMA SEGUNDO TEMPO O Segundo Tempo é um Programa do Ministério do Esporte em parceria com o Ministério da educação e possibilita o acesso à prática esportiva aos alunos matriculados nos níveis de ensino fundamental e médio do sistema de educação pública do Paraná. Através de atividades esportivas no contra-turno escolar, o programa colabora com a inclusão social, bem-estar físico, promoção da saúde e desenvolvimento intelectual de crianças e adolescentes que se encontram em situação de vulnerabilidade social. A ação deste programa caracteriza-se pelo acesso a diferentes modalidades esportivas, através de atividades individuais e coletivas desenvolvidas sob a forma de projetos educacionais em espaços físicos escolares. 3. PROJETO EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS E CULTURA AFRO- BRASILEIRA De acordo com a Lei nº 10639/03 – MEC que institui a obrigatoriedade do ensino da História da África e dos africanos no currículo escolar do ensino fundamental e médio, vem contribuir com o histórico da contribuição dos negros na construção e formação da sociedade brasileira. 112 Nesse sentido, a escola através da educação escolar tem o compromisso de resgatar a dignidade da pessoa humana, rumo a uma postura não marcado por posturas subjetivas e objetivas de preconceito, racismo e discriminação aos afro-descendentes. Comprometida com a promoção do ser humano na sua integralidade, estimulação a formação de valores, hábitos e comportamentos que respeitem as diferenças e as características próprias dos grupos. 4. VAMOS CUIDAR DO BRASIL – CONFERÊNCIA DO MEIO AMBIENTE Com a união do Ministério da educação e do Meio ambiente para realização da II Conferência nacional Infanto-Juvenil pelo meio Ambiente, no ano de 2005 com o tema Vivendo a Diversidade na escola e I Conferência Infanto Juvenil pelo Meio Ambiente realizada em 2003. Em 2005 os temas escolhidos partem de questões mundiais, presentes em acordos tratados e convenções internacionais assinados pelo Brasil e chegam a cada localidade, a cada sala de aula, Mudanças Climáticas, Biodiversidade, Segurança Alimentar e Nutricional, Diversidade Étnico Racial. Tem o intuito de divulgar acordos Internacionais assinados pelo nosso país com compromissos que influenciam o dia-a-dia das comunidades. Para fortalecer espaços de debate na escola sobre as questões sociais e ambientais da comunidade e perceber como eles se relacionam com o mundo, incentivando a nova geração para transformações sociais e ambientais para o reconhecimento da diversidade étnico-racial. 5. PROGRAMA FICA COMIGO O Programa Mobilização para a Inclusão escolar e a Valorização da vida foi concebido pela Secretaria de Estado da Educação – SEED com parceria com o Ministério Público. Seu objetivo maior é garantir que nenhuma criança fique fora da escola, impedindo que os números de evasão escolar, motivado por vários fatores históricos, sociais ou mesmo educacionais continuem a crescer no Paraná em proporções alarmantes. 113 Com este programa, a Secretaria busca confirmar a concepção democrática de escola como direito de todos. Com a implantação do documento denominado FICA, a escola participa de uma rede de enfrentamento à evasão, promovendo a inserção no sistema educacional, das crianças e adolescentes que tenham sido excluídos. 6. PROJETO PALAVRA ESCRITA – Protagonismo Juvenil É um projeto de valorização da leitura para o desenvolvimento do gosto pela leitura, para que a mesma cumpra sua função social psicológica emocional, cognitiva e cultural relacionando todos os aspectos referentes aos alunos. Buscando a melhoria da qualidade de ensino à aprendizagem, oportunizando progressos na expressão oral e escrita, conhecimento de novos gêneros literários, tornando a consciência crítica dos alunos. Tem a intenção de estimular a pesquisa histórica e a utilização da biblioteca. E também visa a produção escrita dos alunos para realização de painéis – murais referentes a textos informativos de autoria dos alunos. Este projeto tem a participação dos alunos do ensino-médio. 7. AGRINHO É um concurso promovido pelo Serviço nacional de Aprendizagem Rural – SENAR – sobre experiências pedagógicas desenvolvidas no município, nas Escolas de Educação Especial, Educação-Infantil e Ensino Fundamental do estado do Paraná. O programa Agrinho tem por referencial áreas de: Meio Ambiente, Saúde, Cidadania, Trabalho e Consumo, conforme o tema escolhido pelo município. O concurso visa promover o envolvimento do Núcleo Regional de Educação no referido programa no sentido de promover, incentivar e articular a participação de todos os municípios pertencentes à sua regional, buscando estimular a discussão dos temas relacionados. 114 8. OLÍMPIADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS É um projeto que abrange as escolas públicas em nível nacional, disputando entre si, um campeonato de Matemático, seguido de treinamento para os alunos e os professores premiados. Através da competição, visa a premiação de medalhas a certificação e bolsas de iniciação científica Junior, do CNPq, onde os professores, escolas e municípios recebem premiação de acordo com o desenvolvimento de seus alunos. Visa também o retorno do conhecimento para os estabelecimentos de ensino, e principalmente aos alunos, uma vez que através da motivação e participação a aprendizagem é significativa. 9. FERA O festival de Arte da Rede Estadual (FERA) é uma realização da secretaria de Estado de Educação do Paraná SEED – PR que visa proporcionar o acesso e promover o aprofundamento do conhecimento artístico e cultural dos alunos, professor e demais segmentos da comunidade escolar. Tem por objetivo estimular experi6encias nos diversas modalidades e linguagens artísticas, desenvolvendo a interdisciplinariedade, trabalhando o conhecimento, a arte, a cultura, contribuindo para a reflexão sobre arte e educação e ainda, prover o intercâmbio inter-regiões para enriquecer o tempo e o espaço escolar. 10. FEIRA DA COM CIÊNCIA O Projeto Educação Com Ciência é um encontro anual que envolve trabalhos de estudantes do Ensino Fundamental e Médio das escolas da Rede Pública Estadual do Paraná e instituições públicas e particulares que estejam desenvolvendo projetos e trabalhos de relevância em pesquisa e tecnologia. Esse evento é regido pelas normas e reposições contidas neste regulamento. 115 Favorecer a democratização do conhecimento, valorizando as atividades pedagógicas desenvolvidas por professores e alunos da Rede Pública Estadual, propiciando o envolvimento deste coletivo com a apresentação de trabalhos, visitação, participação em palestras e oficinas e demais atividades que compõem o evento. 11. FEIRÃO DO LIVRO Iniciativa do Núcleo regional de educação que tem como objetivo desenvolver o hábito pela leitura e troca e venda de livros. É realizado duas vezes ao ano, data estabelecida pelo NRE. 12. FEIRA DA BONDADE Uma realização da APMF, envolvendo a comunidade escola em geral, na coleta de roupas, utensílios domésticos, calçados e demais objetos os quais são revendidos por um preço simbólico, visando além da arrecadação financeira o espírito de solidariedade, bem como, um exercício de desprendimento de bens materiais. 13. CAMPANHA COM A MÍDIA PELA PAZ Justifica-se em atender a Lei estadual n.º 14357/2004, que fixa a primeira semana da primavera como data comemorativa à semana da Paz em todo o Estado do Paraná - SEED – Assessoria de Relações Externas e Interinstitucionais – Programa Segurança com a Paz nas Escolas. Tem como objetivo proporcionar aos professores e alunos das Escolas Públicas do Estado do Paraná, um momento para difundir os trabalhos que resultem na melhoria da qualidade de ensino, cidadania plena, diversidade cultural, dentro do tema de Educação para a Paz. 116 PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 117 APRESENTAÇÃO O termo currículo provém da palavra latina currere, que se refere a carreira, a um percurso que deve ser realizado. O Projeto Político Pedagógico da escola traça rumos a serem seguidos e construídos coletivamente. Percursos, rumos a seguir. Este é o início da relação entre o Projeto Político Pedagógico e a Proposta Pedagógica Curricular. Ampliam-se e aprofundam-se estas relações na medida em que se passa a compreender que é por meio do currículo basicamente que se realizam as funções sociais da escola em dado momento histórico e social. Ele age como ponte entre a sociedade a escola. Ao expressar as relações entre educação e a sociedade o currículo, pelo seu valor de mediador cultural, refletirá as concepções de homem, sociedade, cultura, educação preconizadas no Projeto Político Pedagógico ou seja: formar cidadãos críticos e conscientes de seu papel transformador no meio social, capazes de construir uma nova ordem social. Uma das funções do currículo é pensar sobre a realidade social, demonstrando que o conhecimento e os fatos sociais são produtos históricos e que poderiam ter sido diferentes e, o mais importante, que ainda podem sê-lo. 118 Numa sociedade complexa a diversidade cultural é um fato. Há diferentes visões sobre o mundo, grande variedade de crenças e ideais, de formas de expressão, de gostos estéticos, de interesses. Isso tudo demonstra a dificuldade de selecionar uma cultura escolar determinada que seja representativa dessa riqueza de possibilidades como expressa Sacristán (2000). Todas essas diferenças representam opções culturais legítimas, dignas de fazer parte da cultura curricular uma vez que uma sociedade multicultural deve educar um ser humano multicultural, capaz de ouvir, de prestar atenção ao diferente, de respeitá-lo. Para Sacristán (2000), ao planejar os elementos culturais comuns para todos, bem como ao desenvolvê-los no ensino não se podem selecionar componentes que não respeitem a riqueza da diversidade cultural existente pois é fundamental que tal diversidade faça parte da cultura comum e que se fomente a necessidade do diálogo intercultural e o respeito entre as culturas. Cabe ressaltar que a opção da escola em ser inclusiva garante a concretização do currículo inclusivo pois é uma escola para todos; reconhece e atende às diferenças individuais, respeitando quaisquer necessidades dos alunos. A Proposta Pedagógica Curricular atendendo aos princípios das Diretrizes Curriculares, torna-se um instrumento poderoso que contribuirá para que se efetive a transformação social através da socialização e resignificação do conhecimento historicamente construído para promover o exercício pleno da cidadania. Sacristán (2000), entende o currículo como um projeto global e integral de cultura e de educação, onde, além de observarem-se objetivos relacionados com conteúdos de matérias escolares observam-se outros, que são comuns a todas elas e ou que até ficam à margem das mesmas. O conteúdo é a condição lógica do ensino. Sua organização deve considerar os diferentes âmbitos da ciência, das humanidades, das ciências sociais, das artes, da tecnologia, etc. Ao definir os conteúdos foram consideradas as disciplinas como integrantes do mesmo currículo ordenando-os em grupos relacionados aos 119 interesses dos alunos ou com problemas emergenciais, chamativos, que propiciam concentrar em torno deles conteúdos diversos de uma ou mais áreas bem como que respondam a interesses sociais relevantes. Cada uma das disciplinas da matriz curricular aborda, nos princípios das Diretrizes Curriculares, pontos de convergência a serem considerados no processo ensino aprendizagem levando o aluno a: - compreender-se como sujeito histórico capaz de procurar entender a sociedade e sua relação com a natureza nos aspectos culturais, políticos, sociais e econômicos; - agir com autonomia nas suas relações sociais; - promover a sua interação consigo mesmo e com os outros; - conscientizar-se das relações sócio-espaciais do seu tempo; - estabelecer relações entre o mundo natural (conteúdo da ciência) o mundo construído pelo homem (tecnologia) e seu cotidiano (sociedade); - fazer uso da prática social como ponto de partida para as problematizações; - compreender as interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade; - compreender sua realidade e seu papel como participante da sociedade. O desafio maior é desenvolver a Proposta Pedagógica Curricular pois tratase de uma prática complexa uma vez que implica num trabalho coletivo e organizado e que exige o comprometimento de toda a comunidade escolar. Avanços, erros e retrocessos ocorrerão. Há que se abrir espaço para a autonomia e a flexibilidade para que se garanta o cumprimento dos objetivos nela propostos. BIBLIOGRAFIA SACRISTÁN, Gimeno J. O Currículo: Uma reflexão sobre a prática. 3ª ed. Artmed Editora. Porto Alegre, 2000. 120 SACRISTÁN, Gimeno J. GÓMEZ, A. I. Pérez. Compreender e transformar o ensino. 4ª ed. Artmed Editora. Porto Alegre, 2000. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NRE: 05 – CAMPO MOURÃO MUNICÍPIO: 1410 – MAMBORÊ ESTABELECIMENTO: – SÃO LUIZ GONZAGA, C. E – E FUND E MÉDIO ENT. MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 4000 – ENS. 1 GR. 5/8 SER ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2006 – SIMULTÂNEA TURNO: MANHÃ MÓDULO: 40 SEMANAS 121 B A S ARTES E CIÊNCIAS N A C I O N A L C O M U M DISCIPLINAS/SÉRIE 5 7 8 2 2 2 2 3 3 4 3 3 3 3 3 1 1 GEOGRAFIA 3 3 3 3 HISTÓRIA 3 3 3 4 LÍNGUA PORTUGUESA 4 4 4 4 MATEMÁTICA 4 4 4 4 EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO RELIGIOSO * 22 22 23 23 SUB-TOTAL P D 6 L.E.M. – INGLÊS ** SUB-TOTAL 2 2 2 2 2 2 2 2 TOTAL GERAL 24 24 25 25 NOTA: MATRIZ CURRICULAR DE ACORDO COM A LDB N. 9394/96. * NÃO COMPUTADO NA CARGA HORÁRIA DA MATRIZ POR SER FACULTATIVA PARA O ALUNO. ** O IDIOMA SERÁ DEFINIDO PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO. DATA DE EMISSÃO: 17 DE OUTUBRO DE 2006. ____________________________________ ASSINATURA DO CHEFE DO NRE SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÂO NRE: 05 – CAMPO MOURÃO MUNICÍPIO: 1410 – MAMBORÊ ESTABELECIMENTO: – SÃO LUIZ GONZAGA, C E – E FUND E MÉDIO ENT. MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 4000 – ENS. 1 GR. 5/8 SER ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2006 – SIMULTÂNEA TURNO: TARDE MÓDULO: 40 SEMANAS 122 B A S E N A C I O N A L C O M U M DISCIPLINAS/SÉRIE 6 7 8 ARTES 2 2 2 2 CIÊNCIAS 3 3 4 3 EDUCAÇÃO FÍSICA 3 3 3 3 1 1 GEOGRAFIA 3 3 3 3 HISTÓRIA 3 3 3 4 LÍNGUA PORTUGUESA 4 4 4 4 MATEMÁTICA 4 4 4 4 ENSINO RELIGIOSO * 22 22 23 23 SUB-TOTAL P D 5 L.E.M. – INGLÊS ** SUB-TOTAL 2 2 2 2 2 2 2 2 TOTAL GERAL 24 24 25 25 NOTA: MATRIZ CURRICULAR DE ACORDO COM A LDB N. 9394/96. * NÃO COMPUTADO NA CARGA HORÁRIA DA MATRIZ POR SER FACULTATIVA PARA O ALUNO. ** O IDIOMA SERÁ DEFINIDO PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO. DATA DE EMISSÃO: 17 DE OUTUBRO DE 2006. ____________________________________ ASSINATURA DO CHEFE DO NRE 123 ESTADO DO PARANÁ SECRETA RIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NRE: 05 - CAMPO MOURÃO MUNICÍPIO: 1410 MAMBORÊ ESTABELECIMENTO: SÃO LUIZ GONZAGA, C E E. FUND. E MÉDIO ENT MANTENEDORA: GOVERNO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 0009 ENSINO MÉDIO ANO IMPLANTAÇÃO: 2006 - SIMULTÂNEA TURNO: NOITE MÓDULO: 40 SEMANAS 124 SÉRIES DISCIPLINAS 1ª 2ª 3ª 125 ARTE 2 2 BIOLOGIA 2 2 3 EDUCAÇÃO FISICA 2 2 2 2 BA SE NA CI ON AL CO M U M FILOSOFIA 2 FÍSICA 2 2 2 GEOGRAFIA 2 2 2 HISTÓRIA 2 2 2 LINGUA PORTUGUESA 4 4 4 MATEMÁTICA 3 3 4 QUIMICA 2 2 2 SOCIOLOGIA 2 126 SUB - TOTAL 23 23 23 L.E.M. - INGLÊS * 2 2 2 SUB - TOTAL 2 2 2 25 25 25 P D TOTAL GERAL Nota: Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9.394/96 * Idioma será definido pelo Estabelecimento de Ensino. Obs.: Serão ministradas 03 aulas de 50 minutos e 02 aulas de 45 minutos. Data de emissão: 06 de Dezembro de 2006 127 COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. MAMBORÊ – PARANÁ DISCIPLINA DE ARTES Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Artes 2007 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE ARTES O ensino da Arte na escola possibilita a produção de um “auto-retrato” das múltiplas faces e funções desta área de conhecimento, envolvendo as manifestações culturais locais e globais, revelando as formas de ser e habitar a contemporaneidade. Em Arte, a prática pedagógica contemplará as Artes Visuais, a Dança, a Música e o Teatro, tendo uma organização semelhante entre os níveis e modalidades da educação básica, adotando como referência as relações estabelecidas entre a arte e a sociedade. No ensino de Arte é possível resgatar o processo de criação, permitindo que os alunos reconheçam a importância de criar, ampliando e enriquecendo a realidade já humanizada pelo trabalho, por meio de suas próprias criações artísticas. A partir do pressuposto da Arte como produção cultural e de Arte como linguagem, busca-se a ressignificação deste componente curricular para alunos e professores do Ensino Fundamental, cidadão do séc. XXI, compromissados consigo próprio, com o próximo e com o ambiente. A Arte tem de ser entendida e absorvida em sua total integridade e é por meio dela que podemos estabelecer um diálogo sensitivo entre o homem e o mundo atual, que o cerca, podendo tornar-se um ser muito mais crítico e eficiente em suas decisões e postura. Quando dizemos que Arte é Cultura, afirmamos que ela é o Conhecimento de que todos nós necessitamos. O Ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir dos conhecimentos estético, artístico e contextualizado, aproximando-o do universo cultural da humanidade nas suas diversas representações. Para o Ensino Fundamental, as formas de relação da arte com a sociedade serão tratadas numa dimensão ampliada, enfatizando a associação da Arte com a Cultura e da Arte com as Linguagens. 129 OBJETIVOS GERAIS • Propiciar aos alunos situações de aprendizagem que visem o entendimento da diversidade cultural e a importância dos bens culturais historicamente construídos para que possam elaborar uma análise crítica através de um conjunto de saberes que colaboram para que os mesmos, além de fruidores de arte, se entendam como parte de um sistema formador/transformador da cultura e da sociedade. • Possibilitar ao aluno por meio de materiais, instrumentos e procedimentos artísticos diversos em Arte (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), a integração de conteúdos de modo que estes contextualizando-os utilizem nos trabalhos culturalmente, pessoais, estabelecendo finalidades de promover a formação artística do aprendiz e sua participação ativa na sociedade. • Promover através da prática docente, os elementos necessários para o desenvolvimento tratado em cada uma das linguagens artísticas, respeitando a diversidade presente em cada contexto, a fim de que o educando possa identificar, relacionar e compreender as diferentes funções da arte, do trabalho e da produção dos artistas. 130 ARTES – ENSINO FUNDAMENTAL CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS COMPLEMENTARES - Elementos básicos das Linguagens Artes Visuais Artísticas a) Forma: - suporte: tamanho, espaço, materiais; - espacialidade: leitura de imagens bidimensionais e tridimensionais, semelhanças e contrastes, ponto, linhas, figura e fundo, simetria; História da Cultura Afro-brasileira e - texturas: tátil e gráfica; africana - movimento: ritmo e equilíbrio. b) luz: - sombra: intensidade; - cor: pigmento; - percepção da cor: tons e matizes; - decomposição da luz branca. Dança: a) espaço: pessoal, nível, planos tensões, projeções e progressões; b) ações: saltar, deslocar, encolher, expandir, girar, inclinar, cair, gesticular; c) ritmo (dinâmica): espaço, tempo, fluência; d) Relacionamentos: relações de proximidade e afastamento, superposição. Música: - Melodia; - Ritmo; - Harmonia; - Qualidade do som: - intensidade: sonoros; - duração: ritmo; - altura; - timbre; - Estruturas musicais. planos Teatro: a) Personagem: expressão corporal, gestual, facial e vocal. - caracterização e expressão; b) Espaço Cênico: cenografia, iluminação, sonoplastia; c) Ação Cênica: enredo, roteiro, texto dramático. Produções/Manifestações Artísticas - - Artes Visuais Imagens bidimensionais: desenho, pintura, gravura, fotografia e propaganda visual; Imagens tridimensionais: 132 - - esculturas, instalações, construções arquitetônicas; Imagens virtuais: cinema e televisão, computação gráfica e vídeo-arte; A Cultura Africana e Afrobrasileira e as artes plásticas: máscaras, esculturas, pintura corporal, ornamento, entre ornamentos; Influência da Arte africana nas obras dos artistas contemporâneos. Dança: - Improvisações coreográficas; - Composições coreográficas; - Presença de elementos e rituais das culturas de matriz africana nas manifestações populares brasileiras: danças de natureza religiosa (candomblé); guerreira (congada); dramática (maracatu); - Dança de natureza lúdica: brincadeira de natureza lúdica, brincadeiras de roda. 133 Música: - Improvisações musicais: livre, dirigida, instrumental, registrada; - Composições musicais; - Interpretações musicais; - Contribuição artística da cultura afro na formação da música popular brasileira: samba, lundu, origem do batuque, etc. - Elementos Contextualizadores Teatro: - Representação teatral direta (atores/personagens), indireta (bonecos ou objetos que representam os personagens); - Dramatização; - Improvisação cênica. - Contextualização histórica; - Autores/Artistas; - Gêneros; - Estilos; - Técnicas. 134 FUNDAMENTOS TEÓRICO- METODOLÓGICOS As diferentes formas de pensar o Ensino de Arte são conseqüências do momento histórico no qual se desenvolveram, com suas relações sócio-culturais, econômicas e políticas. Da mesma forma o conceito da arte é também influenciado por essas relações sendo fundamental que seja problematizado para a organização de uma proposta. Nessa introdução dos fundamentos teórico-metodológicos serão abordadas as formas de como a arte é compreendida no cotidiano dos estabelecimentos de ensino e como as pessoas se defrontam com o problema de conceituar arte. Os conceitos que serão tratados relacionamse com os estudos dos conhecimentos da arte e da estética, ou seja, a busca da compreensão dos assuntos do cotidiano. As concepções presentes no senso comum, identificam-se no campo de estudos da estética no mundo ocidental, com as teorias essencialistas de arte: a mímesis e a representação; a arte como expressão e o formalismo. A teoria da mímesis, desenvolvida na Grécia Antiga, tem por definição que a arte é imitação. Essa teoria parte das idéias do filósofo grego Platão, que afirmava que o mundo das idéias era o único mundo verdadeiro, o mundo sensível só existia enquanto participava do mundo das idéias, do qual era apenas sombra ou cópia. Segundo Bosi “a mímesis da arte é uma ficção tão consumada que dá a impressão (‘falsa’, adverte a moral platônica) de realidade.” Para o filósofo grego Aristóteles, discípulo de Platão, a verdade do conhecimento humano, reside não num mundo real transcendente, separado das coisas da existência, mas nas formas que as coisas contêm e que constituem o correlato real das idéias da mente humana. Na concepção de Aristóteles, a representação é uma outra forma de mímesis, é a apresentação intencional de um objeto de natureza sensorial e/ou intelectual, resultando numa apreensão da forma mediante a fixação de modelos. Na arte essas concepções vêm desde a Antigüidade Clássica, passando pelo Renascimento, vindo até o século XIX, no início da segunda fase da Revolução Industrial. São a mímesis e a representação, as mais antigas teorias da arte e foram ocultas pelos próprios artistas, por muito tempo. Ainda hoje, a teoria da representação é referência no cotidiano das escolas, essa idéia da arte como representação, enfatiza o fazer técnico e científico de conteúdos reprodutivistas, com o uso de modelos e cópias do natural. A arte sob a perspectiva da teoria expressionista iniciou-se com filósofos e artistas românticos do final do século XVIII. Essa concepção defendia que a arte deveria libertar-se das limitações das teorias anteriores, e ao mesmo tempo em que deslocava para o artista, ou criador, a chave da compreensão da arte. A concepção expressionista dividiu-se em dois momentos distintos: A arte como expressão e a arte como forma significante ou formalismo. Na arte como expressão, destacaram-se artistas e filósofos como Kant, Tolstoy, Van Gogh, Edward Munch entre outros. O artista é considerado como um gênio em seu processo de criação, deixa transparecer em suas obras as impressões dos sentidos, projeções e visões subjetivas do real, que se caracterizam, nessa teoria, de dentro para fora. A arte nesse movimento, é considerada como expressão dramática, visível, que exprime sentimentos e emoções. No movimento formalista, valoriza-se a forma significante, ou seja, a forma é reconhecida e é apreciada pela própria forma. Destacamse nesse movimento entre os artistas e filósofos como: Duchamp, Kandinsky, Malevitch, Mondrian que no decorrer do século XX, imprimiram essas características em algumas de suas obras. 136 Essas idéias de arte como expressão e formalismo também encontram-se presentes na educação, a partir das tendências da escola nova e da escola tecnicista. Na educação, o ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir dos conhecimentos estético, artístico e contextualizado, aproximando-o do universo cultural da humanidade nas suas diversas representações. Nessa proposta pretende-se que os alunos possam criar formas singulares de pensamentos, aprender e expandir suas potencialidades criativas. A partir das concepções da arte e de seu ensino já abordadas, estas diretrizes consideram alguns campos conceituais que contribuem para as reflexões a respeito do objeto de estudo desta disciplina: - o conhecimento estético; - o conhecimento artístico; - o conhecimento contextualizado. A articulação dos conhecimentos estético, artístico e contextualizado, aliados à praxis no ensino de arte, possibilita a apreensão dos conteúdos específicos da disciplina e das possíveis relações entre seus elementos constitutivos, balizando-se para isso nos conteúdos estruturantes propostos para esta disciplina. Esses conteúdos são selecionados a partir de uma análise histórica, com base num projeto de sociedade que visa a superação das desigualdades e injustiças, vindo a constituir-se em uma abordagem fundamental para a compreensão desta disciplina. Em arte, a prática pedagógica contemplará as Artes Visuais, a Dança, a Música e o Teatro; tendo uma organização semelhante entre os níveis e modalidades da educação básica adotada como referência as relações estabelecidas entre a arte e a sociedade. O professor, por sua vez, ao selecionar os conteúdos específicos que irá desenvolver, enfocará essas formas de relação da arte com a sociedade com maior ou menor ênfase. 137 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Uma escola democrática necessita apresentar-se ao aluno como um espaço, no qual se reflete e se discute a realidade, sendo a prática social o ponto de partida para as problematizações. Deve ainda, propiciar aos alunos, leituras sobre os signos existentes na cultura de massa para se discutir de que forma a indústria cultural interfere e censura as produções culturais com as quais os sujeitos identificam-se. É papel da escola, como espaço socializador do conhecimento possibilitar e ampliar as oportunidades para essas experiências estéticas. Portanto, cabe ao professor a partir dos conteúdos instigar a memória, a percepção e as possíveis associações com a realidade/cotidiano do aluno. Nesta disciplina, o professor deverá explicitar, através das manifestações, produções artísticas, elementos que identificam nas determinadas sociedades, a cultura afro-brasileira e africana, educação no campo, educação ambiental e de que forma se dará artisticamente a estilização de seus pensamentos e ações. Esta materialização do pensamento artístico de diferentes culturas coloca-se como um referencial (signos) que poderá ser interpretado pelos alunos por meio do conhecimento dos códigos presentes nas linguagens artísticas: artes visuais, dança, música e teatro. Estas têm um desenvolvimento histórico diferenciado e ingressam na escola em momentos diferentes, no entanto, possuem a mesma importância como instrumentos educativos, quando se pretende ampliar as possibilidades de apropriação dos conteúdos em Arte durante o processo de escolarização. Admitem a abertura e a democratização dos saberes, numa perspectiva integradora, rompem as fronteiras entre o conhecimento erudito e popular e assumem a possibilidade de que todos os alunos, independente de sua idade, classe social, credo, condições 138 físicas ou psicológicas, podem conhecer, fruir e perceber a Arte, promovendo assim a inclusão. O encaminhamento metodológico orienta o tratamento a ser dado a cada uma das linguagens artísticas, constituindo-se no referencial para o planejamento dos conteúdos, a ser elaborado pelo professor. Contemplará as manifestações e produções artísticas através de elementos básicos, contidos em cada linguagem artística, priorizando e valorizando o conhecimento nas aulas de Arte. Nas Artes Visuais, o professor explorará as visualidades em formato bidimensional, tridimensional e virtual, podendo trabalhar as características específicas contidas na estrutura, na cor, nas superfícies, nas formas e na disposição desses elementos no espaço. Em Dança, o principal elemento básico a ser estudado é o movimento. A partir do seu desenvolvimento no tempo, espaço, o professor poderá explorar as possibilidades de improvisação e composição com os alunos. Na Linguagem Musical, há que se priorizar o tratamento escolar dessa linguagem, a escuta consciente dos sons percebidos, bem como a identificação das suas propriedades, variações e as maneiras intencionais de como esses sons são distribuídos numa estrutura musical. Essa escuta propiciará o reconhecimento da organização desses elementos nos repertórios pessoais e culturais propostos durante as aulas. Na Linguagem Teatral, poderão ser explorados como conteúdo, assim como na Dança, as possibilidades de improvisação e composição no trabalho com as personagens, com o espaço da cena e com o desenvolvimento de temáticas, que partam tanto de textos literários ou dramáticos, clássicos, quanto de narrativas orais e cotidianas. O desenvolvimento da linguagem do teatro na escola também estará se ocupando de tratar da montagem do espetáculo, a reflexão sobre cada um dos seus elementos formadores, pelo conjunto de signos presentes nessa linguagem, como construídos de forma a proporcionar ao aluno, em seu 139 processo de aprendizagem, o conhecimento por meio do ato de dramatizar. Os saberes específicos em artes objetivam viabilizar a integração destes às manifestações e produções artístico-culturais, entendendo os alunos como sujeitos que constroem e são construídos historicamente. Conceber a Arte na escola pública como disciplina escolar, possuidora de conhecimentos específicos, propicia aos alunos situações de aprendizagem que visam ao entendimento da diversidade cultural e a importância dos bens culturais como um conjunto de saberes. Colabora ainda para que os mesmos, além de fruidores de artes, se entendam como parte de um sistema formador/transformador da Cultura e da Sociedade. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA A disciplina de Educação Artística apresenta-se como componente curricular responsável por viabilizar ao aluno o acesso sistematizado aos conhecimentos em Arte, por meio das diferentes linguagens artísticas. Dessa forma, o objetivo da Arte no Ensino Fundamental é propiciar ao aluno o acesso aos conhecimentos presentes nos bens culturais; por meio de um conjunto de saberes em Arte que lhes permitam utilizar-se desses conhecimentos na compreensão das realidades e amplie o seu modo de vê-las. A avaliação em arte deverá levar em conta as relações estabelecidas pelo aluno entre os conhecimentos em arte e sua realidade, evidenciadas tanto no processo, quanto na produção individual e coletiva, desenvolvidas a partir desses saberes. Sabe-se que a avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem, portanto é imprescindível que essa seja contínua e priorize o seu empenho em relação às atividades. Nessa perspectiva a avaliação formativa deverá ser diagnóstica e contínua, considerando que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes e, assim, possibilite uma intervenção pedagógica ao longo de todo processo pedagógico. 140 A sistematização da avaliação se dará na observação e registro dos caminhos percorridos pelo aluno em seu processo de aprendizagem, acompanhando os avanços e dificuldades percebidas em suas criações/produções. O professor observará como o aluno soluciona as problematizações apresentadas e como se relaciona com o colega nas discussões e conversas de grupo. A disciplina de Artes deve possibilitar oportunidades para o aluno socializar, refletir e discutir a sua produção e a dos colegas, sem perder de vista a dimensão sensível contida no processo de aprendizagem dos conteúdos das linguagens artísticas. BIBLIOGRAFIA AMARAL, Aracy A. Arte para quê? 3 ed., São Paulo, 2003. AZEVEDO, F. de. A Cultura Brasileira. 5ª edição, revista e ampliada. São Paulo: melhoramentos, editora da USP, 1971. BARRETO, Débora. Dança. 2 ed. Autores Associados. BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo, 1991. DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato Pinto. Ancestrais: uma introdução à história da África Atlântica. Rio de Janeiro: ELZEVIER, 2004. p. 12-30. Diretrizes Curriculares de Artes para o Ensino Fundamental. SEED, julho, 2006. FISCHER, Ernest. A necessidade da Arte. 9 ed. http://casa de cultura mulher negra. Org. br http://www. Mundo negro.com.br JAPIASSU, Ricardo. Metodologia do Ensino de Teatro. 4 ed., 2005 LUCKESI, Cipeiano C. Avaliação da aprendizagem Escolar. 17 ed. Cortez MARQUES, Isabel A. Dançando na escola. 2 ed., Cortez OSTROWER, Fayya. Criatividade e Processos de Criação. Petrópolis: Vozes, 1987. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campos, 1987. VIGOTSKI, Lev. S. Psicologia da Arte. 2 ed. Editora Martins Fontes, São Paulo, 2001 COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. 141 MAMBORÊ – PARANÁ DISCIPLINA DE CIÊNCIAS Proposta Pedagógicacurricular da Disciplina de Ciências (Ensino Fundamental) 2007 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS 142 A ciência como construção humana teve seu início nos primórdios da humanidade e foi acompanhando o processo evolutivo e histórico do homem que precisava aprender a superar desafios para sua sobrevivência. Como explica Edgar Morin a antropologia pré-histórica mostranos como a hominização é uma aventura de milhões de anos ao mesmo tempo descontínua, surgem novas espécies: habilis, erectus, neanderthal, sapiens e desaparecem as precedentes, aparece a linguagem e a cultura e continua, no sentido de que prossegue um processo de bipedização, manualização, erguimento do corpo, cerebralização, complexificação social, processo durante o qual aparece a linguagem propriamente humana, ao mesmo tempo se constitui a cultura, capital de saberes, de fazeres, de crenças e mitos transmitidos de geração em geração, propiciando através desse processo a explicação dos fenômenos da natureza. Á medida em que acontece esse processo de hominização a ciência fazia-se presente na vida do homem mesmo que de forma assistemática. Ao transmitir os conhecimentos adquiridos, ao aperfeiçoar suas técnicas, fabricar novos instrumentos, formular teorias, passa-se a construir a ciência racional. A partir daí surge uma nova visão e a ciência passa a ser determinante na busca de melhores condições de vida para a humanidade em decorrência do domínio do conhecimento científico e de sua aplicação. Nesse contexto, a ciência é uma construção humana, falível, dinâmica, evolutiva, intencional que utiliza-se de métodos buscando por explicações de fenômenos naturais: físicos, químicos, biológicos, geológicos, outros. Ela é também considerada a partir da influência de fatores sociais, econômicos e políticos e está vinculada às relações de poder existentes na sociedade. Bem como outras áreas do conhecimento, promovendo a interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade. 143 É essa ciência que não é neutra nem dogmática que deve ser preconizada pela disciplina de ciências. A abordagem crítica e histórica dos conteúdos da disciplina de ciências deve priorizar a articulação entre os conhecimentos científicos físicos, químicos e biológicos para os estudos dos fenômenos naturais sem deixar de considerar as implicações de relação entre a ciência, a tecnologia e a sociedade. Estabelecendo relações entre os conteúdos e a forma e entre a teoria e a prática, a partir dos desdobramentos dos conteúdos estruturantes em específicos a disciplina de ciências contribuirá na formação social e da necessidade de atuar em benefício de sua transformação. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA • Oferecer um currículo articulado onde conteúdos estruturantes e seus desdobramentos (conteúdos específicos e ou complementares) sejam abordados numa perspectiva crítica e histórica levando em conta a prática social do aluno e as implicações e limitações das relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade, visando tornar o processo ensino-aprendizagem significativo para o sujeito de forma a garantir sua apropriação; • Através da prática docente articuladora entre conteúdos estruturantes específicos e complementares, levar o aluno a compreender a ciência como construção humana falível, dinâmica, evolutiva, intencional, diretamente relacionada com o avanço da tecnologia e com as relações sociais voltadas a reverter benefícios para a humanidade; 144 • Tratar de questões sociais envolvendo conteúdos específicos e conceitos científicos permitindo aos alunos analisar, refletir, questionar e posicionar-se criticamente diante de fatos ocorridos; • Considerar nos conteúdos trabalhados na disciplina de Ciências os elementos do Movimento CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), aspectos sociais, políticos, econômicos e éticos, abordados por meio da historicidade, da intencionalidade, da provisoriedade, da aplicabilidade e das relações e inter-relações ocorridas entre eles proporcionando ao aluno uma visão global, não fragmentada do conhecimento; • Permitir, através da disciplina de Ciências, que os alunos estabeleçam relações entre o mundo natural (conteúdo da ciência), o mundo construído pelo homem (tecnologia) e seu cotidiano (sociedade) aplicando os conhecimentos adquiridos e melhorando sua compreensão da realidade podendo nela intervir e modificá-la; • Conduzir o aluno a identificar os conhecimentos físicos, químicos e biológicos em suas atitudes do cotidiano para que ele possa relacioná-los aos conceitos científicos, estabelecer relações com as questões sociais, refletir, analisar e então selecionar subsídios para partir para ações concretas na sua prática social; • Fazer cumprir a função social da disciplina de Ciências que é orientar uma tomada de consciência por parte dos alunos para que esta influencie na tomada de decisões desses sujeitos que conseqüentemente passarão a agir como agentes transformadores da sociedade. 145 146 CONTEÚDOS: CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CORPO HUMANO E SAÚDE – AMBIENTE – MATÉRIA E ENERGIA – TECNOLOGIA CONTEÚDO ESPECÍFICO: ASTRONOMIA E ASTRONAÚTICA Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos Sol, fonte de luz e calor; Sistema Sol composição química; Sistema Planeta Terra: Biosfera, Sol;: solar: posição da Terra e dos solar: composição da Terra; produção de vitamina D; demais planetas; Diagnóstico, tratamento e Radiação. prevenção dos efeitos das radiações do sol sob o corpo humano: queimaduras, insolação e câncer de pele; Estrelas: constelações e 147 *orientação; Instrumentos construídos para estudar os astros: lunetas, *astrolábio, telescópio, satélites, foguetes, estação especial; Telecomunicações: satélites, internet, *ondas, *GPS; Utilização dos satélites na meteorologia; Investigação do Espaço Sideral por meio de foguetes, sondas espaciais e estação espacial. PLANETA TERRA: Movimento da Terra e suas Movimento de rotação; conseqüências – ritmos biológicos; Movimento de translação; A lua como satélite natural da Inclinação do eixo da terra; Força Terra: influência sobre a biosfera, gravitacional; *Medidas de tempo: marés; O ser humano no espaço; 148 relógio do sol, ampulhetas, Estrutura da Terra – atmosfera, relógios analógicos e digital, litosfera e hidrosfera. calendário. Desenvolvimento da Astronáutica e suas aplicações; • Astronautas; • *Relação de adaptação do homem às viagens espaciais. Telecomunicações: satélites, internet, ondas, fibra ótica, dentre outros; Exploração aerofotogramétrica (monitoramento por imagens de satélites); Utilização dos satélites na meteorologia; Investigação do espaço sideral por meio de foguetes, sondas 149 espaciais, ônibus espacial e estação espacial. CONTEÚDO ESPECÍFICO: INTER-RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS E O AMBIENTE CONHECIMENTOS FÍSICOS CONHECIMENTOS QUÍMICOS CONHECIMENTOS BIOLÓGICOS População: densidade Comunidade: transferência de Seres vivos – seres vivos; demográfica e fatores que matéria e energia, (teias e Seres vivos – ambiente; influenciam. cadeias alimentares); Biosfera – Ecossistema – Fotossíntese importância do Comunidade – População – processo de produção e Indivíduo; armazenamento de energia Habitat e nicho ecológico; química (glicose); Divisões da Biosfera: biociclos terrestre, marinho e de dulcícola; Teias e cadeias alimentares: produtores, consumidores e 150 decompositores; CONTEÚDO ESPECÍFICO: O SOLO NO ECOSSISTEMA CONHECIMENTOS FÍSICOS CONHECIMENTOS QUÍMICOS CONHECIMENTOS BIOLÓGICOS Tecnologia utilizada para preparar - Composição do solo; - Combate à erosão: tipos de o solo para cultivo. - Tipos de solo: arenoso, argiloso, erosão; calcário e humus; - Mata Ciliar; - Agentes de transformação do - Contaminação do solo: doenças – solo: água, ar, seres vivos; prevenção e tratamento; - Utilidade do solo; - Condições para manter a - Adubação: orgânica e inorgânica fertilidade do solo: curvas de (compostagem e fertilizantes). nível, faixas de retenção, *Correção do PH dos solos; terraceamento, rotação de culturas, culturas associadas. - Processos que contribuem para o 151 empobrecimento do solo: queimadas, desmatamento e população, dentre outros; CONTEÚDO ESPECÍFICO: ÁGUA NO ECOSSISTEMA Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos Estados físicos da água; *Forças Composição da água; *Potencial Ciclo da água; disponibilidade da de atração e repulsão entre as de Hidrogênio (Ph); Salinidade; água na natureza; Água e os seres partículas da água; Mudanças de Água como solvente universal; vivos; Hábitat aquático; estado físico da água: ciclo da *Pureza. Contaminação da água: doenças – água; Pressão e temperatura; preservação e tratamento; *Densidade; *Pressão exercida Equilíbrio ecológico; pelos líquidos; *Empuxo; *Água como recurso energético. 152 CONTEÚDO ESPECÍFICO: AR NO ECOSSISTEMA Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos Existência do ar; Ausência do ar: Composição do ar; Oxigênio (O2) e O ar e os seres vivos; *Pressão vácuo; *Aplicação do vácuo; Gás Carbônico (CO2) – atmosférica e a audição; Atmosfera: camadas; fotossíntese, respiração e contaminação do ar: doenças Propriedades: compressibilidade, combustão; Outros elementos causadas por bactérias e vírus – expansão, exercer pressão; presentes no ar. prevenção e tratamento; Poluição Movimentos do ar: formação dos do ar: agentes causadores; ventos tipos de vento, brisa Causas e conseqüências: efeitos terrestre e marítima; Velocidade e nocivos resultantes do contato direção dos ventos; *Resistência com esses agentes; Medidas para do ar; Pressão atmosférica; diminuir a poluição do ar. *Aparelhos que medem a pressão do ar; *Pressão atmosférica e 153 umidade; *Meteorologia e previsão do tempo. CONTEÚDO ESPECÍFICO: POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA, DO AR E DO SOLO Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos Poluição térmica; Medidas contra Noções sobre gases tóxicos, Equilíbrio e conservação da a poluição – fontes alternativas de resíduos industriais, metais natureza: fauna, flora, ar, água e energia: energia eólica, pesados, chuva ácida, elementos solo; Agentes causadores e hidrelétrica, solar entre outras; radioativos, dentre outros; Causa transmissores de doenças; Fenômenos: superaquecimento do e conseqüências da poluição e Prevenção e tratamento das planeta, efeito estufa, buraco na contaminação da água, do ar e do doenças relacionadas à poluição e camada de ozônio (alterações de solo: efeitos nocivos nos seres contaminação do ar, da água e do temperatura e mudanças de vivos e no ambiente; Prevenção e solo; Saneamento básico: estado físico da matéria). tratamento dos efeitos nocivos estações de tratamento da água resultantes do contato com (ETA), de esgoto (ETE) e do lixo agentes químicos; Fenômenos: (aterros sanitários, superaquecimento do planeta, reaproveitamento e reciclagem do 154 efeito estufa, buraco na camada lixo); Doenças relacionadas à falta de ozônio e poluentes de saneamento básico e responsáveis. prevenção; *Biodigestor; Fenômeno: superaquecimento do planeta, efeito estufa, buraco na camada de ozônio e seus efeitos nocivos aos seres vivos e ao ambiente. CONTEÚDO ESPECÍFICO: BIODIVERSIDADE – CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS SERES Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos 155 Temperatura; *Calor; diferenças Metabolismo – Transformação da Características básicas que entre os conceitos de calor e matéria e da energia: diferenciam os seres vivos dos temperatura; Equilíbrio térmico; fotossíntese; respiração; não-vivos; Relações de *Transferência de calor; fermentação; decomposição; interpendência: seres vivos – *Transmissão de calor; combustão. seres vivos; seres vivos – *Isolamento Térmico; Movimento ambiente; Adaptações e controle e Locomoção. da temperatura corporal nos organismos; Interações da pele com o meio: proteção do organismo, regulação de água e temperatura. CONTEÚDO ESPECÍFICO: BIODIVERSIDADE – CLASSIFICAÇÃO E ADAPTAÇÕES MORFOFISIOLÓGICAS Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos *Capilaridade; *Fototropismo; *Osmose; Absorção; Fotossíntese; Modos de agrupar os seres vivos; *Geotropismo; *Movimento e Respiração; Transpiração: Critérios de classificação; Cinco locomoção: referencial, impulso, Gutação; Fermentação; reinos dos seres vivos; Biosfera: velocidade, aceleração. Decomposição; *Hibridação. adaptações dos seres vivos; 156 Biosfera: adaptações dos seres vivos (animais e vegetais) nos ambientes terrestres e aquáticos; *Biotecnologia da utilização industrial de microrganismos e vegetais: indústria farmacêutica, química e alimentícia (organismos geneticamente modificados) dentre outras; Vegetais: reprodução e hereditariedade – polinização, fecundação, formação do fruto e semente, disseminação; Animais: digestão (alimentação), respiração, circulação, excreção, locomoção, coordenação, relação com o ambiente, reprodução e 157 *hereditariedade. CONTEÚDO ESPECÍFICO: DOENÇAS INFECÇÕES, INTOXICAÇÕES E DEFESAS DO ORGANISMO Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos *Diagnósticos: exames clínicos Imunização artificial: soros e Doenças causadas por animais: por imagens; *Tratamento: vacina, *medicamentos; parasitores, zoonoses e radioterapia; *Intoxicações por *diagnósticos: *exames clínicos; verminoses; Doenças causadas agentes físicos: elementos *Tratamento: quimioterapia. por microorganismos: parasitoses, radioativos, pilhas, baterias, infecções bacterianas, viroses, dentre outros. protozooses e micoses; Intoxicações causadas por plantas tóxicas; *Prevenção e tratamento: alopatia, homeopatia, fitoterapia, etc. *Efeitos de intoxicações causadas por agentes físicos e químicos no organismo; Sistema imunológico – reações do 158 organismo – produção de anticorpos. CONTEÚDO ESPECÍFICO: NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS – ORGANIZAÇÃO CELULAR Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos *Unidades de medida; *Unidades de medida; Conceitos Aspectos morfo-fisiológicos *Equipamentos para observação e básicos: colóides, osmose, básicos das células; Células descrição de células; microscópios difusão, substâncias orgânicas e animais e vegetais (membrana, e lupas; inorgânicas; parede celular, citoplasma e núcleo); Divisão celular: mitose (células somáticas) – *câncer; divisão celular: meiose (gametogênese) – *anomalias cromossômicas; Aspectos morfofisiológicos básicos dos tecidos animais e vegetais; Conceitos básicos: *biosfera – *ecossistema 159 – *comunidade – *população – indivíduo – sistemas – órgãos – tecidos – células – organelas – moléculas – átomos; CONTEÚDO ESPECÍFICO: CORPO HUMANO COMO UM TODO INTEGRADO Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos Conservação dos alimentos: Conservação dos alimentos: Os alimentos; Tipos e funções dos *embalagens; fenômenos aditivos químicos; Nutrição, alimentos, nutrientes; mecânicos da digestão: necessidades nutricionais; Alimentação e saúde;Efeitos dos mastigação, deglutição, *alimentos diet e light; fenômenos aditivos químicos no organismo; movimentos peristálticos; químicos da digestão; Sistema digestório (digestão); Fenômenos físicos da respiração; transformação dos alimentos; Alimentação saudável; Trocas gasosas; Tecnologias Aproveitamento dos nutrientes; *Disfunções do sistema digestório: envolvidas no diagnóstico e Reações químicas – prevenção; *Aspectos preventivos tratamento das doenças Transformações: da obesidade, anorexia, bulimia, Emulsificação das gorduras etc. Sistema respiratório; cardiovasculares; *Tecnologia envolvida na doação de sangue e - (sabões) *Disfunções do Sistema 160 de órgãos; *Tecnologia de reprodução in vitro, *inseminação artificial; *Tecnologias associadas ao diagnóstico e tratamento das DSTs – AIDS; Tecnologias envolvidas na manipulação genética; *Clonagem e células tronco; *Tecnologias associadas ao aconselhamento genético como forma de prevenção e má formação gênica; *Objetos e aparelhos fabricados pra corrigir deficiências dos órgãos dos sentidos; *Tecnologias utilizadas - Enzimas e suas ações Fenômenos químicos da respiração; O oxigênio e a respiração; Trocas gasosas; Coagulação sangüínea; Composição do sangue; Eliminação de resíduos – *Hemodiálise; Sabor, texturas e odores; *Composição química do álcool; *Teor alcoólico das bebidas: reações que ocorrem no sistema nervoso e no organismo com a liberação de neurormônios, como por exemplo a adrenalina. respiratório: prevenção; *Aspectos preventivos do enfisema pulmonar, da asma, da bronquite dentre outros; Sistema cardiovascular; Disfunções do sistema cardiovascular: prevenção; *Aspectos preventivos do Acidente Vascular Cerebral (AVC), do enfarte, da hipertensão e de arteriosclerose, dentre outros; Sistema urinário; *Disfunções do sistema urinário: prevenção; *Aspectos preventivos da nefrite, cistite, etc; Sistema para diagnosticar problemas genital feminino; Disfunções do relacionados aos sistemas Sistema Genital Feminino: 161 sensorial, nervoso, endócrino, prevenção; Sistema Genital locomotor, genital, digestório, Masculino; Disfunção do Sistema respiratório, cardiovascular e Genital Masculino: prevenção; urinário; *Próteses que substituem Métodos anticoncepcionais – tipos parte e funções de alguns órgãos – ação no organismo – eficácia, do corpo; *Aparelhos e acesso, causas e conseqüências instrumentos que o homem do uso; *Reprodução invitro; constrói para corrigir algumas inseminação artificial; deficiências físicas; *Correções de *Manipulação genética: Células lesões ósseas e musculares: tronco e clonagem; traumatismos, fraturas e lesões; Aconselhamento genético – reprodução - hereditariedade ; Causas e conseqüências de gravidez; Precoce – prevenção; Doenças sexualmente transmissíveis, AIDS, prevenção; 162 Sistema sensorial; Portadores de Necessidades Educacionais Especiais: deficiência congênita e adquirida (causas, conseqüências, prevenção); Sistema nervoso; Disfunções do Sistema Nervoso; prevenção; Efeitos das drogas (lícitas e ilícitas) no sistema nervoso: prevenção ao uso de drogas; Sistema Endócrino; Disfunções do Sistema Endócrino; Sistema Esquelético; Disfunções do sistema esquelético: prevenção; Sistema Muscular; Disfunções do sistema muscular: prevenção. 163 CONTEÚDO ESPECÍFICO: INTRODUÇÃO À QUÍMICA Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos *Valores nutricionais; A Química no cotidiano: *Efeitos dos aditivos no Embalagens; Rótulos; Tecnologia • de produção; Tecnologia de aplicação. química nos alimentos; adubos e inseticidas; *Intoxicações; *Doenças substância químicas em casa; provocadas pelos inseticidas e • • organismo; *Efeitos no organismo; • substâncias químicas e a medicina; outros produtos químicos. * a química e o funcionamento do corpo; * as substâncias que ingerimos. CONTEÚDO ESPECÍFICO: TRANSFORMAÇÃO DA MATÉRIA E DA ENERGIA Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos Ponto de fusão; Ponto de ebulição; Matéria; Propriedades gerais da *Sistema sensorial; *Respiração 164 Solidificação; Liquefação; *Estado matéria; Combustão; *Hidrólise; celular; *Fisiologia celular; físico plasma; Condutibilidade; Substâncias e Misturas: Elementos *Matéria viva e matéria bruta; Magnetismo; Solubilidade – Químicos; Substâncias: Simples e *Organização dos seres vivos; dureza e calor específico; Compostas; Misturas; *Níveis de organização dos seres Fracionamento das misturas; Átomo: vivos; *Sais minerais; *Carências Partículas elementares do átomo; - Número atômico; Número de massa; Representação do átomo; Isoátomos; Energia atômica; *Poluição térmica; *Tecnologias Classificação dos elementos químicos; - Ligações químicas; - Reações químicas; - Funções químicas; - Equações químicas. nutricionais; Elementos químicos naturais; *Prevenção e tratamento das doenças relacionadas aos efeitos de radiação; *Tratamento do câncer *ação dos elementos que causam danos ao sistema *Fenômenos: superaquecimento radioativos no corpo humano; nervoso central: radiação, metais do planeta, efeito estufa, buraco *Fenômenos: superaquecimento pesados, drogas, automedicação; na camada de ozônio e poluentes do planeta, efeito estufa, buraco *Fenômenos: superaquecimento responsáveis. na camada de ozônio e seus do planeta, efeito estufa, buraco efeitos nocivos aos seres vivos e na camada de ozônio; ao ambiente; Sistema sensorial. 165 A luz e a visão; Propagação retilínea da luz e a formação de sombras: Reflexão da luz e as cores dos objetos; olho humano como instrumento óptico; Modelo físico do processo de visão; Espelhos, lentes e refração; Poluição visual; Fibras ópticas; Propagação do som no ar; Velocidade do som; O som e a audição; *A qualidade do som; Reflexos sonoros: eco, *poluição sonora. Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos Sol: composição química; *Planeta Terra: Biosfera; *Sol: *Sistema solar: composição da produção de vitamina D; 166 Terra. *Movimento da terra e suas conseqüências – ritmos biológicos; *A lua como satélite natural da Terra: influências sobre a biosfera, marés; *Diagnóstico, tratamento e prevenção dos efeitos das radiações do sol sob o corpo humano: queimaduras, insolação e câncer de pele; *O ser humano no espaço: astronautas; *Relação de adaptação do homem às viagens espaciais; *Sol: fonte de luz e energia: Fotossíntese: processo e armazenamento de energia; *Estrutura da Terra – atmosfera, litosfera e hidrosfera. 167 CONTEÚDO ESPECÍFICO: SEGURANÇA NO TRÂNSITO Conhecimentos Físicos Conhecimentos Químicos Conhecimentos Biológicos Movimento, deslocamento, Teor alcoólico das bebidas e suas Acidentes de trânsito relacionados trajetória e referencial; conseqüências no trânsito; ao uso de drogas (álcool) – causas Velocidade, velocidade média e e conseqüências; Tempo de aceleração; Distância; Tempo; reação e reflexo comparado entre Inércia; Resistência do ar; Força um organismo que não ingeriu de atrito, Aerodinâmica, drogas (álcool) e um embriagado; Equipamentos de segurança nos Efeitos do álcool e outras drogas meios de transporte; A relação no organismo; Prevenção de entre forço, massa e aceleração; acidentes; Máquinas simples; Deslocamento de veículos automotores; Velocidade; Segurança no trânsito: Prevenção de acidentes; 168 * CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: Será acrescentada a cultura Afro-brasileira e Africana e a Educação do Campo em todas as séries do Ensino Fundamental, onde os mesmos serão trabalhados de forma complementar, articulados com os conteúdos específicos da disciplina, sempre que possível. 169 METODOLOGIA DA DISCIPLINA À luz das diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental do Estado do Paraná há que se retomar os conteúdos que historicamente compõem o currículo da disciplina de ciências a partir da concepção de ciência como processo de construção humana, provisória, falível e intencional. Este utiliza-se de métodos numa constante busca por explicações dos fenômenos naturais. Os conteúdos serão abordados de forma consistente, crítica, histórica, considerando as relações entre a ciência a tecnologia e a sociedade. Através deste enfoque pedagógico o currículo de Ciências propiciará condições para que os sujeitos do processo educativo discutam, analisem, argumentem e avancem na compreensão do seu papel frente às questões relacionadas à saúde, educação ambiental, cultura afro brasileira e africana, educação do campo, inclusão à serem incorporadas aos conteúdos específicos, imprescindíveis à disciplina de Ciências passando a expressar a realidade. Estes conteúdos específicos precisam ser analisados, compreendidos em meio a um dinamismo social, deixando de ser compreendidos como elementos fragmentados, neutros, a-históricos. O conjunto de conhecimentos científicos que constitui a disciplina de Ciências são necessários à explicação e compreensão dos fenômenos da natureza e suas interferências no mundo. Há que se estabelecer relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e biológicos a vida do sujeito com suas diversidades: cultural, social, econômica, étnica, religiosa, sua realidade de homem do campo ou da cidade, suas necessidades educacionais especiais, enfim seus problemas reais. Numa abordagem pedagógica crítica e histórica para definição do Currículo de Ciências no Ensino Fundamental, a “corrente teórica” Movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade – CTS contribui com os conhecimentos físicos, químicos e biológicos, como um instrumental que favorece a reflexão, 170 contextualização, articulação dos conteúdos específicos e propicia análise crítica entre a ciência, a tecnologia e a sociedade (elementos do movimento CTS). Como conteúdos estruturantes na disciplina de Ciências temos: CORPO HUMANO E SAÚDE – AMBIENTE – MATÉRIA E ENERGIA – TECNOLOGIA. É importante estabelecer relações entre os conteúdos estruturantes e desdobra-los em conteúdos específicos evitando assim, a fragmentação dos mesmos e garantindo uma abordagem articulada e inter-relacionada com a prática social do sujeito. Além disso, necessariamente a abordagem contemplar a pedagógica historicidade, dos a conteúdos deverá intencionalidade, a provisoriedade, a aplicabilidade dos conhecimentos científicos, das relações e inter-relações entre os sujeitos do processo de ensino e aprendizagem, o objeto de estudo da disciplina, o conhecimento e a prática social. Nessa perspectiva, o currículo de Ciências permitirá aos alunos estabelecer relações entre o mundo natural (conteúdo da ciência), o mundo construído pelo homem (tecnologia) e seu cotidiano (sociedade), fortalecendo a função social da disciplina e orientando os alunos de forma a fazê-los conscientes de seu papel de sujeito transformador da sociedade. Isto ampliará seu referencial de análise crítica da realidade ao considerar os elementos do movimento CTS. Assim sendo, a própria escola passará a ser um espaço democrático de debate e estudo dos conteúdos específicos referente aos problemas da realidade social a serem analisados, refletidos e sistematizados pelos alunos. Cabe ao professor contextualizar os conteúdos estabelecendo relações entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos em cada série e entre elas considerando seus aspectos conceituais, científicos, históricos, econômicos, políticos e sociais de forma mais abrangente, indo além do livro didático, pois compreender o processo de construção do pensamento biológico através da história da Ciência e da Filosofia é reconhecer que ao longo do tempo 171 convivemos com outros modelos ou sistemas explicativos para determinados fatos. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Partindo da concepção de ciência como construção humana, do objeto de estudo da disciplina de Ciências, dos elementos do Movimento CTS, da descrição dos conteúdos estruturantes e de seus desdobramentos, os conteúdos específicos devem ser encaminhados metodologicamente numa abordagem articulada, numa perspectiva crítica e histórica considerando as relações entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos. Assim sendo, o encaminhamento metodológico ao orientar-se por uma abordagem crítica terá que considerar a prática social do sujeito histórico, aproximando-se dela, relevando na escola os conteúdos historicamente constituídos. O professor ao estabelecer as relações entre os diversos conteúdos específicos reconhecerá que certos conhecimentos físicos, químicos e biológicos são basilares e precisam ser abordados em cada uma das séries finais do Ensino Fundamental integrando-os e adotando linguagem condizente e coerente com a faixa etária, dosando adequadamente o aprofundamento da abordagem desses conteúdos. No processo de desenvolvimento dos conhecimentos científicos e de suas inter-relações é importante relacionar a historicidade e intencionalidade de produção dos conhecimentos tratados, em que contextos foram produzidos quais os interesses sociais, políticos e econômicos a eles associados, bem como identificar a aplicabilidade desses conhecimentos e sua utilidade para a sociedade. Há que se considerar também o caráter de provisoriedade e 172 dinamicidade da ciência posto que a todo momento surgem novas pesquisas que determinam o aparecimento de novas teorias e tecnologias. Ao se estabelecer relações com outras disciplinas, com os elementos do Movimento CTS, além dos diálogos entre os conteúdos específicos e destes com os estruturantes amplia-se a compreensão dos fenômenos naturais. Faz-se necessário a prática de uma metodologia que problematize a prática social do aluno tratando de problemas de interesse do coletivo, além de propiciar o crescimento intelectual significativo levando o sujeito a compreensão científica mais elaborada, determinando nele também um novo posicionamento perante sua prática social inicial, levando a apresentar soluções alternativas para os problemas estudados estabelecendo nele propósitos de comprometimento em ações efetivas. Essas propostas precisam ser acompanhadas e orientadas pelo professor. Também os conteúdos específicos podem ser tratados por meio de atividades e aulas práticas assim consideradas, desde que os alunos nelas se envolvam diretamente, em diversos ambientes, na escola ou fora dela envolvendo os alunos em atividades pedagógicas que fazem uso da leitura e interpretação de dados, gráficos, imagens, gravuras, tabelas, esquemas, resolução de problemas, elaboração de modelos, entrevistas, pesquisas bibliográficas, etc. O encaminhamento metodológico para a disciplina de ciências não pode restringir-se a um único método possibilitando: a observação, trabalho de campo, jogos, visitas, projetos individuais e em grupos, redação de cartas para autoridades, palestras, fóruns, debates, seminários, conversação dirigida, utilização de notícias veiculadas pela mídia, bem como leitura crítica de textos científicos. Também são variados os recursos pedagógicos a serem utilizados: Vídeos, DVD’s, Slides, CD’s, etc. 173 Os registros dos alunos durante as aulas, as suas produções poderão ser socializadas promovendo a interação entre os colegas e destes com a produção científica. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO A avaliação é um processo contínuo e sistemático que oferece ao professor dados significativos sobre a situação de aprendizagem dos alunos e sobre sua prática docente. É o diagnóstico ideal que sinaliza as dificuldades e os avanços na individualidade e no coletivo das séries trabalhadas. O professor deverá estabelecer critérios avaliativos que considerem aspectos como os conhecimentos que os alunos possuem sobre determinados conteúdos, a prática social dos mesmos, o confronto entre esses conhecimentos e os conteúdos específicos, bem como as relações e interações estabelecidas por eles no processo ensino-aprendizagem. O planejamento docente deverá ser coerente com o encaminhamento metodológico e com o processo avaliativo. A avaliação não poderá ser uniforme estabelecendo mesmos critérios para todas as séries. Há que se considerar a fixa etária, o nível cognitivo dos alunos, respeitando as necessidades educacionais especiais, as diversas formas de apropriação dos conteúdos específicos e as intervenções pedagógicas realizadas. Alguns critérios avaliativos que poderão ser considerados pelo professor: - o quanto o aluno e/ou a turma compreende a necessária relação entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos para a explicação dos fenômenos naturais envolvidos nos determinados conteúdos específicos; 174 - o quanto e de que forma o aluno se apropriou dos conhecimentos científicos avaliados; - quanto o aluno, e/ou a turma, consegue relacionar os aspectos sociais, políticos, econômicos, éticos e históricos com a relação ciência, tecnologia e sociedade; - em que medida o aluno, e/ou a turma compreende o quanto os conhecimentos científicos abordados no determinado conteúdo se aplicam à sua prática social, o quanto eles se relacionam com outros conteúdos e até mesmo com conhecimentos de outras disciplinas; INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Os instrumentos avaliativos a serem aplicados ao longo do processo de ensino-aprendizagem, deverão ser diversificados e oferecer oportunidades aos alunos de interpretar, produzir discutir, relacionar, refletir, analisar, justificar, posicionar-se e argumentar defendendo o seu próprio ponto de vista. Através de debates, resolução de problemas, elaboração de painéis, desenhos, informativos, gráficos, pesquisas, experiências, relatórios, avaliação escrita, na oralidade, análise crítica de filmes, documentários, etc. o professor terá subsídios suficientes para promover a avaliação real do progresso cognitivo dos alunos. Ao analisar os dedos obtidos ao aplicar os diversos instrumentos de avaliação, o professor deverá considerar as concepções de ciência, tecnologia, sociedade, educação, aluno, processo de ensino e de aprendizagem, escola e do currículo de ciência preconizadas no Projeto Político Pedagógico da escola e nas Diretrizes para o Ensino Fundamental do Governo do Estado do Paraná. 175 Vale destacar ainda com relevância a participação dos alunos em projetos institucionais como o Com Ciência, Fera e outros propostos pela escola, comunidade, concursos, maratonas, olimpíadas, passeios culturais. BIBLIOGRAFIA Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental, versão preliminar, SEED, julho, 2006. MORIN, Edgar, Os sete saberes necessários a educação do futuro. 3ª ed. São Paulo: Cortez, Brasília, Unesco 2001. PARANÁ, Currículo básico para a escola pública do Estado do Paraná. Secretaria do Paraná. Secretária do Estado da Educação. Curitiba, 1990. COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO MAMBORÊ – PARANÁ 176 DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Educação Física do Ensino Fundamental 2007 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA A Educação Física como disciplina escolar transitou em diversas perspectivas teóricas, desde as mais reacionárias até as mais críticas. É considerada um processo que relaciona as atividades corporais aos hábitos cotidianos da vida, dando um novo sentido as suas práticas, ou seja, pelo entendimento do corpo 177 como um todo, explorando sua expressão de forma ampla com o meio sóciocultural do aluno, associado a reflexão da prática no dia-a-dia. No âmbito geral, temos várias definições para caracterizar a disciplina, tais como: “ A Educação Física é a educação por meio das atividades corporais”, “ Educação Física é educação pelo movimento”, “ Educação Física é esporte de rendimento”, “ Educação Física é educação do movimento”, “Educação Física é educação sobre o movimento.” Contudo, como disciplina escolar, define-se como uma prática pedagógica, que no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dança, ginástica, etc, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.50). A Educação Física escolar, é uma parte integrante da Educação Física Geral, porém com objetivos diferentes, pois não se busca o rendimento esportivo, a competição exarcebada, mas a participação, reflexão, o interrelacionamento, a autonomia, etc. Desta forma, ela deve ser tratada com atenção especial levando o aluno a analisar criticamente sua realidade, percebendo-se como sujeito participativo da sociedade em que está inserido. Percebe-se assim a importância da Educação Física no contexto escolar, no que diz respeito a como se trabalha a formação integral e a melhoria das habilidades físicas sociais e mentais, promovendo a participação do aluno dentro de um cronograma pré-estabelecido. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA 178 - Transpor para a prática docente, o conhecimento da Educação Física historicamente, para possibilitar ao estudante ser um conhecedor destes conhecimentos e que passe a compreender e utilizar conceitos aplicáveis ao seu cotidiano e analisar criticamente a realidade; - Oferecer um currículo articulado, onde os conteúdos estruturantes e seus desdobramentos (conteúdos específicos e ou complementares), sejam abordados numa perspectiva crítica e histórica, levando em conta a prática social do aluno e as implicações e limitações das relações entre a Educação Física, a tecnologia e a sociedade; - Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando as características físicas e de desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais. - Compreender a corporalidade como concepção orientadora da Educação Física possibilitando o diálogo com as diferentes culturas, entendendo a corporalidade como expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas, levando o aluno à reflexão e ação conscientes na sua realidade; - Identificar as múltiplas possibilidades de intervenção sobre a corporalidade, para que o aluno tenha noção da diversidade de possibilidades das práticas corporais, dentro da sua vida escolar e cotidiana, como forma de atuação na sua vida futura, adotando 179 hábitos saudáveis de alimentação e prática de atividades físicas direcionada a saúde. - Conhecer e valorizar a identidade da cultura afro-brasileira e africana. 180 CONTEÚDOS: CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS COMPLEMENTARES 181 A EXPRESSIVIDA DE CORPORAL 1. Manifestações Esportivas: - origem dos diferentes esportes e suas mudanças na história: Futsal, Voley, Handebol, Basquete, Atletismo, Futebol; - o esporte; - princípios básicos dos esportes; - elementos básicos dos esportes; - práticas esportivas. 2. Manifestações Ginásticas: - origem da ginástica e sua mudança no tempo; - diferentes tipos de ginástica; - qualidade de vida voltada para a saúde. - práticas ginásticas; - cultura de rua; - cultura do circo: acrobacias malabares. 3. Brincadeiras, brinquedos e jogos: - construção coletiva de jogos e brincadeiras; - oficina de construção de brinquedos; - brincadeiras tradicionais: peteca, amarelinha, pipa; - brinquedos cantados; - tipos de jogos: queima, betz, xadrez, dama, tênis de mesa e campo, malha e bocha. 4. Manifestações Estéticocorporais na dança e no teatro: - a dança e o teatro como manifestação corporal; - tipos de danças: folclóricas - manifestações lúdicas; - desenvolvimento corporal e construção da saúde; - o corpo no mundo do trabalho; - participação do Brasil em competições internacionais; - saúde, higiene, alimentação. - diferentes manifestações culturais. - história das danças típicas de nossa região. 182 FUNDAMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS A Educação Física busca uma nova identidade, no sentido da valorização dos profissionais da área e de outras disciplinas, fazendo com que ela deixe de ser coadjuvante no processo educacional, para ser parte integrante e colocá-la em seu verdadeiro espaço, o da área de conhecimento. Desta forma, tendo a necessidade de articular os conhecimentos culturais e os científicos, a Educação Física deve contemplar em seus conteúdos básicos temas como as múltiplas relações étnicas de gênero, os espaços geográficos dos quais provêm os alunos, sem ferir as práticas e experiências de todos os envolvidos no processo de formação, uma vez que nossa escola trabalha com uma clientela do período matutino proveniente do espaço rural. Diante da realidade de inclusão de alunos com necessidades especiais (visual, auditivo, físico, mental ou múltiplas deficiências), cabe à Educação Física aproveitar as características e experiências que os alunos possuem para enriquecê-los e estimulá-los no sentido de desenvolver a auto-estima, respeito, socialização e capacidades físicas, de acordo com os conteúdos propostos. Assim a escola deve estar preparada para receber uma clientela heterogênea, não nos esquecendo dos alunos em privação da liberdade e aqueles, com necessidades educacionais especiais ou não, visando a preservação da dignidade e ao respeito aos sujeitos das diferentes culturas étnicas e sócioeconômicas. É importante ressaltar que a inclusão social se pratica de forma efetiva quando desprezamos os preconceitos quanto as classes sociais e oportunizamos uma escola que seja acessível à todos, independentemente de suas crenças, origens, condições sociais e culturais sendo justas quanto aos seus propósitos, de liberdade, igualdade, fraternidade, entre outros. Portanto, a Educação Física deverá manter com isso um permanente diálogo com a mídia, trazendo para a escola um novo dado relacionado com a cultura 183 corporal de movimento e no desenvolvimento intelectual do aluno, mobilizando práticas que afirmem valores e evitem formas de discriminação, segregação e competição exacerbada. É necessário adaptar os conteúdos propostos pela nova política pedagógica à realidade do aluno, para que possa perceber a relação existente entre a escola e os eu dia-a-dia, levando-os assim a consecução dos mesmos, estimulando o diálogo com as outras áreas de conhecimento para o entendimento das manifestações corporais. Integrar, na composição dos conteúdos, assuntos voltados para o meio ambiente, enfatizando o relacionamento do homem e do meio social e cultural para uma conscientização e uma melhoria da qualidade de vida particular e comunitária. Para Pinto e Teuber (1986), “os currículos escolares deverão ter seus conteúdos compatíveis com as experiências do aluno, servindo como ponto de partida para a aquisição de novos conhecimentos”. A sistematização destes conteúdos que são representados por esportes, jogos, dança, ginástica, lutas, brincadeiras, brinquedos, devem considerar ainda as características de maturação, diferenças individuais, desenvolvendo um ambiente lúdico, onde a liberdade de expressão, a oportunidade de reflexão e discussão, os trabalhos em equipe, e o que o aluno possa, através do movimento, se relacionar com o próprio corpo e com o outro, possibilitando assim, o exercício da inclusão de alunos que apresentarem necessidades especiais de aprendizagem educacional. Para a apreensão crítica dos conteúdos da disciplina de Educação Física, a organização das aulas poderá ser efetuada em três momentos: problematização, desenvolvimento das atividades e a reflexão sobre a prática. 184 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Na tentativa de alcançar os objetivos propostos, na realização dos conteúdos de Educação Física como as manifestações esportivas, ginástica, jogos, brincadeiras, brinquedos e danças, pode-se dizer que esta se dará da seguinte forma: No primeiro momento o conteúdo da aula será apresentado ao aluno e problematizado, buscando melhores formas para execução das atividades a serem desenvolvidas; Na segunda fase do desenvolvimento das atividades e refere-se a apreensão do conhecimento. Cabe ao professor observar as atividades, bem como as diferentes manifestações advindas da prática corporal. Assim o professor poderá realizar intervenções pedagógicas, esses momentos podem ser significativos para a formação humana dos alunos. Por último propõe-se uma reflexão aos alunos sobre a realização das atividades, facilidades, dificuldades, formas como se realizou ou não se realizou as atividades, enfim fazer um repensar de tudo que ocorreu no decorrer da atividade, na intenção de uma sistematização do conhecimento. Partindo do exposto, pode-se concluir que uma aula de Educação Física compõem-se de: proposição do que vai ser estudado, execução do que foi proposto e a reflexão sobre o que foi executado. Os conteúdos serão desenvolvidos de 5ª a 8ª série. O tratamento de uma série para outra é que deverá ter uma maior amplitude, complexibilidade e aprofundamento. Para a realização das aulas de Educação Física, dispomos de quadras poliesportivas, apresentando ainda espaços livres para a realização das 185 atividades diferenciadas, sala de jogos (tênis de mesa, sala de vídeo), jogos educativos, bolas e materiais alternativos. 186 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA Será um processo contínuo, permanente, diagnóstico e cumulativo, onde o professor organizará e reorganizará o seu trabalho visando as diversas manifestações corporais, evidenciadas nas formas de ginástica do esporte, dos jogos, da dança, das lutas e na expressão corporal possibilitando assim que os alunos reflitam e se posicionem criticamente com o intuito de construir uma suporta relação com o mundo. BIBLIOGRAFIA Brasil, Secretaria de Educação Fundamental, Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física, Brasília: MEC, 1998. Coletivo de autores. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1993. Diretrizes Curriculares da Educação Física para o Ensino Fundamental – versão preliminar, julho, 2006. Educação Física na sala de Aula. Rio de Janeiro: Sprint Editora, 1995. Ginástica Localizada, 1000 exercícios. Rio de Janeiro: Sprint Editora, 1998. Textos de Educação Física para sala de aula. Cascavel: Assoeste, 1994. Educação Física/ Vários autores. Livro público didático. Curitiba/ SEED, 2006. 232p. COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO MAMBORÊ – PARANÁ DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO Proposta Curricular da disciplina de Ensino Religioso 188 2007 189 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO A Disciplina de Ensino Religioso tem por base a diversidade que se apresenta nas diferentes expressões religiosas, tendo como foco o Sagrado em suas manifestações. Entende-se que o processo de inclusão da Disciplina de Ensino religioso no Ensino Fundamental é histórico e vem se estruturando a cada momento, conforme as necessidades emergentes. Assim, a referida disciplina é fruto da reflexão sobre a necessidade de se respeitar a diversidade cultural de cada povo. Durante o processo de escolarização esta disciplina deverá contribuir para a compreensão dos movimentos religiosos específicos de cada cultura, colaborando com a formação da pessoa. O Ensino Religioso contribui para superação da desigualdade étnico-religiosa e para garantir o direito Constitucional de liberdade de crença e expressão, conforme art. 5º, inciso VI, da Constituição Brasileira. Tal disciplina visa propiciar ao educando a identificação de entendimentos, de conhecimento, de aprendizagem em relação às diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade. Conforme Castella, o Ensino Religioso ”(...) não pode prescindir da sua vocação de realidade institucional aberta ao universo da cultura, ao integral acontecimento de pensamento e da ação do homem: a experiência religiosa faz parte desse acontecimento, com os fatos e sinais que a expressam. O fato religioso, como todos os fatos humanos, pertence ao universo da cultura e, 190 portanto, tem uma relevância cultural, tem uma relevância sede cognitiva” (2004, p. 104). Neste sentido, o Ensino Religioso possibilitará ao educando refletir e entender como os grupos sociais se constituem culturalmente e como se relacionam com o sagrado. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA • Promover aos alunos a oportunidade de entender os movimentos religiosos específicos de cada cultura, levando-o a possuir o substrato religioso, de modo a colaborar com a formação da pessoa. • Contribuir para o conhecimento e respeito às diferentes expressões religiosas advindas da elaboração cultural dos povos, bem como possibilitar o acesso às diferentes fontes da cultura sobre o fenômeno religioso. • Propiciar aos sujeitos a oportunidade de identificação, de conhecimento, diferentes de aprendizagem manifestações em religiosas relação às presentes na sociedade, de forma que tenham a consciência da amplitude da própria cultura em que estão inseridos. • Favorecer o respeito à diversidade cultural religiosa, em suas relações éticas e sociais diante da sociedade, fomentando medidas de repúdio a toda e qualquer forma de preconceito e discriminação e o reconhecimento de que todos nós somos portadores de singularidades. FUNDAMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS 191 A vinculação do currículo de Ensino Religioso ao cristianismo e às práticas catequéticas não correspondem ao sentido desta disciplina na escola. Para entender melhor o novo enfoque dado à disciplina de Ensino Religioso fazse necessária a compreensão da pluralidade social, que garante a liberdade religiosa, o respeito a maneira de aprender o conhecimento, o qual se processa rapidamente dentro do campo da educação e da comunicação. Há que se considerar a profunda reviravolta nas concepções estabelecidas em especial no século XIX, conduzindo a repulsa dos valores absolutos ditados pela sociedade européia. Portanto, faz-se necessária a superação dos modelos lineares e fragmentados de compreensão da realidade e a busca de outros referenciais que permitam uma análise mais complexa da sociedade. É essa realidade que se coloca como desafio para a escola e mais especificamente, para o Ensino Religioso. Portanto, o processo ensino-aprendizagem visa à Construção/produção do conhecimento e que, por conseqüência, se caracteriza pela promoção do debate, da hipótese divergente, da dúvida – real ou metódica – do confronto de idéias, de informações discordantes e também da exposição competente dos conteúdos formalizados. Com as demandas sociais contemporâneas que exigem compreensão ampla da diversidade cultural, postas também no âmbito religioso entre os países e de forma mais restrita no interior de diferentes comunidades é de fundamental importância valorizar o conhecimento de mundo e as experiências dos alunos. 192 Em relação aos desafios para a referida disciplina na atualidade, ressalta-se a necessária superação das tradicionais aulas de religião, e a inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações religiosas, dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos, sem perder de vista as relações culturais, sociais, políticas e econômicas. Todas as religiões podem ser tratadas como conteúdos nas aulas de Ensino Religioso, pois o sagrado compõe o universo cultural humano, fazendo parte do modelo de organização de diferentes sociedades. Desta forma, os conhecimentos relativos ao Sagrado e as suas manifestações são significativas para todos os alunos durante o processo de escolarização, por propiciarem subsídios para a compreensão de uma das interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO As diretrizes curriculares para o Ensino Religioso definem como objeto de estudo o sagrado como foco do Fenômeno Religioso, por contemplar algo que está presente em todas as manifestações religiosas. O sagrado é uma das formas de expressão empregadas para se explicar os fenômenos que não obedecem às leis da natureza e compõem o universo cultural de diferentes grupos numéricos. 193 Sendo o Sagrado a base a partir da qual serão tratados todos os conteúdos do Ensino Religioso tal disciplina não desconsidera a sua aproximação com outras áreas do conhecimento. Afim de que a Disciplina de Ensino Religioso contribua efetivamente com o processo de formação dos educandos, os conteúdos estruturantes dizem respeito a paisagem religiosa, símbolos e textos sagrados. Dessa forma a abordagem dos mesmos explicita a intenção de trabalhar as manifestações religiosas ou expressões do sagrado desconhecidas ou pouco conhecidas dos alunos as quais são tratadas de forma a inserir e contextualizar as manifestações religiosas que já fazem parte do universo cultural da comunidade. Todo conteúdo a ser trabalhado nas aulas de Ensino Religioso deverá contribuir para a superação, do preconceito à ausência ou a presença de qualquer crença religiosa; de forma de proselitismo, bem como da discriminação de qualquer expressão do sagrado. Os conteúdos a serem ministrados não têm o compromisso de legitimar uma manifestação do sagrado em detrimento de outra, uma vez que a escola não é espaço de doutrinação, evangelização, de expressão de ritos, símbolos, campanhas e celebrações. Os conteúdos contemplam as diversas manifestações do sagrado, entendidas como integrantes do patrimônio cultural e deverão contribuir para a construção, a reflexão e a socialização do conhecimento religioso 194 proporcionando assim conhecimentos que favoreçam a formação integral dos educandos, o respeito e o convívio com o diferente. 195 CONTEÚDOS: CONTEÚDOS ESTRUTURANTES - Paisagem religiosa Símbolo Textos Sagrados CONTEÚDOS ESPECÍFICOS I – Respeito à diversidade Religiosa CONTEÚDOS COMPLEMENTARES - - - II – Lugares Sagrados - - Caracterização dos lugares e templos sagrados: lugares de peregrinação, de reverência, de culto, de identidade, principais praticas de expressão do sagrado nestes locais. - III – Textos Orais e Escritos - - Ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral e escrito pelas diferentes culturas religiosas Declaração Universal dos Direitos Humanos e Constituição Brasileira: respeito à liberdade religiosa Direito a professar a fé e liberdade de opinião, expressão bem como participação em associações pacificas Direitos humanos e sua vinculação com o Sagrado Lugares na natureza, rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc. Lugares construídos: templos, cidades sagradas, etc. Literatura oral e escrita (cantos, narrativas, poemas, orações, etc.) Exemplo: - Vedas – Hinduismo, Escritura Baha’is Fé Bahá I Tradições orais Africanas, Afrobrasileiras, Alcorão, Islamismo, etc. IV – Organização Religiosa - As organizações religiosas compõem os sistemas religiosos organizados institucionalmente. Serão tratados como conteúdos, destacando-se as suas principais características de organização, estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos que expressam as diferentes formas de compreensão e de relações com o sagrado - Textos Sagrados - Símbolo - Paisagem Religiosa VI - O Universo Simbólico Religioso Os significados simbólicos dos gestos, sons, formas, cores e textos - Fundadores e/ou Líderes Religiosos Estruturas Hierárquicas Exemplos de Organizações Mundiais e Regionais Budismo (Sidarta, Gautama), Confucionismo (Confúcio) Espiritismo (Alan Kardec) Laoísmo (Lao Tse) Organização religiosa Grandes Civilizações transcorrer da história das no - nos ritos - nos mitos - no cotidiano Ex.: Arquitetura Religiosa, Mantras, Parâmetros, Objetos, etc. VII – Ritos - Ritos de passagem São práticas celebrativas das tradições/manifestações religiosas formadas por um conjunto de rituais. - Mortuários - Ritos de passagem Exemplos: dança (xire), Candomblé, Kiki (Kaingangue, ritual fúnebre, Via Sacra, Festejo indígena de Colheita, etc.) - Propiciatórios - Outros 197 VIII – Festas Religiosas - São os eventos realizados pelos diferentes grupos religiosos, com objetivos diversos. - Peregrinações, festas familiares, festas nos templos Ex.: Festa do Dente Sagrado (Budismo), Ramadã (Islâmica), Kuarup (Indígena), Festa de Iemanjá (Afro-brasileira), Pessach (Judaísmo), etc. IX – Vida e Morte As respostas elaboradas para vida além da morte nas diversas tradições/manifestações religiosas e sua relação com o Sagrado - O sentido da vida nas tradições/ manifestações religiosas - Reencarnação - Ressurreição – ação de voltar à vida - Além morte - Ancestralidade - Outras interpretações 198 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Os procedimentos avaliativos adotados na disciplina de Ensino Religioso não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se refere a atribuição de notas e ou conceitos. No entanto a avaliação não deixa de ser um dos elementos integrantes do processo educativo, onde esta deve ser pautada com a implementação de práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de apropriação de conhecimentos pelo aluno e pela classe tendo como parâmetro os conteúdos tratados e os seus objetivos. Para verificação da apropriação ou não do conteúdo pelo aluno, o professor utilizará observações feitas através de registros diários e contínuos, assim o processo avaliativo visa identificar em que medida os conteúdos passam a ser referenciais para a compreensão das manifestações do sagrado pelos alunos. Será observado nas ações expressas no cotidiano se há relações respeitosas entre os colegas de classe que têm opções religiosas diferentes da sua, reconhecendo que o fenômeno religioso se expressa nas diferentes culturas, e também se os educandos empregam conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do sagrado. Diante das constatações acima o professor terá os elementos necessários para planejar as intervenções no processo ensino e aprendizagem retomando as lacunas identificadas no processo de apropriação dos conteúdos, oportunizando desta forma o redirecionamento da prática pedagógica subsidiando assim, meios para o autodesenolvimento do educando. 199 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Caderno Temático n.º 1. Ensino Religioso, Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. COSTELLA, Domenico. O Fundamento Epistemológico do Ensino Religioso. In: Junqueira, Sergio; Wagner, Raul (Orgs). O ensino religioso no Brasil. Curitiba, Champagnat, 2004. Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental, SEED. ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo, Martins Fontes, 1002. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições/Cipriano Carlos Luckesi – 17 ed. – São Paulo: Cortes, 2005. 200 COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO MAMBORÊ – PARANÁ DISCIPLINA DE GEOGRAFIA Proposta Curricular da Disciplina de Geografia do Ensino Fundamental 201 2007 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA A disciplina de geografia tem como principal interesse despertar nos alunos uma visão crítica que busque construir um mundo capaz de abrigar a todos sem diferenças sociais, econômicas e territoriais. Esta disciplina ajuda o aluno a pensar sobre o mundo hoje, pois como este está sempre em transformação, possibilita que o conceito de geografia seja sempre revisto, compreendendo a complexa realidade com que todos se deparam cotidianamente. A partir da análise do espaço geográfico, a geografia pode contribuir para a construção do conhecimento, pois sabemos que o espaço é fruto do trabalho humano. Desde os primórdios da humanidade, as pessoas buscam suprir suas necessidades, utilizando-se dos recursos do meio da melhor forma possível. Vivendo em sociedade, os seres humanos vêm modificando o meio e criando objetos artificiais que ajudam amenizar as dificuldades que são impostas pela natureza. É importante também propor uma geografia que forme um cidadão capaz de trabalhar a informação disponível, pois na construção da cidadania é fundamental saber expressar-se diante de diversas situações. OBJETIVOS • Propiciar ao aluno o desenvolvimento de uma consciência crítica, para que o mesmo possa ter uma leitura de mundo mais próxima da realidade atual, visando diminuir as mais diversas formas de alienação e manipulação impostas pela sociedade dominante, e assim passar a analisar e compreender à produção e reprodução do Espaço Geográfico e sua participação e formação como agente transformador da sociedade na qual está inserida. 202 • Estabelecer uma relação de interação entre professor e aluno, mediados pelo conhecimento, para que assim o processo de ensino-aprendizagem seja contemplado em todos os âmbitos previstos • Possibilitar ao aluno uma maior compreensão do objeto de estudo da geografia, para que este estabeleça relações entre o conteúdo trabalhado e seu cotidiano. • Oferecer um currículo articulado onde os conteúdos estruturantes e seus desdobramentos, sejam abordados numa perspectiva crítica e contextualizada, levando em conta a prática social do aluno, suas implicações e limitações de compreensão de mundo. 203 CONTEÚDOS: 204 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: CONTEÚDOS ESTRUTURANT ES - A dimensão geopolítica - Estado, Nação, Território; Recursos Energéticos; Divisão Política Mundial; Divisão Política Nacional; Localização do Estado do Paraná; Localização do Brasil no espaço mundial; Industrialização e urbanização; Movimentos sociais; Meio ambiente e desenvolvimento; Divisões Regionais Brasileiras; Problemas no campo e reforma agrária; Desigualdade social; A população paranaense; Guerra Fria; Globalização; Neoliberalismo; Narcotráfico; Biopirataria; Desigualdade dos Países: Norte X Sul; Políticas ambientais; Blocos econômicos; Ordem mundial Bipolar e Multipolar; Continente Americano; Regiões polares; A nova ordem mundial; Terrorismo; Conflitos mundiais - Transporte e riquezas agrícolas - CONTEÚDOS COMPLEMENTARES: - Degradação ambiental; Violência; Impactos ambientais; Poluição; do Paraná; - Europa Centro-ocidental; Europa Central; Europa Meridional; Europa Setentrional; Europa Oriental; Oriente Médio e Ásia Central; Subcontinente Indiano; Sudeste asiático; Extremo Oriente; Bipolaridade e multipolaridade 205 Dimensão Sócioambiental - Os movimentos da Terra e suas conseqüências; As eras geológicas; Rochas e minerais; Classificação, fenômenos atmosféricos e mudanças climáticas; O elevo, os rios, as águas e bacias hidrográficas; Clima; Pecuária do Paraná; Vegetação; Movimentos sócio-ambientais; A hidrografia paranaense As formas de relevo; O relevo paranaense; Riquezas minerais do Paraná; Ambiente rural e urbano; Estações do ano e fusoshorário; Placas tectônicas; Evolução do Planeta Terra; Recursos minerais; Aproveitamento energético; Europa, Ásia e África Sistemas de energia; Ocupação de áreas irregulares; Atividades econômicas; Setores econômicos; Tipos étnicos do Paraná; População economicamente ativa; Desmatamento; Chuva ácida; Buraco na Camada de Ozônio; Efeito Estufa; Desigualdade social e problemas ambientais Ciclos econômicos do Paraná; Desenvolvimento econômico; Vias econômicas e caminhos paranaenses; Industrialização. - - Poluição; Transporte fluvial; Sustentabilidade; Fontes alternativas de energia; Desmatamento, poluição e degradação ambiental; Trabalho e renda; Agenda 21; Circulação e poluição atmosférica; Mecanização agrícola; Urbanização e favelização. 206 Dinâmica Cultural e Demográfica - Êxodo rural; Consumo e consumismo; Meios de comunicação; Mecanização agrícola; Urbanização e favelização; Industrialização; A população em movimento; Imigração e colonização no Paraná; Estrutura etária; Taxa de natalidade e mortalidade; Desenvolvimento e subdesenvolvimento; Migrações populacionais; Capitalismo; Distribuição geográfica da população; Fatores e tipos de migração e imigração e suas influências no espaço geográfico; Formação e conflitos étnicos, religiosos e raciais; País populoso e país povoado; População absoluta e relativa; Densidade demográfica; Relevo; Europa, Ásia e África - Propaganda; Degradação ambiental; Mudança de hábitos e estilos de vida; Cultura Afrobrasileira; Educação Fiscal; Movimentos sociais; Trabalho e consumo; História das migrações mundiais; Xenofobia; Terrorismo. 207 A Dimensão econômica da produção do/ no Espaço - Os setores de economia; Sistemas de circulação de mercadorias, pessoas, capitais e informações; Economia e desigualdade social; Agroindústria; Meios de comunicação; Meios de transporte; A vegetação paranaense; Agricultura; Pecuária; Indústria; Extrativismo; População; Dependência tecnológica; Globalização; Sistemas de produção industrial; Acordos e Blocos Econômicos; Desenvolvimento; Subdesenvolvimento; Capitalismo; Europa, Ásia e África; O turismo paranaense; Indústria e comércio do Paraná. Educação Fiscal; Problemas sociais urbano; Impactos ambientais. FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA DISCIPLINA A disciplina de Geografia deve levar em consideração o uso de uma linguagem próxima do cotidiano do aluno, rompendo com o formalismo, o academismo e o enciclopedismo que tão bem caracterizam o ensino de geografia no século passado. Na geografia o objeto de estudo é o Espaço Geográfico, sua composição e mudanças causadas ao longo do tempo pela atuação da sociedade humana. Pretende-se uma formação consciente por parte de nosso aluno nas relações sócio-espaciais de seu tempo, considerando os conflitos e as 208 contradições sociais, econômicas, culturais e políticas que constituem o Espaço Geográfico. Vivemos num mundo globalizado que para muitos esta realidade tende a eliminar as diferenças regionais do planeta, homogeneizando os espaços, mas neste contexto as trocas são intensas e constantes, sendo que a forma e o conteúdo das regiões mudam rapidamente agravando ainda mais os problemas sócio-ambientais, políticos, econômicos e culturais. As relações do Espaço Geográfico devem ser trabalhadas de forma a relacionar esses diferentes aspectos nas diversas escalas geográficas, do local ao global, retornando ao local, unindo os objetos geográficos e as ações humanas. A relevância dessa disciplina está no fato de que todos os acontecimentos do mundo tem uma dimensão espacial, onde o espaço e a materialização dos tempos da vida social; fornecendo ao aluno conhecimentos específicos, com os quais ele possa ler e interpretar criticamente o espaço sem deixar de considerar a diversidade das temáticas geográficas e suas diferentes abordagens. Cabe ao professor ter uma postura investigativa de pesquisa, recusando uma visão receptiva e reprodutiva de mundo em conjunto com seus alunos tendo em vista sua função enquanto agente transformador do ensino e da escola e em decorrência disso da própria sociedade. O professor deve empreender uma educação que considere a heterogeneidade, a diversidade, a desigualdade e a complexidade do mundo atual em que a velocidade dos deslocamentos de indivíduos, instituições, do capital e informações é uma realidade. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO 209 Sabemos que a nossa realidade sofre influências de outras, até das mais distantes, pois sabemos que as informações hoje circulam e renovam-se com grande rapidez, já que vivemos em um mundo globalizado. Cabe a disciplina de Geografia selecionar conteúdos que estejam próximos de nossos alunos. Propor que os conteúdos específicos sejam trabalhados de uma forma crítica e dinâmica, interligando teoria, prática e realidade, utilizando a cartografia como ferramenta essencial, possibilitando assim transitar nas diferentes escalas espaciais, do local ao global e vice-versa ampliando assim suas noções espaciais. Compreender o espaço geográfico como resultado da integração entre dinâmica físico/natural e dinâmico humano/social podendo articular os diferentes níveis de escalas seja local, regional, nacional e global ou o oposto. A disciplina de geografia deve propiciar a busca da justiça social e o respeito às culturas existentes, tais como: cultura africana e afro-brasileira, a contribuição do negro na construção da nação brasileira, o movimento do povo africano no tempo e no espaço, a colonização da África pelos europeus e as diferentes etnias que participaram da construção e formação no espaço geográfico brasileiro. Deve-se também considerar durante o processo ensino- aprendizagem, os alunos que apresentam algumas dificuldades, adequando o conteúdo conforme sua necessidade, valorizando e respeitando as diversidades culturais existentes, suas diferenças e limitações, promovendo a integração do aluno, possibilitando a inclusão com qualidade. Dentro das possibilidades, quando possível o professor promoverá aulas de campo, primeiramente nos arredores da escola para depois outras de maior distância; não se limitando apenas à visita do local desejado mas buscando sempre fortalecer a relação entre teoria e prática na relação professor/aluno garantindo uma melhor compreensão do tema abordado. Também através da disciplina despertar no aluno o interesse pela Educação Ambiental e Fiscal, e pela valorização da cultura do campo. 210 Ao desenvolver a metodologia, fazer uso dos recursos tecnológicos disponíveis no desenvolvimento da prática docente para enriquecer o trabalho didático. Podemos destacar os seguintes recursos: - Quadro de giz; - DVD´s e vídeo; - CD´s; - Retro-projetor; - Atlas; - Globo; - Maquetes; - Revistas, jornais e textos complementares; - Jogos educativos; - Livros didáticos; - Fotos; - Postais, etc. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA A avaliação do Ensino da geografia está inserida dentro do processo ensino-aprendizagem, e deve ser entendida como uma das formas utilizadas pelos professores para avaliar sua metodologia e o nível de compreensão dos conteúdos tratados durante um determinado período. Diante disso, as avaliações deverão contemplar mais de uma forma de comunicação dos alunos, pois estes encontrarão esse tipo de situação no seu dia a dia, já que vivemos numa sociedade capitalista. 211 Assim, o processo de avaliação deverá ser articulado com os conteúdos estruturantes, os conceitos geográficos, o objeto de estudo, as categorias espaço – tempo, a relação sociedade – natureza e as relações de poder, contemplando a escala local e global e vice-versa. Que essa avaliação seja diagnóstica e continuada, e que contemplem diferentes práticas pedagógicas. A proposta avaliativa deve estar bem clara para os alunos, ou seja, que saibam como serão avaliados em cada atividade proposta. Cabe ressaltar que os alunos com necessidades educacionais especiais no processo de ensino-aprendizagem serão avaliados considerando-se seu desenvolvimento ao longo do período de sua integração com o grupo, utilizando se necessário da flexibilização curricular. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA Sendo a avaliação diagnóstica e contínua deverá levar em consideração o pré-conhecimento dos educandos para que demonstrem de forma espontânea o conhecimento trazido do senso comum, sistematizando-o cientificamente, visando respeitar o tempo de aprendizagem de cada aluno. Para isto é necessário a aplicação de diferentes práticas pedagógicas para avaliação, tais como: leitura, interpretação de fotos, imagens, mapas e produção de textos, pesquisas bibliográficas, aula de campo entre outros, cuja uma das finalidades seja a apresentação de seminários, construção de maquetes, produção de mapas, também DVD, CD Room, vídeos, entre outros, avaliação pontual, auto-avaliação, atuação do educando nas atividades extra-classe. BIBLIOGRAFIA 212 Agenda 21 CAMARGO, João Borba de. Geografia Física, Humana e Econômica do Paraná, 4 ed., 2001. CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Ed. Papirus, 1998, Campinas – S.P. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná (versão preliminar 2005). GARCIA, Garavelho Coleção de Geografia – Ensino Fundamental 5ª a 8ª série. MAACK, R. Geografia Física do Estado do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial, 2002. MORAES, A.C.R. de. Pequena História Crítica da Geografia. São Paulo: Hucitec, 1987. Parâmetros Curriculares Nacional para o Ensino da Geografia. PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Currículo Básico da Escola Pública do Paraná. Curitiba, 1990. RUA, João. Para ensinar geografia. Copyright, Rio de Janeiro, 2005 SANTOS, M. Por uma geografia nova. São Paulo: Hucitec, 1986. SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000. VASCONCELOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética – libertadora do processo de avaliação escolar, 16ª ed. São Paulo, 2006. WLACH, V.R.F. O ensino da geografia no Brasil: uma perspectiva histórica. In: Vesentini, J. W. (org). O ensino de geografia no século XXI. Campinas-S.P. Papirus, 2004. 213 COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. MAMBORÊ – PARANÁ DISCIPLINA DE HISTÓRIA Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de História 2007 214 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA A história se expressa no processo de produção do conhecimento humano sob a forma da consciência histórica dos sujeitos. É voltada para a interpretação dos sentidos, do pensar histórico dos seres humanos, por meio da compreensão deste conhecimento. Através da investigação histórica é possível compreender/interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações. O ensino de história ao longo do tempo passou por mudanças e estas, não ocorrem de forma imediata. Na década de 1970, o ensino de história era predominantemente tradicional, seja pela valorização de alguns personagens como sujeitos da história e de sua atuação em fatos políticos, seja pela abordagem dos conteúdos históricos de forma factual e linear. As discussões sobre o assunto eram elaboradas sob a influência da Escola Metódica e do Positivismo, caracterizadas em linhas gerais, pela história política, orientada pela linearidade dos fatos, pelo uso restrito de documentos oficiais escritos como fonte e verdade histórica e, por fim, pela valorização dos heróis. No modelo conservador de sociedade da época, o currículo oficial de história tinha como objetivo contribuir para a legitimação dos valores aristocráticos, no qual o processo histórico conduzido por líderes, excluía possibilidades das pessoas comuns de serem entendidas como sujeitos históricos. Dessa forma, o Estado objetivava exercer um maior controle ideológico, ao tentar retirar o instrumental intelectual politizador do professor de história, e também centrar a formação numa prática pedagógica, pautada na transmissão de conteúdos escolares, selecionados e sedimentados pelos livros e manuais didáticos. O ensino da história tinha como prioridade ajustar o aluno ao cumprimento dos seus deveres patrióticos, privilegiando noções e 215 conceitos básicos para a adaptação à realidade. Nesse contexto, o ensino da história distanciou-se da produção historiográfica acadêmica. Percebe-se a necessidade da valorização dos sujeitos históricos não somente como objetos de análise historiográfica, mas como agentes que buscam a construção do conhecimento através da reflexão teórica e, portanto, da produção conceitual de sua prática vivencial e investigativa no universo escolar. Talvez este desejo dos professores seja um caminho para a formação de uma consciência histórica no aluno e no professor ao pensarem a própria experiência educativa ao se pensarem como seres sociais e cidadãos construtores de um espaço público realmente democrático produzido pela ação social. As estruturas sócio-históricas podem ser descobertas, interpretadas e analisadas a partir de metodologias que se confrontam com dados empíricos tais como as fontes históricas. Este confronto pode modificar as metodologias e mesmo verificar a sua validade em relação aos fatos históricos expressos nas fontes utilizadas ao abordar o objeto de estudo. Nesta concepção, as teorias e as metodologias não são somente formas discursivas, pois elas se constituem a partir da realidade sócio-histórica do objeto de estudo enquanto elemento relativamente autônomo em relação à realidade complexa e total. É neste espaço, que ocorre a tematização dos conteúdos numa relação dialética e seletiva entre o aspecto empírico e o aspecto teórico-conceitual do conhecimento histórico. Nesse contexto o ensino de história pode estimular a formação crítica ao fornecer instrumentos que auxiliem na interpretação da realidade, mostrando que o mundo de hoje foi construído ao longo do tempo, como resultado de processos históricos que envolveram vários e diferentes grupos sociais. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA 216 - Propiciar ao educando a construção da consciência histórica, situando-o no contexto histórico em que os fatos ocorreram e situando-os como sujeitos capazes de compreender e construir a própria história, criando e vivendo os fatos de forma a mudar a realidade do mundo, no seu processo de produção do conhecimento humano, considerando a consciência histórica dos sujeitos; - Estimular a formação crítica capaz de dar ao sujeito os instrumentos que o auxiliem na interpretação da atual realidade, levando-o a perceber que este processo foi construído ao longo do tempo, como resultado de processos históricos que envolveram vários e diferentes grupos sociais e suas inter-relações; - Compreender a história voltada para a interpretação do pensar histórico, compreensão/interpretação dos sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações e às relações humanas por estas produzidas; - Promover, através do ensino da história, a valorização das diferentes culturas e o diálogo intercultural, estimulando o sujeito a respeitar a diversidade existente em seu meio social; - Compreender a inter-relação entre o campo e a cidade, ou seja, a cidade não vive sem o campo e o campo não vive sem a cidade. - Ressaltar a contribuição dos afro-descendentes na construção da nação brasileira; - Compreender a importância da sustentabilidade do planeta, envolvendo o homem e o meio ambiente; 217 CONTEÚDOS: DIMENSÕES: POLÍTICA, ECONÔMICO – SOCIAL E CULTURAL CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS COMPLEMENTARES 218 CONTEÚ DO ESTRUTU RANTE Das origens Produção do conhecimento histórico: A Humanidade e a História • O historiador e a produção do - De onde viemos, quem somos, como sabemos? conhecimento; • Tempo e temporalidade; • Fontes, documentos; • Patrimônio material e imaterial; • Pesquisa; Articulação da História com outras áreas do conhecimento. do homem ao século XVI – Diferente s trajetória s e - Arqueologia, antropologia, paleontologia, geografia, geologia, sociologia, etnologia e outras. Arqueologia no Brasil Surgimento desenvolvimento da humanidade e grandes migrações • Lagoa Santa Luzia (MG) • Teoria do surgimento do homem na América • Serra da Capivara (PI) • Mitos e lendas da origem do homem • Sambaquis (PR) • Desconstrução do conceito de Pré-história • Povos ágrafos, memória e história oral diferente s culturas 219 Povos indígenas no Brasil e no Paraná • • • Ameríndios do território brasileiro Kaingang, Guarani, Xetá e Xokleng Educação do Campo As Primeiras civilizações na América • • Olmecas, Mochicas, Tiwanacus, Mais, Jucas e Astecas. Ameríndios da América do Norte As primeiras civilizações na África, Europa e Ásia • • A chegada dos europeus na América - (des) encontros entre culturas - resistência e dominação - escravização - catequização Egito, Núbia, Gooza e Mali Hebreus, Gregos e Romanos Península Ibérica nos séculos XIV e cultura, sociedade e política - reconquista do território - religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo Comércio (África, Ásia, América e Europa) XV: Formação da sociedade brasileira e americana Os reinos e sociedades africanas e os contatos com a Europa - América portuguesa Songai, Benin, Ifé, Congo, Monomotapa - América espanhola (zimbabwe) e outros - América franco-inglesa - Comércio - Organização político-administrativa (capitanias hereditárias, - Organização política-administrativa sesmarias) - Manifestações culturais - Manifestações culturais (sagrada e profana) - Organização social - Organização social (família patriarcal e escravismo) - Uso de tecnologias: engenho de açúcar, a - Escravização de indígenas e africanos batea, construção civil... - Economia (pau-brasil. Cana-de-açúcar e minérios) Diáspora Africana 220 CONTEÚ DO ESTRUTU RANTE DAS CONTEST AÇÕES A ORDEM COLONIA L AO PROCESS O DE INDEPEN DÊNCIA DO BRASIL – SÉCULO XVII AO XIX Expansão e consolidação do território: • • • Missões Bandeiras Invasões estrangeiras Consolidação dos estados nacionais europeus e reforma pombalina: • Reforma e contra-reforma Colonização do território paranaense: • • • Economia Organização social Manifestações culturais • Organização político-administrativa Movimentos de contestação: • • Quilombos (BRC PR) Irmandades: manifestações religiosas – sincretismo; • Revoltas nativistas e nacionalistas: Inconfidência mineira Conjuração baiana Revolta da cachaça Revolta do maneta Guerra dos mascates Chegada da Família Real do Brasil: • • • • • • De colônia ao Reino Unido Missões Artístico – científicas Biblioteca nacional Banco do Brasil Urbanização na capital Imprensa régia Independências das Treze Inglesas da América do Norte: Colônias Diáspora africana Revolução francesa • Comuna de Paris Invasão napoleônica na Península Ibérica 221 Pensando a nacionalidade do século XIX ao XX – A Constituição do Ideário de Nação no Brasil O processo de independência do Brasil: • • • • • • • • Governo de D. Pedro I Constituição outorgada de 1824 Unidade territorial Manutenção da estrutura social Confederação do Equador Província cisplatina Haitianismo Revoltas regenciais: Malês, sabinada, balaiada, farroupilha. A construção da nação: • • • • • • Processo de Independência das Américas: • • Haiti Colônias Espanholas cabanagem, Governo de D. Pedro II Criação do IHGB Lei de Terras, Lei Euzébio de Queiroz – 1850 Início da imigração européia Definição do território Movimento abolicionista e emancipacionista Revolução Industrial e relações de trabalho (XIX e XX): • • • Ludismo Socialismos Anarquismo Relacionar, Tayloismo, Fordismo, Toyotismo Emancipação Política do Paraná (1853) • • • • • • Economia Organização social Manifestações culturais Organização política-administrativa Migrações: internas (escravizados, libertos e homus livres pobres) e externas (europeus) Os povos indígenas e a política de terras. 222 A Guerra do Paraguai e/ou a Guerra da Tríplice Aliança O processo de abolição da escravidão: • • • • • Legislação Resistência e negociação Discursos Abolição Imigração – senador Vergueiro Braqueamento e miscigenação • Oliveira Vianna, Nina Rodrigues, Euclides da Cunha, Silvio) Romero, no Brasil, Sarmiento na Argentina. Os primeiros anos de República: • • • • • • • • • • • Idéias positivistas Imigração asiática Oligarquia, coronelismo e clientelismo Movimentos de contestação: campo e cidade Movimentos messiânicos Revolta da vacina e urbanização do Rio de Janeiro Movimento operário: anarquismo e comunismo Paraná Guerra do contestado Greve de 1917 – Curitiba Paranismo: movimento regionalista – Romário Martins, Zaco Paraná, Langue de Morretes, João Turim Colonização da África e da Ásia Guerra Civil e Imperialismo estadunidense Carnaval na América murga e candomblé Latina: entrudo, Questões Agrárias na América Latina • Revolução Mexicana Primeira Guerra Mundial Revolução Russa 223 224 CONTEÚ DO ESTRUTU RANTE Repensa ndo a nacionali dade brasileira : do século XX ao XXI – Elemento s Constitut ivos da A semana de nacionalidade: 22 e o repensar da Crise de 1929 • Economia • Organização social • Organização político-administrativa • Manifestações culturais • Coluna Prestes A “Revolução” de 30 e o Período Vargas 1930 Ascensão a 1945 Europa • Leis trabalhistas • Voto feminino • Ordem e disciplina no trabalho • Mídia e divulgação do regime • Criação do SPHAN, IBGE • Futebol e carnaval • Contestações à ordem • Integralismo • Participação do Brasil na II Guerra Mundial Populismo no Brasil e na América Latina: • • • dos regimes totalitários na Movimentos populares na América Latina Segunda Guerra Mundial Independência das Colônias afro-asiáticas Cárdenas – México Perón – Argentina Guerra Fria Vargas, JK, Jânio Quadros e João Goulart – Brasil Contemp oraneida de 225 226 Construção do Paraná Moderno: Guerra Fria • Governos de: Manoel Ribas, Moyses Lupion, Bento Munhoz da Rocha Netto e Ney Braga • Frentes de colonização do Estado, criação da estrutura administrativa • Copel, Banestado, Sanepar, Codepar... • Movimentos culturais • Movimentos sociais no campo de na cidade: Ex.: Revolta dos colonos década de 50 no sudoeste • Os xetá O Regime Militar no Paraná e no Brasil: • • • • • Repressão e censura, uso ideológico dos meios de comunicação O uso ideológico do futebol na década de 70: o tricampeonato mundial, a criação da liga nacional (campeonato brasileiro) Cinema novo Teatro Itaipu, Sete Quedas e a questão da terra Movimentos de contestação no Brasil • • • • • Resistência armada Tropicalismo Jovem Guarda Novo sindicalismo Movimento estudantil Guerra Fria e os Regimes militares na América Latina: • • • Política de boa vizinhança Revolução Cubana 11 de setembro no Chile e a deposição de Salvador Allende • Censura aos meios de comunicação • O uso ideológico do futebol na década de 70 • A copa da Argentina – 1978 Movimentos de contestação no mundo: • • • • • • • Maio de 68 – França Movimento Negro Movimento Hippie Movimento Homossexual Movimento Feminista Movimento Punk Movimento Ambiental 227 Paraná no contexto atual Redemocratização Fim da bipolarização mundial: • • Constituição de 1988 • Desintegração do bloco socialista Movimentos populares rurais e urbanos: MST • Neoliberalismo (movimento dos sem terra), MNLM (Movimento • Globalização Nacional de Luta pela Moradia), CUT (Central • 11 de setembro nos E.U.A. Única dos Trabalhadores), Marcha Zumbi dos Palmares, etc. África e América Latina no contexto atual • Mercosul • Alca O Brasil no contexto atual • A comemoração dos “500 anos do Brasil”: análise e reflexão 228 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS As diretrizes curriculares que estabelecem as orientações comuns a serem observadas, recusam uma concepção de história como verdade pronta e definitiva, vinculada a uma determinada vertente do pensamento humano, sem diálogo com outras vertentes, pois não se pode admitir que o ensino de história seja marcado pelo dogmatismo e pela ortodoxia. Por outro lado, recusam-se também as produções historiográficas que afirmam não existir objetividade possível em história, sendo portanto, todas as afirmativas igualmente válidas. A história tem como objeto de estudo os processos históricos relativos às ações e às relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos que os sujeitos deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações. Já as relações humanas produzidas por estas ações podem ser definidas como estruturas sócio-históricas, ou seja, são as formas de agir, de pensar ou de raciocinar, de representar, de imaginar, de instituir, portanto, de se relacionar social, cultural e politicamente, respeitando sempre as semelhanças e as diferenças entre os elementos formadores dessa sociedade. As relações condicionam os limites e as possibilidades das ações dos sujeitos de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as estruturas sócio-históricas. Deve-se considerar também como objeto de estudo, as relações dos seres humanos com os fenômenos naturais, tais como as condições geográficas, físicas e biológicas de uma determinada época local, os quais também se conformam a partir das ações humanas. Segundo o historiador Christopher Lloyd (1995), os processos históricos estão articulados em determinadas relações causais. Os acontecimentos históricos construídos pelas ações e sentidos humanos em determinado local e tempo, produzem as relações humanas, estas permitem um espaço de atividade em relação aos acontecimentos históricos, isso acontece de modo não linear, ou seja: as ações humanas produzem relações e são as novas relações produzidas que constroem novas ações humanas. Sendo assim, os processos históricos são marcados pela complexidade causal, 229 isto é, vários acontecimentos distintos produzem uma nova relação enquanto diversas relações distintas convergem para um novo acontecimento histórico. Assim, a produção do conhecimento histórico, ao confrontar ou comparar documentos entre si e com o contexto social e teórico de sua produção abre perspectivas para validar, refutar ou complementar a produção historiográfica existente. A finalidade da história é expressa no processo de produção do conhecimento humano sob a forma da consciência histórica dos sujeitos. É voltada para a interpretação dos sentidos do pensar histórico dos mesmos, por meio da compreensão da provisoriedade deste conhecimento. Esta provisoriedade não significa relativismo teórico, mas que, além de existirem várias explicações e/ou interpretações para um determinado fato, algumas delas são mais válidas historiograficamente do que outras. O conhecimento histórico possui formas diferentes de explicar seu objeto de investigação, construída a partir das experiências dos seus sujeitos. A proposta curricular delineada propõe-se a estabelecer articulações entre abordagens teórico-metodológicas distintas, resguardadas as diferenças e até a oposição entre elas, por entender que esse é um caminho possível para o ensino de história, uma vez que possibilita aos alunos compreender as experiências e os sentidos que os sujeitos dão às mesmas. Para que esta articulação esteja presente na abordagem curricular, elegem como síntese dessa proposição, a idéia de consciência histórica. Entende-se que a consciência histórica é uma condição da existência do pensamento humano, pois sob esta perspectiva os sujeitos se constituem a partir de suas relações sociais, em qualquer período e local do processo histórico, ou seja, a consciência histórica é inerente à condição humana em toda a sua diversidade. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO 230 Para que o ensino de história contribua para a construção da consciência histórica é imprescindível que se retome constantemente com os alunos como se dá o processo de construção do conhecimento histórico, ou seja, como é produzido a partir do trabalho de um pesquisador que tem como objeto de estudo os processos históricos relativos às ações e as relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos que os sujeitos deram às mesmas de forma consciente ou não. A produção do conhecimento histórico para a compreensão do passado pode ser complementada com novas pesquisas podendo ser refutada ou validada pelo trabalho de investigação, que possibilita contribuir para que os alunos valorizem e contribuam para a preservação de documentos dos lugares de memórias como museus, bibliotecas, acervos privados e públicos de fotografias, de documentos escritos e audiovisuais, entre outros, seja pelo uso adequado dos locais de memória, pelo manuseio cuidadoso de documentos que podem se constituir em fontes de pesquisas, seja pelo reconhecimento do trabalho realizado pelos pesquisadores. Os conteúdos deverão ser problematizados a partir da produção do conhecimento histórico considerando que a apropriação deste conceito pelos alunos é processual e deste modo, exigirá que seja constantemente retomado através de visitas, montagem de painéis, projetos, observações, recursos pedagógicos (filme, programas de TV, DVD), interação e socialização dos alunos. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO As práticas avaliativas que integram o processo ensino aprendizagem não devem priorizar o caráter classificatório, e sim estarem colocadas a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeiem o conjunto de ações pedagógicas e não como um elemento externo a este. A avaliação deve ser contínua e diagnóstica, sempre respeitando as diferenças existentes entre os alunos, procurando enfatizar os avanços e que 231 esta não seja somente em relação ao aluno, mas que sirva também para o professor refletir sobre sua prática pedagógica e identificar lacunas no processo de ensino aprendizagem bem como planejar e propor outros encaminhamentos que visem a superação das dificuldades constatadas. Estas dificuldades deverão ser discutidas no coletivo, assim o aprendizado e a avaliação poderão ser compreendidos como um fenômeno compartilhado, que se dará de modo contínuo, processual e diversificado, permitindo uma análise crítica das práticas que podem ser constantemente retomados e reorganizadas. Quanto aos alunos com dificuldades o processo avaliativo se dará de forma contínua, onde serão considerados os seus avanços pessoais e a sua integração/interação com o grupo. Para tanto, deve-se utilizar diferentes atividades como: - Verificação da participação nas atividades coletivas, na exploração dos temas através da conversação, nos debates, entrevistas, visitas palestras; - Auto avaliação; - Aula de campo (relatório); - Observação direta do professor em sala de aula e durante atividades extra-classe; - Leitura e interpretação de fatos, imagens, gráficos, tabelas e mapas; - Pesquisas bibliográficas; - Provas objetivas e subjetivas. BIBLIOGRAFIA CAMARGO, João Borba de. História do Paraná Maringá. Bertoni Editora, 2004. Diretrizes Curriculares de História para o Ensino Fundamental – versão preliminar, julho, 2006. FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 33 ed. São Paulo: Companhia Editorial Nacional, 2004. 232 LAZIER, Hermógenes. Paraná: Terra de todas as gentes e muita história. Francisco Beltrão, 2003. PANAZZO, Silvia. Navegando pela história. São Paulo: Quinteto Editorial, 2002. PARANÁ. Almanaque Paraná, 2002. PRADO JR., Caio. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2004. SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar História. Curitiba: Letraviva, 1996. COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. MAMBORÊ – PARANÁ DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA 233 Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Língua Portuguesa 2007 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA A Língua Portuguesa, enquanto disciplina escolar, passou a integrar os currículos escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX depois de há muito organizado o sistema de ensino. Contudo a preocupação com a formação do professor dessa disciplina teve início apenas nos anos 30 do século XX. Levando-se em conta o tempo decorrido desde a chegada, aqui, dos primeiros conquistadores europeus, pode se considerar os cento e poucos anos da disciplina e os quase oitenta de preocupação com a formação dos professores como fato recente. Acrescente-se a isso que a formação da nação brasileira deve-se à língua muito da sua identidade. Nesse aspecto, tensionando o uso da língua, emergem, no nível popular e coloquial, práticas de língua que definem muitos aspectos da tradição. 234 Depois de institucionalizada como disciplina, as primeiras práticas de ensino moldavam-se ao ensino do Latim, para os poucos que tinham acesso a uma escolarização mais prolongada. Em meados do século XVIII, o Marquês de Pombal torna obrigatório o ensino de Língua Portuguesa em Portugal e no Brasil. Em 1837, o estudo da Língua Portuguesa foi incluído no currículo sob as formas das disciplinas gramática, retórica e poética, abrangendo esta última, a literatura. Somente no século XIX, o conteúdo gramatical ganhou a denominação de português, em 1871 foi criado, no Brasil, por decreto imperial, o cargo de professor de português. O ensino da Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista até meados do século XX, quando iniciou no Brasil, a partir de 1967, “um processo de democratização do ensino”. Como conseqüência desse processo, a multiplicação de alunos, as condições escolares e pedagógicas, as necessidades e as exigências culturais passaram a ser outras bem diferentes. O ensino de Língua Portuguesa, nesse contexto, não poderia prescindir de propostas pedagógicas que levassem em conta as novas necessidades trazidas por esses alunos para o espaço escolar, ou seja, a presença de registros e padrões culturais diferentes dos até então admitidos na escola. A disciplina de português, com a Lei 5692/71, passa a denominar-se, no primeiro grau: comunicação em Língua Portuguesa. Com isso, a gramática deixa de ser o enfoque principal do ensino de língua e a teoria da comunicação torna-se o referencial. Os estudos lingüísticos, centrados no texto e na interação social das práticas discursivas, e as novas concepções sobre a aquisição da língua materna chegaram ao Brasil em meados da década de setenta e contribuíram para fazer frente à pedagogia tecnicista. A dimensão tradicional do ensino da língua cedeu espaço a novos paradigmas, envolvendo questões de uso, contextuais, valorizando o texto como unidade fundamental de análise. No Brasil, essas 235 idéias tomaram corpo, efetivamente, a partir dos anos 80, com as contribuições teóricas dos pensadores que integraram o Círculo de Backtin onde a língua configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Neste mesmo período, os estudos lingüísticos mobilizaram os professores para a discussão e o repensar sobre o ensino da língua materna e para a reflexão sobre o trabalho realizado nas salas de aula. A Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental visa uma prática pedagógica que considere o processo dinâmico e histórico dos agentes na interação verbal, tanto na constituição social da linguagem quanto dos sujeitos que por meio dela interagem. Nesta perspectiva as práticas adotadas levam o aluno a compreender e produzir textos não apenas orais e escritos, mas colocar-se em relação as diversas modalidades de linguagem para delas tirai sentido. O ponto principal do ensino da língua materna vai se constituir no trabalho com o texto, visando o desenvolvimento das habilidades em relação a oralidade, leitura, escrita e análise lingüística do educando, ampliando sua competência textual adequada às diferentes interlocuções que ocorrem no cotidiano, assim como entender os diversos textos que circulam no dia-a-dia. Vale lembrar que nessa proposta de ensino da Língua Portuguesa, a análise lingüística será feita na perspectiva do uso da funcionalidade dos elementos gramaticais, optando-se por ensinar a ler e interpretar. Também empregar a língua oral em diferentes situações, sabendo adequá-la a cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos. Produzir textos objetivando a compreensão dos fatos lingüísticos e não propriamente a nomenclatura e classificação de tais elementos. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA 236 Objetiva-se para a disciplina de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: • Desenvolver durante o ensino fundamental habilidades de uso da língua escrita em situações discursivas e realizadas por meio de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros, suportes textuais e o contexto de produção e leitura para promover no aluno melhor compreensão da realidade e o seu papel como participante da sociedade. • Aprimorar, pelo contato com textos literários, a capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da leitura, a constituição do espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com as práticas da oralidade, da leitura e da escrita e por essa habilidade levar o aluno a valorizar e conhecer a cultura afro-brasileira como colaboradora da cultura nacional. • Aplicar as tecnologias da comunicação em contextos relevantes para aluno com os recursos tecnológicos que a escola dispõe, possibilitando o acesso ao conhecimento do mundo globalizado. • Criar situações em que os alunos tenham oportunidade de refletir e analisar os textos que lêem, escrevem, falam, ouvem, e também sobre os múltiplos códigos que permeiam seu cotidiano, intuindo de forma contextualizada, as características de cada gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua organização para integrar, entender e aplicar as diversas práticas de linguagens nas várias situações de uso. • Desenvolver uma conscientização metalingüística que seja útil na avaliação crítica não só da fala e da escrita do próprio sujeito, como das competências lingüísticas, pragmática, temática, textual e da 237 inter e multidisciplinariedade, permitindo e estabelecendo relações entre conteúdos essenciais e secundários. 238 239 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR CONTEÚDO ESTRUTURANTE: “DISCURSO” CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - Prática da Leitura; Variedades lingüísticas; Prática de escritas; Análise do discurso; Intertextualidade; Diversidades culturais; O discurso: práticas sociais - Oralidade: Fala - Variante lingüística; - Aspecto argumentativo do discurso: Dissertação – texto argumentativo e expositivo - Diferentes construções da língua – discurso oral e escrito CONTEÚDOS COMPLEMENTARES - Cultura afro-brasileira Educação do Campo Meio ambiente Educação Fiscal Agenda 21 Saúde e cidadania Ética Folclore Copa do mundo - Leitura: - Leitura e interpretação de gêneros textuais: científicos, literários (linguagem figurada), intertextualidade, informativos (notícias), dissertativos (argumentação, estrutura, tema), publicitários, ficcionais. - Escrita: - Estruturação: produção e reestruturação de textos - Modalidades textuais: narração (elementos da narrativa), descrição e dissertação (estrutura, argumentação, coesão e coerência) - Produção: revisão, reestruturação 240 - Pontuação - Acentuação 241 FUNDAMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS O ensino da Língua Portuguesa e Literatura numa visão contemporânea, precisa estar comprometido, tanto na oralidade quanto na escrita, com o processo da enunciação e do discurso, e sua prática deve estar relacionada a situações reais de comunicação. As rápidas mudanças ocorridas no meio social e as inúmeras relações de poder presentes nas teorias discursivas que atravessam o campo social requerem do professor uma mudança de posicionamento no que se refere a sua própria ação pedagógica. Este precisa tomar como ponto de partida a prática social, já que é essa que orientará a ação pedagógica com a língua, privilegiando o contato real do estudante com a multiplicidade de textos que são produzidos e circulam socialmente. Considerando que todo texto é articulação de discursos e deve ser visto como lugar onde os participantes da interação dialógica se constróem e são construídos, refletir com e sobre a língua, só tem sentido se considerar como ponto de partida, a dimensão dialógica da linguagem presente em atividades que possibilitem aos alunos e professores experiências reais de uso da língua materna. Assumindo-se a linguagem como uma ação que permite ao sujeito se reconhecer como homem capaz de interagir e de trocar experiências e compreender a realidade em que está inserido e o seu papel como participante da sociedade pode-se entender que as práticas da linguagem enquanto fenômeno de interlocução viva, perpassam todas as áreas do agir humano, potencializando na escola, a perspectiva interdisciplinar e a diversificação da metodologia proporcionando a ampliação progressiva dos conhecimentos a todos os educandos principalmente aos com necessidades educacionais especiais. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO 242 A ação pedagógica referente à língua deve pautar-se na interlocução em atividades planejadas que possibilitem ao aluno não só a leitura e a expressão oral ou escrita, mas também refletir sobre o uso que faz da linguagem nos diferentes contextos e situações. O conteúdo estruturante da Língua Portuguesa é o discurso enquanto prática social, desdobrado em três práticas: leitura, escrita e oralidade. Essas práticas deverão ser desenvolvidas, observando sempre as diferenças individuais e escolares, proporcionando diferentes atividades de forma que todos possam participar das mesmas e assim estaremos promovendo a inclusão. - Prática da oralidade: Relatos de histórias vivenciadas pelos alunos – histórias de famílias, de comunidade, filmes, livros; Depoimentos de situações significativas, vivenciadas pelos alunos, mantendo a unidade temática; Analisar documentários de TV, entrevistas; Uso do discursos oral para emitir opiniões, dar recados, avisos, colher e dar informações, fazer e dar entrevistas. - Na prática da leitura: Ler todo e qualquer tipo de texto (literários, publicitários e científicos), em especial os temas relacionados com a Educação Ambiental, Educação Fiscal, Cultura Afro-brasileira e Africana, Educação do Campo e outros. Ler textos de jornais, revistas, livros, cartazes, propagandas, avisos e outros. Comentar obras lidas pelo professor ao aluno e vice-versa. Leitura coletiva de peças de teatro da história e dramatizações sobre textos lidos; Organização de clubes do livro para a realização de leitura; Momentos oportunos para os alunos exporem idéias, opiniões e experiências de leitura. 243 - Na prática da escrita: Revisão, reestruturação, reescrita de textos. Socialização de produção textual do aluno por meio de mural. Relatos de histórias ouvidas, bilhetes, cartas, cartazes, avisos, poemas, contos, crônicas, notícias, editoriais, cartas de leitor, entrevistas, relatórios, resumos de artigos e verbetes de enciclopédia, textos de divulgação científica. Contato dos alunos com diferentes tipos e gêneros textuais, facilitando a assimilação do aluno às regularidades que determinam o uso da norma padrão. - Na prática da análise lingüística: Conhecimento sobre o funcionamento da linguagem e sobre o sistema lingüístico relevantes, tendo como ponto de partida o texto. Adequação de determinados registros em diferentes situações de uso nas modalidades oral e escrita. Aplicação dos conhecimentos relativos a variação lingüística e diferenças entre oralidade e escrita. Utilização da língua oral e escrita reconhecendo os valores sociais e, consequentemente, o preconceito contra as formas populares em oposição às formas dos grupos socialmente favorecidos. Dessa forma, propomos atividades que forneçam as habilidades de falar, ouvir, ler, interpretar, produzir, analisar lingüisticamente a reflexão, contemplando os conteúdos estabelecidos por série e ano. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA 244 É imprescindível que a avaliação seja contínua e priorize a qualidade e o processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao logo do ano letivo. A lei 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN), dá destaque à chamada avaliação adequada ao dia-a-dia da sala de aula. A avaliação formativa é o melhor caminho para garantir a aprendizagem de todos os alunos, pois dá ênfase ao aprender. Considera que os alunos possuam ritmos e processos de aprendizagem diferentes, e por ser contínua e diagnóstica, aponta as dificuldades, possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo o tempo. A avaliação precisa se analisada sob novos parâmetros, precisa dar ao professor pistas concretas do caminho que o aluno está trilhando para se apropriar efetivamente das atividades verbais – a fala, a leitura e a escrita. A oralidade será avaliada considerando-se dos alunos a clareza que ele mostra ao expor suas idéias, a fluência de sua fala, o seu desembaraço, a argumentação que ele apresenta ao defender seus pontos de vista e, de modo especial, a sua capacidade de adequar o discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações. Quanto à leitura deve-se considerar atividades que lhes permitam avaliar as estratégias que eles empregam no decorrer da leitura, a compreensão do texto lido e o seu posicionamento diante do tema, bem como valorizar a reflexão que o aluno faz a partir do texto. Em relação à escrita, é preciso ver os textos dos alunos como uma fase do processo da produção, nunca como um ponto final. É preciso haver clareza na proposta de produção textual; os parâmetros em relação ao que se vai avaliar devem estar bem definidos para o professor e aluno. Como é no texto que a língua se manifesta em todos os seus aspectos, discursivos, textuais, ortográficos e gramaticais, os elementos lingüísticos utilizados nas produções dos alunos precisam ser avaliados em uma prática reflexiva e contextualizada, que possibilite a eles a compreensão desses elementos no interior do texto. Uma vez entendidos, os alunos podem utilizá-los em outras operações lingüísticas (de reestrutura do texto, inclusive). 245 É utilizando a língua oral e escrita em práticas sociais, sendo avaliados continuamente em termos desse uso, efetuando operações com a linguagem e refletindo sobre as diferentes possibilidades de uso da língua que os alunos, gradativamente chegam à almejada proficiência em leitura e escrita, ao letramento. A avaliação deve ser articulada através de objetivos específicos e conteúdos na escola respeitando as diferenças individuais e escolares, proporcionando várias formas de avaliação com o objetivo de oferecer diferentes oportunidades para que todos os alunos sintam-se incluídos e possam apresentar progresso e ter o seu esforço reconhecido e valorizado. Dessa forma, haverá um retorno do seu desempenho e gradualmente ele irá perceber que o “erro” faz parte da aprendizagem e não se sentirá diferenciado. Juntos, professor e aluno, à medida que forem avançando nas atividades e encontrando dificuldades, planejamento novos caminhos para que haja a superação das mesmas. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Os instrumentos de avaliação serão diversificados na Língua Portuguesa, como: - Debates; - Discussões; - Diálogos; - Relatos; - Pesquisas; - Seminários; - Produção oral e escrita; - Compreensão textual; - Trabalhos em grupos; - Exposição de trabalhos; - Leitura; - Maquetes; 246 - Teatro; - Painéis; - Cartazes. BIBLIOGRAFIA FARACO, Carlos Emílio. Linguagem Nova. São Paulo: Ática, 2006 Diretrizes Curriculares para a Língua Portuguesa – versão preliminar”. Curitiba, Julho de 2006 SACCONI, Luis Antônio. Nossa Gramática, teoria e prática. São Paulo: Atual, 1999 TELLES, Vinicius. Curso Prático de Redação e Gramática Aplicada. Curitiba: BNL, 1997 COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. MAMBORÊ – PARANÁ DISCIPLINA DE MATEMÁTICA 247 Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Matemática 2007 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA O ensino da Matemática percorreu vários caminhos e ao longo da história moldou-se para satisfazer as necessidades de cada época, de acordo com a necessidade humana. Os povos das antigas civilizações já desenvolviam conhecimentos matemáticos que se encontram incorporados na matemática de hoje. Em 2000 a.C. os babilônios tinham registros hoje considerados com álgebra elementar. Nos séculos VI e V a.C. a educação grega começou a valorizar o ensino da leitura e da escrita na formação dos filhos da nobreza. A matemática foi inserida um século depois no contexto educacional grego, quando se abordava uma matemática abstrata. 248 No século XVII d.C. aconteceu a sistematização das matemáticas estáticas, ou seja, se desenvolveram a aritmética, a geometria, a álgebra e a trigonometria. No século XVI, a matemática viria a ser introduzida como disciplina nos currículos da escola brasileira. No século V a.C. com os sofistas houve a popularização do ensino da matemática, era ensinada baseada nos conhecimentos de aritmética, geometria, música e astronomia. Entre os séculos VIII e IX o ensino passa por mudanças significativas com o surgimento das escolas e a organização dos sistemas de ensino. Após o século XV, com o avanço das navegações e atividades comerciais e industriais possibilitaram novas descobertas na matemática. O ensino foi influenciado pelas escolas voltadas para atividades práticas. No século XVI, a geometria analítica e a geometria projetiva, o cálculo diferencial e integral, a teoria das séries e a teoria das equações diferenciais, fizeram com que o conhecimento matemático alcançasse um novo período de sistematização. Ribnikov (1987) denominou esse período de matemática de grandezas variáveis. O século XVIII é demarcado pelas revoluções francesa e industrial. No Brasil, ministrava-se um ensino de matemática de caráter técnico com o objetivo de preparar os estudantes para as academias militares, influenciados pelos acontecimentos políticos que ocorriam na Europa. Fiorentini influenciaram o (1995), ensino da destacou matemática; as seguintes formalista tendências que clássica, formalista moderna, tecnicista, construtivista, sócio étnico cultura, histórico-crítica. Na década de 1980 e início de 1990, o Estado do Paraná fez um movimento no sentido de produzir um documento de referência curricular para sua rede pública de ensino fundamental. Nesta proposta aprender matemática é mais do que manejar fórmulas, saber fazer contas ou marcar x nas respostas: é interpretar, criar significados, construir seus próprios instrumentos para resolver problemas, estar preparado para perceber estes mesmos problemas, desenvolver o raciocínio lógico, a capacidade de conceber, projetar e transcender o imediatamente sensível. 249 A partir de 1998, o Ministério da Educação iniciou a distribuição dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). O texto do mesmo era baseado em competências e habilidades mas não contribuiu significativamente com o ensino da matemática. A partir de 2003, a SEED propõe a elaboração do documento de Diretrizes Curriculares num processo de discussão coletiva com os professores da Rede Pública Estadual que lecionam nos diferentes níveis e modalidades de ensino, resgatando importantes considerações a respeito de abordagens sobre o ensino e a aprendizagem de matemática na escola pública do Paraná. Desta forma, o ensino da matemática tratará da construção do conhecimento matemático, por meio de uma visão histórica em que os conceitos foram apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos, influenciando na formação do pensamento humano e na produção de sua existência por meio de idéias e das tecnologias. Portanto, a matemática é uma ciência que investiga por meio do raciocínio dedutivo as relações entre as entidades abstratas como as grandezas, formas e relações numéricas. A educação matemática enseja um ensino que aponte para concepções, que possibilitem aos estudantes realizar análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de idéias. Aprende-se matemática não somente por sua beleza ou pela consistência de suas teorias, mas também para que, a partir dela, o homem amplie seu conhecimento e, por conseguinte, contribua para o desenvolvimento da sociedade, tornando-o apto a criticar questões sociais, políticas, econômicas e históricas, para transformar a realidade e aplicar no seu cotidiano, resolvendo questões práticas, valorizando sempre o conhecimento científico e o contexto interno da disciplina. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA • Transpor para a prática docente, o objeto matemático construído historicamente para possibilitar ao estudante ser um conhecedor e 250 utilizar conceitos aplicáveis ao seu cotidiano e a analisar criticamente a realidade. • Despertar no aluno a visão de que a matemática é um bem cultural construído nas relações do homem com o mundo em que vive, relacionando linguagens gráficas, informações, para compreender e transformar a realidade social. • Estabelecer conexões entre os eixos da matemática ampliando a oportunidade de compreensão e utilização de conceitos, que possibilitem o raciocínio lógico coerente e crítico do educando para que este passe a ser paz de realizar atividades contextualizadas através da exploração do conhecimento cientificamente elaborado. • Ensinar a matemática como uma atividade humana que se encontra em construção, numa visão histórica, de forma a que o aluno se aproprie dos conceitos matemáticos e que construa por seu intermédio valores, atitudes de natureza diversa, visando a formação integral do cidadão. 251 CONTEÚDOS ORGANIZAÇÃO CURRICULAR CONTEÚDOS ESPECÍFICOS ESTRUTURANTES Números, Operações e Álgebra - - - - - - - - - Sistema de numeração decimal e não-decimal; Números naturais e suas representações; Conjuntos numéricos (naturais, racionais, inteiros, reais, irracionais); As seis operações e suas inversas (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação); Adição, subtração, multiplicação e divisão de frações por meio de equivalência; Expressões numéricas. Juros e porcentagens nos seus diferentes processos de cálculo (razão, proporção, frações e decimais); As noções de variável e incógnita e a possibilidade de cálculo a partir da substituição de letras por valores numéricos; Grandezas diretamente e inversamente proporcionais; Equações, inequações e sistemas de equações de 1º grau e 2º grau; Transformação de números fracionais (na forma de razão/quociente) em números decimais; Noções de proporcionalidade: fração, razão, proporção, semelhança e diferença; Equação e sistema de equações de 1º grau; Polinômios e os casos notáveis; CONTEÚDOS COMPLEMENTARES - História da matemática; - A noção de número; - A origem da palavra algarismo; - A necessidade de contar; - O homem vive cercado por números; - Consumo doméstico. - Economia e consumo - Números - Área - Polígonos - Referencial cartesiano - Os números reais - Equações 252 FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS Discussões entre educadores matemáticos surgiram devido a necessidade de se compreender como acontecia o ensino da matemática, ou seja, a postura que possibilitasse aos educandos realizar análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de déias. A partir desse momento a educação matemática configurou-se como campo de estudos de modo que os professores encontraram fundamentação teórica e metodológica para direcionar sua prática docente. A educação matemática tem como finalidade que o estudante compreenda e se aproprie da própria matemática concebida como um conjunto de resultados, métodos, procedimentos, algoritmos, fazendo com que o estudante construa, por intermédio do conhecimento matemático, valores e atitudes de natureza diversa, visando a formação integral do ser humano e, particularmente, do cidadão. Oferecendo condições para apropriação dos aspectos que vão além daqueles observados pela aparência da realidade e interprete fenômenos ligados à matemática. Desta forma, o ensino da matemática tratará a construção do conhecimento matemático, por meio de uma visão histórica em que os conceitos foram apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos, influenciando na 253 formação do pensamento humano e na produção de sua existência por meio das idéias e das tecnologias. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Ao ensinarmos a matemática estamos vinculando as reflexões realizadas por educadores matemáticos, para o exercício da prática docente nas tendências temáticas e metodológicas da educação matemática. O educador deverá fazer uso de recursos tecnológicos, jogos, atividades práticas, pesquisas, entrevistas, gráficos (coleta de dados), leitura de textos, envolvendo situações problemas reais, voltadas para a realidade social da comunidade, proporcionando o inter-relacionamento e articulações entre os conceitos de cada conteúdo específico, evitando assim a fragmentação dos mesmos, usando práticas contextualizadas. Ao se trabalhar os eixos que contemplam a matemática deve-se dar ênfase ao trabalho individual, levando em consideração os valores étnicosculturais, morais e humanos, reconhecendo e respeitando as raízes do indivíduo e sua cultura. E, na medida do possível, trabalhando a Educação Ambiental, Cultural Afro-brasileira, Educação do Campo e Fiscal. Devido a flexibilização curricular é possível proporcionar atividades diversificadas para todos os alunos, respeitando a individualidade e observando as dificuldades específicas, suas limitações, ritmos, estilos de aprendizagem. Cabe então ao professor interagir no desenvolvimento cognitivo, contribuindo para a formação de consciência crítica dos alunos com perspectivas de possibilitar a transformação social. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA 254 A avaliação deve ser diagnóstica e contínua tendo por objetivo auxiliar o educando no seu desenvolvimento pessoal, através do processo de ensinoaprendizagem, devendo responder à sociedade pela qualidade do trabalho educativo realizado. Deverá possibilitar ao educando a integração e apropriação dos conteúdos (conhecimento). Além disso, uma prática avaliativa em Educação Matemática, precisase de encaminhamento metodológico que perpassem uma aula, que abram espaço à interpretação e à discussão, dando significado ao conteúdo trabalhado e a compreensão por parte do aluno. E para que isso aconteça, é fundamental o diálogo entre professores e alunos, na tomada de decisões, nas questões relativas aos critérios utilizados para se avaliar, na função da avaliação e nas constantes retomadas avaliativas, pois o aluno refletirá sobre suas dificuldades e através da mediação do professor aproprie-se de conhecimentos necessários à sua formação. A avaliação deve ser proposta de forma a incluir os alunos com necessidades especiais de educação a partir da flexibilização curricular que facilitará a integração dos mesmos. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Cabe ao professor considerar no contexto das práticas de avaliação encaminhamentos diversos como a observação, a intervenção a revisão de noções e subjetividades, isto é, buscar diversos métodos avaliativos como: exercícios, trabalhos, avaliações escritas, atividades práticas (valorizando o raciocínio lógico), participação oral, demonstrações, registros e socialização, bem como, o uso de materiais manipuláveis computador, calculadora, vídeo, DVD, Data Show e outros. 255 BIBLIOGRAFIA BIGODE, Antônio José Lopes. Matemática hoje é feita assim. São Paulo: FTD, 2000. BONGIOVANNI, Vicenzo, LAUREANO, José Luiz Tavares, LATTE, Olímpio Reudinin Vissoto. Matemática e Vida. São Paulo: Ática, 1991. CARAÇA, Bento de Jesus. Conceitos Fundamentais da Matemática. Editora Gradiva. DANTE, Luiz Roberto. Didática da Resolução de Problemas Matemática. Editora Ática. DCE – Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental GIOVANNI, José Ruy, CASTRUCCI, Benedito, GIOVANNI Jr. José Ruy. A conquista da Matemática. São Paulo: Editora FTD, 2002. LUCKESI, Cipriano C. Verificação de avaliação, o que pratica na escola? In: Avaliação de aprendizagem escolar, estudos e proposição. 15 ed. São Paulo: Cortez, 2003, pág. 85 a 101. COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO MAMBORÊ – PARANÁ 256 DISCIPLINA DE LÍNGUA INGLESA Proposta Pedagógica Curricular da disciplina de Língua Inglesa 2007 APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA Desde que a Língua Inglesa foi incorporada como uma das línguas a serem ensinadas na escola, seu status vem se alterando progressivamente, pois a mesma desempenha diferentes papéis de acordo com os momentos históricos. Se antes a víamos com a língua do imperialismo (britânico ou americano), hoje a tendência é desatrela-la de nações e considera-la como a língua franca do planeta. Isto significa que ela exerce o papel de mediadora das relações entre 257 pessoas de diferentes línguas maternas, constituindo um espaço de comunicação intercultural. Através do tempo pretendeu-se problematizar as questões que envolvem o ensino da Língua Inglesa, de modo a desnaturalizar os aspectos que têm marcado seu ensino, sejam eles políticos, econômicos, sociais, culturais e educacionais. Algumas lingüísticas têm desenvolvido estudos e pesquisas acerca de novos referenciais teóricos que atendam as demandas da sociedade brasileira e que contribuam para conscientização crítica da linguagem na Língua Inglesa e do papel que ela exerce na sociedade, de forma significativa para a redução das desigualdades sociais, por meio do desafio da relação do poder dominante e das ideologias que a apóiam. O ensino da Língua Inglesa no Brasil e a estrutura do currículo escolar sofrem constantes interferências da organização social no decorrer da história. As formas de ensinar e o currículo são cotidianamente instigados a atender às expectativas e a garantir às novas gerações a aprendizagem dos conhecimentos historicamente produzidos. É através da dimensão histórica da Língua Inglesa, que podemos atender às demandas da atualidade. O ensino da mesma está profundamente marcado por questões político-econômicas e ideológicas, que resultam muitas vezes do imperialismo da Língua Inglesa. Tais questões marginalizam razões históricas e/ou étnicas que podem ser valorizadas, levando-se em conta a história da comunidade atendida por ela. Destaca-se ainda, que o comprometimento com o plurilingüismo como política educacional é uma das possibilidades de valorização e respeito à diversidade cultural. Portanto a abordagem deve valorizar a escola como espaço social, responsável pela apropriação crítica e histórica do conhecimento, enquanto instrumento de compreensão da realidade social e de atuação crítica e democrática para a transformação da realidade. A Língua Inglesa apresenta-se como um espaço para ampliar o contato com outras formas de conhecer, com outros procedimentos interpretativos da constante transformação. Não se limita a uma visão sistêmica e estrutural do código lingüístico, é heterogênea e ideológica. A mesma organiza e determina 258 as possibilidades de percepção do mundo e estabelece entendimentos possíveis. Apresenta-se como espaço de construção de sentidos indissociáveis dos contextos em que ela adquire sua maternidade, inseparável das comunidades interpretativas que a constroem e são construídas por ela. A mesma, deixa de lado suas supostas neutralidades e transparência para adquirir uma carga ideológica intensa e passa a ser vista como um fenômeno carregado de significados culturalmente marcados. Através dela percebe-se as diferentes ideologias, condições sociais e hierarquias da vida social, possibilitando o confronto de valores. Sendo propiciadora da construção das identidades dos sujeitos ao oportunizar o desenvolvimento da consciência sobre o papel exercido pela Língua Estrangeira na sociedade brasileira e no panorama internacional, favorecendo ligações entre a comunidade local e planetária. Portanto os significados são sociais e historicamente construídos e passíveis de transformação na prática social. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA • Propiciar ao aluno a possibilidade de atingir um nível de competência lingüística capaz de permitir-lhe acesso a informações, desenvolvendo uma consciência crítica a respeito do papel das línguas na sociedade, bem como contribuindo para sua formação enquanto cidadão. • Contribuir para a construção das sociedades dos alunos – sujeitos, como agentes críticos e transformadores, possibilitando ver o mundo e avaliar os paradigmas já existentes e as novas maneiras de construir sentidos. 259 • Reconhecer a diversidade cultural e lingüística através do estudo da língua inglesa destacando seus benefícios para o desenvolvimento cultural do educando e consequentemente do país. • Levar os educandos a serem capazes de usar a lingua inglesa em situações de comunicação oral e escrita, inserindo-os na sociedade como participantes ativos, capazes de se relacionar com outras comunidades e outros conhecimentos. • Comparar os procedimentos de construção de significados na língua materna e na língua inglesa, alargando horizontes e expandindo suas capacidades interpretativas e cognitivas. • Possibilitar ao educando, através de uma prática docente articuladora, estabelecer relações entre teoria e prática de forma a motivá-los a participar de ações individuais e coletivas que promovam a comunicação entre os sujeitos compreendendo melhor o mundo. • Promover uma educação sem complexos, enriquecida de um senso antropológico, contribuindo para criação de uma sociedade em que todos tenham direitos e possam gozar das mesmas oportunidades. 260 CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DISCURSO – PRÁTICA SOCIAL: LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS COMPLEMENTARES Conhecimentos Lingüísticos - Vocabulário Fonética Regras gramaticais Conhecimentos Discursivos - Textos informativos Música Diálogos Bilhetes Estruturas utilizadas em informações e questionamentos Conhecimentos Culturais - - Harmonia Policromática - Frutas e animais da região - Etnias - Folclore - Paisagem - Esportes - Agenda 21 – Escolar (Meio Ambiente) - Educação do Campo - Inclusão - Educação Fiscal - História e Cultura Afro-brasileira e Africana - Datas comemorativas - Copa do mundo - Olimpíadas - Hábitos alimentares Abordagem de aspectos das diferentes culturais Costumes Estrutura familiar Valores: - solidariedade, ética, amizade Questões ambientais Conhecimentos sócio-pragmáticos - Valores ideológicos presentes em textos diversos Variações lingüísticas dos elementos sociais envolvidos no contexto 261 2. FUNDAMENTOS TEÓRICO – METODOLÓGICOS Diante do papel das línguas nas sociedades como possibilidades de conhecer, expressar a transformar modos de entender o mundo e de construir significados, o trabalho com a Língua Inglesa em sala de aula precisa partir do entendimento do papel das línguas na sociedade como mais que meros instrumentos de acesso à informação. A ênfase maior estará na produção de significados, incentivando o educando a pensar e interagir na língua alvo, de modo que ele aprenda e sistematize conscientemente os aspectos escolhidos na nova língua. Para tanto é necessário o uso adequado de conteúdos estruturantes, apresentando ao educando uma variedade de textos que o estimule entrar no “mundo” da língua estrangeira e interagir com “ele”. Os textos de diferentes tipologias devem abranger temas referentes a questões sociais emergentes (Educação Ambiental, Cultura Afro – brasileira e Africana, Educação do Campo e Inclusão) e assuntos relevantes presentes na mídia nacional e internacional ou no mundo editorial. Com essa diversidade textual teremos um espaço para o conhecimento de temáticas fundamentais para o desenvolvimento intelectual, bem como o entendimento dos princípios geradores de unidades e de desenvolvimento das práticas lingüísticas – discursivas. 3. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO O trabalho com a Língua Inglesa, fundamenta-se numa diversidade de tipos textuais, buscando a compreensão dos diversos usos da linguagem. Com esta diversidade textual propõe-se: - discussão oral; - compreensão escrita; - produção de textos orais, escritos e/ou visuais a partir destes; 262 - compreensão do conteúdo, levando-o a construção de sentidos, relacionando a informação nova ao conhecimento adquirido; - pesquisa de novas palavras, para perceberem os possíveis sentidos apresentados para tais; - seleção de itens gramaticais que indiquem a estruturação da língua; - observação de aspectos culturais; - análise da estrutura fonética, sintática e morfológica da Língua Inglesa com a língua materna; - exploração de pressupostos, formulando hipóteses e estabelecendo situações que possam subsidiá-lo a posicionarse em relação aos sentidos dos textos e desenvolver os seus próprios. Os conteúdos serão desenvolvidos através de pesquisa, leitura, trabalho em grupo, produções individuais e coletivas, debates, exposições de trabalhos, interpretação textual, compreensão auditiva, bem como várias tarefas diversificadas de forma multidisciplinar onde o educando terá a oportunidade de participar ativamente e conseqüentemente ocorrerá a efetivação do conhecimento. Serão utilizados alguns recursos pedagógicos tais como: livros didáticos, jogos, dicionários, livros paradidáticos, vídeos, DVDs, fitas de áudio, CDs, revistas, jornais, registros dos alunos e outros materiais disponíveis, bem como recursos visuais para que os educandos portadores de necessidades especiais possam ter acesso ao conhecimento. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO A avaliação é parte integrante e intrínseca ao processo educacional. Sua função é alimentar, sustentar e orientar a ação pedagógica e não apenas constar um certo nível do aluno. Está implícito também que não se avalia só os conteúdos conceituais, mas também os procedimentos e os atitudinais. É, portanto, um meio de se compreender o que alcança e por quê, dando retorno ao professor sobre como melhorar o ensino, possibilitando 263 correções no percurso, e retorno ao aluno sobre seu próprio desenvolvimento. Portanto, a avaliação deve ser diagnóstica, somativa e formativa, fazendo da observação instrumento principal e nela diretamente envolvendo o aluno, levando mais em conta as interações sociais do que a correção, oferecendo uma interpretação qualitativa do conhecimento. Deve ser feita sempre de forma contextualizada, considerando sua relevância na construção do aluno como ser discursivo na Língua Inglesa, havendo sempre coerência entre o ensino e a avaliação, partes inseparáveis do mesmo processo. A mesma avaliação deve ser articulada com os objetivos específicos e conteúdos definidos na escola, respeitando as diferenças individuais e escolares, havendo a diversidade nos formatos de avaliação, de modo a oferecer diferentes oportunidades para que o aluno demonstre seu progresso e tenha seu esforço reconhecido por meio de ações tais como: o fornecimento de um retorno sobre seu desempenho e o entendimento do “erro” como parte integrante da aprendizagem. Dessa forma tanto o professor quanto os alunos poderão acompanhar o percurso desenvolvido até então e identificar dificuldades, bem como planejar e propor outros encaminhamentos que visem a superação das dificuldades constatadas. INTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO - Debates; - Produção oral, escrita; - Interpretação textual; - Pesquisas; - Trabalhos em grupos; - Exposição de trabalhos; - Compreensão auditiva; - Leitura. 264 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira para o Ensino Fundamental. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Versão preliminar. Julho, 2006. FILHO, José Carlos P. de Almeida. O Professor de Língua Estrangeira em Formação. Pontes, 2.ª ed., 2005. LEFFA, V. O ensino de línguas estrangeiras no contexto nacional. Contextual, APLIES, Nº 4, p. 13-24, 1999. PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira. Ensino de Língua Inglesa – Reflexões e Experiências, 3.ª ed. Pontes, 2005. PARANÁ, Currículo Básico da Escola Pública do Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino de Primeiro Grau – Curitiba, 1990. Lei nº 10.639/03 “História e Cultura Afro-brasileira e Africana 265 Governo do Estado Secretaria de Estado da Educação Departamento de Ensino Médio Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – E.F.M. Mamborê – Paraná Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Arte – Ensino Médio 1. APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA As diferentes formas de pensar o ensino da Arte são conseqüências do momento histórico no qual se desenvolveram, com suas relações socioculturais, econômicas e políticas. Observamos esta forte influência no desenvolvimento histórico de nosso país, no período colonial, incluindo hoje o Estado do Paraná, percebe-se esta forte influência jesuítica na manifestação cultural popular paranaense. Da mesma forma o conceito de arte implícito ao ensino é também influenciado por essas relações. Com a chegada da industrialização o ensino da arte na escola passa a ser ensinado no senso de repetição da forma a partir de um modelo préestabelecido. Ainda hoje, essa idéia da arte como representação está muito presente nas escolas, que enfatiza o fazer técnico e científico de conteúdos 266 reprodutivistas, com uso de modelos e cópias, limitando o aluno na sua capacidade criadora. Portanto compreender o papel da arte não é concebê-la como uma definição, mas sim como uma referência para o pensar a arte e o seu ensino, que gera conhecimento articulando saberes cognitivos, sensíveis e sóciohistóricos. Para tanto, é necessário que no processo de ensino a aprendizagem, o ensino de arte, tenha como pretensão possibilitar aos alunos atividades para que eles possam criar formas singulares de pensamento, aprender e expandir suas potencialidades criativas, tendo acesso a diversas formas de Arte, tanto por meio de obras consagradas como manifestações artísticas do cotidiano, percebendo essa infinidade de opções ao se fazer Arte como reflexo da cultura na qual está inserida, compreendendo os códigos e habilidades específicas de cada linguagem e exercitando seu fazer artístico, o aluno terá condições de interferir na sua realidade, exercer sua cidadania, exercitar sua imaginação e manifestar-se de forma autônoma e criadora no mundo em que vive. 2. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA • Assegurar ao aluno o desenvolvimento da imaginação e autonomia na realização do mesmo acontece a partir das atividades de expressão artística tentando procurar um desenvolvimento frente a uma sociedade construída historicamente transformações e levá-lo assim e em constante a ser agente de mudança e de criação cultural, posicionando-se de maneira crítica e construtiva; • Possibilitar ao aluno por meio de materiais, instrumentos e procedimentos artísticos diversos em Arte: Artes Visuais, Dança, Música, Teatro, de modo que estes utilizem nos trabalhos pessoais, contextualizando-os culturalmente estabelecendo finalidade de promover a formação artística do aprendiz e sua participação ativa na sociedade; 267 • Esclarecer que há intencionalidades explícitas e implícitas na produção artísticas, e que o aluno ao apropriar-se dos elementos básicos ou formais da cultura em suas diversas produções e manifestações artísticas torna-se capaz de refletir, de interpretar e de se posicionar diante do objeto do estudo. • Proporcionar ao aluno uma compreensão da arte na sua totalidade, numa perspectiva de abranger o conhecimento em arte produzido pela humanidade; • Possibilitar aos alunos acesso às obras artísticas de música, teatro, dança e artes visuais, para que possam familiarizar-se com as diversas formas de produção da arte; • Levar o educando a refletir sobre as diferentes formas do pensar sobre a arte, contemplando os conteúdos estruturantes: os elementos formais; composição; os movimentos e períodos, e o conteúdo tempo e espaço é um elemento articulador entre os mesmos, devendo ser trabalhados simultaneamente e articulados entre si, compreendendo que estes são conseqüência do momento histórico no qual se desenvolveu, com suas relações socioculturais, econômicas e políticas. 268 3.CONTEÚDOS Á CONTEÚDOS ESTRUTURANTES R E ELEMENTOS FORMAIS – COMPOSIÇÃO – MOVIMENTOS E PERÍODOS A ESPAÇO E TEMPO S CONTEÚDOS ESPECÍFICOS CONTEÚDO COMPLEMENTAR 269 ArtesVi s u Música T e at r o - D a n ç Ponto Linha Superfície Textura Volume Luz Cor Altura Duração Timbre Intensidade Densidade Personagem: Expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço cênico - Movimento corporal Tempo Espaço - Fugurativa Arte pré-histórica Abstrata - Arte no Egito Antigo Figura/fundo Bidimensional/tri- Arte Greco-Romana dimensional - Arte préSemelhanças colombiana Contrastes Arte nas Américas Ritmo visual - Arte Oriental Gêneros - Arte Africana Técnicas - Arte Medieval Ritmo - Renascimento Melodia - Barroco Harmonia - Neoclassicismo Intervalo melódico - Romantismo Intervalo harmônico - Realismo Tonal - - Impressionismo Modal - Expressionismo Gêneros - Fauvismo Técnicas - Cubismo Improvisação - Abstracionismo Representação Sonoplastia/ilu-minação/ - Dadaísmo cenografia/figurino/carac - Surrealismo terização/maquiagem/ad - Pop-art - Teatro pobre/ ereços oprimido Jogos teatrais - Música Eletrônica Roteiro - Rap, Funk, Tecno Enredo - Música minimalista Gêneros - Hip Hop Técnicas - Dança Moderna Ponto de apoio - Vanguardas Salto e queda - Artísticas Rotação - Arte brasileira /Pr Formação - Indústria Cultural - Cultura Afro-Brasileira 270 4. METODOLOGIA Numa perspectiva dialógica, o processo de ensino e de aprendizagem dos conhecimentos específicos da área se dá por meio da experienciação estética, que irá mobilizar no sujeito, uma percepção da arte em suas múltiplas dimensões cognitivas de modo a permitir a apreensão plena da realidade. A articulação dos conhecimentos estéticos, artísticos e contextualizado, possibilita a apreensão dos conteúdos e das possíveis relações entre seus elementos constitutivos, sendo que estes devem ser analisados a partir da história usando a superação das desigualdades e injustiças. A prática pedagógica deverá contemplar as artes visuais, a dança, a música e o teatro adotando como referências as relações estabelecidas entre a arte e a sociedade, pois, ao considerar a arte como fruto da percepção, da necessidade de expressão e da manifestação da capacidade criadora humana, ela converte-se numa síntese superior do trabalho dos sujeitos, na medida em que a arte é um dos modos pelos quais o homem supera no seu fazer, os limites da utilidade material imediata, que ultrapassam os condicionamentos da sobrevivência física e torna-se parte fundamental do processo da humanização. Dessa forma o aluno deverá ter acesso ao conhecimento presente nas diferentes formas de relação da arte com a sociedade, de acordo com a proximidade da mesma com o seu universo. Portanto, deve-se dar um enfoque nas relações de arte e sociedade com ênfase na arte e ideologia, arte e o seu conhecimento e arte e trabalho criador, tendo como referência o fato de serem os três principais concepções no campo das teorias críticas de arte, sendo importante explicitar como o ser humano transformou o mundo e a sí próprio pelo trabalho, constituindo desta forma a arte, a linguagem e a cultura. Portanto, precisa-se estar atentos para o método a ser aplicado: para quem, como, por que e o quê. 271 O trabalho em sala de aula deve-se pautar pela relação que o ser humano tem com a arte: sua relação é de produzir trabalho artístico ou de sentir e perceber arte, desenvolver um as obras artísticas. No espaço escolar o objeto de trabalho é o conhecimento , desta forma contemplar na metodologia do ensino de arte, seja, uma ligação entre o perceber, que estas três dimensões, ou trabalho artístico, que é o fazer, são as forma de leitura devemos e o sentir e o conhecimento, que funciona e condiciona o aluno a sentir / perceber superando o senso comum do conhecimento empírico. Sentir e perceber possibilita aos alunos o acesso ás obras artísticas para que haja uma intimidade com as diversas formas de produção da arte. Envolve também a leitura dos objetos da natureza e da cultura das obras artísticas em uma dimensão estética, transcendendo para além disto, como, por exemplo, sua ligação ao meio ambiente e ao campo. 4.1 SENTIR E PERCEBER A leitura das obras artísticas se dá inicialmente pelos sentidos, a percepção e fruição serão superficiais ou mais aprofundadas , desacordo com a experiências e conhecimentos estéticos que o aluno tiver em sua vida. Nossa função, portanto é o de possibilitar o acesso e medir esta leitura com o conhecimento sobre arte, para que o aluno possa interpretar as obras de arte e a realidade transcendendo as aparências , apreendendo através da arte parte da totalidade da realidade humano social. A livre apreciação dos objetos se dá pela humanização mediada pelo conhecimento estético sistematizado. 4.2 CONHECIMENTO EM ARTE Neste momento a racionalidade opera para aprender o conhecimento historicamente produzido sobre arte. Sendo a arte um campo de 272 conhecimento humano, que tem como base um saber, tem, portanto uma origem, cada conteúdo tem sua história, que deve ser conhecida para melhorar a compreensão por parte do aluno. Só o tempo mudará esses conhecimentos em função dos modos de produção social, o que implica para o aluno que conhecer como se organiza as várias maneiras de produzir arte, é conhecer também como a sociedade estruturar-se historicamente. 4.3 TRABALHO ARTÍSTICO É a livre expressão do aluno onde ele usa a sua imaginação com criação própria. Em arte é de fundamental importância estabelecer uma relação entre esses três eixos metodológicos planejando as aulas usando os recursos disponíveis para cada um desses momentos. Já um trabalho com teatro desenvolvido na escola poderá iniciar com exercícios de personagem (expressão vocal gestual, corporal e facial), jogos teatrais, aquecimento e relaxamento, transposição de texto literário para texto dramático, pequenas encenações construídas pelos alunos e outros exercícios cênicos. Este trabalho é iniciado pelo trabalho artístico, entretanto não isoladamente, retomar em todos os momentos o conhecimento estético é fundamental e faz com que o aluno se introduza nesse trabalho sem perceber construindo junto com o professor. A televisão e o cinema são meios indispensáveis como formas de expressão dos personagens, (cenografia e sonoplastia). Com isso tudo dentro das possibilidades pelo menos uma vez por ano, somando-se a esses conhecimentos já adquiridos assistir a uma peça teatral o enriquecerá imensamente. Antes, porém solicitar um trabalho de análise da peça analisando a descrição do contexto, nome da peça, autor, direção, local, atores, período histórico da apresentação: análise estrutural e organização da peça, tipo de cenário e cenografia, expressões utilizadas com mais 273 entusiasmo; análise da peça sobre o ponto de vista do próprio aluno. Assim percebemos os três eixos presentes nesse trabalho. Para iniciar o trabalho de artes plásticas, o professor poderá pedir um trabalho de desenho de linhas para juntos observarem a expressividade, o peso, o movimento que cada linha ocupa nesse espaço (conhecimento). Após esse trabalho desenvolver as etapas de composição com os alunos para sentir efeito e movimento nesses trabalhos. 5.CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO A avaliação na disciplina de Arte proposta nesta diretriz curricular é diagnóstica e processual, diagnóstica por ser a para o planejamento das aulas referência do professor e de avaliação dos alunos, processual por pertencer a todos os momentos da prática pedagógica. O planejamento deve ser constantemente redirecionado, utilizando a avaliação do professor , da classe sobre o desenvolvimento das aulas também a auto-avaliação dos alunos. O importante neste processo termos em vista que os alunos do ensino médio tem um capital cultural, que é o conhecimento que cada aluno diferentemente apreende em outros espaços sociais, família, grupos, associações, religião e outros, e um percurso escolar também distinto entre os mesmos, pois pela amplitude do conhecimento artístico (música, artes, visuais, teatro e dança) e as condições humanas e materiais na escola inviabiliza uma certa unidade na aprendizagem de arte em todas as escolas públicas. Neste sentido é fundamental que nos primeiros dias de aula seja realizado um levantamento das formas artísticas que os alunos á tem algum conhecimento e habilidade, como tocar um instrumento musical , dançar, desenhar ou representar . Também durante o ano letivo poderemos observar tendências e habilidades dos alunos para uma ou mais dimensões da arte. Estes diagnósticos são a base para o planejamento das aulas, pois mesmo que já estejam definidos os conteúdos que serão trabalhados, a forma 274 e a profundidade de sua abordagem possuem. Essa é outra dimensão da do conhecimento que os alunos avaliação, a zona de desenvolvimento proximal, conceito desenvolvido por Lev S.Vigotsky e tratada no livro de Cipriano Luckesi (que compõe a Biblioteca do Professor). À distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através de resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro colega é denominado de zona de desenvolvimento proximal. Portanto o conhecimento que o aluno possui deve ser socializado entre os colegas de sala e ao mesmo tempo é a referência para o professor propor abordagens diferenciadas. Por exemplo, o conteúdo a ser trabalhado com o aluno que possui um conhecimento, técnica ou habilidade deve servir para que ele possa ampliá-lo e principalmente sistematiza-lo, já o aluno que não conhece esse conteúdo deve ser iniciado na sua aprendizagem, respeitando suas diferenças. Para possibilitar essa avaliação individual e coletiva, é preciso utilizar vários instrumentos como o diagnóstico inicial, durante o percurso e final do aluno e do grupo, trabalhos artísticos, pesquisas, provas teóricas e práticas, entre outras, e com isso tudo verificar o crescimento individual de cada um, respeitando a diversidade e o tempo de cada aluno. 6. REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1987. AZEVEDO, F. de.A cultura brasileira. 5ª. Edição, revista e ampliada.São Paulo: Melhoramentos, editora da USP, 1971. BENJAMIN, T. Walter. Magia e técnica, arte e política. Obras escolhidasVol. 1. São Paulo: Brasiliense, 1985. BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: 1991. BRASIL Leis, decretos, etc. Lei n.5692/71: Lei De Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB, Brasília, 1971. 275 BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n. 9394/96: Lei de Diretrizes e Bases Da Educação Nacional, LDB. Brasília, 1996. BRUGGER, Walter. Dicionário de filosofia. São Paulo: Parma, 1987. CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003. Diretrizes Curriculares de Arte para o Ensino Médio. SEED/Julho.2006; FORQUIM, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases epistemológicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1993. FISCHER, Emest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Zagar, 1979. GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Paulo: M> Fontes, 1986. HARVEY, David. Condição pós-moderna.São Paulo: Loyola, 1989. HORKHEIMER, M.; ADORNO. T. W.; HABERMAS, J. Textos Escolhidos. Coleção Os Pensadores. São Paulo Abril Cultural, 1975. KOSIK, Karel . Dialética do concreto. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000. LOWENFELD, V; BRITTAIN, L. W. Desenvolvimento da capacidade Criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1977. MARCUSE, Herbert. Eros e civilização. Rio de Janeiro, Zahar, 1968. MARTIN-BARBERO,Jesus: REY, Germán. Os exercícios do ver: hegemonia audiovisual e ficção televis0iva. São Paulo: Editora Senac , 2001. OSINSKI, Dulce Regina influência estrangeira Baggio. Ensino na da arte: os pioneiros e a arte-educação em Ctba. Curitiba: 1998. OSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de Criação. Petrópolis: Vozes, 1987. ------------------- Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983. PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética . São Paulo: Martins Fontes, 1984. PEIXOTO, Maria Inês Hamann. Arte e grande público: à distância extinta. Campinas: Autores Associados, 2003. (Coleção a ser polêmicas) do nosso tempo, 84). VÁSQUEZ, A. S. As idéias estéticas de Marx. 2. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. 276 VIGOTSKY, Lev Semenovitch. Psicologia da arte.São Paulo: M. Fontes. 1999. Governo do Estado Secretária de Estado da Educação Departamento de Ensino Médio Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – E.F.M. Mamborê – Paraná Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Biologia – Ensino Médio 277 1- APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA Desde que o homem começou a se interessar pelos fenômenos a sua volta e aprender com eles, a ciência se fez presente, mesmo não existindo nesta época a sistematização desse conhecimento. Ao longo da história da humanidade os conhecimentos biológicos em alguns de seus domínios dentro do contexto histórico e filosófico de cada época têm estado presente em nossa vida devido ao avanço e a abrangência dessa ciência. Hoje, é impossível tratar de Biologia sem estar em sintonia com as novas descobertas conhecimento científicas e tecnológicas humano. “ Isso significa transformação, cujo caráter provisório acrescentadas pensar em diariamente uma do conhecimento ciência garante ao em uma reavaliação dos seus resultados e possibilita um repensar e uma mudança constante de conceitos e teorias elaboradas em cada momento histórico e social” (SEED-2006). Neste sentido, o ensino de Biologia deve levar o educando à compreensão do mundo que o cerca, enfocando não somente fatos e princípios científicos, como também oferecer condições para que ele possa analisar esses fatos e posicionar-se em relação às implicações sociais, políticas, econômicas, ambientais e históricas. Reconhecendo também que o conhecimento científico é fruto da modificação humana, portanto, dinâmico, evolutivo, intencional e falível. Questões relativas à valorização da vida em sua diversidade, a ética na relação entre os seres humanos e o planeta, ao desenvolvimento tecnológico e a sua relação com a qualidade de vida, marcam fortemente nosso tempo, pondo em discussão valores envolvidos na produção e aplicação do conhecimento científico e tecnológico. Debater sobre esses fatos em sala de aula pode fazer do aluno um sujeito investigativo, interessado, que busca conhecer e compreender a realidade, permitindo ampliar o conhecimento sobre o mundo vivo e contribuir para que seja percebida a singularidade da vida humana relativamente aos demais seres vivos em função de sua incomparável capacidade de intervenção com meio, estabelecendo assim relações entre o mundo natural ( natureza), o mundo construído pelo homem (tecnologia) e seu cotidiano (sociedade). 278 É preciso, dentro do ensino de Biologia, que os estudantes sintam-se sujeitos integrados neste meio e que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e respeito mútuo a todas as formas de vida que fazem parte do planeta. Considerando a época em que o conhecimento é difundido em muitos espaços de formação, a educação escolar precisa dar um sentido ao conhecimento numa perspectiva emancipadora e igualitária. 2- OBJETIVOS Pretende-se que a disciplina de Biologia gere oportunidades sistemáticas para que o aluno ao final do ensino médio, tenha adquirido um conjunto de conceitos, procedimentos e atitudes que operem como instrumentos para a interpretação do mundo científico e tecnológico em que vivemos, capacitando-o nas escolhas que faz como individuo e como cidadão. Desse modo o ensino de Biologia deverá se organizar de forma que o aluno possa desenvolver as seguintes capacidades: - Oferecer um currículo articulado onde os conteúdos estruturantes e seus desdobramentos sejam abordados numa perspectiva crítica e histórica levando em conta a prática social do aluno e as implicações e limitações das relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade, visando tornar o processo de ensino aprendizagem significativo para o sujeito de forma a garantir a sua apropriação; - Permitir a compreensão da natureza viva e dos limites dos diferentes sistemas explicativos, a contraposição entre os mesmos e a compreensão de que a ciência não tem respostas definitivas para tudo, tendo a possibilidade de ser questionada e de se transformar. - Compreender as ciências como construções humanas, como elas se desenvolvem por acumulação, dando continuidade ou ruptura de paradigmas, relacionando o desenvolvimento científico com a transformação da sociedade; - Identificar as relações entre o conhecimento científico e o desenvolvimento tecnológico, considerando a preservação da vida, as condições de vida e as concepções de desenvolvimento sustentável; 279 - Relacionar o desenvolvimento das ciências naturais ao desenvolvimento tecnológico e associar as diferentes tecnologias aos problemas que se propuseram e propõem solucionar, bem como entender o impacto das tecnologias na sua vida pessoal, nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social. - Buscar, através de uma discussão crítica, a visão do Homem como organismo componente e modificador da Biosfera, partindo de sua contextualização como ser originalmente integrado no seu equilíbrio, avaliando suas mutações sociais e tecnológicas e identificando os efeitos dessas transformações no equilíbrio dos ecossistemas e nas formas de gerenciamento dos recursos naturais. - Fazer cumprir a função da escola e da disciplina através de ações inter e multidisciplinares dentro do universo multicultural em que a escola está inserida. 3- CONTEÚDOS Os conteúdos estruturantes devem partir de uma prática social, problematização, instrumentalização, catarse e retorno à pratica social. Nesta perspectiva, o desenvolvimento dos conteúdos em sala de aula ocorrerão de forma integrada, envolvendo todos os Conteúdos Estruturantes. Na proporção que forem discutidos determinados temas, bem como os aspectos físicos, químicos e biológicos do processo, auxiliarão o professor a formar em seus alunos uma mentalidade crítica viva e construtiva sintonizada ao tempo presente. 280 281 4. CONTEÚDOS: Conteúdos Específicos Complementares 282 E - S Organizaç - T ão dos R seres U vivos Origem da vida; - Teoria da Abiogênese e Biogênese, Outras Teorias sobre como a vida surgiu no planeta Terra; coacervados; - Origem e evolução das espécies; - Os seres vivos e o meio ambiente; - Problemas ambientais na atmosfera; - Níveis de organização, Transferência de - Importância dos predadores no equilíbrio dos T Matéria e Energia, ecossistemas; U - Características dos seres vivos; - História da ciência; R - Critérios para classificação dos - Organização celular; - Espécies em extinção e extintas; A seres vivos; N - Classificação dos seres vivos; - Abordagem evolutiva e ecológica; T - Divisão celular; - Ácidos nucléicos; E - A Meiose e a formação de gametas; - Exames de DNA; S - Células-tronco - Genoma humano; - Terapia gênica; Composição química dos seres vivos; - Alimentação saudável; Organização celular; - Colesterol e gorduras TRANS; Tipos e estruturas celulares; - Imunologia (soros e vacinas); Divisão celular; - Câncer; Tecidos animais e vegetais; - Enxertos de tecidos; Mecanism os - biológicos - Anatomia e fisiologia comparada (animal e - Microscopia, técnicas e aparelhos; vegetal) ( digestão, respiração, circulação, - História da ciência; excreção, locomoção, coordenação, - Transplante de órgãos; reprodução); - Disfunções dos sistemas e prováveis 283 4- METODOLOGIA DA DISCIPLINA O ensino de Biologia deve ser sistematizado de modo a não incidir sobre o educando um caráter essencialmente informativo de mero repasse de fatos e princípios científicos fragmentados ou compartimentalizados. O educador deve porem oportunizar e vivenciar a metodologia em aulas práticas, que não só explorem a demonstração ilustrativa, mas também exercitem o processo investigativo de forma geral e unificada, permitindo a compreensão dos fenômenos físicos, químicos e biológicos. A aplicação dos conteúdos de Biologia, será feita a partir dos elementos vivenciais, do mundo conhecido dos alunos, através de levantamentos temáticos ou outras formas de diálogo que permitam articular os saberes trazidos pelo aluno e o conteúdo científico. Isso contribuirá também para a valorização da diversidade cultural para a promoção do diálogo intercultural, bem como auxiliará os alunos que apresentarem dificuldades de aprendizagem, sejam elas quais forem. Mais do que fornecer informações, é fundamental que o ensino de biologia permita ao educando lidar com as informações, capaz de compreendêlas, elaborá-las, ou refutá-las quando for o caso. O encaminhamento metodológico dessa disciplina deverá acontecer através de uma linguagem acessível e objetiva baseada na comunicação direta acrescentando mais força ao conteúdo com: - Estudo dirigido; Leitura de Textos; Discussões e debates ; Realização de atividades em grupo; Aulas expositivas dialogadas; Realização de experiências que busquem explicar fenômenos observados; Realização de debates onde dois ou mais pontos de vista sejam discutidos e tenham seus pontos positivos e negativos expostos e analisados; Feiras de ciências; Atividades em sala elaboradas pelos próprios alunos ou do livro didático;Leituras de textos adicionais (revistas, jornais, livros, etc.); Sínteses; Notícias veiculadas pela mídia Campanhas variadas com utilização de cartazes, Panfletos e divulgação 284 pelos próprios alunos; Jogos didáticos de simulação; Recursos pedagógicos: fitas, CD, CR-ROM, DVD, transparências, Power-point, etc.; 5- AVALIAÇÃO A avaliação deve ser um processo contínuo e sistêmico, oferecendo ao professor dados significativos sobre o processo ensino aprendizagem e sobre a sua prática docente. Esta característica diagnóstica de avaliação oportunizará verificar as dificuldades e os avanços tanto individuais como coletivos direcionando a tomada de decisões que garanta a qualidade dos resultados. Considerando os alunos como sujeitos históricos de seu processo de ensino e aprendizagem a avaliação se dará ao longo do processo, portanto esta não poderá estar centralizada em uma única atividade ou método avaliativo. O grau de valorização de cada uma das atividades desenvolvidas será equilibrada de modo que ao final do processo o aluno possa ser avaliado integralmente. Serão respeitadas as diferenças individuais, oferecendo diversas e diferentes oportunidades para que ele demonstre o seu progresso. Considerar-se-ão os caminhos que ele percorre para solucionar os problemas, as estratégias a forma como ele socializa seus conhecimentos, levando em conta os tempos (ritmos) da aprendizagem de cada um. Pois “ é preciso valorizar as diferenças individuais sem jamais perder de vista o contexto interativo.” Hoffmann comenta que (...)” Avaliação é, portanto uma ação ampla que abrange o cotidiano do fazer pedagógico e cuja energia faz pulsar o planejamento, a proposta pedagógica e a relação entre todos os elementos da ação educativa.” Dessa forma serão utilizados como instrumento de avaliação: - Valorização do conhecimento pelo aluno; - Desempenho nos trabalhos individuais em grupos e coletivos - Apresentação de seminários, - Feira de ciências, - Apresentação de relatórios; - Debates; 285 - Trabalhos de Pesquisa; Resolução de situação problemas e atividades de sala de aula; Avaliações escritas formuladas com questões dissertativas e, de múltipla escolha que exijam raciocínio e habilidade para a elaboração de respostas; 6- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAETA, A.M.B. e outros, Educação Ambiental: repensando o espaço da cidadania. São Paulo: Cortez, 3ª ed., 2005. Diretrizes Curriculares. SEED/Julho/2006; GADOTI, Moacir. Educar é Impregnar de Sentido a Vida. Revista Professor. Ano 1 , nº2, novembro/2003. HOFFMANN, Jussara. Apud KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo: ed da Universidade de São Paulo, 4ª ed., 2005. LAURENCE J. Biologia. São Paulo: ed nova geração, 2005. SOARES. J. L. Biologia. São Paulo: Scipione,1997. VASCONCELLOS, C. dos S. Avaliação – Concepção Dialética – libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 15ª ed., 2005. 286 Governo do Estado – Secretaria do Estado da Educação Departamento de Ensino Médio Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – E.F.M. Mamborê – Paraná Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Educação Física 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A Educação Física permite o entendimento do corpo e sua complexidade, assumindo compromisso com a escola, sempre em favor da formação humana e propiciando uma Educação voltada para uma consciência crítica e inovadora, contemplando riquezas corporais, sociológicas, antropológicas política, psicológicas e filosóficas. Propiciar uma Educação voltada para uma consciência crítica, onde o trabalho que é um processo de que participam o homem e a natureza é um dos princípios fundantes das reflexões acerca da Disciplina de Educação Física, processo em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. Por ser o trabalho um ato humano, social e histórico, assumiu diferentes papéis ao longo de sua existência. Na sociedade capitalista tornou-se alienante, desumanizador e dependente de um corpo estereotipado, disciplinado. Essas características do corpo (do trabalhador) passaram a ser fundamentais para atender aos interesses do modo de produção capitalista. Propõe-se que a disciplina de Educação Física esteja voltada do trabalho como a categoria 287 fundante da relação homem-natureza e da constituição da materialidade corporal humana. O papel da Educação Física de transcender aquilo que se apresenta como senso comum, desmistificando formas já arraigadas e equivocadas sobre o entendimento das diversas práticas e manifestações corporais. Desse modo deve priorizar a construção do conhecimento sistematizado como oportunidade ímpar, intensifiquem a compreensão do aluno sobre a gama de conhecimentos produzidos pela humanidade e suas implicações para a vida, apresentando discussões sobre a diversidade cultural em termos corporais, onde os educandos possam respeitar as diferenças identificadas. Desta forma percebe-se a importância da Educação Física no contexto escolar no que diz respeito como trabalhar a formação integral e a melhoria das habilidades físicas, sociais e mentais, promovendo a participação do aluno dentro de um cronograma pré-estabelecido. 2. OBJETIVOS GERAIS • Proporcionar uma Educação voltada para uma consciência crítica, onde o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, conhecimentos esses que dêem significados na vida do educando; • Apresentar a diversidade cultural em termos corporais, com o intuito de que os alunos possam respeitar as diferenças, compreendendo a gama de conhecimentos produzidos pela humanidade e suas implicações para a vida, possibilitando discussão de questões sociais; • Propiciar ao aluno uma visão crítica do mundo e da sociedade na qual está inserido, tornando-se um cidadão crítico e capaz de tomar decisões; • Promover o desenvolvimento de relações teóricas e práticas em benefício da qualidade de vida, propiciando práticas pedagógicas em benefício de lazer e cultura; • Reconhecer e valorizar a identidade histórica e cultural afro-brasileira. 288 3. CONTEÚDOS E S T R U T U R A N T E S E s p o r J o g o s L u t a s D a n ç a G i n á s t Específicos Complementares - Futsal, voleibol, handebol , futebol, basquetebol e atletismo - Xadrez, Damas, Tênis de mesa, Peteca, Bets, Malha, Bocha, Queima e Jogos de rua e populares. - Capoeira, Cultura Afrobrasileira e descendentes Ocidentais (Judô). - De salão, Afro-brasileira, Danças populares e contemporâneas, Expressão corporal. - Geral, Localizada, Aeróbica, Artística, Relaxamento, Condicionamento. - A Desportivação; A Mídia; A Saúde; O Corpo; O Lazer; A Diversidade A Tática Técnica 4. METODOLOGIA DA DISCIPLINA. Os pressupostos do materialismo histórico-dialético configuram a cultura corporal, objeto de estudo da Educação Física, relacionando o movimento humano, historicamente constituído em todas as suas formas de manifestações culturais, políticas, econômicas e sociais, permitindo ao educando ampliar sua visão do mundo por meio da cultura corporal, superando o tecnicismo e na esportivização das práticas corporais. Relacionar o movimento humano, historicamente constituído ao cotidiano escolar em todas as suas formas de manifestações culturais, políticas, 289 econômicas e sociais. Entendendo a Educação Física como possibilidade de se alcançar transformações sociais, devendo considerar a espiralidade do conhecimento, sendo que os conteúdos são tratados simultaneamente, constituindo referências que vão se ampliando no pensamento dos alunos nas diferentes séries, aprofundando o pensamento sobre eles, levando em consideração o conteúdo a ser trabalhado e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento, possibilitando ao professor desenvolver um trabalho pedagógico mais adequado, a fim de que os educandos, nas fases posteriores do processo, apropriem-se de um conhecimento significativo para suas vidas; O trabalho na escola deve-se pautar no princípio da igualdade entre os seres humanos, na possibilidade de se alcançar transformações sociais, portanto esta metodologia exige-se as seguintes estratégias de ensino: prática social, problematização, instrumentalização, catarse e o retorno à prática social, ou seja, relacionar-se dialéticamente. A Prática Social é uma primeira leitura da realidade, o contato inicial com o tema e ser estudado. A Problematização é a criação de uma necessidade para que o educando, por meio de sua ação, busque o conhecimento, ou seja, é o momento em que a prática social é questionada. A Instrumentalização é o momento em que o conteúdo é posto a disposição dos alunos para que o assimilem e o recriem, transformando em instrumento de construção pessoal e profissional. A Catarse é a fase em que o educando sistematiza a manifesta o que assimilou ou seja, um novo entendimento da prática social. O Retorno à prática social representa a transposição do teórico para o prático dos objetivos, das dimensões do conteúdo e dos conceitos adquiridos. O ensino de Educação Física deve ser instrumentalizado e sistematizado de modo a contextualizar nos diferentes conteúdos, dando ao aluno o contato com 290 vivências metodológicas demonstrações ilustrativas com e aulas práticas investigativas de e teóricas, forma geral. explorando Aplicando conteúdos estruturantes que possibilitem relacionar os diversos problemas da vida social, sejam de ordem econômica, social ou cultural; O esporte deve proporcionar aos alunos uma leitura do fenômeno esportivo com vistas a compreensão de sua complexidade social, histórica e política, por meio de um diálogo-problematizador que permita uma compreensão crítica das manifestações esportivas. As lutas estão constantemente permeadas pelas questões culturais. As lutas são determinadas pelas necessidades sociais enfrentadas pelos seres humanos, em função de uma dado contexto histórico específico, influenciados por fatores econômicos, políticos e culturais. A ginástica deve permitir diversas possibilidades de movimentos corporais nas aulas, sejam elas: Ginástica Olímpica ou artística, ginástica rítmica desportiva, ginástica geral, ginástica localizada, hidroginástica, antiginástica, ginástica aeróbica e suas infinitas variantes. A dança deve possibilitar o entendimento dos valores culturais, sociais e pessoais situados historicamente. Neste sentido, o conteúdo da dança não poderá reproduzir as estruturas predominantes da sociedade mas sim, ressignificar os valores, os sentidos, os códigos como por exemplo: elegendo também das danças de matrizes Africanas. Os jogos devem ser abordados considerando a realidade regional e cultural do aluno, por meio das expressões e manifestações características desses elementos a partir do levantamento de dados, apresentações e exposições. Todo jogo comporta regras, autonomia em sua determinação, torna-se importante que os alunos auxiliem na construção das regras, podendo ser questionadas e reelaboradas conforme as necessidades e desafios. 291 Para a apreensão crítica dos conteúdos da disciplina de Educação Física, como: esporte, ginástica, jogos, brincadeiras e brinquedos, dança, sugere-se que as aulas tenham três momentos: • Primeiro momento: o conteúdo da aula é apresentado aos alunos e problematizado, buscando as melhores formas de organização para execução das atividades. Conversa- se com os alunos sobre as práticas corporais a fim de identificar as possibilidades e os limites de cada um; • Segundo momento: desenvolvem-se as atividades relativas à apreensão do conhecimento. O professor observa as atividades realizadas pelos alunos e suas diferentes manifestações. É notável o número de situações que podem emergir durante o movimento corporal, sejam elas estimuladas ou então geradas pelos próprios alunos. Dentre elas, destacam-se a importância do contato corporal e o respeito mútuo. O professor poderá fazer registros para uma posterior orientação e/ou interromper para uma intervenção pedagógica, se houver reações desfavoráveis dos alunos ou ainda se ocorrer uma recusa em participar da aula; • Terceiro momento: reflete-se sobre a prática, num diálogo que propicie a cada aluno a avaliar a qualidade de sua participação nas aulas. O tratamento singular permite que o professor conheça melhor cada aluno e que eles interajam e troquem experiências culturais. 5. AVALIAÇÃO Por ser contínua leva em consideração o progresso do aluno durante A avaliação no ensino de Educação Física tem como objetivo favorecer a busca da coerência entre a concepção defendida e as práticas avaliativas que integram o processo de ensino e aprendizagem. Nesta perspectiva, a avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeie o 292 conjunto das ações pedagógicas e não como um elemento externo a este processo. Deverá esta ser formativa, que é contínua e diagnóstica durante o ano letivo, e prevê a diminuição das desigualdades sociais e por uma sociedade justa e humana. A avaliação diagnóstica oportuniza revisitar o processo desenvolvido, identificar as lacunas no processo ensino aprendizagem, bem como planejar e propor outros encaminhamentos que visem a superação das dificuldades constatadas. Por ser um processo contínuo, permanente e cumulativo o professor deverá organizar e reorganizar seu trabalho tendo em vista as diversas manifestações corporais evidenciadas nas formas da ginástica, do esporte, dos jogos, da dança e das lutas, levando os alunos a refletirem e a se posicionarem criticamente com o intuito de construir uma suposta relação com o mundo. Nesta concepção o professor deverá utilizar diferentes instrumentos, tais como: - Levar em conta nos conteúdos suas raízes, histórias, concepções e evolução; - Respeitar a diversidade e tempo de cada aluno; - Apresentações e exposições; - Atividades em grupos; - Debates, seminários; - Feira Cultural e Científica; - Leitura e produção de textos onde o aluno possa formular conceitos próprios, associados a outras áreas do conhecimento; - Integração, socialização. 6. REFERÊNCIAS CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil: a história que não se conta. 2. Ed. Campinas: Papirus, 1991. 293 COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo. Cortez, 1992. CARVALHO MARCELLINO, Nelson. Lúdico, educação e educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003. VILODRE GOELLNER, Silvana. Educação Física/Ciências do Esporte: intervenção e conhecimento. Florianópolis: Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, 1999. ASSIS DE OLIVEIRA, Sávio. Reinventando o esporte: Possibilidades da Prática Pedagógica . 2. Ed. Campinas: Autores Associados, chancela editorial CBCE, 2005. CAPARROZ, Francisco Eduardo. Entre a educação física na escola e a educação física da escola: a educação física como componente curricular. 2. Ed. Campinas: Autores Associados, 2005. MARQUES, Isabel A. Dançando na escola. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 2005. BARRETO, Débora. Dança...:ensino, sentidos e possibilidades na escola. 2. Ed. Campinas: Autores Associados, 2005. Educação Física: Ensino Médio. Livro Público Didático. 232 p. Curitiba: SEED – PR. 2006. GUEDES, Dartagnan Pinto. Exercício físico na promoção da saúde.Londrina: Midiograf, 1995. TIRADO, Augusto C.S.B. Meu primeiro livro de xadrez: cursos para escolares. Curitiba: Expoente, 1995. ROCHA,Paulo Eduardo Carnaval Pereira da. Medidas e Avaliação em Ciências do Esporte. Rio de Janeiro: Ed. Sprint, 1995. Governo do Estado – Secretaria do Estado da Educação 294 Departamento de Ensino Médio Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – E.F.M. Mamborê – Paraná Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Filosofia APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A história da Filosofia é a própria história da autoconsciência da humanidade. Por isso o ensinar Filosofia não se separa do ato de filosofar e nem é possível filosofar sem estudar Filosofia. Esta se apresenta por sua vez, como conteúdo filosófico a partir do momento em que propicia ao educando o desenvolvimento de seu estilo de pensamento, é o espaço para a criação de conceitos, pois um conceito é uma forma de encontrar a solução de um problema, manifestando o vivenciado. O autor Silvio Gallo descreve muito bem a atividade filosófica dentro da escola quando diz que: “...ensinar filosofia é um exercício de apelo à diversidade, ao perspectivismo; é um exercício de acesso a questões fundamentais para a existência humana; é um exercício de abertura ao risco, de busca da criatividade, de um exercício da pergunta e da desconfiança da resposta fácil”. A atividade filosófica, ou seja, o seu ensino perpassa por todas as áreas, não se fecha em si, entretanto conserva sua especificidade quando trata da criação de conceitos que surgem através de problemas, assim conserva sua característica: a transversalidade. Nesse sentido é importante levar em consideração as questões atuais políticas, econômicas, culturais, históricas e sociais na qual esse sujeito / educando está inserido. OBJETIVOS GERAIS A disciplina de Filosofia deve propiciar um espaço para a problematização através do diálogo investigativo, possibilitando um pensar lógico, coerente e 295 crítico, desvelando assim a realidade, tornando o educando capaz de perceber o que está por trás das idéias e como ela se tornam ideologias, facultando a autonomia do pensamento. • Compreender a apreensão da realidade pela sensibilidade, percebendo que o conhecimento não é apenas resultado da atividade intelectual, mas também da imaginação, da intuição e da função, que contribuem para a constituição de sujeitos críticos e criativos; • Refletir criticamente o conhecimento científico, para conhecer e analisar todo o processo de construção da ciência do ponto de vista lógico, lingüístico, sociológico, interdisciplinar, político, filosófico e histórico, possibilitando o contato com o modo como os cientistas trabalham e pensam; • Analisar criticamente as atribuições de valores, no sentido de que esses podem ser ao mesmo tempo possibilitar o desenvolvimento de valores mas também podem ser um espaço da transgressão quando os valores impostos pela sociedade se configuram como instrumento de repressão, violência e injustiça; • Compreender que a ciência ao deparar-se com o elemento mitógica esconde interesses políticos e econômicos; • Problematizar conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça, igualdade e liberdade, dentre outros, discutindo as relações de poder e compreendendo os mecanismos que estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. CONTEÚDOS: CONTEÚDOS ESPECÍFICOS COMPLEMENTARES 296 EST RUT UR ANT ES FILOSO FIA E M ITO TEORIA DO CONHE CIMENT O • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ÉTICA FILOSO FIA DA CIÊNCI A • • • • • • • • • O nascimento da Filosofia; O pensamento mítico e a Filosofia ; Conceitos e pré-conceitos; Filosofia um pensamento sistemático. Atitudes filosóficas; Mitos O que é o conhecimento; Ferramentas do conhecimento; Tipos de conhecimento: empírico, lógico, conhecimento de fé. Perspectiva do conhecimento; Filosofia e Método; • • O Homem um ser social ; Influências sociais; Alienação. Política; Relações de poder: Estado e forma d governo; Ideologia. • Arte e Filosofia; Arte e sociedade. Feio ou bonito; Arte como expressão subjetividade • • • • • • • • • • • da Ética e moral; Liberdade; Amizade. Concepções éticas; Amor; A ciência e o senso comum. Ciência e tecnologia. Métodos científicos; Limites e possibilidades da ciência; 297 • Diversas Filosofias; Períodos da história da Filosofia; Filosofar no contexto atual. Mitos Gregos Conhecer para quê? ; Conhecendo as idéias de Renée Descartes Teoria do conhecimento na Antiguidade. Conhecendo as idéias de Renée Descartes Meios de comunicação; Desigualdades sociais e culturais. A ideal política; Ética e política O que arte? Funções da arte. Arte de elite, popular, arte massa; arte de • • • • • • • • • A liberdade em Sartre.; Violência. Afetividade. Sexualidade A ciência e a História da Filosofia; A vida humana; Aborto; Bioética METODOLOGIA DA DISCIPLINA A Filosofia apresenta-se como ferramenta que possibilita ao educando problematizar, investigar e criar conceitos desenvolvendo um estilo próprio de pensamento, sendo assim uma experiência do pensar, e por organizá-la e desenvolvê-la é necessário exercitar o domínio de certas habilidades na investigação do tema. Segundo Severino, podemos ensinar Filosofia seguindo as formas: sistemática, histórica, temática e textual. Por intermédio dos conteúdos estruturantes com base em temas atuais relacionados à problemática cotidiana do educando. O que remete ao ensino interdisciplinar, propiciando a compreensão, respeito das diversidades cognitivas, culturais e ambientais existentes na sociedade. Ao cobrarmos no ensino de Filosofia sua metodologia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida. Deste modo partindo de situações do dia-a-dia, paralelamente com textos clássicos, inter-relacionando com as ciências é o modo que o encaminhamento metodológico da aula de Filosofia poderá assegurar o especifico da disciplina. O método de trabalho através da problematização, leituras filosóficas e análises de textos diversos, debates, pesquisas, dissertações e sistematizações concretizarão o trabalho em direção à criação de conceitos. AVALIAÇÃO No ensino de Filosofia a avaliação se dá com flexibilidade, tendo o educando como o sujeito de transformação da sociedade. Avaliar constantemente o desempenho de cada aluno na realização de todas as atividades, possibilitando o despertar, o interesse em torno das aulas e assim contribuir para a efetiva aprendizagem. 298 Nesse sentido considerar-se-á a potencialidade de cada aluno, partindo da sensibilização, pré-conceito, para se chegar ao conceito. O respeito para com a capacidade e o tempo do aluno em construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos. A avaliação contínua, diagnóstica e cumulativa, levar-se-á em conta toda a produção do educando, e como é um processo, acontece no decorrer das aulas. É preciso também possibilitar a capacidade de auto-avaliação, pois é fundamental para o desenvolvimento da capacidade cognitiva de análise, além de propiciar ao aluno a oportunidade de avaliar o todo. Os instrumentos para a avaliação decorreram através de provas com questões dissertativas, trabalhos de pesquisa, produções textuais, seminários, debates, análise de textos, leituras, apresentações de pesquisas (oral / escrita), registros diários, entre outros. No trabalho com a Filosofia, como afirma Aranha e Martins, não é a concordância dos argumentos do aluno com o professor, mas sim o adequado atendimento ao tema proposto, clareza, coerência, riqueza na argumentação e a fundamentação teórica dos conceitos trabalhados. REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Martins, Maria Helena Pires. Suplemento por manual do professor. Temas de Filosofia. 2 ed. São Paulo: Moderna , 1998 CAHAUI, M. Convite a Filosofia.São Paulo. Ática. 2003 Diretriz Curricular de Filosofia para o Ensino Médio. Curitiba. 2006 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília. 2005. FAVARETTO, CELSO. In A Filosofia e seu ensino / Paulo Arantes... et all; Salma T. Murchalilm ( ORG.) Petrópolis: Vozes, 1996. 299 GALLO, S. ; KOHAN,W.O. (orgs). Filosofia no Ensino. Petrópolis: Vozes, 2000. GALLO, S. In Filosofia e ensino em debate / org. Américo Piovesam... et al. – Ijui: Ed. Unijuí. 2002. SEVERINO, A . Joaquim, Apud. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Martins, Maria Helena Pires. Suplemeto por manual do professor. Temas de Filosofia. 2 ed. São Paulo: Moderna , 1998 Governo do Estado – Secretaria do Estado da Educação Departamento de Ensino Médio Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – E.F.M. Mamborê – Paraná Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Física APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A Física tem como objeto de estudo o universo, em toda sua complexidade, propondo o estudo da natureza no sentido da realidade material sensível. 300 No interesse dos Gregos em explicar as variações cíclicas observadas nos céus, nasce o estudo dos movimentos, por isso a astronomia possa ser a mais antiga das ciências e muitas foram as descobertas até o Renascimento, porém, no período da Idade Média, a ciência fica submetida as verdades do Cristianismo, afastando os estudos das questões relativas aos fenômenos naturais. Com a ampliação da sociedade comercial tornou-se favorável para que surgissem mudanças econômicas, políticas e culturais abrindo espaço para o desenvolvimento da ciência. Nessa perspectiva a ciência surge na tentativa humana em decifrar o universo físico, determinada pela necessidade humana de resolver problemas práticos e necessidades materiais em determinada época ao longo de toda a história constituindo-se em visão de mundo ou seja, toda pesquisa é determinada por um contexto econômico, político, social e cultural. Por isso, torna-se importante a abordagem histórica, pois entender ciência significa considerá-la na sociedade onde ele é produzida, as instituições de pesquisas que apoia e sustenta, os avanços técnicos e científicos. Portanto a questão emergente na investigação dos pesquisadores está relacionado à busca por um real significado para o estudo dessa ciência no Ensino Médio. A ciência não está pronta e acabada, é um processo lento. É fundamental conhecer os processos e os caminhos que levaram a disciplina a ser inserida nos currículos escolares e suas implicações políticas, sócio-econômicas e ideológicas, buscando uma visão totalitária do contexto social brasileiro. A Física na sua totalidade depende de interpretar problemas e solucioná-los não só matematicamente mas, entender o fenômeno (experimentos). O conhecimento científico é uma construção humana com significado histórico e social, e não é absoluta. A ciência Física deve educar para a cidadania contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, “... capaz de compreender o papel da ciência no desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de compreender a cultura científica e tecnológica de seu tempo.” (CHAVES & SHELLARD, 2005, p.233). 301 OBJETIVOS GERAIS • Propiciar ao educando a construção da consciência histórica da evolução da ciência para situá-lo no contexto histórico da física em que os fatos ocorreram e também como sujeitos capazes de compreender que podem construir a própria ciência. Transformando e observando os fenômenos, investigando, fazendo experimentos e criando novas teorias mudando ou ampliando as teorias já existentes e aceitas. • Proporciona ao educando conhecer a evolução da ciência para que passe a compreender e utilizar conceitos aplicáveis ao seu cotidiano e a analisar criticamente a realidade, percebendo que o conhecimento é fruto de construção coletiva. • Oferecer um currículo articulado onde os conteúdos estruturantes e seus desdobramentos sejam abordados numa perspectiva crítica e histórica levando em conta a prática social do aluno. • Desenvolver um trabalho que possibilite ao educando a observação, a percepção através da experimentação, levando-as a contrapor concepções para que possa construir um conceito científico. CONTEÚDOS Específicos Complementares 302 as Estática: - Definição e conceito. Centro de gravidade. Momentos Teorema de Varignon. Equilíbrio de um corpo. E s t r u t u r a n t e s - Hidrostática: Fundamentos. Pressão Atmosférica. Experiência de Torricelli. Aplicação do Princípio Fundamental. Prensa hidràulica. Empuxo. Teorema de Arquimedes. Óptica: M Conceitos fundamentais. Velocidade da luz. O Princípio da óptica geométrica. Propagação da V luz. Reflexão da luz.. Leis da refração da luz Índice de refração da luz. Lâminas e prismas. I M Espelhos esféricos E - Acústica: N Produção de som. Sons fundamentais. Natureza T do som. O .- Movimento vibratório: Movimento periódico, amplitude, freqüência período. Movimento harmônico simples, fase, período e freqüência. Pêndulo simples. Ondas transversais e longitudinais. - Eletrização e magnetismo .Conceito de Eletrização. Carga do elétron. Lei de Coulomb. Força elétrica. Campo elétrico. Linhas de força. Trabalho e potencial elétrico. Noção de potencial eletrostático 303 - - Noções sobre medida Física; Impuxo – embarcações, submarinos. Regra de três simples; Fibra óptica; Lentes de contato – deficiência visual Operações com potência de base dez; Carga elétrica; Cerca elétrica; Tipos de eletrização. Noções sobre Cálculo Vetorial: Grandezas escalares e vetoriais. Soma e subtração de vetores. Sistemas referenciais. E s t r u t u r a n t e s Dinâmica: Leis fundamentais da Dinâmica. Gravitação Universal. Atrito. Forças no movimento circular. Trabalho e potência. Energia. Impulso e T quantidade de movimento. Lei de Hooke. e Termologia: r Equilíbrio térmico e temperatura. Escalas m termométricas usuais. Dilatação de sólidos e o líquidos. o. Mudança de fase. Leis gerais. Estudo d dos gases. Equação de Clapeyron. Equação Geral dos Gases Perfeitos. i n Óptica: â Lentes esféricas. Lentes delgadas. Dispersão da m luz Morfologia estrutural do globo ocular Formação de imagem. Fórmula dos fabricantes i lentes. Fenômeno de interferência. c de a Experiência de Young. Polarização da luz. Tipos de correntes elétricas. Efeitos. Eletrólise. Pilhas associação em série e paralelo. Conceitos de Gerador elétrico e Receptor elétrico. - Capacitância eletrostática..Capacitores Corrente elétrica. Resistores. Associação de resistores. 304 E s t r u t u r a n t e s Cinemática Definição e conceito. Trajetória. Movimento Uniforme. Movimento Uniformemente Variado. Quedas dos corpos. Estudo gráfico dos E movimentos l Acústica e Velocidade do som. Noções sobre altura , t intensidade e timbre. r Eletricidade e magnetismo. Conceito de o Eletrização. Carga do elétron. Lei de Coulomb. m Força elétrica. Campo elétrico. Linhas de força. a Trabalho e potencial elétrico. Noção de potencial g eletrostático. n Capacitância e eletrostática. Capacitores. e Definição e associação. t Corrente elétrica. Resistores. Associação de i resistores. s Medidores elétricos. m Circuitos elétricos. Leis de Ohm. Leis de Kirchhoff. o Medida de resistências. Ponte de Wheatstone. Campo Magnético produzido por uma corrente elétrica. Indução eletromagnética. Lei de Lenz. Fluxo magnético e indução. METODOLOGIA DA DISCIPLINA As idéias são produzidas pelo resultado de um contexto econômico, político e cultural, por isso as idéias tendem a manter sua dominância e seus interesses de acordo com o contexto que se esta inserido, ou seja, entender a ciência significa considerá-la na sociedade onde ela é produzida. Salienta-se que a história nas aulas de Física não pode estar centrada na genialidade de grandes físicos, mas na construção e inspiração que resultou a pesquisa realizada, na evolução das idéias e conceitos em Física, numa produção interdependente dos sistemas produtivos em seus aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais dessa ciência. Portanto o conhecimento é socialmente produzido uma vez que ele, o cientista não o constrói sozinho. Entender a ciência significa considerá-la na sociedade onde ela é produzida, as instituições de pesquisas que a apoia e sustenta, os avanços técnicos e científicos, por isso muda em função da sociedade.Diante disso a Física deve contribuir para a formação dos sujeitos na compreensão do 305 universo, na sua evolução, nas suas transformações e nas interações que nele se apresentam, considerando como uma produção cultural construído e produzido nas relações sociais. Portanto o processo ensino-aprendizagem deve partir do conhecimento prévio dos estudantes, ou seja, suas experiências de vida em seu contexto social e na experimentação que faz a ligação entre a teoria e prática. O fazer ciência está, em geral, associado a dois tipos de trabalhos, um teórico e o outro experimental. No teórico é feito um conjunto de hipóteses, acompanhadas de um formalismo matemático, cujo conjunto de equações devem permitir que se façam previsões, podendo, as vezes, receber o apoio de experimentos, onde se confronta os dados coletados com os previstos pela teoria. Devendo-se considerar que os conteúdos sejam apresentados num contexto social, econômico, cultural e histórico, situando-os no tempo e no espaço, considerando a cultura científica como um instrumento indispensável para agir e participar na sociedade atual. Ao se pensar uma metodologia de ensino para Física é preciso ter em vista o que os estudantes já conhecem. A finalidade da ciência é chegar a um entendimento exato e abrangente da ordem da natureza. Dessa forma, serão ministradas aulas expositivas e dialogadas, utilização da sala de informática no auxílio didático, vídeos com fins pedagógicos. Utilização de ambientes diversificados com finalidade educativa, trabalhos em grupos. Construção de “brinquedos” , experimentos práticos. Pretende-se priorizar um ensino que valoriza a história dos estudantes, respeitando suas raízes, sua raça e suas diferenças ( física, religiosa, cultural, social, etc.). Para efetivar a Lei nº. 10.639/03 serão propostos projetos interdisciplinares valorizando a cultura afro-brasileira e africana. Também desenvolver atividades que venha valorizar e fortalecer a cultura do campo. AVALIAÇÃO 306 Avaliação só tem sentido quando utilizada como instrumento para intervir no processo de aprendizagem dos estudantes, é parte do processo ensinoaprendizagem dos alunos. Nessa perspectiva, a avaliação formativa deve ser diagnóstica e continuada dando ênfase ao aprender possibilitando assim que a intervenção pedagógica aconteça ao todo o tempo. Deve-se considerar que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes, portanto, a avaliação deve ser diagnóstica e contínua para que o professor possa perceber o conhecimento que o educando traz consigo da vivência de mundo. Dessa forma, a avaliação deve ter caráter diversificado, considerando os aspectos: a compreensão dos conceitos físicos, capacidade de análise de um texto, elaboração de relatórios sobre experimentos. A avaliação tem que ser contínua e o aluno vai construindo seu conhecimento através de conceitos (elaborados por ele), experimentos práticos, atividades diárias (em grupo e individual), respeitando as diferenças individuais tempo (ritmos) de aprendizagem e suas raízes. REFERÊNCIAS ANJOS, Ivan Gonçalves dos. Coleção Horizontes. IBEP BONJORNO, Clinton . Volume único completo e volumes separados porséries. FTD CARRON, Wilson & GUIMARÃES, Osvaldo . Volume único. coleção Base. CHAVES, A. SHELLARD, R. C.. Pensando o futuro: O desenvolvimento da Física e sua inserção na vida social e econômica do país. São Paulo; SBF, 2005, p. 233 Física – Paraná – Editora Ática. Livro Didático Público. Física. Vários Autores. Curitiba: SEED – PR, 2006 TORRES, T. & PENTEADO, Nicolau . Física ciência e tecnologia - volume único. Editora Moderna 307 UENO, Paulo. Física- novo ensino médio – volume único. Editora Ática VALADARES, C. Eduardo - Física mais que divertida. Editora UFMG. Governo do Estado Secretária de Estado da Educação Departamento de Ensino Médio Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – E.F.M. Mamborê – Paraná Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de Geografia – Ensino Médio 1- APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA A geografia enquanto disciplina escolar é uma importante forma de compreender o mundo em vivemos. Por meio do seu estudo, podemos entender melhor tanto o local em que moramos quanto o global. O campo de preocupação da geografia é o espaço da sociedade humana, onde vivemos e, ao mesmo tempo, produzimos modificações que (re) constroem permanentemente o espaço geográfico. As modificações que a sociedade que a sociedade humana produz em seu espaço são hoje mais intensas que no passado. As relações com a natureza e com o espaço geográfico fazem parte das estratégias de sobrevivência dos grupos humanos desde suas primeiras formas de organização, e esses conhecimentos acumulados ao longo do tempo permitiram às sociedades se relacionarem com a natureza e modificá-la em benefício próprio. Na Antiguidade clássica muito se avançou na elaboração dos saberes geográficos, assim ampliando os conhecimentos sobre as relações sociedadenatureza, extensão e características físicas e humanas dos territórios conquistados contribuindo para melhor dominá-los. Durante a Idade Média, período em que os conhecimentos bíblicos priorizaram, alguns conhecimentos geográficos constituídos anteriormente 308 foram abandonados, tidos como não verdade, pois feriam a visão de mundo imposta pelo poder então estabelecido. Na Idade Moderna os saberes geográficos passaram a ser evidenciados nas discussões filosóficas, econômicas, e políticas que buscavam explicar questões referentes ao espaço e à sociedade. No Imperialismo do século XIX foram criadas diversas sociedades geográficas que tinham apoio dos Estados colonizadores e os conhecimentos geográficos desse período acabou servindo aos interesses das classes dominantes. As pesquisas dessas sociedades subsidiaram o surgimento das escolas nacionais de pensamento geográfico, destacadamente a alemã com destaque para Ratzel (1844-1904) como fundador da geografia sistematizada, institucionalizada e considerada científica e a francesa que por sua vez teve como principal representante Vidal de La Blache (1845-1918). A produção teórica destas duas marca a dicotomia sociedade natureza e o determinismo geográfico que justificou o avanço neo-colonista dos impérios europeus. No final do século XIX na Europa a geográfica já se encontrava sistematizada e presente nas universidades, no Brasil as idéias geográficas foram inseridas no currículo escolar brasileiro de forma indireta nas escolas de primeiras letras que previa como um dos conteúdos contemplados, os chamados princípios da geografia que tinha como objetivo enfatizar a descrição do território, sua dimensão e suas belezas naturais. A institucionalização da Geografia no Brasil, no entanto se consolidou apenas a partir da década de 1930. Nesse contexto, as pesquisas desenvolvidas buscavam compreender e descrever o ambiente físico nacional com o objetivo de servir aos interesses políticos do Estado na perspectiva do nacionalismo econômico. Essa forma de abordagem do conhecimento geográfico perpetuouse por boa patê do século XIX, caracterizando-se na escola, pelo caráter decorativo, enciclopedista. As transformações históricas relacionadas aos modos de produção, após a Segunda Guerra Mundial trouxeram mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais na Ordem Mundial que interferiram no pensamento geográfico no 309 pensamento geográfico sob diversos aspectos. Essas transformações ocorreram cada vez mais intensamente ao longo da segunda metade do Século XX e originaram novos enfoques para a análise do espaço geográfico. Com a interligação entre todas as partes do globo, com o desenvolvimento dos transportes e das comunicações, passa a existir um mundo cada vez mais unitário. Pode-se dizer que, em nosso planeta, há uma única sociedade humana, embora seja uma sociedade plena de desigualdades e diversidades. Para nos posicionarmos inteligentemente em relação a este mundo globalizado temos de conhecê-lo bem. Para nele vivermos de forma consciente e critica, devemos estudar os seus fundamentos, desvendar os seus mecanismos. Ser cidadão pleno em nossa época significa antes de tudo estar integrado criticamente transformações. Para na isso, sociedade, devemos participando refletir ativamente sobre o nosso de suas mundo, compreendendo-o do âmbito local até os âmbitos nacional e planetário. E a geografia é um instrumento indispensável para empreendermos essa reflexão, reflexão que deve ser a base de nossa atuação no mundo. 2- OBJETIVOS A geografia deve desenvolver a capacidade de observar, interpretar, analisar e pensar criticamente a realidade, para melhor compreende-la e identificar as possibilidades de transformação no sentido de superar suas contradições, possibilitando uma compreensão da lógica e dos princípios técnicos - científicos que marcam o atual período histórico e afetam as relações sociais de trabalho. – Conceituar os conflitos e as contradições sociais, econômicas, culturais e políticas que constituem o espaço geográfico para a formação de um aluno consciente das relações sócio-espaciais de seu tempo. – Discutir o conceito de sociedade a partir das relações que se estabelecem entre sua composição local, em suas relações com sociedades 310 distantes e com os migrantes que tem fontes ligações com seu espaço de origem e que ao se movimentarem levam influências do mesmo. – Preparar o aluno para uma leitura crítica da produção social do espaço, negando a naturalidade dos fenômenos que imprimem uma certa passividade aos indivíduos. – Subsidiar os alunos no enriquecimento e sistematização dos saberes para que sejam sujeitos capazes de interpretar, com olhar crítico, o mundo que o cerca. – Ler e interpretar criticamente o espaço, sem deixar de considerar a diversidade das temáticas geográficas e suas diferentes formas de abordagem. – Empreender uma educação que contemple a heterogeneidade, a diversidade, a desigualdade e a complexidade do mundo atual em que a velocidade dos deslocamentos de indivíduos, instituições, informações e capitais é uma realidade. – Possibilitar ao aluno a compreensão do espaço em que está inserido, a partir do entendimento da constituição e das relações estabelecidas entre os territórios institucionais, bem como entre os territórios que a eles se sobrepõem como campos de forças sociais e políticas. – Compreender que sociedade, economia, política e cultura fazem parte de processos relativos a problemática ambiental contemporânea – sociedade como componente e como sujeito dessa problemática tendo a tecnologia como potencial capaz de resolver os problemas ambientais gerados pelo modo de produção capitalista. – Estimular reflexões sobre a necessidade de abordagens pedagógicas contextualizadas, não isoladas nem lineares, buscando uma visão crítica da totalidade. 311 3- CONTEÚDOS Conteúdo Específicos 312 Complementares E S T R U T U R A N T E S Geopolítica Dimensão Sócio-ambiental - A nova ordem mundial no início do séc. XXI: o fim dos três mundos e a atual oposição norte-sul; - Fim do Estado de bem-estar social e o neoliberalismo; - Os atuais conceitos de Estado-Nação, país, fronteira e território; - Regionalização do espaço mundial; - Os novos papéis das organizações internacionais; - Redefinição de fronteiras: conflitos de base territorial, tais como: étnicos, culturais, políticos, econômicos, entre outros; - Movimentos sociais e reordenação do espaço urbano; - Conflitos rurais e estrutura fundiária; - Questões territoriais indígenas; - Territórios urbano-marginais: narcotráfico, prostituição, sem-teto, entre outros. - Dinâmica da natureza e formação dos objetos naturais; - O meio ambiente e as grandes paisagens naturais do planeta; - Atividades humanas e transformação da paisagem natural nas diversas escalas geográficas; - Recursos naturais, conservacionismo (uso sustentável de bens naturais) e preservacionismo (áreas protegidas); - Patrimônios culturais e ecológicos; - Crise ambiental: conflitos políticos e interesses econômicos; - Produção do espaço geográfico e impactos ambientais sobre a água, o solo, o ar, o clima; - Problemas ambientais dos grandes centros urbanos; - Ocupação de áreas de risco, encostas e mananciais; - Biotecnologia e impactos ambientais. 313 - Educação Fiscal Infra-estrutura Cultura Afro-brasileira Violência Legislação ambiental Ética Bioética Situação jurídica das terras indígenas - Influência cultural estrangeira - Terrorismo - Tribos urbanas 4- METODOLOGIA DE ENSINO É importante considerar a realidade do aluno no encaminhamento metodológico, mas é preciso evitar a redução desta metodologia a uma analise exageradamente subjetiva e circunscrita do espaço geográfico em estudo. Portanto, faz-se necessário que o professor desenvolva: Uma postura pedagógica emancipatória que remeta o aluno à pesquisa, individual e coletiva e ao questionamento (atitude filosófica). Uma pratica de ensino que diversifique os encaminhamentos metodológicos, criando diferentes situações para desenvolver o trabalho com os conteúdos. Uma preocupação com a abordagem significativa dos conteúdos, contemplando sua importância no presente, sem deixar de contextualizá-lo historicamente, como é o caso da cultura afro-brasileira e africana, a educação no campo e a educação ambiental. É preciso superar praticas pedagógicas nas quais o professor preocupase excessivamente em vencer o conteúdo. Geralmente esta postura leva-o a lançar mão de tarefas em que os alunos apenas resumem textos relacionados ao tema em estudo, ou realizam “pesquisas” em grupos, num encaminhamento que reduz o conceito de pesquisa à mera coleta fragmentada de textos diversos sobre o tema. Isso entra em conflito com a perspectiva emancipatória da educação pretendida por esta orientação curricular. Para um ensino critico da Geografia é preciso outra postura pedagógica. Quando no planejamento, o professor contemplar a realidade do seu aluno, será preciso conhecer esse aluno do ponto de vista social, cultural e econômico, ou seja, conhece-lo como sujeito. Ainda, apenas “partir da realidade do aluno” não é bastante para tornar o conteúdo significativo e interessante. É preciso colocar esta realidade em relações mais amplas, com o próximo e o distante, no tempo e no espaço, abordar o conteúdo de um ponto de vista histórico e relacional, considerando também as diferenças individuais. 314 Oportunizar ao aluno uma leitura critica da realidade significa, também, diversificar os encaminhamentos metodológicos dos conteúdos, com atividades que exijam pesquisa, leitura, interpretação, analise investigação (em campo, sempre que possível), além de uma abordagem contemporânea dos conteúdos, relacionando-os com problemáticas do presente, o que os tornara ainda mais significativos para os alunos. Ao desenvolver os conteúdos propostos far-se-á o uso dos seguintes recursos pedagógicos: - quadro de giz - DVD´s e vídeos (documentário, filme, imagem) - TV - Retro-projetor - Atlas - Mapas - Globo - Confecção de mapas e painéis - Análise de gráficos, mapas e textos - Revistas e jornais - Textos complementares (Cultura Afro-brasileira e africana, educação do campo e Agenda 21) - Seminários - Trabalho de pesquisa - Trabalho em grupo - Livro didático - Internet (com a implantação do Paraná Digital) 5- CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DA AVALIAÇÃO 315 As práticas avaliativas que integram o processo ensino aprendizagem não devem priorizar o caráter classificatório, e sim estarem colocadas a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeiem o conjunto de ações pedagógicas e não como um elemento externo a este. A avaliação deve ser contínua e diagnóstica, sempre respeitando as diferenças existentes entre os alunos, procurando enfatizar os avanços e que esta não seja somente em relação ao aluno, mas que sirva também para o professor refletir sobre sua prática pedagógica e identificar lacunas no processo de ensino aprendizagem. Bem como planejar e propor outros encaminhamentos que visem a superação das dificuldades constatadas. Estas dificuldades deverão ser discutidas no coletivo, assim o aprendizado e a avaliação poderão ser compreendidos como um fenômeno compartilhado, que se dará de modo contínuo, processual e diversificado, permitindo uma análise crítica das práticas que podem ser constantemente retomados e reorganizados. Quanto aos alunos com dificuldades o processo avaliativo se dará de forma contínua, onde serão considerados os seus avanços pessoais e a sua integração, interação com o grupo. Observando, então se os alunos compreenderam e utilizam os conceitos geográficos e as relações espaçotempo e sociedade-natureza para a compreensão do espaço nas diversas escalas geográficas. A avaliação far-se-á de maneira que não contemple apenas formas de saber e produção do aluno, mas como também avalie o trabalho pedagógico do professor, e que esta seja contínua e prioriza a qualidade e o processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno e seus avanços ao longo do período letivo, considerando os casos que apresentam limitações de aprendizagem. - Avaliação será formal, processual, continuada e diagnostica. - Verificação da participação nas atividades coletivas, na exploração dos temas através da conversação, nos debates, entrevistas, visitas, palestras. - Auto avaliação. - Aula de campo (relatório). 316 - Observação direta da professora em sala de aula e durante atividades extra-classe. - Leitura e interpretação de fatos, imagens, gráficos, tabelas e mapas. - Pesquisas bibliográficas. - Provas objetivas e subjetivas. - Seminários - Feira Cultural e Científica. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, M. C. de Geografia Ciência da Sociedade. São Paulo: Atlas, 1987. CASSETI, V. A natureza e o espaço geográfico. In: MENDONÇA, F. e KOZEL, S. (orgs.) Elementos de epistemologia da geografia contemporânea. Curitiba: Ed. da UFPR, 2002, p. 145-163. CLAVAL, P. As abordagens da Geografia Cultural. In CASTRO, I.; CORRÊA, R. L. e GOMES, P. C. da C. (Orgs.) Explorações Geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. Introdução à geografia cultural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. Diretrizes Curriculares de Geografia. SEED/Julho/2006. LEFEBVRE, H. Production de I’espace. Paris: Ed. Anthropos, 1974. MENDONÇA, F. e KOZEL, S. (Orgs.) Elementos de Epistemologia da Geografia Contemporânea. Curitiba: Ed. da UFPR, 2002. MORAES, A. C. R. Geografia – Pequena História Critica. São Paulo: Hucitec, 1987. 317 --------------------------- Geografia Critica – A Valorização do Espaço. São Paulo: Hucitec, 1984. --------------------------- Ideologias Geográficas. São Paulo: Hucitec, 1991. SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000. ----------------- Técnica, Espaço, Tempo – Globalização e Meio Técnico Cientifico Informacional. São Paulo: Hucitec, 1996a. ----------------- A Natureza do Espaço Técnica e Tempo Razão e Emoção. São Paulo: Hucitec, 1996b. ----------------- Metamorfoses do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1988. ----------------- Por Uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, 1986. SIMIELLI, M. E. R. Cartografia no Ensino Fundamental e Médio. In: CARLOS, A. F. A. (Org.) A Geografia na Sala de Aula. São Paulo: Contexto, 1999. SPOSITO, M. E. B. Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia: pontos e contrapontos para uma análise. In: CARLOS, A. F. A. E OLIVEIRA, A. U. de (orgs.) Reformas no Mundo da Educação: Parâmetros Curriculares e Geografia. São Paulo: Contexto, 1999. VASCONCELOS, Celso dos. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad – Centro de Formação e Assessoria Pedagógica, 1993. VLACH, V. R. F. O Ensino da Geografia no Brasil: uma perspectiva histórica. In VESENTINI, J. W. (org.) O ensino de Geografia no século XXI. Campinas, SP: Papirus, 2004. 318 Governo do Estado – Secretaria do Estado da Educação Departamento de Ensino Médio Colégio Estadual São Luiz Gonzaga – E.F.M. Mamborê – Paraná Proposta Pedagógica Curricular da Disciplina de História APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Segundo Nereide Saviani (SAVIANI, 2000) percorrer a história de uma determinada disciplina, é entender melhor a História da própria educação. Pois os conteúdos, métodos, avaliação, ou seja, a estrutura curricular em si, desvelam a concepção teórica e metodológica da disciplina e da educação como um todo, como também suas implicações políticas, sócio-econômicas e ideológicas. 319 Portanto, num momento importantíssimo como este, de construção democrática das Orientações Curriculares para o Ensino Médio do Paraná, torna-se fundamental historicizar o ensino de História do Brasil, para que possamos discutir com segurança e criticidade os novos caminhos que deverão ser traçados coletivamente para o ensino de História. Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, especificamente o de História, apesar de serem impostos ao sistema escolar nacional e paranaense, por uma política educativa baseada no ideário neoliberal, tiveram o mérito de incorporar na sua proposta curricular a abordagem referente à Nova História Cultural e à Nova Esquerda Inglesa, valorizando, assim, problemáticas referentes ao cotidiano, à memória, à cultura voltada para as práticas culturais e identidades coletivas e individuais. O ensino de História como formação de uma democracia radical por meio da construção do conhecimento histórico caracterizado a partir do domínio da especificidade da disciplina por parte do professor, aplicando-a de forma adequada ao Ensino Médio. Viabilizando a prática em sala de aula da produção do conhecimento através da pesquisa continuada, tendo como construtores do saber histórico, os alunos e professores, identificando-os como sujeitos históricos. Percebe-se a necessidade da valorização dos sujeitos históricos não somente como objetos de análise historiográfica, mas como agentes que buscam a construção do conhecimento através da reflexão teórica e, portanto, da produção conceitual de sua prática vivencial e investigativa no universo escolar. Talvez este desejo dos professores seja um caminho para a formação de uma consciência histórica no aluno e no professor ao pensarem a própria experiência educativa ao se pensarem como seres sociais e cidadãos construtores de um espaço público realmente democrático produzido pela ação social. Para isso acontecer, torna-se relevante a defesa de referenciais teóricos de caráter realista e globalizante, que levem em consideração, entre outros aspectos sócio-históricos, as práticas dos alunos e professores inseridos no cotidiano do universo escolar. Estes referenciais devem permitir a seleção das 320 informações advindas do mundo extra-escolar através de uma conceitualização teórica rigorosa, considerando, assim, a forma com que estes sujeitos sóciohistóricos abordam e constroem a narrativa histórica nesta disciplina. Esta rigor se refere a um critério de verdade estruturado na historicidade do conhecimento científico. As estruturas sócio-históricas podem ser descobertas, interpretadas e analisadas a partir de metodologias que se confrontam com dados empíricos tais como as fontes históricas. Este confronto, pode modificar as metodologias e mesmo verificar a sua validade em relação aos fatos históricos expressos nas fontes utilizadas ao abordar o objeto de estudo. Nesta concepção, as teorias e as metodologias não são somente formas discursivas, pois elas se constituem a partir da realidade sócio-histórica do objeto de estudo enquanto elemento relativamente autônomo em relação à realidade complexa e total. É neste espaço, que ocorre a tematização dos conteúdos numa relação dialética e seletiva entre o aspecto empírico e o aspecto teórico-conceitual do conhecimento histórico. Deve-se levar em conta que os conceitos utilizados na disciplina de História são historicamente construídos, e têm uma relação intrínseca com o processo de surgimento e constituição das diversas formações sociais. Estes conceitos são instrumentos que permitem ao professor e ao aluno refletir sobre sua prática, construindo assim a percepção da formação da consciência histórica nestes sujeitos. A História, como todas as disciplinas do campo das Humanidades, não possui o benefício do consenso político na sociedade acerca do seu avanço e de facilidades para investigação. Ao contrário de algumas concepções sobre as ciências naturais e exatas, a História sempre haverá de encontrar resistência de grupos e indivíduos que não têm interesse em seu avanço, devendo privilegiar as relações culturais, de trabalho e poder, interligadas entre si e permitem a busca do entendimento das totalidade das ações humanas estruturando o campo de investigação do conhecimento histórico nas dimensões política, econômico-social e cultural. 321 OBJETIVO GERAL • Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, propiciando o conhecimento dos princípios que regulam a convivência em sociedade, dos direitos e deveres, da cidadania, justiça e das condições para ter uma participação mais atuante na construção de um Brasil em que todos possam satisfazer suas necessidades básicas, independente da classe social, econômica, credo ou nação. • Contribuir para formação do sujeito crítico, onde o estudante poderá expressar suas experiências, levando-os a reflexão e a superação de uma visão unilateral dos fatos históricos favorecendo a compreensão da vida social em toda a sua complexidade; • Compreender que o estudo do passado se realiza a partir de questionamentos feitos no presente por meio de análise de diferentes documentos históricos, considerando os conflitos inerentes às relações do trabalho. CONTEUDOS ESTRUTURANTES PODER – CULTURA – TRABALHO – TEMPO e ESPAÇO Específicos Complementares 322 - Contexto social; Territorialidade – Brasil – Paraná. Mundo do trabalho; Experiências Culturais; Relações de trabalho e produção; Classes sociais; Migrações; Organizações e lutas trabalhistas; - Novas descobertas de sítios arqueológicos; Relações de comparação entre o ontem e o hoje; Nova tecnologia para o estudo do antigo. Revolução nas classes sociais, modificando a visão de sociedade; Nova visão do mundo do trabalho, conhecendo as mudanças operadas pela tecnologia; A mulher emerge no mundo do trabalho; A ação do homem no meio ambiente. 323 - Economia, Ciência e Tecnologia; Ideologia do trabalho; Trabalho e Gênero; Trabalho e natureza; Globalização. Experiência Cultural; Formação da identidade e da alteridade; Gênero; Etnia; Religiosidade; Indústria Cultural; Arte, Ciência, Tecnologia e idéias; Ideologia; Mentalidade e cotidiano; Movimentos contestatórios; Invenção das tradições; Memória coletiva. Cultura Política; Espaço público; Relações de poder; Cidadania ao longo da História; Regimes Políticos; Estado, Governo, Nação e Nacionalismo; Guerras e Revoluções; Colonialismo e neocolonialismo; Partidos e organizações sociais; Imaginário político; Poder e ideologia. - - - Novos métodos de pesquisa usando a tecnologia; O modo de vida representado expresso na arte. O poder político estruturado nas relações sociais e surgimentos de grupos organizados como o MST; O poder da Igreja nas relações políticas. As diferentes formas de mercantilismo praticado no mundo. Troca de experiências entre as diversas nações em termos políticos, econômicos e culturais; As formas de relações do trabalho. Reforma e Contra Reforma; Renascimento Cultural Urbano; Formação dos Estados Modernos Nacionais; A influência do negro na formação do povo brasileiro. A ideologia política como forma de dominação da raça branca em detrimento das outras; O crescimento dos conflitos urbanos e rurais. A sociedade contemporânea vivendo as mudanças no século XXI. O Capitalismo selvagem que explora o trabalho assalariado através das diferentes classes sociais, levando o indivíduo a especializar-se em diferentes tipos de conhecimentos e tecnologias para garantir sua sobrevivência; O aumento do trabalhador informal. As diversas etapas da Revolução Industrial, mudando a mentalidade da população, na participação de projetos culturais, religiosos e científicos; Movimentos contestadores sobre a proteção ao meio ambiente – ONGS. O fortalecimento das relações de poder do explorador X explorado, em todas as instituições tanto políticas como sociais e culturais - 324 METODOLOGIA DA DISCIPLINA Através do Ensino da História, mais importante que conhecer fatos históricos, é aprender a pensar historicamente. O ensino deverá estar voltado para a reflexão crítica, para a auto-conscientização do ser que conquista direitos de cidadania para estimular nele o crescimento da autonomia do pensamento. Os conteúdos estruturantes, os quais deverão estar articulados com a fundamentação teórica e os temas selecionados, devem estar assegurado no Projeto Político Pedagógico da escola. Primeiramente deve-se focalizar o acontecimento, processo ou sujeito que se quer representar do ponto de vista da historiografia. Em segundo lugar, delimitar o tema histórico em um período bem definido demarcando referências temporais fixas e estabelecer uma separação entre seu início e seu final. Por fim, alunos e professores definem um espaço ou território de observação do conteúdo tematizado. O que delimita esta demarcação espaço-temporal é a historiografia específica escolhida e os documentos históricos disponíveis. Além dessas três dimensões, faz-se necessário instituir um sentido à seleção temática realizada, o qual é dado pela problematização. É importante construir uma narrativa histórica através de: narração, descrição, argumentação, explicação, problematização. Estes documentos permitem a criação de conceitos sobre o passado e o questionamento dos conceitos já construídos. É relevante a utilização do trabalho com diferentes documentos como imagens, livros, jornais, história em quadrinhos, fotografias, pinturas, gravuras museus, filmes, músicas, na constituição do conhecimento histórico, sendo importante verificar sobre a existência em si do documento; sobre o significado do documento como sujeito. Estes documentos permitem a criação de conceitos sobre o passado e o questionamento dos conceitos já construídos. 325 A proposta da seleção de temas é também pautada em relações de interdisciplinaridades, enfocando a cultura afro-brasileira e africana, a educação no campo e a educação ambiental, considerando que é na disciplina de História que ocorre a articulação dos conceitos e metodologias entre as diversas áreas do conhecimento. A História é fundamentalmente realizada pelo homem comum, por seu trabalho, sua criação, seus sonhos e lutas. A construção da cidadania incorpora a noção de que cada indivíduo deve ser sujeito ativo e consciente das transformações da sociedade em que vive. AVALIAÇÃO No ensino de História a avaliação deverá ser formal, processual, contínua e diagnóstica, observando-se o desempenho dos alunos no processo ensinoaprendizagem que se realizará através de diferentes atividades como: leitura, interpretação e análise de textos historiográficos, mapas e documentos históricos; produção de narrativas históricas, pesquisas bibliográficas, sistematização de conceitos históricos, apresentação de seminários, autoavaliação. É preciso, no entanto, saber contemplar a avaliação na adequação aos alunos com dificuldades de aprendizagem, oferecendo oportunidades de realizações de acordo com a capacidade e o tempo de cada indivíduo. REFERÊNCIAS BOBBIO, Norberto, MATTEUCCI, Nicola, PASQUINO, Gianfranco.Dicionário de política. São Paulo: Imprensa Oficial,2000. BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador. São Paulo: Zahar,2002. 326 BURKE, Peter. A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo : UNESP, 1992. BURNS, Edward McNall.História da Civilização Ocidental.Porto Alegre:V.1.2. Globo,1981. COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral. São Paulo : Saraiva, 1998. Diretrizes Curriculares de Historia. SEED. Curitiba. 2006. ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. V.1. São Paulo: Zahar,1993ª. ELIAS, Norbert. O processo civilizador: formação do Estado e da civilização. V.2. São Paulo: Zahar,1993b. FERREIRA, Olavo Leonel. História do Brasil. São Paulo: Ática, 1984. FERRO, Marc. A manipulação da história no ensino e nos meios de comunicação. São Paulo: Martins Fontes, 1989. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola,1996. ________ . Vigiar e punir. Petrópolis, Vozes, 2001. ________ . A arqueologia do saber. São Paulo : Forense Universitária, 2004ª. ________ . A microfísica do poder. São Paulo: Graal,2004b GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere, v. I a VI. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,2004.. HOBSBAWN, Eric. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 2000ª. __________. Mundos do trabalho: novos estudos sobre a história operária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000b. HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas : UNICAMP, 1992. PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. PINSKY, Jaime e Carla Bassanezi Pinsky. História da Cidadania. São Paulo. Ed. Contexto, 2005. SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 2004. 327 SAVIANI, Nereide. Saber escolar, currículo e didática: problemas da unidade conteúdo/método no processo pedagógico. Campinas : Autores Associados, 2000. THOMPSON, Edward P. Tradicion, revuelta y consciência de classe : estúdios sobre las crisis de la sociedad preindustrial. 2 ed. Barcelona : Editorial Crítica, 1984. _______ . Senhores e caçadores : a origem da Lei Negra. Rio de Janeiro : Paz e Terra, l997. _______ . Costumes em comum. São Paulo : Companhia das Letras, 1998. _______ . A formação da classe operária inglesa : a árvore da liberdade. V.I. Rio de Janeiro: Paz e Terra,2004. _______ . A formação da classe operária inglesa : a maldição de Adão. V.2 . Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002ª. _______ . A formação da classe operária inglesa: a força dos trabalhadores. V.3. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 2002b. WILLIAMS, Raymond. Marxismo e literatura. Rio de Janeiro : Zahar, 1979. _______ . Cultura. Rio de Janeiro : Paz e Terra , 1992. _______ . La larga revolucion. Buenos Aires : Nueva Visión, 2003. 328 GOVERNO DO ESTADO SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. MAMBORÊ – PARANÁ PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA – ENSINO MÉDIO 1- APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA O ensino da Língua Portuguesa no Ensino Médio tem como um dos fundamentos que norteiam a construção da atual Proposta Curricular os postulados construídos a partir das contribuições de Bahtkin: “A língua configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem através desta interação”. Portanto, não há uma única forma de conceber a Língua Portuguesa como explicitavam correntes tradicionais que reduziam a linguagem a: - Um conjunto de regras gramaticais; - Um conjunto de expressões ditas corretas; 329 - Mero instrumento de comunicação e expressão utilizadas pelos falantes em situações específicas. Em suma a língua se constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que interagem. Isto significa compreender a língua como “um conjunto aberto e múltiplo de práticas sócio-interacionais, orais ou escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente situados. Pensar a língua desse modo é perceber que ela não existe em si, mas existe efetivamente no contexto das relações e nelas se constitui continuamente” (FARACO, 2003). Assim ensinar Língua Portuguesa é fundamentalmente oferecer ao alunado a oportunidade de amadurecer e ampliar o domínio que ele já tem das praticas de linguagem. Já a Literatura potencializa essa prática diferenciada com os conteúdos, estruturados e se constitui num forte influxo capaz de fazer e aprimorar o pensamento trazendo sabor ao saber, permitindo a constituição de um corpo de interação em torno do objeto estético, abrindo-se assim um espaço imenso da linguagem (Garcia, 2005). Nesta perspectiva, as práticas adotadas levam o aluno a compreender e pruduzir textos não apenas orais e escritos, mas colocar-se em relação às diversas modalidades de linguagem para delas tirar sentido. Cabe a escola, no entanto, criar condições para que esse domínio dê um salto dê qualidade, tornando-se mais maduro e mais amplo. A prática da leitura, da escrita e da fala em situações formais, leva os alunos à compreensão da própria realidade, assegurando-lhe o exercício pleno da cidadania. 2- OBJETIVOS 1- Desenvolver o educando, assegurando-lhe formação indispensável para o exercício da cidadania, fornecendo-lhe meios para progredir no trabalho e na sociedade em que está inserido (Art. 22 LDB); 2- Dotar o aluno com a capacidade de compreender e usar a Língua Portuguesa como fonte geradora de significação e integradora de organização do mundo e da própria identidade; 330 3- Priorizar a formação do leitor, habituando os alunos a ler, escrever e interpretar destacando a pratica social considerando-se os interlocutores e seus objetivos, o assunto, os gêneros e suportes textuais, a leitura e o contexto de produção; 4- Compreender o sentido dos textos orais e escritos, desenvolvendo a capacidade de reconhecer a intencionalidade implícita e conteúdos discriminatórios ou persuasivos, ressaltando o caráter social da linguagem, de compreender a realidade em que está inserido e o seu papel como participante da sociedade 5- Através pensamento crítico, propiciando assim, do contato com a sensibilidade uma prática os textos literários, estética, desenvolver prazerosa através aprimorar os da o costumes, Literatura complementando-se na oralidade, leitura e escrita; 6- Privilegiar os textos em sua diversidade, enfocando sua especificidade, função, marcas lingüísticas, sua organização, levando-se em conta a presença do interlocutor no uso efetivo da língua; 7- Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos; 8- Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizdas por meio de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de produção/leitura; 9- Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua organização; 10- Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da Literatura, a constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com as práticas da oralidade, da leitura e da escrita. 11- Aplicar as tecnologias da comunicação em contextos relevantes para o aluno com recursos tecnológicos que a escola dispõe, possibilitando o acesso ao conhecimento do mundo globalizado. 331 332 3- CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E S T R U Discurso, Prática Social: Leitura, Escrita, Oralidade e Literatura T Específicos Prática de leitura; Variação Lingüística; Gêneros textuais; Análise do discurso; Prática de escritas; O discurso – práticas sociais; Intertextualidade; Diversidade textual. Complementares Cultura Afro-brasileira; Educação Fiscal; Agenda 21; Fesarte; Varal de Poesias; Projeto Ação e Comunicação; Educação do Campo Cidadania e Saúde Meio ambiente U R A Oralidade N T E S 333 4 – METODOLOGIA Pensar o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também nas contradições, nas diferenças e nos paradoxos do quadro complexo da contemporaneidade. A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a percepção das inúmeras relações de poder presentes nas teias discursivas que atravessam o campo social, constituindo-o e recebendo, concomitantemente seus influxos. Considerando o processo dinâmico e histórico dos agentes na interação verbal, tanto na constituição social da linguagem, quanto sujeitos que por meio dela interagem. A linguagem deve ser vista como ação entre sujeitos histórica e socialmente situados que se constituem uns aos outros em suas relações dialógicas. Na medida em que possibilita a interação e a constituição humanas, ela pode sert considerada como trabalho e produto do trabalho. Como afirma GERALDI (1991 p.6) “a linguagem não é o trabalho de um artesão, mas trabalho social e histórico seu e de outros e é para os outros e com os outros que ela se constituí”. Na linguagem o homem se reconhece humano, interage e troca experiências, compreende a realidade em que está inserido e o seu papel como participante da sociedade. Deve-se considerar a dimensão dialógica da linguagem, presente em atividades que possibilitem, aos alunos e professores, experiências reais de uso da língua materna. Os conceitos de texto e de leitura não se restringem a linguagem escrita, mas sim abrangem textos escritos e falados, a integração da linguagem verbal com outras linguagens, as práticas da linguagem, enquanto fenômeno de uma interlocução viva, perpassam todas as áreas do agir humano, potencializando a perspectiva interdisciplinar. Trabalhar os conteúdos de forma a favorecer a reflexão crítica do aluno utilizando a linguagem a partir da diversidade de textos que circulam socialmente: textos poéticos, informativos, 334 científicos, argumentativos, narrativos, etc, orientando para o uso da gramática como fonte de pesquisa para superar as dúvidas sobre o uso da língua padrão. É fundamental privilegiar a leitura de bons textos, para a formação do leitor e escritor. Devemos tratar a língua como algo com vida e textos como conjunto de regras a serem apreendidos, tendo como ponto de partida o que o aluno já conhece, proporcionando o trabalho com diferentes textos e facilitando a condução ativa e diversificada dos trabalhos e conteúdos relativos a literatura brasileira, portuguesa e africana, através de pesquisas, debates, análise e produção. A oralidade tem suas características próprias, realiza operações lingüísticas complexão utilizando-se de diversos meios. O trabalho com a oralidade é muito rico: debates, discussões, transmissão de informações, troca de opiniões, argumentação, contação de história, declamação de poemas, teatro, relatos de experiências e entrevistas, bem como a análise da linguagem do cotidiano: programas televisivos e radiofônicos, jornais, novelas, propagandas, discursos de poder público e privado. Priorizar estratégias que levem o aluno a expressar suas idéias com fluência e segurança nos diferentes contextos sociais praticando e aprendendo a convivência democrática tanto pelo livre direito a expressão quanto pelo reconhecimento do mesmo direito ao outro. A leitura compreende o contato do aluno com uma ampla variedade de textos: discursos produzidos numa ampla variedade de praticas sociais. O desenvolvimento de uma atitude crítica de leitura deverá levar o aluno a perceber o sujeito presente nos textos. O ato de ler é identificado com o de familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diversas práticas sociais: notíciais, crônicas, piadas, poemas, artigos científicos, ensaios, reportagens, propagandas, informações, charges, romances, contos, etc, percebendo em cada texto a presença de um contexto histórico, de uma intenção. 335 No processo de leitura não podemos deixar de lado a leitura das imagens (fotos, outdoors, propagandas, imagens digitais e virtuais, figuras) que povoam o nosso universo cotidiano, contemplando assim o multiletramento. As atividades de leitura devem considerar a formação do leitor, contemplando o dialogo dos estudantes com o texto e não sobre o texto. Segundo Yunes (1995), a formação dos leitores contará com atividades de: - Memória: o ato de ler convoca o leitor ao ato de pensar; - Intersubjetividade: interação do leitor com o texto, bem como as vozes presentes nele; - Interpretação: a leitura não acontece no vazio. Buscamos desvendar o mistério do texto, esquecendo-nos do mistério do leitor. - Fruição: a fruição do ato de ler envolve respostas a muitos textos, em diferentes linguagens e recriações: palavras, sons, cores, imagens, versos, ritmos, títulos, gestos, vozes, etc. Destaca-se assim que com estas atividades, o aluno perceba a imcomplitude dos textos que deve ser preenchidas pelo leitor. A escrita segundo Lajolo (1982), é antes de tudo a ação e experiência entre o uso e o aprendizado da língua, pois aprende-se lendo e escrevendo e não a partir de conceitos. Em toda produção escrita, o estudante deve posicionar-se como sujeito do texto e do discurso, fazendo do mesmo uma interação entre ele e seus possíveis leitores evidenciando a intenção que gerou essa produção. O trabalho com a escrita é um processo e não algo acabado. Fazem-se necessárias atividades que permitam ao aluno refletir sobre seu texto e reelaborá-lo. O refazer textual pode ser de forma individual ou em grupo, considerando sempre a intenção e as circunstâncias da produção. A reescrita deve valorizar o esforço daquele que escreve, desconfia, rasga e reescreve, até que o texto lhe pareça bom para entender a intenção que o levou a produção. 336 Literatura O ensino realizado com a literatura no Ensino Médio tem deixado de lado a formação do leitor ao não valorizar a experiência real de leitura, de intenção do estudante com o texto literário. O método rizomático sugere um trabalho com a literatura que leva a libertação do pensamento em relação a linha do tempo. O professor de literatura para operar na perspectiva rizomático, será um continuo leitor, capaz ele mesmo de selecionar os textos que trabalhará com seus alunos, estimulará as conexões a serem realizadas e as relações dos textos escolhidos com o contexto presente. Terá sempre em vista o presente da leitura, pois há quem diga que ler um texto é escrevê-lo e que a escritura de um texto só se concretiza no instante da leitura. Deverá ser realizado um trabalho literário existente por trás dos textos, sendo assim uma experiência que desvelará ao aluno as especificidades desse texto na sua criação de mundos nos recursos de linguagens presentes em cada obra. As aulas de literatura deverão estar abertas a mudanças, atendendo as relações do alunado, incorporando suas idéias e as relações textuais por ele estabelecidas. É necessário que o professore reserve, toda semana um tempo para a leitura, em suas aulas, permitindo assim a constituição de um campo de interação com o objeto estético. O trabalho com a literatura potencializa uma prática diferenciada com os conteúdos estruturantes e se constitui num forte refluxo capaz de fazer aprimorar o pensamento trazendo sabor ao saber. O professor de Língua Portuguesa e Literatura serão capazes de se valer de todos os meios de que dispõe para que os alunos façam suas próprias escolhas ante as oportunidades que a vida colocar na sua frente, educando para a criatividade e liberdade. Análise lingüística 337 A análise lingüística (inclui-se o trabalho gramatical) deve estar presente no ensino de línguas como ferramenta perpassando as atividades de leitura, oralidade e escrita, Segundo Rojo (2004) a fala, leitura e escrita são atos de interação que constroem a vida social envolvendo a construção de significados, de conhecimentos, de identidade dos sujeitos. A reflexão sobre a linguagem abre espaço para os alunos serem operadores textuais. Ela vai abordar as variações lingüísticas que caracterizam a linguagem dos diferentes grupos sociais possibilitando também aos alunos a reflexão sobre a organização estrutural. Nesta perspectiva o aluno ampliará suas capacidades de uso da língua a partir das quais o professor vai explorar os aspectos textuais e as exigências específicas da linguagem. O professor nesta concepção de linguagem precisa dar um tratamento diferenciado ao erro. O erro deve ser visto enquanto tentativa de acerto dos alunos e que através dele, verificam hipóteses tudo resultantes das atividades dos alunos na interação viva propiciada pelo sistema lingüístico que permitirão ao professor selecionar seus conteúdos em sala de aula. A partir da constatação das falhas que a língua torna-se objeto de reflexão e de discussão das questões lingüísticas, levando alunos e professores a realizarem auto-avaliação e dentro de uma dinâmica de tentativas, acertos, erros, interferências, comparações, deduções, construir o aprendizado do fato lingüístico que lhe dará reais desenvolturas enquanto sujeito dentro e fora da escola. 5 - AVALIAÇÃO A concebemos avaliação a deve linguagem ser e vinculada como 338 com definimos o modo seus como objetivos, metodologia e construção. A mesma deve servir de suporte e reflexão para subsidiar o professor com relação a sua pratica pedagógica para proceder com eventuais ajustes quando necessário, como também, oferecer oportunidades ao aluno para que este se posicione como avaliador do processo de construção do seu conhecimento com autonomia. Assim, com ponto de partida, faz-se necessário realizar uma sondagem diagnóstica do estágio do conhecimento de cada aluno, priorizando as habilidades de: ler, falar, escrever e interpretar. A avaliação da leitura e de interpretação devem conduzir os objetivos bastante claros para o alunado, como a compreensão, a construção do sentido, a reflexão e resposta ao texto lido. Ao aluno deve ser oportunizado o acesso à diversidade textual para que o mesmo possa avaliar e compreender o seu crescimento enquanto leitor. As atividades de avaliação de ensino de Língua Portuguesa e Literatura visam uma oportunidade de reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem do professor e aluno. As mesmas têm de ser vistas como continua transformação das praticas pedagógicas do professor, respeitando o tempo de aprendizagem de cada individuo, oportunizando a estas formas peculiares de avaliação, sujeitas a adaptações que garantam um avanço significativo no domínio do conhecimento. A produção oral do aluno deve considerar a adequadação do discurso produzido em diferentes situações e com determinados interlocutores. Neste processo avaliativo os recursos utilizados serão os seminários, debates, entrevistas, contação de estórias e experiências. Também ao aluno será oportunizada a posição de avaliar de seu próprio texto oral como daqueles produzidos por outros meios e interlocutores. Na escrita, oportunizam diferentes recursos para a produção textual, pois os resultados dessa ação são as circunstâncias de produção. Neste processo de avaliação considera os aspectos 339 textuais e gramaticais, como também a argumentação e a clareza na organização das idéias, pois o aluno deve ter em mente que o outro, o leitor, necessita ter acesso fácil as nossas palavras escritas e compreendê-las. Considerando que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes, a avaliação formativa que é diagnóstica e continuada permite que os sujeitos do processo (professor e alunos) percebam juntos as dificuldades e juntos reflitam sobre soluções que enfatizam o aprender. 6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ANDRÉ, Hildebrando A, de. Gramática Ilustrada. 5º ed. Moderna, São Paulo, 1997. APOSTILAS NOBEL. Produção Textual. Ensino Médio. BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em Preto e Branco – Discutindo as Relações Raciais. 3º ed. São Paulo, Ática, 2005. FARACO, Carlos Alberto. Português: Língua e Cultura, Ensino Médio. 3º série. Base. Curitiba, 2005. FREIRE, Paulo. A importância do Ato de ler: em três artigos que se completam. 46º ed. São Paulo. Cortez, 2005 GERALDI, João W. Parto. Pontos de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991 p.6 LAJOLO, Marisa, O que é Literatura. São Paulo: Brasiliense, 1982. MEDEIROS, João Bosco. Técnicas de Redação. 4º ed. São Paulo, Atlas, 1991. REVISTA MUNDO JOVEM. REVISTA VEJA E OUTRAS. SARMENTO, Leila Lauar. Redação: Oficina de Textos. Moderna, São Paulo, 1997. 340 TERRA, Ernani. Jose de. Gramática, Literatura e Produção de Textos para Ensino Médio. 2º ed. São Paulo, 2002. SEED, Orientações curriculares. Língua Portuguesa e Literatura. Fevereiro/ 2006. SEED, Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino Médio. Versão Preliminar. Julho/ 2006. GOVERNO DO ESTADO SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. MAMBORÊ – PARANÁ PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A Matemática é uma ciência essencial e indispensável à vida. Não se pode ter uma visão de mundo sem a Matemática, porque ela está inserida dentro da realidade do homem desde que ele existe. Afinal de contas ela foi criada pelo homem justamente para suprir suas necessidades. Analisando-se o desenvolvimento da Matemática ao longo de sua história, percebe-se que após um período de sistematização, apresentando grandes avanços científicos até a primeira metade do século XIX. No final do século XX, surge a tendência histórico-crítica que norteou a concepção da Matemática como um saber vivo, dinâmico, construído historicamente para atender as necessidades sociais e 341 teóricas, influenciando as tendências atuais. Sendo assim, neste contexto histórico a SEED iniciou, em 1987, discussões com os professores da Rede Pública Estadual para elaboração e reestruturação do ensino de segundo grau, concluída em 1988. Neste contexto, o ensino da Matemática para o segundo grau é vista como instrumento para compreensão, a investigação, a inter-relação com o ambiente, em seu papel de agente de modificações do indivíduo, provocando mais que simples acúmulo de conhecimento técnico, o progresso do discernimento político. Perante várias discussões, propostas e tendências é preciso ter claro que construímos nosso ideário pedagógico a partir da reflexão e discussão da nossa prática e que estamos envolvidos em um processo dialético e em permanente mutação. Dessa forma, a Matemática enquanto disciplina, assim como outras da grade curricular escolar assumem valor educativo a partir do momento que prepara e fornece subsídio ao educando para exercer sua função de cidadão, para que possa atuar de forma consciente e transformadora na sociedade. OBJETIVOS GERAIS • Desenvolver um trabalho que possa levar o aluno a explorar os problemas, tentar estratégias de soluções, criar perguntas visando à compreensão dos mesmos, formando atitudes que criem neles espírito crítico e inovador, despertando-os para a beleza da Matemática e sua utilização na prática cada vez mais indispensável no mundo atual. • Aproveitar as idéias dos alunos nas situações problemas, para que eles compreendam todo o raciocínio desenvolvido até chegar 342 às soluções adequadas, construindo assim, por intermédio do conhecimento matemático, valores e atitudes de natureza diversa, visando à formação integral do ser humano do cidadão. CONTEÚDOS DISCIPLINA: MATEMÁTICA ESPECÍFICOS COMPLEMENTARES CONTEÚDO S 343 E S T R U T U R A N T E S NÚM EROS E ÁLGE BRA FUN ÇÕE S GEO METR IAS Trata ment o da Infor maçã o - Conjunto dos Números Reais. Matrizes; Determinantes; Sistema Lineares; Números Complexos; Polinômios; Números Complexos. - Função afim; Função quadrática; Função exponencial; Função logarítmica; Função modular; Função trigonométrica; Progressões Aritméticas; Progressões Geométricas. - Geometria plana; Geometria espacial; Geometria analítica. - Estatística; Análise Combinatória; Probabilidade; Binômio de Newton; Porcentagem; Juros simples e compostos; Matemática financeira. - Tangram; Origami; Educação Fiscal. METODOLOGIA DA DISCIPLINA O ensino da Matemática vive hoje um paradoxo. Ao mesmo tempo em que a sociedade pleiteia e justifica sua presença de uma forma marcante nos currículos escolares, percebe-se que a maioria dos 344 conteúdos ensinada nos bancos escolares é considerada, desinteressante e inútil, por não estar vinculada à realidade social. Acreditamos que parte deste problema se deva ao fato de que tradicionalmente, o ensino da Matemática na escola básica tem-se caracterizado como um discurso preocupado excessivamente com o desenvolvimento precoce de uma linguagem simbólica destituída de significação e sem relação com o seu conhecimento anterior. Uma tentativa de rompimento com esse modo de conceber a pratica pedagógica em Matemática, implica na proposição de metodologias através de um trabalho que vise romper com abordagem fragmentada dos conteúdos, que possibilitem ao aluno a compreensão de conceitos significativos, o estabelecimento de relações com experiência anteriores vivenciadas. Promover a organização de um trabalho escolar, que se inspire e se expresse em articulação entre os conteúdos específicos pertencentes a conteúdos estruturantes diferentes, de forma que as significações sejam reforçadas, refinadas e intercomunicadas partindo do enriquecimento e das construções de novas relações. Construindo portanto, seus conhecimentos como soluções de problemas significativos, respondendo às exigências do contexto em que está inserido e não apenas às expectativas do professor. Trata-se de repensar as bases teórico-metodológicas sobre as quais se sustentará à implementação de um processo de ensino voltado para a formação dos conceitos em Matemática, contribuindo para a superação de uma concepção imposta aos alunos, onde o conteúdo que lhes é ensinado não tem relação alguma com os acontecimentos cotidianos, quer sejam externos ou internos à escola. Pretende-se priorizar um ensino que valoriza a história dos estudantes, incluindo no currículo escolar a Historia e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Lei 10639/03) e a Educação do Campo, realizando um trabalho de forma inter e multidisciplinar. 345 Dessa forma, o ensino da Matemática, exige pensar na formação de um professor-investigador da prática docente. Estabelece ainda uma postura teórico-metodológica que requer do professor uma atitude de questionamento frente a certas concepções pedagógicas historicamente difundidas, bem como a própria concepção que se tem do ato de conhecer. Incrementar o processo pedagógico passa pela formação continua de professores que implique na inovação e no ensaio de novas formas de trabalho pedagógico. Logo, a necessidade de se pensar na formação de um professor-investigador da prática pedagógica, capaz de compreender o elo indissociável entre a prática e a reflexão sobre essa prática, reconstruindo o seu conhecimento sobre o ensinar e o aprender e sobre o papel que a escola desempenha no processo social. É nesse sentido que defendemos a participação do professor que atua diretamente na sala de aula, na medida em que exerce papel preponderante no exercício de análise crítica, visto que; de contrário, nada se efetiva em termos de reorganização curricular na escola. AVALIAÇÃO A avaliação deve ter um papel de mediação no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, aprendizagem e avaliação devem ser integradas na prática docente. Cabe ao professor buscar diversos métodos avaliativos: formas escritas, orais e de demonstração (construção de gráficos, tabelas, confecção de poliedros), incluindo o uso de materiais manipuláveis, computador e/ou calculadora. Como prática pressupõe discussões dos processos de ensino e da aprendizagem caracterizadas pela reflexão sobre a formação do aluno enquanto cidadão atuante numa sociedade que agrega problemas complexos. Uma avaliação que se restringe em apenas quantificar o nível de informação que o aluno domina não é coerente com a proposta da 346 Educação Matemática. É preciso que haja interação entre o aluno e o conhecimento para que se possa verificar em que medida o mesmo aprendeu o conteúdo proposto e consegue materializá-lo em situações que exigem raciocínio matemático, levando em conta suas diferenças, tempos (ritmos) de aprendizagem e suas raízes. Para tanto o tipo de avaliação adotada pelo professor deve abrir espaço à interpretação e à discussão, dando significado ao conteúdo trabalhado e a compreensão por parte do aluno. Sendo assim, é fundamental o dialogo entre professores e alunos na tomada de decisões, nas questões relativas aos critérios utilizados para se avaliar, na função da avaliação e nas constantes retomadas avaliativas, se necessário. Respeitar as necessidades de qualquer dos alunos, atendendo às diferenças individuais (física, religiosa, cultural, social, econômica, etc). Portanto, a avaliação deve ser diagnóstica, contínua, onde o aluno torna-se sujeito do processo de aprendizagem, aprende a enfrentar limitações e a aperfeiçoar potencialidade. REFERÊNCIAS Brasil, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999. Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos. Documento preliminar. Diretrizes Curriculares Nacionais – Matemática/fev2006. Educação Matemática em Revista – Sociedade Brasileira de Educação Matemática. ROCHA, Iara Cristina Bazan da. In: Ensino de Matemática: Formação para Exclusão ou para Cidadania? Ano: 8, nº 9/10, Abril/2001. 347 Escola: A revista do professor. GENTILE, Paola & ANDRADE, Cristiana. In: Avaliação nota 10. Ano XVI, nº 147, Novembro/2001. Governo do Paraná – Secretaria de Estado da Educação – Departamento de Ensino Médio. Orientações Curriculares: Matemática. Semana Pedagógica. Julho/2005. Governo do Paraná – Secretaria de Estado da Educação – Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Matemática para o Ensino Médio. Versão preliminar, Julho/2006. Linguagem. Questões de Matemática? UNIOESTE/DME, Cascavel – Pr, 1995. www.diaadiaeducacao.com.br 348 GOVERNO DO ESTADO SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. MAMBORÊ – PARANÁ PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE QUÍMICA APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A palavra “química “ é hoje lugar-comum. É citada nos meios de comunicação de massa a todo instante e frequentemente até de forma contraditória: enaltecem-se os “progressos da Química” e combate-se a “poluição química” ; boas vindas são dadas ao novo “produto químico” que vai minorar o sofrimento das pessoas doentes ao mesmo tempo em que se apregoa que tal cosmético ou alimento é isento de “produtos químicos”. Por que esse desencontro? Há alguma razão para tal ou isso é apenas desinformação? Afinal, o que vem a ser então a Química? (CHAGAS – 2001 pág 13). Química é a ciência que estuda os materiais que constituem a natureza, sua composição e preparação, as transformações que sofrem as energias envolvidas nesses processos e a redução de novos materiais. A química está presente em todas as atividades da humanidade. É impossível imaginarmos um mundo privado de combustíveis, medicamentos, fertilizantes, pigmentos, alimentos, plásticos e produtos fabricados em indústrias químicas. Os problemas que podem surgir, dependem da forma de produção e aplicação desses produtos e o homem como articulador, deve estar consciente de seus atos. 349 O Ensino de Química, deve estar centrado na inter-relação de dois componentes básicos: a informação química e o contexto social, para que o educando possa participar da sociedade precisa não só compreender a química, mas entender a sociedade em que está inserido. OBJETIVOS GERAIS • Proporcionar aos alunos do Ensino Médio conhecimentos em Química relacionando com o cotidiano, preparando-o para a vida, para tomar decisões autonomamente como indivíduo e cidadão. • Compreender melhor as idéias fundamentais da química nos vários aspectos, o que ocorre na natureza e os benefícios que ela concede ao homem, mostrando a necessidade de respeitar o equilíbrio do planeta, com um agir responsável no meio ambiente e consigo mesmo. • Desenvolver a capacidade de investigação e o senso crítico frente aos problemas discutindo os oriundos aspectos do desenvolvimento sócio-científicos, ou desta seja, ciência, questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais relativos à ciência e tecnologia. • • CONTEÚDOS 350 Conteúdo Específicos Complementares s E S T R U T U R A N T E S Estrutura da matéria Substâncias Misturas Métodos de separação Fenômenos físicos e químicos Estrutura atômica Distribuição eletrônica Ligações químicas Soluções Dispersões Elementos radioativos Radioatividade Emissões radioativas Características do Carbono. Estrutura do universo Substâncias artificiais e naturais Soluções, emulsões, loções, dispersões etc. Combustão. Quarks, príons e outras partículas Eletricidade estática, e fontes de energia. Tensão superficial Misturas Tabela periódica Ligações químicas Radioisótopos e medicina Ligações químicas Substâncias – Petróleo Cadeias Carbônicas. Polímeros naturais. Isomeria Óxidos Sais Bases ou Hidróxidos Ácidos Termoquímica Cinética química Equilíbrio químico Petróleo – Fracionamento Combustão parcial e total. Propriedades da matéria Tabela periódica Estrutura molecular e atômica. Radicais livres Indicadores ácido-base Combustão. Reações de neutralização (ácidos-bases) Bioquímica Hemodinâmica Propriedades da matéria Ciclos do Carbono, da água e do nitrogênio. Cadeias carbônicas Ligações químicas Propriedades da matéria Métodos de separação Óxidos. Maté ria e sua Natu reza Maté ria e sua Natu reza Bioge oquím ica Quí mica Sint ética Substâncias nocivas à saúde. Reações químicas Fertilizantes Polímeros artificiais Funções oxigenadas e Funções nitrogenadas Reações orgânicas. 351 Agrotóxicos. Reações endotérmicas e exotérmicas. Velocidade das reações químicas Tipos de solo – composição elementar Tabela periódica Tipos de adubação natural ou sintética Tabela periódica Ligações químicas Propriedades da matéria Lei da conservação das massas Simbologia química METODOLOGIA DA DISCIPLINA A prática docente no ensino de química deverá contemplar os conhecimentos pré adquiridos pelo educando em suas relações sociais e estabelecer critérios de importância aos conteúdos ministrados, de forma a efetuar um ensino contextualizado e direcionado aos aspectos interdisciplinares, como educação do campo, educação ambiental, levando o educando à compreender fenômenos, aplicar conceitos, alterar seu meio e transformar de alguma forma sua dinâmica social. As aulas devem destacar problematizações e reflexões sobre temas cotidianos inseridos nos conteúdos da química. O professor dever ser mediador do conhecimento e deixar claro que, na ciência não existe verdade absoluta e imutável. Deve-se estabelecer uma linguagem clara e acessível aos alunos, para não criar-se resistência ao ato de aprender. Quanto ao uso de laboratório para aulas “práticas” de Química entendemos que é uma condição necessária mas não suficiente, não podemos estabelecer uma dicotomia entre teoria e prática e sim mostrar que o fenomenológico é fundamentado em conceitos teóricos, e que coexistem no processo ensino-aprendizagem, portanto a aula dita como prática não deve ser pautada em abordagem extremamente técnica, e sim que possa explicitar os conceitos adquiridos nas ditas aulas teóricas. A abordagem partindo da visão macroscópica para a visão microscópica do conhecimento Químico sempre será nosso norte. A abstração deve partir da observação do concreto, mas não podemos ficar somente focado no fenomenológico, pois se isso ocorrer, o aluno de fato não aprenderá química, será mero observador de fenômenos. 352 O desafio e fazer com que o aluno entenda os fenômenos nos seus aspectos mais intímos e microscopicamente, ou seja, consiga entender as interações moleculares, o comportamento dos elementos, a afinidade química, as forças inter e intra-moleculares, as mudanças de estado da matéria e sua interferência nas reações etc. É muito difícil ensinar qualquer coisa sem usar uma linguagem! Como é que vou ensinar se não tenho uma palavra, uma representação... mas, como vamos formar essa linguagem básica... a idéia antiga de educação era mais ou menos assim: eu vou ensinar uma linguagem básica começando pelo elemento. A alfabetização começava pelas letras, vogais, consoantes; a matemática começava pelos numerais; a química começava pelos átomos. Na alfabetização se imaginava que a junção da letras, formando sílabas e estas formando palavras... seria uma boa forma de ensinar às crianças... hoje ninguém mais pensa assim porque os estudiosos da alfabetização mostraram que há formas muito mais eficientes... A criança lia as palavras, soletrava..., mas não fazia a leitura, não lia o contexto! A mesma coisa em química... os alunos podiam até saber ligações, fazer as fórmulas químicas... mas isto não significa nada! E o que a gente quer é que o aluno aprenda química. E que tudo que ele vai falar signifique algo! Então, eu vou Ter que romper com esta idéia de que é começando com o estruturalmente mais simples, unindo estas estruturas e formando fórmulas químicas de substâncias, depois equações químicas... eu vou ensinar, de fato, a química. Esta é uma ruptura que temos que fazer. Em outros campos isto já foi feito. (MALDANER – 2003 pág. 183). É gritante a necessidade de uma nova forma de ensinar ciências em geral, neste sentido nos propomos a adotar um novo perfil no ensino de Química. O aluno deve terminar seu ensino médio sabendo compreender como acontece os mais elementares fenômenos para poder interagir com um pensar químico sobre o mundo. 353 AVALIAÇÃO A avaliação deve ser diagnóstica e contínua, de forma a proporcionar reflexão quanto a mudanças na avaliação. Avaliar o trabalho realizado, parte da comunhão de idéias dos educandos a respeito da química e cabe ao professor obter os resultas do educando e identificar a melhor forma de avaliá-lo. Proporcionar atividade diversificadas, na forma de prova escrita, objetiva, trabalhos em sala de aula, pesquisa, debates, relatórios de aulas práticas, interpretação de textos relacionados à química e ao cotidiano, atividades em equipes, oportunizando assim a integração de todos os alunos onde os mesmos possam compartilhar seus conhecimentos atingindo assim seus objetivos como educando, sem diferenciar as capacidades intelectuais de turmas heterogêneas. Propor uma mudança na avaliação tradicional da aprendizagem em química significa “desrotinizar” um exercício profissional do professor que é o de “dar notas” para os seus alunos a cada bimestre ou semestre, ou mesmo a cada mês. Para a mudança do ensino de Química, dizia, é necessário analisar a produção do aluno e a forma do pensamento com a qual ele o faz. Com isso iremos propor uma avaliação de todo o processo de ensino e aprendizagem em desenvolvimento, tendo em vista a sua melhoria e não a execução de uma rotina que só serve para controle e dominação do aluno no contexto escolar. Incentivar a produção do aluno por meio de relatórios de aula que não se pautem em regras rígidas de elaboração, mas que sejam leves a manifestarem o prazer da comunicação de um aprendizado novo. As questões de devem permitir a produção do aluno e não mera repetição dos conteúdos realizados nas aulas. Essas produções permitirão sempre uma gradação positiva, além de informar, ao professor e ao próprio aluno, 354 a forma de pensamento já desenvolvida sobre determinado assunto. (MALDANER – 2003 pág 254). Com esta visão diferenciada de avaliação, entendemos que poderemos contemplar efetivamente os alunos com deficiências de aprendizagem no contexto de avaliação, pois todos podem evoluir dentro de parâmetros pré-estabelecidos individualmente. REFERÊNCIAS CHAGAS, A, P. Como se faz Química. Uma reflexão sobre a Química e a atividade do químico. Campinas SP. Editora Unicamp, 2001 Diretrizes Curriculares de Química. SEED Julho 2006. FELTRE, R. Fundamentos da Química. São Paulo: Moderna, 1993. FONSECA, M.R.M. Química Geral. São Paulo: FTD, 1992. .MALDANER, O, A . A formação inicial e continuada de professores de Química. Professores Pesquisadores. Ijuí RS. Editora UNIJUÍ, 2003. QUÍMICA/ VÁRIOS AUTORES – Curitiba: SEED-PR, 2006. SARDELLA, A. Química. Serio Novo Ensino. São Paulo: Ática, 2003. UTIMURA, T. Y. et all. Química Fundamental. São Paulo, FTD, 1998. 355 GOVERNO DO ESTADO SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. MAMBORÊ – PARANÁ PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA As inquietações que mobilizaram o pensamento dos primeiros sociólogos no final do século XIX, após a Revolução Industrial, em muitos aspectos podem ser aproximadas das preocupações dos sociólogos contemporâneos de compreender as modificações nas relações sociais, decorrentes das mudanças estruturais impostas pela formação de um modo de produção econômica. Hoje o estudo da sociedade não cessa sua dinâmica, isso implica em novas formas de olhar, de compreender e atuar socialmente. Portanto a Sociologia tem como objeto de estudo o conhecimento e a explicação da sociedade através da compreensão das diversas formas pelas quais os seres humanos organizaram-se e passaram a viver em grupos, das relações que se estabelecem no interior e entre esses diferentes grupos, bem como a compreensão das conseqüências das relações para indivíduos e coletividades. É tarefa inadiável da escola e da sociologia a formação de novos valores, de uma nova ética e de novas práticas sociais que apontem para a possibilidade de construção de novas relações sociais, ou seja, diante 356 da realidade contemporânea não há mais espaço para discussões neutras, onde o seu papel histórico vai muito além de explicações teóricas da sociedade, mas sim a desconstrução e a desnaturalização do social no sentido de sua transformação, que exigem indivíduos capazes de romper com a lógica neoliberal da destruição social e planetária. Dentro dessa perspectiva e para assegurar o entendimento dessas as relações torna-se necessário recorrer a alguns pensadores clássicos, entre eles: Émile Durkheim, Karl Marx, Max Weber, Augusto Conte, Antonio Gramsci, Florestan Fernandes, que alcançam e fundamentam as concepções sociológicas contemporâneas. O conhecimento dessas (e outras) concepções é de importância central para a construção do conhecimento sociológico, especialmente no contexto escolar, por que não só possibilita ao professor refletir e orientar criticamente sua ação pedagógica, mas como também, levar o educando a reformular seu conceito de mundo e de sociedade a partir de tais teorias. Portanto é fundamental evidenciar através desse processo as desigualdades e os antagonismos que caracterizam a realidade brasileira e sua inserção no mundo contemporâneo. Este suporte conceitual, também permitirá reflexões sustentadas teoricamente, possibilitando ao aluno desvendar as complexidades da sociedade, do modo de produção capitalista, oportunizando sua interferência e transformação da realidade. OBJETIVOS GERAIS • Contribuir para a ampliação do conhecimento dos homens sobre sua própria vida e fundamental para a análise das sociedades, ao 357 compor, consolidar e alargar um saber especializado pautado em teorias e pesquisas que esclareçam muitos dos problemas da vida social; • Proporcionar ao educando reflexões necessárias para compreender a estrutura social e a vida em sociedade, estimulando-os a atuar no meio social em que vivem exercendo com responsabilidade seus direitos e deveres de cidadãos; • Destacar os teóricos clássicos não só suas concepções de sociedade, mas suas concepções de educação, orientando mutuamente campos de ação política e consequentemente de ação educacional; • Levar o educando a refletir sobre a necessidade de entender e explicar a dialética dos fenômenos sociais, numa perspectiva do conhecimento científico, sem desvalorizar o senso comum, tendo a preocupação de estar continuamente em diálogo com a totalidade a qual se refere, assim como em diálogo com as transformações sociais, culturais, econômicas e políticas emergentes no mundo contemporâneo. CONTEÚDOS Conteúdo Específicos Complementares s 358 E S O - proce - sso T de R Socia U lizaçã o e T as U Instit R N is S Cultura e sociedade; Identidade Cultural; Componentes da cultura; Aculturação: contato e mudança social; Cultura erudita; Cultura popular; Indústria cultural; Cultura Africana e Afrobrasileira; A Cultura do campo e suas influências. Apartheid; O trabalho da mulher no campo; A violência rural e urbana; Gênero e minorias. s socia E As Ciências sociais; A sociologia como ciência; Os primeiros sociólogos, e os contemporâneos brasileiros. O papel da mulher na sociedade atual; Violência doméstica; Ritual religiosos; Religiões no mundo e as religiões de ordem africana. uiçõe A T - Conceitos básicos para a vida em sociedade; Sociabilidade e Socialização; Contatos Sociais; Interação Social; Problemas Sociais; Instituição familiar; Instituição escolar; Instituição religiosa. Cult ura - e - Ind ústr ia Cult ural Tra - - bal - ho, - pro duç - ão e clas - ses soci - - As bases econômica da - Miséria e desigualdades sociais. sociedade; O processo de produção; Instrumento de produção; Modos de produção: história da transformação da sociedade; Classes sociais e estatização; Mobilidade social. ais Poder - , polític a e Ideolo - O modo de produção capitalista; Socialismo: um novo modo de produção; Alienação e Ideologia. 359 - Trabalho, qualificação desemprego; Karl Marx; Max Weber. Antonio Gramsci e METODOLOGIA DA DISCIPLINA A construção do conhecimento sociológico deverá ocorrer de forma pautado e baseado fundamentalmente, nas teorias originais de diferentes tradições sociológicas, cada uma delas com seu potencial explicativo, podendo ser mobilizada para a conservação ou para transformação da sociedade. O conhecimento sociológico deve ir muito além da definição, classificação, descrição e estabelecimento de correlação de fenômenos da realidade social. É tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas e pré-conceitos, que quase sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas à transformação social, dando subsídios para que o aluno possa pensar o problema, pesquisar, fazer relações e criar novos conceitos sobre o indivíduo e a sociedade. Nesse sentido, a Sociologia como disciplina escolar, deverá utilizar múltiplos recursos pedagógicos adequados aos objetivos pretendidos, seja ‘a exposição, à leitura e esclarecimento do significado dos conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), a análise, a discussão, a pesquisa de campo e bibliográfica, a socialização das produções dos alunos, interação entre colegas de turma, análise de documentário, vídeos, DVDs, CD ROM, slides e outros. É importante ressaltar que a pesquisa de campo e o uso de recursos audio-visuais são práticas pedagógicas próprias do conhecimento sociológico. Sendo que a pesquisa de campo deve ser iniciada a partir da discussão com o grupo, em seguida elaborar um projeto de pesquisa, a elaboração de um roteiro de observação, entrevistas, 360 levantamento de dados e análise dos mesmos articulando com a teoria. Já na leitura de imagem deve se propor uma reflexão inserida em um determinado contexto. Os conteúdos devem ser apresentados de forma contextualizada, respeitando a diversidade cultural devendo abordar conteúdos que responda as peculiaridades em que a escola está inserida, tais como: a formação da sociedade brasileira, a cultura-afro, questões a educação e os costumes do homem do campo etc. A sociologia deve assegurar a inserção; construção; transmissão de valores, normas e regras capazes de desenvolver a vida do indivíduo em sociedade e de forma contextualizada, garantindo a inserção de todos os temas pertinentes as minorias. AVALIAÇÃO O processo avaliativo no âmbito do ensino da Sociologia dar-se-à através de um tratamento metódico e sistemático. Será pensando e elaborado de forma transparente e coletiva, ou seja, seus critérios devem se debatidos, criticados e acompanhados por todos os envolvidos, evidenciando a clareza e coerência do educando na exposição das idéias, seja no texto oral ou escrito. A avaliação deverá levar em consideração o aluno enquanto sujeitohistórico de transformação da sociedade, o mesmo deverá ser avaliado na sua prática diária considerando seu contexto social, sua evolução para o conhecimento e acima de tudo o seu poder de transformação própria e do meio em que vive. Cabe ressaltar que alunos com dificuldades de aprendizagem, a forma de avaliação se dará por meio de acompanhamento permanente de ações e 361 evoluções, respeitando seu tempo e sua capacidade de interagir com o grupo. A avaliação deverá ser de forma contínua cumulativa e diagnóstica através dos instrumentos de Pesquisa, debates, Seminários, leitura, interpretação, reflexão, produção de textos, Encaminhamento para resolução dos problemas abordados e auto-avaliação. REFERÊNCIAS ARON, Raymond. As etapas do Pensamento Sociológico. Martins Fontes. São Paulo. 2002. BRANDÃO, C.R. O que é Educação. São Paulo, Brasiliense, 1982. CARVALHO, Lejeune Mato Grosso. Sociologia e Ensino em Debate: Experiências e Discussão de Sociologia no Ensino Médio. Unijuí. Rio Grande do Sul. 2004. COSTA, C. Sociologia, Introdução a ciências da sociedade. 2º ed. Moderna. São Paulo, 1997 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Publicado no Diário Oficial da União, de, 16 de Julho de 1990. GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4ª Ed..Artemed. 2005. LEI Nº 10.639 – Regulamenta o Ensino da História e Cultura AfroBrasileira. OLIVEIRA, P.S. Introdução à Filosofia. 25º ed. Ática. São Paulo. 2004. SZTOMPKA, Piotr. A Sociologia Brasileira. Rio de Janeiro. 1998. da mudança social. Civilização TELES. M. L. S. Sociologia para Jovens, Iniciação à Sociologia. 8º Ed. Vozes. Petrópolis, 2001. TOMAZI, N. D. Iniciação à Sociologia. 8ºed. Atual. São Paulo. 1993. SOCIOLOGIA, Vários autores. Livro Didático Público. Curitiba: SEED, 2006. 362 GOVERNO DO ESTADO SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO COLÉGIO ESTADUAL SÃO LUIZ GONZAGA – E.F.M. MAMBORÊ – PARANÁ PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE L.E.M. - INGLÊS APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Desde que a Língua Inglesa foi incorporada como uma das línguas a serem ensinadas na escola, seu status vem se alterando progressivamente, pois a mesma desempenha diferentes papéis de acordo com os momentos históricos. Se antes a víamos como uma língua do imperialismo (britânico ou americano), hoje a tendência é desatrelá-la de nações e considere-la como a língua franca do planeta. Isto significa que ela exerce o papel de mediadora das relações entre pessoas de diferentes línguas maternas, constituindo um espaço de comunicação intercultural. Através do tempo pretendeu-se problematizar as questões que envolvem o ensino da Língua Inglesa, de modo a desnaturalizar os aspectos que tem marcado seu ensino, sejam eles políticos, econômicos, sociais, culturais e educacionais. Algumas lingüísticas têm desenvolvido estudos e pesquisas acerca de novos referenciais teóricos que atendam as demandas da sociedade brasileira e que contribuam para conscientização critica da linguagem na Língua Inglesa e do papel que ela exerce na sociedade, de forma significativa para a redução das desigualdades sociais, por meio do desafio da relação do poder dominante e das ideologias que a apóiam. 363 O ensino da Língua Inglesa no Brasil e a estrutura do currículo escolar sofrem constantes interferências da organização social no decorrer da história. As formas de ensinar e no currículo são cotidianamente instigados a atender às expectativas aprendizagem dos e a garantir conhecimentos às novas historicamente gerações a produzidos.É através da dimensão histórica da Língua Inglesa, que podemos atender às demandas da atualidade. O ensino da mesma está profundamente marcado por questões político- econômicas e ideológicas, que resultam muitas vezes do imperialismo da Língua Inglesa. Tais questões marginalizam razoes históricas e/ou étnicas que podem ser valorizadas, levando-se em conta a história da comunidade atendida por ela. Destaca-se ainda, que o comprometimento com o plurilingüismo como política educacional é uma das possibilidades de valorizar a escola como espaço social, responsável pela apropriação critica e histórica do conhecimento, enquanto instrumento de compreensão da realidade social e da atuação critica e democrática para a transformação da realidade. A Língua Inglesa apresenta-se como um espaço para ampliar o contato com outras formas de conhecer, com outros procedimentos interpretativos da constante transformação. Não se limita a uma visão sistêmica e estrutural do código lingüístico, é heterogênea e ideológica. A mesma organiza e determina as possibilidades de percepção do mundo e estabelece entendimentos possíveis. Apresenta-se como espaço de construção de sentido indissociáveis dos contextos em que ela adquire sua maternidade, inseparável das comunidades interpretativas que constroem e são construídas por ela.A mesma, deixa de lado suas 364 supostas neutralidades e transparência para adquirir uma carga ideológica intensa e passa a ser vista como fenômeno carregado de significados culturalmente marcados. Através dela percebe-se as diferentes ideologias, condições sociais e hierarquias da vida social, possibilitando o confronto de valores. Sendo propiciadora da construção de identidades dos sujeitos ao oportunizar o desenvolvimento da consciência sobre o papel exercido pela Língua Estrangeira na sociedade brasileira e no panorama internacional, favorecendo ligações entre a comunidade local e planetária. Portanto os significados são sociais e historicamente construídos e passiveis de transformação na prática social. OBJETIVOS GERAIS: Propiciar ao aluno a possibilidade de atingir um nível de competência lingüística capas de permitir-lhe acesso a informações, desenvolvendo uma consciência critica a respeito do papel das línguas na sociedade, bem como contribuindo para sua formação enquanto cidadão. Contribuir para a construção das sociedades dos alunos – sujeitos, como agentes críticos e transformadores, possibilitando ver o mundo e avaliar os paradigmas já existentes e as novas maneiras de construírem sentidos. Reconhecer a diversidade cultural e lingüística através do estudo da Língua Inglesa destacando seus benefícios para o desenvolvimento cultural do educando e conseqüentemente do país. 365 Levar os educandos a serem capazes de usar a Língua Inglesa em situação de comunicação oral e escrita, inserindo-os na sociedade como participantes ativos, capazes de se relacionar com outras comunidades e outros conhecimentos. Comparar os procedimentos de construção de significados na língua materna e na Língua Inglesa, alargando horizontes e expandindo suas capacidades interpretativas e cognitivas. Possibilitar ao educando, através de uma pratica docente articuladora, estabelecer relações entre teoria e prática de forma a motivá-los. Promover uma educação sem complexos, enriquecida de um senso antropológico, contribuindo para a criação de uma sociedade em que todos tenham direitos e possam gozar das mesmas oportunidades. CONTEÚDOS A variedade de textos orais, escritos e visuais estimula o aluno a inserir-se no universo da Língua Estrangeira e a interagir com ele. Portanto os vários gêneros do discurso constituirão o eixo central para o ensino de inglês, possibilitando as práticas de leitura, escrita, oralidade, fala e compreensão auditiva. Os conteúdos estruturantes a seguir, discursivo + prática social: leitura, escrita e oralidade nortearão o ensino/aprendizagem de inglês nas três séries do ensino médio, sendo que as variações em termos de dosagem acontecerão de acordo com o grau de dificuldade apresentada em cada série. Dessa forma os textos escolhidos definirão os conteúdos lingüísticos-discursivos (gramática). 366 Estruturantes DISCU RSO – PRÁTI CA SOCIA L: Leitur a, escrita e oralida de Específicos Conhecimentos Lingüísticos: - Vocabulário ; Fonética; Regras gramaticais. Complementares - Conhecimentos Discursivos; - Textos informativos, literários e científicos; - Música; - Publicidade e propaganda; - Resenhas; - Bilhetes; - Cartas formais e informais; - Estruturas utilizadas em informações e questionamentos; - Diálogos - Conhecimentos Culturais: - Abordagem de aspectos das diferentes culturas; - Hábitos alimentares; - Costumes; - Lendas; - Contos; - Vestimentas; - Estrutura familiar; - Valores: – solidariedade; ética; amizade; - Questões religiosas e ambientais; -Conhecimentos sóciopragmáticos: - Valores ideológicos presentes em textos diversos e músicas; Contexto sócio-cultural de cartoons, charges e quadrinhos; Contexto sócio histórico; Variações lingüísticas dos elementos sociais envolvidos no contexto; 367 - - Datas comemorativas; Desenvolvimento de projetos em parceria com a escola: Projeto Ação e Comunicação; Semana Literária; Fesarte; Agenda 21(Meio ambiente); Educação do Campo; Educação Fiscal ; Inclusão; Atividades complementares: dramatizações, dança, música e teatro. Pluralidade cultural (Cultura Afro-Brasileira e Africana); METODOLOGIA DA DISCIPLINA O Ensino da Língua Estrangeira deve adotar uma concepção de entende a linguagem como algo mais que um conjunto de normas e formas, precisa ser entendida como uma produção construída nas interações sociais, marcadamente dialogísticas, um espaço de construções discursivas inseparáveis das comunidades interpretativas que as constróem e que são por ela construídas, numa teoria sociointeracionista. Portanto LEM tem hoje o papel de abordar questões lingüísticas, sócio-pragmáticas, culturais e discursivas, bem como as práticas do uso da língua – leitura, escrita e oralidade, os quais serão desenvolvidos através de textos que possibilitarão uma problematização em relação a um tema, ou seja, que a busca pela solução do problema levantado desperte o interesse dos alunos e este desenvolva uma concepção reflexiva e crítica, de modo ampliar seus conhecimentos lingüísticos percebendo as implicações sociais, históricas e ideológicas presentes em todo discurso. Os conhecimentos lingüísticos na língua estrangeira são fundamentais, pois são eles que dão suporte para que o aluno possa interagir com os textos. Diante deste contexto de interação, é necessário que o aluno esteja familiarizado com o conhecimento sócio-pragmático, assim como com questões político-ideológicas, visto que a medida que o aluno se aproxima da diversidade cultural, tanto mais compreenderá a língua como algo que se constrói e é construído por diferentes comunidades. Dessa forma, o aluno ao construir o conhecimento, tomará consciência da própria identidade, percebendo-se como sujeito histórico e socialmente constituído. 368 Dentro desta perspectiva deve-se usar uma abordagem mais comunicativa, que incentive o aluno a pensar e interagir em LEM , o professor deve optar por materiais e métodos que possam ser condizentes com a prática adotada tais como: trabalhos em pares, pequenos grupos trabalhando ao mesmo tempo em sala de aula, enfim, técnicas interativas. Ao professor cabe a tarefa de oportunizar ao aluno diversidade de textos, entre os quais, literários, publicitários e jornalísticos, filmes, clipes, etc. para que os mesmos possam desenvolver a capacidade de percepção de elementos contextualizados, compreendendo desta forma a intenção contida em cada texto. Ao desenvolver a habilidade da escrita, o aluno deverá realizá-lo de forma significativa observando a coerência e a coesão, adequando-se ao gênero para que use a variedade lingüística apropriada, constituindo-se em um sujeito crítico e criativo. Para que ocorra a compreensão oral e auditiva é necessário que haja por parte do professor a criação de situações significativas, possibilitando ao aluno a prática da sua oralidade e a compreensão de significados, levando-o a interagir na LEM, pois ele ao mesmo tempo desenvolverá a sua capacidade de ler, falar, escrever e compreender enunciados orais, permeando os conhecimentos discursivos, sócio-lingüísticos gramaticais e estratégicos, uma vez que estes funcionam como elementos integradores do discurso significativo. E o desenvolvimento da leitura dar-se-á através dos diversos gêneros textuais que levem os alunos a perceberem as diferentes práticas sociais. Mediante tais considerações, o professor precisa necessariamente ter um bom conhecimento de seus alunos para que possa direcionar o trabalho com os mesmos, a fim de perceber os equívocos e 369 efetivamente corrigir as falhas. Definir o grau de conhecimento de língua que o aluno possui e a competência lingüística deste é essencial, pois é através desse conhecimento, que o professor conduzirá seu trabalho para a formação de um sujeito crítico, capaz de transformar o meio em que vive e adaptar-se a novas mudanças, que o levará à percepção de elementos contextualizados de forma multidisciplinar, onde o educando terá a oportunidade de participar ativamente e conseqüentemente dar-se-á a efetivação do conhecimento. AVALIAÇÃO A avaliação é parte do processo de ensino aprendizagem, por isso é fundamental que não a consideremos como apenas um meio de definir nota, mas como um mecanismo que assuma um caráter formativo, ou seja, a avaliação deverá ser diagnóstica e contínua, considerando, sobretudo que cada aluno possui ritmos e processos de aprendizagem diferenciados. A continuidade no processo possibilita que o aluno seja avaliado constantemente, pois permite que as intervenções pedagógicas aconteçam durante todo o tempo, utilizando diferentes instrumentos de avaliação que contemplem as mais variadas formas de expressão dos alunos. A avaliação em língua inglesa, mais especificamente, consiste em observar o crescimento do aluno, quanto aos aspectos da compreensão oral, escrita e leitura. Sendo assim, ela ocorrerá de forma contínua e diagnóstica, levando em consideração toda e qualquer participação em atividades em pares, grupos e individualmente, enfatizando textos diversos (informativos, literários, publicitários, imagens, etc.) com o objetivo de abordar os aspectos da 370 leitura, escrita, compreensão oral, interpretação bem como, novas produções de texto. Ao que concerne às estruturas gramaticais, estas serão apreendidas de maneira contextualizada, isto é, inseridas nos textos. REFEFÊNCIAS ALMEIDA FILHO, J.C.P. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. Campinas: Ed. Pontes, 2002 ANDREOTTI, V.; Jordão, C.M.; GIMENEZ, T.(orgs.) Perspectivas educacionais e ensino de inglês na escola pública. Pelotas: Educativa, 2005 BOHN, H.I. Maneiras inovadoras de ensinar e aprender: A necessidade de (re)construção de conceitos. In; LEFFA, V. O professor de Línguas Estrangeiras. Construindo a Profissão. Pelotas: EDUCAT, 2001. Diretrizes Curriculares de LEM. SEED/Julho.2006 KRAMMER, Sônia. Linguagem e tradução: um diálogo com Walter Benjamin e Mikhail Bakhtin. In FARACO, C. A., TEZZA, C. e CASTRO, G (orgs) Diálogos com Bakhtin, Curitiba: Editora UFPR, 2001. LEFFA, Vilson J. Metodologia do ensino de línguas. In BOHN, VANDRESEN, P. Tópicos em lingüística aplicada: O ensino de língua estrangeira. Ed. Da UFSC, 1988, p.211-236. LEFFA, Vilson J. O ensino de inglês no futuro: da dicotomia para a convergência. In STEVENS. Cristina Maria Teixeira; CUNHA, Maria Jandyra Cavalcanti. 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