RAMN (1957) - flanelografo.com.br

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RAMN (1957) - flanelografo.com.br
UNIVERSIDADE DO BRASIL
MUSEU NACIONAL
Relatório Anual
JOSE CANDIDO DE M E L 0 CARVALHO, Ph. D.
Diretor
O relatório correspondente ao ano de 1956 foi impresso dentro da série
'Tublicações Avulsas". Entretanto, a partir do presente, os Relatórios Anuais
constituirão uma série própria, tendo como numeração a data do ano em foco.
HARoLDo
TRAVASSOS
Editor
RELATORIO DO MUSEU NACIONAL, REFERENTE AO EXERCÍCIO
DE 1957, APRESENTADO PELO DIRETOR DA INSTITUIÇAO, DR.
JOSZ CANDIDO DE MEL0 CARVALHO, AO MAGNÍFICO REITOR
DA UNIVERSIDADE DO BRASIL, DR. PEDRO CALMON MONIZ DE
BITTENCOURT.
SUMARIO
v
1 APRESENTAÇAO ...........................................
2 . VISITANTES................................................
3 . ATIVIDADES CIENTfFICO-CULTURAIS
v
3.1 .
Exposições ............................................
3 . 1 . 1 - Exposição Permanente de Zoologia - Sala 2 Vermes e Artrópodes .........................
3 . 1 . 2 - ~ x ~ o s i de
~ ãPeixes
o
.
Sala 5 .
Zoologia .....
3 . 1 . 3 - Exposição Temporária de Animais Exóticos ....
3 . 1 . 4 - Exposição Temporária sobre Curare ..........
3 . 1 . 5 - Exposição Temporária SAPS-MUSEU NACIONAL - Alimentação Indígena ................
3 . 1 . 6 - Exposiç5o de Moluscos, Equinodermes e Protocordados - Sala 4 - Zoologia ................
3 . 1 -7 - Exposição de Anatomia Comparada - Sala 12
- Zoologia ..................................
3 . 1 . 8 - Exposição de Mamíferos - Salas 13, 14 e 15
- Zoologia ..................................
3 . 1 . 9 - Exposição de Aves - Salas 8, 9 e 10 - Zoologia
3.1.10 - Exposição de Répteis, Anfíbios, Peixes e Exposição de Botânica ............................
3 . 2 - Publicações ...........................................
3 . 3 - Cursos, Palestras e Comunicações ......................
3 . 3 . 1 - Curso de Antropologia Física ................
3 . 3 . 2 - Curso de Botânica Sistemática ................
)r 3 . 3 . 3 - Curso de Introdução à Museologia ............
3 . 3 . 4 - Círculo de Palestras Culturais do Museu
Nacional .....................................
3 . 4 - Outras Atividades ....................................
3 . 4 . 1 - 139." Aniversário do Museu Nacional ..........
3 . 4 . 2 - Simpósio Internacional sobre Curare e Substâncias Curarizantes .........................
3 . 4 . 3 . - 9."Reunião Anual da Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência (SBPC) ..............
3 . 4 . 4 - Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro ......
3 . 4 . 5 - Sociedade Brasileira de Geologia ..............
3 . 4 . 6 - Associação Brasileira de Antropologia ........
3 . 4 . 7 - Escola Superior de Guerra ...................
3 . 4 . 8 - Academia Brasileira de Ciências ..............
3 . 4 . 9 - Bancas de Concursos .........................
3.4.10 - Comissão de Anais da Universidade do Brasil ..
3.4.11 - A Imprensa e o Museu Nacional ..............
3.4.12 - Representações, Congressos e Intercâmbio Cultural ........................................
3.5 .
Concursos ............................................
DIVISÕES TÉCNICO-CIENTÍFICAS .........................
4.1 - Divisão de Antropologia e Etnografia ..................
4 . 2 - Divisão de Botânica ...................................
4 . 3 - Divisão de Geologia e Mineralogia .....................
4 . 4 - Divisão de Zoologia ..................................
SEÇAO DE EXTENSA0 CULTURAL ........................
Cr
4.
5
.
6 . SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS. TÉCNICO-AUXILIARES E
AUXILIARES
Cr
7.
8.
9.
O .
11.
6.1 .
Seção de Administração ...............................
6 . 2 - Biblioteca ............................................
6.3 - Laboratório Fotográfico ...............................
6 . 4 - Taxidermia ...........................................
6.5 - Setor de Desenho .....................................
6 . 6 - Almoxarifado .........................................
6.7 - Oficinas..............................................
6.8 - Portaria ..............................................
PESSOAL ..................................................
OBRAS.....................................................
ORÇAMENTO E USO DE AUXÍLIOS ......................
CONCLUSAO..............................................
OBITUARIO................................................
O MUSEU E N S I N A
"O primeiro propósito e obrigação de u m Museu é prover educação
para os visitantes individuais, de acôrdo com os respectivos interêsses, e
para alunos, professôres, investigadores práticos e cientistas, de acôrdo
com as necessidades que sentem. Nessa tarefa participam todos os departamentos, de vários modos e por vários meios. Quando um curador
planeja o que conterá uma exibição, êle o faz com as vistas voltadas para
a educação pública. Quando arquitetos, artistas e preparadores desenham
e executam uma amostra, que transmitirá aos visitantes a mensagem do
curador, estão investidos de uma função educacional. E m suas pesquisas
o curador continuamente se educa e reeduca a fim de melhor educar os
outros e concorre assim para o melhor conhecimento e compreensáo daquilo que a ciência, a que se dedica, e o Museu podem oferecer ao público.
Embora os têrmos "educaç&" e "ensino" sejam náo raro usados um
pelo outro, o ensino pressupõe para a maior parte de nós a presença de
u m guia pessoal que nos leva à educação pela palavra viva, pela supervisão das atividades e por todos os meios concebiveis de comunicação direta entre êle e os estudantes com que se defronta.
O ensino neste sentido é apenas uma das muitas funções educacionais
de um Museu, mas da mais alta importância para o serviço que o Museu
presta à comunidade e ao mundo. Isto é particularmente verdade no
que se refere ao ensino da juventude.
O Museu Americano de História Natural foi provàvelmente o pdmeiro Museu a reconhecer que a tarefa educacional especifica de ensinar
e m u m Museu e por meio do Museu requer perícia, facilidades e organização especiais e não pode ficar simplesmente ao alvitrio dos esforços
ocasionais de outras unid&s, cum um pessoal essencialmente interessado
e m aspectos outros da tarefa educacional, considerada em teda a sua
extensão".
( A .E. Parr
- Diretor
do "American Museum of Natural History") .
1. APRESENTAÇÃO
Magnífico Reitor da Universidade do Brasil
Tenho a honra de encaminhar a Vossa Magnificência o relatório das
no ano de 1957, que, como no ano anterior,
atividades do MUSEUNACIONAL,
sintetiza os resultados das investigações científicas, as tarefas de divulgação cultural, os trabalhos administrativos e auxiliares executados pelos
servidores desta INSMTUIÇÃO
NACIONAL
DA UNIVERSIDADE
DO BRASIL.
Ao completar a minha segunda etapa de aaministração nesta veneranda Instituição, tenho o prazer dedeclarar a Vossa Magnificência ter
sido o ano de 1957 bastante auspicioso para o MUSEUNACIONAL
seja no
tocante à pesquisa científica e à divulgação cultural, como também nos
serviços administrativos.
Foi o restabeleeirnento oficial da CONGREGAÇÃO
DO MUSEU,a meu ver,
a medida de maior relevância levada a efeito durante o ano. O ato de
restabelecimento foi publicado em Diário Oficial de 20-4-957, pág. 9.541,
como segue: DECRETO n." 41.341,
de 13 de abril de 1957 - Altera o
Estatuto da Universidade do Brasil.
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o
artigo 87, item I, da Constituição, e tendo em vista o que consta do processo n." 96.801-56 do Ministério da Educação e Cultura, decreta:
Art. 1." - O parágrafo Único do artigo 96 do Estatuto da Universidade
do Brasil, aprovado pelo decreto n." 21.321, de 18 de junho de 1946, passa
a ter a seguinte redação:
"Parágrafo hico. Os Naturalistas do Quadro Permanente do Ministério da EducaçBo e Cultura em exercício efetivo de suas funções no
Museu Nacional, reunidps em Congregação sob a presidência do Diretor,
elegerão trienalmente o seu representante do Conselho Universitário. na
forma dêste Estatuto e escolherão por votação uninominal, três nomes que
integrarão a listra tríplice para provimento do cargo de Diretor".
Art. 2." - &te Decreto entrará em vigor na data da sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 13 de abril de 1957; 136." da Independência e 69." da
República.
A CONGREGAÇÃO
DO MUSEUNACIONAL
reuniu-se pela primeira vez em
1 de março de 1842, na administração de Frei CUSTÓDIO
ALVESSERRÁO,
realizando até 1854 um total de 28 sessões. Interrompida na administração
LEOPOLDO
CESARBURLAMAQUI,
voltou novamente à atividade
de FREDWCO
com LADISLAU
N m em 22 de fevereiro de 1876, prosseguindo ininterruptamente com um total de 511 sessões até o período administrativo de HELOISA ALBERTO
TORRES(1938-1955) durantf: o qual permaneceu inativa 17
anos. Em sua nova fase, dada a intensidade dos trabalhos de reorganização da Instituição e elaboração do novo regimento interno, realizou 52
-
sessões. Perfazendo até 1 de janeiro de 1958 um total de 563 reuniões
volta a Congregação a reger os destinos desta secular casa de ciência,
restabelecendo-se uma de suas mais nobres tradições.
Ao lado do retorno da atividade da CONGREGAÇÃO,
esta diretoria sentese também honrada com a modificação do sistema de eleição dos Diretores.
Não se compreendia que uma unidade universitária mantivesse em seus
estatutos um parágrafo Único em franca contradição com nossa vida de
povo democrático. Tal parágrafo, que mutilava a CONGREGAÇÃO,
era destinado exclusivamente à perpetuação de Diretores em seus postos, graças
aos votos de Chefes de Divisão escolhidos meramente pelo critério da confiança recíproca.
Outro fato de real importância para a Instituição, já realizado pela
Congregação, foi a elaboração do Novo Regimento Interno.
O regimento ainda em vigor (decreto n." 6.746 de 23 de janeiro de
1941), elaborado em período em que a Instituição se ressentia da falta de
um corpo congregado, apresenta lacunas contundentes, achando-se o Museu, de acordo com o mesmo, ligado diretamente ao Ministro de Estado,
O novo Regimento, já tendo merecido a aprovação da Comissão de Regimentos da U.B., encontra-se presentemente com a Comissão de Legislação a fim de ser oportunamente encaminhado ao Conselho Universitário.
Dignas de destaque foram também as reuniões, no MUSEUNAC~ONAL,
do Simpósio Internacional do Curare, promovido pela UNESCO, Conselho
Nacional de Pesquisas, Academia Brasileira de Ciências e Instituto de Bjofísica da U.B., e a IX.' Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência. Nessas reuniões passaram pelo Museu acima de
800 cientistas nacionais e estrangeiros. A Sociedade Brasileira de Biologia também nos honrou reunindo-se 12 vêzes no Museu, durante o ano.
Graças a uma solicitação do Excelentissimo Senhor presidente da República, Dr. JUSCELINO
KUBITSCHEK
DE OLIVEIRA,
foi o Departamento Administrativo do Serviço Público autorizado a realizar concursos para
preenchimento de vagas de naturalista e naturalista-auxiliar do Ministério da Educação e Cultura. Nos referidos concursos, por solicitação desta
Diretoria e aprovação da Congregação, voltou o Museu Nacional a exigir
nível universitário para seus técnicos, equiparando-se desta forma aos
Professôres universitários e à antiga situação de Professôres do Museu
Nacional, restando-nos apenas rehaver essa denominação a qual temos d5reito por merecimento e tradição.
Foram realizados com real proveito alguns cursos como o de Botânica
Sistemática e Antropologia Física, cooperando o Museu para o Curso de
Introdução Museológica, ministrado pelo M .E. C.
Nosso intercâmbio com outros Museus nacionais e Instituições cientí
ficas foi mantido e ampliado no decorrer do ano.
Foram apreciáveis as pesquisas realizadas, como Vossa Magnificência
poderá deduzir dos relatórios das Divisões Técnico-Científicas, atingindo
nossas publicações nos Arquivos e Boletins um total aproximado de 2.000
páginas, destacando-se o Arquivo 44 cujo conteúdo e apresentação tem
recebido crítica elogiosa que muito honra nossos pesquisadores.
As exposições públicas continuaram recebendo grande atenção de
nossa parte, tendo sido concluídas algumas exposições temporárias e uma
bela sala de Zoologia, com Vermes, Crustáceos e Aracnídeos. Foi dado
grande avanço na sala de Moluscos, Peixes, Anatomia Comparada e
Mamíferos.
Terminamos as obras de recuperação do lado direito e fundos do edifício, além de uma série de reparos internos e no telhado. O Jardim da
Princesa recebeu grandes reparos, restando apenas o ajardinamento
definitivo.
Recebemos durante o ano auxílio do CONSELHO
NACIONAL
DE PESQUISAS,
não só em bolsas de estudos como também em projetos definidos, que
serão discriminados.
Como no ano anterior, cabe-nos apresentar à Vossa Magnificência os
nossos melhores agradecimentos pelo modo cordial e satisfatório com que
resolveu os problemas do Museu Nacional submetidos à vossa apreciação.
Nossos agradecimentos são extensivos também ao eminente vice-reitor
~
à D. IRACEMA
MAGALHÃES,
chefe do Departamento
Dr. D E O L ICOUTO,
de Administração Central da U.B.,e aos esforr;ados chefes da Divisão de
Contabilidade, Orçamento, Material, Obras, Pessoal, Comunicações e
Oficinas Gráficas, com os quais tivemos maior contato.
Ao CONSELHO
NACIONAL
DE PESQUISAS
e ao PATRIM~NIO
HISTÓRICOe
ARTÍSTICONACIONAL,
somos gratos pelos valiosos auxílios dados à
instituição.
Finalmente, aos meus prezados colegas e colaboradores do Museu Nacional, dos serventes aos pesquisadores, os meus sinceros agradecimentos
pela sua valiosa colaboração e amor à Instituição, permitindo à atual Diretoria terminar com êxito o segundo ano de administração da secuiar
casa de ciência. Cumprimos juntos nosso dever, servindo ao Povo, à
Educação e à Ciência.
2 . VISITANTES
VISITANTES ILUSTRES
- Dr. Pedro Calmon Moniz de Bittencourt
- Magnífico
Reitor da
Universidade do Brasil.
- Dr. Arthur Moses - Presidente da Academia Brasileira de Ciências.
- Dr. J.K. Van der Haagen - Chefe da Divisão de Museus e Monumentos Históricos da UNESCO.
- Prof. Paulo Berredo Carneiro - Delegado permanente do Brasil
na UNESCO.
- Dr. C. Heymans - Institut J . F . Heymans de Pharmacologie de
LYUniversitéde Gand. Bélgica.
- Prof. P. Karrer - Institut fur Organische Chemistry - Suíga.
- Dr. D. Bovet - Instituto Superiore di Sanitá - Roma.
- Dr. Cristóvão Cardoso - Presidente do Conselho Nacional de
Pesquisas.
- Dr. Anisio Teixeira - Secretário Geral da CAPES.
- Sra. bHiomar Moniz Sodré - Diretora executiva do Museu de Arte
Moderna.
- Dr. Walter A. Egler - Diretor do Museu Paraense Emilio Goeldi.
- Dr. Clemente Pereira - Diretor do Departamento de Zoologia São Paulo.
- Dr. Antonio Moreira Couceiro e Tito Cavalcanti - Divisão TécnicoCientífica do Conselho Nacional de Pesquisas.
- Dr. Carlos Chagas Filho - Diretor do Instituto de Biofísica da
Universidade do Brasil.
- Prof. J .A. Vellard - Institut Français d'Études Andines - Peru.
- Dr. Sylvio Fróes de Abreu - Instituto de Tecnologia - Rio de
Janeiro.
- Dr. A.R. McIntyre - University of Nebraska - U.S .A.
- Prof. A . B. Marini-Bettolo - Instituto Superiore di Sanitá - Roma.
- Dr. Fritz Feigl - Laboratório do Departamento Nacional da Produção Mineral.
- Dr. Mauricio Rocha e Silva - Instituto de Biologia - São Paulo.
- Dr. Vicktor Leinz - Faculdade de Filosofia - São Paulo.
- Dr. J .A . L. Di Dio - Faculdade de Medicina - Belo Horizonte.
- Dr. P. Sawaya - Faculdade de Filosofia - São Paulo.
- Dr. A.M. Penha - Instituto Biológico - São Paulo.
- Prof. C. Schreiber - Faculdade de Filosofia - Belo Horizonte.
VISITAÇAO PúBLICA
O Museu Nacional foi visitado no ano de 1957, por 243.550 pessoas,
conforme a seguinte estatística mensal:
Estatística de visitantes
- 1957
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Total anual
A visitação pública foi efetuada no período de 12 às 17 horas diariamente exceto às segundas-feiras e feriados nacionais. Considerando os
visitantes que usualmente não ingressam pela porta principal e grupos
que frequentam a Seção de Extensão Cultural, podemos calcular que
durante o ano cêrca de 260.000 pessoas visitaram o Museu Nacional.
3, ATIVIDADES CIENTÍFICO-CULTURAIS
Continuamos em 1957 nosso programa de exposições publicas, podendo ser considerado altamente satisfatório o resultado obtido. Conforme mencionamos em relatório anterior, as exposições constituem um setor
que sòmente funciona com o trabalho cooperativo de todos os servidores
do Museu. É com prazer que a atual Diretoria pôde constatar acentuado
progresso nessas atividades.
Dentre as exposilões iniciadas ou terminadas em 1957 podemos
destacar:
3.1.1
- EXPOSIÇÃO
PERMANENTE DE ZOOLOGIA
VERMES E ARTR6PODES
-
SALA 2
Em 6 de -junho de 1957 foi baugurada a sala n." 2 de Zoologia, compreendendo Vermes (Platelmintos, Nematóideos, Gordiáceos, Acantocéfalos, Nemertinos, Braquiópodes, Briozoários, Foronídeos, Gefíreos, Oligoquetas, Poliquetas e Hirudíneos) e Artrópodes (Crustáceos e Aracnídeos).
Compõe-se a exposição de 20 mostruários, um "grupo natural", que é a
reprodução de um manguezal e uma vitrina com um carangueijo gigante.
Dos mostruários, 4 são de "vermes"; 1, de introdução aos artrópodes; 10,
de crustáceos; 5, de aracnídios.
Os mostruírios constam, de acordo com as finalidades e o material
disponível, de peças, exemplares, gráficos, desenhos, fotografias e legendas bem significativos, de modo a tornar ubjetivo e compreensível aquilo
que se desejar ensinar ao público.
O planejamento e a organização desta exposição coube aos Naturalistas José Candido de Me10 Carvalho, José Lacerda de Araujo Feio e
Alceu Lemos de Castro. Contaram com a colaboração de, na parte técnica: Paulo de Miranda Ribeiro, Emmanoel Azevedo Martins e Fernando Segadas Vianna; na parte artística - grupos naturais de Rescala e
os conselhos de Walter Curve110 e Francisco Pacheco.
A execução, sob a supervisão de José Lacerda de Araujo Feio e Alceu
Lemos de Castro estêve a cargo de: Naturalista-auxiliar Mario Moreira
(auxiliar direto e substituto do supervisor), montagens - gabinete de
Taxidermia com Carl Mielke e sua equipe; fotografia - Moacyr Leão e
auxiliares; pesquisa bibliográfica - Biblioteca e resumos iniciais pelos estagiários Ary Alves Guimarães, Kazue Hirano, Ana Timotheo da Costa
e naturalistas contratados Myriam Chapot-Prevost Gino, Arnaldo Campos
dos Santos Coelho; desenho e ilustrações - Hilda Veloso, Walter Teixeira,
Sylvio Boytone da Silva, Iarly de Borba,Freire Ribeiro, Victor Frederico
Nascimento e Esmeraldino Augusto de Souza; mecanografia: Rosilda Ge-
novese, Inosita Correa da Costa, Layla Leitão de Carvalho; trabalhos auxiliares: Argentino Fontes Viegas; oficinas, pintura, eletricidade: carpinteiros Roberto e Juscelino; pintores: Pedro e Joaquim e eletricistas:
Pedro e Onofre.
A execução contou também com a colabÓração dos elementos da Portaria sob as ordens de Settimio Pieri e João Ferreira e do encarregado
de obras Hanrry Mejdalani.
A realização da sala contou ainda com a colaboração de instituições
científicas que, numa atitude de alta compreensão, ofereceram peças de
grande interêsse. Neste caso estão: Instituto Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Agronomia, Instituto de Biologia Animal, Escola Superior de
Agricultura de Viçosa, Escola Superior de Veterinária de Minas Gerais,
Instituto Butantan, Faculdade Nacional de Filosofia e de Medicina c também particulares.
Contribuiram destacadamente com críticas e colaboração, pesquisadores de outras instituições: Benedito Soares e Wolfgand Bucherl na
parte de aracnídios e Lejeune P.H. de Oliveira na de crustáceos.
O Projeto de organização da exposição, visando a centros de interêsse
do público, comprendia: 1) apresentação de espécimes conhecidos do público, domésticos ou populares, em sua situação sistemática; 2) apresentação de espécimes de maior beleza ou curiosidade; 3) apresentação, sempre que possível, de fatos biológicos - evolução, ontogenia, organização
social, patologia, tratamento, etc.
Descrição sumária dos mostruários:
Mostruário n." 1 - Vermes: Platelmintos.
Contém informações sobre o conceito de vermes e a morfologia, sjstemática e biologia de platelmintos. Dá especial relêvo à esquistossomose
e à fasciolose.
Mostruário n." 2 - Vermes: Nematódeos, Gordiáceos, Acantocéfalos
e Nemertinos.
Compreende a morfologia e a sistemática de cada grupo, espécies parasitas do homem, de animais e plantas e lendas sobre gordiáceos.
Mostruário n." 3 - Vermes: Braquiópodos, Briozoários, Foronídeos,
Gefíreos e Hirudíneos.
Apresenta tipos morfológicos e a sistemática de cada grupo. Esclarece
a importância médico-histórica das sanguessugas.
Mostruário n." 4 - Vermes: Oligoquetas e Poliquetas.
Consta de sistemática, morfologia e organização de cada grupo. Informa sobre a reprodução assexuada - formas epítocas - de poliquetas.
Mostruário n." 5 - Artrópodes.
Mostra as homologias diversas, evolução e aparecimento dos artrópodes. Cada grupo, excetuando os clássicos, tem sua morfologia representada por desenhos e espécimes.
Mostruário n.' 6 - Artrópodes - Crustáceos.
Inclui morfologia, sistemática e ontogenia de crustáceos.
.Mostruário n.' 7 - Artrópodes - Crustáceos.
Contém morfologia de Braquiópodes, Copépodes, Ostraseódeos, Cirrípedes, Isópodes e Anfípodes, e caracterização das ordens de Branquiópodes, Ostraeódeos, Cirrípedes e grupos principais de Malacostráceos.
Mostruário n." 8 - Artrópodes - Crustáceos.
Contém morfologia e caracterização de Eufausiácea, de ordens e subordens de Eucarida e tribos de Natantes. Ilustra as fases de desenvokirnento de um camarão.
Mostruário n." 9 - Artrópodes - Crustáceos.
Apresenta a morfologia e a caracterização das seções de Reptantes e
formas larvares do grupo.
Mostruário n." 10 - Artrópodes - Crustáceos.
Mostras crustáceoe de diferentes "Habitats", seus costumes e as associações de crustáceos com outros sêres e com êles próprios.
Motruário n." 11 - Artrópodes - Crustáceos.
Contém informações sobre biolurninescência, curiosidade e lendas.
Mostra o valor economico dos crustáceos.
Artrópodes - Crustáceos.
Mostruário n." 12
Trata da morfologia, ontogenia e dimorfismo sexual de Decápodes e
Reptantes.
Mostruário n." 13 - Artrópodes - Crustáceos.
Apresenta tipos morfológicos de Decápodes - Braquiuros.
Mostruário n." 14 - Artrópodes - Crustáceos.
Continua a apresentação de Decápodes Braquiúros.
Mostruário n." 15 - Artrópodes - Crustáceos.
Continua a apresentação de Decápodes e trata da morfologia e ontogenia de estomatópodes.
Mostruário n." 16 - Artrópodes - Aracnídios.
Dá informações sobre organização, filogenia e distribuição dos
aracnídios.
Mostruário n." 17 - Artrópodes - Aracnídios.
Apresenta morfologia, sistemática, habitats e hábitos de Escorpiões,
Pseudoescorpiões, Solífugos, Palpígrados, Opiliões, Ricinuleos e Pedipalpos.
Mostruário n." 18 - Artrópodes - Aracnídios.
Contém morfologia, habitats e hábitos de Aranhas, composição química e aspecto físico da seda de aranha, construção da teia e tipos de teias.
Mostruário n." 19 - Artrópodes - Aracnídios.
Trata da morfologia e sistemática de Aranhas e de Acarinos.
Mostruário n." 20 - Artrópodes - Aracnídios.
Apresenta curiosidades e lendas sobre aracnídios, mostra os principais aracnídios peçonhentos e os efeitos das picadas, ensina evitá-los e
combater os efeitos da peçonha, mostra a utilização do fio de sêda da
aranha.
O "grupo natural" reproduz um trecho de mangue, mostrando os hábitos de carangueijos dêste ambiente.
A vitrina do caranguejo gigante do Japão está no centro da sala. Um
-
gráfico mostra as diferentes zonas bióticas do mar e as grandes profundidades oceânicas.
3.1.2
- EXPOSIÇÃO
DE PEIXES
- SALA
5 - ZOOLOGIA
Acha-se terminada, exceto nos retoques finais, a primeira sala de
Peixes.
O planejamento dessa exposição teve em vista, principalmente, os interêsses do público leigo e naturalmente adaptou-se ao espaço disponivel
e as condições materiais do momento. Compõe-se a exposição de 10 mostruários, 2 pranchas e 3 grandes peixes fixados as paredes, ao alto. Uma
prancha colorida a entrada da sala dá o conceito de Peixe e mostra a
evolução e o aparecimento dêstes animais. Um texto, na parede, trata
dos sistemas ou classificações e da idade dos peixes sobre a terra. A outra
prancha, também colorida, contém indicações das diversas zonas bióticas
do mar e das maiores profundidades já atingidas pelo homem, assim como
das áreas e volumes, comparados, de terras e águas da superfície terrestre.
ih parede estão fixados um peixe-lua, um peixe-serra e um peixe-espada.
Um texto, trata dos peixes-espada (Marlins, Mandeiras e Espadartes) cuja
pesca constitui um esporte. Os mostruários, para circulação do público
e dadas as circunstâncias, não se dispáem numa ordem lógica, quanto a
sistemática. Alguns serão deslocados, futuramente para seu devido lugar (segunda sala de Peixes). Em todos êles lançou-se mão dos recursos
disponíveis (exemplares conservados, montagens, fotografias, desenhos,
esquemas, legendas, etc.) de acordo com as necessidades, para documentar aquilo que se pretende que os visitantes aprendam.
Planejamento - Naturalistas Paulo de Miranda Ribeiro e José Lacerda de Araujo Feio (supervisares) .
Naturalista-auxiliar - Mario Moreira.
Desenhistas - Ilda Alves Veloso, Walter Leite Teixeira, Silvio Boitone, Yarli Borba Freire, Milton Teixeira Leite, Almir Fonseca Rosas,
Genilda de Andrade Landim.
Datilógrafas - Rosilda Pereira Genovese e Icléa Alves Véo.
Fotógrafo - Moacyr Leão.
Taxidermista - Carl Mielke, Braulio dos Prazeres, Ronaldo Castaneri e Edilson Soares.
Auxiliar de laboratório - Argentino Viegas Fontes.
Artífices - Roberto Bianco.
Serventes e limpeza - Portaria e seus auxiliares.
Em descrição secundária a sala contém:
Mostruário 1 - Ciclostomos: características, dados sistemáticos, distribuição geográfica, habitat, hábitos.
Mostruário 2 - parte inferior - Elasmobrânquios: características e
sistemática. Informações sobre tubarões (dados sistemáticos, característicos, habitat, industrialização, distribuição) e apresentação de 2 belos espécimes do Brasil.
Mostruário 3 - Elasmobrânquios: tubarões. Informações solore tubarões, com apresentação de várias espécies, e um desenho mostrando as
principais linhas de especialização.
Mostruário 4 - Elasmobrânquios: raias. - Informações sobre características, habitat, dados sistemáticos, hábitos. Entre as espécies apresentadas, destaca-se a Raia Grande, do Amazonas. Um desenho mostra as
diferentes fases de adaptação das raias. Um Ôvo de raia e um exemplar
mostrando os ovários, completam o mostruário.
Mostruário 5 - Elasmobrânquios: feiticeiras. Do mostruário, que
contém informações sistemáticas, habitat e distribuição geográfica, destaca-se uma cápsula de Ôvo aberta, mostrando um embrião.
Mostruário 6 - Anatomia interna e externa: Desenvolvimento. Várias montagens, peças e desenhos dão idéia da forma, esqueleto e dentição,
escamas, nadadeiras, olhos, organização interna, respiração e circulação
e desenvolvimento.
Mostruário 7 - parte inferior - Exemplar de pirarueu, com informações sobre habitat, hábitos, distribuição e aproveitamento.
parte superior - Espécies de peixes carnívoros do Brasil.
Mostruário 8 - parte inferior - Esqueleto do pirarucu.
parte superior - Espécie de Tarpão.
Mostruário 9 - Peixes elétricos e Peixes venenosos e tóxicos - Exemplares e desenhos compõem a exposição, assim como textos elucidativos.
Mostruário 10 - Dipnóicos - Informaçóes sobre sistemática, distribuição geográfica, habitat e hábitos. Exemplares e desenhos compõem o
mostruário.
3.1.3
-
EXPOSIÇÃO TEMPORARIA DE ANIMAIS EXóTICOS
Esta exposição constitui a IX Exposição da série temporária, tendo
sido inaugurada em 30 de janeiro pelo Dr. J.K.Van der Haagen, diretor
da Divisão de Museus da UNESCO. Com o título de "Animais raros de
outros países", foram expostos, no andar térreo, do lado esquerdo do edifício, 11 mamíferos e 4 aves, cabendo aos pesquisadores Fernando Dias de
Avila Pires, mastozoologista e Helmut Sick, ornitólogo, a confecção das legendas e textos explicativos. A parte artística coube ao naturalista Walter
da Silva Curvello.
O material foi distribuído por 6 vitrinas.
No centro da sala foi disposto um mostruário em homenagem a Eladio
da Cruz Lima, o qual apresenta, além de uma breve notícia biográfica,
vários exemplares de sua obra "Mamíferos da Amazônia", mostrando os
desenhos de autoria do próprio Eladio Cruz Lima.
Foi ainda apresentado um mapa localizando a área de ocorrência das
diferentes espécies cujos exemplares foram expostos.
Damos a seguir a relação do material zoológico apresentado:
MAMÍFEROS:
*
Histrix cristata (Linnaeus, 1758) - Porco espinho
- Africa.
Tarsius spectrum Pallas, 1778 - Tarsio - Sonda, Celebes, Filipinas.
Deubentonai mudagascariensis Gmelin, 1789 - Aye-Aye - Madagascar.
Ornithorhynchus paradoxus Shaw, 1801 - Ornitorinco - Austrália.
Tenrece caudatus (Schreber, 1777) - Insetívoro - Madagascar.
Tachyglossus aculeatus Shaw, 1801 - Equidna - Austrália.
Macropus kanguru Zimmerman, 1780
Canguru - Austrália.
Jaculus jaculus (Linnaeus, 1758) - Gerboa - Africa.
Manis javanica Desmarest, 1822 - Pangolin - Africa.
Myrmecobius fasciatus Waterhouse, 1836 - Numbolt - Austrália.
Cratogeomys merruami Thomas, 1893 - Pocket - Gopher - América do Norte.
-
AVES:
Dichocerus bicornis Linnaeus, 1766 - Calao - fndia.
Paradisea minor Linnaeus, 1766 - Ave do Paraíso dos Papuas
Nova Guiné.
Procnias tricarunculata (J. & E. Verreaux, 1853) - Ferreiro, Cotinga
- Costa Rica.
Lophorina superba Pennant, 1817 - Ave do Paraíso de colarinho Nova Guiné.
-
3.1.4
- EXPOSIÇÃO
TEMPORARIA S6BRE CURARE
Como contribuição ao Simposium Internacional sobre Curare e Substâncias Curarizantes, o Museu Nacional organizou uma exposição temporária relativa ao Tema, inaugurada ao iniciarem-se os trabalhos, a 5 de
agôsto de 1957.
A mostra compreende 4 seções: 1) Botânica do curare; 2) curare
indigena; 3) farmacodinâmica do curare; 4) bibliografia do curare.
Na parte referente à Botânica, são apresentados espécimes vegetais
da família Loganiaceae, compreendendo amostras de folhas, caule e raizes
de diversas espécies do gênero Strychnos, assinalando-se aquelas usadas
pelas diferentes tribos no preparo do veneno, como Strychnos toxifera,
usada pelos índios Makuxí, o Strychnos castelneana, empregado pelos Tukúna, etc. Plantas da família Menispermaceae são exibidas em outra vitrina, sobretudo as espécies que serviram à preparação de produtos curarizantes semi-sintéticos e as usadas em combinação com Strychnos pelos
Endios.
Amostras de liana, mostrando em secção sua estrutura anômala, e
uma raiz completa de Strychnos gardeni A. D.C., espécie estudada por
J.B. de Lacerda, antigo diretor do Museu Nacional e pioneiro em trabalhos fisiológicos no Brasil, são exibidas, igualmente, bem como etiquetas
originais de Schwacke contendo a fórmula vegetal do curare Tukúna.
A parte indigena apresenta as armas com que se utiliza o veneno na
caça, e na guerra, a saber: os murucus ou lanças de propulsão direta; os
curabis e flechas envenenadas com curare, arremessadas do arco, e, com
maior destaque, a sarabatana, arma típica de caça com curare, representada pelas duas variantes principais, uma delas cortada ao meio para
mostrar o tubo interno e o calibre. O mapa, ao fundo, assinala a área
de distribuição da sarabatana usada com projéteis envenenados com curare.
Como complementos da sarabatana são exibidos vários tipos de cai;
cazes de diferentes tribos amazônicas e os pequenos dardos.
Para abrigar êstes artefatos foi montado um grande painel compreendendo uma série de ripas de madeira cobrindo toda uma parede da sala.
Num extremo do painel, acha-se um mapa da América do Sul desenhado
em celotex, assinalando-se as tribos que preparam curare, cujos nomes e respectivas famílias linguísticas foram inscritos nas legendas
que acompanham.
Ainda neste painel, o público encontra uma legenda que sintetiza
toda a exposição, dando uma definição científica e compreensível do curare, o seu uso pelos índios, sua composição, efeitos fisiológicos e aplicação
que vem tendo na medicina.
Uma vitrina ajustada a êsse mesmo painel exibe o curare dos indígenas brasileiros, contido nos recipientes originais: potes e cabaças de
lagenária.
Um pequeno painel de forma moderna aplicado às ripas, apresenta
fotografias de índios Nambikuára na coleta de Strychnos e preparo do veneno, bem coma índios Taulipáng atirando com sarabatana.
A parte dedicada à fwmacodinâmica compreende uma vitrine em que
é exposto um gráfico elaborado por Luiz Couty em 11 de setembro de 1882
sobre experimentos com Strychnos no laboratório de fisiologia do Museu
Nacional, o primeiro da América do Sul. Um outro gráfico exibe a experiência feita com curare Tukúna em un cão de 9 kg, para verificar a
efetuada no Laboratório de Farmaatividade do produto dêmes WQS,
cologia da Faculdade de Medicina.
Esta seção é ainda enriquecida com um painel elaborado no Musée de
I'Homme, sobre experiências feitas com cilrare no século passado, por
Claude Bernard. Ao centro da sala são apresentadas as mais importantes
obras que tratam do assunto, desde os relatos históricos dos cronistas do
século XVI, os trabalhos dos naturalistas como La Condamine, Bracroft,
Crévaux, Schomburgk e outros, dos séculos XVII e XVIII, trabalhos etnográficos do presente século sobre tribos que utilizam curare e, sobretudo,
as obras modernas de fisiologistas, químicos e botânicos que se têm dedicado ao estudo e aplicação do curare e substâncias curarizantes.
A exposição foi realizada sob a orientação artística do Dr. Walter
Curvello, pelo naturalista Luiz Emygdio de Mel10 Filho, na parte referente a Botânica e Farmacodinâmica, e pela naturalista contratada Berta
G. Ribeiro que se incumbiu da parte indígena e bibliográfica.
3.1.5
- EXPOSIÇÃO
SAPS-MUSEU NACIONAL
ALIMENTAÇAO IMDÍGENA
Juntamente com o Sr. Marcelo Moretsohn de Andrade, então natu-
ralista contratado do Museu Nacional, foi a naturalista contratada Berta
Gleizer Ribeiro incumbida de planejar e reunir os materiais para uma
das seções de exposição do SAPS montada no hall da Central do Brasil
no mês de fevereiro. A cargo do Museu ficaram os aspectos da alimentação indígena, compreendendo as quatro principais atividades de subsistência: agricultura, caça, pesca e coleta.
Nos limites dêsse tema procuramos mostrar ao público a contribuição
do índio à alimentação do povo brasileiro, apresentando o complexo da
mandioca como a principal delas.
O stand referente a êste produto constou de um mapa do Brasil, assinalando-se a área de distribuição da mandioca; um croquis de um índio
tendo às costas um jamaxim de nossa coleção; e desenhos esquemáticos
sobre as fases do fabrico da farinha, ilustradas por artefatos - balaio,
ralador, tipiti, bem como implementos domésticos - panelas, pilão, abanos de fogo, etc. Dêsse stand constaram, ainda, amostras de farinha de
mandioca, tapioca e polvilho, de fabricação indígena.
O painel de agricultura medindo 3 m x 1,60 m, compreendia uma ampliação fotográfica representando uma derrubada da mata e outra foto
menor, mostrando índios Kaingáng plantando trigo. Sob a legenda: "Principais plantas cultivadas pelos índios, desconhecidas aos europeus antes
da Descoberta" estavam arroladas, além da mandioca, a batata doce, o
milho, abóbora, amendoim, abacaxi, etc., segundo um estudo meticuloso
feito na bibliografia pertinente.
O stand referente à caça e pesca (2 x 1,60) apresentou uma fotografia
de um índio Urubu carregando um veado e um parelho de arcos e flechas
especializadas para os vários tipos de caça e para a pesca. No taboleiro
com areia, do centro, foi colocada uma canoa e remos, um tipi, rêde de
pescar 'e puçá.
Finalmente, a coleta foi representada por seis painéis armados um
em seguida ao outro, como "brise-soleil", constando de, 1) Sementes Oleaginosas e Farináceas, com ilustrações de piqui, babaçu, sapucaia, etc.
2) Cocos e palmitos; 3) Frutos silvestres; 4) Mel - com ilustrações
fotográficas; 5) Pequenos animais; 6) Insetos.
3.1.6
- EXPOSIÇÃO
DE MOLUSCOS, EQUINODERMOS E PROTOCORDADOS
SALA 4
ZOOLOGIA
-
-
Ficaram quase concluídos os trabalhos desta sala durante o ano, constando de 12 seções com ampla representação sistemática de conchas. A
descrição geral da sala 4 será feita no relatório do próximo ano quando
deverá ser inaugurada.
3.1.7
- EXPOSIÇÃO
DE ANATOMIA COMPARADA
- SALA 12 - ZOOLOGIA
r
Esta sala também ficou pràticamente concluída no decorrer do ano,
restando apenas alguns desenhos, legendas e pintura final. Nela foram
expostos, comparativamente nesta primeira etapa, apenas esqueletos 'de
vertebrados com vistas às adaptações do meio, o grande esqueleto da
baleia e dois grupos de grandes mamíferos.
A descrição detalhada também será incluída no relatório de 1958.
3.1.8
- EXPOSIÇÁO
DE MAMÍFEROS
- SALAS
13, 14 e 15
- ZOOLOGIA
Procuramos iniciar a exposição nessas salas preparando os armários,
fazendo pintura geral em paredes e no teto, reparos de janelas e recuperando os grandes armários, em sua maioria sem vidros e estragados pelo
incêndio de 1944. Só esta tarefa custou mais de duzentos mil cruzeiros.
As peças de exposição começaram a ser limpas, sobretudo a coleção de
chifres num total de 34 exemplares. Também preparamos todos os cetáceos em número de 7 exemplares autênticos (botos e golfinhos) e a coleção de modelos num total de 8 peças.
3.1.9
- EXPOSIÇÃO
DE AVES
- SALAS
8, 9 e 10
- ZOOLOGIA
Nesse setor apenas foi possível organizar os armários em seus lugares, prepará-los externamente com zarcão, fazer a queirnação e emassagem
e dar uma primeira mão de tinta. O assoalho da sala 8, devido às dimensões, teve que ser calçado com vergalhões de ferro. O Dr. Helmut
Sick preparou juntamente com o Sr. Carl Mielke um plano para essas
salas, sendo o material existente disposto em ordem sistemática.
Foi reservada a sala de Zoologia n." 10 para aves do Brasil.
3.1.10
- EXPOSIÇÃO
DE RaPTEIS, ANFfBIOS E EXPOSIÇÃO DE BOTÂNICA
Não foi possível, devido à precariedade de recursos orgamentários,
iniciar os trabalhos de exposição nesses setores.
0 ano de 1957 foi bastante auspicioso em relação à edição de publicações científicas. Continuou à frente dêsse setor o Naturalista Haroldo
Pereira Travassos auxiliado pelo pesquisador Sérgio Ypiranga Pinto. A
publicação dos trabalhos encontrou elevado espírito de cooperaçáo por
parte dos funcionários da Oficina Gráfica da U.B.chefiados pelo Sr. Noé
Fasano. Graças a essa colaboração conseguimos imprimir durante o ano
26 Boletins, 2 Publicações Avulsas, 1 Manual e 1 Volume dos Arquivos.
Nas oficinas do I.B. G.E. foi impresso também um volume dos 4quivos patrocinado pelo Conselho Nacional de Pesquisas. A produção
científica atingiu cêrca de 2.009 páginas, quase todos os trabalhos, amplamente ilustrados, divulgando pesquisas realizadas pelas Divisões Técnico-Científicas.
Mono e Dicotyledoneae, utilizando-se sempre material vivo existente no
Hôrto do Museu ou então trazido nas excursões.
Os alunos receberam uma bibliografia variada sobre o tema, com o
obje'civo de não limitar o seu critério a um autor único e sim acostumá10s desde o início à interpretagáo de critérios de diferentes autores, para
evitar o "magister dixit".
Realizou-se ainda, em equipe, um fichário bibPiogrSiic3 contendo rirtigos e obras relativos à Flora brasileira. Como ensaio de um trabalho
em equipe fêz-se a arrumação das famílias das plantas, preparando assim
o tema para o curso do próximo ano.
Realizaram-se 5 excursões ao campo, cujas observa@3eç estão documentadas nos Diários de viagem que cada aluno apresentou, e no material
coletado.
Finalmente foi realizada uma grande excursão com visita a Bnstituições de pesquisa em São Paulo e no Parana, com real proveito no campo
científico e também no intercâmbio com especialistas dessas instituições.
3.3.3
- CURSO
DE INTRODUÇAO
A
MUSEOLOGIA
O Museu Nacional cooperou com a Divisão de Ensino Extra Curricular do Ministério da Educação e Cultura na realização de um Curso de
Introdução à Museologia orientado pela Professôra Maria Barreto, do Museu Nacional de Belas-Artes. As aulas foram ministradas às terças-feiras,
das 14 às 16 horas, na seguinte sequência:
Dia 13 - Prof. Newton Dias dos Santos - BIOLOGIA
ANTROPOLOGIA
Dia 20 - Prof. Luiz de Castro Faria
CULTURAL
-
Mês de setembro
Dia 3 - Prof. Emmanoel de Azevedo Martins - GEOLOGIA E
PALEONTOLOGIA
Dia 10 - Prof. Luiz Emygdio de Mel10 Filho - BOTÂNICA
Dia 17 - Prof. Walter da Silva Curve110 - MINERALOGIA E
PETROGRAFIA
Mês de outubro
Dia 1 - Professôra Myriam Chapot-Prevost Gino
- INVERTEBRADOS
-
ZOOLOGIA
Dia 8 - Prof. Fernando Pires - ZOOLOGIA - VERTEBRADOS
Dia 15 - Prof. José Lacerda de Araújo Feio - MUSEOLOGIA
APLICADA AOS MUSEUS DE CIRNCIAS.
Dia 29 - Prof. Luiz de Castro Faria - ANTROPOLOGIA FfSICA
3.3.4
- CfRCULO
DE PALESTRAS CULTURAIS DO MUSEU NACIONAL
As palestras culturais instituídas em 1956 tiveram continuidade em
1957, tendo sido realizadas ao todo 37 palestras, das quais 20 foram pro-
3 . 4 . 9 - BANCAS DE CONCURSOS
A convite da Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, fêx cDiretor do Museu Nacional, parte da banca examinadora da cadeira de
Zoologia Médica e Parasitologia Animal da Escola Superior de Medicina
Veterinária em Belo Horizonte. Participou também, a convite da Universidade Rural do Ministério da Agricultura, Escola Nacional de Agronomia, no quilômetro 47 da Estrada Rio São Paulo, da banca examinadora da cadeira de Entomologia. Venceram êsses concursos os doutores
Moacyr Gomes de Freitas, parasitologista, e Cincinatus Rory Gon~alves.
entomólogo, demonstrando ambos grande tirocínio técnico e capacidade
profissional.
.3.4.10- COMISSAO DE ANAIS DA UNIVERSIDADE DO BRASIL
Indicado o Diretor do Museu Nacional, pelo egrégio Conselho Universitário, para membro da Comissão de Anais da Universidade do Brasil,
teve ensejo de organizar o número 4 dos Anais, correspondente aos anos
de 1956-1957 que no momento se acha na imprensa.
3.4.11
-A
IMPRENSA E O MUSEU NACIONAL
A imprensa da Capital publicou várias notícias sôbre o Museu Nacional em 1957, algumas das quais, transcrevo, como no ano anterior, neste
relatório, para consulta daqueles que futuramente se interessarem pela
história da Instituição.
Correio da Manhã - 13-1-957
O curso de Botânica na U. D. F.
O Globo - 17-1-957
De especialização em Antropologia
Correio da Manhã - 17-2-957
Exposição de animais raros no Museu Nacional
A Noite - 25-2-957
A Estranha fauna do Museu Nacional
Jornal do Brasil - 30-3-957
Novo impulso à exploração das grutas e das cavernas
Correio da Manhã - 31-3-957
Noticiário dos Museus: Museu Nacional
Correio da Manhã - 31-3-957
Sôbre a alimentação do Tamanduá-bandeira
Correio da Manhã - 7-4-957
Curso de especialização em Antropologia Física
Correio da Manhd - 21-4-957
Pode um cabelo transformar-se em animal?
Co~reioda Manhá - 21-4-957
Curso de Botânica Sistemática no Museu Nacional
Correio da Manhã - 28-4-957
Ornitólogos e taxidermistas palmilharáo Brasília
Correio da Manhã - 12-5-957
O Museu Nacional e o curso de Botânica
Brasil-Post - 23-57
Neuaufbau des Nationalmuseums
Correio da Manhã - 5-957
O Museu Nacional e o curso de Botânica
Correio da Manhã - 2-6-957
Festejará o Museu Nacional 139 anos de fundação
Última Hora - 6-6-957
A idade deu juízo ao Museu Nacional
Correio da Manhã - 6-6-957
O Museu Nacional comemora hoje 139 anos de existência
Diário Carioca - 6-6-957
139." Aniversário do Museu Nacional
Diário de Noticias - 6-6-957
Completou 139 anos o Museu Nacional
Correio da Manhã - 9-6-957
Recuperado totalmente o Museu Nacional
O Diário (Belo Horizonte) - 14-6-957
Recuperado totalmente o Museu Nacional
Correio da Manhã - 7-7-957
Visite o Museu Nacional
Correio da Manhã - 7-7-957
Simpósio versando o Ensino das Ciências
Correio da Manhã - 9-7-957
Instalou-se ontem a IX reunião da S .B.P.C.
O Globo - 7-57
Passarão em revista os progressos da ciência
Correio da Manhã - 21-7-957
Museu Nacional: 6 mil visitantes
Para Todos - 7-957
Calamitosa a situação da pesquisa científica
A Noite - 9-8-957
Simpósio de Curare reiniciará hoje
Correio da Manhã - 9-9-957
Curare é obsoleto na era da bomba H.
3.4.12
- REPRESENTAÇõES, CONGRESSOS, INTERCAMBIO CULTURAL
Em 1957, o Museu Nacional manteve-se oficialmente presente em
entidades científicas e culturais do pais, tais o S.P .H. A . N., Conselho Florestal, I .B .E.C. C., Conselho Universitário, etc., mediante representantes
que foram os mesmos indicados no Relatório de 1956.
5. SEÇÃO DE EXTENSÃO CULTURAL (S. E. C.)
Resumidamente foram, realizadas pela Seção em 1957 as seguintes
atividades:
SETOR ADMINISTRATIVO
I - Reorganização e aparelhamento para atender suas finalidades.
H 1 - Cadastro de seção, compreendendo: a) material ótico, b) móveis
diversos; c) ferramentas; d) material de laboratório, dissecçãio, cirurgia
e técnico; e) aquários; f ) vivários; g) material de desenho; h) material
de coleta; i) drogas e corantes; j) frascaria; k) quadros murais, mapas,
etc.; 1) modêlos de massa; m) coleções de estudos; n) fichário de professores; o) livros obtidos; p) revistas obtidas.
I11 - Serviços administrativos peculiares.
IV - Serviços de carpintaria.
SETOR EDUCATIVO E CULTURAL
E - Cursos 1) Curso de férias para professôres secundários, em colaboração com
a Faculdade Nacional de Filosofia e solicitação do Professor Oswaldo Frota
Pessoa, em julho. Além de 5 professôres do referido curso, associaram-se
11 outros, de diversos Estados, sendo, na oportunidade, confeccionados
173 aparelhos para o ensino das ciências.
2) Curso de aperfeiçoamento em ciência, para professôres bolsistas
do INEP (9), de diversos Estados, aos quais se associaram dois professôres da Bahia, bolsistas da Divisão de Educação Extra curricular do
M.E.C., com a duração de quatro meses e meio, diàriamente (agosto a
dezembro), tempo integral. Constou de 13 capítulos, sendo confeccionados
253 aparelhos, realizadas 5 excursões, analisados 29 filmes científicos, e
organizada uma exposição dos aparelhos e de dois temas biológicos: "A
vida na mata" e "A vida numa praia".
3) Curso de um mês para doze bolsistas do INEP; da Escola Guatemala, do Distrito Federal, procedentes de vários Estados no qual foram
confeccionados 144 aparelhos e feita a aplicação de guias de estudo dos
mesmos (meses de novembro e dezembro).
4) Curso para seis professôres da CAPES, destinado a Baurú, Santa
Maria (Rio Grande do Sul), Vitória, Recife, Belo Horizonte, Salvador,
consistindo na confecção de 77 aparelhos para ensino das ciências, orientação metodológica e fornecimento de duzentas cópias mimeografadas de
oito guias de estudo, contando cêrca de 4.000 folhas, na Última quinzena
de dezembro, início de janeiro.
11 - Professôres avulsos, de ciências, atendidos pessoalmente - 18.
I11 - Estagiários - universitários, alunos de cursos de História Natural - 8.
IV - Colaboração com o curso de férias, de Botânica, durante o mês
de fevereiro, organizado pelo Centro de História Natural da Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Distrito Federal.
V - Colaboração com o curso de Museologia - mediante conferência
sobre Biologia e Zoologia.
VI - Aulas avulsas a pedido - 13.
VI1 - Coleções de invertebrados, doadas - 4.
VI11 - Exposições - A S.E. C. colaborou na organização das exposições de Crustáceos, Aracnídeos, Moluscos e Equinodermos.
IX - Exposições escolares - Foi organizada uma exposição, tipo ambulante, com o trabalho do curso de aperfeiçoamento dos bolsistas do INEP.
X - Visitas guiadas à exposição - cêrca de 93 visitas a grupos, entidades e escolas.
XI - Congressos - A seção colaborou no Simpósio sobre Metodologia das Ciências, efetuado conjuntamente e como parte integrante da
IX" Reunião Anual da S .B. P . C., em junho, no Rio de Janeiro. Colaborou
na mesa redonda no ensino das ciências, no 11" Congresso de ciência comercial, realizado em julho, em Belo Horizonte.
XII - Sessões de filmes científicos
Foram projetados 95
Número de sessões 41
Total 990: compreendendo 6 sessões avulsas com 18 filmes e 129 comparecimentos, 7 sessões públicas com 21 filmes e 581 comparecimentos e
28 sessões, com 56 filmes e 280 comparecimentos, para o curso de aperfeiçamento de bolsistas do INEP.
XIII - Confecção de aparelhos para o ensino das ciências
Número total - 632 por cêrca de 60 diferentes professôres assim
distribuídos:
Curso de aperfeiçoamento em ciência para bolsistas do INEP - 232.
Bolsistas do INEP - 144.
Professôres - 62.
Curso de férias para professor de ciência, patrocinado pela
F. N. F. - 57.
AVU~SOS
- 158.
Para exposição escolar - 21.
A S.E.V., contou para a execução dos serviços mencionados com os
seguintes funcionários:
a) Prof. Victor Stawiarski, Técnico de Educação, para as visitas
guiadas, das quais atendeu a sua maioria ou seja, cêrca de 69, com explicações, principalmente sobre as Salas do Trono, Sala dos Embaixadores, Arte Grega, Egípcia e Marajoara, Paleontologia e Evolução.
b) Prof. Mario Moreira, Naturalista-auxiliar, ocupou-se com o trabalho de reorganização da exposição de Crustáceos e Aracnídeos, trabalhando com o Dr. José Lacerda de Araujo Feio.
c) Professora Myriam Chapot-Prevost Gino, Naturalista contratado
que colaborou em todos os serviços educativos prestados pela S.E.C.,
exceto exposição.
d) Prof. Wildes Therezinha Pinheiro, estagiária, colaborou também
em todos os serviços educativos da S.E.C., exceto exposição.
e) Estagiário Dioscedes da Silva Mello, do Curso de História Natural da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade do Distrito Federal, que colaborou nas visitas guiadas, atendimento de pessoal,
professôres e universitários-estagiários.
. f) Servente Cidney Borges, que se incumbiu da maioria dos serviços necessários ao andamento dos trabalhos da S.E.C.
g ) Além dos serviços de reorganização e direção da S.E.C., assumidos oficialmente a partir de 3 de junho, o atual chefe colaborou nos
serviqos educativos prestados pela primeira vez, pela S . E. C., dentro dos
moldes do espírito com que fora criada e funcionara com E. Roquette-Pinto,
Permutaram publicações com o Museu Nacional, em 1957, 1.371 instituições e 26 particulares, como mostra o quadro n." 4 e receberam publicações 507 instituições e 1.014 particulares, como indica o quadro n." 5.
Ainda, o setor de expedição prestou colaboração na tiragem ao niimeógrafo dos trabalhos: "Anteprojeto de Regimento do Museu Nacional",
'6Elementos para a constituição de um regulamento de Estagiário" e "Ques"tionário padrão para Línguas Brtsileiras", empregando 89 folhas de papel
stmcit e 7.575 cópias.
6.3
-
LABORATóRIO FOTOGRAFICO
O Laboratório Fotográfico realizou no decorrer do ano, trabalhos técnicos para as Divisões científicas e exposições, auxiliando durante as reuniões da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e Simpósio Internacional do Curare com projeções de filmes e diapositivos. Em colaboração com a S.E.C. foram projetados filmes educativos para cursos e
visitantes do Museu. O setor manteve a seu cargo a sala de projeções e
toda a aparelhagem ali reunida.
Foram adquiridos durante o ano um gravador WEBCOR de alta fidelidade, um projetor Revere, automático, para diapositivos, e uma coladeira com projeção para montagem de filme de 16 mm. Bsse material
vem tornar mais eficiente nossos trabalhos nesse setor.
O Laboratório fotográfico também realizou gravação das sessões da
Congregação.
6.4
- TAXIDERMIA
Foram bastante intensos os trabalhos dessa seção no decorrer do ano.
Em 24 de abril foi feita uma expedição à Brasília sendo preparados para
a exposição ou coleções, 63 pássaros. A atividade maior da seção foi nas
salas de artrópodos, moluscos, peixes e anatomia comparada. Na primeira
foram feitas montagens de crustáceos, vermes e aracnídeos, restaurandose também o material antigo. Na sala de peixes foram preparados, com
modelos em gêsso, tipos de escamas em grande aumento, vários tipos de
peixes para mostrar a forma. Foi feita a restauração, pintura e montagem de várias espécies de elasmobrânquios e peixes pròpriamente ditos,
incluindo 3 grandes exemplares de peixe-serra, peixe-lua e espadarte, que
foram fixados a parede da primeira sala. Para essa exposição preparouse também, maxilares, crânios, esqueletos, modelos em cêra, peças em
meio liquido e um grande modêlo de Ôlho.
Montou-se um belo exemplar de Gavião Real. Na sala de Anatomia
Comparada foram preparados, limpos, desengordurados, clareados e restaurados uma série de esqueletos, sendo montados esqueletos de um Bufo,
uma cobra de duas cabeças, um peixe, uma rã. Os modelos de cetáceos do
Museu foram limpos e restaurados, bem como os exemplares autênticos de
nossa coleção.
Foram limpos, clareados e montados em novos suportes os 34 chifres
da coleção do Museu. A seção colaborou ainda na organização das futuras exposições de aves e mamíferos.
6.5
- SETOR DE DESENHO
A equipe de desenhistas em 1957 foi composta dos seguintes técnicos:
Bilda A l v a Veloso, Victor Frederico da Silveira Nascimento, Walter Leite
Teixeira, Silvio Buitone, Yarli Barba Freire, Milton Leite Teixeira, Gehilda de Andrade Landin e Almir Fonseca Rosas (pagos por trabalho).
Foi orientada na parte de ilustrações para exposição pelos Naturalistas
José Lacerda de Araujo Feio, Paulo de Miranda Ribeiro e Walter da
Silva Curvello. E nos desenhos científicos para pesquisa pelos técnicos interessados.
O número de desenhos em branco e preto atingiu a cêrca de 80.
0 s desenhos coloridos foram em número de 75 aproximadamente.
Os cartazes normografados elevam-se a 415 (incluídos os rótulos),
sendo 55 textos e 360 rótulos.
Dos trabalhos realizados destacam-se, pela confecção, duas pranchas
coloridas, de tamanho grande, referindo-se à evolução dos peixes e perfil
submarino, esforço de Hilda Veloso e Walter Teixeira.
Rsses desenhos, ilustrações, cartazes, dizeres, rótulos, etc., destinaramse a: sala de exposição de moluscos, equinodermos e protocórdeos, sala
de exposição de peixes e sala de exposição de Anatomia Comparada.
O Almoxarifado do Museu Nacional, criado no ano anterior sob forma
de depósito de material, veio receber organização definitiva em 1957 graças
à competência e zêlo do Sr. Walfrido José da Silva. Em balanço realizado
em fevereiro de 1957 foram constatados bens materiais permanente e de
consumo no valor de Cr$405.005,00 (quatrocentos e cinco mil e cinco cruzeiros). Na sua atual organização possui três setôres de atividades, assim distribuídos:
a) Expediente - Pedidos, requisições a D.M., O .G.U.B., e outras
fontes, controle, recebimento, distribuição, escrituração geral, fichários, conta corrente de material, etc.
b) Arrnazem de estoque de abastecimento - armazenagem - estoque
de fornecimento, entrada e saída de material.
c) Armazem de utensílios e material em trânsito - compreendendo,
material recolhido das divisões, transferido, material sujeito a
consêrtos e recuperações, e material de uso nas excursõa
diversas.
O espaço de que dispõe, dada a situação do edifício, tombado pelo:
8.
OBRAS
Durante o ano foram terminadas as obras de recuperação externa do
edifício, notadamente a ala lateral do lado do Jardim da Princesa e fundos
do prédio. As paredes receberam rebôco e pintura, sendo reparada também toda a parte de madeira e ferro, portas, janelas, gradis, etc.
A Divisão de Botânica foi pintada em sua maior extensão. Para suportar o pêso da primeira sala da exposição de aves, foram colocadas 4
grandes vigas de ferro, uma das quais poderá ser vista descobeárta no teto
do depósito da D. G .M.
Trabalhamos juntamente com a Diretoria do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional na restauração do Jardim da Princesa a fim de recuperá-lo. A sua conservação era precaríssima e aparentemente desde 1910 que
não sofria reparo algum. Foram retirados os gradis da seção inferior, reparado o muro, restaurados os bancos e floreiras, a instalação de água, e
removida uma boa porção de atêrro ali colocado erradamente.
Na parte superior ao Jardim da Princesa, fizemos 2 jardins e restauramos os gradis e corrimão, o primeiro em péssimo estado de conservação
e o segundo já inexistente. Foram fundidas 41 pinhas para serem colocadas sobre os suportes intermediários dos gradis.
Não foram ainda terminados os trabalhos mais delicados de restauração dos bancos e da fonte de conchas, tendo do PHAN adiado o mesmo
para 1958. Na entrada do jardim foi colocado um portão de madeira.
O telhado do Museu foi mantido em bom estado. Da sua boa conservação dependem as coleções científicas e os forros do edifício, bem como
as paredes do andar superior.
No Hôrto Botânico foi totalmente reparado o prédio de depósito, com
rebôco, pintura, substituição da cobertura, etc. O barracão ao lado recebeu telhas e reparos gerais. A residência do porteiro também sofreu
reparos.
10. CONCLUSÃO
Como no ano anterior podemos concluir ter sido auspicioso para o
Museu Nacional o ano de 1957. A elaboração, pela colenda Congregação,
de novo regimento interno veio colocar os trabalhos da Instituição em
moldes mais atualizados, correlacionando os mesmos com a tradição, crescimento e capacidade atual do Museu. O trabalho em equipe e, sobretudo consciente de todos os servidores, redundou numa série de realizações positivas facilmente verificadas pela leitura dêste relatório, que é
também pràticamente coletivo.
Continuamos nossos esforços no sentido de dar ao povo brasileiro e
aos estrangeiros que nos visitem, uma visão objetiva de nossas riquezas
no setor das Ciências Naturais, através das exposições públicas, procurando ensinar a todos tudo aquilo que está ao nosso alcance, procurando jovens e adultos das fontes inesgotáveis da ciência e da cultura.
Procuramos estimular por todos os meios a pesquisa, sem olvidar a
necessária rotina, cuidando com carinho do acêrvo que nos foi legado por
nossos antepassados.
Não desejando repetir aqui fatos já narrados em outras páginas dêste
relatório, cabe-nos um agradecimento final a todos aqueles que colaboraram conosco, dentro e fora do Museu, permitindo-nos continuar nossa
secular trajetória e dando meios à pioneira Instituição para cumprir seus
altos objetivos de educação, ensino e pesquisa.
Composto e impresso
na Oficiria Griifica da
Universidade do Brasil