EXIGÊNCIA DE AMINOÁCIDOS FRENTE AO AVANÇO
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EXIGÊNCIA DE AMINOÁCIDOS FRENTE AO AVANÇO
EXIGÊNCIA DE AMINOÁCIDOS FRENTE AO AVANÇO GENÉTICO DE SUÍNOS Uislei Antônio Dias Orlando1, Melissa Izabel Hannas2, Gabriel da Silva Viana2 1 – PIC International Group 2 – Universidade Federal de Viçosa, MG INTRODUÇÃO O programa de melhoramento genético implantado em rebanhos núcleos e rebanhos multiplicadores, envolvendo os processos de seleção e cruzamento, resultou no surgimento de suínos com maior taxa de crescimento, maior eficiência alimentar, melhor rendimento e composição de carcaça. No que se refere à evolução genética do rebanho suíno em termos numéricos, o incremento de 20 gramas anuais na média de ganho de peso diário e aumento de 0,5% na proporção de tecido muscular caracterizam-se como exemplos do reflexo do melhoramento sobre características de desempenho e qualidade de carcaça (Antunes, 2014). Contudo, ao considerar que tal progresso genético tornou estes animais mais exigentes, principalmente sob aspectos nutricionais, o aporte adequado de nutrientes nas dietas é essencial na busca por maiores índices de produtividade. Aminoácidos constituem monômeros essenciais a formação de proteínas do corpo, sejam estas de função biocatalizadora a exemplo de enzimas, ou de função estrutural, destinadas à formação de tecidos. No passado o atendimento das exigências de aminoácidos era norteado pelo fornecimento de rações com elevado teor de proteína bruta, o que resultava em excessivo fornecimento de nitrogênio. O desenvolvimento e aplicação do conceito de proteína ideal; o aumento e expansão de plantas industriais de produção de aminoácidos cristalinos, assim como sua aquisição à preços compatíveis com sistema de produção animal permitiram o refinamento no atendimento das exigências aminoácidicas de suínos através do fornecimento de rações com reduzido teor de proteína bruta suplementadas com aminoácidos cristalinos. No entanto, para adequar o fornecimento dietético de aminoácidos à demanda do organismo, para realização das funções do metabolismo basal (mantença) e de crescimento, torna-se fundamental o estabelecimento prévio de suas exigências. As exigências nutricionais de monogástricos podem ser determinadas através dos métodos dose-resposta e fatorial, sendo o primeiro tradicionalmente mais utilizado. A condução de ensaios dose-resposta possibilitou ao longo de décadas a compilação de dados referentes as exigências de suínos por aminoácidos na base digestível, o que por sua vez culminou na publicação de tabelas contendo exigências nutricionais destes animais em seus diferentes estádios de desenvolvimento e diferentes categorias (NRC, 2012; INRA, 1999; Rostagno et al., 2011). No entanto, algumas implicações acerca de sua precisão levantam alguns questionamentos sobre sua utilização. A estimativa de exigências nutricionais valendo-se do método dose-resposta baseia-se na resposta de um grupo de animais frente ao aumento gradativo da concentração do nutriente na dieta em um determinado intervalo de tempo (Sakomura et al., 2011). Todavia, tais estimativas são válidas para a condição em que foram estimadas. Em contrapartida, o modelo fatorial permite a estimativa da exigência dos nutrientes para a mantença e produção, considerando sua eficiência de utilização no organismo para cada função metabólica, o que lhe imprime a capacidade de considerar o metabolismo do indivíduo e a utilização biológica dos nutrientes (Sakomura & Rostagno, 2007; Sakomura et al., 2011). Ao considerar os pressupostos e características dos métodos acima descritos, a utilização de equações estimadas através do método fatorial permite maior acurácia e precisão na estimativa das exigências de suínos. Portanto, ao longo desta revisão, equações de predição contidas no Alltech Pig Program Manual (2007); NRC, (2012); Rostagno et al. (2011) e no manual da PIC serão aplicadas às curvas de crescimento de suínos de genética PIC em diferentes fases de desenvolvimento e sexo com intuito de estimar sua exigência de lisina na base digestível. Em decorrência dos crescentes avanços no desempenho animal, também serão estimadas as exigências de lisina digestível, considerando 5 e 10% de superioridade índices descritos pela curva de crescimento acima citada. EXIGÊNCIA DE LISINA E AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS PARA MACHOS CASTRADOS E FÊMEAS DE ABATE Conforme citado a priori, as estimativas da exigência de lisina serão obtidas através das equações de predição supracitadas. A determinação das exigências dos demais aminoácidos essenciais na base digestível será obtida através da relação entre tais aminoácidos e a lisina (Tabela 1) preconizadas por Rostagno et al., (2011). Tabela 1 – Relação ideal entre aminoácidos e lisina na base digestível para suínos em diferentes fases de desenvolvimento. Aminoácido / Fase Inicial Crescimento Terminação Lisina 100 100 100 Metionina 28 30 30 Metionina + Cistina 56 59 59 Treonina 63 65 71 Triptofano 18 18 18 Arginina 42 41 30 Valina 69 69 70 Isoleucina 55 55 55 Leucina 100 100 97 Histidina 33 33 32 Fenilalanina 50 50 49 Fenilalanina + Tirosina 100 100 98 Adaptado de Rostagno et al. (2011) As curvas de consumo e crescimento para desempenho normal, 5 e 10% superior ao descrito pelo manual da genética PIC para machos e fêmeas, estão apresentadas respectivamente nas tabelas 2 e 3. Tabela 2 – Médias de crescimento por idade para machos castrados, considerando desempenho normal, 5 e 10% superior ao descrito pelo manual da genética PIC. Índice Desempenho 70 a 84 d. 84 a 105 d. 105 a 126 d. 126 a 140 d. 140 a 168 d. Peso corporal (kg) Consumo de ração diário (kg) Ganho de peso diário (g) Normal 35,15 51,15 72,25 90,35 111,60 5% superior 36,91 53,71 75,86 94,87 117,18 10% superior 38,67 56,27 79,48 99,39 122,76 Normal 1,543 2,099 2,579 2,818 2,958 5% superior 1,620 2,204 2,708 2,959 3,106 10% superior 1,697 2,309 2,837 3,100 3,254 Normal 0,850 0,966 1,033 1,036 1,000 5% superior 0,893 1,014 1,085 1,088 1,050 10% superior 0,935 1,063 1,136 1,140 1,100 Adaptado do manual da genética PIC, 2012. Tabela 3 – Médias de crescimento por idade para fêmeas de abate, considerando desempenho normal, 5 e 10% superior ao descrito pelo manual da genética PIC. Índice Peso corporal (kg) Consumo de ração diário (kg) Ganho de peso diário (g) Desempenho 70 a 84 d. 84 a 105 d. 105 a 126 d. 126 a 140 d. 140 a 168 d. Normal 34,50 49,30 68,45 84,95 104,55 5% superior 36,23 51,77 71,87 89,20 109,78 10% superior 37,95 54,23 75,30 93,45 115,01 Normal 1,495 1,844 2,181 2,397 2,583 5% superior 1,570 1,936 2,290 2,517 2,712 10% superior 1,645 2,028 2,399 2,637 2,841 Normal 0,786 0,886 0,938 0,950 0,914 5% superior 0,825 0,930 0,985 0,998 0,960 10% superior 0,865 0,975 1,032 1,045 1,005 Adaptado do manual da genética PIC, 2012. Nas tabelas 4, 5 e 6 encontram-se, respectivamente, apresentadas as estimativas de lisina digestível para suínos machos castrados e fêmeas em crescimento considerando desempenho predito pela curva de crescimento PIC, 5% e 10% superior ao descrito pelo manual, conforme as equações contidas no Alltech Pig Program Manual, (2007). Tabela 4 – Exigência de aminoácidos digestíveis (g/dia) para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético em diferentes fases de desenvolvimento, considerando a curva de desempenho do manual PIC. Fase de desenvolvimento Aminoácido Digestível 70 a 84 dias 84 a 105 dias 105 a 126 dias 126 a 140 dias 140 a 168 dias ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ Lis.1 18,82 17,44 21,51 19,77 23,2 21,12 27,26 25,05 23,97 22,21 Met. 5,65 5,23 6,45 5,93 6,96 6,34 8,18 7,52 7,19 6,66 Met. + Cis. 11,10 10,29 12,69 11,66 13,69 12,46 16,08 14,78 14,14 13,1 Treo. 1,34 11,34 15,27 12,85 16,47 13,73 19,35 17,79 17,02 15,77 Trip. 3,39 3,14 3,87 3,56 4,18 3,80 4,91 4,51 4,31 4,00 Arg. 5,65 7,15 6,45 8,11 6,96 8,66 8,18 7,52 7,19 6,66 Val. 13,17 12,03 15,06 13,64 16,24 14,57 19,08 17,54 16,78 15,55 Iso. 10,35 9,59 11,83 10,87 12,76 11,62 14,99 13,78 13,18 12,22 Leu. 18,26 17,44 20,86 19,77 22,5 21,12 26,44 24,3 23,25 21,54 His. 6,02 5,76 6,88 6,52 7,42 6,97 8,72 8,02 7,67 7,11 Fen. 9,22 8,72 10,54 9,89 11,37 10,56 13,36 12,27 11,75 10,88 Fen. + Tir. 18,44 17,44 21,08 19,77 22,74 21,12 26,71 24,55 23,49 21,77 1 – Estimativas baseadas em equações fatoriais descritas pelo Alltech Pig Program Manual, (2007). Tabela 5 – Exigência de aminoácidos digestíveis (g/dia) para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético em diferentes fases de desenvolvimento, considerando 5% de desempenho superior ao predito pela curva do manual PIC. Fase de desenvolvimento Aminoácido Digestível 70 a 84 dias 84 a 105 dias 105 a 126 dias 126 a 140 dias 140 a 168 dias ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ Lis.1 19,76 18,3 22,58 20,75 24,35 22,17 28,61 26,3 25,14 23,05 Met. 5,93 5,49 6,77 6,23 7,31 6,65 8,87 8,15 7,79 7,15 Met. + Cis. 11,66 10,8 13,32 12,24 14,37 13,08 17,17 15,78 15,08 13,83 Treo. 12,84 11,9 14,68 13,49 15,83 14,41 19,17 17,62 16,84 15,44 Trip. 3,56 3,29 4,06 3,74 4,38 3,99 5,15 4,73 4,53 4,15 Arg. 8,1 7,5 9,26 8,51 9,98 9,09 9,16 8,42 8,04 7,38 Val. 13,63 12,63 15,58 14,32 16,8 15,3 19,74 18,15 17,35 15,9 Iso. 10,87 10,07 12,42 11,41 13,39 12,19 15,74 14,47 13,83 12,68 Leu. 19,76 18,3 22,58 20,75 24,35 22,17 28,61 26,3 25,14 23,05 His. 6,52 6,04 7,45 6,85 8,04 7,32 9,44 8,68 8,3 7,61 Fen. 9,88 9,15 11,29 10,38 12,18 11,09 14,31 13,15 12,57 11,53 Fen. + Tir. 19,76 18,3 22,58 20,75 24,35 22,17 28,61 26,3 25,14 23,05 1 – Estimativas baseadas em equações fatoriais descritas pelo Alltech Pig Program Manual, (2007). Tabela 6 – Exigência de aminoácidos digestíveis (g/dia) para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético em diferentes fases de desenvolvimento, considerando 5% de desempenho superior ao predito pela curva do manual PIC. Fase de desenvolvimento Aminoácido Digestível 70 a 84 dias 84 a 105 dias 105 a 126 dias 126 a 140 dias 140 a 168 dias ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ Lis.1 20,68 18,3 23,65 20,75 25,48 22,17 29,96 26,3 26,32 23,05 Met. 6,20 5,49 7,10 6,23 7,64 6,65 9,29 8,15 8,16 7,15 Met. + Cis. 12,20 10,80 13,95 12,24 15,03 13,08 17,98 15,78 15,79 13,83 Treo. 13,44 11,90 15,37 13,49 16,56 14,41 20,07 17,62 17,63 15,44 Trip. 3,72 3,29 4,26 3,74 4,59 3,99 5,39 4,73 4,74 4,15 Arg. 8,48 7,50 9,70 8,51 10,45 9,09 9,59 8,42 8,42 7,38 Val. 14,27 12,63 16,32 14,32 17,58 15,30 20,67 18,15 18,16 15,90 Iso. 11,37 10,07 13,01 11,41 14,01 12,19 16,48 14,47 14,48 12,68 Leu. 20,68 18,30 23,65 20,75 25,48 22,17 29,96 26,30 26,32 23,05 His. 6,82 6,04 7,80 6,85 8,41 7,32 9,89 8,68 8,69 7,61 Fen. 10,34 9,15 11,83 10,38 12,74 11,09 14,98 13,15 13,16 11,53 Fen. + Tir. 20,68 18,30 23,65 20,75 25,48 22,17 29,96 26,30 26,32 23,05 1 – Estimativas baseadas em equações fatoriais descritas pelo Alltech Pig Program Manual, (2007). Os valores das exigências de suínos por aminoácidos digestível, calculados através das equações descritas por Rostagno et al. (2011) para desempenho normal, 5 e 10% superior ao descrito pela curva de crescimento da genética PIC, encontram-se nas tabelas 7, 8 e 9. As equações de predição descritas pelos autores, envolvem a determinação da exigência de lisina para mantença e para crescimento. Contudo, ao contrário das demais equações utilizadas nesta revisão, a exigência de mantença é calculada através de equações fatoriais descritas por Fuller et al. (1998), enquanto a exigência de crescimento é obtida através de equações geradas através de 24 e 20 ensaios dose-resposta envolvendo, respectivamente, machos e fêmeas. Tabela 7 – Exigência de aminoácidos digestíveis (g/dia) para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético em diferentes fases de desenvolvimento, considerando desempenho predito pela curva do manual PIC. Fase de desenvolvimento Aminoácido Digestível 70 a 84 dias 84 a 105 dias 105 a 126 dias 126 a 140 dias 140 a 168 dias ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ Lis.1 16,56 15,71 19,72 18,79 21,97 21,10 22,45 22,16 21,77 21,94 Met. 4,97 4,71 5,92 5,64 6,59 6,33 6,96 6,87 6,75 6,80 Met. + Cis. 9,77 9,27 11,63 11,09 12,96 12,45 13,47 13,30 13,06 13,16 Treo. 10,76 10,21 12,82 12,21 14,28 13,72 15,04 14,85 14,59 14,70 Trip. 2,98 2,83 3,55 3,38 3,95 3,80 4,04 3,99 3,92 3,95 Arg. 6,79 6,44 8,09 7,70 9,01 8,65 7,18 7,09 6,97 7,02 Val. 11,43 10,84 13,61 12,97 15,16 14,56 15,49 15,29 15,02 15,14 Iso. 9,11 8,64 10,85 10,33 12,08 11,61 12,35 12,19 11,97 12,07 Leu. 16,56 15,71 19,72 18,79 21,97 21,10 22,45 22,16 21,77 21,94 His. 5,46 5,18 6,51 6,20 7,25 6,96 7,41 7,31 7,18 7,24 Fen. 8,28 7,86 9,86 9,40 10,99 10,55 11,23 11,08 10,89 10,97 Fen. + Tir. 16,56 15,71 19,72 18,79 21,97 21,10 22,45 22,16 21,77 21,94 1 – Estimativas baseadas em equações fatoriais descritas por Rostagno et al, (2011). ♂ ♀ Tabela 8 – Exigência de aminoácidos digestíveis (g/dia) para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético em diferentes fases de desenvolvimento, considerando 5% de desempenho superior ao predito pela curva do manual PIC. Fase de desenvolvimento Aminoácido Digestível 70 a 84 dias 84 a 105 dias 105 a 126 dias 126 a 140 dias 140 a 168 dias ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ Lis.1 17,48 16,60 20,80 19,87 23,15 22,31 23,58 23,39 22,72 23,08 Met. 5,24 4,98 6,24 5,96 6,95 6,69 7,31 7,25 7,04 7,15 Met. + Cis. 10,31 9,79 12,27 11,72 13,66 13,16 14,15 14,03 13,63 13,85 Treo. 11,36 10,79 13,52 12,92 15,05 14,50 15,80 15,67 15,22 15,46 Trip. 3,15 2,99 3,74 3,58 4,17 4,02 4,24 4,21 4,09 4,15 Arg. 7,17 6,81 8,53 8,15 9,49 9,15 7,55 7,48 7,27 7,39 Val. 12,06 11,45 14,35 13,71 15,97 15,39 16,27 16,14 15,68 15,93 Iso. 9,61 9,13 11,44 10,93 12,73 12,27 12,97 12,86 12,50 12,69 Leu. 17,48 16,60 20,80 19,87 23,15 22,31 23,58 23,39 22,72 23,08 His. 5,77 5,48 6,86 6,56 7,64 7,36 7,78 7,72 7,50 7,62 Fen. 8,74 8,30 10,40 9,94 11,58 11,16 11,79 11,70 11,36 11,54 Fen. + Tir. 17,48 16,60 20,80 19,87 23,15 22,31 23,58 23,39 22,72 23,08 1 – Estimativas baseadas em equações fatoriais descritas por Rostagno et al, (2011). Tabela 9 – Exigência de aminoácidos digestíveis (g/dia) para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético em diferentes fases de desenvolvimento, considerando 10% de desempenho superior ao predito pela curva do manual PIC. Fase de desenvolvimento Aminoácido Digestível 70 a 84 dias 84 a 105 dias 105 a 126 dias 126 a 140 dias 140 a 168 dias ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ Lis.1 18,39 17,52 21,90 20,98 24,29 23,52 24,68 24,60 23,64 24,18 Met. 5,52 5,26 6,57 6,29 7,29 7,06 7,65 7,63 7,33 7,50 Met. + Cis. 10,85 10,34 12,92 12,38 14,33 13,88 14,81 14,76 14,18 14,51 Treo. 11,95 11,39 14,24 13,64 15,79 15,29 16,54 16,48 15,84 16,20 Trip. 3,31 3,15 3,94 3,78 4,37 4,23 4,44 4,43 4,26 4,35 Arg. 7,54 7,18 8,98 8,60 9,96 9,64 7,90 7,87 7,56 7,74 Val. 12,69 12,09 15,11 14,48 16,76 16,23 17,03 16,97 16,31 16,68 Iso. 10,11 9,64 12,05 11,54 13,36 12,94 13,57 13,53 13,00 13,30 Leu. 18,39 17,52 21,90 20,98 24,29 23,52 24,68 24,60 23,64 24,18 His. 6,07 5,78 7,23 6,92 8,02 7,76 8,14 8,12 7,80 7,98 Fen. 9,20 8,76 10,95 10,49 12,15 11,76 12,34 12,30 11,82 12,09 Fen. + Tir. 18,39 17,52 21,90 20,98 24,29 23,52 24,68 24,60 23,64 24,18 1 – Estimativas baseadas em equações fatoriais descritas por Rostagno et al, (2011). Nas tabelas 10, 11 e 12 encontram-se apresentados os valores das exigências de suínos por aminoácidos digestíveis, calculados através das equações descritas pelo manual da PIC. As equações em questão são baseadas em 20 experimentos, relatórios, resumos e artigos, além de dissertações e teses orientadas pelo doutor Gary Allee. Tabela 10 – Exigência de aminoácidos digestíveis (g/dia) para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético em diferentes fases de desenvolvimento, considerando desempenho predito pela curva do manual PIC. Fase de desenvolvimento Aminoácido Digestível 70 a 84 dias 84 a 105 dias 105 a 126 dias 126 a 140 dias 140 a 168 dias ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ Lis1. 19,56 18,43 24,79 21,59 27,68 23,80 28,11 24,82 27,03 25,05 Met. 5,87 5,53 7,44 6,48 8,30 7,14 8,71 7,69 8,38 7,77 Met. + Cis. 11,54 10,87 14,63 12,74 16,33 14,04 16,87 14,89 16,22 15,03 Treo. 12,71 11,98 16,11 14,03 17,99 15,47 18,83 16,63 18,11 16,78 Trip. 3,52 3,32 4,46 3,89 4,98 4,28 5,06 4,47 4,87 4,51 Arg. 8,02 7,56 10,16 8,85 11,35 9,76 9,00 7,94 8,65 8,02 Val. 13,50 12,72 17,11 14,90 19,10 16,42 19,40 17,13 18,65 17,28 Iso. 10,76 10,14 13,63 11,87 15,22 13,09 15,46 13,65 14,87 13,78 Leu. 19,56 18,43 24,79 21,59 27,68 23,80 28,11 24,82 27,03 25,05 His. 6,45 6,08 8,18 7,12 9,13 7,85 9,28 8,19 8,92 8,27 Fen. 9,78 9,22 12,40 10,80 13,84 11,90 14,06 12,41 13,52 12,53 Fen. + Tir. 19,56 18,43 24,79 21,59 27,68 23,80 28,11 24,82 27,03 25,05 1 – Estimativas baseadas em equações fatoriais contidas no manual da genética PIC. Tabela 11 – Exigência de aminoácidos digestíveis (g/dia) para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético em diferentes fases de desenvolvimento, considerando 5% de desempenho superior ao predito pela curva do manual PIC. Fase de desenvolvimento Aminoácido Digestível 70 a 84 dias 84 a 105 dias 105 a 126 dias 126 a 140 dias 140 a 168 dias ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ Lis.1 20,38 19,23 25,73 22,47 28,59 24,69 28,94 25,67 27,74 25,84 Met. 6,11 5,77 7,72 6,74 8,58 7,41 8,97 7,96 8,60 8,01 Met. + Cis. 12,02 11,35 15,18 13,26 16,87 14,57 17,36 15,40 16,64 15,50 Treo. 13,25 12,50 16,72 14,61 18,58 16,05 19,39 17,20 18,59 17,31 Trip. 3,67 3,46 4,63 4,04 5,15 4,44 5,21 4,62 4,99 4,65 Arg. 8,36 7,88 10,55 9,21 11,72 10,12 9,26 8,21 8,88 8,27 Val. 14,06 13,27 17,75 15,50 19,73 17,04 19,97 17,71 19,14 17,83 Iso. 11,21 10,58 14,15 12,36 15,72 13,58 15,92 14,12 15,26 14,21 Leu. 20,38 19,23 25,73 22,47 28,59 24,69 28,94 25,67 27,74 25,84 His. 6,73 6,35 8,49 7,42 9,43 8,15 9,55 8,47 9,15 8,53 Fen. 10,19 9,62 12,87 11,24 14,30 12,35 14,47 12,84 13,87 12,92 Fen. + Tir. 20,38 19,23 25,73 22,47 28,59 24,69 28,94 25,67 27,74 25,84 1 – Estimativas baseadas em equações fatoriais contidas no manual da genética PIC. Tabela 12 – Exigência de aminoácidos digestíveis (g/dia) para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético em diferentes fases de desenvolvimento, considerando 10% de desempenho superior ao predito pela curva do manual PIC. Fase de desenvolvimento Aminoácido Digestível 70 a 84 dias 84 a 105 dias 105 a 126 dias 126 a 140 dias 140 a 168 dias ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ ♂ ♀ Lis.1 21,17 20,02 26,64 23,32 29,48 25,54 29,73 26,50 28,41 26,59 Met. 6,35 6,01 7,99 7,00 8,84 7,66 9,22 8,22 8,81 8,24 Met. + Cis. 12,49 11,81 15,72 13,76 17,39 15,07 17,84 15,90 17,05 15,95 Treo. 13,76 13,01 17,32 15,16 19,16 16,60 19,92 17,76 19,03 17,82 Trip. 3,81 3,60 4,80 4,20 5,31 4,60 5,35 4,77 5,11 4,79 Arg. 8,68 8,21 10,92 9,56 12,09 10,47 9,51 8,48 9,09 8,51 Val. 14,61 13,81 18,38 16,09 20,34 17,62 20,51 18,29 19,60 18,35 Iso. 11,64 11,01 14,65 12,83 16,21 14,05 16,35 14,58 15,63 14,62 Leu. 21,17 20,02 26,64 23,32 29,48 25,54 29,73 26,50 28,41 26,59 His. 6,99 6,61 8,79 7,70 9,73 8,43 9,81 8,75 9,38 8,77 Fen. 10,59 10,01 13,32 11,66 14,74 12,77 14,87 13,25 14,21 13,30 Fen. + Tir. 21,17 20,02 26,64 23,32 29,48 25,54 29,73 26,50 28,41 26,59 1 – Estimativas baseadas em equações fatoriais contidas no manual da genética PIC. Redução da proteína bruta e balanço entre aminoácidos essenciais e não essenciais A essencialidade de um aminoácido é determinada pela capacidade do organismo em realizar a síntese endógena de seu esqueleto carbônico em quantidade suficiente para suprir sua demanda pelo organismo (Wu et al., 2012). Dentre os aminoácidos essenciais para suínos encontram-se a lisina, aminoácidos sulfurados (metionina + cistina), treonina, triptofano, valina, isoleucina, leucina, histidina e fenilalanina + tirosina. A formulação de dietas com conceito de proteína ideal e a disponibilidade de alguns aminoácidos a nível comercial tem tornado possível a redução da proteína bruta das rações e a correção do déficit de alguns aminoácidos essenciais, decorrente de redução proteica. Em situações nas quais a oscilação no preço do milho e farelo de soja encontra-se alta, geralmente a adoção desta estratégia nutricional, possibilita a redução dos custos com as formulações e consequentemente o custo final de produção. Porém, vale ressaltar que embora a redução da proteína bruta seja preconizada pelo conceito de proteína ideal, sua adoção deve ser realizada com critério visto que sua aplicação pode acarretar a quebra de seu próprio conceito, que apresenta por definição fornecer aminoácidos essenciais e não essenciais em balanço exato sem que haja déficit ou excesso em seu aporte nutricional. Ou seja, a redução da proteína bruta dietética pode, em alguns casos, tornar os aminoácidos considerados não essenciais, limitantes ao desempenho animal, de forma a comprometer a síntese proteica. Portanto, além do atendimento das exigências de suínos por aminoácidos essenciais em dietas com reduzido teor proteico, é necessário fornecer aos animais o balanço ideal entre nitrogênio essencial e nitrogênio não essencial, afim de garantir máxima eficiência de utilização de nitrogênio pelo organismo. Embora na literatura constem estudos a respeito dos efeitos da redução proteica sobre o desempenho de suínos, pouco ou nenhum enfoque é direcionado à relação entre nitrogênio essencial e nitrogênio total (Ne:Nt) de tais dietas. Ao considerar que os efeitos deletérios provenientes de dietas com baixo teor proteico, porém suplementadas com aminoácidos essenciais, são atribuídos ao déficit de nitrogênio não essencial, informações a respeito das relações nitrogênio essencial-nitrogênio total deveriam ser complementares ao teor de proteína bruta dietético. Toledo et al. (2014a), ao avaliarem níveis de proteína bruta de 21,00; 19,50; 18,00; 16,50 e 14,00% em dietas para leitões de 6 a 15 kg suplementadas com aminoácidos cristalinos para evitar déficit de aminoácidos essenciais, não verificaram efeitos negativo da redução proteica sobre o desempenho dos animais. As relações entre nitrogênio essencial e não essencial (Ne:Nne) estimadas pelos autores para as dietas foram de 42:58; 48:52; 49:51; 51:49 e 53:47. Ao avaliarem as relações de Ne:Nne de 47:53; 48:52; 49:51; 52:48 e 54:46 em dietas para animais de 15 a 30 kg, obtidas, respectivamente, através dos níveis de proteína bruta de 19,24; 17,74; 16,24; 14,74 e 13,24, Toledo et al. (2014b) verificaram redução no ganho de peso dos animais e piora na conversão alimentar a partir dos níveis de proteína bruta de 14,23 e 14,79% respectivamente. Ao extrapolar os resultados na base da relação Ne:Nne, pode-se inferir que valores de relação Ne:Nne acima de 52:48 são deletérios ao desempenho animal nesta fase. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, R.C. O futuro do melhoramento genético em suínos. In: Produção de suínos: teoria e prática. ABIPECS, Brasília, 2014, 905p. INRA, Institute Nacional de la Recherche Agronomique: Alimentação dos animais monogástricos: suínos, coelhos e aves. Roca, São Paulo, 1999, 245p. NRC (National Research Council) 2012. Nutrient Requirements of Swine. Eleventh Revised Edition. National Academic Press, Washington, D.C. 20418 USA. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE J.L.; et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 3.ed. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2011. 252p. SAKOMURA, N.K.; ROSTAGNO, H.S. Métodos de pesquisa em nutrição de monogástricos. Jaboticabal: Funep, 2007, 283p. SAKOMURA, N.K.; HAUSCHILD, L.; SILVA, E.P. et al. Factorial model to estimate Poultry nutritional requirements. In.: ALBINO, L.F.T.; ROSTAGNO, H.S.; DONZELE, J.L. et al. 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