AVALIAÇÃO DO PLÂNCTON E BENTOS EM CAVAS SUBMERSAS

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AVALIAÇÃO DO PLÂNCTON E BENTOS EM CAVAS SUBMERSAS
AVALIAÇÃO DO PLÂNCTON E BENTOS EM CAVAS SUBMERSAS DE
EXTRAÇÃO DE AREIA EM SALESÓPOLIS, SÃO PAULO
Liana Key Okada Nakamura(IC) e Máurea Nicoletti Flynn(PQ)
Engenharia Ambiental – Faculdades Oswaldo Cruz(SP)
Na região em questão a extração da areia é feita por desmonte hidráulico do piso e dos
taludes com auxílio de draga flutuante. Esta forma de extração pode produzir uma série de
alterações ambientais como o desmatamento, perda do solo superficial, afloramento do
lençol freático na área da cava, erosão das margens das cavas e modificação da fisionomia
do local. Até o momento, no Brasil, não existem estudos sobre a dinâmica das cavas
formadas pela extração de areia, o que dificulta na formulação de diretrizes para planos de
recuperação ambiental. Objetiva-se, com este trabalho, conhecer a sucessão temporal de
comunidades aquáticas colonizadoras através do estudo de três cavas formadas pelo
processo de extração de areia da mineradora VCN, região de Salesópolis, abandonadas em
diferentes períodos (0, 7 e 20 anos). As amostras de plâncton foram feitas com uma rede de
plâncton de 50 µm de abertura de malha. As amostras de bentos foram feitos com o auxílio
de um pegador Van Veen com capacidade de 5 litros de volume de sedimento, o sedimento
coletado era posteriormente passado em peneira para macrofauna, com malhagem de 0,5
mm. A estrutura das associações bênticas foi avaliada pelo número total de indivíduos,
riqueza específica, índice de diversidade de Shannon e índice de equitatividade de Pielou.
Nas cavas menos antigas houve predomínio no plancton de dinoflagelados tecados,
notadamente Peridinium spp, além de uma grande concentração de cianobactérias em
cadeia como: Hapalosiphon fontinalis, Anabaena solitária, Oscillatoria tenuis e O.
formosa. A presença de diatomáceas penadas com estruturas de fixação e de desmidiáceas,
em todas as amostras, é um indicativo da contribuição do sedimento e do perifiton nestes
sistemas da planície aluvional do alto Tietê. A cava mais antiga, apresentou o maior
número de taxa e maior concentração de organismos.A fauna bentônica das cavas é muito
pobre. Nas cavas abandonadas a qualidade da água na porção superficial da coluna d'água
permitiu a recuperação das comunidades planctônicas a um nível satisfatório. Por outro
lado, na porção profunda, a comunidade bentônica permaneceu pobre e rarefeita.