DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE
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DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE
DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Rumo aos Desafios: Capacitação, Nacionalização & Cooperação das Empresas do Setor Belo Horizonte, Junho de 2008 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS FICHA TÉCNICA Realização: Sistema FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais Presidente: Robson Braga de Andrade IEL – NRMG - Instituto Euvaldo Lodi Gestor: Olavo Machado Júnior Superintendente: Heloisa Regina Guimarães de Menezes SINDSORVETE - Sindicato Intermunicipal da Indústria de Sorvete Presidente: Raquel Bravo Elias Apoio: SEBRAE / MG – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais Presidente: Roberto Simões Responsável Técnico: IEL – NRMG / GDRI – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria Ficha Catalográfica ____________________________________________________________________ INSTITUTO EUVALDO LODI – MG Diagnóstico da cadeia produtiva do sorvete de Minas Gerais: rumo aos desafios; capacitação, nacionalização e cooperação das empresas do setor. Belo Horizonte: FIEMG / IEL-MG / SINDSORVETE, 2008. 75 p. 1.Indústria alimentícia – Sorvete – Minas Gerais – Diagnóstico do setor. I. Título. ___________________________________________________________________ As fotos que ilustram este diagnóstico foram obtidas em empresa filiada ao Sindicato. DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS SUMÁRIO APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................5 A RELEVÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PARA O SETOR SORVETEIRO................................................................................................7 O SONHO REALIZADO...........................................................................................................................................................................9 PREFÁCIO..............................................................................................................................................................................................11 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................................................13 METODOLOGIA: CADEIAS PRODUTIVAS E CADEIA DE VALOR..................................................................................................16 Cadeias Produtivas..............................................................................................................................................................................16 Cadeia de Valor....................................................................................................................................................................................18 MAPEAMENTO DA CADEIA PRODUTIVA........................................................................................................................................20 PANORAMA DO SETOR DO SORVETE.............................................................................................................................................22 A INDÚSTRIA DO SORVETE NO BRASIL..........................................................................................................................................22 A CADEIA PRODUTIVA DE SORVETE DE MINAS GERAIS............................................................................................................27 A Caracterização das Empresas.......................................................................................................................................................27 Gestão da Empresa.............................................................................................................................................................................27 Processo de Produção e Tecnologia...............................................................................................................................................31 Mercado................................................................................................................................................................................................37 Fornecedores.......................................................................................................................................................................................41 Parcerias...............................................................................................................................................................................................44 Crescimento e Desempenho das Empresas...................................................................................................................................46 RECOMENDAÇÕES PARA O SETOR.................................................................................................................................................49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS......................................................................................................................................................54 ANEXOS.................................................................................................................................................................................................55 Questionário Empregado para a Pesquisa de Campo...................................................................................................................56 3 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS APRESENTAÇÃO É gratificante constatar que o associativismo empresarial é – e será sempre – o principal instrumento de fortalecimento do setor produtivo mineiro e de suas empresas. Essa é uma das principais conclusões do Diagnóstico da Cadeia Produtiva da indústria do Sorvete de Minas Gerais, o qual a FIEMG, com satisfação, entrega ao Sindicato Intermunicipal da Indústria de Sorvete – Sindsorvete – e suas empresas associadas. Realizado em parceria entre o Instituto Euvaldo Lodi – IEL, entidade integrante do Sistema FIEMG, e o Sindsorvete, com o apoio do Sebrae-MG, este documento investiga, de forma intensa e exaustiva, a promissora realidade do setor e suas potencialidades, de forma a viabilizar ações sistêmicas que podem e devem ser implementadas em busca de maior competitividade do setor e de suas empresas, em um processo consistente de agregação de valor para a economia mineira. Temos hoje, como mostra este Diagnóstico, e com muito orgulho, uma indústria do sorvete que se posiciona em segundo lugar no contexto do País – no que se refere ao número de empresas e geração de empregos. Nossa disposição é a de avançar ainda mais e, para isso, este Diagnóstico tem uma grande contribuição a oferecer – na formulação, implementação e acompanhamento de estratégias por parte das empresas e de políticas no que compete ao Poder Público e suas instituições de apoio. Fatores estratégicos e vitais – gestão da empresa, processo de produção e tecnologia, mercado, fornecedores e construção de parcerias – foram abordados com o objetivo de compreender a realidade das empresas mineiras e apoiá-las. Dessa forma, ao entregar este Diagnóstico aos empresários de Minas Gerais e à sociedade, o Sistema FIEMG reafirma sua crença na importância da construção de parcerias e, também, o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável da indústria de Minas Gerais. A todos, boa leitura e bons negócios! Robson Braga de Andrade Presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais 5 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS A RELEVÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PARA O SETOR SORVETEIRO É sabido que a globalização introduziu uma nova dinâmica nas fábricas. Agora concorremos num mercado global. Ao mesmo tempo em que as grandes corporações aumentam a sua participação no mercado mundial, nós, micro e pequenos empresários, ganhamos força com a criatividade, a cooperação e a associação. Nesse contexto, acreditando na força da união, empresários do setor de sorvetes criaram há dez anos a Afasor – Associação dos Fabricantes de Sorvete, primeira organização do nosso setor. Os primeiros encontros aconteceram em 1998. No ano seguinte, a associação já contava com o apoio da FIEMG e em 2001 transformou-se em Sindsorvete – Sindicato Intermunicipal da Indústria de Sorvete. O Sindsorvete é, hoje, a entidade que congrega os empresários e que atua concretamente na representação e defesa dos interesses das fábricas de sorvete do estado de Minas Gerais. É a única entidade que representa jurídica e politicamente de forma legítima o segmento no estado. Ações importantes estão sendo implementadas na busca do nosso crescimento. Dentre elas, destacamos essa ferramenta que agora apresentamos: o Diagnóstico da Cadeia Produtiva de Sorvete. Um trabalho de pesquisa totalmente independente e pioneiro no mercado de sorvetes brasileiro é o que o Sindsorvete mostra aqui. O projeto do Diagnóstico Setorial surgiu no intuito de promover uma radiografia do setor. Útil para checar se a diretriz de trabalho que vem sendo desenvolvida pelo sindicato está correta, útil promover uma reflexão sobre o caminho que a indústria de sorvetes está percorrendo e útil para orientar nossas ações futuras. O Diagnóstico discorre sobre assuntos pertinentes, como cadeia produtiva, parcerias, tecnologia, perfil das empresas, mercado e gestão. E alerta, em suas conclusões, para a importância da união do setor. Aponta o associativismo como mecanismo essencial para o fortalecimento e desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas de sorvete e para o crescimento do mercado. Felizmente, o Diagnóstico confirma que as ações do Sindsorvete, como a capacitação contínua dos empresários e das equipes, o investimento na aproximação dos empresários e integração com fornecedores, a prestação de serviços como assessoria jurídica e boletins informativos, a promoção de missões empresariais e visitas técnicas estão na lista de necessidades básicas do nosso setor. Para encerrar, agradecemos a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, que tem nos apoiado nos nossos mais importantes projetos, investindo conosco na construção de um sindicato forte e profissional. Agradecemos também o Sebrae-MG, que nos apoiou, e o Instituto Euvaldo Lodi, que realizou todo o trabalho de pesquisa, processamento dos dados e que garantiu o caráter científico e independente desse projeto. Muito obrigado aos empresários que acreditaram na seriedade desse trabalho, abriram suas empresas para receber os pesquisadores, nos confiaram suas informações e contribuíram de forma valiosa para a realização deste estudo. Precisamos acreditar e investir. Juntos. Esse é o caminho. Raquel Bravo Elias Presidente do Sindsorvete - Sindicato Intermunicipal da Indústria de Sorvete 7 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS O SONHO REALIZADO Transforma-se em realidade o grande sonho dos sorveteiros de Minas Gerais. Depois de alguns anos de busca, temos em mãos o primeiro diagnóstico das fábricas de sorvete do Estado. Sempre soubemos da nossa importância enquanto setor produtivo, mas não havia nenhum estudo ou pesquisa que respaldasse essa crença. A nossa representatividade está apresentada neste diagnóstico, com dados sobre onde está o fabricante de sorvete em Minas Gerais, quantos somos, quanto compramos, entre outras informações que justificam a posição do nosso estado como segundo maior produtor de sorvete do Brasil. É possível verificar o gigantesco volume de movimentações geradas pelo segmento de sorvetes com relação aos insumos consumidos, seja pela cadeia de matéria-prima, serviços, equipamentos, como também pela mão-de-obra empregada no setor. E reafirmar a posição desse setor como um importante propulsor das economias regionais de todo o País. Além do pioneirismo deste estudo dentro de Minas Gerais, sabemos que não há no país nenhum outro diagnóstico ou pesquisa da cadeia produtiva de sorvete, o que confere ainda mais prestígio e valor a este trabalho. No entanto, é preciso reafirmar que a sua realização só foi possível graças a uma entidade legalmente constituída e reconhecida chamada SindSorvete – Sindicato Intermunicipal da Indústria de Sorvete. Com o apoio da FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais -, através do IEL - Instituto Euvaldo Lodi, e do Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o SindSorvete transformou uma utopia em realidade. A partir deste trabalho, o SindSorvete, em parceria com as empresas e o apoio da FIEMG, entre outras entidades, terá condições de fomentar o crescimento e a modernização contínuos e objetivos do setor. O nosso desejo, além deste, é que o diagnóstico setorial da cadeia produtiva de sorvete traga não só àqueles que já são produtores de sorvetes, mas também aos empresários que quiserem entrar no mercado, maior facilidade de acesso a informações precisas e seguras. Isso é importante porque a entrada de novos empreendedores e novas formas de comercialização do sorvete vêm trazendo um crescimento sustentável ao mercado. Esses empresários estão imprimindo uma nova e eficaz forma de gestão. Por fim, apesar de sua grandiosidade, percebemos o quanto o setor tem a expandir, uma vez que o consumo per capita no Brasil ainda é baixo. Essa é uma realidade que também vem sendo reestruturada rapidamente, com a mudança de hábitos do consumidor, que já percebe o sorvete não só como uma deliciosa sobremesa, mas também como um alimento fonte de nutrientes essenciais à saúde. Wander Bertolace de Carvalho Vice-Presidente do SindSorvete – Sindicato Intermunicipal da Indústria de Sorvete 9 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS PREFÁCIO Constituído principalmente por micro e pequenas empresas, o setor de soverte reúne 852 empreendimentos em Minas Gerais. O Estado possui o segundo maior parque industrial do país, que gera mais de dois mil empregos diretos e seis mil indiretos. O Sebrae-MG estimula as empresas de pequeno porte a investirem em qualidade, gestão e tecnologia. Estamos prontos para oferecer aos empresários consultorias gerenciais e tecnológicas, capacitações empresariais e qualificação da mão-de-obra. O nosso objetivo é fortalecer as empresas e melhorar a qualidade dos produtos, para aumentar o número de postos de trabalho e a geração de renda. Este diagnóstico do setor de sorvete é de extrema importância para apresentar o perfil das empresas, do empreendedor e do setor. Para que possamos, assim, identificar as necessidades e os potenciais do segmento em Minas Gerais. Roberto Simões Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-MG 11 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS INTRODUÇÃO A época de origem do sorvete não é exata. De acordo com Costa (2006), há relatos de que os chineses já produziam um preparado à base de suco de frutas e neve, que era consumido no inverno. Na Europa há descrições de que, no Século I, escravos eram enviados aos Alpes para coletar neve que posteriormente seria misturada a néctares de frutas, ao mel, vinho e outros produtos. No Século XIII, Marco Pólo, ao retornar à Itália de sua viagem ao Oriente, teria trazido várias receitas de sobremesas geladas. A partir da Idade Média, as técnicas de manipulação do produto teriam chegado à França, Inglaterra e Alemanha (Ornelas et al., 2002). As primeiras sorveterias artesanais na Europa e nos EUA apareceram com a Revolução Industrial, em meados do Século XVIII, com o desenvolvimento de técnicas modernas de congelamento. Foi nesse contexto que surgiu o congelador de sorvete com processador manual. Com o gelo disponível nos grandes depósitos, a receita do sorvete sofre várias adaptações, a produção ganha escala e ele passa a ser saboreado em muitos países. Os métodos de fabricação e os ingredientes foram se aperfeiçoando ao longo do tempo, ao mesmo tempo em que a tecnologia de refrigeração tornou-se barata e eficiente. No início do Século XX, os refrigeradores e congeladores domésticos se popularizaram, dando outro impulso à indústria do sorvete. Nos anos que se sucederam à segunda guerra mundial, surgiram os hipermercados, que, por um lado, elevaram a demanda por sorvetes, estimulando a produção em série, mas, por outro lado, incentivaram a produção de sorvetes mais baratos, com insumos de baixa qualidade. Somente em 1960 é que ressurge o sorvete de “primeira linha” e outros produtos relacionados ao segmento de gelados comestíveis, como iogurte gelado, barras de frutas, leite batido, sorvete sem calorias, entre outros. Mesmo com tantos concorrentes, o sorvete ainda hoje compõe cerca de 60% da participação no mercado entre as sobremesas geladas no mundo inteiro. No Brasil, o primeiro gelado comestível foi produzido no Rio de Janeiro, em 1834, com gelo que era transportado por meio de navios. Dessa forma, foram os cariocas os primeiros brasileiros a experimentar a delícia gelada que já fazia sucesso em boa parte do mundo. O sorvete era servido em diferentes qualidades, tanto simples quanto amanteigados e em pouco tempo ganharam uma versão nacionalizada, com a utilização das frutas tropicais. Novidade esta que muito agradou a Dom Pedro II nos últimos anos da monarquia no Brasil (Unilever, 2007). Durante décadas, a produção de sorvete no Brasil permaneceu apenas artesanal. Em 1941, surge a primeira indústria brasileira de sorvete, localizada na cidade do Rio de Janeiro, a U.S. Harkson do Brasil, que mais tarde passou a ser chamada de Kibon. Com a industrialização dos gelados comestíveis – sorvetes e picolés –, aumenta a escala produtiva e o produto industrializado passa a ser consumido de norte a sul do País. Em Minas Gerais, a evolução do sorvete deu-se a passos longos, de forma artesanal e com produção em pequena escala e em poucos locais. Segundo alguns relatos de empresários1 mineiros, as primeiras sorveterias artesanais surgiram a partir da década de 1930, e as sorveterias com processos industrializados surgiram ao final da década de 1970. 1 Sorveterias Artesanais: Domingos Dias Montenegro, proprietário da Sorveteria São Domingos, e Thelma Lacoste, proprietária da Sorveteria Universal. Sorveterias Industrializadas: Mila Bravo Elias, proprietária dos Sorvetes Salada; Elvecio Magalhães Figueiredo, proprietário de Sorvetes Cê-kisabe; Wander Bertoci de Carvalho, proprietário da Skiju, e Edson Alves, proprietário do Sorvete Toc Frio. 13 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS O sorvete artesanal em Belo Horizonte é marcado por sorveterias estabelecidas há mais de 70 anos. Uma característica marcante das empresas artesanais é comercializarem o sorvete no mesmo lugar no qual é produzido. Em geral, no processo produtivo ainda são utilizadas as máquinas compradas desde a fundação, e de origem italiana. Empresas como a Sorveteria São Domingos e a Sorveteira Universal, localizadas na capital mineira, focaram sua estratégia comercial nos consumidores mais tradicionais, orientando as vendas para o consumo familiar. Essas empresas prestam atenção a todos os detalhes, o que implica a criação de sabores originais e bem diversificados dos sorvetes industrializados. Os sorvetes artesanais são elaborados com matérias-primas naturais, como leite, creme de leite, doce de leite, chocolate, frutas secas e frescas, entre outras. Possuem uma ampla variedade de sabores. Na preparação, não são empregados aditivos, porque o produto é elaborado quase diariamente. Nas sorveterias artesanais, é possível encontrar desde produtos caros, com muito valor agregado, até os mais econômicos. A diferenciação do autêntico sorvete artesanal para o industrial está na gratificação pessoal e na socialização familiar, passando de geração a geração o gosto pela elaboração desse tipo de produto. A industrialização do sorvete em Minas Gerais é marcada pela chegada da “Sorvebom” em Belo Horizonte. A empresa, que atuou durante o período de 1979 a 1998, foi pioneira no segmento de sorveterias em shopping. A partir de 1980, novos fabricantes se estabelecem, tanto na capital quanto no interior do Estado, encontrando-se entre as principais empresas ainda atuantes no mercado mineiro: a Salada, Skiju, Cê-Kisabe e a Toc-Frio. Uma característica forte das empresas mineiras de sorvete industrializado é possuírem um ponto comercial geralmente localizado junto à fábrica. O ponto de venda é uma das estratégias utilizadas para testar novos produtos antes de serem levados para outros mercados consumidores. Figura 1 – Loja de sorvetes 14 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS O sorvete industrializado é um produto resultante da combinação de processos mecânicos e térmicos de dois componentes básicos: a calda e os aditivos. A calda resulta do cozimento de leite fluido, creme, açúcar e algum suco de frutas, formando a base para a produção do sorvete de diversos sabores. Ela determina as propriedades nutricionais e influi nas características organolépticas do produto final. Os aditivos2 são incorporados em baixa proporção para melhorar algumas características ou aumentar o período de conservação. Ainda que não sejam indispensáveis e não alterem o valor nutricional do produto final, têm apresentado grande evolução na produção industrial de sorvetes, dadas as exigências crescentes do mercado em qualidade, diversidade e apresentação. Os estabelecimentos mais estruturados possuem processos de elaboração automatizados, com máquinas contínuas que geralmente são de origem nacional, as quais lhes permitem manejar grandes volumes do produto. A comercialização desses sorvetes depende dos mercados em que a empresa fabricante atua. É possível identificar dois tipos diferenciados de mercado. O primeiro demanda produtos de consumo individual ou unitário, equivalentes a pequenas porções que não excedem 100 gramas. As empresas fabricantes desenvolveram a cadeia de frio, que vai desde o traslado dos produtos em caminhões refrigerados até os freezers instalados nos pontos de venda. Essa estratégia de comercialização tem posicionado a marca do fabricante, pois os clientes passam a identificar o ponto de venda não como simples sorveterias, mas como um ponto de encontro. O segundo tipo é o mercado de consumo em casa, cuja demanda está concentrada em sorvetes envasados em baldes e potes de diversos tamanhos, e nas sobremesas, tipo: bombons, tortas, sobremesas para serem cortadas em porções. Em geral são comercializados em supermercados, hipermercados e eventos, sendo voltados para o segmento familiar. 2 As categorias de aditivos são: (1) emulsificantes, que favorecem a formação de espuma (incorporação do ar), constituídos atualmente por ácido esteárico, ácido palmítico e sorbitana; (2) estabilizantes, que mantêm as condições físicas por semanas ou meses, são hidrocolóides de origem vegetal, animal ou microbiana e (3) sabores, aromas e corantes, adicionados em proporções mínimas, podem ser naturais ou artificiais, estes últimos com maior poder aromatizante e de menor custo, mas cuja dosagem é restrita pelas normas da vigilância sanitária. 15 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS METODOLOGIA: CADEIAS PRODUTIVAS E CADEIA DE VALOR As duas abordagens metodológicas apresentadas nesta seção serão utilizadas de forma complementar para a investigação do setor de sorvetes em Minas Gerais. Sob a perspectiva de cadeia produtiva, pode-se analisar a intensidade e a natureza dos vínculos entre os diversos atores integrantes da cadeia produtiva. Essa dimensão possibilita inferir ações de natureza sistêmica, que podem ser implementadas na busca de maior competitividade do setor e de maior agregação de valor dentro do estado de Minas Gerais. Já a abordagem de cadeia de valor possibilita analisar as diversas atividades realizadas dentro das empresas, propondo um uso mais eficiente dos recursos existentes, por meio da minimização dos custos de produção. Cadeias Produtivas A utilização da cadeia produtiva como unidade de análise vem se constituindo como um instrumento útil para a formulação, implementação e acompanhamento de estratégias por parte das empresas e de políticas por parte do governo e de instituições de apoio. A crescente relevância desse tipo de análise está associada a dois processos recentes na estrutura industrial, ou seja: desintegração vertical e especialização técnica e social; e pressões por uma maior coordenação e integração entre as atividades. Uma definição ampla de cadeia produtiva, de acordo com Dantas et al. (2002), estabelece que trata-se de “um conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos” (p. 37). Na visão de Prochnik & Vaz (2002), “é uma seqüência de setores econômicos, unidos entre si por relações significativas de compra e venda, na qual os produtos são crescentemente elaborados” (p.10). O MDIC, no âmbito do Fórum de Competitividade, definiu que cadeia produtiva “é o conjunto de atividades econômicas que se articulam progressivamente desde o início da elaboração de um produto. Isso inclui desde as matérias-primas, máquinas e equipamentos, produtos intermediários até o produto final, a distribuição e a comercialização. São esses elos que formam, de maneira geral, uma cadeia produtiva” (apud Meyer-Stamer, 2002). Os atores são os agentes que realizam as decisões e podem interferir na coordenação da cadeia produtiva. São atores da cadeia produtiva do sorvete: as empresas (sorveteiros), os consumidores, os fornecedores de matérias-primas, os fornecedores de máquinas e equipamentos e os revendedores. A coordenação da cadeia produtiva, em geral, envolve mais de um agente no processo de tomada de decisão. De acordo com Zylbersztajn et al. (1993), as cadeias produtivas se diferenciam no que concerne à sua organização e resposta aos estímulos externos. Algumas são mais eficientes para adaptar-se às novas exigências dos consumidores e às mudanças do ambiente (regulatório, macroeconômico, social, etc.). Há distintos modos de agregação e de perspectivas para o entendimento das cadeias produtivas. Longitudinalmente, pode-se ter uma cadeia produtiva empresarial, na qual cada etapa é uma empresa (ou um conjunto de poucas empresas participantes de um acordo de produção). Essa é a configuração que se denomina de supply chain management, que teve origem nas empresas japonesas e nos processos de gestão da cadeia de fornecimento. Nessa perspectiva, a competitividade da cadeia produtiva resulta dos ganhos de coordenação que decorrem de arranjos contratuais adequados a cada elo da cadeia. De acordo com estudo recente da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), para a realidade brasileira os fatores relacionados à competitividade de cadeias produtivas agroindustriais são: tecnologia; gestão interna dos agentes da cadeia; insumos; ambiente institucional e relações de mercado (Kreuz, et al., 2006). 16 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Em uma perspectiva mais agregada, têm-se cadeias produtivas setoriais em que as etapas são setores econômicos e as transações acontecem no mercado. Dependendo do conjunto de produtos considerados, as cadeias podem ter maior ou menor nível de agregação. São exemplos a cadeia produtiva de laticínios, cadeia produtiva de sorvetes e a cadeia produtiva de sorvetes artesanais. Sob o ponto de vista geográfico e técnico, têm-se os distritos e pólos industriais, que se caracterizam pela concentração de empresas de um mesmo setor e de atividades correlatas em um território limitado geograficamente (que pode ser, por exemplo, o conjunto de alguns municípios). A competitividade dos pólos seria decorrente do maior nível de coordenação e de interação entre os agentes, abrangendo empresas, consumidores, fornecedores, instituições geradoras de conhecimento e instituições-ponte (consórcios, sindicatos, incubadoras, etc.), que permitiria explorar diversas economias de aglomeração3 na geração de um maior nível de eficiência econômica4 (Britto, 2002). Uma perspectiva interessante e complementar para analisar os relacionamentos entre os diversos atores da cadeia produtiva é a que remete às especificidades de ativos decorrentes da Economia dos Custos de Transação. De acordo com o arcabouço teórico proposto por Williamson (1985), os custos de transação ex ante são os custos de selecionar, negociar e criar as garantias para que os contratos sejam cumpridos. Os custos ex post são os custos de adaptar o contrato e podem decorrer da negociação e de incentivos errados no período ex ante (Hart, 1989). Os custos de contrato, aos quais um determinado agente está sujeito, são provenientes dos relacionamentos estabelecidos com os demais agentes da cadeia produtiva, relacionamentos estes que lhe permitem realizar sua atividade econômica, abrangendo desde a aquisição de insumos até a comercialização dos produtos. As transações entre os agentes são diferenciadas e envolvem dimensões críticas, que são a freqüência, a incerteza e a especificidade de ativos. Há quatro tipos de especificidade de ativos, a saber: ativos físicos, humanos, dedicados e ativos de localização. Exemplos de ativos específicos são a tecnologia e a informação. A especificidade de ativos é mensurada pelo grau no qual o bem pode ser realocado para outros usos sem perda considerável de seu valor. Na cadeia produtiva de sorvetes, os relacionamentos entre as empresas e os fornecedores de máquinas e equipamentos são caracterizados por uma elevada especificidade de ativos físicos. Dessa forma, os relacionamentos entre os agentes da cadeia produtiva serão influenciados pela freqüência das transações e pela especificidade dos ativos envolvidos. Quanto maior a especificidade de ativos de uma transação, maior é a dependência bilateral entre os agentes. Como exemplo, têm-se consumidores que são fiéis a produtos de determinados fornecedores. Para o objetivo do presente trabalho, será importante considerar o enfoque sistêmico que considera a interação entre os diversos atores econômicos, o ambiente econômico no qual estão inseridos e a institucionalidade atuante. Nessa direção, o enfoque sistêmico irá fornecer os instrumentos para o entendimento da competitividade do setor através das formas de relacionamentos entre as empresas e entre os demais atores relevantes. 3 Define-se como economia de aglomeração a redução de custos de produção em função da existência de externalidades proporcionadas pela presença de outras atividades próximas. Por exemplo, a existência de mão-deobra, de fornecedores de insumos e de equipamentos, comércio, serviços, assistência técnica, etc., concentrados e próximos à unidade de produção. 4 A eficiência econômica é proveniente da maximização do uso dos recursos escassos ou da minimização de custos das atividades. 17 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Cadeia de Valor O conceito de cadeia de valor foi introduzido por Michael Porter (1990). Esse conceito assume a possibilidade de a empresa ser desagregada em um conjunto de atividades, que incluem: projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seus produtos. Estas atividades podem ser representadas através de uma cadeia de valor, que destaca as atividades relevantes, na busca de compreender o comportamento dos custos. A empresa obteria vantagem competitiva ao realizar as atividades, consideradas estratégicas, com um custo menor que o dos concorrentes. Um modelo de cadeia de valor pode ser visualizado na figura 2. Figura 2 – Modelo de Cadeia de Valor de Acordo com Porter A agregação de valor a um produto consiste, pois, em executar as atividades, individualmente ou em conjunto, sendo de natureza primária ou de apoio, com custo inferior ao das empresas concorrentes. Será, portanto, na sua cadeia de valor, que a empresa irá se diferenciar das demais. Em vista da crescente competitividade e complexidade informacional e tecnológica dos dias atuais, as empresas, na sua maioria, não conseguem acumular as competências necessárias para dominar todas as atividades da cadeia de valor. É nesse contexto que a estratégia de compartilhar atividades com outras empresas apresenta-se como necessária para a agregação de valor aos produtos individuais das empresas. O compartilhamento das atividades é dividido em cinco categorias de inter-relações empresariais, sendo elas: produção, mercado, aquisição, tecnologia e infra-estrutura. A partir das inter-relações, Porter (1990) deduz as parcerias e formas possíveis de cooperação entre as empresas participantes que impliquem a redução de custo ou a diferenciação de produtos. O quadro 1 apresenta sinteticamente esse desdobramento. As inter-relações de aquisição podem envolver a aquisição conjunta de insumos materiais, ao passo que as inter-relações de tecnologia demandam o desenvolvimento em parceria de novas tecnologias. As inter-relações de mercado podem envolver ações cooperadas desde uma 18 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS marca registrada compartilhada, passando por venda cruzada e pacote de vendas, chegando a compartilhar rede de serviços de suporte. As inter-relações de infra-estrutura podem compreender ações compartilhadas de levantamento de capital, de contabilidade, de assessoria jurídica, de treinamento. Por fim, as inter-relações de produção implicam no compartilhamento da logística interna e das atividades indiretas de produção. Quadro 1 – Formas de Cooperação Categorias de Inter-relações Aquisição Fonte de Inter-relação • Insumos adquiridos Formas de Cooperação • Aquisição conjunta • Tecnologia comum dos produtos; • Tecnologia comum dos processos; Tecnologia • Tecnologia comum em outras atividades de valor; • Um produto incorporado a outro; • Desenvolvimento conjunto de tecnologia; • Projeto de interface conjunto; • Interface entre produtos. • Levantamento compartilhado de capital (financiamento); Infra-estrutura • Necessidades comuns de infra-estrutura da empresa; • Capital comum. • Contabilidade compartilhada; • Assessoria jurídica compartilhada; • Relações com o governo compartilhadas; • Contratação e treinamento compartilhados. Produção • Localização comum de matérias-primas; • Logística interna compartilhada; • Necessidades comuns de suporte de fábrica; • Atividades indiretas de produção compartilhadas. • Marca registrada compartilhada; • Comprador comum; Mercado • Canal de compras comum; • Mercado geográfico comum. • Venda cruzada de produtos; • Pacote de vendas; • Departamento de marketing compartilhado; • Rede compartilhada de serviço/ suporte. Fonte: Oliveira (2005) 19 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS MAPEAMENTO DA CADEIA PRODUTIVA O diagrama da cadeia produtiva do setor de sorvete, que está representado a seguir, define o mapeamento de duas funções técnicas: fluxo de materiais; fluxo de informação e de conhecimento. Essa representação busca mapear as diversas atividades e os atores envolvidos na cadeia produtiva, não abrangendo, contudo, a complexidade e especificidade dos relacionamentos. No setor de sorvetes, o fluxo de informação e de conhecimento acontece, principalmente, através de: (1) treinamentos, que podem ser realizados por fornecedores, universidades, instituições de classe ou instituições de suporte às empresas; (2) assistência técnica, sobre as máquinas e equipamentos adquiridos pelas empresas; (3) visitas a feiras e exposições, que permitem obter informações sobre o setor, de empresas concorrentes e de fornecedores. Os fluxos de materiais acontecem entre os fornecedores de máquinas e equipamentos e dos insumos materiais. As principais matérias-primas utilizadas para a produção e venda de sorvetes estão representadas no mapa, sendo: (1) leite em pó e/ou leite in-natura; (2) gordura; (3) açúcar; (4) aditivos; (5) embalagens. Estão também representadas as principais formas utilizadas para a comercialização de sorvetes e picolés, a saber: sorveterias, supermercados, pontos de vendas, pontos focalizados, vendedores ambulantes, carrinhos, para eventos e cozinhas industriais. 20 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS: FUNÇÕES TÉCNICAS E FLUXO DE MATERIAIS Assistência técnica Máquinas e equipamentos Embalagens Treinamento Aditivos: emulsificantes, estabilizantes , sabores, aromas e corantes Sorveteiros Leite em pó/ in natura Visita a feiras Gordura Açúcar Atacado Varejo Fluxo de informação e conhecimento Fluxo de materiais Carrinhos próprios Eventos Supermercados Sorveterias Pontos de Venda Cozinhas Industriais Vendedores Ambulantes Pontos Focalizados Fonte: IEL – Pesquisa de campo. 21 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS PANORAMA DO SETOR DO SORVETE Devido à escassez de dados estatísticos oficiais voltados para a indústria do sorvete, não é possível conhecer, com exatidão, o faturamento mundial nesse setor. Entretanto, verifica-se que esse é um setor dinâmico nas economias mais avançadas e em franca expansão em nações menos desenvolvidas, como é o caso de alguns países situados na América Latina. E isso, principalmente, porque há um grande mercado consumidor a ser explorado, que explica, em parte, os vultosos investimentos internacionais de grandes grupos do setor, nos últimos anos. Dados divulgados por uma empresa de pesquisa internacional5 apresentaram, em 2005, os Estados Unidos como líder mundial na produção total de sorvetes e sobremesas geladas, com aproximadamente 6 bilhões de litros, distribuídos entre casquinhas, potes de litros, sundaes e outras sobremesas para mercearias e sorveterias. Entre os estados norte-americanos que mais consomem, encontram-se a Califórnia, Indiana, Pensilvânia, Texas e Nova York. Em termos de consumo, a Nova Zelândia lidera o ranking mundial, com um total de 26,3 litros por habitante ao ano. No Canadá e na Austrália, o número fica em torno de 18 litros, caindo para 15 litros em países como Suíça, Suécia e Finlândia. No Brasil, os números ainda são modestos, se comparados ao resto do mundo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Sorvete – ABIS, o consumo per capita nacional está em torno de 3,5 litros, sendo menos de um quarto do consumo dos países nórdicos, que gira em torno de 20 litros por pessoa/ano. Em outros países da América Latina, especificamente a Argentina e o Chile, o consumo é de 5 litros e 6,5 litros, respectivamente. O baixo consumo brasileiro pode ser justificado principalmente por uma questão cultural, que mantém a tradição de que o sorvete é um produto exclusivo dos meses de verão, e também por ser, ainda, considerado uma guloseima calórica e não um alimento rico em nutrientes, podendo ser consumido em qualquer estação do ano. Na Europa e Estados Unidos, o sorvete faz parte da cesta de alimentos e é consumido durante todo o ano, independentemente da temperatura ou da estação. Ao contrário, no Brasil, as indústrias de sorvetes vendem 70% da produção entre os meses de setembro e fevereiro, o que confere a esse mercado características típicas de um mercado sazonal, com a maior parte do faturamento concentrada num período curto do ano. Esse é um fator de relevante desafio para os empresários do setor. A INDÚSTRIA DO SORVETE NO BRASIL O setor de fabricação de gelados comestíveis, que abrange a fabricação de sorvetes, está inserido na indústria alimentícia. A indústria alimentícia constitui uma importante atividade econômica brasileira. Segundo dados da Produção Industrial Anual (PIA), pesquisa realizada pelo IBGE, em 2005, o setor faturou R$ 134 bilhões, representando 13,5% de toda a produção agregada brasileira, o que demonstra sua representatividade. Essa indústria é a maior geradora de empregos do País, segundo estatísticas do Ministério do Trabalho e Emprego (2006). Apesar de tamanha expressividade, existem poucos estudos que abordam a competitividade relacionada à indústria brasileira de alimentos, bem como os setores econômicos que a compõem, como é o caso da indústria do sorvete, motivadora desse trabalho. 5 22 Euromonitor, empresa de pesquisa Internacional, situada em quatro continentes. DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS No Brasil, as indústrias de alimentos representam a maior fonte de receita do imposto de circulação de mercadorias. Compõem o ramo do setor industrial mais interiorizado e mais bem distribuído. No conjunto das indústrias brasileiras de transformação, elas concentram 12% do total de estabelecimentos, 18,5% do pessoal ocupado e representam 16% do valor da produção e 25% de participação no valor das exportações nos últimos anos. É o ramo que tem o maior superávit setorial na carteira das exportações brasileiras. Os produtos industrializados e semielaborados detêm US$ 15 bilhões de superávit. Os números estatísticos da indústria de alimentos são expressivos. São 40 mil indústrias que empregam cerca de 1,1 milhão de brasileiros só na área de processamento, ocupando o primeiro lugar em número de empresas na indústria de transformação e em número de empregos gerados, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE (2005). A indústria de sorvete, um dos setores que compõem a indústria de alimentos, também se destaca entre as 31 atividades econômicas de produtos alimentícios. Em 2005, esse segmento abrangia 5.464 estabelecimentos, equivalentes a cerca de 13% do total da indústria de alimentos, empregava 19.145 pessoas, tendo faturado R$ 827 milhões (PIA, 2005). Tabela 1 – Números de Empresas e Pessoal Ocupado, Venda Industrial do Brasil, Segundo a Classe de Atividades e o Setor Produtivo, 2005 Variáveis Pessoal Ocupado Número de estabelecimentos Venda (R$) 1. Indústria de Transformação 6.133.461 280.618 983.297.007 1.1 Indústria de Alimentos 1.108.614 40.820 134.322.115 1.1.1 Fabricação de Sorvete 19.145 5.464 827.380 Fonte: RAIS/ MTE 2005 e PIA 2005 De acordo com a Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) realizada pelo IBGE, entre 2003 e 2005 a taxa de inovação na indústria de produtos alimentícios foi de 31,9%, ficando um pouco abaixo da média brasileira (33,4%). Nesse setor, no geral, 90% das inovações de produtos foram realizadas pela própria empresa, enquanto 91% das inovações de processos foram desenvolvidas por outras empresas e/ou instituições. Em Minas Gerais 1.833 empresas da indústria alimentícia implementaram inovações de produtos ou processo no mesmo período, representando 17% do total das empresas inovadoras do Estado. Essas empresas despenderam R$ 306.051 mil nas atividades de inovação, o que representou 10% do total da indústria de transformação. Segundo a Pintec, na indústria alimentícia, o impacto das inovações deu-se principalmente na ampliação e manutenção da participação da empresa no mercado, na melhoria da qualidade dos produtos, no aumento da capacidade produtiva e na ampliação da gama de produtos ofertados, comportamento semelhante ao observado na indústria de transformação no estado. Nos últimos 10 anos, a produção de sorvete no Brasil cresceu 13%. Em 2006, o setor apresentou o faturamento de US$ 884 milhões, representando um crescimento de 6% em relação a 2005, segundo a ABIS. O mercado de sorvetes nacional tem se apresentado promissor, haja vista os investimentos realizados nos quatro últimos anos pelas empresas multinacionais, como a HäagenDazs, da General Mills, a Kibon, da Unilever e a Nestlé. O impacto desses novos investimentos tem sido positivo no mercado, favorecendo, principalmente, o consumidor brasileiro, com novos produtos intensivos em tecnologia e inovação e com preços competitivos. 23 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Tabela 2 – Evolução da Produção e Consumo do Sorvete no Brasil, 1997 – 2006 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006(1) Em milhões de litros Produção 441 517 467 480 491 527 502 493 499 505 Consumo 442 519 468 480 489 527 502 493 501 507 Consumo per capita 2,70 3,12 2,77 2,80 2,81 2,99 2,80 2,71 2,72 2,71 Em US$ milhões Faturamento (2) 1.285 1.468 840 963 770 658 774 836 860 884 Exportação 1,1 2,3 1,1 2,9 4,3 1,1 0,9 0,9 0,6 0,8 Importação 3,6 6,3 5,8 3,0 2,1 2,6 0,7 1,3 2,6 3,3 Notas: (1) estatísticas preliminares; (2) Abrange as exportações. Fonte: ABIS A indústria do sorvete no Brasil é representada por um parque industrial com cerca de cinco mil estabelecimentos. Os mesmos se distribuem por todo o país, sendo a maioria de micro e pequeno porte (89% do total), com atuação concentrada nos grandes centros urbanos e um perfil de fabricação de produtos mais artesanal do que industrial. Segundo os dados divulgados pelo MTE, o setor emprega cerca de 19 mil pessoas diretamente, número que pode aumentar até 40% durante o período do verão (em termos de empregos totais). Entre as regiões do país, o Sudeste reúne 41% do total das empresas brasileiras, que geram 45% dos empregos do setor. Vale ressaltar que São Paulo e Minas Gerais juntos representam mais de 30%, tanto em geração de empregos quanto em numero de estabelecimentos. 24 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Tabela 3 – Número de Estabelecimentos e de Empregados no Setor de Sorvete, Regiões e Unidades da Federação, 2005 Regiões e Unidades das Federações* Estabelecimentos % Empregados % Região Norte 265 4,8 941 4,9 Região Nordeste 866 15,8 4.144 21,6 Região Centro-Oeste 596 10,9 1.406 7,3 Região Sudeste 2.242 41,0 8.686 45,4 São Paulo 1.056 4.136 Minas Gerais 852 2.090 Rio de Janeiro 184 2.027 Espírito Santo 150 433 Região Sul 1.495 27,4 3.968 20,7 Brasil 5.464 100 19.145 100 * Nesse caso, apenas os estados da região Sudeste foram destacados. Fonte: RAIS/MTE, 2005. A indústria do sorvete é uma atividade econômica de importância para o Estado de Minas Gerais. De acordo com as estatísticas do MTE6, o Estado possui o segundo maior parque industrial, ficando somente atrás de São Paulo. Minas Gerais reúne 852 estabelecimentos, que são, principalmente, microempresas (até quatro empregados). No total, esse conjunto de empresas gerou 2.090 empregos diretos e estima-se que o setor indiretamente gere seis mil empregos. A produção de sorvete é pulverizada por todo o estado de Minas Gerais. Há uma relevante concentração de empresas do setor na região central, com 37% do total7 (Tabela 4). Destas, a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é responsável por 23,5%, com destaque para a capital mineira, com mais de 70 fábricas. Em segundo lugar, vêm os municípios de Montes Claros, com 21 empresas, e de Contagem, Uberaba, Sete Lagoas, Patos de Minas e Uberlândia, com até 19 empresas (Mapa 1). Neste cenário, o Estado mineiro oferece grandes oportunidades de negócios a fornecedores que queiram instalar-se. Há poucos fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos, os quais estão localizados em maioria nos Estado de São Paulo e na região Sul do país. 6 As estatísticas abrangem somente os estabelecimentos formalizados. 7 Inclui as mesorregiões: Central Mineira, Oeste de Minas e Região Metropolitana de Belo Horizonte. 25 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Tabela 4 – Número de Estabelecimentos e de Empregados do Setor de Sorvete, Mesorregiões de Minas Gerais, 2005. Mesorregiões Empresas % Empregados % Metropolitana de Belo Horizonte 200 23,5 535 25,6 Triângulo Mineiro e Alto do Paranaíba 141 16,5 448 21,4 Sul e Sudoeste de Minas 128 15,0 258 12,3 Zona da Mata 98 11,5 186 8,9 Oeste de Minas 72 8,5 274 13,1 Norte de Minas 65 7,6 77 3,7 Vale do Rio Doce 45 5,3 92 4,4 Central Mineira 43 5,0 87 4,2 Noroeste de Minas 19 2,2 26 1,2 Jequitinhonha 17 2,0 50 2,4 Campo das Vertentes 13 1,5 37 1,8 Vale do Mucuri 11 1,3 20 1,0 Minas Gerais 852 100 2.090 100 Fonte: RAIS/MTE, 2005. Mapa 1 – Distribuição das Empresas do Setor de Sorvete no Estado de Minas Gerais Fonte: RAIS/MTE, 2005. 26 Escala de Empresas 1 até 5 6 até 10 11 até 30 31 até 62 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS A CADEIA PRODUTIVA DE SORVETE DE MINAS GERAIS A Caracterização das Empresas Com o objetivo de conhecer a realidade das empresas do setor de sorvetes de Minas Gerais, o Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Sorvetes – Sindsorvete realizou uma ampla pesquisa de campo, que contemplou 100 empresas distribuídas por todo o território do Estado. Entretanto, apesar de ser uma amostra considerável, não reflete a realidade de todo o conjunto das empresas mineiras do setor. Contudo, na investigação foi possível identificar importantes lacunas gerenciais e estruturais a serem trabalhadas no interior das empresas e no setor como um todo. Ademais, foram realizadas entrevistas com empresários, com o objetivo de entender as especificidades do setor e a história da indústria em Minas Gerais. Do conjunto das empresas entrevistadas, cerca de 73% estão localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), 11% estão localizadas no Vale do Rio Doce, 6% no Oeste de Minas, 4% no Triângulo Mineiro e 3% nas regiões do Sul e do Campo das Vertentes. Em termos do ramo de atividade, 61 empresas atuam no atacado e varejo, 28 só no varejo e 11 só no atacado. O gráfico 1 traz a distribuição de acordo com o número de funcionários. Por caracterizar-se como um setor de predominância de microempresas, optou-se por não seguir a classificação de estatísticas oficiais, de forma a melhor entender a realidade das empresas investigadas. Conforme apresentado pelo gráfico 1, 45 empresas possuem até quatro funcionários e 32 empresas possuem de cinco a nove funcionários. Somente nove empresas possuem mais de 19 funcionários, não sendo, portanto, classificadas como microempresas de acordo com o Sebrae8. Gráfico 1 – Número de Funcionários NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS Outros 9% De 16 a 20 De 10 a 15 De 5 a 9 Até 04 0% 10% 5% 31% 45% 50% 100% Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. 8 A classificação do Sebrae por número de empregados é: microempresas, até 19 empregados; empresas pequenas, de 20 a 99 empregados; empresas médias, de 100 e 499 empregados e empresas grandes, com mais de 500 empregados. 27 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Se a classificação das empresas for realizada em termos de faturamento, ao invés de por número de empregados, a indústria de sorvetes em Minas Gerais continua a apresentar a predominância de microempresas. Em termos de faturamento, cerca de 64% das empresas são classificadas como microempresas, com faturamento de até R$ 20.0009 por mês, e 33% são consideradas como empresas de pequeno porte (faturamento até R$ 200.000 por mês). É importante destacar que, entre os microempreendimentos, 30% das empresas têm faturamento de até R$ 5.000 por mês. As empresas que atuam só no varejo são de maior porte, tendo faturamento bruto mensal superior a R$ 100.000. GráficoFATURAMENTO 2 – Faturamento para todas Empresas PARA TODAS EMPRESAS Acima de 300.000,00 2% De 200.001,00 a 300.000,00 1% De 150.001,00 a 200.000,00 1% De 100.001,00 a 150.000,00 5% De 80.001,00 a 100.000,00 6% De 60.001,00 a 80.000,00 4% De 40.001,00 a 60.000,00 5% De 20.001,00 a 40.000,00 12% De 15.001,00 a 20.000,00 12% De 10.001,00 a 15.000,00 8% De 5.001,00 a 10.000,00 14% Até 5.000,00 30% 0% 25% 50% Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. Nas empresas, a maioria dos funcionários está alocada nas áreas de vendas e de produção. Em relação ao nível de escolaridade dos funcionários distribuídos nas áreas de administração, vendas e produção nas empresas de sorvete, verifica-se, conforme a tabela 5, que menos da metade dos trabalhadores possuem o ensino fundamental. Na área de vendas, o nível de escolaridade é um pouco melhor, tendo-se 58% dos funcionários com ensino médio completo. A área de administração, entre as demais, é a que reúne o maior nível em formação escolar, com 36% dos funcionários com ensino superior. O quadro não é promissor quando se considera o número de funcionários de formação técnica: em todas as áreas estes estão abaixo de 10%. De modo geral, esses dados apontam para uma grande necessidade de se proporem estratégias de melhoria da qualificação da mão-de-obra empregada nas empresas. O nível de instrução da mão-de-obra é elemento crucial na implementação e no sucesso de mudanças. Possibilita, por exemplo, que ações voltadas ao aumento da competitividade, como inserções de modelos de gestão mais produtivos e utilização de ferramentas e máquinas avançadas tecnologicamente, 9 28 O Sebrae classifica como microempresa os empreendimentos que faturam até R$ 240.000,00 por ano e empresas de pequeno porte empreendimentos que faturam acima de R$ 240.000,00 e até R$ 2,4 milhões por ano. DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS possam repercutir em avanços em um menor espaço de tempo. Tabela 5 – Porcentagem de Funcionários por Nível de Escolaridade Distribuídos por Áreas de Trabalho, 2008 Nível de escolaridade Administração Vendas Produção Ensino Fundamental 22,9 32,1 41,1 Ensino Médio 31,4 58,3 48,3 Curso Técnico 9,8 4,4 6,4 Ensino Superior 35,9 5,1 4,1 Total 100,0 100,0 00,0 Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria. Esse setor é caracterizado por significativa sazonalidade nas vendas. Os meses que apresentam menor venda variam entre abril e agosto, independentemente do porte da empresa ou atividade. Os meses de maior venda são de setembro a fevereiro. Nesse período, em geral, são contratados funcionários temporários, na média de 1,74 por empresa. O maior número de contratações acontece nas empresas com mais de 16 funcionários. O conhecimento para a fabricação do sorvete artesanal caracteriza-se por ser repassado entre gerações familiares. Isto foi o que motivou a criação do empreendimento para 25% das empresas investigadas em Minas Gerais. Cerca de 48% das empresas foram criadas em vista de ser uma oportunidade de negócios baseada na diferenciação de produtos e 16% foram criadas por ex-funcionários de empresas do setor. A localização da empresa foi determinada, principalmente, pela residência do proprietário. Mais da metade dos empreendimentos estão estabelecidos no município de moradia de seus donos. Em segundo, a localização foi motivada em vista de ser uma oportunidade de negócio. Gestão da Empresa Com o advento da globalização a partir da década de 1990, as organizações, em termos gerenciais, sofreram mudanças com as novas tecnologias. A falta de conhecimento e atualização colocou os métodos tradicionais de gestão das empresas no banco dos réus, exigindo do empresariado uma nova postura nos estilos pessoais e gerenciais voltados para uma realidade diferenciada e emergente. Além disso, o grande desafio desta última década vem sendo a capacidade e a competência diária para se adaptar e levar a todos os níveis hierárquicos, da alta gerência ao piso de fábrica, a incorporação de novos modelos, métodos, técnicas, instrumentos, atitudes e comportamentos necessários às mudanças, inovações e à sobrevivência sadia e competitiva da empresa no mercado. Para isso, é necessário perceber que as mudanças na gestão empresarial são um imperativo e não uma simples opção. Gerir, hoje, envolve uma gama muito mais abrangente e diversificada de atividades que no passado. Conseqüentemente, o gestor ou o líder de hoje precisa estar apto a perceber, refletir, decidir e agir em condições totalmente diferentes das de antes. 29 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Nesse ambiente, a diferença entre sucesso e fracasso, lucro e falência, o bom e o mau desempenho, está no melhor uso dos recursos disponíveis para atingir os objetivos traçados. Gerir a aplicação dos recursos é crucial, sejam recursos materiais, financeiros, de informação, humanos, de comunicação ou tecnológicos. A ênfase na gestão vem da necessidade de aperfeiçoar continuamente os processos de negócio, pelo aprendizado e inovação permanentes. Novos métodos de gestão, novas ferramentas de apoio, novos sistemas de informação, tudo isso representa o esforço em aperfeiçoar a gestão. Em busca de informações dessa natureza, a pesquisa de campo abordou algumas questões básicas, como nível de escolaridade dos proprietários, fontes de informação e conhecimento utilizadas na gestão da empresa, a presença ou não de aprimoramento profissional dos gestores e dos funcionários, entre outras, com o propósito de conhecer o atual modo de gestão empresarial do setor do sorvete em Minas Gerais. Em 84% das empresas, a gestão é realizada pelo proprietário, não apresentando diferenças consideráveis em termos do tamanho da empresa. A contratação de profissional para realizar a gestão da empresa foi a estratégia adotada somente em empresas que atuam no atacado e varejo (8% destas). Em 42 empresas, o proprietário possui o primeiro grau, em 33, o segundo grau, em 21, o terceiro grau e em quatro, cursos técnicos. Em vista do pequeno porte, as diversas atividades gerenciais das empresas, em geral, são realizadas pelo próprio proprietário. As atividades que, com freqüência, envolvem outros funcionários são produção (60%), vendas (57%) e manutenção (39%). A concentração das atividades sob a responsabilidade do proprietário explica o significativo número de empresas, em total de 42, que não possuem indicadores ou métodos para a avaliação do desempenho e monitoramento das atividades da empresa. Esse resultado decorre também da ausência da cultura de realizar planejamento estratégico, da falta de conhecimento dos métodos gerenciais existentes, entre outros. Em 77 empresas, o planejamento estratégico é realizado eventualmente e somente pelo proprietário. Para se atualizarem em conhecimentos gerencias e tecnológicos, as empresas, em geral, utilizam as revistas especializadas do setor e de fornecedores (23% das respostas), participam de cursos, palestras e seminários (21%) e também de feiras e congressos (18%). A consulta a livros, jornais, internet e programas de TV é utilizada em menor escala. Poucas foram as empresas que receberam atividades de consultoria (somente 25% do total), sendo, em mais da metade destas, empresas com mais de 16 funcionários. Por sua vez, em 72 empresas os proprietários participaram de pelo menos um treinamento nos últimos três anos, sendo a participação em treinamentos freqüente em 23 empresas. Das empresas que participam com freqüência e eventualmente (até três vezes nos últimos três anos), a maioria possui até nove empregados. O gráfico 3 apresenta os responsáveis pelas atividades de treinamento do setor. Os fornecedores ou representantes realizam 29% dos treinamentos, o Sebrae realiza 25%, o Senai 20%, o Sindsorvete 11% e o CDL aproximadamente 8%. As universidades têm pouca participação nessa atividade, realizando apenas 2,5% dos treinamentos. Vale destacar que a elevada participação do Sindsorvete nas atividades de treinamento remete à existência de parcerias com outras instituições que vêm contribuindo para as atividades de capacitação. É importante destacar a natureza dos treinamentos. Ao passo que os fornecedores ou representantes de máquinas e equipamentos e de insumos materiais do processo de produção (como aditivos, embalagens e outros), em geral, realizam treinamentos voltados aos avanços técnicos e tecnológicos nos insumos e equipamentos, as demais instituições têm como foco a qualificação da mão-de-obra e a gestão da empresa. 30 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Gráfico 3 – Instituições Promotoras de Treinamento (%) INSTITUICOES PROMOTORAS DE TREINAMENTO (%) Fornecedores ou Representantes 29,0 25,1 SEBRAE 19,8 SENAI 11,1 SindSorvete 8,2 CDL 4,3 Outros 2,4 Universidades 0 25 50 Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. Processo de Produção e Tecnologia O processo de fabricação do sorvete apresenta variações de acordo com os equipamentos utilizados, reunindo, sinteticamente, as etapas de: (1) preparação da mistura; (2) pasteurização; (3) homogeneização; (4) resfriamento rápido; (5) maturação; (6) batimento; (7) acondicionamento; (8) congelamento final; (9) estocagem. O processo de produção em 69 empresas de Minas Gerais é descontínuo10. Deste conjunto, 88% das empresas possuem até nove funcionários; 65 empresas possuem até cinco máquinas, 18 empresas possuem entre seis e 10 máquinas e somente três empresas possuem mais de 20 máquinas (gráfico 4). A distribuição das máquinas e equipamentos encontra-se no gráfico abaixo. As máquinas presentes em um maior número de empresas são a produtora descontínua, produtora de picolé, o pasteurizador, a tina de maturação e a embaladora de picolé. O freezer é importante para o armazenamento e conservação dos produtos. As empresas que atuam exclusivamente no varejo possuem, na média, 10 freezers, as que atuam exclusivamente no atacado possuem, em média, 125 freezers e as que atuam no atacado e varejo possuem, na média, 95 freezers. A câmara fria permite o armazenamento de uma maior quantidade de produtos, estando presente em 37 empresas que possuem na média 1,3 câmaras. 10 O processo descontínuo é muito utilizado nas microempresas em função de apresentar um custo inferior ao das máquinas contínuas. 31 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Figura 2 - Máquina produtora descontínua de sorvete Gráfico NÚMERO 4 – Número de Máquinas DE MÁQUINAS 3% Acima de 20 5% De 16 a 20 9% De 11 a 15 18% De 6 a 10 De 0 a 5 65% 0% 50% Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. 32 100% DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Cerca de 25% das máquinas e equipamentos possuem mais de três anos de uso, 34% possuem mais de cinco anos de uso e 22% são mais novas, possuindo até três anos de uso. Em relação aos principais processos de produção, 2/3 das empresas realizam algum tipo de acompanhamento. Em 51 empresas o acompanhamento é realizado sem a utilização de indicadores, ao passo que em 24 empresas esse instrumento é utilizado. Em 25 empresas não há nenhum método para o controle dos processos de produção. Figuras 3 e 4 - Máquinas utilizadas na produção e embalagem de picolés Gráfico 5 – Máquinas Utilizadas MÁQUINAS UTILIZADAS Produtora Descontínua 84 Produtora de Picolé 78 Tipos Pasteurizador 45 Embaladora de Picolé 43 Tina de Maturação 43 Câmara Fria 37 Produtora Contínua 30 Homogeinizador 17 Incorporadora de Líquidos 16 Incorporadora de Sólidos 11 Envasadora de Pote 8 Dosadora de Picolé 6 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Quantidade Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. 33 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS O gráfico 6 apresenta a venda mensal de sorvete no verão e no resto do ano nas empresas investigadas. Conforme anteriormente mencionado, esse setor caracteriza-se pela significativa sazonalidade nas vendas. Do conjunto das empresas, 47 vendem até 2.500 litros de sorvete por mês no verão e 17 empresas vendem entre 2.501 litros e 5.000 litros. Cerca de 13 empresas vendem acima de 20.000 litros por mês nesse período. No resto do ano, 67 empresas vendem até 2.500 litros ao mês. O número de empresas que vendem entre 2.501 litros e 5.000 litros cai para 14 e as que vendem mais de 20.000 litros cai para sete. DE SORVETE AO MÊS VERÃO E RESTO ANO (Litros) Gráfico 6 VENDA – Venda de Sorvete ao NO Mês no Verão eDO Resto do Ano (Litros) 13% Acima de 20000 7% 6% De 10001 a 20000 Litros 7% 17% De 5001 a 10000 5% 17% De 2501 a 5000 14% 47% De 0 a 2500 67% 0% 25% 50% Empresas Resto do Ano Verão Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. Figura 5 - Máquinas utilizadas no processo de pasteurização e homogeneização do sorvete 34 75% DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Em vista das características inerentes ao processo de produção, as empresas do setor apresentam capacidade ociosa. No verão11, essa capacidade é reduzida, mas para 24% das empresas ainda se mantém acima de 30% (gráfico 7). No resto do ano, esta mesma faixa é a realidade de 70% das empresas, principalmente das empresas menores, que possuem até nove empregados. Gráfico CAPACIDADE 7 – Capacidade Ociosa Resto OCIOSA VERÃOVerão E RESTOeDO ANO do Ano 70% Mais de 30% 24% 6% 30% 9% 2% 20% 10% 0% 10% 4% 0 0% 2% 33% 25% Ao Mês no Verão 50% 75% Resto do Ano Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. A melhoria contínua nos produtos e processos produtivos, cada vez mais, vem se constituindo em estratégia necessária para manter a competitividade no mercado. Aproximadamente 1/3 das empresas do setor de sorvete de Minas Gerais implementam melhorias e inovações nos processos, serviços e instalações, de forma freqüente. Mais da metade das empresas implementam inovações eventualmente. Essas atividades são realizadas de forma sistemática por nove empresas; destas, sobressaem seis empresas de maior porte (acima de 16 empregados). Entre as modificações que as empresas têm interesse em incorporar destacam-se: ampliar a gama de produtos oferecidos (como novos sabores de picolés e de sorvetes, sorvetes diet e light, tortas, sobremesas finas); utilizar novas embalagens (potes de 2 litros, potes individuais, cones) e expandir a estrutura de vendas. Entretanto, apesar do interesse em implementar esses novos produtos, os recursos para capital de giro, capacidade instalada e qualificação de mão-de-obra são bastante limitados. A qualidade é inseparável do produto, porém, o cliente é o “árbitro” final, que julga a partir de suas próprias percepções. Essas percepções se formam por meio de características e atributos, que adicionam valor ao consumidor, intensificam sua satisfação, determinam suas preferências e os tornam fiéis à marca, ao produto ou à organização empresarial. O foco no cliente é um conceito estratégico, voltado para a conquista e a retenção de clientes. As normas dos programas de qualidade são conhecidas por 79 empresas. O controle da qualidade é realizado em 66 empresas, do início ao fim da produção. Em sete empresas o controle não é realizado, em 10, o controle é realizado somente no início e em 12 somente no final da 11 Para o setor, o verão ou a temporada de calor é definida entre o final do mês de setembro e o mês de março. 35 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS produção. Na maioria das empresas (94%), o percentual de retrabalho ou devolução é inferior a 5%. Nas empresas investigadas o controle da qualidade utilizado abrange as diversas etapas envolvidas, sendo de maior freqüência: o controle da qualidade das matérias-primas, o controle da validade das matérias-primas, a higienização das máquinas e equipamentos e a análise do produto através da degustação. A análise laboratorial é utilizada por 10 empresas. Em relação aos procedimentos existentes sobre a gestão da qualidade, os resultados apontam que 78 empresas têm conhecimento das boas práticas de fabricação (BPF), 23 conhecem o procedimento operacional padronizado (POP) e 20 a análise de perigo e pontos críticos de controle (APPCC). Do conjunto das empresas, 15 conhecem os três procedimentos acima, ao passo que 19 empresas não conhecem nenhum procedimento. O conhecimento da estrutura dos custos apresenta-se como importante instrumento para as empresas na busca de ações voltadas ao aumento da produtividade e manutenção da competitividade no mercado. Das empresas investigadas, 61% realizam rateio simples de despesas, 18% contabilizam seus custos de forma separada (por produtos ou centro de custos) e 13% não possuem nenhum método para a determinação dos custos. Apenas 5% das empresas utilizam software especializado em gestão de custos. A tabela 6 apresenta os principais custos envolvidos na produção de sorvete em relação ao faturamento. O leite foi apontado como representando um custo superior a 20% do faturamento para 59 empresas. A energia elétrica também foi apontada como tendo custo elevado para o processo de produção: para 46 empresas está acima de 16% do faturamento. Algumas medidas são realizadas pelas empresas na direção de conhecer o comportamento deste último custo. O consumo mensal de energia é verificado com freqüência por 69 empresas e 43 empresas conhecem o consumo energético dos seus equipamentos. Ademais, 82 empresas implementam alguma medida voltada à economia de energia. Tabela 6 – Principais Custos Envolvidos na Produção do Sorvete. Número de empresas % dos custos sobre o faturamento Energia Leite Gordura Liga Neutra Açúcar Mão-deobra Outros De 0 a 5% 17 17 83 85 52 47 44 De 6% a 10% 18 5 16 14 27 9 13 De 11 a 15% 19 11 0 0 11 10 11 De 16% a 20% 16 8 1 0 5 15 8 Acima de 20% 30 59 0 1 5 19 24 Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. 36 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Figura 6 - Tinas de maturação, máquinas utilizadas na mistura da calda base do sorvete. Mercado O conhecimento das necessidades atuais e futuras dos clientes é o ponto de partida na busca da excelência do desempenho da empresa no mercado. Assim, as empresas devem focar no cliente quando essas necessidades não estão claras para todos. Iniciativas visando desenvolver e oferecer produtos diferenciados podem ser utilizadas para a criação de novos segmentos e até mesmo para surpreender os mercados existentes. As estratégias, planos de ação e processos orientam-se em função da promoção da satisfação e da conquista da fidelidade dos clientes. O foco no mercado mantém a empresa atenta às mudanças que estão ocorrendo à sua volta, principalmente com relação aos concorrentes e à movimentação dos clientes em relação a novas demandas e necessidades. Essas preocupações são fundamentais para manter e aumentar a competitividade da empresa. Como já foi apontado, o setor do sorvete em Minas Gerais é essencialmente constituído por microempresas, e a produção destas destina-se em grande parte ao mercado interno. Os principais canais de comercialização são as vendas em sorveterias próprias (26,4%), em sorveterias no geral (12,4%) e em pontos de vendas trabalhados (17,5%), a exemplo: barzinhos e lanchonetes, padarias, escolas, entre outros, distribuídos por todo o estado e principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH (41%). Entretanto, as empresas de maior porte e estrutura buscam novos caminhos para a comercialização de seus produtos, sendo destaque as empresas localizadas nos municípios de Ipatinga e Uberlândia, que possuem representantes ou distribuidores em outros estados brasileiros. Os estados de maior destino das vendas foram: São Paulo (20%), Rio de Janeiro (17%), Espírito Santo e Bahia (3%). 37 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Figuras 7 e 8 - Máquina produtora contínua de sorvete e acondicionamento final Gráfico 8 – Comercialização dos Produtos (%) COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS (%) Sorveterias próprias 24,6 Ponto de venda 17,5 Eventos 12,7 Sorveterias 12,4 Pontos focalizados 10,9 Carrinhos próprios 6,2 Outros 3,8 Vendedores ambulantes 3,8 Rede de supermercados 3,8 Cozinhas industriais 2,7 Carrinhos fixos 1,5 Sorv próprias (outros Estados) 0,0 0 15 30 Fonte: IEL Minas – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. A idade das empresas demonstra a sua maturidade no mercado, ou seja, quanto mais tempo de vida tem uma empresa, mais consolidada, estável e aceita pelos clientes ela demonstra ser. Ao contrário de alguns setores tradicionais, 79% das empresas do setor de sorvete já estão consolidadas no mercado e possuem mais de 10 anos de vida, conforme indica o gráfico 9. Em média, 68% das empresas com mais de 10 anos de idade não possuem dificuldades em desenvolver novos produtos. Além disso, verifica-se uma boa capacidade inovativa, pois 64% das fábricas lançam de um a cinco novos produtos durante o ano, conforme a estação. 38 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Gráfico 9 – Tempo de Vida das Empresas TEMPO DE VIDA DAS EMPRESAS Acima de 20 anos 22% De 15 a 20 anos 25% 29% De 10 a 15 anos De 5 a 10 anos 16% De 1 a 5 anos 8% 0% 25% 50% Fonte: IEL/ GEDRI – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. Quando questionados os empresários sobre os métodos utilizados para adquirir conhecimento do mercado, 24 empresas (com até nove empregados) destacam-se por não se informarem sobre o mercado. Entre os principais métodos utilizados para conhecer o mercado, foram apontados: visitas a clientes a fim de ouvi-los e atender exatamente as necessidades do consumidor final, 23,4%; pesquisas em feiras e congressos, 16,9%; busca de informações através das publicações em revistas e jornais, 16,2%; busca de informações ou a troca de experiência através de entidades de classes, como os sindicatos e associações, 9,7%. Esse é um indicativo de que o setor poderia se beneficiar se as empresas estivessem mais mobilizadas para ações de interesse coletivo. Em relação ao uso dos meios para divulgar os produtos, os mais citados pelos empresários foram: contatos diretos aos clientes (24%), através de TV e rádio (16%) e de panfleto, cartazes e fôlderes (13%). 39 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Gráfico 10 – Conhecimento do Mercado (Indicador)* CONHECIMENTO DO MERCADO (Indicador)* 23,4 Visitas a Clientes 16,9 Pesquisa em Feiras e Congresso 16,2 Publicações 15,6 Nenhum 9,7 Reuniões sindicatos/associações 9,1 Outros 8,4 Persquisa mercado - interna Pesquisa mercado c/ especialista 0,6 0,0 15,0 30,0 Fonte: IEL/ GEDRI – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. Nota: *O indicador varia de 0 a 100, valores acima de 50 pontos são considerados importantes. É importante ressaltar que o mercado no setor do sorvete está diretamente correlacionado a duas variáveis básicas – preço e qualidade –, sendo o preço o requisito básico para a primeira compra e a qualidade requisito para que o produto seja bem aceito e sempre adquirido pelos consumidores. Se o empresário é mal informado sobre essas variáveis, certamente a sua empresa estará fadada ao insucesso. Somente 12% das empresas realizam, freqüentemente, avaliações de satisfação dos clientes, e 42% possuem cadastros de clientes atualizados12. O mercado é uma fonte importante de informação, que deve ser melhor explorada pelas empresas do setor. Em primeiro lugar, a entrada em um mercado que, de certa forma, já está ocupado por produtos concorrentes requer estratégias bem definidas e bem trabalhadas de vendas. Portanto, ter um produto de qualidade pelo menos igual ou superior às marcas comercializadas no mercado é de fundamental importância. Em segundo lugar, inegavelmente, pela concorrência desses produtos, que não podem ter uma grande diversificação ou que, pela escala pequena, não suportam investimentos de marketing, a força das vendas é viabilizada por um preço competitivo. Nesse caso, o conhecimento da concorrência, assim como de suas estratégias é essencial para viabilizar o lado mercadológico do produto. De fundamental importância é também conhecer a estruturação de custos da empresa, uma vez que o ganho do produtor pode ser obtido mediante uma postura empresarial de estabelecimento de uma estratégia permanente de busca de redução de custos. Conforme apresentado anteriormente, as empresas do setor ainda precisam avançar no quesito conhecimento da estrutura dos custos internos. 12 Essas respostas são das questões 74 e 75 do questionário, tendo sido definido como cliente o consumidor final. 40 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Figura 9 - Câmaras frias Fornecedores Os principais problemas que as empresas de sorvete enfrentam com relação aos fornecedores são os custos de transporte (22%), garantia de prazo na entrega (20%), a qualidade da matéria-prima (12,5%) e nos financiamentos (leasing) para a aquisição de equipamentos (12,5%). Entre os outros problemas (16%), foi, também, citada a dificuldade das micro e pequenas empresas de adquirem embalagens personalizadas e determinados insumos, em vista da exigência de aquisição de grandes quantidades (gráfico 11). Gráfico 11 – Problemas com Fornecedores (%) PROBLEMAS COM FORNECEDORES (%) Custo de transportes 21,7 Garantia de prazo de entrega 20,0 Outros 15,8 Financiamento, leasing 12,5 Qualidade da matéria prima 12,5 Especificações técnicas 11,7 Qualidade das máquinas e equipamentos 5,8 0,0 20,0 40,0 Fonte: IEL/ GEDRI – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. 41 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Diagrama da Cadeia Produtiva do Setor de Sorvete de Minas Gerais CONSUMIDORES Vendedo- Pontos res ambu- Focalizalantes dos 13 Sorveterias Ponto de venda 42 59 37 Sorveterias próprias 83 Eventos 43 Rede de Supermercado 13 Cozinhas Carrinhos Carrinhos IndusPróprios Fixos triais 21 5 9 Produtores de sorvete N=100 (atacado, varejo, atacado/ varejo) SÃO PAULO Fornecedores de: •Casquinha (62%) •Embalagem (44%) •Aditivos (28%) •Leite em pó (11%) •Máquinas e equipamentos (58%) MINAS GERAIS Fornecedores de: •Casquinha (23%) •Embalagem (37%) •Aditivos (46%) •Leite em pó (78%) •Leite in natura (76%) •Máquinas e equipamentos (30%) REGIÃO SUL Fornecedores de: •Casquinha (3%) •Embalagem (6%) •Aditivos (3%) •Leite em pó (5%) •Máquinas e equipamentos (8%) Fonte: elaboração própria do IEL/GEDRI. Conforme apresentado no diagrama da cadeia produtiva, o setor de sorvetes em Minas Gerais conta com vários fornecedores de outros estados. O estado de São Paulo é o que reúne o maior número de fornecedores de insumos e de máquinas e equipamentos. Cerca de 60% da matéria-prima utilizada no processo de produção é adquirida fora de Minas Gerais (gráfico 12). Entre elas, as maiores participações são das casquinhas (77% são adquiridas fora de Minas Gerais), embalagens (63%) e aditivos (54%). Entre os insumos adquiridos dentro do estado destacam-se o leite em pó (78%) e o leite in natura (76%). A compra das matérias-primas, em geral, é realizada através de revendedores (43%), diretamente na fábrica (32%) ou através dos grandes atacadistas (23%). As empresas de pequeno porte, 53 fábricas, comercializam, principalmente, através de revendedores, ao passo que as empresas maiores (acima de 16 empregados) compram diretamente nas fábricas. As empresas, de modo geral, preferem comprar em locais mais próximos. Esse comportamento deve-se à relação-custo benefício entre escala de produção e transporte, ou até mesmo às questões tributárias (fiscalização), ou às próprias condições financeiras das empresas. 42 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Gráfico ORIGEM 12 – Origem dos Fornecedores (%) DOS FORNECEDORES (%) 33 São Paulo 58 40 Minas Gerais 29 7 Rio Grande Sul 6 16 Outros 4 3 Paraná 2 1 Rio de Janeiro 1 0 25 Máquinas e Equipamentos 50 75 Máteria-prima Fonte: IEL/ GEDRI – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. A proporção de máquinas e equipamentos que são adquiridos fora do estado de Minas Gerais é superior à aquisição de insumos materiais, estando em torno de 71%. O estado de São Paulo lidera o fornecimento de máquinas e equipamentos, com 58%. Significativa parte do fornecimento também é realizada pelos estados da Região Sul. Os equipamentos são adquiridos, na maioria, diretamente na fábrica (52%) e através de revendedores (33%). Neste último caso, deve-se avaliar, com cautela, quem compra em menores quantidades e, por isto, com preços menos vantajosos, especialmente o caso das microempresas. Por outro lado, as empresas que possuem acesso direto ao fabricante são beneficiadas com maiores informações quanto aos novos produtos e tecnologias, compram em melhores condições de pagamento e menores preços e têm maiores chances de alcançar preços competitivos nos mercados em que atuam. 43 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Gráfico 13 – Visita em Feiras (Indicador*) VISITA EM FEIRAS (Indicador*) 23,49 Visita feiras em outros estados 14,23 Visita feiras em outras cidades 22,15 Visita feiras locais 0 25 50 75 100 Fonte: IEL/ GEDRI – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. Nota: *O indicador varia de 0 a 100, valores acima de 50 pontos são considerados importantes. As visitas às feiras e exposições são importantes fontes de informações, sendo uma oportunidade para as empresas se atualizarem sobre as novidades do setor. Em Minas Gerais, o índice de visitas a feiras pelos empresários do setor, ainda, é baixo, como pode ser visualizado no gráfico 13. Cerca de 23% das empresas visitam as “feiras em outros estados”, 22% visitam as “feiras locais” e 14% visitam as “feiras em outras cidades”. Esse panorama sinaliza para a necessidade de as empresas do setor explorarem mais as oportunidades existentes para conhecerem a realidade do mercado em que atuam. Participar de feiras ou apenas visitá-las é relevante para as empresas, haja vista que nessas ocasiões o fabricante terá contato direto com seus fornecedores, clientes e a própria concorrência, e também estará sintonizado com novas tendências que poderão ser incorporadas aos seus produtos, de forma a torná-los mais competitivos. Parcerias As parcerias e cooperações entre as empresas podem contribuir para elevar a competitividade e a lucratividade, para reduzir os custos, para ampliar o mercado consumidor. Este comportamento tem-se difundido cada vez mais. Há vários exemplos bem-sucedidos13, nos quais todos ganharam por cooperar para competir. É importante que as empresas do setor do sorvete superem as práticas convencionais de administração e adotem outras formas para sobreviver nesse cenário de rápidas mudanças e de maior competitividade. As estratégias de cooperação são exemplos de alternativas para atuar nesse novo contexto. 13 Como é o caso das empresas da Indústria de Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí em Minas Gerais. Ver Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica (2007, p: 52, 53 e 69). 44 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Gráfico 14 – Interesse das Empresas em Formar Parcerias (Indicador)* INTERESSE DAS EMPRESAS EM FORMAR PARCERIAS (Indicador)* 66,6 Central de compras 61,8 Treinamentos técnicos em conjunto 57,1 Treinamentos gerenciais em conjunto 54,8 Consultoria em conjunto 48,8 Compartilhar serviço de apoio Dividir espaço em feiras 46,2 Desenvolver produtos em conjunto 45,9 44,6 Marca regional ou selo 43,9 Vendas em conjunto 39,6 Compartilhar equipamentos Outros 5,0 0 25 50 75 100 Fonte: IEL/ GEDRI – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. Nota: *O indicador varia de 0 a 100, valores acima de 50 pontos são considerados importantes. Do conjunto das empresas de sorvete investigadas, 67% delas demonstraram interesse em participar de uma central de compras. A criação de uma central de compras poderia atender de forma eficiente o suprimento de matérias-primas e de máquinas e equipamentos, bem como realizar pesquisas de preços que dêem subsídios para que os empresários alcancem os níveis de rentabilidade desejados. Essa iniciativa permitiria às empresas interessadas negociarem com os fornecedores os preços e as condições de pagamento. Essa parceria também poderia ter como desdobramento uma melhoria contínua da qualidade das matérias-primas, visando a maior padronização dos produtos ofertados pelas empresas do estado. Outras formas de parcerias, pelas quais os empresários do setor de sorvete demonstraram interesse em participar foram treinamentos técnicos (62%), gerenciais (57%) e atividades de consultoria (55%). Por outro lado, iniciativas como vendas compartilhadas, participações em feiras e compartilhamento de equipamentos, conforme ilustrado no gráfico 14, podem ser mais exploradas pelos empresários como estratégias em parceria. Ademais, 33% das empresas cooperam com outras empresas e 6% cooperam com instituições de pesquisa. A cooperação vem sendo apontada como um fator importante para o crescimento das empresas, constituindo-se em essencial fonte de competitividade para as empresas. A rede de relacionamentos sociais dos empresários do setor do sorvete de Minas Gerais não tem se traduzido ainda, de forma importante, em um conjunto de ações cooperadas voltadas para enfrentar as dificuldades comuns, principalmente de empresas de micro e pequeno porte. Cerca de 30% das empresas participam ou são associadas de alguma entidade de classe, existindo, pois, um espaço para aumento do associativismo. 45 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Todavia, esse capital social14 começou a ser canalizado há pouco tempo, para a promoção de políticas de desenvolvimento do setor. Em setembro de 2003, foi instalado o Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Sorvete de Minas Gerais – Sindsorvete, a partir da Associação dos Fabricantes de Sorvete – Afasor, existente desde 2001, sendo sediado na cidade de Belo Horizonte em local cedido pela FIEMG. O sindicato é constituído por micro, pequenas e médias empresas, e tem como missão promover o desenvolvimento das fábricas de sorvete do estado de Minas Gerais, organizando e representando o setor, qualificando as empresas e o produto, buscando a valorização do produto regional. Entre suas bandeiras, defende também a desvinculação do consumo do sorvete das condições climáticas, a difusão do valor nutricional do produto e a capacitação técnica e tecnológica das empresas. Só no ano de 2007, por iniciativa do SINDSORVETE, foram realizadas as seguintes atividades: curso de Boas Práticas de Fabricação (BPF), o Dia Nacional do Sorvete de 2007, o workshop para assuntos tributários, encontro com a Vigilância Sanitária e o planejamento estratégico. Crescimento e Desempenho das Empresas O crescimento das empresas, em geral, é associado ao aumento ou melhoria dos fatores e insumos utilizados no processo de produção. Por outro lado, depende também da combinação adequada e de uma melhor utilização dos fatores existentes. Recentemente, esse crescimento tem sido vinculado à capacidade de gerar novos conhecimentos e inovações internamente. Para isto, são importantes não apenas a utilização de modernas tecnologias, como também o treinamento dos recursos humanos e a capacidade de selecionar e absorver os conhecimentos gerados externamente, que são relevantes para a área de atuação da empresa. Fatores como carência de mão-de-obra qualificada e dificuldades de treinamento de funcionários foram apontados como restritivos ao crescimento das empresas de sorvetes no estado. A ausência de cursos adequados e de carga horária compatível com o processo de produção tem imposto dificuldades à formação de mão-de-obra. Ademais, o setor conta com a evasão de funcionários que abrem suas próprias empresas. Cerca de 16% das empresas foram criadas por ex-funcionários. As principais necessidades de treinamento apontadas foram nas áreas de produção (27%), vendas (27%), administrativa (14%) e em boas práticas de fabricação (26%). Entre os demais fatores internos restritivos foram apontados a falta de capital de giro (20%), a impossibilidade de manter uma estrutura suficiente de vendas (17%) e dificuldades na definição do preço final de venda (10%). 14 De acordo com Robert D. Putmam, capital social refere-se aos aspectos da organização social, tais como redes de comunicações, regras e confiança, que facilitam a coordenação e cooperação para obtenção de benefício mútuo. 46 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Gráfico 15 – Fatores Internos que Dificultam o Crescimento FATORES INTERNOS QUE DIFICULTAM O CRESCIMENTO Mão-de-Obra Não-Qualificada 21.1% Falta de Capital de Giro 19.9% Estrutura de Vendas 17.5% Treinamento 11.4% Preço de Venda 10.6% Mão-de-Obra qualificada cara 9.8% Localização 6.1% Outros 3.7% 0.0% 5.0% 10.0% 15.0% 20.0% 25.0% Fonte: IEL/ GEDRI – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. O crescimento das empresas também é influenciado pelo ambiente no qual estão inseridas e pelos fatores macroeconômicos, na medida em que o regime macroeconômico condiciona as estratégias de tomada de decisão nas empresas. Como fatores externos restritivos às atividades das empresas no setor foram enumerados: carga tributária (27%), existência de concorrência acirrada (14%), elevado custo da matéria-prima (13%), juros elevados (10%), entre outros. Dificuldades para a obtenção de matéria-prima e para acessar informações comerciais apresentaram-se como gargalos somente para empresas com até nove funcionários. Essa restrição poderia ser solucionada mediante a criação de ações cooperativas que beneficiem um conjunto de empresas, como, por exemplo, uma central de compras e de prestação de serviços. 47 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Grau de Dependência do Desempenho das empresas Gráfico 16 – Grau de Dependência do Desempenho das Empresas a Fatores Selecionados a Fatores Selecionados 68% RH 49% 79% Novos Mercados 49% 82% Idade da Empresa 74% 82% Investimento novos sorvetes 65% 82% Novos Produtos 65% 52% Prazo de Entrega 39% 79% Expansão da Producão 61% 80% Estratégia de Vendas 75% 0% 20% 40% Desempenho Futuro 60% 80% 100% Desempenho Passado Fonte: IEL/ GEDRI – Gerência de Desenvolvimento Regional da Indústria, 2008. O desempenho das empresas (gráfico 16) do setor de sorvetes em Minas Gerais dependeu, no passado, da estratégia de vendas (80%), do tempo da empresa no ramo (82%), do desenvolvimento de novos produtos e investimentos em novos sorvetes (ambos com 65%), da expansão da produção (61%) e, em menos relevância, da conquista de novos mercados (49%), dos recursos humanos (49%) e da garantia do prazo de entrega (39%). Para as empresas com até nove funcionários, o desempenho esteve bastante ancorado no tempo de existência da empresa (idade) e para as empresas de 16 a 20 funcionários os investimentos em novos sorvetes foram decisivos. Para o desempenho futuro, ademais da estratégia de vendas e da idade da empresa, que se mantêm como fundamentais (respectivamente, 75% e 74%), uma maior importância foi atribuída ao desenvolvimento de novos produtos e de novos sorvetes (ambos com 65%). Para as empresas com até quatro funcionários, o desempenho futuro irá depender, significativamente, da expansão da produção e da conquista de novos mercados. Para esta última atividade, um passo importante é o registro da marca da empresa, que é a realidade de 35% das empresas investigadas e de 17% das empresas com até quatro funcionários. 48 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS BOXE 1: MULTINACIONAIS DO SETOR DE SORVETES A indústria mundial de sorvetes é caracterizada pela presença de grandes empresas e conglomerados da indústria alimentícia. Com expressiva atuação no mercado brasileiro estão o grupo Unilever (que adquiriu a Kibon em 1997) e a sueca Nestlé (que adquiriu a Yopa em 1972), No Brasil os sorvetes Kibon são os líderes de mercado, detendo mais de 50% do mercado de sorvetes em potes e mais de 60% do mercado de picolés. O principal ativo destas empresas multinacionais são as marcas de seus produtos, já consolidadas no mercado mundial e nacional. Essas empresas destinam parte significativa de seus orçamentos para a divulgação e com propagandas de seus produtos. Todas estão de olho no mercado consumidor brasileiro, principalmente na possibilidade de expandir as vendas para as Regiões Norte e Nordeste, onde a temperatura é elevada em grande parte do ano. As estratégias de expansão estão abrangendo, inclusive o desenvolvimento de produtos de baixo custo para consumidores dessas regiões. Fonte: Elaborado a partir de pesquisas realizadas na internet. RECOMENDAÇÕES PARA O SETOR Na “Era do Conhecimento”, o conhecimento e o aprendizado desempenham, cada vez mais, um papel central e estratégico. A criação interna desses elementos por parte das empresas vem se tornando a principal fonte de competitividade. Nesse contexto, a mão-de-obra deve estar integrada ao processo de geração interna de conhecimento e de absorção das informações externas. Para isto, o nível de escolaridade é fundamental, na medida em que possibilita aos funcionários o manejo de um maior fluxo de informações. É necessário melhorar a qualificação da mão-de-obra das empresas de sorvete de Minas Gerais, seja através do ensino médio e superior e também de cursos técnicos voltados à realidade e às necessidades do setor. De fundamental importância é também a capacitação dos proprietários nas técnicas gerenciais, que permitam melhor gerenciamento dos recursos físicos e humanos. A gestão da produção envolve diversas atividades, desde a concepção dos produtos até o controle da qualidade, das normas e padrões e dos impactos ao meio ambiente. Deve também ser capaz de identificar, selecionar e incorporar os avanços técnicos e tecnológicos, embutidos em máquinas e equipamentos ou em insumos materiais, relevantes para a empresa. A gestão da qualidade é o instrumental utilizado, cada vez em maior escala, pelas empresas, para o controle da qualidade durante todo o processo produtivo. Isso, contudo, ainda não é a realidade de todas as empresas de sorvete, que precisam avançar no conhecimento e na prática dos métodos de controle da qualidade. A tecnologia, atualmente, é uma das bases do conhecimento das empresas e tem desempenhado, cada vez mais, um papel determinante na competitividade das organizações e dos países. A tecnologia pode estar embutida em máquinas e equipamentos ou ser gerada internamente pelas empresas. No setor de sorvetes, os avanços técnicos e tecnológicos, no geral, 49 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS estão embutidos nas máquinas e nos insumos materiais. As empresas precisam, portanto, estar constantemente atualizadas sobre os avanços recentes realizados pelos seus fornecedores. A participação em eventos, feiras e congressos é uma das formas de obter informações recentes. Na cadeia produtiva do sorvete de Minas Gerais, entre as empresas e os fornecedores de máquinas e equipamentos ainda há elevada especificidade de ativos físicos, conforme identificado nas informações coletadas através do questionário. Esta situação confere aos fornecedores um maior poder de monopólio sobre os produtos ofertados, o que possibilita o estabelecimento de preços superiores aos vigentes em mercado competitivo. A aquisição conjunta de máquinas e equipamentos por parte das empresas do setor é uma ação recomendada, que possibilitaria a barganha de melhores preços e de condições de pagamento. Por outro lado, as transações entre as empresas do setor de sorvetes e os consumidores, para a maioria das empresas, ainda apresenta baixa especificidades de ativos. Uma forma de modificar a natureza dessas transações seria o estabelecimento em conjunto de marcas e de investimentos em propaganda que propiciassem a maior fidelização dos consumidores de determinadas regiões do estado. Outra ação nessa direção poderia ser o desenvolvimento de novos produtos, com insumos típicos das regiões nas quais as empresas estão localizadas. Exemplos são sorvetes e picolés de frutas tropicais e variados durante as diferentes estações do ano. Por fim, é importante destacar a importância do associativismo entre as empresas, na conquista de várias das ações mencionadas acima e de outras também. Em determinadas atividades, a atuação coletiva permite que as empresas se apropriem de benefícios e incorram em vantagens que dificilmente alcançariam atuando individualmente. Exemplos desse tipo de apropriação são modificações no aspecto regulatório, criação de um centro de treinamento e de pesquisa, criação de uma marca comum, atração de fornecedores de máquinas e equipamentos e de matérias-primas para o estado, entre outros. O engajamento em ações coletivas tem permitido a várias empresas alcançarem resultados positivos, no estabelecimento de um circulo virtuoso de crescimento. As empresas do setor de sorvete de Minas Gerais apresentam suas características individuais. Ao passo que algumas já avançaram no estabelecimento de métodos de gestão da qualidade, outras ainda não conseguiram estabelecer uma marca própria, outras enfrentam dificuldades para acessar os insumos utilizados no processo de produção, entre outros itens. O quadro a seguir sintetiza algumas recomendações para o setor de sorvetes, levantadas a partir das informações coletadas na pesquisa de campo do conjunto de todas as empresas. Cada empresa possui suas necessidades próprias que devem ser consideradas no momento de priorizar as ações a serem realizadas. 50 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Quadro 2 – Recomendações Para o Setor do Sorvete Módulos GESTÃO DA EMPRESA Desafios Princípios Gerais Recomendações A implementação de uma boa política de gestão dentro das empresas deve ser descentralizada, compartilhada e integrada a todas as áreas, de forma a propiciar uma eficaz gestão dos recursos físicos e humanos. Programas de apoio à melhoria do nível escolar. Baixo conhecimento de métodos da gestão da qualidade A gestão do processo produtivo iniciase no momento de criação da empresa e é fundamental para aumentar a produtividade. Cursos técnicos voltados à gestão da qualidade (BPF, POP, APPCC). Tecnologia defasada ou pouco difundida A inserção da tecnologia nos processos produtivos é considerada hoje o componente de maior impacto nas mudanças que estão ocorrendo no âmbito das empresas. Articulação com outras empresas e com fornecedores na busca de atualização tecnológica. Ausência de monitoramento das atividades internas nas empresas Baixo nível de escolaridade e de conhecimentos gerenciais e tecnológicos PROCESSO DE PRODUÇÃO E TECNOLOGIA Pouco conhecimento da estrutura de custos da empresa Cursos voltados às áreas de vendas e produção. Programas de capacitação gerencial e operacional com disseminação das melhores práticas, inserção de ferramentas de controle com indicadores, métodos de avaliação de desempenho. Ações cooperadas voltadas a facilitar a aquisição de máquinas e equipamentos novos. Um gerenciamento Programas de eficaz dos custos capacitação gerencial permite administrar de de gestão dos custos. forma mais eficiente os recursos internos, na busca de uma maior competitividade. 51 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS MERCADO Baixo conhecimento do mercado Promover a competitividade da indústria, respeitados os conceitos de mercado, com o uso racional das estratégias, plano de ações e processos a orientar a satisfação e conquista dos clientes. Conhecer os mercados interno e externo, através de: Pesquisas do mercado consumidor sistematizadas, a fim de analisar e atender às diferentes preferências regionais. Seminários sobre as preferências do mercado consumidor. Campanhas de publicidade: fomentar o consumo em diferentes estações do ano; promover campanhas de produtos diferenciados no mercado interno, visando explorar os diferentes segmentos consumidores. Criação/promoção da marca mineira e do selo de qualidade das alianças formadas no estado pelo setor. FORNECEDORES 52 Alto custo com transporte, prazo na entrega e baixa qualidade. Assegurar uma escolha ótima na contratação de fornecedores, devendo ser baseada em critérios técnicos, profissionais e éticos. De forma a atender às necessidades da empresa, devendo ser conduzida por meio de concorrências e processos predeterminados. Articulação com as indústrias de apoio: Estabelecer alianças que facilitem o fornecimento. Atração de novas indústrias fornecedoras de matérias-primas, máquinas e equipamentos. Criação e manutenção de banco de dados com informações sobre fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos. (características desses fornecedores, localização). DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS PARCERIA Pouca cooperação e articulação Estabelecer parcerias e cooperação entre as empresas de sorvete é fator-chave de sucesso. Com produtores unidos e organizados entre si, torna-se mais fácil e rápida a formação de alianças ao longo da cadeia produtiva, que, por sua vez, é fundamental para fortalecer a comercialização dos produtos. Isso depende da produção organizada e com qualidade, em volume suficiente para atender regularmente ao mercado consumidor. Articulação dos produtores de sorvete de MG e da cadeia produtiva: Atração de novos associados ao Sindsorvete, bem como ampliação e o fortalecimento das associações do setor já existentes. Expansão das alianças mercadológicas, envolvendo fabricantes, fornecedores e varejistas. Cooperação tecnológica e troca de know-how entre empresas, abrangendo identificação, avaliação, P&D, gestão e marketing. Compartilhamento de serviços de apoio, o desenvolvimento de produtos, estruturas físicas em feiras e eventos, consultoria e assistência técnica, treinamentos técnicos e gerenciais, além da criação de uma central de compras. Fonte: Pesquisa de campo. 53 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Relatório Anual de Informações Sociais – RAIS/MTE. Bases Estatísticas. Brasília, 2005. CD-ROM. BRITTO, J. N. Cooperação interindustrial e redes de empresas. IN: KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticos no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, capítulo 15, p. 345 – 388, 2002. COSTA, F.F. Efeitos de Aditivos na Cristalização de Sorvetes. Dissertação de Mestrado. Lavras, UFLA, 2006. DANTAS, A.; KERTSNETZKY, J.; PROCHNIK, V.; Empresa, indústria e mercados. IN: KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticos no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, capítulo 2, p. 23 – 41, 2002. HART, O. An Economist’s perspective on theory of the firm. Columbia Law Review, v. 89, 1989, p. 1757-74. IBGE. Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica 2001-2003. Rio de Janeiro: IBGE, 2005. IBGE. Produção Industrial Anual. Rio de Janeiro: IBGE, 2005. INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL-MG. Diagnóstico do Arranjo Produtivo da Indústria do Vale da Eletrônica: Mercado Tecnologia e Inovação. Belo Horizonte: FIEMG /IEL Minas/ SINDVEL, 2007. KREUZ, C. L.; SOUZA, A.; CUNHA, S. K.; PERFEITO, J. Indicadores de viabilidade e estratégias competitivas: o caso dos produtores de alho na região de Curitibanos - SC. Revista Alcance, Itajaí - UNIVALI, v. 12, n. 2, p. 269-283, 2006. MEYER-STAMER, J. O que é uma cadeia produtiva? E por que é relevante para empresas como também para entidades de suporte. Documento no âmbito do Projeto COMPETIR SENAI/ SEBRAE/ GTZ, fevereiro de 2002. MIKILITA, I. S.; CÂNDIDO, L. M. Fabricação de sorvete – Perigos significativos e pontos críticos de controle. BRASIL ALIMENTOS, n. 26, julho/ agosto, 2004. OLIVEIRA, L. A. G. Obtenção de Vantagem Competitiva e Criação de Valor Através de Alianças Estratégicas. Revista de Administração e Contabilidade, v2, n.1, 2005, ORNELA, E.A.; RANGEL, F.F.; REZENDE, A.A.; PENA, E.C.; SILVA, M. C. C. Perfil microbiológico de amostras de sorvete comercializadas em algumas cidades mineiras. Anais do XIX Congresso Nacional de Laticínios, Juiz de Fora, 2002, p. 181 -182. PORTER, Michael E. A Vantagem Competitiva das Nações. Rio de Janeiro: Campus, 1990. PROCHNIK, V.; VAZ, B. O. Cadeias Produtivas do Estado de Minas Gerais. IN: Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, Minas Gerais do Século XXI, v. VI. Integrando a Indústria para o Futuro, capítulo 2, Cadeias Produtivas Relevantes. Rona Editora, dezembro, 2002. PUTNAN. R. D. Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1997. ZYLBERSZTJN, D; FARINA, E.M.M.Q; SANTOS, R.C. O sistema agroindustrial do café. São Paulo: FIA, 1993. WILLIAMSON, O. Economic institutions of capitalism. New York: Free Press, 1985. FONTE DE DADOS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DO SORVETE - ABIS. Estatísticas. Disponível em: <http:// www.abis.com.br>. Acesso em: 22 dez. 2007. HTTP://www.euromonitor.com>. Acesso em: 20 jan.2008. HISTÓRIAS DA UNILEVER. Disponível em: <http://www.unilever.com.br>. Acesso em: 18 dez. 2007 54 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS ANEXOS 55 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE EM MINAS GERAIS QUESTIONÁRIO Nº. Apresentação do entrevistador: Bom Dia / Boa Tarde, meu nome é..., sou entrevistador do ..., contratado para realização de entrevista junto às empresas da Cadeia Produtiva do Sorvete em Minas Gerais. O questionário deverá ser respondido por algum sócio da empresa ou pelo responsável hierárquico da mesma. Parte I – Dados gerais da empresa EMPRESA: Nome Fantasia ................................................................................................................................................................... CNPJ .................................................................................................................................................................................... Razão Social ....................................................................................................................................................................... Endereço ............. ................................................................................................................. Nº ....................................... Bairro ................................................... Complemento . ...................................................... CEP .................................... Cidade .................................................................................................................................................................................. Página Web ........................................................................................................................................................................ Data início da atividade .................................................................................................................................................... ENTREVISTADO: Nome . .................................................................................................................................................................................. Cargo . .................................................................................. Telefone .............................................................................. Fax ........................................................................................ Celular ................................................................................. Email . ................................................................................................................................................................................... 1. Qual o principal ramo de atividade da empresa? 1. Atacado 2. Atacado e Varejo (Loja própria) 3. Varejo (Loja própria) Código 56 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS 2. a) A empresa participa de alguma entidade de classe? 1. Sim 2.Não (Saltar para questão 3) Código b) Qual? ............................................................................................................................................................................... 3. a) A empresa conhece as ações do Sistema FIEMG (CIEMG, SENAI, SESI, FIEMG, IEL): 1. Sim 2.Não (Saltar para questão 5) Código b) Qual? . .............................................................................................................................................................................. 4. Já utilizou algum(s) produto(s) do Sistema FIEMG (CIEMG, SENAI, SESI, FIEMG, IEL): 1. Sim 2.Não Código 5. a) A empresa conhece as ações do SEBRAE? 1. Sim 2.Não (Saltar para questão 7) Código b) Qual? . .............................................................................................................................................................................. 6. Já utilizou algum(s) produto(s) do SEBRAE? 1. Sim 2.Não Código Parte II – HISTÓRICO DA EMPRESA 7. O que o motivou a abrir uma empresa nesse ramo? (aceitam-se mais de uma resposta) 1. Oportunidade de negócio 2. Tradição familiar 3. Proprietário trabalhou no ramo como funcionário e depois criou empresa própria 4. Outros: ................................................................................................................................ Código 8. Número atual de funcionários: 1. Até 4 2. De 5 a 9 3. De 10 a 15 4. De 16 a 20 Outros:...................... Código 57 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS 9. Qual o principal motivo da escolha dessa cidade/região para localizar a empresa? 1. Oportunidade de negócio 2. Região de residência do proprietário 3. Existência de lote ou galpão próprio para a instalação da empresa 4. Proximidade com o mercado consumidor 5. Proximidade com o fornecedor 5.2 – Qual matéria-prima ou equipamento: .................................................................................................. 6. Outros: ............................................................................................................................................................ Código 10. Faturamento bruto mensal da empresa 1. Até R$ 5.000,00 2. De R$ 5.001,00 a R$ 10.000,00 3. De R$ 10.001,00 a R$ 15.000,00 4. De R$ 15.001,00 a R$ 20.000,00 5. De R$ 20.001,00 a R$ 40.000,00 6. De R$ 40.001,00 a R$ 60.000,00 7. De R$ 60.001,00 a R$ 80.000,00 8. De R$ 80.001,00 a R$ 100.000,00 9. De R$ 100.001,00 a R$ 150.000,000 10. De R$ 150.000,00 a R$ 200.000,00 11. De R$ 200.001,00 a R$ 300.000,00 12. Acima de R$ 300.000,00 Código 11. Quais são os meses que sua empresa vende mais? (aceitam-se mais de uma resposta) 1. Janeiro 7. Julho 2. Fevereiro 8. Agosto 3. Março 9. Setembro 4. Abril 10.Outubro 5. Maio 11. Novembro 6. Junho 12. Dezembro Código 12. Quais são os piores meses de venda? (aceitam-se mais de uma resposta) 1. Janeiro 7. Julho 2. Fevereiro 8. Agosto 3. Março 9. Setembro Código 58 4. Abril 10.Outubro 5. Maio 11. Novembro 6. Junho 12. Dezembro DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Parte III – GESTÃO ATUAL 13. A administração ou gestão da empresa é feita por: 1. Proprietário 2. Profissional contratado 3. Outros: ...................................................................................................................................................................... Código 14. Qual o nível de escolaridade do proprietário? 1. Primeiro Grau 3. Curso técnico 2. Segundo Grau 4. Terceiro Grau – Qual: ........................................................................................... Código 15. Quais as 3 principais fontes de informações utilizadas pela administração para atualização de conhecimentos gerenciais e tecnológicos? 1. Programas de TV 2. Livros 3. Participação em feiras e congressos 4. Consulta a instituições de ensino e pesquisa 5. Não se atualiza 6. Consultorias externas 7. Revistas 8. Jornais 9. Cursos, palestras e seminários 10. Internet 11.Outros: ................................................................... Código 16. Marque, nas opções seguintes, a que melhor define a participação do proprietário em treinamentos, cursos, seminários e/ou congressos para aprimoramento dos conhecimentos em gestão, nos últimos três anos: 1. Não participou de nenhum 2. Participou de pelo menos um 3. Participa eventualmente (mais de uma e menos de três vezes) 4. Participa freqüentemente (mais de três vezes) Código 59 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS 17. Indique se, além do proprietário, existe pelo menos um funcionário específico para cada área descrita abaixo: (OBS: Nas opções abaixo, se a resposta for “SIM”, preencher com código 1, caso seja “NÃO”, preencher com código 2) 1. Financeira 4. Contábil 7. Produção 2. Recursos humanos 5. Compras 8. Controle de qualidade 3. Marketing 6. Vendas 9. Logística 10. Manutenção/ Higienização Código 18. Sua empresa já recebeu consultoria? 1.Sim 2.Não (Saltar para questão 20) Código 19. Caso sua empresa já tenha recebido consultoria nas áreas destacadas, classifique-as marcando com 1 onde foi satisfatória, com 2 onde não foi satisfatória. Deixar em branco onde não recebeu consultoria: Áreas Grau de Satisfação 1. Administrativa 2. Produtiva 3. Gerencial 20. Quanto ao desenvolvimento de ações que demonstrem o comprometimento da empresa com os aspectos de responsabilidade social: Não há práticas de apoio e promoção de ações de responsabilidade social São apoiadas ações sociais pontuais, não envolvendo efetivamente as pessoas da empresa São apoiadas ações sociais rotineiras, mas não há envolvimento das pessoas da empresa São promovidas ações sociais, de forma sistemática e com a participação das pessoas da empresa Código 21. Quanto à existência de indicadores, que permitam avaliar se a empresa está funcionando bem. Não há indicadores que permitam monitorar o funcionamento da empresa São utilizados indicadores apenas para monitorar os resultados financeiros São utilizados indicadores para monitorar os resultados financeiros e de clientes São utilizados indicadores para monitorar os resultados financeiros, de clientes e dos principais processos da empresa Código 60 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Parte IV – SOBRE O SETOR DE SORVETE EM MG 22. Identifique os 3 principais fatores EXTERNOS a sua empresa, que impõem dificuldades ao dia a dia no setor de sorvete: 1. Carga tributária 2. Custo de matéria prima 3. Dificuldade na obtenção de mão-de-obra especializada 4. Exigências dos clientes 5. Dificuldade de acesso a informações comerciais 7. Falta de proximidade com instituições de ensino e pesquisa em nível superior 6. Concorrência acirrada 9. Dificuldade na obtenção na matéria prima 10. Concorrência com multinacionais 8. Juros elevados 11. Outros: ............................................................ Código 23. Identifique os 3 principais fatores INTERNOS, que impõem dificuldades ao desenvolvimento da sua empresa: 1. Mão de obra não qualificada 5. Impossibilidade de oferecer treinamento 2. Mão de obra qualificada cara 6. Definição do preço de venda 3. Falta de capital de giro 7. Localização 4. Impossibilidade de manter uma estrutura de vendas suficiente 8.Outros ..................................................................................................... ..................................................................................................................... Código Parte V – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 24. a) Como são planejadas as ações futuras da empresa? 1.De forma eventual, detalhada e não escrita 2. Através de planejamento estruturado Código 25. b) Quem as planeja? 1. O proprietário sozinho 4. Reuniões e opiniões de toda a empresa 2. Reuniões com os principais gerentes 5. Reuniões dentro da família 3. Consulta a especialistas 6.Outros: ......................................................................................... Código 61 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Parte VI - CUSTOS 26. Qual o método adotado para determinação dos custos? 1. Nenhum 2. Rateio Simples de despesas 3. Contabilidade separada por produtos ou por centro de custos 4. Software especializado em gestão de custos 5. Outros: ................................................................................................................................................................................... Código 27. Indique, em percentual, quanto representa o custo dos seguintes insumos no faturamento da sua organização: Insumos 1.(%) 2.Não sabe a) Energia b) Leite c) Gordura d) Liga Neutra (Neutro) e) Açúcar f) Mão-de-obra g) Outros No que se refere ao ciclo financeiro, indique os prazos médios para: a) Pagamento de fornecedores de matéria prima: ...................................................................................................... b) Recebimento de vendas (Atacado): . ......................................................................................................................... 28. Qual o percentual (%) de venda: a) À vista: ............................... b) A prazo: ............................. 62 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Parte VII - FINANÇAS 28. Qual o valor dos investimentos em Reais ( R$): Tipo 1. Nos últimos 2 anos 2. Nos próximos 2 anos a) Em novos equipamentos b) Em novas instalações ou ampliações 30. Qual a principal fonte de recursos para os investimentos da empresa? (Marcar até 2 opções) 1. Re-inversão de lucros da empresa 3. Empréstimos bancários 2. Recursos próprios 4. Outros: ............................................................................... Código 31. A principal necessidade de empréstimos é para: 1. Não precisa de empréstimo 4. Para pagamento de encargos trabalhistas 2. Para saldar dívidas com fornecedores 5. Para investimento em ativo fixo 3. Para capital de giro Código 32. Qual é o principal agente financeiro utilizado para captar financiamento? 1. Não capta financiamento 4. BNDES/BDMG 2. Bancos públicos . Qual (is)? .......................................... 5. Outros: .......................................... 3. Bancos privados. Qual (is)? .......................................... Código 33. a) Qual o percentual (%) de venda a varejo: ............... b) Qual o percentual (%) de venda por atacado: ............... Parte VIII – RECURSOS HUMANOS Qual o número de funcionários a empresa possui hoje por área: Administração: .................. Vendas: .................. Produção: .................. Total de funcionários: .................. 63 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS 35. (Apenas para empresas que vendem sorvete no varejo) Quantas pessoas trabalham na sua empresa no: 35.1- Verão 35.2 – Resto do ano a) Segunda a sexta b) Sábado a domingo/ feriados c) Horário parcial d) Horário integral 36. Quantos funcionários temporários são contratados no verão para trabalhar na produção (exceto nas lojas)? .......................... 37. Qual o percentual de funcionários por nível de escolaridade, em cada área? Nível de escolaridade 1. Administração 2. Vendas 3. Produção a) Ensino Fundamental b) Ensino médio c) Curso técnico d) Ensino superior 38. Como o empresário adquiriu experiência e conhecimento na área que atua? 1. Experiência ou prática familiar 4. Realização de cursos sobre o negócio 2. Trabalhou em empresa do ramo 5. Formação profissional do ramo 3. Treinamento fornecido por fornecedores/ distribuidores 6.Outros: ...................................................................................................... Código 39. Existem dificuldades para a realização de treinamentos internos ou externos? 1. Sim (responder item a) A) Quais? 1. Falta de recursos financeiros para pagar as despesas 2. Falta de estrutura (espaço físico, instalações adequadas) 3. Dificuldades de encontrar cursos adequados às necessidades da empresa 4. Dificuldades de conciliar o período das aulas com o ritmo da produção 5. Outros: .................................................................................................. 2. Não Código Sim ou Não 64 Código Letra a DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS 40. Sua empresa utiliza banco de horas? 1.Sim 2.Não Código 41. Quais são as 3 principais necessidades de treinamento dos funcionários? 1. Administrativa 4. Contábil 2. Produção 5. BFP – Boas Práticas de Fabricação 3. Vendas 6. Outra: ............................................................................................................... Código 42. Quais as 3 principais empresas e/ou entidades promotoras de treinamento? 1. SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 2. SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 3. CDL – Clube dos Diretores Lojistas 4. Universidades 5. Fornecedores/Representantes 6. SindSorvete 7.Outros:____________________________________________________ Código Parte IX – PROCESSOS 43. Quantos quilos/ litros de sorvete sua empresa vende por MÊS? a) Verão .................... b) Resto do ano .................... 44. Qual o preço do quilo/ litro (atacado) de sorvete? R$ .................... 45. Se sua empresa vende por peso (balança), qual é o preço? R$ .................... 46. Se sua empresa vende por bola de sorvete, qual é o preço por bola? R$ .................... 47. Quanto ao controle dos principais processos: 1. Não há nenhum tipo de acompanhamento para os processos 2. Alguns processos são acompanhados, mas sem utilização de indicadores 3. Alguns processos são acompanhados com indicadores 4. A maioria dos processos é acompanhada com indicadores, e existem metas de resultado para eles Código 65 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS 48. Aproximadamente quanto da capacidade de produção da empresa está ociosa: a) No Verão? 1. Zero 2. 10% 3. 20% 4. 30% 5. Mais de 30% Código b) No Resto do ano? 1. Zero 2. 10% 3. 20% 4. 30% 5. Mais de 30% Código Parte X – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 49. A empresa tem o hábito de verificar o consumo mensal e o valor total gasto com energia elétrica? 1. Não 2. Eventualmente 3. Freqüentemente Código 50. A empresa conhece o consumo energético dos seus equipamentos? 1.Sim 2.Não Código 51. A empresa analisa e implementa medidas visando a economia de energia? 1.Sim 2.Não Código 52. Qual o destino final dos resíduos (Gorduras, glicose, açúcar, leite, químicos para limpeza e outros) de sua empresa? ............................................................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................................................... 66 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Parte XI – TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO Seu processo de produção é: 1. Contínuo 2. Descontínuo Código 54. a) Quantas máquinas sua empresa possui? .................... b) Quais das máquinas mencionadas abaixo você possui? 1. Pasteurizador 7. Produtora de Picolé 2. Tina de maturação 8. Câmara fria 3. Homogeinizador 9. Incorporadora de sólidos 4. Produtora contínua 10. Incorporadora de líquidos 5. Produtora descontínua 11. Dosadora de picolé 6. Embaladora de picolé 12. Envasadora de pote Código 55. Quantos freezers sua empresa possui? .................... 56. Com relação ao tempo de uso/ fabricação, a maioria dos equipamentos utilizados na produção tem: 1. Mais de 3 anos 3. Mais de 10 anos 2. Mais de 5 anos 4. Mais de 20 anos 5. Até 03 anos Código 57. Quanto à implementação de melhorias e inovações nos produtos, serviços, processos e instalações: 1. Não são promovidas ações de melhoria e inovação 2. Eventualmente, são promovidas ações de melhoria e inovação 3. Freqüentemente, são promovidas ações de melhoria e inovação 4. Freqüentemente e de forma sistematizada, são promovidas ações de melhoria e inovação Código 67 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS 58. a) Entre os produtos/serviços não produzidos, quais sua empresa tem interesse em produzir? ............................................................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................................................... b) Marque os recursos limitantes para o início da produção 1. Novo Produto/ 2.Qualificação 3.ConhecimenServiço de MO to tecnológico Recursos Limitantes 4. Matéria -prima 5. Mercado Consumidor 6. Capacidade instalada 7.Capital b.1 b.2 b.3 b.4 b.5 Código b1 Código b2 Código b3 Código b4 Código b5 Parte XII – GESTÃO DE QUALIDADE 59. Sua empresa conhece as normas de algum programa de qualidade? 1.Sim 2.Não (Saltar para questão 61) Código 60. Quais procedimentos de funcionamento ideal sua empresa conhece: 1. Boas Práticas de Fabricação (BPF) 2. Procedimento Operacional Padronizado (POP) 3. Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) Código 61. a) Como é realizado o controle de qualidade dos produtos da empresa (pode marcar mais de 1 opção)? 1. Não é realizado 2. No final da produção 3. Do início ao fim da produção 4. No início da produção Código 68 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS b) Descreva o controle de qualidade utilizado. ............................................................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................................................... 62. Qual é o percentual de devolução ou retrabalho? Menor que 5 % Entre 5 e 10% Maior que 10 % Código 63. a) O empresário tem conhecimento sobre o selo de qualidade da ABIS? 1.Sim 2.Não (Saltar para questão 64) Código b) Se sim, existe alguma dificuldade em se adaptar às exigências do selo de qualidade da ABIS? 1.Sim 2.Não Código c) Quais? .......................................................................................................................................................... Parte XIII – PROPRIEDADE INTELECTUAL 64. A empresa tem suas marcas registradas? 1.Sim 2.Não Código 65. A empresa tem preocupação em registrar sua marca? 1.Sim 2.Não Código 69 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Parte XIV – MERCADO 66. Quanto tempo sua empresa está no mercado? De 1 a 5 anos De 5 a 10 anos De 10 a 15 anos De 15 a 20 anos Acima de 20 anos Código 67. a) Quantos produtos são lançados durante o ano? ............................................................................ b) Especifique: ................................................................................................................................................................... 68. a) Há dificuldades em desenvolver novos produtos? 1.Sim 2.Não Código b) Quais? ............................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................................................................... 69. Quais os dois principais métodos utilizados pela empresa para conhecer seu mercado? 1. Nenhum 5. Pesquisa de mercado feita através de especialistascontratados 2. Visitas pessoais aos clientes 6. Pesquisa de mercado feita pela própria empresa 3. Reuniões de sindicatos e associações 7. Congressos e feiras 4. Publicações e revistas especializadas 8.Outros: .................................................................................... Código 70. Marque o meio de divulgação mais utilizado pela empresa: 1. Nenhum 5. Panfletos, cartazes, faixas e folders 2. TV / Rádio 6. Contato direto com os clientes 3. Jornais 7. Revistas especializadas 4. Outdoors 8. Outros: ................................................................................ Código 70 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS 71. Como a empresa comercializa/vende seus produtos? 1. Ponto de venda 7. Sorveterias 2. Rede de Supermercados (potes) 8. Pontos Focalizados (posto de gasolina, restaurante oi lanchonete) 3. Carrinhos fixos 9. Cozinhas industriais 4. Sorveterias próprias em outro estado 10. Vendedores ambulantes 5. Eventos 11.Sorveterias próprias. Quantas: ............................................. 6. Carrinhos próprios 12.Outros: ........................................................................................ Código 72a. A empresa possui representantes ou distribuidores em outras (os) cidades/estados? 1.Sim 2.Não (Saltar para questão 74) Código b) Quais? 1. RMBH 3. Rio de Janeiro 5. Região Nordeste 7. Região Centro-Oeste 2. Minas Gerais 4. São Paulo 6. Região Sul 8. Outras: ....................................... Código 73. Caso distribua para outras(os) cidades/estados qual o percentual de venda de seus produtos de acordo com o destino? Estado % vendas Estado a) RMBH e) Região Nordeste b) Minas Gerais d) Região Sul c) Rio de Janeiro f) Região Centro-oeste d) São Paulo g) Outra % vendas 74. A empresa mantém cadastro de clientes atualizado? 1.Sim 2.Não Código 71 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS 75. Quanto à avaliação da satisfação dos clientes 1. Não existe nenhum meio para medir a satisfação dos clientes 2. Eventualmente são realizadas avaliações para medir a satisfação dos clientes 3. Freqüentemente são realizadas avaliações para medir a satisfação dos clientes 4. Freqüentemente e de forma sistematizada são realizadas avaliações para medir a satisfação dos clientes. Código 76. Qual o seu percentual de inadimplência? .................................. % Parte XV - FORNECEDORES 77. Quais os 3 principais problemas que sua empresa tem enfrentado junto aos fornecedores? 1. Garantia de prazo de entrega 5. Custos de transporte 2. Qualidade da matéria-prima 6. Cumprimento das especificações técnicas 3. Qualidade das máquinas e equipamentos 7.Outros: .............................................................. 4. Financiamento, leasing Código 78a) Quais os 3 principais estados fornecedores de matéria-prima? 1. Minas Gerais 4. Rio Grande do Sul 2. São Paulo 5. Paraná 3. Rio de Janeiro 6.Outros: ............................................................................ Código b) Indique a procedência das seguintes matérias-primas de acordo com a numeração acima: 1. Casquinha 2. Embalagem 3. Aditivos 4. Leite em pó 5. Leite in natura Código 72 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS 79. Como você adquire/compra sua matéria-prima? 1. Revendedores 3. Cooperativas 2. Grandes atacadistas 4. Direto da fábrica 5.Outros: ................................................. Código 80. Quais os 3 principais estados fornecedores de máquinas e equipamentos? 1. Minas Gerais 4. Rio Grande do Sul 2. São Paulo 5. Paraná 3. Rio de Janeiro 6.Outros: ........................................................................................ Código 81. Como você adquire/compra suas máquinas e equipamentos? 1. Revendedores 4. Lojas de usados/segunda mão 2. Direto da fábrica 5. Jornal 3. Grandes atacadistas 6.Outros: .................................................................................................... Código 82. Sua empresa visita feiras? (responder de acordo com legenda abaixo) 1. Não visita 2. Visita pouco 3. Visita freqüentemente 4. Muito freqüentemente 1. Feiras locais 2. Feiras em outras cidades 3. Feiras em outros estados Código 73 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Parte XI – PARCERIAS 83. Indique o posicionamento de sua empresa em relação às seguintes possibilidades de interação com clientes, fornecedores, centros de ensino e pesquisa ou entidades de apoio (de acordo com legenda abaixo): 1. Não tem interesse em participar 2. Tem interesse em praticar 3. Pratica 1. Central de compras 7. Desenvolver produtos em conjunto 2. Fazer vendas em conjunto 8. Compartilhar equipamentos 3. Fazer treinamentos técnicos em conjunto 9. Compartilhar serviço de apoio 4. Receber consultoria em conjunto 10. Compartilhar marca regional ou selo de 5. Fazer treinamentos gerenciais em conjunto Comercialização 6. Dividir espaço em feiras 11.Outros:______________________________ Código 84a) Existe cooperação entre a sua empresa e outras indústrias locais? 1.Sim 2.Não Código a.2) Com quem?................................................................................................................................................ b) Existe cooperação com instituições locais e Instituições de Pesquisas? 1.Sim 2.Não Código b.2) Com quem? ................................................................................................................................................ 85. Qual é o principal tipo de relacionamento que sua empresa tem estabelecido com os FORNECEDORES nos últimos dois anos? 1. Troca de idéias e informações 5. Uso de equipamentos 2. Treinamentos 6. Transferência de tecnologias 3. Ensaios p/ desenvolvimento e melhoria de insumos, produtos e/ou processos. 7. Outros: ...................................................................... ........................................................................................ 4. Não estabelece. 4.1. Por quê? Código 74 DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORVETE DE MINAS GERAIS Parte XVII – RESULTADOS 86. O desempenho da empresa dependeu nos últimos anos de: (OBS.: Nas opções abaixo, se a resposta for “DEPENDEU”, preencher com código 1, caso seja “NÃO DEPENDEU”, preencher com código 2) 1. Estratégias de vendas 5. Investimentos em novos Sorvetes 2. Expansão da produção (máquinas e espaço físico) 6. Tempo de existência da empresa no mercado 3. Garantia de prazo de entrega 7. Novos mercados 4. Novos Produtos 8. Recursos Humanos Código 87. O desenvolvimento dependerá nos próximos anos de: (OBS.: Nas opções abaixo, se a resposta for “DEPENDERÁ”, preencher com código 1, caso seja “NÃO DEPENDERÁ”, preencher com código 2) 1. Estratégias de vendas 5. Investimentos em novos Sorvetes 2. Expansão da produção (máquinas e espaço físico) 6. Tempo de existência da empresa no mercado 3. Garantia de prazo de entrega 7. Novos mercados 4. Novos Produtos 8. Recursos Humanos Código 88. Sugestões, críticas e agradecimentos: ............................................................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................................................... Observações do entrevistador: ............................................................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................................................... Entrevistador: ................................................................................................................................................... Muito obrigado pela colaboração. Os resultados deste diagnóstico e as ações conseqüentes serão publicados e comunicados pelas entidades parceiras. As informações são confidenciais. 75 Apoio: Realização: www.fiemg.com.br/iel