Carta Aberta da SRF - Paramahansa Yogananda
Transcrição
Novembro de 1995 “Foi por um propósito divino que eu vim para a América, e é pela graça de Deus que este trabalho cresceu. O que fui abençoado a testemunhar em minha vida estava além de meus sonhos.(…) Tem sido um grande sonho, um épico de felicidade.” Paramahansa Yogananda Caros Amigos, Desde o mahasamadhi de Paramahansa Yogananda em 1952, seu trabalho da Self-Realization Fellowship, a organização que ele fundou na América para dar prosseguimento à sua missão mundial, continuou a crescer e a levar a mensagem universal dele aos buscadores da verdade em todo o mundo. Em 75 anos de serviço, houve muitos acontecimentos importantes, bem como os inevitáveis desafios que acompanham cada esforço meritório. Durante a vida de Paramahansaji, quando ocorriam incidentes que tinham o potencial para criar confusão e desarmonia, ele fazia seu maior esforço para trazer à tona o que há de melhor e de mais elevado em cada pessoa envolvida, enquanto continuava a seguir adiante com plena confiança. Em todas as circunstâncias, tinha total fé em que a verdade e a harmonia prevaleceriam no fim, e mantinha seu olhar concentrado nisso. Este era o seu estilo, e ele encorajava todos nós na SRF a fazermos o mesmo. Neste espírito, queremos abordar com vocês a “Carta Aberta da Ananda Church of Self-Realization, 30 de setembro de 1995”. Cópias desse documento que contém muitas declarações inexatas e alegações sem fundamento acerca da honestidade e da integridade da Self-Realization Fellowship e de seus dirigentes têm sido distribuídas amplamente, não apenas nos templos da SRF, mas em outros locais públicos. No interesse da verdade, sentimos que temos a responsabilidade de apresentar os fatos como os conhecemos, e a nossa esperança é que o evidente mal-entendido na carta da Ananda será afinal resolvido. Fundo Histórico A Ananda é uma organização fundada em 1969 por J. Donald Walters, no norte da Califórnia. Ex-monge da Self-Realization Fellowship, Sr. Walters ingressou na Ordem Monástica da SRF no outono de 1948 e recebeu de Sri Daya Mata os votos finais de sannyas, em 1955. (Nessa época ele também recebeu o nome monástico de “Kriyananda”.) Ele exerceu o cargo de vice-presidente da Self-Realization Fellowship de 1960 até 1962, quando o Conselho de Diretores da SRF (composto de discípulos íntimos, pessoalmente treinados e nomeados para o Conselho por Paramahansaji) votou unanimemente por sua demissão. 1 Durante anos o Sr. Walters expressou suas opiniões a respeito da SRF e de seus dirigentes por meio de cartas e outros escritos. Nos últimos 5 anos, esta campanha escrita tem se agravado e tornado progressivamente 1 Paramahansa Yogananda listou por escrito os discípulos que ele desejava que servisse no Conselho de Diretores após sua partida. Ele orientou o Conselho para escolher, conforme necessário, membros adicionais não nomeados especificamente por ele. Donald Walters não foi designado para o Conselho por Paramahansa Yogananda, porém eleito por outros membros do Conselho depois da morte do Dr. M. W. Lewis em 1960. “A verdadeira religião não satisfaz às exigências da alma com palavras e, sim, com provas. Eu jamais quis ser dogmático a ponto de deixar de usar minha razão e meu bom senso. Quando encontrei meu guru, Sri Yukteswar, ele disse: “Muitos instrutores lhe dirão para crer; depois, desviarão seus olhos da razão e o ensinarão a seguir apenas a lógica deles. Mas quero que você mantenha os olhos da razão bem abertos; além disso, abrirei em você um outro olho, o olho da sabedoria.’(…) “No começo de minha busca espiritual, na Índia, recusei terminantemente filiar-me a qualquer organização, pois nelas não encontrava verdades demonstráveis. Mas quando encontrei meu guru e esta senda, constatei, por experiência própria, que ela produzia resultados, e consagrei minha vida a esta causa”. Paramahansa Yogananda, em A Eterna Busca do Homem depreciativa e exaltada em sua natureza. No mínimo uma dúzia de cartas abertas, escritas por Sr. Walters e outros líderes da Ananda, foram distribuída aos membros da Ananda bem como (sem serem solicitadas) aos membros da Self-Realization Fellowship. A carta aberta acima referida é a mais recente nesta série. A SRF não tem respondido publicamente a essas cartas altamente depreciativas; nem nos ocupamos, por respeito à privacidade do Sr. Walters, com qualquer discussão pública das circunstâncias que se fizeram necessárias para o Conselho da SRF pedir a demissão dele. 2 Pessoalmente, no entanto, fizemos numerosas tentativas para chegarmos a um maior entendimento com ele, até mesmo encorajando-o a continuar servindo o trabalho de Paramahansaji onde quer que ele estivesse. Em 4 de abril de 1969, Sri Daya Mata escreveu a ele: Prezado Kriyananda, Quando você foi removido de seu cargo oficial na SRF, eu o encorajei a continuar servindo o Mestre. Até o incentivei a continuar palestrando sobre o Mestre (se isto era tudo que você sabia e queria fazer), e difundir o nome e o trabalho dele, apresentando os outros à SRF como o canal que o Mestre estabeleceu para a disseminação da Kriya Yoga e das outras técnicas e princípios iogues da SRF.(…) Há tanta coisa que você pode fazer, mesmo no lado de fora, para realmente servir o Mestre, servindo o trabalho dele em harmonia com as diretrizes, se você realmente tiver a intenção de fazê-lo. 3 (…) Tudo que você tem a fazer, Kriyananda, é deixar que suas ações demonstrem as suas palavras de lealdade e devoção ao Mestre e à SRF, e existirá a harmonia e a amizade divina desejadas por você e por nós. Se você tivesse sido capaz de 2 A carta aberta da Ananda, datada de 30 de setembro de 1995, afirma que o Sr. Walters foi injustamente expulso, e que esta decisão foi baseada na “análise emocional de seus motivos para agir”. Tal afirmação nos força a esclarecer, no entanto, que não foi uma análise subjetiva de seus motivos que levou a sua demissão, mas as ações específicas de seu padrão básico de comportamento, e que a situação foi discutida com ele em muitas ocasiões, nos meses que antecederam sua saída. Uma dessas conversas, por exemplo, está documentada em uma carta que Sri Daya Mata escreveu da Índia aos membros do Conselho, na América, em 25 de agosto de 1961: “Conversamos com Kr. [sic], apontando a ele todas as queixas do Conselho ao seu comportamento (…) e até deixamos claro que estávamos preparados, se necessário, para tomar as medidas para retirá-lo do Conselho.” 3 Em uma carta escrita durante a época em que o Sr. Walters era responsável por coordenar as atividades de nossos centros e grupos de meditação, ele próprio explicou muito claramente os princípios sustentados pela SRF – princípios que ele, agora, aparentemente rejeita: “(…) Como organização, somos forçados a tomar certas posições que não seriam necessárias para nós se não tivéssemos que considerar o bem-estar de outros membros. Quando, por exemplo, um instrutor da SRF faz mau uso de sua posição como representante da Organização para minar a fé dos outros devotos, como podemos continuar reconhecê-lo como instrutor? Pode-se afirmar que o instrutor não está minando a fé das pessoas nos Gurus, apenas em sua organização. Mas, podemos verdadeiramente amar o Mestre e não amar o seu trabalho? Podemos verdadeiramente ser fiéis ao Mestre e não ser fiéis ao seu trabalho? Podemos honestamente supor que aqueles com quem ele passou anos treinando e testando não sabem o que ele queria, ou que não tenham, sinceramente, o melhor dos interesses por sua obra? (…) “Para nós, não é uma questão pessoal. (…) Que as pessoas nos critiquem, se quiserem; que até nos condenem. Elas têm as nossas boas intenções, independentemente de suas atitudes para conosco. Quando, porém, elas começam a espalhar a desarmonia entre os membros, a questão deixa de ser meramente pessoal. O bem-estar dos outros e do precioso trabalho do Mestre fica comprometido.” Sri Daya Mata, presidente da SelfRealization Fellowship “Como respeitamos e amamos a pessoa que sempre tem uma palavra gentil para dizer a cada um! Podemos nem sempre ter paz e compreensão para com os outros, porque nem todos irão nos compreender. Cristo teve seus inimigos, mas da parte dele sempre havia a dádiva do amor.(…) A melhor maneira de influenciar os outros é por meio de nossos corações compreensivos, de nossa gentileza, de nossa compaixão e de nosso amor.(…) “Somos todos filhos divinos, compartilhando este caminho para Deus com milhares e milhares de discípulos de Guruji em todo o mundo.(…) Estamos unidos no amor divino, na irmandade divina, na amizade divina; e no objetivo comum: buscar juntos a Deus e servi-Lo de qualquer forma que possamos, à medida que estendemos as mãos à nossa família maior de todos os seres vivos.” Sri Daya Mata, em Finding the Joy Within You 2 fazer isto em todos esses anos que esteve fora da SRF, as propostas em sua carta bem poderiam ser consideradas sem reservas, para a grande alegria mútua sua e da SRF, e você sabe (assim espero) quão leve teria ficado o meu coração. Hoje é determinado pelas ações passadas; o futuro, pelas ações presentes. Só posso dizer que depende de você. Sempre oro por você e por seu bem espiritual mais elevado. Meu amor e amizade nunca mudam. No amor e no serviço ao Guru, Daya Mata Os líderes da SRF corresponderam-se com o Sr. Walters e também se encontraram com ele pessoalmente em várias ocasiões desde a sua renúncia, no esforço para obter harmonia. Tal correspondência ocorreu até recentemente, apesar das depreciativas cartas públicas da Ananda. Por exemplo, Daya Mataji escreveu a ele em 1994: “Em todos esses anos, nunca houve, por parte dos líderes da SRF, uma tentativa semelhante de publicar ou fazer circular qualquer informação derrogatória sobre você ou a Ananda.(…) Não nutrimos qualquer má vontade com relação a você ou a qualquer pessoa da Ananda. Buscamos paz e justiça para o trabalho do Mestre, e também queremos viver em harmonia com devotos como você. Esperávamos poder respeitar o direito que cada um tem de não concordar, mas também nos esforçávamos para encontrar uma base comum. Que este possa ser o nosso objetivo.” Preservar a Identidade da Organização Atualmente existem muitos instrutores e caminhos disponíveis para os buscadores espirituais, muitas avenidas a escolher na jornada de uma pessoa para a realização divina. Mesmo entre aquelas sociedades que se inspiram principalmente nos ensinamentos de nosso Guru, existe ampla margem de interpretações e aplicações de seus princípios e métodos. A Self-Realization Fellowship, entretanto, como a organização fundada pelo próprio Paramahansaji, tem uma identidade e missão únicas. Anos antes, seu guru, Swami Sri Yukteswar, incutiu nele a importância deste trabalho: “– Poderia você ou qualquer outra pessoa atingir a comunhão com Deus através da ioga se uma linhagem de mestres de coração generoso não tivesse querido transmitir seu conhecimento aos outros? – E acrescentou: – Deus é o Mel, as organizações são as colméias; ambos são necessários. Qualquer forma é inútil, naturalmente, sem o espírito, mas por que não deveria iniciar colméias operosas, cheias de néctar espiritual? “Seu conselho comoveu-me profundamente. Embora não respondesse,em meu peito nasceu uma resolução inflexível: compartilharia com meus companheiros, tanto quanto estivesse em meu poder, as verdades libertadoras que aprendera aos pés de meu guru. ‘Senhor’, orei, ‘que o Teu amor brilhe para sempre no santuário de minha devoção e que eu possa despertar esse Teu amor em todos os corações’.” “Medite e traga outros a este caminho da Self-Realization. Este é o serviço mais elevado que você pode prestar. Estes são os meus dias mais felizes. Estou feliz por dois motivos: pude agradar a Deus, e fui capaz de cumprir a promessa que fiz a meu guru, Swami Sri Yukteswar, de construir este trabalho da Yogoda Satsanga/ SelfRealization para disseminar a mensagem da Kriya Yoga.” Paramahansa Yogananda, em The Divine Romance Paramahansa Yogananda, em Autobiografia de um Iogue Foi para a sua própria organização, e não a de outrem, que Paramahansaji pessoalmente confiou a responsabilidade de preservar e difundir os seus ensinamentos de acordo com seus desejos expressos. Uma das características distintivas da Self-Realization Fellowship é que, desde sua fundação em 1920 até o mahasamadhi de Paramahansaji em 1952, todas as atividades e os assuntos organizacionais da SRF foram pessoalmente dirigidos por nosso próprio Guru. Posteriormente, a liderança de seu 3 trabalho passou para Rajarsi Janakananda, um discípulo íntimo de Paramahansaji, escolhido por ele para o cargo de presidente da SRF. Sri Daya Mata, a atual presidente, ingressou na Ordem Monástica da SRF em 1931 e submeteu-se a mais de 20 anos de treinamento espiritual sob a amorosa orientação de nosso Guru antes de se tornar presidente depois da morte de Rajarsi, em 1955. Ela é auxiliada por um Conselho de Diretores composto de vários outros discípulos diretos de Paramahansaji, que foram igualmente treinados por ele. Outra característica essencial da SRF é que, de acordo com os desejos de seu fundador, seu trabalho é orientado pela ordem monástica estabelecida por Paramahansaji em conformidade com a antiga tradição monástica da Índia. Os monges e as monjas da SRF (entre eles, ainda estão muitos daqueles que estiveram com o Guru durante sua vida) fazem votos de renúncia e são responsáveis por servir aos membros e amigos da SRF em todo o mundo e orientar as atividades da organização. Diferenciar a SRF de Paramahansa Yogananda da Ananda de J. Donald Walters Naturalmente existem muitas diferenças entre a SRF e a Ananda, já que ambas as sociedades desenvolveram-se em linhas de ação diferentes. Mas enquanto seus propósitos, práticas e atividades podem ser dessemelhantes – a SRF implementando os desejos de Paramahansaji para o seu trabalho, e a Ananda seguindo as idéias de J. Donald Walters para o desenvolvimento de sua própria organização – nós sentimos que esse fato em si próprio não deveria ser a causa de discórdia entre as duas sociedades. A única preocupação da SRF tem sido para que as duas organizações sejam claramente diferenciáveis, uma da outra, aos olhos do público. Através dos anos, desde a fundação da Ananda em 1969, alguns editoriais, anúncios e outras práticas promocionais dessa sociedade contribuíram cada vez mais para tisnar as diferenças entre a SRF e a Ananda. Quando, em 1990, as autoridades da Ananda decidiram mudar o nome dela para Church of Self-Realization [“Igreja da Self-Realization”], um nome muito parecido com o da Self-Realization Fellowship Church [Igreja da Self-Realization Fellowship], as linhas de distinção foram ainda mais apagadas. (Qualquer pessoa desejando mais informações sobre isto pode solicitar uma cópia da carta de 8 páginas que preparamos no ano passado para tratar destes assuntos.) Independentemente das diferenças entre a SRF e a Ananda, nós respeitamos todos os devotos da Ananda que estão se esforçando sinceramente para viver segundo os ensinamentos de nosso Guru. Nossa responsabilidade é simplesmente defender o lugar distintivo que Paramahansaji deu a sua própria organização, para que os buscadores da verdade sejam sempre capazes de distinguir o que ele ensinou das numerosas variações disponíveis, criadas por outros. As Acusações da Ananda Contra a SRF A recente carta aberta da Ananda afirma apresentar os fatos a respeito de uma miscelânea de eventos que ocorreram nos últimos 30 anos, coletivamente oferecidos em apoio às alegações do Sr. Walters acerca da Self-Realization Fellowship e seus dirigentes. As acusações estão relacionadas principalmente aos seguintes casos: • As práticas organizacionais da SRF; • A política editorial da SRF como editora das obras de Paramahansaji; Mrinalini Mata, vice-presidente da SelfRealization Fellowship; discípula de Paramahansa Yogananda desde 1945 (Falando aos membros da SRF em 1993) “Quando Gurudeva se encarnou, 100 anos atrás, o mundo pouco sabia que esse ser divino tinha vindo para trazer uma mensagem universal de amor e luz, uma mensagem que tocaria os mais longínquos recantos do globo.(…) “Disse Emerson: ‘Uma instituição é o prolongamento da sombra de um homem’. A Self-Realization Fellowship é, na verdade, o prolongamento da vida de nosso abençoado Guru. Nós que estávamos em volta dele vimos quão profundamente ele deu a própria vida, sua alegria, seu amor, seu entusiasmo, para construir esta instituição para o benefício de vocês e meu próprio. Ele criou um templo mundial no qual uma ‘multidão de almas’ pudesse reunir-se para beber profundamente do amor, da sabedoria e da alegria de Deus. “Eu estava pensando, antes de vir aqui esta noite: ‘Sim, a organização é uma extensão do Mestre, mas o coração dessa instituição, que sempre manterá vivo o abençoado Guru neste trabalho, é cada membro individual’. É o esforço de vocês no sadhana, sua sinceridade na busca de Deus; são as lágrimas de desejo por Deus que vocês derramam quando meditam, a alegria e a elevação que sentem quando lêem ou estudam as palavras de Gurudeva; é a bondade e o amor do Guru que vocês compartilham uns com os outros, com seus familiares, com todos os que cruzam seu caminho que, meus queridos do abençoado Mestre, se encontra a pulsação do coração dele nesta organização. Esta é a vida dele. Este é o espírito dele. E enquanto isto existir, em um ou mesmo em uns poucos, existirá a Self-Realization Fellowship.” 4 • • • • As decisões administrativas da SRF envolvendo o fornecimento de ajuda material a certas pessoas; A demissão do Sr. Walters da SRF há mais 30 anos; A decisão da SRF em buscar proteção legal para o seu nome e suas publicações por meio da atual ação judicial entre a SRF e a Ananda; Uma ação judicial movida contra a Ananda por uma mulher, membro antiga da Ananda. Antes de tratarmos de quaisquer das específicas acusações da Ananda contra a SRF, é válido notar a maneira com que as citações são usadas na carta da Ananda. Descobrimos que, com freqüência, as palavras que o Sr. Walters atribui aos líderes da SRF de modo algum refletem realmente os pensamentos transmitidos por eles. Ao contrário, muito freqüentemente, os pensamentos são reformulados, ou elaborados ou apresentados totalmente fora de contexto, drasticamente modificando sua intenção e significado. Os leitores que tiveram algum contato com Daya Mata e outros discípulos citados reconhecerão quão extremamente descaracterizados são os pensamentos e os sentimentos atribuídos a eles nessas cartas e naturalmente irão questionar a validade das alegações que são baseadas em tais citações. Sri Daya Mata e a liderança da SRF A respeito dos ataques pessoais da Ananda a nossa presidente, Sri Daya Mata, e a suas ações como líder do trabalho de Paramahansa Yogananda, nós podemos apenas dizer que essas alegações estão em direta oposição ao testemunho daqueles que a conhecem. Durante mais de 40 anos nos quais Daya Mataji tem servido como sanghamata da sociedade mundial de Paramahansaji, inúmeras almas encontraram nessa grande discípula a realização do conselho do Guru: “Inspire a todos (…) com sua própria maternidade espiritual” e experimentaram em suas próprias vidas os efeitos transformadores de seu amor divino, sabedoria e piedosa compreensão. O antigo Embaixador da Índia nos Estados Unidos, Dr. Binay R. Sen, escreveu em 1990: “Aqueles que, como eu mesmo, foram privilegiados por ter conhecido Paramahansaji encontram refletido em Daya Mataji aquele mesmo espírito de amor divino e compaixão que tanto me impressionaram em minha primeira visita ao Centro da Self-Realization há quase 40 anos”. Considerando a caracterização de Daya Mata na recente carta da Ananda, vale também notar que representa uma surpreendente contradição da que foi apresentada por Donald Walters em sua própria autobiografia, “The Path” (publicado em 1977): Carta de Paramahansa Yogananda a Sri Daya Mata no aniversário dela, 31 de janeiro de 1946 “Por muitos anos Deus nos tem feito viajar juntos, trabalhando para Ele. Seu nascimento é importante para a família da SRF e para a família e os pais que a educaram. Seu serviço sincero, alegre e inteligente à SRF e a Deus tem sido motivo de grande satisfação para mim. Que você nasça na Mãe Cósmica e inspire a todos apenas com sua própria maternidade espiritual – somente para levar os outros a Deus, por meio do exemplo de sua vida. Feliz aniversário. Bênçãos eternas.” “Das monjas, Daya Mata foi a que eu tive a oportunidade de conhecer melhor, e também aquela de quem obtive a maior inspiração. Eu a encontrava sempre imparcial, graciosa com todos, humilde, com uma espontaneidade de criança. O que nela mais me inspirou foi sua completa devoção a Deus e ao Guru. Segundo constatei, ela não tinha qualquer desejo, exceto fazer a vontade do Mestre.” J. Donald Walters, em The Path Nós que tivemos a bênção de servir sob a liderança de Sri Daya Mata sabemos que, em qualquer decisão, ao orientar a direção ou as atividades do trabalho de Paramahansaji, a primeira e única preocupação de Daya Mataji é sempre: “O que nosso Guru desejaria que fizéssemos?” Jamais 5 ela permitiu que qualquer outro princípio ou atividade se antecipasse a este. 4 O Sr. Walters e a Ananda sustentam que a SRF “perdeu seu rumo”. Entretanto, os muitos discípulos diretos que hoje levam adiante o trabalho da Self-Realization Fellowship tiveram a benção única de serem pessoalmente treinados pelo próprio Guru (alguns até por 20 anos) e conhecem as diretrizes e desejos dele para o trabalho por experiência direta. O Sr. Walters não esteve presente nas inúmeras ocasiões em que Paramahansaji transmitiu sua orientação para o futuro, e não estava entre os discípulos íntimos aos quais o Guru confiou a direção de seu trabalho. É sob a supervisão desses discípulos diretos que os monásticos da SRF continuam a realizar a missão de Paramahansa Yogananda por meio dos numerosos serviços e atividades que ele iniciou muitos anos atrás: publicar e distribuir os ensinamentos de Paramahansaji; supervisionar templos, centros de meditação, retiros e programas para a juventude; fornecer conselho espiritual e orientação por carta, telefone e pessoalmente aos estudantes dos ensinamentos da Self-Realization; conduzir palestras e aulas em cidades de todo o mundo; e coordenar o Círculo Mundial de Orações, uma rede de indivíduos e grupos dedicados a orar por aqueles que necessitam de ajuda física, mental ou espiritual e pela paz e harmonia globais. Alegações da Ananda acerca da ação judicial instaurada pela SRF Desde o início da ação judicial SRF/Ananda, a Ananda sustentou que as questões ali levantadas “têm um significado puramente religioso” e acusou a SRF de usar o litígio como “desculpa” para arruinar financeiramente a Ananda como uma “organização religiosa rival”. Esta acusação foi questionada ao Sr. Walters, sob juramento, em seu depoimento em janeiro de 1994: Advogado: “Salvo a tentativa de fazer cumprir seus direitos autorais, existe mais alguma coisa que o sr. ache que a SRF tenha feito para tentar destruir a Ananda?” Sr. Walters: “Eu não diria isto.” Advogado: “Salvo sua opinião, formulada pelo sr. mesmo, de que a ação judicial foi uma tentativa de arruiná-los (a Ananda) financeiramente, , o sr. tem qualquer outra informação que apóie esta opinião?” Sr. Walters: “Eu tenho minha opinião. Nenhuma informação.” A caracterização por parte da Ananda dos assuntos em questão no litígio precisa de explicação. Com relação ao uso do termo “Self-realization” [“Auto-realização”] pela Ananda, gostaríamos de explicar que nossa 4 Na carta circular de 30 de setembro, a Ananda deu muita importância à diretriz atribuída a lideranças da SRF: “Em qualquer situação que surja, precisamos ser guiados por uma única consideração: ‘O que é melhor para o trabalho?’” A Ananda declara: “Infelizmente, a Self-Realization Fellowship interpretou a frase ‘O que é melhor para o trabalho’ como ‘aquilo que ajudará a Self-Realization Fellowship a sobreviver a qualquer custo’.” Na realidade, para os monges e monjas da SelfRealization Fellowship, a frase “O que for melhor para o trabalho” expressa a humilde oração de qualquer discípulo sincero para seguir os desejos do Guru, e não os caprichos ou ditamos do próprio ego da pessoa. O esforço para discernir “o que é melhor para o trabalho de Deus” é, na verdade, um princípio básico no caminho espiritual, sinônimo de procurar a vontade de Deus em tudo, que é a própria essência de todo esforço espiritual. Uma Mata, membro do Conselho da SRF YSS; discípula de Paramahansa Yogananda desde 1947: “Para Guruji o principal era que estivéssemos conscientes da presença de Deus. Ele refletia essa presença divina, e nós a sentíamos. Era vívida. Não era somente algo as pessoas comentavam: realmente a sentíamos. “Em uma de suas palestras no templo ele disse: ‘É meu dever e privilégio estar aqui, neste jardim de almas, e falar de Deus para vocês. Quando entrarem nesses jardins, não falem o mal, não ouçam o mal, não vejam nada negativo, e sentirão as sagradas vibrações que estão sempre presentes. Nunca falei nada negativo aqui. Eis por que as vibrações são tão puras. Quero que vocês adotem isto também: sejam apenas positivos e de mente pura, pois ao templo de mentes assim, Deus gosta de vir e permanecer.’ “E mesmo hoje, quando as pessoas se dirigem aos vários templos da SRF, ou visitam os ashrams de Guruji, essa mesma presença está ali, e vemos que quando vão meditar, rezar ou pedir orientação, elas realmente a recebem. A presença dele, vívida e eterna, é por demais parte dos templos; é muito tangível. É como se pudéssemos estender a mão e alcançá-la; está ali para qualquer um pegar. E neste sentido, sinto que Guruji estará sempre vivo.” 6 preocupação se estende apenas ao seu uso no nome da Ananda e em qualquer outra maneira que pudesse igualmente confundir o público a respeito da origem de bens ou serviços. Nada tem a ver com o uso do termo em um contexto puramente religioso. Nem desejamos negar a ninguém o uso do nome ou retrato de Paramahansaji em serviços religiosos. Nossa ação legal diz respeito mais exatamente a proteção da marca e aos direitos autorais, e não as práticas religiosas de outrem. A alegação da Ananda de que a SRF “tem tido uma longa história de tentar resolver suas batalhas (…) por meio de ações judiciais” é infundada, em razão do fato de que em mais de 40 anos, desde a partida de Paramahansaji, a SRF instaurou uma única ação judicial: a atual com a Ananda. (Uma ação judicial foi instaurada na Índia pela YSS, com relação ao direito de propriedade de um ashram.) Proteger o legado espiritual de um mestre As palavras de todo grande mestre que, como Paramahansaji, trouxe uma mensagem libertadora ao mundo não têm a intenção de alcançar apenas aqueles que estiveram com ele durante sua vida, mas também os incontáveis buscadores espirituais que serão atraídos a seus ensinamentos por gerações vindouras. Preservar seu legado durante anos com toda a força e pureza originais, para garantir que não seja diluído, fragmentado ou distorcido com a passagem do tempo, é a grande responsabilidade dos discípulos que foram confiados por ele a esta sagrada missão. Para o benefício de todos que forem atraídos no futuro aos ensinamentos de Paramahansaji, nosso Guru tomou medidas para resguardar a integridade de sua obra e evitar que o significado original do que ele falou ou escreveu fosse alterado ou mesmo perdido. Ele quis certificar-se de que suas obras alcançassem o público somente depois que estivessem adequadamente editadas e preparadas para publicação, de acordo com sua orientação. Foi para este objetivo que ele treinou duas de suas discípulas próximas (Tara Mata e Mrinalini Mata) para servirem como suas revisoras, e tomou as providências que pôde para garantir que o direito de publicação das obras dele permanecesse em sua própria organização, a Self-Realization Fellowship. No curso do atual litígio, os advogados da Ananda recorreram a cada mecanismo legal disponível, no esforço para refutar e distorcer a intenção expressa de Paramahansaji com relação ao direito de propriedade de suas obras pela SRF. Independentemente de a Ananda ser ou não bem-sucedida na justiça, a verdade continua sendo que cada discípulo íntimo de Paramahansaji, que foi informado dos desejos dele sobre o desenvolvimento de seu trabalho, sabia ser a intenção expressa do Guru que os direitos de todas as suas obras pertencessem à sociedade que ele fundou. Paramahansaji deixou isto claro de inúmeras maneiras durante sua vida, tanto em suas declarações verbais quanto em declarações escritas para este fim. Em sua carta aberta, a Ananda alega que um dos objetivos da ação judicial da SRF é “impedir a Ananda de citar quaisquer escritos ou declarações de Paramahansa Yogananda (…) sem a expressa permissão da SRF”. Nosso objetivo, no entanto, jamais foi evitar que a Ananda simplesmente citasse a literatura da SRF em suas palestras ou apresentações públicas, ou mesmo, em um base mais limitada, em suas publicações (dentro dos parâmetros razoáveis permitidos por lei). Lançamos mão do sistema legal apenas para evitar a re-edição e republicação de porções substanciais das publicações da SRF, como faria qualquer autor e editora em igual situação. Conforme discutimos em nossa “Quanto mais estiverem em sintonia comigo e menos se preocuparem com ninharias, melhor para vocês. Uma correnteza estável de poder divino fluirá para vocês, pois os Grandes me enviaram aqui. Quando eu me for, compreenderão esta verdade com maior impacto. Estou aqui só para transmitir a mensagem deles. Pouco a pouco, uma mudança espiritual ocorrerá nos verdadeiros seguidores deste caminho, e sua influência se estenderá pelo mundo. A SelfRealization é um dos maiores movimentos espirituais já enviados para ajudar a humanidade. Foi abençoada pelos Grandes Seres – Mahavatar Babaji, Lahiri Mahasaya, Sri Yukteswar – em comunhão com Cristo e Krishna. A graça desses mestres não abandonou a Terra.” Paramahansa Yogananda, em A Eterna Busca do Homem 7 carta anterior sobre o assunto, o cerne desta questão legal é tão-somente resguardar o legado de Paramahansaji através dos anos. Ação judicial movida contra a Ananda por uma de seus antigos membros A carta da Ananda refere-se, em termos gerais, a outra recente ação judicial, pretensamente financiada e promovida pela SRF para prejudicar a Ananda. A verdade é que a SRF nada tem a ver com essa questão. 5 A ação foi instaurada contra Donald Walters e outro ministro sênior da Ananda por uma mulher, ex-membro da Ananda. Enquanto a carta de Ananda alega que essa ação judicial tem “um significado puramente religioso, e [é] portanto, injustificável em um tribunal de justiça secular”, na realidade as acusações dizem respeito a abuso sexual. O jornal San Jose Mercury News relatou o caso, em sua edição de 25 de novembro de 1994: “De acordo com a denúncia, Walters usou a igreja como um ‘mecanismo para a exploração sexual de mulheres desde 1969, enquanto alegava ser celibatário e um canal direto para Deus’. “O processo identifica outras oito mulheres, pelo nome ou por iniciais, como vítimas de abuso sexual na igreja.” Entendemos que essa ação judicial ainda está em andamento. Ajuda aos outros Em sua carta mais recente, a Ananda acusa a SRF de insensibilidade e falta de caridade para com os que estão em necessidade. Na tentativa de apoiar esta alegação, revelam circunstâncias muito pessoais a respeito das vidas de uma série de pessoas, inclusive parentes de Paramahansaji. Nosso estilo tem sido o de respeitar a privacidade de qualquer indivíduo com quem tivemos contato, e lamentamos que a Ananda tenha discutido – em uma carta distribuída publicamente – questões muito particulares dessas pessoas. Para aqueles que possam ter ficado preocupados com a descrição alarmante da Ananda a respeito dessas questões, desejamos declarar brevemente aqui os simples fatos: 6 • A Ananda alega que a SRF tem sido insensivelmente indiferente às necessidades de Mira Ghosh e outros parentes de Paramahansa Yogananda. Na verdade, por muitos anos Mira Ghosh e sua família residiram livres de aluguel em uma casa pertencente à Yogoda Satsanga Society. A YSS tornou possível a eles continuarem assim pelo resto da vida, e ajudou-a com a necessária ajuda médica. Irmão Bhaktananda, ministro encarregado do Ashram e do Templo de Hollywood da Self-Realization Fellowship; discípulo desde 1939: “Um homem veio a mim e disse: ‘Eu costumava ter a presença de Deus e sentir a presença do Mestre, mas não as tenho mais, e não sei por quê.’ Eu lhe perguntei: ‘Você medita regularmente?’ Ele disse: ‘Sim’. ‘Você pratica Kriya?’ ‘Sim.’ ‘Você lê as Lições todos os dias?’ ‘Oh, não, já terminei as Lições.’ Pedi-lhe então que voltasse a ler as Lições, para ver se não era este o problema. “Aproximadamente um mês depois, ele voltou a mim com um grande sorriso e disse: ‘Sabe, existe algo sobre ler as Lições que nos dá a sintonia com o Guru. Agora eu a tenho novamente. Muito obrigado.’ “Quando lemos as Lições, estamos em sintonia com o Espírito. Aquelas palavras vêm do Espírito. Aquelas palavras e idéias não vêm de uma mente humana, limitada. O Mestre estava sempre em sintonia com o Espírito quando escrevia, quando falava. Assim, precisamos perceber que estamos em sintonia com o Espírito naquela hora. Quando lemos as Lições, estamos sentados aos pés do Guru, falando metaforicamente. Ele está falando conosco através das Lições. Por este motivo ele disse que as Lições serão o seu guru, porque é o próprio ensinamento do guru: completo.” 5 A SRF registrou uma declaração no tribunal em 16 de fevereiro de 1995, recusandose categoricamente a refutar as alegações da Ananda sobre nosso envolvimento com esta ação judicial. Os documentos relativos a este caso é assunto de registro público no Tribunal do Condado de San Mateo, na Califórnia. 6 Em conformidade com os Estatutos Sociais da SRF como uma organização religiosa sem fins lucrativos, qualquer distribuição de recursos a indivíduos é governada por certas restrições legais de acordo com os impostos legais. A SRF sempre fez tudo que pode de acordo com a lei para oferecer apoio material àqueles com necessidades especiais. 8 estará vinculado aos Mestres, por meio dos quais a salvação é rapidamente alcançada.(…) Alguns recebem a Kriya Yoga, ficam totalmente satisfeitos e esquecem tudo sobre o vínculo com os mestres. Esses jamais alcançarão Deus. “Kriya Yoga é a via aérea mais rápida de acesso a Deus, mas deve ser pilotada pelos gurus – os ensinamentos regularmente recebidos da SRF.” 11 Um guru de realização divina pode ajudar seus discípulos, esteja ele ou não em sua forma física. Como resultado de seu amor pelas inúmeras gerações de buscadores da verdade que virão, Paramahansaji deixou em suas Lições da Self-Realization Fellowship um legado espiritual imbuído de seu poder e bênçãos divinas. Ele prometeu que os discípulos que viessem depois de sua partida teriam a mesma oportunidade para encontrar a união com Deus como tiveram aqueles que o conheceram pessoalmente por meio da prática de seus ensinamentos conforme transmitidos nas Lições. “Estas Lições da SRF”, disse ele, “estão impregnadas com o espírito dos grandes mestres. Se as estudarem com reverência e profunda atenção, junto com a prática da meditação profunda, vocês estarão em contato com o vínculo divino de nossos mestres, e serão erguidos ao reino da Consciência Cósmica.”. O vínculo dos Gurus No entanto, a carta da Ananda reflete uma visão muito diferente de Paramahansa Yogananda e do vínculo dos Gurus da SRF . A carta declara: “Devemos ressaltar que a Kriya Yoga é amplamente ensinada por outros discípulos da linhagem de gurus da SRF, dos quais Yogananda foi apenas o quarto guru, mesmo na linhagem da SRF.(…) “Além do mais, é vergonhosa presunção (…) exigir o monopólio dos ensinamentos trazidos [por Lahiri Mahasaya] ao mundo, como se apenas a apresentação de Yogananda desses ensinamentos, dentre todos os netos espirituais de Lahiri, tivesse validade.” O conteúdo e a tendência dessas declarações é um claro contraste com os princípios que sustentamos e praticamos. E mais importante, refletem uma significativa diferença entre as crenças dos membros da SRF e da Ananda a respeito do papel de Paramahansa Yogananda na difusão da ciência de Kriya Yoga. Na Self-Realization Fellowship, temos o mais alto respeito pelo fato que, como uma especial revelação divina, foi Paramahansa Yogananda o escolhido e ordenado por Mahavatar Babaji para disseminar os ensinamentos de Kriya em todo mundo. Quando criança, Paramahansaji foi espiritualmente batizado por Lahiri Mahasaya e Irmão Anandamoy, membro do Conselho da SRF/YSS; discípulo de Paramahansa Yogananda desde 1949: “Paramahansa Yogananda veio com esta missão mundial; ele veio para trazer novamente para a humanidade a sagrada ciência de Kriya Yoga. Kriya havia sido esquecida nas Eras Obscuras, e era conhecida apenas a alguns poucos. Lahiri Mahasaya foi o primeiro a ensinar abertamente a Kriya em épocas contemporâneas, mas ele proibiu seus discípulos de iniciarem uma organização para disseminar os ensinamentos de Kriya Yoga porque sabia que Deus e os Grandes Mestrres haviam delegado essa tarefa a Paramahansa Yogananda: não apenas disseminar os ensinamentos da Kriya Yoga por todo o mundo, mas manter puros esses ensinamentos. “Estamos muito perto do início do trabalho da Self-Realization Fellowship para apreciarmos a sua grandeza e a influência que ela, afinal, terá no mundo. ‘Milhões encontrarão Deus por meio destes ensinamentos’, disse-nos o Mestre uma vez. E quando um dos monges olhou para ele de forma interrogativa, como se dissesse que ele estaria exagerando, a resposta do Guru foi muito enfática: ‘E não estou falando em milhares. Quero dizer milhões!’ 11 Refletindo um bom entendimento da orientação de Paramahansaji a este respeito, o Sr. Walters (em 1954, quando estava servindo no Departamento de Centros de nossa Sede Central) escreveu o seguinte ao líder de um nosso centro da SRF: “Talvez você saiba que não esperamos que um instrutor da SRF envie suas próprias lições.(…) Ser permitido a algum membro considerar as lições de um dos instrutores mais importantes do que as lições do Guru nos parece inacreditável.(…) Se permitirmos tal lassidão, este trabalho jamais crescerá como os Mestres pretendiam.” Em anos recentes, parece que Sr. Walters abandonou este ponto de vista. Entendemos que embora se refira aos membros de sua Comunidade Ananda como discípulos de Paramahansa Yogananda, o Sr. Walters agora exige que eles estudem seu próprio curso de lições, “Fourteen Steps to Higher Awareness” [“The Art and Science of Raja Yoga”], e os desencoraja a estudarem as Lições da Self-Realization Fellowship, de Paramahansa Yogananda. 18 treinado – a pedido de Babaji – pelo discípulo de Lahiri Mahasaya, Swami Sri Yukteswar, na preparação para o trabalho da Self-Realization Fellowship que ele se responsabilizou, a pedido desses gurus. De acordo com os desejos de nosso Guru, estamos dedicados a patrocinar os ensinamentos deste caminho especial, que é a contribuição única de Paramahansaji e sua linhagem de Gurus ao bem espiritual do mundo. A orientação de nosso Guru a este respeito está amorosamente expressa nas seguintes palavras, escritas a um discípulo, em 1947: Sua carta, com asseguradas palavras de devoção e lealdade a esta Causa e aos Mestres, comoveu-me profundamente. Enquanto precisamos honrar e dar o devido respeito a todas as religiões e a todos os seguidores religiosos, ainda assim, precisamos nos lembrar que a nossa suprema lealdade e devoção devem ser dirigidas a um só ponto: dadas a um único caminho. Você já as deu à Self-Realization Fellowship e ao guru. A pessoa precisa se tornar firmemente alicerçada nos ensinamentos de sua escolha antes de estudar os méritos de outros ensinamentos, ou ficará confusa e perderá de vista o seu objetivo, que não é o conhecimento teológico, mas a verdadeira união com Deus. Sempre aprecio suas cartas – tão sinceras e doces. Com as bênçãos mais profundas para você e sua boa esposa, sou, Sinceramente, Paramhansa Yogananda Os membros da Self-Realization Fellowship honram, com fez nosso Guru, todos os verdadeiros instrutores que se esforçam por fazer o bem neste mundo. Estamos cientes de que a Kriya Yoga também é ensinada por outros discípulos de Lahiri Mahasaya e Sri Yukteswarji, e respeitamos o direito que cada pessoa tem de escolher e seguir qualquer instrutor que ele ou ela ache espiritualmente mais satisfatório. Embora Paramahansaji indicasse que seria o último da linhagem de Gurus da SRF/YSS, com o estabelecimento de sua sociedade ele garantiu a perpetuação de sua missão bem como a preservação de seus ensinamentos. O Guru disse que depois de sua partida, o presidente da SRF serviria como seu representante espiritual e administrativo, e que, prometeu, “sempre haverá, na liderança desta organização, homens e mulheres de realização”. Rajarsi Janakananda, a quem nosso Guru proclamou publicamente como um siddha, alguém que alcançou a libertação final, foi o primeiro a cumprir essa profecia. Irmão Anandamoy relembra quão claramente as palavras ditas por 19 Rajarsi, na primeira Convenção da Self-Realization Fellowship depois da partida de Paramahansaji, confirmou os desejos do Mestre para o seu trabalho, e seu poder de guiar e abençoar todos os discípulos fiéis: “Muitos membros (não sabendo que o Mestre havia declarado que era desejo de Deus que ele fosse o último na linhagem de Gurus da SRF) esperavam que Rajarsi assumisse o papel de Guru, porque achavam que tinham de ter um guru em corpo físico, alguém que pudessem ver e tocar. Teria sido muito fácil para Rajarsi ter-se proclamado Guru, por causa de seu grande magnetismo e poder espiritual. Mas o que ele disse na assembléia estabeleceu firmemente o curso da Self-Realization Fellowship para todas as gerações futuras. Muito simplesmente, com voz calma, ele disse aos membros: ‘Não haverá outro guru. O Mestre sempre será o nosso guru.’ “Então, ele disse: ‘Ele está aqui.’ Não estava se referindo à presença física do Mestre, mas à sua onipresença espiritual. ‘Apenas sintam e recebam.’ Enquanto dizia essas palavras, uma onda de poder divino inundou toda a audiência com um grande impulso de elevação espiritual – e ninguém pôde duvidar de que ele estava certo: O Mestre está vivo!” Ao lado: Trechos de uma carta escrita por Paramahansa Yogananda a um discípulo, em 1947: "Por amá-lo tanto, estou escrevendo isto. Assim como um filho deve ser leal a seu pai, assim deve ser o discípulo para com o guru, sob todos os aspectos. Nunca questiono seu amor e lealdade: sinto você cada vez mais próximo de mim, e é por isto que me arrisco a pedir-lhe que: 1) Siga 100% a Self-Realization e o vínculo vivo dos gurus, e não desvie sua mente para nenhum outro ensinamento ou trabalho. Faça das Praecepta [Lições da SRF] toda a sua vida, junto com a Kriya Yoga. Em Direção à Harmonia e à Verdade Nesta carta, compartilhamos com vocês a história e os fatos relativos às alegações feitas na carta distribuída pela Ananda. Conscientes de que harmonia e verdade não podem ser cultivadas pelo rancor e pela retórica, tentamos, ao responder, colocar diante de nós o exemplo estabelecido por nosso Gurudeva, que disse: "É natural amar aqueles que nos amam e são bons para conosco. Mas Jesus disse para darmos amor até mesmo àqueles que abusam de nós. Eu vivi esta filosofia. Aprendi a amar as pessoas apesar de seus comportamentos. Para aqueles que falham neste teste, é a sua perdição. A falha repousa na própria pessoa, não nos outros. Não importa como você tenta tornar um lugar perfeito, logo notará que sempre virá alguém para interferir. É a lei deste mundo. Quantos tentaram abalar-me e perturbar a harmonia de meu trabalho, mas não conseguiram. Por quê? Porque sigo as leis de Cristo.” 2) Distribuir literaturas de outros ensinamentos confunde e perturba as mentes dos novatos, e até mesmo de estudantes veteranos. Assim, ficarei feliz se você focalizar as mentes dos estudantes apenas na SRF. 3) Todos as reuniões deverão estar estritamente centralizadas na SRF e na prática da meditação. Se as regras acima forem seguidas, você descobrirá os grandes gurus derramando uma chuva de bênçãos sobre você, e sentirá uma conexão ativa com o vínculo vivo dos gurus.” 20 Nosso Guru nos assegurou que aqueles que sinceramente desejarem Deus serão atraídos ao caminho que é certo a eles, e ali encontrarão a elevação que procuram. Se as pessoas da Ananda experimentam em suas vidas e na comunidade a paz e a realização que suas almas procuram, ficamos realmente felizes por elas. Desejamos o bem para elas, no caminho espiritual que escolheram. Continua sendo o nosso desejo não insistir nesses assuntos, ou na forma infeliz pela qual foram apresentados. No entanto, sentimo-nos na obrigação de dissipar aqui qualquer mal-entendido que possa ter circulado com a carta da Ananda. Queremos garantir a cada um que vocês têm toda a liberdade para escrever ou telefonar, se quaisquer dúvidas ou preocupações sobre essas assuntos surgirem no futuro. Sabemos que as pessoas vêm a SRF porque sentem aqui o amor e a alegria transformadora do Guru como uma experiência direta e pessoal. Esta é a organização dele, não nossa; e sempre sentimos que se tentarmos verdadeiramente fazer o nosso melhor possível para seguirmos o que Paramahansaji nos pediu como sociedade, o divino amor e as bênçãos de Deus e do Guru continuarão a ser a vida e o espírito da Self-Realization Fellowship. “… Um Propósito Divino” Para encerrar, vamos voltar aos belos pensamentos de nosso Guru citados no começo desta carta e ao puro espírito de inspiração que atraiu cada um de nós a esta senda e nos sustenta ao longo do caminho. “O sonhos que tive, e pelos quais trabalhei, Deus os satisfez – e muito mais do que planejei. Esses planos se concretizaram porque o Centro de Mt. Washington sempre se esforçou por ser o instrumento de Deus.(…). “Foi por um propósito divino que eu vim para a América, e é pela graça de Deus que este trabalho cresceu. O que fui abençoado a testemunhar em minha vida estava além de meus sonhos. Temos nossos belos centros aqui, em Mt. Washington e Encinitas, nossos templos (…) e lindos lugares na Índia.(…) Tem sido um grande sonho, um épico de alegria.” Neste aniversário especial da Self-Realization Fellowship, esse épico de alegria continua, a luz divina acesa por Paramahansa Yogananda há 75 anos está mais brilhante que nunca. E em meses e anos vindouros, esperamos compartilhar com vocês muitas bênçãos que ainda virão, à medida que o trabalho divino começado por Paramahansa Yogananda continuar a desenvolver-se. “Não é meu desejo desenvolver uma grande organização mecânica, mas uma colméia repleta do mel espiritual de Deus”, disse Gurudeva. “Faça sua parte. Espalhe o trabalho da Self-Realization por meio de suas palavras e de seu exemplo, por meio de sua devoção.(…) Vejo a grande avalanche da verdade que passa através desta humilde pessoa, e sou muito grato que Deus tenha honrado alguém tão insignificante como eu com o dever de difundir a Sua mensagem. Aqueles que sinceramente seguirem este caminho certamente encontrarão a redenção.” "Vocês fazem cada um de nós se sentir especial, como se fôssemos os únicos. Normalmente, quando aumenta o número, diminui o toque pessoal; mas na SRF esse toque está sempre ali. A presença do Mestre é sentida de forma tão tangível, que é como se ele mesmo estivesse ali, servindo e nos saudando.” R. e R. D., Colorado “(…) tanto amor, tanta gentileza, tanto esforço concentrado em nos oferecer o melhor, com espontaneidade e afeição (…). Só um profundo amor por uma causa divina poderia ter produzido um trabalho desta magnitude.” D. e A. C., Brasil "As palavras do Mestre, ditas a Sri Daya Mata pouco antes de seu mahasamadhi, foram: ‘Só o amor poderá tomar o meu lugar’. Humildemente sugiro que, durante esta Convocação, o amor não apenas tomou o lugar dele, mas confirmou a sua presença.” D. G., Trinidad e Tobago “Jamais senti tanto amor, em qualquer outro lugar, nunca.” H. L., Califórnia No amor e amizade divinas de Deus e do Guru, Self-Realization Fellowship 21
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