Expedição de uma mulher ao polo sul: sobre um trator

Transcrição

Expedição de uma mulher ao polo sul: sobre um trator
NO.
Uma revista do Grupo
Trelleborg. Soluções que
vedam, amortecem e
protegem aplicações críticas.
Expedição de uma mulher
ao polo sul:
2.350
km
de
desafios
extremos
sobre um trator
“Sólido ou não,
há espaço
vazio em todos
os materiais”
Krishan Chawla & Gary Gladysz
“Cobots” aumentam a eficiência
Colegas robóticos
impulsionam a
produção
Cumprindo uma
necessidade de
2.000 litros
Como um enorme
saco descartável
para biorreatores
foi desenvolvido
DEFENSAS AJUDAM A EVITAR UM DESASTRE
1
A NOVA ENERGIA DO JAPÃO
SUMÁRIO 1-2015
06
10
12
14
EU, COBOT
A introdução de cobots impulsionou a
produtividade da Trelleborg em tudo, da
fabricação de pneus à micromoldagem.
10
ALTÍSSIMA COOPERAÇÃO
A Trelleborg e engenheiros da AVIO criaram
um composto para desafios galácticos.
RELACIONAMENTO ENSACADO
Um saco de 2.000 litros transformou
a Trelleborg em um parceiro de longo prazo.
PODEROSA BRISA DO MAR
A necessidade de fontes alternativas de energia
faz o Japão investir em moinhos eólicos e na
primeira subestação flutuante do mundo.
E AINDA
Case página 18
Pessoas & Tendências página 19
Notícias / Atualidades página 22
De produtos de
borracha ao Polo Sul
QUANDO A TRELLEBORGS GUMMIFABRIKS AB foi fun-
dada, sob a liderança de Henry Dunker, há 110 anos, o
sonho era assumir a liderança do setor da borracha na
Suécia. A Trelleborg então cresceu rapidamente, tornando-se líder na Escandinávia. Mas poderia Henry Dunker
prever que em pouco mais de um século a Trelleborg
estaria levando a sua marca a todo o mundo, e até mesmo ao espaço? Que os produtos de polímeros estariam
em aplicações críticas em tudo, desde máquinas pesadas a dispositivos biotecnológicos avançados? A Trelleborg voltou-se para produtos cada vez mais avançados,
soluções totais e de vanguarda. Tivemos o privilégio de
participar de vários projetos inovadores: pneus agrícolas no Polo Sul e materiais compósitos que viajam para
fora do planeta. Como CEO, eu me sinto humildemente orgulhoso desse progresso. Leia mais sobre
as nossas aventuras nas páginas 3 e 10.
19
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Donna Guinivan
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T-Time é publicada três vezes ao ano.
As opiniões expressas na revista são
de responsabilidade de seus autores e
não necessariamente refletem a visão
da Trelleborg.
Boa leitura!
Peter Nilsson
Presidente e ceo
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a Trelleborg e revista T-Time, favor
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2 T·TIME 1·2015
VANGUARDA [A GAROTA DO TRATOR]
Um trator
carregado
de sonhos
antárticos
TEXTO ANNA GULLERS FOTOS SARAH MCNAIR-LANDRY
Uma mulher com um trator carregado de
sonhos partiu para conquistar a Antártica.
A expedição da atriz Manon Ossevoort para
o Polo Sul não é uma viagem qualquer.
Ela quer demonstrar que nada é impossível.
T·TIME 1·2015 3
MANON OSSEVOORT,
A “GAROTA
DO TRATOR”
Idade: 38
Nacionalidade: Holanda
Família: Marido e filha pequena
Talento oculto: Perseverança
Melhor música no trator em um
dia gelado: “One”, do U2 (também
a versão com Christina Aguilera)
Como atravessar um oceano de
trator: Em um avião de carga
russo a partir da Cidade do Cabo
Maior medo: “Tenho muitos
medos, e participo de aventuras
porque eu gostaria de me livrar
deles. E funciona!”
de 2015, Ossevoort percorreu 2.350
km de neve e gelo para chegar ao Polo
Sul geográfico em um trator Massey
Ferguson, um companheiro de jornada de viagens anteriores. Ela já era
conhecida como a “garota do trator”,
por ter viajado mais de 38 mil quilômetros nos últimos quatro anos, em
preparação para dirigir até o Polo Sul.
“Eu comecei a viagem em um
velho trator local, a partir da cidade
onde nasci”, conta. “Dirigi por lugares
que a maioria das pessoas considera o
M
ANON OSSEVOORT
nunca teve a intenção de se tornar uma
aventureira. Ela nunca planejou atravessar milhares de quilômetros de
neve e gelo, alimentar-se com comida liofilizada e dormir em uma barraca na neve polar com o vento uivando
a -40ºC.
No entanto, é isso o que Ossevoort, uma atriz, dançarina e dramaturga holandesa, decidiu fazer: ir para o
Polo Sul em um trator. Embora esteja acompanhada por uma equipe
especializada, o tema da expedição é
4 T·TIME 1·2015
“sonhos” – sua realização e a ideia de
que nada é impossível.
“Somos fascinados por sonhos,
mas quando pensamos em realizá-los,
de repente eles parecem tão impossíveis quanto dirigir um trator até o
Polo Sul”, diz ela. “Como dramaturga, eu queria criar uma história, mas
desta vez para a vida real. Uma que
pudesse inspirar as pessoas a acreditar no poder de seus sonhos. E a única
maneira era eu mesma fazer o impossível. Se eu pudesse fazer isso, qualquer um poderia fazer qualquer coisa.”
Entre novembro de 2014 e janeiro
Manon Ossevoort
cruzou 2.350 km
em um trator
para chegar ao
Polo Sul.
VANGUARDA [A GAROTA DO TRATOR]
TRELLEBORG
E MASSEY
FERGUSON
JUNTAS NO GELO
Um dos personagens principais do
drama da Antártica é o trator vermelho
Massey Ferguson MF 5610 que Manon
Ossevoort dirige. Campbell Scott,
Diretor de Engenharia de Vendas e
Desenvolvimento de Marca da Massey
Ferguson esteve profundamente
envolvido na preparação da expedição.
Por que a Massey Ferguson
participou dessa expedição?
fim do mundo - países como o Sudão,
por exemplo.”
Agora, o velho trator foi substituído por um mais novo. As condições
na Antártica são exigentes e o equipamento, que foi testado na Islândia
antes do início da expedição, é vital
para o sucesso da missão.
“Nós adaptamos o trator MF 5610
para os desafios extremos e muito
específicos”, diz Ossevoort. “Os pneus
na Antártica fizeram toda a diferença.
É a sua capacidade de flutuação que
ajuda o trator a ‘flutuar’ na neve e criar
o máximo de tração. Dirigir na neve é
semelhante ao deserto, onde você tem
que esvaziar os pneus para manter a
condução nas condições mais leves da
areia.”
A Trelleborg desenvolveu um
conjunto especial de rodas, tanto
pneus quanto aros, para enfrentar as
condições meteorológicas severas da
Antártica.
Quando as rodas giram, a neve
derrete rapidamente, criando gelo
escorregadio que exige certa técnica
de condução que Ossevoort aprendeu
com uma equipe islandesa da Arctic
Trucks. Durante sua jornada ao longo
do ano passado, ela foi, como diz,
“recolhendo sonhos e histórias das
pessoas que encontrava”.
“Essas histórias e sonhos de pessoas de todos os lugares estão escritos em
pequenos pedaços de papel”, conta.
“Eu quero levar essas histórias a um
palco global.”
AS PESSOAS TAMBÉM puderam com-
partilhar seus sonhos no site de Ossevoort. O destino final para esses desejos,
impressos em papel, é a barriga de um
boneco de neve no Polo Sul.
“É um precioso documento sobre
os ‘sonhos do mundo’ para as futuras
gerações lerem”, completa Ossevoort.
PARA MAIS
INFORMAÇÕES
lorenzo.ciferri
@trelleborg.com
“Esta é uma jornada épica sobre ter
uma visão e fazer com que ela aconteça. Ela também demonstrará a confiabilidade de nossas engenharia e
tecnologia do século XXI em um dos
ambientes mais difíceis da terra. Além
disso, ela tem fortes laços com a nossa
herança. Em 1958, o explorador
Edmund Hillary levou tratores Ferguson
TE20 para o Polo Sul.”
Quais os desafios para os veículos no
Polo Sul?
“Os principais problemas são a baixa
temperatura, o terreno e a altitude. É
um trator de produção padrão, mas
com uma preparação especial.”
Como você testa um trator
para esses tipos de condições?
“Fizemos extensivos testes em nossa
câmara fria. Também fizemos uma
expedição simulada na Islândia e testamos os efeitos da altitude em regiões
como o Colorado, nos EUA, e os Alpes
franceses.”
Por que você escolheu pneus
da Trelleborg?
“Trabalhamos juntos em projetos anteriores e sabíamos que a Trelleborg tem
uma atitude ‘consigo fazer’ semelhante
à nossa. Isto é muito importante em
projetos como esse, que apresenta
muitos desafios. Além disso, demos
uma olhada mais atenta no departamento de engenharia e desenvolvimento da Trelleborg em uma ocasião
anterior, portanto sabíamos que a
empresa tem conhecimento técnico e
instalações laboratoriais para selecionar e testar os melhores pneus para
uma aplicação tão exigente. E, claro, o
que também é muito importante, é fácil
trabalhar com a equipe Trelleborg, em
todos os níveis.”
T·TIME 1·2015 5
EXPERTISE
Os produtos da Trelleborg são variados. No entanto, gigante
ou minúsculo, os mesmos princípios de processo e fabricação
garantem o desempenho das soluções do Grupo Trelleborg e
a introdução de colegas robôs - ou cobots, como também são
conhecidos - tem sido uma adição bem-vinda que impulsiona
a produtividade.
TEXTO DONNA GUINIVAN ILUSTRAÇÃO SERGEY KOSTIK
FOTOS MARTIN OLSON, SAM FAIRBROTHER, PATRICK AVENTURIER
E BASILE BORNARD
6
U M A M Ã O Z I N H A
D O S C O B O T S
7
A
fábrica da Trelleborg em Tivoli, na Itália,
onde são feitos pneus agrícolas extragrandes, ou a de Ridderkerk, na Holanda,
local de produção de plugs de tubulações,
parecem algo tão distante das instalações
em Helsingør, Dinamarca, especializada em vedações Turcon® ou Stein am Rhein, na Suíça, centro de excelência
para os componentes micromoldados de silicone. Mas isso
está longe da verdade.
“Os pneus de 1.800 mm estão entre nossos maiores produtos”, diz Marco D’Angelo, Diretor Industrial na Trelleborg Wheel Systems. “E nossos menores componentes são
feitos com apenas três miligramas de silicone.”
A tecnologia e os processos por trás desses produtos
podem parecer opostos. Na verdade, o tamanho é irrelevante.
A Trelleborg sempre investe em processos inovadores
de fabricação para melhorar eficiência, qualidade e entrega. O uso da robótica é apenas uma das áreas nas quais o
Grupo Trelleborg é líder.
D’Angelo demonstra com orgulho a cabine de pintura
de pneus especialmente projetada em Tivoli. “Antes disso, os pneus gigantes eram pulverizados à mão. Era um
processo lento que poderia causar gargalos na produção.
Isso porque, sendo uma fonte potencial de inconsistência de processo e qualidade, requeria muita atenção dos
operadores.”
Agora, um grande braço articulado pega um pneu
gigante e o coloca em uma cabine de pintura, onde outra
mão robótica, equipada com um bico de spray, reveste o
produto. O tempo para cada processo é exato. Outro processo totalmente original em Tivoli é a linha de emenda.
“Precisamos fabricar grandes faixas de borracha para
criar os pneus extragrandes”, continua D’Angelo. “É um
processo extremamente difícil de executar com precisão.
Por isso desenvolvemos uma linha de robótica para soldar
as faixas de borracha.”
“Por mais que nossos operadores sejam capazes, era
difícil atingir manualmente o nível necessário de consistência. A linha também nos permitiu acelerar para atender à crescente demanda por nossos pneus extragrandes.”
No outro extremo da escala está a micromoldagem. Os
pisos brancos da área de fabricação da unidade da Trelleborg Sealing Solutions em Stein am Rhein não mostram
sequer uma partícula de sujeira e fileiras de máquinas automatizadas se movimentam à medida que uma formação de
braços robóticos executa suas tarefas programadas.
“Em nossa abordagem holística, além de separar funções e maximizar o desempenho em uma aplicação, desde
o ponto mais precoce possível, levamos em conta o projeto
8
Quando os primeiros robôs foram
introduzidos,
alguns funcionários
temiam que eles
tomassem seus
empregos - uma
apreensão que se
mostrou infundada.
EXPERTISE
“Nós usamos nossas máquinas
muito melhor com os robôs, e os
nossos produtos nunca foram tão
uniformes.”
Henrik Tørnes
Embora pareça simples, a produção de plugs de tubulação era algo difícil de se automatizar. A fábrica Ridderkerk
gastou uma quantidade considerável de tempo e dinheiro no desenvolvimento de um processo de automação.
“Os plugs vinham sendo fabricados da mesma maneira há mais de 50 anos e quase não tinham engenharia”, diz
Ruud Bokhout, Diretor de Vendas e Marketing na Trelleborg Offshore & Construction.
Um software desenvolvido especialmente para robôs
agora calcula com precisão a composição necessária dos
plugs. Isto significa que o produto pode ser 100% replicado.
“Eles estão agora mais leves. Esta é uma vantagem real,
fazer com que sejam mais fáceis de manipular durante a
manutenção ou instalação de sistemas de tubulação”, continua Bokhout.
ASSIM COMO EM RIDDERKERK, em Helsingør um produ-
para automação”, diz Ursula Nollenberger, Diretora de
Linha de Produto para componentes LSR.
“A qualidade de nossas ferramentas determina quão eficaz pode ser nossa automação. Não apenas as ferramentas de molde mas, sobretudo, as garras robóticas especiais,
que garantem a remoção de peças a partir de moldes, sem
danos”, diz Jarno Burkhardt, Gerente Geral da fábrica em
Stein am Rhein.
A
automação é levada ao nível máximo e
há consistência em toda a fabricação. A
maioria das peças não é tocada pela mão
humana até o empacotamento e algumas são colocadas em caixas ou embaladas roboticamente no salão principal ou nas grandes
salas estéreis da fábrica, de classe 100.000, ISO 8 e classe 10.000, ISO 7.
“Nossas salas estéreis automatizadas nos colocam em
uma posição privilegiada para abastecer os clientes que precisam de peças super limpas, não apenas para as ciências
biomédicas, mas também para outras indústrias, como a
eletrônica automotiva, que precisam de peças livres de qualquer contaminação”, continua Nollenberger.
PARA MAIS
INFORMAÇÕES
marco.dangelo
@trelleborg.com
ursula.nollenberger
@trelleborg.com
ruud.bokhout
@trelleborg.com
jesper.riis
@trelleborg.com
to que foi produzido por quase 60 anos foi trazido para o
século XXI com a robótica.
“Por quase 15 anos pesquisamos o mercado para encontrar robôs adequados. Precisávamos de robôs flexíveis e
pequenos para automatizar nossas modernas máquinas
CNC”, diz Jesper Riis, Gerente de Produção na fábrica da Trelleborg Sealing Solutions em Helsingør, onde
são produzidas vedações à base de politetrafluoretileno
(PTFE). “Robôs leves têm sido parte da força de trabalho da Trelleborg desde 2012 e agora 42 operam em turnos ininterruptos.”
“Usamos nossas máquinas muito melhor com robôs, e
nossos produtos nunca foram tão uniformes. Isto significa
que nos tornamos mais competitivos, especialmente para
a produção de grandes séries”, diz Henrik Tørnes, Chefe
de Tecnologia de Produção em Helsingør.
No entanto, apesar dos muitos benefícios da robótica, a automação tende a incutir um sentimento de medo
nas pessoas.
“Quando os primeiros robôs foram introduzidos, nós,
como membros da equipe, éramos muito céticos”, diz
Morten Maansson, um representante sindical de Helsingør. “Tínhamos medo de que os robôs tomassem nossos
empregos. Isso, contudo, não aconteceu. Pelo contrário,
mais funcionários foram contratados, e agora aprendemos
a aceitar esse desenvolvimento inovador e a usar os robôs
como auxiliares técnicos na nossa rotina.”
9
TECNOLOGIA
kan ej
Compósitos
rumo às
estrelas
TECIDOS PROJETADOS
A indústria aeroespacial é uma das que utilizam
tecidos de alto desempenho revestidos ccom polímeros em seus processos e produtos. As indústrias automotiva, naval, de transporte, se
segurança
e saúde também fazem uso deles, e a Tr
Trelleborg
oferece mais de cem anos de experiênci
experiência para
ajudar a desenvolver soluções customiza
customizadas. A
experiência da Trelleborg com tecidos pr
projetados
para uma ampla gama de indústrias ben
beneficia
cada novo cliente, incluindo aqueles em rápido
desenvolvimento como os do setor aeroespacial.
Vega não é apenas o nome da segunda estrela mais
brilhante no hemisfério norte. É também o nome
de um novo sistema de lançamento de satélites que
a Trelleborg ajudou a tornar realidade.
TEXTO CLAUDIA B. FLISI ILUSTRAÇÃO ESA
VEGA – ou Veículo Europeu de Geração Avançada – é um
Francesa. A contribuição da empresa,
em parceria com a Avio, é um material compósito que fornece proteção
térmica para partes de todos os três
estágios de propulsão do foguete. O
compósito é feito com tecido de vidro
laminado com uma folha de borracha especial, projetado para atender
às necessidades específicas do setor
aeroespacial: baixa densidade, alto
isolamento térmico, resistência à abrasão e propriedades
retardantes de chamas.
Ele forma uma camada na zona de propulsão do foguete, envolvendo-a para absorver um pouco do calor gerado
pelo combustível sólido dos propulsores. Com temperaturas que podem chegar a 3.000º C na câmara de combustão,
essa camada é carbonizada durante a operação.
sistema de lançamento de satélites comerciais projetado
e fabricado pela Avio, um integrador de sistemas pleno,
através de sua subsidiária ELV. Com 30 metros de altura,
o Vega transporta para o espaço equipamentos para sistemas de GPS, monitoramentos ambientais e mapeamento
mundial, como para o Google Earth, por exemplo.
Durante o desenvolvimento de seus motores de foguete
para combustíveis sólidos nos últimos anos, a Avio come- LIDAR COM CONDIÇÕES EXTREMAS é apenas um dos desaçou a procurar um parceiro para ajudar a transformar a fios da indústria aeroespacial. Além dos requisitos técniborracha de proteção térmica, desenvolvida para aplicação cos, fornecedores de artigos aeroespaciais de primeiro nível
manual, em uma fita com aplicação semiaudevem ser capazes de fornecer a documentação
tomática para ser usada na fabricação
de rastreabilidade precisa para cada comde propulsores para combustíveis
ponente, e seus fornecedores devem
sólidos. A Avio queria uma
fazer o mesmo. Como a Trelleborg
empresa com comprovada
O CENTRO ESPACIAL DA GUIANA em Lodi Vecchio é certificada
confiabilidade, competênpela UNI EN ISO 14001 para
Mais conhecido como Centre Spatial Guyanais (CSG),
cia técnica, perspectiva
sistemas de gestão ambiené uma base espacial francesa e europeia perto de Kourou,
de longo prazo e base
tal e UNI EN ISO 9001
na Guiana Francesa. Em operação desde 1968, o centro
preenche os dois principais requisitos geográficos para
na Itália, diz Antonio
para sistemas de gestão da
um espaçoporto:
Santin, Diretor de
qualidade, ela já tinha as
Vendas na Trelleborg
qualificações básicas para
1. Próximo da linha do Equador, de modo que o movimento
Coated Systems.
o projeto Vega.
da Terra pode dar alguma velocidade extra para os foguetes, quando lançados em direção ao leste.
“Fomos pré-sele“A rastreabilidade e
cionados por nosso
controle
de documentos
2. Território desabitado (neste caso, mar aberto) para
know-how em borsão quase tão importano leste, de maneira que estágios mais baixos de foguetes
e restos de lançamentos não caem sobre aglomerações
racha e tecidos, além
tes, nesse setor , quanto o
humanas.
de outros requisitos”,
desempenho do produto,
explica Santin. Com
mas esse foi apenas o ponto
A Agência Espacial Europeia (ESA), a Agência
mais de cem anos de expede partida”, explica Santin. “O
Espacial Francesa CNES e a companhia comercial
Arianespace fazem lançamentos a partir
riência em tecidos projetados
total comprometimento do cende Kourou.
e uma unidade de produção em
tro de P&D da Trelleborg e da equiLodi Vecchio, no sudeste de Milão,
pe de engenheiros da Avio foram um fator
a Trelleborg satisfazia todas as exigências.
chave de sucesso na realização desse projeto.”
O desempenho do produto é essencial. De acordo
A “TRELLEBORG SEMPRE ESTEVE PRONTA para cooperar com a Avio, o maior obstáculo no desenvolvimento foi
com a Avio, tanto em P&D como na resolução de proble- a configuração do processo de fabricação, para assegurar
mas durante a fase de produção”, diz Francesco Giliberti, que as propriedades da formulação de borracha permaneresponsável técnico pelos foguetes Vega na Avio.
ceriam intactas. A oferta da Trelleborg satisfez o desafio.
Como este projeto representava um novo desafio para
Já foram realizados quatro lançaa Trelleborg, a empresa aproveitou para mostrar que a sua mentos do Vega e outros três estão
experiência poderia ser aplicada de forma eficaz para teci- programados para 2015. Isso signifidos projetados na indústria aeroespacial.
ca que a folha de borracha compósita
PARA MAIS
Em 30 de abril de 2014, um produto Trelleborg esta- produzida em Lodi Vecchio terá ido INFORMAÇÕES
va a bordo do lançamento comercial oficial do Vega a par- em órbita sete vezes até o final des- antonio.santin
@trelleborg.com
tir do Centro Espacial da Guiana em Kourou, na Guiana te ano.
T·TIME 1·2015 11
BOM NEGÓCIO [SARTORIUS STEDIM BIOTECH]
UM
GRANDE
AVANÇO EM BIORREATORES
Não importa qual setor da indústria, o que
está em jogo é a capacidade de passar do
fornecimento de componentes para a criação
de parcerias de longo prazo.
TEXTO ULF WIMAN FOTOS SARTORIUS STEDIM BIOTECH GMBH
NA ÉPOCA EM QUE SE TENTAVA entrar no altamente ino-
vador setor de biociências, a Trelleborg Sealing Solutions
buscou maneiras de posicionar-se como um fornecedor
de soluções projetadas.
Ralf Gergen, Gerente do Segmento de Biociências da
Trelleborg Sealing Solutions na Europa, explica: “Estávamos à procura de projetos exigentes pelos quais pudéssemos
mostrar que, com a nossa parceria, os clientes obteriam uma
ampla gama de produtos e soluções customizadas a partir de uma única fonte, contando com nossa rede global.”
Um golpe de sorte se deu em 2009, quando a Sartorius Stedim Biotech, líder mundial em fornecimento para
a indústria biofarmacêutica, estava ampliando seu portfólio de sacos descartáveis para biorreatores.
O projeto exigiu o desenvolvimento de um saco de
12 T·TIME 1·2015
PARA MAIS
INFORMAÇÕES
ralf.gergen
@trelleborg.com
2.000 litros – um enorme desafio que aumentou drasticamente os requisitos de componentes. Houve maciça
aplicação de torque ao misturador no interior do saco, e
o acoplamento tinha que suportar forças muito elevadas.
Havia também exigências de higiene muito rigorosas. A
Sartorius já tinha algumas ideias básicas e estava mais ou
menos procurando suporte em vedações quando se tornou
claro que essas ideias não seriam suficientes.
“Na época, fornecíamos apenas algumas peças padrão
e não tínhamos uma parceria muito forte”, diz Gergen.
“Quando soubemos dessas necessidades, apresentamos o
que poderíamos oferecer.”
Gerhard Greller, Diretor de P&D de Tecnologia Upstream da Sartorius, lembra: “Descobrimos que havia mais
competência dentro da Trelleborg do que tínhamos consciência. Eles entenderam os requisitos de forma clara e rapidamente apresentaram uma solução.”
Tudo começou com uma vedação, mas o conceito
Trelleborg englobava a montagem inteira, com um acoplamento magnético radial, projetado de acordo com as
especificações do cliente. Baseado no conceito da Trelleborg, foi criada uma equipe que juntou a expertise das duas
empresas e abrangeu três países.
Era fundamental que todos os membros da equipe estivessem alinhados. Assim, no início do processo,
“Nós investimos fortemente em
nossas capacidades de engenharia
de polímeros para biociências. Isso
porque nós, como Grupo, realmente
acreditamos que a Trelleborg pode
fazer a diferença para o desempenho
de nossos clientes nessa indústria
altamente exigente”.
Peter Nilsson, CEO de Trelleborg
E
a Trelleborg envolveu Tim Miller,
gerente técnico de uma fábrica da
Trelleborg especializada em rolamentos plásticos no Colorado,
EUA. “Tim foi muito competente e ao ouvi-lo todos dissemos ‘Ah,
agora entendemos!’” lembra Greller. “Antes, tudo era muito abstrato.”
O acoplamento magnético foi
desenvolvido pela Trelleborg Sealing
Solutions no Colorado, a engenharia foi realizada na Trelleborg Sealing
Solutions em Stuttgart, na Alemanha, e o saco foi produzido na fábrica da Sartorius em Aubagne, França.
O projeto de acoplamento resultante, o Biostat STR 2000L, foi lançado em maio de 2014, e os sacos em
janeiro de 2015.
A SOLUÇÃO
• O saco descartável de 2.000 litros para
biorreatores da Sartorius Stedim Biotech apresenta um acoplamento magnético radial utilizando uma montagem
de Durobal® especial e um invólucro de
polietileno Zurcon® soldado a ele.
• Os rolamentos Durobal são ideais em
aplicações rotativas, evitando o contato
metal-metal e garantindo baixo atrito.
Eles são auto lubrificantes, para deixar
os ambientes operacionais mais limpos.
• Os materiais Zurcon projetados à base
de plásticos proporcionam baixo atrito,
tornando-os ideais para aplicações
pendulares, rotativas e oscilantes muito lentas, que requerem alta resistência ao desgaste.
A Sartorius Stedim Biotech é
líder mundial em fornecimento de soluções integradas para a indústria biofarmacêutica, incluindo
fermentação, cultivo de células, filtragem e purificação.
A SARTORIUS não sabia que a Trelleborg poderia lidar com esse tipo
de projeto, segundo Greller, que
acrescenta: “A empresa é um parceiro competente e confiável. Existe a
competência técnica, mas também
os negócios em todo o mundo por
trás dela, o que significa qualidade
e segurança de abastecimento. Eles
também estavam dispostos a investir
para encontrar a melhor solução.”
O projeto abriu as portas para uma maior colaboração, e novas oportunidades já começaram dentro do segmento de biorreatores, bem como em outras unidades de
negócios da Sartorius.
“Trata-se de gerenciamento do ciclo de vida”, afirma
Greller. “Nós agora discutimos com a Trelleborg sobre
como melhorar este produto ainda mais.”
T·TIME 1·2015 13
BLUE DIMENSION*
*Blue Dimension refere-se a produtos e
soluções que não apenas satisfazem as
necessidades do cliente como também
beneficiam as pessoas e a sociedade.
Que venham
os ventos
Após uma grande catástrofe nuclear, o Japão desativou suas usinas
nucleares e uma fonte de energia alternativa tornou-se necessária.
Um grande investimento está sendo feito em uma opção
ambientalmente responsável que aposta no poder do vento
offshore e na tecnologia de gerar energia a partir dele.
TEXTO ERIK ARONSSON ILUSTRAÇÃO RICARDO BESSA
O
desastre nuclear de Fukushima em março de
2011, quando três reatores entraram em colapso, provocou uma onda de choque em todo o
Japão. Além do desastroso impacto ambiental,
também feriu seriamente a confiança pública na energia
nuclear. O resultado foi uma decisão do governo japonês
de fechar as mais de 50 usinas nucleares do país.
Assim, a necessidade de fontes alternativas de energia
aumentou consideravelmente. Uma das áreas de foco é a
energia eólica, e como o Japão é um país montanhoso e
densamente povoado, buscou-se o mar, com turbinas flutuantes como a principal opção, sendo estas instaladas nas
águas profundas da costa rochosa.
Fukushima Forward é um projeto-piloto de energia
eólica offshore, financiado pelo Ministério da Economia,
Indústria e Comércio japonês. O projeto inclui três tipos
de moinhos de vento e a primeira subestação flutuante
do mundo. A fase preliminar, concluída em setembro de
2013, incluiu a instalação da subestação e de uma turbina flutuante de dois megawatts.
A segunda fase, que prevê a instalação de duas turbinas
de sete megawatts, está em curso e prevista para ser concluída até ao final de 2015.
Após uma bem-sucedida entrega na primeira fase, a
Trelleborg foi selecionada para fornecer seus módulos flutuantes (DBM), Bend Stiffener (enrijecedor de dobramento dinâmico com conectores), o Uraduct TM (protetor
para cabos) e o Bend Restrictor (restritor de dobramento) na segunda fase do projeto. Os
produtos são projetados para guiar
e proteger os cabos de energia eléPARA MAIS
trica submarinos de movimento
INFORMAÇÕES
e flexão excessivos, o que poderia
john.deasey
@trelleborg.com
causar danos por fadiga.
14 T·TIME 1·2015
“Garantir o contrato para a primeira fase foi uma verdadeira realização para a Trelleborg”, diz John Deasey,
Gerente de Vendas de Operações Renováveis da Trelleborg Offshore & Construction. “Sabíamos da seriedade
do projeto e dos prazos apertados. Com a colaboração de
nossas equipes de especialistas, garantimos a entrega de
todos os produtos exatamente como solicitado e dentro
dos prazos do cliente.”
De acordo com a Furukawa Electric, empresa responsável pelo projeto, a Trelleborg foi escolhida como fornecedor em virtude de sua reputação em oferecer soluções de
alta qualidade e conhecimento técnico, mesmo com prazos
desafiadores. Como resultado da pronta entrega durante a
primeira fase, não houve hesitação em escalar a Trelleborg
novamente para a segunda fase do projeto.
As oportunidades para o envolvimento contínuo da
Trelleborg no projeto são enormes.
“A perspectiva de um projeto de 120 turbinas significaria uma oportunidade para o maior fornecimento de
reforços de dobra, conectores e outros produtos de todos
os tempos”, afirma Deasey. “Os benefícios para a Trelleborg também seriam o conhecimento obtido neste novo
setor de negócios e a possibilidade de abastecer os mercados emergentes com a mesma tecnologia.”
O PROJETO FUKUSHIMA FORWARD
O Fukushima Forward é um projeto-piloto de parque eólico offshore flutuante financiado pelo Ministério da Economia, Indústria e Comércio do
Japão. A primeira fase consiste em uma turbina eólica flutuante de dois
megawatts e a primeira subestação flutuante de 25 MVA conectada à
terra por cabos submarinos do mundo. Na segunda fase, duas turbinas
eólicas de 7 MW serão instaladas até o final de 2015. O objetivo do projeto é estabelecer o modelo de negócio do parque eólico flutuante e
contribuir para futuros projetos comerciais.
LOCAL GLOBAL [TÓQUIO]
A CIDADE QUE
FARÁ VOCÊ MAIS
FELIZ DO QUE
BILL MURRAY
BEM-VINDO A TÓQUIO, a cidade que realmente
nunca dorme. Alto e baixo, antigo e hipermoderno,
um lugar onde Mamon e Buda florescem lado a
lado. Tóquio tem algo para todos, desde o amante
do jazz ao fã da Hello Kitty. Mas não morda mais do
que você consegue mastigar em sua primeira visita.
TEXTO ANNE HAMMARSKJÖLD FOTO XAVIER PORTELA/GALLERYSTOCK
16 T·TIME 1·2015
TÓQUIO, COM UMA HISTÓRIA de 500 anos desde os dias
em que era conhecida como Edo, é a capital do Japão desde o século XIX e uma das principais cidades do mundo.
Hoje, 35 milhões de pessoas vivem na densamente povoada área da Grande Tóquio, nove milhões delas na própria
capital. A cada ano Tóquio recebe quase cinco milhões de
turistas estrangeiros e um número ainda maior de visitantes domésticos. É fácil entender de onde vem o interesse.
Tóquio, na ilha de Honshu, é verdadeiramente a cidade
que nunca dorme.
Então, o que deve fazer um visitante que se vê pela primeira vez diante dessa rica oferta de experiências? Uma
dica é escolher algumas atrações e planejar suas visitações
de modo que elas estejam localizadas na mesma parte da
cidade. Isso irá reduzir o tempo de deslocamento e aumentar suas chances de realmente fazer tudo o que deseja. O
metrô tem inúmeras vantagens como forma de se locomover. Visite www.Tokyometro.jp/en/ para um mapa das
linhas, bem como informações sobre as rotas e os preços
dos bilhetes em inglês. E quais seriam as atrações imperdíveis da cidade?
Dois dos pontos turísticos mais populares são o Sensoji, o templo mais antigo da cidade, e a Torre de Tóquio,
que é semelhante à Torre Eiffel mas, com 332,6 metros, é
quase nove metros mais alta do que o monumento francês.
Ambos são de fácil acesso utilizando a
linha Ginza do metrô, desembarcando
nas estações de Asakusa e Kamiyacho,
respectivamente. A linha Ginza também irá levá-lo ao distrito comercial
de Ginza, onde você encontra o shopping Mitsukoshi (a estação é chamada Mitsukoshimi).
Os japoneses consideram o estômago uma fonte de bem-estar, e para
quem gosta de sushi, este é o céu.
Quem não têm medo de levantar
cedo pode ir para o enorme Tsukiji
Fish Market. O atum pescado durante a noite é leiloado às 4h, e às 6h o
peixe usado para fazer a maior parte dos sushis de Tóquio é distribuído.
Pegue a Linha Toei Oedo e desça em
Tsukijishijō. Então desfrute de um
café da manhã com sashimi e nigiri
recém-cortados no Daiwa Sushi.
Uma izakaya é uma cervejaria tradicional japonesa, que também serve
o equivalente do Japão aos petiscos.
O Izakaya Tenmamichi, localizado no
distrito Shimokitazawa, tem uma das
melhores cartas de saquê de Tóquio.
Tóquio é, de fato, uma boa cidade
para ouvir jazz, tanto ao vivo como no
estilo eletrônico. Experimente os dois
e comece a noite no clube Blue Note
em Aoyama. Em seguida, vá a Shibuya e o clube The Room, comandado pelo duo de jazz Kyoto Jazz
Massive.
Permita-se um tempo para digerir
todas as impressões relaxando em um
tradicional sento ou balneário onsen,
onde você pode submergir em água
quente ou em água proveniente de
uma fonte de água quente. Há várias
opções no distrito de Asakusa.
Outra atividade curiosa é uma
visita ao luxuoso hotel Park Hyatt
Tokyo, que serviu de cenário para o
filme Encontros e Desencontros. Há
muitos motivos para acreditar que a
média dos turistas em Tóquio é muito mais feliz do que o personagem de
Bill Murray no filme.
“TÓQUIO
É UM OASIS”
Rolly Wu é Controller Financeira
na Trelleborg Sealing Solutions
no Japão.
O que é agradável em Tóquio?
“Tóquio encontra-se em uma zona temperada
e as quatro estações são distintas e confortáveis. Temos as flores de cerejeiras na primavera, fogos de artifício e festivais de dança
tradicionais (Bon Odori) no verão, passeios por
folhas douradas no outono, e as ruas brilhando com arranjos iluminados no
inverno. Há românticas vistas noturnas nos distritos de Marunouchi.
Além disso, como uma
cidade gourmet de
Tóquio
renome mundial,
Tóquio oferece cozinhas internacionais de
alto nível.”
O que você gosta de fazer nos fins de semana?
“Tóquio é um oásis com uma abundância de
parques, jardins, rios, lagos e montanhas. Nos
fins de semana, gosto de ir de bicicleta com a
família para parques e jardins. Eu prefiro os
que ficam próximos ao comércio, para que eu
possa desfrutar de ambos. Uma de minhas
rotas favoritas é o Hibiya Park, perto do Palácio Imperial. Depois de dar uma caminhada
pelo parque, gostamos de encontrar novas
lojas de ramen, doces, roupas e cosméticos.”
Onde você vai para um banho
onsen relaxante?
“Imersão em nascentes de água quente é uma
experiência japonesa por excelência. Eu prefiro
o Spa LaQua e o Oedo Onsen Monogatari. O Spa
LaQua está em uma das três zonas de Tóquio
Dome City. Ela usa fontes termais naturais borbulhantes de 1.700 metros de profundidade e
possui banhos ao ar livre, de espuma, massagem e saunas. O Oedo Onsen Monogatari é um
spa parque temático que não oferece somente
banhos, mas também as tradicionais cabines
de jogos japoneses, lojas e restaurantes.
T·TIME 1·2015 17
CASE [MEMORIAL BRIDGE]
Uma colisão em um rio dos EUA mostrou o valor
das defensas Trelleborg para infraestruturas,
embarcações e meio ambiente.
mínimos, graças à proteção de um sistema composto por 22 defensas Super Cone fornecidas
pela Trelleborg. Uma defensa foi derrubada por completo e outras duas
foram parcialmente destruídas.
O sistema absorveu a força do impacto, protegendo a
ponte e garantindo a segurança das pessoas que a atravessam diariamente. Ao mesmo
tempo, protegeu o casco do
navio, impedindo um desastre
ambiental.
No passado, já havia sido questionado se as defensas eram necessárias, considerando que seria improvável
que tal incidente ocorresse. Após a colisão,
Bill Boynton, do Departamento de Transportes de
New Hampshire, disse: “Os sistemas de defensas fizeram o
que foram projetados para fazerem e protegeram os píeres.
Estou feliz por eles terem sido instalados.”
TEXTO
PETRA LODÉN
FOTO
GETTY IMAGES
POR
UM
TRIZ
EM MARÇO DE 2014, um navio petroleiro navegava no
rio Piscataqua em Portsmouth, New Hampshire (EUA),
quando bateu em um dos pilares da Memorial Bridge uma ponte com movimentado trânsito de carros, ciclistas
e pedestres.
Graças ao sistema de defensas da ponte, nem o navio
nem o píer sofreram danos, e um potencial desastre
ambiental foi evitado.
O navio Seapride, de 182 metros, transportava combustível quando atingiu o píer. A ponte sofreu apenas danos
18
COMO RESULTADO da eficaz proteção, as operações de ele-
vação da ponte não foram afetadas e a estrutura foi mantida
aberta para o tráfego de veículos durante todo o incidente
e para as investigações posteriores. Além disso, não houve
risco para os muitos motoristas, pedestres e ciclistas que
utilizam a ponte para o seu deslocamento diário.
Richard Hepworth, Presidente da Trelleborg Offshore & Construction, está aliviado porque havia a solução
certa no local. “A gravidade potencial desse incidente e os
danos que poderiam ter ocorrido se os sistemas de defensas não estivessem instalados demonstra o quão essencial
é tê-los lá”, diz. “As defensas protegeram não só a ponte,
mas o navio também. Se o navio tivesse sido seriamente
danificado poderia ocorrer derramamento de diesel - com
graves implicações ambientais”.
A Archer Western Contractors trabalhou com a Trelleborg para fornecer as defensas. “Nós trabalhamos em
estreita colaboração no projeto dos sistemas de defensas e
ficamos impressionados com a capacidade da Trelleborg em
fornecer uma solução que se ajustasse exatamente às necessidades do projeto”, diz Stephen A. DelGrosso, Gerente
de Projetos da Archer.
A Trelleborg forneceu os sistemas de defensas
em 2013, além de correntes e acessórios. Onze sistemas
foram fornecidos para proteger cada
um dos dois pilares da ponte. Outros
PARA MAIS
sistemas serão fornecidos para INFORMAÇÕES
substituir os que foram danificados richard.hepworth
@trelleborg.com
pela colisão.
PESSOAS & TENDÊNCIAS
A
GENEROSIDADE
DO
NOVAS
NADA:
O PORTUNIDADES
TEXTO TRISH RILEY FOTOS STEVEN ST. JOHN
Espaços vazios estão
em toda parte - mesmo em
materiais sólidos. Krishan
Chawla e Gary Gladysz explicam
como compreender o papel
desses vazios e como usá-los
de forma rentável para
projetar novos
materiais.
T·TIME 1·2015 19
PESSOAS & TENDÊNCIAS
P
odemos pensar em espaços vazios como o nada – um espaço esperando para ser preenchido com algo útil – mas cientistas e engenheiros sabem que os vazios são valiosos por si
sós. Eles podem fortalecer estruturas sem sobrecarregá-las
com peso. A capacidade de manipular o nada traz novas
oportunidades em muitos campos, das explorações marítima e aeroespacial à gestão de gás metano e seu impacto
sobre o aquecimento global. “O peso extra requer energia
para se movimentar”, diz Dr. Krishan Chawla, Professor
de Ciência de Materiais e Engenharia da Universidade do
Alabama, nos Estados Unidos.
Chawla e o Dr. Gary Gladysz, sócio da Empyreus, dedicaram boa parte de suas carreiras ao estudo de espaços
vazios. Desde 2004, Chawla e Gladysz (ex-vice-presidente
de P&D na Trelleborg Offshore & Construction) apresentam a série de conferências Espumas sintáticas e compósitas,
organizadas pela Engineering Conferences International.
A dupla lançou o livro Vazios em Materiais: de defeitos inevitáveis a materiais celulares projetados (Elsevier,
2014; tradução livre), em setembro, e a quarta conferência foi realizada em novembro, com a participação de
40 pesquisadores de universidades, laboratórios nacionais e da indústria. As conferências são um espaço para
eles explorarem os mistérios que estudam. “Nós olhamos
para todos os tipos de espumas - metálica, polimérica,
cerâmica - caracterizando-as com equipamentos muito
sofisticados e olhando para diferentes aspectos do mesmo tópico. Sempre aprendemos coisas novas de outras
pessoas”, afirma Chawla.
CHAWLA OBSERVA QUE, embora livros sobre espumas de
polímeros não sejam incomuns, a editora Elsevier achou
inédita sua abordagem: olhar para materiais e funcionalidade através da lente do vazio. “Nosso argumento é que
todos os materiais têm vazios em algum nível, e podemos
controlar o tamanho e distribuição deles para projetar os
materiais com propriedades e características específicas.”
Ambos dizem que o valor dos vazios é raramente reconhecido. “Vazios estão por toda parte, quer você queira ou
não – você só tem que lidar com eles”, diz Gladysz. “Sólido
ou não, há um espaço vazio que adiciona funcionalidade a
todos os materiais. Às vezes, a presença de vazios pode ser
prejudicial, mas precisamos compreender as circunstâncias. Trata-se de construir materiais a partir da escala atômica, da nano até a macro, incorporando vazios em cada
nível para adicionar funcionalidade. Esta abordagem vai
trazer combinações de funcionalidades nunca feitas antes.”
Chawla diz que as implicações para futuras pesquisas
são grandes. “Nós não medimos esforços no livro sobre
como entender o papel de espaços vazios e como podemos
20 T·TIME 1·2015
MICROESFERAS
As Eccospheres da Trelleborg são microes®
20 μm
feras de vidro ocas (HGMS) e de paredes
finas desenvolvidas para atender às exigentes especificações elétricas, de força e de
peso de empresas aeroespaciais, industriais e de defesa. A ampliação revela a forma quase perfeita das HGMS, que a olho nu
se assemelham a um pó fino e branco.
As propriedades únicas das Eccospheres® podem ajudar a reduzir os custos, aprimorar os produtos e melhorar o
processamento de material. As Eccospheres® podem ser incorporadas a uma grande variedade de sistemas de polímeros e de
resina e podem substituir ou combinar com
outros materiais para criar compósitos.
Entre as áreas de aplicações estão condições extremas de processamento (extrusão, moagem e injeção), sistemas
quimicamente sensíveis (silicones, ésteres
de vinil, epóxis de longo armazenamento),
sistemas de alta viscosidade, sistemas
de alta temperatura
PARA MAIS
INFORMAÇÕES
e materiais com baixa dielétrica e tanrobert.kelly
@trelleborg.com
gentes de perda.
“Queremos
aumentar a consciência sobre o
que acontece
com os espaços
vazios e com
esses materiais.”
Dr. Gary Gladysz
usá-los de forma lucrativa para projetar novos materiais”,
conta. “Biomateriais é uma das áreas a qual julgamos que
será muito importante em um futuro próximo no caso de
implantes.”
Os autores esperam que seu livro forneça um roteiro
para especialistas em projetos. “Talvez possamos adicionar mais funcionalidade em materiais e componentes pela
incorporação de espaços vazios em diferentes escalas”, diz
Gladysz. “Nas universidades são oferecidos poucos cursos sobre espumas, mas as aplicações são vastas. Queremos aumentar a consciência sobre o que acontece com os
espaços vazios e com esses materiais.”
Uma aplicação que Chawla e seus colegas desenvolveram se mostra promissora como meio de limpar a água contaminada por corantes industriais têxteis ou derrames de
petróleo, bem como antibióticos e outros produtos farmacêuticos. “Pegamos microesferas de vidro e as revestimos
com dióxido de titânio”, diz Chawla. “São esferas ocas, de
maneira que podemos colocar esta espuma contendo dióxido de titânio na água poluída. Então, pela ação dos raios
ultravioletas, o dióxido de titânio transforma esses poluentes em subprodutos inofensivos. Colocar o dióxido de titânio fora de esferas ocas é novidade. Quando introduzido
na água torna-se uma espuma que flutua na superfície. É
um processo muito benigno.”
Outra aplicação importante do trabalho é seu potencial de reduzir o aquecimento global causado pelo gás
metano. “O metano está começando a entrar na atmosfera a taxas mais elevadas devido ao derretimento de depósitos naturais de hidrato de metano, que ocorrem por causa
do aquecimento global, agricultura e aterros”, diz Gladysz.
“Tudo isso vai direto para a atmosfera. O único caminho
que podemos tomar é capturar o metano em um recipiente sólido estável e, em seguida, usá-lo como combustível
para energia renovável.
ESSA ESTRUTURA DE HIDRATO de metano é composta de
uma única molécula de metano dentro de um recipiente
de gelo, de forma que há um vazio no recipiente. Ao estudar a estrutura e os espaços vazios em hidrato de metano,
podemos criar moléculas orgânicas com vazios maiores,
que podem conter mais metano. Potencialmente, podemos captar esse metano e colocá-lo em uma forma sólida
mais estável termicamente.”
Chawla e Gladysz dizem que esperam notícias de especialistas da indústria e cientistas interessados em incorporar espaços vazios em seus trabalhos. “Estamos criando um
movimento em relação a olhar os materiais e seus vazios
como algo que contribuem para variadas funcionalidades”, diz Chawla.
Gladysz diz que as implicações são impressionantes.
“Como no exemplo do hidrato de metano, temos de olhar
para a natureza em busca de soluções e, em seguida, tentar melhorá-la.”
T·TIME 1·2015 21
NOTÍCIAS [ATUALIDADE]
Mantas usadas
Trelleborg viram
pastas de luxo
Pasta ou manta
de impressão?
Na verdade, um
pouco dos dois ...
AS MANTAS de impressão Trelleborg usadas pela
BFS Pressroom Solutions, fabricante e fornecedor de bens de consumo, foram transformadas em pastas de luxo pela Elvis & Kresse,
uma empresa de acessórios ambientalmente
responsáveis do Reino Unido. A Elvis & Kresse combinou a camada comprimível das mantas Trelleborg Rollin do cliente BFS Polestar
Wheatons e Integrity Print com mangueiras
de incêndio desativadas do Corpo de Bombeiros de Londres para produzir pastas macias e de
alta qualidade.
O revestimento é feito com seda recuperada
de paraquedas militares e as embalagens e rótulos da pasta também são feitos a partir de materiais reciclados.
O desafio da rápida descompressão de gás
App calcula
redução de custos
O aplicativo Tire Efficiency da Trelleborg, baseado no conceito de custo
total da propriedade, calcula os
benefícios proporcionados por um
jogo de pneus Trelleborg, tanto em
termos de redução de custos quanto de tempo de trabalho. Desenvolvido para agricultores, empreiteiros
e comerciantes especializados, o
aplicativo permite aos usuários
selecionar o número de hectares
cobertos, a operação específica,
tempo de trabalho e vários outros
parâmetros. A avaliação é baseada
em um ano de operação e diz respeito ao conjunto de pneus para
um eixo. O Tire Efficiency está disponível para iOS e Android.
22
FOTO: OLIVER JELLY
A TRELLEBORG SEALING SOLUTIONS fornece
vedações de avançados materiais de elastômeros
para melhorar o desempenho de instrumentos
de amostragem para fundos de poço e oleodutos
submarinos da Proserv, fornecendo uma solução
para rápida descompressão de gás. As juntas elastoméricas de grau Xplor™ ajudam no desempenho de vedação a baixa temperatura e alta pressão
dos equipamentos submarinos da Proserv e na
questão da compatibilidade química do gás ácido.
GARANTIA DE FLUXO NA NIGÉRIA
A Trelleborg fornecerá material de isolamento térmico para alta temperatura
para o projeto Erha Norte na Nigéria. Indicada pela empresa de engenharia submarina Subsea 7, a Trelleborg fornecerá
várias toneladas de sua solução de isolamento de alta temperatura de silicone
avançado Vikotherm S1 para as linhas de
fluxo de petróleo e gás no campo de
exploração. Fabricado usando a tecnologia de vulcanização a temperatura
ambiente, o revestimento é ideal para a
alta exigência de temperatura de 149ºC.
Lee Roskell, Gerente da Equipe de Propostas da Trelleborg Offshore & Construction, diz: “Desenvolvemos um
produto para alta temperatura, livre de
microesferas, para melhorar o desempenho geral do sistema de isolamento. Isso
proporcionou uma garantia adicional de
que o produto foi instalado corretamente
e está apto para sua função, verificados
tanto o isolamento moldado como o
substrato”.
CHARADA
PNEUS DE
EMPILHADEIRA
PARA A CHINA
É assim
que rolamos
O predecessor desta invenção
mudou o mundo de muitas formas.
Mas o que é? Resposta correta
no rodapé da página.
A TRELLEBORG ASSINOU um acordo com a Shanghai Hyster Forklift Ltd. para fornecer pneus para
a fábrica da empresa em Xangai.
“Estamos orgulhosos em sermos escolhidos
como um parceiro de equipamentos originais
para a Shanghai Hyster Forklift Ltd.”, diz Richard
Wang, gerente nacional de vendas Trelleborg
Wheel Systems. “Estamos ansiosos para trabalhar em conjunto para garantir que os clientes
tenham o máximo valor de suas empilhadeiras
Hyster.”
Offshore & Construction, Trelleborg Sealing
Solutions e Trelleborg Wheel Systems. Além
disso, a Trelleborg é detentora de 50%
da TrelleborgVibracoustic, líder global
em soluções de antivibração para
veículos leves e pesados, com vendas
anuais de 16 bilhões de coroas suecas
(EUR 1,78 bilhões, USD 2,36 bilhões)
em cerca de 20 países. As ações da
Trelleborg são negociadas na Bolsa de
Valores de Estocolmo desde 1964 e
referenciadas na Nasdaq Nordic List,
Large Cap. www.trelleborg.com
Equipamento de calandragem Roller Head sem solvente para
produção de mantas de impressão
A Trelleborg é líder mundial em soluções
de engenharia de polímeros que vedam,
amortecem e protegem aplicações
essenciais em ambientes rigorosos.
Suas soluções de engenharia inovadoras
aceleram o desempenho dos clientes de
forma sustentada. O Grupo Trelleborg
apresentou vendas anuais de cerca de
22 bilhões de coroas suecas (EUR 2,48
bilhões, USD 3,29 bilhões), em mais de
40 países. O Grupo abrange cinco áreas
de negócios: Trelleborg Coated Systems,
Trelleborg Industrial Solutions, Trelleborg
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