DOS SIGNOS DE PODER E LIDERANÇA: HARRY POTTER E A
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DOS SIGNOS DE PODER E LIDERANÇA: HARRY POTTER E A
DOS SIGNOS DE PODER E LIDERANÇA: HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL UMA FÁBULA NA COMPREENSÃO DO DIREITO REAL Epaminondas de Matos Magalhães; Jean Dias; Jefferson Antonione Rodrigues RESUMO Assim como os magos ou mágicos possuem suas varas de condão, o intuito desta acadêmica produção é enaltecer a magia que envolve a ciência jurídica e sua compreensão enquanto exercício do poder de organização e liderança junto às vivências sociais. Por isso, é com ênfase na fábula de Harry Potter que embasamos tal proposta de discussão como fonte interdisciplinar para a compreensão do Direito junto aos bancos acadêmicos. Destacamos ainda, a fundamental importância dos líderes junto ao exercício e consciência do ônus e do bônus, inerentes às funções assumidas, bem como a importância em fazer as escolhas corretas, o valor inestimado dos aliados e o risco de subestimar os inimigos – importância subjetiva do modelo mental de liderança, representadas por signos semióticos. Aliar o Direito às contextualizações literárias é uma grande representação do possível junto à compreensão da ciência jurídica que, demonstra uma verdadeira apoteose mental, estimuladora da criatividade, criticidade, intersubjetividade e interpretação junto às epistemologias jurídicas adquiridas hoje nos bancos acadêmicos de forma totalmente reversa do que aqui propomos, pois o que temos hoje é nada mais do que singela cognição bancária. Palavras-chave: Poder; Liderança; Direito. POWER OF SIGNS AND LEADERSHIP: HARRY POTTER AND THE SORCERER STONE A FABLE IN REAL RIGHT UNDERSTANDING ABSTRACT Assim como os magos and mágicos possuem suas Condao de varas, or intuition awakens student produção enaltecer is a magic que envolve in ciência jurídica and his compreensão enquanto exercício do poder de organização and Liderança junto às vivencias sociais. Por isso, is com ênfase na fábula de Harry Potter que embasamos this proposal discussão de como para a source interdisciplinar compreensão do Direito junto aos bancos ACADEMICOS. Destacamos ainda, a fundamental Importancia dos Líderes junto ao exercício and consciência do onus and give bonuses, inerentes às funções assumidas, bem como fazer em to Importancia as escolhas corretas, or valor inestimado dos aliados eo Risco de subestimar os Inimigos - Importancia subjetiva do modelo mental de Liderança, representadas por signos semióticos. Aliar or Direito às contextualizações literarias é uma great Representação do possível junto à compreensão from ciência jurídica que, demonstra uma verdadeira apoteose mental, estimuladora from criatividade, criticidade, intersubjetividade and interpretação junto às epistemologias Juridicas adquiridas hoje nos de bancos students form totally reversa do que aqui propomos, polka dots or temos que nada mais do que hoje is Singela cognição banks. Key words: To May; leadership; Right. INTRODUÇÃO “É preciso, em primeiro lugar, acreditar que as coisas podem ser melhores do que jamais foram.” Harry Potter – A pedra filosofal 1. DO EXERCÍCIO DO PODER E DA LIDERANÇA NA VIÊNCIA SOCIAL "A cultura é como a atmosfera, não se vê não se apalpa e contudo é impossível viver fora dela e continuar pertencendo á humanidade." (José Saramago) Nesse artigo, pretendemos discutir as relações da liderança na saga Harry Potter, de J.K. Rolling. Acreditamos que as intersecções entre direito e literatura permitem ampliar os estudos em ambas as áreas, criando deste modo, uma assimilação mais pormenorizada das questões sociais, dos fatos valorados pela sociedade, seu quadro normativo e, não menos importante, a liderança exercida por cada pessoa como ente de poder dentro das relações interpessoais. Literalmente, liderança pode ser entendida como a arte de conquistar indivíduos, a etimologia do termo liderança, trata-se de uma habilidade que se perfaz como inata em algumas pessoas que as difere de outras. Temos assim, que a liderança é uma capacidade natural de influenciar, de direcionar, ou ainda, uma competência que pode ser desenvolvida por toda a vida. A segunda, se aperfeiçoa no decorrer do desenvolvimento das pessoas. É possível detectar alguns tipos de liderança 1 em nossa vivência sóciocultural, com isso destacamos: i) Exigente. Aquele que observa todos os detalhes e não deixa nenhum deslize passar despercebido. Entende que para algo dar certo, “todos os buracos têm que esta tapados” e não há o menos espaço para pequenos erros. Muito crítico, observador e perfeccionista, esse líder acredita que a excelência é o caminho para a obtenção do sucesso. ii) Autocrático. Não promove a participação efetiva da equipe nos projetos, toma sozinho todas as decisões necessárias e costuma oprimir seus subordinados, enxergando neles correntes, e não, colaboradores. Ele sempre conduz os processor com muita energia e vigor, mas, como não valoriza as competências, os conhecimentos e os resultados dos subordinados, acaba criando um ambiente de trabalho no qual os profissionais são cobrados excessivamente. Isso causa certo desconforto e limita a performance do grupo. 1 Disponível em: http://www.ibccoaching.com.br/tudo-sobre-coaching/lideranca-e-motivacao/quais-os-tiposde-lideranca/, último acesso em 21/08/2015. iii) Liberal. Dá aos colaboradores liberdade para exercerem suas funções sem interferências diretas. Os próprios profissionais ficam responsáveis por gerenciar os resultados de seu trabalho. É uma forma de demonstrar confiança na capacidade dos colaboradores e de dar a eles mais autonomia. No entanto, o líder liberal precisa estar atento para que os colaboradores não fiquem sem condução nem cometam erros graves e prejudiquem o desempenho da empresa. iv) Visionário. Tem senso de oportunidade e um otimismo latente. Capaz de antecipar tendências, é empreendedor e tem disposição para correr riscos. Essa capacidade de prever as reações do mercado está sempre amparada em pesquisas e análises de comportamento das pessoas sobre produtos e serviços. Esse tipo de liderança reconhece a importância dos colaboradores para a obtenção de bons resultados e busca motivá-los constantemente. v) Democrático. Permite que todos os liderados participem das decisões importantes do grupo e acredita ideias, críticas e sugestões são importantes para aperfeiçoamento dos projetos, da equipe e da organização como um todo. Essa abertura de espaço para diálogos, a comunicação efetiva e os feedbacks constantes facilitam a solução de problemas internos e garantem os bons resultados dessa liderança. De todo modo, o líder democrático precisa ter inteligência para encontrar o equilíbrio e não perder o controle, o foco e a objetividade. vi) Leader Coach. Sabe delegar com assertividade, uma vez que identifica as capacidades individuais de cada um de seus liderados e as utiliza para potencializar seus resultados. Ele apresenta desafios e novidades motivadoras, que criam um ambiente colaborativo e empreendedor, favorável à evolução profissional e ao alcance das metas da empresa. Modelada pelos princípios do Coaching, esse tipo de liderança estimula as competências, conduz projetos em parceria, leva em conta as opiniões dos colaboradores e os motiva a confiarem no trabalho desenvolvido. Dentro do nosso viver em sociedade, é perceptível as diversas formas ou teorias de liderança, seja no trabalho, em casa, com os amigos, enfim a todo instante estamos diante ou praticando ações de liderança. As relações de liderança são signos2 representativos de poder em nosso meio social e, junto ao ensino aprendizagem do Direito, tal exercício de liderança se mostra muito presente devido a todo tradicionalismo quem envolve esta área profissional de um mística simbólica que até os dias atuais a cerca. Consequentemente, ressaltamos que os bancos acadêmicos, são só os jurídicos, mas principalmente neles, as práticas dogmáticas de ensino demonstramse rodeadas por um aura de meras reproduções, ou seja, o docente repete as concepções doutrinárias aos seus aprendizes que as absorve e também 2 Signo, Significante e Significado. O Signo representa alguma coisa para algo. O Significante é a parte material do signo, e o significado refere-se a parte do conceito que as pessoas tem sobre alguma coisa. Por exemplo a palavra “cadeira”, o significante dela seria a palavra escrita no papel, ou o som de alguém falando a palavra, já o significado seria a imagem mental do que cada um tem de uma cadeira. É na semiótica que se estudam os signos que se dividem em três escolas: semiótica Peirceana, semiótica Greimasiana, e semiótica da Cultura. (PEREZ, 2004) reproduzem. A este fenômeno do aprender, os pedagogos denominam como ensino bancário. Rizzatto Nunes assevera: A escola de Direito tem problemas, e dentre eles um dos mais relevantes é de ordem pedagógica: o ensino oferecido tem peculiaridades tais que, muitas vezes, faz com que se duvide, inclusive, se se está ensinando algo. O famoso jargão, muitas vezes, se torna realidade nas academias de Direito, onde o professor faz de conta que ensina e os alunos fazem de conta que aprendem. (2005, p.01) No início, o ensino jurídico era baseado em uma relação entre educando e educador, com moldes fixos, como salienta Eduardo C. B. Bittar: A princípio calcado numa relação formal, autoritária e improdutiva, o ensino do Direito resumia-se à monótona e mecânica leitura das leis. Ao estilo dos glosadores de textos, os professores faziam a leitura da lei para depois, quando oportuno, formularem comentários ao texto. Os lentes catedráticos escolhidos para serem os portadores da palavra jurídica não eram necessariamente didatas. (2001, p.87) A cátedra jurídica é repleta destas concepções de que o verdadeiro aprender jurídico é dogmático positivista, porém demonstramos com este a possibilidades de demonstrar que o culturalismo, bem como as diversas formas de interpretação e fenômenos culturais, são fontes indutoras da pesquisa, da busca pelo novo. Diante disso, indagamos: seria a literatura uma fonte de possível aprendizagem do Direito? Seria ela capaz de induzir os acadêmicos na busca da compreensão real do Direito? Cremos que sim! Por isso, desmistificamos aqui a aura jurídica do aprender Direito em análise a uma obra por todos conhecida e apreciada, denominada Harry Potter e a Pedra Filosofal. Almejamos estimular uma alteridade às cátedras jurídicas. Como explica o professor Paulo Henrique Blasi (2007): A transmissão autoritária (antiga cátedra) gera como resposta, a passiva memorização dos alunos, a construção pelos mesmos de um conjunto de ideias pré-fabricadas, que servem para lograr um título universitário, mas que não os habilitam para decisões maduras e autônomas É com esta obra que identificaremos as possíveis formas de estimular a criticidade e a criatividade junto ao aprender jurídico com ênfase nas intersubjetividades (individualismo) junto às diversas formas de aquisição do saber que representam um grande exercício mental apoteótico se comparado ao tradicionalismo do aprender jurídico. As pessoas que são ensinadas sob o prisma da educação bancária, não possuem a criticidade aguçada pelo educador, ao invés, esse trabalha tão somente a memorização, que pode resultar num mero rábula, porém não resultará em jurista. Assim, quando compara-se com a educação bancária com o praticado pelas academias de Direito, “crítica é corretíssima, encaixase como uma luva no sistema de ensino da escola de Direito”. Pois os acadêmicos são meros depósitos, objetos de uma ação pedagógica exclusiva do docente, muitas vezes inúteis ao anseios dos discentes. (CARVALHO e SUSUKI3) 2. O EXERCÍCIO E A DESCOBERTA DO PODER E DA LIDERANÇA EM HARRY POTTER “O que importa é o grau de comprometimento envolvido numa causa, e não o número de seguidores”! Harry Potter Como tem sido tratado no decorrer desta produção acadêmica, podemos perceber n personagem, Harry Potter, a imagem da liderança, do elo entre pessoas e da capacidade do despertar para uma postura ética em cada um dos indivíduos que o cercam. Acontece, que desde muito criança, a figura Potterniana, na história, retratava a ação do “mito” de um ser superior, um líder nato, afinal, tentando assassiná-lo, de certa forma, Lorde Voldemort teve seus poderes enfraquecidos e de forma misteriosa, desapareceu. Minerva acreditava que iriam “(...) escrever livros sobre Harry. Todas as crianças no nosso mundo vão conhecer o nome dele! (2000, p. 15).” Harry Potter era um bruxo comum, sem nada de espetacular, mas o mito do “menino que sobreviveu”, acabou dando-lhe fama sobremaneira, como Maquiavel retrata “a um príncipe não é necessário possuir todas as qualidades, mas é necessária parecer tê-las” (2010,p. 12). Ora, sabe-se que não foi um poder sobrenatural emanado do próprio garoto que fez com que Lorde Voldemort enfraquecesse, mas sim, um feitiço de proteção, no qual Lílian Evans Potter lançou sobre o menino, impedindo-o, assim, de ser morto. Harry não tinha todas as 3 Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php? artigo_id=4652&n_link=revista_artigos_leitura, último acesso em 22/07/2015. qualidades, mas as histórias e os mitos a seu respeito, diziam lhe pertencer todas as virtudes e, isso, para o clamor social já bastava . Na história da sociedade, principalmente no seu berço, o mito sempre esteve presente para explicar acontecimentos que, pela inexistência da ciência, bem como também pela falta de conhecimento e capacidade logica, fugiam do alcance intelectivo das primeiras civilizações. Sabe-se que, na antiguidade, os mitos reinavam sem rivais, tendo em vista que, neste período histórico, eram depositadas cargas valorativas aos tais, de modo que estes nem eram vistos como mitos, mas sim, como verdades irrefutáveis. Porém, não se pode negar que o mito desempenhou e continua desempenhando importantíssimo papel em nossa sociedade, bem como na compreensão dela. , O mito pertencia ao mundo mágico, Harry foi criado no mundo dos trouxas e ali o menino “vivia num armário escuro” (2000, p. 18), retraído pelas circunstancias preconceituosas, afinal, cumpre dar enfoque que os trouxas nutriam uma profunda repulsa por bruxos, de modo que lhes avacalhava, criando uma certa segregação. Entretanto, com o desenrolar da historia, veremos que ao chegar em Hogwarts, Harry Potter deparará com uma série de circunstancias desfavoráveis ao que chamamos de tratamento igualitário, qual refuta discriminação e preconceito, seja ele de qual espécie for. Destaca-se que a grande Hogwarts era dividida em casas, sendo-as: Griffinória, Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa. No primeiro dia de aula, um teste é realizado e, em decorrência de atributos inerentes a pessoa, cada aluno é designado a “pertencer” a uma dessas casas e, assim, levar o seu nome durante toda a vida. Acontece, porém, que durante a existência de Hogwarts, vários alunos/bruxos orbitaram essas mesmas casas, criando assim, reputações diferentes, e senso de valores divergentes Com a evolução da escola, dentro da própria Hogwarts, passou a existir o preconceito institucionalizado contra algumas de suas casas. O verdadeiro líder sabe fazer as escolhas certas, mesmo quando está recebendo alvejadas de propostas que vão contra seus ideias, neste diapasão, quando Draco questiona o ingresso de trouxas na escola de magia dizendo que “não deviam deixar outro tipo de gente entrar(...)” e, mais “não são iguais a nós, nunca foram educados para conhecer o nosso modo de viver. Alguns nunca sequer ouviram falar de Hogwarts até receberem a carta, imagine. Acho que deviam manter a coisa entre as famílias de bruxos”. Logo de imediato, Harry poderia ter sido corrompido pelos ideais maculados de raça ariana nutrida pela família Malfoy, porém, um líder não corrompe seus ideais. A liderança, tratada no corpo desta produção acadêmica, diz respeito à motivação do outro em busca de uma conivência harmônica e pacífica. Trata-se dos movimentos sociais que refutam toda e qualquer forma de discriminação, que não aceita estereótipos inferiorizados que, às vezes, permeiam até mesmo o nosso ordenamento jurídico, ante, deseja que a igualdade preconizada na Constituição Federal de 1988 saia da folha de papel e passe a habitar a vida humana. Neste norte, a liderança fundada nos movimentos sociais, deve enviesar o bem comum e não se prender em ambições e desejos particulares. Para Boudon & Bourricaud (1993), “um grupo latente, mesmo no caso em que tenha ‘consciência’ do interesse comum, deva em quaisquer circunstâncias, desenvolver uma ação coletiva visando promover o interesse comum” (1993:10). É patente que, para que haja um movimento social desejoso a promover paz ideológica, igualdade, dentre as outras garantias constitucionais, faz-se necessário que haja grupo ou agente dotado de capacidade de liderança, poder de persuasão e antes de tudo, que seja movido pela necessidade de justiça. Faz-se aqui, mais uma vez, a analogia dos Operadores do Direito com a personagem Harry Potter. Harry usou toda a instrumentalização que detinha em seu favor, para reverter o quadro de segregação e de preconceitos que, como fantasma, andava em Hogwarts. Do mesmo modo, os instrumentos do Direito, não podem prender-se às correntes dogmáticas tradicionais, que, mesmo estando normatizadas, acabam cometendo injustiças. Na literatura, Harry Potter tinha ao seu dispor o poder mágico. Na ciência Jurídica, como destaca Bobbio (1992), poder não é uma coisa ou sua posse: é, antes, uma relação entre pessoas. Neste mesmo viés, Foucault doutrina que o poder “é um feixe de relações, mais ou menos organizado, mais ou menos piramidalizado, mais ou menos coordenado (FOUCAULT, Michel “sobre a história da sexualidade”. In: Microfísica do poder . P. 248). Nestas relações de poder, o cientista jurídico e os aplicadores do direito, não devem se acorrentar a uma mera leitura positivada da lei, como Hans Kelsen pregoava, mas deve sempre buscar a justiça, mesmo que está esteja sendo sufocada pela lei. Frisa-se, ausência de lei não é ausência de Direito. É importante, ainda, trazer à baila, que a escravidão era regularizada em lei, pelo Estado, que a segregação social encontrava amparo na mesma. Porém, as evoluções civilizatórias, como se sabe, desmantelaram tais praticas, que hoje, causam arrepios em todo cidadão de bem. Mas, para que haja investigadores do Direito despidos desta relação necrofilia com o positivismo barato de Kelsen, acredita-se que a solução esteja, exatamente nos bancos acadêmicos desta ciência. É possível criar pesquisadores do Direito através da interdisciplinaridade, como é o objetivo desta produção acadêmica, a qual, através da literatura, almeja demonstrar os problemas sociais que habitam no nosso ordenamento jurídico, criando o que chamamos de preconceito institucionalizado, bem como também, a importância da liderança na luta contra tais injustiças. De volta à obra literária, Harry Potter, como dito acima, é a atual imagem da juventude do século XXI, um bravo herói de guerra, capaz de realizar feitos extraordinários em nome daquilo em que acreditava. Porém, a vida do menino Harry foi trilhada por inúmeras circunstâncias desfavoráveis, órfão de pais e criado em circunstâncias lastimosas por seus tios maternos, juntamente com um primo rabugento, o garoto tinha tudo para “pender” para o caminho errado, mas não o fez. O que a família do garoto escondia, era que diferentemente da maioria dos seres humanos, ele tinha sangue mágico, sendo, portanto, bruxo. Na testa, Harry traz uma cicatriz em forma de raio, pois quando bebê, e no mesmo evento fatídico em que perdeu seus pais, Lorde Voldemort, almejando matar a criança, dispara um feitiço contra ele, porém o garoto sobrevive. Após esse evento, de alguma forma, o mal foi enfraquecido – Voldemort - desaparece sem deixar vestígio algum Desde muito garoto, Harry sofria preconceito por parte de seus próprios familiares, uma vez que, como já expresso noutro lugar, os Trouxas não toleravam os Bruxos, sendo a reciproca verdadeira, como podemos ver na seguinte citação: “Os Potter sabiam muito bem o que pensavam deles e de gente de sua laia...” (2000, p. 12); “Com frequência, os Dursley falavam de Harry assim, como se ele não tivesse presente – ou melhor, como se ele fosse alguma coisa muito desprezível que não conseguisse entendê-los, como uma lesma.” (idem, p. 24). Nesse sentido, ressalta-se desde já, que os Dursley, embasavam seu preconceitos em estereótipos imaginários, uma vez que os mesmos não conheciam o mundo dos bruxos de fato. Harry tem onze anos de idade quando algo inusitado começa acontecer. Cartas com o selo de Hogwarts começa a chegar na casa de seus tios. Desejosos em esconder o “menino que sobreviveu”, seus tios fazem de tudo para afastá-lo do mundo mágico. Agora, em seu aniversário, Harry recebe a visita do “escandaloso” Rúbeo Hagrid, que veio levar Harry para a Escola de Bruxaria e Magia de Hogwarts, onde ele vai estudar/qualificar-se para cumprir sua verdadeira vocação como um mago. É nesta viagem que Harry e Hagrid providenciam os suprimentos simbólicos (incluindo uma varinha, uma coruja e um caldeirão), para sua efetiva colocação em Hogwarts. Lá, ele faz grandes e profundas amizades, como Ron Weasley e Hermione Granger, além de antagonistas, como o arrogante Draco Malfoy. Hogwarts é coordenada pelo venerável Mago Albus Dumbledoree sua equipe – Professora Minerva McGonagall, lecionando Transfiguração; Professor Quirrell, cujo ensino é de Defesa Contra as Artes das Trevas, Professor Flitwick ensinando encantamentos e o misterioso Professor Snape , sendo-o mestre de Poções. Toma-se nota, neste momento, para realçar que é exatamente este pensamento de segregação, seleção, que tem sido o câncer social existente nas esferas do saber, seja-a de qual caráter for. O Lorde das Trevas é o exemplo mais radical/arcaico/tradicionalista de toda a saga, que mostra como o preconceito pode afetar todo um mundo, sendo na história, dois, o mundo trouxa e o mágico. Ele prosseguiu/matou/trucidou inúmeros trouxas e mestiços por anos, seu discurso costumeiro era a de enaltecer uma raça pura e superior, no caso, a de bruxos legítimos. Muito parecido com alguns discursos declamados ao longo da historia por déspotas.) Porém, como já dito, dentro da própria Hogwarts havia, de forma cultural e institucionalizada o preconceito contra algumas de suas subdivisões , sendo que cada bruxo era ingressado num “grupo” conforme suas qualidade e/ou personalidade. O Chapéu Seletor, na cerimônia de seleção era o responsável por esse feito, vejamos: [...] é só me porem na cabeça que vou dizer, Em que Casa de Hogwarts deverão ficar. Quem sabe a sua morada é a Grifinória, Casa onde habitam os corações indômitos. Ousadia e sangue-frio e nobreza Destacam os alunos da Grifinória dos demais; Quem sabe é na Lufa-lufa que você vai morar, Onde seus moradores são justos e leais. Pacientes, sinceros, sem medo da dor; Ou será a velha e sábia Corvinal. A casa dos que têm a mente sempre alerta, Onde os homens de grande espírito e saber. Sempre encontrarão companheiros seus iguais; Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa. E ali fará seus verdadeiros amigos, Homens de astúcia que usam quaisquer meios. Para atingir os fins que antes colimaram” (ROWLING, 2000, p. 104-105). Divididos em grupos, os alunos de Hogwarts acabavam despertando uma certa incapacidade de interação, tendo em vista que tradicionalmente, varias mitos, estórias iam sendo criadas a cerca destas, dando aos “diabos” uns grupos, e enaltecendo a gloria de outros. O pior deste preconceito, é a ideia nutrida por alguns bruxos de que sua condição social lhes fazia mais merecedores de Hogwarts do que outras classes, como exemplo o Draco Malfoy, que falando de Hogwarts se expressa da seguinte forma: “eu realmente acho que não deviam deixar outro tipo de gente entrar, e você? Não são iguais a nós, nunca foram educados para conhecer o nosso modo de viver. Alguns nunca ouviram falar de Hogwarts até receberem a carta, imagine. Acho que deviam manter a coisa entre as famílias de bruxos.” (ROWLING, op. cit., p. 72). Esse preconceito de classe, se revela bem também , no seguinte trecho “(...)imagine ficar na Lufa-lufa, acho que saía da escola” (ROWLING, op. cit., p. 71) é graças ao estereótipo de interiorização alimentado pela cultura estudantil que na “Lufa-lufa só tem panacas” (ROWLING, op. cit., p.73). Ainda, “não tem um único bruxo nem uma única bruxa desencaminhados que não tenham passado por Sonserina” (ROWLING, op. cit., p. 73). É exatamente essa ideia macabra e nebulosa, que tem sido a raiz de toda guerra na estória, o que corrobora com as sociedades de fato que, culturalmente, tem mistificado grupos como norma social (homem heterossexual, branco, da classe média e cristão) e dando outras grupos aos demônios, (homossexual, negro, índio, praticantes de religião africanas, mulheres etc.). Neste cenário, Harry Potter, mesmo estando desprovido de todos os atributos de liderança, entende que o poder não é um fim em si mesmo, que “não existe algo unitário e global chamado poder, mas (...) formas díspares, heterogêneas, em constante transformação. (...) não é objeto natural, uma coisa: é prática social, constituída historicamente". (Foucault, 1995). E, em suas relações sociais, o garoto vai desenvolvendo essa liderança única e persuasiva, tendo em vista que o poder é algo que se exerce, se efetua/exerce nos saberes e na relação “microfísica” entre pessoas. Após reconhecer seu próprio “eu”, o “menino que sobreviveu”, dentro de uma instituição extremamente preconceituosa e segregaria, desenvolve-se como ante de poder e, contagia seus conterrâneos mudando assim a sua atual situação. Nesse modo, percebemos que mesmo com a presença do preconceito e das injustiças históricas que, como fantasmas, perambulas em nossas vivencias, e possível desenvolver um espirito de liderança, para, não somente vencer o peso “de nossa alma”, mas também auxiliar no refrigério do sofrimento grupal. Harry mudou a realidade da segregação entre bruxos (legítimos), meio-sangue e trouxas, unindo-os como qualidade comum e maior, “sendo todos iguais”. Deste modo, devemos usar a liderança pessoal, institucional para este fim: erradicar as desigualdades que assolam nossos iguais e desiguais. 3. A FÁBULA HARRY POTTERIANA NA COMPREENSÃO DO DIREITO: UMA POSSIBILIDADE "E agora, Harry, vamos sair para a noite em busca dessa sedutora volúvel, aventura." (Alvo Dumbledore). Estamos vivendo uma verdadeira “ditadura do saber”, onde as regras de aprendizagem tem se tornado cada vez mais robóticas, reproduzindo ideias e sequestrando nossa criatividade. Os habitáculos do conhecimento tem sido verdadeiras gaiolas, aprisionando o senso de criatividade dos alunos, restringindo-os a um simples armazenamento de dados/informações, não obstante, esses ambientes deveriam ser “céus”, céus para pássaros, aonde o investigador/aluno teria total liberdade de alçar voos, criar e ir além dessas fronteiras impostas. Nesse panorama de elitização do saber, os livros de literatura, principalmente os infanto-juvenis, tem sido massacrados por essa elite de “falsos intelectuais” da nova geração” como sendo a escória/limbo da racionalidade, lançando os seus adeptos a um patamar de inferioridade dentro desses habitáculos do conhecimento. Porém, como já dito, num ambiente investigativo, que é esse nosso, acadêmico, mais precisamente para os cientistas jurídicos, não devem se restringir a mera capacidade de reproduzir ideias, mas sim criar ideias e meios de levá-las a todas as esferas da população, e a literatura é um meio cabível para este fim. Ressalta-se que, a literatura de massa e infantil e juvenil, execrada por muitos críticos, vem se tornando a porta de acesso a leitura de muitas crianças e jovens, contudo, as pessoas não percebem esse novo universo, porque não levam em consideração o universo de leitura desses sujeitos. É forçoso dar destaque, que a literatura, por tratar-se de obras mais manuseáveis, de acesso facilitado, podem contribuir na formação do sujeito, como ente de poder, embutindo neles conceitos de Direito e ideias de justiça, sem, contudo, prender-se ao mero positivismo. Neste viés, destaca-se o ensinamento de Paulo Freire: Paulo Freire, ao criticar a concepção bancária da educação, queria nos alertar para a idéia de que formar o Homem, dar-lhe educação, é muito mais do que transmitir-lhe informação: trata-se, pelo processo educativo, de torná-lo sujeito de sua história, consciente de sua responsabilidade social, agente transformador do meio em que vive. Para isso, o ensino precisaria ser interdimensional, de modo a possibilitar o saber nas várias dimensões do ser humano: o logos (razão), o pathos (o sentimento), o eros (a corporeidade) e o mythos (a espiritualidade)4. Dentre tantos autores que se valeram do alcance da arte literária para expandir a criticidade, denunciar despotismos ideológicos, e clamar por igualdade, destacamos a celebre Virginia Woolf5. Vários outros autores fizeram isso, como: Walt Whitman (1818-1892), Oscar Wilde (1854-1900), Mário de Sá-Carneiro (1890-1916), Fernando Pessoa e etc. 4 Disponível em: http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Educacao/SimbioLogias/Critica_Concepcao_Bancaria_Educacao.pdf, último acesso em 22/07/2015. 5 WOOLF, Virgínia. escritora, ensaísta e editora britânica, conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo que, num período onde o machismo institucionalizado predominava (Londres, 25 de janeiro de 1882 — Lewes, 28 de março de 1941), valeu-se da literatura, “Orlando”, para tratar de questões como igualdade de gênero, liberdade sexual e elitização do conhecimento pela esfera machista. Sua obra alcançou um elevado público, instigando-os a ir além dos estigmas impostos pela sociedade contemporânea, ajudando assim, a expandir direitos. Contemporaneamente, temos a britânica Joanne "Jo" Rowling, mais conhecida como J. K. Rowling, que consagrou seu nome nas obras da tão aclamada serie literária Harry Potter. Harry Potter é uma iconografia dessa atual juventude, não há – ou existem pouquíssimos – uma criança/ jovem que não tenha ouvido falar desse salvador. Porque o “menino que sobreviveu” é um verdadeiro salvador para os seus fãs. O mais interessante, porém, é que a brilhante obra da britânica é composta por questões filosóficas, sociais e jurídicas. Dentre tantos aspectos de caráter jurídico/politico/filosófico que permeiam a obra, umas das mais espetaculares é a divisão que ocorre entre Bruxos e trouxas (não bruxos). Bruxos gozam de superioridade, são chamados de sangue puro e, deste modo, tem em LEI o direito de existência, ao contrário daqueles que recebem o pejorativo de “criaturas de sangue ruim” que, por ser uma minoria social, não possuem os mesmos direitos que os primeiros narrados, ficção isso, sério? Faz-se necessário dizer que a tão desejada Hogwarts foi criada por bruxos. Suas leis, de igual forma, foram elaboradas por bruxos genuínos. A politica também. Tudo, desde o “surgimento” do mundo mágico, permeou-se na orbita da vontade do bruxo. É exatamente por isso que outras categorias de pessoas são impedidas de gozarem dos mesmos direitos que os bruxos usufruem. É impossível falar em igualdade na literatura, tendo em vista que toda a elite pensante e legiferante é composta de iguais: bruxos genuínos. Não há igualdade se não houver igual representatividade. Trazendo à baila a nossa realidade, perceberemos que, assim como o romance infanto-juvenil, o problema de tanta desigualdade social, encontra-se arraigada exatamente na elaboração do Estado. A criação do Brasil como Estado deu-se por intermédio do homem. Do homem branco. Do homem branco e cristão. Do homem branco, cristão e de classe média alta. Desde a concepção do Estado, grupos minoritários vem vivendo a margem deste “Estado Democrático de Direito”. O negro, por exemplo, era por lei tratado como uma mercadoria particular do homem branco. Independentemente de suas qualificações intelectuais, o negro era sempre visto e recebia um tratamento como inferior, porque de fato o era. Até hoje, de forma menos escancarada, nas entrelinhas das conivências sociais, a ideia de interiorização do negro, permanece em nossa sociedade. Afinal, o estereótipo do bandido nas favelas de São Paulo ou do Rio de Janeiro, em cem casos, noventa e nove será de um negro pobre. Outro grupo, não menos alvejado pelo preconceito normatizado, diz respeito aos homossexuais. A lei, até o presente momento, mesmo estando banhada com o principio da igualdade, da isonomia, tendo como fundamento do Estado Democrático e Direito a Dignidade da Pessoa Humana, ainda não recepciona as relações homoafetivas como família. Também pudera, as tais leis são elaborados por representantes de famílias heterossexuais, que fazem do Direito uma propriedade particular. A grande questão, é que os negros, os homossexuais, e tantos outros grupos minoritários não possuem representatividade nas Casas Legislativas e, por tanto, acabam sempre permanecendo em uma posição de sujeição e inferioridade, exatamente como os Trouxas ou Meios-sangues, no caso da literatura. Pois bem, deste modo, percebe-se que a estória é dividida em dois polos, um é o majoritário, permeado por Bruxos de alto escalão que são os responsáveis pela normatização de suas leis (homem branco, heterossexual, cristão e da classe média, na nossa linguagem) do outro lado temos as minorias sociais, Meios Bruxos e Trouxas, que são excluídos do bojo do gozo no mundo mágico (leia-se mulheres, negros, praticantes de religiões matrizes africanas, homossexuais, portadores de DST, profissionais do sexo e todos aqueles que vivem a margem de nossa atual sociedade). Entre polos, estão aqueles que reconhecem o senso de tolerância e igualdade, caso do Bruxo Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore (que era homossexual e diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts), bem como os chamados Bruxos tradicionais (aqueles que não aceitavam a introdução de Meio Bruxos em suas fileiras), como Lucio Malfoy, Draco Malfoy, Tom Marvolo Riddle, entre outros. Esse cenário de preconceito e exclusão esboça perfeitamente a nossa sociedade que, inescrupulosamente, insiste em dar a marginalidade todos aqueles que não pertencem ao padrão do homem médio, como dito alhures. A britânica, com maestria e precisão, conseguiu retratar questões jurídicas de forma critica, introduzindo na estória a personagem Hermione Granger, que sendo filha de Sr. e Sra. Granger, que são trouxas (pessoas sem poderes mágicos, no jargão da série, o que cria todo um cenário de preconceito e bullying quando a mesma é aceita na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, sendo insultada por inúmeras vezes pelo Draco e companhia, de “criatura de sangue ruim”. Acontece, que na visão dos chamados Bruxos Puros/Tradicionais, esta escola era propriedade deles, assim como hoje, temos uma elite que acredita que o Direito não é uma conquista de todos, mas tão somente dos de sua cor, gênero e religião. Não há espaços para os Trouxas hoje em dia... Por outro norte, mesmo estando inserido num cenário de seleção/preconceito, mesmo tendo crescido em um “armário”, e o trocadilho caí bem, Harry desenvolve um senso de liderança absurdo, juntamente com a amiga Hermione e Rony (o ruivinho pobre). O garoto faz uma verdadeira descoberta do seu “eu”, contagiando seus conterrâneos e mexendo com a base preconceituosa de sua escola/vivencias. Três abjetos, simbolicamente falando, foram os responsáveis por todo o discorrer da estória, mesmo sendo os estereótipos do rejeitável/escoria/inferior, eles não desistiram, não obstante, foram “para a noite em busca dessa sedutora volúvel, aventura” que é a busca pelo direito. SINTESE CONCLUSIVA “Porque nos sonhos entramos num mundo inteiramente nosso. Deixe que mergulhe no mais profundo oceano, ou flutue na mais alta nuvem.” Alvo Dumbledore Diante de tudo o que foi discorrido, pretende-se, através deste artigo, suscitar nos acadêmicos do Curso de Direito, o senso crítico e o desejo de aprender as técnicas do Direito, bem como também sua substância, pelo viés da literatura. Sabe-se claramente que o Direito não é um fenômeno autônomo, mas sim, um fenômeno social complexo, oriundo da valoração que se é dato em um fato, no qual, através da norma, pretende-se tutelar o bem jurídico violentado. Entretanto, a deficiência está na transmissão do conhecimento das matérias afetadas ao Direito aos seus pesquisadores, sendo que os quais, não são estimulados a desenvolver um senso crítico, mas tão somente, a memorizar códigos. Essa ditadura do conhecimento tem afetado o “eu” interior de cada acadêmico da ciência Jurídica, uma vez que acorrenta-os junto aos bancos e a configuração do ensino, que não estimula a formação de pensadores. Para disseminar esse positivismo, no que tange ao ensinamento do Direito, pretende-se aqui, com notas na obra de Harry Potter, mostrar que, a literatura infanto-juvenil também pode tratar de problemas sociais, que infelizmente, ainda são os canceres da coletividade. Problemas como o preconceito de classe institucionalizado, e outros, que acabam deixando a margem do Estado Democrático de Direito as minorias sociais. As personagens da fábula, quando se depararam com este câncer que carcomia o seio de Hogwarts, usaram todos os seus atributos como líder para combater as injustiças e promover, na medida do possível, a igualdade entre bruxos, meio-sangues e trouxas. A proposta do Direito é absolutamente a mesma, sendo que a nossa própria Carta Magna abomina o tratamento desigual, seja de qual ordem for. Lutemos todos, com todas as armas possíveis, no combate aos males que assombram e ameaçam de morte os valores constitucionais. Na fabula, com varinhas de condão e fantasia, Harry Potter promoveu uma Hogwarts mais justa para os afastados da zona do Direito; nós, na esfera da realidade, tomemos o conhecimento do Direito, e os movimentos sociais, para também, destruir toda e qualquer forma de preconceito. Que o Direito seja um par de asas e jamais uma gaiola. REFERÊNCIAS BITTAR, Eduardo C. B. Direito e ensino jurídico: legislação educacional. São Paulo: Atlas, 2001. BLASI, Paulo Henrique. 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