OUTONO AUSTRAL PÁSCOA
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OUTONO AUSTRAL PÁSCOA
OUTONO AUSTRAL 20 DE MARÇO 21 DE JUNHO PÁSCOA PENTECOSTES “Temos que erradicar da alma todo medo e temor do que o futuro possa trazer ao homem. Temos que adquirir serenidade em todos os sentimentos e pensamentos a respeito do futuro.Temos que olhar para a frente com absoluta equanimidade para com tudo o que possa vir. Temos que pensar somente que tudo o que vier, nos será dado por uma direção mundial plena de sabedoria. Isto é parte do que temos que aprender nesta era: Viver com pura confiança sem qualquer segurança na existência. Ter confiança na ajuda sempre presente do mundo espiritual. Em verdade, nada terá valor se a coragem nos faltar. Disciplinemos nossa vontade e busquemos o despertar interior, todas as manhãs e todas as noites”. Rudolf Steiner TRANSFORMAR-SE Ser sempre o mesmo: único em seu brilho e força de vida. Ser outro a cada dia: movimento e transformação rumo à Verdade. Como borboleta saída de seu casulo de mistérios. Como promessa de verde na folhas de outono. A cada aurora, mais cheio de luz. Desperto e atento. Maior em bondade. Liberto e compassivo. Mais pleno de alegria. Lúcido e sensível. Mais perto da paz. Que cada dia seja passagem para uma vida nova e mais rica. Feliz Páscoa! Maria Luisa Brina A Pólen Escola Waldorf tem 27 anos de vida e o seu jornal uma longa história p e r c o r r i d a . Como toda ação, o jornal vive do empenho pessoal de alguns professores, pais e alunos para ser levado adiante, enfrentando obstáculos, mas agora reconquistando seu espaço. Agradecemos profundamente a todos que dele participaram como colaboradores ou patrocinadores. Assim, o “Informativo Pólen” renasce com o nome de “Alvorada”que também é o nome que damos ao encontro que acontece toda quarta–feira de manhã cedo, quando alunos e professores fazem duas grandes rodas no pátio e, juntos, nos cumprimentamos, declaramos nosso poemaoração da manhã e, a cada semana, uma turma partilha algo que está sendo vivido em classe, algo conquistado pelo esforço do grupo: um poema, uma música, um ritmo... O nosso “Alvorada” chega como uma boa nova trazida, neste outono, pela Páscoa. Como todos sabem, as festas cristãs ocupam um lugar especial no currículo Waldorf, associadas aos tempos da natureza: Páscoa e outono, São João e inverno, São Michael e primavera, Natal e verão. Esperamos que nosso informativo possa continuar chegando a cada estação do ano... Na disciplina Desenho do nono ano, trabalhamos mais uma vez a polaridade claro-escuro. É enfatizado o uso do grafite, explorando o material e suas possibilidades tonais e técnicas (manchas, linhas, hachuras). Os alunos aplicam as novas técnicas em desenhos de observação e no tratamento de ilustrações que embelezaram seus trabalhos de biografia. Na época de História da Arte, o nono ano faz um belo passeio pela história ocidental explorando sua produção artística e cultural, com ênfase na pintura, escultura e arquitetura. Trabalhamos o nosso olhar e nossa capacidade de emitir julgamentos em arte. Informativo Pólen Jardim e Escola. Pedagogia Waldorf. Reg: 81294. Rua Senhora de Fátima, 190, Jardim Naves, Nova Lima, MG, (31) 3286 5264 CONSELHO EDITORIAL Maria Luisa Brina, Anna Göbel, Lin Tomich, Michael Dorn, Dione Malheiros, Gilda Quintão, Bernardo Zama PRODUÇÃO Luciane Camilo e Lourdinha JORNALISTA RESPONSÁVEL Andrea Gallo-MTB 23775 ILUSTRAÇÕES Anna Göbel, Eliza Alves, desenhos em lápis de alunos do 9° ano 2011 FOTOGRAFIAS Camila Lloiyd, Daniela Salomão FORMATAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Morena Tomich IMPRESSÃO Bigráfica Editora TIRAGEM 1.500 exemplares DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Pais de alunos, escolas Waldorf e instituções comerciais e educacionais www.polen.org.br DiÁRiO DO TEATRO Finalmente! Depois de muitos e muitos anos de espera, chegou o ano do teatro. Lembro exatamente do dia em que recebemos os textos. Ainda não sabíamos qual seria e peça. Todos estavam divididos entre as duas peças que a professora havia escolhido: ”Um violonista no telhado” e “Sonho de uma noite de verão”. Confesso que na hora fiquei um pouco triste, mas a medida que fui lendo durante as férias, acabei me envolvendo muito com a peça. Gostei muito de ter dança e ser um musical, tudo bem diferente de todos os teatros anteriores. Em fevereiro, fizemos nossa primeira leitura completa com todos juntos. É diferente de estar sozinho lendo a peça. Você tem que estar concentrado, se responsabilizar pelo papel. Foi muito bom, precisamos nos concentrar mais, mas teremos muito tempo pela frente. Para finalizar nosso primeiro dia de aula de teatro, nós falamos várias palavras que definem o que é o teatro pra gente. Falamos palavras bem diferentes, mas todas elas explicam o que é o teatro pra mim. Na outra aula, fizemos uma retrospectiva bem detalhada da peça, cada um falava um pouco e assim ninguém deixou de falar. Também fizemos uma aquarela. Começamos com cores, mas depois transformamos em uma cena que nos marcou. Continuamos com a aquarela na terceira aula. Quando acabamos, fomos para a quadra e começamos a fazer exercícios com o prólogo e a cena um do primeiro ato. No fim da aula, dividimos a sala em três grupos para que apresentássemos a cena um depois de alguns dias treinando. A aula passada foi com certeza a melhor que tivemos! Uma das professoras do “Teatro dos Oprimidos” veio até a escola e fez alguns exercícios muito legais com a gente. Fizemos exercícios de voz e respiração, que na realidade, viram jogos muito divertidos. Estamos fazendo alguns destes exercícios durante as aulas, mas seria muito bom se ela voltasse pra nos ensinar mais... Aline, 8º ano da Professora Mayra É preciso apontar alguns motivos, e não apenas uma razão, que definem a escolha da Pólen como escola para nossa filha Ana. Na escrita deste texto optamos por alternar as vozes do pai, Pablo, e da mãe, Julia, para que tais motivos possam ser compartilhados ao modo de uma conversa em torno da mesma questão. Pablo. As primeiras pistas que me levaram à antroposofia vieram da minha admiração pela obra do artista Joseph Beuys, que teve uma boa proximidade com o pensamento de Steiner. Soma-se a isso meu encontro com Julia, que estudou numa escola antroposófica, criatura com quem partilho há mais de dez anos as melhores coisas da minha vida. Uma das idéias de Beuys que sinto ressoar na antroposofia, “a criatividade não é monopólio das artes. (...) Quando eu digo que toda a gente é artista eu quero dizer que cada um pode concentrar a sua vida nessa perspectiva: pode cultivar a artisticidade tanto na pintura como na música, na técnica, na cura de doenças, na economia ou em qualquer outro domínio... A nossa ideia cultural é muitas vezes redutora. O dilema dos museus e das instituições culturais é que limitam o campo da arte, isolando-a numa torre de marfim (...).” (1979 – entrevista com Franz Hak). Antes da Ana nascer eu e Julia decidimos ler juntos alguns trechos do livro A filosofia da liberdade, escrito por Steiner ainda jovem. Íamos nos aproximando dos fundamentos da pedagogia e percebendo que algumas posições que não nos agradavam nas escolas antroposóficas vinham mais da difícil tarefa da tradução do que de morais cristalizadas. VERSO DA MANHÃ (PARA AS CLASSES DO 5° AO 9° ANO) Eu contemplo o mundo onde o sol reluz; onde as estrelas brilham, onde as pedras jazem, onde as plantas vivem e vivendo crescem; onde os bichos sentem e sentindo vivem; onde já o homem, tendo em si a alma, abrigou o espírito. Eu contemplo a alma que reside em mim. O Divino Espírito age dentro dela, assim como atua sobre a luz do sol. Ele paira fora na amplidão do espaço e nas profundezas da alma também. A ti eu suplico, ó Divino Espírito, que bênçãos e forças para o aprender, para o trabalhar, cresçam dentro de mim. Rudolf Steiner Hoje, ainda mais afinada com o nosso contexto cultural, vejo que a escola antroposófica é um ótimo lugar para minha filha cultivar sua força de afirmação da vida, seja na alegria ou nos momentos difíceis. Sou grato por poder contar com a Pólen e com a dedicação da professora Raquel no exercício diário do encontro das crianças com o sensível. Entendo ser este encontro, que não se apoia totalmente na razão, o que torna a ética possível. Julia - Estive pela primeira vez na Pólen quando a sede funcionava no bairro Cruzeiro, por volta de 1992. A minha irmã estava no jardim de infância e eu cursava o ensino fundamental em uma outra escola. Passei a frequentar as festas junina e da lanterna, vivenciando o universo de novas perspectivas que a Antroposofia trazia para a nossa família. Aos 12 anos, mais ou menos, eu me lembro de dizer às pessoas – quando eu tiver uma filha ela vai estudar na Pólen. Este pode ser considerado um primeiro motivo, até mais afetivo do que premonitório, pois fiquei encantada pelo ambiente, pela música, por todo o contexto que se apresentava. A minha mãe, Gilda, foi gradualmente se envolvendo com a pedagogia e decidiu fazer a formação para se tornar professora, no Seminário Waldorf, na então Escola Rudolf Steiner de São Paulo. Fomos, toda a família, mudar de cidade. Minha irmã foi para o Jardim e eu entrei no Nono Ano. Concluí o ensino médio na Steiner e sou profundamente grata pela educação através da arte que pude vivenciar, sobretudo nestes quatro últimos anos de formação. A decisão precoce, de que minha filha estudaria na Pólen, hoje se confirma. Continuo grata por compartilhar este espaço “à luz da antroposofia”. Vejo automatismos (os meus e os de todos nós, envolvidos neste corpo coletivo) sendo desfeitos na dedicação ao processo criativo exigente, em permanente ativação, que é atuar na formação sensível de seres humanos. Julia Panadés, professora e artista, e Pablo Lobato, cineasta e artista plástico, são pais da Ana Panadés Lobato Mar misterioso Ó Mar, por ser tão perigoso, por ser tão misterioso, foi chamado Mar Tenebroso. Não afunde nossas naus, não afogue nossos marinheiros, só para não ser descoberto por inteiro. Não vê que é em vão? Turvas com o medo nossa navegação para que não possamos fincar em nossas terras o nosso padrão? Pode tentar, é uma guerra que não irá acabar até que um marinheiro de coragem e força exemplar desvende seu mistério, ó Mar! Ana Lis Archanjo Gomes Aluna do 7º ano, durante estudos sobre as grandes navegações – Prof. Valéria CARNAVAL SÁBADO COM ARTE i (2°, 3° & 4° ANOS) “O Espírito Santo, na forma da ‘língua de fogo”, desceu e pairou sobre a cabeça de cada um dos doze discípulos. Eles sentiram os seus corações nascendo longe, muito longe, entre diferentes povos da esfera terrestre e em diferentes épocas. Sentiram também que algo novo penetrou em seus corações, e os permitiu se expressar de tal forma que todos puderam se entender além das barreiras da língua: através da comunicação do coração.” A época de Pentecostes traz consigo a seguinte meditação: Como está a minha comunicação? Consigo colocar em palavras o que verdadeiramente penso e os meus sentimentos mais belos? Sou capaz de me fazer entender e, principalmente, tenho me esforçado para compreender os outros ainda que suas palavras não sejam tão claras ou belas quanto eu gostaria? A cada ano, buscamos celebrar este momento tão especial apresentando pequenos teatros, canções e poemas em alemão e inglês. Um pouco do que foi estudado pelos alunos é selecionado para ser apresentado a quem quiser assistir. É um momento de reunião da comunidade em torno da importância do esforço de aprender outras línguas e, desta forma, tornar-se cada vez mais aberto, flexível e disposto a compreender a realidade através de pontos de vista diferentes. Felizes ao que se dedicam a compreender o evento de Pentecostes, pois evoluirão cada vez mais, comunicando-se com seus semelhantes de forma sempre inovadora, criativa e eficaz. Quer saber mais sobre Pentecostes? Acesse: www.festascristas.com.br. O site da Pólen está de cara nova, acesse www.polen.org.br Acabou nosso carnaval Ninguém ouve cantar canções Ninguém passa mais brincando feliz E nos corações Saudades e cinzas foi o que restou Estes versos escritos por Vinícius de Moraes em 1963 retratam o contraste que ainda naquele tempo podíamos viver entre os “três dias de folia e brincadeira, de mil palhaços no salão” e a quarta-feira de cinzas, quando se inicia a quaresma. Impreterivelmente passados os dias de carnaval que culminavam na terça-feira gorda, ainda que antecipados pelas folias de reis e pelo reveillon, a quarta-feira já impunha o seu tom. O que se via: restos das cores de confetes, serpentinas e fantasias empoeirados, formando uma mistura insolúvel com os restos de “chuva, suor e cerveja”. Vivia-se um “choque sonoro”: dos sons dos tambores e pandeiros, das algazarras e cantorias para o silêncio da quartafeira. Nenhum folião na rua e bares, casas comerciais fechados, rádios desligados e ninguém mais cantava. Estava estabelecido o marco entre o reinado de Dionísio, que leva o homem à soltura, à busca dos prazeres da carne, à entrega à sua própria natureza e o chamado à consciência, à sobriedade, ao cultivo da interioridade e à autorregência sob a força apolínea. Ano 2012, os grandes centros urbanos de nosso país divulgam e promovem seus carnavais a partir da noite de São Silvestre. Carnaval para todo gosto com muito brilho, sensualidade, carros alegóricos, sambas enredos e trios elétricos entre tantas opções que podem ser adquiridas com antecedência por valores acessíveis e acompanhadas pela mídia durante 24 horas. A data marcada no calendário como Quarta-feira de Cinzas amanhece com blocos e trios elétricos na rua, com notícias e imagens na TV de tudo que se viveu nos três, quatro, cinco dias de carnaval e que se estenderá quaresma adentro. Uma data não se distingue da outra de forma tão nítida como antes. Recolhimento e extroversão se mesclam. Uma manhã apenas de descanso para as redes de supermercados trocarem a decoração de máscaras por ovos de Páscoa de todos os tamanhos, que já na quinta-feira serão cobiçados pelas crianças de todas as idades, ingênuas e inocentes crianças... Em quatro décadas, as referências, os marcos dos eventos principais da cristandade são substituídos pelos costumes regidos pela mídia e consumismo. O apelo ao bem estar e à comodidade atendendo às necessidades imediatistas torna irrelevante e até leva ao esquecimento a necessidade interna, atemporal de se passar por um período de espera como a quaresma. O homem urbano em busca das aquisições materiais não tem mais tempo para o cultivo do preparo, menos ainda disposição para colocar no centro de suas vivências uma festa como a Páscoa, que pede interiorização, religiosidade e silêncio. Na introdução do Calendário da Alma (1912,) Rudolf Steiner diz: “(...) Grandes mistérios podem ser desvendados ao ser humano se ele põe os ritmos atemporais de sua percepção e de sua atividade pensante em conexão (...) com o ritmo temporal da natureza. (...) Desta maneira o ano se torna... fonte frutífera de um autêntico autoconhecimento.” Assim, os ovos pendurados nos tetos dos supermercados representam a superficialidade com que vivemos atualmente a maior celebração do cristianismo em todos os tempos: a Páscoa. O valor e o êxito da festa são quantificados a cada ano pelas caixas registradoras. Penso nas crianças que hoje estão entre 4 e 13 anos. Que vivência e noção elas guardam do sentido do carnaval e da Páscoa? Posso imaginar que tudo se torna esta mistura indistinta de cores e de sons. Criamos, com nosso estilo de vida superficial e distante de um autêntico cultivo de religiosidade, uma eterna quarta-feira de cinzas nos corações das crianças e jovens. Uma quarta-feira de cinzas travestida de um eterno carnaval. Porque são tantas coisas azuis E há tão grandes promessas de luz Tanto amor para amar de que a gente nem sabe Quem me dera viver pra ver e brincar outros carnavais Com a beleza dos velhos carnavais Que marchas tão lindas E o povo cantando seu canto de paz Seu canto de paz É bem provável que Vinícius de Moraes não tenha realizado o desejo expresso nestes últimos versos. Para nós, cidadãos no século 21, fica este desafio de resgatarmos a diversificação de experiências e qualidades de celebrações através de um ritmo marcado pelos eventos que acompanham o nosso calendário solar, portanto cristão. Se antes estas experiências eram trazidas pelos costumes da época que, sem muitos questionamentos, eram seguidos por um sentimento acinzentado do pecado, cabem não só promessas, mas trazermos luz para este âmago esquecido e apropriarmos destes costumes dando o nosso próprio tom a eles, tirando-os do caos do utilitarismo em que hoje se encontram. Preparemo-nos para que muitas coisas azuis possam se revelar em cada Páscoa para cada um de nós e para cada criança do século 21. Rosa Fantini Notas: - Quaresma: 40 dias que se iniciam na quarta-feira de cinzas e terminam no sábado santo. Período de preparo, reflexão e abstinência para a semana da Páscoa. O número 40 está ligado à provação na matéria (v. passagens bíblicas com o povo Judeu, Moisés e Jesus Cristo etc.) - Carnaval: tem sua origem no sec. VII a.C., principalmente na Grécia, com os cultos a Dionísio feitos em locais públicos, com desfiles, máscaras, danças e bebidas (vinho). Em nossa era foi tolerado pela Igreja Católica e colocado antes do período de preparação para a Páscoa. - Páscoa Cristã: festa móvel, estabelecida no calendário gregoriano no primeiro domingo após a 1ª lua cheia do equinócio vernal/H.N e equinócio outonal/H.S. Carrega simbologias antigas de ritos pagãos primaveris, como o ovo e o coelho e transforma os ritos da celebração da Páscoa judaica que acompanha o calendário lunar. - Dionísio: deus grego que em Roma recebe o nome de Baco. É o deus que ensina o cultivo da videira. Os ritos em sua homenagem levavam os adeptos ao transe pela embriaguez através do vinho e eram acompanhados por danças, muita alegria e volúpia. - Apolo: deus grego associado ao sol, à luz da verdade. Regia a beleza, a razão, as artes e a religião. - Calendário da Alma: 52 estrofes mântricas escritas por Rudolf Steiner, sugeridas como trabalho meditativo para acompanhar semanalmente o ciclo anual através de suas estações e festejos cristãos. Recomenda-se iniciar com a estrofe da Páscoa. Ed. em português João-de-barro. - Vinícius de Moraes morreu em 1980. É provável que a Marcha Rancho faça alusão ao período cinzento da ditadura. Condições para o desenvolvimento saudável da memória Há um numero de condições para um desenvolvimento correto da memória nas crianças. As crianças pequenas não relacionam fatos; fatos não querem dizer nada pra elas. Suas almas só podem trabalhar com imagens que são, simultaneamente, a realidade da criança, bem como as imagens dessa realidade. As imagens estão abertas e podem crescer; isso é diferente com demonstrações intelectuais. Quando eu uso a palavra “imagem”, eu não quero dizer um conto de fadas mostrado na TV ou histórias retratadas em histórias em quadrinhos. O que eu quero dizer são as imagens que as crianças podem fazer delas mesmas quando os adultos estão falando com elas e estão vivamente e imaginativamente retratando para si mesmos, o que eles estão falando. O desenvolvimento da memória ocorre em fases, e a educação adequada fará uso disso. Na primeira fase, as crianças precisam de objetos físicos para apoiar sua memória. Na segunda fase, as crianças necessitam cantar, repetir, criar o sentido através do qual a memória pode ser ativada. Somente na terceira fase, as crianças podem começar a praticar retratando eventos em suas próprias almas. A memória e a imaginação estão intimamente relacionados. Quando estimulamos as crianças a terem imaginação (em suas brincadeiras, por exemplo) e serem criativas, e quando valorizamos seu mundo de faz de conta durante o seus primeiros sete anos, também a ajudamos a ter uma boa memória, quando vão a escola mais tarde. As crianças não precisam entender nada; é ainda melhor quando não entendem. Uma imagem ou uma imaginação que é incompreensível para elas tem o poder de germinar. Nas regiões inconscientes da memória, ela encontra um lugar entre outras experiências de vida. Se fossemos explicar tudo em um nível que fosse entendido pelas crianças, tornaríamos mais difícil para elas entenderem qualquer coisa em um nível mais elevado na vida adulta. É essencial para as crianças ter a oportunidade de fazer perguntas; elas ainda não têm respostas no nível do seu entendimento. Mistérios são interessantes, porque não temos uma resposta para eles. Nós ajudamos as crianças na idade pré-escolar quando, no primeiro ou segundo dia, as levamos a concentrarse em silencio numa observação, um quadro ou uma imaginação. Isso é um alivio, especialmente para as crianças com uma inquietação interna. Se as crianças têm esses momentos; então, pelo menos algumas imagens um dia podem tomar um percurso regular do inconsciente. Isto traz ordem abaixo do diafragma. Edmond Schoorel Os primeiros sete anos: fisiologia da infância/Edmond Schoorel; tradução Joana M. Falavina. –São Paulo: Antroposófica, Federação das Escolas Waldorf do Brasil (FEWB), 2011. CURSO DE PEDAGOGIA CURATIVA Um novo caminho em Belo Horizonte Curso de Fundamentação em Pedagogia Waldorf de Belo Horizonte Com muita alegria começamos a Formação em Pedagogia Curativa (Educação Terapêutica) e Terapia Social em Belo Horizonte. Durante os dias de carnaval 50 pessoas se reuniram aqui na Pólen para o primeiro módulo de um total de 14. O trabalho foi tão intenso e frutífero que originou um Grupo de Estudos que se reúne uma vez por mês para o estudo do livro Teosofia, de Rudolf Steiner. A formação em Pedagogia Curativa e Terapia Social oferece para o futuro profissional uma visão mais ampla e espiritualizada do ser humano e está embasada no conhecimento da Antroposofia, criada por Rudolf Steiner, na Europa, no começo do século XX. A Pedagogia Curativa foi confiada por ele à Dra. Ita Wegman, médica antroposófica, que dedicou-se ao atendimento e incentivo às iniciativas de Pedagogia Curativa e Terapia Social. Desde 1924, instituições estabeleceram-se em quase todos os países da Europa, nos EUA, Canadá, Japão e América Latina. No Brasil, esta pedagogia existe há 50 anos, com instituições em Campinas, Nova Friburgo, Chapadão do Céu, entre outras cidades. O curso aborda temas como Biografia Humana; Festas Cristãs, Reencarnação e Carma, Fisiologia, Patologias até aspectos específicos como Metodologia do Ensino, Diagnóstico e Atendimento Familiar. Todos os módulos oferecem ainda, atividades artísticas como música, euritmia, desenhos de forma, aquarela, para proporcionar aos alunos uma formação completa e diversificada. Para quem se interessar ainda existem vagas. Procurem pelas professoras Eva (5º ano), Andréa (6º ano) ou Máyra (8º ano). Aconteceu em janeiro de 2012 o encerramento da primeira turma do Curso de Fundamentação de Pedagogia Waldorf de Belo Horizonte, sediado na Pólen Escola Waldorf. 39 novos professores waldorf, dentre eles dez profissionais da nossa escola, mostraram seus talentos e habilidades na apresentação das peças de teatro que coroaram o encerramento do curso. Quem esteve presente se emocionou com o esforço, dedicação e a performace desses novos professores. O curso tem duração de 4 anos e, os dois primeiros anos são destinados ao estudo da Antroposofia, criando assim, a base para o aprofundamento pedagógico dos anos seguintes. Nos dois últimos anos, na denominada fase de especialização, o aluno faz a opção pelas áreas, Educação Infantil ou Ensino Fundamental, seguido de uma metodologia específica. Todo o currículo, de ambas as áreas, tem o acompanhamento das artes e dos trabalhos manuais com suas múltiplas expressões e nuances. A próxima turma terá o primeiro módulo em outubro 2012, na Pólen Escola Waldorf, sendo que o terceiro encontro preparatório acontecerá em maio, nos dias 25 e 26, e terá como como tema: O caminho de Formação do Professor Waldorf, com a palestrante Ana Maria Cairello, da Escola Anabá de Florianópolis. As inscrições encontram-se abertas para todos aqueles que se sentem chamados a compartilhar de uma pedagogia mais humana e artística, seja como pais ou professor de qualquer área de ensino. Para fazer sua inscrição e obter maiores informações, entrar em contato através do site www.cwbh.com.br ou pelo email: [email protected]. ACABOu 2 0 d e m a rç o à 2 1 d e j u n h o E agora, o que será de mim? Será que vou me adaptar ao mundo exterior? Será que estou mesmo preparado, será que conseguirei ser bem sucedido em outros colégios? Conseguirei eu entrar em uma boa faculdade? Essas eram algumas das perguntas que passavam pela minha cabeça após meu último dia de aula na Pólen. Aqueles 12 anos, do maternal ao 9º ano, tinham acabado. As aulas de trabalhos manuais e marcenaria não existiriam mais. Toda essa mudança me amedrontou um pouco. Agora sei que esse medo era infundado. Três anos e alguns meses depois e aqui estou, sentado em uma mesa no local em que vou trabalhar por seis meses até ingressar na Escola de Economia da UFMG, em agosto. E nesses três anos nunca me arrependi de ter sido um aluno Waldorf. Quando saí da Pólen, fui para o Colégio Santo Agostinho de Nova Lima e tenho orgulho de dizer que fui um dos melhores alunos, mesmo não estudando tanto quanto os outros. Fiquei lá por um ano e meio, quando saí para passar oito meses fora do país. Quando voltei, fiz pouco mais de meio ano de curso pré-vestibular antes de prestar (e passar!) no vestibular da UFMG. Com meu lugar garantido em uma boa faculdade, um trabalho com carteira assinada e apenas 18 anos, considero a minha trajetória de vida até aqui bem sucedida e tenha orgulho e felicidade de ter sido um aluno Waldorf (mesmo que hoje em dia minha irmã de sete anos saiba tricotar melhor do que eu... rsrs). ABRIL 14 – Sábado com arte I MAIO 09 e 12 - PALESTRA A criança de 0 a 2 anos - Cuidados e necessidades - Uma abordagem da Pedagogia Waldorf e do Método Emmi Pikler Palestrantes: Maria Nazarete Paganotti e Bianca Bethonico Local: Pólen Escola Waldorf (dia 09 às 19h30) e Escola Waldorf Miguel Arcanjo (dia 12 às 9h00) 19 – Sábado com arte II 25 e 26 – 3º Encontro Preparatório do CWBH JUNHO 16 - Festa da Lanterna Nino Caminhante ex aluno da Pólen Escola Waldorf Maria Cândida Portela de Holanda Psicóloga/Psicopedagoga Dificuldades e distúrbios de aprendizagem, Alfabetização, orientação de estudos TeL: 9784 2768/3221 1155 Raquel Jardim Pardini Aprenda Alemão – Deutsch Lernen Psicóloga graduada pela Univesitat Hamburg, Alemanha Pós graduada em Lingüística e formação clínica psicanalítica Atende:crianças, adolescentes e adultos Consultório: rua Santa Rita Durão, 321/1202 Funcionários Tel (31)9167 6717 Enkant’Arts Decorações e Lembrancinhas Personalizadas Aniversários, Batizados, Casamentos, Formaturas, Eventos corporativos, etc. www.enkantarts.blogspot.com Email: [email protected] Roberta Carazolli Tel: (31)92940556 Lume Jardim rua araçuaí, 44, Serra, BH Tel: 3281-4489/9345-0896 lumejardim.blogspot.com Miguel Arcanjo Escola Waldorf rua Zilah Correa de araújo, 440, Ouro Preto, BH Tel: 3586-0310/8831-3641 miguelarcanjoescolawaldorf.blogspot.com Ninho Maternal e Jardim rua Desdemona, 21, Vale do Sol, Nova Lima Tel: 9490-4883 ninhojardim.blogspot.com Vitória-Régia Jardim& Escola rua Funchal,195, Ouro Preto, BH Tel: 3498-4619/9602-0208 claudialuz.com.br/vitoriaregia
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