Guilhermo Reis Julius Wiedemann
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Guilhermo Reis Julius Wiedemann
64 :: internacional Julius Wiedemann Guilhermo Reis Nasceu e cresceu no Brasil, onde estudou Design e Marketing (sem terminar) até que teve a Especialista em de Informação Usabilidade. autor do Kit de Conhecimento sobre AI de oportunidade deArquitetura ir para o Japão. Trabalhouecomo designerÉde revistas e jornais até se tornar editor (http://tinyurl.com/p4j6w). Atualmente, é responsável por projetos e manutenções nos arte (e posteriormente editor) de uma editora japonesa. Emcoordenar 2001, a editora alemã TASCHEN (www. websites do Banco Real. para ser o editor responsável pelas áreas de design e pop culture. Por lá, taschen.com) o contratou [email protected] desenvolve o programa de títulos nas áreas de propaganda, graphic design, web, animação etc. [email protected] Aos políticos: está faltando a presença do Brasil na internet! Dessa vez, essa coluna vai ser de protesto, aliás a favor do bom uso da tecnologia para divulgar o Brasil pelo mundo. Depois de ver uma série na CNN, de uma semana sobre o país, vi que estamos perdendo a oportunidade de chegar até as pessoas através do meio que dominamos com excelência, custa pouco e tem alcance inigualável: a internet. O ponto alto da minha ira (ou melhor, o ponto baixo do programa) foi ver o moderador da CNN, Jim Clamcy, entrevistar políticos brasileiros e se dar conta do desapontador poder de comunicação desses perante uma televisão do porte como a CNN. Sem citar nomes, as entrevistas foram concedidas no Museu de Arte Contemporânea de Niterói. A dinâmica ocorreu com perguntas e respostas em inglês. Depois de ver o programa, fiquei perambulando pelo meu apartamento, pensando nas respostas que o Brasil poderia dar. No livro “Advertising Now. Online”, que saiu em janeiro, na Europa, selecionei campanhas interativas do mundo inteiro. Foram mais de 250 no total. Entre elas, estão duas que servem de exemplos fantásticos de como podemos usar a web para mandar a nossa mensagem. Uma é um site para a cidade de Montreal (www.madeinmtl.com), no Canadá, que queria colocar a disposição do mundo conteúdo sobre a cidade. Montaram um site onde o usuário pudesse explorar todos os aspectos da cidade em mais de 15 mil imagens, 400 textos, 50 horas de vídeo, além de música e curtas-metragens. Tudo montado com qualidade gráfica top de linha. O usuário pode procurar o que quer, através de vários métodos, seja por um mapa ou por um menu. Ele tem, à disposição, lojas, restaurantes, cultura, pontos para ver, para relaxar, para aprender etc. O site foi executado pela agência canadense Blue Sponge (www.bluesponge.com). O segundo exemplo aparece de um país que também vem dominando os prêmios internacionais na área interativa: a Suécia. O site, que se chama Stockholm The Musical (www.stockholmthemusical.com), convida você a assistir um musical onde o seu nome (ou apelido) será cantado e de acordo com as informações que você fornece. A experiência se resume em assistir um curta-metragem e, através do site, você pode reservar vôos e hotéis. O site foi, inclusive, financiado por eles mesmos, o que me leva a crer que no Brasil poderia se fazer o mesmo. O site de Stockholm foi criado pela agência FarFar (www.farfar.se), cujo fundador, Mathias Palm-Jensen, foi o presidente do Cyber Lions, no Festival Internacional de Publicidade em Cannes. Os dois site mencionados têm o inglês como idioma fundamental. O de Montreal também apresenta uma opção em francês, mas se quisermos trazer pessoas para conhecer o Brasil, estamos tratando de, basicamente, dois idiomas: inglês e espanhol. Como brasileiro vivendo fora do país por mais de dez anos, sou sempre perguntado sobre os melhores roteiros. Toda vez tenho que escrever uma lista de coisas para ver ou recomendar alguém de guia. Não seria fantástico recomendar um portal sobre o Brasil, ou sobre o Nordeste, sobre cidades internacional :: 65 "O país está na moda pelo mundo já faz uns três ou quatro anos “É preciso criar as casas, os prédios, as praças e principalmente as placas de sinalização.” e até hoje ainda não temos um site oficial que nos represente de maneira apropriada" como Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Manaus, Amazônia etc., onde você encontraria fotos, filmes, receitas de comidas, restaurantes, vida noturna, passeios, breve história, propostas de roteiros (inclusive, de acordo com a quantidade de dias de estadia) e muitas outras coisas? Na Europa, onde estou a quase seis anos, todas as cidades têm um site oficial. Na Alemanha, é só digitar www. frankfurt.de e você encontrará todas as informações sobre a cidade e ninguém quer te vender nenhum pacote na primeira página. Você vai até ali pela informação. O mesmo acontece se você estiver na página www.cambridge.co.uk. Muitas vezes, os sites não são sofisticados e nem têm essa proposta, mas, a partir daí, você encontra quase tudo que você quer. Se você entrar em www.salvador.com.br, vai achar um site que tem desde encontros na internet, internet grátis, pacotes de viagens etc., porém não oferece o que um turista estaria procurando em uma pesquisa básica sobre a cidade. Para não escrever, em vão, meus argumentos, fiz uma pequena pesquisa para ver o que eu realmente encontraria. As respostas não foram muito animadoras! Tentei o mesmo com quase todas as capitais de estados brasileiros e o resultado não me deixou muito animado. Mais ainda se contarmos com domínios com terminações “.COM”. Recebi, no dia 26 de dezembro, uma newsletter do AdNews (www.adnews.com.br), que noticiava que só o governo brasileiro tinha uma verba de R$ 412 milhões com publicidade. Se o governo possui essa verba apenas para anunciar as suas próprias benfeitorias, poderia muito bem criar, com apenas 2 ou 3% desse total, um portal que beneficiaria o país inteiro, criando empregos e elevando ainda mais a marca brasileira em nível internacional. O país está na moda pelo mundo já faz uns três ou quatro anos e até hoje ainda não temos um site oficial que nos represente de maneira apropriada. Um portal como esse pode funcionar também como um meio de veicular notícias boas sobre o Brasil e, em horas de crise (como a ocorrida no pré-Ano Novo, no Rio de Janeiro), poder contrabalançar com o que é veiculado de negativo fora do país. Ano novo, vida nova, site novo! O pedido aqui é simples. Com tantos talentos na internet, que inclusive exportamos, o Brasil tem de fazer bonito on-line. Eu desejo que o país tenha, em 2007, veículos de alto nível on-line para divulgar a nossa cultura, o nosso turismo, a nossa cozinha e atrair cada vez mais visitantes.
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