kardebraile

Transcrição

kardebraile
KARDEBRAILE
Órgão da Sociedade Pró-Livro-Espírita
em Braille – SPLEB
Publicado em tinta, em Braille e em versão eletrônica
ANO LI - JUNHO - 2011 - Nº 143
Rio de Janeiro
BRASIL
IMPRESSO
Comissão Editora:
Diretora Responsável: Ana Cristina Zenun Hildebrandt
Coordenadora: Franceschina Angelina Giglio Maio
Revisor do texto: Susana Dias Ferreira
Revisor do Braille: Maria Salete Semitela de Alvarenga
E-mail: [email protected]
EXPEDIENTE
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Rio de Janeiro - RJ - Brasil - CEP 20540-110
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Distribuição gratuita
O conteúdo dos artigos assinados é da inteira responsabilidade de seus
autores.
FUNCIONAMENTO
De 2ª a 6ª Feira – 9h às 17h / Sábado – 9h às 12h
“A Voz da Sociedade Pró-Livro-Espírita em Braille”
Você, leitor, que é splebiano ou amigo da SPLEB, não deixe de ouvir e
prestigiar o nosso programa radiofônico que, sob a direção e apresentação
de Luiz Cláudio de Oliveira Millecco, é transmitido todos os domingos, às
11:15 (onze e quinze) horas, através da onda da Rádio Rio de Janeiro, na
frequência de 1.400 KHZ, a “Emissora da Fraternidade da Fundação Cristã
Espírita Cultural Paulo de Tarso”. Ouça e fale com seus amigos.
EDITORIAL
No ano da perseverança, temos sido colocados diante de muitos desafios. O
mundo está em ebulição e nossas vidas também. Mesmo assim, a SPLEB continua
desenvolvendo suas atividades, contornando cada obstáculo, conforme você, leitor
amigo, poderá observar em mais este número de Kardebraile.
A SPLEB, no mês em que comemora 58 anos de existência, aproveita para
manifestar seu apoio ao Instituto Benjamin Constant, primeira escola para cegos da
América do Sul, que, ao longo de 157 anos, vem oferecendo aos cegos brasileiros
educação de qualidade, garantindo a seus alunos amplas oportunidades pessoais
e profissionais.
A SPLEB é uma "filha" do IBC. Foi lá que nossos fundadores – Marcus Vinicius
Telles e Luiz Antonio Millecco - se conheceram e conceberam a instituição que
oferece aos cegos o estudo pessoal da Doutrina Espírita em suas próprias fontes.
Novas ideologias e determinados interesses põem em risco, mais uma vez, o
funcionamento do IBC. Em contrapartida, diversas organizações têm mobilizado a
opinião pública e as forças políticas a fim de evitar que as crianças e jovens cegos
sejam "jogados" irresponsavelmente em escolas inadequadas à sua formação. E a
SPLEB tem participado ativamente deste movimento de cidadania.
Confiamos na disposição dos cegos para expressar suas necessidades e
defender seus direitos. Confiamos na capacidade dos homens de bem para
construir uma sociedade mais justa. Confiamos, mais ainda, no amparo da
Espiritualidade Amiga e no amor do Pai, que não permitirão a interrupção das
atividades do IBC. Confiamos que O Instituto Benjamin Constant, bem como a
SPLEB, prosseguirão no cumprimento de suas missões!
******
Se desejares cooperar
Revolta não auxilia,
No trabalho de Jesus,
Desespero não convém,
Não te dês a censurar
Aquele que em Deus confia
O peso da própria cruz.
Nunca deserta do bem.
Casimiro Cunha
Meimei
Muita gente que conheço
Esquece quem te agrediu
Deseja a felicidade,
E sustenta a própria paz,
Mas vestem sempre ao avesso
Aquele que te feriu
O manto da caridade...
Não sabe ainda o que faz...
Irthes Terezinha
Aura Celeste
Da Obra “Sementes de Luz” – Espíritos Diversos – Psicografada
por: Francisco Cândido Xavier e Carlos A. Baccelli
SETOR DE ATENDIMENTO MARIO KLINGER
NÚCLEOS,
BIBLIOTECAS,
INSTITUIÇÕES
PARA
INSTITUIÇÕES ESPÍRITAS E LEITORES CADASTRADOS
DEFICIENTES,
Coordenadora: Ana Lucia Belchior Tavares da Silva
NÚCLEOS = 02: SALVADOR – BA; SÃO BERNARDO DO CAMPO – SP.
BIBLIOTECAS:
BRASIL = 18.
MANAUS – AM; CAMAÇARI, SALVADOR – BA; GOIÂNIA – GO; ARAXÁ,
UBERLÂNDIA, OURO PRETO, MUZAMBINHO, ITABIRA – MG; BELÉM – PA;
SAPÉ - PB; CASCAVEL – PR; OLINDA – PE; BARRA MANSA, RESENDE, RIO
DE JANEIRO – RJ; CAMPINAS, SÃO PAULO – SP.
EXTERIOR = 02 - PORTUGAL.
INSTITUIÇÕES PARA DEFICIENTES = 15.
BRASIL: FEIRA DE SANTANA, SIMÕES FILHO – BA; CONSELHEIRO LAFAIETE,
JANAÚBA, JOÃO PINHEIRO – MG; RESENDE, RIO DE JANEIRO – RJ; SANTA
MARIA – RS; GUARULHOS, SANTOS, SÃO PAULO – SP; ARACAJU – SE.
INSTITUIÇÕES ESPÍRITAS = 21.
BRASIL: MANAUS – AM; SALVADOR – BA; BRASÍLIA – DF; TUPICIGUARA,
UBERABA, CONSELHEIRO LAFAIETE – MG; CASCAVEL, CURITIBA – PR;
ITAPERUNA, ITAQUI, MIGUEL PEREIRA, RIO DE JANEIRO, VALENÇA, VOLTA
REDONDA - RJ; ARARAQUARA, FRANCA, SÃO PAULO, SERRA NEGRA – SP.
LEITORES CADASTRADOS
ÁFRICA = 1
ARGENTINA = 2
BRASIL = 159
EQUADOR = 1
PORTUGAL = 6
VENEZUELA = 1
PERSISTIR
Deus dotou-te de força de vontade.
Se te parece fraca, é porque não a tens exercitado.
Toda e qualquer função orgânica ou moral necessita de exercício a fim de
atender com rapidez aos comandos mentais.
Treina-a nos pequenos hábitos viciosos, buscando corrigi-los e,
lentamente, vai passando para desafios mais expressivos.
Através de uma vontade disciplinada conseguirás atingir os objetivos
máximos da tua atual existência. Não desistas, se, de início, fracassares.
Do livro “Vida Feliz”, Divaldo P. Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis
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ACONTECE NA SPLEB
Será realizada, no período de 27 de junho a 3 de julho, a Semana do Livro
Espírita em Braille. Há 41 anos a SPLEB visita, neste período, instituições coirmãs para divulgação do Sistema Braille.
27/06 - 2ª feira - Centro de Terapias Alternativas Samyama - R. Barão de
Mesquita, 205 - lj b - Tijuca - 19 h
28/06 - 3ª feira - Agremiação Espírita Francisco de Paula - R. dos Araújos, 28 –
Tijuca - 15 h
29/06 - 4ª feira - Grupo Espírita Fraternidade Francisco de Assis - GEFFA - Rua
Getúlio, 444 – Cachambi
30/06 - 5ª feira - Comemoração do 58º aniversário da SPLEB, em sua sede, com
os voluntários.
01/07 - 6ª feira - Rádio Rio de Janeiro - Programa “Uma Bandeira Para o Futuro” 16 h e Centro Espírita Amaral Ornelas – R. Dr. Leal 76 – Eng. De Dentro – 20 h
03/07 - domingo - Casa de Jacira – Comemoração do 58º Aniversário da SPLEB Rua Aguiar, 72 – Tijuca - 15 h
A SPLEB promoveu, no dia 08-04-2011, no Instituto Benjamin Constant, um
Culto Ecumênico em comemoração ao Dia Nacional do Braille e em memória de
José Álvares de Azevedo. A iniciativa foi uma parceria com a Associação dos ExAlunos do Instituto Benjamin Constant e o Conselho Brasileiro para o Bem-Estar
dos Cegos, entidades que, juntamente com outras ligadas à educação de cegos,
estão unidas na luta pela permanência da escolarização no Instituto Benjamin
Constant e pela manutenção das escolas especializadas no Brasil.
A SPLEB realizou, de 30 de abril a 6 de maio, o seu primeiro bazar beneficente
“Délia Videira”, em 2011. Agradecemos a todos os que colaboraram com donativos
e/ ou com sua força de trabalho, ajudando nas vendas, na arrumação, no
transporte da mercadoria, ou mesmo com suas preces.
Setor de Atividades Doutrinárias
Coordenadora Ana Cristina Zenun Hildebrandt
Todas as terças-feiras, às 20 h, você pode participar de estudos doutrinários,
ouvindo palestras e tirando dúvidas sobre os ensinamentos de Jesus. A
programação se encontra em nosso mural e no site da SPLEB. Esta reunião é
aberta ao público.
A reunião de Reabastecimento Espiritual, dirigida ao voluntariado de nossa
Instituição, acontece, geralmente, na primeira 5ª feira de cada mês, às 17 horas.
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Cursos Balbina de Moraes
Coordenadora: Maria Sulamita Vieira da Cunha
Venha você também aprender o sistema Braille. Ligue para nossa sede, 3ªs
feiras, à tarde, para informações.
Escola de Evangelização Irmão Marius
Coordenadora: Ruth Cocco da Motta
As atividades da Escola de Evangelização recomeçaram em março e convidamos
você a trazer suas crianças, a partir de três anos, para conhecerem o Evangelho.
As aulas acontecem aos sábados, às 15 h, na SPLEB. Também há reunião para os
pais. O aniversário da escola é dia 17 de agosto.
Audioteca José Álvares de Azevedo
Coordenadora: Solange Duarte Pinto de Magalhães
Agradecemos a todos que colaboraram em nossa campanha anual para compra
de CD’s dando continuidade ao nosso trabalho. Unidos, sempre conseguimos fazer
muito mais do que individualmente faríamos. Precisamos de mais voluntários que
possam gravar as obras em CD e que convertam as obras de fita para CD.
Horários de atendimento: 4ªs feiras, de 9:15h às 11:15h – atendimento aos
ledores e serviços internos. Não há atendimento aos usuários.
3ªs feiras – Márcia, de 9 às 11 h
4ªs feiras – Joana, de 13:30 às 15:30 h
5ªs feiras – Teresinha, de 15 às 17 h
Sábados – Maria da Penha, de 10 às 12 h
Imprensa Braille Mario Travassos
Coordenador: José Walter de Figueiredo
A SPLEB está oferecendo mais 4 obras em braille para os interessados. São elas:
“Vida Feliz”, pelo espírito Joanna de Ângelis, através de Divaldo Pereira Franco;
“Viajor”, pelo espírito Emmanuel, através de Francisco Cândido Xavier; “Os 3
Passos do Autoconhecimento”, pelo espírito Irmão José, através de Carlos A.
Baccelli e “Antologia Mediúnica do Natal”, por espíritos diversos, através de
Francisco Cândido Xavier – sendo o último em 3 volumes e os anteriores em
volume único. Se você quiser receber essas obras, entre em contato conosco.
Estamos atendendo à solicitações que nos chegam para impressão de outros
textos dentro de nossas possibilidades.
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TRAGA SEU OLHAR PARA SPLEB
A SPLEB realiza serviço sócio-assistencial-educativo, desde 1953, com o
objetivo principal de propiciar aos cegos, dentro e fora do País, o estudo pessoal
da Doutrina Espírita, em suas próprias fontes. Na medida de suas possibilidades
transcreve e imprime - para o sistema braille - ou grava, hoje, nos atuais formatos
de MP3 e WAV - obras doutrinárias, de caráter didático, profissional, tecnológico,
legal, etc. de interesse dos cegos.
Toda produção, em Braille e em áudio, é distribuída gratuitamente,
atendendo ao interesse ou à solicitação de cegos. Ao mesmo tempo, precisamos
adquirir todo material necessário para nossa produção, mediante pagamento
comum e sem descontos. Para desenvolver suas atividades, conta com sócioscontribuintes que auxiliam na compra deste material utilizado na produção dos
livros e áudios e também nos custos de manutenção de sua sede. “Tudo é de
graça na SPLEB, mas nada é de graça para a SPLEB”. Estamos com muito menos
sócios hoje do que já tivemos.
Se você se identifica com esse perfil e tem possibilidade e vontade, pode
também colaborar conosco. Torne-se um sócio da SPLEB e contribua também
para a acessibilidade da Doutrina Espírita.
Se você era sócio e deixou de ser, por favor, entre em contato. Se você já
faz parte desta família, consiga mais um sócio para também nos ajudar.
Ligue para nossa sede. Antecipadamente, agradecemos a todos.
VOCÊ SABIA?
Todas as pessoas contam com a presença de um Espírito Protetor. Este
amigo espiritual tem a missão de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliálo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições e levantar-lhe o ânimo nas
provas da vida.
"Só o necessário é útil. O supérfluo nunca o é." (O Livro dos Espíritos questão 704)
FELICIDADE
"A cada dia que vivo,
mais me convenço
de que o desperdício da vida está
no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-nos do sofrimento,
perdemos também a felicidade.”
Carlos Drummond de Andrade
Colaboração de Solange Duarte Pinto de Magalhães
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TÓPICOS E NOTÍCIAS
150 ANOS DO LIVRO DOS MÉDIUNS
Antonio Rubatino
Após a edição de O Livro dos Espíritos, Kardec viu-se diante de um novo desafio.
Era necessário sistematizar observações que, não constantes do livro básico da
filosofia espírita, fruto das suas observações pessoais de cientista e pesquisador,
poderiam assegurar aos contemporâneos e às gerações vindouras um método
seguro de vivenciar o lado experimental do Espiritismo, a sua vertente científica.
Pôs-se a escrever, então, o que intitulou “Instrução Prática sobre as
Manifestações Espíritas” que, em futuro, se tornaria “O Livro dos Médiuns”. O título
da obra, em si, parece indicar que o conteúdo do livro se destina a médiuns. Não
ao leitor em geral. Mas, quem são os médiuns? Onde estão? Correntes há que,
inspiradas na cultura popular, entendem que médiuns são sensitivos que militam
em reuniões especiais, realizadas em grupos ou centros espíritas, pessoas
possuidoras de dons diferenciados ou em manifesto desequilíbrio na vida em
família e em sociedade, portadores de transtornos psíquicos. Em todos os casos,
muito se questiona sobre a fenomenologia mediúnica e explicações várias tentam
explicar suas manifestações como de origem física.
Mas, efetivamente, na visão do Codificador, quem são os médiuns e a quem o
Livro dos Médiuns se destina? O próprio Kardec define com manifesta clareza:
“A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o
mal, porém, procede, principalmente, dos que querem o nosso bem e cujos
conselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir. Ela se aplica, em todas
as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar. Sob esse aspecto,
pode-se dizer que todos são médiuns... (1)”
Se, de modo generalizado, somos médiuns, o Livro passa a interessar a todos, a
qualquer pessoa de mente aberta que busque o conhecimento como forma crítica
de descortínio de horizontes e quebra de paradigmas.
No corpo da obra, Kardec estratifica, de modo pedagógico, informações sobre os
tipos de manifestações (físicas e inteligentes), os seus conteúdos (... vulgares ou
sérios), os dons de cada médium (psicofonia, psicografia, transfusão de
energias...), a interferência dos médiuns na comunicação – quadro que, mais tarde,
Alexandre Aksakof classificaria como animismo (2). Estratifica, ainda, informações
preciosas para a experimentação espírita que, hodiernamente, reclamam atenção
acurada de militantes na seara mediúnica:
- a Influência Moral dos Médiuns, demonstrando a imperiosa afinidade que se
estabelece entre vibrações mentais símiles de diferentes pessoas; Kardec
exemplifica caso em que a caridade da língua – quando o hábito de falar de forma
desastrada disponibiliza espaço para insidiosa perturbação (3) – é recomendada
como profilaxia do processo obsessivo;
- as Influências Espirituais caracterizadas como Obsessão (simples, fascinação e
subjugação).
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O ressentimento, a mágoa, a fragilidade em situações de sofrimento prolongado
transformam-se em molas propulsoras, criando, muitas vezes, palco de situações
dramáticas onde a obsessão vai caracterizar casos de simbiose psíquica
devastadora, revelando graves fascinações e, mesmo, subjugações. Para tratar
males cuja etiologia transcende a conformação da matéria, podemos levar em
conta o que expõe Kardec no magno Livro:
“As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a
benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo, o desprendimento
das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a
inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que
escravizam o homem à matéria. (4)”
O Livro dos Médiuns é o segundo livro da codificação e um dos pilares da
unificação – instrumento harmonioso da identidade espírita, colimada pelas
entidades federativas do Espiritismo no País.
1LM – segunda parte, cap XV, item 182; 2 Animismo e Espiritismo – ed FEB – vol 2 – cap IV;
3 LM – segunda parte, cap XXIII, item 252; 4 LM – segunda parte, cap XXIII, item LM –
segunda parte, cap XXIII, item 227.
Fonte: http://www.feig.org.br/content/150-anos-do-livro-dos-m%C3%A9diuns
MUSICOTERAPIA
‘Quinta Sinfonia’ de Beethoven destrói células cancerígenas
Música de Beethoven causou a morte de 20% das células analisadas. A ‘Quinta
Sinfonia’ de Beethoven é uma das mais famosas composições da música clássica
e, segundo um novo estudo brasileiro, pode ajudar a curar o câncer. A pesquisa,
iniciada em maio de 2010 e levada a cabo pelo Programa de Oncobiologia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, analisou células MCF-7, ligadas ao câncer
da mama. Expostas ao famoso tema, uma em cada cinco das referidas células
acabou por morrer, o que entusiasmou os envolvidos.
Já na página oficial da unidade de Oncobiologia da referida universidade, a
responsável do estudo, Márcia Capella, esclarece que já se usaram outras
composições musicais, mas nem sempre com os mesmos resultados. “Iniciamos o
nosso trabalho usando três composições: a ‘Sonata para 2 Pianos em Ré Maior’,
de Mozart (conhecida por causar o ‘efeito Mozart’, um aumento temporário do
raciocínio espaço-temporal de um indivíduo), a ‘Quinta Sinfonia’ de Beethoven e
‘Atmosphères’ (do húngaro György Ligeti), uma composição contemporânea, que
se caracteriza principalmente pela ausência de uma linha melódica que traduza o
tema”, afirma.
Segundo a especialista, a composição de Mozart não provocou nenhuma
alteração nas células, mas as de Beethoven e Ligeti causaram a morte de em
média 20% delas, além da “diminuição de tamanho e granulosidade”.
O objetivo é conseguir usar as frequências sonoras como processo de cura, em
vez de outros mais violentos como radioterapia.
Fonte: Jornal "O Globo" de 2 de abril de 2011.
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COLABORAÇÕES
UM MINUTO PELA PAZ
Ana Cristina Zenun Hildebrandt
Jesus nos recomenda buscar primeiro o Reino de Deus e lá cultivar nossos
tesouros, "onde as traças não roem e os ladrões não roubam". A felicidade
verdadeira é como o Reino de Deus, não vem com aparências exteriores.
Paz e felicidade são conceitos ainda muito abstratos para nós, Espíritos
imperfeitos, que habitamos um planeta de provas e expiações. Entretanto,
assolados pelas aflições dos dias atuais, somos forçados a repensar nossos
valores e, já há algum tempo, campanhas e movimentos pacifistas proliferam.
Será que já sabemos o que é paz? Todos os que trabalham em prol da paz
desejam a mesma coisa? Seja como for, a necessidade de evoluir nos impulsiona
e as ações vão crescendo, se ampliando, se multiplicando, amadurecendo
conosco, ao mesmo tempo que a falta de paz se torna mais gritante e incômoda.
Uma forma de lutar pela paz, bastante usada ultimamente, é a oração,
mentalização ou meditação, feitas em conjunto por um grupo que estipula um
horário para todos unirem seus pensamentos, mesmo estando fisicamente
separados. O pensamento realiza transformações em quem pensa e na atmosfera
vibratória do planeta. Do ponto de vista individual, todos sabemos o quanto nossos
pensamentos interferem em nós, inclusive no organismo. Sobre o planeta, André
Luiz conta, em "Os Mensageiros", que, viajando em tarefa de aprendizado na
crosta, teve que atravessar densas névoas formadas pelos pensamentos dos
habitantes da Terra.
Só esse assunto daria um artigo, mas, para não fugir do tema, voltemos à paz.
Somos bombardeados por notícias de crimes, acidentes, sofrimento. Muito
apegados aos padrões materialistas, reagimos com pensamentos de angústia,
medo, revolta... Dificilmente nos lembramos de orar nesses momentos; emitimos
opiniões sem bases sólidas sobre situações que desconhecemos; permanecemos
numa postura reativa.
Envolvidos por nossos problemas, na maioria das vezes nos deixamos tomar pelo
pessimismo, ou optamos por nos fechar em nossos interesses. Engrossamos a
camada escura observada por André Luiz na psicosfera da Terra.
E os pensamentos de paz? Quando aderimos a uma campanha como a de
pensar na paz, acendemos uma luz na psicosfera e sintonizamos com tantas
outras luzes. É uma corrente energética que se forma, fortalecendo a todos nós e
ao planeta.
Essa postura ativa, no entanto, não é fácil de adotar. Não basta querer ou decidir,
porque estamos condicionados a viver o cotidiano sem muita reflexão e, quando
vemos, o dia acabou e não pensamos nem oramos pela paz.
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O "Grupo Amigos da Paz" criou, então, um exercício para desenvolver esse
hábito: o "minuto de silêncio pela paz", que consiste exatamente nisto. Ao começar
uma reunião, ficamos quietos, firmando o pensamento numa lembrança ou imagem
que nos transmita paz.
A Espiritualidade Amiga tem pedido, com frequência, que intensifiquemos esse
exercício, passando a fazê-lo em casa, todos os dias, se possível até mais de uma
vez por dia.
Ninguém duvida da necessidade premente que temos de paz e de mudar os
padrões mentais para nos proteger do tumulto e da correria em que se
transformaram nossos dias. Mas esta mudança é também indispensável para
ajudar os Amigos Espirituais em seu trabalho pela renovação da Terra.
Jesus já havia recomendado buscar o Reino de Deus e lembrou que os tesouros
do Céu não se destroem nem podem ser transferidos ou tomados. Se desejamos
alcançar a paz, viver num planeta com harmonia e pretendemos aumentar nossa
capacidade de trabalhar por isso, podemos começar cultivando o próprio espírito,
pacificando a nós mesmos, aos poucos, e oferecendo ao planeta nossa gotinha de
luz.
Façamos, agora, nosso "minuto pela paz"!...
DA PAZ E DA GUERRA
A guerra começou dentro de ti quando emergiste da Mãe Natureza, quando foste
expulso do paraíso de própria ignorância.
Os atritos da evolução foram reduzindo teu ser a pedaços e frangalhos.
O imenso continente de teu psiquismo foi se dividindo e subdividindo em cidades,
nações, ilhas, povoados, até que todo o teu ser se transformou numa Babel.
Dessa guerra que hoje travas contigo se originaram todas as guerras com teus
semelhantes, tenham elas motivos econômicos, políticos ou religiosos. Mas, a paz
será obtida quando aprenderes a mergulhar no teu Eu central, na “capital” desse
vasto “país” que és tu. Então, aos poucos, todos os opostos, até os contrários se
irão rearmonizando e reunindo em ti, até que te tornes inteiro e voltes ao seio
Daquele que te criou, ao Foco de onde foste emitido.
Do livro “Vivências” – volume 1, através de Luiz Antonio Millecco Filho, pelo
espírito Irmão Marius
O homem mergulha na multidão para afogar o grito do seu
próprio silêncio. (Rabindranath Tagore)
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IRENA SENDLER
Irena Sendler (em polaco,Irena Sendlerowa - 15 de fevereiro de 1910 - 12 de
maio de 2008), também conhecida como "o anjo do Gueto de Varsóvia," foi uma
ativista dos direitos humanos durante a Segunda Guerra Mundial, tendo contribuído
para salvar mais de 2.500 vidas ao levar alimentos, roupas e medicamentos às
pessoas barricadas no gueto, com risco da própria vida.
“A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância.
Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o
coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade.”
Quando a Alemanha Nazista invadiu o país em 1939, Irena era enfermeira no
Departamento de Bem Estar Social de Varsóvia, que organizava os espaços de
refeição comunitários da cidade. Ali trabalhou incansavelmente, aliviando o
sofrimento de milhares de pessoas, judias e católicas.
Em 1942, os nazistas criaram um gueto em Varsóvia, e Irena, horrorizada pelas
condições em que ali se sobrevivia, uniu-se ao Conselho para a Ajuda aos Judeus,
Zegota. Ela mesma contou: "Consegui, para mim e minha companheira Irena
Schultz, identificações do gabinete sanitário, entre cujas tarefas estava a luta
contra as doenças contagiosas. Mais tarde tive êxito ao conseguir passes para
outras colaboradoras. Como os alemães invasores tinham medo de que ocorresse
uma epidemia de tifo, permitiam que os polacos controlassem o recinto."
Quando Irena caminhava pelas ruas do gueto, levava uma braçadeira com a
estrela de David, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre
si própria. Pôs-se rapidamente em contato com famílias, a quem propôs levar os
seus filhos para fora do gueto, mas não lhes podia dar garantias de êxito. Eram
momentos extremamente difíceis, quando devia convencer os pais a entregar os
seus filhos e eles lhe perguntavam: "Podes prometer-me que o meu filho viverá?".
Disse Irena, "Que podia prometer, quando nem sequer sabia se conseguiriam sair
do gueto?" A única certeza era a de que as crianças morreriam se permanecessem
lá.
Ao longo de um ano e meio, até à evacuação do gueto, no verão de 1942,
conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por várias vias. Irena vivia os tempos
da guerra pensando nos tempos de paz e por isso não fica satisfeita só por manter
com vida as crianças. Queria que um dia pudessem recuperar os seus verdadeiros
nomes, a sua identidade, as suas histórias pessoais e as suas famílias. Concebeu
então um arquivo no qual registrava os nomes e dados das crianças e as suas
novas identidades. Os nazistas souberam dessas atividades e, em 20 de Outubro
de 1943, Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a infame prisão de
Pawiak, onde foi brutalmente torturada. Num colchão de palha, encontrou uma
pequena estampa de Jesus Misericordioso com a inscrição: “Jesus, em Vós
confio”, e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu ao Papa João Paulo II.
Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças
judias, suportou a tortura e negou-se a trair seus colaboradores ou as crianças
ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram
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quebrar a sua determinação. Foi condenada à morte. Enquanto esperava pela
execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional". Ao sair,
gritou-lhe em polaco "Corra!". No dia seguinte, Irena encontrou o seu nome na lista
de polacos executados. Os membros da Żegota tinham conseguido deter a
execução de Irena subornando os alemães, e Irena continuou a trabalhar com uma
identidade falsa.
Em 1944, durante o Levantamento de Varsóvia, colocou as suas listas em dois
frascos de vidro e enterrou-os no jardim de uma vizinha, para se assegurar de que
chegariam às mãos indicadas, se ela morresse. Ao acabar a guerra, Irena
desenterrou-os e entregou as notas ao doutor Adolfo Berman, o primeiro
presidente do comité de salvação dos judeus sobreviventes. Lamentavelmente, a
maior parte das famílias das crianças tinha sido morta nos campos de extermínio
nazista.
As crianças só conheciam Irena pelo seu nome de código "Jolanta". Mas, anos
depois, quando a sua fotografia saiu num jornal, depois de ser premiada pelas suas
ações humanitárias durante a guerra, um homem chamou-a por telefone e disselhe: "Lembro-me da sua cara. Foi você quem me tirou do gueto." E assim começou
a receber muitas chamadas e reconhecimentos públicos.
Em 1965, a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe o título de Justa
entre as Nações e nomeou-a cidadã honorária de Israel. Em Novembro de 2003, o
presidente da República Aleksander Kwaśniewski concedeu-lhe a mais alta
distinção civil da Polônia: a Ordem da Águia Branca. Irena foi acompanhada pelos
seus familiares e por Elżbieta Ficowska, uma das crianças que salvou, que
recordava como "a menina da colher de prata".
Fonte: wikipédia.com.br
VAMOS REFLETIR JUNTOS?
O EXEMPLO DO TIGRE
Um homem vinha caminhando pela floresta quando viu uma raposa que perdera
as pernas. Perguntou a si mesmo como ela faria para sobreviver. Viu, então, um
tigre aproximando-se com um animal abatido na boca. O tigre saciou a sua fome e
deixou o resto para a raposa.
No dia seguinte, Deus alimentou a raposa usando o mesmo tigre. O homem
maravilhou-se com a grandiosidade de Deus e disse a si mesmo: “também eu irei
me recolher num canto, com plena confiança em Deus, e Ele há de prover tudo de
que eu precisar”.
Assim fez. Mas durante muitos dias nada aconteceu. Estava já quase às portas
da morte, quando ouviu uma voz:
- Ó tu que estás no caminho do erro, abre os olhos para a verdade! Segue o
exemplo do tigre e para de imitar a raposa aleijada.
Fonte: “Sementes do bem – Parábolas para semear no seu coração”, por Tio
Carlos.
Colaboração de Victor Queiroz
13
A ÁGUIA E A GALINHA
Márcia Mathias
Esta é uma metáfora de uma aguiazinha que foi achada por um fazendeiro com
asa quebrada. Para salvá-la, ele a levou para casa... não tendo onde colocá-la,
botou-a junto com as galinhas, em um galinheiro. Deu comida de galinha e cuidou
dela como se cuida de uma galinha. Ela curou-se, mas foi crescendo como se
fosse uma galinha.
Às vezes achava esquisito ser tão diferente, pois não cacarejava, seu bico era
grande e tinha garras. Mas ali ficava triste, vendo que havia algo errado, sem fazer
nada...
Até que, um dia, passa por aquelas fazendas um naturalista, que ao ver uma
águia criada como se fosse uma galinha, leva o maior susto. Era preciso ajudá-la a
mudar. Pediu licença ao fazendeiro para ensiná-la a voar e começou...
No primeiro dia, agarrou a águia e a colocou no braço, dizendo: “Você não é uma
galinha, é a rainha dos pássaros, uma águia; bata suas asas e saia voando.” A
águia não entendeu nada. Nunca tinha visto uma águia antes, saltou para o chão e
voltou para o poleiro.
No segundo dia, o naturalista, inconformado, resolveu explicar melhor, levou-a no
alto do telhado e mostrou que ela podia voar dali, que ela tinha asas que a fariam
voar, que suas asas eram maiores que as de uma galinha e que suas garras foram
feitas para alcançar seu alimento, quando assim lhe conviesse. Bastava que ela
batesse as asas e saísse voando. A águia entendeu que era diferente, mas ela
ainda não sabia como. E assim voltou para o poleiro com toda aquela história de
liberdade, asas, garras, rainha dos pássaros.
No terceiro dia, o naturalista entendeu que era uma questão de tempo e
oportunidade. Então ele fez a oportunidade, levou-a para o alto das montanhas,
lugar de águia e lhe mostrou outras águias voando. Voltou a dizer: “Bata as asas e
voe. Suas asas foram feitas para voar alto, você é a rainha dos pássaros.” Ela ficou
observando as outras e, de repente, em um grito de liberdade (grito de águia ), saiu
voando.
Diz a lenda que esta águia nunca fez uma galinha de vítima, porque foi com as
galinhas que aprendeu a ter o pé no chão, a provar a dureza do milho e, de vez em
quando, sentar no poleiro, esperando sua vez.
Fonte:
http://www.ganesha.jor.br/index.php?option=com_content&view=article&id=354:psi
cologia&catid=1:artganesha&Itemid=2
Colaboração de Nancy Alves
Eduque suas tendências, optando por aquilo que
traga alegria a seu espírito. (Carlos T. Pastorino)
14
EM PRIMEIRO LUGAR A VIDA
Carla Maria de Souza
Muito se discute a questão do aborto. Afinal, existe ou não vida naquele ser em
formação? E a mulher não tem direito de mandar em seu próprio corpo?
O espiritismo se coloca claramente contra o aborto, já sabemos. Mas, talvez,
valha a pena analisarmos algumas questões ligadas a este assunto que, de vez em
quando, volta à baila.
Há cerca de 6 anos, vi uma reportagem sobre uma pesquisa feita por um grupo
de estudantes de serviço social. A pesquisa tinha o cuidado de manter em sigilo
todas as entrevistadas que nunca eram identificadas por nomes e indagava se já
haviam feito aborto, quantas vezes e com que idade, se estavam ou não casadas à
época, se estavam empregadas quando isto aconteceu. Vale ressaltar que a
pesquisa foi feita em presídios femininos, portanto, ninguém precisava temer a
cadeia, no caso de ser descoberta. Uma das importantes conclusões a que se
chegou, pelo menos considerando o universo pesquisado, foi que, mesmo em
condições adversas como falta de emprego ou falta de um companheiro com quem
dividir a responsabilidade, as mulheres de classe média-alta abortam três vezes
mais do que as mais pobres. Estas últimas costumam informar que não têm
coragem, que preferem dar a criança. Isto derruba a tese de que, no Brasil, a
legalização do aborto seria uma necessidade social. Porém, a imprensa não
permitiu que a reportagem fosse amplamente divulgada como faz com muitas
outras que vemos até decorar ou enjoar. E eu pergunto: Seria por que não é
interessante para os interesses de alguns que as pessoas saibam que de social o
aborto não tem nada?
Deus nos deu inteligência, obviamente, para que vivamos com o máximo de
conforto possível, para que busquemos a cura para doenças, para que
beneficiemos nossos irmãos, mas nossa mania de querer substituí-lo pode nos
trazer problemas. Quando alguém cria processos de fertilização, sabe que a
pessoa a eles submetida pode engravidar ou não. Ela, na verdade, está "dando
uma mãozinha" para a Espiritualidade. Quando uma pessoa provoca um aborto,
ela tem certeza dos resultados e pior: ela também sabe ou deveria saber que se
algo não der certo, as consequências podem ser péssimas para o feto, que pode
adquirir deformações que não tinha, e para a mãe.
Conheci um caso que me provou, mais uma vez, que dominamos muito menos do
que supomos a vida. Elisa e Marcos eram um casal saudável, com boas condições
financeiras, tinham um casal de filhos de 9 e 8 anos, ambos saudáveis e
resolveram ter outro filho. Elisa tinha, então, 37 anos e Marcos 36. Na primeira
tentativa, ela teve uma gravidez tubária. Não havia jeito. O aborto era inevitável.
Numa nova tentativa, descobriu-se que o bebê era anencéfalo, ou seja, não tinha
cérebro. Pode ser que com a tubária, a Espiritualidade desejasse preparar o casal
para o que vinha. A dor de ter de abortar um filho desejado poderia fazê-los desistir
de um outro aborto e querer o filho de qualquer maneira. Mas isto não aconteceu.
Elisa fez o aborto de comum acordo com o marido. Veio a terceira tentativa.
Exames excelentes, tudo correto com o bebê, embora a mãe parecesse um pouco
15
nervosa e agoniada durante a gravidez, o que era facilmente atribuído aos
problemas das tentativas anteriores.
No tempo certo, nasceu Otávio. Um bebê que, só ao nascer, descobriu-se que
tinha síndrome de Down. O impacto foi maior do que o normal nesta situação,
porque o exame com líquido amniótico também havia sido feito e nada acusara.
Mas, agora, não adiantava processar laboratórios, tentar compreender como aquilo
pode ter acontecido. Hoje, Otávio é amado pelos pais e desenvolve-se dentro de
suas potencialidades.
Não quero, de forma alguma, dizer que os exames pré-natais não são
importantes, mesmo porque, há muitos problemas que, quando descobertos a
tempo, podem mesmo ser contornados, sem que isto custe a vida da criança ou da
mãe, mas a mão da Espiritualidade não teria atuado impedindo que a síndrome
aparecesse para impedir um novo aborto?
Pergunto-me sempre como eu me sentiria se precisasse reencarnar e soubesse
que querem embarreirar minha chance de progredir. Acho que me sentiria
desprezada, arrasada. A mulher deve ter certa liberdade sim com seu corpo, mas
só com o seu, não com o dos outros. Por isso, antes de arrancarmos de dentro de
nós a consequência, tratemos de cuidar da causa com mais atenção.
Muitas pessoas que conheço, e que fizeram aborto, tiveram uma série de
problemas ao terem filhos: alguns físicos, trazendo partos difíceis; em outros, as
mães se tornaram tão submissas que viraram quase escravas dos filhos e já ouvi
discursos como: "Se alguma coisa não der certo para ele, a culpa é minha. Eu já
perdi a chance antes, não posso perder agora." E o filho, que, conscientemente
não sabe da situação, mas cujo espírito sabe e pode até ser o mesmo
anteriormente abortado, se aproveita disso como vingança! Conheço, ainda, casos
em que os pais e os filhos se tornaram inimigos ferrenhos, pelo menos é o que
parece.
Não desejo que este texto traga qualquer culpa a quem o ler. O passado já
passou e o importante é o que ainda vem. Se você já fez isto um dia, ou incentivou
alguém a fazer, mude agora. Faça o bem a uma criança, ore por aquele espírito
que possa ter sido prejudicado com a sua atitude e guarde uma certeza: O único
erro que não merece perdão é o que ainda não foi cometido.
Penso, porém, que devemos evitar que este erro continue a ser cometido,
comprometendo-nos cada vez mais, atraindo para nosso planeta uma atmosfera
cada vez mais carregada e impedindo o progresso de tantos. Oremos e ajamos
sempre em favor da vida, não só em campanhas contra a legalização do aborto,
mas também apoiando àquelas mães que não contam com ninguém, trazendo,
sem vergonha de parecermos retrógrados, a reflexão mais humana e menos
financeira da vida.
Amemos ao nosso próximo. Aquele próximo que ainda não nasceu, aquele
próximo que pode vir cheio de deformações físicas, aquele próximo cheio de
débitos, mas que, como nós, pede apenas uma chance para recomeçar, chance
esta que, cedo ou tarde, Deus não nega a ninguém, pois é a maior prova de amor
que ele nos dá.
16
DIÁLOGO SOBRE ILUSÃO
"Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus!
Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual
soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava
insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre!" - Uma rainha
de França. (Havre, 1863.)
O Evangelho Segundo O Espiritismo, Capítulo 11 - item 8.
O que são as ilusões? Definamos ilusão como sendo aquilo que pensamos, mas
que não corresponde à realidade. São percepções que nos distanciam da verdade.
Existem em relação a muitas questões da vida, tais como metas, cultura,
comportamento, pessoas, fatos. A pior das ilusões é a que temos em relação a
nós: a autoilusão.
Qual a causa das ilusões? As ilusões decorrem das nossas limitações em
perceber a natureza dos sentimentos que criam ou determinam nossos raciocínios.
Na matriz das ilusões, encontramos carências, desejos, culpas, traumas,
frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências que formam o subjetivo
campo das emoções humanas.
Por que a senhora citou que a autoilusão é a pior das ilusões? O iludido
pensa muito o mundo "negando" senti-lo, um mecanismo natural de defesa face às
dificuldades que encontra em lidar com suas emoções. Esconde-se atrás de uma
imagem que criou de si mesmo para resguardar autoridade social ou outro valor
qualquer que deseje manter.
O objetivo da reencarnação consiste em desiludir-nos sobre nós mesmos através
da criação de uma relação libertadora com o mundo material. Se não buscamos
essa meta, então caminhamos para a falência dos planos de ascensão individual.
Conforme a resposta anterior, o iludido esconde-se de quê? De si mesmo.
Criando um "eu ideal" para atenuar o sofrimento que lhe causa a angústia de ser o
que é, a criatura foge de si e vive em "esconderijos psíquicos".
Mas por que se esconde de si mesmo? Devido ao sentimento de inferioridade
que ainda assinala a caminhada da maioria dos habitantes da Terra. Iludimo-nos
através de um mecanismo defensivo contra nossa própria fragilidade que, pouco a
pouco, vamos extinguindo. Negar o que se sente e o que se deseja é o objetivo
desse mecanismo. Uma forma que a mente aprendeu para camuflar o sentimento
de inferioridade da qual o espírito se conscientizou em algum instante de sua
peregrinação evolutiva.
Então, iludimo-nos para nos sentirmos um pouco melhores, seria isso?
Autoilusão é aquilo em que queremos acreditar sobre nós mesmos, mas que não
corresponde à realidade do que verdadeiramente somos, é a miragem de nós
próprios ou aquilo que imaginamos que somos. Uma vivência psíquica resultante
da desconexão entre razão e sentimento. É a crença na imagem idealizada que
criamos no campo mental. É aquilo que pensamos que somos e desejamos que os
outros creiam sobre nós.
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Nós, espíritas, temos ilusões? Responderei com clareza e fraternidade: sim,
muitas ilusões. O iludido, quando ambicioso, atinge sem perceber as raias da
usura; quando dominador, chega aos cumes da manipulação; quando vaidoso,
guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal; quando cruel, atola-se ao lamaçal
do crime; quando astuto, atirasse às vivências da intransigência; quando
presunçoso, escala os cumes da arrogância; e, mesmo quando esclarecido
espiritualmente, lança-se aos píncaros do exclusivismo, ostentando qualidades
que, muita vez, são adornos frágeis com os quais esnobam superioridade que
supõem possuir. (...)
(...) Como vencer nossas ilusões? Desapegando da falsa autoimagem que
fazemos de nós mesmos. Desapaixonando-se do “eu”. Para isso, somente o
autoconhecimento.
Havendo esse desapego, conseguiremos libertar os sentimentos para novas
experiências com o mundo e consequentemente com o nosso “eu profundo”. Isso
desencadeará um processo de resgate de nós mesmos, venceremos a condição
de reféns de nosso passado escravizante, saindo da “roda viciosa das emoções”
perturbadoras, quais sejam o medo, a culpa e a insegurança.
O processo da desilusão custa sorver o fel da angústia de saber quem somos, e
carregar o peso do sacrifício de cuidar dessa personalidade nova que renasce
exuberante. Independente do quão doloroso seja, é preferível experimentá-la no
corpo a ter que purgá-la na vida espiritual.
Assinalemos alguns exercícios de desapego dessa paixão que nutrimos pela
imagem irreal que criamos de nós mesmos:
Fazer as pazes com as imperfeições.
Abandonar os estereótipos e aprender a se valorizar, com respeito.
Descobrir sua singularidade e vivê-la com gratidão.
Coragem para descobrir seus desejos, tendências e sentimentos.
Exercitar a auto-aceitação através do perdão.
Munir-se de informações sobre a natureza de suas provas.
Aprender a ouvir com atenção o que se passa à sua volta.
Dominar o perfeccionismo, nutrindo a certeza de que ser falível não nos torna
mais inferiores.
Valorizar afetivamente as suas vitórias.
Descobrir qualidade, acreditar nelas e colocá-las a serviço das metas de
crescimento.
Paulo, o apóstolo da renovação, indica-nos uma sublime recomendação que nos
compele a meditar na natureza de nossos sentimentos em torno da mensagem do
amor; sugerimos que esse seja nosso roteiro na vitória sobre as ilusões: “Olhai
para as coisas segundo as aparências? Se alguém confia em si mesmo que é de
Cristo, pense outra vez isso consigo” (...) – II Coríntios, 10:7
Nota da autora espiritual: as perguntas desse texto foram proferidas pelo médium.
Do livro: “Reforma Íntima Sem Martírio” – As Dores Psicológicas do Crescimento
Interior, através de Wanderley S. de Oliveira, pelo Espírito Ermance Dufaux, Série
Harmonia Interior – capítulo 15. Colaboração de José Walter de Figueiredo
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PRECE DE ANDRÉ LUIZ PELO AMOR
Mestre e Senhor!... Um dia, no alvorecer do tempo humano, me destes a vida e
um início para que eu lhes assumisse a continuidade, valendo-me de tuas mãos
para seguir em frente em busca de mim mesmo, num ponto distante do futuro
chamado por Ti de Evolução...
Caminhei, Senhor, diligentemente, por incontáveis montes e vales existenciais,
aprimorando meu coração que era só você, em todos os momentos, sem noção
exata de minha partida e sem saber como e quando seria o término da viagem...
Ergui-me do chão para fitar os céus e meus olhos, banhados de inocência, viramte em toda a glória e esplendor nos fenômenos naturais que me circundavam, e o
frágil entendimento curvou-se diante de tua força e sabedoria!... Entre temeroso e
comovido, dei-te um nome quando te vi no Sol, outro nome quando estavas na Lua
e outros tantos em cada estrela fulgente que divisei na grande abóbada do mundo,
chorando muitas vezes, extasiado, diante de tua imensa grandeza! ...
No entanto, um dia, vertidas longas faixas de tempo, pensei que me bastava e,
forte e impetuoso, larguei de tua mão, intentando caminhar sozinho pelas trilhas
humanas que me destes por escola de aprimoramento... Seguro sobre os meus
próprios pés, avancei eras a dentro, levantando com meu suor e minha capacidade
todas as civilizações da Terra, esquecendo-me pouco a pouco de Ti e de Tua
presença indivisível nos frutos de minhas realizações...!
Não mais estavas no Sol, que passei a examinar matematicamente, dando a ele
densidade, peso e temperatura e classificando-o, muito embora respeitoso ainda
perante sua tremenda força, como um astro a mais, destinado a perecer
impreterivelmente no tempo e no espaço, como tantos outros...
Não mais te vi na suave luz emanante da Lua, transformada em luminosa, porém
vulgar decoração de minhas noites de festa e orgia... Embriagado de sentidos e
licores, já não queria senti-la falando-me de Ti, em seus raios de lânguido
esplendor...
Também não mais estavas no céu, nas estrelas, na chuva, no vento, no trovão,
no raio inclemente, no alto dos montes e no silêncio das tundras... Não mais
estavas na dor de nascer e na dor de morrer, onde substituí tua interferência pela
minha ciência, aclarando cada fenômeno conforme os meus conhecimentos e
elucidando-os vagarosamente, degrau após degrau, creditando ao meu esforço
pessoal cada derrota, cada vitória, cada passo além!...
Não mais estavas em lugar algum de minha existência. Eu era, enfim, deus de
mim mesmo...
Conquistei o mundo assim, Senhor, submetendo-o ao meu entendimento e à
minha inteligência, caminhando rumo à dominação completa de todos os
elementos materiais do orbe, com a segurança e o vigor do pequeno onipotente teu reflexo - a viver em mim, silenciosamente...
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No entanto, inexplicavelmente, quando passei a dissecar pó e carne com maestria
inigualável, quando dei por mim olhando o mundo com a serena sapiência dos
gênios, descobri que nada sabia além de matéria e, então, premido por
angustiantes questões outrora desprezadas, passei a ver-Te novamente em todas
as coisas, como se nunca tivesses estado ausente de minha vida, por um momento
que fosse!...
Hoje, por faltarem-me elementos novos com que classificar a vida que prossegue
impávida rumo à estação do futuro, que é sempre novo e belo, não obstante a
imensa miséria humana e da qual ainda sou ativo participante, só me resta aceitar
que Tu estás e estarás sempre em tudo: no Sol, na Lua, nas estrelas, no vento, na
chuva, nos montes, nas tundras, na dor de nascer e na dor de morrer... Em tudo,
Senhor, até em mim...
Ciente de minha fragilidade, como outrora, preparo-me agora para analisar
cientificamente Tua interferência sutil em tudo o que me rodeia, porém refazendo o
gesto que separou-me de Ti, há tanto tempo atrás: seguro tua mão novamente e
rogo, não deixes mais que eu me solte de Ti porque agora, para compreender, com
o espírito, o mundo que me destes por berço, necessito investigar o que seja o
amor, elemento equalizador de todas as potências e que sei hoje emana somente
de Ti, qual energia inestancável, e sem a qual é simplesmente impossível viver!...
Fonte: www.forumespirita.net/fe/prece/prece-de-andre-luiz-pelo-amor
GRUPO UNIVERSALISTA DOS CIRENEUS –
TELE-CRISTO – DEUS AMA VOCÊ
Luiz Cláudio de Oliveira Millecco
Todas as pessoas que exercitam o equilíbrio do corpo, como os bailarinos e
bailarinas ou acrobatas em cima de cordas, aprendem como primeira e principal
lição fixar o olhar em um ponto.
Nós podemos tirar um grande aprendizado dessa técnica para nossa vida. O que
fazer para não perdermos o equilíbrio na nossa vida? Como vamos mantê-lo
naqueles momentos em que a corda da nossa vida parece balançar, ou quando o
passo da nossa dança parece desandar?
Temos que fixar o nosso olhar, ou melhor, a nossa vida em um ponto. Mas que
ponto seria este? Seria um ponto dentro de nós, este ponto é a Presença, a
Centelha Divina que trazemos, e que nos dá força e equilíbrio para enfrentar os
problemas na nossa caminhada.
Que tal fixarmos o nosso olhar em Deus? Quando, às vezes, esse olhar se
desviar prestemos atenção e retornemos quantas vezes forem necessárias. Mais
uma vez chegamos a uma conclusão boa de se relembrar: Dentro de nós estão
todas as saídas e soluções para nossa vida.
Para um diálogo amigo conosco, ligue, de 2ª a 6ª, das 15 h às 21 h, para os
telefones: 2261-2612 e 2581-4174. Para ouvir uma mensagem, 2568-4472. Ou
escreva para a Rua Dr. Garnier, 217 – Rocha. E lembre-se:
“Você é importante para Deus e para nós também.”
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ELEVAÇÃO
Espírito, Alma, tu que percorres estas páginas, donde vens e para onde vais?
Sobes do fundo do abismo e galgas os degraus inumeráveis da escada da vida. Tu
caminhas para as moradas eternas, onde a grande Lei nos chama e para as quais
a mão de Deus nos conduz. Vais para a Luz, para a Sabedoria, para a Beleza!
Contempla e medita! Por toda parte, obras belas e potentes solicitam tua atenção.
Em seu estudo, haurirás, com coragem e confiança, o justo sentimento do teu valor
e do teu futuro. Os homens só se odeiam, só se desprezam, porque ignoram a
ordem magnífica pela qual estão todos estreitamente aproximados.
Teu caminho é imenso; mas o fim excede em esplendor tudo quanto podes
conceber. Agora pareces bem pequeno no meio do colossal Universo; mas tu és
grande pelo pensamento, grande por teus destinos imortais.
Trabalha, ama e ora! Cultiva tua inteligência e teu coração! Desenvolve tua
consciência; torna-a mais vasta, mais sensível. Cada vida é um cadinho fecundo,
de onde deves sair purificado, pronto para as missões futuras, maduro para tarefas
sempre mais nobres e maiores. Assim, de esfera em esfera, de círculo em círculo,
prosseguirás em tua carreira, adquirindo forças e qualidades novas, unido aos
seres que amaste, que vivem e reviverão contigo.
Evolverás em comum, na espiral das existências, no seio de maravilhas
insuspeitadas, porque o Universo, e assim tudo, se desenvolve pelo trabalho e
expande suas metamorfoses vivas, oferecendo gozos, satisfações sempre
crescentes, sempre renovadas, às inspirações, aos puros desejos do Espírito!
Nas horas de hesitação, volta-te para a Natureza: é a grande inspiradora, o
templo augusto em que, sob véus misteriosos, o Deus escolhido fala ao coração do
prudente, ao Espírito do pensador. Observa o firmamento profundo: os astros que
o povoam são os estádios de tua longa peregrinação, as estações da grande via a
que teu destino te conduz.
Vem! Elevemos nossas Almas; paira um instante comigo, pelo pensamento, entre
os sóis e os mundos! Mais alto, sempre mais alto, no éter insondável! Lá embaixo,
a Terra não é mais que um ponto na vasta extensão. Diante de nós e acima de
nós, os astros se multiplicam. Por toda parte, esferas de ouro, fogos de
esmeraldas, de safira, de ametista e de turquesa descrevem seus movimentos
ritmados. Em nossos rumos, voga enorme astro, arrastando uma centena de
mundos planetários em sua órbita, centenas de mundos que evolucionam em
curvas sábias. Apenas entrevisto, ei-lo que já foge, continuando a carreira com o
seu esplêndido cortejo. Depois dele, apresentam-se dez sóis, de cores diferentes,
grupados na mesma atmosfera luminosa que os cerca, como que a formar uma
faixa de glória.
E sempre os sistemas sucedem aos sistemas, paraísos ou galés flutuantes,
mundos magníficos, vestidos de azul, de ouro e de luz. Mais longe, os cometas
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errantes, as pálidas nebulosas das quais cada átomo é um sol no berço. Todos
esses mundos são as moradas de outras sociedades de Almas. Até pelas
longínquas estrelas, cujos alvores trêmulos levam centenas de séculos para chegar
ao nosso orbe, por toda parte, a família humana estende seu império; por toda
parte temos irmãos celestes. Somos destinados a conhecer todas essas moradas e
a gozá-las. Reviveremos nessas terras do Espaço, em corpos novos, a fim de aí
adquirir forças, conhecimentos, méritos maiores e nos elevarmos ainda mais alto
em nossa perpétua viagem.
Tantos mundos quantas escolas para a Alma, quantos campos de evolução para
cultivar o nosso entendimento e, ao mesmo tempo, para construir organismos
fluídicos cada vez mais delicados, purificados, brilhantes. Depois das lutas, dos
tormentos, dos reveses de mil existências árduas, depois das provações e das
dores dos ciclos planetários, virão os séculos de felicidade, nesses astros felizes,
cujas claridades projetam sobre nós raios de paz e de alegria. Em seguida, as
missões benditas, os novos apostolados, a tarefa invejável de provocar o estímulo,
o desabrochar das Almas adormecidas, de auxiliar, por nossa vez, nossos irmãos
mais moços em suas peregrinações através das regiões materiais. Enfim,
atingiremos as sublimes profundezas, o céu de êxtase, onde vibra mais poderoso,
mais melódico, o pensamento divino, onde o tempo e a distância se anulam, onde
a luz e o amor unem as suas irradiações, onde a Causa das causas, em sua
fecundidade incessante, concebe, para todo o sempre, a vida eterna e a eterna
beleza!
Em nossos dias, o céu não pode ser o que foi tanto tempo para a ciência humana,
isto é, um espaço vazio, triste e deserto. O Infinito se transforma e se anima. O
círculo de nossa vida se alarga em todos os sentidos. Sentimo-nos ligados a esse
Universo por mil laços. Sua vida é a nossa; sua história é nossa história. Fontes
desconhecidas de meditação, de sensação, se abrem; o futuro toma aos nossos
olhos caráter muitíssimo diferente. Uma impressão profunda nos invade, ao pensar
em destinos tão amplos. Para sempre somos unidos a tudo que vive, ama e sofre.
De todos os pontos do Espaço, de todos esses astros que brilham na extensão,
partem vozes que nos chamam, as vozes dos nossos irmãos mais velhos; e essas
vozes nos dizem: “Marcha, marcha, eleva-te pelo trabalho; faze o bem; cumpre
o teu dever. Vem a nós outros que, iguais a ti, pensamos, lutamos e sofremos
nesses mundos da Matéria. Vem prosseguir conosco tua ascensão para
Deus!”.
“O Grande Enigma”, de Léon Denis - capítulo XV
Amplie o bem que existe em você – Participe, faça e
ensine a fazer – O Evangelho no Lar e no Coração
Paz no Lar, Paz na Humanidade
"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada,
caminhando e semeando, no fim terás o que colher." (Cora Coralina)
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PENSAMENTOS DE SRI SATHYA SAI BABA
"A disciplina espiritual é primordialmente exigida para o controle da mente e dos
desejos, atrás dos quais ela corre. Se vocês acharem que não têm condições de
vencer, não desistam da prática espiritual, mas façam-na ainda mais
vigorosamente, pois é a matéria em que vocês não conseguiram nota suficiente
para passarem que exige um estudo especial, não é? Disciplina espiritual significa
limpeza interna, tanto quanto externa. Vocês não se sentem refrescados quando
usam roupas sujas após o banho, não é? E tampouco se sentem refrescados se
usarem roupas limpas, sem tomar banho. Ambos são necessários, o externo e o
interno."
"Apenas a atmosfera de amor pode garantir uma cooperação alegre e a
concórdia. Acima de tudo, sejam bons, honestos e bem comportados."
“Deus atrai o indivíduo para Si. É da natureza de ambos ter esta afinidade, pois
eles são o mesmo. Eles são como o ferro e o ímã. Porém, se o ferro estiver
enferrujado, coberto de camadas de sujeira, o ímã não conseguirá atraí-lo.
Removam os impedimentos; isto é tudo o que vocês devem fazer. Deixem brilhar
sua verdadeira natureza e o Senhor os atrairá para o Seu seio. Desafios e
tribulações são os meios pelos quais esta limpeza é feita.”
“É só quando o apego aumenta que vocês sofrem dor e pesar.”
“Conserve o nome de Deus tão constante quanto a respiração. Para isto, a prática
é essencial.”
“Ler apenas não é o suficiente; vocês podem dominar todos os comentários sobre
as Escrituras e podem estar aptos a argumentar e discutir com grandes eruditos
sobre estes textos; mas sem colocar em prática o que eles ensinam, isto é uma
perda de tempo.”
“Você deve controlar sua mente. Adequada investigação da mente e pureza de
coração são muito essenciais. Ofereça sua mente a Deus. Deus fará tudo para
você. Cumpra seu dever honestamente com devoção a Deus. Cultive a fé
inabalável de que Deus está em toda parte. Não duvide de que Deus está aqui e
não em outro lugar. Deus está presente onde quer que você procure por Ele. Ele
permeia todo o universo. A maioria das pessoas não é capaz de reconhecer essa
verdade. Deus está presente em todos os seres, seja um inseto pequeno como
uma formiga ou um animal grande como um elefante. Ele está igualmente presente
em uma partícula de areia e em uma partícula de açúcar.”
"Coloquem o Senhor em seus corações e ofereçam a Ele os frutos das suas
ações e as flores de seus pensamentos e sentimentos íntimos."
***
Baghavan Sri Sathya Sai Baba, pseudônimo de Sathya Narayana Raju foi um
guru indiano. Nasceu em 23 de novembro de 1926, numa pequena vila no sul da
Índia, chamada Puttaparthi. Morreu em 24 de abril de 2011, em Puttaparthi.
Fonte: http://www.eurooscar.com/Frases1/frases-de-sai-baba1.htm
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ASAS SOLTAS
LUIZ ANTONIO MILLECCO FILHO
Quando eu deixo a barulhada
Lá de fora
E penetro o labirinto
Que sou eu
Deus me guia
Asas soltas, vou embora
Não conheço dia e hora
Sigo em busca do que é meu
E se tomo em minhas mãos
Os meus novelos
Desfazendo, desmanchando
Cada nó
Que magia
Que mistério tão profundo
Sou igual a todo mundo
E ao mesmo tempo sou eu só.
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