adrenalina - Fernando Velázquez
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adrenalina - Fernando Velázquez
ADRENALINA 14 MAR a 5 MAI _A IMAGEM EM MOVIMENTO NO SÉCULO XXI CURADORIA FERNANDO VELÁZQUEZ ASSISTENTE DE CURADORIA HERBERT BAIOCO PRODUÇÃO MOVA PRODUTORA ADRENALINA MONTAGEM MARTA BRUNO CENOGRAFIA ARTOS CENOGRAFIA DESIGN GRÁFICO AMANDA JUSTINIANO 14 MAR a 5 MAI AUDIOVISUAL IMAGES TÉCNICOS DE AUDIOVISUAL GIL TABAJARA APOIO: A IMAGEM EM MOVIMENTO NO SÉCULO XXI ADRENALINA _A IMAGEM EM MOVIMENTO NO SÉCULO XXI A adrenalina é um hormônio neurotransmissor que é descarrega do no corpo em situações que demandam uma rápida resposta em termos cognitivos, comportamentais e fisiológicos. Ela aguça os sentidos e aumenta a capacidade do cérebro de processar informações, com o objetivo de reestabelecer o equilíbrio entre o ser e o meio. Esta exposição apresenta um recorte do audiovisual nos dias de hoje, em que vivemos anestesiados pela imagem. Emprestar, no título da mostra, o nome desta substância é um modo de sugerir que ainda podemos ser desafiados e surpreendidos por imagens. Os trabalhos apresentados têm em comum a utilização de programação algorítmica e de artifícios generativos, ou seja, se utilizam de sistemas ou regras que permitem o aparecimento de soluções imprevistas. São obras que exploram os recursos narrativos e de linguagem do chamado tempo real, estratégia alternativa à edição convencional de natureza aristotélica. O interessante neste conjunto de obras está na forma particular de olhar a realidade, as coisas e as pessoas, revelando estruturas e qualidades visíveis e invisíveis a partir de perspectivas que nos solicitam condicionamentos cognitivos específicos, além da abertura ao diálogo com imaginários pouco conhecidos. Como nos lembra Steve Dietz, todo novo meio penetra as camadas da cultura deixando um legado estrutural de base. O novo meio da fotografia trouxe um outro entendimento da estética da pintura e contribuiu para consolidar culturalmente a conjunção tempoespaço. O novo meio do vídeo traz uma nova compreensão da estética do cinema, e junto com a TV estabelece a assimilação da ideia de tempo real. O novo meio digital muda o entendimento da arte no sentido que desloca o interesse do comportamento da forma para a forma dos comportamentos, destacando a potência da interatividade e dos comportamentos em rede. Dos campos eletromagnéticos que nos atravessam em tempo integral (e cujo real efeito sobre o nosso corpo ainda desconhecemos) ao corpo de dados que nos conforma (possível de ser processado e manipulado por algoritmos autônomos), vivemos tempos de reconfigurações sutis da ética, da estética, da política e do território – tópicos sobre os quais propomos refletir a partir deste heterogêneo grupo de obras. Fernando Velázquez _CHRIS COLEMAN METRO RE/DE-CONSTRUCTION vídeo 6’41” loop 2013 METRO é uma viagem que começa de fora para dentro. É a documentação de um espaço físico, capturado com precisão milimétrica nas suas coordenadas, cores e texturas. Vários trajetos foram realizados para aprimorar esta reconstrução digital afim de recriar uma experiência abstrata relacionada à experiência de se utilizar o transporte público. Com um scanner 3D portátil e um laptop, o artista se transladou cotidianamente no Denver Light Rail (sistema de trem urbano). O trem foi escaneado andando pelo vagão de uma ponta à outra enquanto estava em movimento, e as estações foram capturadas em passeios curtos entre as paradas. A fragmentação e as lacunas nos dados são definidas pelos trancos, pela velocidade e pelas curvas dos trajetos, que afetavam o equilíbrio do artista enquanto capturava os dados. Apesar das células do trabalho serem stills, elas são documentos de tempo, perspectivas e percepções específicas. Assim sendo, duas situações de captura nunca serão iguais: cada uma representa a documentação daquele corpo único, naquele trajeto específico. Com design de som de George Cicci, a obra foi comissionada pelo DENVER DIGERATI para o DENVER THEATRE DISTRICT em 2013. Chris Coleman nasceu na Virgínia Ocidental, nos EUA, e recebeu seu título de mestre (MFA) da SUNY Buffalo, em Nova York. O seu trabalho inclui esculturas, vídeos, programação criativa e instalações interativas. Coleman já apresentou seu trabalho em exposições e festivais em mais de 20 países, como Brasil, Argentina, Singapura, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Itália, Alemanha, França, China, Reino Unido, Letônia e por toda a América do Norte. Seu projeto de software de código aberto, Maxuino, desenvolvido em parceria com Ali Momeni, teve mais de 50 mil downloads de usuários em mais de 120 países, e é utilizado no mundo todo em aulas de Computação Física. Ele vive atualmente em Denver, no Colorado. É Diretor de práticas digitais emergentes e leciona na Universidade de Denver, nos EUA. //www.digitalcoleman.com _DONATO SAMSONE _duVa PORTRAIT vídeo 2’51” 2014 CONCERTO PARA LAPTOP: O VÍDEO composição audiovisual, performance, vídeo, 19' 2007 “Portrait" é uma obra que poderia ser definida como uma pintura animada, uma expressão que combina a prática da pintura, do vídeo e dos efeitos especiais. “Portrait" é uma visão fantástica e surreal de retratos humanos, que vem de uma representação mental do universo interior do artista, permeado por figuras grotescas e lúdicas visões da realidade. “Concerto para laptop: o vídeo” é o resultado da apresentação, em uma performance multimídia, de uma composição audiovisual onde as imagens e os e os sons foram manipulados ao vivo e em tempo real. Trata-se de um ensaio poético que parte da livre interpretação de diferentes paisagens emocionais, extraídas da memória de pessoas anônimas. Através da sua rearticulação, que aconteceu ao vivo, pode-se propor uma análise das complexas relações entre o passado, o presente e a verdadeira realidade dos acontecimentos. Formado na Academia de Belas Artes de Nápoles, também estudou no Centro Sperimentale di Cinematografia de Turim, onde se especializou na combinação de técnicas tradicionais e experimentais de animação. Seus trabalhos foram selecionados em festivais de cinema de animação como Annecy, Anima Mundi Brasil, Hiroshima, entre outros, e compartilhados em sites especializados como stashmedia.tv, creativeapplications.net, motiongraphics.nu, wired.com, Vimeo, dentre outros. O seu vídeo "videogioco" foi selecionado pela Cinemateca de Quebec como um dos 50 curtas que mudaram a história da animação. //donatosansone.tumblr.com Luiz duVa é um artista experimental no campo da videoarte. Desenvolve, desde o início dos anos 1990, narrativas pessoais em vídeo, bem como uma série de experiências com videoinstalações e performances audiovisuais. duVa também é um dos criadores e o diretor artístico da Mostra Live Cinema, mostra de performances audiovisuais que acontece no Brasil anualmente desde 2007. //www.liveimages.com.br / autor: luiz duVa _HENRIQUE ROSCOE (1MPAR) _HUGO ARCIER PONTO, UM VIDEOGAME SEM VENCEDOR video game 2011 DEGENERATION II vídeo 1’39” loop 2010 “PONTO, um videogame sem vencedor” é uma instalação/performance audiovisual com sons e imagens sincronizados, tocados em um “console” construído e programado pelo artista, e controlado por um joystick de videogame retrô (Nintendo). A ideia é subverter a lógica dos games antigos, mas usando sua estética, sons e elementos gráficos característicos. A performance trata de alguns temas ligados aos video games ou aspectos do cotidiano de forma crítica, através de imagens abstratas e simbólicas. Todas as imagens e sons são criados pelo artista e tocados em tempo real. Este instrumento é completamente autônomo, e funciona sem a necessidade de um computador. Em “Degeneration II”, o artista se apropria de um algoritmo de detecção facial para criar mutações irreversíveis numa figura real. Com base na experiência, a mente pode recriar o objeto original a partir dos poucos polígonos restantes, o que possibilita que o espectador distinga e agrupe as imagens, dando significado à abstração. Henrique Roscoe é artista digital, músico e curador. É graduado em Comunicação social pela UFMG e Engenharia Eletrônica pela PUC/MG, com especialização em Design pela FUMEC. Com o projeto audiovisual conceitual e generativo HOL, se apresentou nos principais festivais de imagens ao vivo no Brasil como Sónar, FILE, ON_OFF, Live Cinema, Multiplicidade, FAD e também no exterior, na Inglaterra (NIME, Encounters), Alemanha (Rencontres Internationales), Polônia (WRO), EUA (Gameplay), Grécia (AVAF), Itália (LPM e roBOt), e Bolívia (Dialectos Digitales). Desenvolve instalações interativas e cria instrumentos e interfaces interativas usando sensores e objetos do cotidiano, gerando construções inusitadas. //www.1mpar.com Hugo Arcier é artista digital (ou um artista em um mundo digital). Utiliza a computação gráfica 3D em vídeos, gravuras e esculturas. Já trabalhou com diretores como Roman Polanski e Alain Resnais. Suas obras foram apresentadas em festivais (Videoformes, Némo, Elektra), em galerias (Magda Danysz, Artcore, ADN, Celal), museus (New Museum, Le Cube, Okayama Art Center, Plateforme) e feiras (Slick, Show off). //www.hugoarcier.com _LUCAS BAMBOZZI CURTO CIRCUITO [ÚLTIMO SUSPIRO] TVs de tubo e vídeos dessincronizados 2014 TVs que pulsam uma imagem “entranhada”, efeito colateral de sua condição eletrônica pré-digital. Retrato de precariedades e da obsolescência voraz nas tecnologias de imagens, emitem um "último suspiro" de raio catódico. Há algo de incômodo nesse refluxo, talvez por sermos testemunhas de uma arqueologia que opera em nosso presente. O lixo eletrônico causa fascínio e espanto. Há algo de aterrorizante em especular sobre o acúmulo de produtos industrializados que passam, em poucos anos, a não ter valor algum. Especula-se sobre o consumo, sobre o fluxo dos produtos, sobre o fim das coisas. Para onde vão as coisas que não queremos mais? O conjunto de TVs parece conflitante no espaço expositivo, mas ao mesmo tempo parece estar em estranha harmonia com o ambiente - algumas TVs parecem não funcionar há anos. Então, em algum momento, percebemos que algo ainda acontece nesse arsenal sucateado, enxerga-se um faiscar elétrico, as telas emitem lampejos, ouve-se uma pequena descarga, um possível curto-circuito. Lucas Bambozzi, artista e pesquisador em novas mídias, produz trabalhos em vídeo, instalações e meios interativos. Seus trabalhos já foram exibidos em mais de 40 países, em organizações como o Moma (EUA), ZKM, Frankfurter Kunstverein (Alemanha), Arco Expanded Box (Espanha), ŠKUC gallery (Eslovenia), Museum of Modern and Contemporary Art (Rijeka, Croácia), WRO Media Art Biennale (Polônia), Centro Georges Pompidou (França), Bienal de La Habana (Cuba), ISEA Ruhr (Alemanha), ZERO1 Biennial (EUA), Ars Eletrônica (Áustria – com menção honrosa em 2010 e 2013), Bienal de Artes Mediales (Chile), Bienal da Imagem em Movimento (Argentina), 25ª Bienal de São Paulo, dentre outras. Participou de festivais como o Videobrasil, É Tudo Verdade, FILE, Festival do Rio BR, Sundance e Slamdance (EUA), Impakt (Holanda), FID Marseille, Share (Itália), XX Videoformes (França), Emoção Art.Ficial, On_OFF e vários outros. Foi um dos criadores do Festival arte.mov (2006-2012), do Projeto Multitude (2014) e do Labmovel (2012-2015). É professor na FAAP, em São Paulo. //www.lucasbambozzi.net _MATHEUS LESTON MONO vídeo, 5' 2015 Mono surge do cruzamento de ideias aparentemente antagônicas: acaso e escolha, aleatoriedade e composição, processos estocásticos e escolhas formais. O som foi gerado através de um algoritmo de síntese FM e as imagens são a transposição direta desse sinal para coordenadas tridimensionais. Os áudios foram selecionados por suas características sonoras e pelos desenhos que formavam, editados e mixados, e o vídeo resultante foi tratado. Ouve-se uma única linha, com poucas sobreposições, enquanto na imagem se vê predominantemente dois pontos de vista simultâneos do mesmo objeto tridimensional. Matheus Leston é músico, artista e produtor musical. Em 2013 criou e produziu a Orquestra Vermelha, projeto multimídia premiado pelo Programa Rumos. Desenvolve também a apresentação Ré e produz música eletrônica sob o nome Lateral. É membro da Patife Band, de Paulo Barnabé, e trabalhou em diversas instituições de arte, como o Instituto Tomie Ohtake e Fundação Bienal de São Paulo. Participou da exposição Caos e Efeito, do projeto Ao Redor de 4'33" da 7ª Bienal do Mercosul, da 4ª Jornada de Cinema Silencioso e do Sistemas Ecos 2014 como artista e tutor. Além de trabalhar com edição de som, sonorização para publicidade e consultoria em projetos multimídia, compôs a trilha sonora da série Contos do Edgar e dos filmes Preto ou Branco!, A Redação, Obra Prima, Mais uma Noite, entre outros. //rui.do _MIKE PELLETIER PARAMETRIC EXPRESSION vídeo 2’51” 2013 Parametric Expression é um filme de animação em 3D que trabalha com as emoções como um conjunto de parâmetros técnicos que podem ser repetidos, transferidos, manipulados e finalmente, transgredidos. A animação explora o conceito do “vale da estranheza”*. Nossos cérebros parecem estar preparados de forma inata para para a percepção de faces, de forma que uma forte reação negativa é provocada quando algo escapa da norma. Parametric Expression, na busca da beleza sublime, incorpora o erro e o sentimento desagradável sugerido pelo fenômeno do “vale da estranheza” como estratégia. * O vale da estranheza (em inglês: uncanny valley) é uma hipótese no campo da robótica e da animação 3D que diz que quando réplicas humanas se comportam de forma muito parecida — mas não idêntica — a seres humanos reais, elas provocam repulsa entre observadores humanos. (fonte: wikipedia) TIME OF FLIGHT vídeo 3’31” 2014 Time of Flight é um filme de animação em 3D que interpreta o corpo humano a partir da tradução de dados reais, capturados digitalmente por um Kinect*. O filme é formado por uma série de cenas abstratas, em que retratos escaneados em 3D são distorcidos, manipulados e alterados, tornando a sua essência irreconhecível. A trilha original é de Arjen Jongeneel. _RICARDO CARIOBA ABRA, instalação de áudio estéreo e vídeo em quatro canais 57’ em loop, 150 x 800 cm, 2009 Mike Pelletier é um artista digital que trabalha nos domínios do digital, instalações interativas, modificações em videogames e animação 3D. Ele já trabalhou no Banff Centre, no Fablab Amsterdam e atualmente no Random Studio Amsterdam. Vive e trabalha em Amsterdã, Holanda. Ricardo Carioba é artista plástico, vive e trabalha em São Paulo. Carioba produz instalações com uso da arquitetura, explorando as linguagens de vídeo, som e sistemas de iluminação. Também realiza fotografias e desenhos gráficos. Em seus trabalhos, explora elementos mínimos da linguagem visual e sonora, para muitas vezes perturbar os hábitos de nossa sensibilidade. Muitos de seus trabalhos foram desenvolvidos a partir de leis ou conceitos da física, e da utilização de luz para revelar algumas características do espaço – presentes, mas normalmente invisíveis. Explora de formas diferentes os intervalos, o vazio que define o espaço. Perturba os hábitos linguísticos e sensíveis, a fim de quebrar seus condicionamentos e tornar possível o nascimento de diferentes formas de pensar e de sentir. //mikepelletier.nl //ricardocarioba.com * Dispositivo desenvolvido pela Microsoft para o console de video game Xbox, que permite o escaneamento 3D. _RICHARD GARET _RICK SILVA THE FOUR HORSEMEN 4 canais de vídeo em formato vertical (sem som) Duração indeterminada 2013 THE SILVA FIELD GUIDE TO BIRDS OF A PARALLEL FUTURE 18 vídeos em sequência, 11'38'' 2014 O trabalho consiste em celulóides de 16mm manipulados e transferidos ao formato digital. Cada um dos vídeos tem como legenda o texto bíblico dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse, encontrado no capítulo 6 do Livro do Apocalipse, que os anuncia como os mensageiros do final dos tempos. O trabalho discorre sobre a percepção de que vivemos um processo de decadência e destruição, onde o até então infinito estaria chegando ao fim. The Silva Field Guide to Birds of a Parallel Future combina ficção científica e teorias de universos paralelos com observação de pássaros e ornitologia. Richard Garet é Mestre pelo Bard College, NY, EUA. Trabalha na intersecção de diferentes mídias, imagens em movimento, som, fotografia expandida e performance multimídia. Sua produção inclui desde ambientes modificados a instalações site specific, com as quais promove situações imersivas que ativam a percepção de fenômenos físicos e psicológicos e refletem sobre a natureza do tempo. Pesquisa também o entorno dos sistemas complexos e as traduções algorítmicas, explorando o ruído estabelecido não só pelas mídias de cultura de massa, mas também a sua percepção do cotidiano. //richardgaret.com Rick Silva explora, no seu trabalho, noções de paisagem e vida selvagem no século 21. A sua obra já foi apresentada em exposições e festivais como Transmediale, Futuresonic e Sonar. Colabora frequentemente com os espaços experimentais TRANSFER Gallery de Nova York e Ditch Projects em Springfield, Oregon. //ricksilva.net _RYOICHI KUROKAWA _SANTIAGO ORTIZ RHEO: 5 HORIZONS Instalação em 5 canais, 8’ loop 2010 LOVE IS PATIENT net art 2009 Rheo: 5 horizontes é uma instalação audiovisual inspirada na paisagem, na perspectiva do movimento, para criar uma experiência sinestésica de som e imagem. A obra, que obteve o prêmio Golden Nica do Ars Electronica em 2010, é composta por cinco monitores HD e cinco canais de áudio que funcionam de forma independente. As imagens produzidas digitalmente estão minuciosamente sincronizadas com gravações de campo que, associadas de forma minimalista, revelam uma construção espacial complexa e de requintada beleza arquitetônica. O contraponto entre som e imagem e natureza e tecnologia promove uma escultura mutável e fluida. Rheo, que significa fluxo em grego, reflete sobre os ciclos de vida como uma corrente de tempo e espaço que desafia os limites da percepção humana. O cérebro humano tem a capacidade de reconhecer padrões de diversas naturezas: desde abstrações geométricas e rítmicas até outros de natureza complexa, como as emoções de um rosto humano. Este trabalho apresenta um híbrido de ambos, expondo o cérebro a uma armadilha perceptiva a partir da combinação do algoritmo de Voronoi (que pega um conjunto de pontos e constrói um polígono para cada um, garantindo que as extremidades entre cada par fiquem no meio), com a série de fotografias "Exteriors", de Kelly Castro. Ryoichi Kurokawa, Japão, 1978, vive e trabalha em Berlim. Trabalha principalmente com instalações, gravações e concertos. No seu trabalho, se propõe a esculpir o tempo através do cruzamento de gravações de campo com processos digitais, reconstruindo arquitetonicamente o fenômeno audiovisual. O seu trabalho foi apresentado em festivais internacionais e museus, como a Tate Modern, a Bienal de Veneza, Transmediale e Sonar. Em 2010, recebeu o prêmio Golden Nica do Prix Ars Electronica, na categoria Música Digital & Arte Sonora. //www.ryoichikurokawa.com Santiago Ortiz é o mentor do projeto Moebio Labs. Matemático, cientista de dados, inventor. Cria e desenvolve projetos inovadores e interativos para a web, com ênfase na visualização de dados e mapas de conhecimento. A natureza e seus padrões complexos são o alicerce da sua obra. //moebio.com _SEMICONDUCTOR _SUSI SIE MAGNETIC MOVIE vídeo 4’47” 2007 CYMATICS vídeo, 1’19” 2014 Nesta ação, que acontece nos laboratórios de ciências espaciais da NASA, em Berkeley, a vida secreta dos campos magnéticos é revelada como geometrias caóticas e em constante mudança, ao mesmo tempo em que se ouvem cientistas falando sobre as suas descobertas. O vídeo nos deixa em dúvida: estaríamos observando uma série de experimentos científicos, o fluxo do universo, ou um documentário de ficção? SILK Video, 1’28” 2013 Semiconductor é um duo do Reino Unido formado por Ruth Jarman e Joe Gerhardt. Em suas obras, exploram a natureza material do mundo pelas lentes da ciência e da tecnologia, questionando como eles mediam nossas experiências. Entre suas exposições e exibições se destacam Let There Be Light, House of Electronic Arts, Basel; Worlds in the Making, FACT, Liverpool; Da Vinci: Shaping the Future, ArtScience Museum, Singapura; Field Conditions, San Francisco Museum of Modern Art; Earth; Art of a Changing World, Royal Academy of Arts, Londres; International Film Festival Rotterdam; New York Film Festival; Sundance Film Festival and European Media Art Festival. //semiconductorfilms.com Cymatics e Silk são ensaios sobre a percepção em que a artista busca fazer visíveis as propriedades invisíveis da matéria. Ambos foram realizados estritamente com recursos analógicos. Susi Sie (1982) é uma artista que vive em Berlim, cujo trabalho se move entre os campos da arte e da ciência. Explora a natureza física e matemática das formas, substâncias e materiais, na busca de sua essência, beleza e magia. //susisie.de/ _TRANSFORMA GRAETE Registro de performance, 19' 2014 “Graete” é uma viagem no tempo. Na primeira imagem, humanos pré-históricos alimentam uma fogueira no interior de uma caverna. Na última imagem, um homem contemporâneo analisa a mesma fogueira com equipamentos dos dias de hoje. No processo, um graveto ou uma pedra passam a ser reconhecidos como ferramentas, da mesma forma que uma câmera ou um canhão de luz. Transforma foi criado em 2001 por Luke Bennett, Baris Hasselbach e Simon Krahl. Produzem vídeos, trabalhos sonoros e audiovisuais, instalações, cinema ao vivo e performances. Colaboram com músicos como Apparat, Dieter Meier, Alex Banks, Chloé, com o diretor teatral Sebastian Hartmann, a coreógrafa Sonia Mota e o artista Yro. O grupo já se apresentou em festivais como o KW Institute for Contemporary Art, Moscow International Biennial for Young Art, FAD Festival de Arte Digital, Art.Ware Festival, Sequences Festival, CTM Festival, Todays Art e no Deutsches Theater. //transforma.de/ _PROGRAMAÇÃO ADRENALINA 14 MAR a 5 MAI OFICINA DE CONSTRUÇÃO DE CONTROLADORES DIY COM HENRIQUE ROSCOE [VJ 1MPAR] 18 e 19 MAR | 19H às 22H PERFORMANCE AUDIOVISUAL SYNAP.SYS COM HENRIQUE ROSCOE [VJ 1MPAR] 2O MAR | 19H30 | duração: 30' OFICINA "INTRODUÇÃO AO OPEN FRAMEWORKS" 28, 29 e 30 ABR | 19H às 22H | 15 vagas MESA REDONDA SOBRE A EXPOSIÇÃO ADRENALINA COM GUILHERME KUJAWSKI, JULIANA MONACHESI E ROBERTO CRUZ 24 MAR | 20H às 22H PERFORMANCE “ESPÉCIE” DIREÇÃO E CONCEPÇÃO: VALÉRIA BRAGA, RODRIGO CUNHA PERFORMER: RODRIGO CUNHA 15, 16 e 17 ABR | 20H | duração: 20’