Bilhões em campo Bilhões em campo - corecon

Transcrição

Bilhões em campo Bilhões em campo - corecon
26
nº
abril 2010
Publicação do Conselho Regional de Economia - 2ª Região - CORECON-SP
Bilhões
em campo
África do
do Sul
Sul recebe
recebe
África
investimentos maciços
maciços por
por
investimentos
ocasião da
da Copa
Copa do
do Mundo
Mundo 2010
2010
ocasião
Entrevista
Nancy Gorgulho Braga
Economista,
uma profissão legal!
O registro representa o seu compromisso legal
com a sociedade. Só poderão exercer a profissão
de Economista os bacharéis em Ciências Econômicas devidamente registrados nos Conselhos Regionais de Economia (CORECONs) aos quais será
fornecida a Carteira de Identidade Profissional.
A profissão de Economista foi instituída pela Lei
1.411/1951, e regulamentada posteriormente pelo
Decreto 31.794/52 e Resoluções do Conselho Federal de Economia (COFECON).
A Carteira de Identidade Profissional é expedida
pelos CORECONs e constitui prova de identidade
para todos os efeitos legais, bem como para prova
do exercício profissional e tem fé pública em todo
o território nacional.
Também serão registradas as empresas, entidades e escritórios que explorem, sob qualquer forma, atividades técnicas de Economia e Finanças.
A falta do registro torna ilegal o exercício da
profissão de Economista, passível de punição.
O registro no Conselho Regional de Economia
não só habilita o Economista ao exercício da profissão, como protege a sociedade, não facilitando
a atuação dos maus profissionais.
Registre-se no CORECON-SP e tenha acesso a
diversos serviços e benefícios oferecidos aos profissionais e estudantes.
Fale com o Setor de Registros no fone (11)
3291-8716, ou envie um e-mail para registro@
coreconsp.org.br e receba as instruções para o
exercício legal da profissão. Acesse o site www.
coreconsp.org.br para obter a relação dos documentos necessários.
Sumário
Conselho Regional
de Economia
2ª Região - SP
Conselheiros efetivos: Antonio Luiz de Queiroz Silva, Carlos Alberto
Safatle, Celina Martins Ramalho, Gílson de Lima Garófalo, João Pedro da Silva, Manuel Enriquez Garcia, Marco Antonio Sandoval de
Vasconcellos, Nancy Goreti Gorgulho Chaves Braga, Pedro Afonso
Gomes, Synésio Batista da Costa, Wilson Abrahão Rabahy
Conselheiros Suplentes: Cláudio Gonçalves dos Santos, Francisco da
Silva Coelho, José Dutra Vieira Sobrinho, Modesto Stama, Orozimbo
José de Moraes, Paulo Brasil Correa de Mello, Paulo Henrique Coelho
Prado, Paulo Joel Bruno, Roberto Luis Troster, Simão Davi Silber, Teruo
Hida, Vera Martins da Silva
Conselheiros por São Paulo do
Conselho Federal de Economia - COFECON:
Efetivos - Jin Whan Oh, Paulo Brasil Correa de Mello, Synésio Batista da
Costa, Waldir Pereira Gomes e Wilson Roberto Villas Boas Antunes
Suplentes - Antonio Luiz de Queiroz Silva, Carlos Eduardo S. Oliveira
Jr., Carlos Roberto de Castro, João Pedro da Silva, Pedro Afonso Gomes
06
Nancy Gorgulho Braga
Administração: Rua Líbero Badaró, 425 – 14º andar – Centro
São Paulo - SP – Tel.: (11) 3291-8700 – Fax: (11) 3291-8701
E-mail: [email protected]
Assessoria de imprensa: Hélio Perazollo
DELEGACIAS REGIONAIS
ABC – Delegado: Leonel Tinoco Neto
(11) 4436-6482 – www.abc.coreconsp.org.br
09
Campanha da
Fraternidade
Editorial
05
Radar
06
Entrevista
09
Especial
10
Capa
13
Memória
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Araçatuba – Delegado: Alair Orlando Barão
(18) 3624-5311 - www.aracatuba.coreconsp.org.br
Bauru – Delegado: Reinaldo César Cafeo
(14) 3227-1646 – www.bauru.coreconsp.org.br
15
Campinas – Delegado: Paulo César Adani
(19) 3236-2664/9742 – www.campinas.coreconsp.org.br
Jundiaí – Delegado: Marino Mazzei Júnior
(11) 4586-6121 – www.jundiai.coreconsp.org.br
Presidente Prudente – Delegado: Álvaro Barboza dos Santos
(18) 3223-9015 – www.presidenteprudente.coreconsp.org.br
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13
Na mídia
Agenda
Índice de
Sentimento
Sideval Aroni
Ribeirão Preto – Delegado: Fabiano Augustio Alvarenga Guimarães
(16) 3610-6126 – www.ribeiraopreto.coreconsp.org.br
Santos – Delegado: Arnaldo de Almeida Carvalho
(13) 3284-9890 – www.santos.coreconsp.org.br
São José dos Campos – Delegado: Jair Capatti Jr
(12) 3941-5201 – www.saojosedoscampos.coreconsp.org.br
São José do Rio Preto – Delegado: Hipólito Martins Filho
(17) 3233-0154 – www.saojosedoriopreto.coreconsp.org.br
Sorocaba – Delegado: Sidney Benedito de Oliveira
(15) 3233-3552 – www.sorocaba.coreconsp.org.br
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Núcleo de Criação e Desenvolvimento
Rua Cayowaá, 228 - Perdizes
São Paulo - SP - CEP: 05018-000
Fones: (11) 3875-5627 / 3875-6296
Site: www.rspress.com.br
Jornalista responsável: Roberto Souza (Mtb 11.408)
Editor-chefe: Fábio Berklian; Editor: Faoze Chibli
Reportagem: Thiago Bento, Rodrigo Moraes, Amanda Campos e
Marina Panham; Projeto gráfico e direção de arte: Leonardo Fial
abril 2010
Diagramação: Leonardo Fial, Luiz Fernando Almeida e Felipe Santiago
Copa do Mundo 2010
Errata
Ao contrário do que foi publicado na edição 25 de O Economista, na seção “Educação” (“Economia na
ponta do lápis”, página 9), o autor do Projeto de Lei (PL) 834/07 – que visa inserir o curso de educação
financeira na grade escolar obrigatória do ensino médio – é o deputado André Dias (PSDB), de São
Paulo, e não o deputado do Rio Grande do Sul, Luís Augusto Lara (PTB). Ambos têm projetos similares
sobre o assunto, mas o primeiro, de 2007, já tramita na Comissão de Finanças e Tributação, e prevê
que qualquer professor ministre as aulas, se conhecer o assunto. No PL 206/2009, do deputado Lara,
apenas bacharéis em economia poderiam ocupar a vaga nas instituições educacionais. Pedimos desculpas aos leitores e aos deputados por este erro.
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Editorial
Momentos cíclicos
“Economia e Vida”. A Campanha da Fraternidade de 2010, lançada na
Catedral da Sé, centro de São Paulo (SP), tem como proposta conscientizar
as pessoas a não serem escravas do dinheiro. Interessante é pensar, sob esta
ótica, qual é a missão do Economista na sociedade. Por causa de paradigmas
ainda não superados, do consumo inconsciente e do capitalismo meramente
acumulativo, o economista passou a ser visto como um fazedor de lucros.
O que não está errado, mas passa longe de abarcar sua missão maior: promover o progresso e o bem-estar social em favor da vida. E, hoje, chegar a
esta equação significa repensar o modelo econômico vigente. Na verdade, a
Campanha coloca em questão o direcionamento e os valores da Economia.
Nesta edição, a revista O Economista trata de outro evento que também
provoca reflexões e congrega pessoas em torno de interesses em comum:
a Copa do Mundo na África do Sul. Embora se afirme que religião e futebol
não se discutem, é impossível não debater a relevância de ambos os encontros. O primeiro apoia um diálogo que ocorre há tempos e que ganhou mais
força depois da crise financeira de 2009. O campeonato de futebol, por sua
vez, reúne várias nacionalidades para torcer e celebrar. Nessa ocasião em
um país que luta para deixar suas diferenças de lado. É a primeira vez que
tal competição é realizada no continente africano. E em 2014, será o Brasil
que vai sediar - pela segunda vez - a Copa do Mundo.
Isso demonstra a capacidade que países relativamente jovens têm de
se organizar para assumir grandes responsabilidades. Caso semelhante
ao do Conselheiro do Conselho Regional de Economia (CORECON-SP)
Sideval Francisco Aroni, eleito presidente em 1989, aos 37 anos, um dos
mais jovens a assumir o cargo. O momento político era de redemocratização do País e a economia nacional procurava por novos rumos; exatamente o que a Campanha da Fraternidade pede hoje. E o que as nações
almejam ao serem escolhidas como sedes de um evento do porte de uma
Copa, que gera reflexos sociais e econômicos, sempre com grandes oportunidades a serem aproveitadas.
Boa leitura!
Nancy Gorgulho Braga
Representante Legal do CORECON-SP
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abril 2010
Radar
Conselho nomeia novo Delegado de Santos
O Economista Arnaldo de Almeida Carvalho tomou posse
como novo Delegado da Delegacia Regional de Santos do CORECON-SP. Dentre as prioridades estabelecidas, a nova gestão tem por
objetivo mostrar à sociedade que
o economista deve ser reconhecido como de vital importância para
o desenvolvimento, manutenção e
fortalecimento das atividades econômicas. Seja por meio de pesquisa, assessoria ou consultoria, seja
produzindo ou analisando dados
econômicos, seja periciando ou
mediando conflitos. “Tenho ciência da responsabilidade e do desafio em assumir essa posição de
Delegado da Regional de Santos.
Acredito que seja fundamental ter
o espaço para o exercício legítimo
de nossa atividade, usufruindo de
toda cobertura possível do Conselho, por meio de nossa Delegacia.
Nesse momento, gostaria de convocar todos os economistas da região para que participem comigo
nesse trabalho iniciado”, ressalta o
novo Delegado.
Como parte do plano de ação
para aproximar a economia do
cotidiano, a Delegacia de Santos
criou um mascote chamado Deleco (Delegado de Economia). “Houve a necessidade dessa escolha
visto que vários dos nossos projetos serão desenvolvidos junto a
instituições do terceiro setor, escolas do ensino fundamental e médio e, também, como marca para
as nossas demais campanhas”, explica Carvalho.
Boa leitura!
Jack Lang, ex-ministro da cultura da
França, retrata em cinco capítulos a
vida de um mito: Nelson Mandela.
Guerreiro na luta pelos direitos dos
negros, Mandela passou 27 anos preso em Robben Island, saindo em liberdade em 1990. Tornou-se o primeiro
presidente negro da África do Sul e re-
8ª Gincana da Economia 2010
conciliou negros e brancos. Em 1993,
recebeu o Prêmio Nobel da Paz. O
prefácio é assinado pela escritora sul-
O Conselho Regional de Economia de São Paulo (CORECON-SP)
realizará no período de 8 a 10 de
setembro a 8ª Gincana Brasileira de
Economia entre as faculdades de
Ciências Econômicas dos estados
brasileiros, através do “Jogo da Economia Brasileira”. As faculdades interessadas deverão fazer a inscrição
da dupla representante do dia 21 de
junho a 6 de agosto, preenchendo a
ficha on-line por meio do site www.
coreconsp.org.br/gincana, e confirmando, assim, sua participação. O
total de vagas é limitado.
abril 2010
O intuito é proporcionar integração entre estudantes de Economia
e estreitar relacionamento entre
o CORECON-SP e as faculdades. O
jogo consiste na disputa por soluções de problemas econômicos,
entre duas equipes por partida, em
que o adversário lança na tela do
concorrente situações a serem dominadas, como: “aumento da taxa
de juros”, “inflação”, “valorização da
moeda”, entre outros.
Saiba mais informações sobre a
Gincana no site: www.coreconsp.
org.br/gincana
africana, Nadine Gordimer, Prêmio
Nobel de Literatura e importante ativista na luta pelos direitos humanos.
“Nelson Mandela – Uma lição de vida”
Autor: Jack Lang
Tradução: Rubia Prates Goldoni
Preço: R$ 32,90
Editora: Mundo Editorial
Número de páginas: 240
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Entrevista
Nancy Gorgulho Braga
Obstinação
pela justiça
Primeira mulher no cargo de
Representante Legal do CORECON-SP,
Nancy Goreti Gorgulho Chaves Braga
se interessou por economia em sua busca
pela ampla compreensão da sociedade,
seus conflitos e desigualdades
Por Amanda Campos e Rodrigo Moraes
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A economista Nancy Goreti
Gorgulho Chaves Braga pode dizer
que conquistou mais do que imaginava quando iniciou sua carreira.
Mineira, Nancy teve desde cedo
curiosidade por entender como
as relações econômicas separam ricos e pobres. Formada aos 40 anos,
partiu para a área acadêmica com o
sonho de lecionar. Hoje, é PhD em
business administration pela norteamericana Florida Christian University (FCU), Mestra em economia
política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
e professora de pós-graduação e
MBA. No extenso currículo, Nancy
carrega a participação em missões
de economistas brasileiros sobre
diferentes economias mundiais,
como a do Egito, Inglaterra e Cuba.
Além do interesse econômico, ela já
publicou uma série de artigos sobre
sustentabilidade e desenvolvimento
econômico e socioambiental.
Sem abrir mão de hábitos simples, como o convívio com o marido e os três filhos, a atual Conselheira do CORECON-SP é a primeira mulher escolhida para o posto
de Representante Legal na história da entidade. E vive a experiência de ter sido nomeada enquanto administra a própria empresa
de produção e comercialização de
conteúdos voltados para economia.
Honrada com a escolha pelos colegas, Nancy afirma: “Sempre aceito
os desafios que a vida me apresenta
e, quase sempre, as coisas acontecem comigo diretamente como protagonista, não passando por coadjuvante. Dessa maneira, entro sem
preconceitos e nem vícios”. Esses
abril 2010
são apenas alguns dos destaques
da entrevista exclusiva concedida a
O Economista. Confira a seguir.
O Economista - A senhora possui extensa formação acadêmica e
experiência profissional. Pensando
nesse início da carreira ou até do
período dos estudos, onde esperava chegar? Quais eram os sonhos
e quais conseguiu realizar?
Nancy Gorgulho Braga – Sempre me dediquei com paixão a tudo
que acredito e busco cada vez mais
informação para formar meus conceitos. Meu sonho era dar aulas na
graduação e mostrar a amplitude
da economia, e não só o dinheiro
e o mercado financeiro. Economia
é muito mais amplo, e o dinheiro
é sempre consequência, embora
atualmente esteja se tornando, ou
já se tornou, causa. Pensava que
poderia fazer diferença na vida dos
alunos, e mesmo que fosse para
10%, já me sentiria realizada. As
coisas foram surgindo em minha
vida naturalmente e cheguei muito
mais longe do que sonhava.
O Economista – De onde veio o
interesse pela formação de economista?
Nancy – Desde criança, quando me perguntavam o que eu ia
estudar quando crescesse, não
sabia responder o quê, mas tinha
certeza de que seria um curso
que me fizesse entender por que
existiam ricos e pobres, por que
o Papai Noel trazia para os ricos
ótimos presentes, para os pobres
presentes ruins e, para os mais pobres ainda, não trazia nada. Isso
abril 2010
me indignava, pois eu achava que
o justo seria o contrário. Quando
já crescida, descobri que teria essa
resposta no curso de Economia.
O Economista - Até chegar à faculdade, qual outro contato a senhora teve com a profissão?
Nancy – Fiz dois cursos de economia, um em Minas quando tinha
17 anos, mesmo contra a vontade
de meu pai, que achava que esse
curso era para homem. Casei-me,
vim para a cidade de Campinas
(SP), criei meus filhos e voltei a estudar aos 36 anos, com vestibular
e tudo, estudando realmente Economia, pois meu objetivo maior
era ser professora. Hoje sou professora de Pós-graduação e MBA e
Conselheira do Corecon-SP.
O Economista - A mulher sempre se destacou pela dupla (e até
tripla) jornada diária. Como relacionar tais ambições e aspectos
com a vida pessoal?
Nancy – A mulher realmente possui uma intuição bastante
apurada, embora o mundo ‘masculino’ não valorize muito esse
grande quesito. Eu uso minha
intuição para definir prioridades
e tentar conciliar minhas atribuições de “mãe mineira” (brinca),
de família numerosa, com muitos
eventos e comemorações, com a
minha carreira. Claro que às vezes alguma coisa deixa a desejar,
mas tenho três filhos, já adultos,
que me apoiam e um marido que
sempre me bancou e me ajuda, inclusive lendo meus artigos, dando
sua opinião e me estimulando e
incentivando a crescer. Conseguir
me formar economista foi difícil.
Trabalhava na Caixa Econômica
Federal quando estudava no meu
primeiro curso em Minas, e estudava a duras penas. No segundo
curso, conciliava casa, filhos, marido, atividades, estudo, etc. Os
dois cursos foram feitos com muito
esforço. Foi difícil, mas consegui.
O Economista - Muito se fala
da relação universidade/empresa
como fator de desenvolvimento
tecnológico para o Brasil. Esses
elementos são de fato estratégias
para o sucesso econômico?
Nancy – São, sim. Este foi o
tema de minha Monografia de
Graduação. A maioria das grandes cabeças pensantes está nas
universidades. Não é por acaso que os EUA sempre ‘levaram’
para lá os doutores. A Inglaterra
deixou de ser a grande potência
pós-Revolução Industrial porque
seu mercado era aberto – época
do liberalismo econômico – e as
tecnologias foram copiadas.
O Economista - De onde vem o
interesse de uma economista pelo
assunto socioambiental do lixo
eletrônico (não o virtual e, sim, os
equipamentos sucateados) e ainda
a reciclagem de metais e plásticos?
Nancy – O capitalismo é um sistema econômico baseado, além de
outros elementos, no consumismo
extremado. Karl Marx já destacava
a superprodução e a criação constante de mercadorias como uma
característica intrínseca do sistema
capitalista. Grande volume de des-
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cartáveis é produzido com o intuito de facilitar a vida das pessoas, e
minha relação com a sustentabilidade começou quando despertei
para o desperdício, o consumismo
desenfreado, o aumento da população. O lixo gerado e os entulhos
causam um grande impacto ambiental. Além das discussões sobre
o aquecimento global, a poluição
das águas, do ar e do solo.
O Economista - E como trabalhar
essas questões como economista?
Nancy – Continuo dando aulas
de várias matérias relacionadas à
economia para graduação e pós,
mas sempre colocando o assunto
desenvolvimento sustentável para
a conscientização dos alunos. Coordeno ainda a Comissão sobre
Desenvolvimento Sustentável do
Conselho Regional de Economia
de São Paulo, cujo projeto para este
ano é o lançamento de um livro sobre os principais temas de sustentabilidade, enfatizando a grande
diferença entre ‘Crescimento X Desenvolvimento’. Sou também sócia
fundadora da Lummini, empresa
onde ofereço recursos por meio
de palestras, com material didático, cursos e livros sobre o tema.
O Economista - Qual a contribuição das Missões dos Economistas
Brasileiros ao Exterior, com visitas
a países tão distintos quanto o Egito e a China, para sua carreira?
Nancy – A 1ª Missão que participei foi nos EUA. Na época, dava
aula de Comércio Exterior e de Relações Internacionais, e muito se falava em FMI, BID, BIRD, ONU, etc.
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O capitalismo é um
sistema econômico
baseado, além de
outros elementos, no
consumismo extremado
Senti a necessidade de conhecer de
perto esses organismos internacionais e dizer aos alunos: “Eu estive
lá”. Na volta, senti o orgulho que
os alunos tinham em contar que
eu conhecia estes organismos, e
daí para frente não parei mais.
Aproveito ao máximo todos esses nossos encontros no exterior,
uma vez que visitamos os Ministérios de Relações Exteriores, os
Bancos Centrais, os Ministérios
de Desenvolvimento EconômIco. Aprendemos muito sobre as
políticas tanto internas quanto as
relacionadas às transações e relações internacionais dos países
ditos ‘do 1º mundo’, do BRIC,
do Next Eleven, entre outros.
O Economista - O que o Brasil
deve fazer para aproveitar a oportunidade econômica, social e até
ambiental, com a Copa do Mundo
em 2014? Isso considerando-se a
experiência da Copa do Mundo de
2010 na África do Sul, e o exemplo
de desenvolvimento sustentável da
Alemanha em 2006 [assunto de artigos escritos pela economista].
Nancy – O conceito de “desenvolvimento sustentável” traz
uma nova forma de desenvolvimento econômico e a adoção e
o aumento da reutilização e da
reciclagem. Existe uma estreita
relação entre a prática esportiva e o desenvolvimento sustentável de um país, ainda mais
com o Brasil sediando a Copa
do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Uma vez que
há uma atividade econômicofinanceira de primeira grandeza, abre-se um leque de opções
aos economistas, porque o esporte é uma forte alavanca econômica. Ele é responsável pelo crescimento e desenvolvimento de diversos setores, como turismo; indústrias (alimentícia, esportiva, vestuário etc.);
serviços; entre outros.
O Economista - Com a sustentabilidade em pauta na mídia, falta
reflexão por parte das grandes
empresas?
Nancy – O grande desafio é as
empresas se conscientizarem que
sustentabilidade não está ligada
somente a ter uma boa imagem perante o mercado, mas, sim, atuar
de forma responsável, visando todas as partes envolvidas, como os
stakeholders, além de seu compromisso com a vida em todas as suas
formas, inclusive do planeta. Com
relação aos governos, cabe a eles
desenvolverem políticas específicas, desde a produção até o descarte final dos produtos, valorizando a política dos três “R”s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), além
de atuarem na conscientização
da sociedade em geral.
abril 2010
Especial
Economia
centrada
na vida
CORECON-SP participa do lançamento
da Campanha da Fraternidade, que tem
como foco estimular a releitura das teorias
financeiras em prol do ser humano
Por Helio Perazzolo
O CORECON-SP esteve presente à abertura da Campanha
da Fraternidade de 2010, lançada
sob o tema “Economia e Vida”, e
que pela terceira vez será realizada de forma ecumênica, isto é,
em conjunto pelas Igrejas Católica
Apostólica, Evangélica Luterana,
Episcopal Anglicana, Presbiteriana e Sírian Ortodoxa Antioquia.
A campanha foi lançada durante
missa de Quarta-feira de Cinzas,
na Catedral da Sé, em São Paulo
(SP). Com o lema ‘Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro’, a
Campanha 2010 tem como objetivo conscientizar as pessoas a não
serem escravas do dinheiro, e que
a economia tem de ser voltada ao
serviço da vida e não à acumulação de bens e divisas.
abril 2010
A proposta das igrejas filiadas ao
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) é que todas as pessoas
de boa vontade repensem o modelo econômico vigente, como explicou o arcebispo metropolitano de
São Paulo, Cardeal D. Odilo Pedro
Scherer. Ele atendeu especialmente à pergunta do representante do
CORECON-SP sobre o papel do
profissional Economista: “Responsabilidade é o principal papel dos
economistas. Responsabilidade para reexaminar as teorias e projetos
econômicos brasileiros e mundiais,
para transformar o atual sistema
de exploração e acúmulo em uma
economia justa, de partilha, a fim
de criarmos um sistema em que a
economia seja voltada à fraternidade e à solidariedade. Enfim, ter
como ótica a vida”.
O arcebispo de SP afirmou ain-
O arcebispo metropolitano de São Paulo
(SP), Cardeal D. Odilo Pedro Scherer
da à reportagem do CORECONSP que “os economistas devem se
preparar para atuarem na promoção de atividades econômicas que
gerem riquezas, sim, mas que esses processos não signifiquem riscos ou agressão ao meio ambiente
e à vida das pessoas. Se assim não
o fizerem, estarão contra a vida,
das populações e do próprio planeta”. E explicou a frase principal
da Campanha (‘Vocês não podem
servir a Deus e ao dinheiro’): “É
preciso deixar claro que o dinheiro em si não é ruim, mas a nossa
atitude diante dele pode ser. Devemos fazer um uso responsável do
dinheiro na busca de bens. Riqueza no acúmulo de poucos faz com
que muitos padeçam. Quando a
riqueza acaba se tornando um valor supremo, todos os outros valores acabam sendo sacrificados”.
9
Capa
Impulso fute
Economia sul-africana
deve receber injeção
de US$ 4 bilhões por
causa da Copa do
Mundo; experiência
gera reflexões sobre
a realização do evento
no Brasil em 2014
10
Por Marina Panham e Thiago Bento
A
cada quatro anos, durante um mês, o mundo para
e volta seus olhos a um
país que recebe um dos maiores
encontros esportivos existentes,
a Copa do Mundo de Futebol da
Fédération Internationale de Football
Association (FIFA). Em 2010, a
África do Sul sedia o campeona-
to pela primeira vez. As 64 partidas da Copa serão realizadas em
10 estádios, cinco reformados e
a outra metade erguida do zero,
distribuídos por nove cidades:
Joanesburgo, Durban, Cidade do
Cabo, Bloemfontein, Pretória, Port
Elizabeth, Nelspruit, Polokwane e Rustenburg. Para abrigar
a competição, foram investidos
aproximadamente 400 bilhões
abril 2010
Nelson Mandela Bay Stadium
Fãs dos Bafana Bafana
Durban Stadium
ebolístico
de rands (cujo símbolo é “R”), o
equivalente a US$ 2,24 bilhões. A
moeda local também é utilizada na
Área Monetária Comum, que envolve a sede da Copa e inclui Namíbia,
Suazilândia e Lesoto. “Foram US$
1,28 bilhões em transporte para
apoiar a infraestrutura e o restante
para construção dos 10 estádios”,
explica o cônsul geral da África do
Sul no Brasil, Yusuf Omar.
abril 2010
Ainda segundo Omar, 66.813
empregos diretos foram criados
por causa do campeonato, além de
aproximadamente outros 400.000
indiretos. Estima-se que a Copa
contribua com US$ 4 bilhões para
a economia e gere US$ 616 milhões
para o Produto Interno Bruto (PIB).
Outro fator importante foram os
US$ 1,2 bilhões encaminhados para
famílias, incluindo aquelas de baixa
Torcida sul-africana
Joanesburgo
renda e US$ 85 milhões investidos
na aquisição de equipamentos especiais para segurança. “Entretanto, a
Copa do Mundo é mais do que infraestrutura para o futebol”. De acordo
com o cônsul, ela significa também
programas para a juventude e desenvolvimento de base.
Segundo o coordenador do Núcleo de Estudos em Negócios do
Esporte da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Claudinei Santos, afirma que o impacto
socioeconômico na África do Sul só
poderá ser identificado quando o
mundial acabar. Para ele, a Copa no
país africano foi barata comparada às
11
África do Sul
Nome oficial: República da África do Sul
Capitais: Pretória (administrativa), Cidade do
Cabo (legislativa) e Bloemfontein (judiciária)
Área: 1.219 090 quilômetros
Fronteiras: Namíbia, Botsuana, Zimbabue,
Moçambique e Suazilândia. O reino de
Lesoto situa-se a sudeste do país em
território sul-africano.
Línguas: inglês, africâner, xhosa, zulu, sotho,
entre outras línguas oficiais.
Moeda: rand
Natureza do Estado: república presidencialista
As 10 Coisas que você “Tem Que Fazer” no
país sul-africano, segundo o Consulado Geral
da República da África do Sul.
• Ir ao safári;
• Visitar um “township” vilarejo;
• Descer uma mina de ouro;
• Escalar a Table Mountain;
• Um tour pela rota dos vinhos;
• Visitar The Palace/ Sun City;
• Visitar Robben Island;
• Assistir a um concerto de African Jazz;
• Compras em Sandton, Gateway,
Canal Walk ou Menlyn Shopping Centers;
• Saborear o Braai (churrasco) à noite,
sob o céu africano.
Bafana Bafana
A expressão isiZulu “Bafana Bafana”, que em
português significa “os garotos, os garotos”, é
designada à equipe de futebol sul-africana. No
país, este esporte é intensamente acompanhado e a qualidade dos jogos locais está crescendo e melhorando, segundo Yusuf Omar, cônsul
geral da África do Sul no Brasil.
12
demais. “A Copa do Mundo é uma
exposição global do país sede e a
qualidade da organização, serviços
e infraestrutura do evento, determinará se o impacto será positivo
ou negativo”. Santos afirma que os
jogos Pan-Americanos, realizados
no Rio de Janeiro em 2007, servem
de lição para nós brasileiros não
cometermos os mesmos erros na
Copa do Mundo de 2014. “Como
tudo foi feito de última hora, o gasto foi dez vezes maior que o previsto. Isso interessa muito às construtoras, mas quem paga as contas?”,
fustiga o coordenador.
Verão prolongado
Mesmo do outro lado do Oceano Atlântico, a Copa reverbera no
Brasil. De acordo com a Associação
Brasileira das Indústrias de Refrigerante e de bebidas não alcoólicas
(ABIR), em 2009 foram produzidos
54.940,46 litros de bebidas não alcóolicas, sendo 15.111,92 apenas
de refrigerantes. O diretor-executivo da ABIR, Paulo Mozart Gama
e Silva, comenta que o consumo da
bebida normalmente é sazonalizado durante os três meses de verão
– dezembro, janeiro e fevereiro
–, mas que em anos de Copa do
Mundo esse período ganha mais
30 dias. “Ainda estamos distantes
de 2014 para afirmar como será
o consumo no Brasil, mas haverá
uma sensibilidade maior”, responde Mozart ao ser perguntado se as
fabricantes de refrigerante já estão
se planejando para a Copa a ser realizada no País.
Questionada sobre a expectativa
de aumento de produção e vendas
de cerveja para o período da Copa
da África do Sul, a Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE) afirmou ainda não poder mensurar
os prováveis volumes de vendas,
pois até o período há muitas variáveis, como clima e contexto econômico. A expectativa do grupo é
que o mercado de cervejas mantenha os bons resultados alcançados
em 2009 (não citados), ou mesmo
apresente crescimento em 2010
(sem mencionar o quanto).
Em abril, o ministro do Turismo
do Brasil, Luiz Barreto, lançou em
São Paulo o programa de capacitação “Bem Receber Copa”. A proposta é investir R$ 440 milhões na qualificação de 306 mil profissionais
até 2013. A assinatura do acordo de
participação do projeto conta com
seis entidades: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel); Associação de Locadoras de
Automóveis (Abla); Associação Brasileira das Empresas de Transporte
Aéreo Regional (Abetar); Instituto
Brasileiro de Hospedagem (IBH);
Associação Brasileira de Ecoturismo
de Turismo de Aventura (Abeta); e
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh).
Em material divulgado à imprensa, Barreto ressaltou que até a Copa
de 2014, o País pretende alcançar
a meta de oito milhões de turistas
estrangeiros, mas que precisamos
estar preparados para atendê-los.
Ainda segundo o documento, estima-se que, em quatro anos, 870 mil
profissionais do turismo atendam
os mais de 600 mil turistas vindos
de outros países.
abril 2010
Memória
Juventude
e renovação
Presidente do CORECON-SP aos 37 anos, Sideval Aroni participou
de diversos momentos importantes na história recente
Participante ativo e Conselheiro
do CORECON-SP de 1984, aos 32
anos, até 1989, quando foi eleito
presidente do Conselho Regional
de Economia de São Paulo, portanto um dos mais jovens ao assumir
a posição aos 37 anos de idade,
o Economista Sideval Francisco
Aroni se fez presente em vários
momentos marcantes para o Conselho, na economia e história recente do País. No início dos anos
abril 2010
1980, período efervescente em
que o País vivia a fase política de
redemocratização (pós regime militar), enquanto a economia buscava encontrar novos rumos a serem
seguidos, os Economistas tiveram
participação efetiva. “Para os economistas foi um período muito rico
em manifestações e posicionamentos. A categoria teve voz ativa nas
discussões mais importantes para o
País”, lembra o ex-presidente.
Durante esse momento de grande instabilidade, baixo crescimento econômico, sem possibilidades
de planejamento, o País passava
também por um processo agudo
de hiperinflação. Com isso, as
opiniões dos economistas eram
relevantes nos debates nacionais.
“O Conselho foi bastante atuante
no debate econômico. Atuávamos e dávamos opiniões sobre
a conjuntura nacional, nos debates dos planos econômicos”.
Apesar da importante incumbência dada às funções dos economistas na atualidade, Aroni acredita que os economistas de hoje
estão mais voltados para o mercado de trabalho.
Atuação
Como parte desse processo de
renovação, as entidades e representantes de classe também iniciavam
nesse período um processo de reorganização. Sideval Aroni também
foi presidente da Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), entre 1999
e 2001, Presidente do Conselho Federal de Economia (COFECON), em
1994, e Presidente do Sindicato dos
Economistas do Estado de São Paulo (SINDECON-SP). Sempre teve
bom trânsito entre as entidades.
“Trabalhei bem nesse relacionamento. Enquanto presidente, procurei estabelecer relações quase
conjuntas entre as diferentes esferas. Principalmente nas questões
da valorização da categoria e fortalecimento da coletividade dos
economistas. E também nos debates nacionais e regionais”, ressalta
o Economista. Após mais de 20
anos de atuação setorial constante, se afastou das atividades relacionadas ao Conselho em 2004 e
atualmente é Diretor de Finanças
e Contratos da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado
de São Paulo. (RM)
13
Na mídia
O CORECON-SP foi notícia em grandes meios
de comunicação. Veja as principais matérias geradas
pela assessoria de imprensa do Conselho em 2010:
Agência Bom Dia
São Paulo - SP, abril/2010
Jornal DCI
São Paulo - SP, abril/2010
Agenda
01 a 04/06
30/06 a 02/07
Local: Universidade Federal do Maranhão
Horário: 08h às 19h15
Informações: www.sep.org.br
Local: FEA-USP, São Paulo (SP)
Informações: www.bien2010.com
15º Encontro Nacional de
Economia Política (15º ENEP),
da Sociedade Brasileira
de Economia Política
13º Congresso Internacional
da Rede Mundial de Renda Básica
de Cidadania – Basic Income
Earth Network (BIEN) 2010
Informações: Fone: (11) 3291-8722 / e-mail: [email protected]
14
abril 2010
atual conjuntura (11,3 pontos) quanto para
ISE - Índice de Sentimento dos
Especialistas em Economia
ABRIL 2010
daqui a 12 meses (45,5 pontos).
Outros dois itens que ainda estão no patamar pessimista são: Taxa de Inflação (64,3
pontos) e Taxa de Juro (66,3 pontos). Sobre o
primeiro a elevação foi de 1,1%, influenciado principalmente pela avaliação atual (53,8
pontos) que subiu 8,8% enquanto a avaliação futura (74,8 pontos) caiu 3,7%. Quando
analisado o primeiro trimestre do ano pelo
IPCA (IBGE) nota-se estar este índice com
O ÍNDICE DE SENTIMENTO DOS ES-
Por outro lado o item Nível de Atividade
elevação de 2,06% acima daquela de 1,23%
PECIALISTAS EM ECONOMIA - ISE, calcu-
Interna - PIB (169 pontos) registrou variação
no mesmo período de 2009. Essa pressão,
lado pela Fecomercio em parceria com a
negativa de 2,6%. De qualquer forma este
que pode parecer sazonal, ainda influencia
Ordem dos Economistas do Brasil - OEB,
item obtém a maior pontuação do indicador
a avaliação negativa dos economistas, que
registrou leve alta em abril de 0,9% em
geral. A leve queda pode ser considerada
acreditam na tendência de aumento dos pre-
relação a março. Neste mês o índice ge-
normal ou como um ajuste de confiança
ços tanto no curto quanto no longo prazo.
ral chegou aos 110 pontos contra os 109
uma vez que está em um patamar elevado.
Quanto ao segundo item, registrou que-
pontos vistos no mês anterior. O ISE varia
Para esses bons números no cenário inter-
da de 11,7%, em função da avaliação atu-
de 0 a 200, sendo considerado patamar de
no, há uma percepção de que as condições
al (52,8 pontos) que apresentou queda de
pessimismo abaixo dos 100 pontos e acima
econômicas vêm melhorando sob vários as-
19,5%, enquanto a avaliação futura (79,8
dessa pontuação, patamar otimista.
pectos, recuperação da produção industrial,
pontos) reduziu em 5,7%. Portanto os eco-
Houve divergência no resultando quan-
aumento expressivo no volume de vendas no
nomistas consultados consideram que a
do analisados os sub-índices, Atual e Futuro.
varejo, taxa de juros ao consumir em níveis
taxa básica de juros continua inadequada
O primeiro com alta de 3%, enquanto o se-
baixos historicamente, mas principalmente
para a economia.
gundo uma leva queda de 0,8%. Apesar dis-
na melhoria de emprego e renda.
Enfim, o ISE vem se mantendo no pata-
so, os dois sub-índices estão acima dos 100
O item Taxa de Câmbio obteve queda de
mar de otimismo desde setembro de 2009.
pontos e, por conseqüência, o Índice Geral.
5,4%. Em abril o indicador voltou a ficar per-
Isso demonstra que, tanto na magnitude
O Atual apontou os 103,8 pontos (86% aci-
to da fronteira entre pessimismo e otimismo,
quanto na trajetória, os economistas estão
ma de abril de 2009) e o Futuro 116,3 pon-
com 101,6 pontos. Apesar do índice Futuro
avaliando a economia de forma positiva
tos (4% maior que abril de 2009).
para este item ter tido uma queda expressiva
sendo possível esperar resultado otimista
também para o próximo levantamento.
No Cenário Internacional a maior ele-
de 8,3% com 114,6 pontos ainda permane-
vação do mês (ou 8%), saltando para 157,9
ce na área otimista. Entretanto o índice Atual
pontos. A principal influência foi pelo sub-
que caiu 1,5% está com 88,7 pontos. Por-
Nota Metodológica
índice Atual que subiu 12,5%, muito acima
tanto os economistas acreditam que o atual
O Índice de Sentimento dos Especialis-
dos 4% do sub-índice Futuro. Além de não
patamar da taxa de câmbio ainda se encon-
tas em Economia - ISE é computado pela
haver nenhuma turbulência na conjuntura
tra inadequado para a economia, mas para
Fecomercio, em parceria com a Ordem dos
internacional, no período da coleta dos
daqui a um ano já esteja satisfatório.
Economistas do Brasil - OEB - desde junho
dados do ISE vieram informações positivas
Conforme acontecido em março, três
de 2008. A pesquisa detecta as perspectivas
sobre a crise na Grécia com o pedido de
itens continuam influenciando negativa-
dos economistas em relação às tendências
empréstimo ao FMI.
mente o ISE. O valor mais baixo do indica-
da economia nacional e mundial. O ISE va-
Outros dados positivos foram: Nível de
dor está com o item Gastos Públicos (28,4
ria de 0 (pessimismo total) a 200 (otimismo
Emprego com alta de 3,8% atingindo os
pontos) que apesar da melhora marginal de
total). Envolve pesquisa mensal com mais de
147,6 pontos; Oferta de Crédito ao Consu-
3,6%, ainda se situa próximo a área de ex-
100 economistas renomados de todo o País.
midor com incremento de 4,1% e levando o
tremo pessimismo (0 pontos). Isso significa
item aos 130,6 pontos e Salários Reais que
que os economistas acreditam que o gover-
AE/GD/GLG
subiu 3,5% com o patamar de 123,6 pontos.
no deverá aumentar seus gastos tanto na
Fecomercio/OEB
abril 2010
15
ais do que um profissional, o economista reúne
todos os conhecimentos e habilidades para
promover o desenvolvimento social e econômico.
A atuação do Conselho Regional de Economia de
São Paulo busca valorizar cada vez mais a profissão e o
profissional de economia, unindo a categoria à sociedade.
Organiza e mantém o registro profissional, fiscaliza a
atuação dos economistas e incentiva os jovens a
optarem pela carreira.
O registro no CORECON-SP habilita o economista a
exercer a profissão e resguarda a sociedade da ação de
maus profissionais. Sem o registro, a atividade se torna
ilegal e o bacharel pode ser punido.
Registre-se no CORECON-SP e tenha acesso aos serviços
oferecidos a profissionais e estudantes.
www.coreconsp.org.br
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a
t
s
i
m
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n
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o mundo.