Liderança Escolar nos Agrupamentos de
Transcrição
Liderança Escolar nos Agrupamentos de
UNIVERSIDADE DE GRANADA Departamento de Didáctica e Organização Curricular Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico:UM NOVO PARADIGMA DE LIDERANÇA Autor: José Manuel Neves Coimbra Orientador: Professor Dr. Manuel Lorenzo Delgado Abril, 2012 Editor: Editorial de la Universidad de Granada Autor: José Manuel Neves Coimbra D.L.: GR 1822-2014 ISBN: 978-84-9083-005-5 Universidade de Granada Doutoramento em Ciências da Educação Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico: UM NOVO PARADIGMA DE LIDERANÇA Autor: José Manuel Neves Coimbra Orientador: Professor Dr. Manuel Lorenzo Delgado Abril, 2012 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Dedicatória À minha mulher, filhos e restante família. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 3 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Agradecimentos Foram meses seguidos de trabalho de investigação, compilação, sistematização, leitura e interpretação de dados de trabalho de campo, de leituras de trabalho solitário… Muitas horas de solidão e de superação constante de desafios e dificuldades que ficam a marcar-me o carácter e a personalidade, sobretudo ajudaram-me a acreditar em mim próprio e a descobrir uma capacidade de superação que até há pouco tempo não sabia existir no mais fundo do meu íntimo. Aos meus orientadores Manuel Lorenzo Delgado e Juan Antonio López Núñez pela disponibilidade, competência e incentivo, assim como à Universidade de Granada pela oportunidade de frequentar este doutoramento. A todos os professores e colegas da parte curricular do doutoramento, com quem tive o privilégio de partilhar inúmeras vivências e saberes e que muito me enriqueceram como professor e como pessoa. Aos directores dos Agrupamentos de Escolas onde decorreu o estudo que me acolheram e apoiaram em tudo o que solicitei. À minha família, mulher e filhos, pelo amor e extrema compreensão, pelo carinho e pelas chamadas de atenção e, em particular por terem junto de comigo caminhado na direcção da finalização deste trabalho. Para todos, meus Amigos, um bem-haja e um forte abraço de agradecimento! Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 4 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Índice Geral RESUMO ESPANHOL 19 INTRODUCCIÓN 20 1. Problema de la Investigación. 24 2. Objetivos de la Investigación. 26 3. Metodología. 27 CONCLUSIÓN 31 INTRODUÇÃO 33 DESENVOLVIMENTO 39 CAPITULO 1 - AS LIDERANÇAS – UM PERCURSO NO TEMPO. REVISÃO DA LITERATURA400 1. Evolução da teoria sobre liderança. 411 1.1. Evolução da Teoria sobre Liderança – Revisão da Literatura 411 2. Introdução à liderança. 44 2.1. Conceito de Liderança 444 2.1.1. Definição de liderança. 455 2.1.2. As teorias da liderança. 49 2.1.3. Teoria dos traços de personalidade. 533 2.1.4. Teoria situacional. 555 2.1.5. Teoria comportamental. 566 2.1.6. Teoria contingencial de liderança. 58 2.1.7. Teoria da nova liderança. 62 2.1.8. Teoria normativa da tomada de decisão. 2.1.9. Teoria da liderança carismática. 666 67 2.1.10. Teoria da liderança transformacional. 700 2.1.11. Teoria da liderança visionária. 711 2.2. Indicador de Direcção 733 2.3. Agente de Mudança 733 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 5 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.4. Porta-voz 744 2.5. Treinador 755 2.5.1. Teoria da liderança servidora. 766 2.5.2. Teoria da liderança distributiva. 3. Modelos de liderança. 3.1. Modelo de Chris Dede 77 811 81 3.1.1. Liderança significa pressentimento de oportunides. 811 3.1.2. Liderança significa mudança cuidadosa de concepções erradas. 822 3.1.3. Liderança significa inspirar outros a agirem com comprometimento. 833 3.1.4. Liderança significa desencorajamento de seguidores. 833 3.2. O Modelo de Kouzes e Posner 844 3.3. O Modelo da Quinta Disciplina de Senge 855 3.3.1. O novo trabalho do líder. 855 3.3.2. Disciplinas de liderança. 866 3.3.3. Os três tipos de liderança do modelo “Quinta disciplina”. 89 CAPITULO 2 – LIDERANÇA E GESTÃO DE EQUIPAS 91 1. Equipas 922 1.1. Definições. 922 1.2. Tipos de equipas. 944 1.3. Características de equipa de trabalho. 955 1.4. Papéis e comportamentos dos membros de uma equipa. 977 1.5. Liderança de equipas de trabalho. 99 1.6. Motivação da equipa. 1022 1.7. Avaliação da equipa. 1044 2. O Modelo Combinado de Liderança 1055 2.1. O Líder. Modelo combinado de liderança. 1055 2.2. Papel 1: O seguidor - compartilha a liderança. 1088 2.2.1. Formar e desenvolver a equipa. 1100 2.2.2. Desenvolver a equipa. 1111 2.2.3. Compartilhar a liderança. 1122 2.3. Papel 2: O Visionário. 1144 2.3.1. Dar orientação futura. 1155 2.3.2. Dar vida a uma visão. 1166 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 6 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.3.3. Ter e cativar o comprometimento. 1177 2.3.4. Construir redes de relacionamento. 1188 2.4. Papel 3: O Estratega. Planear e conduzir mudanças. 11919 2.4.1. Ter pensamento estratégico e ético. 1222 2.4.2. Planear e organizar. 1233 2.4.3. Inovar. 1233 2.4.4. Ser empreendedor. 1244 2.5. Papel 4: O encorajador/motivador. 1266 2.5.1. Reconhecer as contribuições. 1277 2.5.2. Confiar e construir a confiança. 1288 2.5.3. Enaltecer as realizações do indivíduo e da equipa. 12929 2.6. Papel 5: O afável o animador. 1300 2.6.1. Saber ouvir. 1311 2.6.2. Ter bom humor. 1322 2.6.3. O apaziguador. 1333 2.6.4. Falar a verdade. 1333 CAPITULO 3 – NOVOS RUMOS PARA A LIDERANÇA ESCOLAR 1355 1. A organização/instituição escolar. 136 1.1. Princípios construtores escolares 138 1.2.A gestão do carácter da liderança escolar 139 1.2.1.A escola básica e a liderança. 142 2.As raízes da liderança escolar. 144 2.1.Liderança baseada na pedagogia 148 2.2.Liderança em contexto escolar 151 2.2.1.Liderança versus gestão. 1533 2.2.2.Abordagens da liderança em contexto escolar. 1555 2.2.3.Equipas de liderança nas escolas. 1588 2.3.Papel das Lideranças 16060 2.3.1.Liderança(s) e sucesso educativo. 1611 2.3.2.Liderança e formação de comunidades de aprendizagens na escola. 1655 2.3.3.Liderança e cultura de escola. 1666 2.3.4.Liderança e clima de escola. 1699 2.3.5.Lideranças no 1.º Ciclo do Ensino Básico. 1711 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 7 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.As lideranças face ao novo regime de gestão. 1755 CAPITULO 4 – METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO 18080 INTRODUÇÃO 1811 METODOLOGIA: FUNDAMENTAÇÃO E PROCEDIMENTOS 1822 1. Natureza do estudo e sua justificação. 1822 2. Contextualização do estudo. 1866 2.1. Contexto do estudo – Escolas e agrupamentos de escolas do Ensino básico 1866 2.2. Plano de investigação 1877 3.Desenho da investigação Erro! Marcador não definido.8 3.1. Construção do questionário 191 4. Objectivos do estudo 19191 4.1. Problema de investigação e objectivos Erro! Marcador não definido.1 4.2. Abrangência do estudo: População e amostra Erro! Marcador não definido.3 4.3. Configuração do questionário. Erro! Marcador não definido.4 4.4. Aplicação do questionário Erro! Marcador não definido.6 4.5. Método de análise do estudo. 1948 5. Participantes no estudo 200 5.1. Os professores e educadores 200 5.2.Instrumentos de recolha de dados 200 6. Tratmento estatístico 200 6.1. Justificação dos cálculos 201 CAPITULO 5 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 211 INTRODUÇÃO 212 1.Apresentação e discussão dos resultados. 213 1.1.Caracterização da amostra 213 2.Parte I. 217 2.1.Resultados 217 3.Parte II. 219 3.1.Análise descritiva 219 3.1.1.Clima/ ambiente do agrupamento. 220 3.1.2.Liderança e gestão do agrupamento. 230 3.1.3.Desenvolvimento curricular. 237 3.1.4.Gestão das pessoas. 242 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 8 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.5.Gestão dos alunos. 246 3.1.6.Desenvolvimento profissional/formação contínua. 252 3.1.7.Relação com pais e comunidade. 256 3.1.8.Resolução de problemas/ tomada de decisões. 262 3.1.9.Comunicação interna do Agrupamento. 268 4.Parte III. 273 4.1.Análise Inferencial 273 4.1.1.Domínios versus Género. 273 4.1.2.Domínios versus exercício de cargos. 282 4.1.3.Domínios versus frequência de contacto com o director. 291 4.1.4.Domínios versus ciclo de ensino. 303 4.1.5.Domínios versus tempo de serviço. 315 4.1.6.Domínios versus distância escola-sede. 324 CONCLUSÃO 333 BIBLIOGRAFIA 338 RECOMENDAÇÕES 355 ANEXOS 357 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 9 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Índice de Figuras Figura 1 - Evolução das teorias de administração 42 Figura 2 – Os três estilos de liderança, fonte 51 Figura 3 - Liderança Situacional, fonte 61 Figura 4 - Teorias da «Nova Liderança» e respectivas características do líder 64 Figura 5 - Processos decisórios propostos pelo modelo Vroom e Yetton 66 Figura 6- Factores das equipas interfuncionais na escala de empowerment 79 Figura 7 - Escala de empowerment das equipas interfuncionais 80 Figura 8 - As disciplinas, práticas, princípios e essências das organizações que aprendem 89 Figura 9 – Os papeis fundamentais de uma equipa 98 Figura 10 – Mapa do universo da personalidade 99 Figura 11 – Pirâmide de Necessidades de Maslow e suas implicações 104 Figura 12 – Composição do modelo combinado de liderança 108 Figura 13 – O papel de seguidor no modelo combinado de liderança 109 Figura 14 – Composição do papel do visionário no modelo de liderança 115 Figura 15 – As ligações entre o sistema de relações, visões e acções 119 Figura 16 – Composição do papel do estratega no modelo combinado de liderança 120 Figura 17 – Composição do papel do encorajador no modelo combinado de liderança 127 Figura 18 – Composição do papel do animador no modelo combinado de liderança 130 Figura 19 – Distinção entre gestão e liderança 154 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 10 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Índice de Gráficos Gráfico 1. Médias do tempo de serviço e idade por género 214 Gráfico 2. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 222 Gráfico 3. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 223 Gráfico 4. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 224 Gráfico 5. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 225 Gráfico 6. Distribuição das respostas ao item 5 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 226 Gráfico 7. Distribuição das respostas ao item 6 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 227 Gráfico 8. Distribuição das respostas ao item 7 do domínio Clima/Ambiente do Agrupamento 228 Gráfico 9.Distribuição das respostas ao item 8 do domínio Clima/Ambiente do Agrupamento. 229 Gráfico 10. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 231 Gráfico 11. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 232 Gráfico 12.Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 233 Gráfico 13. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 234 Gráfico 14. Distribuição das respostas ao item 5 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 235 Gráfico 15. Distribuição das respostas ao item 6 do domínio Liderança e gestão do agrupamento. 236 Gráfico 16. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Desenvolvimento curricular. 238 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 11 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 17. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Desenvolvimento curricular 239 Gráfico 18. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Desenvolvimento curricular 240 Gráfico 19. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Desenvolvimento curricular 241 Gráfico 20. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Gestão das pessoas 243 Gráfico 21. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Gestão das pessoas 244 Gráfico 22. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Gestão das pessoas 245 Gráfico 23. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Gestão dos alunos 247 Gráfico 24. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Gestão dos alunos 248 Gráfico 25. Distribuição das respostas ao item 3 domínio Gestão dos alunos 249 Gráfico 26. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Gestão dos alunos 250 Gráfico 27. Distribuição das respostas ao item 5 do domínio Gestão dos alunos 251 Gráfico 28. Distribuição das respostas ao item 1 domínio Desenvolvimento profissional/formação contínua. 253 Gráfico 29. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua 254 Gráfico 30. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua 255 Gráfico 31. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Relação com pais e comunidade 257 Gráfico 32. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Relação com pais e comunidade 258 Gráfico 33. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Relação com pais e comunidade 259 Gráfico 34. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Relação com pais e comunidade 260 Gráfico 35. Distribuição das respostas ao item 5 do domínio Relação com pais e comunidade 261 Gráfico 36. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões. 263 Gráfico 37. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões 264 Gráfico 38. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 265 12 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 39. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões. 266 Gráfico 40. Distribuição das respostas ao item 5 do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões. 267 Gráfico 41. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Comunicação interna do Agrupamento 269 Gráfico 42. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Comunicação interna do Agrupamento 270 Gráfico 43. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Comunicação interna do Agrupamento 271 Gráfico 44. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Comunicação interna do Agrupamento. 272 Gráfico 45. Relação entre a variável idade e tempo de serviço 316 Gráfico 46. Histograma do tempo de serviço docente com curva normal 317 Gráfico 47. Distância da escola à sede (km) com curva normal 324 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 13 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Índice de Tabelas Tabela 1. Caracterização da amostra: género 213 Tabela 2. Caracterização da amostra: tempo de serviço e idade 213 Tabela 3. Caracterização da amostra: Habilitações académicas e situação profissional 215 Tabela 4. Caracterização da amostra: nível de ensino 216 Tabela 5. Contacto com o director do Agrupamento 217 Tabela 6. Distribuição da amostra pelos cargos exercidos 218 Tabela 7. Distribuição das respostas pelos itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 220 Tabela 8. Distribuição das respostas pelos itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento 230 Tabela 9 . Distribuição das respostas aos itens do domínio Desenvolvimento curricular 237 Tabela 10. Distribuição das respostas aos itens do domínio Gestão das pessoas 242 Tabela 11. Distribuição das respostas aos itens do domínio Gestão dos alunos 246 Tabela 12. Distribuição das respostas aos itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação contínua 252 Tabela 13. Distribuição das respostas aos itens do domínio Relação com pais e comunidade 256 Tabela 14. Distribuição das respostas aos itens do domínio Resolução de problemas/tomada de decisões 262 Tabela 15. Distribuição das respostas aos itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento 268 Tabela 16. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 273 Tabela 17. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento 275 Tabela 18. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Desenvolvimento curricular 276 Tabela 19. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Gestão das pessoas 277 Tabela 20. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Gestão dos alunos 277 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 14 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 21. Diferença entre géneros nos itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua 278 Tabela 22. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Relação com pais e comunidade 279 Tabela 23. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões 280 Tabela 24. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento 281 Tabela 25. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 282 Tabela 26. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento 283 Tabela 27. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Desenvolvimento curricular 285 Tabela 28. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Gestão das pessoas 286 Tabela 29. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Gestão dos alunos 287 Tabela 30. Diferença entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua 288 Tabela 31. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Relação com pais e comunidade 288 Tabela 32. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões 289 Tabela 33. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento 290 Tabela 34. Critérios para a agregação de indicadores para a criação da variável frequência de contacto com o director Tabela 35. Frequências absolutas e relativas por nível de contacto com o director 292 292 Tabela 36. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 293 15 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 37. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento 294 Tabela 38. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Desenvolvimento curricular 296 Tabela 39. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Gestão das pessoas 297 Tabela 40. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Gestão dos alunos 298 Tabela 41. Diferença entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua 299 Tabela 42. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Relação com pais e comunidade 300 Tabela 43. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões 301 Tabela 44. Diferenças entre a frequência de contacto nos itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento Tabela 45. Frequências absolutas e relativas por nível de ensino 302 304 Tabela 46. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 304 Tabela 47. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento 306 Tabela 48. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Desenvolvimento curricular 307 Tabela 49. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Gestão das pessoas 308 Tabela 50. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Gestão dos alunos 309 Tabela 51. Diferença entre ciclos de ensino nos itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua 310 Tabela 52. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Relação com pais e comunidade 311 Tabela 53. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 312 16 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 54. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento 313 Tabela 55. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 317 Tabela 56. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento 318 Tabela 57. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Desenvolvimento curricular 319 Tabela 58. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Gestão das pessoas 320 Tabela 59. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Gestão dos alunos 320 Tabela 60. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua 321 Tabela 61. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Relação com pais e comunidade 322 Tabela 62. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões 322 Tabela 63. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento 323 Tabela 64. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 325 Tabela 65. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento 326 Tabela 66. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Desenvolvimento curricular 326 Tabela 67. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Gestão das pessoas 327 Tabela 68. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Gestão dos alunos 328 Tabela 69. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 329 17 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 70. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Relação com pais e comunidade 329 Tabela 71. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões 330 Tabela 72. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 331 18 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Resumo Espanhol Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 19 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Introducción A lo largo de los últimos tiempos, se nos ha brindado la oportunidad de reflexionar más profundamente acerca de los nuevos caminos trazados por la escuela, con motivo de la imparable evolución del mundo, que plantea sistemáticamente desafíos renovados. Son varios los polos de este cambio y bien es cierto que mucha de su riqueza y gran parte de sus potencialidades se sustentan en los profesores, protagonistas indiscutibles de la renovación. El contenido funcional de esta profesión se ha visto enriquecido por nuevos paradigmas, que han ampliado su misión más allá del contexto restricto del medio escolar. Todas estas acciones tienen como única finalidad la calidad de la enseñanza y de la adquisición de competencias por parte de los individuos y, en esta línea, a los educadores y profesores se les piden diferentes funciones, con el fin de construir una escuela cada vez más orientada hacia el futuro. El profesor ya no es simplemente un transmisor de conocimientos, sino que es quien planifica, coordina, proyecta, incentiva, orienta, promueve, coopera, agrega, reflexiona, investiga y valora. En el camino hacía una escuela reflexiva, dotada de una identidad propia, el profesor asume un papel crucial como agente que participa en el cambio y en el crecimiento de la institución, al tiempo que presencia como su propio crecimiento personal y profesional se ve impulsado por las dinámicas organizativas. De esta forma, en una lógica de descentralización de las decisiones de política educativa, de autonomía de los establecimientos de enseñanza y de participación más amplia de los diversos actores en las decisiones que les conciernen directamente, surgen nuevas exigencias en el área del desempeño de cargos de liderazgo intermedio. Una escuela dotada de autonomía y de un proyecto educativo que le confiere individualidad y especificidad exige nuevas prácticas de liderazgo democrático, de participación de todos sus miembros, de co-responsabilidad, de cooperación, de iniciativa y de liderazgo. Todas estas transformaciones del mundo en general y del mundo de la educación en particular han alterado sustancialmente el concepto de liderazgo escolar, que inicialmente surgió en determinados contextos y fuertemente ligado a la idea de control, de verificación, de Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 20 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança inspección en lo relativo al cumplimiento de normativos muchas veces oriundos de organismos exteriores. Las funciones de liderazgo de cargos de alto liderazgo en el ámbito de la acepción más amplia de liderazgo escolar. Así, nuestra tarea será documentarnos, sobre todo, acerca de la evolución del propio concepto de liderazgo, elemento central del presente trabajo. Por otro lado, abordaremos el asunto del alto liderazgo, dado que pretendemos encaminar la investigación hacia el dominio de las prácticas de liderazgo entre los cargos de alto liderazgo de las instituciones escolares. Con relación al presente trabajo, contamos con varios años de experiencia en el desempeño de los más diversos cargos de coordinación y de gestión, así como con el reconocimiento de la importancia dada a los profesionales que ejercieron e implantaron nuevas prácticas y que, con ello, crearon dinámicas de cambio que contribuyeron a generar un clima y un ambiente de trabajo propicio para alcanzar la calidad efectiva de la enseñanza que se ofrece y para el desarrollo de la escuela y de sus profesionales. Para nuestro estudio, partimos de presupuestos construidos sobre nuestras propias vivencias profesionales y sobre experiencias de reflexión e investigación llevadas a cabo de forma individual o colectiva, con vistas a mejorar nuestras prácticas y el día a día de las escuelas en las que trabajamos. Nos hemos ido dado cuenta de que cada contribución individual representa la integración diferenciada de una visión de la misma realidad, desde una perspectiva única dentro del mismo contexto que enriquece al colectivo. A partir de estos enfoques y de los diferentes papeles asumidos por cada uno de los diferentes actores se desarrolla toda la organización escolar. Partimos del principio de que la escuela es una organización integrada en un mundo en desarrollo, destinada a desarrollar a los individuos que interaccionan en ella, centrada en una evolución global y armoniosa. Por otro lado, está el sentido del deber que poseen algunos profesionales, las competencias que les permiten desempeñar un papel de motores y asumir responsabilidades cada vez mayores en la determinación del camino que debe trazar la propia institución y en la búsqueda de la consecución de los objetivos definidos por la institución escolar. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 21 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gracias a sus características de liderazgo, se implican e implican a los demás agentes de la institución escolar en un proceso de reflexión, investigación y evaluación derivado de las necesidades emergentes del contexto y del ambiente escolar. Protagonizan iniciativas contextualizadas dirigidas a mejorar la calidad de la enseñanza y a la adquisición de competencias de la institución escolar en cuestión. Todos los profesionales ligados al universo escolar han sentido la necesidad de redefinir sus funciones, cuestionar sus prácticas y adquirir nuevas competencias con la finalidad de dar respuesta a los nuevos desafíos de una escuela globalizante. Una de las funciones que ha tomado nuevas formas, por ser imprescindible a la hora de buscar la calidad que se ha indicado previamente, es exactamente la función de liderazgo de las instituciones escolares. Se trata de una función que adquiere sentido en un contexto de autorregulación y de cumplimiento de objetivos de calidad por parte de la propia institución escolar. Existen profesionales conocedores de los contextos que, al ejercer cargos que les proporcionan una visión más amplia de la institución y teniendo en cuenta las posiciones que ocupan y las competencias que poseen, ven potenciadas condiciones para ejercer el liderazgo escolar de esas instituciones escolares. En conjunto con los educadores y profesores, pretendemos averiguar si realmente los altos líderes (directores) ejercen el liderazgo escolar y cuáles de las posibles vertientes de liderazgo ponen en práctica al desempeñar sus cargos con el propósito de llevar a cabo un liderazgo visionario y transformacional de la institución escolar que lideran. Con el propósito de identificar las vertientes de liderazgo escolar asumidas por estos profesionales en su actuación diaria, recopilamos información a partir de los textos teóricos relativos al liderazgo escolar de las diversas facetas que integran el contenido funcional de dicho concepto. Se agruparon en algunas vertientes de liderazgo: liderazgo, estilos de liderazgo, equipos y motivación, clima institucional, liderazgo educativo y gestión compartida. Tras haber abordado de forma sintética la problemática que sustenta todo este trabajo, que se asienta fundamentalmente en el ejercicio del alto liderazgo en las escuelas y en las cooperativas de escuelas, enunciaremos la cuestión fundamental que ha guiado esta Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 22 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança investigación: ¿cómo valora el liderazgo de los directores en las cooperativas de escuelas públicas? Una vez definido nuestro objetivo, procedimos a diseñar la metodología que consideramos más adecuada para lograrlo. Nuestra intención era iniciar un estudio de naturaleza cuantitativa, es decir, recopilar información de una amplia población, en un área geográfica de dimensiones considerables y, por lo tanto, intentamos documentarnos para determinar cuál era la metodología más adecuada. Llegamos a la conclusión de que la mejor opción era la encuesta mediante cuestionario. Después de haber elaborado el instrumento, lo aplicamos a educadores y profesores de las cooperativas de escuelas de los municipios de Tondela, Santa Comba Dão, Mortágua, Carregal do Sal y Nelas, pertenecientes al distrito de Viseu, en la región central de Portugal. El número de encuestados ascendió a mil doscientos cincuenta. Pensamos que este estudio es de gran relevancia en términos científicos, ya que, a pesar de que constituye una modesta contribución, ayudará a obtener nuevos conocimientos acerca de la realidad de nuestras escuelas en lo relativo al objeto del estudio: el liderazgo escolar. Su relevancia práctica deriva de los beneficios que pueden resultar de su solución, es decir, consideramos que el alto liderazgo de las escuelas (directores), podrá contribuir a mejorar la calidad de la institución escolar (analizando la manera en que se ejerce) y la contribución en la mejora y eficacia de la institución en los diferentes dominios sobre los que se pregunta en el cuestionario. El presente trabajo está organizado de acuerdo con el siguiente esquema: en la primera parte, presentamos el marco teórico y en la segunda, disertamos sobre el estudio empírico. En el capítulo 1, llevamos a cabo una caracterización teórica de los liderazgos a lo largo del tiempo, de los diversos tipos de liderazgo y de sus principales características y aspectos relevantes en las instituciones, en concreto en las instituciones escolares. A lo largo del capítulo 2, intentamos hacer énfasis en los aspectos más relevantes de los liderazgos escolares y de la institución escolar, dentro de una perspectiva actual de liderazgos modernos. En este capítulo realizamos un enfoque desde todos los puntos de vista relacionados con las diversas vertientes de los liderazgos escolares. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 23 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança En el capítulo 3, nos centramos en explicar la forma que tomó el estudio llevado a cabo, desde las razones que nos llevaron a emprenderlo hasta la concepción, construcción y aplicación del instrumento de recogida de información, pasando por la manera en que se trató dicha información. En el capítulo 4, analizamos el debate de los resultados obtenidos. Finalizamos con una conclusión general, en la que presentamos una síntesis de los resultados, algunas limitaciones que caracterizan al presente trabajo y sugerencias que podrán servir como base para futuras investigaciones en esta área. 1. Problema de la Investigación. La presente investigación se basa en la temática de los liderazgos escolares, concretamente en las percepciones de los educadores y profesores de la enseñanza básica en relación con el ejercicio del alto liderazgo (directores escolares) en el desempeño de sus cargos en las escuelas y en las cooperativas de escuelas. Teniendo en cuenta las limitaciones temporales y circunstanciales a las que está sujeto el presente estudio y con la intención de asegurar su viabilidad y operatividad, limitamos su aplicación al cargo de alto liderazgo (directores) de las escuelas y cooperativas de escuelas del distrito de Viseu, en la región central de Portugal. En primer lugar, optamos por el cargo de alto liderazgo, porque al incluir otros cargos en esta fase el estudio abarcaría un área demasiado amplia con relación al tiempo disponible para su realización. En segundo lugar, porque nos parece que, dentro de los cargos existentes en las escuelas, es el que posee una mayor relevancia para nuestro estudio. En tercer lugar, porque detrás de la motivación de este estudio se encuentran razones de experiencia profesional en diversos cargos de naturaleza pedagógica y administrativa, incluidas aquellas que hacen referencia al liderazgo de escuelas. Al haber desempeñado, a lo largo de una trayectoria profesional ya significativa en términos temporales, las más diversas funciones dentro del área del liderazgo y de la gestión, reconocemos la importancia que puede tener en la vida de una Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 24 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança escuela el dinamismo implantado (o no) en el ejercicio del alto cargo (director), en la vida de las escuelas y cooperativas, en sus más diversas vertientes educacionales. Nos decidimos por la tipología de escuelas indicada (escuelas de enseñanza básica), porque es el contexto en el que desarrollamos nuestra actividad, del que conocemos básicamente el funcionamiento de las estructuras de las respectivas estructuras de liderazgo educativo con especial incidencia en los altos liderazgos de las escuelas. Entendemos que en el contexto actual, en el que existe una tendencia generalizada para la valoración de la calidad de los servicios y de las instituciones, una tendencia que se va ampliando también al universo de la educación, es lógico reflexionar acerca de los procesos que en las escuelas se encuentran al servicio del cumplimiento de objetivos previamente definidos para el presente trabajo. Es el caso del alto liderazgo/directores escolares, un concepto que nos parece que puede estar asociado al desempeño de los cargos de alta gestión de las instituciones escolares, cuyos detentores pueden asumir una función crucial en la movilización de los agentes educativos, en la promoción de la reflexión y en la creación de dinámicas de cambio. Intentamos comprender las formas en las que se practica la gestión de los titulares de dichos cargos, especialmente los directores escolares, en relación con la reflexión sobre las prácticas, así como una cultura de valoración sistemática y de promoción de la colegialidad y de la innovación. Un liderazgo efectivo constituiría así mismo una importante contribución a la propia revalorización de la profesión docente. Nos parece legítimo afirmar que un estudio de esta naturaleza resulta relevante en los tres niveles mencionados por Gil (1999). Así, su relevancia científica deriva del hecho de tratarse de una contribución, humilde, a la construcción de nuevos conocimientos dentro de la temática en la que se incluye. La relevancia práctica se asienta en la posibilidad de, en vista de los nuevos conocimientos sobre el ejercicio de los liderazgos escolares, poder actuar para estimular o corregir aspectos que merezcan intervención. En lo que respecta a la relevancia social, todas las medidas que se implanten para mejorar el estado de la educación pueden ser consideradas relevantes desde el punto de vista social. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 25 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2. Objetivos de la Investigación. Con el presente estudio pretendemos llegar a conocer las percepciones de los titulares del cargo de directores escolares de las escuelas y de las cooperativas de escuelas al desempeñar dichos cargos de alta gestión. Intentamos saber cómo sienten que ejercen el liderazgo dentro de la organización en la que desempeñan su actividad, cómo encaran su aportación al desarrollo de dicha organización, en qué medida valoran el desempeño de tareas de liderazgo en el sentido más clásico y restringido del término y si consideran parte de su función tener influencia en los diversos dominios abordados con relación a los profesores y a las instituciones que lideran. Así mismo, también fue parte de nuestro objetivo averiguar si estas percepciones variaban según determinadas características o circunstancias de los encuestados: el grupo etario al que pertenecen, el número de años de servicio docente, la educación y formación, el hecho de poseer o no especialización presentada legalmente como preferencial para el ejercicio de este cargo, el número de años de desempeño de dicha función, el hecho de haber desempeñado o no previamente otros cargos (especialmente aquellos más relacionados con la gestión/liderazgo o con los miembros del consejo ejecutivo/dirección escolar). En la base de todo este trabajo se situaron las siguientes preguntas de partida: ¿Cómo valora el liderazgo de los directores de las cooperativas de escuelas públicas? ¿Se ven como líderes escolares de alto rango? Desde su punto de vista, ¿ejercen el liderazgo escolar en todas sus vertientes? Siguiendo el camino trazado basado en la cuestión central del trabajo, intentamos lograr aclarar las dudas que planteamos para llegar a conocer la situación actual en cuanto a la forma en que los detentores de este cargo se ven a sí mismos en el papel de líderes escolares de alto rango (directores). Partiendo del reconocimiento de que se trata de un cargo de gran responsabilidad en el funcionamiento de las escuelas, se dio a los encuestados la oportunidad de pronunciarse sobre la forma en la que ven el ejercicio de dicha función, teniendo en cuenta el desarrollo profesional y educacional de las instituciones escolares en todos los dominios abordados. Nos encontramos ante un estudio descriptivo, no obstante, sacando partido de la información recogida, intentamos percibir si existen asociaciones entre las respuestas dadas y Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 26 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança determinadas características o circunstancias de los encuestados. Así mismo como complemento a la información, presentamos los resultados de los cruces efectuados a dicho nivel. 3. Metodología. Con el presente trabajo pretendimos llevar a cabo una búsqueda descriptiva cuyo objetivo primordial era la descripción de las características de determinada población, fenómeno o establecimiento de relaciones entre variables. La finalidad de una investigación descriptiva es comprender un determinado fenómeno, sin ejercer una intervención inmediata pero alimentando la expectativa de que, en un horizonte más lejano, el conocimiento obtenido acabe influyendo positivamente en las prácticas de los líderes que participaron en la presente encuesta. Con el fin de llegar al conocimiento pretendido, escogimos como método de recopilación de información la encuesta mediante cuestionario, en la variante de cuestionario autoaplicado, “autoadministrado” o “de administración directa”, porque lo rellena el propio encuestado. Este método es especialmente adecuado para el análisis de un fenómeno social que se juzga que puede ser más fácil de asimilar a partir de información relativa a los individuos de la población en cuestión, situación que consideramos que se aplica al presente estudio. Además, la encuesta es una técnica relativamente fácil de aplicar, que así mismo presenta la ventaja de ser prácticamente el único método que, si fuese necesario, podríamos aplicar a gran escala escogiendo a los individuos. Dado que pretendíamos realizar una aproximación de tipo cuantitativo, nos pareció que se trataba del instrumento más apropiado. No obstante, esta técnica tiene el inconveniente de apoyarse exclusivamente en el lenguaje: del investigador y de las diversas categorías de encuestados, sin que nosotros tengamos ningún motivo para admitir que coincidan. Teniendo en cuenta que en el presente caso, investigador y encuestados presentan un tipo de relación muy similar al objetivo del estudio, suponemos que dominarán el lenguaje utilizado y le atribuirán sentidos muy parecidos en ambos casos, razón por la cual este inconveniente tendrá repercusiones, aunque mínimas. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 27 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança El cuestionario elaborado integra en su mayor parte preguntas cerradas que consideramos particularmente adecuadas por presentar, básicamente, las ventajas siguientes: permiten que los encuestados respondan a la misma pregunta de modo que las respuestas sean válidamente comparables entre ellas; producen respuestas con menos variabilidad; plantean a los encuestados una tarea de reconocimiento en lugar de apelar a la memoria y, por ello, son de respuesta más fácil y producen respuestas más fácilmente analizables, codificables e informatizables. Dentro de las escalas sociales, que consisten básicamente en solicitar al individuo encuestado que dentro de una serie graduada de elementos señale aquellos que más se adecúan a su percepción acerca del hecho que se busca, optamos por una escala de cuatro grados. La lógica de nuestra decisión se sustentó en el hecho de que esta escala tiene la ventaja de ofrecer cuatro alternativas, en lugar de dos completamente opuestas. En primer lugar, si solo existen dos respuestas posibles, las personas encuestadas pueden tener la impresión de que están siendo obligadas a tomar decisiones muy nítidas, que no son suyas y que no existe propiamente un interés por aquello que piensan. Además, al proponer más de dos respuestas, podemos escoger la agrupación que consideremos mejor y no es necesario colocar las dos primeras respuestas en un lado y las otras dos en otro. El cuestionario consta de dos partes distintas, precedidas de una parte introductora inicial que incluye la explicación acerca de los objetivos, finalidad y destinatarios de este instrumento de recopilación de información, así como la afirmación de protección del anonimato y de garantía de confidencialidad de los datos recopilados. En la primera parte, se solicita a los encuestados información sobre datos personales y profesionales. En la segunda parte, se les solicita que expresen sus opiniones acerca del objeto de estudio. En cuanto a la primera parte (datos personales y profesionales), se solicita información relativa a cada encuestado, conforme se explica a continuación. Cuestiones a); b); c); d). Estos datos (edad, número de años de servicio docente, educación y formación, nivel de enseñanza impartido y situación profesional) podrían no ser absolutamente determinantes para explicar diferencias en la actuación de los directores, pero podrían también resultar significativos y ayudar a contextualizar mejor el estudio sin exigir un gran esfuerzo a la hora de rellenar la encuesta. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 28 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Cuestión a). Área(s) en las que posee formación complementaria/especialización. Esta información podría ser bastante importante. Se presentaron como posibilidades las áreas de formación que la ley prevé como preferenciales para el ejercicio del cargo de alto liderazgo. Cuestión d). El número de años de permanencia en la escuela podría ser relevante para saber hasta qué punto la persona en cuestión presenta condiciones para conocer debidamente la institución que integra y posee una visión estratégica de esa institución. A continuación, explicitamos los argumentos que fundamentan la organización de la segunda parte del cuestionario: la tarea de elaboración de un cuestionario que permitiese obtener información sobre la materia en estudio, es decir, las prácticas de liderazgo en el ejercicio del cargo de director de escuela o de cooperativa de escuela, según la apreciación de los educadores y profesores de éstas. Una vez definidas esas "vertientes", el paso siguiente consistió en redactar preguntas que nos llevasen a determinar en qué medida los educadores y profesores a los que nos proponíamos preguntar percibían el desempeño del ejercicio de dichas vertientes de alto liderazgo en las escuelas y cooperativas de escuelas que decidimos encuestar. En lo que respecta a los aspectos formales de esta segunda parte del cuestionario, optamos por un conjunto de preguntas cerradas que se pudiesen responder a través de una escala graduada que presentaba a los encuestados cuatro posibilidades. Para cada uno de los nueve dominios que definimos para valoración, formulamos varias afirmaciones acerca de las cuales cada educador/profesor debería expresarse indicando el grado en el que tienen lugar. Para ello, usarían la escala de respuestas indicada (1 = nunca / 2 = a veces / 3 = siempre / 4 = sin opinión). Pensamos que a través de este método obtendríamos la información que buscábamos. Además, nos pareció que de esta forma presentábamos a los encuestados un instrumento caracterizado por la facilidad con la que se podrían pronunciar sobre sus prácticas. Tras haber estructurado el instrumento destinado a la recopilación de información, procedimos a su distribución entre todos los miembros de la población destinataria. Es decir, entre los educadores y profesores de la enseñanza básica de escuelas y cooperativas de escuelas de diversos municipios del distrito de Viseu, en la región central de Portugal. Con el fin de que la participación en esta investigación fuese lo más expresiva posible, decidimos trasladarnos personalmente a todas las escuelas, establecer contacto con los respectivos directores de las escuelas y cooperativas seleccionadas para nuestra investigación, Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 29 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança explicar el objetivo del cuestionario y solicitar el apoyo de los responsables de estos órganos directivos escolares para la divulgación del estudio durante la distribución y recogida de los cuestionarios entre los educadores y profesores. Se recibieron ciento noventa y siete cuestionarios que los encuestados rellenaron por completo, lo que equivale a una tasa de retorno muy significativa, ya que se distribuyeron entre las cooperativas doscientos cincuenta cuestionarios. Consideramos que se trata de una muestra con un grado de representatividad bastante alto para el presente estudio. Una vez recogidos los cuestionarios, se realizó la codificación de todos los elementos y se generó una base de datos. Los cálculos se efectuaron en un paquete estadístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 16.0 y las tablas se construyeron en el programa Word 2007, dada la flexibilidad de formatación y la organización gráfica que permite. En el análisis de los datos se emplearon los procesos normales de estadística descriptiva: se cruzaron dos variables nominales usando la prueba de distribución X2 y para cruzar una variable nominal con una variable intercalada se utilizó el análisis de varianza (ANOVA) o en alternativa, el no paramétrico. Se llevaron a cabo cruces con las siguientes variables, relacionadas con la caracterización de los sujetos: grupo etario, número de años de servicio docente, educación y formación, área de formación complementaria o especialización, nivel de enseñanza impartido, número de años de ejercicio en la escuela o cooperativa, cargos desempeñados, otros cargos ya ejercidos y ciertos cargos en particular. Las variables que se cruzaron con las anteriores corresponden a los diversos elementos que se incluyen en el cuestionario, agrupados en los nueve dominios considerados, relativas a las vertientes de alto liderazgo integradas en el estudio. Posteriormente se realizó un análisis basado en la frecuencia con la que se registraron las referencias a cada una de las categorías definidas y las respuestas menos frecuentes se englobaron en una categoría residual destinada a las que se consideraban como poco relevantes para el presente estudio. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 30 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Conclusión Partiendo de la premisa de que los contextos y las oportunidades de aprendizaje son diversas y bastante accesibles, la escuela como institución no ha perdido su razón de existir como centro, por excelencia, de conocimiento, de adquisición de competencias, de propagación del saber y de la formación de ciudadanos más autónomos y capacitados para el papel y lugar que ocupan en la sociedad. Por el contrario, la necesidad de afrontar, reaccionar e integrar todas las nuevas situaciones fruto de la evolución del mundo globalizado le otorgan una mayor vitalidad. En este contexto, surgió la escuela-comunidad que ha ido consolidando su autonomía basándose en un proyecto que implica la participación de todos los socios educativos. Este proceso planteó profundas exigencias a la propia institución escolar y, en especial, a los educadores y profesores. Ante esta realidad, la escuela pasó a adoptar una nueva postura basada esencialmente en nuevos modelos para encarar el liderazgo y, en este contexto, el liderazgo escolar asume particularidades que lo diferencian de otras instituciones. De este modo, asistimos a la revalorización de la colegialidad, de la participación, del liderazgo colaborativo, abierto, compartido, siguiendo el deseo de calidad o incluso de excelencia, en términos organizativos y con más incidencia en términos pedagógicos. En este contexto y realidad escolar surge el término de liderazgo escolar que atribuye mayores responsabilidades a los detentores de los cargos de alta gestión, entre otros, que proliferan en las escuelas como elementos de la estructura escolar. El contenido funcional de dichos cargos adquiere nuevos rumbos y un mayor número de deberes aliados a mayores posibilidades del ejercicio del liderazgo y de la intervención en la vida escolar. Uno de los cargos que se corresponden con este perfil es el de director, que ve como se amplía su campo de acción, porque las perspectivas de evolución legislativa quieren otorgarle nuevas responsabilidades, especialmente en lo que respecta a la gestión de la autonomía de las escuelas y cooperativas de escuelas. Al orientar esencialmente su acción hacia la calidad de las prácticas pedagógicas y la promoción de aprendizajes de éxito, razón primordial de la existencia de la escuela, la función del director ha conocido nuevos caminos y formas de afirmación en el ambiente escolar. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 31 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Ampliada a toda la institución, el alto liderazgo (director) es una función que abarca todos los procesos organizativos y decisorios, en un contexto en el que autonomía también es sinónimo de responsabilidad. Un alto líder (director) es un profesional dotado de visión estratégica, profundo conocedor de la institución en la que ejerce su función y totalmente comprometido con la institución que lidera. Como líder de alto rango de la institución escolar, deberá ser movilizador de los demás agentes educativos, promoviendo la reflexión colectiva y la coordinación de acciones, potenciando procesos de cambio continuos impulsores del desarrollo de las personas y de la escuela, y con el objetivo de mejorar la calidad de la educación de la institución. El líder deberá poseer competencias diferenciadas como: la pedagogía, la didáctica, la psicología, el liderazgo, la gestión de personas y organizaciones, la organización de la formación, competencias relacionales e interacciones interpersonales. Decidimos que nuestra acción incidiese en el cargo de director de escuelas y de cooperativas de escuelas, porque desde nuestro punto de vista es el cargo en el que más se evidencia el liderazgo escolar en la vida de la institución escolar en todas las vertientes definidas. Investigamos cuál era la percepción de los educadores y profesores en relación con las diversas variables de este tipo de liderazgo. Nos decantamos por un estudio de naturaleza cuantitativa que tenía como población destinataria a los educadores y profesores de escuelas y cooperativas de escuelas del distrito de Viseu, en la región central de Portugal. Para ello, construimos este cuestionario basado en nueve dominios que determinamos que se ajustaban a nuestro estudio. Recibimos un número muy significativo de cuestionarios que se consideran aceptables para representar nuestro trabajo. Pensamos que, ya que se prevén cambios considerables dentro del campo legal en lo referente a las competencias que se atribuyen a las escuelas y a sus directores en las más diversas vertientes organizativas y educativas, en el futuro sería interesante estudiar qué es lo que realmente ha cambiado en la vida de las escuelas y en sus prácticas, teniendo en cuenta la profundización de las autonomías escolares en todas las vertientes y, en consecuencia, las atribuciones de nuevas competencias a los máximos responsables del liderazgo escolar, frente a los nuevos modelos de gestión y administración escolar. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 32 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Introdução Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 33 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Introdução As profundas e constantes alterações tecnológicas, demográficas, económicas e governamentais, que se verificam no linear do século XXI, obrigam a que todos os líderes, alterem a sua postura e o modo de funcionamento das instituições, sejam elas privadas ou públicas, assim como a questão do sucesso dessas mesmas instituições, surgindo paulatinamente e de uma forma organizada, um novo método e forma de trabalho, que se vai fortalecendo como meio de engrandecimento e prosperidade das mesmas instituições em geral e muito em particular das instituições escolares, que são as equipes de trabalho colaborativo e partilhado. Um conhecimento efectivo dos recursos humanos das instituições, representa uma maisvalia para essas mesmas instituições, pois cada um desses mesmos recursos, possui uma experiência própria e específica, um saber empírico, resultando daí um desempenho para as instituições como factor potenciador de progressos e melhorias (Baron & Hannan, 2002). Toda a mudança da Era Agrícola, para a Era Industrial e com mais acuidade a partir das duas últimas décadas do século XX, em que a Era Tecnológica passa para uma fase mais relevante onde se destaca que novas perspectivas geram novas épocas históricas. A humanidade tem passado por inúmeras e dramáticas revoluções de conhecimento – grandes saltos, súbita libertação de antigos limites. Descobrimos o uso do fogo e da roda, da linguagem e da escrita. Verificamos que a Terra apenas parece plana; que o Sol apenas parece girar em volta da Terra; que a matéria apenas parece sólida. Aprendemos a comunicar, a voar, a explorar (Ferguson, 1997). Por outro lado, podemos considerar, que todas as instituições são movidas fundamentalmente por pessoas, que apresentam comportamentos diferenciados diariamente. Com a presente complexidade das instituições, a diversidade de atitudes e comportamentos, face aos problemas diários, surgem várias variáveis para influenciar os processos. Deste modo, quando se fala de liderança, aparece uma variedade de estilos de liderança, que podem ser adoptados, podendo surgir resultados semelhantes ou diferenciados, conforme a situação em causa e deste modo “a Liderança é um dos mais observados e menos compreendidos fenómenos da terra” (Burns, 1978, p. 2). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 34 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Logo neste contexto, as instituições devem promover uma revisão dos estudos já efectuados, como a revisão dos estudos já realizados. Por outro lado face “à centralidade da liderança para o sucesso ou fracasso das instituições e extensivas à sociedade” (Judge & Bono, 2000, p. 751). Salientando a importância do líder para conseguir empreender mudanças e identificar antagonismos entre liderança e chefia, onde se descreve os efeitos positivos da liderança em relação à mudança através dos resultados de pesquisas, efectuadas em diferentes instituições, quer sejam públicas, quer sejam privadas, donde se inferiu que o cepticismo sobre a realidade e importância da liderança, em todos os movimentos sociais e políticos necessitam de líderes para iniciá-los. Como refere Turker (1981, p. 87), “ no início é a acção do líder (…) O líder é a peça mais importante do processo de mudança quando a instituição dela necessita para fazer face às mudanças tecnológicas, desenvolvimentistas e de carácter de cumprimento de programas”. Sabendo-se que os funcionários de uma determinada instituição, quer pública ou privada, são efectivamente o factor mais relevante, é fundamental conhecer os seus desejos e anseios, pois os recursos humanos são a «imagem» das mesmas instituições em relação a comunidade onde se inserem. Outro aspecto a salientar é o papel dos líderes das instituições, que cada vez mais desempenham um papel crucial, sendo que “a liderança começa a sobrepor-se à gestão dentro das organizações, tornando-se uma palavra imperativa.” (Testa, 2001, p. 80). Neste contexto os líderes têm papel fundamental tanto na tomada de decisões estratégicas, quer na motivação dos recursos humanos. Os líderes trazem um valor acrescentado às instituições, através das suas capacidades organizativas, as suas habilidades pessoais e das suas práticas em recursos humanos. (Kotter, 1999 & Ulrich et al., 2005). A liderança torna-se também de extrema acuidade no campo educacional, onde a escola com o seu papel na sociedade são questionados. É evidente que a educação assumiu politicamente uma das grandes prioridades da globalidade dos países como também em Portugal, onde se prometam e esperam mudanças em todos os níveis educativos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 35 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança À falta de cooperação entre professores, a desarticulação dos órgãos de gestão das escolas a par da resistência dos professores face às várias vivências profissionais, têm constituido obstáculos à implementação de mudanças na escola. Dos estudos realizados na área da eficácia e melhoria das escolas tem sido reforçado a relevância da(s) liderança(s) como factor determinante de mudanças, de desenvolvimento e, de melhoria como papel importante na motivação dos professores e alunos. Neste sentido Alves (1999, p. 25), refere que a liderança é “considerada um factor-chave no bom funcionamento das organizações”. O papel do líder “ultrapassa em larga medida a simples capacidade de dar respostas tecnicamente correctas aos problemas e dificuldades das organizações” (Matos, 1997, p. 2), surgindo mais como um instrumento de aprendizagem e acção, dentro de uma abertura contínua para aprender, pensando sobre a experiência, como forma de desenvolver as pessoas, as organizações e a sociedade. Na visão de Day (2004, p. 205) “os líderes de sucesso não indicam apenas a direcção ou organizam e monitorizam, constroem relacionamentos com a comunidade da escola e centram-se nas pessoas, mas também moldam valores e práticas consistentes com os da escola”. Em suma, “as escolas precisam de líderes que sejam apaixonados pela sua vocação” (Day, 2004, p. 211), compremetidos com a escola e com a aprendizagem, quer dos professores quer dos alunos. Daqui ressalta, que tudo aquilo que atrás foi referido, está intimamente realcionado com o clima e a cultura de escola e com a influência que estes exercem nos resultados e no desenvolvimento organizacional das instituições. Neste seguimento, Matos (2000) refere que: o desenvolvimento da excelência e da inovação e a implementação da mudança dependem da capacidade do líder de pensar e definir estratégias de acordo com uma visão claramente definida e ao alcance de todos os que trabalham na escola, inclusivé os alunos, construindo a par e passo uma cultura sólida, que lhe serve de base e fundamento e fomentando un clima de confiança mútua, de consideração, de igualdade, de reciprocidade, de justiça e de liberdade (p. 4). Tendo como pano de fundo o êxito das reformas educativas verificar-se-à o condicionamento, como as lideranças serão desenvolvidas e promovidas, concordando com Sergiovanni (2004, p. 172) quando afirma que “as escolas necessitam de lideranças especiais porque são locais especiais”, sendo pertinente, neste contexto actual de mudança, fazer uma reflexão sobre esta temática. Neste contexto, quando ao nível político são anunciadas Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 36 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança mudanças no modelo de gestão das escolas é relevante perceber como as lideranças protagonizadas pelos coordenadores e directores das escolas, são vistas e entendidas pelos próprios e por outros actores educativos, em especial os professores, pais e alunos, e analisar as suas influências na dinâmica da escola e no desenvolvimento curricular, apostando em lideranças fortes e eficazes. Ao longo deste estudo, procurámos reconhecer a importância da liderança no funcionamento das organizações escolares, perspectivadas num quadro de progressiva autonomia, responsabilização e prestação de contas dos estabelecimentos de ensino dá nova ênfase a esta questão colocando os líderes escolares no centro estratégico de um desenvolvimento organizacional eficiente e de qualidade para o desenvolvimento de escolas de qualidade, promovendo estratégias comuns de actuação potenciando o empenhamento individual e colectivo. Num primeiro capítulo, fizemos uma análise do conceito de liderança em termos gerais e dos estilos que lhes estão associados, abordando depois os domínios que contribuem para a eficácia dos líderes em consonância com a observação dos factores que podem condicionar o exercício das suas funções. Foi também nossa intenção fazer um desenvolvimento harmonioso e contextual de todos os aspectos relativos a todos os aspectos realcionados com problemática das lideranças nas instituições e organizações. No segundo capítulo, fizemos uma abordagem à questão das orientações educativas escolares com maior incidência no desenvolvimento de lideranças transformacionais no sistema educativo em geral, tendo como grande meta, o sucesso educativo para formação de comunidades educativas de aprendizagem nas escolas, na sua cultura e clima. Abordamos também, a questão da gestão ao abrigo da antiga legislação e do novo regime de autonomia que implementa a figura do director, associando também ao processo de autonomia da escola. No capítulo terceiro abordamos questões relacionadas com os objectivos do estudo, o contexto onde o estudo é realizado, os respectivos problemas e o consequente plano de investigação. Abordamos ainda neste capítulo a população alvo da presente amostra. De seguida, focalizámo-nos na construção e configuração do questionário e o método a aplicar, os Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 37 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança participantes no estudo e finalmente nas questões relacionadas com o tratamento dos dados recolhidos na amostra. No capítulo quarto do presente trabalho, fizemos a apresentação dos resultados da pesquisa realizada nas escolas e agrupamentos de escolas, aos professores e educadores, em relação aos nove domínios do questionário que elaborámos. Dos dados recolhidos realizámos o tratamento estatístico e os respectivos comentários aos gráficos relativos aos vários itens dos nove domínios que constavam do questionário que elaborámos. O trabalho finaliza com as reflexões finais, perspectivando a devida articulação entre o quadro teórico da investigação e o empírico com a análise dos dados recolhidos e suas implicações. Incluímos também os anexos que considerámos justificáveis em relação ao presente estudo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 38 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Desenvolvimento Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 39 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança CAPITULO 1 - As Lideranças – Um Percurso no Tempo. Revisão da Literatura Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 40 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1. Evolução da teoria sobre liderança. 1.1. Evolução da Teoria sobre Liderança – Revisão da Literatura O objectivo deste ponto do trabalho é o de fazer uma revisão das teorias sobre liderança evidenciadas desde Carlyle até aos nossos dias, evidenciando aspectos relevantes das principais teorias e suas implicações nas instituições e nas organizações e em particulares neste estudo as instituições escolares. O enorme interesse em estudar o fenómeno da liderança é o facto de identificar formas para a sua avaliação. Neste sentido, vários estudos tentaram identificar parâmetros, tais como, traços, habilidades, comportamentos, motivações, fontes de poder e características definidoras do processo de liderança, capazes de explicar as variáveis mais relevantes, que fazem identificar as actividades, que influenciam os seus seguidores. (Smith, 1994, Bergamini, 1994 & Koontz et al. 1986). Apesar de todos os estudos estarem relacionados com o mesmo tema, a análise de cada um é diferenciada, no qual cada estudo realça o que julga serem as características os traços da sua personalidade. Outros salientam as características do líder partindo do seu próprio estilo, e recentemente os estudos os pormenores e as variáveis, em função do ambiente que determinam a eficácia do líder. Deste modo desde o início até aos nossos dias salientam-se três teorias fundamentais: teoria dos traços, dos estilos e situacionais. A figura seguinte apresenta uma visão cronológica das teorias, associando-as aos quatro momentos do desenvolvimento das teorias de administração: Movimento Clássico, Movimento de Relações Humanas, Movimento Estruturalista e Movimento Contingencial (Abreu, 1982 & Escrivão Filho, 1995). Toda esta associação é extremamente importante dentro do contexto histórico, o entendimento das suas crenças em relação à natureza humana, valores culturais, posições políticas e sócio-económicas, como era entendida a questão da liderança. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 41 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Evolução das Teorias de Administração Movimento Clássico 1900 Movimento das Movimento Movimento Relações Estruturalista Contingencial 1930 1955 1970 1985 Evolução das Teorias de Administração Teoria dos Traços O líder já nasce Teoria dos Estilos Teoria Situacional com O líder pode ser formado. A O líder pode ser formado. A características físicas e traços sua eficácia depende do seu sua eficácia depende do de personalidade (o líder é estilo gerencial (autocrático grupo, do seu estilo de nato). ou democrático). Pesquisa Pesquisa O que o líder é O que o líder faz gerenciamento e do ambiente. Pesquisa Ambiente favorável Figura 1 - Evolução das teorias de administração, fonte: Adaptação de Bergamini (1994) e Abreu (1982) Apesar de ser um tema estudado desde a antiguidade, as questões cruciais do estudo da liderança, como a motivação, a inspiração, a sensibilidade e a comunicação continuam numa perspectiva que nos leva a 3000 anos atrás. Bergamini (1994) realça, que feito um estudo sobre os livros e artigos relativos ao assunto, poderá “concluir que não se sabe mais a respeito desse assunto hoje em dia do que se sabia quando toda a confusão teve início”. (Bergamini, 1994, p. 24). A procura de alternativas fáceis, originou a produção e formação de líderes, como que se tratasse de uma mera mercadoria, vendida, para solucionar todos e quaisquer problemas organizacionais das instituições ou organizações, que originou o entrar num terreno ainda algo «escorregadio e ilusório» acerca de todas as questões que envolvem a problemática da liderança. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 42 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A liderança é um assunto que sempre despertou interesse, que especulações à sua volta a remontam à A República de Platão e mesmo vários livros do Antigo Testamento, da Bíblia e a outros autores ao longo dos séculos, conforme refere Bergamini (1994). A questão da função administrativa ligada às teorias científicas e clássicas da administração, em particular na segunda metade do século XIX, esteve efectivamente e intimamente ligada à gestão e à liderança. Contudo, embora trouxesse conceitos, tais como os benefícios da cooperação íntima da administração com os funcionários (Taylor, 1982, p. 134), e da necessidade de identificar um chefe para cada subordinado (Fayol, 1970, p. 149), não se verificando a vontade em analisar o papel do líder junto das equipas. Por outro lado, não houve a perspectiva de verificar a influência de líderes que não eram definidos como tal, mas apenas como chefes da instituição, pois os líderes informais não deveriam existir. Defendia-se claramente que a função do chefe era de realizar o trabalho mental, enquanto os funcionários realizavam o trabalho físico e quotidiano. Logo, em contrapartida aquilo que Taylor (1982) afirmava sobre a criação de um relacionamento harmonioso entre o chefe e os funcionários, os chefes científicos deveriam ser obrigados a revelar a sua autoridade, caso não conseguissem cooperação voluntária, visto que esta cooperação é imposta leva à divisão entre aqueles que planificam e aqueles que realizam efectivamente. Contrariando esta única forma de liderança assumida pelos chefes formais, apenas se verificou a partir da década de vinte, com o surgimento da teoria das relações humanas. Da observação comportamental dos grupos de trabalho, verificou-se que grupos similares, que realizavam as mesmas tarefas em condições e ambientes idênticos, identificavam rendimento de trabalho em função da observância verificada, ou seja do papel do chefe. O modo como mudava a característica do comportamento de liderança, também o modo como o termo liderança é observado, evolui em função da concepção de que é observada dentro da instituição ou mesmo nos grupos de trabalho. Do termo chefe, evolui-se para supervisor, para facilitador e sucessivamente tomou as características para pressupostos antagónicos entre as figuras de chefe e líder. De acordo com Bryman (2004), neste processo de evolução o conceito de liderança realça quatro etapas distintas que são: a abordagem do traço pessoal, a abordagem do estilo, a abordagem contingencial, a abordagem da nova liderança. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 43 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Estas fases e as suas contribuições, para as definições de liderança foram as mais variadas ao longo das épocas e, em função do critério dos autores. Segundo Stogdill (1950, p. 4), “a liderança pode ser considerada como um processo de influenciar as actividades de um grupo organizado no esforço de estabelecer e executar metas”. De acordo com Bryman (2004) a definição de Stogdill (1950) apresenta um trinómio influência-grupo-metas ou seja, o líder de ser capaz cumulativamente de incutir uma influência efectiva e decisiva nas tomadas de decisões dos colegas pares ou subordinados. Logo esta influência deve ser efectiva sobre um grupo relevante e não apenas sobre um individuo em particular e por fim a capacidade de levar esse grupo na direcção de metas específicas. Neste contexto, verifica-se que o conceito de liderança foi evoluindo e ampliando-se do mesmo modo como as teorias da administração evoluíram, verificou-se que aspectos relacionados com a abordagem comportamental da década de vinte, e das abordagens decisórias e das biológicas ou matemáticas da década de quarenta (Guida, 1980). A natureza da liderança e os seus encargos mudaram e aquilo que têm que fazer é gerir a complexidade, inovar e gerir a mudança. As estruturas organizacionais mudarm de hierarquias formais, passaram para organizações mais planas e equipas autogeridas, onde o modelo de «comandar e controlar» é menos significante, verificando um estilo mais virado para a autonomia e apoio mútuo e ainda a uma visão de respeito e cooperação. 2. Introdução à liderança. 2.1. Conceito de Liderança Para alguns autores, como é o caso de Senge (2000), os indivíduos confundem a definição de liderança com a de gerência. Neste contexto Senge (2000), afirma que as pessoas vêem um líder como um gerente de elevado nível e quando falam em desenvolver líderes, querem dizer o desenvolvimento de futuros executivos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 44 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Um dos primeiros estudos sobre liderança pensava-se que o líder detinha determinados traços de personalidade e carácter que o diferenciavam das pessoas comuns a chamada teoria dos traços, onde se destacavam as qualidades pessoais do líder, a partir das quais são nomeados e reconhecidos como heróis ou divindades. Em conformidade com o que atrás foi referido, chegou-se a referenciar a existência de trinta e quatro traços fundamentais do carisma de liderança entre os quais se destacam: sociabilidade e habilidades interpessoais, autoconfiança, ascendência e domínio, participação nas trocas sociais, fluência verbal, equilíbrio emocional e controle, busca de responsabilidade (Bergamini, 1994). Contudo, estes aspectos referenciados não conseguiram explicar a existência de indivíduos fora deste perfil de líder. Deste modo, Stoner (1985) refere que: embora as medidas de personalidade possam ficar um dia mais exactas e certos traços possam de facto ser associados à capacidade de liderança, o que sabemos até agora parece mostrar que as pessoas que as pessoas que se tornam líderes não possuem qualquer conjunto de traços que as diferencie claramente das que não se tornam líderes (p. 320). De facto, os primeiros registos históricos de estudos sobre a temática da liderança, tais como líder e seus seguidores, remontam aos egípcios no longínquo ano 2300 AC. Neste escrito que é atribuído a Ptahhotep, a liderança é identificada como um fenómeno de índole transcendental ao próprio Homem, onde são evidenciadas as excepcionais qualidades do líder. Neste contexto, Lichtheim (1973) apud Bass (1990, p. 3) refere que de acordo com Ptahhotep, havia três qualidades atribuídas ao faraó: “o utterness competente nesta boca, a percepção está no coração, e a lingua é o santuário de justiça”. 2.1.1. Definição de liderança. Quando se fala em liderança, esta é sistematicamente associada a poder, autoridade e influência, evocando inúmeros pensamentos que têm em consideração as causas, os sintomas ou efeitos de liderança. De facto, o poder na sua generalidade, a capacidade do indivíduo para mudar emocionalmente o meio ambiente, ou seja a capacidade de alterar intencionalmente juízos, atitudes e comportamento de outro indivíduo, havendo algum controle sobre os resultados e acções dos liderados. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 45 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Por outro lado, a influência é a crença que o liderado ou indivíduo tem em estar submetido as forças externas ou internas que dirigem o seu pensamento, modelam-lhe os sentimentos e comandam os seus actos ou comportamentos. Deste modo a liderança contém três conceitos, definindo um papel de especialização dentro do grupo, processo que se verifica em contexto social e partilhado pelos membros do grupo. Logo qualquer membro do grupo ou da instituição poderá liderar em momentos ou matérias definidas. Na realidade existem inúmeras definições sobre liderança, contudo neste trabalho serão apenas mencionadas aquelas julgámos mais relevantes. Assim, para Kouzes e Posner (1997), liderança é arte de mobilizar outros para que estes queiram lutar por aspirações compartilhadas. Estes autores afirmam que é fácil levar as pessoas a fazer uma tarefa, pois a partir de incentivos ou castigos, estes conseguirão os seus objectivos. O que se torna difícil, é mobilizar os liderados de forma voluntária a realizarem as suas acções atingindo altos níveis de desempenho e rendimento. Para Crosby (1999), a liderança é entendida como uma extensão das convicções do líder, uma competência central e essencialmente individual, intrínseco a qualquer líder. O autor argumenta, que o líder deve ter sempre em mente uma dimensão que abranja: orçamentos e assuntos financeiros, a qualidade do produto, os serviços prestados, o atendimento aos clientes, aos colegas de trabalho, aos superiores e aos fornecedores, tendo sempre como objectivo que a liderança parte de dentro e, das relações que o líder cultiva. Também Chiavenato (2000) faz referência ao conceito de liderança, como a capacidade de influência interpessoal exercida e dirigida por um processo de comunicação humana, tendo em vista objectivos específicos, e acontece em contexto social e grupos sociais. Este autor define liderança em torno de duas dimensões: a capacidade de motivar as pessoas e fazer aquilo que deve ser feito; e a tendência dos liderados seguirem aqueles que julgam satisfazer os seus próprios objectivos pessoais e necessidades. De acordo com Kolasa (1978), o líder pode-se definir como aquele que se destaca em influenciar as pessoas na realização de objectivos. Afirma que, apenas serão considerados líderes, aqueles cuja influência no grupo é relevante e significativa, pois cada elemento do grupo exerce relevante e significativa influência, assim como cada elemento do grupo exerce sobre os demais elementos do mesmo grupo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 46 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A liderança é encarnada, portanto em pessoas diferentes que não “nascem” líderes, mas actuam diferentemente em situações e contextos distintos. Nem uma coisa nem outra definem cabalmente um líder. Actualmente, a liderança não é entendida como uma atribuição individual ou ambiental. A liderança é entendida como uma função, um atributo e uma propriedade que reside no grupo e que dinamiza a organização. De acordo comLorenzo Delgado (1996) a liderança é considerada como: • Uma função. Por isso falamos mais em liderança do que em líder; • É estratégica para toda a organização: condiciona ritmos de trabalho, cria impulsos, orienta energias de todos para alcançar metas definidas, contruindo uma visão da organização; • É compartilhada no sentido que se distribui e se prolonga por todas as entidades organizativas: equipa directiva, coordenadores, chefes de seminários, tutores… sendo exercida de forma coloaborativa e colegial; • Está ligada à cultura. É um dos valores que constituem a cultura da organização. Encontra-se no grupo, mas os factores de exercício de influência e de qualidades pessoais, como a exactidão da percepção dos papéis e situações, assim como a formação pessoal, as expectativas gerais e dos valores que assumem. Outra ideia confirmadsa e aceite entre os estudiosos da liderança, é o seu carácter caleidoscópio Lorenzo Delgado (2004). Significa que cada autor trabalha, enfatiza e ordenou os componentes ou partes da construção, isto é “vê” de uma forma diferente, originando uma visão, imagem ou metáfora pessoal da liderança. Deste modo podemos definir a liderança como uma função dinamizadora de um grupo ou organização para alterar o seu próprio crescimento em função de uma missão ou projecto compartilhado. Para Heiftz (1999), o conceito de liderança é contextualizado sob o ponto de vista das mudanças, no qual o líder terá que comandar o trabalho de adaptação da instituição ou empresa, estando atento aos conflitos, crenças e realidades observadas. O autor salienta a dificuldade da liderança na adopção de um comportamento do tipo empresarial neste novo ambiente de grande competitividade das empresas e instituições. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 47 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Neste contexto, a figura do líder abarca relevância no sentido de interpretar a realidade do momento, mas também na previsão de um caminho mais adequado de ambiente futuro para a instituição. Bergamini (2002) refere que o mais importante neste contexto é a procura da credibilidade, assegurando autoridade e poder junto de quem autoriza para liderar. O líder procura uma habilidade interpessoal, capaz de perceber e diagnosticar os diferentes anseios e expectativas motivacionais dos liderados, possibilitando a satisfação das necessidades de auto-estima e auto-realização. Estudos afirmam, que os líderes credíveis, não mudam os comportamentos e estratégias, os seus objectivos são fazer inter-relação entre as individualidades dos seguidores e os próprios objectivos da instituição. O autor afirma, que quando o líder tem credibilidade, os seus seguidores estão mais predispostos, em investir tempo e energia, no envolvimento dos projectos dos líderes. Segundo Sampaio (2004), a liderança aparece como um factor interpessoal de influência, ou seja com a possibilidade de transformar o conhecimento em acção, resultando um alto nível de desempenho. Para este autor, liderança é vista como um fenómeno social que ocorre somente em grupos sociais. É vista como um conjunto de traços de personalidade que fazem dele um líder, tendo em linha de conta esses mesmos traços e características em função da situação em que o líder de encontra. Neste sentido a liderança é um processo contínuo de escolhas, que irão permitir à instituição ou organização, conseguir atingir os seus objectivos, mesmo que seja num ambiente interno e externo hostil e em permanente alteração. Os líderes são indivíduos que querem entrar no desconhecido, assumindo risco, procurando inovar através de experiências, objectivando identificar novas e melhores formas de realizar as tarefas. O líder é aquele que entende aquilo que está à sua volta, acompanhando as ideias dos seus liderados, sejam eles clientes, fornecedores, funcionários ou outros que de qualquer modo ou forma se relacionam com o processo de liderança. A liderança pode ser entendida também como o processo de conduzir as acções ou de influenciar o comportamento e a mentalidade de outras pessoas. É a realização de metas por meio da direcção de colaboradores. A liderança ocorre nas estruturas formais onde o acto de influência para a consecução das metas organizacionais, pode ser considerado um acto de liderança, revelando especial interesse pelos comportamentos individuais que ultrapassam o desempenho quotidiano. Segundo Katz e Kahn (1974), Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 48 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança quando as pessoas são influenciadas para que se empenhem em condutas organizacionalmente relevante, ocorre liderança. Quando não é feita nenhuma tentativa de influência não há liderança. Desejamos comprar a efectividade de diferentes actos e estilos de liderança e, ainda, das diferentes pessoas como líderes (p. 351). 2.1.2. As teorias da liderança. A liderança encontra-se em todos os lugares, mas ninguém consegue determinar ou compreender o que compõe uma óptima liderança. Podemos verificar nas culturas mundiais, inclusive nas primitivas, que a liderança se verifica em todas as pessoas, embora com culturas, raças ou convicções diferenciadas, ou seja, a liderança encontra-se no inconsciente colectivo. Os primeiros escritos sobre liderança fazem referência às qualidades pessoais do líder, a partir das quais, são nomeados e reconhecidos como heróis ou divindades em diferentes momentos históricos. As primeiras discussões sistematizadas sobre liderança podem ter sido as definidas pela obra de Maquiavel (1980), o príncipe, no século XVI. Entende Maquiavel (1980), que a liderança envolve comunicação de forma clara e transparente, onde as informações são observadas a partir de decisões válidas e eficazes, onde todas as alternativas são consideradas como válidas e, onde a exigência e qualidade do trabalho são um factor de relacionamento e envolvimento de todos os intervenientes. A ideia do príncipe como grande homem, omnipotente, foi sistematizada durante o período do Renascimento italiano, tentando solucionar o problema da organização dos estados face a problemas específicos da época. Desta importância, Maquiavel (1980, p. 34) refere que aqueles que querem algo de novo terão de depender de si ou de outros “se para triunfarem na sua acção contam com o auxílio das preces ou da força. No primeiro caso, acabam sempre mal e não conseguem nada, mas quando só dependem deles próprios e podem usar a força, raramente são derrotados”. Desta citação, podemos assumir que a única pessoa da qual o líder pode vir a depender de si próprio através da força empregada que significa a dominância do ponto de vista do líder, em detrimento de outros factores. Para consolidação destes argumentos, afirma que “Moisés, Ciro, Teseu e Rómulo, não teriam conseguido a respeitabilidade das suas organizações, Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 49 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança durante tanto tempo se as suas organizações não se encontrassem desarmada” (Maquiavel, 1980, p. 34). Segundo Vergara (2003), o líder já nasce feito, ou seja, alguns indivíduos já nascem líderes, são possuidores de determinadas características, sendo físicas (aparência, estatura, força física, etc.), intelectuais (autoconfiança, entusiasmo, inteligência elevada, etc.) traços sociais (cooperação, habilidades administrativas e interpessoais) e traços relacionados com a tarefa (persistência, iniciativa, impulso de realização, etc.). Assim aqueles que não nascessem com algumas dessas características seriam liderados. Não se descarta a importância de certas características de personalidade para o exercício da liderança, porém não ficou evidenciado nesta teoria o sucesso da liderança. De acordo com estes princípios, existem estilos de liderança, que tem como factor fundamental, aspectos dependentes das características dos líderes: Autocrático: o seu comportamento em relação aos subordinados é crítico e preconceituoso. O líder autocrático é centralizador, define os objectivos de seus subordinados e o método de trabalho, não dando oportunidade para participarem do processo decisório. O controlo é rígido e a avaliação de desempenho tende a não ser objectiva. Democrático: o líder democrático tende a tomar decisões através do consenso do grupo incentivando a participação de todos, procura delegar autoridade e usa feedback. Aceita as decisões do grupo, mesmo que contrariem a sua própria opinião. A preocupação do líder é atender as aspirações e os pontos de vista dos subordinados que gozam de ampla liberdade para decidir, sugerir e implementar. Liberal: também chamado de Laisse-Faire, este líder toma poucas decisões, deixando que a maior parte delas seja tomada pelos subordinados. Os subordinados gozam de ampla liberdade, em virtude de ausência de controlo ou avaliação do desempenho. Nesse estilo o líder procura deixar o grupo completamente «à vontade». Pode-se verificar que nessa teoria enfatiza-se a relação entre líder e liderado uma vez que os líderes não podem liderar sem seguidores. Podemos observar essa relação, segundo Chiavenato (2005), na figura a seguir: Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 50 DECISÕES TOMADA DE Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança LIDERANÇA LIDERANÇA LIDERANÇA AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL diretrizes liberdade Apenas o líder decide e As fixa as diretrizes, sem debatidas qualquer participação do pelo grupo e decididas tomada grupo estimulado são Total que e execução para das TRABALHO DIVISÃO DO do líder a providências e técnicas no debate é limitada, tarefas, para garantir o alvo com apresentando uma por vez, na medida o aconselhamento alternativas em que são necessárias e técnico do de ganham modo imprevisível tarefas para o grupo líder. tarefa que apenas ao grupo, As esclarecendo que poderia novos fornecer informações contornos com os debates desde que solicitadas O líder determina qual a A divisão das tarefas fica Tanto cada a divisão das um a critério do grupo e cada tarefas como a escolha deverá executar e qual membro tem liberdade de dos colegas ficam por seu companheiro trabalho PARTICIPAÇÃO é grupais ou individuais, determina O próprio grupo esboça A participação do líder providências TRABALHO PROGRAMAÇÃO DO líder decisões assistido com participação mínima pelo líder O de para de escolher seus próprios conta do grupo. Absoluta colegas falta do líder O líder é pessoal e O líder procura ser um O líder não faz nenhuma dominador nos elogios e membro nas críticas ao trabalho grupo. de cada um estimula normal É do tentativa de avaliar ou objetivo com elogios ou críticas e regular fatos, coisas. o curso Faz comentários das apenas quando perguntado Figura 2 – Os três estilos de liderança, fonte: Chiavenato (2005) Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 51 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A liderança autocrática põe forte ênfase no líder, enquanto a liderança liberal põe ênfase nos subordinados. Na prática, o líder utiliza os três estilos de acordo com a situação, com as pessoas e com a tarefa a ser executada. O líder tanto manda cumprir ordens, como sugere aos subordinados a realização de tarefas, como ainda consulta os subordinados antes de tomar alguma decisão. Ele utiliza coerentemente os três estilos de liderança. A principal problemática da liderança é saber quando aplicar qual estilo com quem e dentro de que circunstância e tarefas a serem desenvolvidas (Chiavenato, 2005). O líder parte do princípio que não existe um único estilo de liderança válido para toda e qualquer situação, ou seja, cada tipo de situação requer um estilo de liderança diferente para se alcançar a eficácia da equipe de trabalho. O líder precisa ter flexibilidade na relação com seus liderados alterando seu estilo de actuação em função dos aspectos situacionais. O exercício da liderança é em função de três variáveis: o líder, os liderados e a situação em que se encontram. Para Levek e Malschitzky (2002), a liderança situacional varia de acordo com o momento, devendo os gerentes adaptarem seu estilo de liderança ao nível de desenvolvimento dos colaboradores em cada tarefa específica. Trata-se da adopção de vários estilos de liderança conforme as diferentes necessidades dos colaboradores. Um estilo de liderança adequado para um funcionário novo e inexperiente provavelmente não dará certo com uma pessoa experiente. Três factores interagem para produzir resultados: A intensidade da supervisão do líder em relação aos funcionários; A intensidade do apoio que o líder proporciona aos funcionários; A habilidade dos empregados para desempenhar actividades, funções e atingir objectivos. Situação diferente requer estilo diferente. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 52 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.1.3. Teoria dos traços de personalidade. É a mais antiga abordagem do processo de identificação da teoria de liderança. Esta teoria está relacionada com as teorias desenvolvidas no final do século XIX e início do século XX. De acordo com esta teoria os líderes já nascem com qualidades natas, que os distinguem dos comuns, como recorda Vergara (2000, p. 76), “quem nascesse com estes traços seria líder. Sempre. Quem não nascesse, certamente, seria liderado. Infere-se desta teria que líder nasce feito, ou seja, a liderança é nata”. De acordo com esta teoria: os líderes deveriam possuir certas características de personalidade especiais que seriam basicamente as principais facilitadoras no desempenho do papel de liderança. Assim, os líderes passaram a ser entendidos como seres diferentes das demais pessoas pelo facto de possuírem alguns traços de personalidade considerados como profundos, responsáveis não só por fazê-los emergir como tal como também por mantê-los nas suas posições (Bergamini, 1994, p. 28). E mais adiante acrescenta a autora: “Isso permite concluir que os líderes já nascem como tal, não havendo a probabilidade de fazê-los, posteriormente por meio do uso de técnicas de desenvolvimento pessoal” (Bergamini, 1994, p. 28). Neste mesmo enquadramento, Kirkpatrick e Locke (1991, pp. 49-56) afirmam que existem seis traços fundamentais que diferenciam os líderes dos que não possuem características de liderança, que são: (1) a força, composta pela concretização, ambição, energia, tenacidade e iniciativa; (2) a motivação para liderar; (3) a honestidade e integridade; (4) a autoconfiança e a habilidade cognitiva; (5) o conhecimento do negócio; (6) e outros traços, tais como, o carisma, a criatividade, a originalidade e a flexibilidade. Também nesta linha de pensamento, Chiavenato (1999, pp. 560-561), assegura que os traços que definem um líder são características de personalidade tais como: 1. Habilidade de interpretar objectivos e missões. 2. Habilidade de estabelecer prioridades. 3. Habilidade de planear e programar actividades de equipa. 4. Facilidade de solucionar conflitos e problemas. 5. Facilidade de supervisionar e orientar pessoas. 6. Habilidade de delegar responsabilidades aos outros. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 53 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A primeira crítica negativa observada à Teoria dos Traços remonta ao ano de 1884, quando teóricos sociais, como Herbert e Spencer declararam que contrariamente, aqueles que defendiam a ideia que homens extraordinários eram os fazedores da história, era a História que os criava efectivamente. Deste modo para estes teóricos, aquilo que um indivíduo realiza como líder, depende muito das características da situação onde se encontra e ainda em função daquilo que cada época reclama, exige homens de estilos e talentos diferenciados (Heifetz, 1994). Com o decorrer dos anos esta abordagem, embora apresentasse contribuições relevantes, em particular no que se refere à postura da liderança, esta teoria acabou por se mostrar inconsistente, face ao enquadramento do perfil clássico dos pesquisadores, independentemente dos estudos efectuados durante “cinquenta dos estudos, não foram efectivamente evidentes para aferir do conjunto de qualidades de personalidade que possam definir em concreto a diferenciação de líderes e não-líderes” (Jennings apud & Blanchard 1977, p. 86). Posição idêntica à referida anteriormente é a de Douglas McGregor (1960) que refere que as características desejadas como inatas para os líderes não deveriam ser universalizadas para todas as instituições como factor potenciador do sucesso na própria administração provavelmente não existe um padrão básico único de capacidades e traços de personalidade característicos para todos os líderes. As características de personalidade do líder não deixam de ser importantes, mas as que são essenciais diferem consideravelmente de acordo com as circunstâncias (p. 246). Nesta teoria, a motivação é outro dos aspectos da personalidade que se realça na eficácia do líder. Segundo MeClelland e Boyatzis (1982), são identificados três motivos para a liderança: 1. Necessidade de poder – gosto de influenciar as pessoas e eventos, procura de posições de autoridade. 2. Necessidade de realização – gosto por alcançar um objectivo desafiador ou realizar uma tarefa difícil, ambicionar sucesso na carreira. 3. Necessidade de afiliação – gosto por actividades sociais e procura por relacionamento próximos das pessoas. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 54 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Deste modo a junção das três necessidades caracteriza-se pelo facto de influenciar pessoas e eventos, desejo de conseguir determinado objectivo com elevado grau de dificuldade e, gosto por actividades sociais na procura de relações com outras pessoas. 2.1.4. Teoria situacional. A teoria situacional realça a importância dos factores contextuais, tais como a autoridade e o discernimento do líder, a natureza do trabalho efectuado pelo líder, as atitudes dos subordinados e o contexto do ambiente externo, que potenciam factores situacionais que promovem a liderança. Esta teoria enfatiza, que um líder precisa ser capaz de manifestar quatro estilos diferenciados de liderança: 1. Directivo – O líder fornece directrizes específicas aos subordinados sobre como eles realizam as suas tarefas, devem fixar padrões de desempenho e dar expectativas explícitas de desempenho. 2. Prestativo – o líder deve demonstrar interesse pelo bem-estar dos subordinados e mostrar-se acessível a eles como indivíduos. 3. Participativo – O líder deve solicitar ideias e sugestões dos subordinados e incentivar a sua participação em decisões que os afecte directamente. 4. Orientado para realizações – O líder deve fixar objectivos desafiadores e atractivos para assim promover o desempenho no trabalho e encorajar altos níveis de realização. Os autores Hersey e Blanchard (1986) entendem a maturidade como: “a capacidade e a disposição das pessoas de assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento, devendo estas variáveis de maturidade ser consideradas somente em relação a uma tarefa específica a ser realizada. Quer dizer, um indivíduo ou grupo não é maduro ou imaturo num sentido total” (p. 187). A maturidade inclui duas dimensões: maturidade de trabalho (capacidade) e maturidade psicológica (disposição). O conceito chave desta teoria está a nível dos subordinados que é definido não como idade ou estabilidade psicológica, mas como: Um desejo de realização; Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 55 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A disposição para aceitar responsabilidades; Educação, conhecimento e experiência para a tarefa em questão. São propostos quatro estilos diferentes de liderança que correspondem a quatro fases (uma espécie de ciclo de vida) de maturidade dos subordinados: Comando para subordinados que não estão preparados; Orientação para subordinados não preparados mas motivados; Apoio para subordinados capazes mas não motivados; Delegação para subordinados capazes e motivados. A relação que este modelo estabeleceu entre os estilos de liderança e as características dos liderados acabou por constituir uma proposta bastante apelativa para a formação dos líderes. De facto, o ponto de vista prático, aquilo que é proposto é a importância de quem ocupa cargos de decisão começar por avaliar previamente o tipo de pessoas com quem vão colaborar e, de acordo com o grau de maturidade e experiência evidenciados, devem pensar nas estratégias e comportamentos mais apropriados. 2.1.5. Teoria comportamental. Aparece na década de cinquenta e as atenções estão focalizadas na dinâmica do comportamento do líder, desejando-se saber aquilo que o líder faz, questionando-o pelo seu comportamento e eficácia, procurando saber: “conjuntos de comportamentos que pudessem configurar aquilo que passa a ser chamado de habilidade de liderança. …. Enquanto no enfoque dos traços a suposição básica era de que o líder nasce como tal, agora passa-se a aceitar que, uma vez sendo conhecido o comportamento responsável pela liderança eficaz, as pessoas poderiam ser treinadas para exibir tal comportamento, conseguindo assim transformar-se em melhores líderes”(Bergamini, 1994, p. 36). A relativa descrença em relação à teoria anterior, origina que os cientistas comportamentais passassem, a partir da década atrás referida, a preocupar-se com a dinâmica do líder. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 56 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança O modo como os líderes eficazes agem permite clarificar a relação existente entre o líder e o grupo, verificar o tipo de comportamento em traços de aptidões, dar uma informação adicional sobre os líderes informais dos grupos e explicar a possibilidade de treino dos líderes eficazes (Mitchell & Larson, 1987). Ou seja, “a maioria das investigações comportamentais estavam preocupados em encontrar maneiras de classificar o comportamento do líder para dessa forma facilitar a nossa compreensão da liderança” (Yukl, 1998, p. 9). Teoria que pressupõe a existência de três categorias de líderes: 1. Autocrático ou autoritário, que realça uma forte preocupação com as tarefas, tendo toda a autoridade para tomar decisões, sem consultar os liderados, tendo como única meta, que eles obedeçam sem pedir qualquer explicação, gerando um ambiente motivado pelo castigo ou recompensa. 2. Democrático ou participativo, porque nesta caso o líder partilha com os seus liderados a responsabilidade da liderança, envolvendo-os na realização e execução das tarefas. É menos directivo e rígido, focalizando a sua acção com maior incidência nas relações humanas. Tem em linha de conta que o seu poder lhe é conferido pelo grupo que lidera, considerando as pessoas de modo a que sejam criativas no trabalho desde que motivadas (Hersey & Blanchard, 1986), tendo parte na tomada das decisões. Potenciador de um ambiente de confiança, cooperação e espírito de equipa, reconhece e encoraja a realização de planos estabelecendo metas. 3. O Lassez-faire ou não interventivo deixa os seus liderados ao seu livre arbítrio, assumindo os liderados toda a responsabilidade, metas e decisões, para solucionar os problemas. De acordo com os estudos realizados por intermédio de questionários aos subordinados dos líderes, observou-se que “com esta nova perspectiva, visando os estilos de liderança, começa-se a suspeitar que a figura do subordinado também tenha algum tipo de papel a desempenhar no processo de liderança” (Bergamini, 2002, p. 109). Fazendo um elo de ligação entre as duas teorias anteriormente abordadas, a teoria dos traços e a teoria comportamentais, seria importante fazer a seguinte conclusão: se as teorias dos traços tivessem sido comprovadas, teriam proporcionado uma base para a selecção das pessoas certas para assumir posições formais em grupos e Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 57 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança organizações em busca de liderança. Em comparação, se a abordagem comportamental conseguisse identificar os determinantes críticos do comportamento dos líderes, seríamos então capazes de treinar as pessoas para a liderança. A diferença entre as abordagens dos traços e a comportamental, em termos de aplicabilidade, está nas suas premissas básicas. Se as teorias dos traços estivessem certas, os líderes são natos: ou nascem ou não nascem líderes. Por outro lado, se estivessem comportamentos específicos que identificassem os líderes, a liderança poderia ser ensinada – poderíamos elaborar programas para implantar esses padrões comportamentais nos indivíduos que desejassem tornar-se líderes eficazes. … Se a prática do treino funcionasse, teríamos um celeiro inesgotável de líderes eficazes (Robbins, 2002, pp. 305-306). 2.1.6. Teoria contingencial de liderança. A abordagem contengencial realça e salienta a importância de factores contextuais, tais como a autoridade e o discernimento do líder, a natureza do trabalho realizado pelo líder, as atitudes dos subordinados e a natureza do ambiente que o rodeia, favorecendo a liderança nos aspectos e factores situacionais que potenciam o desenvolvimento da liderança. Neste mesmo enquadramento, também Tannenbaum et al. (1972, p. 42) afirmam que os situacionistas não abandonam necessariamente a procura de características significantes de líder, mas tentam encontrá-las em situações que contenham elementos comuns”. Os mesmos autores definem liderança como a “ influência interpessoal exercida numa situação, por intermédio do processo de comunicação, para que seja atingida uma meta ou metas específicas” (p. 41). Nesta abordagem todos os actos dos líderes são orientados por metas, sejam elas das instituições ou de grupos, salientando os aspectos formais e informais das instituições ou organizações. Aquilo que originou as pesquisas nesta área está relacionado com a seguinte afirmação de Fiedler apud Bergamini (1994) que realça a seguinte constatação: “a personalidade do líder é somente um dos factores que determina o desempenho do grupo. O líder que se desempenha bem num grupo ou sob um conjunto de condições pode não sair-se bem noutros grupos, noutras tarefas ou sob outras condições” (p. 46). Neste mesmo seguimento de constatação Bergamini (1994) refere que: “as teorias contingenciais, também conhecidas como situacionais, exploram aquelas variáveis que cercam o processo de liderança, não deixando de lado os diferentes tipos de comportamento dos líderes”, e que “o objectivo é o de determinar de que forma o Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 58 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança comportamento de um líder pode influenciar os resultados da interacção líder subordinado” (pp. 47-48). Reforçando ainda mais as posições atrás referenciadas, também Robbins (2002), afirma que: “a relação entre o estilo de liderança e a eficácia sugere que, sob a condição a, o estilo x pode ser adequado o estilo y é mais indicado para a situação b, e o estilo z mais apropriado para a situação c”. E, já apontando as dificuldades das teorias situacionais, pergunta: “o que seriam essas condições a, b, e c? Uma coisa é dizer que a eficácia da liderança depende da situação, e outra é ser capaz de identificar essas condições situacionais” (p. 309). Uma das teorias mais emblemáticas, em relação a esta teoria é a teoria do “CaminhoMeta” de House (1971), onde é defendido que os líderes que geram situações favoráveis de tarefas, o ambiente de trabalho e os atributos dos liderados, contribuem para uma maior satisfação e desempenho dos liderados. A mesma teoria afirma que o líder deverá manifestar quatro estilos distintos de comportamento que são: 1. Directivo, o líder fornece directrizes específicas aos subordinados sobre como eles realizam as suas tarefas, devem fixar padrões de desempenho e dar expectativas explícitas de desempenho; 2. Prestativo, o líder deve demonstrar interesse pelo bem-estar dos subordinados e mostrar-se acessível a eles como indivíduos; 3. Participativo, o líder deve facilitar ideias e sugestões dos subordinados e incentivar a sua participação em situações que os afecte directamente; 4. Orientado para realizações, o líder deve fixar objectivos desafiadores e atractivos para assim promover o desempenho no trabalho e encorajar altos níveis de realização. Contudo, esta teoria apresenta algumas debilidades conceptuais, pois dá ênfase à motivação dos liderados, como processo exploratório para efeitos da liderança, ignorando outros como a influência na organização do trabalho, os recursos e as habilidades. Todas estas abordagens, embora tentem explorar o tema liderança de uma forma diferenciada, todas têm pontos e características convergentes. Desta forma, a conclusão de Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 59 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança House, apud Vromm e Jago (1990, p. 63) assegura que para chegar à meta traçada o líder, de acordo com a necessidade, assumiria quatro comportamentos diferentes: de direcção, de apoio, participação ou centrado nos resultados. Esta abordagem e as suas respectivas teorias, independentemente da sua explicação diferente, todas elas possuem características convergentes que são: 1. A importância de influenciar e motivar, pois um líder tem como actividade principal, tentar influenciar as atitudes e comportamentos das pessoas que o envolvem nas instituições, motivando-os a dar o seu melhor na realização das tarefas e no alcance de objectivos; 2. A importância de manter relacionamentos eficazes, ou seja, a importância de estabelecer relacionamentos cooperativos caracterizados por altos níveis de confiança e lealdade mútua; 3. A importância de tomar decisões, o líder momentaneamente toma decisões, estas não implicam só a própria pessoa como o grupo, é necessário portanto que ao tomar decisões sejam as mais acertadas e que impliquem correr os menos riscos possíveis. De acordo com a premissa de que o papel da liderança é efectivamente auxiliar os liderados na consecução dos seus objectivos, apontando-lhes metas, indicando-lhes metas, indicando-lhes caminhos, orientando e ajudando-os. Assim sendo, de acordo com House (1994) a função do líder é: “a função motivacional do líder reside nas crescentes recompensas pessoais dos liderados no sentido da chegada aos objectivos de trabalho propostos, fazendo com que o caminho para essas recompensas se torne mais fácil de ser percorrido ao deixálo mais evidente, reduzindo os bloqueios do percurso e as armadilhas bem como aumentando as oportunidades de satisfação pessoal em curso” (p. 59). A valorização positiva, que é feita pelas pessoas do atingir os objectivos definidos, origina sinergias positivas, que podem ser canalizadas pelo líder de acordo com o processo, para deste modo concretizarem os objectivos comuns. Esta valorização positiva releva dois factores fundamentais: a probabilidade de atingir a meta «expectativa», e a valorização do resultado «valência». Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 60 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Situacional: o líder parte do princípio que não existe um único estilo de liderança válido para toda e qualquer situação, ou seja, cada tipo de situação requer um estilo de liderança diferente para se alcançar a eficácia da equipe de trabalho. O líder precisa ter flexibilidade na relação com seus liderados alterando seu estilo de actuação em função dos aspectos situacionais. O exercício da liderança é em função de três variáveis: o líder, os liderados e a situação em que se encontram. Para Levek e Malschitzky (2002), a liderança situacional varia de acordo com o momento, devendo os líderes adaptarem seu estilo de liderança ao nível de desenvolvimento dos colaboradores em cada tarefa específica. Trata-se da adopção de vários estilos de liderança conforme as diferentes necessidades dos liderados. Um estilo de liderança adequado para um liderado novo e inexperiente provavelmente não dará certo com uma pessoa experiente (Figura 3). Figura 3 - Liderança Situacional, fonte: Hersey e Johnson (1997) Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 61 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.1.7. Teoria da nova liderança. Esta abordagem contempla estudos efectuados posteriormente à década de oitenta, numa tentativa de caracterizar os pensamentos e conceitos de liderança, com ênfase e objectivos diferenciados, que se agruparam numa nova perspectiva denominada de “Nova Liderança”. As pesquisas incidiram na adaptação do líder de acordo com o perfil das equipas ou dos seus componentes. Estas teorias enfatizam e analisam o líder na sua actuação como figura fundamental, descorando os processos de influência. Os estudos da “Nova Liderança” segundo Bryman (2004) tiveram início sobre questões da liderança política de 1978 onde se defendia que os líderes políticos poderiam ser diferenciados de acordo com as formas transacionais e transformadoras. A primeira é caracterizada pela troca entre líderes e liderados, reciprocamente, através de recompensas de várias categorias. O segundo está mais orientado para os objectivos, onde os objectivos se unem mutuamente em direcção à realização de significantes mudanças. Nesta mesma linha de pensamento surgem várias teorias onde se destacam a liderança transformacional, carismática e visionária, onde se salienta que: “juntos, esses rótulos revelaram um conceito de líder como alguém que define a realidade organizacional por meio da articulação de uma visão, que é um reflexo de como ele ou ela define a missão de uma organização e os valores que a apoiarão”Bryman (2004, p. 263). Por outro lado, associado a esta abordagem fica patente a ideia de informar e transmitir valores e interpretações através de um discurso que encare o controlo da instituição, de acordo com a tendência descentralizadoras focalizadas pela “Nova Liderança”. Esta construção interactiva de significados entre líderes e liderados, não passa de um controle centralizado, que obriga à submissão de uma determinada cultura ou pensamento, para que os métodos de aprendizagem dos seguidores se mostrem inoperantes na formação e alcance dos objectivos da organização ou instituição. Relativamente à relevância do líder, em fomentar a revitalização do ambiente organizacional em função do momento, Bergamini e Coda (1997, p. 279) afirmam ser “necessário encontrar meios de inspirar as pessoas através de uma visão de um futuro melhor Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 62 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança que seja suficientemente atraente par justificar os custos de mudar as formas familiares de fazer as coisas.” De acordo com Hunt (2002), na sua obra DreamMakers, chama líderes de “Fazedores de Sonhos”, referindo a existência de determinadas características comuns a todos da forma como actuar quotidianamente, tais como: 1. Expressam visões e valores. 2. Compreendem que estamos todos unidos e somos interdependentes. 3. Questionam e desafiam o Status quo. 4. Concentram-se na educação e na aprendizagem contínua. 5. Seguem uma orientação moral. De facto baseado nesta abordagem, podemos categorizar os líderes da “Nova Liderança” (Figura 4) consoante as suas características. O líder procura motivar os seus liderados para uma altíssima perspectiva de rendimento do trabalho, o que é um desafio muito forte para os líderes. Logo em primeiro lugar, os líderes devem conhecer muito bem os liderados. Para Chopra (2002), o líder que consegue perspectivar a hierarquização das necessidades dos seus liderados, assim como as respectivas respostas, para satisfazer os seus desejos, para terem sucesso “os grandes líderes são aqueles capazes de responder por meio dos níveis mais elevados do espírito. Entendem que os seus seguidores anseiam por liberdade, amor e valor espiritual. Logo, respondem com criatividade, visão e senso de unicidade” (Chopra, 2002, p. 62). Transformacional Transacional Carismática Superlidrança O líder desenvolve O líder recompensa O líder reconhece O líder conduz as uma conseguindo visão, os seguidores pela oportunidades conformidade orgulho, confiança e os respeito. objectivos perfomance com necessidades e pessoas de modo a de se auto-liderarem. da mudança e formula uma relação visão a em essas Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 63 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança necessidades. O líder motiva criando O líder comunica a O líder educa os altas visão relacionando a subordinados, expectativas, situação actual como estimulando-os modelando inaceitável, comportamentos e a usando tornarem-se de boa retórica. independentes dos criando. líderes formais. O líder dá atenção O líder constrói uma personalizada imagem aos seguidores. confiança de para a visão. O líder O líder age pela O líder dá poder aos O continuamente traz excepção, ou seja, seguidores novos desafios aos apenas seguidores quando líder cria para propósitos comuns as atingir a visão e de desempenho, actividades não estão auxilia exercendo o objectivos e de acordo com o exemplo. posicionamento, planeado. pelos quais tanto o grupo líder quanto se o mantêm mutuamente responsáveis. Figura 4 - Teorias da «Nova Liderança» e respectivas características do líder, fonte: Adaptado de Bryman e Alan (2004) A Teoria da “Nova Liderança” considera cada vez mais o contexto em que se insere a instituição, caracterizada pelas rápidas mudanças, onde se verifica uma maior complexidade das actividades, sugerindo um processo mais dinâmico. Segundo Pettigrew (1987) que Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 64 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança salienta que indivíduos que lideram podem alterar o contexto temporal de dúvidas, em que as mudanças económicas, sociais e organizacionais das instituições, originaram o contínuo interesse de estudos na área da liderança. O autor Kanter (1994) refere que o processo de liderança tem passado por profundas e rápidas mudanças, onde os líderes devem tomar novas atitudes faces às suas atitudes e comportamentos face aos liderados. As pressões competitivas das instituições, para se modernizarem e adoptarem novas metodologias e estratégias, originou uma pressão sobre as hierarquias no sentido do uso de recompensas no domínio do desempenho. Esta nova concepção da liderança tem vindo a alterar o comportamento nas relações de poder nas instituições. Esta redução entre os níveis hierárquicos originou uma aproximação aos níveis de decisão, levando a que os liderados se tornem mais participativos, e a distância entre os poderes hierárquicos, tende a diluir-se. Neste sentido, as posições, os títulos e a autoridade deixam de ser vistos como ferramentas fundamentais na relação intra-organizacional. Segundo Kotter (2000) neste contexto de mudança, as instituições devem manter um alto nível de urgência e baixo de complacência continuamente. Devem ainda, realçar o espírito de trabalho de equipa para desencadear a mudança e a visão a todos os níveis. Este novo contexto organizacional das instituições necessita de novas e eficientes ferramentas, que encorajem alta desempenho e compromisso de todos os membros das instituições. Neste sentido, Kanter (2000) formula cinco novas características para serem consideradas neste contexto: 1) Missão: ajudando as pessoas a acreditarem na utilidade dos seus trabalhos, em especial quando algumas formas de incerteza e segurança desaparecem; 2) Controle de agenda: o funcionário tem a execução dos processos de trabalho com maior liberdade, assegurando, entretanto, o alcance dos resultados; 3) Compartilhar a criação de valores: participação e envolvimento de todos no sentido de contribuir para o desempenho geral da instituição; 4) Aprendizagem: novas capacidades e habilidades compartilhadas, agregando sinergias fomentadoras de bom ambiente; 5) Reputação: é o recurso-chave das carreiras profissionais. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 65 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.1.8. Teoria normativa da tomada de decisão. Esta teoria foi desenvolvida inicialmente por Vroom e Yetton (1973) que procura desenvolver um conjunto sequencial de regras que o líder deverá seguir para assim determinar a relevância da participação dos liderados no processo de decisão e nas estratégias de decisão. Neste contexto, foram apontadas cinco possibilidades de actuação que variavam de acordo com o grau de abertura às ideias e sugestões dos elementos de cada grupo. A teoria normativa estabelece três categorias para a liderança: a autocrática, na qual o líder define as suas decisões sem auscultar os outros elementos; a consultiva, na qual o líder toma uma decisão final após ouvir a opinião dos restantes elementos do grupo, que pode ou não reflectir aquilo que foi formulado pelo grupo; a grupal, processo mais intencional, que implica a reunião de todo o grupo, criando sinergias entre todos os pontos de vista. Contudo, será sempre o líder, a escolher a situação, que foi definida em conjunto. Esta situação reflecte uma partilha de ideias de todos os colaboradores, tentando explicar o problema em causa, de modo a que todos possam expor os seus pontos de vista, evitando impor a sua visão particular da situação. Neste contexto o resultado final resulta de um processo de consenso mais alargado, apostando numa visão iminentemente participativa da tomada de decisão. Tipos AI AII Caracterização O líder toma a decisão sozinho. O líder decide sozinho, embora recorra aos subordinados solicitando informação, não referindo qual o problema a resolver. O líder consulta os subordinados individualmente, descreve o CI problema, e solicita ideias e recomendações. A decisão final é do líder. CII GII O líder consulta os subordinados em grupo, recebe sugestões e recomendações, cabendo-lhe a decisão final. O líder reúne-se com os subordinados para discutir a situação. A decisão é conjunta. Figura 5 - Processos decisórios propostos pelo modelo Vroom e Yetton, fonte: Vroom e Yetton (1973) Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 66 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A revisão deste modelo revista por Vroom e Jago em 1988, propõe a continuidade destas cinco modalidades de decisão mas acrescenta oito questões às quais os líderes devem responder para adoptarem um estilo correcto de decisão. Estas decisões podem ser analisadas de um modo sintético em três grandes categorias: 1. A qualidade da decisão, que é caracterizada pela escolha da melhor alternativa entre as várias apresentadas. Esta possibilidade será mais importante quanto mais estiver relacionada com uma eventual facilitação da performance do grupo, ou então quando estão disponíveis diferentes soluções para a resolução do problema. Como exemplo podemos referir uma decisão que implique a definição dos objectivos de rendimento do grupo, pois qualquer erro, poderá alterar e condicionar a avaliação dos resultados finais obtidos. 2. O grau de aceitação e acordo dos membros do grupo no cumprimento final, tornandose mais decisivo à medida que aumentamos a importância da coordenação entre as acções de todos os indivíduos na concretização eficaz das metas traçadas. 3. O tempo necessário para a tomada de decisão que, sendo mais alargada ou mais curto, poderá influenciar a estratégia assumida pelo responsável, nomeadamente a sua disponibilidade para utilizar soluções mais directivas ou participativas. Steers, Poter & Bigley (1996). Ainda em função desta teoria, o líder deverá fundamentar o seu estilo de decisão em função da análise que faz do problema a resolver (qualidade de decisão), da relevância do compromisso com os elementos do grupo face a estratégia definida (aceitação da decisão) e da eficácia da resolução de uma solução para o problema em questão (tempo de decisão). De todas as soluções encontradas para cada questão, irão influenciar a opção escolhida e mais adequada, que por sua vez condicionarão as orientações seguidas, que acabarão por condicionar a eficácia final desejada. 2.1.9. Teoria da liderança carismática. Carisma é uma palavra grega que significa dom de inspiração divina, tal como habilidade de realizar milagres ou antecipar acontecimentos. O líder carismático é aquele que consegue Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 67 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança ter influência sobre um grupo de pessoas sem que se consiga objectivamente a razão. Estes líderes não apresentam à nascença um conjunto de características que permitam dizer que irão ser carismáticos. Segundo a afirmação de Nur (1998), os líderes carismáticos emergem porque: “poderes sobrenaturais, sobre-humanos ou excepcionais têm que lhe ser atribuídos, por causa das qualidades transcendentais que as pessoas vêem neles. Eles têm que ter uma missão, aderir a inovações radicais, desafiar práticas estabelecidas, e, mais importante, ter uma visão para o futuro. Os seguidores vêem soluções aos problemas e às crises na missão do líder carismático, aos seus poderes milagrosos e transcendentais” (p. 19). Contudo surge uma controvérsia fundamental, que consiste em saber se o carisma resulta das características do líder, das condições situacionais ou do processo interactivo de influência entre o líder e os seguidores. Esta linha de pensamento caracteriza as diferentes perspectivas de abordagem dos traços situacional e de influência recíproca dentro da literatura sobre liderança, como salienta Yukl (1997), afirmando que: “actualmente, o termo carisma continua a ser definido e usado de maneiras diferentes por diversos autores, embora haja alguma convergência para uma concepção relacional e interracional. … acredita-se que o carisma resulte das percepções do seguidor a respeito das qualidades e comportamentos do líder. Essas percepções são influenciadas pelo contexto da situação de liderança e pelas necessidades individuais e colectivas do seguidor” (p. 260). O modo como os líderes carismáticos influenciam os seus liderados é, segundo Robbins (2001), representada pela articulação atractiva do projecto (visão) do líder, de modo a colocar os liderados no sentido de continuidade presente/futuro, sendo este o melhor para a instituição. O segundo passo é representado pela comunicação do líder em relação às suas convicções de alto desempenho e confiança dos liderados para os satisfazer. Para os autores, isto fomenta a «auto-estima e a auto-confiança» dos liderados. Seguidamente é relevante a comunicação verbal e comportamental do líder em relação ao sistema de valores que os liderados devem seguir. Posteriormente o líder terá que fazer auto-sacrifícios e revelar comportamentos diferenciados para demonstrar coragem e convicção na sua visão. Face a algumas limitações, na década de noventa, o modelo sofreu algumas alterações, verificando-se uma preocupação evidente em realçar os aspectos organizacionais e grupais, assim como atribuir maior relevância aos indicadores de eficácia baseados na performance final atingida Shamir, House & Arthur (1993). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 68 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Os autores assumem que para melhor compreenderem os resultados produzidos pelo líder carismático, deveríamos analisar as transformações introduzidas ao nível de auto-conceito dos membros do grupo. Deste modo, aquilo que melhor caracteriza as suas acções é capacidade para estabelecer uma relação entre a identidade dos colaboradores (auto-conceito) e os objectivos definidos, para que a missão definida pelo grupo seja efectiva e valorizada ao nível do auto-conceito de todos os elementos do grupo. As estratégias utilizadas pelo líder para conseguir esta transformação podem ser de quatro tipos diferentes. Deste modo ele deve iniciar por alterar o modo como o trabalho é entendido, fazendo com que seja mais relevante e importante. Assim, não se defende a utilização da motivação extrínseca, para promoção do trabalho, mas o método intrínseco, que revela o encorajamento dos elementos do grupo, para desenvolverem as suas potencialidades, aumentando deste modo sentimentos de realização profissional. A segunda estratégia defende uma visão de trabalho apelativo e estimulante, assente na convicção de um futuro melhor para todos, em que as pessoas se sintam bem nas funções que exercem. A terceira área de acção defende a promoção dos sentimentos colectivos, realçando-se particularidades existentes nos objectos partilhados pela equipa de trabalho, distintos dos valores e práticas que caracterizam outros grupos. Finalmente deve-se optar por um reforço dos sentimentos de auto-eficácia individual e colectiva, por via da definição de planos de trabalho exequíveis e objectivos, assim como uma atitude optimista perante as capacidades dos elementos do grupo para almejarem os pressupostos delineados. Estas acções têm um grau de envolvimento dos elementos do grupo em relação à visão do líder, de modo que estes poderão estar disponíveis para realizarem alguns sacrifícios pessoais, em relação a um ideal colectivo, do mesmo modo que evidenciam maior auto-estima e bemestar face às realizações colectivas. Desenvolvendo-se o processo nestes termos, podemo-nos aperceber de que modo as estratégias utilizadas poderão ter um efeito global no grupo, aproximando os desejos pessoais e individuais dos colectivos, partilhados nas equipas de trabalho e nas próprias organizações. Contudo, e apesar das alterações ao modelo serem relativamente recentes, o facto da introdução da dimensão de auto-conceito não se têm verificado grandes indicadores de validade enquanto factor explicativo do surgimento e eficácia dos líderes carismáticos Shamir et al. (1998). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 69 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.1.10. Teoria da liderança transformacional. Partindo da premissa que a liderança é a capacidade dos líderes fazerem com que os seus subordinados ajam para a realização de objectivos que representem valores correspondentes a motivações, podemos dizer que esta assume duas variáveis: a liderança transaccional e a liderança transformacional. A liderança transformacional acontece quando os líderes e os seguidores se interessam por objectivos que os conduzam a níveis superiores de motivação e de moralidade. Deste modo a liderança transformacional tem como objectivo, a conversão dos subordinados em líderes, pois permite uma relação de estímulo recíproco entre ambos. Este modelo foi constituído a partir dos trabalhos efectuados por Bass (1990), que afirma que a liderança transformacional, assim como o carisma, tornou-se um tópico popular na literatura recente sobre liderança nas organizações, onde se define líderes transformacionais na relação existente entre líderes e seguidores. Os seguidores sentem confiança, admiração, lealdade e respeito em relação ao líder, revelando motivação para fazer mais por eles, do que inicialmente e esperado. Assim sendo, o líder pode transformar os seguidores das seguintes formas: 1. Tornando-os mais conscientes a respeito da importância e do valor dos resultados do trabalho. 2. Levando-os a ultrapassar os seus próprios interesses em benefício da organização ou do grupo. 3. Activando as necessidades de mais alto nível que os seguidores possuem. Bass (1990) tem uma visão da liderança transformacional que é algo mais do que o conceito de carisma, sendo que “carisma é um ingrediente necessário à liderança transformacional, mas em si mesmo não é suficiente para atender o processo transformacional.” Os líderes transformacionais influenciam os seguidores, despertando neles fortes emoções e identificando-se com ele, embora também possam transformar os seguidores, servindo como técnicos, mestres e mentores. Segundo Woffort (1998), a liderança transformacional é um processo segundo o qual os líderes e seguidores se elevam a um nível elevado de moralidade e motivação. Elevam Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 70 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança também os seguidores a ideais e valores como a liberdade, justiça, igualdade, paz humanismo, contrariando emoções mais básicas como o medo, cobiça, ciúme ou ódio. Os comportamentos básicos deste tipo de liderança são: 1. Influência do ideal: despertar nos seguidores fortes emoções e identificação com o líder. 2. Consideração ao indivíduo: proporcionar apoio, encorajamento e treinamento. 3. Motivação inspiracional: comunicar uma visão atraente, usando símbolos para enfoque do esforço, modelando comportamentos. 4. Estímulo intelectual: aumentar a consciência dos problemas e influenciar os seguidores a ver os problemas numa nova perspectiva. Segundo Woffort (1998), os líderes transformacionais devem ter em conta uma visão inspiradora, desenvolver compromissos conjuntos entre a comunidade e a própria instituição; implementar estratégias para alcançar a visão; estabelecer novos valores e suposições na cultura e estrutura da instituição. Ainda de acordo com Bass (1990, pp. 19-22), o líder transformacional tem como características essenciais: “o carisma, visão e sentido de missão, inspiração, comunicação de altas expectativas, estímulo intelectual, promoção da inteligência e a racionalidade e a consideração individual, dando atenção personalizada.” 2.1.11. Teoria da liderança visionária. Este tipo de liderança, conceitua visão com pensamento prospectivo energético que objectiva agrupar pessoas talentosas, instrumentos e recursos, para que a visão seja alcançada. De acordo com Nanus (2000), a liderança visionária é caracterizada do seguinte modo: “os líderes assumem o controlo, fazem com que as coisas aconteçam, sonham e depois traduzem esses sonhos em realidade. Os líderes atraem o compromisso voluntário dos seguidores, enormizando-os, e transformam as instituições em novas entidades, com maior potencial de sobrevivência, crescimento e excelência. A liderança eficaz energia uma instituição para maximizar a sua contribuição para o bem-estar dos seus membros e da sociedade da qual faz parte. Se os agentes são conhecidos pelas suas habilidades Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 71 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança de solucionar problemas, os líderes são conhecidos por serem mestres em projectar e construir instituições; eles são os arquitectos do futuro da instituição”. E mais adiante acrescenta: “ líderes eficazes são voltados para resultados, adoptam visões novas e desafiadoras do que é possível e desejável, comunicam estas visões de tal forma que persuadem os outros a assumirem o compromisso com essas novas direcções, mostrando-se ávidos por emprestarem seus recursos e suas energias para torná-las realidade. Assim, líderes constroem instituições duradouras que transformam o mundo…. Esse tipo de liderança visionária parecesse escasso hoje em dia” (p. 10). Afirma Nanus (2000) que uma visão constitui um futuro realista, digno de crédito e muito atraente para uma instituição, pois visão é sinónimo de futuro, compartilhando, ambos, os mesmos desígnios, ou esforçando-se para os criar. Ser um líder eficaz no mundo de hoje requer a assunção de mudanças urgentes e um sentido nobre de equilíbrio, onde se destacam quatro elementos cruciais que o líder deve definir: 1. Relacionamento fácil com todos os elementos da instituição e que recorram a si para obter orientação, incentivo e motivação. 2. Aproveitar ao máximo o ambiente externo, relacionando-se facilmente com as pessoas externas à instituição, que possam influenciar o sucesso da mesma. 3. Moldar e influenciar as operações da instituição, incluindo o desenvolvimento de serviços, processos de produção e controlo de qualidade, as estruturas organizacionais e os próprios sistemas de informação. 4. Prever o futuro, avaliando e preparando os acontecimentos para a mudança, tanto na tecnologia, como nas novas formas de conhecimento, a globalização e as suas implicações futuras em todas as organizações e instituições. A liderança para ser bem-sucedida necessita de forma e função, processo e propósito, tendo sempre uma visão claramente articulada com o futuro da instituição. A fórmula para um aliderança visionária tem como fundamento o propósito compartilhado, pessoas empenhadas, mudanças institucionais, pensamento estratégico, liderança estratégica bem-sucedida, onde se verifica um propósito de partilha, visão e comunicação. Segundo o mesmo autor, existem quatro papéis definidores da função do líder visionário que são: indicador de direcção, agente de mudança, porta-voz e treinador, sendo este último, o mais relevante de todos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 72 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.2. Indicador de Direcção O líder selecciona e articula o alvo no futuro ambiente externo para onde se deve dirigir as energias da organização ou instituição, visando um determinado futuro. Para ser considerado um bom indicador de direcção, o líder deve ser capaz de definir uma via que os outros reconheçam como indicadora de progresso objectivo para a instituição. O progresso pode querer dizer avanço em matéria de eficácia e eficiência. Para concretizar uma visão é preciso ter a capacidade de reagir às situações com flexibilidade, aproveitando situações ocasionais, decifrar mensagens ambíguas, reconhecer diferentes elementos de situações, encontrar semelhanças e diferenças entre situações, fazer a síntese de conceitos novos, partidos dos antigos e encontrar novas valências. 2.3. Agente de Mudança O líder é capaz de catalisar mudanças no ambiente interno, nomeadamente nas questões do pessoal, recursos e instalações, para que a visão se objective no futuro. Como bom agente de mudança, o líder deverá ser capaz de antecipar os acontecimentos no mundo exterior, avaliando as suas implicações na instituição, fomentar o sentido de urgência e prioridade para essas mudanças, em virtude dos acontecimentos, promover a experimentação e encorajar as pessoas para realizarem essas mesmas mudanças, assim como imprimir flexibilidade e prudência nos riscos. Para aumentar as possibilidades de realização da visão, o líder deverá: 1. Pensar de forma estratégica: formar alianças estratégicas; arranjar indivíduos para formar a equipa de trabalho, providenciar contratação e treinamento; definir metas e objectivos; tomar decisões estratégicas sobre investimentos; analisar se o pensamento estratégico definido pela visão resulta para toda a instituição, redefinindo o processo decisório. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 73 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2. Alterar o clima organizacional: o clima é formado por estruturas, processos e da cultura que se observa na instituição em termos colectivos; o líder deverá diminuir as resistências inerentes às mudanças, adoptando um clima que favoreça as seguintes premissas: Implementar, no início, mudanças menos radicais; Diferenciar unidades pioneiras, até que elas provem o seu real valor e sejam aceites; Inicialmente colocar mais responsabilidade aos mais jovens, com menos credenciais e aumentá-las a outros sectores da instituição, ou então designar a responsabilidade aos líderes de opinião e defensores da instituição; Fomentar uma cultura de mudança e inovação, como desígnio da normal evolução da instituição ou organização. Para gerar um clima organizacional, o líder deverá tomar decisões relativas à visão, como a assunção de valores coerentes com a visão, a forma como incentivar, reconhecer e recompensar o desempenho, apoiando a visão. Definir a melhor forma de organizar a nova visão, a nova política ou novos processos, novas habilidades e treinamentos futuros. 2.4. Porta-voz O líder deverá ser um hábil orador, ouvinte atento e incorporar a visão da organização ou instituição, sendo o principal defensor e negociador dos interesses da organização/instituição, e da sua visão, juntos dos elementos externos. Para conseguir ser porta-voz eficaz, o líder terá que ser o principal negociador junto das outras instituições e o definidor de vias de relações externas para fomentar ideias, recursos ou informações úteis. Deste modo os líderes conseguem ser porta-vozes eficazes, através de três referências fundamentais: 1. Comunicação: utilizar vários meios para comunicação da visão. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 74 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2. Formação de redes: criação de redes internas e externas à instituição, possibilitando o consenso e a confiança para a visão; ser bom ouvinte do feedback e de mudanças ambientais. 3. Personificação da visão: os líderes vivem a visão de acordo com as suas acções e comportamentos, originando um sentimento de necessidade e de paixão para a sua realização: assumindo e honrando os compromissos, falando o correcto nos momentos e ocasiões formais e informais, revelando interesse e gosto, levantando questões úteis e pertinentes, definindo a quem dedicar o seu tempo e procurando agir e divulgar as suas acções. 2.5. Treinador Este papel está relacionado com a relação existente entre o líder e os seus seguidores. A actuação fundamental do líder é funcionar como orientador e fazer com que ajam em forma de empowerment, de acordo com uma nova visão, ajudando-as a manter o seu compromisso com ela. O líder é quem fornece energia os elementos da organização, vivendo a visão através de uma actuação específica, servindo de exemplo para todos aqueles para quem todos os esforços são necessários para observação da visão da realidade. Para que seja considerado um treinador eficaz o líder, deverá informar os indivíduos em relação à sua posição, o que significa a visão para ele, tornando-a uma realidade. Terá que estar envolvido no sucesso de toda a sua organização, respeitando-os, semeando confiança, ajudando-os a aprender e crescer e ministrando-lhes conhecimentos para melhorar as suas habilidades para efectivação e realização da visão. Deverá tomar decisões e compromissos em função da visão estratégica da sua organização, determinando os grupos e tarefas, disponibilizar recursos e apoios para as equipas, definir o sistema de incentivos, estruturar e definir o modo como as funções serão estruturadas nas equipes de trabalho, quem chefiará as respectivas equipas e traçar as metas e expectativas para cada sector da organização. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 75 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.5.1. Teoria da liderança servidora. Foi em 1970 que o termo liderança servidora surge num artigo escrito por Robert k. Greenleaf (1904-1990), intitulado The Servant as Leaders, o servidor como líder. Este tipo de liderança surge verdadeiramente daqueles, cuja principal motivação é um profundo desejo de ajudar os outros, funcionários, comunidade e todos os outros intervenientes da organização. O autor Robert Greenleaf apud Jaworsky (2000) realça a ênfase dada neste tipo de liderança ao «ser», em detrimento do «fazer». Afirma que a primeira escolha do líder é a de servir aqueles que lidera, colocando no seu trabalho a razão primeira da existência do serviço que lidera. Este tipo de liderança baseia-se numa expressão do ser do líder, que fazem enfoque na dedicação aos outros e à missão da organização de aprendizagem. Estes líderes encorajam a participação, o compartilhar o poder e informações, reconhecendo o valor dos outros, estimulando a criatividade das pessoas, que ficam comprometidas, dando crédito pelas realizações das pessoas, revelam um impulso natural para aprender e promovem o senso de comunidade. Para Jaworsky (2000), a liderança é a libertação de todas as possibilidades humanas. As características para uma boa e eficaz liderança são: 1. Capacidade de inspirar as pessoas no grupo: movê-las e colocá-las em actividade, depois ajudá-las a continuar centradas, focalizadas e trabalhando em plena capacidade. 2. Praticar a liderança sem seguidores, revelando que existe confiança e que as pessoas fazem a diferença. 3. Tratar do aprendizado e de como moldar o futuro. 4. Criar novas realidades. 5. Ter a capacidade de escutar o próximo. 6. Procurar o seu comprometimento e das pessoas, pois ele á única razão do ser para agir, 7. Ajudar a sonhar e formar visões sistémicas do futuro. 8. Assumir riscos, ser flexível, ser orientado para o próprio resultado. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 76 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança De acordo com Polard (1996), os líderes servidores possuem as seguintes características: 1. São pessoas de compromisso: têm a responsabilidade de cumprir os compromissos assumidos, mesmo que este assumam características de sacrifício e risco pessoal, não legislam em benefício pessoal. 2. Exercem influência positiva: o seu comportamento é o do exercício de influência positiva nos liderados, actuando como exemplo de crescimento e bom relacionamento. 3. Ouvem e aprendem com o próximo: o seu local de trabalho está continuamente aberto, circulam, conversam, sorriem e ouvem as pessoas em todos os níveis da organização, colocando-se no seu lugar, fazendo aprendizagens. 4. Fazem acontecer: responsabilizam-se pela partida e em certos casos, provocam o desequilíbrio para manter a vitalidade da organização que dirigem. 5. Dão autonomia: são generosos na delegação de autoridade e responsabilidade aos seus liderados. 6. São doadores: nunca estão fixos a uma posição ou título, delegando o cargo a quem estiver mais habilitado para o seu exercício. 7. Promovem a diversidade: fomentam um ambiente onde as pessoas possam aprender e crescer na medida em trabalham e participam. 8. Compartilham a visão: a visão é o fermento, que inspira todos dentro da organização, dando um rumo e uma direcção. 2.5.2. Teoria da liderança distributiva. De acordo com a literatura existente, a palavra empowerment significa dar o poder, compartilhar o poder, liderança compartilhada, seguidora, autonomia, autodelegação, autorização. Os autores Thomas e Velthouse (1990) definem a expressão empowerment afirmando que: “significa dar poder a alguém. Porém, poder tem vários significados… autoridade, de forma que empowerment pode significar autorização… capacidade… Contudo, pode Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 77 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança também significar energia. Assim, também, autorizar pode significar energia, que significa fornecer motivação e estímulo. Na nossa percepção a palavra empowerment, ficou popular porque proporciona um rótulo para um paradigma não tradicional de motivação… a mudança que tem forçado uma procura de formas de alternativa de administração que encoraja compromisso, risco na tomada de decisão e inovação… este novo paradigma interiorizado e assumido para a realização da tarefa… Usamos a palavra empowerment, para nos referirmos ao conteúdo motivacional deste novo paradigma da administração” (pp. 666-681). O empowerment do empregado é um processo desenvolvido por meio de compartilhar informação (visão, metas claras, tomada de decisão, resultados de esforços). Desenvolvimento e adopção de uma cultura de delegação de poder, desenvolvimento da competência através do treino e da experimentação. Supressão de recursos necessários para que os indivíduos sejam eficazes nas tarefas, apoio efectivo de forma mentora e cultural, assim como o encorajamento para o correr riscos de decisões. O empowerment é de facto um factor determinante para as equipas. De acordo com as pesquisas de Parker (1995), as equipas mais eficazes e felizes são totalmente autogerenciáveis, ou seja têm a responsabilidade e autoridade para cumprir a sua missão, exercendo plena propriedade e controlo sobre as próprias tarefas e processos, ou seja, tomam decisões em relação ao seu trabalho. Sendo as equipas interfuncionais autogerenciáveis para agir, logo significa liberdade para agir sem restrições de subordinação, responsabilidade e flexibilidade, fazendo adaptações necessárias. Existem dois aspectos relacionados com a questão do empowerment, o grau de clareza em relação à autoridade da equipa e o grau de autoridade da equipa. O verdadeiro empowerment, à semelhança da motivação, nasce da própria equipa, onde os seus membros agem como se fossem fontes de energia. Logo, as equipas autogerenciáveis, agem com empowerment, possuem enfoque claro, são envolventes e têm compromisso. Existem vários factores que determinam o grau de eficácia do empowerment que são avaliados mais em pormenor na figura seguinte: Tipo de Equipa Factores Papel do Líder Equipa de Equipa semi- Equipa coordenação autogeracional autogeracional Verificar programações Treinar, facilitar Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular Enormizar os membros 78 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Controlo de Recursos Missão Tem grande Limitado influência Estabelecida pela alta Estabelecida pela alta Controla Estabelecida pela administração administração equipa Limitado Grande Total Gerente funcional Gerente funcional Seguida à risca Ampliada Flexível/ignorada Colocação Raramente Frequentemente Normalmente Decisões Finais Recomenda Enfoque na Tarefa Avaliação de Desempenho Política da Instituição Tem grande influência Equipa/líder de equipa Controla Figura 6- Factores das equipas interfuncionais na escala de empowerment, fonte: Adaptado de Parker (1995) De acordo com a figura da página anterior, consideramos que as equipas de coordenação são forças de tarefas, equipas de qualidade ou uma equipa formada para solucionar um problema específico, cujo produto é apresentado à alta administração para aprovação; que as equipas semi-autogerenciáveis são geralmente equipas autogerenciáveis aspirantes ou equipas de projecto que, independentemente de terem alguma influência, ainda necessitam de obter aprovação em caso de decisões relevantes; que as equipas totalmente autogerenciáveis controlam os seus recursos, estabelecendo as próprias metas e desenvolvem os seus planos para depois implementarem e tomarem as decisões. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 79 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A variação do papel do líder em função da escala de empowerment e dos tipos de equipas interfuncionais está representado na figura seguinte. Autoridade nas mãos da alta administração dos gerentes funcionais, dos supervisores, da directoria e outros. Autoridade da equipa para tomar decisões. Cordenação Semi-autogerenciável Autogerenciável Figura 7 - Escala de empowerment das equipas interfuncionais, fonte: Adaptado de Parker (1995) Para Parker (1995), o papel do líder seguidor altera-se à medida que se sobe gradualmente na escala de empowerment de modo que o líder de equipa autogerenciável é encarregado de coordenar o trabalho de diversas funções; a equipa semi-autogerenciável tem a função de verificar se os procedimentos de acção são cumpridos ou se determinados relatórios são apresentados; se a equipa de coordenação garante que a equipa elabora e apresenta um conjunto de recomendações ou propostas para aprovação da alta administração. Assim sendo, o papel do líder numa equipa interfuncional é a tomada de decisões, orientar, facilitar a equipa para poder tomar as suas próprias decisões. Conseguir recursos para o desempenho das suas funções. Estruturar os objectivos e o plano para a implementação da missão. Transmitir feedback construtivo, e se necessário realizar a avaliação do desempenho, tendo em linha de conta o respectivo nível de compromisso havido com os membros da equipa. Nas equipas autogerenciáveis, o líder efectivo e eficaz usará certamente diferenciados estilos de liderança, adaptados a cada tempo real e preciso. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 80 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3. Modelos de liderança. 3.1. Modelo de Chris Dede 3.1.1. Liderança significa pressentimento de oportunides. Segundo Dede (1993), o mais emblemático atributo que distingue os líderes é a visão, o saber comunicar objectivos futuros desejáveis e observáveis, daqueles que se realizaram no presente, criando paradigmas, que envolvem a visão e a sua funcionalidade, originando imagens por vezes fora do alcance dos liderados. O mesmo autor enfatiza que a qualidade das instituições, no sentido da mudança, está relacionada com as qualidades da visão, dos novos paradigmas, que suscitam inovação, assim como o papel das novas tecnologias emergentes, que fomentam a implementação de novos modelos. Ainda neste mesmo conceito, Dede (1993) defende que o indivíduo deverá desenvolver e manter uma disciplina de desenvolvimento imparcial que integre a visão: Procurar fontes de informação para estimular intelectualmente, os mais discordantes das conclusões; Ampliar as ideias, procurando fontes de informação para poder explicar assuntos fora do seu contexto profissional; Reflectir sobre a qualidade dos eventos recentes da sua vida pessoal e profissional; Ter uma perspectiva futurista de revisão das suas visões à priori, em função das mudanças globais. Para o autor o objectivo final do líder com uma visão de futuro é “não construir especulações intrigantes, mas incitar à acção transformadora do presente” Dede, (1993, p. 19). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 81 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.2. Liderança significa mudança cuidadosa de concepções erradas. Característica também importante de um líder é a sua astúcia e habilidade para levar a profundas e cuidadas mudanças de concepções erradas com visões alternativas para descreverem uma determinada realidade. Isto implica supor alternativas, e formular novos paradigmas como integrante de uma visão mais ampla para inspiração de novos desígnios. A seguir estão definidas algumas estratégias, que podem originar mudança de paradigmas já ultrapassados por outros de visões mais futuristas e alternativos a um conceito de mudança mais pertinente, para a instituição como: Começar com uma mudança central que se deseja, tendo em conta todos os factores determinantes (dentro e fora da instituição), em função da visão; A mudança que se pretende criar e o grau de efectividade sobre a continuidade estão em função do grau de relevância das suposições e das tendências motoras; Edificar cada fenómeno à volta de aspectos históricos; Como um determinado grupo responde a um desafio relativo ao seu modo de vida; Como a evolução da tecnologia e em particular a Internet, altera a orgânica de uma instituição; Como os ideais feitos de acordo com os fenómenos tradicionais são afectados e alterados por novos ideias e ideias. Certeza de que o ambiente é construtivo no processo de mudança, descrevendo as vantagens para o grupo envolvido, se é positivo de acordo com a vontade de adaptação das pessoas e retrata os desafios para superação de modo objectivo e humorística. O desenvolvimento criativo de visões que alterem padrões normalizados dentro das instituições pode ser um paliativo muito importante a considerar na liderança, pois o alterar das formas ritmadas das cadeias invisíveis que se relacionam na nossa mente é um factor estimulante e potenciador de mudanças. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 82 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.3. Liderança significa inspirar outros a agirem com comprometimento. Fazer com que um grupo trabalhe no sentido de uma visão compartilhada, obriga à edificação da confiança das pessoas, no sentido de definir um futuro diferente do actual, construindo e planificando o futuro, mexendo com emoções pessoais, com as mentes, fomentando compreensão e convicção. Os líderes realizam resultados que parem difíceis de alcançar, fomentam confiança nos seus liderados, não garantem que o designo seja alcançado, mas inspiram fé. As tomadas de decisões, para que qualquer indivíduo inspira nos outros um ambiente organizacional e estruturado, com partilha, confiança e risco são: Realizar as mudanças de modo que haja recompensa pessoal aos intervenientes, pois as pessoas sentem apreço por aprender coisas novas, sentindo-se felizes por superar um desafio, sentindo graça nas dificuldades partilhadas; Realçar a importância de que a identidade pessoal do seu trabalho se prolonga para além do presente. A sociedade actual dá muita importância ao trabalho individual como fonte de progresso e valia. Para este aspecto da liderança, Dede (1993, pp. 19-28) elabora dois pensamentos cruciais, referindo que “se todos os elementos da instituição, sentem apreço pelo seu trabalho, então é porque o seu trabalho dentro da organização, não implica algo significativo de mudança” e acrescenta, “se o indivíduo nunca comete falhas, é porque não está disposto a correr risco suficientes”. 3.1.4. Liderança significa desencorajamento de seguidores. O mito destrutivo sobre liderança é para Dede (1993, pp. 19-28) quando um indivíduo visionário fornece indicações aos seus seguidores para executar determinado plano de trabalho. Na sua visão interpretativa de liderança, “os líderes reais desencorajam os seguidores, encorajando o uso das suas visões como fundamento para outras visões e melhores desempenhos”, afirmando que “as verdadeiras soluções para os problemas, estão baseados em ideias de perspectivas múltiplas”. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 83 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Mais adiante o autor acrescenta que “dividir o poder e recompensas de autoridade é muito difícil … a liderança é um papel carregado de dificuldades, requer sabedoria e maturidade” Dede, (1993, pp. 19-28). 3.2. O Modelo de Kouzes e Posner O modelo de Kouzes e Posner (1997), também denominado “As cinco Regras Básicas da Liderança Exemplar”, foi elaborado de acordo com a observação do processo dinâmico da liderança, através da análise de casos específicos e de questionários, constituídos por cinco regras básicas assentes em dez compromissos da liderança, que possibilitavam aos líderes realizações extraordinárias. De acordo com este modelo, pessoas normais eram capazes de realizar factos extraordinários, originando um modelo de liderança onde os líderes eram capazes de: 1. Desafiar o estabelecido: Procurar oportunidades desafiadoras para mudar, crescer, inovar e melhorar. Experimentar, arriscar e aprender com os erros. 2. Inspirar uma Visão Compartilhada: Imaginar um futuro enaltecedor e enobrecedor. Encaminhar os outros para uma visão comum de acordo com os valores, interesses, esperanças e sonhos dos indivíduos. 3. Permitir que os outros ajam: Incentivar a colaboração mediante a promoção de objectivos cooperativos e o desenvolvimento da confiança. Fortalecer as pessoas ao distribuir poder, possibilitar a escolha, desenvolver a competência, designar tarefas críticas e proporcionar apoio explícito. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 84 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 4. Apontar o Caminho: Estabelecer o exemplo ao se comportar de modo coerente com os valores compartilhados. Atingir pequenas vitórias capazes de promover o progresso sustentado e definir compromissos. 5. Encorajar o Coração: Reconhecer as contribuições individuais para o êxito de qualquer projecto. Celebrar com regularidade as realizações da equipa. 3.3. O Modelo da Quinta Disciplina de Senge 3.3.1. O novo trabalho do líder. A organização que aprende tem um papel fundamental na liderança, logo o modelo parte do pressuposto, que os tipos de liderança, já não conseguem obter um compromisso genuíno da organização. Deste modo, “nas organizações que aprendem, os líderes são projectistas, regentes e professores. Eles são responsáveis por construir organizações onde as pessoas expandem continuamente as suas capacidades de entender complexidades, esclarecer visões, e aperfeiçoar modelos mentais compartilhados – ou seja, eles são responsáveis pela aprendizagem” Senge (1990, p. 368). Ser líder projectista significa ter a tarefa de projectar os processos de aprendizagem, de modo a que os indivíduos na organização possam lidar e resolver os problemas críticos que enfrentam no desenvolvimento das disciplinas de aprendizagem. Regente significa estar ao serviço da organização e de todos que nela trabalham como uma visão de futuro. Quanto ao papel de professores, a sua função é construir ideias orientadoras de estruturar os indivíduos em grupos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 85 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Para que haja mudança de atitudes e direcção nas organizações e instituições, que aprende, está relacionada com o papel dos líderes projectistas, regentes e professores, que deverão ter em conta os seguintes itens: Cultivar a tensão criativa que move os indivíduos em direcção ao que realmente desejam criar para si próprios (domínio pessoal); Construir e moldar a evolução da cultura da organização que aprende; Desenvolver o projecto organizacional – políticas, estratégias, estruturas, e o aperfeiçoamento das mesmas; Inserir os indivíduos nesse trabalho; Ser um treinador, guia, facilitador e professor; Construir visões compartilhadas; Ajudar os indivíduos a observar melhor a realidade e desafiar os seus processos mentais; Fomentar a abertura das estruturas sistémicas mais profundas da realidade – potenciar o pensamento sistémico. De acordo com Senge (1990), os líderes não se fazem por encomenda, eles vão-se construindo. O que enfatiza os líderes é a sua capacidade de clareza e persuasão dos seus ideais e ideias; profundidade nos seus compromissos; possuir princípios de abertura para aprender sempre mais; não possuir resposta certa; inspirar confiança nos seus liderados e mais próximos, ou seja, “juntos podemos aprender o que for necessário para alcançar os resultados que realmente desejamos” (Senge, 1990, pp. 385-386); esforçar-se para desenvolver capacidades conceptuais e de comunicação; aprender a ouvir e apreciar as ideias de outros. 3.3.2. Disciplinas de liderança. Para Senge (1990), as cinco disciplinas de aprendizagem são extremamente importantes para os líderes, porque estas fornecem uma estrutura conceptual relevante para a focalização Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 86 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança do desenvolvimento da capacidade de liderança, podendo também ser apelidadas de disciplinas de aprendizagem: Domínio pessoal – o líder tem que ter sempre em conta um rumo, ser aberto à realidade e ter espírito criativo; Modelos mentais – tendo que compreender os outros, o líder deverá manter-se aberto a influências, terá de fazer reflexões, de acordo com os seus princípios e valores; Construção da visão partilhada – deverá defende as ideias relevantes, mas aberto às perspectivas dos outros, de acordo com uma visão partilhada; Aprendizagem em equipa – como aspecto crucial do desenvolvimento da instituição, deverá incentivar o diálogo e o espírito de equipa; Pensamento sistémico – a quinta disciplina: fomentar e estabelecer relações e interrelações das forças existentes na instituição de modo a compreender as ligações das instituições como sistemas complexos. Ainda nesse sentido, Senge (2000, p. 387) reforça a ideia de desenvolver a capacidade de liderança, salientando “as disciplinas individuais” do pensamento sistémico em sintonia com o domínio mental e pessoal. Estas abrangem as capacidades conceptuais, interpessoais, criativas, cruciais à liderança, pois esta não pode ser apenas um conjunto de habilidades ou competências. De facto os indivíduos acreditam em quem acredita em algo e que revela a capacidade para alcançar resultados desses mesmos anseios. As instituições ou organizações que aprendem são edificadas por indivíduos que se dedicam de corpo inteiro por ela ser uma opção determinada. Cada disciplina de aprendizagem pode ser pensada em três níveis diferenciados: práticas: o que se faz, princípios: ideias orientadoras e novas ideias, insights, essências: o estudo de ser daqueles que possuem altos níveis de domínio da disciplina. Relativamente às práticas, estas são actividades que os praticantes da disciplina depositam mais esforço, tempo e energia, constituindo os aspectos mais visíveis de uma determinada disciplina, tornando-se no foco inicial de indivíduos ou de grupos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 87 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Disciplinas Práticas Princípios Essências Domínio pessoal Esclarecer a visão pessoal Visão Manter a tensão criativa Focalizar os resultados Ver a realidade actual Ser Tensão criativa x Conectividade tensão emocional Intersubjectividade Subconsciente Fazer escolhas Modelos mentais Distinguir dados das abstracções baseados em dados Testar pressupostos Coluna da esquerda Teoria esposada x teoria em uso Escada Amor pela verdade da inferência Equilibrar Indagação e Abertura argumentação Processo de visualização Visão compartilhada Compartilhar visões pessoais Visão compartilhada Ouvir os outros como holograma Permitir liberdade escolha Comprometimento x Propósito Comum parceria aceitação Reconhecer a realidade actual Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 88 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Aprendizagem em equipa Suspender pressupostos Diálogo Agir como colegas Fazendo vir à tona as Inteligência colectiva discussões Alinhamento nossas defensividades Rotinas defensivas Praticar Arquétipos de sistema sistémico Pensamento Integrar diálogos e Simulações A estrutura influencia o comportamento Resistência à política Holismo Intersubjectividade Alavancagem Figura 8 - As disciplinas, práticas, princípios e essências das organizações que aprendem, fonte: Senge (2000) 3.3.3. Os três tipos de liderança do modelo “Quinta disciplina”. De acordo com Senge (1996), existem três tipos de líderes nas instituições/organizações que são respectivamente: Líderes de linha – são aqueles que conseguem realizar diligências organizacionais relevantes de mudança, que resultam para o negócio; Líderes executivos – aqueles que apoiam os líderes de linha, potenciam as infraestruturas daquele que aprende, liderando no processo gradual, a evolução das normas e comportamento de uma cultura virada para o aprendizado; Líderes informais ou intercomunicadores, construtores da comunidade – aqueles que podem livremente andar pela organização, identificando os indivíduos, que estão efectivamente predisposto para realizar mudança, colaborar com experiências organizacionais, ajudando na propagação a novos aprendizados. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 89 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Cada um destes tipos de liderança representa um papel-chave na mudança da aprendizagem e desenvolvimento das instituições e dos seus membros. Cada visão, cada perfil, papel e características, funciona como alavanca fundamental para a eficácia da mudança. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 90 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança CAPITULO 2 – Liderança e Gestão de Equipas Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 91 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1.Equipas 1.1.Definições. As equipas estão a crescer de uma forma exponencial dentro das instituições e organizações, pois a sua abordagem multidisciplinar tem-se tornado muito eficaz na prevenção de problemas, melhor serviço prestado, sentindo-se que, de facto, as equipas geram melhorias substanciais nas instituições, elevam o moral dos funcionários, a qualidade de serviços prestados, atendimento e produtividade, originando melhores resultados económicos. Para Campos (1995), um grupo é uma colectividade em que a dinâmica das relações mútuas entre os elementos tem um objectivo previamente definido podendo ser caracterizado do seguinte modo: Existência de objectivos comuns (final e intermédio) aos membros; Ambiente físico e humano: os objectivos definidos pelo grupo, são determinantes, como é o caso da motivação, cooperação de todos os membros, para que as ideias e interesses pessoais, possam ser colocados ao serviço de todo o grupo, potenciando a competição, o conflito, (quase inevitável, pois os elementos do grupo, sentem-se livres para se expressar e discutir) a integração e respeito pelos outros. Na opinião de Robbins e Finley (1997, p. 7), uma equipa pode ser definida como sendo “pessoas fazendo algo juntas …. O algo que uma equipa faz não é o que a torna uma equipa; é o juntos que interessa”. Por seu lado Moscovi (1994, p. 5) refere que uma equipa é “ um grupo que compreende seus objectivos e está desejosa em alcançá-los, de forma compartilhada”. De acordo com a autora, estas equipas devem possuir: uma verdadeira comunicação entre os membros; estimular opiniões contraditórias; grande confiança; assumir riscos; realçar as habilidades complementares. Quando afirmamos a existência de uma equipa de trabalho, esta está fundamentada em grupos ou conjuntos de pessoas que desenvolvem um determinado trabalho. Todos os Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 92 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança membros possuem um determinado envolvimento e compromisso no resultado final. Neste conjunto, verificamos a existência de um responsável pelos indivíduos que define e transmite as etapas do trabalho, assim como determinadas tarefas que no global irão complementar todo o trabalho. Um grupo dentro de uma equipa é sectorial, porque deseja realizar uma actividade específica preocupando-se com essa actividade e não com o global do trabalho da equipa, ou seja são indivíduos empenhados em realizar a sua tarefa, parte do todo global. Na equipa, o indivíduo participa de uma forma global, de modo empenhado, com satisfação. Quando se incentiva a participação das pessoas nos processos decisórios, verificamos que estas se sentem mais motivadas e envolvidas nos objectivos da instituição, pois sentem-se como parte integrante da instituição, pois como refere Maximiano (2000), esse envolvimento na solução dos problemas do grupo, origina que as pessoas se motivem para ajudar o líder, afirmando que: o envolvimento no processo decisório vao além da simples comunicação. Envolver significa consultar as pessoas, individualmente ou em grupo, sobre a solução de problemas, ao nível do local de trabalho. As pessoas passam a auxiliar os lídres a tomarem decisões (p. 468). Assim, as pessoas começam a tomar consciência de que as mudanças, para além de necessárias, podem também ser benéficas para as suas carreiras facilitando a adaptabilidade às mudanças das instituições. Neste sentido, o líder poderá funcionar como agente de mudança com a equipa. Como salienta Robbins (2001, p. 37) “os líderes são catalisadores e assumem a responsabilidade pela gestão do processo de mudança”. Para que isto possa a acontecer o líder deverá desenvolver quatro actividades fundamentais: ser treinador, delegar competências nos elementos da equipa, compartilhar informações e ser sensível às diferenças pessoais dos liderados. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 93 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1.2.Tipos de equipas. As equipas são classificadas de modo muito diversificado consoantes os autores, sendo para uns relevante a dimensão como o propósito ou a vigência (permanente ou temporária), e a sua titularidade (funcional e interfuncional). De acordo com Parker (1995, pp. 37-39), as equipas são perspectivadas em três dimensões fundamentais: autogerenciáveis, funcional e interfuncional. Equipa funcional: é aquele que é formada por um líder e os respectivos liderados, bastante usada por motivos de autoridade, relações pessoais, tomada de decisões, liderança e gestão simples e clara. Adaptam-se às características das instituições hierarquizadas e tradicionais. Equipa autogerenciável: são formadas por um determinado grupo íntegro de membros, que é responsável por todo o processo de trabalho. Embora em departamentos distintos, os membros trabalham em conjunto, melhorando os seus resultados, lidam com os problemas do quotidiano e partilham responsabilidades. Estas equipas podem ser utilizadas em organizações e instituições que iniciam a sua actividade (spin-off), ou naquelas organizações, que têm uma liderança baseada na participação, com enfatização no envolvimento dos subordinados. Equipa interfuncional: consiste num determinado conjunto de indivíduos, que objectivam uma meta, com as mais diversas funções e especialidades, que em conjunto concretizam os objectivos da equipa. Segundo Parker (1995), este tipo de equipa é como uma silenciosa revolução que se instala nas instituições e organizações, onde se destacam as suas enormes potencialidades, desempenhando uma enorme gama de funções, também ampla que eram exercidas de forma autónoma. Nestas equipas, o conjunto de competências, é combinado globalmente, pois isoladamente, nenhum indivíduo possui todas as competências necessárias, logo a integração de diferentes departamentos e especialidades, sob o olhar atento de um supervisor, no sentido da tomada das melhores decisões para a instituição ou organização. Este tipo de equipa adapta-se mais às organizações, que realçam a adaptabilidade, e à eficiência no atendimento aos indivíduos e outros. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 94 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1.3.Características de equipa de trabalho. Cada vez mais, na actualidade se realça o trabalho em equipa como factor potenciador de melhor desempenho global. É de facto evidente que quando se fala em administração seja ela escolar ou outra, enfoca-se sempre a importância das pessoas, dos homens e das mulheres, na persecução harmoniosa do trabalho profícuo, que leva ao aumento da produtividade e plena satisfação de todos. Neste sentido, podemos afirmar que as equipas ou grupos estão nas instituições públicas ou privadas, num patamar destacável, obrigando a que os líderes saibam determinados conceitos, para que possam compreender, toda a envolvência relativa aos trabalhos e actividades relacionadas com os grupos. Estas equipas ou grupos, formam-se e constituem dentro das próprias instituições ou organizações, verdadeiras mini-organizações, formando um sistema social, onde existem regras, valores, status, liderança, satisfação da equipa assim como desenvolvimento individual e da comunidade envolvente. Dentro desta linha de pensamento, alguns autores formularam opiniões muito específicas para este tipo de equipas de alto desempenho. Segundo Robbins e Finley (1997), estas equipas são vantajosas, porque aumentam a produtividade; melhoram a comunicação; realizam tarefas que grupos normais não fariam; utilizam mais eficientemente os recursos; são mais criativas e eficientes na resolução dos problemas; são tomadas decisões de alta qualidade e processos melhorados. Nesta mesma linha de pensamento, Chang (1999) refere que uma equipa para ter sucesso, terá que ter um alto desempenho, devido à sua própria energia, pois é uma equipe confiante, cujos membros são confiantes e estão plenos do seu potencial para atingir os seus objectivos, confiando plenamente uns nos outros, para ter auxílio, feedback e motivação. Estas equipas de sucesso enfatizam a sua missão e rumos, organizam-se de modo criativo, pensam objectivamente nos resultados, determinam claramente as funções e responsabilidades, são altamente organizadas, fomentam as potencialidades individuais, potenciam um ambiente de trabalho em equipa profícuo, verifica-se comunicabilidade, tomam-se decisões concretas e objectivas e avalia-se a eficácia do grupo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 95 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Também nesta mesma linha de pensamento Heller (2000, p. 6), afirma que uma equipa para conseguir ser bem-sucedida deverá apresentar sete características particulares que passo a enumerar: 1. Ter liderança forte para realizar. 2. Definem objectivos precisos. 3. Tomam decisões fundamentadas na realidade. 4. Fomentam a comunicação livre. 5. Possuem competências e técnicas precisas para realizar os projectos estabelecidos. 6. Projectam objectivos plausíveis de atingir. 7. Estabelecem laços cordiais entre os elementos, trabalhando solidariamente em prol de todo o grupo. Em continuidade, Heller (2000, pp. 8-11) define um conjunto de parâmetros que considera relevantes e que de certo modo influenciam o desempenho do trabalho em equipa, que passamos a enumerar: Fomentar a comunicação e a informação; Potenciar o envolvimento de cada elemento do grupo, de modo estimulante, para uma colaboração colectiva, geradora de óptimos resultados; Criar regras e procedimentos nos grupos, como relatórios e a apresentação periódica de resultados obtidos; Adoptar processos flexíveis às equipes formais, através de ideias e soluções, utilizando métodos mais formais e menos rigorosos. Mais adiante o mesmo autor (Heller, 2000, p. 9) considera que “a liderança tem de ser sempre voltada para resultados, qualquer que seja o tipo de equipa. Grupos formais às vezes precisam de elementos informais para estimular e renovar o trabalho”. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 96 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1.4.Papéis e comportamentos dos membros de uma equipa. Um grupo ou equipa é formado por modelos mentais próprios, personalidade, vivências e experiências profissionais dos elementos que o constituem, formando um todo diferenciado no conjunto das partes dos seus constituintes. A participação dos indivíduos num grupo ou equipa varia diferentemente, consoante as características dos elementos do grupo, assim como a reacção e a interacção individuais que serão influenciadas pela equipa. Cada elemento da equipa ou grupo define o seu papel relativamente aos demais elementos do grupo, surgindo deste modo actuações específicas de cada membro do grupo relacionados com a articulação entre o papel prescrito e o papel assumido. Neste contexto, Heller (2000, p. 17) dá-nos conta desses mesmos papéis característicos do grupo e referenciados na figura que se segue: Funções Características Excelente juiz dos talentos e das personalidades dos Líder Descobre membros desenvolve o espírito e de equipa. indivíduos do grupo. Capaz de encontrar formas de superar fraquezas. É um comunicador de primeira linha. Bom em inspirar e manter o entusiasmo. Satisfaz-se apenas com a melhor solução possível. Crítico Especialista em investigar as soluções apresentadas pela Sentinela capacidade e analista da operacional da equipa a longo prazo. Implementador Ocupa-se em manter ímpeto e o fluxo das iniciativas da equipa. Contacto Externo equipa em busca de pontos fracos. Impiedoso ao insistir que as falhas sejam corrigidas. Construtivo, pois aponta possíveis remédios. Um organizador nato que pensa metodicamente. Antevê atrasos ameaçadores ao programa em tempo hábil de preveni-los. Tem mentalidade prática e adora consertar coisas. Capaz de captar apoios e superar derrotismos. É diplomático e bom juiz das necessidades alheias. Cuida das relações externas da Tem presença e impõe autoridade. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 97 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tem boa visão geral do trabalho da equipa. equipa. Discreto ao tratar com informação sigilosa. Entende a inter-relação entre tarefas complicadas. Coordenador Coordena o trabalho da equipa Tem um forte senso de prioridade. como um todo num plano Capaz de captar várias coisas ao mesmo tempo. Bom para manter contactos internos. coerente. Habilidoso para atacar potenciais problemas. Entusiasmado e com uma queda por novas ideias. Ideólogo Sustente e incentiva a capacidade de inovação e a energia do grupo. Inspector Assegura que altos níveis, sejam alcançados e mantidos. Ansioso e receptivo a ideias dos outros. Encara os problemas como oportunidades de inovação e não como desastres. Nunca fica confuso quando lhe pedem uma sugestão. Severo e às vezes censor, ao exigir rigorosos padrões dentro da equipa. Bom juiz do desempenho de outras pessoas. Implacável ao trazer problemas à luz. Capaz de elogiar e também de fazer objecções. Figura 9 – Os papeis fundamentais de uma equipa, fonte: Heller (2000) Também, e ainda neste contexto relacionado com os papéis prioritários e fundamentais que qualquer equipa ou grupo deve ter em linha de conta, se manifestam Robbins e Finley (1997) e referem que: as equipas ideais, são compostas de pessoas perfeitas, cujos egos e individualidade foram subordinados ao objectivo maior da equipe. Equipes reais – suas equipas – são formadas por pessoas vivas, que respiram e são imperfeitas. … para impedir que as equipas se autodestruam com base em diferenças de personalidade, conflitos e malentendidos, temos que ir além das primeiras impressões, … e colocar o pé na lama do que significa ser um ser humano e tolerar os que não são tão maravilhosos como nós (p. 55). Estes mesmos autores descrevem as pessoas e em simultâneo os elementos de uma equipa ou grupo em quatro perfis distintos consoante as pessoas reagem de modo controlado e de Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 98 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança acordo com a tarefa ou de modo emocional em relação às pessoas, como podemos observar na figura que se segue: Analítico Valor-chave: Trabalhador circunstâncias existentes Impulsionador com Valor-chave: Moldar o ambiente para superando a oposição para conseguir promover qualidade em produtos e resultados imediatos. serviços. Orientação: Acção Orientação: Pensamento Tempo: Presente Afável Tarefa RESPONSIVIDADE Tempo: Passado Entusiasta Valor-chave: cooperar com os Valor- chave: Moldar o ambiente outros; certificar-se de que as fazendo alianças para gerar entusiasmo pessoas sejam incluídas e se pelos resultados. sintam bem a respeito do processo. Orientação: Relacionamentos Orientação: Intuição Tempo: Futuro Tempo: Depende de com quem estão no momento. Passividade reactiva Actividade proactiva ASSERTIVIDADE Figura 10 – Mapa do universo da personalidade, fonte:adaptado de Robbins e Finley (1997) 1.5.Liderança de equipas de trabalho. Na opinião de Parker (1995) verificam-se factos universais adstritos a todos os tipos de grupos ou equipas, do mesmo modo que se verificam determinadas características Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 99 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança identificadas com os líderes das equipas, aplicáveis a todos os tipos de equipas: equipas de trabalho, autogerenciáveis, equipas executivas, equipas de acção para a qualidade, onde se destacam líderes eficazes com as seguintes características: Têm uma visão clara, sendo capazes de transmitir essa mesma visão aos membros da equipa, Desenvolvem um sentido de urgência em relação ao trabalho da equipa; Envolvem os membros da equipe no estabelecimento de metas e no processo decisório; Promovem um clima de abertura e honestidade, sabendo dar e receber feedback. De facto, este tema, a liderança de equipas de trabalho é bastante complexo para as organizações mais avançadas do mundo, é plena de incertezas, conflitos, entre a maneira antiga e a maneira moderna de definir uma estrutura de liderança de sucesso. Robbins e Finley (1997) afirmam que os líderes de equipas que promovem os recursos e os resultados numa determinada organização conseguem altos rendimentos para além das expectativas. Esses resultados de liderança é conseguida pelo melhoramento do desempenho tendo em conta quatro dimensões distintas: em si próprio e nos outros, em consciência e escolha, no foco e na integração, em inovação e tomada de acção. Relativamente à promoção de si e dos outros os líderes de equipa estão a projectar a energia, fornecem motivação, espírito e estímulo para a tarefa, são activistas, catalisam para acções positivas, e jamais estão satisfeitos com contemporizações, encorajando todos os elementos da equipa, conseguindo estratégias para solucionar os problemas emergentes. Plenamente envolvidos, envolvem os outros elementos de empowerment, orientando e ajudando e envolvendo todos os elementos da equipa, que compartilham informações, poder e a influência e os recursos que possuem, reconhecem o valor crucial do envolvimento colectivo, investindo os outros elementos de empowerment, para assim obterem trabalho de qualidade, rápido, através de negociação de riscos em troca de motivação e desempenho melhorados. Potenciam e auxiliam na evolução e na mudança, orientando e ajudando os outros a esquematizar e a explorar estradas de oportunidades, ao mesmo tempo que planeiam alterações com o envolvimento de todos, desde o início do processo, comunicando Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 100 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança regularmente entre si no decurso de todo o processo. Fomentam a persuasão e perseverança, pois os bons líderes diagnosticam os obstáculos, removendo-os para que a equipa possa avançar, colocando do seu lado todos aqueles, que criaram obstáculos, são persistentes e utilizam abordagens comunicativas para atingir as metas, através de apoios diversificados, negociando e demonstrando os benefícios para todos. Os líderes quando potenciam a consciência e a escolha, conseguem ver muito mais daquilo que é óbvio, pois valorizando a pesquisa de informação e a melhor escolha entre as possíveis, colocam-se na frente, sabendo que perguntar, analisando situações e em particular fomentando o envolvimento profícuo de pessoas, que irão desempenhar papel relevante numa determinada implementação. Outra característica é a manutenção da perspectiva existente, de modo a dar-lhe uma direcção de visão global de metas que definem uma «visão sistémica» orientadora da análise e da acção, assim como processam informações contínuas, para desse modo, mais facilmente compreenderem os processos em que estão envolvidos, evitando uma visão redutora e menor do empenho a uma única via da acção. Outro aspecto dos líderes de equipas, é a maximização do problema e a plena integração da sua equipa, tendo como objectivo direccionar todas as potencialidades para a consecução do sucesso, criando condições para a optimização das estratégias e prioridades, tendo em conta os resultados desejados, trabalhando de forma colaborativa. Trabalham de modo a fomentar a ligação entre tarefas, atravessando barreiras institucionais, expandindo a sua capacidade de abrangência, gerando mecanismos e formas compartilhadas com equipas, originando um clima em que todos se sintam unidos. Fomentam a cooperação através de um clima saudável, fomentando aberturas e planos para a cooperação, relacionamentos exteriores à própria organização, fazendo gerar incentivos e recursos úteis às tarefas, projectadas. Neste enquadramento, os líderes para conseguirem que haja fomentarem inovação e desempenho, colocam desafios temporais, para dar possibilidade de existir criatividade e novas oportunidades de resolução do problema. Apresentam iniciativas, assumindo os riscos, dando oportunidade aos outros elementos da equipa, com a finalidade de melhorar o funcionamento das instituições. Por outro lado são pró-activos e positivos, encorajando os elementos da equipa, a criarem um ambiente de trabalho construtivo e saudável, onde todos se sintam satisfeitos em participar, potenciando um clima de inter-ajuda, dando sempre oportunidade de melhorar algo que seja desejado pela maioria dos elementos da equipa. Referência ainda à importância de que a liderança de uma equipa é a não acomodação e Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 101 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança empreender continuamente o espírito de melhoria, pois não se pode acomodar, julgando que todos os mecanismos e resultados obtidos são um resultado acabado. Neste contexto, Chang (1999) realça que uma equipa tem que superar situações complexas para poder ter sucesso. Assim os processos fundamentais de liderança incluem convergência em torno do objectivo partilhado, organização das actividades da equipa, compatibilidade com a tomadas de decisão da equipa de acordo com as necessidades, esforçar-se por manter uma relação estável, assim como definir funções para a liderança da equipa, visando a promoção de uma visão de consequências comprometidas, organizando e programando antecipadamente as actividades, fomentando uma plena integração social e tomar a iniciativa de gerar confiança recíproca, aceitação e cooperação, assim como efectuar a avaliação e monitorização dos ambientes envolventes. 1.6.Motivação da equipa. Na opinião de Chiavenato (1999) os indivíduos distinguem-se em relação à sua motivação básica, podendo o mesmo individuo revelar vários estratos de motivação temporais, alterando-se de individuo para individuo e ao longo da sua vivência. Deste modo a motivação depende fortemente das diferenças e variações específicas e individuais do indivíduo ao longo do tempo e em função da situação em análise. Assim, a motivação é “o desejo de exercer altos níveis de esforço em direcção a determinados objectivos organizacionais, condicionados pela capacidade de satisfazer algumas necessidades individuais” (Chiavenato, 1999, p. 592), onde se destacam os objectivos organizacionais, a força e intensidade do comportamento e a duração e persistência do comportamento ou necessidades do indivíduo. Em qualquer equipa, é fundamental que os desejos e necessidades individuais e particulares de cada indivíduo estejam em consonância com os propósitos da instituição para que se verifique a existência de motivação. Esta constatação origina que os indivíduos passem a desenvolver níveis de desempenho elevados, satisfazendo deste modo os interesses da instituição e os seus interesses pessoais. A necessidades humanas e a percepção do modo como satisfazê-las inserem-se nas teorias da motivação a da hierarquização das necessidades humanas e a da motivação-higiene proposta respectivamente por Maslow e Herzberg. A Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 102 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança primeira teoria é a mais divulgada e seguida, pois define uma hierarquização de cinco necessidades básicas a satisfazer. Satisfação fora do trabalho Hierarquia de necessidades Satisafação no trabalho Educação Trabalho desafiante Religião Diversidade e autonomia Passatempos Auto realização Participação nas decisões Crescimento pessoal Crescimento profissional Aprovação da família Reconhecimento Aprovação dos amigos Estima Responsabilidade Reconhecimento da Orgulho e reconhecimento comunidade Promoções Família Amizade dos colegas Amigos Sociais Interacção com outros Grupos sociais Chefe amigável Comunidade Liberdade Trabalho seguro Protecção contra a violência Segurança Remuneração e benefícios Ausência de poluição Permanência no emprego Ausência de guerras Comida Horário de trabalho Fisiológicas Água Intervalo de descanso Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 103 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Sexo Conforto físico Sono e respeito Figura 11 – Pirâmide de Necessidades de Maslow e suas implicações, fonte: Chiavenato (1999) Este autor afirma que: “na realidade, existem duas classes de necessidades de baixo nível, tais como as necessidades fisiológicas e de segurança, e as necessidades de alto nível, como as necessidades sociais, de estima e de auto-realização. A diferenciação entre as duas classes baseia-se na premissa de que as necessidades mais elevadas são satisfeitas internamente (dentro da pessoa), enquanto as de baixo nível são satisfeitas externamente (através da remuneração, contratos de trabalho, relacionamento pessoal ou profissional ….” (Chiavenato, 1999, p. 595). Uma das grandes propostas de um líder é fazer com que a sua equipa tenha uma postura de encorajamento e de confiança para alcançar os objectivos definidos. O líder deverá ter em linha de conta que o papel da motivação dos elementos do grupo ou equipe é fundamental para alcançar os propósitos desejados pela instituição, a partir de uma proposta colaborativa e partilhada. 1.7.Avaliação da equipa. O aspecto da avaliação dos resultados dos trabalhos e projectos realizados é um dos aspectos fundamentais em todos os sectores das instituições, surgindo inúmeros processos dos mais simplificados aos mais complexos, de acordo com modelos diversos tendo como finalidade determinados objectivos desejados. Enquadrada nesta orgânica, podemos verificar que existem variáveis da dinâmica organizacional que podem ser avaliadas de forma quantitativa enquanto outras não podem ser assim contempladas, pois “desejar avaliara todos os aspectos pelo mesmo processo, com instrumentos objectivos e precisos, esbarra em empecilhos por vezes intransponíveis. Grandezas de natureza diversa exigem parâmetros e modalidades de avaliação diferentes” (Moscavici, 1994, p. 109). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 104 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança O autor salienta o facto de que os progressos e desenvolvimentos conseguidos num determinado contexto de trabalho institucional, pode ser avaliado de modo concreto através da produtividade, tempo utilizado pelo grupo na tomada de decisões assim como na implementação. Relevantes, como processo de avaliação para recolha de dados e opiniões em relação ao envolvimento dos elementos do grupo ou equipa, relativamente à colaboração, empenho e satisfação no trabalho e afectividade, são os questionários ou entrevistas. As estruturas de avaliação de desempenho, remuneração e promoção numa instituição ou organização, devem incidir fundamentalmente no desenvolvimento do trabalho em equipa como uma estratégia de índole produtivo. Logo aspectos relacionados com o comportamento e atitudes dos componentes da equipa devem ser variáveis destacáveis do processo de avaliação, pois estas são peças fundamentais de todo o desenrolar do processo avaliativo (Parker, 1995). 2.O Modelo Combinado de Liderança 2.1. O Líder. Modelo combinado de liderança. Ao longo de várias décadas que o fenómeno da liderança é frequentemente pesquisado e estudado em vários ângulos e perspectivas diferenciadas. Contudo os estudos mais profundos foram realizados e focalizados em pessoas muito influentes e distintas da sociedade, tendo em linha de conta o seu carisma pessoal, e entendidas como sendo pessoas sobrenaturais. Os líderes de equipas conseguem valorizar os recursos humanos e físicos que têm ao seu alcance, de forma a obter um rendimento superior ao que era inicialmente suposto. O trabalho cooperativo origina que, os problemas colocados, são solucionados com sucesso, inovação e um ritmo mais rápido. De facto estes líderes não são transcendentais, ou casos únicos e inatos da liderança, no entanto as suas tarefas e trabalhos são realizados com um performance de altíssima competência e produtividade, conseguindo que as pessoas que trabalham consigo tenham um desempenho muito elevado e de alta qualidade. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 105 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Segundo a opinião de Parker (1995), os líderes de equipas de trabalho devem possuir todas as características dos modelos de liderança visionária, compartilhada, transformacional e carismática. Para Goleman (2000), a existência de vários estudos confirma, que quanto mais estilos de liderança os lideres possuírem, melhor será a liderança. Acrescenta que os líderes utilizam regularmente os estilos de liderança, autoritário, democrático, liderança partilhada e transformacional. O modelo de liderança combinado foi desenvolvido para tentar dar resposta à questão da definição do perfil de líder de equipas autónomas e, desse modo, conseguir responder aos desafios da actualidade e da modernidade e bem patente em muitas instituições e organizações a que Bolt (1996) denomina de “crise de liderança” e afirma que: “esta crise de liderança é na realidade uma crise de desenvolvimento de liderança. É esta crise de desenvolvimento que me leva a concordar que os nossos líderes estão a falhar na acção. Acredita que existem dois factores essências que originaram a crise. Primeiro, os métodos tradicionais utilizados para treinar e educar executivos, não mantiveram o ritmo das monumentais mudanças que ocorreram no mundo. Segundo as experiências e o desenvolvimento não produziram a liderança que as organizações precisavam” (p. 171). No princípio foi-se buscar à literatura que existia modelos teóricos e metodológicos para constituir um modelo de liderança para as equipas, capaz de potenciar capacidades e competências aos indivíduos. Logo o modelo utilizado, teve como objectivo combinar modelos que enquadrados nas teorias carismáticas, transformacional, visionária, distributiva e servidora. De todos os líderes, aqueles que revelam mas destreza e eficiência, são os líderes transformacionais, os quais para além de possuírem forte habilidade para inspirar, possuem ainda habilidades e ferramentas que potenciam a autonomia das pessoas que lideram, mobilizando-os em equipa para realizarem a tarefa. Os líderes carismáticos identificam-se pelos seus comportamentos e influências, possuem poder pessoal, autoconfiança, forte convicção nas suas próprias ideias, compartilham os seus ideais e desejos com os liderados, servem de exemplos para os liderados, almejam altos desempenhos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 106 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Os líderes visionários possuem visão futurista, conduzindo os liderados a estarem plenamente comprometidos com essa direcção, revelando um enorme desejo por imprimirem os seus recursos e energias no desenvolvimento de projectos. No tocante à liderança servidora, está intimamente ligada aos líderes, que possuem um forte e profundo desejo de ajudar os outros, ou seja, servir os seus liderados. Quanto à liderança distributiva esta surge-nos como uma liderança sem seguidores, ou seja, o líder compartilha o poder, possibilitando ao liderado autonomia para tomar decisões, capacitando-o para esse desiderato. Uma instituição ou organização, que pretende evoluir, não fica parada, pensando que o desenvolvimento e o conhecimento, surja de cima para baixo, mas pelo contrário, que este seja obtido, através de um circuito interno e contínuo entre todos os níveis hierárquicos, originando o crescimento e desenvolvimento da instituição. Assim sendo, quem será que poderá liderar uma instituição/organização ou equipa de trabalho. Que qualidades deverão possuir os líderes das instituições do século XXI. Será que qualquer indivíduo poderá aprender a ser líder. No contexto, procurou-se dar resposta às afirmações posteriores, criando-se um modelo que potencia e auxilia as habilidades profissionais, liderança e eficácia pessoal, assim como o desenvolvimento de líderes, que desempenhem papéis que possam englobar dimensões psicossocial, política, técnica e económica. Este modelo idealizado, compreende, cinco papéis fundamentais para a liderança e que são o seguidor (que partilha o poder), o visionário, o habilitador/facilitador (fornece recursos intelectuais), o encorajador (inspirador de fé nos liderados), e o afável. O modelo assume ainda dezassete dimensões práticas, que definem comportamentos específicos, no interior dos papéis da liderança e ainda várias acções que dão corpo á implementação das práticas escolhidas (Figura 12). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 107 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Papel do líder Refinado Prática 1 Prática n Refinada em Acção 11 Refinada em Acção lj Acção nl Acção nm Figura 12 – Composição do modelo combinado de liderança Objectivamente, cada um destes cinco papéis cruciais da liderança, possui uma forma qualitativa e específica para a liderança de equipas, na medida em que os líderes de equipas e os liderados assumem papéis diferenciados em momentos diferentes. As dimensões traçam comportamentos, motivações e conhecimentos próprios, que facultarão aos apoiantes do líder, uma liderança inultrapassável ao conjunto dos membros da equipa de trabalho constituída. As acções-chave são sinónimas de experiências pessoais que potenciarão uma evidente melhoria de práticas em cada papel, as quais podem ser apresentadas em formato de competências, definidas como coisa que um indivíduo tem que revelar para demonstrar eficiência no trabalho, papel, funcionamento, tarefas e deveres na instituição ou organização e ainda como um conjunto de comportamentos, motivações e conhecimentos correlacionados directamente como o sucesso ou fracasso do trabalho. 2.2. Papel 1: O seguidor - compartilha a liderança. O papel do seguidor é o de compartilhar o poder com os membros da equipa estimulandoos, dando-lhes autonomia, motivação, estímulo, para chegarem ao compromisso, assumindo o risco da inovação e tomada de decisão. O líder seguidor potencia recursos emocionais a todos os elementos da equipa, para que todos possam estar em condições de efectuarem o trabalho Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 108 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança na instituição, estando constantemente atento às necessidades e problemas da equipa numa postura de observação incansável e inventivo. O líder que compartilha o poder com todos os elementos da equipa ganhará retorno de poder legítimo de poder influenciar os outros face ao respeito e confiança adquiridos. Líderes objectivos colocam o seu poder legítimo para adquirir realizações, não fazendo depender do seu título a obrigação do cumprimento dos seus anseios (Cangemi, 1998). O seguidor Práticas Formar a equipa Práticas Desenvolver a equipa Acções Definir equipa Criar estrutura Envolver os outros Ser modelo de comprometimento com a equipa Práticas Compartilhar a liderança Acções Acções Entender e ouvir os membros da equipa Desenvolver uma missão compartilhada Identificar necessidades Partilhar responsabilidades Explicar e demonstrar Dar feedback Definir limites Dar apoio comunicação e Proporcionar acesso fácil à informação Figura 13 – O papel de seguidor no modelo combinado de liderança Para Cangemi et al. (1998), caso o líder utilize um aposição de imposição coerciva para com os membros da equipa discordantes, pode causar prejuízos incalculáveis pois podem aparecer dois tipos de indivíduos no grupo, os que deixam o grupo e aqueles que o deixam apenas fisicamente, de uma forma mental, constituindo um problema à equipa, pois são pagos pela instituição, mas apenas fazem pela sobrevivência, podendo mesmo causar danos substanciais no trabalho da equipa, a par da menor qualidade do trabalho face à fraca motivação da equipa. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 109 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A liderança que sabe dar poder e responsabilidade aos vários membros da equipa, revela de importância crucial, compete ao líder, determinar o que cada membro da equipa pode fazer em função das suas habilidades e capacidades, assumindo as suas responsabilidades, para a realização da tarefa, mesmo sem pedir permissão superior. Relevante se torna o treino para que os membros da equipa se abram e motivem para resolver os problemas, como também é de extrema acuidade a relevância do profissionalismo, para que todos ajam com responsabilidade, para que a equipa cresça e desenvolva as suas habilidades técnicas e relações interpessoais. Também de extrema acuidade é o facto de que as equipas nunca se devem desligar das informações vindas do exterior. Deve haver, por parte do líder, uma preocupação constante em saber se os membros participam em congressos, seminários ou programas de formação avançada, ou memos se contactam com outros de outras instituições, para deste modo estar no topo do conhecimento tecnológico que demanda as directrizes das ferramentas fundamentais para a persecução de novas ideias. 2.2.1. Formar e desenvolver a equipa. A constituição da equipa aparece-nos como um dos aspectos mais emblemáticos, pois cada um dos seus membros irá certamente desenvolver um papel relevante no contexto dos objectivos comuns da instituição. Os autores Jon Katzenbach e Douglas Smith (1993) salientam quatro aspectos determinantes para que as equipas possam efectivar metas e objectivos comuns, como habilidades e experiências superiores a cada indivíduo da equipa; que estabelecem comunicação, facilitadora da resolução de problemas; significância extrema da dimensão social, que potencia a qualidade de trabalho e ambiente de trabalho saudável. Estas habilidades anteriormente enumeradas são um dos aspectos mais relevantes do próprio desempenho da equipa e para tal é necessário procurar pessoas que as contemplem. No entender de Heller (2000, p. 18), quando estas pessoas são procuradas devemos atender que se procure pessoas que disponham de um destes três tipos de habilidades, que são fundamentais para o sucesso de uma equipa: “talento para resolver problemas e capacidade de Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 110 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança tomar decisões claras e sensatas e aptidão para o trabalho em grupo e habilidades em relações interpessoais”. Extremamente relevante é a questão de todos os membros da equipa terem consciência das metas da equipa trabalhando com empenho para o conseguir objectivamente. Por outro lado o líder tem como objectivo primeiro definir o que a equipa deseja alcançar de forma clara e concisa, de modo a que a mesma possa ultrapassar dificuldades e assim todos os elementos que têm funções diferentes, trabalhem de modo colaborativo e partilhado. Para isso possa acontecer será necessário desenvolver um conjunto de acções que se mostram fundamentais para a sua persecução tais como a identificação e inserção dos membros na equipa, identificar as tarefas e responsabilidades dos membros da equipa para o desempenho das tarefas, ouvir e envolver outros elementos da instituição nas decisões da equipa e comprometer-se pessoalmente com a equipa, seguindo as suas directrizes e anseios, assumindo as responsabilidades havidas para com a equipa. 2.2.2. Desenvolver a equipa. Neste âmbito, torna-se importante estruturar e realizar uma aprendizagem efectiva e construtiva para conseguir o empowerment, fazer com que os outros elementos da equipa se robusta e fortaleça em habilidades, para deste modo conseguir que a instituição consiga cumprir as missões a que se propuseram. O trabalho em equipa actualmente serve especialmente para que as pessoas identifiquem o conhecimento e inteligência individuais. Para que o conhecimento e a inteligência se fortaleçam, propaguem e se dupliquem. Logo as equipes têm necessidade de treinar indivíduos interdependentes, que utilizando propósitos comuns tanto no trabalho como na resolução dos problemas. Estes propósitos comuns de crescimento da equipa e o seu próprio desenvolvimento são considerados por Moscovici (1994), como: “uma intervenção psicossocial no sistema humano da instituição. Compreende aplicação, inovação, e aperfeiçoamento de conhecimentos e técnicas de dinâmica de grupo, educação de laboratório e desenvolvimento interpessoal no contexto da instituição. Utiliza conceitos e práticas diversas para promover a análise da eficiência Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 111 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança e dos estilos de funcionamento da equipa pela própria equipa. É também uma prática de diagnóstico organizacional e de estabelecimento de metas. O objectivo do desenvolvimento da equipa é incrementar a efectividade de um grupo que precisa de trabalhar colaborativamente para alcançar resultados. Desenvolver uma equipa é ajudar a equipa a aprender e a institucionalizar um processo constante de auto-exame e avaliação das condições que dificultam o seu funcionamento efectivo, além de desenvolver habilidades para lidar eficazmente com esses problemas. O processo de desenvolvimento da equipa pressupõe mudanças significativas pessoais e interpessoais de conhecimentos, sentimentos, atitudes, valores, motivação, postura e comportamento. É uma actividade de educação permanente e não de tempo limitado”(p. 56). Para Parker (1995), este processo contínuo de desenvolvimento de uma equipa é definido como sendo uma estrutura onde salienta que: “o treino pode fazer duas coisas importantes para ajudar a criar uma instituição baseada em equipas. Em primeiro lugar, proporcionar às pessoas as habilidades e o conhecimento que as ajudam a ser bem sucedidas.Em segundo, transmite a mensagem de que o trabalho em equipa é importante” (p. 194). O líder deve sempre potenciar treinos práticos, específicos, breves, diferenciados tecnicamente e de avaliação individual de cada elemento da equipa, ao mesmo tempo que devem ser realçados os benefícios dos mesmos. A entrada de um novo elemento na equipa, requer uma avaliação integral, para ajustamentos das necessidades de formação dos restantes elementos da equipa, devendo as formações terem um carácter frequência ajustável às necessidades da equipa, para que haja motivação e comprometimento. Para que todas estas realidades possam acontecer é necessário que o líder e as lideranças passem a entender e ouvir todos os membros da equipa, nas suas fraquezas e forças, observar com eficácias todas as reais necessidades concretas da equipa, assegurar a todos os membros da equipa oportunidades de modelos construtivos de acções e comportamentos, encorajando o questionamento para que haja entendimento e fomentar o feedback no sentido de melhorar e progredir. 2.2.3. Compartilhar a liderança. O compartilhar a liderança significa que há por parte do líder uma intenção clara de partilhar as responsabilidades com todos os elementos da equipa, salientando claramente os propósitos definidos, através do apoio continuado e do feedback. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 112 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança De acordo com os autores Kouzes e Posner (1997), a possibilidade do líder atribuir mais autonomia e poder aos seus liderados, está intimamente ligado ao seu próprio poder. E acrescentam ainda que: “os líderes têm uma opção: utilizam o seu poder ao serviço dos seus liderados ou usam-no para fins meramente egoístas; podem distribuir o seu poder com os seus liderados ou mantê-lo para si próprio. Os líderes incríveis, preferem distribuí-lo ao serviço de outro com a finalidade de um maior objectivo que eles próprios. Encaram o poder como uma fluência de ligação aos liderados, tornando-se os elos energéticos do poder, do qual os liderados recebem energia. Identificamos cinco factores determinantes da liderança para compartilhar o poder, que consideramos imperativos para o fortalecimento dos outros: assegurar a auto-liderança; possibilitar escolhas; desenvolver competências; propor elementos para tarefas críticas e dar apoio efectivo. Ao utilizarem esses factores-chave, os líderes aumentam de maneira significativa a confiança dos liderados das suas próprias capacidades, apostando na diferença” (pp. 197-198). Os líderes devem ainda, estar disponíveis para compartilhar o poder e o controlo da equipa de trabalho. Devem também desenvolver um papel de facilitador, apoiando e encorajando os membros da equipa a resolver os seus problemas. A questão de surgir um problema que não foi resolvido, não é motivo de desmotivação, pelo contrário, é factor de dar mais poder aos elementos da equipa, aumentando as suas responsabilidades e autoridade de modo a que todos contribuam para que a instituição se adapte mais rapidamente às mudanças. Os líderes das equipas são como colegas, não como chefes, considerando os elementos da equipa como parceiros, partindo da premissa de que a sua intervenção é para ajudar o desenvolvimento e fortalecimento da equipa, na consecução de um trabalho colaborativo e partilhado. O líder deveria ter como aspecto fulcral, transmitir informação crucial ao elemento da equipa, sempre que esta seja solicitada, estando convictos que os dados fornecidos aos elementos da equipa são objectivos, potenciando que todos percebam claramente esses dados, metas e objectivos de todos os elementos da equipa. De acordo com Kouzes e Posner (1997), as melhores decisões foram tomadas pelos membros das equipas que tiveram acesso facilitado às informações. Quando um líder possibilita todos os tipos de comunicação entre os elementos da equipa, estes tornam-se mais efectivos e empreendedores. Por outro lado a comunicação vertical/superior possibilita aos elementos da equipa a aquisição de mais informação e a resolução facilitada de problemas, Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 113 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança estando motivados para trabalhar face à preponderância que observam na tomada de decisões da instituição. 2.3. Papel 2: O Visionário. O papel do líder visionário é estruturar um objectivo comum a todos os elementos da equipa e posteriormente fazer a sua comunicação de forma eficaz e visionária, fazendo com que todos os elementos da equipa se embrenhem de modo compartilhado, motivado, partindo da premissa de que fosse a sua própria visão. A definição de visão de acordo com os autores Kouzes e Posner (1997) surge-nos como: “uma direcção estratégica. É onde queremos chegar no futuro. A visão é que determina o destino de uma instituição, uma imagem ideal e única do futuro”. E mais adiante acrescentam: “os sonhos e as aspirações dos seguidores de um líder, devem ser parte integrante da visão de futuro desse líder, porque só será possível ter uma visão compartilhada se os seguidores julgarem atraente o objectivo da visão” (pp. 101-120). Segundo os mesmos autores, verificam-se como aspectos relevantes do advir do futuro cinco conceitos cruciais de uma liderança proeminente. Definição de objectivos de antecipação do futuro, projectando-os no tempo, pensando numa estratégia de visão de longo prazo, com propósito de destino e trabalho. Fazer uso de cenários futuros, imagens mentais com conteúdo mental. Criar uma visão definidora para a instituição baseada em imagens únicas construtoras de um futuro partilhado. Por outro lado o visionário busca padrões de excelência, optimismo e de esperança. Elas significam uma busca aos ideários de valores que abrangem a economia, tecnologia, política, social, podendo ainda abranger desígnios como a paz, liberdade, justiça… e outros propósitos das lutas de excelência da nossa própria existência. Finalmente, a diferença, a singularidade, que potencia o orgulho e estimula a autoconfiança e auto-estima de todos os elementos da instituição. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 114 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança O visionário Práticas Práticas Práticas Práticas Focar a Dar vida a uma Ter e cativar o Construir redes orientação futura visão compromisso de relacionamento Acções Acções Ser reflexivo Saber comunicar Motivar membros da equipa Utilizar histórias Ligar visão pessoal com a da organização Usar imaginação a Ser compreendido Incorporar visão Acções a Ter compromisso de ganhar Ter Recompensar os que incorporem a visao Acções Fomentar redes de relacionamento na equipa Influenciar a acção cooperativa global Identificar influenciar e Figura 14 – Composição do papel do visionário no modelo de liderança Na opinião de (Bergami, 1997), os líderes que conseguem gerar uma corrente de estímulo nas acções colectivas, cuja finalidade são os objectivos compartilhados são considerados líderes eficazes, porque conseguem estruturar de modo articulado os objectivos individuais e do grupo. Potenciam ainda, um clima onde se verifica gosto e orgulho por contribuir para propósitos comuns de uma forma natural que integra a sua própria maneira de ser e agir. 2.3.1. Dar orientação futura. Este item define como princípio orientações futura onde são estabelecidos objectivos para o desenvolvimento de capacidades de antecipação do futuro, orientando para o potencial de Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 115 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança novas oportunidades, imaginando um futuro atraente e aliciante para a instituição pois como salienta Senge et al. (1999) não tendo orientação e apoio qualificado e eficiente, as equipas começam a revelar problemas e dificuldades nas realizações das tarefas. Neste âmbito, devemos implementar uma atitude reflexiva, de tranquilidade e meditação para compreender e apreciar o ambiente que nos envolve, a ciência, a arte e os aspectos humanos. Deve fomentar a imaginação criativa, dinamizar as pessoas, com abertura a novas possibilidades e oportunidades que não se enquadrem naquelas que já são esperadas pela rotina. Torna-se também relevante, salientar o papel da compreensão, enquadrado num determinado contexto, de valores e práticas da instituição em função dos objectivos a que a instituição se propôs. 2.3.2. Dar vida a uma visão. O presente item pretende enfatizar claramente uma perspectiva clara, convicta e criativa de enquadramento futuro, onde os líderes devem deter habilidades com perspectivas de futuro de modo claro e inspirador. Torna-se necessário que consigam comunicar ideias e ideais, consentâneos, onde se sintam efectivamente enquadrados, desde que informados das suas perspectivas, pois desse modo poderão ter a sua adesão. O poder das palavras é um factor determinante, tão determinante que a sua energia e poder poderá ser influente preponderante nas acções a desenvolver na instituição. Sobre o sentido e o poder das palavras Rubin (1999) salienta que as acções da fala são poderosas, porque abrem os olhos a novas possibilidades. Falar com intenção origina que as nossas acções assumem propósitos novos. A intenção de falar e agir é um dos grandes propósitos dos executivos no que diz respeito ao seu sucesso profissional. Devemos falar o que bem entendemos, mas para agir com poder, precisamos de dominar a fala e os rituais da linguagem que determinam a confiança, utilizando palavras práticas que nos indicam o caminho para novos horizontes. Para conseguirmos resultados poderosos temos que utilizar uma linguagem também poderosa, em todas as vertentes da vida. Falar com poder é de facto agir com poder. De acordo com a perspectiva atrás mencionada, Noel Tichey (1997, p. 174) refere a existência de três tipos de histórias que os líderes devem possuir para conseguir seguidores que determinam e são fulcrais para a comunicação de ideias e valores em qualquer instituição, Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 116 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança onde destacamos a relevância de o líder referir a sua identidade e os propósitos que o animam dentro da instituição. Referir também o que nos dizem acerca do líder, das experiências compartilhadas, atitudes comuns e os valores que a instituição objectiva. Finalmente uma perspectiva de âmbito futurista, onde possa existir uma perspectiva de um futuro melhor, referindo os objectivos que desejam alcançar em termos pessoais, de modo a que os elementos da instituição entendam o que devem fazer e realizar para alcançar os objectivos da instituição. Neste sentido, para alcançar esta performance será necessário desenvolver algumas acções determinantes, como enfatizar uma boa comunicação, ajudando os outros a realçar a relevância da visão através de uma comunicação clara e convicta. Utilização de histórias para ilustrar e reforçara a visão e através da visão actuar com eficácia e de modo encorajador. 2.3.3. Ter e cativar o comprometimento. O presente item salienta a importância do saber cativar todos os elementos da equipa para obtenção de um compromisso movendo-os para a acção, realçando atitudes e comportamentos que encorajem o trabalho e a visão sendo ao mesmo tempo exemplo dessa mesma visão. O autor Senge (1990) defende que as instituições da actualidade, as pessoas que se embrenham e estão comprometidas são um número muito reduzido observando-se que a maioria toma uma atitude resignação. Acrescenta que essas pessoas apenas realizam tarefas de acordo com o esperado, seguindo a visão mas sem grande comprometimento, pois a verdadeira participação significa a liberdade plena de participação, onde se realça ser: “um processo de se tornar parte de alguma coisa por opção. O comprometimento descreve, além de um estado de participação, um sentimento de total responsabilidade na transformação da visão em realidade. Posso sentir-me parte integrante da sua visão. Posso desejar realmente que se transforme em realidade. Contudo, ainda é a sua visão. Tomarei atitudes à medida que as necessidades apareçam, mas não passarei o dia todo a pensar no próximo passo” (pp. 244-245). Nas instituições tradicionais não se verifica uma forte preocupação com a participação e o comprometimento, devido aos superiores só exigirem aceitação. Na actualidade verifica-se a procura de pessoas que alcançam elevados níveis de aceitação e linhas condutoras de participação. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 117 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Neste contexto, é fundamental orientar os membros da equipa no sentido da acção motivados pela visão, potenciar os membros da equipa a fazerem uma relação entre a visão pessoal e a da instituição, motivar os membros da equipa no compromisso com a visão, dar benefícios aos que se comprometem com a causa, assim como recompensas pelas acções e comportamentos dos membros da equipa que têm uma visão progressiva e com perspectiva. 2.3.4. Construir redes de relacionamento. A construção de redes de relacionamento dentro e fora das equipas assentam no pressuposto de que os líderes tenham um papel fulcral no relacionamento da equipa e dos restantes elementos da instituição, capacitados da possibilidade de comunicar de forma eficaz, os objectivos programáticos da equipa quer elas revelem uma perspectiva de engrandecimento ou de retrocesso relativamente ao progresso da equipa. A liderança acontece quando há relacionamentos pessoais muito próximos. Os líderes geram redes de relacionamentos pessoais dentro e fora da instituição ou organização. Esta rede visa fomentar a cooperação entre todos aqueles que o líder tenham alguma dependência para o desempenho de funções que se podem estender para além da instituição, onde se destacam pessoas talentosas, relacionamentos estreitos com os liderados e utilizando métodos de grande habilidade, para desse modo os liderados se identificarem e dependerem dele para o sucesso na carreira Sholtes, (1999). A rede de relacionamentos entre as pessoas potencia o abrir de portas, apoio, informações, aconselhar, ensinar contribuindo para a projecção de um indivíduo, aumentando o seu poder de acordo com as alianças estabelecidas Kouzes & Posner, (1997). O autor Fillion (1991) afirma que o sistema de relações é o elemento crucial no desenvolvimento da visão, moldando-o inicialmente. Posteriormente as relações estabelecidas objectivam visões secundárias, fulcrais para o desenvolvimento da visão central. A articulação da visão será fundamental para a definição de objectivos a estabelecer no sistema de relações. As relações limitam as visões do mesmo modo que as visões limitam as relações. As relações e visões originam acções, as acções exigem normalmente novas relações, as quais irão influenciar o aparecimento de novas visões. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 118 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Visões Relações Acções Figura 15 – As ligações entre o sistema de relações, visões e acções, fonte: Fillion (1991) Este autor identifica três tipos de relações, as relações primárias que envolvem a família, de acordo com vínculos afectivos, intelectuais, desportivos, recreativos e outros. As relações secundárias, fomentadas em clubes, grupos religiosos, negócios, política. As relações terciárias, seleccionadas de acordo com necessidades específicas que não obrigam a contacto pessoal, mas de área temática. Para construir esta rede de relacionamentos é fundamental desenvolver algumas acções, como motivar os elementos da equipa para a dinamização dos relacionamentos, para auxílio da visão, fomentar um clima de cooperação com redes de relacionamento que ultrapassam a instituição, edificar uma rede de relacionamentos, para se edifique uma rede de recursos para desenvolver as tarefas da equipa e por fim o líder deverá engrandecer os relacionamentos, de forma solidária, atenciosa e disponível para ajudar para ser retribuído quando necessário. 2.4. Papel 3: O Estratega. Planear e conduzir mudanças. O estratega tem como papel crucial preservar e definir as actividades actuais de modo contributivo para o sucesso da instituição e dos elementos da equipa, actuando como fomentador da mudança de acordo com diversos papéis. Deste modo o estratega terá um papel em toda a dinâmica da equipa, no sentido de promover pensamento estratégico e ético, planeamento e organização, inovação e empreenderismo, nunca esquecendo o seu papel de liderança como motor fundamental da equipa. O seu papel fundamental é definir e delinear as estratégias para que tudo na sua instituição decorra com a normalidade desejada tendo sempre como primeiro objectivo o sucesso da instituição que lidera. Tem que ser continuamente inovador nas estratégias, Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 119 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança encorajar os seus liderados de modo a encorajá-los e motivá-los para o desenvolviemnto da nstituição (Figura 16). O estratega Práticas Ter pensamento Planear e estratégico e organizar Ser Inovar empreendedor ético Acções Compreender filosofia instituição Acções a da Periodizar Determinar tarefas Identificar objectivos-chave Planear horários Juntar e organizar informação Maximizar recursos Seleccionar estratégias de avaliação e selecção Ter foco Estabelecer executar planos Acções Acções Pensar criativamente Promover: A experimentação Preparar mudanças Reuniões inspiradoras Recompensar mudanças Combater resistência mudança A colaboração a à e Figura 16 – Composição do papel do estratega no modelo combinado de liderança Na opinião de Kouzes e Posner (1997), considerar as melhores experiências pessoais de liderança, assim como os papéis exercidos pelos elementos da equipa como agentes de mudança, temos como objectivos três importantes premissas que são: os indivíduos que chegam à liderança, nem sempre procuram desafios, os desafios também os procuram. Desafiar a situação, para implementação de alterações significativas, potenciam que os indivíduos dêem o seu melhor, construindo um ambiente favorecedor da excelência. Criar oportunidades de alteração, fazem com que os elementos das equipas desenvolvam as suas capacidades e habilidades desconhecidas, pois quando lhes é dado apoio e oportunidades, Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 120 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança embora sejam elementos comuns realizam trabalhos de extrema relevância nas instituições e organizações. De facto, a diferença está na liderança, no modo como o líder altera a situação existente dando uma postura diferente ao ambiente envolvente. Envolver os elementos da equipa em situações inovadoras e arrojadas, para ultrapassar adversidades ou criar singularidades, favorecem uma liderança forte, estimulando a realização efectiva, valorativa da liderança pessoal, desiderato de atingir um alto desempenho e rendimento. O desenvolvimento de uma estratégia ganhadora, a liderança terá que assumir uma atitude responsabilizadora, favorecendo o sucesso, o crescimento e a competitividade. Bardwick (1996) refere que a questão das estratégias numa instituição são fundamentais para designar de modo eficaz o que a instituição poderá desenvolver para ser uma opção vencedora e escolhida entre pares. Nesse contexto salienta que: “para que uma estratégia seja bem sucedida, deve prever gerar e orientar a mudança e estabelecer compromisso com os membros da instituição. Deve ser plausível, ágil, arrojada e realizável ao ponto de gerar em si mesma uma convicção de que seja valioso assumi-la, mesmo que a jornada seja árdua, pois ela criou uma vantagem competitiva maior. Definir a estratégia da instituição de forma sensata e sábia, criando uma estratégia convincente para vencer, são acções cruciais para persuadir as pessoas de que possuem líderes verdadeiros e de que o sucesso da instituição será alcançado” (p 76). Segundo Meléndez (1996), a liderança é considerada como um conjunto de comportamentos, atitudes e valores, determinados pela cultura e experiências de vida do líder destacando-se a relevância que os líderes devem dar à renovação contínua da instituição, pois “as instituições necessitam permanentemente de rever os seus problemas e metas e redefinir as estratégias para atingir novos objectivos. As soluções actuais podem ser problemas futuros, logo os líderes e as instituições eficazes estão continuamente num processo de autoavaliação” (pp. 289-297). Deste modo, podemos acrescentar que a não definição de estratégia, estrutura e processos, numa instituição origina a perda de energia e situações de ruptura. As instituições precisam de um projecto organizacional com estruturas e processos bem estruturados e alinhados, sempre em contínua mudança estratégica. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 121 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Neste contexto são determinantes três procedimentos a utilizar pelas instituições para alcançar um nível elevado de performance: utilizar equipas interdepartamentais; coordenar a complexa rede de relações das equipas e potenciar redes de relacionamento e alianças para fomentar a aquisição de competências que a instituição não possua. As equipas ambiciosas e ousadas avançam rápido em inovações onde o papel do estratega é fundamental, estando baseado em quatro premissas cruciais para o avanço contínuo e ousado das equipas e que são, possuir pensamento estratégico e ético, planear e organizar todas as tarefas, ser inovador e criativo e ter pensamento e actuação de empreendedor. 2.4.1. Ter pensamento estratégico e ético. O presente ponto assente no princípio de uma imagem grandiosa em termos de futuro estratégico e ético, em torno de ideais realizáveis a longo prazo, identificando assuntos prioritários de acordo com situações problemáticas, realizando padrões e interligações entre ideias sem interligação, faz experimentações, decide e implementa planos estruturados em princípios lógicos e racionais, com disponibilidade de recursos e visão estratégica. De acordo com Kouzes e Posner (1997), as visões não são planeamentos estruturados e estratégicos. Pois o planeamento estratégico prejudica o pensamento estratégico, fazendo com que os líderes deturpem visão e quantidade, originando manipulação porque as estratégias concretizadas são visões e não planos. Por outro lado, o planeamento significa um estilo calculador, os líderes aplicam um estilo de compromisso que faz com os elementos da equipa se embrenhem com empenho nas tarefas. Deste modo, verifica-se um crescendo de motivação no decurso das tarefas e trabalhos. Por outro, os líderes de estilo calculador definem uma meta e determinam o que a equipa deverá realizar para alcançar essa meta sem darem relevância às preferências dos vários elementos da equipa. Mas este tipo de estratégias, em exclusivo, não constitui qualquer valor acrescido, pois estas só adquirem valor quando as pessoas estão comprometidas, fornecendolhes energia e emotividade. Para se conseguir desenvolver os objectivos referidos atrás é necessário fomentar várias acções onde destacamos o entendimento e comprometimento duradouro com o proposto, Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 122 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança visão e finalidades da instituição, saber diferenciar os objectivos mais difíceis à concretização da visão, compliar informação para a realização dos objectivos, estruturar actividades actuais, certificando-se que todos os elementos da equipa trabalham para a efectivação da missão e visão, definir caminhos alternativos para a consecução dos objectivos, de acordo com estratégias potenciadoras de sucesso e identificar as variáveis mais convenientes para a concretização das acções, de modo a que as estratégias sejam implementadas efectivamente e com pleno êxito. 2.4.2. Planear e organizar. Aqui o líder deverá definir planos de acção, não apenas para si e restantes elementos da equipa, de modo a que os objectivos previamente definidos sejam plenamente concretizados. No planeamento da instituição devem verificar-se diversidade de práticas e pensamentos estratégicos, perspectivados para um prazo mais dilatado. O planeamento e a organização têm como finalidade repartir o plano global em trabalhos de possível execução. Quanto ao planeamento estratégico, este deverá ser realizado numa base mais calculista, destacando o destino numa visão, tendo em conta aquilo que deverá ser feito e por quem, para chegar ao objectivo definido com eficácia e oportunidade. Para a consecução deste plano deveremos observar algumas condições como o conhecimento dos projectos e actividades mais relevantes fazendo ajustes quando se julgar necessário, repartir os projectos, em trabalhos e actividades realizáveis, identificando e aprovando os recursos necessários para a sua consecução, facultar o tempo necessário para a realização das tarefas, tais como horários, possibilitar equilíbrio nas várias responsabilidades, evitando conflitos de horários, rentabilizar ao máximo os recursos disponíveis para o desenvolvimento das tarefas e focar-se na tarefa que realiza, tendo como prioridade a rentabilização do tempo. 2.4.3. Inovar. Estamos perante um item muito importante na medida em que possibilita a criação de mudanças, o descobrir impulsos actuais e emergentes, no desenvolvimento de processos e Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 123 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança estratégias inovadoras, encorajando a procura de novas oportunidades, de procedimentos diferentes e fiáveis para concretização da missão e visão, promovendo, facilitando, implementando e aceitando a mudança. A liderança deverá estar intimamente relacionada com a mudança e a inovação, porque a procura da mudança é uma aventura que testa as capacidades e habilidades, pois realça potencialidades desconhecidas promotoras das habilidades da liderança. Sendo um desafio, torna-se um factor animador para que a liderança consiga resultados concretos de todos os elementos da equipa em concerto com o líder. Os ideais de melhoria podem ser fomentados pelos elementos da equipa, que não o líder, que utiliza a sua capacidade e visão exterior para compreender contextos exteriores, com o intuito da descoberta de propósitos para seu proveito. Quando um líder descobre uma oportunidade de mudança, idealizam ideais inimagináveis, utilizando três variáveis determinantes: despertar a motivação intrínseca, equilibrar as rotinas e a utilizar a visão exterior para observar o ambiente externo como factor de estímulo e informação (Kouzes & Posner, 1997). Nesta mesma linha de pensamento, Barker, apud Kouzes e Posner (1997) afirmam que os líderes são pessoas que enfatizam alterações paradigmáticas nos liderados, fazendo com que as instituições sejam modelos de pensamentos avançados na inovação nas diferentes áreas do conhecimento. Deste modo os líderes devem fomentar a procura de oportunidades para crescimento e inovação, experimentação e assumpção de riscos e desafiar os procedimentos padronizados. A realização dos pressupostos assenta num pensamento moderno e não convencional que desafia os limites na demonstração da inevitabilidade da mudança, na formatação dos elementos com novos métodos, estratégias, ideias e valores, apreciando e recompensando as mudanças relevantes e positivas e incentivando os elementos da equipa a ultrapassar a barreira das mudanças. 2.4.4. Ser empreendedor. O líder empreendedor é aquele que é capaz de modificar uma particularidade pouco ou nada significativa, numa realidade emocionante e extremamente transcendente de significância e importância para um determinado contexto da instituição. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 124 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança O líder empreendedor procura uma visão abrangente dos factos, agindo de forma crítica, perspicaz e audaciosa, assumindo o risco de novos desafios, fazendo crer que há de facto trabalho e desenvolvimento na sua equipa de trabalho, não esperando por oportunidades, mas pelo contrário, ele cria e potencia essas oportunidades com visão de futuro. O líder empreendedor, segundo Dolabela (1999), é aquele que capacita para a visão dos elementos, no sentido da construção de um futuro melhor e mais confortável. Revela energia e entusiasmo para construir e continuar nesse rumo apesar das dificuldades e outros obstáculos que vão surgindo no caminho. O líder empreendedor é aquele que uma fé inabalável no fruto do seu trabalho. O líder empreendedor distingue-se pelos seus atributos de saber identificar oportunidades, captando-as e procurando recursos humanos para a sua concretização de acordo com a validade do seu projecto. Este tipo de liderança cria um ambiente de renovação e inovação, pois os líderes empreendedores gerem mudanças, assumem riscos, dão origem a novas ideias, aproveitam novas oportunidades. Esta liderança torna-se mais eficaz e produtiva pelo facto de líder exercer o empowerment, trazendo mais valor acrescentado às habilidades da equipa. O líder empreendedor trabalha com os recursos que possui, mas sabe concretamente localizá-los e mobilizá-los para novas oportunidades através da sua capacitação para novas tarefas. Estas equipas de alto rendimento e desempenho estão totalmente comprometidas com ideias compartilhados colaborando e trabalhando em consonância, de modo criativo, intuitivo, procurando sempre a excelência, orientada e em constante desafio. Nestas equipas de trabalho, verifica-se uma actuação auto-disciplinada e de auto-desenvolvimento de acordo com um estilo de liderança distributiva, onde o líder é aquele que num determinado momento melhor se identifica com a tarefa em execução, de acordo com as características de flexibilidade, informalidade e comunicação permanente. A principal finalidade de uma instituição ou organização com estas características é originar uma concepção de instituição moderna, empreendedora, inteligente e com grande potencial de aprendizagem. A implementação de um modelo empreendedor por parte do líder, reflecte-se em iniciativas e experimentos mesmo que não resultem, pois alguns deles poderão ser produtivos, promoção de reuniões, onde os elementos da equipa verifiquem que há incentivo a colocação Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 125 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança de ideias e fomentação de partilha, sintonia de trabalho através da criatividade e intuição, procurando sempre a excelência de acordo de desafios e mudanças. 2.5. Papel 4: O encorajador/motivador. Este papel de encorajador elabora-se através de uma cordialidade entre os elementos da equipa, pelo reconhecimento e engrandecimento do trabalho realizado no conjunto de toda a equipa. O encorajador tem como finalidade construir uma relação cordial e amistosa entre todos os elementos da equipa, motivando-os e desafiando-os a continuar o seu trabalho sem vacilar, através da partilha e acesso a informação e comunicação e fazer com que os elementos da equipa assumam os erros e riscos, sem medo de punição, através da avaliação. A permissão de que os elementos assumam os riscos e erros, no sentido de aprender com os erros, é um motivo e ideal de encorajamento. A questão do erro deve ser vista como um factor integrante do processo de aprendizagem, logo o erro é precisamente outra maneira de fazer as coisas Bennis & Nanus, (1985). O sucesso pode vir através do processo de aprendizagem havidos onde os líderes devem apostar numa perspectiva de não culpar seja quem for, pelo contrário, deve potenciar um clima favorável, para conseguir soluções para os problemas gastando apenas as energias, no sentido de não cometer os mesmos erros no futuro. A liderança focaliza-se em fazer coisas correctas e efectivas, mostrando o caminho para se chegar aos objectivos desejados. Fomenta a autonomia e liderança partilhada com os assumindo os próprios riscos. Uma liderança construtiva exige uma avaliação, pois estes devem inspirar os elementos da equipa, salientando as suas contribuições e participações. Quanto à avaliação, os líderes devem entender que eles podem não ser os mais indicados para realizar a avaliação, podendo haver outro elemento da equipa a fazê-lo melhor, proporcionando um elevado nível de maturidade da equipa, onde todos os elementos assumem o papel de líder, realizando a avaliação de cada um dos elementos.O líder encorajador desempenha na equipa competências de reconhecimento, confiança e confiar e realçar as realizações individuais e da equipa no seu global. A motivação e o comprometimento estão envolvidos no comportamento das pessoas nas instituições. A motivação porque indica as razões do agir das pessoas. O comprometimento, por se relacionar com a intensidade da ligação que a pessoa tem com a instituição. Contudo Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 126 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança conseguir o envolvimento, identificação, apego, empenho em favorecer a instituição não é tarefa fácil. “As pessoas diferem quanto ao seu impulso motivacional básico e o mesmo indivíduo pode ter diferentes níveis de motivação que variam ao longo do tempo” Chiavenato, (2000, p. 59). O nível de motivação pode variar entre pessoas e na própria pessoa através do tempo, que podem alterar o comportamento e comprometimento para com a instituição (Figura 17). O encorajador Práticas Práticas Reconhecer contribuições Acções Confiar e construir Práticas Festejar as realizações do confiança indivíduo e da equipa Acções Valorizar o trabalho Agir com integridade Reconhecer o esforço Respeitar as pessoas Criar ambientepositivo Proporcionar feedback Afirmar-se no momento certo Inspirar as pessoas Acções Reconhecer o valor das pessoas com criatividade Reconhecer publicamente Programar festividades Figura 17 – Composição do papel do encorajador no modelo combinado de liderança 2.5.1. Reconhecer as contribuições. Enfatiza a relevância do conhecimento das prestações individuais que potenciam a edificação de um objectivo superior, pois todos aqueles que trabalham com dedicação e compromisso, revelam uma atitude contributiva impeditiva de desânimo. De acordo com a opinião de Kouzes e Posner (1997), este pensamento e comportamento é uma das referências mais significativas dos líderes eficientes que alegam a importância dos elogios e do reconhecimento não chega dizer que se gostou do trabalho realizado. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 127 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança O reconhecimento das contribuições individuais é um processo elaborado e perfeitamente esquematizado, requerendo uma construção sistematizada dos elementos da equipa, elevando continuamente a que o líder mantenha a estima pelas pessoas num patamar elevado, realçando e considerando o trabalho efectuado, numa perspectiva de visão para a instituição, constitui um factor de motivação para o alcançar dos objectivos. As acções a implementar de acordo com o papel de líder encorajador são a valorização do trabalho, fazendo com que os elementos da equipa e, mesmo outros elementos, tenham plena consciência da importância do seu trabalho, reconhecendo o empenho individual nas tarefas e conseguir elementos para as realizarem de forma eficaz, fomentar um ambiente construtivo onde as pessoas se sintam felizes e atraídas e afirmar-se com assertividade no momento adequado. A motivação consiste, segundo Robbins (1999, p. 168) na “vontade de exercer altos níveis de esforço face a metas organizacionais, condicionadas pela capacidade de esforço de satisfazer alguma necessidade individual”, compreendendo-se como necessidade “algum estado interno que faz com que certos resultados pareçam atractivos”. É importante que as pessoas tenham consciência que as mudanças podem ser benéficas para as suas carreiras, facilitando a adaptabilidade às mudanças institucionais. O líder pode ser um grande agente e factor de mudanças com a equipa. Segundo Robbins (2001, p. 37), “os líderes são catalisadores e assumem a responsabilidade pela gestão do processo de mudança”. Para o conseguir o líder deverá desenvolver o treino, delegar poder aos funcionários, compartilhar informações e ser sensível às diferenças pessoais dos seus liderados. 2.5.2. Confiar e construir a confiança. O presente ponto salienta que o líder deve ter um papel de integridade, apoio, fazer feedback e motivar os elementos da equipa, agindo com integridade e profissionalismo, em vez usar outros pressupostos, que não interessam à instituição. Para Palmer (1993), uma das principais atribuições do líder é a criação de um ambiente favorável à esperança e que potencie confiança e integridade. O mesmo autor afirma que: “um líder é uma pessoa que tem um grau incomum de poder para projectar nas outras pessoas a sua sombra, ou a sua luz. Um líder tem que ter uma responsabilidade especial dentro dele ou dentro da consciência, para que o acto de liderança não crie mais danos do que coisas boas” Palmer, (1993, pp. 8-13). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 128 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Para o mesmo autor, a crise de liderança da actualidade reside na premissa que a questão da ética e a moral, no sentido de que aqueles que lideram, tem um conteúdo ignorância do sentimento dos sentimentos. Verificamos a existência de líderes que uma vez investido nessa qualidade embora detenham muita qualidade e eficácia, não detêm no contexto externo um ambiente potenciador dessa mesma interiorização de eficácia. Por outro lado, a questão de integridade pessoal e a construção de confiar e construir a confiança, é fundamental, pois sem confiança, jamais haverá integridade. Os líderes eficientes e eficazes são transparentes, cumprindo com as suas promessas de acordo com as linhas orientadoras e de valores que definiram e que estão firmes em acreditar. A concepção da construção da confiança determina que é necessário revelar uma postura honesta e comportamental de forma consistente e sistemática, considerar as pessoas com dignidade e respeito, ao mesmo tempo, que avalia com frequência todas as tarefas da equipa, motivandoos para desideratos de níveis envolventes de carácter profundo de envolvimento. 2.5.3. Enaltecer as realizações do indivíduo e da equipa. O presente item releva que a é de extrema acuidade enfatizar todas as realizações e trabalhos individuais da equipa, acreditando na importância não só do trabalho individualmente realizado, como todo o sucesso global da equipa. Uma liderança de postura diferenciada revela apreço e distinção pelo trabalho dos seus liderados, dando-lhes o significado de que realizam algo de importante para o conjunto da equipa e da instituição. Todos os elementos da equipa ou da instituição ou organização sentem uma necessidade emergente de saber se as suas contribuições valorizam, não apenas as suas ambições, mas também as da própria instituição. Neste contexto, os líderes devem optar por dar ênfase às realizações da equipa globalmente, quando se verificam mudanças organizacionais relevantes, sucessos e promoções face ao desenvolvimento de trabalhos de qualidade, sucesso global da equipa e da instituição e uma perspectiva orientada para novos rumos da instituição. Para esta concepção, é fundamental que se verifique na instituição incentivos ao desenvolvimento da criatividade, através do reconhecimento público das realizações da equipa, onde os sucessos individuais e colectivos são um património contínuo da instituição. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 129 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.6. Papel 5: O afável o animador. O líder enquadrado dentro de uma organização ou instituição deve desenvolver uma postura correcta, servindo de exemplo em termos de valores pessoais e comportamentais na consecução de tarefas idealizadas de acordo com uma postura estrutura e delineada, tendo como objectivo final a execução efectiva da realização do trabalho. Este líder deve possuir uma postura aberta ao diáologo, construtiva e solidária para com os seus liderados. Deve ser compreensivo nas suas atitudes e comportamentos, para que os elementos da equipa, dandolhes ânimo para que continuem sempre animados nos seus propósitos de construção e edificação de uma instituição sólida e eficaz, visando o sucesso individual e colectivo (Figura 18). O animador Saber ouvir Entender Dar boas vindas ao silêncio Ter discernimento Ter bom humor Apaziguar Praticar o bom humor Resolver problemas Ter discernimento para fazê-lo Administrar conflito Falar a verdade o Ser assertivo Procurar o bo humor no dia-adia Procurar bloqueios sistémicos os Saber como falar a verdade Procurar contexto e prática para a verdade Permanecer leal ao seu ideal Figura 18 – Composição do papel do animador no modelo combinado de liderança O líder com características de animador deve possuir competências muito específicas para o desempenho do papel de animador dos elementos da equipa, terá que observar as Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 130 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança seguintes características que são: saber ouvir, ter bom humor, aquietar e comprometer-se com a verdade. O líder animador deve realizar avaliações justas do trabalho de equipa. Deve também ser colaborativo e estimular a equipa a considerar a inovação como factor de desenvolvimento futuro para a instituição. Deverá ser sempre um apaziguador de potenciais conflitos, exercendo a sua liderança de forma leal e verdadeira, atrvés de uma prática diária de bom humor, do saber ouvir e da tentativa de solução justa dos problemas. 2.6.1. Saber ouvir. Aqui os líderes devem potenciar que as pessoas percebam o que elas desejam efectivamente, revelando interesse pelos outros, realizar perguntas ajustadas à realidade, mostrando discernimento e paciência. Saber ouvir é uma arte que o líder deve cultivar, que segundo Senge et al. (1999): “aprender a ouvir será, na minha opinião, cada vez mais importante no mundo das instituições e organizações. Quando se permite que os indivíduos nos transmitam os seus anseios, estamos a fazer com que os indivíduos realizem trabalhos em muito menos tempo. Visualmente, qualquer indivíduo, pode ser enganado, mas ouvindo a profundeza das palavras das pessoas, é mais fácil chegar à verdade que se pretende expressar” (pp. 188-200). A questão de saber ouvir as outras pessoas de um modo aberto e sincero, atendendo aos seus pontos de vista significa respeito pelos próprios e pelas suas ideias. O respeito e a sensibilidade em relação aos anseios e interesses dos indivíduos é um dos factores mais relevante para potenciar e favorecer a confiança mútua. Kouzes e Posner (1997) questionaram as equipas de trabalho com quem trabalhavam: “porque que é que o acto de ouvir gera confiança e credibilidade? As respostas são muito idênticas e instantâneas. Porque desse modo, demonstra confiança em mim. Porque desse modo, tenho conhecimento da minha importância e consideração. Porque desse modo, sou valorizado nas contribuições” (p. 179). As acções que o líder deverá desenvolver para conseguir os objectivos atrás mencionados devem fomentar o entendimento, potenciar o silêncio e a tranquilidade e ser capaz de apreender aquilo que de mais significativo foi aflorado, assim como aperceber-se da qualidade do trabalho que se está a tratar. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 131 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.6.2. Ter bom humor. Ter bom humor significa que o trabalho é realizado com satisfação e gosto no global de toda a equipa. Neste sentido, Decrane (1996), relativamente às competências essenciais do líder, afirma que eles devem estar “imbuídos de humor e humildade e, por natureza inclinados a tratar com igualdade as pessoas nas instituições e organizações, sem sorrir ao mesmo tempo que dão pontapés” (p. 252). Esta atitude de possuir bom humor pode ser compreendida como a capacidade de perceber, apreciar aquilo de que gostamos e é divertido, ou de não entrar em pânico devido às situações problemáticas quotidianas, retirando delas apenas os aspectos interessantes e divertidos. No trabalho de uma equipa devemos fazer com que seja o mais divertido e menos penoso, pois se o líder e os restantes elementos da equipa, não se divertem, é porque não estão contribuir com o seu melhor. Embora o trabalho em equipa, não possa ser considerado como uma irresponsabilidade, e de diversão, o trabalho como um todo, deve possuir algum carácter de agradabilidade. Neste contexto os autores Kouzes e Posner (1997, pp. 63-64) afirmam que “o humor e o riso não devem, contudo, ser confundidos com a futilidade. Constataram que o humor adequado pode levar à coesão e à união dos colegas de trabalho”. É evidente que o bom humor e a boa disposição, mantidos mesmo face às dificuldades e adversidades, são factores saudáveis que, aproveitados de modo eficaz, potenciam o aumento da produtividade da equipa, fomentando um ambiente enriquecedor da produtividade e do gosto pelo pleno desempenho. Neste sentido, o líder tem aqui um papel fundamental de fomentar um ambiente saudável e de bom humor no trabalho da equipa. Para conseguir estes princípios enunciados atrás, a liderança deverá apostar numa atitude de boa disposição e humor mesmo nos momentos de maior dificuldade, revelar capacidade para usar o momento adequado ao bom humor, evitando momentos de desequilíbrio, confrangedores, procurando um estilo de vida profissional equilibrado. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 132 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.6.3. O apaziguador. O líder apaziguador tem que definir situações complicadas e lidar construtivamente com os conflitos, que se vão observando, verificando-se que esses mesmos líderes ocupam mais tempo nas questões relacionadas com conflitos nas estruturas das instituições e organizações. Uma das medidas que podem influenciar as alterações desta situação conflituosa, consiste na autonomia e partilha de liderança, criando situações de oportunidades consistentes de entendimento com os indivíduos as equipas de modo a alcançar os objectivos definidos. Para alcançar tais objectivos, a liderança tem que estruturar determinadas habilidades para conseguir ultrapassar situações complicadas que apenas poderão ser resolvidas através de processos criativos, fazer do conflito uma oportunidade administrativa de resolução e desencadear iniciativas concretas que desencadeiem os membros da equipa a alcançar os objectivos propostos, dentro de um espírito de partilha de espaços comuns, entre o poder dos membros da equipa, assim como a intervenção na equipa de conflitos de difícil intervenção entre personalidades e caracteres muito diferenciados e de difícil apaziguamento. 2.6.4. Falar a verdade. Um líder de uma equipa, instituição ou organização, deverá sempre ter uma postura séria, verdadeira, honesta e falar a verdade e manter os seus ideais inalteráveis. Para Senge (1990, p 151), “as pessoas querem sempre uma fórmula para resolver o problema do conflito estrutural, mas o compromisso com a verdade, é mais poderoso do que qualquer técnica que possa existir”. E mais adiante o mesmo autor continua: “comprometer-se com a verdade, não é sinónimo de buscar a «verdade». Ao contrário, significa uma disposição implacável de descobrir formas pelas quais nos limitamos ou impedimos de ver a realidade, desafiando continuamente os motivos pelos quais as coisas são assim” Senge, (1990, pp. 186-194). Contudo, para que os elementos das instituições e organizações possam desenvolver o domínio pessoal sobre os seus liderados, os líderes, de acordo com Senge (1990, p.162) “devem criar um ambiente, onde as pessoas tenham liberdade de criar objectivos, onde o Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 133 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança compromisso com a verdade sejam regras, desafiando a conformidade, especialmente, quando essa conformidade contém aspectos negativos da realidade que as pessoas procuram evitar”. Um ambiente onde se veja e diga a verdade são componentes fundamentais da mestria pessoal e da visão compartilhada. Neste caso a verdade não significa verdade total, mas apenas a verdade visível. Senge (1999) pergunta porque é tão difícil as pessoas dizerem a verdade nas instituições, afirmando que: “a resposta advém de conflitos entre fraqueza e lealdade. A maioria vive e trabalha em instituições, onde o dizer a verdade se choca com outras lealdades ocultas na instituição. Essas lealdades em relação ao líder, às recompensas e incentivos, pontos de vista sobre o que deve prevalecer, estão tão enraizados, que surgem primeiramente” (p. 200). Deste modo, muitas pessoas ocultam a verdade porque sentem que é extremamente difícil contemplar a verdade, cargo e paz. A única lealdade sustentável é a lealdade à verdade. As lealdades que nos levam a evitar reconhecer a realidade presente, incluindo as formas de defeitos e fraquezas alteráveis, com o passar do tempo poderão ser um factor de desequilíbrio, e de contradição dentro do ambiente da própria instituição. Para potenciar o falar verdade dentro da instituição, os líderes impedem os indivíduos de falar com abertura, punindo quem falar com franqueza, incluindo uma forma estruturada de humor irónico. Por outro lado, é também importante falar a verdade e ser positivo, descritivo, oportuno, específico e humilde. Deve também os elementos da equipa, ter conhecimento de informações, necessárias para compreender a verdade da liderança, através da lealdade do espírito. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 134 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança CAPITULO 3 – Novos Rumos Para a Liderança Escolar Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 135 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1. A organização/instituição escolar. A organização escolar pode ser comparada com a história contada no Novo Testamento da videira e das varas: “eu sou a videira, vós, as varas …, porque sem mim nada podeis fazer” João, (15, p. 5). A imagem caracteriza o problema das teorias com que nos defrontamos nas escolas da actualidade. Em educação, a videira representa as diferentes teorias em confronto nas escolas e as varas são as formas como a escola funciona. Neste sentido podemos podar as varas controlando o seu crescimento, enxertando novas qualidades de varas para mudar o fruto, mas no decurso do tempo ela modela-se dando os frutos que apetecer. O objectivo principal é conceber uma nova teoria de liderança na organização escolar que se pretende ser uma teoria esteticamente agradável, linguagens belas, invocadoras de pensamentos consistentes aos propósitos e condições da própria escola, devendo basear-se em ideias e evidenciar as ligações morais. Todas as teorias de liderança ressaltam a ligação das pessoas umas às outras, assim como a ligação do trabalho que realizam. Estas ligações relevam da importância de coordenação e compromisso para alcançar o sucesso. Também importante é a evidencia das recompensas quer intrínsecas quer extrínsecas. As primeiras relacionadas com o reconhecimento, autonomia e auto-estima. Contudo, as trocas podem originar a que a liderança as conceda como troca de favores. Neste ponto de vista, Sergiovanni (1990: 30) salienta que “o líder e os liderados negoceiam entre si, de forma, a que o líder dê aos liderados algo que eles querem, em troca de algo que o líder quer”, originando um envolvimento mútuo calculado. A instituição escolar, em relação à educação e segundo Fullan (2005), em termos de sustentabilidade educativa, é definida como “a capacidade de um sistema para se envolver nos aspectos complexos de um aperfeiçoamento contínuo, consistente, com valores humanos profundos”. Por outro lado, na perspectiva de Hargreaves (2003, pp. 693-700) a organização escolar é tanto mais considerável quanto mais “a liderança e a melhoria educativa preservarem e desenvolverem a aprendizagem profunda de todos, uma aprendizagem que se dissemina e que Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 136 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança perdura sem provocar qualquer dano àqueles que nos rodeiam, trazendo-lhes, pelo contrário, benefícios positivos, agora e no futuro”. A premissa da reforma descentralizadora, ao contrário da centralizadora, destaca a evidência de que a gestão localizada evidencia melhores sucessos, embora não tenha tido um papel preponderante e decisivo de profundas alterações “as reformas reestruturantes que transferem a tomada de decisões para as escolas podem ter alterado certos procedimentos governamentais, mas não afectaram o âmago de ensino e aprendizagem das escolas” Fullan, (1991, p. 201). Assim podemos enfatizar que um bom gestor, não é seguramente um bom líder da organização escolar. Na maioria dos casos os directores são bons gestores e brilhantes executivos. Por mais ampla e completa que seja a gestão actual, um bom gestor é aquele que sabe tirar partido da organização, dos seus recursos humanos, materiais e funcionais. O líder além disso deve dinamizar ilusionar, levar à construção e reconstrução contínua do projecto educativo. Este é sentido da definição de liderança como a que passamos a referenciar: "é a função dinâmica de um grupo ou organização para gerar o seu próprio crescimento, em termos de uma missão compartilhada ou projceto" Lorenzo Delgado, (2005, p. 371) . Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 137 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1.1. Princípios construtores escolares É nossa convicção que os princípios construtores da organização escolar deverão assentar na tomada de decisões tanto ao nível da organização como do funcionamento escolar, planos de estudo, ambiente de sala de aula, reflectindo princípios construtivistas de aprendizagem. A adopção de uma perspectiva construtivista altera o contexto forma e função, pois deste modo começamos pela forma para a educação, enquadrando posteriormente os objectivos, iniciando-se com o conhecimento sobre o ensino aprendizagem e as metas e rumos, almejados para pais e crianças. Nesta estrutura de trabalho, trabalhamos de dentro para fora definindo estruturas organizacionais, plano de estudos, ensino aprendizagem adequados às funções. A teria construtivista reflecte muito do modo como os adultos e crianças aprendem e o modo como pensamos dentro e fora do espaço escolar. O autor Shuman (1988) afirma que: “o pensamento contemporâneo acerca da aprendizagem vai buscar ideias a duas tradições recentes: o ser humano como limitado racionalmente e os seres humanos como racionais colectivamente. Quanto mais complexa e importante for a aprendizagem, mais esta dependerá da reflexão (olhar para trás) e da colaboração (trabalhar com os outros)” (p. 174). O construtivismo é uma teoria acerca do conhecimento e da aprendizagem, delineadora de estruturas de ensino, da escola, organização e desenvolvimento do professor. Defendem a metáfora de “comunidade de aprendizagem” que define essa estrutura conceptual para esse trabalho. O autor Prawat (1992) explica que: “a pesquisa actual sobre o ensino, juntamente com o trabalho da psicologia cognitiva e da antropologia cultural … deslocou o foco de atenção na educação de uma abordagem das diferenças individuais no ensino para uma que atente no desenvolvimento de uma comunidade de aprendizagem na sala de aula”. O mesmo autor recria esta ideia afirmando que: “se aprender é um acto social, mais perto do processo de socialização do que da instrução, os critérios para julgar a eficiência do Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 138 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança professor muda de dar boas aulas para conseguir construir ou criar uma sala de aula que seja uma comunidade de aprendizagem” (p. 12). Os princípios construtivistas destacam o modo como as crianças aprendem, facilitando a classificação de assuntos entre os colegas, com a finalidade da melhoria da qualidade, desempenho, o engrandecimento dos professores, assim como a melhoria de ensino e aprendizagem dos alunos. Uma das teorias para a organização escolar é de a transformar radicalmente, de modo que se transforma num centro de investigação. Para Schaefer (1967, p. 1), “a escola deve ser mais do que um local de instrução. Deve ser também um centro de investigação – não só um produtor como também um transmissor de conhecimento”. A escola quando alheada do conhecimento e de conteúdo na pedagogia, o ensino concebe-se como uma função de empregado da educação, surgindo como trabalho monótono. Concentrando-se apenas na função de distribuir, a escola torna-se uma prisão em vez de potencial e libertar ao máximo a mente do professor Schaefer, (1967). 1.2. A gestão do carácter da liderança escolar As instituições escolares serão cada vez mais consideradas e bem-sucedidas desde que sejam íntegras de carácter, com propósitos, estruturas e rumos únicos. O autor Selznick (1957, p. 137) afirma que “o planeamento e manutenção das organizações escolares é muitas das vezes um processo de engenharia. Sendo os seus objectivos óbvios e as escolhas baseadas em critérios técnicos e objectivos definidos, chama-se um engenheiro e não um líder”. A razão de actuarem como engenheiros em detrimento de uma liderança, porque o que as organizações escolares premeiam, são as questões de engenharia, surgindo o dilema nas organizações pois as teorias actuais obrigam os líderes a actuarem mais como engenheiros, mesmo reconhecendo que é no campo da liderança que a escola necessita de evoluir. Logo, o grande desafio actual da liderança é resistir ao aperto, pois o propósito da liderança escolar é transformar a escola numa comunidade moral, onde o retorno à integridade, ao carácter administrativo escolar, está subjugado a essa mudança. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 139 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A gestão de organizações feita de modo semelhante não potencia boas gestões nem boas lideranças. Qualquer organização que tente funcionar sem integridade e carácter, gere estruturas apenas vocacionadas aos seus propósitos e papéis sociais. Desenvolve formas e compromissos distintos de decidir em função das ligações com as pessoas que serve. De acordo com Selznick (1957): “desta forma, a organização como um instrumento técnico suplanta os valores. Como um veículo de integridade de grupo, torna-se, de certo modo, um fim em si próprio. Este processo de introdução de valores é, em parte, o que queremos dizer com institucionalização. Quando isto ocorre, a gestão de organização transforma-se em liderança institucional …. A construção de integridade é parte do que chamamos a “incorporação institucional de finalidades” e a sua protecção é uma grande função da liderança” (pp. 138-139). Esta teoria de liderança institucional das escolas é um avanço na forma como as sociedades, organizações e instituições funcionam, de modo a contribuir para a forma como as escolas são encaradas. Este avanço faz com que as escolas passem de organizações genéricas para comunidades singulares e distintas. Esta evolução torna a escola mais elevada, mas também a torna mais íntegra, fazendo com que desenvolva competências específicas e próprias. A mudança da filosofia de escola organização para escola comunidade, consiste essencialmente na devolução da integridade e carácter à liderança escolar. Estas tornam-se comunidades quando «instiladas de valores». Segundo Selznick (1957, p. 40), esta instilação potencia uma identidade distinta onde se verifica “aparência distinta, hábitos e outros compromissos unificados, colorindo todos os aspectos da vida organizacional e emprestandolhe uma integração social que ultrapassa a organização e o exercício do poder formal”. A questão das escolas comunidade moral precisa do desenvolvimento de liderança única. O ponto crucial dessa liderança única seria o fomento de parcerias partilhadas de aproximação entre membros da comunidade e metas partilhadas. A existência de autoridade moral faz com que a escola seja interlocutora entre os vários agentes educativos através da autoridade moral. Estas comunidades morais são fruto de pacto, pois as leis para serem eficazes têm de estar escritas no coração e não em pedra, pois a voz moral faz-nos pensar a liderança no sentido do desenvolvimento de um grupo de pessoas com os mesmos objectivos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 140 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Aristóteles afirma que a comunidade é mais definida pela harmonia, onde a harmonia de ideias distintas se complementares de personalidade se atingem quando se verificam relacionamentos de qualidade nas comunidades. Aristóteles na sua obra Ética a Nicómaco realçava este aspecto da qualidade do relacionamento como “amizade”. Actualmente, amizade é vista como uma relação interpessoal entre duas pessoas, de que gostam ou simpatizam mutuamente. Tradicionalmente, a amizade realçava dois aspectos basilares, o dever de ajuda e partilha de compromisso com o bem comum Bellah et al., (1985). Um dos factores mais relevante na teoria da comunidade é que a amizade fundamenta-se no facto da existência de compromissos morais comuns. Isto pode-se aplicar a todos os intervenientes da comunidade escolar, advindo daí o conceito de respeito alargado à comunidade educativa, consideração mútua pelas tradições comuns e, compromisso de entreajuda no desenvolvimento de todas as actividades. Como elemento relevante da liderança escolar, destaca-se o facto do aparecimento de escolas de carácter, onde se destacam a escolas «focalizadas» e as «locais», destacando-se as primeiras pela importância e significado que dão ao contacto directo e permanente com todos os intervenientes do processo educativo, com voz moral para definir estratégias em favor de uma causa comum, responsabilizando-se a nível pessoal e comunitário pelos compromissos assumidos. Estas escolas «focalizadas» estão fortemente determinadas em concretizar os seus contratos sociais e académicos no sentido efectivo do seu cumprimento. Nesse contexto, Hill, F. e Glender (1990), definem estas escolas afirmando que as focalizadas enfatizam e dão prioridade aos resultados, as locais salientam o cumprimento do programa e os procedimentos. Destacam também, que as focalizadas possuem fortes contratos sociais de responsabilidade mútua, enquanto as locais são os próprios intervenientes, que definem o seu papel na escola. Acrescentam ainda, que as escolas focalizadas possuem uma forte ligação aos encarregados de educação, moldando atitudes e valores dos alunos, realçando a ética, confiança, justiça e respeito mútuo, enquanto as escolas locais, idealizam-se como veículos transmissores de informação e de capacidade. Finalmente, as escolas focalizadas, possuem um plano de estudos construídos para mobilizar os alunos na aquisição de competências essenciais enquanto, as escolas locais, fazem uma distinção de alunos em função das suas Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 141 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança capacidades e anseios, através de planos de estudos diferenciados consoante o grupo de alunos. 1.2.1. A escola básica e a liderança. Verificamos actualmente que as escolas enquanto organizações não escapam às mudanças estruturais dos processos de liderança, embora se lhes reconheça certas especificidades, oriundas de outros contextos de liderança da sociedade. Apesar disso, devemos orientar de forma a apontar para as organizações escolares, com alguma singularidade a sua missão, pois esta é estritamente pedagógica e educativa. Como organização pedagógica, a escola adquire uma dimensão de instrução e ensino muito para além do conceito de educação. Nesse contexto, a escola como organização democrática, deve apontar para uma perspectiva de justiça, mas também de práticas objectivas de democracia, onde se verifique pedagogia de justiça e onde se pratique uma pedagogia de aprendizagem Senge, (1990). Também não pode ser apenas uma escola autónoma, mas uma organização de pedagogia autonómica, onde a organização e a liderança, não deverá ser apenas uma via de acção pedagógica, mas sobretudo uma via estruturante de acção pedagógica Lima L., (1999). Reconhecendo que determinadas organizações e instituições contemplam de algum modo a vertente escolar nos seus propósitos, a instituição escola tem a vertente pedagógica como factor determinante de toda a sua envolvência. Esta perspectiva origina que a concepção de liderança nas instituições escolares, deverá ser orientada como uma liderança para a acção pedagógica, baseada numa perspectiva de liderança educativa e pedagógica. Esta conceptualização da instituição escolar tem sido fortemente alicerçada, na causalidade da liderança pedagógica e as escolas excelentes face ao conhecimento de conteúdos pedagógicos que os professores adquirem, seja inicial ou no decurso da sua prática lectiva, que determina a “base essencial par o exercício da liderança escolar”, sendo enriquecedor e iluminador Sanches, (1995, p. 526). Nesta continuidade, seria relevante focar a importância do carácter educativo e pedagógico da liderança escolar, onde podemos destacar a fundamentação da liderança como Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 142 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança pedagogia, onde destacamos seis aspectos da valorização da liderança nas escolas como vectores da construção de um quadro teórico-conceptual de suporte da liderança nas instituições escolares. Assim, consideramos a liderança dispersa, que atravessa níveis, sectores e agrupamentos da instituição escolar, não sendo entendida como um atributo do líder forma, a denominada conexão débil, Weick, (1976), visível em várias mecanismos das instituições escolares, onde podemos observar, mais lideranças e líderes, activos na divulgação de ideias e na dinâmica de processos e práticas. Por outro lado a liderança de relatividade, entendida diferentemente em relação aos conteúdos, processos, em função do tipo de cultura, situações organizacionais onde se verifica, logo a liderança, toma facetas distintas, dando valor ao autoritarismo, centralização ou nepotismo Bush & Coleman, (2000). A aposta na liderança e democracia escolar é um pressuposto de igualdade de oportunidades, autonomia, justiça e equidade, onde todo o processo de aprendizagem ocorre de modo participado e partilhado, onde a liderança deverá ter em conta a participação activa de todos os intervenientes educativos, na tomada de decisões, que se desejam colectivas. Relativamente à liderança e colegialidade docente que implica reconhecer a liderança como processo que se desenvolve inter pares, onde a questão do profissionalismo e autonomia dos docentes, e colegialidade de decisões, reflexão partilhada das acções, potenciam lideranças dispersas, onde os líderes enfrentam novos desafios, para o desencadear de uma liderança colaborativa, colegial e solidária, que respeite autonomias individuais e grupais. A liderança que se aprende derivado da formação e competência pedagógica potenciar um melhor desempenho dos líderes escolares, para além da hereditariedade, experiencia ou personalidade, a liderança pode ser definida como um conjunto de competências que se aprendem, não sendo apenas técnico e instrumental, mas do nível de acção moral e transformacional Sanches, (1996), ou no nível da denominada inteligência emocional, que também se aprende e à qual Goleman (1996) atribui um papel insubstituível nos processos de liderança. Convém ainda, fazer uma diferenciação entre liderança e gestão, pois em termos genéricos somos levados a atribuir ao bom gestor capacidades de liderança, embora de forma Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 143 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança ambígua. Contudo, há líderes que em contexto escolar não fazem exercício de gestão organizacional, assim como verificamos gestores escolares, que não fazem a mais pequena ideia do que significa liderar. Mas o processo de liderança dentro das organizações escolares, enquadrada na progressiva autonomia, responsabilização, prestação de contas dos estabelecimentos de ensino, enfatiza, a questão da liderança escolar, como factor determinante do desenvolvimento organizacional, valorizando a selecção e recrutamento e reconhecimento dos líderes escolares, enfatizando no processo de formação a vertente pedagógica da liderança, porque o líder é um educador Starrat, (1993), em detrimento das orientações racionais, eficientistas e hierárquicas, não consentâneas com as instituições contemporâneas e, da escola como organização pedagógica. Referir que a liderança também tem que ser pensada de forma crítica, em especial na desmitificação da liderança controlada e denunciando a liderança de subordinação, substituindo-a por uma liderança democrática e facilitadora, à qual se reconhece um verdadeiro empowerment aos diferentes actores da organização Blase& Anderson, (1995). 2. As raízes da liderança escolar. Para se falar da voz da comunidade e da relevância dos acordos morais, na energia dessa voz, colocando de parte a questão da liderança. O importante é fazer com que as organizações possuem uma determinada sabedoria factual, onde os líderes deverão possuir visão, para depois trabalharem e moldarem a instituição que lideram de acordo com essa visão. Um dos mais eminentes peritos em gestão Burt Nanus (1992) relata-nos esta questão dizendo que: “não há qualquer mistério sobre o assunto. Os líderes eficazes têm objectivos e orientam-se fundamentalmente pelos resultados. Apostam em novas visões possíveis e desejáveis, comunicando-as e agindo sobre os liderados, de modo a que eles se embrenhem tanto com as novas direcções, as quais ficam desejosas de encaminharem os seus recursos e energias para consecução das tarefas” (p. 4). Os líderes eficazes realizam um trabalho de forma a que as suas visões se efectivem, dependendo do modo como fazem com que a sua mensagem e visão passe aos seus liderados. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 144 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Efectivamente, os líderes devem ser capazes de planear e estruturar uma visão, de acordo com uma estratégia definida e alcançável, construindo um grupo de pessoas que estejam de acordo e as consigam objectivar essa visão através da motivação dessas pessoas e outras da instituição que trabalhem e se esforcem para a concretização dessa mesma visão. As instituições terão sucesso pleno em todas as vertentes, quando os seus líderes estimulam e prestigiam os elementos para a realização dessas tarefas. O âmbito da liderança escolar não se esgota apenas na liderança assumida pelos líderes, mas também no papel dos pais não cumprirem as suas responsabilidades paternais, do mesmo modo, que os professores deverão cumprir as suas obrigações educacionais. Os alunos também entram nesta rede moral de responsabilização, caso os alunos não cumpram a sua parte, mesmo que pais e professores se esforcem, a probabilidade de sucesso será muito diminuta se os alunos não se fizerem a sua parte. Segundo a opinião de Cartwrigh, M. (1993, p. 106) “sucesso para qualquer um de nós significa sucesso para todos nós”. Do mesmo modo que aqueles professores que preparam mal as suas aulas e não se esforçam por obter novos conhecimentos sobre a sua função, e alunos que copiam ou não realizam o trabalho proposto, moralmente não estão revelando o cumprimento das suas responsabilidades. Como nos salienta Walter Feinberg (1993, p. 43) que “ao assumir um papel, fizeram uma promessa de cumprir as funções inerentes a este. O não cumprimento dessas mesmas funções representa uma quebra”. De certo modo, todos os intervenientes do processo educativo têm determinadas responsabilidades e deveres aos quais devem dar continuidade pelo facto de ser a atitude mais consentânea. Nesta esteira de responsabilidade e liderança, observamos que os professores nas suas turmas preocupam-se com as necessidades individuais dos alunos, não desistem dos alunos, revelam capacidade para trabalharem o máximo e, ensinarem o melhor que podem. Os pais, que assumem uma postura de liderança familiar, estão de facto preocupados com os seus educandos, assegurando-lhes local apropriado para o estudo, definem uma hora para se deitarem. Os bons alunos assumindo a sua cota parte, devem cumprir a sua parte do acordo moral. Por fim as escolas como entidades morais, sentem-se na obrigação de transmitir aos seus alunos estas lições de responsabilidade e funções. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 145 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Neste contexto e seguimento da «teoria da comunidade», está a origem da liderança escolar que se considera como um processo para que um determinado grupo aja de acordo com os objectivos definidos pelo líder. Liderança não quer dizer comandar ou exigir o rigor de certas ordens, no que concerne a influência de outros elementos por meio da persuasão, despertando forças morais interiores, a menos que os elementos seguidores desejem ser liderados, os líderes não podem ser líderes. Para que haja uma verdadeira liderança, os elementos seguidores devem criar laços de entendimento e mediação para uma influência recíproca. Neste contexto, John Gardner (1986) explica: “é neste contexto que os líderes surgem, contexto que determina o tipo de líderes que surgirão e o que se espera deles. Ganha-se um conjunto de seguidores leais quando as pessoas, consciente ou inconscientemente, julgam que o líder é capaz de resolver os seus problemas e ir de encontro às suas necessidades, quando é visto como um símbolo das suas normas e quando a imagem que transmite, é congruente com os seus mitos e lendas” (p. 11). Nas escolas este processo de influência recíproco entre líderes e liderados envolve ideais partilhados e também papéis relacionados com obrigações morais. Do mesmo modo que professores, pais e alunos, têm papéis relacionados com obrigações morais, também a liderança, deverá cumprir com as suas obrigações morais relativas ao seu papel de líder. As raízes da liderança escolar estão fundamentadas nas responsabilidades do líder, como suprir as necessidades da escola como instituição de acordo com os seus propósitos, defendendo a integridade institucional da escola. Nesse sentido, o líder de uma escola, para cumprir eficazmente os seus papéis e tarefas de liderança executiva, deverá ter em consideração o seguinte: adequar visões partilhadas de acordo com todos os intervenientes educativos através de uma voz moral. Potenciar o consenso dos ideais da escola acerca do seu funcionamento e ligações morais entre papéis e responsabilidades, respeitando sempre as diferenças e estilos individuais. Favorecer a aplicação de acordos escolares relativos a procedimentos estruturantes que possibilitem o integral cumprimento dos comportamentos e objectivos escolares definidos. Motivar os subordinados satisfazendo as suas necessidades elementares psicológicas e culturais, para que as suas vivências escolares sejam eficazes e de pleno significado. Dar o apoio necessário, organizando, definindo, mobilizando recursos e procedimentos, mantendo a escola a funcionar eficazmente. Ultrapassar dificuldades e Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 146 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança barreiras, impeditivas da concretização dos compromissos, potenciando recursos e apoios para a concretização dos mesmos. Dar carácter à escola, pelo seu envolvimento principal de acordo com a modelação de valores, pensamento, palavras e acções. Ser um líder supervisor, atendendo a uma visão geral, para que a escola cumpra os seus desígnios através da razão e, caso seja necessário ajudar a que esse desiderato seja almejado. Deste modo, podemos afirmar que a liderança escolar tem como objectivos definir um rumo e exercer influência com finalidades educativas centradas nas aprendizagens dos alunos, desenvolvendo conhecimentos académicos, competências e aprendizagens de regras, e valores sociais relevantes. Como explicita Meier (1992), as decisões são tomadas de acordo com o ambiente de cada sala de aula, duração das aulas ou número de visitas de estudo. Os professores decidem em conjunto os conteúdos pedagógicos e a avaliação. Ensinam o que julgam ser relevante. Trabalham em grupo, desenvolvendo sistemas de avaliação para os alunos, famílias… os quais representam valores e crenças mais próximas da realidade quanto possível. A liderança de uma escola tem que ser entendida especialmente como uma função e não como um cargo, embora esteja ligada a posições de autoridade formal deverá abarcar um leque de funções que podem ser desempenhadas por várias pessoas de acordo com todo o tecido escolar. Os líderes de uma escola são os elementos que potenciam e exercem influências para se concretizarem as finalidades da escola. De facto, a melhoria da liderança educativa edifica-se através de estudos estruturados e científicos. O que há conhecimento é que a liderança de escola é melhor sucedida, quando centrada no ensino e aprendizagem, sendo justificável, mas não suficiente para uma melhoria sustentada de escola. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 147 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.1. Liderança baseada na pedagogia Um dos factos mais relevantes das tarefas de liderança baseia-se no papel da supervisão como fundamental, para as tarefas da liderança, quando os líderes escolares exercem um tipo de liderança baseada numa concepção pedagógica. O termo liderança como um modo pedagógico não é muito utilizado, e quando acontece refere-se especialmente à instrução, plano de estudos ou ensino. Contudo o termo liderança como pedagogia, tem raízes históricas muito antigas e de grande abrangência, que urge fazer uma viagem histórica. Como nos refere Max Manen (1991), “o termo pedagogo deriva do grego e refere-se não só ao professor, mas ao escravo atento ou guardião cuja função era levar (agogos) o rapaz (paides) à escola …. O adulto tinha a tarefa de acompanhar a criança, de estar com a criança e de cuidar da criança. O pedagogo deveria certificar-se que a criança se mantinha longe de problemas e se comportava adequadamente. Este é o tipo de “guia” que frequentemente caminha atrás da pessoa guiada. O escravo ou pedagogo estava presente como in loco parentis” (p, 37). Neste contexto, o trabalho do pedagogo quer ele fosse um professor ou outra pessoa qualquer, era o de proporcionar um ideal de protecção e orientação à criança, definindo um papel partilhando com os seus pais na sua ausência. Pelo facto de este papel ser relevante, para o desenvolvimento da criança e interesses gerais dos pais, teria de implicar uma forma implícita de liderança. De acordo com Max Manen (1991, p. 38), “a ideia grega original de pedagogia associava também o significado de guiar, no sentido de acompanhar e viver com a criança, de modo a direccionar e cuidar da vida dele ou dela”. De facto os professores exercem um tipo de liderança pedagógica muito específica, pelo motivo de ocuparem um papel determinante no relacionamento e envolvência com a criança, mais directamente, pois é ele que a orienta academicamente, socialmente e espiritualmente desde a infância à idade adulta. Os líderes das escolas praticam bem este tipo de liderança de forma pedagógica, desde que facilitem o processo, certificando-se, que estão servindo os reais interesses das crianças. Para que tal aconteça, é necessário que o líder mobilize as pessoas, comunicando de forma aberta os problemas, fazendo progressos significativos para a sua resolução Heifetz, (1994). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 148 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Neste contexto, entende-se a «pedagogia» praticada como uma postura de autoridade, no sentido da boa tomada de decisões responsáveis para o melhor da criança. Esta autoridade pedagógica não é autoritária, tendo em conta que os Conselhos Executivos ou os Directores, detêm mais poder que os professores e alunos, face à sua autoridade que lhe advém da sua responsabilidade inerente ao cargo e papel que devem exercer e apoiar do pacto moral da escola. Relevante neste contexto, é enfocar a gestão por competênciasdos Centros Educativos, em função dos seus conhecimentos, habilidades, atitudes e destrezas, que marcam o desempenho da sua função de liderança, para desse modo alcançar com êxito da organização escolar. Deste modo no âmbito pedagógico vêm-se falando cada vez mais de competências chave ou transversais, que seriam aquelas que atravessam toda a função de gestão, direcção da instituição escolar e específicas ou de natureza mais concreta. É curioso que de novo o tema apareça implicado com a liderança como é salientado por Lorenzo Delgado, (2004). Na generalidade das escolas os Conselhos Executivos e os Directores assumem um tipo de liderança de pedagogia nos momentos de criar propósitos bem definidos e estruturados. Philip Selznik (1957) salienta que: “a construção de propósitos …, envolve a transformação de homens e grupos de unidades neutras e técnicas em particular dotados de uma marca peculiar, sensibilidade e compromisso. Este acaba por ser um processo educativo. Tem sido dito, e com razão, que o líder eficaz tem de saber o significado e dominar as técnicas do educador. O líder como educador requer a capacidade de interpretar o papel e o carácter da instituição, distinguir e desenvolver modelos de pensamento e comportamento e encontrar modos de comunicação que vão dar perspectivas gerais em vez de meramente parciais” (pp. 149-150). Este desiderato pedagógico leva de facto à plena integração institucional de propósitos, que deverão ocorrer sempre que as escolas, se identifiquem como comunidades, que possuem uma relação de profícuo diálogo com professores, pais e alunos, através da voz moral. Não é apenas as habilidades dos líderes em relação aos objectivos que desejam atingir, ou mesmo a uma determinada visão que tenham efectivamente da escola como instituição, mas, enfatizar que esses propósitos e visões, devem ser concebidos numa perspectiva de utilidade social, servir o bem público, ter em linha de conta os interesses e necessidades dos liderados e Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 149 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança seguidores, colocando-os num patamar de moral bastante elevado, o que significa uma postura de líder transformacional. Esta conduta de liderança transformacional, embora ajustável ao mundo empresarial, quando é aplicado na prática da liderança nas escolas, não é muito desejada, preferindo aquela teoria de propósitos e visões de elevação moral. Ainda nesta mesma linha de pensamento, Heifetz (1994), defende que a liderança nas escolas deverá ser essencialmente normativa, dizendo que: “temos de tomar partidos, quando ensinamos, escrevemos e modelamos o exercício da liderança, inevitavelmente apoiamos ou desafiamos as concepções das pessoas sobre si próprias, os seus papéis e, acima de tudo, as suas ideias de como os sistemas sociais fazem progressos na resolução de problemas. O conceito de liderança é normativo, porque na noção geral de liderança estão implícitas imagens de um contrato geral. Verifiquemos a situação e as diferenças de comportamento, quando os indivíduos agem persuadidos de que a liderança, significa influenciar a comunidade a seguir a visão do líder, versus, a liderança significa influenciar a comunidade a enfrentar os seus problemas” (pp. 14-15). Na realidade, a liderança educacional deverá ser exercida no sentido de mobilização das pessoas para a discussão dos problemas mais complicados é seguramente uma das bases da liderança. De facto, motivar, organizar, orientar é sinónimo de dar ênfase aos problemas e à sua resolução. A mobilização da comunidade educativa para a solução de problemas e situações complexas, é uma forma de praticar a liderança como uma forma de pedagogia, baseada em esforços imbuídos de melhoria do bem comum. Nas palavras de um conhecedor e comentador moderado de liderança Robert W. Terry (1993), algumas ideias que de facto nos poderão ajudar a compreender situações mais ou menos complexas, quando escreve que: “a liderança vive na intersecção do autêntico e do não-autêntico, inclinando o mundo em direcção ao autêntico. A liderança está sempre ciente que, ao invocar a autenticidade, nunca nos podemos esquecer, que os conflitos e as ambiguidades da acção residem não só no mundo mas dentro de nós próprios. A liderança assenta na espiritualidade. Perder esta esperança e esta fé é despertar e cair no cinismo. A liderança é, de facto, um chamamento nobre, digno do nosso mais profundo compromisso. Pois o nosso trabalho, em última análise, repousa somente na fé de que as acções que fazemos em relação às nossas famílias, comunidades, associações, instituições e o mundo, contribuam para o bem-estar de todos os que tocamos e servimos” (p. 274). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 150 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Na sua plenitude, as raízes da liderança almejarão a voz moral da comunidade, assim como o papel dos Conselhos Executivos ou directores, mas também os compromissos pessoais com pais, professores, presidentes ou directores das escolas, no sentido de fazer o melhor para as crianças, aceitando o ideal da prática da liderança como pedagogia por parte dos gestores das escolas, torna-se fundamental para o papel que desempenham nas escolas como «o bem e a virtude». Na opinião de Macintyre (1981) a virtude é assumida como uma qualidade humana, que se adquire e nos permite criar condições para conseguir as finalidades de exercício do bem comum. No ensino, a virtude exige um compromisso com a excelência, definindo ensino com um compromisso para a justiça, coragem e honestidade. 2.2. Liderança em contexto escolar Na realidade, as lidernaças escolares são obviamente diferntes das lideranças noutros contextos institucionais. O autor Sergiovanni (2004) afirma que apesar de poderem partilhar “com outras organizações requisitos comuns de gestão que asseguram o cumprimento de objectivos organizacionais básicos, como a competência, estrut ura e estabilidade”, as escolas têm “de dar resposta às realidades políticas singulares que enfrentam”. Nesse contexto, “os líderes escolares devem sobretudo ser sensíveis aos princípios, valores, crenças e necessidades da comunidade em que se inserem” (pp. 429-430). No contexto da actual mudança escolar, a escola surge-nos como uma instituição com dinâmica e complexa, onde todos são chamados para a mobilização colectiva, em torno de objectivos comuns, onde reina um ambiente de flexibilidade, criatividade, imaginação e responsabilidade, tendo sempre presente os objectivos, que se enfatizam em verdadeiras comunidades profissionais de aprendizagem. Liderar está ligado à capacidade de definir uma visão pessoal para a escola, comunicando-a aos outros elementos da comunidade, fazendo com que eles a adoptem e se mobilizem para a sua efectivação. Relevante neste contexto, é que os líderes como trabalham com outras pessoas para conseguirem os seus objectivos, devem apostar numa atitude construtiva e, não de imposição, trabalhando em equipa, definindo rumo para a escola e, para que todos estejam implicados no Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 151 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança alcançar do seu sucesso. Este modo de encarar a escola, é enfatizado por Formosinho et al. (2000, p. 128) quando salientam que num contexto escolar, devemos saber como podem os elementos da comunidade educativa “ajudar-se mutuamente para descobrir o significado do que fazem, ao mesmo tempo que cultuvam neles a capacidade par melhorar e transforma as suas práticas”, adoptando “como base na acção liderante a interacção transformadora a partir de uma autocompreensão colectiva e uma autoconsciência dos constrangimentos vários da acção educativa da escola, bem como da sua participação cúmplice na sustentação dos mesmos” (p. 128). Assim, a liderança muda de uma “perspectiva tecnológica ou gerencialista”, para uma “perspectiva pedagógica” Formosinho et al., (2000, p.128). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 152 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.2.1. Liderança versus gestão. Tanto o conceito de liderança como o conceito de gestão são polissémicos, potenciando várias perspectivas em torno da sua deferenciação e apreciação global. Deste modo verificase, a existência de autores que defendem que os conceitos de liderança e gestão, são perfeitaemnte inter-relacionados, mas a maioria marca as diferenças notórias entre estes dois conceitos. Tendo em conta autores como Uribe (2005), podemos facilmente distinguir os conceitos de gestão e de liderança, referindo que alguns se preocupam mais com a complexidade das instituições enquanto outros, como é o caso de Uribe, que se dedica mais às questões das mudanças que podem ser efectuadas na própria organização ou instituição (figura 19). Gestão (ocupa-se da complexidade da organização) Liderança (ocupa-se das mudanças) Administração Inovação e desenvolvimento Implementação Visão (perspectivas a curto prazo) (perspectivas a longo prazo) Actuações operacionais Actuações estratégicas (resposta às questões “como?” e (resposta às questões “o quê?” e quando?”) “porquê?” Meios Finalidades Sistemas Comunidades Fazer as coisas correctamente Motivar, inspirar, envolver Controlar Motivar, inspirar, envolver Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 153 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Transformacional Transaccional (reforços e punições, relações de poder) (alteração de valores, atitudes e comportamentos; partilha de poderes. Objectivos e responsabilidades Figura 19 – Distinção entre gestão e liderança, fonte: West-Burnhan (1997) & Uribe (2005) Da análise cuidada da figura, podemos concluir que a gestão fucaliza o seu papel na administração da instituição com a finalidade de resolver os problemas do imediato, ou seja de curto prazo, tentando conseguir meios que respondam às questões «como?» e «quando?». O gestor centraliza as suas acções na realização plena das tarefas e no controlo dos outros, de acordo com uma perspectiva transacional fundamentada no ideal de poder com punições e recompensas. Em oposição, o líder centra-se na inovação e no desenvolvimento da instituição, estruturando objectivos a longo prazo, de acordo com estratégias para os aconseguir. Focaliza-se no modo como responder às questões «o quê?» e «porquê?», agindo correctamente, motivando, inspirando e envolvendo toda a comunidade com quem trabalha. Logo este modo de agir, leva-nos a pensar a liderança de modo transformacional, onde se verifica partilha de poderes, objectivos, responsabilidades, preoculação na mudança de valores, atitudes e comportamentos. Segundo Kotter (1988), uma gestão eficaz controla a complexidade enquanto a liderança eficaz produz mudança útil. Na opinião de Uribe (2005, p. 109), “enquanto a gestão se ocupa de enfrentar a complexidade própria das organizações e instituições modernas, a liderança enfrenta as mudanças necessárias para projectar num ambiente dinâmico”. Globalmente, a maioria das organizações educacionais está a passar de um modo de administração e gestão hierarquizado, para um modo mais acentuado de liderança do que de gestão Uribe, (2005). Na actualidade, pensa-se mais numa liderança que reconhece o potencial profissional da instituição que envolva toda a comunidade docente. Logo, é urgente a existência de estruturas nas escolas, que potenciem o regular exercício dinâmico e múltiplo Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 154 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança da liderança, para que deste modo os diferentes elementos da comunidade educativa, ajam como facilitadores ou responsáveis por vários projectos Uribe, (2005). O autor Davies (2004) enfoca a expressão liderança estratégica como capacidade para ter uma visão correcta da posição da instituição no futuro, definindo as medidas a tomar para alcançar os objectivos a longo prazo. A utilização deste tipo de liderança a longo prazo está a edificar uma escola estratégica, baseada na sustentabilidade, implementando medidas estratégicas para avaliara o seu sucesso perspectivam o futuro para além da própria escola. Estas lideranças utilizam processos variados de planeamento estruturado e sustentado em lideranças estratégicas. O autor Imants (1996) aposta que a visão do líder é crucial no funcionamento, objectivos e rumo da escola e da capacidade em comunicar pensamentos aos elementos da comunidade escolar, são fulcrais para uma liderança eficaz. Neste enquadramento é justificável a abordagem à liderança integral, pois não é justificável separar-se liderança educacional de administração educacional, pois iriamos originar a fragmentação e segmentação (Leithwood, 1992). De acordo com este autor, o líder deverá integrar todas a valências da escola, educacionais, pessoais, financeiras e administrativas. Como seu defensor, afirma que deveria existir uma orientação integral do líder para que a instituição consiga ser mais eficiente e eficaz Leithwood, (1992). Assumindo que liderança e gestão, sendo distintas, devam ser exercidas por pessoas diferentes, julgamos que embora diferentes conceitos complementam-se, sendo ambos úteis para o desempenho das instituições. Concebendo uma estrutura de gestão eficiente que potencia a participação dos professores, muda-se de uma visão antiquada de liderança transaccional, hierarquizada e controlada, para um visão moderna de liderança transformacional que distribui e delega Hopkins, (1996). 2.2.2. Abordagens da liderança em contexto escolar. Na realidade, tem-se verificado uma intensidade de pontos de vista sobre liderança, eficácia e melhoria das escolas, onde nos surge várias concepções, modelos e teorias, a par de estratégias e princípios definidores para os líderes a conceberem com eficácia. Contudo, apesar desta abundância de pontos de vistas e visões de lideranças eficazes para as escolas, Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 155 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança constatamos que, desses modelos conceptuais de liderança existentes, há dois que têm sido mais enfatizados e desenvolvidos por Burns (1978) e que são respectivamente a liderança transacional e a liderança transformacional. De acordo com a opinião de Bass (1985), o líder transacional procura fundamentalmente identificar as exigências de cada tarefa para conseguir os resultados desejados, baseados na troca de serviços e recompensas controladas pelo próprio líder. De acordo com Day et al. (2000), o líder transacional focaliza-se nos objectivos da instituição, ajudando a comunidade a comprender o que é melhor para atingir os objectivos. Verificamos determinadas recompensas controladas pelo líder que a comunidade educativa reconhece e deseja alcançar. Por outro lado, fala-se muito do individualismo dos professores, do seu isolamento em sala de aula, onde realça a urgência de desenvolver práticas e culturas colaborativas nas escolas. Para que isso não aconteça, é necessário desenvolver uma liderança transformacional Burns, (1978), Sergiovanni, (1984), Bass, (1985), Bass et al. (1994) & Leithwood et al. (1996), onde o líder não revela uma intervenção directa nas questões didácticas e curriculares, procurando transformar a cultura escolar de acordo com mecanismos e estruturas, potenciadoras da colaboração e, do modo de decisão participativo e partilhado. Neste contexto, o líder tenta que todos os professores se sintam implicados e se identifiquem de todo com os objectivos da missão. Neste enquadramento, Burns (1978, p. 20) sugere que neste tipo de liderança ” Líderes e seguidores potenciam um ao outro níveis mais elevados da moralidade e da motivação”, onde o líder assume um papel relevante de mudança, transformação dos outros de acordo com as suas reais necessidades e ambições. Aqui, a liderança transformacional assenta na motivação dos elementos da instituição, sendo ele o verdadeiro líder, que os orienta para a relevância dos processos para atingir os fins desejados, alterando os interesses individuais em função dos interesses colectivos da instituição. De acordo com Bass (1985), existem cinco factores cruciais relativos à liderança transformacional: carisma, consideração individual, estímulo intelectual, inspiração e tolerância psicológica. O carisma faz referência à capacidade do líder de transmitir confiança, respeito, entusiasmo, não apenas na vertente da personalidade, mas também numa visão de intercâmbio relacional. A consideração individual diz respeito à atenção, ao elogio e à apreciação do seu desempenho e amabilidade com que o líder trata os elementos do grupo. O Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 156 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança estímulo intelectual refere-se à utilização das capacidades intelectuais e a racionalidade na resolução de problemas, potenciando o crescimento intelectual dos docentes. A inspiração do líder determina o optimismo, entusiasmo e expectativas de todos os componentes do grupo. Finalmente, a tolerância e o sentido de humor, em situações de conflito, são um meio de comunicar confiança e compreensão aos docentes. A liderança transformacional objectiva um avisão a médio e longo prazo, caracterizandose por se “pautar por valores e concentrar na mudança estrutural, cultural e sistémica das escolas e, neste sentido, mostra potencial de resposta aos desafios da mudança” Diogo, (2004, p. 270). Por outro lado, Morgan (1993) salienta que as teorias organizacionais foram pensadas para estruturas organizadas, mais viradas para as empresas do que para as escolas. De facto, num mundo em constante mudança, cresce o anseio de um paradigma mais flexível e adaptável à realidade complexa, dinâmica, descontínua, caótica, incerta e emergente, evoluindo para um modelo de liderança democrática, distributiva, transcendental, qudificuldades quântica e devota às dificuldades dos sistemas. Considera Diogo (2004) que: “o papel das lideranças das escolas será o de saber para construir um projecto que antecipe o futuro, e que, como tal, exige não só criatividade e pensaemento inteligente, como também capacidade para reinventar as culturas profissionais dominantes, encarando as relações de trabalho de modo mais holístico e multifuncional, de poder mais distribuído, onde a rigidez das estruturas dá lugar à cooperação, responsabilidade, flexibilidade e parceria” (p. 272). Uma das permissas essencial da liderança é o desenvolvimento individual e colectivo de acordo com a reflexão sobre a prática, da relação entre a liderança e a aprendizagem, assim comoevidências do funcionamentoda escola, práticas de sala de aula e mesmo do que se observa na comunidade educativa envolvente. Estas escolas apostam numa expectativa e desafios elevados, par que todos os alunos façam aprendizagens profícuas e o mais possível, de acordo com uma avaliação continuada e diversificada, que sustenta a capacidade do potencial da escola. Por outro lado a distribuição de poderes, decisões partilhadas e estratégias de partilha de responsabilidades, para implementar protocolos e projectos com a comunidade educativa, com compromisso e responsabilidade com os restantes elementos da comunidade, sem ter como objectivo imediato o sucesso. Parece-nos este tipo de liderança, aquele que mais pode contribuir para a plena eficácia das instituições e organizações educativas, de um modo mais partilhado, distributivo, diversificado tendo em conta todos os actores da comunidade educativa. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 157 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2.2.3. Equipas de liderança nas escolas. Todos os estudos sobre liderança nas escolas centraram-seno papel do líder, contudo, na actualidade surgem argumentos que consideram a participação de outros professores na liderança das escolas, embora em Portugal esta ideia da liderança, ainda não seja muito aceite e quase inexistente. Para Harris (2003), “liderança é a aprendizagem, a construção do significado, do conhecimento colectivamente e colaboradora. Envolve oportunidades de aplainar e negociar percepções, valores, opinião, informação e suposições com as conversações de continuação. Significa a geração de idéias junto; procura reflectir em cima e fazer o sentido do trabalho à vista da opinião compartilhada e da informação nova; criando as acções que crescem fora destas compreensões novas” (p. 214). Defende Harris (2003, p. 313), citando Little (1995) & Lambert (1998), a importância da relação positiva existente entre a liderança dos professores e a capacidade colaborativa para a melhoria das escolas. Logo cada elemento da equipa de professores da escola deve dar o seu contributo para o grupo, discutindo e trocando ideias benéficas para o engrandecimento e melhoria da escola, num processo de partilha de visões e consensos advindos da experiência potenciam um sucesso mais profícuo do que aquele que é proposto pela mudanças. Verifica-se actualmente uma tendência mais forte para um tipo de liderança (com)partilhada, distributiva, nas equipas de liderança Gronn (2000). Deste modo verifica-se uma descentralização do poder para uma forma mais dispersa, originando várias lideranças que não são concorrentes mas sim complementares Sanches, (2000). Funcionando de forma colaborativa, a escola precisa de liderança colectivas como salienta Bolivar (2000, p. 203), “a liderança colectiva não signnifica que não haja líderes”, mas a liderança deixa de estar ligada à atribuição de cargos formais e passa a ligar-se a funções que podem ser realizadas por pessoas distintas. Na opinião de Goleman et al. (2002, p. 14), “numa organização há muitos líderes, não apenas um. A liderança está distribuída. Não está apenas no indvíduo que detém a posição cimeira, mas reparte-se por todas as pessoas de todos os níveis”. Realacionado com a liderança colectiva, surge o conceito de participação onde os elementos internos e externos das escolas interagem de modo colaborativo e democrático. Esta perspectiva envolve todos os elementos, comprometendo-os, responsabilizando-os pelos resultados e sucessos da escola. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 158 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Deste modo, para que as escolas se sintam mais perto das lideranças de trabalho nas salas de aula, torna-se relevante realçar o papel das lideranças intermédias, das equipas de trabalho e das lideranças informais. Neste contexto, de acordo com Spillane et al. (2001), a liderança distributiva deve: “incorporar as actividades de diferentes grupos dentro da escola que trabalham para orientar e mobilizar os processos de melhoria e de mudança; implicar que a liderança seja realizada com a interacção de múltiplos líderes; originar uma interdependência entre os líderes que compartilham responsabilidades” (pp. 23-28). De acordo com MacBeath (2005), pode haver seis modos de realizar a distribuição: formal, pragmática, estratégica, fomentada, oportunista e cultura. A forma refere-se a uma distribuição hierárquica de atribuiçaõ de cargos. A distribuição pragmática fundamenta-se na pressão exterior, onde se solicita que elementos externos à escola assumam responsabilidades, para desse modo contribuir para o desenvolvimento da escola. A distribuição estratégica, objectiva, um planeamento distributivo, para alcançar metas que visam a melhoria da escola. A distribuição fomentada está ligada à pragmática e à estratégia, orientada pelas capacidades que cada elemento revela possuir, atendendo às competências individuais, para a sustentabilidade e eficácia da escola, no pressuposto de confiança mútua e troca de ideias. A distribuição oportunista revela mais oportunismo de que planeamento. Aqui, o líder é secundário porque existe uma natural predisposição dos elementos da escola para liderar, organizar, verificar o que foi feito e ter a certeza do que foi cumprido, sendo urgente verificar, o rumo seguido, porque os valores, prioridades e princípios podem ser alterados, em prejuizo para a escola. A distribuição cultural exige da liderança uma distribuição baseada na cultura, tradições e actividades da escola. Realça-se que aqui a distribuição faz-se de modo espontâneo, colaborativo, sem diferenciação entre líderes e liderados. Os elementos trabalham em colaboração, com objectivos comuns, ultrapassando tensões e desafios da comunidade, pois sentem que a força da escola é olhada na competência, inteligência e energia colectiva, que determina e fundamenta a estrutura da organização. Esta distribuição só poderá ser possível desde que haja condições nas escolas, para que os professores possam reunir, partilhar experiências, auto-conhecerem-se e o grupo de trabalho, para discutirem planos estratégicos da escola. Relevante se torna dar oportunidades diversificadas de desenvolvimento profissional contínuo, focalizado não apenas nos conhecimentos profissionais dos professores, Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 159 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança mas em aspectos relevantes da sua liderança. Finalmente torna-se necessário que os professores se sintam auto-confiantes, para actuarem como líderes nas suas escolas, em função de um trabalho harmonioso e, do reconhecimento das suas capacidades MacBeath, (2005). Dos estudos efectuados sobre a liderança distributiva nas escolas, verificou-se que a comunidade educativa possuia uma visão comaprtilhada da escola e dos seus objectivos, fundamentada no consenso e expressando a sua opinião e compromisso globalmente. Verificou-se que os professores demonstravam certo cepticismo em relação aos pais como líderes e como fonte de aprendizagem. Também não foi feita uma associação imediata de liderança aos alunos, pois apesar da defesa de que a liderança deve ser distributiva e partilhada por todos os elementos da comunidade educativa, contudo apenas os professores a exercem em concreto. Segundo a opinião de Smyth (1994), a liderança democrática assenta plenamente na confiança mútua entre as pessoas da organização e, deste modo, o poder do líder transformase em função de uma liderança perspectivada num conceito distributivo e partilhado entre todos os elementos da escola. 2.3. Papel das Lideranças Da análise das várias definições e estilos de liderança e a maneira como são desenvolvidas nas instituições educativas revelam que a(s) liderança(s) exerce(m) influência em vários domínios da vida escolar e da própria escola enquanto organização educativa. Neste contexto, seguidamente abordaremos o papel que desempenham no sucesso educativo, na formação de comunidade de aprendizagem nas escolas e na criação e manutenção de uma determinada cultura e clima nas instituições educativas. É também de realçar o papel das lideranças no poder de agregar as pessoas, gerando uma visão, fornecendo motivação e entusiasmo, para que todos os elementos possam benficiar dos resultados e do esforço despendido. Um dos aspectos mais relevantes é a forma de Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 160 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança comunicação, para a implementação das tomadas de decisão e conseguir bons resultados, de acordo com planeamento estratégico da instituição. Um líder participativo e popular entre os colaboradores que não constranja, favorece um bom empenho de todos os elemntos no sentido de alcançar os objectivos delineados pela instituição. 2.3.1. Liderança(s) e sucesso educativo. Os estudos e investigações efectuados no campo educacional, têm revelado que o papel da(s) liderança(s) é fundamental na mudança paradigmática das escolas, na sua melhoria, qualidade e aumento de eficácia, desempenhando um papel extremamente importante e motivador dos professores e aluno Day C. et al., (2000). Em Portugal, os estudos e investigação sobre liderança escolar é muito escassa ou quase inexistente, debruçando-se apenas numa perspectiva organizacional e administrativa. Neste contexto, em Portugal tem-se vindo paulatinamente a comprovar que o papel dos líderes resume-se apenas a funções meramente burocráticas, desempenhando mais um papel “mais como representantes locais da administração central, do que como líderes que imprimem novos rumos e trajectórias para as suas escolas” Diogo, (2004, p. 268). Todos os estudos realizados internacionalmente têm afirmado que na generalidade das escolas, o mais relevante factor de sucesso educativo era de facto a qualidade da liderança educativa das mesmas escoals. De facto, todas as alterações efectuadas nas escolas onde os papéis e as responsabilidades dos líderes das escolas, comprometendo-os com a melhoria da escola Harris, (2004). No mesmo sentido, afirma-se que o líder é o agente chave de melhoria da escola, sendo o responsável pela mudança e pelo aumento das expectativas dos alunos e dos professores Levine, (2005) criando-se inclusivé escolas para avaliar, desenvolver e certificar líderes eduaccionais. Na década de oitenta, os estudos sobre liderança nas escolas descreveram características próprias das escolas eficazes, afirmando que nestas escolas verifica-se um clima de trabalho agradável, elevadas expectativas de rendimento escolar e os docentes motivados e satisfeitos com o tipo de liderança da escola. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 161 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Existem poucos estudos sobre a relevância e importância da liderança nos resultados dos alunos e na melhoria da escola. No entanto, há evidências que revelam que a liderança da escola desempenha um papel crucial no rendimento e desempenho dos alunos, verifcando em muitos países, uma maior pressão sobre os líderes da escola, que têm recompensas ou sansões em função dos resultados dos alunos. Contudo sabemos que o sucesso dos líderes está dependente de vários factores, como seja o contexto onde se está inserido, os recursos disponíveis, a equipa de professores e a própria comunidade. Os autores Bryk et al. (1998) evidenciaram melhorias significativas nas escolas quando os seus líderes trabalham em conjunto com os pais, professores e outros elementos da comunidade educativa, alicerçando laços fortes de união, melhorando a capacidade profissional dos professores de forma coerente e profissional. Neste mesmo sentido, Fullan (2001) afirma que os líderes de sucesso concentravam o global do seu trabalho na melhoria da aprendizagem dos alunos, de uma forma orientada, inclusiva e facilitadora, centrada na aprendizagem, utilizando uma gestão eficaz e eficiente. Também nesta linha de pensamento, Day et al. (2000) salienta o papel fulcral das lideranças nas elavadas percentagens de sucesso, referindo a relevância das lideranças de topo, mas também salientando o papel assinalável das lideranças intermédias, cujas são determinantes nos resultados escolares dos alunos. Neste âmbito, Diogo (2004) salienta que: “estes líderes preocupam-se com a qualidade das interacções sociais nas suas escolas, com a definição e consecução de standarts profissionais, com a integração de experiências e ideias intencionalmente recolhidas de bons exemplos de outras escolas, e com a monotorização continuada das performances escolares” (p. 268). Atendendo a estas questões de liderança intermédia, devemos realçar a importância das lideranças intermédias face à sua eficácia, em particular no desenvolvimento curricular, focalizado essencialmente o papel dos líderes, assentes na autonomia que detêm e, na liderança que exercem nas escolas, verificando-se que a sua maior tarefa na escola, relacionase com tarefas menores em relação às estratégias da escola, pois a maioria do tempo é dedicado a tarefas de rotina, sem grande interferência no processo de ensino aprendizagem Haynes, (2003). Nestes casos, a liderança nas escolas não é distributiva Gronn, (2000) porque este tipo de líderes não potenciam e desenvolvem o seu verdadeiro papel nas tarefas Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 162 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança quotidianas, administrativas e burocráticas: “O líder que exerceu funções de gestão que não suportam o ensino e a aprendizagem” Haynes, (2003, p. 299). Também Donaldson (2001) salienta que a liderança escolar eficaz desenvolve a mobilização colectiva, tendo como objectivo finalidades morais, potenciando um clima de abertura, confiança mútua e comprometimento com o trabalho conjunto e partilhado. Estas realidades atrás evidenciadas, são fruto de investigações recentes realizadas por Leithwood et al. (1999, 2000, pp. 112-129) e realçam que as lideranças escolares eficazes potenciam o desenvolvimento organizacional das escolas, obtendo e melhorando os recursos, construindo estruturas facilitadoras de uma cultura de colaboração, desenvolvimento profissional dos professores, fazendo com que os mesmos se sintam em sintonia e comprometidos com os desígnios da escola. Num estudo levado a cabo por Fullan (2001), este analisa casos de sucesso em empresas e em educação e questiona que “a liderança nestes dois sistemas tem algo em comum quando estes atingem o sucesso?”, respondendo de modo afirmativo pelo facto de que as organizações quando fazem mudanças actuam sempre como “aprendendo organizações” Fullan, (2001), possuindo adjectivos de liderança mútuos. Este autor salienta cinco características relevantes destes líderes atrás mencionados: todos possuiam grande sentido de propósito moral da organização, desenvolviam a inteligência enocional, facilitavam a partilha de conhecimentos, revelando capacidade de coerência e relações do grupo de trabalho. Por outro lado eram energéticos, entusiastas e esperançosos: “eram energéticos, mas, mais do que aquele, energizando” Fullan, (2004, p. 16). Na realidade, é necessário muita energia para motivar o grupo para o trabalho em meios desafiantes e em permanente mudança. Todas as investigações realizadas no âmbito da liderança escolar, atestam da grande influência das lideranças em toda a comunidade educativa e vida da escola, decorrendo daí que o sucesso educativo está intimamente relacionado com as interacções que se definem entre todos os actores do processo educativo Harris, (2003). As lideranças eficazes e o sucesso educativo das escolas requerem, cabeça e coração inteligentes para gerir com razão a escola, favorecendo relações de amizade e proximidade Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 163 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança com todos os elementos da comunidade. Assim, como refere Day (2004) citando Zen et al. (1993): “os professores que se comprometem apaixonadamente são aqueles que amam de forma absoluta o que fazem, procurando constantemente formas mais eficazes de comunicar com as crianças, de dominar o conteúdo e métodos da sua profissão. Sentem, que têm uma missão pessoal a cumprir… aprendem o máximo que puderem acerca do mundo, dos outros e deles próprios – ajudando os outros a fazer o mesmo” (p. 107). Os líderes que nas escolas cultivam um ambiente de cooperação, confiança, potenciam um ambiente de entusiasmo, optimismo e gosto pelo trabalho, conciliando razão com coração, construindo uma eficaz equipa de trabalho na escola. Na opinião de Day (2004, p. 427), a paixão é “um excitador, uma força inspiradora que emana da força da emoção. Os povos são apaixonados sobre coisas, edições, causas e povos. Ser apaixonado gera a energia, a determinação, a convicção, o compromisso e mesmo a obsessão nos povos”. Na realidade a paixão não é um atributo de alguns líderes mas, pelo contrário, ela é fundamental para que um líder tenha sucesso. A paixão faz com que os líderes pensem que podemos fazer algo de diferente na vida dos alunos. Para Frid (1995, p. 28), “trabalhando com as pupilas a fronteira de seus próprias experiências, sentimentos e opiniões individuais e colectivos”. Efectivamente, a paixão é um factor relevante das lideranças, pois é a paixão que origina amor pelos seus alunos, pela escola, edificando uma comunidade educativa sólida, eficaz e onde todos se realizam mutuamente. Essa paixão constrói-se na realização, no cuidado, na colaboração, no compromisso, na confiança e na inclusão Day, (2004). A paixão tem sido associada à capacidade que os líderes demonstram para ouvir a comunidade educativa, estar próximo de todos os elementos e possuir capacidade de humor. As comunidades educativas que foram motivadas para a aprendizagem diferenciada, partilha de responsabilidades, manutenção de bom ambiente de sala de aula, conhecimento do trabalho dos outros elementos da escola, gerando ambientes potenciadores de eficazes aprendizagens, onde todos os elementos da equipa, são reconhecidos e motivados a aprender com gosto e empenho. Neste sentido, as relações existentes entre os elementos, a atenção com os outros, a ajuda mútua, o interesse, o entusiasmo, são cruciais para o exercício de uma liderança eficaz, revelando paixão que anima todos os elementos da escola, edificando deste modo, uma Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 164 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança comunidade que acredita que podem realizar uma vivência diferente na própria comunidade educativa. É consensual, que os líderes de sucesso são aqueles que demonstram saber relacionar factores morais, sociais, éticos com orientações governamentais. Reconhecem também a existência de vários líderes na escola, no sentido de formarem uma equipa que contenha professores, alunos, pais e demais elementos da escola, de modo a edificar uma comunidade de aprendizagem de sucesso McLaughlin et al., (2001). 2.3.2. Liderança e formação de comunidades de aprendizagens na escola. Actualmente estamos perante novos desafios educacionais que também originaram outros processos de ensino e aprendizagem, colocando cada vez mais novos e actuais desenvolvimentos profissionais contínuos aos professores dentro de uma escola eficaz. A aprendizagem contextualizada é fundamental e mais específica, desenvolvendo conhecimentos partilhados e colectivos. Realiza-se muita aprendizagem fora do contexto daescola, em formações, colóquios, workshops, contudo existe uma realidade concreta, é que a aprendizagem contextualizada é muito mais produtiva e eficaz. Na opinião de Bentley (2001), as comunidades de aprendizagem, nas escolas são relevantes por duas razões essenciais: os professores encontram orientação, motivação e significado para o que estão a aprender, porque estão no seu próprio contexto de trabalho, por outro lado as escolas disponibilizam recursos e materiais para análise, que não existem ou estão disponíveis noutros contextos escolares. Para desenvolver escolas como comunidades de aprendizagem é crucial compartilhar normas e valores, centrar-se na aprendizagem dos alunos, definir diálogos reflexivos e partilhar experiências da prática sustentadas na colaboração e inclusão. Adianta Day (2001) que, em termos de aprendizagem, é necessário: “combinar o conhecimento da educação, baseado em experiências prévias de ensino, com o conhecimento sobre a educação, baseado no conhecimento decorrente da investigação, e prevê a necessidade de existirem líderes e amigos críticos que facilitam, coordenam e sustentam mudanças no processo de desenvolvimento de comunidades de aprendizagem” (p. 83). Na opinião de Harris (2003, p. 321), “uma comunidade profissional é conseqüentemente uma onde o participe dos professores na tomada de decisão, tem um sentido de finalidade Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 165 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança compartilhado, acopla no trabalho colaborador e aceita a responsabilidade comum para os resultados de seu trabalho”. Contudo, a alteração das estruturas organizacionais das escolas, não é suficiente, também é necessário potenciar infraestruturas para apoio colaborativo e condições internas de aprendizagem. Também se torna essencial que para que a escola seja uma comunidade de aprendizagem favorecer oportunudades, para potenciar e modificar as potencialidades e capacidades de liderança entre professores. Segundo Uribe (2005), nas instituições aprendentes todos os elementos aprendem facilmente transformando-se, o que sugere uma colaboração entre todos os elementos da equipa. Aqui destaca-se o valor da aprendizagem e o desenvolvimento integral de todos, para implementarem novas práticas de aprendizagem. Há por parte dos professores, uma centralidade especial na escola e sala de aula, sendo necessário atribuir-lhes condições, para poderem ter em conta o contexto e a realidade, onde estão inseridos e, desse modo tomarem decisões adequadas ao contexto multidimensional e multifacetado. Por outro lado os líderes de sucesso motivam o engrandecimento e desenvolvimento de comunidades de aprendizagem, a ajuda mútua e a ética colectiva McLaughlin et al., (2001). Como nos diz Fullan (2002, p. 2), “nós precisamos, de líderes que podem criar uma transformação fundamental nas culturas de aprendizagem das escolas e da profissão de ensino próprias”. Este tipo de liderança, o professor, deverá tomar uma postura não dependente, crítico assertivo, porque a maioria dos actuais problemas da educação, não são solucionados pela via hierárquica, mas de forma colaborativa através de diferentes visões e opiniões, vindas dos vários elementos da comunidade educativa. De facto, a formação de comunidades de aprendizagem está intimamente ligada e relacionada com uma cultura específica de escola. 2.3.3. Liderança e cultura de escola. A escola enquadrada num âmbito de instituição social de um determinado contexto, potencia, trabalha por manter e divulgar uma cultura própria, que em muito reflecte o mode de agir, pensar e estar de uma determinada comunidade educativa. Globalmente a cultura relaciona-se com as pessoas e reflecte aquilo que as mesmas são no convívio com os outros elementos da comunidade e “cracteriza-se pela forma como os valores, as crenças, os Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 166 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança preconceitos e o comportamento ocorrem dentr dos processos micropolíticos da vida da escola” Day, (2001, p. 217). As instituições escolares são parte de um determinado contexto cultural ampliado que produz uma cultura própria de identidade e partilhada pelos seus elementos, que nos envia para um “conjunto de regras que governam e determinam o que acontece no seu interior e que influenciam de sobremaneira as experiências e aprendizagens dos indivíduos que nela interagem” Morgado, (2002, p. 1032). Deste modo, podemos considerar que “a cultura fornece aos seus membros, um marco referencial para interpretar os acontecimentos e condutas e para actuar do modo mais apropriado à situação” Fontoura, (2006, p. 20). A cultura de uma escola é fundamentada por vários factores internos e externos que se relacionam entre si. Dependendo por um lado da influência da comunidade onde se insere, da própria cultura dos professores, das políticas educativas e dos curriculos em vigor. O presente da cultura das escolas tem sido amrcado por uma cultura docente que está imbuida de grandes conflitos e tensões. Constatando-se uma sociedade em mudança e de crescente complexidade, a par de uma escola parada e burocrática, na qual os professores dispoem de fraca autonomia, desmotivados e resignados, exercendo apenas funções das políticas da administração central Morgado, (2002). A par de tudo isto, acresce a própria arquitectura das escolas e a organização curricular contribuiu para o isolamento dos professores. Aquilo que se observa nas escolas é o que Hargreaves (1994) chamou de “colegialidade artificial”, uma forma de colaboração entre professores que é imposta porque têm que ter obrigatoriamente projectos colectivos, mas não é de facto um tipo de colaboração espontânea, autêntica e voluntária. Assim sendo, para que haja uma verdadeira cultura de escola aberta à inovação, modernidade, onde os alunos sejam valorizados, como elementos activos da construção do conheciemnto e do saber, sentindo-se motivados, interessados e entusiasmados pelo conhecimento e saber. É fundamental que a escola possa tomar decisões autónomas e contextualizadas, em termos democráticos e participado dentro de um espírito de uma salutar cultura colaborativa. Torna-se também fundamental, criar condições nas escolas para se constituirem «amizades críticas», capazes de aconselharem e encaminharem todos os elementos com “relações de trabalho colegiais em que a pessoa é tão importante quanto o profissional” Day, (2004, p. 193). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 167 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Neste mesmo contexto, torna-se relevante considerar a opinião de Fontoura (2006), onde ressalta que: “as culturas de escola não devem ser perspectivadas como unitárias, lixas, normativas ou inertes, uma vez que a cultura resulta de um processo dialéctico historicamente contextualizado e a escola é uma instituição social que se vai reconstruindo e recriando com as pessoas que a habitam, através de complexos processos de interacção interna e externa. A cultura desenvolve-se durante o curso de interacção social” (p. 59). Neste enquadramento, é incumbência do líder a “responsabilidade de construir, manter, informar e comunicar a cultura da escola” Day, (2004, p. 205), tendo como principal objectivo transformar a escola, no sentido da melhoria, utilizando seis premissas: cimentar a cultura de escola; potenciar mecanismos diferenciados para estímulo da mudança de cultura; desenvolver o sentimento de equipa em torno de todos os elementos da comunidade educativa; comunicar objectivamente as normas da cultura escolar; compartilhar poder e responsabilidade com os valores culturais da escola. No entanto, as exigências colocadas presentemente às escolas obrigam a novas fórmulas de organização do trabalho dos professores que favorecem o trabalho em equipa, colaborativo e colegial. Par que isso aconteça é necessário fundamentar-se “nas compreensões emocionais de todos os membros das suas próprias motivações, dos seus propósitos, dos seus comprometimentos e das suas identidades” Day, (2004, p. 193), de acordo com o limite autonómico individual de cada elemento. Também neste mesmo seguimento de princípios, Pereira et al. (2004) salienta que: “os conceitos de colaboração, colegialidade e trabalho colaborativo correspondem a uma forma continuada de trabalho em equipa, de tomada de decisões conjuntas, de partilha de ideias, de interesses e de pontos de vista sem que os interesses individuais sejam anulados, mas antes potenciados, tendo em conta valores comuns que se partilham” (p. 149). Efectivamente, uma escola que deseja ser uma comunidade de aprendizagem precisa essencialmente de abrir-se continuamente ao exterior, desenvolvendo “comprometimento e entusiasmo no sentido de uma melhoria contínua”, incentivando “relacionamentos informais relevantes para as tarefas, em detrimento de relacionamentos hierárquicos”, apostando na “diversidade em vez da uniformidade do corpo docente” Day, (2004, p. 24). Nestas escolas Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 168 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança todos os seus elementos são encorajados a fomentarem novas ideias e novos conceitos que são apoiadas e partilhadas, constituindo os erros novas formas de enfrentar a aprendizagem. Todas estas alterações passarão por mudanças nas culturas individuais e colectivas das escolas, implicando efectivamente uma participação activa e emocional de toda a comunidade educativa. Caso o comprometimento emocional e intelectual não for reconhecido, pode significar a desmotivação dos professores. Assim, reconhece-se que o papel do líder ultrapassa a sua centralidade, centrando-se numa liderança mais abrangente, partilhada e distribuída por todos os elementos integrantes da comunidade educativa. 2.3.4. Liderança e clima de escola. O conceito de clima de escola é de facto um conceito educativo que emergiu no contexto educativo a partir da década de sessenta, onde foram estudados e analisados os climas organizacionais das escolas, focalizados nos fenómenos da liderança organizacional Halpin & croft, (1963). Tendo em linha de conta que cada instituição educativa é única, e distinta no seu ambiente interno, considerou-se fundamental analisar o desenvolvimento do conceito de clima de escola em estudos investigatórios, embora sabendo-se da dificuldade de operacionalizar e delimitar a sua análise contextual. Segundo Brunet (1992), o clima é o conjunto de atributos de uma escola que podem ser percepcionados pela forma como esta actua, quer face ao interior como exterior. Este autor enfatiza três variáveis na origem do clima escolar: a estrutura física da escola; a dimensão; a hierarquização e referência das tarefas; o processo organizacional, relativo à gestão dos recursos humanos; estilo de gestão, modos de comunicação e resolução de conflitos; comportamento individual e de grupo. A interacção e a participação dos indivíduos determinam de facto o clima de escola, no sentido de que potenciam o desenvolvimento de um carácter de pertença colectiva do espaço. De acordo com Revez (2004, p. 81), “ o clima de escola é afectado, de forma igual, pelos sentimentos, valores, atitudes, expectativas e aspirações dos elementos da instituição, ao mesmo tempo que recebe influências do meio exterior”. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 169 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança E mais adiante continua afirmando que “o clima de escola é entendido como a qualidade relativamente persistente do ambiente escolar que se vê afectada pela liderança do director, é experimentada pelos professores, influi na conduta dos membros e está baseada em concepções colectivas” Revez, (2004, p. 109). Todos os estudos em torno do clima de escola e das suas particularidades afirmam que, embora a liderança, não seja fulcral, para a existência de um clima de eficácia e construtivo, é um ponto de referência e partida para tal consecução. Neste mesmo alinhamento de ideias, Goleman et al. (2002) consideram que: “a tarefa essencial da liderança é de natureza emocional”, intimamente relacionada com a capacidade de despoletar positivismos nos liderados. Estudos recentes realçam que “o poder da liderança emocionalmente inteligente para inspirar a paixão e o entusiasmo e para manter as pessoas motivadas e comprometidas com o que estão a fazer” (p. 10). Quando verificamos a existência de crise na instituição escolar, a primeira referência observável é o líder, tendo em conta a forma como enfrenta a situação e o que ela significa para si próprio. É de facto nestes momentos de dificuldade que todos os elementos da equipa procuram apoio emocional no líder. Perante tal facto, um dos trabalhos mais relevantes e essenciais, é dirigir todas as emoções correctamente, para que funcionem como “guias emocionais dos grupos” Goleman et al., (2002, p. 25), influenciando fortemente a aprendizagem dos alunos e a qualidade do currículo e modo de actuação dos professores, beneficiando deste modo dos efeitos da actuação da liderança da escola. De facto, a liderança pode ter impacto no aproveitamento dos alunos mas também pode ter um impacto negativo, pois tudo depende muito da capacidade do líder para operar mudanças precisas para a melhoria da escola, assim como a capacidade para entender a amplitude dessas mudanças, que é diferente em função de cada contexto escolar. Estudos salientam que a liderança de sucesso é um processo interactivo e recíproco e envolvente, influenciador de pessoas pelo contexto em que são inseridas. Por outro lado, a liderança de sucesso, fundamenta-se em valores e crenças do líder, que de acordo com os valores e crenças dos elementos da comunidade escolar, dão corpo a uma visão compartilhada de escola, estruturando o processo de ensino aprendizagem, o capital social da escola e os resultados dos alunos, citado por Harris et al. (2005). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 170 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança O líder de sucesso dá ênfase às condições essenciais com a finalidade de melhorar o desempenho dos professores e os resultados dos alunos. A equipa da escola participa activamente nas decisões tomadas, partilhando responsabilidades e objectivos, de acordo com as suas opiniões individuais. Estes líderes trabalham de acordo com toda a comunidade escolar: pais, comunidade educativa, empresas locais e governo. Segundo Day (2004, p. 205), “os líderes de sucesso não indicam apenas a direcção, ou organizam e monitorizam, eles constroem relacionamentos com a comunidade na escola e centram-se nas pessoas, mas também moldam valores e práticas consistentes com os da escola”. Earley et al. (2002) chegaram à conclusão que: “os melhores leadres da escola articulam com sucesso seus valores pessoais, morais e educacionais com a convicção, criando um sentido desobstruído da finalidade e de sentido institucional, ajustando expectativas do higt para a equipe de funcionários e os alunos e motivando todos para dar do melhor” (p. 3). Um líder de sucesso deverá responder produtivamente às oportunidades de educar diferentes grupos de alunos. Um líder de sucesso preocupa-se com a identificação e implementação de estratégias de ensino de acordo com as características próprias de cada contexto educativo. É também relevante, que nestas escolas haja uma comunidade educativa forte e unida entre professores e alunos. Os líderes potenciam o sentido de comunidade educativa, de acordo com culturas e estruturas comuns, atribuindo personalidade aos ambientes de aprendizagem, considerando cada criança em função das suas necessidades específicas. Por fim os líderes devem favorecer um clima de comunicação entre a escola e a família, ajudando-os e formando-os para apoiarem os seus filhos e capacitando a escola à receptividade das suas ideias. 2.3.5. Lideranças no 1.º Ciclo do Ensino Básico. Nos últimos anos, toda a estrutura da escola sofreu profundas alterações nos seus mecanismos de gestão intermédia, atribuindo novos poderes à escola. Tudo associado à autonomia das escolas, tem vindo a ser implementado paulatinamente, acontecendo, que Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 171 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança aquilo que verificamos é o mero desdobramento e transmissão de tomadas de decisões por via hierárquica superior. Neste contexto, a autonomia das escolas originou, uma alteração nas políticas de gestão escolar, das práticas de liderança e tipo de organização escolar. Assim, a escola passou de uma organização burocrática com uma gestão superior ou topo baseada na obediência e no comando, para uma “organização pós-burocrática” Barroso, (2000, pp. 165-183) ou “interactiva” Charles Heckscher, (1994, pp. 14-62), realçando o diálogo, a interdependência, a confiança e a missão partilhada Barroso, (2000). É, de facto, a partir da década de oitenta que se acentuam as reformas apregoadas para o sistema educativo português, pondo-se muita ênfase na autonomia das escolas e nos respectivos mecanismos de gestão local. Deste modo, aquando da publicação da Lei de Bases do Sistema Educativo em 1986 (Lei n.º 46/86, de 14 de Outubro), observamos aquilo que Pires (1988) chamou de “esquizofrenia organizacional” onde se desejava apostar num espaço organizacional, que contivesse os três ciclos do ensino básico e, caso fosse possível a educação pré-escolar, num único órgão de gestão e administração. Deste modo, criaram-se em seguimento do Despacho Normativo n.º 27/97 de 2 de Junho, os primeiríssimos agrupamentos de escolas verticais formados por escolas dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos e jardins-de-infância e os agrupamentos de escolas horizontais que eram constituídas pelas escolas do 1.º ciclo e jardins-de-infância. Este normativo postulava “a livre iniciativa das escolas”, para constituírem os respectivos agrupamentos, a administração através dos Centros de Área Educativa (CAE’s) e das Direcções Regionais de Educação (DRE’s), tomou parte interessada no processo e influenciou e pressionou a criação de agrupamentos de escolas verticais, de acordo com suas vantagens e “utilizando o poder que lhe era conferido de homologação dos mesmos” Ferreira, (2005, p. 277). No entanto, esta solução encontrada tem como permissa fundamental o facto destes três níveis de ensino integrarem o ensino básico de nove anos, universal, obrigatório, com igualdade de acesso, garantindo um leque de aprendizagens essenciais para a vida em sociedade, mas pondo de lado aspectos organizacionais relevantes, como pedagógicos e curriculares que o distinguem. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 172 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Por outro lado, a gestão do 1.º ciclo do ensino básico tem sido em certa medida desvalorizado, baseado na representação social, política e ainda científica, afirmando que estas escolas possuem uma estrutura pouco desenvolvida e eficiente e com fraca complexidade administrativa e organizacional, pois estas ficam a cargo dos órgãos, estruturas e serviços do agrupamento, tendo cada escola um(a) coordenador(a), que acumula esta função com a nornmal docência completa da turma. Neste contexto, a particularidade do 1.º ciclo do ensino básico tem sido praticamente ignorada e esquecida por via de uma tendência uniformizadora dos agrupamentos, revelando, deste modo, um entendimento da noção de identidade como sinónimo de uniformidade Ferreira, Flores & Santos, (2007). Deste modo, embora os agrupamentos de escolas fossem criados no âmbito das políticas de «autonomia» e «gestão local das escolas», o que se verifica é de facto um centralismo burocrático, passou a ser realidade ao nível local, ou seja nos municípios, nas escolas, nos agrupamentos de escolas e em outras organizações educativas, que utilizaram a autonomia de uma forma descontínua e por vezes com critérios dúvios de interesses distintos dos da educação. Embora as concepções e práticas centralistas e burocráticas prossigam, estando relacionadas e pensadas em relação ao Estado e suas dependências administrativas centrais, verificamos que na actualidade estas também começam a ser pensadas e reporduzidas ao nível local, chegando mesmo a ser mais administrativas e burocráticas, do que aquelas que eram observadas ao nível da administração da educação central. Logo, o funcionamento das escolas remete para um plano secundário as questões da aprendizagem dos alunos, do conheciemnto, do sentido de trabalho escolar, da organização pedagógica da escola, entre outras que deveriam estar num primeiro plano do pensaemento e acção profissional dos professores. Verificamos que nos agrupamentos, existe uma orientação para uniformizar de acordo com os mesmos manuais, os mesmos projectos as mesmas actividades, planificações… Na realidade, a burocracia tem uma forte tendência para o controle de acordo com normas legais e uniformes. Em função disso, a escola não lida muito bem com a diversidade, como situações diferentes, escolas diferentes e, formas de organização e trabalho também diferenciado, fogem com maior facilidade ao controlo da burocracia. Isto não quer dizer que os órgãos dos agrupamentos revelem uma desmesurada obsessão para o controlo, embora se Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 173 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança possam verificar casos isolados, aquilo que se deseja afirmar é que a tendência para a ideia de identidade como sinónimo de uniformidade tem tido como resultado a reprodução de práticas centralistas e burocráticas nos processos organizacionais e administrativos Ferreira et al., (2007). Obviamente que um modelo de agrupamento concebido na uniformidade e cumprimento indiferenciado de normas, porjectos e regulamnetos feitos para a globalidade do agrupamento, superioriza-se à valorização da especificidade de cada escola e nível ensino. Na realidade, as escolas do 1.º ciclo tendem a ser observadas como pequenas células do agrupamento e não como unidades organizacionais dotadas de autonomia relativa e complexas na forma como exercem essa autonomia, num quadro de constrangimentos e de oportunidades Ferreira et al., (2007). Efectivamente, os professores estão actualmente perante um desafio importante que é ter em linha de conta a diversidade como riqueza e não como factor de dificuldade, pois esta pode ser potenciadora de oportunidades de aprendizagem colectiva. Assim, edificar a identidade de agrupamento de escolas, deverá favorecer a diversidade existente de culturas, práticas, recursos, projectos… através do trabalho de coordenação, cooperação e intercâmbio, não a relegando por meio de procedimentos uniformizadores. Neste contexto, a complexidade deste nível de ensino não se adapta apenas às responsabilidades formais atribuídas à coordenação da escola. A liderança é também potenciada singularmente no 1.º ciclo do ensino básico, pois o líder preocupa-se com a dinâmica da escola, enfatizando a vertente pedagógica e comunitária. Estando inserida num contexto organizacional mais vasto, a escola do 1.º ciclo do ensino básico, continua a dispor de uma certa autonomia relativa, cuja lhe permite desenvolver o seu próprio projecto curricular e construir a sua verdadeira identidade. O Decreto-Lei 115-A/98, alterado pela Lei n.º 24/99, define os órgãos de gestão e administração das escolas a nível do agruapemento, onde se destacam a assembleia de escola, o conselho executivo ou director, o conselho pedagógico e o conselho administrativo. Além destes órgãos, a coordenação de cada estabelecimento de educação e ensino do agrupamento deverá ser assegurada por um coordenador, sendo um docente dos quadros, eleito por três anos, pelos docentes que exercem funções nesse estabeleciemnto de educação. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 174 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança No artigo 33.º do Decreto-Lei 115-A/98 são definidas as competências atribuídas ao respectivo coordenador de estabelecimento de educação: 1. “Coordenar as actividades educativas do estabelecimento, em articulação com a direcção executiva. 2. Cumprir e fazer cumprir as decisões da direcção executiva e exercer as competências que por esta lhe forem delegadas. 3. Veicular as informações relativas a pessoal docente e não docente e aos alunos. 4. Promover e incentivar a participação dos pais e encarregados de educação, dos interesses locais e da autarquia nas ectividades educativas.” Verificamos facilmente que as atribuições e competências do coordenador da escola parecem-nos apenas funcionar como mero elo e mediador entre a direcção executiva e a escola, não funcionando deste modo como um verdadeiro líder autónomo, responsável e com capacidades para poder responder aos desafios e realidades concretas da escola e da comunidade educativa onde está inserido. Verificamos, apenas o reforço do seu papel na abertura da escola à comunidade, assim como à participação dos elementos da comunidade educativa no global. 3. As lideranças face ao novo regime de gestão. Na actualidade, as escolas estão perante um novo desafio relativamente ao regime de autonomia, administração e gestão das escolas. O Decreto-Lei 75/2008 de 22 de Abril tem como grandes objectivos reforçar a participação das famílias e das comunidades na direcção estratégica dos estabelecimentos de ensino, potenciando a formação de lideranças fortes e reforçar a autonomia das escolas. Este Decreto-Lei vem completar o quadro de mudanças introduzidas na organização e na autonomia dos estabeleciemntos de educação pré-escolar e dos ensinos básicos e secundários, visando a abertura das escolas ao exterior, e consecuente integração nas comunidades locais, instituindo um órgão de direcção estratégica denominado Conselho Geral. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 175 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança O Conselho Geral tem a incumbência de aprovar as regras fundamentais do funcionamento da escola «regimento interno», as decisões estratégicas e de planeamento «projecto educativo e planos de actividades» e o acompanhamento e fiscalização da sua concretização «relatório anual de actividades». O Conselho Geral possui ainda competências para eleger e demitir o director que, consequentemente, terá que lhe prestar contas. Este Decreto-Lei implica a imposição a todas as escolas de um órgão de gestão unipessoal, a concentração de poderes na figura do director, sendo o estabelecidas rígidas cadeias de comando, que são iniciadas na administração central, continua nos coordenadores das estruturas pedagógicas intermédias, que são também elas designadas pelo director, assim como a restrição à participação dos educadores e professores na direcção e gestão das escolas. A criação do cargo de director está relacionada com o reforço das lideranças nas escolas como medida relevante da reorganização do regime de administração escolar. O reforço da liderança das escolas evidencia a existência de um rosto responsável nos estabelecimentos de ensino, dotado de autoridade necessária para desenvolver o projecto educativo da escola e executar localmente as medidas de política educativa. Neste âmbito, ao director é confiada a gestão administrativa, financeira e pedagógica, sendo o presidente do conselho pedagógico. Logo o director terá que ser recrutado do ensino público, particular ou cooperativo com qualificações para o exercício do cargo, quer pela formação ou experiência na administração e gestão escolar. No sentido de lhe conferir mais responsabilidade, também tem a permissão de designar os responsáveis pelos departamentos curriculares e demais estruturas de coordenação e de supervisão pedagógica. Este novo regime de administração e gestão é assegurado por órgãos próprios, aos quis cabe afzer cumprir os princípios e objectivos do presente Decreto-Lei que são, respectivamente: 1. O conselho geral. 2. O director. 3. O conselho pedagógico. 4. O conselho administrativo. O Decreto-Lei 75/2008 de 22 de Abril decreta a figura do director, eleito pelo conselho geral, como o órgão de administração e gestão do agrupamento de escolas ou escolas não Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 176 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança agrupadas nas áreas pedagógicas, cultural, administrativa, financeira e patrimonial. O director no exercício das suas funções é coadjuvado por um subdirector e por um a três adjuntos. O número de adjuntos é previamente fixado em função da dimensão do agrupamento de escolas, da complexidade e diversidade de ofertas educativas, e níveis de ensino, cursos que lecciona. O presente Decreto-Lei, no seu artigo 56.º, faz referência aos contratos de autonomia, no qual lhe poderão ser reconhecidos diferentes níveis de competências e responsabilidades em funçaõ da sua capacidade de assegurar essas mesmas competências. Esta tendência está realcionada com a globalização e mudanças de paradigma que se reflectem na concepção da gestão educacional. Daqui se infere que a par de uma descentralização do poder, democratização do ensino, instituição de parcerias, flexibilização, mobilização social para a educação, na tentativa de solução de alguns problemas, são conceitos relacionados com esta mudança. A palavra «autonomia», de acordo com o dicionário da Língua Portuguesa Ferreira, (1995), é “a capacidade de resolver os seus próprios problemas”. Isto significa que a escola não deveria necessitar do governo e da comunidade para resolver os seus problemas e realizar o seu trabalho, sendo auto-suficiente. Contudo, sendo a escola uma organização social que presta serviço, deve ser coordenada e orientada por organismos sociais para desenvolver plenamente a sua acção. Nesta decorrência receia-se que a autonomia possa resultar em abandono por parte do governo central. Podemos a firmar que não existem modelos para a autonomia, porque cada escola é vista como uma realidade muito específica, pois em cada momento da sua história ela se expressa diferentemente. A autonomia concebe-se num movimento processoal enquadrado numa liderança eficaz e eficiente, de um rumo orientador de acordo com as suas políticas educativas, que se traduzem nos resultados concretos dos alunos, pois apesar de elegerem os seus directores, receberem dinheiro para os gastos quotidianos não são capazes de ser autónomas. A autonomia das escolas faz-se num quadro progressivo de responsabilidades e competências que são delegadas, mas correspondidas, podemos afirmar que a autonomia das escolas realiza-se no sentido da imagem “caminhante, não há caminho, faz-se caminho ao caminhar”. Efectivamente, a autonomia relaciona-se com a “capacidade e a possibilidade das pessoas e das instituições construirem as próprias normas de acção” Alves, (1999, p. 19), ou seja, os membros da instituição optam, decidem e constroem as suas normas em função do Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 177 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança contexto, não sendo imposta exteriormente. Segundo Paraskeva et al. (1998), a autonomia é definida como: “a capacidade que qualquer instituição ou entidade, individual ou colectiva, detém de se poder reger por leis próprias, de actuar, de se orientar, de resolver os seus próprios problemas, sem ter necessidade de recorrer a outrem, pressupondo, portanto, um determinado grau de independência, não vituperando nunca os postulados mais elementares da responsabilidade” (pp. 116-117). Contudo, foi o Despacho n.º 4848/97 de 30 de Julho que iniciou uma mudança curricular oficial, para que, as escolas identificassem os seus problemas e, desse modo, tivessem mais autonomia na gestão do curriculo. Como salienta Pacheco (2003, p. 52), “a revisão curricular responde à vontade política, nascida no plano intermédio da administração, com a intenção de colocar a escola no centro do debate”. Numa escola do terceiro milénio, será importante articular o local com o global, todos os actores educativos devem participar. O autor Morgado (2002, p. 140) fala-nos da “globalização é uma fórmula coordenada de duas realidades opostas mas que em nada são antagónicas, ou seja, uma interdependência, uma complementaridade entre o essencial do global e o pertinente do local (…) ”. Aquilo que, de facto, se pretendia era que se passasse do mero formalismo de implementação do curriculo para a construção do mesmo, onde os professores passassem a gerir em função das suas necessidades, problemas e contexto esse mesmo currículo. Apesar da proclamção da autonomia das escolas, a verdade é que a administração central não deixou de controlar o que se passa nas escolas. Assim, neste contexto, o curriculo é “um projecto antropológico de crenças, valores, atitudes e saberes que configuram um sistema, uma estrutura que molda a aprendizagem” Pacheco, (2003, p. 56), a autonomia será sempre relativa. Deste modo, os sucessivos movimentos de reforma têm dado grande relevância à qualidade e eficácia de uma instituição educativa “são fruto de uma mudança cultural na gestão das escolas e não impostas pela força coerciva dos normativos” Revez, (2004, p. 96). A escola orientada e conduzida pelo modelo administrativo centralizador, para se assumir uma escola de modelo democrático, participada e descentralizada. Concordando com esta linha de pensamento, Paraskeva (1998) salienta que: Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 178 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança “a centralização revê-se numa unidade de interesses e objectivos comuns que todos os membros da escola devem tentar atingir; a descentralização fundamenta-se na base da existência de interesses diferenciados, nomeadamente locais, que justificam o fundamento e a criação de unidades orgãnicas diferenciadas, gerando a criação de órgãos dotados de autonomia” (p. 140). Neste contexto e de acordo com Alves (1999), para se obter uma autonomia efectiva nas escolas é preciso que a acção política seja coerente, baseada na co-responsabilização e na confiança, procurando soluções inovadoras. Será necessário as pessoas empenharem-se na realização dos projectos, sendo valorizadas, reconhecidas, verificando-se no interior das escolas a promoção de “lideranças democráticas e transformacionais que levem os professores a mudarem voluntariamente as suas preferências, as suas crenças, hábitos e rotinas” Greenfield, (1995), citado em Alves, (1999, p. 22). Este conceito de autonomia de escola, deverá assentar numa ideia fundamental que é a efectiva e activa participação dos pais e Encarregados de Educação nas questões mais prementes da escola, ou seja a escola deverá reconhecer aos pais o direito e o dever de estarem na escola, com a escola e para a escola, interferindo também na sua concepção e planeamento. Urge de facto fomentar uma escola de pais, de afirmação de valores, definição de papéis, colaboração equilibrada e conciliação de esforços, que permitam definir uma escola como um espaço de cultura ao serviço das famílias e da comunidade em geral. Todas estas ideias atrás evidenciadas, poderão ser complementadas com o papel mais assertivo e activo dos directores das escolas e agrupamentos de escolas, no sentido de alterar as normas adquiridas e de rotina, transformando a sua acção numa postura transformacional. Neste contexto Lorenzo Delgado (1994, 1997), realça que a investigação sobre a realidade diária da formação directiva nos Centros Educativos, evidencia que os cargos de direcção exercem bem uma liderança em determinados momentos, liderança defensiva, reactiva ou de supervivência, no sentido de que os problemas sendo vários, as percepções sobre como resolvê-los e, o isolamernto tão profundo que só poderão ser resolvidos, antes que continuem a desabar as realidades diárias. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 179 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança CAPITULO 4 – Metodologia da Investigação Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 180 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Introdução Esta parte da segunda etapa da investigação, constitui a base do trabalho empírico, um esboço que apresenta o desenho da investigação que se pretende conhecer, qual o tipo de liderança que melhor serve o sistema educativo com principal incidência nas escolas e agrupamentos de escolas do concelho de Tondela, Santa Comba Dão, Mortágua, Carregal do Sal e Nelas. Através desse desenho de investigação, é que se definirão as linhas orientadoras, quer em relação ao problema, baseados nos objectivos, aspectos metodológicos e peocedimentos a utilizar nesta parte empírica. Esta fase visa essencialmente a realização de um trabalho de campo assente num questionário fornecido às lideranças de topo, os directores de escolas e agrupamentos atrás mencionados. Este estudo visa investigar a satisfação e nível de desempenho das lideranças de topo directores, existentes actualmente nas escolas e agrupamentos de escolas com em particular incidência nas que fazem parte dos concelhos atrás mencionados, tendo em linha de conta a satisfação dos liderados em todos os domínios abordados no questionário que é formado por nove domínios e cada um dos quais com vários itens com questões determinantes e relevantes para uma boa efectivação de uma liderança eficaz e moderna, enquadrada numa nova visão da gestão e lideranças das escolas públicas. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 181 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Metodologia: Fundamentação e procedimentos 1. Natureza do estudo e sua justificação. No tocante à metodologia procurámos, em primeiro lugar, referenciar o que entendemos por método. Segundo Oliveira (1999), um método é um conjunto de processos pelos quais se torna possível conhecer uma determinada realidade, produzir determinado objecto ou desenvolver determinados procedimentos ou comportamentos. O método científico caracteriza-se pela escolha de procedimentos sistemáticos para descrição e explicação de uma determinada situação sob estudo e a sua escolha deve estar baseada em dois critérios básicos: a natureza do objectivo ao qual se aplica e o objectivo que se tem em vista no estudo (Fachin, 2001). Dentro do método científico podemos optar por abordagens de carácter quantitativo ou qualitativo. No presente estudo, desenvolvemos uma abordagem qualitativa sem descurar a quantitativa que tem sido frequentemente utilizada em estudos voltados para a compreensão da vida humana em grupos, em campos como a sociologia, antropologia, psicologia, entre outros das ciências sociais. Esta abordagem tem tido diferentes significados ao longo da evolução do pensamento científico mas podemos dizer, enquanto definição genérica, que abrange estudos nos quais se localiza o observador no mundo, constituindo-se, portanto, num enfoque naturalístico e interpretativo da realidade Denzin & Lincoln, (2000). Pretendemos adoptar uma “pesquisa quantitativa”, procurando “compreender as percepções individuais” não descurando, contudo, a relação entre cada indivíduo e realizando “medições com a ajuda de técnicas científicas” que são, comummente,conclusões quantitativas Bell, (2003, pp. 19-20). Na opinião de Bell (2003, p. 19), o investigador deverá ter presente que “estilos, tradições ou abordagens diferentes recorrem a métodos de recolha de informação igualmente diferentes, mas não há abordagem que prescreva ou rejeite uniformemente qualquer método em particular”. Na opinião de Chizzotti (2006, p. 289), as pesquisas designadas de quantitativas são “pesquisas que, usando ou não quantificações, pretendem interpretar o sentido do evento a Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 182 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança partir do significado que as pessoas atribuem ao que falam e fazem”. Segundo Quivy e Campenhoudt (1992, p. 100), para “Max Weber e para os defensores da abordagem compreensiva, por exemplo, a explicação de um fenómeno social encontrasse essencialmente no significado que os indivíduos dão os seus actos”. A pesquisa quantitativa permite analisar os aspectos implícitos ao desenvolvimento das práticas organizacionais. Neste sentido, pretendemos no estudo recolher dados que são, essencialmente, de carácter descritivo, tendo como interesse, acima de tudo, a compreensão do significado que os participantes atribuem às suas experiências. Para Bogdan e Biklen (1994, p. 16), a “investigação quantitativa em educação assume muitas formas e é conduzida em múltiplos contextos”, sendo privilegiado, sobretudo, “a compreensão dos comportamentos a partir da perspectiva dos sujeitos da investigação”. Tendo como referência a pesquisa quantitativa, desenvolvemos o método de estudo descritivo, que se enquadra numa abordagem quantitativa e é, frequentemente, utilizado para a recolha de dados na área de estudos organizacionais. De acordo com Yin (2005, p. 26), a definição das “questões da pesquisa é provavelmente o passo mais importante a ser considerado em um estudo de pesquisa”, já que a “forma de uma questão fornece um indício importante para traçar a estratégia de pesquisa que será adoptada”. Na opinião do autor referido anteriormente, o estudo de caso “é a estratégia escolhida ao se examinarem acontecimentos contemporâneos, mas quando não se podem manipular comportamentos” Yin, (2005, p. 26). Bell (2003, p. 20) destaca que “há momentos em que os investigadores quantitativos recorrem a técnicas qualitativas, e vice-versa”, salientando que embora os estudos descritivos sejam “geralmente considerados estudos quantitativos, podem combinar uma grande variedade de métodos, incluindo técnicas qualitativas” Bell, (2003, p. 95). Para Yin (2005, p. 33), a “pesquisa de estudo descritivo inclui tanto estudos de caso único quanto de casos múltiplos”. O mesmo autor refere ainda, em consonância com a visão de Bell, (2003, p. 34), que os estudos descritivos “podem incluir as evidências quantitativas, e mesmo a elas ficar limitadas” Yin, (2005, p. 33). Na perspectiva de Herriott e Firestone, citados por Yin (2005, p. 68), as “evidências resultantes de casos múltiplos são consideradas mais convincentes, e o estudo global é visto, por conseguinte, como algo mais robusto”. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 183 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Para Chizzotti (2006, p. 136), o “caso pode ser único e singular ou abranger uma colecção de casos, especificados por um aspecto ocorrente nos diversos casos individuais como, por exemplo, o estudo de particularidades ocorrentes em diversos casos”. Com este estudo não pretendemos avaliar a incidência dos fenómenos, mas compreender como é perspectivada a liderança de topo dos agrupamentos, considerando as opiniões dos professores e educadores. Na opinião de Chizzotti (2006, p. 135), o objectivo do estudo descritivo é “reunir os dados relevantes sobre o objecto do estudo e, desse modo, alcançar um conhecimento mais amplo sobre esse objecto”. O mesmo autor realça que os “limites e características de um caso dependem dos propósitos da pesquisa” Chizzotti, (2006, pp. 136-137). O estudo de caso é preferido quando: o tipo de questão de pesquisa é da forma «como» e «porquê?», quando o controle que o investigador tem sobre os eventos é muito reduzido, ou quando o foco temporal está em fenómenos contemporâneos dentro do contexto de vida real. Para discutirmos a abordagem do estudo descritivo devemos considerar três aspectos: a natureza da experiência, enquanto fenómeno a ser investigado, o conhecimento que se pretende alcançar e a possibilidade de generalização de estudos a partir do método. No método do estudo descritivo, a ênfase está na compreensão, fundamentada basicamente no conhecimento tácito que tem uma forte ligação com a intencionalidade da investigação. Na perspectiva de Sousa (2005), “o estudo de caso visa essencialmente a compreensão do comportamento de um sujeito, de um dado acontecimento, ou de um grupo de sujeitos ou de uma instituição, considerados como entidade única, diferente de qualquer outra, numa dada situação específica, que é o seu ambiente natural” (pp. 137-138). Os autores Miles e Huberman (1994, p. 34) oferecem uma lista de questões que auxiliam os investigadores a determinar se o critério escolhido para selecção dos casos foi adequado: a amostra escolhida é relevante para o quadro referencial e para as questões de pesquisa? O fenómeno no qual estamos interessados pode ser identificado na amostra? Os casos escolhidos permitem comparação e algum grau de generalização? As descrições e explanações que podem ser obtidas a partir dos casos estudados guardam consonância com a vida real? Os casos seleccionados são considerados viáveis, no sentido de acesso aos dados, custo envolvido, tempo para colecta de dados? Os casos escolhidos atendem a princípios éticos? Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 184 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Observamos presentemente que a necessidade de liderança está presente em toda a sociedade. As escolas tradicionalmente enfocam o ensino tradicional, voltado para a submissão e o empreguismo. De acordo com a opinião de Bolt (1996), a crise de liderança e de facto uma crise de desenvolvimento evolutivo da liderança, ou seja os líderes falham na acção de liderança nas instituições. De acordo com Marquis e Huston (1999), entendemos que desenvolver habilidades de liderança é fundamental para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade e eficácia. O desenvolvimento da competência da liderança deverá ser desenvolvida pelos profissionais da educação com cargos de liderança, para contribuir para a sua maturidade profissional e da qualidade do serviço docente prestado. Neste contexto, o líder de topo deverá ser o mais especializado e apto para enfrentar os desafios do seu papel de líder enquanto director das escolas e agrupamentos. A presente investigação assenta na temática da Liderança Escolar de topo das escolas e agrupamentos de escolas, centrando-se sobre as percepções dos professores e educadores em relação ao exercício da liderança dos directores, desenvolvida nas escolas do Ensino Básico que pertencem ao distrito de Viseu, região centro de Portugal. Optámos pelo cargo de topo director(a) porque a inclusão de outros cargos, nesta fase, tornaria o estudo demasiado abrangente, dentro do tempo disponível para a sua realização; em segundo lugar, porque nos parece, de entre os diversos cargos de gestão/liderança existentes nas escolas e agrupamentos de escolas ser este o que desempenham funções mais ligadas a todos aspectos ligados à vida das escolas e agrupamentos de escolas; em terceiro lugar, porque o cargo de topo nos pareceu suficiente para o estudo que pretendíamos levar a cabo; em quarto lugar, porque nos moveram razões de experiência profissional em diversos cargos de natureza pedagógica, e de coordenação. Tendo desempenhado ao longo de uma carreira já significativa em termos temporais, as mais diversas funções na área da coordenação e da supervisão pedagógica, reconhecemos a importância que pode ter na vida de uma escola o dinamismo introduzido (ou não) ao nível do exercício desses cargos, especialmente os que se encontram associados à liderança de topo nas escolas e nos agrupamentos. Escolhemos as escolas e agrupamentos de escolas que integram a área geográfica do Concelho de Tondela, Santa Comba Dão, Mortágua, Carregal do Sal, Nelas, pertencentes ao Distrito de Viseu, região Centro de Portugal, devido a uma relativa facilidade de acesso a Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 185 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança essas mesmas escolas, ser próximo da nossa residência habitual e ainda porque são Concelhos onde temos ao longo deste anos de exercício docente relações de trabalho, formação com professores e educadores. É o caso da liderança de topo, cujos detentores podem assumir uma função crucial na mobilização dos agentes educativos na promoção da reflexão e na criação de dinâmicas de mudança nas escolas e agrupamentos de escolas. Procuramos perceber as formas como é praticada a liderança de topo pelos titulares deste cargo, por parte dos professores e educadores que pretendemos inquirir, constituiria um importante passo no caminho para a renovação e mudança das lideranças das escolas e agrupamentos de escolas. Parece-nos legítimo afirmar que um estudo desta natureza apresenta relevância aos três níveis referidos por Gil (1999). Assim, a sua relevância científica decorre do facto de se tratar de um contributo, ainda que humilde para a construção de novos conhecimentos, dentro da temática sob a qual se inscreve; a relevância prática assenta na possibilidade face ao que passarmos a conhecer sobre o exercício da liderança escolar, poderemos actuar no sentido de estimular ou corrigir aspectos que mereçam intervenção; quanto à relevância social e institucional, todas as medidas que sejam implementadas no sentido de melhorar o estado da educação tendo em linha de conta as perspectivas diferenciadas de liderança e visão prospectiva de melhoria pedagógica, metodológica e de gestão dos estabelecimentos devem ser consideradas relevantes, do ponto de vista social e institucional. 2. Contextualização do estudo. 2.1. Contexto do estudo – Escolas e agrupamentos de escolas do Ensino básico As escolas públicas do Ensino Básico estudadas correspondem às escolas dos vários níveis de ensino do pré-escolar ao secundário, que integram os agrupamentos onde realizamos o nosso estudo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 186 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A valorização das escolas e agrupamentos do ensino básico desencadeia-se a partir do modelo de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos de educação públicos, implementado pelo Decreto-Lei n.º 115/A-98. Este documento baseia-se nos princípios de democraticidade, participação e intervenção comunitária, que visam o reforço das competências das escolas, nos domínios pedagógico, administrativo, financeiro e organizacional, tendo como instrumentos o Projecto Educativo de Escola, Regulamento Interno e Plano Anual de Actividades, aos quais acrescentamos o Projecto Curricular de Escola. 2.2. Plano de investigação Como mencionámos anteriormente, optámos por uma pesquisa predominantemente qualitativa, enveredando pelo estudo de caso, tendo como intenção a análise das percepções dos professores e educadores das escolas básicas e agrupamentos de escolas dos Concelhos atrás mencionados, sobre o papel dos líderes de topo, os directores das referidas escolas e agrupamentos de escolas. Recolhemos, através da pesquisa bibliográfica, a fundamentação da liderança numa perspectiva mais organizacional, fazendo abordagem às teorias e estilos de liderança; a liderança educativa; o enquadramento do modelo de administração e gestão escolar desenvolvido nos respectivos agrupamentos e escolas; as motivações para a liderança; para, posteriormente, apresentarmos a metodologia do estudo, os seus resultados e as conclusões. Os dados recolhidos das percepções dos professores e educadores basearam-se no questionário, tendo como objectivo a obtenção de respostas “de um grande número de indivíduos às mesmas perguntas, de modo a que o investigador possa descrevê-las, comparálas e relacioná-las e demonstrar que certos grupos possuem determinadas características” Bell, (2003, p. 27). Para o desenvolvimento deste estudo, procedemos ao seguinte percurso metodológico: revisão da literatura e estudos realizados no âmbito das lideranças educativas; recolha e análise da legislação das especificidades das escolas do Ensino Básico e das funções dos Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 187 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança directores; aplicação dos questionários aos, professores e educadores; análise dos dados de modo a descrever e interpretar quais as percepções que professores e educadores, possuem dos seus líderes de topo em relação aos vários domínios abordados no questionário. 3.Desenho da investigação 3.1. Construção do questionário Com o presente estudo, pretendemos levar a cabo uma pesquisa descritiva, cujo objectivo primordial é apontado por Gil (1999, p. 44) como sendo: “a descrição das características de determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Também Oliveira et al. (2004) apontam como finalidade de uma investigação descritiva compreender um determinado fenómeno, sem sobre ele pretender realizar uma intervenção imediata, mas alimentando a expectativa de que o conhecimento assim obtido acabe por, num horizonte mais longínquo, resultar positivamente sobre as práticas dos envolvidos. Tal como nos parece ter sido o caso, neste tipo de trabalho “procura-se obter uma descrição dos fenómenos, ou de determinadas características das populações, através da análise da sua frequência ou de operações de correlação variáveis” (Oliveira et al., 2004, p. 27). A fim de chegarmos ao conhecimento que se pretendia atingir, escolhemos como método de recolha das informações o inquérito por questionário, na variante de questionário “autoaplicado”, segundo a nomenclatura utilizada por Gil (1999) ou “autoadministrado” como lhe chamam Ghiglione e Matalon (2005, p. 163) ou ainda “de administração directa” como o designam Quivy e Campenhoudt (2003, p. 188), por ser o próprio inquirido a preenchê-lo. Estes últimos autores consideram este método especialmente adequado para “a análise de um fenómeno social que se julga poder apreender melhor a partir de informações relativas aos indivíduos da população em questão” (Quivy & Campenhoudt, 2003, p.189), situação que nos parece aplicar ao presente estudo. Mais ainda, tal como afirmam Ghiglione e Matalon (2005, p. 14) “o inquérito é uma técnica relativamente simples de aplicar”, apresentando ainda a vantagem de “ser Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 188 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança praticamente o único método que podemos, se necessário, aplicar em grande escala, escolhendo os indivíduos” (Ghiglione & Matalon, 2005, p. 14). Sendo nossa pretensão realizar uma abordagem de tipo quantitativo, pareceu-nos, pois, tratar-se do instrumento mais apropriado. Para os mesmos autores, inquéritos em geral são “todas as formas de interrogar indivíduos tendo em vista uma generalização” (Ghiglione & Matalon, 2005, p. 15). Esta técnica apresenta, porém, o inconveniente de “se apoiar exclusivamente sobre a linguagem: a do investigador e a das diversas categorias de inquiridos, não tendo nós qualquer motivo para admitir, a priori, que elas coincidam” (Ghiglione & Matalon, 2005, p. 12). Atendendo a que, no caso em presença, investigador e inquiridos apresentam um tipo de relação muito idêntica com o objecto do estudo, supomos que dominarão a linguagem utilizada, atribuindo-lhe sentidos muito aproximados em ambos os casos, razão pela qual, este inconveniente se fará sentir, em nosso entender, de forma mínima. Constituindo as práticas dos directores escolares e coordenadores de departamento curricular comportamentos bastante difíceis de observar directamente sem uma presença frequente a acompanhá-los em reuniões e nas mais variadas vivências do seu quotidiano profissional, o questionário pareceu-nos ser o meio mais adequado de obter as informações pretendidas, no caso, a percepção que aqueles têm dessas mesmas práticas. Apoiámo-nos, para esta decisão, nas palavras de Ghiglione e Matalon (2005, p. 13) quando afirmam que esta é a técnica mais apropriada para substituir observações muito difíceis ou impossíveis, ou ainda “para compreender fenómenos como as atitudes, as opiniões, as preferências, as representações, e outras, que só são acessíveis de uma forma prática pela linguagem, e que só raramente se exprimem de forma espontânea”. Também Gil (1999, p. 128) considera esta técnica adequada para chegar ao conhecimento de “opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, e outras.” O questionário é constituído, na sua maior parte, por questões fechadas que se nos afiguraram como particularmente adequadas por apresentarem, basicamente, as vantagens que a seguir se referem, tais como são enunciadas por Foddy (2002): “(a) Permitem que os inquiridos respondam à mesma pergunta de modo a que as respostas sejam validamente comparáveis entre si; (b) Produzem respostas com menor variabilidade; (c) Propõem aos inquiridos uma tarefa de reconhecimento, por oposição Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 189 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança a um apelo à memória, e, por isso, são de mais fácil resposta; (d) Produzem respostas mais facilmente analisáveis, codificáveis e informatizáveis” (p. 143). Se bem que o intenso debate entre os partidários das questões abertas e aqueles que defendem as questões fechadas não tenha ainda chegado a conclusões definitivas, facto para o qual o próprio autor nos alerta, pelo menos as duas últimas vantagens parecem-nos indiscutíveis, aceitando nós que sejam vistas com algumas reservas as duas primeiras. Por outro lado, e atendendo à considerável dimensão da amostra com a qual pretendíamos trabalhar, houve que pensar também nos aspectos práticos, tendo sido levado em linha de conta o que afirmam Ghiglione e Matalon (2005, p. 116) “do ponto de vista da análise dos resultados, as questões fechadas são à priori as mais cómodas.” Face ao exposto, pareceu-nos adequado construir o questionário predominantemente com questões fechadas pela comodidade para os inquiridos, assim como o posterior tratamento dos dados recolhidos. Optámos, dentro das escalas sociais, que “consistem basicamente em solicitar ao indivíduo pesquisado que assinale, dentro de uma série graduada de itens, aqueles que melhor correspondem à sua percepção acerca do facto pesquisado” (Gil, 1999, p. 139), por uma escala de quatro graus. A lógica da nossa decisão teve por base os contributos de vários autores. Os autores Ghiglione e Matalon (2005) apresentam do seguinte modo as vantagens de fornecer quatro alternativas, por oposição a duas completamente opostas: em primeiro lugar, as pessoas inquiridas podem ter a impressão, com apenas duas respostas possíveis, que as estão a forçar a tomar posições muito nítidas, que não são as suas, e que não se interessam propriamente por aquilo que pensam. Depois, tendo proposto mais de duas respostas, podemos escolher o agrupamento que acharmos melhor e não necessariamente juntar as duas primeiras respostas num lado e as outras duas noutro (p. 137). Entendemos pois, como preferível utilizar quatro graus, porque nos pareceu ser o mais ajustado ao interesse da nossa investigação, tendo em conta o desejo de aferir uma opinião mais marcante dos professores e educadores em relação aos seus directores. A este propósito, socorremo-nos novamente das palavras de Ghiglione e Matalon (2005, p. 137) que, quanto à introdução de uma categoria intermédia ou neutra, advertem para o seguinte: “pode também recear-se estar, deste modo, a oferecer uma escapatória àqueles que não fazem qualquer esforço de reflexão”. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 190 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Em suma, considerámos que uma escala de quatro graus seria, por um lado, suficientemente abrangente e por outro lado, suficientemente detalhada para colher as diversas posições quanto a cada afirmação em análise. Garantindo que não existiam falhas geradoras de dificuldades na compreensão das perguntas e no preenchimento, o questionário foi administrado a um grupo de docentes que desempenham ou já desempenharam o cargo de directores/presidentes de conselhos executivos, para ligeiros ajustamentos, particularmente em termos de redacção e termos a utilizar o que resulta em algumas alterações do inquérito. 4. Objectivos do estudo. 4.1. Problema de investigação e objectivos Com o presente estudo, pretendemos chegar ao conhecimento das percepções que os professores e educadores do Ensino Básico detêm relativamente às lideranças de topo os directores das escolas e Agrupamentos de escolas. Procurámos saber até que ponto sentem que exercem liderança, no contexto da organização em que desempenham a sua actividade; como encaram a sua contribuição para o desenvolvimento dessa mesma organização; em que medida valorizam o desempenho das tarefas de liderança, no sentido mais clássico e restrito do termo e se vêem como parte da sua função também a supervisão das práticas profissionais dos professores e educadores. Constituiu ainda nosso propósito averiguar se essas percepções variavam de acordo com determinadas características ou circunstâncias dos inquiridos: a classe etária a que pertenciam, o número de anos de serviço docente, as habilitações académicas, o facto de possuírem ou não a especialização apresentada legalmente como preferencial para o exercício deste cargo, o número de anos de desempenho desta mesma função, o facto de já terem ou não desempenhado outros cargos particularmente aqueles que se nos afiguram como mais ligados às lideranças de topo e intermédias. Seguindo o caminho aqui delineado com base na questão central do trabalho, procuraremos obter a clarificação das dúvidas que se nos colocam e chegar ao conhecimento sobre a situação actual, em termos da forma como os detentores deste cargo se perspectivam Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 191 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança no papel de líderes escolares. Mais ainda, reconhecendo que se trata de um cargo de grande responsabilidade no funcionamento das escolas, será dada oportunidade aos inquiridos de se pronunciarem sobre a forma como os professores e educadores percepcionam a sua eficácia no exercicício da sua função. Posicionamo-nos ao nível de um estudo descritivo; no entanto, tirando partido da informação recolhida, procuraremos perceber se existem associações entre as respostas dadas e determinadas características ou circunstâncias dos inquiridos. Apresentaremos também, como complemento da informação, os resultados dos cruzamentos efectuados, a esse nível. A organização da investigação assenta sobre a formulação do problema, que se enquadra numa questão que sintetiza o que pretendemos estudar. Para Lima e Pacheco (2006, p. 15), “a contextualização do problema coincide com uma resenha bem fundamentada do estado da arte sobre as questões respeitantes ao objecto de estudo”. Assim, formulámos a nossa pergunta de investigação: Como avalia a Liderança dos Directores nos Agrupamentos e Escolas Públicas dos Concelhos de Tondela, Santa Comba Dão, Mortágua, Carregal do Sal, e Nelas? Consequentemente, o objecto de estudo prende-se com a identificação e análise da precepção que os educadores e professores possuem das lideranças desenvolvidos pelos directores das escolas públicas e agrupamentos de escolas do Distrito de Viseu. Tendo por base o problema inicialmente formulado, pretendemos saber: o modo como os directores actuam, pensam e estabelecem a liderança escolar?; quais são as opiniões dos professores e educadores sobre a actuação/liderança dos directores das escolas e agrupamentos de escolas?; qual o papel das lideranças nos domínios da gestão das pessoas, alunos, relação com pais e comunidade educativa?; como perpeccionam os directores todo o envolvimento das escolas e agrupamentos de esolas nos aspectos relativos aos domínios clima/ambiente de escola e agrupamentos, liderança e gestão do agrupamento, gestão e desenvonvimento curricular, resolução de problemas/tomadas de decisão, comunicação interna e formação e desenvolvimento profissional/formação contínua?. Estas perguntas serão desenvolvidas ao longo da investigação, quer através da pesquisa bibliográfica, quer do estudo empírico através da aplicação do questionário aos professores e educadores das escolas e agrupamentos das escolas do Ensino Básico. Procurámos identificar Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 192 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança a percepção do papel da liderança, por parte dos educadores e professores, procurando conhecer as opiniões dos docentes das escolas e agrupamentos do ensino básico, sobre a liderança dos seus líderes formais, questionando as dificuldades e desafios do papel das lideranças, realçando a importância do desempenho dos directores, como questões preponderantes do objecto de estudo. De acordo com Lima e Pacheco (2006, p. 16), o “processo de investigação tem ainda como referente a formulação de objectivos, que orientam o investigador na prossecução dos percursos inicialmente inventariados”. Destacámos que a identificação dos objectivos ajudam a clarificar “as variáveis ou indicadores metodológicos e as problemáticas teóricas que permitirão ao investigador seguir num determinado caminho” (Lima & Pacheco, 2006, p. 16). Deste modo, definimos os objectivos, gerais e específicos e pessoais do estudo que passamos a apresentar. 4.2. Abrangência do estudo: População e amostra O estudo baseou-se nos seguintes sujeitos da investigação: a população ou universo estendeu-se a uma amostra representativa de professores e educadores das escolas e agrupamentos do Ensino Básico dos Concelhos mencionados, tendo sido estipulado um total de vinte e cinco professores e educadores por cada escola e agrupamento de escolas a ser estudada. Este estudo prende-se com a aplicação de questionários destinados aos professores e educadores, visando a opinião dos docentes face à liderança do director das escolas e agrupamentos de escolas estudadas. Segundo Lima e Pacheco (2006, p. 20), é necessário que o investigador pense na clarificação do modelo de recolha de dados: “as noções de universo conjunto de indivíduos, fenómenos ou observações que seria desejável estudar, população conjunto de elementos escolhidos para estudar e amostra parte da população que se pretende estudar”. De modo a corroborar a nossa população, destacámos o pensamento de Sousa (2005, p. 84) quando diz que “interessa que a amostra possua as mesmas características que a população e que a sua relação com esta possa ser representativa”. Na opinião de Hill e Hill Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 193 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança (2005, p. 41), “uma população ou universo é o conjunto de valores de uma variável sobre a qual pretendemos tirar conclusões”, acrescentando que em ciências sociais é “usual termos apenas um valor da variável para cada caso, pelo que o tamanho de uma população definida de modo estatístico é normalmente igual ao número total de casos para os quais pretendemos tirar conclusões”. No tocante aos questionários a serem aplicados aos professores e educadores, por ser um universo relativamente extenso, constituindo de acordo com os dados fornecidos pelas direcções das escolas, um total de mil duzentos e vinte e cinco professores e educadores em situação de Quadro de Escola, Quadro de Agrupamento e Contratação, optámos por enquadrar o estudo junto de uma amostra, procurando conhecer a opinião de vinte e cinco docentes por cada escola, correspondendo a duzentos e vinte professores e educadores a serem inquiridos. Para fundamentar a nossa amostra, apresentamos a opinião dos autores Hill e Hill (2005, p. 42) que determina que quando o investigador “não tem tempo nem recursos suficientes para recolher e analisar dados para cada um dos casos do universo pelo que, nesta situação, só é possível considerar uma parte dos casos que constituem o universo”, sendo pois, essa parte designada por amostra do universo. Os autores atrás mencionados destacam que é importante que os investigadores tenham em consideração a questão da representatividade da amostra, na medida em que “se a amostra for retirada sem ser considerada a sua representatividade, não é possível extrapolar as conclusões para o universo com confiança” Hill & Hill, (2005, p. 42). 4.3.Configuração do questionário O questionário é constituído por três partes distintas, antecedidas de uma parte introdutória inicial contendo a explicação acerca dos objectivos, finalidade e destinatários deste instrumento de recolha de informação, bem como a afirmação da salvaguarda do anonimato e da garantia de confidencialidade dos dados recolhidos. Na parte introdutória, são pedidas informações sobre dados pessoais e profissionais dos inquiridos. Na segunda parte, é pedido que dêem expressão às suas opiniões relativamente ao assunto em estudo. Quanto à parte introdutória, dados pessoais e profissionais, foram pedidas informações relativas a cada inquirido, conforme a seguir se demonstra. Questões a-1, b-2, c3, d-4, respectivamente: habilitações académicas, nível de ensino que lecciona, categoria Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 194 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança profissional, anos de serviço docente, sexo, idade, poderiam não ser absolutamente determinantes para explicar diferenças nas actuações dos directores, mas poderiam também ter algum significado e, pelo menos, ajudariam a contextualizar melhor o estudo, não exigindo, por outro lado, grande esforço de preenchimento. Questão a-1, Área em que possui formação suplementar / especialização – pósgraduações ou outras, poderia de certo modo contribuir para uma melhor explicitação objectiva por parte dos inquiridos do papel relevante ou não, em relação aos líderes das escolas e agrupamentos de escolas. Questão d-4. O número de anos de docência poderia ser importante para saber até que ponto o inquirido apresentava condições para conhecer devidamente a organização que integra, bem como para possuir uma visão estratégica para essa mesma organização e, como a mesma deveria funcionar para a melhoria da organização em todos parâmetros abordados no questionário. Passamos agora a explicitar a primeira parte do questionário que é constituido por quatro questões distinta respectivamente: conhece o Director(a) do seu agrupamento; quantas vezes falaram com o Director(a) do seu agrupamento? Pessoalmente?; em reuniões?; se não é docente na Escola Sede do agrupamento, responda às questões; quantas vezes esteve com o Director(a) na sua escola/jardim de infância?; a que distância fica a sua escola da sede do agrupamento?; cargos em órgãos do seu agrupamento? Esta questão, poderia ter influência na forma como os inquiridos poderiam avalizar com mais fundamento do papel crucial do director(a) no nível de desempenho e funcionamento da instituição. De seguida, passámos a explicitar os argumentos que fundamentam a organização da segunda parte do questionário. A tarefa de construção de um questionário que permitisse obter informações sobre o tema em estudo, ou seja, o papel das lideranças de topo director(a), de acordo com a apreciação de quem está ligado a essas instituições escolares os professores e educadores. Começámos por recolher, dos trabalhos lidos, palavras-chave relacionadas com o que os vários autores entendem por liderança escolar, quer no sentido mais restrito, quer no sentido mais alargado da liderança escolar. Após feita essa recolha pareceu-nos possível agrupar essas mesmas palavras ou expressões fundamentais em algumas vertentes da liderança escolar: clima/ambiente, liderança/gestão; gestão de pessoas/alunos; desenvolvimento curricular/profissional; relação pais/comunidade; resolução de problemas/tomadas de decisão Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 195 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança e comunicação interna nos agrupamentos; domínios que em nossa opinião são determinantes no funcionamento das escolas e agrupamentos. Definidas essas vertentes, o passo seguinte consistiu em redigir perguntas que nos levassem a apurar em que medida os professores e educadores que nos propúnhamos questionar percepcionavam o exercício desses domínios da liderança escolar no desempenho dos cargos de topo das organizações escolares. Assim, procurámos apurar se possuindo uma visão estratégica da sua escola, participavam na definição dos grandes objectivos que norteiam a sua missão, tomavam decisões determinantes para o seu futuro e demonstravam atitudes que pudessem ser conotadas com liderança de topo, atendendo à responsabilidade que o seu cargo acarreta. Por outro lado, foi nosso objectivo perceber em que medida visualizavam a sua escola como organização e até que ponto se encontravam comprometidos com o respectivo desenvolvimento organizacional nos vários domínios estudados. No que respeita aos aspectos formais desta segunda parte do questionário, optámos por um conjunto de questões fechadas, que pudessem ser respondidas através de uma escala graduada que apresentava quatro possibilidades aos inquiridos. Para cada um dos nove domínios do questionário, formulámos quarenta e três afirmações distribuídas pelos nove domínios relativamente às quais cada professor e educador se deveria exprimir quanto ao grau em que se verificam, usando a referida escala de respostas: 1 = nunca; 2 = por vezes; 3 = sempre; 4 = sem opinião. Pensámos que, através deste método, obteríamos as informações que nos propúnhamos. Pareceu-nos também que, desta forma, apresentávamos aos inquiridos um instrumento caracterizado pela facilidade com que estes se pudessem pronunciar acerca do que pensavam da actuação dos seus líderes de topo no desenvolvimento e melhoria do funcionamento da organização onde exercem as suas funções docentes. 4.4.Aplicação do questionário Preparado o instrumento destinado à recolha da informação, havia que se proceder à sua distribuição por todos os elementos pertencentes à população-alvo. Esta consistia nos líderes Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 196 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança de topo das instituições escolares em actividade nos quatro agrupamentos de escola do Concelho de Tondela Santa Comba Dão e Mortágua e Carregal do Sal e Nelas do Distrito de Viseu. Tendo em linha de conta que este questionário será aplicado a vários níveis de ensino desde do pré-escolar ao secundário, o universo dos inquiridos nos vários agrupamentos será na nossa óptica suficiente para o nosso trabalho. Caso se justifique poderemos alargar esse mesmo universo a outros agrupamentos próximos para melhor aferir o estudo que pretendemos levar a efeito sobre as várias lideranças existentes nas nossas escolas básicas. Relatos de aplicação de questionários apresentados por outros investigadores faziam crer que nem sempre é fácil motivar os possíveis inquiridos a responder, o que resulta muitas vezes em taxas de retorno bastante baixas. A fim de procurar que a adesão a esta investigação fosse o mais expressiva possível, decidimos deslocar-nos pessoalmente a todas as escolas, estabelecer contacto com os respectivos directores, explicar o objectivo do questionário e solicitar o apoio dos responsáveis destes órgãos de gestão de topo na divulgação do estudo, na distribuição e na recolha dos questionários junto dos professores e educadores. Ao longo do processo de distribuição dos questionários, julgamos ser natural a dificuldade em conseguir que os inquiridos respondessem aos questionários, dado o cansaço e a escassez do tempo de que dispunham, o que se repercutia no atraso, ou mesmo na recusa na devolução dos questionários. Perante tal realidade observada e conhecida, que aconteceram logo desde o início, optámos pela estratégia de fazer a distribuição pessoal a qual teria sido, provavelmente, a mais acertada e porfiámos ainda mais em pedir apoio com uma insistência acrescida junto dos directores, fazendo ver como era importante que os professores e educadores, fossem motivdos a responderem ao nosso pedido sendo recebidos com cordialidade e promessa de colaboração. Para além do diálogo estabelecido, eram deixados junto do director(a): uma cópia da autorização para conduzir o estudo concedido pela entidade responsável pelo estudo e outros julgados relevantes, cópias de credenciais da universidade onde o investigador está a realizar o trabalho, cópias dos questionários dentro de um envelope. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 197 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 4.5.Método de análise do estudo Os resultados dos questionários são descritos quantitativa e sujeitos a uma análise descritiva em virtude de apenas termos utilizado um questionário. A análise dos dados está, também, relacionada com as questões levantadas e estabelecidas no início do estudo. Procurámos fundamentar a análise de dados tendo por base os seguintes momentos fundamentais: a descrição, a análise e a interpretação. A descrição corresponde à escrita de textos resultantes dos dados originais registados pelo investigador. A análise é um processo de organização de dados, onde se deve salientar os aspectos essenciais e identificar factores chave. Por último, a interpretação diz respeito ao processo de obtenção de significados e ilações a partir dos dados obtidos. Na análise dos dados propriamente dita, o investigador deve ter o cuidado de ler mais do que uma vez todos os documentos obtidos. O material recolhido ao longo da investigação, como é o caso dos questionários, foi organizado num dossier que foi submetido a uma análise pormenorizada e indutiva. No início do estudo começámos por analisar o conteúdo dos questionários com o objectivo de conhecer as percepções dos professores e educadores, no que concerne à actuação dos directores das escolas e agrupamentos de escolas, onde realizámos o presente estudo. Elaborámos um resumo onde serão também, transcritos analisados os resultados dos questionários, observámos toda a informação compactada, foram elaborados quadros síntese da informação, acompanhados por comentários/reflexões, procurando estabelecer, assim, conclusões fundamentadas com articulação a dados, em forma de narrativa que pretendemos que seja compreensível e esclarecedora, tendo o mesmo objecto de estudo. Na interpretação e apresentação dos dados, o investigador tem o trabalho de “procurar continuamente semelhanças e diferenças, agrupamentos, modelos e questões de importância significativa” Bell, (2003, p. 183). De acordo com Yin (2005, p. 137), a análise de dados “consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas, testar ou, do contrário, recombinar as evidências quantitativas para tratar as proposições iniciais de um estudo”. Na apresentação dos resultados e das conclusões, privilegiámos “quadros, tabelas, gráficos e outras figuras” que podem Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 198 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança “ilustrar e elucidar o texto” Bell, (2003, p. 125). Realizámos o tratamento estatístico dos dados recorrendo ao SPSS 16.0 do Windows e ao programa de Microsoft Office Excel 2007, acompanhando com reflexões a partir das interpretações e descrições dos dados recolhidos. Para Ketele e Roegiers (1993, p. 247), as “estratégias de tratamento da informação são múltiplas e muito variáveis consoante os diferentes métodos de recolha de informações”. Na opinião de Hill e Hill (2005), numa “investigação onde se aplica um questionário, a maioria das variáveis (frequentemente, todas as variáveis) são medidas a partir das perguntas do questionário e portanto, os métodos de investigação incluem os tipos deperguntas usadas, o tipo de respostas associadas com estas perguntas e as escalas de medida dessas respostas”(p. 83). Na interpretação dos dados recolhidos, considerámos o seguinte plano de análise dos questionários: “1. Listar todas as variáveis da investigação; 2. Especificar o número de perguntas para medir cada uma das variáveis” Hill & Hill, (2005, p. 84). Para Lima e Pacheco (2006, p. 23), quanto “às técnicas de análise de dados, para além da análise estatística, a mais utilizada é a análise de conteúdo”, uma vez que a análise de conteúdo distingue-se “por três grandes categorias de métodos”: as análises temáticas, as análises formais e as análises estruturais. A mais conhecida e utilizada é a análise categorial pertencente ao primeiro método (Quivy & Campenhouldt, 1997 & Bardin, 1988). A análise categorial é “um procedimento predominantemente quantitativo”, que segundo Quivy e Campenhoudt, (1997, p. 228) citado por Lima e Pacheco (2006, p. 23): “consiste em calcular e comparar as frequências de certas características, na maior parte das vezes os temas evocados, previamente agrupadas em categorias significativas”. Os trabalhos de investigação em educação utilizam mais frequentemente a análise de conteúdo temática, de acordo com a terminologia de Ghiglione e Matalon ou designada de análise categorial, segundo a terminologia de Bardin (1988), Lima e Pacheco (2006). A análise de dados consiste, para Bogdan e Bicklen (1994, p. 205), num “processo de busca e de organização sistemática” dos instrumentos de pesquisa, no caso concreto da investigação, dos questionários, “com o objectivo de aumentar a sua própria compreensão desses mesmos materiais e de permitir apresentar aos outros aquilo que encontrou”. Segundo os autores supra citados Bogdan e Bicklen (1994, p. 205) a “análise envolve o trabalho com os dados, a sua organização, síntese, procura de padrões, descoberta dos Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 199 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança aspectos importantes e do que deve ser aprendido e a decisão sobre o que vai ser transmitido aos outros”. É importante realçar que face às opiniões dos actores organizacionais na perspectiva dos autores referidos anteriormente, “não só as pessoas que ocupam diferentes posições em determinada organização tendem a ter perspectivas diferentes, como também se verifica uma grande diversidade entre aqueles que ocupam posições semelhantes” Bogdan & Bicklen, (1994, p. 283). Na interpretação dos dados o investigador procura considerar a existência de “um encadeamento de evidências, ligações explícitas entre as questões feitas, os dados recolhidos e as conclusões a que se chegou” Yin, (2005, p. 109). De um modo geral, e considerando a opinião de Sousa (2005) na investigação ponderámos sobre os seguintes procedimentos a desenvolver sobre o estudo: em primeiro lugar a recolha, o mais exaustiva possível, dos dados sobre o caso em estudo e o contexto em que se encontra inserido; segundo, a análise quantitativa desses dados, procurando-se constantes relações, discrepâncias, frequências e elementos de valor significativo; e terceiro efectuar inferências a partir da análise e extrair conclusões. 5.Participantes no estudo. 5.1.Os professores e educadores Tendo como referência os dados indicados pelas direcções das escolas e agrupamentos de escolas onde pretendemos realizar a nossa investigação exercem a sua função docente nos vários níveis de ensino, do pré-escolar ao secundário, um total de 1525 professores e educadores em situação de contratação, quadro de escola e quadro de Agrupamento. Do total do universo destes professores e educadores, tínhamos como intenção inquirir para o nosso estudo um total aproximado de 400 docentes, sabendo que muitos docentes não iriam corresponder ao nosso pedido e, como queríamos uma amostra significativa de questionários recolhidos, optámos por alargar o número de docentes abrangidos nas escolas e Agrupamentos de escolas que seleccionámos, assim, como contactámos os directores Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 200 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança envolvidos no sentido de nos ajudar nesse propósito, tendo mesmo alargado o tempo de recolha dos questionário de modo a conseguir o nosso objectivo. Assim, decidimos entregar um máximo de 25 questionários por escola e Agrupamento de escolas, tendo recolhido um total de 220 devolvidos, o que de certo modo correspondeu aos nossos melhores anseios. 5.2.Instrumentos de recolha de dados Um dos instrumentos do estudo incide na pesquisa documental, da qual também consta o plano de recolha de dados, sendo que o material recolhido e analisado é utilizado para corroborar evidências de outras fontes e/ou acrescentar informações, referenciando a pesquisa a ser realizada pelo estudo de caso. O referencial bibliográfico tem por base o que já existe sobre o tema, utilizando-se, fundamentalmente as contribuições dos diversos autores e estudos sobre o objecto de estudo. A análise documental ajuda o investigador a perceber que, segundo Bell (2003, p. 102), “se o projecto que o investigador se propõe é realizável e para este se informar acerca do contexto e da natureza do assunto”. Para Alves-Mazzotti, citado por Lima e Pacheco (2006, p. 38), a revisão crítica de teorias e pesquisas é “um aspecto essencial à construção do objecto de pesquisa e como tal deve ser tratado”. A pesquisa documental, segundo Ketele e Roegiers (1993), perspectiva que o objecto é a literatura científica relativa ao objecto de estudo e cuja finalidade é a exploração da literatura com vista a elaboração de uma problemática teórica. Na revisão da literatura abordámos as posições teóricas e as investigações mais importantes sobre o tema de estudo, procurando, assim, fundamentar a investigação e definir os conceitos e a terminologia que iremos utilizar ao longo da investigação. Para Sousa (2005, p. 87), a pesquisa documental envolve a procura “em livros, revistas, teses, monografias, actas, artigos, internet, registos académicos, estatísticas e outros documentos das informações que interessam” ao propósito do estudo. Na opinião de Bell Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 201 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança (2003, p. 83), qualquer investigação “seja qual for a sua dimensão, implica a leitura do que outras pessoas já escreveram sobre a sua área de interesse, a recolha de informações que fundamentem ou refutem os seus argumentos e a redacção das suas conclusões”. Para além da pesquisa documental e bibliográfica, o método da recolha de dados consistiu no inquérito por questionário. Na visão de Sousa (2005, p. 153), a “metodologia do inquérito consiste em formular uma série de perguntas directamente aos sujeitos, utilizando como instrumentos entrevistas, questionários ou testes”. Esta metodologia é utilizada “quando a investigação procura estudar opiniões, atitudes e pensamentos de uma dada população” Sousa, (2005, p. 153). Na opinião de Bell (2003, p. 26), o grande objectivo do inquérito “é obter informações que possam ser analisadas, extrair modelos de análise e fazer comparações”, sendo que na “maior parte dos casos, num inquérito propõe-se obter informações a partir de uma selecção representativa da população e, a partir da amostra, tirar conclusões consideradas representativas da população como um todo”. Na aplicação dos questionários precisamos de ter, também, em consideração que, como estaremos a lidar com opiniões, atitudes e pensamentos, que são factores dinâmicos da personalidade é, portanto, habitual que surjam as seguintes questões: “até que ponto é que os seus resultados colhidos poderão ser considerados como verídicos, reflectindo a verdade? Qual a sua validade e garantia?” Sousa, (2005, p. 157). Estas questões, embora estejam sempre presentes de forma «camuflada» nas investigações, não dependem do investigador mas sim da honestidade das pessoas inquiridas. É importante ressalvar a opinião de Bell (2003, p. 27) acerca dos questionários e inquéritos “devem fazer-se as mesmas perguntas aos indivíduos e, tanto quanto possível, nas mesmas circunstâncias”. O inquérito por questionário é apresentado por Quivy e Campenhoudt (1992) do seguinte modo: “consiste em colocar a um conjunto de inquiridos, geralmente representativo de uma população, uma série de perguntas relativas à sua situação social, profissional ou familiar, às suas opiniões, à sua atitude em relação a opções ou a questões humanas e sociais, às suas expectativas, ao seu nível de conhecimento ou de consciência de um acontecimento ou de um problema, ou ainda sobre qualquer outro ponto que interesse” (p. 190). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 202 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Outro aspecto relevante prende-se com o facto de o questionário ter como referência uma perspectiva sociológica, “distingue-se da simples sondagem de opinião pelo facto de visar a verificação de hipóteses teóricas e a análise das correlações que essas hipóteses sugerem” Quivy & Campenhoudt, (1992, p. 190). O questionário é entendido tendo como referência os autores Ketele e Roegiers (1993, p. 35) “no sentido de um estudo de um tema preciso junto de uma população, cuja amostra se determina a fim de precisar certos parâmetros”. De acordo com os autores referidos anteriormente, torna-se preponderante considerar que “a montante da utilização de um questionário de inquérito, é essencial captar bem o objectivo a atingir, bem como o tipo de informações a recolher” Ketele & Roegiers, (1993, p. 36). Para o estudo elaborámos um questionário para professores e educadores. Este questionário foi adaptado de Bass e Avolio (1995), de Bigliazzi (2007) e de Castanheira e Costa (2007). Optámos por realizar um pré-teste ou «pré-questionário» junto a 20 professores e educadores, tendo sido realizado de forma intencional, de modo a testarmos os questionários, com o objectivo de verificar a sua adequabilidade e grau de entendimento. A partir do pré-teste procurámos identificar a necessidade de modificações de alguns aspectos das questões, assim como aspectos relacionados com as terminologias usadas para uma melhor compreensão e interpretação das questões por parte dos inquiridos, tendo em vista a melhoria dos questionários e dos resultados desejados. Os autores Hill e Hill (2005, p. 70) apontam que “o estudo preliminar consiste em descrever e aplicar uma versão preliminar do questionário final”. Na aplicação do «préquestionário» considerámos a opinião de Bell (2003), quando diz que: “todos os instrumentos de recolha de informação devem ser testados para saber quanto tempo demoram os receptores a realizá-los; por outro lado, isto permite eliminar questões que não conduzam a dados relevantes”. O “questionário-piloto” tem como fundamento: “descobrir os problemas apresentados pelo instrumento de recolha de informação que escolher, de modo que os indivíduos no seu estudo real não encontrem dificuldades em responder; por outro lado, poderá realizar uma análise preliminar dos dados obtidos para ver se o estilo e o formato das questões levantam ou não problemas na altura de analisar os dados reais” (p. 129). Para Yin (2005, p. 104) o pré-teste “é a ocasião para um “ensaio” formal, na qual o plano pretendido para a colecta de dados é utilizada de uma forma tão fiel quanto possível como rodada final de testes”. De acordo com Bell (2003, p. 129), existem algumas questões que apoiam o investigador na aplicação do “questionário-piloto”, como: 1. Quanto tempo levou a Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 203 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança completar o questionário? 2. As instruções eram claras? 3. Achou alguma questão pouco clara ou ambígua? Se sim, qual(ais) e porquê? 4. Opôs-se a responder a alguma questão? 5. Na sua opinião, foi omitido algum tópico importante?, entre outras. Considerando a opinião dos autores Hill e Hill (2005, p. 166), em “todos os tipos de questionário é muito útil pedir, a pelo menos uma pessoa, e de preferência a duas ou três, para o ler e dar a sua opinião sobre a clareza e compreensão do mesmo”. Ainda na perspectiva de Hill e Hill (2005, p. 96), “pode ser útil mostrar as perguntas a algumas pessoas, tão semelhantes quanto possíveis às que irão responder ao questionário para comentar sobre a clareza das perguntas elaboradas”. De acordo com Sousa (2005, p. 204), o questionário é considerado “como uma técnica de investigação em que se interroga, por escrito, uma série de sujeitos, tendo como objectivo conhecer as suas opiniões, atitudes, predisposições, sentimentos, interesses, expectativas, experiências pessoais, e outros”. Segundo Bell (2003, p. 95), é importante “decidir quais os métodos que melhor servem determinados fins e, depois, conceber os instrumentos de recolha de informação mais apropriados para o fazer”, tendo como objectivo “conseguir o leque de respostas mais representativo possível que lhe permita cumprir os objectivos do estudo e lhe proporcione respostas a questões-chave” Bell, (2003, p. 99). Para Ketele e Roegiers (1993, p. 36), “o bom uso de um questionário de inquérito será essencialmente em função de: a) A presença e a pertinência de objectivos e de hipóteses prévias; b) A validade das perguntas feitas; c) A fiabilidade dos resultados recolhidos”. Considerando a visão de Hill e Hill (2005), destacamos que: “numa investigação onde se aplica um questionário, a maioria das variáveis (frequentemente, todas as variáveis), são medidas a partir das perguntas do questionário, e portanto, os métodos de investigação incluem os tipos de perguntas usadas, os tipos de resposta associadas com estas perguntas e as escalas de medida dessas respostas” (p. 83). O questionário consiste em perguntas fechadas. O autor supra citado corrobora esta ideia referindo que “é útil quando se pretende obter informação quantitativa para complementar e contextualizar a informação quantitativa obtida pelas outras variáveis” Hill & Hill, (2005, p. 95). A análise das informações colectadas foi feita de forma quantitativa procurando Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 204 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança interpretar os dados colectados e estabelecendo elos de ligação com a pesquisa descritiva e bibliográfica estudada e analisada. Considerámos a opinião dos autores Hill e Hill (2005, p. 105) que dizem ser conveniente “associar números às respostas para que estas possam ser analisadas posteriormente por meio de técnicas estatísticas. Os números associados a cada conjunto de respostas apresentam uma escala de medida e são vários os tipos de escalas”. No estudo, optámos por enquadrar nos questionários as respostas com escalas de medida sobre frequência que, de acordo com Hill e Hill (2005, p. 120), são as mais utilizadas: Nunca (1), por vezes (2), sempre (3), sem opinião (4). Tendo em atenção o número elevado de professores e educadores a serem inquiridos, considerámos a perspectiva de Quivy e Campenhoudt (1992), face à elaboração das questões: “dado o grande número de professores e educadores inquiridas e o tratamento quantitativo das informações que deverá seguir-se, as respostas à maior parte das perguntas são normalmente pré-codificadas, de tal forma que os entrevistados devem obrigatoriamente escolher as suas respostas entre as que lhes são formalmente propostas” (p. 190). Segundo Bell (2003, pp. 129-130), na distribuição e devolução dos questionários é necessário ter em atenção que existem “vantagens claras na entrega pessoal dos questionários aos indivíduos”. Assim, os objectivos do estudo poderão ser explicados e os “questionários podem até ser preenchidos na altura”. No estudo tivemos particular atenção com a preservação da confidencialidade de cada questionário, de cada professor e educador das escolas e agrupamento de escolas a serem estudadas. Cada questionário foi aplicado nos nas escolas e agrupamentos de escolas que seleccionámos para o nosso estudo, para posteriormente, efectuarmos uma análise global. Os questionários foram distribuídos pessoalmente e directamente aos directores escolares ou elementos das direcções das escolas e agrupamentos de escolas. Os questionários foram colocados em envelopes lacrados, contendo no seu interior o pedido de aplicação dirigido a cada professor ou educador das escolas, e a respectiva autorização de aplicação dos questionários em ambiente escolar pela Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação, um questionário para professores e educadores, e, ainda, um envelope vazio que seria utilizado na devolução dos questionários para que deste modo a confidencialidade fosse, Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 205 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança efectivamente, mantida. A devolução dos questionários efectuou-se, na maioria, directamente ao professor investigador pelos directores das escolas e agrupamentos selccionados. O questionário visava o estudo sobre as lideranças escolares, desenvolvida pelos líderes formais, o (a) director(a) de escola e agrupamentos de escolas estudados, sendo o questionário dirigido aos professores e educadores que contemplava a opinião dos mesmos, face às práticas de liderança dos directores.A aplicação dos questionários foi realizada em duas fases: a primeira decorre durante o mês de Janeiro de 2011, com a entrega dos questionários aos respectivos directores das escolas e agrupamentos de escolas, com a realização de uma entrevista aos directores para dar conhecimento do objecto do estudo, assim como a respectiva autorização da entidade que controla a aplicação dos questionários em meio escolar, assim como o período de preenchimento dos mesmos por parte dos professores e educadores e a devolução dos mesmos. A segunda fase decorreu durante do mês de Março de 2011 e consistiu no contacto com os respectivos directores escolares das escolas e agrupamentos de escolas para a verificação da devolução de todos os questionários. Na aplicação dos questionários temos como referência a visão de Costa (2001), citado por Lima e Pacheco (2006): “na recolha de informação pela via da entrevista ou do questionário tem de se ter sempre em conta que, mesmo nas questões ditas mais objectivas, tudo o que se obtém é uma declaração do sujeito sobre a observação que ele faz do seu próprio pensamento, comportamento ou situação” (p. 22). 6. Tratamento estatístico Os cálculos foram efectuados no pacote estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 16.0. No relatório optamos por introduzir a menor formatação possível para que facilmente o documento possa ser integrado no texto do investigador. As tabelas foram construídas no programa Word 2007 dada a flexibilidade de formatação e arranjo gráfico que permite. As ferramentas de formatação utilizadas foram as seguintes: a) as tabelas estão legendadas com o procedimento referências> inserir legenda; b) as tabelas são referidas no texto com o procedimento referências> referências cruzadas; c) as tabelas têm Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 206 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança ajustamento automático à janela ferramentas de tabela> esquema> ajuste automático;d) cada tabela mantém-se unida pelo procedimento base> parágrafo> quebras de linhas e páginas> manter com o seguinte. Na apresentação dos resultados seguimos de perto as normas da Associação Americana de Psicologia (APA), (APA, 2001; Nicol & Pexman, 1999). Apesar das respostas aos itens terem sido obtidos através de uma escala de frequência de graduação de 1 (nunca) a 3 (sempre), o conjunto dos itens não deverá ser tratado como uma escala ou seja, obtida uma pontuação por domínio. O tratamento do conjunto dos itens como uma escala teria sempre uma análise psicométrica prévia com pelo menos, o estudo da dimensionalidade e da consistência interna. A opção «sem opinião» obteve ao longo do conjunto dos itens frequências não negligenciáveis. Neste caso a opção «sem opinião», como dado omisso, com a sua possível estimação através do e um dos procedimentos disponíveis para o efeito exemplo: expectation-maximization disponível no SPSS 16.0 traria pravelmente enviesaementos consideráveis e não controláveis nos resultados. Por outro lado, e em alternativa, cada item pderia ser considerado com valor independente dos restantes e dessa forma, cruzados com outras variáveis de interesse. Assim, da análise das respostas observadas pareceu-nos ser possível cruzar as respostas aos itens de cada um dos nove domínios com as seguintes variáveis: a) Género; b) Tempo de serviço; c) Ciclo de ensino; d) Frequência de contacto com o director (pessoalmente; em reunião; na escola/jardimde-infância); e) Exercício ou não de cargos; f) Distância da escola/jardim-de-infância à sede do Agrupamento. Fica deste modo em aberto quais destes cruzamentos possíveis têm sentido e pertinência teórica ou prática. Cada um dos itens seria analisado como uma variável nominal. É conveniente decidir se a opção «sem opinião» seria descartada ou não. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 207 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Para cruzar duas variáveis nominais utilizaremos o teste de Qui-quadrado. Para cruzar uma variável nominal com uma variável intervalar utilizamos a análise de variância (ANOVA), caso a distribuição da variável intervalar o consentisse, ou caso contrário a sua alternativa não paramétrica. 6.1.Justificação dos cálculos Os questionários foram sendo numerados à medida que eram recebidos. Em seguida, procedeu-se à codificação de todos os itens e à constituição de uma base de dados, de acordo com o programa a utilizar: SPSS para Windows – versão 16.0. Definidas as variáveis, foram introduzidos os dados. Na análise dos dados, foram utilizados os processos correntes da estatística descritiva, tendo-se procedido igualmente ao cruzamento de variáveis e ao teste de independência do Qui-quadrado. No relatório optamos por introduzir a menor formatação possível para que facilmente o documento possa ser integrado no texto do investigador. As tabelas foram construídas no programa Word 2007 dada a flexibilidade de formatação e arranjo gráfico que permite. As ferramentas de formatação utilizadas foram as seguintes: a) As tabelas estão legendadas com o procedimento referências> inserir legenda; b) As tabelas são referidas no texto com o procedimento referências> referências cruzadas; c) As tabelas têm ajustamento automático à janela ferramentas de tabela> esquema> ajuste automático; d) Cada tabela mantém-se unida pelo procedimento base> parágrafo> quebras de linhas e páginas> manter com o seguinte; e) Os gráficos efectuados no Word podem ser editados clicando duas vezes sobre o gráfico, e foram criados com o procedimento inserir> gráfico. Na apresentação dos resultados seguimos de perto as normas da APA (APA, 2001; Nicol & Pexman, 1999). Com o objectivo de descrever os dados obtidos, foram calculadas frequências e percentagens para variáveis com um nível de mensuração nominal e ordinal, e foram calculadas médias e desvios-padrão para variáveis com um nível de mensuração pelo menos Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 208 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança intervalar (Reis, 1998). Para o objectivo de inferência estatística foram utilizadas provas paramétricas e não paramétricas que passamos a enumerar. A análise de Variância permite testar a existência de diferenças estatisticamente significativas entre as médias de uma variável intervalar nos níveis de uma variável nominal (Hair et al., 1995). O teste de Shapiro-Wilk (Hill & Lewicki, 2006) é específico para avaliar a plausibilidade da normalidade de uma variável subjacente a uma amostra aleatória. É específico para esta distribuição, sendo por este motivo mais potente que outros testes, como por exemplo, o de Kolmogorov-Smirnov ou do Qui-quadrado. Tem a vantagem adicional de não necessitar que a média ou o desvio-padrão da população, da qual a amostra foi retirada, sejam especificados. Quando as variáveis em comparação eram ambas nominais foi utilizada a prova estatística Qui-quadrado (2). O teste de Qui-quadrado permite verificar de se a distribuição de uma variável é contingente de uma segunda variável, ou seja, se as duas variáveis são estatisticamente independentes (Reynolds, 1984; Howell, 2002). Para testar diferenças entre níveis de uma variável nominal nas pontuações obtidas numa variável ordinal não podemos recorrer a estática paramétrica, antes, a opção mais adequada é a utilização de provas não paramétricas. Foram utilizadas duas provas não paramétricas quando se pretendeu avaliar diferenças nas respostas aos itens dos nove domínios em estudo: U de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. A prova U de Mann-Whitney é adequada para análises em que a variável nominal tem dois níveis (ex.: género). A prova Kruskal-Wallis é a alternativa para as situações em que a variável nominal tem mais de dois níveis (ex.: ciclo de ensino). As respostas foram obtidas através de uma escala de frequência de três pontos que oscilava entre «nunca e sempre». Foi disponibilizada também a opção «sem opinião», que não pode ser integrada na escala de frequência. A opção sem opinião foi considerada como dado omisso na estatística inferencial, porém, na análise descritiva a opção sem opinião foi analisada dado o seu potencial valor informativo. Sempre que se pretendeu testar a existência de diferenças estatisticamente significativas entre variáveis recorreu-se à estatística inferencial, aceitando como significativas as diferenças que tivessem associadas um valor de p <05 (Howell, 2002). A análise estatística foi Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 209 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança efectuada com o programa de tratamento estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 17.0. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 210 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança CAPITULO 5 – Apresentação e Discussão dos Resultados Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 211 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Introdução Neste capítulo, procurámos dar a conhecer os resultados do estudo empírico que realizámos, obtidos na sequência da aplicação dos procedimentos que nos propusemos seguir e que definimos no capítulo anterior referente à metodologia. Mantivemos como linha orientadora do nosso percurso a questão de partida que fez despoletar todo este projecto, ou seja, a tentativa de descobrir como os educadores/professores percepcionam os seus líderes e, qual a percepção que têm quanto ao desempenho desse cargo. Num tempo em que é vital prosseguir na senda da qualidade, a responsabilização e a prestação de contas perante os resultados das acções de cada um e do próprio colectivo fazem parte das vivências quotidianas de cada instituição. Compete porém, a alguns dos seus membros despoletar os processos que levem à tomada de consciência, à reflexão e à participação nas decisões. Com este estudo procurámos perceber se, encontrando-se imbuídos deste espírito, assumem, nas suas práticas, essa responsabilidade acrescida de serem verdadeiros líderes. Optámos por apresentar, numa primeira fase, os resultados parcelares relativos a cada domínio da liderança considerada, apreciando em que medida lhe é dada realização, de acordo com as percepções dos educadores/professores inquiridos. Procurámos ainda evidenciar associações estatisticamente significativas entre as respostas dadas, em cada domínio, e algumas das variáveis consideradas no estudo, designadamente: a classe etária dos inquiridos; o número de anos de serviço na função docente; as habilitações académicas; o facto de possuírem ou não formação suplementar/especialização; o nível de ensino leccionado; o número de anos de exercício do cargo; o número de outros cargos já exercidos e a sua influência na atitude em relação às lideranças de topo (director). Posteriormente procedemos a uma análise comparativa dos nove domínios, fazendo ressaltar as diferenças entre o grau de cumprimento de cada uma delas, na percepção dos inquiridos. Por último, procurámos sintetizar as principais conclusões que, na nossa óptica, ressaltam de todo este trabalho de análise, discussão e tentativa de compreensão das formas de realização da liderança, ao nível do cargo de liderança de topo, que definimos como objecto do nosso estudo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 212 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1. Apresentação e discussão dos resultados. 1.1. Caracterização da amostra Tabela 1. Caracterização da amostra: género Género N % Masculino 48 24.37 Feminino 149 75.63 Amostra total 197 100.00 Da amostra estudada fizeram parte um total de cento e noventa e sete professores, dos quais 75.63% pertenciam ao género feminino e 24.37% pertenciam ao género masculino, o que pode ser observado na Tabela 1. Tabela 2. Caracterização da amostra: tempo de serviço e idade Tempo de serviço docente Idade Média DP Mínimo Máximo 20.68 7.37 2.00 39.00 44.66 6.92 29.00 62.00 As idades dos professores inquiridos no presente estudo de investigação oscilaram entre 20 - 29 de idade e os 62 anos com uma média de 44.6 anos (DP=6.92) (Tabela 2). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 213 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança O tempo de serviço máximo dos professores inquiridos foi de 39 anos e o mínimo de tempo observado foi de dois anos de serviço. Considerada a globalidade da amostra estudada, a média do tempo de serviço dos professores inquiridos foi 20.68 anos (DP=7.37). Os professores estudados no presente estudo, não diferiram significativamente em função do género na sua média etária F (1, 196) =0.600osid, p=.439 nem no tempo de serviço F (1,196) =0.030, p=.864. O gráfico seguinte dá-nos uma panorâmica do género e da média etária dos professores estudados nesta amostra. A análise pormenorizada do presente gráfico sugere-nos, de facto, uma proximidade entre o tempo de serviço e idade dos inquiridos (Gráfico 1). Gráfico 1. Médias do tempo de serviço e idade por género Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 214 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 3. Caracterização da amostra: Habilitações académicas e situação profissional N % Doutoramento 0 0.00 Mestrado 9 4.57 Formação especializada / pós-graduação 15 7.61 Licenciatura 169 85.79 Bacharelato 4 2.03 Quadro de escola 56 28.43 Quadro do agrupamento 118 59.90 Contratado 18 9.14 Quadro de zona pedagógica 5 2.54 Habilitações académicas Situação profissional A maioria dos professores inquiridos neste estudo possui o grau académico de licenciado (85.79%). Apenas 2.03% mantém o grau mais baixo para o exercício da função docente que é o de bacharel. Adquiriram formação pós-graduada 12.18% dos inquiridos do presente estudo, dos quais 7.61% com formação especializada ou pós-graduação e 4.57% com o grau de mestrado (Tabela 3). No mesmo estudo verificamos que da globalidade dos inquiridos no nosso estudo, nenhum professor indicou possuir o grau académico de doutor ou mesmo a Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 215 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança referência a estudos para a sua aquisição, embora esta amostra incluísse professores até ao nível de ensino secundário. De acordo com os dados obtidos na amostra, a situação profissional dos inquiridos no presente estudo que se verificou com mais frequência é a situação professores que pertencem ao quadro de Agrupamento (59.90%), vindo logo de seguida os professores que integram o quadro de escola com 28.43% dos inquiridos. Tabela 4. Caracterização da amostra: nível de ensino Nível de ensino Amostra em estudo Estatísticas (n=195) nacionais (n=34221) Nível de ensino % % n % Ed Infância 32 16.24 Ed Infância 16.41 8.23 1ºCEB 53 26.90 1ºCEB 27.18 20.56 2ºCEB 35 17.77 2ºCEB 17.95 18.68 3ºCEB 29 14.72 38.46 52.54 E. Secundário 30 15.23 E. Especial 2 1.02 16 8.12 3ºCEB + E. Secundário 3ºCEB + E. Secundário Na resposta ao questionário, o nível de ensino leccionado distribui-se da seguinte forma: 16.24% de educadores de infância; 26.90% professores do 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB); 17.77% professores do 2º CEB; 14.72% de professores que leccionavam apenas no 3º CEB; 15.23% leccionavam apenas no ensino secundário. Leccionavam simultaneamente no 3º CEB Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 216 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança e ensino secundário 8.12% dos inquiridos. Dois professores exerciam funções no ensino secundário (Tabela 4). O Ministério da Educação, no sítio do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação (GEPE) (http://www.gepe.min-edu.pt/), faculta o acesso a algumas estatísticas da educação. O último ano disponível é 2008/2009 e são esses dados os apresentados para comparação com as proporções obtidas na amostra por nível de ensino e por género. Para comparação foram consideradas as proporções de nível de ensino para a Zona Centro (NUTS II). As diferenças observadas entre a amostra em estudo e a população de professores da Zona Centro não foi estatisticamente significativa na sua distribuição pelo nível de ensino 2(3)=5.827, p=.120. Consideramos ainda a proporção de professores por género e também aqui a diferença não foi estatisticamente significativa 2(1)=0.021, p=.885. 2. Parte I. 2.1. Resultados Tabela 5. Contacto com o director do Agrupamento Conhece o director do seu Agrupamento n % 197 100.00 Quantas vezes falou com o director do seu Agrupamento pessoalmente Nunca 7 3.55 1 a 3 vezes 21 10.66 4 a 6 vezes 15 7.61 Mais de 6 vezes 154 78.17 Quantas vezes falou com o director do seu Agrupamento em reuniões Nunca 29 14.72 De 1 a 3 vezes 41 20.81 De 4 a 6 vezes 16 8.12 Mais de 6 vezes 111 56.35 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 217 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Quantas vezes esteve com o director na sua escola/jardim-de-infância Nunca 20 29.85 De 1 a 3 vezes 31 46.27 De 4 a 6 vezes 3 4.48 Mais de 6 vezes 13 19.40 De acordo com os dados da Tabela 5, todos os professores afirmaram que conheciam o director do seu Agrupamento. A esmagadora maioria salientou que já falou pessoalmente com o seu director mais de 6 vezes (78.17%), havendo também uma grande percentagem de inquiridos que afirmou ter estado em reuniões com o seu director(a) (56.35%), destacamos ainda que se verificou neste estudo uma percentagem de 14.72 que afirmou nunca ter falado com o director(a) em quaisquer reuniões no seu Agrupamento. No que diz respeito à deslocação à escola ou jardim-de-infância por parte do seu director(a) verifica-se uma menor frequência, sendo que apenas 46.27% responderam de «1 a 3 vezes». Em relação à qestão da distância da escola/jardim-de-infância da sede do Agrupamento esta variou entre 0 a 15 km, obtendo-se uma média de 4.43 (DP=4.00). Aqui também registamos de acordo com os dados dos inquiridos que uma percentagem de 28.85 afirmou que o director(a) do seu Agrupamento nunca se deslocou aà sua escola ou jardim-deinfância, o que é muito significativo em termos de relação pessoal e institucional. Tabela 6. Distribuição da amostra pelos cargos exercidos Cargos n % Assembleia 12 6.15 Conselho pedagógico 31 15.74 Coordenador departamento 26 13.20 Director de turma 71 36.04 Coordenador estabelecimento 23 11.68 Outro 43 21.83 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 218 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança De acordo com a Tabela 6, verificamos que o cargo mais frequente exercido pelos professores é o de director de turma com uma percentagem de 36,04, seguida dos professores que em assento no conselho pedagógico com uma percentagem de 15.74, vindo a seguir o de coordendor de estabelacimento com uma percentagem de 11.68, tendo apenas 6.15% dos inquiridos assento na assembleia de escola, verificando ainda que uma parte significativa dos professores inquiridos (21.83%) respondeu que exerce ou exerceu outros cargos não identificados no seu Agrupamento. 3. Parte II. 3.1. Análise descritiva Inicialmente, começamos a análise dos resultados por descrever de forma exaustiva e sistemática as respostas a todos os itens da Parte II do questionário. Para cada item, os inquiridos situavam a sua opinião numa escala de frequência de 3 pontos que oscilava entre «nunca» (1) e «sempre» (3). Foi introduzida uma quarta opção de resposta para as situações em que o inquirido não tivesse opinião sobre o assunto em estudo pudessem optar por essa escala, que julgámos ser conveniente e ajustada ao presente trabalho de investigação relacionado com a temática das lideranças escolares em escolas e Agrupamentos de escolas. Por cada item dos vários domínios constantes do questionário, são apresentadas as frequências absolutas e observadas [n(%)] e também a representação gráfica das frequências absolutas com o intuito de facilitar e melhorar a sua interpretação. A análise dos itens é exposta respeitando a sua agregação por domínios tal como foi apresentada no questionário proposto para que inquiridos respondessem tendo em vista os objectivos da presente investigação. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 219 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.1. Clima/ ambiente do Agrupamento. Tabela 7. Distribuição das respostas pelos itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento Nunca Por vezes Sempre Sem opinião (1) (2) (3) (4) Itens 1.Define claramente os objectivos do Agrupamento. 2.Deposita expectativas de níveis de desempenho 1 (0.51%) 18 (9.14%) 66 (84.26%) 12 (6.09%) 0 (0.00%) 5 (7.61%) 69 (85.79%) 13 (6.60%) 0 (0.00%) 29 (14.72%) 50 (76.14%) 18 (9.14%) 0 (0.00%) 9 (4.57%) 76 (89.34%) 12 (6.09%) 1 (0.51%) 26 (13.20%) 54 (78.17%) 16 (8.12%) 2 (1.02%) 22 (11.17%) 40 (71.07%) 33 (16.75%) 2 (1.02%) 21 (10.66%) 55 (78.68%) 19 (9.64%) 1 (0.51%) 26 (13.20%) 54 (78.17%) 16 (8.12%) elevados nos docentes e alunos. 3.Valoriza a iniciativa e a excelência do impacto das aprendizagens. 4.Proporciona autonomia suficiente aos docentes para programarem e organizarem as suas aulas. 5.Promove o diálogo e cooperação entre grupos, turmas e disciplinas. 6.Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos. 7.Potencia a comunicação e flexibilidade nas relações entre docentes em ambiente de confiança e solidariedade. 8.Facilita e apoia projectos e acções que facilitam um ambiente positivo e construtivo de trabalho. No tocante ao domínio clima/ambiente do Agrupamento, observou-se um elevado consenso entre os inquiridos, sendo que para os 8 itens em questão, a incidência na opção «sempre» foi, em todos os casos, superior a 70% significando que em todos os Agrupamentos em que o questionário foi aplicado o domínio clima/ambiente, são saudáveis e potenciam relações inter-pessoais muito favoráveis. (Tabela 7). Realçamos ainda, que neste mesmo domínio, há a observância de um item em que foi obtida a maior convergência de opiniões, precisamente o caso do item número quatro que Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 220 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança referia o seguinte: “Proporciona autonomia suficiente aos docentes para programarem e organizarem as suas aulas” onde a esmagadora maioria dos inquiridos, quase 90%, seleccionaram a opção «sempre» não se verificando no global dos inquiridos a seleccão pela opção «nunca», o que significa que da parte dos directores(as), há uma grande autonomia em relação à programação e à organização e estruturação das aulas dos docentes de cada Agrupamento estudado. Contudo é nossa opinião, que esta área é mais da responsabilidade individual de cada docente e do respactivo coordenador de departamento e das equipas relacionadas com as várias áreas disciplinares. No entanto era suposto que as lideranças escolares tivessem um papel mais activo e interventivo, pelo menos ao nível da programação. Numa comparação relativa entre os itens deste domínio, o item 6 “Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos” é o que obtém menor consenso com 71% dos inquiridos a assinalarem «sempre». Neste item observa-se também a maior frequência de respostas na opção «sem opinião» o que significa existir por parte das lideranças dos respectivos agrupamentos no que se refere a este item deste domínio, uma certa complexidade e mesmo ambiguidade em relação à tomada de posição por parte da liderança dos agrupamentos estudados. Efectuamos seguidamente uma análise comparativa dos oito itens que compôem este primeiro domínio clima/ambiente, onde procederemos a uma análise mais detalhada de cada um dos itens desse mesmo domínio. Neste item observa-se também a maior frequência de respostas na opção «sem opinião». Uma análise comparativa dos itens pode ser efectuada nos gráficos seguintes. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 221 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 2. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 De acordo com o presente gráfico, podemos observar que, no tocante a este item do domínio clima/ambiente do Agrupamento, onde se questiona se o director(a) “Define claramente os objectivos do agrupamento”. Verificamos que a grande maioria dos inquiridos deste estudo, assinalou a opção «sempre» com 84.26 %, a opção «por vezes» com 9.14%, a opção «sem opinião» com 6.09%, finalmente 0.51% dos inquiridos que assinalou a opção «nunca». Neste item é evidenciado por parte de todos os inquiridos que o director(a) do seu Agrupamento tem uma grande clarividência em relação aos objectivos a alcançar no seu Agrupamento. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 222 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 3. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No tocante ao item dois deste primeiro domínio “Deposita expectativas de níveis de desempenho elevados nos docentes e alunos”, observamos no gráfico que a maioria dos inquiridos assinalou a opção «sempre» com 85.79%, seguida da opção «por vezes» com 7.61%, muito próxima a opção «sem opinião» com 6.60%, com a opção «nunca» com 0.00 de percentagem dos inquiridos. Aqui realçamos que há por parte dos inquiridos uma noção exacta das expectativas que os seus directores(as), colocam no seu desempenho e no dos próprios alunos, traduzindo deste modo um nível bastante elevado de eventual sucesso educativo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 223 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 4. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No tocante ao item três do primeiro domínio “Valoriza a iniciativa e a excelência do impacto das aprendizagens”, observamos no gráfico que a opção «sempre» obteve 76.14% dos inquiridos, seguida da opção «por vezes» com 14.72% seguida da opção «sem opinião» com 9.14% e finalmente a opção «nunca» com 0.00% dos inquiridos. Significa isto que muitas vezes os directores(as) dos Agrupamentos valorizando a excelência das aprendizagens e a iniciativa, nem sempre optam por uma discriminação positiva, ou seja muitas vezes valorizam alguns aspectos esquecendo-se de outros, que interferem nas aprendizagens. Verificamos aqui alguma reacção ao modo como muitas vezes interpretam e valorizam o trabalho realizado pelos professores nas suas escolas tendo em conta as suas realidades. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 224 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 5. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No que se refere à questão quatro deste primeiro domínio onde se questiona se o director do seu Agrupamento “Proporciona autonomia suficiente aos docentes para programarem e organizarem as suas aulas”, podemos verificar que a opção «sempre» obteve a maioria com 89.34%, seguida da opção «sem opinião» com um valor baixo de 6.09%, aparecendo logo a seguir a opção «por vezes» com um valor próximo de 4.75% e a opção «nunca» que obteve 0.00% dos inquiridos. Verificamos que um número elevado dos inquiridos realça o papel fundamental dos directores na autonomia dada aos professores na sua actividade lectiva. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 225 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 6. Distribuição das respostas ao item 5 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Neste item em que questionámos os nossos inquiridos se os directores “Promoviam o diálogo e a cooperação entre grupos e disciplinas”, podemos verificar que os inquiridos na sua maioria assinalaram a opção «sempre» com 78.17%, seguida da opção «por vezes» com 13.20%, a opção «sem opinião» com 8.12% dos inquiridos e a opção «nunca» com 0.51%. Neste item observamos uma maior dispersão de opiniões, pois os inquiridos assinalaram a totalidade dos quatro itens da escala usada. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 226 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 7. Distribuição das respostas ao item 6 do domínio Clima/ambiente do Agrupamento 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Relativamente ao presente item, no qual perguntamos aos inquiridos se o director(a) “Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos”, podemos observar no gráfico, que a opção «sempre» foi a mais assinalada com 71.07%, seguida da opção «sem opinião» com 16.75%, com 11.17% a opção «por vezes» e finalmente a opção «nunca» com uma percentagem de 1.02 dos inquiridos. Verificamos que neste item os inquiridos são unânimes em caracterizar muito positivamente o papel fundamental dos directores das escolas e agrupamentos de escolas na gestão de tão importante item na gestão e liderança dos Agrupamentos que lideram. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 227 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 8. Distribuição das respostas ao item 7 do domínio Clima/Ambiente do Agrupamento 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Quanto à questão “Potencia a comunicação e flexibilidade nas relações entre docentes em ambiente de confiança e solidariedade”, podemos observar de acordo com o presente gráfico, que a maioria dos inquiridos assinalou a opção «sempre» com 78.68%, seguida da opção «por vezes» com 10.66%, a opção «sem opinião» com 9.64% e finalmente a opção «nunca» com 1.02% dos inquiridos. A proximidade da escala dois e quatro pode revelar que há um número significativo de inquiridos que revela algumas dúvidas em relação a esta questão, em relação à atitude dos directores dos seus Agrupamentos. No entanto não há dúvidas que a maioria afirma que os líderes dos seus Agrupamentos têm uma atitude muito positiva neste âmbito. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 228 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 9.Distribuição das respostas ao item 8 do domínio Clima/Ambiente do Agrupamento. 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No que concerne à questão colocada aos inquiridos do estudo em relação a se os líderes dos seus agrupamentos “Facilitavam e apoiavam projectos e acções que facilitassem um ambiente positivo e construtivo de trabalho”, verificamos que a maioria dos inquiridos assinalou a opção «sempre» com 78.17%, seguida da opção «por vezes» com 13.20%, a opção «sem opinião» obteve 8.12% dos inquiridos e por último a opção «nunca» com 0.51% dos inquiridos. Quanto à opção «nunca», verificamos que o número de inquiridos que manifestou essa intenção é muito pouco significativo. Ressalta daqui que os inquiridos na sua grande maioria têm a opinião que os seus líderes possibilitam e apoioam nas escolas e Agrupamentos de escolas um ambiente positivo e construtivo de trabalho. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 229 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.2. Liderança e gestão do agrupamento. Tabela 8. Distribuição das respostas pelos itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento Nunca Por vezes Sempre Sem opinião (1) (2) (3) (4) Itens 1.Fomenta uma criteriosa gestão de recursos humanos e financeiros. 1 (0.51%) 5 (7.61%) 47 (74.62%) 4 (17.26%) 2 (1.02%) 27 (13.71%) 50 (76.14%) 8 (9.14%) 1 (0.51%) 32 (16.24%) 30 (65.99%) 4 (17.26%) 1 (0.51%) 32 (16.24%) 47 (74.62%) 7 (8.63%) 2 (1.02%) 26 (13.20%) 39 (70.56%) 0 (15.23%) 3 (1.52%) 32 (16.24%) 06 (53.81%) 6 (28.43%) 2.Encoraja os docentes a participarem no planeamento e implementação de projectos, parcerias e protocolos. 3.Revela visão e estratégia transformacional no tocante ao sucesso educativo. 4.Fomenta abertura à cultura, inovação e experimentação, valorizando o trabalho das pessoas e das equipas. 5.Exerce autoridade conhecimentos e assente em competências formalizados em equidade e justiça. 6.Analisa e aplica resultados de trabalhos de investigação educacional para a melhoria do Agrupamento. No domínio “Liderança e gestão do Agrupamento” continuamos a verificar uma clara tendência para os professores assinalares a opção «sempre» mas com aumento do recurso à opção «sem opinião» (Tabela 8). O item 2 – “Encoraja os docentes a participarem no planeamento e implementação de projectos, parcerias e protocolos” obteve 76% das respostas na opção «sempre» e é neste domínio, o item com maior concordância entre os professores. É seguido do item 1 “Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos e financeiros” com 75% de respostas Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 230 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança nesta opção. Contudo, neste último item o número de professores sem opinião é bastante superior (17%). Uma dispersão um pouco maior das respostas encontramos no item 6 - “Analisa e aplica resultados de trabalhos de investigação educacional para a melhoria do Agrupamento” em que a opção «sempre» continua a ser a mais escolhida (54%) mas com uma frequência relativa inferior aos outros itens, atingindo as respostas «sem opinião» a maior percentagem (28%) entre os itens deste domínio. A representação gráfica da distribuição das respostas aos itens é apresentada nos gráficos que se seguem. Gráfico 10. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No que diz respeito à questão colocada aos inquiridos do estudo em relação ao presente domínio “Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos e financeiros” podemos constactar que a opção mais assinalada foi a «sempre» com 74.62%, seguindo a opção «sem Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 231 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança opinião» (17.26%) e em terceiro lugar a opção «por vezes» (7.61%) estando em último lugar e com um valor residual (0.51%) a opção «nunca». Gráfico 11. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No que diz respeito à questão colocada aos inquiridos do estudo em relação ao presente domínio “Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos e financeiros” podemos constatar que 76.14% corresponde à opção «sempre», logo a seguir a opção «por vezes» (13.71%) e a opção «sem opinião» com 9.14%, por último a opção «nunca» com 1.02% dos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 232 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 12.Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Neste domínio, à questão colocada aos inquiridos do estudo em relação ao presente domínio “Revela visão e estratégia transformacional no tocante ao sucesso educativo”, verificamos que 65.59% corresponde à opção «sempre», logo a seguir a opção «sem opinião» (17.26%) e a opção «por vezes» com 16.24% dos inquiridos, onde a opção «nunca» não é relevante, pois obteve uma percentagem de 0.51 do total dos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 233 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 13. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Neste item do presente domínio, à questão colocada aos inquiridos do estudo em relação ao presente domínio “Fomenta abertura à cultura, inovação e experimentação, valorizando o trabalho das pessoas e das equipas”, verificamos que 64.72% corresponde à opção «sempre», logo a seguir a opção «por vezes» (16.24%) e a opção «sem opinião» com 8.63% dos inquiridos, onde a opção «nunca» não se revela significante com uma percentagem de 0.51. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 234 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 14. Distribuição das respostas ao item 5 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Neste item do presente domínio, à questão colocada aos inquiridos do estudo em relação ao presente domínio “Exerce autoridade assente em conhecimentos e competências formalizados em equidade e justiça”, verificamos que 70.56% corresponde à opção «sempre», logo a seguir a opção «sem opinião» (15.23%) e a opção «por vezes» com 13.20% dos inquiridos, onde a opção «nunca» resgita uma percentagem de 1.02. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 235 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 15. Distribuição das respostas ao item 6 do domínio Liderança e gestão do Agrupamento. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Neste item do presente domínio, à questão colocada aos inquiridos do estudo em relação ao presente domínio “Analisa e aplica resultados de trabalhos de investigação educacional para a melhoria do Agrupamento”, verificamos que 53.81% corresponde à opção «sempre», logo a seguir a opção sem opinião (28.43%) e a opção «por vezes» obteve uma percentagem de 16.24 dos inquiridos, onde a opção «nunca» obteve uma percentagem de 1.52. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 236 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.3. Desenvolvimento curricular. Tabela 9 . Distribuição das respostas aos itens do domínio Desenvolvimento curricular Nunca Por vezes Sempre Sem opinião (1) (2) (3) (4) Itens 1.Facilita meios para a adaptação do 3 (1.52%) 9 (14.72%) 44 (73.10%) 21 (10.66%) 1 (0.51%) 2 (26.40%) 31 (66.50%) 13 (6.60%) 6 (3.05%) 1 (25.89%) 0 (50.76%) 40 (20.30%) 2 (1.02%) 25 (12.69%) 34 (68.02%) 36 (18.27%) currículo às necessidades dos alunos. 2.Mobiliza recursos e materiais para auxiliar os docentes nas actividades de ensino/aprendizagem. 3.Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se adequam aos resultados obtidos. 4.Promove articulação dos programas e disciplinas do agrupamento em consonância com o currículo nacional. No domínio desenvolvimento curricular, 73% dos inquiridos consideram que o director “Facilita” sempre os “meios para a adaptação do currículo às necessidades dos alunos”, sendo este o item com maior convergência de opiniões no domínio. Uma maior dispersão surge no item 3 – “Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se adequam aos resultados obtidos”, em que 51% afirma «sempre» mas em que também 26% assinala «por vezes» e 20% não expressaram a sua opinião. Isto é evidente na visualização das respostas através dos gráficos seguintes. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 237 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 16. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Desenvolvimento curricular. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No presente item “Facilita meios para a adaptação do currículo às necessidades dos alunos”, verificamos que 1,52 % responderam «nunca», 14.72 % responderam «por vezes», 73.10 % responderam «sempre», verificando-se uma percentagem de 10.60 de inquiridos que optaram por responder «sem opinião». Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 238 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 17. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Desenvolvimento curricular 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Ao item “Mobiliza recursos e materiais para auxiliar os docentes nas actividades de ensino/aprendizagem”, 0.51% dos inquiridos responderam «nunca», 56.40% «por vezes», 66.50% «sempre» e 6.60% escolheram a opção «sem opinião». Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 239 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 18. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Desenvolvimento curricular 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No tocante ao item “Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se adequam aos resultados obtidos”, verificamos que os inquiridos responderam «nunca» 3.05%, «por vezes» 25.89%, «sempre» 50.76% e 20.30% assinalaram a opção «sem opinião». Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 240 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 19. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Desenvolvimento curricular 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Relativamente ao presente domínio “Promove articulação dos programas e disciplinas do agrupamento em consonância com o currículo nacional”, registamos que 1.02% assinalaram a opção «nunca», 12.69% assinalaram a opção «por vezes», 68.02% assinalaram a opção «sempre» e 18.27% escolheram a opção «sem opinião». Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 241 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.4. Gestão das pessoas. Tabela 10. Distribuição das respostas aos itens do domínio Gestão das pessoas Nunca Por vezes Sempre Sem opinião (1) (2) (3) (4) Itens 1 Monitoriza a evolução das equipas de trabalho, observando e registando dados, fomentando reuniões de 3 (1.52%) 9 (19.80%) 27 (64.47%) 8 (14.21%) 5 (2.54%) 3 (26.90%) 25 (63.45%) 4 (7.11%) 5 (2.54%) 8 (19.29%) 18 (59.90%) 6 (18.27%) avaliação formativa e sumativa. 2 Reúne com professores e funcionários, trabalhando em equipa objectivando o seu crescimento profissional e da instituição escolar. 3 Estabelece parâmetros para o trabalho docente, referente às metodologias de ensino, gestão de espaços e comunicação com a comunidade educativa. Tal como nos itens anteriores, verificou-se a tendência para os professores assinalarem a opção «sempre». A maior incidência de respostas na opção «sem opinião» surge no item 3 “Estabelece parâmetros para o trabalho docente, referente às metodologias de ensino, gestão de espaços e comunicação com a comunidade educativa” com 18% de selecções. De realçar também que no item 2 - “Reúne com professores e funcionários, trabalhando em equipa objectivando o seu crescimento profissional e da instituição escolar” encontrarmos a maior proporção de respostas na opção «por vezes». A opção «nunca» é em todos os itens, assinalada por um escasso número de professores. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 242 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 20. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Gestão das pessoas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Neste item deste parâmetro “Monitoriza a evolução das equipas de trabalho, observando e registando dados, fomentando reuniões de avaliação formativa e sumativa”, constatamos que a opção «sempre» obteve 64.47%, a opção «por vezes» foi assinalada por 19.80% dos inquiridos, a opção «sem opinião» foi referida por um número significativo de inquiridos (14.21%), enquanto 1.52% assinalou a opção «nunca» em relação ao presente item deste domínio. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 243 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 21. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Gestão das pessoas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Neste item “Reúne com professores e funcionários, trabalhando em equipa objectivando o seu crescimento profissional e da instituição escolar”, os inquiridos posicionaram-se do seguinte modo: «nunca» 2.54%, «por vezes» 26.90%, «sempre» 63.45% e «sem opinião» 7.11% onde se destaca a opção «sempre» com maior percentagem obtida. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 244 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 22. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Gestão das pessoas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No presente item, “Estabelece parâmetros para o trabalho docente, referente às metodologias de ensino, gestão de espaços e comunicação com a comunidade educativa”, verificamos que a opção «sempre» obteve a maior percentagem dos inquiridos (59.90%), a opção «por vezes» obteve 19.29%, também muito próxima está a opção «sem opinião» (18.27%), enquanto a opção «nunca» obteve uma percentagem muito baixa (2.54%). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 245 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.5. Gestão dos alunos. Tabela 11. Distribuição das respostas aos itens do domínio Gestão dos alunos Nunca Por vezes Sempre Sem opinião (1) (2) (3) (4) Itens 1 Transmite à comunidade educativa as regras de conduta para os alunos. 3 (1.52%) 16 (8.12%) 164 (83.25%) 4 (7.11%) 5 (2.54%) 18 (9.14%) 147 (74.62%) 7 (13.71%) 4 (2.03%) 31 (15.74%) 141 (71.57%) 21 (10.66%) 3 (1.52%) 46 (23.35%) 113 (57.36%) 35 (17.77%) 2 (1.02%) 36 (18.27%) 116 (58.88%) 43 (21.83%) 2 Assegura a uniformidade das regras do Agrupamento, aplicando equitativamente as penalizações em função do regulamento. 3 Fomenta a troca de experiências de ensino/aprendizagem no Agrupamento. 4 Potencia a conexão de práticas escolares com experiências extraescolares. 5 Assegura informação regular dos processos individuais dos alunos. Os professores parecem não ter dúvidas quanto ao facto do director transmitir “À comunidade educativa as regras de conduta para os alunos” registando a resposta «sempre» em 83% dos casos. Uma menor convergência nas respostas surge no item 4 - “Potencia a conexão de práticas escolares com experiências extra-escolares” em que 57% assinala «sempre» e 23% «às vezes». Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 246 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 23. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Gestão dos alunos 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 O primeiro item do presente domínio “Transmite à comunidade educativa, as regras de conduta para os alunos”, os inquiridos responderam «sempre» 83.25%, segue-se a opção «por vezes» 8.12%, a opção «sem opinião» 7.11% e por fim a opção «nunca» 1.52%. Aqui salientamos a grande percentagem que optou pela opção «sempre» que se destaca significativamente. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 247 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 24. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Gestão dos alunos 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 O item“Assegura a uniformidade das regras do Agrupamento, aplicando equitativamente as penalizações em função do regulamento” apresenta os seguintes resultados: a opção «sempre» com uma percentagem de 74.62, seguida da opção «sem opinião» com a percentagem de 13.71, a opção «por vezes» com 9.14% e por fim, com o valor mais baixo, a opção «nunca» com a percentagem de 2.54. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 248 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 25. Distribuição das respostas ao item 3 domínio Gestão dos alunos 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 O presente item “Fomenta a troca de experiências de ensino/aprendizagem no Agrupamento” demonstra-nos que os inquiridos optram por assinalar com maior percentagem a opção «sempre» (71.57%), tendo a opção «por vezes» 15.74%, logo a seguir a opção «sem opinião» com 10.66% e com 2.03% a opção «nunca» com o valor mais baixo atribuído pelos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 249 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 26. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Gestão dos alunos 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 O presente item“Potencia a conexão de práticas escolares com experiências extraescolares” revela-nos que os inquiridos do nosso estudo assinalaram com mais frequência a opção «sempre» com uma percentagem de 57.36, seguindo a opção «por vezes» que obteve 23.35% dos inquiridos, a opção «sem opinião» 17.77% e por fim com 1.52% a opção «nunca», cujo valor se verificou pouco significativo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 250 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 27. Distribuição das respostas ao item 5 do domínio Gestão dos alunos 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No que diz respeito ao último item deste domínio “Assegura informação regular dos processos individuais dos alunos”, podemos verificar que 58.88% assinalaram a opção «sempre», seguindo a opção «sem opinião» que obteve 21.83% dos inquiridos, seguida da opção «por vezes» com 18.27% dos inquiridos e finalmente com 1.02% a opção «nunca» com o valor mais baixo atribuído pelos inquiridos da amostra neste item. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 251 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.6. Desenvolvimento profissional/formação contínua. Tabela 12. Distribuição das respostas aos itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação contínua Nunca Por vezes Sempre Sem opinião (1) (2) (3) (4) Itens 1 Melhora competências de liderança através de formação académica, visando 1 (0.51%) 33 (16.92%) 89 (45.64%) 72 (36.92%) 1 (0.51%) 22 (11.17%) 102 (51.78%) 72 (36.55%) 2 (1.02%) 28 (14.21%) 120 (60.91%) 47 (23.86%) a evolução profissional. 2 Utiliza saberes obtidos através da sua participação em actividades de formação profissional melhorando o seu desempenho. 3 Assume a liderança lançando desafios face à profissão, partilhando ideias e informação com outros profissionais. O domínio do desenvolvimento profissional e formação contínua é o domínio que apresenta um maior número de respostas na opção «sem opinião» (de 24% a 37%). O item 3 “Assume a liderança lançando desafios face à profissão, partilhando ideias e informação com outros profissionais” é o que acolhe maior concordância entre professores (61% na opção «sempre»). Na análise dos gráficos apresentados em seguida é evidente o posicionamento dos professores nesta matéria. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 252 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 28. Distribuição das respostas ao item 1 domínio Desenvolvimento profissional/formação contínua. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 O presente item “Melhora competências de liderança através de formação académica, visando a evolução profissional”, demonstra-nos que os inquiridos optram por assinalar com maior percentagem a opção «sempre» com 45.64%, tendo a opção «sem opinião» 36.92%, logo a seguir a opção «por vezes» com 16.92% e com 0.51% a opção «nunca» com o valor mais baixo atribuído pelos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 253 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 29. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 O presente item “Utiliza saberes obtidos através da sua participação em actividades de formação profissional melhorando o seu desempenho”, revela-nos que os inquiridos assinalaram a opção «sempre» com uma percentagem de 51.78, seguindo-se a opção «sem opinião» 36.55%, «por vezes» recebeu a percentagem de 11.17 e por fim a opção «nunca» com uma percentagem mínima de 0.51. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 254 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 30. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 O presente item “Assume a liderança lançando desafios face à profissão, partilhando ideias e informação com outros profissionais”, demostra-nos que a opção mais assinalada pelos inquiridos foi «sempre» com uma percentagem de 60.91, seguida da opção «sem opinião» com 23.86%, logo de imediato a opção «por vezes» com 14.21% e finalmente a opção «nunca» que nos revela uma percentagem de 1.02. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 255 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.7. Relação com pais e comunidade. Tabela 13. Distribuição das respostas aos itens do domínio Relação com pais e comunidade Itens Nunca Por vezes Sempre Sem opinião (1) (2) (3) (4) 1 Fomenta a participação dos pais na vida da escola através de estratégias 2 (1.02%) 38 (19.29%) 141 (71.57%) 6 (8.12%) 3 (1.52%) 29 (14.72%) 139 (70.56%) 6 (13.20%) 2 (1.02%) 17 (8.63%) 161 (81.73%) 17 (8.63%) 5 (2.54%) 35 (17.77%) 141 (71.57%) 6 (8.12%) 1 (0.51%) 26 (13.20%) 150 (76.14%) 20 (10.15%) de aproximação à comunidade. 2 Estabelece protocolos e acordos de cooperação entre o Agrupamento e instituições do meio de forma a ultrapassar as necessidades dos alunos. 3 Assegura canais de informação que permitam a divulgação do Projecto Educativo a toda a comunidade. 4 Revela conhecer as necessidades da escola/meio promovendo acções que visam colmatar as necessidades detectadas. 5 Transmite uma visão positiva do Agrupamento à comunidade, valorizando o sucesso profissional dos docentes. No domínio “Relação com os pais e com a comunidade”, verificamos uma elevada concordância na opinião dos professores. Em todos os itens foram obtidos valores acima de 70% na opção «sempre». Evidenciam-se as respostas ao item 3 - “Assegura canais de informação que permitam a divulgação do Projecto Educativo a toda a comunidade”, em que 82% dos inquiridos assinalou «sempre», com apenas 9% «sem opinião». No item 2 - “Estabelece protocolos e acordos de cooperação entre o Agrupamento e instituições do meio de forma a ultrapassar as necessidades dos alunos” as respostas dispersaram-se um pouco mais e, apesar de maioritariamente os professores assinalarem a opção «sempre» (71%), registaram-se 15% de respostas na opção «as vezes» e 13% na opção «sem opinião». Um padrão de respostas idêntico, observamos no item 4 - “Revela conhecer as necessidades da escola/meio promovendo acções que visam colmatar as necessidades Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 256 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança detectadas”, encontramos a representação gráfica do domínio “Relação com os pais e com a comunidade em seguida”. Gráfico 31. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Relação com pais e comunidade 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 O presente item deste domínio “Fomenta a participação dos pais na vida da escola através de estratégias de aproximação à comunidade” demonstra-nos que a maioria dos inquiridos assinalou a opção «sempre» com 71.57 de percentagem, a opção «por vezes» com 19.29 de percentagem, a opção «sem opinião» com 8.12% e com o valor mais baixo atribuído pelos inquiridos a opção «nunca» com 1.02%. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 257 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 32. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Relação com pais e comunidade 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Relativamente ao presente item“Estabelece protocolos e acordos de cooperação entre o Agrupamento e instituições do meio de forma a ultrapassar as necessidades dos alunos”, podemos constatar que a opção mais assinalada foi «sempre» com 70.56%, surge logo a seguir a opção «por vezes» com 14.72%, a opção «sem opinião» com 13.20%, e em último lugar a opção «nunca» com 1.52 de percentagem. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 258 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 33. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Relação com pais e comunidade 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Neste item “Assegura canais de informação que permitam a divulgação do Projecto Educativo a toda a comunidade”, podemos verificar que 81.73% correspondem à opção «sempre», as opções «por vezes» e «sem opinião» obtiveram uma percentagem igualitária de 8.63 e a opção «nunca» com 1.02 de percentagem. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 259 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 34. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Relação com pais e comunidade 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 Neste item “Revela conhecer as necessidades da escola/meio promovendo acções que visam colmatar as necessidades detectadas”, é-nos dado a constatar que os inquiridos assinalaram com 71.57% a opção «sempre», seguida da opção «por vezes» com 17.77 de percentagem, a opção «sem opinião» obteve 8.12 de percentagem e finalmente, com 2.54% a opção «nunca». Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 260 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 35. Distribuição das respostas ao item 5 do domínio Relação com pais e comunidade 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 O item “Transmite uma visão positiva do Agrupamento à comunidade, valorizando o sucesso profissional dos docentes”, salienta-nos que a opção «sempre» obteve 76.14 de percentagem, segue-se a opção «por vezes» com 13.20 de percentagem, a opção «sem opinião» obteve, dos inquiridos, uma percentagem de 10.15, e finalmente a opção «nunca» que obteve 0.51 de percentagem dos inquiridos da presente amostra. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 261 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.8. Resolução de problemas/ tomada de decisões. Tabela 14. Distribuição das respostas aos itens do domínio Resolução de problemas/tomada de decisões Nunca Por vezes Sempre Sem opinião (1) (2) (3) (4) Itens 1 Encoraja o debate e a procura de soluções com regularidade no Agrupamento. 3 (1.53%) 42 (21.43%) 128 (65.31%) 3 (11.73%) 2 Disponibiliza informação facilitando tomadas de decisão entre todo o pessoal adstrito ao Agrupamento. 3 (1.52%) 30 (15.23%) 147 (74.62%) 7 (8.63%) 3 Potencia o envolvimento dos docentes na resolução de problemas do Agrupamento. 1 (0.51%) 37 (18.78%) 142 (72.08%) 17 (8.63%) 4 Demonstra flexibilidade e abertura para a resolução diferenciada de problemas. 1 (0.51%) 40 (20.30%) 143 (72.59%) 13 (6.60%) 5 Fomenta o envolvimento participado nas decisões em detrimento das decisões isoladas. 3 (1.52%) 43 (21.83%) 127 (64.47%) 24 (12.18%) No que ao domínio resolução de problemas/tomada de decisões diz respeito, continuamos a encontrar pouca dispersão das respostas. Também aqui, vamos realçar os itens em que os professores foram mais consistentes e mais inconsistentes nas suas respostas. No item 2 – “Disponibiliza informação facilitando tomadas de decisão entre todo o pessoal adstrito ao Agrupamento”, 75% dos inquiridos afirma que isto acontece «sempre», enquanto que 15% se fica pelo «às vezes». Para 65% dos inquiridos, o director fomenta o envolvimento participado nas decisões em detrimento das decisões isoladas e 22% concordam que isto acontece «às vezes». Os itens 1 e 5 são os que, neste domínio, trazem mais dúvidas aos inquiridos (12% na opção «sem opinião»). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 262 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 36. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No item “Encoraja o debate e a procura de soluções com regularidade no Agrupamento” podemos observar que a maioria dos inquiridos optou pela opção «sempre» com 65.31%, seguindo-se a opção «por vezes» com 21.43%, logo a seguir a opção «sem opinião» que obteve 11.73% dos inquiridos, e finalmente a opção «nunca» com 1.53 de percentagem. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 263 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 37. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No item “Disponibiliza informação facilitando tomadas de decisão entre todo o pessoal adstrito ao Agrupamento”, podemos observar que a maioria dos inquiridos optou pela opção «sempre» com 74.62%, seguindo-se a opção «por vezes» com 15.23%, tendo a opção «sem opinião» obtido 8.63% dos inquiridos, e por último a opção «nunca» com 1.52 de percentagem. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 264 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 38. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No item “Potencia o envolvimento dos docentes na resolução de problemas do Agrupamento” podemos verificar que a maioria dos inquiridos optou pela opção «sempre» com 72.08%, vindo logo a seguir a opção «por vezes» com 18.78%, com a opção «sem opinião» a obter 8.63% dos inquiridos e em último lugar a opção «nunca» com 0.51 de percentagem do total dos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 265 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 39. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No item “Demonstra flexibilidade e abertura para a resolução diferenciada de problemas” constatamos que a maioria dos inquiridos optou pela opção «sempre» com 72.59%, seguindose a opção «por vezes» com 20.30%, a opção «sem opinião» obteve 6.60% dos inquiridos e em último lugar a opção «nunca» com 0.51 de percentagem do total dos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 266 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 40. Distribuição das respostas ao item 5 do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No item “Fomenta o envolvimento participado nas decisões em detrimento das decisões isoladas”, verificamos que a maioria dos inquiridos optou pela opção «sempre» com 64.47%, seguiu-se a opção «por vezes» com 21.83 de percentagem, a opção «sem opinião» obteve 12.18% dos inquiridos e em último lugar a opção «nunca» com 1.52 de percentagem do total dos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 267 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.1.9. Comunicação interna do agrupamento. Tabela 15. Distribuição das respostas aos itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento Nunca Por vezes Sempre Sem opinião (1) (2) (3) (4) Itens 1 Divulga regularmente informação atempada e eficazmente no 2 (1.02%) 35 (17.77%) 154 (78.17%) 6 (3.05%) 2 (1.02%) 22 (11.17%) 162 (82.23%) 11 (5.58%) 11 (5.58%) 57 (28.93%) 103 (52.28%) 26 (13.20%) 46 (23.35%) 48 (24.37%) 32 (16.24%) 71 (36.04%) Agrupamento. 2 Utiliza processos mais eficazes para comunicar informações e decisões do Agrupamento além dos tradicionais. 3 Ausculta os docentes da recepção da informação veiculada pelos órgãos de administração e direcção. 4 Visita as escolas/jardins-de-infância para aferir da chegada e circulação da informação transmitida. No último domínio em análise – Comunicação interna do Agrupamento – destacam-se as respostas a dois itens, o item 2 pelo consenso e o item 4 pela dispersão das respostas. No item 2 “Utiliza processos mais eficazes para comunicar informações e decisões do Agrupamento além dos tradicionais”, 82% dos professores está de acordo que isto acontece «sempre» e apenas 6% não têm opinião (Tabela 15). Quanto a visitar “as escolas/jardins-de-infância para aferir da chegada e circulação da informação transmitida”, 23% dos inquiridos afirma que isto não acontece e 24% que acontece «às vezes». Não expressaram a sua opinião 36% dos professores. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 268 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 41. Distribuição das respostas ao item 1 do domínio Comunicação interna do Agrupamento 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No item “Divulga regularmente informação atempada e eficazmente no Agrupamento”, podemos verificar que a maioria dos inquiridos optou pela opção «sempre» com 78.17%, segue-se a opção «por vezes» com 17.77 de percentagem, a opção «sem opinião» obtem uma percentagem de 3.05 dos inquiridos e em último lugar a opção «nunca» com 1.02 de percentagem do total dos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 269 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 42. Distribuição das respostas ao item 2 do domínio Comunicação interna do Agrupamento 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No item “Utiliza processos mais eficazes para comunicar informações e decisões do Agrupamento além dos tradicionais”, podemos verificar que a maioria dos inquiridos optou pela opção «sempre» com 82.23%, seguindo-se a opção «por vezes» com 11.17%, a opção «sem opinião» obteve uma percentagem de 5.58 dos inquiridos e em último lugar a opção «nunca» com 1.02 de percentagem do total dos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 270 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 43. Distribuição das respostas ao item 3 do domínio Comunicação interna do Agrupamento 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No item “Ausculta os docentes da recepção da informação veiculada pelos órgãos de administração e direcção”, podemos verificar que a maioria dos inquiridos optou pela opção «sempre» com 52.28%, em segundo lugar surge a opção «por vezes» com 28.93%, a opção «sem opinião» obtem uma percentagem significativa de 13.20 dos inquiridos ficando em último lugar a opção «nunca» com 5.58 de percentagem do total dos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 271 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 44. Distribuição das respostas ao item 4 do domínio Comunicação interna do Agrupamento. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 No item “Visita as escolas/jardins-de-infância para aferir da chegada e circulação da informação transmitida”, constatamos que a maioria dos inquiridos optou pela opção «sem opinião» com 36.04%, em segundo lugar a opção «por vezes» com 24.37%, a opção «nunca» obteve uma percentagem relativamente elevada (23.35%), ficando em último lugar a opção «sempre» com 16.24% do total dos inquiridos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 272 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 4. Parte III. 4.1. Análise inferencial Apresentamos em seguida os resultados do cruzamento entre as respostas aos itens dos nove domínios e as variáveis pessoais e profissionais. Foram testas as diferenças nas respostas em função das variáveis: a) género; b) tempo de serviço / idade; c) ciclo de ensino; d) frequência de contacto com o director (pessoalmente; em reunião; na escola/jardim de infância); e) exercício ou não de cargos; f) distância da escola/jardim-de-infância à sede. Foram utilizadas as provas estatísticas U de Mann-Whitney (U) e Kruskal-Wallis (K-W). Os resultados são apresentados em tabelas organizadas por domínios. Em cada tabela, para além de ser identificado o item em estudo, é apresentada a frequência por nível da variável nominal (n), a mean rank, o valor da prova (U ou K-W) e a significância estatística (p). O valores de p foram classificados com * se p<.05, com ** se p<.01 e com ns se p ≥.05. 4.1.1. Domínios versus género. Tabela 16. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento Mean Itens Género n 1 Define claramente os objectivos do M 48 104.23 F 149 97.32 M 48 88.50 alunos. F 149 102.38 3 Valoriza a iniciativa e a excelência M 48 94.83 Agrupamento. 2 Deposita expectativas de níveis de Rank U p 3325.0 .248 ns 3072.0 .016* 3376.0 .434 ns desempenho elevados nos docentes e Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 273 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança do impacto das aprendizagens. F 149 100.34 4 Proporciona autonomia suficiente M 48 99.52 organizarem as suas aulas. F 149 98.83 5 Promove o diálogo e cooperação M 48 89.50 F 149 102.06 M 48 100.48 F 149 98.52 M 48 100.92 F 149 98.38 M 48 98.46 F 149 99.17 3551.0 .892 ns 3120.0 .066 ns 3505.0 .795 ns 3484.0 .708 ns 3550.0 .916 ns aos docentes para programarem e entre grupos, turmas e disciplinas. 6 Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos. 7 Potencia flexibilidade a nas comunicação relações e entre docentes em ambiente de confiança e solidariedade. 8 Facilita e apoia projectos e acções que facilitam um ambiente positivo e construtivo de trabalho. ns não significativo, *p<.05. Na afirmação “Deposita expectativas de níveis de desempenho elevados nos docentes e alunos”, as mulheres assinalaram uma frequência significativamente superior, ou seja, as mulheres reconhecem que o director tem expectativas de desempenho elevadas com mais frequência do que os homens da amostra. Homens e mulheres não se distinguiram na forma como responderam aos restantes itens do domínio Clima/ambiente do agrupamento (Tabela 16). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 274 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 17. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento Mean Itens Género n 1 Fomenta uma criteriosa gestão dos M 48 105.48 F 149 96.91 M 48 92.95 projectos, parcerias e protocolos. F 149 100.95 3 M 48 93.54 F 149 100.76 M 48 96.90 F 149 99.68 M 48 96.61 formalizados em equidade e justiça. F 149 99.77 6 Analisa e aplica resultados de M 48 94.01 F 149 100.61 recursos humanos e financeiros. 2 Encoraja os docentes a participarem Rank U p 3265.0 .234 ns 3285.5 .256 ns 3314.0 .363 ns 3475.0 .699 ns 3461.5 .678 ns 3336.5 .441 ns no planeamento e implementação de Revela visão transformacional e no estratégia tocante ao sucesso educativo. 4 Fomenta inovação abertura e à cultura, experimentação, valorizando o trabalho das pessoas e das equipas. 5 Exerce autoridade assente em conhecimentos e competências trabalhos de investigação educacional para a melhoria do Agrupamento. ns não significativo; * p <05. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre géneros nas respostas às afirmações sobre “liderança e gestão do Agrupamento”. Os resultados podem ser observados na Tabela 17. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 275 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 18. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Desenvolvimento curricular Mean Itens Género n 1 Facilita meios para a adaptação do M 48 91.64 F 149 101.37 M 48 97.63 F 149 99.44 M 48 85.02 F 149 103.50 M 48 93.65 F 149 100.72 Rank U p 3222.5 .186 ns 3510.0 .817 ns 2905.0 .033* 3319.0 .363 ns currículo às necessidades dos alunos. 2 Mobiliza recursos e materiais para auxiliar os docentes nas actividades de ensino/aprendizagem. 3 Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se adequam aos resultados obtidos. 4 Promove articulação dos programas e disciplinas do agrupamento em consonância com o currículo nacional. ns não significativo; *p <.05. No domínio “Desenvolvimento curricular” as mulheres assinalaram uma frequência superior na afirmação “Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se adequam aos resultados obtidos”, a diferença entre homens e mulheres foi estatisticamente significativa. Nas restantes afirmações não foram identificadas diferenças entre géneros (Tabela 18). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 276 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 19. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Gestão das pessoas Mean Itens Género n 1 Monitoriza a evolução das equipas de M 48 89.98 de F 149 101.91 e M 48 104.54 F 149 97.21 M 48 100.71 F 149 98.45 trabalho, dados, observando e fomentando Rank U P 3143.0 .138 ns 3310.0 .363 ns 3494.0 .786 ns registando reuniões avaliação formativa e sumativa. 2 Reúne com professores funcionários, trabalhando em equipa objectivando o seu crescimento profissional e da instituição escolar. 3 Estabelece parâmetros para o trabalho docente, referente às metodologias de ensino, gestão comunicação de com espaços a e comunidade educativa. ns não significativo; *p <.05. As afirmações do domínio “gestão das pessoas” não receberam respostas diferentes de homens e mulheres (Tabela 19). Tabela 20. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Gestão dos alunos Itens Género 1 Transmite à comunidade educativa as M regras de conduta para os alunos. F n Mean Rank 48 99.56 149 98.82 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular U p 3549.0 .904 ns 277 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2 Assegura a uniformidade das regras do M 48 97.56 149 99.46 48 103.69 149 97.49 48 98.69 149 99.10 48 101.83 149 98.09 3507.0 .792 ns 3351.0 .409 ns 3561.0 .961 ns 3440.0 .654 ns Agrupamento, aplicando equitativamente as penalizações em função do regulamento. F 3 Fomenta a troca de experiências de M ensino/aprendizagem no Agrupamento. F 4 Potencia a conexão de práticas escolares M com experiências extra-escolares. F 5 Assegura informação regular dos processos M individuais dos alunos. ns F não significativo Também as opiniões sobre a gestão dos alunos, não se distinguem em função do género do inquirido (Tabela 20). Tabela 21. Diferença entre géneros nos itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua Mean Itens Género n 1 Melhora competências de liderança através M 48 86.82 profissional. F 147 101.65 2 Utiliza saberes obtidos através da sua M 48 94.71 F 149 100.38 Rank U p 2991.5 .086 ns 3370.0 .505 ns de formação académica, visando a evolução participação em actividades de formação profissional melhorando o seu desempenho. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 278 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3 Assume a liderança lançando desafios face à M 48 90.54 F 149 101.72 .174 ns 3170.0 profissão, partilhando ideias e informação com outros profissionais. ns não significativo No domínio “desenvolvimento profissional /formação continua” as respostas de homens e mulheres não foram estatisticamente diferentes. Tabela 22. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Relação com pais e comunidade Mean Itens Género n U p 1 Fomenta a participação dos pais na vida M 48 93.76 3324.5 .355 ns aproximação à comunidade. F 149 100.69 2 Estabelece protocolos e acordos de M 48 79.22 2626.5 .001** F 149 105.37 M 48 94.44 3357.0 .343 ns Educativo a toda a comunidade. F 149 100.47 4 Revela conhecer as necessidades da M 48 101.24 3468.5 .693 ns F 149 98.28 Rank da escola através de estratégias de cooperação entre o instituições do Agrupamento e meio de forma a ultrapassar as necessidades dos alunos. 3 Assegura canais de informação que permitam a divulgação do Projecto escola/meio visam promovendo colmatar as acções que necessidades detectadas. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 279 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 5 Transmite uma visão positiva do M 48 94.85 F 149 100.34 3377.0 .437 ns Agrupamento à comunidade, valorizando o sucesso profissional dos docentes. ns não significativo, **p<.01. As professoras reconhecem com mais frequência que o director “Estabelece protocolos e acordos de cooperação entre o Agrupamento e instituições do meio de forma a ultrapassar as necessidades dos alunos” que os professores. Nas restantes afirmações as respostas não obtiveram diferenças estaticamente significativas (Tabela 22). Tabela 23. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões Mean Itens Género n 1 Encoraja o debate e a procura de M 48 91.59 Agrupamento. F 148 100.74 2 Disponibiliza informação facilitando M 48 97.51 F 149 99.48 M 48 90.65 Agrupamento. F 149 101.69 4 Demonstra flexibilidade e abertura M 48 95.28 F 149 100.20 soluções com regularidade Rank U p 3220.5 .249ns 3504.5 .785ns 3175.0 .138ns 3397.5 .505ns no tomadas de decisão entre todo o pessoal adstrito ao Agrupamento. 3 Potencia o envolvimento dos docentes na resolução de problemas do para a resolução diferenciada de Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 280 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança problemas. 5 Fomenta o envolvimento participado nas decisões em detrimento 48 91.90 F 149 101.29 .242ns 3235.0 das decisões isoladas. ns M não significativo. No que diz respeito à “Resolução de problemas /tomada de decisões” não foram observadas quaisquer diferenças estatisticamente significativas entre géneros (Tabela 23). Tabela 24. Diferenças entre géneros nos itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento Itens Mean Género n M 48 94.51 atempada e eficazmente no Agrupamento. F 149 100.45 2 Utiliza processos mais eficazes para M 48 97.72 F 149 99.41 M 48 93.39 F 149 100.81 M 48 108.29 3130.0 .176 ns F 149 96.01 1 Divulga regularmente informação Rank U p 3360.5 .383 ns 3514.5 .788 ns comunicar informações e decisões do Agrupamento além dos tradicionais. 3 Ausculta os docentes da recepção da 3306.5 .389 ns informação veiculada pelos órgãos de administração e direcção. 4 Visita as escolas/jardins-de-infância para aferir da chegada informação transmitida. ns e circulação da não significativo Por fim, no teste de diferenças entre géneros relativamente à comunicação interna do Agrupamento não foram observadas diferenças estatisticamente significativas (Tabela 24). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 281 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Em síntese, podemos dizer que a tendência é para que a opinião acerca da actuação do director não seja diferente em função do género. Homens e mulheres tendem a ter opiniões próximas na maior parte dos aspectos focados. Apenas foram encontradas diferenças com significado estatístico, a saber: “Deposita expectativas de níveis de desempenho elevados nos docentes e aluno; Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se adequam aos resultados obtidos; Estabelece protocolos e acordos de cooperação entre o Agrupamento e instituições do meio de forma ultrapassar as necessidades dos alunos, que os professores ultrapassar as necessidades dos alunos”, em que as mulheres tendem a assinalar uma frequência superior aos homens. 4.1.2. Domínios versus exercício de cargos. Para testar a existência de diferenças estatisticamente significadas nas opiniões de professores que detém cargos relativamente àqueles que não têm foram criadas duas categorias: a) professores que exercem algum cargo (EC); b) professores que não exercem qualquer cargo (NEC). Tabela 25. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento Mean Itens Cargos n 1 Define claramente os objectivos do NEC 55 103.85 EC 142 97.12 NEC 55 103.22 EC 142 97.37 Agrupamento. 2 Deposita expectativas de níveis de Rank U p 3638.5 .241 ns 3673.0 .287 ns desempenho elevados nos docentes e alunos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 282 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3 Valoriza a iniciativa e a excelência do impacto das aprendizagens. 4 Proporciona autonomia suficiente aos NEC 55 103.80 EC 142 97.14 NEC 55 101.00 EC 142 98.23 NEC 55 97.07 EC 142 99.75 NEC 55 116.72 EC 142 92.14 NEC 55 104.05 EC 142 97.04 NEC 55 100.68 EC 142 98.35 3641.0 .323 ns 3795.0 .567 ns docentes para programarem e organizarem as suas aulas. 5 Promove o diálogo e cooperação entre grupos, turmas e disciplinas. 6 Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos. 7 Potencia a comunicação e flexibilidade 3799.0 .682 ns 2930.5 .001** 3627.0 .279 ns nas relações entre docentes em ambiente de confiança e solidariedade. 8 Facilita e apoia projectos e acções que facilitam um ambiente positivo construtivo de trabalho. ns 3812.5 .721 ns e não significativo; ** p<.01 Os professores que não exercem qualquer cargo têm uma perspectiva mais positiva da forma como o director faz a gestão de conflitos comparados com os seus colegas que exercem algum cargo (Tabela 25). A diferença foi estatisticamente significativa. Para as restantes afirmações as diferenças não foram estaticamente significativas. Tabela 26. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento Itens Cargos n Mean Rank Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular U p 283 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1 Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos NEC 55 108.79 EC 142 95.21 NEC 55 108.59 EC 142 95.29 NEC 55 104.61 EC 142 96.83 NEC 55 96.55 EC 142 99.95 NEC 55 114.97 EC 142 92.81 NEC 55 104.97 EC 142 96.69 3366.5 .049* 3377.5 .049* humanos e financeiros. 2 Encoraja os docentes a participarem no planeamento e implementação de projectos, parcerias e protocolos. 3 Revela visão e estratégia transformacional no 3596.5 .305 ns tocante ao sucesso educativo. 4 Fomenta abertura à cultura, inovação e 3770.5 .623 ns experimentação, valorizando o trabalho das pessoas e das equipas. 5 Exerce autoridade assente em conhecimentos 3026.5 .002** e competências formalizados em equidade e justiça. 6 Analisa e aplica resultados de trabalhos de 3576.5 .311 ns investigação educacional para a melhoria do Agrupamento. ns não significativo, *p<.05; **p<.01 Os professores que não exercem cargos assinalaram uma maior frequência nas afirmações: “fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos e financeiros; encoraja os docentes a participarem no planeamento e implementação de projectos, parcerias e protocolos; exerce autoridade assente em conhecimentos e competências formalizados em equidade e justiça” (Tabela 26). Nas restantes afirmações as diferenças não foram estatisticamente significativas. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 284 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 27. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Desenvolvimento curricular Mean Itens Cargos n 1 Facilita meios para a adaptação do NEC 55 91.55 EC 142 101.88 NEC 55 100.59 EC 142 98.38 NEC 55 108.53 EC 142 95.31 NEC 55 108.81 EC 142 95.20 Rank U p 3495.5 .143 ns 3817.5 .769 ns 3381.0 .112 ns 3365.5 .068 ns currículo às necessidades dos alunos. 2 Mobiliza recursos e materiais para auxiliar os docentes nas actividades de ensino/aprendizagem. 3 Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se adequam aos resultados obtidos. 4 Promove articulação dos programas e disciplinas do agrupamento consonância com o currículo nacional. ns em não significativo O facto de o professor exercer algum cargo não faz diferir significativamente as suas respostas no domínio “Desenvolvimento curricular” (Tabela 27). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 285 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 28. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Gestão das pessoas Mean Itens Cargos n 1 Monitoriza a evolução das equipas de NEC 55 114.15 EC 142 93.13 NEC 55 108.11 EC 142 95.47 NEC 55 101.91 EC 142 97.87 U p 3071.5 .006** 3404.0 .101 ns 3745.0 .612 ns Rank trabalho, observando e registando dados, fomentando reuniões de avaliação formativa e sumativa. 2 Reúne com professores e funcionários, trabalhando em equipa objectivando o seu crescimento profissional e da instituição escolar. 3 Estabelece parâmetros para o trabalho docente, referente às metodologias de ensino, gestão de espaços e comunicação com a comunidade educativa. ns não significativo; **p<.01 Também no domínio “Gestão das pessoas”, são os professores que não exercem cargos que assinalam maiores frequências (Tabela 28). A diferença foi estatisticamente significativa no que diz respeito à afirmação “Monitoriza a evolução das equipas de trabalho, observando e registando dados, fomentando reuniões de avaliação formativa e sumativa”. Nas restantes afirmações as diferenças observadas não foram estatisticamente significativas. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 286 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 29. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Gestão dos alunos Mean Itens Cargos n 1 Transmite à comunidade educativa as NEC 55 104.47 3604.0 EC 142 96.88 NEC 55 102.03 3738.5 as penalizações em função do regulamento. EC 142 97.83 3 Fomenta a troca de experiências de NEC 55 95.75 EC Rank U p .197 ns regras de conduta para os alunos. 2 Assegura a uniformidade das regras do .543 ns Agrupamento, aplicando equitativamente 3726.5 .530 ns 142 100.26 NEC 55 103.25 3671.0 .464 ns EC 142 97.35 NEC 55 116.99 2915.5 EC 142 92.03 ensino/aprendizagem no Agrupamento. 4 Potencia a conexão de práticas escolares com experiências extra-escolares. 5 Assegura informação regular dos .002** processos individuais dos alunos. ns não significativo Para os professores que não exercem cargos o director assegura mais “frequentemente informação regular dos processos individuais dos alunos”. Nas restantes afirmações as diferenças não foram estatisticamente significativas (Tabela 29). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 287 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 30. Diferença entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua Mean Itens Cargos n 1 Melhora competências de liderança através NEC 54 104.25 EC 141 95.61 NEC 55 102.54 EC 142 97.63 NEC 55 93.75 EC 142 101.04 Rank U p 3469.5 .299 ns 3710.5 .547 ns 3616.0 .355 ns de formação académica, visando a evolução profissional. 2 Utiliza saberes obtidos através da sua participação em actividades de formação profissional melhorando o seu desempenho. 3 Assume a liderança lançando desafios face à profissão, partilhando ideias e informação com outros profissionais. ns não significativo. O exercício de cargos não se mostrou relevante para explicar as diferenças nas respostas dos inquiridos no domínio desenvolvimento curricular (Tabela 30). Tabela 31. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Relação com pais e comunidade Mean Itens Cargos n 1 Fomenta a participação dos pais na vida da NEC 55 106.35 EC 142 96.15 Rank U p 3501.0 .155 ns escola através de estratégias de aproximação à comunidade. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 288 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2 Estabelece cooperação protocolos entre o e acordos de Agrupamento e instituições do meio de forma a ultrapassar as NEC 55 93.85 EC 142 100.99 NEC 55 106.47 EC 142 96.11 NEC 55 97.65 EC 142 99.52 NEC 55 106.75 EC 142 96.00 3622.0 .326 ns 3494.0 .089 ns 3831.0 .795 ns 3478.5 .111 ns necessidades dos alunos. 3 Assegura canais de informação que permitam a divulgação do Projecto Educativo a toda a comunidade. 4 Revela conhecer as necessidades da escola/meio promovendo acções que visam colmatar as necessidades detectadas. 5 Transmite uma visão positiva do Agrupamento à comunidade, valorizando o sucesso profissional dos docentes. ns não significativo Tal como no domínio anterior, também na “relação com os pais e a comunidade” as respostas não variaram em função do exercício de cargos (Tabela 31). Tabela 32. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões Mean Itens Cargos n 1 Encoraja o debate e a procura de soluções NEC 54 110.12 EC 142 94.08 NEC 55 107.25 Rank U p 3206.5 .036* 3451.5 .097 ns com regularidade no Agrupamento. 2 Disponibiliza informação facilitando Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 289 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança tomadas de decisão entre todo o pessoal adstrito ao Agrupamento. 3 Potencia o envolvimento dos docentes na EC 142 95.81 NEC 55 103.35 EC 142 97.32 NEC 55 106.54 EC 142 96.08 NEC 55 108.45 EC 142 95.34 3666.0 .397 ns 3490.5 .139 ns 3385.5 .088 ns resolução de problemas do Agrupamento. 4 Demonstra flexibilidade e abertura para a resolução diferenciada de problemas. 5 Fomenta o envolvimento participado nas decisões em detrimento das decisões isoladas. ns não significativo. Os professores que não exercem cargos denotam uma opinião mais positiva no que diz respeito à afirmação “Encoraja o debate e a procura de soluções com regularidade no Agrupamento”. A diferença não foi estaticamente significativa nas restantes afirmações do domínio “resolução de problemas/tomada de decisões” (Tabela 32). Tabela 33. Diferenças entre exercer (EC) ou não exercer cargos (NEC) nos itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento Mean Itens Cargos n 1 Divulga regularmente informação atempada e NEC 55 103.66 EC 142 97.19 NEC 55 104.78 EC 142 96.76 Rank U p 3648.5 .320 ns 3587.0 .183 ns eficazmente no Agrupamento. 2 Utiliza comunicar processos mais informações e eficazes decisões Agrupamento além dos tradicionais. para do Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 290 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3 Ausculta os docentes da recepção da informação veiculada pelos órgãos NEC 55 96.98 EC 142 99.78 NEC 55 92.30 EC 142 101.60 3794.0 .734 ns 3536.5 .285 ns de administração e direcção. 4 Visita as escolas/jardins-de-infância para aferir da chegada e circulação da informação transmitida. ns não significativo Não foram observadas quaisquer diferenças entre quem exerce cargo e quem não exerce nas respostas aos itens do domínio “comunicação interna do Agrupamento” (Tabela 33). 4.1.3. Domínios versus frequência de contacto com o director. Para estudar a forma como o contacto com o director influencia a opinião dos professores, foram usados dois dos quatro indicadores disponíveis (Parte I, questões 1, 2 e 3 do questionário). Como vimos atrás, todos os professores conhecem pessoalmente o director. Logo este indicador não é discriminativo. Pelo menos uma vez todos os professores do agrupamento estiveram com o seu director para assinar o seu contrato de trabalho, já que esta tarefa não é delegável. A visita à escola/jardim-de-infância também não é o melhor tradutor daquilo que está a ser avaliado neste ponto, na medida em que a visita às escola/jardins-de-infância não faz parte das atribuições legais do director. Outro aspecto tem a ver com o facto de os professores que leccionam na sede do agrupamento estarem automaticamente excluídos. Restam então o contacto pessoal e o contacto em reunião. Estes dois indicadores foram agregados criando três categorias: contacto pouco frequente (CPF); contacto frequente (CF); e contacto bastante frequente (CBF). Os critérios de agregação podem ser observados na Tabela 34. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 291 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 34. Critérios para a agregação de indicadores para a criação da variável frequência de contacto com o director Pessoalmente Nunca De 1 a 3 vezes De 4 a 6 vezes Mais de 6 vezes Reuniões Nunca CPF CPF CPF CPF 1 a 3 vezes CPF CPF CPF CF 4 a 6 vezes CPF CPF CF CF Mais de 6 vezes CPF CF CF CBF Tabela 35. Frequências absolutas e relativas por nível de contacto com o director n % CPF 45 22.8 CF 43 21.8 CBF 109 55.3 Mais de metade dos professores obteve o seu contacto com o director classificado no nível CBF (55.3%). Os níveis CPF e CF obtiveram frequências próximas (22.8% e 21.8% respectivamente) (Tabela 35). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 292 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 36. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento Itens 1 Define claramente os objectivos do Mean Contacto n CPF 45 100.12 2.414 .299 ns CF 43 91.51 CBF 109 101.49 CPF 45 99.87 CF 43 91.40 CBF 109 101.64 CPF 45 89.84 CF 43 97.62 CBF 109 103.33 CPF 45 97.60 CF 43 99.72 CBF 109 99.29 CPF 45 97.31 CF 43 93.92 CBF 109 101.70 CPF 45 112.39 5.174 .075 ns Rank K-W p Agrupamento. 2 Deposita expectativas de níveis de 2.744 .254 ns desempenho elevados nos docentes e alunos. 3 Valoriza a iniciativa e a excelência do 3.269 .195 ns impacto das aprendizagens. 4 Proporciona autonomia suficiente aos 0.129 .938 ns docentes para programarem e organizarem as suas aulas. 5 Promove o diálogo e cooperação entre 1.205 .547 ns grupos, turmas e disciplinas. 6 Modera de forma competente e dinâmica a Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 293 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança gestão de conflitos. 7 Potencia a comunicação e flexibilidade nas CF 43 93.10 CBF 109 95.80 CPF 45 90.77 CF 43 96.59 CBF 109 103.35 CPF 45 97.50 CF 43 93.49 CBF 109 101.79 3.229 .199 ns relações entre docentes em ambiente de confiança e solidariedade. 8 Facilita e apoia projectos e acções que 1.337 .512 ns facilitam um ambiente positivo e construtivo de trabalho. ns não significativo A frequência de contacto com o director não teve implicações nas respostas dos professores no domínio “Clima/ambiente do Agrupamento” (Tabela 36). Tabela 37. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento Mean Itens Contacto n 1 Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos CPF 45 113.18 CF 43 92.80 CBF 109 95.59 CPF 45 101.09 Rank K-W p 6.357 .042* 0.841 .657 ns humanos e financeiros. 2 Encoraja os docentes a participarem no Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 294 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança planeamento e implementação de projectos, parcerias e protocolos. 3 Revela visão e estratégia transformacional CF 43 93.79 CBF 109 100.19 CPF 45 107.79 CF 43 100.23 CBF 109 94.89 CPF 45 89.76 CF 43 101.93 CBF 109 101.66 CPF 45 101.76 CF 43 94.12 CBF 109 99.79 CPF 45 108.24 CF 43 96.10 CBF 109 96.33 2.357 .308 ns 2.647 .266 ns 0.687 .709 ns 1.877 .391 ns no tocante ao sucesso educativo. 4 Fomenta abertura à cultura, inovação e experimentação, valorizando o trabalho das pessoas e das equipas. 5 Exerce autoridade assente em conhecimentos e competências formalizados em equidade e justiça. 6 Analisa e aplica resultados de trabalhos de investigação educacional para a melhoria do Agrupamento. ns não significativo Observamos diferenças estatisticamente significativas na resposta ao item 1 – “Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos e financeiros”, em função da frequência de contacto. Ao observarmos as mean rank verificamos que o CF e o CBF obtiveram valores próximos enquanto a CPF obteve um valor superior. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre nos restantes itens. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 295 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 38. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Desenvolvimento curricular Mean Itens Contacto n 1 Facilita meios para a adaptação do CPF 45 88.06 CF 43 91.87 CBF 109 106.33 CPF 45 88.37 CF 43 100.45 CBF 109 102.82 CPF 45 103.89 CF 43 95.28 adequam aos resultados obtidos. CBF 109 98.45 4 Promove articulação dos programas e CPF 45 106.27 CF 43 97.06 CBF 109 96.77 Rank K-W p 6.830 .033* 3.029 .220 ns 0.621 .733 ns 1.400 .496 ns currículo às necessidades dos alunos. 2 Mobiliza recursos e materiais para auxiliar os docentes nas actividades de ensino/aprendizagem. 3 Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se disciplinas do agrupamento em consonância com o currículo nacional. ns não significativo; *p<.05. Observamos que um contacto mais frequente está associado a uma percepção mais positiva no item “Facilita meios para a adaptação do currículo às necessidades dos alunos” (Tabela 38). Para os restantes itens do domínio “Desenvolvimento curricular”, as diferenças observadas não tiveram expressam estatística. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 296 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 39. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Gestão das pessoas Itens Mean Contacto n CPF 45 108.47 CF 43 93.29 sumativa. CBF 109 97.34 2 Reúne com professores e funcionários, CPF 45 86.77 CF 43 100.79 escolar. CBF 109 103.34 3 Estabelece parâmetros para o trabalho CPF 45 97.81 CF 43 83.77 CBF 109 105.50 1 Monitoriza a evolução das equipas de Rank K-W p 2.445 .295 ns 3.791 .150 ns 5.838 .054 ns trabalho, observando e registando dados, fomentando reuniões de avaliação formativa e trabalhando em equipa objectivando o seu crescimento profissional e da instituição docente, referente às metodologias de ensino, gestão de espaços e comunicação com a comunidade educativa. ns não significativo. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas no domínio gestão das pessoas em função da frequência de contacto (Tabela 39). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 297 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 40. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Gestão dos alunos Mean Itens Contacto n 1 Transmite à comunidade educativa as regras CPF 45 93.18 CF 43 94.98 CBF 109 102.99 CPF 45 93.32 CF 43 107.58 CBF 109 97.96 CPF 45 87.58 CF 43 95.24 CBF 109 105.20 CPF 45 89.80 CF 43 100.33 CBF 109 102.28 CPF 45 103.92 CF 43 98.72 CBF 109 97.08 Rank K-W p 2.884 .236 ns 2.507 .286 ns 5.222 .073 ns 1.961 .375 ns 0.591 .744 ns de conduta para os alunos. 2 Assegura a uniformidade das regras do Agrupamento, aplicando equitativamente as penalizações em função do regulamento. 3 Fomenta a troca de experiências de ensino/aprendizagem no Agrupamento. 4 Potencia a conexão de práticas escolares com experiências extra-escolares. 5 Assegura informação regular dos processos individuais dos alunos. ns não significativo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 298 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas no domínio gestão dos alunos em função da frequência de contacto (Tabela 40). Tabela 41. Diferença entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua Mean Itens Contacto n 1 Melhora competências de liderança através CPF 44 98.51 CF 43 102.83 CBF 108 95.87 CPF 45 104.90 CF 43 102.00 CBF 109 95.38 CPF 45 104.84 CF 43 101.19 CBF 109 95.72 Rank K-W p 0.555 .758 ns 1.283 .527 ns 1.183 .554 ns de formação académica, visando a evolução profissional. 2 Utiliza saberes obtidos através da sua participação em actividades de formação profissional melhorando o seu desempenho. 3 Assume a liderança lançando desafios face à profissão, partilhando ideias e informação com outros profissionais. ns não significativo. Também no domínio “Desenvolvimento profissional / formação contínua” não foram observadas diferenças estatisticamente significativas nas respostas dos sujeitos em função da frequência de contacto (Tabela 41). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 299 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 42. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Relação com pais e comunidade Mean Itens Contacto n 1 Fomenta a participação dos pais na vida da CPF 45 93.42 CF 43 93.12 CBF 109 103.62 CPF 45 89.86 CF 43 111.45 CBF 109 97.86 CPF 45 101.77 CF 43 91.50 CBF 109 100.82 CPF 45 96.67 CF 43 83.95 CBF 109 105.90 CPF 45 98.26 CF 43 91.74 CBF 109 102.17 Rank K-W p 2.566 .277 ns 5.057 .080 ns 2.121 .346 ns 7.440 .024* 1.875 .392 ns escola através de estratégias de aproximação à comunidade. 2 Estabelece cooperação protocolos entre o e acordos de Agrupamento e instituições do meio de forma a ultrapassar as necessidades dos alunos. 3 Assegura canais de informação que permitam a divulgação do Projecto Educativo a toda a comunidade. 4 Revela conhecer as necessidades da escola/meio promovendo acções que visam colmatar as necessidades detectadas. 5 Transmite uma visão positiva do Agrupamento à comunidade, valorizando o sucesso profissional dos docentes. ns não significativo, *p<.05. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 300 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança À medida que o nível de contacto vai subindo verifica-se que os professores assinalaram uma menor frequência no item “Revela conhecer as necessidades da escola/meio promovendo acções que visam colmatar as necessidades detectadas”, a diferença foi estatisticamente significativa (Tabela 42). Tabela 43. Diferenças entre a frequência de contacto com o director nos itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões Mean Itens Contacto n 1 Encoraja o debate e a procura de soluções CPF 44 99.02 CF 43 95.79 CBF 109 99.36 CPF 45 99.36 CF 43 97.78 CBF 109 99.33 CPF 45 86.73 CF 43 101.88 CBF 109 102.93 CPF 45 83.93 CF 43 98.81 CBF 109 105.29 CPF 45 100.76 Rank K-W p 0.179 .915 0.043 .978 4.384 .112 7.344 .025* 0.524 .769 com regularidade no Agrupamento. 2 Disponibiliza informação facilitando tomadas de decisão entre todo o pessoal adstrito ao Agrupamento. 3 Potencia o envolvimento dos docentes na resolução de problemas do Agrupamento. 4 Demonstra flexibilidade e abertura para a resolução diferenciada de problemas. 5 Fomenta o envolvimento participado nas Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 301 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança decisões em detrimento das decisões isoladas. ns CF 43 94.30 CBF 109 100.13 não significativo, *p<.05. Uma maior flexibilidade e abertura para a resolução diferenciada dos problemas são reconhecidas com um contacto mais frequente (Tabela 43). Nos restantes itens as diferenças observadas não foram estaticamente significativas. Tabela 44. Diferenças entre a frequência de contacto nos itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento Itens 1 Divulga regularmente informação Mean Contacto n CPF 45 92.44 CF 43 100.88 CBF 109 100.96 CPF 45 90.43 CF 43 96.53 CBF 109 103.51 CPF 45 83.59 CF 43 92.07 CBF 109 108.10 Rank K-W p 1.493 .474 ns 4.020 .134 ns 8.066 .018* atempada e eficazmente no Agrupamento. 2 Utiliza processos mais eficazes para comunicar informações e decisões do Agrupamento além dos tradicionais. 3 Ausculta os docentes da recepção da informação veiculada pelos órgãos de administração e direcção. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 302 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 4 Visita as escolas/jardins-de-infância para CPF 45 91.10 CF 43 97.94 CBF 109 102.68 1.446 .485 ns aferir da chegada e circulação da informação transmitida. ns não significativo, *p<.05. À medida que aumenta a frequência de contacto também os professores reconhecem mais que o director “Ausculta os docentes da recepção da informação veiculada pelos órgãos de administração e direcção”, a diferença foi estaticamente significativa (Tabela 44). Nos restantes itens a diferença não foi estatisticamente significativa. Em síntese, os resultados apontam no sentido de uma menor frequência de contacto estar associada a uma percepção mais positiva relativamente a: “Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos e financeiros; Revela conhecer as necessidades da escola/meio promovendo acções que visam colmatar as necessidades detectadas.” Enquanto uma maior frequência de contacto está associada a uma percepção mais positiva nos itens: “Facilita meios para a adaptação do currículo às necessidades dos alunos; Demonstra flexibilidade e abertura para a resolução diferenciada de problemas; Ausculta os docentes da recepção da informação veiculada pelos órgãos de administração e direcção.” 4.1.4. Domínios versus ciclo de ensino. Para cruzar a variável ciclo de ensino com as respostas aos itens de cada domínio foi necessário efectuar uma agregação que resultasse num número de frequências observadas compatível com a análise estatística. Desta forma foram considerados três grupos: a) educação Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 303 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança de infância e primeiro ciclo (EI/1ºCEB); b) 2º e 3º ciclos do ensino básico (2º/3º CEB); c) ensino secundário (E Sec). Tabela 45. Frequências absolutas e relativas por nível de ensino Nível de Ensino n % EI/1ºCEB 87 44.16 2º/3ºCEB 64 32.49 E Sec 46 23.35 Tabela 46. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento Itens Ciclo Ensino n Mean Rank K-W 1 Define claramente os objectivos do EI/1ºCEB 87 102.29 2º/3ºCEB 64 96.66 E Sec 46 96.03 EI/1ºCEB 87 105.18 2º/3ºCEB 64 94.23 E Sec 46 93.93 EI/1ºCEB 87 102.84 2º/3ºCEB 64 93.14 p 1.305 .521 ns Agrupamento. 2 Deposita expectativas de níveis de 4.984 .083 ns desempenho elevados nos docentes e alunos. 3 Valoriza a iniciativa e a excelência 1.950 .377 ns do impacto das aprendizagens. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 304 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 4 Proporciona autonomia suficiente E Sec 46 99.89 EI/1ºCEB 87 96.54 2º/3ºCEB 64 100.46 E Sec 46 101.62 EI/1ºCEB 87 99.57 2º/3ºCEB 64 97.23 E Sec 46 100.37 EI/1ºCEB 87 107.93 2º/3ºCEB 64 93.75 E Sec 46 89.41 EI/1ºCEB 87 102.89 2º/3ºCEB 64 95.45 E Sec 46 96.59 EI/1ºCEB 87 98.75 2º/3ºCEB 64 101.45 E Sec 46 96.05 1.050 .591 ns aos docentes para programarem e organizarem as suas aulas. 5 Promove o diálogo e cooperação .186 .911 ns 6.265 .044* entre grupos, turmas e disciplinas. 6 Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos. 7 Potencia flexibilidade a nas comunicação relações e 1.437 .487 ns entre docentes em ambiente de confiança e solidariedade. 8 Facilita e apoia projectos e acções .468 .792 ns que facilitam um ambiente positivo e construtivo de trabalho. ns não significativo; * p<.05. Os professores do EI/1ºCEB registaram uma percepção mais positiva relativamente ao item “Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos”. A diferença foi estatisticamente significativa. Nos restantes itens do domínio clima/ambiente do Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 305 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Agrupamento não se observaram diferenças estatisticamente significativas em função do nível de ensino (Tabela 46). Tabela 47. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento Itens Ciclo Ensino n Mean Rank K-W 1 Fomenta uma criteriosa gestão dos EI/1ºCEB 87 108.34 2º/3ºCEB 64 93.27 E Sec 46 89.30 EI/1ºCEB 87 101.63 2º/3ºCEB 64 98.60 E Sec 46 94.59 EI/1ºCEB 87 99.60 2º/3ºCEB 64 102.45 E Sec 46 93.05 EI/1ºCEB 87 97.99 2º/3ºCEB 64 105.02 E Sec 46 92.53 EI/1ºCEB 87 103.92 2º/3ºCEB 64 95.61 7.445 p .024* recursos humanos e financeiros. 2 Encoraja os docentes a participarem 0.835 .659 ns no planeamento e implementação de projectos, parcerias e protocolos. 3 Revela visão e estratégia 1.059 .589 ns transformacional no tocante ao sucesso educativo. 4 Fomenta abertura à cultura, inovação e experimentação, valorizando o trabalho das pessoas e das equipas. 5 Exerce autoridade conhecimentos e assente 2.297 .317 ns em 1.823 .402 ns competências formalizados em equidade e justiça. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 306 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 6 Analisa e aplica resultados de E Sec 46 94.41 EI/1ºCEB 87 101.26 2º/3ºCEB 64 103.65 E Sec 46 88.25 2.691 .260 ns trabalhos de investigação educacional para a melhoria do Agrupamento. ns não significativo. A percepção de que o director “Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos e financeiros” é mais marcada entre os professores EI/1ºCEB, seguido do 2º/3ºCEB e por último os do ensino Secundário a diferença foi estatisticamente significativa. As diferenças observadas não foram estatisticamente significativas nos restantes itens (Tabela 47). Tabela 48. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Desenvolvimento curricular Itens 1 Facilita meios para a adaptação do currículo às necessidades dos alunos. Ciclo Ensino n Mean Rank K-W EI/1ºCEB 87 94.77 2º/3ºCEB 64 102.84 E Sec 46 101.66 EI/1ºCEB 87 91.97 2º/3ºCEB 64 105.52 E Sec 46 103.23 EI/1ºCEB 87 105.93 2º/3ºCEB 64 98.67 p 1.436 .488 ns 3.514 .173 ns 2 Mobiliza recursos e materiais para auxiliar os docentes nas actividades de ensino/aprendizagem. 3 Supervisiona os processos de 4.213 .122 ns ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 307 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança adequam aos resultados obtidos. E Sec 46 86.35 EI/1ºCEB 87 108.66 2º/3ºCEB 64 92.45 E Sec 46 89.86 6.680 .035* 4 Promove articulação dos programas e disciplinas do agrupamento em consonância com o currículo nacional. ns não significativo, *p<.05. Um padrão de respostas EI/1ºCEB>2º/3ºCEB> e Sec surgem também no item 4 – “Promove articulação dos programas e disciplinas do agrupamento em consonância com o currículo nacional” a diferença foi estaticamente significativa. Não foram encontradas outras diferenças com significado estatístico entre níveis de escolaridade no domínio desenvolvimento curricular (Tabela 48). Tabela 49. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Gestão das pessoas Mean Itens Ciclo Ensino n 1 Monitoriza a evolução das equipas de EI/1ºCEB 87 105.83 2º/3ºCEB 64 98.33 E Sec 46 87.02 EI/1ºCEB 87 98.21 2º/3ºCEB 64 107.57 E Sec 46 88.57 EI/1ºCEB 87 102.41 trabalho, observando e registando dados, fomentando reuniões de avaliação formativa e sumativa. 2 Reúne com professores e funcionários, trabalhando em equipa objectivando o seu crescimento profissional e da instituição escolar. 3 Estabelece parâmetros para o trabalho Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular Rank K-W p 4.556 .102 ns 4.145 .126 ns 0.730 .694 ns 308 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança docente, referente às metodologias de 2º/3ºCEB 64 95.99 E Sec 46 96.73 ensino, gestão de espaços e comunicação com a comunidade educativa. ns não significativo. Não foram encontradas diferenças com expressão estatística entre ciclos de ensino no domínio gestão das pessoas (Tabela 49). Tabela 50. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Gestão dos alunos Mean Itens Ciclo Ensino n 1 Transmite à comunidade educativa EI/1ºCEB 87 105.30 2º/3ºCEB 64 98.66 E Sec 46 87.55 EI/1ºCEB 87 100.12 2º/3ºCEB 64 95.88 E Sec 46 101.22 EI/1ºCEB 87 94.15 2º/3ºCEB 64 103.84 E Sec 46 101.45 EI/1ºCEB 87 101.90 2º/3ºCEB 64 100.86 Rank K-W p 6.917 .031* .507 .776 ns 1.870 .393 ns 1.534 .464 ns as regras de conduta para os alunos. 2 Assegura a uniformidade das regras do Agrupamento, aplicando equitativamente as penalizações em função do regulamento. 3 Fomenta a troca de experiências de ensino/aprendizagem no Agrupamento. 4 Potencia a conexão de práticas escolares com experiências extra- Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 309 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança escolares. 5 Assegura informação regular dos E Sec 46 90.92 EI/1ºCEB 87 108.64 2º/3ºCEB 64 88.63 E Sec 46 95.20 6.176 .046* processos individuais dos alunos. ns não significativo, *p<.05. Os professores do EI/1ºCEB atribuíram uma maior frequência que os seus colegas dos outros ciclos nos itens “Assegura informação regular dos processos individuais dos alunos e Transmite à comunidade educativa as regras de conduta para os alunos”, as diferenças foram estatisticamente significativas (Tabela 50). Tabela 51. Diferença entre ciclos de ensino nos itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua Mean Itens Ciclo Ensino n 1 Melhora competências de liderança EI/1ºCEB 86 97.83 2º/3ºCEB 63 97.78 E Sec 46 98.62 EI/1ºCEB 87 99.66 2º/3ºCEB 64 95.30 E Sec 46 102.90 EI/1ºCEB 87 105.93 Rank K-W p .009 .996 ns .613 .736 ns 3.052 .217 ns através de formação académica, visando a evolução profissional. 2 Utiliza saberes obtidos através da sua participação em actividades de formação profissional melhorando o seu desempenho. 3 Assume a liderança lançando desafios Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 310 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança face à profissão, partilhando ideias e 2º/3ºCEB 64 92.99 E Sec 46 94.26 informação com outros profissionais. ns não significativo. Não foram encontradas quaisquer diferenças estatisticamente significativas nas respostas aos itens do domínio desenvolvimento profissional/formação continua (Tabela 51). Tabela 52. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Relação com pais e comunidade Mean Itens Ciclo Ensino n 1 Fomenta a participação dos pais na EI/1ºCEB 87 96.26 2º/3ºCEB 64 108.91 E Sec 46 90.39 EI/1ºCEB 87 101.39 2º/3ºCEB 64 100.27 E Sec 46 92.71 EI/1ºCEB 87 103.07 2º/3ºCEB 64 92.90 E Sec 46 99.79 Rank K-W p 5.091 .078 ns 1.159 .560 ns 2.617 .270 ns vida da escola através de estratégias de aproximação à comunidade. 2 Estabelece protocolos e acordos de cooperação entre o Agrupamento e instituições do meio de forma a ultrapassar as necessidades dos alunos. 3 Assegura canais de informação que permitam a divulgação do Projecto Educativo a toda a comunidade. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 311 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 4 Revela conhecer as necessidades da EI/1ºCEB 87 96.39 2º/3ºCEB 64 93.89 E Sec 46 111.05 EI/1ºCEB 87 102.16 2º/3ºCEB 64 99.56 E Sec 46 92.25 4.390 .111 ns 1.652 .438 ns escola/meio promovendo acções que visam colmatar as necessidades detectadas. 5 Transmite uma visão positiva do Agrupamento à comunidade, valorizando o sucesso profissional dos docentes. ns não significativo. Também na relação com a comunidade e com os pais não foi observada nenhuma diferença com significado estatístico (Tabela 52). Tabela 53. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões Mean Itens Ciclo Ensino n 1 Encoraja o debate e a procura de EI/1ºCEB 86 104.40 2º/3ºCEB 64 104.42 E Sec 46 79.24 EI/1ºCEB 87 99.02 2º/3ºCEB 64 107.41 soluções com regularidade Rank K-W p 9.760 .008** no Agrupamento. 2 Disponibiliza informação facilitando 5.762 .056 ns tomadas de decisão entre todo o pessoal adstrito ao Agrupamento. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 312 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3 Potencia o envolvimento dos docentes na resolução de problemas E Sec 46 87.26 EI/1ºCEB 87 102.06 2º/3ºCEB 64 102.04 E Sec 46 88.98 EI/1ºCEB 87 102.45 2º/3ºCEB 64 103.79 E Sec 46 85.82 EI/1ºCEB 87 106.63 2º/3ºCEB 64 97.98 E Sec 46 86.00 2.999 .223 ns do Agrupamento. 4 Demonstra flexibilidade e abertura para 5.305 .070 ns a resolução diferenciada de problemas. 5 Fomenta o envolvimento participado 5.513 .064 ns nas decisões em detrimento das decisões isoladas. ns não significativo, ** p<.01. De uma forma clara os professores do E. Sec. divergem dos seus colegas no que diz respeito ao item “Encoraja o debate e a procura de soluções com regularidade no Agrupamento”, atribuindo-lhe uma menor ocorrência. Nos restantes itens as diferenças não foram estatisticamente significativas (Tabela 53). Tabela 54. Diferenças entre ciclos de ensino nos itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento Itens Ciclo Ensino n Mean Rank K-W EI/1ºCEB 87 104.18 4.057 .132 ns 1 Divulga regularmente informação atempada e eficazmente no Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular p 313 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Agrupamento. 2 Utiliza processos mais eficazes para 2º/3ºCEB 64 99.05 E Sec 46 89.13 EI/1ºCEB 87 100.75 2º/3ºCEB 64 97.97 E Sec 46 97.12 EI/1ºCEB 87 96.39 2º/3ºCEB 64 102.95 E Sec 46 98.45 EI/1ºCEB 87 63.88 2º/3ºCEB 64 130.05 E Sec 46 122.23 0.346 .841 ns comunicar informações e decisões do Agrupamento além dos tradicionais. 3 Ausculta os docentes da recepção da 0.596 .742 ns informação veiculada pelos órgãos de administração e direcção. 4 Visita as escolas/jardins-de-infância 64.692 .000** para aferir da chegada e circulação da informação transmitida. ns não significativo. Os professores da EI/1ºCEB são os que menos assinalam a ocorrência de “Visita as escolas/jardins-de-infância para aferir da chegada e circulação da informação transmitida”, diferença esta com significado estatístico (Tabela 54). Em síntese, os professores do EI/1ºCEB assinalaram respostas mais favoráveis que os seus colegas nos itens: “Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos; Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos; Promove articulação dos programas e disciplinas do agrupamento em consonância com o currículo nacional; Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 314 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Assegura informação regular dos processos individuais dos alunos; Transmite à comunidade educativa as regras de conduta para os alunos.” E que assinalam menos frequência ao item: “Visita as escolas/jardins-de-infância para aferir da chegada e circulação da informação transmitida.” Os professores do Ensino Sec atribuem uma menor frequência ao item: “Encoraja o debate e a procura de soluções com regularidade no Agrupamento.” 4.1.5. Domínios versus tempo de serviço. Duas variáveis entre as estudadas, nos podem informar acerca da forma como ao longo do tempo as opiniões dos professores se alteram: a idade e o tempo de serviço. Ainda que neste estudo, numa perspectiva transversal1. A idade e o tempo de serviço espera-se que estejam altamente correlacionadas, na medida em que a formação inicial e o início da actividade profissional tendem a ocorrer em sequência com a escolaridade secundária, sem interrupções. Apesar de serem conhecidas as excepções, este é o percurso mais comum. De facto, na amostra em estudo, a idade e o tempo de serviço apresentaram uma correlação de .91 (Gráfico 45). Não é portanto, pertinente utilizar ambas na sua relação com os domínios em estudo. Optámos pelo tempo de serviço por ser a variável para a qual se espera maior impacto na actividade profissional. 1 Não se tratando de um estudo longitudinal não podemos inferir acerca das mudanças em cada sujeito. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 315 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 45. Relação entre a variável idade e tempo de serviço A variável tempo de serviço, medida em anos, tem um nível de mensuração intervalar e apresentou uma distribuição normal (Shapiro-Wilk (197) =0.994, p=.610) (Gráfico 45). Ponderamos a possibilidade de considerar a frequência de resposta como uma variável nominal de três níveis (nunca, por vezes e sempre), por forma a poder testar diferenças entre as médias de idade nos níveis da variável nominal com recurso à prova estatística paramétrica ANOVA. Porém, como pode ser observada na distribuição das respostas apresentada atrás, existe uma grande disparidade do número de observações pelos níveis o que compromete a qualidade dos resultados. Optámos então, por considerar as respostas aos itens com um nível de mensuração ordinal que é, de resto a sua descrição mais fiel e efectuar correlações de Spearman entre as respostas aos itens e o tempo de serviço. Também aqui a opção “sem opinião” foi considerada dado omisso (missing data) por não poder ser considerada na hierarquização da frequência. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 316 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Gráfico 46. Histograma do tempo de serviço docente com curva normal Tabela 55. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento Itens 1.Define claramente os objectivos do Agrupamento. 2.Deposita expectativas de níveis de desempenho elevados nos docentes e alunos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular Tempo de serviço .043 ns .091 ns 317 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3.Valoriza a iniciativa e a excelência do impacto das aprendizagens. 4.Proporciona autonomia suficiente aos docentes para programarem e organizarem as suas aulas. 5.Promove o diálogo e cooperação entre grupos, turmas e disciplinas. 6.Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos. 7.Potencia a comunicação e flexibilidade nas relações entre docentes em ambiente de confiança e solidariedade. 8.Facilita e apoia projectos e acções que facilitam um ambiente positivo e construtivo de trabalho. ns .022 ns .036 ns .071 ns -.031 ns .081 ns .088 ns não significativo. Não foi encontrada qualquer correlação significativa entre as respostas aos domínios clima/ambiente do Agrupamento e o tempo de serviço (Tabela 55). Tabela 56. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento Itens 1.Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos e financeiros. 2.Encoraja os docentes a participarem no planeamento e implementação de projectos, parcerias e protocolos. 3.Revela visão e estratégia transformacional no tocante ao sucesso educativo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular Tempo de serviço .096 ns .016 ns .019 ns 318 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 4.Fomenta abertura à cultura, inovação e experimentação, .081 ns valorizando o trabalho das pessoas e das equipas. 5.Exerce autoridade assente em conhecimentos e competências -.057 ns formalizados em equidade e justiça. 6.Analisa e aplica resultados de trabalhos de investigação .086 ns educacional para a melhoria do Agrupamento. ns não significativo. Também no domínio liderança e gestão do Agrupamento não foram registadas quaisquer correlações significativas entre as respostas e o tempo de serviço (Tabela 56). Tabela 57. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Desenvolvimento curricular Itens 1.Facilita meios para a adaptação do currículo às necessidades dos alunos. 2.Mobiliza recursos e materiais para auxiliar os docentes nas actividades de ensino/aprendizagem. Tempo de serviço .073 ns .026 ns 3.Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se adequam aos resultados -.009 ns obtidos. 4.Promove articulação dos programas e disciplinas do agrupamento em consonância com o currículo nacional. ns -.079 ns não significativo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 319 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança De forma semelhante ao que aconteceu nos domínios atrás apresentados, o tempo de serviço não se correlacionou com qualquer dos itens do domínio desenvolvimento curricular (Tabela 57). Tabela 58. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Gestão das pessoas Itens Tempo de serviço 1 Monitoriza a evolução das equipas de trabalho, observando e registando dados, fomentando reuniões de avaliação formativa e -.125 ns sumativa. 2 Reúne com professores e funcionários, trabalhando em equipa objectivando o seu crescimento profissional e da instituição escolar. -.114 ns 3 Estabelece parâmetros para o trabalho docente, referente às metodologias de ensino, gestão de espaços e comunicação com a -.041 ns comunidade educativa. ns não significativo. Não foi encontrada qualquer correlação significativa entre o domínio gestão das pessoas e o tempo de serviço (Tabela 58). Tabela 59. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Gestão dos alunos Itens 1 Transmite à comunidade educativa as regras de conduta para os alunos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular Tempo de serviço -.044 ns 320 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2 Assegura a uniformidade das regras do Agrupamento, aplicando -.015 ns equitativamente as penalizações em função do regulamento. 3 Fomenta a troca de experiências de ensino/aprendizagem no .133 ns Agrupamento. 4 Potencia a conexão de práticas escolares com experiências extra- .094 ns escolares. -.013 ns 5 Assegura informação regular dos processos individuais dos alunos. ns não significativo. Não foi encontrada qualquer correlação significativa entre o domínio gestão dos alunos e o tempo de serviço (Tabela 59). Tabela 60. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua Itens 1 Melhora competências de liderança através de formação académica, visando a evolução profissional. 2 Utiliza saberes obtidos através da sua participação em actividades de formação profissional melhorando o seu desempenho. 3 Assume a liderança lançando desafios face à profissão, partilhando ideias e informação com outros profissionais. ns Tempo de serviço -.121 ns -.149 ns .060 ns não significativo. Não foi encontrada qualquer correlação significativa entre o domínio desenvolvimento profissional e o tempo de serviço (Tabela 60). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 321 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 61. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Relação com pais e comunidade Itens 1 Fomenta a participação dos pais na vida da escola através de estratégias de aproximação à comunidade. Tempo de serviço .063 ns 2 Estabelece protocolos e acordos de cooperação entre o Agrupamento e instituições do meio de forma a ultrapassar as -.009 ns necessidades dos alunos. 3 Assegura canais de informação que permitam a divulgação do Projecto Educativo a toda a comunidade. 4 Revela conhecer as necessidades da escola/meio promovendo acções que visam colmatar as necessidades detectadas. 5 Transmite uma visão positiva do Agrupamento à comunidade, valorizando o sucesso profissional dos docentes. ns -.060 ns .020 ns .014 ns não significativo. Não foi encontrada qualquer correlação significativa entre o domínio relação com os pais e com a comunidade e o tempo de serviço (Tabela 61). Tabela 62. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões Itens 1 Encoraja o debate e a procura de soluções com regularidade no Agrupamento. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular Tempo de serviço .035 ns 322 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 2 Disponibiliza informação facilitando tomadas de decisão entre todo o pessoal adstrito ao Agrupamento. 3 Potencia o envolvimento dos docentes na resolução de problemas do Agrupamento. 4 Demonstra flexibilidade e abertura para a resolução diferenciada de problemas. 5 Fomenta o envolvimento participado nas decisões em detrimento das decisões isoladas. ns -.014 ns -.034 ns -.050 ns -.089 ns não significativo. Não foi encontrada qualquer correlação significativa entre o domínio resolução de problemas /tomada de decisões e com a comunidade e o tempo de serviço (Tabela 62). Tabela 63. Correlação de Spearman (rho) entre o tempo de serviço e os itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento Itens 1 Divulga regularmente informação atempada e eficazmente no Agrupamento. 2 Utiliza processos mais eficazes para comunicar informações e decisões do Agrupamento além dos tradicionais. 3 Ausculta os docentes da recepção da informação veiculada pelos órgãos de administração e direcção. 4 Visita as escolas/jardins-de-infância para aferir da chegada e circulação da informação transmitida. ns Tempo de serviço -.029 ns .037 ns -.011 ns -.075 ns não significativo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 323 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Não foi encontrada qualquer correlação significativa entre o domínio comunicação interna do Agrupamento e o tempo de serviço (Tabela 63). Em síntese, podemos dizer que os resultados vão no sentido de não haver relação entre o tempo de serviço e a opinião que os professores expressaram acerca do director nos domínios estudados. 4.1.6. Domínios versus distância escola-sede. Na variável distância da escola à sede observamos alguma inconsistência entre as respostas dos professores. Após cuidada análise optámos por considerar apenas as respostas de Educadores de infância e professores do 1º ciclo por serem aquelas onde a distância sedeescola pode observar maior variabilidade. A variável distância da escola à sede, medida em Quilómetros (km) tem um nível de mensuração intervalar e não apresentou uma distribuição normal (Shapiro-Wilk (54) =0.889, p=.000). Tal como na variável tempo de serviço optámos por efectuar correlações de Spearman entre as respostas aos domínios e a distância escola-sede. Gráfico 47. Distância da escola à sede (km) com curva normal Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 324 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 64. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Clima/ambiente do Agrupamento Itens Distância 1.Define claramente os objectivos do Agrupamento. 2.Deposita expectativas de níveis de desempenho elevados nos docentes e alunos. 3.Valoriza a iniciativa e a excelência do impacto das aprendizagens. 4.Proporciona autonomia suficiente aos docentes para programarem e organizarem as suas aulas. 5.Promove o diálogo e cooperação entre grupos, turmas e disciplinas. 6.Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos. 7.Potencia a comunicação e flexibilidade nas relações entre docentes em ambiente de confiança e solidariedade. 8.Facilita e apoia projectos e acções que facilitam um ambiente positivo e construtivo de trabalho. ns .299* .071 ns .041 ns .058 ns .083 ns .083 ns .133 ns .217 ns não significativo, * p<.05 O item “Define claramente os objectivos do Agrupamento” correlacionou-se significativamente com a distância escola-sede, ou seja, observou-se uma tendência para, à medida que a escola se situa mais afastada da sede melhor a avaliação efectuada neste item (Tabela 64). Nos restantes itens não foram registadas correlações significativas. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 325 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 65. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Liderança e gestão do Agrupamento Itens Distância 1.Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos e financeiros. 2.Encoraja os docentes a participarem no planeamento e implementação de projectos, parcerias e protocolos. 3.Revela visão e estratégia transformacional no tocante ao sucesso educativo. 4.Fomenta abertura à cultura, inovação e experimentação, valorizando o trabalho das pessoas e das equipas. 5.Exerce autoridade assente em conhecimentos e competências formalizados em equidade e justiça. 6.Analisa e aplica resultados de trabalhos de investigação educacional para a melhoria do Agrupamento. ns -.137 ns -.131 ns .215 ns .125 ns .048 ns -.001 ns não significativo. Nenhum item do domínio liderança e gestão se correlacionou significativamente com a distância escola-sede (Tabela 65). Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 326 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 66 Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Desenvolvimento curricular Itens 1.Facilita meios para a adaptação do currículo às necessidades dos alunos. 2.Mobiliza recursos e materiais para auxiliar os docentes nas actividades de ensino/aprendizagem. Distância .199 ns .132 ns 3.Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas desenvolvidas se adequam aos resultados .160 ns obtidos. 4.Promove articulação dos programas e disciplinas do agrupamento em consonância com o currículo nacional. ns .043 ns não significativo. Nenhum item do domínio desenvolvimento curricular se correlacionou significativamente com a distância escola-sede ( Tabela 66). Tabela 67. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Gestão das pessoas Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 327 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Itens Distância 1 Monitoriza a evolução das equipas de trabalho, observando e .112 ns registando dados, fomentando reuniões de avaliação formativa e sumativa. 2 Reúne com professores e funcionários, trabalhando em equipa .179 ns objectivando o seu crescimento profissional e da instituição escolar. 3 Estabelece parâmetros para o trabalho docente, referente às .410** metodologias de ensino, gestão de espaços e comunicação com a comunidade educativa. ns não significativo, **p<.01. O item “Estabelece parâmetros para o trabalho docente, referente às metodologias de ensino, gestão de espaços e comunicação com a comunidade educativa” obteve uma correlação positiva e moderada com a distância escola-sede, ou seja, a tendência foi que os professores de escolas mais afastadas respondessem de modo mais favorável a este item (Tabela 67). Os restantes itens não se correlacionaram significativamente com a distância escola-sede. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 328 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 68. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Gestão dos alunos Itens 1 Transmite à comunidade educativa as regras de conduta para os alunos. 2 Assegura a uniformidade das regras do Agrupamento, aplicando equitativamente as penalizações em função do regulamento. 3 Fomenta a troca de experiências de ensino/aprendizagem no Agrupamento. 4 Potencia a conexão de práticas escolares com experiências extraescolares. 5 Assegura informação regular dos processos individuais dos alunos. ns Distância .183 ns .292* .210 ns .203 ns .089 ns não significativo, *p<.05. Uma correlação positiva de baixa magnitude foi observada entre as respostas ao item “Assegura a uniformidade das regras do Agrupamento, aplicando equitativamente as penalizações em função do regulamento” e a distância escola-sede (Tabela 68). Não foram encontradas outras correlações significativas dentro deste domínio. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 329 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Tabela 69. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Desenvolvimento profissional/formação continua Itens 1 Melhora competências de liderança através de formação académica, visando a evolução profissional. 2 Utiliza saberes obtidos através da sua participação em actividades de formação profissional melhorando o seu desempenho. 3 Assume a liderança lançando desafios face à profissão, partilhando ideias e informação com outros profissionais. ns Distância -.095 ns .310 ns .195 ns não significativo, *p<.05. Nenhum item do domínio desenvolvimento profissional/formação continua se correlacionou significativamente com a distância escola-sede (Tabela 69). Tabela 70. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Relação com pais e comunidade Itens 1 Fomenta a participação dos pais na vida da escola através de estratégias de aproximação à comunidade. Distância .192 ns 2 Estabelece protocolos e acordos de cooperação entre o Agrupamento e instituições do meio de forma a ultrapassar as -.118 ns necessidades dos alunos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 330 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 3 Assegura canais de informação que permitam a divulgação do -.110 ns Projecto Educativo a toda a comunidade. 4 Revela conhecer as necessidades da escola/meio promovendo .055 ns acções que visam colmatar as necessidades detectadas. 5 Transmite uma visão positiva do Agrupamento à comunidade, -.042 ns valorizando o sucesso profissional dos docentes. ns não significativo. Nenhum item do domínio com os pais e com a comunidade se correlacionou significativamente com a distância escola-sede (Tabela 70). Tabela 71. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Resolução de problemas/ tomada de decisões Itens 1 Encoraja o debate e a procura de soluções com regularidade no Agrupamento. 2 Disponibiliza informação facilitando tomadas de decisão entre todo o pessoal adstrito ao Agrupamento. 3 Potencia o envolvimento dos docentes na resolução de problemas do Agrupamento. 4 Demonstra flexibilidade e abertura para a resolução diferenciada de problemas. 5 Fomenta o envolvimento participado nas decisões em detrimento das decisões isoladas. ns Tempo de serviço .470** .169 ns .227 ns .146 ns .144 ns não significativo, **p<.01. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 331 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Foi observada uma correlação moderada e positiva entre o item “Encoraja o debate e a procura de soluções com regularidade no Agrupamento” e a distância escola-sede (Tabela 71). Tabela 72. Correlação de Spearman (rho) entre a distância escola-sede e os itens do domínio Comunicação interna do Agrupamento Itens Tempo de serviço 1 Divulga regularmente informação atempada e eficazmente no Agrupamento. .137 ns 2 Utiliza processos mais eficazes para comunicar informações e decisões do Agrupamento além dos tradicionais. .109 ns 3 Ausculta os docentes da recepção da informação veiculada pelos órgãos de administração e direcção. .236 ns 4 Visita as escolas/jardins-de-infância para aferir da chegada e circulação da informação transmitida. .096 ns ns não significativo. Nenhum item do domínio comunicação interna do agrupamento se correlacionou significativamente com a distância escola-sede (Tabela 72). Em síntese, podemos dizer que para a maioria dos itens, não se observam correlações com a distância escola-sede. A excepção acontece com quatro itens que apresentam correlações significativas e positivas, a saber: Define claramente os objectivos do Agrupamento; Estabelece parâmetros para o trabalho docente, referente às metodologias de ensino, gestão de espaços e comunicação com a comunidade educativa; Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 332 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Assegura a uniformidade das regras do Agrupamento, aplicando equitativamente as penalizações em função do regulamento; Encoraja o debate e a procura de soluções com regularidade no Agrupamento. Podemos então dizer que existe alguma tendência para os professores que leccionam em escolas mais distantes da sede avaliarem melhor os quatro aspectos mencionados. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 333 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Conclusão Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 334 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Conclusão “Consequentemente, chegaríamos a uma sociedade participativa quando todos os cidadãos tomassem parte activa e equitativa nessa tríade de produção, gerência e usufruto dos bens de uma sociedade” Dantas, (1988: 35-55) O presente trabalho teve como principal objectivo fazer uma abordagem sistemática e o mais precisa possível dos vários modelos de liderança, tendo em linha de conta as suas influências principais nas organizações educativas. A liderança é um processo social existente desde o aparecimento das organizações. Efectivamente, em qualquer processo de interacção social onde se verifica a presença de dois ou mais indivíduos haverá normalmente a possibilidade do exercício da liderança. Todas as pessoas são líderes em qualquer momento ou circunstância da vida, ou irão desempenhar esse papel de liderança. Todas as pessoas anseiam por líderes, que se tornem em heróis superiores, esquecendo-se ou fingem esquecer-se que todos estamos a liderar pessoas de acordo com uma visão mais ampla, mais solidária, mais humana, mais íntegra e menos complexa. Para que isso aconteça, é necessário mobilização e consciência social, onde se verificam o grande desafio das lideranças actuais, que é a descoberta do significado dessas mesmas lutas. O líder deverá ultrpassar os limites organizacionais, chegando à comunidade e posteriormente à globalidade, identificando-se como um líder facilitador. Tentamos analisar os vários pontos de vista de autores actuais que propôem diferentes modelos de liderança, discutindo e analisando aqueles que mais se ajustam ao desenvolvimento das instituições para o desenvolvimento de equipas de trabalho autónomo, de acordo com teorias como a carismática, a transformacional, a visionária, a distributiva a servidora e ainda nos modelos de liderança potenciados por Chris Dede, Senge e Kouzes e Posner. Em relação à liderança compartilhada, abordamos a questão dos líderes, que devem encorajar os seguidores a serem também eles, verdadeiros líderes, fazendo com que eles utilizem a visão como razão para melhores desenvolvimentos das instituições, permitindo que a liderança encontre soluções para os problemas, com ideias variadas entre os seguidores. A liderança, aqui estudada caracterizada da “Quinta Disciplina” de Peter Senge, centra-se no desempenho das instituições e na necessidade dos seguidores, onde são definidas e Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 335 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança estruturadas cinco disciplinas de aprendizagem que nos dão uma estrutura conceptual, que se particulariza no esforço e desenvolvimento da capacidade de liderança. A liderança visionária de Kouzes e de Posner foi entendida como capaz de transformar o mundo atrvés da realização de visões, de forma desafiadora e energética, no sentido da mesma direcção e finalidade. Abordamos também o modelo combinado de liderança para equipas de trabalho de acordo com as teorias de liderança já referenciadas. Este modelo baseia-se em procedimentos que potenciam o desenvolvimento de habilidades profissionais, de liderança e de eficácia pessoal. O modelo tem uma estrutura de liderança holística, global, defendendo um líder de perfil adequado às dimensões psicossocial, administrativa, técnica e de política de grupo. De acordo com o que referimos anteriormente, o líder deverá possuir formas de implementar as práticas escolhidas, que contemplam três dimensões. A estratégia seguida, foi a de conseguir um modelo de líder com características de sensibilidade para lidar com pessoas, competências para gerir conflitos interpessoais e administrar o clima psicossocial da equipa e com flexibilidade comportamental e equilíbrio nos seus papéis em diferentes situações. Realçar também, a relevância da troca de conhecimentos dos elementos integrantes das instituições para as estratégias das mesmas em função do constante ambiente de mutabilidade. “Nunca houve uma necessidade tão grande de dominar a aprendizagem em equipa nas organizações como hoje. Sejam elas equipas gerenciais, equipas de desenvolvimento de produtos ou forças-tarefas multifuncionais” (Senge, 2002, p. 263). As organizações têm que acompanhar e mesmo prever as mudanças, sendo o trabalho de equipa multifuncional uma ferramenta eficaz para uma competitividade sustentável e energética. A mudança terá que começar pelo comportamento do líder, incorporando novas definições nos processos e rotinas das organizações. O líder como motivador das mudanças deverá aceitar de modo corajoso e rompendo com concepções ultrapassadas de cultura da organização, dando início a um novo processo de edificação cultural através de novos procedimentos eficazes para a organização. De facto, as equipas podem representar um factor crucial na procura de vantagens competitivas, pois os “esforços individuais resultam no desempenho, que é a soma das Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 336 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança contribuições de cada um dos indivíduos” (Robbins, 2001, p. 262). A implementação das equipas como nova forma de gestão, pode alterar a cultura das organizações, transformando o ambiente num sentido de aspirações de performance e de comprometimento. Neste contexto, de análise das lideranças e da sua relevância na eficácia das organizações, realça-se a importância do líder transformacional pela sua capacidade de novos horizontes e definições nas rotinas quotidianas das organizações. Potenciador de mudanças estruturais, o líder transformador que incentiva os elementos da equipa, não apenas a segui-lo, mas para acreditarem na sua visão transformadora da organização, dedicando-se a essa visão, auxiliando a implementar o novo processo,e deste modo comprometerem-se com os resultados alcançados. Este líder deverá ser persistente na condução da organização, na direcção a um novo modo de pensar e fazer as tarefas e desenvolver os trabalhos. Neste trabalho, foi também nossa intenção realizar uma aborgagem sobre as lideranças escolares, no sentido de observarmos como é que os diferentes actores das escolas percepcionam a liderança escolar, ao nível da coordenação de escola, do processo de desenvolvimento curricular do 1.º ciclo do ensino básico, os efeitos da cultura e clima da escola, o comportamento dos alunose do relacionamento com as famílias e com a comunidade educativa. Verificamos ainda que, em Portugal, a gestão das escolas continua fortemente centralizada e burocrática desde o ministério da Educação aos agrupamentos de escola. Logo cada contexto particular de cada escola não é considerado, adoptando-se procedimentos administrativos igualitários julgando-se a “identidade como sinónimo de uniformidade” (Ferreira, 2005, p. 277). Verificámos que os directores das escolas, enquanto principais elementos da sua liderança, têm um papel crucial no sucesso da escola, da sua cultura e na criação do seu clima e edificação da sua identidade. Assim, o sucesso e a cultura organizacional depende muito das lideranças escolares, no sentido da sua orientação para os resultados dos alunos, no sentido de elevar aimagem e reputação externa da escola. A liderança da escola é uma pessoa “aberta ao diálogo”, “comprensiva”, “facilitadora”, e “tolerante”, criando um clima de confiança de estímulo dos professores para contribuírem com as suas ideias para o sucesso da escola. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 337 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança A parte de tudo isto realça-se o trabalho colaborativo que também está relacionada com a forma de exercer a liderança. Assimtodos os actores educativos consideram a liderança da escola como distribuída, partilhada e reflexiva, onde o trabalho em equipa a par da troca de experiências, a participação nas decisões da escola e a partilha de responsabilidades, são chave que caracteriza a escola. Contudo, para que a escola actual assuma como dinamizadora de processos de aprendizagem colectiva, com autonomia curricular é preciso que a administração central, lhe conceda poderes para que nelas haja lideranças fortes e eficazes. É necessário a atribuição de verdadeiras responsabilidades às lideranças das escolas para a tomada de decisões em consonância com os restantes membros da comunidade escolar. Deste modo as lideranças conseguem desenvolver estratégias focalizadas na política da escola, partindo da premissa que esta é um local previligiado de aprendizagem com reflexo em toda comunidade educativa. Dos dados da investigação, emerge ainda que não existem diferenças entre as opiniões dos professores e educadores relativamente ao estilo de liderança utilizado pelo director de escola. O desenvolvimento e a reflexão desta investigação contribuíram para o questionamento e a abertura a novas possibilidades de estudo da liderança em contexto escolar, assente no pressuposto de que a prática da liderança se apresenta como uma tarefa complexa e capaz de gerar diferentes percepções e compreensões. Leva-nos a salientar que existem vários tipos de liderança que possuem características próprias e produzem efeitos diferentes. Devido às especificidades inerentes das organizações escolares consideramos que a liderança, neste contexto, necessita de modelos de participação mais horizontais, onde o líder formal seja um orientador de boas práticas, de apoio e de motivação para um desempenho de qualidade, assente numa concepção de planeamento estratégico que deverá ser desenvolvido em cooperação pelos intervenientes do processo educativo. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 338 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Bibliografia Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 339 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Bibliografia ABREU, A. B. (1982, outubro/dezembro). Novas Reflexões sobre a evolução da Teoria Administrativa: os quatro momentos cruciais no desenvolvimento da teoria organizacional. Revista de Administração Pública, 16, 4. AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION (2009). Publication manual of the American Psychological Association (6th ed.). Washington, APA. ALVES, J. M. (1999). Autonomia, participação e liderança. In A Carvalho; J. M. Alves & M. J. Sarmento (org). Contratos de autonomia, aprendizagem organizacional e liderança. Lisboa, Edições Asa. AVOLIO, B. J. & BASS, B. M. (2004). Multifactor Leadership Questionnaire Manual and sampler set.. Mind Garden. BARDWICK & JUDITH, M. (1996b). Gerência em Tempo de paz e Liderança em Tempo de Guerra. In: Hesselben, F., Goldsmith, M. & Beckhard, R. O líder do futuro. São Paulo, Futura. BARROSO, J. (2000). Autonomia das escolas: da modernização da gestão ao aprofundamento da democracia. In J. Costa, A. Mendes & A. Ventura (org). Liderança e estratégia nas organizações escolares. Aveiro, Universidade de Aveiro. BASS, B. (1985). Leadership and performance beyond expectations. New York, The Free Press. BASS, B & AVOLIO, B. (1994). Improving organizational effectiveness through transformational leadership. Thousands Oaks, CA, Sage Publications. BASS, B. M, BASS & STOGDILL’S (1990a). Handbook of Leadership. Teory, Research, and Managerial Applications. New York, The Free Press. BASS, B. M. (1990b). From transactional to transformation leaderhip: learning to share the vision. Organizational Dynamics. BELL, J. (2003). Como realizar um projecto de investigação. Lisboa, Gradiva. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 340 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança BENNIS, W & NANUS, B. (1985). Leaders: Strategies for taking charge. New York, Harper Collins. BENTLEY, T (2001). The creative society: reuniting schools and lifelong. In Fielding, M. (ed) (2001). Taking Education Really Seriously Four Years Hard Labour. London, Routledge falmer. BERGAMINI, C. W. (1994). Liderança Administração do Sentido. São Paulo, Atlas. BERGAMINI, C. W. & CODA, ROBERTO (1997). Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. São Paulo, Atlas. BERGAMINI, C. W. (2002). O líder eficaz. São Paulo, Atlas. BLASE, J, & ANDERSON. (1995). The Micropolitics of Educational Leadership: From Control to Empowerment. London, Casell. BLIGLIAZZI, S. M. L. (2007). Liderança e formação académica – Uma análise da contribuição dos cursos de pós-graduação lato-sensu em gestão na opinião dos alunos. São Caetano do Sul, Universidade Municipal de São Caetano do Sul – IMES. BOGDAN, R. & BICKLEN, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação – Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto, Porto Editora. BOLÍVAR, A. (2000). Los centros educativos como organizaciones que aprendem. Promesa y realidad. Madrid, Editorial la Muralla, SA. BOLT, JAMES (1996). Desenvolvendo líderes tridimensionais. In: Hesselbein, F., Goldsmith, M. & Beckhard, R. O líder do futuro. São Paulo, Futura. BRADLY, A. (1993, 31 de março). By Asking Teachers About Context of Work, Center Moves to the Cutting Edge of Research. Education week. BRON, J. N. & HANNAN, M. T. (2002). Organizational blueprints for success in high-tech start-ups: Lessons from the Stanford project on emerging companies. California management Revew, 44, 3, 8-36. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 341 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança BRUNET, L. (1992). Clima de trabalho e eficácia da escola. In A. Nóvoa (coord). As organizações escolares em análise. Lisboa, Publicações Dom Quixote e Instituto de Inovação Educacional. BRYMAN, ALAN (2004a). Liderança nas organizações. In: Handbook de estudos organizacionais. CALDAS, Miguel GACHIN, Roberto & FISCHER, Tânia (Org.). São Paulo, Atlas. BRYMAN, ALAN (2004b). Liderança nas organizações. In: CLEGG, STEWART, R. et al. Handbook de estudos organizacionais. São Paulo, Atlas. BRYK, A. et al (1998). Charting Chicago School Reform. Boulder, CO, Westview Press. BURNS, J. M. (1978). Leadership. New York, Harper and Row. BUSH, TONY & COLEMAN, MARIANE. (2000). Leadership and Strategic Management in Education. London, Paul Chapman Publishing. CAMPOS, ALEXANDRE M. (1995). A Intervenção Psicológica em Grupos. Porto, Universidade do Porto. CANGEMIN, J.P., KOWALSKI, C.J., KHAN & K: H. (1998). Leadership Behaviors. New York, Univeristy Press of America. CARTWRIGHTt, M. (1993, 21 de outubro). Presentation to the Principals Center. Trinity University, San António, Tex.. CASTANHEIRA, P. & COSTA, J. A. (2007). Liderança transformacional, transaccional e “laissez-faire”: um estudo exploratório sobre os gestores escolares com base no MLQ. In J. Sousa & C. Fino (org.). A Escola sob Suspeita. Porto, Edições ASA. CHANG, RICHARD. Y. (1999). Construindo uma equipe de sucesso. São Paulo, Futura. CHIAVENATO, IDALBERTO (2000). Administração – Teorias, Processos e Prática. São Paulo, Makron Books. CHIAVENATO, IDALBERTO (2000). Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro, Campus. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 342 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança CHIAVENATO, IDALBERTO (2005). Gerenciando com as pessoas: transformando o executivo em um excelente gestor de pessoas. Rio de Janeiro, Elsevier - Ed. Campus. CHIZZOTTI, A. (2006). Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, Vozes. CHIZZOTTI, A. (2006). Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, Vozes. CHOPRA, D. (2002). A alma da liderança. HSM Management. Nova York, julago. DAY, C. et al. (2000). Leading Schools in Times of Chang. Buckingham. Open University Press. DAY, C. (2001). Desenvolvimento Profissional de Professores: os desafios da aprendizagem permanente. Porto, Porto Editora. DAY, C. (2004). The passion of successful leadership. School Leadership and Management. 24, 4. DECRANE, Alfred, C. JR. (1996). Um modelo constitucional de liderança. In: Hesselbein, F, Goldsmith, M & Beckhard, R. O líder do futuro. São Paulo, Futura. DEDE, CHRIS (1993). Leardership without followers. In: Kearsley, G. W. (Eds.). Educational Technology: Leadership Perspectives. Englewood Cliffs, NJ, Educational Technology Publications. DENZIN, N. K. & LINCOLN, Y. S. (2000). Handbook of qualitative research. California, Sage Publications. DIOGO, J. (2004). Liderança das Escolas: sinfonia ou jazz? In J. Costa, A. Neto Mendes & A. Ventura. Políticas e gestão local da educação: Actas do III simpósio sobre organização e gestão escolar. Aveiro, Universidade de Aveiro. DOLABELA, FERNANDO (1999). A oficina do empreendedor: a metodologia de ensino que ajuda a transformar conhecimento em riqueza. São Paulo, Cultura Editores Associados. DONALDSON, G. (2001). Cultivating Leadership in Schools: People, Purpose and Practice. New York, Teachers College Press. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 343 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança EARLY, P. et al. (2002). Establishing the Current State of School Leadership In England. Institute of Education, University of London. FACHIN, O. (2001). Fundamentos de metodologia. São Paulo, Saraiva. FAYOL, HENRI (1982). Administração industrial e geral. São Paulo, Atlas. FEINBERG, W. (1993). Japan and the Pursuit of a New American Identify. Nova Iorque, Routhedge & Kegan Paul. FERGUSON MARILYN (1997). A conspiração aquariana: transformações pessoais e sociais nos anos 80. Rio de Janeiro, Record. FERREIRA, F. (2005). Os agrupamentos de escolas: lógicas burocráticas e lógicas de mediação. In J. Formosinho, A. Fernandes, J. Machado, F. Ferreira. Administração da educação: lógicas burocráticas e lógicas de mediação. Porto, Edições Asa. FERREIRA, F., M. & SANTOS, E. (2007, 12 a 14 de abril). Dependência e Identidade: a gestão das escolas do 1.º ciclo do ensino básico no contexto dos agrupamentos de escolas. Comunicação apresentada no III Congresso Nacional do Fórum Português de Administração Educacional: O Governo das escolas: os novos referenciais, as práticas e a formação. Lisboa, Faculdade de Psicologia e de Educação da Universidade de Lisboa. FODDY, WILLIAM (2002). Como Perguntar – Teoria e Prática da Construção de Perguntas em Entrevistas e Questionários. Oeiras, Celta Editora. FONTOURA, M. M. (2006). Do projecto educativo de escola aos projectos curriculares: fundamentos, processos e procedimentos. Porto, Porto Editora. FRIED, R. (1995). The passionate teacher: a practical guide. Boston, Beacon Press. FULLAN, M. G. (1991). The New Meaning of Education Change. Nova Iorque, Teachers College Press. FULLAN, M. & HARGREAVES, A. (2001a). Por que é que vale a pena lutar? O trabalho de equipa na escola. Porto, Porto Editora. FULLAN, M. (2001b). Leading in a Culture of Change. San Francisco, Jossey-Bass. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 344 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança FULLAN, M. (2002). Leadership and Sustainability. In Principal Leadership, 3, 4. FULLAN, M. (2004). Leadership across the system. Insight. FULLAN, M. (2005). Leadership and sustainability: System thinkers in action. Thousand Oaks, CA, Corwin Press. GARDNER, J. W. (1986, junho). The Heart of the Matter; Leader-Constituent Interaction. Leadreship Papers No. 3 Washington D. C., Indenpendent Sector. GHIGLIONE, RODOLPHE & MATALON, BENJAMIN (2005). O Inquérito – Teoria e Prática. Oeiras, Celta Editora. GIL, ANTÓNIO CARLOS (1999). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. S. Paulo, Editora Atlas S.A.. GOLEMAN, D. (1996). Inteligencia Emocional. Lisboa, Círculo de Leitores. GOLEMAN, DANIEL (2000). Leadreship that gets results. Havard Business Review, março/abril. GOLEMAN, D. et al. (2002). Os novos líderes: Inteligência emocional nas organizações. Lisboa, Gradiva. GRONN, P. (1995). Greatness Re-Visited: The Current Obsession with Transformation Leadership. Leading and Managing, 1, 1. GRONN, P. (2000). Distributed properties: a new architecture or leadership. Educational Management and Administration, 28, 3. GUIDA, FREDERICO ANTÓNIO (1980). Panorama Gerald a Administração. Rio de Janeiro, Campus. HAIR, J., ANDERSON, R. E., & TATHAM, R. L. (1995). Multivariate data: Analysis with readings . New Jersey, Prentice-Hall. HARGREAVES, A. & FINK, D. (2003). Sustaining leadership. Phi Delta Kappan. HARRIS, A. (2003). Teacher leadership as distributed leadership: heresy, fantasy or possibility? School leadership and Management, 23, 3. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 345 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança HARRIS, A. (2004). Editorial: School leadership and school improvement: a simple and complex relationship. School Leadership and Management, 24, 1. HECKSCHER, C. (1994). Defining the Post-Bureaucratic Type. In C. Heckscher & A. Donnellon (eds). The post-bureaucratic organization. New perspectives on organizational changes. Thousand Oaks, California, Sage Publications. HEIFETZ, R. (1994a). Leadership: No Easy Answers. Cambridge, Mass, Belknap Press. HEIFETZ, R. A. (1994b). Leadersship Without Easy Answers, Cambridge, Massachusetts, London, The Telknap Press of Harvard University Press. HEIFTZ, R. (1999, maio/junho). Os novos desafios. HSM Management – Informação e Conhecimento para a Gestão Empresarial, ano 3, 14, Maio/Junho. HELLER, ROBERT (2000). Como gerenciar equipes. São Paulo, Publifolha. HERSEY, PAUL & BLANCHARD, KENNETH (1977). H. Psicologia para administradores de empresas. São Paulo, EPU. HERSEY, PAUL BLANCHARD, KENNETH (1986). Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da Liderança Situacional. São Paulo, EPU. HILL, M.& HILL, A. (2005). Investigação por Questionário. Lisboa, Edições Sílabo. HILL, P. T., FOSTER, G. E., & GENDLER, T. (1990). High Schools With Character. Santa Monica, California, Rand. HILL, T., LEWICKI, P. (2006). Statistics – Methods and Applications. A comprehensive Reference for Science, Industry and Data Mining. StatSoft Inc. HOPKINS, D. (1996). Estratégias para el desarrollo de centros educativos. In A. Villa (Ed). Dirección participativa y evaluación de centros. Deusto: ICE de la Universidad de Deusto. HOUSE, ROBERT. J. A. (1971). Path-Goal Theory of Leader Effectiveness. Administrative Science Quarterly. 17, 5. HOWELL, D. (2002). Statistical methods for psychology. Duxbury, Pacific Grove. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 346 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança HOWELL, D. (2002). Statistical methods for psychology. Duxbury, Pacific. IMANTS, J. (1996). Teachers'and principals'sense of efficacy in elementary schools. Teaching and Teacher Education, 12. JAWORSKY, JOSEPH. (2000). Sincronidade: o caminho interior da liderança. São Paulo, Ed. Best Seller. JULDE, T.A. e BONO, J. E. (2000). Five-Factor modelo f personality and transformational leadership. Journal of Applied Psychology, 85. 751-765. KANTER, R. M. (1994). The New Managerial Work. Havard Business Review. Paperbak n.º 90064. KATZ, D. KAHN, R. L, (1974). Psicologia social das organizações. São Paulo, Atlas. KATZENBACH, JON. R.; SMITH, DOUGLAS. K.(1993). The Wisdom of Teams: Creating the High-Performance Organization. Boston, Harvard Business School Press. KETELE, J. M. & ROEGIERS, X. (1993). Metodologia da Recolha de dados – Fundamentos dos métodos de observações, de questionários, de entrevistas e de estudode documentos. Lisboa, Instituto Piaget. KIRKPATRIK, SHELLEY A. & LOCKE A. (1991). Lerdership:do traits matter? Academy of management Executive, 5, 2. KOLASA, BLAIR J. (1978). Ciência do comportamento na administração. Rio de Janeiro, Livros técnicos e científicos. KOTTER, J. P. (1988). The leadership factor. New York, Free Press. KOTTER, J. (2000). Afinal, o que fazem os líderes: a nova face do poder e da estratégia. Rio de Janeiro, Campus. LEITHWOOD, K. et al. (1996). Preparing school leaders: What works? Journal of School Leadership, 6, 3. LEITHWOOD, K., JANTZI, D. & STEINBACH, R. (1999). Changing Leadership for Changing Times. London, Open University Press. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 347 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança LEITHWOOD, K. & JANTZI, D. (2000). The effects of transformational leadership on organizational conditions ans student engagement with school. Journal of Educational Administration, 38, 2. LEITHWOOD, C. (2002). The Move Toward Transformational Leadership. Educational Leadership, 49, 5. LEVINE, A. (2005). Educating School Leaders. New York, The Education School Project. LIMA, LICÍNIO. (1999). Autonomia da pedagogia da autonomia. Inovação, 12. LIMA, J. A. & PACHECO, J. A. (org.). (2006). Fazer investigação – Contributos para a elaboração de dissertações e teses. Porto, Porto Editora. LORENZO DELGADO, M. (1994): El Liderazgo en os Centros Docentes. La Muralla, Madrid. LORENZO DELGADO, M. (1996): Reconstruyendo la dirección escolar: El Director como función clave de la ecoorganización educativa. Ponencia VIJornadas de Estudio sobre el Sistema Educativo. Granada, Abril. LORENZO DELGADO, M. (1997): El modelo socialista de dirección de centros educativos en los informes del Consejo Escolar del Estado y de las comunidades Autónomas. Publicaciones, Revista de La E.V. de E. G. B. Homenage a Manuel Olmedo Melilla. LORENZO DELGADO, M. (2004): “La función del liderazgo de la dirección escolar: Una competencia transversal”. Enseñanza. Anuario Interuniversitario de Didáctica. Vol. 22. Salamanca. LORENZO DELGADO, M. (2004): El liderazgo educativo en el movimiento Scout. En A. LUCAS y otros (coords.): Educación Scout. Una pedagogía activa y participativa. Andalucía, Granada, Ed. COMEDES y ASDE. LORENZO DELGADO, M. (2005): “El liderazgo en las organizaciones educativas: Revisión y perspectivas actuales”. Revista Española de Pedagogía. Año XIII, nº 232, septiembrediciembre. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 348 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança MACINTYRE, A. (1981). After Virtue: A Study in Moral Theory. Notre Dame, Ind., University of Notre Dame Press. MAQUIAVEL, G. A. (1980a). A Política e o Estado Moderno. Porto Alegre. MAQUIAVEL, G. A. (1980b). A Política e o Estado Moderno. Porto Alegre. MARQUES B.B. HUSTON, C. J. (2002). Administração e liderança. São Paulo, Artes modernas. MATOS, A. (1997). Liderança, clima de escola e inovação: inter-relações etológicas. Um estudo de caso. Dissertação de mestrado não publicada. Universidade Católica Portuguesa. MATOS, A. (2000). Liderança, clima de escola e inovação: inter-relações etológicas. IV Congresso Português de Sociologia. MAXIMIANO, A. C. A. (2000). Teoria Geral da Administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada. São Paulo, Atlas. MCGREGOR, DOUGLAS (1960). The human side of enterprise. New York, Mcgraw-hill. MCLAUGHLIN, M. & TALBERT, J. (2001). Professional Communities and the Work of High School Teaching. Chicago, University of Chicago Press. MELÉNDEZ, SARA (1996a). Uma visão de fora da liderança. In Hesselbein, F, Goldsmith, M., & Beckhard, R.. O líder do futuro. São Paulo, Futura. MELÉNDEZ, SARA (1996b). Uma visão de fora da liderança. In Hesselbein, F., Goldsmith, M., & Beckhard, R. O líder do futuro. São Paulo, Futura. MILES, M. B. & HUBERMAN, A. M. (1994). Qualitative data analysis. Oaks, Sage Publications. MITCHELL, TERENCE R. & LARSON Jr., JAMES R. (1987). People in organizations: an introduction to organization Behavior. New York, Mcgraw-Hill. MORGADO, J. (2004). Liderança e autonomia: impacto na mudança das práticas curriculares. Revista Educação da universidade do Vale do Itajaí. 4, 3. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 349 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança MORGADO, J. (2002). Autonomia curricular: coerência entre o local e global. In: M. Fernandes et al.. O particular e o global no virar do milénio. Actas do V Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Lisboa, Colibri. MORGAN, G. (1993). Imagination: the art of creatibe management. London, Sage. MOSCOVICI, FELA (1994). Equipes dão certo: a multiplicação de talentos humanos. Rio de Janeiro, Livro. José Olímpio. NANUS, B. (1992). Visionary Leadership: Creating a Compelling Sense of Direction for Your Organization. São Francisco, Jossey-Bass. NANUS, BURT (2000). Liderança Visionária. Rio de Janeiro, Campus. NICOLl & PEXMAN (1999). Associação Americana de Psicologia. APA (2001). NUR, YUSUF AHMED (1998, julho/agosto). Chrisma and managerial leadership: The gift that never was. Business Horizons, 41, 4. OLIVEIRA, LÚCIA (2004). Escola – comunidade colaborativa: que autonomia? In Documentos de apoio – Disciplina de Supervisão Pedagógica. Dissertação de Mestrado em Supervisão e Coordenação da Educação, Porto, Universidade Portucalense. OLIVEIRA, LÚCIA, PEREIRA, ANABELA M. SOUSA & SANTIAGO, RUI (orgs.) (2004). Investigação em Educação – Abordagens Conceptuais e Práticas. Porto, Porto Editora. OLIVEIRA, S. L. (1999). Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira. PACHECO, J. (2003). O que se decide sobre o currículo. In C. de Sousa e M. Ricardo (Org). Uma escola com sentido: o currículo em análise e debate. Lisboa, edições Universitárias Lusófonas. PALMER, PARKER J. Good Talk About Good Teaching. (1993). Improving Teaching Through Conversation and Cmmunity. Change Magazine. Washington, 25, 6. PARASKEVA, J. (1998). Projectos de reflexão curricular participada: uma abordagem deliberative do curriculo. In J. Pacheco, J. Paraskeva & A. Silva. Reflexão e inovação curricular. Braga, Centro de Estudos em Educação e Psicologia. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 350 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança PARKER, GLENN, M. (1995). O poder das equipes: um guia prático para implementar equipes interfuncionais de alto desempenho. Rio de Janeiro, Ed. Campus. Pereira, F., Costa, N. & Neto-Mendes (2004). Colaboração docente na gestão do currículopapel do departamento curricular. In A. COSTA et al. (org). Gestão curricular: percurso de Investigação. Aveiro, Universidade de Aveiro. PETTIGREW, A. (1987). Context and action in trasformation of the firm. Journal of Management Studies, 24, 6. POLLARD, WILLAM C. (1996). O líder servidor. In: Hesselbein, F. Goldsmith, M. Beckhard, R. O lider do futuro. São Paulo, Futura. PRAWAT, R. S. (1992). From Individual Differences to Learning Cmmunities- Our Changing Focus. Educational Leadership. PRAWAT, R. S. (1993). The Role of the Principal in the Development of Learnnig Communities. Wingspan: The Pedamorphosis Communique. QUIVY, R. & CAMPENHOUDT, L. (1992). Manual de investigação em ciências sociais. Lisboa, Gradiva. QUIVY, R. & CAMPENHOUDT, L. V. (2003). Manual de Investigação em Ciências Sociais. Gradiva, Lisboa. REYNOLDS; H. T. (1984). Analysis of Nominal Data. Beverly Hills, Sage Publications. ROBBINS, HARVEY, FINLEY, MICHAEL (1997). Porque as equipes não funcionam. Rio de Janeiro, Ed. Campus. ROBBINS, S. P. (1999). Comportamento Organizacional. São Paulo, Prentice Hall. México. ROBBINS, S. P. (2001). Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo, Saraiva. RUBIN, HARRIET. The Power of Words. New York, Fast Company. SANCHES, FÁTIMA (1996). Imagens de liderança educacional: acção tecnocrática ou acção moral e de transformação?. Revista de Educação, I, 1. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 351 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança SANCHES, M. (2000). Da natureza e possibilidade da liderança collegial das escolas. In Costa et al. (org). Liderança e estratégia nas organizações escolares. Aveiro, Universidade de Aveiro. SAMPAIO, (2004). Comportamento e Cultura Organizacional. Lisboa, Editorial. SCHARFER, R. J. (1967). The School as a Center of Inquiry. Nova Iorque, Harper Collins. SCHOLTES, PETER R. (1999). O Manual do Líder: um guia para inspirar equipa e gerenciar o fluxo de trabalho no dia a dia. Rio de Janeiro, Qualitymark Ed. SELZNICK, P. (1957). Leadership in Administration. Berkeley, University of California Press. SENGE, PETER. (1990). A Quinta Disciplina: Arte. Teoria e Prática da Organização da Aprendizagem. São Paulo, Best Seller. SENGE, PETER. (1990). The Fifth Discipline. The Art and the Practice Learning Organization. London, Century Business. SENGE, PETER et al. (2000). A dança das mudanças: os desafios de manter o crescimento e o sucesso em organizações que aprendem. Rio de Janeiro, Ed. Campus. SENGE, P. M. (2002). A Quinta Disciplina: arte e prática da organização que aprende. São Paulo, Best Seller. SERGIOVANNI, T. J. (1990a). Value-Added Leadership. San Diego, Harcourt Brace Jovanovivh College Division. SERGIOVANNI, T. (1990b). The principalship: a reflective perspective. Massachussettes, Alan and Bacon. SERGIOVANNI, T. (1994). Leadership and excellence in schooling. Educational Leadership, February. SERGIOVANNI, T. (2004). O Mundo da Liderança. Porto, Edições Asa. SHAMIR, B. HOUSE, R. J. & ARTHUR, M. B. (1993). The motivational effects of charismatic leadership: A self-concept based theory. Organizacional Science, 4. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 352 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança SHAMIR, B. ZAKAY, E. BREININ, E. & POPPER, M. (1998). Correlates of charisma leader behaviour in military units: Subordinates attitudes, unit characteristics, and superiors appraisals of leader perfomance. Academy of Management Journal, 41. SMYTH, J. (1994). Una concepción pedagógica e educativa del liderazgo escolar. In J. Escudero & M. González (1994). Escuelas y profesores. Hacia uns reconversión de los centros y la función docente? Madrid, Ediciones Pedagógicas. SMITH, P. B. & PETERSON, M. F. (1994). Liderança e Cultura. Pioneira, São Paulo. SOUSA, A. B. (2005). Investigação em Educação. Lisboa, Livros Horizonte. SPILLANE, J. et al. (2001). Investigating school leadership practice: a distributed perspective. Educational Researcher, 30, 3. STARRAT, ROBERT (1993). The Drama of Leadership. London, The Falmer Press. STEERS, R. M, L. W. & BIGLEY, G. A. (1996). Motivation and leadership at Work. New York, The McGraw-Hill. STOGDILL, RALPH M. (1950, janeiro). Leardership, membership and organization. Psychological Bulletin. Ohio, 47, 1. STONER, J. A. F. (1985). Administração. Cap. 16: Motivação, desempenho e satisfação. Rio de Janeiro, prentice/Hall. TANNENBAUM, R (1999). WESCHLER, I. R.; MASSARIK, F. (1972). Liderança e Organização: uma abordagem de ciência do comportamento. São Paulo, Atlas. TAYLOR, FREDERICH WINSLOW (1970). Principios de administração científica. São Paulo, Atlas. TERRY, R. W. (1993). Authentic Leadreship: Courage in Action. São Paulo, Atlas. TESTA, MARK. R. (2001). Hospitality Leaders: Do They Know Their Employees Feel About Them?. The Cornell Hotel and Restaurant Administration Quarterly. 42. TICHY, NOEL (1997). The Leadership Engine. How Winning Companies Build Leaders at Every Level. Business Week. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 353 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança TURKER, (1981). Depiste the spkepticism abaut the reality and importance of leadership, all social and political movements require leaders to begin then. ULRICH, DAVE, BROCHBANK, WAYNE & SMALLWOOD, NORM (2005). Leaders add value, Leadership Excellence, 22, 2, 11-12. URIBE, M. (2005). A liderança docente na construção da cultura escolar de qualidade. Revista Prelac, 1. VERGARA, S. C. DAVEL, E.. Gestão com Pessoas e Subjectividade. São Paulo, Atlas. VERGARA, S. C. (2003). Gestão de pessoas. São Paulo, Ed. Atlas. VROOM, V. H: & YETTON, P. W. (1973). Leadership and decision making. Pittsburgh, university of Pittsburgh Press. VROOM, V. H. & JAGO, A. G. (1988). The new leadership managing participation in organizations. Englewood Cliffs, New Jersey, Prentice Hall. VROOM, VICTOR H. & ARTHUR G. (1990). El Nuevo liderazgo: Dirección de la participación en las organizaciones. Madrid, Diaz de Santos. WEICK, KARL. E. (1976). Educacional organizations as loosely coupled systems. Administrative Science Quarterly, 21. WOFFORD, J. C. et al. (1998). A field study of a cognitive approach to understanding transformational and transactional leadership. Leadership Quarterly, 9, 1. YIN, R. K. (2005). Estudo de caso – Planeamento e Métodos. Porto Alegre, Bookman. YUKL, GARY. A. (1997). Liderança Carismática e Transformacional. In: Bergamini, Cecília & Coda, Roberto (Orgs). Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. São Paulo, Atlas. YUKL, GARY (1998). Leadership in organizations. London, Prentice-Hall International Edition. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 354 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança DECRETO-LEI nº 115-A/98 de 4 de Maio. Aprova o regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, bem como dos respectivos agrupamentos. Obtido em http://dre.pt/sug/1s/diplomas-lista.asp DECRETO-LEI nº 75/2008 de 22 de Abril. Aprova o regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário. Obtido em http://dre.pt/sug/1s/diplomas-lista.asp DESPACHO nº 4848/97 de 30 de Julho. Celebração de protocolos entre o Departamento de Educação Básica e os estabelecimentos de ensino, após parecer das respectivas direcções regionais de educação, para o desenvolvimento de projectos de gestão flexível dos currículos do ensino básico, nos termos constantes do anexo ao despacho. Obtido em http://evtagostinho.no.sapo.pt/legislacao.htm DESPACHO NORMATIVO nº 27/97 de 2 de Junho. Regulamenta a participação dos órgãos de administração e gestão dos jardins-de-infância e dos estabelecimentos dos ensinos básico e secundário no novo regime de autonomia e gestão das escolas. Obtido em http://dre.pt/sug/1s/diplomas-lista.asp LEI nº 46/86 de 14 de Outubro. Lei de Bases do Sistema Educativo. Estabelece o quadro geral do sistema educativo. Obtida em http://dre.pt/sug/1s/diplomas-lista.asp LEI nº 24/99 de 22 de Abril. Primeira alteração, por apreciação parlamentar, do Decreto-Lei nº 115-A/89, de 4 de Maio - aprova o regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, bem como dos respectivos agrupamentos. Obtida em http://dre.pt/sug/1s/diplomaslista.asp. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 355 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Recomendações Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 356 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Recomendações Sabemos que a liderança é um processo complexo que depende do contexto específico das organizações e das escolas. Não pretendemos, por conseguinte, generalizar dados, mas apenas contribuir para uma melhor compreensão da problemática e lançar pistas para futuras investigações. Em futuras investigações seria interessante aprofundar o tema da liderança aumentando o número de participantes no estudo, de modo a envolver os elementos que, directa ou indirectamente, interferem na dinâmica escolar (com maior número de professores e educadores. Também para uma melhor compreensão da liderança em contexto escolar, poder-se-ia recorrer a um estudo de caso onde pudéssemos utilizar outros instrumentos, como as entrevistas e a observação. Na nossa opinião, este trabalho propiciou-nos uma reflexão profunda no âmbito da liderança de topo nas escolas e agrupamentos dos concelhos seleccionados, constituindo, um momento preponderante de desenvolvimento pessoal e profissional. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 357 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Anexos Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 358 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Universidade Granada DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO Questionário Colega: O presente questionário insere-se no âmbito de um Doutoramento em Ciências da Educação pela Universidade de Granada (Espanha), tendo como finalidade realizar uma investigação relacionada com liderança de topo nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico, para auscultação da satisfação dos docentes em relação às lideranças. Solicitamos a sua colaboração, para o preenchimento do presente inquérito. É nosso compromisso, usar os dados recolhidos apenas para a finalidade da investigação educacional. Convicto que terá em conta o nosso pedido, pedimos-lhe que nos ajude, na concretização da nossa investigação, agradecendo a sua disponibilidade. José Manuel Neves Coimbra DADOS PESSOAIS/PROFISSIONAIS a) Habilitações académicas: (assinale com X a sua situação) Doutoramento Mestrado Licenciatura Formação Bacharelato Especializada/pós-graduação Outra Qual? _____________________________________________________ b) Nível de Ensino que lecciona: (assinale com X a sua situação) Educador(a) de Infância… Professor(a) do 2.º CEB… Professor(a) do 1.º CEB… Professor(a) do 3.º CEB… Professor(a) do Secundário.... c)Categoria Profissional: (assinale com X a sua situação) Educ.(a) do Quadro de Escola Educ.(a) Quadro de Agrupamento Edu.(a) Contratada(o) Prof.(a) Quadro de Escola Prof.(a) Quadro de Agrupamento Professor(a) Contratada(o) d)Anos de serviço docente: __________. Sexo: Masculino Feminino Idade: _________ anos. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 359 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Parte I (Assinale com X a sua opção) 1. Conhece o Director(a) do seu Agrupamento Sim Não 2. Quantas vezes falou com o Director(a) do seu Agrupamento 2.1. Pessoalmente: Nunca de 1 a 3 vezes de 4 a 6 vezes mais de 6 vezes 2.2. Em reuniões: Nunca de 1 a 3 vezes de 4 a 6 vezes mais de 6 vezes 3. Se não é docente na Escola Sede do Agrupamento, responda às questões: 3.1, 3.2. 3.1. Quantas vezes esteve com o Director(a) na sua Escola/Jardim de Infância: Nunca 3.2. de 1 a 3 vezes de 4 a 6 vezes mais de 6 vezes A que distância fica a sua Escola da Sede do Agrupamento?________ km. 4. Cargos em órgãos do seu Agrupamento? (Assinale com X a sua opção). Assembleia Conselho Pedagógico Director de Turma Coord. De Departamento Coord. de Estabelecimento Outro (qual?)________________________________________ Parte II Pretendemos conhecer a sua opinião em relação ao desempenho do Director do Agrupamento onde leccona. Pedimos, que das afirmações que se seguem seleccione com que frequência de acordo com a escala seguinte fazendo um (X) no número que esteja de acordo com a sus opinião. Responda às questões utilizando a seguinte escala: 1 Nunca 2 Por vezes 3 Sempre Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 4 Sem opinião 360 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1. Domínio Clima/Ambiente do Agrupamento O Director Define claramente os objectivos do Agrupamento. 1 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 1 2 3 4 2 Encoraja os docentes a participarem no planeamento e implementação de projectos, 1 parcerias e protocolos. Revela visão e estratégia transformacional no tocante ao sucesso educativo. 2 3 4 1 2 3 4 2 3 4 2 3 4 2 3 4 2 Deposita expectativas de níveis de desempenho elevados nos docentes e alunos. Valoriza a iniciativa e a excelência do impacto das aprendizagens. 3 Proporciona autonomia suficiente aos docentes para programarem e organizarem as suas aulas. 4 Promove o diálogo e cooperação entre grupos, turmas e disciplinas. 5 Modera de forma competente e dinâmica a gestão de conflitos. 6 7 Potencia a comunicação e flexibilidade nas relações entre docentes em ambiente de confiança e solidariedade. Facilita e apoia projectos e acções que facilitam um ambiente positivo e construtivo de trabalho. 8 2. Domínio Liderança e Gestão do Agrupamento O Director Fomenta uma criteriosa gestão dos recursos humanos e financeiros. 3 4 5 6 Fomenta abertura à cultura, inovação e experimentação, valorizando o trabalho das pessoas 1 e das equipas. Exerce autoridade assente em conhecimentos e competências formalizados em equidade e 1 justiça. Analisa e aplica resultados de trabalhos de investigação educacional para a melhoria do 1 Agrupamento. Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 361 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1 Nunca 3. 2 Por vezes 3 Sempre 4 Sem opinião Domínio Desenvolvimento Curricular O Director Facilita meios para a adaptação do currículo às necessidades dos alunos. 1 1 3 Mobiliza recursos e materiais para auxiliar os docente nas actividades de 1 ensino/aprendizagem. Supervisiona os processos de ensino/aprendizagem assegurando que as actividades lectivas 1 desenvolvidas se adequam aos resultados obtidos. Promove articulação dos programas e disciplinas do agrupamento em consonância com o 1 curriculo nacional. 4 4. 2 3 4 2 3 4 2 3 4 2 3 4 2 3 4 2 3 4 2 3 4 Domínio Gestão das Pessoas O Director 1 2 3 Monitoriza a evolução das equipas de trabalho, observando e registando dados, fomentando 1 reuniões de avaliação formativa e sumativa. Reúne com professores e funcionários, trabalhando em equipa objectivando o seu 1 crescimento profissional e da instituição escolar. Estabelece parâmetros para o trabalho docente, referente às metodologias de ensino, gestão 1 de espaços e comunicação com a comunidade educativa. 5. Domínio Gestão dos Alunos O Director Transmite à comunidade educativa as regras de conduta para os alunos. 1 1 2 3 4 2 Assegura a uniformidade das regras do Agrupamento, aplicando equitativamente as 1 penalizações em função do regulamento. Fomenta a troca de experiências de ensino/aprendizagem no Agrupamento. 2 3 4 3 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 Potencia a conexão de práticas escolares com experiências extra-escolares. 4 Assegura informação regular dos processos individuais dos alunos. 5 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 362 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1 Nunca 6. 2 Por vezes 3 Sempre 4 Sem opinião Domínio Desenvolvimento Profissional/Formação Contínua O Director 1 Melhora competências de liderança através de formação académica, visando a evolução 1 profissional. Utiliza saberes obtidos através da sua participação em actividades de formação profissional 1 melhorando o seu desempenho. Assume a liderança lançando desafios face à profissão, partilhando ideias e informação 1 com outros profissionais. 2 3 4 2 3 4 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 1 2 3 4 2 Disponibiliza informação facilitando tomadas de decisão entre todo o pessoal adstrito ao 1 Agrupamento. Potencia o envolvimento dos docentes na resolução de problemas do Agrupamento. 2 3 4 3 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 2 3 7. Domínio Relação com Pais e Comunidade O Director 1 2 3 4 5 Fomenta a participação dos pais na vida da escola através de estratégias de aproximação à comunidade. Establece protocolos e acordos de cooperação entre o Agrupamento e instituições do meio de forma a ultrapassar as necessidades dos alunos. Assegura canais de informação que permitam a divulgação do Projecto Educativo a toda a comunidade. Revela conhecer as necessidades da escola/meio promovendo acções que visam colmatar as necessidades detectadas. Transmite uma visão positiva do Agrupamento à comunidade, valorizando o sucesso profissional dos docentes. 8. Resolução de Problemas/Tomadas de Decisões O Director Encoraja o debate e a procura de soluções com regularidade no Agrupamento. Demonstra felexibilidade e abertura para a resolução diferenciada de problemas. 4 Fomenta o envolvimento participado nas decisões em deterimento das decisões isoladas. 5 Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 363 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança 1 Nunca 9. 2 Por vezes 3 Sempre 4 Sem opinião Domínio Comunicação Interna do Agrupamento O Director Divulga regularmente informação atempada e eficazmente no Agrupamento. 1 2 3 4 1 Utiliza processos mais eficazes para comunicar informações e decisões do Agrupamento 1 além dos tradicionais. Ausculta os docentes da recepção da informação veiculada pelos órgãos de administração e 1 direcção. Visita as escolas/jardins de infância para aferir da chegada e circulação da informação 1 transmitida. 2 3 4 2 3 4 2 3 4 2 3 4 Obrigado pela colaboração Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 364 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 365 Liderança Escolar nos Agrupamentos de Escolas do Ensino Básico – Um Novo Paradigma de Liderança Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 366