ALQUIMISTA - Instituto de Química
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ALQUIMISTA - Instituto de Química
1 ALQUIMISTA Publicação do Instituto de Química da Universidade de São Paulo Edição Número 132 – janeiro e fevereiro de 2016 Instituto de Química Carta do Editor Nesta edição temos o pesar de comunicar o falecimento de Alice Martins, secretária do Departamento desde a sua fundação, bem como o do professor José Dion, ex-presidente do CNPq. Notificamos também sobre o Prêmio Qualidade em Publicação da pós do IQ, nossos parabéns aos contemplados! Informamos em seguida sobre o livro da professora Alicia Kowaltowski sobre metabolismo, voltado para o público leigo. Ademais, publicamos uma interessante matéria envolvendo o professor Guilherme Marson sobre a preservação de filmes incendiados na Cinemateca. Por fim, noticiamos sobre o grupo do IQ-USP que testa nanopartículas contra bactérias multirresistentes, coordenado pela professora Ana Maria Carmona. Desejamos a todos uma proveitosa leitura e um ótimo começo de ano! Foto: Ivano Gutz É, eu só conheci a Alice quando ingressei no Curso de Química da USP em 1967. Ela já era Secretária do Departamento, recém contratada, sob a chefia do saudoso Professor Simão Mathias, o primeiro na história do atual Instituto de Química. Ela escrevia as cartas de recomendação, e cuidava pessoalmente da correspondência de todo o Departamento, desde o envelope até a colagem dos selos. Sempre muito meticulosa. Quando se aposentou, em dezembro de 2004, me pediu pessoalmente para cuidar de sua histórica balança de pesagem. Realmente uma relíquia. Está na minha sala! A Alice sempre tratava das nossas férias e afastamentos. E era o elo de ligação entre a Chefia do Departamento, e as quatro Áreas, de Química Inorgânica, Analítica, Fisico-Química e Química Orgânica. Na foto, ela aparece com a Dezembro de 2004. Homenagem ao aniversário e aposentadoria compulsória de Alice Martins, secretária do Departamento de Química Fundamental desde a sua criação em 1970. Foto: Henrique Toma Alice Martins (☆ 15/12/1934 – ✞ 06/01/2016) Alice Martins (à esquerda) e Ausônia Buscena (à direita) Ausônia Buscena, outro referencial importante como Secretária do Instituto de Química por várias décadas. A Alice era a única certeza do Departamento. Ela sempre estava lá, como Secretária, lidando com tudo e com todos. Foram várias décadas e muitas Chefias. A última, foi comigo. Já um pouco debilitada, ela compartilhou dos meus quatro anos de mandato até 2004. Mais do que uma Secretária, ela era o símbolo de um Departamento em que eu me formei e procurei preservar. Meu sucessor, o Prof. Ivano Gutz, entendeu e respeitou a minha escolha. Ela continuou vindo ao Departamento por 50 anos! O Departamento era a sua vida. Mas os tempos mudam e as pessoas passam. Ficam apenas as memórias a serem contadas para uma geração que não a conheceu, mas que igualmente, algum dia irá falar de seus ícones para outros em igual situação. Assim é a vida. As gerações mudam, mas com certeza muitos ainda se emocionarão ao lembrar da Alice, e com ela, de tanta gente querida que já não está ao nosso lado. Henrique E. Toma 2 Morre José Dion, ex-presidente do CNPq A ciência perdeu um grande nome no início deste mês e o CNPq um dos seus ex-gestores. Faleceu, no último sábado, dia 6/02, aos 77 anos, o engenheiro elétrico José Dion de Melo Teles, que presidiu a agência entre os anos de 1975 e 1979. Formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o piauiense José Dion, foi, ainda, o criador e o 1º presidente (1979 a 1986) do SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados). Doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Dion atuou como professor no Departamento de Administração da Universidade de Brasília e no Conservatoire national des arts et métiers (CNAM), Paris. Foi, ainda, Presidente da DIGIBRÁS, Vice-Presidente do Grupo de Seguros Atlântica Boa Vista, membro do Comitê Executivo de Ciência e Tecnologia da Organização dos Estados Americanos, Presidente do Conselho da PRODESP. Criou a empresa INNOVA Tecnologia Inovadora em Campinas, dedicada a estudos e análises de viabilidade técnica e econômica associadas à inovação tecnológica de empresas, especialmente as de controle familiar. Durante sua trajetória científica, recebeu diversos prêmios e condecorações, nacionais e internacionais tais como: Medalha do Pacificador, Comendador da Ordem do Mérito Naval, Comendador da Ordem do Mérito da Aeronáutica, Comendador da Ordem do Rio Branco, Medalha do Mérito da Inconfidência, Medalha Santos Dumont, Ordem Mexicana da Aguia Azteca, Ordem do Mérito Alemão, Chevalier do l’Ordre des Palmes Academiques. Coordenação de Comunicação Social do CNPq Prêmio Qualidade em Publicação Foi retomado o Prêmio Qualidade em Publicação, que nesta edição de 2015 visa reconhecer as melhores publicações do Programa de PósGraduação em Química do IQ-USP em 2014. Uma vez que não ocorreu a edição de 2014, que premiaria os melhores trabalhos de 2013, estes também foram homenageados. A cerimônia de premiação ocorreu no dia 11 de dezembro de 2015 no anfiteatro cinza, e foi organizada pelo Prof. Thiago Paixão. Foram honrados com a premiação cinco trabalhos de 2013 e cinco de 2014. Livro de professora do IQ descomplica alimentação e metabolismo para leigos Profª. Drª. Alicia Kowaltowski Uma busca no Google pela palavra metabolismo nos traz, além de algumas definições básicas, inúmeras dicas sobre maneiras de acelerar o metabolismo para emagrecer. No entanto, do ponto de vista técnico, “acelerar o metabolismo” não quer dizer nada. Ou, mais precisamente, “esse termo não é dos mais adequados, porque o metabolismo tanto degrada quanto sintetiza moléculas (e, portanto, engordar rapidamente também envolve aceleração das vias metabólicas)”. É o que explica a cientista Alicia Kowaltowski, professora titular do Instituto de Química da USP e membro do Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Cepid Redoxoma), no livro “O que é metabolismo? Como nossos corpos transformam o que comemos no que somos”, publicado pela editora Oficina de Textos. Kowaltowski estuda o metabolismo energético há quase 25 anos, desde sua Iniciação Científica no laboratório do professor Anibal Vercesi, enquanto estudante de Medicina na Unicamp. Atualmente, ela pesquisa as relações entre dietas, estresse oxidativo e envelhecimento. Motivada pela curiosidade das pessoas que constantemente lhe fazem perguntas sobre metabolismo e pela constatação de que existe uma enorme desinformação sobre o assunto, a pesquisadora resolveu explicar para o público em geral “essa rede altamente complexa de reações químicas que consistem o metabolismo e definem o que é um ser vivo, capaz de transformar o mundo à sua volta”. O desafio foi trazer para o público conceitos científicos em linguagem clara e acessível. Na realidade, mais do que um desafio, trata-se, para ela, de uma necessidade e de um dever. “As pessoas têm o direito de compreender, pelo menos de forma geral, aquilo que fazemos”, escreve a autora no prefácio, acrescentando que essa compreensão permite que as pessoas se protejam de informações errôneas e distorcidas. Para mostrar como os alimentos são convertidos nas moléculas que constituem nosso organismo e em energia na forma química de ATP (adenosina trifosfato), a moeda energética das células, Kowaltowski explica o que são e como funcionam as mitocôndrias, as “baterias das células”. Descreve como os hormônios regulam o metabolismo e fala de vitaminas e minerais. Conta, ainda, uma breve história do oxigênio. A autora dedica um capítulo aos organismos-modelo, de bactérias a animais, e explica como seria impossível fazer ciência sem esses organismos. O leitor fica sabendo, por exemplo, que o metabolismo do fermento de pão (Saccharomyces cerevisiae) é muito parecido com o nosso, o que o torna o organismo-modelo eucariótico mais usado em estudos laboratoriais. O texto é recheado com informações históricas e anedotas sobre as descobertas científicas, levando o leitor a apreciar como se dá a construção do conhecimento científico. No livro, Kowaltowski também se posiciona sobre assuntos que entram na esfera de políticas públicas, como a importância de se manter o financiamento da ciência básica e a defesa do uso de plantas transgênicas. “As pessoas recebem muitas informações sobre esses assuntos, mas não recebem informações diretas dos cientistas”, afirma ela. Mas, é claro, o que mais desperta o interesse das pessoas quando se fala em metabolismo são as dietas para emagrecer. E é justamente o radicalismo de algumas delas que preocupa Kowaltowski. Isso porque falta à maioria das pessoas educação científica para avaliar as informações que recebe. “Não existem fórmulas mágicas, desconfie de qualquer fórmula mágica”, alerta ela. Por exemplo, cortar completamente carboidratos da alimentação é uma maneira eficiente de perder peso. Mas o custo em termos de saúde é alto. Como esclarece a autora, tais dietas podem levar à perda de massa muscular e à formação de produtos ácidos e de altos níveis de ureia. Por outro lado, evitar o consumo de produtos animais também não se justifica do ponto de vista metabólico. A ingestão de proteínas animais é recomendável porque as proteínas do nosso corpo só podem ser produzidas a partir de outras proteínas, e as proteínas vegetais podem não dar conta de fornecer todos os aminoácidos necessários. Segundo a pesquisadora, a literatura científica aponta como sendo saudável uma alimentação que inclua carboidratos, proteínas e gorduras em moderação, obtidos de uma variedade grande de alimentos frescos. Embora haja diferenças hormonais entre as pessoas e até na mesma pessoa em diferentes fases da vida em relação à tendência maior ou menor de ganhar peso, para quem quer emagrecer a dica continua sendo: “coma menos, gaste mais”. Outro problema que chama a atenção da pesquisadora é o sentimento de culpa das pessoas quando estão um pouco acima do peso. Isso faz com que tenham uma relação tanto física quanto mental pouco saudável com a comida, o que as prejudica ainda mais. Talvez elas não saibam, mas a habilidade dos seres humanos de engordar facilmente e o gosto por alimentos altamente calóricos têm raízes evolutivas. “Nós somos evolutivamente preparados para sobreviver pouco tempo e na presença de comida escassa e difícil de obter, mas vivemos hoje a realidade oposta, com vidas longas e alimentação farta, de fácil obtenção”, escreve Kowaltowski. A autora lembra que, do ponto de vista médico, nem a obesidade nem a magreza exagerada são desejáveis. E acentua que a visão negativa que se tem hoje em dia da presença de gorduras no corpo não corresponde ao que é cientificamente comprovado como saudável. O lançamento do livro, com sessão de autógrafos, aconteceu no dia 16 de dezembro, às 18 horas, na Livraria João Alexandre Barbosa, da Edusp. Assessoria de Comunicação do Cepid Redoxoma 3 Preservação de filmes incendiados na Cinemateca é complexa, diz professor do IQ Prof. Dr. Guilherme Marson O incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira, na madrugada da quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016, em São Paulo, destruiu cerca de 1.000 rolos de filme. Todos eles eram feitos de nitrato de celulose, um material autoinflamável, característico da produção de películas nacionais até a década de 1940. Pola Ribeiro, secretário do Audiovisual do MinC (Ministério da Cultura), responsável pela entidade, disse que o armazenamento de nitrato de celulose "é quase como uma morte anunciada", já que pode entrar em combustão espontânea se submetido ao calor intenso. De acordo com Guilherme Marson, professor doutor do Instituto de Química da USP (Universidade de São Paulo), muitos compostos nitratados são realmente reativos, podendo sofrer reações químicas rápidas e liberando grande quantidade de energia. "Em condições que favoreçam essas reações, eles podem se tornar explosivos". Marson diz que, em condições favoráveis, o material é estável, mas que o armazenamento é extremamente complexo e caro. Em ambiente seco e quente, se houver algum tipo de de ignição (um atrito, uma faísca ou mesmo a eletricidade estática da mão), pode mesmo haver uma autocombustão. Já um ambiente úmido, pode desencadear fungos. A Cinemateca possui quatro câmaras projetadas exclusivamente para armazenar as matrizes (originais) em nitrato de celulose, seguindo normas internacionais de preservação. A sala atingida pelo fogo tem apenas 20 metros quadrados e, para evitar faíscas, não existem interruptores nem ar condicionado e há um vão entre as paredes e o teto, além de paredes vazadas com cobogós. Os filmes estavam armazenados em estojos de estireno, um tipo de plástico que não gera atritos no material. Para Marson, as medidas de segurança do local estão dentro das medidas adequadas. “É preciso ver se alguma coisa causou algum curto. Hoje o dia em São Paulo foi bastante quente e seco. Isso pode ter colaborado para causar a autocombustão”. O nitrato de celulose foi o primeiro plástico a ser descoberto, feito de polpa da madeira (celulose) com ácido nítrico concentrado. O material passou a ser usado como película de cinema porque era fácil de moldar e se esticar em longas tiras. Por causa desta característica autoinflamável do material, a indústria cinematográfica passou a utilizar, a partir da década de 1950, acetato de celulose, que foi posteriormente substituído por poliéster, já na década de 1980. Na ficção, incêndios causados pelos filmes produzidos em nitrato de celulose foram mostrados em longas como “Cinema Paradiso” (1988) e “Bastardos Inglórios” (2009). No primeiro, o filme pega fogo por causa do calor do projetor. No segundo, os rolos são usados como combustível para iniciar um incêndio que mataria Adolf Hitler dentro de uma sala de cinema. O professor lembrou que o explosivo nitroglicerina também é um nitrato, embora bem mais instável que o de celulose. “A nitrocelulose (nitrato de celulose) guarda semelhanças químicas com a nitroglicerina. Ela é inflamável e a eletricidade estática pode desencadear a combustão nos rolos”, explicou. Felipe Branco Cruz Do UOL, em São Paulo Corpo de Bombeiro combate o incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira 4 Grupo do IQ-USP testa nanopartículas contra bactérias multirresistentes 5 Profª. Drª. Ana Maria Carmona Ribeiro Nanopartículas criadas no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) a partir de fragmentos lipídicos recobertos por polímeros apresentaram em ensaios in vitro uma potente ação contra cepas de bactérias multirresistentes a medicamentos. Os resultados, publicados [Int. J. Mol. Sci. 2015, 16(3), 6337-6352; doi:10.3390/ijms16036337] recentemente no International Journal of Molecular Science, foram apresentados pela coordenadora da pesquisa, Ana Maria Carmona-Ribeiro, no dia 16 de outubro, durante o BrazilSweden Workshop on Frontier Science and Education. “Em estudos anteriores havíamos mostrado que tanto o lípide catiônico (com carga positiva) quanto o polímero catiônico têm ação contra microrganismos. Quando se combinam esses dois elementos ou se combina um deles com um antibiótico ou com um peptídeo antimicrobiano, conseguimos uma ação de maior espectro”, comentou Carmona-Ribeiro em entrevista à Agência FAPESP. O tamanho das partículas varia entre 50 e 100 nanômetros (nm). Para ter um parâmetro de comparação, um fio de cabelo tem espessura aproximada de 80 mil nm. Conforme explicou a pesquisadora, a montagem das diferentes camadas é feita por atração eletrostática. “Primeiro fazemos a dispersão de lipídeos sintéticos catiônicos e formamos fragmentos de bicamada. Por atração eletrostática, depositamos um polímero natural aniônico (com carga negativa), a carboximetilcelulose (CMC). Por fim, depositamos uma outra camada de um polímero catiônico chamado cloreto de poli dialildimetilamônio”, explicou. Durante o mestrado e o doutorado de Letícia Dias de Melo Carrasco, com orientação de Carmona-Ribeiro e apoio da FAPESP, as nanopartículas vêm sendo testadas em culturas de bactérias normalmente encontradas em ambientes hospitalares e que já desenvolveram resistência aos antibióticos mais usados, como a Pseudomonas aeruginosa multirresistente (MDR), Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase (KPC) e Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA). De acordo com os resultados publicados no International Journal of Molecular Science, as nanopartículas conseguiram matar entre 92% e 99% das células em cultura. “Observamos que, ao interagir com a bactéria, a partícula se dissocia. Os polímeros aniônicos e catiônicos são liberados e interagem com a parede externa da bactéria formando feixes. Isso causa a desagregação da parede celular”, contou Carmona-Ribeiro. Em estudos anteriores, o grupo do IQ-USP combinou os fragmentos lipídicos catiônicos com antígenos de patógenos e testou sua eficácia como adjuvante imunológico. Em um dos experimentos a partícula foi combinada com uma proteína produzida pela Mycobacterium leprae, espécie causadora da lepra. “Testamos em camundongos e vimos que esse adjuvante gera excelentes respostas celulares, ou seja, aumenta a capacidade da célula hospedeira de combater o microrganismo que está causando a infecção”, disse Carmona-Ribeiro. Também foram feitos ensaios com a ovoalbumina, proteína encontrada na clara do ovo e considerada um antígeno modelo para testes de novos adjuvantes. “Esses ensaios mostraram que nossos adjuvantes são melhores que os atualmente disponíveis no mercado. Nossa limitação foi obter antígenos verdadeiramente bons para avançar nos testes com esse sistema”, afirmou a pesquisadora. Em outra linha de pesquisa, o grupo combinou o fragmento lipídico catiônico com a anfotericina B, um antifúngico usado para tratar doenças como aspergilose, blastomicose, candidíase disseminada, coccidioidomicose, criptococose, histoplasmose, mucormicose, esporotricose disseminada e até mesmo leishmaniose. “Administramos por via parenteral em camundongos e observamos um efeito melhor que o de formulações comerciais da anfotericina, como, por exemplo, o Fungizone. Esses fragmentos são promissores, mas precisamos de novas colaborações com grupos que tenham modelos in vivo para avançar”, disse a pesquisadora. Organizado pela FAPESP, no âmbito de acordos de cooperação com a Uppsala University e a Lund University, o workshop teve o objetivo de estimular novas colaborações entre os pesquisadores do Estado de São Paulo e da Suécia, promovendo o intercâmbio de pesquisas, tecnologias e experiências. As três instituições firmaram acordos de cooperação em 2015. Também na seção intitulada "Fronteiras em Ciências Físicas e Biológicas", o pesquisador Watson Loh, do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apresentou sua linha de pesquisa dedicada à criação de nanopartículas sintéticas capazes de mimetizar sistemas biológicos. “Nós conjugamos produto químicos comerciais, como surfactantes e polímeros solúveis em água, e buscamos entender como as substâncias interagem para formar estruturas parecidas com as encontradas em seres vivos”, contou Loh. Segundo o pesquisador, uma das possibilidades futuras seria usar essas partículas como carreadoras de fármacos. Para isso, o grupo trabalha com sistemas responsivos, ou seja, capazes de responder a estímulos externos como temperatura, acidez ou luz. “O modelo ideal seria criar uma partícula capaz de ir ao local exato em que a droga deve ser liberada e nesse momento damos o estímulo. Fatores como o tamanho da partícula, a estrutura tanto interna como externa, é que vão determinar o comportamento, a velocidade, o local em que a partícula vai aderir”, disse. Tommy Nylander, professor de Físico-Química da Lund University, também apresentou estudos de moléculas carreadoras de drogas, mas feitas à base de lipídeos encontrados nas membranas celulares. Leif Kirsebom, professor de Biologia e diretor do Centro Biomédico da Uppsala University, apresentou estudos voltados a estudar o genoma das mais de 150 espécies de bactérias do gênero Mycobacterium. O grupo tenta descobrir como varia a expressão de genes importantes quando os microrganismos são submetidos a situações estressantes, como temperaturas muito altas ou muito baixas, pouco oxigênio ou estresse oxidativo. Também participaram da seção Katarina Edwards (Uppsala University), Sylvio Canuto (USP), Sven Lidin (Lund University), Isabel Alves dos Santos (USP), Olov Sterner (Lund University), Eduardo Gonçalves Ciapina (Universidade Estadual Paulista – Unesp), Jorge Melendez (USP), Andreas Korn (Uppsala University), Jacques Raymond Daniel Lépine (USP), Laerte Sodre Junior (USP), João Evangelista Steiner (USP). Karina Toledo Agência FAPESP 6 ANIVERSARIANTES Parabéns aos aniversariantes do IQ - meses de janeiro e fevereiro 2/1. Armando Henrique dos Santos 2/1. Paulo Alves Porto 3/1. Maria Luiza Piassa Baldini 4/1. Denise Freitas Siqueira Petri 7/1. Nina Coichev 7/1. Paulo Luis Pacheco 10/1. Edilson Ferreira da Silva 11/1. Simone Tessarini Estevão 12/1. Maria Tereza Magalhaes Santos 12/1. Renato Sanches Freire 14/1. Aline Souza da Cruz 15/1. Bianca Silvana Zingales 16/1. Marcos Paulo Regiolli 17/1. Julio de Assis Pereira 17/1. Marcelo Nunes Silva 18/1. Carlos Morais de Oliveira Filho 19/1. Luci Deise Navarro 19/1. Renato Colombo 19/1. Thiago Carita Correra 20/1. Perola de Castro Vasconcellos 23/1. Robert Schumacher 25/1. Ataualpa Albert Carmo Braga 25/1. Silvia Paula de Oliveira 26/1. Denise Yamamoto 27/1. Ivano Gebhardt Rolf Gutz 27/1. Juliana Granço M. de Moraes 27/1. Marcos Rogerio Soares Vieira 27/1. Marlene Dietrich 28/1. Alex Makoto Nomura 28/1. Jailton Cirino dos Santos 28/1. Milton Cesar Santos Oliveira 29/1. Ohara Augusto 30/1. Flavio Antonio Maximiano 31/1. João Carlos Setubal 31/1. Margarida Tavityan 3/2. Marilda de Fatima Silva Camargo 4/2. Valter Sidinei Dalmasso 5/2. Henrique Eisi Toma 5/2. Paulo Sergio Santos 7/2. Cassiana Seimi Nomura 7/2. Claudia Santos Carvalho dos Reis 7/2. Claudimir Lucio do Lago 7/2. Denize Cristina Favaro 7/2. Lucio Angnes 8/2. Fatima Aparecida Colombo Paletta 8/2. Maria Teresa Machini 9/2. Robson Edison de Almeida Leite 10/2. Guilherme Andrade Marson 10/2. Maria Ivanilde Marcelino 11/2. Gilliard de Faria 13/2. Joaquim Luis Matheus 17/2. Flavio Maron Vichi 18/2. Francisco Augusto de Azevedo 18/2. Paulo Roberto H. Moreno 19/2. Ricardo José Giordano 20/2. Maria Regina Alcantara 20/2. Paulo Antonio Monteiro da Silva 20/2. Vera Regina Leopoldo Constantino 21/2. Layla Farage Martins 25/2. Rômulo Augusto Ando 26/2. Alexandre Bruni Cardoso 28/2. Alessandra Pontual da Silva 28/2. Alzilene Santos Pereira Rocha Teses e Dissertações Alunos do Programa de Pós-Graduação do IQ que defenderão seus trabalhos de Mestrado (M) e Doutorado (D) UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Instituto de Química Reitor Prof. Dr. Marco Antonio Zago Pró-Reitor de Cultura e Extensão Profa. Dra. Maria A. Arruda Diretor Prof. Dr. Luiz Henrique Catalani Vice-Diretor Prof. Dr. Prof. Paolo Di Mascio Chefe do DQF Prof. Dr. Mauro Bertotti Chefe do DBQ Prof. Dr. Shaker Chuck Farah Editor Prof. Dr. Hermi F. Brito Redator e Jornalista-Responsável Prof. Dr. Paulo Q. Marques (reg. prof. MTb nº 14.280/DRT-RJ) 1. Luciana Coutinho de Oliveira – “Caracterização da estrutura, dinâmica, interações e função de componentes do sistema de secreção tipo IV de Xanthomonas citri por ressonância magnética nuclear em solução”. Orientador: Prof. Dr. Roberto Kopke Salinas. Dia: 01/02/2016, às 13:30 h, no Anfiteatro Vermelho (D). 2. Fernanda Parra da Silva – “Estudo da seletividade de catalisadores a base de cobre e paládio em transformações de hidrocarbonetos insaturados”. Orientador: Profª. Drª. Liane Marcia Rossi. Dia: 03/02/2016, às 13:30 h, no Anfiteatro Vermelho (D). 3. Laura Farkuh – “Estudo e desenvolvimento de lipossomas com potencial para aplicação em base cosmética”. Orientador: Profª. Drª. Sayuri Miyamoto. Dia: 04/02/2016, às 14:00 h, no Anfiteatro Cinza (M). 4. Débora Andrade Silva – “Abordagens experimentais em proteômica e glicômica aplicadas à caracterização do veneno de Bothrops alcatraz”. Orientadora: Profª. Drª. Solange Maria de Toledo Serrano. Dia: 16/02/2016, às 09:00 h, no Anfiteatro Vermelho (M). 5. Klester Dos Santos Souza – “Junções moleculares e agregados de nanobastões de ouro: um estudo SERS”. Orientadora: Profª. Drª. Marcia Laudelina Arruda Temperini. Dia: 26/02/2016, às 13:30 h, no Anfiteatro Vermelho (D). Tiago B. Paolini (Secretário) Colaboradores Cássio Cardoso Cezar Guizzo Fábio Yamamoto Ivan Guide N. Silva Jaílton Cirino Santos Lucas C. V. Rodrigues Márcia Cristina Ponte Milton Cesar Santos Oliveira QUER COLABORAR? Para colaborar com o jornal ALQUIMISTA, entre em contato através do e-mail: [email protected] Eventos, artigos, sugestões de matérias ou qualquer outra atividade de interesse do IQUSP podem ser enviados. Todos podem colaborar. 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