Três discretos gigantes O Mediterrâ- neo é um mundo
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Três discretos gigantes O Mediterrâ- neo é um mundo
Concertos ID: 30659125 Histórica, imperdível, a Orchestra Baobab é um nome fundamental da música de toda a África Ocidental 18-06-2010 | Ípsilon Tiragem: 50458 Pág: 56 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 26,92 x 34,85 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 3 Richard Youngs vai cantar em cima da guitarra de Manuel Mota e do órgão de David Maranha Pop O Mediterrâneo é um mundo Orchestra Baobab, Femi Kuti e King Khan no Festival MED, em Loulé. Mário Lopes Festival MED 2010 Dia 23 Com Femi Kuti & The Positive Force + Amparo Sanchéz + Vieux Farka Touré + Zeca Medeiros + Macacos do Chinês Dia 24 Com King Khan & The Shrines + Goran Bregovic & His Wedding and Funeral Band + Cacique’97 + Mazgani + Anderson Molière Dia 25 Com Orchestra Baobab + Galandum Galundaina + 3 Pianos + Anaquim + The Legendary Tigerman + + Watcha Clan + Step_Line Project Dia 26 Com Femi Kuti + René Aubry + Mercan Dede & The Secret Tribe + Diabo na Cruz + Virgem Suta + Orelha Negra + Boom Pam Loulé. Centro Histórico. De 23/06 a 26/06. 4ª a Sáb. a partir das 20h30. Tel.: 91802810. 12,5€ (dia) a 60,5€ (bilhete Premium). Na Nave Central. Cistermúsica - XVII Festival de Música de Alcobaça. Informações: 262580843. Loulé tem oficialmente 12 mil habitantes. O número, porém, é variável. Isso porque há pelo menos uma altura do ano em que a população se multiplica. Não é só o Verão, é a música que o Verão traz. É, concretizando, o Festival Med, que cumpre este ano a sua sétima edição. Idealizado como celebração das músicas e culturas mediterrâneas, o Med instala-se na zona histórica da cidade algarvia e, durante quatro dias, oferece ao público um “melting pot” de world music que ecoa desde o castelo em volume recomendável – ou seja, volume alto, que dançar é necessário. A edição 2010, com início marcado para quarta-feira, dia 23, promete ser uma das mais interessantes da sua história. Porque o Mediterrâneo não será apenas as fronteiras que o delimitam, antes um ponto de partida e chegada para todo o mundo. Músicas do mundo, neste contexto, terão significado literal. Quarta-feira chegam dois filhos de reis que já garantiram o seu espaço criativo para além do apelido. No palco Matriz (que, com o palco Cerca e o palco Castelo, forma o conjunto de palcos principais), actua Femi Kuti, filho mais velho de Fela Kuti que aprofundou o jazz que existia no afro-beat fundador do pai e abraçou outras linguagens, como o hip hop. Na Cerca, por sua vez, estará Vieux Farka Touré, filho de Ali Farka Touré que, sob a imensa sombra do pai, guitarrista que revelou ao mundo toda a riqueza da música maliana (e ao blues a sua fonte mais generosa), escolheu trilhar o seu próprio caminho, procurando a modernização possível no funk e no rock. Quarta-feira será também dia de cruzamentos musicais, os da espanhola Amparo Sanchéz, exvocalista dos Amparanoia que, depois de quase duas décadas de “son mestizo”, se estreou a solo com “Tucson – Habana”, álbum dividido, como o nome indica, entre Cuba e os Estados Unidos de fronteira (com os Calexico como banda suporte). No arranque, destaque também para a imponência da voz do açoriano Zeca Medeiros, mestre contador de histórias em formato canção que o país se deveria obrigar a conhecer melhor. Mas isto é apenas o início. Entre 23 e 26 de Junho, veremos uma histórica banda senegalesa, a imperdível Orchestra Baobab, nome fundamental da música africana das décadas de 1970 e 1980 e um dos grandes destaques do festival (dia 25), e um canadiano de ascendência indiana que toca garage-rock deliciosamente tresloucado, King Khan (toca com os seus Shrines dia 24). Teremos franceses que fundem cultura urbana, eléctrica, com música magrebina (Watcha Clan, a 25) e as gaitas e polifonias mirandesas dos magníficos Galandum Galundaina (dia 25). Haverá fanfarra balcânica com Goran Bregovic & His Wedding and Funeral Band (dia 24), um trio israelita, Boom Pam , a fazer do surf-rock a mais festiva linguagem do Médio Oriente (dia 26) e a multifacetada presença da actualidade musical portuguesa, representada por Cacique’97 ou Mazgani (dia 24), Legendary Tiger Man, Anaquim ou os 3 Pianos de Bernardo Sassetti, Mário Laginha e Pedro Burmester (25), Diabo Na Cruz, Orelha Negra e Virgem Suta (26). Teremos a música, chamariz principal, a suscitar reencontros e descobertas. Uma exposição do artista plástico José de Guimarães, “Negreiros e Guaranis I”. E a gastronomia mediterrânica para recuperar energias. Quatro dias e uma cidade ocupada sem resistência. Três discretos gigantes Richard Youngs, David Maranha e Manuel Mota juntos pela primeira vez em Lisboa. Pedro Rios David Maranha + Manuel Mota + Richard Youngs Lisboa. Teatro Municipal Maria Matos - Sala Principal. Av. Frei Miguel Contreiras, 52. 2ª, 21, às 22h. Tel.: 218438801. 5€ a 12€. Festival Silêncio! 2010 - Lisboa Capital da Palavra. Não sabemos o que vai acontecer no palco do Teatro Maria Matos, em Lisboa, na próxima segunda-feira. Não podemos saber: é a primeira vez que o britânico Richard Youngs e os portugueses David Maranha e Manuel Mota se juntam. Maranha (órgão) e Mota (guitarra) trabalham juntos regularmente (nomeadamente nos Osso Exótico e Curia), mas sempre em formato instrumental, pelo que o encontro com Youngs, um brilhante artífice da voz, é um desafio. O acontecimento de segunda-feira, inserido no Festival Silêncio, põe fim a longos meses de ensaios à distância. É uma verdadeira formação de luxo, uma reunião de três personagens fundamentais da música aventureira actual. Desde os anos 90, Richard Youngs (bibliotecário durante o dia, discreto músico genial à noite) tem-se desdobrado em discos (vai a caminho do centésimo) e linguagens - da folk ao minimalismo, com paragens pelo rock mais afiado ou mesmo pela pop (como no brilhante “Beyond The Valley Of Ultrahits”, que será reeditado em Julho). Nos últimos tempos, tem-se focado na sua própria voz, sem acompanhamento ou com instrumentação repetitiva, num depuramento progressivo de formas. Através dos anos, chegou a um som que é tão doce e acessível quanto austero e exigente – chega sempre à beleza pelo trajecto menos óbvio. David Maranha e Manuel Mota são dois dos mais distintos praticantes da experimentação portuguesa. Nos últimos discos a solo, Maranha entrega-se a estruturas circulares, devedoras dos Velvet Underground em modo expansivo e da colaboração de Tony Conrad com os Faust. Já Manuel Mota é um guitarrista difícil de situar. Esparsa, quase pontilhada, a música que faz à guitarra está algures entre os blues e a improvisação não idiomática de um Derek Bailey. A cartola está de volta Slash Porto. Coliseu. R. Passos Manuel, 137. 3ª, 22, às 22h. Tel.: 223394947. 29€ a 34€. Lisboa. Coliseu. R. Portas St. Antão, 96. 4ª, 23, às 21h. Tel.: 213240580. 29€ a 34€. Cartola, guitarra em riste, caracóis a cobrir o rosto, rock ‘n’ roll por todos os poros: Slash, verdadeiro “guitar hero”. É certo o que Slash nunca se foi realmente embora. Depois mbora. De D pois de se fartar de vez dos amuos de Axl Rose, ouvimo-lo ouv u imo-lo nos Slash’s Snakepit nakepit e vimo-lo formar ar um supergrupo, os pouco super Velvet Revolver, com m os ex-Guns N’Roses oses Duff McKagan ne Matt Sorum e o exStone Temple e Pilots Scott Weiland. d. Nada a disso, porém,, serviu serv r iu de grande estímulo. tímulo l . Porque quem m o viu Sim, está vivo: sair daquela igreja no meio do deserto eserto o Slash, e a sua inseparável guitarra, para atacar aquele quele e em carne e osso, que é, ainda hoje,, nos Coliseus o solo na pradaria daria ia para acabar com m todos os soloss n na a pradaria, como mo o no vídeo de “November Rain”, não se contenta com m pouco. ID: 30659125 18-06-2010 | Ípsilon Tiragem: 50458 Pág: 57 País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 6,33 x 34,85 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 3 Figura imprescindível dos Guns N’Roses e, consequentemente, da década de 90, Slash foi provavelmente o último elo numa cadeia de deuses da guitarra onde encontramos Jeff Beck, o Eric Clapton dos Cream, Jimmy Page ou o controverso Ted Nugent. Nos Guns N’Roses, os “bad boys” de Los Angeles, a banda de todos os excessos e megalomanias que cruzou pompa hard-rock com agressividade punk para conquistar os estádios do mundo inteiro, Slash tornou-se personagem reverenciada em escolas secundárias “all over” e um músico respeitado pela postura íntegra (para os padrões rock’n’roll, claro está) e pelo talento na pirotecnia em seis cordas. Agora que finalmente se assumiu como músico a solo, o mundo rejubila. O álbum homónimo é uma salgalhada, firmemente ancorada no rock dos anos 90, onde convivem as vozes de Ozzy Osbourne, Kid Rock, Lemmy Kilminster, Ian Astubury ou, vá-se lá saber porquê, Fergie dos Black Eyed Peas (ou seja, será apenas cem vezes melhor do que o patético “Chinese Democracy”, editado há um par de anos por Axl Rose). Longe de consensual, “Slash” terá como principal virtude para os fãs ter posto Slash de volta à estrada. Ei-lo que chega então. Dia 22 de Junho, no Coliseu do Porto, e dia 23 no de Lisboa. Com ele em palco, ouvir-se-ão canções de todos os momentos da sua carreira. De todos? Quer isso dizer que... Isso mesmo, o alinhamento não é só o álbum a solo, os Snakepit e os Velvet Revolver. “Paradise city”, “Sweet child o’ mine”, “Civil war” ou “Nightrain”. Todas elas foram já ouvidas no decorrer da digressão. Portanto, é caso para o fã assistir ao concerto e compará-lo mais tarde, a 6 Outubro, com aquele que os Guns N’Roses de Axl levarão ao Pavilhão Atlântico. M.L. Clássica Elegância francesa ra, Pianista de rara inteligência, Alexandre Tharaud apresenta no Festival de Sintra um programa dedicado a Schubert e Chopin. Cristina Fernandes Alexandre Tharaud Sintra. Palácio Nacional (Palácio da Vila). Lg. da Rainha Dona Amélia. 4ª, 23, às 21h30. Tel.: 219106840. 20€. Festival de Sintra 2010. Obras de Schubert e Chopin. A carreira do pianista Alexandre Tharaud encontra-se intimamente ligada ao repertório francês, contemplando compositores dos século XVII a XX, mas os seus interesses artísticos não se restringem a esse universo. No seu mais recente CD, intitulado “Journal Intime” (Virgin Classics), traça um percurso pessoal da sua relação com Chopin desde o primeiro contacto com a música do compositor polaco a ligações pessoais e artísticas mais recentes com determinadas obras. A sua peculiar sensibilidade para a música francesa adapta-se igualmente bem à estética refinada do pianismo de Chopin, compositor que viveu grande parte da sua vida em Paris, pelo que Tharaud tinha já gravado na Harmonia Mundi as Valsas e os Prelúdios com grande sucesso. É pois na qualidade de intérprete de Chopin que o pianista francês participa na presente edição do Festival de Sintra, este ano com uma programação centrada nos bicentenários de Schumann e Chopin. No próximo dia 23, apresenta-se no Palácio Nacional de Sintra para interpretar seis Valsas, a Fantasia op. 49, o Nocturno em Dó sustenido menor, op. póstumo, e a Fantasia-Improviso, op. 66. Este conjunto de obras será complementado pelos os Seis Momentos Musicais, D. 780 (op. 94), de Schubert, publicados em 1828, ou seja, mais ou menos na época em que Chopin visitou Viena antes de se instalar em Paris. Nascido em 1968, Alexandre Tharaud diplomou-se no Conservatório Nacional Superior de Paris e iniciou a sua carreira internacional depois de ter ganho o 2º Prémio no Concurso Internacional de Piano ARD de Munique em 1989. Dotado de uma técnica límpida e de uma estimulante inteligência interpretativa e conceptual, tem feito um brilhante percurso artístico, tanto a solo como na música de câmara. A sua gravação das “Nouvelles Pièces de Clavecin”, de Rameau, suscitou grande entusiasmo e a sua integral da obra pianística de Ravel obteve os mais importantes prémios da crítica. O CD “Tic, Toc, Choc”, uma colectânea de peças de Couperin, chegou ao “top 20” na Alemanha em 2007 e o seu álbum duplo dedicado a Erik Satie foi considerado um dos Discos do Ano de 2009 pela Revista “Diapason” e também pelo Ípsilon. País: Portugal Cores: Cor Period.: Semanal Área: 25,82 x 27,53 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 3 de 3 Uma lenda musical em Alcobaça projecto sobre o sebastianismo, formarão a “Trilogia da Loucura”. C.F. Luís Rodrigues e Orquestra do Algarve Jazz Alexandre Delgado estreia nova obra Forma e abstracção Dois músicos notáveis, Scott Fields e Matthias Schubert, ensaiam as leis da atracção musical. Rodrigo Amado Direcção musical de Alexandre Delgado. Scott Fields + Matthias Schubert Alcobaça. Cine-Teatro. R. Afonso de Albuquerque. Sáb., 19, às 21h30. Tel.: 262580890. 5€ a 8€. Lisboa. CCB 5ª, 24, às 22h. Tel.: 213612400. Entrada gratuita. Cistermúsica - XVIII Festival de Música de Alcobaça. Obras de Mahler, Delgado e Beethoven. Jazz às 5ªs. Dedicada ao tema “Música e Literatura”, a 18ª edição do Festival Cistermúsica, em Alcobaça, prossegue este fim-de-semana com a estreia absoluta de uma nova obra de Alexandre Delgado (n. 1965) pela Orquestra do Algarve e pelo barítono Luís Rodrigues, sob a direcção do próprio compositor. Trata-se de “Santo Asinha”, lenda para barítono e orquestra composta a partir de um poema de Frederico Lourenço inspirado num conto de Iva Delgado, onde se evoca a curiosa história do temível assaltante que se arrepende da sua conduta graças à intervenção de um frade, passando a praticar o bem para se redimir. Todavia, enquanto tenta ajudar um lenhador, este vê a oportunidade para matar o malfeitor procurado por todos... O texto foi recentemente publicado pela Caminho em “Santo Asinha e outros poemas”, primeiro livro de poesia de Frederico Lourenço, e a obra musical resulta de uma encomenda da Orquestra do Algarve, da qual Alexandre Delgado é compositor associado nesta temporada. O restante programa do concerto inclui duas obras sinfónicas cas célebres: o “Adagietto” da Sinfonia a nº5, de Mahler, e a Sinfonia nº5, op. 67, de Beethoven. Compositor, violetista, autor de estudos sobre música portuguesa e do programa da RDP-Antena 2 “A propósito da música”, Alexandre Delgado é director artístico do Festival Cistermúsica desde 2002. A sua produção musical caracteriza-se -se por um forte poder de comunicação ão e inclui sobretudo obras orquestrais ais e de câmara, mas também uma das as mais bem sucedidas óperas portuguesas compostas nas últimas duas décadas: “O Doido e a Morte” (1994), baseada na farsa de Raul Brandão. Recentemente terminou mais uma ópera de câmara ara (“A Rainha Louca”), que, juntamente nte com a anterior e com um outro Scott Fields era já um dos principais nomes da vanguarda jazz de Chicago quando decidiu mudar toda a sua vida para a Europa, mais concretamente para a Alemanha. Guitarrista e compositor de um enorme rigor e contenção musical, Fields construiu uma discografia notável baseada naquilo que pode ser considerada uma totalmente nova abordagem da guitarra jazz. Com paralelo apenas no trabalho conceptual de um músico como Joe Morris, Fields emprega movimentos melódicos e harmónicos pouco usuais, enigmáticos e abstractos. Matthias Schubert, um dos músicos alemães com o qual Fields tem partilhado inúmeros projectos, é um saxofonista fortemente inspirado nos modelos mais criativos do jazz norte-americano. Improvisador vibrante e possuidor de um som intenso e bem definido, tem em comum com Fields um particular gosto por intervalos harmónicos pouco usuais e melodias extremamente complexas. Antevê-se para este concerto de quinta-feira, no Centro Cultural de Belém,, em evolução Lisboa, uma dos conceitos orgânicos anteriormente explorados em “Beckett”. STEFAN STRASSER Alexandre Tharaud, um dos melhores a abordar Chopin 18-06-2010 | Ípsilon Pág: 58 PEDRO CUNHA ID: 30659125 Tiragem: 50458 Scott Fields tem uma abordagem completamente sem precedentes à guitarra jazz
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