DIAGRAMA
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DIAGRAMA HERÁCLITO Fragmentos ORIGEM DO PENSAMENTO Edição bilíngüe c o m t r a d u ç ã o , i n t r o d u ç ã o e n o t a s de EMMANUEL CARNEIRO LEÃO tempo brasileiro. A coleção D I A G R A M A c o r r e s p o n d e ao p r o p ó s i t o de a c o m p a n h a r d i n a m i c a m e n te os m o v i m e n t o s do saber. Por isso começou p o r restaurar o sentido originário do v o c á b u l o : gramti significa escrita e, diá q u e r dizer através, assim c o m o perpassar, diagonalizar. ir e vir. verticalizar. São escritos que atravessam vários níveis, diferentes áreas do c o n h e c i m e n t o , proc u r a n d o articular c o n c e n t r a ç ã o e visão de conjunto. ERRATA Página linha 14 +7 15 +17 onde se lê paideia leia-se da p a i d e i a aparte aparente misterio, a dinâmica 16 +12 misterio 18 +16 epvmveíW epunve^eiv 18 +16 ' EpianuníW epyriv£\3^ 21 +3 <t>va4>u 21 +4 <J>C5i^ 21 +9 <J>UT£t do r e t r a i m e n t o 21 +12 28 +4 <t>uoiKàívaÔóÇcu t{iuai!c¿üv <5óÇai 29 +1 YetüYaí{.UKá YewYpa<|nKci YeüjyafjjUKa Yeürypa<t>\<á 30 + 2 37 +8 elimine-se o e 37 +13 YÒvonYÓ 38 +1 IT tú— 38 +1 ex^Yfíarii^ yò VTIYÓV 1 7 eÇnYfioe t ^ e yò Coleção DIAGRAMA - 1 Dirigida pela Equipe de Pesquisa da ORDECC Heráclito Filósofo pré-socrático, Heráclito nasceu em Éfeso e viveu, aproximadamente, até a 6 9 olimpíada (509-501 a . C ) . Heráclito de Éfeso integra a chamada Escola Jónica. A classificação dos "pré-socráticos" por escolas é meramente, didática, reunindo os grupos de filósofos cujas teorias apresentavam semelhança de ternários e de problemáticas. Assim, a Escola Jónica, que se desenvolveu em Mileto, na Jônia, investigava os princípios fundamentais (originários) que regem o m u n d o , através de uma hermenêutica fisiológica, expressa num conjunto de tratados que, na maior parte, remetem para o estudo da natureza. Três grandes m o m e n t o s marcam esta Escola: o primeiro, instaurador, sob a égide de Tales de Mileto; o segundo, sob o signo de Anaximandro de Mileto, e o terceiro, determinado pelo surgimento de Heráclito. a Entre todos os componentes da Escola Jónica, em sua seqüência lógico-cronológica, se estabelece uma relação de mestre a discípulo. Apenas Heráclito foge a isso, permanecendo um pensador singular. Mantém, entretanto, correlações espirituais c o m toda a filosofia jónica, embora a supere na formulação das teses essenciais. O único livro de Heráclito que nos chegou intitula-se Da Natureza. Dedicado a Artemisa - a Diana d o s romanos, deusa da caça e da fecundidade - , divide-se em três partes, que tratam, respectivamente, d'; o universo, a política e a teologia. Emmanusi Carneiro Leão Licenciado em Filosofia pela Universidade de Friburgo (Alem a n h a Ocidental), o n d e foi a l u n o de Martin Heidegger, D o u t o r pela Universidade de R o m a , Professor Titular da Universidade Federal do Rio de J a n e i r o . Coordenauor d o s Programas de PósG r a d u a ç á o da Escola is C o m u n i c a ç ã o e. Professor -de Poética da Faciüdade de Letras da Universidade Federai do Rio de J a n e i r o . Heráclito Fragmentos ORIGEM DO PENSAMENTO Edição bilíngüe com tradução, introdução e notas de Emmanuel Carneiro Leão tempo brasileiro rio de janeiro - rj - 19S0 Realização do Departamento de Produção Editorial de Edições Tempo Brasileiro: Arlete de Brito, Joram Pinto de Lima, Léa Marinho Soares, Rosângela Mattos, e Tânia Jatobá (Coordenadora). Direitos reservados E D I Ç Õ E S TEMPO B R A S I L E I R O L I D A . Rua Gago C o u t i n h o , 6 1 (Laranjeiras) ZC. Oi - Caixa Postal 16.099 - T e l . : 2 0 5 - 5 9 4 9 RIO DE J A N E I R O - RJ - BRASIL Sumário Págs. Parte I: Introdução 2 pensamento originário 9 Ji fragmentos e suas edições 21 Os testemunhos da vida e da doutrina 37 Parte I I : Fragmentos e Notas Frags.* Frags. -rags. Frags. rrags. Flags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. 1 e 2 3, 4 e 5 6e7 8, 9 e 1 0 11 e 12 13 e 14 1 5 , 16 e 17 1 8 . 19 e 2 0 2 1 , 2 2 e 23 2 4 , 25 e 26 2 7 , 28 e 2 9 3 0 e 31 3 2 , 33 e 34 3 5 e 36 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 63 Frags. 3 7 , 3 8 e 39 Frags. 4 0 e 4 1 Frags. 4 2 , 43 e 44 Frags. 45 e 46 Frags. 4 7 , 4 8 e 49 Frags. 4 9 a e 50 Frags. 5 1 , 5 2 e 5 3 Frags. 5 4 , 55 e 56 70 72 74 76 78 80 82 84 * Frags. - fragmentos Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags, Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags. Frags, Frags, 57 e 5 8 5 9 , 60 e 61 62 , 63 e 64 6 5 , 66 e 67 67a e 6 8 69, 70 e 71 . . 72, 73 e 74 . . 7 5 , 76 e 77 7 8 , 79 e 80 8 1 , 82, 83 e 84 84a, 8 5 e 8 6 87 e 88 . . . . 89 e 90 91, 92 e S3 . . 94, 95 e 96 . . 9 7 , 98 e 9 9 1 0 0 , 101 e 101a 102 e 1 0 3 . . 1 0 4 , 1 0 5 e 106 1 0 7 , 1 0 8 e 109 1 1 0 , 111 e 1 1 2 113. 114 e 115 1 1 6 , 117 e 1 1 8 119 e 1 2 0 . 121 e 1 2 2 . . . 123, 124 e 125 125B e 12S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 88 90 92 94 96 98 100 102 104 .106 108 110 112 114 116 118 120 122 124 126 128 130 132 134 136 138 Parte I INTRODUÇÃO O pensamento originário Pensamento Originário é o título de um questionamento que procura pensar o pensamento dos primeiros pensadores regos. Tales, Anaximandro e Anaxímenes, Zenão e Xenófànes, Heráclito e Parmênides viveram aproximadamente entre os fins do século VII e os meados do século V antes de Cristo. 1. Já foram intitulados de Pré-aristotélicos, Pré-platônicos e Pré-socráticos. Sob a correção cronológica do prefixo, pré-, se escamoteia uma perplexidade de pensamento. Em Sócrates, Platão e Aristóteles se inaugura uma de-cisão Histórica. A decisão das diferenças que, sendo já em si mesma metafísica, instala o domínio da filosofia em toda a História do Ocidente. Trata-se de uma de-cisão que vive da perplexidade em pensar a identidade c o m o identidade e não c o m o igualdade, isto é, que vive da dificuldade de se encontrar c o m a identidade no próprio seio das diferenças. Esta de-cisão, ao instituir as dicotomias de um comparativo ontológico, se pronuncia pelo ser contra o nada, pela essência contra a aparência, pelo b e m contra o mal, pelo inteligível contra o sensível, pelo permanente contra o mutável, pelo verdadeiro contra o falso, pelo racional contra o animal, pelo necessário contra o contingente, pelo u n o contra o múltiplo, pela sincronia contra a diacronia. No poder de seu jogo é uma de-cisão que se de-cide pela filosofia contra o pensamento. Esta de-cisão metafísica não é um presente para sempre passado n e m se reduz a simples fato de um passado encoberto pela poeira de dois mil e quatrocentos anos. É mais do que objeto de curiosidade historiográfica. Mais do que uma relíquia no museu do Ocidente. É um passado tão vigente que constitui a fonte donde vivemos hoje, a tradição, que nos sustenta. Seu vigor Histórico promoveu as transformações, as experiências e as interpretações de quase 25 séculos. Deu lugar a motivos orientais. Concebeu o Cristianismo. Provocou o Humanismo, o Esclarecim e n t o e a Ciência Moderna. 9 É esta m e s m a de-cisão q u e estabelece até hoje a filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles c o m o critério na escolha, interpret a ç ã o e avaliação dos primeiros pensadores gregos. Os problemas, as concepções e os c o n c e i t o s de Sócrates, Platão e Aristóteles, t r a n s f o r m a d o s pelas ciências m o d e r n a s , servem de p a r â m e t r o para se m e d i r o nível filosófico de t o d o s os gregos de antes e d e p o i s d a segunda m e t a d e d o século V . E m pacientes pesquisas filológicas, historiográficas e lingüísticas busca-se reconstruir a lógica, a ética e a física arcaicas sem se levar em c o n t a q u e só há u m a lógica, u m a ética e u m a física na t r a d i ç ã o de ensino das escolas clássicas. N ã o se p e r m i t e , que os primeiros p e n s a d o r e s gregos sejam pensadores. Têm de ser filósofos, iguais a Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda q u e só o sejam de forma arcaica, isto é, primitiva. Por isso m e s m o só p o d e m ser pré-socráticos ou pré-platônicos ou pré-aristotélicos. Assim, nestes t í t u l o s , o pré- n ã o possui apenas s e n t i d o cronológico mas s o b r e t u d o a x i o m á t i c o . É o a x i o m a de i m p l a n t a ç ã o da filosofia na decadência do pensamento. 2. N ã o é possível p e n s a i o p e n s a m e n t o dos primeiros pensadores gregos só c o m os recursos da ciência e da filosofia. T o d a historiografia já é sempre u m a filosofia da história, q u e r o saiba ou n ã o . U m a investigação d e p e n s a m e n t o , q u e n ã o p r e t e n d e r negai-se a si m e s m a c o m o p e n s a m e n t o , t e m necessariamente de ser u m a restauração d a m e s m a e m p r e s a . " M e s m a " , n o e n t a n t o , n ã o diz aqui igual. Diz i d ê n t i c a nas vicissitudes de m u n d o s diferentes. Q u e m na i n t e r p r e t a ç ã o de u m p e n s a m e n t o se ativer exclusivam e n t e aos t e x t o s e se limitar apenas ao s e n t i d o objetivo, destruirá p r e c i s a m e n t e o q u e constitui o vigor de seu esforço de pensar. As palavras e os t e x t o s são função do p e n s a m e n t o , c o m o este é função do q u e , p r o v o c a n d o a pensar, o t o m a possível c o m o pens a m e n t o . N ã o h á o u t r a maneira d e s e i n t e r p r e t a r u m p e n s a m e n t o do q u e pensá-lo nas relações de i d e n t i d a d e e diferença c o m a coisa de suas próprias virtualidades. Apreender-lhe o vigor Histórico será sempre u m esforço de abrir, através do diálogo, horizontes diferentes p a r a u m n o v o principiar d o m e s m o mistério. Por isso a História do p e n s a m e n t o é u m a tarefa exclusiva de pensadores. Neste sentido a presente investigação n ã o q u e r ser u m a o b r a de historiografia filosófica. P r e t e n d e levar a sério q u e os primeiros pensadores gregos são pensadores e não filósofos. O d e s t i n o Histórico de seu p e n s a m e n t o não p r o v é m da objetividade dos c o n h e c i m e n t o s mas do vigor do p e n s a m e n t o . Por isso o c a m i n h o a seguir é o c a m i n h o de um diálogo a partir da p r ó p r i a coisa do p e n s a m e n t o . Procurar-se-á atingir o c e n t r o do diálogo para da perspectiva central e n t e n d e r e interpretar os fragmentos. Pois, de q u e o u t r a maneira poder-se-ia apreender-lhes o p e n s a m e n t o senão pensando? No h o r i z o n t e deste q u e s t i o n a m e n t o o p e n s a m e n t o d o s primeiros pensadores gregos revela u m a p r o f u n d i d a d e atual em que as questões arroladas e as p r e o c u p a ç õ e s m o v e n t e s a c e n a m para o mistério vigente de sua verdade, de o u t r o m o d o imperceptível. Em conseqüência, se encolhe a distância cronológica de mais de dois mil e q u i n h e n t o s anos, que deles nos separa. A estranheza destes pensadores deixa de nos ser e x t e r n a m e n t e estranha para afirmar-se c o m o nossa p r ó p r i a estranheza. Ê e n t ã o que nos sent i m o s c o n o s c o q u a n d o e s t a m o s c o m eles. Pensar o p e n s a m e n t o dos primeiros pensadores já n ã o equivale a pesquisar n o s fragm e n t o s legados as idéias q u e passaram pelo cérebro de gregos dos séculos VI e V antes de Cristo. Será e x p e r i e n c i a ! a decadência planetária d e p e n s a m e n t o e m que hoje n o s d e b a t e m o s . Trata-se de u m a decadência t ã o d e c a d e n t e q u e g r a n d e é o risco de p e r d e r m o s a t é as condições de identificar a decadência e apreciá-la c o m o decadência. 3. No século VI a religião, a política, a e d u c a ç ã o gregas e x e r c e m d e t e r m i n a d a consciência da poesia e mitologia. 0\ir\pà'^ rr¡P i T A X á S a Trenttt'SeDKe. Prisma e espelho, nesta consciência se refletem e analisam as peripécias de verdade e n ã o verdade da existência grega. D e n u n c i a n d o a m i o p i a da consciência vigente, os primeiros pensadores se lançam a pensar r e c i p r o c a m e n t e as diferenças de religião e política, de e d u c a ç ã o e habilidade, de poesia e m i t o pela i d e n t i d a d e do p e n s a m e n t o , p e n s a n d o a c o m p e r t i n ê n c i a de ser e pensar. Para nós, filhos do p e t r ó l e o e da técnica, t a r d o s em pensar, se t o r n o u ainda mais difícil este mistério da identidade n u m a época de p o l u i ç ã o e c o n s u m o . E p o r ; que? - Porque temos os ouvidos tão p o l u í d o s de ciência e filosofia, temos os olhos tão consumidos pelas utilidades que já não podemos ver o mistério da pobreza nem ouvir a voz do silêncio no alarido do desenvolvimento. Desconhecemos o paradoxo da revolução do pensamento. Já quase não temos sensibilidade para as vibrações de nosso destino. E isso, não tanto porque, absorvidos pelas solicitações do consumo, quase não pensamos, mas sobretudo porque, quando pensamos, quase inevitavelmente o fazemos nos moldes da filosofia e da ciência. O pensamento está sempre em tensão: c o m a consciência, a filosofia, a ciência, a técnica, o b o m senso, a ideologia, o mito, a religião, a arte, consigo mesmo. Em todas suas tensões o pensamento, sendo um apelo e um desafio de libertação, é logo desprezado. Pois comparado c o m a moda, nunca está em voga. Para o desenvolvimento econômico só contribui c o m o Nada. No m u n d o dos negócios é um ó c i o de outro m u n d o . Na vida do trabalho não serve para bater um prego. De fato c o m todos esses propósitos não se poderia dar melhor demonstração da inutilidade do pensamento. Realmente, pensar é inútil, caso já esteja decidido, o que é o útil. Realmente, o pensamento é imprestável caso já esteja estabelecido que tijolo e cimento armado são mais reais do que o mistério de ser. Realmente, o pensamento é indesejável, caso já esteja acertado que crescer é aumentar de tamanho ou subir as séries de uma escala. Realmente, pensar é alienante, caso já esteja descontado, o que é o h o m e m . Realmente, pensar é contra-producente, caso já esteja resolvido que o coração é apenas uma bomba e o h o m e m , um tubo digestivo c o m entrada e saída. Não apenas os beócios é que não pensam. Os próprios atenienses renunciaram ao pensamento quando em Sócrates, Platão e Aristóteles a filosofia inaugurou sua avalanche histórica. Para Hegel, a filosofia é uma época concentrada em pensamentos. Para os primeiros pensadores, pensar é acordar o não pensado, acionar a inércia de pensamento de uma tradição histórica. É o que fizeram recuperando a tragédia da poesia e mitologia vigente na consciência de sua época, da religião, da política, da educação. Na crítica aos poetas, aos mitos e cultos buscavam desinstalar a consciência de uma luz sem sombras, de uma verdade sem 12 mistério, de um dia s e m n o i t e , de u m a vida sem m o r t e . O pensam e n t o surgiu, q u a n d o o trágico obscureceu a claridade do racional e do irracional, do físico e do p o l í t i c o , do m i t o e do c u l t o , do desespero e da salvação. Só n ã o devemos e n t e n d e r o trágico no s e n t i d o filosófico da tradição. Neste s e n t i d o , tragédia é desgraça, a q u e d a das alturas, a transformação súbita ou p a u l a t i n a da glória em sofrimento. Trágico é o a b a n d o n o desesperado do h o m e m às forças da natureza, à v o n t a d e dos deuses, à fatalidade do destino. O n d e i m p e r a a desolação, o n d e n ã o há salvação h u m a n a possível, há tragédia. Apesar de f u n d a m e n t a i s diferenças, os mistérios de Eleusis, a razão filosófica, a pregação do cristianismo, o p o d e r da ciência, o progresso da técnica, a força do t r a b a l h o , a sociedade sem classes aceitaram este sentido de trágico e p r o c u r a r a m dar c o b r o à tragédia da c o n d i ç ã o h u m a n a c o m um evangelho de salvação. A situação de Jó, s e n t a d o n u m m o n t u r o de esterco a raspar as chagas do c o r p o , n ã o é trágica. Jó n ã o é um aniquilado. Vive da fé no S e n h o r : " O S e n h o r deu, o S e n h o r tirou, l o u v a d o seja o n o m e d o S e n h o r " . E m sua a t i t u d e d e confiança n ã o h á tragédia. T u d o que lhe p a r e c e sem saída, possui um desígnio de salvação na sabedoria, na b o n d a d e e na justiça de Deus. S e m p r e que se crê n u m a salvação seja da p a r t e da religião ou da filosofia, seja da parte da ciência ou do t r a b a l h o , seja da p a r t e do progresso ou da sociedade, a existência p e r d e os acentos trágicos, apesar de t o d o sofrimento, de t o d a desventura, de t o d a s as lutas. N e n h u m a d o r é t ã o desesperada, n e n h u m a desgraça é t ã o desolada q u e já n ã o haja salvação. O s e n t i d o filosófico de tragédia se o r i e n t a pelo h o m e m . Restringe-se a d e t e r m i n a d a linguagem da c o n d i ç ã o humana. A consciência de poesia, de m i t o , de p o l í t i c a , de e d u c a ç ã o e culto que reinava no século V I AC, prende-se a este s e n t i d o hum a n o da tragédia. O p e n s a m e n t o dos primeiros pensadores gregos questiona-lhe o h u m a n i s m o , b u s c a n d o restituir o mistério da tragédia originária. Trágico é o j o g o de Dionísio na i d e n t i d a d e universal das diferenças. A tragédia n ã o é u m a c o n d i ç ã o simplesm e n t e h u m a n a . É o ser da p r ó p r i a realidade. A t o t a l i d a d e do real, o c s p a ç o - t e m p o de todas as coisas, n ã o é apenas o reino a b e r t o das diferenças, o n d e t u d o se distingue de t u d o , o n d e cada 13 coisa é somente eia mesma, por não ser nenhuma das outras, onde os seres são indivíduos, por se definirem em estruturas diferenciais. A totalidade do real é também o reino misterioso da identidade, onde cada coisa não é somente ela mesma, por ser todas as outras, onde os indivíduos não são definíveis, por serem uni-versais, onde tudo é u n o - Frag. 50:éí> •ncana.. No movimento de sua realização, a realidade é tanto o horizonte em expansão da luz de todas as singularidades c o m o a uni-versalidade p r o t e t o r a da noite, onde todos os gatos são pardos. A noite dá à luz os indivíduos para no fim do dia os recolher em seu seio materno. O mundo é a articulação das diferenças de Dionísio Zagreu, dividido e fragmentado, c o m a identidade de Hades, simples e indiferenciado. Na tensão desta tragédia o h o m e m assume as dimensões ontológicas de uma uni-versalidade individual. É a coisa mais estranha do mundo,TO SeiVÒTOtTOV. Nele advém a si mesma a estranheza do próprio mundo. Sua existência é um c o n t í n u o romper e prorromper de estruturas nas quais lhe é dada uma fisionomia, um sentido, uma lei. Tanto nos indivíduos come nas comunidades, a constituição humana transcende o querer das vontades porque quer sempre a ordem e con-juntura do cosmos. O h o m e m não é micro-cosmos no sentido de miniatura do mundo. O h o m e m é micro-cosmos no sentido de con-juntura da identidade, isto é, de con-juntura em que se juntam as diferenças no ser de tudo que é. E-ducar é e-duzir, ex-trair da individualidade de cada um a con-juntura uni-versal do m u n d o : Itaiôeía. O paradigma da paideia, os gregos o buscam na luta de seus mitos entre as forças noturnas da terra e as forças diurnas do céu, entre os titãs e os olímpios. Em estórias profundas de deuses e heróis, a mitologia grega narra as vicissitudes desta luta do princípio luminoso do espírito contra o princípio tenebroso da natureza. Os feitos de Hércules são os feitos da existência grega no caminho paideia. Para os primeiros pensadores este para-digma é ainda humanista. Não atinge a tragédia originária. Trata-se de um apo-digma. Reflete no país dos h o m e n s o e m b a t e misterioso entre os poderes da Physis mas sem p o d e r pensá-la c o m o physis - aqui. Aquém da configuração de determinados deuses, mais originário do q u e os p r ó p r i o s deuses, é o c o m b a t e da i d e n t i d a d e nas diferenças de dia e noite, de vida e m o r t e , de caos e eros, levado para a linguagem em palavras c o m o X p e o w , pioipa, baxxjKri Af?t9í?, d e u m lado, e Z e i / V , H À i c A / , Á t r v o ^ , N o t / V , d e o u t r o . É o c o m b a t e originário do m u n d o que instala t o d a s as diferenças nas estalas de suas identidades. Heráclito o p e n s o u c o m o polem o s , c o m o guerra: " D e todas as coisas a guerra é pai; de todas as coisas é senhor; a uns m o s t r o u deuses, a o u t r o s , h o m e n s ; de uns fez escravos, de o u t r o s , livres"*. N ã o s u p o r t a n d o o c o m b a t e originário do p e n s a m e n t o , a consciência vigente ouve nos feitos de Hércules apenas a fama e vê s o m e n t e a vitória do Herói. No ent a n t o , Hércules n u n c a é v e n c e d o r definitivo. N ã o p ô d e s u p l a n t a r o p r i n c í p i o n o t u r n o - f e m i n i n o da terra. Por m u i t o t e m p o é escravo de Ônfale. Necessita da ajuda das Hespérides e m o r r e na túnica de Nessos, q u e lhe dera Dejanira. T a m b é m Zeus, o deus diurno do raio, n ã o é um vitorioso definitivo. Seu d o m í n i o se funda na força dos Titãs q u e s u s t e n t a m o O l i m p o . É q u e a luz recebe a l u m i n o s i d a d e de seus raios do c o m b a t e c o m as trevas. U m a claridade sem s o m b r a s é u m a o n i p o t ê n c i a i m p o t e n t e . N ã o ilumina, cega, L u z e trevas, espírito e matéria, história e natureza, céu e terra, o racional e o irracional, o r d e m e caos, eros e penia receb e m a p o t ê n c i a de seus p o d e r e s de ser de um c o m b a t e sem tréguas. Neste c o m b a t e originário t o d a vitória é aparte. Trata-se apenas de f e n ô m e n o de superfície. E n ã o o b s t a n t e , a p r e t e n s ã o de u m a vitória definitiva do princ í p i o racional da luz, de um império e t e r n o do O l i m p o de Zeus, que a l i m e n t a a religião e a mitologia dos primeiros t e m p o s , vai servir de base para a fundação da filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles, q u a n d o o p e n s a m e n t o trágico dos pensadores dos séculos VI e V chegar gloriosamente ao fim nas grandes Tragédias. A filosofia surge e n t ã o c o m o ocaso do Oriente e a u r o r a d o Ocidente na história grega. Vespertinos do Dia Ocidental, já n ã o sentimos c o m t a n t a facilidade a p r o f u n d e z a de revolução q u e significou a filosofia para t o d a a existência dos gregos. Estamos p l a n t a d o s n u m solo, cuja solidez devemos p r e c i s a m e n t e à r u p t u r a metafísica no curso do p e n s a m e n t o e da poesia. O q u e dessa r u p t u r a p r o r r o m p e u , c o m o e s t r u t u r a e m o d e l o de m u n d o , c o m o p r i n c í p i o s técnica de c o n h e c i m e n t o , c o m o gramática e lógica tíe linguager.t, c o m o n o r m a e c o n c e i t o de valor, n o s deter- m i n a mais r a d i c a l m e n t e d o q u e c o s t u m a m o s suspeitar. Seguimos na esteira da metafísica ainda q u a n d o n ã o q u e r e m o s n a d a c o m filosofia e n o s e n t r e g a m o s de c o r p o e a l m a a fazer g u e r r a p a r a p o d e r m o s respirar o ar p o l u í d o pelos derivados de p e t r ó l e o , ouvir os altos decibéis de u m a civilização m o t o r i z a d a ou absorver as massagens dos m e i o s eletrônicos de c o m u n i c a ç ã o de massa. 4. C r o n o l o g i c a m e n t e os p r i m e i r o s p e n s a d o r e s gregos d i s t a m de n ó s hoje mais de dois milênios e m e i o . Se, p a r a lhes alcançar o p e n s a m e n t o , tivéssemos de t r a n s p o r t o d a esta distância, n ã o haveria p o n t e ou t r a n s p o r t e q u e n o s valesse. Mas u m a transferência cronológica n ã o é aqui apenas impossível e inútil. Ê s o b r e t u d o desnecessária. Pois o p e n s a m e n t o destes p e n s a d o r e s n ã o é originário p e l o q u e p e n s a r a m e sim pelo q u e n ã o p e n s a r a m m a s for a m p r o - v o c a d o s a p e n s a r t u d o q u e p e n s a r a m . Na p r ó p r i a distância n o s chega u m a pro-vocação p a r a pensar n a m e d i d a e m q u e o p e n s a m e n t o se retrai. Pois retrair-se n ã o é um n a d a p u r a m e n t e negativo. R e t r a i m e n t o p e r t e n c e à dinâmica do p r ó p r i o pensam e n t o . O q u e se retrai, a t é n o s afeta e reivindica c o m mais vigor do que qualquer o b j e t o . Um o b j e t o apenas nos t o c a e atinge a pele, e m b o r a t o c a d o s p e l o objeto quase s e m p r e nos insensibilizemos p a r a o que n o s afeta. E n o s afeta de um m o d o t ã o e s t r a n h o que, ao tocar-nos c o m o objeto, se retrai c o m o mistério. O q u e assim se retrai, é o q u e n o s arrasta. No arrastão do r e t r a i m e n t o e s t a m o s n a tração d o q u e , retraindo-se, n o s atrai. A t r a í d o s pelo q u e se retrai, s o m o s t a m b é m o q u e n ã o s o m o s . Pela a t r a ç ã o do q u e se retrai, nosso ser pensa, em t u d o q u e s o m o s e n ã o somos, a pro-vocação do mistério. Pensar é significar, na pro-vocação do mistério. Disso n o s fala Heráclito n o Frag. 9 3 : " O A u t o r , d e q u e m é o oráculo de Delfos, n ã o diz n e m s u b t r a i n a d a , assinala o r e t r a i m e n t o " . Na significação do r e t r a i m e n t o s o m o s o significante do mistério. Ora, o que, em seu p r ó p r i o vigor de ser, significa o mistério, é o p e n s a m e n t o . Na t r a ç ã o do r e t r a i m e n t o , o h o m e m é p e n s a d o r . E p o r q u e o p e n s a m e n t o n ã o indica a p e n a s o q u e se retrai mas, ao fazê-lo, significa s o b r e t u d o o p r ó p r i o mistério, todo p e n s a m e n t o t e m um sentido q u e n o s escapa. É a physis do p e n s a m e n t o , evocada p o r Heráclito no Frag. 1 2 3 : (fiVOi ^ KpvnTeoQai ípiheZ. Neste sentido, o pensamento dos primeiros p e n s a d o r e s n o s chega na distância cronológica de dois mil e 1 16 quinhentos anos, enquanto se retrai, c o m o pensamento, pois, retraindo-se, nos atrai a pensar. O que assim nos é dado, livra-nos também da arbitrariedade no esforço de pensar-lhes a originariedade de pensamento. Pois o que hoje nos é dado, c o m o pro-vocação para pensar, é a filosofia ocidental na forma da ciência moderna. Os recursos da filologia clássica, da historiografia literária, da lingüística e arqueologia nos possibilitam recuperar os fragmentos dispersos nas vicissitudes da tradição. Os caminhos da ciência constituem uma via em que se torna acessível a Historicidade da história. Seguindo o m o delo de pesquisa da ciência, as diversas investigações submetem os documentos conservados a um processamento que visa a constatar, analisar, aproveitar e interpretar as fontes, para assim assegurar e estabelecer os textos originais. É o processo conhecido com o n o m e de crítica das fontes e dos textos. Não se trata de simples relato das fontes nem de mero levantamento dos textos. Todo o esforço converge para tornar objetiva a Historicidade. Na história, porém, só é objetivo o que se deixa comparar, uma vez que, na comparação de tudo c o m tudo, se chega a uma explicação. Por isso também a possibilidade de comparação vale c o m o m o d e l o de objetividade histórica. O alcance das pesquisas só se estende até onde vai a comparação, base da explicação que processa em objetividade a história. Sendo incomparável, o único, o simples, o original, em uma palavra, o extraordinário na história permanece inexplicável e, c o m o tal, fora da história ou, quando não é explicitamente excluído, é então explicado c o m o exceção. Neste tipo de explicação, o extraordinário é reduzido ao ordinário e, desta maneira, eliminado da história. E não há alternativa para as pesquisas historiográficas, enquanto explicar supuser comparação, visando à objetividade, e pesquisa significar explicação. Porque a ciência histórica objetiva a história numa estrutura de explicação, exige e impõe c o m o processo de objetividade a crítica das fontes e dos textos. As pesquisas historiográficas computam o por-vir pelos modelos de objetividade do passado, processados explicativamente no presente. Nas programações da computação historiográfica não há futuro, por se destruírem as condições de advento do inesperado. Pois o inesperado também é esperado. Só não p o d e ser computado. É o que nos recorda o Frag. 18 de Heráclito^ "Se não se espera, não se en- 17 contra o inesperado, sendo sem caminhos de encontro n e m vias de acesso". 5. Para, nos caminhos da ciência, chegarmos à via da Historicidade, temos de aprender a pensar no meio do próprio des-espero da ciência que, não tolerando esperar, se atropela na impotência de seu poder em alcançar o mistério do pensamento. Um maior conhecimento crítico dos textos estabelecidos, uma explicação mais objetiva dos contextos sociais não nos ajudam a pensar o pensamento dos primeiros pensadores, se t o d o este esforço científico não tiver por pre-texto um diálogo a partir da coisa do pensamento. Sem o pre-texto de pensar, os recursos da ciência se tornam uma luz que tanto mais obscurece quanto mais esclarece. Pois pretender explicar o pensamento de um t e x t o pela comparação c o m outros textos equivale a procurar esclarecer a veracidade de uma notícia de jornal, conferindo o maior número possível de exemplares da mesma edição. Mas o obscurecimento da ciência não provém de desleixo ou falhas nos m é t o d o s das pesquisas científicas. Deve-se ao abismo da con-juntura em que o mistério do pensamento envia a via Histórica do Ocidente. Por isso se impõe sobretudo questionar o próprio poder da ciência em sua impotência de pensar. É o que nos proporciona uma hermenêutica originária. 0 verbo, è p W P Ê t V v , significa trazer mensagens. Õ epidt}tfrçW^, o mensageiro, pode ser posto em referência c o m Hermes, o mensageiro dos deuses. Ele traz e transmite a mensagem do destino que trama as vicissitudes da história de homens e deuses. Nem toda interpretação é uma hermenêutica. S o m e n t e a que descer até o vigor do mistério que estrutura a história. Na hermenêutica, a interpretação procura, retornando-lhe à proveniência, recuperar o vigor originário do pensamento. Originário, poraue foi a redução deste vigor que deu origem à filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles, de quem a ciência é uma transformação Histórica. Nesta perspectiva, o problema da ciência não é apenas um problema de epistemologia. A verdade da ciência não é apenas um resultado entre outros resultados ou o conjunto de todos os resultados. É inseparavelmente o vigor do mistério e o vigor da verdade. O pensamento procura levai a sério a radicalidade de sua errância e sente no estrangeiro a nostalgia da pátria. Não re- 18 ;eita a ciência c o m a o n i p o t ê n c i a de q u e m rejeita o b á r b a r o e primitivo. Para pensar, o p e n s a m e n t o sente a d e p e n d ê n c i a de u m a pro-vocação de sua coisa. Aceita sua decadência na filosofia e n a ciência c o m o u m a o u t r a infância, c o m o u m n o v o principiar i a identidade d o mistério. A h e r m e n ê u t i c a originária exige despojarmo-nos de t u d o q u a n t o j u l g a m o s já saber sobre o p e n s a m e n t o dos primeiros pensadores gregos. O q u e geralmente julgamos saber, advém-nos da tradição platónico-aristotélica: os primeiros pensadores, q u a n d o perguntavam pelos princípios da realidade, t o m a v a m p o r objeto de especulação s o b r e t u d o a natureza. No t e r m o de Aristóteles, eram yJuaioXóyoi. Suas c o n c e p ç õ e s eram a i n d a primitivas e ingênuas, se c o m p a r a d a s c o m o c o n h e c i m e n t o da n a t u r e z a alcançado pelas escolas de Platão e Aristóteles, pelos estóicos e nas escolas médicas posteriores. U m a i n t e r p r e t a ç ã o , q u e se desenvolver no espaço destas pressuposições, n ã o p o d e r á deixar de ver nos primeiros pensadores simples precursores da filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles. Pois é dessas pressuposições que nos afastamos para, n u m a h e r m e n ê u t i c a originária, p e n s a r m o s o pens a m e n t o destes pensadores a partir da p r ó p r i a coisa do pensam e n t o . O ú n i c o i n d í c i o , q u e nos servirá de guia, se reduz apenas ao q u e é e p r e t e n d e ser um p e n s a m e n t o originário. Um p e n s a m e n t o originário é a coragem de descer às raízes das próprias possibilidades de pensar. Um p e n s a m e n t o originário é um p e n s a m e n t o radical. P r o c u r a i n t e r p r e t a r os m o d o s de ser da realidade, r e s t i t u i n d o as estruturas de suas diferenças à identidade do mistério. O m o d o de ser, que nos apresenta c o m o p r e s e n t e , n ã o é originariamente um d e t e r m i n a d o p r e s e n t e cronológico. É tão antigo c o m o a história. Algo, q u e é e sempre foi c o m o é, p o r mais q u e se recue no t e m p o , é r e c o n d u z i d o ao vigor de um destino q u e e s t r u t u r a a dimensão radical do Ser e p o r isso r e m o n t a para além de t o d a m e m ó r i a historiográfica. É a p a r t i r deste diapasão q u e n o s fala o p e n s a m e n t o originário. O que é e c o m o é o espaço-tempo de t o d a s as coisas nas diferenças de seus m o d o s presentes de ser é p e n s a d o n u m p e n s a m e n t o re-velador da identidade no mistério das dicotomias de ser e n ã o ser, de movimento e p e r m a n ê n c i a , de u n o e m ú l t i p l o , de aparência e verdade. O p r o p ó s i t o desta h e r m e n ê u t i c a n ã o é corrigir ou substituir-se à 19 ciência. N e m mesmo é o diálogo pelo diálogo mas exclusivamente o que no diálogo se faz linguagem: a identidade que misteriosamente reivindica, de m o d o diferente, a nós modernos e aos gregos antigos, por ter aviado a aurora do pensamento no Dia do Ocidente. Ê na viagem deste Dia que o pensamento dos primeiros pensadores se faz originário. Originário não diz, portanto, uma determinação cronológica nem indica uma explicação diacrônica do m o d o de ser ocidental. Originária é a aurora em que a própria escuridão do Ser se dá em sempre novas vicissitudes de sua verdade, ora c o m o pensamento ora c o m o filosofia, ora c o m o cristianismo ora c o m o modernidade, ora c o m o ciência ora c o m o mito, ora c o m o técnica ora c o m o arte, ora c o m o planetariedade ora c o m o marginalidade, mas sempre em qualquer ora, tanto outrora c o m o agora, só se dá enquanto se retrai c o m o mistério. 20 Os fragmentos e suas edições 1 — Os Fragmentos. Cerca de mais de dois séculos depois, os primeiros pensadores gregos e r a m c h a m a d o s de <pv .(ftKOt ou <pu OLoXÓJOt, isto é, aqueles q u e falam e t r a t a m da tpÚOtpv - Nas escolas de Platão e Aristóteles, i p ú i ' V é o n o m e . d e um s e j o i da realidade, definido t e c n i c a m e n t e p o r oposição arójUO'V, e liflo'V eKÓyo^j.Como t e r m o técnico, ifúoC^. indica céu e terra, vege-' tais e animais e, em certo s e n t i d o , t a m b é m o h o m e m . São os entes físicos. No início da <j)VOlK.r¡ àapóaoi^, Auscultação. Física, Aristóteles distingue os iférei OVTOL, os e n t e s físicos, d o s T€xyf\ ÓVTOL, d o s e n t e s técnicos. Aqueles são os entes que surgem e se m a n t ê m p o r si m e s m o s . Estes são os eni h a m a c o m p r e e n s ã o no s e n t i d o da filosofia de P l a t ã o e Aristóteles. Neste c a m i n h o erram os primeiros pensadores m e s m o n u m t e m p o em que ainda subsistia integral o t e x t o de seus escritos. Hoje só lhes c o n h e c e m o s os fragmentos. Filósofos, Platão e Aristóteles; h i s t o r i a d o r e s da filosofia, Teofrasto, S e x t o E m p í r i c o , Diógenes Laércio, P l u t a r c o ; escritores, J o ã o E s t o b e u , A t e n e u , E s t r a b ã o ; c o m e n t a d o r e s , Simplício, P r ó c u l o , P o r f í r i o ; Padres da Igreja, H i p ó l i t o , C l e m e n t e de Alexandria, Origines, a d u z e m , em suas obras, passagens dos escritos dos primeiros p e n s a d o r e s . As pesquisas filológicas e historiográficas m o d e r n a s fizeram o levant a m e n t o de t o d a s as passagens e, c o m o fragmentos, as r e u n i r a m em edições críticas. Trata-se às vezes de p e r í o d o s inteiros, outras, de algumas sentenças, às vezes, de u m a s e n t e n ç a só, outras, de poucas palavras e até m e s m o de palavras isoladas. M u i t o f r e q ü e n t e m e n t e se pressupõe q u e os fragmentos sejam fragmentos de pensamento, c o m o nos casos de t r e c h o s deteriorados d e u m p a p i r o , o n d e s e i m p õ e u m t r a b a l h o p a c i e n t e d e bricolagem. Na verdade n ã o se t r a t a de fragmentos casuais mas de fragmentos intencionais em forma de citações. U m a citação serve para m o s t r a r bu convalidar o p r ó p r i o p e n s a m e n t o n u m con-fronto c o m o p e n s a m e n t o alheio. Nas citações, o discurso de q u e m cita, é a luz q u e ilumina o p e n s a m e n t o c i t a d o . O c o n h e c i m e n t o , que ministram, é o c o n h e c i m e n t o de seu c o n t e x t o . É o c o n t e x t o , das citações q u e d e t e r m i n a a escolha dos t e x t o s e o m o d o de citá-los, a b r i n d o espaço p a r a u m a d a d a i n t e r p r e t a ç ã o . Aqui u m a 21 análise filológica e histórica, p o r m a i s acurada q u e seja, só n o s p o d e dar o c o n t e x t o das citações, n u n c a o c o n t e x t o do original. O essencial n e n h u m a citação oferece: o p r i n c í p i o de estruturação dos escritos originais. À dificuldade inerente a t o d a citação se v ê m ajuntar outras, provenientes das condições culturais da antiguidade. As obras antigas n ã o são livros impressos. Sãc volumina, no s e n t i d o literal do t e r m o , isto é, m a n u s c r i t o s enrolados, de peso e t a m a n h o consideráveis para o m a n u s e i o . Cedo se espalhou o c o s t u m e de substituir os grossos volumina, p o r compedia, e x t r a t o s e r e s u m o s , m u i t o mais fáceis de compulsar. Assim, n ã o era necessário ler a o b r a original. Bastava citar os c o m p ê n d i o s , c o n h e c i d o s desde o t e m p o de H í p i a s e p r o d u z i d o s em larga escala d e p o i s da fundação de Alexandria. E r a m considerados s u b s t i t u t o s a d e q u a d o s dos originais. Acresce ainda, q u e o sistema de c o m u n i c a ç ã o cultural vigente era p r e d o m i n a n t e m e n t e oral. Os antigos a i n d a n ã o pert e n c i a m a Galáxia de G u t t e n b e r g . G e r a l m e n t e as citações e r a m feitas cie m e m o r i a , AS deficiências deste m é t o d o de citação apaa i a r d s° p o d e c o m p a r a r duas o u mais citações d e u m •^rgn E o caso do fragmento 6 de E m p é d o c l e s cior ' i p o u t o ^.P m a n e i r a b e m diferente de S e x t o E m p í r i c o v e - i e o p r ó p r i o H i p ó l i t o sentiu a infidelidade da a A ^ — L SH a o u à citação a s palavras d e a v i s o : . XèjCúV i ã o , de alguma maneira, assim". Por fim, o m o d o de citar dos antigos gregos é b e m diferente d o m o d e r n o . U m esciiíor grego n u n c a inicia u m a citação diretam e n t e , i n d i c a n d o o n d e c o m e ç a m e o n d e t e r m i n a m as palavras do a u t o r c i t a d o . Para o c o s t u m e grego citar é tecer as palavras originais n u m n o v o c o n t e x t o , t o r n a n d o assim m u i t o difícil discernir o início e o fim do original. J o h n B u m e t l e m b r o u este antigo c o s t u m e a Diels que na citação de Simplício da s e n t e n ç a de Anax i m a n d r o n ã o distinguiu as palavras de Simplício das palavras de Anaximandro. Em suas Freleções sobre a História da Filosofia, diz Hegel das fontes de acesso aos primeiros pensadores gregos: "Arisíóteies é a fonte mais rica. E s t u d o u expressa e profundam e n t e os filósofos mais antigos e falou deles, em seqüência 22 histórica, s o b r e t u d o no início de sua Metafísica (muitas vezes t a m b é m em o u t r o s lugares). É t ã o filósofo c o m o e r u d i t o ; p o d e m o - n o s fiar dele. Para a filosofia grega, n ã o há n a d a mel h o r a fazer do q u e t o m a r o primeiro livro de sua Metafísica". A i m p o r t â n c i a de p e n s a m e n t o desta indicação é ser ela fund a m e n t a l m e n t e a m b í g u a . Está em j o g o a a m b i g ü i d a d e de u m a provocação para pensar. N ã o se p o d e separar o filósofo do historiador. Aristóteles n u n c a faz história da filosofia sem filosofia da história, m e s m o q u a n d o fala dos filósofos q u e o p r e c e d e r a m nas peripécias do p e n s a m e n t o . N ã o p e r g u n t a pelas idéias q u e determ i n a d o filósofo tinha na cabeça. Isso n ã o t e m i m p o r t â n c i a . Sua investigação é sempre e s o m e n t e filosófica. Assim, q u a n d o a tradição lhe diz q u e p a r a Tales a água (Úôojp) é o p r i n c í p i o (àpxV ) de t o d a s as coisas (návTtúv) , n ã o se p e r g u n t a qual idéia de água e p r i n c í p i o p o d i a ter tido Tales. Só se interessa pelo s e n t i d o filosófico da afirmação. U m a análise cuidadosa e e r u d i t a dos t e s t e m u n h o s de Aristóteles e m p r e e n d e u H. Cherniss em seu fam o s o Aristotle's Criticism of Presocratic Philosophy, B a l t i m o r e , 1 9 3 5 . Das análises conclui que Aristóteles é a m e n o s fiel de t o d a s as t e s t e m u n h a s . E n ã o é para m e n o s . Em suas pressuposições implícitas Cherniss p r e t e n d i a q u e Aristóteles deixasse de pensar q u a n d o falasse dos primeiros pensadores. Para ser h i s t o r i a d o r da filosofia teria de n ã o ser filósofo. Se é verdade q u e Aristóteles pensa o p e n s a m e n t o dos primeiros pensadores na perspectiva da filosofia, é t a m b é m verdade q u e , p o n d o em discussão tal pressup o s t o , n o s d á u m t e s t e m u n h o valioso d o p e n s a m e n t o originário. Se é verdade que define os pensadores antigos no c o n t e x t o de suas c o n c e p ç õ e s e de seus t e r m o s filosóficos, é t a m b é m verdade q u e n o s faz sentir, na diferença e n t r e p e n s a m e n t o filosófico e p e n s a m e n t o originário, a i d e n t i d a d e da p r ó p r i a diferenciação. Se é um e r r o aceitar o t e s t e m u n h o de Aristóteles, c o m o história sem filosofia, é t a m b é m um erro recusá-lo, c o m o filosofia sem história. Os dois p r o v ê m de u m a m e s m a errância. Pois ambos> erram na pressuposição de q u e p o d e haver u m a história sem pens a m e n t o o u u m p e n s a m e n t o sem história. t Nesta pressuposição reside a ú n i c a mas t a m b é m a deficiência 23 fundamental da investigação de H. Chemiss, c o m o se vê, da seguinte caracterização: "Um dos m é t o d o s favoritos de Aristóteles é a tendência de desenvolver os 'antecedentes necessários' ou as 'conseqüências necessárias' de uma sentença antiga assim c o m o de reconstruir o escopo original da doutrina em discussão e o sentido por ela visado". Aristóteles não se propõe extrair a perspectiva originária do pensamento antigo, nem apreender o significado pretendido pelo antigo pensador. Seu propósito é apenas de descobrir o sentido filosoficamente destinado de uma doutrina, tirando-lhe as conseqüências que o avio de identidade do pensamento lhe envia nas diferenças entre as vias do princípio e os des-vios do ocaso. O que hoje, c o m o propósito, se impõe ao pensamento, é pensar, nas diferenças entre o pensamento originário e o pensamento filosófico e suas decorrências (a ciência, a técnica, a poluição etc), o mistério da identidade no movimento da própria diferenciação Histórica. Neste propósito nos valem mais os testemunhos de filósofos que pensam, do que os testemunhos de qualquer outra fonte, que não pensa. É o sentido filosófico do conselho dado por Hegel a seus ouvintes nos primeiros decênios do século 19. Por não pensar o que faz, quando trata dos testemunhos de Aristóteles, é que Cherniss nega a existência de uma interpretação aristotélica e equipara o primeiro livro da Metafísica a toda passagem semelhante encontrada em qualquer outro lugar. A queda de nível, que sofre o pensamento d o s primeiros pensadores, quando se deixam os testemunhos de filósofos para se ater aos testemunhos de historiógrafos da filosofia, pode-se verificar na passagem de Aristóteles para Teofrasto. Discípulo e sucessor imediato d o Filósofo na direção do Peripatos, Teofrasto, de Ereso na ilha de Lesbos, morreu pelo ¿ n o de 2 8 6 AC. De seus escritos, o mais importante é <ÇVOIKCÕV S Ó £ a i . As Opiniões dos Físicos. Em 16 ou 18 livros, é um tratado sistemático das doutrinas antigas sobre os principais problemas da filosofia. Na antiguidade g o z o u de uma influência ímpar, visível na freqüência e consideração c o m que é sempre de novo indicado. Nas vicissitudes de citação dos primeiros pensadores, sua posição é fundamental, embora só tenha sido reconhecida depois que Hermann Usener 2à lhe reuniu os fragmentos e Hermann Diels os comparou com cs fragmentos dos outros doxógrafos. É praticamente a única fonte de nosso conhecimento textual dos primeiros filósofos, excetuando-se as citações de Aristóteles e Platão. Pois todos os fragmentos conhecidos de citações posteriores à morte do Estagirita remontam, quer direta quer indiretamente, às <Pv aiKíov 5 Ó £ a i . Assim todas as demais testemunhas se revestem dá autoridade de Teofrasto. A crítica histórica chega ao p o n t o de considerar intocável a fidelidade de um testemunho quando se p o d e demonstrar-lhe a origem nas ywrinZiV 5Ó£oU. Teofrasto não é, porém, uma testemunha isolada e independente. Mediante uma confrontação entre diversos fragmentos de As Opiniões dos Físicos e o t e x t o da Metafísica A, Zeller, primeiro, e Diels, depois, mostraram sua dependência de Aristóteles. A conclusão de Zeller é a seguinte: "Em seu panorama da história da Física, Teofrasto se ateve em larga escala, ao panorama dos princípios filosóficos, traçado por Aristóteles no primeiro livro da Metafísica, apesar da independência de saber e julgamento, que Teofrasto tamb é m aqui demonstra, e não obstante as modificações, que impunha a natureza especial de sua tarefa." Em n o m e de uma história sem filosofia, grande parte da crítica histórica inverteu os valores e considerou a dependência de Teofrasto não c o m o uma diminuição da autoridade do discípulo mas c o m o uma corroboração da autoridade do mestre pela aprovação do discípulo. É que não sendo filósofo, Teofrasto seria um historiador mais objetivo por estar isento do defeito de pensar. No tocante ao pensamento dos primeiros pensadores, uma investigação sobre a dependência de Teofrasto da Metafísica de Aristóteles, nos convencerá fácil do contrário, caso naturalmente se dê conta da impraticabilidade de uma história sem pensament o . Justamente por não ser filósofo é que Teofrasto não pode dar um testemunho mais fiel, e a autoridade de suas citações advém da capacidade de pensar de Aristóteles. Senão, vejamos as conclusões a que nos leva um confronto de ambos: 1. Em sua perspectiva, organização e fraseologia, o tratamento dado por Teofrasto aos • ipvoiKOl depende inteiramente do 25 sumário p r o p o s t o no p r i m e i r o livro da Metafísica. O que Teofrasto acrescenta, se r e d u z exclusivamente a u m a c o m p i l a ç ã o c o m p l e m e n t a r do que Aristóteles já p r o p u s e r a em outras passagens de suas obras. 2. Esta prática de c o m p l e t a r o sumário c o m as referências rápidas de o u t r o s c o n t e x t o s , t r a n s f o r m a m u i t a s vezes os testem u n h o s de Teofrasto n u m e m a r a n h a d o de confusão e contradição. Um e x e m p l o p o r m u i t o s . Na Metafísica, Aristóteles n ã o se refere ao m e c a n i s m o das transformações q u e p r o p u n h a m os Milésios. Na Física, no e n t a n t o , afirma q u e t o d o s os m o n i s t a s explicam as t r a n s f o r m a ç õ e s p o r c o n d e n s a ç ã o e rarefação. O q u e faz Teofrasto? C o m b i n a n d o u m a passagem c o m o u t r a , atribui a explicação da Física t a n t o a A n a x í m e n e s c o m o a Diógenes, t a n t o a H í p a s o c o m o a Heráclito, sem refletir q u e u m a tal explicação é impossível para H e r á c l i t o . 3. As i n t e r p r e t a ç õ e s e x t r a í d a s p o r Teofrasto d o s t e x t o s de Aristóteles se l i m i t a m muitas vezes a u m a ou duas das m u i t a s p r o p o s t a s para u m a teoria. O fator d e t e r m i n a n t e da escolha é a m a i o r disponibilidade dos d a d o s . Um critério, q u e n e m faz justiça a Aristóteles n e m é fiel à d o u t r i n a discutida. Pois n ã o p e r m i t e distinguir entre i n t e r p r e t a ç õ e s conjeturáis e i n t e r p r e t a ç õ e s reais. 4. A falta de c u i d a d o , c o m q u e Teofrasto r e p r o d u z as sutilezas da linguagem filosófica, c o m baixar o nível das discussões, revela p o u c a sensibilidade histórica. Tem p o r c o n s e q ü ê n c i a a t r a n s f o r m a ç ã o da cautela em certeza, das conjeturas em afirm a ç õ e s categóricas. É o caso das apxOíí nos primeiros filósofos, às quais se refere Aristóteles comoTO'v ev vkq^ è l S e i . . . a p x á ' V , " o s p r i n c í p i o s em forma de matéria", o q u e em Teofrasto se transforma s i m p l e s m e n t e em m a t é r i a . 5. O h á b i t o de tirar conclusões dos t e s t e m u n h o s de Aristóteles leva Teofrasto a falsas atribuições. Se, de a c o r d o c o m o testem u n h o do Estagirita, o p r i n c í p i o de Tales e H i p o era a água, o de A n a x í m e n e s e Diógenes, o ar, e o de H í p a s o e Heráclito, o fogo, conclui e n t ã o Teofrasto que, ao discutir em o u t r o s c o n t e x tos, d o u t r i n a s a n ô n i m a s , cujos princípios são os q u a t r o elementos, Aristóteles as está a t r i b u i n d o t a m b é m àqueles filósofos. O m e s m o a c o n t e c e , q u a n d o se atribui d e t e r m i n a d a d o u t r i n a a dois 26 filósofos: Teofrasto conclui logo q u e t o d a s as vezes q u e , nas demais passagens, for m e n c i o n a d o um deles, o m e s m o deve valer t a m b é m para o o u t r o . É assim que Teofrasto atribui a h o m e o meria de Anaxágoras a A n a x i m a n d r o . 6. É t a m b é m o q u e se verifica c o m as biografias. Teofrasto as deduz das afinidades doutrinais. Aristóteles estabelecera as relações lógicas entre as doutrinas dos Milésios, Eleatas e A t o m i s t a s . Teofrasto t r a n s f o r m a estas afinidades lógicas em p a r e n t e s c o cronológico, criando um e s q u e m a de relações mestre-discípulo. Assim se originaram as séries: Anaximandro-Xenófanes-Parmênides-Leucipo- D e m ó c r i t o e Tales- A n a x i m a n d r o - A n a x í m e n e s - Arquelau ou ainda os elos Parmênides-Empédocles e Arquelau-Sócrates. A origem destas séries biográficas se e n c o n t r a no p r e s s u p o s t o de u m a c o n t i n u i d a d e na evolução da d o u t r i n a das ..cep^aí, que está à base do sumário da Metafísica. Pois os n e x o s biográficos de Teofrasto c o i n c i d e m c o m o curso da evolução r e c o n s t i t u í d a p o r Aristóteles. 7. A mais i m p o r t a n t e deficiência de Teofrasto é separar as i n t e r p r e t a ç õ e s de seu c o n t e x t o no p e n s a m e n t o filosófico de Aristóteles. As i n t e r p r e t a ç õ e s do Estagirita n ã o são relatos d o x o gráficos. C o n s t i t u e m um esforço de pensar, nas d o u t r i n a s antigas, o que elas t ê m de i d ê n t i c o nas diferenças e n t r e p e n s a m e n t o filosófico e p e n s a m e n t o originário. E o q u e sugerem os c o n t e x t o s . Ora, d e s c a r t a n d o os c o n t e x t o s e r e t e n d o as i n t e r p r e t a ç õ e s , Teofrasto confere aos t e x t o s de Aristóteles a f o r m a de u m a exposição direta. A falta do c o n t e x t o se t o r n a ainda mais o b t u s a quando Teofrasto compila duas ou mais passagens diferentes, cada u m a c o m seu p r ó p r i o ângulo n o h o r i z o n t e d o p e n s a m e n t o . Sem os c o n t e x t o s n ã o é possível determinar os f u n d a m e n t o s em q u e se funda a i d e n t i d a d e das diferenças e n t r e os dois p e n s a m e n t o s . 8. É suposição geral da crítica histórica que Teofrasto fez uso dos escritos originais dos primeiros p e n s a d o r e s . E s t a suposição n ã o e n c o n t r a indícios suficientes nos fragmentos. É o fato de Teofrasto citar quase t o d o s os grandes filósofos posteriores a Tales n ã o lhe p o d e servir de base. Mas m e s m o em caso positivo, os t e x t o s originais n ã o p o d e m dar o q u e Teofrasto n ã o tem, a capacidade de pensar. Assim n ã o lhe a d i a n t a distinguir as duas 27 partes do p o e m a de Parmênides se lhe faltam as condições para pensar a i d e n t i d a d e nas diferenças dos três caminhos, do ser, do n ã o ser e do parecer. 9. Dos fragmentos n ã o resulta n e n h u m a evidência de que Teofrasto faça uso de mais t e x t o s originais do q u e aqueles que cita. E muitas citações n ã o p r o v ê m senão da base em q u e se fund a m as i n t e r p r e t a ç õ e s de Aristóteles. Esta circunstância deixa lugar à suspeita de Teofrasto n ã o ter c o n s u l t a d o os t e x t o s integrais mas de se ter l o u v a d o talvez n u m c o m p e n d i u m de e x c e r t o s em uso nos círculos do Peripatos. 10. O c o n f r o n t o , p o r t a n t o , entre os fragmentos das ipvouiúv 5Ó|a t e os t e x t o s de Aristóteles autoriza u m a p a r t e e desautoriza a outra p a r t e da conclusão de E. Zeller. Teofrasto de fato "se ateve, em larga escala, ao p a n o r a m a dos princípios filosóficos t r a ç a d o p o r Aristóteles no p r i m e i r o livro da Metafísica". Mas nas 7rept aííF07?O"eoj'\/, Teofrasto n ã o d e m o n s t r a n e n h u m a "independência de saber e j u l g a m e n t o " . Ao contrário, revela à saciedade q u e as investigações dos t e x t o s originais, q u e teria empreendido, é p u r a aparência. Na verdade são simples repetições das interpretações já e n c o n t r a d a s em Aristóteles. Ademais o m é t o d o de seleção e a prática de compilar várias passagens diferentes, desgarradas dos c o n t e x t o s , é fonte de confusões e contradições. Mas s o b r e t u d o a incapacidade de pensar o vigor de p e n s a m e n t o t a n t o de Aristóteles c o m o dos primeiros pensadores confere a seus t e s t e m u n h o s u m a posição secundária n u m esforço de se pensar o p e n s a m e n t o dos pensadores dos séculos VI e V AC. Segundo a lista de Diógenes Laércio, Teofrasto escreveu ainda sobre A n a x í m e n e s , Empédocles, Anaxágoras, Arquelau e p r i n c i p a l m e n t e D e m ó c r i t o . De t o d o s estes escritos só resta um f r a g m e n t o , tirado do Anaxágoras por Simplício. As Opiniões dos Físicos p e r t e n c i a m a u m a enciclopédia de investigações que incluía ainda as histórias da teologia, a s t r o n o m i a e m a t e r n a l , ja, escritas p o r E u d e m o , e u m a história da medicina, escrita p o r Menão. P o s t e r i o r m e n t e , as ipvçílKÕJvàSóÇotL foram c o m p e n d i a d a s em dois t o m o s , d o s quais só n o s resta hoje grande p a r t e do ú l t i m o livro, Ttept OÍa0f}aeco'^ " s o b r e a s e n s a ç ã o " . Dos demais existem apenas e x t r a t o s i m p o r t a n t e s do p r i m e i r o livro, l 7rept dpxôJí>, " s o b r e os p r i n c í p i o s " , c o p i a d o s p o r Simplício c o m base n o s c o m e n t á r i o s perdidos de A l e x a n d r e de Afrodísia. As Opiniões dos Físicos de Teofrasto se t o r n a r a m a f o n t e principal dos m a n u a i s de história da filosofia e dos c o m p ê n d i o s d e t e x t o q u e , saindo d e Alexandria, proliferaram n o p e r í o d o helenista. E r a à b a s e d e e t t n o p a í , laropíai, arpoj^aTePV» q u e se n u t r i a a f o r m a ç ã o filosófica. F o i destes c o m p ê n d i o s e m a n u a i s q u e p o s t e r i o r m e n t e se desenvolveu a t r a d i ç ã o doxográfica da filosofia. Deles se recebiam os p r i n c í p i o s e o h o r i z o n t e p a r a a i n t e r p r e t a ç ã o dos escritos originais ainda existentes. N ã o é, pois, de a d m i r a r q u e n ã o só o c o n t e ú d o mas t a m b é m o estilo de t o d a esta t r a d i ç ã o t e n h a d e t e r m i n a d o decisivamente a posição e a a t i t u d e dos filósofos posteriores até Nietzsche, exclusive, frente à História do P e n s a m e n t o Ocidental. O p r e d o m í n i o da filosofia sobre o p e n s a m e n t o , q u e se instalara e consolidara c o m Sócrates, Platão e Aristóteles, assume e x p l i c i t a m e n t e o imperialismo de u m d o m í n i o exclusivo. Afora P l a t ã o , Aristóteles e Teofrasto, e n c o n t r a m o s citações verbais dos primeiros pensadores em m u i t o s escritores da antiguidade, quase t o d o s d e p e n d e n t e s , q u e r direta q u e r i n d i r e t a m e n t e , das Opiniões dos Físicos de Teofrasto. Os principais são, p o r o r d e m cronológica, os seguintes: Filodemo. De G á d a r a na Celessíria. Viveu pelo a n o 60 AC, c o n t e m p o r â n e o de C í c e r o . Pertencia à Escola de E p i c u r o . F o i d i s c í p u l o de Z e n ã o de S í d o n , em cujas conferências F i l o d e m o b a s e o u g r a n d e p a r t e de seus escritos. Citações dos primeiros pensadores se e n c o n t r a m p r i n c i p a l m e n t e n o s escritos: De pietate, De ira, De m o r t e , De musica, t o d o s r e s t a u r a d o s d o s p a p i r o s e n c o n trados em Herculano. Estrabão. Nasceu', na Capadócia pelo a n o 58 A C e m o r r e u e n t r e 21 e 25 DC. Da Escola Estóica Posterior. Visitou g r a n d e p a r t e d o I m p é r i o R o m a n o , estabelecendo-se p o r m u i t o t e m p o e m R o m a e Alexandria. C o m a ajuda das obras de E r a t ó s t e n e s , Hip a r c o e dos historiógrafos, É f o r o , P o l í b i o e s o b r e t u d o Posidônio, escreveu suas Te GjypctipVKá, o n d e faz várias citações dos primeiros filósofos. 29 Plutarco de Queronéia. Da A c a d e m i a Média, historiógrafo e ensaísta. Viveu de 45 a 1 2 5 DC. Desde q u e Diels d e m o n s t r o u o caráter apócrifo dos Fíacita Fhüosophorum, " A s Opiniões dos Filósofos", l o n g a m e n t e a t r i b u í d a s a Plutarco, só vêm em quest ã o de sua e x t e n s a bagagem literária os ensaios morais, polêmicos, religiosos e os Simpósios. F r e q ü e n t e m e n t e Plutarco a u m e n t a , interpola e em p a r t e reformula os t e x t o s originais nas citações q u e faz. Sexto Empírico. Cético e m é d i c o da m e t a d e do segundo século (cerca de 1 5 0 DC). E x p ô s a d o u t r i n a de E n e s i d e m o , q u e vivera uns dois séculos antes. Louvou-se em grande p a r t e nas fontes helenistas. Interessam s o b r e t u d o os escritos Adversus Mathematicos. " C o n t r a os M a t e m á t i c o s " . " M a t e m á t i c o " possui aqui o s e n t i d o do v e r b o , IICLVQOLVÍÚ, ensinar, aprender. Os escritos se dirigem, pois, c o n t r a t o d o s que ensinam a Q u a d r i v i u m , conhecido desde o t e m p o de Platão, isto é, geometria, aritmética, astron o m i a (limitada à astrologia) e música. Aécio. É um c o m p ü a d o r , provavelmente do segundo século DC, m e n c i o n a d o u n i c a m e n t e n u m a passagem de T e o d o r e t o . Reuniu n u m c o m p ê n d i o as opiniões dos antigos filósofos. E s t e comp ê n d i o nos chegou em dois sumários d o x o g r á f i c o s : os cinco livros dos Placito Philosophorum, falsamente a t r i b u í d o a Plutarco, e os e x t r a t o s que a p a r e c e m em grande p a r t e no Ahthólogium de J o ã o E s t o b e u . Diels os reuniu em colunas paralelas c o m o os Placito de Aécio. C o n s t i t u e m nossa fonte mais extensa, e m b o r a n e m sempre a mais fiel, d o s t e x t o s antigos. Para sua compilação, Aécio se valeu de c o m p ê n d i o s mais antigos, q u e Diels c h a m o u de Vetusta Placito. Clemente de Alexandria. Seu n o m e pagão era Titus Flavius Clemens. Viveu de 160 a 2 2 0 DC. Converteu-se ao cristianismo, foi o r d e n a d o e sucedeu P a n t e n e na direção da Escola Catequética de Alexandria. Versado em t o d a a literatura grega, u s o u seus a m p l o s c o n h e c i m e n t o s e extraordinária m e m ó r i a em comparações entre o cristianismo e o paganismo. Faz freqüentes citações de p o e t a s e filósofos gregos, p r i n c i p a l m e n t e no UporpennKÓ'V, Ylca&ccyoyó^ n o s o i t o livros d o s recoypoupvKá, Hipólito de Roma. 30 Presbítero r o m a n o . Viveu no t e m p o de Calisto I, ( 2 1 7 - 2 2 2 ) . Apologeta, escreveu Refutatio omnium haeresium, " R e f u t a ç ã o de t o d a s as heresias", em nove livros, o n d e desmascara as heresias cristãs p o r serem sobrevivencias de filosofias pagãs. Assim a heresia de N o e t o de Smirna, u m a seita gnóstica q u e , a f i r m a n d o a i d e n t i d a d e do Pai e do Filho, p r o p u g nava o Patripassionismo, n ã o é o u t r a coisa do q u e um heraclitism o m a s c a r a d o d e cristianismo. A o d e m o n s t r á - l o , Hipólito cita n a d a m e n o s do q u e 17 passagens de Heráclito, m u i t a s das quais desconhecidas de outras fontes. Origines. Nasceu em Alexandria em 185 e m o r r e u em Tiro em 2 5 4 . Foi d i s c í p u l o de C l e m e n t e .e p o r 28 anos, chefe da Escola de C a t e q u é t i c a de Alexandria. São J e r ô n i m o diz q u e Origines n ã o escreveu m e n o s de dois mil volumes, o u t r o s chegam a 6 mil. Citações dos primeiros p e n s a d o r e s se e n c o n t r a m nos o i t o livros apologéticos, C o n t r a Celsum. Ateneu. É um antologista de c o m e s e b e b e s . Viveu pelo a n o 2 0 0 D C . Nas •Aevnvooíxpi.OTCít'cita passagens de Heráclito e X e nófanes. Plotino. Sua cidade natal é Licópolis no Egito. Viveu de 2 0 3 / 204 a 2 6 9 / 2 7 0 . C o m 28 a n o s se d e d i c o u à filosofia. E s t u d o u em Alexandria p r i n c i p a l m e n t e c o m A m ó n i o . J u n t o u - s e à expedição do i m p e r a d o r G o r d i a n o c o n t r a os persas p a r a ir c o n h e c e r a filosofia persa. C o m o fracasso da e x p e d i ç ã o teve de fugir p a r a A n t i o q u i a . C o m q u a r e n t a anos, m u d o u - s e para R o m a o n d e desenvolveu i n t e n s a atividade de ensino. P r o c u r o u c o n v e n c e r o imp e r a d o r Galiano a c o n s t r u i r na C a m p â n i a u m a c i d a d e nos m o l d e s do ideal Platônico, a P l a t o n ó p o l i s , m a s sem sucesso algum. A p ó s 26 a n o s de m o r a d a em R o m a , a b a n d o n o u , d o e n t e , a capital do I m p é r i o e se estabeleceu no c a m p o , o n d e m o r r e u na p r o p r i e d a d e de um d i s c í p u l o . Em seis Eneadas, Porfírio reuniu os escritos do m e s t r e . Delas c o n s t a m citações s o b r e t u d o de Heráclito e Parmênides. Porfírio. De Tiro. Viveu de 2 3 2 a 3 0 4 em R o m a e na Sicília. C o m seus c o m e n t á r i o s a Platão, Aristóteles, Teofrasto e P l o t i n o inaugura a longa série de c o m e n t a d o r e s neo-platônicos. Para os t e x t o s dos primeiros filósofos interessam de P o r f í r i o principalm e n t e os c o m e n t á r i o s , In Aristotelis Physicam, De antro Nym- 31 Simplicio. Nasceu na Cilicia p e l o ano 5 0 0 DC. Pertenceu à última geração da Escola Neoplatônica de Atenas, fechada em 529 pelo edito do imperador Justiniano, que proibiu ensinar filosofia. Escreveu grandes comentários a Aristóteles dos quais se conservam os comentários aos De cathegoriis, Physica, De coelo e De anima. Ao explicar as interpretações que Aristóteles dá de seus predecessores, Simplício cita longa e freqüentemente os primeiros pensadores, cujas obras, nos diz, se tornaram muito raras. * 2 — Edições dos Fragmentos. A primeira coleção, que procurou reunir todos os fragmentos dos primeiros pensadores gregos, remonta à segunda metade do século passado. Deve-se a Fr. W. Mullach que pretendia recolher os fragmentos de todos os filósofos gregos. A obra tem por t í t u l o : Fragmenta Phüosophorum Graecorum, collegit, recensuit vertit, annotationibus et prolegomenis ülustravit, indicibus instruit Fr. Guil. Aug. Mullachius. Editoribus Firmin-Didot et Sociis, Instituti Francici Typographis, Via Jacob, 5 6 , Parisiis, MDCCCLX, MDCCCLXVH, MDCCCLXXXI. Vol. I, Parisiis, MDCCCLX:Poeseos Philosophicae caeterorumque ante Socratem phüosophorum quae supersunt. Vol. II, Parisiis, MDCCCLXVH: Pythagoreos, Sophistas, Çynicos et Chalcidii in priorem Timaei Platonici partem commentarios confinem. Vol. III, Parisiis, MDCCCLXXXI: Platónicos et Peripatéticos continens. Trata-se de uma coleção completamente insuficiente. Tanto no levantamento dos textos c o m o no exame das leituras e análise dos testemunhos, não satisfaz às mínimas exigências críticas. Sem nenhum aparato de variantes ou critério de avaliação e filtragem das citações, não proporciona condições, por menores que sejam, para se pensar o pensamento dos primeiros pensadores. Também a ordem e a distribuição da matéria, confusas cronológica e historicamente, revelam um jejum total de sensibilidade e intuição nas vicissitudes do pensamento. As introduções substituem a deficiência de informações pensadas e a falta de reflex ã o filosófica por uma retórica barroca de lugares comuns e expressões estereotipadas. 33 ífillll ML iiHii 111• ¡lililili m #¡iiiiii N o c o m e ç o d o século H e r m a n n Diels c o o r d e n o u u m a coleção de fragmentos, i n t i t u l a d a : Poetarum Philosophorum Fragmenta, Berlin, 1 9 0 1 , voluminis tertii fasciculus p r i o r : Poetarum Graecorum Fragmenta, auctove Udalrico de Wilamowitz-Moellendorff colecta et edita. C o n t é m os fragmentos de Tales, Cleostrato, Xenofanes, Parmênides, E m p é d o c l e s . Citinio, Menecrates, E s m i n t e s , T i m ã o , Crates e D e m é t r i o de Bizâncio. Os fragmentos são e d i t a d o s c u i d a d o s a m e n t e , providos de apar a t o crítico e exegético e c o m dois índices remissivos, um de n o m e s , o u t r o d e t e r m o s . U m p r o f u n d o c o n h e c i m e n t o d a matéria p e r m i t e reconstituir o s e n t i d o e o c o n t e x t o dos fragmentos, muitas vezes de m a n e i r a s u r p r e e n d e n t e . P r e c e d e m os t e s t e m u n h o s da vida, das poesias e da d o u t r i n a . Na difícil tarefa de reconstruir os t e x t o s , vale-se o a u t o r do m é t o d o histórico-crítico, procurando assim evitar q u a l q u e r arbitrariedade. A o b r a é m o d e l a r para q u a l q u e r t r a b a l h o do gênero e indispensável a t o d o t r a t o c o m os fragmentos dos primeiros p e n s a d o r e s . U m a coleção c o m p l e t a de t o d o s os fragmentos dos primeiros pensadores e l a b o r o u H e r m a n n Diels e m : Die Fragmente der Vorsokratíker, Griechisch-Deutsch in 2 Baenden, Berlin, W e i d m a n n , 1 9 0 3 . D e s d e a 5 ? E d i ç ã o , ( 1 9 3 4 ) , p r e p a r a d a p o r Walther Kranz. A 1 2 ? E d i ç ã o , de 1 9 6 6 , r e p r o d u z a 6 ? E d i ç ã o m e l h o r a d a de Walther K r a n z . Até a q u a r t a edição, os volumes apresentavam a seguinte est r u t u r a : V o l . I e II, c a p . 1-160 c o n t i n h a m os c h a m a d o s pré-socráticos. T o d a a o b r a se dispõe em três seções: A, B, C. Na seção A se r e ú n e m os principais e x c e r t o s do material biográfico, bibliográfico e doxográfico legado peia antiga t r a d i ç ã o . Na seção B se a p r e s e n t a m os fragmentos dos pré-socráticos, providos de aparato crítico e t r a d u ç ã o alemã, distinguindo-se o mais possível os a u t ê n t i c o s d o s i n a u t ê n t i c o s e duvidosos. Na seção C se i n c l u e m as imitações. Três a n e x o s c o m p l e t a m a o b r a : í. Poesia c o s m o l ó gica do Século S e x t o (II, cap. 1 6 3 - 1 9 4 ) ; II. Poesia astrológica do Século S e x t o (II, cap. 1 9 4 - 1 9 8 ) ; III. Prosa cosmológica e gnómica (II, c a p . 1 9 8 - 2 1 7 ) , seguindo a mesma disposição u s a d a nos fragmentos d o s pré-socráticos. P o r fim, nas E d i ç õ e s de 1 9 0 6 e 34 1 9 1 2 , acrescentaram-se os índices remissivos, um de passagens, um de n o m e s (II, 1. M e t a d e , p. 7 3 5 - 8 6 4 ) , e um de palavras, p r e p a r a d o p o r Walther K r a n z (II, 2. M e t a d e ) . S e g u n d o o desejo do p r ó p r i o Diels, Walther K r a n z reformulou t o d a a e s t r u t u r a inicial a partir da 5 ? E d i ç ã o , de 1 9 3 4 . Na 12? Edição, de 1 9 6 6 , a o b r a se apresenta em três v o l u m e s c o m t o d o s os acréscimos desde a 6? E d i ç ã o . O terceiro v o l u m e é reservado p a r a os três índices remissivos de passagens, n o m e s e t e r m o s , p. 1-660, i n d o os acréscimos até 1? de fevereiro de 1 9 5 1 . Os dois primeiros v o l u m e s o b e d e c e m à seguinte disposição: A - Primórdios: I., Poesia Cosmológica dos Primeiros Temp o s (I, cap. 1-3); I I . Poesia Astrológica do Século S e x t o (I, c a p . 4-6); III. A Primeira Prosa Cosmológica e G n ó m i c a (I, c a p . 7- • 10). B - Os Fragmentos dos Filósofos do Sexto e Quinto Século (e seguidores imediatos) (I, cap. 11-58 e II, cap. 5 9 . 7 8 ) . C - Sofística mais Antiga (II, cap. 7 9 - 9 0 ) . Ao longo de t o d a s estas, três partes são m a n t i d a s as seções A, B, C, q u e servem p a r a distinguir no material da tradição os t e s t e m u n h o s , os fragmentos e as imitações, r e s p e c t i v a m e n t e . A forma c o m p l e t a de citação desta o b r a f u n d a m e n t a l o b e d e ce à seguinte abreviação: Diels-Kranz, 12 Vors., 22 A 1,1 =Diels-Kranz, V o r s o k r a t i k e r , 1 2 E d i ç ã o , cap. 22 (Heráclito), seção A (vida e d o u t r i n a ) , N ? I (passagem de Diógenes Laércio), parágrafro 1, ou e n t ã o : Die'ls-Kranz, 12 Vors. 2 ? B J =Diels-Kranz, Vorsokratiker, 12? Edição, cap. 22 (Heráclito), seção B (fragmentos), N ? 1. a C o m sua coleção dos fragmentos, o p r o p ó s i t o de Diels era dar um f u n d a m e n t o às preleções sobre filosofia grega. Trata-se, port a n t o , de um m a n u a l de t e x t o s . Para se deixar c o n d u z i r pela p r o vocação do p e n s a m e n t o nas vicissitudes da reflexão grega, é indispensável a c o m p a n h a r - l h e a parusia em statu nascendi nas diversas epifanias de sua linguagem originária. Neste s e n t i d o a coleção de H e r m a n n Diels é f u n d a m e n t a l . Pois r e ú n e ou p r e t e n d e reunir t o d o s os fragmentos legados pela tradição, conserva fielm e n t e a forma dialetal, q u a n d o , o c a s i o n a l m e n t e , a m a n t é m a tradição, e n ã o corrige os vulgarismos, helenismos e pseudo-do- 35 WÊk ml Ml l i T MIIO>. dos textos. Limita-se apenas a corrigir a ortografia. A orü i i 1 aos autores é a ordem externa apresentada pela tradição. A ordt m dos fragmentos é alfabética, enumerados digitalmente. O cigantesco material da tradição é reunido e analisado, segundo os princípios da crítica textual e histórica, c o m base num conhecimento exaustivo da respectiva literatura antiga. Menos feliz se nos afigura a limitação dos Lemmata d o s fragmentos e o critério que preside à escolha e disposição do material doxográfico. Diels se ateve à divisão das tpoaiKíOV Sóifttl de Teofrasto, seguindo o esquema claramente escolástico: Princípios, Deus, Cosmos, Meíeora, Psicologia e Fisiologia. A deficiência deste critério não provém tanto do anacronismo do esquema. Prende-se sobretudo ao caminho em que encaminha a compreensão do pensamento d o s primeiros pensadores, um caminho fundamentalmente não originário mas tipicamente aristotélico. Textos dos primeiros pensadores se encontram ainda nas seguintes coleções de fragmentos; - Fragmenta Historicorum Graecorum, collegit, disposuit, notis et prolegomenis Ulustravit Carolus Muellerus. Quinque volumina, Parisiis, 1 8 4 1 - 1 8 7 0 . Trata-se de uma coleção antiquada, hoje substituída pela coleção crítica. - Die Fragmente der griechischen /fisío/7fce/-,herausgegeben von Felix Jacobi. Bde. I-II, Berlin, 1 9 2 3 - 2 5 . Bd. III, A-B. Leiden, 1 9 5 0 . - - 36 Apollodors Chronik. Eine Sammlung der Fragmente, her-ausgegeben von Felix Jacobi, Philosophische Untersuchun-gen, 1 6 . H e f t , Berlin, 1 9 0 2 . Corpus medicorum Graecorum, auspiciis academiarumassociatarum, ed. academiae Berol., Havn., Lips., 1 9 2 2 . Scriptores physiognomici Graeci et Latini, recensuit. Rich. Foerster, 2 Bde. Lipsiae, 1 8 9 3 . Os testemunhos da vida e da doutrina C o m o as citações, também os testemunhos da vida e doutrina dos primeiros pensadores se encontram espalhados por toda a literatura antiga, desde referências ocasionais em Eurípedes e Aristófanes até S t o . Agostinho. Os mais importantes e também os mais antigos provêm de Platão, Aristóteles e Teofrasto. Platão propõe descrições vivas das diversas correntes e da Personalidade de seus representantes. Assim, no Fedro (96ss) nos apresenta, num rápido sumário, as peripécias de pensamento e em que ã'tpüfi'\j-encaminhara os pensadores do século V. Muito mais pro-vocantes, porem, do que as descrições e os sumários, são as ironias, os mitos e as tensões dos Diálogos. C o m Platão, a filosofia nasce de uma tensão com a linguagem poética, c o m o pensamento originário. Nessa tensão, o poeta e o pensador não são combatidos de fora, c o m o adversários externos. Constituem o perigo inerente a toda filosofia. São uma ameaça que se dá, constante e invencível, c o m a própria razão e racionalidade. Acompanham o filósofo c o m o a fonte acompanha o rio. 0 poeta e o pensador pertencem ao filósofo c o m o a sua própria sombra, de cuja agilidade a compreensão racional procura sempre de novo libertá-lo. O Logos é inseparável do Mythos. Platão visa a triunfar desta tensão, contrapondo ao m i t o , à poesia, ao pensamento um m o d e l o da essência da verdade e da estrutura do mundo que, cindindo TÒIWJTÓ tfctivóiievov, èmoríuiri e 8ó%x, etSo^ e youvólievov, ró fif] 'óv e rò forcou òv, se de-cide pela metafísica contra o pensamento, o mito, a poesia. Plantada na metafísica do Logos, a Lógica, a filosofia proclama definitiva a vitória do princípio racional da luz e vai expandindo o d o m í n i o planetário da razão e sua racionalidade na História do Ocidente. A implantação do imperialismo metafísico põe a filosofia em oposição à experiência originária da existência e do m u n d o grego. Nos fins d o séc. 19, Nietzsche se levanta contra este imperialismo da metafísica, que, em Platão, inaugura a filosofia. A existência metafísica é um fenômeno de decadência, de empobrecimento dos instintos pela hipertrofia do racional, do conceituai, do lógico. Para Nietzsche, trata-se de "um des-vio tão grande de de todos os instintos fundamentais dos gregos" que ele "prefere usar, para t o d o o f e n ô m e n o , Platão, a palavra dura de'impostura superior' o u , se for mais agradável ouvir, de 'idealismo', do que qualquer outra". Em toda sua profundidade, esta ruptura não p o d e ser apreendida só pelos testemunhos platônicos sobre a vida e doutrina dos primeiros pensadores nem m e s m o p e l o t e x t o de t o d o s os Diálogos. Uns e outros constituem apenas pressuposição para se penetrar no diálogo de pensamento, que empreende Platão c o m o pensamento originário, mas ainda não são o diálogo em si mesm o . Para se entrar em diálogo, torna-se necessária a admiração de um questionamento pela estranheza do evidente, pela fraqueza de pensamneto, pelo subtrair-se do mistério de uma tradição histórica. C o m o os filósofos de t o d o s os tempos, é o que fez também Platão e, tendo feito, nos convida a fazê-lo c o m a decadência de pensamneto em que n o s engolfa hoje a igualdade planetária da ciência. Pelo vigor, c o m que constantemente suporta a admiração do questionamento, Platão é filósofo, enquanto seus discípulos e seguidores se contentam em comparai as doutrinas do Mestre c o m as doutrinas de seus predecessores, para assim poderem explicar polemicamente o progresso na evolução do conhecimento filosófico. Em conseqüência, forma-se pela primeira v e z uma consciência de filosofia da história que, desenvolvendo-se largamente c o m Aristóteles e sua escola, vai dominar todas as investigações historiográficas modernas do mét o d o histórico-crítico até o advento da análise estrutural com o acento maior deslocando-se para o e i x o da sincronia. Segundo esta consciência, o itinerário da filosofia é um itinirário epistêmico de doutrinas em aspirai ascendente no progresso do c o n h e c i m e n t o . Os mais antigos são precursores que, embo ra em etapas m e n o s adiantadas, já se encontrariam no mesmo cu m i n h o da verdade. Neste sentido, Xenocrates, o segundo succs sor na direção da Academia, escreveu os escritos polêmicos Ilepi TZÍV üapf/ewSou, Tlvdoeyopeux, Heníciiuo» do Ponto Iípó^> ra Z T ? W J W ^ , HpaKÀeÍTOD ejirm aei^ , Jlpó^j TovArifmpiTovexnywoty^*Ilepi TÍOV Ilu> dayopeúúv. 38 Pata Aristóteles não há oposição radical entre os filósofos do passado e do presente. As doutrinas antigas não são simplesmente falsas. Embora de m o d o imperfeito e primitivo, preludiam, em princípio, as doutrinas posteriores. A verdade da razão desperta e cresce na medida em que lhes vai desenvolvendo os germes de racionalidade, lhes esclarece os pontos cegos. Aristóteles vê a legitimidade de suas doutrinas no fato de terem reconduzido à linguagem do Logos o que desde sempre a humanidade pressentiu nas peripécias de sua caminhada histórica. À luz desta filosofia da história da filosofia se impunha ao Peripatos conhecer as doutrinas dos primeiros filósofos c o m o uma tarefa não apenas didática mas sobretudo sistemática. Aristóteles estabeleceu c o m o princípios de realização desta tarefa: a pesquisa das fontes originais, um levantamento c o m p l e t o e análise crítica do material. O Peripatos lançou-se então a investigar toda a evolução histórica do pensamento grego. Frutos deste imenso esforço são os sumários, que antepõe Aristóteles a muitas de suas obras, as investigações de Teofrasto sobre as Opiniões dos Físicos, de Eudemos sobre a história da teologia, astronomia e matemática, de Menão sobre a história da medicina e de Aristóxenos sobre a música. Após a morte do Filósofo, este interesse sistemático pelo passado do conhecimento continuou a mobilizar uma parte dos discípulos, m e s m o depois, quando a maioria não se manteve fiel aos princípios do Mestre. Destas atividades sistemáticas saíram, quer direta quer indiretamente, quase todos os testemunhos sobre a vida e doutrina dos primeiros pensadores que vamos encontrar ao longo da literatura até o fim • la Antiguidade. 39 Parte II FRAGMENTOS e NOTAS Fragmentos 1 Fragmentos Texto: Tou 5è Xáyov rovo' éóvTO"vcaei à£weroi yíyvovroi éWpto•M K(£Í npóadev r) baicSacuKoàSuíovoavre"» TÕ np&Tov .71yvonévcjv yhp mánoiv Kara TÒV \oyov mvSe , icneipoioiv hotkaoi, mipúnevoi nal éirécov KOU Ppyíov TOiowécúvÓKOLOJV êy& 8vrryévp.ai Kara <¡>óoiv Suxipécjv enaorov KC¿ ÇpáÇíúv OKOJ^ exei. roir^ Sè âXKov^ itvdpómv^ fowOocvei ÒKoaa êyçpOevre'^ miwow OKioomp fkooa evòovre'v emAwOòiwai. 1 Com o Logos, porém, que é sempre, os homens se comportam como quem não compreende tanto antes como depois de já ter ouvido. Com efeito, tudo vem a ser conforme e de acordo com estes Logos e, não obstante, eles parecem sem experiência nas experiências com palavras e obras, iguais às que levo a cabo, discernindo e dilucidando, segundo o vigor, o modo em que se conduz cada coisa. Aos outros homens, porém, lhes fica encoberto tanto o que fazem acordados, como se lhes volta a encobrir o que fazem durante o sono. Fontes: 1. Hipólito, Refutação de todas as heresias, IX, 9.1. 2. Sextus Empíricus, Contra os Matemáticos, VII, 132. Edições: 1.1 Wendland P., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Leipzig, 1916, vol. 26, p. 241. 2.1 Mutschmann H., Leipzig, BT, 1914, vol. II, p. 32s. Variantes: TOV 6 è om. Sextus áiei om. Sextus àj-vve TM Sextus: £eroí Hipólito. éuiOvaavTe'^ Sextus: -a"" Hip. TtávTOjv om. Sextus; icneípoiow Sextus N: Õtneipoi eloiv Hip. Kai ante èvécov o m . Sextus Tovomècov Hip.: TOIOÕTCJV Sextus ÔKOÜÚV Sextus: omtx Hip. KO¡TO wow ôtaipéiov (fiiocoTOv Sextus: 5 latpêtov KCtià iféaw Hip. OKC*/V Sextus: ófroyv Hip. 2 2 Texto: TÒV X&yov 8 ' èóvro^ Çuvóõ exopre^ ipp6vr¡oiv. ÇÍJOVOW d nóXXoi c 5 ^ 25 ¿w (Torna-se necessário seguir a con-juntura) mas enquanto o Logos vive na con-juntura, a massa vive como se tivesse um entendimento próprio e particular. Fonte: Sextus Empiricus, Contra os Matemáticos, VII, 133. Edição: , Mutschmann, Leipzig, BT, 1914, vol. II, p. 33 43 3 3 Texto: i (O sol) da largura de um pé humano. ( T J A W V ) etfp(/v TTOOO'V ètvdpcoTieCov. Fonte: ; Aetius, Opiniões dos Filósofos, Edição: II, 2 1 , 4 , Diels H., Doxographi Graeci, Berlin, Walter de Gruy ter, reimpressão, 1 9 6 5 , p. 3 5 1 . 4 Texto: Boves felices diceremus, cum inveniant orobum ad c o m e d e n d u m . Fonte: (Se a felicidade estivesse nos prazeres do corpo), deveríamos chamar felizes os bois quando encontrassem capim para comer. ; Alberto Magno, De Vegetalibus, VI, 4 0 1 Edição: Meyer E. e Jesseu K., De vegetalibus libri septem historiae naturalis pares XVIII, Berlin, 1 8 6 7 , p. 5 4 5 . 5 5 Texto: KadaípovTCu. 6' 2 \ X w v aqjan puxtvoßevoi oiov éíTi^el"» AT/XÒI» e / i ß a ' V 7TCJXC^ ccnovíÇonornai ToP^ayaXßuai Sèrovrèoiaiv èvxovrax ohviiTi'^ Sójuoiai XeoxnveóoiTo. Fonte: Ê em vão que se purificam, aspergindo-se c o m sangue, c o m o se alguém, que tivesse pisado na lama, quisesse lavar-se c o m lama; e fazem suas preces às Imagens c o m o se alguém pudesse falar c o m as paredes. .. Aristócrito, Teosofia, 68. Edição: Erbse H., Fragmente 1941.P.184, 14 Griechischer Theosophien, Hamburg, 45 Variantes: TOUTéoioiV Buresch: TOV réoiau/í ê Ú x o i r a i B u r e s c h s ?xoi>Tü!i T XeaxTjTOebiTO Buresch: XeffXTjwibiro.T. 6 Texto: (nXwv). Fonte: véo^ hp (O sol) novo de dia. rinépr) ; Aristóteles, Meteorológicos, B 2, 355a 14 Edição: Fobes F.H., Cambridge Mass. 1919, p. 126. 7 Texto: eí návra 1 Ka-nvò ^ yéwtro, p'we^ ba» ôiayvoew.. Se todas as cosas se transformassem em fumaça, o nariz é que as distinguiria. Fonte: Aristóteles, De Sensu, 5 , 4 4 3 a 23 Edição: Ross D., /to/ra Naturalia, Oxford, 1 9 5 5 , p. 192 Variantes: yeVOLTO bPzyeyvoiTo a pwe^> bt Ort pwe^ aP. 4fi 47 8 8 Texto: TÒ &VTÕÍOW OVfAfiépOV KCtiékTÕJV 5tcupepóuTLov nák\(arr\v O contrário em tensão é convergente; da divergência dos contrários, a mais bela harmonia. ápnovíav Fonte: Aristóteles, Ética a Nicômaco, 8, 2, 1 1 5 5 b 4s Edição: Susemihl F, Leipzig BT, 3 ed., Apelt Ó, 1 9 1 2 , p. 3 0 2 9 9 Os asinos prefeririam os ramos ao ouro. Texto: õvoi ovppccr' bd> I X o u r o -pãXkov íj xP àv. u(J Fonte: Aristóteles, Ética a Nicômaco, K 5, 1 1 7 6 a 7 Edição: Susemihl F., Leipzig BT, Apelt O, 3 ed., 1 9 1 2 , p. 3 1 2 Variantes: ovotr^ Kb: ovov Lb Ob: atov Mb. 10 10 Texto: ouAXái/ziCV. oXa avvãôovòiOiSov, uai uai ov\ ò\a (ovji4>epòpeyop dia^epòfievov, êKitóaniovev uaié| kvà^> ,ráVra). Conjunções: completo e incompleto (convergente e divergente, concórdia e discórdia, e de todas as coisas, um e de um, todas as coisas). Fonte: Pseudo-Aristóteles, Tratado do Mundo, 5, p. 3 9 6 b 20s 48 49 Edição; Lorimer, W.L., Traité du Monde, Paris, 1933, p. 76 Variantes: ouWárjJie^ LP: o w X X f ^ i e ^ P: auXXfj^ei^ yo R 2 3 3 : aúWrjiljL^ Par. 2494: owà^ie^ Apc CEGT: ovva^ei^ Aac(? ): ovvá\peL^ F: ovpá^ewc^ BHWpcZ Aid R 223: orivÒLtyvoP^ Wac 8Xa KOLÍ oüxobXaPAmb. 174 Bem. Vind 8 : 8to KOÍ opx ouXa Par.166: ouXa icat OUK (vel ov\ vel O Ü X ' vel OÔtf ) OÔXa (vel^ <%}& vel 3XOÜ) ABCEFGHTW Aid R 1314 ( O W ante pr. o5Xa) Z . 11 11 Tudo, pois, que rasteja, partilha da terra. Texto: 7r&> 7àp èpneTÒp rr\v yf^v vèperm Fonte: Pseudo-Aristóteles, Tratado do Mundo 6,401 a 105 Edição: Lorimer WL., Traité du Monde, Paris, 1933, p. 98 12 12 Texto: itOTomotoi ooíoiv OLUTOiaw enfktCvovoiv erepa KOLÍtrepa ficara è-nippeL KOLÍ xjjvxod dè airò TZOV fiypcopáw6v- Para os que entram nos mesmos rios, afluem sempre outras águas mas do úmido exalam também os vapores. m UltàVTOLl. Fonte: Ario Dídimo em Eusébio, Preparação Evangélica, XV, 20,2. 50 51 Edições: l.lMras K, Griechisch-Christliche Schriftsteller, Berlin, 1956, 2 v . 4 3 , p . 384. 1.2Diels H., Doxographi Graeci, Berlin, W. de G r u y t e r , reimpressão, 1 9 6 5 , p . 4 7 0 s . 13 13 (os porcos) se c o m p r a z e m na lama (mais do que na água l i m p a ) . Texto: (fie'Y) ßopßopcj) r\bovTOn (p&Kkovri KoootpíbflfeaTi) Fonte: , C l e m e n t e , Stromates, I, 2,2 Edição: S t à h l i n O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, F r ü c h t e l L., 3 ed., Berlin, 1 9 6 0 , v. 5 2 , p. 8 7 . Leipzig, 1 9 0 6 , 14 14 Texto: (rúxi 5f> TróXofV, ymreóeToa, HpõocXeiro^, o Efémo^;)- WKTI- 0 ß&yot^, ß&Kxoi ", Xftvca^, pvoTai^- {...)fà vopiCoßepa Kar' òtvOpcbuov^ p.voTÍ)pia hviepoyoTi <l'íiia q u e m profetiza Heráclito? ) : para os errantes n o t u r n o s , os inatos, os b a c a n t e s , as mênades, os mistas. ( . . . ) É sem p i e d a d e •|in' ™ iniciam nos mistérios em voga e n t r e os h o m e n s . ßVOOVTCLl. Fonte: ; C l e m e n t e , Protréptico, 2 2 , 2. Edição: Stàhlin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, v. 12, p . 1 6 . Leipzig, 1 9 0 5 , Variantes: áviepcoori M F : ãviépo/^ TI 52 P. ¿3 15 15 T«xto: e 'ipr} Aiowaíp nopiàiv êiroiow-ro Kai vßveov qo,ua,a'i- ôotoioiv âmiSéoTOLTOi eXpyaorai • cobrou 5è*Ai5T7^ K a i Aiow(T<yv, tfrey paívavrai Kai \t)vaiÇovoiv Não fosse para Dionísio a procissão que fazem e o h i n o , que entoam c o m as vergonhas sagradas, praticariam a coisa mais monstruosa. Mas Hades e Dionísio é o m e s m o , para quem deliram e festejam. Fonte: C l e m e n t e , Protréptico, 34, 5 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, v. 1 2 , p . 2 6 . Leipzig, 1905, 16 16 Texto: TÒ (OfJ 5Di>Ól> Fonte: 1T0T€ TTCO'V Como alguém poderia manter-se encoberto face ao que nunca se deita? aí> nA> AáOoi; ; a e m e n t e , Pedagogo, 9 9 , 5 ..'•V-r.ío; Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, v. 12, p . 2 1 6 . Leipzig, 1905, 17 17 Texto: oú íppovéovai TOiavra ttóKKoí, oóôè paOóvre^ yivójaKovaiv, OKÓOOL ètúVToioi êyKvpoevovoiv., SèÒOKêovou N;U> percebem estas coisas tais quais são, quantos as encontram i in seu caminho, e ainda que aprendidas não discernem; é para si • iK-.Miios que aparecem. J Fonte: C l e m e n t e , Stromates, 11,8,1 S t a h i i n O . , Griechisch-Christliche Schriftsteller, Leipzig, 1906, F r ü c h t e l L., 3 ed., Berlin, 1 9 6 0 , v. 5 2 , p. 117 54 55 18 18 Texto: èài> MT/ £knT)Taí, avéXmxjrov âuK vvr\Tov èòv naí èíiropOV: è£evpfioei,ái>e%epe- Se não se espera, não se encontra o inesperado, sendo sem caminho de encontro nem vias de acesso. Fonte: Clemente, Stromates, II, 17, 4 Edição: Stahlin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Leipzig, Friichtel L., 3 ed., Berlin, 1 9 6 0 , v. 5 2 , p. 121 1906, 19 19 Não sabendo auscultar, não sabem falar. Texto: ànovam Fonte: ovn êmorápeuoi obô ei^eu». , Clemente, Stromates, II, 24,5 Edição: StáhtinO., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Früchtel L., 3 "ed., Berlin, 1 9 6 0 , p. 126. Leipzig, 1906, 20 Texto: 20 . • ' . yevô^evoi Çcoew êÔéXovat, p-òpov^ r ' ^ e i f , , pãXKoK òè uvaitaveodai, Kai rtaiSa^ KaTaXeíriovoi pópou'v yevéadai. Nascidos consentem em viver e partilhar da vida, mais ainda, porém, em repousar, e deixam assim filhos, para nascerem outras participações. Fonte: Clemente, Stromates, III, 14, 1 Edição: Stáhlin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 , p. 2 0 1 . 56 Leipzig, 1906, 57 21 21 Texto: Bávaro^ Morte, tudo que vemos acordados, sono, o que vemos adormecidos. eoriv áióaa êyepOêvTe^ ôpéopev, ónóoa Fonte: a e m e n t e , Stromates, III, 3, 2 1 , 1 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Früchte! L., 3 ed. Berlin, i 9 6 0 , p. 2 0 5 . . Leipzig, 1906, 22 Os que procuram ouro, cavam muita terra e encontram pouco. Texto: Xpvaóv,oí 5 iÇfipevoi. yfjv noXXfiv opvaaovat Kai evpiOKOVOW òXíyov Fonte: Q e m e n t e , Stromates, IV, 2, 42 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Leipzig, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 , p. 2 0 5 . 1906, 23 23 Não houvesse tais coisas, não re-colheriam o nome da justiça. Texto: AIKTJ'V foopa obK av ?ôi?ow, e i raßra pri r\v Fonte: Q e m e n t e , Stromates, IV, 10, 1 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Leipzig, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 . 58 1906, 24 24 Texto: aprjüpaToi/^ Aos mortos de Ares honram os deuses e os homens. Oeoi TißZjoi Kai Uvdpumoi. Fonte: Clemente, Stromates, IV, 4, 16, 1 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 . Leipzig, 1906, 25 25 Majores partes de vida o b t ê m maiores partes de viver. Texto: pòpoipéÇope'^ péÇoua"^ poípa^ Xayxàvovoi. Fonte: Clemente, Stromates, IV, 7, 4 9 , 3 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Leipzig, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 . 1906, 26 26 Texto: avdpcjiio'^ èv ebppóur], « ' v a j i r e r c w , èavrçõ anoOavtev, otirooßeoOeC"v ofei^AÇãv Sé, ämerai reöveCoTo^eüdiov, tinooßeaOei'^' ò^efV) eyprjyopte'^ a W e r a i evôouTO^. O h o m e m toca a luz na noite, quando c o m visão extinta está morto para si; mas vivendo, toca o morto, quando c o m visão extinta dorme; na vigília toca o adormecido. Fonte: Clemente, Stromates, IV, 7 , 4 9 , 3 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1906, 60 Leipzig, 1 9 0 6 , 61 27 27 Texto: Na morte advém aos homens o que não esperam nem imaginam. ètvBpÚTiov"" ßevei ècnodavóvTa'^ ãaaa OÕK gknovrai oòôè Sonéovoiv Fonte: Clemente, Stromates, IV, 2 2 , 1 4 4 , 3 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 . Leipzig, 1906, 28 28 Texto: ywôjoicei ipuXàooeiv. KOLTákfiTj/eTOu. \l/ev8cov réKTOva^ Kai paprupa^ ÔOKÉÓVTCOV ( ÔÓCTJ 6 òonipíoraTO'^ O mais conhecido decide das coisas reconhecidas para conservar; mas a Justiça saberá apossar-se dos artesãos e testemunhas de mentiras. Fonte: Clemente, Stromates, V, 1, 9, 3 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 . Leipzig, 1906, 29 29 Texto: alpeOvrai è'v &vri átrávrcju ói ãpiaroi, « X é o ^ aévaov 0VT)TÜ)V ' ot 6è iroWoi KeKÓptjVTai OKcoonep vea. Uma coisa a todas as outras preferem os melhores: a glória sempre brilhante dos mortais; a multidão está saturada c o m o o gado. KTTI- Fonte: Clemente, Stromates, V, 9, 5 9 , 5 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Leipzig, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 . 62 1906, 63 Variantes: êv àvri òatavTcov C o b e t : évavTÚx mvTiov C o d . ficcoaJTepBernays: '(Wra/V Cod. 30 30 Texto: KÖOßOV, TÒV OÒTÒV <XllávTG)V, OUTC Tl*" 0€CÒV <&te avdpíotrcov eiroárioev, aXX' %> áeinaieoTw uai iaTCLi,iwp deíÇiow &tiTÓpevov pérpa /caí aitooßewvpevov pérpa. O m u n d o , o mesmo em todos, nenhum dos deuses e nenhum dos h o m e n s o fez mas sempre foi, é e será, fogo sempre vivo, acend e n d o segundo a medida e segundo a medida apagando. Fonte: a e m e n t e , Stromates, V, 14, 1 0 4 , 2 Edição: StahlinO., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Früchtel L., 3 ed. Berlin,!960. Leipzig, 1906, 31 31 Texto: mpó^ rponaínpfbrav BáXaaaa, OaX&oori^ 5è rò pèv tfpiow rò 6è fípiav nprjoríip • dàXaaaa 8iaxéerançai perpéerai â*v TÒV abròv \byov SnoVo^ npcoTOV fy. T r o p o s do fogo: primeiro, mar; do m a r , a metade terra, a metade v e n t o ardente. O mar se estica de ponta a ponta e encontra sua medida de acordo c o m o mesmo Logos q u e era primeiro Fonte: Q e m e n t e , Stromates, V, 14, 1 0 4 , 3. Edição: Stahlin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 64 Leipzig, 1906, 65 32 32 U m , o único sábio, não se dispõe e se dispõe a ser chamado c o m Texto: è\> TÒ o&pòv pmvov Xéyeadai Zrjvò^ b'wpa. OIJK êdêkei uai èOéXei o n o m e de Zeus. Fonte: Qernente, Stromates, V. 1 1 5 , 1 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Leipzig, F r ü c h t e l L . , 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 , p. 4 0 4 1906, 33 33 Lei, também a vontade de seguir uma só coisa. Texto: vòpo^ -uai ßouAf) neíOeodai èv&^. Fonte: Clemente, Stromates, V, 14, 115, 2 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Fruchtet L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 , p. 4 0 4 . Leipzig, 1906, 34 34 S i m compreensão: ouvindo, parecem surdos, o dito lhes atesta: Texto: àJjweroi • aôrofai aKobaavTe^ nutpoíbw èoúiaai. • (páu^ paprvpei napeávra^ hneivai. i>irsentes estão ausentes. Fontes: 1. Clemente, Stromates, V, 1 1 5 , 3 2. Eusébio, Preparação Evangélica, XIII, 13, 42 Edições: 1. Stahlin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Leipzig, Früchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 , p. 4 0 4 . 2. Mras K., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Berlin, v . 4 3 , p . 216. 1906, 1956, 2 66 67 Variantes: KUxpOtOíV E u s é b i o ; KüXpoPv C l e m e n t e ; ávTOiOl Eusébio ; a ô - • ToCoiv C l e m e n t e ; àitelvai E u s é b i o ; Gcniévcu. C l e m e n t e . 35 35 Texto: É b e m necessário serem os h o m e n s a m a n t e s da sabedoria p a r a XPW eü ßbcXa •noXk.Zjv YoTopa^ iptXooô\poW\> atopa'v» áwi. investigar m u i t a s coisas. Fonte: C l e m e n t e , Stromates, V, 1 4 0 , 6 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Leipzig, Fr'üchtel L., 3 ed. Berlin, 1 9 6 0 , p. 4 2 1 . 1906, 36 36 Texto: oáfccrcA/ 5)6cop yevéoOai, vôan S è OávctTiV^ yriv yevèodai, eV yij^ 8è v5cjp yíverat, | £ í»Sa- f.ira os v e n t o s , m o r t e v e m a ser água, p a r a a água, m o r t e v e m a i ferra; m a s da terra nasce água, da água, v e n t o . Fonte: C l e m e n t e . Stromates, V I , 17, 2 Edição: Stählin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Friichte! L., 3 e d . . Berlin, 1 9 6 0 , p. 4 3 5 . 68 Leipzig, 1906, 69 37 37 (Os porcos se lavam na lama, as aves de baixo curso, no pó). Texto: . . . si m o d o credimus Ephesio Heraclito qui ait sues caeno chortales aves pulvere lavari Fonte; Columella, Res rustica, VIII, 4,4 Edição: Josephson A., Res Rustica VIII - IX e m : L. Iuni Moderati Columellae opera, quae exstant, fase. 5, Upasala, 1 9 5 5 , p. 16 Variante: chortales AacS: cohortales cinere R. Ape R post pulvere additur vel 38 38 (Tales parece, segundo alguns, haver sido o primeiro a investigar os a s t r o s . . . Heráclito e Demócrito são testemunhas). Texto: (OaÀr/M Honet 8è a a i . . . paprvpeï Ôè Kara r i w v npZiTO*» êtOTpókoywabríg « a í HpanXeiTO^ Kai ATJ- pÒKpiTO*" Fonte: Diógenes Laércio, Vida dos Filósofos, I, 23 Long H.S., Oxford, OCT, 1 9 6 4 , 2 v., p. 3 9 . 39 39 I iii Priene nasceu Bias, filho de Teutames, sua fama é maior do Texto: h> X\.piiivr¡ <iue a dos outros. ßia*" èvévero 6 TevT&peío- où nXeCuv Xóyo'v r¡ TGJv aWíov. Fonte: Diógenes Laércio, Vida dos Filósofos, I,-88. Edição: Long H.S., Oxford, OCT, 1 9 6 4 , 2 v., p. 3 9 . 70 71 Variantes: liXeiuv B: nXéojy PF 40 40 Texto: itoXvpaô ír¡ voov ov ôiSáonei • HaioSov yàp au encti iw6otyópT)v, CCÓTÍ*• Te =epo\¡j6¿ve& Te KQÍ. EKOtTOtlOV. Muito saber não ensina sabedoria, pois teria ensinado a Hesíodo e Pitágoras, a Xenófanes e Hecateu. Fonte: Diógenes Laércio, Vida dos Filósofos, IX, 1 Edição: Long H.S., Oxford, OCT, 1 9 6 4 , 2 v., p. 4 3 6 Variantes: iroXvpaOá} BPpc: KoXvpaOfi F: iroXvpaOeía Yac re prius B P : ô è F TS alterum BP: o m . F. 41 41 Texto: ev TO oopóv ' kirúrraoOoi «ta. návra 8 ià itávTiov. yvúprjp, orétj, KV^epvff Um, o saber: compreender que o pensamento, em qualquer li-mpo, dirige tudo através de tudo. Fonte: Diógenes Laércio, Vida dos Filósofos, IX, 1 Edição: Long H.S., Oxford, OCT, 1 9 6 4 , 2 v., p. 4 3 7 Variantes: Srér) KD^epvfjaai Pac: 8re f¡ (sic) K\$epvT¡oai B: o t i ewcujScpi^ffOai F. 72 73 42 42 Texto: Este Homero deve ser expulso dos concursos e bastonado, este ye "Op-qpov a^iov éc TZJV áyúviov enQáWeoOai nai patiCÇeoOat nai %pxiXo\ov op oíw'V Arquíloco também. TÒV Fonte: Diógenes Laércio, Vida dos Filósofos, IX, 1. Edição: Long H.S., Oxford, OCT, 1 9 6 4 , 2 v., p. 4 3 7 . Variantes: ye BPacF: re Ppc 43 43 Texto: Ê a presunção que deve ser apagada mais do que incêndio. ,í¡¡3pu> XPW ofiewóetv p&Xkov Fonte: T) iwpKáíqv. , Diógenes Laércio, Vida dos Filósofos, IX, 2 Edição: , Long H.S., Oxford, OCT, 1 9 6 4 , 2 v., p. 4 3 7 Variantes: , ofiewóvoa BPacs ofyevvúew P pe (F). 44 Texto: 44 O povo deve lutar pela lei em processo, c o m o pelas muralhas. p&XeaOai XPV TÒV 8f¡pop îmèp TOV vópov vnp TOV yivopévov O K C O ' V vnèp rei'xeo'v. 74 75 Fonte; Diógenes Laércio, Vida dos Filósofos, I X , 2 . . Edição: L o n g H.S., Oxford, O C T , 1 9 6 4 , 2 v., p. 4 3 7 . Variantes: Ònèp TOV ywopèvw BPacF: om. Ppc. 45 45 Texto: xpvxw"" iteípara icoi> ova àv é&úpoi o TI&OOLV emitopevópevo"» Ô8óv OÓTOJ (iaôvv Xôyov èbcet. Não e n c o n t r a r i a a c a m i n h o os limites da vida m e s m o q u e m percorresse t o d o s os c a m i n h o s , t ã o p r o f u n d o é o L o g o s q u e possui. Fonte: Diógenes Laércio, Vida dos Filósofos, IX, 2. Edição: , L o n g H.S., O x f o r d , OCT, 1 9 6 4 , 2 v., p. 4 4 0 Variantes: veípara. vbv H e r m a n n : -neipàraiov Bac F : ireipãTca ov P p c : neiparéov Bpc Pac è%evpoi o B P : eíipoi â F fiaôiiv F: PoiÒir» B pac: p\xôii Ppc. 46 46 ('!•, chamava a a u t o s u f i c i e n c i a de d o e n ç a sagrada e (dizia) q u e a Texto: Síqoiv rj/evôeoOai. TÍIV T' lepàv vòaov èXeye KQX TTJV Spaaw visão i n d u z a e r r o ) . Fonte: Diógenes Laércio, Vida dos Filósofos, IX, 7. Edição: L o n g H.S., O x f o r d , OCT, 1 9 6 4 , 2 v., p. 4 4 0 76 77 47 47 Texto: Mr/ eîkîj Nas grandes coisas n ã o n o s a c o r d e m o s a p r e s s a d a m e n t e . nepi Tcót» peyiaTw ovpfiaXká}p.eôa. Fonte: Diógenes Laércio, Vida dos Filósofos, IX, 7 3 Edição: L o n g H.S., O x f o r d , O C T , 1 9 6 4 , 2 v., p . 4 7 6 . 48 Texto: TÒí TÓ%C¡? 48 O arco t e m p o r n o m e a vida, p o r o b r a , a m o r t e . bvopct / J ú / v , è/yyot" 6 è O á r a r o ' V . Fonte* Etymologicum Magnum, /Jtó^ Edição: Gaisford T., reimpressão, A m s t e r d a m , 1 9 6 2 , p . 1 9 8 . 49 Texto: e i ' v pvpioi, etxv apioro^ VFonte: T e o d o r o P ó d r o m o , Cartas, I Edição: Migne J.P., Patrología Grega, v. 1 3 3 . Paris. 1 8 6 4 . p._1240 A 78 49 Um para m i m vale mil, se for o m e l h o r . 49a 49a Texto: No m e s m o rio e n t r a m o s e não e n t r a m o s ; s o m o s e n ã o s o m o s . rofv nora/ioü^ p\xívo(i€p, ctòréí^ èyfiaívoiiêv re KOA -OÔK èfoev. ryiev re uai OÒK èy.- Fonte: Questões Homèricas, 24. Edição: Buffière, F., p. 30 Heraclite, Questions Homériques, Paris, 1962, Variantes: avroí"^ AC i: apTov O re elfxeí' bis A C a : rjpev bis O. notiovn é/jpaùmpev AGa:om. O so 50 Texto: A u s c u l t a n d o n ã o a m i m m a s o L o g o s , é sábio c o n c o r d a r q u e époõ o X X a ooipóv êorw ïv OÒK Fonte: TOÜ navra Xôyov eivai. àKOVoavrof^ opokoyeïv tudo é um. , Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, I X , 9, 1 Edição: , Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p . 2 4 1 . Variantes: XÓJOV Schriftsteller, Leipzig, , Bernays: ÔÓyparo*" cod. tv W e n d l a n d ; èv c o d . éfàévai cod.; 80 81 51 51 Texto: ou fyjvwíow O K C J ' V Sumpepòfxevop ècourój õpókoyéei •naKCmpoim ^ appovvq oacúomp T Ó £ O U KCU XuprfV Não compreendem, c o m o concorda o que de si difere: harmonia de movimentos contrários, c o m o . do arco e da lira. 1 Fonte: , Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 9, 2 Eaição: , Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 26, p . 2 4 1 . Variantes: , òptíkoyêei Miller: áp.oXoyeíí' Schriftsteller, Leipzig, cod. 52 52 Texto: aícov jraP^ éati iraífav, ireooeúojv • •naiSò'^ fi ßaaiXijá?. Fonte: O t e m p o é uma criança, criando, jogando o jogo de pedras; vigência da criança. , Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 9.4 Edição: , Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p . 2 4 2 . Schriftsteller, Leipzig, 53 53 Texto: it&kepo*" navTGJv pèv naTÍip ean, návT<ov ôè 0aaiXeú^ K C U T O U ' V pèv Oeov^ ?Set|e, TOtA-ôèapflpcoTIDÜ'V, rou'v pèi> ÔoúXoiA/ énoúqoe, roiA/ Sê èXeu0epo(/v De todas as coisas a guerra é pai, de todas as coisas é senhor; a uns mostrou deuses, a outros, homens; de uns fez escravos, de outros, livres. Fonre; Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 9,4 Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p . 2 4 2 . 82 Schriftsteller, Leipzig, 83 54 54 A harmonia invisível é mais forte do que a visível. Texto: áppovúq capapri"" ^apepfj"^ Fonte: npeírriúv. , Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 9,5. Edição: , Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p . 2 4 2 . Schriftsteller, Leipzig, 55 55 O que prefiro é o que aprende a visão, a audição. Texto: bacov in/ziA/ à/corj Fonte: p&8r}oi ", rotura èylj nporipécj. , Hipólito, Refutação de 10,1 Edição: n Todas as Heresias, IX, 9,15 et IX, ; Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p. 2 4 2 , 1 3 e 2 4 2 , 2 2 . Schriftsteller, Leipzig, Variantes: tioíov IX, 10,1: boov, IX, 9 , 1 5 . 56 56 Texto: è^nn&rrjvrai oíièvOpcoiroi/npò'^ rr\v yvZoaiv TZJV ipuvepojv rrapairknaícú*" "Oprípcp, tfa èyévero rZov EXXfipow oapíúrepo*" -navrcov • iiceivóv re yàp itaíSc'v yOéípa"» Karanreivovre " elftirarrjoav eiiróvre'v • Saa êfàopev uai' nareXaßopev, ravraomoXeínopev, 66a 5è öftre >ê(hop.ev dir eXaßopep, , ravra ipépopev. Em seu esforço para conhecer o visível, os h o m e n s são ludibriados c o m o Homero, mais sagaz do que todos os gregos. Pois é a ele que ludibriaram os garotos que matavam piolhos, dizendo: "tudo, que vimos e pegamos, deixamos, tudo, que não vimos nem pegamos, trouxemos conosco". n 84 85 Fonte: Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 9, 6 Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , ,v. 2 6 , p . 2 4 2 Schriftsteller, Leipzig, 57 57 Texto: 1 bibaaKaXo ^ nXeioTuv TOUTtXeiOTOt OVK eiSévau *Roío8oy MTI^ • èirforav- TOVTOV tipépriv Kai eàppóvriv O mestre de quase todos, Hesíodo; estão convencidos de que ele sabe quase t u d o , ele, que não distinguia dia e noite; pois se dá a unidade. êyívcjoKev • eori yàp ev. Fonte: Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 10,2 Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 26, p. 2 4 3 . Schriftsteller, Leipzig, Variantes: ehpflóvrjv Miller: eu>fipoavvr}v P. 58 58 Texto: ot iarpoi Tépvovre*", KaíovTe^, 7J&I>TTJ TCSKCVKCO'X/ rov"v appiooToCvra"" à\vov Xapßaveiv, pioQòv napà ßaoavt£ov- enaiTCJvrai pr)8èi> TCZV Cortando, queimando e atormentando de todos os m o d o s , os médicos acusam indevidamente os doentes de não pagarem, de forma alguma, a remuneração anerecida; pois o que operam nos doentes são o sucesso e as doenças. ãppcúOTOvvrüJV TavTa êpyaÇópevoi, rà uyaOà KOÍ ror'v vóooV^. Fonte: Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 1 0 , 3 Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p. 2 4 3 . Schriftsteller, Leipzig, Variantes: piodÓV Wordsworth: pioBcóV c o d . 87 86 59 59 O caminho dos pintores, reto e curvo. Texto: ooo'v ypayéajv Fonte: eudetami onoXif}. , Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 1 0 , 4 . Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p. 2 4 3 . Schriftsteller, Leipzig, 60 60 Caminho: para cima, para baixo, um e o mesmo. Texto: OOO^'OCVCJ « a r c o pia Kai còurrç. tonte: Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 1 0 , 4. Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p. 2 4 3 . Schriftsteller, Leipzig, Variantes: OJÓTW Wendland: CO&TT) cod. 61 61 <) mar, água, a mais pura e a mais impura. Para os peixes., potável e vivificante, para os homens, não potável e mortal. Taxto: OáXaaaa • u5ojp nadapÚTatTOv Kai piapÍjTttTO? '\x~ 6voi pèp tioripov Kai ocjTfipiw, avQpó)troi"v 5èâiroTOV Kai òXédpvov. Fonte: Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 10,5 Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p. 2 4 3 . 88 Schriftsteller, Leipzig, 89 6 Texto: ô f l á w T o i OvqToi neÓKúV dávaTov.TÒv 62 2 dvqroi adàvaroi, Sè êiiéívoúv f o w T e ' v TÒI> èßiov reOveõjTe^. Imortais mortais, Mortais imortais, vivendo a morte dos outros, morrendo a vida dos outros. Fonte: Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 1 0 , 6 . Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p . 2 4 3 . Schriftsteller, Leipzig, 63 63 Texto: ÇvOa ô' èóvn èmviÓTaodai eyepTi ÇCJVTCOV Kai Insurgir-se contra os seres e assim fazer-se pastores dos vivos da Kai <pú\OKe'^ yíveoOai veKpÕJv. vigília e dos mortos. Fonte: Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 10,6 Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p. 2 4 3 . Schriftsteller, Leipzig, Variantes: tpvXoKe^ scripsimus: ipúXaKO^' c o d . iyeprí ÇCÚVTCJV Bernays: eyepTiÇóvToúv cod. 64 64 Texto: ráòe O raio conduz todas as coisas que são. itavra ototKÍÇei Kepawó^. Fonte: Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 10,7 Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , 2 4 3 . Schriftsteller, Leipzig, Variantes: T&be Boeder: rà 8è c o d . 90 91 65 65 Texto: XPVOßoavvrj Kai /cópo'v. Indigência e saciedade. Fonte: Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 10,7 Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , p . 2 4 3 . Schriftsteller, Leipzig, 66 n&vTOt TO Fonte: , irvp èneXdòv npivei KOTaArj^erai Kai O fogo, sobrevindo, há de distinguir e reunir todas as coisas. Hipólito, Refutação de Todas as Heresias, IX, 1 0 , 8 Edição: Wendland P., Griechisch-Christliche 1 9 1 6 , v. 2 6 , 0 . 2 4 4 . Variantes: Schriftsteller, Leipzig, , ehppóvq Miller: eixpávBr) cod. 67 Texto: òoeóf ° vpépri ebppòvn. xeißiov Oépo^.irõXepo^hprtvv, KOpo^^ißo^.aXkoiovmi ô è tkcoynep, bnòmv ovpßiyfj Ov&popów, òvop.ã%mi KOO' r\bovfiv eKáarov. Fonte: Hipólito, Reputação de todas as heresias, IX, 1 0 , 8 67 O m i s t é r i o : dia-noite, inverno-verão, guerra-paz, sociedade-fome, cada vez q u e e n t r e fumaça r e c e b e u m n o m e s e g u n d o o g o s t o d e cada u m , se a p r e s e n t a diferente. Edição: Wendland P., Griechisch - Christliche Schriftsteller, Leipzig, 1 9 1 6 , v . 2 6 , p . 2 4 4 92 93 67a 67» Texto: Sicut aranea, ait, stans in médio telae sentit quam cito musca aliquem filum suum corrumpit itaque illuc celeriter currit quasi de fili perfectione dolens, sie hominis anima aliqua parte corporis laesa, illuc festine meat, quasi impatiens laesionis corporis, cui firme et proportionaliter iuneta est. Fonte: C o m o a aranha no centro da teia logo sente, quando uma mosca rompe um fio e assim acorre pressurosa para lá, c o m o temendo pela integridade do fio, assim também a vida humana, ferida alguma parte do corpo, se dirige rápido para lá c o m o se não suportasse a lesão do corpo, ao qual está unida firmemente e segundo certa proporção . Hisdosus Scholasticus, Comentário do Timeu, 34b s. Edição: Pohlenz M., Berliner Philologische Wochenschrift, 1 9 0 3 , p. 9 7 2 . 23, Berlim, 68 Texto: uai dià TOVTO eócÓTía/v cana (scil. rà íepà Oéàpoiuai Stuovapara T&V aloxp&v) "cucea" 'HpánXeiTO^ npooeimv c ô ^ e^otKovpem TÒL òeiva uai TÍC^ \pvxo^ èifóoTCV èntepya^oí^eva TCOP ev Tfj yeveoei T&TUXX 68 E é por isso que Heráclito chamava de "remédios" tais coisas (a saber, alguns espetáculos e audições indecentes) por trazerem remédio à angústia e liberarem a mente do que traz consigo no crescimento. 0Vp<t>Op<júV. Fonte: Jâmblico, Dos Mistérios, 1,11 Edição: E. Des Places, Paris, 1 9 6 6 , p. 6 2 . Variantes: eÇanovpeva 94 scripsimus: e^aKovopeva cod. 95 69 69 Texto: Kai Ovoicov TOÍVW Tiíhjjui 8iTTàéiSri'TànèvTò5v àInoKenaOapuévcúv navráiraoiv àtvOpÓj-nojv oütx hp'èvò"v híe jrore e yévoiro oiravítx)"o, 65^ yr\ 'EpòocXeim^ r\ nvojv oKíyojv evapt6pf)Tcovavôpõjv, iá 8' evvXa . . . aa> Fonte: Estabeleço pois duas espécies de sacrifícios: u n s , dos h o m e n s i n t e i r a m e n t e purificados, tais que r a r a m e n t e se dão a um indivíd u o singular, c o m o diz Heráclito, ou a alguns p o u c o s h o m e n s , q u e facilmente s e c o n t a m n o s dedos, q u e ficam n a m a t é r i a . . . , J â m b l i c o , Dos Mistérios, V, 15 Edição: E. Des Places, Paris, 1 9 6 6 , p. 1 7 0 Variantes: , ãvOpíúiriúv V ; dtvdpíúiKO M. 70 70 Texto: iHpáicXeiToKj TOÍSCOJ/ adúppara àvOpdmwa 8o%&apa.TOL. vevop.iK.ev eivou, rà (Heráclito diz q u e as idéias dos-homens são) jogos de criança. Fonte: Jâmblico, Da Alma, e m E s t o b e u , II, 1, 16 Edição: C. W a c h s m u t h , Berlin, 1 9 5 8 , p. 6 71 Texto: pjepvTioQai ayei. 8è uai TOV èm\avOavop.évou f) oSíA- (Ter p r e s e n t e t a m b é m ) aquele para q u e m está a u s e n t e a o n d e conduz o caminho. Fonte: Marco Aurélio, Pensamentos, IV, 46 Edição: A.S.L. Farqunarson, 2 v., O x f o r d , 1 9 4 4 , P- 6 8 . Variantes: f{ P A : o ? D . 96 97 72 ÒJ páXiavxt TM, %éva ô i t j u e K Õ / v dpiXovai, oT'v (¡xxweroiL. KOÒ. KCLO TOVTÍÚ, f¡nepoa> èynvpovoi, 8ttxpépoi>- ravra amóC"» Do Logos c o m q u e sempre lidam, se afastam e por isso as coisas que e n c o n t r a m , lhes parecem estranhas. Fonte: Marco Aurélio, Pensamentos, IV, 46 Edição: A.S.L. Farqunarson, 2 v., Osford, 1 9 4 4 , p. 6 8 . Variantes: éynvpovoi P: coivpovaiv . Texto: 73 T (uai A:om. D ou) oò 6et ¿¡oirep 73 KadeúSowct^^oieTv neà Xéyeiv. Não é para se falar e agir d o r m i n d o . Fonte: Marco Aurélio, Pensamentos, IV, 46 Edição: A.S.L. Farqunarson, 2 v., Oxford, 1 9 4 4 , p. 6 8 . 74 {pep.vrjodai) Ò'TL TovréoTi neón oi) 8et tfuXóv, fcb'M» KOLBÓTI rcaiSa^ tÒKéuv&v, -napeL\f¡f(xx(xev. Não é para ser ( c o m o ) crianças de seus genitores, a saber em t e r m o s simples: c o m o nos ocorre. Fonte: Marco Aurélio, Pensamentos, IV, 46 Edição: A.S.L. Farqunarson, 2 v . , Oxford, 1 9 4 4 , p. 7 0 . Variantes: TOKCÍJIKJJV 98 Rendall: ¡méoov djpcod. 99 Texto: 75 75 KCií rou'v KoiOeúSouTa^ •yara'v ehau (Xeyei /cai (oijicu ò. 'Hpá/cXeiToM ^ p ovvepyov^ TLOV è v T<JJ K Ó O - E os que d o r m e m , t a m b é m são operários ( . . . e c o o p e r a m nas obras que a c o n t e c e m n o m u n d o ) . Marco Aurélio, Pensamentos, IV, 42 iitfi'fco: A.S.L. Farquharson, 2 v., Oxford, 1 9 4 4 , p . 1 1 4 76 76 Texto: bn jf)^ rávam^ b"8up yevéodai /cat b'oaro^ Oávaro^ ècêpa yevêaOm uai áépo^ iwp KOÒ, h'pjnákiv. (A m o r t e da terra é tornar-se água, a m o r t e da água, tornar-se ar e a do ar tornar-se fogo e vice-versa). Fonte: Marco Aurélio, Pensamentos, IV, 46 "Jàii^iO: A..S.L. Farquharson, 2 v., Oxford, 1 9 4 4 , p. 6 8 . 77 77 Texto: ot iJ/irxTJai r é p ^ i ^ * MJ? Qávcnov ü 7 P f ? fí?í> Ti'/jS'v r ò f è/ceú>coi> dávarov uai TÒV iipérepov Qàvoaov • yevéoQau . . f i j p êaeCm^ Para os alentos prazer é não haver m o r t e , q u a n d o se fazem úmidos. Fonte: Porfírio, Antro das Ninfas, N u m é n i o fr. 35 10 Edição: Arethusa Monographs I, Buffalo, 1 9 6 9 , p. 100 12 101 78 78 A morada do homem, não têm controle, a divina, têm. Texto: rfßo^ hvOpLúiteiov ßev CÒK e'xei. exet yvcopa^ Qelov 6è Fonte: Celso em Origines, Contra Celso, VI, 12 Edição: Koetschau, Griechisch-Christliche Schriftsteller, y., 3, Leipzig, 1899, p. 82. Variantes: 79 àvdpü>neiov U". ba>6 púitiov A. ' . 79 Texto: hvrip vrimo^ finovoe irpò^ bíPÔpó^. irpò^ ô a & w A ' A partir do extraordinário o homem, infantil, como a partir do homem, a criança. OKuxjnep nac^ Fonte: Celso em Origines, Contra Celso, VI, 12 Edição: Koetschau, Griechisch-Christliche Schriftsteller, v. 3 , Leipzig, 1 8 9 9 , p . 82 80 Texto: e? Sè XPV, TÒV iróXepoy, èôvrot Çvvóv, uai ôüírjv è'-' pw, /cai yivoßeva nápra liafÇpw, KOU ypeaißeva. 80 Se há necessidade é a guerra, que reúne, e a justiça, que desune, e tudo, que se fizer pela desunião, é também necessidade. Fonte: Celso em Origines, Contra Celso, VI, 42 Edição: Koetschau, Griechisch-Christliche Schriftsteller, v. 3, Leipzig, 1899, p . 111 Variantes: epiv Schleiermacher: èpeiv cod. 103 102 ç Texto: 1 . . . noníôoov ápxnjó'^. 81 fonte d o e m b u s t e . Fonte: F i l o d e m o , Retórica, I, col. 62 Edição: S u d h a u s , BT, Leipzig, 1 8 9 2 , reimpressão, A m s t e r d a m , 1 9 6 4 , p . 354 82 Fragmentos Texto: TTlOflKOJV Ó Fonte: K&XkíOTO'^' aíoxpó'^'. (O m a c a c o mais belo é feio). ; Platão, Hípias Maior, Edição; 289a , Burnet J., O x f o r d , 1 9 0 3 , p . 1 8 2 . 83 Texto: ÒLV6pLúitwv ò oapCúmTQTv upò^ Oeòv TiíôijKoy (}páveiTctí uai aafita uai /cáXXei xotí r o í ^ aXXofv -naaiv). Fonte: 83 O mais sábio dos h o m e n s , c o m p a r a d o c o m Deus, parecerá um macaco, t a n t o na ciência, c o m o na beleza c o m o em t u d o o mais). , Platão, Hípias Maior, Edição'; 82 2896 , Burnet J., O x f o r d , 1 9 0 3 , p . 1 8 2 . Texto: P-eTapáXKov 84 avairaveTai. Fonte: Transformando-se, repousa. Plotino, Eneades, I V , 8 ( 6 ) , 1, 14 Edição: P . Henry e t H . R . S c h w y z e r , v . I I , Paris-Bruxelas, 1 9 5 9 , p . 226 104 105 84a 84a Texto: É penoso atormentar e obedecer aos mesmos. KáíxaTÓ'v kan TOI^ aòroí^ poxOeiv Kai ètpxeadai Fonte: Plotino,Eneades, IV, 8 ( 6 ) 1 , 14s Edição: P. Henry et H.R. Schwyzer, p. 2 2 6 v. II, Paris-Bruxelas, 1 9 5 9 , 85 85 Texto: xaXeiròv Fonte: Ovpõo páxeodai • tyvxn"" Lutar contra o coração é difícil pois se paga c o m vida. yàp (bveiraí , Aristóteles, Ética a Eudemo, B. 7, 1 2 2 3 b Edição: Susemihl, BT, Leipzig, 1 8 8 4 , reimpressão, Amsterdam, 1 9 6 7 , p. 23 86 86 Texto: Incredulidade foge para não ser reconhecida. âirioTÍri Fonte: owufuyyavei pi) yiyvíWKeoQai. , Clemente, Stromates, V, 1 3 , 88, 4. Edição: , Stàhlin O., Griechisch-Christliche Schriftsteller, Früchtel, v. 5 2 , Berlin, 1 9 6 0 , p. 3 8 4 . 106 v. 15, L. 87 87 Indolente, o homem se deixa espantai pelo Logos em tudo. Texto: j3Xà| Fonte: Kvdpwno'^ êni itavri Xó-yú) yi\ei ênTorjoôai. , Plutarco, De audiendis poetis, 28D Edição: , W.R. Paton, v. I. BT, Leipzig, 1925, p. 57. Variantes: , ènroriadai A: nenoírjodai GXvWCYpM 88 88 Texto: 1 TUVTÓ y' evi ÇZov uai Tedv^KÓ^, uai TÒ èypvjopò ^ uai TÒ Kttdevôov, Kai véov uai yqpaióp • r á 5 e yàp peraireaóvTa èiàvá àan, tcbacewa náXiv peraire-' O mesmo é vivo e morto, vivendo-morrendo a vigília e o sono, tanto novo como velho: pois estes se alterando são aqueles e aqueles se modificando são estes. OÓVTGi TOtVTOt. Fonte: , Plutarco, Consolação de Apolônio, 106E Edição: W.R. Paton, v. í BT, Leipzing, 1925, p. 219 Variantes: , weòró y' 0 : vocòvó i' ( l*n TÒ nadevõov Q: nctõev- 109 108 89 89 Texto: (.. .<prioi) Toe* êypriyopôou/ êva /caí noivòv KÓOHOV eivai, T&V Sè Koiixcopèvcov ZKCÍOTW éfalSwv àwoTpéQeodai. Os homens acordados têm um mundo só que é comum (enquanto cada um dos que dormem, se voltam para seu mundo parti-, cular). Texto: Plutarco, Da Superstição, 3, 166C Edição: W.R. Paton, v. L BT, Leipzig, 1925, p. 342 Variantes: , GX uvaoTpepeodaiD:èmoarpépeoOcn u WYNMaAE. 90 90 Texto: mpó^ re èanap-eíPerai Kío-nep xpücra) xPWtara Ecnte: uávra K«Í uai imp XPWÓÍTCOV onr&vrojv o- xpvaó^. Plutarco, Sobre Delfos. Edição: , W. Sieveking, v. III, BT, Leipzig, 1925, p. 10 Variantes: , m.?, avTauoífhjTai (sic) a^Tanciperai nardakis: encooirep V: íoaisep nx. 110 V euloavepBer - Pelo fogo tudo se troca e por tudo, o fogo; como pelo ouro, as mercadorias e pelas mercadorias, o ouro. 91 91 Texto: Não se p o d e e n t r a r duas vezes no m e s m o r i o . noTupu ova eanv kpfirimi 5 i N ilp cinco Fonte: Plutarco, Sobre Delfos, 3 9 2 B. Edição: W. Sieveking, v. III, B T , Leipzig, 1 9 2 5 , p. 1 9 ; 92 92 Texto: A Sibila, c o m voz delirante, fala e n t r e c a r e t a s . . . Et0i>XXa 5è éÇucpéími TQ pawopévu) yiútrq orôpaTi ayéXaara 8ih IÒV «aí òjçaX- Oeóv Fonte: P l u t a r c o , Sobre os Oráculos da Pítia, 397A Edição: W . Sieveking, v . I H , B T , Leipzig, 1 9 2 5 , p . 3 1 93 93 Texto: òfeogoú Xéyei abre pa.vTeíòv ÚOTI Kpvitrei àXXa TÒ èv A É X I / 3 0 1 ^ oripaívei. TÒ o$re O A u t o r , de q u e m é o oráculo de Delfos, n ã o diz n e m subtrai n a d a , assinala o r e t r a i m e n t o . Fonte: Plutarco, Sobre os Oráculos da Pítia, 4 0 4 D Edição: W. Sieveking, v. I I I , B T , Leipzig, 1 9 2 5 , p. 4 7 s . Variantes: (ÒJ-V) ó T u r n e b e : (íóo) 8" E: (tio) 8 B. 112 113 94 94 > sol não ultrapassará as medidas; se o fizer, as Eríneas, ajudanTexto: n >te Dike, o encontrarão. "HXwv-o&x birepftqoeTCu.pérpa.' AÚCT}"^ piv Fonte: èitúiovpot elSeprj- Eptwe' h^evpfjaovaiv. , Plutarco, Sobre o Exílio, 6 0 4 A B M. Edição: M. Pohlenz, v. III, BT, Leipzig, 1 9 2 5 , p. 5 2 3 íi melhor que a ignorância encubra. 95 Texto: KpvitTeov ápaÔírj típeivov. Fonte: Plutarco, De andiendo, 4 3 D Edição: W. Sieveking, v. III, BT, Leipzig, 1 9 2 5 , p. 87. 96 96 Mais do que excremento, deve-se jogar fora os cadáveres. Texto: véKve^ Fonte: Konpícov èK$\-nrárepoi- ., Plutarco, Banquete, IV, 4, 3, 6 6 9 A Edição: , C. Hubert, v. IV. BT.', Leipzig, 1 9 2 5 , p. 140 114 97 97 Texto: K'we"« KCU ßotVCovoLv óí> Fonte: , H u t a r c o , Sobre o Governo, av ßfi < >s cães t a m b é m l a d r a m para q u e m n ã o c o n h e c e m . yiyvÓJOKCcaiv. 787C Edição: C. H u b e r t , v. V, fase. 1, 1 9 5 7 , p. 31 98 98 Texto: aí \jjvx<xiôoptovim ícaô' "Aißrjp. Os alentos s e n t e m o d o r e s segundo o invisível. Fonte: Plutarco, De facie in orbe lunae, 2 8 , 9 4 3 E Edição: M . Pohlenz, v . V , fase 3 , 1 9 5 5 , p . 8 4 99 99 Não h a v e n d o sol, havia noite pelos o u t r o s astros. Texto: r[k(ov /iij Fonte: òvro^' evena av 113, 3 , O . Stählin - L. F r ü c h t e l , v . 12, Leipzing, 1 9 0 5 , p . 8 0 Variantes: eüppõvri; vi)%: C l e m e n t e . 116 aarpcop eàppóvr] , C l e m e n t e , Protoéptico, Edição: TCÒV OÍKKLOV Griechisch-Christliche Schriftsteller, 100 100 Texto: (.. .CÚV 6 ffXio^/ êmoTÓÍTT)'^ &]> tcaiononò"» ópíÇeiv mifipaiieúeiv KOÍ ávaòeuívúvm um ávwaíveiv / x e r a í J o X a ' v uai oípcf» ai návra ipépovm naO' 'HpmXeimv, oò ^paòXwp o ô ô è wupcôv òtXXíx TÕJI> fieyíaTwv KQX KvpicúTÓiTCú]> TÕ> fryefióvi Koà npdjToj Qe.ÕjyíyveTai ovvepyfr^). Fonte: (Limites e revoluções, em que o sol, preposto e vigia, para de-finir e arbitrar, revelar e fazer aparecerem as mudanças e estações, que trazem tudo, como diz Heráclito, colabora não nas coisas vis e pequenas mas nas maiores e nas mais essenciais, associado ao guia e Deus principal). , Plutarco, Questões Platônicas, 4, 1007D-E Edição: , C. Hubert, v. VI, fase. 1, 1954, p. 132. 101 101 Eu me busco a mim mesmo. Texto: e6ifrço&OTi> Ponte: ep.eu>vrbv. , Plutarco, Contra Calotes, 118C Edição: , M. Pohlenz, VI, fase. 2, 1952, p. 196 101a 101a Texto: *CM?aX/r>i yàp TÍÚV ÓSTGJP áupiPéorepoi nápTvpe^. Com efeito, os olhos sao testemunhas mais preciosos do que as orelhas. •Fonte: Políbio, XII, 27 Edição: P. Pédech CUF, Paris, 1961, p. 49. 118 119 I 102 102 Texto: TÇ pèv OeZo Kaka návra Kai áyaOà uai ôúcaia, KpOpcoiTOL. Sè ti nèi> à7>ucu\ ò-neihrupaoiv, & <5è 5 i Kawt. Para o Deus, tudo é belo e bom e justo. Os homens, porém, tomam umas coisas por injustas, outras por justas. Fonte: Scholia Graeca in Homeri Iliadem, ad. 4 Edição: , H. Erbse, Berlin, 1969, p. 445 T e 5 r t o : %ovóv Fonte: Princípio a fim se reúnem na circunferência &o círculo. ápxv K«t ncpa^' èm KÚKXOV , Porfírio, Questões Homéricas, ad £r}200 Edição: , ií. Sciifadcr. Leipitg, Wò% p. ' 9 0 . ixepupepeíá^. 104 104 Texto: n'"^ 7 « p OCÒTÍOV vw/\> TJ' i^píji»; Sfiftwv áotòdíoiv m d c j j r a i S t S a a K á X t j j X P ^ i ^ " bnvk<u> oík Sóre^ ífo oc* 7roXÀof K O K O Í , ÓX1701 5è áyadoí. Fonte: 17eí- O que é, pois, a inteligência deles senão diafragma? Deixam-se levar pelos c a n t o r e s dos D e m o s e ensinar pela m u l t i d ã o , não vendo que a maioria é má e a minoria, b o a . , Proclo, Edição: Comentário do Alcibíades, 256 , L.G. Westerink, A m s t e r d a m , 1 9 5 4 , p . 1 1 7 - 1 1 8 . àoiÔoíotv B e r n a y s : afôoõ^ c o d . •qnuóojimn scripsimus:7) Trtócovre cod. x p e í a w r m Diels: xpetcbp T C c o d . 105 105 (I >;\í dizer Heráclito q u e H o m e r o é um a s t r ô n o m o e d o s versos...) Texto: ('HpcwcXenTD^ uai èv Fonte: ol^ èvrevOev àaTpoXòyop pnoi "Op.r\pov ifrqai...). , Escólios de Homero ad 2 251 Edição: , E . Maass, O x f o r d , 1 8 8 8 , v . V I , p . 2 5 5 106 Texto: 106 1> * <le cada dia é u m . Fonte: Plutarco, Vida de Camilo, 19, 3 Edição: , K. Ziegler, BT, Leipzig, 1 9 5 7 , v. II, p. 2 1 7 122 123 107 107 ':ira os h o m e n s os olhos e as orelhas dos q u e t ê m m e n t e s bárba;is, são más t e s t e m u n h a s . Texto: actuoi náprvpe"" (kxpoV^ Fonte: àvdpco-noíow àp6àXp.oiKai dúTOtfktp- \puxà^ èxóvTcjv. , Scxtus Empiricus, Contra os Matemáticos, VII, 1 26 Edição: , H. M u t s c h m a n n , BT, Leipzig, 1914, p. 31 108 108 i T q u a n t o s ouvi os discursos, n e n h u m chega a p o n t o de saber o • i"<\ separado de t u d o , é o sábio. Texto: ÒKÓocov XÓ70WV VjKovoot oòòei^ ro ti are yivíooKew Sn àípinveXToa. oopóvéoTi, irávrcov muKexw- pwpêvov. Fonte: E s t o b c n , Antologia, Edição; 10, 1, 174 , C. Wachsmuth et O. Hense, Berlin, 1894, reimpressílo, 1958, p. 129 Variantes: Atr: e l ^ Md yiyvó>oiçeii> Air: 'tiyiKtmteiv Md puíi Vt-y^COffKeil' verba rj yàpõeò^ v'Gqp{oi> idditit tr. 109=95 125 110 110 Texto: àpOpóMOi"^ yíyveoOai ÒKÓaa Estobeu, Antologia.Ml, 1,176 Fonte: dekouoiv OÒK iqieivov. Nao é melhor para os homens que lhes aconteça tudo que eles querem. , Edição: O. Hense, Berlin, 1 8 9 4 , reimpressão, 1 9 5 8 , p. 1 2 9 111 Texto: vovao^ KÓpov, tiyieírjv Kápam^ inoírioev 7?6ò avcmocuow. 111 uai áyaOôv, AÍJUCCV A doença faz da saúde coisa boa e agradável a fome, da sacieda'li' a fadiga, do repouso. Fonte: Estobeu, Antologiajui, Edição: 1, 177 , O. Hense, Berlin, 1 8 9 4 , reimpressão, 1 9 5 8 , p. 1 2 9 112 112 Texto: actxppovetv Koà noieCv áperq Kara peytarv uai aopír], yuoiv ènaíovTa'^. áXrjdéa Xêye ivii-iar é a maior coragem, e a sabedoria, acolher a verdade e i-i/i-i com que se ausculte ao longo do vigor. Fonte: Estoben, Antologia, Hl', 178 Edição: O. Hense, Berlin, 1 8 9 4 , reimpressão, 1 9 5 8 , p. 1 2 9 126 127 113 113 Pensar reúne tudo. Texto: %uvòv éan Fonte: IÍÕLOL TÒ tppovkeiv , Estoben, Antologia III, 1, 1 7 9 Edição: O. Hense, Berlin, 1 8 9 4 , reimpressão, 1 9 5 8 , p. 1 2 9 114 114 Texto: vó(f) loxvpíÇeodai xpfj TÕjÇvvÇynápnóXi^ uca nõXi^ CaxupcjTépoj^.• rpétpovrati yixp irápTe ^ oi àvdplyneioi vòp.01 v7TÒ evò"v Ttíõ deíov . KpareVyàp TOOOVTOV ÒKOOOV kdekei Kcà ê^apaeí K « I itaoi Kai vepiyiverau TCOP, Xéyovra^• oKcooirep pô(Xio 1 Para falar com recolhimento c necessário concentrar-se na reunião de tudo, como a cidade na lei, e, com maior concentração ainda. Pois todas as leis dos homens se alimentam de uma lei una, a divina; é que esta impera o quanto se dispõe, basta e excede a todas. Fonte: Estobeu, Antologia,\\\, Edição: 1, 179 , O. Hense, Berlin, 1 8 9 4 , reimpressão, 1 9 5 8 , p. 1 2 9 s . 115 A vida tem um Logos que se aumenta a si mesmo. 115 Texto: lÁuxiT" èan Xóycv eauròv Fonte: ab%cjv. , Estobeu, Antologia, ÍII, 1, 1 8 0 Edição: , O. Hense, Berlin, 1 8 9 4 , reimpressão, 1 9 5 8 , p. 1 3 0 128 129 116 116 Texto: 1 t o d o s os h o m e n s conhecer-se a si m e s m o e pensar. Trâffi ixvdpójTioioi uai nérecm •yiyvcjoneiv éavTob^ ouxppovew. Fonte: E s t o b e u , Antologia, DI, Edição: 5,6 , O. Heuse, Berlin, reimpressão, 1 9 5 8 , p . 2 5 7 117 117 Texto: btvfip ÒKÓmv pedvoOí) a^páXXcfpevo^, bryeroa. ènoúiov OÒK ratiôó^ imo OKTJ (iaívei, vypiiv àw?/3qu o h o m e m feito é levado p o r u m a criança i m a t u r a : cam, não vê o n d e pisa, t e n d o um a l e n t o ú m i d o . tqv tyv- Xhv èxco^. Fonte: E s t o b e u , Antologia, III, 5, 7 Edição: O. Hense, reimpressão, Berlin, 1 9 5 8 , p. 2 5 7 . Variantes: pedvoOri LATr; nedvoefi^ Md. 118 118 Texto: avyrj li.n: alento seco, o mais sábio e o mais vigoroso. £77¥>r? \}/vxn. oopcomn) uai ápíorrj. Fonte: E s t o b e u , Antologia, III, 5, 8 Edição: O. Hense, reimpressão, Berlin, 1 9 5 8 , p. 2 5 7 . Variantes: Otvyv £l?pí? LMd Aac: aür] A p c : aí/77 Trincavelli. 130 scripsit et %T]pr) linolea inderxil 131 119 119 Texto: rada do h o m e m , o e x t r a o r d i n á r i o . •fjôo^ àvOpcúTrov ôaípcjv. Fonte: Plutarco, Questões Platônicas 999E Edição: C. H u b e r t , BT, Leipzig, 1 9 5 4 , v . V I , fase. 2 , p . 114 120 120 Texto: t l : l TJOIA/ «oi apKTov eoirepa^ ofipo^ Tepp.ot.ra atõpíov tf á p x r c v /cai àimovifi^ " aurora e do a c a s o : a Ursa e, frente à U r s a , . o m a r c o .lo Kaio. AicrV Fonte: E s t r a b ã o , Geografia, I, 1, 6 Edição: G . Aujac, C U V , v . 1 I , Paris, 1 9 6 9 , p . 6 8 Variantes: rep/iOra K ABCEsv: om. W 132 133 121 121 Texto: ü%iov 'EtpeaCot^ fißTiSov ánodaveív n&oi Kai rot"* hvr}ßoi"u T Í > 7jóXii> KaTaXmetv otwe'v», 'EpjtióSco-. pov étúwüv òvrfujTov ei-eßaXov XéyovTe^ • iipêcov prjSè el'v òinjiam^ èorco • et S e n ' v TOIOVTO^, aXXtj ré uai per' otXXcov. Fonte: <i que todos os Efésios adultos sejam mortos e os menores limem a cidade, eles que baniram Hermodoro, seu melhor I H , dizendo: nenhum de nós será o melhor; mas se alguém cu tão que seja alhures e entre outros. Diogenes Laércio, Vidas dos Filósofos, IX, 2 Edição: H.S. Long, 2 v., OCT„ Oxford, 1 9 6 4 , 1 , p. 4 3 7 s Variantes: èuVTÔov BP-.êavTÒv Diogenes F aXXoi apud Strabonem: tíXXoi 122 122 Texto: Kai . ayxißaair}v >>!<> diz) aproximação. ('HpckXeiro'V). Fonfe: Suidas, Lexicon, verbete atßpioßareVv Edição: A. Adler, Lexicographi Graeci, p. 157 v. I, 1, Stuttgart, 1967, Variantes: ayxißaoirjp ßaveiv 134 GITSM: ayxioßareiv AF et codd, s.v èryxi- 135 123 123 Surgimento já tende ao encobrimento. Texto: <wai/v KpúitTeoBai ipCkeü Fonte: Proclo, Comentário da República, II. Edição: W. Kroll, BT, Leipzig, 1 8 9 9 , reimpressão, 1 9 6 5 , v. I, p . 107 124 124 Texto: elicTj De coisas lançadas ao acaso, o arranjo mais belo, o cosmos. Keyvpèvcop b fcáXÀioro'^ ó ubop.o'^ Fonte: Teofrasto, Metafísica, 15 Edição: W.D. Ross et F.H. Fobes, reimpressão, Hildesheim, 1 9 6 7 , p. 16 125 125 E ele próprio, o ciceão se desintegra, quando agitado. Texto: uai ó Fonte: KUKeíúv SiíaraTai K ivovpevo^. , Teofrasto, Tratado da vertigem, 9-10 Edição: F. Wimmer, BT, Leipzig, 1 8 6 2 , v. III, p. 138 136 137 125a 125 Texto: <>ue a riqueza não vos venha a faltar, Efésios, a fim de vossa knCXvnoi ftfiw JTXOKTO^, JUT? de / Ei^éaiot, bb' e£eXé7Xot0f)e miséria desvendar-se toda. ttovTipevòpevoi. Fonte: Tzetzes, Comentário de Pluto, Edição: 90a. , Lydia Massa Positano, Amsterdam, 1 9 6 0 , p. 31 126 126 Texto: (riu ijjvxpá rai. 6épeTai, xapipaxéov Fonte: deppòv i//úxperai, tiypòv ocòaíve^ \> < in.i r esquenta, o quente se esfria, o ú m i d o seca, o seco se Mi. .o voTt^erai , Tzetzes, Escólio ad Exegesin in Iliadem Edição: G. Hermann, Leipzig, 1 8 1 2 , p. 126 138 139 Impresso em offset nas oficinas da FOLHA CARIOCA EDITORA LTDA. Rua João Cardoso, 23, tel.: 223-0562 CEP 20.220 - Rio de Janeiro - RJ