Convivência_chamada PT-EN_extensãoJan16
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REVISTA SOCIOPOÉTICA CHAMADA PRORROGADA CHAMADA – 2015/2 CONVIVÊNCIA Viver junto, habitando um mesmo tempo e espaço, implica, obviamente, uma relação: entre indivíduos, entre grupos, entre os humanos e o ambiente. Pensar a convivência se torna particularmente urgente no momento em que a população mundial ultrapassa a marca dos sete bilhões de habitantes e em que as previsões nos preparam para um mundo com dez bilhões de pessoas até o fim deste século. Em 2002, o geólogo holandês Paul Crutzen cunhou o termo "antropoceno", a era do homem, para se referir à época - aquela em que vivemos desde a Revolução Industrial- em que as alterações mais significativas nas condições físicas do planeta se dão por interferência humana. (Crutzen, 2002, p.23) A noção de antropoceno coloca o humano em foco, justamente em um momento em que as ciências humanas tentam recuperar seu prestígio e se debatem para tentar justificar sua relevância social. Alguns críticos, como o alemão Ottmar Ette, têm se queixado da marginalização das humanidades num momento histórico em que uma pergunta fundamental se coloca à sociedade global: "como culturas radicalmente distintas podem viver juntas com respeito mútuo pelas diferenças de cada uma." Ette reivindica um lugar para os estudos literários nas chamadas "ciências da vida" e afirma que a literatura é um “repositório dinâmico e mutável de saber sobre a vida” e que por isso ela daria “forma estética a diretrizes sobre como viver”. (Ette, 2010, p.18) A convivência deriva em uma enorme diversidade de temas e perspectivas: contato, contaminação e afeto; arquitetura defensiva; ecocrítica; estética relacional; comunidade e multidão; colaboração; novas formas de organização e produção de conhecimento e cultura; a lógica do condomínio; discursos apocalípticos; o ódio cibernético; o consumo; a cidade. O que significa viver junto num mundo dominado pelo capitalismo global e a economia pós-fordista, por sistemas de comunicação altamente integrados e, finalmente, pela consciência ubíqua do risco ambiental? O que significa convivermos em espaços densamente povoados sem, no entanto, nos conhecermos? Que subjetividades surgem com as novas formas de comunicação? Com pensar a vida em comum no cenário político brasileiro desde as manifestações de junho de 2013? O que dizer da convivência entre saberes e campos de conhecimento? O que têm a dizer sobre a convivência a literatura, a arte, as formas de ação política nãotradicionais? A revista Sociopoética se propõe a reunir, em seu número 2/2015, textos que ofereçam diferentes interpretações do tema da convivência no presente. Mais do que definir um objeto específico, nos interessa pensar como a cultura e o pensamento crítico contemporâneos respondem ao problema da convivência. A coordenação deste número está a cargo de Ariadne Costa. Serão aceitos artigos inéditos, ensaios e resenhas críticas. Todos os textos devem ser assinados por doutores. Mestres podem publicar em coautoria com um doutor. As normas para publicação podem ser consultadas em http://eduep.uepb.edu.br/sociopoetica/normas_pub.html. Os textos devem ser enviados para o email [email protected], até o dia 24 de janeiro de 2016. JOURNAL SOCIOPOÉTICA EXTENDED CALL FOR PAPERS – 2015/2 LIVING-TOGETHER Living-together, inhabiting the same time and space, implies a relation: between individuals, between groups, between humans and the environment. Thinking about living-together has become especially urgent now that our human population has reached the 7 billion mark and is expected to reach 10 billion by the end of this century. Geologist Paul Crutzen has declared that we have entered a new epoch, the "anthropocene" - the epoch of man - which began in the Industrial Revolution when human activities initiated significant changes in the physical conditions of our planet (Crutzen, 2002, p.23). The notion of the anthropocene places human beings as the focus just at the moment in which the human sciences are trying to recuperate their prestige and regain social relevance. Some critics, such as Ottmar Ette, are lamenting the marginalization of the humanities at exactly the moment in which a fundamental question presents itself to global society: “how can radically disparate cultures live together with mutual respect for each other.” Ette claims a place for literary studies in the so-called “life sciences” and affirms that literature is “a mutable and dynamic storehouse of knowledge for living” and would “devise and aesthetically shape blueprints for how to live.” (Ette, 2010, p.18) Living-together can encompass an enormous diversity of themes and perspectives: contact, contamination and affect; defensive architecture; eco-criticism; relational ethics; community and the multitude; collaboration; new forms of the organization and production of knowledge and culture; Brazilian condo logic; apocalyptic discourses; cybernetic hatred; consumption; the city. What does living-together mean in a world dominated by global capitalism and a post-Fordist economy, by highly integrated systems of communication and, finally, by the ubiquitous awareness of environmental risk? What does co-habitation mean when we live as strangers in areas of dense population? What forms of subjectivity arise with new forms of communication? How do we think of life-together in the sphere of Brazilian politics since the manifestations of June, 2013? What can we say about living-together in the context of fields of knowledge and study? What can we learn about the living-together from literature, art, or non-traditional forms of political action. The journal Sociopoética proposes to gather, in its next edition, texts that present different perspectives on living-together in the present. More than defining a specific object of study, we are considering how contemporary culture and critical thought are responding to the problem of living-together. This edition is being coordinated by Ariadne Costa. We are accepting previously unpublished articles, essays and critical reviews. Please send texts by email to [email protected]. At least one of the authors must be in possession of a PhD. Texts can be in Portuguese, English or Spanish. Norms for publication can be found at http://eduep.uepb.edu.br/sociopoetica/normas_pub.html. Deadline for submission is January 24th, 2016.