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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO ROSANA KISIL A ADERÊNCIA ENTRE O CONSTRUCTO DA SUSTENTABILIDADE E A PRÁTICA DAS ONGs SÃO PAULO 2008 ii ROSANA KISIL A ADERÊNCIA ENTRE O CONSTRUCTO DA SUSTENTABILIDADE E A PRÁTICA DAS ONGs . Dissertação apresentada à Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas como requisito para a obtenção do título de Mestre em Administração de Empresas. Campo de Conhecimento: Gestão Ética, Socioambiental e de Saúde Orientador: Prof. Dr. Mário Aquino Alves SÃO PAULO 2008 iii Kisil, Rosana. A aderência entre o constructo da sustentabilidade e a prática das ONGs / Rosana Kisil. - 2008. 230 f. Orientador: Mario Aquino Alves. Dissertação (mestrado) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo. 1. Desenvolvimento sustentável. 2. Organizações não-governamentais Administração. 3. Associações sem fins lucrativos - Administração. 4. Desenvolvimento institucional. I. Alves, Mário Aquino. II. Dissertação (mestrado) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo. III. Título. CDU 347.471.8 iv ROSANA KISIL A ADERÊNCIA ENTRE O CONSTRUCTO DA SUSTENTABILIDADE E A PRÁTICA DAS ONGs Dissertação apresentada à Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas como requisito para a obtenção do título de Mestre em Administração de Empresas. Campo de Conhecimento: Gestão Ética, Socioambiental e de Saúde Data de Aprovação: 30/6/2008 Banca Examinadora: ___________________________________ Prof. Dr. Mário Aquino Alves (Orientador) FGV - EAESP ___________________________________ Prof. Dr. Rosa Maria Fischer USP - FEA ___________________________________ Prof. Dr. Edmilson Alves de Moraes FGV - EAESP v Dedicatória Dedico este trabalho a todos os meus clientes, antigos, presentes e futuros, porque geram idéias, pensamento crítico, fraternidade, emoção e criam uma mistura original que me faz sentir vontade de continuar participando desta jornada humana que é a construção do bem e da paz. Dedico também a todas as organizações e pessoas que se importam com os outros seres viventes e assumem sua responsabilidade, mesmo que indireta, agindo em favor da vida. SÃO PAULO 2008 vi Agradecimentos Agradeço à minha mãe, Antonietta Velloni Kisil, que foi quem me estimulou primeiro a fazer o Mestrado, a estudar, a perseverar, e a meu pai, André Kisil, que foi quem fez tudo isso também e se interessou por cada etapa do trabalho e o discutiu comigo. Sem eles eu não teria essa alegria. Agradeço ao Eduardo Marino, meu marido e orientador intelectual na evolução das idéias, co autor de muitos raciocínios que foram desenvolvidos, motivador sem igual e pai amoroso que cobriu minhas faltas enquanto eu estava mergulhada nos estudos. Agradeço às minhas crianças lindas, os três meninos Ian, Thomas e Angelo, que acompanharam cada conquista, nota, trabalho, aula, pesquisa, estudo. São mais do que companheiros, são iluminadores da minha alma. Agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. Mário Aquino Alves, pelas idéias e textos brilhantes, pela humildade e firmeza em mistura rara, por tudo o que aprendi com seu conhecimento e sensibilidade. Agradeço ao IDIS, ao Instituto Fonte e ao Centro de Estudos do Terceiro Setor – CETS / FGV pelas oportunidades de aprendizagem e trabalho como fontes do amadurecimento profissional. Ao CNPq, pelo apoio financeiro. Ao Prof. Dr. José Carlos Barbieri, por importantes diretrizes iniciais. Aos colegas de Curso, que foram verdadeiros companheiros de jornada. Ao Elvis Fernando Arruda pela ajuda gentil no acesso ao Mapa do Terceiro Setor. Ao professor Fidel Beraldi, pelo apoio didático e eficaz na estatística. E aos professores da FGV, especialmente Prof. Edmilson Alves de Moraes, Prof. Wilton de O. Bussab, Prof. Maria José Tonelli, Prof. Maria Cecília Coutinho de Arruda, marcantes figuras que se importam com a delicada atividade de ensinar e me dedicaram atenção. vii Algo fundamental perdeu-se; mais técnicas não irão consertar o que se formou. Alvesson e Deetz viii RESUMO O cerne da Sustentabilidade como conceito contemporâneo é a inclusão de uma lógica diferente da tradicional dentro do sistema social: o cuidado com os aspectos econômicos, humanos e ambientais como orientadores de decisões para toda e qualquer atividade produtiva em exercício (produtos, serviços, bem estar humano). Responder ao constructo da sustentabilidade exige das organizações um sistema complexo de gestão sobre suas trocas com o meio. Nas Organizações Não Governamentais (ONGs) o funcionamento organizacional tem também buscado um estado duradouro de produção de resultados de utilidade pública, adotando formas de gestão que variam entre o tradicionalismo e a inovação, numa tentativa de equilibrar-se com fatores emergentes como a responsabilidade social interna, a capacidade de aprendizagem e a responsabilidade ambiental. Esta pesquisa propõe um composto de Critérios aplicativo dos princípios orientadores da sustentabilidade ajustados às ONGs: substitui os tradicionais elementos que só se aplicam às empresas, como “lucro” e “produção limpa”, por elementos equivalentes nas ONGs, como “produção de resultados” e “inovação metodológica”. Esses ajustes foram feitos a partir da literatura analisada e são sustentados durante toda a dissertação. Diversos estudos e modelos científicos sobre a eficiência, efetividade e sustentabilidade de organizações foram fontes elementares desta pesquisa, para propor um instrumento operacional de medição sobre o quanto uma ONG reflete o constructo da sustentabilidade em sua gestão. A pesquisa é não experimental de caráter exploratório e se utiliza de métodos quantitativos e qualitativos, quando os dados resultantes foram discutidos com um Grupo Foco. A proposição, descrição e validação teórica deu origem ao modelo teórico global de 26 indicadores agrupados em seis Critérios: Governança, Inovação, Produção de Resultados, Gestão e Impacto Econômico-Financeiro, Gestão Social, Gestão, Educação e Impacto Ambiental.. Foi aplicado um Questionário com noventa questões para um Universo de 161 ONGs em três áreas de atuação- Educação não formal, Meio Ambiente e Desenvolvimento Comunitário, cadastradas no Mapa do Terceiro Setor (FGV-EAESP / Centro de Estudos do Terceiro Setor), e o índice de respostas foi de 54%. A partir dessa coleta os dados foram analisados de modo quantitativo (estatísticas descritivas, análises e escores fatoriais) e qualitativo (grupo focal), donde surgiram hipóteses emergentes e conclusões para uma inferência descritiva do Universo da pesquisa. As Hipóteses Emergentes resultantes versam sobre a dissociação entre gestão organizacional da economia interna e do meio, a participação da ONG na economia de mercado e a ocorrência de um isomorfismo mimético e normativo nas ONGs. Tece ainda conclusões e provocações para novas investigações. Palavras Chave: Sustentabilidade, ONGs, Terceiro Setor, Institucionalização, Desenvolvimento Sustentável. ix ABSTRACTS The core of Sustainability as a concept is the inclusion of a different logic, different of the traditional one, inside the social system. the careness with the economics, human and environmental aspects as guider of any and all decisions of any and all productive activity (products, services, welfare). The responsiveness to the sustainability construct requires from organizations a complex system of management about their exchanges with the environment in general. Non Governmental Organizations (NGOs) are also on track, looking for a kind of functioning that permits them durable state in producing outcomes to benefit more and more people; in order to get that, they are assuming models of management that vary between the traditionalism and innovation, trying to balance the classics issues with the emergent ones, as social responsibility, learning capacity or environmental responsibility. This research proposes a compound of Criteria made from the guide principles of sustainability adjusted to NGOs: there is some substitution of elements that only fit in profit organizations, like “profit” or “clean technology” by equivalents like “outcomes” and “methodological innovation”. These settlements were made starting from the analyzed literature and they are sustained during the entire dissertation. Many studies and scientific models about effectiveness, efficiency and organizational sustainability were elementary sources to this Research. From these contributions was possible to elaborate an operational tool to measure how much an NGO reflects the construct of sustainability in its management. This is a non experimental research with exploratory approach that makes use from quantitative analysis and ends using some qualitative approach by discussing the data with a focus group. The proposition, description and theory validation produced the global theorist model of Sustainability to NGOs, which gathered 26 indicators in groups of six Criteria. The Criteria are: Governance, Innovation, Production of Results, Management and Economic and Financial Impacts, Social Management and Environmental Management, Education and Impact. A Questionnaire with 90 questions was applied to a Universe of 161 NGOs in three areas of work: Non Formal Education, Community Development and Environmental Work registered in “Chart of Third Sector”, (FGV-EAESP / Studies Center of Third Sector). The responsiveness was 54%. The data was analyzed with quantitative techniques (descriptive statistics and factorial analysis) and qualitative (focus group), from where emerged hypothesis and conclusions to a descriptive inference of the Research universe. There is Emergent Hypothesis about the dissociation between the organizational management of internal issues and environment issues, the demand of NGOs to participate on the market economy and the occurrence of mimetic and normative isomorphism in NGOs. The dissertation ends concluding about future possibilities of investigations from this point to ahead. Keywords: Sustainability, NGOs, Third Sector, Institutionalization, Sustainable Development. x SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1 PARTE I. Revisão de Literatura 4 Capítulo 1 5 A evolução do conceito de Desenvolvimento: dos sistemas abertos à sustentabilidade 1. Marcos Históricos 2. Debates, controvérsias. 5 5 12 Capítulo 2 16 As Organizações e sua relação com o desenvolvimento sustentável 1. As Organizações como Sistemas Abertos 2. O papel das organizações na institucionalização do conceito de sustentabilidade 3. A ligação entre desenvolvimento sustentável e desempenho econômico ou... a institucionalização da sustentabilidade nas empresas 3.1 SqEME Approach – As Quatro Janelas da Sustentabilidade. 3.2. Modelo de Construção do Valor Sustentável 16 16 22 28 31 36 Capítulo 3 45 As Organizações do Terceiro Setor na Perspectiva da Sustentabilidade 1. Aspectos Gerais 2. Desafios e Controvérsias relacionadas à ONGs 3. Modelos de Gestão 45 45 48 57 Capítulo 4 65 Indicadores de Sustentabilidade 1. Conceito 2. A construção de consenso entre instituições para a definição de indicadores 3. Índices de Sustentabilidade 4. Validação Teórica dos Critérios de Sustentabilidade identificados Critério 1 – Governança Critério 2 – Capacidade de Inovação Critério 3 – Produção de Resultados Critério 4 – Gestão e Impacto Econômico-Financeiro Critério 5 – Gestão Social Critério 6 – Gestão, Educação e Impacto Ambiental 65 65 67 70 76 79 82 88 92 95 97 PARTE II. Metodologia da Pesquisa 99 Capítulo 5 100 Objetivos 100 xi Metodologia 101 1. Universo e Amostragem da Pesquisa 104 1.1. Sistema de Referência e Universo da Pesquisa. 104 1.2. Plano Amostral. 108 2. Mensuração e Coleta dos Dados 109 2.1. Modelo Teórico. 109 2.2. Coleta dos Dados. 111 3. Análise dos Dados 113 3.1. Medidas Descritivas: Média, Desvio Padrão, Coeficiente de Variação, Moda, Mediana 114 3.2. Consistência Interna: Coeficiente Alfa de Cronbach 118 3.3. Comparação de Médias: ANOVAs 119 3.4. Análise Fatorial Comum por Componentes Principais 121 PARTE III. Conclusões 138 REFERÊNCIAS 157 APÊNDICES 167 Paulo APÊNDICE A - Relação das 327 ONGs cadastradas nas três áreas de atuação no Estado de São 168 APÊNDICE B – Pré Teste 177 APÊNDICE C – Questionário 180 APÊNDICE E – Medidas Descritivas das Questões 189 APÊNDICE F – Missing Values das Questões 190 APÊNDICE G – Alfas de Cronbach 193 APÊNDICE H – ANOVAs Comparação de Médias 201 APÊNDICE I - Análises Fatoriais 211 xii Lista de Figuras Figura 1. Linha do Tempo: Marcos Conceituais sobre Desenvolvimento e Sustentabilidade (elaboração própria) ...................................................................................................................................................................... 12 Figura 2. Duas formas de representação da relação pobreza-degradação ambiental ............................................. 13 Figura 3. Dimensões da RSC como instrumento da Sustentabilidade ................................................................... 33 Figura 4. Níveis de Evolução da Sustentabilidade Corporativa ............................................................................ 35 Figura 5. Envolvendo stakeholders da "franja" (elaboração própria) .................................................................... 39 Figura 6. Evolução do Modelo de Construção de Valor para o Modelo de Valor Sustentável ............................. 41 Figura 7. Intensidade de impacto das organizações de suporte nos desafios das ONGs (BROWN E KALEGAONKAR, 2002) ............................................................................................................................ 51 Figura 8. CVF - Competing Values Framework .................................................................................................... 58 Figura 9. Delta Model ........................................................................................................................................... 62 Figura 10. Clover-Leaf Organization (LIEVEGOED, 1991) ................................................................................ 63 Figura 11. Modelo Trevo (PAULA E SILVA, 2000) ............................................................................................ 64 Figura 12. Processo de Construção de Índices ...................................................................................................... 67 Figura 13. Funções dos Indicadores (elaboração própria) ..................................................................................... 69 Figura 14. Mapeamento dos principais autores e vetores de indicadores de sustentabilidade abordados ............. 78 Figura 15. Modelagem do constructo Governança ............................................................................................... 82 Figura 16. Cadeia do Lucro ................................................................................................................................... 83 Figura 17. Cadeia de Resultados Sociais das ONGs ............................................................................................. 85 Figura 18. Modelagem do constructo Inovação .................................................................................................... 87 Figura 19. Primeira iluminação: os elementos constitutivos do desenvolvimento. ............................................... 89 Figura 20. Segunda iluminação: o Desenvolvimento avaliado pelo nível de renda e pelo nível de capacidades. . 91 Figura 21. Modelagem do constructo Produção de Resultados ............................................................................ 92 Figura 22. Fluxo de transformação de valor em organizações sem fins lucrativos ............................................... 93 Figura 23. Modelagem do constructo Gestão e Impacto Econômico-Financeiro .................................................. 95 Figura 24. Modelagem do constructo Gestão Social ............................................................................................. 97 Figura 25. Modelagem do constructo Gestão e Impacto Ambiental ...................................................................... 98 Figura 26. Evolução do erro amostral ................................................................................................................. 103 Figura 27. Sistemas de Referência de ONGs....................................................................................................... 105 Figura 28. Modelo Teórico do constructo Sustentabilidade ................................................................................ 110 Figura 29. Quatro situações em relação aos Fatores "Economia Endógena" e "Gestão Ambiental" (elaboração própria) ....................................................................................................................................................... 128 xiii Lista de Quadros Quadro 1. Visões Comparadas de Sustentabilidade nas abordagens organizacional e ambiental ......................... 24 Quadro 2. Hipóteses sobre o processo de institucionalização do conceito "Sustentabilidade" ............................. 26 Quadro 3. Visão Comparada sobre as Responsabilidades da Empresa ................................................................. 32 Quadro 4. SqEME Approach - As Quatro Janelas da Sustentabilidade ................................................................. 33 Quadro 5. Comparação do conteúdo evolutivo nas Visões de Construção de Valor ao Acionista (elaboração própria) ......................................................................................................................................................... 38 Quadro 6. Polaridades Estratégicas de Gestão nas ONGs ..................................................................................... 52 Quadro 7. Panorama de Definições de Indicadores ............................................................................................... 65 Quadro 8. Adaptação das Dimensões, Critérios e Indicadores do Questionário do ISE........................................ 73 Quadro 9. Dimensões de Indicadores do IPRS ...................................................................................................... 76 Quadro 10. Indicadores do Critério Gestão, Educação e Impacto Ambiental ....................................................... 98 Quadro 11. Questões importantes dentro do Fator 1 de cada Critério (elaboração própria)*.............................. 132 Quadro 13. Grupo Foco de Discussão dos Resultados da Pesquisa .................................................................... 135 xiv Lista de Tabelas Tabela 1. Ritmo de Crescimento das FASFIL. ...................................................................................................... 48 Tabela 2. Comparação entre os dois Sistemas de Referência: IBGE e Mapa do Terceiro Setor ......................... 107 Tabela 3. Universo de Pesquisa e Evolução do Plano Amostral ......................................................................... 108 Tabela 4. Medidas Descritivas das Questões menos contributivas (elaboração própria) .................................... 115 Tabela 5. Medidas Descritivas das Questões mais contributivas (elaboração própria) ....................................... 115 Tabela 6. Medidas Descritivas dos Indicadores (elaboração própria) ................................................................. 116 Tabela 7. Medidas Descritivas dos Critérios (elaboração própria) ...................................................................... 117 Tabela 8. Proporção de Missing Values (elaboração própria) ............................................................................. 117 Tabela 9. As questões de maior proporção de Missing Value (elaboração própria) ............................................ 117 Tabela 10. Alfas de Cronbach para os Critérios (elaboração própria) ................................................................ 118 Tabela 11. Comparação de Médias por Área de Atuação (elaboração própria) .................................................. 119 Tabela 12. Comparação de Médias por Porte (elaboração própria)..................................................................... 120 Tabela 13. Comparação de Médias por Idade (elaboração própria) .................................................................... 120 Tabela 14. Comparação dos R2 de cada ANOVA (elaboração própria) .............................................................. 121 Tabela 15. Cargas Fatoriais dos Critérios pesquisados (elaboração própria) ...................................................... 124 Tabela 16. Cargas e Comunalidades dos Critérios com Dois Fatores (elaboração própria) ................................ 126 Lista de Gráficos Gráfico 1. Sedimentação de Cargas Fatoriais ..................................................................................................... 125 Gráfico 2. Distribuição Espacial das Cargas Fatoriais ........................................................................................ 125 Gráfico 3. Dispersão das ONGs de Educação segundo seus escores em cada Fator (elaboração própria) .......... 129 Gráfico 4. Dispersão das ONGs de Desenvolvimento Comunitário segundo seus escores em cada Fator (elaboração própria) .................................................................................................................................... 130 Gráfico 5. Dispersão das ONGs de Meio Ambiente segundo seus escores em cada Fator (elaboração própria) 130 Gráfico 6. Evolução dos registros das ".org" na Internet. .................................................................................... 147 1 INTRODUÇÃO Este trabalho faz parte da Linha de Pesquisa “Gestão Ética, Socioambiental e de Saúde” e tem como foco o conceito de Sustentabilidade aplicado às ONGs. Os diálogos entre os setores - Governo, Empresas e Organizações Não Governamentais (ONGs) têm mostrado presença cada vez maior de termos relacionados à efetividade organizacional, cada setor baseado em suas crenças típicas e diferentes compreensões sobre como uma organização pode mostrar que se sustenta em longo prazo. Em verdade, nem dentro de um mesmo setor há consenso absoluto. Nesse contexto, a palavra sustentabilidade alcançou uma popularidade indiscutível e observa-se seu uso nas mais diferentes situações: tem um “tom” moderno e responsável, abre possibilidades e parece, por si, prestar contas a todos sobre um comportamento organizacional maduro. A questão é: a prática organizacional, onde o conceito de sustentabilidade implica em ter um tipo de gestão específico, reflete a linguagem? Há indícios de que a compreensão coletiva vive certa confusão entre a sustentabilidade como conceito contemporâneo que integra diferentes aspectos da vida sócioeconômica intra e inter organizacional e a própria sustentação organizacional, que remete à capacidade da organização em se manter e produzir resultados. A sutil diferença é, provavelmente, parte do processo de institucionalização do conceito; ao amadurecer, talvez, o sentido será um só, o da longevidade e efetividade, mas, ainda não o é. Essas sutilezas podem conduzir a um modelo de gestão tradicional ou a outro, mais sintonizado com as discussões e controvérsias da sociedade atual. O discernimento entre ambos pode alavancar o diálogo inter setorial e aprimorar a qualidade dos debates. Tentando contribuir para recuperar um processo racional com concepção mais ampla, que inclua mais grupos na determinação social e que supere a comunicação e linguagem distorcida, esta pesquisa se coloca. O constructo Sustentabilidade foi sendo elaborado desde os primeiros pensadores que compreenderam os sistemas abertos de natureza física, biológica e social até os recentes encontros globais de discussão sobre o futuro do planeta Terra. Os paradigmas superados consecutivamente ao longo de décadas, reconhecem a complexidade e o inter-relacionamento de questões críticas como pobreza, desperdício, degradação ambiental, decadência urbana, crescimento populacional, desigualdade de gêneros, conflitos e violência aos direitos humanos, interdependência dos serviços públicos básicos e trabalho. O cerne da Sustentabilidade como conceito contemporâneo é a inclusão de uma lógica diferente da tradicional dentro do sistema social: o cuidado com os aspectos econômicos, 2 humanos e ambientais como orientadores de decisões para toda e qualquer atividade produtiva em exercício (produtos, serviços, bem estar humano). Responder ao constructo da sustentabilidade exige das organizações um sistema complexo de gestão sobre suas trocas com o meio. Na busca de ampliar a aderência entre o conceito e o setor privado, a proposta original do tripple bottom line foi desdobrada em diversos estudos que culminaram em modelos facilitadores, como o da Câmara Européia de Comércio, exposto por Marrewijk e Hardjono, (SqEME® Approach) e o Modelo de Construção de Valor Sustentável, elaborado por Hart e Milstein. Esses e outros modelos aplicados ao setor corporativo conectam a convencional construção de valor à busca por sustentabilidade, incluindo no vocabulário do mundo dos negócios a atenção ao meio ambiente, às necessidades sociais e ambientais. No caso específico das ONGs o funcionamento organizacional tem buscado um estado duradouro de produção de resultados de utilidade pública sob formas de gestão que variam entre o tradicionalismo e a inovação, num movimento de equilibrar-se com fatores emergentes, como a responsabilidade social interna, a capacidade de aprendizagem e a responsabilidade ambiental. Nesta pesquisa é proposto um composto de Critérios ajustados às ONGs que substitui os tradicionais elementos aplicados às empresas, como “lucro” e “produção limpa”, por elementos equivalentes, como “produção de resultados” e “responsabilidade ambiental”. Esses ajustes foram possíveis a partir da literatura analisada e assim sustentados, foi possível afirmar que, equivalente ao valor sustentável ao acionista, o resultado socioambiental de uma ONG contribui para sua longevidade efetiva. O Conceito de Aderência. A pesquisa procurou elementos que pudessem constituir um instrumento de operacionalização do constructo e, assim, verificar se há aderência entre ele e as ONGs. Na física, aderência é a propriedade da matéria pela qual se unem duas superfícies de substâncias iguais ou diferentes quando entram em contacto e se mantém juntas por forças intermoleculares. Na prática da gestão, significa a intensidade com que uma organização segue determinada orientação ou conceito relacionado ao seu universo de trabalho. Aderência fica definida aqui como a força de contato entre o constructo construído pela teoria relacionada e a prática das ONGs. O Capítulo 1 dedica-se a explicitar estas e outras abordagens alimentadoras e divide-se em quatro partes: a evolução do conceito de desenvolvimento, a compreensão de organizações como sistemas efetivamente integrados ao desenvolvimento sustentável, o Terceiro Setor, as ONGs e sua inserção e, finalmente, os indicadores de sustentabilidade. 3 O Capítulo 2 explicita os Objetivos e a Metodologia utilizados. É uma pesquisa não experimental de caráter exploratório que, após a revisão de literatura identificou e organizou seis eixos (Critérios) de indicadores potenciais para apontar o quanto há de sintonia entre o conceito da sustentabilidade e a prática de gestão das ONGs. Os Critérios: governança, inovação, resultados, gestão e impacto econômico-financeiro, gestão social, gestão ambiental. Cada um destes Critérios é, em si, também um constructo, descrito e validado teoricamente, que agrega um conjunto de Indicadores e compõe o modelo teórico global utilizado na pesquisa. Foi aplicado um Questionário com noventa questões para um Universo de 161 ONGs cadastradas no Mapa do Terceiro Setor (FGV-EAESP/ Centro de Estudos do Terceiro Setor), e o índice de respostas foi de 54%. A partir dessa coleta os dados foram analisados de modo quantitativo (estatísticas descritivas, análises e escores fatoriais) e qualitativo (grupo focal), donde surgiram hipóteses emergentes e conclusões. O Capítulo 3 discorre sobre três Hipóteses Emergentes, tece conclusões e provocações para novas investigações. 4 PARTE I. Revisão de Literatura 5 Capítulo 1 A evolução do conceito de Desenvolvimento: dos sistemas abertos à sustentabilidade 1. Marcos Históricos A palavra sustentabilidade data do século XIII (HOUAISS, 2007), com as seguintes acepções: 1. Abastecimento renovado do conjunto das substâncias necessárias à conservação da vida; nutrição, alimentação, sustento; 2. Ato ou efeito de dar apoio; 3. Aquilo que sustenta; sustentáculo, apoio; 4. Ato ou efeito de conservar; conservação, manutenção; 5. Ato ou efeito de defender (algo); defesa; 6. Ato, processo ou efeito de validar, confirmar (algo); confirmação, ratificação; 7. Ação ou resultado de suster, adiar; dilação, demora, adiamento. A raiz etimológica vem do latim sustentatìo: 'alimentação, nutrição; ação de reter, de suster’. Como sinônimos, alimento e égide. Égide era o escudo mitológico de Palas Atena, cujo sentido figurado é proteção, amparo. A raiz da palavra, portanto, leva a duas vertentes: segurança e longevidade. Segurança com nutrição, com apoio, com alimento. Longevidade com saúde, com força de atravessar o tempo. Estas são pistas de um início histórico, quando havia a intuição de que para a humanidade sustentar-se era preciso ter estruturas fortes em seus sistemas e capazes de atravessar o tempo mantendo suas condições de fortaleza. Uma visão antropocêntrica, voltada para a sobrevivência humana e para o caráter instrumental dos recursos naturais enquanto insumos para a humanidade. A visão antropocêntrica de responsabilidade humana foi discutida por Jonas (1979), quando lembrou que todas as éticas têm partilhado, pelo menos tacitamente, da seguinte premissa: a condição humana, resultante da natureza do homem e das coisas, permanece em longo prazo, o que permite identificar com clareza o que é o bem humano, o alcance da ação humana e, assim, a responsabilidade humana. Essa premissa funcionou até que o desenvolvimento do nosso poder levou a novas capacidades de evolução técnica e, portanto, de ação, onde a magnitude das atividades humanas produziu objetos e conseqüências tão novas, que o marco da ética anterior, tão clara e simples não pôde mais contemplar as novidades. Certamente, os velhos preceitos dessa ética - os preceitos de justiça, caridade e honra capazes de sustentar uma ordem social - permanecem vigentes na esfera 6 cotidiana, mas esta fica “... eclipsada pela coletiva, que, pela enormidade das suas forças, impõe à ética uma dimensão nova, nunca antes sonhada, de responsabilidade". Jonas (1979) mostrou que, ao desaparecer a limitação espacial, a experiência humana passou a sentir a dependência das condições iniciais, onde o efeito de um acontecimento pode agora ser sentido muito longe de seu ponto. Nesse novo contexto de dependências e conseqüências a ética da responsabilidade não recíproca do homem para com a Natureza, orientada unicamente pelo senso de sobrevivência da raça que sorve recursos naturais de forma utilitária, terminou. Desde a década de 50 a interação da experiência humana com o ambiente vem sendo objeto de atenção. Em 1956, Kenneth Boulding (BOULDING, 1956) diferenciou os sistemas simples dos complexos, mostrando que há uma hierarquia entre eles segundo seu grau de interação com o ambiente. Os cientistas sociais também observavam que as organizações não poderiam ser vistas apenas como sinopses de finalidades pré determinadas, pois existiam algumas que haviam se afastado dessas finalidades e mesmo assim continuavam sobrevivendo como “organizações”; algo mais deveria explicar sua longevidade. Teóricos da biologia e da física vinham expondo sua abordagem sobre sistemas desde 1950. O Modelo input-output aplicado à Teoria das Organizações é tirado da Teoria Geral dos Sistemas exposta por Von Bertalanffy (1950, apud KATZ; KAHN, 1970) 1. Outro marco importante é o lançamento do livro“The Rich Nations and Poor Nations”, de Barbara Ward (1962), economista britânica, que defendia a idéia da divisão das riquezas dos governos prósperos com os não prósperos, numa perspectiva mais integrada entre economia e ambiente no mundo. Em 1968 surgiu um grupo formado por 100 membros de diferentes origens de atividade – negócios, política, ciências sociais, ciências ambientais – por iniciativa do industrial italiano Aurélio Peccei e do químico inglês Alexander King, com a missão de analisar o dilema humano “desenvolvimento versus finitude de recursos”. Era o Clube de Roma, que, em seu primeiro relatório (CLUBE DE ROMA, 1972) propôs um modelo de projeções mundiais e alertou para o fim do período de crescimento mundial dentro de 100 anos; ao ser discutido em 1972, o relatório causou muita polêmica. Esta ONG ainda opera em plena atividade na elaboração de relatórios e participação em conferências (Clube de Roma Capítulo Brasil, 2007). 1 BERTALANFFY, L. VON. 1. General System Theory, in General Systems. Year book of the Society for the Advancement of General System Theory 1, 1-10, 1956; 2. The Theory of Open Systems in Physics and Biology. Science 111, 23-28, 1950. 7 Logo no ano seguinte ao primeiro encontro do Clube de Roma, 1969, o cientista britânico James Lovelock propôs, baseado nos estudos da bióloga americana Lynn Margulis, a tese que sustenta que a Terra é um organismo sistêmico complexo a ponto de se auto-regular e auto-organizar através dos seus elementos bióticos que atuam no clima, na química e na física do seu sistema. Os argumentos, denominados de Hipótese de Gaia (LOVELOCK, 1972; LOVELOCK; MARGULIS, 1974), pareceram místicos demais e desconcertaram muitos cientistas. A atmosfera, segundo a Hipótese, é o grande órgão que Gaia possui de interconexão e de regulação da temperatura: ...não é apenas um produto biológico, mas mais provavelmente uma construção biológica: não viva em si, mas como a pele de um gato, as penas de uma ave, ou o revestimento do ninho de uma vespa, um prolongamento de um sistema vivo criado para manter um determinado meio envolvente. (LOVELOCK, 1972) O manuscrito de Lovelock correu o risco de não ser publicado, até Carl Sagan o aceitar para a sua revista Icarus (FLANNERY, 2006). A hipótese de Lovelock continua a suscitar muita discussão, mas, trouxe uma perspectiva de mundo que podia predispor os seus habitantes a seguirem a vida com formas mais sustentáveis. A primeira conferência global que discutiu abertamente o ambiente aconteceu justamente no ano de 1972, quando era lançado o relatório do Clube de Roma. Também nessa ocasião foi lançado o livro “Only One Earth” (WARD; DUBOS, 1972) em co-autoria com a própria ONU. Foi em Estocolmo, com 113 países presentes, a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (1972), apelidada de Conferência de Estocolmo. É um marco histórico político internacional, pois direcionou a atenção para a degradação ambiental e a poluição trans fronteiras, gerando a Declaração sobre o Ambiente Humano, com afirmações de princípios e responsabilidades e o Plano de Ação Mundial, que convocou a cooperação internacional (CONFERÊNCIA, 1972). Destacou a importância da informação como instrumento de combate e definiu o dia 5 de Junho como Dia Mundial do Meio Ambiente, quando todos os governos deveriam desenvolver atividades despertadoras da consciência ambiental. Um produto forte desta Conferência foi a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA (1972). O termo desenvolvimento sustentável ganhou proeminência com a International Union for the Conservation of Nature and Natural Resources – IUCN, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA e a World Wilderness Fund – WWF, que apresentaram o conceito dentro do documento World Conservation Strategy – WCS (IUCN/PNUMA/WWF, 1980). O conteúdo foi reconhecido pelos críticos: “ao identificar o 8 Desenvolvimento Sustentável como a meta básica da sociedade, o WCS está apto a fazer uma grande contribuição no sentido de reconciliar os interesses da comunidade ligada ao desenvolvimento com aqueles dos movimentos ambientalistas” (KHOSLA, apud LÉLÉ, 1991) 2. Antes dessas abordagens, na economia clássica, o uso tradicional da palavra sustentabilidade era reduzido a uma rubrica de contabilidade, um item que significava a formação bruta de capital para repor ativos. Esta é, portanto uma virada de paradigma no conceito ligado à palavra. Lester Brown (BROWN, 1981), analista do ambiente e fundador do Worldwatch Institute, contribuiu para uma difusão ampla do termo, quando definiu comunidade sustentável como aquela que é capaz de satisfazer as próprias necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras. Uma comissão decorrente de Estocolmo, presidida pela primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, teve a missão de avaliar a questão ambiental na perspectiva do desenvolvimento e propor um plano de ação global. Em 1983 foi então criada a Comissão Brundtland, que levou alguns anos para equacionar o forte contraponto globalização econômica e financeira versus globalização de problemas sócio-ambientais. Enquanto a Comissão Brundtland trabalhava, em 1985 ocorreu a Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio (CONVENÇÃO DE VIENA, 1985). Com foco no estímulo à pesquisa, cooperação e intercâmbio de informação entre países, foi um acordo multilateral importante (que entrou só entrou em vigor em 1988), porque foi ratificado por 28 países que concordaram em enfrentar um problema ambiental global antes que seus efeitos fossem sentidos ou mesmo que a sua existência fosse cientificamente provada provavelmente o primeiro exemplo da aceitação de um "princípio da precaução" numa negociação internacional significativa. Esperava-se que a estrutura legal do acordo fosse relativamente fácil, mas diferenças entre os proponentes sobre medidas de controle ao uso de CFCs (destaque para os Estados Unidos) e à capacidade de produção existente (destaque para CE) levaram quatro anos de árduo trabalho e negociações (TRIGUEIRO, 2003). A Convenção não impôs obrigações específicas aos signatários no sentido de reduzir a produção de substâncias que poderiam destruir a camada de ozônio nem especificou quais as substâncias que produziam esse efeito. Dois meses depois da conclusão das negociações da Convenção de Viena, cientistas britânicos anunciaram a existência de um 2 KHOSLA, A. Alternative Strategies in Achieving Sustainable Development. In: JACOBS, P.; MUNRO, D. A. (Eds.). Conservation with Equity: Strategies for Sustainable Development. p. 191-208. Cambridge: International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 1987. 9 buraco na camada de ozônio sobre a Antarctica. Com a confirmação indubitável do buraco no ozônio, as substâncias causadoras foram identificadas e foi firmado um calendário de redução das emissões dessas substâncias e de apoio internacional para desenvolver tecnologias alternativas e ambientalmente mais seguras. Este novo acordo foi o histórico Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (1987). O conceito do desenvolvimento sustentável foi mesmo firmado no Relatório divulgado em 1987 sob o título de Nosso Futuro Comum (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991), que apontou o conceito de desenvolvimento sustentável como saída para atender as necessidades das gerações presentes sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras e definiu três eixos de atenção para este novo modelo de desenvolvimento: a proteção ambiental, o crescimento econômico e a equidade social. Este Relatório avaliou aspectos que mereciam ser tratados através de cooperação internacional: economia internacional, população, segurança alimentar, espécies e ecossistemas, energia, indústria, crescimento urbano. Quando essa definição foi divulgada, sua forte característica normativa e natureza multidimensional (complexa) constituíram um conceito de difícil operacionalização. Mas, trouxe também um consenso: o pacto inter gerações. Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de gerações futuras atenderem suas próprias necessidades. Nosso Futuro Comum (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991) Os objetivos operacionais que derivam do conceito de Desenvolvimento Sustentável foram apontados pela Comissão: 1. Revitalizar o crescimento; 2. Mudar a qualidade do crescimento; 3. Atender as necessidades essenciais de emprego, alimentação, energia, água e saneamento; 4. Assegurar um nível populacional; 5. Conservar e melhorar a base de recursos naturais; 6. Reorientar a tecnologia e gerir os riscos; 7. Inserir ambiente e economia nos processos de tomada de decisão; 8. Reorientar as relações econômicas internacionais. 10 Em 1988 foi criado o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA e pela World Meteorological Organization - WMO, como um corpo científico intergovernamental com atribuição de prover informação que evidencie diferentes perspectivas de toda a comunidade científica global sobre a questão da mudança climática. A abrangência das perspectivas é conseguida através da participação de cientistas de todas as regiões do mundo e de disciplinas relevantes, com trabalhos científicos que são revisados e discutidos por governos e formuladores de políticas para a tomada de decisão (INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE, 2008). O IPCC não realiza pesquisas científicas, mas avalia as investigações existentes. Os 130 governos participantes trabalham na elaboração de relatórios periódicos de avaliação científica, que têm se tornado referência mundial. O Relatório de 1990 reuniu argumentos em favor da criação da United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCC), a instância em que os governos negociam políticas referentes à mudança climática. O segundo relatório do IPCC foi publicado em 1995 e acrescentou ainda mais elementos às discussões, que resultaram na adoção do Protocolo de Kyoto (UNFCC, 1997) dois anos depois, graças ao trabalho da UNFCC. O terceiro relatório do IPCC foi publicado em 2001. Ao longo de 2007 se tornou uma das referências mais citadas nas discussões sobre mudança climática. O Relatório 2007 gerou tanta repercussão que o comitê de premiação do Prêmio Nobel decidiu dedicar o honroso Prêmio Nobel da Paz ao IPCC - junto com o ex-vicepresidente americano Al Gore pelo trabalho de conscientização da comunidade e dos líderes internacionais para o problema e as conseqüências da mudança climática (PRÊMIO NOBEL DA PAZ, 2007). Vinte anos após Estocolmo, aconteceu no Rio de Janeiro, Brasil, a maior reunião já realizada em todo o mundo, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD (1992), apelidada de Rio 92. Esta Conferência introduziu uma questão nova às anteriores: a compreensão de que os problemas ambientais do Planeta estão ligados às condições econômicas e à justiça social. Proclamou o conceito de desenvolvimento sustentável como meta a ser alcançada nos níveis local, nacional e global e nas três dimensões: ambiental, econômica e social. Foram aproximadamente 100 chefes de estado e 170 países representados, que adotaram três grandes acordos: a Agenda 21, a Declaração do Rio e a Declaração de Princípios das Florestas. Foram lançadas duas chamadas: a Convenção sobre Mudança do Clima (1992) e a Convenção sobre Diversidade Biológica (1992). 11 Trigueiro (2003) apresenta um glossário discutido dos mais importantes termos e acontecimentos das últimas décadas de discussão em meio ambiente, que facilita a compreensão do panorama histórico sobre o termo Sustentabilidade no contexto do desenvolvimento. Dessa seqüência de acontecimentos e acordos vale destacar alguns: • Conferência das Partes, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 (COP). Órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) com objetivo de avaliar a implementação da Convenção e de todos os mecanismos acordados. Na terceira COP (1997) foi adotado o Protocolo de Kyoto, acordo dos países industrializados sobre a meta de pelo menos 5% de redução dos gases efeito estufa entre 2008 a 2012, com ano base 1990,e nas reuniões subseqüentes foram feitos esforços sempre no sentido de ratificar e ampliar a coalizão para a operacionalização do mesmo Protocolo, sem grandes avanços. • Sessão Especial da Assembléia da ONU, 1997 (Rio +5). Chefes de estado (53) foram avaliar os progressos desde Rio 92, avaliar falhas e definir prioridades. O documento final assinado por delegados de 165 Países representou um pequeno passo, mas, foi decepcionante, por conter poucos compromissos concretos e ações. • Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, 2002 (Rio +10). Trinta anos após Estocolmo, em Johanesburgo, 104 chefes de Estado se encontraram com representantes do setor empresarial, ONGs e outros setores com a pergunta: até que ponto o mundo é capaz de mudar seu curso seguir para um futuro sustentável? Os chefes de estado se comprometeram e isto resultou na Declaração de Johanesburgo para o Desenvolvimento Sustentável e no Plano de Implementação que previam ações, metas e cronogramas. O melhor desta Cúpula foi o caráter de urgência que se firmou, mas, no geral, as negociações foram falidas em muitos pontos importantes. No Brasil, um fato marcante é a Resolução Legal do Estudo de Impacto Ambiental, Brasil, em 1986, quando o Estado passa a exigir o Estudo de Impacto Ambiental EIA para licenciar atividades modificadoras do meio ambiente e assim efetiva um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, prevista na Lei Federal 6938/81. A elaboração do EIA exige uma equipe multidisciplinar e a explicitação de conseqüências ambientais. 12 A Figura 1 mostra um panorama resumido da evolução dos acontecimentos marcantes dos últimos cinqüenta anos da atenção do homem para com a sustentabilidade. Figura 1. Linha do Tempo: Marcos Conceituais sobre Desenvolvimento e Sustentabilidade (elaboração própria) 2. Debates, controvérsias. Uma visão crítica em relação ao conceito e seus objetivos é a de Lélé (1991), que questiona as lacunas conceituais do Desenvolvimento Sustentável. Ele orienta seus questionamentos para “espaços” ainda não explorados da discussão, como o aspecto social da sustentabilidade ecológica: qual o papel do crescimento econômico na remoção da pobreza? Qual a relação entre pobreza e degradação ambiental? Qual o nível de participação de comunidades locais necessário para equilibrar a participação dos planejadores do crescimento econômico? O que poderia atrair os setores produtivos mais intensivos no uso de recursos a participarem do esforço pelo desenvolvimento sustentável? Que necessidades são essas, das gerações presentes e futuras, que precisam ser atendidas? São perguntas que clamam por um conceito mais operacional para sejam respondidas. 13 Mitos surgiram em torno dessa complexidade conceitual, como por exemplo: “muita pobreza leva a muita degradação”; este é de um perigoso poder afirmativo e constituise numa “armadilha” que pode tornar as intervenções obscuras e limitadas. Com relação à pobreza e degradação ambiental, a incompletude do conceito fica clara quando são confrontadas duas formas de pensamento, mostradas na Figura 2. Afluência Valores e cultura Super consumo pobreza Degradação ambiental Acesso a recursos Degradação ambiental Tecnologia Tecnologia “errada” Poluição Desperdício Decisões de curto prazo pobreza Forma 1. Representação da visão mais comum sobre a relação entre pobreza e degradação ambiental. Forma 2. Representação mais realista sobre a relação entre pobreza e degradação ambiental. Figura 2. Duas formas de representação da relação pobreza-degradação ambiental Fonte: LÉLÉ, 1991 (tradução nossa). O autor então adiciona àqueles oito citados objetivos operacionais do Desenvolvimento Sustentável um nono objetivo: “9. Fazer o desenvolvimento mais participativo.” Ele alerta, entretanto, para três pontos de atenção que este nono objetivo traz: primeiro, que a participação é necessária, mas, não suficiente para alcançar equidade e justiça social; segundo, que há diferentes formas de participação e devem ser distinguidas na elaboração das estratégias – na tomada de decisão, na implementação, na distribuição dos benefícios e na avaliação; terceiro cita estudos de caso descritos onde a participação social não reforçou a sustentabilidade ecológica. , então este objetivo deve estar integrado aos outros, na operacionalização do conceito de Desenvolvimento Sustentável. Entre a urgência de resolver as necessidades e a de ganhar ampla aceitação política, as correntes de pensamento ficam entre afirmar que o crescimento econômico é imprescindível ao desenvolvimento e que não há contradição entre desenvolver-se e conservar os recursos sociais e naturais, (uma vez que o crescimento remove a pobreza e esta é uma das causas da degradação ambiental) e assumir que há sim contradição (econômica e cultural) entre as atividades produtivas do desenvolvimento e a sustentação humana ecológica e social, 14 e, portanto, a sociedade precisa ser amplamente envolvida para resolver esta complexa equação humana. Lélé (1991) conclui que dois movimentos são absolutamente imprescindíveis para que o paradigma do desenvolvimento seja realmente sustentável: o de conceituá-lo com mais clareza e precisão e o de elaborar estratégias sociais flexíveis e diversificadas, qualidades que conferem capacidade de ajuste a diferentes realidades. Sugere ainda que os protagonistas do processo devam: a. Claramente rejeitar o foco no crescimento como um meio de remoção da pobreza e da degradação ambiental; b. Reconhecer as inconsistências internas e práticas da economia neoclássica, que vê o desenvolvimento apenas como um instrumento de prover bem estar social; c. Aceitar a existência de causas estruturais, tecnológicas e culturais da pobreza e degradação ambiental e desenvolver métodos para estimar a relativa importância das interações entre elas; d. Compreender as múltiplas dimensões da sustentabilidade e desenvolver medidas, critérios e princípios para elas; e. Explorar que padrões e níveis de demanda de recursos são compatíveis com diferentes formas e níveis de sustentabilidade ecológica e social, incluindo padrões de equidade e justiça social. Após três décadas desde Estocolmo-1972, o conceito de desenvolvimento sustentável já havia incorporado avanços epistemológicos quando aconteceu a reunião de Johanesburgo (Rio +10). Três importantes novas perspectivas conceituais merecem destaque: primeiro, a sustentabilidade social foi incluída como item fundamental do desenvolvimento, já que o crescimento econômico, lento ou rápido, foi demonstrado que por si não contribuiria para a redução da pobreza, a não ser que gerasse empregos e mais igualdade; segundo, a universalização e efetivação dos direitos humanos ingressaram no vocabulário que discutia o desenvolvimento e os escritos de Amartya Sen (2000) contribuíram para isso; terceiro, a atenção proposta para o ambiente levou o conceito para uma abordagem de ecodesenvolvimento, numa solidariedade imperativa com as futuras gerações (SACHS, 1988, 2004). Quase cinqüenta anos depois de Estocolmo, o conceito de sustentabilidade ainda é discutido e sua operacionalidade aprimorada. Sachs (2004) coloca o desenvolvimento regional, o fortalecimento de capacidades individuais e o apoio a iniciativas locais como um trio de estratégias que podem levar à prática o conceito de desenvolvimento, alcançando um 15 caráter inclusivo e ajustado a cada realidade e simetricamente a isso, uma globalização inclusiva, instituindo uma ordem econômica internacional capaz de promover o princípio de “tratamento diferente a quem é diferente” na condução de transações comerciais mais fluídas e transformando a ciência e tecnologia em bens públicos. Para ele, globalização inclusiva se torna desenvolvimento inclusivo. Como atualizar a ética do capitalismo para buscar uma sustentabilidade sistêmica? Como atualizar o conceito de propriedade, para que integre uma visão sustentável do uso e conservação dos recursos naturais? Como a regulação dos bens públicos e privados pode contribuir para a equidade social e inclusão econômica? Qual o novo papel de todos na contenção do consumo? São perguntas contemporâneas de alta complexidade e objeto de controvérsias. 16 Capítulo 2 As Organizações e sua relação com o desenvolvimento sustentável A importância das organizações na assimilação das idéias de desenvolvimento ligado à sustentabilidade é objeto deste Capítulo. O percurso teórico parte da concepção de organizações como sistemas abertos, segue por uma abordagem institucional sobre como o conceito de sustentabilidade foi sendo apropriado pelas organizações em geral e descreve fatos e modelos importantes na construção de consenso em torno da ligação entre desenvolvimento sustentável e desempenho econômico satisfatório das organizações econômicas. 1. As Organizações como Sistemas Abertos A constatação de que as organizações são sistemas abertos conferiu às ciências sociais um espaço importante para vincular a idéia de organizações ao impacto que produzem e que absorvem do meio. Portanto, antes de seguir na argumentação sobre a apropriação da sustentabilidade pelas organizações, parece importante compreender o pensamento que faz a ligação entre esses dois mundos – o do desenvolvimento e o da organização propriamente dito. Em primeiro lugar, como definir “organização”? Katz e Kahn (1966) propõem que se utilize uma maneira científica de defini-las, não aquela histórica, baseada nas proposições de fundadores que visionam finalidades e valores para um empreendimento, pois esta se mostra volúvel, já não incomum que as organizações se afastem de suas finalidades originais, nem aquela geográfica, baseada nas fronteiras das fronteiras delimitadoras de onde começa e onde termina, o quê está fora e o quê está dentro, que rótulos têm e que comportamento as pessoas de lá exibem. Estas maneiras são apenas pistas evanescentes sobre o que é uma organização. O que propõem é que as organizações são mais bem identificadas se compreendidas como um Sistema: um conjunto organizado que recebe e produz, reciclando sua energia e capacidade de funcionar. Começar a definir uma organização pelos seus inputs e outputs pode ser uma pista melhor: a organização, como sistema, tem uma produção, um resultado, um produto. Pois, teoricamente, o sistema de energia no qual o resultado produzido ativa o próprio sistema, se aplica adequadamente às organizações. Nelas há o input de energias e a conversão do output em novo input nas transações com seu meio ambiente. Organizações são flagrantemente sistemas abertos. Repetidamente e ligados em espaço e 17 tempo, há padrões de atividade contínuos, sem intervalos e estáveis que renovam o influxo de energia e geram produtos re conversíveis em mais energia. O Modelo input-output é tirado da teoria do sistema aberto exposta por Von Bertalanffy (op.cit.). A Teoria dos Sistemas ajuda a construir uma linha de raciocínio para compreender porque as naturezas silvestre, humana, organizacional e, finalmente, social, são interconectadas entre si como sistemas de troca de energia – é precisamente essa troca que faz com que sistemas abertos sejam mais viáveis do que os fechados, pois podem reciclar energia. O sistema fechado apresenta uma estrutura independente de forças externas, “autocontida”, sujeita às leis da entropia (o sistema esgota-se em si mesmo) e à segunda da termodinâmica (tendência ao equilíbrio): a entropia conduz a um máximo de uso da energia interna e a tendência ao equilíbrio leva-a a equilibrar-se com o meio, perdendo energia para ele a fim de manter o nível geral – isto leva ao esgotamento natural dos recursos internos. O sistema aberto não se esgota porque pode importar energia do mundo que o rodeia (contrariamente à entropia), apresentando uma entropia negativa maior do que a positiva. Sistemas vivos são organismos biológicos ou conjuntos deles (organizações), sociais ou não, com dependência aguda do meio externo. Na hierarquia dos sistemas proposta por Boulding (1956) os sistemas abertos são o quarto nível numa escala de 1 a 9 de complexidade nos mecanismos de controle: 1 – estruturas estáticas – são os sistemas mais simples: partes se ligam por conexões (Ex: mesa); 2 – sistemas dinâmicos simples – apresentam movimentos pré-determinados cíclicos (Ex: sistema solar, relógio); 3 – sistemas cibernéticos – fazem transmissão e interpretação de informações, se movem até alcançar um determinado equilíbrio (ex: termostato); 4 – sistemas abertos – aqui começa a propriedade sobre o sistema de interação com o ambiente, a troca: há auto-manutenção e auto-reprodução. A diferença de “vida” e “não vida” se dá neste nível (ex: célula); 5 – sistemas abertos no nível genético-multicelular – mostram associações organizadas de partes diferenciadas com dependência mútua e divisão de trabalho (ex: plantas); 6 – sistemas aberto no nível animal – apresenta comportamento mótil-teleológico (sempre há movimento e este é orientado por objetivos) autoconsciente e imprevisível, pois reconhece, interpreta (estrutura imagens) e responde ao ambiente; 7 – sistemas abertos no nível humano – o ser humano é auto compreensivo, mais do que simplesmente autoconsciente, acumula conhecimento (teleológico e 18 consciente), elabora a dimensão do tempo e dos relacionamentos e tem capacidade para a linguagem interpretativa de imagens simbólicas. 8 - sistemas abertos no nível organizacional social – reconhece a diferença entre o indivíduo e o papel que ele desempenha nas relações e situações coletivas, elabora valores em contextos coletivos 9 – sistemas abertos no nível transcendental – são as estruturas e relações desconhecidas pelo homem, enigmas e situações insolúveis Os sistemas abertos são portadores das características de todos os outros sistemas hierarquicamente inferiores, pois têm capacidade cumulativa a cada nível de maior complexidade. A ciência tenta descrever as estruturas e processos em cada um desses sistemas, mas, quanto mais se progride de nível, maior é a dificuldade teórica: idéias, valores, relações e interpretações são algumas das variáveis sutis e não previsíveis na modelagem da vida social. Teoristas indicaram a aplicabilidade dos conceitos de sistemas abertos, originários das ciências naturais, aos problemas da ciência social (KATZ E KAHN, 1966). Reconhecendo então que os sistemas abertos não são todos iguais, para poder utilizar a abordagem sistêmica nos estudos organizacionais, é preciso compreender quais são as características típicas que podem ser generalizadas para todo e qualquer tipo de sistema aberto. A partir delas é possível, com segurança, aplicar os conceitos nas organizações e perceber seu papel na institucionalização da sustentabilidade, que é o foco da pesquisa. As nove características de qualquer sistema aberto são: 1. A Importação de energia. Sempre importam energia. Organizações sociais também precisam de suprimentos de outras instituições, de pessoas, do meio ambiente físico. 2. Transformação. Sempre há trabalho executado. As pessoas transformam alimento, as organizações transformam o que entra nela (energia disponível) em serviço ou produto. 3. Output. Sempre há exportação para o meio. Organismos biológicos exportam produtos fisiológicos, pessoas e organizações exportam também idéias, produtos, serviços. 4. Ciclos de Eventos. O padrão dos eventos é cíclico. As estruturas sociais não têm fronteiras físicas definidas e estáveis, mas, suas partes constituem um padrão de forma e ritmo porque são os eventos que se acham estruturados, não as partes. A estrutura social é um conceito mais dinâmico que estático e as atividades são estruturadas de modo que seja uma unidade completa de cadeia de eventos cíclicos. Cíclicos significam que se repetem, mas não que são necessariamente idênticos (só similares, em direção aos mesmos resultados). Identificar estruturas sociais implica em seguir a corrente de energia dos eventos, a partir do input, através de sua transformação até o ponto de fechamento, provocando realimentação da energia gasta. 5. Entropia Negativa. Sempre orientado para deter o processo entrópico. O processo entrópico é uma lei natural universal – todas as formas de organização se dirigem para a desorganização ou 19 morte. A única chance é adquirir entropia negativa, importando mais energia do que gastando e armazenando o saldo – no sistema aberto há uma tendência geral para maximizar sua razão de energia. As organizações sociais farão o mesmo, tentando manter sua margem de operação, ainda melhor do que as estruturas biológicas, pois estas não têm um mecanismo qualitativo de reabastecimento que mantenha sua complexa organização de tecidos – os sistemas sociais, ao contrário, podem ser capazes de deter processos e quase que indefinidamente controlar o processo entrópico. 6. Input. Sempre recebe seletivamente matéria e informação conforme sua codificação de sinais. Os inputs sinalizam e informam quanto ao ambiente: o feedback, neologismo que significa a retroalimentação da informação, quando negativo, permite ao sistema corrigir desvios que não produzem energia e assim melhorar o processo de sua transformação; se não houver dispositivos de retro informação negativa, o sistema não pode voltar ao curso correto, que lhe permite economizar energia e o ciclo de produção é quebrado. Com efeito, a absorção de inputs é seletiva para cada organização social, que interpreta os sinais e decide sobre a aceitação ou rejeição de um input – o que também é um meio econômico de circulação de energia. 7. Estado firme e homeostase dinâmica. O caráter básico dos ciclos é sempre mantido. O sistema aberto que sobrevive é o que mantém um estado firme no intercâmbio de energia, um fluxo contínuo e constante, com quociente estável entre importação e exportação. A homeostase dinâmica busca manter essa constância, reduzindo os efeitos perturbadores do ambiente e estabelecendo equilíbrio ainda mais complexo da organização do que antes das perturbações. É um movimento de auto-preservação. Os ajustes dinâmicos da homeostase organizacional para preservar o sistema fazem importar mais energia do que a necessária para os outputs, armazenando o saldo (entropia negativa). O corpo humano faz isso na forma de gordura, as organizações o fazem na forma de reservas nas mais variadas formas e, adaptando-se assim ao meio, podem até sobrepujar as forças externas e controlá-las chegando mesmo a incorporá-las como num processo de ingestão. Assim as fronteiras do sistema podem ampliar-se num movimento de expansão. O tipo básico do sistema não se modifica diretamente em conseqüência da expansão, mas, o mais comum é que multiplique seus mesmos ciclos em quantidade sem mudar sua qualidade. Apenas a partir de certo ponto é que as mudanças quantitativas geram diferenças qualitativas no funcionamento do sistema (HAIRE, 1966), precisando de subsistemas especializados para manter o seu caráter básico. É uma polaridade, que, de um lado leva à expansão e do outro, à autopreservação. 8. Diferenciação. Há especialização das funções. Funções mais especializadas substituem os padrões difusos da fase de crescimento. Von Bertalanffy (op.cit.) qualifica essa especialização como “mecanização progressiva”. 9. Equifinalidade. A busca do sistema é por um mesmo estado final. Von Bertalanffy (op.cit.): partindo de condições diferentes, um sistema pode alcançar o mesmo estado final e por uma 20 variedade de caminhos. As trilhas do desenvolvimento organizacional são muitas e asseguram poder de flexibilidade para lidar com situações e condições diferentes das usuais. Uma vez delimitadas a dependência e autonomia exigida pelo sistema, sua estrutura de eventos começam a ter função social. Essa função pode ser intrínseca à organização, quando se refere ao seu resultado imediato, em termos de produto (output), ou pode ser extrínseca, quando se refere aos efeitos que causa em outros sistemas aos quais está relacionada. Neste ponto há uma convergência forte para o estudo da sustentabilidade como conceito operacional nas organizações. Os efeitos causados entre sistemas são observados por meio de avaliações de conseqüências, ou seja, uma organização atua numa função diretamente desempenhada num contexto maior (sistema principal ou supra-sistema) do qual ela é um subsistema. Conforme seu padrão de transformação de energia, maior ou menor seu “papel” social, ou seja, seu impacto sobre outros sistemas. Sabendo que as organizações sociais, como sistemas abertos que são, buscam manter o estado firme e a homeostase dinâmica (característica no.7), é possível compreender o processo no qual empresas e organizações sociais em geral operam para ganhar vantagem na aquisição de recursos do meio e maximizar sua função social. Um mecanismo de aquisição (ou extração de recursos do meio) comum é ampliar o impacto dos produtos e aumentar a influência da organização sobre o público. É o que as organizações fazem ao mostrar para seus parceiros ou financiadores que o processo de transformação dos recursos externos em produtos, serviços e resultados está ocorrendo a contento e é positivamente impactante em algum outro subsistema ou no sistema principal. Outro mecanismo organizacional para a homeostase é o domínio sobre recursos, aumentando a entrada de fontes de energia e mantendo um status quo que lhes é favorável e até investindo energia interna para assegurar a aquisição e proteção do sistema. Weick (1979, 1984) discute a interdependência entre sistemas organizacionais e também seu caráter interpretativo na seleção dos inputs, num eterno processo de organizar-se em equilíbrio dinâmico com o meio e simultaneamente auto preservar-se. Para que se justifique a existência de uma organização como sistema em si é preciso, portanto, que ela consiga realizar essa articulada tarefa de tomar a decisão, de escolher, de selecionar seus inputs e outputs, de exercer com liberdade e integridade a aceitação das fontes de energia e não ficar à mercê das fontes prescritas pelo supra-sistema; de escolher também quais os receptores de seus produtos e serviços; de escolher seus próprios mecanismos de regulação interna, seus valores e sua codificação para decifrar a retro informação do meio e controlar seus efeitos. 21 A integração de todos esses conceitos ao campo dos estudos organizacionais foi ampliada com o conceito de composição da realidade introduzido por Koestler (1969). Ele buscou responder a questão: do que é feita a realidade e como sua configuração vai mudando? Chegou assim aos holons: a realidade é feita do todo e de partes conjugados, não só de elementos inteiros em si que se constituem em partes. “A holon is a whole in one context and simultaneously a part in other” (KOESTLER; SMYTHIES, 1969). Segundo esta abordagem, a relação entre componentes se aplica a todos os níveis da existência, do átomo à psique e é útil para compreender como diferentes sistemas se interconectam. Como sistemas abertos que são os holons trabalham para manter seu padrão interno básico na cadeia de eventos típicos e ao mesmo tempo para manter uma entrada e saída de energia em fluxo homeostático, agregando as qualidades da ação própria e de comunhão. A primeira qualidade lhe ajuda na auto-preservação e a segunda na autotranscendência, ampliando sua capacidade de participar em algo maior que ele, ou seja, evoluir para além de sua configuração. Ocorre que estas duas forças estão sempre em tensão: quanto mais um holon tenta manter sua individualidade e preservar o seu todo, menos ele consegue servir em comunhão com outros sistemas. A vida evolutiva do holon só é assegurada quando alcança o equilíbrio entre as duas qualidades; o desequilíbrio pode destruílo ou deformá-lo (alienação, repressão, fusão ou dissociação são desequilíbrios destas forças). Quando um holon para de existir, todos os outros que lhe são superiores na cadeia da realidade também são destruídos, pois ficam sem sustentação, tornando o fenômeno da interdependência um fenômeno complexo de hierarquia, pois cada holon transcende e inclui seu predecessor. Assim, quando uma organização enfatiza sua auto-preservação e ignora sua auto-transcendência, ela tende a diminuir ou eliminar seu papel participativo no sistema social, e, em largo senso, ela para de contribuir para a manutenção de outros holons, ou até mesmo sua ausência contribui para destruir holons hierarquicamente superiores, como o sistema econômico, o convívio social e o ecossistema. Edwards (2005) aplicou a estrutura holística sobre dez paradigmas comumente utilizados nos estudos organizacionais e encontrou capacidade integrativa suficiente nesta abordagem ao observar que consegue incorporar múltiplos conceitos do campo organizacional. Marrewijck (2002) utilizou este conceito básico para desenvolver sua proposição de sustentabilidade ao consórcio de corporações da União Européia, como será visto mais adiante. 22 2. O papel das organizações na institucionalização do conceito de sustentabilidade O conceito de sustentabilidade foi historicamente explicado na lógica da conservação dos recursos naturais como fonte primeira de energia para a raça humana. Compreendendo a vida como um conjunto de sistemas abertos que importam e exportam energia e os princípios subjacentes a esse processo, chegou-se à concepção de “organização”. Agora é possível avançar mais e introduzir outro elemento á discussão: como as organizações se dispõem a ingressar no processo da sustentabilidade e contribuir para sua consolidação. Uma maneira de começar esta reflexão é perceber a sociedade moderna com auxílio de Habermas (1968), que explica as diferenças de lógica entre o mundo econômico e o mundo da vida humana, ambos sistemas abertos e interdependentes, mas, com dificuldades explícitas de interação. Habermas fez sua vida de filósofo em missão de mudanças estruturais que pudessem devolver ao ser humano a verdadeira emancipação, em alguma época perdida. Em 1981 publicou a que é considerada sua obra principal, a Teoria da Ação Comunicativa, onde apresenta a sociedade moderna sob dois mundos: o mundo sistêmico e o mundo da vida. O mundo sistêmico inclui o subsistema econômico e o político, que asseguram a reprodução material e institucional. Já o mundo da vida é considerado o “habitat” natural dos espaços das instituições sociais como a família, associações de bairro, comunidades de base, sindicatos e organizações culturais, artísticas e científicas. (FREITAG; ROUANET, 2001). O mundo sistêmico é sustentado pela sua validade técnica e analítica – os enunciados empiricamente verdadeiros e analiticamente corretos - e o mundo da vida é sustentado pela validade social – os acordos fundados na inter subjetividade e assegurados no reconhecimento das obrigações. O objetivo central do mundo sistêmico é o êxito, o sucesso, a dominação. O objetivo central do mundo da vida é o entendimento mútuo e o bem estar de todos. O primeiro orienta-se pela técnica; o outro se orienta pela ação comunicativa, a capacidade de expressão e construção do bem estar de todos. Habermas denuncia, como uma das patologias da modernidade, a colonização do mundo da vida pelo mundo sistêmico. A ação econômica e instrumental vai invadindo os espaços do mundo da vida, degradando a ação comunicativa deste último e desacreditando os valores das relações sociais. Ele defende que o poder econômico e as finalidades políticas devem atuar no espaço rigorosamente definido a serviço da vida. A Sustentabilidade parece ser nitidamente um conceito vindo do “mundo da vida”, pois sua gênese mostra a interação de uma gama de pessoas diferentes envolvidas em partes da história: cientistas, pensadores, ativistas, políticos, representantes de agências 23 multilaterais; tentando estabelecer um diálogo que possa salvar a destruição do Planeta e frear a dominação econômica que degrada e diminui as chances de vida para todos. Vem como um imperativo da vida sobre a economia e a política, como uma iniciativa de colocar uma nova ordem que considere a hierarquia vital para a Terra e tem validade social. O termo Gaia foi proposto como um conceito alternativo à sustentabilidade, tentando transpor essa “ponte” entre os dois mundos, mas sua validação técnica e analítica, necessária para que as organizações econômicas incluam o conceito em suas lógicas ainda hoje é questionada. Até agora as empresas e governos parecem agir sem sentido naquilo que emergiu da ciência biológica e social desde o início da década de 60, em abordagens críticas do sistema vigente (Habermas escreveu “A Técnica e Ciência como Ideologia” em 1968; Lovelock lançou a hipótese de Gaia em 1969; Marcuse publicou “O Homem Unidimensional” em 1964), como que não acreditando nas afirmações. Recentemente o chefe da divisão sobre o clima nas Nações Unidas, Yvo de Boer pediu aos ministros do Meio Ambiente dos países mais ricos esforços para alcançar metas de redução de gases de efeito estufa. Boer citou um plano climático recentemente anunciado pelos Estados Unidos que permitirá o aumento nas emissões de gás estufa, a indicação do Canadá de que não irá atingir as obrigações definidas pelo acordo do Kyoto e o ceticismo da indústria européia em relação aos objetivos de cumprir até 2020 as reduções das emissões em 20% dos níveis emitidos em 1990 (AGÊNCIA ESTADO, 2008). As abordagens organizacionais e as ambientais têm, portanto, uma noção diferente sobre o conceito de sustentabilidade e esta diferença conduz a papéis diferentes na institucionalização dessas idéias. De um lado, há os administradores e suas correntes de pensamento, que tratam sustentabilidade como tópico da efetividade organizacional; de outro, o campo dos ambientalistas, que a tratam como meta comportamental. Jennings e Zandbergen (1995) estudaram a incorporação de valores pelas organizações e pelos sistemas aos quais pertencem em relação aos paradigmas de desenvolvimento. Eles mostraram duas visões comparadas de sustentabilidade, conforme a lógica teórica adotada (Quadro 1). Nele se vê que as organizações podem desempenhar diferentes papéis, conforme a definição de sustentabilidade que assimilam: se uma definição orientada para o equilíbrio entre os sistemas sociais e ambientais ou se uma orientada para ações e práticas de efetividade no funcionamento da firma. A sobreposição entre as duas visões é o conceito elaborado pelo Relatório Brundtland, que claramente relaciona os dois mundos ao sugerir que em qualquer caso, todos têm o papel de zelar pelos direitos das gerações futuras – compreender o que significa isso e os valores que implicam é o grande 24 divisor. As visões mais voltadas para a administração das organizações operacionalizam o conceito por meio do aumento na efetividade e as mais voltadas para a ecologia o fazem por meio de modelos que ampliam a diversidade e a troca com o meio. Teorias do campo organizacional Teorias do campo ambiental Definição de Sustentabilidade Papel das Organizações Efetividade das organizações Inovações tecnológicas Práticas Específicas Estratégias Cultura Organizacional Definição Brundtland Definição Brundtland Modelo de Sustentabilidade baseado no simples feedback Modelos complexos e dinâmicos Diversidade Inovações de base comunitária Redes regionais Prestação de contas / Feedback Quadro 1. Visões Comparadas de Sustentabilidade nas abordagens organizacional e ambiental Fonte: JENNINGS E ZANDBERGEN 1995 (tradução nossa). A sustentabilidade parece ser um conceito “guarda-chuva”, que agrega contribuições diversas, mas, com um ponto em comum: a definição do Relatório Brundtland. Indo das práticas mais específicas até as mais gerais, pode-se encontrar organizações que acreditam estar sintonizadas com o conceito, gastando sua energia interna na adaptação de seus subsistemas para manter essa sintonia. As estratégias corporativas vão, aos poucos, incluindo as pressões ambientais e sociais na formulação de programas (como por exemplo: responsabilidade social, gestão ambiental, análise de ciclo de produto, eco eficiência, gestão da poluição e do desperdício, estudos de riscos, logística reversa, investimentos sociais, investimentos ambientais) e por um processo de aprendizagem vai absorvendo e instilando os valores difusos. As corporações compreendem o valor operacional das práticas, o cumprimento das leis e os incentivos de mercado, mas, não têm um profundo entendimento ou valoração da sustentabilidade como constructo holístico. Os governos, por sua vez, também vão incorporando lentamente os valores do conceito, porém numa dimensão mais simbólica do que prática, codificando comportamentos e gerando resultados mais normativos do que reais. Criam até estruturas formais para isso, especializadas em promover o debate e articular os atores. Meyer e Rowan (1977) comparam essa forma de institucionalização a mitos e cerimoniais que são atos de suporte para crenças e tendências socialmente aceitas, mas, que, na prática, ocultam uma defasagem com a realidade. A institucionalização da sustentabilidade vem então baseada em movimentos básicos, que vão do menos observável para o mais observável: 25 1. Instilar valor (cria significado) 2. Adotar novas práticas (cria realidade) 3. Emergência de subsistemas especializados (cria instituições como elementos dentro de sistemas) 4. Emergência de instituições como sistemas sociais (cria campos estruturados que reforçam as práticas) Um esclarecimento se faz necessário aqui: teoristas têm diferentes concepções de “campo”. Resumidamente, os autores Jennings e Zandbergen (1995) citam duas abordagens para diferenciar os conceitos de campo: Bourdieau & Wacquant e Giddens, para explicar o campo social, no qual indivíduos, corporações e estados participam para definir e difundir o significado de diferentes capitais (social, cultural e material) e Meyer e Scott (1983) e DiMaggio e Powell (1991) e para explicar campo organizacional, o qual está baseado nas relações inter organizacionais que também contribuem para definir o campo social, o que Bourdieau chamava de subcampo. Sem entrar na discussão teórica dos campos, entretanto, é possível compreender que ambos os tipos de campos são importantes na ação das organizações, cada um com suas propriedades e estruturas de influência na difusão dos valores. Ao invés de apenas descrever as políticas de institucionalização da sustentabilidade (como por exemplo, as leis e normas que começaram a surgir), melhor é analisar as hipóteses emergentes do trabalho de Jennings e Zandbergen (1995). Estas quatorze hipóteses funcionam como um “mapa” do significado que os atores sociais atribuem na sua lenta absorção do conceito e na formação do consenso sobre o campo da sustentabilidade (Quadro 2). As hipóteses mostram a emergência de campos sociais e organizacionais que conectam o nível micro e macro, num processo de difusão e inovação que atravessa diferentes planos: a interação e dependência entre eles, sua similaridade de conteúdo, sua forma de lidar com riscos, seus processos de adaptação e de cumprimento legal. As hipóteses um e dois apontam para dois aspectos da difusão de valor no campo da sustentabilidade. A primeira observa a racionalidade das nações com relação ao uso operacional do termo – nações mais sintonizadas com princípios de modernidade adotam símbolos dessa modernidade: sistemas educacionais mais universais, respeito ao ecossistema, desenvolvimento econômico equilibrado com distribuição de renda, etc.. (MEYER E SCOTT, 1983). A segunda observa a profundidade da associação do termo com os processos básicos 26 da vida, expressados pela Teoria de Gaia; quanto mais capaz de ver essa associação, mais arraigado o significado da sustentabilidade. Significados 1. Quanto maior a associação entre “sustentabilidade” e “modernidade” feita pelo Estado, mais ampla será a aceitação do conceito pelas organizações do país. 2. Quanto maior a associação entre “sustentabilidade” e “Gaia” (e seus conceitos relacionados), mais profundo o significado e a valorização do conceito numa organização. Gaia coloca na mesma biosfera o campo social e o ambiental. Realidades 3. No campo social das redes entre organizações envolvidas em sustentabilidade, há o fenômeno da estratificação entre organizações, o que reflete as relações de poder dentro do campo. 4. Um campo organizacional voltado para a sustentabilidade tende a ser local ao invés de não local, focando em comunidades com organizações profundamente envolvidas com valores ou práticas. 5. Conforme diferentes organizações e campos sociais crescem e se tornam ligados a nível local, regional e global, a chance de atingir sustentabilidade ecológica cresce. Subsistemas 6. Quanto mais coercitiva a pressão por difusão, mais similar é a forma ou estrutura da prática adotada por organizações em um campo. 7. Quanto mais coercitiva a pressão por difusão, menos similar é o conteúdo ou o significado adotado por organizações em um campo. 8. Mimetismo é, provavelmente, mais influente que a pressão normativa na adoção de conceitos e práticas relacionadas à sustentabilidade ecológica pelo campo 9. Quanto mais conectadas forem as representações, constituições e normas da organização quanto à sustentabilidade, mais a instituição será percebida como única e terá impacto sobre a sustentabilidade. 10. Quanto mais conectadas forem as atividades e estruturas da organização relativas à sustentabilidade, mais a instituição será percebida como única e terá impacto sobre a sustentabilidade. Campo 11. Quanto maior a proporção de organizações devotadas à sustentabilidade, mais perto de desenvolver um novo paradigma para a sustentabilidade a sociedade está. 12. Quanto mais grupos de organizações existirem voltados para valores e práticas sustentáveis, mais a sociedade estará próxima a mudar para um novo paradigma de sustentabilidade. 13. Crise ecológica associada a uma atividade organizacional mina não apenas a legitimidade daquela atividade, mas, também das atividades de todas as organizações similares e o paradigma social dominante em si. 14. Cada crise fará surgir um novo arranjo de atores organizacionais que começarão a promover paradigmas alternativos. Quadro 2. Hipóteses sobre o processo de institucionalização do conceito "Sustentabilidade" Elaboração própria, adaptado de JENNINGS E ZANDBERGEN, 1995, (tradução nossa) As hipóteses três, quatro e cinco versam sobre a conectividade entre os níveis micro e macro na construção da realidade. Granovetter (1973) discute essa ligação entre os níveis micro e macro de análise sociológica e afirma que a interação que ocorre entre indivíduos, em pequena escala, traduz-se 27 em padrões de larga escala, que retorna aos grupos e tece a trama de sustentação social via articulação de relações (organizacionais, comunitárias, individuais). Seu âmbito explicativo está nos laços de relações individuais, que culminam na articulação e formação de redes de trabalho e difusão. Sua idéia fundamental é a de que o grau de sobreposição das amizades entre as pessoas varia diretamente com a força do laço entre elas. Os laços mais tênues, que vêm da sobreposição de amizades, constituem o que ele chama de laços fracos e são precisamente esses laços fracos as “pontes” de conexão mais promissoras para que haja difusão de influência e informação, mobilidade social e organização comunitária. A novidade da contribuição do autor é que não são os laços fortes, mas, os fracos que mais agregam poder de influência e de articulação. São através dos laços fracos que acontecem mais e mais oportunidades de mobilidade social, “pontes” para a conexão entre indivíduos, entre grupos, entre organizações. As três hipóteses remetem à idéia de atuação local, que aproxima indivíduos e ativa comunidade como caminho de maior probabilidade de criação de realidades ligadas à sustentabilidade. Nas hipóteses seis, sete e oito os autores mostram as pressões coercitivas, normativas e miméticas na difusão de práticas de sustentabilidade; elas impactam diretamente na forma, aumentando a similaridade entre as organizações, mas, diversificando o significado dado ao termo. A pressão coercitiva pode vir da regulação do Estado ou de acordos baseados em consensos, pode ser também de caráter penal ou de incentivos fiscais, mas reconhecidamente há uma perda de significado se a difusão de valores é baseada em práticas coercitivas. Nas hipóteses nove e dez se discute a importância das representações e regras constitutivas e normativas que a organização adota, bem como as atividades e estruturas que criam. Os autores citam como exemplo o Greenpeace, que, a partir de um escopo fundamentado no serviço de proteção florestal norte-americano decolou par uma identidade própria, criando e interpretando novas formas de valores e de práticas que lhe deu uma identidade tão própria que é inegavelmente uma organização devotada para inovar a visão da conexão sociedade-meio ambiente. Finalmente, num nível mais macro, na criação do campo da sustentabilidade, temse as últimas quatro hipóteses, onze a quatorze. Os autores argumentam que conceitos institucionalizados só têm efeito completo se fazem parte de um sistema maior de valores ou paradigmas, mas que, no final do processo de institucionalização acontece uma discreta e não linear mudança para um novo paradigma. Ou seja, todo o processo deságua num novo trabalho de institucionalizar. No caso da sustentabilidade, pesquisas ainda não revelaram o 28 número de grupos de organizações devotados à sustentabilidade em proporção às organizações que vivem nos paradigmas mais tradicionais em relação ao desenvolvimento, mas, as hipóteses indicam situações-limite que provocam a transição: crises ecológicas relacionadas a atividades energéticas perigosas, como por exemplo, a energia atômica nuclear ou a produção de gases de efeito estufa, ambos com históricos acidentes que provocaram um re-pensar de práticas. 3. A ligação entre desenvolvimento sustentável e desempenho econômico ou... a institucionalização da sustentabilidade nas empresas O processo de institucionalização, como foi visto, é repleto de etapas e de diferentes dimensões, tanto no nível micro, que envolve os indivíduos e seu modo particular de estabelecer relações e absorver valores, como no nível macro, que envolve os subsistemas organizacionais dentro de um sistema maior de práticas e princípios, paradoxos, crises e polaridades. Aplicar o paradigma da sustentabilidade exige, portanto, uma combinação de campos e atores que consigam ver sentido, sintonizar-se com a proposta e ousar transformações complexas e difíceis, como por exemplo, o balanço contábil das empresas, que, ao se ampliar para uma nova lógica ligada ao desenvolvimento sustentável, deve necessariamente se abrir para os elementos ingressantes do mundo social e ambiental. Só esta transformação ilustrativa já exige acordos entre grupos sobre quais valores serão mutuamente reconhecidos e informados. Schmidheiny (1992) reuniu a expertise de mais de 50 líderes de corporações multinacionais e elaborou estudos de casos para demonstrar boas práticas que pudessem guiar os empresários no processo de adaptar-se para contribuir com as metas cruciais do desenvolvimento sustentável. Perguntas como: “indústria e ambiente são incompatíveis? Princípios ecológicos podem ser integrados às forças de Mercado, produção e investimentos?” foram endereçadas e tratadas. O livro que reúne essas práticas marca a atuação do World Business Council for Sustainable Development – WBCSD (2008), que depois teria sede em diversos países - e conta hoje com a participação de 185 grupos multinacionais faturando anualmente US$ 6 trilhões, gerando 11 milhões de empregos diretos e integrando uma rede global de mais de 50 conselhos nacionais (WBCSD, 2008). No Brasil foi fundado o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável – CBDS - em 1997, que integra vários grupos de trabalho coordenados pelo Governo Federal brasileiro: Comissão de Política de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21, Grupo Institucional de Produção Mais Limpa, Fórum Brasileiro de Mudança Climática, Conselho de Gestão do Patrimônio 29 Genético, Fórum de Competitividade e Biotecnologia e outros órgãos que operam em nível ministerial (CONSELHO EMPRESARIAL BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 2007). Mas foi Elkington (1994) quem fez o artigo historicamente marcante, no qual liga a estratégia de negócios voltada para o desenvolvimento sustentável com a efetividade econômica das corporações. Ele descreveu o lento processo de “acordar” para a questão sócio-ambiental pelo qual as indústrias ocidentais têm passado desde meados dos anos 60. Tiveram de superar diversos estágios de comportamento organizacional: a ignorância, a negação, a culpa, a displicência, o mínimo esforço, a conversão, a busca de integração. Nesse processo emergiram muitas tendências: a integração da qualidade ambiental dentro da gestão de qualidade total, com a adesão de indústrias grandes como AT&T, Procter & Gamble; a adoção de Standards; eco-auditorias; selos ambientais; o esverdeamento do consumo – os consumidores éticos, descritos no Green Consumer Guide (ELKINGTON; HAILES 1988). Elkington (1994) descreve algumas das descobertas do setor empresarial que alavancaram sua integração com outros grupos sociais na busca de atender ao novo paradigma do desenvolvimento sustentável. São desafios que se tornaram elementos competitivos nos negócios: Fornecedores – empresas se deram conta que muitos dos seus problemas ambientais eram “importados” pela cadeia de suprimentos; este desafio originou uma série de procedimentos e ferramentas para identificar um ranking nos fornecedores em relação ao seu impacto ambiental em diversos aspectos – água, resíduos, consumo de energia, emissões poluentes, antes da decisão de compra. A superação deste desafio gerou ‘políticas de compras’ e documentos que hoje fazem parte da ética de sustentabilidade de muitas corporações; Relatórios ambientais corporativos – as empresas sob pressão perceberam que, para lidar com as questões emergentes de vários interessados (stakeholders) – financiadores, legisladores, seguradores, contadores, advogados, clientes, ambientalistas – era preciso abrir informações para a sociedade sobre seu desempenho ambiental; frutos deste desafio são novos modelos de ‘relatórios ambientais’, antes inexistentes, que viabilizaram a evolução da transparência corporativa para o que temos atualmente como relatórios de sustentabilidade orientados pelos três aspectos – econômico, social e ambiental (SUSTAINABILITY REPORTS, 2008); 30 Conversão de interessados (stakeholders) em clientes – as empresas começam a compreender o valor desta conversão e expandir seus horizontes para superar a barreira entre elas e os grupos de interessados no seu desempenho ambiental; este fenômeno provoca novas formas de co-operação e amplia a legitimidade dos negócios na medida em que amplia a base social sobre a qual a atividade corporativa se desenvolve. Como é possível observar, a absorção do conceito pelo setor privado se dá pela visão utilitarista típica do setor, instilando valores que tenham sentido para aquelas organizações e pessoas, como foi visto no tópico anterior desta dissertação. Elkington (1999) se utiliza desta linguagem e dedica um Capítulo inteiro às parcerias, às economias compartilhadas entre setores e à simbiose “Governo-indústria-ONGs”. De forma global, o setor privado toma como referência de sustentabilidade o conteúdo sugerido pelo tripple bottom line – economia, sociedade e ambiente – (ELKINGTON, 1999). O termo "the bottom line" vem das declarações de renda, documento contábil padrão, cujos resumos de custos e despesas de vendas e de lucros apareciam na última linha da folha - the bottom line of the statement. Surge então um marco definitivamente importante para a história da adesão do conceito de sustentabilidade ao mundo das empresas: a idéia de que era possível estabelecer uma estrutura de indicadores legitimados por uma rede global de atenção. Uma ONG de Boston (CERES, rede nacional de investidores, organizações ambientalistas e outros grupos de interesse na integração do conceito de sustentabilidade ao mercado) instala uma divisão de projetos chamada Global Reporting Initiative, com equipe, captação de recursos e comitê diretor. É um subsistema especializado com estrutura orientada para promover princípios da sustentabilidade nas empresas. Em 1999 a primeira plataforma global é sugerida e 20 organizações já lançam seus relatórios baseados nela - Sustainability Reporting Guidelines. Nesse mesmo ano as Nações Unidas (UNEP - United Nations Environment ProgrammeUnion) começa parceria com GRI e no ano 2000 é lançado oficialmente o Guia, com mais de 50 empresas publicando seus relatórios com base nesses indicadores (GLOBAL REPORT INITIATIVE, 2007). Em 2001 o GRI torna-se uma instituição independente e é inaugurada em New York, no prédio da ONU. Hoje mais de 850 empresas a estão utilizando como base de seus relatórios de sustentabilidade. É um centro oficialmente colaborador da PNUMA (Programa Ambiental das Nações Unidas) e trabalha em cooperação com o 31 Pacto Global, iniciativa do Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan (GLOBAL REPORT INITIATIVE, 2007). Dois modelos de gestão empresarial voltada para a Sustentabilidade Para discutir elementos componentes em diferentes visões de sustentabilidade serão apresentados dois modelos contemporâneos e representativos do mundo dos negócios: um europeu e outro americano. Consciente de que são modelos mais normativos do que empíricos, sua utilização é válida para capturar os valores presentes neles e assim perceber ao quê os empresários deram significado em sua construção de responsabilidade socioambiental. Dois autores - Marcel van Marrewijk e Stuart Hart – abordam a sustentabilidade em duas dimensões: conteúdo e processo. Marrewijk é pesquisador da Erasmus University Rotterdam, Holanda. Liderou uma pesquisa internacional financiada pela União Européia para a definição dos componentes da sustentabilidade, a European Corporate Sustainability Framework - ECSF. Os membros associados a esta iniciativa construíram critérios inovadores para que as companhias possam atingir um patamar onde suas operações de negócios se tornem mais sustentáveis do que são atualmente. Hart é professor de gestão estratégica e diretor do Center for Sustainable Enterprise na University of North Carolina. Desenvolveu um modelo chamado “Criando Valor Sustentável”, onde chama a atenção para a inclusão econômico-social dos menos favorecidos no ciclo de produção e consumo como estratégia fundamental de alcance da sustentabilidade corporativa capitalista. 3.1 SqEME Approach – As Quatro Janelas da Sustentabilidade. Quanto ao Conteúdo da Sustentabilidade Tomando a Responsabilidade Social Corporativa – RSC - como raiz da atual abordagem da sustentabilidade corporativa, Marrewijk explica que este conceito fundamental tem sido tratado com muito viés, configurando uma situação onde cada qual o compreende como quer e como convém aos interesses e contexto que lhe são particulares. Ele cita vários autores – Göbbels3 (2002), Votaw e Sethi4 (1973), Henderson5 (2001) – que exploraram o 3 GÖBBELS, M. Reframing Corporate Social Responsibility: The Contemporary Conception of a Fuzzy Notion, 2002 VOTAW, D. AND SETHI, S.P. The Corporate Dilemma: Traditional Values versus Contemporary Problems. New York: Prentice Hall, 1973. 5 HENDERSON, D. Misguided Virtue. False Notions of Corporate Social Responsibility. Wellington: New Zealand Business RoundTable, 2001. 4 32 conceito de RSC e concluíram que há uma “lacuna de definição” por causa da diversidade de terminologias e modelos conceituais. Assim, a RSC é um conceito tão abrangente e estratégico que dificulta a implementação de ações em nível operacional e tão flexível que cada companhia pode escolher, como num cardápio, aquilo que deseja alinhar com suas estratégias habituais de gestão. Numa tentativa de esclarecer historicamente, Marrewijk, mostra a produção acadêmica que se dedicou a responder “sobre quem uma organização corporativa pode ser responsável?”, chegando a três abordagens principais: sobre os acionistas, sobre os interessados (stakeholders) e sobre a sociedade (Quadro 3). Responsabilidade da empresa Base teórica Acionistas • aumentar os lucros • criar valores de longo prazo Stakeholders • Fortalecer as relações • Influenciar o comportamento Quazi e O’Brien (2000) Friedman (1962) Foley (2000) Freeman (1984) Sociedade • Honrar as licenças públicas • Cumprir contratos • Atender premissas de cuidados sócio ambientais McGuire (1963) Goodpaster & Matthews (1982) Comitê para o Desenvolvimento Econômico (CED, 1981), Marrewijk (2001) Göbbels (2002). Quadro 3. Visão Comparada sobre as Responsabilidades da Empresa Fonte: Elaboração própria, adaptado de MARREWJICK, 2001 Descendo ao microcosmo da empresa, Marrewijk apresenta a “sustentabilidade corporativa” fundada sobre três pilares da responsabilidade e consciência: o lucro, as pessoas e o Planeta (chamados de “3Ps” – profit, people, planet). Esta responsabilidade é exercida através da chamada responsabilidade social corporativa, que é colocada na forma de ferramenta aplicativa das decisões de sustentabilidade da organização. Ele se utiliza da Figura 3 para representar a compreensão conceitual para além do viés tradicional do “desenvolvimento sustentável”, que, a seu ver, se restringe à formação de políticas de cuidados ambientais na cadeia produtiva das empresas. 33 Sustentabilidade Corporativa Sustentabilidade Corporativa Responsabilidade Social Corporativa P R O F I T P E O P L E Responsabilidade Corporativa P L A N E T social econômica ambiental Figura 3. Dimensões da RSC como instrumento da Sustentabilidade Fonte: MARREWJICK, 2001 A partir desta abordagem de complexidade e de lições aprendidas em seu trabalho com a European Framework for Quality Manegement (rede fundada em 1988 por quatorze Presidentes das maiores companhias européias, hoje tem mais de 800 membros em busca de contínua melhoria da qualidade), Marrewijk e Hardjono (2003) propõem então um conteúdo orientador com quatro focos da mesma realidade. São referidos como “Quatro Janelas” e o modelo é chamado SqEME® Approach (Quadro 4). Constituição SqEME Approach Descrição Química Condução Controle Elementos que compõem as características fundamentais da organização. Relacionamentos e suas possibilidades. Comportamento da organização na sua intervenção no mundo. Iniciativas que facilitam o controle e a tomada de decisão da organização. Resulta em Orientação Ação Aprendizado Resultados manifestos Declarações de rumo Conexão e Comunicação Normas de funcionamento Alcance de resultados Paisagem de fundo História, cultura, identidade. Pessoas, equipes de trabalho, acordos. Planos de trabalho Avaliação de processos e resultados Planos e relatórios de monitoramento e avaliação Sistemas de Controle Benchmarking Indicadores de desempenho Os elementos que se distinguem na paisagem Missão Visão Tarefas Princípios Compreensão Atividades Valores Causas & efeitos Contratos Objetivos Estruturas e Ações Estratégicos comunicação Estratégias para a Qualidade Quadro 4. SqEME Approach - As Quatro Janelas da Sustentabilidade Fonte: MARREWJICK; HARDJONO, 2003 (tradução nossa) Para cada uma das “janelas” há ferramentas e referências de gestão empiricamente testadas, disponíveis no mercado e dirigidas à busca da qualidade. O cuidado com o controle e a avaliação de processos e resultados parece ser um ponto importante neste modelo, 34 equilibrados com os elementos menos concretos da identidade organizacional. Os elementos do conteúdo vão evoluindo desde os mais constitucionais, que definem o papel e destino da organização, de onde ela vem e para onde pretende ir, para estabelecer um olhar crítico sobre os relacionamentos – como combinar uma variedade de pessoas, competências e experiências – num composto “químico” dinâmico de possibilidades organizacionais. Daí desenvolve um olhar mais condutor, atentando para os procedimentos de intervenção, as ações propriamente ditas e abre a quarta “janela”, propondo iniciativas de aprendizagem, ao que deu o título de “Controle”. Com estas quatro janelas, os autores pretendem cobrir todo o conteúdo que pode facilitar a implantação de uma gestão voltada para a sustentabilidade na empresa. O Processo de construção da Sustentabilidade O artigo de Marrewijk (2001) aponta como princípios básicos do processo os estágios de crescimento na diferenciação, integração, organização e complexidade organizacional. Estes estágios acontecem numa ordem lógica e cronológica, onde os padrões mais holísticos aparecem mais tarde, pois, eles têm de esperar a emergência de partes mais simples, que serão então integradas. Esta abordagem integra as compilações de Willard (2005) e descreve uma gradação no processo de ascensão para a sustentabilidade (Figura 4). Em cada nível aumenta a complexidade das ações e intervenções; a decisão de estar num nível ou outro depende basicamente de três variáveis organizacionais: o desenvolvimento, a consciência e a ambição (BECK E COWAN,1996). Por desenvolvimento se entende a capacidade organizacional em integrar valores, visão de mundo e dos seus stakeholders ao seu contexto de gestão. Por consciência, a capacidade de definir identidade institucional (Missão, Visão, Princípios, Políticas, Objetivos Estratégicos). Por ambição, a capacidade de definir metas (resultados quantitativos almejados para os indicadores de desempenho). Assim, estar em um ou em outro nível é uma escolha organizacional e está relacionada ao seu contexto e conjuntura específicos. 35 sustentabilidade holística sinergia com os cuidado com interessados o equilíbrio subordinação ao lucro cumprimento das obrigações legais Figura 4. Níveis de Evolução da Sustentabilidade Corporativa Fonte: MARREWJICK, 2001 Nível 1. Cumprimento das Obrigações Legais: o cuidado da empresa para com seu impacto econômico, social e ambiental está orientado apenas para o cumprimento daquilo que a lei prevê. Neste estágio, a sustentabilidade é percebida como um conceito parecido com “dever” ou “obrigação”. Nível 2. Subordinação ao lucro: este nível consiste na busca de subordinar os aspectos éticos (sociais e ambientais) à construção de valor financeiro; a sustentabilidade é promovida quando pode contribuir ao aumento de lucro, como por exemplo, melhorar a imagem e por conseqüência ampliar o mercado. Nível 3. Cuidado com o equilíbrio: aqui a sustentabilidade é vista como oportunidade de equilibrar os assuntos com os quais a empresa tem de lidar nos três aspectos de sua inserção no mundo: o econômico, o ambiental e o social. Vai além do cumprimento da lei e além da perspectiva do lucro. Considera realmente importante cuidar do planeta e do potencial humano, bem como de sua saúde financeira. Nível 4. Sinergia com os Interessados: a busca de soluções em sinergia com outros interessados relevantes, esta é a tônica de praticar a sustentabilidade. Neste nível são incluídos os stakeholders com muita ênfase, pois, participam da inevitável complexidade das soluções; há um reconhecimento sobre esta inevitabilidade da direção que o desenvolvimento tomou. Nível 5. Sustentabilidade Holística: a integração plena de toda a organização no sentido de contribuir para a qualidade e continuidade da vida de todos os seres e entidades. A sustentabilidade é vista, neste estágio, como a única alternativa possível de atitude empresarial, reconhecendo que todos os seres e fenômenos são mutuamente dependentes. Segundo os autores, o risco de não acompanhar o ritmo desse deslocamento histórico é a 36 extinção. É possível observar o grau de maturidade organizacional exigido quando a empresa decide entrar em sinergia com seus interessados, ou seja, quando ela superou estágios internos de desenvolvimento e já está além das preocupações funcionais. É uma visão sublimada dos enfrentamentos internos em favor da abertura para o trabalho com outros atores antes de chegar a uma integração holística com a sociedade em geral. Ao posicionar-se nestes níveis de desempenho da sustentabilidade, a empresa irá adequar todo o seu sistema de suporte: pois para cada nível é exigido um grau de robustez no conjunto de valores e estrutura de competências. Um alto nível de ambições requer alto nível de consciência e de maturidade nas competências internas. O movimento de um nível para outro depende da auto-avaliação organizacional proposta pelas Quatro Janelas do modelo SqEME Approach. 3.2. Modelo de Construção do Valor Sustentável O Conteúdo da Sustentabilidade A abordagem de Stuart Hart e Mark Milstein (2003) parte do ponto de vista intrínseco ao capitalismo: o lucro dos acionistas. O conceito desenvolvido por ambos liga os desafios da sustentabilidade global com o desafio de criação de valor para o acionista. Muitos estudiosos de estratégia vieram a desenvolver idéias e modelos sobre o tema da sustentabilidade das organizações e Hart veio desse contexto, com forte influência da teoria Valor Baseado em Recursos, que realça os recursos da firma como fontes de vantagem competitiva sustentada, se conectados a uma estratégia idiossincrática de criação de valor (BARNEY, 1991). Após analisar os resultados de dez anos de globalização através das lentes de diferentes atores (STIGLITZ6, 2002; SOROS7, 2002; NYE 8), documentos (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991) e os Fóruns Econômicos Mundiais, Hart e Milstein (2003) apontam um contexto complexo: mercado saturado de negócios, abismo entre ricos e pobres, nível assustador e crescente de degradação ambiental e sensação generalizada de que o mundo está perdendo o controle sobre seu próprio destino. Emerge assim suas considerações sobre a sustentabilidade: na dimensão mundial, onde se constrói um caminho para a resolução em escala global dos conflitos de interesses que colocam em risco a evolução saudável do Planeta e seus habitantes e na dimensão 6 STIGLITZ, J. Globalization and its discontents. New York: W. W. Norton, 2002. SOROS, G. George Soros on globalization. New York: Public Affairs, 2002. 8 NYE, J. Globalization’s democratic deficit. Foreign Affairs, V. 80 N. 4, p.2–6, 2001. 7 37 organizacional, onde se constrói um caminho de estratégias e práticas empresariais que resolvam a equação da criação de lucro dentro dos princípios de um mundo mais duradouro e íntegro. O conceito, porém, novamente tem se mostrado muito “elástico”, podendo se adaptar a diferentes compreensões: legalista (apenas observando o cumprimento das leis), moralista (abrindo discussões sobre a oposição entre o bem e o mal), pragmática (como oportunidade de negócios), política (como sinal de legitimação social), econômica (como custo necessário a ser incorporado ou valor a ser agregado) ou ética (como moeda de troca por concessões). Esta mobilidade conceitual, acompanhada do conflito de interesses que as empresas enfrentam entre escolher “gerar lucros em curto prazo” e “cuidar da manutenção do mundo a longo prazo”, aparenta uma dicotomia não necessária, na visão dos autores. Ao assentar os negócios nas core capabilities (capacidades essenciais daquela organização), as empresas formam uma rigidez que impede a adoção de inovações que poderiam romper os modelos convencionais e levá-las a um novo patamar da gestão sustentável. Quando isso acontece, a organização permanece no seu modo presente e não busca concretamente se abrir a oportunidades de novas tecnologias (HOLLIDAY9, 2001; FRIEDMAN10, 1970 e CHRISTENSEN11. 1998 apud Hart & Milstein, 2003). Nesta discussão se pode lembrar Schumpeter (1942) e agregar o conceito de “destruição criativa”. A esta tensão entre as capacidades internas e as externas soma-se a tensão entre a geração de resultados em curto prazo e as expectativas de crescimento dos negócios para o futuro, em longo prazo. A busca da sustentabilidade colocada por Hart & Milstein está nesta tensão: a rigidez organizacional que se traduz em resistência contra inovações e as expectativas de longevidade nos lucros. O conteúdo da sustentabilidade proposto por eles envolve evoluir das quatro dimensões de desempenho organizacional que buscavam apenas manter o lucro ao acionista a inovação tecnológica, o crescimento planejado, a reputação e legitimidade e a redução de custos – para outras quatro, que, além do lucro, buscam sustentar o ambiente ecológico e o social, conectando cada uma das dimensões ao seu similar evoluído: o desenvolvimento de competências tecnológicas, a inclusão dos públicos mais pobres num roteiro comum de crescimento, a redução de desperdícios e emissões poluentes e a integração de visões dos 9 HOLLIDAY, C. Sustainable growth, the DuPont way. Harvard Business Review, V. 79 N. 8, p. 129–132, 2001. FRIEDMAN, M. The social responsibility of business is to increase profits. The New York Times Magazine 13 September 1970. 11 CHRISTENSEN, C. The innovator’s dilemma. Boston, MA: Harvard Business School Press, 1998. 10 38 stakeholders no planejamento do negócio (HART; SHARMA, 2004). Esta evolução pretende alcançar um patamar de funcionamento sustentável que, simultaneamente gere lucro e mantenha níveis de sobrevivência para todos. O Quadro 5 resume a mudança na visão estratégica da geração de valor baseada no lucro apenas para a visão de valor baseada na sustentabilidade. Visão Original de Construção de Valor Visão Estratégica de Valor Sustentado inovação tecnológica desenvolvimento de competências tecnológicas crescimento planejado inclusão dos públicos mais pobres num roteiro comum de crescimento reputação e legitimidade integração de visões dos stakeholders no planejamento do negócio redução de custos redução de desperdícios e emissões poluentes Quadro 5. Comparação do conteúdo evolutivo nas Visões de Construção de Valor ao Acionista (elaboração própria) O conteúdo da sustentabilidade proposto inclui não só as empresas, mas os quatro bilhões de pobres que existem no mundo (Base da Pirâmide) como produtores e consumidores; provoca com isto às empresas a re-inventar seu modelo de negócios. Não propõe melhoria incremental na tecnologia ou nos produtos, mas, sim uma mudança radical no modelo mental que vê as camadas de baixa ou nenhuma renda apenas como foco de problemas e poço de necessidades. A partir desta visão, Hart (2005) propõe a estratégia por ele denominada de Becoming Indigenous12, indicando que a alternativa que emerge é a de estar aberto às capacidades autóctones de desenvolvimento. Elas é que abrirão mercados, multiplicarão consumidores, tornarão o capitalismo um modelo possível porque inclusivo na vida econômica para nossa época. Isto implica em romper com a tradicional visão baseada em diagnósticos distantes dos stakeholders, que levam ao raciocínio de que a Base da Pirâmide é definitivamente incapaz de participar do sistema produtivo; propõe uma análise de stakeholders minuciosa e inclusiva, agregando à análise tradicional o que ele chama de “franja” do sistema (Figura 5). Incluir os atores marginais, quase sempre relegados ao esquecimento, exige uma nova habilidade da organização: a de integrar conhecimentos ainda não consolidados, muitas vezes sequer comprovados de articulação da produção e consumo. Por outro lado, esses atores compõem uma rede de interesses e estruturas locais que afetam diretamente a inserção dos negócios no contexto local. Hart (2005) cita exemplos de empresas que fracassaram (por ex. 12 Na tradução literal, “tornar-se nativo”. Significa, no contexto do autor, agir localmente com estratégias e capacidades locais 39 Nike) por negligenciar esta realidade e empresas que conquistaram espaço (por ex. Grameen Telecom) por considerarem com seriedade e respeito os ativos locais. Figura 5. Envolvendo stakeholders da "franja" (elaboração própria) O Processo de construção da Sustentabilidade Na Figura 6 se pode ver a diferença entre o processo convencional de geração de valor ao acionista e o processo novo, voltado para a sustentabilidade (HART E MILSTEIN, 2003). O novo processo prevê uma movimentação da organização por quatro quadrantes estratégicos, frutos de quatro situações ou “arranjos contemporâneos”, como ele mesmo diz. Cada “arranjo” descreve um contexto desafiador, o qual a empresa pode superar se aplicar a estratégia adequada. As estratégias são propostas com clareza, mas, são antes atitudes, mais do que planos de geração de lucro. A tese dos autores é de que adotar nova atitude frente ao mundo que se apresenta significa criar novas oportunidades de negócios. Em seus estudos eles observaram que a maioria das companhias tem focado seus esforços na metade inferior do Modelo de Construção do Valor Sustentável, que representa as estratégias do Presente de prevenção da poluição, redução de custos e construção de parcerias em busca de legitimação e reputação. Ao ignorar os ambientalistas radicais e as comunidades pobres rurais ou urbanas, as empresas também desconsideram as potencialidades destes na interface com o negócio, que garantiria o seu Futuro. Enquanto as necessidades destes interessados não forem atendidas, o potencial de relacionamento estará 40 bloqueado e o que poderia ser uma catálise para a inovação, criatividade e abertura de novos mercados será uma catálise para a estagnação e o declínio organizacional, já que a administração dos conseqüentes conflitos absorve energia. Futuro 41 Caminho e trajetória do crescimento Inovação e reposicionamento Resultados de Valor ao Acionista Interno Redução de risco e custo Externo Reputação e legitimidade Presente Arranjo 3: 3: EMERGÊNCIA DE TECNOLOGIAS NOVAS QUE PODEM SUPLANTAR AQUELAS DE ALTO CONSUMO ENERGÉTICO E MATERIAL Arranjo 4: Futuro Estratégia 3: desenvolvimento de competências para o futuro – tecnologias limpas Interno Estratégia 1: minimizar desperdícios e emissões prevenção da poluição Arranjo 1: CRESCIMENTO DA POBREZA E INIQÜIDADE SOCIAL (4 BILHÕES DE PESSOAS COM MENOS DE US$1500/ANO NO MUNDO) Estratégia 4: criação de um roteiro comum para a satisfação das necessidades de todos - visão comum de futuro sustentável Sustentabilidade Externo Estratégia 2: integração das visões de todos os stakeholders no processo do negócio – parcerias. INDUSTRIALIZAÇÃO, CONSUMO DE AUMENTO EM NÚMERO E INTER CONECTIVIDADE DE STAKEHOLDERS NA SOCIEDADE CIVIL MATERIAIS, POLUIÇÃO E DESPERDÍCIO CRESCENTES Arranjo 2: 2: Presente Figura 6. Evolução do Modelo de Construção de Valor para o Modelo de Valor Sustentável Fonte: Adaptado de HART; MILSTEIN, 2003 (tradução nossa) Uma novidade interessante do Modelo do Valor Sustentável é que ele sugere um trânsito entre Presente e Futuro, abrindo uma oportunidade de mobilidade para a empresa. A empresa pode migrar de um quadrante a outro, evoluindo sua construção de valor. É um desafio, pois o Futuro está orientado pela iniqüidade social e pela emergência de novas tecnologias (especialmente no consumo energético) e olhar para essa realidade nem sempre é 42 fácil, pois ela traz à tona as condições subjacentes normalmente invisíveis ao cotidiano dos negócios. Mas, se houver capacidade organizacional em exercer um capitalismo inclusivo na sociedade, onde as já descritas condições subjacentes não forem ignoradas, elas mesmas se tornam fonte de criatividade e inovação, abrindo alternativas de novos modelos de negócios. O argumento também agrega o fator “aprendizagem”, pois essa nova atitude permite à empresa compreender a complexidade que pode afetar sua competitividade e se antecipar aos problemas de mercado. Hart e Sharma (2004) descreveram um possível processo de construção desta sustentabilidade, quase um roteiro de ações: Conduzir pesquisas sobre assuntos como mudança de clima, igualdade social, pobreza, direito humanos, crises locais e identificar stakeholders que não atuam na rede de comunicação da empresa. Focar em regiões e comunidades que foram fortemente prejudicadas pela globalização – comunidades com explosão populacional, degradação ambiental, com intensa migração urbana, necessidades de educação, mobilidade, comunicações, higiene básica e nutrição; Criar um inventário dos potenciais mercados para gerar idéias para novos modelos de negócios sustentáveis em termos de viabilidade econômica, poluição zero e biodiversidade; Mandar gestores para essas jurisdições a fim de imergirem nessas culturas e entender as necessidades e funcionalidades requeridas, explorando a viabilidade de novas abordagens e conhecendo as necessidades dos consumidores. Estes autores também alertam para os custos do processo (treinamento, tempo de gestão, viagens e outras formas de operacionalizar esta falta de conhecimento) e seus benefícios (novas idéias radicais para produtos, serviços e modelos de negócios). O diálogo entre o SqEME Approach e a Construção do Valor Sustentável Os dois modelos apóiam-se no tripple bottom line. Esta forte referência aponta para o caminho de “não focar a organização apenas em seu papel econômico, ou seja, pelo valor que ela adiciona, mas, também no valor ambiental e social que ela constrói – ou destrói” (ELKINGTON, 1980). Em termos de conteúdo, portanto, os modelos de sustentabilidade apresentados têm a mesma raiz, mas, não são iguais. 43 O SqEME Approach é muito mais detalhado no que diz respeito aos elementos de gestão organizacional. Ele aborda todos os aspectos da gestão, desde a identidade organizacional (Missão, Valores, Políticas) até as metas e intervenções (programas e ações de trabalho), incluindo a aprendizagem (avaliação e monitoramento). O Modelo de Valor Sustentável traz à tona uma nova variável: a inovação. A inovação assume uma importância central, pois como fator de produção e de lucro pode manifestar-se sob mais de uma forma ou aspecto, em situações ou contextos distintos, podendo alterar sua forma, intensidade e conteúdo conforme o contexto e o impacto requerido dela. Inovações de gestão, de estratégias, de tecnologia, de parcerias estão em todo o processo. No SqEME Approach a alusão equivalente à inovação pode ser identificada na janela que Marrewjick chama de “Controle”, pois lá emergem as iniciativas de aprendizagem da organização, potencialmente a semente da inovação. Outra variável que aparece mais explícita no Modelo do Valor Sustentável é a inclusão social. Quando aponta a Base da Pirâmide (BOP) como elemento decisivo na análise da sustentabilidade, Hart destaca a questão social para um nível maior e joga luzes sobre o assunto. Ainda reverte a visão de “parcerias”, de uma perspectiva focada no lucro para uma perspectiva focada na inclusão e sustentação organizacional. O SqEME Approach também contém esta variável, mas, não a coloca tanto em evidência. Afora estas três variáveis de destaque, os outros componentes de sustentabilidade são os elementos de gestão de qualquer negócio ou organização: os elementos econômicofinanceiros, os planos de ação e seu monitoramento, os elementos humanos e relacionais. Agregar os elementos encontrados nos dois modelos pode abrir para uma visão mais holística do conceito de sustentabilidade, assumindo sua complexidade e sua dinamicidade como natureza primordial. Vale ainda realçar uma semelhança entre os processos de evolução da sustentabilidade descritos por Hart e por Marrewjik: a dimensão “tempo”. A tensão entre o presente e futuro, a escolha da organização sobre seu posicionamento nos diferentes estágios é colocada por Hart numa perspectiva longa, mais do que larga. Isto quer dizer que a organização pode articular “conteúdo e processo”, identificando seu posicionamento de forma a relacioná-lo com o hoje e o amanhã, e não apenas com a qualidade ou a natureza da ação exercida pela empresa. A única diferença entre as duas abordagens parece ser a questão: “onde começa a decisão de evoluir na sustentabilidade?” 44 Em Hart parece ser claro que a construção se baseia na construção de valor. O lucro sustentável no tempo e no espaço. Em Marrewijk parecem ser a ética e a consciência os orientadores primários. Os dois modelos ajudam a compreender como o setor corporativo assimilou os princípios do Relatório Brundtland e que estratégias são reconhecidas como possíveis. 45 Capítulo 3 As Organizações do Terceiro Setor na Perspectiva da Sustentabilidade Este Capítulo dedica-se a examinar o objeto da pesquisa: as ONGs - sua forma legal e características sociológicas, suas referências em gestão estratégica, seu desempenho e contribuição no âmbito do desenvolvimento sustentável - e apresenta alguns modelos de gestão propostos por diferentes autores. 1. Aspectos Gerais O termo “ONG – Organização Não Governamental” não identifica, por si, nenhuma pessoa jurídica do sistema legal que regulamenta nossa vida social. Ao contrário, é um termo que pouco diferencia uma organização da outra, a não ser por uma característica, que é de consenso global: são entidades de natureza privada (nunca pública) sem fins de lucro. Juridicamente, as ONGs podem ser classificadas em apenas dois tipos: associações e fundações. O termo muito utilizado “instituto” também não identifica pessoa jurídica, embora seja componente da razão social de muitas entidades. Este termo pode ser usado em qualquer entidade governamental ou privada, com fins lucrativos ou sem, constituída sob a forma de fundação ou de associação. Vem do latim institutus 'fixado, estabelecido; empreendido'(HOUAISS, 2008) e é utilizado como forma de designação de uma entidade bem estabelecida em todos os sentidos, inclusive legalmente. Há diferenciação de conceitos jurídicos entre associação e sociedade civil. Enquanto que “associação” pode ser definida como pessoa jurídica criada a partir da união de idéias e esforços de pessoas em torno de um propósito que não tenha finalidade lucrativa, o Código Civil de 1916 não fazia nenhuma distinção desta com o termo “sociedade civil”, cuja essência de criação é a mesma, porém com fins de lucro. Até o ano 2002, quando o Código Civil extinguiu o termo sociedade civil, havia alguma confusão entre os conceitos (SZAZZI, 2006). Ainda que o conceito de associação esteja vinculado à finalidade não lucrativa, o fato de criar uma associação não implica necessariamente em benefício público. Mesmo sem visar lucro, uma associação pode beneficiar apenas seus associados (como é o caso dos clubes de lazer ou similares). A natureza do trabalho associativo pode, portanto ser endógena (interesses voltados apenas para os associados) ou exógena (interesses voltados para a coletividade, para aqueles que estão fora dos quadros sociais da associação). Esta distinção é 46 particularmente importante quando se discute Terceiro Setor, pois a Constituição Federal assegura, dentre as garantias fundamentais do cidadão, a plena liberdade de associação para fins lícitos, sendo vedada a interferência estatal em quaisquer delas. Significa que a qualquer organização associativa é dado o direito de expressão e a livre iniciativa de buscar de autonomia e estabilidade. Já as “fundações” também decorrem da união de pessoas que se propõem a trabalhar juntas por um objetivo comum, porém, é um tipo especial de pessoa jurídica, pois pode ser constituída a partir da decisão de um só indivíduo que tem interesse em destinar seus bens patrimoniais para um determinado fim público. Três autores vinculados às Curadorias de Fundações de Belo Horizonte, São Paulo e Brasília (RESENDE13, 1997; RAFAEL14, 1997; PAES15, 1999, apud SZAZZI, 2006) ajudaram a sintetizar a definição de fundação como um patrimônio destinado a servir, sem intuito de lucro, a uma causa de interesse público determinada, que adquire personificação jurídica por iniciativa de seu instituidor. Ou seja, uma fundação é um patrimônio que não é mais de seu instituidor, nem tampouco do Estado; não é de ninguém e é de todos, sendo assim protegida pelo Ministério Público. Estes conceitos importam porque começam a explicitar os motivos de, sob a palavra ONG, haver tantas contradições e mistérios. Some-se a esta mistura conceitual o fato de haver uma variedade de situações que provocam o surgimento dessas entidades: atividades religiosas, necessidades financeiras para trabalhos sociais, iniciativas intelectuais e culturais, atividade beneficente, assistencialismo parlamentar, carnaval, indução financeira de capital nacional ou internacional, indução a parcerias com o Governo, fragmentação de grupos que geram outros grupos, movimentos sociais e outras situações. Variedade esta que confunde a base conceitual e já não se sabe ao certo do que se está falando ao dizer ‘ONG’. Designa-se como termo de domínio público que o setor que congrega estes tipos de organizações é o Terceiro Setor, por ser o terceiro a ser reconhecido como instituição social na evolução dos sistemas sociais, após o Primeiro (Governo) e Segundo (Empresas). DiMaggio e Anheier (1990) apresentam variações trans-nacionais em torno dos termos utilizados para designar o Terceiro Setor: na França, économie sociaele; no Reino Unido, voluntary sector; na Alemanha, gemeinnützige (bem comum) organisationen; nos Estados Unidos, nonprofit sector, lembrando assim que os pesquisadores encontram dificuldades para estabelecer equivalências em todos os âmbitos: regulação, tributação, 13 RESENDE, T. A. Roteiro do Terceiro Setor. Rio de Janeiro: Aide, 1988. RAFAEL, E. J. Fundações e Direito. São Paulo: Melhoramentos, 1997. 15 PAES, J. E. S. Fundações e entidades de interesse social. Brasília: Jurídica, 1999. 14 47 classificação (como por exemplo na França, onde a tradição estatal desencoraja formas corporativas intermediárias entre o cidadão e o Estado) e realizar estudos comparativos. Os dados mais recentes publicados oficialmente no Brasil sobre o Terceiro Setor estão no estudo “Fundações Privadas e Associações Sem Fins Lucrativos no Brasil - 2002” – conhecido como FASFIL - realizado pela parceria entre Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Associação Brasileira de ONGs - ABONG, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas - GIFE e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, baseado nos dados do CEMPRE – Cadastro Central de Empresas, do IBGE, que cobre o universo das organizações inscritas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ, do Ministério da Fazenda (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2004). A definição das FASFIL encontrada neste estudo é esclarecedora e permite a comparação estatística internacional, pois se baseia nos critérios metodológicos elaborados pelas Nações Unidas em conjunto com a Universidade John Hopkins (UNITED NATIONS STATISTICS DIVISION, 2002), que restringem a uma identidade comum as entidades que se enquadram simultaneamente em cinco critérios: 1. privadas; 2. sem fins lucrativos; 3. legalmente institucionalizadas; 4. auto-administradas (com capacidade de gerir suas atividades) e 5. voluntárias. Ao confrontar os dados do CEMPRE nas 14 categorias de atividades sem fins lucrativos com os cinco parâmetros internacionais, muitas entidades registradas como ‘sem fins lucrativos’ se encontram fora do escopo do estudo: cartórios, condomínios, partidos políticos, fundações e associações domiciliadas no exterior, associações de arbitragem e medidas, executores diretos de políticas públicas, sindicatos e o sistema “S”. Apenas três figuras jurídicas se enquadraram simultaneamente nos cinco critérios: associações, fundações e organizações religiosas (consideradas antes como associações e agora como categoria distinta, desde dezembro de 2003). O estudo revisto em 2004 definiu então como universo as associações e fundações (as organizações religiosas ainda estavam misturadas com as associações, com o prazo de até 2005 para se adequar à nova figura jurídica emergente na lei) classificadas nas seguintes categorias de natureza jurídica das entidades sem fins lucrativos codificadas oficialmente no CEMPRE: 304-2 Organização Social 305-0 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP 306-9 Fundações Mantidas com Recursos Privados 320-4 Filial, no Brasil, de Fundação ou Associação Estrangeira 399-9 Outras formas de Associação. 48 O resultado mostrou que, dentre as 500 mil entidades sem fins lucrativos cadastradas sob o código “3”, que designa as entidades sem fins lucrativos na Tabela de Natureza Jurídica da CEMPRE, 276 mil eram FASFIL, 5% do total de organizações cadastradas no País. Dois terços delas surgiram nos anos 90. O crescimento das FASFIL ao longo das últimas três décadas pode ser observado pelos dados da Tabela 1. É interessante observar que o total de organizações cadastradas no País cresceu de 1996 a 2002, 66%, menos da metade do que cresceu o número de FASFIL. O número de entidades que mais aumentou foi o das relacionadas com meio ambiente, desenvolvimento e defesa de direitos, que se quadruplicaram entre 1996 e 2002, reflexo compreensível da Agenda XXI e dos encontros internacionais relatados no Capítulo 1. Tabela 1. Ritmo de Crescimento das FASFIL. o. Proporção do crescimento (n ) Década 70 0 Década 80 88% Década 90 124% Anos 96 a 2002 157% Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2004 Também é importante contextualizar que a grande maioria das FASFIL identificadas é de pequeno porte: 77% não têm empregados, apenas 7% têm 10 ou mais assalariados e 1% têm mais de 100 empregados (61% do total de pessoas ocupadas no setor). Isto indica forte concentração de mão de obra e ela ocorre nas áreas temáticas que mais empregam: saúde e educação. O total de pessoas empregadas no setor é 1,5 milhões, o que representa 5,5% do total de empregados em todas as organizações formalmente registradas no País. No período de 1996 a 2002, quando o número de organizações cresceu em proporção de 157%, o número de empregados no setor aumentou na proporção de 48%. Um terço das FASFIL está localizado em São Paulo (21%); Minas Gerais (13%) e o Sudeste todo abrigam 44% delas; o Sul, 23%; o Nordeste, 22%; o Centro Oeste, 7% e o Norte, 4%. Em números absolutos, o Estado de São Paulo tem 58.557 organizações desse tipo. Esta dissertação assumirá o termo ‘ONG’ genericamente como o designador das associações e fundações descritas no Estudo FASFIL, porém, o universo pesquisado será mais bem descrito na Parte II, que explica a metodologia da pesquisa. 2. Desafios e Controvérsias relacionadas à ONGs 49 2.1.Crescimento e Suporte do Setor Para ilustrar o quanto esse universo tão variado cresceu, Tachizawa (2004) discute o tópico “atividade principal das ONGs” (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2004), onde as entidades definiram suas escolhas programáticas por grau de importância. As atividades escolhidas como prioritárias, com 41,2% foram: assessoria, capacitação e práticas educativas. Esta é uma evidência de relevância dos serviços de apoio prestados a outras organizações do setor, ou seja, outras ONGs. A demanda por suporte técnico e gerencial cresceu por parte do terceiro setor como um todo, gerando um mercado muito específico e também o interesse acadêmico a nível mundial. Analisando organizações que prestam suporte técnico e gerencial para ONGs, Brown e Kalegaonkar (2002) conseguiram identificar os principais desafios para o desenvolvimento do setor. Conforme sua origem, os desafios foram divididos em dois grandes grupos - externos e internos às organizações - e sua gênese é importante para que as ONGs de suporte possam realmente ajudar. O grupo dos desafios externos se baseia na constituição de quatro ambientes que interferem diretamente na formação de capacidades e no desempenho das ONGs – quatro públicos externos que podem definir questões cruciais: o público em geral, que dá o contexto social de legitimidade e de responsabilidade sobre o uso de recursos para fins coletivos; o Estado, que dá o contexto político e legal de cooperação e fomento de programas; as Empresas, que têm aumentado sua participação na construção de metas e possibilidades de alianças com o Estado e com a sociedade civil organizada, além de desempenharem papel central no desenvolvimento econômico; os agentes internacionais de desenvolvimento, que dão o contexto de relações internacionais de ajuda financeira e intelectual, além da legitimação política ligada ao desenvolvimento sustentável do Planeta. O grupo dos desafios internos se baseia diretamente nas forças do terceiro setor, que, dialogicamente, também são as origens de suas fraquezas: o amadorismo, vem da qualidade das ONGs de ter suas equipes baseadas em valores, crenças, voluntarismo; o foco restrito, surge da qualidade primordial das ONGs: uma base missionária forte, dirigida a um grupo alvo, limitada a um contexto específico; 50 a escassez material, vem do fato de a mobilização de recursos estar ligada a valores muito definidos e relacionados ao público alvo, bloqueando uma visão mais ampla de possibilidades; a fragmentação, que, pela especificidade de valores, metas e estratégias, pode tornar as organizações ‘cegas’ a interesses mais compartilhados e sinérgicos e diminuir sua capacidade de produzir impacto em maior escala; o paternalismo, vindo da cultura marcada por lideranças pioneiras que controlam os recursos e a tomam decisões gerenciais estratégicas, impedindo o fortalecimento do poder dos associados. Nessa perspectiva é possível diferenciar uma nova expertise crescendo: a de ajudar as instituições do setor a mobilizar-se na descoberta de estratégias compatíveis com a superação de seus principais desafios. Os autores definem estas novas organizações de apoio à sociedade civil como agências baseadas em valores, cuja tarefa primária é prover serviços e recursos para fortalecer as capacidades dos componentes dessa sociedade para alcançar suas missões. Os impactos dessas organizações podem ser fracos ou fortes, dependendo, elas também, de seu grau de maturidade para fazer escolhas estratégicas. A Figura 7 mostra como podem ser observados os impactos das ONGs que prestam serviços de suporte a outras ONGs. Flechas fortes significam impacto intenso. Flechas de linhas fracas significam baixo impacto. Observe que há uma gama de possibilidades para catalisar diferentes aspectos da gestão institucional, conforme a escolha de perfil que a ONG de suporte assume. Outra observação importante é que, no confronto entre a enorme diversidade de serviços oferecidos e as necessidades e desafios das ONGs, formam-se muitas configurações diferentes de processos e análises institucionais, o que confunde ainda mais os conceitos de ‘desempenho’, eficiência, compromisso social e outros que estão envolvidos quando se analisa a verdadeira contribuição das ONGs para a sustentabilidade sócio-ambiental. 51 Os desafios externos constituem-se em, basicamente, relacionamentos. A Desafios Interno s Amadorismo Perfil da Organização de Suporte Desenvolvime nto Humano e Organizacional Desafios Externos Legitimidade e de Responsabilidade sobre o uso de Recursos Foco Restrito Informação e Pesquisa Escassez Material Relacionamento com o Estado Recursos Financeiros Fragmentação Alianças e Parcerias Paternalismo Pontes Intersetoriais Relacionamento com as Empresas Relacionamento com os Agentes Internacionais Figura 7. Intensidade de impacto das organizações de suporte nos desafios das ONGs (BROWN E KALEGAONKAR, 2002) emergência desta nova abordagem é radicalmente diferente das abordagens anteriores, surgidas na década de 60 e fomentadas nas décadas de 70 e 80, baseadas apenas em assuntos estruturais internos, como produção de resultados ou gestão de processos. As novas análises institucionais já trazem indicadores mais abertos ao mundo dinâmico das relações, novidade que revoluciona a maneira de compreender o universo do desenvolvimento social. O papel estratégico que as organizações de suporte podem ter na viabilização das ONGs como atores sustentáveis de desenvolvimento é impactante, mas nem todos os suportes oferecidos conseguem atender aos desafios que se impõem; por exemplo, o impacto forte sobre os desafios externos é conseguido apenas pela oferta de alianças e pontes e por nenhuma outra estratégia de suporte. O desafio da legitimidade e responsabilidade sobre recursos não recebe impacto forte de nenhuma das abordagens, que, visivelmente estão mais aptas a influenciar os tradicionais desafios internos. 2.2.Tensões na Gestão Teodósio (2001) coloca a abrangência das organizações de Terceiro Setor em termos de sete parâmetros comentados pela literatura, conforme apresentado no Quadro 6. Características Polares 52 Alcance de Atuação local Regional ou internacional Estrutura Organizacional Formal Informal / movimento social efêmero Natureza do Trabalho Voluntário Remunerado Orientação econômica Sem geração de lucro Geração de lucro e reinvestimento Agenda de Reivindicações metas de grupos específicos metas globais Origem do Grupo Gestor eleições designações Fonte de financiamento próprios Estado/Empresas/Agências/Pessoas Quadro 6. Polaridades Estratégicas de Gestão nas ONGs Fonte: Adaptado de TEODÓSIO, 2001 As organizações, porém, não são radicalmente posicionadas, mas transitam por estas polaridades, muitas vezes cruzando a fronteira entre uma e outra: por exemplo, encontramos organizações que convivem com a geração de recursos próprios e com a busca de financiamentos externos; que vivem num delicado equilíbrio entre trabalho voluntário e remunerado; que agem localmente, mas, estão vinculadas a redes ou organizações mães que têm alcance planetário. De todo modo, em busca de uma tipologia que ajude a compreender a gestão sustentável destas organizações, é importante conhecer o amplo espectro de formatos que podem assumir e perceber que as decisões estratégicas estão amplamente relacionadas ao formato escolhido. Dentro desse contexto, Teodósio (2001) indica para uma dicotomia que freqüentemente tem se observado: por um lado, o terceiro setor é visto como a esperança de introduzir no sistema social um novo modelo de organização em relação àquela estatal - mais ágil e geradora de empregos, menos assistencialista, mais eficiente, legítima, local, agente de desenvolvimento da cidadania e ainda guardiã do próprio Estado - de outro, é visto como precário em seus sistemas gerenciais no que tange à profissionalização – sua distância dos parâmetros de avaliação, seu amadorismo frente à complexidade, sua alta visibilidade e amplitude de relacionamentos, sua ação multidimensional (técnica, política, social, psíquica, 53 motivacional) e por isso necessidade de aprendizagem contínua, além do fato de utilizarem recursos de terceiros e se inserirem em redes sociais das mais diferentes composições. A acomodação dessa dicotomia não é simples. Dissolver a polaridade dessas visões sobre as ONGs vai além da questão da profissionalização, da burocracia ou das intervenções “desenvolvimentistas” que importam modelos gerenciais e técnicos para produzir resultados. O Setor tem sido gradualmente exposto a essas tentativas por agentes financiadores nacionais e multinacionais (fundações privadas e públicas e agências de ajuda internacional) na busca de melhorar o desempenho e a sustentabilidade das suas organizações. Lewis (2003), ao estudar um caso de projeto rural na Índia, chegou à conclusão de que os desafios de gestão para a sustentabilidade organizacional estão fortemente vinculados a valores invisíveis que se manifestam ao longo da vida institucional e que não podem simplesmente ser identificados e geridos pelas ferramentas convencionais trazidas pelos agentes financiadores governamentais ou privados. Ele aponta que a idéia generalizada de que ONGs têm vantagens sobre outros tipos de organizações voltadas para o desenvolvimento: seu alto nível de flexibilidade e proximidade com a realidade local, a comunidade é real e esta qualidade lhes permite serem menos burocráticas e mais acessíveis, diminuindo assim as barreiras de status quo. 2.3.O vínculo com sistemas e estruturas maiores e mais amplas Como se ONGs pudessem ser comentadas em um só bloco... As ONGs estão além das generalizações correntes no discurso coletivo, pois não compartilham uma cultura comum; ao contrário, exibem diferenças importantes no modo como “pensam” e agem. Essas diferenças são dispostas em arranjos de valores que co-existem e determinam onde a sustentabilidade, mesmo se entendida aqui como um tópico da efetividade organizacional (vide Capítulo 2) de cada organização está ancorada: na força das lideranças, dos subsistemas gerenciais, na força do trabalho de suas equipes, no mercado. Se for possível compreender por que as ONGs começaram a existir ou mesmo por quê existem hoje, DiMaggio & Anheier (1990) têm uma contribuição. Historicamente, no final do século dezenove, as elites urbanas tiveram o impulso de organizar associações e por meio delas exerciam sua cidadania de controle do ambiente e definição de fronteiras sociais – atuavam como fundadores, conselheiros ou voluntários, provendo suporte e liderando. Depois disso veio uma era na qual essa camada de nível superior ingressou no controle de organizações com fins de lucro, as empresas, numa onda de profissionalização de gestores que absorveu essa elite como mão de obra. Esse aumento na demanda de profissionais mais 54 qualificados simultaneamente com a diminuição da dependência de doações (porque o Governo aumentou seu suporte financeiro) moveu as classes dominantes locais para o papel de gestores corporativos. A partir daí, outros grupos sociais passaram a formar as ONGs – trabalhadores, religiosos, lideranças étnicas. Esta nova onda de criação de organizações sem fins de lucro fez surgir outro tipo de ONG: menos estáveis e mais específicas, menos abrangentes em suas missões comunitárias do que aquelas anteriores, criadas pela riqueza. A gênese descrita mostra como o impulso organizador que partiu das elites serviu como fonte de profissionais para as corporações e como as ONGs seguintes abriram mercado atrativo para outros profissionais, que buscavam mais autonomia ideológica e participação do que a estrutura do Estado e das corporações podia oferecer. Nos anos 60 aconteceu uma nova mudança na natureza do setor sem fins de lucro, pois o Estado começou a financiar ou mesmo contratar serviços de ONGs e nos anos 70 as empresas corporativas que assumiram grande parte desse papel financiador. A perspectiva histórica exposta pelos autores, apesar de baseada no contexto do hemisfério norte, pode ser útil para explicar como a prevalência de ONGs pode ser diferente conforme a sua área de atuação ou ainda conforme sua história de fundação e gestão. Esta diversidade até deu origem a um novo termo, as QUANGOs – quasi nongovernamental NGOs – para exprimir a situação híbrida de algumas ONGs “semi-públicas”, onde as ações e gestão já refletem a co-autoria do poder público. As contingências históricas conferem às ONGs a qualidade de incorporar e preservar sua capacidade de resposta aos estímulos conjunturais. Seu tamanho e composição variam conforme varia também a estrutura social entre o público e o privado: há aquelas orientadas par o Estado e aquelas orientadas para a economia de mercado, o que reflete diretamente em seu caráter gerencial. Assim, conceitos como: eficiência, qualidade, efetividade ou mesmo sustentabilidade adquirem matizes culturalmente afins ao setor preponderante como influenciador da ONG em sua constituição. Por exemplo: servir ao Estado fez das ONGs americanas mais burocráticas e a sua função política, geralmente latente, passa a se manifestar em negociações institucionalizadas com agências, empresas e outras ONGs no setor (DIMAGGIO & ANHEIER, 1990). O desafio e a controvérsia que emergem dessa abordagem mais sociológica é que a ONG, vista superficialmente como um espaço de valores liberais, pode ser mais profundamente compreendida como um reflexo de estruturas e funções utilitárias da sociedade, cuja conseqüência impacta todos os aspectos de gestão e até do papel que têm como contribuintes para o desenvolvimento sustentável. 55 2.4. A contribuição para o Desenvolvimento Sustentável Contribuir para o bem estar dinâmico da sociedade, seu desenvolvimento pacífico e saudável é papel de todos os setores sociais, conforme preconizado pela Agenda XXI Global, já no preâmbulo do Capítulo I, onde as ONGs são literalmente citadas como atores de responsabilidade definida na cooperação internacional. Uma análise da Agenda XXI feita por Barbieri (1997) realça os Capítulos nos quais há menção especial sobre o papel das ONGs como atores das estratégias de sustentabilidade recomendadas: Seção II – sem título: Capítulo 11, “Combate ao desflorestamento” Capítulo 21, “Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com esgotos” Seção III – Fortalecimento do Papel dos Grupos Principais: Capítulo 23, “Preâmbulo” Capítulo 25, “A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável” Capítulo 26, “Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e suas comunidades” Capítulo 27, “Fortalecimento do papel das organizações nãogovernamentais: parceiros para um desenvolvimento sustentável” Seção IV – Meios de Implementação Capítulo 36, “Promoção do Ensino, da conscientização pública e do treinamento” Capítulo 38, “Arranjos institucionais e internacionais” Capítulo 40, “Informações para a tomada de decisões” Especialmente o Capítulo 27 se ocupa das ONGs e tem os objetivos de desenvolver mecanismos para que elas possam desempenhar parcerias e participar na formulação de políticas e tomadas de decisão. Sugere que os Governos e organismos internacionais promovam abertura suficiente para incluí-las nos procedimentos formais relacionados ao desenvolvimento sustentável. No Capítulo 40 há menção sobre o papel das ONGs no incentivo à formação de redes e arranjos institucionais inter setoriais. A partir de 1997, com base na Agenda XXI Global (1992), começou a construção da Agenda XXI Brasil (1996), onde o tema da redução das desigualdades sociais foi selecionado como estratégico para o alcance de metas, o que potencializou papel das ONGs como agentes. Florianópolis-SC entrou como experiência vencedora do Concurso de Melhores Práticas em Dubai, 2004 (AGENDA XXI LOCAL DE FLORIANÓPOLIS, 2004) e está 56 catalogada como BEST, servindo, portanto como referência para melhor se compreender como uma ONG pode contribuir para o desenvolvimento sustentável. Nessa experiência entidades diversas firmaram acordos para implantar o Documento Base da Agenda 21 Local e se compromissaram das seguintes formas: • Com os serviços que prestam; • Com a disponibilidade de suas sedes para eventos relacionados; • Com o apoio a procedimentos burocráticos; • Com a participação em atividades coordenadas de serviços públicos; • Com a participação nas tarefas de difusão de atividades e conscientização dos cidadãos. Conselhos Municipais, organizações de base comunitária e ONGs locais se compromissaram a levar adiante um projeto coletivo de melhoria urbana, conforme Declaração de Intenções assinada por mais de cem entidades que reuniram os três setores quatro anos antes. Resultados foram alcançados pelo trabalho direto do setor público e da sociedade civil (redes básicas de saneamento e abastecimento de águas, melhoramento de rede viária, preservação de mananciais e projetos especiais de educação ambiental e ajuda para as comunidades menos favorecidas). A experiência de Florianópolis mostra a lentidão do processo de articulação social, (o tempo entre a assinatura da Declaração de Intenções e a observação de resultados foi de quatro anos). A qualidade das relações entre lideranças e organizações foi fundamental nesse processo, por isso o Prêmio BEST. Tânia Fischer (FISCHER, 2006) identifica esse campo como um processo de mediação social e propõe a qualificação de gestores do desenvolvimento social para esse papel, fortalecendo sua capacidade de articular múltiplas escalas de poder individual e social; trabalhar a identidade, a cultura e a aprendizagem coletiva, coordenar ações inter organizacionais; criar novas abordagens; comunicar resultados e prestar contas. Este é um desafio que representa um investimento social estratégico nas ONGs. A contribuição das ONGs para o desenvolvimento sustentável é um trabalho essencialmente de fronteiras, no sentido mais sistêmico da palavra – o de agir na incerteza da flutuação entre o que ocorre dentro e o que ocorre fora das organizações envolvidas (EDWARDS E SEN, 2000; SILVA, 2006). Segundo Wapner (1996), ONGs só contribuem para o desenvolvimento sustentável porque são fonte de influência para os governos e para a 57 coletividade, não afetam por si diretamente a realidade, mas, por meio de sua ação política, numa dimensão cívica. A experiência de Florianópolis ilustra essa dinâmica. 3. Modelos de Gestão Como foi discutida no Capítulo 2, a corrente convencional de pensamento ligada aos estudos de administração tratam a sustentabilidade como um tópico da efetividade organizacional e não como uma atitude ou uma postura organizacional que se reflete em todos os campos de gestão, visão da corrente ligada ao campo do desenvolvimento sustentável. Foi visto também que essa diferença de noção conduz a papéis diferentes na institucionalização do conceito e, portanto, na contribuição das organizações para o desenvolvimento sustentável. Com este “pano de fundo”, é necessário então que se analise alguns modelos de gestão orientados à efetividade como um passo evolutivo na operacionalização do conceito da sustentabilidade. Por causa de uma invasão sem precedentes de organizações do setor privado em áreas que antes eram de domínio típico do setor sem fins lucrativos, a adoção pelas ONGs, de práticas gerenciais originadas no setor privado também aumentou. O interesse acadêmico sobre o desempenho das ONGs também cresceu e a comparação de modelos entre setores é um procedimento muito utilizado nas pesquisas (ROJAS, 2000). Rojas (2000) fez uma revisão de modelos que medem a efetividade organizacional em ambos os setores (lucrativo e não lucrativo), modelos que fazem parte da grande corrente de práticas exercida por consultores e executivos. O primeiro modelo vem de um estudo realizado em organizações indianas (BHARGAVA; SINHA16, 1992 apud ROJAS, 2000) e propõe uma escala de sete pontos aplicada em quatro componentes: produção (outputs), compromisso (com o alcance de objetivos), liderança (influência pessoal nas decisões) e conflitos interpessoais (grau de incompreensão entre pessoas). A maior deficiência deste modelo em sua aplicação a ambos os setores está na interpretação do que seja “produção” e “compromisso”, pois na empresa privada estes conceitos estão relacionados com matérias mais tangíveis do que no Terceiro Setor. O segundo modelo é um constructo de efetividade composto por indicadores processuais inter-relacionados que servem de ferramenta de avaliação (RIDLEY; MENDOZA17, 1993 apud ROJAS, 2000) de dois eixos: a “sobrevivência” e a “maximização 16 BHARGAVA, S., AND SINHA, B. Predictions of Organizational Effectiveness as a Function of Type of Organizational Structure.Journal of Social Psychology, V. 132, p. 223–232, 1992. 17 RIDLEY, C. R., AND MENDOZA, D. W. Putting Organizational Effectivenessin to Practice: The Preeminent Consultation Task. Journal of Counseling and Development, V.72, p.168–178, 1993. 58 do retorno”: auto-regulação, permeabilidade interno/externo, sensibilidade ao status quo, contribuições, transformação, transações vantajosas e flexibilidade. Este modelo precisa ser validado e pesquisado, pois ainda é uma ferramenta de consultoria que atende demandas emergentes. O terceiro modelo é baseado em seis indicadores: experiência gerencial, estrutura, EXTERNO IV – Metas Racionais I - Sistema Aberto Produtividade Inovação Metas Crescimento FLEXIBILIDADE CONTROLE III – Processo Interno II - Relações Humanas Medições Participação Documentos Discussão INTERNO Figura 8. CVF - Competing Values Framework Fonte: ROJAS, 2000. impacto político, envolvimento do Conselho, voluntariado, comunicação interna (JACKSON18 1999 apud Rojas, 2000). O quarto modelo é chamado CVF – Competing Values Framework (QUINN; ROHRBAUGH19, 1983 apud Rojas, 2000), cujo constructo é mais robusto do que os anteriores e tem sido amplamente utilizado em vários estudos citados pelo autor. Criado sobre uma escala multidimensional de valores contínuos originou uma representação espacial que compreende dois eixos polares: “controle-flexibilidade” e “interno-externo”, criando assim quatro quadrantes que contém arranjos de indicadores de sustentação da organização (Figura 8). Cada arranjo representa fatores que interferem no perfil da sustentabilidade organizacional. O autor conclui baseado na literatura, que este é o melhor modelo para trabalhar a efetividade de organizações em ambos os setores: sem e com fins lucrativos. O modelo tem o respaldo da validação e confiabilidade experimental e consegue agrupar numa base comum o que é tradicionalmente controverso. Esses quadrantes mostram fortes pistas do 18 JACKSON, B. Perceptions of Organizational Effectiveness in Community and Member Based Nonprofit Organizations. Doctoral dissertation, University of La Verne, 1999. ProQuest Digital. 19 QUINN, R. E., AND ROHRBAUGH, J. A Spatial Model of Effectiveness Criteria: Towards a Competing Values Approach to Organizational Analysis.Management Science, V.29, p. 363–377, 1983 59 que deve e pode ser medido para identificar uma organização com efetividade organizacional: alcance de metas, capacidade de inovação, legitimidade no reconhecimento público, capacidade para realizar parcerias, relações internas e externas e gestão de informações são alguns dos indicadores que emergem neste modelo. Um trabalho publicado dois anos antes, por Shoichet (1998) alertou para os perigos de utilizar modelos de efetividade organizacional planejados para empresas com fins lucrativos dentro de organizações sem fins de lucro. Ele coloca que há um paradigma bidimensional a ser quebrado na transição destas para aquelas organizações: a efetividade e a eficiência. Típicos do setor privado, onde o foco tem sido a qualidade, o desempenho, os processos e recursos internos, esses dois elementos não são suficientes para as organizações do Terceiro Setor; nelas existem sutis elementos inerentes ao seu trabalho que extrapolam a análise estrutural interna. Primeiro, porque as ONGs trabalham com recursos de terceiros, e só isto já seria suficiente para quebrar o paradigma bi-dimensional, pois a doação é um fenômeno que exige mais do que efetividade e eficiência para se completar (LANDIM, 1998); segundo, porque tem metas e ganhos intangíveis que precisam ser considerados na sua sustentabilidade organizacional. Um só doador que vincule seu dinheiro à causa já é considerado ‘resultado’, independente até do alcance de metas sociais que a doação gerar (KISIL, 2005). A proposta de Shoichet (1998) é a de um modelo tri-dimensional – 3 Delta Model - que inclui um terceiro aspecto ao paradigma bi-dimensional: os relacionamentos com os interessados (stakeholders) e as ligações entre eles, donde surge a comunidade e o contexto político como novos elementos de gestão. Assim, ele trabalha ao longo de três eixos: o produtivo, o do planejamento e o político, este último com o objetivo explícito de trazer à tona os elementos típicos das organizações de Terceiro Setor. Sutilezas como responsividade, empatia, transmissão de segurança, passam a ser incluídas nas análises organizacionais e habilidades relacionais como as de concessão, defesa (advocacy), apoio e negociação entram na composição do ambiente de compromisso e responsabilidade onde estão as organizações de Terceiro Setor. O 3 Delta Model consegue integrar elementos que geralmente são vistos numa perspectiva fragmentada, como pudemos observar na Figura 7, onde cada um dos desafios é tratado por um tipo específico de suporte, como num “ambulatório de especialidades médicas”, cada qual tratando a parte que lhe cabe. Aqui se pretende integrar diferentes medidas de desempenho, o que pode aliviar a fricção tão característica de relações entre as áreas funcionais dentro da mesma organização. 60 O autor relata o uso do modelo no Conselho de uma escola pública, em dois hospitais metropolitanos e numa companhia de teatro sem fins lucrativos para ilustrar o potencial da análise agregada em três dimensões - comunidade, estrutura, cultura -, três eixos - produtivo, planejamento, político - e nove componentes – recursos, alternativas, necessidades, sistemas operacionais, interessados, estratégias, sistemas sociais, responsividade, crenças compartilhadas - que, ao conseguir a congruência permitem a superação dos desafios para uma gestão voltada à sustentabilidade. Segue a descrição desse conjunto de dimensões, componentes e eixos de análise: Comunidade. No início de toda atividade organizada há uma necessidade. Economistas chamamna utilidade, capitalistas chamam-na mercado, ONGs chamam-na comunidade. (SHOICHET, 1998) E a comunidade gera, no eixo do planejamento, as necessidades. No eixo produtivo, os recursos que estão disponíveis e, no eixo político, as alternativas que podem ser viáveis ao trabalho em foco. E tem-se a primeira tríade de componentes. Estrutura. ...vários processos, tecnologias, sistemas e coordenações que permitem aos indivíduos desempenhar tarefas de maneira integrada (SHOICHET, 1998) No eixo do planejamento, a estrutura gera estratégias de enfrentamento daquelas necessidades da comunidade – são os planos, programas e escolhas parecem as melhores possibilidades disponíveis para alcançar seus objetivos; no eixo produtivo a estrutura gera os sistemas operacionais, que são as tecnologias de produção, administração e informação disponíveis e que trabalham em sinergia com os recursos da dimensão ‘comunidade’; no eixo político, a estrutura das ONGs faz emergir os interessados (stakeholders) – diretores, voluntários, contratados, parceiros. E tem-se a segunda tríade de componentes. Cultura. ... sistema de crenças cotidianas construídas via experiência, que provê um kit de sobrevivência aos indivíduos dentro da organização DAVIS 20 DAVIS, S. M. Managing Corporate Culture. New York: Ballinger, 1984. 20 (1984apud SHOICHET, 1998) 61 E a cultura se manifesta no eixo do planejamento pelas crenças e valores compartilhados (SENGE, 1991) que encorajam aos interessados o compromisso com a estratégia que a estrutura escolheu; no eixo produtivo da cultura está a “fábrica” da organização: os sistemas sociais que abrigam o poder informal influenciam e dão consistência aos sistemas operacionais da estrutura; no eixo político, a característica que provê flexibilidade e comprometimento dos indivíduos e suporta a relação com os interessados: a responsividade. E tem-se a terceira tríade. Uma contribuição deste modelo é identificar lacunas que ‘desalinham’ os componentes entre si e desarmam o equilíbrio de suporte da organização. Essas lacunas geralmente são invisíveis, mas podem ser localizadas nos eixos de análise propostos (Figura 9). No eixo do Planejamento: 1. Lacuna estratégica: pode indicar que os planos e programas desenhados pela estrutura organizacional não estão respondendo às necessidades da comunidade; 2. Lacuna ideológica: pode indicar inconsistência entre planos e programas estruturais e os valores compartilhados pela cultura da organização. No eixo Produtivo: 1. Lacuna de integridade: entre estrutura e cultura pode acontecer a situação na qual os sistemas sociais da organização não conseguem suportar os operacionais, impedindo a implementação adequada dos processos; 2. Lacuna tática: os sintomas aparecem rapidamente - a eficiência é ameaçada e surge um desequilíbrio no qual os sistemas operacionais não conseguem utilizar bem os recursos disponíveis. No eixo Político: 1. Lacuna de flexibilidade: se houver um afastamento entre cultura e estrutura ao longo do eixo político, surgirá uma situação na qual a organização não consegue inovar, adaptar-se e ser responsiva junto aos interessados (stakeholders); 2. Lacuna de credibilidade: o afastamento entre a estrutura e a comunidade ameaça a legitimidade e os interessados são repelidos Os indicadores que emergem do 3 Delta Model sugerem um processo holístico de abordagem ao tirar o foco comumente exagerado que os gestores colocam na lacuna tática; assim a visão se expande para mais possibilidades de compreender e gerir a sustentabilidade. Os casos apresentados por Shoichet (1998) mostram evidências desse processo. 62 Figura 9. Delta Model Fonte: SHOICHET, 1998. McKNIGHT (1993) reforça essa componente política no trabalho com comunidades: mostra que tem ocorrido um efeito devastador quando ONGs ou o Estado baseiam seus projetos apenas nas deficiências e necessidades locais. As pessoas passam a considerar a si mesmas e as suas organizações locais como fundamentalmente deficientes e vítimas incapazes de se encarregarem da solução com sua própria sabedoria e talentos. Esta sensação de esgotamento acaba por direcionar recursos de modo fragmentado e tímido para prestadores de serviços diversos, como consultorias, treinamentos, pesquisas e levantamentos, sem a segurança de encontrar reais caminhos de desenvolvimento e sustentabilidade. Pode, portanto gerar um ciclo de dependência dos serviços externos ao invés do desenvolvimento comunitário desejado. O holandês Lievegoed (1991), apoiou o conceito de sustentabilidade institucional na gestão de 5 campos bem definidos, mas, não isolados, cuja dinâmica produz um sistema complexo de variáveis, ao qual ele chamou de Clover-leaf Organization. A estrutura que propõe baseia-se no modelo sistêmico input-output, mas, dá ênfase especial à acumulação de energia por meio do controle e distribuição da informação, que subordina os campos de 63 gestão num delicado equilíbrio interno mantido pela governança eficaz dos dirigentes (Figura 10). Paula e Silva (2000) adaptou esse Modelo para a gestão de ONGs e explicitou a relação entre os campos, realçando a governança como elemento de destaque na sustentabilidade organizacional ( Figura 11), responsável por manter um movimento dinâmico entre as áreas de gestão, no qual uma área pode “alimentar” outra a energia que gera: qualidade, legitimidade, motivação e viabilidade, direção e capacidade operacional são seis inter-relações, todas dinamizadas pela sétima, que é a governança do sistema. Alguns dos modelos comentados são mais normativos; outros, mais empíricos, mas, todos sugerem dimensões internas e externas às organizações, com elementos indicadores do grau de efetividade/sustentabilidade organizacional. Emerge, então, que a sustentabilidade de uma organização do terceiro setor é vista como um estado de busca equilibrada e permanente por manter saudáveis todos os seus subsistemas: a tecnologia de produção e serviços, os relacionamentos, as finanças, a qualidade dos produtos, os recursos naturais, financeiros, a sociedade local e, é claro, o resultado social. Figura 10. Clover-Leaf Organization (LIEVEGOED, 1991) 64 Figura 11. Modelo Trevo (PAULA E SILVA, 2000) 65 Capítulo 4 Indicadores de Sustentabilidade O objeto deste Capítulo é conceituar indicadores e discutir sua função em processos de institucionalização, bem como apresentar os indicadores e critérios que formam os principais Índices de Sustentabilidade. Em seqüência a esses aspectos introdutórios, elabora a validação teórica de cada Critério escolhido para a investigação nas ONGs que são universo da pesquisa. 1. Conceito Como contribuição ao debate sobre as possibilidades e limites de construção de indicadores que sirvam aos propósitos de ONGs e movimentos sociais, é útil referir-se ao documento base para o desenvolvimento de “Sistemas de Indicadores para apoiar o processo de monitoramento e avaliação dos resultados e impactos das intervenções das ONGs” (PLATAFORMA NOVIB, 2001), projeto brasileiro apoiado pela agência Novib/Oxfam da Holanda. Aí se encontra um panorama sistematizado das referências conceituais relacionadas à produção de indicadores de resultados e impactos das ONGs (Quadro 7). A diversidade de perspectivas é visível, inclusive com relação à função dos indicadores, que varia da comparação temporal dos fatos à avaliação de conteúdo dos mesmos. Fonte CER/CMI, 1995 Definição “... conjunto de variáveis que aferem características quantitativas e qualitativas, consideradas significativas no desenvolvimento de um plano, definidoras de seu contexto de atuação e de seus resultados.” USAID “... variáveis cujo objetivo é medir a transformação num fenômeno ou processo.“ WWF, 2000 “... sinais ou evidências que nos permitem verificar em que medida o fenômeno observado está sofrendo variações a partir da intervenção realizada. Armani, 2000 “... instrumentos de medição usados para indicar mudanças na realidade social que nos interessa. [...] medir, avaliar ou demonstrar variações em alguma dimensão da realidade relevante para os objetivos de um determinado projeto. [...] parâmetros objetivos e mensuráveis utilizados para operacionalizar conceitos.” Valarelli, Em projetos sociais, indicadores são parâmetros qualificados e/ou quantificados que 1999 servem para detalhar em que medida os objetivos de um projeto foram alcançados, dentro de um prazo delimitado de tempo e numa localidade específica. Como o próprio nome sugere, são uma espécie de “marca” ou sinalizador, que busca expressar algum aspecto da realidade sob uma forma que possamos observá-lo ou mensurá-lo.” Dursch, 1989 “... uma evidência concreta e observável do que se obteve, das modificações efetuadas e das metas e objetivos atingidos. Em outros termos, os indicadores constituem medidas que se utilizam para dar respostas às perguntas (da avaliação).” Quadro 7. Panorama de Definições de Indicadores Fonte: PLATAFORMA NOVIB, 2001 66 O termo indicador é às vezes utilizado para cobrir dois níveis distintos: o fator observado e outros fatores conectados entre si, que produzem significados. A distinção entre um nível e outro pode ser denominada como ‘indicadores primários’ e ‘indicadores secundários’ – ou critérios (PEDHAZUR, 1991). Outro termo utilizado é ‘índice’, que agrega a situação de vários critérios e descreve um contexto mais amplo. Índices são utilizados para refletir, por exemplo, a saúde de uma economia ou a efetividade de um programa de maneira mais macro, sem entrar em indicadores específicos. Em estágios gradativos, o desdobramento de variáveis pode assumir uma proporção quase infinita. Em algum momento o pesquisador terá de fazer um corte no número de variáveis – indicadores e critérios (ou índices) – relacionados ao objeto de estudo, mesmo que isto custe alguma precisão ou confiabilidade. A definição de Scriven (1991) é a que será adotada nesta dissertação: O indicador é um fator, uma variável ou uma observação que é empiricamente conectada a um critério; um correlato. [...] Critério, ao contrário, é a conexão de variáveis que representa a conexão com a realidade de forma acurada. (SCRIVEN, 1991) Por exemplo: se estudantes julgam um curso como valioso em seu aperfeiçoamento profissional, isto é um indicador de qualidade do curso; porém, o mérito do curso só será julgado através de critérios que sejam mais amplos do que o julgamento pessoal dos alunos, algo que conecte o valor do curso com a realidade – uma promoção na carreira, poderia ser um critério. Mas, o próprio autor alerta para perigos do processo de avaliação: indicadores e critérios podem ser facilmente manipulados; além disso, seu uso em avaliação de pessoas é quase sempre ilícito como critério de mérito, tanto pelo viés que advém de comportamentos em simulações ou mesmo relacionados à amostragem, onde nem sempre é possível separar eticamente ou legalmente tipos de pessoas para avaliá-las e concluir cientificamente sobre elas (como competências ou desempenho). A agregação dos indicadores está caracterizada na Figura 12, apresentada por Van Bellen (2005). Qualquer abordagem que usa índices ‘validados empiricamente’ como critérios de mérito a partir da agregação de indicadores primários observáveis está sujeita a algum grau de imprecisão e subjetividade, pois a combinação dos elementos primários é orientada pelo pesquisador e suas crenças, valores e princípios. A maneira de evitar esta ‘armadilha’ da subjetividade, que impediria a conclusão científica, é definir o constructo de cada critério, examinando a teoria que o suporta e relacionando diferentes visões, funções e contribuições 67 Índice Indicadores Dados Analisados Dados Primários Figura 12. Processo de Construção de Índices Coletados Fonte: VAN BELLEN, 2005 de cada elemento de observação na conceituação daquele critério. Isso é um processo denominado validação de critério, critério, recomendada pelo rigor da pesquisa científica ci e metodologicamente definida como recurso de validação teórica (PEDAHAZUR, (PEDAHAZUR, 1991; HAIR, 2005; MALHOTRA, 2001; WEIERS, 1984). A validação relacionada aos critérios legitima os indicadores primários agregados a ele e fortalece a mensuração dos mesmos, mesmos, pois orienta os instrumentos e a escala de medida, uma vez que os resultados das medições devem refletir as diferenças reais no universo em foco. Pedhazur hazur (1991) afirma que a importância desta validação reside no fato de que é a partir dela que serão definidas efinidas as pontuações numéricas que permitirão medir os conceitos de forma quantitativa. Cada indicador primário de um grupo servirá como variável preditora daquele critério que dá nome ao grupo, pois o critério em si não pode ser observado diretamente, como omo já foi dito, precisando desses indicadores primários primários (também chamados de ‘indicadores intermediários’). Provavelmente por causa da dificuldade de acordo sobre como agrupar indicadores e como utilizá-los utilizá los na construção e medição de conceitos, as instituições institui sociais encontram muitas lacunas para prever, comparar e analisar tópicos relacionados às ciências humanas. A seleção de critérios específicos tem de superar a ausência ou insuficiência de definições operacionais de muitos constructos para a construção construçã de escalas e índices, pois a eficiência preditiva de um critério está diretamente relacionada à qualidade de seu constructo (PEDHAZUR,, 1991). E quanto maior a sofisticação da mensuração desejada, mais complexa será a validação dos constructos, pois mais necessária a definição de seus pesos e contribuições na medida final (HAIR, ( 2005). 2. A construção de consenso entre instituições para a definição de indicadores Os indicadores são elementos temporais (fugazes ou duradouros, duradouro dependendo da força de reação) e que ue provocam as pessoas e instituições instituições a se posicionar diante delas; dela este posicionamento inicia o debate social, insere o assunto em discussões científicas ou políticas e 68 finalmente, impulsiona a evolução dos paradigmas e conceitos até então acreditados. Este processo é fundamentado na discussão de construção social a partir de fatos gerados na divisão dos papéis e posicionamentos dos atores sociais (especialmente por DURKHEIM, 1977/1960). A sociedade plural, com seus muitos atores e muitas questões, hoje exige articulações inter setoriais e um embate político que só é possível se marcos bem definidos se estabelecerem como pontos de referência. Os indicadores são pontos de referência porque atribuem valores às atitudes e práticas das instituições e provocam as consciências individuais a se manifestar contra ou a favor dessa valorização; assim vai sendo construído ao redor deles um contorno quase invisível, composto pela discussão coletiva de indivíduos e instituições sobre si mesmos, seus posicionamentos, suas inferências, seu papel. Vale citar as palavras traduzidas de Durkheim: Mas, porque a sociedade é composta de indivíduos (e coisas, mas, elas não são ativas), parece ao senso comum que a vida social não pode ter outro substrato senão a consciência individual; caso contrário, como que ficaria no ar, planando no vácuo. *** ...fatos sociais... consistem eles em maneiras de fazer ou pensar, reconhecíveis pela particularidade de serem suscetíveis de exercer influência coercitiva sobre as consciências particulares. *** Pois o que importa saber não é a maneira como tal pensador concebe individualmente determinada instituição, mas sim a concepção que dela formula o grupo; somente esta concepção é socialmente eficaz. Ora, ela não pode ser conhecida por simples observação interior, uma vez que não existe toda inteira em nenhum de nós; é preciso, pois, procurar alguns sinais exteriores que a tornem sensível. Ainda mais, ela não nasceu do nada; constitui um efeito de causas externas que é preciso conhecer para poder apreciar o papel que desempenhará no futuro. Por mais que se faça, é necessário voltar sempre ao mesmo método. DURKHEIM, 1977/1960 Um exemplo real é a concepção de trabalho infantil trazida à tona pela United Nations Children’s Fund – UNICEF e Organização Internacional do Trabalho – OIT (UNITED NATIONS CHILDREN’S FUND, 1996) que antes era estranha, hoje é difundida e institucionalizada em muitas nações. 69 Pode-se dizer, portanto, que há três funções básicas nos indicadores, ou três grandes grupos de funções, em ordem crescente de complexidade - da instrumental à sociológica: medição (avaliação, observação de tendências, comparação), indução de comportamento (aprendizagem, gestão institucional) e criação do fato social (e conseqüentemente, da institucionalização de conceitos). A Figura 13 ilustra essas funções relacionadas dos indicadores. Ainda há algo mais: esse sistema de produção e construção de fatos sociais opera em sistemas de racionalidade que precisam de alguma objetivação em meio à natureza Figura 13. Funções dos Indicadores (elaboração própria) subjetiva do indivíduo e da sociedade. A estatística é uma das maneiras de objetivação. A visão proposta por Desrosières (1998, 2001) supõe que haja um mínimo de elementos de referência que possam ser compartilhados por diferentes atores, e nestes elementos de referência inclui-se a informação estatística como linguagem de compreensão e avanço do panorama social. ... o espaço público é onde as questões da sociedade podem ser debatidas e isso depende de informações estatísticas acessíveis a todos. DESROSIÈRES, 1993. As diferenças no desenvolvimento de paradigmas entre diversos campos científicos foram evidenciadas por Jeffrey Pfeffer (1993), quando comparou vários trabalhos científicos que mostram que os estudos organizacionais e as ciências sociais de maneira geral, em relação a outras ciências, não têm paradigmas bem desenvolvidos. Ao evitar acordos sobre focos e processos de discussões em nome de manter o pluralismo, os cientistas sociais 70 também perdem oportunidades de fixar pontos de referência e assim demarcar posições que provoquem os avanços coletivos na forma de compreender e agir. Os indicadores cumprem esse papel provocador do posicionamento. 3. Índices de Sustentabilidade Neste tópico serão explorados alguns índices utilizados em diferentes setores (privado e público) e discutidos os seus elementos componentes. GRI ONG sediada em Amsterdam, Global Report Initiative ( 2007), é uma fundação sem fins lucrativos colaboradora do Programa Ambiental das Nações Unidas que propõe um modelo para o Relato de Sustentabilidade das empresas chamado de Diretrizes GRI, no qual as corporações podem se orientar para avaliar seu desempenho e comparar sua situação com a de outras similares, abrindo o diálogo entre pares para a evolução do tema. Não pretende ser código de conduta nem sistema de gestão e nem metodologia de avaliação interna de desempenho. É uma estrutura externa de relato que permite a comunicação de: 1) ações tomadas para melhorar desempenho e impacto econômico, ambiental e social; 2) resultados de tais ações; 3) estratégias futuras. A visão da GRI é que os relatórios de desempenho econômico, ambiental e social elaborados por todas as organizações sejam tão rotineiros e passíveis de comparação como os relatórios financeiros. Princípios GRI A GRI provê importantes pontos de referência para ajudar um usuário a interpretar e avaliar as decisões da organização sobre o conteúdo de seu relatório de sustentabilidade. São onze princípios sugeridos: 1. Transparência - completa publicação de processos, procedimentos, e suposições na preparação do relatório como elemento essencial para sua credibilidade; 2. Inclusividade – engajamento das partes interessadas para ajudar a focar e melhorar continuamente a qualidade de relatórios; 3. Auditabilidade – permissão a auditores internos ou provedores de garantia externos para atestar a veracidade dos dados e informação relatados; 4. Completude – inclusão integral, no relatório, de todas as informações materiais de desempenho econômico, ambiental e social da organização de maneira consistente com os limites, escopo e período de tempo declarado; 5. Relevância - importância a um particular aspecto, indicador, ou pedaço de informação, no qual a informação se torna significante o suficiente para ser relatada; 71 6. Contexto de Sustentabilidade – contextualização do desempenho no âmbito amplo da conjuntura ecológica, social nos limites ou restrições que adicionem significado importante à informação relatada; 7. Exatidão – informação com baixa margem de erro na informação relatada ajuda aos usuários tomarem decisões com um alto grau de segurança; 8. Neutralidade - não indução na seleção e apresentação da informação; 9. Comparabilidade - consistência no limite e escopo de relatórios, publicando qualquer mudança e re afirmando previamente a informação relatada. 10. Clareza – disponibilização da informação conforme as diversas necessidades e backgrounds de todos os grupos de partes interessadas de maneira pró-ativa ao máximo número de usuários; 11. Conveniência - informação em calendário regular que preencha as necessidades dos usuários e comporte com a natureza da própria informação. É importante observar que os dois primeiros princípios indicam para o engajamento dos interessados desde o início dos trabalhos, fundamento do exercício social da organização que pretende ter relevância em sustentabilidade. O terceiro princípio vem confirmar esta importância, tornando crível publicamente as informações registradas. Os princípios da neutralidade, comparabilidade, e relevância “moldam” a natureza da informação disponível no relatório, e, através dos princípios de clareza e conveniência, facilita o seu acesso em tempo útil a quem precisar. Indicadores GRI GRI divide seus indicadores em dois grupos: centrais e adicionais. Ambos emergiram de um processo de seleção que durou uma década e que a GRI chama de consulta a multi-interessados. Os indicadores centrais são de relevância para a maioria do público consultado e são obrigatórios para o Relato; os adicionais são relativos a práticas pioneiras ou a informações específicas que servem a alguns interessados em determinado assunto e são opcionais no Relato. Os indicadores adicionais foram escolhidos também porque podem ser valiosos informantes de futuros indicadores centrais. Há discussão em torno de como encontrar indicadores centrais que possam servir a empresas que apresentam medidas de desempenho tão diferentes. A GRI explica: Tomados juntos, os indicadores centrais representam os tópicos e itens que os relatores e interessados identificaram como relevantes e essenciais para a comparabilidade e transparência dos dados. Cada empresa com sua singularidade 72 indica que haverá variações nos resultados, mas, os indicadores centrais são um ponto de partida GLOBAL REPORT INITIATIVE, 2007. ISE O Índice de Sustentabilidade Empresarial é o formato brasileiro desenvolvido pela BOVESPA e Fundação Getulio Vargas em adesão ao Pacto Global das Nações Unidas (BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO, 2007), que estimula ações de responsabilidade social, governança corporativa, meio ambiente e mercado de capitais relacionados ao tema da sustentabilidade. Foi criado para acompanhar a tendência mundial de investimentos em empresas socialmente responsáveis -Social Responsable Investments – SRI-, cuja base vem dos pressupostos apresentados no tripple bottom line (ELKINGTON, 1994). O pressuposto fundamental é de que as empresas sustentáveis são aquelas que geram valor ao acionista no longo prazo, são mais estáveis e podem atravessar períodos de riscos com maior equilíbrio de resultados. O objetivo financeiro é provocar retorno na carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a sustentabilidade na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Como o GRI, o ISE também quer promover as boas práticas no meio empresarial, mas, seu foco é no mercado brasileiro de ações. Foi elaborado acompanhando vários instrumentos financeiros similares no mercado internacional, como o Dow Jones Sustainability Index - DJSI, lançado em 1999 na Suíça, o Financial Times Stock Exchanges FTSE4Good-, lançado pela Bolsa de Londres em 2001 e o SRI da Bolsa de Valores de Johannesburg -SRI-JSE-, em 2003. Para construção do ISE, a FGV reuniu critérios e indicadores dos instrumentos já citados, incluindo o GRI, mas também agregou as diretrizes para balanço social do IBASE e do Instituto ETHOS. A exemplo do GRI, o ISE promoveu um processo de consultas públicas, workshops e reuniões específicas, que resultou na estrutura de tópicos e indicadores do questionário de avaliação do Índice. Princípios ISE São cinco: 1. Informação ao Público 2. Comparabilidade 3. Auditabilidade / Rastreabilidade 4. Abrangência 5. Temporalidade 73 É possível observar que os princípios têm bastante similaridade com os do GRI, mas, são menos enfáticos no que diz respeito à clareza e contextualização da empresa quanto às informações prestadas e também sobre a inclusão dos interessados no processo. Indicadores ISE A base dos indicadores é o triple bottom line (ELKINGTON, 1994). A esta base foram acrescentados critérios e indicadores de governança corporativa, seguindo o modelo do índice da Bolsa de Johannesburg. Os indicadores foram agregados em quatro conjuntos de critérios e cinco dimensões de conteúdo, conforme o Quadro 8. Dimensões Natureza Geral e do Produto Governança EconômicoFinanceira Social Ambiental - compromisso - - Política: planejamento estratégico, ativos intangíveis; - Política: relações de trabalho e compromisso c/ princípios fundamentais, conduta; - - remuneração propriedade: proteção aos minoritários, transparência, cumprimento legal; - - - Critérios 1. Políticas indicadores de comprometimento 2. Gestão indicadores de planos, programas, metas e monitoramento 3. Desempenho indicadores de performance 4. Cumprimento Legal indicadores do cumprimento de normas nas áreas de concorrência, consumidor, trabalhista, ambiental, entre outras balanço social e relatório anual compromisso s voluntários - privacidade na informação e marketing - natureza do produto - conselho de administração: dinâmica, transparência, qualidade; - auditoria e fiscalização: prestação de contas; - conduta e conflito de interesses: gestão de conflitos e conduta. Gestão: desempenho, sustentabilidade, plano de contingência; - Desempenho: demonstrações financeiras,lucro, crescimento (g/g*); - Cumprimento Legal: histórico. Gestão: relações de trabalho e compromisso c/ princípios fundamentais, relação c/ público interno, c/ comunidade, c/ fornecedores, c/ clientes e consumidores; - Política: compromisso, abrangência, divulgação; Gestão Ambiental: responsabilidade ambiental, planejamento, gerenciamento e monitoramento, certificações ambientais e de saúde ocupacional, comunicação c/ interessados, compromisso global; Desempenho: diversidade e equidade nas relações de trabalho, geração de emprego e renda, contratação de terceirizados, relação c/ funcionários e terceirizados, clientes e consumidores; - - - Cumprimento Legal: público interno, clientes e consumidores Desempenho Ambiental: consumo de recursos, emissões e resíduos, emissões e rejeitos, seguro; Cumprimento Legal: preservação permanente, reserva legal, passivos ambientais, requisitos administrativos, procedimentos administrativos, procedimentos judiciais. Quadro 8. Adaptação das Dimensões, Critérios e Indicadores do Questionário do ISE Fonte: (BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO, 2007) As empresas listadas do setor financeiro têm um questionário ambiental diferenciado e adaptado às suas características; as demais empresas foram divididas em dois níveis de impacto - alto e moderado -, mas respondem ao mesmo questionário, só diferindo nas ponderações finais. 74 Como ilustração da mixagem já estabelecida entre mercado e responsabilidade sócio-ambiental veja o destaque abaixo: BOVESPA é destaque em mostra da FIESP De 2 a 4 de agosto, a BOVESPA participou da Mostra Sistema FIESP de Responsabilidade Socioambiental, que aconteceu no Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera (São Paulo). O evento foi planejado com o intuito de apresentar as realizações de empresas e ONGs em benefício da sociedade e do meio ambiente, além de abrir um canal de discussão quanto às mudanças necessárias na esfera legislativa, que possibilitem ações ainda mais abrangentes e eficazes. A BOVESPA obteve destaque por meio de estande – o mais visitado do evento – no qual os promotores de negócios abordaram as iniciativas socioambientais da instituição: a Bolsa de Valores Sociais & Ambientais (BVS&A), o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), o site Em Boa Companhia e o Espaço Esportivo e Cultural Bovespa. Entre o público visitante, havia professores em busca de informações sobre responsabilidade socioambiental, estudantes com propostas de projetos e representantes de ONGs, que desejavam conhecer o procedimento para listagem na BVS&A. No total, cerca de 1.300 pessoas passaram pelo estande. Fonte: BOVESPA, Agosto 2007. ICLEI International Council for Local Environmental Initiatives – ICLEI (LOCAL GOVERNMENTS FOR SUSTAINABILITY, 2007) é a organização fundada em 1990 por lideranças governamentais do Canadá e Estados Unidos, motivadas pela questão das mudanças climáticas provenientes do buraco na camada de ozônio (COMENTÁRIOS, 2007). Com secretariado mundial em Toronto, desde 2002 (Conferência de Johanesburgo) engajou-se no Local Action 21 (LA21 - a missão de suporte aos governos locais para responder à Agenda XXI da Rio 92), na Habitat Agenda e na Declaração do Milênio. Agrega associações de governos locais, regionais e nacionais comprometidos com o desenvolvimento sustentável; mais de 630 localidades são associadas na formulação de campanhas, programas e planejamentos participativos. Princípios ICLEI O modelo de avaliação de sustentabilidade proposto também obedece aos princípios do triple bottom line: desenvolvimento comunitário, desenvolvimento local, desenvolvimento ambiental, distribuídos em seis tópicos: 1. Transparência organizacional e estrutura de governança; 2. Desenvolvimento regional equilibrado; 3. Construção de alianças e parcerias de cooperação; 4. Defesa de direitos dos membros associados e interação entre processos políticos locais, internacionais e multilaterais; 75 5. Operacionalidade efetiva; 6. Cuidados na gestão financeira. Indicadores ICLEI Em 1992, quando o ICLEI lançou sua iniciativa LA21 na Cúpula da Terra, havia poucos modelos de planejamento participativo em desenvolvimento sustentável. Hoje eles colocam à disposição um modelo ferramental de planejamento para os governos locais, que é o Sustainability Inventory. O Sustainability Inventory é uma ferramenta interativa que ajuda aos governos estabelecer uma estratégia de construção de comunidades sustentáveis através do levantamento de seus recursos naturais, econômicos e sociais e abrange indicadores relacionados a: 1. Ar; 2. Arte e recreação; 3. Situação da biologia local; 4. Habitação; 5. Terras; 6. Segurança; 7. Transporte; 8. Desperdício; 9. Educação; 10. Envolvimento cívico e político local com iniciativas de sustentabilidade; 11. Energia; 12. Água; 13. Saúde. IPRS O Índice Paulista de Responsabilidade Social (FUNDAÇÃO SEADE, 2007) foi lançado em 2000, no âmbito do Fórum São Paulo Século XXI, quando a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo incumbiu a Fundação Seade de elaborar um instrumento que permitisse o acompanhamento e a aferição do desempenho da gestão pública para o Estado de São Paulo. Este índice traz a novidade de captar mudanças nas condições de vida dos Municípios a partir dos parâmetros componentes do IDH - Índice de Desenvolvimento Humano: renda, escolaridade e longevidade e tem amparo da Lei Nº 10.765, de 19/02/2001(Quadro 9). 76 As mudanças relativas a esses parâmetros são divididas em três aspectos menos tangíveis: o esforço governamental, a participação da sociedade local e a velocidade das variações dos indicadores. São medidas importantes, pois tentam captar transformações subjacentes àquelas mais tangíveis. Na versão final do Índice foi descartado o aspecto participação social porque revelou inconsistência com as demais variáveis. Para uma melhor compreensão sobre o IPRS consultar o documento analítico disponível no site do SEADE. Dimensões Riqueza Municipal Componentes Consumo residencial de energia elétrica Consumo de energia elétrica na agricultura, no comércio e nos serviços Remuneração média dos empregados com carteira assinada e do setor público Valor adicionado fiscal per capita Escolaridade Porcentagem de jovens de 15 a 17 anos que concluíram o ensino fundamental Porcentagem de jovens de 15 a 17 anos com pelo menos quatro anos de escolaridade Porcentagem de jovens de 18 e 19 anos que concluíram o ensino médio Porcentagem de crianças de cinco e seis anos que freqüentam pré-escola Longevidade Mortalidade Peri natal Mortalidade infantil Mortalidade de pessoas de 15 a 39 anos Mortalidade de pessoas de 60 anos e mais Quadro 9. Dimensões de Indicadores do IPRS Fonte: FUNDAÇÃO SEADE, 2007 Contribuição para o Indicador Sintético 44% 23% 19% 14% 36% 8% 36% 20% 30% 30% 20% 20% Foram vistos até aqui quatro tipos de índices para a sustentabilidade: o GRI, o ISE, o ICLEI, o IPRS. Os dois primeiros estão mais focados nas organizações produtivas do setor privado, enquanto que os dois últimos estão mais focados no setor público, que envolve governos e organizações de base comunitária, onde estão as ONGs. Não foi encontrado um índice consolidado que enfoque especificamente as ONGs ou mesmo algum mensurador que possa indicar o grau de afinidade dessas organizações com o conceito e a prática da sustentabilidade na ótica do desenvolvimento sustentável. É o que será buscado a seguir. 4. Validação Teórica dos Critérios de Sustentabilidade identificados Após analisar a gênese do constructo “sustentabilidade” no Capítulo 1, alguns modelos de gestão voltados para a sustentabilidade nos Capítulos 2 e 3 e os indicadores de sustentabilidade mais importantes no conhecimento e uso público neste Capítulo 4, é possível 77 identificar os critérios que podem orientar o julgamento sobre o estado em que uma organização se encontra em relação ao constructo. Na Figura 14 tem-se um resumo dos principais autores e modelos que revelaram vetores de indicadores ao longo da revisão de literatura; a partir deles foi tomada a decisão sobre quais Critérios seriam utilizados na pesquisa, operacionalizando assim o constructo da sustentabilidade. Finalmente, os Critérios que foram considerados abrangentes para agregar todos os componentes apontados pela literatura e que serão a base de estudo nesta investigação são: Critério 1: Governança Critério 2: Capacidade de Inovação Critério 3: Produção de Resultados Critério 4: Gestão e Impacto Econômico-Financeiro Critério 5: Gestão Social Critério 6: Gestão, Educação e Impacto Ambiental Cada um desses Critérios é também um constructo, ou seja, há uma composição interna de indicadores em cada um deles. Isto porque o Critério não é observável diretamente, são todos conceitos intangíveis e de difícil julgamento. Para poder medir cada um deles e assim operacionalizar o constructo da sustentabilidade na pesquisa, serão descritas agora revisões teóricas, uma para cada Critério, que vão validar as variáveis mais importantes dentro de cada um. Esta definição de variáveis componentes será a base de estruturação do questionário de coleta dos dados. Ao final da revisão de literatura de cada Critério, será descrito o Modelo Teórico do mesmo. 78 Lélé Desenvolvimento Sustentável Tecnologia Participação social Katz e Kahn Teoria dos Sistemas Abertos Interdependência de sistemas Jennings e Zandbergen Visões Comparadas de Sustentabilidade Elkington Tripple Bottom Marrewjick & Hardjono SqEME Approach – 4 Janelas da Sustentabilidade Hart & Milstein Construção de Valor Rojas Competing Value Shoichet 3 Delta Model Lievegoed, Paula e Silva Modelo Trevo Índices de Sustentabilidade GRI, ISE, ICLEI, IPRS Efetividade organizacional Base comunitária Inovações Redes sociais Prestação de contas à sociedade Conectividade entre campos Impacto ambiental Gestão de interessados (stakeholders) Transparência Responsabilidade social Aprendizagem Sinergia com interessados (stakeholders) Desenvolvimento de competências tecnológicas Inclusão dos públicos mais pobres num roteiro comum de crescimento Integração de visões dos stakeholders no planejamento do negócio Redução de desperdícios e emissões poluentes Inovação Crescimento Flexibilidade Produtividade Participação Eixo político: responsividade, articulação de interessados e alternativas comunitárias Informação Governança Parâmetros ambientais Transparência Governança Equilíbrio e impacto econômico financeiro Impactos locais Alianças Cumprimento legal Responsabilidade social Figura 14. Mapeamento dos principais autores e vetores de indicadores de sustentabilidade abordados Fonte: elaboração própria 79 Critério 1 – Governança Neste tópico serão reunidos os elementos de governança encontrados no Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC e na literatura de governança no Terceiro Setor. O IBGC, desde sua primeira edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa em 1999 até a mais recente evoluiu na descrição de conceitos relacionados à prática da governança (INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, 2004). No início concentrava-se principalmente no Conselho de Administração, agora aborda em seus seis capítulos os assuntos relacionados com propriedade, acionistas, gestão, auditoria independente, Conselho Fiscal e conflito de interesses. Nesse Código, a Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade Código das Melhores Práticas em Governança Corporativa - CMPGC, p.6. (INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, 2004) O ISE baseou-se nesses conceitos formadores do constructo de governança para elaborar seu índice. Um conceito paralelo particularmente importante é responsabilidade corporativa. Segundo o CMPGC, “Conselheiros e executivos devem zelar pela perenidade das organizações (visão de longo prazo, sustentabilidade) e, portanto, devem incorporar considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações”. Isto implica em olhar a responsabilidade corporativa como uma estratégia da empresa, inserindo os relacionamentos com a comunidade dentro de sua função social: na criação de riquezas e de oportunidades de emprego, na qualificação e diversidade da força de trabalho, no estímulo ao desenvolvimento científico e tecnológico, na melhoria da qualidade de vida através de ações educativas, culturais, assistenciais e na defesa do meio ambiente. Inclui-se neste princípio a contratação preferencial de recursos (trabalho e insumos) oferecidos pela própria comunidade. Outro elemento utilizado pelo IBGC é o conflito de interesses. Há conflito de interesses quando alguém não é independente em relação à matéria em discussão e pode influenciar ou tomar decisões motivadas por interesses distintos daqueles da organização. Essa visão combina com as mais contemporâneas correntes de pensamento já citadas na revisão de literatura deste Capítulo, e, portanto, resta ainda verificar se combina com o pensamento desenvolvido para o Terceiro Setor. 80 Taylor e Chait (1996) afirmam que novas práticas são necessárias para potencializar a governança em organizações sem fins lucrativos e sugerem que uma boa gestão do Conselho é a principal delas. Eles discutem a natureza conservadora de Conselhos, resistentes a mudanças que podem conduzir a organização a um novo estado de qualidade e para isso citam um caso de uma universidade americana do meio oeste onde o Conselho era esperado ser autoconsciente de seu papel estratégico, mas, ao invés disso, comportava-se como um grupo de CEOs (chief executive officers) clássicos, contando histórias sobre construção de equipes, consolidação de organizações e evitando questões como “como estamos indo neste Conselho? que papel temos exercido? onde podemos melhorar nosso desempenho?” O Conselho hesita em perguntar esse tipo de questão aos executivos ou mesmo a si mesmos, temendo pela fragilidade de sua eficiência. O desempenho do Conselho e dos responsáveis executivos, para estes autores, é então mais um elemento de governança. Ingram (1994) discorre sobre um levantamento realizado em dez mil ONGs americanas com objetivo de estudar as boas práticas de governança no Setor. O resultado mostrou que ONGs que apresentavam histórias de sucesso em seus programas comumente também apresentavam dez atitudes semelhantes na gestão de seus Conselhos diretores, ao que se nomeou “As dez responsabilidades básicas de Conselhos em Organizações Sem Fins Lucrativos”: 1. Definir a Missão e os Propósitos da organização 2. Selecionar, contratar, apoiar e avaliar o Diretor Executivo 3. Assegurar um eficaz planejamento organizacional 4. Captar recursos adequados aos propósitos da organização 5. Assegurar que os recursos sejam gerenciados com eficiência 6. Definir, monitorar e fortalecer programas e serviços 7. Projetar a imagem pública da organização 8. Zelar pela integridade legal e ética dentro da organização 9. Recrutar, orientar e envolver novos Conselheiros 10. Avaliar seu próprio desempenho Paula e Silva (2001), ao estudar Conselhos de dez ONGs que trabalham em serviços de educação complementar a crianças e adolescentes na cidade de São Paulo, chegou a dez princípios orientadores para o desempenho do Conselho no contexto da governança organizacional. Apesar do caráter mais intimista, que realça aspectos relativos à postura individual do Conselheiro e do Conselho como um organismo em si, os princípios revelados 81 por esta pesquisa também reforçam que a gestão de Conselhos participa da composição do constructo Governança por sua função estratégica nos movimentos organizacionais de prestação de contas e construção da estrutura institucional: 1. Sempre tentar ser útil – à sociedade e à organização; 2. Manter-se em contato com a realidade; 3. Reconhecer e avaliar sua ignorância; 4. Reconhecer seus limites; 5. Manter clareza sobre qual é o papel a ser exercido; 6. Perguntar-se “o que eu posso fazer”, “o que nós podemos fazer”; 7. Ajudar o outro a cumprir seu papel; 8. Aproveitar as oportunidades para realizar intervenções construtivas; 9. Fazer escolhas conscientemente; 10. Prestar contas do trabalho. Indicadores do Critério “Governança” Apesar de serem bastante prescritivas, as duas listas anteriores exibem elementos empiricamente coletados junto a ONGs. Elementos mais sutis como poder e liderança perpassam os itens e são transversais às conclusões de ambos os estudos. Sobre os outros tópicos – conflito de interesses, transparência, propriedade e adequação legal – o material bibliográfico relacionado ao Terceiro Setor não os integra necessariamente ao tema da governança, mas, os apresenta fragmentados sob o tópico mais genérico da gestão organizacional. Entretanto, este estudo assumirá, para aprofundamento, os indicadores sugeridos pelo IBGC já refletidos no ISE mais os indicadores descritos pela revisão de autores do Terceiro Setor, chegando assim à proposta de cinco componentes na estrutura de governança. A modelagem está ilustrada na Figura 15. A validação teórica ainda permite afirmar que os indicadores são refletivos, ou seja, refletem o grau de Governança da organização. 1. Desempenho do Conselho e da Diretoria Executiva; 2. Acordos e responsabilidades em relação ao patrimônio da organização; 3. Ações de transparência das decisões em relação ao público interno e externo; 4. Adequação legal da organização; 5. Administração de conflitos de interesses. 82 Conselho e Diretoria Governança Patrimônio Transparência Adequação Legal Conflito de interesses Figura 15. Modelagem do constructo Governança Fonte: elaboração própria Critério 2 – Capacidade de Inovação Afuah (1998) escreveu que inovação está para os anos 2000 como a Gestão da Qualidade Total estava para os anos 70, a Gestão dos Tempos para os 80, a Gestão da Eficiência para os anos 90. Ou seja, inovação ganhou o status de ser a precondição para ganhar e/ou manter a vantagem competitiva das empresas de mercado. Assim, os fundamentos teóricos da inovação como tema disciplinar têm assumido a ligação entre novas idéias e lucro, o que a faz integrante da cadeia do lucro. Neste papel, a inovação envolve mobilizar conteúdos de duas naturezas: tecnológica e mercadológica, cujo dínamo é o conhecimento adquirido pelas pessoas, aprendizagem que está a serviço do patrimônio e das competências organizacionais (Figura 16). Assim, a natureza de uma inovação no conhecimento tecnológico e no conhecimento do mercado levaria a um aumento na produção do lucro. Tomando como ponto central o conhecimento, inovar é, portanto, uma adoção de novos conhecimentos. Implica em mudar, em deixar algo que se sabe para trás, ou, pelo menos, transformar parte deste algo. 83 Ainda segundo Afuah (1998), “Inovação é o uso de novos conhecimentos tecnológicos e mercadológicos para oferecer produtos ou serviços a clientes”. Nesta definição podemos ver que não é a simples novidade ou idéia que se chama de inovação; é mais do que isso: é a adoção pelo mercado, onde pessoas legitimam a importância da novidade utilizando-a, comprando-a, vendendo-a, aceitando-a espontaneamente como útil para o processo relacionado a ela. Pesquisa & Desenvolvimento Natureza da Inovação Competências e Habilidades: • •Desenhar motores •Integrar diferentes funções •Construir logísticas •Gerar novas idéias de mercado •Manufaturas Incremental, radical, arquitetural; •Complexidade, subjacências •Fase de ciclo de vida •Ambiente Externo •Questões Internas: - Tecnologia CONHECIMENTO Estratégia Estrutura Sistemas Pessoas Oportunidades Patrimônio Mercado Natureza da Inovação • Incremental, radical, arquitetural; •Complexidade, subjacências •Fase de ciclo de vida Marketing Lucros Da inovação, que conduz ao baixo custo ou a produtos diferenciados •Tamanho •Patentes •Licenças •Praça •Cientistas •Reputação •Financiadores •Direitos autorais Figura 16. Cadeia do Lucro Fonte: AFUAH, 1998 Dosi (1982, 1988) discute o processo da inovação tecnológica como uma mudança de paradigma, onde a busca pela descoberta, desenvolvimento, imitação e adoção de produtos é a sua essência. Freeman e Perez (1988) já colocavam a expressão “paradigma tecnológico” para esse processo de longo prazo, que tem sua base descrita por Schumpeter (1942). Neste conceito expandido de inovação, podemos avançar para diversas possibilidades incluindo a inserção das ONGs na operacionalização do conceito. Nessas organizações, onde a busca não é pelo lucro financeiro, mas, sim por resultados sociais, o escopo do conceito permanece, só que com as adaptações ao novo meio: - mobilizar conhecimentos metodológicos equivale à mobilização de conteúdos tecnológicos nas empresas; simultaneamente, o conhecimento sobre a demanda 84 social equivale ao conhecimento de mercado citado no modelo da cadeia de lucro nas empresas; - se no modelo da cadeia de lucro a inovação pode tomar o caminho tecnológico (produtos e serviços melhorados ou desenvolvidos e gerados para o mercado) ou administrativo (estrutura organizacional e processos administrativos melhorados ou gerados), também nas ONGs há dois caminhos: o da inovação metodológica e o da inovação administrativa; - qualquer dos caminhos que tome a inovação nas ONGs, todos eles concorrem para aumentar os resultados sociais, ao invés do lucro econômico perseguido na cadeia de lucro; - no papel no input Pesquisa e Desenvolvimento, a transposição para as ONGs é o investimento em estudos e geração de métodos de trabalho inovadores; - o Marketing, no contexto das ONGs, é a potencialidade que existe na sociedade para a Adoção de Práticas Metodológicas por outros atores ou organizações sociais. O modelo da Figura 16, agora com enfoque nas ONGs, ficará agora renovado, como mostra a Figura 17. A ilustração mostra que inovação nas ONGs pode ser definida como uma soma de dois componentes básicos: as atividades constantes de pesquisa e desenvolvimento de metodologias e a adoção de novas práticas. As competências e habilidades, somadas ao patrimônio da organização, são dois blocos de elementos que reforçam um ao outro e, juntos, suportam a geração de resultados sociais. Esses dois blocos são, em si, uma função do conhecimento – conhecimento de tecnologias / metodologias de trabalho e conhecimento da demanda social – que, por sua vez, são função da estratégia, estrutura, sistemas, pessoas e oportunidades internas e externas à organização. 85 Esta cadeia ainda mantém como componentes importantes os elementos que definem a natureza da inovação. Sobre a natureza do processo, a taxonomia da inovação sugere chamá-la radical, ou seja, requer um conhecimento muito diferente daquele já existente, tornando este último obsoleto; incremental, quando se apóia no conhecimento existente, sem destruí-lo; mudanças de sistemas tecnológicos, quando a inovação combina processos radicais e incrementais, em níveis que exigem mudanças gerenciais e administrativas para acompanhar seu desfecho e resulta em largo e longo impacto em diversos setores da produção e economia; mudança de paradigma tecno-econômico, quando a inovação é a de mais intenso e largo alcance e envolve o comportamento de todo o sistema econômico. A inovação radical é considerada como destruidora das competências antes adquiridas, pois se instala solicitando novíssimas habilidades para a implantação de novíssimos métodos. Já a inovação incremental é considerada como ‘alavancadora’ de competências, pois é uma evolução do conhecimento acumulado sem suplantá-lo, mas, Competências e Habilidades: Estudos e Geração de Métodos Natureza da Inovação • Incremental, radical, arquitetural; • Ambiente Externo: •Complexidade, subjacências •Fase de ciclo de vida - tendências - necessidades - oportunidades • Questões Estratégia Estrutura Sistemas Pessoas Oportunidades que possam ser institucionalizadas •Avaliar programas e projetos •Sistematizar e divulgar experiências Metodologia RESULTADOS SOCIAIS CONHECIIMENTO Patrimônio Internas: - •Desenhar programas e projetos •Integrar diferentes funções •Construir logísticas •Gerar novas idéias de abordagem Demanda Social Natureza da Inovação •Incremental, radical, arquitetural; •Complexidade, subjacências •Fase de ciclo de vida Adoção de Práticas Metodológicas por outros atores ou organizações sociais •Propriedades •Licenças, credenciamentos •Abrangência dos serviços •Técnicos •Reputação •Financiadores •Direitos autorais Figura 17. Cadeia de Resultados Sociais das ONGs Fonte: elaboração própria agregando a ele novas habilidades (AFUAH, 1998; FREEMAN e PERES, 1986; CAMPOS, 2004). 86 Ao analisar a Figura 17 emerge a idéia de que para haver conhecimento é preciso haver aprendizagem. As inovações surgem da capacidade de aprendizagem de uma organização. Mas, se este raciocínio parece ser tão claro e lógico, algumas questões permanecem: por que é tão difícil reconhecer o potencial da aprendizagem e da conseqüente inovação que ela alavanca? O que é necessário aprender? Quais inovações explorar? Existem organizações melhores do que outras na ambientação da aprendizagem e conseqüentes inovações? Lundvall (1992) promoveu a visão vinculada dos sistemas de inovação à capacidade de aprendizado institucional, “aprender e esquecer”. Esta idéia colocou o capital social nas estratégias de desenvolvimento das organizações e foi adotada pela Organisation for Economic Co-Operation and Development – OECD (2007) para estimular o desenvolvimento de novas competências. É claro que este elemento torna mais complexo agendar o desenvolvimento econômico, mas, a própria Agenda XXI, em seus capítulos 34 e 35 (Seção IV) chama a atenção para a interação entre a comunidade científica e o saber das comunidades locais para gerar novos conhecimentos tecnológicos e sociais. A capacidade de aprendizagem é, sem dúvida, um indicador do potencial de inovação de uma organização. Um elemento do processo de aprendizagem é o processo de sistematização. Holliday (1996) explica que a sistematização é aquela interpretação crítica de uma ou várias experiências que, a partir de seu ordenamento e reconstrução, descobre ou explicita a lógica do processo vivido, os fatos que intervieram, como se relacionaram entre si e porque o fizeram desse modo. A sistematização, portanto, produz um novo conhecimento, possibilita a generalização, converte a própria experiência em objeto de estudo e de interpretação teórica e, ao mesmo tempo em objeto de transformação. Ao sistematizar, as pessoas recuperam de maneira ordenada o que já sabem sobre sua experiência, descobrem o que não sabem e o que já sabiam. Nesse rigoroso exercício de aprendizagem novos conhecimentos são produzidos e amadurecidos, até que venham à tona sob a forma de novas idéias. Subjacente aos conceitos de conhecimento e aprendizagem está também o acesso à informação. O pluralismo e a diversificação das fontes de informação podem desenvolver a originalidade, a diversidade e criar condições para que as diferentes organizações possam interagir e criar sinergias para o desenvolvimento social. Tanto a internet como a participação em círculos de conversação ou fóruns de discussão fazem parte deste item, que pode ser um indicador de que há potencial capacidade de aprendizagem e de inovação. Godinho (2007) fez um trabalho de resenha histórica dos indicadores do grau de inovação de países até hoje 87 utilizados globalmente e conseguiu fornecer uma panorâmica e histórica visão da evolução destes indicadores, que reforça as referências citadas: a gestão do conhecimento e da aprendizagem são pontos centrais quando se quer medir inovação. Indicadores do Critério “Inovação” A reunião dos indicadores que validam o constructo de inovação para as ONGs também permite afirmar que são indicadores são formativos, ou seja, afetam o nível de Inovação e não o contrário. São eles: 1. Investimento (financeiro e tempo na jornada de trabalho) em estudos internos e geração de idéias; 2. Oferta educacional aos funcionários; 3. Sistematização de metodologias; 4. Implantação de novos métodos de trabalho; 5. Acesso à informação relacionada à demanda social: comunidade, universidade, internet e formas inter organizacionais de informação; 6. Indicadores de adoção de práticas metodológicas da organização por outros atores ou organizações sociais: prêmios, imprensa espontânea, institucionalização. A modelagem que será utilizada para o constructo Inovação está ilustrada na Figura 18 e será a base do Critério no questionário. Investimento em estudos e geração de idéias Inovação Oferta educacional a funcionários Sistematização de metodologias Implantação de novos métodos de trabalho Conhecimento da demanda social Indicadores de adoção por outros atores Figura 18. Modelagem do constructo Inovação Fonte: elaboração própria 88 Critério 3 – Produção de Resultados O que são “resultados” para uma ONG? O que mais se encontra na literatura da área quando se busca descobrir essa resposta é o tema “efetividade organizacional”. Geralmente os estudos de efetividade discutem procedimentos e inputs relacionados à gestão de resultados e ao funcionamento de estratégias orientadas a objetivos explícitos; não discutem o conteúdo dos resultados, talvez porque se presume que sejam óbvios, ou seja, relacionados à Missão organizacional. Mas, ao conviver num ambiente de atividades econômicas, sociais e políticas que ativam múltiplos atores e instituições, uma ONG age interativamente e especificamente nas regiões entre agentes – ela liga pessoas, interesses, necessidades, oportunidades e muitos de seus resultados se encontram difusos no meio dessas ligações, no espaço entre (FISCHER, 2002; FISCHER, 2006). Na prática, a ONG concentra-se numa missão institucional, mas, logo percebe que o efeito de seu trabalho vai além – está para sua comunidade como sua missão está para a realidade: na razão de uma parte para o todo, ou seja, há resultados a serem observados num contexto mais amplo. Por isso, a abordagem tradicional de avaliação de resultados através dos objetivos ou metas relacionadas à Missão ou ao Plano Estratégico de uma ONG é muito restrita e limitada para alcançar o horizonte real de sua ação. Para ampliar o conceito de resultados será preciso então um arcabouço teórico mais abrangente, que possa traduzir a idéia sem reduzi-la ao âmbito da gestão de processos e sem perder a conexão com o papel das ONGs no desenvolvimento. O conceito de desenvolvimento utilizado nesta dissertação é baseado no pensamento de Amartya Sen. Ele coloca o desenvolvimento como a expansão das liberdades substantivas (SEN, 2000), liberdades que dão às pessoas a condição de serem agentes livres e sustentáveis da vida. A condição de agente, conforme empregada por Sen é, na acepção original, aquele que age e provoca mudanças, que define seus valores e objetivos e que consegue chegar a realizações individuais ou coletivas; diferente da acepção adotada nas abordagens mais econômicas ou dos jogos, onde o agente é o que age em nome de um ‘mandante’ ou de outra pessoa. Sen orienta o conceito de desenvolvimento para a capacidade de remoção simultânea das fontes de privação das liberdades, a saber: a pobreza, a tirania, o inacesso a oportunidades econômicas, aos serviços públicos, à expressividade, à participação política. Algumas iluminações são importantes para compreender esse pensamento conceitual novo sobre o desenvolvimento. Primeiro, o acesso de direito da pessoa humana às 89 suas próprias capacidades. Sob essa luz, a vida econômica de um indivíduo ou comunidade ou país é uma fonte de liberdade quando lhe permite exercer sua natural potencialidade de troca: de bens, de trabalho, de palavras, enfim, o chamado mercado não é só um segmento de renda e riqueza, mas, por sua qualidade de prover realizações humanas, também é uma fonte de liberdade. Ao discutir essa questão, Sen chama atenção para a contraposição que Marx apresentou: o trabalho como liberdade de contrato versus a escravidão como exclusão forçada do mercado, tolhendo assim a liberdade de participar do intercâmbio econômico. Ainda sob a luz das capacidades, o impedimento do indivíduo à expressividade tolhe sua capacidade de ser o que é no mundo e o inacesso a processos de construção social tolhe sua capacidade política, aquela que lhe permite agir na sociedade. O autor lembra o quanto “o fardo das identidades estreitamente definidas”, típicos de algumas culturas, pode tolher as oportunidades de indivíduos nos âmbitos do ser e do agir (por exemplo, os fundamentalistas). Ver Figura 19. Desenvolvimento meio REMOÇÃO SIMULTÂNEA DAS FONTES DE PRIVAÇÃO DAS LIBERDADES POBREZA TIRANIA Componentes constitutivos do desenvolvimento INACESSO DE OPORTUNIDADES - ÀS CAPACIDADES DE... • • • • econômicas – trocar serviços públicos - estar apto expressão - ser política - agir Figura 19. Primeira iluminação: os elementos constitutivos do desenvolvimento. Fonte: elaboração própria 90 A segunda iluminação importante é compreender sobre os sistemas avaliatórios do desenvolvimento. Numa abordagem tradicional o foco está nos indicadores de renda e riqueza, que se relacionam com crescimento econômico, mas, ao acrescentar o aspecto da liberdade, agrega-se a essas informações o nível de capacidades. Agora se tem uma base informacional ampliada para análise da pobreza e da desigualdade. Por exemplo: o salário desemprego pode compensar a renda para o indivíduo e entra no cálculo dos indicadores de renda, mas, tem o efeito simultâneo de restringir a liberdade substantiva da pessoa e causar sua perda de autonomia, de autoconfiança, de saúde psicológica ou até física, incidindo sobre sua capacidade de ser e agir dentro da sociedade. Nesse caso, a política salarial compensatória para o desemprego mantém a renda, mas, gera desenvolvimento? Como se avalia a liberdade substantiva implicada? A privação de capacidade de troca da força de trabalho no mercado do emprego é crucial também na valoração do desenvolvimento humano, seja de âmbito individual ou coletivo. Assim, não se trata de eliminar variáveis, mas de congregar os dois aspectos: a renda é, sem dúvida, um meio de obter capacidades e a capacidade é um meio de auferir renda. O acesso à educação e ao atendimento da saúde aumenta a probabilidade de um indivíduo ou população auferir renda, pois dá base social de sustentação, mas, é uma relação que exige inclusão no mercado, em termos de oportunidades de exercício do trabalho. A pobreza é, portanto, a privação da vida que as pessoas poderiam ter e não apenas a privação da renda, a qual é um dos elementos constitutivos (e não o único) da geração de capacidades (Figura 20). Além desses elementos do desenvolvimento, ainda há um elemento a ser considerado na constituição de resultados de uma ONG, sem o qual não é possível realizar julgamentos sobre sua efetividade ou eficácia: os interessados. Stakeholders são fundamentais na análise de resultados, e a questão é como compreender a visão de cada um deles e agregá-la nos critérios de avaliação. Herman e Renz (1998) realizaram um estudo para examinar a qualidade do julgamento de diferentes interessados sobre a efetividade organizacional de ONGs às quais eram vinculados de alguma forma: conselheiros, gestores executivos, técnicos da equipe interna, agências financiadoras, doadores individuais, voluntários e agências governamentais. Descobriram que os julgamentos entre os grupos de interessados são caracterizados por um 91 substancial dissenso e que os indicadores ligados a objetivos, metas e estratégias de gestão nem sempre apresentam correlação (r) com o julgamento final. O resultado descrito mostra que, apesar de haver elementos de gestão presentes nos critérios de resultados, há outros elementos implícitos nos julgamentos. E mais: conforme cada grupo de interessados, muda o coeficiente de correlação do mesmo indicador com o julgamento final. Então, além das dificuldades comparativas entre resultados objetivos de cada organização em particular (já que as missões são substancialmente diferentes), há também a sempre incompleta e instável expectativa de todos os que consideram o que é resultado relevante e o que não o é. Liberdade avaliada Sistemas avaliatórios de desenvolvimento privação de capacidades pobreza de renda BASE INFORMACIONAL PARA ANÁLISE DA POBREZA E DESIGUALDADE nível de renda Exemplo: seguridade desemprego Salário desemprego mantém a renda ($) nível de capacidades ser e agir: perda de autonomia, de autoconfiança, de saúde psicológica e física Figura 20. Segunda iluminação: o Desenvolvimento avaliado pelo nível de renda e pelo nível de capacidades. Fonte: elaboração própria Os indicadores para Resultados serão, então, assumidamente os seguintes: 1. acesso do beneficiário a direitos e oportunidades 2. desenvolvimento de capacidades nas pessoas envolvidas 3. mobilização de interessados 92 A modelagem que será utilizada está ilustrada na Figura 21 e será a base do respectivo questionário. A validação teórica permite afirmar que os indicadores são formativos, ou seja, sua existência ou não afeta o nível de Produção de Resultados: Acesso a direitos e oportunidades Desenvolvimento de capacidades Mobilização de Interessados Produção de Resultados Figura 21. Modelagem do constructo Produção de Resultados Fonte: elaboração própria Critério 4 – Gestão e Impacto Econômico-Financeiro A compreensão sobre este tópico exige ampliar o tradicional aspecto do desempenho financeiro das organizações. No contexto da sustentabilidade este item se refere, além da saúde econômica e financeira da organização, ao impacto que ela produz no ambiente – os resultados são internos e externos a ela. Especialmente no que diz respeito às ONGs, há muita controvérsia em relação ao uso ineficiente dos recursos obtidos, que são, geralmente, originados de doações de terceiros. Recentes casos de mau uso do dinheiro por ONGs envolvem também o setor público, pois os convênios de serviços entre ONGs e Governo se tornaram comuns e acontecem ineficiências na gestão de ambos, Governo e ONGs. Ocorre que muitas das empresas do Terceiro Setor começaram suas atividades através de pioneiros empreendedores sem experiência em gestão, motivados pela sua causa social ou ambiental e esta dimensão mais econômica ficou à margem dos cuidados gerenciais. Uma ONG deve sim gerar bons resultados econômicofinanceiros para garantir sua saúde e longevidade social. Fischer et alli (2003) apontaram a falta de indicadores de desempenho como um dos problemas encontrados nas alianças intersetoriais envolvendo o Terceiro Setor. Araújo (2005) tomou o modelo de quantificação do valor econômico de ONGs desenvolvido pela The Roberts Enterprise Development Fund (REDF, fundação Americana que provê financiamentos a ONGs de desenvolvimento social e também forma alianças com empresas para viabilizar programas de emprego à população pobre) e testou sua aplicação em um estudo de caso brasileiro. Este estudo pode dar pistas sobre indicadores de desempenho ajustados para o Terceiro Setor na área econômica. O modelo chama-se Social Return on Investment (SROI), e foi publicado pela primeira vez em 2001 (GAIR, 2002). Mesmo não 93 sendo de aplicação generalizada para qualquer tipo de organização, é uma referência na captura de aspectos de criação de valor de programas sem fins lucrativos. Segundo esse método de análise do valor, há três eixos fundamentais na economia organizacional sem fins lucrativos: a capacidade de arrecadação de doações, o tamanho dos ativos e o valor social gerado. A questão é: como comparar estes três componentes? Uma vez que é possível converter o ativo econômico em social, como medir o valor resultante? Ao tentar responder a estas questões Gair (2002) descreve um continuum de criação de valor (Figura 22). As métricas de valor econômico utilizadas pelo SROI e passíveis de serem identificadas nas ONGs estão nas suas publicações de Demonstração de Resultados do Exercício: o fluxo de caixa livre (projetado a partir de dados passados e trazido a valor presente), o déficit ou superávit (anual), o fundo patrimonial (doações investidas em ativos permanentes) e o custo de captação de recursos (utilizado aqui como custo do capital de terceiros). Valor Econômico Valor Sócio Econômico Criado quando há retorno financeiro sobre investimento. Criado quando elementos sociais são incorporados ao valor econômico através da transformação de recursos em receita organizacional ou em diminuição de custos para o setor público. As medidas são as clássicas e padronizadas utilizadas nas empresas com fins de lucro: ROI (retorno sobre investimento), taxas de equilíbrio, taxas de ganho, e outras. As medidas tentativas do SROI: seis indicadores que relacionam atividades sociais e econômicas em unidades monetárias. Valor Social Criado quando recursos, insumos, processos e programas são combinados para trazer melhoria na qualidade de vida da população. As medidas são de difícil quantificação, já que muito valor humano está envolvido nos resultados produzidos e no valor social criado. Continuum de valor Figura 22. Fluxo de transformação de valor em organizações sem fins lucrativos Fonte: adaptado de Gair, (2002) Já a métrica do valor sócio econômico consiste em agregar duas outras variáveis: as receitas geradas e/ou a redução de custos ao Governo (ou seja, se a organização não prestasse o serviço, as pessoas beneficiárias estariam consumindo do poder público sob a forma de atendimento dos mais diversos). Não é o caso, nesta dissertação, de aprofundar técnicas de avaliação do desempenho organizacional como o SROI, mas, é importante esta ferramenta para ilustrar como a dimensão é vista em perspectiva social muito além da perspectiva do controle financeiro interno. Araújo (2005) também conclui que uma das limitações da ferramenta explorada é não considerar o valor das doações como fator de 94 desempenho; ora, a receita vinda de doações é elemento de julgamento da eficiência do processo de captação de recursos e capacidade de mobilizá-los, e sua inclusão justifica-se no simples fato de ser uma habilidade econômica da organização. Ao ampliar o horizonte do critério ‘econômico financeiro’, é possível observar que há uma zona interna à organização, uma zona intermediária, com fatores internos e externos a ela e uma zona externa, que diz respeito ao impacto que ela causa no ambiente e comunidade onde atua. A gestão financeira para organizações da sociedade civil é um tópico de gestão operacional, mas, simplesmente não é capaz de captar todos os aspectos que podem interferir na sustentabilidade de uma ONG. Com base nessas argumentações e no que o ISE selecionou como indicadores, a proposta deste trabalho é a construção do Critério Gestão e Impacto Econômico-Financeiro para a sustentabilidade de ONGs com os seguintes indicadores: 1. Gestão do Desempenho: monitoramento e avaliação de indicadores; 2. Demonstrações financeiras: acompanhamento e publicação dos itens relativos ao patrimônio e ao superávit ou déficit acumulado nos resultados de operação da organização; 3. Cumprimento legal: processos relacionados à fiscalização em qualquer nível (federal, estadual ou municipal), ressalvas de auditorias, infrações; 4. Capacidade de mobilização de recursos: doações, financiamentos e geração de renda própria; 5. Capacidade de impacto local: benefícios gerados na comunidade no sentido de redução de custos do Estado (valor adicionado ao Estado pela atuação da entidade) ou de aumento de geração de renda (empregos ou estímulo à atividade econômica local). A modelagem está ilustrada na Figura 23 e será a base do respectivo questionário. Os indicadores são formativos. Gestão do Desempenho Demonstrações financeiras Cumprimento legal Capacidade de mobilização de recursos Capacidade de impacto na economia local Gestão e Impacto Econômico-Financeiro 95 Figura 23. Modelagem do constructo Gestão e Impacto Econômico-Financeiro Fonte: elaboração própria Critério 5 – Gestão Social O IBASE propõe um modelo de Balanço Social para organizações sem fins lucrativos, onde os indicadores sociais internos - ações e benefícios para os funcionários, incluindo alimentação, educação, capacitação e desenvolvimento profissional, creche ou auxílio-creche, saúde, segurança e saúde no trabalho, transporte, bolsas/estágios - são separados dos externos - as contribuições para a sociedade através de projetos e ações da organização, como assistência jurídica, apoio à diversidade, etnia e questão racial, educação popular/alfabetização de jovens e adultos(as), empreendedorismo/apoio e capacitação, segurança alimentar/combate à fome (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS, 2007). Outro aspecto da gestão social é a capacidade de mobilizar arranjos inter organizacionais para cooperação. As ONGs têm especial qualidade para isto, uma vez que contam com autonomia política e vínculo missionário com sua causa. Barbieri (1997) realça que as ONGs, ao manter seus planos independentes dos Governos e empresas, não se encontram “amarradas” com questões de curto prazo (como eleições e mandatos partidários) e por isso atraem investimentos por parte dos setores público e empresarial. Um caso ilustrativo sobre a atuação de ONGs em ponte com o setor produtivo é a aliança Grennpeace-Foron (STTAFORD; POLONSKI; HARTMAN, 2000). Foi uma ‘aliança verde’, que teve o papel de encorajar inovações empresariais voltadas para eficiência e geração de tecnologias limpas. Neste caso, ocorrido entre 92-93 na Alemanha, Greenpeace ofereceu sua expertise técnica, científica e legal, além de providenciar um canal aberto entre interessados para a construção de ‘pontes estratégicas’ de suporte a iniciativas da sociedade e da empresa. O veículo da aliança foi a produção comercial de refrigeradores ambientalmente responsáveis. Também é possível justificar a conexão entre a responsividade dos atores, as alternativas nascentes na comunidade e a inserção dos interessados como num grande eixo político de gestão onde a ONG olha para fora de si mesma. (SHOICHET, 1998). O ISE se utiliza, nesta dimensão, de indicadores construídos a partir da literatura de responsabilidade social e de práticas relacionadas em organizações historicamente legitimadas no campo dos estudos sociais e de responsabilidade social corporativa no Brasil: IBASE e Instituto Ethos (2007). Mas, o ISE também recorre a alguns princípios sugeridos 96 pela GRI e os outros índices internacionais de sustentabilidade já citados. Os indicadores ISE para Gestão Social sintetizam os seguintes aspectos: relações de trabalho e compromisso com os princípios fundamentais do tema: trabalho infantil e trabalho forçado, discriminação e diversidade de raça/cor no mercado de trabalho, contratação de deficientes, assédios moral e sexual, suborno, corrupção e propina, associação sindical e negociação coletiva; relação com o público interno; relação com fornecedores; relação com a comunidade: investimento social e desenvolvimento sustentável; relação com os clientes/consumidores relação com terceirizados Após reunir as informações relacionadas acima, ficam definidos então os indicadores que serão utilizados na Pesquisa: 1. Responsabilidade Social Interna: a. funcionários b. fornecedores c. terceirizados. 2. Capacidade de construção de arranjos sociais para cooperação: a. com a comunidade b. com empresas c. com Governo d. com outras ONGs. A modelagem está ilustrada na Figura 24 e será a base do respectivo questionário. A direção das flechas indica um movimento refletivo, onde a decisão sobre fazer ou não gestão social afeta os dois elementos componentes. 97 Responsabilidade Social Interna Construção de Arranjos Sociais para Cooperação Gestão Social Figura 24. Modelagem do constructo Gestão Social Fonte: elaboração própria Critério 6 – Gestão, Educação e Impacto Ambiental A partir das seguintes fontes foi possível identificar os indicadores que compõe este constructo. São elas: • ICLEI. O Sustainability Inventory, instrumento utilizado para orientar governos locais na implantação da Agenda XXI, já discutido nos índices de sustentabilidade; • Center for Ecoliteracy (2007). ONG localizada em Berkeley e dirigida pelo físico e ambientalista Fritjop Capra, fornece um guia orientador de princípios de educação ambiental para escolas infantis; • Centro Ecoar de Educação para Sociedades Sustentáveis. O Instituto ECOAR para a Cidadania é uma ONG sediada na cidade de São Paulo e formada por profissionais, estudiosos e ambientalistas que se reuniram logo após a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92) e o Fórum Global 92, a fim de continuar discutindo questões ambientais emergentes e colaborar para a construção de uma sociedade sustentável. Seu Guia de Ecoalfabetização (ECOAR, 2007) baseia-se na criação de uma rede de aprendizagem sustentada pelo trabalho articulado de escolas, ONGs e comunidades e oferece uma panorâmica visão de possíveis indicadores e rotinas sustentáveis de organizações vinculadas ao desenvolvimento social; • ISE. O questionário base para a construção do índice também ofereceu algumas indicações e critérios que podem foram adaptados para esta pesquisa. 98 Depurando e adaptando das diferentes fontes foi possível chegar a uma composição de indicadores para o questionário de avaliação do critério ligado ao tópico ambiental dentro das ONGs. O resultado está no Quadro 10. A modelagem está ilustrada na Figura 25 e as setas indicam que os indicadores são formativos. Indicadores finais 1. Ambiente físico da organização 2. Uso de energia e insumos 3. Inclusão do aspecto ambiental nas intervenções da organização 4. 5. Integração e extensão comunitária Compromisso organizacional Indicadores intermediários • • • • • • • Poluição visual, auditiva e do ar • Formulação de diagnósticos sócio-ambientais e/ou projetos que envolvem as famílias dos beneficiários • Parcerias com as redes públicas de atendimento a nível local: escolas, postos de saúde, delegacia, creches • Participação em redes ou grupos de informação e comunicação ligados ao tema do ambiente Lixo: destino e reciclagem Alimentação e exercícios para público interno Inclusão no planejamento formal Energia: água, eletricidade, combustível Papel: consumo, desperdício e reciclagem Inclusão no conteúdo de projetos diversos • Seleção de financiadores e fornecedores conforme sua responsabilidade sócio-ambiental Quadro 10. Indicadores do Critério Gestão, Educação e Impacto Ambiental Fonte: elaboração própria Ambiente físico da organização Uso de energia e insumos Inclusão do aspecto ambiental nas intervenções da organização Integração e Extensão comunitária Compromisso organizacional Figura 25. Modelagem do constructo Gestão e Impacto Ambiental Fonte: elaboração própria Gestão, Educação e Impacto Ambiental 99 PARTE II. Metodologia da Pesquisa 100 Capítulo 5 Objetivos Geral Medir a percepção das ONGs sobre suas práticas em diferentes dimensões do constructo da “Sustentabilidade” e identificar hipóteses emergentes sobre a aderência deste constructo nessas organizações. Específicos A. Problematizar o termo “Sustentabilidade” e seu uso nos diálogos inter setoriais; B. Identificar as possibilidades e os limites da mensuração da sustentabilidade em ONGs; C. Identificar diferenças de perfil na percepção de sustentabilidade entre diferentes grupos de ONGs, separados conforme a área de atividade, porte e idade; D. Produzir um instrumento de medição diagnóstica que contribua para a evolução das ONGs com relação à sustentabilidade exigida pela sociedade atual; E. Familiarizar-se com o fenômeno da “Sustentabilidade” em ONGs e conseguir uma nova compreensão que possa orientar a formulação de problemas e pesquisas futuras. Perguntas motivadoras da Pesquisa É possível aplicar o conceito atual de “Sustentabilidade” às ONGs? É possível medir a aderência das ONGs em relação a este conceito? É possível chegar a um índice que mede o quanto a ONG está operacionalizando o atual conceito de Sustentabilidade? Há consistência e confiabilidade nos critérios e indicadores formulados no instrumento de medição utilizado? Há diferenças no perfil de percepção da Sustentabilidade entre diferentes áreas de atuação, porte ou idade das ONGs? Quais os fatores mais influentes para a determinação de um índice de sustentabilidade em ONGs? 101 Metodologia Esta é uma pesquisa exploratória quantitativa e não experimental com complemento qualitativo para a compreensão de eventos relativos ao tema da sustentabilidade, cuja unidade de análise é a ONG, conforme definida no Capítulo 1. O Universo da pesquisa é composto de 161 ONGs espontaneamente cadastradas no Mapa do Terceiro Setor sob as já descritas áreas de atividades. Tipo de Pesquisa. A pesquisa não experimental é uma investigação sem amostragem probabilística e sem grupos controle de variáveis (PEDHAZUR, 1991). Hair (2005) descreve a pesquisa exploratória como sendo aquela para o pesquisador “orientado para a descoberta [...] quando o pesquisador não sabe muito sobre o assunto”, pois este tipo de pesquisa abre “janelas” para a percepção de comportamentos e de necessidades das unidades de análise. Quando não existem possibilidades de desenvolver hipóteses iniciais, pois não há informações disponíveis oferecidas pela teoria e informação científica, então um projeto de pesquisa exploratório é a melhor abordagem. As técnicas que o autor descreve para a pesquisa exploratória assumem várias formas: qualitativas (grupos foco, entrevistas em profundidade, Delphi, etc.) ou quantitativas (surveys para produzir dados primários e diversas análises de dados secundários) O resultado principal de uma pesquisa exploratória é um levantamento que permite fazer inferência descritiva em relação ao Universo pesquisado, com os limites analíticos intrínsecos ao método exploratório, que estuda os padrões sistemáticos que puderem ser identificados naquela população específica. Inferência Descritiva. A inferência descritiva é analisada por King, Keohane e Verba (1994), que lembram seus objetivos e seus dilemas: a polaridade entre a infinidade e complexidade de dados versus a simplificação do mundo pela seleção de apenas alguns deles, o papel da teoria na simplificação do mundo e na organização dos dados e por último, a difícil interpretação sobre o significado dos dados em ciências humanas versus a lógica da inferência estatística generalista que transforma as observações em emergência de hipóteses. São encontrados, portanto, desafios básicos: Inferir informações sobre fatos não observáveis a partir de fatos observáveis. Para superar este desafio, o que se fez nesta pesquisa foi realizar uma validação teórica ampla dos constructos envolvidos com o tema da investigação, agregando literatura pertinente e expressiva que permitisse definir indicadores e critérios consistentes e convergentes para 102 observar o fenômeno da sustentabilidade do ponto de vista atual. A seleção de uma estrutura de perguntas para o instrumento de coleta de dados (o questionário) perseguiu este desafio, pois toda a abordagem teórica teve o desfecho nesta direção, a tentativa de descobrir dados que podem ser observados e inferir sobre aqueles que não podem. O caminho da Revisão de Literatura percorrido buscou modelos e casos que se movem do particular para o geral e tiveram o papel de aproximar o mais possível a pesquisa e a realidade que se apresenta. Também nas conclusões foi preciso voltar à literatura que pudesse embasar solidamente a interpretação dos resultados estatísticos. Capacidade de distinguir entre o que é um dado sistemático e o que não é, ou seja, discernimento entre o casual e o padrão. Este segundo desafio colocou uma questão muito forte para o pesquisador: até onde a sua capacidade interpretativa o legitima a gerar hipóteses ou mesmo descobrir o que se revela a partir dos dados? Para superar este desafio, foram utilizadas algumas técnicas estatísticas diferentes entre si, mas, convergentes no propósito de identificar os padrões de resposta da amostra. Descobertos os padrões, a dúvida: podem ser generalizados ou não? Esta é outra polaridade que se apresenta sem, contudo, manifestar oposição: a complexidade da situação estudada, o caráter único do caso ou unidade amostral estaria considerado na generalização inferida? Permitiria a produção de boas e confiáveis hipóteses? O quanto da complexidade estaria sendo perdida em simplificações? Para superar este desafio foi feita uma discussão viva com um Grupo Foco de cinco especialistas, onde as conclusões foram apresentadas e elaboradas para o contexto das ONGs estudadas. Também se manteve claro, todo o tempo, que a análise não perseguia uma inferência estatística, já que os limites do Sistema de Referência utilizado eram visíveis, mas, seguindo o método da inferência científica, perseguia o estudo de padrões sistemáticos que surgem nas organizações componentes daquela população específica. Ao comentar estes desafios, King, Keohane e Verba (1994) recomendam a atenção daqueles que se imbuem da missão de interpretar dados ao perfil cultural e contextual da unidade de pesquisa, antes de elaborarem suas questões investigativas. Eles alertam que “apenas com uma imersão cultural e compreensão do sujeito da pesquisa o pesquisador pode perguntar as questões certas e formular hipóteses úteis.”. Ou seja, a pesquisa na área das ciências sociais requer alto grau de interpretação e este não se opõe à inferência, ao contrário, complementa. É o que foi feito: aos resultados quantitativos foram agregados os conhecimentos empíricos e qualitativos anteriores e sintetizados em proposições hipotéticas. 103 A simplificação, afinal, faz parte da atitude científica, pois, a um passo, permite a compreensão mais genérica e a outro passo, permite seguir para ‘águas mais profundas’ apontando caminhos para pesquisas futuras. Para respeitar esses desafios o modelo adotado para a coleta de dados tomou dois cuidados especiais: • A mútua dependência entre teoria e dados. Os sistemas de referência disponíveis foram comparados entre si e confrontados com a teoria relacionada, verificando assim a clareza das terminologias e classificações. Buscou-se o melhor acesso possível para que a teoria pudesse interagir com as possibilidades reais de coleta. • Busca de maior variação possível das variáveis. A amplitude da escala e a não obrigatoriedade das respostas buscou prevenir para uma baixa sensibilidade às variáveis indicadoras. O instrumento da coleta buscou capturar o máximo possível as diferenças de julgamento pelas organizações amostradas. Censo X Amostragem. Weiers (1984) realça a diferença entre fazer um censo (onde a população inteira é estudada, e, portanto, elimina-se o erro amostral) e uma amostragem (onde parte da população é estudada e as conclusões são extrapoladas para a população). Dentre os argumentos a favor da amostragem em relação ao censo estão: mais barata, mais rápida, mais acurada (os erros amostrais são estimáveis e os erros não amostrais são evitados). Ele ilustra (Figura 26), concluindo que mesmo quando se estuda toda a população, os erros não amostrais continuam “assombrando” o pesquisador. E mais: o custo de uma amostra grande ou de um censo poderia ser provavelmente investido em estudos melhor planejados em uma amostra menor. Erro amostral Erro amostral Erro não amostral Amostra muito pequena Erro não amostral Amostra maior Erro não amostral Erro amostral Erro amostral Amostra ainda maior Censo completo da população Figura 26. Evolução do erro amostral Fonte: WEIERS, 1984 Então, por que alguém faria um censo ao invés de uma amostragem? Um dos motivos seria a impossibilidade de gerar uma amostra aleatória que permita inferir estatisticamente sobre a população. 104 Pedhazur (1991) discute a questão da amostragem não probabilística referindo-se a situações de conveniência onde o pesquisador delineia critérios de seleção (como acessibilidade) ou define desorganizada e assistematicamente (e até acidentalmente) a amostra. O próprio termo ‘seleção da amostra’ é apresentado como um eufemismo, numa tentativa de acepção mais agradável para suavizar a não aleatoriedade nos procedimentos de amostragem. Na verdade, qualquer amostra permite fazer inferências sobre populações, mas, se a amostra for probabilística, as inferências são estatísticas, onde os erros amostrais são conhecidos (BUSSAB; MORETTIN, 2006). Esta pesquisa tentou, portanto, realizar o Censo de todas as ONGs cadastradas no Mapa do Terceiro Setor sob as categorias já descritas com abrangência no Estado de São Paulo, que seria a melhor escolha, com menor erro. Mas, durante a coleta, argumentos fortes sobre acesso e viabilidade física ou temporal, típicos das ciências sociais, levaram a uma definição de amostra por conveniência. Assim, optou-se por afirmar a inferência não estatística por conta da amostra não ter sido probabilística e com isso impossibilitar a estimação dos erros amostrais. A descrição apresentada a seguir está organizada na seguinte seqüência: (1) Universo e Amostragem da Pesquisa, (2) Mensuração e Coleta dos Dados e (3) Análise dos Dados. 1. Universo e Amostragem da Pesquisa 1.1.Sistema de Referência e Universo da Pesquisa. Os Sistemas de Referência são as listas que agregam as unidades de interesse da pesquisa ou, em outras palavras, são bancos ou cadastros que registram dados sobre a localização e o acesso às unidades de pesquisa. Os Sistemas mais agregadores de ONGs são mostrados na Figura 27. Para o estudo de ONGs há algumas bases de dados mais expressivas, pois congregam mais membros e mostram informações mais sistematizadas. A Tabela 2 mostra a grandeza comparada de dois Sistemas de Referência com melhor agregação e que utilizam a mesma nomenclatura. 105 IBGE - BRASIL 276.000 Associações e Fundações • ONGS = 5% de todas as organizações juridicamente cadastradas • 5,5% dos empregados do País IBGE - SUDESTE 121.440 Associações e Fundações • 44% das ONGs do País • Estratificadas por área de atuação e por porte (no. de empregados assalariados) IBGE Estado de São Paulo: 58.557 Associações e Fundações • 21% das ONGs do País FÓRUM BRASILEIRO DE ONGS E MOVIMENTOS SOCIAIS PARA O MEIO AMBIENTE – FBOMS (2007). Brasil: 423 membros Estado de São Paulo: 134 • A NOMENCLATURA DAS CATEGORIAS É DIFERENTE DO PADRÃO INTERNACIONAL • Há, misturados, Centros Acadêmicos, associações de defesa de direitos, movimentos sociais emergentes, associações comunitárias. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ONGS – ABONG (2007) Brasil : 270 Associações e Fundações Estado de São Paulo: 51 Associações e Fundações • Educação e Pesquisa (terminologia IBGE) 22 Educação (terminologia ABONG) • Meio Ambiente e Proteção Animal (terminologia IBGE) 6 Meio Ambiente (terminologia ABONG) • Desenvolvimento Comunitário (terminologia IBGE) IBG 7 Trabalho e Renda (terminologia ABONG) 14 Direitos e Cidadania (terminologia ABONG) 12 Fortalecimento de outras ONGs / Movimentos Populares (terminologia ABONG) • HÁ SOBREPOSIÇÃO • A NOMENCLATURA DAS CATEGORIAS É DIFERENTE DO PADRÃO INTERNACIONAL MAPA DO O TERCEIRO SETOR – FGV Brasil: 4.589 Associações e Fundações Estado de São Paulo: 1784 • Educação / Outras formas de Educação: 225 • Meio Ambiente e Proteção Animal: 80 • Desenvolvimento Comunitário: 211 Figura 27. Sistemas de Referência de ONGs Fonte: elaboração própria com informações dos respectivos sites em Ago/2007 Classificação e Tipologia de ONGs A classificação feita fei pelo estudo FASFIL/IBGE (INSTITUTO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2004)) indica para uma divisão de categorias baseada na Família de Classificações das Nações Unidas, definida e reconhecida pela Divisão de Estatística da ONU e baseada no serviço às famílias (UNITED UNITED NATIONS STATISTICS DIVISION, 2007).. Para assegurar a comparabilidade internacional dos dados, o IBGE / IPEA fez alguns ajustes a essa Classificação original de nove Grupos, ampliando sua abrangência 106 para o alcance de nossas naturezas jurídicas em composição com o critério “finalidade” de cada entidade cadastrada no sistema legal. Nos 10 Grupos de classificação de entidades sem fins lucrativos, os Grupos 7 e 10 são aqueles que não se enquadraram nos 5 critérios internacionais de “sem fins lucrativos” definidos pela ONU, conforme foi explicado no Capítulo 3: 01. Habitação 02. Saúde (02.1 – hospitais; 02.2 - outros serviços) 03. Cultura e Recreação (1- arte; 2- esporte) 04. Educação e Pesquisa (1- infantil; 2- fundamental; 3- médio; 4- superior; 5caixas escolares; 6- estudos e pesquisas; 7- profissional; 8- OUTRAS FORMAS DE EDUCAÇÃO E ENSINO) 05. Assistência Social 06. Religião 07. Partidos Políticos, sindicatos, associações patronais e profissionais (1- partidos políticos; 2- sindicatos; 3- empresariais e patronais; 4- profissionais; 5produtores rurais) 08. MEIO AMBIENTE E PROTEÇÃO ANIMAL 09. Desenvolvimento e Defesa dos Direitos (1- moradores; 2DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO; 3- rural; 4- emprego e treinamento; 5- grupos e minorias; 6- outros) 10. Outras instituições privadas sem fins lucrativos (1- condomínios; 2- cartórios; 3- Sistema S; 4- mediação e arbitragem; 5- conciliação prévia; 6- conselhos e consórcios municipais; 7- cemitérios e funerárias; 8- outros) As categorias marcadas por letras maiúsculas são as pesquisadas dentro do Universo desta Pesquisa. 107 Tabela 2. Comparação entre os dois Sistemas de Referência: IBGE e Mapa do Terceiro Setor (Em números que incluem sedes e unidades vinculadas. Números coletados em Agosto de 2007) Sistemas de Referência IBGE Brasil (1) no. Absoluto proporção em relação ao IBGE BR 276000 100% proporção em relação ao IBGE SP Mapa do Terceiro Setor Estado SP (2) 58.557 21,2% 4589 1,7% 100% proporção em relação ao Mapa BR Grupo de Classificação IBGE/IPEA e Descrição 08. Meio Ambiente e Proteção Animal 04.8 Outras Formas de Educação e Ensino 09.2 Desenvolvimento Comunitário Brasil (3) Estado SP (3) Município de São Paulo (4) 1784 0,6% 300 0% 3,0% 1% 100% 38,9% 7% 1591 454 160 80 23 1685 410 339 225 151 23149 2662 647 211 128 no. Absoluto Total 26425 3526 1146 516 302 proporção em relação ao IBGE BR 100% 13,3% 4,3% 2,0% 1,1% 15% 8,6% 45% 26,4% proporção em relação ao IBGE SP 100% proporção em relação ao Mapa BR Fonte: elaboração própria 100,0% (1) FASFIL (2004), Tabela de Resultados 4. (2) FASFIL (2004), Tabela de Resultados 8. (3) RELATÓRIO DE ESTATÍSTICAS DO MAPA DO 3ºSETOR (2005), Tabela 2 (4) MAPA DO TERCEIRO SETOR, CADASTRO DE ONGS POR ESTADO E POR MUNICÍPIO Algumas considerações orientaram a escolha do Sistema de Referência: • Os Sistemas que conseguem agregar as ONGs por categorias comparáveis são o IBGE e o Mapa do Terceiro Setor, inclusive chegando ao nível de Município de São Paulo; • ABONG e FBOMS não agrupam as ONGs de forma comparável e de acordo com a tipologia definida pelo IBGE, internacionalmente reconhecida; também não dividem os subgrupos (Capítulo 1, Parte III), tornando impossível a análise mais apurada das unidades amostrais; • IBGE não oferece identificação de localização das unidades amostrais, dificultando o acesso do pesquisador a elas; já o Mapa do Terceiro Setor oferece identificação das unidades amostrais com endereço completo, facilitando o acesso a elas; 108 • Os números totais informados pelo Mapa do Terceiro Setor incluem as sedes e unidades vinculadas de ONGs, possibilitando depuração prévia para evitar repetições. Assim, diante das possibilidades mais amplas que ofereceu, foi selecionado o Mapa do Terceiro Setor, elaborado pelo Centro de Estudos do Terceiro Setor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getulio Vargas – CETS/EAESP/FGV, como o Sistema de Referência desta dissertação. O Mapa utiliza a metodologia desenvolvida em parceria entre o Centro de Estudos da Sociedade Civil da Universidade Johns Hopkins e o Departamento de Estatística da ONU (já comentada na Parte III), no Brasil adaptada pelo IBGE (2004), também utilizada em cerca de 180 países para classificar e mensurar as atividades das organizações, permitindo a inclusão do terceiro setor no mapa econômico mundial, e a comparação de dados em perspectiva nacional e internacional. 1.2.Plano Amostral. A seqüência dos procedimentos de Amostragem pode ser vista na Tabela 3. A primeira tentativa, o Censo, abrangeu 327 ONGs (APÊNDICE A) e após cada tentativa foi-se depurando as unidades amostrais conforme sua acessibilidade. Ao final, o Universo ficou com 161 ONGs (amostra não probabilística por conveniência) espalhadas pelo Estado de São Paulo nas três áreas temáticas de atuação previstas (Tabela 3). Tabela 3. Universo de Pesquisa e Evolução do Plano Amostral Código da Classificação da Categoria Mapa nov/07 Outras Formas de 04.8 Educação e Ensino Meio Ambiente e 08 Proteção Animal Desenvolvimento 09.2 Comunitário Inacessíveis + excluídas 1a. 2a. 3a. Total coleta coleta coleta Reenviadas Dez/07- Fev- respondentes + PT (UNIVERSO) Nov/07 Jan/08 Mar/08 ∆ 100 21 79 63 38 25 164 107 57 327 166 161 9 21 8 38 3 11 8 22 7 15 5 27 19 47 21 87 Fonte: elaboração própria Considerando 161 ONGs como o Universo de Pesquisa, os 87 respondentes correspondem a uma Amostra de 54%. 109 2. Mensuração e Coleta dos Dados 2.1.Modelo Teórico. Foi feita uma Revisão de Literatura em quatro partes: a primeira examinou os marcos históricos do constructo da Sustentabilidade. Em seguida foi discutida a Sustentabilidade na perspectiva do campo organizacional. A terceira parte da revisão teórica dedicou-se a aproximar o constructo da Sustentabilidade ao Terceiro Setor - a definição de ONGs, os desafios e controvérsias sobre a efetividade das ONGs, modelos de gestão estratégica nas ONGs e a sua contribuição para o desenvolvimento sustentável. Na quarta parte foram estudados os principais indicadores dos índices institucionalizados para empresas e com base em toda a revisão anterior, definidos os seis Critérios para compreender o quanto uma ONG está ou não em sintonia com o Constructo. Ao final da Revisão Teórica, foram considerados válidos os indicadores exibidos no Modelo Teórico ilustrado na Figura 28. Nele se pode observar a relação entre as variáveis, agrupadas em três níveis convergentes: Indicadores (26), Critérios (6) e Constructo Principal (1). Os Indicadores dos Critérios receberam siglas, conforme a primeira letra do nome do Critério (exemplo: Governança tem seis indicadores, G1, G2,..., G6) A Variável Resposta buscada é a “Aderência das ONGs ao Constructo Sustentabilidade” e as seis Variáveis Independentes formadoras são os seis Critérios: • Governança (G) • Inovação (I) • Resultados (R) • Gestão e Impacto Econômico Financeiro (GIEF) • Gestão Social (GS) • Gestão, Educação e Impacto Ambiental (GEIA). 110 G1. Desempenho do Conselho e Diretoria (Q 1-11) G2. Gestão do Patrimônio (Q 12-13) Governança G3. Transparência (Q14-16) G4. Adequação Legal (Q17-19) G5. Conflito de interesses (Q 20-21) I1. Investimento em estudos e geração de idéias (Q 22-24) I2. Oferta educacional aos funcionários (Q 25-26) I3. Sistematização de metodologias (Q Inovação I4. Implantação de novos métodos de trabalho (Q 28-29) I5. Conhecimento da demanda social (Q30-34) I6. Adoção de tecnologias por outros atores (Q35-42) R1. Acesso a direitos e oportunidades (Q43-46) R2. Desenvolvimento de capacidades (Q47-50) Produção de Resultados R3. Mobilização de Interessados (Q51-53) GIEF1. Gestão do Desempenho (Q54-56) GIEF2. Demonstrações financeiras (Q 57-58) GIEF3. Cumprimento fiscal (Q59) GIEF4. Capacidade de mobilização de recursos (Q 60-63) Gestão e Impacto EconômicoFinanceiro GIEF 5. Capacidade de impacto na economia local (Q 64-66) GS1. Responsabilidade Social Interna (Q67-73) GS2. Arranjos Sociais para Cooperação (Q74-77) Gestão Social GEIA1. Ambiente físico da organização (Q 78-82) GEIA2. Uso de energia e insumos (Q 83-85) GEIA3. Inclusão do aspecto ambiental nas intervenções (Q 86) GEIA4. Integração e Extensão comunitária (Q87-88) GEIA5. Compromisso organizacional (Q 89-90) Figura 28. Modelo Teórico do constructo Sustentabilidade Fonte: elaboração própria Gestão, Educação e Impacto Ambiental C O N S T R U C T O S U S T E N T A B I L I D A D E 111 Escala e Pré Teste. A escala escolhida para medir as variáveis é categórica e ordinal, de itens múltiplos e classificação somada (HAIR, 2005). Cada item (questão) foi feita numa escala Likert ou de Diferencial Semântico, ambas de sete pontos, onde o um (1) significa baixa intensidade do constructo e o sete (7) a mais alta intensidade do constructo. A opção “não sei responder” foi evitada para forçar o respondente a fazer uma escolha baseada em sua própria percepção, já que ele é o responsável pela ONG questionada. A escala de diferencial semântico é indicada para identificar descrições que talvez sejam difíceis para o entrevistado formular, mas, que, ao ver alternativas, consegue identificar aquela de sua maior preferência. Os sete pontos ampliam a escolha e aumentam a sensibilidade (aumentam a variância) e intensidade da diferenciação e os rótulos bipolares indicam dois adjetivos ou duas percepções de atitudes. Optou-se pelo pólo negativo aparecer do lado esquerdo da escala, mesmo após considerar a tendência possível de o respondente assinalar sem ler os rótulos (MALHOTRA, 2001), já que o conteúdo por si já leva a uma leitura atenta e reflexiva de cada questão. Os pólos foram escolhidos a partir da revisão de literatura, onde a teoria de cada critério foi discutida e depurada em indicadores, que possibilitou a simplicidade na criação de rótulos verbais mais fortes, que melhor descrevam as situações organizacionais que devem ser reconhecidas. As afirmações das questões Likert seguiram o mesmo procedimento. O Pré-Teste (APÊNDICE B) foi feito com onze ONGs e não apontou problemas com a formulação das questões e a capacidade de resposta dos entrevistados, apenas foi constatada dificuldade nas questões que solicitava à ONG classificar-se em orçamento, títulos de utilidade pública e fonte de recursos. Testes mais quantitativos não foram feitos no Pré Teste por causa do baixo número de observações. 2.2.Coleta dos Dados. Instrumento de Coleta: Questionário A escolha foi por investigar pelas fontes primárias, ou seja, no acesso direto às unidades amostrais. Não foram encontradas, na Revisão de Literatura, fontes secundárias relativas a esses Critérios e Indicadores relativos às ONGs. O instrumento de pesquisa foi um questionário composto de noventa questões cuidadosamente formuladas para que o respondente e o pesquisador atribuam exatamente o mesmo significado à questão, evitando assim o erro de resposta: foram empregadas palavras comuns, evitando as ambíguas; foram evitadas alternativas e suposições implícitas, bem como 112 generalizações e estimativas; procurou-se dar ênfase à diferença entre o positivo e o negativo, obedecendo à estrutura polar. A construção das perguntas seguiu o princípio da parcimônia no seguinte processo: 1. Seleção da informação buscada 2. Determinação do conteúdo de cada pergunta 3. Eliminação das perguntas desnecessárias e combinação de outras As perguntas foram agrupadas em seis blocos, um para cada variável independente (Critério), conforme o Modelo Teórico exposto. O Questionário tem três seções, conforme recomenda Hair (2005): - Seção de abertura- apresentação para abrir o interesse do respondente; - Seção de classificação - para classificar os respondentes segundo: fonte dos recursos, orçamento anual, data de fundação, CNPJ, titulação oficial de utilidade, perfil jurídico; - Seção da pesquisa - seis blocos de perguntas relativas ao Constructo Principal, em movimento de abordagem que vai do geral ao específico em cada Critério. O Questionário completo está no Apêndice C. Tipo de Coleta: Levantamento Eletrônico (survey on line) A principal vantagem do levantamento via meios eletrônicos é o baixo custo, em termos de recursos físicos. Um pesquisador solitário, com pequena verba, respondentes geograficamente esparsos e nenhuma equipe de apoio pode arranjar-se bem com os atuais softwares disponíveis no mercado. Obviamente este meio requer que os potenciais respondentes tenham acesso à Internet e saibam os rudimentos da navegação. Este em si já é um filtro que diminui a diversidade e a aleatoriedade da amostra, o que foi conscientemente considerado. Outro ponto importante: a ética da coleta. Foi acordada com os respondentes em carta de apresentação do Questionário a confidencialidade dos resultados e o seu compartilhamento. Muitos entrevistados responderam ao pesquisador por e-mail ou telefone, manifestando seu interesse genuíno pela discussão dos resultados. A Escolha do Software. A seleção do melhor software para criar, veicular e hospedar o questionário na Web foi baseada em alguns parâmetros citados por Ritter and Sue 113 (2007) e que convergiam para as necessidades da pesquisa: custo; estrutura intuitiva, que não requer longo treinamento para criar e manipular o sistema; variedade de opções no formato das questões; limitações de número e aparência; capacidade de análise dos dados; acessibilidade aos respondentes; segurança e proteção; serviço de atendimento ao usuário. Diante desses parâmetros o escolhido foi o SurveyMonkey, que hospedou a pesquisa durante todo o tempo de coleta e análise (SURVEYMONKEY, 2008). Houve necessidade de tratamento das planilhas enviadas pelo SurveyMonkey, pois ele não trata as questões de diferencial semântico, apenas as Likert. Esta foi uma limitação encontrada em vários outros softwares prospectados, como o Zoomerang e o Proquest. O downloading, limpeza e tratamento dos dados exigiram grande trabalho braçal para chegar à planilha que constituiu a Base de Dados para análise (APÊNDICE D). Foram coletados 87 questionários respondidos. 3. Análise dos Dados Foram conduzidas análises em duas etapas: quantitativa e qualitativa. Segue a descrição do conteúdo de cada uma delas. Análise Quantitativa As análises estatísticas foram feitas com base em médias, pois, apesar de as variáveis serem qualitativas (dicotômicas), é usual trabalhar com as médias nas pesquisas de Marketing e na Administração em geral (MALHOTRA, 2001). Variável Resposta Y = média da pontuação global de todos os Critérios (percepção da ONG sobre suas práticas relacionadas à Sustentabilidade). Variáveis Formadoras X = média da pontuação em cada um dos seis Critérios: • Governança (G) • Inovação (I) • Resultados (R) • Gestão e Impacto Econômico Financeiro (GIEF) • Gestão Social (GS) • Gestão, Educação e Impacto Ambiental (GEIA) 114 Foram utilizadas as seguintes técnicas estatísticas explicativas da relação entre as variáveis: 1. Medidas Descritivas: de posição e proporção, análise de outliers e missing Values 2. Consistência dos Indicadores e dos Critérios Alfa de Cronbach para todas as relações primárias (Constructo – Critérios) e intermediárias (Critérios – Indicadores). 3. Comparação de Médias (ANOVA) 4. Análise Fatorial com estimação dos escores de cada fator. Discussão dos Métodos e Resultados 3.1.Medidas Descritivas: Média, Desvio Padrão, Coeficiente de Variação, Moda, Mediana No Apêndice E estão as Medidas Descritivas das 90 Questões. Questões sensíveis e não sensíveis Merecem destaque aquelas Questões que mostraram um coeficiente de variação baixo, pois elas poderiam até ser extraídas do instrumento e eliminadas das análises por não contribuírem para discriminar diferenças entre as observações (Tabela 4). As Questões 17,18 e 19 apresentam um coeficiente de variação baixo, o que combina com o resultado do agregado por elas ao Indicador G4-Adequação Legal. As Medidas Descritivas desse Indicador também confirmam seu baixo poder de discriminação, apontando para sua provável eliminação em futuras pesquisas do tema. As Questões 68, 71 e 72 também se mostraram pouco sensíveis para captar diferenças; elas se relacionam diretamente ao Indicador GS1 – Responsabilidade Social Interna e perguntam sobre o tratamento dado aos funcionários no contexto dos princípios fundamentais do trabalho: diversidade, acolhimento e assistência. a Moda e a Mediana desses itens sugerem que todos responderam aproximadamente igual e em grau alto, ou seja, todos têm em alto grau esta responsabilidade social. A Questão 30, sobre o quanto a organização conhece da demanda social que a cerca (I5 – Informação da Demanda Social), também não ajuda muito a diferenciar as ONGs, pois todas praticamente percebem-se bem informadas a esse respeito. E ainda o mesmo acontece com a Questão 47 (R1 – Acesso a Direitos), que versa sobre o quanto o beneficiário ampliou seu acesso aos serviços públicos de educação. Interessante também analisar as Questões 10 e 11, que perguntam sobre o desempenho do responsável pela função executiva 115 na ONG (G1 – Desempenho do Conselho e da Diretoria Executiva): quase todos responderam com a nota máxima. Tabela 4. Medidas Descritivas das Questões menos contributivas (elaboração própria) Questão/Indicador Q17 / G4 Q30 / I5 Q18 / G4 Q19 / G4 Q71 / GS1 Q11 / G1 Q47 / R1 Q10 / G1 Q72 / GS1 Q68 / GS1 Média Desvio Coef. Variação Mediana 6,5 0,9 13,2 7 6,2 0,9 14,6 6 6,5 1,0 15,5 7 6,4 1,0 16,0 7 6,2 1,0 16,7 6 6,0 1,1 18,1 6 5,9 1,1 18,9 6 6,1 1,2 19,0 6,5 6,0 1,2 19,2 6 6,2 1,2 19,6 7 Moda 7 7 7 7 6 6 6 7 6 7 n Non Missing 85 2 82 5 85 2 85 2 82 5 85 2 82 5 86 1 81 6 82 5 n 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 Na Tabela 5 estão as Questões que melhor se comportaram para medir diferenças. A Questão 80, relacionada aos cuidados com o Ambiente Físico da organização é a que mais consegue discriminar a percepção dos respondentes, seguida das Questões 58, sobre a inclusão do valor gerado na comunidade nos demonstrativos financeiros, Q5, sobre a iniciativa em avaliar os resultados e duas questões sobre o movimento de recursos recebido do Governo e de pessoas físicas (Q62 e Q51). Como se pode ver, as questões de menor pontuação média são as que melhor discriminam as diferenças entre as ONGs e por isso são mais fortes para a análise. Tabela 5. Medidas Descritivas das Questões mais contributivas (elaboração própria) Questão/Indicado Q51 / R3 Q62 / GIEF 4 Q05 / G1 Q58 / GIEF 2 Q80 / GEIA 1 Média 3,6 Desvio 1,9 Coef. 53,3 3,7 3,4 2,0 1,8 54,0 54,4 3,5 3,3 1,9 2,1 56,0 64,3 Mediana 4 4 4 3 3 Moda 5 4 4 1 1 n Non Missing 79 76 85 79 81 Missing 8 11 2 8 6 n total 87 87 87 87 87 Indicadores Sensíveis e não Sensíveis. Na Tabela 6 os números marcados em negrito indicam os menores valores de sensibilidade. Por exemplo, o Indicador G4 – Adequação Legal, que é passível de ser eliminado de um próximo Questionário e outros como o GS1 e I5, que poderiam ser melhorados na composição interna para dar maior sensibilidade a eles. Enquadrados em destaque estão os indicadores mais sensíveis para captar diferenças. São eles: I2, R3, GEIF2 e GEIF4. Uma discussão mais aprofundada sobre esses indicadores será feita após a análise fatorial, pois ela confirma a importância dos Critérios Inovação, Resultados e Gestão e Impacto Econômico Financeiro como componentes de análise. 116 Critérios Sensíveis e não Sensíveis. A Tabela 7 mostra que a Gestão Social tem menos capacidade discriminante do que os outros Critérios, talvez porque os itens ligados à Responsabilidade Social Interna já apontavam para uma similaridade entre os respondentes. Maior profundidade de análise será possível com a análise fatorial. Chamam a atenção os valores globais da Moda (7) e da Mediana (6), indicando para um padrão de respostas de pontuação alta. E o fato de Média e Mediana serem valores próximos indica para uma distribuição Normal. Tabela 6. Medidas Descritivas dos Indicadores (elaboração própria) Indicador (perguntas) Critério: GOVERNANÇA Média Desvio Coef. Variação Padrão Mediana Moda n Non Missing Missing n total G1 (11) 5,1 1,8 35,8 6 7 927 30 957 G2 (2) G3 (3) G4 (3) G5 (2) Critério: INOVAÇÃO I1 (3) I2 (2) I3 (1) I4 (2) I5 (5) I6 (8) Critério: RESULTADOS R1 (4) R2 (4) R3 (3) 5,2 5,9 6,5 5,1 1,8 1,6 1,0 1,8 35,2 27,7 14,9 34,7 6 7 7 5 7 7 7 7 165 254 255 167 9 7 6 7 174 261 261 174 4,7 4,1 4,8 5,6 5,7 5,0 1,9 2,0 1,6 1,6 1,4 1,7 40,3 48,9 33,8 27,9 24,2 33,8 5 5 5 6 6 5 6 6 5 7 7 6 245 159 82 164 411 620 16 15 5 10 24 76 261 174 87 174 435 696 4,4 5,4 4,4 1,7 1,4 1,9 39,2 26,7 42,1 5 6 5 6 6 5 317 327 242 31 21 19 348 348 261 4,7 4,5 5,8 4,2 4,8 1,7 2,1 1,9 1,8 1,8 36,1 46,7 32,4 44,0 38,3 5 5 7 4 5 6 6 7 4 7 243 161 82 314 237 18 13 5 34 24 261 174 87 348 261 6,0 5,0 1,4 1,6 23,9 32,7 6 5 7 6 573 325 36 23 609 348 5,0 5,8 5,0 4,2 5,3 1,9 1,5 1,6 1,8 1,6 38,4 26,5 32,6 44,2 30,9 6 6 5 4 6 7 7 5 5 7 397 228 74 147 132 38 33 13 27 42 435 261 87 174 174 Critério: GESTÃO E IMPACTO ECONÔMICO FINANCEIRO GIEF1 (3) GIEF2 (2) GIEF3 (1) GIEF4 (4) GIEF5 (3) Critério: GESTÃO SOCIAL GS1 (7) GS2 (4) Critério: GESTÃO EDUCAÇÃO E IMPACTO AMBIENTAL GEIA1 (5) GEIA2 (3) GEIA3 (1) GEIA4 (2) GEIA5 (2) 117 Tabela 7. Medidas Descritivas dos Critérios (elaboração própria) Critério G I R GIEF GS GEIA Média 5,4 5,1 4,8 4,6 5,6 5,1 Desvio Padrão 1,8 1,7 1,7 1,9 1,6 1,8 Coef. Variação 32,6 34,1 36,2 41,1 27,9 35,9 Mediana 6 6 5 5 6 6 Moda 7 6 6 6 7 7 n Non Missing Missing 1768 59 1681 146 886 71 1037 94 898 59 978 153 n total 1827 1827 957 1131 957 1131 Análise de Outliers Após a análise das pontuações finais de cada ONG, os valores mais estranhos foram examinados, sem nenhum instrumento de detecção estatístico. Nos sete casos encontrados com valores muito abaixo da média foram observadas as lacunas de preenchimento dos questionários. Em dois casos foram buscadas as pessoas e questionadas sobre a razão de suas respostas. Chegou-se à conclusão que as observações não deveriam ser eliminadas de forma generalizada, mas, apenas nas análises específicas aonde os dados faltantes não permitiam concluir (como por exemplo, nas ANOVAs). Deixar os valores estranhos nos permitiu identificar quantas ONGs não viram sentido em pelo menos um dos Critérios. Também pelo tamanho da amostra não se poderia eliminar observações, a custo de reduzir muito o volume dos dados. Identificação de Missing Values Das noventa questões, setenta e cinco tiveram menos de 10% de respostas não preenchidas (Tabela 8). Tabela 8. Proporção de Missing Values (elaboração própria) Categorias Número de Questões < 5% 21 6% a10% 54 >10% Total 15 90 75 83% das questões abaixo de 10% As três questões menos respondidas foram mostradas na Tabela 9 e uma análise das noventa questões está no Apêndice F. Tabela 9. As questões de maior proporção de Missing Value (elaboração própria) 118 Questões Q90 Q40 Q41 n 56 60 72 Média 5,089286 4,766667 3,888889 Desvio 1,575688 1,406603 1,858028 count % Missing Categoria 31 35,63218 >10% 27 31,03448 >10% 15 17,24138 >10% A Q90 é sobre o Financiamento Consciente; as Q40 e Q41 são sobre Inovação – (quem replica O QUE a ONG faz). A solução de tratar os missing values por imputação de valores foi considerada, mas, descartada, pois poderia enviesar os resultados. Então, decidiu-se por mantê-los, uma vez que menos de 10% não afetaria tanto a média e o desvio padrão (SCHEFFER, 2002). 3.2.Consistência Interna: Coeficiente Alfa de Cronbach Para testar a consistência interna de todas as relações primárias (ConstructoCritérios) e intermediárias (Critérios – Indicadores). Critérios. Todos os Critérios apresentaram o Alfa maior do que 0,7, indicando para consistência que converge ao Constructo final (Tabela 10). Tabela 10. Alfas de Cronbach para os Critérios (elaboração própria) G I 0,92 0,8714 R 0,8243 GIEF 0,8050 GS 0,8165 GEIA 0,7891 Y 0,9221 Indicadores. No cálculo do Alfa para os indicadores dentro de cada Critério, os únicos valores abaixo de 0,7 encontrados foram três: Indicador GIEF 4: Capacidade de mobilização de recursos: doações, financiamentos e geração de renda própria (Alpha = 0,4340) Indicador GEIA 1: Ambiente físico da organização (Alpha = 0,1783) Indicador GEIA 5: Compromisso Organizacional (Alpha = 0,3481) Todos os outros indicadores apresentaram Alfas acima de 0,7. No caso do Critério GEIA, cujo Alfa deu maior do que 0,7 no bloco, a interpretação é de que os indicadores talvez devessem ser agrupados de forma diferente da que foi feita na Pesquisa, mas, isto não afeta a média do Critério. Os Alfas para todas as Questões, Indicadores e Critérios estão expostos no Apêndice G. 119 3.3.Comparação de Médias: ANOVAs Análise de Variância (ANOVA) é a técnica usada para avaliar diferenças estatísticas entre as médias de dois ou mais grupos, onde a hipótese nula (inicial) é a igualdade, ou seja, médias iguais para os diferentes grupos de ONGs. A ANOVA é suplementada por testes de acompanhamento que auxiliam na localização das diferenças significativas como Bonferroni (BUSSAB e MORETTIN, 2006), Fisher (COSTA, 1998), Tukey (WILD & SEBER, 2004; HAIR, 2005), Dunkan (HAIR, 2005) e testes de Homocedasticidade, que verificam a igualdade das variâncias. Quando a ANOVA acusou diferença de médias, foi testada a homocedasticidade pelo Teste de Bartlett e determinados os Intervalos de Confiança pelo Método de Bonferroni. As três variáveis independentes escolhidas para comparar médias foram as que, reconhecidamente são utilizadas para descrever os tipos de ONGs: a área de atuação, o porte orçamentário e a data de fundação, que, além de serem divisores de categorias nos sistemas de referência estudados, também são elementos de lugar comum na formulação dos programas de treinamento, reciclagem profissional e pesquisa quando enfocados os estudos organizacionais em geral. A classificação das ONGs sobre sua fonte de recursos, sua titulação oficial de utilidade e seu perfil jurídico não forneceu dados límpidos para análise, pois muitas responderam com duas ou mais respostas e isto impede a delimitação da variável num só grupo. As ANOVAS completas estão no Apêndice H. 1- ANOVA para Área de Atuação A ANOVA desses valores não mostrou nenhuma diferença de média global (Y) entre as três áreas, indicando que a Área de atuação não influencia sobre o quanto uma ONG adere ao constructo da Sustentabilidade. Também não foi encontrada nenhuma influência sobre os seis critérios componentes do constructo (Tabela 11). O poder explicativo da Área de Atuação sobre as variações nos resultados é insignificante, basta observar os R2 de cada componente. Tabela 11. Comparação de Médias por Área de Atuação (elaboração própria) ONGs Meio Ambiente Educação Desenvolvimento Comunitário R2 G I 5,27 5,56 5,12 0,03 R 4,92 5,15 4,90 0,05 4,24 4,76 4,45 0,02 GEIF 4,23 4,47 4,27 0,01 GS 5,28 5,39 5,20 0,00 GEIA 5,33 4,79 5,19 0,05 Y 5,01 5,25 5,24 0,02 120 2- ANOVA para Porte (Orçamento Anual) Mostrou diferença de média global (Y) entre as Pequenas e as Enormes, indicando que volume de Orçamento Anual apenas influencia sobre o quanto ONGs da pesquisa aderem ao constructo da Sustentabilidade se for muito grande (acima de R$2.000.000,00) ou muito pequeno (abaixo de R$100.000,00). Vide Tabela 12. Tabela 12. Comparação de Médias por Porte (elaboração própria) ONGs em G I R GIEF Pequena 0-99 5,11 4,57 4,26 4,09 Média 100-499 5,33 4,90 4,84 4,52 Grande 500-1999 5,60 5,59 4,98 5,10 Enorme >2000 5,98 5,46 5,46 5,24 % E/P 17% 19% 28% 28% % G/P 22% R2 0,18 0,09 0,16 0,16 GS 5,49 5,55 5,72 5,91 0 GEIA 5,04 5,11 5,20 5,03 0 Y 4,81 5,08 5,40 5,62 17% 0,029 0,005 0,16 A média de Y das Enormes é 17% mais alta do que a das Pequenas. As maiores diferenças estão nos Critérios “Resultados” e “Gestão e Impacto Econômico-Financeiro” (28% mais altas nas Enormes em relação às Pequenas). Não há diferença de médias em Gestão Social e Gestão do componente Ambiental. R2 = 0,16 significa que o Porte de uma ONG explica em 16% a variância de sua pontuação média de Y. O fator explicativo (R2) é maior em Governança, ou seja, ter maior porte indica para maior sensibilidade para o conceito. 3- ANOVA para Idade Mostrou diferença de média Y entre as categorias de Idade Jovem e Plena, indicando que a Idade influencia o Y das ONGs. A média das ONGs em Idade Plena é aproximadamente 10% mais alta em relação às de Idade Jovem. Mas, não há diferença entre ser de Plena ou Antiga. Significa que só faz diferença ter mais de 10 anos de idade para melhor pontuar nos indicadores do constructo da Sustentabilidade (Tabela 13). Tabela 13. Comparação de Médias por Idade (elaboração própria) ONGs Jovem Plena Antiga % P/J R2 Idade ( data de fundação) 0-10 anos 11-21 anos > 21 anos G 5,14 5,82 5,66 13% 0,1 I 5,01 5,31 4,99 R 4,63 5,16 4,92 GIEF 4,48 4,81 4,76 GS 5,50 5,90 5,65 GEIA 5,04 5,27 5,12 0,02 0,05 0,02 0,04 0,01 Y 4,97 5,45 5,29 10% 0,08 121 R2 = 0,08 significa que a Idade de uma ONG explica em apenas 8% a variância de sua pontuação média de Y. É importante saber que 55% das ONGs da Amostra têm menos de 10 anos de idade. Observando os resultados, observa-se que a idade não explica em quase nada os outros conceitos, ficando claro que o tempo de atuação não garante que a ONG seja mais bem preparada neste ou naquele Critério. De todos os Critérios avaliados, o que é mais bem explicado pela Idade é Governança (R2=0,10). Uma vista panorâmica dos resultados comparativos está na Tabela 14, que mostra com clareza que o Porte é o que mais influencia sobre os Critérios Governança, Resultados e Gestão e Impacto Econômico-Financeiro. Tabela 14. Comparação dos R2 de cada ANOVA (elaboração própria) Variável Área de Porte Idade G 3% 18% 10% I R 5% 9% 2% 2% 16% 5% GIEF 1% 16% 2% GS 0% 3% 4% GEIA 5% 1% 1% Y 2% 16% 8% 3.4.Análise Fatorial Comum por Componentes Principais Análise Fatorial É a técnica estatística multivariada para identificar as relações latentes entre as variáveis indicadoras, revelar possíveis padrões e sintetizar os fatores que estão subjacentes àqueles dados. Esses fatores são compostos das variáveis estudadas, que através da técnica ficam combinadas e relacionadas segundo sua matriz de covariância ou de correlação. Uma condição é apontada como essencial, segundo Hair (2005): que o tamanho da amostra seja cinco vezes o número de variáveis indicadoras. Esta condição está atendida aqui se forem tomados como referência os seis Critérios. Caso tomemos as 90 Questões que são as variáveis originais formadoras, não. Mas, diante do caráter exploratório da pesquisa, será feita a análise numa tentativa como uma primeira versão. O fator é a combinação das variáveis conforme a sua variabilidade (variância); o primeiro fator responde pela variância mais comum que pode ser explicada por aquele conjunto de dados. O segundo fator, pela variância mais residual e a cada novo fator, a variância implícita é mais e mais residual, ou seja, é o que sobrou depois de retirados os fatores anteriores. E podem ser derivados quantos fatores adicionais forem precisos para explicar a variância da forma desejada pelo pesquisador. Para derivar os fatores, há dois modelos básicos de análise fatorial: a Análise de Componentes Principais e a Análise Fatorial 122 Comum. O primeiro usa toda a variância no conjunto de dados e o segundo usa somente a variância comum (a porção da variância para a qual todas as variáveis co-variam juntas). Em termos estatísticos, uma análise de componentes principais explicaria ao máximo, com um número reduzido de fatores, a variância original do conjunto de dados, o que é especialmente importante no caso de indicadores formativos, mas, segundo Hair (2005), quando pouco se sabe sobre a variância única e a de erro, melhor será emprega-se a análise fatorial comum para descobrir as dimensões subjacentes. Por isso nesta pesquisa foi utilizada a Análise Fatorial Comum. Os fatores comuns explicam como as variáveis se agrupam e revelam subconjuntos que indicam para novas dimensões que antes estavam “escondidas” nos constructos; esta análise é muito útil para verificar se os constructos de cada indicador ou critério representam realmente um único constructo ou mais de um. a) Análise Fatorial dos Critérios A análise foi baseada nas médias dos seis Critérios de Sustentabilidade levantados pelo Questionário. Como os dados têm a mesma magnitude (dimensão da escala), teoricamente pode-se usar a Matriz de Covariância ou a Matriz de Correlação, mas, para padronizar foi adotada a de correlação. Outro aspecto é o método de rotação escolhido. Existem os seguintes métodos de rotação: varimax, que minimiza o número de variáveis em cada fator; quartimax, que minimiza o número de fatores e equimax, que verifica qual dos dois primeiros melhor se ajusta. Assim com a finalidade de se obter o melhor ajuste utilizou-se o método de rotação equimax. A medida de adequabilidade da amostra KMO (Kaiser-Meyer-Olkin) não foi inferior a 0,50 (0,83) e o Teste de Esfericidade de Barlett foi significativo (p<0,001) ao nível de 5% de significância, indicando a adequabilidade da análise fatorial e que os fatores do modelo são apropriados (HAIR, 2005). Esses dois testes indicam qual o grau de suscetibilidade do tratamento dos dados via análise multivariada fatorial num nível de confiança. O KMO apresenta valores normalizados (entre 0 e 1) e mostra a proporção da variância que as questões do instrumento utilizado apresenta em comum ou a proporção desta variância que é devida a fatores comuns. O segundo teste, o de Esfericidade de Bartlett, é baseado na distribuição estatística do qui-quadrado e testa a hipótese nula (H0) de que a matriz de correlação é uma matriz identidade (cuja diagonal é 1), isto é, que não há correlação entre as variáveis (PEREIRA, 123 2001). Valores de significância maiores que 0,1 indicam não adequação ao método multivariado fatorial. Também é preciso explicar que a análise das cargas rotacionadas, apesar de ser geralmente útil na interpretação, em alguns casos não ajuda muito, por distribuir demais a proporção da variabilidade explicada em vários fatores. Nesta pesquisa observou-se muitas vezes que a forma não rotacionada fez com que menor número de fatores concentrasse maior poder explicativo da variabilidade e uma interpretação mais razoável pudesse surgir. A Tabela 15 mostra a distribuição de cargas para cada fator nas formas rotacionadas e na não rotacionada. A interpretação substantiva para constituir um fator é baseada nas cargas mais altas e o ponto de corte para o nível de significância da carga é 0,6 (tabela-guia baseada no tamanho da amostra, conforme Hair, 1995). O Fator 1 tem cinco cargas significantes, o Fator 2 tem uma e os outros fatores nenhuma, pois nele as cargas estão diluídas entre todas as variáveis. Outro critério de seleção do fator é haver congruência semântica com os demais itens componentes. No primeiro modelo, não rotacionado, dois fatores são realçados. No segundo e terceiro modelo, rotacionadas pelo método varimax e equamax, respectivamente, as cargas significativas estão diluídas em muitos fatores, não representando a economia de variáveis desejada pelo princípio da parcimônia. Será utilizada então a forma sem rotação, que, com apenas dois fatores é capaz de explicar aproximadamente 72,4% da variação encontrada. No Gráfico 1 e no Gráfico 2 se observa o ponto de corte e a distribuição gráfica dos autovalores. Na curva do “cotovelo” está desenhada a possibilidade de realizar o estudo utilizando apenas dois fatores (princípio da parcimônia) e não seis como originalmente a pesquisa sugeria. 124 Tabela 15. Cargas Fatoriais dos Critérios pesquisados (elaboração própria) Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 81 cases used 6 cases contain missing values Variable GOV_MEDIA INOV_MEDIA RESULT_MEDIA FINAN_MEDIA SOCIAL_MEDIA AMBIEN_MEDIA Variance % Var 72,4% Factor1 0,733 0,904 0,756 0,851 0,795 0,253 Factor2 -0,050 -0,120 -0,063 -0,209 0,164 0,951 Factor3 0,544 -0,117 -0,477 -0,105 0,224 -0,079 Factor4 0,398 -0,145 0,369 -0,209 -0,342 0,040 Factor5 -0,079 -0,134 0,238 -0,343 0,413 -0,152 Factor6 -0,002 0,339 -0,060 -0,246 -0,062 -0,005 Communality 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 3,3458 0,558 0,9967 0,166 0,6051 0,101 0,4775 0,080 0,3918 0,065 0,1831 0,031 6,0000 1,000 Rotated Factor Loadings and Communalities Varimax Rotation Variable GOV_MEDIA INOV_MEDIA RESULT_MEDIA FINAN_MEDIA SOCIAL_MEDIA AMBIEN_MEDIA Variance % Var 72,4% Factor1 0,207 0,481 0,236 0,880 0,237 0,010 Factor2 -0,169 -0,336 -0,924 -0,257 -0,185 -0,054 Factor3 -0,928 -0,253 -0,170 -0,229 -0,239 -0,040 Factor4 -0,218 -0,313 -0,172 -0,237 -0,895 -0,105 Factor5 -0,048 -0,053 -0,067 -0,006 -0,144 -0,992 Factor6 -0,135 -0,701 -0,168 -0,224 -0,173 -0,026 Communality 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,1608 0,193 1,0982 0,183 1,0641 0,177 1,0444 0,174 1,0138 0,169 0,6186 0,103 6,0000 1,000 Rotated Factor Loadings and Communalities Quartimax Rotation Variable GOV_MEDIA INOV_MEDIA RESULT_MEDIA FINAN_MEDIA SOCIAL_MEDIA AMBIEN_MEDIA Factor1 0,444 0,908 0,529 0,953 0,538 0,071 Factor2 0,047 0,051 0,068 -0,006 0,153 0,993 Factor3 0,879 0,132 0,111 0,101 0,185 0,033 Factor4 0,094 0,156 0,834 0,056 0,093 0,040 Factor5 0,136 0,135 0,083 0,036 0,802 0,078 Factor6 0,004 0,336 0,006 -0,277 0,007 0,002 Communality 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 Variance 2,5056 1,0191 % Var 0,418 0,170 72,4% Factor Score Coefficients 0,8483 0,141 0,7430 0,124 0,6945 0,116 0,1895 0,032 6,0000 1,000 Variable GOV_MEDIA INOV_MEDIA RESULT_MEDIA FINAN_MEDIA SOCIAL_MEDIA AMBIEN_MEDIA Factor1 -0,185 -0,338 -0,219 1,474 -0,193 0,060 Factor2 0,105 0,198 -1,244 0,176 0,091 0,054 Factor3 -1,215 0,116 0,100 0,143 0,196 0,016 Factor4 0,220 0,202 0,095 0,166 -1,323 0,163 Factor5 0,014 0,010 0,042 -0,039 0,116 -1,029 Factor6 0,161 -1,887 0,365 0,804 0,336 0,014 125 Scree Plot of GOV_MEDIA; ...; AMBIEN_MEDIA 3,5 3,0 Eigenvalue 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 1 2 3 4 Factor Number 5 6 Gráfico 1. Sedimentação de Cargas Fatoriais Loading Plot of GOV_MEDIA; ...; AMBIEN_MEDIA 0,0AMBIEN_MEDIA -0,1 GOV_MEDIA SO CIAL_MEDIA Second Factor -0,2 FINAN_MEDIA -0,3 INOV_MEDIA -0,4 -0,5 -0,6 -0,7 -0,8 RESULT_MEDIA -0,9 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 First Factor 0,6 0,7 0,8 0,9 Gráfico 2. Distribuição Espacial das Cargas Fatoriais A Tabela 16 apresenta agora apenas as cargas dos dois primeiros Fatores e permite comentar a comunalidade: o poder de explicação dos fatores é mais alto nos Critérios Inovação, Gestão e Impacto Econômico Financeiro e Gestão, Educação e Impacto Ambiental. No Apêndice I estão todas as Tabelas de Análises Fatoriais que agregam “Critérios-Indicadores” e “Critérios-Questões”. 126 Tabela 16. Cargas e Comunalidades dos Critérios com Dois Fatores (elaboração própria) Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 81 cases used 6 cases contain missing values Variable GOV_MEDIA INOV_MEDIA RESULT_MEDIA FINAN_MEDIA SOCIAL_MEDIA AMBIEN_MEDIA Variance % Var 72,4% Factor1 0,733 0,904 0,756 0,851 0,795 0,253 Factor2 -0,050 -0,120 -0,063 -0,209 0,164 0,951 Communality 0,539 0,832 0,576 0,767 0,658 0,969 3,3458 0,558 0,9967 0,166 4,3425 0,724 Rotated Factor Loadings and Communalities Varimax Rotation Variable GOV_MEDIA INOV_MEDIA RESULT_MEDIA FINAN_MEDIA SOCIAL_MEDIA AMBIEN_MEDIA Variance % Var Factor1 0,729 0,911 0,755 0,875 0,750 0,072 Factor2 0,086 0,050 0,079 -0,048 0,309 0,982 Communality 0,539 0,832 0,576 0,767 0,658 0,969 3,2649 0,544 1,0776 0,180 4,3425 0,724 Rotated Factor Loadings and Communalities Quartimax Rotation Variable GOV_MEDIA INOV_MEDIA RESULT_MEDIA FINAN_MEDIA SOCIAL_MEDIA AMBIEN_MEDIA Variance % Var Factor1 0,734 0,912 0,759 0,868 0,773 0,150 Factor2 0,028 -0,023 0,018 -0,118 0,247 0,973 Communality 0,539 0,832 0,576 0,767 0,658 0,969 3,3194 0,553 1,0231 0,171 4,3425 0,724 Factor Score Coefficients Variable GOV_MEDIA INOV_MEDIA RESULT_MEDIA FINAN_MEDIA SOCIAL_MEDIA AMBIEN_MEDIA Factor1 0,223 0,282 0,232 0,275 0,219 -0,026 Factor2 -0,027 -0,091 -0,039 -0,182 0,189 0,957 Interpretação dos Fatores O Fator 2 é nitidamente expresso pelo componente ambiental; o grau de resposta da ONG à demanda ecológica com relação à saúde e qualidade de vida, bem como à economia de recursos está manifesta, mesmo que menos significativa. 127 O Fator 1 agrega campos mais típicos da gestão organizacional - Governança, Inovação, Produção de Resultados, Impacto Econômico-Financeiro e Gestão Social. Emerge dos dois Fatores uma dimensão transversal aos seis Critérios originariamente propostos, que é a dimensão que separa o campo da gestão organizacional do campo da gestão ambiental e por congruência semântica, ao Fator 1 será dado o nome de “Campo Organizacional” e ao Fator 2 “Campo Ambiental” (lembrar a conceituação proposta por JENNINGS e ZANDBERGEN, 1995, quando diferenciam as teorias do campo ambiental das teorias do campo organizacional, à p.24 desta dissertação). Scores Foram calculados os escores (valores numéricos) para cada unidade amostral, de modo a posicioná-la em relação a cada Fator e assim conseguir discernir a situação de diferentes ONGs em relação ao seu grau de aderência ao constructo da sustentabilidade. Cada ONG, portanto, tem um valor estimado (factor score) FSjk, onde j = no. do Fator e k = no. da ONG. A vantagem do escore é que ele representa um composto de variáveis significativas da análise, mas, também deve haver a consciência de que ele constitui-se apenas numa aproximação da realidade (pois são baseados na correlação dentro de cada fator e por isso há um erro subjacente), e não leva em consideração todas as facetas do fator (HAIR, 1995). Ainda assim, é útil para ser agregado em caráter exploratório como é o caso desta pesquisa e ampliar a análise das hipóteses que surgem ancoradas e contextualizadas nas discussões anteriores e complementares. A partir dos escores foram feitos Gráficos de Dispersão das ONGs nos Fatores de Sustentabilidade F1 – “Campo Organizacional” e F2 – “Campo Ambiental”, que delineiam quatro situações das organizações pesquisadas (Figura 29). Uma organização que está situada no Quadrante I se acha em sintonia com o Constructo da Sustentabilidade, pois significa tem aderência a todos os Critérios componentes do constructo. Situação oposta é a do Quadrante III, onde estão aquelas organizações não aderentes ao Constructo; nelas não há sinal de práticas relacionadas à Sustentabilidade nem do ponto de vista da gestão organizacional nem do ponto de vista da gestão ambiental. O Quadrante II sugere que o conceito da sustentabilidade adere na organização, mas, apenas em seu componente organizacional (aderente organizacional). No Quadrante IV estão as ONGs que se mostraram pouco sintonizadas com os aspectos mais 128 gerenciais enciais do conceito, porém, mais sintonizadas com a componente ambiental (aderente ambiental). • Fator 1 • Fator 2 + • Fator 1 + • Fator 2 + Aderente Ambiental Não Aderente • Fator 1 • Fator 2 - Aderente Aderente Organizacional • Fator 1 + • Fator 2 - Figura 29. Quatro situações em relação aos Fatores "Economia Endógena" e "Gestão Ambiental" (elaboração própria) A representação gráfica gráfica da dispersão das ONGs conforme seu escore e em cada Fator está nos Gráficos de Dispersão: as ONGs de Educação (Gráfico ( 3), ), as ONGs de Desenvolvimento Comunitário (Gráfico ( 4) e as ONGs de Meio Ambiente (Gráfico ( 5). É importante observar que não pode haver confusão entre ter uma vida organizacional sustentada e ter o conceito de sustentabilidade internalizado na organização. Há ONGs de reconhecida solidez que atuam há 40 anos e que está na Situação III, ou seja, o conceito da sustentabilidade, tal como o compreendemos hoje, não tem aderência nessa organização; nem por isso seria certo afirmar que esta ONG não é “sustentável”. Suas possibilidades sibilidades de sustentação provavelmente passam por outros fatores que não estes que a literatura aponta, ou até se pode ousar dizer que a organização alcançou fórmulas muito particulares de longevidade e resultados que estão fora do escopo do constructo elaborado e recentemente pela sociedade. O valor simbólico da tradição e dos princípios princípio compartilhados é uma dessas fórmulas (MILOFSKY, 1997) 129 Ao observar os Gráficos vê-se uma dispersão menor nas ONGs de Desenvolvimento Comunitário. 3 ONG 01-ASSOCIAÇÃO CASA DOS CURUMINS 02-MOVIMENTO COMUNITÁRIO EST RELA NOVA 03-INSTITUT O CRIAR 04-LAR ESCOLA JÊSUE FRANTZ 05-FUNDAÇÃO CAFU 06-OUTWARD BOUND BRASIL 07-PROGRAMA SOCIAL GOT AS DE FLOR COM AMOR 20 2 4 5 30 1 14 35 33 19 17 2 F1 26 0 32 15 12 34 9 7 22 8 1 25 3 13 23 36 27 31 29 11 08-CASA T RANSITÓRIA DOS SERVIDORES DE MARIA 09-INSTITUT O ESPORTE & EDUCAÇÃO 10-CAMP NORTE 11-AÇÃO COMUNITÁRIA DO BRASIL SP 12-COR - CENT RO DE ORIENTAÇÃO À FAMÍLIA 13-ASSOCIAÇÃO VAGA LUME 14-INSTITUT O PARA O DESENVOLVIMENTO DO INVESTIMENTO SOCIAL 15-PLUGADOS NA EDUCAÇÃO 16-ASSOCIAÇÃO NOVOLHAR 17-GRUPO DE APLICAÇÃO INT ERDISCIPLINAR À APRENDIZAGEM - GAIA 18-ASSOCIAÇÃO CÍVICA FEMININA 19-COMUNIDADE KOLPING DO JARDIM SAO JOSE 20-OXIGÊNIO DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIAIS 21-SEMEAR- ASSOCIAÇÃO PARA INTEGRAÇÃO E APOIO AOS PORTADOR 22-INSTITUT O LINA GALVANI 23-CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 24-ADEFAV ASSOCIAÇÃO PARA DEFICIENT ES DA AUDIO VISÃO 25-UNIDOS DO JARDIM VIRGINIA E ADJACENCIAS 26-ASSOCIAÇÃO NOVA PROJET O EDUCAÇÃO E TRABALHO PARA PESSOA 27-INSTITUT O DESS 28-CASA DE LUCAS NÚCLEO B ENEFICENTE EDUCACIONAL 29-INSTITUT O PAULO MONTENEGRO 30-PROMOVE AÇÃO SÓCIO CULTURAL 31-ASSOCIAÇÃO CRIST Ã FEMININA DO BRASIL - YWCA 32-CENTRO SOCIAL DE PARELHEIROS 33-NÚCLEO DE EXPANSÃO DA MENTE E DO CONHECIMENTO 34-CENTRO COMUNIT ARIO NOSSA SENHORA DE NAZARE 35-ASSOCIAÇÃO CIVIL SOCIEDADE ALT ERNAT IVA 36-INSTITUT O CANDIDO DE DES. SOCIAL 28 21 16 18 -1 6 24 -2 10 -3 -3 -2 -1 0 F2 1 2 3 Gráfico 3. Dispersão das ONGs de Educação segundo seus escores em cada Fator (elaboração própria) 130 4 ONG 01-AVAPE 02-FUNDAÇÃO SALVADOR ARENA 03-ASSOCIACAO DE PROMOCAO HUMANA E RESGATE DA CIDA 3 04-INSTITUTO MEIO 05-ASSOCIAÇÃO INSTITUTO PAPEL SOLIDARIO 2 17 F1 1 06-CENTRO COMUNITA´RIO E SOCIAL JD. LOURDES 07-ALDEIA DO FUTURO ASSOCIAÇÃO PARA A MELHORIA DA CO 1 11 08-ASSOCIAÇÃO MONTE AZUL 09-CASA DOS VELHINHOS DONA ADELAIDE 2 15 12 4 16 23 3 5 10 24 9 7 13-ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DA ESTAÇÃO ESPECIAL DA LAPA 14-CEABRA - COLETIVO DE EMPRESARIOS E EMPREENDEDORE 6 20 -1 13 821 0 10-ARCA DO AMOR HARIHARANANDA SÃO PAULO 11-INSTITUTO DE CIDADANIA EMPRESARIAL 12-SOCIEDADE AMIGOS DO BAIRRO DO REAL PARQUE 14 15-PROJETO PÉROLA 16-ORGANIZAÇÃO,METODO,EXPERIENCIA, GARANTIA E AÇÃO 22 19 17-ASSOCIAÇÃO CULTURAL COMUNITÁRIA PRÓ-MORATO 18-EARTH 19-GRUPO DOS AMIGOS DA SERRA/NHANDUTI DE ATIBAIA 20-ATO CIDADÃO 21-INSTITUTO FONTE PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL -2 22-ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA SOLIDARIA 23-ASSOCIAÇÃO DE AJUDA A PESSOA CARENTE GRÃO DE MOS -3 24-COMUNIDADE TRANSFORMAR 18 -4 -4 -3 -2 -1 0 F2 1 2 3 4 Gráfico 4. Dispersão das ONGs de Desenvolvimento Comunitário segundo seus escores em cada Fator (elaboração própria) . 3 ONG 01-SOS MATA ATLÂNTICA 02-ASSOCIAÇÃO AMBIENTALISTA PROJETO COPAÍBA 9 03-CNDA - CONSELHO NACIONAL DE DEFESA AMBIENTAL 04-INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE, COMUNIDADES TRAD. E D 2 05-CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DAS BACIAS DOS RIOS PIRA 06-ASSOCIAÇÃO DE REPOSIÇÃO FLORESTAL DO PARDO GRAND 5 F1 1 8 10-INSTITUTO RECICLE 11-AMAINAN BRASIL 11 1 4 20 15 12 0 07-UNIÃO ITARAREENSE DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS 08-INSTITUTO ECOFUTURO 09-CENTRO DE REFERÊNCIA EM INFORMAÇÃO AMBIENTAL - CR 14 12-ECOSURFI - ENTIDADE ECOLOGICA DOS SURFISTAS 13-CLUBE DOS VIRA-LATAS - GRUPO DE PROTEÇÃO AOS ANIMA 19 18 7 -1 13 6 2 14-ASSOCIAÇÃO GLOBAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO 15-ASSOCIAÇÃO CUNHAMBEBE 10 16-IN-PACTO INSTITUTO PROTEÇÃO AMBIENTAL COTIA/TIETÊ 17-COMISSÃO SOLIDÁRIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS E DA S 18-INSTITUTO GEA ÉTICA E MEIO AMBIENTE 19-ASSOCIAÇÃO BICHOS DA MATA 21 17 16 3 20-IMAFLORA (INSTITUTO DE MANEJO E CERTIFICAÇÃO FLORE 21-INSTITUTO MARAMAR PARA O MANEJO RESPONSÁVEL DOS -2 -3 -3 -2 -1 0 F2 1 2 3 Gráfico 5. Dispersão das ONGs de Meio Ambiente segundo seus escores em cada Fator (elaboração própria) 131 A partir dos escores foi possível analisar o posicionamento de cada ONG em relação a cada Fator e também foi possível comparar as médias (ANOVAs, agora com base nos escores) para verificar se aquelas variáveis de influência (área, porte, idade) agora apresentam resultado diferente do que na escala aditiva simples. A ANOVA dos escores não mostrou efeito de Área de Atuação, Porte e Idade. Na comparação de médias, houve diferenças quanto ao porte e quanto à idade em algumas variáveis, mas, aqui, ao agregar as cinco variáveis num só Fator, as diferenças desaparecem. As incertezas que emergem da comparação entre a ANOVA pelas médias e a ANOVA pelos escores abrem questões sobre a dispersão das organizações nas situações de aderência ao constructo estudado. Essa diferença entre o uso de médias e de escores não é de todo surpreendente, já que as medidas descritivas em geral têm a qualidade de ajudar numa primeira aproximação do pesquisador aos resultados, mas, têm a limitação de não revelar padrões de variância, que nos mostram como os seis Critérios utilizados se comportam em conjunto. Ao realizar a análise fatorial, foi possível identificar esses padrões e praticar o princípio da parcimônia, reduzindo o número de variáveis para tornar a explicação menos complexa e fazê-la mais acessível à compreensão da investigação. O Grupo focal ajudou a arbitrar sobre estas questões, ampliando assim o escopo do processo exploratório e o delineamento de conclusões. b) Análise Fatorial dos Indicadores Para esta análise é preciso estar atento ao Questionário e às divisões de perguntas relacionadas aos indicadores exibidas na Figura 28. Tanto no Critério Governança como nos Critérios Gestão Social, Inovação, Resultados e Gestão e Impacto Econômico Financeiro as questões de maior carga fatorial são aquelas de gesta interna (sobre o próprio Conselho, o próprio patrimônio, a própria transparência, estudos educação profissional do próprio quadro técnico, busca de resultados do seu público, monitoramento do próprio desempenho econômico e financeiro, gestão da responsabilidade social interna). Só uma questão, do Critério Inovação (Q41) é relativa à interação social, que pergunta se outros replicam práticas da organização. No Critério Resultados, o indicador relativo à Mobilização de Interessados apareceu no Fator 2, com poder explicativo bem menor, na questão sobre o número de empresas doadoras de recursos (Q52, APÊNDICE 6). No Critério Gestão e Impacto Econômico Financeiro, as questões com carga significativa estão relacionadas à gestão do desempenho interno. No Critério Gestão Social 132 ocorreu o mesmo fenômeno: todas as questões significativas em carga são aquelas relacionadas a assuntos internos de responsabilidade social. Quadro 11. Questões importantes dentro do Fator 1 de cada Critério (elaboração própria)* Questões Indicadores correspondentes Q1-9 Desempenho do Conselho e Direção Executiva (G1) Q13 Patrimônio (G2) Q14; Q16 Transparência interna (G3) Q22 Investimento interno em estudos (I1) Q25 Oferta educacional interna (I2) Q37;Q41 Adoção de práticas metodológicas por outros (I6) Q43-46 Acesso do beneficiário a Direitos e Serviços Públicos (R1) Q48-50 Desenvolvimento de Capacidades do beneficiário (R2) Gestão do Desempenho: monitoramento e avaliação de Q54-56 indicadores (GIEF1) Q67-69; Q71-72 Responsabilidade Social Interna (GS1) Q74 Arranjos Sociais para Cooperação (GS2) *Dados de Origem: Análises Fatoriais dos Indicadores com base nas Questões, Apêndice I. Com relação ao Critério Gestão, Educação e Impacto Ambiental, que apareceu isolado no Fator 2, vale lembrar que há fragilidades demonstradas: a questão 90 foi a de maior missing value de todo o questionário (“Financiamento Consciente”) e as questões 81 a 89 ficaram entre as 15 de maior missing value em todo o Questionário, ou seja, o Critério foi difícil para os respondentes se posicionarem. As cargas mais significativas encontradas estão nas questões relativas à economia interna de recursos - Q81 (lixo), Q82 (qualidade de vida dos funcionários), Q83-84 (consumo de água e papel), Q85 (inserção do tema ambiental nos programas) – e três questões relativas ao contato com o meio - Q86 (conhecimento das condições ambientais da comunidade local) e também diluídas em duas questões sobre articulação com rede pública e compromisso institucional com o tema (Q88 e Q89). Estas descobertas levam a uma segunda inferência: as ONGs pesquisadas parecem mostrar mais práticas de gestão dos assuntos internos à organização do que dos assuntos que as ligam ao mundo exterior. Grupo Foco Análise Qualitativa O objetivo deste método é ampliar a interpretação dos dados quantitativos e aproxima as conclusões da realidade contextual. De acordo com Morgan (1997) a técnica de Grupos Focais é antiga, sendo utilizada desde 1926, mas, na década de 50 ela se consolidou por meio do uso intenso que as 133 pesquisas de marketing fizeram dela. Na década de 80 estudos demográficos se utilizaram desses Grupos, seguidos pelos estudos de audiência na mídia e por pesquisas na área da saúde, especialmente na epidemiologia, que exigia conhecimento sociológico sistematizado sobre a cultura de determinados grupos de risco. O Grupo Focal permitiu observar a interação dos indivíduos na discussão do tema da Sustentabilidade, revelando conexões e diferenciações entre as idéias pré-concebidas e as idéias emergentes na análise dos dados quantitativos. Krueger (2000) apresentou algumas características básicas do método, que foram seguidas: 1. Envolver as pessoas. Optou-se por um número de cinco participantes para permitir uma conversação menos formal e mais profunda. 2. Participantes escolhidos conforme características específicas. De interesse da pesquisa, os convidados para compor o Grupo Foco foram pessoas com reconhecimento público pelo Terceiro Setor, portadoras de capacidade de análise e posicionamento. Com base em sua legitimidade técnica, foram selecionados cinco profissionais do Setor, conforme as características: Especialistas (1 consultor e 1 acadêmico); Practitioners gestores de ONGs (2 gestores executivos – um de Fundação financiadora e um de Associação - e 1 gestor fundador). Diversificados nas áreas de atuação temáticas das ONGs participantes da pesquisa (educação sob outras formas que não a convencional, meio ambiente e desenvolvimento comunitário) 3. Informações qualitativas. O foco foi a compreensão das percepções e pensamentos dos convidados sobre o tema apresentado. 4. Discussão focalizada. A dinâmica que se estabeleceu foi a de explorar a interatividade das pessoas, seguindo o seguinte percurso: Interação dos participantes em rodada de apresentações pessoais; Apresentação da pesquisa; Discussão facilitada. 134 Para manter o foco da discussão o orientador da pesquisa, Prof. Dr. Mário Aquino, auxiliou a pesquisadora na facilitação - apontou convergências e divergências entre os interlocutores, distribuiu a palavra e fez sínteses que resumiram periodicamente as idéias. O roteiro foi não estruturado, para deixar a discussão livre a ponto de atingir direções que não haviam sido antecipadas, tornar claras as perguntas provenientes dos resultados quantitativos e deixar os participantes utilizarem seus próprios termos. Não houve tentativa de atingir consenso nem de instrução mútua, ao contrário, as informações coletadas foram de cunho sensível e autêntico, sem que, com isso, se perdesse a objetividade e o controle dos aspectos críticos do estudo. 5. Compreensão do tema de interesse. Dados sobre o contexto e experiências dos convidados foram relacionados com o tema da Sustentabilidade e sempre que necessário foi priorizado o tempo de compreensão de tópicos, antes de qualquer conclusão. O Grupo Focal da Pesquisa foi composto pelas cinco pessoas descritas no Quadro 12. Os participantes foram solicitados a posicionar-se sobre os resultados apresentados, buscando pontos de convergência e de divergência com a realidade que conhecem. Ao fazer isto, revelaram os critérios que naturalmente utilizam em seus julgamentos, que agora serão apresentados. Nessa ocasião ainda não haviam sido dados nomes para os dois Fatores, que serão aqui chamados de Fator 1 (Economia Endógena) e Fator 2 (Gestão do Ambiental). As contribuições do Grupo Foco se deram em dois aspectos: a. Contribuições metodológicas – questionamentos, sugestões, dúvidas relacionadas abaixo. Viès. O quanto o rigor do respondente pode ter enviesado os resultados? Por exemplo, seria de se esperar que as ONGs de Meio Ambiente se posicionassem todas de maneira positiva em relação ao Fator 2, mas, não foi o que aconteceu. Teriam elas tido maior rigor que as outras ao responder esse bloco de questões? O que mais explicaria sua não diferenciação no Fator 2? 135 Aracelia Lucia Costa Ocupa o cargo de Superintendente da APAE de São Paulo, organização à prevenção, atendimento e inclusão de pessoas com deficiência intelectual, desde maio de 2003. Consultora do Grupo de Monitoramento e Avaliação da Federação Nacional das APAEs e integrante do grupo de gestão da mesma. Conselheira do CMDCA – Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de São Paulo, respondendo pela Coordenação da Comissão Permanente de Políticas Públicas – CPPP. É integrante da Rede de Monitoramento “Amigos da Criança, da Fundação Abrinq. Graduada em Serviço Social pela PUC-SP, com especialização em gestão de organizações sociais e formação de governantes pela Escola de Governo de São Paulo. Eduardo Mazzaferro Ehlers Diretor de Graduação do Centro Universitário SENAC e membro do Conselho Deliberativo da Estação Ciência, da Universidade de São Paulo. Graduado em engenharia agronômica pela Universidade de São Paulo, Mestrado e Doutorado pelo Programa de Pós Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo, na área de desenvolvimento local. Trabalhou no serviço de apoio local da Fundação Interamericana (IAF) e como consultor do WWF, do Banco Mundial, do PNUD, do Ministério do Meio Ambiente dentre outras organizações que desenvolvem e apóiam projetos socioambientais. Desde 1997 é professor de cursos de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas – FGV, na área de administração de organizações do terceiro setor. Dentre os livros e artigos publicados destacam-se: “Agricultura sustentável: origens e perspectivas de um novo paradigma”, 1999; Capítulo “Agricultura sustentável” da Agenda 21 Brasileira (2000, co-autor) e “Patrimônio Ambiental Brasileiro” (2000, coautor). Foi conselheiro de organizações do terceiro setor, do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da cidade de São Paulo, do Conselho Superior de Meio Ambiente da FIESP. Lúcia Peixoto Calil Arquiteta e mestre em desenvolvimento urbano, diretora da empresa Sal da Terra - Consultoria em Desenvolvimento Social, onde atua como consultora de processos de planejamento, monitoramento e avaliação de projetos e organizações sociais. Atualmente está desenvolvendo sistemas de monitoramento e avaliação de resultados e impactos para a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e ao Projeto de Desenvolvimento Comunitário para as áreas Rurais mais Carentes do Estado da Bahia - Projeto Terra de Valor. Sérgio Loyola Coordenador de Projetos Sociais da Fundação Salvador Arena, cuja finalidade é cooperar e envidar os esforços possíveis para a solução dos problemas de educação, assistência e proteção aos necessitados, sem distinção de nacionalidade, raça, sexo, cor, religião ou opiniões políticas, atuando nas áreas de educação, saúde, habitação e transformação social, com recursos provenientes da aplicação de seu patrimônio. Integrante do Comitê de Coordenação Geral do Censo do Terceiro Setor de São Bernardo do Campo, do Comitê Organizador do Congresso Nacional de Fundações a se realizar em 2009 e do Comitê de Divulgação Institucional da Fundação Salvador Arena. Graduado em Administração de Empresas pelo Mackenzie e pós-graduado em Administração para Organizações do Terceiro Setor pela Fundação Getúlio Vargas - FGV/ SP. Pós Graduando em Gestão de Investimento Social Privado na Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM. Foi membro do Conselho Consultivo do Mapa do Terceiro Setor entre 2003 e 2005 e Executivo na administração de Projetos Sociais da Fundação Samuel entre 1998 e 2002. Wellington Nogueira Fundador e coordenador geral da ONG Doutores da Alegria, cuja missão é promover e experiência da alegria junto a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais da saúde. A organização conta com um Núcleo de Formação e Pesquisa dedicado à arte do palhaço. Com um elenco de cerca de 60 palhaços profissionais que atuam em 19 hospitais em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, os Doutores da Alegria são reconhecidos em todo o país por seu profissionalismo e atuação inovadora. “Fellow” da Ashoka há 10 anos e líder da Avina desde 2003. Nos últimos cinco anos, participou como palestrante em diversos eventos, em que aborda assuntos como “a alegria na adversidade – lições de crianças e palhaços”, “o hospital pelos olhos do palhaço” e “iniciativas inovadoras no terceiro setor”. Quadro 12. Grupo Foco de Discussão dos Resultados da Pesquisa 136 3. Análises específicas. É possível fazer a análise fatorial só para o bloco das ONGs da área de Meio Ambiente? Será que o padrão de F1 e F2 se repetiria? Foi explicado que o número de observações era pequeno demais para se proceder a análise deste grupo em separado, mas, que esta seria uma provocação para futura investigação. Futuras pesquisas seriam bem-vindas para analisar a influência da idade da ONG no seu momento organizacional. Ponderação. Talvez fosse possível dar “peso” a alguns Critérios, “recortando” a Amostra por vocação e idade, por exemplo. A fase exploratória, na qual não se conhece o suficiente para dar “pesos”, limita essa abordagem. Até onde as ONGs estão sintonizadas com o conceito da Sustentabilidade, tal como é compreendido hoje? Será que é possível ou mesmo necessário reunir todos os critérios num só conceito? O melhor deste estudo é perceber como as ONGs entendem a Sustentabilidade e construir uma visão crítica sobre o próprio conceito: ele agrega tantas dimensões do desempenho organizacional que é preciso um exercício interpretativo para perceber as dimensões subjacentes do “dentro” e “fora”, do “interno” e do “entorno”. É preciso verificar a aderência do conceito sem perder a noção crítica das várias partes que o compõe. b. Contribuições interpretativas – polaridades que surgem nas práticas de gestão e no comportamento exibido nos resultados foram discutidos, conforme descrito abaixo. Fenômeno. A questão da auto-estima. As ONGs estão sofrendo de uma sensação de “vitimização”, ao não reconhecer o impacto que causam para além das fronteiras organizacionais e verem a si mesmas como sofredoras. Será por isso que o Fator 1 está composto apenas com as cargas significativas das questões de gestão interna? Parece haver uma oscilação entre o padrão da vítima e o da vitrine. Ou a ONG se comporta como culpada por não obter os recursos de que necessita (como se não produzisse resultados importantes e por isso não estivesse legitimada pela sociedade como merecedora do investimento de terceiros) ou vai para o pólo oposto, a de se sentir objeto de atenção e desejo, exibindo um comportamento exibicionista que não condiz com a realidade de seus resultados. Paradoxo. Há um paradoxo visível: as cargas fatoriais que mostram um olhar das ONGs “para dentro”, num momento histórico que coloca em cheque seu 137 funcionamento e solicita delas um olhar contextual, “para fora”, reconhecendo ativos, parceiros, investidores. O contexto atual é importante para analisar as respostas... Como seria respondido este questionário há quinze anos? Comportamento. Talvez não haja um ponto de chegada, o que há é a busca. A Sustentabilidade não parece ser um ponto de chegada, mas, uma intenção, uma direção pela frente. Interessante explorar os indicadores como indutores de comportamento, um instrumento de construção e aprendizagem coletiva. Os indicadores já existentes induzem o comportamento das organizações Tradição. Fatores como símbolos e tradições dos grupos constituintes das organizações são pouco tangíveis e pouco capturados pelas pesquisas em geral, mas, são fatores de grande influência na manutenção dos modelos de gestão assumidos pelas ONGs. Inovação. O componente “inovação” chama a atenção, pois o Terceiro Setor viveu um período de “estrelas”, pessoas que se destacaram pela capacidade de ousar e criar novidades, iniciativas diferentes, de sucesso. Isto funcionou como um antídoto para a inércia, mas, agora não se vê mais estas figuras estelares. Onde está a criatividade, a ousadia? Os dados mostram que há um padrão na perspectiva, um padrão que já conhecemos. A ONG passa um tempo de rever qual é seu papel social, sua conduta, seu espaço na evolução do Setor. Diante das contribuições do grupo foco, muitas das questões que apareceram nas análises têm de ser repensadas; outros elementos surgiram, como vamos retomar nas conclusões do trabalho. 138 PARTE III. Conclusões 139 Capítulo 7 Hipóteses Emergentes A Hipóteses Emergentes são fruto da exposição das análises quantitativas ao Grupo Foco, que abriu a discussão para um panorama mais qualitativo dos resultados. A análise fatorial do Questionário de Sustentabilidade possibilitou a identificação de dois fatores que explicam aproximadamente 73% da variância total encontrada. O primeiro fator, relacionado à gestão de processos típicos do campo organizacional da ONG, foi denominado “Campo Organizacional” e explica aproximadamente 56% e o segundo fator, relacionado à interação com o meio ambiente, foi denominado “Campo Ambiental” e explica aproximadamente 17% da variância total encontrada. Foi possível verificar que o instrumento tem uma estrutura fatorial consistente e revelou dimensões bem definidas, que, embora compostas de elementos que a literatura apontou como essenciais para a definição do constructo “Sustentabilidade” (governança, inovação, resultados, gestão e impacto econômico-financeiro, gestão social e gestão, educação e impacto ambiental), deu a conhecer aspectos novos da questão. O Grupo Focal teve o papel de debruçar-se sobre essa discussão, salientando seus pontos fortes e frágeis, bem como apontando as novidades que surgiam do estudo. Desse espelhamento surgiram ainda outras idéias, que não teriam surgido se dependesse apenas da percepção do pesquisador. Das análises decorreram Hipóteses Emergentes que têm a finalidade de expandir o entendimento e, ao mesmo tempo, abrir novas questões, “provocando” para pesquisas futuras. Colocam em cheque, afinal, qual é o modelo de Sustentabilidade que prevalece quando se aborda a diversidade das organizações do Terceiro Setor. Também é importante lembrar que o argumento desta Pesquisa seguiu assim: propôs que as teorias de sistemas abertos foram ponto de partida para uma seqüência de acontecimentos na pesquisa científica, nos negócios privados, nas ações de governos e nas iniciativas de ONGs, culminando na definição do conceito de “desenvolvimento sustentável” como ‘raiz genética’ do termo “Sustentabilidade”, como é compreendido hoje pela sociedade. As hipóteses que emergem são, portanto, um reflexo dessa opção de lógica histórica. Seguem quatro Hipóteses Emergentes. As duas primeiras serão discutidas em conjunto e a terceira e a quarta em separado. 140 Hipótese Primeira. O componente ambiental está dissociado da prática das ONGs, que não atribuem a ele a mesma importância que aos outros componentes do constructo da Sustentabilidade. Hipótese Segunda. As ONGs estão com seus olhares voltados para a gestão interna em maior proporção do que para a interação com o meio. Os resultados exibiram um padrão onde os indicadores mais significativos nas cargas fatoriais são os relacionados à gestão de assuntos internos e os mais fracos são os de posicionamento articulado com a sociedade e o meio externo. Especificamente na dimensão ambiental, os resultados mostraram que há uma dissociação entre o constructo teórico da Sustentabilidade e a prática das ONGs. Isto pode ser observado no Fator “Gestão Ambiental”, que surgiu isolado, fraco, pouco significativo. Tem-se aí um paradoxo entre a prática e o próprio conceito, cuja raiz está na questão ambiental (Capítulo 1). Esta hipótese tem duas implicações: 1. A responsabilidade das ONGs quanto à ecologia do meio; 2. A consciência das ONGs sobre o que é gestão e que tipo de gestão elas escolhem fazer. 1. A responsabilidade das ONGs quanto à ecologia do meio: a responsabilidade ecológica traduzida em economia de recursos, educação ambiental e impacto que a ONGs podem provocar. Com advento da teoria dos sistemas abertos, extremamente difundida nos anos 60, a importância dos fatores ambientais na forma e conteúdo das organizações se tornou maior; a importância do ambiente como fonte de recursos e de significados para a vida organizacional foi evidenciada e passou a ser fundamental (SCOTT, 1991). Mas, a questão é: até onde as ONGs identificam-se como sistemas abertos? Será que não vêem o meio ambiente como uma fonte de informação e energia que pode alimentar o seu funcionamento? O tripple bottom line (ELKINGTON, 1994) surge nos resultados como uma idéia fragmentada e o componente meio ambiente como fator explicativo fraco. Trabalhos clássicos sobre a teoria dos sistemas abertos, como os de Katz & Kahn (1966), podem ajudar a compreender o paradoxo ambiental que surge nas ONGs pesquisadas. Basta lembrar que elas, como organizações sociais, são sistemas abertos que definem suas próprias fronteiras, conforme sua codificação seletiva, bloqueando ou permitindo a entrada de informação e energia (inputs) e sua transformação em resultados (outputs). Racional ou irracionalmente construídas (SCOTT, 1991), as fronteiras em relação ao ambiente mostram que, nitidamente, as ONGs não reconhecem o meio ambiente como fonte de input. Ao não 141 reconhecê-lo, não dedicam a ele nenhuma energia de transformação, não o incluem em nenhuma cadeia de eventos e conseqüentemente não produzem nenhum resultado relacionado a ele. Trata-se de uma dissociação seletiva, onde a questão ambiental parece representar um risco de perturbação da ordem interna de funcionamento, conforme uma das nove características básicas de todo sistema aberto, a homeostase dinâmica, ou seja, a manutenção de um estado firme no caráter dos ciclos de eventos. Habituadas em proteger-se incansavelmente contra perturbações externas, as ONGs não mudam facilmente seus processos e trabalham para manter um intercâmbio energético que as conservem como são, com as operações de praxe, relacionadas às suas identidades (sua missão, seu público, seus serviços). Este é o movimento típico dos sistemas abertos, com seus subsistemas técnicos de produção voltados para a manutenção e permanência do mesmo estado e balanço energético no tempo. O paradoxo ambiental nas ONGs é também compreensível pelo lado moral, pois são organizações criadas para buscar o bem estar de pessoas - não poluem com sua produção, não geram lixo tóxico, não distribuem produtos nocivos a ser recolhidos após o uso, não desorganizam o meio físico, etc. – e por isto se vêem com certa suficiência na responsabilidade que lhes compete; elas naturalmente não vêem sua interação ambiental com profundidade, a ponto de mudar sua prática. Esse tipo de atitude talvez fosse esperado apenas nas ONGs ambientalistas... A pesquisa mostra que não. As ONGs de meio ambiente também apresentaram pontuação fraca no Fator Ambiental. Isto se deve ao fato de que as treze questões relacionadas ao tema versavam mais sobre atitudes organizacionais independentes da área de atuação (como consumo e captação conscientes, integração e extensão comunitária e articulação com a rede pública) e foram as questões mais ignoradas (missing values) pelos respondentes. A expectativa da sociedade sobre as ONGs em relação ao meio ambiente foi manifesta pela Agenda XXI: é de que elas, paulatinamente, incorporem em seu funcionamento princípios de responsabilidade pelo componente ambiental (assim como também é esperado das empresas e dos governos), agindo de forma articulada com o meio a que pertencem. Ora, para que isto ocorra, a ONG, à luz da teoria dos sistemas abertos, têm que importar energia adicional até que configure em si esta nova atividade que, no início aparenta desvinculação de sua função principal e, portanto, ausente de seus ciclos de eventos internos. 142 O processo de compensação do esforço adaptativo é trabalho que usa energia. Mas, a evolução histórica força a organização a fazer ajustes como esses, já que a demanda é concretamente apresentada pelo mundo contemporâneo, está institucionalizada; se a ONG ficar alheia a ela isto pode significar um não cumprimento de seu papel organizacional. Adaptar-se é armazenar energia, é adquirir entropia negativa, é conseguir manter-se – por isso é uma dimensão da sustentabilidade para a organização. Para realizar a expectativa de que as ONGs se apropriem ou, melhor dizendo, internalizem esse componente ambiental, será preciso que, analogamente aos sistemas abertos da biologia, entrem em homeostase dinâmica, que as impelirá a um novo equilíbrio sistêmico após a inclusão de novo ciclo na sua cadeia produtiva. Ora, a natureza de tais ajustes dinâmicos da homeostase organizacional para preservar seu sistema é a de impactar em outros sistemas - em nível menor, criando subsistemas especializados dentro de sua estrutura ou em nível maior, afetando o suprasistema social. Este efeito é o que precisamente está se esperando delas: ONGs que possam disseminar novas formas de abordagem ambiental, que afetem desde os funcionários e a maneira como se organizam e se especializam (subsistemas) até a rede pública e privada, que investem no Terceiro Setor (supra-sistema). Este é o embrião de uma cadeia de eventos que potencialmente pode revitalizar o percurso do tema ambiental nas responsabilidades organizacionais nos três setores: afetando os critérios de financiamento, controle e avaliação de resultados. Lembrando Durkheim (1977/1960) - a motivação para manter o tecido social vem da consciência coletiva de valores institucionalizados -, a dissociação com o meio ambiente detectada pela pesquisa “soa” um tanto desanimadora, pois mostra que esse processo esperado não está em curso. Para realçar esta conclusão, pode-se recorrer novamente às questões perguntadas no bloco ambiental: apenas as três primeiras, que são relativas ao ambiente físico interno à organização, foram respondidas a contento e não evitadas. O papel das ONGs na Agenda XXI exigiria um pouco mais de atenção ao componente ambiental de modo geral, já que as ONGs têm a qualidade de mediação (FISCHER, 2006). 2. A consciência das ONGs sobre o que é gestão e que tipo de gestão elas escolhem fazer. 143 Questões sobre transparência para o público externo, articulação e mobilização de interessados, realização de parcerias, arranjos cooperativos e impactos na economia local vieram em segundo plano, conforme os resultados analisados. Novamente a teoria dos sistemas abertos aplicada às ciências sociais pode ajudar a compreender o fenômeno. Laços psicológicos, dentro da organização, mantêm sua qualidade de planejar-se numa estrutura de eventos que exige, por sua vez, mecanismos de controle para conservar juntas as partes que funcionam. Ora, funcionar contra a entropia é o desafio das organizações. Mas, ao internalizar-se, não estaria a ONG no sentido contrário, o de reduzir a transação com o meio? Katz e Kahn (1966) destacam a importância do grau de liberdade na tomada de decisão íntegra que justifique a existência da organização como um sistema em si. A sua autonomia é escolher quais as fontes de inputs que aceita, sem ficar à mercê das fontes prescritas pelo supra-sistema; quais os receptores que quer para os outputs que produz (população alvo de seus produtos e serviços); quais os mecanismos de regulação interna de que precisa; quais os valores que assume; qual a sua codificação para decifrar a retro informação do meio. Todas essas escolhas ajudam na integralidade do sistema e o fortalecem contra influências que o meio exerce. Entretanto, a abertura, a codificação e as fronteiras da ONG estão subordinadas primeiramente à sua função social, mais do que à sua simples manutenção ou permanência. Não é só uma questão de existir na operacionalidade pré-existente, mas, de manter-se funcional e servir ao meio. Há aí uma polaridade emergente: de um lado, a ONG tem a função de ser agente do desenvolvimento social e da busca pelo bem estar das pessoas, que exige uma grande troca com o meio e, de outro, barreiras que bloqueiam as trocas. Há ainda um argumento que reforça essa idéia e que está presente nas teorias de redes sociais: a força dos laços fracos (GRANOVETTER, 1973). A organização olhar para fora significa investir em relacionamentos e assim criar uma “rede” de difusão para novas práticas de gestão. Olhar para dentro significa observar e aperfeiçoar seus campos de gestão nos eixos da eficácia de resultados e na eficiência dos recursos. Optar pelo estilo de gestão pode facilitar ou bloquear o desenvolvimento e a institucionalização da idéia de sustentabilidade e, mesmo dentro das organizações, num micro ambiente, pode interferir na escolha do movimento estratégico. Hipótese Terceira. Há uma “Síndrome da Sustentabilidade” nas ONGs, que confundem a essência do conceito com a necessidade de mostrar boa sustentação 144 organizacional - operacional e financeira – e assim serem competitivas na economia de mercado. Os investimentos sociais privados e governamentais levaram o Terceiro Setor a participar da economia de mercado, utilizando-o como fonte de recursos de modo geral. Para serem mais competitivas na captação, as ONGs têm mostrado a tendência de adotar um repertório de atitudes de gestão que seja facilitador do diálogo com seus financiadores, repertório que lhes abre possibilidades, mas, também cria uma dubiedade: a “Sustentabilidade” passa a ser um recurso retórico, que não necessariamente reflete o próprio conceito, mas, ainda assim é largamente utilizado nas comunicações e debates por atores de todos os setores. A expressão “síndrome” para esta hipótese traz a idéia de que o conceito, na prática, não passa de um conjunto de sintomas, um conjunto de coisas concorrentes que, ao final, não leva ao que o Constructo sugere, mas, à sensação de ter estabilidade, longevidade ou eficácia, independente do meio onde se insere. A partir daí é possível compreender porque as ONGs de porte maior mostraram ter maior pontuação nos Critérios Governança, Gestão e Impacto Econômico Financeiro e Resultados, todos com cargas significativas nas questões de monitoramento do desempenho interno. Provavelmente porque existe a crença de que, ao se tornar maior, a sofisticação e os cuidados com o desempenho gerencial aumentam também e, quanto mais monitoramento, estará a organização melhor sustentada. Mas esta crença corresponde a apenas parte da verdade. Há um senso comum de que as ONGs devem ser responsáveis pela geração de resultados que superem a dicotomia entre o público e o privado e ainda pela prestação de contas aos investidores sociais. Mas, simultaneamente, há uma lacuna no senso comum sobre o quê a ONG deve fazer para alcançar esse patamar de responsividade em termos de resultados e de contas. Ao tentar transformar o capital financeiro em capital social ou ambiental, a ONG, afinal, tem de interpretar aquilo que os investidores habitualmente usam como indicadores de confiabilidade e esses indicadores acabam muitas vezes por não conseguir refletir a real intenção ou resultado que ocorreu como conseqüência das intervenções. Conforme discutido na teoria dos sistemas abertos, os efeitos que uma organização causa a sistemas subjacentes a ela são funcionais dentro da sociedade e podem compreendidos como “a pegada” de desenvolvimento sócio ambiental que cada organização deixa atrás de si – o que depende muito da capacidade de interpretação dos observadores. Neste caso, ao assumir indicadores de eficiência e eficácia que vêm importados de outros 145 setores sociais, as ONGs perdem a oportunidade de capturar dimensões típicas do trabalho social e ambiental. Assim é que, nesse processo interpretativo, surgem as distorções do conceito original da sustentabilidade, que é, por si, repleto de sutilezas não gerenciais, mas, de caráter sociológico e psicológico (as organizações como sistemas interpretativos foram discutidas no Capítulo 2). Para ilustrar, observe-se o que ocorre com os indicadores relacionados à governança e economia inclusos no tripple bottom line (TBL); parece haver uma incompreensão generalizada destes indicadores. Muitos dizem que eles traduzem a eficiência interna, a qualidade do monitoramento e do resultado financeiro da empresa. Ora, o conceito descrito no TBL sugere mais do que isso; a governança, vista pela “lente” da Sustentabilidade, está na fronteira entre a organização e o mundo externo, buscando o significado e impacto daquilo que é feito ao nível interno dentro de um contexto maior - local, regional ou até mesmo global. Do mesmo modo, o componente econômico financeiro: mais do que a valoração das transações de mercado contidas num demonstrativo ou balanço, é o meio pelo qual se pode usar dos recursos para melhorar o bem estar de pessoas, ou seja, vai para fora da organização, atingindo, por exemplo, as pessoas que podem ser incluídas na cadeia de valor das atividades produtivas e assim aumentar possibilidades de geração de renda no ambiente. Mas, o que se vê é que esses indicadores foram reduzidos ao âmbito interno organizacional. A Sustentabilidade institucionalizou-se? Os resultados mostram que ainda não, ao menos no universo de ONGs pesquisado. De certo ponto de vista, as organizações ainda usam essa palavra apenas para buscar legitimação, transformando muito pouco seus sistemas operacionais em autênticos mecanismos de inclusão social e respeito ambiental. No diálogo inter setorial “investidores sociais - ONGs” os investimentos são feitos ainda nos moldes conservadores que apóiam o que é amplamente difundido como a boa prática - a que todos reconhecem e estão habituados a fazer.21 ...Parece haver uma oscilação entre o padrão da ‘vítima’ e o da’ vitrine’. Ou a ONG se comporta como culpada por não obter os recursos de que necessita (como se não produzisse resultados importantes e por isso não estivesse legitimada pela sociedade como merecedora do investimento de terceiros) ou vai para o pólo oposto, a de se sentir objeto de atenção e desejo, n um comportamento exibicionista que não condiz com a realidade de seus resultados GRUPO FOCAL 21 Estes aspectos foram fortemente debatidos e acordados pelos participantes do grupo focal. 146 De outra perspectiva, o próprio campo “sustentabilidade” está buscando abordagens mais legítimas em si. No ímpeto de ter uma teoria aplicada, os conceitos foram difundidos e utilizados em profusão, antes mesmo serem compreendidos: base da pirâmide, tecnologia limpa, logística reversa, competitividade, tripple bottom line, sistema de gerenciamento ambiental, balanço social, conversão de interessados, “esverdeamento” do consumo, etc.. Os termos e idéias vão se reproduzindo até que se condensem em um campo específico, mas, enquanto isso, os atores desse processo, que são os consultores, acadêmicos e lideranças, agem cada um conforme seu próprio entendimento e difundem formas simplificadas, mais fáceis de serem apreendidas pelos receptores. O momento atual está refletido nas ONGs, que vivem em simbiose com o meio público e privado e recebem a oferta de muitas práticas recursivas orientadas para maximizar a utilidade e a legitimação organizacional. O agravante é que essa legitimação está baseada no sucesso econômico e as ONGs ficam tentando ser funcionais dentro dessa lógica. Além disso, as relações de poder são mais fortes do mundo dos investidores para o mundo dos captadores, o que faz prevalecer a visão capitalista de conversão, na qual o bem estar e a conservação ambiental, por serem menos tangíveis, não encontram expressão. Dentro do campo da sustentabilidade, empresas, ONGs e Governo procuram converter os capitais e assim legitimar o próprio campo. Afinal, como indicam as teorias de campo, os campos não existem isolados, só existem em relação a outros campos e a conversão de um tipo de capital em outro é fundamental para o processo de legitimação (DIMAGGIO E POWELL, 1991). Há ainda mais um fator nessa “síndrome”. Sabendo que equilíbrio é necessário na manutenção de relações, a rede social formada entre setores busca um equilíbrio homeostático através da permeabilidade (Marques, 1999) – um trânsito de profissionais, uma dinâmica de contratações – que dá mobilidade nos níveis de poder de influência e alcança uma dimensão nova, atingindo graus de compreensão e interpretação diferentes daqueles que os atores possuíam em suas organizações de origem. Este fenômeno em si ajuda na diversidade interpretativa do conceito de sustentabilidade e alimenta a confusão entre sustentabilidade e sustentação organizacional. Hipótese Quarta. O surgimento de um campo profissional no Terceiro Setor – que orienta de maneira normativa e mimética os processos organizacionais - provoca similaridades entre as ONGs (isomorfismo). As Moda e Mediana (7 e 6) dos valores globais da pesquisa indicam um padrão de respostas de pontuação alta, ou seja, a maior parte das ONGs pesquisadas responderam nesses 147 valores. Por quê? O que explicaria uma semelhança entre elas, oriundas de diferentes áreas de atuação, porte, idade, cultura? Uma explicação plausível seria a onda de profissionalização que vem crescendo no Setor e que facilita a difusão de valores com padrão isomórfico (DIMAGGIO & POWELL, 1991). Mas, antes é preciso considerar se o processo de profissionalização existe de fato e não é apenas uma impressão e nem apenas um acontecimento localizado. A pesquisa da Johns Hopkins University, conduzida pelo pesquisador Lester Salamon (1999), com a colaboração de seus parceiros brasileiros, mostrava que em 1995, o tamanho do Terceiro Setor no Brasil correspondia a um universo de 195 mil organizações (excluídas as religiosas), movimentando recursos da ordem de 10 bilhões de dólares (1,5% do PIB Brasileiro) e empregando aproximadamente 1.200.000 pessoas. Em 2002 estes números sofreram uma majoração: existiriam 300 mil organizações, movimentando 5% do PIB Brasileiro e empregando aproximadamente 3.000.000 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2004). Os números delineiam um crescimento de campo profissional. Gráfico 6. Evolução dos registros das ".org" na Internet. Fonte: Iizuka e Sano, 2001 Outra evidência da profissionalização do Terceiro Setor no Brasil pode ser o uso do espaço eletrônico como meio institucional. No estudo exploratório sobre o e-social brasileiro (o social que está presente na Internet brasileira), Iizuca e Sano (2001) se utilizaram de buscadores (sites na Internet, especializados em encontrar assuntos, organizações, pessoas, etc.) – www.google.com, www.uol.com.br/miner, www.yahoo.com.br; www.cade.com.br; 148 www.imais.com.br; www.todobr.com.br; www.radix.com.br - e portais (que congregam vários links em um único assunto de maneira horizontal, por exemplo: meio ambiente, educação, etc.) - www.filantropia.org; www.rits.org.br; www.abong.org.br, para explorar mais de 2.000 sites ao longo de quatro meses. Levantaram dados do www.registro.br e concluíram que há perto de 8000 sites do tipo “.org” , ou seja, projetos e iniciativas originárias de organizações sem fins lucrativos, com um crescimento acentuado após 1997 (Gráfico 6). Em termos comparativos, as “.org” representavam o 2º número de registros na Internet brasileira, perdendo apenas para as “.com”, que estavam com mais de 200 mil registros à época do levantamento e de acordo com as revistas especializadas no mercado da Internet, este era o 3º assunto mais visitado pelas pessoas. Mais uma evidência que pode atestar o fenômeno da profissionalização é o surgimento de cursos e treinamentos para os técnicos das ONGs ou aspirantes a esse mercado. Iniciados na década de 90, esses cursos de especialização surgiram vinculados a Universidades e Organizações pioneiras do Setor. Apenas para citar alguns: FGV, FEA/USP, FIA, IDIS-FSP/USP, IDIS-UNIFESP, GIFE-ESPM. Hoje existem em várias ONGs e unidades de ensino espalhadas pelo País com iniciativas de cursos e treinamentos para profissionais do setor. A produção acadêmica (pesquisa, ensino e extensão) está concentrada nos trabalhos de estudantes e não de professores e pesquisadores mais antigos e consolidados nas universidades, segundo o survey do Centro de Estudos Administrativos do Terceiro Setor da Universidade de São Paulo – CEATS (FISCHER e SOFIATTI22, 2001, apud ALVES, 2002). Esse levantamento encontrou 35 instituições com foco acadêmico no Terceiro Setor: 17 no Estado de São Paulo e as outras nos Estados do Rio de Janeiro (4), Pernambuco (3), Minas Gerais (3), Rio Grande do Sul (2), Paraná (2), Bahia (2), Distrito Federal (1) e Espírito Santo (1). Foram levantados 10 projetos de ensino contendo disciplinas de graduação, pósgraduação, especialização e Master Business Administration – MBA e 34 projetos de extensão. Ou seja, em 2001 o ambiente profissional do Setor já estava “aquecido”. O Terceiro Setor exibe a profissionalização como um fenômeno em curso já na sua segunda década, com capacidade para, além de inserir jovens profissionais egressos de cursos de graduação, reinserir pessoas excluídas da dinâmica produtiva privada ou governamental em atividades profissionais bem definidas (MARCOVITCH, 1997). 22 FISCHER, R. M.; SOFIATTI, D. A. Terceiro Setor: inventário da produção brasileira. São Paulo: USP, Setembro de 2001. 149 Avançar na análise desse fenômeno leva, então para uma segunda questão: esses novos profissionais aprendem dentro de um campo de conhecimento guiado por quais critérios? MARINO e KISIL (2006) mostraram a evolução da adoção das ferramentas “profissionalizantes” pelo Terceiro Setor, aonde os cursos e treinamentos seguiram ao intuito de tornar o planejamento mais preciso, a responsabilidade gerencial mais clara e a avaliação de resultados mais objetiva. Os protagonistas dessa difusão foram, na década de 70, as agências internacionais financiadoras de projetos sociais, com destaque para a Agência Internacional de Desenvolvimento dos Estados Unidos (USAID), que implantou 30 programas em diversos países entre 1970 e 1971, seguida pela Agência Canadense de Ajuda Exterior (CIDA) que aprovou a ferramenta “Estrutura Lógica” (método desenvolvido pela USAID para o desenho e avaliação de projetos) em 1974 e em 1975 decidiu aplicá-lo mundialmente. O método foi ensinado em instituições governamentais e acadêmicas dos Estados Unidos e de países em desenvolvimento. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) incluiu a Estrutura Lógica em seus cursos de preparação e avaliação de projetos para melhorar a administração de estudos de factibilidade. No Brasil também há inúmeros exemplos de uso da Estrutura Lógica, com ênfase nos projetos financiados por fundações americanas, como por exemplo, a Fundação W.K.Kellogg, que a incorporou para analisar e decidir financiamentos de projetos em conjunto com as lideranças dos próprios projetos. Vale lembrar também o método ZOPP, versão alemã do Marco Lógico. A metodologia ZOPP, "Ziel orientierte Projekt Planung" - Planejamento de Projetos orientado por Objetivos - foi criada pela Agência Alemã de Cooperação Técnica (GTZ) entre as décadas de 70 e 80 e definitivamente implantada em todos os seus projetos de Cooperação a partir de 1987. Hoje a CIDA utiliza o método GPR – Gestão por Resultados, uma matriz de indicadores de desempenho, riscos e resultados, numa evolução da Estrutura Lógica. Esta pequena história das ferramentas de planejamento e avaliação aplicadas no Terceiro Setor (sem falar nas ferramentas de marketing, captação de recursos, comunicação, etc..) mostra um vetor na gestão controlada de objetivos, processos e fluxos do trabalho organizacional. Com efeito, ao analisar estratégias gerenciais de três organizações sem fins lucrativos no entorno de Belo Horizonte, TEODÓSIO e RESENDE (1999) encontraram que o Terceiro Setor tem uma demanda diferenciada do segundo setor (que, por exemplo, tem que lidar com a falta de engajamento da mão de obra, enquanto que no Terceiro Setor “... o 150 problema de recursos humanos está, sobretudo, na preparação e qualificação do corpo voluntário para o trabalho...) e no intuito de responder a essa demanda de aperfeiçoamento da gestão, acaba se abrindo para instrumentos administrativos e gerenciais típicos da iniciativa privada. Quando DIMAGGIO e POWELL (1991) apresentam a metáfora da gaiola de ferro para explicar o isomorfismo institucional, querem alertar para o fato de que as organizações ficam prisioneiras de seu próprio impulso de aperfeiçoar-se para legitimar-se e sobreviver no seu campo profissional. Ao invés de arriscar-se a construir novos pensamentos e criar idéias livres da repetição lógica puramente imitativa, vivem escravas da atitude de responder ao seu campo, que consiste de um ambiente de outras organizações semelhantes que respondem a outras organizações semelhantes e que por sua vez repetem o mesmo impulso, num movimento contínuo. Emerge então o fenômeno do isomorfismo. Na lógica de estabelecer um conjunto de práticas e processos que mantenham a ONG bem posicionada no tecido social do Setor, os profissionais buscam mais imitar as boas práticas que já são legitimadas e recomendadas por pares e financiadores do que ousar e arriscar a ficar “de fora” do que todos consideram o correto. DURKHEIM (1977/1960) explicou como é que a institucionalização de valores produz uma consciência coletiva que mantém o tecido social e como essa cadeia de valores reproduz uma lógica institucional e ritual manifesta nas relações humanas, onde as pessoas atuam no sentido de manter a mesma ordem e realimentar status quo. Ora, qual é a lógica institucional que se pode ver nas ONGs? DIMAGGIO e POWELL (1991) oferecem uma possibilidade de resposta bastante ajustada ao contexto desta Pesquisa: as ONGs têm sido um campo de exercício instrumental e simbólico da lógica institucional do capital, que é acumular e prover comodidade à atividade humana convertendo todas as ações em compra e venda de produtos, da lógica institucional do Estado, que é racionalizar e regular a atividade humana convertendo todas as situações numa base de rotina de decisões e da lógica institucional da propriedade privada, que é apropriar-se de relações sociais que controlam os bens materiais no tempo e no espaço. Assim, as ONGs são alimentadas por essas três lógicas e acabam por ritualizar essa ordem de coisas e símbolos, reproduzindo o sistema social. Em seus escritos sobre a formação do campo organizacional como um projeto profissional, DiMaggio (1991) mostra que os campos profissionais afetam a maneira pela qual as organizações selecionam modelos e estas influenciam, por sua vez, umas às outras, num 151 processo de repetição. Mostrou o caso dos museus de arte, que, entre as décadas de 20 e 40 só conseguiram transformar-se do modelo conservador para um diferente porque uma vanguarda de profissionais abraçou o novo conceito e influiu na captação de patrocínios de fundações financiadoras. Ele mostra que os profissionais atuam nas fronteiras das transformações, mas, têm uma consciência dual que tensiona entre o conservadorismo, quando exercem papéis internos e o criticismo, quando exercem papéis externos à organização. No caso das ONGs pesquisadas, esta hipótese versa sobre um processo de isomorfismo de caráter imitativo, onde o campo profissional procura copiar técnicas e formas organizacionais já legitimadas e com isso as organizações ficam cada vez mais parecidas. O processo mimético de isomorfismo não deriva de qualquer autoridade coercitiva, mas de uma incerteza e ansiedade das organizações em acertar rápido e a baixo custo. O princípio da rapidez a baixo custo é relevante para o campo de conhecimento no âmbito da profissionalização. Considerando o número crescente de empresas aderindo ao conceito da Sustentabilidade no que diz respeito à sua intervenção no campo social (Índice de Sustentabilidade já agrega 85 empresas na Bovespa), a cultura da ansiedade em acertar rápido não perdoa o mecanismo meditativo da inteligência humana e o tempo de que precisa para gerar e arquitetar um “canteiro” de novas espécies de pensamento. O impulso é o de funcionar como um arquivo lógico de memória, onde as informações são apreendidas e retransmitidas ao corpo técnico e em seguida institucionalizadas em cada organização. As organizações tendem a modelar a si mesmas, assim que encontram evidências concretas de que conseguem sucesso assim. Simultaneamente ocorre também um processo normativo de isomorfismo, onde o campo profissional define as condições e métodos adotados como regras que garantem a autonomia controlada dos trabalhadores, a “produção de produtores” (DIMAGGIO, 1991). As pressões normativas podem conduzir a uma obsolescência dos profissionais, pois esse tipo de “educação” normativa pode não acompanhar o desenvolvimento de novas bases cognitivas que surgem ao longo do tempo. Na luta contra esse efeito colateral existem os cursos e treinamentos que provêem o intercâmbio de informações entre profissionais que ocupam geralmente postos similares em organizações do Setor (tanto no Terceiro como no Segundo Setor, este último empregando também as equipes destinadas a gerenciar o investimento social da empresa). Tem-se então que dois aspectos da profissionalização são fontes de isomorfismo: a educação formal e a legitimação da base cognitiva produzida pelos especialistas e o crescimento e elaboração de redes de profissionais que difundem modelos gerenciais, quase 152 como um spam digital. Estes dois aspectos podem conduzir, portanto, à conclusão de que o constructo da Sustentabilidade tem grande chance de ser incorporado pelo Terceiro Setor num futuro próximo, já que foi iniciada a difusão de práticas nas empresas e a base teórica vem sendo incluída nas agendas de educação profissional. Talvez isso explique o resultado da comparação de médias por Idade ter acusado uma diferença de 10% a mais na pontuação global de ONGs em Idade Plena (entre 10 e 21 anos) em relação às mais jovens, pois essas ONGs concentram equipes de profissionais que estão em formação e abertos às tendências contemporâneas. O risco dos processos isomórficos é que há um preço para obter larga aceitação dos campos organizacionais: a função social das ONGs pode ficar comprometida em relação à sua intenção e concepção originais. Virtudes típicas das ONGs (flexíveis, criativas, inovadoras, autônomas e livres) que as caracterizaram como alternativas para a transformação social começam a se diluir e aproximá-las mais como instrumentos de manutenção do sistema atual do que como veículos de mudança. Este pode não ser um processo consciente e seu resultado, uma surpresa para as próprias organizações, que se auto-reconhecem como pioneiras e inovadoras (vide as pontuações altas de Moda e Mediana). Se a lógica institucionalizada nas ONGs não coincide com sua função social intencional, então existe aí um problema: sua contribuição como força de resistência ao modo de vida excludente do capitalismo contemporâneo não mais funciona e sua legitimidade fica ameaçada por outro lado, que não o da eficiência, mas, o da ideologia que exige efetividade em mudar algo. Esse desafio complexo é exigente no que se relaciona a colocar limites de identidade. Ao compartilhar de objetivos em alianças e parcerias inter setoriais, a ONG pode agir com consciência e definir limites de cooperação que a preserve de ser apenas multiplicadora de práticas. Este é, inclusive, um elemento de conquista de confiança mútua no estabelecimento de conexões cooperativas (Fischer, 2002). A crise de confiança institucional assola o Brasil e é assunto que está nas manchetes de jornais: PF pede quebra de sigilo bancário de duas ONGs (Folha de São Paulo, 13/ 5/2008) Governo e BNDES ajudam ONGs ligadas a Paulinho (Folha de São Paulo, 9/1/2008) Senado prorroga CPI das ONGs por mais 180 dias (Folha de São Paulo, 30/4/ 2008) Presidente adia controle de repasses a ONGs (Folha de São Paulo, 3/1/ 2008) 153 A captação de recursos do Governo ou de Empresas pode intensificar o risco da perda da identidade e pode mesmo destruir a lógica das ONGs em seus diferentes níveis: o da Intenção, que abriga seus impulsos missionários, o da Concepção, que abriga seus princípios básicos sobre o que é que ela considera “desenvolvimento”, o da Função Social, que abriga sua noção de intervenção na dimensão macro e micro, o da Lógica Institucional, que abriga sua atitude responsiva a diferentes impulsos internos e externos. Estes quatro níveis vibram juntos e, quando em consonância, criam uma harmonia institucional que faz a diferença (CENTRE TRICONTINENTAL, 1998). Deetz23 (apud ALVESSON E WILMOTT, 1992) também lembra que a dominância das corporações comerciais e suas práticas ameaçam a identidade, estruturando o tempo e a experiência das pessoas, influenciando a educação e a produção do conhecimento, dirigindo o lazer e a produção de notícias e transformando todos os recursos em insumos para atingir metas econômicas. A identidade e as relações pessoais e sociais estão unicamente baseadas nessas metas; não há agenda para outros assuntos e a tecnocracia da administração corporativa acaba se sobrepondo à democracia dos cidadãos, forçando contínuas e distorcidas formas de comunicação que se instalam e permanecem nos espaços intra e inter setoriais. É o fenômeno que parece acontecer também com as ONGs. 23 DEETZ, S. Democracy in an Age of Corporate Colonization: development in communication and the politics of everyday life. Albany: State University of New York Press, 1992. 154 Capítulo 8 Considerações Finais Ao pesquisar a aderência do Constructo da Sustentabilidade em ONGs, os resultados revelaram uma dimensão que transpassa aquelas propostas originariamente pela revisão de literatura: a dimensão do “dentro-fora” da organização, transversal a todos os Critérios utilizados. As ONGs inferidas na pesquisa não demonstram reconhecer no meio externo uma fonte de inputs que podem potencializar sua ação; demonstraram o cuidado sobre suas funções intrínsecas, relacionadas com as atividades diretamente ligadas ao seu público, seus funcionários, seu ambiente físico, sua administração de recursos do que investir na articulação com o meio externo. Desta conclusão também faz parte a componente ambiental, da qual as ONGs não se apropriaram em seu contexto de trabalho. As ONGs têm participado da economia de mercado e têm se preparado para serem mais competitivas na captação de recursos, o que as leva ao uso de muitos indicadores, ferramentas e linguagens em uso nas empresas e nos meios de aprendizagem, sem que compreendam inteiramente seu significado. Ao buscar legitimação, as organizações correm o risco de viver uma confusão entre “sustentação” e “sustentabilidade” nos diálogos intersetoriais. Há uma similaridade observável entre as ONGs pesquisadas com relação a atitudes organizacionais. Parece haver um isomorfismo de caráter mimético, apoiado no processo de profissionalização e na emergência recente do campo do Terceiro Setor. Isto pode significar um risco de perda de identidade das ONGs e conseqüente diminuição de suas virtudes originais, que as conceberam como alternativas de mudança social profunda. As pesquisas no Brasil que procuram relacionar sustentabilidade e ONGs são incipientes, em especial aquelas que utilizam métodos quantitativos. Está pesquisa é uma contribuição para a criação de um instrumento de mensuração da sintonia entre o discurso da sustentabilidade e o universo das ONGs.Também nesse trabalho conseguiu-se reunir um conjunto de informações descritivas sobre a gestão de ONGs, em especial informações sobre crenças e práticas de sustentabilidade que, embora não possam ser generalizados, constituem fonte interessante de questionamentos para pesquisas futuras. Ainda lembrando que os resultados somente são válidos para o conjunto de ONGs estudadas, pois se trata de uma inferência descritiva e não estatística, entende-se que estes 155 mesmos resultados podem ser úteis ao diversos interessados (stakeholders) envolvidos com ONGs: Financiadores do Terceiro Setor, tanto do setor privado como do Governo, por exemplo, que investem e querem ter segurança sobre a qualidade de seu investimento, por meio de ONGs legitimadas e sustentáveis na execução de projetos relacionados às políticas públicas ou ao investimento filantrópico; ONGs, que buscam conhecer mais sobre si mesmas e superar paradigmas antigos, especialmente o clássico modo de gerir olhando apenas para processos gerenciais; Consultores, que funcionam como difusores de ferramentas de gestão e buscam constantemente na ciência alguma novidade que favoreça o seu trabalho; Pesquisadores, que podem ter à disposição mais um banco de dados e provocações para futuras investigações. Prevê-se que a comunicação dos resultados desta pesquisa seja feita em diversos fóruns, como reuniões públicas com acadêmicos e práticos e publicações em veículos voltados aos diferentes interessados (stakeholders) citados. Pesquisas Futuras Um caminho de investigações se abre em leque diante dos resultados desta Pesquisa: 1. Cada um dos seis Critérios pode ser desdobrado nos seus Indicadores internos e assim proceder a investigações no sentido de aprofundar o entendimento sobre como se comportam as ONGs em relação a cada indicador ou mesmo que padrões emergem dentro de cada Critério; 2. Cada grupo de ONGs pode ser estudado separadamente, como foi sugerido pelo próprio Grupo Foco: separadas por área de atuação, porte ou idade, as amostras podem ser ampliadas de forma a suportar análises mais intensas que verifiquem se os padrões encontrados aqui nesta Pesquisa se confirmam ou não; 3. Análise de clusters, análise discriminante e outras técnicas estatísticas podem ser utilizadas na busca de ponderar os diferentes Critérios e ajustar os “pesos” de cada Critério para ONGs; 4. Investigações qualitativas que aprofundem os achados desta Pesquisa seriam bem-vindas, pois há como comparar os resultados de medições em estudos de 156 casos que discutam se alguma variável é favorecida ou não pelo “momento histórico” ou constituição daquela ONG. Particularmente interessantes seriam os casos de ONGs que se situam nos quatro quadrantes propostos pela análise fatorial desta Pesquisa, pois a situação de cada uma poderia ser melhor compreendida pelo estudo de caso; 5. Outra possibilidade provocativa de pesquisa é a relação entre o tipo de liderança e o nível de aderência do constructo estudado, pois a iniciativa de gestão é tomada pela liderança interna. Há ainda muitas outras possibilidades que acenam para o pesquisador interessado em aprender sobre o Terceiro Setor e sua relação com o meio, seu potencial de transformação, sua capacidade de trabalho e contribuição ao Planeta a partir desta Pesquisa. Será uma honra continuar a pensar sobre isto, pois há um brilho intenso não revelado, intrínseco ao ser humano, que precisa ser procurado para iluminar à volta de cada vida. RK 157 REFERÊNCIAS AFUAH, A. Innovation Management: Strategies, Implementation & Profits. Oxford: University Press, 1998. AGÊNCIA ESTADO. Para ONU, conversas sobre aquecimento estão paradas. 24 de Maio de 2008. Disponível em: http://br.noticias.yahoo.com/s/24052008/25/mundo-onu-conversasaquecimento-estao-paradas.html Acesso em: 30/5/2008. AGENDA XXI Brasileira. 1996. Disponível em: http://www.pr.gov.br/meioambiente/agenda_xxi/pdf/agenda_21_brasileira.pdf Acesso em: 13/07/2007. AGENDA XXI Global. Rio de Janeiro, 14 de Junho de 1992. 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ANA ROSA 98 NAZARE UNIVERSIDADE DA LUZ - UNILUZ 99 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VOLUNTÁRIOS EM MUSICOTERAPIA 100 CENTRO SOCIAL NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 ONGs Meio Ambiente - 63 INSTITUTO GEA - ÉTICA E MEIO AMBIENTE INSTITUTO MARAMAR PARA O MANEJO RESPONSÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS ASSOCIAÇÃO BICHOS DA MATA ASSOCIAÇÃO AMBIENTALISTA PROJETO COPAÍBA ASSOCIAÇÃO GLOBAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO ORGANIZAÇÃO AMBIENTALISTA AMAINAN BRASIL INSTITUTO - PHYSIS CULTURA & AMBIENTE ASSOCIAÇÃO CUNHAMBEBE DA ILHA ANCHIETA ECOSURFI - ENTIDADE ECOLÓGICA DOS SURFISTAS ENTIDADE ASSISTENCIAL DE RECICLAGEM E TRABALHOS HUMANITÁRIOS INSTITUTO PROTECAO AMBIENTAL COTIA/TIETE OESTE SIA SOCIEDADE ALPHAVILLE TAMBORÉ CLUBE DOS VIRA-LATAS - GRUPO DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS DE RIBEIRAO PIRES INSTITUTO DE MANEJO E CERTIFICAÇÃO FLORESTAL E AGRÍCOLA - IMAFLORA CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DAS BACIAS DOS RIOS PIRACICABA, CAPIVARI E JUNDIAÍ 171 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 5 ELEMENTOS INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E PESQUISA AMBIENTAL INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL INSTITUTO ECOFUTURO - FUTURO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE, COMUNIDADES TRAD. E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL INSTITUTO RECICLE ASSOCIAÇÃO SUPER ECO DE INTEGRAÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA CENTRO DE REFERÊNCIA EM INFORMAÇÃO AMBIENTAL ASSOCIAÇÃO DE REPOSIÇÃO FLORESTAL DO PARDO GRANDE GRUPO ECOLOGICO ERE INSTITUTO DE PESQUISAS CANANÉIA ONG TAIPAL - IPD - INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO CONSELHO NACIONAL DE DEFESA AMBIENTAL ASSOCIAÇÃO MUCKY DE PROTEÇÃO AOS PRIMATAS ARCA BRASIL - ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DE PROTEÇÃO E BEM-ESTAR ANIMAL UNIAO ITARAREENSE DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS Inacessíveis: ELO AMBIENTAL - ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL CENTRO EDUCACIONAL ÁGUA VIVA INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOAMBIENTAL - IDESA REDE ANTENA VERDE ILHABELA.ORG ASSOCIAÇÃO RECICLÁZARO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E PESQUISA AMBIENTAL PLANETA VERDE ASSOCIAÇÃO DOS PROTETORES DE ITAMAMBUCA ASSOCIAÇÃO UNIVERSIDADE DA ÁGUA ASSOCIAÇÃO DE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE NATURAL E MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA ASSOCIAÇÃO DE AMBIENTALISTAS E AMIGOS DO PARQUE DA ÁGUA BRANCA CENTRAL DE ORIENTAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E APOIO DA PESCA RESPONSÁVEL ASSOCIAÇÃO RECICLA BRASIL ACPO- ASSOCIAÇÃO DE COMBATE AOS POP´S ECOASSOCIAÇÃO PARA ESTUDOS DO AMBIENTE FUNDAÇÃO ALPHA ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS ÁGUA DO CAÇADOR SOCIEDADE ECOLÓGICA DE ITARARÉ ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO PRO RIO GRANDE CAA OBY FOLHA VERDE INSTITUTO PAU BRASIL DE HISTÓRIA NATURAL ESPELEO GRUPO RIO CLARO GRUPO DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE SOS ECOLÓGICO ASSOCIAÇÃO NORDESTINA E NORTISTA DE ITANHAÉM 172 INSTITUTO ECO-SOLIDARIO AGÊNCIA AMBIENTAL PICK-UPAU ASSOCIAÇÃO MAIS GENTE INSTITUTO DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL GUAPURUVU ASSOCIAÇÃO DE AMPARO AOS ANIMAIS ASSOCIAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE ANJOS DA NATUREZA ASSOCIAÇÃO PARA PROTEÇÃO E PRESERVAÇÃO DA VIDA ANIMAL-IRMÃO BICHO 63 ASSOCIAÇÃO PROTETORA DOS ANIMAIS DE SÃO CAETANO DO SUL 55 56 57 58 59 60 61 62 22 23 24 25 ONGs Desenvolvimento Comunitário - 164 SOCIEDADE AMIGOS DO BAIRRO DO REAL PARQUE COMUNIDADE KOLPING DO JARDIM SÃO JOSÉ INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO INVESTIMENTO SOCIAL INSTITUTO DE CIDADANIA EMPRESARIAL GRUPO DE APLICAÇÃO INTERDISCIPLINAR À APRENDIZAGEM CENTRO COMUNITARIO E SOCIAL DO JARDIM LOURDES CASA DOS VELHINHOS DONA ADELAIDE UNIDOS DO JARDIM VIRGINIA E ADJACENCIAS - ASSOCIAÇÃO COMUNITARIA ASSOCIAÇÃO CRISTÃ FEMININA DO BRASIL (YWCA) ASSOCIACAO CIVIL SOCIEDADE ALTERNATIVA INSTITUTO FONTE PARA O FOMENTO NACIONAL DO TERCEIRO SETOR INSTITUTO TERCEIRA VIA DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO ECNÔMICO E AMBIENTAL ASSOCIAÇÃO DE AJUDA A PESSOA CARENTE GRÃO DE MOSTARDA DE AGRAMO INSTITUTO CÂNDIDO DE DESENVOLVIMEENTO SOCIAL CEABRA - COLETIVO DE EMPRESÁRIOS E EMPREENDEDORES AFROBRASILEIROS COMISSÃO SOLIDÁRIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS E DA SOCIEDADE = PRÓ SERVIR = ASSOCIAÇÃO CULTURAL COMUNITÁRIA PRÓ-MORATO ASSOCIAÇÃO TRANSFORMAR DE AÇÃO SÓCIO-COMUNITÁRIA GRUPO DOS AMIGOS DA SERRA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA SOLIDÁRIA INSTITUTO PARA DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDIMENTO SOCIAL SUSTENTÁVEL ORGANIZAÇÃO, METODO, EXPERIENCIA, GARANTIA E AÇÃO INSTITUTO LINA GALVANI ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL E PROFISSIONALIZANTE PÉROLA CENTRO DE APRENDIZADO E MONITORAMENTO PROFISSIONAL DO CAXINGUI 26 27 28 29 ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA MONTE AZUL ASSOCIAÇÃO DOS USUARIOS DO CENTRO COMUNITÁRIO URBANO CAMP-NORTE ESCOLA PROFISSIONALIZANTE CLUBE DE MÃES DO PARQUE SANTA RITA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 173 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 ALDEIA DO FUTURO - ASSOCIAÇÃO PARA A MELHORIA DA CONDIÇÃO DA POPULAÇÃO CARENTE ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL VIVA GUARULHOS FEDERAÇÃO DE OBRAS SOCIAIS INSTITUTO MEIO CASA DE ASSISTÊNCIA FILADÉLFIA NURAP - NÚCLEO ROTARY DE APRENDIZAGEM PROFISSIONAL COMITÊ BETINHO DOS FUNCIONÁRIOS DO GRUPO SANTANDER BANESPA 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 FUNDAÇÃO DIXTAL FUNDAÇÃO ALPHAVILLE ASSOCIAÇÃO EDUCADORA E BENEFICIENTE ONG GRUPO DE CIDADANIA FRANCA VIVA COMITÊ PARA DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMÁTICA DA BAIXADA SANTISTA – excluída, encerrou as atividades FUNDAÇÃO BRASIL SOL ASSOCIAÇÃO CIVIL UNIVERSIDADE SOLIDÁRIA - UNISOL ASSOCIAÇÃO ACOLHIMENTO BOM PASTOR ASSISTÊNCIA E PROMOÇÃO SOCIAL EXÉRCITO DE SALVAÇÃO CLUBE AMIGO DO AMAURI CAPITAL BRASILEIRA DA CULTURA INSTITUTO VOTORANTIM CENTRO DE APRENDIZAGEM E MONITORAMENTO PROFISSIONAL ACDC - ASSOCIAÇÃO CRISTÃ EM DEFESA DA CIDADANIA CRUZADA DAS SENHORAS CATÓLICAS INSTITUTO DE FERROVIAS E PRESERVAÇÃO DE PATRIMONIO CULTURAL INSTITUTO ESPORTE E EDUCAÇÃO CENTRO DO VOLUNTARIADO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO INSTITUTO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS CAPITAL SOCIAL INSTITUTO DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E FORTALECIMENTO DAS AÇÕES SOCIAIS INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS E PESQUISAS COMUNITÁRIAS CONSELHO POPULAR DA VILA SÃO PEDRO INSTITUTO PAPEL SOLIDÁRIO ASSOCIAÇAO DOS MORADORES DOS PRÉDIOS VELHOS DO IAPI ESCOLA VIVEIRO MULTIPLICADORA ARTESÃ MORADIA ASSOCIAÇÃO CIVIL CASA DE SÃO VICENTE DE PAULO ASSOCIAÇÃO PROFISSIONALIZANTE BMF SOCIEDADE ITAPIRENSE DE PREPARO DO ADOLESCENTE CÍRCULO DE AMIGOS DO MENINOS PATRULHEIRO DE MOGI GUAÇU CENTRO DE APOIO AO APRENDIZADO PROFISSIONAL DO IPIRANGA ASSOCIAÇÃO SANTO INÁCIO PARA INTEGRAÇÃO DO TRABALHADOR ESPECIAL 69 70 71 ASSOCIAÇÃO DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA MENTAL SOCIEDADE NACIONAL DE ESTAGIOS NAS EMPRESAS CÍRCULO DE AMIGOS DO MENINO PATRULHEIRO DE SÃO VICENTE 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 174 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 CATALISA - REDE DE COOPERAÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE FUNDESP FUNDAÇÃO ESPERANÇA INSTUTO AMIGOS DO EMPREGO INSTITUTO EURODATA Inacessíveis: ASSOCIAÇÃO EMPRESA E PROGRAMA EDUCAR ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE VILA ARAGUAIA E ADJACÊNCIAS CLUBE DE MÃES TEREZA TEIXEIRA DO JARDIM ROBRU ASSOCIAÇÃO CIVIL PROJETO DE VENTO EM POPA ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DE ERMELINO MATARAZZO ASSOCIAÇÃO BATISTA DE INCENTIVO E APOIO AO HOMEM COMITÊ PARA DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMÁTICA DE SÃO PAULO CDISP SOCIEDADE AMIGOS DO JARDIM IRAPIRANGA INSTITUTO PHALA SOCIEDADE AMIGOS JARDIM CAMARGO NOVO ASSOCIAÇÃO DAS MULHERES DE SÃO MIGUEL E ITAIM PAULISTA COMITÊ PARA DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMÁTICA DE CAMPINAS 90 91 92 93 94 95 96 97 INSTITUTO ESPAÇO EMPREENDEDOR BRASILEIRO UNIÃO DE NÚCLEOS, ASSOCIAÇÕES E SOCIEDADES DE MORADORES DA FAVELA DE HELIÓPOLIS E SJC. ASSOCIAÇÃO AMALUCELIA- AMIGOS ASSOCIADOS DE LUCELIA INSTITUTO SINCRONICIDADE PARA A INTERAÇÃO SOCIAL SOCIEDADE DE AMIGOS DO JARDIM LEONIDAS MOREIRA ASSOCIAÇÃO VIVER MELHOR DO JARDIM MIRIAM FUNDAÇÃO ALAVANCA ASSOCIAÇÃO AMIGOS DE BAIRRO SÍTIO DAS MADRES CLUBE DE MÃES RENASCER DO PARQUE FERNANDA ASSOCIAÇÃO DE PROMOÇÃO HUMANA E RESGATE DA CIDADANIA 98 99 100 101 ASSOCIACÃO ECOLOGICA E DE MORADORES DA VILA LOPES ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DA FAVELA JARDEL FILHO @ÇÃO DIGITAL NAPES NUCLEO DE ACAO E PESQUISA EM ECONOMIA SOLIDARIA 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 CASA BENEFICENTE ORTODOXA SANTO ANDRÉ APÓSTOLO INSTITUTO ENDEAVOR - BRASIL BRIGADA NACIONAL DE DEFESA CIVIL ASSOCIACAO COMUNITÁRIA E DESPORTIVA CRISTO RESSUSCITADO CENTRO COMUNITÁRIO IRMÃO ANDRÉ ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO JD. SANTA LUCIA I E ADJACENCIAS AGENCIA DE DESENVOLVIMENTO DE ITAPECERICA DA SERRA E REGIAO SOCIEDADE AMIGOS DO JARDIM MORGANTE SOCIEDADE AMIGOS DO BAIRRO TAQUACETUBA E ADJACENCIA EQUIPE DE COSTURA E ARTESANATO CÍRCULO DE AMIGOS DO MENOR PATRULHEIRO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO 88 89 175 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 CPN - COMUNIDADE PÁTRIA NOSSA CLUBE DE MÃES CORAÇÃO DE JESUS VIDAS CRESCENTES CLUBE DA MELHOR IDADE LUZ DOURADA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DAS MULHERES VOLUNTARIOSAS DE SÃO PAULO CLUBE DE MÃES NOVO HORIZONTE CLUBE DE MÃES RAIO DE LUAR ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIO DESPORTIVO PARQUE SANTA AMÉLIA ASSOCIAÇÃO DE MULHERES UNIDAS DA AVENIDA JARDIM TAMOIO SOCIEDADE AMIGOS DE BAIRRO DO JARDIM NOVO ORIENTE SOCIEDADE AMIGOS DO CONJUNTO HABITACIONAL SAO JOSE II ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DO JARDIM SÃO BENTO VELHO SOCIEDADE AMIGOS DE BAIRROS MORADA DAS VINHAS, CECAP E REGIÃOPROJETO GAROTOS DO AMANHÃ (GAMA) ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DA CIDADE TIRADENTES BANCO DE ALIMENTOS ASSOCIAÇÃO CIVIL ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO JARDIM COMERCIAL ALCOOLICOS ANÔNIMOS - ESCRITÓRIO DE SERVIÇOS LOCAIS - SETOR G INSTITUTO ELOS BRASIL ASSOCIAÇÃO DE PAIS, AMIGOS E EDUCADORES DE AUTISTAS INSTITUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PROFISSIONALIZANTE ROBERTO CORREA LEITE INSTITUTO RENOVAR ALIA / ASSOCIACÃO LIBERTARIA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA PROMOCAO E DEFESA ASSOCIAÇÃO DE COMUNIDADES INTEGRADAS INSTITUTO QUASAR DE TECNOLOGIA E LOGÍSTICA SOCIAL ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REDISTRIBUIÇÃO DE EXCEDENTES ASSOCIAÇÃO PESQUISA PARA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA PEQUENO PRÍNCIPE ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DAS FAMÍLIAS CARENTES DA VILA SANTA CATARINA INSTITUTO CIO DA TERRA GENTE NOVA DO BRASIL DESENVOLVIMENTO E MOBILIZAÇÃO DE ATITUDE DE ITAPECERICA DA SERRA ASSOCIAÇÃO DO BEM ESTAR DE SÃO PAULO CENTRO DE APRENDIZAGEM E MONITORAMENTO PROFISSIONAL DR JOAQUIM LOURENÇO SOCIEDADE DIADEMENSE DE PROTEÇÃO AO MENOR ASSOCIAÇÃO CULTURAL E DESPORTIVA BANDEIRANTES INSTITUTO BANDEIRANTE DE EDUCAÇÃO E CULTURA ASSOCIACAO DE FORMAÇÃO INFANTO-JUVENIL MULTIPLA ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE VILA MALUF INSTITUTO INTERSET CENTRO EVANGELICO DE APOIO A VIDA 176 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 ASSOCIAÇÃO ITARAREENSE DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA ASSOCIAÇÃO HORIZONTES ASSOCIAÇÃO PROBRASIL ASSOCIAÇÃO PROJETO BAGAGEM INSTITUTO CISTEMA, CIDADANIA, SAUDE, TRABALHO, EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE ASSOCIAÇÃO DE EVANGÉLICOS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO ASSOCIAÇÃO PROJETO LIGAÇÃO ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DESPERTAR CENTRO DE APRENDIZAGEM METODICA E PRATICA MARIO DOS SANTOS NÚCLEO SOCIAL A FÁBRICA ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE JOSÉ SAMPAIO DA SILVA ESPAÇO JOVEM ********** 177 APÊNDICE B – Pré Teste APÊNDICE B – Resultados do Pré Teste GOVERNANÇA INOVAÇÃO PRODUÇÃO GESTÃO E DE IMPACTO RESULTAD ECONÔMICO OS FINANCEIRO GESTÃO SOCIAL GESTÃO, EDUCAÇÃO E IMPACTO AMBIENTAL ONG 1. SOSMA 2. Associação Ambientalista Projeto Copaíba 3. AVAPE 4. Associação de Promoção Humana e Resgate da Cidadania 5. ASSOCIAÇÃO CASA DOS CURUMINS 6. Movimento comunitário estrela nova 7. Instituto Criar 8. LAR ESCOLA JÊSUE FRANTZ 9. Fundação Salvador Arena 10. Outward Bound Brasil 11. Fundação Cafu no. Questões méd(x) σ2 Legenda: MEIO AMBIENTE EDUCAÇÃO DESENV. COMUNIT. méd 5,95 5,19 6,19 méd σ 1,32 5,67 1,63 3,48 0,75 6,24 σ 1,56 2,09 0,54 méd 4,82 3,00 5,82 méd σ 1,99 4,38 2,45 5,08 0,60 6,33 méd σ 1,26 6,18 1,80 6,00 0,89 6,09 méd σ 0,98 5,85 0,77 5,69 0,54 5,77 Média geral σ 1,77 5,47 1,55 4,74 0,44 6,07 6,10 5,67 5,71 4,95 6,52 5,90 4,43 5,14 1,70 1,32 1,10 1,66 0,75 1,34 1,60 1,74 1,40 2,08 1,57 1,43 0,75 0,89 1,51 0,75 5,82 5,27 4,45 4,91 6,00 5,82 2,64 6,18 0,75 1,49 1,63 1,64 0,63 1,17 1,63 0,60 1,77 2,11 2,10 1,97 0,48 1,12 1,39 0,76 1,49 1,45 2,16 1,51 0,92 1,00 1,51 0,69 1,50 1,15 2,18 2,25 1,76 1,54 2,10 1,63 21 6,90 2,22 5,81 4,29 5,57 5,57 6,43 6,10 4,10 6,57 21 5,44 2,88 11 4,98 3,26 4,15 4,54 4,33 4,69 6,31 5,62 4,62 6,08 13 5,10 2,78 5,27 5,91 5,64 4,55 6,64 6,00 4,55 6,55 11 5,76 1,93 5,38 6,00 4,46 3,92 5,46 5,77 4,92 6,15 13 5,40 2,26 5,42 5,28 5,03 4,77 6,23 5,87 4,21 6,11 178 APÊNDICE B – Resultados do Pré Teste (continuação) GOVERNANÇA Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18Q19 Q20 Q21 soma Mario Mantovani 6 7 6 5 6 6 7 7 6 7 6 1 7 6 6 6 6 7 7 5 5 125 Associação Ambientalista 5 6 Projeto 5 Copaíba 2 1 5 5 7 7 6 6 5 4 6 7 6 6 6 7 3 4 109 AVAPE 6 6 5 5 5 6 6 7 7 7 7 5 6 6 7 6 7 7 7 6 6 130 Associacao de7Promocao 6 Humana 7 e7Resgate 4 da 6 Cidadania 7 7 7 6 7 7 6 6 7 7 7 7 7 1 2 128 ASSOCIAÇÃO 5CASA DOS 5 CURUMINS 4 4 5 6 7 7 6 7 7 7 5 5 2 5 6 7 7 6 6 119 movimento comunitário 6 4 estrela 5 nova 6 6 6 5 7 5 5 6 3 6 7 7 5 7 7 7 5 5 120 Instituto Criar4 5 4 2 2 5 5 7 6 5 6 5 5 7 7 6 6 6 6 4 1 104 LAR ESCOLA JÊSUE 6 FRANTZ 6 6 6 7 6 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 6 4 6 137 Fundação Salvador 6 Arena 6 7 5 4 6 7 5 7 7 6 4 5 6 6 7 7 7 7 2 7 124 Outward Bound 4 Brasil 5 3 3 2 2 5 7 6 5 6 4 6 5 4 5 5 6 3 6 1 93 Fundação Cafu2 3 3 3 3 5 3 6 7 7 7 5 4 7 5 7 6 7 7 5 6 108 méd (x) 5,2 5,4 5,0 4,4 4,1 5,4 5,8 6,7 6,5 6,3 6,5 4,8 5,5 6,2 5,9 6,1 6,4 6,7 6,5 4,3 4,5 117,9 2 s (x) 2,0 1,3 2,0 2,9 3,7 1,5 1,8 0,4 0,5 0,8 0,3 3,4 1,1 0,6 2,7 0,7 0,5 0,2 1,5 2,8 4,7 169,7 5,6 5,2 6,1 6,5 4,4 MÉD(x) 2 0,7 3,6 2,1 2,3 1,2 s (x) MÉD(x) 5,6 2 s (x) 2,2 x 6,0 5,2 6,2 6,1 5,7 5,7 5,0 6,5 5,9 4,4 5,1 s 1,3 1,6 0,7 1,7 1,3 1,1 1,7 0,7 1,3 1,6 1,7 2 Bloco 1. GOVERNANÇA méd(x) s 1. o desempenho do Conselho e da Diretoria5,6 Executiva 2,1 (11) 2. os acordos e responsabilidades em relação 5,2 ao patrimônio 2,3 (2) 3. a transparência (3) 6,1 1,2 4. a adequação legal (3) 6,5 0,7 5. a administração de conflitos de interesses4,4 (2) 3,6 INOVAÇÃO ONG Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Mario Mantovani 6 7 2 6 1 5 6 6 7 Associação Ambientalista 2 1 Projeto 2 Copaíba 1 1 2 6 6 6 AVAPE 6 6 6 6 5 6 6 7 6 Associacao de7Promocao 7 Humana 6 e6Resgate 2 da 4 Cidadania 4 5 6 ASSOCIAÇÃO 2CASA DOS 1 CURUMINS 6 2 1 3 3 3 6 movimento comunitário 6 7 estrela 4 nova 7 7 5 6 7 6 Instituto Criar5 7 6 6 7 7 7 7 5 LAR ESCOLA JÊSUE 6 FRANTZ 6 7 6 4 7 7 7 7 Fundação Salvador 5 Arena 6 7 6 6 6 7 7 6 Outward Bound 5 Brasil 6 2 5 4 6 5 5 5 Fundação Cafu7 7 7 7 7 7 7 7 7 méd (x) 5,2 5,5 5,0 5,3 4,1 5,3 5,8 6,1 6,1 VAR(x) 3,0 5,3 4,4 3,8 6,3 2,8 1,8 1,7 0,5 5,24 4,68 5,3 5,95 MÉDIA(x) VAR(x) 4,00 5,18 2,8 1,66 2 Bloco 2. INOVAÇÃO méd(x) σ 1. investimentos em estudos e geração5,2 de idéias 4,0 (3); 2. oferta educacional (2); 4,7 5,2 3. sistematização (1); 5,3 2,8 4. implantação de novos métodos de trabalho 6,0 1,7(2); 5. Conhecimento sobre a demanda social 5,7(5); 2,2 6. adoção de práticas metodológicas por 5,4outros 2,5 (8). 5,4 2,9 PRODUÇÃO DE RESULTADOS ONG Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Mario Mantovani 2 2 6 2 6 6 6 4 7 Associação Ambientalista 1 1 Projeto 1 Copaíba 1 6 6 1 1 6 AVAPE 5 5 6 6 6 6 6 5 6 Associacao de6Promocao 5 Humana 6 e6Resgate 7 da 6 Cidadania 6 7 5 ASSOCIAÇÃO 6CASA DOS 5 CURUMINS 6 6 6 7 6 5 6 movimento comunitário 2 6 estrela 6 nova 6 6 5 3 3 2 Instituto Criar4 4 4 4 7 7 4 7 2 LAR ESCOLA JÊSUE 6 FRANTZ 6 5 6 6 7 6 7 6 Fundação Salvador 6 Arena 5 5 7 7 6 7 6 4 Outward Bound 2 Brasil 1 1 1 5 5 2 3 4 Fundação Cafu6 6 6 6 6 7 7 6 5 méd (x) 4,2 4,2 4,7 4,6 6,2 6,2 4,9 4,9 4,8 VAR(x) 4,2 3,8 3,8 5,1 0,4 0,6 4,3 3,9 2,8 4,4 5,5 MÉDIA(x) VAR(x) 4,0 2,5 2 Bloco 3. PRODUÇÃO DE RESULTADOS méd(x) σ 1. acesso a direitos e serviços públicos( 4,4 4,0 4); 2. desenvolvimento de capacidades 5,5(4); 2,5 3. mobilização de interessados na4,9 causa 2,6(3). Q10 Q11Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18Q19 Q20 Q21 soma 6 6 4 7 6 7 7 6 6 6 6 6 119 5 2 1 6 6 5 3 5 6 4 1 2 73 6 6 6 7 7 7 7 6 7 6 6 6 131 7 7 6 4 7 7 7 6 7 7 5 5 122 3 7 7 7 6 6 5 5 7 4 2 4 90 7 7 4 7 6 5 6 5 6 5 3 1 117 3 7 6 3 6 4 6 7 6 3 4 5 117 7 7 7 7 7 6 7 6 6 6 6 6 135 6 6 6 6 7 7 7 6 6 6 3 6 128 5 3 4 4 6 5 4 4 4 2 1 1 86 7 7 6 7 7 5 7 5 6 7 5 6 138 5,6 5,9 5,2 5,9 6,5 5,8 6,0 5,5 6,1 5,1 3,8 4,4 114,2 2,3 3,1 3,2 2,3 0,3 1,2 2,0 0,7 0,7 2,7 3,8 4,3 465,0 5,75 5,40 2,19 2,52 Q10 Q11soma 7 5 53 6 3 33 6 7 64 5 5 64 2 3 58 5 5 49 5 6 54 5 6 66 4 7 64 1 4 29 6 7 68 4,7 5,3 54,7 3,2 2,2 174,2 4,9 2,6 x 4,8 3,0 5,8 5,8 5,3 4,5 4,9 6,0 5,8 2,6 6,2 s 2,0 2,4 0,6 0,8 1,5 1,6 1,6 0,6 1,2 1,6 0,6 x 5,7 3,5 6,2 5,8 4,3 5,6 5,6 6,4 6,1 4,1 6,6 σ 1,6 2,1 0,5 1,4 2,1 1,6 1,4 0,7 0,9 1,5 0,7 179 APÊNDICE B – Resultados do Pré Teste (continuação) GESTÃO E IMPACTO ECONÔMICO-FINANCEIRO ONG Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11Q12 Q13 soma Mario Mantovani 5 5 5 6 4 6 5 4 4 4 4 1 4 47 Associação Ambientalista 2 5 Projeto 5 Copaíba 6 1 6 5 7 6 6 7 6 4 59 AVAPE 7 6 7 7 6 5 5 5 7 7 7 7 63 Associacao de6Promocao 6 Humana 6 e2Resgate 2 da 3 Cidadania 4 4 2 2 6 6 5 42 ASSOCIAÇÃO 2CASA DOS 2 CURUMINS 4 7 3 7 7 4 1 5 7 5 5 55 movimento comunitário 5 4 estrela 1 nova6 5 7 5 6 4 0 6 3 43 Instituto Criar6 6 6 7 4 7 4 4 4 6 5 1 1 49 LAR ESCOLA JÊSUE 6 FRANTZ 6 6 6 6 7 6 7 7 6 7 6 6 70 Fundação Salvador 6 Arena 5 6 7 5 7 4 4 4 6 7 6 6 62 Outward Bound 5 Brasil 3 6 6 2 5 4 4 4 7 6 4 4 52 Fundação Cafu6 6 5 6 5 7 6 6 5 7 7 7 6 67 méd (x) 5,1 4,9 5,0 6,0 4,0 6,2 5,0 5,0 4,2 5,1 6,3 5,0 4,6 55,4 VAR(x) 2,7 1,9 2,4 2,0 3,4 1,6 1,0 1,6 2,8 5,1 1,1 4,6 2,9 91,9 5,0 5,0 4,8 5,3 MÉDIA(x) 6,2 VAR(x) 2,2 3,6 1,6 2,6 3,2 x 4,4 5,1 6,3 4,2 4,5 4,3 4,7 6,3 5,6 4,6 6,1 σ 1,3 1,8 0,9 1,8 2,1 2,1 2,0 0,5 1,1 1,4 0,8 2 Bloco 4. GESTÃO E IMPACTO ECONÔMICO-FINANCEIRO méd(x) σ 1. Gestão do Desempenho Geral (3); 5,0 2,2 2. Gestão do Desempenho Econômico-Financeiro 5,0 3,6 (2); 3. Cumprimento legal (1); 6,2 1,6 4. Capacidade de mobilização de recursos 4,8 (4); 2,6 5. Capacidade de impacto na economia5,3 local3,2 (3). 5,3 2,8 GESTÃO SOCIAL ONG Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11soma Mario Mantovani 7 7 6 7 6 6 6 4 7 5 7 68 Associação Ambientalista 6 6 Projeto 5 Copaíba 7 6 6 7 5 5 7 6 66 AVAPE 7 7 6 5 6 6 6 6 6 6 6 67 Associacao de5Promocao 5 Humana 6 e6Resgate 6 da 6 Cidadania 7 6 6 2 3 58 ASSOCIAÇÃO 7CASA DOS 7 CURUMINS 7 7 6 7 4 5 5 3 7 65 movimento comunitário 7 7 estrela 7 nova7 7 7 3 6 7 2 2 62 Instituto Criar6 4 5 6 6 6 4 4 5 2 2 50 LAR ESCOLA JÊSUE 7 FRANTZ 7 7 7 7 7 7 6 7 4 7 73 Fundação Salvador 7 Arena 4 6 7 6 6 5 7 7 5 6 66 Outward Bound 5 Brasil 6 5 6 6 6 4 4 4 2 2 50 Fundação Cafu7 7 7 7 7 7 7 6 6 5 6 72 méd (x) 6,5 6,1 6,1 6,5 6,3 6,4 5,5 5,4 5,9 3,9 4,9 63,4 VAR(x) 0,7 1,5 0,7 0,5 0,2 0,3 2,3 1,1 1,1 3,3 4,7 60,7 6,2 5,0 MÉDIA(x) VAR(x) 0,9 2,9 x 6,2 6,0 6,1 5,3 5,9 5,6 4,5 6,6 6,0 4,5 6,5 σ 1,0 0,8 0,5 1,5 1,4 2,2 1,5 0,9 1,0 1,5 0,7 2 Bloco 5: GESTÃO SOCIAL méd(x) σ 1. Responsabilidade Social Interna (7); 6,2 0,9 2. Capacidade de construção de arranjos sociais para 5,0 cooperação 2,9 (4). 5,6 1,9 GESTÃO, EDUCAÇÃO E IMPACTO AMBIENTAL ONG Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11Q12 Q13 soma x σ Mario Mantovani 4 6 5 7 5 6 7 7 7 1 7 7 7 66 5,8 1,8 Associação Ambientalista 5 7 Projeto 6 Copaíba 7 4 6 7 7 7 3 3 7 5 62 5,7 1,5 AVAPE 5 6 6 6 5 6 6 6 6 5 6 6 6 64 5,8 0,4 Associacao de7Promocao 7 Humana 1 e6Resgate 5 da 5 Cidadania 6 6 5 5 6 5 6 56 5,4 1,5 ASSOCIAÇÃO 6CASA DOS 6 CURUMINS 4 7 7 7 6 7 7 5 5 7 4 66 6,0 1,2 movimento comunitário 7 6 estrela 1 nova3 5 7 7 5 4 1 6 2 4 45 4,5 2,2 Instituto Criar7 4 1 6 5 6 6 6 2 1 1 2 4 40 3,9 2,3 LAR ESCOLA JÊSUE 7 FRANTZ 6 1 6 6 7 7 6 4 4 4 6 7 58 5,5 1,8 Fundação Salvador 7 Arena 6 2 7 7 7 7 5 5 7 5 6 4 62 5,8 1,5 Outward Bound 7 Brasil 6 2 6 7 6 6 6 4 2 1 7 4 51 4,9 2,1 Fundação Cafu7 7 1 7 7 7 7 7 6 6 6 6 6 66 6,2 1,6 méd (x) 6,3 6,1 2,7 6,2 5,7 6,4 6,5 6,2 5,2 3,6 4,5 5,5 5,2 57,8 VAR(x) 1,2 0,7 4,4 1,4 1,2 0,5 0,3 0,6 2,6 4,7 4,3 3,5 1,6 80,6 5,4 6,4 4,1 5,4 MÉDIA(x) 5,2 VAR(x) 2,6 3,5 0,4 4,5 2,4 2 Bloco 6: GESTÃO, EDUCAÇÃO E IMPACTO méd(x) σ AMBIENTAL 1. o ambiente físico (5); 5,4 3,5 2. o uso de energia e insumos (3); 6,4 0,4 3. a inclusão do aspecto ambiental nas5,2 intervenções 2,6 (1); 4. a integração e extensão comunitária4,1 (2); 4,5 5. o compromisso ambiental. (2). 5,4 2,4 5,3 2,3 180 APÊNDICE C – Questionário O Questionário está em PDF Adobe Reader Acrobat nas últimas páginas da Dissertação, pois foi copiado exatamente como aparece no programa SurveyMonkey para respeitar as especificidades de formatação e coleta; está inserido sem numeração de páginas e só disponível na versão impressa, que pode ser encontrada nas bibliotecas da Fundação Getulio Vargas de São Paulo e Rio e Janeiro. 181 APÊNDICE D - Base de Dados 182 ONG 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 BASE DE DADOS DE ORIGEM (TRATADA DAS SHEETS DO SURVEYMONKEY) IP Address Nome Area 189.19.246.220 SOS Mata Atlântica Meio Ambiente (MA) 200.207.92.57 AVAPE Desenvolvimento Comunitário (DC) 201.27.204.172 ASSOCIAÇÃO CASA DOS CURUMINS Educação (E) 200.168.146.33 movimento comunitário estrela nova E 200.171.112.246 Instituto Criar E 200.171.31.36 LAR ESCOLA JÊSUE FRANTZ E 201.74.91.29 Fundação Salvador Arena DC 201.1.4.15 Fundação Cafu E 201.6.158.163 Outward Bound Brasil E 200.207.92.40 Associacao de Promocao Humana e Resgate da Cidadania DC 201.43.76.169 Associação Ambientalista Projeto Copaíba MA 189.78.254.165 Programa Social Gotas de Flor com Amor E 201.81.192.105 Instituto Meio DC 201.6.102.174 Associação Instituto Papel Solidario DC 200.229.196.184 Centro Comunita´rio e Social Jd. Lourdes DC 200.207.121.99 CNDA - Conselho Nacional de Defesa Ambiental MA 200.230.152.2 INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE, COMUNIDADES TRAD. E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL MA 201.68.199.32 Casa Transitória dos Servidores de Maria E 201.21.107.240 Instituto Esporte & Educação E 189.20.57.28 Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí - Consócio PCJ MA 200.168.57.214 Fundação Gol de Letra E 189.47.170.115 Camp Norte E 201.43.157.16 Associação de Reposição Florestal do Pardo Grande - Verde Tambaú MA 200.171.45.197 ALDEIA DO FUTURO ASSOCIAÇÃO PARA A MELHORIA DA CONDIÇÃO DA POPULAÇÃO CARENTE DC 201.92.121.159 União Itarareense de Proteção aos animais MA 200.171.13.132 ASSOCIAÇÃO MONTE AZUL DC 189.16.16.215 Instituto ECOFUTURO MA 200.144.120.107 Centro de Referência em Informação Ambiental - CRIA MA 201.21.68.32 Instituto Recicle MA 200.161.87.141 Ação Comunitária do Brasil SP E 189.19.246.118 COR - Centro de Orientação à Família E 201.81.184.26 Associação Vaga Lume E 201.43.196.223 Casa dos Velhinhos Dona Adelaide DC 201.6.107.247 Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social - IDIS E 200.232.231.106 Plugados na Educação E 201.68.116.3 Associação Novolhar E 201.0.95.246 Instituto GEA ÉTica e Meio Ambiente MA 200.161.9.131 Arca do Amor Hariharananda São Paulo DC 200.171.233.79 Grupo de Aplicação Interdisciplinar à Aprendizagem - GAIA E 200.207.17.117 ASSOCIAÇÃO CÍVICA FEMININA E 201.6.157.248 Instituto de Cidadania Empresarial DC 189.78.213.130 Comunidade Kolping do Jardim Sao Jose E 201.42.123.220 SOCIEDADE BENFEITORA JAGUARÉ E 201.36.209.81 ASSOCIAÇÃO BICHOS DA MATA MA 189.19.19.54 Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) MA 189.33.27.143 Sociedade Amigos do Bairro do Real Parque DC 189.19.47.78 Associação dos Amigos da Estação Especial da Lapa DC 201.6.101.126 Oxigênio Desenvolvimento de Políticas Públicas e Sociais E 201.13.202.196 CEABRA - Coletivo de Empresarios e Empreendedores Afro-Brasileiros DC 189.4.174.164 Instituto Maramar para o Manejo Responsável dos Recursos Naturais MA 189.19.236.203 Projeto Pérola DC 201.27.157.29 SEMEAR- Associação para Integração e Apoio aos Portadores de Deficiência E 201.43.184.224 Instituto Terceira Via de Desenvovlvimento Economico e Social DC 200.171.199.132 Amainan Brasil MA 200.171.173.87 Instituto Lina Galvani E 143.107.171.35 centro de estudos e pesquisa da criança e do adolescente - cepeca E 201.26.47.2 Ecosurfi - Entidade Ecologica dos Surfistas MA 201.6.152.38 ADefAV Associação para Deficientes da Audio Visão E 201.27.239.156 Clube dos Vira-Latas - Grupo de Proteção aos Animais de Ribeirão Pires MA 189.78.200.223 UNIDOS DO JARDIM VIRGINIA E ADJACENCIAS E 200.158.56.46 ASSOCIAÇÃO NOVA PROJETO EDUCAÇÃO E TRABALHO PARA PESSOA ESPECIAL E 201.1.29.104 Instituto Physis - Cultura & Ambiente MA 201.27.168.53 Organização,Metodo,Experiencia, garantia e Ação DC 200.204.85.70 Associação Cultural Comunitária Pró-Morato DC 189.47.161.221 EARTH DC 201.74.255.60 Instituto DESS E 200.148.123.233 GRUPO DOS AMIGOS DA SERRA/NHANDUTI DE ATIBAIA DC 189.54.65.107 Associação Global de Desenvolvimento Sustentado MA 200.148.99.181 Casa de Lucas Núcleo Beneficente Educacional E 189.33.232.223 Associação Cunhambebe MA 200.160.247.13 Instituto Paulo Montenegro E 201.81.244.235 Ato Cidadão DC 201.81.173.18 Instituto Fonte para o Desenvolvimento Social DC 189.0.111.240 In-PACTO Instituto Proteção Ambiental cotia/Tietê Oeste MA 201.81.243.161 Promove Ação Sócio Cultural E 189.19.247.189 Associação Cristã Feminina do Brasil - YWCA E 200.98.40.43 CENTRO SOCIAL DE PARELHEIROS E 201.1.105.224 Núcleo de Expansão da Mente e do Conhecimento E 200.158.112.176 Associação Príncipe Bernardo DC 201.13.142.16 CENTRO COMUNITARIO NOSSA SENHORA DE NAZARE E 200.204.105.163 SIA SOCIEDADE ALPHAVILLE TAMBORE DC 201.6.178.247 Associação Civil Sociedade Alternativa E 200.227.56.100 Associação Brasileira Solidaria DC 201.0.149.32 ASSOCIAÇÃO DE AJUDA A PESSOA CARENTE GRÃO DE MOSTARDA DE AGRAMO DC 189.68.36.231 COMUNIDADE TRANSFORMAR DC 200.204.109.134 Instituto Candido de Des. Social E 201.28.40.214 Comissão Solidária dos Servidores Públicos e da Sociedade Pró Servir MA Porte Idade 15000000 90000000 240000 970000 2250000 400000 30000000 540000 730000 700000 70000 1200000 1200000 350000 80000 400000 20000 150000 2000000 1500000 4000000 144000 580000 1000000 48000 4200000 4500000 2500000 150000 3000000 2500000 1300000 300000 3000000 45000 60000 200000 24000 1000000 1289813 2000000 280000 50000 150000 4000000 200000 270000 4500000 200000 90000 250000 400000 0 100000 600000 280000 7000 350000 60000 80000 360000 0 150000 250000 20000 65000 450000 532000 338724 1500 1200 100000 1500000 25000 1800000 88000 1000000 600000 0 1500 180000 50000 500 1200 80000 150000 20000 22 26 1 24 5 26 44 7 8 7 9 15 3 1 8 10 13 21 7 19 10 23 18 15 8 29 9 8 8 41 35 7 23 9 6 8 9 7 15 76 9 21 50 3 13 16 11 20 11 6 8 19 8 8 5 13 8 25 7 10 5 17 6 10 6 5 3 24 14 12 8 6 9 7 16 60 23 5 42 36 15 11 4 5 33 6 5 183 QUESTÕES DE GOVERNANÇA ONG Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 1 6 7 6 5 6 6 7 2 6 6 5 5 5 6 6 3 5 5 4 4 5 6 7 4 6 4 5 6 6 6 5 5 4 5 4 2 2 5 5 6 6 6 6 6 7 6 7 7 6 6 7 5 4 6 7 8 2 3 3 3 3 5 3 9 4 5 3 3 2 2 5 10 7 6 7 7 4 6 7 11 5 6 5 2 1 5 5 12 5 6 6 5 4 6 6 13 5 7 5 5 5 6 5 14 6 5 7 4 2 5 3 15 4 3 5 3 2 5 5 16 5 5 5 5 3 2 6 17 5 7 5 5 4 5 5 18 5 5 5 5 5 5 7 19 2 4 2 2 2 4 * 20 7 7 6 6 6 7 7 21 7 7 7 7 7 7 7 22 4 3 2 2 1 2 4 23 1 7 3 2 1 6 5 24 7 7 7 7 4 7 7 25 3 6 3 1 3 4 1 26 2 4 2 2 1 2 4 27 5 6 2 5 2 5 5 28 7 7 5 7 7 * 7 29 2 5 2 2 4 3 6 30 7 7 7 7 7 6 7 31 4 5 4 4 3 6 7 32 * * * * * * * 33 5 6 6 5 5 6 6 34 5 6 6 5 4 6 6 35 3 7 3 4 3 5 3 36 5 5 3 4 4 5 5 37 3 6 3 1 1 6 3 38 6 6 6 5 4 6 6 39 2 5 1 1 1 2 2 40 5 6 4 4 3 5 7 41 4 5 4 5 5 5 5 42 4 4 4 4 4 4 4 43 7 6 6 6 6 6 7 44 2 3 2 3 1 4 3 45 6 7 6 6 4 6 7 46 7 6 6 6 6 6 7 47 * 5 4 4 1 5 7 48 7 7 7 7 7 7 7 49 3 3 3 3 3 2 4 50 2 2 1 1 2 3 2 51 4 6 4 6 6 6 6 52 6 6 6 6 5 6 6 53 7 4 3 2 1 2 2 54 6 5 4 5 4 6 5 55 5 6 6 5 5 6 5 56 4 4 1 3 1 5 4 57 7 7 7 7 1 3 7 58 3 5 1 1 1 2 2 59 3 * 3 1 2 2 1 60 4 3 2 2 2 2 5 61 1 3 1 1 1 2 1 62 4 4 4 5 3 4 4 63 7 6 6 6 2 7 7 64 6 6 6 6 4 6 6 65 2 2 2 2 2 2 2 66 7 7 6 6 4 6 7 67 2 2 1 1 1 2 2 68 4 4 7 4 2 6 5 69 6 7 6 6 4 6 5 70 7 7 6 6 5 6 5 71 4 7 6 5 4 4 5 72 4 5 2 2 1 1 2 73 7 7 7 7 4 6 7 74 2 2 2 2 1 1 2 75 6 6 7 6 5 6 7 76 5 5 5 5 1 3 5 77 7 7 7 6 4 6 6 78 2 3 1 2 1 2 6 79 * * * * * * * 80 7 5 5 3 3 2 4 81 7 6 7 6 4 6 7 82 7 7 7 7 6 6 7 83 4 3 4 3 2 2 5 84 5 5 5 5 3 5 5 85 5 6 5 4 4 5 5 86 7 7 7 7 1 7 7 87 6 4 3 5 4 6 5 Q08 7 7 7 7 7 7 5 6 7 7 7 7 7 7 5 * 7 7 * 7 7 7 7 7 7 * 7 7 7 7 7 * 7 7 7 7 7 7 7 7 7 4 7 7 7 7 7 7 4 2 7 7 2 6 7 7 7 6 2 7 7 4 7 7 2 6 1 7 7 7 7 2 7 7 7 7 6 7 * 7 7 7 7 6 7 7 7 Q09 6 7 6 5 6 7 7 7 6 7 7 7 7 6 4 7 7 7 * 7 7 3 7 7 4 * 6 7 7 7 7 * 7 7 7 5 7 6 2 7 6 4 7 4 6 7 5 7 5 2 5 6 2 6 4 4 7 1 2 6 5 4 7 6 2 6 6 7 6 7 6 3 5 5 7 5 6 6 * 7 6 7 7 5 7 7 6 G1 Q10 Q11 Q12 7 6 1 7 7 5 7 7 7 5 6 3 5 6 5 7 7 7 7 6 4 7 7 5 5 6 4 6 7 7 6 6 5 6 6 5 7 7 7 7 7 2 6 6 4 7 7 3 7 7 5 6 7 5 7 7 4 7 7 6 7 7 7 3 3 3 7 7 7 7 6 5 7 7 1 5 6 4 7 5 3 7 7 5 7 6 1 7 6 7 6 6 6 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29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 Q67 7 7 7 7 6 7 7 7 5 5 6 7 7 3 7 1 6 7 7 7 * 7 7 6 2 7 7 7 7 7 7 6 7 7 7 5 1 6 7 7 7 5 * 7 7 7 6 7 3 6 7 7 * 7 7 5 5 7 7 6 6 * 6 7 2 7 4 1 7 7 7 7 7 7 7 6 7 6 * 7 7 6 7 6 4 7 4 Q68 7 7 7 7 4 7 4 7 6 5 6 5 7 7 6 1 5 6 6 7 * 7 7 7 7 6 7 7 7 7 6 6 7 7 7 6 6 7 6 7 7 5 * 6 6 7 6 7 6 7 7 7 * 7 4 7 5 7 7 7 7 * 6 7 2 5 4 7 7 7 4 4 5 7 7 7 7 7 * 7 7 7 7 6 6 7 4 Q69 6 6 7 7 5 7 6 7 5 6 5 6 7 7 5 1 4 7 6 7 * 4 7 6 7 7 7 6 7 5 6 5 7 7 7 6 1 6 7 4 6 6 * 7 6 7 6 7 3 5 7 6 * 6 5 7 6 6 7 7 7 * 7 6 2 7 6 6 7 7 5 7 7 7 6 5 7 6 * 7 5 6 7 6 6 7 4 Q70 7 5 7 7 6 7 7 7 6 6 7 5 7 7 7 6 5 7 6 6 * 7 7 7 1 2 7 6 7 5 3 3 5 7 7 6 7 7 7 3 6 7 * 6 7 7 5 6 6 7 7 7 * 7 7 7 7 7 6 6 7 * 1 6 2 7 7 5 7 7 7 3 7 7 7 3 7 6 * 6 5 7 7 6 6 7 7 Q71 6 6 6 7 6 7 6 7 6 6 6 6 7 7 6 3 5 6 7 7 * 6 6 6 7 7 7 7 7 5 6 6 7 7 5 6 2 6 6 4 6 7 * 7 7 7 6 7 5 5 7 6 * 6 7 7 7 5 6 6 6 * 7 6 2 6 6 5 7 7 6 7 6 7 6 5 6 6 * 7 7 7 7 6 7 7 7 Q72 6 6 7 7 6 7 6 7 6 6 6 6 6 4 7 1 6 7 7 7 * 6 7 6 6 7 7 7 7 7 6 6 7 6 7 6 4 6 5 5 6 7 * 6 6 7 6 7 5 3 7 6 * 6 6 6 6 5 7 5 6 * 7 7 2 6 4 7 7 7 6 4 6 * 6 5 7 6 * 7 7 7 7 6 6 7 4 Q73 6 6 4 3 4 7 5 7 4 7 7 5 5 7 5 1 5 6 5 6 * 4 6 4 7 6 7 6 7 2 6 5 4 7 7 4 3 6 2 1 5 4 * 5 2 6 4 7 2 3 4 4 * 6 5 1 7 1 5 5 7 * 7 7 2 6 6 7 6 4 5 4 5 7 5 5 7 1 * 7 7 7 6 6 4 4 7 GS2 Q74 4 6 5 6 4 6 7 6 4 6 5 5 7 6 5 4 5 5 6 6 * 3 5 6 1 4 7 * 5 6 5 6 6 7 6 3 7 5 6 3 6 6 * 4 4 6 5 7 5 5 6 4 * 5 5 6 6 2 6 4 7 * 4 6 2 5 5 7 6 4 4 6 4 4 6 5 7 6 * 7 7 6 6 * 6 6 5 Q75 7 6 5 7 5 7 7 6 4 6 5 6 5 7 6 4 5 5 6 7 * 2 6 6 2 6 6 5 5 7 5 5 7 7 6 7 6 5 6 5 6 6 * 4 7 5 6 7 6 6 6 6 * 6 6 6 5 6 6 3 7 * 4 7 2 6 5 7 6 7 5 6 5 5 6 6 6 7 * 7 6 6 5 7 7 6 7 Q76 5 6 3 2 2 4 5 5 2 2 7 6 7 3 5 2 4 4 6 7 * 6 1 4 1 2 7 * 3 5 4 5 4 3 2 3 1 5 5 4 6 3 * 3 6 6 5 7 3 2 6 4 * 3 6 6 6 1 5 3 4 * 2 7 2 5 4 4 4 5 1 3 4 1 6 5 5 7 * 6 6 6 2 5 4 4 1 Q77 7 6 7 2 2 7 6 6 2 3 6 6 4 6 6 6 5 1 6 7 * 2 6 5 1 5 5 7 3 2 5 2 7 4 6 5 2 5 5 2 6 7 * 7 5 5 5 7 6 5 6 4 * 7 1 6 7 1 4 7 4 * 1 7 2 6 5 7 6 7 5 7 2 5 6 4 6 7 * 7 5 6 5 6 7 5 6 188 ONG 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 QUESTÕES DE GESTÃO EDUCAÇÃO E IMPACTO AMBIENTAL GEIA1 GEIA2 Q78 Q79 Q80 Q81 Q82 Q83 Q84 Q85 Q86 Q87 Q88 Q89 Q90 4 6 5 7 5 6 7 7 7 1 7 7 7 5 6 6 6 5 6 6 6 6 5 6 6 6 6 6 4 7 7 7 6 7 7 5 5 7 4 7 6 1 3 5 7 7 5 4 1 6 2 4 7 4 1 6 5 6 6 6 2 1 1 2 4 7 6 1 6 6 7 7 6 4 4 4 6 7 7 6 2 7 7 7 7 5 5 7 5 6 4 7 7 1 7 7 7 7 7 6 6 6 6 6 7 6 2 6 7 6 6 6 4 2 1 7 4 7 7 1 6 5 5 6 6 5 5 6 5 6 5 7 6 7 4 6 7 7 7 3 3 7 5 6 5 2 5 6 6 6 6 5 6 5 6 5 7 7 7 5 6 5 5 6 5 2 3 7 7 7 5 1 7 7 7 7 7 7 3 4 7 5 4 6 4 6 6 6 6 6 4 7 5 6 2 6 6 3 1 1 1 1 1 1 1 2 6 4 7 7 7 6 5 5 7 5 5 5 5 5 4 7 7 6 3 5 6 7 3 3 3 3 4 6 5 5 2 6 6 6 6 6 5 7 6 4 6 7 7 1 7 6 7 7 7 6 6 7 7 6 * * * * * * * * * * * * * 6 6 2 4 6 3 6 3 3 2 3 3 4 6 6 6 7 4 7 7 7 4 5 5 7 7 5 5 4 4 4 5 5 7 5 4 4 6 5 4 7 1 1 2 7 3 7 7 7 4 7 1 6 6 4 6 7 7 7 7 6 4 4 7 5 3 2 3 7 3 3 2 6 7 3 4 7 7 7 7 5 7 6 7 7 7 * * * 7 7 6 7 3 7 7 7 7 7 7 5 5 7 7 7 6 1 1 2 2 1 2 1 2 2 1 2 6 6 3 6 6 6 6 5 6 3 6 5 5 5 5 1 7 5 5 6 4 4 1 5 5 7 7 6 1 3 6 7 4 5 5 7 5 4 1 7 7 2 7 1 6 7 7 4 2 2 5 5 6 7 6 5 2 3 5 5 5 7 6 4 6 3 5 3 7 4 7 7 7 7 1 1 7 * 2 3 4 6 6 6 7 6 6 5 5 6 6 7 6 2 7 4 4 7 6 4 1 2 7 3 6 4 6 2 3 3 2 2 2 3 2 4 * 4 3 4 6 4 6 6 6 5 4 5 5 7 4 4 7 4 4 5 5 5 5 5 5 5 7 4 4 5 * * * * * * * * * 2 * * * 7 6 7 7 7 7 2 3 7 6 7 7 1 7 4 4 7 6 2 3 2 6 5 7 6 4 * * * * * * * * * 4 7 7 2 7 7 6 7 4 5 4 3 3 * 6 6 2 7 7 7 7 7 7 7 7 7 * 7 7 7 5 4 6 5 4 4 2 2 2 4 6 6 2 5 3 5 6 7 5 6 2 7 * 4 3 6 4 6 6 6 5 5 5 4 4 6 7 6 1 6 6 6 6 6 5 4 3 5 5 5 6 1 7 7 7 7 7 4 4 4 7 6 4 7 4 7 6 6 6 7 6 3 4 7 4 3 4 3 6 7 7 7 7 6 5 4 7 6 7 4 1 7 6 7 7 7 6 7 6 6 5 7 6 1 7 7 7 7 7 7 7 7 7 * 6 7 7 1 1 2 2 1 1 1 2 1 5 6 5 3 7 6 6 6 7 7 5 4 7 6 6 7 1 * * * * * * * * * 7 4 6 6 4 7 7 7 5 5 1 5 7 5 1 4 7 * * * * * * * * * 4 * * * 7 6 7 7 7 7 7 3 7 * 7 7 4 6 5 6 6 6 6 5 6 7 4 5 6 6 2 2 2 2 2 2 2 2 2 * 2 2 2 3 4 5 5 3 3 1 3 3 7 6 5 4 5 6 4 4 5 5 4 4 6 * 4 5 5 7 4 5 7 4 7 4 4 7 * 7 7 1 7 6 6 6 6 5 3 3 4 * 6 5 2 7 7 7 7 7 6 7 7 7 * 4 7 7 6 6 5 6 4 * * * 5 * 4 4 5 * * * * * * * * * * 5 3 6 * * * * * * * * * * 5 5 7 7 7 7 7 7 3 7 2 7 * * 7 * 5 5 6 6 6 5 5 5 5 * 5 6 2 7 3 5 5 6 5 4 3 6 * 5 3 3 5 6 6 5 6 6 5 5 6 * 7 6 1 7 1 7 7 7 6 5 4 5 * 7 7 1 * * * * * * * * * * * * * 1 4 7 7 7 6 6 * 5 * 6 5 1 7 5 5 7 6 6 6 6 6 * 7 6 4 6 7 6 6 7 6 6 6 6 * 6 6 1 3 1 7 7 2 2 3 1 2 * 6 7 1 5 5 5 5 7 7 7 7 7 * 6 7 4 5 3 4 6 5 5 5 5 4 * 7 6 2 * * * * * * * * * * 7 7 1 * * * * * * * * * * * 7 * * * * * * * * * * * 189 APÊNDICE E – Medidas Descritivas das Questões Medidas Descritivas das Questões ordenadas conforme o coeficiente de variação. Questão Q17 - G4 Q30 - I5 Q18 - G4 Q19 - G4 Q71 - GS1 Q11 - G1 Q47 - R1 Q10 - G1 Q72 - GS1 Q68 - GS1 Q75 Q48 Q14 Q31 Q69 Q39 Q35 Q34 Q08 Q79 Q36 Q74 Q16 Q70 Q67 Q78 Q83 Q84 Q09 Q29 Q02 Q33 Q49 Q85 Q28 Q40 Q89 Q32 Q90 Q21 Q57 Q59 Q01 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q12 Q13 Q15 Q20 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q37 Q38 Q41 Q42 Q43 Q44 Q45 Q46 Q50 Q51 Q52 Q53 Q54 Q55 Q56 Q58 Q60 Q61 Q62 Q63 Q64 Q65 Q66 Q73 Q76 Q77 Q80 Q81 Q82 Q86 Q87 Q88 Média 6,5 6,2 6,5 6,4 6,2 6,0 5,9 6,1 6,0 6,2 5,7 5,7 6,2 5,9 6,0 5,6 5,7 5,8 6,4 5,7 5,6 5,3 5,9 6,1 6,1 5,7 5,7 5,9 5,8 5,6 5,3 5,2 5,3 5,7 5,6 4,8 5,5 5,4 5,1 5,4 5,4 5,8 4,8 4,5 4,3 3,4 4,7 5,1 5,2 5,1 5,5 4,8 4,5 4,6 5,1 4,5 3,7 4,8 5,3 4,8 3,9 4,4 4,8 4,2 4,3 4,5 4,7 3,6 4,6 5,1 5,0 4,6 4,6 3,5 4,0 4,7 3,7 4,1 5,1 4,5 4,8 5,0 4,1 5,0 3,3 5,5 5,0 5,0 4,2 4,2 D.P. 0,9 0,9 1,0 1,0 1,0 1,1 1,1 1,2 1,2 1,2 1,2 1,2 1,3 1,3 1,3 1,2 1,3 1,3 1,5 1,3 1,4 1,3 1,4 1,5 1,5 1,4 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,4 1,5 1,6 1,6 1,4 1,7 1,7 1,6 1,7 1,7 1,9 1,8 1,9 1,9 1,8 1,7 1,8 1,8 1,8 2,0 1,8 1,8 2,0 1,9 2,0 2,0 1,6 1,7 1,8 1,9 1,9 1,7 1,8 1,7 1,8 1,7 1,9 1,7 1,7 1,6 1,7 1,8 1,9 1,6 1,8 2,0 1,7 1,9 1,8 1,7 1,8 1,8 1,9 2,1 1,8 1,8 1,6 2,0 1,7 Coef. VariaçãoMediana 13,2 7 14,6 6 15,5 7 16,0 7 16,7 6 18,1 6 18,9 6 19,0 6,5 19,2 6 19,6 7 20,1 6 20,9 6 21,1 7 21,5 6 21,8 6 21,9 6 22,0 6 22,1 6 22,8 7 23,0 6 24,0 6 24,1 6 24,4 6 24,6 7 25,2 7 25,3 6 25,5 6 25,8 6 26,6 6 27,1 6 27,7 6 27,8 6 27,8 6 28,4 6 28,8 6 29,5 5 30,6 6 30,9 6 31,0 5 32,0 6 32,1 6 32,4 7 36,7 5 43,0 5 44,1 5 54,4 4 36,8 5 34,6 5 35,4 6 35,3 6 36,0 6 36,7 5 39,0 5 44,9 5 36,5 6 44,5 5 52,6 4 33,8 5 33,3 6 37,6 5 47,8 4 44,0 5 34,7 5 43,7 5 39,6 5 38,8 5 35,2 5 53,3 4 37,8 5 32,9 5,5 32,8 5 37,4 5 38,2 5 56,0 3 40,7 4 38,2 5 54,0 4 42,3 4 37,5 6 41,0 5 36,0 5 35,2 5 43,0 4 37,3 5,5 64,3 3 32,8 6 35,3 5,5 32,6 5 47,8 4 40,5 4 Moda n Non Missing Missing 7 85 2 82 5 7 85 2 7 85 2 6; 7 82 5 6 85 2 6 82 5 7 86 1 6 81 6 7 82 5 6 82 5 6 82 5 7 84 3 7 82 5 7 82 5 6 82 5 6 82 5 7 83 4 7 82 5 6 83 4 6 82 5 6 80 7 7 85 2 7 82 5 7 82 5 7 81 6 7 76 11 7 76 11 7 83 4 7 82 5 6 84 3 6 82 5 6 82 5 7 76 11 7 82 5 4 60 27 7 76 11 7 82 5 4; 6 56 31 7 83 4 6; 7 82 5 7 82 5 7 84 3 6 85 2 5 85 2 4 85 2 6 84 3 7 84 3 7 83 4 6 82 5 7 85 2 5 84 3 6 81 6 5 82 5 6 82 5 6 79 8 1 80 7 5 82 5 7 82 5 5 81 6 5 72 15 6 79 8 6 79 8 6 79 8 5 80 7 6 79 8 6 81 6 5 79 8 5 81 6 6 82 5 6 82 5 6 81 6 6 80 7 1 79 8 4 80 7 5 82 5 1; 4 76 11 4 76 11 7 78 9 5 79 8 5 80 7 7 82 5 4; 5; 6 81 6 6 82 5 1 81 6 7 76 11 6 76 11 5 74 13 5 74 13 5 73 14 6; 7 n total 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 87 190 APÊNDICE F – Missing Values das Questões Questões Count Mean Std. Deviation % Missing count missing categoria ini fim categoria Q90 56 5,089286 1,575688 31 35,63218 >10% 0 4 < 5% Q40 60 4,766667 1,406603 27 31,03448 >10% 5 9 6% - 10% Q41 72 3,888889 1,858028 15 17,24138 >10% 10 Q88 73 4,150685 1,680536 14 16,09195 >10% Q86 74 5,013514 1,634334 13 14,94253 >10% 100 >10% Q87 74 4,175676 1,995599 13 14,94253 >10% Rótulos de Linha Q62 76 3,723684 2,01063 11 12,64368 >10% < 5% 21 Q63 76 4,078947 1,726369 11 12,64368 >10% 15 Q81 76 5,526316 1,814561 11 12,64368 >10% Q82 76 5 1,766352 11 12,64368 >10% Q83 76 5,697368 1,451617 11 12,64368 >10% >10% 6% 10% Total geral 83% estão abaixo de 10% Q84 76 5,907895 1,524709 11 12,64368 >10% Q85 76 5,657895 1,604599 11 12,64368 >10% Q89 76 5,513158 1,685178 11 12,64368 >10% Q64 78 5,115385 1,920368 9 10,34483 >10% Q25 79 4,493671 1,999188 8 9,195402 6% - 10% Q42 79 4,367089 1,92272 8 9,195402 6% - 10% Q43 79 4,772152 1,655987 8 9,195402 6% - 10% Q44 79 4,177215 1,824052 8 9,195402 6% - 10% Q46 79 4,531646 1,760212 8 9,195402 6% - 10% Q51 79 3,64557 1,941701 8 9,195402 6% - 10% Q58 79 3,455696 1,933493 8 9,195402 6% - 10% Q65 79 4,506329 1,845809 8 9,195402 6% - 10% Q26 80 3,7375 1,966451 7 8,045977 6% - 10% Q45 80 4,275 1,691191 7 8,045977 6% - 10% Q56 80 4,6125 1,760996 7 8,045977 6% - 10% Q60 80 4,0375 1,641578 7 8,045977 6% - 10% Q66 80 4,75 1,709986 7 8,045977 6% - 10% Q74 80 5,275 1,272643 7 8,045977 6% - 10% Q22 81 4,518519 1,76147 6 6,896552 6% - 10% Q38 81 4,753086 1,785573 6 6,896552 6% - 10% Q50 81 4,716049 1,66008 6 6,896552 6% - 10% Q52 81 4,567901 1,724371 6 6,896552 6% - 10% Q55 81 4,592593 1,715938 6 6,896552 6% - 10% Q72 81 6,049383 1,160832 6 6,896552 6% - 10% Q76 81 4,148148 1,782632 6 6,896552 6% - 10% Q78 81 5,679012 1,438985 6 6,896552 6% - 10% Q80 81 3,271605 2,103642 6 6,896552 6% - 10% Q08 82 6,390244 1,455141 5 5,747126 6% - 10% Q13 82 5,121951 1,808009 5 5,747126 6% - 10% Contar de categoria 54 90 75 191 APÊNDICE F – Missing Values das 90 Questões - continuação Questòes Count Mean Std. Deviation % Missing count missing categoria Q23 82 4,560976 2,049375 5 5,747126 6% - 10% Q24 82 5,121951 1,868453 5 5,747126 6% - 10% Q27 82 4,829268 1,631517 5 5,747126 6% - 10% Q28 82 5,573171 1,602702 5 5,747126 6% - 10% Q29 82 5,609756 1,521501 5 5,747126 6% - 10% Q30 82 6,243902 0,910311 5 5,747126 6% - 10% Q31 82 5,926829 1,274445 5 5,747126 6% - 10% Q32 82 5,439024 1,678459 5 5,747126 6% - 10% Q33 82 5,195122 1,443923 5 5,747126 6% - 10% Q35 82 5,719512 1,259771 5 5,747126 6% - 10% Q36 82 5,646341 1,355118 5 5,747126 6% - 10% Q37 82 5,256098 1,748445 5 5,747126 6% - 10% Q39 82 5,597561 1,225851 5 5,747126 6% - 10% Q47 82 5,902439 1,117866 5 5,747126 6% - 10% Q48 82 5,682927 1,185072 5 5,747126 6% - 10% Q49 82 5,280488 1,467966 5 5,747126 6% - 10% Q53 82 5,085366 1,671853 5 5,747126 6% - 10% Q54 82 4,97561 1,632809 5 5,747126 6% - 10% Q57 82 5,439024 1,743401 5 5,747126 6% - 10% Q59 82 5,792683 1,877336 5 5,747126 6% - 10% Q61 82 4,731707 1,805675 5 5,747126 6% - 10% Q67 82 6,121951 1,542727 5 5,747126 6% - 10% Q68 82 6,219512 1,217409 5 5,747126 6% - 10% Q69 82 6 1,30526 5 5,747126 6% - 10% Q70 82 6,060976 1,493588 5 5,747126 6% - 10% Q71 82 6,170732 1,028062 5 5,747126 6% - 10% Q73 82 5,04878 1,7771 5 5,747126 6% - 10% Q75 82 5,743902 1,152678 5 5,747126 6% - 10% Q77 82 5 1,865873 5 5,747126 6% - 10% Q09 83 5,783133 1,538515 4 4,597701 < 5% Q12 83 5,192771 1,837667 4 4,597701 < 5% Q21 83 5,433735 1,740429 4 4,597701 < 5% Q34 83 5,759036 1,274423 4 4,597701 < 5% Q79 83 5,710843 1,311582 4 4,597701 < 5% Q01 84 4,833333 1,775559 3 3,448276 < 5% Q02 84 5,309524 1,472447 3 3,448276 < 5% Q06 84 4,714286 1,732548 3 3,448276 < 5% Q07 84 5,130952 1,775196 3 3,448276 < 5% Q14 84 6,190476 1,303158 3 3,448276 < 5% Q20 84 4,77381 1,751771 3 3,448276 < 5% Q03 85 4,494118 1,931096 2 2,298851 < 5% Q04 85 4,282353 1,887375 2 2,298851 < 5% 192 Q05 85 3,364706 1,831257 2 Q11 85 6,011765 1,085556 2 Questòes Count Mean Std. Deviation count missing 2,298851 < 5% 2,298851 < 5% % Missing categoria Q15 85 5,517647 1,985733 2 2,298851 < 5% Q16 85 5,894118 1,43944 2 2,298851 < 5% Q17 85 6,482353 0,853728 2 2,298851 < 5% Q18 85 6,505882 1,007396 2 2,298851 < 5% Q19 85 6,411765 1,026948 2 2,298851 < 5% Q10 86 6,104651 1,158387 1 1,149425 < 5% 193 APÊNDICE G – Alfas de Cronbach ————— 13/4/2008 01:55:33 ———————————————————— Item Analysis of Q01; Q02; Q03; Q04; Q05; Q06; Q07; Q08; ... * NOTE * 21 cases used, 66 cases contain missing values Item and Total Statistics Total Variable Count Mean StDev Q01 21 4,76 1,67 Q02 21 5,81 1,21 Q03 21 5,00 1,58 Q04 21 4,38 1,50 Q05 21 3,62 1,72 Q06 21 5,52 1,08 Q07 21 5,48 1,50 Q08 21 6,86 0,48 Q09 21 6,48 0,93 Q10 21 6,43 0,81 Q11 21 6,43 0,60 Q12 21 5,29 1,68 Q13 21 5,57 1,43 Q14 21 6,38 0,74 Q15 21 5,71 1,68 Q16 21 6,14 0,91 Q17 21 6,57 0,60 Q18 21 6,67 0,73 Q19 21 6,43 1,03 Q20 21 4,71 1,74 Q21 21 5,38 1,91 Q22 21 5,14 1,42 Q23 21 5,00 2,12 Q24 21 5,48 1,89 Q25 21 4,90 1,87 Q26 21 3,90 2,07 Q27 21 5,43 1,50 Q28 21 6,24 1,09 Q29 21 6,14 1,11 Q30 21 6,29 0,78 Q31 21 5,71 1,45 Q32 21 5,81 1,44 Q33 21 5,43 1,47 Q34 21 6,00 1,22 Q35 21 6,29 0,72 Q36 21 5,86 1,01 Q37 21 6,05 1,20 Q38 21 5,24 1,22 Q39 21 6,00 0,84 Q40 21 4,81 1,54 Q41 21 4,05 1,80 Q42 21 4,86 1,59 Q43 21 4,71 1,74 Q44 21 3,86 2,08 Q45 21 4,14 1,90 Q46 21 4,29 2,03 Q47 21 6,33 0,73 Q48 21 6,14 0,96 Q49 21 5,48 1,60 Q50 21 5,10 1,73 Q51 21 3,95 1,88 Q52 21 4,90 1,48 194 Q53 21 5,24 1,41 APÊNDICE G – Alfas de Cronbach - continuação Q54 21 5,10 1,34 Q55 21 5,19 1,25 Q56 21 5,38 0,92 Q57 21 5,90 1,22 Q58 21 3,62 1,63 Q59 21 6,43 1,03 Q60 21 4,57 1,43 Q61 21 5,29 1,45 Q62 21 3,81 1,99 Q63 21 5,00 1,76 Q64 21 5,52 1,78 Q65 21 5,00 1,67 Q66 21 5,05 1,43 Q67 21 6,43 1,03 Q68 21 6,10 1,14 Q69 21 6,19 0,93 Q70 21 6,38 1,02 Q71 21 6,29 0,64 Q72 21 6,19 0,68 Q73 21 5,67 1,15 Q74 21 5,43 0,98 Q75 21 5,81 0,98 Q76 21 4,05 1,83 Q77 21 5,14 1,82 Q78 21 6,43 0,87 Q79 21 6,10 1,00 Q80 21 3,05 2,25 Q81 21 6,29 0,90 Q82 21 5,24 1,64 Q83 21 5,95 1,12 Q84 21 6,43 0,75 Q85 21 6,29 0,78 Q86 21 5,10 1,45 Q87 21 4,14 1,96 Q88 21 4,43 1,83 Q89 21 5,90 1,26 Q90 21 5,33 1,06 Total 21 488,57 44,91 Cronbach's Alpha = 0,9221 Omitted Item Statistics Omitted Variable Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Adj. Total Mean 483,81 482,76 483,57 484,19 484,95 483,05 483,10 481,71 482,10 482,14 482,14 483,29 483,00 482,19 482,86 Adj. Total StDev 44,33 44,66 44,23 43,96 43,72 44,18 44,49 45,07 44,54 44,38 44,69 44,57 44,67 44,66 44,68 Item-Adj. Total Corr 0,3275 0,1954 0,4118 0,6209 0,6839 0,6725 0,2631 -0,3338 0,3870 0,6487 0,3608 0,1848 0,1514 0,3305 0,1175 Squared Multiple Corr * * * * * * * * * * * * * * * Cronbach's Alpha 0,9214 0,9220 0,9208 0,9195 0,9189 0,9199 0,9217 0,9230 0,9212 0,9204 0,9216 0,9223 0,9223 0,9215 0,9228 195 Q16 482,43 44,63 0,2938 * 0,9216 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 0,9211 0,9215 0,9211 0,9233 0,9201 0,9202 0,9225 0,9202 0,9207 0,9222 0,9211 0,9213 0,9215 0,9210 0,9200 0,9202 0,9197 0,9209 0,9209 0,9213 0,9199 0,9218 0,9216 0,9184 0,9197 0,9196 0,9194 0,9211 0,9192 0,9203 0,9216 0,9208 0,9182 0,9214 0,9238 0,9204 0,9198 0,9211 0,9209 0,9225 0,9229 0,9209 0,9215 0,9212 0,9212 0,9218 0,9257 0,9225 0,9218 0,9203 0,9213 0,9217 0,9209 0,9223 0,9217 0,9217 0,9211 0,9200 0,9199 APÊNDICE G – Alfas de Cronbach - continuação Q17 Q18 Q19 Q20 Q21 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40 Q41 Q42 Q43 Q44 Q45 Q46 Q47 Q48 Q49 Q50 Q51 Q52 Q53 Q54 Q55 Q56 Q57 Q58 Q59 Q60 Q61 Q62 Q63 Q64 Q65 Q66 Q67 Q68 Q69 Q70 Q71 Q72 Q73 Q74 Q75 482,00 481,90 482,14 483,86 483,19 483,43 483,57 483,10 483,67 484,67 483,14 482,33 482,43 482,29 482,86 482,76 483,14 482,57 482,29 482,71 482,52 483,33 482,57 483,76 484,52 483,71 483,86 484,71 484,43 484,29 482,24 482,43 483,10 483,48 484,62 483,67 483,33 483,48 483,38 483,19 482,67 484,95 482,14 484,00 483,29 484,76 483,57 483,05 483,57 483,52 482,14 482,48 482,38 482,19 482,29 482,38 482,90 483,14 482,76 44,58 44,65 44,48 44,80 43,93 44,14 44,39 43,95 44,09 44,34 44,35 44,53 44,57 44,51 44,08 44,15 44,01 44,37 44,51 44,54 44,15 44,61 44,65 43,67 43,88 43,93 43,84 44,08 43,70 43,90 44,67 44,43 43,59 44,31 44,86 44,17 44,06 44,40 44,39 44,87 44,87 44,25 44,59 44,38 44,37 44,30 45,41 44,58 44,44 44,17 44,53 44,61 44,45 44,78 44,71 44,71 44,45 44,23 44,21 0,5386 0,3455 0,4064 0,0412 0,4955 0,5271 0,2209 0,4907 0,4215 0,2528 0,3593 0,3400 0,2902 0,4963 0,5555 0,5166 0,6032 0,4260 0,5534 0,3499 0,6207 0,2354 0,2958 0,8025 0,5554 0,6042 0,6052 0,3779 0,6227 0,4785 0,3162 0,4843 0,8155 0,3276 0,0051 0,4867 0,5898 0,3687 0,4051 0,0272 0,0140 0,3907 0,3007 0,3511 0,3567 0,2830 -0,3008 0,1656 0,2595 0,5043 0,3535 0,2467 0,4828 0,1151 0,3046 0,2855 0,3822 0,6907 0,7069 196 Q76 484,52 44,27 0,3280 * 0,9214 APÊNDICE G – Alfas de Cronbach - continuação Q77 483,43 44,23 0,3542 * Q78 482,14 44,80 0,1176 * Q79 482,48 44,69 0,2058 * Q80 485,52 45,33 -0,2114 * Q81 482,29 44,99 -0,0957 * Q82 483,33 44,88 0,0016 * Q83 482,62 44,75 0,1317 * Q84 482,14 44,86 0,0503 * Q85 482,29 44,93 -0,0393 * Q86 483,48 44,63 0,1759 * Q87 484,43 44,17 0,3579 * Q88 484,14 43,92 0,5255 * Q89 482,67 44,92 -0,0218 * Q90 483,24 44,43 0,4433 * * NOTE * Not enough data to calculate squared multiple 0,9212 0,9222 0,9219 0,9264 0,9230 0,9235 0,9222 0,9224 0,9226 0,9222 0,9212 0,9199 0,9231 0,9209 correlation. Item Analysis of Q01; Q02; Q03; Q04; Q05; Q06; Q07; Q08; ... Governance * NOTE * 72 cases used, 15 cases contain missing values Item and Total Statistics Total Variable Count Mean StDev Q01 72 4,94 1,81 Q02 72 5,39 1,49 Q03 72 4,58 2,01 Q04 72 4,33 1,93 Q05 72 3,51 1,84 Q06 72 4,90 1,73 Q07 72 5,17 1,82 Q08 72 6,46 1,41 Q09 72 5,86 1,53 Q10 72 6,11 1,21 Q11 72 6,03 1,14 Q12 72 5,29 1,90 Q13 72 5,24 1,79 Q14 72 6,14 1,32 Q15 72 5,64 1,93 Q16 72 5,86 1,50 Q17 72 6,56 0,80 Q18 72 6,53 0,93 Q19 72 6,42 1,04 Q20 72 4,76 1,80 Q21 72 5,43 1,73 Total 72 115,15 21,35 Cronbach's Alpha = 0,9268 Omitted Item Statistics Omitted Variable Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Adj. Total Mean 110,21 109,76 110,57 110,82 111,64 110,25 109,99 108,69 109,29 Adj. Total StDev 20,16 20,20 19,78 19,80 20,08 19,96 19,95 20,43 20,24 Item-Adj. Total Corr 0,6282 0,7587 0,7609 0,7870 0,6659 0,7891 0,7526 0,6327 0,7087 Squared Multiple Corr 0,8320 0,7149 0,8941 0,8918 0,7163 0,7812 0,8175 0,6143 0,7636 Cronbach's Alpha 0,9227 0,9204 0,9197 0,9190 0,9219 0,9193 0,9199 0,9228 0,9212 197 Q10 109,04 20,75 0,4763 0,7247 0,9255 APÊNDICE G – Alfas de Cronbach - continuação Q11 109,13 20,66 0,5925 0,7592 0,9239 Q12 109,86 20,29 0,5252 0,5087 0,9252 Q13 109,92 20,17 0,6319 0,6569 0,9226 Q14 109,01 20,49 0,6266 0,7355 0,9230 Q15 109,51 20,36 0,4752 0,4931 0,9264 Q16 109,29 20,32 0,6630 0,7265 0,9221 Q17 108,60 21,01 0,4007 0,6541 0,9267 Q18 108,63 20,95 0,4112 0,4258 0,9265 Q19 108,74 20,92 0,3911 0,6350 0,9267 Q20 110,39 20,69 0,3298 0,3781 0,9291 Q21 109,72 20,49 0,4610 0,5378 0,9262 ————— 13/4/2008 01:55:33 ———————————————————— Item Analysis of Q22; Q23; Q24; Q25; Q26; Q27; Q28; Q29; ... Inovação * NOTE * 48 cases used, 39 cases contain missing values Item and Total Statistics Total Variable Count Mean StDev Q22 48 4,90 1,73 Q23 48 4,96 2,04 Q24 48 5,46 1,83 Q25 48 4,90 1,96 Q26 48 3,85 1,89 Q27 48 5,15 1,57 Q28 48 5,77 1,40 Q29 48 5,81 1,25 Q30 48 6,27 0,79 Q31 48 5,90 1,24 Q32 48 5,52 1,54 Q33 48 5,17 1,37 Q34 48 5,94 1,17 Q35 48 5,90 0,95 Q36 48 5,77 1,15 Q37 48 5,54 1,53 Q38 48 4,90 1,59 Q39 48 5,77 1,02 Q40 48 4,90 1,31 Q41 48 4,27 1,72 Q42 48 4,69 1,74 Total 48 111,31 16,72 Cronbach's Alpha = 0,8714 Omitted Item Statistics Omitted Variable Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Adj. Total Mean 106,42 106,35 105,85 106,42 107,46 106,17 105,54 105,50 105,04 105,42 105,79 106,15 Adj. Total StDev 15,71 15,67 15,73 15,32 15,74 15,96 15,97 16,07 16,43 16,10 15,99 15,95 Item-Adj. Total Corr 0,5517 0,4687 0,4974 0,6855 0,4772 0,4506 0,5023 0,4946 0,3524 0,4759 0,4364 0,5320 Squared Multiple Corr 0,8062 0,8783 0,6944 0,7926 0,6041 0,7189 0,7758 0,8703 0,8359 0,8240 0,6023 0,7144 Cronbach's Alpha 0,8624 0,8665 0,8646 0,8564 0,8656 0,8661 0,8645 0,8650 0,8695 0,8656 0,8666 0,8636 198 Q34 105,37 16,46 0,1928 0,4355 0,8731 0,6643 0,7082 0,7592 0,6997 0,7581 0,6638 0,7681 0,6698 0,8659 0,8669 0,8604 0,8689 0,8701 0,8671 0,8620 0,8686 APÊNDICE G – Alfas de Cronbach - continuação Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40 Q41 Q42 105,42 105,54 105,77 106,42 105,54 106,42 107,04 106,62 16,22 16,19 15,74 16,06 16,38 16,13 15,70 15,96 0,5079 0,4331 0,6143 0,3729 0,3069 0,4194 0,5598 0,3933 Item Analysis of Q43; Q44; Q45; Q46; Q47; Q48; Q49; Q50; Q51; Q52; Q53 Resultados * NOTE * 78 cases used, 9 cases contain missing values Item and Total Statistics Total Variable Count Mean StDev Q43 78 4,795 1,654 Q44 78 4,154 1,824 Q45 78 4,244 1,699 Q46 78 4,513 1,764 Q47 78 5,872 1,132 Q48 78 5,667 1,202 Q49 78 5,282 1,467 Q50 78 4,744 1,678 Q51 78 3,654 1,953 Q52 78 4,538 1,748 Q53 78 5,038 1,678 Total 78 52,500 10,840 Cronbach's Alpha = 0,8243 Omitted Item Statistics Adj. Adj. Omitted Total Total Item-Adj. Variable Mean StDev Total Corr Q43 47,71 9,67 0,6670 Q44 48,35 9,50 0,6885 Q45 48,26 9,69 0,6304 Q46 47,99 9,69 0,5967 Q47 46,63 10,29 0,4405 Q48 46,83 10,16 0,5214 Q49 47,22 9,89 0,6033 Q50 47,76 9,91 0,4977 Q51 48,85 10,25 0,2153 Q52 47,96 10,23 0,2757 Q53 47,46 10,02 0,4220 Squared Multiple Corr 0,6116 0,6773 0,5972 0,5503 0,4149 0,4609 0,4606 0,4469 0,1634 0,3213 0,3636 Cronbach's Alpha 0,7935 0,7897 0,7967 0,7998 0,8158 0,8100 0,8011 0,8096 0,8400 0,8307 0,8167 Item Analysis of Q54; Q55; Q56; Q57; Q58; Q59; Q60; Q61; ... Gestão e Impacto Econômico Financeiro * NOTE * 67 cases used, 20 cases contain missing values Item and Total Statistics Total Variable Count Mean StDev Q54 67 4,881 1,710 199 Q55 Q56 67 67 4,627 4,701 1,748 1,758 APÊNDICE G – Alfas de Cronbach - continuação Q57 67 5,507 1,700 Q58 67 3,522 1,886 Q59 67 5,866 1,722 Q60 67 4,045 1,646 Q61 67 4,851 1,717 Q62 67 3,761 1,993 Q63 67 4,030 1,766 Q64 67 5,358 1,790 Q65 67 4,687 1,768 Q66 67 4,851 1,708 Total 67 60,687 12,552 Cronbach's Alpha = 0,8050 Omitted Item Statistics Adj. Adj. Omitted Total Total Item-Adj. Variable Mean StDev Total Corr Q54 55,81 11,43 0,6126 Q55 56,06 11,30 0,6759 Q56 55,99 11,29 0,6782 Q57 55,18 11,70 0,4479 Q58 57,16 11,57 0,4605 Q59 54,82 11,66 0,4659 Q60 56,64 12,29 0,0967 Q61 55,84 11,69 0,4448 Q62 56,93 11,72 0,3448 Q63 56,66 12,15 0,1593 Q64 55,33 11,77 0,3778 Q65 56,00 11,62 0,4711 Q66 55,84 11,61 0,5025 Squared Multiple Corr 0,7789 0,7566 0,8072 0,4093 0,5069 0,3274 0,3011 0,5346 0,2558 0,1367 0,4108 0,4617 0,5442 Cronbach's Alpha 0,7774 0,7714 0,7711 0,7912 0,7901 0,7897 0,8179 0,7915 0,8012 0,8148 0,7971 0,7892 0,7867 Item Analysis of Q67; Q68; Q69; Q70; Q71; Q72; Q73; Q74; Q75; Q76; Q77 Gestão Social * NOTE * 79 cases used, 8 cases contain missing values Item and Total Statistics Total Variable Count Mean StDev Q67 79 6,101 1,566 Q68 79 6,203 1,234 Q69 79 5,987 1,325 Q70 79 6,051 1,518 Q71 79 6,152 1,039 Q72 79 6,038 1,171 Q73 79 5,000 1,790 Q74 79 5,291 1,273 Q75 79 5,747 1,160 Q76 79 4,177 1,767 Q77 79 4,962 1,884 Total 79 61,709 9,514 Cronbach's Alpha = 0,8165 Omitted Item Statistics Omitted Variable Adj. Total Mean Adj. Total StDev Item-Adj. Total Corr Squared Multiple Corr Cronbach's Alpha 200 Q67 Q68 55,608 55,506 8,622 8,834 0,5082 0,5021 0,5025 0,4518 0,7991 0,8007 0,7162 0,2033 0,6602 0,6392 0,3685 0,5322 0,4637 0,3771 0,3251 0,7869 0,8174 0,7922 0,7885 0,8169 0,7952 0,8020 0,8062 0,8143 APÊNDICE G – Alfas de Cronbach - continuação Q69 Q70 Q71 Q72 Q73 Q74 Q75 Q76 Q77 55,722 55,658 55,557 55,671 56,709 56,418 55,962 57,532 56,747 8,598 8,918 8,804 8,695 8,717 8,738 8,889 8,581 8,605 0,6512 0,3204 0,6523 0,6650 0,3631 0,5643 0,4927 0,4537 0,3988 Item Analysis of Q78; Q79; Q80; Q81; Q82; Q83; Q84; Q85; ... Gestão Educação e Impacto Ambiental * NOTE * 50 cases used, 37 cases contain missing values Item and Total Statistics Total Variable Count Mean StDev Q78 50 5,700 1,460 Q79 50 5,700 1,374 Q80 50 3,260 2,117 Q81 50 5,440 1,820 Q82 50 5,060 1,707 Q83 50 5,660 1,493 Q84 50 5,840 1,570 Q85 50 5,620 1,563 Q86 50 4,840 1,621 Q87 50 3,860 2,010 Q88 50 4,220 1,542 Q89 50 5,460 1,740 Q90 50 5,100 1,542 Total 50 65,760 11,564 Cronbach's Alpha = 0,7891 Omitted Item Statistics Adj. Adj. Omitted Total Total Item-Adj. Variable Mean StDev Total Corr Q78 60,06 11,57 -0,0642 Q79 60,06 11,40 0,0637 Q80 62,50 11,54 -0,0806 Q81 60,32 10,27 0,6658 Q82 60,70 10,51 0,5650 Q83 60,10 10,50 0,6750 Q84 59,92 10,44 0,6791 Q85 60,14 10,35 0,7475 Q86 60,92 10,36 0,7078 Q87 61,90 10,62 0,3950 Q88 61,54 10,68 0,5227 Q89 60,30 10,46 0,5853 Q90 60,66 11,15 0,2026 Squared Multiple Corr 0,5931 0,6034 0,3712 0,7653 0,6323 0,7802 0,7786 0,8519 0,7814 0,4900 0,6163 0,6288 0,4707 Cronbach's Alpha 0,8121 0,8016 0,8301 0,7497 0,7612 0,7538 0,7521 0,7459 0,7485 0,7788 0,7665 0,7589 0,7932 201 APÊNDICE H – ANOVAs Comparação de Médias 1. Médias de Y (Média Global) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MQ F J 47 233,59407 4,97 0,5679653 Entre grupos 3,6963 2 1,8481619 3,769673 41,183 84 0,4902712 P 21 114,34522 5,445 0,2660352 Dentro dos grupos A 19 100,42306 5,285 0,5408705 valor-P F crítico 87 Total 44,879 86 0,0270522 3,1051566 F alto e p-valor menor do que 5% indica: REJEITO Ho. Total 44,733 A Idade influi na pontuação Y, é implausível que as médias sejam iguais nos 3 grupos de Idade. R2 = 0,082361807 a idade da ONG explica em 8,2% a variância da sua média de sustentabilidade. Bartlett Teste de Homocedasticidade Testa a igualdade das variâncias em todos os grupos comparados Ho: s2J = s2M = s2A 1) Variância Comum: S2e S2e= = MQD = 0,4902712 2) M: M = (n-I)*lnS2e - (ni-1)*lnS2i n-I ln S2e J M A (ni-1)*lnS2i M 83 -0,7127967 -26 -26,482534 -11,062357 -63,57 4,4047 3) C: 1+1/3(I-1) J M A C 1,166666667 0,0101112 0,038 0,0439276 0,092411 0,1078 4) M/C: = 40,85540468 5) Comparar com o Qui Quadrado correspondente: M/C ~ X2(I-1) GL=86 X2 c/ alfa =5% 108,64789 M/C < X2: não rejeitamos H0 de igualdade de variâncias. intervalos de confiança Teste de Bonferroni IC (µA - µB; GL) = (µA - µB) + - tc, GL*SD*RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) constrói análise dos intervalos de confiança; naqueles em que o zero estiver, indica que as médias podem ser iguais, e portanto, não há diferença entre eles. Teste de Bonferroni: alfa = 0,05 GL=n-I = 86 1. Fixar o nível de confiança alfa* ou' (1-alfa) alfa* = alfa/m, onde m é o no. De comparações que desejamos fazer 2. Determinar o no. De comparações desejadas alfa* = 0,0166667 t t* 3. calcular alfa*=alfa/m (m é o no. De comparações duas a duas que desejamos fazer t crítico tabelado (alfa, GLD)= 1,9879342 2,441709 4. construir os IC Comparação Descrição Diferença médias n amostra 1/ni1 + 1/ni2 RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) limite superior limite inferior 1 µJ- µP -0,4749239 47;21 0,0688956 0,2625 -0,9236776 -0,0261703 não tem o zero: médias diferentes 2 µJ - µA -0,3153376 47;19 0,0739082 0,2719 -0,7801293 0,1494541 médias iguais 3 µP - µA 0,1595863 21;19 0,1002506 0,3166 -0,3817356 0,7009083 médias iguais A diferença de média só se confirma entre os grupos J e P. A média das ONGs em Idade Plena é aproximadamente 9% mais alta em relação às Jde Idade Jovem. A diferença foi negativa. Isto quer dizer que a média de sustentabilidade das P é maior do que a do grupo J. Mas, não há diferença entre ser de Plena ou Antiga. Significa que só faz diferença ter mais de 10 anos de idade. 202 2. Médias de G (Governança) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico 2 3,9597379 4,4797325 0,0142066 3,1065071 J 47 241,66265 5,142 1,0100276 Entre grupos 7,9195 P 21 122,12706 5,816 0,6658481 Dentro dos grupos 73,366 83 0,8839228 A 18 101,7985 5,655 0,7992567 Total 81,285 85 86 Total 44,733 F alto e p-valor menor do que 5% indica: REJEITO Ho. A Idade influi na pontuação G, é implausível que as médias sejam iguais nos 3 grupos de Idade. R2 = 0,097428416 signifiica que idade da ONG explica em 10% a variância da sua média de Governança. Testa a igualdade das variâncias em todos os grupos comparados Bartlett Teste de Homocedasticidade Ho: s2J = s2M = s2A 1) Variância Comum: S2e S2e= = MQD = 0,8839228 2) M: M = (n-I)*lnS2e - (ni-1)*lnS2i n-I ln S2e J M A (ni-1)*lnS2i M 83 -0,1233855 0,459 -8,1338744 -3,8092435 -11,48 1,2431 3) C: 1+1/3(I-1) J M A C 1,166666667 0,0099744 0,038 0,0470588 0,0952685 0,1111 4) M/C: = 11,18475562 5) Comparar com o Qui Quadrado correspondente: M/C ~ X2(I-1) GL=86 X2 c/ alfa =5% 108,64789 M/C < X2: não rejeitamos H0 de igualdade de variâncias. Teste de Bonferroni IC (µA - µB; GL) = (µA - µB) + - tc, GL*SD*RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) Pelo método Bonferroni - Intervalos de Confiança 1. Fixar o nível de confiança alfa* ou' (1-alfa) alfa = 0,05 GL=n-I = 85 2. Determinar o no. De comparações desejadas alfa* = alfa/m, onde m é o no. De comparações que desejamos fazer 3. calcular alfa*=alfa/m (m é o no. De comparações duas a duas que desejamos fazer alfa* = 0,0166667 t t* 4. construir os IC t crítico tabelado (alfa, GLD)= 1,9882679 2,4422813 Diferença médias n amostra 1/ni1 + 1/ni2 RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) limite superior limite inferior Comparação Descrição 1 µJ- µP -0,6738156 47;21 0,0688956 0,2625 -1,2765122 -0,071119 não tem o zero: médias diferentes 2 µJ - µA -0,5137135 47;18 0,0768322 0,2772 -1,1501782 0,1227513 médias iguais 3 µP - µA 0,1601021 21;18 0,1031746 0,3212 -0,5774442 0,8976483 médias iguais A diferença de média só se confirma entre os grupos J e P. A média das ONGs em Idade Plena é aproximadamente 13% mais alta em relação às Jde Idade Jovem. A diferença foi negativa. Isto quer dizer que a média de sustentabilidade das P é maior do que a do grupo J. Mas, não há diferença entre ser de Plena ou Antiga. Significa que só faz diferença ter mais de 10 anos de idade. 203 3. Médias de I (Inovação) Anova: fator único RESUMO Grupo Contagem J 47 P 21 A 18 ANOVA Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico 235,24194 5,005 0,9138464 Entre grupos 1,4977 2 0,7488433 0,760589 0,4706205 3,1065071 111,46471 5,308 0,5698861 Dentro dos grupos 81,718 83 0,9845571 89,820927 4,99 1,6637402 Total 83,216 85 Total 44,733 F baixo e p-valor maior do que 5% indica: ACEITO Ho. A Idade NÃO influi na pontuação I, as médias PODEM SER CONSIDERADAS IGUAIS nos 3 grupos de Idade. R2 = 0,017997596 signifiica que idade da ONG explica em 2% a variância da sua média de Inovação 4. Médias de R (Resultados) Anova: fator único RESUMO Grupo Contagem Soma Média Variância J 46 212,90859 4,628 1,119639 P 19 98 5,158 0,845585 A 17 83,636364 4,92 0,616614 ANOVA Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Entre grupos 4,0205 2 2,0102573 2,104281 0,1287163 3,1122596 Dentro dos grupos 75,47 79 0,9553179 Total 79,491 81 Total 44,733 F baixo e p-valor maior do que 5% indica: ACEITO Ho. A Idade NÃO influi na pontuação R, as médias PODEM SER CONSIDERADAS IGUAIS nos 3 grupos de Idade. R2 = 0,050578474 signifiica que idade da ONG explica em 5% a variância da sua média de Resultados. 5. Médias de GIEF (Gestão e Impacto Econômico Financeiro) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média VariânciaFonte da variaçãoSQ gl MQ F J 46 206,1015 4,48 1,1940679 Entre grupos 1,9059 2 0,9529357 0,8760216 P 19 91,358974 4,808 0,6330032 Dentro dos grupos 85,936 79 1,0877993 A 17 80,938811 4,761 1,3005643 Total 87,842 81 Total 44,733 F baixo e p-valor maior do que 5% indica: ACEITO Ho. A Idade NÃO influi na pontuação GIEF, as médias PODEM SER CONSIDERADAS IGUAIS nos 3 grupos de Idade. R2 = 0,02 signifiica que idade da ONG explica em 2% a variância da sua média de Governança. 6. Médias de GS (Gestão Social) Anova: fator único RESUMO Grupo Contagem Soma J 45 247,41717 P 20 117,90909 A 17 96 valor-P F crítico 0,420442 3,1122596 ANOVA Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico Entre grupos 2,1951 2 1,0975494 1,5214264 0,2247296 3,1122596 Dentro dos grupos 56,99 79 0,721395 Total 59,185 81 Total 44,733 F baixo e p-valor maior do que 5% indica: ACEITO Ho. A Idade NÃO influi na pontuação GS, as médias PODEM SER CONSIDERADAS IGUAIS nos 3 grupos de Idade. R2 = Média Variância 5,498 0,9458115 5,895 0,3203784 5,647 0,580457 0,04 signifiica que idade da ONG explica em 4% a variância da sua média de Gestão Social. 7. Médias de GEIA (Gestão, Educação e Impacto Ambiental) Anova: fator único RESUMO Grupo Contagem Soma Média Variância J 46 231,79615 5,039 0,8363497 P 21 110,67308 5,27 0,9217842 A 19 97,345513 5,123 0,7386198 R2 = 0,01100873 ANOVA Fonte daSQ variação gl MQ F valor-P F crítico Entre grupos 0,7721 2 0,3860691 0,4619478 0,6316653 3,1065071 Dentro dos69,367 grupos 83 0,8357419 Total 70,139 85 Total 44,733 F baixo e p-valor maior do que 5% indica: ACEITO Ho. A Idade NÃO influi na pontuação GEIA, as médias PODEM SER CONSIDERADAS IGUAIS nos 3 grupos de Idade. signifiica que idade da ONG explica em 1% a variância da sua média de Gestão Ambiental. 204 ANOVA para Porte (X2) Pequena 0-99 em mil Reais Média 100-499 Grande 500-1999 Enorme >2000 1. Médias de Y (Média Global) Anova: fator único RESUMO Grupo Contagem Soma Média Variância ANOVA P 26 125,09967 4,812 0,592435 Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico 3 2,4171702 5,2676393 0,0022576 2,7159366 M 27 137,09042 5,077 0,5149471 Entre grupos 7,2515 G 20 107,9131 5,396 0,2433783 Dentro dos grupos 37,627 82 0,4588716 E 13 73,116299 5,624 0,4003154 86 Total 44,879 85 F alto e p-valor menor do que 5% indica: REJEITO Ho. O porte influi na pontuação Y, é implausível que as médias sejam iguais nos 4 grupos de porte. R2 = 0,161579206 signifiica que o porte da ONG explica em 16% a variância da sua média de sustentabilidade. Bartlett Teste de Homocedasticidade 1) Variância Comum: S2e S2e= = MQD = 0,4588716 2) M: M = (n-I)*lnS2e - (ni-1)*lnS2i n-I ln S2e P M G E (ni-1)*lnS2i M 82 -0,7789848 -13,1 -17,255968 -26,849626 -10,99 -68,18 4,302723 3) C: 1+1/3(I-1) P M G E C 1,1111111 0,028235294 0,0266968 0,041 0,0715686 0,1673676 0,186 4) M/C: = 23,137394 5) Comparar com o Qui Quadrado correspondente: M/C ~ X2(I-1) GL=85 X2 c/ alfa =5% 107,52174 M/C < X2: não rejeitamos H0 de igualdade de variâncias. Teste de Bonferroni (µA - µB) + - tc, GL*SD*RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) IC (µA - µB; GL) = alfa = 0,05 GL=n-I = 85 1. Fixar o nível de confiança alfa* ou' (1-alfa) alfa* = alfa/m, onde m é o no. De comparações que desejamos fazer 2. Determinar o no. De comparações desejadas alfa* = 0,0083333 t t* 3. calcular alfa*=alfa/m (m é o no. De comparações duas a duas que desejamos fazer t crítico tabelado (alfa, GLD)= 1,9882679 2,7014061 4. construir os IC Diferença médias n amostra 1/ni1 + 1/ni2 RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) limite superior limite inferior Comparação Descrição 1 µP- µM -0,265897 26;27 0,0754986 0,2748 0,2369141 -0,7687081 médias iguais 2 µP - µG -0,5841292 26;20 0,0884615 0,2974 -0,0398613 -1,1283972 médias iguais 3 µP - µE -0,8128048 26;13 0,1153846 0,3397 -0,1912071 -1,4344026 não tem o zero: médias diferentes 4 µM - µG -0,3182322 27;20 0,087037 0,295 0,2216357 -0,8581002 médias iguais 5 µM - µE -0,5469078 27;13 0,1139601 0,3376 0,070841 -1,1646566 médias iguais 6 µG - µE -0,2286756 20;13 0,1269231 0,3563 0,4232616 -0,8806128 médias iguais As diferenças de médias só se confirmaram entre os grupos Pequenas e Enormes. A diferença foi negativa. Isto quer dizer que a média de sustentabilidade das E é 20% mais alta do que a do grupo P. Mas, não há diferença entre ser de porte M ou P, M ou G, M ou E. Significa que só um orçamento anual Pequeno (abaixo de R$99000,00) compromete sua pontuação média. 205 2. Médias de G (Governança) Anova: fator único RESUMO Grupo Contagem Soma Média Variância ANOVA P 25 114,35459 4,574 1,1786289 Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico M 27 132,33195 4,901 0,716061 Entre grupos 14,202 3 4,7339347 5,9156068 0,0010595 2,7173428 64,82 81 0,800245 G 20 111,73446 5,587 0,5515253 Dentro dos grupos E 13 70,976768 5,46 0,619682 85 Total 79,022 84 F alto e p-valor menor do que 5% indica: REJEITO Ho. O porte influi na pontuação Y, é implausível que as médias sejam iguais nos 4 grupos de porte. R2 = 0,179720423 signifiica que o porte da ONG explica em 22% a variância da sua média de Inovação. Bartlett Teste de Homocedasticidade 1) Variância Comum: S2e S2e= = MQD = 0,800245 2) M: M = (n-I)*lnS2e - (ni-1)*lnS2i n-I ln S2e P M G E (ni-1)*lnS2i M 81 -0,2228374 3,944 -8,6837391 -11,306283 -5,743 -21,79 3,7383383 3) C: 1+1/3(I-1) P M G E C 1,1111111 0,029761905 0,0265568 0,041 0,0714286 0,1684741 0,1872 4) M/C: = 19,97045857 5) Comparar com o Qui Quadrado correspondente: M/C ~ X2(I-1) GL=84 X2 c/ alfa =5% 106,39484 M/C < X2: não rejeitamos H0 de igualdade de variâncias. Ou seja, as variâncias são iguais. Teste de Bonferroni IC (µA - µB; GL) = (µA - µB) + - tc, GL*SD*RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) Pelo método Bonferroni - Intervalos de Confiança constrói análise dos intervalos de confiança; naqueles em que o zero estiver, indica que as médias podem ser iguais, e portanto, não há diferença entre eles. Teste de Bonferroni: alfa = 0,05 GL=n-I = 84 1. Fixar o nível de confiança alfa* ou' (1-alfa) alfa* = alfa/m, onde m é o no. De comparações que desejamos fazer 2. Determinar o no. De comparações desejadas alfa* = 0,0083 t t* 3. calcular alfa*=alfa/m (m é o no. De comparações duas a duas que desejamos fazer t crítico tabelado (alfa, GLD)= 1,9886096 2,7021748 4. construir os IC Comparação Descrição Diferença médias n amostra 1/ni1 + 1/ni2 RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) limite superior limite inferior -0,2160492 25;27 0,077037 0,2776 -0,8869753 0,4548769 médias iguais 1 µP- µM 2 µP - µG -0,4931927 25;20 0,09 0,3 -1,2183733 0,2319879 médias iguais 3 µP - µE -0,8740143 25;13 0,1169231 0,3419 -1,7005755 -0,047453 não tem o zero: médias diferentes 4 µM - µG -0,2771435 27;20 0,087037 0,295 -0,9902871 0,436 médias iguais 5 µM - µE -0,6579651 27;13 0,1139601 0,3376 -1,4739861 0,158056 médias iguais 6 µG - µE -0,3808216 20;13 0,1269231 0,3563 -1,2420041 0,480361 médias iguais As diferenças de médias só se confirmaram entre os grupos Pequenas e Enormes. A diferença foi negativa. Isto quer dizer que a média deInovação das E é 17% mais alta do que a do grupo P. Mas, não há diferença entre ser de porte M ou P, M ou G, M ou E. Significa que só um orçamento anual Pequeno (abaixo de R$99000,00) compromete sua pontuação média. 206 3. Médias de I (Inovação) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico 3 2,480517 2,7787009 0,0463684 2,7173428 P 25 127,74912 5,11 1,2838393 Entre grupos 7,4416 M 27 143,80238 5,326 1,0368118 Dentro dos grupos 72,308 81 0,8926894 G 20 112,06315 5,603 0,4058315 E 13 77,791729 5,984 0,5689828 Total 79,749 84 85 F alto e p-valor menor do que 5% indica: REJEITO Ho. O porte influi na pontuação Y, é implausível que as médias sejam iguais nos 4 grupos de porte. R2 = 0,093311691 signifiica que o porte da ONG explica em 9% a variância da sua média de Governança. Bartlett Teste de Homocedasticidade 1) Variância Comum: S2e S2e= = MQD = 0,8926894 2) M: M = (n-I)*lnS2e - (ni-1)*lnS2i n-I ln S2e P M G E (ni-1)*lnS2i M 81 -0,1135165 5,997 0,9399123 -17,134526 -6,767 -16,96 7,770114 3) C: 1+1/3(I-1) P M G E C 1,1111111 0,029761905 0,0265568 0,041 0,0714286 0,1684741 0,1872 4) M/C: = 41,5084805 5) Comparar com o Qui Quadrado correspondente: M/C ~ X2(I-1) GL=84 X2 c/ alfa =5% 106,39484 M/C < X2: não rejeitamos H0 de igualdade de variâncias. Ou seja, as variâncias são iguais. Teste de Bonferroni IC (µA - µB; GL) = (µA - µB) + - tc, GL*SD*RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) Pelo método Bonferroni - Intervalos de Confiança 1. Fixar o nível de confiança alfa* ou' (1-alfa) alfa = 0,05 GL=n-I = 84 2. Determinar o no. De comparações desejadas alfa* = alfa/m, onde m é o no. De comparações que desejamos fazer 3. calcular alfa*=alfa/m (m é o no. De comparações duas a duas que desejamos fazer alfa* = 0,0083333 t t* 4. construir os IC t crítico tabelado (alfa, GLD)= 1,9886096 2,7021748 Diferença médias n amostra 1/ni1 + 1/ni2 RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) limite superior limite inferior Comparação Descrição 1 µP- µM -0,3269997 25;27 0,077037 0,2776 -1,0356197 0,3816203 médias iguais 2 µP - µG -1,0125393 25;20 0,09 0,3 -1,7784619 -0,2466167 não tem o zero: médias diferentes 3 µP - µE -0,8855676 25;13 0,1169231 0,3419 -1,7585666 -0,0125686 não tem o zero: médias diferentes 4 µM - µG -0,6855395 27;20 0,087037 0,295 -1,4387489 0,0676698 médias iguais 5 µM - µE -0,5585678 27;13 0,1139601 0,3376 -1,4204345 0,3032988 médias iguais 6 µG - µE 0,1269717 20;13 0,1269231 0,3563 -0,7825937 1,0365371 médias iguais As diferenças de médias só se confirmaram entre os grupos Pequenas e Enormes e Pequenas e Grandes A diferença foi negativa. Isto quer dizer que a média de Governança das E é 20% mais alta do que a do grupo P. G tem Gov 22% maior que P. Mas, não há diferença entre ser de porte M ou P, M ou G, M ou E. Significa que só um orçamento anual Pequeno (abaixo de R$99000,00) compromete sua pontuação média. 207 4. Médias de R (Resultados) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico P 23 98 4,261 1,1625127 Entre grupos 13,043 3 4,347763 5,1036735 0,0028144 2,7217834 M 26 125,93182 4,844 0,6329061 Dentro dos grupos 66,447 78 0,8518889 G 20 99,636364 4,982 0,9270117 E 13 70,976768 5,46 0,619682 Total 79,491 81 82 F alto e p-valor menor do que 5% indica: REJEITO Ho. O porte influi na pontuação Y, é implausível que as médias sejam iguais nos 4 grupos de porte. R2 = 0,164085874 signifiica que o porte da ONG explica em 16% a variância da sua média de Governança. Bartlett Teste de Homocedasticidade 1) Variância Comum: S2e S2e= = MQD = 0,8518889 2) M: M = (n-I)*lnS2e - (ni-1)*lnS2i n-I ln S2e P M G E 78 -0,1602991 3,313 -11,435831 -1,4399918 -5,743 3) C: 1+1/3(I-1) P M G E 1,111111111 0,0331089 0,028 0,0402859 0,0709877 0,172 4) M/C: = 14,65973235 5) Comparar com o Qui Quadrado correspondente: M/C ~ X2(I-1) GL=84 X2 c/ alfa =5% 103,00951 (ni-1)*lnS2i M -15,31 2,8022362 C 0,1912 M/C < X2: não rejeitamos H0 de igualdade de variâncias. Ou seja, as variâncias são iguais. Teste de Bonferroni IC (µA - µB; GL) = (µA - µB) + - tc, GL*SD*RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) Pelo método Bonferroni - Intervalos de Confiança constrói análise dos intervalos de confiança; naqueles em que o zero estiver, indica que as médias podem ser iguais, e portanto, não há diferença entre eles. alfa = 0,05 GL=n-I = 81 1. Fixar o nível de confiança alfa* ou' (1-alfa) alfa* = alfa/m, onde m é o no. De comparações que desejamos fazer 2. Determinar o no. De comparações desejadas alfa* = 0,0083333 t t* 3. calcular alfa*=alfa/m (m é o no. De comparações duas a duas que desejamos fazer t crítico tabelado (alfa, GLD)= 1,9896863 2,7045973 4. construir os IC Diferença médias n amostra 1/ni1 + 1/ni2 RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) limite superior limite inferior Comparação Descrição 1 µP- µM -0,5826619 23;26 0,0819398 0,2863 -1,2972266 0,1319028 médias iguais 2 µP - µG -0,7209486 23;20 0,0934783 0,3057 -1,484168 0,0422708 médias iguais 3 µP - µE -1,1988818 23;13 0,1204013 0,347 -2,065065 -0,3326986 não tem o zero: médias diferentes 4 µM - µG -0,1382867 26;20 0,0884615 0,2974 -0,8807438 0,6041704 médias iguais 5 µM - µE -0,6162199 26;13 0,1153846 0,3397 -1,4641656 0,2317258 médias iguais 6 µG - µE -0,4779332 20;13 0,1269231 0,3563 -1,3672662 0,4113998 médias iguais As diferenças de médias só se confirmaram entre os grupos Pequenas e Enormes. A diferença foi negativa. Isto quer dizer que a média de Resultados das E é 28% mais alta do que a do grupo P. Mas, não há diferença entre ser de porte M ou P, M ou G, M ou E. Significa que só um orçamento anual Pequeno (abaixo de R$99000,00) compromete sua pontuação média. 208 5. Médias de GIEF (Gestão e Impacto Econômico Financeiro Anova: fator único RESUMO Grupo Contagem Soma Média Variância ANOVA P 24 98,162393 4,09 1,0692035 Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico M 26 117,47436 4,518 1,0641344 Entre grupos 14,419 3 4,8062697 5,1058657 0,0028072 2,7217834 G 20 99,881119 4,994 0,4841018 Dentro dos grupos 73,423 78 0,9413232 E 12 62,88141 5,24 1,1845666 82 Total 87,842 81 F alto e p-valor menor do que 5% indica: REJEITO Ho. O porte influi na pontuação GIEF e é implausível que as médias sejam iguais nos 4 grupos de porte. R2 = 0,164144788 signifiica que o porte da ONG explica em 0,5% a variância da sua média de GEIA Teste de Homocedasticidade Bartlett 1) Variância Comum: S2e S2e= = MQD = 0,9413232 2) M: M = (n-I)*lnS2e - (ni-1)*lnS2i (ni-1)*lnS2i M n-I ln S2e P M G E 78 -0,0604688 1,539 1,5540431 -13,783742 1,8631 -8,828 4,1109671 3) C: 1+1/3(I-1) P M G E C 1,111111111 0,0311326 0,028 0,0402859 0,0785634 0,1776 0,1974 4) M/C: = 20,82835632 5) Comparar com o Qui Quadrado correspondente: M/C ~ X2(I-1) GL=84 X2 c/ alfa =5% 103,00951 M/C < X2: não rejeitamos H0 de igualdade de variâncias. Ou seja, as variâncias são iguais. Teste de Bonferroni IC (µA - µB; GL) = (µA - µB) + - tc, GL*SD*RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) Pelo método Bonferroni - Intervalos de Confiança constrói análise dos intervalos de confiança; naqueles em que o zero estiver, indica que as médias podem ser iguais, e portanto, não há diferença entre eles. 1. Fixar o nível de confiança alfa* ou' (1-alfa) alfa = 0,05 GL=n-I = 81 2. Determinar o no. De comparações desejadas alfa* = alfa/m, onde m é o no. De comparações que desejamos fazer 3. calcular alfa*=alfa/m (m é o no. De comparações duas a duas que desejamos fazer alfa* = 0,0083333 t t* 4. construir os IC t crítico tabelado (alfa, GLD)= 1,9896863 2,7045973 Comparação Descrição Diferença médias n amostra 1/ni1 + 1/ni2 RAIZ(1/ni1 + 1/ni2) limite superior limite inferior 1 µP- µM -0,4281449 24;26 0,0801282 0,2831 -1,1709325 0,3146428 médias iguais 2 µP - µG -0,9039562 24;20 0,0916667 0,3028 -1,6984266 -0,1094859 não tem o zero: médias diferentes 3 µP - µE -1,1500178 24;12 0,125 0,3536 -2,0777593 -0,2222763 não tem o zero: médias diferentes 4 µM - µG -0,4758114 26;20 0,0884615 0,2974 -1,2562688 0,3046461 médias iguais 5 µM - µE -0,7218729 26;12 0,1217949 0,349 -1,6376431 0,1938972 médias iguais 6 µG - µE -0,2460616 20;12 0,1333333 0,3651 -1,2042289 0,7121057 médias iguais As diferenças de médias se confirmaram entre os grupos Pequenas e Grande e Pequenas e Enormes. A diferença foi negativa. Isto quer dizer que a média de Resultados das E é 28% mais alta do que a do grupo P. Mas, não há diferença entre ser de porte M ou P, M ou G, M ou E. Significa que só um orçamento anual Pequeno (abaixo de R$99000,00) compromete sua pontuação média. 6. Médias de GS (Gestão Social) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico P 23 126,33636 5,493 0,9970695 Entre grupos 1,7086 3 0,5695458 0,7729148 0,5126203 2,7217834 M 27 149,72727 5,545 0,8474253 Dentro dos grupos 57,477 78 0,7368804 G 20 114,36364 5,718 0,4427142 E 12 70,89899 5,908 0,4633193 Total 59,185 81 F baixo e p-valor maior do que 5% indica: ACEITO Ho. O porte NÃO influi na pontuação GS, PORTANTO AS médias sejam consideradas iguais nos 4 grupos de porte. R2 = 0,028869283 signifiica que o porte da ONG explica em 2% a variância da sua média de Governança. 209 7. Médias de GEIA (Gestão, Educação e Impacto Ambiental) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico P 26 130,94594 5,036 0,741568 Entre grupos 0,3505 3 0,1168493 0,1391931 0,9362769 2,7173428 M 27 138,07051 5,114 0,9918847 Dentro dos grupos 67,998 81 0,8394765 G 20 103,94231 5,197 0,4719838 E 12 60,411538 5,034 1,3365182 Total 68,348 84 F baixo e p-valor maior do que 5% indica: ACEITO Ho. O porte NÃO influi na pontuação GEIA, PORTANTO AS médias sejam consideradas iguais nos 4 grupos de porte. R2 = 0,005128858 signifiica que o porte da ONG explica em 0,5% a variância da sua média de Governança. ANOVA para Área DE ATUAÇÃO 1. Médias de Y (Média Global) Ho: x Ha: µMA = µE = mdc alguma das igualdades não o é. Anova: fator único ANOVA RESUMO Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl Grupo MA 22 110,12474 5,006 0,5084521 Entre grupos 1,6689 E 38 199,41186 5,248 0,4019236 Dentro dos grupos 69,42 DC 27 133,51324 4,945 1,6873613 Total 71,089 R2= 0,023475996 Não rejeito Ho. A área de atuação não influencia a pontuação de Y. MQ F valor-P F crítico 2 0,8344419 1,0096954 0,3687082 3,1051566 84 0,8264293 2. Médias de G (Governança) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MA 22 116,00124 5,273 0,8920568 Entre grupos 3,3511 E 38 211,44561 5,564 0,7366724 Dentro dos grupos 106,91 DC 27 138,14135 5,116 2,3429403 R2= 0,030393078 110,26 Total Não rejeito Ho. A área de atuação não influencia a pontuação de G. MQ F valor-P F crítico 2 1,6755338 1,3165224 0,2735393 3,1051566 84 1,2726967 3. Médias de I (Inovação) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MA 22 108,23693 4,92 0,8499106 Entre grupos 1,2759 E 38 195,88639 5,155 1,0768184 Dentro dos grupos 107,41 DC 27 132,40426 4,904 1,9122425 Não rejeito Ho. A área de atuação não influencia a pontuação de Total I. 108,68 R2= 0,011739027 MQ F valor-P F crítico 2 0,6379255 0,4988957 0,6089885 3,1051566 84 1,2786751 4. Médias de R (Resultados) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MA 22 93,322727 4,242 2,025238 Entre grupos 4,0193 184,57 E 38 180,94949 4,762 1,5106436 Dentro dos grupos DC 27 120,27273 4,455 3,3134139 Não rejeito Ho. A área de atuação não influencia a pontuação de Total R. 188,59 R2= 0,021312382 MQ F valor-P F crítico 2 2,0096715 0,9146126 0,4046243 3,1051566 84 2,1972925 86 86 86 86 210 4. Médias de GIEF (Gestão e Impacto Econômico Financeiro) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MA 22 93,037587 4,229 2,003614 Entre grupos 1,0507 187,15 E 38 169,96426 4,473 1,9932584 Dentro dos grupos DC 27 115,39744 4,274 2,7430574 Total Não rejeito Ho. A área de atuação não influencia a pontuação de GEIF. 188,2 R2= 0,005583085 5. Médias de GS (Gestão Social) Anova: fator único RESUMO ANOVA Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação SQ gl MA 22 116,23535 5,283 2,406497 Entre grupos 0,609 E 38 204,81818 5,39 2,1281697 Dentro dos grupos 207,74 DC 27 140,27273 5,195 3,017612 Total Não rejeito Ho. A área de atuação não influencia a pontuação de GS. 208,35 R2= 0,002922945 6. Médias de GEIA (Gestão, Educação e Impacto Ambiental) Anova: fator único RESUMO ANOVA SQ gl Grupo Contagem Soma Média Variância Fonte da variação MA 22 117,16795 5,326 1,1699172 Entre grupos 4,6812 E 38 182,18846 4,794 1,3963815 Dentro dos grupos 91,144 DC 26 134,99679 5,192 0,5963959 Total Não rejeito Ho. A área de atuação não influencia a pontuação de GS. 95,825 R2= 0,048851083 2 84 MQ F valor-P F crítico 0,525359 0,2358061 0,790455 3,1051566 2,227928 86 MQ F valor-P F crítico 2 0,3044914 0,1231236 0,8843137 3,1051566 84 2,4730551 86 MQ F valor-P F crítico 2 2,3405885 2,1314432 0,1251162 3,1065071 83 1,0981238 85 211 APÊNDICE I - Análises Fatoriais Análises Fatoriais dos Critérios com base nos seus Indicadores internos Governança Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 84 cases used 3 cases contain missing values Variable G1 G2 G3 G4 G5 Factor1 0,798 0,762 0,788 0,668 0,619 Factor2 -0,081 0,028 -0,048 -0,522 0,695 Communality 0,643 0,582 0,623 0,719 0,866 Variance % Var 2,6676 0,534 0,7649 0,153 3,4324 0,686 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable G1 G2 G3 G4 G5 Factor1 0,710 0,620 0,683 0,845 0,132 Factor2 0,373 0,445 0,396 -0,065 0,921 Communality 0,643 0,582 0,623 0,719 0,866 Variance % Var 2,0856 0,417 1,3468 0,269 3,4324 0,686 Factor Score Coefficients Factor1 0,308 0,218 0,281 0,586 -0,309 Factor2 0,077 0,188 0,111 -0,430 0,885 Scree Plot of G1; ...; G5 3,0 2,5 Eigenvalue Variable G1 G2 G3 G4 G5 2,0 1,5 1,0 0,5 1 2 3 Factor Number 4 5 212 Loading Plot of G1; ...; G5 1,0 G5 Second Factor 0,8 0,6 G2 G3 0,4 G1 0,2 0,0 G4 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 First Factor 0,6 0,7 0,8 0,9 Inovação Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 80 cases used 7 cases contain missing values Variable I1 I2 I3 I4 I5 I6 Factor1 0,733 0,741 0,766 0,696 0,761 0,646 Factor2 -0,462 -0,467 -0,166 0,247 0,388 0,533 Communality 0,751 0,768 0,614 0,546 0,730 0,701 Variance % Var 3,1542 0,526 0,9551 0,159 4,1093 0,685 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable I1 I2 I3 I4 I5 I6 Factor1 0,848 0,858 0,666 0,329 0,277 0,094 Factor2 0,178 0,179 0,413 0,662 0,808 0,832 Communality 0,751 0,768 0,614 0,546 0,730 0,701 Variance % Var 2,0921 0,349 2,0172 0,336 4,1093 0,685 Factor Score Coefficients Variable I1 I2 I3 I4 I5 I6 Factor1 0,503 0,509 0,295 -0,021 -0,109 -0,241 Factor2 -0,186 -0,188 0,044 0,340 0,460 0,544 213 Scree Plot of I1; ...; I6 3,5 3,0 Eigenvalue 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 1 2 3 4 Factor Number 5 6 Loading Plot of I1; ...; I6 0,9 I6 I5 0,8 Second Factor 0,7 I4 0,6 0,5 I3 0,4 0,3 I1I2 0,2 0,1 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 First Factor 0,6 0,7 0,8 0,9 Resultados Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 80 cases used 7 cases contain missing values Variable R1 R2 R3 Factor1 0,834 0,856 0,641 Factor2 -0,344 -0,239 0,766 Communality 0,813 0,789 0,997 Variance % Var 1,8379 0,613 0,7621 0,254 2,5999 0,867 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable R1 R2 R3 Factor1 0,895 0,862 0,179 Factor2 0,113 0,215 0,983 Communality 0,813 0,789 0,997 Variance % Var 1,5753 0,525 1,0246 0,342 2,5999 0,867 Factor Score Coefficients Variable R1 R2 R3 Factor1 0,617 0,560 -0,194 Factor2 -0,168 -0,043 1,046 214 Scree Plot of R1; ...; R3 2,00 1,75 Eigenvalue 1,50 1,25 1,00 0,75 0,50 1 2 Factor Number 3 Loading Plot of R1; ...; R3 R3 1,0 Second Factor 0,8 0,6 0,4 R2 0,2 R1 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 First Factor 0,6 0,7 0,8 0,9 Gestão e Impacto Econômico Financeiro Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 81 cases used 6 cases contain missing values Variable GIEF1 GIEF2 GIEF3 GIEF4 GIEF5 Factor1 0,771 0,760 0,714 0,612 0,677 Factor2 0,391 0,495 -0,090 -0,569 -0,392 Communality 0,747 0,823 0,517 0,699 0,612 Variance % Var 2,5148 0,503 0,8837 0,177 3,3985 0,680 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable GIEF1 GIEF2 GIEF3 GIEF4 GIEF5 Factor1 0,834 0,896 0,470 0,074 0,241 Factor2 -0,225 -0,141 -0,544 -0,833 -0,744 Communality 0,747 0,823 0,517 0,699 0,612 Variance % Var 1,7841 0,357 1,6144 0,323 3,3985 0,680 215 Factor Score Coefficients Variable GIEF1 GIEF2 GIEF3 GIEF4 GIEF5 Factor1 0,524 0,600 0,143 -0,250 -0,097 Factor2 0,124 0,214 -0,265 -0,642 -0,510 Scree Plot of GIEF1; ...; GIEF5 2,5 Eigenvalue 2,0 1,5 1,0 0,5 1 2 3 Factor Number 4 5 Loading Plot of GIEF1; ...; GIEF5 0,0 -0,1 GIEF2 GIEF1 Second Factor -0,2 -0,3 -0,4 -0,5 GIEF3 -0,6 -0,7 GIEF5 -0,8 GIEF4 -0,9 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 First Factor 0,6 0,7 0,8 0,9 Gestão Social Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 82 cases used 5 cases contain missing values Variable GS1 GS2 Factor1 0,854 0,854 Factor2 0,521 -0,521 Communality 1,000 1,000 Variance % Var 1,4576 0,729 0,5424 0,271 2,0000 1,000 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable GS1 GS2 Factor1 0,972 0,235 Factor2 -0,235 -0,972 Communality 1,000 1,000 216 Variance % Var 1,0000 0,500 1,0000 0,500 2,0000 1,000 Factor Score Coefficients Variable GS1 GS2 Factor1 1,093 -0,265 Factor2 0,265 -1,093 Scree Plot of GS1; ...; GS2 1,50 Eigenvalue 1,25 1,00 0,75 0,50 1 2 Factor Number Loading Plot of GS1; ...; GS2 0,0 GS1 Second Factor -0,2 -0,4 -0,6 -0,8 GS2 -1,0 0,0 0,2 0,4 0,6 First Factor 0,8 1,0 Gestão Educação e Impacto Ambiental Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 74 cases used 13 cases contain missing values Variable GEIA1 GEIA2 GEIA3 GEIA4 GEIA5 Factor1 0,581 0,838 0,867 0,676 0,775 Factor2 -0,726 -0,109 0,214 0,506 -0,020 Factor3 -0,316 0,014 0,111 -0,478 0,516 Factor4 0,175 -0,484 -0,095 0,199 0,325 Factor5 -0,070 0,225 -0,425 0,134 0,167 Communality 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 Variance % Var 2,8498 0,570 0,8417 0,168 0,6072 0,121 0,4192 0,084 0,2822 0,056 5,0000 1,000 217 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable GEIA1 GEIA2 GEIA3 GEIA4 GEIA5 Factor1 0,065 0,189 0,285 0,946 0,135 Factor2 -0,965 -0,230 -0,125 -0,069 -0,151 Factor3 0,133 0,230 0,299 0,128 0,917 Factor4 -0,188 -0,882 -0,298 -0,168 -0,218 Factor5 -0,106 -0,283 -0,851 -0,234 -0,266 Communality 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 Variance % Var 1,0349 0,207 1,0272 0,205 1,0178 0,204 0,9779 0,196 0,9422 0,188 5,0000 1,000 Factor3 -0,112 -0,174 -0,309 -0,044 1,257 Factor4 0,245 -1,368 0,332 0,131 0,182 Factor5 0,033 0,348 -1,494 0,328 0,349 Factor Score Coefficients Factor2 -1,104 0,197 0,039 0,012 0,097 Scree Plot of GEIA1; ...; GEIA5 3,0 2,5 2,0 Eigenvalue Factor1 -0,013 -0,119 -0,266 1,168 -0,045 1,5 1,0 0,5 0,0 1 2 3 Factor Number 4 5 Loading Plot of GEIA1; ...; GEIA5 0,0 GEIA4 GEIA3 GEIA5 GEIA2 -0,2 Second Factor Variable GEIA1 GEIA2 GEIA3 GEIA4 GEIA5 -0,4 -0,6 -0,8 GEIA1 -1,0 0,0 0,2 0,4 0,6 First Factor 0,8 1,0 218 Análises Fatoriais dos Indicadores com base nas Questões Governança Factor Analysis: Q01; Q02; Q03; Q04; Q05; Q06; Q07; Q08; Q09; Q10; Q11; Q12; Q1 Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 72 cases used 15 cases contain missing values Variable Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20 Q21 Factor1 0,659 0,791 0,795 0,811 0,696 0,823 0,788 0,682 0,764 0,549 0,662 0,573 0,666 0,676 0,530 0,705 0,451 0,468 0,450 0,360 0,516 Factor2 0,583 0,214 0,426 0,454 0,325 0,224 0,319 -0,241 -0,133 -0,550 -0,413 0,065 0,102 -0,375 -0,101 -0,233 -0,551 -0,312 -0,521 0,159 -0,278 Factor3 0,160 0,017 0,206 0,135 0,062 0,079 0,183 -0,299 0,242 0,345 0,050 -0,252 -0,258 -0,364 -0,180 -0,404 0,331 0,005 0,409 -0,312 -0,249 Factor4 -0,032 0,070 0,134 0,001 -0,325 0,067 0,144 0,094 0,238 0,018 0,251 -0,007 -0,249 -0,036 0,061 0,217 -0,283 -0,125 -0,334 -0,646 0,139 Factor5 -0,014 0,115 -0,035 -0,031 -0,133 0,050 -0,026 -0,164 -0,195 -0,267 -0,221 0,389 0,362 -0,104 0,232 0,061 0,078 0,310 0,284 -0,492 -0,181 Communality 0,802 0,690 0,875 0,883 0,716 0,741 0,778 0,649 0,755 0,794 0,723 0,547 0,713 0,742 0,382 0,765 0,703 0,428 0,833 0,912 0,457 Variance % Var 8,9472 0,426 2,5747 0,123 1,2933 0,062 1,0423 0,050 1,0290 0,049 14,8864 0,709 Factor5 -0,300 -0,185 -0,187 -0,316 -0,568 -0,210 -0,160 -0,274 -0,058 -0,077 -0,036 -0,104 -0,335 -0,338 -0,058 -0,122 -0,117 -0,044 -0,042 -0,949 -0,173 Communality 0,802 0,690 0,875 0,883 0,716 0,741 0,778 0,649 0,755 0,794 0,723 0,547 0,713 0,742 0,382 0,765 0,703 0,428 0,833 0,912 0,457 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20 Q21 Factor1 0,814 0,618 0,861 0,822 0,565 0,674 0,782 0,151 0,548 0,159 0,232 0,242 0,257 -0,001 0,172 0,141 0,001 0,038 0,030 0,034 0,064 Factor2 0,012 -0,260 -0,200 -0,150 -0,057 -0,276 -0,254 -0,655 -0,548 -0,515 -0,708 -0,155 -0,073 -0,642 -0,288 -0,662 -0,168 -0,160 -0,010 -0,094 -0,606 Factor3 0,024 -0,152 -0,089 -0,081 -0,173 -0,185 -0,137 -0,159 -0,385 -0,692 -0,401 -0,077 -0,162 -0,254 -0,160 -0,093 -0,806 -0,454 -0,883 0,011 -0,134 Factor4 0,218 0,428 0,226 0,279 0,205 0,364 0,238 0,310 0,056 -0,138 0,076 0,669 0,710 0,389 0,490 0,532 0,106 0,439 0,227 -0,018 0,196 219 Variance % Var 4,4296 0,211 3,1627 0,151 2,7187 0,129 2,6345 0,125 1,9408 0,092 Factor3 0,033 0,018 0,026 0,020 -0,064 -0,000 0,013 0,107 -0,065 -0,265 -0,033 0,047 -0,020 0,053 0,022 0,162 -0,406 -0,184 -0,482 0,029 0,099 Factor4 -0,031 0,115 -0,067 -0,029 -0,063 0,046 -0,054 0,017 -0,211 -0,302 -0,167 0,408 0,411 0,091 0,259 0,214 -0,031 0,253 0,095 -0,186 -0,026 Factor5 -0,056 0,061 0,071 -0,042 -0,325 0,044 0,085 -0,085 0,124 -0,003 0,099 0,081 -0,111 -0,158 0,091 0,075 -0,065 0,054 0,007 -0,780 -0,040 Factor Score Coefficients Variable Q01 Q02 Q03 Q04 Q05 Q06 Q07 Q08 Q09 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20 Q21 Factor1 0,232 0,120 0,261 0,212 0,074 0,149 0,228 -0,086 0,170 0,043 0,034 -0,057 -0,101 -0,176 -0,050 -0,102 -0,059 -0,088 -0,047 -0,177 -0,077 Factor2 0,119 0,014 0,006 0,058 0,138 0,005 -0,020 -0,274 -0,200 -0,156 -0,311 0,084 0,191 -0,225 -0,024 -0,266 0,141 0,116 0,280 0,031 -0,287 Loading Plot of Q01; ...; Q21 0,0 -0,1 Q 01 Q 19 Q 05 Q13 Q 20 Q04 Q12 Q17Q18 Q03 Second Factor -0,2 Q02 Q 06 Q15 Q07 -0,3 -0,4 Q10 -0,5 -0,6 Q09 Q 21 Q 14 08 QQ16 Q11 -0,7 -0,8 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 First Factor 0,6 0,7 0,8 0,9 14,8864 0,709 220 Scree Plot of Q01; ...; Q21 9 8 7 Eigenvalue 6 5 4 3 2 1 0 2 4 6 8 10 12 Factor Number 14 16 18 20 221 Inovação Factor Analysis: Q22; Q23; Q24; Q25; Q26; Q27; Q28; Q29; Q30; Q31; Q32; Q33; Q3 Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 48 cases used 39 cases contain missing values Variable Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40 Q41 Q42 Factor1 0,613 0,524 0,573 0,727 0,537 0,499 0,576 0,573 0,427 0,565 0,477 0,589 0,250 0,576 0,518 0,692 0,460 0,396 0,493 0,621 0,462 Factor2 0,501 0,715 0,226 0,473 0,278 0,506 -0,009 -0,128 -0,361 -0,073 -0,005 0,286 -0,289 -0,101 -0,433 -0,267 -0,547 -0,397 -0,182 -0,361 -0,406 Factor3 -0,245 -0,151 -0,196 -0,149 0,353 0,167 0,613 0,692 -0,042 -0,002 0,085 -0,012 0,097 -0,141 -0,262 -0,030 0,220 0,264 -0,350 -0,308 -0,465 Factor4 -0,080 -0,223 0,100 0,029 -0,184 0,275 0,014 0,017 0,542 0,523 0,149 0,036 0,621 -0,144 -0,113 -0,417 -0,291 -0,395 -0,192 0,096 0,024 Factor5 0,218 -0,010 0,467 0,024 -0,136 -0,339 0,222 0,035 0,385 -0,012 -0,119 -0,051 -0,370 -0,489 0,380 0,246 -0,023 -0,153 -0,481 -0,023 -0,130 Communality 0,741 0,859 0,646 0,776 0,543 0,723 0,758 0,825 0,757 0,598 0,271 0,433 0,678 0,622 0,682 0,785 0,644 0,563 0,668 0,620 0,612 Variance % Var 6,1317 0,292 2,7422 0,131 1,8107 0,086 1,6483 0,078 1,4697 0,070 13,8026 0,657 Factor5 0,017 -0,124 0,163 0,204 0,048 0,434 0,241 0,300 0,619 0,687 0,337 0,214 0,765 0,170 0,054 -0,133 0,008 -0,102 0,086 0,338 0,227 2,2561 0,107 Communality 0,741 0,859 0,646 0,776 0,543 0,723 0,758 0,825 0,757 0,598 0,271 0,433 0,678 0,622 0,682 0,785 0,644 0,563 0,668 0,620 0,612 13,8026 0,657 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40 Q41 Q42 Variance % Var Factor1 0,816 0,903 0,582 0,811 0,455 0,600 0,230 0,098 -0,031 0,225 0,225 0,552 -0,187 0,217 0,037 0,228 -0,207 -0,140 0,146 0,102 -0,003 3,7443 0,178 Factor2 0,032 0,064 0,055 0,129 0,540 0,190 0,774 0,850 0,080 0,120 0,245 0,204 0,050 0,197 0,149 0,476 0,573 0,579 0,017 0,072 -0,105 2,7671 0,132 Factor Score Coefficients Factor3 -0,263 0,055 -0,514 -0,149 0,126 0,343 -0,153 -0,052 -0,587 -0,226 -0,076 -0,076 0,088 -0,019 -0,782 -0,615 -0,365 -0,171 -0,112 -0,523 -0,472 2,5958 0,124 Factor4 -0,071 -0,143 0,116 -0,192 -0,159 -0,147 0,156 0,022 0,145 -0,099 -0,203 -0,188 -0,217 -0,712 -0,208 -0,332 -0,374 -0,411 -0,791 -0,465 -0,571 2,4393 0,116 222 Factor1 0,246 0,278 0,170 0,220 0,092 0,141 0,007 -0,050 -0,051 0,011 0,019 0,133 -0,121 0,003 -0,021 0,021 -0,131 -0,104 -0,005 -0,024 -0,043 Factor2 -0,076 -0,033 -0,066 -0,046 0,212 0,024 0,323 0,361 -0,052 -0,047 0,046 0,014 -0,039 0,001 -0,022 0,136 0,220 0,241 -0,085 -0,086 -0,156 Factor3 -0,111 0,051 -0,252 -0,009 0,142 0,255 -0,011 0,072 -0,255 -0,025 0,046 0,032 0,148 0,132 -0,344 -0,228 -0,079 0,016 0,074 -0,155 -0,139 Factor4 0,050 -0,039 0,188 -0,013 -0,033 -0,055 0,199 0,114 0,213 0,048 -0,044 -0,029 -0,087 -0,342 0,024 -0,043 -0,110 -0,162 -0,395 -0,138 -0,230 Factor5 -0,073 -0,134 0,009 0,024 -0,048 0,204 0,047 0,081 0,290 0,324 0,129 0,045 0,419 0,014 -0,069 -0,204 -0,089 -0,139 -0,025 0,095 0,053 Loading Plot of Q22; ...; Q42 Q29 Q28 0,8 Second Factor 0,6 Q38 Q39 Q26 Q37 0,4 Q32 Q35 0,2 Q36 Q30 Q34 Q33Q27 Q25 Q31 Q41 Q40 Q24 Q22 Q23 0,0 Q42 -0,2 0,0 0,2 0,4 First Factor 0,6 0,8 1,0 Scree Plot of Q22; ...; Q42 6 5 Eigenvalue Variable Q22 Q23 Q24 Q25 Q26 Q27 Q28 Q29 Q30 Q31 Q32 Q33 Q34 Q35 Q36 Q37 Q38 Q39 Q40 Q41 Q42 4 3 2 1 0 2 4 6 8 10 12 Factor Number 14 16 18 20 223 Resultados Factor Analysis: Q43; Q44; Q45; Q46; Q47; Q48; Q49; Q50; Q51; Q52; Q53 Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 78 cases used 9 cases contain missing values Variable Q43 Q44 Q45 Q46 Q47 Q48 Q49 Q50 Q51 Q52 Q53 Factor1 0,789 0,802 0,751 0,727 0,564 0,610 0,695 0,634 0,263 0,313 0,498 Factor2 0,182 0,223 0,245 0,360 -0,293 -0,303 0,020 0,192 -0,115 -0,787 -0,556 Factor3 0,046 0,102 0,176 0,040 -0,579 -0,369 0,112 -0,189 0,672 0,238 0,129 Factor4 -0,245 -0,284 -0,330 0,123 0,006 0,391 0,196 0,412 0,531 -0,046 -0,373 Factor5 0,023 0,204 0,236 -0,056 0,295 0,274 -0,465 -0,407 0,355 -0,064 -0,289 Communality 0,717 0,827 0,820 0,678 0,828 0,829 0,751 0,811 0,942 0,781 0,796 Variance % Var 4,3485 0,395 1,4302 0,130 1,0905 0,099 1,0500 0,095 0,8593 0,078 8,7786 0,798 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable Q43 Q44 Q45 Q46 Q47 Q48 Q49 Q50 Q51 Q52 Q53 Factor1 0,728 0,841 0,866 0,539 0,213 0,065 0,229 0,103 0,074 -0,072 0,229 Factor2 -0,343 -0,218 -0,151 -0,570 -0,061 -0,252 -0,768 -0,853 -0,060 0,030 -0,146 Factor3 -0,194 -0,219 -0,143 -0,178 -0,855 -0,834 -0,065 -0,267 -0,007 -0,192 -0,081 Factor4 -0,179 -0,123 -0,114 0,080 -0,168 -0,124 -0,300 0,022 -0,065 -0,823 -0,839 Factor5 0,009 0,094 0,118 0,157 -0,140 0,227 0,116 0,034 0,964 0,247 -0,103 Communality 0,717 0,827 0,820 0,678 0,828 0,829 0,751 0,811 0,942 0,781 0,796 Variance % Var 2,4530 0,223 1,9233 0,175 1,6824 0,153 1,5861 0,144 1,1338 0,103 8,7786 0,798 Factor3 0,043 0,001 0,051 0,031 -0,629 -0,596 0,193 -0,030 0,036 -0,021 0,148 Factor4 -0,032 0,028 0,024 0,160 0,038 0,092 -0,166 0,093 0,048 -0,556 -0,594 Factor5 -0,081 0,014 0,045 0,066 -0,171 0,166 -0,015 -0,069 0,897 0,165 -0,202 Factor Score Coefficients Variable Q43 Q44 Q45 Q46 Q47 Q48 Q49 Q50 Q51 Q52 Q53 Factor1 0,310 0,419 0,465 0,135 -0,005 -0,169 -0,136 -0,240 -0,021 -0,137 0,026 Factor2 -0,008 0,144 0,195 -0,248 0,183 0,015 -0,530 -0,614 0,086 0,087 -0,026 224 Loading Plot of Q43; ...; Q53 Q52 0,0 Q51 -0,1 Q 53 -0,2 Second Factor Q47 Q45 Q44 Q48 -0,3 Q43 -0,4 -0,5 Q46 -0,6 -0,7 Q 49 -0,8 Q50 -0,9 0,0 0,2 0,4 First Factor 0,6 0,8 1,0 Scree Plot of Q43; ...; Q53 4 Eigenvalue 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 Factor Number 8 9 10 11 225 Gestão e Impacto Econômico Financeiro Factor Analysis: Q54; Q55; Q56; Q57; Q58; Q59; Q60; Q61; Q62; Q63; Q64; Q65; Q6 Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 67 cases used 20 cases contain missing values Variable Q54 Q55 Q56 Q57 Q58 Q59 Q60 Q61 Q62 Q63 Q64 Q65 Q66 Factor1 0,779 0,825 0,821 0,581 0,591 0,554 0,103 0,530 0,412 0,201 0,436 0,561 0,581 Factor2 -0,458 -0,275 -0,443 -0,279 -0,218 0,278 0,135 0,268 0,275 -0,119 0,581 0,467 0,553 Factor3 0,132 -0,106 0,026 -0,135 0,393 -0,087 -0,410 -0,573 -0,428 -0,210 0,247 0,400 0,157 Factor4 -0,118 0,122 -0,037 0,228 -0,349 -0,094 -0,792 -0,126 0,382 0,359 -0,019 0,064 0,066 Factor5 -0,088 -0,239 0,001 0,089 0,203 -0,004 0,355 -0,357 0,078 0,785 0,195 0,066 -0,109 Communality 0,855 0,839 0,873 0,493 0,714 0,401 0,950 0,825 0,581 0,844 0,628 0,701 0,684 Variance % Var 4,3005 0,331 1,7252 0,133 1,1784 0,091 1,1387 0,088 1,0438 0,080 9,3866 0,722 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable Q54 Q55 Q56 Q57 Q58 Q59 Q60 Q61 Q62 Q63 Q64 Q65 Q66 Factor1 0,907 0,756 0,886 0,529 0,676 0,219 -0,027 0,145 -0,027 0,050 -0,017 0,179 0,105 Factor2 0,112 0,129 0,102 0,032 0,354 0,422 -0,022 0,119 0,192 0,003 0,769 0,812 0,739 Factor3 -0,131 -0,478 -0,207 -0,272 0,233 -0,370 -0,103 -0,852 -0,599 0,063 -0,090 -0,068 -0,352 Factor4 0,035 0,084 0,181 0,358 0,032 0,064 0,032 -0,109 0,420 0,913 0,120 0,049 -0,029 Factor5 -0,040 0,123 -0,043 0,099 -0,276 -0,184 -0,968 -0,229 0,094 -0,066 -0,113 0,057 0,038 Communality 0,855 0,839 0,873 0,493 0,714 0,401 0,950 0,825 0,581 0,844 0,628 0,701 0,684 Variance % Var 3,0327 0,233 2,1936 0,169 1,7874 0,137 1,2143 0,093 1,1586 0,089 9,3866 0,722 Factor3 0,059 -0,217 0,011 -0,093 0,350 -0,144 -0,030 -0,576 -0,375 0,132 0,094 0,131 -0,106 Factor4 -0,088 -0,057 0,040 0,236 -0,039 -0,010 0,038 -0,186 0,323 0,821 0,078 -0,011 -0,093 Factor5 -0,006 0,152 -0,008 0,108 -0,228 -0,121 -0,847 -0,147 0,116 -0,073 -0,065 0,091 0,085 Factor Score Coefficients Variable Q54 Q55 Q56 Q57 Q58 Q59 Q60 Q61 Q62 Q63 Q64 Q65 Q66 Factor1 0,346 0,229 0,310 0,140 0,272 -0,013 -0,046 -0,064 -0,162 -0,078 -0,112 -0,019 -0,075 Factor2 -0,053 -0,090 -0,077 -0,094 0,166 0,139 -0,071 -0,114 -0,012 -0,025 0,414 0,432 0,346 226 Loading Plot of Q54; ...; Q66 0,9 Q65 0,8 Q64 Q66 Second Factor 0,7 0,6 0,5 Q59 0,4 Q58 0,3 Q62 0,2 Q55 Q61 0,1 Q60 0,0 0,0 Q54 Q56 Q57 Q63 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 First Factor 0,6 0,7 0,8 0,9 Scree Plot of Q54; ...; Q66 4 Eigenvalue 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Factor Number 9 10 11 12 13 227 Gestão Social Factor Analysis: Q67; Q68; Q69; Q70; Q71; Q72; Q73; Q74; Q75; Q76; Q77 Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 79 cases used 8 cases contain missing values Variable Q67 Q68 Q69 Q70 Q71 Q72 Q73 Q74 Q75 Q76 Q77 Factor1 0,664 0,647 0,797 0,385 0,771 0,801 0,503 0,607 0,562 0,544 0,460 Factor2 -0,288 -0,204 -0,363 0,479 -0,284 -0,329 -0,209 0,542 0,548 0,237 0,541 Factor3 0,435 0,270 -0,087 0,225 -0,182 0,072 -0,708 -0,166 0,086 0,261 -0,285 Factor4 -0,012 0,021 0,185 0,546 0,098 -0,031 -0,045 -0,138 0,153 -0,667 -0,066 Factor5 0,251 -0,463 0,101 0,203 0,291 -0,175 -0,088 -0,299 -0,264 0,199 0,339 Communality 0,776 0,747 0,818 0,768 0,803 0,786 0,808 0,799 0,717 0,905 0,705 Variance % Var 4,3238 0,393 1,6626 0,151 1,0436 0,095 0,8369 0,076 0,7652 0,070 8,6323 0,785 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable Q67 Q68 Q69 Q70 Q71 Q72 Q73 Q74 Q75 Q76 Q77 Factor1 0,771 0,273 0,684 0,268 0,691 0,512 0,108 -0,194 -0,063 0,218 0,070 Factor2 0,067 0,095 0,136 0,824 0,142 0,037 -0,031 0,529 0,692 0,037 0,540 Factor3 0,076 -0,093 -0,460 0,124 -0,514 -0,337 -0,881 -0,357 -0,103 0,025 -0,361 Factor4 -0,314 -0,803 -0,345 0,008 -0,138 -0,612 -0,131 -0,367 -0,393 -0,142 0,248 Factor5 -0,271 -0,102 -0,033 0,035 -0,148 -0,187 -0,036 -0,469 -0,262 -0,914 -0,465 Communality 0,776 0,747 0,818 0,768 0,803 0,786 0,808 0,799 0,717 0,905 0,705 Variance % Var 2,0533 0,187 1,7864 0,162 1,6650 0,151 1,6441 0,149 1,4834 0,135 8,6323 0,785 Factor3 0,300 0,114 -0,171 0,224 -0,230 -0,060 -0,678 -0,184 0,046 0,183 -0,221 Factor4 0,020 -0,658 0,001 0,164 0,237 -0,333 0,041 -0,263 -0,293 0,090 0,453 Factor5 -0,131 0,095 0,173 0,297 0,037 0,010 0,077 -0,209 0,030 -0,831 -0,279 Factor Score Coefficients Variable Q67 Q68 Q69 Q70 Q71 Q72 Q73 Q74 Q75 Q76 Q77 Factor1 0,476 -0,119 0,308 0,261 0,372 0,081 -0,151 -0,393 -0,227 0,043 0,048 Factor2 -0,039 -0,039 0,033 0,633 0,017 -0,105 -0,120 0,174 0,379 -0,261 0,246 228 Loading Plot of Q67; ...; Q77 0,9 Q 70 0,8 Q 75 Second Factor 0,7 0,6 Q 77 Q 74 0,5 0,4 0,3 0,2 Q71 Q69 Q68 0,1 Q76 0,0 Q 67 Q 72 Q73 -0,2 0,0 0,2 0,4 First Factor 0,6 0,8 Scree Plot of Q67; ...; Q77 4 Eigenvalue 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 Factor Number 8 9 10 11 229 Gestão Educação e Impacto Ambiental Factor Analysis: Q78; Q79; Q80; Q81; Q82; Q83; Q84; Q85; Q86; Q87; Q88; Q89; Q9 Principal Component Factor Analysis of the Correlation Matrix Unrotated Factor Loadings and Communalities 50 cases used 37 cases contain missing values Variable Q78 Q79 Q80 Q81 Q82 Q83 Q84 Q85 Q86 Q87 Q88 Q89 Q90 Factor1 -0,092 -0,029 -0,100 0,775 0,717 0,805 0,754 0,875 0,816 0,517 0,604 0,708 0,306 Factor2 -0,863 -0,740 0,391 -0,063 -0,139 -0,179 -0,192 -0,077 0,191 -0,067 0,176 0,057 0,575 Factor3 0,138 -0,102 -0,036 0,395 0,156 -0,021 0,418 0,007 -0,285 -0,685 -0,446 -0,004 0,468 Factor4 0,145 0,580 0,789 0,058 -0,241 -0,160 0,055 -0,025 0,121 -0,052 0,126 0,176 0,239 Factor5 0,139 -0,039 0,137 -0,149 0,288 0,198 0,275 -0,322 -0,190 0,147 0,405 -0,550 0,239 Communality 0,813 0,897 0,806 0,787 0,699 0,745 0,859 0,876 0,834 0,765 0,775 0,837 0,757 Variance % Var 5,0071 0,385 1,9491 0,150 1,3552 0,104 1,1915 0,092 0,9451 0,073 10,4480 0,804 Rotated Factor Loadings and Communalities Equamax Rotation Variable Q78 Q79 Q80 Q81 Q82 Q83 Q84 Q85 Q86 Q87 Q88 Q89 Q90 Factor1 0,199 -0,064 -0,167 0,633 0,720 0,619 0,862 0,390 0,190 -0,004 0,263 0,125 0,471 Factor2 0,156 -0,092 0,017 -0,621 -0,191 -0,323 -0,284 -0,787 -0,674 -0,181 -0,087 -0,893 -0,083 Factor3 0,128 -0,038 -0,060 -0,004 -0,320 -0,468 -0,128 -0,292 -0,556 -0,843 -0,804 -0,144 0,111 Factor4 -0,825 -0,930 -0,045 -0,003 0,046 -0,031 -0,124 0,012 0,153 -0,041 0,101 0,026 0,432 Factor5 -0,226 0,132 0,879 0,028 -0,200 -0,193 0,058 -0,137 0,102 -0,140 0,206 0,050 0,574 Communality 0,813 0,897 0,806 0,787 0,699 0,745 0,859 0,876 0,834 0,765 0,775 0,837 0,757 Variance % Var 2,6095 0,201 2,5591 0,197 2,1440 0,165 1,7897 0,138 1,3457 0,104 10,4480 0,804 Factor3 0,047 -0,037 -0,085 0,215 -0,086 -0,162 0,066 0,049 -0,175 -0,506 -0,484 Factor4 -0,444 -0,567 -0,145 -0,021 0,044 -0,011 -0,086 -0,005 0,041 -0,035 0,009 Factor5 -0,056 0,221 0,684 0,029 -0,129 -0,117 0,092 -0,110 0,060 -0,087 0,177 Factor Score Coefficients Variable Q78 Q79 Q80 Q81 Q82 Q83 Q84 Q85 Q86 Q87 Q88 Factor1 0,170 -0,075 -0,066 0,187 0,341 0,222 0,427 -0,051 -0,152 -0,150 0,065 Factor2 0,110 -0,102 -0,000 -0,233 0,175 0,084 0,110 -0,363 -0,269 0,077 0,237 230 -0,226 0,301 -0,556 0,099 0,143 0,136 -0,023 0,181 0,015 0,403 Loading Plot of Q78; ...; Q90 Q78 Q80 0,00 Q90 Q88 Q79 Second Factor Q87 Q82 -0,25 Q84 Q83 -0,50 Q81 Q86 Q85 -0,75 Q89 -1,00 0,00 0,25 0,50 First Factor 0,75 1,00 Scree Plot of Q78; ...; Q90 5 4 Eigenvalue Q89 Q90 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Factor Number 9 10 11 12 13