Artigos científicos internacio
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Artigos científicos internacio
artigos científicos internacionais de bortoli MAIS UMA VEZ A IMPLACIL DE BORTOLI FAZ HISTÓRIA Implantes e componentes protéticos com qualidade comprovada científicamente prótese Os componentes protéticos da Implacil De Bortoli estão no mesmo padrão que qualquer sistema internacional Taxa de pacientes sem qualquer tipo de problemas protéticos Implacil De Bortoli 74,8 %* Diversos estudos reunidos numa revisão sistemática internacional 66,4% ** Taxa de afrouxamento de parafusos protéticos até 5 anos: Implacil De Bortoli 2,9 %* Diversos estudos reunidos numa revisão sistemática internacional 5,3% ** cirurgia A Implacil De Bortoli é a empresa responsável pela fabricação do implante brasileiro com o maior BIC*** do mundo: 92,7%**** * G.L.Magrin e cols – Avaliação transversal retrospectiva do desempenho clínico dos parafusos protéticos do sistema Implacil De Bortoli com cinco ou mais anos em função. ImplantNews; 11-(4):Jul/Ago/2014, 514-8. ** Pjetursson BE, Thoma D, Jung R, Zwahlen M, Zembic A. A systematic review of the survival and complication rates of implantsupported fixed dental prostheses (FDPs) after a mean observation period of at least 5 years. Clin Oral Implants Res. 2012;23: Suppl 6:22-38 (doi: 10.1111/j.1600-0501.2012.02546.). ***BIC é a taxa de contato osso/implante. O maior benefício ao clínico é a obtenção da máxima osseointegração. **** Machined and sandblasted human dental implants retrieved after 5 years: A histologic and histomorphometric analysis of three cases. Giovanna Iezzi, DDS, PhD/Giovanni Vantaggiato, DDS/Jamil A. Shibli, DDS, MS, PhD/Elisabetta Fiera, DDS/Antonello Falco, DDS/ Adriano Piattelli, MD, DDS/Vittoria Perrotti, DDS, PhD Quintessence International, Volume 43, Issue 4, 287-292, April 2012 de bortoli 55 11 3342.5100 0800.779.0011 www.implacildebortoli.com.br Artigos Científicos Internacionais Índice Os efeitos combinados da osteotomia subfresada e macrogeometria na cicatrização óssea ao redor dos implantes dentários: estudo experimental R. Jimbo, N. Tovar, R.B. Anchieta, L.S. Machado, C. Marin, H.S. Teixeira, P.G.Coelho International Journal of Oral & Maxillofacial Surgery................................................................................................................................................04 Implantes dentários maquinados e jateados retirados de humanos após 5 anos: Uma análise histológica e histomorfométrica de três casos Giovanna Iezzi, Giovanni Vantaggiato, Jamil A. Shibli, Elisabetta Fiera, Antonello Falco, Adriano Piattelli, Vittoria Perrotti Quintessence International......................................................................................................................................................................................................11 Influência do nível de inserção ósseo do implante na resistência à fratura de diversos desenhos de conexão: estudo in vitro Sergio Alexandre Gehrke, Miriam Souza dos Santos Vianna, Berenice Anina Dedavid Clinical Oral Investigations.......................................................................................................................................................................................................17 Formação do biofilme de estreptococos orais em diferentes topografias de implantes dentários Pedro Paulo Cardoso Pita, José Augusto Rodrigues, Claudia Ota-Tsuzuki, Tatiane Ferreira Miato1, Elton G. Zenobio, Cristiane Gonçalves, Sergio Gehrke, Alessandra Cassoni, Jamil Awad Shibli Biofilm formation..........................................................................................................................................................................................................................23 Importância das proporções da altura da coroa dos implantes dentários na resistência à fratura de diversos desenhos de conexão:um estudo in vitro Sergio Alexandre Gehrke Clinical Implant Dentistry and Related Research.........................................................................................................................................................43 Desenhos para as conexões implante-pilar para coroas anteriores: Confiabilidade e modos de falhas Lucas S. Machado, Estevam A. Bonfante, Rodolfo B. Anchieta, Satoshi Yamaguchi, Paulo G. Coelho Implant Dentistry..........................................................................................................................................................................................................................51 Estabilidade dos implantes colocados em alvéolos frescos e alvéolos já cicatrizados: achados iniciais Sergio Alexandre Gehrke, Ulisses Tavares da Silva Neto, Paulo Henrique Orlato Rossetti, Jamil Award Shibli Clinical Oral Implants Research.............................................................................................................................................................................................57 Relação entre a energia de superfície e os resultados histológicos com diferentes superfícies de titânio Sergio Alexandre Gehrke, Vincenzo Luca Zizzari, Flavia Iaculli, Carmen Mortellaro, Stefano Tetè, Adriano Piattelli The Journal of Craniofacial Surgery....................................................................................................................................................................................74 Análise da performance clínica dos parafusos de retenção dos pilares protéticos retos e angulados – Estudo retrospectivo com 916 implantes do sistema Implacil De Bortoli Patrícia Medeiros Araújo, Guenther Schuldt Filho, Haline Renata Dalago, Mônica Abreu Pessoa Rodrigues, Nilton De Bortoli Junior, Cesar Augusto Magalhães Benfatti, Marco Aurélio Bianchini Journal of Prosthodontics.........................................................................................................................................................................................................79 Artigos Científicos 3 Int. J. Oral Maxillofac. Surg. 2014; 43: 1269–1275 http://dx.doi.org/10.1016/j.ijom.2014.03.017, available online at http://www.sciencedirect.com Research Paper Dental Implants Os efeitos combinados da osteotomia subfresada e macrogeometria na cicatrização óssea ao redor dos implantes dentários: estudo experimental R. Jimbo1, N. Tovar2, R. B. Anchieta2, L. S. Machado2, C. Marin3, H. S. Teixeira2, P. G. Coelho2 1 Department of Prosthodontics, Faculty of Odontology, Malmö University, Malmö, Sweden; 2Department of Biomaterials and Biomimetics, New York University College of Dentistry, New York, NY, USA; 3Department of Dentistry, UNIGRANRIO, Duque de Caxias, RJ, Brazil R. Jimbo, N. Tovar, R.B. Anchieta, L.S. Machado, C. Marin, H.S. Teixeira, P.G. Coelho: The combined effects of undersized drilling and implant macrogeometry on bone healing around dental implants: an experimental study. Int. J. Oral Maxillofac. Surg. 2014; 43: 1269–1275. # 2014 International Association of Oral and Maxillofacial Surgeons. Published by Elsevier Ltd. All rights reserved. Resumo. Este estudo investigou o efeito dos preparos subfresados com duas macrogeometrias diferentes de implantes. Foram formados quatro grupos experimentais:grupo 1, implante cônico com subfresagem de 3,2mm; grupo 2, implante cônico com subfresagem de 3,5mm; grupo 3, implante cilíndrico com subfresagem de 3,2mm; grupo 4, implante cilíndrico com subfresagem de 3,5mm. Os implantes foram colocados de um dos lados das mandíbulas das ovelhas (n=6). Após 3 semanas, o mesmo procedimento foi conduzido no outro lado; 3 semanas mais tarde, a eutanásia foi realizada. Todos os implantes tinham 4mm x 10mm. O torque de inserção foi registrado para todos os implantes durante a cirurgia. As amostras retiradas sofreram corte histológico e histomorfometria. Os implantes dos grupos 1 e 2 mostraram maior torque de inserção do que dos grupos 3 e 4 (p<0,001). Nenhuma diferença foi observada no contato osso-implante ou na fração da área óssea entre os grupos após 3 semanas (p>0,24 e p>0,25, respectivamente), enquanto diferenças significativas foram observadas após 6 semanas entre os grupos 1 e 2, e entre os grupos 3 e 4 (p<0,01). O preparo subfresado afetou o estabelecimento biológico da formação óssea ao redor de ambas as macrogeometrias dos implantes dentários. Diversos estudos têm sugerido a importância dos procedimentos cirúrgicos e macrogeometria dos implantes utilizados.1-3 Uma osteotomia menor que o diâmetro do implante fornece uma situação de encaixe por 0901-5027/01001269 + 07 $36.00/0 4 ajuste onde a deformação se propaga ao osso de suporte.3 Esta técnica de subfresagem supostamente comprime o osso de tal forma que os implantes atingem maior torque de inserção,4 fator relatado como uma das Palavras-chave: subfresagem, implantes cônicos, implantes cilíndricos. Accepted for publication 25 March 2014 Available online 1 May 2014 indicações para a estabilidade primária em alguns sistemas de implantes.5-7 Esta inovação cirúrgica é comumente aplicada em alguns sistemas, já que o nível de torque pode ser controlado modificando-se o protocolo # 2014 International Association of Oral and Maxillofacial Surgeons. Published by Elsevier Ltd. All rights reserved. Artigos Científicos 1270 Jimbo et al. de perfuração. Tem sido relatado que os valores do torque de inserção dos implantes colocados em sítios com tamanhos diversos mostra variação; naturalmente, o defeito com maior subinstrumentação apresentará o mais alto torque.8 Em geral, tem havido uma tendência para sítios subfresados apresentarem maior valor histomorfométrico no momento da implantação inicial, fornecendo uma forte evidência para a competência inicial biomecânica do sistema osso -implante. Entretanto, especula-se que altos níveis de torque resultem em compressão excessiva no osso, resultando em extenso remodelamento ao longo do tempo. Uma possível desvantagem que pode gerar a falha do implante é a sua compressão excessiva. Tem sido relatado que se o nível de compressão estiver além do limite teórico de escoamento, haverá fratura óssea ou osteonecrose por compressão.2,9,10 Pode-se dizer que níveis adequados de estresse são necessários para proteger o osso circundante da isquemia e reabsorção na crista óssea. O impacto da macrogeometria na estabilidade primária do implante tem sido investigado em diversos estudos.11,12 A macrogeometria dos implantes influencia a velocidade tangencial e força centrífuga durante a inserção, os níveis de deformação estática no osso e a deformação dinâmica no osso durante o carregamento funcional.1 Estudos têm sugerido que o grau e a localização da distribuição do estresse também dependem da macrogeometria e que tanto o desenho da rosca quando o desenho do corpo influenciam significativamente a estabilidade primária.13,14 Tem sido sugerido que implantes cônicos apresentam maior torque de inserção do que implantes cilíndricos.15,16 Já que o torque de inserção pode ser interpretado como um termômetro para estabilidade inicial, o desenho cônico do implante tem sido indicado pelos cirurgiões quando o torque inicial é necessário, especialmente na maxila.17 Embora a subfresagem mostre valores mais altos de torque,18 o impacto biológico desta metodologia não foi totalmente esclarecido. Na verdade, determinar o grau de subfresagem para se obter um alto torque de inserção depende da percepção da qualidade óssea feita pela cirurgião na realidade clínica.19 Além disso, diversos desenhos de implantes apresentam resultados iniciais e longitudinais diferentes e esta informação pode ser valiosa na seleção do protocolo adequado de fresagem para diversos sistemas de implantes. Assim, o objetivo deste estudo foi observar o travamento mecânico inicial do implante no osso e eventual osseointegração dos implantes cônicos e cilíndricos colocados em dois defeitos com subinstrumentação. Material e métodos Implantes Estes estudo utilizou 24 implantes cônicos e 24 cilíndricos, com 4mm de diâmetro e 10mm de comprimento (Implacil De Bortoli, São Paulo, Brasil). O implante cônico possui roscas trapezoidais progressivas e o cilíndrico roscas triangulares (Fig. 1). Todos os implantes apresentam a mesma topografia superficial, apresentando uma texturização superficial que é fabricada por um protocolo de jateamento e ataque ácido, descrito pelo fabricante. Animais e cirurgia Os experimentos foram conduzidos após aprovação pelo comitê de ética (IACUC). Seis ovelhas Finlandesas (cada uma com 70 kg) foram utilizadas neste estudo. Quatro grupos foram formados: (1) – implante cônico com subfresagem até a broca 3,2mm; (2) – implante cônico com sufresagem até a broca 3,5mm, (3) – implante cilíndrico com subfresagem até a broca 3,2mm; (4) – implante cilíndrico com subfresagem até a broca 3,5mm. Os implantes foram colocados na mandíbula. Antes da cirurgia, as mandíbulas foram raspadas sob procedimentos assépticos. Os animais foram então monitorados continuamente para o batimento cardíaco, saturação de oxigênio, temperatura, respiração, e coloração do tecido antes da raspagem completa. As áreas adjacentes relevantes também foram acessadas antes da aplicação de PVPI. O monitoramento foi então transferido para um sistema automático e o animal paramentado de forma asséptica. A anestesia foi induzida com sódio pentotal (15-20mg/kg) em solução de Normasol na veia jugular. A anestesia foi mantida com isoflurano (1,5-3%) em O2/N2O (50/50). Antes e depois da cirurgia, 500mg de Cefazolin foram administrados na veia. Durante a anestesia, a temperatura corporal foi mantida com um cobertor de água circulante colocado sob a ovelha. Os sinais vitais foram monitorados intermitentemente com eletrocardiografia, níveis de CO2 e SpO2. Dois procedimentos cirúrgicos foram realizados 3 6 semanas antes da eutanásia (nos lados esquerdo e direito, respec- Figura 1. Os implantes utilizados neste estudo; cilíndrico e cônico. Todas as inserções foram ajustadas de tal forma que a porção coronal do implante (acima da linha vermelha pontilhada) não foi colocada em contato com o osso. Artigos Científicos 5 Effects of undersized drilling on bone healing Figura 2. Gráfico descrevendo a sequência de perfuração usada para osteotomia e uma fotografia da cirurgia mostrando os implantes no momento da inserção. tivamente) através de uma incisão extra -oral de 10cm localizada na posição mais distal do masseter. Após a exposição do osso mandibular, a osteotomia foi preparada usando-se as brocas fornecidas pelo fabricante, e sequências graduais de expansão foram realizadas começandose pela broca 2,0mm. A perfuração foi realizada sob irrigação abundante com soro fisiológico e 900 rpm de rotação. Dois tipos de osteotomia foram preparados usando-se as brocas finais com diâmetros de 3,2mm e 3,5mm, respectivamente (Fig. 2). Assim, um implante de cada grupo foi aleatoriamente colocado nos sítios de proximal para distal em intervalos de 2mm (sítio 1 ao sítio 4) partindo-se dos implantes adjacentes. Os grupos dos implantes foram interpolados em função do sítio de implantação minimizando-se os vieses no estudo. Na inserção, o torque máximo de inserção foi registrado com o torquímetro digital portátil (Tohnichi, Tóquio, Japão), com célula de carga de 200Ncm usada para cada implante colocado. Já que uma rosca sem fim e uma micro-rosca estavam presentes nos implantes cilíndricos e cônicos, estes foram colocados na profundidade cervical máxima onde as roscas triangulares e trapezoidais estavam presentes (Fig. 1). Medicamentos antibióticos e anti-inflamatórios pós-cirurgia foram representados pela dose única de benzipenicilina benzatina (20.000 UI/kg) via intramuscular e cetoprofeno 1% (1mL/5kg). As ovelhas foram sacrificadas com sobredose anestésica, e as mandíbulas removidas por dissecção. O tecido mole foi removido com lâminas cirúrgicas, e a avaliação clínica inicial realizada para se determinar a estabilidade do implante. Se o implante não estivesse estável, ele seria excluído do estudo. Processamento histológico e histomorfometria Os ossos contendo os implantes foram formatados em blocos e imersos em solução e formalina tamponada 6 10% por 24 horas. Então, os blocos foram lavados em água corrente por 24 horas, e desidratados passando pelo etanol 70% até etanol 100%. Após a desidratação, as amostras foram embutidas em resina a base de metacrilato (Technovit 9100; Heraeus Kulzer GmbH, Alemanha) conforme as instruções do fabricante. Os blocos foram então seccionados em fatias (espessura de 300µm) numa cortadeira diamantada (IsoMet 2000; Buehler Ltd, Lake Bluff, IL, EUA) visando o centro do implante no seu longo eixo, e estes foram colados em lâminas acrílicas com cimento a base de acrilato; um tempo de presa de 24 horas foi dado antes do corte e polimento. Os cortes foram então reduzidos para uma espessura final de 30µm usandose uma série de lixas abrasivas (400, 600, 800, 1200, e 2400) numa politriz (MetaServ 3000, Buehler Ltd) sob ir- 1271 rigação.20 Os cortes foram corados com azul de Stevenel e observados sob microscopia óptica em aumentos 50-200x (Leica DM2500M; Leica Microsystems GmbH, Wetzlar, Alemanha) para avaliação histológica. O contato osso-implante (BIC) foi determinado em aumentos 50200x usando-se um programa de computador (Leica Application Suite, Leica Microsystems GmbH). As regiões de contato osso-implante ao longo do perímetro do implante foram subtraídas do perímetro total do implante, e os cálculos realizados para determinação do BIC. A fração de área ocupada pelo osso (BAFO) entre as roscas no osso trabecular foi determinada com 100x de aumento (Leica DM2500M) usando-se o programa de computador. As áreas ocupadas pelo osso foram subtraídas da área total entre as roscas, e os cálculos realizados para determinação do BAFO (relatado como as porcentagens da fração de área ocupada). 21 Análise estatística A análise estatística foi realizada pelo teste ANOVA medidas repetidas. A significância foi ajustada para α=0,05 e os dados apresentados como médias± intervalo de confiança 95%. Figura 3. Torque de inserção (Ncm) dos implantes cônicos e cilíndricos colocados em dois tipos de subfresagem (3,2mm e 3,5mm). Uma diminuição significativa no torque de inserção foi observada do sítio 3,2mm para o sítio 3,5mm nos implantes cônicos e cilíndricos. Os grupos 1 e 2 (implantes cônicos) apresentaram maiores torques de inserção do que os grupos 3 e 4 (cilíndricos). Artigos Científicos 1272 Jimbo et al. Resultados Observação pós-cirúrgica Nenhuma complicação ocorreu no acompanhamento. nenhum implante foi excluído do estudo em função de instabilidade clínica após a eutanásia. Torque de inserção O torque de inserção registrado para cada desenho de implante e fresagem está apresentado na Fig. 3; o torque de inserção diminuiu não significativamente (p>0,65) em função de se usar a broca 3,2mm ou 3,5mm em ambos os desenhos. Entretanto, diferenças significativas no torque de inserção foram observadas entre os desenhos cônico e cilíndrico, independente do diâmetro de perfuração do sítio (p<0,001). Observação histológica e histomorfometria A avaliação qualitativa dos cortes histológicos demostrou contato entre osso cortical/trabecular em ambos os sítios de implantação em todos os grupos (Figs. 4 e 5). Em 3 semanas, os grupos 1 e 3 apresentaram interação direta com o osso nativo, enquanto a necrose e reabsorção óssea estavam em processo na interface osso-implante (Fig. 4 A e C). Os cortes histológicos dos grupos 2 e 4 apresentaram uma câmara de cicatrização bem definida, onde uma formação substancial de matriz osteóide foi observada (Fig. 4 B e D). Em 6 semanas, osso recém-formado foi observado entre as roscas nos grupos 1 e 3 e nas mesmas regiões onde tanto o remodelamento ou a necrose óssea eram observados (Figs. 5 A e C). O osso lamelar foi observado substituindo a matriz osteóide presente nas câmaras de cicatrização dos grupos 2 e 4 (Fig. 5 B e D). A Figura 6 mostra o resumo estatístico do desenho do implante, dimensão do sítio de perfuração, e momento in vivo para o BIC e o BAFO. Um aumento geral tanto para o BIC quando para o BAFO foi observado em 3 e semanas (p<0,001 e p<0,01, respectivamente). Nenhuma diferença no BIC foi observada entre os implantes cilíndricos e cônicos colocados em sítios com diâmetros diferentes no período de 3 semanas (p>0,24). Entretanto, enquanto não houve diferenças entre os grupos 1 e 2, uma valor significativamente menor foi observado nos grupos 3 e 4 (p<0,01). Para o BAFO, nenhuma diferença foi detectada entre os grupos no período de 3 semanas (p>0,25), enquanto Figura 4. Micrografias histológicas de (A) grupo 1, (B) grupo 2, (C) grupo 3, e (D) grupo 4, após 3 semanas de cicatrização. Todos os grupos apresentaram regiões de reabsorção (indicadas pelas setas escuras), o que é uma indicação do remodelamento ativo ao redor dos implantes. Os grupos 1 e 3 apresentaram íntima interação com o osso nativo, enquanto a necrose e reabsorção óssea estiveram em processo na interface osso-implante (indicada pelas setas vermelhas). Os cortes histológicos dos grupos 2 e 4 apresentaram uma região de câmara de cicatrização bem definida (resultando da diferença entre o diâmetro da perfuração e o diâmetro do implante), onde uma formação osteóide substancial ocorria (indicada pelas cabeças de setas escuras). diferenças estatisticamente significativas foram detectadas no período de 6 semanas para ambos os implantes quando os sítios com broca 3,2mm foram comparados aos sítios com broca 3,5mm (p<0,01). Discussão Um achado importante neste estudo é que, independente do diâmetro final da instrumentação, nenhuma diferença significativa na estabilidade primária (torque de inserção) foi observada tanto para os implantes cilíndricos quanto cônicos, demonstrando estabilidade primária adequa- Artigos Científicos da. Entretanto, diferenças na cicatrização óssea foram observadas quando a maior subfresagem foi realizada. Deve-se observar que, mesmo um implante sendo cilíndrico e o outro cônico, os desenhos das roscas não eram iguais. Assim, enquanto as diferenças no modo de cicatrização e valores histomorfométricos são comentadas ao longo da discussão, os resultados discutidos não podem ser extrapolados para comparação com qualquer implante cilíndrico ou cônico. O osso é um material elástico até atingir seu limite teórico de escoamento; o efeito de relaxamento no osso dispersará o estresse inicial,1 que é uma indicação que o 7 Effects of undersized drilling on bone healing Figura 5. Micrografias histológicas de (A) grupo 1, (B) grupo 2, (C) grupo 3, e (D) grupo 4, após 6 semanas de cicatrização. Osso recém-formado foi observado entre as roscas de ambos os grupos 1 e 3 nas mesmas regiões onde tanto o remodelamento quanto a necrose óssea foram observados (indicados pelas setas). O osso lamelar foi observado substituindo a matriz osteóide presente nas câmaras de cicatrização dos grupos 2 e 4 (indicado pelas cabeças de setas). osso realmente pode suportar certo nível de compressão. Isto implica que um alto torque inicial possa fornecer melhor travamento mecânico e manter a estabilidade até que seja substituído pela estabilidade biológica. Por outro lado, fica evidente que se o tecido ósseo por danificado por compressão excessiva, fricção, ou calor, o osso circundante sofrerá osteonecrose, o que diminuiria a estabilidade do implante. O fato dos implantes cônicos fornecerem um torque de inserção maior e apresentaram uma aposição óssea geral maior é uma indicação de que este desenho de implante melhora a osseointegração. O achado dos implantes cônicos apresentarem maior valor de torque de inserção comparados aos cilíndricos é 8 consistente com o relato de Hsu et al.,22 e acredita-se que o torque elevado seja gerado pelas fendas interfaciais nas pontas das roscas dos implantes cônicos, o que também corrobora outros estudos.15,23 Além disso, implantes cônicos apresentam inserção subsequente, que é causada pelo aumento rápido no torque rotacional atribuído ao seu contato mais apertado com o osso circundante nas roscas da cauda.15 Também se sugere que o contato superficial aumentado do implante cônico aumenta a força de fricção, resultando num valor de torque maior.24 Enquanto uma diminuição pequena e não significativa no torque de inserção foi observada nos implantes cônicos e cilíndricos colocados em sítios com perfuração 3,5mm, Artigos Científicos 1273 estes valores forneceram a estabilidade inicial adequada e mudaram substancialmente o cenário de cicatrização nos implantes cônicos e cilíndricos. Neste cenário de perfuração, lacunas ou câmaras de cicatrização formaram-se ao redor do implante imediatamente após sua colocação em função das diferenças nas dimensões do diâmetro da perfuração e do diâmetro da rosca interna do implante.10,21,25 Tal configuração resultou num cenário biomecânico diferente para o osso rodear o implante no período de 3 semanas, já que quase não houve remodelamento ou reabsorção óssea ao redor dos implantes cônicos ou cilíndricos. Esta observação sugere fortemente que os níveis de deformação foram aliviados nas regiões de travamento entre a rosco do implante e o osso imediatamente após a implantação. Nas regiões das câmaras de cicatrização, independente do desenho do implante, uma formação osteóide tipo intra-membranosa ocorreu, uma característica oposta com a necrose ou remodelação extensa que ocorre ao redor dos implantes colocados nos sítios com broca 3,2mm. Assim, a diferença principal entre os implantes colocados nos sítios 3,2mm e 3,5mm foi que os eventos potencialmente capazes de diminuir a estabilidade do implante ocorreram na primeira situação, enquanto os eventos que aumentam a estabilidade do implante ocorreram na última situação no período de 3 semanas. As micrografias dos cortes histológicos no período de 3 semanas sugerem nitidamente uma cicatrização óssea clássica ao redor dos implantes, como previamente demonstrado com os implantes colocados em sítios ajustados para o diâmetro dos mesmos,6,10,12,25,26 onde há a primeira remodelação óssea substancial na região interfacial antes da nova deposição óssea que garante a osseointegração longitudinal. Logicamente, o remodelamento ósseo progressivo ocorreu com os implantes cilíndricos e cônicos colocados nos sítios 3,2mm. Entretanto, foi observado que os implantes cônicos colocados em sítios 3,2mm apresentaram menos reabsorção nos estágios iniciais do que no período de 3 semanas, onde a presença de osso necrótico na região interfacial foi evidente. Isto indica que a combinação entre o diâmetro da perfuração final e o implante cônico acelera o remodelamento ósseo. Especula-se que os implantes cônicos colocados em defeitos 3,2mm mantiveram o osso necrótico provavelmente resultando em deformação adequada. Isto teria como benefício permitir a manutenção da estabilidade inicial até que a estabilidade secundária fosse alcançada, como evidenciado pela nova formação óssea mostradas nas micrografias no período de 6 semanas. Foi sugerido por 1274 Jimbo et al. Figura 6. Resumo estatístico do desenho do implante, dimensão da perfuração, e momento in vivo para o contato osso-implante (BIC) e a fração de área óssea ocupada (BAFO). Um aumento geral no BIC e no BAFO foram observados em 3 e 6 semanas (p<0,001 e p<0,01, respectivamente). Nenhuma diferença para o BIC foi observada entre os implantes cilíndricos e cônicos colocados nas diferentes perfurações no período 3 semanas (p>0,24). Entretanto, enquanto não foram observadas diferenças entre os grupos 1 e 2, um valor significativamente menor foi observado para os grupos 3 e 4 (p<0,01). Para o BAFO, nenhuma diferença entre os grupos foi detectada no período 3 semanas (p>0,25), enquanto diferenças significantes foram detectadas no período 6 semanas para ambos os implantes quando os sítios 3,2mm foram comparados aos sítios 3,5mm (p<0,01). Halldin et al. que o osso necrótico mantido ao redor do implante resultante de uma deformação estática adequada garante maior suporte ao implante nos estágios iniciais da cicatrização óssea.1 Tal característica foi observada com os implantes cônicos de modo mais pronunciado do que nos implantes cilíndricos nos sítios 3,2mm. No período de 6 semanas in vivo, o remodelamento ósseo e a nova aposição óssea resultaram em graus adequados de osseointegração para ambos os implantes nos sítios 3,2mm, com os implantes cônicos demonstrando quantidade superior de contato. A análise histomorfométrica revelou que tanto o preenchimento ósseo e o BIC foram significativamente maiores para os implantes cônicos do que nos implantes cilíndricos, independente do diâmetro de perfuração, sugerindo osseointegração melhorada com implantes cônicos em comparação aos implantes cilíndricos. Embora os implantes cônicos colocados nos sítios 3,5mm apresentassem uma situação de menor ajuste em relação aos sítios 3,2mm, os resultados biológicos após 6 semanas in vivo foram comparáveis; isto sugere que independente do valor do torque de inserção e da via de cicatrização resultante, um tempo adequado de osseointegração foi obtido. Isto será muito proveitoso para a comunidade implantológica, já que pequenas diferenças no torque de inserção geraram padrões de cicatrização óssea completamente diferentes, e estes efeitos combinados poderiam ter um impacto no sucesso dos implantes dentários, especialmente nos casos de carregamento precoce ou imediato. Sabe-se que pela engenharia e desenho apropriado da rosca, os níveis de estabilidade primária maiores que os obtidos neste estudo poderiam ser obtidos, mesmo se estes tipos de subfresagem resultando em câmaras de cicatrização fossem aplicados. Tal cenário resultaria em implantes apresentando estabilidade primária e cicatrização otimizada com mínimo remodelamento interfacial logo na implantação, enquanto um preenchimento ósseo rápido ocorreria dentro das câmaras de cicatrização. Este mecanismo de estabilidade dual deveria ser mais investigado de tal forma que os futuros sistemas de implantes possam ter estabilidade temporal após sua colocação, e um cenário ideal independente do protocolo de carregamento usado. Este estudo investigou o efeito dos proto- Artigos Científicos colos de fresagem e dois desenhos diferentes de implantes num modelo de mandíbulas de ovelhas. Seria interessante examinar o efeito destas modificações no osso de qualidade pobre e isto deveria ser feito antes do uso clínico. Funding This study was funded by Implacil. Competing interests The authors declare no conflict of interests. Ethical approval Animal experiments were conducted with the approval of the Institutional Animal Care and Use Committee (IACUC). References 1. Halldin A, Jimbo R, Johansson CB, Wennerberg A, Jacobsson M, Albrektsson T, et al. Implant stability and bone remodeling after 3 and 13 days of implantation with an initial static strain. 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Address: Ryo Jimbo Department of Prosthodontics Faculty of Odontology Malmö University 205 06 Malmö Sweden Tel: +46 40 665 8679; Fax: +46 40 665 8503 E-mail: [email protected] Q U I N T E S S E N C E I N T E R N AT I O N A L Implantes dentários maquinados e jateados retirados de humanos após 5 anos: Uma análise histológica e histomorfométrica de três casos Giovanna Iezzi, DDS, PhD1/Giovanni Vantaggiato, DDS2/ Jamil A. Shibli, DDS, MS, PhD3/ Elisabetta Fiera, DDS2/ Antonello Falco, DDS4/Adriano Piattelli, MD, DDS5/ Vittoria Perrotti, DDS, PhD6 Objetivo: Implantes retirados de humanos apresentando uma interface osso-implante intacta possuem um papel de extrema importância em validar dados obtidos de estudos in vitro e experimentos animais. Esse estudo apresenta uma análise histológica e histomorfométrica de reações teciduais peri-implante e da interface titânio-osso em três implantes dentários maquinados e jateados após um período de carga de 5 anos. Materiais e métodos: Três implantes, com uma interface osso-implante intacta, avaliados nos Arquivos do Centro de Retirada de Implantes da Escola Odontológica da Universitade de Chieti-Pescara, Chieti, Itália. Os três implantes haviam sido colocados em um procedimento de dois estágios e carregados como parte de uma pequena restauração protética. Um implante havia sido retirado por causa de uma fratura de abutment, enquanto houve uma fratura do parafuso nos outros dois. Um implante estava na maxila (superfície jateada), e os outros dois na mandíbula (um com uma superfície maquinada e o outro jateada). Todos os implantes foram processados para histologia. Resultados: Os três implantes apresentaram osso lamelar, compacto e maduro na interface. Muitas áreas de remodelamento estavam presentes no osso peri-implante, especialmente dentro das roscas de implante. O osso sempre esteve em contato próximo com a superfície do implante. A taxa de contato osso-implante do implante maquinado foi 92.7%, enquanto os dois implantes jateados mostraram porcentagens de contato osso-implante de 85.9% e 76.6%. Conclusão: Os resultados histológicos atuais confirmam que esses implantes com diferentes superfícies mantiveram um bom nível de integração óssea por um período de carga de 5 anos, com remodelamento contínuo na interface, e mostraram altas porcentagens de contato entre osso e implante. Palavras chave: remodelamento ósseo, histologia humana, superfícies de implante, implantes dentários resgatados Os implantes dentários falham por várias implante ósseo.1 Raramente é possível ob- razões,1-7 e em alguns desses casos não é ter implantes, retirados por vários motivos, fácil obter informações sobre a interface do em que a interface com o osso mineralizado é mantida. Implantes resgatados de humanos com uma interface osso-implante intac- Pesquisador, Faculdade de Odontologia da Universidade de ta tem um papel central em validar dados Chieti-Pescara, Chieti, Itália. obtidos de estudos in vitro e experimentos 1 Clínica Particular, Lecce, Italia. animais.8 Além disso, a resposta óssea à Chefe da Clínica de Implantologia Oral e Professor Associado diferentes superfícies de implante pode do Departamento de Periodontia, Divisão de Pesquisa Dental ser avaliada por um período mais longo in 2 3 da Universidade de Guarulhos, Guarulhos, SP, Brazil. Pesquisador 4 Associado, Faculdade de vivo.8,9 Também é importante analisar se as Odontologia da Universidade de Chieti-Pescara, Chieti, Italia. Professor de Patologia Bucal e Medicina da Faculdade de 5 Odontologia da Universidade de Chieti-Pescara, Chieti, Italia. Pesquisador 6 Associado, Faculdade de Odontologia da Universidade de Chieti-Pescara, Chieti, Italia. Correspondencia: Dr Vittoria Perrotti, Via Dei Vestini 31, 66100 Chieti, Italia. Email: [email protected] VOLUME 43 • NUMBER 4 modificações das características da superfície do implante melhoram o fenômeno na interface,10 com um aumento na taxa e na extensão da formação de osso mineralizado.10 Superfícies jateadas são produzidas ao jatear o metal com diferentes tipos de agentes.11-13 Esse processo é influenciado pelo • APRIL 2012 Artigos Científicos 287 11 Q U I N T E S S E N C E I N T E R N AT I O N A L Iezzi et al número e tamanho das partículas utilizadas. O objetivo desse estudo foi analisar histo- O procedimento de jateamento serve para lógica e histomorfometricamente as reações aumentar as irregularidades da superfície do tecido peri-implantar e a interface titânio- do implante ao utilizar agentes como óxido -osso em implantes dentários de titânio jate- de alumínio (Al2O2) ou óxido de titânio (TiO2). ados e maquinados com uma interface osso- A grande variação na aparência da superfí- -implante intacta retirada após um período de cie na microscopia eletrônica de varredura 5 anos de carga. (MEV) de diferentes superfícies de implante deve-se a diferentes técnicas empregadas no procedimento de jateamento. Em estudos in vitro, as superfícies jateadas mostraram MATERIAIS E MÉTODOS. maior adesão, proliferação e diferenciação das células.14 Em estudos histológicos que compararam superfícies jateadas e modifica- Nos Arquivos do Centro de Recuperação das, maiores valores de implante-osso foram de Implantes da Escola Odontológica da encontrados em superfícies jateadas.11,13 Os Universidade de Chieti-Pescara, Chieti, Itália, procedimentos de jateamento deixam partí- três implantes resgatados (Implacil De Bortoli) culas residuais na superfície do implante, com uma interface osso-implante intacta e um e isso poderia alterar a cicatrização do histórico de carga de 5 anos foram encon- osso. Alguns pesquisadores acreditam trados. O protocolo do estudo foi aprovado que íons de alumínio poderiam afetar a pelo Comitê de Ética da Universidade de formação de osso por uma possível ação Guarulhos (UnG), São Paulo, Brasil. Os três competitiva com o cálcio, enquanto outros implantes haviam sido resgatados de três sugeriram que os dados histológicos não for- pacientes diferentes (duas mulheres e um neceram evidências para apoiar a hipótese homem, com 53, 54 e 59 anos respectivamen- que partículas residuais de óxido de alumínio te). O histórico médico de todos os pacientes na superfície do implante poderiam afetar a não foi determinado. Todos os implantes integração óssea do implante dentário de ti- foram colocados submersos em um procedi- tânio15. O padrão de crescimento ósseo em mento de dois estágios, e todos os implantes torno de superfícies ásperas jateadas tem foram carregados como parte de uma res- sido chamado de osteogênese à distância, tauração protética. Um implante foi retirado com osso crescendo do leito do hospedeiro por causa de uma fratura do abutment, e os ósseo em direção à superfície de metal.11,13 outros dois por fratura do parafuso conector. O tipo de crescimento ósseo em torno des- Um implante estava na maxila (superfície jate- sas superfícies poderia produzir uma maior ada) e os outros dois na mandíbula (um com quantidade de osso mais rapidamente na superfície lisa e o outro jateada). Um implante interface do implante.11,13 Outros tipos de tinha superfície lisa, enquanto os outros superfície têm sido relatados na literatura. dois jateada. Todos os implantes estavam Superfícies jateadas e atacadas por ácido estáveis antes da retirada, e cada um foi reti- foram obtidas com um procedimento combi- rado com um broca trefina de 5 mm. nado de jateamento (para produzir uma macrotextura) e então atacados por ácido (para Processamento da amostra produzir uma microtextura final). O jateamen- Todas as amostras foram lavadas em soro fisio- to é utilizado para atingir uma apropriada lógico solução salina e imediatamente preparadas aspereza para fixação mecânica, enquanto em uma solução de 4% de paraformaldeído o ácido para suavizar alguns picos ásperos. e 0.1% glutaraldeído em um buffer de 0.15 M Implantes jateados e atacados por ácido cacodilato a 4°C pH 7.4 para ser processado promovem maiores taxas de contato osso- para histologia. Os espécimes foram proces- -implante mais precocemente em compara- sados para obter finas seções com o Sistema ção com implantes que receberam um spray Automatizado Preciso 1 (Assing). As amostras de plasma.16 Superfícies jateadas e atacadas foram desidratadas em uma série crescente de por ácido mostraram alta propriedade de os- banhos de álcool e embebidos em resina de seocondutividade e capacidade para induzir glicolmetacrilato (Technovit 7200 VLC,Kulzer). proliferação celular.16 288 12 VOLUME 43 Artigos Científicos • NUMBER 4 • APRIL 2012 Q U I N T E S S E N C E I N T E R N AT I O N A L Iezzi et al Figura 1: Osso lamelar compacto e maduro, com poucos espaços medulares na porção apical, estava presente em torno do implante maquinado (azul de Figura 2: Osso lamelar com vários espaços medulares foi observado em torno do implante jateado (azul de toluidina e fucsina básica, mag- Figura 3: Osso maduro e compacto com pequenos espaços medulares estava presente nas porções intermediária e apical do implante jateado (azul de Após polimerização, as amostras foram sec- associado com um bloco digitalizante e cionadas, ao longo de seu eixo longitudinal, um software de histometria com capa- com um disco de diamante de alta precisão cidade de captura de imagem. (Image em 150 µm e desgastados até 30 µm com uma ProPlus 4.5, Media Cybernetics). máquina especialmente desenhada para isso. Duas lâminas foram obtidas para cada espécime. As lâminas foram coradas com fucsina básica e azul de toluidina. As lâminas foram RESULTADOS observadas em um microscópio de luz Laborlux e em um microscópio de luz polarizada. Os três implantes apresentaram osso ma- Histomorfometria duro, compacto e lamelar na interface (Fi- A histomorfometria das taxas de conta- guras 1-3). Nenhuma diferença foi encon- to osso-implante foi realizada utilizando trada no padrão do crescimento ósseo en- um microscópio de luz (Laborlux) co- tre as superfícies maquinadas e jateadas. A nectado a uma câmera de alta resolu- estrutura desse osso foi lamelar, e a lamela ção (3CCD,JVC KY- F55 B,JVC) em in- estava distribuída em várias direções. Mui- terface com um monitor (MatrixVision) tas áreas de remodelamento estavam pre- e um computador (PC Intel Pentium III sentes no osso periimplantar, especialmen- 1200MMX ,Intel). Esse sistema ótico foi VOLUME 43 • NUMBER 4 • APRIL 2012 Artigos Científicos 289 13 Q U I N T E S S E N C E I N T E R N AT I O N A L Iezzi et al Figura 4: áreas de remodelamento estavam presentes no osso peri-implantar, especialmente dentro das roscas do implante (azul de toluidina e fuc- Figura 5: Visão aumentada do implante visto na com a superfície de implante, sem falhas na interface original X 40). Figura 6: Nenhuma falha ou tecido conjuntivo presentes na interface osso implante. Osteócitos podem ser observados dentro da lacuna respectiva altamente osseocondutora sendo que osso recém formado pode ser observado em contato próximo com a superfície de implante (azul de toluidina e te dentro das roscas do implante (Fig. 4). secundários com canais Haversianos. Outras O próxi- estruturas osteônicas, em perpendiculares ao mo com a superfície de implante (Fig. 5). longo eixo de implante, foram visualizadas. Em aumentos maiores, nenhuma falha ou Muitas linhas de reversão estavam presentes tecido conjuntivo fibroso estava presente na nas áreas de remodelação óssea. Ambas as interface osso-implante (Fig. 6). Dentro de superfícies pareceram ser altamente ósseo- algumas roscas, próximo da superfície do condutoras. Grandes espaços medulares implante, foi possível ver pequenos ósteons dulares estavam presentes próximas da super- osso 290 14 Figura 7: Visão de maior aumento do implante está sempre em contato VOLUME 43 Artigos Científicos • NUMBER 4 • APRIL 2012 Q U I N T E S S E N C E I N T E R N AT I O N A L Iezzi et al fície do implante (Fig. 7). Osteócitos podem ser tra limitada de implantes humanos está vistos próximos da superfície do implante. Ne- disponível, então cada implante deve ser nhum infiltrado de células inflamatórias estava avaliado e o resultado relatado para au- presente. Nenhum cálculo, bactéria, ou decrés- mentar o conhecimento dos processos de cimo epitelial estava presente. A taxa de contato cicatrização e remodelamento da inter- osso-implante do implante maquinado foi 92.7%, face, especialmente após períodos mais enquanto os dois implantes jateados apresenta- longos de carga. Somente desta manei- ram uma porcentagem de contato osso-implante ra uma maior quantidade de implantes de 85.9% e 76.6%. retirados de humanos pode ser avaliada para corroborar os resultados de investigações in vitro e estudos experimentais em animais. Os implantes deste estudo DISCUSSÃO foram removidos não por falha na interface, então a interface de titânio-osso intacta pôde ser avaliada. Nenhuma diferença Análise de implantes dentários resgatados de foi encontrada no padrão de crescimento humanos é uma ferramenta valiosa para a ava- ósseo em volta do implante com a super- liação tanto do sucesso como da falha de im- fície maquinada e os implantes jateados, plantes.1,8 A taxa de contato osso-implante tem mesmo que o número limite de amostras sido utilizada como um indicador de sucesso de avaliadas não pode, claramente, permitir um implante dentário em diferentes momentos qualquer definição conclusiva. Osso foi de implantação, e também é útil para observar o encontrado próximo à superfície de todos comportamento do implante e do osso ao longo os 3 implantes, e na visão de maior au- do tempo. O osso avaliado estava mais madu- mento, nenhuma falha ou tecido fibroso ro e melhor organizado em volta de implantes foi encontrado na superfície. com carga, e muitas áreas de remodelamento Mesmo que estudos anteriores tenham e ósteons bem definidos estavam presentes. A relatado que superfícies jateadas apresen- carga do implante também teve um efeito sobre taram um maior contato osso-implante do a distribuição das fibras de colágeno do teci- que superfícies maquinadas, nos espéci- do ósseo.18,19 Uma estrutura do tipo Haversiano mes presentes, deve-se destacar que o em trajeto perpendicular e ao longo do longo contato osso-implante do implante maqui- eixo dos implantes foi observada em volta de nado foi maior do que de ambos os implan- implantes funcionalmente carregados por longo tes jateados. Isso é apenas uma observa- prazo.8 Nos implantes removidos por fraturas de ção empírica, e certamente nenhuma con- implante ou abutment, uma alta taxa de contato clusão pode ser tirada de um único caso. O osso e implante (em torno de 70%) estava pre- contato osso-implante em torno de todos os sente, e as fraturas usualmente ocorreram após 3 implantes foi alto, mesmo após 5 anos de alguns anos (3 ou 4).1-3 Os espécimes recupera- carga. Esse fato poderia ser explicado pela dos após períodos mais longos podem conter evidência, como relatado na literatura,20-23 importantes informações sobre a reação que um maior contato osso-implante tem sido biológica do hospedeiro e os efeitos da presen- geralmente encontrado em implantes carre- ça do implante nos processos de remodelamen- gados. Também pode ser explicado pelo fato to ósseo.8 A capacidade do osso em se manter de os 3 implantes estarem unidos e eram parte de aderido à superfície do implante colocado em uma restauração protética, então micromovi- função pode também ajudar a demonstrar a mentos deletérios na interface estavam limi- performance de micro e macroestruturas dos tados. O remodelamento ósseo, com áreas implantes dentários ao longo do tempo. Osseo- de estruturas Haversianas osteônicas e osso gênese na interface osso-implante parece ser in- recém formado, foi encontrado em volta de fluenciada por vários mecanismos. As diferentes todos os implantes. Esse remodelamento ós- superfícies de implante e designs podem afetar seo, com a eliminação das áreas de micro- uma série de eventos coordenados, incluindo fraturas presentes no osso periimplantar, e absorção de proteína, proliferação e deposição produzido por microlesões geradas, acredita- de tecido ósseo.10,16 -se ser essencial para o alto índice de suces- Devido a restrições éticas, uma amos- VOLUME 43 • NUMBER 4 so de longo prazo dos implantes dentários. • APRIL 2012 Artigos Científicos 291 15 Q U I N T E S S E N C E I N T E R N AT I O N A L Iezzi et al CONCLUSÃO 10. of implant surface coatings and composition on bone integration: A systematic review. Clin Oral Os resultados histológicos aqui apresenta- Implant Res 2009;20(suppl):185–206. dos confirmaram que esses implantes com 11. Piattelli A, Manzon L, Scarano A, Paolantonio M, diferentes superfícies mantiveram um bom Piattelli M. 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Piattelli A, Corigliano M, Scarano A, Costigliola 9. Bolind PK, Johansson CB, Becker W, Langer L, G, Paolantonio M. Immediate loading of titanium Sevetz EB Jr, Albrektsson TO. A descriptive study plasma-sprayed implants: A pilot study in monkeys. of retrieved non-threaded and threaded implant J Periodontol 1998;69:321–327. designs. Clin Oral Implant Res 2005;16:447–455. 292 16 VOLUME 43 Artigos Científicos • NUMBER 4 • APRIL 2012 Clin Oral Invest (2014) 18:715–720 DOI 10.1007/s00784-013-1039-7 ORIGINAL ARTICLE Influência do nível de inserção ósseo do implante na resistência à fratura de diversos desenhos de conexão: estudo in vitro Sergio Alexandre Gehrke,• Miriam Souza dos Santos Vianna,• Berenice Anina Dedavid Received: 11 January 2013 / Accepted: 2 July 2013 / Published online: 17 July 2013 © Springer-Verlag Berlin Heidelberg 2013 Resumo Objetivo. O objetivo deste estudo foi verificar a resistência à fadiga estática de implantes com diferentes conexões em níveis de inserção variados Material e métodos. Sessenta implantes e pilares foram usados com o menor diâmetro em cada modelo. Quatro grupos (n=15) foram criados conforme o desenho do implante e sua conexão: cilíndrico com hexágono externo 3,3mm (grupo 1), cilíndrico com hexágono interno 3,3mm (grupo 2), cônico com hexágono interno 3,5mm (grupo 3), e cônico cone Morse 3,5mm (grupo 4). Três níveis de inserção foram testados na resina, sendo 0mm ao nível da plataforma (I1), 3mm (I2), e 5mm (I3) acima da plataforma da resina. Todos os grupos foram submetidos ao carregamento quasi-estático em 300 ao eixo do implante numa máquina de testes universal. Resultados.Asmédiasderesistênciaàfraturaparaogrupo1foram 1991N (I1), 1020N (I2), e 767N (I3); para o grupo 2: 2119N (I1), 1034N (I2), e 903N (I3); para o grupo 3: 2373N (I1), 1407N (I2), e 929N (I3); e para o grupo 4: 1710N (I1), 1680N (I2), e 1182N (I3). Conclusões. A resistência ao carregamento diminui significativamente com a perda da inserção, e o desenho da conexão entre os implantes e os pilares pode mudar o desempenho e a resistência do sistema. S. A. Gehrke Department of Implantology, Catholic University of Uruguay, Montevideo, Uruguay S. A. Gehrke (*) Biotecnos—Technology and Science, Rua Dr. Bozano, 571, 97015-001 Santa Maria, RS, Brazil e-mail: [email protected] M. Souza dos Santos Vianna : B. A. Dedavid Department of Materials Engineering, Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil Relevância clínica. Quando os implantes são usados em áreas onde existe a possibilidade de perda óssea, a seleção do tipo de conexão é uma consideração importante para a longevidade do sistema. Palavras-chave: implante dentário, pilar, modo de fratura, resistência à fratura, perda óssea, tipo de conexão do implante Introdução A substituição de dentes ausentes por implantes dentários tem se tornado rotina na prática odontológica. A taxa de sucesso deste tratamento é maior que 90% e consistentemente previsível (1). Entretanto, os implantes que sustentam as próteses irão falhar em função de causas mecânicas ou biológicas (2). As observações clínicas indicam que as causas primárias de falha incluem a osseointegração incompleta, complicações nos tecidos moles adjacentes e problemas biomecânicos. Ainda, a falha nos implantes dentários está relacionada aos defeitos ou imperfeições introduzidas no desenho ou produção dos mesmos (3) que pode ser atribuída ao planejamento ou uso de dimensões inadequadas (4) para uma determinada região da maxila ou mandíbula (3,5). Uma combinação destes fatores, em conjunto com a integração inadequada nas estruturas de suporte, é considerada causa adicional de falha (6-9) e pode gerar sobrecarga do implante (10). Condições oclusais, como os hábitos parafuncionais ou forças oclusais excessivas tem sido identificadas com outras causas potenciais de fratura nos implantes (11). Finalmente, a adaptação passiva e o selamento entre o implante e o pilar são fatores que determinam o sucesso e a longevidade do sistema. O titânio tem sido usado na fabricação dos implantes em função de suas propriedades físico-químicas. Entretanto, sua rigidez quando comparada ao osso alveolar é a primeira desvantagem deste material, já que ele remove o estresse do osso e gera perda óssea e reabsorção. Este fenômeno é conhecido Artigos Científicos 17 716 Clin Oral Invest (2014) 18:715–720 como stress shielding (12). Uma implicação importante desta perda óssea é o risco de fratura no implante. Alguns casos foram relatados mostrando fratura do implante 6-7 anos após sua colocação (13). Estes fraturas foram observadas primariamente no pescoço do implante. Quando isto ocorre, o remanescente do corpo do implante fica firmemente conectado ao osso, e assim, a remoção de todo o implante fraturado envolve a remoção de osso vital, com dor subsequente experimentada pelo paciente. Numa tentativa de reduzir a frequência deste evento, as causas mecânicas de fratura são analisadas, com diversos estudos examinando os mecanismos para remoção dos implantes fraturados (14-18) e as causas destas fraturas. Um nível ósseo adequado na crista é considerado como um determinante clínico importante para o sucesso dos implantes (19). A perda do osso periimplantar da crista afetará significativamente a ancoragem biomecânica da restauração protética e possivelmente comprometerá o tratamento proposto (20) e pode ser atribuída a diversos fatores, como as forças oclusais excessivas, trauma durante o procedimento cirúrgico, inflamação/infecção, exposição do implante durante a cicatrização do tecido mole, uma fenda entre o implante e o pilar presente na grande maioria dos sistemas comercialmente disponíveis, carregamento precoce de um biomaterial ósseo não biologicamente compatível na interface, e o desenho volumoso do corpo do implante, especialmente no perfil do módulo da crista óssea (21). Além disso, quando a perda óssea vertical coincide com a câmara interna de fixação do parafuso do pilar no seu limite apical, existe um risco maior de fratura do implante (22). A hipótese verificada foi que o tipo de implante e suas conexões teriam impacto sobre a resistência à fratura do implante. O uso de um implante mais resistente à fratura seria crucial em áreas onde a perda óssea é tida como mais frequente. Assim, o objetivo deste estudo in vitro foi verificar a resistência à fadiga estática dos implantes com diferentes conexões e níveis de inserção. Material e métodos Sessenta implantes dentários e sessenta pilares foram fabricados pela mesma companhia (Implacil De Bortoli, São Paulo, Brasil) com as características descritas na Tabela 1. Quatro tipos de implantes foram usados na análise final: cilíndrico com conexão hexagonal externa Ø3,3mm (grupo 1), cilíndrico com Tabela 1. Grupos com características de cada modelo de implante 18 Grupo Conexão Diâmetro n 1 2 3 4 Hexágono externo Hexágono interno Hexágono interno Conexão Morse 3,3mm 3,3mm 3,5mm 3,5mm 15 15 15 15 conexão hexagonal interna Ø3,3mm (grupo 2), cônico com conexão hexagonal interna Ø3,5mm (grupo 3) e cônico com conexão Cone Morse Ø3,5mm (grupo 4). A Figura 1 mostra as dimensões e o aspecto dos implantes (13mm de comprimento). Os implantes-teste foram carregados com forças compressivas estáticas. A resistência à fadiga estática dos implantes dentários foi testada conforme orientações prévias; estas orientações recomendam a seleção do menor diâmetro disponível para cada modelo porque isto tem um impacto significativo na eficácia do implante e uma angulação de 30 graus com relação à carga aplicada (22). Os implantes foram embutidos em resina epóxica com o corpo do implante colocado em três níveis diferentes: (I1) nível superficial (nível I=0mm), (I2) 3mm acima do nível superficial (nível 2= 3mm), e (I3) 5mm acima do nível superficial (nível 3 = 5mm), simulando diversos níveis marginais ósseos (Fig. 2). A resina epóxica possuía módulo de elasticidade de Young similar ao do osso cortical. Para cada nível, 5 implantes por grupo foram utilizados (20 implantes por nível). Os pilares foram montados com a mesma altura final e apertados com 25Ncm, como recomendado pelo fabricante do produto, Uma hemiesfera metálica foi confeccionada e cimentada sobre o pilar (Fig. 3). De acordo com o desenho do estudo (Tabela 1), todos os grupos foram submetidos ao carregamento quase-estático até a fratura usando-se uma máquina de ensaios universal calibrada (modelo AME-5kN, Técnica Industrial Oswaldo Filizola Ltda, Guarulhos, Brasil) com capacidade de teste de 5,0kN. Os testes foram realizados no Laboratório de Testes Biomecânicos (Biotecnos, Santa Maria, Brasil). A velocidade de compressão foi de 1mm/min. Após o teste de fadiga quase-estática, as amostras fraturadas foram limpas em ultrassom com isopropanol 96% e observadas sob baixo aumento. Fotografias digitais foram realizadas com uma câmera digital (Sony H9, Tóquio, Japão) e os dados relatados de forma descritiva. As análises estatísticas foram realizadas usando-se a variância a um critério (ANOVA) para determinar as diferenças entre os quatro grupos. Resultados Os valores de resistência à fratura de todos os grupos são mostrados nas Figuras 4 e 5. Todos os quatro tipos de implantes (grupos 1-4) mostraram o menor grau de resistência no nível 1. Dentre os quatro grupos, uma perda de 3mm de inserção produziu uma redução de 37,2% na resistência, e uma perda de 5mm de inserção provocou uma redução de 53,8%. Entretanto, as diminuições mais críticas em resistência foram vistas entre os grupos. Os implantes cilíndricos com conexão hexagonal externa (grupo 1) mostraram alto nível de resistência no nível 1, com Artigos Científicos Clin Oral Invest (2014) 18:715–720 717 Figura 1. Imagem dos implantes usados no estudo: cilíndrico hexágono externo (3,3mm), cilíndrico hexágono interno (3,3mm), cônico hexágono interno (3,5mm), e cônico Cone Morse (3,5mm). média de 1.991N e apresentaram pequena deformação do hexágono sob esmagamento e fratura do pilar. No nível 2, uma pequena deformação do hexágono também foi observada; entretanto, um rompimento parcial (fissura) do corpo do implante na origem da inserção e a fratura do pilar também foram observados, com redução de 48,74% na resistência relativa ao nível 1 (F=1020N). No nível 3, a mudança no hexágono foi similar aos níveis previamente testados e um rompimento parcial do corpo do implante foi levemente mais acima do que no nível prévio. O valor médio de resistência para o nível 1 foi reduzido em 61,45% (F=767N). Os implantes cilíndricos com conexão hexagonal interna (grupo 2) mostraram alto grau de resistência no nível 1 (F=2119N), com a maior deformação observada quando o hexágono foi deslocado pela carga aplicada. No nível 2, a fratura completa do corpo do implante foi observada no nível da inserção do componente do hexágono, mostrando média de redução de 51,19% (F=1034N). No nível 3, os implantes exibiram o mesmo comportamento descrito para o nível 2, com fratura completa ocorrendo na cabeça do implante. A média resistência foi reduzida em 57,36% (F=903N) relativa ao nível 1. O maior nível de resistência no nível 1 ocorreu nos implantes cônicos hexágono interno (grupo 3), com média de resistência de 2373N. A deformação ocorreu ao longo do hexágono com fratura do pilar. No nível 2, houve uma deformação extensa no hexágono, um rompimento parcial (fissura) do corpo do implante na origem de sua inserção, e uma fratura do pilar, mostrando redução de 40,67% (F=1034N). No nível 3, houve fratura no pilar e mudanças no hexágono. Ainda, o corpo destes implantes possuía uma pequena trinca no nível correspondente ao final da câmara apical do parafuso. Uma Figura 2. Imagem mostrando os níveis ósseos examinados no estudo. Artigos Científicos 19 718 Clin Oral Invest (2014) 18:715–720 Figura 5. Média de força para romper a resistência à fadiga estática nos grupos dos implantes com diversas conexões em diversos níveis de inserção e o desvio-padrão. Figura 3. Esquema usado para compressão conforme a ISSO 14801/2007 (22). A distância entre os pontos vermelhos (alfa) mostra a extensão de compressão usada no teste. redução de 60,84% (F=929N) foi observada quando comparada ao nível 1. O quarto grupo com implantes cônicos Cone Morse exibiu resistência quase uniforme em todas as três condições. No nível 1, o corpo do implante não mostrou fratura completa, deformando apenas na porção cervical do implante, com resistência média de 1710N. No nível 2, houve uma pequena deformação na porção cervical do implante e uma fratura do pilar; entretanto, não mostrou fissura ou deformação no cor- Figura 4. Forças necessárias para ruptura conforme o nível de inserção proposto. 20 po do implante, com resistência de 1680N. No nível 3, não foram vistas mudanças adicionais na região cervical; entretanto, uma pequena fissura foi observada no corpo dos implantes, com redução de 30,87% na resistência (F=1182N). Diferenças significativas foram vistas entre os quatro grupos pelo teste ANOVA. Em todos os casos, o F crítico = 18,46106 foi maior do que o F =4,25649, como diferença para p<0,05. Dentro dos grupos 1, 2, e 3, as variações nos níveis de inserção afetaram significativamente a resistência dos implantes, com uma inserção mais alta causando diminuição significativa na resistência entre os níveis 1 e 2. A exceção foi observada no grupo 4, que não mostrou diferença entre os níveis 1 e 2 e também a menor redução entre os grupos. Discussão Implantes endósseo são amplamente usados para tratamento protético em pacientes parcial e totalmente edêntulos. Em geral, estes implantes são considerados consistentes e previsíveis, com poucas falhas (23). Em situações onde ocorre a fratura do implante, é difícil repará-lo em função das limitações técnicas e fisiológicas. As possíveis causas de fratura podem ser classificadas em três grandes categorias: (1) falha no desenho do implante ou no material usado, (2) ausência de adaptação passiva da coroa protética na infraestrutura do implante, e (3) sobrecarga em função dos hábitos parafuncionais. O tipo de tratamento também pode ser influenciado pela carga e estresse que são transmitidos ao implante pela prótese. Os resultados deste estudo demonstraram que o nível de inserção do implante pode influenciar significativamente o nível de resistência oferecido pelo implante, com uma inserção mais profunda fornecendo maior resistência às forças externas. Alguns autores (11) têm observado que a perda óssea ocorre ao redor do implante e acima do ponto de fratura, Artigos Científicos Clin Oral Invest (2014) 18:715–720 719 especialmente quando unidades são colocadas nas regiões dos molares. A reabsorção corono-apical produz alto estresse de flexão no implante pela perda de suporte ósseo. A reabsorção óssea em resposta à periimplantite geralmente se estende ao nível ósseo correspondente ao final do parafuso do pilar, onde a resistência à flexão está diminuída (24,25). Esta região está fortemente implicada à magnitude e direção do estresse que é transmitido ao implante. Estas forças são afetadas pela natureza dos dentes antagonistas, força de mordida, número de implantes disponíveis para suportar a carga, e a estrutura da prótese em relação à posição do implante (1). Aqui, nós examinamos a resistência à fadiga estática dos implantes com diversas conexões e diferentes níveis de inserção encontrando-se diferenças entre os tipos de conexão. Para conduzir este estudo conforme a ISSO 14801:2007 (22), o menor diâmetro de cada implante foi usado numa inclinação 30 graus. O diâmetro do implante relativo à dimensão óssea é crítico para um tratamento bem sucedido. A força de mordida exercida por adultos nas regiões de pré-molares e molares é 789N para homens e 596N para mulheres (26). Em nosso estudo, a resistência à fratura após o carregamento estático dos espécimes foi significativamente maior nos grupos 1 e 2 nos níveis 0 e 3mm. Quando a inserção foi reduzida para 5mm acima do nível da superfície, a resistência dos modelos se aproximou das forças mastigatórias previamente relatadas (27). As cargas de fratura encontradas para os implantes de titânio neste estudo são mais baixas do que as relatadas por Strub e Gerds (28) para combinações implante-pilar em condições de mastigação simulada. Esta diferença pode ser explicada pelas diferenças na metodologia. Por exemplo, neste estudo, as medidas de carga foram interrompidas após uma deflexão de 4mm, enquanto Strub e Gerds (28) continuaram até observarem o desvio linear no gráfico de deslocamento frente à carga. O teste de fadiga estabelecido pela ISSO 14801:2007 (22) é extremamente importante na avaliação dos implantes dentários. Estas diretrizes servem para analisar mecanicamente as amostras com a intenção de mimetizar o comportamento clínico. Nossos testes usando a fadiga estática para diversos produtos com vários níveis de inserção demonstraram que a resistência do implante é potencializada com as amostras totalmente submersas. Uma perda de 3mm na inserção tem redução de 37,2% na resistência, enquanto uma perda de 5mm na inserção tem redução de 53,8%. Os implantes Cone Morse mostraram a menor perda de resistência em todos os grupos devido ao tipo de pilar usado no sistema. Estes resultados demonstram que o tipo de implante e pilar podem mudar o desempenho e resistência do sistema, e sugerem que nas áreas onde exista chance de perda óssea, a seleção de um tipo de conexão é uma consideração importante para a longevidade do sistema de implante num caso de reparo. Enquanto outros resultado significativos têm sido relatados em mastigação simulada para diversos sistemas de implantes e pilares (29-31), estudos clínicos são necessários para validar os resultados destas investigações assim como este estudo in vitro. Conclusões Dentro das limitações deste estudo in vitro, concluímos que: 1. O nível de inserção cervical dos implantes afeta a resistência às forças externas durante a aplicação de uma carga não axial. 2. Os implantes integram firmemente no osso e a fratura geralmente ocorre na porção do pescoço do implante 3. O desenho da conexão entre os implantes e os pilares pode mudar o desempenho e a resistência do sistema. Conflict of Interest The authors declare that they have no conflict of interest. References 1. Albrektsson T, Zarb GA, Worthington P, Eriksson AR (1986) The long-term efficacy of currently used dental implants: a review and proposed criteria of success. Int J Oral Maxillofac Implants 1(1):11–25 2. Manda MG, Psyllaki PP, Tsipas DN, Koidis PT (2009) Observations on an in vivo failure of a titanium dental implant/abutment screw system: a case report. J Biomed Mater Res B Appl Biomater 89B(1):264–273 3. Balshi TJ (1996) An analysis and management of fractured implants: a clinical report. Int J Oral Maxillofac Implants 11(5):660–666 4. Siddiqui AA, Sosovicka M, Goetz M (2006) Use of mini implants for replacement and immediate loading of 2 single-tooth restorations: a clinical case report. J Oral Implantol 32(2):82–86 5. 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Zenobio2, Cristiane Gonçalves1, Sergio Gehrke3, Alessandra Cassoni1, Jamil Awad Shibli1. 1 Department of Periodontology and Oral Implantology, Dental Research Division, University of Guarulhos, Praça Tereza Cristina 229, 07023-070, Guarulhos, SP, Brazil. 2 Department of Oral Implantology, Pucminas, Belo Horizonte, MG, Brazil. 3 Biotecnos - Tecnologia e Ciência Ltda, Santa Maria, RS, Brazil Short Title: Biofilm formation on different implant surfaces Correspondence to: Prof. José Augusto Rodrigues, Centro de Pós-Graduação e Pesquisa – CEPE, Universidade Guarulhos Praça Tereza Cristina, 229 – 07023-070 – Guarulhos, SP - Brazil e-mail: [email protected] and [email protected]/ FAX: +55 11 24641758 Artigos Científicos 23 2 Resumo O estabelecimento da microbiota subgengival depende da colonização sucessiva da superfície do implante por diversas espécies bacterianas. Entretanto, as diversas topografias dos implantes podem influenciar a adsorção bacteriana, e assim comprometer a sobrevivência do implante. Este estudo avaliou a capacidade de formação do biofilme em 5 espécies de estreptococos orais em duas topografias de superfícies de titânio. A formação in vitro do biofilme foi induzida em 30 discos de titânio divididos em 2 grupos: jateada e com ataque ácido (SAE, n=15 espécimes) e usinado (M, n=15 espécimes). Os espécimes foram imersos em saliva humana não estimulada esterilizada e então em culturas bacteriais frescas com 5 espécies de estreptococos orais: Streptococcus sanguinis, Streptococcus salivarius, Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus and Streptococcus cricetus. Em seguida, os espécimes foram fixados, corados, e medida absorção do corante. A caracterização superficial foi realizada pela microscopia de força atômica (AFM) e microscopia eletrônica de varredura (SEM). A caracterização superficial e os dados microbiológicos foram analisados pelos testes t de student e ANOVA dois critérios respectivamente (p<0,05). S. cricetus, S. mutans e S. sobrinus mostraram os maiores niveis de biofilme e nenhuma diferença foi observada entre as superfícies analisadas dentro de cada espécie (p>0,05). O S. sanguinis mostrou comportamento similar para formação de biofilme em ambas as topografias, enquanto o S. salivarius mostrou a menor habilidade de formação de biofilme. Concluiu-se que a formação do biofilme na superfície do titânio depende tanto da topografia superficial quanto da espécie envolvida. 24 Artigos Científicos 3 Introdução O estabelecimento da microbiota dental subgengival depende da colonização sucessiva da superfície dentária por diversas espécies bacterianas (1). Cada uma destas espécies parece facilitar a colonização da superfície do esmalte pela próxima onda de colonizadores bacterianos, resultando no estabelecimento da microbiota anaeróbia gram-negativa (2). Assim, acredita-se que um padrão similar para o mesmo processo de colonização possa ocorrer nas superfícies dos implantes de titânio (3-5). Entretanto, as topografias variadas poderiam influenciar a adsorção bacteriana (6-8). Fatores físicos e químicos podem afetar a adesão dos biofilmes nos tecidos duros. A rugosidade superficial em nível micrométrico pode aumentar a área superficial e assim a colonização bacteriana. A rugosidade também fornece proteção contra as forças de cisalhamento e aumenta a dificuldade de limpeza. Além disso, Quirynen et al (2) mostraram que a formação da placa supragingival, após a colonização bacteriana inicial, foi mais rápida numa superfície rugosa. A rugosidade das diversas superfícies de implantes pode funcionar como sulcos para a adesão inicial de patógenos periodontais (6,9,10). Os estreptococos orais são membros da microbiota indígena principalmente no ambiente supragingival (11) e as espécies do grupo mutans como o Streptococcus mutans, Streptoccocus sobrinus e Streptococcus cricetus estão relacionadas aos indivíduos dentados porque são capazes de aderir às superfícies sem película, e o S. mutans é a espécie mais prevalente nos humanos (12). Outras espécies como o Streptococcus sanguinis e Streptococcus sallivarius são Artigos Científicos 25 comumente encontradas em periodontos sadios e mais tarde relacionadas às superfícies mucosas, além de contribuírem para a coagregação de bactérias patogênicas, como o Porphyromonas gingivalis. Assim, os estreptococos orais são considerados os colonizadores pioneiros e podem participar do processo, gerando falha do implante ao longo do tempo (6). O objetivo deste estudo foi verificar a capacidade de cinco espécies de estreptococos orais em formar biofilme em duas topografias superficiais diferentes de titânio. Material e métodos Topografia superficial do implante dentário Trinta discos (5mm diâmetro, 3mm espessura) feitos em titânio grau 4 (Implacil De Bortoli, São Paulo, SP, Brasil) foram preparados com 2 topografias de superfície: usinada (M) e jateada com ataque ácido (SAE). Os discos de titânio com superfície jateada e ataque ácido foram jateados com partículas de titânio 50-100µm. Após o jateamento, os espécimes foram limpos em ultrassom com solução alcalina, lavados em água destilada e decapados com ácido maleico. Características da superfície do implante A composição química das amostras foi verificada com XPS/ESCA (Espectrometria de fotoelétrons/espectrometria para análise química) e nenhuma poluição significativa foi encontrada (13). As topografias foram visualizadas microscopicamente em microscopia eletrônica de varredura. Ao nível nanométrico, o MEV confirmou que ambos os tipos de superfície eram nanolisos, conforme a definição atual (13,14). 26 Artigos Científicos 4 A única diferença entre as duas superfícies era a microtopografia superfi- 5 cial. A microscopia de força atômica (AFM – PicoSPM I plus 2100 PicoScan Controller, modo de contato) foi usada para análise da topografia superficial, em modo de contato. Cada espécime teve áreas escaneadas de 60 x60 µm. Os parâmetros analisados, como a média aritmética de todos os pontos absolutos do perfil (Ra), a raiz do quadrado médio de todos os pontos (Rq) e a média da altura absoluta dos cinco maiores picos e das profundidades dos cinco maiores vales (Rz) foram medidos em cada grupo. Imagens representativas das superfícies de cada grupo também foram realizadas com MEV. Cepas Cepas de Streptococcus sanguinis (ATCC 10556), Streptococcus salivarius (ATCC 7073), Streptococcus mutans (ATCC 25175), Streptococcus sobrinus (ATCC 33478) e Streptococcus cricetus (ATCC 19642) foram usadas neste estudo para formação do biofilme. Cobertura salivar nos espécimes O líquido salivar não estimulado de seis doadores não fumantes foi coletado após consentimento informado por uma hora por dia durante sete dias. As amostras de saliva foram congeladas em -200°C até que 500mL fossem coletados. Depois, as amostras foram algutinadas e centrifugadas (30 min; 40°C, 27.000 x g). O sobrenadante foi pasteurizado (600°C, 30 min) para inativar as enzimas endógenas, re-centrifugado (30 min; 40°C, 27.000 x g) em frascos estéreis e armazenado a -200°C. A eficácia da pasteurização foi avaliada plaqueando-se Artigos Científicos 27 100µL de saliva numa Infusão BHI e observando-se a ausência de crescimento bacteriano após 72 horas. Os discos estéreis foram colocados numa placa de poliestireno com 24 poços de cultura contendo 500µL de saliva por 4 horas para permitir a formação da película salivar. Ensaio de formação do biofilme A saliva foi aspirada de cada poço e substituída por 500µL de caldo BHI (duplamente concentrado) e 500µL de saliva. As inoculações foram preparadas pela coleta de cada cepa a partir das placas com BHI-ágar previamente inoculadas e incubadas em condições microaerofílicas por 24 horas (370C). Os poços bacterianos foram suspensos em soro fisiolófico estéril, ajustando-se a turbidez para OD630 0,15 (~106 UFC/mL) e cada poço foi inoculado com 100 µL desta suspensão. As placas foram então incubadas por 16 horas sob condições microaerofílicas. Depois, os espécimes foram delicadamente lavados em soro fisiolófico estéril três vezes a fim de remover as células não aderidas. Os espécimes com as bactérias que permaneceram unidas foram fixados usando-se 0,25mL de glutaraldeído 2,5% por poço por 15 minutos e, depois, secos com jatos de ar. Os espécimes foram transferidos para placas com poços limpos e então corados com 0,25mL de cristal violeta por 5 minutos. O excesso de corante foi removido colocando-se a microplaca sob água corrente, e depois então seca com jatos de ar. Os espécimes foram transferidos para tubos limpos, e para re-solubilizar o corante unido às células aderidas às superfícies dos espécimes, 0,3mL de etanol foi adicionado por poço. O sobrenadante foi transferido 28 Artigos Científicos 6 para uma microplaca limpa de 96 poços, e a adsorbância mensurada em 570nm 7 usando-se um leitor automático de microplaca. Análise estatística A caracterização superficial foi avaliada pelo teste t de Student. A análise de variância dois critérios (ANOVA- 2 critérios) foi usada para comparar os grupos de espécimes dentro do mesmo grupo de topografia superficial do implante e verificar possíveis diferenças entre as superfícies dentro da mesma espécie (α=0.05). Resultados Caracterização superficial dos implantes O MEV mostrou que o grupo M exibiu apenas o grau de usinagem (Figura 1a). Por outro lado, o grupo SAE exibiu picos e vales com irregularidades variadas (Figura 1b). As superfícies foram caracterizadas por microscopia de força atômica, que mostrou diferenças entre as mesmas (p<0,0001). O grupo M mostrou apena os riscos de usinagem com picos de 1,3µm e algumas regiões quase totalmente planas (Figura 2a). O grupo SAE exibiu superfícies irregulares com picos de 6,5µm (Figura 2b). Os valores de rugosidade são vistos na Tabela 1. Determinação in vitro da adesão microbiana A capacidade de formação de biofilme foi avaliada e as médias das leituras são mostradas na Figura 3. O grupo dos Streptococcus mutans (S. cricetus, Artigos Científicos 29 S. mutans e S. sobrinus) exibiu altos níveis de formação de biofilme e nenhuma diferença foi observada entre as superfícies analisadas dentro de cada espécie (p>0,05). Foi observado que embora o S. cricetus mostrasse maior capacidade de formação de biofilme no SAE, dentre todas as espécies, dentro das espécies esta diferença não foi significativa (p>0,05) entre as superfícies analisadas. O S. sanguinis mostrou um comportamento similar para formar biofilme em ambas as topografias de implantes (Figura 4), e sua capacidade foi menor do que as espécies do grupo mutans. A menor capacidade de formação foi observada para o S. salivarius. Discussão O titânio tem sido usado como material para implantes dentários desde os anos 1970. Mais do que melhorias no seu desempenho biomecânico, estas modificações nas superfícies dos implantes geraram outras respostas biológicas, como as diferenças nos perfis de adsorção proteica (15,16), adesão, proliferação, e diferenciação celular e adesão de fibrina (17). Este estudo apresentou a capacidade de formação de biofilme de 5 espécies de estreptococos em duas superfícies diferentes de implantes. O processo de jateamento com partículas de óxido de alumínio (100µm) e solução de ácido nítrico modificou substancialmente a superfície, sendo isto confirmado pelo MEV e AFM. A AFM revelou maior densidade de irregularidades na superfície R assim como os maiores picos. Um estudo anterior (17) detectou os diferentes perfis de adsorção de plasma dependendo do tratamento de superfície (ataque ácido apenas e jateamento + ataque ácido) e atribuiu esta diferença prin- 30 Artigos Científicos 8 cipalmente às mudanças nas propriedades físicas, já que pequenas alterações na 9 composição química foram detectadas. Por outro lado, Li et al (18) encontraram diferenças nas superfícies do titânio após a aplicação de diversos tratamentos, incluindo-se mudanças químicas como uma camada de óxido, contaminação da superfície, e estas podem exercer alguma influência na biocompatibilidade. Ainda, estas mudanças superficiais também podem influenciar a formação do biofilme, já que as etapas iniciais deste processo estão relacionadas à extensão do contato superficial, energia livre superficial, topografia, molhabilidade, hidrofobicidade e outras características superficiais (17-23). Os resultados deste estudo revelaram diferenças sobre a capacidade de formação do biofilme entre o S. salivarius, S, cricetus, S. mutans, S. sobrinus e S, sanguinis. Dentre os mesmos, o S. salivarius e S. sanguinis exibiram a menor capacidade para formação de biofilme. Dois aspectos desta capacidade de formação devem ser discutidos: as características de cada superfície e as topografias superficiais. Diferenças na adesão à superfície de lâminas já foram observadas entre os estreptococos do grupo mutans (24). Os autores verificaram que o S. Rattus aderiu menos do que outras espécies (S. sobrinus, S. mutans, e S, cricetus) e atribuiu estes resultados às diferentes propriedades do S. rattus conforme os potenciais zeta negativos. Neste estudo, três espécies de estreptococos do grupo mutans (S. mutans, S. cricetus, e S. sobrinus) foram avaliadas e embora os valores mostrassem uma alta capacidade do S. mutans em acumular biofilme na superfície do titânio seguido pelo S. cricetus e S. sobrinus, diferenças estatisticamente significativas foram observadas apenas entre o S. mutans e o S. sobrinus (p<0,05). Artigos Científicos 31 Embora a rugosidade pareça promover um aumento na quantidade de placa, a composição do biofilme não mostra mudanças substanciais e o estabelecimento de uma adesão reversível nas irregularidades superficiais, onde os microorganismos estão protegidos contra o cisalhamento mecânico (10). Apesar disto, os resultados do nosso estudo demonstraram que a formação do biofilme não aumenta significativamente em superfícies mais rugosas. As cepas orais, sendo que a maioria mostra alta energia livre de superfície, podem aderir melhor aos substratos hidrofílicos (25). As diferenças para a hidrofobicidade superficial poderiam ser atribuídas ao ataque ácido, que poderia introduzir grupos OH- na sua superfície, modificando assim suas propriedades químicas (26). De acordo com esta hipótese, estes tratamentos podem originar superfícies diferentes e assim novos padrões de substâncias adsorvidas serão originados, rendendo diversos perfis de receptores para colonização bacteriana. Outra questão se refere à virulência de cada espécie como nos mecanismos de colonização dentária; o S. mutans aparentemente se adere pelos mecanismos de adesina e glucano, enquanto o S. sobrinus usa em primeiro plano o segundo processo (27). Conclusão Dentro das limitações deste estudo, os achados mostram que: a) a formação do biofilme pelos estreptococos orais varia conforme a espécie; b) S. salivarius e S. sanguinis mostraram a menor capacidade para acúmulo de biofilme; c) os estreptococos do grupo mutans acumularam grandes proporções de biofilme; d) a rugosidade do substrato não é a única questão a ser considerada com relação à formação do biofilme bacteriano. 32 Artigos Científicos 1 0 Author Contributions JAS and JAR were in charge of the elaboration of the study proposal and the 1 1 financial support of the study, and they participated to the elaboration of the manuscript. LC and EGZ were in charge of the statistical analysis, the implant surface characterization and the financial support for the study. P, TFM, SG and CG were in charge of the saliva collection, laboratory processing, oral biofilm maintenance and they participated to the elaboration of the manuscript. COT and AC were in charge of the laboratory processing of the samples, participated to the data analyses and elaboration of the manuscript. COT also participated to the elaboration of the study proposal. Acknowledgments Dr. Miato receive grant from University of Guarulhos (fellowship PIBIC-UnG). Implacil De Bortolli, Sao Paulo, Brazil, provided the titanium discs. The authors declare that there is no conflict of interests related to this study. References (1) S.S. Socransky and A.D. Haffajee, "Periodontal microbial ecology,” Periodontology 2000, vol. 38, pp. 135-187, 2005. (2) P.E. Kolenbrander, R.J. Palmer Jr., A.H. Rickard, N.S. Jakubovics, N.I. Chalmers and P.I. Diaz, "Bacterial interactions and successions during plaque development,” Periodontology 2000,vol. 42, no. 1, pp. 47-79, 2006. (3) J.A. Shibli, L. Melo, D.S. Ferrari, L.C. Figueiredo, M. Faveri and M. 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Média e desvio-padrão dos perfis dos discos de titânio usinados (MS) e jateados com partículas de óxido de alumínio e lavados em solução de ácido nítrico (SAE) Topografia superficial do implante* Ra Rq Rz (µm) (µm) (µm) Usinado (M) 0,14 ± 0,02 0,16 ± 0,01 1,61 ± 0,10 Jateado e ataque ácido 0,74 ± 0,07 0,95 ± 0,06 3,08 ± 0,94 (SAE) *diferença estatisticamente significativa entre as topografias dos implantes (teste t de Student, p=0,0001), M < SAE; Ra= média aritmética dos valores absolutos de todos os pontos do perfil; Rq = a raiz do quadrado médio dos valores de todos os pontos; Rz = o valor médio das alturas absolutas dos cinco maiores picos e das profundidades dos cinco maiores vales. Legendas das Figuras Figura 1. Electromicrografia da topografia da superfíciedo implante: a) usinado; b) jateado e ataque ácido. Figura 2. Microscopia de força atômica da topografia da superfície do implante; a) usinado; b) jateado e ataque ácido. Figura 3. Média e desvio-padrão da quantidade de corante adsorvido liberado após o ensaio (p>0,05; ANOVA 2 critérios). Letras: diferenças entre o biofilme acumulado por cada espécie (p<0,05; ANOVA 2 critérios, teste de Tukey). Figura 4. Eletromicrografia representativa (10.000 vezes) em modo de retroespalhamento (BSE) do Streptococcus sanguinis nas superfícies a) usinada (M) e b) jateada e ataque ácido (SAE). Observe a proliferação do S. sanguinis nos sulcos e cristas da superfície SAE. 38 Artigos Científicos 1 6 !18 !18 Figure 1a Figure 1a !19 Figure 1b !19 !Figure 1b !! !! ! ! !! Artigos Científicos 39 !20 Figure 2a !20 Figure 2a !21 Figure 2b !21 ! Figure 2b ! 40 ! ! !! Artigos Científicos Figure 3 !22 Figure 3 AB A a ab B AB A a b C ab c B b C c C c C c * Different letters indicate groups with distinct characteristics. Capital letters compare SAE surface, while lower case M surface !23 ! !Figure 4a Figure 4a !23 * Different letters indicate groups with distinct characteristics. Capital letters compare SAE surface, while lower case M surface ! ! ! !! Artigos Científicos 41 !24 Figure 4b 42 Artigos Científicos Importância das proporções da altura da coroa dos implantes dentários na resistência à fratura de diversos desenhos de conexão:um estudo in vitro Sergio Alexandre Gehrke RESUMO Propósito. O objetivo deste estudo in vitro foi verificar a resistência à fadiga estática dos implantes com diferentes conexões em diversas alturas de coroas. Materiais e Métodos. Sessenta implantes cônicos e 60 pilares foram usados com os menores diâmetros possíveis para cada modelo. Três grupos (n=20) foram estabelecidos com base nas conexões dos implantes: Morse 3,5mm (grupo 1), hexágono externo 3,5mm (grupo 2), e hexágono interno 3,5mm (grupo 3). Quatro alturas de coroas foram testadas: h1=8mm, h2=10mm, h3=12mm e h4=14mm. Todos os grupos foram submetidos ao carregamento quasi-estático em ângulo de 30 graus com o eixo do implante numa máquina de testes universal. Resultados: As médias de resistência à fratura no grupo 1 foram 1524N (h1), 1469N (h2), 750N (h3) e 729N (h4). Para o grupo 2, 1504N (h1), 814N (h2), 491N (h3), e 325N (h4). Para o grupo 3, 1543N (h1), 672N (h2), 403N (h3), e 390N (h4). Conclusões: A resistência ao carregamento diminui significativamente com o aumento da altura da coroa, e o desenho da conexão pode afetar este desempenho. PALAVRAS-CHAVE: pilar, altura da coroa, implante dentário, modo de fratura, resistência à fratura, tipo de conexão do implante dimensão inapropriada3 para uma determinada região da maxila ou mandíbula4,5 assim como pela integração inadequada com as estruturas de suporte,6-9 potencialmente levando à sobrecarga do implante.6 Condições oclusais como os hábitos parafuncionais ou forças oclusais excessivas têm sido identificadas como causas potenciais para fratura dos implantes.7 Finalmente, a adaptação passiva e o selamento entre o implante e o pilar são fatores que determinam o sucesso e a longevidade do sistema. Outra situação que ocorre com frequência nas áreas de perda dentária é o aumento do espaço interoclusal pela reabsorção óssea, necessitando de coroas longas e assim uma desproporção entre a coroa e o implante (CIR), isto é, os implantes mais curtos que as coroas (Figura 1). O espaço da altura da coroa (CHS) é medido da crista óssea até a margem incisal proposta. O CHS ideal para uma prótese fixa sobre implante deveria ficar entre 8mm e 12mm.8,9 Quando o CHS fica aumentado em função da perda óssea, para reduzir este espaço, uma enxertia extensa seria necessária ou a compensação pela proporção na altura da coroa (CHR). INTRODUÇÃO Implantes dentários são ferramentas comuns para substituição de dentes ausentes e se tornaram rotina na prática odontológica, com uma taxa de sucesso acima dos 90%.1 Entretanto, estes sistemas podem falhar em função de causas mecânicas ou biológicas.2 A falha nos implantes dentários pode ser atribuída ao planejamento inadequado ou uso de um desenho/ *Professor, Director of the Research Center in Implantology, Catholic University of Uruguay, Montevideo, Uruguay; †Chief Researcher of Biotecnos, Technology and Science, Santa Maria, Brazil Reprint requests: Dr. Sergio Alexandre Gehrke, Department of Research, Institute Biotecnos – Technology and Science, Rua Dr. Bozano, 571, Santa Maria (RS) 97015-001, Brazil; e-mail: [email protected] © 2013 The Author. Clinical Implant Dentistry and Related Research published by Wiley Periodicals, Inc. This is an open access article under the terms of the Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs License, which permits use and distribution in any medium, provided the original work is properly cited, the use is non-commercial and no modifications or adaptations are made. DOI 10.1111/cid.12165 1 Artigos Científicos 43 2 Clinical Implant Dentistry and Related Research, Volume *, Number *, 2013 tato osso-implante como ponto de fulcro para calcular as CIRs. Obviamente, nesta segunda situação, os componentes conectados ao implante foram mais fortes que o osso cortical. Num esforço para reduzir a frequência deste evento, as causas mecânicas da fratura estão sob estudo, com diversos artigos examinando os mecanismos de recuperação dos implantes fraturados14-18 e para determinar a causa destas fraturas. A hipótese deste trabalho é que o tipo de implante e suas conexões teriam impacto na resistência à fratura do implante. O uso de um implante mais resistente à fratura seria crucial em áreas onde a CHS é < 12mm. Assim, o objetivo deste estudo in vitro foi, pela fadiga estática, avaliar a relação entre a CHRs e a resistência à fratura dos implantes com diversas conexões e alturas de coroas. MATERIAL E MÉTODOS Figura 1. Imagem representando um exemplo de proporção coroa-implante, onde a inserção do implante (8mm) precisa suportar um braço de alavanca de 15mm (12 + 3mm). Por outro lado, como a altura da prótese aumenta, os riscos de fratura do componente e no material aumentam pelas forças elevadas na restauração (8). Uma CIR elevada tem sido descrita como um tipo de carregamento não axial que pode ter um efeito deletério na prótese.10,11 Assim, a altura aumentada na coroa deveria ser considerada um fator que afeta os resultados técnicos e biológicos ao longo do tempo. Usando-se uma perspectiva diferente, ainda existem questões não respondidas sobre os implantes. Por exemplo, é questionável se o fulcro da prótese com CIR extensa corresponde à área de conexão implante-pilar ou ao ponto de contato mais coronal osso-implante.12 A maioria dos estudos usa a primeira região para mensurações, e apenas uma investigação13 usou a área de con- 44 Sessenta implantes dentários e sessenta pilares foram fabricados pela mesma companhia (Implacil De Bortoli, São Paulo, Brasil) com as características descritas na Tabela 1. Três tipos de implantes foram usados na análise final: Cone Morse Ø3,5mm (grupo 1), conexão hexagonal externa Ø3,5mm (grupo 2) conexão hexagonal interna Ø3,5mm (grupo 3). A Figura 2A mostra as dimensões e o aspecto dos implantes cônicos (13mm de comprimento). Pilares de titânio cimentáveis foram usados em todos os grupos (Figura 2B), com alguns preparados (seccionados) conforme a altura necessária para cada situação. Todos os pilares receberam torque de 25Ncm, como recomendado pelo fabricante. Uma hemiesfera metálica foi criada para simular quatro alturas de coroa: h1 = 8mm, h2 = 10mm, h3 = 12mm e h4 = 14mm (Figura 3). As coroas foram cimentadas no pilar usando-se fosfato de zinco. Para cada altura, cinco espécimes de cada grupo foram usados. TABELA Grupos experimentais características TABLE 1 1. Experiment Groups with com Characteristics of de cada modelo de implante Each Implant Model Group Grupo 11 22 33 Artigos Científicos Connection Conexão Cone taper Morse Morse External hexagon Hexágono externo Internal hexagon Hexágono interno Diameter Diâmetro nn 3,5 mm 3.50 mm 3.50 mm 3,5 mm 3.50 mm 3,5 mm 20 20 20 20 20 20 Crown Height Ratios in Dental Implants 3 Figura 2. Imagem dos implantes cônicos (A) e pilares (B) usados no estudo; Morse (3,5mm), hexágono externo (3,5mm), e hexágono interno (3,5mm), respectivamente. Os implantes-teste foram carregados com forças compressivas estáticas. A resistência à fadiga estática dos implantes dentários foi testada conforme orientações prévias (Figura 4) que recomendavam a seleção do menor diâmetro disponível para cada modelo porque isto tem um impacto significativo na eficácia do implante. O teste foi realizado com o implante numa angulação de 30 ± 2 graus com relação à carga aplicada, com 3mm do implante exposto, reproduzindo a perda óssea.19 Os implantes foram embutidos em resina epóxica com módulo de elasticidade de Young similar ao osso cortical. Conforme o desenho do estudo, todos os grupos foram submetidos ao carregamento quase-estático até a fratura usando-se uma máquina de ensaios universal calibrada (modelo AME-5kN, Técnica Industrial Oswaldo Filizola Ltda, Guarulhos, Brasil) com capacidade de teste de 5,0kN. Os testes foram realizados no Laboratório de Testes Biomecânicos (Biotecnos, Santa Maria, Brasil). A velocidade de compressão foi de 1mm/min. Figura 3. Imagem mostrando as alturas de coroas usadas neste estudo. Após o teste de fadiga quase-estática, as amostras fraturadas foram limpas em ultrassom com isopropanol 96% e observadas sob baixo aumento. Fotografias digitais foram realizadas com uma câmera digital (Sony H9, Tóquio, Japão) e os dados relatados de forma descritiva. Figura 4. Esquema usado para o teste de compressão conforme ISO 14801/2007.19 A distância entre as duas linhas (h) varia conforme o teste de compressão. Artigos Científicos 45 4 Clinical Implant Dentistry and Related Research, Volume *, Number *, 2013 Figura 5. Forças necessárias para ruptura em cada grupo de altura de coroa. As análises estatísticas foram realizadas usando-se a variância a um critério (anova) para determinar as diferenças entre os quatro grupos. RESULTADOS Os valores de resistência à fratura de todos os grupos estão nas Figuras 5 e 6. Todos os três grupos de implantes (grupos 1-3) mostraram a maior resistência na altura 1 (h1= 8mm), com valores similares: 1524N para o grupo 1, 1504N para o grupo 2, e 1543N para o grupo 3. Para os implantes Cone Morse (grupo 1), em todas as amostras, os pilares dobraram mas não fraturaram completamente, com a porção cervical do implante também deformada (Figura 7). Analisando-se cada altura de coroa neste grupo foi observado que uma resistência similar foi vista para h1 e h2, 1524 e 1469N, respectivamente. As amostras h3 e h4 foram metade dos valores prévios, com resistências de 750 e 729N, respectivamente. Para os implantes hexágono externo (grupo 2), todas as alturas de coroa, os conjuntos implante-pilar, foram separados pela fratura do parafuso e uma pequena deformação na margem da plataforma do Figura 6. Média de força necessária para superar a resistência à fadiga estática de vários sistemas de implantes com diversas conexões e alturas de coroas e seus desvios-padrão. 46 Figura 7. No conjunto do grupo 1, os pilares dobraram mas não fraturaram completamente, deformando também a porção cervical do implante. implante no lado oposto à aplicação da força, mas sem deformação dos pilares (Figura 8). Em h2, a resistência foi reduzida em quase 50%, com média de 814N. Em h3, o valor médio foi muito baixo, 491N, atingindo os 325N em h4. Para os implantes hexágono interno (grupo 3), e todas as alturas estudadas, os conjuntos implante-pilar foram separados pela ruptura da parede do hexágono e fratura do parafuso, sem deformação observada no pilar (Figura 9). As amostras neste grupo exibiram o maior grau de resistência em h1 (F=1543N). Em h2, a média de resistência foi 672N para a redução mais abrupta na resistência entre todos os três grupos. Em h3 e h4, os valores médios diminuíram para 403 e 390N, respectivamente. Artigos Científicos Crown Height Ratios in Dental Implants 5 ção significativa foi observada nos valores de resistência, mas esta redução foi menor do que nos outros dois grupos, e apenas os pilares foram deformados neste grupo. DISCUSSÃO Atualmente, os implantes dentários são considerados consistentes e previsíveis e uma forma previsível de tratamento com poucas falhas20 e amplamente usados no tratamento protético em pacientes parcial e totalmente Figura 8. Imagem do conjunto no grupo 2, separado pela fratura do parafuso e deformado na margem da plataforma do implante, mas sem deformação nos pilares. Para o teste ANOVA um critério, o fato do F crítico (1,994580) ser menor que o F calculado (56,881645) indica que o teste é altamente significativo, permitindo a conclusão de que existe um efeito importante entre os grupos para p<0,05. Dentre todos os grupos, as variações na CHR afetaram significativamente a resistência dos implantes, especialmente nos grupos 2 e 3 onde a diminuição foi mais pronunciada. No grupo 1, uma redu- Figura 9. Imagem do conjunto no grupo 3, separados pela ruptura na parede do hexágono e fratura do parafuso, mas sem deformação nos pilares. Artigos Científicos 47 6 Clinical Implant Dentistry and Related Research, Volume *, Number *, 2013 edêntulos. Nas situações onde ocorre a falha do implante, é difícil repará-lo em função das complicações técnicas e fisiológicas. As possíveis causas de fratura podem ser classificadas em três grandes categorias: (1) falha no desenho do implante ou no material usado, (2) ausência de adaptação passiva da coroa protética na infraestrutura do implante, e (3) sobrecarga em função dos hábitos parafuncionais. O tipo de tratamento também pode ser influenciado pela carga e estresse que são transmitidos ao implante após a reconstrução. Os resultados deste estudo demonstram que a CHR e o tipo de conexão podem afetar significativamente o nível de resistência às forças não axiais produzidas pelo sistema implante/pilar. O estresse transmitido ao implante é afetado pela natureza da dentição antagonista, , força de mordida, número de implantes disponíveis para suportar a carga e a estrutura da prótese em relação à posição do implante.1 Este estudo se propôs a examinar a resistência à fadiga estática em implantes com diferentes CHRs, e verificou diferenças significativas entre os tipos de conexão. Conforme a norma ISSO 14801:2007,19 o menor diâmetro de implante de cada sistema deve ser usado, montado em 30 graus de inclinação com 3mm da porção cervical não inserida, reproduzindo a perda óssea nesta área. O diâmetro do implante relativo à dimensão do osso de suporte é crítico para um tratamento bem sucedido.21 A força de mordida média exercida por adultos nas regiões de pré-molares e molares é 789N para homens e 596N para mulheres.22 Em nosso estudo, a resistência à fratura dos espécimes foi significativamente maior em todos os grupos quando a CHR foi de 8mm. Quando a CHR foi de 10mm, os grupos 2 e 3 apresentaram valores aproximados aos relatados para as forças mastigatórias,22,23 diferentemente do grupo 1, que exibiu a maior resistência à compressão. Nas CHRs de 12 e 14mm, os grupos 2 e 3 mostraram valores de resistência muito baixos sob estas condições, enquanto o grupo 1, mesmo com esta altura de coroa, demonstrou valores próximos aos relatados para as forças mastigatórias.22,23 Próteses com CIR aumentada estão sujeitas às forças oclusais aumentadas. Isto pode gerar um estresse maior na prótese e osso circundante.24,25 Assim, é preferível reduzir as forças nas restaurações aumentandose a CIR. Algumas sugestões foram descritas, como a diminuição do estresse nas próteses com CIR aumentada, reduzindo-se as complicações técnicas e biológicas e aumentando-se a sobrevivência destas reabili- 48 tações. Dentre estas, destacamos o fato de nas regiões posteriores, o contato lateral nas excursões mandibulares ser minimizado,26 sendo outra sugestão reduzir a largura oclusal nos dentes posteriores e ter contatos centralizados sobre os implantes com inclinações cuspídeas planas.27 Os estudos têm mostrado que, com CIRs aumentadas, ocorre perda óssea adicional comparada em locais sem CIRs aumentadas.28-33 Entretanto, existe pouca informação sobre a frequência destas complicações técnicas ao redor de restaurações com CIR aumentada e nos mais variados desenhos protéticos. Alguns autores observaram a incidência de afrouxamento do parafuso (7,8%) e fraturas de porcelana (5,2%) em dentes com CIR aumentada. Estes dados estão dentro dos 23% de complicações técnicas relatadas para próteses fixas implantossuportadas numa revisão sistemática.34 O teste de fadiga usado pela ISSO 14801:2007 é um método extremamente importante para avaliar os implantes dentários. 19 Estas diretrizes permitem a análise mecânica das amostras com a intenção de mimetizar o comportamento clínico. Este estudo usou o teste de fadiga estática para diversos produtos em CHRs variadas e demonstrou que a resistência do implante é maximiza por coroas curtas (≤8mm). Os implantes cone Morse mostraram a menor perda de resistência em todos os grupos e situações propostas em função da relação entre o pilar e o implante. Estes resultados demonstram que o tipo de implante e pilar podem mudar o desempenho e a resistência do sistema quando o espaço interoclusal requer o desenvolvimento de coroas longas. A seleção do tipo de conexão é uma consideração importante na longevidade do sistema de implante num tratamento. Embora outros resultados significativos tenham sido relatados como os estudos de simulação de mastigação e fadiga nos sistemas implante-pilar, 35-36 estudos clínicos são necessários para validar os resultados destas investigações, assim como o estudo in vitro aqui apresentado. CONCLUSÕES Dentro das limitações deste estudo in vitro, os resultados permitem concluir que a altura da coroa do implante afeta a resistência às forças externas durante a aplicação de carga não axial e que o desenho da conexão entre implantes e pilares pode mudar o desempenho e resistência do sistema. Artigos Científicos Crown Height Ratios in Dental Implants REFERENCES 1. 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Artigos Científicos 540 IMPLANT-ABUTMENT CONNECTION DESIGNS FOR ANTERIOR CROWNS MACHADO ET AL Desenhos para as conexões implantepilar para coroas anteriores: Confiabilidade e modos de falhas Lucas S. Machado, Estevam A. Bonfante, Rodolfo B. Anchieta, Satoshi Yamaguchi, Paulo G. Coelho O sucesso da terapia com implantes dentários deveria ser avaliado tanto do ponto de vista estético quanto funcional.1 Considerando-se que tanto a estética quanto a biomecânica são afetadas pela obtenção e manutenção da osseointegração,2 os parâmetros de engenharia do implante, a macrogeometria e o tipo de conexão implante-pilar, estão em constante desenvolvimento.1,3-10 O sistema de hexágono externo (HE) foi inicialmente desenhado para transferir o torque de rotação adequado à colocação cirúrgica do implante na osteotomia. Embora fornecendo uma forma de indexação e característica antirrotacional, a expansão do uso do HE das próteses totais parafusadas para as coroas unitárias gerou preocupações sobre os desafios mecânicos impostos pelas cargas, principalmente pelo tipo de parafuso do pilar.11 Conexões internas com hexágono *PhD Candidate, Department of Biomaterials and Biomimetics, College of Dentistry, New York University, New York, NY. †Assistant Professor, Department of Prosthodontics, University of Sao Paulo - Bauru College of Dentistry, Bauru, SP, Brazil. ‡Postdoctoral Researcher, Department of Biomaterials and Biomimetics, College of Dentistry, New York University, New York, NY; Assistant Professor, Department of Biomaterials Science, Osaka University Graduate School of Dentistry, Osaka, Japan. §Assistant Professor, Department of Biomaterials and Biomimetics, College of Dentistry, New York University, New York, NY; Director for Research, Department of Periodontology and Implant Dentistry, New York University College of Dentistry, New York, NY. Reprint requests and correspondence to: Estevam A. Bonfante, DDS, MS, PhD, Department of Prosthodontics, University of Sao Paulo - Bauru College of Dentistry. Al. Octávio Pinheiro Brisola, 9–75, Bauru, SP 17012–901, Brazil, Phone: 55(14) 8153-0860, Fax: 55(14) 3234-2566, E-mail: [email protected] ISSN 1056-6163/13/02205-540 Implant Dentistry Volume 22 Number 5 Copyright © 2013 by Lippincott Williams & Wilkins DOI: 10.1097/ID.0b013e31829f1f2d Objetivos: Investigar o efeito dos tipos de conexão implante-pilar na confiabilidade e modos de falha em coroas unitárias para dentes anteriores. Métodos: Cinquenta e quatro implantes foram divididos em três grupos (n=18 cada): hexágono externo (HE), hexágono interno (HI) e Morse (CM). Os pilares foram parafusados aos implantes, e as coroas metálicas com formato de incisivo central foram cimentadas e submetidas ao teste step-stress de vida acelerada. Resultados: Os valores beta derivados dos cálculos de probabilidade de Weibull para os grupos HI (2,52), HE (1,67) e CM (0,88) indicaram que a fadiga influenciou a falha apenas nos grupos HI e HE. A confiabilidade para os 100.000 ciclos à 175N foi 0,99 (0,981,00), 0,84 (0,62-0,94) e 0,97 (0,870,99) para o HE, HI, e CM, respectivamente. A resistência característica não foi significativamente diferente entre HE (290N) e HI (251N), mas significativamente maior para o CM (357N). Para os grupos HI e HE, a falha envolveu a fratura do parafuso, e os implantes CM tiveram modo de falha primária na fratura do pilar. Conclusões: A confiabilidade foi maior para o HE e CM relativa aos grupos HI, enquanto a resistência característica foi significativamente maior para os implantes com conexão CM. (Implant Dent 2013;22:540-545). Palavras-chave: implantes dentários, confiabilidade, Weibull, fractografia interno (HI) e cone Morse (CM) foram desenvolvidas posteriormente para que as cargas pudessem ser dissipadas ao longo das paredes do implante em contato com a superfície do pilar, protegendo o parafuso do pilar.12 O sistema CM inclui um tipo de conexão com ajuste de interferência numa geometria cônica do pilar e a superfície correspondente no receptáculo do implante.13 A escolha do desenho de conexão implante-pilar (externa ou interna) e do tipo de fixação da prótese (cimentada x parafusada) pode afetar tanto as taxas de complicação mecânica quanto biológica, especialmente nas coroas unitárias, que não estão esplintadas e sim sujeitas ao carregamento multidirecional que desafia os componentes da conexão e a integridade estrutural da restauração.1,14-16 Tem sido relatado que a restauração unitária implantossuportada representa o cenário onde a incidência de afrouxamento ou fratura do parafuso é a mais alta, especialmente nos sistemas de conexão externa.4,17,18 Ainda, o desenho da conexão implante-pilar também pode influenciar a resposta biológica dos tecidos moles e duros.18,19 Numa tentativa de reduzir as complicações biológicas e protéticas, diversos desenhos de conexão im- Artigos Científicos 51 541 IMPLANT DENTISTRY / VOLUME 22, NUMBER 5 2013 plante-pilar têm sido desenvolvidos e estão disponíveis comercialmente. Entretanto, a literatura sobre o comportamento mecânico do HE, HI, e CM ainda é escassa e pode ser contraditória.20 A maioria dos estudos sobre o comportamento mecânico destas conexões está limitada às simulações mecânicas estáticas,14,21,22 e apenas alguns consideram o papel da fadiga nos mecanismos de falha.14,21,22 A análise por elemento finito, por exemplo, tem mostrado estabilidade melhorada para o pilar e a menor concentração de estresse no parafuso do pilar para conexões MT23 em comparação ao HE e HI. Por outro lado, um estudo recente comparando HE, HI e CM mostrou que o HE apresentou melhor resistência à fadiga do que o HI e o CM.20 O desafio principal no desenvolvimento de conexões implantepilar reside na redução/eliminação da incidência de falhas mecânicas nos dispositivos implante-prótese e melhora na resposta do osso e tecido mole.18,24,25 Assim, a avaliação da confiabilidade e modos de falha poderia fornecer uma ideia sobre o comportamento mecânico das diversas configurações das conexões implante-pilar. 1,18,26-28 Este estudo visa avaliar a confiabilidade e os modos de falha em coroas metálicas para incisivos centrais superiores nas conexões HE, HI e CM quando submetidas ao teste de vida acelerada em modo estresse gradual (SSALT). A hipótese nula é que não haveria diferença na confiabilidade e modos de falha com as diversas conexões do mesmo fabricante quando submetidas ao teste SSALT. Material e Métodos Desenho experimental Cinquenta e quatro implantes de 4mm de diâmetro por 10mm de comprimento, com a mesma macrogeometria externa, foram usados neste estudo (Implacil De Bortoli, Ltda., São Paulo, Brasil). Eles foram divididos conforme os desenhos de conexão implante-pilar sendo: HE, HI, e CM (Tabela 1). 52 Tabela 1. Características dos grupos usados neste estudo Grupos Desenho da conexão implante-pilar (Implacil de Bortoli Ltda) HE (n=18) HI (N=18) Implante cônico com hexágono externo Implante cônico com hexágono interno Preparo das amostras Os implantes com HE, HI e CM foram fixados aos seus respectivos pilares (Implacil De Bortoli Ltda) a apertados conforme as instruções dos fabricantes (25Ncm). Então, foram embutidos verticalmente em resina de polimetilmetacrilato (Orthodontic Resin, Dentsply Caulk, Philadelphia, PA) deixando 1mm da linha implante –pilar exposta acima da superfície de inclusão. CM (n=18) Implante cônico com conexão interna cônica Todos os grupos foram restaurados com coroas metálicas fundidas em liga de Co-Cr (Wirobond 280, BEGO, Bremen, Alemanha). Para reproduzir a anatomia das coroas (total n[54], uma moldagem foi obtida do primeiro padrão de cera e usada pelo técnico como orientação para o enceramento das outras coroas. Antes da cimentação, as coroas foram jateadas com óxido de alumínio (tamanho de partícula ≤40µm usando-se 276 KPa de ar com- Figura 1. Nível de probabilidade de Weibull para os grupos testados mostrando a probabilidade de falha em função do número de ciclos para uma missão de 100.000 ciclos à 175N. Tabela 2. Confiabilidade calculada para uma missão de 100.000 ciclos em carga de 175N Missão de 100.000 ciclos à 400N Superior Média Inferior Beta Superior Média Inferior HE CM 1,00 0,99 0,98 0,94 0,84 0,62 0,99 0,97 0,87 2,56 1,67a 1,08 3,91 2,52a 1,62 1,68 0,88b 0,46 Letras iguais (a e b) representam grupos estatisticamente homogêneos. Artigos Científicos HI 542 IMPLANT-ABUTMENT CONNECTION DESIGNS FOR ANTERIOR CROWNS MACHADO Figura 2. Plotagem de contorno (módulo de Weibull x resistência característica) para as comparações entre grupos. Observe a sobreposição entre HI e HE. primido), limpas com etanol, seca com jatos de ar sem óleo e então cimentadas (RelyX Unicem; 3M ESPE, St Paul. MN). As dimensões finais para HE, HI e CM foram as mesmas. Teste Mecânico e Análise de Confiabilidade Para testar a conexão implantepilar num cenário desafiador, o teste foi realizado com todos os espécimes 30 graus em relação ao solo, conforme norma ISSO 14801:2007, onde a ponta de aplicação contata a superfície da coroa e aplicava a carga dentro do mesmo perfil de avanço. A intenção foi fornecer um momento de flexão durante a carga, que pode ocorrer pela posição intercuspídea, mas é mais comum nos movimentos protrusivos e laterotrusi- vos, conhecidos como guia anterior.29 Com base na média de carga de falha em estudos prévios, os perfis SSALT foram determinados.1,18,27,28 Este abordagem para teste de fadiga consiste em testar as amostras em níveis de estresse acima dos já utilizados para obtenção das falhas em tempo útil. Os resultados são então analisados de tal que um perfil ou comportamento de falha nos estresses usados seja determinado com base no comportamento das amostras nos estresses acelerados.26 Os perfis foram identificados como leve, moderados, ou agressivos, com o número de amostras para cada grupo na proporção 3:2:1, respectivamente. Assim, das 18 amostras por grupo, 9 foram alocadas no leve, 6 no moderado, e 3 no agressivo. Os perfis Tabela 3. Modos de falha após o teste mecânico (SSALT) conforme o critério de falha usado Implante Pilar Parafuso do pilar HE (n=18) 10 = fratura (hexágono) 6 = fratura (corpo) 2 = intactos 18 = intactos HI (n=18) 18 = intactos CM (n=18) 18 = intactos 18 = intactos 12 = fratura 6 = intactos 18 = fraturas 7 = fraturas 7 = dobramento 4 = intactos 4 = fraturas 14 = intactos Artigos Científicos ET AL leve, moderado, ou agressivo se referem à rapidez de avanço onde cada espécime é fatigado para atingir um certo nível de carga, significando que os espécimes no perfil leve serão ciclados mais para atingirem a mesma carga de um espécime no perfil moderado ou agressivo.26 O princípio para usar 3 perfis foi baseado na necessidade de distribuir as falhas nos diferentes níveis de progressão de carga, permitindo melhor estatística de previsibilidade, e encurtando os limites de confiança. O método prescrito foi o SSALT sob água em 9Hz com sistema servo-hidráulico (TestResources 800L, Shakopee, MN) onde a ponta entra em contato com a coroa e aplica a carga prescrita dentro do perfil de avanço. Os espécimes foram avaliados no final de cada incremento de fadiga ou falha definitiva (determinada pelo ajusta da máquina para parar quando o limite inferior de compressão atingisse os 0,5mm). Os critérios usados para falha foram a flexão ou fratura do parafuso de fixação, fratura parcial ou fratura total do pilar, e fratura do implante. Com base na distribuição das falhas por estresse gradual, as curvas de probabilidade de Weibull (probabilidade de falha x ciclos) com estresse útil de 174N e intervalos de confiança bicaudal 90% foram calculados e plotados (Alta Pro7; ReliaSoft, Tucson, AZ), usando-se uma fórmula de poder de teste para acúmulo de dados. A confiabilidade para uma missão de 100.000 ciclos à 175N foi calculada para comparação entre os grupos. O módulo de Weibull foi calculado usando-se o método da matriz de Fisher.26 Para os parâmetros calculados neste estudo, o intervalo de confiança 90% foi calculado da seguinte forma: IC = E (G) ± Zα sqrt(Var(G)) (1) Onde IC é o intervalo de confiança, E(G) é a confiabilidade média estimada para a missão calculada para estatística de Weibull, zα é o valor Z conhecido para um dado IC, e Var(G) é o valor calculado pela matriz de informação de Fisher.30,31 53 IMPLANT DENTISTRY / VOLUME 22, NUMBER 5 2013 543 Análise da falha As amostras com falha foram inspecionadas sob luz polarizada (MZ -APO stereomicroscope; Carl Zeiss MicroImaging, Thornwood, NY) e classificadas conforme os critérios de falha propostos para comparações entre grupos. Para identificar as marcas de fractografia e caracterizar a origem da falha e a direção de propagação, as amostras mais representativas de cada grupo foram inspecionadas sob microscopia eletrônica de varredura (SEM) (S-3500N; Hitachi, Osaka, Japão).1,32 Resultados O plotagem de probabilidade Weibull estresse gradual e o resumo da estatística à 175N de carga estão n Figura 1 e Tabela 2, respectivamente. A fadiga acelerada em estresse gradual permite estimativas de confiabilidade com intervalo de confiança 90% para uma missão de 100 mil ciclos mostrou que o dano acumulado para cargas até 175N geraria sobrevivência de 99% das coroas implantossuportadas em HE, 84% em HI, e 97% em CM. Os valores Beta (ß) (intervalo de confiança) e os limites superior e inferior associados derivados dos cálculos de probabilidade de Weibull (probabilidade de falha x número de ciclos) foram 1,67 (1,56-1,08), 2,52 (3,9-1,62), e 0,88 (0,46-1,68) para os grupos HE, HI e CM, respectivamente. Estes valores indicaram que a fadiga não foi um fator acelerador apenas para falhas no grupo CM, ao passo que HE e HI apresentaram distribuições de falha influenciadas pelo acúmulo do dano. O ß (também conhecido como fator de forma de Weibull) descreve as mudanças na taxa de falha ao longo do tempo sendo ß <1: taxa de falha diminui ao longo do tempo, comumente associada às “falhas precoces” ou falhas que ocorrem em função de falhas egrégias; ß~1: taxa de falha não varia em função do tempo, associado às falhas de natureza aleatória; e ß>1: taxa de falha aumenta com o tempo, associada com falhas relacionadas pelo acúmulo do dano.18 Os dados sobre a carga de falha durante o estresse gradual para cada amostra foram então usados para calcular a 54 Figura 3. Fratura representativa do parafuso após o SSALT no grupo HI: (A) MEV (50x) mostrando a fratura no parafuso do pilar vista no longo eixo. A área pontilhada branca mostra uma onda de compressão, evidenciando a origem da fratura no lado oposto à tensão (caixa branca) que indica a direção de propagação da fratura (dcp) (seta branca). B e C, maior aumento (450X) da área da caixa apresentada em (A). D e E, maior aumento (150x e 450 x, respectivamente) da superfície fraturada mostrando o aspecto de dimple na superfície em função da coalescência micro-ovóide (ponteira). Figura 4. Fratura por fadiga do implante no grupo hexágono externo. (A) Eletromicrografia (25x) mostrando a fratura no longo eixo do implante. A área pontilhada branca mostra uma onda de compressão, com a origem da fratura no lado oposto à tensão (caixa branca) e indica a direção de propagação da trinca (dcp) (seta branca). B e C, maior aumento (800x) da área da caixa e onda de compressão mostradas em A onde as marcas fractográficas como as estrias de fadiga são evidentes. D e E, maiores aumentos (1800x) da superfície fraturada mostrando a direção da propagação da trinca (dcp) e estriações de fadiga (ponteira). Figura 5. MEV representativa (45x) do pilar CM fraturado. Artigos Científicos 544 IMPLANT-ABUTMENT CONNECTION DESIGNS distribuição da probabilidade de Weibull. Um método gráfico instrutivo para determinar se estes conjuntos de dados são de populações diferentes (com base na sobreposição dos intervalos de confiança) consiste na utilização da plotagem do parâmetro de contorno Weibull (módulo de Weibull (m) x resistência característica) (η)). Como apresentado na Figura 2, o grupo CM apresentou uma resistência característica significativamente maior comparada ao HE e HI, enquanto não houve diferença entre os grupos HE e HI. O módulo de Weibull (m) foi m=16,58 para HE, m=13,72 para HI e m=6,80 para CM. A resistência característica (η) foi η=290,8N para HE, η=251N para HI, e η=357,3N para CM (Fig. 2). Modos de falha Todos os espécimes falharam após o SSALT. Quando as falhas dos componentes foram avaliadas em conjunto, elas representavam uma combinação de flexão e fratura, fratura do parafuso, e fratura do implante. Os modos de falha observados são descritos na Tabela 3. Para os grupos HE e HI, a falha envolveu a fratura do parafuso do pilar. Os pilares permaneceram intactos após o teste mecânico nos grupos HE e HI. O grupo CM apresentou um número elevado de fraturas no pilar em comparação aos grupos HE e HI e poucas falhas no parafuso do pilar. O maior número de falhas ocorreu no grupo HE na região do hexágono. A observação sob luz polarizada e SEM na superfície fraturada dos parafusos dos pilares permitiu uma identificação consistente com marcas fractográficas, como as ondas de compressão com o lado oposto à tensão indicando a origem da fratura, e a direção de propagação das trincas (Figs. 3-5). Discussão Tem sido proposto que diversos sistemas de conexões implante-pilar apresentam vantagens e desvantagens na prática clínica e laboratorial.9,15,16 Sua confiabilidade é um parâmetro que determinará seu sucesso do ponto de vista de desempenho biomecânico como o maior número de falhas na prótese que surge pelos problemas de conexão.33 Este estudo avaliou a confiabilidade e os mo- FOR ANTERIOR CROWNS MACHADO dos de falha em diferentes conexões de implantes do mesmo fabricante. Para este propósito, o teste de fadiga que resulta em falhas similares às clinicas foi usado. O modelo de relação vida-estresse permite a extrapolação da função da densidade de probabilidade a partir dos dados de vida obtidos em níveis de estresse aumentados. Estes modelos descrevem o padrão de vida característica de uma distribuição a partir de um nível de estresse para outro.14 Para a distribuição Weibull, o parâmetro do escala (η) é considerado dependente do estresse.14 Assim, o modelo de vida-estresse para os dados que se encaixam na distribuição Weibull é ligado ao η.14 Os achados atuais podem ser explicados com base na associação entre a distribuição do estresse e os sistemas de confiabilidade ao redor do componente mais fraco da conexão implante-pilar: o parafuso do pilar.9,14-16 Pode-se especular que níveis maiores de estresse no parafuso do pilar geram falhas nos implantes com configuração HE e HI. Embora nenhuma diferença significativa na confiabilidade tenha sido vista entre as conexões, 2 fatores importantes devem ser considerados com base nos modos de falha: (1) do ponto de vista clínico, os sistemas de conexão interna (HI e CM) são o melhor cenário quando o sistema restaurador geral é considerado; isto é, os implantes nunca fraturam e o reparo ficaria limitado aos componentes protéticos, 2) desconsiderando a mesma confiabilidade, a falha no CM foi principalmente ditada pela acúmulo do ano e não pela fadiga em si. Ainda, cargas de fadiga significativamente maiores foram necessárias para a falha no CM comparada aos grupos HE e HI. Já que toda as considerações prévias foram feitas sob o valor médio da força de mordida na região incisal,14,34 o dano acumulado de cargas que chegam aos 175N geraria uma porcentagem aceitável de sobrevivência nas restaurações para todos os espécimes nesta simulação. Isto significa que, sob condições oclusais funcionais,35 quase todos os espécimes testados mostrariam resistência satisfatória à fadiga em ambiente úmido. Os resultados do teste de vida acelerada sugerem que as diferenças geométricas inerentes de cada desenho realmente Artigos Científicos ET AL desempenham um papel nos cálculos de probabilidade, que mostraram que as taxas de falha aumentaram com o tempo e estiveram relacionadas ao dano acumulado nos sistemas HE e HI, mas não no CM (onde a resistência do sistema provavelmente desempenhou um papel na distribuição das falhas em função do valor beta observado ser baixo). Assim, um comportamento de falha associado à fadiga foi observado no HE e HI, como evidenciado pelo ß > 1 (também conhecido como fator de forma de Weibull).28 Os resultados deste estudo estão em contraste com os apresentados recentemente, onde a resistência à fadiga do HE, HI, e CM mostrou o mesmo resultado,20 e as diferenças intrínsecas nos implantes e componentes podem ter respondido pelos resultados diferentes. Os modos de falha foram diferentes em todos os grupos já que a configuração geométrica e as tolerâncias de usinagem realmente resultaram em diferentes regiões e níveis de concentração de estresse. As fraturas nos parafusos dos pilares foram mais frequentes no grupo HI. Por outro lado, as fraturas nos implantes HE foram associadas com cenários de fratura complexa, com as fraturas do parafuso que muitas vezes ocorrem no corpo ou hexágono do implante. Diferente dos outros grupos, o CM apresentou mais suscetibilidade à falha do pilar, embora ocorresse com valores de resistência característica maiores do que no HE e HI, provavelmente pela maior área de contato entre o pilar e as paredes internas do implante relativo ao HI. Em tal cenário, apesar da área ser maior para distribuir o estresse durante o carregamento, à medida que a carga aumenta, a integridade do pilar é desafiada pela resistência maior fornecida pela espessura da parede do implante na região cervical.5 Do ponto de vista clínico, as falhas complexas e multicomponente observadas no grupo HE podem resultar em perda catastrófica do implante. Quando ocorre uma complicação técnica, e elas parecem aumentar ao longo do tempo,36 é desejável que se limitem aos componentes protéticos e não ao implante. Conclusões A hipótese nula de que diferentes confiabilidades e modos de falha 55 IMPLANT DENTISTRY / VOLUME 22, NUMBER 5 2013 seriam encontrados em diversas conexões implante-pilar após o SSALT foi parcialmente aceita. Embora a confiabilidade não seja diferente entre os grupos HE, HI e CM, os modos de falha foram diferentes. DISCLOSURE The authors claim to have no financial interest, either directly or indirectly, in the products or information listed in the article. ACKNOWLEDGMENTS The implants used in this study were donated by Implacil de Bortoli, Sao Paulo, Brazil. REFERENCES 1. Almeida EO, Freitas Júnior AC, Bonfante EA, et al. Effect of microthread presence and restoration design (screw versus cemented) in dental implant reliability and failure modes. Clin Oral Implants Res. 2013;24:191–196. 2. Abuhussein H, Pagni G, Rebaudi A, et al. The effect of thread pattern upon implant osseointegration. Clin Oral Implants Res. 2010;21:129–136. 3. Shin YK, Han CH, Heo SJ, et al. 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Page 7 of 24 Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Estabilidade dos implantes colocados em alvéolos frescos e alvéolos já cicatrizados: achados iniciais c in Cl Sergio Alexandre Gehrke, DDS, PhD Professor, Director of Biotecnos Research Center, Santa Maria, Brazil; Professor of the Catholic University of Uruguay, Montevideo, Uruguay. al Ulisses Tavares da Silva Neto, DDS, PhD Professor and Coordinator of the Postgraduate Program in Implantology of Or APCD, Jundiaí and Osasco, Brazil. al Paulo Henrique Orlato Rossetti, DDS, PhD Independent Researcher, Bauru, Sao Paulo, Brazil. Im Jamil Awad Shibli, DDS, PhD pl Professor, Department of Periodontology and Oral Implantology, Dental Research Division, University of Guarulhos, SP, Brazil. ts an Prof. Dr. Sergio Alexandre Gehrke PC: 97015001 Santa Maria (RS) – Brazil Phone/FAX: 5532227253 Email: [email protected] ch ar se Rua Dr. Bozano, 571 Re Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Artigos Científicos 57 Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Page 8 of 24 Resumo c in Cl Objetivos: Medir o quociente de estabilidade do implante (ISQ) em três momentos diferentes após as inserções cirúrgicas para comparar estes valores entre implantes colocados em alvéolos de extração e alvéolos já cicatrizados. Material e Métodos: Para medir a estabilidade do implante, a análise da frequência de ressonância (RFA) foi realizada em 77 pacientes (53 mulheres, 24 al homens) com um total de 120 implantes dentários. Os implantes foram divididos em dois grupos: o Grupo 1 incluiu 60 implantes em alvéolos já cicatrizados Or (22 na maxila e 38 na mandíbula), e o Grupo 2 incluiu 60 implantes em alvéolos frescos (41 na maxila e 19 na mandíbula). A estabilidade do implante foi medida al imediatamente após sua colocação (inicial), e após 90 e 150 dias. Resultados: No geral, as médias e os desvios-padrões dos valores ISQ foram 62,7 ± 7,14 Im (IC 95%, 39 a 88) inicialmente, 70,0 ± 6,22 (IC 95%, 46 a 88) aos 90 dias e 73,4 ± 5,84 (IC 95%, 58 a 88) aos 150 dias. No grupo 1, os valores ISQ ficaram entre pl 64,3 ± 6,20 e 75,0 ± 5,69, enquanto no grupo 2, os valores ficaram entre 61,2 ± 8,09 e 71,9 ± 5,99. Conclusões: As estabilidades dos implantes colocados em an alvéolos de extração e nos sítios já cicatrizados exibiram evoluções similares nos valores ISQ e assim na osseointegração; entretanto, os implantes colocaos pontos do tempo. ts dos em sítios alveolares cicatrizados mostraram valores superiores em todos Re Palavras-chave: análise da frequência de ressonância, implante dentário, implantes em alvéolos de extração, implantes convencionais. ch ar se Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy 58 Artigos Científicos Page 9 of 24 Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Introdução Implantes imediatos colocados no momento da extração dentária apre- c in Cl sentam faixa de sucesso entre 92,7-98% (Penarrocha et al 2004). Entretanto, em estudos longitudinais, nenhuma diferença significativa entre os implantes imediatos (92,4%) e os tardios (94,7%) foi relatada (Grunder et al 1999). Os requisitos cirúrgicos para implantação imediata incluem a extração atraumá- al tica, preservação das paredes do alvéolo de extração e uma curetagem alveolar ampla para eliminação do material patológico. A estabilidade primária é um re- Or quisito essencial e alcançada pelo uso de implantes que excedam de 3-5mm do ápice alveolar ou pela colocação de um implante com maior diâmetro que o alvéolo al remanescente (Becker & Becker 1996; Barone et al 2006). A estabilidade do implante é um pré-requisito para seu sucesso clínico lon- Im gitudinal e depende da quantidade e qualidade óssea local, do desenho do implante e da técnica cirúrgica utilizada (sub-instrumentação ou sobre-ins- pl trumentação) (Friberg et al 1999). As mudanças que ocorrem na cicatrização do tecido, como a reabsorção óssea e integração na interface osso-im- an plante, podem determinar o grau de estabilidade secundária do implante. Obviamente, o processo de cicatrização será afetado pela morfologia ós- ts sea, incluindo o padrão trabecular, a densidade e o grau de maturação (Zix et al 2008). Re A análise por frequência de ressonância (RFA) é um meio clínico não invasivo de medida da estabilidade e osseointegração presumida dos implantes (Meredith ar se 1998; Meredith et al 1997; Barewal et al 2003) sendo uma ferramenta útil para estabelecer o momento do carregamento do implante (Uribe et al 2005). Clinica- mente, os valores RFA estão correlacionados às mudanças na estabilidade do implante durante a cicatrização óssea, à falha dos implantes em osseointegrar e às ch dimensões supracristais do implante (Friberg et al 1999; Meredith 1998). Assim, o objetivo deste estudo foi medir o quociente de estabilidade do implante (ISQ) em três momentos diferentes após a inserção cirúrgica (imediatamente) e depois de 90 e 150 dias para avaliar a influência da instalação dos implantes em alvéolos frescos e em sítios já cicatrizados. Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Artigos Científicos 59 Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Page 10 of 24 Material e métodos Pacientes c in Cl Um total de 77 pacientes foi incluído neste estudo, Havia 53 mulheres e 24 homens, com idades entre 26 a 65 anos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa da Universidade São Leopoldo Mandic (Campinas, Brasil). Todos os pacientes foram informados sobre a natureza do estudo e sua participação e, conforme a Declaração de Helsinki de 1994, cada paciente forneceu consentimento al informado. Or Os critérios de inclusão foram baseados nas condições sistêmicas atuais dos pacientes, sua capacidade de suportar o estresse da cirurgia e suas necessidades de implantes na maxila ou mandíbula. Todos os pacientes incluídos al concordaram em participar no estudo de estabilidade do implante com base na análise da frequência de ressonância por um período de 150 dias. Os pa- Im cientes não foram incluídos se apresentassem alterações sistêmicas como diabetes, hipertensão ou osteoporose, patologia oral nos tecidos moles e du- pl ros ou hábitos orais danosos como bruxismo ou tabagismo. Os critérios de exclusão com base no sítio local para o implante incluíram a presença de an doença periodontal não tratada ou não controlada, volume ósseo insuficiente para inserção do implante sem procedimentos de aumento, e infecção ativa Topografia de superfície do implante ts na área ou cisto apical. Re Neste estudo foram usados implantes rosqueáveis titânio grau 4 (Implacil De Bortoli São Paulo, Brasil) preparados pela tecnologia de jateamento e ataque ácido ar se previamente descrita (Figura 1). O processo de ataque ácido foi controlado para criação de uma topografia superficial homogênea. Os implantes foram jateados com partículas de titânio 50-100µm. Após o jateamento, os implantes foram limpos em ultrassom com solução alcalina, lavados em água destilada e decapados em ch ácido pícrico. Um perfilômetro a laser (Mahr GmbH, Brauweg 38 Gottingen, Alemanha) foi usado para medir a microtopografia superficial. Este processo de preparo fornece a rugosidade do implante com valores de média e desvio-padrão dos valores absolutos Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy 60 Artigos Científicos Page 11 of 24 Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy em todos os pontos dos perfis (Ra), a o quadrado médio da raiz de todos os valores em todos os pontos (Rq) e o valor médio das alturas absolutas dos cinco picos mais altos e das profundidades dos cinco vales mais profundos (Rz) sendo 0,87 ± c in Cl 0,14, 1,12 ± 0,18 e 5,14±0,69µm, respectivamente. Grupos Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo 1 incluindo 60 implantes nos sítios alveolares cicatrizados (22 na maxila e 38 na mandíbula), e Grupo 2 incluin- al do 60 implantes imediatos nos sítios pós-extração (41 na maxila e 19 na mandíbula). Os seguintes dados clínicos foram coletados: idade e gênero do paciente, local Or do implante, modelo do implante, comprimento e diâmetro do implante, e condição do sítio de implantação. al Procedimento cirúrgico Im Procedimentos cirúrgicos padronizados foram aplicados. Os pacientes foram prémedicados com amoxicilina (875mg oralmente duas vezes ao dia) por cinco dias, e uma dose inicial (2g) foi usada 2 horas antes da cirurgia. Todos os procedimen- pl tos cirúrgicos foram realizados sob anestesia local com articaína 2% (DFL Ltda, an Rio de Janeiro, Brasil) num ambiente ambulatorial pelo mesmo cirurgião familiar à marca do implante. No procedimento, um retalho de espessura total foi levantado nos sítios no Grupo 1, e no Grupo 2, após a extração dentária, a osteotomia foi ts realizada. As osteotomias foram produzidas usando-se o método cirúrgico convencional (conforme as instruções do fabricante). Um total de 120 implantes cônicos Re foi colocado e incluiu as conexões hexágono interno (n=69), e cone Morse (n=51) nos diâmetros de 3,5mm (n=36) ou 4mm (n=84) e comprimentos de 8 a 13mm. ar se Os implantes foram selecionados com base na avaliação prévia de cada caso. As seleções dos tipos de conexão foram baseadas nas diferenças entre as áreas cervicais destes dois modelos conforme a Figura 1. Para perfuração, foi usado um motor (Kavo Concept, KaVo Dental GmbH, Bibera- ch ch, Alemanha) e um contra-ângulo Kavo com redução 27:1 com irrigação externa à base de soro fisiológico 0,9%. Todos os implantes foram instalados com guias cirúrgicos, e as feridas foram suturadas. O cetoprofeno (20mg/dia) e o paracetamol (750mg, 3 vezes ao dia) foram administrados para alívio da dor por três dias após as cirurgias. Todos os implantes foram submersos por 90 dias com um cicatrizador Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Artigos Científicos 61 Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Page 12 of 24 até o início da reabilitação após 150 dias. Entre 90 e 150 dias, os procedimentos restauradores foram realizados (moldagens e provas das coroas metálicas e cerâmicas). c in Cl Após a inserção do implante, a avaliação da frequência de ressonância foi realizada com o Ostell TM mentor (Integration Diagnostics AB, Gotemburgo, Su- écia) para as mensurações da RFA. Um Smartpeg TM (Integration Diagnostics, Gotemburgo, Suécia) foi colocado em cada implante e apertado com 5Ncm. A al sonda do transdutor foi apontada para o pequeno magneto no topo do Smartpeg à 2-3mm e mantida estável durante a pulsação até o instrumento emitir Or um bipe e mostrar o valor ISQ. Os valores ISQ foram mensurados durante o procedimento cirúrgico (momento 1), aos 90 dias (momento 2), e aos 150 dias al (momento 3) após a cirurgia (Figura 2). As mensurações foram realizadas duas vezes no sentido vestíbulo-lingual e duas vezes no sentido mesio-distal (Sim e Lang 2010). A média das duas medidas em cada direção foi considerada como Im o ISQ representativo para cada direção. Os valores mais altos vestíbulo-lingual e mesio-distal foram usados para gerar um valor médio, e todos os valores fo- pl ram registrados. Ainda, cada implante foi avaliado em todos as consultas para mobilidade, dor, e sinais de infecção. an Análises estatísticas ts Os resultados foram analisados longitudinalmente dentro do mesmo grupo pela análise de variância um critério (ANOVA) para medidas repetidas. A comparação Re entre os dois grupos foi realizada usando-se um teste z para amostras não pareadas (R Software versão 2.6.2. R Foundation for Statistical Computing, Áustria). O nível de significância foi de α=0,05. ar se Resultados Setenta e sete implantes (53 mulheres e 24 homens; idades entre 26 e 65 anos) receberam implantes dentários. Sessenta e três implantes maxilares e 57 ch mandibulares foram instalados, 63,3% dos implantes no grupo 1 na mandíbula e 68,3% dos implantes do grupo 2 na maxila. As distribuições detalhadas estão nas Figuras 3 e 4. Todos os implantes sobreviveram e estavam bem osseointegrados. Não houve desistência de paciente no período de observação. Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy 62 Artigos Científicos Page 13 of 24 Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Em geral, a média e desvio-padrão dos valores ISQ foram 62,7 ± 7,14 (IC 95%: [39-88]), em I1, 70 ± 6,22 (IC 95% [46 a 88] em I2, e 73,4 ± 5,84 (IC 95% [58 a 88] em I3. Na maxila, os valores gerais ISQ para G1 e G2 foram 70,23 e 67,07, res- c in Cl pectivamente. Na arcada mandibular, os valores ISQ para G1 e G2 foram 70,57 e 66,74, respectivamente. No grupo 1, a média e desvio-padrão dos valores ISQ em I1, I2, e I3 foi 61,8±6,56, 68,8 ± 5,19, e 72,3±5,91, respectivamente. No grupo 2, os valores corresponden- al tes foram 65,5 ± 6,13, 72,9 ± 7,02 , e 75,3± 5,80. As comparações entre os valores entre grupos em momentos diferentes estão mostradas na Figura 5. Ambos os gura 6). Or grupos exibiram aumentos progressivos nos valores ISQ ao longo do tempo (Fi- al As análises estatísticas mostraram diferenças significativas entre os grupos (G1 e G2, p=0,002) e momentos de mensuração (t1, t2, t3; p<0,001). Entretanto, não Discussão pl Im houve interação grupo x momento da mensuração (p=0,29). Este estudo clínico descreve uma comparação das estabilidades dos implantes an em alvéolos frescos e sítios cicatrizados em três momentos diferentes. Nenhum implante foi perdido ao longo do estudo, e a taxa de sobrevivência dos implantes dentários neste estudo foi 100%. A estabilidade inicial do implante ts desempenha um papel fundamental entre o tipo ósseo e o ISQ (Ballery et al 2002; Oates et al 2007; Barewal et al 2003; Bischof et al 2004; Nedir et al Re 2004). A quantidade e localização do osso cortical e trabecular periimplantar são fatores importantes para a estabilidade porque contribuem para o contato ar se osso-implante (Meredith 1998). A colocação de implantes em alvéolos frescos têm diversas vantagens, como a redução do trauma cirúrgico e o tempo de tratamento. Também tem sido relatado que a colocação imediata dos implantes pode impedir a reabsorção óssea e resultar ch num melhor remodelamento do alvéolo. Para estes resultados favoráveis, a colocação do implante no aspecto palatino do alvéolo parece importante na prevenção da recessão gengival (Kahnberg 2009). Tem sido sugerido que os implantes ime- diatos possam estar associados com maiores riscos de falha e complicações nos implantes comparados aos implantes tardios; entretanto, os resultados estéticos Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Artigos Científicos 63 Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Page 14 of 24 dos implantes colocados imediatamente após a extração dentária podem ser superiores. Não existe evidência suficiente para sustentar ou refutar a necessidade de aumento para os implantes imediatos colocados em alvéolos de extração ou c in Cl para determinar se existe uma técnica de aumento que seja superior (Esposito et al 2010). Os métodos clínicos comumente usados para verificar a estabilidade do implante e a osseointegração incluem percussão, testes de mobilidade, e radiografias al clínicas. Todos estes métodos estão limitados pela falta de padronização, pobre sensibilidade e susceptibilidade às variáveis do operador (Fischer et al 2009, Me- Or redith et al 1997). Recentemente, uma técnica diagnóstica moderna e não invasiva denominada análise da frequência de ressonância (RFA) foi usada para avaliar e al medir a estabilidade dos implantes dentro do osso em diversos estágios clínicos (da Silva Neto et al 2013). Os motivos que justificam a técnica são a sua rapidez, simplicidade, e facilidade como parte do procedimento clínico de rotina, e não exis- Im te risco de desconforto ao paciente. pl No período de cicatrização óssea, os valores ISQ dos implantes variaram com o tempo. No momento da fase cirúrgica, o valor médio foi de 62,7± an 7,14, o que indica estabilidade primária e é similar aos resultados obtidos em diversos estudos com diversos tipos de implantes relatando médias ts entre 60,3 e 62,6 (Friberg et al 1999, Zix et al 2008). Quando a estabilidade dos implantes foi avaliada após a extração dentária, a média logo após a colocação do implante foi 62,0 ± 9,8, e a estabilidade secundária Re após 1 ano foi 64 ± 9,8 (Becker et al 2005). Em nosso estudo, os valores gerais ISQ dos implantes colocados em alvéolos frescos foi 61,2 ± 8,09 no ar se momento 1 e aumentaram para 67,9 ± 6,86 aos 90 dias e para 71,9 ± 5,99 após 150 dias. A maioria dos implantes colocados na maxila mostrou ISQs < 60, e os na mandíbula ISQs > 60 (Nedir et al 2004). Outros estudos demonstraram que, após ch a cirurgia, os valores ISQ foram maiores na mandíbula (59,8± 6,7) do que na maxila (55,0 ± 6,8) quando implantes cilíndricos foram usados (Bischof et al 2004). Neste estudo, os valores médios foram 64,3 para o grupo 1 e 61,2 para o grupo 2. Em todos os casos, os valores do presente estudo (com implantes cônicos) foram maiores do que os relatados no estudo citado (implantes cilínClinical Oral Implants Research - Manuscript Copy 64 Artigos Científicos Page 15 of 24 Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy dricos); esta diferença pode estar relacionada aos tipos de implantes usados. Entretanto, nós observamos que os valores médios aumentam significativamente após 90 e 150 dias. c in Cl A densidade óssea influencia a estabilidade inicial do implante na inserção (Turkyilmaz et al 2009. Molly 2006). As densidades ósseas relatadas nos sítios dos implantes num estudo foram de 856,8 unidades de Hounsfield (HU) para a mandíbula e 594,2 HU para a maxila (Turkyilmaz et al 2007). Entretan- al to, alguns autores têm relatado uma densidade mineral óssea media de 1,11 gramas/cm2 na mandíbula, maior do que na região anterior da maxila (0,55g/ Or cm 2) ou na região posterior da maxila (0,31g/cm 2) (Devlin et al 1998).28 Este resultado é consistente com os resultados do presente estudo onde a mandí- al bula exibiu maiores valores ISQ em todos os períodos de tempo comparados à maxila. Apesar desta diferença, quando examinamos o gráfico (Figura 6) da evolução dos valores ISQ nos períodos de tempo, os comportamentos Im destas duas áreas (maxila e mandíbula) foram muito similares, o que sugere que as diferenças nos valores de estabilidade ocorrem pelas diferenças nas osseointegração. an pl densidades ósseas e não pelas diferenças nos processos e/ou momento da A qualidade óssea e a estabilidade do implante são menores na região posterior; ts assim, a taxa de sucesso do implante nesta região é menor do que na região anterior. Na região anterior, o osso cortical fino e o osso trabecular denso aumentam a estabilidade primária (Lazzara et al 1996). De acordo com Seong et al (2009), Re não existe consenso na literatura sobre como as propriedades físicas do osso variam entre maxila e mandíbula ou quais propriedades físicas afetam a estabilidade ar se inicial do implante. Um estudo clínico sugeriu que o uso de brocas mais finas para colocação do implante na região posterior da maxila onde a qualidade óssea é pobre pode melhorar a estabilidade primária do implante e ajudar os clínicos a obter altas taxas de sucesso dos implantes (Turkyilmaz et al 2008). Entretanto, em nos- ch so estudo, com base nos dados dos implantes imediatos (em ambas as arcadas), a maioria dos implantes foi instalada na maxila (71,6%), estabilidades semelhantes foram observadas na região anterior e posterior da maxila, e não houve diferenças independentemente do tempo de avaliação. Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Artigos Científicos 65 Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Page 16 of 24 Alguns autores sugerem que o uso de implantes longos e com maior diâmetro aumentou a estabilidade pelo maior contato osso-implante (Turkyilmaz et al 2007; Calandriello et al 2003; Balleri et al 2002). Neste estudo, c in Cl somente o diâmetro (3,5mm x 4mm) e o desenho e não o comprimento foram usados como fatores de avaliação, e os resultados mostraram valores ISQ maiores proporcionais ao diâmetro do implante (p<0,05). Estes resultados não são consistentes com os encontrados em outros estudos al que não relatam diferenças significativas no ISQ em função do comprimento ou diâmetro (Balleri et al 2002; Ostman et al 2006). Sobre o desenho do implante, os implantes HI com micro-roscas cervicais exibiram altasestabi- Or lidade nos três períodos de estudo (p<0,05). Estes resultados são consistentes com o valor ISQ médio de 62,4 para todas as mensurações feitas no al dia da cirurgia, relatados em outro estudo que usou implantes cilíndricos com micro-roscas cervicais. Im pl Conclusão As estabilidades dos implantes que foram colocados nos alvéolos frescos ou nos an alvéolos já cicatrizados exibiram valores similares de ISQ ao longo dos três períodos de tempo; entretanto, os implantes nos sítios alveolares cicatrizados exibiram ts valores superiores em todos os períodos de tempo e em ambas as arcadas. The authors have no conflicts of interest to declare. ar se Re ch Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy 66 Artigos Científicos Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Page 18 of 24 Balleri, P., Cozzolino, A., Ghelli, L., Momichioli, G. & Varriale, A. (2002) Stability c in Cl measurements of osseointegrated implants using Osstell in partially edentulous jaws after one year of loading: a pilot study. 4:128132. 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Gráfico mostrando a distribuição detalhada dos implantes no Grupo 2. Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy 72 Artigos Científicos Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Page 24 of 24 c in Cl al al Or Figura 5. Box-plots mostrando as comparações de valores entre os grupos nos Im diversos períodos de tempo. ts an pl ar se Re Figura 6. Gráfico mostrando os aumentos progressivos nos valores ISQ ao longo do tempo em ambos os grupos. ch Clinical Oral Implants Research - Manuscript Copy Artigos Científicos 73 Copyedited by: Patricia Llenado ORIGINAL ARTICLE Relação Entre Between a Energia de e os Resultados Relationship theSuperfície Surface Energy and the Histológicos com Diferentes Superfícies Titânio Histologic Results of Different Titaniumde Surfaces Sergio Alexandre Gehrke, DDS* Vincenzo Luca Zizzari, DDS† Flavia Iaculli, DDS‡ Carmen Mortellaro, MD, DDS§|| Stefano Tetè, MD, DDS‡ and Adriano Piattelli, MD, DDS‡ Abstract: aim ofdeste this study evaluate, through vitroa Resumo: OThe objetivo estudowas foi to avaliar, in vivo e in in vitro, and in vivodestudies, existence ofde a relationship surface existência relaçãothe entre a energia superfície e obetween comportamenenergy, fordos wettability, the clinical ofsuperfícies, dental implants to clínico implantesand dentários combehavior diferentes uma with different surfaces, one with a surface treated by sandblasting jateada com micropartículas de óxido de titânio seguida pelo ataque with oxide microparticles by acid-etching treatácidotitanium (grupo experimental) e a outrafollowed sendo uma superfície usinada ment group) andinanother with a machined (grupo(experimental controle). Para os testes vitro, 30 discos de titânio surface (15 em (control group). Foravaliados the in vitro a total ofeletrônica 30 titanium disks cada grupo) foram pelatests, microscopia de varre(15 for each group) were evaluated by rugosidade scanning electron miduradisks e espectroscopia de energia dispersiva, superficial, croscopy and dispersive spectroscopy anddefor24surface roughe molhabilidade. Para osenergy testes in vivo, um total implantes (12 ness the in nas vivotíbias tests, de a total of 24 implants (12 para and cadawettability. grupo) foiFor inserido 6 coelhos e removidos implants group) were histológica. inserted in the of 6 rabbits and após 30 efor 60 each dias para análise Os tibiae resultados mostraram were after 30superfície and 60 days for histologic analysis.baixa The que osremoved implantes com experimental apresentaram results showed ethat implants withemthe experimental surface molhabilidade, isto the também resultou nova formação óssea alpresented a low wettability, it alsocomparada resulted inao highly tamente estimulada in vivo,and quando grupostimulated controle. new formation in vivo, when compared with controlimplangroup Combone relação à formação óssea, diferenças entre osthe diversos dental implant. As fortanto the bone formation, quanto differences between the tes foram evidentes, em quantidade em qualidade, já different surfaces do seemed both inmostraram quantity and in quality, que os implantes grupoevident, experimental maior deposias group a higher new bone çãoimplants de osso from novothe do experimental que os implantes noshowed grupo controle. Assim, os deposition thane in thatvivo from the control group. Thus, in vitro and in testes in vitro demonstraram excelente resposta biológica vivo tests demonstrated an excellent response of the das superfícies tratadas pelo jateamentobiologic com micropartículas de surfaces sandblasting óxido detreated titânio by e ataque ácido. with microparticles of titanium oxide followed by acid etching. Palavras-chave: implantes dentários, jateamento com micropartícuKey Dental implants, sandblasting with titanium oxide oslas deWords: óxido de titânio, molhabilidade, tratamento de superfície, microparticles, seointegração. wettability, surface treatment, osseointegration (J Craniofac Surg 2014;25: 00–00) A T s propriedades e químicas do titânio são relevantes e adehe physical andfísicas chemical characteristics of titanium are relevant quadas para aplicações biomédicas. Em especial, a maioria dasofsuas and suitable for biomedical applications. In particular, most its propriedades intrínsecas, a biocompatibilidade, pesoweight, especíintrinsic properties, suchcomo as biocompatibility, low baixo specific fico, alta proporção entre resistência/peso, módulo elasticidade, high strength-weight ratio, low elasticity baixo modulus, andde excellent core excelente resistência à corrosão, favoráveis para a manufatura1 dos rosion resistance, are favorable forsão dental implant manufacturing. Tiimplantes dentários. A superfície de titânioeither pode ser modifitanium surface can1 be easily modified, by facilmente adding a coating consisting of different of bioactive substances, by removing cada, tanto pela adição detypes uma cobertura consistindo de diversos tipos de From the *Catholic University of Uruguay, Montevideo, Uruguay; Departments of †Pharmacy and ‡Medical, Oral and Biotechnological Science, University “G. d’Annunzio,” Chieti, Italy; §Department of Medical Science, Faculty of Medicine, University of Eastern Piedmont, Novara, Italy; and ||Oral Surgery Unit, Regina Margherita Pediatric Hospital, Turin, Italy. Received May 28, 2013. Accepted for publication February 8, 2014. Address correspondence and reprint requests to Stefano Tetè, MD, DDS, Department of Medical, Oral and Biotechnological Sciences, University “G. d’Annunzio,” Via dei Vestini, 31, Chieti, Italy; E-mail: [email protected] AQ1 The authors state that there is no conflict of interest and declare that no benefit of any kind will be received either directly or indirectly by the authors. Copyright © 2014 by Mutaz B. Habal, MD ISSN: 1049-2275 DOI: 10.1097/SCS.0000000000000873 substâncias como pela remoção damaterials camada externa portions of bioativas, the external layer with the usedeofporções blasting of difcom o particle uso de materiais de diversos partículas, ou ferent sizes, orjateadores by the application oftamanhos chemical de treatments and/ 2 pelabyaplicação tratamentos químicos e/ou meios físicos o laser. Among these,como blasting and2 or physicaldemeans such as the laser. Dentre estes, have o jateamento o ataque ácidoused têmby sido mais amplamente acid etching been thee most widely theosindustry, and their usados na indústria, e suaimproved combinação tem mostrado biológica combination has shown biologic activity ofatividade the titanium sur3 melhorada na superfície do titânio para osseointegração.3 face for implant osseointegration. The modification the implant surfacepoderia could bring A modificação na of superfície do titânio trazerbenefits benefíto response of do thetecido peri-implant bone tissue,acelerando accelerating the ciosthe para a resposta ósseo periimplantar, o pro4,5 healing and/or improving the newly formedóssea bonerecém quality. cesso deprocess cicatrização e/ou melhorando a qualidade forSeveral have showntêm thatmostrado osseointegration is related to micromada.4,5 studies Diversos estudos que a osseointegração está geometric such as the degree of surface roughness, butruit relacionadafeatures, às características microgeométricas, como o grau de could alsosuperficial, depend onmas factors as physical anddepender chemical de surface gosidade isto such ela também poderia fatoproperties. latter mayfísicas increase the surface wettability, enhance res como asThe propriedades e químicas. A última pode aumentar cell adhesion, andsuperficial, promote cell proliferation, bone-to-a a molhabilidade melhorar a adesãoincreasing celular, ethe promover 2,6 implant contact area.aumentando On the other hand, macrogeometric features proliferação celular, a área de contato osso-implante.2,6 such as thelado, design of the implant, its height, the number, step, and Por outro características macrogeométricas como othe desenho do the cuttinga ability the threads maye also affect thede biomechanics of implante, altura, of número, o passo, a capacidade corte das espithe implant-bone possibly improving implant stability.7–10 ras também podeinterlocking, afetar a biomecânica do travamento osso-implante, 7-10 surface treatMany different typesa of chemical da andfixação. physical possivelmente melhorando estabilidade ments have been developed, and dental implants with surface Muitos tipos diferentes de tratamentos físicos different e químicos têm treatments have been by several manufacturers, sido desenvolvidos e oscommercialized implantes dentários com diversos tipos deeven traif there is são stillcomercializados no consensus onpor what wouldfabricantes, be the bestmesmo characteristics tamentos diversos que não to assure an optimal growth.características It is known that exista consenso sobre peri-implant quais seriam bone as melhores parathe se bone tissue canósseo be influenced by theadequado. implant surface garantir um response crescimento periimplantar Sabe-setopogque a raphy atdo thetecido micrometric level, and some indication existsemthat resposta ósseo pode ser influenciada pela topografia nívela 11,12 nanometric surface canalguma also have an effect. mechmicrométrico, e existe indicação que umaHowever, superfíciethe manoméanisms behind an optimal responseosinmecanismos relation to aresponsáveis given type trica pode ter um efeito.11,12bone Entretanto, of surface still remain largelyem unknown. biologictipo processes inpela resposta óssea otimizada relação aSome determinado de superfívolved in the activation of the earlyAlguns stagesprocessos of osseointegration, such cie são amplamente desconhecidos. biológicos envolas protein adsorption, cell-surface interaction, progenitor revidos na ativação dos estágios iniciais da osseointegração, como acell adsorcruitment and differentiation, and tissue formation ate the interface ção protéica, interação célula-superfície, o recrutamento diferenciação between body andethe biomaterial, cannabeinterface affectedentre by the imde célulasthe progenitoras, a formação tecidual o corpo plant surface micro-roughness aspela wellmicro-rugosidade as by its physical-chemical e o biomaterial, podem ser afetados da superfície 13–15 surface properties. do implante e pelas suas propriedades físico-químicas. Studies the as surface properties using photoelectric specEstudoson sobre propriedades superficiais usando espectrotrometry, scanning microscopia electron microscopy, other techniques metria fotoelétrica, eletrônicaand de varredura, e outrashave téc16 When changing the implant been nicas already já foramdescribed. descritos.16 Quando a micromorfologia do micromorimplante é phology, testsmostram showed que that atheenergia surfacesuperficial energy was alterada, in os vitro estudos ficamodified modifitoo, that, ine vivo, attraction cellular could be cada so também, desta cell forma, in vivo,and a atração e aactivity atividade celular changed, modifying the tissue response. poderiamthereby ser alteradas, modificando-se assim a resposta tecidual. A sandblasted and acid-etched surface producedpelo by Uma superfície jateada e com ataque ácido was foi produzida sandblasting withpartículas large-gritdecorundum particles thatgranulação lead to a macrojateamento com corundum de ampla geran17,18 roughness on the titanium surface.17,18 procedure was followed do a macro-rugosidade na superfície do This titânio. Este procedimento by a strong acid-etching bath with a mixture of HCl/H SO4 at elevated é acompanhado por um forte banho ácido com uma 2mistura de HCl/ temperatures for severalelevadas minutes.por This produced the fine 2- to 4-μm H2SO4 em temperaturas muitos minutos. Isto produz mimicropits superimposed on the rough-blasted surface. This type of cro-sulcos com 2-4µm sobrepostos sobre na superfície asperizada por jasurface is Este one of thedemost documented implant surfaces among those teamento. tipo superfície é uma das superfícies de implante mais commercially excellent properties for bone documentadas available, dentre osdemonstrating comercialmente disponíveis, demonstrando tissue regeneration in different clinical applications and em in patients excelentes propriedades para regeneração do tecido ósseo diversas 2,3,13,19 with different conditions. situações clínicas e nos pacientes com diversas condições.2,313,19 The aim of this wasfoi to avaliar evaluate, vitro aand in O objetivo destestudy estudo in through vivo e ininvitro, exisvivo existence a relationship between energy, tênciastudies, de umathe relação entreof a energia superficial, parasurface a molhabilidafor and the clinical behavior dentários of dental com implants with de, ewettability, o desempenho clínico dos implantes diferentes The Journal of Craniofacial Surgery • Volume 25, Number 3, May 2014 Copyright © 2014 Mutaz B. Habal, MD. Unauthorized reproduction of this article is prohibited. 74 Artigos Científicos 1 The Journal of Craniofacial Surgery • Volume 25, Number 3, May 2014 Gehrke et al Fig 1 4/C Fig 3 4/C FIGURE of the disksusados used in study,CG CG(A) (A)eand EG (B). FIGURA 1. 1. Photographs Fotografias dos discos nothe estudo, EG (B). superfícies, sendo um jateamento with com different surfaces, one com with superfície a surface tratada treated pelo by sandblasting micropartículas de óxido de titânio seguido pelo ataquetreatment ácido (grupo titanium oxide microparticles followed by acid-etching [exexperimental – EG) e oand outro usinada perimental group (EG)] thecom otheruma withsuperfície a machined surface(grupo [concontrole trol group– CG). (CG)]. MATERIALAND E MÉTODOS MATERIALS METHODS Preparation Titanium andeImplant Preparo dosofDiscos de Disks Titânio Amostras Samples de Implantes Trinta discos de titânio comercialmente puro grau 5mm Thirty C.P. titanium (titanium grade 4) disks with 4acom 5-mm dide diâmetro e 2mm de espessura confeccionados usando-se as ameter and 2-mm thickness were foram fabricated from the same bars used barras para fabricação implantes dentários (Figura 1), sento manufacture titanium dentaldos implants (Fig. F1 mesmas 1); 15 had a machined do 15 com superfície (CG) e 15 com superfície tratada surface (CG), and 15 usinada presented a treated surface (EG). The EG (EG). disks Os discos EGby foram tratados with pelo titanium jateamento commicroparticles micropartículas de were treated sandblasting oxide (size, óxido de titânio (tamanho perto dos 180µm) by seguido ~180 μm) followed by a chemical treatment maleicpelo acidtratamento (Implacil químico com ácido maléico (Implacil De Bortoli, São Paulo, Brasil). DeBortoli, São Paulo/SP, Brazil). Cada sample amostrawas foi prepared, preparada,packaged, embalada,and e esterilizada comthe os Each sterilized with mesmos equipamentos cuidados os implantes same requirements andecare of thecom implant packing.dentários. Five disksCinco from discos de cada usadoselectron para microscopia de each group weregrupo used foram for scanning microscopeeletrônica (SEM) and varredura e espectroscopia por energia dispersiva (EDS); for energy (MEV) dispersive spectroscopy (EDS); 5 disks from each group,5 discos cada grupo, verificação da molhabilidade, outro each 5 de for thedeassessment ofpara surface wettability; and another 5e from cada grupo pararoughness o teste desurface rugosidade group, for the test.superficial. Vinte e quatro implantesself-tapping cilíndricos implants auto-rosqueantes com Twenty-four cylindrical with internal hexágono embalados e prontos para comercialização, hexagon, interno, packaged and ready for commercialization, wereforam used usados in vivo (ImplacilDeBortoli, De Bortoli,São SãoPaulo/SP, Paulo, Brasil), 12 for the no in estudo vivo study (Implacil Brazil), 12 machined with a treated (EG). The implant usinados (CG)(CG) e 12 and com12 superfície tratadasurface (EG). O tamanho do imsize was mm in 8 mm in length F2 plante era44mm pordiameter 8mm deand comprimento (Figura(Fig. 2). 2). AQ2 In Vitro Characterization Caracterização In Vitro of the Chemical-Physical Titanium Surface das Características Characteristics Físico-Químicas do Titânio Fig 2 4/C A avaliação dasofcaracterísticas físico-químicas do surface titânio The evaluation the chemical-physical titanium foi conduzida pelo de Microscopia e Microanálise characteristics was Departamento conducted at the Department of Microscopy no Dentários da UniversiandDepartamento Microanalysis de andMateriais at the Department of Pontifícia Dental Materials of FIGURA 2. Fotografias implantes dentáriosused usados no study, estudo, um com FIGURE 2. Photographsdos of the dental implants in this the one with the machined surface thecom othersuperfície with the surface by sandblasting superfície usinada (A)(A) e oand outro tratadatreated por jateamento com with titanium oxide microparticles acid-etching treatment (B). micropartículas de óxido de titâniofollowed seguidoby pelo ataque ácido (B). FIGURE 3. 3. Imagem Representative image of surface tensione molhabilidade and contact angle FIGURA representativa da the tensão superficial com wettability. ângulo de contato. dade Católica do Rio Grande do Sul Alegre, do RS, Sul Brasil). O Pontificia Universidade Católica do(Porto Rio Grande (Porto Alegre/RS, Brazil). SEM (model JSM 5310;foi Jeol, Tokyo, MEV (modelo JSMThe 5310, Jeol, Tóquio, Japão) usado no Japan) modo module was used in secondary electron mode, and5000 images were obelétrons secundários, e as imagens obtidas com vezes de autained at 5000 magnification to describe surface topography. The mento para descrição da topografia superficial. A composição susurface composition evaluated by EDSJSM (model JSM 5310; Jeol, perficial foi avaliadawas pelo EDS (modelo 5310; Jeol, Tóquio, Tokyo, Japan). To analyze the de mean surface roughness, that is,é,the Japão). Para analisar a média rugosidade superficial, isto a arithmetic mean ofdos the valores absoluteabsolutos values ofda therugosidade collected roughness média aritmética coletada data points (Ra), a surface rugosimeter (SJ-201P blend; Mitutoyo, (Ra), um rugosímetro de superfície (SJ-201P blend; Mitutoyo, TóTokyo, Japan)foiwas used.Finalmente Finally, another was to check quio, Japão) usado. outrotest teste foidesigned desenhado para the flow arate 5 fluxo μl of distilled water, with a micropipette verificar taxaofde de uma gota de applied água destilada 5µL, aplicaon com the sample. The surfacenawettability was estimated by superficial measuring da uma micropipeta amostra. A molhabilidade the estimada total surface area wetted immediately after themolhada drip. Theimediasurface foi medindo-se a área total superficial tension was by measuring angle formed betamente pelacalculated gota. A tensão superficialthe foicontact calculada medindo-se o tween the andformado the disk entre surface (Fig.e3). For these evaluations, ângulo de drop contato a gota o disco (Figura 3). Para F3 images were taken at different times: 0, 15, 30,momentos, and 60 seconds with isto, as imagens foram captadas em diversos sendo 0, a high-resolution cameracom (Sony Cyber-shot DSC-H9; Tokyo, Japan). 15, 30, e 60 segundos uma câmera de alta resolução (Sony The imagesDSC-H9, were analyzed theAs program version Cyber-Shot Tóquio,using Japão). imagensImageTool foram analisadas 5.02 for Microsoft Windows™ (The University of Texas Health usando-se a versão 5.02 do Image Tool para Microsoft Windows Science Center, San Antonio, (UTHSC, San Antonio, Texas).TX). Estudo In Vivo In Vivo Study Este estudo foi aprovado comitê decommittee ética da Universidade This study was approvedpelo by the ethics of the FedFederal de SantaofMaria, Grande Sul, Brasil (protocolo número eral University SantaRio Maria, Riodo Grande do Sul, Brazil (protocol 133/2011). Seis coelhos Nova Zealand Zelândia rabbits (Oryctolagus cunicunumber 133/2011). Sixadultos adult New (Oryctolagus lus), pesandoweighing quase 3,5kg, foram usados no were estudo. Dois implantes cuniculus), approximately 3.5 kg, used in this study. foram inseridoswere nas inserted metáfisesinto proximais de cadametaphysis tíbia, um de Two implants the proximal of cada each grupo, conforme protocolo cirúrgico padronizado.surgical Os sítios dos tibia, one of eachum group, according to a standardized protoimplantes foram preparados usando-se fresas adequadas conforme as col. The implant sites were prepared using proper drills according to instruções dos fabricantes até a profundidade implantes the manufacturer's instructions, to a depth de of 8mm, 8 mm,e os and the immanualmente inseridosinserted usando-se uma manual. plants were manually using thechave ratchet. A anestesia geral foi pela injeçãobyintramuscular General anesthesia in induzida rabbits was induced intramuscular de ketamina (35mg/kg; Brasil). Brazil). Então, injection of ketamine (35Agener mg/kg; Pharmaceutica, Agener Pharmaceutica, um relaxante (Ropum 5mg/kg; uma Then, a musclemuscular relaxant (Rompum 5 mg/kg;Bayer, Bayer, Brasil) Brazil) eand tranquilizante (Acepran Univet, Brasil) foram injetatranquilizer (Acepran 0.750,75mg/kg; mg/kg; Univet, Brazil) were injected indos via intramuscular. Ainda, deanesthetic anestésico(3% local (prilocaítramuscularly. In addition, 1 mL 1mL of local of prilocainena 3% com Astra, felipressina; Astra, foi injetado no atsubcutâfelypressin; Mexico) was México) injected subcutaneously the site neo no sítio cirurgia para melhorar a analgesia e controle do of surgery to da improve analgesia and for bleeding control. Postopersangramento. cirurgia, única dewas 600.000 de atively, a singleApós dosea of 600,000uma IU dose of Benzetacil used.UI After FIGURE 4. The SEM analysis of the CG (A) (A) eand at 5000 5000 FIGURA 4. A eletromicrografia do CG EG EG (B)(B) sobsurfaces aumento magnification. vezes. 2 © 2014 Mutaz B. Habal, MD Copyright © 2014 Mutaz B. Habal, MD. Unauthorized reproduction of this article is prohibited. Artigos Científicos 75 The Journal of Craniofacial Surgery • Volume 25, Number 3, May 2014 Surface Energy of Titanium Surfaces Fig 5 4/C Fig 7 4/C FIGURE demonstratingothe liquid do contact onna thesuperfície titanium dos disk FIGURA 7. 7. Photographs Fotografias demonstrando contato líquido surface. discos de titânio. FIGURE EDS analysis the and(B) EG (B) surfaces. FIGURA5. 5. The A análise por EDSofde CGCG (A)(A) e EG Benzetacil usada.were Após a cirurgia, os animais colocasurgery, the foi animals placed in individual cagesforam with 12-hour dos emofgaiolas individuaistemperature com ciclos(21°C) de luz and 12 horas, temperacycles light, controlled ad libitum diet, tura controlada (210°C) e dieta livre, diferença na without any particular differences fromsem the qualquer diet normally adopted dieta usada Em momentos estabelecidos, by thenormal laboratory. At no thelaboratório. established times, all animals were euthaos animais foram sacrificados com de mL) ketamina (2mL) nized with an intravenous overdose of overdose ketamine (2 and xylazine e xilazina (1mL). Três animais foram sacrificados após (1 mL). Three animals were euthanized after a period of 30 30dias; days;e os outros 3 após 60 dias. As biópsias forambiopsies obtidas com blocos and the other 3, after 60 days. Bone block were os obtained osso-implante. for each implant comprehending surrounding bone. Análise Histomorfométrica Histomorphologic Analysis Os blocos tíbias comwith os implantes inseridos foram Bone blocksdas of the tibiae, inserted implants, were reremovidos fixados em formaldeído 10% por 7 dias, desidramoved frome each animal, placed for fixation in 10% of eformaldetados solution com concentrações de etanol (60%, 70%, 80% hyde for 7 days, crescentes and dehydrated in increasing ethanol e 99%; 24-56h), como80%, previamente Então, as amostras solutions (60%, 70%, and 99%;descrito. 24–56 h), as previously de20 foram embutidas em resina VLC (Kulzer Co, Then, samples wereTechnovit embedded7200 in Technovit 7200&VLC scribed. Alemanha) a presa, seccionadas numa metaresin (Kultzere&após Co, Wehrhein, Germany) and, aftercortadeira curing, sectioned lográfica (Isomet 1000;cutter Buehler, Alemanha), como Germany), previamente with a metallographical (Isomet 1000; Buehler, as 16 descrito. Então, os discos foram de lixas previously described. Then, diskpolidos samplescom weresequência polished with an abrasivaspaper (Metaserv 3000; Buehler, 3000; Alemanha) até Germany) quase 30µm abrasive sequence (Metaserv Buehler, to de espessura e analisados sob microscopia (Nikon(Nikon E200; ~30 μm of thickness and analyzed by lightóptica microscopy Japão).Japan). A contagem de osteócitos foi realizada cortes onde E200; The osteocyte counting was madenestes in those sections a primeira e a and terceira totalmente inseridas nointo tewhere the first thirdroscas threadsestavam that resulted were fully inserted cidobone ósseo. O programa usadoused foi ofor Image Pro 4.0 para the tissue. The program the counting was Windows. the Image Pro 4.0 for Windows. RESULTADOS RESULTS Caracterização In Vitro In Vitro Characterization of the das Características Chemical-Physical Titanium Surface Físico-Químicas do Titânio Characteristics As imagens do MEV no CG mostraram uma superfície com sulcos The lisos SEM causados pela ferramenta de corte de usinagem, se images of the CG showed a surface withmesmo smooth grande parte da área analisada uma superfícieeven planaif(Figugrooves caused by the cutting mostrasse tool during machining, most ra the 4A).analyzed No EG, uma topográfica pode ser amplamente area uniformidade had a flat surface (Fig. 4A). F4 of In the EG, a topoobservada,uniformity com a presença delargely sulcos profundos e umathe superfície graphical may be observed, with presencemiof cro-rugosa regular. disso, as margens pareciam bem arredondadeep grooves and a Além regular microrough surface. Moreover, the edges das em função do condicionamento ácido na superfície (Figura 4B). Entretanto, resíduos partículas de jateamento podiam ser seemed wellalguns rounded due todas acid conditioning the surface was subjected to (Fig. However, a few aumento. residues of the blasting particles observados em4B). imagens com maior could be the EDS high-magnification images. A observed avaliaçãoatcom mostrou em ambos os grupos uma suevaluation showed, in the both5), groups, a surface perfícieThe comEDS alta concentração de titânio (Figura enquanto a prewith concentration of titanium 5), whereas the presence sençahigh de outros íons metálicos não foi(Fig. identificada. of otherPara metal ions was identified. a análise da not rugosidade superficial, as medias e desvio forvalores the analysis of 0,159 surface roughness, Ra -padrãoAsdos Ra foram (0,033) e 0,699 mean (0,056)(SD) µm nos values of 0.159 and 0.699 (0.056) μm were found in disks discos CG e EG, (0.033) respectivamente. from the and the EG, respectively. OsCG valores médios dos ângulos de contato em diversos momeanforam valuesavaliados of the contact over of mentosThe também (Figuraangle 6). No CG,different o ângulotimes de conwater drop were also evaluated (linear Fig. 6). In the CG, the contact angle tato mostrou uma diminuição e quase contínua em diversos values had aenquanto continuously, almost linear,não decrease at different times, momentos, no EG ele quase mudou, permanecendo whereas in the EG, thenacontact did not foi change, estável. Como mostrado Figura 7,angle a áreavirtually de molhamento maior remaining in Figure 7, the wetting area resulted (27,2%) nostable. CG forAs 60 showed segundos. higher (27.2%) in the CG after 60 seconds. F5 F6 F7 Análise Histomorfológica das Amostras In Vivo Após 30 dias e no EG, áreas intensas de nova formação óssea fo- Histomorphologic Analysis of Inonde Vivo Samples ram visíveis próximas à superfície do implante, sinais de reorgani- In tecido the EG, afterna30forma days,deintense areas offoram new evidentes. bone formation zação do ósseo osso lamelar Vasos were visibledeclose tocalibre the implant surface, signsnestas of bone tissue sanguíneos amplo também foram where observados áreas. Por reorganization in the form of lamellar bonepequena were evident. Large blood outro lado, no implante do grupo CG, uma resposta celular foi vessels were also 8). observed in these areas. On the other hand, in the observada (Figura implantAfrom CG, ade small cellular response be seen (Fig. 8). contagem osteócitos após 30 diascould mostrou valores médios The osteocyte counting recorded 34% maiores no EG comparados ao CG. in the samples after 30 days had mean values of 34% higher in the EG than in the CGcom samples. Após 60 dias e no EG, houve melhor organização, os ósSamples from theparte EG taken after days better orgateons ocupando a maior da área ao 60 redor doshowed corpo do implante, nization, the osteons most of themaior area estimulação around the incluindo with os espaços entre asoccupying espiras, e permitindo implant body, including spaces between the coils,Outra and allowing da cicatrização do tecido the ósseo ao redor do implante. caractearística greatinteressante stimulationmostrada of the bone healingdoaround the implant. foi atissue organização tecido lamelar, bem Another interesting feature by these was as theamostras organidistribuída no momento da shown cicatrização. Porsamples outro lado, zation of CG lamellar bone, which was well distributed at thispresença healing do grupo mostraram boa formação óssea com pequena time. On the contrary, samples from9). the CG showed a good bone de células e vasos sanguíneos (Figura formation with a small presence of cells60and vessels (Fig.mé9). A contagem de osteócitos após diasblood mostrou valores F8 F9 Fig 6 4/C Fig 8 4/C FIGURA 6. Graphic Representação gráfica of dothe comportamento diferente e da dimi- of FIGURE 6. representation different behavior in the decreasing the contact angle values in thede 2 contato groups. nos dois grupos. nuição dos valores do ângulo FIGURE Histologic pictures showing difference in the new bone FIGURA 8. Imagens histológicas mostrando a diferença na formação dotissue formation, cellular and lamellar organization in the EG(B) novo tecido ósseo,reaction, reação celular, e organização lamelar emCG CG(A) (A)and e EG (B) after 30 days in vivo. I, implant; B, bone; formed bone tissue. após 30 dias in vivo. I, implante; B, osso; NB, NB, ossonewly recém-formado. 3 © 2014 Mutaz B. Habal, MD Copyright © 2014 Mutaz B. Habal, MD. Unauthorized reproduction of this article is prohibited. 76 AQ3 Artigos Científicos The Journal of Craniofacial Surgery • Volume 25, Number 3, May 2014 Fig 9 4/C Gehrke et al FIGURA histológicas mostrando a diferença na formação dotissue FIGURE 9. 9. Imagens Histologic pictures showing difference in the new bone novo tecido ósseo,reaction, reação celular, e organização lamelar emCG CG(A) (A)and e EG formation, cellular and lamellar organization in the EG(B) (B) after 60 days in vivo. I, implant; B, bone; formed bone tissue. após 60 dias in vivo. I, implante; B, osso; NB, NB, ossonewly recém-formado. Themaiores osteocyte counting recorded the samples after 60 days dios 29% no EG comparados ao in CG. had mean values of 29% higher in the EG than in the CG samples. DISCUSSÃO DISCUSSION Recentemente, uma série de estudos in vitro tem examinado o Insuperfície recent decades, a series of in vivo estudies examined the efeito da do implante na cicatrização aposição óssea.21,22 21,22 effect of the surface on bonesuperficial healing and apposition. Mudanças na implant morfologia e rugosidade inicialmente foram Changes in morphology and surface roughness were initially develdesenvolvidas com o objetivo de aumentar o travamento mecânico oped owith of increasing the mechanical beentre ossothe e a aim superfície do implante, melhorando interlocking assim a estabili23,24 tweeninicial, the bone and implant surface, thus improving the initial dade sua resistência, e a dissipação de forças. 23,24 stability, its resistance, and force dissipation. Estudos histológicos mostraram que a textura superficial Histologic studies that surface texturing comparada created by criada pelo jateamento gerashowed maior contato osso-implante 18 blasting led to usinadas. greater bone-to-implant as que compared with com superfícies Outros estudoscontact relataram o tratamen18 studies reported treatmachined surfaces. to com ácido reduz asOther concentrações de C, Ti,that e Nthe na etching superfície do ment reduced concentrations of C, de AQ4 implante, Ti,oxigênio, and N on22 the implantuma surmas the aumenta a quantidade revelando 22 25 face but mais increased thedoamount of oxygen, revealing a more superfície oxidada que a usinada. Neste estudo, a avaliação In this EDS evaloxidized than one.25com com EDS surface mostrou, no the EG,machined uma superfície altastudy, concentração de uation showed, the EG, a surface with a high concentration of na tititânio, embora in apena algumas micropartículas ficassem retidas tanium, although only a fewAssim, microparticles retaineddeon the superfície após o jateamento. o uso de were dois modos tratasurfacesuperficial after blasting. Therefore, the use of these 2 modes of interessurface mento produziu características topográficas muito treatment produced Para veryavaliar interesting and de appropriate santes e adequadas. o ângulo contato, foitopographic necessário features. Tosua evaluate contact angle,e itgeometria was necessary to consider considerar relaçãothe com a química superficial, isto é, its propriedades relationship físico-químicas with surface chemistry and geometry, that is,mothe as na superfície, responsáveis pela physical and26 chemical properties of the surface, which were responlhabilidade. 26 sible for A wettability. termodinâmica das superfícies, que considera a minimizaThermodynamics surfaces, which considered minimição da energia superficial of livre no sistema, impôs um valorthe único para of de freecontato. energy Entretanto, of the system, imposed a single valuemostrou for the ozation ângulo o teste de molhabilidade contact wettability test showed a drop of que umaangle. gota deHowever, líquido nothe titânio sólido poderia ficar that estável ao lonliquid on the isto solidé,titanium surface could be rather stable over time, go do tempo, havia uma pequena variação no ângulo de contathat is, there was a slightanalisadas. variation in thevariação angle ofpode contact between to entre as duas amostras Esta ser vista nos the 2 samples variation could be seen from mean valores médiosanalyzed. relatados This no estudo, onde observamos que athe redução values reported in thisfoi study, where we couldnos observe thatmomentos the reducno ângulo de contato linear e progressiva diversos tion of thedemonstrando contact angle was linear and progressive in the different avaliados, maior redução nos implantes usinados. A times evaluated, demonstrating a greater reduction inpreliminar machinedcom imsuperfície de titânio tendo recebido um jateamento plants. Thedetitanium received preliminary blasting partículas óxido desurface titâniohaving promoveu estes adefeitos em profundiwith titanium oxideser particles promoted defects, which further dade, que podem responsáveis peloin-depth aumento da porcentagem de may be osso-implante. responsible for Este the increase in the bone-to-implant contact contato padrão uniforme de superfície poderia percentage. This uniform pattern ofe adesão the surface could be important ser importante para o molhamento celular. for surface wetting cell adhesion. Houve uma and tendência de se assumir que o ângulo de conThere was a tendency to assume thatsuperficial the contactnoangle detato diminuiu com o aumento da tensão líquido. 26 creased with the decreasing of the surface tension of the liquid. Ainda, alguns autores relataram a existência de uma relação po26 Still, some reportedethe existence ofsuperficial, a positive expressa relationsitiva entre authors a molhabilidade a rugosidade shipvalores betweenRa, theisto wettability and the surface roughness, nos é, a molhabilidade aumentou com oexpressed aumento as Ra values, is, resultados the wettability increased with increasing Ra dos valores Ra.that Estes mostraram que, após o condiciovalues. These resultsasshowed that, after surface conditioning, the namento superficial, propriedades físicas do implante poderiam implantAphysical could change. In vitro of cells mudar. respostaproperties in vitro das células e tecidos foiresponse afetada pela toand tissuesgeometria were affected by topography, geometry, and macroscopic/ pografia, e características macro e microscópicas. Tenmicroscopic characteristics. Having reduced the das contact angle, do-se reduzido o ângulo de contato, a interação células comthe a interactionfoi of cells with theresultando surface wasassim increased, thus resulting in superfície aumentada, provavelmente numa 26 a probable faster osseointegration. According to the obtidos results osseointegração mais rápida. De acordo com os resultados obtained in this study,influência the greatestnos influence on the biologic effects neste estudo, a maior efeitos biológicos e interação and cellpoderia interaction could be àattributed more surface topocelular ser atribuída topografia do to quethemolhabilidade. graphic features than propriedades to wettability. superficiais In the current the good Neste estudo, as boas dosstudy, implantes trasurfaceforam properties of the treated implants histológica were confirmed by the in tados confirmadas pela avaliação in vivo comvivo histologic evaluation the groups,dewith a higher perparando-se os grupos, comcomparing maior porcentagem células presente centage of cells present withincomparado of the coils ao in the treated groupem comnas espiras do grupo tratado grupo controle 30 with controls at both times, 30 and na 60simudays, epared 60 dias, demonstrando umaexperimental diferença entre as amostras demonstrating a difference lação da cicatrização óssea. between the samples in the stimulation of boneVasos healing. sanguíneos de largo calibre foram observados nestas Large bloodisto vessels were in these áreas; entretanto, poderia serobserved considerado um areas; achadohowever, normal this could bede considered as analisado. a normal finding for the healing time para o tempo cicatrização analyzed. On the basis of these results, it was possible to conclude the CONCLUSÕES following: Com base nos resultados foi possível que: The surface roughness of the EG showedconcluir a very regular pattern, A rugosidade superficial do EG mostrou um muito with peaks and valleys produced by blasting and padrão microporosity regular, e vales produzidos pelo jateamento e a microporoobtainedcom by picos chemical treatment by acids. sidade obtida pelo tratamento com ácidos. The minimal decrease of the químico contact angle between the water drop diminuição mínima do ângulo de contato entre a gota d´áand theA titanium surface within the periods studied, recorded begua e athe superfície de titânio dentro dos CG, períodos estudados, registratween experimental group and the suggested that the wettados entre grupo experimental e otogrupo CG, sugeriu a molhability waso inversely proportional the quantity and que quality of in bilidade foiformation. inversamente proporcional à quantidade e qualidade da vivo bone formação in vivo. Histologicóssea analysis showed that the treated surface seemed to proanálise histológica mostrouboth quequalitatively a superfície and tratada paremote aAmore intense bone growth, quantitaceu promover um crescimento ósseo mais intenso, tanto quantitativa tively, and to ensure a better organization of bone tissue compared quanto e garantir uma melhor organização do teciwith thequalitativamente machined implants. do ósseo comparado com os implantes usinados. REFERENCES 1. Massaro C, Rotolo P, De Riccardis F, et al. Comparative investigation of the surface properties of commercial titanium dental implants. Part I: chemical composition. J Mater Sci Mater Med 2002;13:535–548 2. Wennerberg A, Albrektsson T. Effects of titanium surface topography on bone integration: a systematic review. Clin Oral Implants Res 2009;20:172–184 3. Gehrke SA, Nascimento PC, Bohrer D, et al. Acondicionamiento de la textura superficial de implantes dentales. Acta Odontol 2008;5:30–37 4. 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Unauthorized reproduction of this article is prohibited. 78 Artigos Científicos 1 Análise da performance clínica dos parafusos de retenção dos pilares protéticos retos e angulados – Estudo retrospectivo com 916 implantes do sistema Implacil De Bortoli Patrícia Medeiros Araújo1, Guenther Schuldt Filho2, Haline Renata Dalago3, Mônica Abreu Pessoa Rodrigues4, Nilton De Bortoli Junior5, Cesar Augusto Magalhães Benfatti6, Marco Aurélio Bianchini6 1 2 Mestranda em Implantodontia – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutorando e mestre em Implantodontia – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Doutorado Sanduíche na Universidade de Berna (Suíça). 3 Doutoranda e mestre em Implantodontia – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 4 Especialista em Implantodontia – Universidade Paulista (UNIP). 5 Doutor em Prótese Dentária – Universidade de São Paulo (USP). 6 Professor adjunto do Departamento de Odontologia – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Endereço para correspondência: Guenther Schuldt Filho Avenida Santa Catarina, 1130 – Apartamento 1101 88070-‐740 – Florianópolis – SC -‐ Canto Tel.: (47) 9117-‐0008 [email protected] Artigos Científicos 79 2 Resumo Proposta: Este estudo retrospectivo avaliou a performance clínica dos parafusos de retenção de pilares protéticos e comparou as taxas de complicações técnicas entre pilares retos e angulados. Materiais e métodos: Foram coletados dados relacionados aos pacientes, implantes e próteses sobre implante instaladas entre 1998 e 2012. Foi dada atenção especial à angulação do pilar protético. Foram consideradas como falhas protéticas tanto o afrouxamento como a fratura do parafuso de retenção. Resultados: Foram examinados 916 implantes (Implacil De Bortoli, São Paulo, Brasil). Pilares protéticos retos totalizaram 799 enquanto que 117 pilares angulados foram avaliados. A taxa geral de complicações técnicas foi de 8.7%. Dois grupos foram formados de acordo com a angulação do pilar protético. Grupo 1 (G1) foi formado por pilares retos e Grupo 2 (G2) por pilares angulados. Para G1, 91.1% dos implantes examinados não apresentaram falhas e 8.9% mostraram algum tipo de complicação técnica. Para G2, a porcentagem de implantes sem nenhum tipo de complicação foi de 92.3%, enquanto que 7.7% apresentaram algum tipo de falha no parafuso protético. Conclusões: Achados clínicos mostraram baixas taxas de complicações técnicas para ambos os grupos. Além disso, não houve associação entre a angulação do pilar protético e a ocorrência de complicações (fratura ou afrouxamento) nos seus respectivos parafusos de retenção. Palavras-‐chave: Implantes osseointegrados, complicações, parafuso protético, pilar. 80 Artigos Científicos 3 INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO O tratamento com implantes implantes osseointegrados osseointegrados éé considerado O tratamento com considerado uma uma maneira maneira previsível previsível 1,2 Há Há mais mais de de duas duas d écadas, aaltas ltas ttaxas axas para reabilitação reabilitação de de pacientes pacientes parcialmente parcialmente edêntulos. edêntulos.1,2 para décadas, 3,4 de sucesso sucesso vem de vem sendo sendo relatadas relatadas para para este este tipo tipo de de tratamento.3,4 Contudo, Contudo, complicações complicações técnicas relacionadas relacionadas ao ao parafuso são rotineiras técnicas parafuso de de retenção retenção protético protético são rotineiras e e muitas muitas vezes vezes requerem consultas consultas de de emergência, emergência, oo que que acaba acaba aborrecendo aborrecendo tanto tanto o o paciente paciente como como o o requerem profissional envolvido. envolvido.55 profissional Dentre as as complicações complicações técnicas, técnicas, o o afrouxamento fratura do do parafuso parafuso são são os os Dentre afrouxamento ee aa fratura eventos mais mais frequentes frequentes na na clínica clínica odontológica.6-6-‐8-8 O eventos O afrouxamento afrouxamento de de parafuso parafuso é é descrito descrito como um um p rocesso q ue o corre eem m ddois ois eestágios. stágios. N o pprimeiro, rimeiro, fforças orças eexternas xternas – ttransversais ransversais ou ou como processo que ocorre No laterais –– aplicadas leva aa uma uma laterais aplicadas ao ao parafuso parafuso de de retenção retenção durante durante a a função função mastigatória, mastigatória leva redução na na superfície superfície de de fricção fricção das das roscas. roscas. Já Já no no segundo ocorre uma uma perda perda de de redução segundo estágio estágio ocorre estabilidade estabilidade que que compromete compromete a interface interface rosca/parede rosca/parede do do implante. implante. Esta perda perda de de estabilidade estabilidade do do sistema do parafuso Esta sistema acaba acaba gerando gerando o o afrouxamento afrouxamento do parafuso o protético.9 Além disso, a ausência de um ajuste passivo na interface implante/pilar protético.9 Além disso, a ausência de um ajuste passivo na interface implante/pilaraumenta aumenta 10 10 nos nos tecidos adjacentes devido à proximidade osso/implante. Sendo assim, oestresse estresse tecidos adjacentes devido à proximidade osso/implante. Sendo podem assim, ocorrer ocorrer complicações que variam desde o afrouxamento do do parafuso do podem complicações que variam desde o afrouxamento parafusoaté atéa a fratura fratura do 11 implante.11 Um dos problemas mais comuns relacionados às próteses fixas implantossuportadas Um dos problemas mais comuns relacionados às próteses fixas implantossuportadas é o afrouxamento afrouxamento do do parafuso parafuso que que conecta conecta o o implante o implante ao ao respectivo respectivo componente, componente, principalmente função. Isto Isto é é especialmente especialmente comum comum para para próteses próteses principalmente no no primeiro primeiro ano ano em em função. implantossuportadas -molar, devido devido à à força força mastigatória mastigatória implantossuportadas unitárias unitárias em em região região de de molar molar ee prépré-‐molar, nessas Ainda, afrouxamentopode podeoocorrer resultadodde o oafrouxamento correr ccomo omo resultado e ttorque orque ee/ou /ou pperfil erfil de de nessas áreas.12,13 áreas.12,13 Ainda, emergência incorreto do emergência inadequado, inadequado, componentes componentes mal mal fabricados, fabricados, sobrecarga sobrecarga ee desenho desenho incorreto do 14,15 parafuso.14,15 Em discrepância vestibular vestibular ou Em reabilitações reabilitações com com implantes implantes posicionados posicionados com com alguma alguma discrepância ou palatino/lingual, palatino/lingual, muitas muitas vezes vezes torna-se torna-‐se necessária necessário aa utilização utilização de de pilares pilares angulados. angulados. Nesse Nesse caso, importante no sucesso ou ou falha falha caso, os os fatores fatores mecânicos mecânicos podem podem desempenhar desempenhar um um papel papel importante no sucesso 16,18 desse conforme o tipo de de pilar pilar utilizado.16,18 irregularidades Ainda, Ainda, distorções distorções ee irregularidades desse implante, implante, conforme o tipo causadas por maus procedimentos de fundição laboratorial podem afetar o ajuste passivo e a causadas por maus procedimentos de fundição laboratorial podem afetar o ajuste passivo e a 19 estabilidade estabilidade dos dos implantes. implantes.19 Artigos Científicos 81 4 Assim, o objetivo deste estudo foi analisar a eficácia do sistema de implantes Implacil Assim, o objetivo deste estudo foi analisar a eficácia do sistema de implantes Implacil De dos parafusos parafusos de de retenção retenção de pilares protéticos protéticos ee De Bortoli, Bortoli, avaliar avaliar aa performance performance clínica clínica dos de pilares comparar comparar as as taxas taxas de de complicações complicações técnicas técnicas entre entre pilares pilares retos retos ee angulados. angulados. MATERIAIS MATERIAIS EE MÉTODOS MÉTODOS Este trabalho trabalho foi foi aprovado aprovado pelo pelo Comitê Comitê de de Ética Ética em em Pesquisa Pesquisa com com Seres Seres Humanos Humanos – – Este Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo – Brasil (367.077). Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo – Brasil (367.077). Antes do do início início d os p rocedimentos, ttodos odos os os p acientes aassinaram ssinaram u m ttermo ermo d e cconsentimento onsentimento Antes dos procedimentos, pacientes um de autorizando aa coleta coleta dos dos dados dados clínicos clínicos ee as necessárias para da autorizando as intervenções intervenções necessárias para a a realização realização da pesquisa. critérios de de inclusão inclusão para para o o estudo estudo compreenderam compreenderam os os pacientes pacientes tratados tratados com com pesquisa. Os Os critérios implantes Bortoli (São (São Paulo, Paulo, Brasil) Brasil) ee próteses próteses fixas implantes de de titânio titânio Implacil Implacil De De Bortoli fixas implantossuportadas realizadas na Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico implantossuportadas realizadas na Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da da Odontologia Odontologia (FUNDECTO), (FUNDECTO), localizada localizada no no Centro Centro de de Odontologia Odontologia da da Universidade Universidade de de São São Paulo 1998 a a 2012. 2012. Os Os implantes implantes foram foram instalados instalados sob sob rigorosas rigorosas Paulo (USP), (USP), no no período período de de 1998 condições assépticas e de acordo com o protocolo cirúrgico descrito no manual do fabricante. de acordo com o protocolo cirúrgico descrito no manual do fabricante. condições assépticas Apenas no mínimo mínimo 1 1 ano, ano, com com reabilitação reabilitação Apenas entraram entraram nas nas análises análises implantes implantes em em função função por por no protética e ausência ausência de de infecção infecção persistente persistente e/ou e/ou protética na na fase fase definitiva, definitiva, ausência ausência de de mobilidade mobilidade e 4,15 dor. dor. 4,15 Fatores relacionados relacionados aos aos implantes implantes Fatores Fatores relacionados relacionados aos aos implantes implantes incluíram: incluíram: localização localização na na arcada arcada (maxila Fatores (maxila anterior/posterior ee mandíbula mandíbula anterior/posterior), anterior/posterior), diâmetro diâmetro do do implante implante (<3.75, (<3.75, =3.75, =3.75, anterior/posterior >3.75); comprimento comprimento do do implante implante (< (< 9 >3.75); 9 e e ≥ ≥ 9mm); 9mm); conexão conexão (hexágono (hexágono externo/interno); externo/interno); formato (cilíndrico (cilíndrico ou ou cônico); formato cônico); antagonista antagonista (dente (dente natural, natural, prótese prótese implantossuportada, implantossuportada, dentadura, dente ausente); enxerto ósseo (sim, não). prótese, dente ausente); enxerto ósseo (sim, não). Fatores relacionados relacionados às às próteses próteses implantossuportadas implantossuportadas Fatores Fatores relacionados relacionados ás ás próteses próteses incluíram: incluíram: antagonista (dente natural, natural, coroa coroa de de Fatores antagonista (dente resina, coroa coroa cerâmica, cerâmica, dente dente ausente); ausente); tipo tipo de resina, de retenção retenção (cimentada, (cimentada, parafusada); parafusada); gengiva gengiva artificial (ausente, (ausente, presente); presente); tipo tipo de de p rótese ((unitária, unitária, p arcial, ttotal); otal); m aterial dde e rrevestimento evestimento artificial prótese parcial, material 82 Artigos Científicos 5 (acrílico, parafuso (ausente, (ausente, (acrílico, cerâmico); cerâmico); fratura fratura coronal coronal (ausente, (ausente, presente) presente) ee falha falha de de parafuso presente). presente). Falhas de de parafuso parafuso Falhas Todos os os pilares pilares foram foram examinados examinados durante durante aa consulta consulta de de avaliação. avaliação. Para Para isso, isso, um um Todos único examinador examinador calibrado calibrado (M.A.P.R.) (M.A.P.R.) removeu removeu as as próteses próteses para para ter ter acesso acesso visual visual ao ao pilar pilar único protético e seu respectivo parafuso. Complicações técnicas incluíram: fratura de pilar, fratura protético e seu respectivo parafuso. Complicações técnicas incluíram: fratura de pilar, fratura de parafuso do parafuso. de parafuso protético protético ee afrouxamento afrouxamento do parafuso. Para Para análise análise estatística estatística ee comparação comparação entre grupos, grupos, os os dados dados foram foram agrupados agrupados e analisados analisados com com oo teste teste do do quiqui-‐quadrado. entre -quadrado. RESULTADOS RESULTADOS Os implantes avaliados estavam em função por no mínimo 1 ano. Foram examinados Os implantes avaliados estavam em função por no mínimo 1 ano. Foram examinados 183 114 mulheres mulheres – – total total de de 938 938 implantes. implantes. Implantes Implantes perdidos perdidos 183 pacientes pacientes –– 69 69 homens homens e e 114 totalizaram totalizaram 16, 16, enquanto enquanto que que 66 implantes implantes não não entraram entraram em em função função devido devido ao ao mal mal posicionamento protético. Foram perdidos 4 implantes após estarem em função mastigatória, posicionamento protético. Foram perdidos 4 implantes após estarem em função mastigatória, por por isso, isso, 916 916 implantes implantes foram foram selecionados selecionados para para oo estudo. estudo. Além Além disso, disso, não não houve houve nenhum nenhum evento evento de de fratura fratura de de pilar pilar protético. protético. A taxa de sobrevivência dos implantes foi de 98.28%. Do total de implantes avaliados, A taxa de sobrevivência dos implantes foi de 98.28%. Do total de implantes avaliados, 603 relação àà 603 (65.8%) (65.8%) estavam estavam localizados localizados na na mandíbula mandíbula ee 313 313 (34.2%) (34.2%) na na maxila. maxila. Com Com relação conexão protética, 400 implantes (43.7%) eram hexágono externo e 516 (56.3%) conexão interna. conexão protética, 400 implantes (43.7%) possuíam hexágono externo e 516 (56.3%) conexão Considerando a presença de facetas de desgaste, 792 restaurações (86.46%) estavam intactas. interna. Considerando a presença de facetas de desgaste, 792 restaurações (86.46%) estavam Por outro Por lado,outro 124 (13.54%) apresentavam algum tipo dealgum desgaste. idade dos pacientes variou intactas. lado, 124 (13.54%) apresentavam tipo A de desgaste. A idade dos de 27 a 89v–ariou idadede média pacientes 27 a 8de 9 –59.31. idade média de 59.31. O foi formado O grupo grupo 1 1 (G1) (G1) foi formado por por pilares pilares retos retos (n=799), (n=799), enquanto enquanto que que o o grupo grupo 22 (G2) (G2) (n=117) foi composto por pilares angulados -- totalizando 916 implantes estáveis clinicamente. (n=117) foi composto por pilares angulados -‐ totalizando 916 implantes estáveis clinicamente. Foram Foram observadas observadas 71 71 (8.9%) (8.9%) falhas falhas de de parafuso parafuso no no grupo grupo dos dos pilares pilares retos retos e 9 (7.7%) (7.7%) falhas falhas no no grupo grupo de de pilares pilares angulados. angulados. (Tabela (Tabela 1) 1) O nenhum tipo tipo de de complicação complicação relacionado relacionado ao ao parafuso parafuso O índice índice de de pacientes pacientes sem sem nenhum protético foi de 78.14% (n=143), enquanto que 21.86% (n=40) dos pacientes mostravam algum protético foi de 78.14% (n=143), enquanto que 21.86% (n=40) dos pacientes possuíam algum Artigos Científicos 83 6 tipo de complicação. Com relação aos implantes, 91.27% (n=836) não tiveram problemas com tipo de complicação. Com relação aos implantes, 91.27% (n=836) não tiveram problemas com parafuso e apenas apenas 8.73% 8.73% (n=80) (n=80) tiveram tiveram alguma alguma complicação complicação técnica técnica relacionada. relacionada. oo parafuso DISCUSSÃO A taxa de pacientes sem complicações relacionadas ao parafuso de retenção protética A taxa de pacientes sem complicações relacionadas ao parafuso de retenção protética foi revisão foi maior maior no no presente presente estudo estudo (78.14%) (78.14%) quando quando comparado comparado com com 66.4% 66.4% de de uma uma revisão 19 sistemática19 publicada recentemente. Com relação aos implantes, 91.27% não apresentaram publicada recentemente. Com relação aos implantes, 91.27% não apresentaram nenhum tipo de falhas de parafuso. Esses dados demonstram a confiabilidade do sistema em Esses dados demonstram a confiabilidade do sistema em nenhum tipo de falhas de parafuso. questão, questão, especialmente especialmente quando quando comparado comparado aa dados dados recentemente recentemente publicados. publicados.1919 20 Outro resistência àà fratura fratura de pilares propôs propôs comparar comparar in in vitro vitro aa resistência de pilares Outro estudo estudo clínico20 protéticos marca comercial. comercial. Três Três angulações diferentes (reto, ) foram foram e 30o) protéticos da da mesma mesma marca angulações diferentes (reto, 17o e analisadas resultados mostraram mostraram que analisadas frente frente aà forças forças de de compressão compressão máxima. máxima. Os Os resultados que houve houve diferença diferença de de resistência resistência significativamente significativamente maior maior para para oo grupo grupo com com pilar pilar reto, reto, seguido seguido pelo pelo o grupo e de de 30 30o. Apesar desta desta observação, observação, nosso nosso estudo estudo não não relatou relatou . Apesar grupo com com angulação angulação de de 17o 17o e nenhuma nenhuma fratura fratura de de pilar pilar protético protético ee não não foi foi encontrada encontrada nenhuma nenhuma relação relação da da angulação angulação do do pilar pilar com com complicações complicações técnicas. técnicas. 20-22 Em outros estudos laboratoriais20-‐22 , os resultados mostraram que o torque de aperto os resultados mostraram que o torque de aperto Em outros estudos laboratoriais dos foi dos parafusos parafusos protéticos protéticos tem tem influência influência na na resistência resistência àà compressão compressão do do sistema. sistema. Ainda Ainda foi observado que protético observado que que àa medida medida q ue a iinclinação nclinação ddo o ccomponente omponente p rotético aumenta, aumenta, a tensão tensão no no osso osso ee nos nos componentes componentes protéticos protéticos também também aumentam. aumentam. Em discrepância vestibular vestibular ou Em reabilitações reabilitações com com implantes implantes posicionados posicionados com com alguma alguma discrepância ou palatino/lingual, se necessária palatino/lingual, muitas muitas vezes vezes tornatorna-‐se necessário aa utilização utilização de de pilares pilares angulados angulados ou ou aa cimentação próteses torna-‐se torna-se obrigatória obrigatória para para não não haver haver comprometimento comprometimento estético. estético. cimentação das das próteses Nesse Nesse caso, caso, os os fatores fatores biomecânicos biomecânicos podem podem desempenhar desempenhar um um papel papel iimportante mportante no no ssucesso ucesso ou ou falha conforme o tipo de de pilar pilar utilizado. utilizado.16,18 De estudo, De acordo acordo com com nosso nosso estudo, falha desse desse implante implante conforme o tipo pode -se afirmar quando necessidade pode-‐se afirmar que que q uando eexiste xiste a n ecessidade dda a uutilização tilização dde e uum m ppilar ilar pprotético rotético aangulado, ngulado, seu seu uso uso éé indicado indicado ee previsível, previsível, de de acordo acordo com com as as baixas baixas taxas taxas de de complicações complicações encontradas. encontradas. 23 Esta mostrou Esta previsibilidade previsibilidade foi foi também também objeto objeto de de estudo estudo de de outro outro trabalho23,, que que mostrou que o estresse estresse gerado gerado na na porção porção que independentemente independentemente do do pilar pilar utilizado utilizado (reto (reto ou ou angulado), angulado), o peri -implantar é dependente plataforma peri-‐implantar dependente do do diâmetro diâmetro da da p lataforma do do implante. implante. Neste Neste caso, caso, a aangulação ngulação 84 Artigos Científicos 7 do pilar não exerceu papel importante no estresse gerado na porção cervical dos tecidos peri-‐ implantares.23 Tempo em função é outro fator que deve ser levado em consideração. Foi observado25 que implantes com mais de 5 anos em função possuem quase duas vezes mais probabilidade de apresentarem complicações técnicas em comparação aos implantes com até 5 anos em função mastigatória. Neste caso, nosso estudo demonstrou uma porcentagem similar de falhas quando pilares protéticos retos ou angulados foram utilizados para reabilitar próteses implantossuportadas em função por até 14 anos. Nosso trabalho mostrou uma ótima performance clínica do sistema Implacil De Bortoli com relação às complicações técnicas dos parafusos de pilares protéticos retos e angulados (Figuras 1 e 2), especialmente quando comparado a estudos recentes24. De acordo com os dados obtidos, os pilares angulados do sistema Implacil De Bortoli são considerados uma ótima opção de tratamento quando o objetivo for reabilitar implantes que não estão posicionados de maneira ideal na arcada dental. CONCLUSÃO O estudo apresentou baixas taxas de complicações técnicas para ambos os grupos de pilares protéticos do sistema Implacil De Bortoli. Além disso, não houve associação entre a angulação do pilar protético e a ocorrência de complicações técnicas. Por este motivo, os pilares angulados em questão podem ser considerados opções previsíveis para reabilitação protética implantossuportada. Artigos Científicos 85 8 REFERÊNCIAS 1. Jokstad A, Brägger U, Brunski JB, et al: Quality of dental implants. Int Dent J 2003;53(6 Suppl 2):409-‐43. 2. Kreissl ME, Gerds T, Muche R, et al: Technical complications of implant-‐supported fixed partial dentures in partially edentulous cases after an average observation period of 5 years. 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Mini pilar cônico angulado de 17o (esquerda), mini pilar cônico reto (centro) e mini pilar cônico angulado de 30o (direita). Figura 2 -‐ Componentes protéticos do sistema Implacil De Bortoli. Pilar cônico reto (esquerda) e pilar estético angulado de 17o (direita). Artigos Científicos 89 Movidos a inovação. Nascemos da paixão pelo ensino, pela evolução científica e pelo constante aprimoramento. Por isso, somos inconformados por natureza, pesquisadores incansáveis na busca do melhor para você e o seus pacientes. E o melhor está sempre mudando. E nós mudamos, inovamos por você. de bortoli