CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0
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CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0
CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 PÁGINA DE TÍTULOS CRT074 - Estudo de fase III para avaliar a não inferioridade da levobupivacaína com excesso enantiomérico de 50% (levobupivacaína S75:R25) pesada em relação a bupivacaína racêmica (bupivacaína S50:R50) pesada em raquianestesia para procedimentos ortopédicos em membros inferiores. ESTUDO CRT074 Versão 4.0 – 03/09/2013 Este Protocolo de estudo clínico foi elaborado de acordo com as Boas Práticas Clínicas previstas nas regulamentações do Conselho Nacional de Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária e Documentos das Américas, bem como em respeito aos princípios balizados na Declaração de Helsinque (59ª versão de 2008). Página 1 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 PÁGINA DE ASSINATURAS: PATROCINADOR E ORPC REPRESENTANTES ASSINATURA DATA Diretor Médico do Patrocinador Dr. Jorge Barros Afiune Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. Rod. Itapira - Lindóia, Km 14 - Ponte Preta - Itapira – SP CEP: 13970-000 Telefone: (11) 3723-6400 Gerente Médico de Pesquisa Clínica do Patrocinador Dr. Hugo E. P. Praxedes Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. Rod. Itapira - Lindóia, Km 14 - Ponte Preta - Itapira – SP CEP: 13970-000 Telefone: (11) 3723-6459 Organização Representativa de Pesquisa Clínica Cleômines Araujo Gerente de Projetos Newco Trials Pesquisa Científica Ltda. Rua Borges Lagoa, 1080 - conj. 101 Vila Clementino - CEP 04038-002 – São Paulo – SP Telefone: (11) 5904-4458 Página 2 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 PÁGINA DE ASSINATURA: INVESTIGADOR Avaliei este projeto, li seu Protocolo e seu Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e concordo em conduzir este estudo de acordo com as determinações aqui presentes, seguindo as normas de Boas Práticas Clínicas, as resoluções nacionais aplicáveis (nº 466/12, 251/97 e suas complementares), observando a Declaração de Helsinque e orientando adequadamente a equipe, sob minha responsabilidade, envolvida neste projeto de pesquisa. ASSINATURA DATA Investigador Principal As pessoas que receberem estas informações devem entender que estas são estritamente confidenciais. As informações aqui contidas não podem ser reveladas, apresentadas para publicação ou utilizadas para qualquer finalidade sem a prévia autorização por escrito do Patrocinador. Página 3 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 CONTEÚDO PÁGINA DE TÍTULOS......................................................................................................... 1 PÁGINA DE ASSINATURAS: PATROCINADOR E ORPC ................................................ 2 PÁGINA DE ASSINATURA: INVESTIGADOR ................................................................... 3 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................. 7 LISTA DE TABELAS........................................................................................................... 8 LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... 9 DEFINIÇÃO DE TERMOS ................................................................................................. 10 1 RESUMO .............................................................................................................. 11 2 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13 2.1 2.2 2.3 2.4 2.4.1 2.4.2 2.4.3 2.4.4 Anestesia em procedimentos ortopédicos ............................................................ 13 Anestésicos locais................................................................................................. 13 Baricidade dos anestésicos .................................................................................. 15 Bupivacaína .......................................................................................................... 16 Histórico ................................................................................................................ 16 Bupivacaína pesada.............................................................................................. 18 Estudos pré-clínicos .............................................................................................. 18 Eficácia e segurança clínica .................................................................................. 19 3 OBJETIVOS.......................................................................................................... 23 3.1 3.2 Objetivos primários ............................................................................................... 23 Objetivos secundários ........................................................................................... 23 4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 25 5 MEDICAMENTOS DO ESTUDO .......................................................................... 26 5.1 5.1.1 5.1.2 5.1.3 5.1.4 5.2 5.2.1 5.2.2 5.2.3 5.2.4 5.3 5.3.1 5.3.2 5.3.3 5.4 5.5 5.5.1 5.5.2 Produto Controle – Neocaína® 0,5% Pesada ....................................................... 26 Composição .......................................................................................................... 26 Apresentação ........................................................................................................ 26 Indicação ............................................................................................................... 26 Posologia .............................................................................................................. 26 Produto Investigacional – Levobupivacaína S75:R25 0,5% Pesada ..................... 26 Composição .......................................................................................................... 26 Apresentação ........................................................................................................ 27 Indicação ............................................................................................................... 27 Posologia .............................................................................................................. 27 Outros medicamentos utilizados ........................................................................... 27 Dimorf® ................................................................................................................. 27 Nausedron® .......................................................................................................... 27 Aramin® ................................................................................................................ 27 Rotulagem da medicação ..................................................................................... 28 Orientações adicionais referente aos anestésicos ................................................ 29 Contraindicações .................................................................................................. 29 Advertências ......................................................................................................... 29 Página 4 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 5.5.3 5.5.4 5.6 5.7 5.8 5.9 Interações medicamentosas ................................................................................. 30 Reações adversas ................................................................................................ 30 Propriedades físico-químicas ................................................................................ 30 Farmacocinética .................................................................................................... 31 Farmacodinâmica - mecanismo de ação .............................................................. 32 Superdosagem ...................................................................................................... 33 6 AVALIAÇÃOES REALIZADAS DURANTE O ESTUDO ...................................... 34 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5 6.6 6.7 Classificação do risco anestésico ......................................................................... 34 Identificação de falha anestésica .......................................................................... 34 Tempo de latência para bloqueio sensorial em T10.............................................. 35 Duração do bloqueio sensitivo .............................................................................. 35 Grau de bloqueio motor - Escala de Bromage modificada .................................... 35 Duração do bloqueio motor ................................................................................... 36 Segurança cardiovascular ..................................................................................... 36 7 DESENHO DO ESTUDO ...................................................................................... 37 7.1 7.2 7.3 7.4 7.5 7.6 7.7 7.8 7.8.1 7.8.2 7.9 7.9.1 7.9.2 7.9.3 7.9.4 7.10 7.11 7.12 7.13 7.14 Plano do estudo .................................................................................................... 37 População do estudo ............................................................................................ 37 Número de Pacientes............................................................................................ 38 Grupos do estudo.................................................................................................. 38 Grupos de tratamento ........................................................................................... 38 Identificações dos Pacientes ................................................................................. 39 Duração do estudo ................................................................................................ 40 Critérios de inclusão e exclusão............................................................................ 40 Critérios de inclusão.............................................................................................. 40 Critérios de exclusão............................................................................................. 40 Visitas do Estudo .................................................................................................. 41 Visita 1 (Triagem) .................................................................................................. 42 Visita 2 (Avaliação Pré-Anestésica) ...................................................................... 42 Visita 3 (Raquianestesia) ...................................................................................... 42 Visita 4 (Avaliação Pós-operatória e de Segurança) ............................................. 43 Possibilidade de término prematuro ...................................................................... 43 Descontinuação voluntária .................................................................................... 43 Critérios de descontinuação .................................................................................. 44 Indivíduos incorretamente randomizados ............................................................. 45 Procedimentos para descontinuação .................................................................... 45 8 PROCEDIMENTOS DO ESTUDO ........................................................................ 46 8.1 8.1.1 8.1.2 8.1.3 8.1.4 8.2 Visitas ................................................................................................................... 46 Visita 1 (Triagem) .................................................................................................. 46 Visita 2 (Avaliação Pré-Anestésica) ...................................................................... 46 Visita 3 (Raquianestesia) ...................................................................................... 47 Visita 4 (Avaliação Pós-operatória e de Segurança) ............................................. 48 Cronograma de tratamento ................................................................................... 48 9 SEGURANÇA ....................................................................................................... 52 9.1 Definição de evento adverso ................................................................................. 52 Página 5 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 9.2 9.3 9.4 9.5 9.6 9.6.1 9.6.2 9.6.3 Definição de evento adverso grave (ou sério) ....................................................... 52 Acompanhamento dos eventos pelo Investigador................................................. 53 Registro dos EA .................................................................................................... 54 Possíveis eventos adversos relacionados à medicação do estudo....................... 55 Possíveis eventos adversos relacionados a medicação de suporte ..................... 56 Dimorf® ................................................................................................................. 56 Nausedron® .......................................................................................................... 57 Aramin® ................................................................................................................ 57 10 ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................................... 58 10.1 10.2 10.2.1 10.2.2 10.3 10.4 10.5 10.6 10.7 Descrição dos métodos estatísticos ...................................................................... 58 Descrição do cálculo da amostra .......................................................................... 58 Requisitos ............................................................................................................. 59 Cálculo do tamanho da amostra ........................................................................... 60 Avaliações dos dados de segurança..................................................................... 61 Critérios para a exclusão da análise estatística .................................................... 61 Definições das populações de análise .................................................................. 61 Procedimentos utilizados para efetuar a randomização........................................ 62 Quebra do cegamento do estudo .......................................................................... 62 11 ACESSO AOS DOCUMENTOS FONTE .............................................................. 63 12 CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE ...................................................... 64 12.1 12.2 12.3 Conservação dos registros ................................................................................... 64 Monitorias.............................................................................................................. 64 Auditorias e inspeções .......................................................................................... 65 13 ÉTICA ................................................................................................................... 66 14 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ................................................ 67 14.1 14.2 14.3 14.4 14.5 14.6 14.6.1 14.6.2 14.6.3 14.6.4 Coleta de dados .................................................................................................... 67 Procedimentos e responsabilidades do estudo ..................................................... 67 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) .......................................... 67 Fichas Clínicas ...................................................................................................... 68 Formação e congelamento da base de banco de dados ...................................... 68 Desvios e violações de Protocolo ......................................................................... 69 Desvios ................................................................................................................. 69 Violações .............................................................................................................. 69 Alterações no Protocolo ........................................................................................ 69 Coleta e monitoria dos dados para as Fichas Clínicas ......................................... 70 15 SEGURO DOS VOLUNTÁRIOS ........................................................................... 71 16 POLÍTICA DE PUBLICAÇÃO DOS RESULTADOS E SUA UTILIZAÇÃO .......... 72 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 73 Página 6 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária ASA: Classificação do Risco Anestésico da Sociedade Americana de Anestesiologia β-HCG: Gonadotrofina Coriônica Humana BPC: Boas Práticas Clínicas C: Grupo Controle CEP: Comitê de Ética em Pesquisa DCF: Formulário de Esclarecimento de Dados EA: Evento Adverso EAG: Evento Adverso Grave ECG: Eletrocardiograma FC: Frequência Cardíaca I: Grupo Investigacional ICH: Conferência Internacional de Harmonização IMC: Índice de Massa Corporal INR: Índice Internacional Normatizado ITT: Intenção de Tratar ORPC: Organização Representativa de Pesquisa Clínica PA: Pressão Arterial PP: Pelo Protocolo q.s.p.: Quantidade Suficiente Para SpO2: Saturação de Oxigênio no Sangue TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Página 7 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Classificação dos anestésicos locais ................................................................. 14 Tabela 2. Classificação do risco anestésico ...................................................................... 34 Tabela 3. Escala de Bromage modificada ......................................................................... 35 Tabela 4. Descrição das atividades durante o estudo ....................................................... 49 Tabela 5. Reações adversas mais frequentes relacionados ao uso da bupivacaína......... 55 Tabela 6. Reações adversas mais frequentes relacionados ao uso do Dimorf® ............... 56 Página 8 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Modelo de rótulo ................................................................................................. 28 Figura 2. Esquematização dos parâmetros da Escala de Bromage modificada ................ 36 Figura 3. Fluxograma do estudo ........................................................................................ 51 Página 9 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 DEFINIÇÃO DE TERMOS Termo ASA Definição Classificação do risco anestésico preconizado pela Sociedade Americana de Anestesiologia. 1 Bupivacaína, bupivacaína 2 bupivacaína S50:R50 Desvio-padrão Latência 3 4; 5 Medida utilizada para avaliação do bloqueio motor. Consumo acima de até 15 doses/semana para homens e de 10 para mulheres, sendo que uma dose equivale a aproximadamente 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 40 ml de uma bebida destilada. 6 Tempo decorrido entre o final da raquianestesia e a ausência de dor em resposta à picada de agulha na área sensitiva que se pretende avaliar. 7 Levobupivacaína 2 S-enantiômero puro da bupivacaína (100% levógira). Levobupivacaína S75:R25 Nível de significância (α) Poder do teste (β) Solução pesada ou Cloridrato de bupivacaína na sua forma racêmica (50% levógira e 50% dextrógira). Modo de se representar a dispersão dos dados ao redor da média. É a raiz quadrada da média aritmética dos quadrados dos desvios, estes tomados a partir da média aritmética. Escala de Bromage modificada Etilismo racêmica 2 Probabilidade de ocorrência do erro tipo I, ou seja, a probabilidade de se rejeitar a hipótese nula, H0, quando ela é efetivamente verdadeira. 3 Probabilidade de ocorrência do erro tipo II, ou seja, a probabilidade de se aceitar a hipótese nula, H0, quando ela é efetivamente falsa. 3 Soluções com baricidade ≥ 1,0015. O controle da baricidade é obtido simplesmente pela adição de glicose à solução. 8 Suplementação anestésica Cloridrato de levobupivacaína, S-enantiômero da bupivacaína em excesso enantiomérico de 50% (75% levógira e 25% dextrógira). 9 Necessidade de doses adicionais de anestésico durante o procedimento cirúrgico. Página 10 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 1 RESUMO Título Estudo de fase III para avaliar a não inferioridade da levobupivacaína com excesso enantiomérico de 50% (levobupivacaína S75:R25) pesada em relação a bupivacaína racêmica (bupivacaína S50:R50) pesada em raquianestesia para procedimentos ortopédicos em membros inferiores. Tipo de Estudo Fase III, não inferioridade, controlado, duplo-cego, randomizado. Primários: • Avaliação da latência para o bloqueio sensorial do dermátomo T10. • Avaliação da duração do bloqueio sensitivo. Secundários: Objetivos • Avaliação do grau de bloqueio motor. • Avaliação da duração do bloqueio motor. • Avaliação da segurança cardiovascular. • Falha de bloqueio. • Observação de eventos adversos. Justificativa Considerando que grande parte dos estudos publicados tratam da levobupivacaína S75:R25 na sua forma isobárica e para anestesia peridural, o presente protocolo visa avaliar a levobupivacaína S75:R25 conjugada com glicose (hiperbárica) e na raquianestesia, o que agregaria uma segurança ainda maior ao produto. Critérios de Inclusão Pacientes que concordarem em participar do estudo e assinarem o TCLE; ambos os sexos; idade entre 18 e 80 anos, inclusive; ASA I ou ASA II com indicação de raquianestesia para cirurgia ortopédica de membros inferiores. Critérios de Exclusão Contraindicações absolutas ou relativas à raquianestesia; hipersensibilidade ou intolerância a anestésicos locais ou aos componentes da fórmula; lesões raquimedulares, neuropatias periféricas ou quaisquer outras afecções neurológicas que levem a distúrbios de sensibilidade e/ou motricidade; demência, retardo mental e outras alterações cognitivas importantes; obesidade com IMC ≥ 35 ou dificuldade para execução da punção; dificuldade anatômica na coluna na opinião do Investigador; intervenção cirúrgica prévia de coluna vertebral; politraumatismo; tatuagem no local da punção; etilismo; abuso de substâncias ilícitas; antecedentes de reações anafiláticas graves ou doença de Steven-Johnson; alterações nos exames de segurança (INR >1,4, contagem de plaquetas < 100.000 p/ mm3, glicemia Página 11 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 > 200mg/dl, bradiarritmias, bloqueios cardíacos, extrassístoles ventriculares frequentes ou em salva evidentes no ECG); participação em algum estudo clínico nos 12 meses precedentes à inclusão; gravidez ou lactação; qualquer outra condição que, na opinião do Investigador, possa levar a aumento do risco para o paciente. Medicamento e posologia 3 ml de levobupivacaína S75:R25 0,5% pesada ou 3 ml de bupivacaína S50:R50 0,5% pesada, acrescidos de 50 mcg de morfina. Tamanho da amostra Para detectarmos a não inferioridade (∆ = 10%) da levobupivacaína S75:R25 pesada em relação à bupivacaína S50:R50 pesada, com risco alfa de 5%, poder de 80% e considerando possíveis perdas (20%) deveremos avaliar 120 pacientes randomizados à razão de 1:1. Desenho do estudo Os pacientes serão convidados a participar do estudo durante a visita de triagem, podendo essa ocorrer no mesmo dia ou até quinze dias antes da cirurgia. Após o consentimento do paciente e obtenção do TCLE, será realizada uma avaliação clínica (história médica, medicamentos concomitantes, dados antropométricos, dados demográficos, risco anestésico), serão verificados os critérios de inclusão e exclusão e solicitada a realização de exames de segurança (coagulograma completo, plaqueta, glicemia, ECG e β-HCG para mulheres em idade fértil). A visita 2 consiste na verificação dos exames de segurança, reavaliação dos critérios de inclusão e exclusão e observação de eventos adversos, devendo ocorrer no mesmo dia da cirurgia. Sendo o paciente elegível, ele será randomizado. Na visita 3 será realizada a raquianestesia e o procedimento cirúrgico. Será avaliada a latência para bloqueio sensorial em T10, o grau do bloqueio motor pela escala de Bromage modificada e a presença de eventos adversos. A cada 5 minutos será medida a PA, a FC e a SpO2. Caso ocorra, a falha anestésica será relatada e o paciente descontinuado. Na visita 4 será avaliado, a cada 30 minutos, a PA, a FC, a SpO2 e a duração do bloqueio motor e sensitivo. O paciente será avaliado pelo anestesiologista, interrogado sobre eventos adversos e receberá alta anestésica. Análise descritiva: estatísticas sumárias das medidas resumos, gráficos, estudos de normalidade, presença de outliers. Análise Estatística Modelo estatístico: para variáveis contínuas, na comparação dos grupos investigacional e controle, será utilizado o teste t de Student para análise paramétrica ou teste de postos de Wilcoxon para análise não paramétrica; para varáveis nominais ou ordinais, na comparação dos grupos investigacional e controle, será utilizado o teste do Chi-quadrado ou Fisher; para a análise de eficácia, o teste das diferenças clínicas (não inferioridade do grupo investigacional em relação ao controle) será realizado através do teste t de Student com intervalo de confiança de 95% da diferença das médias. Página 12 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 2 INTRODUÇÃO 2.1 Anestesia em procedimentos ortopédicos De maneira geral, a anestesia utilizada em ortopedia é a anestesia regional, ou seja, parte do organismo apenas é anestesiada, seja nos membros inferiores ou nos membros superiores. Entre as anestesias mais utilizadas para esse tipo de procedimento estão a raquianestesia e a peridural (para cirurgias de membros inferiores), o bloqueio de plexo braquial (para cirurgias de membros superiores) e a anestesia venosa regional (Bier) 10. Hoje em dia, pelo advento de novas agulhas de fino calibre e com pontas não cortantes, a raquianestesia voltou a ter importante papel nos procedimentos ortopédicos de membros inferiores, visto que não causa mais cefaleia que a peridural, permitindo ao paciente um pós-operatório confortável 10. 2.2 Anestésicos locais Anestésicos locais são fármacos que determinam bloqueio reversível da condução nervosa, ou seja, o bloqueio da geração e da propagação do potencial de ação em tecidos eletricamente excitáveis. Assim, a anestesia local determina a perda de sensações em área circunscrita do organismo, sem alteração do nível de consciência 11. O local de ação dos anestésicos locais é o canal de sódio, que são os próprios receptores das moléculas desses anestésicos. Os anestésicos locais bloqueiam fisicamente, por interações lipofílicas, os canais de sódio das membranas dos terminais dos neurônios. Como o potencial de ação é dependente do influxo de sódio, ao não ocorrer esse influxo, não há propagação do sinal nervoso 12. Os neurônios que apresentam axônios com menor diâmetro são mais facilmente bloqueados, permitindo ajustar a dose de forma a não inativar os neurônios motores, mas apenas os sensitivos e os do sistema nervoso autônomo, já que os motores têm diâmetros consideravelmente maiores 12. A molécula típica de um anestésico local é constituída por um grupo lipofílico (usualmente um anel benzeno) e um grupo hidrofílico (usualmente amina terciária), separada por uma cadeia intermediária que inclui ligação éster ou amida. O grupo lipofílico (lipossolúvel) é Página 13 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 necessário para a passagem da molécula pela membrana da célula nervosa, enquanto o grupamento hidrofílico (ionizável) interage com o receptor celular 12. De acordo com a natureza da cadeia intermediária, os anestésicos locais classificam-se em agentes tipo-éster ou tipo-amida 12. Tabela 1. Classificação dos anestésicos locais Classificação dos anestésicos locais de acordo com a estrutura química Cocaína de ácido benzoico Benzocaína Tetracaína Ésteres Procaína de ácido para-aminobenzoico (PABA) Cloroprocaína Propoxicaína Lidocaína Mepivacaína agentes derivados da xilidina Amidas Bupivacaína Ropivacaína Etidocaína Prilocaína agentes derivados da toluidina Articaína Adaptado de Carvalho e colaboradores, 1994. A importância clínica dessa divisão está associada à duração do efeito (forma de inativação dos compostos) e, especialmente, ao risco de reações alérgicas. Os ésteres são hidrolisados por enzimas encontradas de forma ampla no plasma e em diferentes tecidos. Isso geralmente determina duração de efeito menor. Faz exceção a tetracaína, de efeito mais prologando. Amidas sofrem metabolismo hepático, com consequente maior Página 14 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 duração de ação. Ésteres determinam maior taxa de reações de hipersensibilidade, enquanto alergias são raras com anestésicos tipo-amida, os mais utilizados 13; 14. Entre os derivados das xilidinas, a mepivacaína tem um grupamento metil no átomo de nitrogênio piperidínico, isto é, no grupamento amina. A adição de um grupo butil ao nitrogênio piperidínico resulta na bupivacaína, que é 35 vezes mais lipossolúvel e que tem potência e duração de ação quatro vezes maior. A ropivacaína apresenta um grupamento propil ligado ao nitrogênio piperidínico na molécula e assemelha-se muito à bupivacaína farmacologicamente. Comparada com lidocaína, a bupivacaína tem início de efeito mais lento (30 minutos), mas apresenta duração maior 13; 14. Com relação à toxicidade local dos anestésicos locais, pouco se conhece sobre os mecanismos pelos quais os anestésicos locais produzem lesões nos nervos. Sabe-se apenas que as alterações clínicas, ao se manifestarem, produzem lesões suficientemente graves para ocasionar a perda da condução de algumas populações de fibras nervosas 15; 16; 17. Após a administração subaracnóidea de anestésico local, o metabolismo da medula espinal pode diminuir em decorrência do intenso bloqueio sensitivo e motor que é estabelecido. É possível que o anestésico local, em elevadas concentrações, determine bloqueio irreversível, e esse fato possa contribuir para o desenvolvimento de paresias e paralisias que se observam após a realização de bloqueios regionais. Quando grandes concentrações e volumes de anestésico local são inadvertidamente injetados no espaço subaracnóideo, os efeitos de tamponamento e diluição do mesmo, que normalmente ocorrem com pequenos volumes, deixam de existir, aumentando a possibilidade de maior exposição da porção lombar e sacral da medula e das raízes nervosas sacrais ao anestésico local. Os vasos sanguíneos medulares podem sofrer processo de vasoconstrição, com a possível ocorrência de sofrimento medular 18; 19. 2.3 Baricidade dos anestésicos A baricidade é um dos fatores que mais influencia a distribuição do anestésico no espaço subaracnóideo. Esta é definida como a relação entre a densidade da solução anestésica e a densidade do líquido cérebro espinal (cuja média é 1,0003 ± 0,0003 g/mL a 37ºC). Soluções mais densas são chamadas de hiperbáricas ou pesadas e soluções menos Página 15 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 densas de hipobáricas. Para propósitos práticos, soluções com baricidade < 0,9990 são hipobáricas e com baricidade ≥ 1,0015 são hiperbáricas ou pesadas. Soluções com densidade intermediária são isobáricas 20. A densidade determina a extensão e altura do bloqueio porque a gravidade faz com que as soluções pesadas desçam e soluções hipobáricas subam após sua injeção no espaço subaracnóideo. Por isso, sua melhor indicação é a raquianestesia e a bupivacaína é o mais utilizado anestésico hiperbárico ou pesado, o que determina sua preferência pelos anestesiologistas 21. O controle da baricidade é obtido simplesmente pela adição de glicose à solução. Soluções pesadas são preparadas com a adição de 1,25% a 8% de glicose 8; 22 . Desta forma obtêm-se o controle de sua difusão no líquido cérebro espinal por meio da adição de uma substância segura e sem nenhuma alteração do princípio ativo. 2.4 Bupivacaína 2.4.1 Histórico O cloridrato de bupivacaína é um anestésico local existente há quase 50 anos, muito utilizado em anestesias regionais. Em razão da qualidade de sua anestesia e sua ação prolongada, é um dos anestésicos locais mais utilizados atualmente 23. A bupivacaína surgiu inicialmente como uma mistura racêmica de R(+) e S(-) enatiômeros (bupivacaína S50:R50). Esse anestésico foi introduzido em 1963 e rapidamente tornou-se o fármaco de primeira escolha para bloqueios espinais e tronculares devido à sua eficácia e maior duração de bloqueio em relação aos outros anestésicos locais 24. Durante várias décadas, a bupivacaína S50:R50 foi usada com sucesso na anestesia regional para procedimentos de longa duração, proporcionando excelente anestesia sensitiva. No entanto, alguns inesperados acidentes com seu uso clínico estimularam a busca por alternativas mais seguras, no que diz respeito a complicações cardiovasculares, bem como toxicidade no sistema nervoso central 25. Com o advento da tecnologia de separação de compostos isoméricos em escala industrial, a separação da bupivacaína S50:R50 permitiu a produção de enantiômeros Página 16 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 levógiros e dextrógiros. Partindo-se dos isômeros purificados da molécula do anestésico local pôde-se, então, manipular a relação enantiomérica do composto racêmico. Com este artifício, surgiram novos compostos visando a diminuição da toxicidade potencial da bupivacaína racêmica e a elevação do índice terapêutico 2. Estudos demonstraram que o componente dextrógiro da bupivacaína era o responsável pela cardiotoxicidade da bupivacaína S50:R50 e pela sua refratariedade à reanimação cardiorrespiratória 25; 26; 27; 28; 29; 30 . Com base nesse argumento, a levobupivacaína, S- enantiômero puro da bupivacaína, foi introduzida no mercado com o pressuposto de apresentar uma potência similar à da bupivacaína S50:R50 enquanto exibiria menor cardiotoxicidade e neurotoxicidade 31; 32; 33; 34. Em modelo experimental em nervo ciático de ratos, a comparação entre os dois enantiômeros não mostrou diferenças quanto à atividade anestésica 35 . Outro estudo comparativo entre a levobupivacaína e a bupivacaína S50:R50, usando o mesmo modelo experimental, mostrou que a latência do bloqueio motor foi menor com levobupivacaína, mas a intensidade e a sua duração foram semelhantes para as duas formulações 33 . Segundo Bradsley, em estudo conduzido com voluntários homens submetidos a bloqueio ulnar, não foi verificada diferença entre a atividade anestésica local da levobupivacaína em comparação com a bupivacaína S50:R50 36. Na clínica, embora a levobupivacaína apresente eficácia anestésica em bloqueios periféricos, dados sobre a administração por via espinhal são conflitantes 31; 37; 38; 39; 40; 41 . A administração peridural de levobupivacaína, por exemplo, está associada à menor intensidade de bloqueio motor 31; 40; 41, sendo aparentemente dose-dependente. Mais tarde, surgiu a ideia de se manipular a relação enantiomérica. Simonetti e colaboradores em 2000, estudando modelo experimental do nervo isquiático do rato, demonstraram bloqueio motor semelhante entre a bupivacaína S50:R50 e a mistura com excesso enantiomérico levógiro em 50%, a levobupivacaína S75:R25, mas com menor toxicidade sistêmica dessa última 42. Página 17 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 2.4.2 Bupivacaína pesada A bupivacaína pesada foi introduzida em 1971 e tem sido amplamente utilizada desde então 43 . Uma busca do termo "hyperbaric bupivacaine" realizada no indexador Pubmed em setembro de 2013 retornou 875 referências, das quais 494 foram de estudos clínicos 44 . Isso revela a vastidão das informações disponíveis sobre o tema. As preparações de bupivacaína com ou sem glicose são usadas comumente na prática clínica. As diferenças na baricidade entre soluções anestésicas produzem variações na distribuição do anestésico no espaço subaracnóideo, vindo a afetar o início, a extensão e a duração do bloqueio sensitivo 45; 46. Segundo Hallworth e colaboradores, a incidência de hipotensão e o uso de vasopressor estão diretamente relacionados com a diminuição da baricidade da bupivacaína, de forma que soluções hipobáricas estão relacionadas com maiores índices de hipotensão 47 . Esse estudo reforça os resultados publicados em 1998 por Vercauteren e colaboradores que concluem que o uso da bupivacaína hiperbárica é uma maneira de prover um bloqueio mais confiável e uma menor incidência de hipotensão quando comparada à bupivacaína isobárica 48. 2.4.3 Estudos pré-clínicos A mistura com excesso enantiomérico de 50%, a levobupivacaína S75:R25, é o resultado da pesquisa por um anestésico local que apresente características de bloqueio neural de longa duração, mas com menor toxicidade sistêmica. Em modelo experimental em nervo isquiático de rato foi comprovado que a levobupivacaína S75:R25 mantém as propriedades anestésicas locais da bupivacaína S50:R50. Posteriormente, também foi demonstrado, em ratos, que a levobupivacaína S75:R25, por via intravenosa (bolus), possui menor cardiotoxicidade que a bupivacaína S50:R50, atribuindo-se este efeito à diminuição do isômero R(+) na composição do novo fármaco 42; 49; 50. Em 2008, Vasconcelos e colaboradores realizaram estudo experimental em cobaias comparando os efeitos de grandes volumes de levobupivacaína, bupivacaína S50:R50 e levobupivacaína S75:R25 injetados no espaço subaracnóideo. O volume de anestésico utilizado, nesse estudo, foi cerca de quatro vezes maior que a dose preconizada para Página 18 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 anestesia do animal. A análise histológica evidenciou poucas alterações histológicas na medula espinal de cobaias submetidas a grandes volumes de levobupivacaína e levobupivacaína S75:R25, sem diferença estatística significativa em relação ao grupo controle (solução fisiológica a 0,9%). Entretanto, na administração de grandes volumes de bupivacaína S50:R50, ocorreu lesão ao sistema nervoso, com diferença estatística significativa, quando comparada aos outros grupos 51. 2.4.4 Eficácia e segurança clínica A levobupivacaína S75:R25 já foi testada em adultos, idosos e crianças, tanto em anestesias espinais (raquianestesia e anestesia peridural) como em bloqueio de plexos nervosos e nervos periféricos em diversas situações clínicas como cirurgias ortopédicas, vasculares, oculares, proctológicas e procedimentos odontológicos. Também foi testada em associação com opioides e/ou vasoconstritores. Estão resumidos a seguir uma série de estudos clínicos comparativos entre bupivacaína S50:R50 e levobupivacaína S75:R25. I. Estudos com adultos e idosos submetidos à raquianestesia ou anestesia peridural • 120 pacientes de 16 a 94 anos foram submetidos a cirurgias ortopédicas de membros inferiores sob raquianestesia. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 60 pacientes receberam levobupivacaína S75:R25 e 60 receberam bupivacaína S50:R50. Ambos receberam 3 mL de anestésico a 0,5%. Verificou-se que ambos os grupos apresentaram bloqueios sensitivo e motor similares 52. • 44 pacientes foram submetidos à anestesia peridural para procedimentos vasculares ou ortopédicos do membro inferior. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 22 pacientes receberam levobupivacaína S75:R25 e 22 receberam bupivacaína S50:R50, ambas a 0,5% e adicionadas de vasoconstritor. Foi administrado de 16 a 24 mL da solução anestésica por via peridural e de 0,05 a 0,1 mg.kg-1 de midazolam por via venosa. O grupo que recebeu a levobupivacaína S75:R25 apresentou maior tempo analgésico e menor bloqueio motor que o grupo que recebeu bupivacaína S50:R50 53. Página 19 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 • 38 pacientes com idades entre 17 e 69 anos foram submetidos à anestesia peridural com levobupivacaína S75:R25 ou bupivacaína S50:R50, ambas a 0,5%, para cirurgia ortopédica de membros inferiores. Todos os pacientes receberam 30 mL de anestésico. Foi observado bloqueio motor e sensitivo adequado para a realização da cirurgia em ambos os grupos, com poucos efeitos colaterais, sugerindo que as soluções são seguras na anestesia peridural para cirurgia ortopédica 54. • 30 pacientes do sexo feminino com idades entre 15 e 65 anos realizaram cirurgia eletiva de varizes. As pacientes foram divididas em dois grupos: 15 pacientes receberam levobupivacaína S75:R25 e 15 receberam bupivacaína S50:R50. Ambos receberam 20 mL de anestésico a 0,5%, por via peridural. O grupo da levobupivacaína S75:R25 apresentou indução anestésica mais rápida, menor analgesia pós-operatória e menor relaxamento muscular. Não houve diferença quanto à ocorrência de eventos adversos 49. II. Estudos com adultos e idosos submetidos a bloqueios de plexos nervosos e nervos periféricos • 41 pacientes foram submetidos a bloqueio retrobulbar extracornal para cirurgia oftalmológica com bupivacaína S50:R50 (n=20), levobupivacaína (n=11) e levobupivacaína S75:R25 (n=10). Utilizou-se sempre soluções a 0,5%. Verificou-se que volumes semelhantes das três soluções são necessários para produzir anestesia retrobulbar 55. • 40 pacientes com idade entre 18 e 90 anos foram submetidos a bloqueio do plexo braquial para cirurgia ortopédica de membros superiores. Foram utilizados até 40 mL de bupivacaína S50:R50 ou levobupivacaína S75:R25, ambas a 0,5% com vasoconstritor. Em ambos os grupos foi observado bloqueio motor e sensitivo adequado para a cirurgia, com poucos efeitos colaterais, sugerindo que a levobupivacaína S75:R25 a 0,5%, com epinefrina, é segura e efetiva para o bloqueio do plexo braquial para cirurgia ortopédica de membro superior 56. • 35 pacientes foram submetidos a bloqueio bilateral do nervo pudendo com levobupivacaína S75:R25 a 0,25% para hemorroidectomia ambulatorial. O estudo teve o objetivo de avaliar a qualidade da analgesia pós-operatória. Todos os pacientes Página 20 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 apresentaram anestesia perineal por pelo menos 12 horas após o bloqueio e a duração média da analgesia foi 23,77 horas. Nenhuma complicação local ou sistêmica foi relacionada ao anestésico 57. • 22 voluntários foram submetidos à anestesia da polpa dentária com 1,8 mL de levobupivacaína S75:R25 ou bupivacaína S50:R50, ambas a 0,5%, com vasoconstritor. O estudo foi cruzado e todos os voluntários foram anestesiados por duas vezes. Não houve diferença entre as soluções quanto à latência e duração da anestesia 58. • 35 pacientes foram submetidos a bloqueio peribulbar para cirurgia oftalmológica. Avaliou-se os efeitos da adição de hialuronidase (50 UI/mL) a uma mistura de levobupivacaína S75:R25 a 0,5% + lidocaína a 2% + adrenalina 5 µg/mL. Não se verificou nenhum efeito da adição de hialuronidase sobre a acinesia dos músculos retos, elevador da pálpebra e orbicular do olho durante a instalação do bloqueio 59. III. Estudos com crianças • 307 crianças com idade entre 0 a 12 anos foram submetidas à anestesia espinhal com levobupivacaína S75:R25 a 0,5% ou bupivacaína S50:R50 a 0,5% ou lidocaína a 2%. Todos os pacientes foram anestesiados com sucesso sem complicações importantes a um custo bastante inferior ao da anestesia geral comumente indicada para pacientes pediátricos 60. • 40 crianças com idade entre 1 e 5 anos foram submetidas à raquianestesia com levobupivacaína S75:R25 a 0,5% para cirurgia ambulatorial. Verificou-se que a levobupivacaína S75:R25 produz uma anestesia segura em crianças, com alto índice de sucesso, bloqueio motor de curta duração de ação, relativa baixa incidência de efeitos colaterais e baixo custo 61. • 40 crianças com idade entre 5 e 10 anos foram submetidas à anestesia para procedimentos infraumbilicais de pequeno porte. Foi administrada bupivacaína S50:R50 ou levobupivacaína S75:R25, na região sacral, associadas ou não à clonidina. A eficácia dos anestésicos associados ou não à clonidina foi equivalente tanto para o bloqueio motor como para o bloqueio sensitivo e não houve eventos adversos 62. Página 21 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 IV. • Estudos com gestantes e parturientes 90 gestantes foram submetidas à cesariana eletiva sob anestesia peridural. As pacientes receberam bupivacaína S50:R50 a 0,5% com vasoconstritor ou levobupivacaína S75:R25 a 0,5% com vasoconstrictor ou ropivacaína a 0,75% sem vasoconstritor. Todos receberam 23 mL de anestésico associado com 2 mL de fentanil. A eficácia anestésica e a tolerabilidade, especialmente para recém-nascidos, foram equivalentes para os três grupos 63. • 75 pacientes em trabalho de parto foram submetidas à analgesia de parto por injeção peridural de 10 mL de bupivacaína S50:R50 a 0,125% ou levobupivacaína S75:R25 a 0,125% ou levobupivacaína S75:R25 a 0,25%. Não houve diferença entre os grupos quanto à latência para analgesia, nível sensorial do bloqueio, duração do trabalho de parto e da analgesia, frequência de parto instrumental e escores de Apgar. A analgesia pós-operatória foi melhor na levobupivacaína S75:R25 enquanto a intensidade do bloqueio motor foi maior na bupivacaína S50:R50. Conclui-se que a levobupivacaína S75:R25 determinou bloqueio motor menos intenso, resultando em melhor qualidade de analgesia sem interferir no trabalho de parto e na vitalidade dos recém-nascidos 64. • 40 parturientes em trabalho de parto foram submetidas à analgesia peridural contínua por injeção de 8 mL de levobupivacaína S75:R25 a 0,25% ou bupivacaína S50:R50 a 0,25%, ambas com vasoconstritor e associadas a 0,1 mg de fentanil. Não houve diferença significativa entre os grupos no que diz respeito a latência para bloqueio, o nível de bloqueio sensitivo, o grau de bloqueio motor, a deambulação e micção espontânea, a duração do trabalho de parto e do período expulsivo e as alterações cardíacas e respiratórias maternas e do neonato. Ambos os produtos mostraram-se boas opções para analgesia de parto 65. Página 22 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 3 OBJETIVOS O objetivo do estudo é verificar a não inferioridade da eficácia e da segurança da levobupivacaína S75:R25 pesada em relação à bupivacaína S50:R50 pesada em raquianestesia para procedimentos ortopédicos em membros inferiores quanto aos seguintes aspectos: 3.1 Objetivos primários • Avaliação do tempo de latência para bloqueio sensorial do dermátomo T10: intervalo de tempo decorrido entre a retirada da agulha ao final da injeção do anestésico local e a ausência de resposta à estímulos sensoriais na região correspondente ao dermátomo T10. • Duração do bloqueio sensitivo: duração da anestesia quanto ao aspecto sensitivo através de estímulos por agulha. Será considerada a aferição da duração da anestesia a partir da retirada da agulha após a punção até a presença da sensibilidade positiva por estímulo de agulha na face anterior do pé. 3.2 Objetivos secundários • Avaliação do grau de bloqueio motor através da escala de Bromage modificada: avaliação do grau de bloqueio motor quando obtido o bloqueio sensorial do dermátomo T10. • Duração do bloqueio motor: intervalo de tempo entre o final da injeção do anestésico e o retorno ao escore 0 na escala de Bromage modificada. • Segurança cardiovascular, evidenciada pela incidência e gravidade de alterações hemodinâmicas (pressão arterial - PA - e frequência cardíaca - FC - medidas automaticamente pela monitorização cardíaca) e respiratórias (saturação de oxigênio no sangue - SpO2): o próprio equipamento realizará as medições e o Investigador ou sua equipe farão o registro das variáveis. • Falha de bloqueio: classificação da falha, caso exista, em falha total de bloqueio (ausência de anestesia nos aspectos sensitivos e motor com sensibilidade preservada da Página 23 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 região perineal) ou falha parcial (quando alguma área do dermátomo T10 para baixo tiver sinais de analgesia ou bloqueio motor, mas a operação não puder ser realizada, havendo necessidade de complementação do bloqueio, sedação intensa ou analgesia geral). • Presença de eventos adversos. Página 24 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 4 JUSTIFICATIVA Após diversos estudos demonstrarem que o componente dextrógiro da bupivacaína racêmica era o responsável pela cardiotoxicidade e pela sua refratariedade à reanimação cardiorrespiratória 25; 26; 27; 28; 29; 30 , a levobupivacaína S75:R25 surgiu como um anestésico local que apresentaria as características de bloqueio neural de longa duração, mas com uma menor toxicidade sistêmica. Comprovadamente segura e eficaz, a levobupivacaína S75:R25 é, na atualidade, amplamente utilizada na prática clínica. Para Tanaka e colaboradores, a bupivacaína S50:R50 e a levobupivacaína S75:R25, por via peridural, proporcionam adequados bloqueios motor e sensitivo para a realização de cirurgias ortopédicas, com poucos efeitos colaterais 54. Considerando o estudo de Tanaka e colaboradores que trata da levobupivacaína S75:R25 na sua forma isobárica e para anestesia peridural avaliar a levobupivacaína S75:R25 conjugada com 54 , o presente Protocolo visa glicose (hiperbárica) na raquianestesia. O uso da bupivacaína hiperbárica é uma maneira de prover um bloqueio mais confiável e uma menor incidência de hipotensão quando comparada à bupivacaína isobárica 48 . No que tange a raquianestesia, são muitas as suas vantagens em relação à anestesia peridural: fácil execução e instalação rápida; menor risco de reações tóxicas sistêmicas; pequena quantidade de anestésico local utilizada; fácil determinação do local exato de deposição do anestésico e baixo custo 66 . A levobupivacaína S75:R25 pesada seria, dessa forma, uma maneira de agregar segurança a um anestésico já amplamente utilizado, proporcionando aos usuários um bloqueio eficaz e com menor incidência de eventos adversos. Com base no pressuposto acima explicitado, o presente estudo deseja avaliar a não inferioridade da eficácia e da segurança da levobupivacaína S75:R25 pesada em relação à bupivacaína S50:R50 pesada em raquianestesia para procedimentos ortopédicos em membros inferiores. Página 25 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 5 MEDICAMENTOS DO ESTUDO 5.1 Produto Controle – Neocaína® 0,5% Pesada 5.1.1 Composição Cada ml contém: • Cloridrato de bupivacaína – 5,0 mg • Glicose – 80 mg • Água para injeção q.s.p. – 1,0 ml 5.1.2 Apresentação Solução Injetável. Ampola com 4 ml. 5.1.3 Indicação Produção de bloqueio subaracnóideo (anestesia espinal / raquianestesia). 5.1.4 Posologia Serão administrados 3 ml do anestésico comparador, conjugado com 50 mcg de morfina, por via subaracnóidea 52; 67. 5.2 Produto Investigacional – Levobupivacaína S75:R25 0,5% Pesada 5.2.1 Composição Cada ml contém: • Cloridrato de levobupivacaína (em excesso enantiomérico de 50%) – 5,0 mg • Glicose – 80 mg • Água para injeção, ácido clorídrico, hidróxido de sódio q.s.p. – 1,0 ml Página 26 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 5.2.2 Apresentação Solução Injetável. Ampola com 4 ml. 5.2.3 Indicação Produção de bloqueio subaracnóideo (anestesia espinal / raquianestesia). 5.2.4 Posologia Serão administrados 3 ml do anestésico investigacional, conjugado com 50 mcg de morfina, por via subaracnóidea 52; 67. 5.3 Outros medicamentos utilizados 5.3.1 Dimorf® Serão administrados 50 mcg de sulfato de morfina, por via subaracnóidea, juntamente com os anestésicos do estudo. 5.3.2 Nausedron® No pós-operatório podem ocorrer náuseas e vômitos. Para controlá-las o Patrocinador fornecerá aos pacientes o antiemético cloridrato de ondansetrona na forma injetável (4 mg). Deverá ser administrado somente se necessário. 5.3.3 Aramin® Os pacientes podem apresentar redução de pressão arterial. Para o seu controle os pacientes receberão, à critério médico, por via intravenosa, 0,2 mg ou 0,4 mg de bitartarato de metaraminol quando se observar variações de pressão arterial superiores a 20% do valor basal. Página 27 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 5.4 Rotulagem da medicação A rotulagem do medicamento sob investigação seguirá a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), contendo minimamente as seguintes informações identificadas: • Patrocinador / Protocolo do estudo / Investigador responsável (nome, número de inscrição e sigla do Conselho Regional) / Farmacêutico responsável (nome, número de inscrição e sigla do Conselho Regional de Farmácia) / Forma farmacêutica / Lote / Data de fabricação (mês/ano) / Data de validade (mês/ano) / Peso / Condições de armazenamento / Modo de usar / Via de administração / Número do centro / Inicias do paciente / Número do kit. O rótulo deverá conter também os seguintes avisos, recomendações e orientações aos pacientes: • ATENÇÃO! Produto destinado exclusivamente à Pesquisa Clínica / Este produto não deve ser comercializado. Manter fora do alcance de crianças / Este produto não pode ser utilizado por outra pessoa. Uso exclusivo a quem foi destinado / Esta embalagem não deve ser descartada. Este produto deve ser utilizado conforme orientação médica / Em caso de dúvida, entrar em contato com o centro e falar com “Nome do Investigador” e telefones. A figura 1 esquematiza o modelo de rótulo a ser adotado, podendo variar seu formato e tamanho para adequação à caixa do produto investigacional. lniciais: ____ ____ ____ N° de Seleção: ____ ____ ____ N° do Centro ____ ____ Data: ____ / ____/ ____ Forma Farmacêutica: Solução Injetável Via de Administração: Espinhal Armazenamento: 15 a 30 ºC Lote: _____________ Data Fabricação: ____/____ Data Validade: ____/____ Farm. Resp.: Dr. José Carlos Módolo CRF – SP: n° 10.446 Volume: 4 ml ATENÇÃO! Produto destinado exclusivamente à Pesquisa Clínica. Este produto não deve ser comercializado. Manter fora do alcance de crianças. Este produto não pode ser utilizado por outra pessoa. Uso exclusivo a quem foi destinado. Esta embalagem não deve ser descartada. Este produto deve ser utilizado conforme orientação médica. Em caso de dúvida, entrar em contato com o centro e falar com: Investigador:_________________ CRM:___________ Telefones: ____________ Patrocinador: Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. Protocolo do estudo: CRT074 N° do Kit: ________________ Figura 1. Modelo de rótulo Página 28 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 5.5 Orientações adicionais referente aos anestésicos 5.5.1 Contraindicações Pacientes com hipersensibilidade conhecida aos componentes da fórmula ou a qualquer outro anestésico do tipo amida. As seguintes condições impedem a aplicação de anestesia espinhal: hemorragia grave; hipotensão grave; choque e arritmias; bloqueio cardíaco completo com débito cardíaco gravemente comprometido; infecção local na área onde se pretende fazer a punção lombar; septicemia; doenças cérebro-espinhais, tais como meningite, tumores, poliomielite e hemorragia cerebral; artrite, espondilite e outras doenças da coluna que tornem impossível a punção; tuberculose ou lesões metastáticas na coluna; anemia perniciosa com sintomas medulares; descompensação cardíaca; derrame pleural maciço e aumento acentuado da pressão intra-abdominal como ocorre em ascites maciças e tumores; infecção piogênica da pele no local ou adjacente ao local da punção; hipotensão acentuada, como ocorre em choque cardiogênico e choque hipovolêmico; alterações da coagulação ou sob tratamento com anticoagulante 68. 5.5.2 Advertências Os anestésicos espinhais não devem ser injetados durante a contração uterina, porque o líquido raquidiano poderá levar a uma dispersão cefálica do anestésico. A saída de líquido cefalorraquidiano durante a punção indica a entrada no espaço subaracnóideo. Contudo, a aspiração deve ser feita antes de se injetar a solução anestésica, para confirmar a entrada no espaço subaracnóideo e evitar a injeção intravascular. As soluções de bupivacaína que contenham epinefrina ou outros vasopressores não deverão ser usadas concomitantemente com fármacos ocitócicos do tipo ergot, visto que pode ocorrer uma hipertensão grave persistente. Igualmente, soluções de bupivacaína que contenham vasoconstritores tais como a epinefrina, deverão ser usadas com extrema cautela em pacientes que estejam recebendo inibidores da monoaminoxidase ou antidepressivos do tipo triptilina ou imipramina, porque poderá resultar em hipertensão grave e prolongada. A mistura de bupivacaína com outros anestésicos locais ou a precedência ou a Página 29 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 concomitância na administração com outros anestésicos não é recomendada, pois ainda não existem dados suficientes no uso clínico sobre esse tipo de misturas 68. 5.5.3 Interações medicamentosas A administração concomitante de fármacos vasopressores e fármacos ocitócitos do tipo ergot poderá causar hipertensão grave persistente ou acidentes cerebrovasculares. A bupivacaína deve ser usada com cuidado em pacientes tratados com antiarrítmicos, como a tocainida, pois há adição de efeitos tóxicos. O uso simultâneo desses agentes deve ser evitado. Nas situações em que a terapia concomitante seja necessária, o monitoramento cuidadoso do paciente será essencial 68. 5.5.4 Reações adversas As reações adversas mais comumente encontradas, que demandam medidas de cautela logo após a administração da anestesia espinhal são: hipotensão devido a perda do tono simpático e paralisia respiratória ou hipoventilação devido a extensão cefálica do nível da anestesia. Isto poderá levar a uma parada cardíaca se não for tratado. Convulsões relacionadas com a dosagem e colapso cardiovascular também podem resultar em uma diminuição da tolerância, rápida absorção a partir do local da injeção ou em uma injeção intravascular acidental da solução anestésica local. Fatores que influenciam a ligação das proteínas plasmáticas, tais como a acidose ou doenças sistêmicas que alterem a produção de proteínas ou a competição de outros fármacos pelos sítios de ligação proteica poderão diminuir a tolerância individual 68. 5.6 Propriedades físico-químicas O cloridrato de bupivacaína é um pó branco cristalino, muito solúvel em etanol 95%, solúvel em água e levemente solúvel em clorofórmio e acetona. A preparação utilizada no Protocolo trata-se de uma solução estéril, apirogênica e hiperbárica, com pH entre 4,0 e 6,5. Página 30 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 5.7 Farmacocinética O grau de absorção sistêmica dos anestésicos locais depende da dose total e da concentração da droga administrada, da via de administração e da vascularização do local de aplicação 68. O início da ação com bupivacaína é rápido e a anestesia é de longa duração porque a absorção, a partir do espaço subaracnóideo, é relativamente lenta. O período de analgesia pode persistir mesmo depois da recuperação da sensibilidade, podendo reduzir a necessidade de administração de outros analgésicos potentes 68. O início do bloqueio sensitivo decorrente do bloqueio espinhal com levobupivacaína S75:R25 é similar ao da mistura racêmica. Na maioria dos casos o máximo bloqueio motor e o máximo nível de dermátomo podem ser alcançados em 15 minutos. A duração do bloqueio sensitivo (tempo de volta completa da sensibilidade na região operada ou regressão de dois dermátomos) para esta família de anestésicos é, em média, de 2 horas 68. Aparentemente os anestésicos locais atravessam a placenta por difusão passiva. A velocidade e o grau de difusão são regidos pelo: (1) grau de ligação proteica no plasma, (2) grau de ionização, (3) grau de solubilidade lipídica. A relação materno/fetal dos anestésicos locais parece estar inversamente relacionada ao grau de ligação à proteína plasmática, porque somente a droga livre, não ligada, fica disponível para a transferência para o feto 68. A extensão da troca placentária é também determinada pelo grau de ionização e da solubilidade lipídica da droga. As drogas não ionizadas e lipossolúveis passam rapidamente da circulação materna para o sangue fetal 68. Os anestésicos locais, dependendo da sua via de administração, são distribuídos a todos os tecidos do corpo, encontrando-se altas concentrações em órgãos de grande perfusão como o fígado, pulmões, coração e cérebro 68. O rim é o órgão excretor mais importante para a maior parte dos anestésicos locais e seus metabólitos. A excreção urinária é afetada pela perfusão renal e por fatores que afetam o pH urinário 68. Página 31 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 Os anestésicos locais do tipo amida como a bupivacaína são metabolizados primariamente no fígado via conjugação com o ácido glicurônico. Pacientes com doenças hepáticas, especialmente aqueles com doenças graves, podem ser mais susceptíveis à potencial toxicidade dos anestésicos locais do tipo amida 68 . A pipecolilxilidina é o principal metabólito da levobupivacaína S75:R25. A bupivacaína quando administrada dentro das doses e concentrações recomendadas, comumentemente não provoca irritação e/ou lesão nos tecidos e não causa metahemoglobinemia 68. 5.8 Farmacodinâmica - mecanismo de ação Os anestésicos locais bloqueiam a geração e condução dos impulsos nervosos, presumivelmente através de aumento do limiar de excitação elétrica do nervo, por diminuição da propagação do impulso no nervo e pela redução da velocidade do aumento do potencial de ação. Em geral, a progressão da anestesia está relacionada ao diâmetro, mielinização e velocidade de condução das fibras nervosas afetadas. Clinicamente, a sequência na perda da função nervosa é como segue: (1) dor, (2) temperatura, (3) tato, (4) propriocepção, (5) tônus muscular esquelético 68. A bupivacaína é um anestésico local que pertence ao grupo das amidas com rápido início de ação e a duração é dose-dependente. É esperado que apresente duração de analgesia (até o nível dos segmentos T10 e T12) variando entre 2 e 3 horas e que produza moderado relaxamento muscular dos membros inferiores de 2 a 2,5 horas, assim como da musculatura abdominal para a realização de cirurgias abdominais de 45 a 60 minutos. A duração do bloqueio motor dos anestésicos desta família geralmente não excede a duração da analgesia 68. A absorção sistêmica dos anestésicos locais produz efeitos no sistema cardiovascular e no sistema nervoso central. Nas concentrações sanguíneas alcançadas através de doses terapêuticas normais, as mudanças na condução cardíaca, excitabilidade, capacidade de refração, contractilidade e resistência vascular periférica são mínimas. Porém, concentrações sanguíneas tóxicas deprimem a condução cardíaca e a excitabilidade, o que pode levar a um bloqueio atrioventricular, arritmia ventricular e parada cardíaca, Página 32 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 resultando às vezes em fatalidades. Ainda, a contratilidade do miocárdio é diminuída e ocorre vasodilatação periférica, levando a uma diminuição do débito cardíaco e da pressão sanguínea arterial. Estudos clínicos recentes e pesquisas em animais sugerem que estas mudanças cardiovasculares acontecem com maior frequência após a injeção intravascular direta acidental de bupivacaína racêmica 68. 5.9 Superdosagem As emergências agudas, causadas pelos anestésicos locais, estão geralmente relacionadas com altos níveis plasmáticos ou altos níveis dermatomais (espinha alta), encontrados durante o uso terapêutico dos anestésicos locais ou após injeção acidental intratecal ou intravascular da solução anestésica 68. Ao primeiro sinal de alteração, deverá ser administrado oxigênio. O primeiro passo no controle das reações tóxicas sistêmicas, como também na hipoventilação ou na apneia decorrentes de bloqueio espinhal alto ou total, consiste no estabelecimento imediato de acesso para a manutenção das vias aéreas e de uma ventilação efetiva, assistida ou controlada, com 100% de oxigênio, com um sistema de liberação capaz de permitir uma pressão positiva e imediata das vias aéreas por meio do uso de máscara. Isto deverá prevenir as convulsões caso ainda não tenham ocorrido. Se necessário, usar fármacos para controlar as convulsões. Barbitúricos intravenosos, agentes anticonvulsivantes ou relaxantes musculares somente deverão ser administrados por quem esteja familiarizado com o seu uso 68. Imediatamente após o estabelecimento dessas medidas para ventilação, a adequação da circulação deverá ser também avaliada. O tratamento de suporte para depressão circulatória poderá requerer a administração intravenosa de líquidos e, quando necessário, a administração de um vasopressor de acordo com a situação clínica (tais como a efedrina ou a epinefrina para aumentar a força de contração do miocárdio) 68. Se for encontrada alguma dificuldade na manutenção de acesso às vias respiratórias, ou caso o suporte ventilatório prolongado (assistido ou controlado) for indicado, a intubação endotraqueal, empregando fármacos e técnicas conhecidas pelo médico, pode ser usada após a administração inicial de oxigênio através de máscara 68. Página 33 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 6 AVALIAÇÃOES REALIZADAS DURANTE O ESTUDO 6.1 Classificação do risco anestésico Uma classificação de estado físico foi elaborada por Saklad em 1941, considerando-se a mortalidade secundária à anestesia e as condições clínicas pré-operatórias associadas 69 . Após adição da quinta categoria, ela foi adotada pela Sociedade Americana de Anestesiologistas (ASA) e é hoje empregada quase universalmente. Previa cinco categorias de pacientes, até recentemente, quando foi acrescentada a sexta (tabela 2) 1. Tabela 2. Classificação do risco anestésico Classe Descrição I Paciente normal sem doença II Paciente com doença sistêmica leve III Paciente com doença sistêmica grave IV Paciente com doença sistêmica que representa ameaça constante de vida V Paciente moribundo, sem expectativa de vida a menos que seja operado VI Paciente com morte cerebral, no qual os órgãos serão removidos para doação Adaptado da American Society of Anesthesiologists (http://www.asahq.org). 6.2 Identificação de falha anestésica Deve-se aguardar por até vinte minutos. Caso não haja anestesia após esse período, o Investigador indicará que houve falha anestésica e o paciente será descontinuado do estudo. Caso exista, a falha anestésica será classificada em falha total de bloqueio (ausência de anestesia nos aspectos sensitivos e motor com sensibilidade preservada da região perineal) ou falha parcial (quando alguma área do dermátomo T10 para baixo tiver sinais de analgesia ou bloqueio motor, mas a operação não puder ser realizada, havendo necessidade de complementação do bloqueio, sedação intensa ou analgesia geral). Em caso de falha, a operação prosseguirá normalmente conforme decisão médica, e o paciente será imediatamente descontinuado do estudo. Página 34 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 6.3 Tempo de latência para bloqueio sensorial em T10 Intervalo de tempo decorrido entre a retirada da agulha ao final da injeção do anestésico local e a ausência de resposta à estímulos sensoriais na região correspondente ao dermátomo T10. 6.4 Duração do bloqueio sensitivo Duração da anestesia quanto ao aspecto sensitivo através de estímulos por agulha. Será considerada a aferição da duração da anestesia a partir da retirada da agulha após a punção até a presença da sensibilidade positiva por estímulo de agulha na face anterior do pé. 6.5 Grau de bloqueio motor - Escala de Bromage modificada Avaliação do grau de bloqueio motor, pela escala de Bromage modificada, quando obtido o bloqueio sensorial do dermátomo T10 (tabela 3). Nesta escala, a intensidade do bloqueio motor é avaliada pela capacidade do paciente em mover seus membros inferiores (figura 2) 4; 5; 70. Tabela 3. Escala de Bromage modificada Grau Critério Grau do bloqueio 0 Completa flexão dos joelhos e pés Nenhum 1 Apenas capaz de mover os joelhos Parcial 2 Capaz de mover somente os pés Quase Completo 3 Incapaz de mover os pés ou joelhos Completo Adaptado de Carvalho e colaboradores, 2002. Página 35 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3 Adaptado de Bromage e colaboradores, 1965. Figura 2. Esquematização dos parâmetros da Escala de Bromage modificada 6.6 Duração do bloqueio motor Intervalo de tempo entre o final da injeção do anestésico e o retorno ao escore 0 na escala de Bromage modificada. 6.7 Segurança cardiovascular Evidenciada pela incidência e gravidade de alterações hemodinâmicas (PA e FC medidas automaticamente pela monitorização cardíaca) e respiratórias (SpO2). O próprio equipamento realiza as medições e o Investigador ou sua equipe fará o registro das variáveis. Página 36 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 7 DESENHO DO ESTUDO 7.1 Plano do estudo Os pacientes serão convidados a participar do estudo durante a visita de triagem, podendo essa ocorrer no mesmo dia ou até quinze dias antes da cirurgia. Após o consentimento do paciente e obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), será realizada uma avaliação clínica - história médica, medicamentos concomitantes, dados antropométricos, dados demográficos, risco anestésico -, serão verificados os critérios de inclusão e exclusão e solicitada a realização de exames de segurança – coagulograma completo, plaqueta, glicemia, eletrocardiograma (ECG) e gonadotrofina coriônica humana (β-HCG) para mulheres em idade fértil. A visita 2 consiste na verificação dos exames de segurança, reavaliação dos critérios de inclusão e exclusão e observação de eventos adversos, devendo ocorrer no mesmo dia da cirurgia. Sendo o paciente elegível, ele será randomizado. Na visita 3 será realizada a raquianestesia e o procedimento cirúrgico. Será avaliada a latência para bloqueio sensorial em T10, o grau do bloqueio motor pela escala de Bromage modificada e a presença de eventos adversos. A cada 5 minutos será medida a PA, a FC e a SpO2. Caso ocorra, a falha anestésica será relatada e o paciente descontinuado. Na visita 4 será avaliado, a cada 30 minutos, a PA, a FC, a SpO2 e a duração do bloqueio motor e sensitivo. O paciente será avaliado pelo anestesiologista, interrogado sobre eventos adversos e receberá alta anestésica. 7.2 População do estudo A população do estudo consiste em pacientes de ambos os sexos, com idade entre 18 e 80 anos, que tenham indicação de raquianestesia para intervenção cirúrgica nos membros inferiores e que tenham concordado em participar do estudo e assinado o TCLE. Pacientes com idade inferior a 18 anos ou superior a 80 anos requerem cuidados especiais e ajuste de dose, motivo pelo qual essa população foi excluída do Protocolo 71. Página 37 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 7.3 Número de Pacientes Com base nos estudos de Mantovalou e colaboradores 72 e Chung e colaboradores 73 ,o tamanho da amostra necessário para que haja uma diferença de 0,25 minutos ou de 25 minutos entre os tempos médios de latência ou de duração dos bloqueios sensitivos dos dois grupos, com margens de não inferioridade de -0,30 minutos e -16 minutos para os respectivos parâmetros, além de poder de 80% e nível de significância de 5%, foi calculado como sendo n1 = n2 = 50. Considerando possíveis perdas (20%), sugerimos amostras com n1 = n2 = 60 e total final de 120 participantes no estudo. 7.4 Grupos do estudo • Grupo Controle (C): Bupivacaína S50:R50 pesada - Neocaína 0,5% Pesada® • Grupo Investigacional (I): Levobupivacaína S75:R25 pesada. 7.5 Grupos de tratamento A elegibilidade dos pacientes será estabelecida antes de sua inclusão no estudo. Os pacientes serão incluídos de modo sequencial e, conforme forem elegíveis para inclusão receberão o tratamento estabelecido de acordo com a lista de randomização. A alocação referente aos pacientes será definida pela randomização aleatória e independente, estabelecida pela assessoria estatística. As situações cuja inclusão de pacientes não respeitar a randomização pré-determinada, por quaisquer que sejam os motivos identificados que estejam fora dos procedimentos recomendados por este Protocolo, deverão determinar estes pacientes como excluídos do estudo e desconsiderados na análise dos dados. Em caso de pacientes não elegíveis pelos critérios de inclusão e exclusão, novos participantes deverão ser incluídos a fim de se compor o tamanho da amostra mínimo esperado (120 pacientes). Página 38 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 7.6 Identificações dos Pacientes Os pacientes que atenderem aos critérios de inclusão e exclusão e concordarem em participar do estudo, após assinatura do TCLE, serão identificados por um código alfanumérico sequencial que será permanente e não mudará em caso de desistência ou descontinuação. Esse código será composto por oito dígitos sendo os dois primeiros referentes ao número do centro; terceiro, quarto e quinto dígitos, correspondentes à ordem sequencial de inclusão do paciente no estudo; sexto, sétimo e oitavo dígitos correspondente a randomização do paciente. Por exemplo, o décimo sétimo paciente incluído, no centro de estudos (identificado pelo número 02) receberá a seguinte especificação: Número do Paciente I_0_I_2_I - |_0_|_1_|_7_| - |_0_|_0_|_0_| N° Centro Nº Seleção Nº Randomização Além do código numérico, o paciente será identificado por três iniciais: a do primeiro e segundo nome (ou sobrenome) e do último sobrenome. Como exemplo, citamos uma paciente hipotética com nome Maria do Carmo Pereira da Silva, que será identificada como “M C S”. Pacientes que possuem apenas um nome e um sobrenome serão identificados com a colocação de um traço em lugar do segundo nome (ou sobrenome). Como exemplo uma paciente hipotética com o nome de Maria da Silva será identificada como “M – S”. Nos casos em que o último sobrenome for “Filho”, “Júnior”, “Neto" ou a fins, estes serão considerados como o último sobrenome. Como exemplo um paciente hipotético com o nome José da Silva Mendes Filho será identificado como “J S F”. Página 39 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 7.7 Duração do estudo O voluntário participará do estudo a partir do momento em que assinar o TCLE até sua total recuperação pós-anestésica. A duração máxima prevista para a participação do voluntário na pesquisa é de 20 dias. O período de inclusão previsto será de 12 meses, renováveis por mais 12 meses em caso de dificuldades não planejadas para a captação dessas pacientes. 7.8 Critérios de inclusão e exclusão 7.8.1 Critérios de inclusão Os pacientes elegíveis para o estudo deverão satisfazer os seguintes critérios: • Pacientes de ambos os sexos; • Idade entre 18 e 80 anos, inclusive; • Risco anestésico classificado como ASA I ou ASA II, segundo a Sociedade Americana de Anestesiologia; • Que tenham indicação de raquianestesia para cirurgia ortopédica de membros inferiores; • Tenham concordado em participar do estudo e assinado o TCLE; 7.8.2 Critérios de exclusão Os pacientes a serem randomizados neste estudo não deverão apresentar os seguintes critérios: • Contraindicações absolutas ou relativas à raquianestesia; • Hipersensibilidade ou intolerância a anestésicos locais ou aos componentes da fórmula; • Lesões raquimedulares, neuropatias periféricas ou quaisquer outras afecções neurológicas que levem a distúrbios de sensibilidade e/ou motricidade; Página 40 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 • Demência, retardo mental e outras alterações cognitivas importantes; • Obesidade com índice de massa corpórea (IMC) ≥ 35 ou dificuldade para execução da punção 74; • Dificuldade anatômica na coluna na opinião do Investigador; • Intervenção cirúrgica prévia de coluna vertebral; • Politraumatismo; • Tatuagem no local da punção; • Etilismo; • Abuso de substâncias ilícitas; • Antecedentes de reações anafiláticas graves ou doença de Steven-Johnson; • Alterações nos exames de segurança (aplicável no momento da randomização): - Coagulograma completo: índice internacional normatizado (INR) >1,4, - Contagem de plaquetas < 100.000 p/ mm3, - Glicemia > 200mg/dl, - Bradiarritmias: bloqueios cardíacos, - Extrassístoles ventriculares frequentes ou em salva evidentes no ECG; • Participação em algum estudo clínico nos 12 meses precedentes à inclusão; • Gravidez ou lactação; • Qualquer outra condição que, na opinião do Investigador, possa levar a aumento do risco para o paciente. 7.9 Visitas do Estudo As visitas serão organizadas de acordo com o esquema proposto abaixo. Página 41 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 7.9.1 Visita 1 (Triagem) Os pacientes serão convidados a participar do estudo durante a visita de triagem, podendo essa ocorrer no mesmo dia ou até quinze dias antes da cirurgia. Durante a visita de triagem será realizada a explicação do estudo, o esclarecimento das dúvidas do paciente e a obtenção da assinatura do TCLE. Obtido o TCLE serão obtidos dados relativos à história médica, medicamentos concomitantes, dados antropométricos e demográficos e risco anestésico; serão avaliados os critérios de inclusão e exclusão e solicitada a realização dos exames de segurança: coagulograma completo, plaqueta, glicemia, ECG e β-HCG para mulheres em idade fértil. 7.9.2 Visita 2 (Avaliação Pré-Anestésica) A visita 2 consiste na avaliação pré-anestésica, sendo realizada até quinze dias após a visita de triagem (visita 1). Durante essa visita serão verificados os resultados dos exames de segurança e reavaliados os critérios de inclusão e exclusão. Sendo o paciente elegível ele será randomizado. A PA, FC e SpO2 basais serão anotadas e o paciente será questionado sobre o uso de medicamentos concomitantes e a presença de eventos adversos. 7.9.3 Visita 3 (Raquianestesia) A visita 3 consiste na raquianestesia e na cirurgia ortopédica, realizada no mesmo dia da avaliação pré-anestésica (visita 2). O espaço subaracnóideo será puncionado ao nível do espaço L3 - L4 ou L4 - L5 com agulha de Quincke 27G e 3 mL de uma das soluções em estudo (acrescido de 50 mcg de morfina) serão injetados conforme randomização prévia. O paciente será posicionado em decúbito dorsal e, por até 20 minutos, deve-se aguardar pela resposta anestésica. Caso não haja resposta anestésica após esse período, o Investigador indicará que houve falha anestésica e o paciente será descontinuado do estudo. A falha anestésica será documentada e classificada em falha total ou parcial e a cirurgia prosseguirá normalmente, conforme decisão médica. Página 42 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 Havendo resposta anestésica, as avaliações de eficácia serão realizadas: latência para resposta anestésica no dermátomo T10 e grau de bloqueio motor pela escala de Bromage modificada quando obtido o bloqueio sensorial em T10. Será avaliado também a segurança cardiovascular, o uso de medicamentos concomitantes e a presença de eventos adversos. 7.9.4 Visita 4 (Avaliação Pós-operatória e de Segurança) A visita 4 consiste nas avaliações realizadas com o paciente, a cada 30 minutos, desde o final do procedimento cirúrgico até a alta anestésica. Serão avaliados a duração do bloqueio sensitivo e motor, o uso de medicamentos concomitantes e a presença de eventos adversos. O paciente será avaliado pelo anestesiologista e poderá receber alta anestésica a partir do momento em que for verificada a ausência de bloqueio motor (Bromage 0). 7.10 Possibilidade de término prematuro O estudo poderá ser prematuramente interrompido, em um centro de pesquisa específico ou em todos os centros, se for o caso, somente após a devida autorização pelo Patrocinador, em qualquer das seguintes circunstâncias, mas não limitado ao descrito a seguir: • Falha do(s) Investigador(es) em aderir ao Protocolo, aos procedimentos do Patrocinador ou às normas e/ou regulamentações locais aplicáveis; • Questões relacionadas à segurança dos pacientes em estudo; • Se dados preliminares indicarem falta de eficácia do(s) medicamento(s) em estudo; • Recrutamento inadequado de participantes pelo Investigador. 7.11 Descontinuação voluntária Conforme estabelecido na Declaração de Helsinque, todos os pacientes têm o direito de retirar-se do estudo em qualquer momento, independentemente das razões para fazê-lo. Página 43 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 Para o(s) indivíduo(s) que retirarem seu consentimento do estudo, as avaliações completas especificadas na visita de descontinuação deverão ser realizadas para garantir a segurança do indivíduo e para documentar quaisquer eventos adversos ou desfechos naquele momento. O(s) motivo(s) para a descontinuação e a data da descontinuação do estudo deverá(ão) ser documentado(s) na Ficha Clínica fornecida. O efeito da descontinuação será considerado na análise para minimizar o aparecimento de potenciais conclusões tendenciosas. Indivíduos que solicitem sua descontinuação no estudo devem sempre ser questionados sobre a razão da descontinuação e sobre a presença de quaisquer desfechos ou eventos adversos. Se possível, eles devem ser vistos e avaliados pelo Investigador. Os eventos adversos devem ser acompanhados e os produtos sob investigação devem ser devolvidos. 7.12 Critérios de descontinuação O Investigador poderá retirar os pacientes do estudo por novas enfermidades, eventos adversos ou por outra razão que o médico, julgue necessário. • Necessidade de uso de opioides adicionais, por qualquer via, como adjuvante anestésico durante o procedimento cirúrgico; • Falha anestésica em que haja necessidade de nova punção, sedação profunda, suplementação ou anestesia geral; • Manifestação de desejo do paciente em descontinuar sua participação no estudo; • Sinais de reação alérgica ou intolerância ao produto (a critério do Investigador); • Adequação a algum dos critérios de exclusão; • Complicações ou qualquer outra condição que, na opinião do Investigador, tornem vantajoso para o paciente o não cumprimento dos procedimentos especificados neste Protocolo. Página 44 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 7.13 Indivíduos incorretamente randomizados Qualquer tentativa de trocar o tratamento ou alterar os números de randomização será vetada em todas as suas manifestações e o paciente relacionado será descontinuado. 7.14 Procedimentos para descontinuação O motivo para a descontinuação, se possível, e a data da descontinuação do estudo deverão ser documentados na Ficha Clínica fornecida. O efeito da descontinuação será considerado nas análises para minimizar o aparecimento de potenciais conclusões tendenciosas. Para indivíduos que retirem seu consentimento do estudo, as avaliações específicas da visita deverão ser realizadas, na medida do possível, para garantir a segurança do indivíduo e documentar quaisquer eventos adversos ou desfechos naquele momento. Todos os eventos adversos devem ser relatados, mas em particular, qualquer evento adverso que leve à descontinuação do estudo. Toda a descontinuação devido a evento adverso sério deverá ser relatada em um período de até 24 horas. Página 45 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 8 PROCEDIMENTOS DO ESTUDO Os procedimentos durante as visitas serão realizados pela equipe do estudo. Os procedimentos a serem realizados durante o estudo incluem: 8.1 Visitas 8.1.1 Visita 1 (Triagem) Os pacientes serão convidados a participar do estudo durante a visita de triagem (visita 1), podendo essa ocorrer no mesmo dia ou até quinze dias antes da cirurgia. Estima-se uma duração máxima aproximada de duas horas para essa visita. Procedimentos: 1. Obtenção da assinatura do TCLE; 2. História médica; 3. Questionamento sobre o uso de medicamentos concomitantes; 4. Obtenção de dados demográficos e antropométricos; 5. Avaliação de risco anestésico (ASA); 6. Verificação dos critérios de inclusão e exclusão; 7. Solicitação dos exames de segurança: coagulograma completo, plaqueta, glicemia, ECG e β-HCG para mulheres em idade fértil; 8. Preenchimento da Ficha Clínica. 8.1.2 Visita 2 (Avaliação Pré-Anestésica) A visita 2 consiste na avaliação pré-anestésica, sendo realizada até quinze dias após a Visita 1 de (Triagem). Os critérios de inclusão e exclusão serão reavaliados e sendo o paciente elegível, ele será randomizado. Estima-se uma duração máxima aproximada de duas horas para essa visita. Procedimentos iniciais: 1. Avaliação dos resultados dos exames de segurança (coagulograma completo, plaqueta, glicemia, ECG e β-HCG); 2. Reavaliação dos critérios de inclusão e exclusão; Página 46 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 3. Randomização; 4. Avaliação da PA, FC e SpO2 basais; 5. Questionamento sobre o uso de medicamentos concomitantes; 6. Observação de eventos adversos; 7. Preenchimento da Ficha Clínica. 8.1.3 Visita 3 (Raquianestesia) A visita 3 consiste na raquianestesia e na cirurgia ortopédica. Estima-se uma duração máxima aproximada de 12 horas para essa visita. Procedimentos: 1. Registro automático da PA, FC e SpO2 a cada cinco minutos; 2. Realização da raquianestesia: administração de 3 mL do anestésico em estudo + 50 mcg de morfina, conforme randomização prévia, a uma velocidade de 1 ml/segundo através de agulha de Quincke 27G posicionada em L3 - L4 ou L4 – L5; 3. Avaliação da latência para anestesia no dermátomo T10 a cada dois minutos a partir da retirada da agulha após anestesia; 4. Procedimento cirúrgico: cirurgia ortopédica; 5. Avaliação do grau de bloqueio motor pela escala de Bromage modificada quando obtido o bloqueio sensorial em T10; 6. Avaliação da segurança cardiovascular (presença de hipotensão, hipertensão, bradicardia, taquicardia); 7. Questionamento sobre o uso de medicamentos concomitantes; 8. Observação de eventos adversos; 9. Preenchimento da Ficha Clínica. Página 47 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 8.1.4 Visita 4 (Avaliação Pós-operatória e de Segurança) A visita 4 consiste nas avaliações realizadas com o paciente, a cada 30 minutos, desde o final do procedimento cirúrgico até a alta anestésica. Estima-se uma duração máxima aproximada de 24 horas para essa visita. Procedimentos: 1. Avaliação da PA, da FC, da SpO2; 2. Avaliação da duração do bloqueio sensitivo: tempo entre o fim da administração do anestésico e a presença de sensibilidade positiva ao toque da agulha na face anterior do pé; 3. Avaliação da duração do bloqueio motor: tempo entre o fim da administração do anestésico e o retorno ao grau de bloqueio motor 0 na escala de Bromage modificada; 4. Questionamento sobre o uso de medicamentos concomitantes; 5. Observação de eventos adversos; 6. Avaliação das condições do paciente pelo anestesiologista e alta anestésica a partir do momento em que for verificada a ausência de bloqueio motor (Bromage 0); 7. Preenchimento da Ficha Clínica. 8.2 Cronograma de tratamento O cronograma do estudo poderá ser visualizado por visita na tabela 4 e sob a forma de fluxograma na figura 3. Página 48 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 Tabela 4. Descrição das atividades durante o estudo Tarefa Visita 1 Consentimento e obtenção do TCLE a Uso de medicamentos concomitantes Avaliação do risco anestésico c Critérios de inclusão e exclusão d X X X X X X f X g X Verificação dos exames de segurança h X X i X j X Raquianestesia e cirurgia ortopédica k X Avaliação da latência para bloqueio de T10 Avaliação do grau de bloqueio motor l X m Avaliação da segurança cardiovascular X n X Avaliação da duração do bloqueio sensitivo Avaliação da duração do bloqueio motor o X p Observação e relato de eventos adversos X q Avaliação do paciente pelo anestesiologista Alta anestésica X X e Solicitação de exames de segurança Avaliação da PA, FC e SpO2 Visita 4 X Dados demográficos e antropométricos Randomização Visita 3 X b História médica Visita 2 X X r X s Preenchimento de Ficha Clínica X X t X X X X Página 49 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 Legenda: a. Explicações pormenorizadas do estudo ao paciente e obtenção do seu consentimento livre e esclarecido. b. Obtenção da história médica. c. Obtenção de dados demográficos e antropométricos (sexo, raça, idade, peso, altura, IMC). d. Verificação do uso de medicamentos concomitantes. e. Avaliação do risco anestésico pelo critério ASA. f. Exames de segurança: coagulograma completo, plaqueta, glicemia, ECG e β-HCG. g. Avaliação da elegibilidade pelos critérios de inclusão e exclusão. h. Verificação dos resultados dos exames de segurança. i. Randomização após a confirmação da elegibilidade. j. Monitorização dos parâmetros PA, FC, SpO2 a cada cinco minutos durante a cirurgia e a cada 30 minutos no pós-operatório. k. Raquianestesia conforme descrita no Protocolo e cirurgia ortopédica. l. Avaliação a cada dois minutos, a partir da retirada da agulha após a punção, do tempo para bloqueio T10. m. Avaliação do grau de bloqueio motor pela escala de Bromage modificada quando obtido o bloqueio sensorial em T10. n. Avaliação da segurança cardiovascular. o. Avaliação do tempo entre o fim da administração do anestésico e o momento em que há sensibilidade positiva ao toque da agulha na face anterior do pé: avaliações a cada 30 minutos após o fim da cirurgia. p. Avaliação do tempo entre o fim da administração do anestésico e o momento em que há o retorno ao escore 0 da escala de Bromage modificada: avaliações a cada 30 minutos após o fim da cirurgia. q. Observação de eventos adversos (tratamento de náuseas e vômitos, quando presentes). r. Avaliação do paciente pelo anestesiologista. s. Alta anestésica. t. Preenchimento da Ficha Clínica. Página 50 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 Figura 3. Fluxograma do estudo Página 51 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 9 SEGURANÇA As definições de eventos adversos (EAs) e eventos adversos graves (EAGs) estão descritas abaixo. É de suma importância que toda a equipe envolvida no estudo esteja familiarizada com o conteúdo desta seção. O Investigador principal é responsável por assegurar esse conhecimento. 9.1 Definição de evento adverso EA é qualquer ocorrência médica desfavorável, sofrida por um paciente ou por um participante de pesquisa clínica que recebeu um produto farmacêutico e que não necessariamente apresenta uma relação causal com esse tratamento. Um EA pode, portanto, ser qualquer sinal desfavorável e indesejável (incluindo um achado laboratorial anormal), sintoma ou doença temporalmente associada ao uso de um produto sob investigação, seja ele relacionado ou não a esse produto 75. 9.2 Definição de evento adverso grave (ou sério) EAG é qualquer ocorrência médica indesejável que em qualquer dose: • Resulte em óbito; • Represente ameaça à vida; • Necessite de hospitalização do participante de pesquisa, ou prolongamento de uma hospitalização preexistente; • Resulte em incapacidade / deficiência persistente ou significativa; • Resulte em uma má-formação / anomalia congênita; • Qualquer outro evento a critério do Investigador; Entendendo-se como: • Ameaça à vida: qualquer EA que coloca o paciente em iminência de morte. Este conceito não se aplica àquele EA que, se ocorresse de uma forma mais severa, poderia causar morte; Página 52 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 • Incapacidade persistente ou significativa: prejuízo na capacidade de uma pessoa de conduzir as funções normais de vida; • Ocorrência médica significativa: qualquer evento que, baseado em julgamento médico apropriado, pode prejudicar o paciente e/ou pode requerer intervenção médica ou cirúrgica para prevenir qualquer das demais ocorrências supracitadas; • As informações mínimas necessárias para se compor um relato de evento são: I. identificação do paciente ou participante da pesquisa, garantindo o sigilo e a privacidade; II. nomes dos produtos suspeitos; III. identificação do evento; IV. identificação do relator do evento. A falta de informações adicionais não é impedimento de notificação do evento. As informações complementares deverão ser notificadas no formulário específico, como seguimento. 9.3 Acompanhamento dos eventos pelo Investigador Os EA não graves observados devem ser registrados no prontuário médico, na Ficha Clínica e avaliados quanto à frequência, duração, gravidade, relação com a medicação em estudo, as suas consequências e os procedimentos adotados em relação à medicação do estudo. Os EAG devem ser registrados em formulário específico e encaminhados, via fax, para a Newco Trials (011-5083-7848) em até 24 horas a partir do conhecimento do evento. Um Relatório de Evento Adverso Grave também deverá ser encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição para notificação. Página 53 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 9.4 Registro dos EA Os EA serão identificados através de uma pergunta padrão (ex.: Você teve algum problema de saúde desde a última visita?). Essa pergunta será feita a cada indivíduo em cada visita após a assinatura do TCLE pelo indivíduo. Todos os eventos adversos devem ser registrados no prontuário do paciente e nas Fichas Clínicas fornecidas. Será solicitado ao profissional que descreve o evento as seguinte informações: data de início, data de término e a avaliação de intensidade do evento adverso relatado de acordo com a escala abaixo: • Leve: percebe os sinais ou sintomas, mas tolera facilmente. • Moderado: desconforto suficiente para causar interferência nas atividades normais. • Grave: incapacitante, com impossibilidade de realizar as atividades normais. O Investigador deve fazer uma avaliação da causalidade, observando a relação do evento com a droga do estudo e definir se o evento constitui um EAG ou não. Se tiver sido feito um diagnóstico da condição do indivíduo, então o diagnóstico deve ser registrado como evento adverso (por ex. febre, coriza e tosse podem ser registradas como “gripe”). Contudo, se não tiver sido feito o diagnóstico da condição do indivíduo, ou se os sintomas individuais não foram bem reconhecidos, então os sintomas individuais devem ser registrados separadamente. Valores laboratoriais anormais clinicamente significativos serão registrados como eventos adversos e acompanhados. Quaisquer eventos adversos ou eventos adversos sérios que não estejam resolvidos quando o indivíduo concluir sua participação no estudo ou descontinuar esta, serão acompanhados até a resolução ou até que retornem aos valores basais, de acordo com avaliação do Investigador. Página 54 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 9.5 Possíveis eventos adversos relacionados à medicação do estudo Em geral, quase todas as reações adversas observadas com raquianestesia são devidas ao bloqueio neural e não à droga usada. Estes efeitos incluem hipotensão, bradicardia, cefaleia pós-punção, náuseas e vômitos 68. As reações adversas mais frequentes ao cloridrato de bupivacaína, conforme sistemaórgão, estão descritas na tabela 5 68. Tabela 5. Reações adversas mais frequentes relacionados ao uso da bupivacaína Sistema-órgão Aparelho cardiovascular (as mais frequentes) Reações Adversas Bradicardia Hipotensão arterial (ocorre em mais de 10% dos pacientes) Bloqueio cardíaco Arritmias ventriculares / fibrilação ventricular Parada cardíaca Sistema nervoso central Excitação Confusão mental Rebaixamento de consciência Convulsões Cefaleia Coma Tremores Neuropatias Incontinência urinária Aparelho respiratório Parada respiratória Aparelho geniturinário Retenção urinária Fígado Hepatotoxicidade Pele Dor no local da injeção Necrose tecidual Fonte: Thomson Micromedex Healthcare Series As reações adversas que ocorreram em mais de 5% de pacientes tratados com levobupivacaína S75:R25, nos estudos da fase II/ III (n = 1141) foram: hipotensão (31%), Página 55 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 náusea (21%), dor pós-operatória (18%), febre (17%), vômito (14%), anemia (12%), prurido (9%), dor (8%), cefaleia (7%), constipação (7%), vertigem (6%), e angústia fetal (5%) 76. 9.6 Possíveis eventos adversos relacionados a medicação de suporte 9.6.1 Dimorf® Os eventos adversos decorrentes do uso da morfina são normalmente dose-dependentes e variam de acordo com a via de administração e idade dos pacientes. Os maiores riscos com a morfina, assim como com os outros analgésicos opióides são depressão respiratória e, em menor grau, depressão circulatória; parada respiratória; choque e parada cardíaca 77. As reações adversas mais frequentemente observadas incluem tontura, vertigem, sedação, náusea, vômito e transpiração 77. Tabela 6. Reações adversas mais frequentes relacionados ao uso do Dimorf® Sistema-órgão Reações Adversas Sistema Nervoso Central Euforia, desconforto, fraqueza, dor de cabeça, insônia, agitação, desorientação e distúrbios visuais. Gastrintestinal Boca seca, anorexia, constipação e espasmo do trato biliar Cardiovascular Rubor na face, bradicardia, palpitação, desmaio e síncope Geniturinário Hesitação ou retenção urinária, efeito antidiurético e redução da libido e/ou impotência Alérgico Prurido, urticária, outras erupções cutâneas, edema e raramente urticária hemorrágica Fonte: Bula Dimorf® A administração epidural e intratecal é acompanhada por uma alta incidência de prurido dose dependente, mas não restrito ao local de administração. Náusea e vômito são Página 56 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 frequentemente vistos, nos pacientes, após a administração de morfina. Foi relatada, em aproximadamente 90% dos homens, retenção urinária, persistindo por 10-20 horas, após administração única epidural ou intratecal. Esta incidência é um tanto menor em mulheres. 9.6.2 Nausedron® Foram relatados alguns casos de cefaleia, sensação de calor ou rubor na cabeça e no epigástrio e constipação intestinal. A incidência desses eventos adversos foi definida como estando entre ≥1/100 e <1/10 78. 9.6.3 Aramin® As aminas simpatomiméticas, incluindo o Aramin®, podem causar taquicardia ventricular ou sinusal ou outras arritmias, especialmente em pacientes com infarto do miocárdio e, em pacientes com histórico de malária, pode ocorrer recidiva 79. Formação de abcessos, necrose tissular ou mudança de pele, raramente podem acontecer 79. Página 57 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 10 ANÁLISE ESTATÍSTICA 10.1 Descrição dos métodos estatísticos Análise descritiva: • Estatísticas sumárias das medidas resumos, gráficos, estudos de normalidade, presença de outliers. Modelo estatístico: • Para variáveis contínuas, na comparação dos grupos I e C, será utilizado o teste t de Student para análise paramétrica ou o teste de postos de Wilcoxon para análise não paramétrica. • Para varáveis nominais ou ordinais, na comparação dos grupos I e C, será utilizado o teste do Chi-quadrado ou Fisher. • Para análise de eficácia, o teste das diferenças clínicas (não inferioridade de I em relação a C) será realizado através do teste t de Student com intervalo de confiança de 95% da diferença das médias. 10.2 Descrição do cálculo da amostra Os cálculos do tamanho da amostra do presente estudo foram baseados em dados publicados por Chung e colaboradores 73 e Mantouvalou e colaboradores 72 . Foram considerados os seguintes dados de cada estudo: • Chung e colaboradores - Hyperbaric spinal ropivacaine for cesarean delivery: a comparison to hyperbaric bupivacaine. Anesth. Analg., 2001, 93:157–61. Variável Bupivacaína (n=30)* Ropivacaína (n=30)* Tempo de latência para bloqueio em T10 (min) 2,5 ± 1,0 3,2 ± 1,2 * Valores expressos como média ± desvio padrão Página 58 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 • Mantouvalou e colaboradores - Spinal anesthesia: Comparison of plain ropivacaine, bupivacaine and levobupivacaine for lower abdominal surgery. Acta Anaesth. Belg., 2008, 59: 65-71. Variável Bupivacaína (n=40)* Levobupivacaína (n=40)* Duração do bloqueio sensitivo (min) 237 ± 88 230 ± 74 * Valores expressos como média ± desvio padrão 10.2.1 Requisitos Para calcular o tamanho da amostra são necessários os seguintes requisitos: 1. O desvio padrão agrupado (dpa) O desvio padrão agrupado dpa de dois grupos independentes, calculado como: dpa = [((n1-1) dp12+ (n2-1) dp22))/(n1+n2-2)]1/2 onde dp1 e dp2 são os desvios-padrão do tratamento controle, no qual foi incluído os dados da bupivacaína e do tratamento investigacional, no qual foram incluídos os dados da ropivacaína e da levobupivacaína. Os resultados foram: -Tempo de latência para bloqueio em T10: dpa = 81,30 - Duração do bloqueio sensitivo: dpa = 1,1045 2. Diferença entre as médias populacionais (Є) A diferença Є = µI- µC, onde I e C são as médias populacionais, será assumida com valor Є próximo a 10% da média do controle C. Portanto: - Tempo de latência para bloqueio em T10: Є = 25 - Duração do bloqueio sensitivo: Є = 0,25 Página 59 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 3. Margem de não inferioridade (δ) A não inferioridade estatística entre I e C, que será verificada considerando as hipóteses: - H0: µI - µC ≤ -δ - Ha: µI - µC > δ onde δ <0 é a margem de não inferioridade clínica de I sobre C e será obtida conforme recomendação de Chow e colaboradores 80 , de forma que a escolha de δ produza um valor do tamanho do efeito estandartizado de importância clínica (ө = (Є - δ)/ dp) entre 0,25 e 0,5. Considerando ө = 0,50, obtivemos: - Tempo de latência para bloqueio em T10: δ = -0,30 - Duração do bloqueio sensitivo: δ = -16 4. O nível de significância (α) α = 5% 5. O poder do teste (β) β = 80% 10.2.2 Cálculo do tamanho da amostra O tamanho da amostra para estudos de não inferioridade será obtido por: n1 = n2 = , com σ = dpa. Os cálculos foram realizados para as duas variáveis primárias e os resultados dos tamanhos das amostras em cada grupo foram: - Tempo de latência para bloqueio em T10: n1 = n2 = 49 - Duração do bloqueio sensitivo completo: n1 = n2 = 50 Página 60 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 Portanto, o tamanho da amostra necessário para que haja uma diferença de 0,25 minutos ou de 25 minutos entre os tempos médios de latência ou de duração dos bloqueios sensitivos dos dois grupos, com margens de não inferioridade de -0,30 minutos e -16 minutos para os respectivos parâmetros, além de poder de 80% e nível de significância de 5%, foi calculado como sendo n1 = n2 = 50. Considerando possíveis perdas (20%), sugerimos amostras com n1 = n2 = 60 e total final de 120 participantes no estudo. 10.3 Avaliações dos dados de segurança Todos os dados de segurança e a ocorrência de eventos adversos serão tabulados e a narrativa dos eventos adversos considerada nas avaliações. As análises e tabelas de sumários se basearão na população de segurança. 10.4 Critérios para a exclusão da análise estatística Durante a revisão de dados, com base em violações/ desvios do Protocolo, os pacientes poderão ser excluídos da população a ser analisada. 10.5 Definições das populações de análise A seleção dos participantes de pesquisa para a análise será realizada da seguinte forma: • População definida por “intenção de tratar” (ITT): esta é a principal população de análise de eficácia dos dados, e é definida como sendo todos os pacientes que assinarem o TCLE, cumprirem os critérios de inclusão/exclusão e forem randomizados, independentemente de terem encerrado, ou não, prematuramente o estudo 81. • População definida “pelo protocolo” (PP): esta população está composta por todos os pacientes da população ITT, que comparecerem a todas as visitas, não apresentarem nenhuma violação importante de Protocolo e receberem o tratamento completo previsto neste Protocolo 81. Página 61 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 • População de segurança: esta população é definida como todos os pacientes que assinarem o TCLE e cumprirem os critérios de inclusão/exclusão, porém exclui aqueles pacientes que nunca fizerem uso do tratamento. Os dados demográficos e outras características basais serão apresentados para a população ITT. A análise das variáveis de eficácia será realizada nas populações ITT e PP. As variáveis de segurança serão avaliadas na população de segurança. 10.6 Procedimentos utilizados para efetuar a randomização A lista de aleatorização será estabelecida usando comando DOE, no menu Statistics, do software Minitab. O esquema de aleatorização será de blocos completamente aleatorizados, em total de doze blocos, cada bloco com dez pacientes, cinco no grupo C e cinco no grupo I. 10.7 Quebra do cegamento do estudo Ao término da pesquisa e após a coleta e tabulação dos dados pelo Patrocinador, o paciente terá direito a solicitar a revelação do tratamento utilizado. O período no qual esta informação estará disponível está relacionado necessariamente ao término do estudo e será informada pelo Investigador aos pacientes em ocasião oportuna. Adicionalmente, por razões de segurança, o Investigador poderá solicitar para a empresa a abertura do código de cegamento. Página 62 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 11 ACESSO AOS DOCUMENTOS FONTE Os representantes autorizados do Cristália, do CEP e/ou demais órgãos governamentais (ANVISA) poderão, a qualquer momento, visitar o centro para realizar auditorias/inspeções, incluindo verificação dos dados. De acordo com as regulamentações nacionais e internacionais endossadas pela Federação Brasileira e considerando o disposto no presente Protocolo e seu respectivo contrato, o Pesquisador/Instituição permitirá monitoramento, auditoria, revisão pelo CEP e inspeções regulatórias relativas ao ensaio clínico, bem como providenciará o acesso direto aos documentos que individual ou coletivamente possibilitem a reconstrução dos eventos e a avaliação tanto da condução do estudo quanto da qualidade dos dados gerais relacionados aos documentos/dados originais. Faz-se imprescindível que qualquer das partes (autoridades e auditores do Patrocinador) que venham a ter acesso direto ou indireto aos dados da pesquisa ou aos dados de identificação dos pacientes, tomem todas as precauções razoáveis, dentro das prerrogativas regulatórias aplicáveis, de forma a manter o sigilo da identidade dos participantes e das informações de propriedade do Patrocinador. Página 63 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 12 CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE 12.1 Conservação dos registros O Investigador deverá conservar toda a documentação do estudo durante um período de, no mínimo, cinco anos a partir do término do estudo. O Patrocinador ou seu designado fornecerá uma lista de toda a documentação que deverá ser mantida pelo Investigador. 12.2 Monitorias Todos os aspectos do estudo serão cuidadosamente monitorados pelo Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. ou por seu representante designado (Organização Representativa de Pesquisa Clínica - ORPC) para as avaliações relacionadas às boas práticas clínicas e a regulamentação local aplicável. O Cristália ou a ORPC designada, terá acesso a todos os registros pertinentes ao estudo necessários para garantir a integridade dos dados e periodicamente irá revisar o progresso do estudo com o Investigador. Durante o estudo, o Monitor fará contatos e visitas regulares ao centro de estudo para confirmar que a equipe do estudo está seguindo o Protocolo, para fornecer informações e suporte ao Investigador e para garantir que os dados estão sendo precisamente registrados nas Fichas Clínicas. O Monitor estará disponível, caso o Investigador, ou outra pessoa de sua equipe, necessite de informações e orientações. O Monitor do estudo deverá ter acesso permanente a toda documentação e é sua obrigação zelar para que as Fichas Clínicas estejam completas e corretamente preenchidas, assim como verificar se os dados descritos estão de acordo com os documentos-fonte, a fim de eliminar interferências que poderão comprometer a veracidade dos dados produzidos durante o ensaio clínico. Página 64 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 12.3 Auditorias e inspeções Representantes autorizados do Patrocinador ou designados, autoridade regulatória ou o CEP da instituição poderão realizar auditorias ou inspeções durante ou após o término do estudo. O objetivo das auditorias e inspeções é avaliar de forma sistemática e independente os documentos e atividades relacionadas ao estudo para determinar se estas foram/estão sendo realizadas e se os dados registrados foram analisados e relatados corretamente de acordo com o Protocolo, com as Boas Práticas Clínicas (BPC), com as diretrizes da Conferência Internacional de Harmonização (ICH) e com as normas regulatórias aplicáveis. O Investigador deve entrar em contato imediatamente com o Patrocinador ou designado caso seja contatado por uma agência regulatória a respeito de inspeção em seu centro. Página 65 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 13 ÉTICA Os documentos do estudo clínico como Protocolo do estudo e o TCLE devem ser revisados e aprovados por escrito pelo CEP da instituição antes do início do estudo. Uma cópia da carta de aprovação deve ser enviada à ORPC Newco Trials (empresa designada pelo Cristália para acompanhamento da condução do estudo) tão logo o estudo tenha sido aprovado. O CEP da instituição deverá ser notificado também com relação a qualquer modificação ou emenda ao Protocolo. O presente estudo transcorrerá de acordo com os regulamentos e legislações nacionais e internacionais aplicáveis. Página 66 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 14 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS 14.1 Coleta de dados As informações correspondentes aos dados de interesse do estudo serão coletas e registradas nas Fichas Clínicas fornecidas pelo Patrocinador, e preenchidas a partir das informações contidas nos documentos fonte. São considerados documentos fontes para a pesquisa: registros médicos utilizados pelo profissional na ocasião das visitas; prontuário médico adotado pelo serviço de saúde em questão; exames laboratoriais devidamente verificados e demais informações documentadas pelos médicos, envolvidos ou não na pesquisa, mas que acompanham os pacientes. Os laudos referentes a exames diagnósticos, laboratoriais e/ou de imagem, também devem ser considerados como documento fonte. 14.2 Procedimentos e responsabilidades do estudo Os dados e materiais obtidos nesta pesquisa serão utilizados exclusivamente para os propósitos descritos neste Protocolo, sendo vedada qualquer outra utilização. O Pesquisador responsabilizar-se-á pela acurácia, legibilidade e atualidade dos dados registrados nas Fichas Clínicas, bem como pela elaboração e submissão de relatórios parciais e final de acordo com o requerido pelo Patrocinador, CEP e/ou ANVISA em cumprimento às regulamentações vigentes. Faz-se necessário mencionar que a redação do relatório final desta pesquisa será de responsabilidade conjunta entre os Investigadores e o Patrocinador (ou representante por ele designado). 14.3 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) O Investigador principal deverá garantir que o paciente recebeu verbalmente e por escrito todas as informações adequadas sobre a natureza, o objetivo, a medicação sob investigação, os possíveis riscos e benefícios do estudo. Página 67 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 Os pacientes devem ser notificados que são livres para descontinuar o estudo a qualquer momento. Estes devem ter a oportunidade de tirar dúvidas e ter tempo suficiente para considerar as informações recebidas. Se o paciente decidir participar do estudo, o TCLE deverá ser assinado e datado (em duas vias) pelas partes envolvidas e este deverá ser obtido antes da realização de qualquer procedimento específico do estudo. O Investigador principal deverá arquivar o TCLE original assinado de cada paciente e uma via deste deverá ser fornecida ao paciente. 14.4 Fichas Clínicas Todos os dados necessários ao estudo serão anotados sob a responsabilidade do Investigador no documento fonte e as informações serão transcritas para a Ficha Clínica. Estas consistem de formulários padronizados desenvolvidos exclusivamente para a coleta de dados. Serão fornecidas Fichas Clínicas para registro de todos os dados de interesse da pesquisa de acordo com este Protocolo. Os dados serão registrados diretamente e de forma legível nas Fichas Clínicas, preferencialmente com caneta esferográfica preta. As correções devem ser escritas legivelmente, rubricadas e datadas por uma pessoa autorizada; devem ser fornecidas as razões para as alterações mais significativas. Líquido ou fitas corretivas não devem ser usados e as informações consideradas erradas não devem ser rasuradas de maneira que torne ilegível o erro identificado. 14.5 Formação e congelamento da base de banco de dados A base de dados do estudo será montada com os dados oriundos das Fichas Clínicas. Dúvidas e discrepâncias gerarão questionamentos escritos ao Pesquisador (queries), preferencialmente em formulários de esclarecimento de dados (DCF) especificamente desenvolvidos para este fim. As respostas a esses questionamentos corrigirão e completarão a base de dados. Esgotados todos os esforços para o esclarecimento das questões, os dados que permanecerem faltantes ou ilegítimos serão excluídos da análise. Página 68 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 Dados excluídos não invalidarão outros dados legítimos. Após a resolução de todos os questionamentos a base de dados será congelada não mais podendo ser modificada. 14.6 Desvios e violações de Protocolo 14.6.1 Desvios Quaisquer desvios repetitivos ou sistemáticos que vierem a serem detectados demandarão modificações do Protocolo. Estas serão decididas de comum acordo entre o Patrocinador e os Pesquisadores envolvidos e implicarão em redação de emenda ao Protocolo e sua submissão aos respectivos CEP. 14.6.2 Violações São quaisquer desvios que configurem possibilidade de comprometer a segurança, direito e/ou bem-estar do voluntário ou, mesmo na ausência dessa, possam conferir viés significativo ao resultado do estudo. 14.6.3 Alterações no Protocolo Os procedimentos do estudo não serão alterados sem a concordância mútua do Investigador principal e do Patrocinador do estudo. Se for necessário alterar o Protocolo, deverá ser gerada uma emenda ou uma nova versão do Protocolo, a qual deverá ser aprovada pelo CEP da instituição antes da sua implementação. Se a emenda / revisão do Protocolo requerer alteração do TCLE, este deverá ser revisado pelo Investigador e submetido ao CEP para aprovação antes da sua utilização no estudo. O Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. ou ORPC designada por ele distribuirá as emendas / novas versões do Protocolo ao centro que, por sua vez, será responsável pelo encaminhamento ao CEP. Página 69 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 14.6.4 Coleta e monitoria dos dados para as Fichas Clínicas Os dados do estudo serão registrados na Ficha Clínica. Ao Investigador será claramente orientado ao correto preenchimento e a maneira adequada de corrigir eventuais erros na Ficha Clínica. Antes da admissão do primeiro paciente, será feita, pelo menos, uma visita ao centro para: • Avaliar a adequação das instalações e discutir com o(s) Investigador(es) e demais pessoas envolvidas, a viabilidade do Protocolo, seus procedimentos e as responsabilidades de todas as partes. Durante o estudo, o Monitor contatará regularmente o centro e fará visitas para: • Fornecer informações e dar suporte aos Investigadores; • Confirmar se o centro permanece aceitável para a condução do estudo; • Confirmar se a equipe do estudo está seguindo o Protocolo, se os dados estão sendo corretamente registrados nas Fichas Clínicas e se a contabilidade do medicamento em estudo está sendo adequadamente realizada; • Verificar os documentos/ dados fonte (comparação dos dados das Fichas Clínicas com os registros médicos do paciente no centro e outros registros relevantes para o estudo). Isso exigirá o acesso direto a todos os registros originais de cada paciente (por exemplo, prontuários médicos); • Verificar os TCLE de todos os pacientes. Página 70 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 15 SEGURO DOS VOLUNTÁRIOS Em cumprimento à Resolução de nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, o Laboratório Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. declara para os devidos fins que assume o compromisso de cobrir os custos relacionados à responsabilidade contratual, responsabilidade pelos produtos e por danos pessoais que o paciente venha a sofrer em decorrência do estudo clínico supracitado, resultante de uso adequado das drogas em investigação desde que seja estritamente cumprido o Protocolo do estudo. O laboratório Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda., declara através de seu representante legal, que assume a responsabilidade por quaisquer danos que venham a sofrer os pacientes de pesquisa clínica, uma vez constatada sua relação com a participação do indivíduo no projeto de pesquisa clínica supracitado, aprovado pelo CEP da instituição. Em caso de intercorrência ou complicação durante o procedimento o Pesquisador principal do estudo deverá atender prontamente o paciente na unidade hospitalar da instituição. Página 71 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 16 POLÍTICA DE PUBLICAÇÃO DOS RESULTADOS E SUA UTILIZAÇÃO Uma vez concluído o relatório estatístico final, o Investigador deverá indicar sua concordância com o conteúdo do mesmo mediante sua assinatura. Os resultados, favoráveis ou não, serão tornados públicos às autoridades regulatórias. Os Investigadores comprometem-se a tornar públicos os resultados desta pesquisa por meio de sua publicação em periódicos científicos indexados e/ou apresentação em eventos científicos como simpósios e congressos, após a autorização do Patrocinador. O Patrocinador não faz restrição à publicação dos resultados desta pesquisa, mas solicita ter conhecimento prévio (mínimo de 60 dias de antecedência) dos dados que serão submetidos à publicação ou apresentação pública. Uma vez completada a análise estatística, um relatório final será elaborado pelo Investigador principal. O Patrocinador e o Investigador comprometem-se a tornarem públicas as informações decorrentes do estudo. O laboratório Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. tem o direito de incorporar os resultados do estudo à literatura da medicação estudada, e também de distribuir separatas da publicação ou fazer qualquer outro tipo de publicação. Estes direitos não são concedidos a terceiros sem a obtenção prévia de consentimento por escrito da Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. Página 72 de 79 Versão 4.0 – Set.2013 CONFIDENCIAL PROTOCOLO CRT074 Versão 4.0 - Setembro de 2013 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 American Society of Anesthesiologists (ASA). ASA Physical Status Classification System, http://www.asahq.org/for-members/clinical-information/asa-physicalstatus-classification-system.aspx, 2 SIMONETTI, M. P. B.; FERREIRA, F. M. C. Obtenção de novos anestésicos locais através da modificação da relação enantiomérica da bupivacaína racêmica. Rev Bras Anestesiol, v. 49, 1999. 3 FILHO, U. D. Introdução à bioestatística: para simples mortais. São Paulo: Elsevier, 1999. ISBN 85-860-1436-2. 4 BROMAGE, P. R. A comparison of the hydrochloride and carbon dioxide salts of lidocaine and prilocaine in epidural analgesia. Acta Anaesthesiol Scand Suppl, v. 16, p. 55-69, 1965. ISSN 0515-2720 (Print) 5 BROMAGE, P. R. 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