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GESTÃO AMBIENTAL: SANEAMENTO BÁSICO E AÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA Luiz Affonso Deliberador Mickosz Professor Universitário APRESENTAÇÃO As ações de saneamento são uma série de medidas prévias que garantem a adequada ocupação do solo urbano. Abrangem desde o abastecimento de água, o cuidado com a destinação dos resíduos sólidos e esgotamento sanitário, até obras de drenagem urbana, controle de vetores e focos de doenças transmissíveis, e mesmo a preocupação com a melhoria das condições de habitação e a educação sanitária e ambiental. Inicialmente, serão abordados aspectos sobre os níveis atuais de atendimento, a organização do setor, os objetivos da Política Nacional de Saneamento Básico e as estratégias adotadas para a realização da reforma do setor, além dos investimentos realizados pelo governo federal no período compreendido entre 1995 e junho/2000 com vistas à universalização dos serviços. Apresentará os principais aspectos que envolvem um plano gestor de saneamento ambiental, priorizando especificamente o saneamento básico da zona urbana de pequenos municípios, com uma visão macro-administrativa de políticas de investimento para o sistema, que vise a crítica construtiva consultiva para o ordenamento do desenvolvimento do setor. Em seguida, serão sucintamente apresentados e discutidos os eixos básicos de ação da Política Nacional de Saneamento, a saber: O eixo concernente às ações de apoio à redução das desigualdades sócioeconômicas no setor; O eixo de ação relativo à reestruturação e modernização do setor. Buscará abordar números e características: físicas, sociais, econômicas e culturais marcantes, que representem uma grande parcela dos municípios matogrossenses, com populações aproximadas de 50.000 habitantes, permitindo, assim, um estudo mais direcionado do assunto. Em continuidade, será apresentada uma visão histórica e conjuntural generalizada, que marcou a evolução dessas ações em busca do crescimento econômico, seguindo por conceitos ligados ao tema “saneamento básico” das áreas que envolvem o processo. 1 Níveis de Intervenção Pública no Setor A análise da evolução dos níveis de cobertura dos serviços de saneamento no Brasil revela que houve melhorias sensíveis no atendimento à população, sobretudo urbana. Por outro lado, constatam-se, ainda, déficits significativos, que refletem o padrão desigual de crescimento trilhado pela economia do país nas últimas décadas. Constitucionalmente, cabe aos Municípios a responsabilidade pelos serviços de interesse local.O atendimento das regiões metropolitanas e outras com serviços integrados, legalmente instituídos, é dever dos Estados em conjunto com os Municípios envolvidos, diante da predominância do interesse comum. No entanto, em virtude dos custos envolvidos, algumas das principais obras sempre foram administradas por órgãos estaduais ou federais e quase sempre restritas a soluções para o problema emergentes com enchentes, efetivando-se investimentos de pouca expressão em obras de saneamento básico neste Estado - clara redução de custos em virtude de benefícios que só se apresentam no longo prazo. À União compete definir diretrizes gerais e deflagrar, em cooperação com os outros níveis de governo, a implementação de programas de melhoria das condições de saneamento e habitação.Assim, de um modo ou de outro, a prestação dos serviços de água e esgoto ainda permanece sob responsabilidade de agentes vinculados ao setor público. As 27 companhias estaduais atendem em fornecimento de água tratada, a 22,4 milhões de domicílios (75% dos domicílios urbanos do país) em mais de 3.600 municípios (65% do total) e, a rigor, têm exercido o papel do Estado (poder público) na definição de políticas e no planejamento das ações públicas relativas aos serviços de água e esgotos. O restante da população é abastecido por serviços municipais, e pela discreta participação da iniciativa privada. Quanto ao tratamento de esgotamentos sanitários as estatísticas demonstram que os serviços estão resumidos a menos de dez por cento da população atendida pelo fornecimento de água tratada. Existem múltiplas razões que levam determinado território, como um município, a ter mais ou menos sucesso na busca de crescimento econômico e desenvolvimento social. Vários autores destacam que o desenvolvimento local advém de uma transformação real de um território, em que vários fatores endógenos são potencializados, com vistas a uma atuação efetiva. Há procedimentos de governos municipais muito diversos quanto à sua efetividade; comprova-se isso pelos seguintes fatos: existem municípios que iniciaram suas trajetórias administrativas em condições muito semelhantes, quanto às receitas percebidas, etnia de seu povo, tipos de empresas existentes nos respectivos locais, e outras condições; todavia, 2 procedimentos mais efetivos, voltados ao progresso, fizeram com que, após alguns anos, vários tivessem patrimônios físicos e culturais muito maiores que outros; enquanto que alguns poucos amealharam poucos recursos, outros avançaram a passos largos, construindo vastos patrimônios em prédios, estradas, ginásios, escolas, e melhorando suas condições de saúde, educação, entretenimento, lazer, auto-estima e perspectivas. Nos municípios mais progressistas, verifica-se uma sintonia entre a administração pública, empresas, sociedade civil, lideranças e outros atores; ocorre maior senso de ética, respeito, e confiança entre as partes. De acordo com Costa, em Paulics, (2000, p.189), “a percepção de que grande parte das doenças é transmitida principalmente através do contato com a água poluída e esgotos não tratados levaram os especialistas a procurarem as soluções, integrando várias áreas da administração pública, nascendo assim a idéia de saneamento”. O investimento em saneamento, principalmente no tratamento de esgoto, diminui a incidência de doenças e internações hospitalares evitando o comprometimento dos recursos hídricos do município. Para Costa, historicamente “as obras de saneamento receberam maior atenção apenas na década de 70, quando foi empreendido um amplo plano de financiamento, contando com recursos do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço”. Políticas nacionais para o Setor Através do Planasa - Plano Nacional de Saneamento o governo federal, pretendia transferir para o âmbito estadual o monopólio dos serviços de saneamento. Deste modo incentivou a criação de companhias estaduais de saneamento básico (CESBs) e permitiu a concessão dos serviços municipais por até 30 anos. As CESBs, continuaram privilegiando o abastecimento de água, que representa menores custos e retornos mais rápidos e efetivos, através de tarifas, em detrimento do esgotamento sanitário cujos investimentos se caracterizam por valores muito superiores. Dentre os vários municípios que já dispunham de um órgão próprio para tratar das questões de saneamento básico, muitos conseguiram atingir, e mesmo ultrapassar a meta de cobertura dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário das CESBs, cobrando tarifas inferiores pelo serviço, com uma estrutura mais enxuta e, em alguns casos, superavitária. Não foi o caso de Mato Grosso cuja CESB (SANEMAT – Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso) era a única empresa habilitada a explorar economicamente os recursos hídricos e disponibiliza-los para o consumo, se responsabilizando parcialmente pelas obras infra-estruturais necessárias e quase sempre 3 efetivadas em parcerias com os municípios e com a COHAB – Companhia de Habitação do Estado de Mato Grosso, sempre que se tratavam de conjuntos habitacionais financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação. Em outras palavras e abusando do trocadilho “a SANEMAT gostava de beber água limpa”. Ultimamente os contratos de concessão firmados entre os municípios e as CESBs estão vencendo. Alguns municípios estão optando pela privatização total ou parcial dos sistemas em serviço, fato este que pode prejudicar o princípio de universalização do atendimento, na medida em que as tarifas podem se tornar proibitivas para a população de baixa renda; outros renovaram seus contratos com as companhias estaduais; outros ainda resolveram assumir os serviços de saneamento, ressarcindo as CESBs pelos investimentos realizados durante a concessão - quando foi o caso, e certamente não foi o caso de muitos municípios de Mato Grosso, além disso, os maiores problemas hoje encontrados dizem respeito à ampliação e implantação de rede de coleta de esgotos e seu tratamento,que requerem investimentos. COSTA argumenta que: “os municípios que optaram por renovar concessões com as CESBs, apesar de terem garantido a continuidade dos serviços prestados, poderão vir a ter surpresas, visto que as companhias estaduais também participam dos planos de privatização do governo federal”. Políticas e Legislação Nacional para o Setor Com a criação da Secretaria de Política Urbana (SEPURB), em 1995, foi estabelecido um espaço institucional importante para a implementação dos objetivos estabelecidos na Política Nacional de Saneamento no sentido de: universalizar o atendimento, de forma a viabilizar a oferta essencial de serviços de saneamento básico; criar um ambiente de modernidade e de eficiência na prestação dos serviços; fomentar a participação dos diversos agentes envolvidos na gestão dos serviços; descentralizar as ações. Para alcançar a meta de universalização dos serviços de água e esgotos à população urbana brasileira em 2010, serão necessários investimentos anuais de US$ 2,7 bilhões, aproximadamente 0,38% do Produto Interno Bruto1. Este é o grande desafio do setor de 1 Avança Brasil - Programa de Governo. p.246-250 4 saneamento, que exige um esforço de modernização e reestruturação da prestação de serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta e disposição final de resíduos sólidos. O principal programa que viabiliza essas ações é o Programa de Ação Social em Saneamento (PASS). Integram também esse eixo de ação o Pró-Saneamento, o PROSANEAR e o PROSEGE: 1 - O PASS está estruturado em todas as unidades da Federação e contribui para o combate às desigualdades sociais do país, favorecendo a aplicação dos recursos nas áreas menos favorecidas. Investimentos de R$ 1,1 bilhão estão permitindo que 2,1 milhões de famílias de baixa renda sejam atendidas. 2 - O Pró-Saneamento, financiado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), é um dos instrumentos utilizados pela Política Nacional de Saneamento para o aumento da cobertura dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana, e resíduos sólidos urbanos. Foram investidos no período 1995/junho de 1998 cerca de R$ 3,3 bilhões, beneficiando aproximadamente 3,5 milhões de famílias. 3 – O PROSANEAR – Saneamento Integrado, destina-se a promover ações integradas de saneamento (abastecimento de água, esgotamento sanitário, afastamento de resíduos sólidos, microdrenagem) em áreas urbanas altamente adensadas e ocupadas por população de baixa renda, valendo-se de soluções técnicas de baixo custo e tendo como fortes componentes a participação comunitária e a educação sanitária. 4 - PROSEGE. O programa teve início em 1990, com a meta original de implantar 275 mil ligações domiciliares de esgotos e 5.000km de redes coletoras em áreas carentes do país, contando, para isso, com recursos da ordem de R$ 500 milhões, sendo R$ 250 milhões provenientes do BID. A reestruturação e modernização do setor As ações estão sendo viabilizadas pelos seguintes programas: Programa de Modernização do Setor de Saneamento (PMSS), Projeto Qualidade das Águas e Controle da Poluição Hídrica (PQA), Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA), Programa de Apoio à Gestão dos Sistemas de Coleta e Disposição de Resíduos Sólidos (PROGEST) e Programa de Capacitação em Elaboração e Análise de Projetos (PCEAP). 5 O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS foi concebido em 1995 no âmbito do Programa de Modernização do Setor Saneamento - PMSS, hoje vinculado à Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República. O PMSS é um Programa desenvolvido com o apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA. O Sistema contém ainda a relação com os nomes dos municípios atendidos pelas companhias estaduais de 24 estados brasileiros, totalizando 3.743 municípios atendidos com abastecimento de água e 766 atendidos com esgotamento sanitário. Quadros 1 - Características das Amostras Anuais - 1995 a 1998 Ano Prestadores de Serviços Cadastrados População Atendida (milhões hab.) Publicados Água Esgoto Municípios Atendidos Esgoto Água 1995 55 54 93,6 37,6 - - 1996 64 59 97,7 40,0 3.669 732 1997 105 100 104,5 46,9 3.895 1.215 1998 158 155 109,3 50,0 3.981 853 Obs.: Em 1998: população urbana estimada do País = 128 milhões de habitantes, e número de municípios = 5.507. Quadro 2 - Quantidade de Informações Coletadas e de Indicadores Calculados - 1995 a 1998 Ano Dados coletados * Indicadores Calculados 1995 46 44 1996 46 6 45 1997 51 50 1998 88 68 * Não consideradas informações cadastrais. Quadro 3 - Estoque de Informações Presentes no Banco de Dados * Relativas aos Prestadores de Serviços de Saneamento - 1995 a 1998 - 1996 1997 1998 Total 880 1.808 3.408 6.256 - 260 260 380 12.35 2 900 Financeiras 935 1.921 3.834 Operacionais – Água 770 1.582 3.195 10.67 2 6.992 Operacionais – Esgoto 440 904 1.704 2.944 17.36 2 12.53 9 5.992 - - - 5.520 5.520 2420 5.085 9.585 - 182 182 19.87 2 266 36.96 2 630 - - 2.576 2.576 5.445 11.74 2 22.16 8 55.47 8 94.83 3 Informação / Indicador 1995 Gerais Dados de Balanço Dados de Qualidade Indicadores (operacionais e financeiros) Indicadores (dados de balanço) Indicadores (dados de qualidade) Total * Não consideradas informações cadastrais. 7 Quadro 4 - Estoque de Informações Presentes no Banco de Dados *Relativas aos Municípios Atendidos pelas Cias. Estaduais Dados desagregados por Município - 1995 a 1998 ** 1995 Informação / Indicador Gerais - Financeiras Operacionais – Água Operacionais – Esgoto Indicadores (operacionais e financeiros) Relação dos municípios atendidos com água Relação dos municípios atendidos com esgotos Total 1996 1997 1998 Total 1.130 1.685 3.230 6.045 3.390 5.055 9.690 18.13 2.938 4.381 8.398 15.71 1.808 2.696 5.168 9.672 - - 2.307 2.307 3.743 3.743 766 766 9.266 13.81 33.20 56.38 * Não consideradas informações cadastrais. ** Em 1998 a amostra com dados desagregados contemplou 646 municípios, inclusive os principais municípios das regiões metropolitanas. Com efeito dessa comparação, resulta que o conjunto de serviços de água integrante do Diagnóstico, corresponde a 72,3% do total de municípios do Brasil, e a 85,4% da população urbana nacional. Em termos dos serviços de esgotos, esses percentuais são 15,5% e 39,0%, respectivamente. Quadro 5 - Atendimento Segundo a Abrangência do Prestador de Serviços - 1998 Prestador de Serviços Abrangência Regional População Atendida (milhões de habitantes) Quantid ade Esgotos Água Municípios Atendidos Esgotos Água 27 91,2 36,1 3.851 768 3 0,1 0,002 5 1 Local 125 18,0 13,9 125 84 Total 155 109,3 50,0 3981 853 Microrregional 8 Quadro 6 - Receita Total e Quantidade de Ligações Segundo as Regiões - 1998 Regiões R$ milhões % Milhões R$/lig. ano Norte 248,6 2,5 1,0 248,60 Nordeste 1.249,6 12.5 6,3 198,30 Sudeste 6.497,6 64,8 19,8 328,20 Sul 1.406,6 14,0 5,3 265,40 Centro-Oeste 631,1 6,3 2,1 297,70 Brasil 10.033,5 100 34,5 290,70 Os prestadores de serviços incluídos neste Diagnóstico tiveram, em 1998, uma receita operacional direta total de R$ 10.033,5 milhões, que é 9,5% maior do que a de 1997, enquanto os acréscimos da população atendida foram de 4,6% para os serviços de água e 8,9% para os de esgotos. Considerações sobre o Setor No que se refere aos serviços prestados à população há que se registrar, a despeito da crise financeira que se abate sobre o País, que investimentos continuam sendo feitos e o ritmo de crescimento médio da oferta não é desprezível. No entanto, apesar dos números médios retratarem esta situação, continuam evidentes as elevadas desigualdades e os valores médios são expressivamente influenciados pelos desempenhos positivos dos maiores serviços situados nas regiões mais desenvolvidas. Quadro 7 - INDICADORES CENSITÁRIOS SELECIONADOS BRASIL E GRANDES REGIÕES -1996 (valores expressos em percentuais de domicílios urbanos) INDICADORES ÁGUA SUPRIMENTO Redes públicas de distribuição Outras soluções 9 91,11 69,13 Nordeste Sudeste Sul C.Oeste 86,07 95,45 94,36 82,75 Fonte: IBGE PNAD 1996. Considerações Regionais Abastecimento de água em Cuiabá-MT (maio/2000) - Sistemas de captação de água: 04. - Estações de Tratamento de Água (ETA's): 07. - Poços artesianos da AMSS: 59 em 29 bairros. - Extensão da rede de água: 1.850 Km. Pontos de captação de água e ETA's (média mensal maio de 2000) Rio Cuiabá - responsável por cerca de 70% do abastecimento de Cuiabá. - suas águas são captadas por três ETA's em regiões distintas. - no bairro do Porto, a ETA Porto produziu 110,63 litros por segundo (l/s). - no Parque Cuiabá, a ETA Parque Cuiabá produziu 64,02 l/s. - na região apelidada de "Ribeirão do Lipa" há captação para duas ETA'S: ETA 1, na avenida Presidente Marques, a vazão é de 145 l/s 10 ETA 2, na avenida São Sebastião, a vazão foi de 1.105 l/s; volume produzido com as águas do rio Cuiabá: aprox. 1.400 l/s (maio/2000). Rio Coxipó - responsável por cerca de 30% do abastecimento de Cuiabá. - suas águas são captadas na avenida Dr. Meirelles, na entrada do bairro São João del Rey por três ETA'S, denominado complexo do "Tijucal". - a ETA 1, metálica, tem vazão de 110, 13 l/s. - a ETA 2, de concreto, produz 490,50 l/s. - a ETA 3, inaugurada em 07/04/99, tem uma produção de 121,75 l/s. Obs.: volume total produzido com as águas do rio Coxipó e de 722,38 l/s (maio/2000). Sistema esgoto em Cuiabá - MT (maio/2000) Percentual de esgoto tratado atualmente: 21%. Percentual de esgoto tratado até fim administração Roberto França: 60% (meta). Obs.: O baixo tratamento de esgoto em Cuiabá tem uma explicação. Em Mato Grosso, tradicionalmente os recursos públicos disponíveis para saneamento geralmente eram destinados ao abastecimento de água. Por isso, em Em Cuiabá, 98% da água consumida é tratada. Mas apenas 21% do esgoto produzido é tratado. Esgoto coletado: 40%. Esgoto tratado: 21%. Lagoas de Tratamento de Esgoto existentes: 23. Lagoas de Tratamento de Esgoto desativas: 17. Estações de Tratamento de Esgoto: 02 (Dom Aquino e Tijucal). Estação de Tratamento de Esgoto Dom Aguino. 11 Estação de Tratamento de Esgoto da Grande Tijucal. Capacidade de tratamento: 30 litros de esgoto por segundo, pelo sistema de lagoas de estabilização. Benefícios: despoluição do rio Coxipó, afluente do rio Cuiabá. Este é um dos formadores Pantanal Matogrossense. Coleta de esgoto condominial - sistema de coleta instalado há mais de dez anos em Culabá. - a rede de esgoto passa pelo fundo de diversos terrenos. - em cada terreno há uma caixa coletora de esgoto. - a limpeza das caixas cabe aos moradores, que também podem solicitá-la à AMSS. - atende oito bairros: Santa Izabel, Canjica, Praeiro, Praeirinho, Novo Horizonte, Pedregal, Leblon e Planalto. Preservação do Pantanal - do início da administração Roberto França em 1997 até 2000 o tratamento de esgoto em Cuiabá vai passar de menos de 20% para mais de 40%. - os investimentos em esgotamento sanitário possibilita melhorias nas áreas social e de meio ambiente. - a população vai ter melhor qualidade de vida e saúde por estar menos sujeita a contaminação de doenças provocadas por falta de saneamento básico. - os benefícios ambientais com o tratamento de esgoto vão ficar evidentes principalmente na bacia hidrográfica formadora do Pantanal Matogrossense Quadro 8 Previsão Orçamentária e Receita Estimada para o Município de Cuiabá 12 Quadro 9 - Demonstrativo das Receitas Correntes Quadro 10 - Despesa por Função de Governo 13 Legislação Nacional para o Setor O Código de Águas, estabelecido pelo Decreto Federal nº 24.643, de 10.07.1934, consubstancia a legislação básica brasileira de águas. Considerado avançado pelos juristas, haja vista a época em que foi promulgado, necessita de atualização, principalmente para ser ajustado à Constituição Federal de 1988, à Lei nº 9.433, de 08.01.1997, e de regulamentação de muitos de seus aspectos. Lei n.º 9.433, de 08.01.1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, que regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, culminou num longo processo de avaliação das experiências de gestão de recursos hídricos e de formulação de propostas para a melhoria dessa gestão em nosso país. É um marco histórico, de grande significado e importância para os que aqui trabalham com recursos hídricos. A Lei nº 9.433/97 estabeleceu disposições gerais disciplinando infrações e penalidades para usuários de recursos hídricos. As infrações referem-se à utilização do recurso hídrico sem a competente outorga de direito de uso, ou em desacordo com esta, à execução de obras em desacordo com os termos da outorga, à declaração incorreta de volumes utilizados ou à fraude nas medições desses volumes, à desobediência às normas estabelecidas no regulamento dessa lei e a regulamentos administrativos fixados por órgãos competentes e ao obstáculo à ação fiscalizadora. As penalidades variam desde a advertência à aplicação de multa —simples ou diária-, ao embargo provisório e até o embargo definitivo, dependendo da gravidade da infração. Na proposta de regulamentação, procurou-se detalhar um pouco mais, sem a pretensão de exaurir-se a matéria, que deverá ser gradativamente regulamentada. Nela, a outorga será suspensa, caso o usuário não efetue o pagamento dos valores fixados para a cobrança nos prazos e critérios estabelecidos pelo Comitê de Bacia. 14 QUADRO 11 - ESTÁGIO ATUAL DO MARCO LEGAL ÊNFASE À OUTORGA ESTADOS LEI SOBRE POLÍTICA E SISTEMA DE GERENCIAMENTO ALAGOAS LEI Nº 5.965, DE 10/11/97, publicado em 11/11/97 BAHIA LEI N.º 6.855 DE 12/05/95 CEARÁ LEI N.º 11.996 DE 24/0792 DISTRITO FEDERAL LEI Nº 512 DE 28/07/93 ESPÍRITO SANTO LEI Nº 5.818, DE 30/12/98 MATO GROSSO LEI Nº 6.945 DE 05/11/97 REGULAMENTAÇÃO DA OUTORGA E LICENCIAMENTO DE OBRAS AUTORIDADE OUTORGANTE PREVISTA NA LEI Nº 5.965/97 SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DECRETO Nº 6.296 DE 21/03/97 SUPERINTENDÊNCIA DE RECURSOS HÍDRICOS – SRH DECRETO Nº 23.067 DE 11/02/94 SECRETARIA DOS RECURSOS HÍDRICOS LEI Nº 55, DE 24/11/89 – ÁGUAS SECRETARIA DE SUBTERRÂNEASINSTRUMENTO MEIO AMBIENTE, PRESENTE NALEI 512/93 CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO DF - SEMATEC INSTRUMENTO PREVISTO SECRETARIA DE ESTADO PARA NA LEI ASSUNTOS DE MEIO AMBIENTE PREVISTO NA LEI 6.945/97 FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - FEMA Políticas Internacionais para o Setor Os organismos internacionais e as agências de fomento de políticas de crescimento e incentivo ao desenvolvimento, adotaram medidas restritivas de créditos para mega projetos, exigindo do gestor público a adoção de medidas que retratem a atividade sócio, econômica, política e ambiental do município. O Prosanear é um programa onde 50% das obras são financiadas pelo Banco Mundial e 50% pela Caixa Econômica Federal. Para Mato Grosso, especificamente para as cidades ribeirinhas do Pantanal, o BIRD está financiando obras de Saneamento de Esgotamento Sanitário. Problemas Ambientais Relacionados ao Setor 15 A história da civilização, no que se refere a ocupação geográfica, está sempre relacionada à presença da água. As grandes cidades e zonas de ocupação ocorrem ao longo dos rios e vales, devido às necessidades de abastecimento de água para uso humano, industrial, navegação e irrigação. Assim, Comune (1994, p.48), o meio ambiente acaba fornecendo um conjunto de serviços ao sistema social, classificados resumidamente em três categorias: Serviços de oferta de recursos; Serviços de recepção de dejetos; Serviços diversos de suporte de vida e bem-estar. Deste modo, com base na Teoria Neoclássica da Economia Ambiental, a valoração ambiental irá focalizar a economia inserida no meio ambiente, buscando retratar os fluxos relevantes nas transformações do sistema econômico, incentivos e desincentivos de mercado com análise de impactos ambientais. De acordo com pesquisa do IPEA, cerca de 20% da população urbana brasileira não tem acesso à água potável, enquanto 51% não dispõem de sistemas de coleta de esgotos sanitários, ressaltando-se que somente 10% do esgoto coletado recebem algum tipo de tratamento, 90% são despejados “in natura” nos solos nos córregos e nascentes, constituindo-se na maior fonte de degradação do meio ambiente e de proliferação de doenças infecciosas e parasitárias. Cabes (XVIII,1998), afirma que aproximadamente 10 bilhões de litros de esgoto são jogados, diariamente, sem qualquer tratamento nos cursos d’água, causando problemas ao meio ambiente. Os resíduos sólidos, por sua vez, sejam de origem doméstica ou industrial lançados diretamente na superfície do solo ou dispostos nos aterros sanitários tem sido causadores de contaminações das águas subterrâneas, pois estão sujeitos a lixiviação pela percolação da água das precipitações. Neste processo, que envolve a decomposição biológica dos resíduos, é produzido um líquido de coloração escura, conhecido como “chorume”, o qual pode se infiltrar no terreno e atingir as águas subterrâneas, contaminando-as. O chorume contém, geralmente, um grande número de contaminantes orgânicos e inorgânicos que incluem compostos de nitrogênio e metais pesados. Análise Crítica das Políticas Nacionais do Setor 16 É necessário esclarecer que todo esse processo de incrementos no setor, caminhou “paralelamente” ao processo de criação de municípios representativos do Norte e Centro Oeste do País, (aproximadamente 1970 colonização, 1980 emancipação), e o que deveria conferir à situação problemática um fator atenuante, pelo contrário, torna-se um agravante extremamente impactante para municípios jovens que carecem de estrutura geradora de receita pública, e que se promove via tributos e tarifas pelas gerações de serviços públicos prestados. Reorganizar o sistema de saneamento ambiental passou a ser a principal tarefa dos gestores do ambiente urbano, adotando rumos organizacionais sob a forma de “novos marcos de gestão urbana”, devendo passar obrigatoriamente por: mudanças de escala relativas a opções por projetos de viabilidade econômica menos impactantes; incorporação da dimensão ambiental nas políticas setoriais urbanas, buscando preservar os recursos naturais estratégicos pela observância de questões habitacionais, abastecimento, saneamento, e ordenação do espaço pelo zoneamento agro-ecológico econômico e social; integração das ações de gestão na busca de redução de custos, aumento e criação de sinergias que ampliem os impactos positivos; necessidade do planejamento estratégico de desenvolvimento otimizado da economia; descentralização das ações administrativas e dos recursos contemplando as ações micro regionais e locais; incentivo à inovação com apoio a pesquisa e inserção de inovações tecnológicas; inclusão dos custos ambientais e sociais no orçamento e na contabilidade de projetos infra-estruturais; indução de novos hábitos de moradia buscando o fortalecimento da sociedade civil e dos canais de participação e ação comunitária. Assim, vemos que os pontos mais críticos situam-se em: carência de serviços nos extratos sociais de renda mais baixa; nível reduzido de cobertura na coleta e tratamento de esgoto; limitada capacidade gerencial, de pagamento e de endividamento dos prestadores de serviços, e baixos níveis de eficiência. Quadro 12 - ACESSO A SERVICOS DE SANEAMENTO POR CLASSE DE RENDA CLASSE (SALÁRIO MÍNIMO) TOTAL DE DOMICÍLIOS (MILHÔES) DOMICÍLIOS AGUA BRASIL SEM (1991) CANALIZADA % QUANTIDADE (MIL) DOMICÍLIOS SEM LIGAÇÃO À REDE DE ESGOTO OU FOSSA SÉPTICA % QUANTIDADE (MIL) 17 0a1 1,4 33 462 59 826 1a2 7,8 38 2964 56 4368 2a3 4,2 12 504 40 1680 Fonte: Censo Demográfico 1991, Dados Preliminares, IBGE. Interface da Política Setorial e Política Ambiental Um outro aspecto a destacar no que se refere à organização do setor é a insuficiente articulação com programas e atividades de outras áreas, especialmente aquelas relacionadas com o meio ambiente e a gestão dos recursos hídricos. Existe uma dificuldade de reconhecimento, pelos agentes dos serviços de saneamento, da precedência da gestão do recurso natural. Da mesma forma, alguns agentes responsáveis pelo controle ambiental não consideram adequadamente as questões sociais e econômicas, quando do estabelecimento de exigências ambientais para a prestação dos serviços de saneamento. Análise à Luz da Teoria Econômica Na Teoria Neoclássica da Economia Ambiental, para Freeman, (1994, pp. 6 a 15), a valoração ambiental irá focalizar a economia inserida no meio ambiente, buscando retratar os fluxos relevantes nas transformações do sistema econômico, incentivos e desincentivos de mercado. Os instrumentos econômicos são aqueles que estabelecem incentivos, através do mercado, para que os usuários e os poluidores modifiquem seu comportamento, com vistas a utilizarem de forma mais racional os recursos naturais. São ações não impositivas, mas que visam a estimular maior eficiência econômica e conservação ambiental. Tecnicamente, os instrumentos econômicos são geralmente definidos como elementos que fornecem um sinal ao mercado na forma de modificação dos preços relativos ou de uma transferência financeira (pagamento de uma taxa ou cobrança). Muitos tipos de instrumentos econômicos têm sido utilizados ou propostos para incentivar um uso mais racional dos recursos hídricos. Destacam-se entre esses: Imposto; taxa e tarifa sobre emissão ou produto poluidor; 18 cobrança sobre usuário (user charge); permissão de comercialização (tradeables permits); sistemas depósito/retorno e subsídios. O imposto ou a tarifa sobre a emissão constitui-se em um pagamento pela quantidade ou pela qualidade dos resíduos liberados no meio ambiente. Esse é um dos instrumentos mais usados na administração dos recursos hídricos nos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE). Os impostos sobre os produtos são aplicados sobre os preços daqueles que causam poluição tanto na produção como no consumo. A cobrança pelo uso dos recursos hídricos é feita ao usuário primário desses recursos, normalmente associada ao volume de água captado e à forma pela qual se processa o aproveitamento. Pode-se cobrar, também, do poluidor, em função da quantidade de material poluente disposto no meio ambiente. A filosofia defendida pela OCDE induzia a necessidade de o poder público tomar medidas para reduzir a poluição e para buscar melhorar a alocação dos recursos naturais, relacionando o preço dos bens e dos serviços produzidos com a qualidade ou a quantidade dos recursos naturais utilizados nos processos. Foi instituído, assim, o princípio poluidor-pagador que estabelece que ao poluidor devem ser imputados os custos necessários à prevenção e ao combate à poluição, custos esses determinados pelo Poder Público para manter o meio ambiente em estado aceitável. Isso significa que o custo de tais medidas deve, necessariamente, repercutir no custo dos bens e serviços que dão origem à poluição. O princípio poluidor-pagador é, pois, um princípio de alocação de custos. O princípio poluidor-pagador não é, por outro lado, um princípio de compensação por danos causados pela poluição. Tampouco significa que ao ser taxado pelo Poder Público pela poluição que causou, o poluidor estaria conquistando o direito de poluir. Trata-se, em realidade, de um princípio mais fundado em motivações éticas (justiça, eqüidade) que em motivações de eficiência econômica. O juízo de valor subjacente é o direito de todos a um meio ambiente "limpo".Em termos estritamente econômicos, nada impediria que uma sociedade pudesse compensar uma perda de qualidade ambiental pelo desenvolvimento de uma atividade poluidora. Entretanto, nos termos do que a OCDE conceitua, por força do princípio poluidor-pagador, os poluidores devem suportar os custos das medidas antipoluição, 19 o que os obrigaria, em princípio, a internalizar uma parte dos custos externos que foram impostos à coletividade. A permissão de comercialização constitui-se em um princípio que fixa o nível de emissão de poluentes permitido para determinada área ou a quantidade máxima de um volume derivado de água em determinado trecho de rio. O objetivo desse instrumento é produzir uma solução de custo mínimo, buscando conciliar desenvolvimento econômico com proteção ambiental. O sistema depósito/retorno, por seu turno, prevê a restituição ao usuário de um valor embutido no preço do produto poluente, no caso desse produto ser disposto de forma adequada no ambiente. Os subsídios são transferências financeiras, processadas quando a coletividade estima que a produção de um determinado bem ou serviço merece ser privilegiada ou protegida. Os subsídios podem corresponder, entre outras formas, a uma eliminação total ou parcial de impostos incidentes e a concessão de bônus por bens produzidos. É importante destacar que os instrumentos econômicos não eliminam a necessidade de fiscalização, uma vez que os tipos de instrumentos podem variar de acordo com a ação do poluidor ou do usuário. A adoção de tal tipo de mecanismo impõe, desse modo, a implementação de um amplo programa de monitoramento e controle, ampliando o seu custo administrativo, conforme Tsagarakis, Mara, Horan e Angelakis, (2000, p.81-99). Temas Considerados Relevantes para Estudos Estudos de ações de assistência técnica para o aperfeiçoamento do sistema tarifário e da regulação econômica da prestação de serviços. Estudos para criação de mecanismos que assegurem a integração, a complementaridade e a focalização dos diversos recursos disponíveis para aplicação no setor de saneamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conduzido pela administração pública municipal, o saneamento ambiental é uma excelente oportunidade para desenvolver instrumentos de educação sanitária e ambiental, o que aumenta sua eficácia e eficiência. Entende-se que essa forma de ação, onde a sociedade compartilha com o governo as responsabilidades pelas decisões, permite uma maior agregação em torno do projeto de desenvolvimento, conduzindo ao esforço máximo na busca do objetivo, aumentando suas chances de implantação (SANTOS, A.M.P. 1997, p.235-250). 20 Quanto ao tratamento, há várias opções atualmente disponíveis que devem ser avaliadas segundo critérios de viabilidade técnica econômica, além de adequação às características topográficas e ambientais da região, carecendo de pesquisas técnicas no setor.2 1 Definição do Projeto 2 Identificação dos Impactos 3 Impactos Economicamente Relevantes 4 Quantificação Física de Impactos Relevantes PROCEDIMENTOS Hanley and Spash 5 Valoração dos Efeitos Relevantes 6 Desconto de Fluxos de Benefícios e Custos 7 Aplicação do Teste de Valor Presente Líquido 8 Análise de Sensibilidade O Brasil adotou uma estratégia de inserção econômica de mercado altamente competitivo, impondo-se a ajustes de alavancagem tecnológica em todos os setores da atividade produtiva. Associado a esta ação, externamente as alterações de regulamentações comerciais impuseram medidas de controle – interferência no setor privado - passando a exigir produtos ecologicamente corretos. Os organismos internacionais e as agências de fomento de políticas de crescimento e incentivo ao desenvolvimento, adotaram medidas restritivas de créditos para mega projetos, exigindo do gestor público a adoção de medidas que retratem a atividade sócio-econômica, política e ambiental do município, bem como através da imposição de legislações específicas, conduziram empresários à busca de novas plantas industriais menos impactantes, numa demonstração de comportamento pró-ativo, conforme NOGUEIRA e MEDEIROS, Volume 2, 1997. Assim, as pesquisas voltaram a espelhar a realidade local e micro regional. O planejamento da cidade passou a ser compartilhado pelos munícipes e as despesas devem ser apresentadas através de um planejamento plurianual, sob pena de crime fiscal por parte do gestor público. Vale ressaltar que nesse caso o planejamento continuado de atividades a fins, na gestão pública, não são sinônimos de burocracia, são ações que convalidam a viabilidade desse instrumento de administração ímpar no processo de cidadania e na modernidade que se busca imprimir na gestão pública municipal. 2 Ve r , R e l a t ó r i o N a c i o n a l B r a s i l e i r o , d a A s s e m b l é i a G e r a l d a s N a ç õ e s U n i d a s , I s t a m b u l + 5 , Se c re t a ri a Es pe c i a l de De se nvo l v i me nt o U rb a no , j u nho de 2 0 01 , p p. 45 -4 8). 21 De acordo com Herrera3 (1990, p.194), “uma condição essencial de uma sociedade viável é a participação, traduzida no direito de todos os membros participarem nas decisões sociais em todos os níveis”. Especificamente no caso de planos gestores de saneamento ambiental, a participação da comunidade é um pré-requisito essencial para a obtenção de uma sociedade realmente compatível com o meio ambiente, atingindo a eficácia na equidade se forem assumidas conscientemente por toda a comunidade, conduzindo assim ao avanço da aceitação política pela sociedade. Resultados Esperados - Custos Evitados Diferentes tipos de poluição causam danos: aos homens, à fauna e flora, aos recursos naturais, às condições climáticas e aos materiais. Maler e Wyzga em Comune (1994, p.45). Assim, o objetivo da análise econômica será o de avaliar perdas financeiras ou perdas intangíveis quando possível, buscando evita-los através da implantação de investimentos econômicos traduzidos em captação de benefícios. Investir no saneamento do município melhora a qualidade de vida da população, bem como a proteção ao meio ambiente urbano. Combinando com políticas de saúde e habitação, o saneamento ambiental diminui a incidência das doenças e internações hospitalares. Por evitar comprometer os recursos hídricos disponíveis na região, o saneamento ambiental garante o abastecimento e a qualidade da água. Além disso, melhorando a qualidade ambiental, o município torna-se atrativo para investimentos externos, podendo inclusive desenvolver outras vocações, como a turística. Nas obras de instalação da rede de coleta de esgotos poderão ser empregados trabalhadores locais, gerando emprego e renda para a população beneficiada, que também pode colaborar na manutenção e operação dos equipamentos. Para os municípios que se enquadrem nas características mencionadas, apesar de requererem investimentos para obras iniciais, as empresas de saneamento municipais são financiadas pela cobrança de tarifas - tratamento de água e esgoto - o que garante a amortização de dívidas contraídas. Como a cobrança é realizada em função do consumo - o total do esgoto produzido por domicílio é calculado em função do consumo de água -, os administradores podem implementar políticas educativas de economia em épocas de escassez de água e praticar uma cobrança justa escalonada. Vale a pena ampliar, de algum modo, a capacidade de reflexão sobre os argumentos aqui propostos, bem como métodos de valoração, a fim de se compreender que, o que se pretende enfocar, são argumentos do que se supõe serem condições de bem estar social para indivíduos, associados a um meio ambiente, mais atrativo e limpo. 3 Di re t or d o De p a rt a me n t o de G e o c iê nc i a d a U ni v e rs i d a de E s t ad u a l d e Ca mp i n a s - UNI CA M P 22 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ASQUETA, Diego e FERREIRO, Antônio - Analisis Econômico y Gestión de recursos Naturales. 1994, ed Alianza Editorial, Madri, p.20 BAUMOL,William J. e OATES, Wallace E. 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