Maio - Adventist World

Transcrição

Maio - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Ma i o 2 0 0 9
l a b o r a t ó r i o
de
LIDERANCA
12
Ferido pelas
Pessoas
24
Mulher Determinada
26
Fiel Mesmo
Sob Pressão
Maio 2009
A
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial............................. 3
A R T I G O
D E
C A P A
3 Notícias & Imagens
Laboratório de
Liderança
Janela
Coisas boas estão acontecendo no
campus do Istituto Internacional
Adventista de Estudos Avançados.
Visão Mundial
B L A C K M E R
DEVOCIONAL
L A R R Y
Por Gina Wahlen ............................. 16
VIDA
Notícias do Mundo
Por que orar pedindo perdão é
mais fácil do que perdoar os outros?
Ferido pelas Pessoas
Por Robert Ramsay .......................... 12
ADVENTISTA
7 Zâmbia por Dentro
8 Cinco Coisas que Aprendi
SAÚDE
Efeitos da
Icterícia ............................ 11
Por Allan R. Handysides e
Peter N. Landless
Novas da Graça na Mongólia
Por Llewellyn Juby ....................................................................... 14
Como a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos
Assistenciais proporciona novas oportunidades para
pessoas sem horizontes.
CRENÇAS
BÍBLICAS
Fiel Mesmo
Sob Pressão..................... 26
Por Angel Manuel Rodríguez
FUNDAMENTAIS
Nova Terra – Em Construção
CURSO
Por Keisha McKenzie ................................................................... 20
Quando Deus faz tudo novo.
DESCOBRINDO
O
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
Da Parcialidade à Totalidade:
O Plano de Deus para o Mundo que Perece
Por Vicki Griffin .......................................................................... 22
A saúde de amanhã começa vivendo bem hoje.
HERANÇA
PERGUNTAS
ADVENTISTA
Mulher Determinada
Por Roy Branson.......................................................................... 24
Quando enfrentava obstáculos, Anna Knight encontrava
maneira de contorná-los.
BÍBLICO
Fé que Transforma
Vidas ................................. 27
Por Mark A. Finley
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas
30 O Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
O Lugar das
Pessoas ............................. 32
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 5, nº 5, maio de 2009.
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Adventist World | Maio 2009
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Nossa Comunidade
em Cristo
N
a região onde moro, a primavera
está acordando o mundo de volta
para a vida, com novos brotos nas árvores, botões de flores e
temperatura agradável. Enquanto escrevo, a grama se veste de
um novo verde e as roupas de inverno são guardadas.
Em outro lugar, na metade sul do mundo, a 800 quilômetros abaixo de Santiago, no litoral de Chilean, a paisagem e o
sentimento da estação são quase o oposto. Embora aquecida
pelos ventos do Pacífico sul, a região próxima a Temuco está
entrando no outono. A lenha está sendo empilhada para sobreviver às chuvas geladas do inverno em maio, junho e julho.
Ainda mais longe, a meio mundo de distância, próximo a
antípoda (exatamente oposta ao lugar onde moro), há uma
pequena ilha vulcânica a três mil quilômetros a sudeste de
Réunion, chamada Île Saint-Paul, no Oceano Índico. Não
há população permanente ali. Apenas andorinhas-do-mar e
focas desfrutam do clima temperado, além das visitas ocasionais de cientistas.
Envolvido com os prazeres do meu mundo, é tentador
esquecer quão diferente é a visão do mundo para quem as flores,
o canto dos pássaros e o brilho do Sol não são revelados. Meu
período de alegria pode ser o tempo de tristeza e ansiedade de
outros. A esperança que transborda em meu coração pode não ser
compartilhada por aqueles cuja alimentação de amanhã é incerta
ou para os que são feridos pela oposição dos governos à sua fé.
Esta revista é chamada de Adventist World (Mundo
Adventista) por procurar, de coração, fazer dos adventistas uma
família mundial, que se conhece mutuamente e que compartilha
muitas coisas em Cristo. Nestas páginas, você vai ler sobre
homens e mulheres que estão fisicamente longe de você, porém
mais perto em relação às coisas que realmente têm valor do que
as pessoas de sua rua e cidade. Você será encorajado pela fé e perseverança deles, e eles aprenderão com sua generosidade e força.
Todos nós seremos lembrados de que fomos chamados para
uma comunidade cristã, fundada sobre as verdades eternas das
Escrituras e comprometida em preparar pessoas para a segunda
vinda do Salvador. Nestas páginas, você lerá histórias sobre a
graça de Deus e de uma igreja que testemunha para um mundo
necessitado de esperança. Uma família mundial, com cerca de
17 milhões de membros batizados e um total de 25 milhões de
membros, se encontra nestas páginas todos os meses.
“Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos”
(Cl 3:11).
– Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO
D A
R I Q U E N H A
P O R T O
“A atividade deste ano foi fantástica”,
disse Freddy Sosa, diretor de Comunicação para a igreja de Porto Rico. “A
revista deste ano foi uma continuação
do projeto do ano passado, que lançou
uma campanha preventiva a favor da
família, oferecendo informações aos
pais para sua vida diária, em casa.”
Segundo Sosa, cerca de 350 mil revistas foram distribuídas de casa em casa e
em áreas comerciais, em apenas um dia.
Ao custo de mais de 106 mil dólares com
impressão e promoção da atividade no
rádio e televisão, os líderes da igreja creem que compensou o investimento para
recuperar uma sociedade enferma.
U N I Ã O
■ Comprometidos a fazer uma diferença positiva em sua comunidade,
milhares de adventistas do sétimo dia,
em Porto Rico, deixaram de ir ao culto,
no sábado (7 de março), para distribuir mensagens de esperança em suas
comunidades, que têm sofrido com o
aumento da violência.
Os membros da igreja distribuíram
gratuitamente uma revista de 16 páginas
intitulada “Um Olhar Sobre a Família
Porto-Riquenha”. O esforço para a distribuição massiva é a segunda atividade
desse tipo, na igreja, a atingir toda a ilha.
No início do ano passado, cerca de 250
mil revistas foram distribuídas.
I A S D
Igreja Adventista do Sétimo Dia de Porto Rico
vai ao Encontro da Comunidade
CAMPANHA DE LITERATURA: Milhares
de adventistas do sétimo dia saem
para distribuir uma revista especial no
sábado, 7 de março. A revista inclui
mensagens de esperança direcionadas
às crianças e famílias.
Maio 2009 | Adventist World
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A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
A revista concentra-se na criança,
oferecendo artigos sobre como ajudála em sua vida moral e espiritual, os
resultados do abandono da escola,
educação de crianças portadoras de
deficiência, obesidade, comunicação
com a criança, entre outros.
Durante entrevista para um jornal,
José A. Rodríguez, presidente da
Igreja Adventista do Sétimo Dia em
Porto Rico, disse que o propósito da
publicação é guiar e educar as famílias
da ilha.
“Temos consciência dos problemas
enfrentados por pais e filhos hoje, e
aceitamos o desafio de continuar promovendo a educação integral para que
nossa sociedade possa ter ferramentas
úteis para tomar decisões corretas”,
disse Rodríguez.
O esforço foi um entre muitos
iniciados no ano passado, focados na
necessidade de um estilo de vida livre
de violência entre as famílias e crianças
e para dar maior visibilidade à igreja,
disse Sosa.
Em fevereiro, a igreja iniciou uma
série de mensagens de 60 segundos no
maior canal de televisão de Porto Rico,
o WAPA, durante horário nobre da
manhã.
As mensagens abordam temas
como ódio, suicídio e felicidade por
meio de submissão a Cristo.
“Estamos muito animados, pois
recebemos resposta positiva dos espectadores. Ao escritório da União chegaram muitos telefonemas de pessoas
que necessitam de aconselhamento,
ajuda e orientação.”
Os segmentos estão planejados para
continuar durante todo o ano. Eles são
parte de um projeto maior da Igreja
Adventista do Sétimo Dia em Porto
Rico de prover soluções para os problemas sociais da ilha. Segundo Sosa,
a igreja não planeja distribuir revistas
no próximo ano, mas outras iniciativas
e atividades darão continuidade ao
projeto na comunidade.
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Adventist World | Maio 2009
Mais de 36 mil adventistas do
sétimo dia, em Porto Rico, frequentam
330 igrejas e congregações. Constituída de territórios regionais, a igreja
administra duas estações de rádio, 20
escolas de ensino fundamental e médio
e uma universidade.
– Reportagem de Libna Stevens, Divisão
Interamericana.
Evangelismo via Satélite Causa
Impacto na Euro-Ásia
■ O evangelismo da Igreja Adventista
do Sétimo Dia atrai, mais uma vez,
milhares de pessoas às igrejas na região
Euro-Asiática, uma década após o declínio do interesse pelo cristianismo,
após o aumento inicial, assim que a
União Soviética caiu, dizem os líderes
da igreja.
A iniciativa do evangelismo via satélite, transmitido de Lutsk, noroeste da
Ucrânia, completou recentemente uma
série de duas semanas com audiência de
mais de 500 pessoas cada noite.
Ivan Ostrovsky, porta-voz regional
da igreja, relata que mais de mil pessoas assistiram ao programa nos países
vizinhos, incluindo Rússia, Cazaquistão e Alemanha.
Os líderes da igreja estimam que
cerca de metade das pessoas que
aceitaram unir-se à igreja por meio
das reuniões têm menos de 35 anos de
idade, o que é um dado encorajador.
O prefeito de Lutsk e membros da
câmara da cidade assistiram à reunião
do dia 7 de março e agradeceram aos
adventistas por oferecerem alternativas
positivas aos jovens, em vez de álcool
e cigarro.
Há dois anos, o evangelista
adventista Peter Kulakov dirigiu um
evangelismo via satélite para toda a
região de Kiev, capital da Ucrânia,
com uma audiência de milhares de
pessoas, pelo Hope Channel (Televisão
da Igreja Mundial). Para obter informações sobre a programação, visite
hopechannel.info.
– Reportagem de Rede Adventista de
Notícias.
Líderes Batistas e Adventistas
se Reúnem para Confirmar
Valores Comuns
■ Delegados da Aliança Mundial
Batista reuniram-se com Jan Paulsen,
presidente mundial da Igreja Adventista
do Sétimo Dia, no início do mês de
março, para confirmar seus valores denominacionais comuns e para renovar
seus alvos compartilhados de liberdade
religiosa.
O encontro, do qual participaram
outros líderes da igreja, foi realizado na
R A J M U N D
D A B R O W S K I / R A N
SOLO COMUM: Dulcie Callam, ao
lado do esposo, Neville Callam,
secretário geral da Aliança Batista Mundial; John Graz, diretor de
Relações Públicas e do Departamento de Liberdade Religiosa da
Igreja Adventista, e Fausto Vasconcelos, diretor de Evangelismo e Educação da
Aliança Batista Mundial. O grupo participou de um encontro realizado, no início
de março, na sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Silver Spring,
Maryland, Estados Unidos.
VISÃO MUNDIAL
treinamento para o
e va n g e l i s m o a l c a n ç a
União
a
Báltica
Evangelizando os vizinhos na
Letônia, Estônia e Lituânia
O
R O B E R T S / U N I Ã O
B Á LT I C A
s líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia dos países bálticos, Letônia, Estônia e Lituânia, concordam que o seminário de dois dias,
para treinamento evangelístico, preparou o terreno para o crescimento
da igreja naquela região.
Cerca de 40 pastores e membros leigos vindos das igrejas adventistas
da Estônia, 45 pastores e membros leigos da igreja adventista da Lituânia
renovaram seu compromisso com o evangelismo e exploraram novas
formas de alcançar os não alcançados em sua vizinhança, durante os
seminários de treinamento evangelístico em Tartu (Estônia), Riga
(Letônia) e Kaunas (Lituânia), organizados pela Divisão Trans-Europeia
(DTE) da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
ORANDO PELA COLHEITA: O presidente da Associação da
Letônia, Viesturs Rekis; Janos Kovacs Biro, diretor de evangelismo,
pequenos grupos e crescimento da igreja na Divisão TransEuropeia; o presidente da União Associação Báltica, Valdis
Zilgavis oram durante seminário de treinamento em evangelismo,
em Riga, Letônia.
I V O
sede mundial da Igreja Adventista, em
Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.
Os adventistas do sétimo dia e
os batistas “compartilham uma fé
cristocêntrica e muitos valores em
comum”, disse John Graz, diretor de
Relações Públicas e do Departamento
de Liberdade Religiosa da Igreja
Adventista. “Também compartilhamos
a paixão pela liberdade religiosa e nos
unimos em muitos países ao redor do
mundo, para promover e defender essa
liberdade.”
Neville Callam, secretário da
Aliança Batista Mundial desde 2007,
concordou com a necessidade comum
de trabalhar pela liberdade religiosa.
“Parte da formação genética da
comunidade batista é a confirmação da
dignidade humana”, disse Callam. Ele
ainda expressou o interesse em continuar “a partilha e colaboração mútua
em causas comuns” no futuro.
O presidente mundial da Igreja
Adventista, Jan Paulsen, também elogiou o grupo por colaborações no passado na área da liberdade religiosa. “A
força de afirmar e proteger a liberdade
religiosa depende da participação de
muitos. [Vamos] explorar oportunidades para trabalhar juntos em nome de
Cristo e para fortalecer nosso testemunho para Ele”, disse Paulsen.
Paulsen acrescentou que a parceria
tem proporcionado “um solo espiritual
fértil para nossa família de fé”.
A Aliança Batista Mundial foi fundada em 1905 e atualmente representa
105 milhões de membros em 119 países. A Associação Geral foi organizada
em 1863 e representa a igreja mundial
com mais de 16 milhões de membros
batizados em 203 países e territórios.
Estima-se que 30 milhões de pessoas frequentam os cultos da Igreja
Adventista do Sétimo Dia ao redor do
mundo, semanalmente.
– Reportagm de Rajmund Dabrowski,
Rede Adventista de Notícias, com equipe
da AW.
Maio 2009 | Adventist World
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A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
PARTICIPAÇÃO DOS PRESENTES: Questão levantada
durante o seminário em envangelismo, em Riga, Letônia.
I V O
R O B E R T S / U N I Ã O
B Á LT I C A
O programa proporcionou aos participantes muito sobre
o que pensar e discutir. Conforme o líder jovem da Associação da Estônia, Ivo Käsk, foi muito importante ouvir, mais
uma vez, que se quisermos e estivermos prontos, seremos
usados por Deus em Sua obra.
“Esses seminários de dois dias foram muito produtivos,
uma grande oportunidade de renovar nosso compromisso
com o evangelismo e pensar em novas estratégias. Gostaria
de expressar minha gratidão a Janos Kovacs-Biro e a toda
equipe (da Divisão) pelo seminário e pelo apoio à missão”,
disse Viesturs Rekis, presidente da Associação da Letônia.
“Os seminários chegaram bem na hora”, disse Bertold
Hibner, presidente de Campo na Lituânia. “Percebo que
as pessoas estão muito motivadas a se envolver ativamente
no evangelismo ao verem como ele pode ser realizado, ao
ouvirem que a DTE e ABAU estão dispostas a dar o suporte
financeiro e ao sentirem a calorosa motivação por parte
da liderança. Creio que os membros da igreja assumirão
corajosamente a responsabilidade de partilhar a fé com seus
amigos. Estamos trabalhando para escolher dez projetos
6
Adventist World | Maio 2009
para planejar o ciclo evangelístico que Janos nos ensinou”,
disse ele.
“Creio que esse treinamento ajudou as pessoas a cristalizar os planos pelos quais já vinham orando e pensando.
Estamos muito gratos pelos seminários. Estou muito grato
a toda a equipe da DTE e ABAU por organizar esse evento”,
concluiu Hibner.
Em nossa sociedade secular, uma das principais
perguntas é o que realmente funciona e o que potencialmente traz pessoas para Deus. Os participantes dos
seminários disseram que encontraram as respostas durante
o treinamento.
“Enquanto desfrutava do encontro pessoal com meus
amigos, fiquei feliz em saber que 76% das pessoas que vão
para a igreja o fazem graças a relacionamentos de amizade”,
disse Toivo Kaasik, que pastoreia duas pequenas igrejas
no centro da Estônia. “Um amigo, parente ou vizinho que
não crê em Deus deve ser o primeiro a ser convidado para
estudar a Bíblia conosco e com quem devemos conversar e
conduzir a Cristo.”
Os participantes tiveram várias ideias novas para o
evangelismo. Na Estônia, a mais apoiada foi uma rede de
serviço social. Na Letônia, o maior apoio recebido foi a ideia
de construir uma igreja inflável e portátil. Na Lituânia, foi
sugerido que se fizesse um contrato com uma padaria local,
para colocar propaganda da Igreja Adventista nos rótulos
dos pães. Agora, os membros das igrejas terão que trabalhar
sobre essas ideias e transformá-las em projetos.
“Vimos grande resposta a esses seminários de treinamento na Estônia, Letônia e Lituânia. Eles impressionaram
os participantes e provocaram novas iniciativas, novas séries
evangelísticas”, disse o presidente da União Báltica, Valdis
Zilgalvis. “O treinamento foi simples e muito prático. Percebi que Janos fala de sua experiência e a prática convence
mais poderosamente. Agora, todos os nossos pastores estão
trabalhando em projetos evangelísticos.”
Zilgavis acrescenta: “Temos apoio financeiro para dez
campanhas evangelísticas em cada país báltico. Cada uma
delas receberá em torno de 700 dólares da Divisão TransEuropeia e aproximadamente 373 dólares da União Báltica.
As associações e igrejas locais também contribuirão. Graças
a essa iniciativa, muitas pessoas ouvirão as boas novas de
Jesus Cristo e encontrarão novo sentido na vida.”
–Reportagem de Guntis Bukalders e Lauri Beekmann, União
Báltica com equipe na AW.
JANELA
ZÂMBIA
Capital: Lusaka
Principais Idiomas: Inglês (oficial), Bemba, Lozi, Nyanga e Tonga.
Religião: Católica Romana, 26%; Protestante, 27%; Hindu, 24%;
Muçulmana, 1%; outras, 22%.
População: 11,4 milhões*
Membros adventistas: 568.000*
Adventistas per capita: 1:20*
*Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 144° Relatório Estatístico Anual.
Zâmbia
Por Robert
Ramsay
por Dentro
Z
âmbia é um país interior (sem litoral)
da África Austral, situado entre a
República Democrática do Congo, ao
norte e Zimbábue, ao sul. Localizado
logo abaixo da linha do Equador, a maior
parte do país é um alto platô, o que lhe
proporciona um clima moderado subtropical. Em Lusaka, a capital, a média de
temperatura é de 16 graus centígrados
no inverno, e 21 graus no verão.
Em 1855, o famoso missionário
inglês, David Livingstone foi um dos
primeiros ocidentais a viajar através
do que é hoje o Zâmbia, e a descobrir a
formidável cachoeira Victoria Falls, no
curso do Rio Zambezi.
Desde 1870, cerca de meia dúzia de
países europeus brigaram pelo controle
da maior parte da África, à procura de
recursos naturais. Como parte da “Luta
pela África”, a Companhia Inglesa
Sul-Africana (BSA), em 1888, sob uma
carta de proteção do governo britânico,
transformou o que hoje é o Zâmbia,
em uma nação protegida, a qual
chamaram Rodésia do Norte. Zâmbia
permaneceu sob o controle da BSA
até 1923, quando o governo britânico
assumiu o controle até conceder sua
independência em 1964.
O país tem vastas campinas, salpicadas de árvores. Animais selvagens como
F O T O S :
K I R K
P F L A U M
leões, elefantes, rinocerontes e
antílopes passeiam livremente pelos campos. É um país
conhecido por ricos depósitos
naturais, especialmente reservas de cobre. No fim da década de
1960, era o terceiro maior produtor
de cobre do mundo. Infelizmente, sua
dependência da exportação do cobre era
tal que à medida que os preços caíram,
em meados dos anos 70, a economia do
país quase entrou em colapso. Zâmbia
ainda depende do cobre para a maior
parte do seu comércio externo.
Como a maioria dos países da África
sub-Saara, o HIV-AIDS é endêmico ali.
A malária e outras doenças fazem com
que a expectativa de vida seja de apenas
38 anos. Segundo algumas fontes, mais
da metade do país vive abaixo da linha
de pobreza do Banco Mundial, ou seja,
menos de um dólar por dia.
Dos cerca de 12 milhões de pessoas
que vivem nesse país, aproximadamente
600 mil são adventistas do sétimo dia,
uma proporção de um adventista para
cada vinte pessoas. Mesmo assim, no país
inteiro, a Igreja Adventista tem apenas
uma escola de ensino superior e umas
poucas de ensino fundamental e médio.
Em 2003, a Igreja Adventista fundou
a Universidade Adventista de Zâmbia,
no sul do país, pouco mais de
160 quilômetros fora de Lusaka. Mais
de 800 alunos estudam ali. A biblioteca
tem 42 mil livros, mas não possui espaço para acomodá-los. Parte da oferta do
décimo terceiro sábado neste trimestre
será destinada à construção de uma
biblioteca para essa universidade.
Você pode ajudar a contar ao mundo sobre Jesus ao reconstruir escolas
adventistas em Angola e Zâmbia, para
que os jovens possam ter a educação necessária para se tornar membros ativos
da igreja, contribuindo com ela e com a
sociedade. Com seu apoio, eles podem
pregar a mensagem de esperança em
Jesus às pessoas de sua comunidade.
Muito obrigado por fazer sua parte
para levar o amor de Deus ao mundo.
Obrigado por apoiar as missões com
suas ofertas semanais.
Para saber mais sobre o trabalho
missionário da Igreja Adventista do
Sétimo Dia em Zâmbia, visite:
www.AdventistMission.org.
Maio 2009 | Adventist World
7
A Igreja em Ação
5queCApren
oisas
VISÃO MUNDIAL
Por Jan Paulsen
F
alar sobre “o que aprendi” não é uma ciência exata e há
sempre o perigo de autoilusão. Sempre que realmente
aprendemos alguma coisa, não podemos prová-lo
simplesmente falando, mas quando somos testados em momentos de decisão ou nas crises.
Ao refletir nos últimos cinquenta anos de ministério,
administração da igreja, particularmente os últimos dez
anos como presidente da Associação Geral, vejo uma série de
lições que Deus tem, paciente e persistentemente, tentado me
ensinar em Suas aulas de relacionamentos humanos. Como
Seu aluno, nem sempre aprendi facilmente. Mas, nos últimos
anos, uma série de lições se cristalizou em minha mente. São
lições que não aprendemos de um livro ou sentados numa
carteira; ao contrário, aprendemos na dinâmica, na “desordem” da vida cotidiana. São lições que aprendi ao adorar
a Deus com pessoas de idiomas, costumes e experiências
Jan Paulsen é presidente mundial da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
8
Adventist World | Maio 2009
diferentes dos meus; ao me relacionar com colegas, lutando
juntos em meio a decisões difíceis e opiniões conflitantes; ao
conversar com jovens, idosos e pessoas que acham minhas
opiniões e gostos tão estranhos como acho os deles, e, apesar
disso, considero cada um como irmãs e irmãos em Cristo.
Essa lista é incompleta; o processo de aprendizagem nunca é estático. Essa é uma lista que cresce em número de tarefas
“recebidas”, como a necessidade de guardar a Palavra de Deus
e Sua vontade, no centro da vida, diariamente submetendonos à Sua direção e buscando Seu perdão. Essas são coisas que
Ele continua a me ensinar.
É nesse contexto que destaco cinco lições:
1
As pessoas são mais importantes.
Pode ser fácil, como igreja e, especificamente, para os que
exercem liderança, pensar em termos de itens, “não pessoas”.
Assentamo-nos nas comissões e discutimos valores, posições,
declarações, metas, projeções, regras, planos e, em algum
ponto, tudo isso se torna separado da experiência humana,
pessoal. Começamos a considerá-las de valor intrínseco, em
lugar de valorizá-las apenas por serem úteis aos propósitos de
Deus em nutrir Seu povo.
Tudo que Deus faz no domínio humano é para alcançar
as pessoas, para trazê-las para junto de Si, por Seu amor
irrepreensível, e guiá-las para a eternidade. As pessoas são o
principal objetivo de Deus. Elas constituem a razão pela qual
Cristo veio ao mundo! Essa simples verdade tem consequências incalculáveis para saber como viver cada dia e como
interagimos uns com os outros. Em cada tipo concebível
de relacionamento, o valor da outra pessoa é maior do
que posso compreender. Assim, dentro da igreja, nossa
pergunta constante deve ser: “Como isso afeta as
pessoas?” Isso não é humanamente lógico, mas é o
ilógico amor de Deus por Seus seres criados que
deve ser o centro de tudo o que somos e fazemos.
Sim, às vezes, falhamos; às vezes, a igreja falha
corporativamente. A lição, porém, não é menos
importante e permanece comigo.
di
2
Mantenha-se focado no mundo exterior.
A igreja está aqui pela missão. Essa simples declaração
é o pivô sobre o qual equilibramos nossa identidade, nosso
propósito e a própria razão de nossa existência.
Aprendi que esse princípio contém implicações muito
importantes. Como a igreja deve priorizar os gastos em tempos difíceis? Ou, como devemos estruturar nossas instituições
e administrações? Ou, como a igreja deve funcionar em
determinada parte do mundo? Quase todas as perguntas importantes caem nessa simples consideração: o que é o melhor
para a missão da igreja?
Esses princípios também estão ligados ao modo como
usamos nossos recursos humanos. Já disse antes, mas deve
ser dito outra vez: Creio que nossa capacidade para realizar
a missão deteriorou-se ao longo dos anos, devido à nossa
incapacidade de dar às mulheres papéis significativos no
ministério e na liderança, e em deixarmos de chamar nossos
jovens e jovens profissionais, abaixo de 35 anos de idade, para
os processos de decisão da igreja.
Sendo claro, nosso alvo principal tem a ver com o lugar
em que colocamos nosso foco. Precisamos de reavivamento
e renovação na igreja? Certamente! Para mim, porém, colocar
e concentrar nossa atenção em nós mesmos só deve acontecer
no contexto de nos tornar mais efetivos no evangelismo.
Quando nos tornamos preocupados em tomar a ‘temperatura’
de dentro da igreja, em detrimento do objetivo da missão, a
igreja torna-se introspectiva, isolada e ineficaz na comunidade.
Colocar nosso foco continuamente na igreja pode ser
também ser desanimador. Se formos honestos vamos ver
muitas falhas em nossa igreja. Consertá-las seria, então, nosso
principal desafio? Não! Até que “isto que é corruptível se
revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir
da imortalidade” (1Co 15:54) devo conviver com as falhas
humanas, as dos outros e as minhas. Também aprendi que, a
despeito disso, Deus perdoa, cura e restaura. Ele toma o quebrado, o frágil e o inseguro e os capacita, levando-nos adiante
para que cumpramos a missão.
3
O diálogo triunfa sobre a tirania.
Há muitos anos, um administrador da igreja, com muitos
anos de experiência, me disse: “Lembre-se, você está no controle apenas se não tiver que provar.” E aprendi essa verdade.
Maio 2009 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
Não há lugar na liderança da igreja para tentar “provar” sua
autoridade − por muito pouco ela se torna tísica, em exercício
defensivo de autoafirmação; e, pior, torna-se autoritária e
ditatorial.
É dito que, na igreja, não funcionamos com o modelo presidencialista. É verdade, embora algumas decisões executivas
devam ser tomadas e certas responsabilidades, em última instância, devem estar sobre alguém. Mas, ao tomar decisões, em
todos os níveis da liderança da igreja procuramos a opinião
dos outros, conversamos sobre os problemas e procuramos
o consenso. Aprendi que as melhores decisões e as mais seguras que podem ser tomadas por um líder espiritual são …
tomadas num fórum de consulta, onde haja franca troca de
ideias; onde ninguém se considere maltratado por outros que
defendem diferentes pontos de vista; onde não haja “tabus”
ou opiniões corretas e onde você possa dizer: “Talvez eu tenha
errado”, ou “Compreendo o seu ponto, mas não concordo.”
Tenho essa forte sensação quando visito os membros da
igreja em diferentes partes do mundo. Muitas vezes, uma
pessoa que nunca encontrei antes vem a mim e diz: “Pastor,
quero que saiba que oro pelo senhor. Menciono seu nome
perante Deus todos os dias.” Ninguém pode imaginar quanto
isso significa para mim, pois sinto que o Senhor ouve suas
orações e que, em Seu amor por Sua igreja e por Seu povo, Ele
me concede a capacidade de retornar ao verdadeiro equilíbrio
de corpo e mente, não por causa de quem eu sou, mas por
causa do que Ele quer que eu faça.
Tenho sentido, também, a mão ministradora de Deus
ajudando-me a balancear melhor minha teologia hoje, do
que quando era jovem. Agora posso enxergar aspectos que
mantêm a igreja unida, não dispersando o rebanho; assim,
sou mais “generoso” como teólogo do que há 25 anos. Como
professor de Teologia, tinha algumas linhas dentro das quais
eu trabalhava – o livro-texto de Teologia. Hoje, apego-me
É bom que cada um de nós olhe para trás e reflita no que
o Senhor está nos ensinando ao longo do caminho.
4
Não leve você mesmo muito a sério.
5
Deus completa o incompleto.
Aprendi que a solenidade não tem força em si mesma.
A habilidade de ver a ironia, a surpresa, o lado humorístico
em diferentes situações pode ser maravilhosamente saudável
na vida da igreja. Sim, nosso trabalho é sério. Porém, coisas
engraçadas acontecem e, ao compartilharmos um sorriso,
demonstramos nossa humanidade. Sem sermos frívolos ou
irreverentes, os momentos de humor podem aliviar algumas
situações de grande tensão ou trazer alguma abertura a relacionamentos estremecidos. Podem ser um antídoto efetivo
para a arrogância ou para o “nariz empinado” espiritual.
Tenho visto muitas e muitas vezes que damos nosso melhor
quando estamos à vontade com os outros e com nós mesmos.
Sem perder o senso de importância do trabalho em que
estamos envolvidos, voltar atrás para um momento de leveza,
reconhecendo o elemento humano naquilo que fazemos,
pode ajudar a abrir caminho num momento difícil. E eu creio
que Deus também ri conosco.
Aprendi que, importando-Se com meus erros e defeitos,
o Senhor continuará a andar comigo, sustentando-me e
equipando-me para Seu propósito. E isso não é um privilégio
só meu. Creio que Deus toma cada um de nós pela mão e diz:
“Olha, estou lhe dando uma tarefa especial, mas vou continuar
ao seu lado e suprirei todas as suas deficiências de modo que
Minha obra seja realizada.”
10
Adventist World | Maio 2009
firmemente à nossa Teologia; entretanto, relaciono-a com a
igreja como uma comunidade de fé viva, orgânica, global, um
povo ao qual Deus quer manter unido como uma só pessoa.
Vejo isso como parte de um círculo de ideias, o modo
como o Senhor tem tentado me ensinar o imenso valor
que Ele dá aos indivíduos. Assim, minha abordagem sobre
teologia deve procurar chamar as pessoas para dentro,
não empurrá-las para fora. Sim, há posições que são uma
negação de nossa identidade e das Escrituras, e não podem
ser reconciliadas e acomodadas. Mas, aprendi que, às vezes,
nem todos veem as coisas do mesmo modo e mesmo assim
estamos unidos como uma comunidade cujo destino é o
mesmo.
Como é que essa mudança aconteceu em mim? Novamente, penso que foi uma deficiência que o Senhor supriu, uma
necessidade em mim que Ele transformou para cumprir Seu
propósito. E se Ele faz isso por mim, faz também pelos outros.
É bom que cada um de nós olhe para trás e reflita no que
o Senhor está nos ensinando ao longo do caminho. Ao fazermos isso, creio que seremos capazes de perceber o contorno
de Sua mão ao trabalhar em nossa vida e em nosso coração.
Pois todos nós somos “alunos na escola de Cristo, aprendendo
cada vez mais do Céu, das palavras e da vontade de Deus;
mais da verdade e como usar fielmente o conhecimento que
recebemos.”*
*Ellen G. White, Filhos e Filhas de Deus (1955), p. 72.
Efeitos
S A Ú D E
N O
M U N D O
Icterıcıa
da
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
Felizmente nosso bebê, agora, está saudável, mas, ao nascer, sofreu com
uma icterícia severa. Embora os médicos tenham procurado algum problema de grupo sanguíneo, não conseguiram encontrar a causa. Hoje, ela
está crescendo e com uma ótima aparência. Há, porém, algum risco de ela
ter complicações futuras?
A
icterícia em recém-nascidos é bastante comum e afeta cerca de 60%
dos infantes durante a primeira semana
de vida. A causa mais comum é que o
bebê possui altos níveis de hemoglobina, nome da cor vermelha do sangue.
Essa hemoglobina tem de ser processada pelo fígado do bebê e excretada na
bile, mas, na maioria dos casos, o metabolismo do fígado não começa a funcionar imediatamente. A hemoglobina é
convertida em bilirrubina (o pigmento
amarelo) e liga-se a um ácido para
torná-lo solúvel na bile. É importante
que essa junção com o ácido não aconteça antes do nascimento, porque não
passaria pela placenta. Antes de unir-se
ao ácido, a bilirrubina é chamada de
bilirrubina não-conjugada, porque não
é processada ou conjugada, uma vez que
está ligada ao ácido glucurônico. Bebês
com icterícia necessitam ser cuidadosamente observados, porque altos níveis
de bilirrubina podem causar danos
cerebrais. Felizmente, tal complicação
é muito rara em nossos dias, porque os
médicos têm consciência do perigo.
Há outros fatores que aumentam
a destruição das células vermelhas do
sangue, transformando em bilirrubina
por causa da imaturidade do fígado
do infante, podendo causar icterícia de
risco significativo. Entre eles, está a incompatibilidade sanguínea entre a mãe
e o bebê. A mais conhecida é quando a
mãe é Rh negativo e seu bebê, ou bebês,
são Rh positivo.
A sequência de eventos é a seguinte:
As células do bebê cruzam a placenta
e caem na circulação materna fazendo
F O T O :
M A R K
E VA N S
com que seu sistema imunológico utilize os anticorpos para destruir as células
vermelhas “estranhas”. Infelizmente,
esses anticorpos cruzam a placenta e
atacam as células vermelhas dentro do
bebê. Geralmente, o segundo ou terceiro filho é o mais severamente afetado,
porque vários períodos de gravidez
funcionam como estimulantes para
o sistema imunológico da mãe. Felizmente, hoje, uma injeção de anticorpos
ao antígeno Rh é aplicada na mãe Rh
negativo para prevenir problemas mais
sérios. Esse medicamento é chamado
Rhogam.
Outros bebês podem nascer com
problemas hereditários, como a esferocitose, que causam a destruição das
células do sangue mais rapidamente do
que o normal, ou uma deficiência enzimática. Outros bebês podem ter, ainda,
problemas no fígado, dificultando o
processo de conjugação. Um desses problemas, bastante comum, é a síndrome
de Gilbert.
O processo do nascimento é difícil
e alguns bebês nascem com uma protuberância embaixo do couro cabeludo,
chamada céfalo-hematoma, que é
uma coleção de sangue abaixo da
membrana fibrosa que cobre os ossos
do crânio. Quando esse sangue é reabsorvido, pode liberar mais hemoglobina
do que o fígado é capaz de suportar.
O maior grupo de bebês saudáveis,
porém ictéricos, são aqueles nos quais
o leite materno é insuficiente na quantidade, ou contém grande porcentagem
de compostos da progesterona, o que
atrasa a maturidade do fígado. Esses
efeitos são passageiros e com pequenas
consequências, se o nível de icterícia
não for muito alto.
A fototerapia é o processo pelo qual
os bebês são expostos à luz intensa,
obviamente, com proteção para os
olhos. A luz quebra a bilirrubina, possibilitando sua excreção pelos rins. O uso
da fototerapia diminuiu drasticamente
a necessidade de transfusão de sangue,
procedimento antes muito comum, e
raro hoje em dia.
Uma vez que sua filha recebeu alta
do hospital, concluímos que não terá
outros problemas com os efeitos da
icterícia; embora não tenha distúrbios
subjacentes, pode apresentar uma
tendência para a anemia, sem colocar
a vida em risco. Siga as instruções de
seu pediatra e não se preocupe; tudo
indica que você tem uma garotinha
saudável.
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG,
é diretor geral do Departamento
de Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B.,
B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA),
F.A.C.C., é diretor executivo da
ICPA e diretor associado do
Departamento de Saúde.
Maio 2009 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
A
refeição estava ótima. A companhia, genial. A conversa após
o jantar, animadora. A vista das
montanhas e do rio, espetacular. Eu
estava feliz por ter aceitado o convite de
Gladys e Bert* para jantar com eles em
seu novo apartamento em frente para o
rio. Ao sair da mesa, segui Bert até seu
escritório para ver algumas artes indígenas que ele havia trazido da Bolívia.
Alguns minutos mais tarde, quando
retornei à sala-de-estar, vi Gladys mostrando a outros convidados a fotografia
que eu lhes havia dado de presente.
− Boa foto; moldura barata! – ouvi
Donald dizer.
Congelei no corredor, enquanto
minha face queimava de raiva e mágoa.
Seria realmente a voz de Donald? Por
que ele diria tal coisa? Não havia razão
alguma para me diminuir com uma observação tão sarcástica. Escolhi aquela
moldura propositadamente, pois a foto
poderia ser removida facilmente e havia
dito a Gladys e Bert que, quando estivessem cansados de minha fotografia,
se sentissem à vontade para substituí-la
por uma nova.
Esperei um pouco no corredor para
me acalmar, antes de reunir-me ao
grupo, mas estava chateado. Não fazia
muito tempo que eu havia retornado
à Igreja Adventista e admirava Donald
por seu entusiasmo pela vida e por seu
amor a Deus. Ele me ensinou a importância de ter um relacionamento diário
com Jesus.
Na volta, enquanto dirigia naquela
noite, confortava a mim mesmo com a
oração que Jesus ensinou aos Seus discípulos: “Perdoa as nossas dívidas assim
como nós perdoamos aos nossos devedores.” Em meu coração, sabia que queria perdoar Donald, não apenas porque
essa seria a atitude de Jesus, mas porque
não sabia com que frequência já havia
ferido alguém com minhas próprias
palavras impensadas. Não querendo
pensar mal de Donald, me perguntava
se ele não estaria enfrentando algum
problema pessoal. Talvez eu tenha sido
o alvo de seu dardo incandescente ao
se sentir impotente e frustrado em seu
12
Adventist World | Maio 2009
Você
Quando
F
erido
Pelas Pessoas
é
Por
Robert
Ramsay
Lições da experiência pessoal
relacionamento com alguém próximo, e
eu era um alvo fácil.
Ser ferido por aqueles que amamos
não é uma experiência rara. Os mais
próximos e mais queridos para nós
são os que mais podem nos ferir, e isso
pode acontecer tanto na família da
igreja como na família de sangue. À
medida que minha raiva e mágoa foram
amainadas pela influência do Bálsamo
de Gileade, refleti na Oração do Senhor
(Mt 6:9-13) e o que ela deve significar
para os seguidores de Cristo.
F O T O :
Revendo Palavras Familiares
“Pai Nosso …”
Fico emocionado em saber que, na
língua original, isso pode ser traduzido
por “Nosso Papai”, algo que aprendi com
o Donald e, às vezes, uso essa expressão
carinhosa quando oro em público.
Deus quer nos envolver com Seus
braços para que O conheçamos melhor,
de modo que cresçamos espiritualmente saudáveis – assim como um pai
terreno coloca seu filhinho no colo e
leva a colher até sua boca.
M AT T H E W
H E R Z E L / M O D I F I C A D O
D I G I TA L M E N T E
“... que está nos Céus, santificado seja
o Teu nome.”
O nosso Pai “mora” no Céu. Ele é
o centro do Universo. Ele sustenta os
planetas e cuida de cada lei natural que
rege a vida nesta massa azul e branca,
que chamamos Terra. Ele está acima
“O pão nosso de cada dia nos dá hoje.”
Fortifiquemo-nos, diariamente,
com alimento espiritual, para que possamos compartilhar com aqueles que
encontramos durante o dia. No sábado
de manhã, quando olhamos o cardápio
espiritual do dia, não torçamos o nariz,
são verdadeiros, honestos, justos, puros, amáveis, de boa fama e cheios de
virtude (veja Fp 4:8). Somos motivados a procurar livramento do mal, não
apenas para nosso próprio bem, mas
para o bem-estar da grande família da
igreja também.
Quando tivermos morado por dez mil anos no
reino de amor, as irritações e mágoas deste mundo terão
se apagado na obscuridade.
e além de todos os pais terrenos e,
mesmo assim, podemos comungar com
Ele. “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o
Senhor” (Is 1:18).
Nossa mente luta para compreender tão grande privilégio: comungar
com o Criador do Universo. Assim,
quando entramos na Sua casa, com
reverência, esperamos avidamente
que Sua voz mansa e delicada fale
conosco.
“Venha o Teu reino. Seja feita a Tua
vontade, assim na Terra como no Céu.”
Jesus descreve o reino de nosso
Pai quando Ele diz: “Quem quiser
tornar-se grande entre vós, será esse
o que vos sirva; e quem quiser ser o
primeiro entre vós será servo de todos”
(Mc 10:43, 44).
Devemos nos perguntar se estamos
nos preparando, diariamente, para
morar em tal reino. Enquanto nos
preparamos para ir à igreja aos sábados
pela manhã, nossa atitude deveria
ser: “Pai, mostra-nos como podemos
servir a alguém hoje.” Nossos ouvidos
deveriam estar prontos a ouvir com
simpatia, nossa boca a falar com
bondade e nossas mãos prontas para
tocar gentilmente. Se nossa atitude
for amar aos outros como a nós
mesmos, há uma boa chance de que
a vontade de nosso Pai seja feita
na Terra.
se por acaso ele parece não satisfazer
nossas necessidades imediatas. Ao
contrário, graciosamente consideremos
que o estudo da lição e o sermão podem
ser armazenados como vitaminas e sais
minerais, para alguém que possa estar
necessitando com urgência.
“E perdoa as nossas dívidas, assim
como nós perdoamos aos nossos devedores.”
Lembremo-nos de que, nos assentos
ao nosso redor, estão santos lutadores
que batalham com problemas dos quais
nada sabemos. Como nosso Pai do Céu,
relacionamo-nos com eles com simpatia, mesmo quando nos jogam palavras
rudes e olhares maldosos. Como Jesus,
dizemos: “Pai, perdoa-lhes, porque não
sabem o que fazem” (Lc 23:34). Mantendo em mente que eles não conhecem
as circunstâncias da nossa vida nada
mais do que conhecemos os detalhes da
vida deles, realmente cremos em nosso
coração que são ignorantes da mágoa
que nos causaram e, genuinamente, os
perdoamos.
“E não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal.”
Alimentemo-nos diariamente da
Palavra do Pai para obter confiança
em Sua força e para nos livrar de circunstâncias difíceis. Ao mesmo tempo,
protegemo-nos contra as tentações
quando escolhemos livros, revistas,
websites e programas de televisão que
“Pois Teu é o reino, o poder e a glória
para sempre.”
A glória do reino eterno de nosso
Pai é mantida pelo amor. As táticas
da força nunca são usadas. Seu reino
sempre existiu e existirá para sempre.
O melhor de tudo é que podemos fazer
parte dele. Se escolhermos diariamente
ser um dos filhos do Pai, poderemos
viver com Ele eternamente, desfrutando
de Seu imenso amor e alegria pela
eternidade.
Quando tivermos morado por dez
mil anos no reino de amor, as irritações
e mágoas deste mundo, como a observação grosseira de Donald, terão se
apagado na obscuridade. Então, por que
nos afligir com tais coisas, hoje?
“Amém.”
Que assim seja! Está certo, Pai! Que
as palavras e conceitos desta oração se
tornem realidade na vida de cada membro de Tua família!
*Todos os nomes foram trocados.
Robert Ramsay é
organista e escritor
‘freelance’, que mora
em Courtenay, Columbia
Britânica, Canadá.
Maio 2009 | Adventist World
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V I D A
A D V E N T I S T A
n o v a s da
g r a ç a na
Mongó
Por nove anos, Llewellyn Juby foi diretor
da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA),
na Mongólia. A seguir, ele conta experiências desse período em que morou e
trabalhou com o povo daquela região.
− Os Editores
Da Prisão para a Liberdade
Preso em 1987, com uma sentença
de um ano e meio por um pequeno
delito, Gambat uniu-se à gangue da
prisão para sobreviver ao encarceramento. Ele se envolveu numa briga da
gangue, e sua sentença foi aumentada
para 19 anos. Recentemente, entretanto, foi libertado e, como homem livre,
14
Adventist World | Maio 2009
voltou para um mundo que não mais
reconhecia.
Na época em que Gabat foi preso,
em 1987, a Mongólia era um Estado
soviético; quando saiu da prisão, era
república. Na capital da Mongólia, transitavam cerca de 80 veículos, apenas, a
qualquer hora do dia. Hoje, mais de 100
mil abarrotam as estradas. Os novos
prédios, placas de propagandas e os
milhares de ônibus deixaram Gambat
assustado e desnorteado.
Ele precisava de assistência prática,
após tantos anos na prisão. Uma organização não governamental (ONG)
gentilmente alugou um pequeno quarto
para ele em um porão e pagou por um
curso de dois meses em construção de
prédio para ensinar-lhe uma habilidade
que o ajudasse a encontrar emprego.
Os funcionários da ONG sugeriram,
então, que ele entrasse em contato com
a ADRA para suprir suas necessidades
de roupa. Ele foi ao nosso escritório, e
deixamos que escolhesse o que precisava. Também conversamos sobre sua
experiência.
A história de Gambat era muito
triste. Ele nos contou sobre os muitos
anos na prisão e da morte de companheiros de cela que desistiram ou se
tornaram muito fracos para continuar
lutando. Ele descreveu outros que, após
dois anos apenas, foram acometidos de
problemas crônicos de saúde, devido à
a dieta da prisão. Ele sobreviveu por
19 anos. Contou que os que morriam
eram enrolados em sacos de cimento
para que os outros ficassem com as
suas roupas.
Ele também expressou seu temor de
encontrar ex-colegas de prisão e ceder à
tentação de consumir álcool. Tornou-se
óbvio que Gambat desejava, desespera-
lia
Por
Llewellyn
Juby
damente, abandonar seus maus hábitos
e começar vida nova.
Observei Gambat tirar seu velho
e manchado boné e jogá-lo ao chão.
Em seu lugar, colocou um gorro de lã
bem quentinho, que lhe dei. Um largo
e feliz sorriso se abriu em sua face
– ele se livrara de mais um símbolo
do seu aprisionamento. Ele amou o
casaco e as luvas que lhe demos. Com
camisas novas, calças, meias e roupas
de baixo longas e quentes, pode agora
enfrentar as temperaturas geladas da
Mongólia.
Gambat saiu muito alegre, carregando um saco de roupas e vestido como
um homem livre.
“Se vocês forem generosos com o
faminto e doarem-se para o necessitado, sua vida começará a brilhar na
escuridão, as sombras da sua vida serão
banhadas com a luz do sol. Sempre lhes
mostrarei para onde ir” (Isa 58:9, 10).*
Lutando Pela Vida de Seu Filho
Parecia impossível para a mãe,
jovem, solteira e desempregada,
conseguir os 850 dólares necessários
para uma derivação no cérebro de
seu filhinho de um ano. Ela implorou
a ajuda, sem obter sucesso, de várias
organizações e empresas antes de ir à
ADRA. Desejávamos prover o valor total necessário, mas, com tantas pessoas
pedindo ajuda, tivemos que limitá-las
a não mais de 100 dólares por pessoa.
Fizemos uma lista de outros possíveis
doadores para a jovem mãe, mas
descrevendo os desafios médicos que
a criança enfrentava. Usando plásticos
para proteger cada página, organizei
uma página de informação esclarecendo todos os dados de seu caso. Anexa,
estava uma carta do governador do
subdistrito, o diagnóstico médico de
hidrocefalia, uma fotografia da criança
e a preciosa lista de doação. O primeiro
nome da lista era o da ADRA; ao lado,
estava o carimbo da instituição e o valor doado. Esperávamos que essa prova
de autenticidade encorajasse outros a
doar também.
Após duas semanas de incansáveis
visitas a várias organizações, ela havia
arrecadado apenas 375 dólares. Fez
uma lista fiel de todas as organizações
visitadas e as razões pelas quais a maior
parte delas não dera qualquer ajuda
financeira.
Contamos, então, sua história para
nossa equipe e eles responderam com
enorme generosidade. Em uma tarde,
conseguimos mais 266 dólares e o
inesperado aconteceu. Foi dada a ela
a oportunidade de ir a um programa
de televisão para falar do seu desafio.
Um telespectador comoveu-se com sua
situação e ofereceu-se para pagar pela
derivação, permitindo que ela usasse
o resto do dinheiro arrecadado para a
cirurgia, hospitalização, acompanhamento médico pós-cirúrgico e até com
algum alimento.
Nossas orações foram atendidas.
O Senhor a proveu com dinheiro
mais que suficiente para suprir suas
necessidades.
“Jesus foi objetivo: Você não terá
nenhuma chance se quiser fazer por
si mesmo. Terá todas as chances do
mundo se permitir que Deus faça”
(Mc 10:27).*
Espetáculo de Alegria
Esperamos por cinco meses para
que, finalmente, chegasse da Austrália,
a preciosa caixa contendo 52 pares de
óculos. Um grupo de oftalmologistas
daquele país foi à Mongólia como
voluntários, no verão, visitou 22 escolas
num período de duas semanas, fez exames oftalmológicos em mais de quatro
mil crianças e adultos. Embora tenham
levado malas cheias de óculos, não
puderam prover óculos com prescrição
correta para todos; assim, enviaram
mais.
Tive o privilégio de distribuí-los aos
16 estudantes que esperavam ansiosamente. A alegria era evidente no rosto
deles. Alguns estavam preocupados,
achando que “os australianos moravam
tão longe que não se lembrariam de sua
promessa”, e agora se alegravam, porque
a promessa não fora esquecida.
Que sentimento pode ser comparado à alegria que vem com a oportunidade de ajudar alguém em necessidade?
“Você nunca vai estar errado se
lembrar-se sempre do que nosso Mestre
disse: Você vai ficar muito mais feliz dando do que recebendo” (At 20:35).
* Os textos bíblicos são da versão The Message. Copyright 1993,
1994, 1995, 1996, 2000, 2001, 2002. Usado com permissão da
NavPress Publishing Group.
Llewellyn Juby é regional da ADRA no
Sudão.
Maio 2009 | Adventist World
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A R T I G O D E C A PA
l a b o r a t ó r i o
de
R
LIDERANCA
aios de sol coroam o topo dos coqueiros à medida que a
manhã revela os jardins cuidadosamente cultivados e a
sequência de telhados vermelhos dos prédios, no campus do
Adventist International Institute of Advanced Studies, AIIAS
(Instituto Internacional Adventista de Estudos Avançados).
Figuras isoladas caminham a meditar pelas calçadas, perdidas em seus pensamentos matinais. O canto dos pássaros
Gina Wahlen é jornalista free-lance, em
Silver Spring, Mariland, USA. Ela e o esposo,
Clinton, que é diretor associado do Instituto
de Pesquisa Bíblica, serviram no AIIAS de
2003 a 2008.
16
Adventist World | Maio 2009
:
nas sebes bem aparadas chama a atenção. Um grupo de estudantes se ajoelha no jardim tropical de oração, pronunciando
suavemente orações que se misturam com o borbulhante
barulho da água.
Não muito longe, nos apartamentos dos alunos, os aromas
de todas as partes do mundo inundam o ar, transformando
em um desjejum gourmet para os sentidos. Logo o campus
estará vivo, com alunos e professores, em sua jornada para
transformar o mundo.
O AIIAS é uma das cinco instituições de ensino avançado
administradas pela Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, e a primeira fora da América do Norte.1 Localizada a
aproximadamente 50 quilômetros ao sul de Manila, o campus
está na porta de entrada da Ásia, na chamada “Janela 10/40”,
região do mundo onde a presença de cristãos e adventistas é
a menor no globo.2 Com professores e alunos vindos de mais
de 40 países, o campus tem um distinto sabor internacional:
sem predominância de qualquer cultura.
“Sentimo-nos bem-vindos e amados e, quanto mais
tempo ficamos aqui, mais próximos ficamos das pessoas.
Agora sim, compreendo o que é a igreja mundial!” diz Marcel
Wieland, pastor vindo da Alemanha. Ele e a esposa, Nicola,
graduaram-se recentemente no AIIAS.
Essa instituição, especializada em cursos de educação
avançada, concentra-se na formação de líderes para que
voltem a seus países bem habilitados, com conhecimento em
várias áreas, para servir à Igreja Adventista.
“O AIIAS foi fundado para suprir uma necessidade urgente de oferecer educação de alta qualidade aos adventistas,
com programas internacionais de pós-graduação na Ásia”,
diz o Dr. Stephen Guptill, presidente da instituição. “Estamos
formando pessoas para atender às necessidades de liderança
nessas áreas.”
Trazendo Mudanças
Desejadas
China: Linda Zhu (Zhu Qing Yan),
da China, é uma dessas alunas. Linda
graduou-se em teologia em 1996 e
no mestrado em 1998. Ao retornar à
China, começou a abordar as questões
prementes de habitação e ambientais,
em Zhejiang, sua província natal, na
região nordeste do país, onde introduziu a construção de prédios com
estejam. Como parte do seu projeto, Júlia criou um programa
de educação pré-natal e, em suas viagens pelas perigosas áreas
montanhosas ao redor de Kabul, treinou as parteiras locais.
Em 2007, Júlia foi uma das primeiras alunas a se formar em
um curso totalmente online, oferecido por uma instituição
adventista.
Mongólia: A maior parte dos três milhões de
habitantes da Mongólia tem menos de 30 anos
de idade: a maioria é atéia. Até o início dos anos
90, não havia adventistas do sétimo dia no país.
Quando os missionários da linha de frente chegaram para partilhar a fé, Bold Batsukh foi um
dos primeiros a ser batizado. Com profundo
sentimento por seus compatriotas, Bold quis tornar-se pastor e foi o primeiro ministro adventista
do sétimo dia a ser ordenado na Mongólia. Em
busca de mais instrução, Bold fez seu mestrado
em Divindade no AIIAS, graduando-se em 2005.
Hoje, serve como pastor da igreja da capital,
Ulaanbataar. A Igreja Adventista na Mongólia é
ainda jovem e Bold está na vanguarda para incentivar e formar jovens para serem membros
ativos da igreja.
Países Islâmicos: Noel Nadado, nativo da ilha
Mindanao, predominantemente muçulmana, ao
sul das Filipinas, completou seu mestrado em
religião no AIIAS e continua trabalhando em um
programa de doutorado. Uma parte de sua tese
doutoral – “Por que Cristãos se Convertem ao Islamismo: na Perspectiva Filipina” – foi publicada
História do AIIAS
fardos de palha. Por sua iniciativa, foram construídas mais de
600 casas, culturalmente apropriadas e energeticamente
eficientes, além de três escolas. Hoje, ela está servindo como
diretora da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos
Assistenciais (ADRA) na China.
Afeganistão: O fato de viver em
um país devastado pela guerra não
deteve a estudante Júlia Shayunossova de concluir seu mestrado em saúde
pública pelos cursos oferecidos online
pelo AIIAS. O Departamento de Ensino a Distância foi criado em 2001
para oferecer qualidade, formação
cristã para profissionais dedicados
em qualquer parte do mundo onde
Por Gina
Wahlen
no Jornal do Seminário Adventista da Ásia (JSAA,) chamando
a atenção de todo o mundo. A pesquisa de Nadado baseia-se
em sólida fundamentação teórica dos ministros “fabricantes
de tendas” que trabalham em países islâmicos – incluindo
sugestões do que pode ser feito para encorajar os crentes a
permanecerem fiéis cristãos.
Profundidade e Amplitude
O AIIAS oferece cursos de doutorado pela Escola de
Estudos Avançados e pelo Seminário Teológico, assim como
uma variedade de cursos de mestrado online e por meio de
uma rede de Centros de Ensino a Distância por toda Ásia. Em
2007, o AIIAS distinguiu-se como uma das primeiras instituições educacionais adventistas a formar alunos, em nível de
mestrado, com cursos totalmente online.
Maio 2009 | Adventist World
17
Em 2007, a escola lançou o doutorado (Ph.D) em Administração – primeira instituição adventista a fazê-lo. “Tem
havido uma demanda crescente de alunos para doutoramento
na área de liderança empresarial e educação”, diz o Dr. Ron
Vyhmeister, diretor do departamento. “Nosso desejo é que
esse curso nos ajude a preparar professores de administração
imbuídos de atitude cristã.” No momento, nove alunos fazem
o curso.
Professores visitantes têm comprovado que o AIIAS
construiu uma forte tradição acadêmica, atraindo professores
de alto nível, a maioria com diplomas de universidades
renomadas em todo o mundo. O baixo número de alunos por
professor oferece as vantagens de grupos pequenos, inclusive
na relação interpessoal.
oportunidade de aprender sobre outras culturas do mundo.
Amizades para toda a vida nascem do convívio e do fato de
aprenderem juntos os valores fundamentais do amor a Deus
e pelo serviço de Sua igreja. “Esse é o resultado do que aprendemos aqui no AIIAS”, diz Joseph Bieksza, aluno e presidente
da classe de Mestrado em Divindade. “Não é apenas o fato de
recebermos um diploma. É claro que desenvolvemos nossas
habilidades, mas aqui o propósito principal é ensinar como
tocar vidas e imitar Jesus.” Na turma de Bieksza, um grupo
de 95 formandos, havia 21 países representados: África do
Sul, Alemanha, Bangladesh, Canadá, China, Congo, Coreia,
Estados Unidos, Filipinas, Gabão, Holanda, Indonésia, Japão,
Malásia, Mianmar, Moldávia, Nigéria, Ruanda, Tailândia,
Taiwan e Tonga.
Os alunos do AIIAS são incentivados a praticar a fé ao
desenvolver atividades evangelísticas na comunidade. Uma
dessas atividades é o evangelismo semanal no Presídio
Dasmarinas, na cidade vizinha, onde uma nova congregação
adventista do sétimo dia, com 200 pessoas, se reúne semanalmente para o culto.3 A congregação foi criada a partir de
um esforço evangelístico dirigido, no presídio, por professores e alunos do AIIAS. Esse ministério também construiu
um novo prédio para o presídio, ajudando a aliviar a superlotação.
Duas vezes por ano, é realizada uma semana de oração,
reunindo alunos, professores, funcionários e suas famílias
todas as manhãs e noites para adorar e orar juntos. Frequentemente, os oradores dessas semanas são líderes famosos
nesse tipo de reavivamento espiritual (veja quadro).
No outono de 2009, uma necessidade urgente da escola
será suprida quando for inaugurado o novo prédio multifuncional, com um grande auditório para cultos, várias salas de
aulas e estúdio/laboratório de mídia.
A missão do AIIAS de expandir a presença da Igreja na Ásia, resultou na
abertura para contato em locais específicos através de iniciativas especializadas.
Enquanto muitas universidades internacionais lutam
para conseguir boas bibliotecas, a Leslie Hardinge Library,
biblioteca da escola, é formada por mais de 50 mil volumes,
oferecendo as ferramentas necessárias para pesquisa dos
alunos em nível de pós-graduação. Assinaturas de periódicos da imprensa secular e de bancos de dados acadêmicos
oferecem aos interessados o acesso, na íntegra, a mais de
mil jornais. A biblioteca também possui um Centro de
Pesquisa Ellen G. White – um dos 14 centros administrados
pela Igreja Adventista em todo o mundo. O Centro também
possui uma vasta coleção de material histórico da Igreja
Adventista.
Atmosfera do Campus Estimula Aprendizado
Como não há uma cultura dominante, nem mesmo a
filipina, o campus oferece a muitos alunos sua primeira
18
Adventist World | Maio 2009
Conhecendo Uns aos Outros
A vida no AIIAS não é apenas missão e estudos. Todos os
meses de janeiro, a comunidade do AIIAS separa dois dias
para realizar as “Miniolimpíadas”, das quais times formados
por alunos, professores e funcionários participam em vários
esportes. Associado às miniolimpíadas está o Festival de
Culinária Internacional, onde se pode desfrutar, ao mesmo
tempo, autênticas especialidades da cozinha européia, asiática,
africana, norte e sul americana.
No mês seguinte, é realizada a tradicional “Noite Cultural”, durante a qual o programa pode apresentar a graciosa
cerimônia coreana de leques, o tamasudare japonês, o tradicional e elaborado modo indonésio de contar histórias, as
apresentações africanas, canções folclóricas europeias, música
latina com os tradicionais instrumentos de sopro e os coloridos desfiles filipinos.
Construindo Pontes
A missão do AIIAS de expandir a presença da igreja na
Ásia tem propiciado a construção de pontes em determinadas
áreas, por iniciativas especializadas, como no Qatar e China, e
por meio de programas de intercâmbio cooperativo.
Em 2006, os professores do Seminário Teológico do AIIAS
fizeram uma viagem histórica à China. A delegação encontrou-se com o Dr. Cao Shengjie, presidente e secretário geral
do Concílio Cristão Chinês (CCC). Pela primeira vez foi concedido a uma delegação adventista do sétimo dia o privilégio
de uma reunião oficial com o presidente dessa organização
religiosa oficial do governo chinês.
O grupo foi calorosamente recebido pelo Rev. Yu Xin Li,
presidente do Concílio Cristão de Pequim, Três Movimentos
Patriotas (TSPM) e presidente do Seminário de Pequim. A
delegação visitou vários dos dezoito seminários teológicos da
China, incluindo o seminário nacional em Nanjing.
Os professores de administração do AIIAS têm sido úteis à
China. Através de contatos realizados por um aluno, professores foram convidados a lecionar quatro matérias no Instituto
Nacional de Tecnologia de Pequim, em 2007.
Em 2008, foi inaugurado no Qatar um Centro de Ensino
a Distância (CED), o primeiro centro educacional do AIIAS
no Oriente Médio. Localizado próximo aos Emirados Árabes
Unidos e à fronteira da Arábia Saudita, esse pequeno país,
rico em petróleo, está procurando educação internacional
para seus jovens. Por meio desse CED localizado na capital,
Doha, o AIIAS oferece o curso de MBA a alunos desse país
predominantemente muçulmano.
Em seu campus principal, o AIIAS recebe alunos da
Indonésia, tanto muçulmanos como cristãos, por meio de um
programa de intercâmbio. Os oito alunos do intercâmbio (5
muçulmanos e 3 cristãos) estudavam economia, psicologia,
educação e saúde pública em universidades famosas da Indonésia. Após apenas um mês no AIIAS, estavam maravilhados
com a escola.
“A impressionante biblioteca e o clima amigável das
aulas me encorajam a usar meu senso crítico quando emito
opinião em classe”, disse um aluno. “Nesse lugar eu me sinto
circundado pelo amor.” Outro aluno comenta: “No AIIAS,
ganhei muito conhecimento e observei muitas coisas! Morar
com um grupo tão distinto, respeitando as opiniões e uns aos
outros, parece ser vantajoso para todos nós.”
Por mais de 135 anos, a Igreja Adventista do Sétimo Dia
tem feito grandes investimentos na qualidade da educação,
crendo que homens e mulheres com formação de nível serão
mais eficientes na missão. Na porta de entrada do continente
asiático, o AIIAS está formando uma nova geração de líderes
para evangelizar os milhões que ainda não conhecem o amor
de Jesus.
1
As outras são: Universidade Andrews (Berrien Springs, MI, EUA; Universidade Loma Linda
(Loma Linda, CA, EUA; Universidade Oakwood (Hunstsville, AL, EUA; Universidade Adventista da
África, Nairobi, Quênia).
2
Janela 10/40 é o termo usado pelos planejadores de missão para descrever a região entre os
10 graus de latitude sul e os 40 graus de latitude norte, faixa entre o oeste da África e o sudeste
da Ásia.
3
Veja o editorial “A Igreja Além dos Muros”, Adventist Review, 11 de setembro de 2008.
Semana de
Fortalecimento da Fe
O ventilador no teto do meu apartamento de visitas girava
tão rápido quanto meus pensamentos.
Dormi muito pouco em minha primeira noite no AIIAS, metade do mundo e 12 horas de distância de minha cama habitual.
Como orador convidado pela escola para a Semana de Oração
de agosto de 2008, eu conhecia os procedimentos formais da
semana que estava à minha frente: pelo menos uma dúzia de
sermões, várias palestras em salas de aula, muitas entrevistas
particulares com alunos e professores.
Assim como as lâminas do ventilador giravam e os grilos
“cantavam” ao longo da noite, eu perguntava a mim mesmo: A
que se parece o Adventismo nesta acolhedora e rica paisagem?
Que tipo de comunidade de fé é esse lugar de aprendizado?
Nove dias mais tarde, quando parti para o aeroporto, igualmente no meio da noite, eu tinha as respostas, muito, muito além
do que poderia pedir ou imaginar.
No AIIAS, encontrei uma comunidade de adventistas intelectuais – professores e alunos – centrados, com grande clareza e
fervor, no avanço da missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Nas sessões de aconselhamento e círculos de oração, descobri em todo o campus uma profundidade e maturidade espiritual que gostaria de ver reproduzida em cada uma das igrejas
de nossas quase cem universidades no mundo.
Ao cantarmos juntos, todas as manhãs e noites, revelavase a maravilhosa harmonia de tantas e tão diversas culturas
convivendo lado a lado, aprendendo e adorando em união.
A semana que passei no AIIAS fortaleceu minha confiança no futuro que Deus está preparando para Sua igreja
remanescente. Enquanto me encontrava com homens e mulheres que serão os professores, pastores e administradores
desse movimento mundial, cresceu minha certeza de que
cada peso, euro, dólar, real e iene aplicado na educação
adventista será, um dia, o melhor investimento.
Por Bill Knott, editor-chefe e administrativo
da Adventist World.
Maio 2009 | Adventist World
19
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
NÚME R O 2 8
Nova
Terra
Em
Por
Keisha McKenzie
Essa expectativa deveria determinar como vivemos hoje
S
empre que posso, quando viajo de
avião, escolho uma janela. Guardo
minhas coisas, afivelo o cinto de
segurança e fixo meus olhos primeiro
no solo, depois nas nuvens que vão se
movendo ao redor do jato. Plantações
de algodão misturam-se com desfiladeiros e montanhas vermelhas, enquanto
fachos brilhantes de luz solar se cruzam
no pálido azul do céu.
Os campos amarelos da Inglaterra
transformam-se em vales verdebrilhantes; os picos das montanhas
cinza-azuladas da Jamaica, em neblina;
as águas azul-cobalto da América, na
costa de areia branca.
Sempre fico admirada. A Terra é um
lindo planeta. Mesmo assim, os profetas
Isaías e João nos falam de uma nova
terra que excede toda essa beleza (veja Is
35; 65; Ap 21).
Sombra da Beleza
Quando pousamos na pista, entretanto, posso ver ainda mais. A beleza
que admirei olhando de cima, não
desaparece, embora eu também veja
algumas sombras nela – evidências do
conflito, injustiça e abuso contra as
pessoas, as criaturas e o solo.
Ao observar essas sombras, os ensinos da Bíblia sobre a Nova Terra podem
nos confortar e desafiar. Por meio deles
aprendemos que Deus fará total renovação, bem aqui, em nosso planeta.
As visões dos profetas não são especiais apenas porque mostram perfeição.
Elas também são especiais porque
mostram a beleza que um dia tivemos,
que ainda teremos e para a qual, hoje,
somos chamados por Cristo a entregar
nosso coração.
Bolo de Fumaça e Pão
de Cada Dia
Keisha McKenzie é
comunicadora técnica.
Escreveu este artigo
quando morava no Oeste
do Texas, EUA.
20
Adventist World | Maio 2009
Jesus lança esse desafio no Sermão
da Montanha (Mt 5-7). Entre as bemaventuranças e a casa construída sobre
a rocha, Ele nos pede que troquemos o
pesadelo das preocupações diárias pela
vida de confiança, agindo com coragem;
de um bolo de fumaça para o pão nosso
de cada dia. Essa mudança de atitude
não é uma sugestão. Jesus nos instruiu
a orar pelo “pão de cada dia” e seguir
amando os outros, cada dia, como um
testemunho de nosso relacionamento
com o Pai(Mt 5:38-48; 6:11).
Assim, todas as vezes que leio os
ensinamentos de Cristo, eu me forço
a voltar do futuro para o presente.
Quando Jesus nos ensina sobre a transformação futura, qual Seu desafio para
nossa vida hoje? Que aspectos da Nova
Terra estão, no momento, “em construção”? Ao mudar nossa abordagem
para hoje, como é possível nos alinhar
com alguns dos planos de construção
de Deus?
As visões dos profetas sugerem
dois aspectos de nossa vida que serão
transformados na Nova Terra: nossa
compreensão de tempo e espaço e como
nos relacionamos com a natureza e uns
com os outros. A atenção cuidadosa a
esses dois elementos pode nos ajudar a
aprofundar nosso relacionamento com
Deus – o eterno Criador e Salvador de
todos (Ap 21:3 e 4). Ao considerarmos
como lidamos com o tempo, espaço,
natureza e outras pessoas na Terra,
mostramos nosso compromisso com a
futura reconstrução.
Conexão Eterna
O tempo e o espaço têm dirigido
nossa vida desde que Deus estabeleceu
ritmos, tempos e estações para regular
as atividades terrestres (Gn 1 e 2). Ele
“estabeleceu os limites da sua habitação”,
e nos incentivou a povoar toda a Terra
(Gn 1:18; Is 45:18). Durante a vida,
aprendemos a respeitar nossos padrões
finitos: dia e noite, verão e inverno,
atividade e repouso. Os pastores trabalham com o ciclo de acasalamento
e ordenha, os jardineiros respeitam o
período de plantação e colheita, e as
nossas sociedades formalizaram o tempo através de relógios e festivais. Nossas
metrópoles, sempre em expansão, nos
forçam a ser conscienciosos com o espaço e até os nossos cultos tornaram-se
estruturados por essas duas medidas.
Nossa dependência de tempo e espaço
nos lembra de que somos finitos, e pode
ser essa a razão pela qual a eternidade
e o infinito nos fascinam: temos esperança de ter o que nos falta. O Pregador
disse que Deus “pôs no coração do homem o anseio pela eternidade” (Ec 3:11,
NVI). João também viu que “o primeiro
céu e a primeira terra passaram”, inclusive o Sol e a Lua; não havia mais o mar
divisor e havia alegria e contentamento
para sempre (Ap 21:1, 23:25; cf. Is
65:17, 18).
Como podemos compreender essas
imagens em um mundo passageiro e
limitado?
A palavra grega kairos, “o momento
oportuno”, é um modo de aproximarnos da amplitude e eternidade da Nova
Terra. Teólogos e retóricos comparam
kairos com chronos, ou tempo de
relógio finito. Para nós, kairos descreve
qualquer situação na qual sentimos que
Deus está agindo entre nós com um
propósito e na medida certa. Uma mente kairos, sensível, marca nosso tempo
e espaço com a assinatura de Deus e
salienta Sua significativa autoridade
sobre tempo, ordem e lugar.
Ao longo de nossa vida, esse sentimento estende nossa finitude e nos
conecta ao eterno e infinito Deus, que
nos chama para junto de Si. Conseguimos ver em nosso mundo Deus agindo
em nós e conosco, o tempo todo. Como
resultado, todas as coisas cooperam
para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o
Seu propósito (Rm 8:28). Ele está “sempre” conosco; somos Seu povo e Ele é
nosso Deus (Mt 28:20; Ap 21:3).
Redes Naturais
Mas as visões da Nova Terra não
devem sugerir apenas uma abordagem
diferente de tempo e espaço. Devem
também sugerir uma abordagem diferente da natureza e das pessoas. A Bíblia
diz que a natureza geme sob a atual
condição e “A natureza criada aguarda,
com grande expectativa, que os filhos de
Deus sejam revelados” (Rm 8:19, NVI).
Assim, os profetas descrevem a criação
restaurada à sua glória, equilíbrio e paz
originais. “O lobo e o cordeiro comerão
juntos, e o leão comerá feno, com o boi ...
Ninguém fará nem mal nem destruição
em todo o Meu santo monte, diz o
Senhor”(Is 65:25, NVI; cf. 35:1, 2).
Gênesis descreve a paz harmoniosa
entre todos os sistemas da Terra existente desde o princípio. Os capítulos
1 e 2 descrevem os seres humanos
cuidando da criação e sendo parte
dela. Deus nos formou do “pó da terra”
e nos pediu que a cultivássemos,
criando-nos para trabalhar na natureza
e em seu contexto (Gn 2:15). Todas
as partes da criação funcionavam em
harmonia, porque o domínio humano
não era limitado.
A natureza colabora com seus
mordomos humanos enquanto nós
respeitarmos as condições de vida
dos sistemas que a compõem. Como
aprendemos, até no jardim, quando
não respeitamos a ordem e os sistemas
da criação, toda a natureza sofre, e nós
também.
A mesma inter-relação e responsabilidade aplicam-se às nossas relações
humanas. A amorosa produtividade e os
relacionamentos prósperos da família
da Nova Terra reprovam, pelo contraste,
toda a destruição provocada pela humanidade (Is 65:19-24; Mt 5:21-48).
Jesus nos ensinou claramente que,
quando amamos a Deus, também
devemos nos amar uns aos outros. Isso
significa que é impossível desrespeitar
nossos irmãos sem desrespeitar nosso
Pai (1Jo 3:11-18; 4:7-21). Na Nova
Terra, “o mar já não existe”: não haverá
mais separação entre nós e Deus, nem
entre um ser humano e outro. Um conhecimento profundo entre Deus e Seu
povo substitui padrões duplos e divisão
de todos os tipos, pois todos são um em
Cristo Jesus (Rm 12; Ef 4).
Um belo mundo, sem sombras, é o
mundo em que você e eu planejamos
morar. Esse é o mundo que, em Cristo,
nos comprometemos a construir e
ocupar. Ele pede que nossa vida seja
os tijolos para a construção. Podemos
construir com confiança, porque Seu
alicerce é firme.
Nova
Na Nova Terra, em que habita justiça, Deus
proverá um lar eterno para os remidos e um
ambiente perfeito para vida, amor, alegria e
aprendizado eternos, em Sua presença. Pois
aqui o próprio Deus habitará com o Seu povo, e
o sofrimento e a morte terão passado. O grande conflito estará terminado e não
mais existirá pecado. Todas as coisas, animadas e inanimadas, declararão que
Deus é amor; e Ele reinará para todo o sempre. Amém. (2Pe 3:13; Is 35; 65:17-25;
Mt 5:5; Ap 21:1-7; 22:1-5; 11:15.)
Terra
Maio 2009 | Adventist World
21
D E S C O B R I N D O
O
E S P Í R I T O
D E
M AT T H E W
H E R Z E L
Bons Velhos Tempos?
Será que os “bons velhos tempos” eram realmente bons?
Geralmente, pensamos que o período entre a segunda metade
do século XIX e o começo do século XX, na América, era de
tranquilidade, charme, encanto e passeios despreocupados de
charrete pelos campos verdejantes. Entretanto, tente comprar
manteiga ou “margarina” no armazém da cidade. O historiador
Otto Bettmann descreve assim: “Os produtos de laticínio eram
para os produtores do período vitoriano, uma ótima oportunidade de improvisar; era necessária muita imaginação, não
escrúpulos … Nos anos 1800, esses produtos eram vendidos
pela respeitável quantia de 30 centavos o quilo, mas geralmente
estava rançoso, e era uma mistura de caseína com água, ou de
cálcio, gesso, gordura de gelatina e purê de batatas …
“As alternativas eram manteiga ‘adulterada’ … banha de
porco junto com todas as partes concebíveis dos animais
que o matadouro não conseguisse transformar em dinheiro,
processadas pelos fabricantes de óleo, em galpões imundos.
Adicionavam alvejantes à mistura para dar ao produto a aparência de manteiga de verdade. Um empregado da fábrica de
margarina em 1889 … [ficou] ‘com as mãos tão machucadas …
que suas unhas e cabelos caíram e ele teve que ser confinado
ao Bellevue Hospital por debilidade geral’.” 1
As antigas casas das fazendas eram rodeadas por jardins
de rosas, circundados de sujeira e adubo mal cheiroso que
Da
P R O F E C I A
atraíam centenas de carrapatos, portadores de doenças,
mosquitos e moscas. Os poços de água potável eram,
quase sempre, próximos aos celeiros, currais, chiqueiros
ou galinheiros, sem nenhuma drenagem. “A gordura da
cozinha, dejetos das latrinas e o líquido infiltrado dos animais” contaminavam a água, deixando o ar extremamente
malcheiroso. 2
Se você contraísse uma doença pelo ambiente sórdido, os
médicos do meio do século XIX poderiam dizer que a causa
da doença fora “muita vitalidade” e fariam uma sangria com
sanguessugas.3 Em uma nota no diário de Angeline Adrews,
lemos: “Carlos Beeman morreu esta manhã … Havia alguns
dias, ele estava com a garganta inflamada. Ontem, a garganta
foi lancetada e ele pensou que teria uma boa noite de sono.
Jantou substanciosamente. Por volta das onze horas, sua
esposa lhe deu uma dose de morfina, prescrita pelo médico.
Imediatamente ele dormiu e nunca mais acordou.”4
Os bons velhos tempos eram, na realidade, terríveis!
Ellen White e a Mensagem de Saúde
No dia 5 de junho de 1863, Ellen White participava de um
culto, com um pequeno grupo em Otsego, Michigan, quando
recebeu uma visão sobre saúde, durante 45 minutos. Quando
lhe pediram que a explicasse, ela apenas disse que não entenderiam tudo de uma vez. Essa visão veio num tempo em que
pa rc i a l i da de
à
tota l i da d e :
O Plano de Deus
Para o
Mundo
Perece
que
Por
Vicki Griffin
22
Adventist World | Maio 2009
o fumo era usado como tratamento de infecção do pulmão;
mercúrio e arsênico eram considerados tônicos de limpeza, e
a luz do sol, durante o dia, e o ar fresco da noite, causadores
de doenças.
O historiador adventista Mervyn Maxwell faz essa descrição
em seu livro Tell It to the World (Conte ao Mundo): “A visão falava contra o uso da bebida alcoólica, temperos fortes e sobremesas gordurosas. O tabaco foi denunciado como um ‘veneno
do tipo mais enganoso e maligno’, e o chá e o café, como tendo
efeitos ‘similares aos do tabaco’, mas em menor escala.
“Foi mostrado que é muito prejudicial comer muito, mesmo bons alimentos, comer entre as refeições ou pouco antes
de ir para a cama … A visão indicou solenemente o ‘alimento
animal’ (carne) como a principal causa do declínio da raça
humana. A carne suína, em particular, foi condenada …
“Trabalhar demais foi apresentado como um grande mal
… Ellen White foi instruída a tocar o alarme contra o uso de
‘drogas’ – arsênico, estricnina, subcloreto de mercúrio, etc.”5
Entre os conselhos positivos, estava: manter a residência
limpa por dentro e por fora; iluminada pelos raios de sol e
inundada por ar puro; alimentar-se com abundância de frutas
frescas, vegetais, grãos e castanhas. Fazer exercícios, especialmente ao ar livre; cultivar uma atitude mental de gratidão,
confiança em Deus e otimismo, segundo ela, são as maiores
salvaguardas da saúde.6 Nutrir hábitos regulares, bons hábitos
em relação ao sono e domínio próprio para a saúde, tanto
física quanto mental, porque “alimentar-se e dormir em horários irregulares suga as forças do cérebro”.7
A ciência mostra que tais conselhos, baseados na Bíblia e
escritos há tantos anos, são igualmente relevantes hoje. Recentemente, o estilo de vida adventista foi notícia numa edição especial da National Geographic, destacando “Os Segredos
da Longevidade”: “A Igreja Adventista, nascida durante o
período de reformas de saúde do século XIX, que popularizou
o vegetarianismo organizado, os biscoitos integrais e cereais
para o desjejum (John Harvey Kellogg era adventista quando
começou a fabricar flocos de trigo) – sempre pregou e praticou a mensagem de saúde.
“Ela proíbe, expressamente, o cigarro, consumo de álcool
e o consumo de alimentos biblicamente imundos, como o
porco. Também desencoraja o consumo de outras carnes,
alimentos gordurosos, bebidas cafeinadas e condimentos
‘estimulantes’. ‘A dieta escolhida por nosso Criador foi: grãos,
frutas, castanhas e vegetais’, escreveu Ellen White … Os
adventistas também guardam o sábado, desfrutando de um
tempo sagrado que ajuda a aliviar o estresse. Hoje, a maioria
dos adventistas segue o estilo de vida prescrito − um testemunho, talvez, do poder da união da saúde com a religião.”8
Estrelas Contam a História
O Estudo Adventista sobre saúde é um estudo sobre
os adventistas, iniciado em 1958 e que, até hoje, está em
andamento. Das populações estudadas, os adventistas são os
que mais vivem na Terra. Cinco comportamentos simples,
promovidos pela igreja ao longo de 100 anos, aumentam a
expectativa de vida em mais de dez anos: não fumar, dieta
baseada em plantas, consumir castanhas várias vezes por
semana, exercícios regulares e manter um peso corporal
saudável.9
Outros importantes hábitos de saúde, como descanso
adequado, guardar o sábado, praticar a gratidão e controlar
o estresse, também são proteções benéficas. Pesquisas revelam que o estilo de vida adventista reduz, significantemente,
o risco de muitas doenças crônicas, promove a saúde mental
e espiritual, aumenta a qualidade de vida e a longevidade.
Livros Para Crescimento
O livro A Ciência do Bom Viver, de Ellen White, é um dos
guias mais úteis para levar às pessoas que sofrem a mensagem
de Cristo para a cura. Muitos de seus outros escritos estão
repletos de conselhos sábios, práticos e inspirados sobre vida
saudável: Temperança, Conselhos Sobre o Regime Alimentar,
Conselhos sobre Saúde e Mente, Caráter e Personalidade. Esses
livros destacam a visão de Deus para um viver saudável unida
à pregação de nossas doutrinas, a conexão mente/corpo,
orientações sobre dieta e estilo de vida, princípios gerais sobre
saúde mental e física e guia espiritual para aqueles que lutam
contra problemas específicos.
Vida Mais Abundante
Jesus foi enviado para um ministério de cura: “Enviou-Me
a curar os quebrantados do coração. A pregar liberdade aos
cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade
os oprimidos.”10 Deus, porém, promove mais do que a
remoção do quebrantamento e maus hábitos; Ele quer que
desfrutemos um estilo de vida saudável que nos prepare para
o Céu. Encontramos na Santa Bíblia e nos escritos inspirados
de Ellen White, o manual básico, as promessas e a força para
praticarmos tal estilo de vida.
O. Bettman, The Good Old Days—They Were Terrible (New York: Random House, 1974), p. 116.
Ibid., p. 51.
C. Mervyn Maxwell, Tell It to the World: The Story of Seventh-day Adventists (Mountain View, Cal.:
Pacific Press, 1977), p. 206.
4
Ibid.
5
Ibid., p. 207.
6
Veja A Ciência do Bom Viver, p. 281.
7
The Youth’s Instructor, 31 de maio, 1894, p. 198.
8
“The Secrets of Long Life,” D. Buettner, National Geographic Magazine, novembro de 2005,
p. 22, 25.
9
Adventist Health Study Report 2008, vol. 5, p. 5.
10
Lucas 4:18, 19.
1
2
3
Vicki Griffin, MPA, MACN, é diretora do
Departamento de Saúde da Associação dos
Adventistas do Sétimo Dia de Michigan, em
Lansing, Michigan, EUA.
Maio 2009 | Adventist World
23
H E R A N Ç A
A D V E N T I S T A
A
White Moonshiners (fábrica de uísque), no estado
americano do Mississipi, enviou uma mensagem
ameaçadora para a jovem enfermeira negra,
adventista, a educadora que acabara de abrir uma
escola com apenas uma sala e estava visitando as igrejas, aos
domingos. Eles a avisaram que se não parasse de ensinar as
pessoas como parar de beber, seria “tirada de circulação”.
Anna Knight respondeu: “Quando vocês estiverem prontos para atirar, eu estarei pronta.”
Isso foi em 1898 e a obra adventista no Mississipi estava
apenas começando. Em Vicksburg, o barco a vapor Morning
Star, capitaneado por Edson White e seguindo as instruções
de Ellen, sua mãe, tornou-se o centro de um amplo ministério para libertar escravos e meeiros. Todas as semanas,
cultos, sermões e aulas eram levados a efeito, a bordo do
Morning Star. Havia, também, uma gráfica no navio, na qual
Edson imprimiu 75 mil cópias do seu livro O Rei Vindouro,
que era vendido para manter o trabalho na região sul.
Não estando contente com instruções religiosas apenas,
Edson White, do Morning Star, ensinou até mesmo diversificação na plantação da lavoura. Ele instou com os agricultores que trabalhavam em grandes plantações de algodão
para alcançar maior auto-suficiência econômica mediante
a criação de galinhas e abelhas, como também a melhoria
da qualidade do solo pelo cultivo de amendoins, morangos,
tomates e couve.
O ministério sediado no Morning Star espalhou-se por
todo o Mississipi e, na realidade, por todo o sul. Umas das
pessoas alcançadas por ele foi Ana Knight, filha de um
escravo que, de algum modo, aprendeu a ler, e conheceu
os folhetos produzidos pelos adventistas. Diligentemente,
começou a se corresponder com as pessoas que haviam lhe
enviado os panfletos.
Posteriormente, esses adventistas a convidaram a unir-se
a eles e a ser batizada, o que foi aceito por ela. Conseguiram,
então, que Anna frequentasse uma escola em Battle Creek,
Michigan, EUA. Ali ela completou o curso, primeiro na
Escola Industrial e finalmente, em 1898, de enfermagem, pelo
Colégio Médico Missionário Americano.
Quando John Harvey Kellogg, diretor do colégio,
descobriu que Anna estava aceitando o chamado para ser
missionária, dizendo que gostaria de voltar para o Mississipi,
deu-lhe o que dava aos outros formandos: despesas com
o transporte para retornar ao Mississipi, um uniforme de
enfermeira e todas as cópias que ela precisava de seus livros
de psicologia.
Anna voltou para casa, no Mississipi, e iniciou uma
escola para todos os que quisessem entrar num barraco
de madeira, na fazenda de seu tio. Em poucos meses, ela
mudou a escola para um novo prédio, cuja construção
24
Adventist World | Maio 2009
ulher
Meterminada
D
Por Roy Branson
Anna Knight foi uma
mulher com quem
podia se contar
a n n a
k n i g h t
supervisionou pessoalmente. Ela ensinava 24 alunos das oito
séries, além de viajar para visitar as escolas dominicais na
sua região.
Baseada em suas aulas de Bíblia em Battle Creek e na filosofia de ministério completo, ela ensinava caligrafia, leitura,
aritmética e culinária aos adultos.
Deu especial ênfase à necessidade de saúde e temperança.
Dessa experiência, ela escreveu mais tarde: “Quando montava
meu gráfico de fisiologia e mostrava às pessoas o que a bebida
causava em seu coração, fígado, rins e outros órgãos, eles tiveram medo e pararam de comprar uísque.”
Por esse motivo, ela foi ameaçada pelos fabricantes da
bebida.
Após a ameaça, Anna comprou um cavalo bem rápido e
começou a carregar um revólver e uma espingarda. Como
excelente amazona e atiradora, certa vez, até cavalgou através
de um corredor de inimigos, deslizando para baixo do
pescoço do cavalo enquanto atiravam nela. Audaz, ela pendurou a espingarda no canto da sala de aula e continuava
ensinando o povo sobre os males do alcoolismo.
“Eu levava meus livros e minha arma, todos os dias, para
o trabalho”, escreveu ela. “Quando meus inimigos perceberam
que eu não tinha medo, deixaram de me causar problemas.”
O Dr. Kellogg conseguiu que ela participasse da famosa
Conferência Geral de Battle Creek, em 1901, onde a denominação Adventista do Sétimo Dia foi reorganizada em sua
estrutura moderna. Anna foi delegada – com voz e voto −
e prestou um relatório do trabalho que realizava no campo
missionário do Mississipi.
Mas um apelo para o serviço missionário em terras
estrangeiras, feito na Conferência Geral, produziu forte
impacto nela. Ela amava seu trabalho no Mississipi e havia
arriscado a vida por ele, mas cria que deveria comprometerse e ir para o campo missionário. Sem sequer voltar para
casa, tomou providências para que seus familiares continuassem o seu trabalho em sala de aula e viajou diretamente
para Nova York, a bordo de um navio a vapor e, de lá, para
a Índia.
Em 1901, Anna Knight tornou-se a primeira mulher
negra, de todas as denominações, a ser enviada para a Índia,
como missionária, e assim como todos os adventistas, em
todos os lugares que vão, fazia de tudo. “Trabalhei em muitas
áreas”, escreveu ela. Extraía dentes, lancetava furúnculos e
abscessos, fazia a contabilidade para a Missão, dava
aulas de Bíblia e inglês e vendia literatura.
Essa filha do solo do Mississipi também cria nos princípios da rotação de culturas e começou a ensinar às pessoas
como deveriam arar e adubar a terra.
“Bem”, disseram eles, “isso pode funcionar na América, mas
não na Índia.”
Ela conseguiu, então, uns bois, atou-os a um bom arado
americano e plantou canteiros com nabos, couve-flor, tomates, beterrabas e outros vegetais, ensinando os camponeses
como cultivá-los.
“Houve uma colheita de vegetais como nunca haviam visto
antes em Karmatar”, ela disse. Desse início, ela supervisionou
a criação de uma instituição médica, escola para treinamento,
uma gráfica e uma igreja, virtualmente recriando outra Battle
Creek.
Quando de férias nos Estados Unidos, Anna ouviu que
os fabricantes de uísque, no Mississipi, haviam fechado sua
escola. Resolveu, então, não retornar à Índia, mas voltar ao
seu campo missionário de origem e reabrir a escola, dessa vez,
no centro da sua cidade natal.
Em 1909, deixando sua querida escola aos cuidados de sua
irmã, Anna mudou-se para Atlanta, na Georgia, e começou
a fazer palestras sobre saúde, aos domingos, além de dirigir
uma escola noturna na Associação Cristã de Moços (ACM),
onde ensinava primeiros socorros e enfermagem doméstica.
Seu relacionamento com a ACM teve início na Índia, pois
a organização ficou impressionada com sua combinação de
evangelho da saúde com educação que considerou seriamente
usá-la como modelo para o programa nacional.
Anos mais tarde, foi convidada para cargos de liderança
em nível de Associação e União da Igreja Adventista. Em
1932, foi eleita secretária associada dos departamentos
Missionários do Lar, Missionários Voluntários e Educação
para a União do Sul. Ela ainda insistia em mudar a sociedade. Ao morrer, em 1972, com 98 anos de idade, Anna
trabalhava como presidente da Associação Nacional de
Professores Negros.
Anna Knight foi uma heroína adventista na reforma social, num tempo em que relativamente poucos se envolviam.
Para os adventistas, são verdadeiramente adventistas aqueles
que se lançam a tarefas espinhosas e desafiadoras, livrando
as pessoas de doenças e incapacidades, e demonstrando concretamente como será a resplendente cidade do Apocalipse,
na qual todas as lágrimas serão enxugadas e a morte não
mais existirá.
Sem dúvida, Anna Knight foi esse tipo de adventista que
transforma o mundo e proclama o evangelho eterno.
Roy Branson, hoje jubilado, foi por muitos
anos professor de colégios e universidades
adventistas, bem como diretor do Instituto
Washington, em Washington, D.C., EUA. Esse
artigo é uma republicação da edição da Adventist Review de
12 de fevereiro de 1998 (www.adventistreview.org).
Maio 2009 | Adventist World
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P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P E R G U N T A : Qual
é o significado da expressão
“perseverança dos santos” em Apocalipse 14:12?
Para a igreja de Éfeso, Jesus disse: “Conheço as suas obras,
o seu trabalho árduo e a sua perseverança” (Ap 2:2, NVI).
As obras são definidas como trabalho árduo e perseverante.
O contexto indica que, nesse caso, “perseverança” se refere
osto dessa pergunta. Ela se refere à vida cristã e como à opressão causada pelos ataques à doutrina interna. Em
deve ser vivida, em lugar de pormenores interessantes Apocalipse 2:3, hupomonē é usada para descrever a resposta
que, geralmente, não impactam significativamente
dos fiéis ao ataque dos falsos mestres. Embora sob opressão,
nosso relacionamento com Deus. Os que gostam de estudar
eles perseveraram em sua fé a qualquer preço. O mesmo uso
a Bíblia devem tentar compreender o máximo possível sua
é encontrado em Apocalipse 2:19, cujo contexto sugere que
mensagem e conteúdo. Entretanto, se esse estudo não faz de
os falsos ensinos de Jezabel ameaçavam a fé e a comunidade,
nós melhores cristãos, estamos perdendo tempo. Assim, o que embora muitos deles se opuseram corajosamente a ela. A
significa “perseverança dos santos”?
igreja de Filadélfia parecia estar enfrentando conflitos internos, mas os verdadeiros fiéis foram chamados pelo Senhor
1. Significado do Termo: O termo grego traduzido por
para resistir, sabendo que o Senhor iria livrá-los (Ap 3:10).
“perseverança dos santos” é hupomonē, que expressa a ideia
Em Apocalipse 13:10, a igreja
de suportar ou permanecer
é perseguida, mas lembrada a
firme sob circunstâncias difípermanecer fiel à convicção
ceis. Poderia ser traduzido por
de que o Senhor retornará e
“paciência” ou “esperança”. Na
reverterá a sua sorte.
literatura grega, ela é atribuída
a uma atitude de perseveran3. Perseverança e o Povo
ça agressiva e desafiadora ao
de Deus no Tempo do Fim: A
enfrentar dificuldades e inforúltima passagem que aplica o
túnios. Revela coragem, pertermo hupomonē para desigsistência e disposição diante
nar o povo de Deus do temdo sofrimento. Essas ideias
po do fim descreve-o como
expressam bem o significado
aqueles que têm a “paciência
principal do termo hupo
dos santos”, que guardam os
(“sob”) e men ō (“permanemandamentos de Deus e têm
cer”), ou seja, “permanecer
a fé de Jesus (Ap 14:12). O
sob” pressão, sem desistir.
contexto imediato (capítulos
Por Angel Manuel Rodríguez
Na Bíblia, é acrescentada
12 e 14) torna claro que a
uma nova dimensão de sigcapacidade de resistir, de
nificado. A tradução grega do
suportar, é necessária porque
Antigo Testamento usava esse termo para traduzir algumas
os poderes do mal proclamam a falsa mensagem, ou seja, conpalavras hebraicas para “esperança”. Por essa razão, adicionou vida o povo a adorar a imagem da besta. E porque sua vida
ao termo grego a ideia de expectativa, espera (Jr 14:8; Sl
está sendo ameaçada, estão sob imensa pressão (Ap 13:15).
71:5). Essa esperança era considerada como vinda de Deus, a
Entretanto, eles resistem sabendo que podem confiar no livraesperança de Seu povo. O termo grego expressava não apenas
mento do Senhor. Essa resistência é baseada no compromisso
paciência e perseverança sob pressão, mas também a base
pessoal com o Cordeiro e na profunda convicção de que Ele
para essa perseverança, isto é, confiança e esperança em Deus, os libertará.
que pode libertar Seu povo de situações ameaçadoras que
Em Apocalipse, hupomonē é a característica chave dos
trazem angústia para a alma.
remanescentes que enfrentaram perseguição, sofrimento e
engano. Alguns dos leitores podem estar enfrentando, hoje,
2. O Uso de Hupomonē no Apocalipse: O substantivo
perseguição; outros podem estar lutando contra falsos
hupomonē é usado sete vezes no livro de Apocalipse (sete é
ensinamentos. A mensagem para todos nós é: Permaneça fiel
um número comum e recorrente no livro). Ele designa a core firme mesmo sob pressão, estando completamente seguro
reta resposta do povo de Deus quando sua fé é ameaçada. Em
de que pode esperar pelo Senhor.
Apocalipse 1:9, é destinada à experiência de João e das igrejas
para as quais escreve.
Eles eram co-participantes no sofrimento, no reino e
na “paciente perseverança”. Unidos a Cristo, suportaram
corajosamente os sofrimentos e aflições, enquanto esperavam
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisa
Bíblica da Associação Geral.
pelo Reino de Deus.
G
Fiel
Mesmo
Sob
Pressão
26
Adventist World | Maio 2009
E S T U D O
B Í B L I C O
que
é
F
Transforma Vidas
Por Mark A. Finley
Alguma vez você já questionou o que Jesus quis dizer quando afirmou que, se tivermos fé
tão pequena como um grão de mostarda, moveremos montanhas? O que faz com que a fé
seja tão poderosa? Por que parece que alguns cristãos têm muito dessa fé e outros têm tão
pouco? Na lição de hoje, estudaremos como ter muito dessa fé que transforma vidas.
1.
Que pedido importante os discípulos fizeram a Jesus?
“Então disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé” (Lc 17:5).
Os discípulos pediram a Jesus para aumentar sua
.
Na sua opinião, por que eles fizeram esse pedido?
2.
Como Jesus respondeu ao pedido dos discípulos?
“Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e
transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá” (Lc 17:6).
Jesus disse que se a fé dos discípulos fosse tão pequena como um
,
veriam grandes milagres.
A semente de mostarda é uma das menores sementes que existem. Mesmo a menor
quantidade de fé transforma vidas. Quando Jesus disse que a fé do tamanho de um grão
de mostarda seria suficiente para arrancar uma amoreira pela raiz e transplantá-la dentro
do mar, Ele estava ilustrando o incrível poder da fé.
3.
De onde vem a fé? Como podemos recebê-la? A fé pode ser gerada por nós mesmos?
“Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo, além do que
convém, antes, pense com moderação segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12:3).
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir
variação, ou sombra de mudança” (Tg 1:17).
Fé é uma
que vem do
.
A fé não é algo que construímos; é algo que recebemos como presente do Céu. Quando
aceitamos Jesus e nos tornamos parte da família de Deus, nosso Pai celeste dá a cada um
de nós uma medida de fé.
Maio 2009 | Adventist World
27
4.
Que papel a fé desempenha em nossa salvação?
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8).
Somos salvos pela
.
Somos salvos por meio da
.
A fé não é nossa Salvadora; Jesus é nosso Salvador. Salvação é um presente da graça.
Quando, por um ato de fé, confiamos em Deus, recebemos Sua graça. Mesmo quando
exercitamos a fé para receber o presente da salvação de Deus, é também um presente.
Nosso papel é escolher aceitar o presente que, gratuitamente, Deus nos oferece.
5.
Além de sermos salvos pela fé, o que mais a fé realiza em nossa vida? Como Jesus
descreve o papel da fé?
“Para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que
recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em Mim”(At 26:18).
Somos
pela fé.
A palavra “santificar” significa separar algo para um propósito santo. Está relacionada a
algo consagrado ou feito santo. Quando aceitamos a salvação de Jesus pela fé, Ele inicia
em nós uma obra de santificação ou nos faz santos. Pela fé, confiamos em Sua graça para
nos salvar da penalidade do pecado e, pela fé, cremos em Sua graça para nos salvar do poder
do pecado.
6.
Qual é o segredo de uma vida cristã vitoriosa, feliz e livre de culpa?
“Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1:17).
“Visto que andamos por fé, e não pelo que vemos” (2Co 5:7).
Vivemos pela
.
Andamos pela
.
Viver e andar pela fé é viver, diária e continuamente, confiando em Deus. Quando
exercitamos a fé que Ele colocou em nosso coração e confiamos nEle como nosso melhor
amigo, sabendo que deseja somente o nosso bem, nossa fé é fortalecida e experimentamos
uma vida cristã abundante.
7.
Que conselho deu Jesus aos Seus discípulos em relação à vida cristã vitoriosa?
“Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus” (Mc 11:22).
Jesus insistia com Seus seguidores a ter fé em
.
Fé em Deus é o segredo para lidar com a preocupação, ansiedade, culpa, medo e frustração.
Deus colocou em nosso coração uma medida de fé e, todos os dias, temos a promessa de que
Ele aumentará nossa fé. Nossa fé cresce ao lermos Sua Palavra e ao deixarmos os desafios de
nossa vida com Ele. Tiremos os olhos de tudo que nos deixa perplexos e, confiando nossa vida
em Suas mãos, viveremos uma vida cristã cheia de fé e alegria.
No próximo mês, daremos início a uma série de
estudos sobre o livro do Apocalipse, com
“O Incomparável Jesus
do Apocalipse”.
28
Adventist World | Maio 2009
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Já É Tempo
Escrevo em reposta aos comentários da
seção Perguntas Bíblicas de março de
2009, sobre o tema “Já é Tempo”, por
Angel Manuel Rodríguez: “Os períodos
de tempo mencionados em Daniel
12:11, 12 (1290 dias e 1335 dias) devem
ser compreendidos como literais ou
simbólicos?”
A melhor discussão sobre esses
textos que já encontrei está em Daniel
e Apocalipse, por Urias Smith. Se
considerarmos a recomendação de
Ellen White sobre Daniel e Apocalipse
(veja “Declarações relativas às Considerações sobre Daniel e Apocalipse”,
Manuscritos, v. 1, p. 60-65), devo dar
crédito ao que Smith escreveu.
Considere também o artigo de
J. N. Loughborough na Advent
Review and Sabbath Herald, de 4 de
abril de 1907.
Clarence W. Blue
Collegedale, Tennessee,
Estados Unidos
Alongamentos
Obrigada pela matéria “Convivendo
com Dor Ciática Crônica”, escrita por
Allen R. Handysides e Peter N. Landless
(março de 2009). Sugiro à pessoa que
sofre desse mal que tente exercícios de
alongamento. Foi muito benéfico para
mim. Faço alongamentos como primeira atividade do dia e à noite, antes de
dormir. Os exercícios produzem grande
alívio à tensão muscular. Estender os
braços acima da cabeça e dobrar o
corpo para tocar os artelhos e lateral
externa dos pés realmente torna meus
músculos mais flexíveis, aliviando o
desconforto da dor.
Faço alongamentos por, no mínimo,
cinco minutos.
Roberta Goodman
Idaho, Estados Unidos
“Escolhi o
Sábado”
Obrigado pelo
artigo de capa
“Escolhi o Sábado”, por Andrew
McChesney (fevereiro de 2009). A
dolorosa luta de
Daniel Lisulo, sob
extrema pressão exercida pela reitora da
faculdade de medicina, é uma história
que jamais esquecerei. O comportamento insensível, cruel e rude da reitora
reflete a cultura ateísta da Rússia, uma
década após a queda da União Soviética.
É inacreditável que alguém possa
testar, tão maldosamente, um aluno
estrangeiro, vindo da África. Após exigir
que soletrasse corretamente algumas
palavras, a reitora mudou para música,
fazendo com que Daniel cantasse perfeitamente cada palavra. Cem palavras,
foi um milagre! “Você é incrível!” exclamou ela, em inglês. “Você é muito bom!
Vá e acredite em seu Deus!”
Sim, o compromisso de obedecer a
Deus, a convicção de guardar o santo
sábado e a coragem para permanecer
firme, mesmo que fosse “expulso” da
faculdade de medicina – tudo isso é
uma poderosa história e maravilhoso
testemunho de um zambiano com
apenas 18 anos de idade.
Keith R. Mundt
Riverside, Califórnia,
Estados Unidos
Uma Luz no Caminho
Obrigada pelo artigo “Uma Luz no
Caminho”, de Ron Laing (dezembro de
2008), sobre um dos quadros de Harry
Anderson.
Usei esse artigo quando fui ao
hospital visitar um senhor com câncer
de pulmão. Quando mostrei aquele
quadro ao paciente, ele o contemplou
por algum tempo e, então, colocou a
revista sobre seu peito, em um gesto de
abraço. Disse-lhe que Jesus estava ao pé
da cama, exatamente como ilustrado
no quadro, e Seu desejo era que ele Lhe
entregasse o coração.
Nos poucos minutos que fiquei
com aquele paciente, ele demonstrou
tranquilidade e paz. Ele disse que o
prognóstico médico era de apenas mais
uns dias de vida, mas, após contemplar
aquela pintura, sua confiança em Deus e
em Seu Filho Jesus Cristo foi restaurada.
Com o apoio de uma irmã da igreja
que tem uma conexão da Internet, vi
outros quadros de Anderson, que são
lindos e espiritualmente edificantes.
Maio 2009 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Que Deus continue a abençoar toda a
equipe dessa revista ao escolher os artigos e ilustrações de cada edição. Espero
que no futuro vocês publiquem outros
quadros de Anderson, a quem Deus
dotou com um talento especial para
ilustrar as passagens bíblicas.
Rosario Tello
Cidade do Panamá, Panamá
Vícios e Comportamentos
de Risco
Muito obrigado por publicar o artigo
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
“Vícios e Comportamentos de Risco”,
pelos Drs. Allen R. Handysides e Peter N.
Landless (dezembro de 2008). Sou professor em uma escola adventista e li esse
artigo para meus alunos. Eles têm uma
atitude positiva em relação aos cristãos,
especialmente por causa da educação
adventista. Alguns, inclusive, sofrem com
diferentes tipos de vícios. Por favor, orem
para que esses alunos mudem de atitude
e abandonem os vícios.
Sijo Kurian Antony
Pune, Índia
mente os artigos do Espírito de Profecia
e “Nos Ombros do Papai”, na edição de
fevereiro de 2008.
Muito obrigado, novamente, e que
Deus abençoe todos os planos para
Sua obra.
Irankunda Nicolas
Douala, Camarões
Nos Ombros do Papai
Obrigado pela revista Adventist World.
Mesmo não a recebendo regularmente,
as poucas que recebi me ajudaram em
minha luta contra o mal, especial-
O LUGAR DE ORAÇÃO
Peço aos adventistas de todo o mundo
que orem por mim e por minha família
em relação aos seguintes assuntos:
Quero passar em meus exames; meus
irmãos e irmãs no Zimbábue precisam
encontrar paz; meus pais necessitam
de uma vida melhor e eu preciso encontrar algum tempo para cuidar deles
também. Creio que, com Deus, nada é
impossível.
Harrison, Malavi
Por favor, orem para que Deus abençoe
e proteja meu avô que, com 83 anos de
idade, teve um câncer diagnosticado. Sei
que, aos olhos divinos, tudo é possível.
Angel, Estados Unidos
30
Adventist World | Maio 2009
Estou procurando trabalho. Por favor,
orem por mim.
Robert, Tanzânia
Muito obrigada por suas orações. Agora
tenho um emprego, graças a Deus! E
muito obrigada a todos que separam
um tempo para orar pelos outros – que
sejamos soldados do mesmo Espírito!
Por favor, agora orem para que eu
encontre a pessoa certa para ser meu
esposo. Não quero cometer um engano
e, mais tarde, me arrepender por isso.
Netsai, Zâmbia
Por favor, orem por meus alunos e os
problemas que estou enfrentando em
relação ao sábado. Orem também por
um grande amigo meu.
Okassa, França
Trabalho em Taiwan. Dificilmente vou
aos cultos aos sábados, porque tenho de
trabalhar. Meu patrão não me permite
faltar, pois não há ninguém que me
substitua. Sei que Satanás está feliz com
isso. Por favor, orem para que Deus faça
um milagre. Estou me candidatando a
um emprego no Canadá.
Gedion, Filipinas
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
A
Igreja Guardadora
do Sábado
A
ndravinambo é uma vila pequena e
tranquila, conhecida pela baunilha
em sua floresta e localizada entre
duas grandes cidades na costa nordeste de
Madagáscar. A maioria dos evangelistas
tende a realizar campanhas em grandes
centros e ninguém acredita no que aconteceu
nessa vila quando Deus encontrou outra
maneira de salvar almas para Sua glória.
Um pequeno grupo de adventistas
costumava viajar para vários lugares
vendendo panelas. Um dia, chegaram
a Andravinambo. Como de costume,
planejaram descansar no sábado e, por
Grupo de fiéis no local onde a
isso, perguntaram aos moradores se havia
nova igreja será construída.
alguma igreja adventista na vila. A resposta
foi negativa.
Insatisfeitos com a resposta, os visitantes fizeram outra pergunta: “Vocês conhecem algum grupo de pessoas que faz cultos aos sábados?” Os moradores responderam gentilmente que havia alguém que cultuava todos os sábados em uma casa.
Quando chegaram ao local, viram uma placa em frente, onde se podia ler: “Igreja
Guardadora do Sábado”. Dentro havia cerca de cinquenta pessoas adorando.
Após o culto, os visitantes perguntaram a um dos líderes, catequista da igreja
protestante, um pouco mais sobre o grupo. Ele disse que estavam ouvindo a Rádio
Mundial Adventista (RMA) todos os dias e, convencidos da verdade, decidiram
seguir a vontade de Deus porque queriam estar prontos para a segunda vinda de
Jesus. Ao saber que deveriam santificar o dia de sábado, decidiram adorar a Deus
nesse dia e por essa razão escolheram o nome “Igreja Guardadora do Sábado”.
Sabiam que a RMA pertence à Igreja Adventista, mas não se atraveram a usar
seu nome até que encontrassem um pastor adventista que lhes dissesse o que
deviam fazer. Enquanto isso, seguiam tudo o que aprendiam ouvindo os programas
da RMA, diariamente, e aos sábados, discutiam as verdades bíblicas que haviam
ouvido.
Surpresos e impressionados, os adventistas relataram essa história ao pastor
distrital mais próximo, responsável pela região de Sambava. Imediatamente, o pastor
planejou uma série evangelística em Andravinambo e após o evangelismo, um ancião
foi designado para ir, todos os finais de semana, cuidar do grupo de crentes. Uma
senhora do grupo doou um terreno para construir um templo adventista na vila.
A RMA fez a semeadura e a igreja local está encarregada do acompanhamento
da semente plantada.
–Por Pr. Ramanantsalama Berjoseclin, responsável pelo distrito de
Sambava, quando escreveu a história, e Elian Andriamitantsoa, diretor do
estúdio da RMA em Madagáscar.
F O T O :
C O R T E S I A
D A
R Á D I O
M U N D I A L
A D V E N T I S TA
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela
Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
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Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
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A menos que indicado de outra forma, todas as referências
bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.
Vol. 5, No. 5
Maio 2009 | Adventist World
31
Q U E
L U G A R
É
E S S E ?
O Lugar Das
PESS
DEN T R O
D A
AS
C A I X A
(curtos pensamentos de leitores sobre a Bíblia e nossa fé)
Estamos testemunhando uma geração em que a violência, o ódio e a
crueldade são revelados em muitas faces nas ruas, nos locais de trabalho e
em todo lugar. Esse é o resultado da miséria, doenças, drogas e inúmeras
outras influências diabólicas. Somente a história de Jesus, Sua vida, morte,
ressurreição, ascensão e breve retorno podem trazer esperança a um mundo
como este. Portanto, vamos levar a mensagem do Seu amor, cuidado, misericórdia e promessa a este mundo perdido.
– Eleazar Ufomba, estudante de teologia, Nigéria
VID A A D V EN T I S TA
Um dia, em nosso período de férias, meu tio veio nos visitar. Foi a
primeira vez que minha filha mais velha (então com 7 anos de idade) teve
a chance de observar cuidadosamente uma pessoa fumar. Após alguns
minutos de observação, ela cochichou: “Essa é a chupeta do diabo.”
– Zarina Da Graça, Brampton, Ontário, Canadá
DO
MÊS
“Não diga às
pessoas para
fazer o que você
diz, e sim, o que
você faz.”
– Juanita Pretorius, diretora do Riverview
Wellness Center, Kafue, Zâmbia, durante
uma palestra de saúde no curso de
Evangelismo Médico Missionário.
D H O LT
S A N
C O N H EÇA SEU VIZINHO
“não adventistas”. Sandholt também
Kari Lill Sandholt é norueguesa,
com quase 70 anos, e está realizando era a palestrante convidada para a
campanha evangelística da Missão
um trabalho incrível. No momento,
patrocina os estudos de quatro garo- Global 2005, em Kutus, Quênia,
quando iniciou esse projeto. Na
tas em um internato adventista, no
foto, Sandholt aparece com uma das
Quênia. Seu amor transcende todas
as religiões, culturas, nacionalidades estudantes.
e identidades tribais, porque duas
– Enviado por Edward Kimotho, coordenadessas meninas são consideradas
dor do Distrito de Kutus, Quênia.
RESP O S TA : Em Manágua, Nicarágua, Rebeca Ortiz posa para um fotógrafo, em seu vigésimo
terceiro aniversário. Ortiz trabalha num laboratório de análise de mercúrio e diz que Deus
sempre nos dirige com Suas santas mãos.
R I
K A
FRASE