Relvas e relvados
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Relvas e relvados
Relvados Ciência e cultura Evolução e Indústria Utilização Espécies Ambiente cultural Relvados Ciência e Cultura Técnicas culturais Técnicas suplementares Infestantes, Pragas e doenças Futuro Evolução e Indústria Utilização Espécies Ambiente cultural Relvados Ciência e Cultura Técnicas culturais Técnicas suplementares Infestantes, Pragas e doenças Futuro Indústria de Relvados Actividades relacionadas com a produção e manutenção de gramíneas e outras coberturas de solo necessárias à utilização, recreação e embelezamento de espaços. Evolução •Referências à cultura dos relvados desde a pérsia (jardins suspensos da babilónia), romanos e idade média •A primeira máquina de cortar relva foi inventada em Inglaterra em 1831 – Reel mower ou lâminas helicoidais (Ransomes) •Milestones: – 1920 – Green Section da USGA – 1945 – criação do secção de Turfgrass pela ASA – 1999 – 26.4 milhões de jogadores nos EUA •Os primeiros trabalhos de investigação surgiram nos finais do séc. XIX, tendo sido criada a primeira estação experimental em Bingley (UK), no ano de 1931. Só nos EUA, existem cerca de 15 milhões de ha de zonas mantidas como relvados Relevância em Portugal • 56 Campos de Golfe (Ocupando cerca + 1500 ha) • 1500 empresas de construção e manutenção de espaços verdes • Clubes de futebol • Área anual semeada – ±2.000ha • Aposta por parte dos municípios (POLIS, etc.) • Parques urbanos • Empresas de distribuição • Produtores de tapete de relva Evolução e Indústria Utilização Espécies Ambiente cultural Relvados Ciência e Cultura Técnicas culturais Técnicas suplementares Infestantes, Pragas e doenças Futuro Utilização • • • • • • • • Relvados desportivos (ténis, golfe, futebol) Jardins (Públicos, privados) Aeroportos e autoestradas Estabilização de solos Escolas e hospitais Projectos imobiliários Cemitérios Pistas de corridas (Hipismo) Principais benefícios • Controle erosão e poeiras • Retenção, infiltração e limpeza das águas superficiais • Receptores de águas carregadas • Melhoria da estrutura do solo • Dissipação da temperatura • Redução do ruído sonoro e visual • Contribuição económica, social e estética Evolução e Indústria Utilização Espécies Ambiente cultural Relvados Ciência e Cultura Técnicas culturais Técnicas suplementares Infestantes, Pragas e doenças Futuro Espécies de relvas A selecção das espécies de relva adequadas é , talvez, a decisão mais importante na qualidade futura do relvado As espécies de relvas dividem-se em dois grupos fundamentais: – Relvas de climas frios e temperados (C3) • Períodos de crescimento óptimos entre os 15-25ºC • Géneros Agrostis, Festuca, Poa e Lolium – Relvas de climas quentes (C4) • Períodos de crescimento óptimos entre os 25-35ºC • Géneros Cynodon, Zoysia, Paspalum e Penisetum Relvas de Climas Frios a Temperados São relvas adaptadas a zonas frias e de transição,muito utilizadas em Portugal Continental (excepto o Algarve) Utilizam-se principalmente em mistura, exceptuando o caso da Agrostis As principais espécies são: • Agrostis stolonifera • Poa pratensis • Lolium perenne • Festuca rubra • Festuca arundinacea Agrostis stolonifera • Características gerais – Folha muito fina, grande densidade, tolerância a cortes muito baixos, manutenção exigente, elevado valor estético e funcional Poa pratensis • Características gerais – Folha fina, persistente, é uma das espécies responsáveis pela formação de um tapete denso, crescimento lento, tolerante ao pisoteio. A sua variabilidade genética permitiu o desenvolvimento de uma ampla gama de variedades, bem adaptadas a situações de calor, frio e sombra. Lolium perenne • Características gerais – É a espécie mais utilizada em relvados, caracterizando-se pela sua velocidade de instalação, porte erecto e excelente resistência ao pisoteio. O seu melhoramento tem produzido variedades mais resistentes, densas e de crescimento mais lento. Festuca rubra • Características gerais – É uma das espécies mais importantes na formação de relvados. Forma um relvado fino, de grande valor ornamental. As principais sub-espécies são Festuca rubra rubra, Festuca rubra tricophyla e Festuca commutata Festuca arundinacea • Características gerais – É uma das espécies que mais tem evoluído nos últimos anos, graças à sua resistência à seca e pisoteio. Tem vindo a ser melhorada com o objectivo de apresentar folhas mais finas, maior densidade e alturas de corte mais baixas. Relvas de Climas Quentes São relvas adaptadas a zonas quentes, com boa tolerância à seca e encontram-se principalmente no Algarve As principais espécies são: • Cynodon dactylon – Nos relvados de campos de golfe utiliza-se um híbrido vulgarmente designado por bermuda (Cynodon dactylon x Cynodon transvaliensis) • Stenotaprhum secundatum (escalracho ou gramão) • Paspalum notatum (Bahiagrass) Cynodon dactylon • Características gerais – É uma espécie muito resistente à secura. Tolera bem o calor e pisoteio, pouco exigente em manutenção. Necessita de calor para germinar e entra em dormência com baixas temperaturas. Os híbridos têm grande aplicação em relvados desportivos. Stenotaprhum secundatum • Características gerais – É uma espécie muito resistente ao uso e requer baixa manutenção. Embora esteja melhor adaptada a zonas quentes, possui uma boa resistência ao frio e exige uma manutenção reduzida. É utilizada extensivamente em zonas marítimas em todo o País. Evolução e Indústria Utilização Espécies Ambiente cultural Relvados Ciência e Cultura Técnicas culturais Técnicas suplementares Infestantes, Pragas e doenças Futuro Atmosfera As principais condições atmosféricas que influenciam a cultura de relvados são: • Luz – È fundamental para a actividade fotossintética dos relvados, podendo ser um factor limitante da cultura. • Temperatura – É o factor ambiental mais importante na adaptação de um relvado a determinada região. • Humidade – Os relvados possuem cerca de 90% de água nos seus tecidos. A água é fundamental para a manutenção da turgidez, constituição celular, regulação da temperatura e nutrição vegetal • Vento – Influencia fortemente a evapotranspiração Solo Para uma utilização de jardinagem, é possível instalar um relvado em qualquer tipo de solo. No entanto, em relvados desportivos ou de uso intensivo, a compactação é um dos principais inimigos da saúde do relvado. Substratos para campos desportivos O melhor sistema é baseado em substratos de areia calibrada, corrigida com matéria orgânica (turfas, etc.) e com um sistema de drenagem adequado à zona de instalação Retenção de água no solo Textura Retenção de água l/m3 de terreno Total Disponível Não disponível Arenosa 50-150 33-83 17-67 Franco arenosa 150-225 75-108 75-117 Franca 225-330 108-167 117-168 Franco limosa 330-392 167-192 168-200 Franco argilosa 350-410 150-185 200-225 Argilosa 375-410 150-160 225-250 Evolução e Indústria Utilização Espécies Ambiente cultural Relvados Ciência e Cultura Técnicas culturais Técnicas suplementares Infestantes, Pragas e doenças Futuro Técnicas culturais • O corte dos relvados á operação cultural mais importante para manter o seu aspecto e estado óptimo – Dá a caraterística fundamental de uniformidade, densidade e estética que diferencia os relvados dos outros cobertos vegetais – Suprime a tendência das plantas a acamar e espigar – Quanto maior a frequência dos cortes, maior a densidade que conseguimos obter do relvados A chamada regra de ouro do corte é de nunca remover mais de 1/3 de cada vez Máquinas de corte helicoidais • Helicoidais – São as máquinas que permitem obter a melhor qualidade de corte, tendo limitações a trabalhar em condições húmidas e de relva alta – Existem com 6 a 12 lâminas de corte – Permitem a recolha ou não dos resíduos de corte Máquinas de corte rotativos • Rotativas – São as máquinas que permitem a maior flexibilidade de operações de corte – Existem com motores a 2 e 4 tempos – Larguras de corte de 30 a vários metros – Permitem a recolha ou não dos resíduos de corte Aspersão A aspersão é o método de rega mais utilizado para a rega de relvados. •Principais marcas: •Rain Bird; Toro e Hunter •Alcances entre os 5 e 29m •DU até 85% •Precipitação média de 10mm/h Pulverizadores A utilização de pulverizadores adapta-se a áreas pequenas e recortadas •Principais marcas: •Rain Bird; Toro e Hunter •Alcances entre os 1,5 e 4,5m •Uniformidade de distribuição até 65% •Precipitação média 40mm/h Evapotranspiração de relvados Kc (Penman) Cynodon dactylon 0,7-0,8 Lolium perenne 0,8-1,0 Festuca arundinacea Poa pratensis 0,75-0,95 0,85-1,0 Evolução e Indústria Utilização Espécies Ambiente cultural Relvados Ciência e Cultura Técnicas culturais Técnicas suplementares Infestantes, Pragas e doenças Futuro Técnicas suplementares • São operações destinadas a suplementar as técnicas de manutenção primárias para manter o nível de qualidade pretendido. – – – – Controle do thatch excessivo Compactação do solo Grão Irregularidades na superfície do relvado Thatch É a camada de resíduos orgânicos situada imediatamente acima da superfície do solo, constituída por biomassa produzida pelo relvado (coroas, rizomas e raízes), semidecomposta. A sua espessura deve ser controlada devido à sua fraca retenção de nutrientes, hidrofobicidade e favorecimento de doenças e pragas Escarificação • Esta operação é fundamental para retirar o excesso de crescimento lateral e thatch (matéria orgânica morta acumulada na interface solo/planta) • Podem-se utilizar alfaias para tractor ou máquinas automotoras • Promove o arejamento, infiltração de água e nutrientes Furações • São operações ao solo, com o objectivo de descompatactar e/ou renovar o substrato de solo existente Facas Operação de furação do solo, sem remoção de substrato, tendo como objectivos a promoção do arejamento e infiltração de água. É uma técnica de arejamento com um mínimo de danos superficiais, possível de se realizar com frequência Top dressing O top dressing (espalhamento de areia) é a operação cultural mais eficiente para a redução do thatch e para a regularização da superfície de jogo Pulverizações A aplicação de fitofármacos e fertilizantes exige uniformidade e controle rigoroso das doses aplicadas Evolução e Indústria Utilização Espécies Ambiente cultural Relvados Ciência e Cultura Técnicas culturais Técnicas suplementares Infestantes, Pragas e doenças Futuro Manutenção • Fertilização – Adequada à intensidade de uso pretendida – Equilíbrio 2:1:2 – Entre 100 a 250 Unidades de N/ha por ano • Principais problemas fitosanitários em Portugal – Doenças – Pragas – Infestantes Principais doenças Fusarium patch (Microdochium nivale) Patch = mancha Dollar spot (Sclerotinia homeocarpa) Brown patch (Rhizoctonia solani) Principais pragas Leatherjackets (Typula paludosa e oleracea) White grubs (escarabeídos) Mole crickets (Scapteriscus spp.) Principais Infestantes Trifolium spp Digitaria sanguinalis Cyperus spp Poa annua Evolução e Indústria Utilização Espécies Ambiente cultural Relvados Ciência e Cultura Técnicas culturais Técnicas suplementares Infestantes, Pragas e doenças Futuro Futuro profissional • A manutenção de relvados é um desafio permanente de fitotecnia, responsabilidade social, económica e ambiental Valor acrescentado Golfe Futuro Tendências de investigação (USA) Áreas de pesquisa Práticas culturais Fisiologia Outros Pragas e doenças Instalação Solos Melhoramento Bibliografia • • • • • • Turf management for golf courses – James B. Beard Turfgrass – Agronomy Monograph nº 32 Turgrass irrigation - Weathermatic Turfgrass diseases – APS Press Destructive Turfgrass Pests – Potter Turfgrass Management – A. J. Turgeon Principais links • • • • • • GCSAA (www.gcsaa.org) USGA (www.usga.org) Penn State University (www.agronomy.psu.edu) NTEP (www.ntep.org) Guelph Turfgrass Institute (www.uoguelph.ca) Sports Turf Research Institute (www.stri.co.uk)