OUTONO AUSTRAL PÁSCOA

Transcrição

OUTONO AUSTRAL PÁSCOA
OUTONO
AUSTRAL
20 DE MARÇO
21 DE JUNHO
PÁSCOA
PENTECOSTES
“Temos que erradicar da alma todo medo e temor do que o futuro possa trazer ao homem.
Temos que adquirir serenidade em todos os sentimentos e pensamentos a respeito do futuro.Temos
que olhar para a frente com absoluta equanimidade para com tudo o que possa vir. Temos que
pensar somente que tudo o que vier, nos será dado por uma direção mundial plena de sabedoria.
Isto é parte do que temos que aprender nesta era: Viver com pura confiança sem qualquer segurança
na existência.
Ter confiança na ajuda sempre presente do mundo espiritual.
Em verdade, nada terá valor se a coragem nos faltar.
Disciplinemos nossa vontade e busquemos o despertar interior, todas as manhãs e todas as noites”.
Rudolf Steiner
TRANSFORMAR-SE
Ser sempre o mesmo:
único em seu brilho e força de vida.
Ser outro a cada dia:
movimento e transformação rumo à Verdade.
Como borboleta saída de seu casulo de mistérios.
Como promessa de verde na folhas de outono.
A cada aurora, mais cheio de luz.
Desperto e atento.
Maior em bondade.
Liberto e compassivo.
Mais pleno de alegria.
Lúcido e sensível.
Mais perto da paz.
Que cada dia seja passagem
para uma vida nova e mais rica.
Feliz Páscoa!
Maria Luisa Brina
A Pólen Escola Waldorf tem 27
anos de
vida e o seu jornal uma longa história p e r c o r r i d a .
Como toda ação, o jornal vive do empenho
pessoal de alguns professores, pais e alunos para
ser levado adiante, enfrentando obstáculos, mas
agora reconquistando seu espaço.
Agradecemos profundamente a todos que dele participaram
como colaboradores ou patrocinadores.
Assim, o “Informativo Pólen” renasce com o nome de
“Alvorada”que também é o nome que damos ao encontro que
acontece toda quarta–feira de manhã cedo, quando alunos e
professores fazem duas grandes rodas no pátio e, juntos, nos
cumprimentamos, declaramos nosso poemaoração da manhã e, a cada semana, uma turma partilha
algo que está sendo vivido em classe, algo conquistado
pelo esforço do grupo: um poema, uma música, um ritmo...
O nosso “Alvorada” chega como uma boa nova trazida,
neste outono, pela Páscoa. Como todos sabem, as festas
cristãs ocupam um lugar especial no currículo Waldorf,
associadas aos tempos da natureza: Páscoa e outono, São
João e inverno, São Michael e primavera, Natal e verão.
Esperamos que nosso informativo possa continuar
chegando a cada estação do ano...
Na disciplina Desenho do nono ano, trabalhamos mais uma
vez a polaridade claro-escuro. É enfatizado o uso do grafite,
explorando o material e suas possibilidades tonais e técnicas
(manchas, linhas, hachuras). Os alunos aplicam as novas
técnicas em desenhos de observação e no tratamento de
ilustrações que embelezaram seus trabalhos de biografia.
Na época de História da Arte, o nono ano faz um
belo passeio pela história ocidental explorando sua
produção artística e cultural, com ênfase na pintura,
escultura e arquitetura. Trabalhamos o nosso olhar
e nossa capacidade de emitir julgamentos em arte.
Informativo Pólen Jardim e Escola. Pedagogia Waldorf. Reg: 81294.
Rua Senhora de Fátima, 190, Jardim Naves, Nova Lima, MG, (31) 3286 5264
CONSELHO EDITORIAL Maria Luisa Brina, Anna Göbel, Lin Tomich,
Michael Dorn, Dione Malheiros, Gilda Quintão, Bernardo Zama
PRODUÇÃO Luciane Camilo e Lourdinha
JORNALISTA RESPONSÁVEL Andrea Gallo-MTB 23775
ILUSTRAÇÕES Anna Göbel, Eliza Alves,
desenhos em lápis de alunos do 9° ano 2011
FOTOGRAFIAS Camila Lloiyd, Daniela Salomão
FORMATAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Morena Tomich
IMPRESSÃO Bigráfica Editora TIRAGEM 1.500 exemplares
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Pais de alunos, escolas Waldorf e instituções comerciais e educacionais
www.polen.org.br
DiÁRiO DO TEATRO
Finalmente! Depois de muitos e muitos anos de espera,
chegou o ano do teatro.
Lembro exatamente do dia em que recebemos os textos.
Ainda não sabíamos qual seria e peça. Todos estavam divididos
entre as duas peças que a professora havia escolhido: ”Um
violonista no telhado” e “Sonho de uma noite de verão”.
Confesso que na hora fiquei um pouco triste, mas a medida
que fui lendo durante as férias, acabei me envolvendo muito
com a peça. Gostei muito de ter dança e ser um musical, tudo
bem diferente de todos os teatros anteriores.
Em fevereiro, fizemos nossa primeira leitura completa com
todos juntos. É diferente de estar sozinho lendo a peça. Você
tem que estar concentrado, se responsabilizar pelo papel. Foi
muito bom, precisamos nos concentrar mais, mas teremos
muito tempo pela frente. Para finalizar nosso primeiro dia de
aula de teatro, nós falamos várias palavras que definem o que
é o teatro pra gente. Falamos palavras bem diferentes, mas
todas elas explicam o que é o teatro pra mim.
Na outra aula, fizemos uma retrospectiva bem detalhada da
peça, cada um falava um pouco e assim ninguém deixou de
falar. Também fizemos uma aquarela. Começamos com cores,
mas depois transformamos em uma cena que nos marcou.
Continuamos com a aquarela na terceira aula. Quando
acabamos, fomos para a quadra e começamos a fazer
exercícios com o prólogo e a cena um do primeiro ato.
No fim da aula, dividimos a sala em três grupos para que
apresentássemos a cena um depois de alguns dias treinando.
A aula passada foi com certeza a melhor que tivemos! Uma
das professoras do “Teatro dos Oprimidos” veio até a escola
e fez alguns exercícios muito legais com a gente. Fizemos
exercícios de voz e respiração, que na realidade, viram jogos
muito divertidos. Estamos fazendo alguns destes exercícios
durante as aulas, mas seria muito bom se ela voltasse pra nos
ensinar mais...
Aline, 8º ano da Professora Mayra
É preciso apontar alguns motivos, e não apenas uma razão, que definem a escolha da Pólen como escola para nossa filha Ana. Na escrita deste texto optamos
por alternar as vozes do pai, Pablo, e da mãe, Julia, para que tais motivos possam ser compartilhados ao modo de uma conversa em torno da mesma questão.
Pablo. As primeiras pistas que me levaram à antroposofia vieram da minha admiração pela obra do artista Joseph Beuys, que teve uma boa proximidade com
o pensamento de Steiner. Soma-se a isso meu encontro com Julia, que estudou numa escola antroposófica, criatura com quem partilho há mais de dez anos
as melhores coisas da minha vida.
Uma das idéias de Beuys que sinto ressoar na antroposofia, “a criatividade não é monopólio das artes. (...) Quando eu digo que toda a gente é artista eu quero
dizer que cada um pode concentrar a sua vida nessa perspectiva: pode cultivar a artisticidade tanto na pintura como na música, na técnica, na cura de doenças,
na economia ou em qualquer outro domínio... A nossa ideia cultural é muitas vezes redutora. O dilema dos museus e das instituições culturais é que limitam o
campo da arte, isolando-a numa torre de marfim (...).” (1979 – entrevista com Franz Hak).
Antes da Ana nascer eu e Julia decidimos ler juntos alguns trechos do livro A filosofia da
liberdade, escrito por Steiner ainda jovem. Íamos nos aproximando dos fundamentos da
pedagogia e percebendo que algumas posições que não nos agradavam nas escolas
antroposóficas vinham mais da difícil tarefa da tradução do que de morais cristalizadas.
VERSO DA MANHÃ
(PARA AS CLASSES DO 5° AO 9° ANO)
Eu contemplo o mundo onde o sol reluz;
onde as estrelas brilham,
onde as pedras jazem,
onde as plantas vivem e vivendo crescem;
onde os bichos sentem e sentindo vivem;
onde já o homem, tendo em si a alma,
abrigou o espírito.
Eu contemplo a alma que reside em mim.
O Divino Espírito age dentro dela,
assim como atua sobre a luz do sol.
Ele paira fora na amplidão do espaço
e nas profundezas da alma também.
A ti eu suplico,
ó Divino Espírito,
que bênçãos e forças para o aprender,
para o trabalhar,
cresçam dentro de mim.
Rudolf Steiner
Hoje, ainda mais afinada com o nosso contexto cultural, vejo que a escola antroposófica
é um ótimo lugar para minha filha cultivar sua força de afirmação da vida, seja na alegria
ou nos momentos difíceis. Sou grato por poder contar com a Pólen e com a dedicação da
professora Raquel no exercício diário do encontro das crianças com o sensível. Entendo
ser este encontro, que não se apoia totalmente na razão, o que torna a ética possível.
Julia - Estive pela primeira vez na Pólen quando a sede funcionava no bairro Cruzeiro,
por volta de 1992. A minha irmã estava no jardim de infância e eu cursava o ensino
fundamental em uma outra escola. Passei a frequentar as festas junina e da lanterna,
vivenciando o universo de novas perspectivas que a Antroposofia trazia para a nossa
família. Aos 12 anos, mais ou menos, eu me lembro de dizer às pessoas – quando eu
tiver uma filha ela vai estudar na Pólen. Este pode ser considerado um primeiro motivo,
até mais afetivo do que premonitório, pois fiquei encantada pelo ambiente, pela música,
por todo o contexto que se apresentava. A minha mãe, Gilda, foi gradualmente se
envolvendo com a pedagogia e decidiu fazer a formação para se tornar professora, no
Seminário Waldorf, na então Escola Rudolf Steiner de São Paulo. Fomos, toda a família,
mudar de cidade. Minha irmã foi para o Jardim e eu entrei no Nono Ano. Concluí o ensino
médio na Steiner e sou profundamente grata pela educação através da arte que pude
vivenciar, sobretudo nestes quatro últimos anos de formação. A decisão precoce, de que
minha filha estudaria na Pólen, hoje se confirma. Continuo grata por compartilhar este
espaço “à luz da antroposofia”. Vejo automatismos (os meus e os de todos nós, envolvidos
neste corpo coletivo) sendo desfeitos na dedicação ao processo criativo exigente, em
permanente ativação, que é atuar na formação sensível de seres humanos.
Julia Panadés, professora e artista, e Pablo Lobato, cineasta e artista plástico, são pais da Ana Panadés Lobato
Mar misterioso
Ó Mar,
por ser tão perigoso,
por ser tão misterioso,
foi chamado
Mar Tenebroso.
Não afunde nossas naus,
não afogue nossos marinheiros,
só para não ser
descoberto por inteiro.
Não vê que é em vão?
Turvas com o medo
nossa navegação
para que não possamos fincar
em nossas terras
o nosso padrão?
Pode tentar,
é uma guerra que não irá acabar
até que um marinheiro
de coragem e força exemplar
desvende seu mistério,
ó Mar!
Ana Lis Archanjo Gomes
Aluna do 7º ano, durante estudos sobre as grandes navegações – Prof. Valéria
CARNAVAL
SÁBADO COM ARTE i (2°, 3° & 4° ANOS)
“O Espírito Santo, na forma da ‘língua de fogo”, desceu e pairou sobre a cabeça de cada um dos doze discípulos. Eles sentiram os seus corações
nascendo longe, muito longe, entre diferentes povos da esfera terrestre e em diferentes épocas. Sentiram também que algo novo penetrou em seus
corações, e os permitiu se expressar de tal forma que todos puderam se entender além das barreiras da língua: através da comunicação do coração.”
A época de Pentecostes traz consigo a seguinte meditação: Como está a
minha comunicação? Consigo colocar em palavras o que verdadeiramente
penso e os meus sentimentos mais belos? Sou capaz de me fazer entender e,
principalmente, tenho me esforçado para compreender os outros ainda que
suas palavras não sejam tão claras ou belas quanto eu gostaria?
A cada ano, buscamos celebrar este momento tão especial apresentando
pequenos teatros, canções e poemas em alemão e inglês. Um pouco do que
foi estudado pelos alunos é selecionado para ser apresentado a quem quiser
assistir. É um momento de reunião da comunidade em torno da importância
do esforço de aprender outras línguas e, desta forma, tornar-se cada vez
mais aberto, flexível e disposto a compreender a realidade através de pontos
de vista diferentes.
Felizes ao que se dedicam a compreender o evento de Pentecostes, pois
evoluirão cada vez mais, comunicando-se com seus semelhantes de forma
sempre inovadora, criativa e eficaz.
Quer saber mais sobre Pentecostes? Acesse: www.festascristas.com.br.
O site da Pólen está de cara nova, acesse
www.polen.org.br
Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou
Estes versos escritos por Vinícius de Moraes em 1963
retratam o contraste que ainda naquele tempo podíamos
viver entre os “três dias de folia e brincadeira, de mil
palhaços no salão” e a quarta-feira de cinzas, quando
se inicia a quaresma. Impreterivelmente passados
os dias de carnaval que culminavam na terça-feira
gorda, ainda que antecipados pelas folias de reis e
pelo reveillon, a quarta-feira já impunha o seu tom. O
que se via: restos das cores de confetes, serpentinas e
fantasias empoeirados, formando uma mistura insolúvel
com os restos de “chuva, suor e cerveja”. Vivia-se um
“choque sonoro”: dos sons dos tambores e pandeiros,
das algazarras e cantorias para o silêncio da quartafeira. Nenhum folião na rua e bares, casas comerciais
fechados, rádios desligados e ninguém mais cantava.
Estava estabelecido o marco entre o reinado de Dionísio,
que leva o homem à soltura, à busca dos prazeres da
carne, à entrega à sua própria natureza e o chamado à
consciência, à sobriedade, ao cultivo da interioridade e
à autorregência sob a força apolínea.
Ano 2012, os grandes centros urbanos de nosso país
divulgam e promovem seus carnavais a partir da noite
de São Silvestre. Carnaval para todo gosto com muito
brilho, sensualidade, carros alegóricos, sambas enredos
e trios elétricos entre tantas opções que podem ser
adquiridas com antecedência por valores acessíveis
e acompanhadas pela mídia durante 24 horas. A data
marcada no calendário como Quarta-feira de Cinzas
amanhece com blocos e trios elétricos na rua, com
notícias e imagens na TV de tudo que se viveu nos
três, quatro, cinco dias de carnaval e que se estenderá
quaresma adentro. Uma data não se distingue da
outra de forma tão nítida como antes. Recolhimento e
extroversão se mesclam. Uma manhã apenas de descanso
para as redes de supermercados trocarem a decoração
de máscaras por ovos de Páscoa de todos os tamanhos,
que já na quinta-feira serão cobiçados pelas crianças de
todas as idades, ingênuas e inocentes crianças...
Em quatro décadas, as referências, os marcos dos
eventos principais da cristandade são substituídos
pelos costumes regidos pela mídia e consumismo.
O apelo ao bem estar e à comodidade atendendo às
necessidades imediatistas torna irrelevante e até leva
ao esquecimento a necessidade interna, atemporal de
se passar por um período de espera como a quaresma.
O homem urbano em busca das aquisições materiais não
tem mais tempo para o cultivo do preparo, menos ainda
disposição para colocar no centro de suas vivências
uma festa como a Páscoa, que pede interiorização,
religiosidade e silêncio. Na introdução do Calendário da
Alma (1912,) Rudolf Steiner diz: “(...) Grandes mistérios
podem ser desvendados ao ser humano se ele põe os
ritmos atemporais de sua percepção e de sua atividade
pensante em conexão (...) com o ritmo temporal da
natureza. (...) Desta maneira o ano se torna... fonte
frutífera de um autêntico autoconhecimento.”
Assim, os ovos pendurados nos tetos dos supermercados
representam a superficialidade com que vivemos
atualmente a maior celebração do cristianismo em
todos os tempos: a Páscoa. O valor e o êxito da festa
são quantificados a cada ano pelas caixas registradoras.
Penso nas crianças que hoje estão entre 4 e 13 anos. Que
vivência e noção elas guardam do sentido do carnaval e
da Páscoa? Posso imaginar que tudo se torna esta mistura
indistinta de cores e de sons. Criamos, com nosso estilo
de vida superficial e distante de um autêntico cultivo
de religiosidade, uma eterna quarta-feira de cinzas nos
corações das crianças e jovens. Uma quarta-feira de
cinzas travestida de um eterno carnaval.
Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver e brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz
Seu canto de paz
É bem provável que Vinícius de Moraes não tenha realizado
o desejo expresso nestes últimos versos. Para nós,
cidadãos no século 21, fica este desafio de resgatarmos a
diversificação de experiências e qualidades de celebrações
através de um ritmo marcado pelos eventos que
acompanham o nosso calendário solar, portanto cristão. Se
antes estas experiências eram trazidas pelos costumes da
época que, sem muitos questionamentos, eram seguidos
por um sentimento acinzentado do pecado, cabem não só
promessas, mas trazermos luz para este âmago esquecido
e apropriarmos destes costumes dando o nosso próprio tom
a eles, tirando-os do caos do utilitarismo em que hoje se
encontram. Preparemo-nos para que muitas coisas azuis
possam se revelar em cada Páscoa para cada um de nós e
para cada criança do século 21.
Rosa Fantini
Notas:
- Quaresma: 40 dias que se iniciam na quarta-feira de cinzas e terminam no sábado santo. Período de preparo, reflexão e abstinência para a semana da
Páscoa. O número 40 está ligado à provação na matéria (v. passagens bíblicas com o povo Judeu, Moisés e Jesus Cristo etc.)
- Carnaval: tem sua origem no sec. VII a.C., principalmente na Grécia, com os cultos a Dionísio feitos em locais públicos, com desfiles, máscaras, danças e
bebidas (vinho). Em nossa era foi tolerado pela Igreja Católica e colocado antes do período de preparação para a Páscoa.
- Páscoa Cristã: festa móvel, estabelecida no calendário gregoriano no primeiro domingo após a 1ª lua cheia do equinócio vernal/H.N e equinócio outonal/H.S. Carrega
simbologias antigas de ritos pagãos primaveris, como o ovo e o coelho e transforma os ritos da celebração da Páscoa judaica que acompanha o calendário lunar.
- Dionísio: deus grego que em Roma recebe o nome de Baco. É o deus que ensina o cultivo da videira. Os ritos em sua homenagem levavam os adeptos ao
transe pela embriaguez através do vinho e eram acompanhados por danças, muita alegria e volúpia.
- Apolo: deus grego associado ao sol, à luz da verdade. Regia a beleza, a razão, as artes e a religião.
- Calendário da Alma: 52 estrofes mântricas escritas por Rudolf Steiner, sugeridas como trabalho meditativo para acompanhar semanalmente o ciclo anual
através de suas estações e festejos cristãos. Recomenda-se iniciar com a estrofe da Páscoa. Ed. em português João-de-barro.
- Vinícius de Moraes morreu em 1980. É provável que a Marcha Rancho faça alusão ao período cinzento da ditadura.
Condições para o desenvolvimento saudável da memória
Há um numero de condições para um desenvolvimento correto da memória nas crianças.
As crianças pequenas não relacionam fatos; fatos não
querem dizer nada pra elas. Suas almas só podem
trabalhar com imagens que são, simultaneamente,
a realidade da criança, bem como as imagens
dessa realidade. As imagens estão abertas
e podem crescer; isso é diferente com
demonstrações intelectuais. Quando eu
uso a palavra “imagem”, eu não quero
dizer um conto de fadas mostrado
na TV ou histórias retratadas em
histórias em quadrinhos. O que
eu quero dizer são as imagens
que as crianças podem fazer
delas mesmas quando os adultos
estão falando com elas e estão
vivamente e imaginativamente
retratando para si mesmos, o que
eles estão falando.
O desenvolvimento da memória
ocorre em fases, e a educação
adequada fará uso disso. Na
primeira fase, as crianças precisam
de objetos físicos para apoiar sua
memória. Na segunda fase, as crianças
necessitam cantar, repetir, criar o
sentido através do qual a memória pode
ser ativada. Somente na terceira fase, as
crianças podem começar a praticar retratando
eventos em suas próprias almas. A memória e a
imaginação estão intimamente relacionados. Quando
estimulamos as crianças a terem imaginação (em suas
brincadeiras, por exemplo) e serem criativas, e quando
valorizamos seu mundo de faz de conta durante o seus
primeiros sete anos, também a ajudamos a ter uma
boa memória, quando vão a escola mais tarde.
As crianças não precisam entender nada;
é ainda melhor quando não entendem.
Uma imagem ou uma imaginação que é
incompreensível para elas tem o poder
de germinar. Nas regiões inconscientes
da memória, ela encontra um lugar
entre outras experiências de vida. Se
fossemos explicar tudo em um nível
que fosse entendido pelas crianças,
tornaríamos mais difícil para elas
entenderem qualquer coisa em um
nível mais elevado na vida adulta.
É essencial para as crianças ter a
oportunidade de fazer perguntas;
elas ainda não têm respostas
no nível do seu entendimento.
Mistérios são interessantes, porque
não temos uma resposta para eles.
Nós ajudamos as crianças na idade
pré-escolar quando, no primeiro ou
segundo dia, as levamos a concentrarse em silencio numa observação, um
quadro ou uma imaginação. Isso é um
alivio, especialmente para as crianças
com uma inquietação interna. Se as crianças
têm esses momentos; então, pelo menos algumas
imagens um dia podem tomar um percurso regular do
inconsciente. Isto traz ordem abaixo do diafragma.
Edmond Schoorel
Os primeiros sete anos: fisiologia da infância/Edmond Schoorel; tradução Joana M. Falavina. –São Paulo: Antroposófica, Federação das Escolas Waldorf do Brasil (FEWB), 2011.
CURSO DE PEDAGOGIA CURATIVA
Um novo caminho em Belo Horizonte
Curso de Fundamentação em Pedagogia
Waldorf de Belo Horizonte
Com muita alegria começamos a Formação em Pedagogia Curativa (Educação
Terapêutica) e Terapia Social em Belo Horizonte. Durante os dias de carnaval 50
pessoas se reuniram aqui na Pólen para o primeiro módulo de um total de 14.
O trabalho foi tão intenso e frutífero que originou um Grupo de Estudos que se
reúne uma vez por mês para o estudo do livro Teosofia, de Rudolf Steiner.
A formação em Pedagogia Curativa e Terapia Social oferece para o futuro
profissional uma visão mais ampla e espiritualizada do ser humano e está
embasada no conhecimento da Antroposofia, criada por Rudolf Steiner, na
Europa, no começo do século XX. A Pedagogia Curativa foi confiada por ele à Dra.
Ita Wegman, médica antroposófica, que dedicou-se ao atendimento e incentivo
às iniciativas de Pedagogia Curativa e Terapia Social. Desde 1924, instituições
estabeleceram-se em quase todos os países da Europa, nos EUA, Canadá, Japão
e América Latina. No Brasil, esta pedagogia existe há 50 anos, com instituições
em Campinas, Nova Friburgo, Chapadão do Céu, entre outras cidades.
O curso aborda temas como Biografia Humana; Festas Cristãs, Reencarnação
e Carma, Fisiologia, Patologias até aspectos específicos como Metodologia
do Ensino, Diagnóstico e Atendimento Familiar. Todos os módulos
oferecem ainda, atividades artísticas como música, euritmia, desenhos de
forma, aquarela, para proporcionar aos alunos uma formação completa e
diversificada. Para quem se interessar ainda existem vagas. Procurem pelas
professoras Eva (5º ano), Andréa (6º ano) ou Máyra (8º ano).
Aconteceu em janeiro de 2012 o encerramento da primeira turma do Curso de
Fundamentação de Pedagogia Waldorf de Belo Horizonte, sediado na Pólen
Escola Waldorf. 39 novos professores waldorf, dentre eles dez profissionais da
nossa escola, mostraram seus talentos e habilidades na apresentação das peças
de teatro que coroaram o encerramento do curso. Quem esteve presente se
emocionou com o esforço, dedicação e a performace desses novos professores.
O curso tem duração de 4 anos e, os dois primeiros anos são destinados ao estudo da
Antroposofia, criando assim, a base para o aprofundamento pedagógico dos anos
seguintes. Nos dois últimos anos, na denominada fase de especialização, o aluno
faz a opção pelas áreas, Educação Infantil ou Ensino Fundamental, seguido de uma
metodologia específica. Todo o currículo, de ambas as áreas, tem o acompanhamento
das artes e dos trabalhos manuais com suas múltiplas expressões e nuances.
A próxima turma terá o primeiro módulo em outubro 2012, na Pólen Escola
Waldorf, sendo que o terceiro encontro preparatório acontecerá em maio, nos
dias 25 e 26, e terá como como tema: O caminho de Formação do Professor
Waldorf, com a palestrante Ana Maria Cairello, da Escola Anabá de Florianópolis.
As inscrições encontram-se abertas para todos aqueles que se sentem chamados
a compartilhar de uma pedagogia mais humana e artística, seja como pais ou
professor de qualquer área de ensino. Para fazer sua inscrição e obter maiores
informações, entrar em contato através do site www.cwbh.com.br ou pelo email:
[email protected].
ACABOu
2 0 d e m a rç o à 2 1 d e j u n h o
E agora, o que será de mim? Será que vou me
adaptar ao mundo exterior? Será que estou mesmo
preparado, será que conseguirei ser bem sucedido
em outros colégios? Conseguirei eu entrar em uma boa
faculdade?
Essas eram algumas das perguntas que passavam pela minha cabeça
após meu último dia de aula na Pólen. Aqueles 12 anos, do maternal ao
9º ano, tinham acabado. As aulas de trabalhos manuais e marcenaria não
existiriam mais. Toda essa mudança me amedrontou um pouco. Agora sei
que esse medo era infundado.
Três anos e alguns meses depois e aqui estou, sentado em uma mesa
no local em que vou trabalhar por seis meses até ingressar na Escola de
Economia da UFMG, em agosto. E nesses três anos nunca me arrependi
de ter sido um aluno Waldorf.
Quando saí da Pólen, fui para o Colégio Santo Agostinho de Nova Lima
e tenho orgulho de dizer que fui um dos melhores alunos, mesmo
não estudando tanto quanto os outros. Fiquei lá por um ano e meio,
quando saí para passar oito meses fora do país. Quando voltei, fiz
pouco mais de meio ano de curso pré-vestibular antes de prestar (e
passar!) no vestibular da UFMG.
Com meu lugar garantido em uma boa faculdade, um trabalho com
carteira assinada e apenas 18 anos, considero a
minha trajetória de vida até aqui bem sucedida e
tenha orgulho e felicidade de ter sido um aluno
Waldorf (mesmo que hoje em dia minha irmã de
sete anos saiba tricotar melhor do que eu... rsrs).
ABRIL
14 – Sábado com arte I
MAIO
09 e 12 - PALESTRA
A criança de 0 a 2 anos - Cuidados e necessidades
- Uma abordagem da Pedagogia Waldorf e do
Método Emmi Pikler
Palestrantes: Maria Nazarete Paganotti e Bianca
Bethonico
Local: Pólen Escola Waldorf (dia 09 às 19h30) e
Escola Waldorf Miguel Arcanjo (dia 12 às 9h00)
19 – Sábado com arte II
25 e 26 – 3º Encontro Preparatório do CWBH
JUNHO
16 - Festa da Lanterna
Nino Caminhante
ex aluno da Pólen Escola Waldorf
Maria Cândida Portela de Holanda
Psicóloga/Psicopedagoga
Dificuldades e distúrbios de aprendizagem,
Alfabetização, orientação de estudos
TeL: 9784 2768/3221 1155
Raquel Jardim Pardini
Aprenda Alemão – Deutsch Lernen
Psicóloga graduada pela Univesitat Hamburg, Alemanha
Pós graduada em Lingüística e formação clínica psicanalítica
Atende:crianças, adolescentes e adultos
Consultório: rua Santa Rita Durão, 321/1202 Funcionários
Tel (31)9167 6717
Enkant’Arts
Decorações e Lembrancinhas Personalizadas
Aniversários, Batizados, Casamentos, Formaturas, Eventos corporativos, etc.
www.enkantarts.blogspot.com Email: [email protected]
Roberta Carazolli Tel: (31)92940556
Lume
Jardim
rua araçuaí, 44, Serra, BH
Tel: 3281-4489/9345-0896
lumejardim.blogspot.com
Miguel Arcanjo
Escola Waldorf
rua Zilah Correa de araújo, 440, Ouro Preto, BH
Tel: 3586-0310/8831-3641
miguelarcanjoescolawaldorf.blogspot.com
Ninho
Maternal e Jardim
rua Desdemona, 21, Vale do Sol, Nova Lima
Tel: 9490-4883
ninhojardim.blogspot.com
Vitória-Régia
Jardim& Escola
rua Funchal,195, Ouro Preto, BH
Tel: 3498-4619/9602-0208
claudialuz.com.br/vitoriaregia