António Eira Leitão, Hidroerg
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António Eira Leitão, Hidroerg
A história das pequenas centrais hídricas em Portugal e o seu potencial futuro Breve nota histórica sobre a electricidade em Portugal Virtualidades e desenvolvimento das energias renováveis Água, a matéria-prima da hidroelectricidade Sobrecusto das PCH na factura da electricidade Potencial hidroeléctrico por explorar Expo Água Outubro de 2013 Outubro/2007 A electrificação de Portugal (I) 2 A primeira central hidroeléctrica portuguesa entrou em exploração em 31 de Março de 1894 Turbinava as águas do rio Corgo, mais precisamente no Poço do Aguieirinho, junto a Vila Real Tinha uma potência instalada de 120 kW (161 Hp) Os aproveitamentos de maior capacidade (entre os 5 e os 30 MW) começaram a ser construídos após 1920 Há portanto 119 anos de história na produção hidroeléctrica em Portugal A electrificação de Portugal (II) A electrificação começou através de sistemas regionais e de centrais hidroeléctricas de média dimensão (maior: Lindoso, com 28 MW) Adquiriu uma dimensão expressiva na década de 1950, com o início da construção das grandes centrais hidroeléctricas (relevantes: Venda Nova, Castelo do Bode, Belver, Caniçada, Cabril, Picote e Miranda) O grande impulso foi dado pelo Prof. Ferreira Dias, através da publicação da Lei n.º 2002, de 26 de Dezembro de 1944, verdadeira mola da electrificação do País, na qual se afirma: “… (Base II) a produção de energia eléctrica será principalmente de origem hidráulica. As centrais térmicas desempenharão as funções de reserva e apoio, consumindo os combustíveis pobres na proporção mais económica e conveniente.” Nessa linha de orientação entraram em exploração, de 1951 a 1960, mais de 1040 MW, cuja contribuição para o consumo nacional de energia eléctrica (então cerca de 3260 GWh) chegou a atingir os 95% 3 Evolução da potência instalada na grande hídrica Potência instalada (MW) Novas Centrais Hidroeléctricas em exploração Hídricas que pertencem actualmente ao SENV Venda Nova, Castelo do Bode, Pracana, Belver , Salamonde, Caniçada, Cabril, Bouçã, Paradela, Picote e Miranda Bemposta, Alto Rabagão e Tabuaço Carrapatelo, V. Furnas (GR 1), Régua, Fratel e Valeira Aguieira, Raiva, Pocinho, Crestuma, V. Furnas (GR 2) e Torrão Alto Lindoso, Touvedo, Pracana, Caldeirão e Miranda II Alqueva e Venda Nova II Picote II, Bemposta II e Alqueva II Década de 50 Década de 60 Décadas de 70 e 80 Grande desenvolvimento do parque hidroeléctrico, principalmente das bacias do Cávado e do Zêzere. Início da exploração do rio Douro. Introdução de grupos térmicos de maior dimensão (T. Outeiro e Carregado) e desaceleração do investimento em novas hídricas. Década de 90 Entrada da maior central hidroeléctrica (Alto Lindoso, 630 MW) e reforço de Miranda. Entrada da central do Pego e da Tapada do Outeiro (ciclo combinado). Fonte: EDP Produção Entrada das grandes centrais térmicas (Setúbal e Sines) e retoma do programa hidroeléctrico principalmente com centrais nos rios Douro e Mondego. 4 Potência instalada (MW) Evolução da potência instalada nas pequenas centrais hídricas (PCH) 5 260 MW 37 MW 0,5 MW 70 MW 45 MW 4,5 MW • Período pioneiro • Sistemas locais • Sist. regionais • Mto. pequenas centrais 100-200 kW • Pequenas centrais 200-500 kW • Médias centrais • Electrificação de V. Real, Braga, Guarda, V. Franca do Campo • Excepções: - Ribafeita (Vouga), 970 KW - Desterro I (Alva) 2 000 KW < 30 MW • Rios Lima, Varosa, Cabrum e Alva, ribeira de Nisa, etc. • Período das grandes centrais (Lei n.º 2002) •Sistema Ave-Vizela •Maciço da Serra da Estrela • Produção independente • Pequenas centrais < 10 MW (Decreto-Lei n.º 189/88) • Instalação de 85 pequenas hidroeléctricas no Centro e Norte do País 5 O actual paradigma energético (I) 6 Evolução do consumo de electricidade Segurança do abastecimento (crescimento incerto) (diversificação das fontes) Uso eficiente da energia Competitividade económica (racionalização da procura) (preço real mas aceitável) Pacote Energia-Clima para 2020 • Reduzir as emissões de GEE em 20% (1990) • Aumentar 20% a eficiência energética • Incorporar 20% de energias renováveis Preço petróleo Produção através de FER Internalização dos custos ambientais (sustentabilidade) O actual paradigma energético (II) O carvão continuará a ser a principal fonte de produção de energia eléctrica A utilização do gás natural para a produção de electricidade apresentará um crescimento significativo Prevê-se que as energias renováveis tenham maior crescimento, com destaque para a energia eólica e para os biocombustíveis A energia hídrica manterá uma posição predominante nas renováveis A energia nuclear apresenta-se como uma possível fonte de diversificação energética Fonte: ES Research 7 Perspectivas da produção mundial de energia por fonte, 2010-2030 (mil milhões de tep) Estratégia para o mercado europeu da electricidade 8 Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (1993) e consequente Protocolo de Quioto (1997) - visam a reposição das emissões de GEE, no período 2008-2012, nos níveis de emissão registados em 1990 Estratégia delineada com objectivos quantificados, país a país, no espaço da União Europeia , nomeadamente no que respeita a: i. reforço da participação das renováveis; (63% da produção eléctrica em 2020); ii. Liberalização do mercado da electricidade (da produção à comercialização); iii. promoção da eficiência energética e da utilização racional da energia; iv. reorganização das normas fiscais aplicáveis; v. utilização crescente de biocombustíveis e de electricidade nos transportes. Neste momento, a Comissão Europeia equaciona a possibilidade de as tecnologias hipocarbónicas atingirem cerca de 90% da produção eléctrica em 2050 A actual factura energética portuguesa Em 2010 a factura energética global portuguesa ascendeu a 5,6 mil milhões €, isto é 3,2% do PIB, com o petróleo a representar a maior quota de importações (81%), seguido do gás natural (14%) Em 2012 a factura energética 9 Peso das importações de combustíveis no PIB 2008-2012 6.9% 6.2% 6,0% 4,8% 4.8% 4,0% 3.8% 2,9% 3,2% subiu para 7,1 mil milhões €, ou seja, 4,3 % do PIB nacional O País está pois bastante dependente da importação de combustíveis fósseis e da oscilação dos seus preços Fonte: DGEG Importação total Saldo importador 4,3% Produção em regime especial renovável (TWh) Custo evitado com importações de combustíveis fósseis (M€) O impacto da PRE renovável na importação de combustíveis fósseis Custo evitado com importações de combustíveis fósseis Fonte: Roland Berger Produção em regime especial 10 Proveniência da electricidade consumida no País TWh Fonte: REN 52 200 GWh 11 50 500 GWh 49 060 GWh Consumo Recursos hídricos superficiais em Portugal continental Escoamento anual médio (mm) 50 – 100 100 – 150 150 – 200 200 – 300 300 – 400 400 – 600 600 – 800 800 – 1000 1000 – 1400 1400 – 1800 1800 – 2200 > 2200 20 Fonte: Quintela e Portela 0 20 km 12 13 300 200 Escoamento superficial anual em ano seco (mm) na bacia hidrográfica do rio Douro Espanha Ano seco (P=0,20) 200 Fonte: PGRH Douro 14 Escoamento superficial anual em ano húmido (mm) na bacia hidrográfica do rio Douro Exemplo – Vila Real médio ~ 680 mm seco ~ 400 mm húmido ~ 950 mm Fonte: PGRH Douro Espanha Ano húmido (P=0,20) 15 Balanço hídrico (mm) Disponibilidades hídricas superficiais em Portugal continental Escoamento anual médio a nível mundial 293 mm Fonte: PNA 2001 O sobrecusto das PCH na factura da electricidade 1. DIVISÃO GERAL DA 16 2. DIVISÃO DAS TAXAS TARIFA IMPOSTOS 23% 23% Taxas e impostos E 0,6% + 2% - Taxa de exploração DGEG e imposto especial 77% Tarifa de consumo + + potência contratada 21% Contribuição audiovisual CONTRIBUIÇÃO 77% IVA AUDIOVISUAL 23% x 21% = 4,8% Fonte: APREN, 2013. Previsões da ERSE para 2013 16 O sobrecusto das PCH na factura da electricidade 17 3. DIVISÃO DA TARIFA DE CONSUMO + + 23% Taxas e impostos POTÊNCIA CONTRATADA 77% 2,5%+3,7% - Comercialização e redes de transporte 77% Tarifa de consumo + + potência contratada 28,9% Rede de distribuição 35,2% Energia 33,9% CIEGs -4,2% Uso global do sistema – outros Fonte: APREN, 2013. Previsões da ERSE para 2013 Custos de Interesse Económico Geral 17 O sobrecusto das PCH na factura da electricidade 18 4. DIVISÃO DOS CIEGS Apoio à PRE renovável CIEGs 34% 9% 18% Outros CIEGs 77% x 34%=26% Sobrecusto Regiões Autónomas 7% 10% 6% Pagamento de défices de 2006, 2007 e 2009 e convergência tarifária das Regiões Autónomas Apoio à PRE não renovável 50% Apoio à PRO (CAEs e CMECs) SOBRECUSTO Fonte: APREN, 2013. Previsões da ERSE para 2013 DAS RENOVÁVEIS 77% x 34% x 9% = 2,4% 18 O sobrecusto das PCH na factura da electricidade 19 Apoio à PRE renovável 5. DIVISÃO DOS APOIOS À PRE RENOVÁVEL Microge -ração 8% 17% térmica– -cogeração renovável RSU 2% 54% eólicas 8% Fotovoltaica e energia das ondas 6% Biomassa 1% SOBRECUSTO DAS PCH Biogás 5% PCH 77% x 34% x 9% x 5% = 0,12% Fonte: APREN, 2013. Previsões da ERSE para 2013 19 Evolução prospectiva das hidroeléctricas em Portugal Pequenos aproveitamentos Grandes aproveitamentos Total renováveis 20 Potencialidades Metas (MW) (MW) (revisão (p/2020; PNAER 2020, PNAER) RCM n.º 20/2013) exploradas(i) por explorar totais 417 703 1120(ii) 750 400 5239 4481 9720(iii) 8800 8540 10598(iv) 11522 22120 19200 15824 (i) segundo estatísticas da DGEG e REN relativas a Dezembro/2012 com grandes reduções (ii) conforme “Cenários de Evolução Prev. da Produção em Regime Especial 2005-2025”, da REN na eólica, solar, (iii) contabilizando PNBEPH, outros aproveitamentos planeados e reforços debiomassa, potência em curso ondas e (iv) produzindo quase 50% do consumo total de electricidade; estando 4450 MW já instalados em eólicas pequena hídrica 21 Obrigado pela vossa atenção hidroerg
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