09 Valor.pmd
Transcrição
09 Valor.pmd
Clipping Nacional de Educação Sexta-feira, 09 de Maio de 2014 Capitare Assessoria de Imprensa SHN, Quadra 2 Bloco F Edifício Executive Tower - Brasília Telefones: (61) 3547-3060 (61) 3522-6090 www.cpitare.com.br Valor Econômico 09/05/14 00 BRASIL Reitora tenta superar problemas e dar novo rumo para expansão da Unifesp Por Luciano Máximo | De São Paulo Tradicionalmente especializada na área médica, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) foi uma das que mais cresceram no projeto de expansão do ensino superior dos governos Lula e Dilma Rousseff, cujo balanço oficial contabiliza 173 novos campi universitários e 18 novas instituições. De 2006 até hoje, a Unifesp extrapolou as fronteiras de seu único campus na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, para uma nova unidade no extremo sul da capital paulista, em Santo Amaro, e campi em outras cinco cidades Santos, Diadema, São José dos Campos, Guarulhos, Osasco e Embu das Artes. Em oito anos, o número de alunos quase multiplicou por oito, saltando de 1,5 mil para 11,4 mil. O quadro de professores subiu de 500 para 1.373 docentes. A grade curricular passou de cinco cursos relacionados à saúde para oferecer 64 programas acadêmicos, de medicina a serviço social, de engenharia química a direito. Com a rápida expansão, somada a um planejamento precário, contudo, a Unifesp contraiu as dores do crescimento. As obras de infraestrutura das novas unidades atrasaram, e até hoje os alunos dos novos campi assistem a aulas em locais provisórios. Além disso, a provisão de funcionários administrativos e professores não casou com a nova demanda. As afirmações são da reitora Soraya Smaili, primeira mulher e não médica a comandar a Unifesp. Com um ano de gestão recémcompletado, Soraya diz ao Valor que está engajada na continuidade do crescimento da Unifesp, mas prioriza planejamento pormenorizado e relação afinada com o Ministério da Educação (MEC), responsável pela liberação dos recursos para a expansão universitária, uma vez que as instituições federais não gozam de autonomia orçamentária como as universidades estaduais paulistas, por exemplo. "Tudo [os problemas com atrasos de obras e falta de professores] o que aconteceu foi devido à falta de planejamento. Estou engajada em continuar a expansão, mas temos um passivo de quatro, cinco anos de um crescimento enorme mal planejado", afirma Soraya. No momento, a reitora coordena dezenas de projetos de obras viárias e construções de prédios de salas de aulas, bibliotecas e laboratórios nos vários campi da Continua Continuação Unifesp. Ela também é responsável pela criação dos campi da Unifesp na zona leste de São Paulo e em Embu das Artes, na região metropolitana, além de conduzir a abertura de novos cursos e fazer a costura por mais recursos do MEC para garantir ações de assistência estudantil e contratação de professores e funcionários. Somente as obras de infraestrutura nos campi de São Paulo, da região metropolitana, de Santos e São José dos Campos - a maior parte delas em fase de projeto executivo prontas para terem editais lançados - estão orçadas em cerca de R$ 300 milhões. O montante representa quase o triplo do orçamento de R$ 120 milhões que a Unifesp reservou para custeio e investimentos em 2014. "Nosso orçamento não é suficiente, mas o MEC tem afirmado que quando nossos recursos acabarem teremos os complementos para as obras. O que estiver licitado e contratado não vai parar", garante Soraya. "Ratificamos a manifestação da reitora quanto aos recursos complementares que por ventura se farão necessários para a infraestrutura da Unifesp", 09/05/14 confirmou em nota o ministério. Segundo a reitora, as unidades mais afetadas durante o processo de expansão da Unifesp foram Diadema e Guarulhos, ambas na Grande São Paulo. "O campus da Baixada Santista se ressentiu menos porque tem mais cursos da área da saúde, no qual tínhamos acúmulo intelectual maior. Já o projeto pedagógico de Guarulhos e Diadema foi feito de forma rápida na área de humanas e engenharia. Esses problemas vieram acoplados a uma pactuação insuficiente com o MEC", acrescenta. Pactuação é um termo usado por reitores federais na negociação com o MEC para liberação de recursos para obras de expansão e para a autorização de contratação de professores e funcionários. Segundo ela, a gestão da Unifesp à época solicitou 30 funcionários e 40 professores ao MEC para dar conta, em poucos anos, de mais de 3 mil alunos. "Houve erro na pactuação", observa a atual reitora. Procurados por meio do setor de comunicação da Unifesp, os antigos reitores não quiseram falar. Para Marinalva Silva Oliveira, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), os problemas da expansão não são exclusivos da Unifesp e têm efeito negativo sobre a qualidade acadêmica. "Atrasos nas obras e contratação insuficiente de docentes e pessoal afetam gravemente o tripé que defendemos de ensino, pesquisa e extensão. Com esses problemas, a universidade não cumpre seu papel, os professores não conseguem fazer pesquisa. A universidade vira um 'escolão', não produz conhecimento. Somos favoráveis à expansão mais harmônica", critica a sindicalista. Diógenes Souza, que se formou em letras neste ano pela Unifesp Guarulhos, lembra que estudar em meio a obras foi uma "dor de cabeça", mas aprova o padrão acadêmico da nova federal. "Fiquei satisfeito com os professores. Mas o problema mesmo era o acesso ao campus, cheguei a pegar umas DPs [teve que refazer as disciplinas] por chegar atrasado em aulas e provas. Também era complicado estudar em prédio em obra, a biblioteca tinha pouco espaço e o restaurante universitário vivia cheio", relata. Valor Econômico 09/05/14 00 BRASIL Terreno para o campus da zona leste apresenta problemas Por Luciano Máximo | De São Paulo A reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Soraya Smaili, entregou em março deste ano ao Ministério da Educação (MEC) o projeto pedagógico do futuro campus da instituição na zona leste de São Paulo. Mas o sonho de mais de 20 anos da comunidade local, uma das mais pobres da capital paulista, está ameaçado e vai demorar ainda mais para sair do papel. O terreno comprado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) no ano passado por R$ 60 milhões e doado à Unifesp está com problemas. O caso é parecido com o da USP Leste, que teve o campus interditado e as aulas suspensas por causa de contaminação do solo. A diferença é que a Unifesp Leste existe só num documento, não tem projeto arquitetônico. Na campanha de 2012, Haddad prometeu que garantiria o terreno e convenceria o governo Dilma Rousseff a bancar mais uma etapa da expansão da Unifesp. Agora, revelou a reitora, a universidade aguarda estudos técnicos para conhecer a gravidade do problema. O terreno, de 175,5 mil metros quadrados, abrigou entre 1981 e 2003 uma indústria metalúrgica que utilizava tintas, vernizes e solventes para produção de utensílios domésticos. Conforme a Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), em setembro de 2013 uma primeira análise confirmou a presença de cromo no solo e alguns metais na água subterrânea (alumínio e manganês). A prefeitura, que também acompanha o caso, destaca que o primeiro laudo técnico constatou contaminação leve. A administração Haddad vai fazer uma nova avaliação da área "com o objetivo de detalhar a dimensão da contaminação e o tempo necessário para fazer a descontaminação, eliminando qualquer risco", informou a prefeitura. Os gastos com descontaminação serão descontados dos R$ 60 milhões pagos em juízo como forma de indenizar o proprietário do terreno. Enquanto o resultado do novo laudo não sair - sequer foi iniciado -, o projeto de expansão da Unifesp para a zona leste de São Paulo fica parado. "Esperamos que seja um processo simples, pois os rastros de contaminação foram verificados apenas em uma pequena porção do terreno, onde funcionavam os galpões da metalúrgica", acredita a reitora da Unifesp. De acordo com o projeto pedagógico da Unifesp Leste, a unidade será destinada a cursos de engenharia e de políticas públicas voltados para pensar questões urbanas. O futuros campus será batizado de Instituto da Cidade. Valor Econômico 09/05/14 00 POLÍTICA Ao varejo, Dilma sinaliza contra jornada de 40h Por Letícia Casado e Bruno Peres | De São Paulo e Brasília A presidente Dilma Rousseff deu sinais ontem a cerca de 80 executivos de varejo reunidos em São Paulo de que não apoia a redução da jornada semanal de 44 horas para 40 horas. Ela também teria dito que, no atual momento, não é possível ampliar para outros setores os benefícios da desoneração da folha de pagamentos, mas que aqueles que já o desfrutam devem mantê-lo de maneira definitiva. Entre os setores que pleiteiam uma fórmula que lhes permita adotar a desoneração estão os de farmácias e de grandes supermercados, com faturamento superior a R$ 15 bilhões. Pelo cálculo atual, as grandes redes supermercadistas acabariam perdendo dinheiro se adotassem a desoneração sobre a folha. "Ela [Dilma] considera a desoneração uma conquista permanente", disse Flavio Rocha, presidente do IDV. "Mas para aumentar mais precisa de fôlego, e atualmente não é possível", disse Luiza Trajano, presidente do Magazine Luiza. Dilma participou de encontro promovido pelo Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV). Na pauta da reunião foram discutidas algumas demandas do setor. não vê sentido em uma redução dessas num momento em que o Brasil está em pleno emprego. E, portanto, onde você arrumaria mão de obra para cumprir as outras horas?", disse Siebel. Segundo ele, Dilma também ouviu com "simpatia" as demandas em relação à flexibilização da jornada de trabalho que favoreça o trabalho em tempo parcial. Segundo o diretor da Leo Madeiras, disse Hélio Siebel, a presidente "não vê sentido" em reduzir a jornada semanal. A recepção de Dilma aos temas foi positiva "e até um pouco surpreendente", disse Siebel. Para Flavio Rocha, do IDV, Dilma mostrou sensibilidade para a questão do "custo Brasil", para reinserir o Brasil no comércio mundial. "[Uma das demandas] é a preocupação com a redução das 44 horas semanais para 40. Ela [Dilma] foi explícita em dizer que Mais cedo, em Brasília, o ministro da Educação, Henrique Paim, afastou eventual conotação eleitoral no lançamento, no fim de Continua Continuação maio, da segunda fase do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), anunciada ontem por Dilma como "Pronatec 2.0". O anúncio foi feito pela manhã durante interação virtual por meio da página do Palácio do Planalto no Facebook. Na ocasião, Dilma fez nova defesa para que o programa se torne uma "política de Estado". 09/05/14 "Não sabemos ainda [a meta]. Vamos lançar um outro Pronatec, porque a pactuação do Pronatec para 2015 já começa em 2014. Então, precisamos ter o Pronatec 2.0", disse ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, o ministro da Educação. "Como eu preciso fazer a pactuação no ano anterior, porque em janeiro eu começo a ofertar vaga, todo ano eu ano eu tenho uma pactuação. Vai haver um aperfeiçoamento", A educação de jovens aliada à acrescentou. Paim afirmou que a qualificação profissional é uma criação de cursos na nova etapa do das principais bandeiras da programa para melhorar a gestão presidente para a campanha pela de microempreendedores reeleição, que terá início individuais e pequenos oficialmente em junho. Em função empresários, conforme antecipou disso, Dilma determinou ao Dilma, "é uma atenção" que o ministro que seja apresentado uma governo terá no "Pronatec 2.0". "série de aperfeiçoamentos" para o programa. A nova etapa do O Serviço Nacional de programa ainda está sendo Aprendizagem Industrial (Senai), elaborada pelo ministério, que não entidade parceira do programa, estima ainda sequer a meta do avaliou positivamente o anúncio "Pronatec 2.0". O governo trabalha feito pela presidente, apesar de com a realização de 8 milhões de ainda não ter sido chamado pelo matrículas até o fim deste ano, governo para debater a elaboração quando o governo terá aplicado um da nova fase do Pronatec. total de R$ 14 bilhões desde 2011. 09/05/14 00 PANORAMA POLÍTICO 09/05/14 00 Fux tenta acordo entre professores e estado RIO 09/05/14 00 TENDÊNCIAS & DEBATES O avanço da ciência brasileira Rogério Meneghini É incorreta a ideia de que as bolsas de graduação do Ciências sem Fronteiras são passo importante para a internacionalização da ciência O Brasil tem tido uma posição sofrível nos recentes rankings mundiais de universidades. Quando indagados, os gestores das classificações apontam como principal causa a fraca interação internacional de nossos cientistas. Embora existam outros fatores, este é apontando há tempos e que agora o governo procura atacar com o programa Ciência sem Fronteiras (CSF), sob a alçada do CNPq e Capes, órgãos do Ministério de Ciência e Tecnologia e Ministério da Educação, respectivamente. O programa prevê 101 mil bolsas de estudos no exterior no período de 2012-2015. Até fevereiro de 2014, haviam sido concedidas 49.067 bolsas. Entre as várias categorias de bolsas, a grande maioria, 81%, é do tipo "sanduíche graduação", em que alunos são selecionados para permanecerem de 12 a 18 meses em universidades estrangeiras. Durante a permanência, eles devem cumprir disciplinas de graduação relacionadas com seus cursos no Brasil e ganhar domínio de uma segunda língua. Segundo dados da Unesco, em 2011 o total de alunos de graduação no exterior era de 3,8 milhões, e o Brasil alcançava apenas 0,8% deste total. Com o CSF/graduação, esse valor aumentará significativamente. Ainda assim, o privilégio de obter uma bolsa caberá a uma proporção muito baixa do alunato brasileiro de graduação. Porém, é incontestável que os contemplados constituem uma semente importante para uma mudança cultural e profissional, pela aquisição de uma visão mais cosmopolita, significativa para um país geograficamente isolado das nações mais avançadas. Porém, é incorreta a ideia de que essas bolsas de graduação são um passo importante para a internacionalização de nossa ciência. Em primeiro lugar, é altamente improvável que, frente aos vários desafios a serem enfrentados pelos jovens, como aprendizagem de uma nova língua e de novas disciplinas, haja tempo para uma iniciação científica, que consiste de um trabalho científico efetuado sob a direção de um docente da instituição. Talvez por isso ela não seja exigida pelo CSF/graduação. Em segundo lugar, não há uma razão especial para se esperar que esses bolsistas tenham interesse superior aos dos demais concluintes da graduação em se tornar cientistas, algo em torno de 1%. Portanto, não se trata de um caminho para internacionalizar a ciência brasileira. Não é claro por que o programa ficou da alçada do CNPq e Capes, duas instituições com técnicos e infraestrutura voltados para o progresso da ciência brasileira. Há vários estudos mostrando que os programas de doutorado e pósdoutorado no exterior são, estes sim, de extraordinária importância para o avanço de nossa ciência. Em um recente levantamento de dados verificamos que, entre os 241 pesquisadores brasileiros mais destacados em biologia, química e física, segundo a Plataforma Lattes do CNPq, 213 fizeram doutorado ou pós-doutorado no exterior. Certamente, esses programas deveriam ser contemplados prioritariamente quando se visa uma maior internacionalização da ciência brasileira. Todavia, tal iniciativa não deveria prejudicar o CSF/ graduação, cuja supervisão deveria caber ao Ministério da Educação. ROGERIO MENEGHINI, 73, é professor titular aposentado de bioquímica da Universidade de São Paulo e diretor científico do programa SciELO de revistas científicas brasileiras 09/05/14 00 COTIDIANO Enem terá detector de metal para evitar celular Inscrições começam na segundafeira FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA A segurança na aplicação do Enem terá um reforço neste ano: o uso de detectores de metal portáteis nos locais de aplicação do exame. Segundo o edital do exame deste ano, agendado para os dias 8 e 9 de novembro, o participante poderá ser submetido à revista eletrônica "a qualquer momento". O objetivo é coibir o uso de celulares. No ano passado, 1.500 candidatos foram eliminados por portarem telefone, ponto eletrônico ou outro mecanismo de consulta a conteúdos externos. As inscrições para o Enem 2014 começam na segunda-feira, dia 12, e vão até dia 23. A previsão é de um aumento de 13,8% de candidatos, chegando a 8,2 milhões. A taxa de inscrição poderá ser paga até 28 de maio. Estudantes da rede pública de ensino e pessoas de família de baixa renda estão isentas da cobrança, que será no valor de R$ 35. Participantes dispensados de pagar a tarifa foram os que mais faltaram ao Enem do ano passado. A taxa de abstenção foi de 28,8%. Para evitar que isso se repita, o Inep (órgão responsável pelo exame) enviará uma mensagem ao participante que se ausentou em 2013 e se inscreveu neste ano. Segundo o presidente do Inep, ela dirá: "para que você possa estar presente no Enem, são gastos recursos públicos. Considere isso". 09/05/14 00 Dilma lançará novas vagas para ensino técnico TAI NALON DE BRASÍLIA A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem pelo Facebook que irá anunciar até o fim do mês uma nova etapa do Pronatec (programa de ensino técnico federal). De acordo com ela, o governo pretende incluir cursos de gestão de microempreendedores individuais e pequenos empresários. Dilma disse na rede social que o Pronatec "é um dos pilares da política educacional de todo e qualquer país desenvolvido". Segundo ela, o Pronatec é um dos principais legados de seu mandato na área da educação. Ela citou ainda as 6.000 creches e o Ciência sem Fronteiras, entre outros. "Temos a certeza de que chegaremos aos 8 milhões [de matrículas], se não a um pouco mais", disse ela. A Folha mostrou na semana passada que a presidente tem turbinado seus principais programas com vistas às eleições deste ano. A ideia é que a ampliação do Pronatec seja um dos principais compromissos de campanha de Dilma. COTIDIANO 09/05/14 00 Unicamp muda a redação da 1ª para a 2ª fase Vestibular DE SÃO PAULO - A redação do vestibular da Unicamp passará da primeira para a segunda fase. Outra mudança neste ano é o aumento de 48 para 90 no número de questões de múltipla escolha na primeira etapa. Segundo a universidade, o crescente número de candidatos motivou a retirada da redação da primeira fase --no último exame, quase 70 mil alunos fizeram a prova. O temor era que a qualidade da correção fosse prejudicada com o aumento de textos. COTIDIANO CORREIO BRAZILIENSE 09/05/14 OPINIÃO 00 Deixem a ortografia em paz JAIME PINSKY Do Senado, duas notícias, uma boa e outra má. A boa: parece que temos senadores preocupados com o ensino de português. A má: querem alterar outra vez nossa ortografia, agora radicalmente, com a esperança de que, com isso, alunos possam obter melhores resultados na aprendizagem da língua. Criaram até uma comissão, com o objetivo de aplicar o acordo ortográfico (o mesmo que, na prática, já está em vigor), e para fazer com que “se escreva como se fala”. Além de não ser boa, a ideia é impraticável. Fico curioso a respeito de como vai se escrever, por exemplo, aquilo que na ortografia atual é denominada Estação das Barcas (lá na Praça Mauá, no Rio de Janeiro). Para “fazer justiça” à pronúncia, deveríamos grafar “Ijtação daj Barcaj” ou Ixtação dax Barcax”? Fora do Rio, talvez “Istação”, ou ainda “Stação”, como muita gente fala, já que poucos dizem “estação”, além dos curitibanos... E como redigir o quarto mês do ano? “Abriu”, como dizem muitos brasileiros, “abril”, como diriam alguns gaúchos, ou “abrir”, como parte dos paulistas, mineiros, paranaenses e outros pronunciam? Cabe ao leitor pensar em outros exemplos. Pesquisas excelentes, feitas por linguistas sérios (Thais Cristófaro, Ataliba Castilho, Stella Maris Bortoni, entre muitos outros) têm mostrado enorme variação linguística até no chamado português culto. Qual seria, pois, o ponto de partida oral, para sua suposta reprodução em texto escrito? Obrigar todos a pronunciar as palavras de uma só maneira, ou ter uma infinidade de representações gráficas para diferentes expressões fonéticas? possamos ler com relativa facilidade (mesmo que não falemos) outras línguas como o espanhol, o francês e o italiano. Mesmo o inglês, graças ao enorme contingente de palavras de origem latina, fica mais acessível a partir de grafias semelhantes. Arrancar as raízes de nossa ortografia seria romper com importantes aspectos de nossa identidade histórica. Mas isso não é tudo. Como costuma lembrar Carlos Alberto Faraco, a língua escrita não é mero reflexo da língua falada: ambas constituem meios autônomos de manifestação do saber linguístico. A ortografia é uma representação abstrata e convencional da língua. E é fundamental que o sistema ortográfico seja estável e que, independentemente da variação na fala, haja uma única representação gráfica por palavra. Do contrário, não teríamos como reconhecer palavras que fossem escritas em outro tempo (ou até em outro espaço). Seria o caos. Temos ainda o aspecto prático, talvez o mais relevante de todos. Quando foi imposto o último acordo ortográfico (que, absurdamente, teve sua implantação oficial postergada), toda a indústria editorial movimentou-se para preparar novas edições de todo o seu acervo. Dezenas de milhares de títulos sofreram as mudanças exigidas pelo MEC e outros órgãos governamentais e privados. Gramáticas e dicionários foram refeitos; tratados foram revisados; livros infantis, alterados; manuais, reeditados. Uma nova reforma seria desastrosa, não só para as editoras, mas também para os governos, que teriam que substituir todas as bibliotecas novamente. Trata-se de muito dinheiro jogado fora, possivelmente levando à falência muitas casas editoriais importantes, promovendo gasto desnecessário de verbas públicas, tornando obsoletos bilhões de livros escolares e universitários. As línguas, patrimônios culturais da humanidade, possuem história. Elas resultam de práticas sociais que as moldaram para que aqui chegassem do jeito que são. São fatores fonológicos, morfológicos, etimológicos e de tradição cultural que fizeram com que nossa língua seja grafada do jeito que é. Línguas também têm parentesco, e nossa origem latina comum permite que E há, ainda, o aspecto da Continua Continuação 09/05/14 exclusão social. Quando uma reforma ortográfica é implantada, grande parte dos adultos se torna analfabeta, já que eles nem sempre conseguem reter e utilizar as novas regras inventadas por capricho de meia dúzia de “sábios”, ou de desavisados. A preocupação é com a qualidade do ensino? Busquem-se soluções adequadas, fazendo com que excelentes pesquisas realizadas por importantes grupos de especialistas possam chegar até as escolas brasileiras, por meio de amplo programa nacional de qualificação de professores do ensino fundamental. Se houver, de fato, intenção de melhorar o ensino no Brasil, está cheio de gente boa pronta para ajudar. CORREIO BRAZILIENSE 09/05/14 00 Colégios militares, modelos de educação “Os professores precisam ser valorizados para garantir o desenvolvimento do país.” Repetida por todos os brasileiros, desta vez a frase foi dita pela presidente Dilma Rousseff . A declaração foi feita durante a 9ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). A representante executiva do povo brasileiro não poderia ter escolhido ocasião melhor para a declaração. Basta observar a pontuação dos colégios militares que participam da competição. Em todas as edições em que o Colégio Militar de qualquer estado competiu recebeu pelo menos uma medalha de ouro. A receita é simples. O Colégio Militar tem regras, hierarquia, trata de destacar atitudes e valores de família, sociais. É um lugar no qual o patriotismo não precisa de futebol para ser estimulado. Dá responsabilidades contrabalançadas com direitos. Estimula a pesquisa, a leitura, desenvolve nos alunos a capacidade crítica em economia, história, fenômenos políticos, sociais, aprendendo para a vida e não para fazer parte de estatísticas. Dá subsídio para que os alunos tenham uma visão do que os espera em termos acadêmicos e profissionais. Estimula a atividade física e as artes. Diria o filósofo de Mondubim: “Se criança não precisasse de pai, mãe e professores, nasceria em uma árvore”. É bom lembrar que Minas foi campeã na última edição. A vida dá voltas. Se realmente deseja implementar uma educação diferente no Brasil, é melhor o governo firmar parceria com quem entende do assunto e apresenta resultados concretos. (Circe Cunha) ARI CUNHA CORREIO BRAZILIENSE 09/05/14 00 CIDADES Enem abre inscrições na segunda O exame será aplicado em 8 e 9 de novembro e terá, pela primeira vez, o uso de detectores de metais pelos fiscais a fim de coibir equipamentos eletrônicos, como os celulares. O site oficial contará com edital acessível a pessoas com deficiência visual e auditiva » Daniela Garcia » Manoela Alcântara Estudantes do ensino médio chegam a colégio da Asa Norte para fazer o Enem de 2013: valor da inscrição será o mesmo do ano passado, R$ 35 O período de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 começa nesta segunda-feira, conforme publicado hoje no Diário Oficial da União. Estudantes interessados em fazer a prova devem se inscrever até 23 deste mês pela internet, no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As provas serão aplicadas no fim de semana de 8 e 9 de novembro. Entre as novidades, está o uso de detectores de metal nos locais de aplicação dos testes. Com a nota do exame, o estudante poderá ter acesso ao ensino superior por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O critério de seleção é utilizado em 115 instituições públicas do país, entre elas a Universidade de Brasília (UnB). O Enem também é prérequisito para o acesso a programas, como o Universidade para Todos (Prouni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Ciência sem Fronteiras, e certifica a conclusão do ensino médio. Alunos da rede pública e pessoas com renda familiar de até 1,5 salário mínimo estão isentas da taxa de inscrição. Para os demais, o valor cobrado será o mesmo do ano passado, R$ 35, que pode ser pago até 28 deste mês. Inspeção Pela primeira vez no Enem, detectores de metais serão usados por fiscais de prova para verificar se o candidato está portando equipamentos eletrônicos, como celulares. “É um detector portátil, que será usado no ambiente de aplicação nos dois dias no momento em que o fiscal entender que deva ser operado”, disse ontem o diretor de gestão e planejamento do Inep, Dênio Menezes. O ministro da Educação, Henrique Paim, também explicou que qualquer candidato poderá ser submetido ao aparelho, desde que ele não apresente uma justificativa que possa impossibilitá- lo da inspeção. A expectativa é de que sejam 18 mil detectores de metais portáteis em todo país. Nesta edição, o Enem também contará com novos recursos de acessibilidade. O site do exame vai oferecer o edital em formato de leitura compatível com o Dosvox, sistema criado para pessoas com deficiência visual utilizarem o computador, e um vídeo na Língua Brasileira de Sinais (Libras), para quem tem deficiência auditiva. Diante do alto número de faltosos na prova do ano passado, o site do exame contará com uma mensagem para conscientizar os candidatos. Ao concluir o processo de inscrição, o participante que faltou no dia da aplicação da prova em edições passadas receberá um aviso do site do exame. “Essas pessoas vão receber uma mensagem que diz: para que você possa estar presente no Enem, são gastos recursos públicos. Considere isso. Estamos trabalhando naquilo que nos é facultado: ser proativo de forma educativa”, disse Soares. No evento de divulgação do edital de 2014, o ministro Paim também garantiu que não haverá mudanças nos atuais filtros de correção das redações. Desde o ano passado, foi imposta a presença de um terceiro corretor quando a nota dada pelos dois anteriores diferir em ao menos 100 pontos. Segundo ele, Continua Continuação o MEC tem investido no aprimoramento dos itens de correção e na capacitação dos corretores. Três maneiras Desde abril do ano passado, a UnB optou por substituir o vestibular tradicional do início do ano pelo método que leva em conta as notas no Enem. As oportunidades do primeiro semestre são divididas entre os aprovados no certame e os concorrentes do Programa de Avaliação Seriada (PAS). No meio do ano, a prova tradicional está mantida. Na UnB, os candidatos podem participar do Enem de três maneiras: por ampla concorrência, pelas cotas sociais ou raciais. Em 2015, quando os inscritos no Enem 2014 deverão realizar a inscrição no Sisu, 37,5% das oportunidades serão para alunos de escolas públicas, pretos, pardos, indígenas e de baixa renda. O percentual é definido pela Lei Federal nº 12.711 e, em 2016, aumentará para 50%. Além dessas oportunidades, a instituição brasiliense mantém uma política afirmativa para a inclusão de negros no ensino superior. Ao todo são 5% das reservas para esse público. 09/05/14 Cronograma do Enem 2014 Início das inscrições 12 de maio Término das inscrições Às 23h59 de 23 de maio Pagamento das inscrições Até 28 de maio Data das provas 8 de novembro – sábado (das 13h às 17h30): » Ciências humanas » Ciências da natureza 9 de novembro – domingo (das 13h às 18h30): » Linguagens » Códigos e suas tecnologias » Matemática » Redação Abertura dos portões: às 12h Horários para sabatistas, que preservam o horário diurno do sábado, por motivo de religião Início das provas: às 19h Abertura dos portões: às 12h CORREIO BRAZILIENSE 09/05/14 CIDADES 00 Intercâmbio com mexicanos » ANA PAULA LISBOA Jovens mexicanos em meio aos colegas do DF: brasilienses embarcam para o país norteamericano em setembro Os últimos 10 dias foram de amadurecimento, choque cultural e passeio para 16 estudantes mexicanos de 12 e 13 anos. Acompanhados por um coordenador e um professor de português, o grupo dos Centros Educativos Cualli esteve em Brasília para um intercâmbio no Colégio do Sol, no Lago Norte. Em Brasília, ficaram hospedados na casa de alunos brasileiros, frequentaram a escola, visitaram pontos turísticos e marcaram presença na Embaixada do México, fizeram amigos e praticaram o português. As crianças do país norte-americano embarcaram de volta para a terra natal ontem. Em setembro, será a vez de uma turma de Brasília passar uma temporada em Culiacán. A experiência foi importante também para os alunos do Distrito Federal. “Foi uma imersão cultural, de língua, de culinária para brasileiros e para mexicanos. É uma vivência inesquecível, que abre a cabeça e que vai ficar para a vida toda. Os mexicanos, por exemplo, ficaram chocados com o fato de algumas crianças brasileiras terem piercing ou tatuagem”, conta a diretora Adryana Leony. A adaptação não foi problema. “Os alunos de fora se sentiram acolhidos porque as famílias estavam muito empenhadas e foram muito hospitaleiras. Agora, nossos alunos estão extremamente empolgados para ir ao México.” Cesar Urias, coordenador do Centros Educativos Cualli, acredita que a vivência foi muito produtiva. “Os alunos descobriram que nem tudo é como em Culiacán, passaram a ter outra visão de mundo. As viagens nos mudam e nos abrem para a vida”, diz. Ele garante que os brasileiros serão bem recebidos em setembro. “Temos o compromisso de fazer isso porque fomos muito bem acolhidos aqui”. Tacos e feijoada Tanto brasileiros quanto mexicanos têm o costume de comer feijão diariamente, mas com receitas diferentes. Para que a troca cultural fosse completa, o grupo estrangeiro preparou tacos, e o brasileiro, feijoada para um almoço diferente no Colégio do Sol. Os conteúdos das aulas de 7º e 8º anos foram alterados no tempo em que os mexicanos ficaram por aqui: todas as matérias abordaram conteúdos sobre o Brasil e Brasília para que os norteamericanos aprendessem sobre a cultura local. Como resultado, ficaram scrapbooks (livros de recortes), com impressões e descobertas de cada estudante. As famílias trocaram presentes típicos. Pimentas e doces foram alguns dos “regalos” trazidos. Débora Hadassa Torres, 11 anos, João Pedro Verdade, 12, e Isabelli Morello, 14, hospedaram Catherine Cosette Ramírez, Kenneth Campero e Andrea Martínez, 13, em suas casas. A família de João Pedro prestou atenção aos detalhes para agradar. “Lemos o perfil do Kenneth e só preparamos comidas de que ele gosta”, explica o garoto. Apesar de alguma dificuldade com a língua, as barreiras foram superadas. “Meus avós são espanhóis e conversaram com ele. A melhor parte foi o convívio. Mostrei como vivemos no Brasil e treinei o espanhol”, completa. No país da Copa, Kenneth ficou admirado por gostar mais de futebol do que João Pedro. “Eu quero jogar futebol o tempo todo e ele, não. Ele nem joga bem, mas foi muito bom vir aqui”, disse o mexicano. Os dois se divertiram em uma partida de futebol entre Cruzeiro e Atlético Paranaense no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, um dos pontos altos do passeio para Kenneth. Isabelli e Andrea começaram conversando em inglês, mas, ao fim Continua Continuação da viagem, já estavam entendendo uma a outra em espanhol e português. Elas perceberam que têm muito em comum. “Ela é minha irmã gêmea perdida. Gosta das mesmas músicas, dos mesmos livros, dos mesmos filmes e de outras coisas que eu gosto”, conta Isabelli. Andrea leva para casa lembranças como geleia, licores e miniaturas da Catedral, além de um rico aprendizado. “Brasília é uma cidade muito maior e tem muitas plantas. Minha cidade é como um deserto. Agora, consigo entender o português muito melhor.” O passeio no Parque Nacional foi o preferido de Catherine. “Foi uma experiência nova sair para outro país e conhecer a cultura brasileira. A adaptação foi difícil só no primeiro dia. Meus pais tinham preocupação em me deixar vir, mas entenderam que seria bom para mim. Vou sentir saudades daqui e da Débora”. As duas pretendem manter contato pela internet. “É raro ter uma pessoa de outro país para receber, então, toda minha família gostou. Gostei das músicas mexicanas que ela me mostrou e também do modo de falar. 09/05/14 O espanhol é muito bonito”, disse Débora. Preparativos O contato entre o Centro Educativo Cualli e o Colégio do Sol começou em outubro do ano passado. As duas instituições usam a mesma plataforma de material didático digital, a UNO Internacional. A ideia surgiu da direção da escola mexicana, depois que a disciplina português entrou na grade curricular. Em novembro, o diretor dos Centros Educativos Cualli veio a Brasília conhecer o Colégio do Sol e firmou a parceria. O fato de os estudantes brasilienses terem aulas de espanhol também contou na hora da escolha. Desde então, as duas escolas começaram a munir os alunos de conteúdo cultural e geográfico sobre os dois países e de preparação emocional para a viagem. Cada intercambista enviou um perfil com nome, telefone, e-mail, informações sobre gostos e rotina para as famílias hospedeiras. Foi assim que alunos brasileiros e mexicanos começaram a formar amizades antes de se encontrarem. Apesar de diversas reuniões, muitos pais tiveram dificuldades para deixar os filhos irem para o exterior, especialmente por conta da idade. Nesta primeira edição, por exemplo, 27 crianças mexicanas deveriam viajar, mas, de última hora, 11 desistiram. Em Brasília, todos os alunos de 7º e 8º anos foram convidados, mas a previsão é que de 10 a 15 embarquem. Agora, os brasilienses vão participar de um curso intensivo sobre o México para ficarem prontos para a viagem em setembro. Clima de deserto A cidade é a capital do estado de Sinaloa, no noroeste do México, e fica a 1,2 mil km da capital, Cidade do México. O nome vem do asteca: o termo culhuacán quer dizer lugar habitado pela tribo colhua ou lugar dos que adoram o deus Coltzin. Com 858 mil habitantes, foi fundada em 1531 e é rodeada por uma planície de montanhas e tem clima semiárido: no verão, as temperaturas podem chegar a 55 °C. CORREIO BRAZILIENSE 09/05/14 CIDADES 00 ESCOLA DA SAÚDE » Justiça derruba liminares » MARYNA LACERDA Em março, estudantes fizeram manifestação em defesa das vagas As liminares que garantiam as matrículas aos estudantes da primeira lista de aprovados no vestibular 2014 da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs) estão sendo cassadas. Pelo menos 25 pessoas recorreram à Justiça, em março, para pedir a permanência nos cursos de medicina e enfermagem da instituição. A medida foi tomada quando um erro do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe/UnB) veio à público. Mas, desde sexta-feira, no entanto, os agravos têm sido julgados pelos desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), e o resultado é a suspensão dos registros de quem não está na segunda relação de aprovados. Até agora, os beneficiados pelas liminares não foram oficialmente comunicados, mas pelo site do TJDFT é possível acompanhar o andamento dos recursos e conhecer o teor dos despachos. A cassação se baseia no argumento da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs/Escs) de que a escola superior não tem estrutura física nem corpo docente suficiente para absorver os alunos excedentes às 80 vagas oferecidas no concurso. De acordo com o despacho da desembargadora Nídia Corrêa Lima, “a decisão de primeiro grau (concessão da liminar) tem o condão de causar à agravante uma lesão grave e de difícil reparação, uma vez que não dispõe de recursos (materiais e humanos) suficientes para matricular um número superior de alunos que o previsto na cota do vestibular”, define. Dessa forma, acredita-se que todos os agravos de instrumento sigam este caminho e, portanto, deixem ter validade. A situação expõe os estudantes à insegurança de não saber até quando poderão frequentar as aulas da instituição, na avaliação de Leandro César Cotta, 32 anos, cujo nome estava na primeira lista de aprovados, mas não na segunda. “As liminares ainda estão sendo cassadas. A gente não sabe quanto tempo vai demorar para que a Justiça suspenda todas. Isso é péssimo”, reclama. Greve As atividades do primeiro semestre letivo haviam sido retomadas no início de abril, depois de quase dois meses suspensas em razão do imbróglio. Em 4 de abril, a Escs publicou o terceiro edital de convocação para matrícula e confirmou, por meio de telegrama, a vaga dos que conseguiram liminar. A reviravolta vem, inclusive, após a escola ter contratado uma docente e conseguido um cenário a mais para atender à demanda. Procurada, a diretoria da instituição não havia retornado à reportagem até o fechamento desta edição. Há a possibilidade de os alunos atingidos ou não pela confusão entrarem em greve para pressionar o governo a agir administrativamente. Uma nova proposta foi apresentada pelo grupo de estudantes prejudicados e consiste na absorção de apenas metade dos chamados excedentes neste ano. A outra metade ocuparia as vagas que seriam oferecidas no vestibular 2015. Na próxima segunda-feira, uma assembleia estudantil colocará em votação a possibilidade de paralisação na escola. Falha na correção Uma lista de 160 aprovados no concurso foi divulgada em 11 de fevereiro. Um mês depois, verificouse a falha na correção e os resultados foram revistos. Assim, 58 pessoas que apareciam como aprovadas na primeira relação foram substituídas, em 20 de março. As pessoas afetadas entraram com liminar para manter a aprovação anteriormente divulgada, sob alegação de que não podiam ser punidas por um problema causado pela banca examinadora. CORREIO BRAZILIENSE 09/05/14 CIDADES 00 RECONHECIMENTO » Alfabetizados somam 97,5% DF recebe hoje do MEC o selo de Território Livre de Analfabetismo. Mais de 96% dos brasilienses acima de 15 anos sabem ler e escrever, meta prevista para ser alcançada no país somente em 2022. %u201CÉ uma vitória da sociedade%u201D, comemorou o governador Agnelo Queiroz » AILIM CABRAL Por meio do Ensino de Jovens e Adultos, detentos do DF também são alfabetizados O Distrito Federal recebe, hoje, o selo de Território Livre de Analfabetismo, título que atesta que a unidade federativa está próxima a erradicar o problema social e educacional. O certificado, emitido pelo Ministério da Educação (MEC), eleva o DF a outro patamar nos níveis de educação nacional. De acordo com normas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o selo caracteriza a cidade, município ou estado no qual 96% ou mais da população acima de 15 anos sabem ler e escrever. O selo foi instituído no Brasil, em 1997, por iniciativa do MEC e, desde então, se tornou uma meta para todo o país em termos de educação e bem-estar social. O governador Agnelo Queiroz afirma que o selo é um dos maiores êxitos alcançados pela educação do DF. Para ele, é uma afirmação da diminuição da desigualdade social. “Essa é uma vitória da nossa sociedade, do povo, do movimento popular, do governo e da educação”, completa. Ele acrescenta ainda que o título é um estímulo para o trabalho que vem sendo desenvolvido no DF e um exemplo para o país. O Distrito Federal é a primeira unidade da Federação a receber a classificação, se tornando referência nacional no combate ao analfabetismo. O governo federal tem a meta de erradicar o analfabetismo até 2022. Brasília conseguiu atingir o índice preconizado pela Unesco em 2014. Para o secretário de Educação do Distrito Federal, Marcelo Aguiar, o selo representa o reconhecimento do MEC a todo o esforço empreendido pelo Governo do Distrito Federal (GDF) e pela sociedade civil. “É o retorno de tudo que buscamos proporcionar à nossa população. Permitimos o encontro dessas pessoas com as letras e com a leitura. O cidadão, que antes não conseguia pegar um ônibus (por não saber ler o itinerário), tem agora esse direito garantido”, diz. O secretário acrescenta ainda que o DF não só atingiu a meta necessária para a classificação, como a excedeu. De acordo com os números apurados pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), cerca de 97,5% da população do DF está alfabetizada. Para Aguiar, a obtenção do título foi possível pelos investimentos que têm sido feitos na educação, incluindo a qualificação do quadro de profissionais, projetos pedagógicos e políticas educacionais. “Para nós, é um grande orgulho e uma realização”, completa. Entusiasmado com reconhecimento do MEC, Aguiar afirma que o reconhecimento é o início de um longo processo ao fim do qual toda a população poderá manter, efetivamente, o mesmo nível educacional já alcançado pela maioria. Segundo ele, a secretaria busca desenvolver os projetos, com investimentos na Educação de Jovens e Adultos (EJA), e na criação de oportunidades para aqueles que não tiveram acesso ao estudo voltem para a escola e concluam as etapas de ensino fundamental e médio. “Não basta somente alfabetizar as pessoas, temos que garantir a continuidade dos estudos delas”, completa. A cerimônia de entrega do certificado acontece no Palácio do Buriti, às 11h. O governador Agnelo Queiroz receberá o selo de Território Livre de Analfabetismo das mãos do ministro da Educação, Henrique Paim. O governador acredita que o título é um incentivo para o trabalho que vem sendo realizado. “É um estímulo fantástico e determinante, vamos intensificar essa política até não ter nenhuma pessoa analfabeta no DF”, finaliza. JORNAL DE BRASÍLIA 09/05/14 00 DO ALTO DA TORRE JORNAL DE BRASÍLIA 09/05/14 00 BRASIL JORNAL DE BRASÍLIA 09/05/14 00 CIDADES JORNAL DE BRASÍLIA 09/05/14 00 CIDADES LIÇÃO DE CIDADANIA Eleição na escola estimula consciência Continua Continuação 09/05/14 08/05/14 CIDADES 00 Inscrições abertas para creches São 336 vagas para crianças de 0 a 5 anos em três unidades A exemplo de outros centros já entregues, a estrutura básica compreende seis blocos com diversas salas Estão abertas, até amanhã, as inscrições para o preenchimento de 336 vagas para crianças de 0 a 5 anos em três Centros de Educação da Primeira Infância (Cepi), conhecidos como creches, localizados nas quadras 107, 307 e 406 do Recanto das Emas. As inscrições podem ser feitas na Coordenação Regional de Ensino do Recanto das Emas, na quadra 203 (antiga FTB). Para se inscrever, os responsáveis pelos alunos devem apresentar o documento de identidade, CPF/MF, comprovante de residência e certidão de nascimento da criança. Na ocasião, também são exigidos alguns documentos necessários para verificar os critérios sociais em que a família se encontra. A estrutura básica dos Cepis é formada por seis blocos interligados com anfiteatro, parque infantil, sala de leitura multiuso, laboratório de informática, pátio coberto, oito salas de aula e toda a estrutura oferece acessibilidade adequada para crianças com necessidades especiais. O Governo do Distrito Federal pretende concluir e entregar à comunidade, no segundo semestre deste ano, mais um Centro de Educação da Primeira Infância na quadra e está previsto o início de outros quatro Cepis até dezembro de 2014. “Nesse primeiro semestre três unidades serão inauguradas” explica Leonardo Sampaio, Administrador Regional. CRONOGRAMA Hoje e Amanhã, 9h, às 17h Inscrições para os interessados. Critérios: alunos novos, que não estejam matriculados na rede. Alunos que estejam inscritos para outras creches poderão alterar a sua opção. Demais critérios estão previstos no manual. Segunda, 12 Digitação e compilação de resultados Terça, 13 às 9h Divulgação de resultados para a comunidade Segunda e Terça, 13 e 14 das 9h às 12 e das 14 às 17h Efetivação de matrícula JORNAL ALÔ BRASÍLIA-DF 09/05/14 00 BRASÍLIA