Jornal do Scharlé - Clube Albert Scharlé
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Jornal do Scharlé - Clube Albert Scharlé
Jornal do Scharlé Edição comemorativa dos 50 anos - Setembro de 2009 O nt e m Uma história que começou com a vinda do engenheiro Albert Scharlé (1898-1956), Nascido em Steinfort, Luxemburgo, veio para o Brasil em 1929. Ele construiu a casa, a piscina redonda e a capela. Nela residiu com sua esposa Eugénie e os três filhos Jean Armand, Émile e Adrienne. Falecido em 1956 e sepultado, juntamente com a sua esposa Eugénie, na capela do clube. Em 1958 os filhos de Albert decidiram vender, por 12 milhões de cruzeiros, 42 alqueires da Fazenda Santo Antônio para um grupo de engenheiros sócios da Sociedade Mineira de Engenheiros, que nela instalaram o clube Amanhã In v e s t i m e nt o s c o n s t a nt e s e m m e l h o r i a s n a i n fr a e s t r u t u r a faz e m d o S c h ar l é u m c l u b e sempre moderno e cada vez mel h o r . N o v o s as s o c i a d o s t r az e m n o v o s ar es , as g er a ç õ es s e s u c e d e m e m a nt e r ã o c a d a v e z m e l h o r o clube que é de todos nós! Hoje O Scharlé é hoje muito mais do que apenas “A casa de campo do Engenheiro”, É um clube campestre com infraestrutura completa para o lazer de toda a família. Piscinas, saunas, vestiários bem equipados, restaurante, lanchonetes, campos de futebol, quadras poliesportivas, churrasqueiras, lagoa, pista de caminhada, cachoeira, salão de jogos, parquinhos infantis, quadras de tênis... tudo o que um clube precisa para oferecer o melhor aos seus associados EDITORIAL Parece que foi ontem... Não há como fugir do lugar comum. De mãos dadas com meus pais, dando as mãos para meus filhos e hoje, carregando as netinhas no colo, o Scharlé sempre foi e continua sendo protagonista na minha vida. A Fazenda Santo Antônio, da família Albert Scharlé, com trabalho e dedicação de muitos, transformou-se no maravilhoso espaço que desfrutamos hoje. E que nos faz sentirmos muito felizes por continuarmos família. Hoje, a família do Clube Albert Scharlé. No momento que comemoramos o nosso cinquentenário, externamos nosso agradecimento a todos os ex e atuais diretores, conselheiros, empregados, prestadores de serviços e fornecedores, construtores de tudo que conseguimos até hoje. E, em especial, a cada sócio, legítimo proprietário e razão de ser de tudo isto. Um grande abraço a cada um. E que venha o Centenário! TIM! TIM! Paulo Villas Diretor Presidente Galeria de Presidentes “É com orgulho que digo que fui o 1º presidente do clube. Criamos a casa para oferecer opções de lazer às nossas famílias, e acredito que fomos felizes nessa realização. Espero que o Scharlé cresça, assim como a amizade e união entre os sócios, novos e antigos.” (Eduardo da Silva Bambirra) “Desde 1958, quando me associei ao clube, tive a oportunidade em todos os fins de semana de ali estar ao lado dos meus filhos na piscina redonda. Progressivamente, desfrutamos dos melhoramentos implantados. Ao transferir minha cota para o meu filho Hermann, continuo freqüentando o Clube e desfrutando de toda sua beleza natural e de suas instalações, que sem falsa modéstia, ao lado dos meus companheiros de Diretoria e dos Conselhos tive a oportunidade de implantar parte delas. Sinto-me, por estes motivos, à vontade para saudar as pessoas que ultimamente têm aderido e se tornado sócios do clube Albert Sharlé”. (Dr. Hilton Homem de Castro) “Na minha gestão, entre 1980 e 1984, o número de sócios praticamente dobrou. Lembro que melhoramos o acesso ao ginásio, a arborização do clube, montamos o playground. Eu, assim como os demais, criei meus filhos dentro do Scharlé. Íamos todos os finais de semana para descansar, brincar, e passar tempo juntos. Desejo que os novos sócios sejam felizes dentro do clube como eu sou.” (João Neri Guedes) “No clube, desfrutei de momentos inesquecíveis e amizades que duram até hoje, como a minha turma da peteca e do churrasco. Além disso, lembro-me dos momentos que passei com minha família. Meus três filhos também aproveitaram a vida no campo. Durante a minha gestão como presidente, entre1985/86, construímos novas churrasqueiras, plantamos árvores, adquirimos a sede da secretaria e cobrimos o vestiário feminino. Foram 40 anos de muitas alegrias e participação intensa no cotidiano do Scharlé”. (Gualter José Frota Ferreira) 2 Jornal d S “Há 50 anos, adquirimos o pequeno sítio que fora a residência do ex-presidente da Belgo-Mineira, Dr. Albert Scharlé. Cuidamos para que a propriedade se transformasse, construímos a represa, os campos de futebol e demais quadras, a nova piscina, o restaurante, os bares, os vestiários, as saunas. Fizemos do lugar um clube que hoje é referência. Tudo isto, com sacrifício, determinação e participação. Este é o legado que deixamos a vocês, jovens sócios. Agora é chegado o momento de vocês avançarem. Reformem, inventem, construam. Façam no nosso Scharlé a verdadeira extensão do seu lar.” (Márcio Ferreira Drumond) “O clube foi o resultado de um sonho de um grupo de engenheiros que visava um local de sadia convivência para suas famílias. Esta linda fazenda, próxima a Sabará e a Belo Horizonte, foi um achado excepcional. Aqui criei meus filhos e construí um circulo de amizades e relacionamentos permanentes. O amor ao Clube e a vontade de contribuir para o engrandecimento do mesmo me levou a atuar como Presidente no biênio 2007/2008. Na nossa gestão enfatizamos o associado. A sociedade de Sabará vem, aos poucos, se associando. O Clube vem se renovando e, com a união de todos, seremos ainda melhores.” (Heitor Gontijo de Paula) “Fui muito feliz enquanto presidente do Clube. Agora, com 87 anos, a memória não falha e me lembro bem dos momentos de alegria que passei com amigos e família. Foram oito filhos que cresceram no Scharlé e tem memórias tão boas quanto as minhas. Mando um abraço para os novos sócios e desejo que eles construam uma história como a de minha família”. (Petrônio Alves Furtado) “Na minha gestão fiz reformas. Melhoramos a área da piscina, construímos um bar, reformamos os vestiários e as rampas de acesso às cachoeiras. Eu, que sou paulista de nascimento e mineiro de coração, fui muito feliz no Scharlé, fiz muitos amigos. Desejo que os novos sócios se dediquem ao clube de coração e alma, e aproveitem a casa de campo como eu e minha família”. (Ruy Togério de Figueiredo) “O Scharlé fortaleceu inúmeras famílias. Pessoas que cresceram no clube hoje levam seus filhos. Eu espero que o clube continue a fazer parte da vida de muitas famílias e, por isso, durante a minha gestão, estimulamos a presença de jovens no Scharlé. Achamos importante que os mais jovens usufruam do clube não só com os pais, mas também com os amigos, frequentem e cultivem o amor ao espaço.” (Danilo Leal Lustosa) “O Scharlé faz parte da minha vida desde 77, onde convivi com o verde e passei momentos felizes em família. Hoje vou ao clube para rever os amigos e levar meus netos, que adoram. Assumi a presidência em 2005. Entre as realizações, fizemos a casa de eventos, salão de jogos, melhoramos a área da piscina e o acesso à cachoeira. Tudo isso para que os sócios, antigos e novos, tivessem mais conforto.” (Fernando Pires de Carvalho) Também presidiram o Cube Albert Scharlé nestes 50 anos: Evaristo Nogueira de Sá Filho, João Batista Sabino, Mário Sampaio, Mário Marques, Walter Bello de Araújo Paulino, Henrique Alves de Minas, João Batista Alves, Aimoré Dutra Filho e Cláudio Caldonceli Vidal do Scharlé 3 Uma casa de campo Alberto Villas* Aquele ano começou com os guerrilheiros de Fidel Castro entrando em Havana e derrubando a ditadura de Fulgêncio Batista. O rock and roll perdia nos ares dos Estados Unidos dois ídolos: Buddy Holly e Richie Valens enquanto o jazz dizia adeus a Billie Holliday. No momento em que cientistas anunciavam que a baleia azul corria risco de extinção, os americanos comemoravam a volta à terra de dois macacos que fizeram o primeiro voo espacial. No Brasil, Maria Esther Bueno, uma menina de 19 anos, tornava-se a primeira sul americana a conquistar o torneio de tênis de Wimbledon. Enquanto o papa João XXIII pedia paz na terra aos homens de boa vontade, a guerra fria entre americanos e russos esquentava. Foi naquele ano de 1959 que o meu pai chegou em casa com a notícia. Havia comprado uma cota de uma casa de campo dos engenheiros chamada Clube Albert Scharlé. Ficava longe, em Sabará, e para chegar até lá tínhamos que pegar uma estrada e andar, andar, andar. Depois de atravessar uma pequena ponte na entrada da cidade ainda tinha um caminho de terra mato adentro até chegar ao portão do clube, monumental na época. Os primeiros anos que lá frequentamos, pai, mãe e cinco filhos, ficaram registrados em foClube Albert Scharlé Avenida Albert Scharlé s/n - Paciência - Sabará - MG Presidente: Paulo Roberto Fontes Villas Vice-presidente Hermann Gríbel Homem de Castro Dir. Financeiro: Renan Paulo da Costa Alves Dir. Financ. Adjunto Eduardo Dantas Paulino Dir. Social João Augusto Mafra Borges Dir. Esportes: Israel José Ribeiro de Almeida Dir. Administrativo Carlos Alberto Lundberg 4 tografias em preto e branco, tiradas orgulhosamente por meu pai com sua Roleiflex. Hoje são recordações que estão aqui guardadas numa caixa-preta transbordando de lembranças. Vou analisando uma a uma para fazer uma viagem no tempo, a viagem de volta. Lembro-me que depois de passar aquele portão monumental, íamos subindo por uma ruela de paralelepípedos, rodeada de mangueiras e jardins cobertos de rosas. No meio do caminho havia uma capela e na capela, diziam, estavam enterrados o engenheiro Albert Scharlé e sua mulher, Eugénie. Era por ali que o meu pai estacionava sua famosa Rural Willys vermelha e branca. O resto do caminho fazíamos a pé. Para chegar até a mansão construída por Albert Scharlé, passávamos por um corredor de parreiras carregadas de uvas verdes. Avistávamos um pombal que era o meu sonho de consumo. Pombas não havia mais, mas o pombal continuava lá, firme e forte, resistindo ao tempo. Lá de cima, antes de chegarmos ao casarão, enxergávamos a piscina redonda, lá embaixo. Era uma piscina com um chafariz no meio e para chegar até ele, naquela época, era preciso ser um pequeno César Cielo. Ouvíamos a algazarra da juventude se divertindo dentro d’água com pés de pato, jogando bola ou tentando se equilibrar em boias pretas recicladas de fuscas, opalas, vemaguetes e gordinis. Ao lado da casa ficava a criação de galinhas e coelhos do doutor Eduardo Bambirra. Eram galinhas New Hampshire e nossa mãe nos Secretaria Administrativa Rua Albita, 131 - cj 319/320 - Cruzeiro - Belo Horizonte - MG Dir Administrativo Adjunto: Anderson Silva Teixeira Dir. Meio Ambiente Marcelo de Araújo Vieira Diretores Suplentes João Luiz Pieri Ribeiro José Nelson Alves Presidente do Conselho Deliberativo: Wagner Horta Bernucci Presidente do Conselho Fiscal: Renato Frieiro de Vilhena Jornal do Scharlé alertava: - Não assustem as galinhas do Bambirra! Um pouco mais acima ficava um pequeno restaurante que servia aos domingos um trivial bem comum. Salada, arroz, feijão, tutu, lombo de porco e pudim de sobremesa. Havia uma segunda escolha, uma massa, um macarrão à bolonhesa. A casa era um mistério. Percorríamos os corredores, cada cômodo, os banheiros, as varandas como se fosse um castelo de outrora, cenário dos livrinhos que líamos na escola. Lembro-me da mesa de ping pong e da mesa de sinuca. Jogávamos ping pong porque sinuca era coisa só de adulto. Lá no alto, bem no alto, no caminho para a cachoeira, havia uma quadra cujo piso era feito de tijolinhos. Nunca consegui fazer uma cesta ali, mas gols cheguei a comemorar alguns. O Scharlé era uma casa de campo, um pouco sítio, um pouco fazenda, uma alegria da nossa infância. Olhando hoje essas fotografias tenho certeza que aquela casa de campo era mesmo uma alegria e que transformava todos os nossos domingos em domingos legais. *Alberto Villas é jornalista e escritor e hoje mora em São Paulo. Autor dos livros “O Mundo Acabou!”, “Afinal, o que viemos fazer em Paris?” e “Admirável Mundo Velho!” (Editora Globo) e “Carmo” (Conceito) Jornal do Scharlé setembro de 2009 Produção Publicittà Projeto Gráfico e Diagramação Kênia Lopes Jornalista Responsável Clarissa Damas- MTb: MG10.461JP