4_O Neogótico, o Ecletismo e o Estilo Liberty
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4_O Neogótico, o Ecletismo e o Estilo Liberty
ESTILOS DOS SÉCULOS XVIII E XIX Carlton House Terrace ( John Nash ) Strawberry Hill ( Horace Walpole ) Castelo Dowton ( Richard Paine Knight ) O CRISTIANISMO RENOVADO E O NEOGÓTICO A volta ao estilo gótico difundiuse por várias partes do mundo, não tendo ficado restrito somente à Europa, da mesma forma como já havia acontecido com o neoclássico. Mas a volta ao gótico ocorreu impulsionada por uma onda de renovação do cristianismo que aconteceu no mesmo período, ou seja, no século XIX. De qualquer modo, esta revivescência gótica era mais do que apenas um estilo relacionado à religião. Este estilo significava uma força libertadora, que desatava as amarras prendiam a arquitetura ao que era considerado enquanto “forças limitadoras do classicismo”. Mas este era apenas um dos pontos de vista existentes no período. Tumbas medievais e suas inscrições, uma inspiração importante do medievalismo oitocentista. A DIFERENÇA DESTE “REVIVAL” FOI A PERDA DO RIGOR Alguns arquitetos incluíam na mesma arquitetura elementos góticos e neoclássicos. Como vimos, esta característica já ocorria desde o pinturesco, que misturava o romantismo dos exteriores com decoração neoclássica dos interiores. A posição da Inglaterra, sempre em destaque em todos os períodos, foi a de tomar a frente do movimento neogótico, iniciando-o na Europa. Nesse sentido, a partir dos meados do século XIX, muitos de seus arquitetos passaram a considerar a Catedral de Salisbury mais importante do que qualquer arquitetura de Andrea Palladio. Catedral de Salisbury ( séc. XIII) O CONTEXTO DO MEDIEVALISMO NO SÉCULO XIX O neogótico foi estilo de muitas edificações, mas apareceu mais nas igrejas, algumas com ricas misturas de pedras e tijolos coloridos, com interiores repletos de mármores e mosaicos de diferentes cores. Eram obras primas policromadas de John Francis Bentley, como a Catedral de Westminster em Londres ( Esta é considerada como “liberty” apesar da proximidade com o neogótico, como veremos a seguir ) , além do Keble College em Oxford. O neogótico foi uma reação ao temor de um mundo industrial ateu. Em uma época na qual a Inglaterra atingia o auge do seu poderio frente o mundo, era buscada uma arquitetura que não tivesse influências exteriores, apenas o próprio gótico inglês, além dos novos materiais da industrialização. Os seus principais elementos eram as exuberantes decorações, por dentro e por fora, vitrais em cores vivas, flechas ornamentadas de forma extravagante, telhados cônicos, pináculos com pontas, mosaicos e fachadas de torres com relógios. Midland Grand Hotel, G. G. Scott ( 1871 ), de estilo gótico vitoriano tardio, muitas vezes condenado como um “edifício feio”, de ampla curva e assimetria. KEBLE COLLEGE EM OXFORD, DE WILLIAM BUTTERFIELD ( 1870 ) AS FORMAS FLEXÍVEIS NOS PROJETOS NEOGÓTICOS Prefeitura de Manchester ( 1868 – 1877 ) de Alfred Waterhouse O estilo neogótico não servia apenas para projetar e construir, ou reconstruir, novas igrejas. O século XIX, e a própria revivescência medieval deram origem a novos tipos de edificações dentro do estilo citado. Entre eles, prefeituras, casas de ópera, tribunais, estações ferroviárias, grandes hotéis. E o gótico, por apresentar formas flexíveis nos projetos, poderia receber todos os tipos de usos. Como exemplo, podemos citar a Prefeitura de Manchester ( 1868 – 1877 ) de Alfred Waterhouse. Com torres, torreões, agulhas dispostos em um espaço triangular, arcos ogivais, escadarias serpenteantes e superfícies de mármores trabalhados. O NEOGÓTICO FORA DA INGLATERRA: A FRANÇA Catedral de Notre Dame e a intervenção de Viollet Le Duc ( 1845 – 1850 ) Houve muita difusão do neogótico em outros países, mas não com a mesma força e na mesma forma que no Reino britânico. Na França, Eugéne Emmanuel Viollet le Duc foi um teórico do restauro que escreveu muitos tratados sobre o desenvolvimento do gótico europeu. Mas a sua arquitetura em si não é considerada como sendo de destaque, a não ser a obra de restauro com livre interpretação que Le Duc realizou na Catedral de Notre Dame. Na Alemanha e na Áustria ocorre o mesmo, ou seja, não há edificações de que indiquem diferenciais importantes. Na Inglaterra, onde tudo começou, o estilo se estabelece e continua em destaque após a virada do século XX, tendo convivido em conjunto com o vitoriano. O LOUVRE: UM CASO À PARTE A edificação original é do período medieval, mas nada restou desta época. Inúmeras intervenções ocorreram entre os séculos XVI e XVII. Além disso, muitas áreas foram restauradas nas décadas de 1850-1870. Nos restauros tentou-se a reconstrução da forma como eram as alas anteriormente às destruições subsequentes. Há também ampliações, mas que seguiram o estilo "original" dos séculos XVI e XVII. Mas a nova fachada do Sena, construída da década de 1860, pode ser incluída no estilo "neoclássico", pois esta sim, foi nova e não restauro. Tipicamente neoclássico temos também o arco de entrada, este construído por Napoleão ( 1808 ) fora da edificação, além de alguns outros detalhes dos interiores, como uma escadaria, e alguns baixo relevos e estátuas, também são mencionados com cavalos de bronze no topo, que hoje não estão mais lá pois voltaram para a Basílica de S. Marcos, seu local de origem. Mas o Louvre não é neoclássico, e nem neo renascentista ou neo barroco, mesmo diante de tantas intervenções que o prédio sofreu A maioria dos elementos são do renascimento e do barroco propriamente ditos, com suas relações com os repertórios clássicos. O NASCIMENTO DO ECLETISMO EUROPEU Palácio de Westminster, C. Barry e A. Pugin ( 1860 ). Houve uma polêmica se o edifício deveria ser gótico ou grego, após o incêndio do primeiro, afinal à planta clássica foram inseridos elementos góticos A polêmica entre o neoclassicismo e o neogótico, que teve seu ponto culminante em 1846, não terminou com a vitória de um ou outro. De agora em diante, a maior parte dos arquitetos mantém em mente tanto o estilo clássico quanto o gótico, como alternativas possíveis e, naturalmente, não só estes dois, mas também o românico, o bizantino, o egípcio, o árabe, o renascentista, entre outros. Este era o estilo eclético, que existiu porque houve um favorecimento, naquele momento, pelo melhor conhecimento das edificações de todos os países e períodos. Mas a prática do ecletismo é acompanhada por uma consciência culpada e por uma necessidade de libertação. Um dos maiores exemplos dessa da articulação da arquitetura neogótica com outros estilos, e que deu origem ao Ecletismo, é o Palácio de Westminster, ou o Parlamento inglês, de 1860. O GÓTICO ABRIU PASSAGEM AO ECLÉTICO Em arquitetura, o ecletismo é a mistura de estilos arquitetônicos do passado para a criação de uma nova linguagem arquitetônica. Apesar de, em vários momentos, ter existido alguma mistura de estilos durante a história da arquitetura, o termo arquitetura eclética é usado em referência aos estilos surgidos durante o século XIX que exibiam combinações de elementos que podiam vir da arquitetura clássica, medieval, renascentista, barroca e neoclássica, entre outros. Assim, o ecletismo se desenvolveu ao mesmo tempo e em íntima relação com a chamada arquitetura historicista, que buscava reviver a arquitetura histórica e gerou os estilos "neos" mencionados (neogótico, neo-românico, neorenascença, neobarroco, neoclássico, etc). Do ponto de vista técnico, a arquitetura eclética também se aproveitou dos novos avanços da engenharia do século XIX, como a que possibilitou construções com estruturas de ferro forjado nos interiores e exteriores. UM EXEMPLO DOS VÁRIOS ESTILOS “NEO” – O NEO RENASCIMENTO Prefeitura do distrito de Harburg (c.1889), Hamburgo, Alemanha A partir das décadas de 1840 e 1850 em alguns exemplares franceses as formas se tornam cada vez mais indisciplinadas e exuberantes, até alcançar o neo barroco. A Ópera de Paris é um dos primeiros e melhores exemplos ( apesar desta edificação também ser considerada por muitos dentro do estilo Liberty ). O neo renascimento, por sua vez, ocorreu com a volta do grande estilo dos palazzi, tendo sido o primeiro construído em Munique. É o Beuharnais Palace de Klenze ( 1816 ). O que auxiliou a popularização do estilo neorenascentista pode ter sido o seu alto relevo em contraste com as superfícies mais planas do neoclássico. Em Paris a volta do renascimento iniciou-se com a reconstrução de uma autêntica casa da Baixa Renascença em 1822, a Maison de François I e em seguida, no ano de 1835, o Hôtel de Ville. NEO RENASCIMENTO - BEUHARNAIS PALACE DE KLENZE ( 1816 ) OU O PALÁCIO LEUCHTENBERG O NEO RENASCIMENTO NA FRANÇA Maison de François I ( 1822 ) Hôtel de Ville ( 1835 ) ESTILO “BOLO DE NOIVA”, A CRÍTICA AO “LIBERTY” OU “ESTILO LIVRE” Ópera de Paris, Charles Garnier ( 1874 ) Uma das grandes influências da arquitetura eclética foi a arquitetura praticada na Escola de Belas Artes (École des Beaux Arts) de Paris, então a cidade mais importante no campo das artes. O chamado estilo "Beaux-arts", muito ornamentado e imponente, que mesclava o renascimento, o barroco e o neoclassicismo, foi influência obrigatória por todo o mundo ocidental. Entre as realizações mais grandiosas da arquitetura acadêmica parisiense contam-se a Ópera de Paris (1861-1875), de Charles Garnier, o Grand Palais (1897-1900), o Petit Palais (1896-1900) e a Gare d'Orsay (1898). Além do uso e mistura de estilos estéticos históricos, a arquitetura eclética de maneira geral se caracterizou pela simetria, busca de grandiosidade, rigorosa hierarquização dos espaços internos e riqueza decorativa. Na Itália o neobarroco do final do século XIX e princípios do XX se desenvolve de maneira exagerada com o monumento nacional ao rei Vitório Emmanuel II ( “máquina de escrever” ). Mas houve reações contra este tipo de arquitetura, chamado de “bolo de casamento” e de estilo superficial e extravagante, o “liberty”. PETIT PALAIS / GRAND PALAIS GARE D´ORSAY MONUMENTO A VITTORIO EMANUELE EM ROMA (1911 ) OS CASTELOS DOS CONTOS DE FADAS A riqueza recém conseguida e as novas maneiras de construir parecem ter sido dois dos muitos fatores complexos que encorajaram uma enxurrada de edificações irregulares e extravagantes a partir da segunda metade do século XIX, que a partir de então se torna uma arquitetura muito difundida. O caso mais interessante é o Palácio Neuschwanstein, na Bavária, construído entre 1869 e 1881 e projetado por Edward Riedel e Georg Von Dolmann, de inspiração romântica, mas que utilizou materiais diversos, já relativos à industrialização, o que foi muito dispendioso à época. Já o Castle Coch em Cardiff ainda era um exemplar mais puro do medievalismo, sem as extravagâncias e misturas exageradas das edificações ecléticas, como no caso do castelo de Ludwig II. Palácio Neuschwanstein ( Ludwig II ) 1869 – 1881 e o Castle Coch, Cardiff de William Burges ( 1871 – 1891 ) A “FANTASIA” COMO ITEM ESSENCIAL DO “LIBERTY” A noção de “fantasia” foi fundamental para inspirar vários arquitetos do período, que construíram desde edificações O Palácio da Pena ( 1885 ) em Sintra ( Portugal ), problemáticas como a Ópera de Paris ou o inspirado em motivos mouros, manuelinos e Monumento a Vittorio Emanuele, mas nem neogóticos, concorrente ao Castelo de Ludwig II todos são considerados como “aberrações” da arquitetura. Por isso, a sua vitalidade desmedida é explicada devido ao final de períodos de longa dominação estrangeira em determinados países. Aqueles de origem escocesa são identificados por alguns estudiosos enquanto sendo edificações “bem sucedidas” dentro de um eclético considerado mais “livre” do que outras misturas que podem ser encontradas. De qualquer modo, este estilo advindo do Ecletismo, que foi chamado por muitos como “Liberty”, trouxe uma inovação antes não existente, que pretendia ir além da opulência arquitetônica de períodos anteriores. Entre as principais características, a profusão de detalhes praticamente obscurece as fachadas clássicas , misturado com elementos barrocos, foi identificado como “arquitetura de confeitaria”, as janelas de formas livres com rendilhados de motivos vegetais, o surrealismo ( forma de órgão ou de máquina de escrever ) e os castelos dos contos de fadas, teatrais e irreais, com seus pináculos e torreões, além das dimensões exageradas e da extravagância. O ESTILO “LIBERTY” NA FRANÇA Com o declínio do classicismo e a oferta da diversidade da revivência gótica, havia a ideia de que tudo era possível. Vários arquitetos resolveram misturar tudo: cúpulas, arcos ogivais, colunas dóricas e zigurates mesopotâmicos, entre outros. Na melhor das hipóteses, houve a criação de curiosas fusões de estilos e na pior delas, a batalha de edificações trouxe, como vimos, exemplares de gosto duvidoso para muitos contemporâneos e mesmo entre as opiniões de arquitetos atuais. Muitos deles foram construídos com feições “grandes e irreais”, insensatas e incompreensíveis. Um exemplo interessante de bizarrice é a Igreja do Sacre Coeur em Paris ( 1875 – 1919 ), uma concatenação de arcadas, frontões, campanário e cúpulas brancas, e alguma tradição bizantina no projeto de Paul Abadie. OUTROS EXEMPLARES DO LIBERTY – A INGLATERRA Catedral de Westminster em Londres de John Francis Bentley ( 1895 – 1903 ) A tradição bizantina também foi utilizada por Jonh Francis Bentley na Catedral de Westminster ( 1895 – 1903 ). Nesta construção foi utilizado o tijolo vermelho suave no exterior, apenas um campanário, a nave coberta com cúpulas em forma de pires. Uma arquitetura um tanto quanto deslocada. Seu interior tem sido gradualmente recoberto com mármore e mosaico, de acordo com a intenção original do arquiteto. Segundo Jonathan Glancey, há apenas dois exemplos bem sucedidos do que ele chama de “estilo livre”, ambos estão próximos da arquitetura da Idade Média escocesa. O primeiro é o Prédio da Scotland Yard em Westminster ( 1887 – 1890 ) de Richard Norman Shaw. Um quartel General da polícia que se ergue a partir de uma rígida base de granito com seus tijolos vermelhos e vários tipos de janelas. Quatro torres brotam acima da base de granito e vigiam a edificação, cada uma delas coberta com um teto de chumbo que tem como modelo os tetos das torres normandas da Fortaleza da Torre de Londres. Há ainda, frontões barrocos partidos, obeliscos e chaminés altas. SCOTLAND YARD DE RICHARD NORMAN SHAW ( 1887 – 1890 ) O LIBERTY ESCOCÊS NO CANADÁ COM EXEMPLOS QUE “DERAM CERTO” O segundo prédio mencionado por Glancey é o Banff Springs Hotel ( 1886 – 1888 ), construído em uma paisagem teatral das montanhas rochosas canadenses, construído originalmente como local de recreação na passagem da importante ferrovia que ligava Quebec a Vancouver. Algumas reformas foram efetuadas, com ampliações entre 1903 – 1914 e entre 1926 – 1928. Este hotel apresenta vários elementos dos castelos escoceses ( abaixo o Castelo de Glamis do século XII ), devido à imigração, mas também emprega grandiosidade e liberdade na composição. Sobre Richard Shaw, arquiteto do prédio da Scotland Yard, era originário da própria Escócia, mas projetou e construiu muitas edificações em Londres. Vale notar que seus projetos domésticos influenciaram o chamado “estilo colonial” norte americano do século XIX. Banff Springs Hotel ( da empresa Bruce Price ) O “ESTILO COLONIAL” DOS ESTADOS UNIDOS, DE INSPIRAÇÃO EM RICHARD SHAW Estilo colonial do século XVII Estilo colonial do século XIX, em edificação do início do XX O DIFERENCIAL DE ANTONI GAUDÍ ( 1852 – 1926 ) Não existe nenhuma outra edificação como a Igreja da Sagrada Família em nenhuma outra parte do mundo. A partir de 1883, Gaudí renunciou a todos os trabalhos para se dedicar à sua obra prima, que estava muito longe de ser finalizada. Ele passou a viver na cripta da construção. Um dia, em 1926, quando se afastou para observar a torre acima do pórtico da Igreja foi atropelado por um bonde. Há tentativas de canonizá-lo por parte do clero espanhol. Sua obra está entre o Art Nouveau e o início do Modernismo na Europa, mas os projetos de duas Igrejas ainda podem ser considerados dentro do estilo Liberty. A outra igreja deste período, é a de Santa Coloma de Cervello, iniciada em 1898. Há outras edificações, como as Casas Batló e Milá, do início do século XX, muito singulares e inovadoras, além do Parque Guell. Mas estas construções do início do século XX são consideradas enquanto parte dos Movimentos de Vanguarda e do próprio Modernismo, marcando um estilo único e inconfundível como foi o de Gaudí, que afirmava que “a linha reta pertence ao homem, a curva, a Deus”. De certa maneira, ele tentou criar uma arquitetura que ligasse os homens a Deus e à natureza, só resta canonizá-lo. Igreja Sagrada Família – Barcelona, Gaudí ( 1881 -). Esta Igreja foi encomendada em estilo neogótico, e ainda evoca o espírito arquitetônico das grandes Catedrais europeias. Gaudí assumiu o projeto em 1883, quando parte da cripta estava concluída. A partir de então, a igreja deveria se aproximar o máximo possível da natureza. À época de sua morte, apenas a cripta, a abside e uma das fachadas estavam prontas. Ao total deveriam ser três fachadas ( Natividade, Paixão e Morte, e da Ressurreição ) Cada fachada teria quatro torres de 107 metros, decoradas com mosaicos e vidros. Por cima dessas torres seria erguida a grande nave central, sem arcobotantes, encimada por outras seis torres. A Igreja ainda está sendo construída, e os arquitetos responsáveis tentam seguir as orientações originais de Gaudí, tentando decifrar suas intenções. A IGREJA DE SANTA COLOMA DE CERVELLO Antônio Gaudí trabalhou em Barcelona e arredores. Inicialmente era renovador do gótico, mas suas primeiras obras primas de vanguarda foram iniciadas entre 1898 e 1900, com destaque para a Igreja Santa Coloma de Cervello, com janelas em posições arbitrárias, paredes em movimento, colunas inclinadas e aparência de trabalho bruto do artesão. Ele apresenta todas as principais características da Art Nouveau quanto à procura frenética pela originalidade, curvas arbitrárias e possibilidades dos materiais. Gaudi emprega até fragmentos de telhas e de velhos copos e pratos nas suas composições. Enfim, a arte de Gaudi foi um florescimento da Art Nouveau depois desta tendência já estar sendo colocada de lado, mas foi um elo de ligação com o expressionismo de Picasso, e de algumas inovações da arquitetura de 1950. As vanguardas ocorreram antes dos movimentos modernistas, mas não devem ser relacionadas diretamente a estes. GAUDÍ E AS VANGUARDAS: PRELÚDIO AO ART NOUVEAU Casa Batló ( 1904 – 1906 ) – conhecida como a Casa dos Ossos, que lembra um dragão. Suas fachadas são como a pele escamosa e calejada de um lagarto e os balcões parecem ser feitos de ossos de criaturas míticas. Casa Milá ( 1905 – 1910 ) – A fachada ondulada em pedra é puramente estética, pois a sustentação é garantida por uma estrutura em aço reforçada em alguns pontos por pilares de alvenaria e concreto. Existem ainda chaminés bizarras, escadarias elaboradas, além de mosaicos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TEXTO E IMAGENS GLANCEY, Jonathan, Arquitetura – Guia Ilustrado Zahar. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. ________________, A História da Arquitetura. São Paulo: Edições Loyola, 2001. KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. São Paulo, Martins Fontes, 2009. JANSON, H. W., História Geral da Arte – O Mundo Moderno. São Paulo: Martins Fontes, 2001. PEVSNER, Nikolaus, Panorama da Arquitetura Ocidental. São Paulo: Martins Fontes, 2002. GOMBRICH, E. H., A História da Arte. Rio de Janeiro, LTC, 2013. MENEGUELLO, Cristina, Da ruína ao edifício. Neogótico, reinterpretação e preservação do passado na Inglaterra Vitoriana. São Paulo, Annablume, 2008. http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/09/28/ecletismo-na-arquitetura-i/ http://www.notredamedeparis.fr/Building-history http://www.louvre.fr/ http://www.casamuseugaudi.org/